linda-a-velha 2013 o culto a senhora do cabo

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    Heitor Baptista Pato

    LINDA-A-VELHA | 6 Abril 2013

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    AS LENDAS |  O CULTO | OS CÍRIOS

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    Fontes bibliográficas• Frei Agostinho de Santa Maria 

    Santuário Mariano, E Historia das Ima-gens Milagrosas de Nossa Senhora,Tomo II, 1707 (1701)

    • Frei Cláudio da Conceição 

    Memória da prodigiosa imagem daSenhora do Cabo, 1817

    • Francisco Ildefonso dos Santos 

    Memórias sobre a antiguidade dasRomarias, e da Romaria do sítio de

    Nossa Senhora do Cabo, etc ., 1854--1857

    Registo litografado de N. SRA. DO CABO,

    séc. XIX

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    Três lendas de origem:

    • 1ª - A imagem foi achadapor homens da Caparicaque ali tinham ido apanharlenha: “Os venturosos, e

    os que primeyro descubri-rão este rico thesouro,forão algus homẽs da Ca-

     parica, que hião àquellaserra a cortar lenha” .

    Imagem Primitiva (Santuário do Espichel)

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    • 2ª - Um velho de Alcabi-deche e uma velha da

    Caparica viram e admira-ram “huma Luz remota” sobre o cabo do Espichel;

    lá chegados, descobrirama imagem no promontório.

    Imagem Primitiva (Santuário do Espichel)

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    • 3ª -  A Senhora apareceu na baía dos Lagos-teiros, com o Menino ao colo, e subiu pelas arri-bas montada numa mula que aí deixou gravadasas suas pegadas

    Promontóriodo Espichel, praia dosLagosteiros

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    Laje da Pedra da Mua com trilhos de dinossauros.Na ermida da Memória, um dos painéis de azulejosconstitui o mais antigo registo gráfico de pegadas

    de dinossáurios existente em todo o mundo.

    Trilhos icnofósseis(Pedra da Mua)

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    Painel azulejar da Ermida da Memória (séc. XVIII):“Chegando a este sitio veem com admiração

    sobir a Sra. pela rocha”  

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    Painel azulejar da Ermida da Memória (séc. XVIII):“Chegando a este sitio veem com admiração

    sobir a Sra. pela rocha”  

    Trilho

    de saurópodes(Lagosteiros)

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    Imagem dita “primitiva”  da Senhora do Cabo,venerada no santuário do Espichel; Imagem Pere-

    grina oferecida em 1751 ao círio dos saloios pelafreguesia da Terrugem (Sintra); e imagens venera-das em Palmela e na Caparica, esta muito seme-lhante morfologicamente à do Espichel. 

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    ? - Achamento da imagem e início do culto.

     As falsas “datas fundacionais”: • 1215 – Pinho Leal, Portugal Antigo e Moderno, vol. II,1874; Raposo Botelho, Nossa Senhora do Cabo - ResumoHistórico, 1928

    • 1250  – Dicionário Histórico, Corográfico, etc. de EstevesPereira e Guilherme Rodrigues (1904/1915); GrandeEnciclopédia Portuguesa e Brasileira

    • 1275  –  Apparições de Nossa Senhora da Luz, do Cabo

    Espichel, etc., manuscrito 74 (BNL), 1585• 1410  – Francisco Ildefonso dos Santos, Memórias sobrea Antiguidade das Romarias, e Romaria ao sítio de NossaSenhora do Cabo, ms. 98 da Colecção Pombalina (BNL),1854-1857

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    1366 - Primeiro registo documental, chancelaria deD. Pedro I, carta régia de 14 de Abril: os lugares dotermo de Sesimbra “ jazem em huu dos cabos domundo e fora de todo o caminho salvo os que vaãoem Romeria a sancta maria do cabo”. 

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    Construção da ermida: “Edificou-se

    esta ermida para os primeiros cultos”  

    Círio de Sesimbra, 2009

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    1414 - Doação da ermida ao Convento do Car-mo por Diogo Mendes de Vasconcelos, cavalei-

    ro comendador de Sesimbra: “em a Commendade Cezimbra ( … ) he  edificada hua Ermida, aquem chamão Santa Maria do Cabo, que he

    logo de grande romagem, e devoçom”.

    1428 - Doação da “hermida   e Logar de SanctaMaria da Pedra de Mua”   ao Convento de São

    Domingos de Benfica por Diogo Mendes deVasconcelos.Mendes de Vasconcelos renunciará à comenda de Sesimbra, que em 20de Fevereiro de 1444 é entregue a João Fogaça (INTT, Chancelaria de D.

    Afonso V, Livro 24, fl. 40-40v.)

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    1430 - Instituição do círio saloio ou   do termo ,constituído pelo giro  entre 30 freguesias da mar-

    gem norte do Tejo (reduzidas no séc. XVIII a 26*),com deslocação anual e rotativa ao santuário doCabo Espichel.

    Freguesias dos actuais concelhos de Mafra (2),Sintra (9), Cascais (3), Oeiras (3), Loures (5),Odivelas (1) e Lisboa (3).

     

    * Saída de Senhora da Purificação de Bucelas 1709, São Silvestrede Unhos 1711, São Lourenço de Arranhol 1716 e Santo André deMafra 1722. Olivais participou pela primeira e única vez em 1704.

    O CULTO À SENHORA DO CABO

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    1431 São  Vicente de Alcabideche1432 São Romão de Carnaxide

    (actualmente Linda-a-Velha)1433 São  Julião do Tojalinho(actualmente Tojal)1434 São  Pedro de Penaferrim1435 Nossa Senhora da Misericórdiade Belas

    1436 Santa Maria de Loures1437 São  Lourenço de Carnide1438 Nossa Senhora da Purificaçãode Bucelas (até 1709)1439 São  Pedro de Barcarena1440 São  Pedro de Lousa

    1441 São  Silvestre de Unhos (até 1711)1442 Santo Antão do Tojal1443 Nossa Senhora da Purificaçãode Oeiras1444 Nossa Senhora do Amparode Benfica

    1445 São  Domingos de Rana

    1446 São  João das Lampas1447 São  Lourenço do Arranhol

    (até 1716)1448 Nossa Senhora da Purificaçãode Montelavar1449 Nossa Senhora de Belém de Riode Mouro1450 Nossa Senhora da Ajuda de Belém

    1451 Ascensão e Ressurreiçãode Cascais1452 Santíssimo Nome de Jesusde Odivelas1453 São  Martinho de Sintra1454 Santo André de Mafra (até 1722)

    1455 São  Pedro de Almargem do Bispo1446 Santo Estêvão das Galés1447 Nossa Senhora da Conceiçãoda Igreja Nova1458 São  João Degolado da Terrugem1459 São  Saturnino de Fanhões

    1460 Santa Maria e São   Miguel de Sintra

    Círios saloios, do termo ou do bodo 

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    Para além do círio saloio:

    • Círio de Lisboa• Círio de Nossa Senhora da Guia (Lisboa)

    •  Círios da margem Sul

    Caparica (4 varas  de Monte da Caparica/PortoBrandão, Sobreda/Charneca, Trafaria/Murfacéme Costa da Caparica/Vila Nova da Caparica);

     Almada; Seixal/Arrentela; Coina/Alhos Vedros; Azeitão; Setúbal; Alfarim; Palmela; Sesimbra;Azóia; povos dos termos de Azeitão e Sesimbra

    O CULTO À SENHORA DO CABO

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    Círios da margem sul

    no Cabo Espichel,anos 1960  

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     A vermelho: localidadesonde ainda se realizam círios 

    Círio s salo io s1º giro  - 1430/14602º giro  - 1461/14903º giro  - 1491/1520

    4º giro  - 1521/15505º giro  - 1551/15806º giro  - 1581/16107º giro  - 1611/16408º giro  - 1641/16709º giro  - 1671/170010º giro  - 1701/172711º

    giro  - 1728/1753

    12º giro  - 1754/177913º giro  - 1780/180514º giro  - 1806/183115º giro  - 1832/185716º giro  - 1858/188317º giro  - 1884/190818º giro  - 1909/1933

    19º giro  - 1934/195920º giro  - 1960/198521º giro  - 1986/201122º g iro - 2011/2037

    * Substituída por Linda-a-Velha desde 2012/2013 

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    Calendário anual da ida dos círios ao Santuário do Espichel  

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    1432 - A primeira Confrariade Nossa Senhora do

    Cabo foi instituída pelocírio saloio (S. Romão deCarnaxide), com autoriza-ção do arcebispo de Lis-boa D. Pedro de Noronha.

    D. Pedro de Noronha (1424-1452), neto de D. Henrique II de Castelae de D. Fernando I de Portugal, bispo de Évora e arcebispo de Lisboa.Paineis de S. Vicente (Museu Nacional da Arte Antiga). 

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    Em 1671, os procura-dores formaram a par-

    tir dos antigos estatu-tos um novo Compro-misso. Foi aprovadono ano seguinte pelonúncio apostólico Fran-cisco Ravizza e confir-mado em 1697 pelo

    cardeal-arcebispo deLisboa D. Luís deSousa.D. Luís de Sousa (1630-1702),

    bispo de Bona e cardeal-arcebispode Lisboa

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    Manuscrito iluminado doCOMPROMISSO DA CONFRARIADE NOSSA SNRA DO CABOFreguesia de Alquebedeque no Termode Lisboa, no anno de 1671.Mandado, tresladar pella freg.ª deS. Maria de Sintra no anno de 1753

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    Este Compromisso estabelecia que “não entra-rá a servir nesta Confraria homem, que tenha

    rassa de judeo, nem de outra infecta nação, oumullato”.

    Dos seus corpos deveriam fazer parte “homensbeneméritos (...), não respeitando a affeição,mas ao merecimento de cada hum”, sendo elei-tos “conforme o seu merecimento, não os ante-

     pondo a quem mais merecer ”; e advertia--se que “se não elleja Clerigo (...) salvo [se] ema Freguezia não houver Leigos, que possãoservir.” 

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    Bênção da carne nas festas do Espírito

    Santo em Angra do Heroísmo, 2010

    1450 -  Nos primeirosanos da década deu-se

    início à oferta de umbodo aos pobres que semanteve até finais doséc. XIX: em 1878 SãoMartinho de Sintra foi aoEspichel e levou 2 bois,a que se juntaram outras

    20 rezes oferecidas poroutras pessoas.

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     Anónimo, circa 1471

    1471 -  Na cartanáutica portuguesa

    mais antiga que seconhece, desenha-da por um anónimo(Modena, BibliotecaEstense Universitá-ria), surge assinala-do o cabo Espichel,

    mas sem referên-cias ao santuário.

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    Marco em Belas, reconstruído em 1991

    1490 -  Durante o círio  de StªMaria e S. Miguel de Sintra

    determina-se proceder à edifi-cação de uma igreja.

    1495 -  Durante o círio  de Nª

    Srª da Misericórdia de Belasdá-se início à construção donovo templo, pago pelos po-vos, “ porque a Ermida de N.

    Senhora já se achava muitoarruinada do tempo, por sermuito antiga a sua edificação”.

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    Construção da primeiraigreja: “Com a concorrenciadas gentes se fabricaoutra, no logar onde hojese vê a magestosa egreja”  

    Romaria no séc. XVI:“Forma de arraiald’aquelles primeirostempos”  

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    Desta igreja “sobrevivem” os dois painéis lateraisdo retábulo da capela-mor (São Tiago Peregrinoe Santo António) e uma imagem em mármore.

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    1516 -  Visitacam da Irmyda de nosa Snra docabo, D. Jorge de Lencastre (ANTT):

    Na capela-mor altar “dalvenaria cõ quatro de-graus forrados dazullejos”   *; imagem “de nosasenra de pao cõ o menyno Jhesu no colo”  e por

    detrás “hum  retavollo pequenyno  cõ suas portasem que estão pintados os três magos” . Capela--mor com paredes “de pedraria forrada de bor-dos” e corpo da igreja com “ paredes de pedra e

    call e o tecto he forrado debordos” .* D. Ana de Mendonça, comendadeira do mosteiro de Santos, prometeu “dar por sua devoçam os azilejos pera os altares”. O visitador manda fazer umpoço “que tenha muita agoa pera os romeiros que vem per quanto ho que hihá he de pouca agoa”.

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    1550 -  O primeiro Duque de Aveiro, D. Joãode Lencastre  –  primogénito do Infante D. Jorge

    de Lencastre, mestre das Ordens de Santiago ede Aviz – que era já senhor da serra da Arrábida,pediu à Câmara de Sesimbra licença para caçarno local, vindo a ficar de posse da Ermida e dos

    respectivos terrenos.

    No séc. XVIII foram incorporados na Casa doInfantado; com a sua extinção no séc. XIX, pas-saram para a Coroa. Foram adquiridos em 1980pelo empresário Xavier de Lima, que os cedeuem parte à CMS em 2008.

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    1561 -  No mais antigo mapa do território nacionalcartografado por um português, O Mapa de Portu-galDeitado  de Fernando Álvaro Seco, indica-se o

    santuário de Nossa Senhora do Cabo.

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    1585 -   Apparições de Nossa Senhora da Luz,do Cabo Espichel, etc ., mn. 74 (BNL), ±1585:

    “( … ) hua menina de idade de menos de quatroannos caio ao miradouro pla rocha talhada  abayxo depois de meio dia sem a ningue(m) ver

    chair” . A criança “se teve num torrãozinho nomeio da Rocha, o q. foi manifesta(mente) m(ila-gre) de D(eu)s não errar aquelle torrão ou não sedesfazer o torrão cõ o pezo da criança ou não

    esmoresser a criança, e desmaiada cair abayxo”;e “esteve ahi a menina chorando muytas orassem ningue(m) saber tiralla, ...

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    ... o que fizerão cõ mtº trabalho porq. ningue(m)se atrevia a aventurarse a tão manifesto perigo.

    Senão o pay da menina q. se aventurou, e des-seu cõ perigo e trabalho atado por cordas, edesseu tee onde estava a criansa e tomandoanos brassos a allarão asima com grande co(n)-

    solassão de todos”.

     Ao ser-lhe perguntado  “quem  a pusera ahy e asostentara q. não caisse abayxo, respondeo, q.

    Nossa S. do Cabo, e isto dezia a todos q. lhe preguntavão. Chamarão então a menina Mariado Cabo, em memoria de tão grande e tãomanifesto M(ilagre).” 

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    1662 -  Os romeirossolicitam ao terceiro

    Duque de Aveiro, D. Álvaro de Lencastre,a edificação de umtemplo maior.

    1701 - Sob D. PedroII inicia-se a constru-ção da igreja, comtraça do arquitectoreal João Antunes.

    D. Pedro II (1648-1706), António

    de Sousa, Palácio de Sintra

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    Construção da actualigreja: “Dá-se principioà magestosa egreja,

    em 1707” (aliás 1701)  

    Romaria no séc. XVIII:“Entrada de festeirosno novo arrayal”  

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    1701 - Thomas Cox, Relação do Reino de Portu-gal :

    “Havia uma procissão, e num carro triunfal, muitomais alto do que os outros, vinha a Senhora dolugar; no meio havia anjos e na outra ponta cupi-

    do com o seu arco e seta. (...) No fim de tudo,vinha uma imagem mais pequena de NossaSenhora; não tinha mais de um palmo de altura,mas demonstravam-lhe grande respeito, pois era

    transportada por baixo do mesmo pálio que oSacramento. Vinha numa caixa de vidro [maqui-neta], e toda a gente lhe demonstra o mesmorespeito que ao Sacramento. ...

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    ... À frente dele, vinham quatro taças com incen-so; e, no momento em que passaram pelo forte,

    dispararam três canhões. (...)Tivemos uma comé-dia, e a parte dela com o padre com quem euestava a falar, chamada em latim  Exordium, ter-minou em honra da Senhora do lugar. Não com-

     preendi a peça, mas os actores desempenharamos seus papéis tão à vontade quanto se poderiadesejar. O ponto falava tão alto quanto os acto-res, e o meu padre insistia em que era a melhorforma, pois, diz ele, desta maneira as pessoasouvem tudo duas vezes.” 

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    Igreja de Nossa Senhora do Cabo

    Capela-mor com retábulo de talha

    em “estilo nacional”  

    1707 -  Inauguraçãoda igreja, reutilizandoestruturas anteriores,

    e trasladação da ima-gem.

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    1707 -  Inauguraçãoda igreja, reutilizandoestruturas anteriores,

    e trasladação da ima-gem.

    Igreja de Nossa Senhora do Cabo

    Capela-mor com retábulo de talha

    em “estilo nacional”  

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    “M(ANU)El. S(I)MOIS M(ORAD)or NO LVGAR DA /…  FR(E)G.(UESI)a DELOVRES E MATI / AS IOÃO E M(ANU)El IOAÕ E IOÃO / FR(ANCI)Z(CO)TODOS MORADORES / NA FR(E)G.(UESI)a DE BEMFICA E ABREo / IOAÕMO(RADO)r NA DABIA FR(E)G(UESI)a / DE BELAS MANDAR(A)o REDEFI /

    CAR A DITA OBRA P(AR)a E(L)ES / E SEVS ERDE(I)ROS NA ERa DE 1639” 

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    Lápides epigrafadas reutilizadasna Igreja de Nossa Senhora do Cabo

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    1715/1794 - Edificação das novas hospedarias.

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    Inscrições depropriedadenas hospedarias:“CAZAS DO

    SIRIO DAIRMANDADE DELIXBOA”, 1715 

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    “ESTAS  CAZAS / MANDOV FAZER / IOAÕ IORGE MILANE / S DE NASSAÕ EVISC / ONSUL DO IMPERIO / M. (orad)or EM BELEM”.

    “CAZAS  DE NOSSA S. / DO CABO FEITAS POR / CONTA DO SIRIO DOS /SALOJOS NO ANNO DE / 1757 / P. ACOMODAÇÃO DOS / MORDOMOS QUE /UIEREM DAR BODO”.

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    O arraial das hospedarias, antes de serem

    emparedadas em 1996

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    1718/1722 -  Constru-ção dos altares laterais,reformados em 1770.

     Altar de São Joaquim (1720), oferecido juntamente com o de Sant’Ana.Inscrição do círio dos saloios

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     Altares de Sant’Ana e de Santo António 

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    Evangelho  -  Capelas de São Pedro (círio  de

    Palmela, 1722), São Joaquim (círio  dos saloios,1720), Senhor Jesus do Bonfim (círio de Setúbal,1720), Nossa Senhora da Conceição (círio  de

     Almada, 1718, acrescentada em 1780 pelo círio 

    dos saloios) e Santo António (círio de Lisboa).Epístola  -  Capelas de São Lourenço (círio  de

     Azeitão, 1722), Santa Ana (círio  dos saloios,

    1720), São José (círios  de Arrentela e Amora,1720), São João Baptista (círio da Caparica, 1719)e São Vicente (círio de Lisboa).

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    http://www.flickr.com/photos//

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    Berlinda processional  D. Maria I, Odivelas, 2003

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    1748 -  Anónimo, Milagre succedidona tarde de Domingo 16 de Maio

    do presente Anno de 1748 no Sitio,e pela intercessão de NossaSenhora do Cabo.

    Quando os festeiros de Almargemdo Bispo se despediam da Senhora 

    uma jovem de 15 anos fugiu da sua mãe, que apretendia castigar; e, ao correr junto à escarpa,

    caiu pela falésia. “Clamou a Mãe aflita, e desco-solada; soaram estas vozes em todo o Arraial, edele concorreu ao sítio da ruína inumerávelconcurso de Romeiros para serem testemunhas

    do Patrocínio da Senhora”.

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    Viram que a jovem caíra num “breve, e apertado plano, com que algum penedo mais se alargava”,  

    mas que dava “no movimento sinais de vida”.  Oromeiro Marcos da Cunha, “cingindo-se muitobem com fortes cordas, desceu em nome daSenhora”  à distância de 41 braças e achou a

     jovem “viva, com a cabeça alguma coisa ferida”.

    Chegados ao topo da falésia, os romeiros sauda-ram-nos; e como “viram a mulher com vida, e

    acordo, quando a esperavam desconjuntada, emorta, levantaram ao Céu vozes de alegria, eagradecimento”.

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    “Milagre q fez N. Sra do Cabo a umaafilhada de Maria Claudia de Souza,da jdade de 14 annos, q deitando-cede hua janella do segundo andar abaixo, em que lhe não a Conteceo prigo algum chamando pella Snrª do

    Cabo”  

     Ex-votos de 1784, 1875 e 1923 

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    1751 -  Os romeiros de São JoãoDegolado da Terrugem oferecem

    uma nova imagem aos círios sa-loios, que desde então passa aacompanhá-los.

    Os saloios instituem capelão pró-prio no Espichel, independente doda Casa do Infantado; é contra-tado ao ano “e faltando a qual-

    quer destas obrigações (...) o ha-vemos por despedido, pagando--lhe somente o tempo vencido”.

     Imagem Peregrina dos círios saloios (1751) 

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    1770 -  D. José visita osantuário, refaz os altares

    laterais, manda repintar otecto, abre uma tribuna reale constrói o aqueduto, casade água e horta. Reparam-

    -se as hospedarias, armam--se centenas de barracas,estreiam-se óperas. Houvetrês tardes de touradas e

    ofereceu o rei 16 bois parao bodo.

    D. José I (1714-1777) pintado por Miguel António do Amaral. Museu Hermitage

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    Imagem de Santo António roubada em 2009

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     O CULTO À SENHORA DO CABOMãe d’água na Azóia; aqueduto; Casa da Água e horta; Casa da Ópera  

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     O CULTO À SENHORA DO CABO

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    Sela, xairel e gualdrapa em veludovermelho bordado a ouro e estribos

    com aplicações de bronze; telizem veludo vermelho, bordado a seda

    branca e amarela com as armasdo 4º Marquês de Marialvae estribeiro-mor de D. José.

    Trombeta em prata com pendãode veludo verde agaloado a ouro,com as armas de D. José, 1761. 

    MuseuNacional

    dos Coches 

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    1784 -  D. Maria II preside àsfestas.  A imagem é levada até

    Queluz, donde sai o cortejopara Lisboa; atravessa o Tejoentre Belém e Porto Brandão esegue por terra até ao Espi-

    chel. A igreja esta “ricamentearmada”  com brocados, velu-dos e bordados e iluminadapor 20 candeeiros de cristal

    (mais de 2000 luzes). Correm--se 74 touros em três touradas.

    D. Maria II (1819-1853), Ferdinand Krumholz,

    1846. Palácio Nacional da Ajuda 

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    1787 -  William Beckford, carta de 3 de Junho:“( ...) o clarão dos archotes e o rumor da água

    batida pelos remos chamou-nos às varandas, atempo de vermos uma procissão raras vezesigualada desde os tempos de Noé. Duvido que aarca contivesse uma colecção de animais mais

    heterogénea do que a que saiu de um escalerde cinquenta remadores, que acabava de pôrem terra o velho marquês de Marialva e o seufilho D. José, acompanhados de uma multidão

    de músicos, poetas, toureiros, lacaios, macacos,anões e crianças de ambos os sexos, fantasio-samente vestidos! (...) 

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    O primeiro que saltou foi um anão corcunda, que fazia uma chiadeira infernal numa gaitinha de

    um palmo de comprimento; seguiam-se depoisdois servilões parasitas aparentemente coman-dados por um velho de uniforme muito usado, ede aspecto singular e fanfarrão (...). No encalço

    destes seguiam um emproado e asselvajadomonge, tão alto como Sansão, e dois fradescapuchinhos, ajoujados não sei com que espé-cie de provisões. Vinha em seguida um pálido e

    magro boticário, todo vestido de preto, (...) eapós este vinha um improvisado meio-tonto, ...

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    Em 1752 “se  ellegeo ao P. Antonio Xavier Ligeiro,do Logar de Ninha Velha, Freguezia de Carna-

    chide, para dizer as Missas em N. Senhora doCabo pelos Confrades vivos e defuntos”  (MEMÓ-RIAS, fl. 147), passando a ser capelão e adminis-trador do santuário por parte do círio dos saloios.

    Na fachada do templo, com arco sineiro, abre-seuma porta encimada por grande janelão comgrade de sacada, de 1780, erguidos pela popula-

    ção mediante peditório público, tendo um anexolateral para sacristia e casa de arrumos sidoacrescentado em 1888.

    O CULTO À SENHORA DO CABO

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     O CULTO À SENHORA DO CABO

    Séc. XVIII - Em meados do século o devoto LuísTomé construiu em Algés de Cima (Oeiras) umaermida rural dedicada à Senhora do Cabo.

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     A fachada, com porta e janela muito simples, éanimada por medalhões em relevo com um sol

    radiante e um emblema de Maria, encimado porcoroa, o qual se repete no empedrado do pátio;adossada lateralmente ao corpo principal, queapresenta arco sineiro, existe uma pequena casa

    de arrumos. No interior, de nave única com coro eplanta rectangular, destaca-se a exígua capela--mor dedicada à padroeira.

    “A  Imagem da Senhora he milagrosa, e concorrea visitalla muita gente em romaria”   (João Bautistade Castro,  Mappa de Portugal Antigo, e Moderno,1762/63 (2ª ed.), Tomo III, Parte V, p. 462).

    O CULTO À SENHORA DO CABO

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    1797 - Termos dasEntregas dos Festei-

    ros de N. S. do Cabo –  Reteficado em Loi-res em 1836

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    1910/1925 - A Imagem Peregrina, que deveria terido para Carnaxide, fica em Alcabideche e oscírios saloios  são interrompidos. A tradição é

    retomada por Odivelas em 1926.

     Alcabideche, 1909 

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    1926  – Comissão de Festas de Odivelas e carro

    dos “anjos”, frente ao mosteiro

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    1964/1974 - Obras de recuperação pela Direcção--Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

    Santuário do Cabo Espichel, anos 1960  

    1976/1978 O í i l i ã i t id

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    1976/1978 -  Os círios saloios  são interrompidos(Ajuda, Cascais, Odivelas) e retomados por São

    Martinho de Sintra em 1979.Anos 1980 - A actual Confraria de Nossa Senhorado Cabo Espichel   é criada pelo pároco local,Padre Agostinho Gomes, mas sem integrar oscírios históricos (de ambas as margens do Tejo). 

    1984 - Perante a ameaça de interdição da igrejaao culto, a Comissão de Festas é obrigada pelo

    pároco e pelo bispo a assinar um documento, com-prometendo-se a entregar as chaves das casas e a“nada fazer no Cabo (todo o recinto do santuáriodo Cabo Espichel pertencente à Confraria)”. 

    1984 É criada a paróq ia de Linda a Velha sendo

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    1984 - É criada a paróquia de Linda-a-Velha, sendodesanexada da de São Romão de Carnaxide e

    tendo a Senhora do Cabo como orago; a freguesiahomónima foi criada em 1993.

     A igreja paroquial, benzida

    em 1987 pelo Cardeal--Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro, foi dedi-cada a Nossa Senhora do

    Cabo em 1996 pelo seusucessor D. José Policarpo.

    Igreja de Nossa Senhora do Cabo,Linda-a-Velha (pinturas murais e telasde Vitor Lages, 1996-1999) 

    1995 Publicado o decreto lei nº 40/95 de 18

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    1995 -  Publicado o decreto-lei nº 40/95, de 18de Novembro, pelo qual o Estado toma posse

    administrativa do santuário através do Ministériodo Equipamento, Planeamento e Administraçãodo Território (Secretaria de Estado das ObrasPúblicas/Direcção-Geral dos Edifícios e Monu-

    mentos Nacionais).Manda-se proceder ao despejo dos ocupantes edefine-se um ambicioso programa de salvaguar-

    da, reabilitação e preservação do santuário, recu-perando e reconvertendo a área envolvente parafins culturais e turísticos.

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    Projecto de reabilitação do santuário do Cabo Espichel

    1997/2001 A Direcção Geral dos Edifícios e

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    1997/2001 -  A Direcção-Geral dos Edifícios eMonumentos Nacionais executa um programa

    de obras exteriores de conservação na igreja.Entre 1999 e 2001 restaura os tectos do altar--mor e da nave central, a talha e as molduras dosquadros, as talhas da nave e os altares laterais,

    repondo também os balaústres da teia e insta-lando iluminação interior.

     As casas das hospedarias que permaneciam ile-

    galmente ocupadas são alvo de acções de des-pejo.

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    2008 Heitor Baptista Pato edita

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    2008 -  Heitor Baptista Pato editaNossa Senhora do Cabo - Um

    Culto nas Terras do Fim.

    2008-2010 - Sesimbra promove asJornadas Históricas e Etnográficas

    do Santuário de Nossa Senhora doCabo Espichel , com a colaboraçãodo pároco Francisco Mendes.

     A Câmara Municipal de Sesimbralança as Temporadas de Música eempreende obras de requalificaçãodo recinto.

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    2010 - Por iniciativa do fotógrafo sesimbrenseCarlos Sargedas realiza-se um festival culturalcomemorativo dos 600 Anos do Santuário.

    2011 - O culto à Senhora do Cabo e o Santuáriodo Espichel integram a Candidatura da Arrábida aPatrimónio Natural, Cultural e Imaterial da Huma-nidade (UNESCO).

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    2012/2013  –  Linda-a-Velha acolhe aImagem Peregrina de Nª Srª do Cabo.

    O pintor João D. Filipe oferece um tríp-ticofolheado a ouro, representando a Senhora doCabo, São Frei Nuno de Santa Maria e SãoFrancisco Xavier. 

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    O CULTO À SENHORA DO CABO

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     As irmandades de romeiros levavam outrorauma tocha de cera (círio, do latim cereus); e por

    esse motivo ao grupo de romeiros se passou adar, por metonímia, a designação de círio.

    Caixas de círios na matrizde Nossa Senhora do Prantode Dornes (Ferreira do Zêzere)

    O termo aplica-se em toda a zona estremenha

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    O termo aplica-se em toda a zona estremenhaà deslocação dos devotos a um santuário parti-

    cular, numa romagem ou procissão cíclica delongo curso, podendo revestir duas formas:

    • ou as freguesias veneram individualmenteo santo (como em Sesimbra, Palmela e

     Azóia)

    • ou organizam-se colectivamente entre si,em giro anual e itinerante (como antigamente

    na Caparica ou nos actuais círios saloios)

    O carácter peculiar dos círios estremenhos

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    O carácter peculiar dos círios  estremenhosassenta em sete aspectos específicos e diferen-

    ciadores:1.  O epicentro do culto situa-se nas fregue-sias, tanto quanto no santuário;

    2.  Por vezes as freguesias organizam-senuma ordem de giro, em alternância anual;

    3.  As festas são celebradas em datas pró-

    prias;4. O voto é comunitário, não individual;

    5 O círio é organizado pelo povo à margem

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    5. O círio é organizado pelo povo, à margemdo clero;

    6. Nas festividades participam anjos (interme-diários entre o povo e a divindade), vestidosde pagens ou de soldados romanos;

    7. Os círios são presididos por um  juiz  (sacer-dote laico).

    5 O círio é organizado pelo povo à margem

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    5. O círio é organizado pelo povo, à margemdo clero;

    6. Nas festividades participam anjos (interme-diários entre o povo e a divindade), vestidosde pagens ou de soldados romanos;

    7. Os círios são presididos por um  juiz  (sacer-dote laico).

    RELIGIOSIDADE POPULAR 

    Devoção + Festa 

    5. O círio é organizado pelo povo à margem

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    5. O círio é organizado pelo povo, à margemdo clero;

    6. Nas festividades participam anjos (interme-diários entre o povo e a divindade), vestidosde pagens ou de soldados romanos;

    7. Os círios são presididos por um  juiz  (sacer-dote laico).

    RELIGIOSIDADE POPULAR 

    Devoção + Festa não teológica

     

    5. O círio é organizado pelo povo à margem

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    5. O círio é organizado pelo povo, à margemdo clero;

    6. Nas festividades participam anjos (interme-diários entre o povo e a divindade), vestidosde pagens ou de soldados romanos;

    7. Os círios são presididos por um  juiz  (sacer-dote laico).

    RELIGIOSIDADE POPULAR 

    Devoção + Festa não teológica

     

    não litúrgica 

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    Nossa Senhora do Amparo de Benfica 1894: arcos e carros alegóricos

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     Almargem do Bispo 1903, Stª Maria e S. Miguel de Sintra 1959

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     À esquerda: bandeira usada até 1910.Em cima: outra antiga bandeirade Nossa Senhora do Cabo

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     Ao longo do percursoe nos diversos locaisde paragem, os anjos 

    cantam as loas. Sãosempre rapazes, commenos de 12 anos.

     Almargem do Bispo 1954, Albogas1981, Fanhões 2009

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    Loas Igreja Nova (1827), Almargem do Bispo (1877) e Alcabideche (1884)

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    É o juiz de festas, que usa como insígnia uma vara

    de prata, quem preside a todas as cerimónias nãoestritamente religiosas, assumindo um papel dehierofante laico.

    Santa Maria e São Miguel de Sintra, 1959; Almargem do Bispo, 1981

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    Os juízes e festeiros exibem insígniasalusivas à Senhora do Cabo, assimcomprovando a sua presença nocírio. 

     Registos populares de Nossa Senhora do Cabo,

    em molduras bordadas a canutilho (conjunto de espirais

    em fio metálico) com lantejoulas e missangas coloridas 

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    * Composição de Domingos António de Sequeira, oferecida “A S. Alteza Real

    o Senhor D. João Principe do Brazil” por Gregorio Francisco d’Assis, e Queiróz* “N Sª DO CABO FESTA DOS SOLTEIROS. AJUDA 1874”

    * Pagela com moldura rococó: “N. S. DO CABO O Em[inentíssim]o S[enho]r Card[eal]Patriarc[a] Concede 40 dias de Indulg[ênci]as a q[ue]m rezar hua S[alve] Rainh[a]

    diante desta Imagem”  

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    “Virgem MARIA do Cabo SENHORA NOSSA.Mostra que és Mãe fazendo, / Que os rogosdo Povo seu / Ouça aquelle, que por nós /No Mundo quis ser filho teu”  

    “FIEL RETRATO DE S.TA MARIA DA PEDRADA MUA OU DO CABO”, etc.

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    Registos dedicados ao Príncipe Regente D. João (círio de Lisboa, 1810)e ao Infante D. Miguel (círio de Belas, 1810)

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     Ao longo dos séculos oscírios saloios acumularamum riquíssimo tesouro deourivesaria e de mantosem seda bordada.

    Cruz processional em prata dourada,séc. XV. A figura de Cristo crucificadofoi aplicada no séc. XVII.

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    Custódia-cálice em pratadourada, com tintinábulos,séc. XVII

    Custódia em prata dourada,séc. XVIII: “ESTA COSTODIAMANDARAÕ FAZER OSMMORDO / MOS DO BODODE N SNR DAJUDADESMOLLAS / DAS SUAS ALGIBEIRAS ANTONIO DASILVA E SIMÃO DIAS / TALAIA ANNO DE 1764”  

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    Manto de seda branca bordada,com a inscrição “De Loures. De1811”  

    Manto de seda azul, Ajuda 2001

    Cerimónia tradicio-

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    nal de transmissãoentre freguesias:

    1.  A Bandeira e aImagem são entre-gues pelo juiz ao

    seu 1º anjo (do ladodo Evangelho)

    2. Este dá-as ao co-  Entrega da imagem por Almargem do Bispo(dtª) a Santo Estêvão das Galés (esqª), 1955

    lega da freguesia que recebe (lado da Epístola)3. Este anjo passa-as ao respectivo juiz

    4. A Imagem é dada ao sacerdote, que a exibe 

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    Nossa Senho ra do Cabo,

    Seu cam inho pedras tem.

    Se não fosse por m ilag re,

    Já cá não v inha n inguém.

    Quadra popular  

    D. Carlos de Bragança, O santuário de Nossa Senhora do Cabo 

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    Vem do Oceano , quase sempre,um vent inho agreste mas belo:

    fala de Portugal e do seu destino.  

    SEBASTIÃO DA GAMA, A Região dos Três Castelos, Azeitão, 1949

    D. Carlos de Bragança, O santuário de Nossa Senhora do Cabo 

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