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ROSANE DECOLIN
INFORMATICA EDUCATIVA: DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS E INTERDISCIPLINARIDADE
Monografia apresentada para obten9ao dotitulo de especialista em Lingua Portuguesae literatura Brasileira no Curso de linguaPortuguesa e Literatura Brasileira da Pro·Reitoria de Pesquisa e Extensao daUn ivers ida de Tuiuti do Parana
Orientadora: Prof."Olga Maria Silva Mattos
CURITIBA
_2003
~~IU::"l - '";lG3~I·_.'_i_;'
SUMARIO
RESUMO ..
INTRODUC;;iio ...
ASPECTOS CONTEXTUAIS ...
OS MOVIMENTOS TEORICOS PROVOCADOS PELA
INFORMATICA EDUCATIVA. ..
2.1 0 PRIMEIRO SEMINARIO DE INFORMATICA NA EDUCAC;;AO ...
2.2 0 SEGUNDO SEMINARIO DE INFORMATICA NA EDUCAC;;AO ..
INFORMATICA, ESCOLA E SOCIEDADE .
4 CONSIDERAC;;OES SOBRE A LEITURA E A ESCRITA ..
PORQUE TRABALHAR COM PROJETOS ...
6 PROPOSTA DA ABORDAGEM PEDAGOGICA NA INFORMATICA EDUCATIVA
POR MEIO DA PEDAGOGIA DE PROJETOS .... 35
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6.1 APRESENTAC;;AO DA PROPOSTA DO PROJETO "SEMEANDO LEITORES"... 35
6.1.1 Roda de Leitura ...
6.1.2 Sugest6es de Estrategias para a Desenvolvimento do Projelo ..
6.1.3 A produr;ao dos Alunos ...
6.1.4 Eslrail!:!gias para 0 Oesenvolvimenlo do Projeto com as Alunos ..
6.1.5 Recrial/ao e Pesquisa ..
6.1.6 Debates"
6.1.7 Elaborar;ao do Projeto ..
6.1.8 Digita980 e ilustra980 ....
6.1.9 Inleratividade ..
6.2 APRESENTAC;;Ao DA PRO POSTA DO PROJETO "A CIDADANIA COMEC;;A
NA INFANCIA" ...
6.2.1 Tema ..
6.2.2 Problemaliza98o ..
6.2.3 Justificativa ...
6.2.4 Objetivo GeraL.
6.2.5 ObjetivQsEspecificos ".
6.2.6 Procedimentos Adotados no Desenvolvimenlo do Projeto ..
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6.2.7 Recursos Materiais..
CONSIDERA90ES GERAIS ...
REFERENCIAS .
APENDICE 1 - CD ROM ELABOADO PELAS PROFESSORAS E ALUNOS DA
2.' SERlE DO ENSINO FUNDAMENTAL ...
APENDICE 2 - MODELOS DE AULAS DESENVOLVIDAS NO LABORATORIO
DE INFORMATICA DO COLEGIO BOM JESUS ..
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RESUMO
Encontramos hoje em dia a ideia de uma sociedade em comunic89ao via satelHe, na quallodos femos acesso a informa<;ao de qualquer jugar do mundo. Trata~se de uma sociedade"globalizada". A gJobalizac;ao cria uma fic<;8o: a igualdade de acesso a informa<;ao por partede lodos as cidadaos, ista e, a inexistencia de fronteiras. Vivenciamos hoje, uma inegavel"ebuliyao" da informatica Educativa. num processo crescente e contradit6rio, como naopoderia deixar de 5er, de apropria<;ao desta ferramenta, com deslumbramentos. frustra<;oes,ganancias, progressos e reestrutura90es. Atualmente, observamos que as equipespedag6gicas estaa 5e movimenlando em torna de uma nova proposta - ainterdisciplinaridade. Esle e urn desafio que pode encontrar na Informatica Educativa umagrande aliada. Mediante 0 usa do computador, as informayoes podem ser relacionadas deforma atraente e ludica, favorecendo a abordagem interdisciplinar. A "Era do conhecimento"exige que a Escola fique mais atenta as dificuldades no processo de aprendizagem dosalunos. Nao e possivel que 0 aluno perca a competi98o mundial pelo mercado de trabalho,porque nao consegue ler, escrever e calcular. Porque, tambem, e exduido da escola, porrepelir a mesma serie, sem dominar as conleudos minimos exigidos. Nessa corrida paramelhor integra9ao do conhecimento e que situamos a Informatica Educativa. Ela ajudara afazer desaparecer 0 analfabeto no lelramento e na tecnologia. Se for bem conduzida, ela eum meio. um instrumento e nao urn fim em si mesma. Se, no uso da Informatica Educativa,houver uma perspectiva de constru98o do conhecimento, 0 computador perdera 0 caratermagico de "mestre infalivel", e 0 aluno podera posicjonar~se como 0 verdadeiro construtordo pr6prio conhecimento. A incluS80 da informatica no desenvolvimento de projetos, naeduca98o, devera mudar a maneira como aprendemos e podera ajudar a formar cidadaoscriticos, criativos e preparados para a sociedade do conhecimento. A partir da reforma dosistema educacional incorpora~se como conteudo basico comum a aprendizagem dasnovas tecnologias da informa9ao, em particular os procedimentos basicos do uso docomputador. Promove~se, alem disso, 0 emprego de computadores como meio de ensino ede aprendizagem em cada uma das areas ou cadeiras escolares. As propos las de reformaque. como mudan9as nos modelos curriculares, vem de longa data, pensaram a inova9aocomo a utiliza980 de tecnologia em aula. A tecnologia, com 0 desenvolvimento da televisaoeducativa e da informatica nos programas educativos, deu conta des las preocupayoes nasultimas decadas e criou situa90es e materials para as diferentes meios. Como docentesbuscamos que os alunos construam os conhecimentos nas diferentes disciplinas,conceitualizem, participem nos processos de negociay80 e de recrial(ao de significados denossa cullura, entendam os modos de pensar e de pesquisar das diferentes disciplinas,participem de forma ativa e critica na reelabora9ao pessoal e grupal da cultura, opinem comfundamenta90es que rompam com 0 senso comum, debatam com seus companheirosargumentando e contra~argurmentando, elaborem produ90es de indole diversa: urn conto,uma enquete. um mapa conceitual, um resum~, urn quadro estalistico, um programa deradio, um jornal escolar, elc. Queremos recuperar a dimens80 social da escola. Por isso,acreditamos que e necessario incorporar estas tecnologias da organiza9ao no referenciaf demetas educativas que levem em conla a dimensao elica, social, polilica, pedag6gica edidatica. Estas formas de cooperal(ao e organiza9ao trazem com elas outras formas depensamento, ja nao lecnicas simplesmente. 0 desenvolvimento do projeto "InformaticaEducaliva: desenvolvimenlo de projetos e interdisciplinaridade" tera como objelivoapresentar a cenario da Informatica Educativa e 0 desenvolvimento de alguns projelosdesenvolvidos com os alunos da Educa9ao Infantil e Ensino Fundamental1:' a 3.<1 serie, noCo/egio 80m Jesus - Unidade Centro.
INTRODU<;:Ao
A Gultura em que crescemos ainda nao estava mergulhada, atravessada
pelos bytes, Internet, CD ROM, processamento de dados em velocidade espantosa.
Naturalmente, rnuitos adultos resistem a integra~§.o no processo inevitavel de
avan<;o tecnol6gico. Critica-se 0 tecnicismo, mas refon;a-se a atitude especialista de
nossa era na medida em que, enquanto profissionais preocupados com a forma<;ao
e 0 desenvolvimento dos sujeitos, nao nos apropriamos da tecnologia emergente e
nao colaboramos intencionalmente no desenvolvimento de um ideario, de uma
cultura que seja capaz de sustentar tantas mudan<;as - a informatica nao nos
pertence, ela fica nas maos de especialistas tecno16gicos.
Oessa forma, ficamos como meres espectadores e criticos desses
avanC;os enos espantamos com noticias como, par exemplo, da clonagem de
animais. Nos sentimos fora desse processo e estamos necessitados.
As crian9as da atualidade ja nascem mergulhadas nesse rnundo
tecnol6gico e seus interesses e padr5es de pensamento ja fazem parte desse
universo. Surge entaa, a papel da escola e das formas como ela vern conduzindo 0
processo de ensino-aprendizagem, uma vez que e seu dever preparar individuos
criticos, aptos a exercer fun95es necessarias ao desenvolvimento da sociedade.
Vivencia-se hoje, uma inegavel "ebu1i<;ao" da informatica Educativa, num
processo crescente e contradit6rio, como nao poderia deixar de ser, de apropria<;80
desta ferramenta, com deslumbramentos, frustra<;oes, ganancias, progressDs e
reestruturac;5es.
Pode-se afirmar que 0 usa do computador s6 fundona efetivamente como
instrumento no processo de ensino-aprendizagem, se for inserido num contexto de
atividades que desafiem os alunos a crescerem, construindo seu conhecimento na
rela980 com 0 outro (0 professor e os colegas). alem de utilizar a maquina.
Acredilamos na necessidade de uma postura em que 0 aruno seja alivo, responsavel
pela constrU(;ao de seus conhecimentos, de sua aprendizagem, e nao um receptor
passivo de informaC{oes. Dessa forma, nao sera a mera entrada da Informatica, e sua
transformaC{ao em disciplina cunicular, que alterara 0 curso do processo de ensino-
aprendizagem. Mas sim, sua utiliza9§.o como uma nova mfdia educacional, servindo
como ferramenta dentro de um ambiente de aprendizagem, par intermedio de
conte lidos significativos e integrados.
E fundamental que a escola reflita sobre 0 papel do sujeito que aprende.
respons3vel pela sua propria aprendizagem. A Informatica como uma nova midia
educacional, servira como ferramenta dentro de um ambiente que valorize a prazer
do aprendiz em construir seu processo de aprendizagem, atraves da integraC;ao de
conteudos programaticos significativos, na~ estanques. Comumente, estes sao
deformados para se adaptarem ao curriculo obrigat6rio na Escola.
Se, no computador, as crianc;as s6 querem jogar, talvez tenham vivenciado
poucas atividades educativas interessantes, ludicas, bem planejadas, com objetivos
coerentes com as conteudos trabalhados em sal a de aula, evitando-se utilizar a
Informatica com a "Filosofia de Video Game".
Atualmente, observa-se que as equipes pedag6gicas estao se movimen-
tando em torno de uma nova proposta - a interdisciplinaridade. Este e um desafio
que pode encontrar na Informatica Educativa uma grande aliada. Mediante 0 usa do
computador, as informac;6es podem ser relacionadas de forma atraente e ludica,
favorecendo a abordagem interdisciplinar.
Hoje, 0 que dispomos nas escolas e um delerminado melodo sendo priorizado e
generahzado para lodos as aprendizes. Alguns se adaplam muito bem ao metoda em usa
e acabam vencendo. Oulros, nao sobrevivem ao massacre e acabam abandonando a
escala. Sao esles que poderao beneficiar-se deslas novas concepc;oes de ensino e
aprendizado (VALENTE, 1993).
Dentro desse contexto, 0 projeto "Informatica Educativa: Desenvolvimento
de projetos e interdisciplinaridade", abordara a seguinte indaga<;ao: como podemos
desenvo}ver projelos integrados as atividades curriculares cotidianas da sala de
aula, unindo a visao pedagogica com as possibilidades da Informatica?
Esse problema levantado justifica-se, vista que no raiar do terceiro milenio,
a Escola encontra-se tamada par tres grandes propastas: Informatica Educativa,
Psicopedagogia na Instituic;ao Escolar e Gestao de Qualidade em Educac;ao. Todos
estao, de algum modo, interessados no que 0 aluno aprende e ° que pode
realmente aprender. Para isso, procuram melhorar as condic;oes externas do
ambiente de aprendizagem - no dizer de Sara Pain, 0 que e objetivo - para que 0
aluno desabroche as suas condic;oes internas, desenvolva a sua subjetividade.
Entendendo que a Gestao de Qualidade em Educa~ao estara preocupada
com a eficiencia e eficiencia da Escola, envolvendo a menor custo e obtendo 0
melhor produto: a conhecimento do aluno.
o conhecimento sera 0 grande diferencial no terceiro milenio. Pais,
educadores e empresarios tern, hoje, a mesma preocupa~ao: investir no
conhecimento de crian~as, jovens e adultos.
"Somente os jovens bern preparados dominarao 0 mercado, em tempo de
globaliza~ao", afirmam as empresarios preocupados com a fonna~ao para a futuro, em
busca de mais qualidade e competitividade. A capacidade de aprender rapidamente,
sem dificuldade, sera a bandeira do terceiro milenio; a "Era do conhecimento". 0
mundo globalizado, da "terceiriza<;ao" do trabalho, exigira condit;6es de equilibrio
emocional, f1exibilidade de raciocinio, aquisi<;:ao constante de novos conhecimentos, a
chamada "EducaC;ao continuada", dominio de linguas estrangeiras e da Informatica,
pois e pelo computador que 0 profissional falara com 0 mundo.
A Escola nao podera lidar apenas com informa~6es prontas, acabadas, mas
devera preocupar-se mais, com a capacidade do aprender. A incrivel velocidade na
mudan~a de informac;6es e tecnicas, tornam, rap idamente, 0 programa de excelentes
cursos em conjunto de informac;6es obsoletas. 0 importante nao e mais 0 conjunto de
conhecimentos aD final de cada curso, mas 0 que esses conhecimentos possibilitam
como degraus para novas aprendizagens futuras.
A "Era do conhecimento" exige que a Escola fique mais atenta as
dificuldades no processo de aprendizagem dos alunos. Nao e possivel que 0 aluno
perea a competi<;8o mundial pelo mercado de trabalho, porque nao consegue ler,
escrever e calcular. Porque, tambem, e exc1uido da escola, par repetir a mesma
serie, sem dominar os conteudos minimos exigidos.
Nessa corrida para melhor integra<;ao do conhecimento e que situamos
a Informatica Educativa. Ajudara a fazer desaparecer 0 analfabeto no letramento
e na tecnologia. Se far bern conduzida, ela e um meio, urn instrumento e nao urn
fim em si mesma.
Os computadares estao chegando a nossas escolas. Oiante deles,
encontram-se professores com sentimentos diversos: a satisfaC;ao de estar
participando de uma realidade tecnologica, ate pouco tempo futuristica, a ansiedade
par descobrir "tudo 0 que esta maquina pode fazer", a sensaC{ao de nao "Ievar jeito"
com essas coisas au, ainda, 0 medo de enfrentar as mudan<;as que chegam com a
Informatica Educativa.
A Infonnatica tomou-se uma necessidade no mundo em que vivemos, e a
escola, na missao de preparar 0 individuo para a vida, sente a respansabilidade de nao
fechar os olhos para essa realidade. Estamas na virada para 0 Terceiro MlIEmio e nao
se pode negar que a Informatica faz parte de nossas vidas, mesmo que perten<;amos a
um pais em desenvolvimento. Para alguns adultos, e dificil a compreensao desse novo
processo de atuar e circular na sociedade. A Informatica Educativa, implantada com 0
abjetivo de enriquecer as atividades curricula res ou extracurriculares, faz do ensina de
linguagens de programaC;ao e de aplicativos, nao urn fim em si mesmo, mas um meio
de estimular e desenvolver as fun<;oes intelectivas dos alunos. A Infonnatica Educativa
pode auxiliar a Escola a promover, por exemplo, a tao falada integrayao curricular, a
quebra das barreiras entre as disciplinas e a quebra das barreiras culturais.
Observamos casas de crianc;as com baixo rendimento escolar que, diante
do computador, mostram-se mars participativas e interessadas. Outras, ditas
hiperativas na sala de aula, comportam-se com mars tranqliilidade na aula de
Informatica. Ha tambem situa<;:6es opostas, com incidentes de subita agressividade
com a maquina, ou dificuldades especfficas que se revelam el au intensificam a
partir dessa experiencia.
o uso do computador, assim como as dinamicas de grupo necessarias asua utiliza':{ao, podem fornecer dados multo importantes para a professor, desde
que ele acompanhe de perto todo a processo.
Muitas vezes, a rotina da sala de aula e a nivel usual de imita':{aa das
crian,:{as, podem fazer com que 0 professor nao perceba que determinado aluno nao
esta acompanhando seu grupo, evidenciando-se este fato apenas na baixa
produ<;:ao final. Oiante de urn computador, com urna proposta e urn ambiente
diferente, a crian<;:a "esquece", "relaxa" a cobran,:{a formal de sala de aula, e pode
revelar os conhecimentos que realmente ja construiu. OU,ainda, outras crian<;:as que
preocupam por perceberem que nada aprendem, muitas vezes, padem revelar suas
reais aquisi<;:oes nas propostas surgidas no ambiente computacionaL
Para que tais situa<;:6es acontec;am, e preciso construir uma ponte entre as
atividades curriculares e 0 usa do computador, integrando todo 0 trabalho, e danda
a crian<;:a com dificuldades, mais urna oportunidade de auto-conhecimento e melhor
relacionamento com 0 outro e com 0 meio em que vive.
E de fundamental importancia a reflexaa sobre a realidade da Informatica
Educativa nas escolas, a seu potencial e a tipo de influ€mcia que 0 computador pade
exercer sabre as crianc;as.
Jose Armando Valente (1993), (NIEdIUNICAMP), separa em duas categorias
basicas 0 usa do computador em Educac;ao: 0 computadar como maquina de ensinar
e a computador como ferramenta.
Segundo 0 conceito de ferramenta educacional, 0 computador funciona
como urn poderoso recurso para 0 aluno usar no seu processa de aprendizagem
formal e informal. Com esta finalidade, utilizam-se as aplicativos, como editores de
texto e de graficos, planilhas, bancos de dad as, calculadores numericos.
Outra possibilidade de uso do eomputador, na perspectiva de ferramenta,
e aproveitar sua poderosa func;ao de intercomunicador. Num mesmo ambiente,
varios computadores sao interligados em rede, podendo gerar muitas atividades que
favorec;am a troea e a construc;ao conjunta de ideias entre os grupos de alunos. Ou
ainda, a conexao de computador, via rede telef6nica, como a Internet. Isso favoreee
a comunica/yao rapida e facil com todo 0 mundo, seja farmando grupas de escolas
que trocam informac;6es e projetos, seja servindo-se do eomputador para consulta e
cria/yao de diferentes bancos de dadas, que podem amptiar a gama de recebimento
de informa~6es, tanto para os alunos, quanto para os professores.
Se, no uso da Infonnatica Educativa, houver uma perspectiva de constru~ao
do conhecimento, 0 computador perdera 0 carater magico de "mestre infalivel", e 0
aluno podera posicionar-se como 0 verdadeiro construtor do proprio conhecimento. 0
professor ficara como 0 respons8vel par planejar atividades, utilizando 0 computador
como reeurso para atingir seus objetivos pedagogicos. Neste caso a "aula de
Infonnatica" na~ representara um fim em si mesma e devera levar em consideragao 0
aluno, 0 grupo, os recursos utilizados e as rela¢es existentes entre eles. A Informatica
Educativa, quando bern planejada e implementada, sera urn eficiente meio de
prevenc;ao das difieuldades no processo de aprendizagem.
o desenvolvimento do projeto "Informatica Educativa: desenvolvimento de
prajetos e interdisciplinaridade", dentra da abordagem apresentada ate 0 momento,
tern como objetivo geral criar e desenvolver projetos, na Informatica, que partam
das necessidades e interesses da turma, integrando diferentes contelidos
curricula res e possibilitando a interdisciplinaridade. Especificamente pretende-se: ter
uma visao ampla sabre 0 cenario da Tecnologia na Eduea~ao e sensibilizar-se para
a papel do educador Frente as novas tecnologias; fomentar 0 usa da Informatica no
campo das disciplinas curriculares; incentivar a busca, a organiz8c;ao, a selec;ao e a
camunic8c;ao em cada uma das areas que compoem as propostas curriculares,
fazendo usa da informatica; apresentar projetos interdisciplinares, desenvoJvidos na
6x~J' '~r'-
i,:;:"'.'nmA\\\ 'OM,?''~'"I"-/~dInformatica, com alunos do ensina Fundamental (1.a a 3.a series), do Colegio Born
Jesus - Unidade Centro.
Essa monografia tern como hip6teses: 0 usc integrado de varias
ferramentas computacionais combinado com objetivos educacionais claramente
estabelecidos, colaboram para 0 fortalecimento, na escola, do trabalho de
Informatica na Educa9ao, (FREIRE: PRADO, p.1). A inclusao da informatica no
desenvolvimento de projetos, na educagao, devera mudar a maneira como
aprendemos e poder<3 ajudar a formar cidadaos criticos, criativos e preparados para
a sociedade do conhecimento.
ASPECTOS CONTEXTUAIS
o tratamento e a transmissao da informa<;ao foi evoluindo aD longo da
histona da humanidade. Desde 0 tralamento manual, com a usa de marcas gravadas
em madeira, tabuinha e a escrita alfabetica, e 0 tratamento mecfmico, com 0
surgimento da imprensa no ano de 1439, no Ocidente, ate a tratamento automatico na
atualidade com a surgimento dos computadores.
Os computadores sao um tipo de tecnologia da informagao e da comunica98o.
Nao e oeioso recordar que os artefatos au as maquinas sao apenas a parte ffsica, visivel,
desta tecnologia. Os computadores canstituem uma sintese de conhecimentos cientificos
e tecnicos; sao produtos do estudo sistematico de dispositivos fisicas e a aplicagao de
uma serie de inova90es tecnol6gicas. Neste sentido, os computadores, entendidos como
a jntera~o entre hardware e software, nao se reproduzem ao significado instrumental
que frequentemente se atribui ao termo 'tecnologia".
As novas tecnologias da informat;ao e da comunica~§o, em particular as
computadores, constituem a materialidade dos significados aos quais remelem as
raizes etimologicas da palavra 'tecnologia ": techne e logos (tecnica e razao).
A historia dos computadores "computar" deriva do latim computare, que
significa "contar", "calcular", remonta a origem dos numeros. A palavra "calculo" deriva do
latim "calculus", que significa "pedrinha", "seixo". Como mencionamos anteriorrnente, as
primeiras representayaes dos numeros consistiam em agrupamentos de pedrinhas,
cordas e marcas gravadas em madeira ou tabuinhas de balTo cozido.
Pode-se dizer que a computa~§o e tao antiga como 0 homem, ja que a
primeira ferramenta utilizada para computar foram os dedos da mao. Par issa 0
termo "digito", do latim digitus (dedo), e usado para indicar os signos basicos de um
sistema de numera<;ao.
Na Europa, durante 0 seculo XVII, desenvolve-se 0 c;;lculo infinitesimal,
cuja aplica<;aa lorna passivel expJicar, predizer e inclusive controlar uma grande
diversidade de fen6menos naturais. As transformay6es economicas, socia is e
politicas que se produzem neste periodo estimulam a desenvolvimento cientifico,
pando em marcha as processos de produyao tecnol6gica que caracterizam a
modernidade, nos quais 0 saber comeyara a responder de modo predominante a
uma racionalidade instrumental au tecnica.
Embora se lenham elaborado numerosos sistemas para facilitar e acelerar
a capacidade de calculo, apenas no seculo XX se desenvolveram as primeiros
computadores, que possibilitaram incrementar significativamente a velocidade de
processamentos da informayao.
Os antecessores mais proximos dos atuais cornputadores foram elaborados
nos Estados Unidos com 0 objetivo de satisfazer necessidades militares, especifi-
camente da area da balistica, no seio do Massachusetts Institute of Technology, para
calcular as equayoes diferenciais que permitiam dirigir as projeteis ao alvo.
Os meios e os metodos tecnologicos que se incorporaram ao campo
educativo tem sua origem noutros ambitos, geralmente nas empresas ou na area
militar. Esta transposiyao de meios e melodos de um campo para outro, de forma
acritica, arrasta as conceitos e as valoriza<;oes da racionalidade instrumental au
tecnica, de forma que, desde a surgimento dos primeiros meios audivisuais (radio,
televisao, video, etc.) ate a desenvolvimento das novas tecnologias da informa<;ao,
se inicia urn discurso no qual se considera imprescindivel a inova<;ao tecnologica ou
a moderniza<;ao da escola. Esta perspectiva considera que a incorpora<;ao das
novas tecnologias a educa<;ao e por si mesma determinante da melhora do ensino.
As novas tecnologias informatizadas e 0 aumento exponencial do
conhecimento leva ram a uma nova organiza<;ao de trabalho, onde se faz necessaria:
A imprescindivel especializa<;ao dos saberes, dando lugar a figura do
especialista;
A colabora9ao transdisciplinar e interdisciplinar;
facil acesso a informa<;ao (arquivos, bancos de dados, etc.);
10
Considerar 0 conhecimento como urn valor precioso, quantificavel em
termos de obten<;iio, de custo, de utilidade, de produtividade e
transa<;ao na vida economica, etc.
A partir da refanna do sistema educacional incorpora-se como conteudo
basieD comum a aprendizagem das novas tecnologias da informayao, em particular
os procedimentos basicos do usa do computadof. Promove-se, al8m disSQ, 0
emprego de computadores como meio de ensina e de aprendizagem em cad a uma
das areas au cadeiras escolares.
Para levar adiante esta proposta, as instituic;6es educacionais necessitam
insumos tais como computadores, impressoras e demais artefatos de conexao,
programas utilitarios. linguagens de programayao, software educativo e, fundamen-
talmente, contar com pessoal docente e nao docente capacitado.
A soluyao nao consiste, unicamente, em dispor de um tecnico
medianamente capacitado encarregado do laborat6rio de informatica e de dar as
aulas de computayao, mas na capacitac;ao de todo pessoal escolar.
Desde uma perspectiva democratica e pluralista, a educac;ao basica, a
capacitac;.3o e a formac;.3o em geral nao apenas devem ter como objetivo a
forma<;ao cientffica e tecnica, 0 desenvolvimento de aptidoes e atitudes apropriadas
para permitir a adaptaC;ao e a permanencia do mercado de trabalho, como tambem
a formayaO de cidadaos criticos e reflexivos para poder par em suspensao as mitos
e as crenc;as que estruturam suas percepc;oes e experiencias. (GIROUX,1990).
Oeste ponto de vista, 0 novo analfabeto nao e apenas aquele que nao e capaz de
aprender a aprender, ou 0 que nao sabe se adaptar as mudanc;as, mas tambem
aquele que nao pode reconsiderar seus proprios erros au acertos nem refletir sobre
suas pr6prias ac;oes, experiencias e cren<;as.
Na sociedade atual, a informatica, junto com as telecomunicac;oes e a
microeletronica, torna possivel a prodU!;ao massiva e sistematica de informaC;ao,
tecnologia e conhecimentos; sua fun<;iio principal e a substitui<;iio e amplifica<;ao do
trabalho mental do homem.
11
A tecnologia posta a disposi~ao dos estudantes tem por objetivo
desenvolver as possibilidades individuais, tanto cognitivas como esteticas, atraves
das multiplas utiliza<;oes que 0 docente pode realizar nos espac;os de intera<;ao
grupal. Se nas aulas resolvemos problemas autenticos e nao de brinquedos, islo e,
S8 propomos problemas reais para gerar 0 processo de construc;ao do
conhecimento, somas conscientes de que utilizamos as tecnologias que foram
transformando as mentes dos estudantes ao longo de suas vidas, enquanto os
alunos vern a classe com todas suas experiencias vita is sabre os ombros. Par Dutro
lado, a cria<;ao dos novas espac;os de simulac;ao atinge a cultura escolar e faz-nos
tra<;ar os contextos reais de cnde S8 constr6i efetivamente 0 conhecimento.
Desconhecer a urdidura que a tecnologia, 0 saber tecnol6gico e as prodU/;6es
tecnol6gicas teceram e tecem na vida cotidiana dos estudantes nos Faria retroceder
a urn ensino que, paradoxalmente, nao seria tradicional, e sim, ficcional.
Examinando 0 que tern side denominados como Tecnologia Educacional,
encontramos duas vertentes fundamentais. Em primeiro lugar, as concepc;6es
proprias das decadas dos anos 50 e 60, nas quais correspondia a Tecnologia
Educacional 0 estudo dos meios como geradores de aprendizagem. Em segundo
lugar, fundamentalmente a partir de decada de 70, aquelas concep9oes que
definem a Tecnologia Educacional por seu estudo do ensino como processo
tecnologico (De Pablos Pons, 1994), Um exemplo desta perspectiva e a declara~ao
formulada pela Comissao sabre Tecnologia Educacional dos Estados Unidos, 1970.
Tanto a palavra "tecnica" como 0 termo 'tecnologia" tem a mesma raiz: 0
verbo grego tictein, que significa "criar, produzir, conceber, dar a luz"
Para os gregos, a tecnica [techne] tinha um significado amplo. Nao era
mera instrumento ou meio, senao que existia num contexto social etico no qual se
indagava como e porque se produzia um valor de uso. Isto e, desde 0 processo ao
produto, desde que a ideia se originava na mente do produtor em contexto social
determinado ate que 0 produto ficasse pronto, a techne sustenlava um jUlzo
metafisico sobre a como e 0 porque da produc;ao.
12
Para a menlalidade moderna, a lecnica e simplesmenle 0 conjunlo de materias-primas.
ferramenlas, maquinas e mecanismos que sao necessarios para produzir urn objelo
ulilizaveL 0 julgamento definitiv~ do valor de uma lecnica e operativo: baseia-se na
eficiencia, habilidade e custo (BOOKCHIN, MURRAY, 1993).
A tecnologia tambem nao conseguiu S8 livrar de urna redu~ao aD
puramente instrumental; Alvarez Revilla e outros (1993) apontam que "em seu
dominic, 0 mais familiar ate agora e falar de ferramentas e maquinas e nao vEl-la em
seu cenario de produc;:ao". 0 homem e um ser tecnol6gico, em continua relac;ao de
criar;ao e de controle com a natureza. No ocidente, 0 afa do homem mademo par
construir maquinas e conquistar a natureza levou-o a elaborar a tese de que a
fabricac;ao e utiliza9ao de ferramentas tem sido 0 fator determinante e essencial de
sua evolu9ao. E 0 mito da maquina, a doutrina do progresso perpetuo. E 0
imperativo tecnologico: "0 estado no qual a sociedade se submete humildemente a
cad a nova exigencia da tecnologia e utiliza sem questionar todo novo produto, seja
portador ou nao de uma melhora real" (ALVAREZ REVILLA e outros). Eo 0 progresso
tecnologico: historias que descrevem a sequencia progressiva de inven90es, a
sucessao de artefatos cada vez mais perfeitos. Sua historia restringe-se, entao, a
uma serie de descobertas e teonas explicativas cad a vez mais exatas. Por tras
desta vi sao ha uma cren9a no determinismo tecnol6gico.
As propostas de reforma que, como mudancyas nos modelos curricula res,
vem de longa data, pensaram a inovacyao como a utilizacyao de tecnologia em aula.
A tecnologia .• com 0 desenvolvimento da televisao educativa e da informatica nos
programas educativos, deu conta destas preocupacyoes nas ultimas decadas e criou
situacyoes e materiais para os diferentes meios.
As inova90es nas aulas, que supoem uma nova pratica de ensino, sao
propostas pelo docente e originam-se na superposta trama dos conteudos que
foram selecionados para tratamento num suporte novo, quer seja um simples Quia
de atividades, da leitura critica de um jarnal, de atividades de reflexao a partir da
utilizacyao de videos, audios ou programas de computador. Implicam sempre uma
busca de melhora relacionada com as aprendizagens, na qual 0 valor se produz em
fun930 dos prop6sitos do ensino.
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E uma maneira sistematica de elaborar, levar a cabo e avahar todo 0 processo de
aprendizagem em terrnos de objelivos especificos, baseados na invesligac;ao da
aprendizagem e da comunicac;:ao humana, empregando uma combinat;ao de recursos
humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efeliva (citado par DE
PABLOS PONS. 1994. p. 42).Entendemos a Tecnologia Educacional Gomo 0 corpo de conhecimenlos que, baseando-
se em disciplinas cientificas encaminhadas para as pralicas do ensino, incorpora lodos as
meiDs a seu alcance e responde a realizar;ao de fins nos contextos socio-hisloriCDS que
Ihe conferem significac;ao"
A Tecnologia Educacional, assim como a didatica, preocupa-se com as prcHicas do
ensino, mas diferentemente dela indui entre suas preocupa~oes 0 exame da teoria da
comunica~ao e dos novos desenvolvimentos tecno16gicos: a informatica, hoje em primeiro
lugar, 0 video, a TV, 0 radio, a audio e os impressos, velhos ou novos, desde livros ate
cartazes. Ao tratar de delimi1ar seu objeto, entre as suportes te6ricos 1em que acrescen1ar
as leorias da comunica~ao com 0 exame dos pressupostos. Esta busca de delimila~ao
nao inclui a analise do planejamen10 ou modele em nivel do macrossistema.
Em nosso debate sabre Tecnologia Educacional hoje, ganham for~a as preocupayees
ideol6gico-poli1icas e e1ico-filos6flCas como crilica e supera<;:§o da marca 1ecnicista no
momento de seu nascimenlo. Na analise da disciplina, desde 0 ponlo de vista hislerico,
observamos que durante muito tempo se definiu a Tecnologia Educacional, identificando-a
com propostas tecnocralicas. Mesmo hoje em dia, costuma-se falar do modelo tecnol6gico
quando na realidade se deveria estar falando do modelo tecnicista. E pol" isso que a
preocupa~ao desde 0 ideol6gico-politico se lorna fundamental no reconhecimento dos fins
subjacentes, nas diferenles propostas de Tecnologia Educacional "(Litwin, 1993, p. 5)"
Encontramos hoje em dia a ideia de uma sociedade em comunica<;ao via
satelite, na qual todos temos acesso a informa<;30 de qualquer lugar do mundo. Trata-
se de uma sociedade "globalizada". A globaliza<;30 cria uma fiC930: a igualdade de
acesso a informa930 por parte de todos os cidadaos, isto e, a inexistencia de fronteiras.
Uma das ideias menos questionadas no imaginario educacional e que para
se adaptar as propostas do mercado e para se atualizar e ser "progressista" devem se
incorporar as ultimas produ<;oes. Este nao pretende ser um juJgamento de valor sabre
"se e bom ou e mau" ensinar infonm3tica ou utilizar 0 correio eJetronico. Tenta-se
analisar e compreender, aqui, qual e 0 valor das inven96es no campo do sistema
educacionaJ. A tecnologja nao e boa nem ma por si. Esta impllcada num contexto tanto
de produ<;ao como de apljca9aO. As escolas inscrevem-se numa realidade s6cio-
politica detenninada, contam com djferentes projetos educacionais e com maneiras e
possibilidades diversas de leva-Jos a a9;30. as atores das institui<;6es educacionais nao
14
saO samente consumidores, tambem sao prod uta res de tecnologia: filmagens
escolares, guias para observar urn video, frtas gravadas, analises de publicldade e de
programas de televisao, etc. Resgatar a inovag6es desde este lugar implica repensar
nossa tarefa escolar cotidiana, implantar propostas de ensina potentes e ferteis e
avaliar a cri89ao de produ<;oes tecnol6gicas nos diferentes campos disciplinares.
Isto implica a visao para a impacto dos desenvolvimentos tecnol6gicos nas
aulas - par exemplo, como influem a linguagem dos videoclips e a 16gica das redes
de computadores nas aprendizagens dos adultos e nas estrategias didaticas que os
docentes empregam. A tecnologia feita especialmente para as aulas, par exemplo,
como se utilizam, se recriam e se analisam os softwares educativos, os livros-
textos, 0 giz e 0 quadro-negro, etc. A recomenda930 critica do que sucede nas
aulas com a produ930 e 0 consumo de tecnologia.
Sobre isso, Sancho e Hernandez (1993) dizern-nos:
A hisloria das inovacoes escolares e urn amalgam a de grandes ideias, momenlos
brilhanles e oportunidades perdidas. As inovacoes sempre aparecem vincutadas a
queslOes ideologicas, socials e economicas { ...} Dependem, para ser consideradas como
lais, da conjunlura na qual emergem, de quais sejam seus promotores e da incid€mcia e
da exlensao que adquiram. As inovacoes que liveram mais incid€mcia foram as que
deram resposla as necessidades da escola.
Oesde os meios de comunica9ao, a atua9ao dos politicos inicia urn
discurso no qual se sustenta que a escola ha de se propor novas desafias com base
nas mudan9as sociais e produtivas. Este discurso reforc;a a (e que se tern nas
inova90es. Em outras palavras,
Preocupa que muilas proposlas de reforma nao observem as mudancas que se
produziram pelos desenvolvimentos tecnologicos, e se pense a inovacao como a
utilizacao de lecnologia especialmente feila para a aula sem observar que a lecnologia ja
esla incorporada, faz parte da cultura da aula e a informacao que dela deriva deve ser
conslruida como parte das rupluras que devem se criar para favorecer 0 pensamenlo
crilico (EDITH LITWIN, 1997).
A tecnologia Educacional surge com a marca tecnicista. Com um carater
instrumental, com urn fundamento cientifico, com uma orientayao pratica e com a
pretensao de racionalizar a pratica educativa.
15
Existe quem defina tecnologia como urn elemento de controle e de poder
social, e existe que lhe atribua forc;:a de transformar a mente humana e a sociedade
em seu conjunto.
Em nossa sociedade a tecnologia e vista como urn processo autonomo Exisle urn
vinculo parcialmente oculto mas exlraordinariamente estreito entre a presen~a de
instrutores nas escolas e as necessidades de industria automatizadas, escritorios
eletronicos e pessoal qualificado nas empresas. Os debates educacionais limilam-se
cad a vez rnais a quesloes lecnicas. As quest6es relativas ao "como" $ubstituiram as
relalivas ao porque (APPLE, 1989).
Entender que a tecnologia e urn produto socia-cultural e que serve, 81em
disso, como ferramenta fisica e simb6lica para vincular-se e compreender 0 mundo
que nos rodeia e uma deriva9ao importante do pensamento de Vygotsky (1989).
A natureza do trabalho educativo esta relacionada com a constrw;:ao e reconstruc;:ao
critica e permanente dos modos de pensar, sentir e aluar das aparencias humanas, exige
queslionar aberlamente as processos de socializac;:ao [ ... J A escola e uma instituic;:ao
social e por isso impregnada por valores circunstanciais que imperam nos intercambios
sociais de cada epoca e cada comunidade.
Como docentes buscamos que os alunos construam os conhecimentos nas
diferentes disciplinas, conceitualizem, participem nos processos de negocia9.30 e de
recria9.30 de significados de nossa cultura, entendam os mod os de pensar e de
pesquisar das diferentes disciplinas, participem de fanna ativa e critica na reelabora9ao
pessoal e grupal da cultura, opinem com fundamentay6es que rompam com 0 senso
comum, debatam com seus companheiros argumentando e contra-argurmentando,
elaborem produ90es de indole diversa: um conto, uma enquete, um mapa conceitual,
um resumo, um quadro estatistico, um programa de radio, um jomal escolar, etc.
Sao temas da tecno)ogia edueaeional 0 desenvolvimento teenologico em nossa
sociedade. a organizac;:ao, categorizac;:ao e inlerpretac;:ao do mundo que prove a
lecnologia da informac;:ao em cada uma de suas comunica<;6es e 0 campo do curricula na
escola Que se ve condicionado pela neeessidade de ditas reinterprela<;Oes (LITWIN, 1997).
Queremos recuperar a dimensao social da escola, Par isso, acreditamos
que e necessario incorporar estas tecnologias da organiza9.30 no referencial de
metas educativas que levern em conta as dimensoes etica, social, politica,
16
pedag6gica e didatica. Estas formas de cooperayao e organizayao trazem com elas
Qulras formas de pensamento, ja nao tecnicas simplesmente.
Recuperar nosso poder de critica e de autonomia relativa, revalorizar a
produc;.§o nos processos de aprendizagem, levando em conta que esla prodw;ao
nao e alheia as relayoes de saber e de poder nas institui90es educacionais, voltar a
ideia de conceber, de criar, de dar a luz, de fazer e pensar sabre 0 fazer e valorizar
tanto a produr;ao como 0 produto. Em sintese, recuperar a dimensao criativa do
verba de origem (tictein).
Isto nos leva a enlender de modo diferente as inovac;oes e as reformas:
nao ficarmos com 0 novo e com 0 ultimo par uma questao de marketing, mas sim
par estarmos abertos ao intercambio de experiEmcias entre docentes; valorizar °eixo da produ(fao, pensar acerca da produ~ao na tarefa cotidiana e aprofundar no
estudo e na pesquisa de categorias de interpretayao do mundo que nossos alunos e
nos mesmos construimos a partir do consumo e da produyao de tecnologia.
A nova tecnologia esta aqui. Nao desaparecera. Nossa larefa como educadores €I
assegurar que quando enlre em aula fa<;a-o par boas razoes politicas, economicas e
educativas, nao porque os grupos poderosos querem redefinir nassas principais objelivos
educacionais a sua imagem e semelhan~a (APPLE. 1989).
17
2 OS MOVIMENTOS TEORICOS PROVOCADOS PELA INFORMATICA
EDUCATIVA
2.1 0 PRIMEIRO SEMINARIO DE INFORMATICA NA EDUCAc;:Ao
A essas medidas seguiu-se a realiz8gao, em agosto de 1981, do Primeiro
Seminario Nacional de Informatica na Educa~ao,com patrociniQ da SEI e apoio do
MEC e do Conselho Nacional de Pesquisas Cientifieas e Teenologieas (CNPq), que
teve lugar na Universidade de Brasilia.
Para esse seminario foram convidados os pesquisadores das universidades
brasileiras que haviam respondido afirmativamente a consulta da SESU, bem como dos
especialistas estrangeiros, urna francesa e um argentino, para relatar as experiencias
em realizac;:ao em seus paises.
Ah§m da SEI, do MEC e do CNPq, fizeram-se representar no Primeiro
Semina rio as seguintes instituic;6es brasileiras: Secretaria do Planejamento da
Presideneia da Republica (SEPLAN); Ministerio do Trabalho (MTb); Coordena98o do
Aperfei90amento do Pessoal do Ensino Superior (CAPES), perteneente ao MEC;
conselho Federal de Eduea9ao Brasileira para 0 Ensino de Cieneias (FUNBEC);
SOBRAPO; Seeretana da Educa9ao do Acre; Funda9ao Carlos Chagas; Funda9ao Jose
Carvalho. Participaram tambem representantes destas universidades: Universidade de
Brasilia (UnB); Universidade de Sao Paulo (USP); Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP); universidades federais do Rio Grande do Sui (UFRGS), do Rio de Janeiro
(UFRJ), de Minas Genas (UFMG). de Uberlandia (UFUb) e da Paraiba (UFPB); Instituto
Tecnologico da Aeronautica (ITA); pontificas universidades cat6licas do Rio Grande do
Sui (PUC-RS) e do Rio de Janeiro (PUC.RJ); Universidade Gama Filho; Funda9ao
Edueaeional do Distnto Federal.
Muitas das considera~6es, sugest5es e recomenda<;6es que resultaram
do Primeiro Seminario sao ate hoje pertinentes. As mais relevantes sao apresen-tadas a seguir:
18
Mesma reconhecendo-se 0 quadro de graves desequilibrios na oferta
de oportunidades educacionais, enfatizou-se a necessidade de que a
ectuca<;ao,em especial ados niveis media e superior, apresente
melhor desempenhoe qualidade, em face do avan~o dos padroes
tecnol6gicos e organizacionais do mundo do trabalho e das rela<;:6es
sociais. Embora naG elimine, a curto au medic prazo, aqueles
desequilibrios, 0 usa de computadores pode ajudar a melhorar 0
desempenho e a qualidade da educa<{ao oferecida.
Recamendou-se que 0 usa do computador na educa9ao seja balizado
par valores Gulturais, sociopoliticos e pedagogicos condizentes com a
realidade brasileira, uma vez que 0 software educacional importado
traz embutidos, muitas vezes de forma dissimulada, comprometimentos
culturais, politicos e ideol6gicos que podem ser indesejaveis.
Avaliaram-se os riscos gerados por eventuais transferencias de tecnologia
nessa area e as dificuldades que os grupos nacionais teriam para
competir com os estrangeiros, devido aos altos custos de desenvol-
vimento, manuten9ao e comercializa9ao do material instrucional. Imp6es-
se, por isso, a adoyao de uma politica de incentivos fiscais e financia-
mentos aos produtores nacionais de hardware e software voltados para a
educayao, bem como a criayao de sistemas de financiamento aos
usuarios de produtos nacionais e de mecanismas de proteyao para os
investimentos realizados.
Recomendou-se a implantayao de centros-piloto de informatica na
educayao, de natureza interdisciplinar, junto a universidades com
capacita9ao tecnol6gicas nas areas de informatica e educayao.
Abrangeriam, em principia, tanto 0 en sino regular como 0 nao-formal, em
todas as suas variedades. Deveria merecer prioridade, par/3m 0 en sino
regular de 1.°, 2.°, 3.° Graus, pois lais projetos teriam como objetivo
19
pesquisar a utiliz8C;c30do computador na edUC8C;EtO em colaborayao direta
com os 6rg805 que ministram esse ensino.
Sugeriu-se que esses projetos cobrissem as diferentes regioes do pais
e que neles S8 desse enfase a prepara<;ao de recursos humanos, sem
a que tanto a plano de implantag80 inicial como as desdobramentos
posteriores correriam serios riscos de malograr.
Quanto ao equacionamento dos aspectos tecnico-economicos de
iniciativas desse genero, indicaram-se como determinantes os beneficios
socioeducacionais que tais projetos pod em gerar, desde que os recursos
a eles destinados mantenham equilibria com Dutro investimentos em
educ8y80. Recomendou-se, particularmente, que eventuais investimentos
no usa do computador em educa~o nao fassem feitos em detrimento da
inversao de recursos para melhorar as condic;:oes de trabalho de docentes
e discentes.
Ponderou-se, por tim, que a utilizac;:ao de computadores na educac;:ao,
embora S8 mostre vantajosa em campos especificos, nao deve, de
modo algum, ser saud ada como uma panaceia, capaz de solucionar os
problemas da educa<;ao basica e de suprir a insuficiemcia de recursos
instrucionais au de dacentes.
2.2 0 SEGUNDO SEMINARIO DE INFORMATICA NA EDUCAc;:iio
Em a90sto de 1982, realiza-se 0 Segundo Seminario Nacional de
Informatica na Educa<;aa, desta vez na Universidade Federal da Bahia (UFBA),
nova mente com 0 patrocinio da SEI e 0 apoio do MEG e do CNPq. Participaram
desse seminario, alem da SEI, do MEC e do CNPq, as seguintes instituic,;:oes: GFE;
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), pertencente ao
MEC; Fundac;ao Centro Brasileiro de Televisao Educativa (FUNTEVE), tambem
pertencente ao MEG; Museu Nacional: Empresa Brasileira de Telecomunicac;:oes
20
(EMBRATEl); Escola Superior de Administra<;ao Fazendaria (ESAF). do Ministerio
da Fazenda; FUNBEC; CENTEC (Bahia); Servi<;o Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI); Funda<;ao Jose Carvalho; e ainda as seguintes universidades:
UFBA; USP; UNICAMP; UFRGS; UFRJ; UFMG; Universidade Federal do Maranhao
(UFMA); PUC-RJ); e Pontificia Universidade Cat61ica de Sao Paulo (PUC-SP).
Os participantes foram divididos em quatro grupos, segundo areas de
interesse, as quais abrangiam as aspectos socioeducacionais, pedagogico-educa-
cionais, psico16gico-educacionais e os relaclonados a informatica.
o grupo interessado nos aspectos socioeducacionais endossou a recamen-
da~ao do Primeiro Semina rio que propunha a implantac;:ao dos centros-piloto de
informatica na educa~ao, vinculando a centros universitarios continua mente 0 impacto
dessa experiencia na comunidade educacional, tanto no sentido estrito como no
sentido mais amplo da expressao.
o segundo grupo, que discutiu as aspectos pedag6gico-educacionais da
questao, reconheceu como definitiva a decisao de se criarem os centros-piloto e
passou a sugerir diretrizes gerias para seu funcionamento. Esse grupo rejeitou a
utilizaC;8o do computador na educ8c;ao apenas como meio de automatizar 0
fornecimento e 0 repasse de informac;oes; seu parecer insisliu em que a compu-
tador deveria ser utilizado prioritariamente para auxiliar 0 desenvolvimento da
inteligencia do aluno, possibilitando-Ihe dominar as habilidades intelecluais
especificas requeridas em cada area de conteudo. Ressaltou tambem que 0
computador no processo educacional deve ser encarado como um recurso tecnol6-
gico auxiliar, e nao como um fim em si mesmo; deve submeter-se aos objetivos e as
finalidades da educa~ao, e nao dita-Ios.
No que se refere as quest6es psicoI6gico-educacionais, tralou-se de
refletir clara e objetivamente sobre duas quest6es: A introduc;ao do computador na
escola pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem?
Em caso afirmativo, de que forma? Mais especificamente, esse grupo de trabalho
formulou as seguintes perguntas:
Quais os aspectos do desenvolvimento cognitivo do aluno que podem
ser favorecidos?
computador possibilita maior dominio de conceitos, generalizac;5es,
princfpios, procedimentos au habilidades?
Em que areas curricula res e em que niveis 0 computador atuar8 com
maior dificuldade?
Que consequEmcias 0 uso do computador na educa<;ao gerar? Serao
elas desejaveis ou indesejaveis?
Como essas indaga~5es nao comportavam respostas inequivocas, 0
grupo recomendou que todas as possibilidades de usa do computador na educa~ao
fossem exploradas, sem jmposi~ao de limitac;6es a priori, mas que esse uso fosse
sempre subordinado aos propositos da educa<;ao.
o grupo que discutiu os aspectos da questao relacionados a informatica
recomendou que as experiencias-piloto fossem realizadas sempre com equipamentos,
tecnologia e recursos humanos nacionais, nao devendo, em nenhuma hip6tese, deixar-
se curvar por press6es de qualquer tipo ou por conveniencias de mercado. Este grupo
recomendou ainda que as experiencias fossem realizadas com equipamentos proprios,
cujo uso nao fosse partilhado com outras ativid?des e servi~os e nao depend esse da
eventual boa vontade de quem gerencia os recursos computacionais.
E interessante obselVar que as conclus6es do Segundo Semina rio
coincidiram com as do Primeiro Semina rio - ambos tiveram em comum a defesa dos
valores culturais brasileiros, a enfase nas quest6es da formac;ao de recursos humanos
e da implanta<;ao de projetos-piloto com perfis multidisciplinares, bern como a
recomenda~ao de que estes ultimos se subordinassem aos propositos educacionais.
22
INFORMATICA, ESCOLA E SOCIEDADE
Em relat6rio elaborado para 0 Ministerio da Educat;ao e Ch3ncia da
Holanda, Ladislav Cerych analisou as experiEmcias de informatica na edUCat;80 em
varios paises, entre as quais Alemanha, Dinamarca, Escoeia, Pais de Gales,
Inglaterra, Fran<;a e ESlados Unidos. A primeira questao par ele levantada e a
seguinte: "Oeve existir uma politica nacional de informatica na edUC8C;aO? Quem
deve ser 0 seu agente?" Observa-s8 ele que, "dentre as paises ana lisa dos, apenas
a FranC;8 apresenta uma polltica central de informatica e educ8yao, devida, e claro,
a centraliZ8yao do seu sistema educacional e a descentraliz8C;80 dos sistemas dos
demais paises". Cerych nao incluiu em sua analise 0 Japao, que talvez pudesse, de
certa maneira, fazer companhia a Franc;a.
Em seu relat6rio, Cerych obselVa algo importante, que nos leva a uma das
quest6es centra is da discussao acerca da informatica aplicada a educa<;ao. Diz ele:
Talvez 0 impacto da informatica na educaC;ao formal nao seja lao grande quanlo 0
desejado por uns e temido por oulros, pois as escolas e a educa9ao em geral sao
parlicularmente resislentes a introdu9ao de novas lecnologias educacionais. Porem,
assim como ocone com a lelevisao, a informatica influenciara a educac;ao mais pelo
modo como os computadores serao utilizados fora da sala de aula (como, por exemplo,
nas residencias) do que pela maneira como serao ulilizados na escola. A questao,
portanto, e saber se 0 sistema educacional ira, do mesmo modo como fez com as
lelevisores, desprezar a difusao dos computadores e todas as suas conseqi.iencias, islo
e, se 0 sistema educacional ira permitir que 0 conhecimento e as atitudes das crianr,;:as
sejam mais influenciados pelo que aprendem fora da escola (hoje pelos televisores,
amanha pelos computadores residenciais) do que pelo que aprendem na escola
propriamente dila,
Ou seja, mesmo nos paises que optaram por uma politica nacional de
informatica na educac;ao, voUada para as escolas, os efeitos dessa politica poderao
nao ser beneficos como pretendem seus defensores, pois as crianc;as tenden30 a
ser mais influenciadas pelo que aprendem fora da escola, em deCOrrE3ncia
especialmente do fato de que, com resistentes a introdUl;:ao de novas tecnologias no
processo educacional.
23
Olante desse fato, e necessaria observar que, mesma em paises com
tradi<{ao centralizadora e estadista, como 0 Brasil, projetos ou polfticas nacionais de
informatica na educac;:ao nao surtirao os efeitos desejados S8 nao contarem com 0
apoio dos varios agentes da area educacional, como 0 Ministerio da Educac;:ao e as
secretarias estaduais e municipais, os professores e suas organizac;:6es
profissionais, os alunos e seus pais, e os varios grupos de pressao interessados na
educa<;ao, desde grupos religiosos ale grupos politicos.
24
4 CONSIDERAC;:OES SOBRE A LEITURA E A ESCRITA
o conhecimento atual disponivel a respeito do processo de leitura indica
que nao S8 deve ensinar a ler par meio de praticas centrad as na decodifica<;ao. E
preciso oferecer aDs alunos inumeras oportunidades de desenvolverem a leitura
usanda os procedimentos que as bons leitores utilizam. E necessaria que
antecipem, que fac;:am inferencias a partir do contexte ou do conhecimento previa
que possuem, que verifiquem suas suposic;:6es - tanto em relay.3o a escrita,
propriamente ao significado. Para aprender a ler e escrever e preciso que 0 aluno
S8 defronte com diversos texlas escritos, Interaja com a diversidade de texlos
escritos, testemunhe a utilizac;:ao que os ja leitores e escritores fazem.
A leitura, como pratica social, e sempre urn meio, nunca urn fim. Ler eres posta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Uma pratica con stante de
leitura na escola pressup6e 0 trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades
e textos que caracterizam as pratica de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem
diferentes textos e, cada qual, par sua vez, exige uma modalidade de leitura.
Formar leitores e alga que requer, portanto, condil):6es favoraveis para a
pratica de leitura - que nao se restringe apenas aos recursas materia is disponiveis,
pais, na verdade, 0 usa que se faz do livre e de mais materiais impressos e 0 aspecto
mais determinante para 0 desenvolvimento da pratica e do gosto pela leitura.
Para escrever, e necessario ter acesso a diversidade de textos escritos,
testemunhar a utilizal):8o que se faz da escrita em diferentes circunstancias, defrontar-
se com as reais quest6es que a escrita coloca a que se propoe produzHa, arriscar-se a
fazer como consegue e receber ajuda de quem jil sabe escrever.
Formar escritores e leitores competentes, sup6e, portanto, uma pratica
continuada de produl):ao de textos e leituras na sala de aula, situal):oes de prodw;ao
e leitura de uma grande variedade de textos de fato e urna aproxima9ao das
condil):oes de prodUI):30 as circunstancias nas quais se produzem esses textos.
25
Aprende-se a ter e a escrever, lendo e escrevendo, venda Qutras pessoas
lerem e escreverem, tentando e errando, sempre guiados pela busca do significado
au pela necessidade de praduzir alga que tenha sentida.
o que mais motiva as criam;as a [er e a escrever conforme afirma Sole
(1998). ever as adultos que tenham importancia para elas lendo ou escrevendo,
assistir a leitura em grupos pequenos au grandes, tentar e sentir-se aprovadas em
suas tentativas. Segundo Sole (1998). pressupoe 0 seguinte:
Aproveilar as conhecirnenlos que a crianC;2 jil passui e que costumam envolver 0
reconhecimento global de algumas palavras - casa contrario, a primeira larefa da
escola sera a de proporcionar oportunidades para que esse conhecimento e oulros que
ja mencionamos.
Aproveilar e aumenlar seus conhecimentos previos em gera\, para que possam ulilizar
o contexto e aventurar-se no significado de pa\avras desconhecidas.
Utilizar integrada e simultaneamente todas essas eslralegias em atividades que
ten ham sentido ao serem realizadas s6 desta maneira e meninos e meninas poderao
se beneficiar da inslruc;:ao recebida.
E imprescindivel que as professores explorem os conhecimentos dos alunos
sobre 0 texto escrito. Esta exploraC;8o pode ser feita de muitas maneiras: observando
as crianyas quando olham/leem livros, sugerindo-Ihes que acompanhem seus desenhos
com uma explicayao, ficando atentos as perguntas formuladas, que costumam ser urn
indicador eficaz tanto da duvidas como dos conhecimentos mais assustados .
Urn leitor forma-se aos poucos, com a passar do tempo. Dai a importancia
de se comec;ar a quanta antes 0 cantata da crianr;a cam 0 mundo dos livros, antes
mesmo que ela aprenda a ler. Uma crian<;a desenvalvera a gosto pela leitura e
esc rita se desde cedo tiver experiencias gratificantes com as livros.
A pro pasta de farmar crianc;as leitoras e escritoras de texto concebe a
aprendizagem como um processo de auto-socio-construc;ao que cad a crianc;a
realiza, com 0 apoio das demais.
Na leitura e na produc;ao de textas, como em qualquer Dutra atividade humana,
e a crianc;a que auto-aprende a agir, constroi suas proprias competencias, seus
proprios caminhos em rela<;ao a seus companheiros, ao educador, a comunidade, etc.
26
De acordo com Angela Kleiman (1999), a [eltura e urn ata social, entre dois
sujeitos - leitor e autor - que interagem entre si, obedecendo a objetivos e
necessidades socialmente determinados.
A compreensao de texto pareee amiude uma tarefa dificil, porque 0 proprio
objeto a ser compreendido e complexo, OU, altemativamente, porque nao conseguimos
relacionar 0 objeto a urn todo maior que 0 tome coerente, au, ainda porque 0 objeto
pareee inctistinto com tantas e variadas dimensoes que nao sabemos par ande
comeyar a aprende-Io.
De fato a compreensao de urn texto escrito envolve a compreensao de frases
e sentenc;as, de argumentos de provas formais e infonnais, de objetivos de inten<;oes,
muitas vezes de a<;6es de motiva<;6es, islO e, abrange muitas das possiveis dimens6es
do ate de compreender, se pensamos que a compreensao verbal inclui desde a
compreensao de uma charada ate de uma obra de arte.
A autora (Kleiman, 1998) coloca que a compreensao de um texto e um
processo que se caracteriza pela utilizac;ao de conhecimento previo: 0 leitor utiliza na
leitura 0 que ele ja sabe, 0 conhecimento adquirido ao longo de sua vida. E mediante a
interac;ao de diversos niveis de conhecimento, como 0 conhecimento linguistico, 0
textual, 0 conhecimento de mundo, que 0 leitor consegue construir 0 sentido do texto. E
porque 0 leitor utiliza justamente diversos niveis de conhecimento que interagem entre
si, a !eitura e considerada urn processo interativo. Pode-se dizer com seguranc;a que
sem 0 engajamento do conhecimento previo do leitor nao havera compreensao.
Quanto mais conhecimento textual 0 leitor tiver, quanto maior a sua
exposic;ao a todo tipo de texto, mais facil sera sua cornpreensaa, pois, 0 conhecimento
de estruturas textuais e de tipas de discurso que determinara, em grande medida, suas
expectativas em reJac;ao aos textos, expectativas estas que exercem urn papel conside-
ravel na compreensao. Tanto a conhecimento ling0tstico como a conhecimento previa.
Podemos afirmar que a leitura e urn processo s6, po is as diferentes
maneiras de ler (para ler uma ideia geral, para procurar um detalhe) sao apenas
djversos caminhos para alcanc;ar 0 objetivo pretendido.
(t::o:::~~/Cabe notar que a leitura que nao surge de uma necessidade para chegar a
urn proposito nao e propria mente leitura; quando lemos porque Dutra pessoa nos
manda ler, como aconteee frequentemente na escala, estamos apenas exercendo
atividades medinicas que pouco tern a ver com 0 significado e sentido.
Enfim, percebemos que duas atividades relevantes para a compreensao do
texto escrito, a saber, 0 estabelecimento de objetivos e a formula9ao de hip6teses, sao
de natureza metacognitivas, isla e, sao atividades que pressupoem reflexao e controle
consciente sabre 0 proprio conhecimento, sabre 0 proprio fazer. sabre a prOpria
capacidade. Elas S8 apoem aos automatismos e mecanicismos tipicos do passar do
olho que muitas vezes e tido como leltura na escola. Embora essas atividades de
natureza metacognitivas sejam idiossincraticas, individuais, e possivel a adulto prop~r
atividades nas quais a clareza de objetivos, a predic;ao, a auto-indagac;ao sejam
centra is, propiciando assim contextos para 0 desenvolvimento e aprlmoramento de
estrategias metacognitivas na leltura. Para isso e necessario a fundamentaC;8o te6rica
de estudo.
Eo imprescindivel que os professores explorem os conhecimentos dos
alunos sobre 0 texto escrito. Esta exploraC;8o pode ser feita de muitas maneiras
como observando as crianc;as quando olham, leem livros, sugerindo-Ihes que
acompanhem seus desenhos com uma explicac;ao, ficando atentos as perguntas
formuladas, que costumarn ser urn indicador eficaz tanto da duvida como dos
conhecimentos rnais assustados ..
E lendo e desenvolvendo diferentes atividades como noticias de jornal,
quadrinhas, anedotas. poesias. poemas. cronicas, etc. que refletimos sobre
diferentes tipos de linguagern, fantasiamos e criamos nossas pr6prias linguagens,
escrevendo diferentes textos com desenvoltura, presteza e informac;ao. sent indo
verdadeiro prazer e obtendo significa<;:ao de aprender. A tecnologia da Informac;ao.
sendo usada como recurso enriquecedor de aprendizagem, proporciona momentos
de constru<;:ao conjunta, oferecendo condic;6es e oportunidades de envolvimento
28
com a leitura, com as informa~6es e a pesquisa. Abre, assim, as portas para 0
cantata com os acontecimentos locais e internacionais, ampliando as possibilidades
de crescimento e desenvolvimento como ser humano.
Nos dias que correm e impassivel ficar indiferente a importimcia e avisibilidade das novas tecnologias na nossa vida. A educac;:ao nao e exc8C;:8o, de
forma que as educadores nao 58 podem alhear do seu papel na constrU(;ao da
sociedade pos-moderna e necessitarao, cada vez mais, de conhecer, dominar au
saber avaJiar os produtos que 0 mercado oferec8.
A educac;:ao, como processo vital au permanente que va; alem da
escolaridade, esta estreitamente ligada a informatica; a vida familiar conta, cada vez
mais, com soluc;:oes informativas, educacionais e de laser baseadas na informatica;
a escola, 0 colegio, a universidade, quer queiram, quer nao, vao se transformando:
nao sao mais simples consumidores de soluc;oes informatizadas voltadas para a
soluc;ao de problemas de processamento de dados, encontrando, nesse recurso urn
poderoso parceiro estralegico no desenvolvimento das habilidades dos aprendizes,
para expandir suas capacidades e ajuda-Ios para compreenderem 0 mundo desde a
sua pr6pria perspectiva.
A sequencia de noticias, 0 resgate hist6rico dos temas tratados, as infor-
mac;oes sobre oulros parses, ampliam consideravelmente 0 conhecimento dos alunos,
que estudam a Lingua Portuguesa, fazendo uma relaC;ao detalhada da influencia da
cultura de outras Ifnguas na nossa cultura e, consequentemente, na nossa lingua. Esse
estudo e estendido para Qulras areas de conhecimento como: Geografia, Historia,
Matematica, Informatica e oulras, concretizando na pratica a integrayao de areas.
A partir de diferentes tipologias textuais, os alunos percebem que a
gramcHica nao esta isolada em exercfcios e os fen6menos linguisticos sao
demonstrados em seus usos concretos, atraves da produc;ao e interac;ao com a
linguagem escrita. Criam-se possibilidades para uma reflexao sobre problemas e
solu<;oes da linguagem, como a coerencia, a clareza, a adequa<;c3o as normas da
escrita culta.
29
Tendo como principia: ler para entender 0 mundo e poder transforma-Io, faz-
S8 necessaria incentivar 0 educando a S8 tamar mais critieD, a assum;r posi90es e
atitudes coerentes com a sociedade e com 0 mundo. No plano do ensino-
aprendizagem de produyao de texto, equivale a dizer que 0 conhecimento e 0 dominic
dos diferentes tipos de generos textuais, par parte do aluno, nao apenas 0 preparam
para eventuais praticas linguisticas, mas tambem ampliam sua compreensao da
realidade, apontando-Ihe fonnas concretas de participayao social como cidadao.
Os educadores sabem dos limites que S8 imp6em, muitas vezes contra a
vontade, e que forc:;am a encontrar novas soluc;:oes para tarefas rotineiras. Quem
nao S8 deparou com uma crian93 que nao gosta e nao quer ler e produzir um texto?
Quantas vezes nos deparamos com cidadaos que acreditam que a leitura e algo
superiluo e consequentemente nao conseguem expressar na forma esc rita os seus
pensamentos e ideias?
Segundo William Roberto Cereja, ate recentemente, 0 ensino de produc:;ao
de texto (ou de reda<;:ao), era feito por meio de um procedimento unico e global,
como se todos os tipos de texto fossem iguais e nao apresentassem dificuldades e,
por isso, nao exigissem aprendizagens especificas.
Para Valente, 0 principal objetivo da escola compativel com a sociedade
do conhecimento e criar ambientes de aprendizagem que propiciem a experiencia
de oportunidade dada as pessoas para compreenderem 0 que fazem e perceberem
que sao capazes de produzir algo que era considerado impossivel, pois as
experiencias comprovam que em um ambiente rico, desafiador e estimulador,
qualquer individuo sera capaz de aprender.
Numa perspectiva construtivista, a aprendizagem ocorre quando a
informa<;:ao e processada pelos esquemas menta is e agregadas a esses esquemas.
Assim, 0 conllecimento construido vai sendo incorporado aos esquemas mentais que
sao colocados para funcionar diante de situa<;:6esdesafiadoras e problematizadoras.
30
Portanto, para que a aprendizagem S8 processe e necessaria que S8
propicie urn ambiente onde 0 aprendiz S8 envolva com 0 fen6meno e a experencie,
levantando suas hip6teses, buscando outras (ontes de informa90es e usanda 0
computador para validar sua compreensao do fen6meno.
Uma escola que S8 prop6e a ser democratica tern 0 compromisso de
formar cidadaos conscientes e atuantes e, do ponto de vista da linguagem, cidadaos
discursivamente competentes, isla El, capazes de produzir quaisquer tipos de texlos,
orais e escritos, nas mais diferentes situag:oes socia is.
Ensinar a variedade padrao El, sem duvida, urn compromisso da escola como
meio de democraticamente perrnitir a lodos 0 acesso a cultura formal, implica urn
trabalho que, sem abrir mao do ensino da variedade padrao, acolha tambem, sem
preconceito, as diferentes variac;6es da lingua, 0 que significa trabalhar com elas,
distinguir a adequac;ao de uma ou de outra variedade. Para isso, e necessario que se
busque a diversidade textual, isto e, que sejam trazidos para sala de aula diferentes
generos textuais, produzidos em variedades diferentes da padrao, como a hist6ria em
quadrinhos, a carta pessoal, as cantigas de roda, as folhetos de propaganda, a
literatura de cordel, a musica popular brasileira, os textos publicitarios, entre outros.
Utilizando-se das ferramentas computacionais pode-se elaborar urn
arnbiente, que podera "abrir" os sentidos dos alunos para novas descobertas e
maneiras de construir 0 seu conhecimento.
31
PORQUE TRABALHAR COM PROJETOS
Na sDciedade atual, 0 processo de g1obaliz893o tern contribuido para as
mudan<;:as que estao acontecendo na educ8yao. Nunca S8 discutiu tanto educac;ao
no Brasil. Estamos vivendo a revoluc;ao do conhecimento. A quem diga que ela etao grande que supera a revoluc;ao agricola e industrial.
Com 0 desenvolvimento tecnol6gico, 0 conhecimento e a informa9ao
passam a ser algo instantim€o. As diversas especializac;oes do conhecimento
cientifico e do saber em geral provDcam modific8c;oes no processo educacional,
pais a convivencia entre gerac;oes adultas e as jovens mostrou insuficiente para
pres8rvar tode 0 conhecimento acumulado.
As constantes inov8c;oes cientificas e tecnol6gicas tern contribuido para
uma nova vi sao de educac;ao. Cabe portanto a escola, cada vez mais, 0 papel de
preparar as novas gerac;oes para um mundo em mudanc;a permanente e, ao mesmo
tempo, preservar e atualizar a cultura dos grupos sociais.
Nesse momento, e importante discutir que tipo de pessoas se pretende
promover com a escola?
A escola que vamos conslruir precisa ser a escola que a nova sociedade necessita. Uma
escola seria no passado historico para uma escola responsave1. Uma escola organizada
para uma escola planejada. De rigida para uma escola f1exivel que saiba trabalhar com 0
imprevislo. com 0 dinamico. De escola centrada no ensino para uma escola cenlrada na
aprendizagem, do poder de ensinar ela precisa passar ao poder der aprender (Educac;:ao
em Revista. 1998).
Urn grande numero de informa90es pode ser diariamente captado atraves
dos diferentes meios de comunica9aO (radio, televisao, jornais, Internet, etc.). Saber
ler, escrever, interpretar, argumentar, planejar, resolver situac;oes problemas, e ter
dominio sabre as novas tecnologias sao atividades basicas, essenciais aparticipac;ao social. Devern, portanto, ser aprendidas por lodos.
Os sistemas pedag6gicos evoluiram com as sociedades. Modificam-se os
melodos, os curriculos, os conteudos, a forma de aprender, ensinar e avaliar.
32
E importante ter bern clara a distinc;:ao entre ensinar e aprender. Aquele que
ensina, planeja, faz escolhas, prepara propostas de 8c;ao, enquanto aquele que
aprende, deve estabelecer relac;:6es criativas com as conteudos tratadas, envolvendo-
S8 com 0 trabalho questionando-s8, construindo novas significados e representac;:oes.
A parir dessa concepc;:ao, 0 ensina deve possibilitar a aquisi~o de estrat€!-
gias de conhecimento, ande 0 alune compreende as interpretac;:6es sabre 0 fen6meno
da realidade, dos lugares que S8 constr6em e assim compreende a 5i mesmo.
Nessa perspectiva, a escola deve construir urna pro posta de ensina com 0
prop6sito de desencadear, nos alunos, um processo cognitiv~ e emocional que
envolva os conteudos eleitos no planejamento, de modo a provocar constrw;:ao de
conhecimento - ou seja, de aprendizagens - relacionados aqueles conteudos.
Os conteudos escolares incluem lodas as formas cullurais que a escola considera
imporlante para a formac;§o integral do cidadao e envolvem a aprendizagem daquilo que
devemos saber (os fatos, os concertos e principios), aquila que devemos saber e fazer
(os procedimentos) e aquila devemos ser (valores, atitudes e normas) (Patio - Revista
Pedag6gica, 1998).
A organiza~ao por projetos de trabalho baseia-se numa concep~ao da
globaliza~ao, no qual as rela~6es entre os conteudos e areas de conhecimento, sao
efetivadas atraves das diferentes atividades que se desenvolvem durante um
projeto, ajudando os alunos a serem conscientes de seu processo de aprendizagem
e exige do professor responder aos desafios que estabelece numa estrutura~ao
muito mais aberta e flexivel dos conteudos escolares.
Dessa forma, e importante que 0 professor, atraves de uma pratica mais
desafiadora e criativa, possa identificar no trabalho com projetos, a possibilidade de
tamar a ensino mais dinamico; com conteudos diversificados, contextualizados;
desenvolvendo no aluno capacidades, habilidades e atitudes necessarias para a
processo de aprendizagem.
o trabalho com projeto, trata-se de uma postura, de uma concepyao em que
° professor organiza e propoe siluavoes de ens ina baseadas nas descobertas
33
espontaneas e significantes dos alunos, permitindo que a sintese do conhecimento
construido, seja expressada de um modo que, ele (aluno/autor), reflita sabre as ac;6es
e seja capaz de desenvolver e criar um produto que revele a sua aprendizagern.
A func;ao do projeto e favorecer a cria~o de estrategias de organizayao dos conhecimentos
escolares em rel~o a:
Tratamenlo da informacso
A relac;ao entre as diferentes conleudos em lorna dos problemas e hipoteses quefacililem aos alunos e construc;ao de seus conhecimentos, a transformac;so da
informa<;:so precedentes dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento
pr6prio." (Hernandez e Ventura, 1998).
A proposta de S8 trabalhar com projetos remete a uma reflexao sabre 0
papel da escola, sua func;ao social e 0 (re)significado das experiencias escolares
para aqueles que dela participa.
Os principios didaticos que fundamentam esta proposta volta-se para uma
aprendizagem significativa, em que 0 aluno constroi 0 seu conhecimento, atribuindo
sentido proprio aos conteudos e a transformac;;ao da informac;:ao procedentes dos
diferentes saberes disciplinares, nao-disciplinares, mfticos e de senso comum, e a
globalizac;:ao, perspectiva que trata de explorar as relac;:6es entre 0 objeto de
pesqu;sa e as diferentes campos do conhecimento.
o ponto de partida para se organizar urn projeto de trabalho e a escolha
do tema. E importante que 0 professor tenha a sensibilidade de identificar as areas
de interesse dos alunos, seja a partir de experiencias anteriores, da informac;ao que
tern sabre os projetos ja realizados au em processo de elaborac;:ao por outras
classes. 0 tema pode pertencer ao curriculo oficial, proceder de uma experiencia
comurn (estudo de campo, visita a urn museu, sitio hist6rico), originar-se de urn fato
da atualidade, do surgimento de urn problema proposto pelo professor, ou emergir,
de uma questao que ficou pendente em outro projeto.
Trabalhar com projetos e a alternativa que busca superar as praticas
habiluais e possibilita:
Tomar a pratica educativa mais dinamica e contextualizada (0
34
problema proposto, a elabora<;ao de hip6teses, a experimenta<;ao, a
argumenta<;ao e a analise dos erras);
Gerar situa({oes de aprendizagem reais e diversificadas;
Relacionar os conteudos em atividades interdisciplinares;
Considerar a atuay80 do aluno enquanto sujeito da propria
aprendizagem;
Favorecer a construc;ao da autonomia e da autodisciplina.
Essas silua90es permitem colocar os alunos em urn contexto de aprendi-
zagem onde, eles: aprendem a "fazer fazendo", errando, acertando, problematizando,
levantando hipoteses, investigando, refletindo, pesquisando, construindo, discutindo e
intervindo.
35
6 PRO POSTA DA ABORDAGEM PEDAGOGICA NA INFORMATICA EDUCATIVA
POR MEIO DA PEDAGOGIA DE PROJETOS
Partindo do contexte apresentado quanta aD usa do computador na escola
e a importancia da leitura e eseMta na forma~ao de cidadaos criticos, propoem-se 0
desenvolvimento de alguns projetos em parceria com a Informatica Pedagogica.
6.1 APRESENTAt;:Ao DA PROPOSTA DO PROJETO "SEMEANDO LEITORES"
o ponto de partida para iniciar as trabalhos, com os alunos da 2. a serie do
Ensino Fundamental, do colegio 80m Jesus, no segundo trimestre sera a
apresentac;:ao de urn teatro pelas professoras, em que a historia escolhida sera
baseada num livra litera rio de interesse das crianc;:as envolvidas no projeto. Esle
momento inicial tern 0 objetivo de mestrar as crianc;:as que os livros literarios
remetem as pessoas a urn mundo magica, em que a imaginac,;:ao e fantasia estao
presentes. Alem de uma atividade intelectual e uma atividade prazerosa.
6.1.1 Roda de Leitura
Em seguida, na sala de aula, sera iniciada a "Roda da Leitura". Primei-
ramente, as crianyas dispostas num circulo pegarao os livros que trouxeram aescola e terao a oportunidade de expor aos seus colegas porque as escolheu,
fazendo assim, uma certa "propaganda" do livro, mostrando os motivos pelos quais
os livros valerao a pena ser lidos. Esta atividade esta baseada nas orientac;:oes dos
Parametros Curriculares Nacionais, que diz que formar leitores nao e fruto de uma
pratica espontaneista, requer estrategias que VaG alem de ter (ou nao) as recursos
materiais necessarios, mas sim do uso que se faz do material impressa que se tern
em maos. as peN's elencam algumas condic;:6es necessarias favoraveis para a
pralica de leitura. Enlre elas:
dispor de uma boa biblioleca na escola;
36
organizar momentos de ieltura livre em que 0 professor tambem lela. Para
os alunos nao acostumados com a participac;:ao em at05 de leltura, que
nao conhecem 0 valor que passui, e fundamental ver seu professor
envolvido com a Jeitura e com 0 que conquista par meio dela. Ver alguem
seduzido pelo que faz pode despertar 0 desejo de fazer tambem.( .. )
(Parametros Curricula res Nacionais, Lingua Portuguesa, p.S8)
Nos dias subsequentes os alunos e a professora terao a oportunidade de
escolher urn livro indicado pelos colegas e, segundo a disponibHidade de tempo,
serao destinados alguns minutos durante a aula para a leltura do livro. Quinze-
nalmente sera realizada aroda da leltura, em que os alunos poderao expor 0
assunto do livra que leram, fazendo sua apreciac;:ao sabre 0 livre. Tambem sera
estimulada a confrontac;:ao de opinioes entre os alunos que leram 0 mesmo livro.
Outra condi~ao favoravel para a pratica de leitura:
Conslruir na escoJa uma poHtica de formacao de leilores na qual lodos possam con\ribuircom sugesl6es para desenvolver uma pralica conslanle de leilura que envolva 0 conjuntoda unidade escolar (Parametros Curriculares Nacionais, Lingua Portuguesa, p.S8)
Como 0 objetivo do presente projeto e estimular a leitura, a participa~ao
nas atividades e espontanea, porem cabe a professora estar atenta aos alunos que
nao estao demonstrando interesse em participar das atividades para propor~lhes a
leitura de livros interessantes, a tim de motiva-Ios.
6.1.2 Sugest6es de Estrategias para 0 Desenvolvimento do Projeto
Alem da roda da leitura serao usadas outras estrategias para 0 desenvol-
vimento do projeto. Sao atividades rotineiras, mas que somando-se envolvem 0
aluno a cada vez mais ter contato com 0 universo literario.
Entre essas atividades estao a leitura feita peJa professora de urn livre,
durante a aula, feita em capitulos. A cad a dia que passa a professora Ie uma parte
da hist6ria, deixando a expectativa da continuidade, para 0 dia seguinte. Antes do
termino da historia, a professora ira propor aos alunos para que fa,am (registrando
em forma de desenho e escrita) 0 final que gostariam que a hist6ria tivesse.
37
Farae tambem a leitura de alguns contos de fada no Laborat6rio de Infor-
matica no site: http://educom3.sce.fct.unl.ptl-e4paalxlgbotas.html.
Outra estrategia usada sera estimular os alunos faze rem uma leitura para as
alunos da EduC8<.;aO Infanti!. Antes de realizar esta atividade a professora ira fazer urn
aquecimento, preparando-os e conscientizando-os da importflncia deste momento. Em
uma data e horario marcado, as alunos envolvidos no projeto farao uma leitura aos
menores, preferencialmente nos espac;:os abertos. Com essa estrategia pretende-S8
que as alunos desenvolvam suas rela<;6es interpessoais, saibam trocar com 0 Dutro,
ah§m de trabalhar sua desinibic;8o. E tambem interessante pelo tata de que as alunos
com maior dificuldade na leitura estarao mais a vontade para ler, ja que seu parceiro
ainda nao e alfabetizado.
Em seguida, sera realizada uma atividade semelhante a descrita acima,
porem os pais serao convidados a virem a escola para fazerem uma leitura aos alunos
da sala de seu filho. A professora organizara um grupo de mais ou menos seis pais que
lenham disponibilidade de horarios para realizarem a atividade. Os alunos serao
divididos em grupos e cada pai fara a leitura para 0 grupo que ficou responsavel. Com
o desenvolvimento dessa atividade pretende-se a interayao entre escola e familia, alE§m
de sensibilizar os pais para 0 estimulo a leitura.
Outro momento proposto sera a confecyao de jogos baseados nas leituras
dos livros. Primeiramente cada professora fara um levantamento dos livros que os
alunos mais apreciaram. Havera 0 interd3mbio entre os alunos das salas de 2.a
serie, que montarao grupos de acordo com sua apreCi8yaO. Cad a professora ficara
responsavel por algumas equipes.
Apos a confecyao dos jogos sera realizada uma exposiyao dos mesmos.
Os alunos montarao urn pequeno stand e os visilantes poderao conhecer um poueo
do livro: 0 assunto abordado, porque e interessante 113-10,entre outras coisas.
Tambem terao oportunidade de jogar 0 jogo confeccionado pelos alunos. Para a
visitayao serao convidados as pais e alunos de outras series.
38
6.1.3 A produ<;ao dos Alunos
Na segunda etapa do projeto havera 0 trabalho com os classicos infantis e
produvao de urn CD Rom, com os textes dos alunos (Modemizando os contos de fada).
6.1.4 Estrategias para 0 Desenvolvimenlo do Projeto com os Alunos
Introduzindo as alunos aD universo dos classicos infantis, prop6e-se urn
passeio aD Bosque Alemao, onde sera explorada, primeiramente, a trilha com a
histaria Joao e Maria. Em seguida, havera a participac;ao na Hora do Conto,
atividade desenvolvida semanalmente com as alunos de Educ8c;ao Infantil e Ensino
Fundamental1.a a 3,3 series do colegio 80m Jesus, na biblioteca Joao Schmidt.
Num pr6ximo momento a professora retomara os aeontecimentos do
passeio, explicando 0 objetivo da continuidade do projeta: criar urn CO Rom, em que
reescreverao os contos de fadas, trazendo-os para a realidade de 2002.
6.1.5 Recria~ao e Pesquisa
A primeira etapa da recria~ao sera a pesquisa. A professora pedira aos
alunos que tragam de casa e da biblioteca da escola livros que encontrassem sobre
contos de fadas. Em seguida, em sala, serao selecionados as titulos mais
interessantes ao grupo, podendo ser abordada mais de uma versao da historia, para
estabelecer as compara~6es necessalias. Algumas dessas historias serao lidas pela
professora, em sala.
6.1.6 Debates
A segunda etapa, sera 0 debate. A professora relatara um breve historico
dos contos de fada, explicando 0 contexte em que as historias foram escritas. Em
seguida, propora um debate a fim de estabelecer quais pontos sao coincidentes ou
nao com a realidade atual.
39
6.1.7 Elaborac;ao do Projeto
A terceira etapa e a reescrita propria mente dita, onde as crianc;as
elaborarao uma nova versao sabre 0 conto que escolheu, modernizando-o. Cada
aluno escolhe. junta mente com urn colega, uma hist6ria e poe-s8 a escrever, com
direito a modificar qualquer urn dos elementos basicos da narrativ8, como 0 foco
narrativD, as caracteristicas dos personagens, 0 conflito e 0 desfecho.
6.1.8 Digitayao e ilustrayao
As historias serao ilustradas pelos autores. Em seguida, a dupla fara a
digitac;ao nas aulas de informatica, para confecC;3o do CD Rom.
A capa do CD sera ilustrada pelo pr6prio atuno conforme sua criatividade,
no Laborataria de Informatica, utilizando 0 software Kid Pix.
6.1.9 Interatividade
A entrega sera num sabado, no final do segundo trimestre. as pais e os
alunos de cada sala participarao de um Cac;:a ao Tesouro, em que 0 premio a ser
encontrado sera 0 CO.
Em seguida os alunos acompanhados de seus pais irao aos Laboratorios
de Informatica, onde explorarao 0 CO.
6.2 APRESENTA~AO DA PROPOSTA DO PROJETO "A CIDADANIA COME~A
NA INFANCIA"
6.2.1 Tema
A cidadania comec;:a na infancia.
40
6.2.2 Problematizac;ao
Ao votar, a primeira recomenda<;:ao e ter calma. Eleic;:ao e assunto serio,
pois 0 voto e urn ato de cidadania importante e precisa ser muito bern pensado,
analisado. Alem do mais, votar nao e apenas escolher urn candidato, calocar 0 voto
na urna e pronto, acabou. Quando votamos, escolhemos alguem que, S8 eleito,
devera representar todos as seus eleitores. Urn deputado, urn governador au urn
presidente da Republica ganham urn mandata da sociedade para trabalhar por essa
sociedade (Herbert de Souza). Sendo assim, como proporcionar aos alunos uma
consciencia critica e a valoriza<;ao do voto como urn ato de cidadania?
6.2.3 Justificativa
Em Qutubro, todos as brasileiros vao as urnas para escolher representantes
no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, governadores e 0 Presidente da
Republica. Esses representantes ganham urn mandato da sociedade para trabalhar por
ela. Dessa forma, quanta maior a fiscalizagao e a cobranga, maior e a chance de que 0
Brasil se converta numa nagao rna is rica e humana. Para escolher urn born candidato e
fundamental pesquisar a sua histaria, buscar informagoes com pessoas rna is velhas,
nao ter medo de dar uma opiniao, mesmo que ninguem concorde com ela. As pessoas
serias e democratas sempre ouvem e respeitam as opini6es diferentes. Todos tern 0
dire ito de ser ouvido e, em troca, devem ouvir. Nao devemos respeitar quem nao
respeita nosso direito de falar. Devemos desconfiar dos donos da verdade, gente que
imagina saber tudo. Os maio res crimes da humanidade foram cometidos par quem nao
admitiu vis6es divergentes.
Em qualquer lugar do mundo, quanto mais educada e informada e a popUM
lagao de urn pais, menos pobreza existe.
Conhecendo seus direitos as pessoas cobram, exigem, grilam, pressionam.
Debatern e discordam. Encontrarn solug6es. E passive I mudar, muitos pavos tern
41
conseguido evoluir. IS50 depende de nosso voto, e sobretudo de nossa consciencia
para que nao sejamos enganados.
Oiante disSQ, e muito importante que desde a infancia as pessoas len ham
uma viseo critica em rela~o ao que esta errado e defendam valores que podem
melhorar a vida coletiva. Elas devem tambem ter esperan9a na democracia e naD
tolerar comportamentos errados dos que ocupam cargos publicos. 0 mether caminho ecriar situac;oes em que possam ler, questionar e debater tudo 0 que aconteee ao seu
redar. Atuando desse modo, cada cidadao nao sera mais enganado e podera encontrar
soluc;6es que satisfarao 0 maior numero de pessoas, seja em casa, seja na escola.
Esses sao as primeiros passos para entender melhor a politica: aprende-
se muito antes de se conseguir 0 direito de voto.
6.2.4 Objetivo Geral
Proporcionar aos alunos uma conscil§ncia critica e a valorizac;.3o do vote
como um ato de cidadania.
6.2.5 Objelivos Especificos
eleger um representante e vice-representante de turma;
proporcionar aos alunos momentos de reflexao sobre as eleic;oes e a
irnportancia do voto consciente;
pesquisar na internet, ler e discutir com as colegas e professores sabre
a historia das eleic;oes e do voto;
investigar de que maneira urn cidadao pode candidatar-se a deputado,
senador, governador, presidente, etc.;
buscar informac;oes com pais, parentes, professores, livros, revistas e
jornais sabre a funlfao que irao exercer as governadores, deputados
estaduais, deputados federais, senadores e presidente da republica;
42
refletir sabre 0 que e "cidadania" eo que e ser urn "cidadao";
pesquisar no dicionario 0 significado da palavra "cidadania";
tamar conhecimento sabre 0 perfil e as atribui.yoes de urn representante
de tunna, atraves do programa PowerPoint;
candidatar-se a representante de turma;
eleger urn representante de turma.
avaliar constantemente as valores e virtudes do representante de turma
atraves de uma ficha fixada em sala de aula.
6.2.6 Procedimentos Adotados no Desenvolvimento do Projeto
o projeto sera desenvo[vido, todas as quartas-feiras, numa aula extra de
Informatica, nas aulas desenvolvidas pela professora regente e nas aulas de Ensino
Religioso. 0 resultado das eleit;:6es para representante sera utilizado como fonte de
trabalho na disciplina de Matematica para a constru~ao de graFicos e tabelas.
1.3 quarta-feira (setembro/2002)
Os alunos irao ate 0 laboratorio de informatica fazer uma pesquisa na
Internet sobre a historia das elei~6es e do voto e terao um momenta no final da aula
para discutir 0 que pesquisaram com as professoras.
htlp:l/eleicoes.bol.com.br/histaria.jhtm
http://www.estado.estadao.com.br/edicao/encarteleleicoes/98Ihistoria01.hlml
2.3 quarta-feira (setembro/2002)
Os alunos irao ate a Laborat6rio de Informatica e serao apresentados a eles
as objetivos do projeto (eleigao consciente de urn representante e vice-representante
de turma). Sera apresentado atraves do PowerPoint 0 perfil que 0 representante de
turma deve ter, suas atribui~oes, a importimcia e a responsabilidade que esle
representante tera, fazendo urn paralelo com as atribuiyoes do presidente, gover-
nadores, senadores, etc.
43
Sera explicado a eles que lodos que lenham interesse, sejam brasileiros ou
naluralizados, e lenham toda a documenta~ao podem S8 candidatar a urn cargo
publico, porem, para que isso acontec;a, ele deve S8 filiar a urn partido politico e esle
partido com seus correligionarios ira realizar convenc;6es que definirao qual dos
interessados sera 0 candidato desse partido. No caso da eleic;ao para representante,
lodes as alunos que lenham a documenta<;ao escolar em dia podem S8 candidatar aD
cargo e as professores regentes e de aulas especiais, assessor e gestor irao realizar
uma convenc;ao que definira 4 candidatos de cada turma. Sera 0 representante 0 aluno
que obtiver mais votDS e vice-representante aquele que for 0 segundo colocado.
Haven) urn momenta no final da exposi9ao para que os alunos se
candidatem ao cargo.
Durante a semana, sera divulgado, no circuito interno de televisao, 0
resultado dos candidatos a representante de turma.
3:1 quarta-feira (setembro/2002)
Os alunos iraQ confeccionar 0 titulo de eleitor que sera utilizado no dia da
elei980.
Semana de 23/09/03 a 27/09/02
Os alunos que se candidataram em cada turma irao apresentar aos colegas,
em sala de aula, a sua proposta de trabalho e expor os motivos por que deseja ser 0
representante. As professoras regentes realizarao debates, trabalhando nesse momento
oralidade e argumentac;:8o.
5:1 quarta-feira (outubro/2002)
No Laboratorio de Informatica, os alunos irao votar no representante da
turma, numa urna eletr6nica. Sera escolhido em cada lurma um mesario que ira auxiliar
no processo de votac;:80. Todos os alunos iraQ volar, inclusive mesario e candidatos.
44
Na urna eletronica, a professora, que sera a presidente da mesa, devera
digitar 0 numero da turtl1a (ex.: 37 para 3.37.a) e teelar confirma, para iniciar a votac;ao
dessa turma. 0 aluno para votar devera digitar 0 numero da matricula, com 7 digitos
(de acordo com 0 titulo de eleitor), teclar confirma e em seguida votar no candidato
escolhido digitando a turma e 0 numero de chamada do candidato: ex.: 3712 (Caso 0
aluno nao saiba 0 numero de seu candida to, havera uma etiqueta colada em frente auma com 0 nome e 0 numero de cada candidato - em anexo). Confere S8 0 nome e a
foto e a do candidato escolhido e aperta a tecla verde para confirmar au a tecla laranja
para corrigir. Terao tambem a op<;ao de votar em branco e/au nulo. No final da elei980
dessa tunna, 0 presidente da mesa devera digitar 5555555 para encerrar a vota~ao
nessa turma e abrir a uma para a turma seguinte.
Endere~o para acessar a urna eletr6nica:
htlp://www.bomjesus.br/pedagogico/apoiovirtual/eleicoes/terminaI1.html
Sexta-feira (04110/2002)
Os alunos receberao, atraves do circuito interno de televisao, 0 resultado
das elei90es, no programa Power Point. Os representantes e vice-representantes
tomarao posse do cargo no final do lanche, perante os colegas de todas as turmas
de 3.a serie. Todos as alunos receberao uma etiqueta (em anexo) que sera colada
na agenda, confirmando que votou nas elei.yoes para representante. 0 mesiuio
recebera um certificado de reconhecimento pelo servi.yo prestado (em anexo) e os
representantes e vice-representantes serao convidados para um lanche na cozinha
experimental da Unidade Born Jesus Centro.
Durante todo 0 desenvolvimento do projeto, as professoras regentes de
turma irao, em sala de aula, desenvolver atividades nas diversas areas do conhe-
cimento relacionadas ao momento politico que estamos vivendo, como leitura de urn
artigo de jornal ou revista, de livros, montagem de paineis, etc. que favore9a e
estimule a consciencia critica e a importancia do voto.
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Nas aulas de Ensino Religioso, 0 projeto S8 desenvolvera da seguinte forma:
apresentac;ao de como 0 projeto envolvera a area de Ensino Religioso;
comentarios sabre 0 tema: 0 que e ser cidadao?
pesquisa no dicionario do significado (cidadao) e comparac;ao do signifi-
cado com as colocac;6es que foram anotadas no quadro anteriormente:
confecyao de urn livre ande sera registrado todo 0 trabalho (nurn
primeiro momento a capa e a primeira folha: 0 que e ser cidadao?) de
acordo com 0 que entenderam:
trabalho com a musica "Cidadao". Apos refletirem sabre a letra da
musica, sera feito 0 seguinte questionamento: 0 direito a cidadania
esta presente na musica? Par que?
a letra da musica sera colocada e trabalhada no livrinho;
sera trabalhada a Declarayao Universal dos Direitos do Homem;
ap6s as representantes serem empossados, a turma ira registrar toda a
semana, no painel de valores (em anexo), S8 os representantes estao
vivendo ou nao os valores no cargo que exercem;
conclusao do trabalho com depoimento dos alunos sobre 0 que apren-
deram com 0 projeto e fechamento do livro.
6.2.7 Recursos Materiais
Laborat6rio de Informatica, sala de aula, cozinha, patio, microfone, urna
eletronica, televisao, maquina fotografica, filmadora, Word, PowerPoint, dicionario,
papel canson, papel sulfite, lapis, lapis de cor, professores, alunos.
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CONSIDERAc,;OES GERAIS
E importante destacar que decorridos mais de quinze anos do inicio de
sua historia, a informatica educativa brasileira reflete, hoje, urn estagio de
consistencia alcanyado pelas atividades que nela S8 desenvolvem.
Levando em considera<;:ao as condic;oes da realidade brasileira no inicia da
decada de 80, traduzidas pela ausencia de conhecimento tecnico~cientifico na area,
capazes de subsidiar politicas e estrategias govemamentais, tres aspectos foram
fundamentais para 0 desenvolvimento da Informatica Educativa no Brasil. Primeiro, a
participaC;3o da comunidade academica-cientffica nacional na definic;ao de pollticas e
estrategias adotadas pelo setor. Segundo, a op«ao de iniciar a construyao de modelos
de informatizayao da eduGayao partindo do desenvolvimento de pesquisa aplicada, e
nao promovendo tentativas de implantayao direta de projetos pelas secretarias
estaduais de educayao. Terceiro, 0 assessoramento prestado ao Ministerio de
Educayao por um Comite Assessor de alto nivel, com especialistas brasileiros de
renome nacional e intemacional e que muito colaboraram para analise, discussoes e
proposiyoes de politicas e estrategias para 0 setor.
Estes fatores foram fundamentais para garantia da qualidade do trabalho
desenvolvido no pais, bem como 0 apoio da comunidade nacional e internacional
em momentos importantes do processo. Todos esses aspectos repercutiram muito
seriamente no desenrolar das ayoes posteriores. Se mais nao foi realizado, nao foi,
com certeza, por incompetencia tecnica, mas por falta de interesse e visao de
alguns dirigentes do proprio Ministerio da Educayao.
Depois de mais de dez anos, e a primeira vez que se compreende a
importancia dos recursos da informatica e das telecomunicayoes como facilitadores
da transiyao entre a era materialista - centrad a no capital, no acumulo de bens
m~teri~is - e a socied~de do conhecimento, Eo ~ primeira vez que, em termos de
politica ministerial, na pratica se reconhece que 0 computador podera possibilitar a
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melhoria da qualidade da educagao et ao mesma tempo, preparar 0 individuo para 0
exercicio da cidadania para que ele naG S8 sinta urn estranho no mundo, embora
cada dia mais venha S8 sentindo urn estranho na escola.
Desenvolvimento. hoje, implica em aprendizagern, em informac;5es
disponiveis e conhecimento construido e distribuido para uma significativa parcela
da popula,ao.
A consciencia da releva.ncia deste momento para 0 desenvolvimento da
educac;ao nacional e de fundamental importancia, a que requer 0 engajamento e a
contribuic;ao de todos que trabalham na area, que participam da construc;ao de sua
hist6ria e acreditam, com fe e esperanc;a, na possibilidade de urn amanha numa
perspectiva moderna e propria de desenvolvimento, capaz de oferecer uma
educac;ao mais adequada aos dias atuais, permitindo 0 manejo e a produc;ao de
conhecimento, para que possamos ser contemporaneos do futuro, construtores da
ciemcia e participantes da reconstruc;ao do mundo.
Lembrando 0 mestre Prigogine: "0 tempo e construc;ao (.. ) Nao podemos
ter esperan9as de predizer 0 futuro, mas podemos influir nele ( .. ) Ha pessoas que
temem ulopias, eu lemo a lalla de utopias". (1996. p.268).
A necessidade de mudanc;as, da reconstruc;ao do processo educacional se
concretiza na utilizac;ao consciente e eficaz dos novos recursos tecnol6gicos pelos
profissionais de educac;ao na valorizaC;8o da inteligencia coletiva, possibilitando
ganho de tempo e qualidade na execuC;8o do trabalho, no desenvolvimento de
projetos e na relac;ao interdisciplinar.
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REFERENCIAS
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FOLHINHA, Sao Paulo, 3 de agosto de 2002.
NOVA ESCOLA, Sao Paulo, setembro de 2002.
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CD Rom elaborado pelas professoras e alunos da 2. a serie do Ensino
Fundamental do Colegio Born Jesus em parceria com a Informatica
Educativa e a empresa de Informatica Pedag6gica AKAN.