levantamento da fauna de triatominae emiptera · 2017. 5. 31. · levantamento da fauna de...

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Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade LEVANTAMENTO DA FAUNA DE TRIATOMINAE (HEMIPTERA: REDUVIIDAE) E INFECÇÃO NATURAL POR TRYPANOSOMATIDAE NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL PAULO SILVA DE ALMEIDA Orientadores HONÓRIO ROBERTO DOS SANTOS JOSÉ MARIA SOARES BARATA Dourados-MS Julho/2006

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  • Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

    Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade

    LEVANTAMENTO DA FAUNA DE TRIATOMINAE (HEMIPTERA:

    REDUVIIDAE) E INFECÇÃO NATURAL POR TRYPANOSOMATIDAE NO

    ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL

    PAULO SILVA DE ALMEIDA

    Orientadores

    HONÓRIO ROBERTO DOS SANTOS

    JOSÉ MARIA SOARES BARATA

    Dourados-MS

    Julho/2006

  • 2

    Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

    Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade

    LEVANTAMENTO DA FAUNA DE TRIATOMINAE (HEMIPTERA:

    REDUVIIDAE) E INFECÇÃO NATURAL POR TRYPANOSOMATIDAE NO

    ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL

    PAULO SILVA DE ALMEIDA

    Orientadores

    HONÓRIO ROBERTO DOS SANTOS

    JOSÉ MARIA SOARES BARATA

    Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

    Graduação em Entomologia e Conservação da

    Biodiversidade, Universidade Federal da

    Grande Dourados (UFGD), como parte das

    exigências para a obtenção do título de Mestre

    em Entomologia e Conservação da

    Biodiversidade.

    Dourados-MS

    Julho/2006

  • 3

    595.75xxAlmeida, Paulo Silva de Levantamento da fauna de Triatominae (Hemiptera;

    Reduviidae) e infecção Natural por Trypanosomatidae no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil / Paulo Silva de Almeida. Dourados, MS: UFGD, 2006.

    51 p. Orientador: Prof. Dr. Honório Roberto dos Santos. Co-Orientador: Prof. Dr. José Maria Soares Barata. Dissertação (Mestrado em Entomologia) –

    Universidade Federal da Grande Dourados. 1- Triatominae – Espécies – Levantamento – Mato

    Grosso do Sul. 2- Triatominae – Infecção Natural – Trypanosomatidae – Mato Grosso do Sul. I. Título.

  • 4

    Ofereço À Deus.

    Dedico

    À minha esposa (Rosilene Francisca Moreira) e à minha filha (Talita Moreira Silva).

    À minha mãe (Maria Silva de Almeida).

    Ao meu pai (José Andrade de Almeida) (in memoriam).

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Ao Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública/USP (Laboratório

    de Triatomíneos), nas pessoas de Walter Ceretti Júnior, Marcos Takashi Obara e Paulo

    Urbinatti pela colaboração na identificação dos triatomíneos.

    Ao Laboratório Regional de Entomologia de Dourados/MS, em especial a Ademar

    Dimas Ferreira, Maria Aparecida Ferreira de Souza e Silvana Rosa da Silva pela amizade e

    incentivo.

    Aos Técnicos dos Laboratórios Regionais de Entomologia do Estado, Ramão Virgilio

    Larson, Francisco Portes, Airton Marques Miranda e Edson José de Souza.

    Ao Núcleo Regional de Entomologia de Campo Grande/MS, em especial a Guilmara

    Maria do Amaral Gonçalves pela colaboração na identificação dos triatomíneos.

    Ao colega José Nicácio do Nascimento e ao Prof. Dr. Odival Faccenda pelas sugestões

    nas análises estatísticas.

    Ao colega João Cezar Nascimento pelo incentivo e contribuição com sugestões para

    realização do trabalho.

    A Coordenadoria de Controle de Vetores/CCV do Estado pela colaboração e apoio no

    fornecimento de registros dos trabalhos de captura de triatomíneos.

    Aos colegas Luiz Donizethe Minzão e Edima Ramos Minzão pelas sugestões no

    manuscrito.

    A todos que de uma forma direta ou indiretamente contribuíram para a realização do

    curso.

  • 6

    SUMÁRIO

    ARTIGO Página

    LISTA DE TABELAS....................................................................................................07 LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................08 ABSTRACT....................................................................................................................10 RESUMO........................................................................................................................11 INTRODUÇÃO..............................................................................................................12 MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................15 RESULTADOS..............................................................................................................18 DISCUSSÃO..................................................................................................................21 AGRADECIMENTOS...................................................................................................23 REFERÊNCIAS..........................................................................................…………....25 TABELAS.......................................................................................................................29 FIGURAS.......................................................................................................................36

    COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

    LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................42 ABSTRACT………………………................................................................................44 RESUMO........................................................................................................................44 TEXTO.............................………………......................................................................45 AGRADECIMENTOS...................................................................................................47 REFERÊNCIAS..............................................................................................................49 FIGURAS.......................................................................................................................50

  • 7

    LISTA DE TABELAS

    I. Distribuição geográfica das espécies de triatomíneos capturados em 56 municípios do

    Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.....................................................29

    II. Freqüência das principais espécies de triatomíneos capturados (intra e peridomicílio) no

    Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.....................................................31

    III. Espécies de triatomíneos capturados em 56 municípios do Estado de Mato Grosso do Sul

    e suas respectivas classes de abundância (A), constância (C), no período de 2000 a

    2004...........................................................................................................................................32

    IV. Distribuição das espécies de triatomíneos examinados e índice de infecção natural pelo

    Trypanosoma cruzi no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a

    2004...........................................................................................................................................33

    V. Distribuição das espécies de triatomíneos capturados por ecótopos e por infecção natural

    de Trypanosoma cruzi, por Regionais no Estado de Mato Grosso do Sul, período de 2000 a

    2004...........................................................................................................................................34

    VI. Distribuição dos triatomíneos capturados no Intra e peridomicílios nos Núcleos Regionais

    do Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004................................................35

  • 8

    LISTA DE FIGURAS

    1. Distribuição das espécies de triatomíneos capturados em cinco Regionais (Núcleo Regional

    da Coordenadoria de Controle de Vetores) no Estado de Mato Grosso do Sul, período de 2000

    a 2004. (u= Triatoma sordida (Espécie predominante); ¢ = Triatoma williami; ! =

    Triatoma matogrossensis; ² = Triatoma brasiliensis; ¨ = Triatoma baratai; É = Triatoma

    vandae; r= Rhodnius neglectus; s= Rhodnius pictipes; v = Panstrongylus diasi; w =

    Panstrongylus geniculatus; ã = Panstrongylus guentheri; ö = Panstrongylus megistus). NR=

    Núcleo Regional........................................................................................................................36

    2. Análise de correspondência entre as variáveis: Núcleos Regionais e infestação por espécies

    de triatomíneos capturados no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004. S1 -

    P. diasi, S2 – P. geniculatus, S3 - P. guentheri, S4 - P. megistus, S5 - R. neglectus, S6 - R.

    pictipes, S7 - T. matogrossensis, S8 - T. baratai, S9 - T. brasiliensis, S10 - T. sordida, S11 -

    T. vandae, S12 - T. williami......................................................................................................37

    3. Riqueza Observada (Sobs) e índice de Chao de primeira ordem (Chao 1) para os

    triatomíneos coletados no intradomicílio e peridomicílio Estado de Mato Grosso do Sul,

    período de 2000 a 2004.............................................................................................................38

    4. Distribuição dos triatomíneos capturados no peridomicílio nos Núcleos Regionais do

    Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.....................................................39

    5. Distribuição dos triatomíneos capturados no intradomicílio nos Núcleos Regionais do

    Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.....................................................40

  • 9

    Levantamento da fauna de Triatominae (Hemiptera: Reduviidae) e infecção natural por

    Trypanosomatidae no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil.

    PAULO SILVA DE ALMEIDA1

    HONÓRIO ROBERTO SANTOS2

    JOSÉ MARIA SOARES BARATA3

    1Depto. de Ciências Biológicas (DCB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD),

    Rod. Dourados Itahum, Km 12, 79804-970, C. Postal 533, Cidade Universitária, Dourados,

    MS, e-mail: [email protected]

    2Depto.de Ciências Biológicas (DCB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD),

    Rod. Dourados Itahum, Km 12, 79804-970, C. Postal 533, Cidade Universitária, Dourados,

    MS, e-mail: [email protected]

    3Depto de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São

    Paulo, SP, Brasil, Av. Dr. Arnaldo, 715, Pinheiros, São Paulo-SP, CEP - 01246-904, e-mail:

    [email protected]

  • 10

    ABSTRACT. SURVEY OF TRIATOMINAE (HEMIPTERA: REDUVIIDAE) FAUNA AND NATURAL

    INFECTION BY TRYPANOSOMATIDAE IN MATO GROSSO DO SUL STATE, BRAZIL. A survey of

    Triatominae (Hemiptera: Reduviidae) fauna and its natural infection by Trypanosomatidae in

    Mato Grosso do Sul State, Brazil, during the period between 2000 and 2004. During this

    interval 13,671 Triatominae individuals were captured, from which 12.36% were found in

    intradomiciliary and 87.64% in peridomiciliary. The species found in decrescent numeric

    order were: Triatoma sordida (Stal, 1859) with 13,102 individuals, Rhodnius neglectus (Lent,

    1954) with 415, Panstrongylus geniculatus (Latreille, 1811) with 51, Triatoma williami

    (Galvão et al., 1965) with 29, Triatoma baratai (Carcavallo & Jurberg, 2000) with 22,

    Triatoma matogrossensis (Leite & Barbosa, 1953) and Panstrongylus megistus (Burmeister,

    1835) with 19, Triatoma vandae (Carcavallo et al., 2002) with 5, Triatoma brasiliensis

    (Neiva, 1911) with 3, Rhodnius pictipes (Stal, 1872) and Panstrongylus guentheri (Berg,

    1879) and Panstrongylus diasi (Pinto & Lent, 1946) with 2. According to the faunistic

    analysis of Triatominae species collected, T. sordida was characterized as very abundant and

    constant, while the others species were considered as rare and little constant. The natural

    infection indexes by Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909) found in this research were low,

    being 3.22% for P. geniculatus, 0.65% for R. neglectus and 0.15% for T. sordida. It is

    concluded that Mato Grosso do Sul State is a free area of vectorial endemic transmission, and

    it must kept the epidemiological and entomological surveillance service permanently, with the

    population effective participation.

    KEYWORDS. Chagas disease; intradomiciliary; peridomiciliary; species richness.

  • 11

    RESUMO. LEVANTAMENTO DA FAUNA DE TRIATOMINAE (HEMIPTERA: REDUVIIDAE) E

    INFECÇÃO NATURAL POR TRYPANOSOMATIDAE NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL.

    Realizou-se um levantamento da fauna de Triatominae (Hemiptera: Reduviidae) e infecção

    natural por Trypanosomatidae no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, no período de 2000 a

    2004. Durante esse período foram coletados 13.671 exemplares de triatomíneos, 12,36%

    estavam presentes no intradomicílio, enquanto 87,64% no peridomicílio. As espécies

    encontradas em ordem numérica foram: Triatoma sordida (Stal, 1859) com 13.102

    indivíduos, Rhodnius neglectus (Lent, 1954) com 415, Panstrongylus geniculatus (Latreille,

    1811) com 51, Triatoma williami (Galvão et al., 1965) com 29, Triatoma baratai (Carcavallo

    & Jurberg, 2000) com 22, Triatoma matogrossensis (Leite & Barbosa, 1953) e Panstrongylus

    megistus (Burmeister, 1835) com 19, Triatoma vandae (Carcavallo et al., 2002) com 5,

    Triatoma brasiliensis (Neiva, 1911) 3, Rhodnius pictipes (Stal, 1872), Panstrongylus

    guentheri (Berg, 1879) e Panstrongylus diasi (Pinto & Lent, 1946) com 2. Na análise

    faunística das espécies de Triatominae coletados no Estado, T. sordida foi caracterizada como

    muito abundante e constante, enquanto que as demais espécies foram consideradas raras e

    pouco constantes. Os índices de infecção natural para Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909)

    encontrados neste trabalho foram baixos, sendo 3.22% em P. geniculatus, 0,65% em R.

    neglectus e 0,15% em T. sordida. Conclui-se que até o momento desta pesquisa o Estado está

    livre da transmissão vetorial endêmica, devendo manter o serviço de vigilância

    epidemiológica e entomológica permanente com participação efetiva da população.

    PALAVRAS-CHAVE. Doença de Chagas; intradomicílio; peridomicílio; riqueza de

    espécies.

  • 12

    O primeiro relato observado sobre o aspecto e os hábitos de um triatomíneo foi em

    1590, quando Frei Reginaldo de Lizarraga fazia inspeção à conventos no Peru e Chile.

    Entretanto, o primeiro triatomíneo foi descrito formalmente em 1773 por De Geer, como

    Cimex rubrofasciatus (Lent & Wygodzinsky 1979).

    Darwin 1871, em sua célebre viagem pela América do Sul a bordo do “Beagle”

    também teve a oportunidade de observar esses insetos na Argentina, inclusive submetendo-se

    às suas picadas. Muitos outros viajantes fizeram referências a esses insetos, sempre

    mencionando sua presença no domicílio e sua voracidade, entretanto, em nenhum relato

    encontram-se informações sobre ataques de triatomíneos em ambiente silvestre, o que

    demonstra o quanto são antigos seus hábitos domiciliares (Lent & Wygodzinsky 1979).

    Em 1907 Carlos Chagas foi designado pelo diretor Dr. Oswaldo Gonçalves Cruz, para

    executar a campanha do controle a malária na construção da Estrada de Ferro Central do

    Brasil em Lassence no estado de Minas Gerais. Nesse período, Carlos Chagas foi informado

    sobre a existência de insetos hematófagos, denominados pelos habitantes regionais de

    barbeiro.

    Esses insetos atacavam a noite, quando as pessoas estavam em repouso, de preferência

    no rosto e, durante o dia, ocultava-se nas frestas das paredes ou nas coberturas das casas.

    Carlos Chagas identificou o referido hematófago, como também descobriu a enfermidade e o

    parasito flagelado causador da doença de Chagas, designando-o de Trypanosoma cruzi

    (Chagas 1909).

    Até 2003 foram registradas e descritas mais de 137 espécies de triatomíneos agrupados

    em 6 tribos formadas por 19 gêneros. Entretanto, somente algumas são vetores efetivos da

    doença de Chagas, devido ao alto grau de adaptação aos ambientes domésticos e antropofilia

    (Lent & Wygodzinsky 1979; Carcavallo et al. 1997; Galvão et al. 2003).

  • 13

    Os gêneros Triatoma (Laporte, 1832), Panstrongylus (Berg, 1879) e Rhodnius (Stal,

    1859) são considerados os mais importantes para a Saúde Pública. Dentre esses gêneros,

    destacam-se: Rhodnius prolixus (Stal, 1859), Triatoma infestans (Klug, 1834), Triatoma

    dimidiata (Letreille, 1811), Triatoma brasiliensis (Neiva, 1911) e Panstrongylus megistus

    (Burmeister, 1835), como os principais vetores de T. cruzi na América Latina (Schofield &

    Dias 1998).

    T. infestans tem hábitos exclusivamente domiciliares e, está amplamente distribuído

    pelos países do cone sul no continente americano, abrangendo Brasil, Peru, Argentina,

    Paraguai e Chile, onde é considerado o principal vetor do T. cruzi, agente etiológico causador

    da doença de Chagas (Schofield & Dias 1998).

    No Brasil, as cinco espécies mais importantes na transmissão do agente causador da

    doença de Chagas ao homem são: T. infestans, espécie introduzida, de maior antropofilia e

    que alcançou ampla distribuição nos estados do sul, sudeste, centro-oeste e nordeste; P.

    megistus, espécie nativa e domiciliada em extensa área da região sul, sudeste ao longo da área

    litorânea do nordeste; T. brasiliensis, de larga distribuição no semi-árido do nordeste;

    Triatoma pseudomaculata (Corrêa & Espínola, 1964), ocorrendo também no semi-árido do

    nordeste e Triatoma sordida (Stal, 1859), espécie nativa do cerrado (Silveira 1983; Silveira &

    Rezende 1994; Vinhaes & Dias 2000).

    A maioria dos triatomíneos geralmente é de clima tropical com o ciclo de vida muito

    longo de aproximadamente 300 dias de ovo a adulto, sendo que algumas espécies podem

    atingir até dois anos para completar seu ciclo, como P. megistus, Triatoma recurva (Stal,

    1868), Paratriatoma hirsuta (Barber, 1938) (Lent & Wygodzinsky 1979).

    Os triatomíneos desenvolvem a capacidade de domiciliação quando as condições de

    moradia são precárias ou quando eles são expulsos do meio silvestre por meio da ação

  • 14

    antrópica peridomiciliar; estando o mal de Chagas, associado a estas condições sócio-

    econômicas precárias (Forattini 1980).

    A qualidade deficiente da moradia (casa de pau-a-pique, telhados de folhas de

    palmeira, piso de chão batido) e a falta de iluminação, fornecem abrigos favoráveis para a

    proliferação desses insetos. A presença de animais domésticos e as construções

    peridomiciliares, utilizadas para criação de animais, influenciam no ciclo da transmissão

    natural do parasita ao homem por meio do vetor, pois, além de aproximarem o vetor do

    homem, tornam-se uma fonte permanente de alimento, contribuindo consideravelmente para o

    aumento da densidade desses vetores nos domicílios e peridomicílios (Lent & Wygodzinsky

    1979; Who 1991).

    As condições necessárias para ocorrer a transmissão domiciliar da doença de Chagas

    dependem de variáveis ou atributos de cada espécie de vetor, como a capacidade de

    colonização e o tamanho da colônia no interior da casa, ou seja, da densidade populacional e

    de sua capacidade vetorial de se infectar e transmitir o T. cruzi ao homem (Silveira 1993,

    2005).

    O relatório da Fundação Nacional de Saúde (CORE/MS) de 1992, e o Programa de

    Erradicação do T. infestans (PETi), implantado no Estado de Mato Grosso do Sul a partir de

    levantamentos feitos em localidades com histórico da presença desse inseto vetor, reporta-se a

    ocorrência ao registro do mesmo, em 23 municípios do Estado.

    A história da presença do T. infestans no Estado de Mato Grosso do Sul, iniciou-se nas

    décadas de 70 e 80, sempre apresentando baixa densidade e, geralmente, no ambiente

    intradomiciliar, caracterizando-se como espécie de introdução recente e passiva,

    provavelmente relacionada a expansão das atividades produtivas dessa região.

    Com a expansão das atividades do Programa de Controle da Doença de Chagas

    PCDCh no Estado de Mato Grosso do Sul, principalmente na década de 80, esse triatomíneo

  • 15

    praticamente foi controlado em quase toda a região, sendo apenas registrado em 3 municípios

    (Bela Vista em 1991, Dourados em 1992 e Amambai em 1995), sempre em baixa densidade.

    Após a conclusão das ações de controle da doença de Chagas no Estado de Mato Grosso do

    Sul em 1995, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), certificou a erradicação da

    espécie nos domicílios (Ministério da Saúde 2000).

    T. sordida é uma espécie considerada nativa do território brasileiro e pode reinvadir as

    habitações a partir dos ecótopos silvestres. Predominantemente nos cerrados, essa espécie,

    apresenta ainda marcada ornitofilia e está presente em ninhos de aves, madeira seca ou,

    ecótopos artificiais como galinheiros e, quando a oferta alimentar está esgotada nesses

    habitats, pode colonizar as casas (Silveira et al. 1984; Diotaiuti 1991).

    Nesta pesquisa procurou-se conhecer a fauna e abundância das espécies de

    triatomíneos, bem como, foi investigado o índice de infecção natural por flagelados

    (Trypanosomatidae) nos municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, visando fornecer

    subsídios para realizar o controle efetivo desses vetores em áreas de alta densidade

    populacional.

    MATERIAL E MÉTODOS

    O Estado de Mato Grosso do Sul possui 78 municípios em área de 358.168 km² e uma

    população estimada de 2.264.468 habitantes (IBGE 2005). Limita-se a leste com os Estados

    de Minas Gerais e São Paulo, ao norte com os Estados de Mato Grosso e Goiás, ao sul com

    Paraná e Paraguai e ao oeste com a Bolívia.

    As capturas dos triatomíneos foram coordenadas pelo autor da pesquisa e realizadas

    pelos agentes de saúde da Secretaria Municipal de Saúde/SMS e Secretaria Estadual de

    Saúde/SES, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2004. O Estado atualmente está

  • 16

    dividido em cinco Núcleos Regionais Sanitários, conforme foi estabelecido pela

    Coordenadoria de Controle de Vetores/CCV da Secretaria Estadual de Saúde/SES: Núcleo

    Regional de Campo Grande que compreende um município, Núcleo Regional de Dourados

    34, Núcleo Regional de Jardim 18, Núcleo Regional Três Lagoas 13 e Núcleo Regional de

    Rio Verde com 11 municípios (Fig 1).

    Para conhecer a fauna triatomínica do Estado de Mato Grosso do Sul, foram realizadas

    pesquisas de busca passiva, através de notificação da população, quanto ao encontro de

    qualquer inseto dado como triatomíneo e a pesquisa de busca ativa, que consiste na captura de

    vetores da doença de Chagas ou de vestígios dos mesmos tais como exúvias, ovos e fezes nos

    domicílios. A periodicidade da pesquisa de rotina nos domicílios é habitualmente bienal,

    realizada no intradomicílio que corresponde à habitação (interior da casa e parede externas) e

    peridomicílio que são os anexos (galinheiro, pocilga, paiol e outros), feita através de captura

    manual, com uso de uma pinça e com auxílio de fonte artificial de iluminação (Ministério da

    Saúde1996).

    Os triatomíneos coletados foram levados para a rede de Laboratórios Regionais de

    Entomologia da Secretaria Estadual de Saúde/SES, acondicionados em cristalizadores

    úmidos, onde foram mantidos vivos para realização da identificação da espécie e pesquisa de

    infecção natural.

    No laboratório, os espécimes foram identificados através de chaves dicotômicas (Lent

    & Wygodzinsky 1979; Carcavallo et al. 1997). Em seguida, utilizando-se de uma pinça, fez a

    compressão dos últimos segmentos abdominais dos espécimes sobre lâmina retirando-se o

    material fecal para a realização do exame, a fresco, das fezes colhidas de cada indivíduo.

    Após a realização do exame a fresco, procedeu-se o esfregaço das fezes em duas lâminas, e

    em seguida o material foi fixado com álcool metílico. Depois de seco, fez-se a pré-coloração

    com azul de metileno e em seguida, preparou-se o Giemsa na proporção de 1:1 e colocou-se

  • 17

    essas lâminas em recipiente próprio para corar durante 30 minutos, depois foi realizado o

    enxágüe em água corrente e em seguida deixou-se secar. Para a identificação dos flagelados,

    as lâminas foram examinadas ao Microscópio Óptico com objetiva de aumento de 100x em

    óleo de imersão (Ministério da Saúde 1981).

    A verificação da riqueza esperada de triatomíneos do Estado foi realizada através de

    curvas cumulativas das espécies, baseadas em cálculos de Chao de primeira ordem (Chao 1),

    com 100 aleatorizações. Para as análises da riqueza esperada Chao 1, utilizou-se o Software

    EstimateS 6.0 (Colwell 2001).

    Foram determinadas as distribuições anuais das espécies de triatomíneos e,

    posteriormente, realizou-se a análise faunística para definir as classes de abundância e

    constância. De acordo com Thomazini & Thomazini (2002), através da média e do erro

    padrão da média do número de indivíduos coletados por espécie determinou-se o intervalo de

    confiança (IC) a 5% e 1% de probabilidade, estabelecendo-se as seguintes classes de

    abundância: ma = muito abundante (número de indivíduos maior que o limite superior do IC a

    1%); a = abundante (número de indivíduos situado entre os limites superiores do IC a 5 e a

    1%); c = comum (número de indivíduos situado dentro do IC a 5%); d = dispersa (número de

    indivíduos situado entre os limites inferiores do IC a 5 e a 1%) e r = rara (número de

    indivíduos menor que o limite inferior do IC a 1%). Avaliou-se a porcentagem de coletas que

    continham uma determinada espécie, calculando-se a constância através da seguinte fórmula:

    c = (número de coletas com espécie x / número total de coletas) x 100. De acordo com os

    valores obtidos as espécies foram separadas em: w = constante (C>50%); y = acessória (C

    entre 25 e 50%) e z = acidental (C

  • 18

    Para verificar o índice de infecção natural dos triatomíneos examinados no Estado,

    foram usados os indicadores operacionais para o Programa de Erradicação de T. infestans

    (Silveira 1993).

    RESULTADOS

    A espécie predominante no Estado de Mato Grosso do Sul, presente nos cinco Núcleos

    Regionais e 49 municípios estudados foi T. sordida, seguida por Rhodnius neglectus (Lent,

    1954) coletado em 29 municípios e ausente apenas no Núcleo Regional de Campo Grande,

    destacando-se também pela ampla distribuição. Merecem atenção ainda, as espécies:

    Panstrongylus geniculatus (Latreille, 1811), coletado em 14 municípios e presente nos

    Núcleos Regionais de Dourados, Rio Verde e Três Lagoas; P. megistus, coletado em 6

    municípios e presente nos Núcleos Regionais de Dourados, Jardim e Três Lagoas e Triatoma

    williami (Galvão et al., 1965), também coletado em seis municípios e presente nos Núcleos

    Regionais de Dourados e Jardim. As espécies restantes estiveram presentes em apenas um

    Núcleo Regional apresentando distribuição geográfica mais restrita (Tabela I e Fig. 1).

    O resultado do teste do χ² foi de = 193,623; com p < 0,001 é altamente significativo ao

    nível de 5% de significância. Observa-se na Figura 2, que para Regional Dourados há

    municípios associados diretamente com infestação das espécies Panstrongylus guentheri

    (Berg, 1879), P. geniculatus, P. megistus, R. neglectus; existem municípios com infestação de

    duas espécies P. geniculatus e T. sordida e de três espécies P. geniculatus, R. neglectus e T.

    sordida; a Regional de Três Lagoas está mais associada a municípios com infestação de duas

    R. neglectus e T. sordida e três espécies Panstrongylus diasi (Pinto & Lent, 1946), R.

    neglectus e T. sordida; as Regionais de Campo Grande, Jardim e Rio Verde estão muito

    próximas e não discriminam muito claramente a riqueza de espécie entre os municípios. Mas

  • 19

    constata-se que tirando a espécie T. sordida que teve uma ampla predominância em todas as

    Regionais, nestas três Regionais se destacaram as espécies R. neglectus T. brasiliensis, T.

    williami, Triatoma matogrossensis (Leite & Barbosa, 1953), Triatoma vandae (Carcavallo et

    al., 2002), Triatoma baratai (Carcavallo & Jurberg, 2000) e Rhodnius pictipes (Stal, 1872),

    além disso, há municípios com registro de uma, duas, três e quatro espécies. As Regionais de

    Dourados e Rio Verde apresentaram maior riqueza de espécies de triatomíneos, enquanto as

    Regionais de Campo Grande e Rio Verde destacaram -se pela ausência de espécies.

    Durante o período trabalhado, foram coletados 13.671 exemplares de triatomíneos,

    12,36% estavam presentes no intradomicílio, enquanto 87,64% no peridomicílio. Pode-se

    destacar aqui que T. sordida foi a espécie mais abundante com 13.102 exemplares,

    correspondendo a 95,85% do total de insetos coletados; seguida por R. neglectus (415

    exemplares), P. geniculatus (51 exemplares) e T. williami (29 exemplares). As demais

    espécies capturadas: P. megistus, T. baratai, T. brasiliensis, T. matogrossensis, Triatoma

    vandae, R. pictipes, P. diasi e P. guentheri, juntas perfizeram apenas 0,54% (74 exemplares)

    dos insetos capturados (Tabela II).

    Através da análise dos parâmetros faunísticos realizados para as espécies de

    triatomíneos, T. sordida, foi caracterizada como muito abundante, enquanto as espécies

    restantes foram caracterizadas como raras. Na avaliação da constância, o número de vezes que

    se recuperou uma determinada espécie no total de coletas efetuadas, observou-se que a

    espécie que esteve mais presente foi T. sordida, sendo capturada em 49 municípios do Estado,

    todas as demais espécies foram caracterizadas como não constantes (Tabela III).

    Com relação ao índice de infecção natural por T. cruzi o maior índice obtido refere-se

    a P. geniculatus (3,22 %), seguido por R. neglectus (0,65 %) e T. sordida (0,15 %). Não

    foram observados indivíduos com infecção natural dentre as demais espécies capturadas

    (Tabela IV).

  • 20

    A espécie T. sordida, apresentou maior positividade para T. cruzi no Estado de Mato

    Grosso do Sul, com 13 indivíduos infectados. Destes, oito foram encontrados na Regional de

    Três Lagoas, sendo dois exemplares coletados no intradomicilio e seis no peridomicílio;

    foram coletados três espécimes na Regional de Dourados no intradomicílio e também três

    indivíduos foram coletados na Regional de Jardim, sendo dois encontrados no intradomicílio e

    um no peridomicílio. P. geniculatus foi encontrada na Regional de Dourados com apenas um

    indivíduo infectado (no intradomicílio). Enquanto R. neglectus, foi encontrado na Regional de

    Rio Verde, também com um indivíduo infectado no intradomicílio (Tabela V).

    Pela análise de riqueza de triatomíneos para a comunidade estudada, concluiu-se que

    não houve diferença significativa entre o índice esperado (Chao1) e observado, tendo o

    esforço amostral atingido o platô, isto é, a estabilidade, durante o período estudado indicando

    que as coletas foram suficientes para amostrar a maioria das espécies presentes nesta

    comunidade (Fig. 3).

    As espécies de triatomíneos capturados em relação aos locais de captura,

    (intradomicílio e peridomicílio), apresentou-se significativa (χ2 = 341, 32; p< 0,01), indicando

    haver relação entre a abundância das espécies e o local de captura (Tabela VI). O

    peridomicílio sempre apresentou maior abundância do que o intradomicílio e o Núcleo

    Regional de Três Lagoas apresentou o maior destaque com (29%) dos triatomíneos

    capturados neste ambiente, seguido dos Núcleos de Jardim (27%) e Rio Verde (20%). Os

    Núcleos Regionais de Campo Grande (5%) e Dourados (8%) apresentaram as menores

    abundâncias de indivíduos capturados (Tabela VI).

    Os triatomíneos coletados no peridomicílio durante os cinco anos de pesquisa, estão

    representados na Fig. 4. No Núcleo Regional de Três Lagoas foram encontrados mais insetos

    nos anos de 2000 e 2001, seguido pelo Núcleo Regional de Jardim nos anos de 2002 e 2003 e

    pelo Núcleo Regional de Rio Verde, em 2004,como o mais abundante em relação aos demais.

  • 21

    Com relação a presença dos triatomíneos no intradomicílio, durante os cinco anos de

    coleta, destaca-se o Núcleo Regional de Três Lagoas com maior abundância nos anos de 2000

    a 2003 e o Núcleo Regional de Rio Verde, no ano de 2004, verificou-se maior abundância em

    relação as demais Regionais (Fig. 5).

    DISCUSSÃO

    Os resultados obtidos neste trabalho evidenciam um aumento da diversidade de

    espécies de triatomíneos relacionadas com o ambiente antrópico no Estado de Mato Grosso do

    Sul. Enquanto que em levantamento anterior foram capturadas nove espécies no Estado de

    Mato Grosso do Sul (Silveira et al. 1984), neste obteve-se um total de 12 espécies.

    Ressaltando também, a captura de espécies, até então, consideradas como estritamente

    silvestres, ocupando principalmente o peridomicílio, algumas destas, como T. vandae e T.

    baratai, foram descritas recentemente e pouco se sabe sobre seu comportamento, biologia e

    potencial como vetores do mal de Chagas. Ainda em relação às espécies silvestres, destaca-se

    também o encontro de P. diasi, P. guentheri e R. pictipes, cujas ocorrências na região são

    relatadas aqui pela primeira vez.

    Com relação os resultados obtidos neste trabalho, T. sordida foi a espécie mais

    abundante e com ampla distribuição geográfica no Estado de Mato Grosso do Sul. Esses

    resultados corroboram aos obtidos por Diotaiuti (1991), Ministério da Saúde (2000) e Silveira

    (2002). Para estes autores, após a eliminação das populações domiciliares de T. infestans, T.

    sordida foi a espécie mais capturada em maior abundância nesse Estado e está presente

    principalmente nos ecótopos peridomiciliares.

    T. sordida esteve presente em 49 dos 56 municípios estudados, abrangendo os cinco

    Núcleos Regionais e evidenciando a sua ampla distribuição territorial e alta predominância

    entre as espécies capturadas coincidindo com os resultados obtidos por Silveira et al. (1984),

  • 22

    Ministério da Saúde (2000) e Silveira (2002). Aqui cabe comentar, a presença de R. neglectus

    em 29 municípios que abrangem quatro Núcleos Regionais, P. geniculatus que esteve

    presente em 14 municípios que abrangem três Núcleos e P. megistus que também ocorreu em

    três Núcleos Regionais, porém, em apenas oito municípios.

    Os índices de infecção natural dos triatomíneos com T. cruzi demonstrados neste

    trabalho, foram baixos, concordando com os índices anteriores verificados pelo Ministério da

    Saúde (2000), Silveira (2002) e Dias et al. (1985), os quais obtiveram 1,2% de índice de

    infecção para T. sordida no Estado de Minas Gerais.

    Os dados deste trabalho apontam para uma alta infestação por T. sordida mais

    relacionada ao peridomicílio. Os baixos índices de infecção natural para o T. cruzi não só

    desta espécie, mas também de outras que estiveram presentes durante o período de estudo,

    demonstram que a transmissão vetorial da doença de Chagas no Estado de Mato Grosso do

    Sul está controlada, uma vez que se constatou a eliminação do T. infestans do território deste

    Estado, como ocorreu em São Paulo e Lassence em Minas Gerais (Dias et al. 2002; Silva et

    al. 2003).

    Assim, comparando-se os dados anteriores da fauna triatomínica, índices de infecção

    natural por T. cruzi e o inquérito sorológico realizado na população escolar nos municípios de

    maior risco, verifica-se que as espécies de triatomíneos existentes no Estado de Mato Grosso

    do Sul são nativas, geralmente se estabelecem no peridomicílio e permanecem ainda com

    baixo poder de domiciliação. Algumas espécies são muito abundantes como o T. sordida e R.

    neglectus, porém apresentam índices de infecção natural muito baixos, tal fato parece estar

    associado com os ecótopos peridomiciliares (Ministério da Saúde 2000).

    Quanto ao inquérito sorológico para determinar a prevalência pelo T. cruzi em

    escolares de 7 – 14 anos em municípios de risco no Estado, este foi extremamente baixo, de

    2.092 amostras realizadas entre 1993 a 1995, revelou apenas um (1) sororeagente em

  • 23

    Paranhos, município que localiza-se na fronteira com o Paraguai (Ministério da Saúde 2000),

    e entre 1998 a 1999 de 4.151 amostras processadas foram encontrados dois indivíduos

    infectados (Silveira 2002).

    Concluiu-se que até o momento desta pesquisa, o Estado de Mato Grosso do Sul está

    livre da transmissão vetorial endêmica da doença de Chagas. Contudo, faz-se necessário

    manter o serviço de vigilância epidemiológica e entomológica permanente, não só para

    monitorar uma possível reintrodução do T. infestans no Estado, mas também para detectar

    espécies consideradas nativas, como T. baratai, T. sordida, P. megistus, P. geniculatus e R.

    neglectus que predominam em alguns municípios do Estado e podem tornar - se domiciliados,

    devido a ação antrópica que favorecem a dispersão e a colonização desses triatomíneos e

    conseqüentemente aumentam o risco de transmissão vetorial.

    AGRADECIMENTOS

    Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública/USP (Laboratório de

    Triatomíneos), Walter Ceretti Júnior, Marcos Takashi Obara e Paulo Urbinatti pela

    colaboração na identificação dos triatomíneos.

    Laboratório Regional de Entomologia de Dourados/MS, Ademar Dimas Ferreira,

    Maria Aparecida Ferreira de Souza e Silvana Rosa da Silva pela amizade e incentivo.

    Aos Técnicos dos Laboratórios Regionais de Entomologia do Estado, Ramão Virgilio

    Larson, Francisco Portes, Airton Marques Miranda e Edson José de Souza.

    Núcleo Regional de Entomologia de Campo Grande/MS, em especial a Guilmara

    Maria do Amaral Gonçalves pela colaboração na identificação dos triatomíneos.

    Aos colegas da UEMS José Nicácio e Professor Odival Faccenda pelas sugestões nas

    análises estatísticas.

  • 24

    Ao colega João Cezar Nascimento pelo incentivo e contribuição com sugestões para

    realização do trabalho.

    A Coordenadoria de Controle de Vetores/CCV do Estado pela colaboração e apoio no

    fornecimento de registros dos trabalhos de captura de triatomíneos.

    A todos que de uma forma direta ou indiretamente contribuíram para a realização do

    curso.

  • 25

    REFERÊNCIAS

    Carcavallo, R. U.; I. G. Girón; J. Jurberg & H. Lent. 1997. Atlas of Chagas Disease Vectors

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    Report Series. 811 p.

  • 29

    Tabela I. Distribuição geográfica das espécies de triatomíneos capturados em 56 municípios

    do Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.

    Regionais Municípios

    Espécies de Triatomíneos

    P. g

    enic

    ulat

    us

    P. g

    uent

    heri

    P. d

    iasi

    P. m

    egis

    tus

    R. n

    egle

    ctus

    R. p

    ictip

    es

    T. b

    arat

    ai

    T. w

    illia

    mi

    T. so

    rdid

    a

    T. m

    atog

    ross

    ensi

    s

    T. v

    anda

    e

    T. b

    rasi

    liens

    is

    Campo Grande Campo Grande 628

    Dourados

    Amambai 1 Angélica 1 Anaurilândia 17 Antônio João 24 Bataiporã 1 1 18 Caarapó 2 1 Douradina 1 8 1 221 Dourados 8 2 48 126 Deodápolis 5 2 Fátima do Sul 19 2 23 1 2 Glória de Dourados 5 5 Itaporã 10 1 3 23 2 Iguatemi 1 Ivinhema 2 1 Nova Alvorada do Sul 2 12 Novo Horizonte do Sul 3 Ponta Porã 1 75 Paranhos 3 Rio Brilhante 2 4 2 Vicentina 4

    Jardim

    Anastácio 553 Aquidauana 2 6 1047 Bela Vista 3 8 141 Bodoquena 1 3 218 Bonito 8 Caracol 46 Corumbá 2 692 Dois Irmão do Buriti 9 Guia Lopes da Laguna 23 Jardim 1 Miranda 1 2 350 Maracaju 111 Nioaque 1 2 19 14 356 Porto Murtinho 202 Sidrolândia 1 96 Terenos 160

    Continua...

  • 30

    Regionais Municípios

    Espécies de Triatomíneos

    P. g

    enic

    ulat

    us

    P. g

    uent

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    P. d

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    T. b

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    atog

    ross

    ensi

    s

    T. v

    anda

    e

    T. b

    rasi

    liens

    is

    Rio Verde

    Coxim 7 1019 Camapuã 20 Rio Verde 1 1254 1 Rochedo 2 605 São Gabriel do Oeste 5 5 Rio Negro 5 Sonora 1 68 13 3

    Três Lagoas

    Aparecida do Taboado 29 1577 Bataguassu 1 153 Brasilândia 3 166 Cassilândia 9 105 Costa Rica 1 11 51 Chapadão do Sul 18 Inocência 93 301 Paranaíba 1 1 117 2002 Ribas do Rio Pardo 1 145 Santa Rita do Pardo 1 13 Selvíria 1 264 Três Lagoas 8 190

    TOTAL 56 51 2 2 19 415 2 22 29 13102 19 5 3

  • 31

    Tabela II. Freqüência das principais espécies de triatomíneos capturados (intra e

    peridomicílio) no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.

    Espécies Nº Capturados Local de captura Total % Intradomicílio % Peridomicílio %

    1 - P. diasi 2 0,01 0,00 0,01 2 – P. geniculatus 51 0,24 0,13 0,37 3 - P. guentheri 2 0,01 0,00 0,01 4 - P. megistus 19 0,12 0,02 0,14 5 - R. neglectus 415 2,45 0,58 3,04 6 - R. pictipes 2 0,01 0,00 0,01 7 - T. matogrossensis 19 0,01 0,13 0,14 8 - T. brasiliensis 3 0,01 0,01 0,02 9 - T. baratai 22 0,12 0,04 0,16 10 - T. sordida 13.102 9,27 86,58 95,85 11 - T. vandae 5 0,01 0,03 0,04 12 - T. williami 29 0,10 0,11 0,21 Total 13.671 12,36 87,64 100,00

  • 32

    Tabela III. Espécies de triatomíneos capturados em 56 municípios do Estado de Mato Grosso

    do Sul e suas respectivas classes de abundância (A), constância (C), no período de 2000 a

    2004.

    Espécies Capturados¹ Abundância² Constância³ 1 - P. diasi 2 r z 2 – P. geniculatus 51 r z 3 - P. guentheri 2 r z 4 - P. megistus 19 r z 5 - R. neglectus 415 r z 6 - R. pictipes 2 r z 7 - T. matogrossensis 19 r z 8 - T. brasiliensis 3 r z 9 - T. baratai 22 r z 10 - T. sordida 13.102 ma w 11 - T. vandae 5 r z 12 - T. williami 29 r z Total 13.671 1Número de indivíduos capturados= total de 56 municípios (5 anos de coleta) 2ma= muito abundante, a= abundante, c= comum, d= dispersa, r= rara 3w= constante, y= acessória, z= acidental

  • 33

    Tabela IV. Distribuição das espécies de triatomíneos examinados e índice de infecção natural

    pelo Trypanosoma cruzi no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.

    Espécies Examinados Infectados Infectados (%) 1 - P. diasi 0 0 0,00 2 – P. geniculatus 31 1 3,22 3 - P. guentheri 0 0 0,00 4 - P. megistus 13 0 0,00 5 - R. neglectus 154 1 0,65 6 - R. pictipes 0 0 0,00 7 - T. matogrossensis 19 0 0,00 8 - T. brasiliensis 2 0 0,00 9 - T. baratai 10 0 0,00 10 - T. sordida 8.615 13 0,15 11 - T. vandae 0 0 0,00 12 - T. williami 24 0 0,00 Total 8.868 15 0,17

  • 34

    Tabela V. Distribuição das espécies de triatomíneos capturados por ecótopos e por infecção

    natural de Trypanosoma cruzi, por Regionais no Estado de Mato Grosso do Sul, período de

    2000 a 2004.

    Regionais Espécies

    Local de captura Total Intradomicílio Peridomicílio

    Cap

    tura

    dos

    Infe

    ctad

    os

    Cap

    tura

    dos

    Infe

    ctad

    os

    Cap

    tura

    dos

    Infe

    ctad

    os

    C. Grande T. sordida 8 620 628

    Dourados

    P. guentheri 2 2 P. geniculatus 31 1 16 47 1 P. megistus 8 3 11 R. neglectus 96 19 115 T. sordida 95 2 374 469 2 T. williami 2 2

    Jardim

    P. megistus 1 1 R. neglectus 3 5 8 R. pictipes 2 2 T. baratai 14 8 22 T. sordida 257 2 3603 1 3860 3 T. williami 12 15 27

    Rio Verde

    P. geniculatus 1 1 R. neglectus 1 1 3 4 1 T. brasiliensis 2 1 3 T. matogrossensis 16 3 19 T. sordida 194 2729 2923 T. vandae 5 5

    Três Lagoas

    P. diasi 2 2 P. geniculatus 1 1 P. megistus 1 1 R. neglectus 122 47 169 T. sordida 637 2 3839 6 4530 8

  • 35

    Tabela VI. Distribuição dos triatomíneos capturados no Intra e peridomicílios nos Núcleos

    Regionais do Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.

    Núcleos Regionais Indivíduos capturados Local de capturas

    Intradomicílio Peridomicílio n % n %

    Campo Grande 628 8 0 620 5 Dourados 1.321 243 2 1.078 8 Jardim 3.981 290 2 3.691 27 Rio Verde 3.012 215 2 2.797 20 Três Lagoas 4.729 736 5 3.993 29 Total 13.671 1.492 11 12.179 89 χ2 = 341,32; (P< 0,01)

  • 36

    Figura 1. Distribuição das espécies de triatomíneos capturados em cinco Regionais (Núcleo

    Regional da Coordenadoria de Controle de Vetores) no Estado de Mato Grosso do Sul,

    período de 2000 a 2004. (u= Triatoma sordida (Espécie predominante); ¢ = Triatoma

    williami; ! = Triatoma matogrossensis; ² = Triatoma brasiliensis; ¨ = Triatoma baratai;

    É = Triatoma vandae; r= Rhodnius neglectus; s= Rhodnius pictipes; v = Panstrongylus

    diasi; w = Panstrongylus geniculatus; ã = Panstrongylus guentheri; ö = Panstrongylus

    megistus). NR= Núcleo Regional.

    r

    r

    r

    u u

    u

    s

    ö

    ö

    ã

    ²

    É w

    v w

    ¢ w

    NR 1 Campo Grande (1 município)

    ã

    ö ¢ u

    r

    u

    ¨

    !

    NR 2 Dourados (34 municípios)

    NR 5 Três Lagoas (13 municípios)

    NR 3 Jardim (18 municípios)

    NR 4 Rio Verde (11 municípios)

  • 37

    Figura 2. Análise de correspondência entre as variáveis: Núcleos Regionais e infestação por

    espécies de triatomíneos capturados no Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a

    2004. S1 - P. diasi, S2 – P. geniculatus, S3 - P. guentheri, S4 - P. megistus, S5 - R. neglectus,

    S6 - R. pictipes, S7 - T. matogrossensis, S8 - T. baratai, S9 - T. brasiliensis, S10 - T. sordida,

    S11 - T. vandae, S12 - T. williami.

  • 38

    Figura 3. Riqueza Observada (Sobs) e índice de Chao de primeira ordem (Chao 1) para os

    triatomíneos coletados no intradomicílio e peridomicílio Estado de Mato Grosso do Sul,

    período de 2000 a 2004.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Amostras cumulativas

    Riq

    ueza

    de

    Espé

    cies

    SobsChao1

  • 39

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    1600

    1800

    2000

    Peri Peri Peri Peri Peri

    2000 2001 2002 2003 2004

    Campo GrandeDouradosJardimRio VerdeTrës Lagoas

    Figura 4. Distribuição dos triatomíneos capturados no peridomicílio nos Núcleos Regionais do

    Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.

  • 40

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    Intra Intra Intra Intra Intra

    2000 2001 2002 2003 2004

    Campo GrandeDouradosJardimRio VerdeTrës Lagoas

    Figura 5. Distribuição dos triatomíneos capturados no intradomicílio nos Núcleos Regionais

    do Estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2000 a 2004.