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Leis de mortalidade: convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa Évora, 12 de Setembro de 2012 Filipe Ribeiro, Universidade de Évora/MPIDR José Gonçalves Dias, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) Maria Filomena Mendes, Universidade de Évora

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Page 1: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Leis de mortalidade: convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Évora, 12 de Setembro de 2012

Filipe Ribeiro, Universidade de Évora/MPIDR José Gonçalves Dias, Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) Maria Filomena Mendes, Universidade de Évora

Page 2: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Introdução �  Frequente uti l ização da força de

mortalidade na análise do número de mortes per capita;

� Desenvolvimento de diversas leis de mortalidade (modelos estatísticos);

� No entanto, até aos dias de hoje, nenhuma lei pode ser rotulada de “universal”.

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 3: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Perguntas de partida

� Será que algumas dessas leis se adequam à realidade portuguesa?

� E qual será a que se ajustará melhor?

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 4: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Perguntas de partida

� Será possível que uma só lei se adapte da mesma forma a ambos os sexos?

� E o que nos dirá a análise dos parâmetros estimados pelos diferentes modelos?

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 5: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Dados � Recorreu-se à Human Mortality Database

(HMD), de onde se recolheram os dados referentes:

� Ao número de mortos por idade e sexo; � Ao número de expostos ao risco por idade e

sexo; � Para o período entre 1940 e 2009.

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 6: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Abordagem Metodológica � Após a análise cuidada de algumas leis

de mortalidade, optou-se por aplicar um estimador de máxima verosimilhança:

� Em que θ corresponde aos parâmetros do modelo a serem estimados.

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 7: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Abordagem Metodológica � Desta forma, assumimos que o número

total de mortes (yij) no ano j e com idade i, segue uma distribuição Poisson com média µμij  ✕  Eij, em que Eij corresponde ao número de indivíduos expostos ao risco no ano  j e com idade i  :

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 8: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Leis de mortalidade

� Gompertz (1825):

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 9: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Leis de mortalidade

� Makeham (1860):

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 10: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Leis de mortalidade

� Kannisto (1992):

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 11: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Leis de mortalidade � No entanto, é sabido que todas as

populações são heterogéneas e alguns indivíduos são mais frágeis do que outros, daí Vaupel et al. (1979):

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 12: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Ajustamentos (2009)

Ribeiro, Dias & Mendes

Idades

µx

50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

0.00

10.

005

0.02

00.

050

0.20

00.

500

µxGompertz fit

Page 13: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Ajustamentos (2009)

Ribeiro, Dias & Mendes

Idades

µx

50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

0.00

10.

005

0.02

00.

050

0.20

00.

500

µxGompertz−Makeham fit

Page 14: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Ajustamentos (2009)

Ribeiro, Dias & Mendes

Idades

µx

50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

0.00

10.

005

0.02

00.

050

0.20

00.

500

µxKannisto fit

Page 15: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Ajustamentos (2009)

Ribeiro, Dias & Mendes

Idades

µx

50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

0.00

10.

005

0.02

00.

050

0.20

00.

500

µxG−Gompertz fit

Page 16: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Ajustamentos (2009)

Ribeiro, Dias & Mendes

Idades

µx

50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

0.00

10.

005

0.02

00.

050

0.20

00.

500

µxG−Makeham fit

Page 17: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Será que uma distribuição de fragilidade diferente não se ajustaria melhor?

Ribeiro & Mendes

Page 18: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Hougaard � Deste modo, recorreu-se à distribuição de

fragilidade derivada por Hougaard em 1986, aqui já com mortalidade de base Gompertz:

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 19: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Hougaard � Aqui, é o parâmetro γ que vai permitir

identificar ou não a distribuição de fragilidade gama como a mais correta.

� Assim com γ  =  0, obtemos facilmente Z  ~  Ga(1/σ2,  1/σ2), enquanto que com γ  =  0.5 o resultado será uma distr ibuição Gaussiana Inversa.

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 20: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Distribuição de fragilidade gama?

Ribeiro, Dias & Mendes

Ano

_

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

0.00

20.

006

0.01

0

Homens H.G.Mulheres H.G.

Homens G.G.Mulheres G.G.

Page 21: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Distribuição de fragilidade gama?

Ribeiro, Dias & Mendes

Ano

`

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

0.06

0.08

0.10

0.12

0.14

Homens G.G.Mulheres G.G.

Homens H.G.Mulheres H.G.

Page 22: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Distribuição de fragilidade gama?

Ribeiro, Dias & Mendes

Ano

m

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

Homens G.G.Mulheres G.G.

Homens H.G.Mulheres H.G.

Page 23: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Distribuição de fragilidade gama?

Ribeiro, Dias & Mendes

Hougaard−Gompertz

Ano

a

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Homens Mulheres

Page 24: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Intervalos de Confiança 99% Gama

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 25: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Intervalos de Confiança 99% Hougaard

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 26: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Intervalos de Confiança 99% Hougaard

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 27: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Conclusões I � O nível de mortalidade aos 50 anos

encontra-se a diminuir;

� A velocidade de envelhecimento β encontra-se a aumentar para ambos os sexos;

� A constante C parece desempenhar um papel fundamental no ajuste do modelo, pelo menos em anos mais recentes;

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 28: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Conclusões II � Apesar do modelo desenvolvido por

Kannisto em 1992 apresentar resultados muito próximos com o desenvolvido por Vaupel et al. em 1979, o segundo surge como melhor opção tendo em conta que estamos perante uma população heterogénea;

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 29: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Conclusões III

� O modelo de fragilidade derivado por Hougaard em 1986, e aqui aplicado com uma mortalidade de base Gompertz, permitiu concluir que, pelo menos para Portugal, a distribuição de fragilidade Gama é a mais indicada.

Ribeiro, Dias & Mendes

Page 30: Leis de mortalidade  convergência ou divergência entre diferentes pontos de vista sobre a mortalidade portuguesa

Referências �  Bongaarts, J. (2004). Long range terms in adult mortality:

models and projections methods. Paper presented at PAA, Boston.

�  Gompertz, B. (1825). On the nature of the function expresive of the law of human mortality, and on a new mode of determining the value of life contingencies.Philosophal Transactions of the Royal Society of London 115, 513-585.

�  Makeham, W. M. (1860). On the law of mortality. Journal of the institute of actuaries 13, 283-287.

�  Thatcher, A. R., Kannisto, V., Vaupel, J. (1999). The force of mortality at ages 80 to 120. Odense monographs on population aging, 5. Odense University Press, Odense, Denmark.

�  Vaupel, J., Manton, K., Stallard, E. (1979). The impact of heterogeneity in individual frailty on the dynamics of mortality. Demography 16, 855-860.

Ribeiro, Dias & Mendes