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FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
LARISSA LAÍS DOS SANTOS
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA GRUPAL PARA
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS COM FOBIA SOCIAL
RECIFE
2017
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LARISSA LAÍS DOS SANTOS
CURSO DE PSICOLOGIA
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA GRUPAL PARA
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS COM FOBIA SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso
realizado em formato de proposta de
intervenção, orientado pela tutora da
Faculdade Pernambucana de Saúde:
Mônica de Oliveira Osório, Mestre
em Psicologia Cognitiva.
RECIFE
2017
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RESUMO
Cenário: A fobia social provoca interferência nas rotinas de trabalho, acadêmicas e
sociais de estudantes universitários. É expressa em contextos nos quais o estudante
passa por situações que é preciso falar em publico, expor-se para os colegas e
professores, ficar em evidência. Objetivo: Elaborar um manual que contempla uma
proposta de intervenção psicoeducativa grupal com foco na fobia social para estudantes
universitários. Método: A partir do banco de dados Scielo, realizou-se revisão da
literatura a respeito da Fobia Social, fobia social em estudantes universitários,
tratamento da fobia social por meio da terapia cognitivo-comportamental, terapia em
grupo, psicoeducação na terapia cognitivo-comportamental. Elaboração de produto
educacional no formato de manual que contempla proposta de intervenção grupal para
estudantes universitários com fobia social. Resultados: Os resultados deste trabalho de
conclusão de curso serão apresentados no formato de um manual, contendo10 sessões
que contempla uma proposta de intervenção psicoeducativa para estudantes
universitários com o foco na fobia social. Considerações finais: A proposta de
intervenção psicológica presente no manual para grupo de universitários com fobia
social poderá servir de base para a elaboração de outros grupos terapêuticos, visando à
investigação de novos resultados e minimização dos sintomas que são experimentados
no contexto de relações e atividades acadêmicas.
Palavras-chave: Fobia social; estudantes universitários; terapia cognitivo-
comportamental; TCCG; psicoeducação.
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LISTA DE SIGLAS
FS – Fobia Social
TCC – Terapia cognitivo-comportamental
TCCI – Terapia cognitivo-comportamental individual
TCCG – Terapia cognitivo-comportamental em grupo
DSM-5 - Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (5.ª edição)
SPSQ - The Social Phobia Screening Questionnaire
LSAS - Liebowitz Social Anxiety Scale
TAS – Transtorno de Ansiedade Social
SUS- Sistema Único De Saúde
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SUMÁRIO
Introdução 6
Justificativa 17
Objetivos 18
Métodos 19
Resultados 21
Manual de Intervenção 22
Apresentação 23
Informações Gerais 24
Sessão 1 32
Sessão 2 34
Sessão 3 35
Sessão 4 36
Sessão 5 37
Sessão 6 38
Sessão 7 39
Sessão 8 40
Sessão 9 41
Sessão 10 42
Conclusão 44
Referências 45
Anexo 46
Considerações Finais 47
Referências 49
6
1. INTRODUÇÃO
1.1. Sobre os Transtornos de Ansiedade
A ansiedade pode ser definida como um sentimento caracterizado por desconforto
ou tensão derivado da antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. O
organismo costuma apresentar respostas fisiológicas ao viver uma situação geradora de
ansiedade. Entre elas, batimento cardíaco acelerado, alteração na respiração e pressão
arterial, tensão muscular, assim como inquietação, estremecimentos, tremores e
aumento da sudorese (Gustavo & Heldt, 2009).
Sentir-se ansioso é normal a qualquer ser humano, mas quando começa a aparecer
sem que haja um estímulo, ou seja, sem ter um motivo aparente ou quando a reação
ansiosa é desproporcional ao estímulo e reações muito drásticas a estímulos que
normalmente teriam de desencadear respostas menores por parte do indivíduo, essa
ansiedade passa a ser patológica (Loch, 2009). Os Transtornos de ansiedade incluem
transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e
perturbações comportamentais relacionadas (APA, 2013).
Os transtornos de ansiedade são classificados em: Transtorno de pânico; Transtorno
de separação; Mutismo Seletivo; Agorafobia; Fobia específica; Fobia social; Transtorno
de Ansiedade Generalizada; Transtorno de Ansiedade devido a uma condição médica
geral; Transtorno de Ansiedade induzido por substâncias; Transtorno de ansiedade sem
especificação; Outro Transtorno de ansiedade especificado (APA, 2013).
Dentre estes transtornos, destaca-se a fobia social (FS) como tendo um impacto
direto na vida do indivíduo. Esta Fobia está relacionada à exposição diante de outras
pessoas, geralmente está associado à história de timidez desde a infância, mas aparece
predominantemente na adolescência. Estudos recentes apontam que a origem da palavra
fobia vem do grego phobos, que corresponderia a um intenso medo e terror. No caso da
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Fobia social, envolve um medo em situações de evidência social e que pode sofrer
avaliação de outros indivíduos, causando intensa ansiedade (Gusmão et al, 2013).
O indivíduo com Fobia Social de acordo com a Associação Americana de
Psicologia tem como características a ansiedade ou esquiva em contextos sociais, nos
quais acreditam serem avaliados, ou em situações que estão diante de desconhecidos ou
pouco familiares, ou quando é observado em atividades rotineiras como comer. Nestas
situações, apresentam ideação cognitiva na qual é apreciado de forma negativa ou
ofensiva, ou com humilhação (APA, 2013).
Alguns estudos relatam que esse transtorno, tipicamente, inicia-se em uma fase
intermediária da adolescência, no entanto não há um consenso sobre a idade de início.
Para Bados (2009), o aparecimento da fobia social ocorre, em média, aos 15 anos de
idade. As causas para o surgimento do transtorno de ansiedade social são bastante
discutidas por pesquisadores. Segundo Hudson e Rapee (2000) a origem da fobia social
pode estar relacionada aos fatores genéticos, familiares, ambientais, e fatores do
desenvolvimento. Entre 5% e 13% da população geral apresentam sintomas de fobia
social que resultam em diferentes graus de incapacidade e limitações sociais e
ocupacionais (Nardi, 2000; Book & Randall, 2002).
Os critérios diagnósticos para fobia social presentes no DSM – 5 (2013) são: A.
Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o
indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas e situações de desempenho
diante de outros. B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade
que serão avaliados negativamente. C. As situações sociais quase sempre provocam
medo ou ansiedade. D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso
medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real
apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. F. O medo, ansiedade ou
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esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. G. O medo, ansiedade ou
esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de
uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. I.
O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro
transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou
transtorno do espectro autista. J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson,
obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo,
ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo.
A Associação Americana de Psiquiatria (2013) classifica a fobia social em dois
tipos: o generalizado e o circunscrito. O primeiro é o mais incapacitante, em que os
sujeitos sofrem de maior comprometimento e de ansiedade mais grave relacionada tanto
a situações de desempenho em público quanto de interação social; como iniciar uma
conversa, participar de pequenos grupos, comparecer a festas. O segundo tipo é restrito
a uma ou duas situações de desempenho, como por exemplo, falar em público, escrever
ou comer na frente de outras pessoas (Knijnik, Kruter, Cordioli & Kapczinski, 2005).
Entre os transtornos de ansiedade, a fobia social era o transtorno menos pesquisado
e também mais esquecido (Liebowitz, 1985). Já foi levantada uma série de fatores pelos
quais se demorou tanto tempo em reconhecer a fobia social como realmente um
transtorno. Um dos motivos da demora deste reconhecimento está relacionado à falta de
informações adequadas sobre o tratamento, à resistência destes pacientes de se
relacionarem com desconhecidos, à frequente comorbidade com outros transtornos
psicológicos, os quais deixavam a fobia social como uma condição secundária
(Montgomery, 1995).
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Por sua vez, a demora do diagnóstico da fobia social se dava pelo fato de ser
confundida com timidez, pois, assim como a fobia social a timidez foi descrita como
ansiedade, desconforto e inibição em situações sociais e medo da avaliação negativa
pelos demais (Heiser; Turner; Beidel, 2003). O medo social na grande maioria das vezes
está associado às situações de desempenho, como falar em público, as interações sociais
do dia-a-dia, como ir a uma festa, uma entrevista de emprego, etc. (Furmark, Tillfors,
Stattin, Ekselius & Fredrikson, 2000). As pessoas diagnosticadas como fóbicas sociais
apresentam uma hipersensibilidade a criticas, mantêm uma avaliação negativa a respeito
de si mesma, sentimentos de inferioridade, e apresentam grande dificuldade em serem
assertivas (Lamberg, 1998).
Estes sintomas podem interferir na vida quotidiana do indivíduo e trazer
repercussões em experiências nas quais é solicitado a ficar em evidência como no
contexto escolar, e posteriormente, universitário. Sendo assim, torna-se relevante
compreender como se dá a presença desta patologia no contexto acadêmico
(Escudero,1999).
1.2. Fobia Social nas universidades
A Fobia Social (FS) apresenta significativa interferência nas rotinas de trabalho,
acadêmicas e sociais. Esse tipo de medo é frequente nas universidades, o estudante
passará por várias situações nas quais é preciso falar em publico, expor-se para os
colegas e professores. Segundo Escudero (1999), o medo de falar em público em
estudantes universitários, pode transformar-se em um sofrimento muito grande por
representar um aspecto bastante valorizado no meio acadêmico.
Martinez et al. (2000), concordam que as exigências acadêmicas de exposição de
trabalhos e seminários em sala de aula ou mesmo exposição de opiniões em grupo, são
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bastante frequentes na vida universitária, podendo produzir alto nível de ansiedade. Em
pesquisa realizada no Brasil com estudantes universitários, essas autoras encontraram
que 90,69% da amostra estudada apresentaram preocupações referentes ao medo de
falar em público e lidar com superiores.
Diversas investigações têm destacado a presença de sintomas que caracterizam a FS
em estudantes de ensino superior. Os achados dos estudos de Iancu et. al (2011) na
aplicação da Escala de Ansiedade Social de Liebowitz, (LSAS) em uma amostra de 300
estudantes israelenses, relacionam uma incidência de Transtorno de Ansiedade Social
de 12,3%. Já Tillfors e Furmark (2007), ao investigarem 753 estudantes universitários
suecos através do instrumento denominado The Social Phobia Screening Questionnaire
(SPSQ), encontraram uma prevalência de fobia social em 16,1 % da amostra,
comparável com 15,6% relatado para a população em geral. Embora a maioria dos casos
diga respeito a uma forma leve da doença, os autores destacam uma alta taxa de
prevalência de fobia social em universitários e isso merece muita atenção por parte dos
profissionais da saúde (Tillfors & Furmark, 2007).
Baptista et. al (2012) indicaram a prevalência de 11,6% ao avaliar sintomas de
ansiedade social em uma amostra brasileira de estudantes de ensino superior. Da
amostra que apresentou sintomas de ansiedade social, 67,9% eram mulheres. Os
resultados indicaram que o medo mais comum relacionava-se ao comportamento de
falar em público. Da população do estudo com sintomas que caracterizam ansiedade
social, apenas 0,8% já havia sido previamente diagnosticado e estava fazendo
tratamento.
Outro estudo foi realizado por Nascimento (2013), no qual buscou identificar a
frequência da fobia social em alunos de um Curso de Psicologia. Foi aplicada a Escala
para Ansiedade Social de Liebowitz (Liebowitz Social Anxiety Scale – LSAS) em 40
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estudantes, sendo 20 do primeiro período e 20 do oitavo período. Assim, com os
resultados obtidos, foi possível analisar a prevalência da ansiedade dos alunos,
mostrando 60% de incidência nos estudantes que estão iniciando o curso de graduação e
40% naqueles que já estão no fim do curso, próximos a se formarem e iniciarem suas
carreiras profissionais. O estudo concluiu, ainda, que a incidência da fobia social
ocorreu na idade de pico próxima aos 18 anos, faixa etária em que normalmente estão
começando a vida acadêmica, tendo maior prevalência em mulheres.
Figueredo e Barbosa (2008) sugerem que é essencial e indispensável que o aluno
universitário interaja com a turma e com seu grupo, participem de apresentações orais,
discussões, atividade extracurriculares, entre outras. Os estudantes enfrentam estas e
outras situações logo no início do curso, gerando no fóbico social extremo sofrimento,
grandes limitações, isolamento social, fazendo com que não se interaja com os demais.
Fazendo desta forma que estas circunstâncias contribuam para o abandono acadêmico.
Estes pesquisadores relatam ainda sobre a importância de estudar a fobia social no
âmbito acadêmico, pois estudar o transtorno nesta população é importante para elaborar
formas de identificação mais rápidas dos transtornos, além de ser importante que as
próprias faculdades criem núcleos de apoio que ofereçam suporte aos estudantes com
fobia social, para que os mesmos tentem controlar esta ansiedade e consigam concluir
seus cursos. Diante do que foi exposto, fica claro que a fobia social tem impacto
negativo tanto ao funcionamento acadêmico quanto aos relacionamentos sociais
(Figueredo e Barbosa, 2008).
1.3 Intervenções psicológicas nos casos de fobias sociais
Atualmente, as abordagens terapêuticas mais conhecidas como eficazes no
tratamento da ansiedade social são a farmacoterapia e a terapia cognitivo-
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comportamental individual (TCCI) e a Terapia cognitivo-comportamental em grupo
(TCCG) (Ito, Roso, Tiwari, Kendall, & Asbahr, 2008). Alguns estudos indicam, ainda,
que o tratamento psicoterápico associado a farmacoterapia promove melhores resultados
do que a aplicação dos mesmos isoladamente (Kaplan & Sadock, 2007).
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) baseia-se no modelo cognitivo, que
pressupõe que as cognições influenciam as emoções e comportamentos (Beck, 1997),
que, por sua vez, são afetados pela interpretação e/ou percepção das situações (Breshi &
Castro, 2013). Trata-se de uma abordagem psicoterapêutica educativa, focal e baseada
em discussões, em que o terapeuta assume uma postura diretiva e colaborativa,
utilizando-se de técnicas cognitivas e comportamentais. Beck (1997) ressalta que a TCC
pode ser adaptada a indivíduos de todas as idades e classes sociais, pode ser aplicada em
trabalhos individuais, psicoterapias de grupo, de família e de casais.
São muitas as técnicas cognitivas e comportamentais utilizadas no tratamento da
Fobia Social. De acordo com alguns estudos na área, destacam-se as seguintes técnicas:
a reestruturação cognitiva; o treino de relaxamento; o treino de habilidades sociais; e
experimentos comportamentais (D’el Rey e Pacini, 2005; Abdallah, 2006; Ito et al,
2008)
Na Reestruturação Cognitiva, os pacientes com fobia social são ensinados a
identificar os pensamentos, fazer o teste da realidade e corrigir os conteúdos distorcidos
e as crenças disfuncionais subjacentes. Esta reavaliação e correção das cognições
distorcidas permitem ao paciente perceber que na grande maioria das vezes estava
hipervalorizando negativamente uma situação e desvalorizando sua capacidade de
enfrentamento da mesma situação.
A reestruturação cognitiva procura desafiar diretamente as crenças irracionais ou
disfuncionais, modificando-as ou substituindo-as por outras mais adaptativas. A técnica
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é aplicada tanto nos pensamentos que ocorrem antes da situação social como naqueles
que ocorrem durante e após a situação temida (Clark & Wells, 1995).
As técnicas de relaxamento ajudam o paciente a controlar sintomas fisiológicos
antes ou durante os eventos temidos. Öst, Jerremalm e Johansson (1981) sugerem que as
técnicas de relaxamento são apropriadas a pacientes com fobia social que apresentam
intensos sintomas fisiológicos de ansiedade durante uma situação social ou de
desempenho. Os estudos mostram que as técnicas de relaxamento facilitam a exposição
do paciente à situação temida, porém não são eficazes isoladamente no tratamento da
fobia social (Öst, Jerremalm & Johansson, 1981).
O uso de técnicas de treinamento de habilidades sociais tem sido recomendado para
os pacientes com fobia social, quer manifestem déficit de habilidades sociais quer não,
pois este recurso tem se mostrado bastante eficaz em reduzir a ansiedade no confronto
interpessoal (Lincoln & cols., 2003). Segundo Falcone (2001), o treinamento em
habilidades sociais permite o desenvolvimento de capacidades para defender os próprios
direitos, expressar opiniões, recusar pedidos, entre outros.
Os Experimentos Comportamentais têm como objetivo expor o indivíduo a
situações que representam ansiedade, o que deve ser feito de maneira gradual. O
primeiro passo é construir junto com o paciente uma lista das situações temidas, do item
que causa menos ansiedade ao que causa mais ansiedade e desconforto (Wolpe, 1973).
Esse procedimento pode ser realizado de duas maneiras: por meio da imaginação, a
partir da geração de imagens mentais, e exposição in vivo, na qual há a confrontação
com o estímulo que representa medo ao paciente.
No tratamento da Fobia Social o trabalho em grupo tem sido referenciado como
apropriado e vantajoso, por proporcionar ao indivíduo o relacionamento com outras
pessoas do grupo, ou seja, o contato social por si só é estimulado diminuindo o
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isolamento (Hofmann, 2004). D'el Rey, Greenberg, Husni e Cejkinski (2007)
desenvolveram uma pesquisa a fim de verificar a efetividade da terapia cognitivo-
comportamental em grupo, em 29 sujeitos com FS. A amostra, dividida em dois grupos
(intervenção e controle), apontou para melhoras superiores no grupo que recebeu a
intervenção baseada nas técnicas cognitivas e/ou comportamentais.
As exposições que são geradas pelo grupo, favorecem a reestruturação cognitiva.
Para o transtorno de ansiedade social o grupo possui três componentes elementares:
exposição na sessão, reestruturação cognitiva e tarefas de casa, sendo a primeira parte
essencial do tratamento, responsável por romper com o ciclo de ansiedade social. Além
disso, é relevante que as intervenções cognitivas ocorram sempre antes, durante e após
cada exposição. Assim, um dos objetivos da terapia em grupo é fazer o paciente tornar-
se o seu próprio terapeuta, para que o mesmo consiga enfrentar as situações
ansiogênicas (Picon & Knijnik, 2008).
De acordo com Neufeld (2011), existem quatro modalidades de intervenções
cognitivo-comportamentais em grupo: 1) psicoeducação, 2) grupos de apoio, 3) grupos
de orientação e/ou treinamento e 4) grupos terapêuticos. Cada uma tem sua
especificidade, mas, a atividade psicoeducativa se encontra presente em todas elas,
tendo como atributo o fornecimento de informações sobre a natureza dos problemas, as
dificuldades dos participantes e os conhecimentos sobre as características, os cursos e os
tratamentos eficazes. Além disso, permite que os pacientes reconheçam suas
dificuldades e o que está relacionado a elas (pensamentos, emoções, comportamentos) e
discutam estratégias de intervenção para promover mudanças.
A modalidade de intervenção psicoeducativa é de curta duração, geralmente com 6 a
10 sessões de grupo semanais ou quinzenais e que são previamente estruturadas. A
psicoeducação é uma ferramenta usada pelo terapeuta com a função de simplificar a
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queixa do participante do grupo. O terapeuta demonstra aos participantes a sua
patologia em todo o contexto, a fim de que entendam e passem a colaborar ativamente
com todo o processo terapêutico. Dessa forma, durante as sessões de psicoterapia, irão
existir discussões sobre as queixas e sobre a melhor forma de encarar seu tratamento.
Outros autores como Leung e Heimberg (1996) sugerem sessões de psicoterapia em
grupo - de 6 a 12 sessões semanais com duas horas e meia de duração, dois terapeutas,
técnicas de psicoeducação, técnicas cognitivas, exposição a simulações de situações
provocadoras de ansiedade durante as sessões de terapia e tarefas de casa para
exposição ao vivo para situações previamente levantadas nas sessões. Heimberg et al,
(1998), apresentam um programa de 12 sessões, de 2 horas e meia, com grupo composto
por cinco a sete pacientes com o enfoque em técnicas cognitivas estabelecimento de
metas comportamentais, experimentos comportamentais usados nas situações de
exposição e tarefas de casa. Gelernter et al, (1991), desenvolveram um programa com
dois terapeutas, 10 pacientes por grupo, sessões de duas horas semanais - 12 semanas,
técnicas cognitivas, simulação, nas sessões, de exposição a situações sociais e tarefas de
casa personalizadas.
De acordo com a revisão de Falcone (1995), entre as vantagens do tratamento em
grupo da fobia social, são: maior variedade de ensaio comportamental com um número
maior de pessoas; generalização mais rápida dos ganhos terapêuticos; maior quantidade
de feedback efetivo dos desempenhos (reforço social); maior experiência com um
número maior de situações problema e mais suporte para solucioná-las; maior
disponibilidade de modelos múltiplos; intensificação da aprendizagem de discriminação
e maior generalização de novos comportamentos de enfrentamento para uma faixa mais
ampla de situações.
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Alguns critérios devem ser considerados, especialmente, para a composição do
grupo. O grupo deve ser balanceado por gênero, idade e gravidade da FS. São indicados
para compor a TCCG pacientes com gravidade semelhante e que apresentem
desempenho interpessoal adequado frente a situações que desencadeiem ansiedade. O
número ideal de pacientes para compor o grupo é em torno de seis, e o de terapeutas,
dois. A resposta ao tratamento também depende do número de comorbidades e da
gravidade dos sintomas, sendo que no caso de existirem comorbidades o tratamento, em
geral se torna mais prolongado.
A terapia em grupo apresenta algumas vantagens em relação à terapia individual,
visto que o grupo funciona como uma situação social vivida pelo paciente e observada
pelo terapeuta. Sendo assim, é uma oportunidade de os indivíduos compartilharem
experiências de enfrentamento da FS e de identificação, contribuindo para uma
minimização ou até superação de sintomas.
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2. JUSTIFICATIVA
A fobia social, dentre os transtornos de ansiedade, evidencia diversos sintomas e
características incapacitantes. Muitas vezes passa despercebida, pois é confundida com
uma timidez excessiva, porém vai além do que muitos pensam. É um transtorno mental
grave que traz sofrimento e perdas de oportunidades para o indivíduo acometido em
diversas esferas do seu cotidiano. O medo de falar em público é umas das manifestações
mais comuns da Fobia Social, desta forma, pensando no meio acadêmico, o estudante
passará por situações que terá que falar em público, expondo-se para seus colegas e
professores. Além disso, construirá relações de amizade no decorrer de sua trajetória
acadêmica, seja pelas situações de sala de aula, ou contextos sociais extra-acadêmicos.
Em situações como essas, a fobia social pode resultar em sofrimento excessivo e gerar
graves limitações. Este trabalho tem como objetivo elaborar um manual que contempla
uma proposta de intervenção psicoeducativa com foco na fobia social para estudantes
universitários. Esta proposta de intervenção psicológica presente neste manual é
relevante, pois poderá orientar psicólogos ou serviços psicológicos que podem ser
implantados nas universidades ou faculdades para dar suporte aos estudantes baseado na
terapia cognitivo-comportamental em grupo, estruturada em 10 sessões.
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3. OBJETIVO GERAL
Elaborar um manual que contempla uma proposta de intervenção psicoeducativa
grupal, com foco na fobia social, para estudantes universitários.
3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar revisão integrativa da literatura sobre a Fobia Social em universitários.
Desenvolver sessões em grupo com base na Terapia Cognitivo Comportamental que
favoreçam os estudantes universitários com Fobia Social.
Compreender como desenvolver um manual como produto educacional.
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4. MÉTODO
Para elaborar o produto educacional no formato de manual que contempla proposta
de intervenção grupal psicológica para fobia social para estudantes universitários,
pesquisou-se em banco de dados Scielo, com a finalidade revisão da literatura a respeito
da fobia social, fobia em estudantes universitários, tratamento da fobia social por meio
da terapia cognitivo-comportamental, terapia em grupo, psicoeducação na terapia
cognitivo-comportamental.
Para elaboração deste manual, organizou-se a revisão integrativa sobre estudos
acerca da fobia social, fobia social em universitários e intervenções baseadas na TCC
conforme exposto na tabela 1.
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5. RESULTADOS
Os resultados deste trabalho de conclusão de curso serão apresentados no formato
de um manual que contempla uma proposta de intervenção grupal psicoeducativa para
estudantes universitários com o foco na fobia social.
Um material educativo tem como finalidade ser o ponto de partida para discussões
relacionadas à saúde, é importante para que os participantes entendam hábitos mais
adequados e façam parte da transformação na saúde, sendo a parte ativa desse processo.
A utilização de materiais educativos impressos da área da saúde é prática comum no
Sistema Único de Saúde (SUS). Manuais de cuidado em saúde, folhetos e cartilhas são
capazes de promover resultados expressivos para os participantes das atividades
educativas (Echer, 2005).
Tabela 1 : Revisão integrativa sobre Fobia social em universitários
Temática No de
referências
Referências
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22
MANUAL DE INTERVENÇÃO GRUPAL
PSICOEDUCATIVA PARA ESTUDANTES
COM FOBIA SOCIAL
LARISSA LAÍS DOS SANTOS
MÔNICA DE OLIVEIRA OSÓRIO
Recife
2017
23
APRESENTAÇÃO
Este manual descreve a sequencia de 10 sessões de um método de tratamento
dos sintomas da Fobia Social e tem como referencial teórico a terapia cognitivo
comportamental. O método de tratamento é denominado Terapia Cognitivo-
Comportamental em Grupo (TCCG). Contém informações necessárias para
compreensão da Fobia Social, bem como do tratamento. O tratamento em grupo
proporciona a possibilidade de compartilhar informações e experiências com outras
pessoas que apresentam os mesmos problemas, diminuindo assim a percepção de
isolamento e a vergonha que, em geral, acompanha os portadores da Fobia Social.
Um material educativo tem como finalidade ser o ponto de partida para
discussões relacionadas à saúde, é importante para que os participantes entendam
hábitos mais adequados e façam parte da transformação na saúde, sendo a parte
ativa desse processo. A utilização de materiais educativos impressos da área da
saúde é prática comum no Sistema Único de Saúde (SUS). Manuais de cuidado em
saúde, folhetos e cartilhas são capazes de promover resultados expressivos para
os participantes das atividades educativas (Echer, 2005).
24
SOBRE A FOBIA SOCIAL
Fonte: Google imagens
Sentir-se ansioso é normal a qualquer ser humano, mas quando começa a
aparecer sem que haja um estímulo, ou seja, sem ter um motivo aparente ou quando
a reação ansiosa é desproporcional ao estímulo e reações muito drásticas a
estímulos que normalmente teriam de desencadear respostas menores por parte do
indivíduo, essa ansiedade pode ser considerada patológica (Loch, 2009).
A ansiedade pode ser definida como um sentimento caracterizado por
desconforto ou tensão derivado da antecipação de perigo, de algo desconhecido ou
estranho. Os Transtornos de ansiedade incluem transtornos que compartilham
características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais
relacionados.
A fobia social é um desses tipos de transtorno e tem como características a
ansiedade ou esquiva em contextos sociais, nos quais acreditam serem avaliados, ou
em situações que estão diante de desconhecidos ou pouco familiares, ou quando é
observado em atividades rotineiras. Nestas situações, apresentam ideação
cognitiva na qual é apreciado de forma negativa ou ofensiva, ou com humilhação
(APA, 2013).
25
PRINCIPAIS SINTOMAS DA FOBIA SOCIAL (DSM – 5, 2013):
- Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo
é exposto a possível avaliação por outras pessoas e situações de desempenho diante de
outros;
- O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados
negativamente;
- As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade;
- As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade;
- O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e
o contexto sociocultural;
- O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses;
- O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Fonte: Google imagens
26
FOBIA SOCIAL EM UNIVERSITÁRIOS
A Fobia Social (FS) apresenta significativa interferência nas rotinas de trabalho,
acadêmicas e sociais. Esse tipo de medo é frequente nas universidades, o estudante
passará por várias situações nas quais é preciso falar em público, expor-se para os colegas
e professores.
O medo de falar em público em estudantes universitários pode transformar-se em um
sofrimento muito grande por representar um aspecto bastante valorizado no meio
acadêmico(Escudero, 1999)
Fonte: Google imagens
As exigências acadêmicas de apresentação de trabalhos e seminários em sala de aula,
ou mesmo exposição de opiniões em grupo, são bastante frequentes na vida universitária,
podendo produzir alto nível de ansiedade (Martinez et al., 2000). A fobia social pode
prejudicar o desenvolvimento do sujeito e interferir de forma negativa no meio acadêmico
e, consequentemente, na qualidade de vida. Portanto, a identificação precoce é relevante,
para que estratégias de intervenção sejam construídas com intuito de impedir que este
transtorno interfira na vida acadêmica; já que sujeitos fóbicos sociais raramente procuram
tratamento para este tipo de patologia (Sheeran & Zimmerman, 2002).
27
A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL Em GRUPO
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) baseia-se no modelo cognitivo, que
pressupõe que as cognições influenciam as emoções e comportamentos (Beck, 1997), que,
por sua vez, são afetados pela interpretação e/ou percepção das situações (Breshi &
Castro, 2013). Trata-se de uma abordagem psicoterapêutica educativa, focal e baseada em
discussões, em que o terapeuta assume uma postura diretiva e colaborativa, utilizando-se
de técnicas cognitivas e comportamentais.
No tratamento da Fobia Social, o trabalho em grupo tem sido referenciado como
apropriado e vantajoso, por proporcionar ao indivíduo o relacionamento com outras pessoas
do grupo, ou seja, o contato social por si só é estimulado diminuindo o isolamento (Hofmann,
2004).
As exposições que são geradas pelo grupo favorecem a reestruturação cognitiva.
Para o transtorno de ansiedade social o grupo possui três componentes elementares:
exposição na sessão, reestruturação cognitiva e tarefas de casa, sendo a primeira parte
essencial do tratamento, responsável por romper com o ciclo de ansiedade social.
Fonte: Google imagens
28
PSICOEDUCAÇÃO PARA UNIVERSITÁRIOS COM FOBIA SOCIAL
Fonte: Google imagens
Estratégias de suporte psicológico aos estudantes com fobia social, para perceberam
sua dificuldade e para controlar esta ansiedade e conseguir concluir seus cursos, são
relevantes no contexto universitário, visto que a fobia social tem impacto negativo tanto no
funcionamento acadêmico quanto nos relacionamentos sociais (Figueiredo e Barbosa, 2008).
A psicoeducação tem por finalidade proporcionar informações sobre a natureza dos
problemas, as dificuldades dos participantes e os conhecimentos sobre as características,
os cursos e os tratamentos eficazes. Além disso, permite que os pacientes reconheçam
suas dificuldades e o que está relacionado a elas (pensamentos, emoções, comportamentos)
e discutam estratégias de intervenção para promover mudanças.
A psicoeducação é uma ferramenta usada pelo terapeuta com a função de simplificar a
queixa do participante do grupo. O terapeuta demonstra aos participantes a sua patologia
em todo o contexto, a fim de que entendam e passem a colaborar ativamente com todo o
processo terapêutico. Dessa forma, durante as sessões de psicoterapia, irão existir
discussões sobre as queixas e sobre a melhor forma de encarar seu tratamento.
Na técnica reestruturação cognitiva, os pacientes com fobia social são ensinados a
identificar os pensamentos, fazer o teste da realidade e corrigir os conteúdos distorcidos
e as crenças disfuncionais subjacentes. Esta reavaliação e correção das cognições
distorcidas permitem ao paciente perceber que na grande maioria das vezes estava
29
hipervalorizando negativamente uma situação e desvalorizando sua capacidade de
enfrentamento da mesma situação.
As técnicas de relaxamento ajudam o paciente a controlar sintomas fisiológicos antes
ou durante os eventos temidos. São apropriadas a pacientes com fobia social que
apresentam intensos sintomas fisiológicos de ansiedade durante uma situação social ou de
desempenho (Öst, Jerremalm & Johansson, 1981).
O uso de técnicas de treinamento de habilidades sociais tem sido recomendado para
todos os pacientes com fobia social, quer manifestem déficit de habilidades sociais quer
não, pois este recurso tem se mostrado bastante eficaz em reduzir a ansiedade no
confronto interpessoal (Lincoln & cols., 2003).
Os experimentos comportamentais têm como objetivo expor o indivíduo a situações que
representam ansiedade, o que deve ser feito de maneira gradual. O primeiro passo é
construir junto com o paciente uma lista das situações temidas, do item que causa menos
ansiedade ao que causa mais ansiedade e desconforto (Wolpe, 1973).
30
INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA EM GRUPO PARA UNIVERSITÁRIOS COM
FOBIA SOCIAL
A modalidade de intervenção psicoeducativa em grupo será de curta duração. Neste
manual, a proposta de intervenção está estruturada em 10 sessões, sendo sua frequência
de uma vez por semana. Seguirá as seguintes orientações:
- As reuniões do grupo serão realizadas na própria faculdade. O dia e horário serão
marcados previamente.
- Um psicólogo será responsável pelo grupo em todas as sessões. O seu papel é de minimizar
o sofrimento dos participantes, apresentando-se de forma não punitiva e sim de maneira
acolhedora, encorajando o reconhecimento e a identificação de pensamentos disfuncionais
e ensinando os participantes a utilizar as técnicas necessárias a fim de antigirem suas
metas. Tanto o terapeuta quanto os participantes tem um papel ativo.
- Através da divulgação da formação do grupo para os professores, os mesmos indicarão
estudantes. Os estudantes também poderão se inscrever sem a indicação dos professores.
Serão feitas, previamente, entrevistas individuais com as pessoas que desejam participar,
mostrando o objetivo do trabalho e se a pessoa realmente tem perfil para aquela
modalidade e assim, convidar para o grupo. O grupo é contraindicado para estudantes que
tenham outros transtornos além da Fobia Social.
- Grupo de 08 a 10 estudantes com equivalência entre os sexos e sintomas fóbicos sociais
similares.
- Cada sessão terá duração média de duas horas, podendo variar.
- Se houver necessidade de falta, os estudantes deverão avisar com antecedência sempre
que possível. Serão desligados do grupo os estudantes que tiverem duas faltas consecutivas
31
sem justificativa prévia. Procure chegar no horário, mas não deixe de comparecer por
motivo de atraso.
- Os estudantes que não estiverem se sentindo bem ou acreditarem que não estejam se
beneficiando com o grupo, têm liberdade, a qualquer momento, de solicitar o próprio
desligamento.
32
DESCRIÇÃO DE CADA SESSÃO DA INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA GRUPAL
SESSÃO 1: Constituição do grupo
1. Momento de “quebra-gelo”:
Objetivo: Criar um ambiente favorável de interação entre os integrantes do grupo.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Ao iniciar o grupo será realizada uma atividade. O grupo será dividido em
duplas através de um jogo de memória, após essa divisão, será dado um momento para que
as duplas possam conversar e falar sobre suas características, qualidades e outros
assuntos. Depois do momento de conversa, cada dupla irá ficar de pé e os integrantes terão
que apresentar seu par.
Materiais necessários: Cadeiras e jogo da memória.
2. Aplicação da Escala de Fobia Social de Liebowitz
Objetivo: Esse exercício será feito no ultimo encontro novamente, com o objetivo de
comparar os escores da primeira com os escores da última sessão e como forma de
autopercepção do participante de como ele se enxerga.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Cada participante do grupo receberá a Escala de Fobia Social de Liebowitz
(Santos, 2012) para preencher (anexo), a fim de listar os sintomas mais e menos
prevalentes. Neste teste serão apresentadas 24 situações do cotidiano que podem ou não
causar a sensação de ansiedade ou medo, e podem ser situações evitativas, 11 itens
referem-se a interação social e 13 à apresentação publica. O escore total é calculado com a
soma de todas as pontuações. O resultado é alcançado através da soma das respostas e é
classificado como: Fobia Social Moderada (55-65); Fobia Social Média (66-88); Fobia
Social Grave (81-95) e Fobia Social Muito Grave (> 95).
Através dos escores, analisar os resultados individualmente ou com o grupo (caso se sintam
confortáveis) com o objetivo de fazer com que cada participante se analise diante daquele
resultado.
*Deixar claro que a escola sozinha não faz diagnóstico.
Materiais necessários: Cadeiras, folha de resposta da escala para todos os integrantes
do grupo.
33
3. Contrato terapêutico
Objetivo: Criar o contrato terapêutico a fim de esclarecer dúvidas e estabelecer regras.
Duração: 15 minutos.
Procedimento: O contrato terapêutico será feito através de acordos realizados entre o
facilitador e participantes do grupo. Será definido dia, horário, duração das sessões, local
dos encontros grupais (sala), esclarecimentos sobre faltas, atrasos e o sigilo. O contrato
será digitado pelo facilitador e cada participante receberá uma cópia.
Materiais necessários: Cadeiras, papéis, lápis e canetas.
4. Metas e Objetivos
Objetivo: Fazer com que os participantes criem metas e objetivos a serem alcançados,
assim lembrando-se do por que está no grupo e aonde quer chegar.
Duração: 15 minutos.
Procedimento: Serão traçadas metas e objetivos dos participantes do grupo. Cada
participante, de forma individual, irá listar suas metas e objetivos com as sessões em
grupo. Devem compartilhar caso se sintam confortáveis.
Materiais necessários: lápis, canetas, cadeiras e papéis.
34
SESSÃO 2: Sobre a Fobia Social
1. Psicoeducação sobre a Fobia Social e seus sintomas:
Objetivo: É importante para os participantes conhecerem o que é a Fobia Social e sua
repercussão nos aspectos globais da vida.
Duração: 40 minutos.
Procedimento: O psicoterapeuta irá formar uma roda de conversa e irá falar sobre o
transtorno, tirando as dúvidas que surgirem e respondendo perguntas como: O que é Fobia
Social? Qual a prevalência? E a incidência? Qual o curso do transtorno? Qual o impacto na
vida pessoal, profissional e familiar?
Materiais necessários: Cadeiras.
2. Terapia Cognitivo-Comportamental:
Objetivo: Esclarecer a abordagem que será utilizada para o grupo e as respectivas
técnicas.
Duração: 40 minutos.
Procedimento: O psicoterapeuta irá formar uma roda de conversa e irá falar sobre a
Terapia Cognitivo-Comportamental tirando as dúvidas que surgirem e respondendo
perguntas como: Porque TCC? Qual o seu objetivo? Quais as técnicas que serão utilizadas?
Porque em grupo?
Materiais necessários: Cadeiras.
Tanto na atividade 1 como na atividade 2, as perguntas estão dentro de duas caixas, uma
para fobia social e outra para TCC, os participantes irão tirar as perguntas e o terapeuta
irá responde-las. Caso algum participante queira responder, também poderá fazer suas
contribuições.
3. Tarefa de casa
Objetivo: Esclarecer dúvidas a respeito do que foi trabalhado durante a sessão.
Procedimento: Anotar as dúvidas sobre o que foi feito na primeira sessão para que seja
discutido com o grupo no próximo encontro.
35
SESSÃO 3: O cotidiano diante da Fobia Social
1. Sobre a tarefa de casa:
Objetivo: Esclarecer as dúvidas que foram trazidas pelos participantes na tarefa de casa.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Discussão em grupo sobre as dúvidas.
Materiais necessários: Materiais que os participantes trouxeram de casa.
2. Atividade - Dinâmica do alfabeto:
Objetivo: Estimular o diálogo entre os participantes do grupo e levar os participantes a
pensarem que no cotidiano existem menos limitações para manter-se em uma conversa,
assim, o medo neste contexto pode ser exagerado.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Dentro de uma caixa estará todas as letras do alfabeto, elas serão
sorteadas pelo terapeuta e cada dupla deverá iniciar e manter a conversa utilizando uma
letra do alfabeto para compor a primeira palavra emitida na conversa.
Materiais necessários: Caixa, papel para escrever as letras do alfabeto, canetas.
3. Tarefa de casa
Objetivo: Verificar os prós e os contras quando tem que iniciar e/ou se manter em uma
conversa.
Procedimento: O facilitador do grupo deverá propor uma situação (algum caso) e diante
disso os participantes terão que construir uma tabela que contenha de um lado as
vantagens, e, do outro, as desvantagens da situação.
36
SESSÃO 4: Relações Sociais
1. Sobre a tarefa de casa:
Objetivo: Reestruturação cognitiva, mostrando que existem outros pontos de vista diante
de alguma situação.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Discussão em grupo sobre as possíveis respostas trazidas pelos
participantes. O terapeuta tem o dever de mediar à discussão e contribuir para a
reestruturação cognitiva, transformando algum ponto negativo em positivo através da
orientação profissional.
Materiais necessários: Materiais que os participantes trouxeram de casa.
2. Atividade – Dinâmica da garrafa
Objetivo: Observar os comportamentos apresentados por cada participante do grupo e ao
final da dinâmica, promover a reflexão sobre o que foi observado e o que eles sentiram
durante o momento de atividade.
Duração: 40 minutos.
Procedimento: O grupo terá que colocar a caneta dentro da garrafa apenas segurando nas
pontas dos cordões. Os participantes farão um círculo e no meio será colocada uma garrafa
vazia. Cada participante segura na ponta de um cordão que estará ligado a uma caneta no
centro. Através da cooperação do grupo, o terapeuta conseguirá observar como os
estudantes reagem no grupo, além de habilidades de liderança, comunicação através das
sugestões dos colegas para a resolução das questões, a assertividade ao não aceitar a
sugestão, e outras tantas questões que surgem neste contexto. O que foi observado será
discutido em grupo a fim de trazer reflexão.
Materiais necessários: garrafa, caneta e cordões coloridos.
3. Tarefa de casa
Objetivo: Reforçar a necessidade de desenvolver contato com outras pessoas.
Procedimento: Será sugerido como tarefa de casa ao grupo que pesquisem algumas músicas
e/ou textos para serem apresentadas na próxima sessão. No encontro seguinte cada
integrante terá que ler o texto ou colocar a música e explicar o porquê daquela escolha.
37
SESSÃO 5: Relaxar é preciso
1. Sobre a Tarefa de casa + Psicoeducação
Objetivo: Esclarecer sobre os sintomas ansiosos e pensamentos disfuncionais através do
que será relatado pelo grupo.
Duração: 40 minutos.
Procedimento: Os participantes irão apresentar as suas escolhas (músicas ou textos) e
dirão o motivo dessa escolha. O terapeuta irá observar os sintomas que podem aparecer.
Após esse momento, os participantes irão listar o que eles sentiram enquanto estavam
apresentando. Diante do que será falado, o terapeuta irá falar os sintomas ansiosos e
pensamentos disfuncionais.
Materiais necessários: Aparelho de som e cadeiras.
2. Técnica de relaxamento
Objetivo: Apresentar técnicas de respiração e relaxamento a fim de aliviar os sintomas
diante de uma situação ansiosa.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Um profissional será convidado para falar sobre e apresentar algumas
Técnicas de Relaxamento e Respiração.
Materiais necessários: Colchonetes e cadeiras.
3. Tarefa de casa
Objetivo: Utilizar alguma técnica aprendida em alguma situação de ansiedade ou medo.
Procedimento: Caso passe por alguma situação de medo ou ansiedade, utilizar alguma
técnica de relaxamento e no próximo encontro relatar sobre a experiência.
38
SESSÃO 6: Trocando experiências
1. Sobre a atividade de casa
Objetivo: Troca de experiência entre os participantes e feedback sobre as técnicas de
relaxamento.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Diálogo entre o facilitador e os participantes sobre as experiências.
Conversar sobre as técnicas e se elas foram uteis ou não. Ajuda-los a pensar sobre o
assunto.
Materiais necessários: Materiais que os participantes trouxeram de casa.
2. Entendendo os medos
Objetivo: Entender e analisar os próprios medos e de onde eles veem.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Cada participante escolhe uma situação que lhe cause medo e a partir disso
alguns questionamentos serão feitos: Você percebe qual o motivo do seu medo? Sinta como
é o seu medo. Utilize uma técnica de relaxamento. O que você perde se evitar esta
situação? Qual sua decisão? Logo após esse momento, refletir com os participantes a
respeito das suas decisões.
Materiais necessários: Cadeiras, papéis e canetas se necessário.
3. Tarefa de casa
Objetivo: Refletir a respeito das situações que serão colocadas no quadro.
Procedimento: Construir um quadro contendo três itens para responder:
1. Situação de medo, ansiedade ou evitação.
2. Pensamentos Automáticos (O que passou pela minha cabeça?)
3. O que eu fiz diante da situação?
39
SESSÃO 7: Pensamentos automáticos
1. Sobre a Tarefa de casa:
Objetivo: Identificar os pensamentos negativos automáticos que sustentam os medos de
situações sociais.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Discussão em grupo sobre o que cada participante trouxe sobre as
situações que causam ansiedade e refletir sobre o que poderia ter sido feito ou pensado de
forma diferente.
Materiais necessários: Materiais que os participantes trouxeram de casa.
2. Atividade – O que poderia ter acontecido diferente?
Objetivo: Analisar os pensamentos diante das situações trazidas na discussão da tarefa de
casa e substituí-los por uma forma mais positiva e realista de olhar para as situações
sociais.
Duração: 1 hora.
Procedimentos: Cada participante irá escolher uma das situações citadas em sua tarefa e
entre o grupo, vão encenar tal situação. Como por exemplo, apresentar um trabalho diante
da turma, será encenado uma apresentação. Os outros podem opinar sobre o que foi
encenado e no final, rever a forma de pensar negativamente diante de algo.
Materiais necessários: Lápis, canetas, papeis e cadeiras.
3. Tarefa de casa
Objetivo: Enfrentar gradativamente as situações que deixam os participantes ansiosos ou
com medo.
Procedimento: Fazer uma lista de dez situações que os deixem ansiosos e classifica-las,
colocando a mais estressante em primeiro lugar. Começando no fim da lista, tentar
enfrentar gradualmente cada uma das situações.
Duração: Essa tarefa será fixa durante as semanas seguintes, além das próximas que
serão passadas.
40
SESSÃO 8: Situações vividas
1. Sobre a Tarefa de casa:
Objetivo: Dialogar em grupo sobre as situações vividas pelos participantes a fim de
proporcionar um momento de troca de experiências.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Uma roda de conversa em que cada participante irá falar como foi a
primeira semana de enfrentamento a situações que causam ansiedade. Existirá um momento
de escuta e troca de experiências entre eles. O psicólogo irá mediar esse momento, com o
objetivo de sempre mostrar os pontos positivos e tentar mostrar que nos pensamentos
negativos existem outros caminhos. Incentivar para que a tarefa continue sendo realizada
e esclarecer que os participantes podem esperar até sentirem-se confortáveis entre uma
situação e outra. A ideia é superar a ansiedade, não aumentá-la. Também deve dizer que
não existe problema em demorar um pouco para completar a lista, eles devem lembrar-se
das metas e objetivos que construíram.
Materiais necessários: Cadeiras.
2. Atividade – Você não está sozinho:
Objetivo: Falar sobre a importância do diálogo entre família e amigos próximos com os
participantes do grupo.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Exposição sobre a importância da família e dos amigos próximos no
tratamento da Fobia Social. Mostrar aos participantes que não estão sozinhos e que podem
conversar sobre o assunto com quem eles se sentirem confortáveis. Abrir um momento para
o diálogo entre eles.
Materiais necessários: projetor e cadeiras.
3. Tarefa de casa:
Objetivo: Fazer com quer o grupo tente iniciar uma conversa com uma pessoa de sua
escolha, sendo da família ou amigos mais próximos.
Procedimento: Conversar sobre a Fobia Social e sobre assuntos pertinentes aos envolvidos
nessa conversa.
41
SESSÃO 9: : E a família ... E as relações sociais ....
1. Sobre a Tarefa de casa (Da sessão 7):
Objetivo: Reforçar a importância da família junto ao tratamento e da superação de cada
situação que eles consigam vivenciar.
Duração: 40 minutos.
Procedimento: Continuar com a troca de experiência sobre a lista de situações que causam
ansiedade e falar sobre os diálogos que aconteceram com os amigos e familiares.
2. Atividade:
Objetivo: Analisar os pensamentos diante das situações listadas pelos participantes e
substituí-los por uma forma mais positiva e realista de olhar para as situações sociais.
Duração: 1 hora.
Procedimentos: Eles irão escolher alguma situação da lista que ainda não conseguiram
enfrentar, explicar os motivos pelos quais não as fizeram e irão encenar essa situação.
Após esse momento, irão explicar como se sentiram e se o pensamento foi modificado. O
terapeuta tem o papel de auxiliá-los nessa atividade em tudo o que for necessário.
Materiais necessários: Lápis, canetas, papeis e cadeiras.
42
SESSÃO 10: Finalizando ...
1. Sobre a Tarefa de casa:
Objetivo: Dialogar em grupo sobre as situações vividas pelos participantes a fim de
proporcionar um momento de troca de experiências.
Duração: 1 hora.
Procedimento: Uma roda de conversa onde cada participante irá falar como foi a primeira
semana de enfrentamento a situações que causam ansiedade. Existirá um momento de
escuta e troca de experiências entre eles. O psicólogo irá mediar esse momento, com o
objetivo de sempre mostrar os pontos positivos e tentar mostrar que nos pensamentos
negativos existem outros caminhos. Incentivar para que a tarefa continue sendo realizada
e esclarecer que os participantes podem esperar até sentirem-se confortáveis entre uma
situação e outra. A ideia é superar a ansiedade, não aumentá-la. Também deve dizer que
não existe problema em demorar um pouco para completar a lista, eles devem lembrar-se
das metas e objetivos que construíram.
Materiais necessários: Cadeiras.
2. Aplicação da Escala de Fobia Social de Liebowitz
Objetivo: Comparar os escores obtidos na primeira sessão com os obtidos na última.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Cada participante do grupo receberá a Escala de Fobia Social de Liebowitz
(Santos, 2012) para preencher (anexo), a fim de listar os sintomas mais e menos
prevalentes. Neste teste serão apresentadas 24 situações do cotidiano que podem ou não
causar em a sensação de ansiedade ou medo, e podem ser situações evitativas, 11 itens
referem-se à interação social e 13 à apresentação publica. O escore total é calculado com a
soma de todas as pontuações. O resultado é alcançado através da soma das respostas e é
classificado como: Fobia Social Moderada (55-65); Fobia Social Média (66-88); Fobia
Social Grave (81-95) e Fobia Social Muito Grave (> 95).
Materiais necessários: Cadeiras, folha de resposta da escala para todos os integrantes
do grupo.
3. Feedback
43
Objetivo: Ouvir dos participantes como foi a experiência de participar do grupo. Comparar
os escores. Falar sobre as metas e objetivos.
Duração: 30 minutos.
Procedimento: Cada participante terá um momento para falar sobre sua experiência
participando do grupo, pontos positivos e negativos. O facilitador também falará ao final e
logo em seguida, os participantes poderão olhar seus escores poder compará-los. O
facilitador deixará claro que isso é apenas uma escala e não pode ser usada sozinha como
critério de diagnóstico, é apenas para que eles tenham noção dos avanços ou não. Também
será discutido se as metas e objetivos que cada um traçou para si foram atingidos, e caso
falte algum, pensar no que poderá ser feito para atingir.
Materiais necessários: Folhas dos escores e folhas com as metas e objetivos.
44
CONCLUSÃO
A fobia social pode interferir na vida acadêmica do estudante e na sua
qualidade de vida. A proposta de intervenção construída aqui tem como intuito
oferecer um espaço de fala e de psiceducação visando minimizar as repercussões
no quotidiano social e orientar profissionais e instituições. As técnicas propostas
nesse manual durante as sessões foram: Reestruturação Cognitiva, Treino de
Relaxamento, Habilidades Sociais e Inicio de Experimentos Comportamentais
(exposição) com o objetivo psicoeducativo para universitários com Fobia social.
Os participantes serão estimulados a continuar a utilização das técnicas
aprendidas para alcançar outros objetivos após o término do grupo. Se algum
paciente necessitar e quiser continuar o tratamento, serão feitos
encaminhamentos para outros serviços ou se existir a possibilidade de realizar
outro grupo. É importante investir, dentro das universidades em iniciativas como
essa e que podem gerar resultados positivos para todos, tanto na vida pessoal como
na acadêmica. Cabe também à universidade criar um ambiente que garanta o pleno
desenvolvimento do indivíduo.
A abordagem educativa deve estar presente nas ações de promoção da
saúde e prevenção de doenças na vida cotidiana da população, facilitando a
incorporação de práticas corretas de forma a atender suas reais necessidades.
Esta ação educativa deverá ser de comunicação, de diálogo, pois somente motivado
e capacitado o indivíduo poderá incorporar novos significados e valores para
melhorar sua saúde e qualidade de vida (Echer, 2005).
45
REFERÊNCIAS
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46
ANEXOS
Escala de Fobia Social - Liebowitz
Data:
Idade:
MEDO OU ANSIEDADE
0 = Nenhum
1 = Leve
2 = Moderado
3 = Intenso
EVITAÇÃO
0 = Nunca
1 = Ocasionalmente
2 = Frequentemente
3 = Geralmente
1. Telefonar em público (P).
2. Participar de pequenos grupos (P).
3. Comer em locais públicos (P).
4. Beber com outros em locais públicos (P).
5. Falar com pessoas em posição de autoridade (S).
6. Agir, realizar ou falar em frente a uma audiência (P).
7. Ir a uma festa (S).
8. Trabalhar sendo observado (P).
9. Escrever sendo observado (P).
10. Chamar alguém que você não conhece muito bem (S).
11. Falar com pessoas que você não conhece muito bem (S).
12. Encontrar com estranhos (S).
13. Urinar em banheiro público (P).
14. Entrar em uma sala onde outros já estão sentados (P).
15. Ser o centro das atenções (S).
16. Falar em uma reunião (P).
17. Fazer uma prova (P).
18. Expressar uma discordância ou desaprovação para pessoas que
você não conheça bem (S).
19. Olhar nos olhos de pessoa que você não conheça bem (S).
20. Relatar algo para um grupo (P).
21. Tentar paquerar alguém (P).
22. Devolver mercadorias para uma loja (S).
23. Dar uma festa (S)
24. Resistir as pressões de um vendedor (S).
ESCORE TOTAL.
47
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fobia social entre os universitários pode dificultar o desempenho acadêmico,
interferir negativamente no desenvolvimento do aluno e no processo de formação
profissional e pessoal. O medo de falar em público em estudantes universitários,
apresentação de trabalhos e seminários em sala de aula, ou mesmo exposição de
opiniões em grupo pode transformar-se em um sofrimento muito intenso, gerando alto
nível de ansiedade, até impossibilidades de participação (Escudero, 1999; Martinez et
al. (2000); Figueredo e Barbosa (2008); Iancu et. al (2011); Baptista et. al (2012),
Nascimento (2013)).
A abordagem grupal, além do compartilhamento das experiências vividas, permite a
exposição que acelera as desconstruções de crenças disfuncionais, facilitando o
processo de reestruturação cognitiva, também funciona como apoio, ao motivar as
situações de enfrentamento. A escolha do número 10 de sessões e de participantes entre
08 a 10 estudantes no grupo se deu a partir de estudos sobre intervenções grupais
psicoeducativas. (Gelernter et al, 1991; Leung e Heimberg (1996); Heimberg et al,
1998).
Não é fácil encontrar publicações, ou até mesmo capítulos de livros, abordando o
atendimento em grupo na abordagem cognitivo-comportamental nas universidades, mas
o manual é uma forma importante para ajudar no atendimento da população de um
modo geral e de universitários em particular. Com esse manual haverá benefícios tanto
para os alunos como para a própria instituição de ensino, que passa a oferecer um
diferencial na formação dos estudantes.
A fobia social pode prejudicar o desenvolvimento do sujeito e interferir de forma
negativa no meio acadêmico e, consequentemente, na qualidade de vida. Portanto, a
identificação precoce é relevante, para que estratégias de intervenção sejam construídas
48
com intuito de impedir que este transtorno interfira na vida acadêmica, já que sujeitos
fóbicos sociais raramente procuram tratamento para este tipo de patologia (Sheeran &
Zimmerman, 2002). Torna-se necessário investigar e compreender a frequência em que
a fobia social aparece nos universitários, diante das atividades propostas no meio
acadêmico em que é observado um nível de ansiedade elevado.
A proposta de trabalho é mostrar a importância da intervenção em grupo para
pessoas com dificuldades de interação social e poderá servir de base para a elaboração
de grupos terapêuticos, visando à maximização dos resultados e minimização dos
sintomas que são experimentados por quem tem Fobia Social.
Isso também pode gerar a oportunidade de promover práticas integrativas que
contribuam para a redução de sintomas ansiosos e do estresse cotidiano dos estudantes,
favorecendo a promoção da saúde no ambiente universitário, um comportamento mais
proativo, melhor qualidade de vida e formação. Bem como, para os psicólogos que
conhecerão e aprenderão uma possibilidade de intervenção grupal, podendo replicar ou
adaptar a proposta para o mesmo tipo de participante ou para outro perfil de clientela.
Por fim, destaca-se a importância de se estudar com mais profundidade a
utilização de materiais educativos impressos da área da saúde para se trabalhar
intervenções de prevenção e promoção de saúde. Como Echer (2005) apontou os
manuais de cuidado em saúde podem proporcionar repercussões educativas
interessantes e contribuir para intervenções psicológicas. Estudar construções desta
natureza torna-se essencial na Psicologia e para se desenvolver inovações na atuação do
psicólogo.
49
7. REFERÊNCIAS
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