la brecha de mercedes valdivieso

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{Quién es M ercedes V a l d i v i e so? Fe rnando A l eg r í a-gran nov elis t a , p rofesor d e l it e ra tu ra en l a U n i -ve r s i dad de C a l i fo rn i a y maest ro de escri tores en el

Ta l l e r de “Los D i ez” , de l a U n i ve r s i dad de Concep -cion - l a d e f ine a s í en e l p ró l og o , l leno de en t u -s i asmo, para LA B R E C H A : “ E s u n a m u j e r j o v e n , d eesp lénd id a be l leza , a r r a i gad a en l ina je s d e v i e ja es-t i rpe ch i l ena” . E l l a , a su vez , r e f i r i éndose p r i m era -n e m e a su i n fanc i a , d i ce : “N ac í e l d í a de l cum pl e -a ñ o s d e m i p a d r e . El p r i m e r t i e m p o lo o c u p a e n t e -r a m e n t e su r ecue rdo . A ños de so l , sol l i m p i o e n l a

c i u d a d d e p r o v i n c i a , d o n d e e j e r c í a su c a r r e r a d e m é -d i co . M i s he rm anos y yo j u g á b a m o s s i n p r o b l e m a s .T e n í a s i e t e a ñ o s c u a n d o c o n o c í lo i r r epa rab l e de l am u e r t e . S e a c a b ó m i p a d r e y l a v i d a d i o u n v u e l c od e n t r o y f u e r a d e m í . L a a n g u s t i a c o m e n z ó a d o r m i rc o n m i g o e n m i c a m i t a d e n i ñ a ” . “ N o s v i n i m o s aSant i ago -agrega después- y m a m á o c u p ó e l l u g a rd e m i p a d r e c o n f i r m e z a y f e m i n e i d a d . L a v i d a f u ehac iendo y deshac iendo . Pese a l a dec i d i da opos i c i ónd e m i m a d r e , s e v e n d i ó e l f u n d o . F u e c o m o s i m ipad re vo l v i e ra a m o r i r . M á s t a r d e , m e c a s é . T u v e

dos hi jos”. Son apenas b reves r a sgos , a t r avés de lo scua l e s M ercedes V a l d i v i e so se p re sen t a a sí m i s m a .

Pe ro hay a l go m ás e senc i a l : su r eve l ac i ón com onove l i s t a , r eve l ac i ón au t én t i ca , so rp renden t e . A n t e sd e LA BR E C H A , n a d a s e c o n o c e d e la a u t o ra . N oescr ibe a r t í cu los en rev i s t as n i d i a r ios . Tampoco cuen-tos que puedan se rv i r l e de ensayos i n i c i a l e s . U n i ca -m e n t e , d e p r o n t o , e s t a n o v e l a á g i l , t r i v i a l e n a p a -r i e n c i a , m a s c a r g a d a d e e x p e r i e n c i a h u m a n a , y so-br i a en e l l enguaje , d i rec t a , t a j an te , va le rosa .

E n c u a n t o a l t e m a , sólo el d r a m a d e u n a m u j e rque f racasa en su m a t r i m o n i o ; p e r o , a l m i s m o t i e m -po, una caba l obse rvac i ón de l a s gen t e s , de lo s h e-c h o s , d e l a r e a l i d a d m i s m a . El caso de e sa m u j e r e se l de c i en t os , t a l vez m i l e s de o t ro s ca sos i gua l e s o

sem e j an t e s , y a l l ee r l a nove l a , cuyo pe r sona j e ca reced e n o m b r e , b r o t a r á n d e l a m e n t e d e l l e c t o r m u c h o snom bres ve rdade ros .

Mercedes Vald iv ieso , a l a c u a l F e r n a n d o A l e g r í aencuen t ra pa ra l e l o , “ p o r su d e s c a r n a d a f r a n q u e -za y su sensua l i sm o ab i e r t o y provoca t i vo” , con Ga-br i e l a M i s t r a l , D e l m i ra A gus t i n i y A l fons i na S t o rn i ,

se sum a a s í a l a m agn í f i ca se r i e de nove l i s t a s ch i -l e n a s q u e a l p r i n c i p i a r e l s i g l o s e i n i c i a c o n M a r i a n aC ox-S t uven (Shade ) e Inés E c h e v e r r í a d e L a r r a í n( I r i s ) , y que c o n t i n ú a h a s t a h o y co n M a r ta B m e t ,M agda l ena Pe t i t , M ar í a Lu i sa Bom ba l , Che l a Reyes ,M a it & A lla r n a n d , M a r í a C a r o l in a G e e l , M a r c e l a P a z ,M ar í a F l o ra Yiñez, Luz d e V i a n a y M ar g a r it a M i -r r e .

Emp r e s a E d i t o r a Z i g - Z a g . S.A.

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“M E C A S E como todo el m u n d o se casa. Ese mun-

d o d e las horas d e a lmuerzo, de l d edo en alto , guar-

dián d e la castidad d e las niñas. A n te s d e los vein-

ticinco años debía adquirir un h o m b r e . . .E l lector n o alcanza a preguntatse quién ha

escrito estas líneas: inconsciente, fascinado, m ov i-

do por curiosidad que pudiera ser mórbida, lee

apresurada men te la historia, sin pe rmitirse pausas,

viviéndola, palpándola, como espectador secreto

d e un hecho ín t im o e inconfesable.

Term inada la lec tura d e La Brecha, nos que-

damo s pensando en la m a n o que esgrime ta l poder

narrativo. 2Quién es M ercedes Vald ivieso, que así

maneja lo f icticio hasta darle el turbador sentido

d e un a ‘% on fesión iteraria”? No se me ocurre sino

decir que la au tora d e es te docum ento hum ano es

una mu jer joven, de espléndida belleza, arraiga-

da en l inajes de vieja estirpe chilena. La Brecha

es su p rimer libro. Su nombr e no está en revistas

literarias ni en antologías de ésta u otra genera-

ción. Aparece d e pronto, silenciosa, sua vem en te in-

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segura, interrogando un poco con la luz ávida y

sabia de sus ojos verdes, y entrega un sencillo tes-

t imonio de vida , vida inten sa, apasionada, l ibre.

Nos preguntamos s i la fo rm a que h a escogi-

do para narrar su historia con stituye , en realidad,

un estilo. Parece di fíc il creerlo. No se da u na con- ,

junc ión tan per fec ta de t e m a y lengua je sin la ven-

taja de un le n to apre ndizaje literario. L a frase cor-ta , directa, de explosiva, carga' se nt im en ta l que, sin

embargo, nunca estalla, dejándose sentir tan sólo

y quem ando desde adentro a t ravés d e un exterior

l impio y nít ido, es l a f rase que corresponde a un

desahogo de dramática urgencia. No h a y aquí lu-

gar para la retórica. La experiencia íntima se ha

.encarnado en la palabra exacta. Los seres que ro-

dean a la narradora, seres comprometidos por la

pasión, el odio, la' soledad, la entrega generosa o

equivocada, viven en el m arco preciso de una fór -

m ula repet ida incansablemente com o en los actos

d e hechicería. Ellos representan la im age n que de-

jaron en la bella m u je r solitaria como un corazón

grabado en l a corteza d e un árbol. Así vivier on ellos

en ella, así les retrata; luego, un poco inmóviles,

casi inm utab les.

,.Es posible que no h a y a un desarrollo psico-

lógico en estos personajes enredad os por la pasión?

No lo t ienen, en verdad, los seres que retratamos

al umbra l mism o del drama que nos unió a ellos o

- nos separó d e e llos. T en dr án m ayo res d imensiones

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para el testigo imparcial o la adquirirán mas tar-

de aún para nosotros, cuando hayan perdido la

máscara que les d io nuestro am or o nuestro odio.M ientra s rev ivimo s la angustia, la fel icidad, la

desesperanza, la sabiduría que no s dieron, el los po-

seen un solo rostro fijo y nos hablan con una sola

voz: el rostro y l a v o z con que nos fascinaron o

nos dañaron. 1

M ercedes V aldivieso de ja en su novela hom-bres y cosas en que descubrió una fo rm a de v iv ir ,

una form a que rechaza y d e la cual se aleja al ce-

rrar un período d e su existencia. Se vis lumbra en

ella, entonces, la volun tad d e descubrir s u propio

esti lo de vida y d e forjarlo con l ibertad, con vigor,

con valentía. D e ahí queSU

historia no tenga fin.Seguirá moviéndose entre seres‘ rea les y sombras

d e seres, buscand o su camino. Re sul ta di f íc i l pre-

decir qué rum bo ha d e t omar esa v ida y por qué

cauce d e la no vela buscará salida. De sd e luego, no

parece que v a a perderse en la mórbida angustia

d e cierta l iteratura erróneam ente l lam ad a “joven”;

literatura precoz en su conocimiento d e la ve jez y

la decadencia, y sabia en su d om inio d e técnicas re-

buscadas. Mercedes Valdivieso va, más bien, por

una ruta de mayor c lar idad y dinamismo. S in

rehuir la sut ileza d e la emoción, por el contrario,

lírica en su m od o sobrio , f i r m e, hondo, su obra vie-

ne a hermanarse co n la d e u na n ue va generaciónde admirables novelistas chilenas. Estas mujeres

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Todo e1 mundo estaba d e acuerdo en qu e unmarido era absolutamente ind ispensable. Y o eníadiecinueve años, voluntad firme, pasión, belleza;un parecido físico extraordinario con mi padre,muerto hacía mucho tiempo; exuberante, de una

gran sensualidad. --Cuando crezca, nos iremos a Europ a solos;

no existirá mozalbete capaz de usted -me decíaéL

Pero se acabó. Verano, sol, y se acabó: in-vierno. E l negro del vestidito de lu to se extendió,

creció y lo cubrió todo. Tras los baú les, los cuadrosamontonados, las ollas vacías, apareció la figura

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d e-la abu ela m atern a; no más bolitas, soldados deplomo, patines. Su voz resonó siempre obscura:

-Eres mujer y aprenderás a zurcir y a es-

tar quieta; nadie querrá que a los diez días de ca-sada te devuelvan’ por inútil.

Los nterminables mom entos después del co-legio con un calcetín en la m a n ó y el duro rostro

-2Puedo ir a jugar con And rés?-?A la calle, comb un muchacho? E l pue-

de hacerlo; t ú eres diferente. ¡Cómo te pareces a

(“¿Cuál será la diferencia? ¿Por qué no semorirá? E l era tan fuerte, tan d ivertido, y ella esvieja y me odia. Cuando sea grande no tomaréjarñás un calcetín.”)

Mamá llegaba tarde, cansada: se sentaba.frente a nosotros, ausente. H abía adelgazado mu-cho. Andrés corría a su lado.

-¿Están bien?La abuela advertía:-No pueden molestar a su madre, trabaja

mucho; nadie compra o arriend a casas a la prime-ra. Eduardo, t u pad re -mirándome especialmen-te- no d ejó d inero. ..

-¡Dios mío! Si se acabara, también, ;quéharíamos?

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Andrés parecía tan débil, necesitaba dema-siado de ella; me d olía el pecho de angustia.

Pasaba el año. Frío, calor. Mis p rimas se ha-cían vestidos de playa y campo. ¡Playa y campo!En el inmenso hall de la casa de mi abuela pater-na conversaban de muchachos, de fiestas, de ami-gas que no querían. Ju n to a sus dieciocho y veinteaños, m is piernas, de nueve, deseaban alargarse.

Agradable casa aquella: olor a pan tostado en elrepostero a la hora del te, huevos en el gallinero,queso del fundo; la voz de César, el chofer, en elcuarto de Fresia, la empleada del comedor, y elesperado paseo con mi abuelita en auto, a veces,por las tardes.

Nos despedía desde el coche, fren te a nues-tra puerta. Ambas viejas señoras se rechazabanfuertemente. Rica, segura, mundana una; empo-brecida, amargada la otra. Ambas rezaban a Dios.Jesú s m e veía coser calcetines en mi casa y robarcaramelos en la otra.

(Asomarse al tiempo como a.un túnel;se

agolpan los rostros, se aprietan los momentos, secondensa la masa del recuerdo. Tan difícil, tantodolor. ZQué camino tomar para soltar la verdad?Angustia, soledad , rebelión. ;Es bsurd o taladrar? )

-iQué hermosa es usted! ¡No iene problz-mas!

Se ven caras, n o corazones. . .Toda esa época de los Últimos años de cok -

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gio, aprontándome para salir a la vida, bullend!,

Mam á p esaba con autoridad sobre mis arre-batos de libertad , limitándola con firmeza. Me de-fendía furiosamente. Lo s veintiún años -perte-n ecerm e-- m e parecían tan lejanos como la luna.Comencé, entonces, a pensar en solucionar el pro-

blema.' Momentos obscuros de la adolescencia, de

sueños sobresaltados. De la atmósfera pía de lasmonjas, a casa, sin complicaciones religiosas, másbien laica. Mam á, a veces, nos acompañaba a misay punto. Hasta ahí llegaba su cristianismo. Solía

ten er frases precisas para referirse a la gente:

,

ya en ella.

,

-No puede ser bueno, es beato.Despu és añad ía riend o:

-Por cierto qu e n o se creen beatos, sino cre-yentes, observantes.

Los despreciaba.

Pero yo era mujer y debía estar entre niñasde mi clase. Los liceos le producían cierto pavor.Jamás se conformó de haber aceptado -por ra-zones económicas- uno d e ellos para mí. Mu riómi abuela y nu estro nivel de vida m ejoró, no de-masiado -los herederos eran muchos, siempre enpugna-, y así fui a dar a uno de esos exclusivoscolegios de monjas.

Al término de las hu manidades, el bachillera-

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to y luego un espacio de tiempo sin forma defini-da, antesala a l matrimonio.

U n d ía, acomp añando a su prima, llegó a ca-sa Gastón, todo un joven y promisorio abogado.Sabía por mi amiga que había obtenido durantetodos sus años de Universidad las calificacionesm ás altas.

Me miró como deben abrirse los ojos en la

luna: atónito. Desde ese momento todo ten ía queprecipitarse porque la perspectiva de salir de ca-sa m e parecía de posibilidades ilimitadas. Bajé la

cabeza, me tiré p or la ventana, sin‘pensar qu e jun-to a ella estaba la puerta por abrirse.

Ciega en tr e ciegos. ’\

<Quién pod ía d arun

consejo y lograr que yo

Porque intu ía que ese mund o que m e rodea-lo escuchara?

ba no merecía crédito.

* * *

Ya marido y mujer. Ofició un arzobispo re-vestido y solemne; la gente en l a iglesia, d e pie. Elsermón servía de fondo a mis pensamientos: “ES-t a es la Única vez, si no enviudo, qu e puedo casar-me religiosamente. Pero nunca más intacta”.

Salud ar después de la función mil rostros cu-riosos co n una leve sonrisa y partir al colegio, a lavisita de bodas. Luego la fotografía de novia, la

misma que permanece igual en cualquier sitio. Y

17Brecha.-2

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vestirse en la noche antes de viajar para la ‘‘luna

Par t í virgen. Contrariamente a lo s cuchicheosde la hora del recreo en el, colegio o después en elsalón, no tuve molestias. Tras un ligero dolor, u natisbo de p lacer, e l primero, in c r e s c e n d o .

Hacía un tiempo, estando yo de novia, una

de mis primas hizo volver los ojosa s u

h ija mien-tras cambiaba los pañales al niño menor. Recuer-do que me estremecí de ira y se lo reproché en.vozbaja. M e miró y sus pupilas tenían mil años de es-panto, de supérstición. El miedo representado p o r

el sexo y transmitido como el pecado original des-de antes d e nacer. Sexo, demonio, ;por qu é?

. Aquella parienta de mi marldo, exclamandocon los ojos .cerrados en su noche de bodas: “iSe-

ñor, por mis pecados lo ofrezco!’’

E n la escala ascendente del p lacer ressnó co -

mo una nota en falso aquella frase qu e mi marido

repetiría durante años, gimiente y triunfal:

.

-¡Mía! ¡Eres mía!La débil posesión a través d el sexo.Durante esa primera noche corrió e l tren ha-

cia el Sur. Rendidos con la fatiga de aquel largod ía, estábamos caídos sobre las sábanas. D e vez en

cuand o, a l cruzar una estación a menor velocidad ,entraba por la ventanilla la lu z amarilla de los fa-

roles moribundos en los andenes. Después, verde,azu l, oro: árboles, cielo, sol,

.

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El agua de los lagos era tibia. Nadábamos

-¡Te gané, ya estás cansada!Y o apretaba los d ientes y volvía hacia la ori-

lla. Jam ás aceptaría supremacía d e ninguna clase.La competencia surgía como un duende con lasmanos escondidas en la espalda. E n los años quevendrían las iría mostrando poco a poco. En tre los

dedos, dados marcados.Escape a la realidad. Magníficos hoteles, co-

midas, grandes propinas, y no éramos ricos, porsupuesto. Una tard e formamos grupo con otra me-sa vecina. Buena orquesta, pastos sin una arrugacercando la pista negra. Bailé con un muchacho

alto, que me gustó por su agilidad. Después de mo-vernos d isparatadamente un rato, pegó su cuerpoal mío con avidez. Conservé las apariencias man-teniendo ap arte la cabeza. Sen tía dos ojos marita-les sobre mí y resultaba divertido. La ropa deverano era demasiado gruesa sobre la p iel, los des-

cubrimientos seguían siendo maravillosos. Acos-tum brada a beber poco, había comenzado a tomarlicores dulces, los Únicos posibles. Miré el rostrotostado, los labios sedientos de mi compañero.. 2CÓmo sería el whisky? '

Aquella noche no bajamos a comer. Los ce-

lo s enloquecieron a Gastón. Oí una y otra vez sugemido:

hasta muy adentro.

-¡Mía, mía, mía!

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D E J E DE pertenecerme por fuera y m e amura116por dentro. La libertad esperada ingenuam ente a

ia Vuelta del contrato matrimonial se hacía leja-na. ZEra m ejor esto que la severidad de m imadre?

La ducha sonaba en las m añanas, escuchabaabr ir cajones, recibía un beso -liturgia d e los pri-

meros años-, y la p u eíta d e calle se cerraba. Alfin estaba sola.H acía multip licaciones y divisiones men tales.

Mi madre intervenía menos en mi vida, pero su -fría otras observaciones.

Gastón era hijo Único y aún no se cortaba elcordón umbilical firme como para dos. Cualquier

intento de romperlo resultaba demasiado fuerte,se sacudía dolorosamente ante la libertad que yo

representaba. Mi suegra me respondía con terri-bles reservas. Su hogar era un santuario con imá-genes piadosas y la Virgen ocupaba entre ellas lu -gar preponderante. El culto a la madre, instru-

mento d e poder femenino, habíaselo d ado a beberen la leche de su s pechos. Inteligente y práctida,

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d ejó caer el peso de sus esperanzas en aquella pro-longación suya qu e tenía la v en ta ja d e ser hombre.

Imposible obtener su perdón después de habérse-10 quitado, aunqu e fuera sólo formalmerite. ,

-Madre hay una, mu jeres muchas.La frase se repetía, impacientándome. Pero

su autoridad se mantenía.

-He hecho de mi hijo un excelente G x h a -

cho cristiano y trabajador. ¡Qué Dios los bendiga!Así había dicho en voz alta el d ía d el cambio

de argollas.

-Mírame como a otra madre.Fu e la primera de sus advertencias.Metidos e n nuestro d epartamento estábamos

escapados, noi a salvo. Gastón me observaba có n

tem or creciente. Er a peligrosa una esposa de vein-te años qu e bebía con ganas, evitaba i r . a misa y

no tenía planes para el futuro.

Una de aquellas deliciosas mañanas en queme qu edaba sola, tu ve las primeras náuseas. Revi-

sé mentalm ente los motivos y los atribuí; desespe-radamente, a las bebidas d e la noche anterior. Ha-bíamos celebrado en forma copiosa los veintidósaños de Andrés y ésas eran las consecuencias. Miestómago rechazaba todo; l a empleada se asustó.Una hora después apareció mi mad re, me tomó la

temperatu ra, observó:m i iel y se qaed ó luego pen-sativa largo rato.

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-Iremos al doctor.

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I

Dentro de mí comenzaba a crecer una an-gustia desconocida, aterradora; no quería pensar

en nad a que fuera más 9116 de un simp le malestaral estómago -seguramente porque iba más alláde eso -. H ice un esfuerzo 9 me evanté. Las ho-ras que faltaban para llegar hasta el médico re-sultaron terribles. .-, omo 'dar un examen.

iQué m e diría?

Era la primera vez que consultaba un gine-cólogo. Yo había insistido en un médico cualquie-ra, pero mam á y Gastón lo resolvieron así, despuésd e un breve cuchicheo que me llenó d e temores.

se dan. Como en sueños oí que esperaba un hijo.

No podía ser, si jam ás lo había pensado. Esas co-

sas le sucedían a l resto, <pero yo qué haría? <Y milibertad?

Las lágrimas m ojaron mi cara; fueron dema-siado evidentes y molestaron a mi madre. Habló

con el médico un momento, mientrasyo

permane-cía d errumbada en el sillón. Salimos. No podía re-signarme. E l calor de esa tard e de marzo, denso, pe-sado, se hizo un círcu lo que me envolvió y del qu eno podia liherarme. Tod o estaba obscuro dentro demí.Adivinaba la risa d e Gastón y sus palabras defelicidad.

(Una forma d e asegurarme mi dependencia.<Cómo no lo pensé an tes? Ya lo sabía mi mad re;

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.Tod o pasó rápido. Pregu ntas van , respuestas--,'

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sería una noticia para todos dentro de pocas ho-ras. Nueve meses vegetativos.)

-<Es posible? 2No quieres a tu marido, en-tonces? '

Yo no contestaba; e l embarazo era un nudod e angustia y desolación. Mejor quedarse en silen-cio, pensarlo después. Tra tar de dormir. ¿Ese erael resultado de la luna de miel? Sentí un rencqr

hondo, feroz, contra Gastón. Preferible no verlohasta más arde.

-Mamá, son las seis,me voy al cine.-<Al cine? <No estabas mal? ¡Qué ocurren-

-No tengo ánimo, qu iero d istraerm e.

-Creo que debes term inar con .esta s cosasy portarte como un ser normal. Yo no recuerdomayor alegría que cuando supe que esperaba a

Andrés.

La miré con atención. Fue y se conservabamu y atractiva. Desde qu e murió papá, doce años

atrás, llevaba siempre luto, limpia de maquillaje,pálida y serena. Tenía una mezcla de dulzura y

firmeza que nos hacían respetarla. El caso suyo

había sido inverso. L a noticia d el h ijo fue la espe-ranza de un nuevo lazo amoroso con qué reducira ese ejemplar esquivo y exuberante que era mi pa-dre. ¿Cómo tomó él la noticia? Espontáneamentenatural.

cia, te vienes conmigo a casa!

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-¡Mis gatitos, mis pobres 'gatitos!

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M e dorniía siempre entre susbrazos, siemprehasta que se acabó. Esas tard es en el fund o de miabuela, en que volvía cargado de pájaros y cone-j os después de salir a cazar , le oía reir y pisar fuer-te.

L i M e habría ido por los cerros hastá otropaís, pero me acordé de la gatita y los gatitos y

me vine volando, corriendo!

Comprendí la d iferencia entre la maternidadd e mi madre y la mía.

Mam á caminaba pensativa. Tuve un arreba-to d e comp asión por ella y por mí. ZQué se estaríadiciendo?

Y o había sido un problema: mujer primero,

colocarm e después; a pesar de su moderno concep-t o de la vida, sentía que debía protegerme delmundo con un marido: etiqu eta d e resguardo. Yo

ya tenía mi etiqueta; después de eso, todo re-sultaba normal. A fin de cuentas ella no me ha-

bía obligado a casarme.

Ciertamente no me había obligado, peroiqué otra cosa me qued aba?

M e ncerré en mi cuarto, me parapeté detrásd e la puerta, pero ésta se abrió estruend osamentea la euforia de Gastón. Lo lógico y lo normal enestos casos.

Tuve días muy malos. Como la mente, elcuerpo se resistía. No poder comer me debilitó,al cabo de unas semanas, hasta e l extremo de no

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alcanzar a reunir fuerzas para salir de la cama.Hubo reunión familiar y se decidió que iría a la

costa. Cambio de aire y paisaje. Partí con la mis-ma alma y el mismo desgano. Encontré allí cieloazul y tibieza. Pasaba los d ías fren te a l mar en misilla de reposo, siempre con un libro tumbado, amedio abrir sobre la falda.

Gastón, después de instalarm e, part ió de vuel-' ta. Y o sabía que estaba contento de alejarse; era

bastante poco lo qu e podía ofrecer recluida en mipieza, d istan te, enferma. Fu e un alivio mutuo. Lahabitación del hotel tenía ventanas a la playa. E nla noche oía el m ar agitarse trabajosamente. E l ru-mor de s u fuerza relajaba la mía. Pensé en la mu er-

te como en el cesar de todo. Un largo descanso.Mis años en colegio de monjas n o me habían de-jad o honda huella religiosa; al contrario.

-Nosotros somos hechos a imagen de Dios,qlJe nos creó.

-$Qué necesidad ten ía de crearnos, madre?

-Dios no tiene necesidades.-<Cómo entonces?-No pretenda explicarse a Dios; somos de-

masiado pequeños para eso.

Tirarse a l suelo. Unos para conseguir la vidaeterna, otros ésta, todos haciendo concesiones a lafamilia, al vivir d iario, al pensamiento. Creo, acep-t o , pero pásame la mano por el lomo, qu e me ali-via.

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Y en respuesta a eso, tenía sobre la falda ellibro que yo amaba especialmente, garrapateado

con frases subrayadas y notas escritas con la letradisparada de mi padre. “ElParaíso Perdido”, deMilton. Angeles rebeldes que él admiraba. Pasóparte de su infancia en un colegio de sacerdotes,siempre en pugna con la dura disciplina.

Un día llegó de vue1ta.a su casa, pálido, el

traje destrozado; tenía once años. Mi abuela co-rrió a s u encuentro.

-2Qué ha pasado?

-Me echaron del colegio.

-2Por qué?-Estaba en el subterráneo tratando de in-

cend iado; desgraciadamente no alcancé a’hacerlo.“Entre los archivos celestiales no se conserva

ahora la memoria d e sus nombres borrados del li-bro de la vida a consecuencia de su rebelión.”

, Ten ía de él una imagen borrosa. La gran vi-talidad asománd ose a sús ojos curiosamente ama-

rillos, contrastand o con la piel obscura. Negro p é-lo siempre caído en la frente. Me sentaba en l a

mesa de dibujo, sobre los planos:

-2Ves estos cachos que quieren crecer b ajo

Presionaba los huesos redondeados más arri- ’

-Eres como yo, u n poco hijo del Diablo;

la piel?

ba de las cejas, tocaba despu és los míos.

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pero no hay que tem erle, es positivo, todo el p ro-greso se lo debemos a él.

Se reía y me besaba estruendosamente. Cre-cí oyendo contar anécdotas sobre su s rebeldías. Sehabía casado un día silenciosamente. Mi abuelafue conquistada de inmediato por el firme e inte-ligente rostro de mi madre. La salud ó diciéndole:

4 u e n t a conm igo, h ija mía. El Único d e misnuáos contra quien no pude nada fue tu marido.

E l mar inmenso no se p ierde a la vista. Sen-tía que quería llorar a gritos.

No he visto lo cercano. ¿Por inmediato?¿Y si me moría? Mi muerte es sola, es pro-

pia. Morir por dar a luz .

Supe que alguien con quien salí un par deveces y que me'admiraba recortó l a fotografíaque apareció en el diario el día de mi matrimo-nio. ZRecortaría, también, la cruz de mi defun-ción? Tendría así el recorrido completo de mi

vida.

.

-¡Muchas felicidades!Los parabienes de la boda sonaban en mis

oídos. Esas felicidades desembocaban en un ca-

llejón negro.Bajaba en las tardes a la terraza, vacía en

esa época del año. La víspera de volver a, la ciu-dad, alguien cogió mi brazo desde atrás, excla-mando:

-Tú, ;qué haces aquí?. \

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D i c e n que me repongo; he estado enfer-

N o o veía desde hacía varios años. M u y al-to, muy delgado, muy tenso. Caminamos pof el

frío piso de cemerito, casi en sileticio. Se detuvoa1 cabo de un rato y sin sonreir cogió mi mano.

ma.

-Al desped irme, m e despido dos veces y

por mucho tiempo.

-;Te vas, dónde.?-A Europa, dentro de unos días.N o me qtrevi a preguntarle más; parecía

-2Cuándo ’vuelves?-No lo sé;

Se alejó por la playa.(“¿Será éste más feliz?”)

Ta l vez hu ía de algo, pero se marchaba solo,a rumiarse el dolor, lejos. Record é que estuvo en-fermo d e tuberculosis varios años. Aunqu e lo co-nocía poco, fui a verlo al hospital antes de ser

enviado a clima. Metido en su cama, pálido, sinafeitar, agresivo, me pareció interesante. Enton-ces yo estaba sana, firme.

sufrir.

-Ahora tú estás mejor.Hablé en voz alta , para mi.

Al día siguiente llegarían a buscaime. El

aire salado y el viento me habían tostado algo.Los huesos se notaban menos bajo l a piel. Haría-

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m os el recorrido a casa conversando y el reposohabría terminado.

Gastón apareció esa vez un poco fastidiado.Lo s quince días habían sido sólo un escape m o-mentáneo al mutuo malestar que significaba to-lerar una enfermedad qu e debiera haber sido unaligera indisposición .natural. No estaba dispuesta

'al cansancio de d isimular y me abandonaba a unatotal indiferencia por todo lo que no podía dis-fru tar con los sentidos. D e la silla de lona volví ami cama; botada en ella, miraba irse las horas

.sobre las paredes. Azul en la madrugada y al atar-decer; un sol pálido arrastrándose desganado en

el dormitorio, obscurecido a ratos por el negrointervalo del sueño.

Me parapetaba tras el embarazo como trasun muro. Oía a Gastón dar Órdenes 'a la emp leada,bajar y subir las escaleras, arrancar apresurada-mente a cualquier hora después de permanecer

algunos momentos frente a mí observaíndome, am -bién, con rencor. Las exclamaciones de felicidaúeran un recuerdo irónico. Daba vuelta la espalday decía:

-Salgo un rato.Se cerraba la puerta, y yo, con mis veinte

años, con odio dentro, con aquel peso en el vien-tre, me preguntaba p or el amor. La contestaciónsin respuesta interior se agitaba fuera, ciega, enel vacío. Muchas veces desperté en la noche en-

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tre lo s brazos de Gastón , qu e me sacudía desespe-radamente:

-¡No llores! ZQué tienes?Encendía la luz y contemplaba mi rostro

hundido, mojado en lágrimas y sudor.-¡Dios, qué hemos hecho!Adivinaba en él tan ta molestia que comencé

a temer el ruido de su llave en la cerradura, el de

sus pasos hasta mi pieza. A lo s seis meses de ca-sados esperar cuatro que faltaban para cumplirmi tiempo le resultaba intolerable.

Mamá me encontraba siempre sola.Una tarde lo esperó largo rato mientras y o

dormitaba tranquila, amparada por su presencia.

La puerta de calle se abrió y.mi madre se levantóa encontrarlo. Conversaron en voz baja unos mo-mentos, después volvió a mi lado y frente a lacama dijo serenamente, como siempre:

.

-Te vienes conm igo a casa.Gastón aceptaba con alivio traspasar su de-

ber. Así volví al familiar dormitorio abandonedoa la carrera. Y comer, incorporarse, descankar,fueron funciones que sólo ejecutaba a través delempeño solícito de mi madre.

El hombre que se casó conmigo, absorben-te, apasionado, celoso, era en esos días una som-

bra que huía de materi8 1' zarse.El precioso juguete se había echado a per-

der.

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L A R G O paréntesis.

Pero no hay plazo que no se cumpla. . .Me dolió, me desgarró, me aplicaron cal-

mantes. Nació sano, hermoso. Lo vi al volver dela anestesia un par de horas después. El cansan-

cio era muy grande para tener maniféstacionesde alegría. Y estaba contenta. Libre otra vez; al

menos, sola con mi propio cuerpo. Resp iré hondo.Esa noche pedí a la enfermera que lo acercara.Tan chiquito, tan desamparado, arrancado de suprimer refugio: de la carne al pañal, a horarios,a voces incoherentes. Lloraba, parecía aterrado.

-¡No lo coja , señora; desde qu e nacen hayque disciplinarlos!

(¡Dios, qué flaco favor le había hecho; em-pezaba la lucha contra él!)

Desoí sus consejos y lo levanté. Su aliento

agitado, sus manitas crispadas en el aire pedíansocorro, Ahora yo era dos. Puse mi ca'ia junto a

la suya, rosada, tibia, y se fue calmando.

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Sentí piedad, una ternura inmensa y desco-

-Bueno, chiquitito, ya nos arreglaremos,ya nos arreglaremos.

Afuera la noche d e septiembre, limpia, fresca.Oía los coches correr por la Costanera. Quise iren uno de ellos velozmente hacia la cordillera

acompañada de la risa fuerte y alegre de unhombre.

El departamento que ocupaba, grande y lu-joso , más parecía un hotel que una clínica, peroera una clínica. Apreté las manos contra mi vien-tre sobre las sábanas: “Nunca mas. Haré lo nece-sario para impedir que esto se vuelva a repetir.Nunca más”.

-Los hijos son la corona de las madres, evi-tarlos es un pecado. Más vale llegar pronto al

Cielo que más tarde al Infierno.

Así. decía mi suegra, que pesaba mucho en.la conciencia de Gastón. Este consideraría, porlo tan to, entre las terribles consecuencias futurasde mi decisión, la posibilidad de la condenacióneterna. Porque abstenerse ciertos días, la mayo-ría, para n o correr riesgos ni p ecar, era demasiado

duro a los veinticinco años.

nocida.

L

Me reí,mirand o e l cielo obscuro.‘‘iNunca más!”

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IV

Y COMEN20 una etap a distinta d e mi vida. Se-bastián ocupaba en ella un lugar preponderantea costa d el de Gastón , qu e d isminuía. Nunca pudeasociarlos entre s í, tal vez debido al evidente pa-recido físico del niño con mi madre, con Andrésy

conmigo, .ta l vez por miedo a una posible in-fluencia de ese ambiente cerrado y fanático enque mi marido había nacido.

Conocía gente nueva, parientes adquiridos,amigos de su infancia y d e la Universidad; Gastónme lucía como quien pasea un tigre, lleno del or-

gullo. d e la inqu ietan te posesión; m e d ivertía conello y no oponía resistencia.

Descubrí -sin mucho esfu er zo- qu e eraabsolutament,e incapaz de permanecer consigomismo más de diez minu tos, lo que no m e disgus-taba ; al contrar io, ya que significaba botarse a la

calle en busca de otras compañías humanas quellenaran los espacios de tiempo que entre nos-otros se ,alargaban en vano. Y él descubrió que

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yo evitaba un nuevo hijo usando de medidas to-madas por mi cuenta.

Enrojeció -el Infierno encend ió su cara ca-da vez que tuvo que comprobarlo-. Le asegu-ré que la falta era mía y así podía quedarse'tran-quilo. Hasta que no llegué a las consideracioneseconómicas no se había resignado. Luego calló,

pero no volvió a confesarse.Sebastián comenzaba a apoyarse firmemen-te sobre sus piernas y a mirar con atención elmundo que lo rodeaba.

El día que cumplió dos años quedó marca-do con una anécdota: tras el apagón de las velas

de su torta, Gastón quiso ser quien cortara y sir-viera trozos de ella. Se inclinaba sobre el dulcecuando un grito del niño sujetó su mano en elaire. Vuelto en su sillita me miraba fijamente,asombrado. Comprendimos que en sus pequeñosgrandes momentos no cabía nadie más que yo.

Hechos semejantes se repitieron mil veces, y supadre se retiraba siemp re, entre corrido y molesto,con una frase despechada:

-Son iguales por dentro y por fuera.Pero no trataba de acortar distancias y las

relaciones con su h ijo se limitaban a un beso dis-

traído por las noches, cuando lo encontraba des-pierto.

Un día Sebastián pudo articular una frasecompleta; frase en plural de dos, como yo le ha-

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biaba. Desde entonces comenzó a cam inar por lacasa maravillado de todo, haciendo preguntas y

exigiendo respuestas. Le contestaba a la medidade su comprensión, tratando de eliminar el te-rror que lo desconocido filtra en la mente infantil.

Pero no podía evitar el temor que asomabaa sus ojos a la primera palabra dicha con algunamolestia por Gastón. Porque las discusiones em-

pezaron a brotar por cualquier frase o cualquiermotivo. Mi marido quería suplir con dominio su

falta de comunicación verdadera.J Sebastián y yo nos replegábamos. Llegadala noche, lo m etía en cam a, y cuando se quedabadormido permanecía frente a la ventana de su

pieza contemplando el movimiento de gente y

coches por la calle.Miraba hacia las horas pasadas con absolu-

to desconcierto. Gastón estaba en ellas a tiro defusil, armado como para-un largo asedio.

Y rondaba y vigilaba tan celosamente, tan-

to,.qu e jam ás faltó quien d ijera suspirando:-¡Cómo te quiere!Yo m e encerraba en el silencio como en una

tumba.-iCómo te quiere!

* + *

Sucesión de días, meses, años.Frente a mí, Nicolás me saludaba de vuelta

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al país y se agachaba a acariciar la cabeza de Se-bastián, que caminaba cogido a m i mano. Ese d ía

apenas cruzamos dos palabras; escasamente al-cancé a darle mi dirección; me separé de él gol-peada d e pronto por la evidencia de todo un tro-zo de vida convertido ya en pasado.

* * *

Nicolás pasó a verme un tiempo después.Atribuí a su nueva realidad la tensión contenida

/que sentía presionar en él.Temiendo p reguntas de su parte, me adelan-

t6 a formularlas yo.

Sí, había viajado mucho entre América y

Europa.Interrumpió sus palabras con un golpe de

la mano empu ñada sobre e l suelo en d onde esta-ba sentado.

-2Qué imp orta todo eso? Aqu í o allá so-

mos los mismos.Recordé la impresión que me hizo al despe-

dirse y comprendí que no me había equivocadoentonces, como no me equivocaba ahora.

Sufría. Se lo d ije así d irectamente. Agitó suslargas manos nerviosas.

-Por cierto qu e sufro. 2Y quién no? Pade-cemos los dolores de este mundo que se muere.

Cerré los ojos. Gastón volvía a gritar en miconciencia: “jEsgente como tú la que está termi-nando con la tranquilidad de todos!’’

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Repetí interiormente mirando a Nicolás:

Después d ije en voz alta , co n sinceridad:-Estoy contenta de qu e hayas vu elto; m ecmtiré menos sola.

No contestó nada; parecía saberlo. El rato

en su compañía pasaba rápido. Nos escuchába-m os atentos, recuperando tiempo.

-Estamos en crisis, querida, crisis de la in-dividualidad; pero hay que soportarla hasta e l f inpara ver cómo revienta.

P u s o la cabeza sobre el cojín en el sofá y

me miró atentamente:

-Estoy haciéndome un psicoanálisis. ¿No

te pliegas a la compañía? Somos legiones que han-perdido el equilibrio. Y como cualquier respues-ta de nuestro medio está pervertida, hay que em-pezar a limpiarse por dentro, a ver si así se aclarael panorama exterior.

“,a tranquilidad de todos!’’

Le toqué cariñosamente el hom bro:T e peras de cataratas; quedarás biea,

eres muy joven.Volvió muchas veces, algunas de ellas se

topó con Gastón, que lo saludaba fríamente. Na-d a más distinto que ese par de hombres paradossobre el mismo suelo. Con uno yo no tenía nadaen común, salvo el vínculo; con el otro, la inteli-

gencia, la razón, y éramos demasiado semejantes,propios, para una aventura sexual.

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V

UNA NOCHE me negué a ir a comer a casa deunos parientes de mi marido; a su insistente pre-gunta de “2Por qué?”, respondí francamente:

-Me aburren.

Era cierto, no podía tolerarlos. Hablandosiempre de cosas mínimas, llenos de agresividadpara lo que no p odían entend er, limitados a l mun-

do dado, permitido, incluso respirando la justacantidad de oxígeno para no ahogarse. Se cum-plió el refrán de la gota que colma el vaso. Gas-tón se volcó de tod a SU amargura violentamente:

-<Qué t e imaginas? ¡Despreciando siem-pre lo que yo estimo, viviendo ciega y sorda a loque ha sido mi vida, saltand o sobre principios-quecualquier mujer respeta, la . religión, por ejemplo,limitándose a un hijo!. ..

Permanecí muda.

-Y creo que es falta de firmeza contigo.Voy a tenerla. Debes pensar que al menos quien

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paga y m antiene tus gastos soy yo; aunque sea só-

lo por eso me respetarás.

-Si se tr ata d e compensaciones en d ine-ro. . ., puedo trabajar.

-Jam ás aceptaré qu e lo hagas, no digastonterías. ,

N e cogió por los hombros:-Pienso en mi alma con espanto, pero t e

amo.Tenía lo s ojos húmedos. El desprecio y la

compasión se mezclaron en mí. ZLloraba por sualma o por el poder qu e ,se le escurría?

-iNo t e das cuenta de que estoy luchandopor conservar nuestro hogar?

M e volví con desesperación. CQué cosa que-ría conservar?

No pude preguntárselo en 'voz alta , parecíadeshecho. El sexo fue el gran amortiguador. Sesirvió de él una vez más, intensa, angustiosamen-

te. Supremo recurso de minutos que deja saldo .en contra, sabor amargo. Esa noche estuve des-pierta. Comenzaba a experimentar un cansanciototal. No venía de los hechos producidos exte-riormente; venía desde dentro, desde muchosaños, como si arrastrara conmigo los dolores del

mundo. Com oJsi fuera yo quien se echara a l sue-lo para gemir de tanto heroísmo inútil, de tantodogma desmentido, de tanto decir y hacer pornada. .

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l

. -

Oía dormir a Gastón con cierto sobresalto.Se aferraba a mí como a su madre. L o descono-

cido le producía pánico, frío; el qu e yo fallara se-ría el caos, nacer de nu evo a un mund o.hosti1 pa-ra el que no estaba preparado. Su agitación eracontagiosa; tuve miedo, la soledad me pareció u nh o n d o abismo negro. elegido a conciencia. Estabatibia en mi cama.

iQué duro era romper!

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Y ESA noche no dormí. Poco a poco el recuerdo deaquel episodio claro, refrescante, abierto como unaven tana sobre otro camino, se fue entrand o en mí;es decir, ya h abía vengad o mis lágrimas, el miedo,la obligación. @mo fu e? .

En un grupo, ’una tard e cualquiera, despuésd e varias copas, alguien propuso ir a ver un amigoa su casa. “El sitio más agradable y acogedor delmundo”, según sus palabras.

Nos omó largo rato atravesar la ciudad y en-tr ar en aquel lugar alejad o, cerca d el río, frente a

la cordillera. Al ruido de autos que frenaban, degente que se bajaba conversando y riendo, salióa recibirnos. Nos estrechó la mano con una natu-ralidad suelta, cordial. Realmente er a un sitio agra-dable y acogedor. Me acerqué a la chimenea. Unade las mujeres propuso eufórica apagar la luz y

beber con la luminosidad de las llamas. Aprovechéentonces para observarlo tranquilamente. Apa-‘ rentaba unos treinta y ocho años. Mechones grises

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aparecían entre el pelo castaño. Med iana y firmeestatura. Ancha risa sana. Soltero. Infantilmente

le pregunté por qué no se había casado. Contestóriendo a mis ojos:

-Tal vez me faltó un pequeño demonioverde.

Er a u n cumplido; eché atrás la cabeza enuna carcajada.

Me mostró sus libros, sus recuerdos de viaje,la m aqueta con que se recibió de arqu itecto. Tod oun poco desparramado, íntimo, en la buhardillaque le servía de estud io.

Esa noche bebí confiadamente más que decostumbre. M e entía protegida; imaginaba 'quem ás tarde volvería a d orm ir entre dos brazos q u ealejar ían el miedo, relajad a, pequeña otra vez.

Pasó u n tiempo en qu e no le vi. Varias vecespregunté por él a amigos comunes.

-Sale muy poco; hace una vida retirad a,metido en su estudio.

Un día desperté con la necesidad de verle.Tomé a Sebastián, lo puse en el au to y partí haciaaquel lugar apartado frente a la cordillera. En-trando por el cam ino de piedra qu e llegaba hasta .

la casa, toqué la bocina como una trompeta..Me eché del auto a sus brazos alegremente.

Fu e una mañana feliz. La empleada preparó sand-

wiches, brió unas botellas y sirvió leche con mer-melada. Eramos tres compañeros de vacacion'es.

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Con el niño sentado sobre su s hombro$ camina-mos hasta el río; allí nos enseñó cómo tirar piedre-

citas en el agua que la rozaran varias veces antesde hundirse.-Almuercen conmigo.Tuve un sobresalto; la hora se venía en-

cima.-Imposible, tend ría qu e avisar y el secreto

desaparecería. Adeiiiás, sería inútil, lo recibiríanm u y mal.

Salimos. Yo frente a l volante, él apoyado enla portezuela, nos miramos sonrientes, un poco a n -helantes.

-No d ejaré que 6e la trague la tierra . ZCuán-

do la veo?* * *

Tu ve qu e inVentar una divertida m entira des-pués que Sebastián contó en su media lengua aque-lías experiencias tan extraord inahas p ara él. Tuveque mentir muchas veces más.

Pero cqué importaba? Todo era cálido enesos días. Nos juntábamos en los lugares más in-creíbles, a las horas de que yo podía disponer. Ja-más una impaciencia a mis atrasos, un reproche,una pregunta molesta. Llegaba agitada y a su ladome calmaba. Lo veía bajarse del au to al d ivisanney la angustia cesaba. Un a vez corrí a su .encuentro

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los metros que nos separaban, como si hubieravuelto a los siete años, olvidando que estábamosa pocas cuadras de mi casa, qu e eran las tres d e latarde, que pod ían seguirme, qu e había gente qu enos conocía, olvidando todo, cuando abrió lo s

El recuerdo se hacía tan vívido que me pare-ció sentir ese olor a cigarro habano que fumabay que llevaba consigo en la ropa y en la piel.

Había sido tan natural la relación íntima,tan libre de complicaciones, de análisis, como be-ber un licor fuerte, desconocido, en un tazón co-

mún. La intimidad 'total, sin ataqu e ni defensa.Días felices. No ten ía remordimientos; a ve-

ces cierto temor de que Gastón me descubriese.Sentada a la mesa, lo oía hacerme reproches, que-jarse de mi frialdad. Me cuidaba de contestarle.

Una tarde él puso en m i mano una pequeñallave dorada; la besó sobre mi palma abierta.

-Para qu e estemos tranqu ilos, sin tan tas

preocupaciones de distancias y de tiempos.Aquel departamento de dos piezas era mi

hogar, si hogar significa alegría, descanso, paz.N o uve con él reservas. Me parecía que a

su lado comenzaba a estirar músculos adormecidos.Olvidaba que la otra vida corría paralela a ésta.

Empezaba a amanecer. Seguí recordand o conlos ojos abiertos, desvelada.

.

' brazos.

'

* * *

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Terminaba el verano; hacía unos d ías qu e no10 veía, separados por las obligadas vacationes en

familia.Lo nuté preocupado. Dije espontáneamente:

T ú ienes algo.-Sí, algo muy importante para nosotros,

que vamos a conversar.E l viejo y conocido temor se trepó por mis

piernas. Tuve que sentarme temblando. Hablócon calma:

-Lo nuestro ya no es un secreto y me ale-gro. Pron to algún buen amigo se lo d irá a Gastón.Tú vas a contestarme ahora algo que nu nca.te hepreguntado.

Tomó mi cabeza entre sus manos. Cerré losojos.

-Míreme.- CHa pensado alguna vez echartodo al diablo y tratar de vivir conmigo. . . le-

galmente?No podía comprender. Cualquiera otr a clase

de relación me hubiera parecido innecesaria.-Realmente, no sé, no me esperaba esto. .

-Tengo cuarenta años, una vida hecha, di-nero. Eres tan joven, no quiero hacerte daño y t eamo.

-Sólo me'has dado felicidad .

-Lo sé, porque ha sido mutua.Estaba m uy tranquilo; como siempre,fui ca!-mándome a su lado. Sonrió.

4 9 .l 3 r e c h a . 4

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-Hay situaciones qu e tienen que definirse,sobre t o d o cuando existen terceros, como en ésta.Será difícil abordar a l hombre, pero no se preocu-pe, lo haré yo. Sé que recurrirá a su s principios re-l igiosos, la disculpa más fuerte para negarse a

cualquier arreglo y la más peligrosa por supuesto,ya que con el absurdo no se puede solucionas na-da. En ese caso, dse vendría usted conmigo deviaje? Legalizaríamos nuestra unión en el paísque fuera posible. Volveríamos después y creo quea lo hecho. . . pecho.

-;Y el, niño?Estaba completamente desconcertada.

-Mañana lo verá más claro.Fue al pequeño mueble que hacía de bar y

sirvió algo. Mi mano temblaba al recibir el vaso.En os momentos de mayor intimidad deja-

Emanaba de 'él una fuerza que no había sentido

en nadie. M e gustaba apretarm e a su cuerpo, que-darme largo rato con la cabeza hund ida en su pe-cho. Bajo la camisa, espeso vello castaño.

-¡Padre árbol; pad re roble! (¡Pad re d ecarne! )

Besaba mis cabellos; su ternura me penetra-

ba como un baño tibio.Esa noche, Gastón y yo estábamos invitados

a comer donde mi mejor amiga, que tenía unainmensa y confortable casa. Le gustaba reunir

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c

ba de tutearme. Encendió u n o de su s cigarros.

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' gente que pusiera en la mesa el cond imento de lasúltimas novedades en plaza y de lo que fuera.

E n el comedor, sentad a entre dos conocidos,me porté lamentablemente. H abía estado mirandohablar a iino de ellos, que, encantad o d e esta aten-c i h aparente, no d ejó de conversar un momento.Eso m e d escansaba. L e oía decir que se especia-lizaba en economía. '

-Tengo mi propia teor ía sobre e l subdes-arrollo. Acabo 'de terminar un trabajo sobre estoque será una novedad.

E n el centro de la mesa, una p ila ilum inadamanaba agua que caía saltando sobre una parejade porcelana que se daba la mano sumergida enla fuente.

En la fui otros en el m ar, hacíaunas semanas, durante el verano. Bogábamos unamañana en pequeños botes d e lona. De pronto m edi cuenta de que estábamos muy lejos de tierra

firme; calculé conlos ojos la d istancia -no seríacapaz d e nadar hasta la orilla-; Gastón, riendo,chocaba su embarcación con la mía y se apartabaluego, sirviéndose del remo. Experimenté de súbitoun terror irracional. Er a muy fácil d arse vuelta, ysi así sucediera, iquién me ayudaría? Mi marido

nadaba muy bien y tenía resistencia, pero ¡quémagnífica solución sería mi muerte!Risas en el comedor. Eché una mirada deso-

lada sobre Marta. Estaba a l tan to d e mi asunto y

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se portaba absolu tamente natu ral cuand o él pasa-ba a buscarme a su casa. La última vez que habla-

m os del terna dijo con cierta melancolía: “Eres

.

afortunad a, este hombre t e qu iere de veras”.M i vecino se exp layaba:

-El subdesarrollo no existe en forma mate-rial, lo que existe es la inconformidad cuando sehan conocido otras formas de vida superiores. Los

pueblos de un sitio perdido en el globo puedenestar perfectamente, mientras no ponen en con-traste su realidad ton lo que creen podría ser.

Puse atención., /

-Ciertos países, como ciertas personas, vi-ven soñando con lo que no pueden tener, en vez

d e someterse a la voluntad divina, tratando, den-tro de sus posibilidades, de alcanzar algo mejor.

Algo sonó en mí como un golpe; me estre-mecí. Leí otra vez, mentalmente, la frase escritaen una estampa religiosa que me regalaron en elcolegio el d ía de mi cumpleaños: “Si no me es po-

sible realizar mi ideal, quiero por lo menos ideali-zar mi realidad”. ¡Opio por cantidades, opio paratodos, por toneladas!

-Usted no habla en serio. <Con qué derechose burla de los estafados de la tierra? <Por quétengo yo que oírle tanta gratuita estupidez?

Comprendía que me estaba vaciando de latensión contenida desde la tarde, pero no podíaevitarlo.

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Se hizo un silencio en el comedor. Contestóen voz alta p ara todos:

-Repetiré lo que d ije: la gen te no se con-forma con lo que tiene. LO considera usted unaestupidez?

El rostro de Gastón, una mancha blanca. Ladueña de casa se puso de pie, gentilmente:

-¿Pasamos a tomar el café?

Nos despedimos al cabo de una hora y cami-né al automóvil ajen a a todo lo que no fuera aqu e-lla angustia que iba tomando cuerpo, rompiendo,haciéndose conciencia. <Y qué era esa conciencia?

Volvíamos a casa. La lluvia había limpiadolas calles, los focos alumbraban también desde elsuelo, de rebote.

-Quisiera saber a qué se refería, contestán-dote en esa forma.

-Podrías habérselo preguntado. ,

-¿Hasta cuánd o crees qu e seguirás ponién-dome en ridículo, llevando una vida en la qu e no

cuento para nada? 2No te das cuenta de que sinuestro matrimonio anda mal es pQr tu culpa?-La culpa la podríamos rem ontar mil años.Añadí para m í: “Pero siempre seguiría sien-

-Estoy harto d e esta inseguridad, d e espe-

Er a una magnífica ocasión. La sinceridad se

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do culpa”.

rar siempre lo peor. iCuánto más durará esto?

atropelló dentro d e mí.

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-Yo también estoy harta. Creo que debe-m os pensar con cierta objetividad y darnos cuen-t a de que no vamos a ninguna parte, que sólo noshacemos daño. Juntos estamos mal, salvémonoscomo podamos.

-2Qué estás proponiendo?Fren ó el coche en una esquina. Me cogió de

los hombros violentamente, perdido el control.Vencí el miedo.

-EstQy hablando de separarnos.-?Abandonarme, quedarte suelta, irte con

-Lo qu e pienso es tr abajar, mantener mi hi-el niño?

jo, vivir en paz.

-2Supones que yo aceptaré haber fracasadoen mi matrimonio? Seguiremos juntos aunqu e seanecesario darte de bofetadas.

Callé, apreté los dientes. Llegamos a casa.Fren te a, la ven tana estuve, como otras veces, mi-

rando hacia el cerro. Luces aparecían a trechos,entre lo s árboles. Pen saba: “Y estoy sola, absoluta-mente sola”. Nadie se salva sublimánd ose en algoexterior, por mu y amado qu e sea, sin haber abiertosu propia verdad. Me aferraba al recuerdo dequien pocas horas antes m e propusiera rompér contodo esto, me aferraba al recuerdo de su fuerza y

seguridad que yo necesitaba tanto en mi. Teníaque encontrarlas, aunque eso significara dolor. Quevenga-y que duela.

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Me alejé de la ventana; fui a ver a Sebas-tián. Dormía apaciblemente. Su tranquilidad mehirió como un reproche. Inclinada sobre la camita,acaricié su negro pelo rebelde. Ya nos alejaríamosde allí; largo camino que recorrer, pero debía re-correrlo sola. No sería, esta vez, un traspaso' Loresolví en un instan te, yo ya me pertenecía. Aqu e-llo era asun to m ío, exclusivamente mío.

L o esperé la tarde sigúiente, mucho rato. Es-tuve allí minutos antes de lo convenido. Preparét é como siempre.No hubo lágrimas en nu estra des-pedida. Est a vez yo besé la llave dorada en la pal-ma abierta d e su mano. Nos miramos intensamen-te, no necesité hablar demasiado:

-Tú me enseñaste que se podía andar consohura, sin muletas; voy a tratar de ensayarlo.Nosé cuándo será el momento de d ejar atrás todo lo

que me hizo inválida tanto tiempo. Mañana, pa-sado. . ., legará. Jamás olvidaré lo que represa-taste para mí.

-Y ya t e agrad ezco toda la felicidad que mediste y me despido. Dentro de una semana salgodel país a un congreso de arquitectos. Retardarém i vuelta y desand aré el camino peldaño a pelda-ñ o por los países de América del Sur. ¡Quizás a mivuelta. . .!

Pu se mi mano sobre su boca p ara sentir, fisi-camente, e l calor de su sonrisa.

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PERMA N ECI hasta mu y tard e en cama. No ha-ber dormido m e produjo un cansancio embotador.Volví a recordar aquellos meses que siguieron,en qu e mi alma y mi cuerpo tuvieron frío, en queme echaba a la calle a caminar, a mirar todo ese

mundo desconocido, totalmente ajeno. Llegabaa veces hasta la casa de m i mad re y m e sentabacerca de ella. Tenía siempre esa sonrisa hermosaque yo amaba, pero había permanecido tantotiempo encerrada en s í misma, que nuestra con-versación. se limitaba a cosas triviales, eludiendolo que pudiera tocar fondo. Volvía más frustrada,

Buscando calor me refugiaba junto a la ch i -

menea en casa de Marta, y bebíamos vino entibia-do a l calor de las llamas. Me gustaba charlar conella, que ofrecía una sensibilidad abierta. Er a viu-da de un hombre por el que conservaba un tiernorecuerdo y a quien había amado profundamente.Pensaba qu e no volvería a sen tir -a pesar de sujuventud- algo semejan te por nadie. Se refería

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a las relaciones amorosas con un fino, simpáticocinismo:

-Los 'hombres p iensan qu e nosotras Ilega-mos a la cama llevadas por la gran pasión, el gransentimiento; nos enamoramos y caemos; lo hancreído así por generaciones. Lo que en ellos esuna simple escaramuza, un mérito, un orgullo, enlas mujeres es grave falta, Porque con el cuerpo

comprometen el alma.Encendía el cigarrillo y echaba el fósforoa . las llamas.

-Traté algunas veces d e convencerlos d esu error , qu e limitaran el simple acto a su simpli-cidad, que las circunstancias son circunstancias

para ellos y ellas; pero ia vanidad masculina esciega: las mujeres se entregan por amor o se pros-tituyen por dinero. Casos extremos. ¿Y el térmi-no medio? ¿Una mezcla de amor y prostitución,de prostitución y amor?

probaba que yo estaba allí. Marta atizaba el fue-go para no ver l a humillación en mi semblante.Y yo no la negaba; mientras no demostrara queera capaz d e sobreponerme con hechos, las expli-caciones sonarían a falso.

-Me pregunto cómo has podido mantener

esta situación con la Certidumbre de que tendrásque liquidarla.

-La contestación ser ía: miedo, ese mieda

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I E l teléfono sonaba por la tard e: Gastón com-

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ancestral a dar el salto sin saber dónde. Y hay que

sdtar bien. El escándalo tiene dos caras: una

cuando se da con seguridad interior, como unacachetada bien dada, y es positivo, abre cami-n o, y la otra cuand o se da a medias, temerosamen-te, y es I lso. T e respetan en la me-dida en que eres Iuerte y tienes éxito.

E te diré que espero

con ansit ueda visitarte y sehaya clarificado el ambiente en que vives; es de-cir, estés sola tu niño.

-Es difícil.

El 1

d o un vicien-Mar-

ta se refirió a su vida:nari-

do. Fuimos ia pareja ejemplar durante los diezai estuvii ados. U i quem :omodicen ellos. Sufrí,no pensé en desquites, pero elt€ Más

t E ma-no, con la diferencia de que él no lo supo jamás.

E e Yatres anos que enviud e y creo que no volvere a ca-SE eiidría isarlo rr r quien pue-

de p e n s a 'o poco másy no lo hace. El matrimonio se justifica por unagran pasión o una gran situacion. La situación la

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b

tengo, la gran pasión no repara en estados civiles.M e quedaba en silencio; que ella hablara rm

hacía pensar que todo era fácil de solucionar. M g -

mentos de descanso.La observaba; se movía con gran soltura.

Los objetos, el mundo que la rodeaba, estaban he-chos a su medida. No er a hermosa, pero s í intere-sante, llena siempre de invitaciones y de visitas.

La había encontrado un par de años atrás en casade una amiga común y simpatizamos de inmedia-to. M e gustaron su fran qu eza casi increíble, su in-dependencia absoluta,

No le conocí aven turas ru idosas, pero intu íaque en su lecho el calor se conservaba constant2.

-Pertenezco a la escuela hipócrita de unahermana de mamá: todo se puede hacer como se-ñora.

Gastón la temía; ante aquella naturalidadse sentía desarmado. Lo tra taba espontáneamen-te como a un niño. Había entre ellos una distan-

cia infranqueable que me hacía posible llegarhasta s u casa y refugiarme allí con tranquilidad.Antes o después de comida mi marido pasaba arecogerme mansamente. E n el fondo la respetaba.

Una tarde me esperaba con el diario abier-to sobre su falda, entusiasmada.

-Se dbren las matrícu las en la Escuela deTeatro, ;no te parece interesante?Y o sabía que tendría un disgusto; era colo-

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--.

,--r una nueva banderilla; pero. . ., al d ía siguien-t e estábamos inscritas.

Todas las mañanas asistíamos a clases. Alprincipio me guardé de contar nada. Salía a la

Escuela después que Gastón se iba y volvía antesde almuerzo. Pero d ebía tom ar ap untes, comp rarlibros; un día quedaron sobre la mesa.

-¿Qué es esto?

Tr a té de explicarlo simplemente. Se que-jó con amargura:

-Estás siemp re inventando cómo moles-tarme. Ahora es el teatro. ZQué será mañana?

Guardé silencio, pero proseguí en mis clases.Los meses volaron. Descubrí que tenía aptitudes.Empezamos a reunirnos c de Marta con algu-n os compaiieros, gente diferente unida por un en-tusiasmo común. El mundo se ensanchaba rom-piendo el miedo. Llegaron los ensayos para unaobra de'Lop e de Vega y n os llamaron a integrar lacomparsa. La víspera del estreno avisé a la emplea-da que no me esperara a comer. A las cinco de la .

mañana estábamos aún en el escenario en el cuadrofinal. En tr e gente de teatro y prensa vi en plateaa' Gastón, estupefacto.

Fu e un alarido familiar. Mi suegra, con 1á-

grimas en los ojos, recorrió todas las escalas quevan d e este mundo al otro para d isuadirme de en-tretención tan peligrosa. Mi madre se limitó a

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asentir con Gastón. E n el fondo le d ivertía un po-C O tanto baiullo de la otra parte.

E l ambiente ya denso se hizo insoportable.Andrés, mi hermano, que se reunía con mi ma-

rido para revisar juntos su Memoria de abogado,m e recomendó prudencia. .Me mantenía dispuestaa no ceder, al menos todavía. Sabía que esto pre-cipitaba la caída, pero lo que pudiera ya sucedern o me importaba.

E l estreno fue un éxito. Lope de Vega levan-taba su mano a través de los siglos para recordarque sólo por la violencia se recuperan los derechos.Y o trabajaba regularmente todas las tardes en el

teatro. Mil dificultades en la casa eran zancadillasa mis pasos, qu e, a pesar de todo, seguían s u mar-cha. Besaba la cabecita ensortijada de Sebastián,y el sentimiento de culpa a l d ejar lo marchaba con.migo como una quinta columna que hacía daño.Caminaba siempre ausente, dolida, por la calle.

Afirmaba una tard e la d iadema sobre el tra -je de dama con que aparecía en escena, cuandome desmayé. Metida en una niebla blanca, espe-sa, divisé a Ma rta correr en mi ayuda. Pron to mesentí rodeada de voces, alzada del suelo y ten-dida sobre una superficie blanüa. Alguien me echó

un poco de coñac entre los labios. N o entendía loque hablaban, no me importaba esa agitación ex-terior, una paz desconocida se mezclaba al sopor.Era bueno n o pensar, estar evadida de l a sensa-

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ción física; coord iné un solo pensamiento: no ser.Poco a poco comencé a percibir la presión

de las manos de Marta sobre mi rostro; hice unesfuerzo y abrí los ojos; la miré; ¿estaría yo tanpálida? Dos o tres compañeros me rodeaban an-siosos. Moví las manos: yo de nuevo. Les sonreíagradecida, mientras me embromaban cariñosa-mente:

-Buenas noches, señora; qu é bueno quehaya usted despertado. La Reina nos espera.

Todo había durado unos minutos. Lo s lla-maron y nos quedamos solas. Mi amiga se incli-nó a sostenerme mientras me sentaba:

--Estas son las consecuencias de tan ta ten -

sión nerviosa, de tanto disgusto diario. . .Daba razones para acallar lo que ambas es-

tábamos temiendo. H ablé tranqu ila sobre dos pier-nas temblorosas:

-Me arreglaré de cualquier modo, pero novuelven a pescarme.

' L o s días siguientes pasaron rápidos. Almor-zando con Gastón y su madre, sentí náuseas. Misuegra tuvo una exclamación alborozada:

-iA lo m ejor , Dios ha escuchad o mis súp l i -

cas!

Traté de reponerme, aspiré hondo:

-Recuerde que el Diablo ron d a. . .Recibí de Gastón una mirada terrible. L a

señora bajó los ojos sobre su espanto y la piedad

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reemplazó en mí a la impaciencia. Me pareciitan desgraciada, intuyendo el fracaso del matri-

monio de su hijo, que, espontáneam ente, hubieraquerido reparar la herida abierta con aquella fra-se. Puse las manos en mi frente, mientras un es-

. tremecimiento interior me p regu ntaba: “c Y quiéntiene compasión de ti?”

No hice comentarios sobre mi malestar y

Gastón no se atrevió a preguntar nada. Nos ob-servábamos desde nuestras posiciones, cautelosa-mente.

’ Con el‘ esultado “positivo” d e los exámenes,consulté a Marta; ésta, a alguien, y por fin tuvela dirección de un médico “e~pecialista’~.

De inmediato avisé al director que me reti-raba de la obra.

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LA NOCHE Última, víspera de la intervención,volvía del teatro cuando me alcanzó mi marido.Caminó cogido a mi brazo; no quise mirarlo; re-sultaba terrible aquel dolor imposible ya de evi-tar: dolor mutuo. -

-No sé qué piensas, pero te ruego n o olvi-

des lo qu e t e enseñaron de niña,'mi gran cariño,la necesidad que tengSu voz est aba empapada. La debilidad, co-

m o el pánico, agiosa; tuve miedo de caeren ella. Apresuré el F silencio. Se detuvobajo un farol, reteniéndome:

-Es hu millante tener qu e abordarte enla calle, ,porque no acep tarías una conversacióndirecta.

-No h a s tratado de hacerlo.Frente a nosotros un restaurante con peque-

fias luces sobre las mes\ as parecia cálido, comouna invitación; lo señalé con un gesto:

-Entremos.Un mozo solícito tomó el pedido, colocando

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después, frente a nosotros, un buen w hisky, hielo,vasos. Pensé que hubiera bastado una botella de

vino. Me puse en guardia.-Estoy desconcertado. Creo qu e no esta-

ba preparado para un matrimonio como el nues-tro. Pensaba que mi mujer debería ser como lasqu e conocí en mi fam ilia, viviendo para su hogar;tuve miedo, quise frenaite. Sé que no entiendes'

ese sentimiento religioso que me inculcaron des-de que nací y me siento ridículo arrodillado enmisa, mientras tú me esperas en casa con un ape-

ritivo. Te reconozco méritos, pero que en u n aesposa tienen doble filo.

E l licor contraía mi estómago desagradable-mente. Record é el malestar del embarazo en aque-llas horas que se deslizaban sobre las paredes de

un cuarto en que m e encontraba sola, en silen-cio. Y , al igual que entonces, recordé cómo m e

preguntaba por el amor.Gastón puso su mano sobre la m ía a través

d e la m esa.-Se trata ahora d e salvar .esto; pond ré to-

da mi voluntad en ello, pero debes ayudarme.Tendremos más hijos, aband onarás cosas tan ab-

surdas como el teatro, no t e v isitará,gente con 12

que nada tengo que ver, dejarás de lado lo que

impide que Seamos feiices.Comencé a impacientarme.-Ya I IQ puedo renunciar a pensar, es muy

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a r d e para eso. No me pongas trampas, las CQ

nazco.

Dio un golpe en la mesa.-Es inútil contigo. ;Qué quieres entonces?-Te lo dije una vez y me contestaste con

violencia. Te lo repito y en definitiva: terminarcon esto. No respeto lo que t ú respetas; t u fór-mula matrimonial es una garra, es dominio, es 10

que estoy viendo a diario, en todas partes, y nom e gusta.

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.

-2A qué piensas llegar?-Al fin d e nu estra vida en comú n. M e co -

r ro los riesgos que esto significa, abro posibiljda-des para ti y para mí,quiero liberann e d e ama-

rras inútiles.Estaba tan pálido que las venas se trans

parentaban azules en su frente.

-Emp iezo por decirte qu e nu nca obtend rásuna nulidad de mi parte; no te reirás de mi, elizy casad a con otro hombre.

Malestar, repulsión, evité prolorigar aáS

nuestra conversación:

-Estoy resu elta; con o sin nulidad he ter-minado contigo.

H ice ademán de levantarme d e mi asienta-Estoy muy cansad a, me voy.

A mi gesto, corrió el m uchacho con la cuen-ta. La voz de Gastón sonó enronquecida:

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Y como tú tienes la culpa, jamás podréperdonártelo.

La noche se prolongaba hasta las estrellas.Faltaban minutos para que amaneciera, el espan-to era una garra de dedos sangrientos sobre mi

vientre; pensé en e l castigo, en la muerte.CQué iba a hacer? b

Y allá estaba unas horas después. El cal-mante corrió por las venas insensibilizando elcuerpo, pero la mente se mantenía alerta dentrod e su ca ja adormecida. E n el cielo blanco de l a

pieza, la luz d e la lámpara que venía d el piso re-flejaba un monstruo negro qu e se movía con len-titud. É l d olor era la lucha de la especie por so-

brevivir y lloraba por mis ojos. Quebrantaba yo

en esos momentos todos los cánones, las normas;me convertía en una réproba que merecía casti-

go; el horror transp iraba en mi frente, en mis ma-nos, en mi cuello; corría, m ojaba mis cabellos, lle-gaba hasta la camilla. Estaba sola con la muerteen m í. H ice un esfuerzo para hablar:

-Un poco más d e calmante, qu iero dormir.Per d í la conciencia.

Un dolor sordo en la región del vientre mesacudió como un espasmo: volvía en mí y a larealidad . Me apoyé en Mar ta;qu e entró a una in-

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ME GU STQ el d epartam ento, asoleado, peque-ñ o, pero suficiente para el niño y yo. Había vistoel aviso de arriendo colocado como una banderaentre dos balcones al ir a casa de mi madre. EEedificio se term inaba d e constru ir, alegre, d e co-

lores algo llamativos.

Salí de allí resuelta a tomarlo, p ero el talo-nario de cheques no pesaba dentro de mi carte-ra; estaba absolutam ente sin un peso , sancionadaal mínimo.

-<Qué hacer?Fren te a l edificio el verde d ibu jo d e una pla-

cita ponía un paréntesis entre cuatro calles. Ca-miné a u n banco y me senté a reflexionar. Teníaqu e hacer brotar d inero d e algún lado, d inero mío,para empezar firme, sin hipotecas.

La pelota d e unos m uchachitos qu e ju gabanrodó hasta mis pies. Agaché el brazo para reco-gerla y sobre mi mano se am ontonaron las pulse-ras de oro, regalos de matrimonio: tres gruesascadenas con algunos sellos y monedas; las miré

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con atención y seguí mirando hasta llegar al bri-llante que en mi dedo daba limpias luces de to-

dos colores. El compromiso.

f

“Cierra los ojos un momento.”Había pasado el momento. Después de la

obscuridad de segundos, el brillo de un solitariomuy puro sobre el fondo negro del estuche.

“Lo usarás siempre; era uno de los aros de

mi abuela y mamá lo guardó para anillo de mimujer.”Aparté la mirada de la joya, penosamente,

y me puse a sacar cuentas d e memoria. Podría vi-vir unos meses, mientras encontrara trabajo. Es-condí las manos dentro de los guantes; prefería

ya no verla. * *

Esa mañana, a pesar de la primavera, esta-ba fresco. Levanté al niño muy temprano, lo ves-t í con un gorrito y un abrigo; metido en su ropa,un poco extrañado con las maletas, los paquetes,

el desorden, me seguía con la mirada enorme desus ojos. La emp leada qu e lo había criado se ve-nía con nosotros; hacía bultos en la cocina. Al-

,gunas ollas se quedaban en los estantes, destapa-das, hambrientas.

Mil recuerdos salían de todos los rincones

como enemigos, a h erir, a tumbarme. Cogí el telé-fono y pedí un taxi con urgencia. Irse de allí pron-to, lo más pronto posible.

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!

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Gastón permanecía hermético tras la puertad e su dormitorio. Desde nuestra ú ltima conversa-

c i h , hacía algunas semanas, yo d ormía en la pie-za de mi hijo.

Me senté a esperar; volvía a sentirme dé-bil, tem ía d esfallecer. Una bocina sonó en la calle;la empleada salió a pedir ayuda al chofer para *

cargar las maletas y los bultos; no eran muchos.

El día anterior, en una camioneta conseguida por*Marta, había sacado lo indispensable: camas, si-llas, una mesa.

Los oía moverse afanosamente. Sebastián y

yo estábamos sentados muy juntos en el sofá. Lascortinas de felpa, corridas sobre las ventanas; las

reproducciones de Picasso, sobre una mesa, ama-rradas con un cordel. Volvía a ten er la sensaciónadormecida de la inyección de calmante.

-¡Estamos listos, señora!Me levanté con dificultad, apagué la l u z y

el Zivinfi quedó a obscuras. Salimos. Al llegar a la

acera, me pareció oir el correr de las cortinas so-bre sus rieles, al tirón apresurado de alguien quese quedaba mirando tras los~visillos.Abracé a l ni-ñ o mu y fuerte cuando arrancó el motor.

' * * *

- Nos llevó todo el d ía abrir maletas, colgar y

guardar l a ropa, tomar medidas para cortinas; mil

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cosas que m e distraían de pensar en la d imensióndel cambio efectuado ,en mi vida. Eramos de lo s

primeros en ocupar el edificio, lo que representa-ba una ventaja en cuanto a entrar y salir, hablarfuerte, dar libertad al niño para que corriera porlos pasillos y garajes; pero fue un duro inconve-niente a las siete de la tarde, al anochecer, ycomprobamos que la luz eléctrica no estaba conec-

tada. Se trató de ubicar alguna persona que lohiciera; fue inú til: esa noche estábamos cond ena-dos a la obscuridad. Afuera, en la calle, los focosen sus postes miraban hacia dentro cómo nos

alumbraban las velas.

Mi madre llegó cuando anochecía. Se detu-

vo en el umbral de la pu erta de entrad a, abierta,y nos observó en silencio. M e d i cuenta de su pra-

’ sencia a l volver de la ventana que estaba midien-do. Emanaba de ella esa serenidad que nunca le

vi perder, que de niñita me hacía esperarla paracomer tranqu ila y dormir. Como siempre, nos sa-

ludamos sobriamente. Sebastián, que la adoraba,corrió a sus brazos.-Dentro de unos momentos vendrán a de-

ja r te una lista que pedí para ustedes en el almacén.

Un regalo. No esperaba tanto. Con el niño-- - - - t Ó en una esquina de la

sba mis reproducciones.orta, lejos. Añadió al ca-

, , , : a , -.- - 1 2 -

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co n el frío colánd ose por las ranu ras de las ven ta-nas desnudas, provocó en nosotros cierta euforia.

El ino ponía su amigable nota reconfortante yabierta. Marta echó atrás la cabeza sonriendo:

-Recuerdo todo lo que he deseado qu e Ile-gara este momento de limpieza. Así se lo d ije hoya Gastón cuando me iiamó p or teléfono, esta m is-ma tarde, que te hiciera razonar.

sible.Está dispue 0-

Me encogi de

-<Un armisticio?Nicolá-iu o, queria: LY

del qu e retrocede! Te arrancarán lo s ojos y tepondrán a la r i f e ( reromper, le\ lmpens; 0-

mieriza con ia soleaaa, pero ya se ha abierto unabrecha:' agu

Se fueron muy tarde. Caminaban al cocnecuando Mai rió corr

-He ;ar te res-pecto a trabajo. Se está formando una ciertarepartición ( e-

moria quién podría ayudarre, a quién conoces losuficientemente importante como para hacerlo.

Volví a quedarme sola. Vagué por el depar-tamento, sin sueño. La emoción excitada con el

sitarán gente. Mien -epasa E e-

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vida.

lguno c

stido d

la parec

vino era una fuerza que me emp ujaba a actuar, acorrer. E n un r incón d e mi pieza la vela alum-

braba un pequeño montón de libros, unos pocosque logré sacar con mis cosas. Leer me pareció lasolución mienti a el sueñÓ. Tome el prime-’ro de el so Perdido”; lo abrí:

“E1espíritu lleva en s í mismo sÚ propia m o-rada y y mo hacer un cielo del infier-

n o , un inrierno lo. ZQué importa el sitio enque yo reslda si soy sie 1 mismo y el que d e-bo ser?.

Puse mi cala esa página abierta, semejan-t e a la itradotrayend o algo d mien-

to involuntario de mis pies desparramó el resto( ). Me inclinépara ori lía es-currido, :o, mii iirarlamejor. Algo parecido a un inexplicable pudor me

1 ncion, menos2 ue guardába-rnos para nosotros. Recordé q u e cada vez que7 dabavuelta la fotogi tarde que m eE ndo disgusto,i 11 hijo d e ella.

-Representa ei u ia más imp ortan te de t u

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Alzo semejante había oído de otrós días.L a luz amarilla de la vela la alumbraba ex-

trañamente. Pude observarla con atención. Elvestido suntuoso, la m antilla de mi abu ela, usadapor las mujeres de la familia, lo s mil detalles ar-tificiosos, absurdos, me resultaron drfinitivamen-te insoportables. Abrí un closef y la disparé a laúltima de su s divisiones; con un leve ruido seco

golpeó la pared; me arrepentí de no haberla roto,pero requería cierto esfuerzo cogerla de nuevo.Allí quedó.

Puse el candelabro en el suelo, cerca de lacabecera de la cama, y me tendí. Comenzaba a

sentir los efectos de ese largo día agotador. El

cansancio físico dio entrada a la desolación, queirrumpió como un demonio armado de cien cuchi-llos para cortar la fuerza, el valor, l a voluntad. Me

quedé metida en la penumbra, inerme, sin recur-sos. Una negra manta cayó sobre mi conciencia:“iC~lpable!”

El cerco tradicional es infranqueable. Losrebeldes van al infierno.,La vela se consumía en

su cand elabro. M e incorporé con dificultad y ca -miné a tientas hasta el Ziving. E n la mesa habíaquedado algo de agu ardiente; lo vacié en un vasuy lo bebí a grandes, prolongados sorbos.

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X

EA LUZ eléctrica se hizo al día siguiente. To-

do, tan poco, quedó pronto en orden. En el pe-q u e ñ o departamento flotaban los escasos m u e -

bles a la deriva; navegaban, se traslad aban de unapieza a otra según las necesidades. Las tres únicas

sillas se varaban, a veces, en la cocina. E n mi dor-mitorio, el suelo era la gran mesa en que se colo-

caban los libros, los ceniceros, la lámpara de no-che, todo a l a lcance de mi mano.

Durante esa semana no salí nada más que acomprar lo absolutamente indispensable. Partía-

m os con el niño, disfrutando de aquel barrio conarboles y jardines. Frente a grandes casas, gran-des automóviles parados a l a espera. E l contrastede aquel confort con el centro era enorme: allá,Ea mayor uniformidad de sus edificios no traslu-cia la s posibilidades económicas de su s propieta-

rios; acá, una especie de competencia lanzaba losinteriores a la calle. Grandes ventanales impúdi-co s que se podían violar desde la acera, sobre un

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jard ín ba jo, visible. La intimidad no ee una carac-terística de los tiempos.

M e reía y señalaba a Sebastián las mucha-chas de ajustados pantalones y cabellos sueltossobre los ojos. bajándose de la m otoneta del ami-guito.

-zBonitas?El me respondía con su seriedad caracterís-

-No gustan.tica:

Empezaba a ensar la retina como s i

m e quitaran vend ajes d o tiempo- sobre lospárpados. E l sol era más amarillo y brillante, mAsalegre; algunos árboles in rosados y blan-

'

COS.

Y quería llegar prba sobre la cama, fumaba y nc

a, M e 't ira-nada. Poco

a poco'iba entrando en aquel mundo nuevo. Porlas noches, después qu e el niño nía, m e en-volvía la cabeza UI I pañuelo y solía ir al cine

que estaba a pocas cuadras. E n la calle desierta,sólo el ruido de mis pasos. Esos días traté de nover a nadie; necesitaba un baño de soledad, nooir nada que no fuera mi paz interior.

Concluía la semana; pasaron otras.Un a tarde, Mar ta tocó a mi puerta. Sus pri-

meras palabras fueron una advertencia :-Recuerda lo qu e t e d ije acerca de esa ins-titución que se está formando.

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-<Cómo olvidarlo? Ten ía que someterme.

No s pusimos a la tarea de recordar gente

-'+i a mis circunstancias. Al principio me pareció2ivertido aquel arrancar nombres -como quienCEca ropa del fondo de un baúl-, que vivían u nrequndo en la palabra animada, para volver 22

nuevo al olvido. Más difícil resultaba dar con el5ada madrina que entrar después a cualquier si-

tio, a su conjuro y protección.Encendía un cigarrillo cuando me fijé en e!

cortador de puros de mi padre, un stand by enminiatura, solitario en una mesa.

-Tómalole hizo su meja

1 regalo que

Su mejor amigo, aquel ingeniero alto, quellegaba cargado de chocolates, que me regaló lam á s ancha de las pu lseras vendidas y firmó com3testigo en la ceremoni; el d ía de mi matri-monio. Xacía pocos meses mi r omentó, son-

riente, que el Gobierno lo había distinguido con

un alto cargo.-Este es mi hombre.

Los d ías de retiro terminaban; ten ía que SE-

lis al mi

pan.los CUI i ganarme el

Lo llamé para que m e recibiera. La secr et z ia

-Anotaré su nombre, teléfono y direccih.dexostró una perfecta técnica de evasión.

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I

-No anote nada, por favor; pierda dos m i-

-Vuelva a llamar en una hora más.El temor a que no diera ninguna importan-

cia a mi deseo de hablarle me llenó de inquietud.Esperé con impaciencia, marqué el número len-.tarnente.

La secretaria, esta vez, conectó con él de in-

mediato. Su voz dio algo de calor y humanidadal aparato:

nutos y déle mi nombre.

-Ven ensegu ida, qu e te espero.Volé. E n e l inm enso escritorio claro y con-

fortable me resultó fácil hablar. Conté simple-mente los hechos. Supo que estaba sola y nece-

sitaba trabajar. Ten ía ya los datos de la reparticiónqu e se formaba y los expuse. Meditó un momen-to, sonrió:

-Creo que podré ayudarte.Me bastó; conversamos de otras cosas. ?e-

nía un encanto extraordinario; debía resultar di-

fícil no ser vencido por aqu ella personalidad ava-salladora; comprendí su - éxito. Seres que nacencon “ángel”, com o se d ice en el teatro.

M e acompañó a la p uerta; nos besamos co-

m o antes.

-Vete tranquila.Estaba invitada a almorzar a casa de mi ma-

dre. N o tuve paciencia para esperar locomociónentre el puñado de gente, a esa hora, amontona-

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da en las esquinas. Detuve un taxi. Miré la masagris que se quedaba aguardando y pensé eii un

segundo: “iCómo es posible que soporten tanto!”Pero mis preocupaciones eran muchas parareparar demasiado en los numerosos grupos conque me encontraba an te cada rojo del semáforo.Rostros borrosos, vestimentas borrosas, y desde elautomóvil, lejanos, ajenos.

Andrés preparó algo para beber, que des-paché de un golpe. Dijo antes d e tomar su copa:

4 a s t ó n llamó ayer y habló con mamá.

Me quedé con el vaso en la mano.-Espera qu e reconsideres el paso qu e has

dado. Cree que en este tiempo transcurrido ha-brás pensado todo el mal que te haces y haces al

niño con tu actitud.

.

4,

-;Qué contestó mama?-Que era asunto tuyo.

Adiviné el desprecio en la respuesta de mimadre. No se hizo más alusión al asunto, pero elmalestar que quedó en el fondo de mis pensa-

mientos enturbió la claridad de la mañana.vi a mi marido

bajarse del au to fren te a m i puerta. Debía de ha-’ber estado esperando.

Caminaba a casa cuando

-2No quieres escucharme un momento?

-Te rogaría qu e fueras breve.

Quedé a la espera.-2No me invitas a pasar?

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-No tengo tiempo, salgo inmediatamente.-¿Antes de entrar? ¿Tan llena de compro-

Me contenía a duras penas; sentía un fas-

-¿Eso es ,todo?-¿Y el niño?-Puedes avisar a mi madre cuando quie-

Di media vueltá y puse la llave en la cerra-

-Estos d ías te han hecho bien; estás muy

Abrí la puerta, trató de seguirme al inte-

-¡Te qu edas ahí!-¡Pero qué. . .No le o í el resto. La puerta nos separó con

violencia; me quedé parada unos momentos tem-

,misos en tan corto tiempo?

tidio y una impaciencia terribles.

. ras verlo; te lo llevaré a su casa.

dura. Avanzó hasta colocarse a mi lado.

hermosa, apetecible.

rior; una furia incontrolable se desató en mí:

I blando:-¿Cómo se at reve?. ..

Caminé al baño a mojarme la cara: ardia.PÓco a poco fui tomando conciencia de que hacíacinco años me había casado con él y de que legaly socialmente era mi marido. No bastaba desha-cer exteriormente, tenía que solucionar el proble-ma por dentro.

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COMENZO, entonces, un período de guerrillas,con intermitencias de uno o dos días. Mi suegrano se atrevió a llegar a mi casd, pero me rodeó delágrimas que salpicaban desde todos lados. Paraella el golpe resultaba terrible; no le guardaba

rencor, la comprend ía.Sorprendí una noche de vuelta del cine, enuna esquina, protegido por la obscuridad, el co-

che de mi marido. Otra, golpes en las persianasde mi pieza. Desperté y me lancé a la ventana.Gastón, parado en el pasto, esperaba paciente-

mente mi reacción. Volví a la cama, tratando deconservar la serenidad y el pensamiento. Recibíflores, cartas de amor, y, por Último, amenazas.

Comía habitualmente en casa de Marta, demi madre o de Nicolás. A veces, con amigos que,

- enterados de mi situación, aparecieron a visitar-

me. Me divertía con éstos ysus

esfuerzos galan-tes. No desechaba la idea d el hombre, pero estabaaún demasiado cansada.

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Un día me llamaron del Arzobispado a casade mamá, para qu e pasara a conversar con el se-

cretario de Su Eminencia. M e concedería una en-trevista en una fecha próxima. Tras la llamadatelefónica ad iviné las angustias d e mi suegra.

; Q u é podría contestar?La salvación del alm a inm ortal corría opues-

ta a la realización de mi vida temporal, capitalpara mí. Respetuosamente me excusé, volví laespalda; pero la cadena legal persistía, 'no había.conquistado aún la total libertad.

Pasaron dos semanas sin que supiera nadaacerca de aquel posible trabajo; estaba desani-mada y caminé a casa de mi madre con el niñoa lo largo del sol por la acera. Leía el d iario cuan-do sonó el teléfono. Su v oz era inconfundible:

-Todo arreglado, tienes el puesto: Pasa averme esta tard e, para que t e conozcan.

Me presentó al gerente. Mantuve cierta in-

explicable reticencia ante aquel nuevo personajeque iba a ser tan importante en mis circunstaneiasfuturas, un poco amo de mis actos. E l apretón desu mano fue blando y húmedo. Preferí abstener-me de un parecer anticipado.

Me comunicó que estaba contratada como

secretaria.-;Y cuándo deberé comenzar?

En mes y medio más estarían terminadas lasoficinas de todas las secciones. Se arreglaban los

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,

'

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pisos que ocuparíamos. Entretanto, montaban lainstitución e l vicepresidente, dos asesores y .sus

secretarias respectivas. Me sentí casi feliz. Al finpuerto seguro, se despejaba el horizonte. Besé alamigo, olvidé despedirme de mi primer jefe y salía la calle un poco aturdida.

Iba tan absorta que apenas me detuve a pe-sar del firme tirón que sentí en el brazo. Tu ve una

espontánea alegría al verla, ensombrecida por elparentesco tan cercano a mi marido. Traté de se-guir de largo, pero me retuvo con cariño.

-Acabo de llegar de Estados Unidos y mehe enterado de tu determinación. No supe dón-de llamar p ara decirte qu e estoy contigo en lo qu e

has resuelto.

cias.* Era algo bastante imprevisto. Le di las gra- ,

(Enton ces, Ziba resultando menos réproba? )

Nos besamos para despedirnos, la invité a

casa y seguí mi camino con cierta satisfacción.

Un matrimonio que se disuelve da el ejem-plo: mientras algunos se alegran, otros, los quetiemblan por su insegura tranquilidad constituida,anaternat!izan contra los rebeldes. RecÓrdé a unamigo del teatro qu e aseguraba que p rimero aprue-ban en el Congreso la ley de reforma agraria quela de divorcio. El bolsillo o el alma. ¿Qué leysaldrá primero? ;Se podrán detener ambas?

M e llamó la atención la vitrina d e una agen-

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cia de turismo, en donde un avión.de cartón se

sostenía entre rascacielos de papel.

Viaje a Estados Unidos cómodamente.

Un a línea aérea pond eraba sus servicios. Lle-gué a mi casa y me tendí un momento. Sebastiáncorrió disparad o a m is brazos y se acostó pegandosu cuerpo al mío. Le gustaba acercar el rostro,mirarme a los ojos y quedarse así quieto en si-

lencio. Su gran cabeza crespa, la enorme frentecombada, me inspiraban una gran ternura) lo be-saba con furia. Siempre tenía algo en los bolsillosque ofrecerme: una flor d eshojad a, una'bolita ga-nada en la calle, un dulce. Esta vez extrajo condificultad varios chocolates:

-Papá dio chocolates.

Supe así que Gastón estuvo esperando parainvitarme a salir hasta que terminó por aburrir-se. Sólo eqtonces me di cuenta de que no habíacomido nada, pero aquellas noticias terminaron

con m i apetito.CEstaría resuelto a no dejarme en paz?

hie senté a pensar. Un par de meses no eratiempo suficiente para convencerlo de que todon o había sido una broma y de que sus esfuerzosde arreglo serían inútiles. Estuve recostada has-

t a muy tarde. Di de comer a Sebástián y partí ha-cia casa de Marta. Tenía miedo a cada esquina;me parecía que alguien iba siempre tras de mí.

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Por suerte la encontré sola. Dejó el libro ‘que

-Ya lo ves, n o puede faltarm e e l remedio.Empecé contándole mi entrevista de la ma-

ñana y lo sucedido una vez más con mi marido.Mientras hablaDa, temí quebrarme en llanto, co-m o una niña. Silencio. A través de la ventana mi-ré a l jard ín de árboles altos que en e l verano d a-

ban sombra a un asiento de madera y fierro unpoco inclinado con los años. Había varios así enel fundl i aljueí:

leía y me sirvió de la botella que tenía cerca.

Después de alm en el colegio, en laibamos el ro-

sario. Y o permanecíd Lu1qletamente ausente,

mientra pales.imien-

t o que siempre iba a reiugiarse en las enormespiezas ( catres,d ías ard ientes y nocnes frescas. Entre los árboles,

d io de los ro-

a después dela leccien dada a medias, m e decía Lull lu consue-

1 lejos

M mo a los cin-co años de m emataron lastierras amadas y CUI I ello la p osibilidad de refugioy escape. Todc oncluido a un golpe

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. de todo esto”.

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Al bajarme de su coche frente a mi puerta,

-Socias a l debe y a l haber.Hablé con mi madre sobre el niño. Viviría

en su casa mientras yo estuviera fuera. M e d iver-tía pensar en el asombro de Gastón cuando seenterara. . . Me dediqué al pasaporte, fotogra-fías, investigaciones. Afortunadamente no exigie-

ron permiso del marido; en una semana todo que-dó listo. El gran país del norte se abría como unapromesa.

le estreché la mano:

* * *

Navidad se vino encima. Y volaría con los

primeros vientos del nuevo año.Sebastián estaba excitado con el alboroto de

sus compañeros de juego del edificio, y me resolvía cooperar con su alegría colocando en un rincónvisible del Ziving un pino de Pascua cargado deluces y de figuras de vidrio. Hacía un efecto deco-

rativo y cálido iluminado por las tardes y rodeadode la admiración infantil como de un cerco.

La víspera, Gastón pasó temprano a recogera su hijo para mostrarle tiendas y comprarlejuguetes. Tem í que explotara la ocasión: 24 de di-ciembre, hogar, mi culpa se agigantaría y 61 trata-ría d e sacar p rovecho de m i debilidad. Pero no su -

cedió nad a, casi fue una sorpresa, lo que me hizosospechar que tuviera compromisos por su parte.

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Preparé la comida de medianoche y me sentéa esperar a Sebastián . Volvió eu fórico, nervioso con

las multitudes y las vitrinas ate‘stadas, completa-mente armado de un eqúipo de guerra. Se parófrente a mí y abrió fuego con su ametralladora co-mo un perfecto soldado.

-Así mato los enemigos.Matar. Aleccionarlos desde niños, con los ju-

-2Quiénes son tu s enemigos?Contestó, levantando la ametralladora a l cie-

-Todos los malos.

@eteS primero.

lo :

Afortunadamente todavía no sabía leer. Re-cord é cpn espanto los quiosco$ en las esquinas consus revistas de historietas colgando desde un coi-del, llenas de cuentos espeluznantes: espías y ene-migos infiltrándose como el terror. Suspiré obser-vándolo. Ya entrar ía Sebastián en ese mundo conlas primeras letras. Evitarlo era tan difícil comoimpedirle respirar. Lo s titulares de lo s diarios, elcine, lo s juguetes, el odio a lo s “malos”: los con-trarios.

Se d urmió esa noche pertrechad o d e todos susenseres bélicos.

Mamá y Andrés cenaron conmigo. Hicimosintercambio de regalos y bebimos nuestro familiarcafé con leche y aguard iente. Dejaron ba jo el ár-bol grandes paquetes para el niño y nos despedi-

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mos cariñosamente. Antes de meterme en la ca-ma colgué un calcetín del árbol:

-Tráeme, Viejito Pascuero, pan y libertad.* * *

Pu nto final al añ o: 31 de d iciembre, vísperadel próximo. 'Marta pasó a abrazarme temprano,después de la peluquería. La noté algo resentida;

n o le había aceptado un convite en la mesa deamigos comunes. Se tra taba de comer juntos fue-ra de casa. Quería suavizar mi negativa, que ellacomprend ió pronto, sin mucha d ificultad .

-Estás muy hernSe lo d ije sinceran I era una co-

rona dorada sobre.grandes ojos castaños qu e reían.Traía un O.

'ara qu ochc.La besé tier I ~ I I I ~ I ~ L ~

o su mejilla ligeramei remada ju n-t o a la mía y me acarició la cabeza:

-Esperanzas y fe

La m iré irse; antes de subir al coche levantó

a u nla mano

-i.

hombre!El r es ) tranqi te. La ame-

tralladora de Se1 trepida E. Lo oía gri-ta r y comanaar tropas en el patio. Hacía calor ylas ventanas abiertas a la calle me d ejaban en des-

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cubierto, sin remedio. Me sobresaltó el rostro de

Gastón, aparecido de pronto tras la reja de mi

pieza.-Venía a inv itarte a comer, si no tienes otro

compromiso. \

Aquella forma de proponerlo, empinado in-fantilmente sobre unas piedras para alcanzar laven tana con comod idad, m e hizo sonreir. ,

-Imposible acep tarte. Iré donde mamá unmomento y volveré a casa; no quiero movermedespués.

,

D e un salto pisó tierra de nuevo:-Bueno, no habrá quedado por mi. Tendré

qu e reemp lazarte por- alguien que estará feliz de

acompañarme.

-

Sonreí más abiertam ente:-Haces muy bien; no hay como una buena

Se alejó sin volver la cabeza; un pensamien-

compañía.

to cruzó liberador: “;Otra m u jer?. . .b* * *

La noche comenzaba a respirar con más ali-vio, el calor se relajaba. Terminaba de escribir aMatilde a Nueva York, como hacía siete años, in-

d icánd ole ahora en forma aproximada la fecha demi llegada. Me levanté de la mesa. Comería encasa de mi m adre, como siempre en ese día. Besé

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a Sebastián dormido, lo recomend é a la empleaday partí a pie.

La calle compartía el entusiasmo que sevolcaba por las puertas y ventanas iluminadas.Mozos con amplio delantal sobre el uniforme colo-caban bandejas sobre las mesas; focos en los rinco-nes de los jardines; chiquillos armados de pitos y

voladores contribuían a la algazara. Dentro de

unas horas, abrazos, felicitaciones, un segundo delocura colectiva, y adiós a l año.

Llegaba a mi destino. Antes de tocar la puer-ta pensé pretextar cualquier cosa después de co-mida para d espedirme 1 volver a casa, tomarun hipnótico a prueba de petardos y no ser. Mien-tras pensaba, And rés m e abrió, riendo -con pa-labras d 3 al interior.Divisé más gente, amigoh que partirían con la ú1-tima campanad la fiesta en otro si-tio; seguramente otros :1 primer mi-nuto del próximo año.

Se sirvió tard e la Momentos antes de.medianoche estaban toaos animados con los ape-ritivos y el vin iba en descenso ameterse a un pasado !tines: la vieja casadonde tuvimos que trasladarnos después de lamuerte de mi padre, mamá y la abuela conversan-

do en el comedor. Cohetes en la calle sonando do-lorosamente en mi pecho de niña. Permanecía,entonces, con los oídos aguzados; el dorm itorio te-

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nía una ventana con rejas a la calle, ine levantabaa los petardos y miraba hacia afuera. Las alegres

conversaciones de la mesa n o impedían que quinceaños más tard e continuara m irando hacia esa callemal alumbrada, con numerosos muchachos d ispa-rándose, entre risas, cohetes, fu lminantes, luces decolores. Permanecía tras las rejas, absolutamenteap arte de su algarabía. Nunca fue una fecha feliz.

Penaban esa noche cien fantasmas. La voz casi ol-vidada de papá, los castigos de mi abuela, mamáenferma levantando valientemente la cabeza pa-ra beber algo. Más luces que n o eran de colores,sino blancas y negras.

Fu e pasando el tiempo, y, a veces, lo recibía-

mos fuera de casa. Pero la m isma sensación desola-da gemía en la sirena que anunciaba el año en-tran te: otro más como una interrogante.

Volví al presente en la’sonrisa hermosa demi madre. Medianoche. Record é a Marta : “Emp e- ’

zar el año abrazando a un hombre”.

Al conjuro mental, uno brotó a mis espaldasapretánd ome fuerte:

-¡Felicidades!

Nos dispersamos pronto. El rito se habíacumplido. Salí a la calle aliviada d e volver sola porla vereda. Fresco el verde de los árboles, muchos

automóviles, todos parecían haberse vaciado a lascalles. Pinos iluminados en los jardines. Me aco-modé dentro del chal. Tenía que observar cuida-

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XII

LA N OCH E anterior a la partida comí con Martay Nicolás en el p equeño departam ento de nuestroamigo. Sobre su escritorio, papeles. Marta pregun-tó con interés:

-¿Escribes?

Y él contestó agitando negativamente las

-No, querida; algo mucho más d ifícil, vivo.Me despidieron con cariño. Las preguntas

' quedaban en suspenso: ¿Cómo resultaría el nego-cio? ¿Cómo me sentiría desde abajo buscando el

firmamento entre los rascacielos?La emoción rondó en la noche y el sueño se

mezcló a sobresaltos.Salí temprano. Sebastián a esa hora dormía

en casa de su abuela. Pa ra é l, yo había partido ya.Primera vez que volaba tan alto. Conocía-el idio-

m a y eso facilitaría las cosas. A la extrañeza demamá an te el hecho d e que viajara sola, había con-testado recordándole a Matild e que vivía en N ue-va York y quien estaba a l tanto de mi llegada.

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manos:

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Subí al avión con la d irección de un hotel deprecio módico. Hice un gesto de adiós a los ami-

gos y un momento después corríamos por la can-cha a coger el cielo.

Me recosté en el asiento. Tod o quedaba atrás.Nada más que mi propia piel que proteger y la

palabra protección carecía de sentido a más decien m etros de altura; estaba en otras manos. Ofre-

cían revistas; abrí una: historias de amor con fo -gosos idilios, aventuras policiales vomitand o fuego;pasar el rato sin costo de pensamiento, a bajo pre-

cio.1

¿Es usted un artista?

Era otro de los interminables y tentadoreste& para adular al lector. Pregun tas que contestary dibujos que elegir; luego el vered icto final en laúltima página. Dos amigas de viaje anotaban sus

contestaciones con gran entusiasmo. Cerré los ojos.¡Qué agradable poder estar en silencio!Por fortuna el asiento a mi lado permanecía

vacío, pero aterrizaríamos varias veces en esastreinta y seis horas de vuelo y era de temer que .

alguien lo ocupara.

“En fin, a la p rimera palabra que oiga, fin jodormir.”

La camarera, una agradable muchacha, nosdio de almorzar. Alta, bien hecha, parecía sacada

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de un aviso de propaganda que ofreciera cualquiercosa, desde un desodorante a una coca-cola. qué

es lo que las resuelve a entrar a este traba jo? i E lamor a la aventura, la posibilidad de un maridoeconómicamente conveniente, como será el ochen-ta por ciento de los hombres que pueden viajar“vía aérea”? “El millonario y la camarera”, comocierto título de una película.

Dormí poco. La falta de sueño de la nochepasada me mantenía amodorrada y la vibraciónllegaba a mi estómago convertida en una sensa-ción desagradable. El malestar aumentaba concualquier movimiento brusco. Cambio de tierra a

espacio, ese cambio que el hombre soñó desde que

vio los pájaros, debería resultar psicológicamen-te difícil para la natu raleza humana, al menos pa-ra la mía. Lo que el hombre ha deseado. Se re-construyen los orígenes del ser pensante desde elhueso apenas delineado en los museos. e s e podríareconstruii- la angustia del hombre desde sus or í-

genes?Du ran te dos meses fu i a l psiquiatra. M e ten-día en la camilla y comenzaba a hablar. Siempreun rodeo amplio eludiendo la ciudadela amuralla-d a d e las represiones. Allí estaba como en un con-fesionario, pero sin absoh ción externa, dispuesta a

eliminar la necesidad de justificaciones para exis-tir.2Superaremos la necesidad d e la psiquiatría?

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El cine, otra pauta de la época, ha ampliado susfilms de neurosis a los problemas de la juventud.

La enfermedad se hace tor rente desde los primerosaños.

La camarera pasó ofreciendo diarios. Toméuno d e Estad os Unidos. La página larga, rectangu -lar del primer cuerpo, ofrecía d iversas noticias delmundo. Las más destacadas eran fotografías de ni-

ños felices en Pascua, familias modestas subven-cionadas por alguna institución de caridad : migasdel banquete.

Tiré el diario al asiento vecino aún vacío.;Dios! ¡Qué difícil ver en medio de tanta contra-dicción! Hasta allí suspendidos en el espacio lle-

gaban las emanaciones de la tierra desde todos losángulos; el pensamiento saltaba de un punto a otro,todo de golpe en un primer plano. Nicolás reíacon la boca y el estómago: ‘‘¡Allí está Camila pre-parándose para su primer matrimonio!’’

Su hermana tiene diecisiete años. Los niños,

el mío, juegan a matar ;. las tiras cómicas se amon-tonan en sus veladores; en ellas el valor se prur-ba liquidando al adversario. . ., lo más rápida-mente posible. El Pap a excomulga a los marxistas.¿Qué puede importarles si son ateos? Preserva supropio rebaño de la contaminación con el anatema.

Por primera vez pensé en escribir un libro;sería como una catarsis, no contar nad a: gritar, de-jar los tonos menores, tono mayor sostenido.

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El malestar del estómago aumentaba. Tuvenáuseas, la muchacha acudió solícita a mi llama-

do:-No se preocupe, use el cartucho y tome

después estas píldoras.Obedecí mansamente. Me sentía mejor; el

sueno se deslizaba desde el ronquido acompasadode los motores; obscurecía.

AterriZamos y despegamos varias veces. To-mé café en aeropuertos a los qu e me llevaban dospiernas temblorosas. La sonrisa de nuestra cama-rera era la orden de almorzar, comer, descansar; -nos sometíamos siempi

Cuando volamos sobre Nueva Yor k, la emo-

ción me pegd z . Las cuatro de lamañana; abajo Istado, luces; a l frente, lu-ces; a l otro lad o, luces. Sin glóbulos rojos: focos.Del aeropuerto al terminal por calles dormidas,frío, invierno.

n la treinta,^ Dos.

Subí con el amodorrad o recepcionista en el ascen-sor hasta el piso quince. Un cuarto y un baño, unapequeña cocina de dos platos rincón. 'Salióel hombre y me acerqué a la ventana. La visióncambiaba a como la vi desde el avión. Estabafrente a fren te a otras ventanas, más abajo que lamayoría. No tenía sueño, y el cuerpo, otra vez entierra, se regocijaba y qu ería moverse, actuar. No

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A mi hotel, Broad

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eran horas para eso, pero se resistía, había olvi-dado sus hábitos en dos días en el aire.

Comencé a desvestirme. Tenía aún dos se-manas por d elante para irme sorbiendo la ciudad.Ni Último pensamiento fue: “En cuanto d espierte,llamo a Matilde.”

* * *

Abrí los ojos y salté al reloj. Las once de lamañana; me contuve de correr a la ducha. ZDedónde este apuro siempre latente? ¡Qué importa

H ablé con mi amiga por teléfono. Hacía mu -chos años que nu estras relaciones d ependían de ho-

jas d e papel aéreo; oírla me emocionó tan to qu esólo n os dijimos cosas triviales. Almorzaríamos ensu casa ysaldríam os luego a recorrer N ueva York.Me vestí para ella. Estábamos en quinta año dehum anidades cuando el padre de Matilde fue en-viado como cónsul a Estados Unidos. Habíamos

sido inseparables desde que ella llegó de Europa,cuatro años antes. Su extraño tipo de celestes ojos

rasgados, con el cabello peinad o en una sola t ren -za a la espalda,‘-me llenó de curiosidad y simpa-tía. Durante su primer recreo se apartó del restocon timidez; le tiré la pelota que tenía en las ma-

nos :

. la hora!

-¡Cógela rápido!Hasta que se marchó fuimos íntimas. No me

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gustaba el ambiente de su casa -excesivamentereligioso-, pero pasaba allí casi a diario. Su pa-

dre preconizaba, abiertam ente, la m ás antigua e in-transigente educación femenina y su madre se en-tregaba por entero a las p rácticas piadosas y a lasinstituciones de caridad. Todo resultaba tan encontrad icción con lo que yo había leído sobre el so-fisticado mundo diplomático, qu e me parecía aque-

lla forma de vivir un total contrasentido. Se tras-ladaban de países metidos en sus conchas. Meburlaba de tanta intolerancia.

-¿Cómo se las arreglaban en Europa pararecibir a lo s divorciados?

Matilde me miraba con asombro.

-Tenían qu e cumplir obligaciones de ca-rrera.-Y si t e enamoraras de un hombre anula-

do, ¿qué pasaría?-Tendría qu e irme y no ver más a mis pa-

dres.

Esto le parecía totalmente lógico. Y o Ilega-ba a mi casa tan impresionada, qu e se lo contabaa mi madre. Esta se encogía de hombros con d es-dén: *

,

-¡Fanáticos!El problema del sexo atormentaba a Matil-

de. Le producía estremecimientos el que apare-ciera, aunque velado, el tema de la relación entrehombre y mujer.

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-Debe ser terr ible.A mí el asunto jam ás m e causó maydr pre-

ocupación.-Yo creo que la estamos pagando por A d á n

y Eva. ¿Cómo sabes si la desobediencia no fue si-no la tentación del sexo y Adán cayó incitado por

sd-compañera?M e decía esto m u y bajito, c o m o para no oír-

se. Me reía de sus temores.-Habría qu e creer, entonces, en eso de nues-tros primeros padres.

Se qu edaba atónita. ,-¿Tú n o crees?

-No sé creer a ciegas, como tú.

Mi posición de duda la fascinaba. Un d ía quehacíamos caligrafía m e señaló una de las frasesque teníamos que copiar y que encabezaba la pen-última página del cuaderno: “El que ama el peli-gro perecerá en él”. Contesté mostrán‘dole despec-tivamente otra, de las primeras: “Nunca es másgrande el hombre que de rodillas”.

-2No t e parece repu gnante?La madre, que leía s u manual de oraciones,

levantó la cabeza; como siempre, fui a parar cas-tigada a la galería que se alargaba frente a las sa-las de clases, mientras Matilde, con la cabeza ga-cha, seguía escribiendo.

L a víspera de s u partida estábamos juntas,encerradas en su pieza para n o ver ni oir todo el

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movimiento de gente que entraba y salía. M e sen-tía desolada. Ella, como de costumbre, apacible.

-gSeguirás medicina, como piensas?-No sé, a lo mejor periodismo.Habló ansiosamente:

-No d ejes de estud iar, p repárate; quién sa-be lo que puede suceder, lo que tengas que su-frir; jeres tan diferente!

Sonreía con aquella timidez que conservósiempre.-Me has provocado mil dudas, t e he teni-

do u n poco de miedo, itanta critica, tanta rebel-día!

Esa confesión equivalía. a una despedida;

me abracé a ella.Nos escribimos. E n cada h oja enviada le iba

contando mi vida.-Durante siete años, en formamás o menos regular, llegaban y salían las noti-

cias. Me comunicó un día que se casaba con unmuchacho que trabajaba en una firma de auto-

móviles. Saqué de la carta la fotografía de unhombre joven, rubio, agradable. Pasó el tiempo,tenían ahora dos niños y esperaba un tercero.

Salí a la calle a coger un taxi. Gran movi-miento de vehículos, gente apresurada, el Metrolanzaba seres humanos que se escurrían a la ca--

Vivían mdy bien ubicados frente al ParqueCentral. Me detuve unos momentos delante de la

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' rrera.

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puerta de su departamento; un inexplicable mie-do latía aprisa en mi pecho. Golpeé la puerta con

los nudillos. Abrió ella misma.Nos dimos la mano y la miré. En el mismo

interesante tipo de mujer observé algo que nun-ca antes había notado: el profundo parecido a s u

madre. Los seis meses de embarazo eran eviden-tes y o odría estar igual que ella-; quedé doli-

da, parada en el um bral. Tiró de m i mano y entré.Sus ojos me recorrieron, los sentí tropezar en ca-da una de mis arrugas nacientes:

-¡Cómo has cambiado! Estás hermosa, pe-ro distinta.

-Hemos vivido, Matilde.

E n la casa no se oía un ruido.-¿Y los niños?-Duermen la siesta; soy absolutamente a

la antigua para educarlos; es la única forma deestar tranquila.

Caminé sin contestar hasta la gran ventana

sobre el parque. El-inmenso campo amarillo enesa época, los cochecitos a caballo frente al HotelPlaza, los automóviles de colores fuertes corrien-do en direcciones opuestas o páralelas; encimade todo, el cielo gris.

Sen tí una tristeza insoportable. Pensé besar-

la, abrazarla muy fuerte, sin dejarla hablar. Pusela frente en el vidrio; seres humanos se movíanabajo sobre el cemento; hierro, latón vidrio, par-

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que, árboles domesticados: una ciudad. Me ab-sorbí en la contemplación y escapé al momento.

-¡Tú siempre tan especial!Me di vuelta; estaba sentada en un amplio

sofá.

-Le he hablado mucho a Vincent de t i.Ahora cuéntame, por favor, cómo fue que en es-tas circunstancias te permitieron salir. . .

-<Permitieron?E n realidad, no la entendía.-Quiero decir cómo te au torizó Gastón a

venir, recién separados.

-Nada tiene qu e hacer Gastón, n i siquierale consulté, hemos terminado.

-Pero no anu larás tu matrimonio.-Todavía no lo acepta.La m irada en el-fondo celeste de su s ojos se

-Se está llegando muy lejos.Traté de sonreir:

-Y tú dices eso en Nueva York-Da lo mismo el lugar; los principios van

-Me recuerdas una de las frases qu e C Q -

-No importa que te rías, yo creo en eso.Conocía el asunto; cambié de tema. Al pocorato llegó Vincent, un norteamericano simpático

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transformó en piedra.

con el hombre donde el hombre va.

piábamos en el cuaderno de caligrafía.

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y cordial. Cambiamos la conversación al inglés.

Duran te el almuerzo él d ijo de pronto:-Es mu y probable que tengamos que tras-ladarnos a Chicago; creo que allí seré jefe deventas.

Su mujer no mostró ni entusiasmo ni pesar.

-2Antes de qu e nazca el niño?

-Probablemente.Dejé pasar una hora después de almuerzoy di una excusa para partir. No se habló de reco-rrer la ciudad. L o único que sentí al salir fue nohaber conocido a los niños. Hui por el ascensor, al-cancé la calle y respiré.

(‘‘¡Qué fuerte es el pasado! Allá arriba Ma-tilde se ha quedado lamentando; acá abajo, yolo siento dentro de mí como una rueda de m o-lino.”)

Terminaba una correspondencia de sieteaños.

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XIII

CAMINE como otras tardes en mi patria, caminéa lo largo y a lo ancho por un par de días. Encen-día la radio por las mañanas:

-2Amaneció nervioso? Tome una píldora

X X y se sentirá maravillosamente.

Dormía ocho horas para tener fuerzas y

mantenerme en el escenario callejero. El tercerdía sonó el teléfono. La voz de Matilde se oyó

clara, precisa.-Ayer murió Gabriela Mistral. A las once

se le dice una misa en San Patricio.Llegué temprano a la iglesia. Allí estaba ten -

dida bajo la inmensa bóveda, entre su s cuatroparedes de madera, en paz. La mitad de los asien-tos se ocuparon. Oía conversar y cuchichear enespañol; no quería mirar por temor a top arm e conalguien y tener que cambiar frases amables a lasalida.

Sacaron la urna miembros de la Embajadá;tras ellos fuimos colocándonos los asistentes.Avanzamos lentamente mientras afuera el frío

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acechaba como una fiera. La pusieron en un fur-gón que tuvo que aguardar un momento antes de

tomar su dirección en la calle; el tráfico densorodaba rápldo: Miré alejarse el vehículo, dete-nerse ante la luz roja y proseguir después, casiperdido en tre los otros. M e di cu enta de que esta-ba llorando. Descendí las escalinatas de la Cate-d ral y entré en la vereda con la gente qu e se mo-

vía; deseaba alejarme pronto. Caminaba con elfrío en contra. Pasaban hombres, m u jeres, cientosde rostros distintos, tan impenetrables como elmío para ellos; edificios monumentales sobre nos-otros, miles de ojos qu e miraban desde arr iba, sinver. Las tiendas de escaparates suntuosos a mi

derecha, tiendas cuya etiqueta se paga cuadru-plicada en mi país. Recordé, entonces, que debe-ría emp ezar a comprar; miré a través de una an-cha puerta vidriada y vi docenas de vendedorasen un movimiento agotador, cuya solicitud seríaabsolutamente incapaz de tolerar en ese momen-

to. Según antigua costumbre, me fijé una fecha:“Pasado mañana comienzo m i tarea”.

Descubrí que tenía hambre cuando el vai-

Entré. Sobre las mesas, alegres géneros de colo-res fuertes. Me instalé en una de ellas y miré !a

lista.<Qué hora sería? La una de la tarde. M i pro-

grama carecía d e horarios para todo y disponía d e

A vén de una p uerta d ejó salir olor a carne y café.

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dos días para vagar, observar, no hacer nada nihablar a nadie. C o m o un fantasma brotó, en u n

segundo, el recuerdo de que en mes y medio m ásestaría sentada en una oficina, trabajando.

‘6Ganarásel pan con el sudor de tu frente.”La terrible maldición de Dios a l hombre caído. Y

a la mujer: “Parirás tus hijos con dolor” .Sorbí el café con infinita resignación: “ A m -

bas maldiciones me tocan”.Llegué al hotel anocheciendo. El recepcio-nista me alcanzó la llave y una nota:

@m o es posible que f e escondas así? Es-

pérame a l as nueve y no f e arranques. DANIEL.¡Daniel!Me acordé que estaba en Estados Unidos

desde hacía tres años; pero lo imaginaba en Lo s

A.ngeles, a mil leguas de Nueva York.

Hacían juntos las tareas con Andrés, en-cerrados en el dormitorio de mi hermano bajosiete llaves; por el vano d e la puerta se escapabael humo de los cigarrillos prohibidos a sus quinceaños- por mi madre. A veces lo cogía en la es-calera:

-Daniel, jayúdame con la geometría!Pese a los rezongos de Andrés, se instalaba

en mi pieza con los cuadernos y el libro. Er a tanalto que le quedaba incómodo mi escritorio, unapequeña mesa con algunos cajones. “Esto no sirvepara nada.’’

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Y se recostaba en la cama, atravesándola,con la,espalda apoyada en la pared. Me produ-

cían fascinación su porte, los anchos hombros, losmúsculos elásticos bajo la ropa.

Estudiaba leyes cuando, de pronto, avisóqu e se marchaba. A í despedirse lo besó mi madre:lo abrazó Andrés y lo besé yo por primera vez.

“Me voy a buscar ángeles a California.”

(“¡Qué pena, era tan alegre!”)Llegaron tarjetas para nosotras y cartas pa-

ra mi hermano. Luego, con el correr del tiempo,las noticias disminuyeron.

co de la puerta con su figura. M e levantó del sue-lo al abrazarme; suspendida en el aire, pegué mimejilla a la suya.

-Apareció a las nueve en punto. Llenó el m ar-,

-¡Qué agradable verte!Estábamos emocionados. Se sentó en mi ca-

ma, como entonces, mientras yo terminaba dearreglarme.

-2No vivías en California?-Tuve que venirme a tratar de hacer nido

en el. -mento.Parecía tan contento. que le acaricié la ca-

beza como a un niño. Me llevó a un pequeiío bar

a beber algo, an tes de comida. Nos sentamos fren-te a frente, y, debido al porte de las mesas, muyjuntos;

-2Qué haces tú aqu í?

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Cerré los ojos y conté todo lo transcurridoen esos meses, como en confesión, sin sd ta rm e na-

da, deteniéndome unos instantes, para proseguirdespués.

Bebimos varias copas. La tibieza del ambien-te, el confort y el alcohol soltaron la amarra deesos días de silencio y soledad. A Daniel parecíasucederle lo mismo; hablaba de su vida de tres

años, como por primera vez:-Llegué a Los Angeles y trabajé en diver-

sos oficios, desde lavar platos y automóviles avender cerveza y dar clases de español. Un díame escribieron de Chile qu e aqu í me esperaba unbuen empleo. Uno de esos parientes todopodero-sos, con relaciones financieras en Norteamérica,accedía a las súplicas de mamá, que temblaba por

mi suerte en el extranjero.

Se agachó sobre las manos cruzadas en lamesa :

-Me vine, no tu ve problemas. Pero viviren esta ciudad resulta terrible, duro como la pie-dra o el metal de sus edificios. Durantw ,is me-ses, estuve como anonadado, ‘M i contacto con elmundo de la calle era el sorry de las gentes. Lle-gaba en las noches a mi departamento, me metía

en la cama y lloraba a sollozos. Tr a té en algunasocasiones de visitar compatriotas; pero la mayo-ría d e ellos están en misión oficial o como turistas y

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es poco lo que puede ofrecerles un hombre en con-diciones modestas.

-¿No pensaste en volver?-¿Como el h ijo pródigo? Jam'ás. Salí con-tra las lágrimas de mi madre, a la aventura, has-tiado del círculo que aprieta, limita y está siem-pre en la razón. Por lo menos, aqu í me reventabasolo.

La misma historia. Recordé a Nicolás 'hu-yendo por la playa hacía cinco años. Miré a Da-

niel estremecido aún por lo relatado.-¿Cuánto más piensas ,soportar, an tes d e

reventar solo?Sonrió.

-No losé.

Tod o depende de todo.-Pero lo nuestro está allá, allá hay qu e vol-ver.

-A lo m ejor t ienes razón, porque cuando tevi en San Patricio, tan ap arte d el resto, se me en-tró todo el pasado en un remezón, es decir, el buenpasado, tu madre, tu casa, tus tareas, Andrés. Depronto desapareciste y no t e pude encontrar. Afor-tunadamente, Matilde tenía tu dirección; he co-rrido a l hotel con p ánico de oir que no estabas.

N unca.habló de su familia. A veces se que-daba en nuestra casa por semanas, compartía elcuarto con Andrés y nunca sonaba el teléfono p re-guntando por él. Entre los libros y ,sus artículospersonales colocaba sobre la mesa la fotografía de

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su mad re, una hermosa m u jer d e ausente sonrisa.

La música era tan lánguida qu e se arrastra-ba entre las mesas. E l consumo se agigantaba. Se-ñalé la cuenta:

-A medias, como buenos camaradas.Soltó su alegre y potente risa:-No hay necesidad; sabrás qu e se terminó

Detuvimos el taxi que nos dejó frente a un ,

el dinero cuando grite; ahora a comer y bailar.

portero de librea que corrió a abrirnos la porte- 1

zuela. Entram os.

La pista verde como el fondo del mar; nos

sumergimos en ella mu y ju ntos, sin h a b l a E n eljazz nos movíamos como en una ola tibia. Bebi-mos más y comimos algo. La orquesta era unaorden, me daba la mano a través-de la mesa y obe-decíamos. Estábam os llenos d e palabras, sin pro-nu nciar ninguna. Fu imos los últimos en salir. Caíala nieve; puse mi cara a su contacto helado. Elalcohol y el frío producían corto circuito. Pensé

que me había emborrachado, mientras Daniel seconvertía en u na boca que me besaba convu lsiva-mente. La vida no es siempre un valle de lágri-mas. Volví mu y tard e al hotel.

Alterné compras, mañanas interminablesmetida en tiend as, con tardes fren te a un agrada-

ble café capuchino, a la italiana, en rincones alum-brados por una pequeña vela que iluminaba lamesa.

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tras yo me encogía en el enorme sofá. No que-ríamos pensar que en un par de días más todo

esto sería un recuerdo. Servía tallarines en los

platos.

-Como ves, un excelente marido en poten-cia, aunque sin mucho que ofrecer, como diríanuestra buena gente.

Sonreía con la olla en la mano.

-Querido mío, soy aún mu jer muy casa-da.

En la cocina piteaba la tetera hacía largorato.

Tuve que decirle adiós. El plazo conclu ía, enlas maletas no cabía un guante más. Fuimos has-

ta el aeropuerto en el auto de uno de sus compa-ñeros de oficina. El vuelo era casi a medianoche,entregamos los bultos y nos paseamos,a la espe-ra, sin hablar, hasta que la voz metálica del alto-parlante nos avisó la salida.

Besé a Daniel y lo di vuelta cogida a sus

manos.--Camine a la salida, micntras yo corro alavión.

Ya en la cancha, traté de buscarlo con los

ojos. Lo vi por Última vez, de espaldas, sin m o-verse.

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XIV

E N CUANTO estuve sentada en la cabina pedía la camarera píldoras, animada de un doble pro-

pósito : evitar la desagradable sensación del ma-reo y dormir.

E l via je lo hice entre sueños. Pasaroq las ho-ras; por la agitación de algunos pasajeros, me di

cuenta d e que nuestro país nos recibía tendido enel desierto. La emoción se trizó e n mis pu pilas;lo divisé desde arriba inmenso y solo bajo el sol;inmensa y entregada mina vaciándose en inglés.Dkspués algunos árboles y luego, más al s u r , e

verde amarillento del verano. Llegábamos. “ P o -

nerse los cinturones.’’ La Virgen en el cerro; co-gíamos la cancha.

La aduana m e pareció fiera como un exami-nador: a mayor severidad, menos ganancia; pa-sarlo ‘con gloria era imprescindible. Todo salióperfectamente.

Apenas cupieron las maletas en el coche deMarta. Traía una curiosidad agigantada por ladistancia:

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-2Y Sebastián?Nada había sucedido de importancia en esos

-Hay algo qu e no imaginas.-;Qué cosa?-Gastón sale con una muchacha que lo

contempla como venido del cieio; lo he visto conella.

quince días. Manejaba sonriendo con malicia.

Er a una espléndida noticia.-;Será capaz de echarle el lazo? $ómo

se ve?-Bueno, querida, no pidas demasiado; den-

tro de su clase no está mal. Además, pueden su -ceder muchas cosas.

.

-Es cierto, pueden suceder muchas cosas.La tarde brillaba con el sol.

Pasé a saludar a mi madre y a recoger el ni-ño. Instalada de nuevo en mi hogar, todo me pa-reció más fácil. Nos dedicamos a abrir maletas y

hacer anotaciones; trabajamos sin descanso has-ta muy tarde; a medianoche teníamos cada piezacon su precio en el respectivo gancho colgada enun dosef, mientras, en un rincón, las maletas conel vientre vacío me traían recuerdos de la épocaen que se llenaron. Nuestras amigas y amigas de

nuestras amigas esperaban listas la orden de ata-que que fijamos para el día siguiente. L o que so-brara se guard aría para la iniciación de la tempora-da de invierno.

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Esa noche estuve, otra vez, multiplicando,dividiendo y descubrí que podría quedarme unaentrada mayor de la que había supuesto. Esto eraimportantisirno, ya que, seguramente, demoraríaen obtener una cantid ad apropiada d e’Gastón pa-ra el niño; estaba cierta de que se defenderíadándose la disculpa de que cualquier beneficiomonetario representaba un premio para mí y yomerécía castigo, aunque éste significara, también,castigo para su hijo. Me sonreí pensando cómoexplicaría esto a su abogado cuando llegara el ca-

E l d inero ganado m e a lejab a; segura econó-micamente, jcómo podría cogerme? Ya no esta-ría en vigencia i peto debido a quienlleva y mantien u última arma des-cargad a contra mí. 4

“Estira la m ano y agacna la cabeza.” Ley uni-versal. Me dormí con el papel lleno de númerossobre la s sábanas.

Los días siguientes fueron agotadores. Lasmujeres se sucedieron en mi casa -hasta detrásde ‘las puertas se desvestjan-; Sebastián se pa-seaba atónito entre tanta piel semidesnuda; yoponía entre sus manos un chocolate y lo manda-ba a jugar al patio. Parado en la puerta, me di-rigía una mirada de asombro; le guiñaba un’ojocon complicidad y desaparecía sonriendo a me-dias.

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so.

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xv

LA FECH A d e mi formal entrada a la lucha porla vida se acercaba. A horas de ella tenía una opre-sión al pecho como aquella que me hería en losmomentos cruciales de mis años infantiles. Losconocimientos relacionados con trabajo de ofi-

cina se reducían a lo oído de terceros, casi siem-pre quejas en broma. Nicolás, que estuvo un mesempleado como traductor en una compañía m i-nera, se retiró, a pesar de ganar un buen ’ sueldo.Sin mayores comentarios me dijo:

-Es d inero muy caro, no compensa.

Pero yo no podía darme ese lujo. Y llegó lamañana en que solté las amarras y me hice a lamar. Un vasto océano salpicado de pintura, en ’

donde aún se paseaban obreros que me observa-ron con gran curiosidad cuando pregunté a un

portero por el gerente; di el nombre y fui condu-cida a su presencia. Se portó amable y cordial.Llamó por teléfono a otro personaje que apare-.

-

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ció de inmediato y de quien sería la secretaria.T o d o sucedió rápidamente.

La máqu ina de escribir: un dragón de SanJorge que había que dominar. Me puse a la ta-rea. Nuestra oficina era clara, con vista a la calle,frente a otro edificio que comenzaba a elevarsey que nos dejaría ciegos. Mi tiempo contaríafuera de las horas de tr abajo: de nueve a seis.

Mi jefe, un hombre joven, poco más d e trein-t a y cinco años, me llamaba por el citófono, algu-nas veces al d ía, para entregarme cartas y artícu-los que traducir del inglés. No había contado coneso; mis conocimientos del idioma alejábanse bas-tan te del lengu aje técnico, pero me metía en ello,

y,mal que mal, artículos y cartas conducían has-ta el cheque de fin de mes. A las otras secreta-rias casi ni las había visto. Los días siguientesfueron semejantes a los primeros. Almorzaba encualquier sitio un sandw ich, un vaso de leche y re-tornaba a mi-escritorio. Una mañana apareció a

conversar conmigo una de las taquígrafas a quiendivisaba siempre con s u cuadernillo abierto, des-cifrando signos velozmente sobre el teclado; fue-ra de un saludo por las mañanas no había tenidoocasión de hablarle.

Se sentó frente a mí; tenía una agradable

sonrisa. '

-Venía a preguntarte si podríamos almor-zar juntas.

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Acepté encantad a. E l rod aje d e esos pisos lle-nos de gente moviéndose, contestando teléfonos,

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-Te ves muy interesada en lo que haces.Sus ojos se llenaron de asombro.

-¿Interesada? ¡Lo Único que te faltaríaañadir es que me gusta muchísimo tomar taqui-grafía horas enteras!. . .

3

-Bueno.. .-Me desagrada del todo, pero tengo que

vivir, ayudar en mi casa y vestirme. Al salir del

colegio, ser secretaria era lo más corto para ga-narse la vida. Ahora lo hago mecánicamente, pero$0 que me costó!

No dije nada. Pensé en las mañanas arras-trándome de la cama al baño y soltando la du-cha sobre el cuerpo aún dormido. Terminamos de

almorzar y salirnos a paso rápido.Mi jefe no había llegado. Me paré frente a

la ventana a mirar ese mundo que corría a me-terse en las oficinas. ¿Estarán satisfechos con loque hacen? Nicolás reía otra vez: “Renu ncié, que-rid a; no hay sueldo capaz de pagar Úlceras, Úlceras

abiertas en el desagrado”.Abajo, en la calle, una muchacha se bajaba

apresuradamente de un taxi y se abalanzaba auna puerta. Desde la maldición de Dios golpeabael imperativo: “¡Trabaja!” Para la mayoría, sinsentido, sin entusiasmo, por deber, no p or concien-

cia de futuro: trabaja.El citófono habló para pedirme unos pape-

les. Mi jefe había llegado.

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Y las semanas volaron. El tiempo que mepertenecía fuera de horario se dividía entre Se-

bastián, alguna invitación a comer y vagar comosiempre. Caminaba hasta una fuente de soda quese abría a pocas cuadras de la casa y echaba mo-'nedas a l tocadiscos. El dueño me conocía ya y nonecesitaba consumir nada para sentarme a cual-quier mesa unos minutos. Incluso me enviaba, a

veces, un refresco con la empleada. Aquel sitioera el término que me imponía cuando salía a lacalle a respirar y pensar.

Obscurecía más temprano, la cordillera em-pezaba a desaparecer mientras yo regresaba y los

pensamientos no podían evadirse de aquellos dos

pisos de oficina en donde pasaba la mayor p arte dem i vida.

Había hecho cierta amistad con una aboga-da joven que asesoraba a l gerente. A menudo sa-líamos juntas a almorzar. Me agradaba su frío y

pálido rostro con un curioso dejo infantil. C o n -

versaba de sus asuntos con soltura, como si m econociera de años. T o d o s ellos giraban en torno a

su trabajo. El hogar, los hijos que tendria -ca-sada co n un colega-, incluso las calorías que in-gería.

Mientras hablaba, yo me remontaba a milesd e años atrás. La tierra germinaba trigo y mana-ba agua, el hombre se satisfacía de ella espontá-neamente y no moría de hambre; allí estaba la

1 2 9B m h a . 4

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inmensa superficie generosa tendida al sol comoun banquete. No existían oficinas todavía.

Mi amiga hablaba:-Debe ser terr ible am an ecer sin tener algo

qu e realizar. En las vacaciones, por ejemplo, lasprimeras semanas me resultan agradables, perodespués debo buscar cualquier cosa qué hacer oterrnino por desesperarme.

Y o seguía m ud a, habland o por dentro: “Laimposibilidad de poder mirarse hacia el interior,para emp ezar desde allí”.

No sabía qué contestarle y movía la cabezasuspirando:

-Si yo pudiese, no tFabajaría aquí.

Se quedaba un poco sorprendida.-No comprend o a u n ser humano dándose

vueltas inactivo en un mundo en que falta tantopor crear.

-Nada qu e crear , sólo componer, todo es-tá dado. Cuando miro a gente como t ú , pienso’en

eso de soñar a ser Dios, elevar el vuelo a lo quepuecfe hacerse para d ejar de ver lo qu e no se pue-de hacer. Te morirás lo mismo.

, .Nos quedábamos conversando por las tar-,des después de las seis: dos minutos pasada esa

hora, los pisos se vaciaban al exterior en una huida

por los ascensores o la escalera. Me llevaba en suzutomóvil a casa; sobre el asiento divisaba pape-les que no había alcanzado a revisar; la imagina-

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ba en su hogar metida en ellos, J~~tificani

vida.

o su

La tranquilidad que yo d isfrutaba ahora eraun bien ad quirido con bastan te esfuerzo. H acía unpar de meses, aconsejada por mi nueva amiga,exigí a GastÓn una cierta cantidad mensual comoayuda para mantener el niño, previa advertencia

de que cualquier negativa me llevaría a los tribu-nales. Accedió de malas, pésimas ganas; cuidabasu dinero, que lo hacía atractivo y generoso porotros lados más gananciosos para él. Yo , entre-tan to, tan teaba terreno para m eter la cuña y coii-seguir la nulidad.

Gastón comenzó “a’ legar a mi casa con ma-yor soltura, armado, a veces, de alguna botella d elicor para pasar un rato charlando. Daba a enten-der que tenía éxito con las mujeres; estobalimen-taba mis esperanzas y me hacía sonreir; en el fon-d o de todas estas escaramuzas estaba latente su

deseo de una reconciliación que era imposible; pe-ro a más palabras, mas posibilidades: estimulabasus confesiones

Una noche comentó espontáneamente:

-Yo no soy para vivir solo.

Fue el principio; lo demás llegó poco a PO-

CO . Presen té la nu lidad y no tu ve rechazo.

Marta pasaba a buscarme muy seguido a miescritorio, para llevarm e a comer a su casa. Arre -

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glaba los últimos papeles y decía adiós a mi jefe.

Ella me observaba atentamente; comentaba:-Eres una respetable m ujer; trabajas, sos-tienes tu hogar.

-¡Dios! ¡Qué otra cosa me queda!-2Te gusta lo que haces?-Nadie acá me lo ha preguntado. Lo recibí

con una orden desde arriba y eliminaron así todaposibilidad de elección verdadera. N o podré, co-mo Nicolás, evitar las Úlceras.

. Cambiaba el tema y se refería a distintosasuntos. Pero su pregunta quedaba m etida en m ícomo un cuchillo: “ZTe gusta lo que haces?”

Recordaba a un tío, hermano.de mi madre,dibujante desde que aprendió a sostener el 16-

piz y que se negó a hacer otra cosa de su vida.,Formó escuela; fren te a l caballete o a l papel per-d ía la noción del tiempo.’Mu y joven aún enfer-mó gravemente; se sentaba entonces frente a la

ventana y dibujaba escenas callejeras; siemprehabía una niñita o un obrero posando en su es-tudio. Avisaron a mi madre cuando ya no pudomanejar sus manos; ella quiso llevarlo a un pen-sionado y él se negó terminantemente:

-He pintad o a í pueblo; con él quiero mo-rir.

Se extingu ió una tard e en la sala común d e unhospital. Mamá volvió a casa con los ojos enro-

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” ‘

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jecidos y puso sobre el escritorio trozos de car-bón, lo único que se encontró en su s bolsillos.

Jamás, se refirió a su s dibujos como a untrabajo y lo había estado realizando hasta el fin.E n él no se cumplió la m aldición bíblica.

(“;Llegará el día en que cada uno se reali-ce en lo que le dé de comer? Humanizar el tra-bajo, liberándolo así de ser obligación, convirtién-

dolo en posibilidad; dejar de ser reo en trabajosforzados.”)Recorría las oficinas y observaba a los mu-

chachos inclinados en su s escritorios, totalmentesometidos. La canaliza6iÓn d esu s vidas era tan de-finitiva, que apartarlos de la obediencia y la obii-gación gería dejarlos botados. Se movían dentrodel terrible molde que ha conformado su s cere-bros.

Sonaba el teléfono y la voz de mi amiga-ha-blaba desde su anexo en la sección jurídica: .

-Estoy m uy cansada, ;váknonos a las seis?Pasaba temporadas en qu e no salía an tes de

las ocho. Para que no se enredara en la tela queestaba al acecho, iba hasta su oficina a buscarla.La notaba más pálida que de costumbre, casi des-aparecido el encantador rastro infantil. Le cogíael brazo con cariño:

-iCuesta sostener elmttndo!

Tomaba la cartera para arreglarse un poco.Sentad a enfrente suyo, la veía ordenar en peque-

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ños montones reglamentos de leyes, memorán-dum, informes. No podía evitar reírme:

-Eso me recuerda ciertas páginas de un es-critor que al referirse al trabajo de nuestro gru-po humano lo comparaba al de una fábrica deladrillos de forma y calidad tan superiores que re-sultaban casi imposibles de romper; pero situadafrente a esa fábrica habí que componía los

magníficos talad ros qu e earían tales lad ri-110s.

Term inaba d e orde apoyaba la frenteen las manos:

-No se puede criticar y negar todo.M e acercaba y cogía uno de los reglamentos

-¡Cuidado, ya se ar!

Yo tam bién, muchas vecesda. Le preguntaba maliciosamente:

-<No cree dazarnos?No contestaba, pero el teriiul ~ t :somaba a

sus ojos. Y así a€ :r , sumado a todo,un miedo más apremiante que el horario, miedoque Nicolás llamaba la “médula espina1 de nues-tra sociedad”. Lo veía claro en el rostro de miscompañeros: temblaban pensando que podría ce-rrarse la puerta de su s empleos y quedar a la in-

temperie.;A dónde irían? ZQuién los respetaría?No conocía a muchos de ellos y los desco-

del montón de leyes:

ntía agota-

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nocí m ás con el tiempo. Me preguntaba cómo secomportarían aislados del resto, porque cuidarse

la espalda uno del otro era la regla más necesariae importante.

Los domingos permanecía en cama hasta muytarde. Sebastián jugaba en el patio; me sentíaconfortable en casa y no se lo debía a nadie. ZAnadie?

Un día cualquiera recibí una llamada de miabogado pidiéndome que pasara por su estudio.Se levantó a recibirme y darme los parabienes y

comprendí de inmediato que era libre de nuevo.Quedé un poco aturd ida. Al volver a casa, siguiendol a vieja costur 1s varias cua-

dras antes de mi paradero y cam ine a pie.Resu ltab , los ocho añosde haberse ca -anta pompa inicial, tantos' temores, luchs aqu í no ha pasado nada.

mi ex maridoy convidarlo a celebrar el acontecimiento. Nos

despidieron con una comida de nuestra vida desolteros, pod íamos ahora despedirnos con otra d e -nuestra vida de casados. Incluso invitar a la da-ma de sus preferencias. ;El Amor ha muerto, vi-va el Amor!

Pero comí sola. Pu se la mesa cerca de la ven-

tana abierta; por ella entraba el olor a lilas deun pequeño árbol afirmado al muro d e mi depar-tamento. s

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Pensé llamar por teléf

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Un gri l -J daba voces. Después del café ne-

cesitaba beber algo; pedí a la empleada un vaso

d e aguardiente y me sumergí en la con temp lación

de esa noche clara de septiembre. Estuve mucho

rato afirmada a la reja.-1

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XVH

-LOS VIERNES eran los días más agradables dela semana. Hacía un par de meses que no traba-jábamos lo s sábados y.esas noches me m etía a lacama con la maravillosa perspectiva d e carecer d eobligaciones por más de cuarenta y ocho horas.

Una de ellas, Marta pasó a buscarme para queasistiera a una pequeña comida en su casa. Estavez tendría como novedad a un joven médico re-cien llegado de .Francia.

Esperamos a los invitados en la terraza queda a l jard ín, sentad as en cómodas sillas d e mimbre.Apareció de los primeros, muy puntual. Nos re-sultó fácil iniciar con él una conversación -her-mosos dientes blancos, abiertos fácilmente a lasonrisa en un rostro m u y moreno, lleno de inten-sidad-. Marta tuvo qu e recibir a otra gente, nosquedamos solos. Hablando de psiquiatría', le con-té que fui devota del psicoanálisis; resultó cono-te r a mi confesor.

,

-2Y por qué no siguió?

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--Difícil pregunta; miedo, ta l vez.Me reí para repetir:

-Miedo, ta l vez.Me observaba curiosamente colgado de mis

sabría n i siquiera qué color tenían, parecía absor-to en mí, conversando. Interru mpí una frase paradespegar su mirada, corté aquella atención agi-

tando mi mano frente.a su rostro:

ojos; aunque yo tenía la certidumbre de que no

-¡Basta!Dejó caer la cabeza hacia atrás murmuran-

-En nad ie he visto más tristeza.Hacíamos un aparte notorio. A Marta , que

nos observaba entre maliciosa y molesta -habíaacaparado su número-, expliqué la falta a l re-cibir un vaso de coñac, diciendo:

do:

-Es muy interesante. ,

L o vi llamar por teléfono a l volver a mi si-tio. El resto de lo s invitados conversaban entre

sí, animadamente. Corrí el asiento a un extremod e la terraza y me olvidé del médico. Descansaba.(“Mañana invitaré a Sebastián a trepar el

cerro, desde allí miraremos la ciudad , el aire está

E l banco d e madera y fierro parecía desola-

do. Pintad o de blanco, le hacía el juego a la som-bra. Blanco y negro.Segu í pensando: “H ace unos años ten ía vein-

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transparente en esta época.”)

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te; d entro de poco, treinta, y así ir6 perdiendo m ihermosa juventud. iHermosa juventud!”

-¿De qu é se sonríe usted?De nuevo estaba frente a frente, interro-

-Siempre de m í misma, no se preocupe.Puso las manos en ambos brazos del sillón

en que yo estaba sentada y se inclinó con un ges-

to infantil:-Comprendo, ya me había olvidado.Estuve un rato entre el fuerte cerco de

músculo y género d e su cuerpo, después toqué conlo s nudillos sobre su pecho como en una puerta:

-Paso.

Insistió en acompañarme a casa. Quiso co-ge r un taxi y se lo impedí.

-Tengo el hábito d e caminar; además, noestamos lejos.

Al doblar l a esquina para tomar m i calle, co-nocía de él lo elemental, contado simplemente,

entre largos silencios: treinta años, soltero, apa-sionado de su carrera, becado en Fran cia por dosaños.

Llegábamos al familiar edificio de coloresvivos suavizados por la noche.

-2Y cómo ha sido el regreso, muchas nos-

talgias?Miró encima d e mi hombro el cerro:

gante.

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-Nosotros nos paramos m ejor en tierraamericana.

Esperó que yo entrara, hizo un gesto de ad ióscon la mano y desapareció. Oí un momento el rui-do de sus pasos por la calle.

* * *

.. Y aquí estoy. El espacio de tiempo quetranscurre desde que vuelvo de la oficina hasta

que comemos con mi hijo lo pasamos, ahora eninvierno, frente al fuego. La campanilla del telé-fono me recuerda que Carlos está presente. Se-

bastián corre a contestar y m e d ice, con cierta mo-

lestia, qu e m e esperan. Al otro lado, Carlos insistecon angustia:-Quiero verte en seguida, aquí en mi casa.Es siempre urgente. Tiene un miedo terri-

bIe de que yo pueda negarme. ¿Por qué iba a ha-cerlo? Desde que lo conocí, esa noche en casa deMarta, siento mi juventu d vitalizada. Soy libre pa-r a tomar lo que me agrade. No iré y e pediré quevenga. No es lo mismo, acá no disponemos de esalibertad qUe él está deseando, pero se sentará enel suelo, a mi lado, y pondrá su cabeza sobre mipecho. Volverá a rogar que me case con él y yo

volveréa

postergar m i contestación. ¿Hasta cuán-do? N o o sé. Miro hacia adelante y comprendoque falta mu cho qu e romper, porque falta mucho

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pasado que abrir. Es fácil conversar con Carlos;

sabe escuchar y no necesitamos tomar nada defuera para sentirnos cómodos dentro. Las circuns-tancias'tampoco le han sido placenteras, como a

nadie en esta época. Ambos hemos vivido, lo queequivale a decir, hemos padecido. Pero no ha fra-casado, no ha conocido ni oído, como yo, el estré-

pito de la represa que se rompe ni la lucha porsostenerse después, braceand o en la corriente parasobrevivir.

A nadie ha hecho demasiado daño. Todavíapodría asombrarse de que lo culparan de algo,podría d evolver la culpa como algo que le es ex-

traño, qu e no le pertenece.Un par de meses atrás, Gastón apareció a

verme, enfurecido d e qu e yo hubiera recurrido a

u n tribunal para recordarle que las obligacionesd e dinero con su h ijo no terminaron el día en qu esalimos de su casa, y gritarme qu e yo era culpa-

ble de todo lo que le sucedía, culpable de haberperdido su alma, culpable de que la vida no t u-

viera ninguna esperanza, ningún camino.Vi claramente que estaba quebrado, la te-

rrible suerte d e los débiles. Per o continuó lamen-tándose y yo continué escuchándolo hasta el fi-nal, sin alterarme, con un poco de asco.

-Concedido, soy culpable. ;Te hace eso

más feliz?

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Pasó la crisis y tuvo que someterse. Nues-tras. relaciones volvieron a ser normales. a

Desde entonces, la cantidad que recibo desu parte, aunque pequeña, sumada a mi sueldo,n os permite subsistir.

Pasados esos momentos que quedan laten-tes después de sus visitas, m e he preguntado mu-chas veces si lo nuestro tenía fatalmente que

fracasar, como consecuencia de constru ir sobre es-te derrumbe diario, sobre estos cimientos deshz-chos. ;Cuántos de lo s matrimonios que he cono-cido son felices, de acuerdo a la idea "matri-monio"? La ley afirm a ahora que hace ocho añoslo que se.realizó entre él y yo fu e un contrato sin

validez, nulo; por lo tanto, cualquier matrimoniofuturo sería el primero para nosotros, y lo creo en

la medida en que esta vez tend ría libertad y con- '

ciencia para efectuarlo. ¡Libertad!Pongo más leños al fuego y pienso que soy

como un recluso que hizo saltar la cerradura desu calabozo y a quien, después de ciertas escara-muzas, le está permitido pasearse por la enormecárcel, conversar con los presos en sus celdas y

luego sentarse a esperar frente a la puerta. Por-que es allí fuera donde está la libertad . . .