kahal sefaradi beit lichiot shalomesefarad.com/wp-content/uploads/2016/10/sefaradi... · catarina...
TRANSCRIPT
Kahal Sefaradi Beit Lichiot Shalom
https://www.facebook.com/Kahalsefaradibeitlichiotshalom
CNPJ: 24.220.290-0001-47
1 - A História Judaica em São Gonçalo – RJ,
2- Rabi David Levy Farini,
3- A Comunidade (AISEF)
1- PRESENÇA DE JUDEUS SERAFADITAS NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
*Benamyn Benevitis
*Antônio de Souza
*Ramirez Duarte de Oliveira
Por Rabino David Levy Farini
O município de S.Gonçalo-RJ foi um reduto
de cristãos novos, no século XVII. Em 1660,
aproveitando uma viagem do governador, os
gonçalenses invadiram a Câmara do Rio de
Janeiro e instituíram um governo
revolucionário por cinco meses. A revolta
terminou com a morte do líder e a prisão dos
insurgentes. Mas também levou a Coroa a
reconhecer suas reivindicações. A revolta
demonstrou que os colonos se organizavam e
eram coesos em torno de seus interesses.
No bairro de ''COLUBANDÊ'' encontra-se a
mais importante exemplar da antiga arquitetura rural brasileira, a fazenda Colubandê que é considerada a
construção mais antiga conservada no Estado. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) em 23 de março de 1940, a Fazenda Colubandê foi construída no século XVII por
Catarina Siqueira, proprietária do Engenho Nossa Senhora de Mont´Serrat, depois Engenho Colubandê e,
hoje, com o nome de Fazenda. A Fazenda do Colubandê é um dos monumentos históricos mais bem
preservados de São Gonçalo. Parte da sesmaria doada ao colonizador Gonçalo Gonçalves, teve seu
engenho vendido ao cristão novo Ramirez Duarte de Oliveira, que mudou de nome a fim de fugir da
Inquisição. Em 1713, a fazenda foi confiscada pela igreja e entregue aos jesuítas.
A casa grande foi construída em torno de um poço do século 17, de acordo com a tradição judaica, e não
segue um estilo padrão, pois foi sendo reformada ao gosto de cada dono. O teto tem estilo oriental, as
janelas mostram influência da época de Luís XV e o entorno da varanda possui 16 colunas em estilo
grego-romano, com conversadeiras entre cada coluna. O primeiro proprietário foi um judeu que, por
imposição da Santa Inquisição, converteu-se ao catolicismo em 1617. Em meados do século da sua
construção, Catarian Siqueira vendeu a fazenda para o judeu Benamyn Benevitis, que foi convertido ao
cristianismo (CRISTÃO NOVO) recebendo o nome de Ramires Duarte Leão. Leão não utilizava o cultivo
de um só produto em sua fazenda, chamado de monocultura, como era de costume na época. Dessa
forma, o engenho foi um dos mais produtivos do País e utilizou mão-de-obra escrava. Apesar de ter sido
convertido ao cristianismo, Leão não deixou de praticar o judaísmo, ele veio para o Brasil e trazia judeus
perseguidos de outros países para uma localidade próxima ao engenho. Ao longo do tempo, outras
pessoas se tornaram proprietárias e, em seu piso, gasto pelo tempo, é possível ver uma sepultura onde
se imagina estar enterrado Antônio de Souza, arrendatário da fazenda. Esse era um procedimento
comum na época e seguido até meados do século XX.
Dos cristãos novos que ocupavam a região da Fazenda Colubandê, senhores de engenho, lavradores de
cana e de mandioca, um soldado infante e um médico, sabe-se que foram presos entre 1708 e 1725, e
levados ao Santo Ofício da Inquisição, em Portugal (Família Valle). De sua presença, resta hoje apenas a
Capela da fazenda, declarada patrimônio histórico local desde 1939.
De acordo com Paulo Santos, no seu livro intitulado “Quatro Séculos de Arquitetura”, a sede da fazenda
do Colubandê está inserida na categoria de arquitetura civil, incluindo casas de chácara ou de campo. O
arquiteto se refere à construção como de “formas desativadas e acolhedoras”. “A fazenda tem o prestígio
de ser uma das casas mais autenticamente brasileiras, o que pode ser constatado comparando-a com as
reproduzidas nos inventários da Academia de Belas Artes de Lisboa e na publicação Arquitetura Popular
em Portugal”, destaca o escritor e arquiteto. No início do século XVI a área onde hoje é compreendido o
Município de São Gonçalo foi desmembrada pelos Jesuítas e mais tarde doada ao colonizador Gonçalo
Gonçalves. Em 1720, o então proprietários da Fazenda, após realizarem uma reforma, que perdura até os
dias de hoje. Adormecida ao passar dos longos anos que a distanciam da época e da construção.
A Fazenda Colubandê conta com 26 cômodos na parte de cima e 12 cômodos no subterrâneo, onde os
escravos dormiam. O local ocupando 122.141 m2 de área verde, no estilo de construção autenticamente
colonial, erguendo-se em terreno teso, a Fazenda de típica varanda portuguesa, sustentada por colunas
de ordem toscana, telhas canal, portas e janelas avermelhadas, incrustadas por gonzos originais,
enfileiram-se evidências aos grandes cômodos da histórica casa que é evidentemente barroca.
Tendo em suas dependências inferiores (subsolo), cômodos que se destacam por suas sombrias e tristes
masmorras, no castigo proporcionado pelo senhor das terras.
Conta com um poço d’água interno e uma senzala no subsolo. As telhas que cobrem o casarão foram
feitas nas coxas por escravos, método comum no passado. Todos se referiam às terras como Fazenda
Golan-Bandê – o que teria originado o nome atual Colubandê. Para agradar à Igreja, além de se
converter, o proprietário ergueu a Capela de Sant’Ana, com altar folheado a ouro, azulejos portugueses e
estilo barroco.
O método de produção escolhido foi o meeiro, que implicava na divisão de tudo que era produzido até
mesmo com os escravos. A estratégia ajudou a tornar a fazenda uma das mais prósperas
da região. O proprietário acabou preso pela inquisição em 1709, mas a fazenda continuou em destaque
até o final do século XVIII. Na busca incessante por descobertas aventou-se a possibilidade do nome ser
de origem africana.
Quando o Professor Nilson Liguory viajou para a África, aproveitou a oportunidade para pesquisar, não
encontrando nada que confirmasse tal possibilidade. Logo, a hipótese também foi definitivamente
descartada. Como outrora a região pertencera a um judeu, e existia a presença marcante de várias
famílias judaica em S.Gonçalo e Niterói. O livro “São Gonçalo, sua história e seus momentos”, dos
autores, Marcos Vinícius Macedo Varella e Nilda Ferreira Mendes Filha, mostra que é a história sobre a
origem do nome.
Em 1860, 30 engenhos já estavam exportando através dos portos de Guaxindiba, Boaçu, Porto Velho e
Ponta de São Gonçalo. Dessa época, as fazendas do Engenho Novo e Jacaré (1800), ambas de
propriedade do Barão de São Gonçalo, o Cemitério de Pachecos (1842) e a propriedade do Conde de
Baurepaire Rohan, na Covanca (1820), são os elementos mais importantes.
2- Rabino David Levy Farini
O Rabi David Levy Farini é nascido em Manaus-
AM. Filho de uma família tradicional Sefaradi de
Cohen e Levy. O seu pai, Israel David Luigi
Farini foi oficial do Exército Brasileiro; Ajudando
inclusive muito Judeus Europeus que chegavam
em São Paulo pelo Porto de Santos quase todos
fugindo da 2* guerra mundial na Europa.
A história da família Farini é muito conhecida na
Comunidade dos Judeus em Marrocos, Líbano e
Itália. Na Itália, foi erguida pela comunidade local
e por membros da família Farini a Grande
Sinagoga da Calle Farini, tendo inclusive um de seus membros o então Ministro Luigi Carlo Farini
foi um dos fundadores. Parte da família materna vieram de Marrocos e na época do recém-criado
Estado de Ysrael. Muitos, da família Levy, Fortuna e Fortunato.
A imigração dos judeus marroquinos para a Amazônia, na segunda metade do século XlX e início do
século XX, dificilmente seria mais bem compreendida se não nos maravilhássemos com a aventura
daqueles milhares de jovens que buscavam vida nova no Novo Mundo ou para cá vieram em busca do
Eldorado.
A guerra hispano-marroquina, em 1870, ou a pobreza das comunidades judaicas no Marrocos,
espalhadas pelas áreas de influência espanhola, como Tânger, Tetuan ou Casablanca, e árabe, como
Rabat, Fez e Marrakesh, entre muitas outras, poderiam ser apontadas como fatores que motivaram a
saída dos judeus naquele tempo. Além disso, novas nações independentes se formavam na América,
oferecendo plenas e iguais cidadanias a todos, inspiradas pelos princípios das revoluções Americana e
Francesa; ou, ainda, a Aliança Israelita Universal, entidade criada por filantropos judeus para levar a
cultura francesa a todas as comunidades sefarditas, poderiam, também, ser apontadas como fatores que
induziram à emigração.
Logo vieram outros judeus sefarditas, tanto ingleses para atuar como representantes comerciais, como
magrebianos (do norte da África) para construir nos trópicos um novo lugar. Jacob Gabay e Luiz
Manfredo Levy já eram, em meados do século 19, proprietários de fazendas e engenhos. A maioria, no
entanto, se dedicava ao comércio, incluindo a exportação das chamadas "drogas do sertão".
A essa época, a comunidade já tinha sua organização bem avançada, tanto que em 1848 inaugurava o
primeiro cemitério judeu do Brasil independente, anexo ao da Soledade, em Belém. Ainda hoje se
podem visitar os 28 túmulos ali existentes.
A primeira Sinagoga de Manaus, “Beit Yaakov”, foi fundada em 1928. De acordo com alguns
membros da comunidade, esta era a Sinagoga dos “megurashim” (expulsos), pois nela rezavam os
descendentes dos judeus que foram expulsos da Espanha e de Portugal e chegaram ao Marrocos. Eles
falavam o Ladino e tinham o costume dos “sefaradim tehorim”, dos sefaraditas puros. Em 1962, os
frequentadores das duas sinagogas decidiram se juntar e fundaram um único Beit haKenesset
(Sinagoga), “Sinagoga Beit Yaakov-Rebby Meyr’’.
O Sefer Torá de 400 anos que descansa no Aron haKodesh da sinagoga de Manaus é para os Yehudi
locais não apenas um tesouro histórico, mas também um tesouro sentimental. A tradição comunitária
conta que o Sefer Torá antigo tem sua origem em Portugal, depois ele acompanhou os judeus que
decidiram abandonar o país, pelos maus tratos impostos pela Inquisição e por suas leis intransigentes, e
decidiram viver no Marrocos no século XVII.
Ainda criança toda a família Farini foram morar na cidade de Santos-SP. Lá frequentou por décadas a
Sinagoga Beit Yacoob e a CIS - Comunidade Israelita de Santos.
Na década de 1990 ainda no Estado de São Paulo conheceu o Rabino Ortodoxo Marroquino Yacoov
David, e desenvolveu vários trabalhos para a comunidade como professor, por muitos anos.
Desenvolveu trabalho como Moreh na Sinagoga do Brás em São Paulo. Alguns anos antes de falecer o
Rabino Yacoov David repassa ao então Moreh David Farini uma Semicha, uma grande conquista
pessoal e do reconhecimento da comunidade após longos anos de dedicação fazendo que pudesse
continuar o seu próprio trabalho e ajudando a manter vários Yehudis firmes na comunidade.
Rabi David Levy Farini na Sinagoga do Brás em São Paulo
3 - A Comunidade (AISEF)
A Comunidade Israelita Sefaradi, (AISEF), criado em 2014 e localizado na cidade de São Gonçalo-RJ, é uma instituição dedicada à comunidade judaica, oferecendo a todos a oportunidade de aprender sobre o judaísmo e vivenciá-lo em um ambiente estimulante, comunitário e familiar, seguindo ritos Ortodoxos Sefaradi. A AISEF também promove continuamente diversas atividades religiosas, culturais e sociais, como aulas, cursos, palestras.
A AISEF começou pela a necessidade de construir um espaço para cultivar a fé judaica neste município. Temos recebidos também alguns descendentes que comprovem e assumem sua identidade Judaica, hoje estamos integrando a comunidade judaica de S.Gonçalo-RJ atendendo em vários aspectos, tornando nossa esnoga em um centro de estudos.
Além de um ambiente que se possa colocar a religião em prática para rezar, a AISEF é também um ambiente que se possam discutir textos de grandes sábios, estudar, cantar e viver a cultura judaica de diversas formas. Não há uma idade específica para frequentar nosso espaço. Desde que as pessoas que aqui cheguem, levem o trabalho e a vivencia á serio.
esq. pra dir. Eva Farini, Rabi David, Anita Cohen, Sarah Farini
Seguimos o Judaísmo Tradicional Sefaradi, com compromisso com a Lei Judaica,
Halachá, seguimos inflexível no cumprimento das mitzvot dentro da linha Ortodoxa Sefaradi.
S
em mais, colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
שלום וברכה
Rabino David Levy Farini
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
AS HISTÓRIAS JUDAICA EM SÃO GONÇALO-RJ
http://www.rj.anpuh.org/resources/rj/Anais/2006/conferencias/Raquel%20de%20Castro%20Hogemann.pdf
http://www.ufpa.br/pphist/documentos/Vol.%2013%20-%20Inquisicao%20no%20mundo%20iberoamericano.pdf
http://www.revistas.usp.br/sankofa/article/download/97199/96250
http://pct.capes.gov.br/teses/2012/33002010032P9/TES.PDF
NOVINSKY, Anita & KUPERMAN, Diane (orgs.). Ibéria-judaica: Roteiros da Memória. São Paulo: EDUSP, 1996.
SUÁREZ, Luís. La expulsión de los judíos de España. Madrid: Mapfre, 1992.
RABINO DAVID LEVY FARINI
http://www.jta.org/1982/12/27/archive/behind-the-headlines-the-jews-of-italy-2
http://archive.jpr.org.uk/download?id=2492
http://www.morasha.com.br/brasil/los-nuestros-os-marroquinos-na-amazonia.html
A COMUNIDADE (AISEF)
*MIZRAHI, Rachel. Imigração e Identidade. As Primeiras Comunidades Judaicas do Oriente Médio em São Paulo e no Rio
de Janeiro. Tese de Doutoramento apresentada ao Departamento de História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2000.
*ELNECAVÉ, Nissim. Los hijos de Ibero-Franconia. Breviario del Mundo Sefaradí desde los Orígenes hasta nuestros días.
Buenos Aires: Editorial La Luz, 1981.