justificando algumas escolhas os principais autores e suas obras
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JUSTIFICANDO JUSTIFICANDO ALGUMAS ESCOLHASALGUMAS ESCOLHAS
Os principais autores e suas obras
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OBJETIVOS DE HOJE
Apresentar alguns dos principais autores da historiografia econômica no Brasil
Apresentar uma visão panorâmica do conjunto da contribuição destes autores
Justificar a escolha das obras básicas para a disciplina.
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O início da historiografia econômica no Brasil
Situada entre os anos de 1929 e 1959 Marcos fundadores desta disciplina:
Épocas de Portugal Econômico (1928) de João Lúcio de Azevedo
História Econômica do Brasil (1937) de Roberto Simonsen
A formação do Brasil Contemporâneo: Colônia (1942) de Caio Prado Júnior
A formação Econômica do Brasil (1959) de Celso Furtado
O comércio Português no Rio da Prata: 1580-1640 de Alice Canabrava (1944)
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Roberto Cochrane Simonsen (1889-1948)
1928 – Fundador do Centro das Indústrias de São Paulo
1933 – Fundador da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo
Engenheiro, conhecido e lembrado como industrial nacionalista, progressista, favorável à intervenção do Estado na economia, anti-socialista e ferrenho opositor dos comunistas
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História econômica do Brasil de Simonsen (1) Obra inacabada, com 15 capítulos que
correspondiam aos primeiros sete pontos do programa da disciplina homônima na Escola de Sociologia.
Seu plano geral, segundo Canabrava, foi inspirado na obra de João Lúcio de Azevedo que, com base na teoria dos ciclos econômicos, influenciou também outros estudos posteriores.
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História econômica do Brasil de Simonsen (2)
Primeiros 10 capítulos correspondem as aulas ministradas por Simonsem (1936) e outros redigidos depois sobre a pecuária, a ocupação da região amazônica, o comércio colonial e as mudanças da transferência da corte portuguesa
Capítulo quarto critica as interpretações feudalísticas da instituição das Capitanias hereditárias (crítica retomada por Prado Jr, Furtado e Canabrava)
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História econômica do Brasil de Simonsen (3)
“teve uma acolhida muito favorável, chegando a fazer sucesso. E isso não se deveu apenas ao fato de ter sido a primeira obra do gênero no Brasil, dotada de tamanha envergadura e abrangência, mas também – e talvez principalmente – pelos dados estatísticos que reuniu, mediante os quais acabou inspirando outros autores a seguir seus passos, ou estimulando-os a se contrapor a ela”
SZMRECSÁNYI, 2004, p. 17
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Outros trabalhos de Simonsen
As crises no Brasil (1930) Aspectos da História Econômica do Café (1938) A evolução Industrial do Brasil (1939) As conseqüências econômicas da abolição (1938) Recursos econômicos e movimentos das
populações (1940) Depois de 1940, dedicou-se a estudos
econômicos e a análises de política empresarial
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Caio Prado Jr (1907-1990)
Referência constante e vigorosa da historiografia econômica, tanto pela originalidade quanto pela fecundidade de suas proposições, teórica e metodologicamente rigorosas.
Pioneiro na aplicação do marxismo à análise da realidade nacional
Autodidata, formado em Direito, ativista político, foi deputado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) nos anos 40
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A “estréia”
Estréia no campo dos estudos históricos com o ensaio Evolução Política do Brasil (1933), obra que embora sendo mais de História Social e Política, coteja os temas econômicos ao buscar ir “além do nível dos acontecimentos históricos, para chegar não apenas aos processos constituídos pelo encadeamento desses acontecimentos, mas principalmente às raízes materiais da sua ocorrência” Szmrecsányi, 2004, p.20
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“Caráter geral da Colonização Brasileira” (1)
Primeiros seis capítulos de Evolução são de particular interesse para a historiografia econômica e buscam traços do “caráter geral da colonização”
Referem-se “à economia e à sociedade coloniais, ao estatuto político de Colônia e as novas condições econômicas, sociais e políticas que passaram a vigorar no Brasil na segunda metade do século XVII.” Szmrecsányi, 2004, p.20
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“Caráter geral da Colonização Brasileira” (2)
Prado Jr destaca:– o caráter essencialmente mercantil dos
descobrimentos marítimos e da colonização– a preponderância da grande propriedade e do
trabalho escravo, sem aceitar as interpretações feudalísticas da economia e da sociedade colonial
– que a independência política do país não teve contrapartida no domínio socioeconômico
Szmrecsányi, 2004, p.20
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“Formação do Brasil Contemporâneo – Colônia” (1942)
Considerada obra mais importante Inicia a análise da situação vigente no Brasil no
início do século XIX, quando o sistema colonial já havia alcançado seu apogeu
Retoma e aprofunda as reflexões sobre o caráter geral da colonização, identificando o “sentido geral da colonização”
Nesta obra, diferencia as colônias de povoamento das colônias de exploração
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“História econômica do Brasil” (1945)
Mais conhecido trabalho, escrito em linguagem acessível e de amplo uso didático
Obra de síntese de seus escritos anteriores assim como de estudos de outros
Contém 27 capítulos divididos em 8 partes, sendo a sexta e a sétima novas em relação às obras anteriores
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Alice Piffer Canabrava(1911-2003)
Diferencia-se dos autores citados anteriormente pelo seu caráter estritamente acadêmico e profissional
Formada na primeira turma de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP
A partir de 1946 transferiu-se para o Instituto de Administração da USP e logo depois, para a Faculdade de Ciências econômicas onde regia a cátedra de História Econômica Geral e Formação Econômica do Brasil
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Algumas das suas obras, consideradas fundadoras da historiografia econômica do Brasil
O comércio português no Rio da Prata (1580-1640) de 1942
A indústria do Açúcar nas Ilhas Inglesas e Francesas do Mar das Antilhas (1697-1755) de 1946
O desenvolvimento da Cultura de Algodão na Província de São Paulo (1861-1875) de 1951
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Suas contribuições (1)
A compreensão do processo de expansão comercial luso-brasileira nos territórios coloniais espanhóis no período da União Ibérica (1942)
Apesar da uniformidade do sistema colonial praticado pelas metrópoles exportadoras de açúcar, destacou as diferenças na formação social dos “empresários” antilhanos e portugueses (1946)
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Celso Monteiro Furtado(1920-2004)
Considerado por Francisco de Oliveira, intelectual e homem de ação
Para Antônio Cândido, um dos demiurgos do Brasil
Exerceu profunda influência sobre gerações de economistas e cientistas sociais
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Celso Monteiro Furtado(1920-2004) Sua produção intelectual associa-se à produção da CEPAL, que inaugura a reflexão sobre as economias que começaram a se chamar “subdesenvolvidas”
Ao lado de Raul Prebisch, um dos mais expressivos representantes do pensamento estruturalista da Cepal no Brasil
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Celso Monteiro FurtadoO homem público
Idealizador e primeiro superintendente da SUDENEMinistro do Planejamento do governo de João Goulart (1961-1964) e responsável pelo plano Trienal (1963) Diretor do BNDE (1953)Ministro da Cultura do Governo Sarney (1985-1988)
21Mônica Yukie Kuwahara Aula 2 FEB 1
Algumas das suas inúmeras contribuições (1)
Construção teórica do subdesenvolvimento, rompendo com as acepções que encaravam o subdesenvolvimento como uma etapa do desenvolvimento
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Algumas das suas inúmeras contribuições (2)
Para Furtado, o subdesenvolvimento é uma produção histórica do processo capitalista de desenvolvimento, e não apenas como mero atraso tecnológico ou insuficiência de divisas.
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Algumas das suas inúmeras contribuições (3)
Em Formação Econômica do Brasil, mais que um livro de pesquisa histórica, forneceu uma interpretação do Brasil.Segundo Oliveira (2003), esta obra é o único clássico do pensamento social brasileiro que colocou a questão da Federação no centro de suas preocupações teórico-práticas, propondo a refundação do pacto federativo
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“Formação Econômica do Brasil” (1959)
Pressupostos são os da teoria keynesiana, vinculados aos ideários da CEPAL
São as mudanças nos marcos teóricos e o acréscimo da Terceira Parte em diante que distinguem a obra de 1959 da sua tese defendida em 1948
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“Formação” de Furtado
Abarca toda a formação nacional, “sua economia, sua sociedade, suas regiões, suas diversas formas de Estado, de governo e de regimes políticos” (OLIVEIRA, 2003, P. 86)
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Referências (1)• SZMRECSÁNYI, Tamás. Retomando
a questão do início da historiografia econômica no Brasil. Nova Economia. Belo Horizonte. Vol 14(1). Janeiro-abril 2004. Disponível em www.face.ufmg.br/novaeconomia/sumarios/v14n1/szmrecsanyi.pdf
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Referências (2)• OLIVEIRA, Francisco. A navegação
venturosa: ensaios sobre Celso Furtado. São Paulo: Boitempo, 2003.
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LEITURAS RECOMENDADAS (1)• O artigo de Francisco de Oliveira “Formação
Econômica do Brasil: gênese, importância e influências teóricas”
• Este mesmo artigo foi publicado em duas coletâneas. Uma organizada pelo próprio autor e denominada “Navegação Venturosa” (vide referência no slide anterior). Foi publicada também na coletânea organizada por Lourenço Dantas Mota “Introdução ao Brasil: um banquete no trópico”, editado pela Ed. Senac em 1999.
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LEITURAS RECOMENDADAS (2)Entrevista com Celso Furtado publicada na
Revista de Economia Mackenzie - Ano 2 número 2
Falando sobre: a atual situação econômica mundial, da América do Sul e do Brasil
Disponível em
http://www.mackenzie.com.br/editoramackenzie/revistas/economia/eco2n2.htm