juliana regina kloss

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JULIANA REGINA KLOSS SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE POLIURETANOS BIODEGRADÁVEIS À BASE DE POLI(ε-CAPROLACTONA)DIOL CURITIBA 2007 Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Ciências, Programa de Pós-Graduação em Química – Área de Concentração Química Orgânica, Setor de Ciências Exatas, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Profa. Dra. Sônia Faria Zawadzki Co-orientador: Profa. Dra. Leni Akcelrud

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Trabalho acadêmico

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  • JULIANA REGINA KLOSS

    SNTESE E CARACTERIZAO DE POLIURETANOS

    BIODEGRADVEIS BASE DE POLI(-CAPROLACTONA)DIOL

    CURITIBA 2007

    Tese apresentada como requisito parcial obteno do grau de Doutor em Cincias, Programa de Ps-Graduao em Qumica rea de Concentrao Qumica Orgnica, Setor de Cincias Exatas, Universidade Federal do Paran. Orientador: Profa. Dra. Snia Faria Zawadzki

    Co-orientador: Profa. Dra. Leni Akcelrud

  • Kloss, Juliana Regina Sntese e caracterizao de poliuretanos biodegradveis base de poli(-carprolactona) / Juliana Regina Kloss. - Curitiba, 2007. 203 f. Orientadora: Snia Faria Zawadzki Tese (Doutorado) Universidade Federal do Paran, Setor de Cincias Exatas, Programa de Ps-Graduao em Qumica.

    1. Poliuretano - Biodegradao. I. Zawadzki, Sonia Faria. II. Ttulo. III. Universidade Federal do Paran.

    CDD 668.4239

  • ii

    Os resultados desta Tese foram parcialmente publicados nos

    seguintes artigos:

    Poly(ester urethane)s with polycaprolactone soft segments: a morphological study

    Juliana R. Kloss, Marilda Munaro, Gabriel P. de Souza, Joseane V. Gulmine, Shu-Hui Wang,

    Snia Faria Zawadzki and Leni Akcelrud.

    Journal of Polymer Science: Polymer Chemistry, 40, 4117-4130, (2002).

    Polycaprolactone based biodegradable polyurethanes

    Shu-Hui Wang, Luiziana F. Silva, Juliana R. Kloss, Marilda Munaro, Gabriel Pinto de Souza,

    M.Alice Wada, J. Gregrio C. Gomez, Snia Faria Zawadzki and Leni Akcelrud.

    Macromolecular Symposia, 197, 255-264, (2003).

    Correlao entre propriedades mecnicas e parmetros estruturais de poliuretanos

    base de poli(-caprolactona) Juliana Kloss, Caroline Bugay, Shu-Hui Wang, Leni Akcelrud e Snia Faria Zawadzki.

    Polmeros: Cincia e Tecnologia, 15, 01, 1-5, (2005).

    Polyurethanes elastomers based on poli (-caprolactone) diol: biodegradation evaluation

    Juliana Kloss, Fernanda S. M. de Souza, Edilsa R. da Silva, Jair Alves Dionsio, Leni

    Akcelrud and Snia Faria Zawadzki

    Macromolecular Symposia, 254, 651-656, (2006).

  • iii

    A Deus e minha maravilhosa famlia,

    em especial, Weber e meus pais

    Dirceu e Alda.

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo sinceramente a todos que, com boa inteno, colaboraram para a

    realizao e finalizao deste trabalho.

    Agradeo de maneira muito especial, Profa. Dra. Snia Faria Zawadzki, pela

    orientao em todas as etapas da minha vida acadmica, pelos ensinamentos e

    confiana ao longo dos anos.

    Profa. Dra. Ana Paula Testa Pezzin, ao Prof. Dr. Derval dos Santos Rosa, Profa.

    Dra. Ndia Krieger e Profa. Dra. Beatriz Helena L. N. Sales Maia, pela preciosa

    contribuio como membros componentes da Banca Examinadora.

    Ao Prof. Dr. Ronilson Vasconcelos Barbosa, Profa. Dra. Maria Aparecida Biason

    Gomes, Profa. Dra. Shu Hui Wang e ao Prof. Dr. Rodrigo Orfice, que prontamente

    aceitaram o convite para membros suplentes da Banca Examinadora.

    Agradeo ao CNPq pelo apoio financeiro para a realizao da pesquisa.

    Ao Laboratrio de Polmeros Sintticos (LABPOL) Departamento de Qumica e

    Universidade Federal do Paran.

    Ao Laboratrio de Anlise Trmica, da Universidade Federal do Sergipe, sob a

    responsabilidade da Profa. Dra. Eunice F. S. Vieira.

  • v

    Ao Laboratrio de Materiais, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

    (LACTEC).

    Profa. Dra. Shu Hui Wang e ao Departamento de Engenharia Metalrgica e de

    Materiais da Universidade de So Paulo.

    Ao Centro de Microscopia Eletrnica da Universidade Federal do Paran.

    Ao Departamento de Solos e Engenharia Agrcola, Campus Agrrias da

    Universidade Federal do Paran, em particular ao Prof. Dr. Jair Alves Dionzio, por

    todo acompanhamento e orientao nas anlises de biodegradao no solo.

    Ao Laboratrio de Microbiologia do Departamento Acadmico de Qumica e Biologia

    (Universidade Tecnolgica do Paran), sob o acompanhamento da Profa. Dra.

    Edilsa R. da Silva, em especial Fernanda S. M. de Souza, por toda a ajuda na

    parte da anlises de biodegradao com o fungo.

    Ao Grupo de Desenvolvimento de Tcnicas Avanadas para o Tratamento de

    Resduos Tecnotrater especialmente, ao Prof. Dr. Patrcio Peralta Zamora e

    Ms. Gilclia Cordeiro, pelo auxlio na utilizao das Ferramentas Quimiomtricas que

    foram empregadas no tratamento dos dados aps a biodegradao das amostras.

    Ao Laboratrio de Misturas Polimricas e Compsitos Condutores (LMPCC) -

    Instituto de Macromolculas Professora Eloisa Mano (UFRJ), em especial Soraia

  • vi

    Zaioncz e Profa. Dra. Bluma Guenther Soares, pelas anlises termodinmico-

    mecnicas.

    Aos amigos e colegas do Laboratrio de Polmeros Sintticos, Reinaldo, Tiago,

    Paulo Vitor, Patrcia, Josiane, Carlos, Heveline, Cludio, Janylson, Reverson, Rafael,

    professores Ronilson e Cida e tambm aos que j passaram por l e continuam

    presentes: Rodrigo, Soraia, Andr, Mrcia, Jefferson, Fabiana, Magda, Cssia,

    Gustavo, Cleverson, Scheyla, Maria Carolina, Michael, Arnaldo, Emanuelle, Vitor,

    Beatriz e Caroline pela unio, fora e pela vibrao em relao a esta jornada.

    s amizades que se fizeram na graduao e permanecem at hoje, Kely de Souza,

    Mariane Schnitzler, Denis Bornatowski e Scheyla Zeck Ferreira.

    s amizades que considero especiais: Kelen, Jlio, Anna, Marco Grassi, Helena,

    Aldair, Sival, Famlia Franck (Nilo, Dilza, Pedro Henrique, Hanny, Patrcia, Jnior,

    Marcelo), Adriano, Brbara, Elisabeth, Edu, Ana, Margarete, Thiago, Vincius, Erica,

    Eduardo, Ivy, Raquel e Eloir.

    s amizades dos cursos de dana folclrica, do Educativo, da Universidade Estadual

    de Ponta Grossa e aos componentes do Grupo Folclrico Germnio Alte Heimat.

    Aos professores e colegas de Curso de Qumica e da Ps-graduao e aos demais

    colegas do departamento, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas

    vidas.

  • vii

    coordenao da Ps-graduao em Qumica, em especial Profa. Dra. Jasa

    Fernandes, ao Prof. Dr. Marco Grassi, ao Prof. Dr. Luiz Ramos e ao Prof. Dr.

    Ronilson Barbosa.

    Aos funcionrios do Departamento de Qumica, em especial ao Marcelino, Selma,

    Diel, Juni, Priscila, Paulo e Neuza.

    Aos queridos amigos, pelo apoio, companheirismo e amizade: Rodrigo Soares

    Ferreira, Reinaldo Morita, Soraia Zaioncz, Snia Zawadzki e Danielle Schnitzler.

    grande amiga Michela Cavilha, que esteve sempre presente em todas as horas,

    pelo ombro amigo, pelas palavras de apoio e carinho.

    minha admirvel e espetacular famlia, em especial, Weber, meus pais Dirceu e

    Alda, v Floriana, Rogerio, Christine, Pedro e Ldia, pela confiana, motivao e

    apoio, sem os quais a realizao deste trabalho no teria sido possvel.

  • viii

    Se existe uma forma

    de fazer melhor, descubra-a.

    (Thomas Edison)

    Saber no suficiente, devemos aplicar.

    Desejar no suficiente, devemos fazer.

    (Johann Wolfgang von Goethe)

  • ix

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................LISTA DE TABELAS .............................................................................................LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................LISTA DE SMBOLOS ...........................................................................................RESUMO ................................................................................................................ABSTRACT ............................................................................................................1 INTRODUO ....................................................................................................1.1 POLMEROS BIODEGRADVEIS ...................................................................

    1.2 O PROCESSO DE DEGRADAO DE POLMEROS ....................................

    1.3 PANORAMA HISTRICO E ATUAL DOS POLMEROS

    BIODEGRADVEIS .........................................................................................

    1.4 BIODEGRADAO DE POLIURETANOS ......................................................

    1.4.1 A Classe de Poliuretanos ..............................................................................

    1.4.2 Mercado de Poliuretanos ..............................................................................

    1.4.3 Matrias-Primas ............................................................................................

    1.4.3.1 Isocianatos .................................................................................................

    1.4.3.2 Poliis .........................................................................................................

    1.4.3.3 Extensores de cadeia e agentes de ligao cruzada .................................

    1.4.4 Obteno dos Poliuretanos ...........................................................................

    1.4.5 Poliuretanos Elastomricos ...........................................................................

    1.4.6 Mecanismos de Biodegradao de Poliuretanos ..........................................

    1.5 OS FUNGOS COMO AGENTES DE BIODEGRADAO ...............................

    1.5.1 Fungos do gnero Pleurotus .........................................................................

    1.6 MICRORGANISMOS DO SOLO ......................................................................

    2 OBJETIVOS ........................................................................................................2.1 OBJETIVO GERAL ..........................................................................................

    2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ............................................................................

    3 MATERIAIS E MTODOS .................................................................................3.1 REAGENTES E SOLVENTES .........................................................................

    3.2 EQUIPAMENTOS .............................................................................................

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  • x

    3.3 CLCULOS PARA OBTENO DOS POLIURETANOS .................................

    3.3.1 Clculos para as Quantidades de Isocianato e Extensor ou Agentes de

    Ligao Cruzada Utilizados nas Reaes ....................................................

    3.3.2 Clculo do Teor de Segmento Rgido (X) .....................................................

    3.4 TCNICAS EMPREGADAS PARA A PREPARAO DOS

    POLIURETANOS ............................................................................................

    3.4.1 Obteno do Poliuretano (PU) ......................................................................

    3.4.2 Obteno do Segmento Rgido (SR) .............................................................

    3.4.3 Caracterizao Estrutural dos Poliuretanos ..................................................

    3.4.3.1 Espectroscopia na regio do infravermelho com transformada de

    Fourier (FTIR) ............................................................................................

    3.4.4 Anlise do Comportamento Trmico e Morfolgico dos Poliuretanos ..........

    3.4.4.1 Anlise termodinmico-mecnica (DMA) ...................................................

    3.4.4.2 Anlise termogravimtrica (TGA) ...............................................................

    3.4.4.3 Calorimetria exploratria diferencial (DSC) ................................................

    3.4.4.4 Difrao de raios-X (DRX) ..........................................................................

    3.4.4.5 Microscopia tica (MO) ..............................................................................

    3.4.4.6 Microscopia eletrnica de varredura (MEV) ...............................................

    3.4.5 Caracterizao do Segmento Rgido ............................................................

    3.4.5.1 Espectroscopia na regio do infravermelho com transformada de

    Fourier (FTIR) ............................................................................................

    3.4.5.2 Anlise termogravimtrica (TGA) ...............................................................

    3.4.5.3 Calorimetria exploratria diferencial (DSC) ................................................

    3.4.5.4 Difrao de raios-X (DRX)...........................................................................

    3.4.6 Ensaios da Biodegradao ...........................................................................

    3.4.6.1 Utilizando o fungo Pleurotus sajor-caju ......................................................

    3.4.6.2 Microscopia eletrnica de varredura (MEV) aps a biodegradao ..........

    3.4.6.3 Microscopia tica do fungo Pleurotus sajor-caju ........................................

    3.4.6.4 Biodegradao no solo ...............................................................................

    3.4.7 Anlise do Solo .............................................................................................

    3.4.7.1 Avaliao da densidade populacional de bactrias e fungos no solo........

    3.4.7.2 Anlise fsica e qumica do solo .................................................................

    3.4.8 Perda de Massa das Amostras .....................................................................

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    59

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  • xi

    3.4.9 Anlise Estatstica .........................................................................................

    3.4.10 Anlise de Componentes Principais (PCA) .................................................

    4 RESULTADOS E DISCUSSO ..........................................................................4.1 REAO DE OBTENO DO POLIURETANO ..............................................

    4.2 CARACTERIZAO ESTRUTURAL DOS POLIURETANOS .........................

    4.3 ANLISE DO COMPORTAMENTO TRMICO e MORFOLGICO DOS

    POLIURETANOS .............................................................................................

    4.3.1 Anlise Termodinmico-Mecnica (DMA) .....................................................

    4.3.2 Anlise Termogravimtrica (TGA) .................................................................

    4.3.3 Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) ..................................................

    4.3.4 Anlise por Difrao de Raios-x ....................................................................

    4.3.5 Microscopia tica ..........................................................................................

    4.3.6 Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) .................................................

    4.4 CARACTERIZAO DO SEGMENTO RGIDO ..............................................

    4.4.1 Reaes de Obteno do Segmento Rgido Linear.......................................

    4.4.2 Espectroscopia na Regio do Infravermelho com Transformada de

    Fourier (FTIR) ...............................................................................................

    4.4.3 Anlise Termogravimtrica (TGA) .................................................................

    4.4.4 Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) ..................................................

    4.4.5 Difrao de Raios-X (DRX) ...........................................................................

    4.5 ANLISE DA BIODEGRADAO ...................................................................

    4.5.1 Avaliao da biodegradao utilizando o fungo Pleurotus sajor-caju ...........

    4.5.1.1 Em fase slida ............................................................................................

    4.5.1.2 Microscopia tica e eletrnica de varredura do fungo aps o ensaio

    em fase slida ............................................................................................

    4.5.1.3 Em fase lquida ...........................................................................................

    4.5.2 Biodegradao no Solo .................................................................................

    4.6 ANLISE ESTATSTICA DA PERDA DE MASSA ...........................................

    4.7 CARACTERIZAO ESTRUTURAL DOS POLIURETANOS APS OS

    ENSAIOS DE BIODEGRADAO ..................................................................

    4.7.1 Espectroscopia na Regio do Infravermelho com Transformada de

    Fourier (FTIR) ...............................................................................................

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  • xii

    4.8 ANLISE DO COMPORTAMENTO TRMICO e MORFOLGICO APS

    OS ENSAIOS DE BIODEGRADAO ............................................................

    4.8.1 Anlise Termodinmico-Mecnica (DMA) .....................................................

    4.8.2 Anlise Termogravimetria (TGA) ...................................................................

    4.8.3 Calorimetria Exploratria Diferencial (DSC) ..................................................

    4.8.4 Difrao de Raios-X (DRX) ...........................................................................

    4.8.5 Microscopia Eletrnica de Varredura (MEV) ................................................

    5 CONCLUSES ...................................................................................................REFERNCIAS ......................................................................................................ANEXOS ................................................................................................................

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  • xiii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Degradao de um polmero genrico atravs de vrios processos .....

    Figura 2 Usos do Ecoflex ..................................................................................

    Figura 3 Ecobras: plstico de fonte renovvel e compostvel .............................

    Figura 4 Foto das embalagens da empresa RES Brasil ......................................

    Figura 5 Poliuretano genrico ..............................................................................

    Figura 6 Consumo de poliuretano por segmento na Amrica Latina....................

    Figura 7 Consumo de poliuretano por segmento no Brasil ..................................

    Figura 8 Reao de obteno do pr-polmero ...................................................

    Figura 9 Reao de formao do poliuretano linear ............................................

    Figura 10 Reao de formao do poliuretano com ligaes cruzadas ..............

    Figura 11 Ilustrao dos segmentos flexveis e rgidos nos poliuretanos

    segmentados .......................................................................................

    Figura 12 Representao da separao de fases nos poliuretanos ....................

    Figura 13 Representao da mistura de fases nos poliuretanos..........................

    Figura 14 Mecanismo de biodegradao da poli(-caprolactona) (PCL) .............

    Figura 15 Proposta de biodegradao de um composto uretnico-modelo por

    Exophila jeanselmei .............................................................................

    Figura 16 Sntese enzimtica e reciclagem qumica de poliuretanos

    biodegradveis .....................................................................................

    Figura 17 Fungos unicelulares (leveduras) ..........................................................

    Figura 18 Fungos pluricelulares (filamentosos ou bolores) .................................

    Figura 19 Pleurotus fungo que causa a podrido branca da madeira ..............

    Figura 20 Ilustrao da aparelhagem utilizada para a reao de obteno do

    pr-polmero dos poliuretanos sintetizados .........................................

    Figura 21 Evaporador rotatrio utilizado para a segunda etapa da reao de

    obteno do poliuretano ......................................................................

    Figura 22 Ilustrao do ensaio de biodegradao com o fungo Pleurotus sajor-

    caju em fase slida ..............................................................................

    Figura 23 Ilustrao do ensaio de biodegradao utilizando o fungo Pleurotus

    sajor-caju em fase lquida ....................................................................

    Figura 24 Amostras preparadas para o ensaio no solo .......................................

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  • xiv

    Figura 25 Anlise de biodegradao de poliuretanos e de poli(-caprolactona) diol no solo ...........................................................................................

    Figura 26 Esquema da diluio no mtodo das diluies sucessivas para

    contagem de fungos, bactrias e actinomicetos ..................................

    Figura 27 Ilustrao das placas de Petri utilizadas para a contagem

    populacional de fungos e bactrias pelo mtodo das diluies

    sucessivas ...........................................................................................

    Figura 28 Reao de obteno do poliuretano base de poli(-caprolactona) diol .......................................................................................................

    Figura 29 Poliuretanos base de poli (-caprolactona) diol com agentes de ligao cruzada ....................................................................................

    Figura 30 Espectros da regio do infravermelho com transformada de Fourier

    da Poli(-caprolactona) diol ..................................................................

    Figura 31 Espectros da regio do infravermelho com transformada de Fourier

    dos reagentes para a obteno dos poliuretanos ................................

    Figura 32 Espectros obtidos na regio do infravermelho com transformada de

    Fourier dos poliuretanos, com 1,4-butanodiol, e variao no teor de

    segmento rgido (X) de 11,21 e 31% ...................................................

    Figura 33 Espectros obtidos na regio do infravermelho com transformada de

    Fourier dos poliuretanos, com glicose, e variao no teor de

    segmento rgido (X) de 11,21 e 31% ...................................................

    Figura 34 Espectros obtidos na regio do infravermelho com transformada de

    Fourier dos poliuretanos, com sacarose, e variao no teor de

    segmento rgido (X) de 11,21 e 31%....................................................

    Figura 35 Temperatura de transio vtrea dos poliuretanos e da poli(-caprolactona) diol em funo da variao do teor de segmento

    rgido (X) ..............................................................................................

    Figura 36 Curvas da anlise termodinmico-mecnica para os poliuretanos

    com glicose, onde X = teor de segmento rgido obtido pela

    equao 2 ............................................................................................

    Figura 37 Curvas de perda de massa da poli(-caprolactona) diol e dos poliuretanos .........................................................................................

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    78

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  • xv

    Figura 38 Temperatura de perda de massa mxima da poli(-caprolactona) diol (PCL) e dos poliuretanos (PUs) com 1,4-butanodiol (BDO),

    glicose (GLU) e sacarose (SAC) ..........................................................

    Figura 39 Curvas da perda de massa e a derivada primeira da curva ................

    Figura 40 Determinao da temperatura inicial de perda de massa pela

    extrapolao do evento trmico (Tonset) ...............................................

    Figura 41 Temperatura onset da poli(-caprolactona) diol (PCL-D) e dos poliuretanos (PUs) com 1,4-butanodiol (BDO), glicose (GLU) e

    sacarose (SAC) ....................................................................................

    Figura 42 Termogramas obtidos por calorimetria exploratria diferencial para

    a poli(-caprolactona) diol pura ............................................................

    Figura 43 Difratogramas de raios-X da poli(-caprolactona) diol pura..................

    Figura 44 Difratogramas de raios-X dos poliuretanos com 1,4-butanodiol e

    diferentes teores de segmento rgido ..................................................

    Figura 45 Difratogramas de raios-X dos poliuretanos com glicose e diferentes

    teores de segmento rgido ...................................................................

    Figura 46 Difratogramas de raios-X dos poliuretanos com sacarose e

    diferentes teores de segmento rgido ..................................................

    Figura 47 Porcentagem de cristalinidade obtida para os poliuretanos (PUs)

    com poli(-caprolactona) diol com 1,4-butanodiol (BDO), glicose

    (GLU) e sacarose (SAC) ......................................................................

    Figura 48 Fotomicrografias obtidas por microscopia tica...................................

    Figura 49 Fotomicrografias dos poliuretanos com 1,4-butanodiol, obtidas por

    microscopia eletrnica de varredura ....................................................

    Figura 50 Fotomicrografias dos poliuretanos com glicose obtidas, por

    microscopia eletrnica de varredura ....................................................

    Figura 51 Fotomicrografias dos poliuretanos com sacarose obtidas, por

    microscopia eletrnica de varredura ....................................................

    Figura 52 Fotomicrografia da poli(-caprolactona) diol obtida, por microscopia

    eletrnica de varredura ........................................................................

    Figura 53 Reao de obteno do segmento rgido linear ..................................

    Figura 54 Espectro obtido por infravermelho com transformada de Fourier do

    segmento rgido com 1,4-butanodiol e diisocianato de tolileno............

    93

    93

    94

    96

    97

    99

    100

    100

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    105

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    106

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  • xvi

    Figura 55 Espectro obtido por infravermelho com transformada de Fourier do

    segmento rgido com glicose e diisocianato de tolileno .......................

    Figura 56 Espectro obtido por infravermelho com transformada de Fourier do

    segmento rgido com 1,4-butanodiol e diisocianato de tolileno............

    Figura 57 Curvas de anlise termogravimtrica do segmento rgido dos

    poliuretanos .........................................................................................

    Figura 58 Termograma obtidos por calorimetria diferencial exploratria do

    segmento rgido com 1,4-butanodiol e diisocianato de tolileno ...........

    Figura 59 Termogramas obtidos por calorimetria diferencial exploratria do

    segmento rgido com: (a) glicose e diisocianato de tolileno e (b)

    sacarose e diisocianato de tolileno ......................................................

    Figura 60 Difratogramas do segmento rgido dos poliuretanos ...........................

    Figura 61 Difratogramas do segmento rgido dos poliuretanos ...........................

    Figura 62 Difratogramas do segmento rgido dos poliuretanos ...........................

    Figura 63 Fotos de desenvolvimento fngico nas amostras de poliuretanos

    com teor de segmento rgido de 11 a 31%, submetidas fase

    slida (30 dias) .....................................................................................

    Figura 64 Fotos de desenvolvimento fngico nas amostras de poliuretanos

    com teor de semento rgido de 11 a 31%, submetidas fase slida

    (60 dias) ...............................................................................................

    Figura 65 Massa residual (%) aps biodegradao dos poliuretanos por fase

    slida, utilizando o fungo Pleurotus sajor-caju aps (a) 30 e (b) 60

    dias ......................................................................................................

    Figura 66 Fotomicrografias obtidas por microscopia tica do fungo Pleurotus

    sajor-caju, recolhido das amostras ......................................................

    Figura 67 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura do

    fungo Pleurotus sajor-caju sobre as amostras (60 dias) ......................

    Figura 68 Massa residual (%) dos poliuretanos posteriormente

    biodegradao em fase lquida, aps 60 dias de ensaio......................

    Figura 69 Massa residual (%) dos poliuretanos aps 12 meses de

    biodegradao no solo .........................................................................

    Figura 70 Dados da precipitao acumulada no perodo de out./2005 a

    out./2006 ..............................................................................................

    Figura 71 Temperatura mdia no perodo de out./2005 a out./2006....................

    108

    108

    109

    110

    111

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    112

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    119

    121

    123

    125

    126

  • xvii

    Figura 72 Espectro na regio do infravermelho do poliuretano com 1,4-

    butanodiol, aps a biodegradao pelo fungo Pleurotus sajor-caju

    (fase slida) .........................................................................................

    Figura 73 Espectro na regio do infravermelho do poliuretano com glicose,

    aps a biodegradao pelo fungo Pleurotus sajor-caju (fase slida)..

    Figura 74 Espectro na regio do infravermelho do poliuretano com sacarose,

    aps a biodegradao pelo fungo Pleurotus sajor-caju (fase slida)..

    Figura 75 Espectros de infravermelho dos poliuretanos com 1,4-butanodiol,

    aps a biodegradao no solo por um ano...........................................

    Figura 76 Loadings das componentes principais...............................................

    Figura 77 Grficos de escores para as componentes principais 1 e 2, geradas

    atravs da anlise multivariada dos dados...........................................

    Figura 78 Grficos de escores para as componentes principais 1 e 2; 1 e 3; 2

    e 3, geradas atravs da anlise multivariada dos dados......................

    Figura 79 Ampliao do quadrante superior direito dos grficos de escores

    para as componentes principais 2 e 3 .................................................

    Figura 80 Ampliao dos espectros da regio do infravermelho do poliuretano

    com sacarose e teor de segmento rgido de 31%................................

    Figura 81 Ilustrao da possvel reao de hidrlise da ligao ster presente

    nos poliuretanos e na poli(-caprolactona) diol ....................................Figura 82 Curvas de anlise termodinmico-mecnica, obtidas para os

    poliuretanos com sacarose X=31%, biodegradados no solo por 10

    meses ..................................................................................................

    Figura 83 Valores da temperatura de transio vtrea por anlise

    termodinmico-mecnica, obtidos para os poliuretanos com

    sacarose X=31%, antes e aps a biodegradao no solo por 10

    meses ..................................................................................................

    Figura 84 Curvas de anlise termogravimtrica dos poliuretanos aps a

    biodegradao com o fungo Pleurotus sajor-caju em fase slida e

    lquida...................................................................................................

    Figura 85 Curvas de anlise termogravimtrica dos poliuretanos aps a

    biodegradao no solo por 2 meses ....................................................

    Figura 86 Curvas de anlise termogravimtrica dos poliuretanos aps a

    biodegradao no solo por 12 meses...................................................

    130

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    130

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    134

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    135

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    140

    141

    142

    142

  • xviii

    Figura 87 Curvas de anlise termogravimtrica da poli(-caprolatona) diol aps a biodegradao .........................................................................

    Figura 88 Temperatura de fuso cristalina (Tm) dos poliuretanos, comparao

    antes e aps a biodegradao com o fungo Pleurotus sajor-caju e

    no solo .................................................................................................

    Figura 89 Termogramas obtidos por calorimetria diferencial exploratria da

    poli(-caprolactona)diol pura ................................................................

    Figura 90 Termogramas obtidos por calorimetria diferencial exploratria dos

    poliuretanos com 1,4-butanodiol, teor de segmento rgido (X) de

    11%, biodegradados no solo (2 meses) ..............................................

    Figura 91 Difratograma de raios-X dos poliuretanos biodegradados pelo fungo

    Pleurotus sajor-caju em fase slida e lquida ......................................

    Figura 92 Difratograma de raios-X dos poliuretanos biodegradados no solo

    por 2 e 6 meses ...................................................................................

    Figura 93 Difratograma de raios-X dos poliuretanos biodegradados no solo

    por 12 meses .......................................................................................

    Figura 94 Difratograma de raios-X da poli(-caprolactona) diol biodegradada no solo .................................................................................................

    Figura 95 Cristalinidade (%) a partir dos dados de difrao de raios-X,

    comparao antes e aps a biodegradao com o fungo Pleurotus

    sajor-caju e no solo ..............................................................................

    Figura 96 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura

    das amostras de poliuretanos, aps os ensaios de biodegradao

    com o fungo Pleurotus sajor-caju em fase slida ................................

    Figura 97 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura

    das amostras de poliuretanos, aps os ensaios de biodegradao

    com o fungo Pleurotus sajor-caju em fase lquida ...............................

    Figura 98 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura

    das amostras de poliuretanos, aps o ensaio de biodegradao no

    solo por 2 meses ..................................................................................

    Figura 99 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura

    das amostras de poliuretanos, aps o ensaio de biodegradao no

    solo por 6 meses ..................................................................................

    143

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    156

    157

    157

  • xix

    Figura 100 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura

    das amostras de poliuretanos e da poli(-caprolactona)diol, aps os

    ensaios de biodegradao .................................................................

    Figura 101 Fotomicrografias obtidas por microscopia eletrnica de varredura

    das amostras de poli(-caprolactona)diol, aps os ensaios de

    biodegradao ...................................................................................

    Figura 102 Comparao entre o custo do poliuretano biodegradvel com

    sacarose e os polmeros comumente utilizados ................................

    158

    158

    159

  • xx

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Produtores de polmeros biodegradveis e suas aplicaes ...............

    Tabela 2 Nmero de patentes em relao ao tipo do polmero...........................

    Tabela 3 Principais programas de certificao e marcas para a identificao

    dos polmeros e plsticos ambientalmente degradveis......................

    Tabela 4 Extensores de cadeia e agentes de ligao cruzada...........................

    Tabela 5 Alguns estudos relatados na literatura sobre a degradao de

    poliuretanos .........................................................................................

    Tabela 6 Composio dos poliuretanos lineares e reticulados preparados a

    partir da poli(-caprolactona) diol.........................................................Tabela 7 Dados obtidos para as temperaturas de transio vtrea, obtidas por

    anlise termodinmica-mecnica dos poliuretanos.............................

    Tabela 8 Valores da temperatura onset e mxima de perda de massa da

    poli(-caprolactona) diol pura e dos poliuretanos determinadas pelas

    curvas de TG e DTG............................................................................

    Tabela 9 Temperatura de fuso cristalina (1 aquecimento) dos poliuretanos e

    da poli(-caprolactona) diol e temperatura de fuso para os precursores puros, obtidas por calorimetria diferencial exploratria....

    Tabela 10 Dados da porcentagem de cristalinidade dos poliuretanos obtidos a

    partir da poli(-caprolactona) diol........................................................

    Tabela 11 Valores da temperatura onset e mxima de perda de massa da

    poli(-caprolatona) diol pura e dos poliuretanos.................................

    Tabela 12 Quadro comparativo de perda de massa das amostras em fase

    slida e lquida ...................................................................................

    Tabela 13 Anlise feita pelo Departamento de Solo da UFPR, das

    caractersticas microbiolgicas, fsicas e qumicas do solo utilizado

    para o ensaio de biodegradao .......................................................

    Tabela 14 Massa residual dos poliuretanos submetidos biodegradao no

    solo por um perodo de 12 meses .....................................................

    Tabela 15 Precipitao acumulada (mm) no perodo correspondente ao

    ensaio de biodegradao no solo ......................................................

    10

    18

    20

    29

    40

    84

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    125

  • xxi

    Tabela 16 Valores obtidos atravs do teste de anlise de varincia (ANOVA)

    de fator nico .....................................................................................

    Tabela 17 Teste de ANOVA para perda de massa na biodegradao no solo

    durante 12 meses ..............................................................................

    Tabela 18 Parmetros utilizados na anlise de componentes principais,

    numerao dos espectros na regio do infravermelho das amostras

    de poliuretanos biodegradadas no solo por um perodo de um ano..

    Tabela 19 Varincia capturada, em termos percentuais, para cada

    componente principal durante a anlise multivariada.........................

    Tabela 20 Comparao da numerao dos espectros na regio do

    infravermelho com os parmetros da anlise das componentes

    principais ............................................................................................

    Tabela 21 Valores das temperaturas onset e mxima de perda de massa da

    poli(-caprolatona) diol pura e dos poliuretanos depois das anlises de biodegradao ..............................................................................

    Tabela 22 Valores das temperaturas onset e mxima de perda de massa da

    poli(-caprolatona) diol pura e dos poliuretanos depois das anlises de biodegradao no solo por 2 meses .............................................

    Tabela 23 Valores das temperaturas onset e mxima de perda de massa da

    poli(-caprolatona) diol pura e dos poliuretanos depois das anlises de biodegradao no solo por 12 meses ...........................................

    Tabela 24 Temperatura de fuso cristalina (Tm), aps a biodegradao com o

    fungo Pleurotus sajor-caju em fase slida e lquida (60 dias)............

    Tabela 25 Temperatura de fuso cristalina (Tm), aps 2 meses de

    biodegradao no solo ......................................................................

    Tabela 26 Temperatura de fuso cristalina (Tm), aps 12 meses de

    biodegradao no solo ......................................................................

    Tabela 27 Grau de cristalinidade dos poliuretanos aps os ensaios de

    biodegradao com o fungo Pleurotus sajor-caju em fase slida e

    lquida ................................................................................................

    Tabela 28 Grau de cristalinidade dos poliuretanos aps os ensaios de

    biodegradao no solo por 2, 6 e 12 meses ......................................

    128

    128

    132

    133

    136

    144

    144

    144

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    146

    146

    152

    152

  • xxii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABIEF

    ALC

    Associao Brasileira da Indstria de Embalagens Plsticas

    Agente de ligao cruzada

    ANOVA Anlise de varincia fator nico

    ASTM

    ATR

    American Society for Testing and Materials

    Attenuated Total Reflectance

    BDO

    BPI

    1,4-Butanodiol

    Biodegradable Products Institute

    CEN European Committee for Standardization

    CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico

    CP

    DIN

    Componente principal

    Deutsches Institut fr Normung e.V.

    DMA Anlise termodinmico-mecnica

    DMF

    DRX

    Dimetilformamida

    Difrao de raios-X

    DSC Calorimetria exploratria diferencial

    EXT Extensor de cadeia

    F calculado Razo entre duas varincias das amostras calculado

    F crtico Razo entre duas varincias das amostras crtico

    FTIR Espectroscopia na regio do infravermelho com transformada de

    Fourier

    GLU Glucose

    HDI Diisocianato de hexametileno

    INMETRO

    IPT

    ISO

    Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial

    Instituto de Pesquisa Tecnolgica

    International Organization for Standardization

    LABPOL Laboratrio de Polmeros Sintticos

    LACTEC Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

    LMPCC Laboratrio de Misturas Polimricas e Compsitos Condutores

    MDI Diisocianato de 4,4-difenilmetano

    MEV Microscopia eletrnica de varredura

    Mn Massa molar numrica mdia

  • xxiii

    MO Microscopia tica

    MOCA 4,4-Metileno-bis-(2-cloroanilina)

    MQ Varincia das mdias

    MSC Correo multiplicativa de sinais

    ND No determinado

    ND/PA Cristalinidade no determinada / polmero amorfo

    PBLH Polibutadieno lquido hidroxilado

    PCA Anlise das componentes principais

    PCL-D Poli(-caprolactona)diol PDA gar dextrose-batata

    PET Poli(tereftalato de etileno)

    PGA

    PHA

    Poli(glicolatos)

    Poli(hidroxialcanoato)

    PHB Poli(hidroxi butirato)

    PHBV Poli(hidroxi butirato-co-valerato)

    PLA Poli(cido ltico)

    PU Poliuretano

    PUC-RS Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul

    PVA Poli(lcool vinlico)

    RSU Resduos urbanos

    RTA Refletncia total atenuada

    SAC Sacarose (sucrose)

    SQG Valor da varincia dentro dos grupos

    SQ Valor da varincia

    SQR Valor da varincia das mdias

    SR Segmento rgido

    TCA Ciclo dos cidos carboxlicos (Ciclo de Krebs)

    TDI Diisocianato de tolileno ou tolueno diisocianato

    TGA Anlise termogravimtrica

    UFC Unidades formadoras de colnias

    UFPR Universidade Federal do Paran

    UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

    UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

  • xxiv

    UNIVILLE Universidade da Regio de Joinville

    USP Universidade de So Paulo

  • xxv

    LISTA DE SMBOLOS

    Euro

    E Mdulo de perda

    E Mdulo de armazenamento

    Eq-g Equivalente-grama

    f Funcionalidade

    F Razo entre duas varincias das amostras

    K Constante de proporcionalidade para clculo da cristalinidade

    R Radical aromtico ou aliftico

    Tc Temperatura de cristalizao

    Tendset Temperatura endset

    Tf Temperatura final de perda de massa

    Tg Temperatura de transio vtrea

    Ti Temperatura inicial de perda de massa

    Tm Temperatura de fuso cristalina

    Tmx Temperatura mxima

    Tonset Temperatura onset

    U Ligao uretnica

    X Teor de segmento rgido

  • xxvi

    RESUMO

    O impacto ambiental decorrente da utilizao crescente dos materiais polimricos derivados do petrleo, um recurso no renovvel, um srio problema a ser resolvido, visto que esses materiais possuem um longo tempo de degradao, ficando acumulados e fazendo com que a poluio ambiental assuma propores alarmantes. Nesse contexto, o interesse na utilizao e na produo de materiais que tenham origem vegetal, principalmente polmeros, com carter biodegradvel tem se intensificado como poltica em diversos setores da sociedade. Os polmeros biodegradveis so materiais que comearam a surgir na dcada de 60, e apresentam durabilidade em uso e degradabilidade aps o descarte, alm disso, podem ser provenientes de fontes renovveis. O presente trabalho consiste na sntese, caracterizao e estudo da biodegradao de poliuretanos base de poli(-caprolactona)diol, polmero reconhecidamente biodegradvel, utilizando o fungo Pleurotus sajor-caju, bem como em condies ambientais de degradao em solo previamente analisado. Os produtos foram caracterizados, antes e aps a biodegradao, por espectroscopia na regio do infravermelho, anlise do comportamento trmico e morfolgico (calorimetria exploratria diferencial, anlise termodinmico-mecnica, microscopia eletrnica de varredura, difrao de raios-X e anlise termogravimtrica), alm de anlise gravimtrica (perda de massa) estatisticamente verificada. Atravs dos resultados obtidos foi verificado que, devido estrutura linear e a um empacotamento mais efetivo das cadeias, poliuretanos com 1,4-butanodiol foram menos biodegradados em relao aos reticulados e, quanto maior o teor de segmento rgido, menor a degradao. Quando so comparados os dois reticuladores, os poliuretanos com sacarose foram mais biodegradveis do que os com glicose, sendo o efeito mais acentuado nas amostras com maior proporo deste agente. Sendo assim, todas as amostras preparadas neste trabalho foram parcialmente biodegradadas, nos mtodos utilizados, pois mostraram perdas de massa, estatisticamente comprovadas, e considerveis alteraes na superfcie. Esses dados foram ainda mais evidentes quando da anlise da biodegradao empregando o solo e, em maior tempo, 12 meses. A amostra que melhor biodegradou foi a de poliuretano com sacarose em maior proporo (teor de segmento livre (X) de 31%), pois apresentou maior perda de massa (aproximadamente 12%) e alteraes de superfcie mais destacadas. Palavras-chave: poliuretanos; poli(-caprolactona)diol; biodegradao; polmeros biodegradveis; Pleurotus sajor-caju; cristalinidade; propriedades trmicas; propriedades morfolgicas.

  • xxvii

    ABSTRACT

    The environmental impact caused by the growing use of materials derived from petroleum, a non-renewable source, is a serious problem to be solved since these materials have a large degradation time. They are getting accumulated and this fact increases the environmental pollution until alarming proportions (especially in countries in both political and economical growth). The interest in use of alternative products based on natural sources for manufacture of plastic materials has became a political goal in various sectors of the society mainly if this new materials exhibit biodegradable characteristics. Biodegradable polymers research arised in the sixties. Preferentially they have to show durability in usage and degradability after disposal. Besides, they could be prepared from renewable sources. As consequence, it would be possible to have a better control of the solid residues and smaller quantities of the garbage disposed in the sanitary land fills or sent to the incinerators. The main barrier to biodegradable packaging is the manufacturing cost when compared to the traditional polymers. The price of the biodegradable polymers materials, which has decreased over the years, is still high. This present work consists on the synthesis, the characterization and the study of the biodegradation of polyurethanes based on poly(-caprolactone)diol, a recognized biodegradable polymer. For the biodegradation studies Pleurotus sajor-caju fungus was used for fermentation in solid or liquid phases methods, as well as the environmental degradation conditions in a previously analyzed soil. The products were characterized, before and after biodegradation, by infrared spectroscopy, thermal and morphological behavior analysis (differencial scanning calorimetry, dynamic mechanical thermal analysis, scanning electronic microscopy, wide-angle X-Ray, thermogravimetry, and also weight loss were statistically verified). The results showed that polyurethanes with 1,4-butanediol were less biodegraded compared to crosslinked polyurethanes because of the linear and more packed chains. It was also observed that a greater percentage of hard segment resulted in a smaller degradation. When both crosslinking agents were compared, polyurethanes with sucrose were more biodegradable than the ones with glucose, and the effects were more emphasized in samples with a higher percentage of this agent. Therefore, all samples used in this work were partially biodegraded, because losses of mass and substantial surface changes were observed. The effect was emphasized when the biodegradation was in the soil for 12 months period. Polyurethanes samples with higher sucrose (hard segment content 31%) showed the most significant biodegradation process by weight mass and notable surface changes. Key-words: polyurethanes; poly(-caprolactone)diol; biodegradation; crystallinity; biodegradation polymers; Pleurotus sajor-caju; thermal properties; morphological properties.

  • 1 INTRODUO

    1.1 POLMEROS BIODEGRADVEIS

    Para garantir seu conforto e bem estar no mundo moderno, o homem

    desenvolveu e popularizou uma srie de produtos. Pode-se dizer que os plsticos,

    particularmente, representam um destes produtos, j que estes possuem uma

    variedade de aplicaes e vantagens, devido s suas propriedades fsicas e

    qumicas, durabilidade, versatilidade de uso e de custo (ROSA; PANTANO FILHO,

    2003; PIVA; WIEBECK, 2004; AFONSO, 2006; FRANCHETTI; MARCONATO,

    2006). Dados estatsticos mostram que, no Brasil, so despejados de 240 a 300 mil

    toneladas dirias de resduos urbanos no ambiente, dos quais cerca de 19% so

    plsticos. A produo anual de plsticos, no Brasil, de aproximadamente 2,2

    milhes de toneladas. Destas, 40% destinam-se indstria de embalagens

    (SOTERO, 2000; FALCONE; AGNELLI; FARIA, 2007). O acmulo de tais materiais

    representa um problema ecolgico global e crescente. Como conseqncia, a

    poluio ambiental vem assumindo propores alarmantes (CALMON et al., 2000;

    KIM et al., 2000; MLLER; KLEEBERG; DECKWER, 2001; VOGESSANGER et al.,

    2003; DOMENEK et al., 2004; ZANIN; MANCINI, 2004; MARTEN; MLLER;

    DECKWER, 2005; MORANCHO et al., 2006). Entre as possveis solues estudadas

    e pesquisadas para evitar o problema de acmulo de material plstico sinttico

    pode-se destacar:

    a) Reciclagem mecnica primria: quando a matria-prima de fonte

    confivel e limpa, como no caso dos resduos da indstria de plsticos. O produto

  • 2

    final um material reciclado com propriedades semelhantes resina virgem. A sua

    desvantagem est na dificuldade de se conseguir esse material, pois so muito

    disputados (PIVA; WIEBECK, 2004; ZANIN; MANCINI, 2004);

    b) Reciclagem mecnica secundria: consiste na reutilizao dos resduos

    plsticos, aps terem sido descartados como resduos. Os problemas encontrados

    nesse processo decorrem do fato de que necessria, para a reciclagem, a

    separao dos plsticos de outros resduos orgnicos, o que consome tempo e

    tambm dinheiro. Alm disso, os resduos a serem reciclados acabam por

    apresentar um mistura de polmeros diferentes, o que resulta em materiais

    reciclados de aplicaes limitadas pela baixa qualidade resultante (SCOTT, 2000;

    ROSA; PANTANO FILHO, 2003; PIVA; WIEBECK, 2004; ZANIN; MANCINI, 2004);

    c) Reciclagem qumica ou terciria: pode resultar tanto uma substncia

    combustvel, quanto um produto qumico a ser utilizado para a sntese do polmero

    que lhe deu origem, ou seja, ocorre quando o processo tem por base a

    decomposio qumica controlada do material (PIVA; WIEBECK, 2004; ZANIN;

    MANCINI, 2004; ZIA; BHATTI; BHATTI, 2007);

    d) Reciclagem energtica ou incinerao: que vem a ser a pirlise dos

    resduos para a produo de energia, gases e lquidos utilizveis. um mtodo

    largamente empregado para o equacionamento drstico do resduo slido, alm da

    destruio de bactrias, vrus e contaminantes patognicos que podem estar

    presentes nos produtos. Porm, esse processo pode causar problemas de ordem

    ambiental, devido liberao de gases txicos, alm de apresentar um custo de

    manuteno elevado. A incinerao considerada, algumas vezes, como um

    processo de reciclagem e de recuperao da energia liberada na queima de

  • 3

    materiais, visando produo de energia eltrica ou de vapor (ROSA; PANTANO

    FILHO, 2003; PIVA; WIEBECK, 2004);

    e) Polmeros biodegradveis: que podem ser definidos, numa primeira

    abordagem, como aqueles materiais cuja degradao resulta da ao de

    microrganismos de ocorrncia natural (ROSA; PANTANO FILHO, 2003;

    CHRISSAFIS; PARASKEVOPOULOS; BIKIARIS, 2006; DENG et al., 2006;

    FRANCHETTI; MARCONATO, 2006).

    Polmeros biodegradveis so materiais relativamente novos que comearam

    a surgir na dcada de 60 e que so considerados como uma das alternativas para

    minimizar o impacto ambiental. So materiais com boa durabilidade durante o seu

    uso e boa degradabilidade aps o seu descarte, e, alm disso, podem ser

    provenientes de fontes renovveis. Tais materiais so bastante utilizados na rea

    mdica (como fios de suturas, implantes, matrizes para liberao controlada de

    drogas, enxerto vascular, entre outros) em decorrncia da sua biocompatibilidade.

    Outra rea de aplicao dessa classe consiste na manufatura de artigos com rpida

    descartabilidade como, por exemplo, frascos para cosmticos e embalagens para

    fertilizantes (HUANG; ROBY, 1986; CALMON et al., 2000; WOO; MITTELMAN;

    SANTERE, 2000; ABOU-ZEID; MLLER; DECKWER, 2001; PAGGA et al., 2001;

    WITT et al., 2001; MLLER; KLEEBERG; DECKWER, 2004; MARCOS-

    FERNNDEZ; ABRAHAM; ROMN, 2006; FALCONE; AGNELLI; FARIA, 2007;

    WANG et al., 2007).

  • 4

    1.2 O PROCESSO DE DEGRADAO DE POLMEROS

    Vrias definies tm sido utilizadas para degradao, mas de maneira geral,

    pode ser descrita como um processo irreversvel que leva a uma alterao

    significativa no material, sendo caracterizada tipicamente pela mudana nas suas

    caractersticas (massa molar, estrutura qumica e fora mecnica) e/ou pela sua

    fragmentao (LI; VERT, 1995; INNOCENTINI-MEI; MARIANI, 2005).

    A figura 1 ilustra as diversas formas de degradao de polmeros e os

    resultados no meio ambiente. O primeiro estgio de degradao a diviso da

    cadeia principal, produzindo intermedirios de baixa massa molar por diferentes

    formas: abitica (sem a presena de seres vivos) ou por organismos vivos.

    Na segunda etapa, os microrganismos (bactrias e fungos), atuando como

    agentes degradativos da natureza, so os responsveis pela degradao bitica

    chegando at o processo de mineralizao, sendo esta a ltima etapa da

    transformao biolgica dos materiais orgnicos no solo, que ocorre

    simultaneamente com a imobilizao de nutrientes minerais para atender demanda

    nutricional da microbiota decompositora. Essa etapa pode eliminar, por completo, o

    polmero original no meio ambiente, produzindo gs carbnico e gua em processos

    aerbicos ou, em condies anaerbicas, metano, gs carbnico e gua (ROSA et

    al., 2003; ROSA; PANTANO FILHO, 2003; INNOCENTINI-MEI; MARIANI, 2005;

    KRZAN et al., 2006; VOLOVA et al., 2007).

  • 5

    Figura 1 Degradao de um polmero genrico atravs de vrios processos Fonte: Adaptado de INNOCENTINI-MEI; MARIANI, 2005

    Analisando mais especificamente o termo biodegradao de polmeros, vrias

    definies so atualmente apresentadas na literatura, mas, de maneira geral, pode

    ser definido como um processo de degradao dos materiais polimricos atravs da

    ao de organismos vivos. Segundo estabelecido pela American Standard for

    Testing and Methods (ASTM-D-883), polmeros biodegradveis so polmeros nos

    quais a degradao resulta primeiramente da ao de microrganismos tais como

    bactrias, fungos e algas de ocorrncia natural. Em geral, derivam desse processo

    CO2, CH4, componentes celulares microbianos e outros produtos (SWIFT, 1995; LI;

    Estgio 1

    Estgio 2

  • 6

    VERT, 1995; ROSA et al., 2002; CARASHI; RAMOS; LEO, 2002; PANTANO

    FILHO; ROSA, 2005).

    A biodegradabilidade pode ser profundamente afetada pela composio

    qumica do polmero, por sua morfologia, orientao, massa molar, grau de

    cristalinidade, pelas condies do meio, pela presena de aditivos na sua

    formulao, entre outros fatores. Alm disso, de extrema importncia que os

    polmeros apresentem um bom desempenho mecnico aliado biodegradabilidade

    (COOK et al., 1981; ANDRADY, 1996; HIRT; NEUENSCHWANDER; SUTER, 1996;

    PKHAKADZE et al., 1996; CHEN; BEI; WANG, 2000; WOO; MITTELMAN;

    SANTERE, 2000; DEGLI-INNOCENTI, 2001; MLLER; KLEEBERG; DECKWER,

    2001; ISHIAK et al., 2002; HSU; CHOU, 2004; GUAN et al., 2005; YANG; YOON;

    KIM, 2005; BIKIARIS; PAPAGEORGIOU; ACHILIAS, 2006; GU, 2006).

    A American Society for Testing and Materials (ASTM), por meio do Comit

    para Plsticos Ambientalmente Degradveis, tem proposto vrios mtodos de

    anlise e de acompanhamento da biodegradao de polmeros. Para cada um

    desses mtodos propostos, normas tm sido estabelecidas visando padronizao

    de procedimentos relacionados biodegradao (MEZZANOTE et al., 2005; YANG;

    YOON; KIM, 2005; MOHEE; UNMAR, 2006; LAM; GONG; WU, 2007), sendo alguns

    destes citados a seguir:

    determinao da biodegradao aerbia de materiais plsticos sob condies de compostagem controladas (Norma ASTM D 5338-98);

    determinao da biodegradao aerbia de materiais plsticos na presena de lodo ativado da estao de esgoto municipal (Norma ASTM D

    5209-92);

  • 7

    determinao da biodegradao anaerbia de materiais plsticos na presena de lodo da estao de esgoto municipal (Norma ASTM D 5210-

    92);

    determinao da biodegradao aerbia de materiais plsticos na presena de um microrganismo especfico (Norma ASTM D 5247-92);

    determinao da biodegradao aerbia de materiais plsticos em ambiente marinho, por consrcio microbiano definido (Norma ASTM D

    6691-01);

    exposio de plsticos a um ambiente de compostagem simulada (Norma ASTM D 5509-96).

    A eficincia do processo degradativo pode ser avaliada atravs de duas

    abordagens. A primeira focaliza as modificaes verificadas nos microrganismos, as

    quais podem ser avaliadas atravs de: (ALEXANDER, 1965; HUANG; 1985;

    IMMIRZI et al., 1999; WOO; MITTELMAN; SANTERE, 2000; TSUJI; SUZUYOSHI,

    2002; YANG; YOON; KIM, 2005; MOHEE; UNMAR, 2006).

    inspeo visual: controlando o crescimento das colnias microbianas por meio de procedimento pr-estabelecido (Norma ASTM D 3456-86; ASTM

    D 5590-94);

    contagem do nmero de clulas ou avaliao do aumento ou reduo de biomassa;

    produo de gs carbnico (CO2) (Norma ASTM D 5338-98; ISO 14855:2005);

    consumo de oxignio (O2) (Norma ISO 14851:1999; ISO 17556:2003).

  • 8

    Na segunda abordagem, o processo degradativo acompanhado atravs da

    caracterizao das alteraes na estrutura do polmero. As tcnicas usadas neste

    caso tm por objetivo avaliar: o decrscimo nas propriedades mecnicas; o

    decrscimo na estabilidade trmica; a diminuio da massa molar e/ou o

    alargamento da distribuio da massa molar; a anlise da superfcie e as

    modificaes estruturais na cadeia do polmero (HUANG, 1985; GOLDBERG, 1995;

    ANDRADY, 1996; KIM; KIM, 1998; BOGDANOV et al., 1999; BOGDANOV et al.,

    1999; ROSA; PANTANO FILHO, 2003; TSUJI; SUZUYOSHI, 2002; SHEN et al.,

    2007; SINGH; SHARMA, 2007; VOLOVA et al., 2007), sendo algumas dessas

    tcnicas aplicadas no desenvolvimento do presente trabalho.

    1.3 PANORAMA HISTRICO E ATUAL DOS POLMEROS BIODEGRADVEIS

    Os polmeros biodegradveis esto comercialmente disponveis h

    aproximadamente 20 anos. Apesar disso, ainda no so capazes de competir com

    os polmeros tradicionais, especialmente devido ao seu custo, que tem diminudo ao

    longo dos anos, mas ainda elevado frente aos polmeros produzidos a partir do

    petrleo. Alm disso, eles, muitas vezes, apresentam desempenho inferior, por

    exemplo, no que diz respeito s caractersticas que os tornam teis como

    embalagens (COUTINHO et al., 2004; DOTY, 2005; MEZZANOTTE et al., 2005;

    FALCONE, AGNELLI; FARIA, 2007; VOLOVA et al., 2007).

    Em se tratando de custo, em 1998, enquanto o custo do quilograma do

    plstico comum era vendido a US$1,60, o custo do biodegradvel chegou a

    US$10,00. Hoje em dia, o custo dos biodegradveis ainda vale mais do que o dobro

  • 9

    dos convencionais (US$4,00/kg contra US$1,50/kg, aproximadamente), mas a

    tendncia de que esses valores fiquem cada vez mais acessveis medida que

    houver aumento da demanda e, conseqentemente, da produo (IBANEZ, 1998;

    ROSA; PANTANO FILHO, 2003; KTISTI, 2005).

    Os primeiros materiais biodegradveis desenvolvidos eram baseados em

    polietileno com uma quantidade expressiva de amido na composio. Esses

    produtos foram duramente criticados, j que a base polimrica no sofria

    biodegradao, apenas desintegrava em pequenos pedaos, s degradando,

    portanto, a poro do amido. Em seguida, vrias companhias multinacionais e at

    nacionais, desenvolveram novos polmeros ou novas misturas biodegradveis,

    utilizando amido e outros produtos naturais quimicamente modificados. Outro

    exemplo de polmero degradvel, j disponvel h alguns anos no mercado,

    baseado em poliolefinas tradicionais (polietileno, polipropileno) ou poliestireno, aos

    quais adicionado um aditivo que acelera a termoxidao do polmero,

    fragmentando-o em molculas menores. Esse tipo de produto o chamado plstico

    oxi-degradvel, porm s degrada em condies controladas de aerao, luz e

    temperatura (KTISTI, 2005).

    Atualmente, diversos plsticos com caractersticas biodegradveis j esto

    disponveis no mercado tais como os polihidroxialcanoatos (PHAs), os polilactatos

    (PLA) e os poliglicolatos (PGA), alm de vrias misturas de polmeros com amido,

    comercializados por diversas companhias (SRIDEWI; BHUBALAN; SUDESH, 2006;

    SURIYAMONGKOL et al., 2007). A tabela 1 apresenta alguns produtores de

    polmeros biodegradveis, o tipo de material envolvido e algumas de suas

    aplicaes (ROSA; PANTANO FILHO, 2003; INNOCENTINI-MEI, 2005).

  • 10

    Tabela 1 Produtores de polmeros biodegradveis e suas aplicaes Produtor Marca registrada Aplicao Materiais

    Bayer BAK 1095 Filmes e chapas Polister amidas Idroplast Agribag Distribuidor qumico Poli(lcool vinlico) (PVA) Biotec Bioplast Filmes e chapas Amido termoplstico Novamont MasterBi Mantas protetoras de

    plantaes e vasos Amido / policaprolactona (PCL)

    Solvay S.A. CAPA, 600 Liberao controlada de fertilizantes

    Policaprolactona (PCL)

    Cargill Down EcoPLA Mantas protetoras de plantaes e vasos

    Poli(cido ltico) (PLA)

    Eastman Eastar Bio Cobertura de razes Copolisteres Novon Degra-Novon Mantas protetoras de

    plantaes Amido modificado

    TPS, Inc. VinexTM Embalagens para produtos qumicos

    Poli(lcool vinlico) (PVA)

    BSL Sconacell Filmes e vasos Amido modificado Du Pont Biomax Mantas protetoras de

    plantaes e vasos Resinas polister

    PHB industrial PHB Embalagens, tubetes de reflorestamento e outras aplicaes baseadas na injeo.

    Poli(hidroxibutirato) produzido por bactria polister

    Basf Ecoflex Fabricao de embalagens flexveis, colaminao com papel e filme para plasticultura.

    Copolister de 1,4-butanodiol, cido adpico e cido tereftlico

    Basf Ecobras Embalagens injetadas, tubetes para reflorestamento, sacolas plsticas e embalagens para cosmticos.

    um combinado do Ecoflex e um polmero vegetal base de milho.

    FONTE: Adaptado de INNOCENTINI-MEI, 2005.

    Em 2005, a gua mineral premium Biota, produzida nos Estados Unidos, teve

    sua embalagem aprovada pela norma de biodegradao ASTM 6400-04. Alm

    disso, a garrafa foi autorizada pela agncia reguladora Food and Drugs

    Administration e certificada pelo Biodegradable Products Institute como uma das

    raras embalagens biodegradveis de contato humano direto (PLSTICO EM

    REVISTA, 2005).

    No Brasil, os polmeros biodegradveis so raridades no uso cotidiano, mas o

    pas j exporta de 50 a 60 toneladas por ano de poli(hidroxibutirato) (PHB) para a

    Europa, Japo e Estados Unidos. Com a fermentao da cana-de-acar, o Instituto

  • 11

    de Pesquisa Tecnolgica (IPT), a Copersucar e a Universidade de So Paulo (USP)

    desenvolveram uma planta piloto de produo do PHB, a empresa PHB Industrial. O

    plstico produzido ali serve de material para embalagens, tubetes de reflorestamento

    (saquinho plstico que envolve mudas de plantas) e diversas outras aplicaes

    baseadas no processo de injeo e termoformagem. O PHB obtido a partir de

    bactria que usa o acar (sacarose) para transform-lo em plstico (SILVA;

    RODRIGUES; GOMEZ, 2001; SANTOS, 2002; http://www.biocycle.com.br, 2007).

    Segundo a empresa, a previso ampliar o projeto para uma planta industrial

    com uma capacidade de duas mil toneladas em 2008. Alm disso, h perspectiva de

    um aumento significativo na demanda por plsticos biodegradveis em todo mundo,

    principalmente nos pases europeus, no Japo e nos Estados Unidos. A procura por

    materiais biodegradveis nesses pases se intensifica devido existncia de leis que

    limitam o uso de plsticos no biodegradveis para embalagens de alimentos

    (SILVA; RODRIGUES; GOMEZ, 2001).

    A Basf investe em plsticos biodegradveis desde o incio da dcada de 90. A

    primeira campanha bem sucedida foi a produo de Ecoflex, em 1998 e, desde

    2000, esse produto parte integrante do portfolio de plsticos da Basf. O Ecoflex

    um plstico biodegradvel, que se decompe em apenas algumas semanas sob

    condies de compostagem. Pode ser usado isoladamente ou em misturas com

    materiais de fonte renovvel. ideal para a fabricao de embalagens flexveis,

    colaminao com papel e filme para plasticultura (figura 2).

  • 12

    Figura 2 Usos do Ecoflex Fonte: www.basf.com.br, 2007

    Em maio de 2007, na Brasilplast a terceira maior feira mundial de plsticos,

    mais um produto foi lanado oficialmente para o mercado brasileiro: o Ecobras

    (Figura 3), plstico de fonte renovvel e compostvel, que um combinado do

    Ecoflex e um polmero vegetal base de milho. O produto alia a tradio da BASF

    na indstria de plsticos e a competncia da filial brasileira da Corn Products

    International Inc. no processamento de matrias-primas vegetais. Verstil, o

    Ecobras pode ser aplicado em embalagens injetadas, filmes para a produo de

    tubetes para reflorestamento, sacolas plsticas, embalagens para cosmticos, entre

    outras alternativas (http://www.brasilplast.com.br, 2007).

  • 13

    Figura 3 Ecobras: plstico de fonte renovvel e compostvel Fonte: arquivo de fotos do Laboratrio de Polmeros Sintticos

    Por ter em sua composio mais de 50% de matria-prima de fonte

    renovvel, no caso, um polmero base de milho, o Ecobras ajuda a balancear o

    ciclo de carbono ao equilibrar o tempo de produo do plstico com o seu consumo

    e decomposio. Esse produto foi certificado por uma importante entidade mundial,

    com o direito ao selo Compostable Logo (selo de compostabilidade), conferido

    apenas aos produtos que atendem aos requisitos da norma norte-americana ASTM

    D 6400-04 e do Instituto de Produtos Biodegradveis dos Estados Unidos (BPI). O

    Ecoflex, alm do selo de compostabilidade, atende aos requisitos das normas EN

    13432 e a ASTM 6400-04, e certificado como produto totalmente compostvel pelo

    GreenPla (do Japo) e European BioPlastics. O Ecobras oferece vantagens de

    poder ser processado em equipamentos tradicionais de transformao e aditivado

    com pigmentos, anti-derrapante, anti-fogging e anti-blocking (www.basf.com.br,

    2007).

    Pioneira e considerada a maior empresa na Amrica Latina em seu

    segmento, a RES Brasil, atravs de contrato de exclusividade, licencia fabricantes

    brasileiros e sul-americanos de embalagens plsticas, para uso das tecnologias e

  • 14

    materiais da Symphony Plastic Technologies plc., empresa Britnica certificada ISO

    9000, que desenvolveu uma soluo inovadora, prtica e segura para o problema

    ambiental causado por milhes de toneladas de resduos plsticos que esto

    inundando nosso planeta. O smbolo d2w e o logotipo da gota (droplet logo) so

    marcas registradas de uma gama de produtos plsticos semi-rgidos e flexveis,

    totalmente degradveis e aditivos pr-degradao, os quais so comercializados

    mundialmente. A RES Brasil promove as tecnologias, os materiais e os produtos

    finais com caracterstica de total degradao, que esto sendo oferecidos e

    vendidos no mundo todo. Os produtos denominados plstico verde (figura 4), longe

    de ser apenas um ideal, j esto em plena fabricao no Brasil. Cerca de 600

    toneladas de embalagens plsticas com esse conceito j foram fabricadas e

    distribudas no Brasil, desde outubro de 2003 (HAYASAKI, 2007;

    www.resbrasil.com.br, 2007).

    Figura 4 Foto das embalagens da empresa RES Brasil Fonte: Arquivo de fotos do Laboratrio de Polmeros Sintticos

  • 15

    Atualmente, tem-se discutido muito em relao aos materiais oxi-

    biodegradveis. O aparecimento de sacolas feitas com plsticos oxi-degradveis

    (denominados inadequadamente de oxi-biodegradveis), suscitou uma srie de

    informaes incorretas e que confundem a populao, como a de que elas seriam

    biodegradveis e solucionariam os problemas ambientais decorrentes do descarte

    inadequado destes materiais (http://www.plastivida.org.br, 2007; REVISTA MEIO

    AMBIENTE INDUSTRIAL, 2007).

    CHIELLINI, CORTI e DANTONE (2007) estudaram a biodegradao de

    filmes de polietileno de baixa densidade com aditivos pr-oxidantes no identificados

    no artigo. O ensaio de biodegradao, foi realizado em uma flora de microrganismos

    da gua de rio e foi avaliada de acordo com a quantidade de gs carbnico (CO2)

    evoluda atravs de um aparelho respiromtrico, ressonncia paramagntica

    nuclear, espectroscopia na regio do infravermelho, cromatografia de excluso e

    microscopia eletrnica de varredura. Em anlises anteriores, CHIELLINE et al.

    (2006) discutem tambm a questo do efeito da temperautra e da umidade na

    biodegradao.

    Os plsticos oxi-biodegradveis contm aditivos que catalisam ou aceleram a

    reao oxidativa sob condies especficas. Essas condies so tais que o produto

    plstico no degrada at que seja necessrio, mantendo assim sua funcionalidade

    como material de embalagem. Alm disso, a gua no necessria reao

    oxidativa e dela no participa. Isso significa que os produtos no so afetados pela

    presena de gua at que sejam oxidados, diferentemente dos produtos baseados

    em amido ou hidrobiodegradveis, que precisam da gua para iniciar a degradao.

    Os aditivos usados para promover ou catalisar o processo de oxidao so

    tipicamente de origem orgnica (carbono ou hidrognio), contendo sais de metais de

  • 16

    transio. Os metais de transio, por si s, so micronutrientes necessrios, em

    pequenas quantidades, vida. As condies que provocam a iniciao da reao de

    degradao so: temperatura e/ou luz, juntamente com a disponibilidade de oxignio

    atmosfrico. Essa reao pode ser, de certa forma, programada para permitir a

    diferenciao em determinadas condies e usos (DOTY, 2005). Mas, a capacidade

    dos plsticos oxi-biodegradveis em degradar e biodegradar foi demonstrada em

    laboratrio e em situaes reais de compostagem, aterros sanitrios e lixes. A

    ausncia de efeitos ecotoxicolgicos adversos tambm foi demonstrada e estes no

    apresentam nenhum impacto negativo na qualidade do produto em uma situao de

    compostagem (BILLINGHAM, 2002; DOTY, 2005).

    A preocupao atual em relao aos sacos de plstico no ambiente baseia-se

    em dois motivos essenciais: o elevado nmero de sacos produzidos por ano (cerca

    de 150 por pessoa, por ano) e a natureza no biodegradvel do plstico com que

    so produzidos. Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plstico acabam a sua

    vida em lixeiras, ou como lixo ou como contentores de desperdcios, e se no forem

    bem acondicionados, os sacos de plstico tm a tendncia de voar e espalharem-se

    pelo meio ambiente. Esta situao pode provocar outros tipos de poluio, o que,

    como exemplo, na China, ganhou o nome de poluio branca. Nos pases menos

    desenvolvidos, nos quais no existem mtodos eficazes de recolhimento e de

    acondicionamento de lixo, quase todos os sacos de plstico no acondicionados em

    lixeiras acabam, mais cedo ou mais tarde, por chegar aos rios e aos oceanos. Os

    ambientalistas chamam a ateno h vrios anos para esse problema e citam o fato

    de milhares de baleias, golfinhos, tartarugas e aves marinhas morrerem,

    anualmente, asfixiadas por sacos de plstico. O caso mais dramtico ocorreu em

    2002, quando uma baleia an chegou costa da Normandia com cerca de 800 kg

  • 17

    de sacos de plstico encravados no estmago. A Repblica da Irlanda foi a pioneira

    europia na tomada de medidas sobre a produo descontrolada de sacos de

    plstico ao introduzir, em 2002, o PlasTax, um imposto que cobra 0,15 ao

    consumidor por saco distribudo. O Reino Unido encontra-se, no momento, a estudar

    a hiptese de aplicar legislao semelhante. Na Alemanha, os sacos de plsticos

    so pagos pelo consumidor em todos os supermercados e habitual o uso de sacos

    de pano reutilizveis ou caixas de papelo. Em Portugal e no Brasil, o uso de sacos

    de plstico generalizado e, na maioria das lojas, distribudo gratuitamente

    (http://pt.wikipedia.org/wiki/saco_de_plastico, 2007).

    Em matria divulgada pela edio 135, da Pesquisa Fapesp, em maio de

    2007, um plstico biodegradvel que inicia sua decomposio no solo em apenas 45

    dias, foi criado por pesquisadores brasileiros e franceses, a partir de embalagens

    ps-consumo de poli(tereftalato de etileno) (PET). O segredo para o

    desenvolvimento desse novo polmero foi utilizar em sua sntese, outro tipo de

    plstico, no caso um polister aliftico, para acelerar o processo de degradao. Por

    causa de sua estrutura molecular, composta por anis aromticos o PET

    considerado um polmero no biodegradvel; isto significa que, em condies

    ambientais de pH, presso e temperatura, ele no se decompe na natureza. J os

    polisteres alifticos so mais facilmente consumidos pelos microrganismos

    presentes no solo. Ao misturar os dois, conseguimos formular um produto altamente

    biodegradvel, conta a qumica e co-autora do trabalho, Ana Paula Testa Pezzin, do

    Laboratrio de Biotecnologia da Universidade da Regio de Joinville (UNIVILLE), de

    Santa Catarina. As outras instituies envolvidas no estudo so: a Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e a Universidade Pierre e

    Marie Curie, de Paris (VASCONCELOS, 2007).

  • 18

    Em um estudo desenvolvido por FALCONE; AGNELLI e FARIA (2007), foram

    verificados os indicadores, por meio de anlises de patentes, para avaliar as

    perspectivas e as oportunidades de atuao na rea dos polmeros biodegradveis.

    Neste estudo, foi observado um crescimento expressivo na quantidade de patentes

    relacionadas aos polmeros biodegradveis a partir da dcada de 90, sendo que os

    Estados Unidos e o Japo detm o maior nmero de patentes nesta rea. O Brasil

    apresentou quatro patentes na rea de polmeros biodegradveis, de acordo com a

    pesquisa realizada. Para uma visualizao geral do nmero de patentes, foi feita

    uma subdiviso em 7 categorias de polmeros: poli(hidroxi alcanoato) (PHA),

    poli(hidroxibutirato) (PHB), poli(hidroxi butirato-co-valerato) (PHBV), poli(cido ltico)

    (PLA), policaprolactona (PCL), biodegradveis e geral. O grupo biodegradvel est

    relacionado quelas patentes que no apresentaram, no ttulo, um polmero

    especfico, mas sim um termo mais genrico, e tambm s que envolviam dois ou

    mais polmeros (blendas, por exemplo, PHA com PLA). No grupo geral, foram

    enquadradas as com ttulos mais gerais, pois, de acordo com os cdigos, no foi

    possvel enquadr-los como biodegradveis (podendo ou no estarem relacionados

    a esta classe). A tabela 2 mostra o nmero de patentes em relao ao tipo do

    polmero (FALCONE; AGNELLI; FARIA, 2007).

    Tabela 2 Nmero de patentes em relao ao tipo do polmero

    Tipo do polmero Nmero de patentes Poli(hidroxi alcanoato) (PHA) 312 Poli(cido ltico) (PLA) 523 Policaprolactona (PCL) 85 Poli(hidroxibutirato) (PHB) 58 Poli(hidroxi butirato-co-valerato) (PHBV) 12 Biodegradvel (sem polmero especfico) 240 Geral (patentes com ttulos gerais) 25

    FONTE: FALCONE; AGNELLI; FARIA, 2007.

  • 19

    A rea de polmeros biodegradveis um campo em desenvolvimento, com

    crescente utilizao nos mais variados setores, embora ainda sejam verificadas

    poucas patentes (8,9%) relacionadas com aplicaes. Vale a pena ressaltar que a

    anlise foi efetuada por meio do ttulo da patente, podendo tal fato ter se tornado

    uma fonte de erro no trabalho realizado (FALCONE; AGNELLI; FARIA, 2007).

    As organizaes de padronizao e normas internacionais tm, cada vez

    mais, desempenhado um papel significativo na definio de um padro para os

    polmeros e plsticos ambientalmente degradveis. KRZAN et al. (2006) fizeram

    uma pesquisa verificando os mais importantes aspectos envolvidos quando o

    assunto degradao e o aumento da quantidade de normas da Sociedade

    Americana de Normas (ASTM), do Comit Europeu de Normas (CEN), da

    Organizao Internacional de Normas (ISO) e do Instituto Alemo de Normas (DIN),

    relacionadas ao assunto. As certificaes referentes aos polmeros e plsticos

    ambientalmente degradveis tambm foram verificadas (tabela 3). As normas

    fornecem os parmetros de desempenho especficos que o plstico deve atender, as

    formas de avaliao da degradao e ainda, a definio e a diferena entre os

    termos como: plstico biodegradvel, degradvel, compostvel e oxi-biodegradvel.

    Com base de fundamentao neste assunto, os mtodos de teste padro foram e

    esto sendo referenciados, servindo como base para o crescimento da pesquisa

    nesse setor (KRZAN et al., 2006).

  • 20

    Tabela 3 Principais programas de certificao e marcas para a identificao dos polmeros e plsticos ambientalmente degradveis

    Pas Organizao Norma Smbolo

    Estados Unidos Biodegradable Products Institute ASTM D6400

    Alemanha International Biodegradable Polymers Association and

    Working Groups

    DIN V 54900 or EN 13432 or ASTM

    D6400

    Japo Biodegradable Plastics Society

    ISO 14851 ff. and OECD 301C and JIS

    K 6950 ff.

    Finlndia Jtelaito Syhdistys EN 13432 and ISO 14851 ff.

    Blgica AIB Vinotte EN 13432 and ISO 14851 ff.

    FONTE: Adaptado de KRZAN et al., 2006.

    O primeiro simpsio sobre tecnologias biodegradveis aconteceu em 1987,

    nos Estados Unidos. Embora nosso primeiro simpsio tenha sido bem recebido, os

    polmeros biodegradveis ainda esto em sua fase inicial de desenvolvimento,

    observou Harris, organizador do evento. A Society of the Plastics Industry, Inc. em

    meio ao crescente interesse em polmeros biodegradveis e orgnicos e s novas

    tecnologias que os envolvem, organizou o segundo simpsio em 2006, em Chicago.

    Em julho de 2007, no Rio de Janeiro, tcnicos e especialistas nacionais e

    internacionais discutiram o desenvolvimento de novas tecnologias no 1 Simpsio

    Internacional de Plsticos Degradveis e Biodegradveis. O evento foi realizado com

    o apoio do Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial

    (INMETRO), da Associao Brasileira da Indstria de Embalagens Plsticas (ABIEF)

    e da Dover. Os temas em debate foram as propriedades dos plsticos

  • 21

    biodegradveis, o processo de degradao, toxicidade, certificaes e custos para o

    usurio. Estiveram em discusso, ainda, as diferentes correntes sobre o assunto. De

    um lado, houve os que reconheciam, entre as vantagens oferecidas pelo produto, o

    menor impacto ambiental ante a rapidez de sua assimilao na biosfera. Em

    oposio, os crticos ao plstico biodegradvel, cujas teses foram defendidas por

    eles e discutidas no simpsio (http://www.jorplast.com.br/jpjun07/notas.htm, 2007).

    Em conseqncia dos fatos anteriormente apresentados, a pesquisa e o

    desenvolvimento de plsticos biodegradveis tm sido cada vez mais atrativos entre

    a comunidade cientfica, como uma das formas de minimizar o impacto dos resduos

    descartados no meio ambiente, mobilizando tambm ambientalistas em todo o

    mundo (LESINSKY; FRITZ; BRAUN, 2005; VOLOVA et al., 2007; YANG, YOON;

    KIM, 2005; SINGH; SHARMA, 2007).

    1.4 BIODEGRADAO DE POLIURETANOS

    1.4.1 A Classe de Poliuretanos

    Foi em 1937, que o pesquisador Otto Bayer e seus colaboradores

    anunciaram, por meio da patente alem nmero 728981, a possibilidade de

    obteno de poliuretanos por meio da polimerizao de diisocianatos com poliis

    (BAYER, 1937). O trabalho inicial consistiu na reao de diisocianatos com

    diaminas, produzindo uma poliuria correspondente. O material obtido, no entanto,

  • 22

    foi infusvel e altamente hidroflico, reduzindo a sua aplicao. J a utilizao de

    diis no lugar das diaminas, tais como o 1,4-butanodiol (BDO), produziu poliuretanos

    com propriedades interessantes na mesma rea. Outros diisocianatos tambm foram

    utilizados como, por exemplo, o diisocianato de tetrametileno e de octametileno, na

    reao com outros compostos polihidroxilados, como a celulose (AGNELLI, 1983;

    HOWARD, 2002).

    Um poliuretano (PU) pode ser definido como o polmero resultante da reao

    entre um isocianato e um composto hidroxilado, em que ambos podem ser di ou

    polifuncionais (Figura 5a), sendo que a estrutura caracterstica da ligao uretnica

    mostrada, em destaque, na Figura 5b (AGNELLI, 1983; JAYAKUMAR;

    NANJUNDAN; PRABAHARAN, 2006).

    a

    Poliuretano genrico

    - - R' - O - OCO

    - NH - R - NH -

    O

    - C

    PoliolDiisocianatom+O=C=N - R - N=C=O n )( (HO - R' - OH)

    b

    O

    C - ON -

    H

    Figura 5 Poliuretano genrico Nota: (a) Reao geral de obteno e (b) Ligao uretnica

    Um poliuretano pode possuir uma configurao regular ou aleatria, linear ou

    com ligaes cruzadas, fornecendo produtos de macios e flexveis a rgidos e

  • 23

    insolveis. A variao na estrutura dos poliuretanos implica tambm uma variao

    aprecivel nas propriedades finais do produto, ou seja, quando se deseja obter um

    material com propriedades especficas, os segmentos de cadeia devem ser

    atenciosamente escolhidos. Alm disso, a variao na composio dos poliuretanos

    tambm influencia a sua morfologia (SNCHEZ-ADSUAR; PASTOR-BLAS;

    MARTIN-MARTINEZ, 1996; KIM; KIM, 1998; VILAR, 2004; BOGDANOV; SCHACHT,

    1999; BOGDANOV et al. 1999; SNCHEZ-ADSUAR, 2000; OPREA; VLAD, 2002;

    HOWARD, 2002; BARRATT et al., 2003; MARCOS-FERNNDEZ; ABRAHAM;

    ROMN, 2006; JAYAKUMAR; NANJUNDAN; PRABAHARAN, 2006).

    1.4.2 Mercado de Poliuretanos

    Os poliuretanos possuem ampla aplicao tecnolgica em vrias reas tais

    como: materiais para revestimento, fibras, adesivos, borrachas, espumas e plsticos,

    considerando que sua estrutura pode variar de acordo com os constituintes

    utilizados para sua obteno (SNCHEZ-ADSUAR; PASTOR-BLAS; MARTIN-

    MARTINEZ, 1996; KIM; KIM, 1998; BOGDANOV; SCHACHT, 1999; BOGDANOV et

    al., 1999; SNCHEZ-ADSUAR, 2000; OPREA; VLAD, 2002; HOWARD, 2002;

    BARRATT et al., 2003; VILAR, 2004; MARCOS-FERNNDEZ; ABRAHAM; ROMN,

    2006; JAYAKUMAR, NANJUNDAN; PRABAHARAN, 2006; STANKUS et al., 2006;

    YEGANECH; TALEMI, 2007).

    O mercado para poliuretanos, iniciado nos anos 1930, teve um crescimento

    de 10 milhes de toneladas em 2000, para um consumo mundial da ordem de 13,6

  • 24

    milhes de toneladas em 2005, com previso de 16 milhes de toneladas, em 2010.

    Entre 2000 e 2005, a taxa mdia global anual de crescimento foi de 6,7%, com

    previso de 4,2%, entre 2005 e 2010. Atualmente, os poliuretanos ocupam a sexta

    posio, com cerca de 5% do mercado dos plsticos mais vendidos no mundo,

    comprovando ser um dos produtos mais versteis empregados pela indstria. Os

    maiores centros consumidores so Amrica do Norte, Europa e o Continente

    Asi