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Fundação Getúlio Vargas
Juliana Cristina Pupo
Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como
Diferencial de Vantagem Competitiva Organizacional
Campinas/ 2015
SP
Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como Diferencial de
Vantagem Competitiva Organizacional
Por
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
MBA em Gestão de Pessoas com Ênfase em Estratégias
Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização
Programa FGV Management
Agosto/ 2015
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
CURSO GESTÃO DE PESSOAS COM ÊNFASE EM ESTRATÉGIAS
O Trabalho de Conclusão de Curso
Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da Gestão de Pessoas como Diferencial de
Vantagem Competitiva Organizacional
elaborado por Juliana Cristina Pupo
E aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso Gestão de Pessoas com Ênfase em
Estratégias, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-
graduação, nível de especialização, do Programa FGV Management.
30 de agosto de 2015.
________________________________________________
Profª. MARIA ELIZABETH PUPE JOHANN
Coordenador Acadêmico
_______________________________________________
Profª. PAULETTE ALBÉRIS ALVES DE MELO
Orientadora
Termo de Compromisso
A aluna, Juliana Cristina Pupo abaixo assinado, do Curso Gestão de Pessoas com Ênfase em
Estratégias, do Programa FGV Management, realizado nas dependências da instituição
conveniada IBE Business Education, no período de set/2014 a out/2015, declara que o conteúdo
do trabalho de conclusão de curso intitulado: Linguagem Corporal: Ferramenta Estratégica da
Gestão de Pessoas como Diferencial de Vantagem Competitiva Organizacional é autêntico,
original, e de sua autoria exclusiva.
Campinas, 30 de agosto de 2015.
Juliana Cristina Pupo
AGRADECIMENTOS
A decisão de ingressar no MBA de Gestão de Pessoas foi tomada após muito incentivo de uma
pessoa de extrema importância em minha vida: mãezinha, por acreditar e apostar em mim, por
me apoiar nos momentos mais dolorosos, por me fazer seguir em frente, mesmo nos momentos
em que estou desacreditada, muito obrigada!
Não poderia deixar de agradecer meu querido amigo, Paulo Sérgio de Camargo, que me
auxiliou na elaboração deste trabalho. Desde que nos conhecemos, sempre acreditou em meu
potencial e me ofereceu todo o seu conhecimento. Por sua amizade, atenção e carinho, muito
obrigada!
RESUMO: Este estudo trata da utilização da Linguagem Corporal como ferramenta de
identificação e desenvolvimento de líderes. Discute-se, também, sua utilização como
ferramenta estratégica a fim de garantia da vantagem competitiva, uma vez que o contexto
mecanicista das organizações foi substituído pela consciência de que a organização é composta
de pessoas que se comunicam constantemente. Foi realizada pesquisa com profissionais de
diferentes áreas de atuação, com diferentes níveis hierárquicos. Tal pesquisa foi fundamental
para a comprovação de que a capacidade de liderar pode ser aprendida. Por intermédio da
Linguagem Corporal, a organização pode identificar um líder, ou desenvolver um possível líder,
confirmando ser uma ferramenta estratégica que poderá garantir a vantagem competitiva
organizacional.
PALAVRAS – CHAVE: Linguagem Corporal; liderança; vantagem competitiva; ferramenta
estratégica.
ABSTRACT: This study deals with the application of Body Language as a tool for
identification and development of leaders. It also discusses its application as an strategic tool
in order to guarantee a competitive advantage; since the mechanistic context of organizations
has been replaced by the knowledge that the organization is composed by people who
communicate within themselves constantly. A survey was performed with professionals from
different areas with different hierarchical levels. Such survey was of central importance in
proving that, the ability to lead, can be learned. Using the Body Language, an organization can
identify a leader, or develop a possible one, proving that it could be an strategic tool that, may
guarantee the organization a competitive advantage.
WORD KEYS: Body Language; leadership; competitive advantage; strategic tool.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Pesquisa Aplicada e Resultados ............................................................................ 31
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Identificação de Líderes ....................................................................................... 32
Gráfico 2 – Identificação de Traços de Liderança .................................................................. 32
Gráfico 3 – Avaliação e Seleção de Líderes ........................................................................... 33
Gráfico 4 – Avaliação de Competências de Líderes ............................................................... 33
Gráfico 5 – Treinamento de Liderança ................................................................................... 33
Gráfico 6 – Utilização da Linguagem Corporal ........................................................................ 34
Gráfico 7 - Expectativas da Linguagem Corporal ................................................................... 35
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
1.1.Tema de Estudo e Problema ............................................................................................... 12
1.2. Objetivos ........................................................................................................................... 13
1.2.1. Objetivos Gerais ............................................................................................................. 13
1.2.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 13
1.3. Relevância ......................................................................................................................... 13
2. LINGUAGEM CORPORAL ............................................................................................ 15
2.1. Definição ........................................................................................................................... 15
2.1.1. Microexpressões ............................................................................................................ 16
2.2. História .............................................................................................................................. 16
3. EMOÇÕES BÁSICAS ....................................................................................................... 18 3.1.Tristeza .............................................................................................................................. 19
3.2. Raiva ................................................................................................................................. 19
3.3. Alegria .............................................................................................................................. 20
3.4. Medo ................................................................................................................................. 20
3.5. Nojo .................................................................................................................................. 20
3.6. Desprezo ........................................................................................................................... 21
3.7. Surpresa ............................................................................................................................ 21
4. LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES ........................................................................... 22 4.1. Tipos de Liderança ............................................................................................................ 23
4.2. Liderança e Motivação ...................................................................................................... 24
4.3. Linguagem corporal e Liderança ...................................................................................... 25
4.4. Mulheres na Liderança ...................................................................................................... 28
4.5. Liderança e Gestão Estratégica de Pessoas ....................................................................... 29
5. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................. 30
5.1. Tipo de Estudo................................................................................................................... 30
5.2. Universo e Amostra........................................................................................................... 30
5.2.1. Critérios de Inclusão ...................................................................................................... 30
5.2.2. Critério de Exclusão ....................................................................................................... 30
5.3 Coleta de Dados ................................................................................................................. 31
5.4. Análise dos Dados ............................................................................................................ 31
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 34
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 38
11
1. INTRODUÇÃO
O time de liderança das organizações ocupa função primordial de responsabilidade pelo
desenvolvimento da comunicação, de estratégias, e do aproveitamento do capital intelectual em
prol da vantagem competitiva. Ao fazer uso de uma comunicação eficiente, os líderes devem
ser capazes de influenciar toda a equipe sem perder de vista que a consolidação da confiança é
essencial em relacionamentos saudáveis (HUNTER, 2004, p. 40).
Tendo em vista que relacionamentos bem-sucedidos dependem do tipo de comunicação
estabelecida entre as pessoas, estes podem ser conquistados por meio do aprimoramento das
técnicas de Linguagem Corporal. Assim sendo, podemos considerar
“[...] que a capacidade de ouvir e compreender o outro inclui não apenas a fala, mas
também as expressões e manifestações corporais como elementos fundamentais no
processo de comunicação, [...] o estudo da linguagem corporal, assume um papel
importante na decodificação das mensagens recebidas durante as interações
profissionais ou pessoais” (SILVA et al, 2000, p. 53).
Diante da necessidade real das organizações, infere-se que a Linguagem Corporal aplicada à
liderança apresenta grande relevância se a utilizarmos para possibilidade de identificar,
capacitar líderes. Por intermédio desta ferramenta, tem-se a perspectiva de orientar a
consciência corporal de líderes e de aprender técnicas de comunicação eficientes à organização.
Deste modo, líderes melhor preparados construirão uma base sólida de relacionamentos com
suas equipes sendo capazes de influenciá-las positivamente rumo à diferenciação e à vantagem
competitiva.
O capítulo 2 aborda a Linguagem Corporal, procurando defini-la a fim de que o leitor tenha
melhor entendimento sobre o assunto explorado no decorrer deste estudo. Além disso, contém
como objetivo o levantamento de sua evolução, desde a Pré-História até a atualidade,
discorrendo sobre descobertas e suas aplicações.
No capítulo 3, emoções básicas são descritas, passo a passo, em suas expressões de tristeza,
raiva, alegria, medo, nojo, desprezo e surpresa. No capítulo 4, encontramos explanações sobre
liderança abordando definições, suas funções, os tipos de liderança, o espaço conquistado pelas
mulheres, além de relacioná-la com a Linguagem Corporal, descrevendo as competências de
liderança por meio desta ferramenta.
12
No capítulo 5, explora-se o tipo de pesquisa realizada, a amostra e os critérios que levaram a
incluir ou excluir indivíduos da pesquisa. No capítulo 6, discute-se os resultados obtidos com a
pesquisa aplicada e, finalmente, no capítulo 7, alguns conceitos são retomados a fim de concluir
o estudo e expectar a conquista de maiores espaços da Linguagem Corporal dentro das
organizações.
1.1. Tema de Estudo e Problema
As organizações contemporâneas almejam líderes capazes de inspirar toda a equipe
favorecendo a consolidação da confiança e do bom relacionamento entre os membros do grupo
(MANDELLI, 2015, p. 30). Entretanto, a maior parte da liderança atuante nas organizações não
está preparada para agir de forma condizente com as necessidades da organização.
O principal aspecto relacionado ao despreparo da liderança é a capacidade de se comunicar. O
estudo da Linguagem Corporal nos apresenta dois aspectos da comunicação: verbal e não
verbal. A fim de que a mensagem seja recebida e interpretada de maneira correta, é necessário
que se conjugue ambos, uma vez que a incoerência entre o verbal e o não verbal (CAMARGO,
2010; GOIS, NOGUEIRA, VIEIRA, 2011; PEASE & PEASE, 2005) faz com que as pessoas
deem maior importância ao não verbal (PEASE & PEASE, 2005, p. 25). Este acontecimento
que prejudica a construção de bons relacionamentos entre líderes e liderados.
As organizações buscam líderes que sejam capazes de influenciar e motivar seus liderados a
fim de obter excelência em seus processos. Mandelli (2015, p. 49) afirma que um dos pontos
fundamentais para uma boa liderança é a capacidade de influência. Um líder pode influenciar
através de seu próprio emocional. Goman (2014, p. 82-83) afirma que o contágio emocional é
um processo não verbal e que as influências emocionais tendem a seguir o fluxo da pessoa de
maior poder para as demais. Desta forma, o líder “contagia” seus colaboradores afim de
entregarem o melhor de si.
Diante dos argumentos apresentados, este estudo buscou responder aos questionamentos:
Podemos identificar um líder pela Linguagem Corporal?
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Podemos treinar e aprimorar liderança por meio da Linguagem Corporal?
Conseguimos identificar traços de liderança por intermédio da Linguagem Corporal?
A Linguagem Corporal pode ser considerada uma ferramenta estratégica para a
organização alcançar vantagem competitiva?
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo Geral
Demonstrar a eficácia da Linguagem Corporal como ferramenta estratégica na identificação e
desenvolvimento de líderes, tornando-a um diferencial entre as empresas, a fim de que se
conquiste a vantagem competitiva.
1.2.2. Objetivos Específicos
1. Comprovar a possibilidade de identificação de um líder pela Linguagem Corporal;
2. Demonstrar a viabilidade de treinar e aprimorar a liderança por meio da Linguagem
Corporal;
3. Constatar a possibilidade de identificarmos traços de liderança por intermédio da
Linguagem Corporal;
4. Verificar a possibilidade de uso da Linguagem Corporal como ferramenta estratégica
para garantia de vantagem competitiva.
1.3. Relevância
Para a realização deste estudo, devemos ponderar duas informações: a Linguagem Corporal
permite a melhoria no relacionamento entre as pessoas uma vez que, por seu intermédio,
podemos identificar emoções e contrariedades apontadas pela postura corporal. Goman (2014,
p. 86) afirma que a utilidade da Linguagem Corporal não é somente a de se comunicar de modo
eficaz, mas de ensinar posturas e “ [...] movimentos positivos, poderosos e encorajadores {...]”
que afetem o estado mental dos indivíduos.
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Consideremos, agora, a liderança. Gofee e Jones (2001, apud BARAGLIO, 2005, p. 41)
afirmam que existem crenças que fazem parte do senso comum dentro das organizações como,
por exemplo: “ [...] qualquer pessoa pode ser um líder, os líderes trazem lucros para a empresa,
as pessoas que chegam ao topo são líderes, líderes são bons treinadores”. Torna-se um equívoco
pensarmos que estes são fatores que estão resolvidos por si só. Eles podem ser orientados e
desmistificados pelo uso da Linguagem Corporal ao maximizar as potencialidades de liderança,
e eliminar o que não se aplica a ela.
De acordo com Schelles (2008, p.1):
“[...] as lideranças nas organizações têm dificuldade em fazer a mensagem transmitida
ser compreendida ou aceita com sinceridade isso se deve em grande parte pela
dicotomia entre a comunicação verbal e não verbal, em situações em que uma não
reforça a outra, e com isso os empregados muitas vezes não aceitam como verdadeiras
as mensagens transmitidas”.
Por haver um conceito equivocado de liderança, muitos ocupam este papel indevidamente
(HUNTER,2014, p. 37). Segundo o autor, “[...] a chave para a liderança é executar as tarefas
enquanto se constroem os relacionamentos”.
Goman (2014, p. 19) defende que, se a Linguagem Corporal for utilizada adequadamente para
o aprimoramento de um líder, o resultado alcançado terá maior êxito. A autora expõe, ainda,
que
“ ela pode ajudá-lo a desenvolver relações empresariais positivas, influenciar e
motivar as pessoas que se reportam a você, melhorar a produtividade, criar um vínculo
com os membros de sua equipe, apresentar as suas ideias de forma mais impactante,
trabalhar com eficácia em um mundo multicultural e projetar o seu selo pessoal de
carisma”
Assim sendo, a Linguagem Corporal interferirá nos relacionamentos interpessoais beneficiando
não só a liderança, mas a organização como um todo.
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2. LINGUAGEM CORPORAL
2.1. Definição
Silva et al (2010, p. 53) relatam que “a comunicação pode ser realizada de forma verbal e/ou
não verbal. A comunicação verbal exterioriza o ser social e a não verbal o ser psicológico, sendo
sua principal função a demonstração dos sentimentos”. Esta afirmação se complementa com a
ideia de Pease & Pease (2005, p. 18) na qual asseguram que o foco não está no que se diz, mas
no que se transmite por meio de gestos e posturas.
Goman (2014, p.11) define a Linguagem Corporal como “... a administração do tempo, do
espaço, da aparência, da postura, do gesto, da prosódia vocal, do toque, do cheiro, da expressão
facial e do contato visual”.
Em seu artigo, Schelles (2008, p. 02) cita Feitosa (1987) relacionando-o com o processo da
comunicação: “[...] as principais diretrizes para a comunicação eficiente são empatia, para isso
o emissor precisa entrar ‘inteiro’ no processo comunicativo e o mesmo também precisa ser
sensível ao comportamento do receptor”.
“A observação o comportamento de outra pessoa não pode ficar apenas no aspecto não verbal.
Avaliamos com intensidade as ações verbais” (CAMARGO, 2010, P. 11). O autor menciona a
importância da concordância entre ambos e cita, como exemplo, a criança que rejeita um doce
(por educação), mas que sua mão está com grande desejo de agarrá-lo para, enfim, degustá-lo.
“[...] A linguagem do corpo é o reflexo externo do estado emocional da pessoa” (PEASE &
PEASE, 2005, p.19). Tais autores asseguram, ainda, que “[...] o segredo da leitura da linguagem
corporal está na capacidade de captar o estado emocional de uma pessoa escutando o que ela
diz e observando seus gestos e atitudes”.
O conhecimento relacionado à comunicação não verbal permite, ao indivíduo, maior
consciência sobre suas (e do outro) emoções e sentimentos. Ekman (2011 apud ANDRADE et
16
al, 2013, p. 383) afirmou que, a partir desta conscientização, as pessoas “[...] tendem a
conseguir uma melhor qualidade de vida e melhores interações sociais”.
Os sinais não verbais têm ganhado importância em diferentes situações da vida: reuniões de
negócios, processos de vendas, entrevistas de emprego, atendimentos psicológicos. Eles “[...]
são de vital importância para muitas profissões, especialmente aquelas que entram em contato
direto com as pessoas e exigem a compreensão do ser humano em sua plenitude” (CAMARGO,
2010, p. 15).
2.1.1. Microexpressões
Morris (1977, p. 112) nos elucida que a ausência de congruência entre ação e fala faz com que
nosso comportamento se fragmente. A harmonia entre as ações desaparece, gerando uma
contradição que mostra, ao observador, que algo está errado. Camargo (2010, p.130) intitula tal
desarmonia como microexpressões. Pease & Pease (2005, p. 89) complementa esta ideia, ao
afirmar que o rosto humano é peça chave para a revelação de nossas atitudes e emoções e esta
manifestação acontece inconscientemente na maior parte do tempo.
2.2. História
“O homo sapiens sempre se comunicou mesmo que através de grunhidos e gesticulações”
(SILVA et al, 2000, p. 53). Com o decorrer de sua evolução, o homem passou a apresentar
gestos que foram incorporados ao seu dia a dia e, ao apresentar a necessidade de maior clareza
e rapidez em seu entendimento, a comunicação passou a ser processada de forma mais
complexa (CAMARGO, 2010, p. 09).
Charles Darwin realizou os primeiros estudos sobre Linguagem Corporal e chegou a publicar
“A Expressão das Emoções nos Homens e nos Animais”, em 1872. Por meio de seus estudos,
o pesquisador demonstra que os animais também apresentam as emoções básicas (tratadas no
próximo capítulo) de forma semelhante aos humanos. Além disso, verificou que tais emoções
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independem da cultura ou da sociedade apresentando-se de forma inata e não aprendida
(instintos primários) (GUIMARÃES, 2014, p.22).
No início do sec. XIX, o cientista francês Guillaume Duchenne de Boulogne realizou os
primeiros estudos relacionados ao “sorriso” e descobriu que estes dependem de dois conjuntos
de músculos faciais (zigomáticos e orbiculares ópticos), cada qual com sua função (MORAES,
2010; PEASE & PEASE, 2005).
Os estudos relacionados à Linguagem Corporal têm grande importância para a compreensão do
comportamento e das interações sociais humanas. Apesar da complexidade destas relações,
pesquisas científicas se intensificaram no final do século XX. Gois, Nogueira e Vieira (2011,
p.01) afirmam que Charcot, Freud e, mais tarde, Reich deram início à valorização daquilo que
não é dito verbalmente voltando-se aos sonhos, reações e posturas do corpo.
Ainda por meio dos estudos de Reich, “[...] a linguagem corporal ganha força e passa a se
constituir em uma importante vertente da psicoterapia” (GOIS; NOGUEIRA; VIEIRA, 2011,
p.02). A partir destes estudos, a valorização da Linguagem Corporal cresce exponencialmente
e nos indica que existe um conteúdo bem maior que aquele transmitido verbalmente.
Pease & Pease (2005, p.17) afirmam que, na década de 50, Albert Mehrabian verificou que a
comunicação humana é 7% verbal, 38% vocal e 55% não verbal. Além disso, os autores citam
o antropólogo Ray Birdwhistell e sua descoberta de “[...] que o componente verbal responde
por menos de 35% das mensagens transmitidas numa conversação frente a frente; mais de 65%
da comunicação é feita de maneira não verbal”.
Segundo Levy (1987, p. 295), nos anos 60, P. Ekman e W. Friesen
“[...] formularam então um quadro teórico em que diferentes tipos de comportamentos
não verbais se podem distinguir ao nível da origem - como é que um comportamento
se integra no repertório do indivíduo - da codificação - relação entre o movimento e o
que ele significa - e da utilização - circunstâncias em que ocorrem”.
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Birdwhistell estudou “[...] movimentos corporais e não identificou nenhuma expressão facial,
atitude ou posição do corpo [...]” de mesmo significado em diversas sociedades – não existem
gestos/ movimentos avaliados como universais. Já Ekman investigou diferentes culturas e
defende “[...] a existência de gestos que podem ser descritos como universais” (SILVA et al,
2000, p.53).
Assim como Ekman, Morris (1977, p. 13) defende que “[...] o homem é pré-programado numa
extensão decisiva” e afirma que as diferentes culturas não são tão distintas como parecem. O
autor compara o cérebro humano a um computador. Menciona as expressões de um recém-
nascido (que não tem tempo para aprender as reações), crianças que nascem cegas e surdas,
mas que apresentam as mesmas reações de uma criança normal.
Ekman investiga seis emoções básicas - raiva, medo, nojo, tristeza, alegria e surpresa – “[...]
presentes em todos os seres humanos [...]”. E, na década de 90, o pesquisador acrescenta mais
nove expressões em seus estudos: satisfação, desprezo, contentamento, orgulho, prazer, alívio,
vergonha, constrangimento e culpa (CAMARGO, 2010, p.25). Tais emoções estudadas pelo
psicólogo serão apresentadas, ao leitor, no capítulo seguinte.
3. EMOÇÕES BÁSICAS
Izard (2009 apud ANDRADE et al, 2013, p.383) definiu as emoções básicas como “processos
afetivos gerados por sistemas cerebrais antigos [filogeneticamente] sobre a detecção de um
estímulo ecologicamente significativo”.
Vasconcellos et al (2014, p.127) afirmam que Ekman constatou, por meio de estudos, que as
emoções básicas são de caráter universal e independentes da cultura dos indivíduos. Morris
(1977, p.12-13), intitula tais emoções como Ações Inatas, ou seja, ações que independem de
aprendizado. Já estão pré-programadas e objetivam a sobrevivência da espécie. De acordo com
o autor, esta ideia não deve ser discutida antes da ciência ser capaz de ler os genes do
comportamento humano.
19
Explorou-se este conteúdo utilizando a nomenclatura de Ekman. O leitor deve ser informado
de que as obras de Camargo (2010), Freitas – Magalhães (2013) e Goman (2014) auxiliaram na
descrição de cada uma das emoções básicas. Os autores citados descrevem, passo a passo, os
movimentos faciais de cada uma das emoções a serem citadas:
3.1. Tristeza
Ainda que não se expresse somente na face, a tristeza é um dos sentimentos mais fáceis de
identifica. São sinais faciais deste sentimento:
Sobrancelhas: cantos superiores se rebaixam. Os cantos internos se erguem e ficam mais
próximos;
Testa: aparecimento da chamada “ruga vertical” entre as sobrancelhas;
Olhos: Estreitam-se pelo rebaixamento das pálpebras superiores e pela contração das
pálpebras inferiores;
Boca: cantos dos lábios ficam virados para baixo;
Nariz: narinas ficam contraídas;
Bochechas: sem sinais de movimentos;
Queixo: permanece caído.
3.2. Raiva
Emoção que induz o indivíduo a movimentos impulsivos e agressivos de “ataque ou defesa”.
Dentre os sinais faciais facilmente identificados, estão:
Sobrancelhas: aproximam-se e, com movimento descendente em direção ao nariz,
conservam-se próximas das pálpebras superiores dos olhos. Comumente conhecemos
como sobrancelhas arqueadas;
Olhos: apresentam-se bem abertos;
Boca: permanece fechada com os lábios contraídos. Estes podem permanecer em
formato de retângulo, ou os lábios se apertarem um contra o outro, apresentando-se mais
finos;
Bochechas: alguns indivíduos podem apresentar rubor devido ao aumento da frequência
cardíaca e da pressão arterial.
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3.3. Alegria
Camargo (2010, p.30) afirma que a alegria é um sentimento que se associa a vários outros que
se desencadeiam simultaneamente. Os efeitos desta emoção são impulsos fortalecedores de
grande energia ao indivíduo:
Sobrancelhas: abaixam-se suavemente;
Testa: discreta elevação da musculatura;
Olhos: tentem a se fechar levemente, permanecendo cerrados. Formação de pés de
galinha devido ao sorriso;
Boca: cantos dos lábios são puxados para os lados e para cima, formando um belo
sorriso;
Bochechas: se levantam.
3.4. Medo
Esta emoção representa um estado de alerta devido a um tipo de ameaça real ou ilusória, física
ou psicológica:
Sobrancelhas: levantam-se e se aproximam;
Testa: ao se levantar, por meio da contração muscular, produz rugas horizontais. Estas
são indício de tensão;
Olhos: pálpebras superiores se levantam e as inferiores permanecem contraídas e tensas;
Boca: cantos dos lábios realizam movimento horizontal para os lados, em direção às
orelhas;
Queixo: permanece caído.
3.5. Nojo
Trata-se de uma emoção relacionada a algo que nos causa grande repulsão. Camargo (2010,
p.32) divide o nojo em físico e moral. “O primeiro está associado às impurezas físicas [...]”, já
o segundo, “[...] refere-se a um sentimento similar, porém, relacionado a tomadas de decisão”.
Sobrancelhas: cantos internos se rebaixam e se aproximam;
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Olhos: as pálpebras superiores permanecem contraídas, com os olhos semicerrados. Os
pés-de-galinha ficam evidentes;
Boca: cantos dos lábios se abaixam. Lábio superior se levanta e se retorce para o lado
enquanto que o lábio inferior se ergue e se projeta;
Bochechas: contraem-se e sobem;
Queixo: permanece caído.
3.6. Desprezo
“Desprezo é o sentimento ou atitude intensa de considerar alguém ou algo inferior ou sem
valor” (CAMARGO, 2010, p.35). Esta emoção está relacionada ao poder e às regras e, por meio
dela, podemos identificar as alterações faciais:
Sobrancelhas: de forma sutil, uma ou as duas sobrancelhas se elevam, indicando
descrença;
Olhos: permanecem ligeiramente contraídos;
Boca: uma metade do lábio superior se eleva, enquanto que os cantos da boca se
contraem;
Queixo: permanece elevado.
3.7. Surpresa
Trata-se de uma emoção relacionada ao inesperado. Determinado fato ou coisa provoca espanto
que pode ser identificado pelas seguintes alterações faciais:
Sobrancelhas: elevam-se provocando rugas horizontais;
Olhos: arregalam-se por meio da contração da pálpebra inferior e da elevação da
pálpebra superior;
Boca: permanece aberta;
Queixo: permanece caído.
22
4. LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
A fim de se obter a diferenciação e a consequente sobrevivência no mercado, “empresas
contemporâneas estão focadas em líderes que são comprometidos, engajados e envolvidos no
negócio, que estejam em uma procura constante de relações saudáveis e produtivas no ambiente
de trabalho” (MANDELLI, 2015, p.25). Segundo a autora, as empresas passam a precisar se
importar com as pessoas e procuram retê-las (p.37).
Não se trata de uma novidade para o leitor que o sucesso organizacional depende, em grande
parte, da qualidade e aproveitamento correto de sua liderança. Podemos percebê-la como “[...]
um fenômeno que não se relaciona com posições hierárquicas ou com funções exercidas, mas
com a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que o líder quer em razão de
sua influência pessoal” (KANAN, 2010, p. 17).
A liderança não é um dom. Ela pode ser definida por uma somatória de habilidades e práticas,
disponíveis a qualquer indivíduo, espalhada por todos os níveis da organização (KOUZES E
POSNER apud CAVALCANTI et al, 2009, p. 60). Mandelli (2015, p.42) entende liderança
como um processo de facilitação dos esforços individuais e coletivos a fim de que sejam
cumpridos os objetivos compartilhados.
Hunter (2004, p.28) diferencia gerente e líder. Como já é de conhecimento do leitor, o líder está
relacionado à influência, aos relacionamentos, ou seja, às pessoas. O autor, ao mencionar o
papel do gerente, dá a ele o poder de agir sobre coisas e não sobre pessoas.
Lima e Teixeira (2000, p.38) afirmam que “gerenciar pessoas implica uma questão que vai além
de métodos de trabalho [...] ”. O líder, segundo os autores, deve se autoconhecer, estar aberto a
mudanças e ter consciência da importância que cada colaborador tem para que os resultados
sejam alcançados. A organização, ao ser bem dirigida por líderes preocupados e engajados,
“[...] permite que as pessoas desde o topo até a base realizem trabalho do qual possam se
orgulhar” (SCHOLTES, 1999, p. 19).
23
A fim de que a liderança possa contribuir eficazmente com a organização, faz-se necessário a
ampliação da participação de toda a equipe nas decisões. Segundo Aldag e Joseph (2002, p.
106),
“o compromisso que se gera no compartilhamento da liderança estrutura melhor a
empresa e a prepara para metas comuns. Participar como membro de uma equipe que
cria o futuro almejado para a empresa também faz surgir a motivação para ajudar a
colocar isso em prática”.
Para uma atuação de sucesso, Mandelli (2015, p. 21) afirma que o líder deve apresentar
comportamentos como o entendimento global do capital humano da empresa, a colaboração e
a intuição. Além disso, deve direcionar, treinar, orientar e desafiar seus liderados visando
resultados excelentes (p.132).
Para Cavalcanti et al (2009), a habilidade mais importante do líder é a de comunicar-se com
eficiência. Scholtes (1999, p. 398) afirma que os principais obstáculos da comunicação são a
atitude e o estilo. Segundo o autor, os gestores precisam deixar de lado os julgamentos e os
ataques para que os colaboradores possam contribuir de modo positivo.
Os líderes devem agir de forma a identificar e satisfazer as necessidades legítimas de seus
liderados HUNTER, 2004, p. 55), escutá-los de modo presente e empático (HUNTER, 2004;
CAVALCANTI et al, 2009; MANDELLI, 2015; SCHOLTES, 1999). A fim de que possam
alcançar o alto desempenho e criar um ambiente saudável, o líder deve não só conhecer muito
bem a empresa e seus processos, mas também os seus liderados construindo, assim, uma base
sólida de relacionamentos saudáveis.
4.1. Tipos de Liderança
A fim de alcançar a excelência em processos organizacionais, é necessário que exista o
favorecimento das oportunidades de desempenhar tarefas desafiadoras, que possam
proporcionar o desenvolvimento e o crescimento das pessoas. Um líder deve ter
responsabilidades ligadas ao desempenho de tarefas e ao desempenho social enquanto
manutenção do grupo (FACCIOLI, 2008, p. 02).
24
Ao mencionar Penteado, Caetano (2005, p. 56) nos esclarece que Kurt Lewin desenvolveu uma
teoria que descrevia três estilos de liderança, cada qual com suas características:
a) Liderança autocrática: o autor afirma que este tipo de liderança se caracteriza pela
tensão, frustração, ausência de inciativa e insatisfação do grupo. Além disso, é marcada
pela centralização e pelas decisões unilaterais (CAVALCANTI et al., 2009, p.40);
b) Liderança liberal ou laissez-faire: Devido à ausência do papel orientador do líder, este
estilo impacta negativamente na qualidade e quantidade de trabalho produzido. Entre
os liderados, podemos observar “[...] forte individualismo, desagregação do grupo,
insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder” (FACCIOLI, 2008, p.3);
c) Liderança democrática: o líder permite a participação real de seus liderados ao delegar
autoridade. Estímulo à participação nas decisões, ao debate. Este tipo de liderança é
marcado pelo constante feedback, pela confiança mútua e pelo respeito.
Apesar dos tipos de liderança descritos acima, não podemos afirmar que há um modo correto
de liderar. Mas sabemos que existe a necessidade de um novo modelo de liderança que faça
com que o líder estimule o potencial das pessoas, objetivando a aquisição de talentos, que
enfrentem a complexidade das mudanças (ARRUDA; CHIRÓSTOMO, 2010, p.06).
4.2. Liderança e Motivação
Dentro das organizações podemos encontrar diversas pessoas que não nutrem motivação em
desempenhar as funções sobre as quais são responsáveis. Frederick Herzberg (1966, 1968 apud
SCHOLTES, 1999, p.42) afirma ser presunção da gerência acreditar que há possibilidade de
motivar pessoas. “A motivação não é uma substância qualquer que podemos infundir de fora,
como um transplante de medula óssea”.
Archer (1978 apud BARAGLIO, 2005, p. 68) defende que a motivação vem das necessidades
humanas e não de coisas que promovem as satisfações delas. Baraglio complementa que um
indivíduo não motiva o outro mas existe a possiblidade de lhe oferecer os chamados fatores de
satisfação (agua, comida, luz, reconhecimento). Scholtes (1999, p. 43) afirma que um chefe é
capaz de desmotivar seus colaboradores.
25
Esta desmotivação pode acontecer pelo desempenho de atividades pouco desafiadoras ou
aspectos psicológicos do líder para com liderados. Deste modo, antes de identificar e satisfazer
as necessidades de seus liderados, a liderança deve ser consciente de que “[...] são pessoas
diferentes, o que faz com que tenham necessidades diferentes” (HUNTER, 2004, p.56) a fim
de motivá-los. Baraglio (2005, p. 71) complementa:
“A verdadeira tarefa dos administradores não é motivar os seus empregados, mesmo
porque já vimos que isso não é possível. O foco deve estar no trabalho de induzir
comportamentos positivos por parte deles, e esse comportamento positivo pode ser
induzido não pela motivação, mas pelo uso de fatores de satisfação relacionados à
necessidade que serve como centro de organização do comportamento”.
Para que se evite a desmotivação, Cavalcanti (2009, p. 101) assegura que é necessária “[...] a
alocação de indivíduos às tarefas [...]”, além de haver uma atenção por parte dos gestores às
tarefas que causam total envolvimento em seus funcionários, estimulando constantemente o
espírito criativo no ambiente de trabalho.
4.3. Linguagem Corporal e Liderança
Goman (2014, p. 29) afirma que “[...] a linguagem corporal está nos olhos de quem a vê. O
impacto da sua comunicação não verbal se baseia naquilo que os outros acreditam ser a sua
intenção, e em como essa percepção orienta as relações alheias”. Este fato nos leva a entender
o porquê de relacionamentos prejudicados e deteriorados dentro das organizações: grande parte
dos líderes pode não apresentar a consonância entre a fala e gestos.
Johann (2004, p. 73) afirma que, o mito de que um indivíduo já nasce líder, foi derrubado a
partir de estudos. A capacidade de liderar “[...] pode e deve ser aprendida” (DRUCKER, 2003
apud CAVALCANTI et al, 2009, p. 59) dentro da organização por meio de um planejamento
bem estruturado de conhecimento sobre linguagem corporal.
Hunter (2004, p. 28) também afirma a liderança é uma habilidade a ser desenvolvida pelo
indivíduo que possua “[...] o desejo e pratique as ações adequadas”. Em contrapartida, Bennis
(1996 apud CAVALCANTI et al, 2009, p.60) declara que o exercício da liderança não pode ser
aprendido já que sua base se constitui de caráter e julgamento.
26
O homem, em qualquer parte do globo, aprende comportamentos e não, simplesmente, obedece
a sua carga genética (MORRIS, 1977, p. 12). Ao citar Boyett e Boyett, Cavalcanti et al (2009,
p. 59) afirmam que é possível o aprendizado das “[...] técnicas, as habilidades, os estilos de
comunicação, assim como podemos dominar as teorias, as estratégias e as táticas de liderança”.
Diante da possibilidade de aprendizagem de técnicas de liderança e da congruência entre corpo
e fala, Goman (2014, p. 43-44) alega que
“os líderes de sucesso não memorizam os gestos físicos e as expressões faciais
‘adequadas’ para exibir em momentos apropriados, como se fossem uma espécie de
robô pré-programado. [...]. Mas são conscientes de que a sua Linguagem Corporal tem
um impacto dramático sobre seus colegas, clientes e equipe”.
O exercício das competências da posição estudada neste trabalho acontece por meio daquilo
que Morris (1977, p. 21) chamou de ações treinadas. Em termos de práticas cotidianas,
Cavalcanti et al (2009, p. 59) afirmam que são os aspectos relacionados aos sentimentos, à
intuição e à empatia são mais difíceis para se aprender e demandam tempo de dedicação.
As competências de liderança abaixo listadas por Mandelli (215, p. 53 e 121) e Scholtes (1999,
p. 19-20) podem ser descritas e aprendidas por meio da linguagem corporal:
Comunicação – transmissão de ideias e informações de modo claro e objetivo utilizando
tom de voz constante e seguro, procurando manter as mãos em posição neutra. As
palmas das mãos voltadas para cima é sinal de submissão e, para baixo, indica
autoridade;
Motivação – sorriso natural, olho no olho do interlocutor, assentir com a cabeça, postura
ereta, polegares para cima;
Diplomacia – respeitar o espaço corporal entre emissor e receptor, postura neutra de
ombros e braços, movimentos corporais sincronizados, queixo na horizontal;
Pro-atividade - orientação corporal para frente, palmas voltadas para cima, posturas
corporais de abertura, contato visual positivo, movimentos sincronizados, cabeça
inclinada;
27
Honestidade - postura ereta, palmas das mãos voltadas para cima, olho no olho do
interlocutor, polegares voltados para cima, queixo na horizontal.
Goman (2014, p. 35) fala das seguintes competências:
Confiança – postura ereta, olhos nos olhos, braços relaxados, ombros bem
posicionados, polegares voltados para cima, cabeça ereta e sorriso na medida certa;
Negociação – forte aperto de mãos iniciado com um movimento das palmas voltadas
para o lado, sorriso, polegares para cima, queixo na horizontal, contato visual constante,
corpo alinhado ao da outra pessoa.
Enfim, podemos complementar a lista de competências com Bennis (1996 apud ARRUDA;
CHIRÓSTOMO, 2010, p. 04):
Autoconhecimento - ter consciência corporal, principalmente, no que se refere à posição
das mãos, à inclinação do corpo, às barreiras oriundas das posições dos próprios braços
e pernas, e ao olhar.
A importância em desenvolver um líder por meio da linguagem corporal não se limita ao
indivíduo que ocupa tal posição, mas ao grupo como um todo. Morris (1977, p. 19) afirma que
indivíduos que possuem status mais elevado são imitados por seus parceiros. “Quanto mais
elevado o status dele ou dela no grupo, mais prontamente ele ou elas será copiado pelos outros.
Na nossa sociedade, absorvemos mais daqueles a quem admiramos”.
Tal imitação a qual Morris se refere, é chamada de espelhamento por Camargo (2010, p.115) e
Pease & Pease (2005, p.168). “Normalmente os subordinados espelham os superiores. Caso o
líder de uma equipe adote determinada atitude, é provável que os demais o sigam, tanto na
postura como no tom de voz” (CAMARGO, 2010, p. 117).
28
4.4. Mulheres na Liderança
É de extrema importância mencionar o papel de destaque que a mulher vem ocupando, nos
últimos anos, com relação à posição de líder dentro das organizações. Llopis (2014, tradução
da autora), em seu artigo para a revista Forbes, afirma que as mulheres ocupam papel de
liderança dentro das famílias tradicionais. São capazes de gerenciar crises e mudanças, além de
tomar decisões a fim de proteger as tradições da família. A competência de realizar várias
atividades de modo simultâneo dá, à mulher, grande flexibilidade enquanto força de trabalho.
Frankel (2007 apud TONANI, 2011, p. 05) afirma que as mulheres são espontaneamente líderes
e que, determinadas características, fazem delas peças de grande valor quando inseridas na
concepção de liderança que o mercado vem apresentando. Na realidade, elas são capazes de se
adequarem a um determinado estilo de liderança tanto quanto os homens, sempre havendo a
necessidade de desenvolvimento assistido por parte da organização.
Há quem diga que o modo de liderar masculino difere do feminino. Mandelli (2015, p. 21)
defende que “[...] comportamentos como entendimento global do capital humano da empresa,
a colaboração e a intuição, são características gerenciais [...]” essenciais à liderança e que,
geralmente, são atribuídas às mulheres, mas assegura que tais características são necessárias
para líderes de ambos os gêneros. A autora ainda alega que as mulheres possuem uma lente
diferenciada para contribuir diretamente com a humanização dentro das organizações (p.30-
31).
Não podemos afirmar que o homem é melhor líder que a mulher, mas ela vem ocupando lugar
de destaque justamente por apresentar competências que, segundo o artigo Sexo na Diretoria,
publicado no The Economist (2015), aparecem com maior frequência nas mulheres – “[...]
desenvolvimento de pessoas, estabelecimento de expectativas e recompensas, atitudes que
servem como modelo, ações inspiradoras, decisões tomadas de maneira participativa”.
29
4.5. Liderança e Gestão Estratégica de Pessoas
Teixeira et al (2010, p. 37) definem a gestão estratégica como um “[...] processo que atravessa
todos os níveis hierárquicos de uma organização e abrange todas as suas unidades de negócio e
funcionais”. Trata-se de ações relacionadas ao ambiente externo, à cultura organizacional, à
identificação de forças e fraquezas, ao desempenho de líderes e colaboradores versus
desenvolvimento das respectivas competências.
A fim de que a organização siga sua estratégia e consiga atingir suas metas, é necessário que
exista um gerenciamento das competências de seus colaboradores a fim de que se minimize os
GAPs. Isto é, “[...] orientar e estimular os profissionais a eliminarem a discrepância entre o que
eles são capazes de fazer (competências atuais) e o que a organização espera que eles façam
(competências desejadas)” (CARBONE et al, 2009, p. 70). Os gestores devem ser os primeiros
a trabalharem as competências necessárias à estratégia organizacional, a fim de promover o
crescimento de seus liderados e de garantir a eficiência dos processos.
Diante da competitividade e da incerteza em que as organizações se veem inseridas, o
desenvolvimento das competências desejadas dá ao líder um papel de grande importância. “[...]
Gerenciar mudança é gerenciar pessoas em processo de mudança” (CAVALCANTI et al 2009,
p.31). Segundo os autores, mudanças afetam diretamente o indivíduo e a liderança deve se
mostrar acessível e disposta a colaborar com o desempenho do capital humano, com uma visão
estratégica de curto, médio e longo prazos.
Para Goman (2014, p. 82) “[...] a mudança organizacional não é nem rápida nem especifica. É
contínua, evolutiva e, estranhamente, ambígua por natureza, o que significa que administrá-la
exige abordagens muito mais inovadoras”. A autora afirma ainda que o líder tem um papel de
grande importância ao agir com positividade para a conquista da motivação e do
comprometimento à mudança de seus liderados.
Executar mudanças requer tempo e esforço por parte dos líderes. Focando nas pessoas e nas
competências que são adquiridas e desenvolvidas (TEIXEIRA, 2010, p.106), procurando
utilizar de modo correto o conhecimento de cada colaborador (ROMANI; DAZZI, 2002 apud
30
ARRUDA; CHIRÓSTOMO, 2010, p. 10), a liderança está apta a realizar uma Gestão de
Pessoas estratégica para a diferenciação organizacional.
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Tipo de Pesquisa
A abordagem do referido tema deste estudo foi feita por meio de uma pesquisa bibliográfica e
aplicada, uma vez que foram relatados os conhecimentos relacionados à Linguagem Corporal
e como podíamos aplicá-la no dia-a-dia organizacional. Além disso, foi utilizado o método
racional por se tratar de um tema ligado à subjetividade humana, muitas vezes, não passível de
mensuração.
5.2. Universo e Amostra
O estudo desenvolvido contou com uma amostra de 100 profissionais atuantes em empresas de
diversos segmentos, de médio e grande portes, sendo que alguns destes não completaram o
questionário de pesquisa.
5.2.1. Critérios de Inclusão
Os participantes da pesquisa deveriam apresentar as seguintes características:
Ser profissionais atuantes no mercado de trabalho;
Desempenhar qualquer função dentro de uma empresa;
Desenvolver seu trabalho em qualquer área de atuação;
Pertencer a qualquer nível hierárquico dentro da organização.
5.2.2. Critério de Exclusão
Nunca ter tido experiências de trabalho em empresas de médio e grande porte;
31
5.3. Coleta de Dados
Os dados obtidos foram gerados por meio de um questionário composto de 13 perguntas
pautadas nos conhecimentos relacionados à Linguagem Corporal e liderança. Este questionário
foi distribuído por meio de e-mails e de redes sociais como Linkedin e Facebook, de forma não
aleatória.
Para a elaboração do questionário de pesquisa utilizou-se perguntas fechadas, podendo o
indivíduo optar pelas alternativas “sim” e “não”, a fim de obter maior clareza e facilidade de
interpretação dos dados.
5.4. Análise dos Dados
Os dados obtidos por intermédio da pesquisa realizada foram computados e analisados,
considerando a somatória de respostas como uma totalidade e dispensando, num primeiro
momento, respostas não preenchidas. A seguir, os dados foram distribuídos em forma de tabela
para melhor visualização por parte do leitor:
Tabela 1 –Resultados da Pesquisa Aplicada
Pesquisa Aplicada e Resultados
Questão N. Respostas Sim Não
1 100 63% 37%
2 100 87% 13%
3 99 96% 3%
4 99 86% 14%
5 99 92% 8%
6 99 42% 58%
7 100 85% 15%
8 98 90% 10%
9 99 29% 71%
10 99 86% 14%
11 99 52% 48%
32
12 100 98% 2%
13 100 71% 29%
Fonte: Autora
Com base nas respostas obtidas podemos apontar como pontos principais:
A pesquisa nos mostrou que a quantidade de pessoas que tiveram alguma experiência
com Linguagem Corporal (63%) não é excessivamente superior à das pessoas que nunca
entraram em contato com a ferramenta (37%);
Das respostas compiladas, 90% afirmam ser possível identificar um líder por meio da
Linguagem Corporal;
Gráfico 1 – Identificação de Líderes
Fonte: Autora
Dentre as 99 respostas, 97% pessoas que acreditam no poder da Linguagem Corporal
para apontar traços de liderança no indivíduo;
Gráfico 2 – Identificação de Traços de Liderança
Fonte: Autora
87%
13%
Sim Não
96%
3%
Sim Não
33
85 participantes (86%) responderam ser possível avaliar e selecionar líderes por
intermédio da Linguagem Corporal;
Gráfico 3 – Avaliação e Seleção de Líderes
Fonte: Autora
Apenas 15% dos profissionais participantes não acreditam ser possível o uso da
Linguagem Corporal para a avaliação de competências da liderança;
Gráfico 4 – Avaliação de Competências
Fonte: Autora
No universo de 98 respostas, 88 participantes (90%) afirmaram que, por meio da
Linguagem Corporal, podemos treinar a liderança de uma organização;
Gráfico 5 – Treinamento da Liderança
Fonte: Autora
86%
14%
Sim Não
85%
15%
Sim Não
90%
10%
Sim Não
34
98% foi favorável à importância da coerência entre fala e postura corporal para se obter
eficácia na comunicação;
71% dos participantes afirmaram haver diferenças entre a Linguagem Corporal de
homens e mulheres.
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos dados coletados, por meio do questionário, obtivemos respostas visivelmente
favoráveis à utilização da Linguagem Corporal dentro das organizações. O gráfico abaixo
mostra que grande parte dos profissionais participantes percebem que, por meio desta
ferramenta, podemos favorecer o bom desempenho dos líderes.
Gráfico 6 – Utilização da Linguagem Corporal
Fonte: Autora
A pesquisa apontou que as pessoas acreditam que é importante ter coerência entre a fala e a
postura, comprovando que há uma interpretação, ainda que inconsciente, das mensagens não
verbais no processo de comunicação. Pease & Pease (2005, p. 19) afirmam que “como qualquer
outra espécie, somos ainda dominados por regras biológicas que controlam nossas ações,
reações, linguagem corporal e gestos”.
Os resultados indicaram afirmativamente possibilidade de se identificar um líder, ou traços de
liderança, por intermédio de atitudes e gestos. Conforme citamos no desenvolvimento deste
estudo, é possível que um indivíduo aprenda a ser líder por meio de práticas e da supervisão de
87%
96%
89,80%
85%
Identificar Líder Identificar Traços deLiderança
Treinar Liderança AvaliarCompetências de
Liderança
35
técnicas de Linguagem Corporal. Estas “[...] são conscientemente adquiridas, por ensino ou
observação e prática auto analítica” (MORRIS, 1977, p.21).
Além disso, os participantes, em quase sua totalidade, afirmaram ser possível treinarmos e
desenvolvermos um líder por intermédio da Linguagem Corporal. Esta “[...] ensina a adotar
posturas e movimentos positivos, poderosos e encorajadores que, por sua vez, afetam o estado
mental” (GOMAN, 2014, p. 86).
O que se pôde constatar é que há uma abertura das pessoas em aplicar técnicas da ferramenta
dentro das organizações, mas as empresas pouco valorizam a utilização da comunicação não
verbal como instrumento de melhoria e aproveitamento do capital humano.
Embora um pouco mais da metade dos profissionais já tenha tido alguma experiência
relacionada à Linguagem Corporal, poucas empresas dão seu devido valor. Ao dispender a
devida valorização,
“[...] a empresa, este valor aumenta sua produtividade, evita conflitos e ganha o corpo
gerencial e gerenciados com uma relação interpessoal tranquila, com índice de
satisfação de clima organizacional melhor, haja vista o reconhecimento da
transparência da organização” (SCHELLES, 2008, p. 7).
Quase que a totalidade dos participantes implementaria um curso de Linguagem Corporal nas
empresas em que atuam, mas o espaço dado a sua aplicação ainda não é tão expressivo, como
vemos a seguir:
Gráfico 7 – Expectativas da Linguagem Corporal
Fonte: Autora
63%
29%
51,50%
Experiência dosProfissionais
Valorização por Partedas Empresas
Espaço dentro dasEmpresas
36
Tais resultados apontam para a percepção da Linguagem Corporal nos processos
comunicativos, ainda que quase metade dos profissionais nunca tenham tido experiências
relacionadas a sua conceituação. Conforme mencionado no decorrer deste estudo, temos a
capacidade de reconhecer, inconscientemente, o líder de um grupo. Identificar um líder, ou
traços de liderança por meio da Linguagem Corporal é questão de percepção. Moraes (2010,
p.8) afirma que “perceber é conhecer, através dos sentidos, objetos e situações. Sob essa
designação, estão incluídas duas questões: a percepção de si próprio e a percepção do outro”.
Goman (2014, p. 275) afirma que “a Linguagem Corporal revela o caráter. Independentemente
do quão proficiente ele possa ser na comunicação não verbal, nenhum líder consegue enganar
as pessoas que trabalham com ele por um longo período de tempo. Mais cedo ou mais tarde,
seu corpo irá traí-lo”.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Linguagem Corporal é de extrema importância para uma liderança a ser explorada com
excelência dentro da organização. Tal afirmação podemos comprovar por meio dos resultados
obtidos com a aplicação da pesquisa, associados à bibliografia pesquisada. Assim sendo,
podemos concluir que a Linguagem Corporal:
Permite que identifiquemos um líder potencial;
Propicia o treinamento de líderes nas organizações;
Favorece a identificação de traços de liderança no indivíduo.
As organizações que aplicarem técnicas de Linguagem Corporal vão adquirir excelência em
seus processos, além de terem a oportunidade de agregar valor a seus produtos e serviços.
Muitas delas acabam por perder excelentes técnicos para adquirirem líderes, que estão aquém
das necessidades das empresas, devido à conceituação errônea que se tem a respeito da
liderança e do baixo aproveitamento de recursos favoráveis ao aproveitamento do capital
humano.
O reconhecimento das mensagens enviadas pelas pessoas aponta a relevância que o processo
de comunicação tem, não só nas organizações, mas nas diferentes situações do cotidiano. Planos
37
de carreira são estruturados de acordo com a competências que o indivíduo adquire ou
desenvolve ao longo de sua carreira, mas o que fazer com aqueles colaboradores que não
possuem perfil de liderança? Podemos treiná-lo, aprimorá-lo a fim de serem líderes.
Não há necessidade de memorização de gestos e seus significados para que os colaboradores
reconheçam o líder. Caso isto aconteça, a relação se torna artificial e ineficaz, prejudicando
todos os processos organizacionais. A mecanização dos gestos de liderança traz um efeito
contrário ao verdadeiro objetivo do uso da Linguagem Corporal, mas torna-se imprescindível
que o conhecimento (e não memorização) de suas técnicas esteja disponível aos colaboradores.
Deste modo, a identificação de líderes potenciais e o aprimoramento de pessoas a ocuparem
esta posição torna-se mais assertiva.
Lembrando que a ética e os valores pessoais são mais importantes, esta possibilidade de
aprendizado e desenvolvimento forma profissionais que se relacionem eficazmente com a
complexidade humana. Líderes capacitados, ao se posicionar com credibilidade diante dos
colaboradores, têm condições de potencializar a entrega de seus liderados alinhando todos os
indivíduos para uma mesma direção. Na mesma linha de raciocínio, líderes bem preparados
desenvolvem uma boa Gestão de Pessoas.
Talvez exista um preconceito relacionado à eficácia das técnicas de Linguagem Corporal, ou as
organizações não a valorizem, simplesmente, por não considerar sua importância para a eficácia
da comunicação. O tema deste estudo ainda não é explorado em termos ideais (e sugere-se
desenvolver maior conhecimento sobre seus benefícios), mas nota-se que, aos poucos, cada vez
mais profissionais se dão conta da relevância da Linguagem Corporal para não se desperdiçar
talentos e desenvolver outros.
A Linguagem Corporal se mostra como uma possibilidade de fortalecimento das relações
interpessoais, a consolidação do vínculo líder versus liderado e, consequentemente, a
consolidação da imagem da organização. Deste modo, podemos considerar a Linguagem
Corporal como uma ferramenta estratégica que assegurará vantagem competitiva à organização.
Investir nesta ferramenta é apostar no capital humano!
38
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ANEXO A – Questionário de Pesquisa
1) Você tem algum conhecimento ou já teve alguma experiência com linguagem corporal
em empresas (cursos, palestras, seminários, informações etc.)?
2) Em sua opinião, é possível identificar um líder pela Linguagem Corporal?
3) Conseguimos identificar traços de liderança por intermédio da Linguagem Corporal?
4) Com técnicas de Linguagem Corporal é possível avaliar e selecionar a liderança em
diferentes áreas de uma organização?
5) Enquanto gestor, você aprovaria um curso de linguagem corporal dentro da
organização?
6) Você já teve a oportunidade de ler algum artigo científico que aborde o tema
”Linguagem Corporal e Liderança”?
7) A Linguagem Corporal pode ser considerada uma ferramenta de avaliação de
competências de liderança?
8) Podemos treinar e aprimorar a liderança por meio da Linguagem Corporal?
9) A empresa em que você trabalha valoriza a Linguagem Corporal?
10) A negligência relacionada à Linguagem Corporal empobrece as relações entre líder e
liderado?
11) Existe espaço para a técnica de Linguagem Corporal ser desenvolvida na empresa em
que trabalha? (Curso, seminários, treinamentos de líderes, vendas, contatos etc.)
12) Você acredita na importância da coerência entre a fala e a postura corporal para se obter
eficácia na comunicação dentro das organizações?
13) A linguagem corporal difere entre homens e mulheres?