josie lima peres da luz · planejamento de curso inovador de capacitação de professores da...
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PUC
RIO
Planejamento de curso inovador de capacitação de
professores da educação profissional sobre a temática
empreendedorismo
Josie Lima Peres da Luz
Orientador: Maria Paula Rossi Nascentes da Silva
Trabalho de Conclusão
apresentado ao Curso de
Especialização em Educação
Empreendedora, como parte
dos requisitos necessários à
obtenção do título de
Especialista.
Rio de Janeiro, 27 de Junho de 2017
CTCH Centro de Teologia e de
Ciências Humanas
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Ficha Catalográfica
CDD: 370
Luz, Josie Lima Peres da Planejamento de curso inovador de capacitação de professores da educação profissional sobre a temática empreendedorismo / Josie Lima Peres da Luz ; orientador: Maria Paula Rossi Nascentes da Silva. – 2017. 43 f. : il. color. ; 30 cm Curso em parceria com o Instituto Gênesis (PUC-Rio), através da plataforma do CCEAD (PUC-Rio). Com o patrocínio do Sebrae em parceria com o MEC. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Empreendedora, 2017. Inclui bibliografia 1. Educação – TCC. 2. Ensino profissionalizante. 3. Práticas docentes. 4. Formação continuada. 5. Disseminação da cultura empreendedora. I. Silva, Maria Paula Rossi Nascentes da. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Educação. III. Título.
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Perfil do aluno
Josie Lima Peres da Luz
Graduada em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Especialista em Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal. Professora atuando com Educação Profissionalizante pela Faculdade de Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – FATEC SENAI de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
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Dedicatória
Dedicado aos meus amados filhos, Arthur e Beatriz. “Quanto a seus filhos, eles são herança do SENHOR: o fruto do ventre é um presente de
Deus.” Salmo 127: 3
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Agradecimentos
Agradeço a Deus por minha vida. Agradeço ao meu pai, João Bosco Perez Lopes, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Agradeço à Gerência de Educação do SENAI Departamento Regional de Mato Grosso do Sul, bem como à Gerência da Unidade Operacional da FATEC SENAI Campo Grande, por oportunizarem esta formação. Agradeço ao SEBRAE e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro pelo excelente programa de pós-graduação ofertado. Agradeço à Professora Maria Paula Rossi Nascentes da Silva pela orientação, apoio e confiança.
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Resumo
O século XXI tem sido encarado como um tempo em que a educação ganhará cada vez mais destaque, como sendo o meio de indivíduos e sociedade atingirem desenvolvimento. Isto significa que muito será esperado da figura do professor, pois é o professor quem guia as atitudes das pessoas em relação aos estudos.Isto significa dizer que recai sobre ele uma pesada responsabilidade, em especial para aquele docente que atua com ensino profissionalizante, que tem o dever de ensinar de maneira a contribuir para a formação das capacidades técnicas, sociais, organizativas e metodológicas para o trabalho e para a vida, aproximando a teoria à prática. Por isso, este professor precisa estar preparado, munido das ferramentas adequadas, para se desincumbir de maneira eficaz e efetiva de suas responsabilidades. Para melhorar a qualidade e a motivação do professor, dentre outras medidas necessárias, a formação contínua é fundamental. Portanto, o objetivo deste trabalho de conclusão de curso é desenvolver um planejamento para a elaboração de um curso inovador para formação continuada de professores que atuam na educação profissionalizante, a fim de auxiliá-los na disseminação da cultura empreendedora, por meio de suas práticas docentes. O curso será intitulado “Práticas Docentes para a Disseminação da Cultura Empreendedora” e terá a duração de um semestre.
Palavras-chave
Ensino profissionalizante; Práticas docentes; Formação continuada; Disseminação da Cultura Empreendedora.
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Lista de Tabelas
Tabela 1 – Matriz de Referência ............................................................ 27
Tabela 2 – Unidades de Competência .................................................. 32
Tabela 3 - Conhecimentos, Critérios de Avaliação, Estratégias de
Ensino e Intervenções Mediadoras ...................................................... 33
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Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 9
Capítulo 1 - Contextualização e Definição do Cenário ........................ 12
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO ............................................. 21
Capítulo 3 - Planejamento de um curso inovador para professores do
ensino profissionalizante ...................................................................... 26
3.1. Apresentação .................................................................................... 26
3.2. Justificativa ....................................................................................... 26
3.3. Requisito de Acesso ao Curso ......................................................... 27
3.4. Matriz de Referência ......................................................................... 27
3.5. Proposta metodológica e o aspecto inovador do curso ..................... 28
3.6. Detalhamento das Unidades Curriculares ........................................ 30
3.7. Mediações previstas ......................................................................... 32
3.7.1. Relação das Unidades de Competência ....................................... 33
3.7.2. Detalhamento das inter-relações das unidades curriculares ..........34
3.7.3. Avaliação da Aprendizagem .......................................................... 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 41
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INTRODUÇÃO
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina (2007)
O século XXI tem sido encarado como um tempo em que a busca
pelo conhecimento tornar-se-á um fim em si mesmo, onde todos serão
incentivados e terão a oportunidade de aprender. A educação ganhará
cada vez mais destaque, como sendo o meio de indivíduos e sociedade
atingirem desenvolvimento.
Isto significa que muito será esperado da figura do professor. A
contribuição dos professores é crucial para preparar os jovens, não só
para encarar o futuro com confiança, mas para construí-lo eles mesmos
de maneira determinada e responsável. (DELORS, 1996)
O professor guia as atitudes das pessoas em relação aos estudos,
quer positiva, quer negativamente; de maneira positiva, despertando a
curiosidade, desenvolvendo a autonomia do aluno e estimulando o rigor
intelectual, de maneira negativa, tornando-se tão somente alguém que
transmite conhecimentos.
A competência, o profissionalismo e o devotamento que exigimos
dos professores fazem recair sobre eles uma pesada responsabilidade.
Exige-se muito deles e as necessidades a satisfazer parecem quase
ilimitadas. (DELORS, 1996)
Por esta razão, o docente precisa estar preparado, munido das
ferramentas adequadas, para se desincumbir de maneira eficaz e efetiva
de suas responsabilidades. Segundo o Relatório Delors (1996), para
melhorar a qualidade e a motivação do professor, dentre outras medidas
necessárias, a formação contínua é fundamental.
A qualidade do ensino é determinada tanto ou mais pela formação
contínua dos professores do que pela sua formação inicial, em especial
aquele docente que atua com ensino profissionalizante, que tem o dever
de ensinar de maneira a contribuir para a formação das capacidades
técnicas, sociais, organizativas e metodológicas para o trabalho e para a
vida, aproximando a teoria à prática, apresentando os conhecimentos sob
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a forma de situações-problema, contextualizando-os em perspectiva que o
aluno possa estabelecer a ligação entre a sua solução e outras questões
mais abrangentes.
O conceito de competência tem adquirido um novo sentido, devido
às transformações ocorridas no mundo do trabalho. Na sociedade
industrial, os postos de trabalho requeriam profissionais com as destrezas
manuais fortemente treinadas, que pudessem executar com precisão
determinada tarefa. (SENAI, 2013)
Naquele contexto, a existência da dualidade na educação se
justificava, pois, enquanto uma escola – a escola técnica – preparava o
indivíduo para o trabalho concreto, material, a outra – o ensino superior –
se ocupava em prepará-lo para o trabalho intelectual. No entanto, a
perspectiva atual é de que a educação para o trabalho seja a mesma da
educação para a atividade intelectual ou para a vida. (ARANHA, 2016)
Desta forma, o docente que atua com educação profissionalizante,
deve possuir ferramentas metodológicas para desenvolver os processos
de ensino-aprendizagem de maneira que possa vir até mesmo a fomentar
iniciativas empreendedoras em suas salas de aula. Tais ferramentas
devem ser fornecidas por meio de ações efetivas de formação
continuada.
Por esta razão, após um ano de curso, conhecendo de maneira
mais profunda os conceitos sobre Educação Empreendedora, as bases
teóricas sobre o que é empreendedorismo e como praticá-lo em
diferentes contextos, é chegada a hora de concluir esta especialização,
estruturando o Trabalho de Conclusão do Curso no qual será apresentado
um planejamento de um curso inovador de capacitação de professores da
educação profissional, cujo objetivo principal seja promover, entre os
educadores, iniciativas empreendedoras inovadoras no desenvolvimento
do processo de ensino e aprendizagem em suas salas de aula.
O tema escolhido para este Trabalho de Conclusão foi o tema 1:
Educação, trabalho e empreendedorismo. A escolha se deve pelo fato da
autora estar atuando no mundo do trabalho como docente na educação
profissionalizante e teria a facilidade de implementar esta ação num
ambiente controlado, onde as ideias poderão ser testadas e os
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conhecimentos consolidados para o aprimoramento da competência,
tornando-se multiplicadora dos conhecimentos adquiridos por meio do
curso de especialização em educação empreendedora.
A escolha deste tema também ajudará a apresentar e socializar os
conhecimentos construídos ao longo do curso pós-graduação em
Educação Empreendedora, por meio da disseminação, a saber um curso
inovador para docentes da educação profissionalizante.
O curso de especialização em Educação Empreendedora
apresentou ferramentas intelectuais e metodológicas para disseminar os
conhecimentos sobre empreendedorismo bem como colocou a real
perspectiva do trabalho, que ele está se transformando e é preciso
encontrar prazer nele, mudando a visão que se tem, de que o trabalho
está associado ao sofrimento.
A temática deste trabalho será apresentada com uma definição do
cenário (a escola técnica/profissionalizante para a possível aplicação do
planejamento do curso que está sendo criado) e os objetivos, situando a
relevância da na prática docente que caracterizam a necessidade de um
curso de formação em iniciativas empreendedoras inovadoras para os
educadores desta unidade escolar.
Após isso, será apresentado o Referencial Teórico, que servirá de
base para o planejamento do curso de capacitação, com foco na
disseminação da cultura empreendedora. Com isso, segue-se o
planejamento do Curso Inovador, em consonância com o referencial
teórico e cenário demonstrado. E nas Considerações Finais, será
contemplada as conclusões da autoria do referido trabalho em relação ao
planejamento do curso de capacitação.
Portanto, o objetivo deste trabalho de conclusão de curso é
desenvolver um planejamento para a elaboração de um curso inovador
para auxiliar professores que atuam na educação profissionalizante a
disseminar a cultura empreendedora, por meio de suas práticas docentes.
O curso será intitulado “Práticas Docentes para a Disseminação da
Cultura Empreendedora” e terá a duração de um semestre.
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Capítulo 1 - Contextualização e Definição do Cenário
O Decreto 7.566, de 23 de setembro de 1909 é considerado o
marco zero do ensino profissional, científico e tecnológico de abrangência
federal no Brasil. Foram criadas 19 escolas denominadas Escolas de
Aprendizes Artífices, com a função de inclusão social, pois destinava-se
aos jovens carentes e tinha por objetivo formação de mão de obra
qualificada, visto que o país naquele momento de sua história tinha sua
economia ainda baseada na atividade rural, visto que o processo de
industrialização ocorria de forma lenta. (PORTAL BRASIL, 2011)
Em 1937, com a promulgação da Constituição por Getúlio Vargas,
estas Escolas de Aprendizes transformaram-se em Liceus Industriais, cujo
foco era sustentar o crescimento da indústria brasileira com mão-de-obra
qualificada. Em 1942 os Liceus passaram a se chamar Escolas Industriais
e Técnicas, modelo que prevaleceu até 1959, quando as Escolas
Industriais e Técnicas ganharam autonomia administrativa e foram
transformadas em Escolas Técnicas Federais – as ETFs.
Em acréscimo, o Decreto-Lei n. 4.048/1942 determinou a criação
de entidades especializadas, conhecidas como sistema “S”, como por
exemplo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Social do
Comércio (SESC), entre outros para a ampliação da oferta do ensino
profissionalizante no país.
Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde da Era Vargas
(1930-1945), promoveu uma reforma no sistema educacional brasileiro.
Entretanto, esta reforma refletia a divisão econômico-social do trabalho da
época, onde a educação deveria servir ao desenvolvimento de
habilidades e mentalidades de acordo com os diversos papéis atribuídos
às diversas classes ou categorias sociais: uma educação destinada à
elite, outra aos jovens e ainda outra às mulheres. (MENEZES, 2001)
O objetivo principal do ensino profissionalizante à época consistiu
em preparar o aluno para o exercício de uma profissão, deixando de se
preocupar com uma formação geral que integrasse o ensino regular.
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Com o fim da segunda guerra mundial e da Era Vargas, e a
elaboração de uma nova Constituição, o país tentava se reorganizar. Esta
nova Constituição previa a elaboração de uma lei que norteasse a
educação nacional. Uma Comissão para a elaboração do anteprojeto de
diretrizes e bases da educação foi convocada. Entretanto, Capanema,
relator do anteprojeto, acabou por recomendar e conseguir arquivamento
do projeto, visto que a proposta relatada por Almeida Júnior defendia a
descentralização de atribuições conferindo a oferta da educação pública a
estados e municípios e deixando a União com função apenas supletiva e
regulatória. (BARROS, 2016)
Os anos 70 ficou marcado pela forte expansão da oferta de ensino
técnico e profissional. Em 1971, sob o governo militar, a Lei n. 5.692/1971
– Lei da Reforma de Ensino de 1º e 2º graus – foi estabelecido que o
ensino de 2º grau teria como finalidade única o ensino profissionalizante,
a fim de atender às demandas sociais e econômicas da época – o
“milagre brasileiro” – que demandava mão de obra qualificada obtida por
meio da formação técnica de nível médio. (SOUZA, 2014)
Em 1978 surgiram os três primeiros Centros Federais de Educação
Tecnológica – os Cefets. E, dezesseis anos depois os Cefets absorveram
as atividades das ETFs e das Escolas Técnicas Agrícolas, com o objetivo
de preparar o Brasil para a revolução tecnológica ocorrida entre 1980 e
1990.
No entanto, nas décadas de 1980 e 1990, o sistema das escolas
técnicas federais sofreu duras críticas, principalmente de assessores de
agências multinacionais. Tais escolas foram acusadas de não atingirem
sua finalidade, a saber, a formação de mão de obra de nível médio para
indústria.
Então, em 1997, uma reforma radical afetou essa modalidade de
educação. Todos os sistemas (federal, estaduais e privados) foram
obrigados, por decreto federal, a oferecer apenas ensino técnico modular,
excluindo-se desses módulos as disciplinas de formação geral.
A conclusão de cada módulo previa uma formação intermediária,
um certificado de conclusão do módulo. O diploma de técnico de nível
médio, todavia, só seria concedido a quem terminasse o ensino médio
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regular (que pode ser cursado antes, depois ou concomitantemente ao
ensino técnico modular). O objetivo dessa reforma era claro: flexibilizar a
formação técnica de nível médio, aproximando-a das necessidades mais
imediatas da indústria brasileira. (ZIBAS, 2007)
Porém, a partir de 2004, por decisão do governo federal, cada
sistema (federal, estaduais ou privado) poderia optar por oferecer o
ensino técnico integrado ao ensino médio ou continuar oferecendo
apenas ensino técnico modular.
Em 2008 o sistema foi reorganizado com a criação dos Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que absorverem os Cefets e
Escolas Técnicas remanescentes. E, por fim, em fevereiro de 2017, foi
sancionada a Lei da Reforma do Ensino Médio, que promove alterações
na estrutura do ensino médio, última etapa da educação básica, por meio
da criação da Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino
Médio em Tempo Integral.
Esta nova Lei amplia a carga horária mínima anual do ensino
médio, progressivamente, para 1.400 horas. Determina que o ensino de
língua portuguesa e matemática seja obrigatório nos três anos do ensino
médio. Permite também que conteúdos cursados no ensino médio sejam
aproveitados no ensino superior.
O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional
Comum Curricular – BNCC – e por itinerários formativos específicos
definidos em cada sistema de ensino e com ênfase nas áreas de
linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e
formação técnica e profissional. Esta Lei dá autonomia aos sistemas de
ensino para definir a organização das áreas de conhecimento, as
competências, habilidades e expectativas de aprendizagem definidas na
BNCC. (BRASIL, 2017)
Percebe-se então o posicionamento estratégico do país quanto à
formação de nível médio, de que esta desenvolva a competência
profissional e que não seja apenas um adestramento para o trabalho.
Por competência profissional entende-se ser a mobilização de
conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho de
funções e atividades típicas de uma ocupação, segundo padrões de
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qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho. (SENAI,
2013)
Por esta razão, nos dias atuais, a dualidade no ensino não se
justifica e o professor do ensino profissionalizante deve estar preparado
para fornecer aos seus alunos a base teórica e prática para o mundo do
trabalho e para a vida.
Entretanto, estamos diante de uma dura realidade. Quase 10
milhões de jovens brasileiros (15 a 29 anos) no Brasil não trabalham nem
estudam. É um exército de reserva que pode ser manobrado para o bem
ou para o mal. Tais pessoas desistiram de procurar trabalho, porque não
têm quase nenhuma qualificação e tampouco querem voltar a estudar,
porque não se sentem atraídas pela escola. (GOMES, 2014)
Para contornar esta situação, Instituições de Ensino
Profissionalizante tem desenvolvido estratégias para mitigar a apatia
destas pessoas. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI
– em parceria com o Canal Futura, por exemplo, lançou uma série
denominada Futura Profissões, com o objetivo de apoiar a agenda
juventude e trabalho, por apresentar a alternativa de iniciar a vida
profissional ingressando em uma carreira industrial. Esses vídeos foram
criados para chamar atenção destes jovens que, infelizmente, encontram-
se em uma apatia incomum. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS
INDÚSTRIAS, 2015).
E a metodologia empregada atualmente pelo SENAI, com base no
ensino por competências, tem o compromisso de manter um sistema
educacional capaz de traduzir, para o mundo da educação, as
competências profissionais demandadas pelo mundo do trabalho. Nessa
perspectiva, a base teórica que fundamenta a metodologia SENAI de
Educação Profissional está referenciada nos pressupostos defendidos
principalmente por Piaget, Ausubel, Vygotsky e Perrenoud. (SENAI, 2013)
Conforme citado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
foi criado em 22 de janeiro de 1942, pelo Decreto-Lei 4.048 do então
presidente Getúlio Vargas, com a missão de formar profissionais
para atuarem na indústria nacional.
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Há 75 anos, o SENAI tem buscado manter um sistema educacional
capaz de traduzir, para o mundo da educação, as competências
profissionais demandadas pelo mundo do trabalho.
Por exemplo, nos anos 1950 e 1960, prevaleceu a forma de
organização do trabalho baseado no modelo taylorista-fordista de
produção. Naquele contexto, os postos de trabalho requeriam
profissionais que pudessem executar com precisão determinada tarefa,
sem a necessidade do acesso a todo o sistema de produção e o
profissional não necessitava, para o eficiente desempenho de suas
respectivas tarefas, qualquer conhecimento que extrapolasse a rotina dos
atos para os quais estavam sendo treinados. (SENAI, 2013)
Em resposta a este cenário, o SENAI utilizava em suas ofertas
formativas a metodologia das Séries Metódicas Ocupacionais (SMOs),
isto é, um conjunto de Folhas Individuais de Instrução, baseadas na
análise ocupacional. Esse método possibilitava ao professor selecionar a
técnica de acordo com a capacidade e o grau de maturidade dos alunos
para a qualificação de trabalhadores com níveis relativamente baixos de
escolaridade. (PEREIRA, 2009)
Os procedimentos eram os seguintes: Uma dada profissão era
analisada e, neste processo, todas as suas tarefas esmiuçadas. Essas
operações elementares eram então aplicadas a uma sequência de
projetos práticos. O projeto inicial exigia a execução das operações mais
simples e o seguinte incorporava outros e repetia o primeiro.
Contudo, o panorama mundial mudou a partir da década de 70. As
transformações impostas pelo campo da tecnologia resultaram numa
radical reorganização da dinâmica social. Novos padrões de consumo e
novas formas de concorrência passaram a exigir do profissional novos
padrões produtivos.
A passagem do modo de produção taylorista-fordista para o
modelo de produção flexível, o toyotismo, passou a exigir um conjunto
complexo de conhecimentos e habilidades, muito além do tradicional
repertório descritivo das qualificações.
O SENAI percebeu então, enquanto instituição de ensino
profissionalizante, que as Série Metódicas Ocupacionais já não davam
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mais conta dessas novas demandas, tornando-se necessários novos
métodos de educação profissional que superassem o foco na execução
de uma determinada tarefa, pois o mundo do trabalho passou a requerer
um profissional com maior autonomia. Por esta razão, buscou planejar e
desenvolver suas ofertas formativas alinhadas às mudanças nas
profissões, adotando assim, a metodologia do ensino por competências.
(SENAI, 2013)
Hoje, além das competências técnicas, exige-se que um
profissional tenha iniciativa, autonomia, responsabilidade, capacidade de
decisão e, principalmente, saiba trabalhar em grupo.
É preciso também que este desenvolva a trabalhabilidade, que é a
capacidade que o indivíduo tem de gerar trabalho além do emprego. Diz
respeito às diversas formas de como transformar o conhecimento
adquirido em trabalho e renda. É como a pessoas e vê produzindo
economicamente, seja como empregado, consultor, empreendedor, enfim,
todas as múltiplas formas de trabalho. (SOUTO apud PATI, 2015)
O docente que atua com educação profissionalizante deve estar
preparado para desenvolver suas atividades alinhadas a esta realidade. É
neste contexto que a formação continuada para o docente ganha
destaque, especialmente em relação à temática do empreendedorismo,
pois sobre ele recai a responsabilidade de formar profissionais que, além
das competências técnicas, detenham habilidades como iniciativa,
autonomia, responsabilidade, capacidade de decisão e, principalmente,
saiba trabalhar em grupo.
O mundo do trabalho requer um profissional que domine não
apenas o conteúdo específico de uma atividade, mas que também
detenha capacidade crítica, autonomia para gerir seu próprio trabalho,
habilidade para atuar em equipe e solucionar criativamente situações
desafiadoras em sua área profissional. O formador deste perfil profissional
– o docente de educação profissionalizante – precisa estar preparado
para isso.
Portanto, a criação de um curso inovador, voltado para a temática
do empreendedorismo, para capacitar os docentes da educação
profissionalizante se justifica.
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O objetivo principal deste curso seria promover, entre os
educadores, iniciativas empreendedoras inovadoras no desenvolvimento
do processo de ensino e aprendizagem em sala de aula.
Este trabalho de conclusão de curso utilizará como cenário escolar
para a elaboração deste planejamento a FATECSENAI Campo Grande,
no Estado do Mato Grosso do Sul.
A FATECSENAI Campo Grande é uma das Faculdades de
Tecnologia do SENAI no Estado de Mato Grosso do Sul. Anteriormente, a
FATEC SENAI Campo Grande era conhecida como escola SENAI de
Campo Grande.
Foi fundada em 01 de fevereiro de 1949 e era subordinada ao
Departamento Regional de São Paulo (10º Região). A escola SENAI
iniciou as suas atividades de ensino com um Centro de Formação
Profissional (CFP), que possuía oficinas, refeitório, campo de futebol,
pátios, horta, internato com capacidade para 40 alunos, gabinete dentário
e ambulatório médico. (SENAI, 2017)
No ano da sua inauguração, a Escola começou a funcionar com os
seguintes cursos: Mecânico Serralheiro, Mecânico de Automóveis,
Carpinteiro, Eletricista e Ferreiro, cursos estes destinados a menores,
com idade compreendida entre quatorze e dezessete anos e meio,
funcionando no período matutino e vespertino. Em 17 de fevereiro de
1951, formou-se a primeira turma de jovens artífices, oriundos dos mais
diversos pontos do Estado.
Em 1960, houve a criação da Delegacia Regional de Mato Grosso,
com sede em Campo Grande.Em 1961, foi criado o curso preliminar com
série metódica própria, para alunos com idade de 13 a 14 anos, os quais
participavam de trabalhos práticos em metal e madeira, e recebiam aulas
teóricas de português, matemática, desenho e noções comuns. Em 1962,
era de 150 o número de aprendizes regularmente matriculados nesses
cursos.
Em 1965, começou-se a ofertar no período noturno cursos de
qualificação, destinados a alunos maiores de 16 anos. Por meio dessa
modalidade, os alunos adquiriam formação em determinada ocupação,
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visando à preparação de trabalhadores para o atendimento às
necessidades específicas de mão de obra.
Em 1977, houve criação do Departamento Regional de Mato
Grosso com sua sede em Cuiabá e, em 1980 foi articulada a criação do
Departamento Regional de Mato Grosso do Sul com sede em Campo
Grande.
Na década de 80, o Centro de Formação Profissional “Marechal
Rondon”, como passou a ser conhecida a escola SENAI à época, passou
a oferecer formação nas área de Metalmecânica, Artes Gráficas, Madeira
e Mobiliário, Mecânica Automotiva, Eletricidade e Eletrônica, Vestuário e
Segurança no Trabalho.
Além disso, nessa época, a unidade passou também a atuar
fortemente na modalidade de Aperfeiçoamento Profissional. Os cursos
oferecidos passaram a apresentar duração e conteúdos variáveis
conforme as necessidades do mercado de trabalho.
A primeira oferta de formação de habilitação profissional técnica de
nível médio ocorreu no ano 2000 com o curso em Eletrônica. A partir de
2004 passou a oferecer cursos técnicos nas áreas profissionais de
química, indústria e saúde, com os seguintes cursos técnicos: Técnico em
Química, Técnico em Eletrotécnica, Técnico em Mecânica com habilitação
Manutenção de Automóveis e Motor a Diesel, Técnico em Mecânica com
habilitação Máquinas e Motores, Técnico em Segurança no Trabalho,
Técnico em Alimentos.
Em 2008, o Centro de Formação Profissional Marechal Rondon
passou a hospedar a Faculdade de Tecnologia do SENAI Campo Grande
com o primeiro curso de Graduação Tecnológica em Processos
Gerenciais. E em 2010 o Centro de Formação Profissional Marechal
Rondon transformou-se definitivamente em Faculdade de Tecnologia
SENAI Campo Grande, contando com colaboradores das mais diversas
áreas de formação.
Em 2012 a FATEC SENAI Campo Grande oportunizou a oferta de
cursos EAD de Habilitação Profissional Técnica e Tecnológica ampliando
suas capacidades de interferência na melhoria e no desenvolvimento
social, econômico e cultural do Estado de Mato Grosso do Sul.
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Cabe salientar que a FATEC SENAI Campo Grande tem como
diretriz preparar mão de obra qualificada para a indústria, desenvolvendo
uma educação contínua e atuando como facilitador da aprendizagem,
mediante a utilização de metodologias e fundamentos pedagógicos
direcionados de forma a propiciar o crescimento e a valorização da
pessoa como um todo, contribuindo assim, para que seus alunos
ingressem no mundo do trabalho, cresçam dentro da profissão escolhida
e se realizem não só como bons profissionais, mas como cidadãos na
comunidade onde atuam.
Além disso, por meio do Departamento Nacional, as Unidades
Operacionais são incentivadas a fomentar entre os alunos, colaboradores
e docentes iniciativas em prol da inovação, por meio do desenvolvimento
de projetos, desde a concepção, planejamento, execução e demonstração
para a sociedade, com o objetivo de desenvolver a capacidade
empreendedora, a criatividade e o raciocínio lógico dos participantes. O
Desafio SENAI de Projetos Integradores e o INOVA SENAI são exemplos
de tais iniciativas.
Portanto, o cenário é propício. Ter esta instituição como pano de
fundo para a criação de um curso de capacitação para a promoção de
iniciativas empreendedoras inovadoras no desenvolvimento do processo
de ensino e aprendizagem em sala de aula é bem apropriado.
A seguir, será apresentado o referencial teórico que norteará o
planejamento do curso proposto por este trabalho de conclusão de curso,
apresentado como requisito requisitos necessários à obtenção do título de
Especialista em Educação Empreendedora.
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CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO
A prática docente é fruto de uma construção colaborativa de
conhecimentos didático-pedagógicos com o objetivo de desenvolver os
processos de ensino e aprendizagem, de forma integrada e
complementar.
Quando Vygotsky (2007) afirma que o homem se constitui por meio
das interações sociais que estabelece em uma determinada cultura, ele
então reconhece que a construção do conhecimento implica em uma ação
compartilhada.
O docente, em especial aquele que atua com a educação
profissionalizante, é o responsável pelo planejamento, organização e
aproximação da teoria à prática, tornando favorável ao desenvolvimento
de capacidades que compõem as competências de um perfil profissional.
Porém, sem apoio, torna-se difícil para o docente trabalhar utilizando a
metodologia de formação profissional baseada no desenvolvimento da
competência.
Com a legislação educacional vigente, é vital que a metodologia de
educação profissional esteja em sintonia. Para que isso ocorra, o docente
precisa romper com a visão tradicional de ensino, focada na reprodução
de conteúdos, no adestramento e na aprendizagem passiva do aluno. É a
necessidade de uma nova organização curricular com base no ensino por
competências.
Para Perrenoud (1999), a formação com base em competências
deve priorizar o processo de ensino e aprendizagem por meio da
proposição de estratégias desafiadoras no qual o aluno é provocado a
promover a resolução de problemas, a desenvolver projetos, de forma que
os conhecimentos possam ser trabalhados de forma contextualizada,
permitindo desta forma a relação da teoria com a prática.
O ensino profissionalizante com base em competências, devido às
suas características e metodologia, muito se alinha com a proposta de
uma educação empreendedora, pois além do desenvolvimento de
capacidades técnicas essenciais à atuação profissional, credita-se à
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formação profissional com base em competências o importante papel de
contribuir para a promoção da autonomia, criatividade e iniciativa, entre
outras capacidades.
Isso significa que deve haver maior preocupação com o
protagonismo do aluno como sujeito do processo de aprendizagem e do
docente como responsável pelo processo de ensino e pela mediação
dessa aprendizagem. (SENAI, 2013)
Nesta perspectiva, o papel do docente como mediador da
aprendizagem é essencial no sentido de incentivar nos seus alunos uma
atitude mais autônoma, criativa e reflexiva. Além disso, o docente deve
garantir uma avaliação formativa que favoreça a análise processual e
coletiva ao longo do processo de formação.
E a educação empreendedora implica justamente em estabelecer a
relação entre o sentido amplo e específico de educação, a relação
necessária deste sentido amplo e específico da educação com a
formação técnica e profissional e destas com a temática do
empreendedorismo, sempre relacionando-as aos campos social,
econômico, político e cultural.
Embora o uso do termo empreendedorismo geralmente esteja
associado à abordagem econômica, diversos estudiosos observam que as
características do empreendedor se resumem no “ser social”, que é o foco
da educação empreendedora, o que torna a abordagem do papel dos
docentes do ensino profissionalizante neste sentido de suma importância,
pois percebe-se nestes atores o potencial e a responsabilidade da
promoção deste capital social no território onde atuam, do
desenvolvimento de ações para fortalecimento do protagonismo local, do
desenvolvimento local e afins. (MELLO; ZARDO, 2016)
Para que isto ocorra, é fundamental que o docente que atua com
educação profissionalizante tenha condições de obter formação
continuada para se desimcumbir bem de seu papel, a saber de aproximar
teoria à prática, promovendo o tipo de educação demandada pelo o
mundo do trabalho.
Entretanto, esse é um campo ainda a ser explorado. Segundo
Brandt (2014), quando se observa as exigências para atuação docente no
-
23
ensino profissional tecnológico percebe-se certo descaso com essa
profissão no que tange à formação continuada, a qual muitas vezes é
considerada desnecessária e supérflua porque, para muitos profissionais,
o conhecimento específico é suficiente para a prática da docência.
A própria Lei de Diretrizes e Bases da educação não contempla em
seus artigos a formação continuada em relação ao docente da educação
profissionalizante. A Lei exige uma “capacitação permanente de
profissionais da educação” básica, no entanto, percebe‐se que a
formação mínima para os professores para atuar na educação profissional
tecnológica não está contemplada e muito menos sua formação
continuada.
Por formação continuada, pode-se definir como sendo o conjunto
de atividades desenvolvidas pelos professores em exercício com objetivo
formativo, realizadas individualmente ou em grupo, visando tanto ao
desenvolvimento pessoal como ao profissional, na direção de prepará‐los
para a realização de suas atuais tarefas ou outras novas que se
coloquem. (GARCIA, 1995, apud BRANDT, 2014)
A formação contínua dos professores encontra-se em vias de
institucionalização, mas está ainda à procura de seu lugar. Geralmente,
ela assume dois papéis: o da reciclagem, obrigatórias ou fortemente
recomendadas, ou aperfeiçoamento, que propõe todo o tipo de conteúdos
formativos, respeitando a liberdade de escolha. (TEXTOS
COMPLEMENTARES, 2017)
O ideal que esta formação continuada esteja num meio termo entre
reciclagem obrigatória e aperfeiçoamento de livre escolha, pois a
experiência tem demonstrado que os extremos não favorecem ao
desenvolvimento das competências na profissão do docente.
Uma solução possível seria o desenvolvimento da formação
contínua na própria instituição de ensino, em articulação com um projeto
(de pesquisa-ação, de inovação ou de formação), que resulte em um
produto específico, prático, a ser utilizado pelo docente, segundo sua área
de atuação.
Outra solução seria o uso de tecnologias educacionais, de
gamificação e de metodologias ativas de aprendizagem, que permitam ao
-
24
aluno o autogerenciamento do processo de formação, em que o mesmo
deixa de ser mero receptador de conteúdos e passa a assumir um papel
mais ativo na busca efetiva por conhecimentos relevantes aos problemas
e aos objetivos da aprendizagem. (MITRE et al, 2008)
O uso da internet na educação presencial aumenta a motivação, o
interesse e a comunicação do instrutor com os educandos e a
comunicação deles entre si, pois eles se sentem mais abertos, confiantes,
compartilham mais materiais, dúvidas e sugestões, aumentando assim as
conexões linguísticas, geográficas e interpessoais. (MORAN apud
GEBRAN, 2009)
A gamificação consiste em utilizar elementos encontrados em
jogos, como a interatividade, diversão, tentativa e erro, narrativa, sistema
de recompensas, competição, sistema de feedback, objetivos e regras
claras, em contextos diferentes de jogos, com a finalidade de obter o
mesmo grau de engajamento que se vê quando jogadores interagem
jogando. (ALVES, 2014)
Existem várias metodologias ativas de aprendizagem. Dentre elas,
tem-se a aprendizagem entre pares (peer instruction) e a utilização de
métodos de caso e simulações. Estas são algumas abordagens que
promovem a aprendizagem ativa.
A metodologia do peer instruction, proposta por Eric Mazur,
professor de Física da Universidade de Harvard, visa o entendimento e a
aplicabilidade dos conceitos, utilizando-se da discussão entre os alunos.
Diferentemente de uma aula tradicional, em que se faz perguntas
informais que normalmente envolve uns poucos alunos altamente
motivados, esta metodologia pressupõe questionamentos mais
estruturados, envolvendo todos os alunos, pois, exigirá de cada um a
aplicação os conceitos fundamentais que estão sendo apresentados, e,
em seguida, a explicação desses conceitos aos seus colegas. (MAZUR,
2007)
A metodologia de aplicação do “peer instruction” prevê o uso da
tecnologia durante as aulas para o cômputo instantâneo das respostas
para as questões projetadas, mediante dispositivos eletrônicos, de modo
que se o instrutor perceber que foi o baixo índice de acertos, abrirá
-
25
discussão entre colegas a respeito das respostas dadas. A vantagem é
que, ao invés de dar resposta puramente técnicas, esta abordagem
permitirá que os alunos entendam com mais rapidez os conceitos por
meio de uso de linguagem mais simples utilizada pelos alunos durante
esta discussão.
O peer instruction é trabalhado em uma série de etapas, cada uma
delas com um propósito específico. Um possível roteiro para aplicação da
metodologia seria com adição da sala de aula invertida, ou seja, que o
aluno tenha prévio acesso ao material do curso – impresso ou on-line − e
possa discutir o conteúdo com o professor e os demais colegas. Após
isso, a realização de um quizz, aula expositiva e dialogada (de 10 a 20
minutos), testes conceituais, conclusão e disponibilização de conteúdos
para a próxima aula.
Nessa perspectiva, a sala de aula se transforma em um espaço
dinâmico e interativo, permitindo a realização de atividades em grupo,
estimulando debates e discussões, e enriquecendo o aprendizado a partir
de diversos pontos de vista.
Tais sugestões são apresentadas neste contexto como formas de
aumentar a motivação dos docentes quando participarem em cursos de
formação continuada, aumentando a fixação das informações
apresentadas ali, fortalecendo a prática docente e elevando o nível de
satisfação profissional.
Por esta razão, o presente trabalho de conclusão de curso tem
como proposta a criação de um curso inovador voltado para o docente da
educação profissional para trabalhar a temática do empreendedorismo,
tem por público-alvo principal, o docente do SENAI do Departamento
Regional do Mato Grosso do Sul.
-
26
Capítulo 3 - Planejamento de um curso inovador para
professores do ensino profissionalizante
3.1. Apresentação
Um dos grandes desafios enfrentados pelas instituições de
formação profissional é preparar o trabalhador sob as perspectivas da
competência e polivalência, com o propósito de desenvolver suas
capacidades para compreensão e aplicação das bases gerais, técnicas,
científicas e socioeconômicas de uma área de atuação. O docente que
atua na educação profissionalizante precisa ter sua prática alinhada com
tais perspectivas.
O curso Práticas Docentes para a Disseminação da Cultura
Empreendedora proposto por este trabalho de conclusão da Pós-
graduação em Educação Empreendedora, será desenvolvido para
subsidiar as ações de formação continuada do docente e tem como
objetivo o alinhamento e atualização da prática docente com base em
contextos reais do mundo do trabalho.
A organização da oferta formativa tem como público-alvo os
docentes da FATEC SENAI Campo Grande, do Departamento Regional
do Estado de Mato Grosso do Sul.
3.2. Justificativa
Em tempos de globalização, a grande velocidade em inovações
necessita de profissionais que possuam com uma visão generalista e
conhecimento sistêmico.
Sendo assim, para que este profissional esteja preparado é
imprescindível que o mediador dos processos de ensino-aprendizagem, o
docente, tenha ferramentas e metodologias apropriadas para atender as
necessidades de qualificação de recursos humanos decorrentes das
atividades desenvolvidas na região em que se encontra sediado.
-
27
É neste ponto que se apoia a justificativa deste planejamento de
curso, pois a FATEC SENAI Campo Grande possui laboratórios
adequados e uma visão dinâmica acerca dos cursos que oferece.
Além disso, a conteudista deste planejamento obteve os subsídios
adequados acerca dos conhecimentos relativos à temática do
empreendedorismo, por meio da pós-graduação em Educação
Empreendedora e agora os materializa no material produzido a seguir.
3.3. Requisitos de Acesso ao Curso
Para acesso ao curso, o candidato deverá atender, entre outros, os
seguintes requisitos:
a) Ser docente da educação profissionalizante.
b) Ter disponibilidade para participar dos encontros
presenciais.
c) Efetuar matrícula no curso requerido.
3.4. Matriz de Referência
A matriz de referência apresentada abaixo foi desenvolvida a partir
do referencial teórico apresentado no curso de pós-graduação em
Educação Empreendedora. Além disso, tal documento foi submetido aos
Especialistas Pedagógicos do SENAI, que procederam à devida análise
para que os usuários possam usufruir de um documento condizente com
as demandas de formação continuada dos docentes desta instituição.
A seguir, a Matriz de Referência que apresenta o curso Práticas
Docentes para a Disseminação da Cultura Empreendedora, com suas
respectivas Unidades Curriculares e cargas horárias, além de representar
graficamente a composição do curso.
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Tabela 1 – Matriz de Referência
Curso: Práticas Docentes para a Disseminação da Cultura
Empreendedora
Carga
Horária (H)
UC 1 – Dissipando a dualidade no ensino para disseminar a cultura empreendedora
40
UC 2 – O Docente e as atitudes empreendedoras 60
UC 3 – Ferramentas Metodológicas para a Disseminação da Cultura Empreendedora em sala de aula
150
UC 4 – Práticas Docentes para disseminar a cultura empreendedora em sala de aula
150
TOTAL 400
Fonte – Elaboração própria.
3.5. Proposta metodológica e o aspecto inovador do curso
A metodologia aplicada a este curso tem como referência a
Metodologia SENAI de Educação Profissional e a proposta pedagógica do
curso de Especialização em Educação Empreendedora da PUC-Rio.
A Metodologia SENAI de Educação Profissional tem como
princípios norteadores a aprendizagem mediada, a interdisciplinaridade, a
contextualização, o desenvolvimento de capacidades que sustentam
competências, a ênfase no aprender a aprender, a aproximação da
formação ao mundo real, ao trabalho e às práticas sociais, a integraço
entre teoria e prática, a avaliação da aprendizagem com função
diagnóstica e formativa como condição para a aprendizagem significativa.
(SENAI, 2013)
O Curso de Especialização de Educação Empreendedora propôs
estabelecer uma relação entre o sentido amplo e específico de Educação,
sua relação necessária com a formação técnica e profissional e destas
com a Educação Empreendedora, sempre referidas aos campos social,
econômico, político e cultural. (PUC-RIO, 2016)
-
29
O aspecto inovador deste curso é que tais princípios norteadores
se concretizarão por meio de Situações de Aprendizagem, que são
atividades desafiadoras propostas aos alunos, nas quais devem
solucionar problemas, tomar decisões, testar hipóteses ou aplicar o que
aprenderam a outros contextos, em conjunto com o uso de tecnologias
educacionais. Tais Situações de Aprendizagem serão o fio condutor do
curso e oportunizarão o "aprender fazendo", sempre com a mediação de
um docente.
Deverá ser desenvolvido para este curso um aplicativo a ser
instalado em smartphones que possuam sistema operacional Android ou
IOS. Neste aplicativo, será realizado a gamificação desta oferta formativa,
seguindo a metodologia peer instruction, com a criação de uma Situação
de Aprendizagem em forma de jogo, denominada “Sou Docente
Empreendedor!”.
Este jogo contará com etapas que permeiam todas as Unidades
Curriculares, a serem desenvolvidas nos encontros presenciais, bem
como, à medida que o docente for se apropriando dos conhecimentos
fornecidos teoricamente, terá etapas a cumprir na prática em suas salas
de aula, realizando o registro disso no aplicativo.
Antes dos encontros, serão disponibilizados no aplicativo os
conteúdos a serem lidos pelos alunos bem como três ou quatro questões
– um quizz – que os estudantes terão de responder antes da aula. Tais
perguntas têm por objetivo conduzir a leitura para que os alunos saibam o
que é relevante na Unidade Curricular cursada.
Quando instrutor do curso realizar a avaliação dessas questões,
obterá a informação se, de fato, os alunos realizaram o estudo anterior à
aula, perceberá o que os alunos não entenderam do conteúdo e a aula é
baseada justamente nos conceitos que geraram dúvidas.
O objetivo é que estas estratégias de aprendizagem promovam
uma mudança totalizadora do indivíduo, utilizando instrumentos
metodológicos provocadores da intermediação e interação
professor/aluno e seu objeto de estudo, numa abordagem didática de
ensino respaldada nos princípios da construção e reconstrução dos
-
30
conhecimentos, numa perspectiva de autonomia, criatividade, consciência
crítica e ética.
O desenvolvimento de competências supõe a adoção de
metodologia centrada no sujeito que aprende, criando condições e
situações desafiadoras para que ele construa o seu próprio conhecimento
na interação com o meio, através de experiências concretas, numa
relação teoria e prática, que permita apropriar-se não só do conteúdo,
mas, a partir dele, Aprender a Aprender:
• Aprender baseando-se em hipóteses, a partir do
questionamento de suas necessidades reais;
• Aprender para melhorar seu ambiente, suas condições de
vida, suas relações sociais, portanto, um ensino crítico e
criativo da realidade.
A possibilidade de integrar teoria e prática proporcionará ao aluno
vivenciar situações e experiências reais, similares ao contexto nos quais
estão inseridos como educadores do ensino profissionalizante,
possibilitando a aplicação dos conhecimentos que estão sendo
construídos ao longo do curso, constituindo-se em verdadeira prática
profissional orientada para docentes.
3.6. Detalhamento das Unidades Curriculares
Abaixo relacionado, o detalhamento das Unidades Curriculares:
Objetivo Geral e Conhecimentos.
Objetivo Geral:
Esta unidade curricular visa ampliar o conceito de
empreendedorismo além do senso comum (que empreendedorismo tem a
ver apenas com o empreendedor que abre seu próprio negócio) e
desmistificar a dualidade do ensino (que ensino técnico deva só se
preocupar em desenvolver habilidade técnicas, sem preparar indivíduo
UC 1 – Dissipando a dualidade no ensino para disseminar a
cultura empreendedora – 40 horas
-
31
para a vida, trabalhando as atitudes, enquanto o ensino superior ocupa-se
com o isso, com o desenvolvimento intelectual dos indivíduos, dividindo-
os em classes: uma tarefeira e outra pensante).
Conhecimentos:
A história do ensino do empreendedorismo.
A cultura empreendedora no Brasil e no mundo.
Empreendedorismo e suas tipologias.
Objetivo Geral:
Esta unidade curricular deverá ser para a sensibilização dos
docentes do papel dos mesmos como disseminadores da cultura
empreendedora, por buscar o autoconhecimento e reconhecer-se como
um docente empreendedor.
Conhecimentos:
A influência do docente da educação profissionalizante no
desenvolvimento da competência do trabalhador.
Relação do ensino do empreendedorismo com o ensino por
competências.
O docente como disseminador da cultura empreendedora.
Objetivo Geral:
Esta Unidade Curricular visa apresentar experiências na utilização
de metodologias utilizadas para o desenvolvimento e disseminação da
cultura empreendedora.
Conhecimentos:
Como gamificar conteúdos.
Construindo situações de aprendizagem desafiadoras.
Compartilhando experiências na disseminação da cultura
empreendedora.
UC 2 - O Docente e as atitudes empreendedoras – 60 horas
UC 3 – Ferramentas Metodológicas para a Disseminação da
Cultura Empreendedora em sala de aula – 150 horas
-
32
Objetivo Geral:
A ênfase nesta Unidade Curricular será no “aprender fazendo”.
Docentes deverão testar os conhecimentos adquiridos nas Unidades
Curriculares anteriores e compartilhar os resultados obtidos por meio do
aplicativo criado para este fim. Esta Unidade Curricular contemplará
etapas que ocorrerão concomitante com as demais Unidades.
Conhecimentos:
Testando conhecimentos na prática: SWOT, CANVAS, CAV,
Design Thinking, Técnicas de Apresentação (Narrativa,
Storytelling).
Preparando um Seminário de Conclusão.
Produzindo um material escrito, que servirá de guia a outros
docentes, relatando a aplicação das estratégias utilizadas ao longo
do curso para a disseminação da cultura empreendedora na área
de atuação na qual ministra aulas.
A seguir, serão detalhadas as etapas, mediações e avaliações
previstas.
3.7. Mediações previstas
Conforme já mencionado, o curso será conduzido por meio de
Situações de Aprendizagem que oportunizarão o "aprender fazendo",
utilizando estratégias como estudo de caso, projeto, situação-problema e
pesquisa, podendo ser realizadas individualmente, em pequenos grupos
ou com toda a turma, por meio de um aplicativo que contenha etapas da
Situação de Aprendizagem denominada “Sou Docente Empreendedor!”.
No cumprimento das etapas desta Situação de Aprendizagem será
enfatizado que o docente em formação coloque em prática em sua sala
de aula, documentado isso no aplicativo, gerando pontuação tanto para o
objetivo lúdico do jogo, bem como para o de certificação.
UC 4 – Práticas Docentes para disseminar a cultura
empreendedora em sala de aula – 150 horas
-
33
É a Unidade Curricular 4, Práticas Docentes para Disseminar a
Cultura Empreendedora em Sala de Aula, de 150 horas, que deverá
ocorrer concomitante às demais Unidades, pois esta terá como princípio
norteador o aspecto do “aprender fazendo”. Das 150 horas previstas, 90
horas deverão ser realizada concomitante às Unidades Curriculares
anteriores, mediante o uso do aplicativo.
A seguir, será apresentada as unidades de competência, o
detalhamento das inter-relações que as unidades curriculares mantêm ao
longo do curso, as indicações mínimas quanto ao planejamento docente
em relação aos recursos e ambientes pedagógicos, as mediações
previstas e a avaliação da aprendizagem.
3.7.1. Relação das Unidades de Competência
A Competência Geral e as Unidades de Competências a serem
desenvolvidas ao longo do curso são as seguintes:
Tabela 2 – Unidades de Competência.
Competência Geral
Aplicar e manter atitudes e procedimentos
pedagógicos para disseminação da cultura
empreendedora.
Unidade de
Competência 1
Desenvolver atitudes e procedimentos pedagógicos
para a disseminação da cultura empreendedora.
Unidade de
Competência 2
Aplicar procedimentos pedagógicos para a
disseminação da cultura empreendedora por meio
da prática docente.
Unidade de
Competência 3
Manter atitudes e procedimentos pedagógicos que
disseminam a cultura empreendedora.
Fonte – Elaboração própria.
-
34
3.7.2. Detalhamento das inter-relações das unidades
curriculares
A tabela abaixo demonstrará as competências, o detalhamento dos
conhecimentos, critérios de avaliação, estratégias de ensino e
intervenções mediadoras, indicações mínimas para planejamento do
docente quanto aos recursos e ambientes pedagógicos e os instrumentos
e técnicas de avaliação.
-
35
Tabela 3 - Conhecimentos, Critérios de Avaliação, Estratégias de Ensino e Intervenções Mediadoras.
Unidade Curricular
Unidade de
Competência
Critério de
Avaliação
Conhecimentos
Estratégias de ensino e aprendizagem e
Intervenção mediadora
Técnicas e instrumentos de
avaliação
Recursos
didáticos
CH
UC 1: Ampliar o conceito de empreendedorismo além do senso comum e desmistificar a dualidade do ensino.
UC 1: Desenvolver atitudes e procedimentos pedagógicos para a disseminação da cultura empreendedora
Compreensão dos conhecimentos abordados nesta etapa.
Identificação dos itens críticos descritos em relação ao senso comum e o que realmente é empreendedorismo.
Verificação das relações de causa/efeito que produziram a dualidade do ensino.
A história do ensino do empreendedorismo.
A cultura empreendedora no Brasil e no mundo.
Empreendedorismo e suas tipologias.
Leitura e estudos de artigos relacionados à temática, com antecedência.
Esclarecimentos de dúvidas computadas pelas respostas dadas por meio de quizz a ser realizado no aplicativo, mediante aula expositiva e discussão aos pares.
Aplicação de uma Avaliação Diagnóstica (intitulada “Qual o seu perfil empreendedor?”) por meio do cumprimento da Etapa 1 da Situação de Aprendizagem “Sou docente Empreendedor!”, no aplicativo do Curso, no qual o instruendo deverá montar seu perfil e fazer o registro das primeiras impressões do curso e responder perguntas programadas no aplicativo para descobrir qual seu perfil empreededor.
Verificação do desempenho dos alunos sobre os conhecimentos abordados nesta atividade através do feed de atividades enviadas pelos docentes através do aplicativo instalado nos smartphones.
Artigos, Textos, imagens, vídeos, animações interativas abordando os conhecimentos desta unidade curricular.
Pesquisa na internet dos conhecimentos abordados nesta unidade curricular.
Instalação do Aplicativo no celular.
40
(mais 10 horas
referente à Unidade
Curricular 4.)
-
36
Unidade Curricular Unidade de
Competência
Critério de
Avaliação
Conhecimentos
Estratégias de ensino
e aprendizagem e Intervenção mediadora
Técnicas e
instrumentos de avaliação
Recursos
didáticos
CH
UC 2: Sensibilizar docentes quanto ao papel de disseminadores da cultura empreendedora, por buscar o autoconhecimento e reconhecer-se como um docente empreendedor.
UC 1 e 2: - Desenvolver atitudes e procedimentos pedagógicos para a disseminação da cultura empreendedora e - Aplicar procedimentos pedagógicos para a disseminação da cultura empreendedora por meio da prática docente.
Compreensão dos conhecimentos abordados nesta etapa.
Identificação dos itens críticos descritos em relação a aplicar e manter atitudes e procedimentos pedagógicos para disseminação da cultura empreendedora.
A influência do docente da educação profissionali zante no desenvolvimento da competência do trabalhador.
Relação do ensino do empreendedorismo com o ensino por competências.
O docente como disseminador da cultura empreendedora.
Esclarecimentos de dúvidas computadas pelas respostas dadas por meio de quizz a ser realizado no aplicativo, mediante aula expositiva e discussão aos pares.
Cumprimento da etapa 2 da Situação de Aprendizagem “Sou docente Empreendedor!”, no aplicativo do Curso, no qual o docente será desafiado a desenvolver uma situação de aprendizagem estimulante para seus alunos sobre a temática “Planejamento Estratégico de Vida e Carreira”, colocar em prática em sala de aula, fazendo o registro disto por meio de fotos e vídeos. Esta Situação de Aprendizagem deverá conter uma etapa de sensibilização dos alunos quanto à temática, a orientação quanto à utilização da Ferramenta Matriz SWOT para mapeamento ambiental, análise de cenários e desenvolvimento de estratégias.
Verificação do desempenho dos alunos sobre os conhecimentos abordados nesta atividade.
Verificação da pontuação do docente em relação às atividades avaliativas constantes do aplicativo.
Artigos, Textos, imagens, vídeos, animações interativas abordando os conhecimentos desta unidade curricular.
Pesquisa na internet dos conhecimentos abordados nesta unidade curricular.
Utilização do Aplicativo no celular para cumprir etapa 2 da Situação de Aprendizagem.
60
(mais 20 horas referente à
Unidade Curricular 4)
-
37
Unidade Curricular Unidade de
Competência
Critério de
Avaliação
Conhecimentos
Estratégias de ensino e aprendizagem e
Intervenção mediadora
Técnicas e
instrumentos de avaliação
Recursos
didáticos
CH
UC 3: Apresentar experiências na utilização de metodologias para o desenvolvimento e disseminação da cultura empreendedora.
UC 3: Manter atitudes e procedimentos pedagógicos que disseminam a cultura empreendedora
Compreensão dos conhecimentos abordados nesta etapa.
Identificação dos itens críticos descritos nas experiências de utilização das metodologias para o desenvolvimento e disseminação da cultura empreendedora.
Como gamificar conteúdos.
Construindo situações de aprendizagem desafiadoras.
Compartilhando experiências na disseminação da cultura empreendedora.
Esclarecimentos de dúvidas computadas pelas respostas dadas por meio de quizz a ser realizado no aplicativo, mediante aula expositiva e discussão aos pares.
Etapa 3: Após aplicar SWOT em sala de aula e registrar os resultados no aplicativo, é chegada hora de orientar docentes a cumprir mais um desafio do game do aplicativo: apresentar aos alunos as metodologias de modelagem, planejamento, prototipagem, execução e apresentação de projetos e/ou negócios (CANVAS, Design Thinking)> O desafio será incentivar os alunos a realizar o planejamento de abertura de um negócio inovador, mediante pesquisa de cenários/tendências, ou a criação ou melhoria de produtos/serviços e registrar o cumprimento
desta etapa no aplicativo.
Verificação do desempenho dos alunos sobre os conhecimentos abordados nesta atividade através do feed de atividades enviadas pelos docentes através do aplicativo instalado nos smartphones.
Artigos, Textos, imagens, vídeos, animações interativas abordando os conhecimentos desta unidade curricular.
Pesquisa na internet dos conhecimentos abordados nesta unidade curricular.
Instalação do Aplicativo no celular.
150
(mais 60 horas
referente à Unidade
Curricular 4.)
-
38
Unidade Curricular Unidade de
Competência
Critério de
Avaliação
Conhecimentos
Estratégias de ensino
e aprendizagem e Intervenção mediadora
Técnicas e
instrumentos de avaliação
Recursos
didáticos
CH
UC 4: Testar os conhecimentos adquiridos nas Unidades Curriculares anteriores e compartilhar os resultados obtidos por meio do aplicativo criado para este fim.
UC 2 e 3:
- Aplicar procedimentos pedagógicos para a disseminação da cultura empreendedora por meio da prática docente e - Manter atitudes e procedimentos pedagógicos que disseminam a cultura empreendedora
Compreensão dos conhecimentos abordados nesta etapa.
Identificação dos itens críticos descritos em relação a aplicar e manter atitudes e procedimentos pedagógicos para disseminação da cultura empreendedora.
Testando conhecimentos na prática: SWOT, CANVAS, CAV, Design Thinking, Técnicas de Apresentação (Narrativa, Storytelling).
Preparação de um Seminário de Conclusão.
Desenvolvimento de um produto: aluno deverá nesta Unidade Curricular produzir um material escrito apresentando as estratégias utilizadas para a disseminação da cultura empreendedora em sala de aula, de acordo com a área de formação que docente ministra as aulas.
Esclarecimentos de dúvidas dos conteúdos por meio de aula expositiva e dialogada.
Cumprimento da última etapa da Situação de Aprendizagem “Sou docente Empreendedor!”, no aplicativo do Curso, no qual o docente deverá reunir os registros realizados no Aplicativo e apresenta-los em um Seminário, utilizando técnicas de apresentação (narrativa, storytelling, etc.).
Produção de material escrito: Relatório das atividades e estratégias aplicadas em sala de aula para a disseminação da cultura empreendedora, de acordo com a área de atuação do docente.
Verificação do desempenho dos alunos sobre os conhecimentos abordados nesta atividade.
Verificação da pontuação do docente em relação às atividades avaliativas constantes do aplicativo.
Apresentação de Seminário.
Entrega do trabalho final.
Artigos, Textos, imagens, vídeos, animações interativas abordando os conhecimentos desta unidade curricular.
Pesquisa na internet dos conhecimentos abordados nesta unidade curricular.
Utilização do Aplicativo no celular para cumprir etapa 2 da Situação de Aprendizagem.
150 (sendo que 90 horas destas já
foram realizadas concomitante
com as demais Unidades
Curriculares.)
Fonte – Elaboração própria.
-
39
A seguir, será detalhado o processo de avaliação da aprendizagem
a ser utilizada nesta formação continuada de docentes do ensino
profissionalizante.
3.7.3. Avaliação da Aprendizagem
No processo da aprendizagem, a avaliação deve possibilitar ao
aluno o acompanhamento do seu próprio processo de construção do
conhecimento, levando-o a estabelecer relações entre o que já sabe e o
novo aprender, reconhecer seus avanços, dificuldades, reorganizando seu
saber na busca de conceitos superiores.
Por esta razão, o uso do aplicativo se faz apropriado para este
curso, pois permitirá ao aluno observação direta de seu desempenho bem
como sua autoavaliação. Além disso dará ao instrutor do curso a
possibilidade de acompanhar o desenvolvimento de cada instruendo na
construção dos conhecimentos, habilidades e atitudes propostas pela
metodologia aplicada.
Através das etapas concluídas no aplicativo, para a verificação da
aprendizagem na formação do aluno, deverá ser utilizado avaliação
diagnóstica, formativa e somativa, sendo:
Diagnóstica: permite detectar a existência ou não de pré-
requisitos necessários;
Formativa: tem a função de promover melhorias ao longo da
aprendizagem;
Somativa: consiste no fornecimento de informações finais
sobre o processo, envolvendo tomada de decisão.
Será considerado concluinte do curso o aluno que, ao final de cada
unidade curricular e com a entrega do relatório, obtiver conceito final igual:
O = Ótimo;
MB = Muito Bom;
B = Bom.
Será considerado não apto, o aluno que obtiver em cada unidade
curricular do módulo conceito final igual a R = Regular.
-
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ser docente de educação profissionalizante é mais que apenas um
trabalho secular. Atuar na educação profissional significa viabilizar sonhos
de pessoas, famílias inteiras. Quando o aluno recebe um certificado de
um curso de habilitação técnica, de uma qualificação, ele recebe as
chaves para um mundo de oportunidades que dignificarão a ele próprio,
bem como aqueles a quem ele ama e quer bem.
Quando um docente valida, por meio do seu trabalho de mediador
nos processos de ensino-aprendizagem, a competência de um
profissional, ali se materializa aquela frase tão conhecida: “O trabalho
dignifica o homem”. Fazer parte desta conquista de uma pessoa é,
deveras, muito emocionante! E o docente não pode perder de vista este
seu papel.
Mas para que ele continue com esta visão de seu próprio trabalho,
é fundamental que este docente esteja motivado. Este trabalho de
conclusão de curso enfatizou que, para melhorar a qualidade e a
motivação do professor, dentre outras medidas necessárias, a formação
contínua é fundamental.
Como visto neste trabalho de conclusão de curso, há muito campo
para a melhora no qua tange a desenvolver programas de formação
continuada para os docente que atuam na educação profissionalizante.
Por isso, iniciativas como esta, proposta pela coordenação do curso de
Pós-graduação em Educação Empreendedora, são relevantes para a
valorização e fortalecimento destes docentes.
Procurou-se neste planejamento de curso alinhar teoria e prática
docente, por desenvolver uma metodologia interativa, que facilitasse a
troca de informações acerca das experimentações realizadas ao longo do
curso, por meio de um aplicativo criado especialmente para atender esta
demanda. Resta agora colocar em prática o que aqui foi apresentado
como um planejamento de curso inovador de formação continuada, para
colher os benefícios do que fora vivenciado nestes dois anos de curso de
Especialização em Educação Empreendedora.
-
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Flora. Gamification: como criar experiências de
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