jornal laboratório fala sério

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RIO BRANCO-AC, NOVEMBRO DE 2010 ANO 5 - NÚMERO 6 FALA SÉRIO JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO IESACRE Lar dos Vicentinos pede socorro PÁGINA 5 O Lar dos Vicentinos, entidade mantida pela Sociedade São Vicen- te de Paulo está enfrentando dificuldades para atender cerca de 50 internos. A instituição que teve ao longo dos anos seu nome utilizado por políticos com intenção de se promover, hoje se encontra totalmente esquecida por seus fundadores, pelo governo e pela própria sociedade. Igarapé Judia pode se transformar em esgoto a céu aberto Fonte de água doce para cerca de 50% da cidade de Rio Bran- co e utilizado por moradores próximos de suas margens para regar plantações, o Igarapé Judia vem sofrendo ao longo dos anos com a poluição e corre sério risco de “morrer” em poucos anos se nenhuma medida de urgência for tomada pelas autoridades. PÁGINA 4 Amor pelo esporte leva cadeirantes a superar limites PÁGINA 3 Mulher conquista espaço na política com eleição de Dilma PÁGINA 7 Coluna mostra os fatos de 2010 PÁGINA 8 SILVIANA AMARAL NILDA MARKS CIRLENE REINO Lar Ester ajuda vítimas de abuso e exploração sexual PÁGINA 2 Jogadores da Federação Acreana de Basquete de Cadeirantes superam limites com o esporte Banheiro inadequado para internos é um dos problemas do Lar dos Vicentinos Poluição na nascente pode acabar com o Igarapé Judia

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Fala Sério - Jornal Laboratório do curso de Jornalismo do Instituto de Ensino Superior do Acre (Iesacre). Edição nº 6, novembro de 2010.

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Page 1: Jornal Laboratório Fala Sério

RIO BRANCO-AC, NOVEMBRO DE 2010 ANO 5 - NÚMERO 6

FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

Lar dos Vicentinos pede socorro

Página 5

O Lar dos Vicentinos, entidade mantida pela Sociedade São Vicen-

te de Paulo está enfrentando dificuldades para atender cerca de 50 internos. A instituição que teve ao longo dos anos seu

nome utilizado por políticos com intenção de se promover, hoje se encontra totalmente esquecida por seus fundadores, pelo governo e pela própria sociedade.

Igarapé Judia pode se transformar em esgoto a céu abertoFonte de água doce para cerca de 50% da cidade de Rio Bran-co e utilizado por moradores próximos de suas margens para regar plantações, o Igarapé Judia vem sofrendo ao longo

dos anos com a poluição e corre sério risco de “morrer” em poucos anos se nenhuma medida de urgência for tomada pelas autoridades.

Página 4

Amor pelo esporte leva cadeirantes a superar limites

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Mulher conquista espaço na política

com eleição de DilmaPágina 7

Coluna mostra os fatos de 2010

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Lar Ester ajuda vítimas de abuso e exploração sexual

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Jogadores da Federação acreana de Basquete de Cadeirantes superam limites com o esporte

Banheiro inadequado para internos é um dos problemas do Lar dos Vicentinos

Poluição na nascente pode acabar com o igarapé Judia

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Campus Cidade UniversitáriaBR 364 Km 02 - Alameda Hungria, 200 Jardim

Europa II - CEP. 69.911-900Rio Branco - Acre - (68) 3302-7070

Afra Maria de Souza Diretora Acadêmica

Marco Antônio BrandãoDiretor Executivo de Assuntos

Acadêmicos

Jucilene ArmaniGerente do Departamento de

Comunicação (Decom)

Evaldo Pereira RibeiroCoordenador do curso de Jornalismo

Jornalista Responsável: Professora Janine da Silva Brasil Correa

Registro Profissional 28.509 DRT/RJ

FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

Vítimas de abuso e exploração sexual recebem atendimento

Crianças e adolescentes sofrem agressão física e moral todos os dias. De

acordo com o Núcleo de Atendi-mento à Criança e ao Adolescente Vítima (Nucria), só na cidade de Rio Branco, no ano de 2010, foram registrados 135 casos de fatos ilícitos tipificados como crimes sexuais, cometidos con-tra menores. Mas, muitas vezes, por medo, vergonha ou falta de informação eles não denunciam o agressor, de maneira que torna-se quase impossível receberem ajuda.

Foi o que aconteceu com Pâ-mela Camargo, que ainda crian-ça, aos seis anos foi abusada pela primeira vez por seu padrasto. Segundo ela, no início nem en-tendia o que estava acontecendo, mas com o decorrer do tempo, tentou por várias vezes por um fim naquela situação, mas vivia sob constantes ameaças.

O agressor dizia que se ela contasse o que estava acontecen-do a alguém, ele mataria sua mãe e suas duas irmãs. Pâmela, por medo, manteve-se calada até seus 15 anos, quando descobriu que a irmã, que ela tentava proteger, estava grávida, também vítima de abuso sexual e pela mesma pessoa.

Foi quando, enfim, quebrou o silêncio e decidiu buscar ajuda. Logo após a denúncia foi enca-minhada juntamente com suas

irmãs à casa Lar Ester. “Estou aqui há cinco anos, com uma nova história, agora sou casada, missionária e sonhando com um futuro melhor para mim e para todas as meninas que eu posso ajudar a vencer da mesma forma que eu venci”, conclui Pâmela, agora com um belo sorriso.

O Lar Ester é uma casa abrigo que recebe meninas em situação de risco social, as quais foram vítimas de abuso ou exploração sexual. A Casa objetiva a res-tauração psicológica, emocio-nal, física e espiritual, a fim de reinseri-las no âmbito familiar. Esta iniciativa, que partiu da Jo-cum (Jovens com uma missão), teve início no ano de 2002, e desde então centenas de crianças e adolescentes tiveram a chance de conhecer novos princípios de vida.

Segundo Pâmela Camargo, que hoje é subdiretora da institui-ção, em média, o ambiente recebe cerca de 80 meninas por ano. Cada uma delas tem a oportuni-dade de desenvolver atividades que as preparam para um futuro profissional com êxito. Entre os cursos oferecidos estão o de tea-tro, dança, libras, corte e costura, informática, entre outros. Todo trabalho desenvolvido na casa é feito por voluntários, que dedi-cam tempo, respeito e carinho à meninas que antes desconheciam tais valores.

Parceria entre Uninorte e FGV inicia com três cursosn A parceria entre a Uninorte e a Fundação Getulio Vargas (FGV) para a realização de cur-sos MBA no Acre começa com a oferta de três cursos: MBA em Gerenciamento de Projetos, MBA em Direito Tributário e

MBA em Gestão Empresarial. Os interessados em participar

de um dos cursos podem realizar a inscrição na Coordenação de Pós-graduação da Uninorte ou obter informações através do telefone 3302-7052. As aulas

dos cursos acontecerão em módulos mensais, sendo as aulas nas quintas, sextas e sábados com professores da FGV. O processo seletivo será realizado através de avaliação curricular.

A Fundação Getulio Var-gas é um centro de ensino de qualidade e excelência que dedica seus esforços ao de-senvolvimento intelectual do país. Sua política de promoção e incentivo à produção e ao aperfeiçoamento de ideias, dados e informações faz da FGV uma das mais impor-tantes instituições no cenário nacional e internacional, além de possibilitar a formação de cidadãos éticos, cientes de suas responsabilidades como agentes transformadores da sociedade.

Diretores da Uninorte, Samantha Ferreira, afra Souza, Ricardo Leite e Silvio Badenes da FgV

Por Crislei Souza e Rafaella Bayma

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Pâmela Camargo (à esquerda) enfrentou o abuso do padrastro, mas denunciou às autoridades; hoje é subdiretora do Lar Ester que atua na proteção de meninas em situação de risco social (acima)

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3FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

Amor pelo esporte ajuda a superar limites

Superação, palavra de força que transmite valores. É dessa forma que os joga-

dores de basquete de cadeirantes definem a prática que é pouco conhecida em Rio Branco. Os jogadores são portadores de necessidades especiais para locomoção, e através do jogo mostram que levam vantagem quando o assunto é disciplina e esforço físico para conseguir a vitória.

O treino de basquetebol sobre rodas acontece três vezes por semana às 19 horas na quadra de esportes do Colégio Acreano. Os jogadores mantêm essa rotina há pouco mais de três anos. O time, em janeiro deste ano, passou a ser conhecido como Federação Acreana de Basquete de Cadei-rantes.

A situação de uma mãe, que com oito meses de gravidez foi aconselhada pelo médico-obste-tra a fazer um aborto, porque o filho que gerava no ventre pos-suía varias doenças congênitas, e não sobreviveria após o parto. Essa mesma mãe fala com emo-ção o que sente ao ver o seu filho atualmente com 15 anos jogando basquetebol sobre uma cadeira de rodas. “É gratificante ver que Elizeu melhorou na auto-estima e no condicionamento físico. Ele

descobriu que pode fazer algo, tornou-se independente”. Dona Francelina Pereira como mãe atenciosa está sempre presente no treino do filho.

Elizeu Junior indagado sobre qual a sensação que ele sentia quando estava na quadra, jogan-do corpo a corpo com os seus adversários, abriu um enorme sorriso, e respondeu “é muito bom”. E ainda exibiu com orgu-lho vários troféus de campeona-tos que venceu.

O basquetebol sobre rodas exige todas as habilidades do basquetebol convencional, isto é, uma técnica apurada dos fun-damentos e um bom condiciona-mento físico, além de raciocínio e reflexos rápidos, acrescentados por uma característica importan-te que é uma alta habilidade no manejo da cadeira de rodas.

Na quadra onde acontecia o treinamento, havia um rapaz de 29 anos, cabelos escuros, braços fortes, de feições marcantes. Seu nome é Raimundo Rocha. Ele tinha o total domínio de sua coordenação motora, corria, pulava, poderia fazer qualquer movimento com as pernas, até que um dia ao chegar em casa, deparou-se com um sujeito estranho. Logo percebeu que tratava-se de uma tentativa de assalto: Raimundo, com 20 anos de idade acabava de perder a sensibilidade dos membros in-

feriores, após os tiros atingirem sua coluna vertebral.

Raimundo conta que o bas-quete transformou-se em uma opção de vida. Foi através do esporte e o convívio com os cole-gas do time, que sentiu-se capaz de continuar batalhando por seus sonhos. “O basquetebol causou vários benefícios em todos os aspectos, na parte física e psico-lógica, pois antes de praticar o

Por Elissandra Barrozo, Cirlene Reino e Luciano Cezário

esporte eu ficava em casa, com depressão, a partir do momento em que conheci o basquete de ca-deira de rodas mudou totalmente a minha vida”.

A Federação Acreana Bas-quete de Cadeirantes, passa por dificuldades financeiras com a falta de verbas para manter os jogadores nas competições. Há pouco tempo o time trouxe para Rio Branco o troféu de

segundo lugar no Campeonato Rondoniense de Basquete de Cadeirantes.

Assistir a uma partida de bas-quete de cadeirantes é uma cena que não existem palavras para descrevê-la. Este texto poderia ser encerrado com uma narrativa do jogo desses vencedores, mas o melhor é viver essa experiência ao vivo para sentir a emoção da superação.

Elizeu Junior recebe o carinho da mãe e de sua irmã antes do início do treinamento

Jogadores da Federação acreana de Basquete de Cadeirantes

em momento de descontração

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4 FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

Revitalizaçãon O que hoje era para ser um trabalho de revitalização de todo o manancial está apenas com um trabalho de levantamento de dados, diagnóstico, para então ser sistematizado, e deste modo, po-der procurar parcerias e executar o projeto.

Para o coordenador de Meio ambiente de Senador Guiomard, o Engenheiro Agrônomo Henri-que Cardoso, essa é uma situação extremamente delicada. “O maior problema que eu vejo são aquelas redes que o Deracre cria para esco-ar a água da chuva e o pessoal faz ligação clandestina do esgoto. En-tão as pessoas ao invés de fazerem fossas nas casas deles, quebram a tubulação do Deracre. O que era para ser só a água da chuva, vem cheia de dejetos, e esse é o maior problema atualmente”.

Ainda de acordo com o en-genheiro, precisa ser feito um trabalho de educação da população com palestras, colocação de placas explicativas para que lixo, garrafas pet e etc não sejam jogados. “Já houve um progresso no reflo-restamento, pois antes não havia nada, mas hoje nós contratamos três funcionários, que estão traba-lhando. Eu acho que tudo, desde a campanha até o reflorestamento, o esgoto e as palestras, devem ser revistos. Afinal, 80% do igarapé é de mata ciliares, e precisamos reflorestar”.

“Queremos fazer alguma coisa para manter o Judia limpo, pois é ele que abastece parte da cidade de Rio Branco. Então essa não é apenas uma preocupação do Quinari”.

Igarapé Judia está “ameaçado de morte”Fonte de água doce para cer-

ca de 50% da cidade de Rio Branco, utilizado por mora-

dores próximos de suas margens para regar plantações, o Igarapé Judia, que tem suas nascentes na área urbana de Senador Guio-mard, município que fica a 24 km da capital acreana, vem sofrendo ao longo dos anos com a poluição e corre sério risco de “morrer” em poucos anos, se nenhuma medida de urgência for tomada.

A poluição, o descuido com a bacia hidrográfica, perda de matas em torno dos rios e iga-rapés, assoreamento, resíduos sólidos, lixo doméstico, esgoto e habitação humana, é assim que se encontra o Igarapé Judia, correndo o risco de ser só mais um córrego e esgoto a céu aberto

do Estado. Fato que não comove os mo-

radores nem responsáveis, uma vez que em 2007 foi criada uma comissão, formada por represen-tantes governamentais, na esfera estadual e municipal, Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Ins-tituto de Meio Ambiente (Imac), Prefeitura de Senador Guiomard, Seaprof, bem como representan-tes da sociedade civil, no intuito de salvar o igarapé.

No entanto, ao final de 2010, o que há é apenas um trabalho, ini-ciado há alguns dias para levan-tamento de dados e três homens contratados pela prefeitura de Senador Guiomard, trabalhando com o plantio de árvores em uma das nascentes, no antigo Clube Águas do Quinari.

Sema tem plano de recursos hídricos

n De acordo com a chefe da divisão de Gestão de Bacias Hi-drográficas da Sema, Marli Fer-reira, essa bacia está num estado crítico, pois há uma redução das áreas permanentes. A baixa disponibilidade de recursos das prefeituras está prejudicando o trabalho de forma mais efetiva na questão dos resíduos sólidos, porque o tratamento feito nas bacias não é só água pela água.

Ela diz que a partir do mo-mento que se melhora a qua-lidade da água as prefeituras

terão um retorno imediato, prin-cipalmente, em relação à saúde, porque a melhoria da qualidade da água se reveste na melhoria da qualidade de vida da população devido à redução das doenças de veiculação hídrica. “Temos uma ação em parceria com a prefeitura de Senador Guiomard, que é de recuperação, uma amostra porque essa bacia tem um índice alto de desmatamento. Temos um piloto que é na nascente do Judia, no an-tigo Clube Águas do Quinari, mas isso é apenas uma amostra, o que

a gente tem que fazer é muito mais que isso. O que estamos fazendo é só uma experiência. Então quando da elaboração desse programa de recursos hídricos, com esse diagnóstico nós vamos ter uma real situação de necessidade de recuperação”, afirma Marli.

O fato é que esse projeto ainda é uma amostragem bem pequena em relação ao que tem que ser feito. A prefeitura faz o monitoramento da área, faz o estudo para então junto com o governo tomarem as devidas providências. No ano de 2007 quando foi criada a comissão pró-Judia, especialistas adver-tiram que se nada fosse feito em 5 anos o igarapé poderia estar morto. Previsão que pode concretizar-se, pois a bacia pre-cisa de toda coleta e tratamento do esgoto e principalmente ter uma frente relacionada com a questão da educação ambiental. Por conseguinte, o trabalho rea-lizado atualmente é de conhecer e depois vir a executar o projeto de revitalização da bacia Hidro-gráfica do Igarapé Judia.

Contaminação de uma das nascentes do igarapé Judia pode prejudicar abastecimento de água em Senador guiomard

n A bacia Hidrográfica do Igarapé Judia possui uma área de 10.234,62 hectares, sendo que, 98% da floresta de mata nativa já foi retirado. O mais grave de tudo isso é que as áreas de APP (Área de Preservação Perma-nente), protegidas por lei há mais de 40 anos, já não existem mais.

As áreas de preservação per-manente são complexas formações florestais ocorrentes ao longo de

Bacia hidrográfica

Por Alcinete Gadelha

cursos d’água e no entorno de nas-centes. Apresentam importante papel ecológico, relacionado à manutenção da qualidade de recursos hídricos, atuando no controle da temperatura da água, e contribuindo com a manu-tenção da fauna aquática. Além disso, fornecem abrigo, água e alimento para a fauna silvestre, bem como favorece o fluxo gênico através da formação de corredores ecológicos.

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5FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

Mesmo com todo o apoio que o asilo teve para ser fundado, o Lar dos

Vicentinos, mantido pela So-ciedade São Vicente de Paulo, amarga seus piores dias. A enti-dade teve ao longo dos anos seu nome utilizado por políticos com intenção de se promover e hoje se encontra totalmente esquecida por seus fundadores, pelo gover-no e pela própria sociedade.

De acordo com Gisleine Ma-ria Chalub Ribeiro dos Santos, que há um ano coordena a enti-dade, atualmente a maior dificul-dade do Lar dos Vicentinos está relacionada ao não pagamento das contribuições dos funcioná-rios junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que estão atrasadas. “Com esse en-cargo pago, poderíamos firmar novos convênios com o governo e outras instituições. Seria uma maneira deles ajudarem, pois a entidade está sem ajuda oficial

há cerca de dois anos. Hoje, a dívida da casa-abrigo é para com o INSS e não pode ser parcela-da”, explica.

Outra grande necessidade do asilo é a reforma dos banheiros da casa-abrigo, que não são adaptados às necessidades dos internos. “As barras de apoio estão enferrujadas, os vasos sanitários não são devidamente fixados no piso, o que pode ocasionar graves incidentes, e as descargas estão amarradas por barbantes e não funcionam. No lugar dos ralos existem buracos, podendo causar tropeços dos internos, com consequências irreversíveis”, revela Gisleine Chalub.

O Lar atualmente recebe ajuda por meio de doações da comunidade e do Poder Judici-ário. Este, ao julgar uma ação contra o Lar dos Vicentinos, faz o ressarcimento à entidade do valor correspondente à sentença

Lar dos Vicentinos grita socorro

n O Estatuto do Idoso diz em seu artigo 3º que o idoso tem direito à educação, à cultu-ra, ao esporte, ao lazer e ao trabalho. Com este intuito, a administração do Lar dos Vi-centinos implantou neste ano uma série de atividades que visam combater a ociosidade dos internos. Isso se tornou possível com o apoio de um psiquiatra do Hospital de Saú-de Mental (Hosmac). “Os ido-sos não estavam acostumados com atividades de lazer, tendo sido necessário disseminar

tarefas ocupacionais como ca-minhadas, curso de jardinagem e paisagismo, culto evangélico, terço católico, cuidados com a aparência, dentre outros”, explica a coordenadora.

O Lar é presidido por An-tonio Brilhante desde 2008. Sua gestão termina em 2012. Para ajudar a casa-abrigo, os interessados podem entrar em contato com a administração através do telefone 3227-8531 ou se dirigir à Instituição. O Lar dos Vicentinos aceita todo e qualquer tipo de doação.

proferida, por meio de depósito na conta corrente da Sociedade São Vicente de Paulo.

A entidade filantrópica possui sede própria e é mantida, tam-bém, com 70% da aposentadoria recebida pelos idosos que resi-dem no local. Atualmente, a casa abriga 42 homens e 11 mulheres, com idades que variam entre 60 e 90 anos.

Segundo a coordenadora, o quadro de funcionários do Lar dos Vicentinos está incompleto, já que a entidade não dispõe de recursos financeiros para con-tratação de profissionais. “Para proporcionar uma assistência de qualidade aos idosos internos seria necessária a contratação de uma nutricionista, um terapeuta ocupacional, um fonoaudiólogo e um odontólogo”, afirma Gis-leine Chalub.

A coordenadora revela que a instituição conta atualmente com os serviços de um médico, dois técnicos em enfermagem, um enfermeiro, dois cuidadores diurnos e quatro cuidadores noturnos. Esses serviços são prestados por voluntários e por profissionais pertencentes aos quadros da Secretaria Estadual de Saúde.

Ela fala da importância de uma Assessoria de Imprensa para a entidade. “É imprescindível a atuação de uma Assessoria de Imprensa aqui na casa, pois já tivemos alguns problemas com algumas inverdades que repercutiram na mídia. E, como não temos uma Assessoria para ser porta-voz da instituição, é a administração, na minha pessoa, que desempenha esse papel”, enfatiza.

Por Nilda Marks

Combate à ociosidade

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Internos do Lar dos Vicentinos sofrem com dificuldades da instituição

Sede do Lar dos Vicentinos está localizada na avenida nações Unidas, próxima ao 7º BECinternas começam a ter atividades para evitar a ociosidade

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6 FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

Escola da vida

Rio Branco é uma capital com o passado de luta e superação. Sua gente,

humilde e guerreira, consegue encontrar nas dificuldades de uma vida difícil motivos para sorrir e vencer.

O casal Maria Eronilda Paiva de Oliveira, 50 anos, mais conhe-cida por Meire, e Cleber Barbosa de Oliveira, 34, estão juntos há 12 anos e são exemplo de amor pela comunidade. Há sete anos os dois vem realizando, aos sá-bados, encontros em sua própria casa, onde o público alvo são as crianças e adolescentes do bairro em que moram, Jorge Lavocat. Nessas reuniões é distribuída ali-mentação a todos, acompanhado de palestras voltadas ao combate às drogas, e às vezes passeios educativos.

Já Edicley de Araújo mudou o seu próprio destino. Rapaz de origem humilde, sem estímulo nenhum parou de estudar aos 17 anos, quando cursava a 5ª série. Anos depois ele voltou à sala de aula através do Programa Projo-vem. E foi então que o rapaz não parou de crescer. Agora casado, ele queria dar uma vida melhor para a família, descobriu a sua

paixão pela fotografia, se espe-cializou e cresceu na área. Logo Edicley, que já fora ajudante de obras, conquistou seu espaço como conceituado fotógrafo de Rio Branco, e é dono do seu próprio negócio. “Problemas não existem, o que existem são desafios que conquistamos. Para conquistar é preciso agir”, afirma com a certeza de um vencedor.

Algumas histórias de Rio Branco são bastante recentes. Ritharlys Ferreira de Alencar tem apenas 15 anos, mas a sua maturidade é de alguém bem mais velho.

Mesmo crescendo em um ambiente propício à criminali-dade, Ritharlys foi uma criança normal, como outros garotos que jogam futebol na pracinha, alian-do brincadeiras e estudo.

Ele nem precisa falar que é dedicado, pois o seu currículo escolar mostra o quanto Rithar-lys se esforça para se destacar e melhorar sua vida. “Não quero ser simplesmente só mais um no mundo”, revela.

São tantas as memórias, tanta gente, esta é Rio Branco. Quem chega à cidade pequena acaba se encantando com o que vê ali.

E a beleza da capital não está somente nas obras coloridas do Mercado Velho e da Gameleira, ou na arquitetura das pontes que

Por Brenna Amâncio e Gerileny Mendes

ligam o 1º Distrito ao 2º Distrito. O que admira mesmo é o quão acolhedor são os cidadão que ali vivem, e em cada sorriso está a

camaradagem de quem sonha em ver um mundo melhor através de seus atos.

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Há sete anos Cleber e Meire ajudam crianças

carentes da comunidade dando alimento e orientação

Edicley antes era ajudante de obras, agora é dono do seu próprio negócio

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7FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

As mulheres e a urna

De uma vida de lutas para uma histórica vitória

Faz 78 anos que a mulher conquistou o direito de vo-tar e ser votada no Brasil.

Em 3 de novembro de 1930, data em que Getúlio Vargas assume o comando do país, foi instituído o Direito de Voto da Mulher. Mas, em virtude da Revolução de 30, só em 1932, através do Código Eleitoral Provisório, o Direito de Voto da Mulher foi estabelecido, ainda que com restrições.

Uma das grandes responsá-veis por essa conquista foi Berta Maria Júlia Lutz, líder do movi-mento feminista no Brasil que tinha como uma das bandeiras de luta a participação da mulher no processo eleitoral.

Essa vitória mudou significa-tivamente o cenário político do Brasil de forma que, hoje, o sexo feminino é maioria no eleitorado brasileiro. Segundo o site do

TSE, o percentual de participação feminina vem crescendo desde 2006, quando o número era de 51,53%. Em 2008 subiu para 51,76% e este ano é de 51,8%. Essa aparente pequena diferença de 0,27% em números absolutos entre 2006 e 2010 significa quase 5,5 milhões de eleitoras.

No Acre, segundo dados do TRE, as mulheres só atingiram a maioria dos eleitores em 2008,

Mulheres pioneiras em cargos eletivos no Brasil

n Dilma Roussef, economista, filha do imigrante Pedro Roussef e da carioca Dilma Jane Silva iniciou sua vida política em 1964, aos 16 anos, no movimen-to estudantil.

Lutou contra o regime militar o que lhe rendeu dois anos de prisão e torturas. Em 1972, depois de liberta re-começou sua vida em Porto Alegre (RS) trabalhando na fundação do Partido Demo-crático Trabalhista (PDT).

Ainda no Rio Grande do Sul ocupou cargos como Secretária da Fazenda de Porto Alegre (1986-1988), Presidente da Fundação de Economia e Estatística do RS (1991-1993) e Secretária Estadual de Energia, Mi-nas e Comunicação (1993-1994). Em 1999, volta ao posto no governo de Olívio Dutra (PT).

Em 2001, filia-se ao Par-tido dos Trabalhadores e é

convidada a compor a equipe que iria elaborar o programa de energia do governo Lula. O presidente gostou do trabalho desenvolvido e a escolheu para o cargo de Ministra de Minas e Energia, e em 2005, assumiu a

Alzira Soriano, primeira mulher escolhida para ocupar um cargo eletivo. Foi eleita prefeita de Lajes (RN), em 1928, pelo Partido Republicano.

Movimento das mulheres pelo voto foi liderado por Maria Júlia Lutz (ao lado)

Carlota Pereira de Queiroz, foi a primeira mulher a votar e ser eleita

deputada federal, em 3 de maio de 1933.

Eunice Michiles, em 1979, a primeira mulher a ocupar um lugar no

Senado. Suplente, ela assumiu o posto com a morte do titular do cargo, o senador João Bosco de Lima.

Júnia Ma-rise (foto) e Marluce Pinto, em 1990, foram as primeiras

senadoras eleitas.

Roseana Sarney, em 1994, foi a primeira mulher a ser eleita governadora, no

Maranhão.

Por Lilian Costa Lima

com um percentual de 50,08. E este ano elas representam 50,2% do total de 470.975 eleitores.

Essa tendência não é acompa-nhada pela participação feminina em candidaturas. O que se com-prova com o não preenchimento dos 30% das vagas destinadas por lei às mulheres nas chapas de deputado. No geral, a partici-pação feminina nestas eleições não atingiu nem 23% no País e no Acre este número não chegou aos 20%.

Apesar de pequena se compa-rada com a participação masculi-na em candidaturas as mulheres têm deixado sua marca sempre que assumem este desafio. “Vi-

mos um exemplo disso no 1° turno. Uma mulher, Marina Sil-va, nascida no Acre – o terceiro menor colégio eleitoral do país – foi uma peça importante na disputa pela presidência levando a decisão para o 2° turno”, diz a eleitora e Mesária Voluntária em 2010, Késsia.

No 2° turno o povo brasileiro decidiu entre uma mulher, Dilma Roussef, e um homem, José Ser-ra. E no próximo dia 1° de janeiro toma posse a Primeira Presi-denta da República Federativa do Brasil, marcando a história deste país miscigenado que luta para seguir sem preconceitos e discriminações.

Chefia da Casa Civil. Após esse período de trégua que a vida lhe proporcionou Roussef passa por mais um momento difícil. Em abril de 2009, descobre um câncer no sistema linfático. Pas-sados 5 meses de tratamento sem

deixar suas obrigações na Casa Civil, ela vence a doença.

Indicada por Lula e aclamada pelo PT, Dilma lança sua candi-datura à presidência da República. Mais uma luta a ser vencida, afinal a disputa se mostrou acirrada e cheia de per-calços.

Os obstáculos colo-cados por seus adversá-rios foram ultrapassados e só contribuiram para deixar a vitória da pri-meira mulher presidente da República Brasileira com repercussão ainda maior.

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Page 8: Jornal Laboratório Fala Sério

8 FALA SÉRIOjornal laboratório do curso de jornalismo do iesacre

ACONTECEU Por Alcinete Gadelha, Jucilene Armani

e Brenna Amâncio

28 de agosto mobilização ambiental no Rio Acre reúne acadêmicos de Jornalismo, Ciências Biológicas e Gestão Ambiental

14 de novembro O acadêmico do 3º período do Curso de Educação Física, David de

Oliveira Moura, fica em 7º lugar no JUBS 2010- categoria velocidade 200m

20 de agosto Curso de Arquitetura e Urbanismo presta homenagem ao governador Binho Marques na foto com as idealizadoras da homenagem Diana Dias, Amanda Vasconcelos e Carolina Sgorla

21 de maio “Trabalho com Direitos pelo Fim da Desigualdade” é tema da Semana de Serviço Social

25 de abril Victor Rondon (7º período) de Administração em viagem pela Estrada do Pacífico como traba-lho de pesquisa para a disciplina “Laboratório Empresarial”

27 de setembro Acadêmicos da Uninorte/Iesacre recebem homenagem pelo Prêmio IEL de Estágio 2010

18 de junho Com o objetivo de manter viva uma das maiores festas populares do Brasil, é reali-zado o VI Arraial da Uninorte e Iesacre

8 de novembro Acadêmicos do Curso de Educação Física promovem a VII Edição do Unifest Dance, com o tema “A Tecnologia atuando no Movimento Corporal”

12 de maio Professor Rosicley Souza ministra palestra na IV Semana de Enfermagem da Uninorte

Confraternização 2009 Professores e equipe técnica da Uninorte em momento de descontração

E AINDA VAI ACONTECER ...Dezembro 2010 os educadores da Uninorte/Iesacre se reúnem para a tradicional festa de confraternização. Desejamos aos nossos alunos, professores e equipe técnico-administrativa um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. FELIZ 2011!

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