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A Razão Jornal do Racionalismo Cristão ANO CII – Nº 2661 – Julho/ 2018 – PREÇO: R$ 2,00 Fundado em 19/12/1916 por Luiz de Mattos e Luiz Thomaz A RAZÃO CRIANÇA Avanço Espiritualidade Aniversário Reunião cívico-espiritualista co- memorou o 68º aniversário da sede própria da Filial Belém (Pará) do Racionalismo Cristão. Pág. 3 A Filial Nilópolis (RJ) é mais uma casa racionalista cristã que passa a abrir suas portas aos domingos para receber o público em reuniões de lim- peza psíquica. Pág. 5 O materialismo obsedante só oferece caminhos tortuosos, apa- rentemente atrativos, mas, na ver- dade, atalhos ilusórios. Pág. 10 Mais um encontro de jovens do RC Não tema sua mediunidade Seguem os Encontros de Jo- vens patrocinados pelas casas racionalistas cristãs, com apoio da Casa-Chefe. Na foto, parti- cipantes do Encontro promovido pela Filial Fernandópolis. Pág. 5 ESPAÇO JOVEM Cartas? Quem ainda as recebe ou as escreve e envia? Hoje tudo é pelo WhatsApp. Pág.19 Se você ouve vozes de pessoas ausentes ou percebe vultos igual- mente quando não há alguém por perto, não tenha medo: certamente é sua mediunidade que se expõe, extravasa, mas existem meios de entendê-la e conviver com ela sem necessidade de a desenvolver. A mediunidade, mesmo a de intuição, que é comum a todos os seres hu- manos, requer grande cuidado com a maneira de pensar e agir, prin- cipalmente aos que a possuem ul- trapassando os limites dos sentidos naturais dos encarnados. Pág. 6 Vamos pensar? O livro Vamos pensar um pou- co?, ilustrado com a Turma da Môni- ca, exalta a diversidade de povos, raças, gêneros, ideias etc. Correspondência Reviravoltas Mesmo jovem, quem já não pen- sou: “Está tudo errado”? Pág.18 Rick e a girafa Historia de um menino que que- ria passear no dorso de uma girafa, por Carlos Drummond de Andrade. Olá, caros leitores, na página 2, discute as diferenças entre os seres humanos, com atenção especial na diversidade de ideias. As concep- ções falsas e ultrapassadas de su- perioridade étnica não encontram no campo da espiritualidade argu- mentos que a legitimem; ao contrá- rio, elas são geralmente construídas por forças, que procuram tornar-se invisíveis. Pág. 2 Importância das diferenças Bom sono Pesquisas da ciência médica ainda não chegaram a uma conclusão sobre o que ocorre durante o sono, quando ocorrem fatos antes chamados até de bruxaria e ocultismo. Pág. 15

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Page 1: Jornal do Racionalismo Cristão - arazao.org · entendê-la e conviver com ela sem necessidade de a desenvolver. A mediunidade, mesmo a de intuição, ... Rick e a girafa Historia

A RazãoJornal do Racionalismo Cristão

ANO CII – Nº 2661 – Julho/ 2018 – PRE ÇO: R$ 2,00 Fun da do em 19/12/1916 por Luiz de Mat tos e Luiz Thomaz

A RAZÃO CRIANÇA

Avanço

Espiritualidade

AniversárioReunião cívico-espiritualista co-

memorou o 68º aniversário da sede própria da Filial Belém (Pará) do Racionalismo Cristão. Pág. 3

A Filial Nilópolis (RJ) é mais uma casa racionalista cristã que passa a abrir suas portas aos domingos para receber o público em reuniões de lim-peza psíquica. Pág. 5

O materialismo obsedante só oferece caminhos tortuosos, apa-rentemente atrativos, mas, na ver-dade, atalhos ilusórios. Pág. 10

Mais umencontro de jovens

do RC

Não tema sua mediunidade

Seguem os Encontros de Jo-vens patrocinados pelas casas racionalistas cristãs, com apoio da Casa-Chefe. Na foto, parti-cipantes do Encontro promovido pela Filial Fernandópolis. Pág. 5

ESPAÇO JOVEM

Cartas? Quem ainda as recebe ou as escreve e envia? Hoje tudo é pelo WhatsApp. Pág.19

Se você ouve vozes de pessoas ausentes ou percebe vultos igual-mente quando não há alguém por perto, não tenha medo: certamente é sua mediunidade que se expõe, extravasa, mas existem meios de entendê-la e conviver com ela sem necessidade de a desenvolver. A mediunidade, mesmo a de intuição, que é comum a todos os seres hu-manos, requer grande cuidado com a maneira de pensar e agir, prin-cipalmente aos que a possuem ul-trapassando os limites dos sentidos naturais dos encarnados. Pág. 6

Vamos pensar?O livro Vamos pensar um pou-

co?, ilustrado com a Turma da Môni-ca, exalta a diversidade de povos, raças, gêneros, ideias etc.

Correspondência

Reviravoltas Mesmo jovem, quem já não pen-

sou: “Está tudo errado”? Pág.18

Rick e a girafaHistoria de um menino que que-

ria passear no dorso de uma girafa, por Carlos Drummond de Andrade.

Olá, caros leitores, na página 2, discute as diferenças entre os seres humanos, com atenção especial na diversidade de ideias. As concep-ções falsas e ultrapassadas de su-perioridade étnica não encontram no campo da espiritualidade argu-mentos que a legitimem; ao contrá-rio, elas são geralmente construídas por forças, que procuram tornar-se invisíveis. Pág. 2

Importância das diferenças

Bom sonoPesquisas da ciência médica ainda

não chegaram a uma conclusão sobre o que ocorre durante o sono, quando ocorrem fatos antes chamados até de bruxaria e ocultismo. Pág. 15

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A RAZÃO2 JULHO / 2018

Importância das diferençasGilberto SilvaPresidente do

Racionalismo Cristão

PresidenteGilberto Silva

Representante Regional na Região NorteEdiel Oliveira de Matos

Representante Regional na Região NordesteFrancisco Buarque Silva

Representante Regional na Região SulVilson Vieira

Representante Regional na Região Centro- OesteSilvana Benevides Ferreira

Representante Regional no Estado de Minas GeraisLília Rodrigues da Silva Paiva

Representante Regional nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito SantoLucy Gonçalves da Costa

Representante Regional no Estado de São PauloHerval Tavares de Campos

Representante Regional em PortugalAntónio Lino Pinto dos Santos

Representante Regional no Norte da EuropaVitorino Chantre

Representante Regional nos Estados UnidosEmmanuel Santiago

Representante Regional nas Ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, em Cabo VerdeAntero Filipe dos Santos

Representante Regional em Cabo Verde, exceto nas ilhas de São Vicente, Santo Antão e São Nicolau Tomé Cipriano Barreto Monteiro

RACIONALISMO CRISTÃO A Razão Empresa Jornalística Ltda.CNPJ.: 28 345 494/0001-65

Fundadores: Luiz de Mattos e Luiz Thomaz

Diretor: Gilberto SilvaE-mail: [email protected]

Editor: João Batista AntunesE-mail: [email protected]

Redação, Administração e Publicidade:Rua Jorge Rudge, 119, Vila Isabel, Rio de Janeiro. CEP 20.550-220 - Telefone: (21) 2117-2102

A Redação não se responsabiliza pelos conceitos emitidos em artigos assinados e não devolve originais, publicados ou não. Para a reprodução de artigos e reportagens, favor consultar a direção.

Olá, caro leitor

Diversidade humana - importância das diferenças: esse tema despertou gran-de interesse dos internautas durante o nosso programa, ao vivo, pela webRá-

dio A Razão e pelo canal no YouTube. O as-sunto não foi pensado para ser uma crítica às tensões e conflitos que se estabelecem em tor-no de interesses estritamente materiais. A di-versidade que nos interessa estudar e na qual concentramos a nossa atenção é a de ideias. As concepções falsas e ultrapassadas de supe-rioridade étnica não encontram no campo da espiritualidade argumentos que a legitimem, ao contrário, elas são geralmente construídas por outras forças, que procuram tornar-se invi-síveis para melhor exercerem o seu poder de subjugação.

É necessário primeiramente indicar que a suposição de que todos os seres humanos come-çam sua trajetória em iguais condições físicas e psíquicas é de todo inverossímil. No âmbito da extraordinária diversidade humana, é pos-sível entender suas razões ao observarmos o mundo que nos cerca. Nele não encontraremos qualquer homogeneidade, não havendo se-quer duas flores ou dois animais absolutamente iguais entre si. Portanto, não surpreende encon-trarmos na sociedade pontos de vista diferen-tes e até contraditórios. Contudo, mesmo em meio às múltiplas tensões verificadas e às mais plurais formas de expressão artística, religiosa e folclórica, a origem e a essência dos seres hu-manos autoriza falar em unidade, uma vez que todos têm origem comum.

Espiritualidade. O indivíduo espirituali-zado torna-se solidário de todas as formas de expressão, inclusive daquelas marginalizadas. Especialmente à luz da espiritualidade, a di-versidade humana assume uma clareza singu-lar, pois ela existe para estimular a ampliação dos atributos espirituais, esse é o fio condutor de nossa reflexão e o eixo central da aná-lise: existe elevada utilidade na diversidade humana, no campo do conhecimento pode-se afirmar que ninguém tem tão pouco que não possa oferecer e também não há ninguém que tenha tanto que não possa receber. O inter-

câmbio produzido pela diversidade promove, sem dúvida, o enriquecimento cultural, mas não só isso, permite que se desenvolva o senso de solidariedade e complementariedade.

Isso realmente assume singular impor-tância na atualidade, quando mesmo com todos os avanços tecnológicos, produto de seu talento e capacidade inventiva, o ser hu-mano demonstra, em muitos casos, que ainda não aprendeu a respeitar o seu semelhante. A necessidade de constante reflexão e pro-fundidade analítica sobre os atos humanos é importantíssima, uma vez que o potencial hu-mano é neutro: pode ser usado tanto para o progresso moral como para a degradação. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de empenho extraordinário de espiritualização e difusão de preceitos elevados para que todos possam conhecer-se melhor e, a partir da au-toidentificação e da autoaceitação, possam também acolher aqueles que externamente são diferentes.

A importância da família é sublinhada pela consciência ética. É na família que o indi-víduo recebe as primeiras lições de sociabilida-de que irão marcá-lo por toda a sua vida, e é nesse ambiente que inicia o desenvolvimento de suas potencialidades e começa a conviver com as diferenças. Tais pressupostos demonstram a importância dos relacionamentos, conceito que a princípio pode parecer meramente descriti-vo, mas que, observado mais de perto, significa possibilidade concreta de formação de vínculos positivos, que sempre devem ser iniciados na família, onde a confiança e a lealdade de-vem imperar. Em uma sociedade que tende a ser cada vez mais individualista, onde muitas vezes os interesses pessoais sobrepujam os da comunidade, é precisamente na família que os sentimentos de amizade, respeito mútuo e tole-rância devem ser estimulados em um dinamismo permanente de amor. No lar todos devem ser reconhecidos, acolhidos e valorizados.

Colaboração. Dessa forma, a multíplice interação dos indivíduos permite que eles se complementem e cresçam coletivamente. A participação de tantas vozes exprime ver-

dadeiramente a harmônica e sublime sinfonia da espiritualidade. Procurando desenvolver a compreensão sincera dos dramas vivenciados por nossos semelhantes, bem como um olhar empático, todos poderão dar um passo sig-nificativo para que, enfim, coletivamente não mais repitamos situações excludentes, mas que, unidos e esclarecidos, possamos construir uma cultura de interação e solidariedade.

Respeito. Há no ser humano uma propen-são natural à transcendência. E o elemento transcendente não se manifesta apenas nas expressões religiosas ou filosóficas, mas tam-bém em relação à cultura e à realidade social quando o indivíduo assume comportamento reflexivo e respeitoso perante as situações hu-manas, sejam elas individuais, coletivas, nacio-nais ou internacionais. Uma sociedade justa só pode existir pelo respeito às diferenças. Para a pessoa proba, honesta e espiritualizada, o seu posicionamento frente às diferenças não é con-siderado um estilo de vida, mas sobretudo um fundamento e um estímulo para o aperfeiçoa-mento próprio e daqueles com quem convive.

Abertura. Somente quando o ser humano se abre para a diversidade é que pode reconhecer a si próprio. Na diferença é que surge a com-preensão da identidade própria, aliás, é nesse momento de autoconsciência que a pessoa sai do seu universo egoístico para entrar no campo do diálogo e do convívio fraterno com as outras pessoas. O quadro sintético que acabamos de traçar ficaria incompleto, sem referência aos valores cristãos que legitimam toda e qualquer abertura desinteressada ao próximo, que se dá com o único intuito de auxiliar e acolher.

Comedimento. O comedimento, por seu turno, constitui valioso recurso para edificação de uma personalidade inclinada a estabele-cer vínculos benfazejos e respeitosos com os mais distintos biótipos, estereótipos e arquéti-pos existentes, com o propósito de que o bem-querer se eleve acima dos interesses pessoais, das vicissitudes e dos condicionalismos. A vir-tude está no meio. Realmente, a equanimida-

de permite a atitude equilibrada e na justa medida. Quando a pessoa se depara com situações conflitantes, fatos desagradáveis e estados perturbativos, deve agir equilibrada-mente, a fim de restabelecer a harmonia no ambiente e conservar a própria.

União. A evolução civilizacional da huma-nidade, através dos tempos, nos mostra que os indivíduos procuraram organizar-se em gru-pos. Fora destas condições, normalmente, vivia em conflitos, perdendo tempo e despendendo energias vitais. A organização da sociedade, então, torna-se necessária para que as forças se somem e para que as condições de desen-volvimento beneficiem todo o grupo.

À proporção que cada vez mais pessoas se envolvem no estudo sério da espiritualidade, explicações simplórias da realidade são ques-tionadas e, às vezes, até rejeitadas. O escla-recimento espiritual repudia qualquer tipo de manipulação ideológica e não se subordina a representações reducionistas que, com certa pe-riodicidade, tentam em vão restabelecer a con-cepção de incompatibilidade entre inteligência racional e transcendência. Tradições diferentes não podem causar tensões na sociedade nem é cabível o estabelecimento de um estado de perplexidade diante de interpretações confli-tantes. O sentimento de fraternidade é capaz de transpor abismos e estabelecer pontes que conectem todos os seres humanos independen-temente de suas particularidades.

Não se pode desconsiderar a necessária diversidade humana, e é fácil prognosticar que no futuro a tendência será para lhe atribuir relevância cada vez maior. E para isso traba-lhamos no Racionalismo Cristão, a fim de divul-garmos a ideia de que a diversidade humana refletida nas diferenças deve ser compreen-dida como de máxima utilidade e orientada, sobretudo, para o bem comum, para a evolu-ção espiritual de cada ser humano. Portanto, esforcemo-nos em ponderar e conservar esse princípio e encontrar contínuas oportunidades, concretas e eficazes, de praticá-lo.

Boa Leitura!

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A RAZÃO3 JULHO / 2018

Reunião cívico-espiritualista co-memorou o 68º aniversário da sede própria da Filial Belém (Pará) do Racionalismo Cristão e

o 83º ano da implantação dessa Filo-sofia na capital paraense. O encontro para celebração do festivo aconteci-mento se deu na noite de 21 de maio, após reunião pública, com a presença de expressivo número de militantes, as-sistentes e convidados, que puderam mais uma vez usufruir de momentos de elevada espiritualidade em torno dos princípios racionalistas cristãos.

Logo ao início da cerimônia cívico-espiritualista, o presidente do Raciona-lismo Cristão, Gilberto Silva, fez pronun-ciamento diretamente da Casa-Chefe, via mensagem projetada em tela.

Gilberto Silva parabenizou a co-munidade racionalista cristã reunida em torno da Filial Belém, exaltando a data comemorativa dos 68 anos da sede e destacando a reforma física por que passou a Casa, com a modernização de suas instalações para melhor receber seus frequentadores. Disse o presiden-te do RC: “Através do presidente dessa Casa, Ediel Matos, que é também o re-presentante da Casa-Chefe para a Re-gião Norte do Brasil, enviamos a todos vocês um grande abraço, muita paz, muita alegria...”, e conclamou todos ao aproveitamento dos ensinamentos pro-porcionados pela Filosofia: “Prestem muita atenção aos ensinamentos do Ra-cionalismo Cristão, porque eles podem transformar a vida de vocês através, claro, de uma conduta elevada, retilí-nea, com disciplina, pela limpeza psí-quica que é tão fortalecedora. Os es-clarecimentos espirituais podem ser, sim, transformadores da vida de todos os seres humanos. Portanto, amigos, sigam esses ensinamentos e sejam muito felizes como todos nós somos.”

O presidente Ediel Matos, em seu pronunciamento, historiou a presen-ça do Racionalismo Cristão na capital paraense desde a instalação do Cor-respondente, em 1935, passando pela

elevação à condição de filial, inaugu-ração da sede própria, até a consoli-dação do legado concedido ao povo do Pará com a presença da filosofia racionalista cristã em Belém.

Lembrou o início de tudo, em San-tos (SP), e em Belém, em 1935, com a decidida atuação dos irmãos Jacob e Etelvina dos Santos Pinto, sob inspira-ção do cidadão português Antonio Mo-raes, seu primo, que, procedente do Rio de Janeiro, lhes trouxe notícias e litera-tura do Racionalismo Cristão.

Entusiasmados com a essência da Filosofia que tinham acabado de co-nhecer, os irmãos Santos Pinto, tendo à frente Etelvina, com a colaboração de Aída Magalhães Pinto, esposa de Jacob, iniciaram os primeiros contatos com o então presidente do RC Antonio Cottas, que logo abraçou a ideia de expansão da doutrina para o Norte do Brasil, estimulando os irmãos Santos Pinto nessa gloriosa empreitada.

Em seu discurso, Ediel Matos, fez desfilar os nomes de inúmeros perso-nagens que, direta e indiretamente,

contribuíram para a inserção e a con-solidação do Racionalismo Cristão na cidade de Belém. Muitos foram os pa-raenses que contribuíram ao lado de cidadãos portugueses residentes em Belém para a aquisição do terreno e a construção da sede, que teve na Casa- Chefe, através do presidente Cottas e do tesoureiro Francisco Pereira Torres, os principais timoneiros nessa grandio-sa empreitada.

Em 1940, cinco anos depois da fundação do Correspondente, a Casa- Chefe reconheceu a competência dos irmãos Jacob e Etelvina ao elevar o Correspondente à condição de Filial. Segundo Ediel Matos, foi nesse momen-to que Jacob decidiu levar adiante a ideia de construção da sede própria, após ter o filiado Belém ocupado vá-rios endereços em diferentes bairros de Belém.

Finalizando a longa história do Ra-cionalismo Cristão em Belém, o presi-dente da Filial lembrou que coube a Joaquim Costa, representando o pre-sidente internacional Antonio Cottas, o

corte da fita inaugural, na presença de inúmeros colaboradores, entre os quais Ilídio Esteves, também representando a Casa-Chefe, Joaquim Brito, Alíria de Medeiros Brito, Engrácia de Jesus, Etel-vina dos Santos Pinto, além do então presidente, principal articulador e ide-alizador, Jacob dos Santos Pinto. Era o dia 21 de maio de 1950, e finalmente via-se realizado o sonho dos raciona-listas cristãos de Belém. Estava inaugu-rada a sede própria do filiado Belém, descreveu Ediel Matos.

Disse ainda o presidente: “Ao termi-nar essas palavras, em nome de nossos companheiros que ajudam nos trabalhos diários desta Casa, congratulo-me com todos os amigos assistentes e visitantes que nos honram com suas presenças, e a eles desejamos paz interior e tranqui-lidade espiritual, e muito empenho na luta cotidiana para que possam superar com serenidade, saúde, harmonia como sempre ocorreu nesses 68 anos de exis-tência desta sede. A todos o nosso reco-nhecimento e parabéns pelo progresso espiritual alcançado.”

68 anos da sede da Filial Belém

Militantes da Filial Belém, ao centro o presidente da Casa, Ediel Matos, no dia do aniversário da sede própria

Reportagem

Material elétrico, hidráulico,tintas, ferragens e ferramentas

Avenida Independência, 400Fone 055-3742-1101Palmeiras das Missões (RS)

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A RAZÃO4 JULHO / 2018

A passagem do 11º aniversário de instalação do Correspon-dente do Racionalismo Cristão na cidade de Macapá foi alvo

de comemoração, dia 1º de junho, reu-nindo grande número de militantes e convidados, em reunião cívico-espiritu-alista celebrada após a realização da de limpeza psíquica.

Presentes o representante da Ca-sa-Chefe e presidente da Filial Belém, Ediel Matos, e o presidente e fundador do Correspondente, Saloé Ferreira da Silva, além de autoridades locais, logo ao início dos trabalhos foi projetada em audiovisual saudação do presidente do Racionalismo Cristão, Gilberto Silva.

Gilberto Silva afirmou: “É uma grande alegria estarmos com vocês, desta vez através de vídeo, porque nossos compromissos não nos permiti-ram estar aí neste 11º aniversário des-sa Casa, aí no meio do mundo como vocês costumam dizer. E a gente quer mandar aqui do Rio de Janeiro, da Casa-Chefe, em nome de todos os mili-tantes, de todos os amigos, um grande abraço a todos vocês, ao Saloé Ferrei-ra, e também ao Ediel Matos, que está nos representando. E que vocês tenham excelente festa e aproveitem muito os ensinamentos espiritualistas do Racio-nalismo Cristão no seu dia a dia. Tenho certeza que isso irá transformar suas vidas, como tem transformado a vida de milhões e milhões de pessoas. Um grande abraço a todos. Até a volta!”

Lembrando que o ser humano deve conscientizar-se de que tem duas vidas, a

material e a espiritual, e que deve cuidar de ambas para evoluir como pessoa e como espírito, o presidente-fundador do Correspondente Macapá, Saloé Ferreira da Silva, agradeceu a presença dos pra-ticantes do Racionalismo Cristão e convi-dados residentes na capital e na cidade de Mazagão, destacando as figuras de importantes personalidades presentes.

Ressaltando que mais importante para a filosofia racionalista cristã é a qualidade das pessoas realmente pre-ocupadas em vivenciar e praticar do que a quantidade em busca de outros interesses que não o de aprofundar os

conhecimentos espiritualistas, referiu-se à cidade de Mazagão como futu-ra sede de um Núcleo de Estudos, uma vez que procede desse município o maior número de pessoas interessadas no estudo do Racionalismo Cristão, na área do Correspondente Macapá.

Lembrou que o aniversário de fun-dação do Correspondente Macapá traduz muita luta e muito empenho, diante de dificuldades que represen-tam não o desânimo, mas a vontade de continuar crescendo e arregimentando voluntários que se disponham a crescer, também, como pessoas e como espíri-

tos no caminho de sua evolução.A conscientização sobre a vida espi-

ritual, disse o presidente do Correspon-dente, assume capital importância na vida terrena, para dar combate não só aos desmandos provocados pelos seres encarnados que se desvirtuam e des-virtuam suas obrigações, muitas vezes voltadas para satisfazer suas ambições pessoais, como para afastar os malefícios causados pelos espíritos do astral inferior. Concluiu conclamando os presentes a que continuem estudando e participando da limpeza psíquica, no afã de fortalecer-se espiritualmente e colher os bons eflúvios que emanam do Astral Superior.

Ao encerrar a reunião, o represen-tante da Casa-Chefe, Ediel Matos, reme-morou a história do Racionalismo Cristão desde seus primórdios. “E, se nós temos a oportunidade de conhecer, conviver e crescer, desfrutando dos benefícios que o Correspondente Macapá do Racionalismo Cristão nos proporciona, devemos à pes-soa que dedicou sua vida à implementa-ção desta realidade que é a presença do Racionalismo Cristão nesta cidade.

Há 11 anos, o benfeitor viveu a ale-gria pela concretização de seu ideal, inaugurando esta Casa. A nossa alegria, a nossa consideração, reconhecimento, agradecimento ao Dr. Saloé Ferreira da Silva, presidente e fundador deste Correspondente. Sabemos da luta ár-dua e das dificuldades que teve e tem; foram muitos desafios e espinhos, porém cercou-se de coragem e desprendimen-to para implantar, construir e legar esta maravilhosa sede do RC.

Festa na Casa de Macapá

O presidente Saloé Ferreira da Silva anuncia o núcleo de estudos em Mazagão

Reportagem

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A RAZÃO5 JULHO / 2018

ReuniõesdominicaisA Filial Nilópolis promoveu

em 10 de junho de 2018, com notável êxito, a 1ª reunião pú-blica de limpeza psíquica, que teve a presença de elevado número de pessoas, entre assis-tentes e militantes de Casas do Rio de Janeiro, entre elas Nova Iguaçu, Vicente de Carvalho, São João de Meriti, Niterói, Pe-trópolis, Casa-Chefe e uma ca-ravana do Correspondente Vol-ta Redonda. Foram momentos de muita alegria, satisfação e confraternização.

A Filial vai realizar reuniões públicas de limpeza psíquica to-dos os segundos domingos do mês.

4 dias de alegria em encontro de jovens

Quatro dias de alegria, brincadei-ras e congraçamento viveram jovens das filiais paulistas Sorocaba, Tatuí e São Paulo do Racionalismo Cristão, e convidados de Goiânia e Rio de Janei-ro, durante o 3º Encontro de Jovens da Filial Fernandópolis (SP).

O encontro se desenvolveu nos dias 28 a 30 de abril e 1º de maio, no es-paço Boa Semente, na Zona Rural, com a participação maciça dos jovens da Filial Fernandópolis.

O evento promoveu atividades

voltadas para a orientação pessoal e espiritual dos participantes, até mesmo durante as brincadeiras, os bate-pa-pos racionalistas cristãos ou no cine pi-poca, a novidade do evento neste ano.

O clima de espiritualidade, cordia-lidade e companheirismo foi marcante, segundo avaliação dos participantes, que criaram entre si fortes laços de amizade. Destaque-se também como fator diferencial a beleza, o aspecto aconchegante e familiar proporciona-do pelo local do evento.

O presidente da Filial, Moisés Calixto, com assistentes e militantes que participaram da primeira reunião dominical

Grupo de participantes do Encontro de Jovens no espaço Boa Semente

Reportagem

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O Racionalismo Cristão fortalece, esclarece e espiritualiza os seres humanos.

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A RAZÃO6 JULHO / 2018

Tenho ouvido vozes de pessoas que não estão comigo e visto espíritos em minha casa e na rua. Não tenho paz nem consi-

go dormir bem. Tenho muito medo. O que posso fazer?

Resposta: Prezado, as visões e au-dições que diz perceber e o atormen-tam estão ligadas à sua capacidade mediúnica, que precisa ser entendida para que possa lidar com ela de ma-neira a não se abalar psiquicamente.

O que acontece com você é co-mum a muitas outras pessoas que es-tudaram, estabeleceram disciplina em seus pensamentos e ações e com isto conseguiram dominar-se e passaram a viver uma vida normal. Para isso é necessário paciência, perseverança, persistência, força de vontade, que você irá implementando pouco a pou-co em seu viver.

A mediunidade, mesmo a de in-tuição, que é comum a todos os seres humanos, requer grande cuidado com a maneira de pensar e agir, princi-palmente aos que a possuem ultra-passando os limites dos sentidos na-turais dos encarnados, como acontece com você na questão da audição e da visão.

A primeira atitude a ser tomada é a de enfrentamento, por isso, nun-ca se deixe levar pelo medo. Enfrente suas visões e audições com coragem. Nenhum espírito desencarnado pode-rá perturbá-lo se você não quiser; se mantiver pensamentos firmes de afas-tá-los e de beneficiá-los com as suas

irradiações amigas.Sabemos que está praticando

a limpeza psíquica, esperamos que nos primeiros sete minutos das reuni-ões públicas, que acreditamos esteja frequentando, e no lar diariamente; esta prática afasta da atmosfe-ra fluídica da Terra espíritos ainda presos às materialidades terrenas em sua totalidade denominados de astral inferior e que interferem na vida dos encarnados, os quais os atraem com seus pensamentos nega-tivos, pois se aprazem em atormen-tar as pessoas que alimentam pen-samentos e sentimentos de irritação, ódio, inveja, ciúme, medo e muitos outros de natureza negativa.

Praticar a limpeza psíquica aju-da a afastar esses espíritos para fora da atmosfera fluídica da Ter-ra, beneficiando-os para que retor-nem aos seus mundos de estágio e prossigam em sua evolução espiri-tual; quanto a você, será também beneficiado com o afastamento desses espíritos que, por enquanto, o estão perturbando.

Tenha convicção disto e, antes de realizar a limpeza psíquica, concen-tre-se com o pensamento forte de que conseguirá seus objetivos, mas durante esta disciplina, firme-se ape-nas no significado das palavras que compõem as irradiações com atenção redobrada para que possam surtir efeito.

Sugerimos também a leitura do livro Racionalismo Cristão, 45ª edi-ção, principalmente os capítulos Pen-

samento e Mediunidade e médiuns – Fenômenos físicos e psíquicos, que a filosofia racionalista cristã põe à disposição antes do início das reuni-ões nas casas racionalistas cristãs ou pode ser adquirido através do site www.livrariarc.net.

Outra leitura importante é o capí-tulo Mediunidade e médiuns, contido no livro Prática do Racionalismo Cristão, 13ª edição, em que, na página 64, você encontrará 26 itens disciplinares para aqueles que possuem qualquer tipo de mediunidade.

A participação assídua nas reuni-ões de limpeza psíquica em uma casa racionalista cristã ajuda a aumentar o seu conhecimento e a fortalecer-se espiritualmente com o afastamento desses espíritos, ao receber eflúvios benéficos do Astral Superior.

Entendendo o que seja esta facul-dade e exercendo o controle sobre ela, através da disciplina, tanto nos pensamentos, quando nas ações, não precisa “desenvolvê-la” como é comu-mente afirmado, mantendo-a apenas sob controle.

Almejamos que com os ensina-mentos do Racionalismo Cristão, obtidos pela leitura de suas obras para maior esclarecimento sobre a vida espiritual e sobre a sua mediu-nidade, pondo em ação a disciplina recomendada, efetuando o compa-recimento assíduo à casa racionalis-ta cristã e a prática diária da lim-peza psíquica, consiga fortalecer-se espiritualmente e manter o equilíbrio e o controle de sua mediunidade.

Aconselhamento

Não tema vozes e visõesNão consigo ter pensamento posi-

tivo, só penso coisas ruins. O que devo fazer para mudar?

Resposta: Prezada, o processo de mudança exige estudo, conhecimento de si mesma e entendimento do que seja o pensamento.

É muito saudável esse seu dese-jo de banir de sua vida esses pensa-mentos negativos. Temos de analisar o momento em que um pensamento ruim se instala em nossa mente e, de ime-diato, ocupar-nos com projetos e ideias positivas, seja lendo um bom livro, seja dedicando-nos ao trabalho, seja entre-gando-nos a uma atividade de lazer que a satisfaça. Pensamentos ruins vêm de fora e se instalam em nossa mente, funcionando com se fossem nossos.

Como todos nós temos mediunidade intuitiva, captamos esses pensamentos, que são ondas vibratórias que exis-tem na atmosfera fluídica que envolve o planeta Terra. Por isso, você precisa compreender o que é o pensamento para que saiba controlá-lo. O RC ofe-rece todas as explicações para o que acontece com você, e orientações sobre como proceder para efetuar a mudan-ça que deseja implementar em sua vida.

Basicamente você deve começar com três ações. Os primeiros passos a serem dados seriam: fazer a limpeza psíquica diariamente no lar; estudar a espiritua-lidade; frequentar as reuniões públicas de limpeza psíquica e esclarecimento es-piritual realizadas nas nossas Casas.

Entenda o que é pensamento e viva melhor

Razão para viver

Ouça, de segunda a sexta-feira, das 8h às 9h, o programa

Razão para viver, com orientações

aos ouvintes que vivenciam

problemas existenciais.

Rádio Metropolitana AM 1090

Rádio A Razãowww.radioarazao.com.br

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A RAZÃO7 JULHO / 2018

Toda minha família é raciona-lista cristã. Estou procurando-vos porque tenho estado com vários problemas de saúde, o

que, ao meu ver, não é normal. Mi-nha família tem casos de doenças hereditárias. Há algum tempo tenho manifestado taxas de colestrol e tri-glicerídeos elevadíssimas. Não creio que seja normal que em menos de um mês eu tenha manifestado problemas graves, pois cuido da alimentação, não uso álcool e não fumo. Sei – e já houve algumas comunicações nas Casas que costumo frequentar – que há muitas doenças que são obra do astral inferior, e tenho motivos para pensar que as minhas o sejam.

Resposta: Prezada, como você sabe, o Racionalismo Cristão preo-cupa-se com o estado espiritual dos seres humanos, cabendo à medici-na cuidar do corpo físico, por meio

de consultas periódicas a médicos de confiança, pelos devidos exames prescritos e pela medicação indicada por esses médicos.

Porém, o estado psíquico pode influir na evolução das doenças de ordem física, e por isso é necessário cuidado com as condições espirituais. Daí, sugerirmos:l manter pensamentos firmes,

positivos e otimistas, não se preocu-pando tanto com as doenças e subs-tituindo os maus sentimentos por ou-tros de valor, coragem, confiança em si e certeza de que tudo sempre irá acontecer da melhor maneira possí-vel, resultante da atração de boa as-sistência astral;l praticar, no lar, a limpeza psí-

quica, diariamente, fazendo as irra-diações nos horários recomendados;l aprimorar-se cada vez mais,

pela leitura atenta e interessada das obras editadas por esta Filosofia, as-

similando seus maravilhosos conceitos e os colocando em prática no dia a dia; el frequentar assiduamente as

reuniões públicas em uma casa ra-cionalista cristã, para obter valiosas orientações e incentivo na busca por dias melhores.

Ao ajustar a sua forma de pensar e de agir aos preceitos racionalistas cristãos, você passará a se sentir mais animada e mais entusiasmada pela vida, porque entenderá a verdadei-ra razão de viver, e saberá lidar com os males da matéria física com sabe-doria, para que possa estender a sua jornada terrena com qualidade e ter a oportunidade de evoluir cada vez mais.

Esperamos que esses momentos difíceis sejam superados e você possa usufruir de merecida paz e da felici-dade privativa das pessoas esclare-cidas espiritualmente.

Veja as condições espirituaisLendo algumas obras do RC ou

através do Fale Conosco esclareço dúvidas sobre progresso espiritual, mas fico confuso em certas conclusões do RC, por exemplo: não há carma, vingança ou “olho por olho” em reen-carnações.

Uma reportagem sobre o Afega-nistão diz que mulheres são tratadas como animais, obrigadas a casar ain-da crianças com homens muitas vezes acima dos 50 anos. Muitas foram mu-tiladas: cortaram-lhe as orelhas, na-riz ou membros. Minha dúvida é: por que esses espíritos reencarnam nes-sas condições? Eles foram cruéis nas encarnações passadas? Estou citando o Oriente Médio como exemplo, mas a África também é surreal no quesito mutilação.

Desculpem minha ignorância no assunto, mas não vejo o propósito de evoluir nessa condição, a não ser por débitos.

Resposta: Prezado, são condi-ções e experiências a que o espírito voluntariamente se submete após ter feito reflexões em seu mundo de es-tágio, onde aceita viver situações an-tagônicas à que anteriormente viveu, não se constituindo em castigos, mas em desafios que muitas dessas pes-soas superam e lutam para modificar, constituindo-se assim em exemplos a serem seguidos.

Lembre-se que estamos em um planeta-escola onde existem inúme-ros exemplos de superação, e o livro Racionalismo Cristão, em sua 45ª edi-ção, assim se expressa, nos fazendo refletir sobre tais acontecimentos:

“O caráter virtuoso é um dos mais ricos e preciosos bens do espírito. A sua conquista, porém, não é fácil. Ao contrário, requer prolongados pe-ríodos de meditação em numerosas existências, ao longo das quais as observações e conclusões vão ama-durecendo sob a árdua prova da ex-periência.”

“Só depois de incontáveis desen-ganos e de sofrer muitas injustiças e ingratidões é que a pessoa mede, no íntimo da sua natureza espiritual, a extensão das imperfeições humanas contra as quais passa a se insurgir.

Assim, de repugnância em repug-nância às mazelas morais, ela vai libertando-se das ações inferiores para colocar-se, por convicção hauri-da do esclarecimento, nas linhas rígi-das de uma conduta modelar.”

Estude sempre a espiritualidadeDe quanto tempo precisamos para

estudar o espiritualismo?

Resposta: Prezado, saber nunca ocupa espaço, portanto não há mal em buscar aprimorar nossos conheci-mentos.

Estudamos a vida inteira e ainda sentimos que muito nos falta para ter-mos um vislumbre do que seja a vida

espiritual. Buscar sempre aprofundar nossos estudos sempre é benéfico.

Cumpre lembrar que nós levamos desta encarnação neste mundo-escola apenas o que acumulamos em nosso espírito aquilo que conquistamos em nossa busca de avançarmos em nossa trajetória evolutiva.

Estudar, compreender, assimilar e pôr em prática tudo o que aprende-

mos sobre espiritualidade é o caminho mais correto para bem aproveitarmos essa passagem pelo planeta. Esteja certo disso e confie em sua necessida-de de saber sempre mais.

Em seu estudo, se tiver alguma dúvida, basta enviar-nos novo email. Teremos prazer em trocar ideias a respeito dos ensinamentos explanados pelo Racionalismo Cristão.

É o espírito que escolhe as condições

de vida na Terra

Aconselhamento

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A RAZÃO8 JULHO / 2018

Estou pensando na vida e não sei quando meu sofrimento há de acabar. Sempre escrevo para a Casa-Chefe porque recebo bons

conselhos, que me ajudam a viver esta vida que me parece estar cada vez mais difícil de viver. Sei que a vida não é fácil. Estou tentando aguentar, mas se continuar assim vou buscar alternativas com a família que não ajuda. Parece que estou afundando por causa dos problemas com os filhos e filhas. Sou mãe de seis filhos, já passei por muito sofrimento e ainda estou lutando, mas por vezes quero sair correndo de tan-to ver e ouvir ofensas da parte destes, que me fazem ficar completamente sem solução. Minha filha que vive nos Estados Unidos nunca mais deu notícia. À noite não durmo. Meu filho de 16

anos não me respeita. Estou desolada. O pai dos últimos três faleceu há seis anos e eu os criei com muito sacrifício, mas não vejo saída, justo agora que eu estou prestes a terminar o minha licen-ciatura em ciências de educação e lá na UNICV está correndo tudo bem. Vou concluir e depois eu pego os gêmeos, que são os menores, e vou embora sem deixar rastro para esse rapaz de 16 anos que, parece, nunca vai mudar. Depois do curso eu vou sumir da vida deles porque não me merecem, vou embora para sempre. Sou uma prisio-neira, sou o banco da família.

Resposta: Prezada, soluções preci-pitadas, desprovidas de raciocínio e de bom senso, sempre trazem consequências desagradáveis e agravam mais ainda os

problemas, porque são tomadas sob a maléfica influência do astral inferior.

É preciso calma, paciência, compre-ensão, tolerância e resignação, é preciso analisar os problemas e resolvê-los quan-do e como for possível, sem afobações, sem lamentações e sem precipitações.

Ao invés de você estar às turras com o seu filho de 16 anos, não seria melhor você pesquisar por que ele age assim, não seria razoável você fazer sua auto-análise e verificar onde está falhando?

Quando o desentendimento ronda um lar, é porque os seus integrantes não es-tão conseguindo mantê-lo íntegro e livre das correntes do mal, é porque não estão cumprindo a disciplina preconizada pelo Racionalismo Cristão, é porque está fal-tando diálogo educado e respeitoso.

Se alguém no lar está alterado, des-

controlado e dizendo coisas descabidas, cabe ao outro permanecer em silêncio e esperar a melhor ocasião de expressar as suas opiniões. O problema é que nor-malmente cada um quer ter razão, sem ouvir as razões do outro, e assim, nin-guém nunca se entende.

Pare para pensar, com inteligência e sabedoria. Investigue por que o seu filho é tão rebelde, por que ele a desrespei-ta. Invista no seu filho, reconquiste-o, ao invés de desprezá-lo. Não foi por acaso que ele, em seu mundo próprio, a esco-lheu como mãe.

Lute com coragem, força de vontade e determinação, em busca dos seus ide-ais, com a certeza de que você tem o po-der de alcançar todos os seus objetivos, desde que tenha calma, paciência e sai-ba esperar o momento certo para agir.

Sou professora de escola pública e infelizmente a droga e o desrespeito são constantes. Professores são amea-çados, alunos entram alterados, atra-palhando os poucos que querem algu-ma coisa. Como agir com esses que não querem nada e ainda entram droga-dos em sala de aula?

Resposta: Prezada, na sua pro-fissão existe um ideal superior envol-vido que move todos esses profissio-nais pelos caminhos da abnegação, desprendimento, coragem e amor aos semelhantes na árdua tarefa de legar conhecimentos e educar, exercendo

atualmente responsabilidades que de-veriam ser função dos pais.

Na realidade esses jovens são ví-timas da falta de oportunidade que os conduziu a estas condições onde na maioria das vezes são levados às dro-gas pela carência de amor e de melhor educação por parte dos pais que, por sua vez, também não a tiveram e nem mesmo adquiriram a condição de trans-mitir-lhes um pouco de espiritualidade.

Movida por este ideal superior, procure fortalecer-se, tendo a certeza de que está bem assistida pelas Forças Superiores e mesmo que em toda uma turma você consiga transmitir a um só

aluno os seus valores, terá mesmo assim cumprido com o seu dever. Aos demais, mesmo que não pareça você terá dei-xado exemplos de dignidade, de inte-ligência que de alguma forma ficarão impregnados em seus corpos fluídicos para utilização futura.

Esperando que encare com deste-mor e otimismo as suas dificuldades, su-gerimos ligar-se através da leitura ao espírito de Olga Brandão, dedicada educadora que escreveu o livro Cami-nhos Certos com relevantes ensinamen-tos em matéria educativa e com um ca-pítulo específico intitulado O problema é educação.

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Problema das drogas em sala de aulaA RazãoCriança

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A RAZÃO9 JULHO / 2018

Desperte para a espiritualidadeHumberto RodriguesPresidente Astral do Racionalismo Cristão

A história do Racionalismo Cris-tão vem sendo escrita no pla-no físico com muita determina-ção, destacando-se nessa luta

a participação de espíritos valorosos, entre eles o de Luiz de Mattos, um de seus fundadores, que se dedicou ao es-tudo aprofundado das ciências huma-nas, sociais e da natureza, sobretudo das ciências médicas, e da literatura em geral, especialmente dos filósofos da Antiguidade até os contemporâne-os. Assistido por Forças Superiores em campo astral, codificou uma filosofia de vida que esclarece e espiritualiza os seres humanos mediante normas de conduta fáceis de serem adotadas no cotidiano e um método disciplinar próprio, que fortalece os espíritos em evolução na Terra, que o grande mes-tre humanista qualificou como plane-ta-escola.

Mediante seu expressivo ideal

e elevado grau de espiritualidade, Luiz de Mattos transmitiu ensinamen-tos valiosos para os seres humanos, auxiliando-os a caminhar de forma simples pela estrada evolutiva neste mundo de escolaridade. Ao explanar princípios espiritualistas objetivos e adequados aos níveis culturais exis-tentes na face da Terra, deixou bem clara a relevância das leis evolutivas no processo de crescimento espiritual a que todos se obrigam no planeta, contrapondo-se aos cultos adorativos sempre existentes e às ideias místicas e aos dogmas enraizados nas mentes humanas há milênios.

A Terra tem atmosfera fluídica bem densa, em razão da materialidade que ainda domina muitos povos. O mate-rialismo obsedante só oferece cami-nhos tortuosos. Eles são aparentemente atrativos, mas, na verdade, são atalhos ilusórios. A materialidade entorpece o indivíduo, turva o raciocínio, enfraque-ce a vontade, diminui a capacidade de percepção, afastando-o da estrada evolutiva. Perdido em si mesmo, vai aos

poucos distanciando-se do crescimento espiritual planejado em campo astral. É dessa forma que se produzem as gran-des mazelas observadas no plano físico, como guerras fratricidas, disputas aca-loradas, buscas desenfreadas por bens materiais. Mas, tudo fica neste mundo tão convulsionado, nada de valor espi-ritual é agregado ao cabedal evolutivo humano. As desigualdades sociais resul-tam dessa falta de consciência, dessa insensibilidade espiritual.

Despertem para a espiritualidade desde já! As leis evolutivas já são bem conhecidas por todos que estudam a espiritualidade que o Racionalismo Cristão defende e pratica diariamen-te em suas Casas, também divulgada nos livros publicados por sua Casa-Chefe. São esclarecedoras obras li-

terárias, acessíveis a todos os níveis socioeconômicos e culturais existentes, relembramos, como igualmente relem-bramos que a vida tem seu lado de progresso material, mas a ser apenas utilizado como meio de crescimento espiritual, uma verdade que jamais deverá ser negligenciada ou mesmo esquecida, sem que haja grande pre-juízo evolutivo para o indivíduo e a coletividade.

Sendo assim, não se esqueçam das pequenas coisas, como um sorriso cor-dial, o desejo de um bom-dia, o de es-tender a mão amiga aos necessitados de ajuda, o de levar a palavra orien-tadora a quem está ao redor. Saibam que todos os seres humanos têm a mes-ma origem, todos são iguais, diferen-ciando-se, apenas, quanto ao nível de evolução espiritual. Se estão ligados entre si enquanto evoluem em conjun-to neste planeta-escola, ao dominarem pensamentos, sentimentos e emoções poderão raciocinar com clareza, e bem aproveitar a existência, contribuindo para um mundo melhor.

Luiz de MattosCodificador do Racionalismo Cristão

O mundo passa por fase bastan-te delicada e difícil. Conflitos de toda ordem acontecem em vários lugares, e isso ainda se repetirá por muitas décadas. As pessoas espiritualmente esclarecidas pelo Racionalismo Cris-tão sabem que precisam encarar os acontecimentos da vida como eles se apresentam, aceitá-los como são, não achando que são piores que os do pas-sado ou querendo que sejam melhores no futuro, mas os receber com naturali-dade, pois sempre irão refletir o nível espiritual dos seres humanos em cada época. A evolução espiritual da huma-nidade é lenta e gradativa.

Há pessoas que vivem neste mundo por viver, visto que têm uma concepção de vida muito diferente do que ela é verdadeiramente. Alimentam ilusões descabidas ante uma realidade nua e crua, escondem-se dos fatos, que se apresentam sem disfarces, mas que

precisam ser enfrentados com ânimo forte e decidido.

A vida na Terra é e será dura por muito tempo, com maldades, discórdias e vinganças. Como a população em geral não está preparada para enca-rar a vida como ela se apresenta, pas-sa por grandes decepções, e os abalos morais vão surgindo com o decorrer dos anos.

Nas casas racionalistas cristãs pro-cura-se mostrar aos assistentes de suas reuniões públicas, e fazer com que compreendam, como é a vida em toda a sua rudeza, para que não alimen-tem ilusões. Nada é prometido, porque promessas não têm valor algum. A ver-dade espiritualista que o Racionalismo Cristão sustenta é dita com sincerida-de e desinteressadamente. Por isso, ela pode ser aceita como um benefício espiritual que ajuda os seres humanos a serem virtuosos, a praticarem o bem em meio à diversidade evolutiva dos habitantes deste planeta-escola.

O mundo, como todos percebem,

e dizemos isso constantemente, atra-vessa e ainda atravessará épocas di-fíceis, de grande descontrole, de muita confusão e desentendimento. Os seres humanos, seja de forma individual ou coletiva, querem tudo que lhes satisfa-ça os sentidos. Para alcançarem esse muito, lançam mão de meios verda-deiramente criminosos, sem temor ou recuos. E, nesse descalabro, os que re-cuam são considerados covardes e os indecisos, taxados de medrosos. E vão em frente, numa ambição desmedida e desenfreada. Felizmente, grande par-te da humanidade tem valor em maior dimensão, consolidado no rigor do tra-balho honesto, como recomenda a fi-losofia racionalista cristã, uma filosofia de vida que ensina aos estudiosos da espiritualidade como devem encarar os acontecimentos com inteligência.

Quem não usar a inteligência como base do raciocínio, quem não possuir domínio próprio, quem, enfim, não tiver boa formação de caráter, pode ser en-volvido pelo arrastão de imoralidades

que se alastra por tantos países. Há, pois, necessidade desses cuidados por parte de todos, para evitar a perda de uma encarnação preciosa do espí-rito, seja por desmandos, seja por des-lizes morais.

Nas casas racionalistas cristãs não se ilude ninguém. Procura-se falar cla-ramente, dizendo a verdade espiritua-lista como ela deve ser dita. Sabemos que há muita gente que não a quer ou-vir e nem mesmo a aceita, porque acha mais cômodo e agradável se deixar le-var pelo viver dissoluto.

Todavia, não podemos deixar de abrir os olhos das pessoas que racio-cinam e querem aproveitar a vida no que ela tem de melhor e digno, tendo presente a visão correta do que seja o progresso material e espiritual que o Racionalismo Cristão recomenda, me-diante seus princípios filosóficos e sua disciplina psíquica, capazes de fazer com que ultrapassem as fases difíceis com sobranceria, com o valor e a cora-gem das pessoas esclarecidas.

Nota

Lições de vida

“O materialismo obsedante só oferece caminhos tortuosos, na verdade, ilusórios.”

Cuide-se para não perder a encarnação

Doutrinações

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A RAZÃO10 JULHO / 2018

J.A. Martins Militante da Filial São Paulo

Aristóteles, ainda jovem, não querendo mais ser apenas discípulo, mas também mestre, começou a arquitetar um meio

seguro e científico de pensar, provar e refutar, e acabou criando a lógica. Com ela sistematizou e aperfeiçoou praticamente todos os saberes de seu tempo. E assim produziu uma obra de impressionante diversidade e comple-xidade temática, que exerceria pro-funda influência no desenvolvimento da cultura e do pensamento racionalis-ta do Ocidente.

Tendo em vista, diz um especialista, a importância da variada e ciclópica obra intelectual de Aristóteles, “proe-za inacreditável” para um só indivíduo, nunca serão demasiados os louvores ou homenagens que a humanidade preste a esse pensador. Todavia, acrescenta o estudioso, demasiados também não seriam mesmo que sua contribuição ao mundo tivesse sido apenas a invenção da lógica.

Instrumento da razão. A lógica não foi classificada por Aristóteles como ciência. E diz por quê: ela não é o conhecimento teorético ou prático de um ser ou de um objeto. É, isto sim, um instrumento da razão a ser usado com a finalidade de fazer-nos pensar ou raciocinar corretamente.

“Não se referindo a nenhum ser, a nenhum objeto, a nenhuma coisa”, es-clarece Marilena Chauí, “a lógica não se refere a nenhum conteúdo, mas à forma ou às formas do pensamento. Por isso se diz que, com Aristóteles, sur-ge a lógica formal.”

Esse instrumento da razão, preconi-za ela, é, portanto, o meio adequado a ser usado por quem almeja adquirir saber filosófico e científico. Em grego, a palavra para designar instrumento é ”órganon”, termo que serve de título ao conjunto dos escritos de Aristóteles sobre a lógica.

Disse um dia o velho e saudoso pro-fessor de filosofia Ângelo Daversa a seus jovens alunos: “A lógica aristotélica é, sem dúvida, a mais legítima expres-são do racionalismo não só da Grécia antiga, mas também de qualquer épo-ca. É, ademais, a maior contribuição de Aristóteles à filosofia e à ciência”.

Os pensadores da Grécia que fi-losofaram antes de Aristóteles acon-tecer “já muito tinham ensinado sobre o saber e a verdade”, mas foi com o Estagirita que surgiu o filosofar formal,

chamado lógica. Segundo o historiador da filosofia

José Cretella Júnior, “a lógica foi es-truturada de modo tão perfeito que, ainda hoje, os caminhos trilhados nes-sa matéria são os mesmos traçados por Aristóteles”. A propósito, comentou também Cretella ser marcante o que disse o filósofo alemão Immanuel Kant: que “a lógica (nascida perfeita) não podia, em nada, depois de Aristóte-les, retroceder, mas também não podia dar mais nenhum passo para a frente”.

O silogismo. O ponto básico em

que se apoia a lógica é o silogismo – raciocínio dedutivo estruturado a partir de duas orações, das quais se obtém, por dedução, necessariamente, uma terceira. A primeira oração chama-se premissa maior; a segunda, premissa menor; a terceira é a conclusão, dedu-zida das duas premissas. A conclusão é “necessária”, isto é, não poderia ser nenhuma outra, pois, se fosse, o raciocí-nio estaria equivocado.

Ou seja, raciocínio dedutivo é for-malizar, organizar, dispor em ordem as ideias e dar estrutura e forma definiti-vas e perfeitas à teoria da inferência.

Para concluir, um exemplo clássico de silogismo:

“Todos os homens são mortais (pre-missa maior): Sócrates é homem (pre-missa menor): Logo, Sócrates é mortal (conclusão)”.

Doutrinações / Artigos

SábiaS palavraS

Maria CottasEscritora

As pessoas que praticam o bem e cumprem seus deveres, que seguem es-sas e outras orientações do Racionalismo Cristão ficam espiritualmente fortalecidas e esclarecidas, condições que tanta falta fazem aos seres humanos. O fortalecimen-to espiritual é resultado da prática diária de limpeza psíquica, tão recomendada pela filosofia racionalista cristã, enquanto o esclarecimento espiritual pressupõe au-toconhecimento, requer pensamento bem irradiado e força de vontade firme.

Querer é poder, e saber querer é qualidade humana magnífica. Vence quem confia em si, quem busca amparo no poder imenso dos bons pensamentos e da força de vontade invencível, voltados para o progresso individual e coletivo. Quem trabalha espontaneamente pelo bem dos semelhantes trabalha para a própria evolução.

Há pessoas que se dizem espiritual-mente esclarecidas, mas ainda não alcan-çaram o patamar que as leve ao franco entendimento do que seja a verdade es-piritualista sustentada pelo Racionalismo Cristão. O ser humano está na Terra para evoluir e a evolução requer cumprimento de deveres em todos os setores, mas com disciplina no viver, porque há tempo para tudo, inclusive descansar e recrear, sem es-quecer a saúde física e psíquica.

Frisamos sempre o cuidado com a saúde. O corpo humano é o meio de que se serve o espírito para evoluir na Terra, e, por isso, não pode ser posto de lado. Corpo físico saudável, corpo fluídico for-talecido e espírito psiquicamente equili-brado constituem a estrutura ideal para o ser humano exercer suas funções na Terra, em cumprimento da lei evolutiva das re-encarnações.

Confiança na capacidade de con-cepção e agudeza de percepção são alavancas de progresso material e cres-cimento espiritual, são atributos espirituais que todos possuem. Otimismo e coragem voltados para o trabalho e a prática do bem no plano físico conduzem à meta evolutiva planejada em campo astral.

História do racionalismo – 66

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“Lógica, instrumento da razão com a finalidade de fazer-nos raciocinar corretamente.”

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A RAZÃO11 JULHO / 2018

Editorial Nossa razão dE sEr

O que é felicidade?Na marcado pênalti

Oscar Pereira de Menezes

Felicidade é algo que o ser humano procura durante a vida e, muitas vezes, não encontra, porque ela está em si mesmo, nos pensamen-

tos, no querer, na vontade; não depende mesmo da posse de bens materiais, nem da satisfação de desejos próprios da vida instintiva. É coisa íntima que cada um cul-tiva pela maneira de viver, sem querer ul-trapassar suas possibilidades, sem desejar a outrem o que não quer para si mesmo, vivendo moderadamente, sabendo usar os bens que possui e seus dotes, sabidamente, sem excessos ou motivos de queixa, mas alimentando sempre a esperança e o de-sejo de vencer.

Ser feliz é ser bom, compreensivo, to-lerante, amigo, servindo a causas justas e nobres que elevam e dignificam o ser humano diante dos seus semelhantes; é transmitir pensamentos sadios sobre todos, ajudando-os a vencerem dificuldades, le-vando-lhes conforto e solidariedade nas horas dolorosas, através de uma palavra amiga, sendo abnegado e desprendido nas situações que se apresentem.

O homem feliz aceita as coisas como elas se revelem, sem reclamações, lamúrias ou incriminações, conforma-se com os sofri-mentos que lhe batem à porta, sabe ser paciente e calmo e não se desespera ante os fatos que não provocou.

A verdadeira felicidade consiste em amar ao trabalho, em saber guardar o que lhe sobra para atender a necessidades de amanhã, em cumprir os seus deveres pe-

rante a vida, sendo ordeiro e disciplinado. É feliz quem tem a consciência tranquila e limpa, plena de satisfação por haver cum-prido todas as suas obrigações materiais e espirituais, jamais prejudicando os seus semelhantes. Proceder corretamente é um dever a que todos estão obrigados, para aperfeiçoar o moral e o caráter.

Na verdade, não existe felicidade completa, porque tudo na vida é relativo. Mas, dentro da relatividade das coisas, o homem pode construir e desfrutar a feli-cidade, desde que não alimente ilusões, pretensões descabidas ou desejos intem-perados que produzem o entorpecimento das faculdades mentais. O trabalho é de encontrar-se a si mesmo, ter consciência do que representa neste mundo e não se tor-

nar joguete das paixões, nem ser guiado por mãos inescrupulosas e inconscientes; é libertar-se dos grilhões das convenções através do raciocino.

Já dizia o grande Pitágoras que “seres que saibam ser ditosos, não mui raros joguetes das paixões, rolam to-dos num fundo sem borda e sem fundo”. Apesar disso, cremos que há de chegar o momento decisivo, em que todos se en-contrarão para uma vida melhor, mais compreensiva, verdadeira, plena de fe-licidade, adquirida por uma consciência reta, um caráter íntegro e uma vontade forte para o bem, guiada por um racio-cínio positivo e claro.

Publicado 20 de novembro de 1975

FOTO THARSILA PRATES

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Noutros tempos, falar que algo ou alguém estava na marca do pênalti provocava certo frisson, alastravam-se temores entre os que tinham qualquer tipo de ‘culpa no cartório’, destruíam-se papéis e pastas de documentos que pudessem incriminar suspeitos de al-guma coisa; havia até quem viajasse para fora do país para retornar quan-do a poeira baixasse. Hoje, parece, a vergonha de certos políticos, assesso-res, empresários e executivos esvaiu-se, levando com ela o medo de punição. Nesse ponto igualam-se a traficantes e assaltantes, que também não temem nem a Polícia nem a Justiça.

Político implicado até o queixo em falcatruas mil é capaz de jurar pela sogra mortinha que jamais se envolveu em qualquer negócio escuso, que ja-mais conseguiu dinheiro ou outra vanta-gem indevida em função do cargo que ocupava na estrutura administrativa ou legislativa do país em seus três níveis.

Falar de marca do pênalti em tem-po de campeonato mundial de futebol é tão oportuno quanto falar que ainda muitas cabeças vão rolar, como rola a bola nos gramados, recebendo chutes de todos os atores, por extensão, de todos os brasileiros. Eleitores bem que gostariam de chutar algumas cabeças coroadas.

Parece haver mais político brasilei-ro na marca do pênalti que fora dela. É quase o caso de se indagar: quem é a bola da vez?

Estas são apenas reflexões, que nem passam pelas grandes dúvidas. Por exemplo:

1. Cadê o dinheiro desviado?2. Quem vai possibilitar a recu-

peração da que foi a maior empresa do Brasil e hoje tem valor de merca-do em queda diária, com um ou outro momento de suspiro, como um afoga-do que eventualmente põe a cabeça fora d’água. Nesse mergulho levou as economias de milhares e milhares de brasileiros então confiantes em que es-tavam apostando numa rocha inabalá-vel. Não lhes passava pela cabeça que corruptos praticamente a devastariam.

3. Por que a advogada Adriana Ancelmo precisa “cumprir pena’ de prisão em casa, para cuidar dos fi-lhos que necessitam de sua presença, e as portadoras dos fatídicos três pês, com pencas de filhos, permanecem nos presídios?

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A RAZÃO12 JULHO / 2018

Caruso SamelEscritor, militante da Filial Butantã (SP)

No artigo do mês passado, intitula-do Nossas duas mentes, dissemos que a expansão da mente ou poder mental ocorre através dos

campos mentais (semelhantes aos cam-pos eletromagnéticos de um imã) e ope-ram como verdadeiros campos fluídicos. E dissemos mais que esses campos ope-ram sob o comando das vibrações dos pensamentos, sentimentos e emoções do espírito num processo simbiótico e extre-mamente rápido da ordem de milésimos de segundos. Ou seja, nós não temos limi-tações para atuar com todo o potencial do espírito, desde que respeitemos as leis naturais e imutáveis do Universo. Em continuação, vamos estender esse enten-dimento mais além das percepções dos nossos sentidos físicos, criados para ope-rar no mundo físico.

O conhecimento espiritual que o Racionalismo Cristão proporciona nos permite fazer esse mergulho profundo. Para isso, vamos procurar transcender do que é cotidiano e nos enxergarmos como parte do Todo Universal e suas leis evolutivas. Vamos tratar de uma re-alidade muito maior que o nosso com-plexo viver aqui na Terra.

Vamos começar dizendo, como o fez Luiz de Mattos, que nas vastidões do Uni-verso tudo é Força e Matéria, a primeira atuando sobre a última em todos os cam-pos de sua manifestação com o objeti-

vo de fazer cumprir a sua lei maior – a Evolução da Força. Dando um gigantesco salto no espaço e no tempo, na Terra a evolução culminou com o aparecimento do ser humano, um ser integrado nas con-dições ambientais do planeta, cuja Força, parcela da Inteligência Universal, tem o nome de espírito. A evolução do espírito, que na Terra se dá através das encar-nações, é uma realidade incontestável para todos aqueles cuja espiritualidade já alcançou um nível de conhecimento de si mesmo inabalável. Aprendemos tam-bém, nos ensinamentos desta Filosofia, que o espírito tem vida eterna e encar-na proveniente de seu mundo de origem, trazendo consigo o seu corpo fluídico que, como ele, também é invisível aos olhares humanos.

Daí concluir-se que, nos seus mun-dos de origem, os seres espirituais são compostos de Força e Matéria, ou seja, espírito e corpo fluídico, já que o espí-rito precisa desse tipo de matéria para manifestar-se. Fácil fica, então, enten-der que o corpo fluídico não se destrói quando encarna, assim como, não se destrói quando desencarna. Mas, aqui está o complemento dessa informação: o corpo fluídico não se destrói, não se desintegra, porém se transforma na medida em que o espírito evolui. Já a matéria física (corpo físico) se desin-tegra quando o espírito com seu cor-po fluídico simplesmente a deixa. Ou seja, na sequência das encarnações e desencarnações, sejam elas quantas

forem necessárias, o espírito alcança maior evolução e vai diafanizando o seu corpo fluídico para adequá-lo à intensidade de suas vibrações que é função de seu grau de espiritualidade.

Antes, porém, para entender o processo mental, segundo nossa teoria, precisamos antes dar uma noção do que seja um sensor e um transdutor em ele-trônica. Um sensor é um dispositivo ele-trônico ou órgão biológico que detecta ou sente um sinal ou uma determinada condição física, química, bioquímica ou iônica. Um transdutor é um dispositivo completo, utilizado para transformar uma grandeza qualquer em outra que pode efetivamente ser utilizada pelos dispositivos de controle (um computador, um robô programável, etc.). Dito de ou-tra forma, os transdutores transformam uma grandeza física (vibrações ondula-tórias, temperatura, pressão etc.) num si-nal de tensão ou corrente que pode ser facilmente interpretado por um sistema de controle, neste caso o nosso cérebro. Neste sentido, podemos considerar um transdutor como uma interface entre o sensor e o circuito de controle ou even-tualmente entre o controle e o atuador (motor, lâmpada, LED, campainha etc.). Portanto, o transdutor, normalmente elé-trico, eletrônico ou iônico, converte uma forma de energia para efeitos de me-dição ou transferência de informação. Os sensores podem ser geradores de energia ou atuadores e receptores de energias, respectivamente.

Com esses conhecimentos valiosíssi-mos, voltemos, então, à nossa teoria da mente e do processo mental que expu-semos ao terminarmos o artigo anterior e iniciarmos o presente artigo.

Assim, à semelhança do que foi ex-posto para um transdutor eletroeletrô-nico, na nossa teoria, o espírito, através do campo fluídico gerado pela sua energia atuando no seu corpo fluídico, age como atuador de energia (energia espiritual) e o cérebro como receptor de energia, dando-se ao conjunto e ao processo que nele se realiza a denomi-nação de mente ou processo mental de transferência de informação. Concluin-do: a mente funciona como um transdu-tor das vibrações dos pensamentos, sen-timentos e emoções geradas e inseridas através dela no cérebro pelo espírito. Este decodifica essas informações para as diversas operações e efeitos que a criatura deseja realizar aqui na Terra.

É por isso que o Racionalismo Cris-tão recomenda que pensemos positiva-mente e tenhamos uma mente não só espiritual, mas também carregada de atitudes voltadas para o bem próprio e de nossos semelhantes. Essa é uma inclinação altruística, pois mente não significa apenas uma natureza mental, mas também, polarizada de atitudes, ou seja, o espírito plasma ou molda uma configuração que subentende a existência do binômio mente-atitude.

Continua na página 13

Nossas duas mentes - IIUma teoria espiritual para explicar a mente

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A RAZÃO13 JULHO / 2018

É essa configuração fluídica que o cérebro recebe através do corpo fluídi-co – o equivalente do transdutor físico e decodifica para atender aos ditames da vontade humana expressa nos pensamen-tos, sentimentos e emoções. Quem assim proceder, com vontade firme e podero-sa voltada para o bem, carrega consigo uma mente verdadeiramente espiritual, que traz alegria e felicidade, fazendo a lei de atração funcionar em seu benefício e da coletividade. Tudo o que precisa-mos para isso é mantermos a nossa mente pura, ligada aos campos superiores da espiritualidade, recebendo deles a ener-gia fluídica que se irradia por todo o Uni-verso, provinda da fonte única de todos e de tudo, enfim, da Inteligência Universal! Longe de nós desprezarmos os avan-ços neurológicos conduzidos pelos neu-rocientistas António Damásio, Richard Dawkins e Daniel Dennett, os mais pro-eminentes dentre muitos que procuram e afirmam a priori que a mente é um pro-cesso e produto do cérebro. Suas respos-tas continuam sendo incompletas e sujeitas a muitas críticas por cultuarem apenas a matéria, desprezando os conhecimentos espiritualistas. Uma coisa é dizer que uma

determinada região do cérebro é ativa-da mediante um estímulo ou durante uma EQM (Experiências de Quase-Morte) ou uma EMER (Experiências Místicas e/ou Espirituais Religiosas); é claro que isso é algo substancialmente diverso de dizer que uma mesma região do cérebro é a responsável exclusiva pelos fenômenos observados. Daí, podermos dizer que a abordagem espiritualista fornece respos-tas muito mais completas e explicações não forçadas e mais palatáveis ao bom senso. Seria humanamente hilário admitir que um amontoado de neurônios seja ca-paz de produzir as mais imortais obras literárias, esculturais, musicais e artísticas, bem como, as maiores descobertas feitas pelos cientistas de todos os tempos, só para citar alguns campos da engenhosi-dade criativa dos homens. Alguns cientistas pensam diferentemen-te dos três citados neurocientistas, como é o caso de Mario Beauregard, neurocien-tista canadense da Universidade de Mon-treal, autor do livro O cérebro espiritual – uma explicação neurocientífica para a existência da alma, publicado pela Edi-tora Best Seller em 2010. Ele, também, foi palestrante no I Simpósio Internacional

intitulado “Explorando as Fronteiras da Relação Mente-Cérebro”, ocorrido na ci-dade de São Paulo, entre os dias 24 e 26 de setembro de 2017. Mario Beauregard mencionou dois experimentos conduzidos por neurocientistas que falharam: um, a tentativa de cruzar o homem com chim-panzé para formar o “humanzé”, que fa-lhou por causa de apenas dois cromosso-mos a mais em favor do chimpanzé; outro, a construção de um capacete, o “capacete de Deus”, elaborado pelo neurocientista norte-americano Michael Persinger, com a intenção de dar descargas eletromagné-ticas suaves na região do lobo temporal - perto das costeletas - e com isso produ-zir experiências espirituais e provar sua origem cerebral. Testado o capacete no próprio Dawkins, não funcionou! A cada falha, Persinger culpava o voluntário da ocasião. E pasmem! Apesar dos insucessos, o capacete começou a ser fabricado para venda, mostrando que o papel de certos cientistas é lamentável e condenável. É por causa de tais fatos que resolvi escrever este artigo e elaborar uma teo-ria eminentemente espiritualista, sujeita, é claro, como todas as teorias, à comprova-ção espiritualista ou até mesmo científica.

Professoras Maluci Lopes Machado e Roseli Marques

Os adolescentes são pessoas fasci-nante, seres humanos cheios de energia, dúvidas, questionamentos e aflições. Ao mesmo tempo que nos desafiam e indagam também precisam de orien-tação, limite, “colo” e “ouvidos” para suas angústias, muitas vezes não encon-tram isso em casa, no seio familiar.

Jovens são pessoas facilmente ma-nipuláveis, facilmente influenciáveis, le-vando-os a mudarem o comportamento por usarem exemplos alheios.

As redes sociais e outras mídias trazem grande influência e grandes re-ferências a esses jovens, é nelas onde muitas vezes se apoiam.

Acreditam nas “vidas perfeitas” encontradas não só nas redes, mas em filmes de séries “teen”, descobrem ca-minhos, nem sempre ideais, para tentar solucionar seus problemas, ou no pior dos casos encontram pessoas mal in-tencionadas que dizem ter a grande solução.

E qual é o papel da escola nisso tudo?

Foi-se o tempo em que a escola servia para “transferir” conhecimentos.

As gerações mudaram, os aprendiza-dos e, principalmente, as relações.

Segundo Henri Wallon, filósofo francês, o processo evolutivo do ser hu-mano necessita tanto da parte bioló-gica, quanto do ambiente em que está inserido.

Escola é onde o ser humano, passa ou passou maior parte da vida, intera-ge, cria vínculos, descobre amores, mas é nela que aparecem os menores até piores conflitos.

Humanizar a escola é um traba-lho árduo e intenso que envolve, além de amor à profissão, a sensibilidade profissional e pessoal de colocar-se no lugar do outro e entendê-lo naquela situação.

Empatia é o que permeia o am-biente de nossa escola Professora Se-míramis Turelli Azevedo, em Tatuí.

Com mais afetividade, as professo-ras idealizaram o projeto “Posso falar com você?”, criando uma maneira de minimizar ou até mesmo prevenir al-guns conflitos.

O projeto envolve alunos, profes-sores e profissionais de outras áreas, todos de espírito aberto com um único intuito: elevar a autoestima dos alunos e ouvi-los.

Algo tão simples para uns, tem uma proporção gigantesca para outros. “Eu acredito que depende do como cada pessoa reage a determinado assunto, o que é fácil resolução para mim pode trazer diversas dúvidas para outra pessoa”, diz a Prof.ª Natalie Montori, formada em História e Pedagogia e uma das precursoras do projeto.

A iniciativa ainda conta com a participação do Sr José Nanni Neto Presidente da Filial Tatuí do Raciona-lismo Cristão e o jovem militante Gio-vanni Caetano fazendo um trabalho humano e acolhedor com os alunos, disponibilizando voluntariamente seu tempo e levando o autoconhecimen-to aos alunos que estão participando deste projeto.

“Esse projeto veio em um momento delicado para alguns de nossos alunos, quando estavam necessitando urgente de um conselho, que deveriam encon-trar na família”, ressalta Prof.ª Roseli Marques Militante dessa Casa em Tatuí formada em Ciências/Matemática.

Com todo empenho e afetividade dos envolvidos, essa iniciativa tem tudo para alastrar-se a outros ambientes.

Como diz Rubem Alves, “Pois ser Mestre é isso ensinar a felicidade”.

Posso falar com você?A disciplina do Raciona-

lismo Cristão recomenda a limpeza psíquica como forma primordial de limpar psiquica-mente o ambiente em que nos encontramos, afas tando influ-ências negativas que possam prejudicar nosso humor, nossas atividades, nossa vida, enfim.

A limpeza psíquica se dá por meio de irradiações, que devem ser feitas em horários determinados, pela manhã e à noite. A Irradiação A deve ser feita uma vez e a Irradiação B deve ser repetida por cin-co minutos; ao final, uma Irra-diação B ao Astral Superior e outra ao Presidente Astral do Racio nalismo Cristão, Humber-to Rodrigues.

Irradiação AAo Astral SuperiorGrande Foco! Força Criadora!Nós sabemos que as leis que

regem o Uni verso são na turais e imutáveis, e a elas tudo está sujei-to.

Sabemos também que é pelo es-tudo, raciocínio e crescimento, deriva-do da luta contra os maus hábitos e as imperfeições, que o espírito se esclare-ce e alcança maior evolução.

Certos do que nos cabe fazer, e pondo em ação o nosso livre-arbí-trio para o bem, irradiamos pensa-mentos aos Espíritos Superiores para que eles nos envolvam na sua luz e fluidos, fortificando-nos para o cum-primento dos nossos deveres.

Irradiação BGrande Foco! Vida do Uni-

verso!Aqui estamos a irradiar pensa-

mentos às Forças Superiores para que a luz se faça em nosso espírito, e tenhamos cons ciência de nossos erros, a fim de evitá-los e nos forta-lecer para praticar o bem.

Limpeza psíquica

Nossas duas mentes 11

A RAZÃOLeia e assine

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A RAZÃO14 JULHO / 2018

Carlos Alberto Aires YatesMilitante da Filial Porto Alegre (RS)

O homem e o Universo é o título do excelente livro de autoria de Ar-thur Koestler sobre como os cinco maiores nomes, pioneiros na astro-

nomia, conseguiram mudar, no período de cerca de 200 anos, a visão do cosmos que se tinha até então. Remontamos a 1473, ano em que nasce Nicolau Copérnico. Até então havia a ideia de que os astros se movimentavam em círculos perfeitos na abóbada celeste em virtude de sua “natu-reza perfeita”, pois no céu mãos invisíveis de 55 anjos eram obrigadas a conservar o movimento circular constante das esferas planetárias conhecidas.

Para o espírito moderno o fato mais notável da ciência medieval é que ela ignorava números, peso, comprimento, velocidade, duração e quantidade, pois se guiava por algumas concepções de Aristóteles, que havia divorciado a ciên-cia da matemática, em contrapartida aos pitagóricos, que procediam mediante a observação e a medição. Os aristotélicos, pelo método do raciocínio apriorístico, utilizavam um estranho sistema de física derivado de noções e não de fatos. Era correta na época a teoria de que a Terra era o centro do Universo e que tudo que acontecia na esfera sublunar era causado e governado pelos movimentos das esfe-ras celestes. Este dogma serviu de base lógica aos defensores da astrologia, tanto na Idade Média quanto na Antiguidade.

Nicolau Copérnico, cônego, adiou por 30 anos a publicação de seu trabalho Sobre as revoluções das esferas celestes. O primeiro exemplar lhe chegou às mãos, vindo dos impressores, apenas algumas horas antes da sua desencarnação, que ocorreu na catedral de Frauenburg, na Prússia Oriental, no limiar da cristandade civilizada. Vivera por 30 anos ali, um lu-gar severo e proibitivo, mas que, além da visão do Mar Báltico, lhe proporcionava visão dos astros à noite.

Entre outras coisas, Copérnico des-cobriu:

a. que os corpos celestes não se mo-

vem todos em torno do mes-mo centro.

b. que a Terra não é o centro do Universo, mas ape-nas o centro da órbita lunar.

c. que o Sol é o centro do sistema planetário.

d. que a Terra tem o mo-vimento de rotação em torno de seu próprio eixo etc.

Essas ideias foram a base para que outros estudiosos como Tycho Brahe e Johannes Kepler, nascidos respectiva-mente em 1546 e 1571, tam-bém seguissem pelo mesmo caminho. Tycho foi um gigante da observação metódica e fez anotações minuciosas e valiosíssimas dos movimentos dos astros, como cálculos dos ângulos no horizonte e distâncias médias relativas.

Kepler aproveitou a grande quan-tidade de informações de Tycho, pois a este, a par de seus profundos estudos, faltou a imaginação para compreender o verdadeiro significado da astronomia. Kepler lidava apenas com grosseiros ins-trumentos de medição, mas tinha intuição de gênio e ficou sobrepujado pela rique-za e precisão das observações de Tycho. Este havia amontoado um tesouro de da-dos como ninguém antes, mas estava ve-lho e faltava-lhe a ousadia de construir, através da imaginação, o novo modelo do Universo. As leis do Universo estavam lá, nas suas planilhas, mas por demais profundamente ocultas, para que ele as pudesse decifrar. Foi só gradativamente, passo a passo, que Tycho repassou seus valiosos dados a Kepler, o único capaz de dar forma adequada àquelas infinitas anotações. A ligação entre estes dois du-rou 18 meses. Tycho com 53 anos e Kepler com 29 anos.

Kepler estabeleceu-se em Praga como matemático imperial, de 1601 a 1612. Foi o período mais produtivo de sua vida, e lhe proporcionou a distinção sem par de fundar duas novas ciências: a ótica instrumental e a astronomia física. Publicou sua Nova Astronomia, em 1609,

onde aparecem as duas primeiras leis planetárias das três que descobriu que:

1. os planetas giram em torno do Sol, não em círculos, mas em órbitas elípticas;

2. os planetas cobrem com sua órbita áreas iguais em tempos iguais.

Em 1564, nasce Galileu, um dos pre-cursores daquilo que veio a ser denomi-nado a ciência experimental. Ele forneceu o indispensável complemento às leis de Kepler para o Universo de Newton, que sentenciou: “Se pude enxergar mais lon-ge, foi porque me apoiei em ombros de gigantes”. E estes foram, principalmente, Kepler, Galileu e Descartes.

A Igreja permitia que as teorias vá-rias, contrárias aos textos sagrados, fos-sem debatidas mas não permitia que fos-sem tomadas como verdadeiras. Por isso os estudiosos eram cautelosos em tornar públicos seus descobrimentos. Ora, Gali-leu, utilizando seus aperfeiçoamentos do telescópio, tinha provas sobre o movimen-to dos astros e insurgiu-se contra o fato disso não ser tomado como verdade. Em consequência sofre a primeira denúncia ao Santo Ofício em 1614. Livra-se do processo, movido pelos mais fanáticos, em 1616, sendo proibido de proclamar suas ideias. Em 1632 sofre nova denúncia por desobediência às sanções, e aí foi lhe im-posta a abjuração de suas ideias. Falece no mesmo ano de nascimento de Isaac Newton, 1642.

Este célebre senhor bri-tânico, no meio de um ema-ranhado de teorias e dados, consegue formular a lei da gravitação universal junta-mente com suas três leis, que fundamentaram a mecânica clássica. E, claro, não pode-mos deixar de assinalar os efeitos dos estudos e pos-tulados de René Descartes, filósofo, físico e matemático francês, nascido em 1596.

Podemos dizer que estes cinco pesquisadores colabo-raram para devolver ao ho-mem a sua razão e indepen-dência, subtraída até então por uma fanática religiosida-

de que o escravizava e tolhia mentalmen-te. Suas ideias tiveram seus bons frutos no tempo, mas fazendo o ser humano desa-creditar em um deus onipotente, infeliz-mente, o fizeram cativo da falsa impres-são de que devia viver somente para a matéria.

Felizmente, esse falso conceito sofre um choque devastador com as ideias, no-vamente libertadoras, de Luiz de Mattos ao codificar o Racionalismo Cristão. Ana-lisando bem, nos parece que o progresso humano tem-se feito em uma senoide, ou onda, em que ora se contempla o conhe-cimento material, ora o espiritual, e que, sem ambos nos devidos níveis máximos, não se alcança o tão sonhado equilíbrio.

Qual será nosso próximo passo? Uma coisa é certa: na imensidão desta galáxia rolam mundos, alocados hierarquicamen-te na concentricidade das zonas-escola densa, opaca, intermédia, diáfana e de Luz Puríssima, esta a meu ver ocupando o centro físico, organizador e administrador da nossa Via Láctea. Será, repito, será que os sinais nas plantações de grãos da Europa, chamados de círculos ingleses ou agroglifos, não estarão a nos dar uma pista, nos mostrando a real existência de mundos tão longínquos que nosso melhor telescópio não alcança, mas visíveis pela nossa inteligência, conhecimento, sabedo-ria, espiritualidade e intuição?

O homem e o Universo

Agroglifo encontrado em Milk Hill, Inglaterra, em 2001

Rua São Francisco Xavier, 467 – Loja E – Tijuca – RJ

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A RAZÃO15 JULHO / 2018

Lília Rodrigues da Silva PaivaPresidente da Filial Belo Horizonte (MG)

Desde que o ser humana existe, sempre ocorreram fatos espiritu-ais, os quais em épocas remotas eram tratados como bruxaria,

ocultismo, doenças mentais. O tempo passou, vieram pesquisas da ciência mé-dica, mas os cientistas ainda não chega-ram a uma conclusão sobre o que ocorre durante o sono, quando milhares de pes-soas falecem.

Existem pessoas que acordam ten-tando mover uma parte qualquer do corpo físico, sem conseguir, e relatam o acontecido aos médicos da área de neuropsiquiatria. Esta, por sua vez, vem tentando descobrir o que ocorre durante o sono, levando as pessoas a passar por essas situações, que antes eram denomi-nadas pesadelos, e depois, a partir dos anos 2000, passaram a ser chamadas apenas de distúrbios do sono. Várias tentativas foram feitas em pacientes, por meio do exame de polissonogra-fia, em que o paciente é internado e tem o sono induzido por anestésicos e ficam ligados ao aparelho denominado polissonógrafo, que registra a frequên-cia respiratória, batimentos cardíacos e impulsos cerebrais durante o sono R.E.M (Rapid Eye Movement) – movimento rá-pido dos olhos. Essa é a fase do sono em que ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante essa fase, os olhos movem-se rapidamente e pesquisas médicas indi-cam que a atividade cerebral é similar à que se passa nas horas em que o pa-ciente está acordado.

Então, quando ocorre, tal distúrbio do sono apenas acusa nos aparelhos os sintomas do corpo físico, e desta forma a medicina deu para esse distúrbio o nome de Paralisia do Sono. Ainda é um enigma para a ciência médica, porque só con-

segue fazer um diagnóstico do corpo, e tenta tratar de acordo com os tratados de método apenas da ciência empírica, com medicamentos ou terapia.

As pessoas, porém, continuam com os problemas da mesma forma, porque o mal não é físico, e sim psíquico, e está ligado diretamente ao espírito.

O que de fato acontece é que, por volta de 1h até as 3h da madrugada o espírito realmente se desliga do corpo para buscar novas energias em seu pla-no de estágio, para retornar ao corpo e reabastecê-lo de energias que são vi-tais para a saúde do corpo físico. Este fato ainda é muito restrito, pela falta dos conhecimento da vida espiritual, e até mesmo porque ainda não consegui-rem provar, dentro da ciência, a existên-cia do espírito. Então, quando não têm tal conhecimento, as pessoas que durante o sono se desdobram e ficam presas na atmosfera fluídica do planeta tornam-se vulneráveis às investidas do astral infe-rior. Quando ocorre o desdobramento, o espírito vê o que o está atacando, e que começa com sufocamento na garganta, provocado pela ação do astral inferior, que consequentemente complica a res-piração, que diretamente vai provocar taquicardia, que por sua vez irá dire-tamente afetar os impulsos neurais. Vai faltar a oxigenação cerebral e o cérebro vai diminuindo sua atividade até ocorrer sua falência, e aí vem a desencarnação do espírito, pela ação do astral inferior.

Para compreender a paralisia do sono, é preciso entender os mecanismos regentes sobre o espírito e não do cor-po físico, pois este está ligado ao espírito através do corpo fluídico.

Quando a pessoa, mesmo sem ter conhecimento da vida espiritual, não tem medo e luta, astralmente falando, com o obsessor, consegue ativar, através do seu espírito, pequenos impulsos neurais e

consegue mover, que seja um dedo, já é o suficiente para acordar, porque o seu espírito foi mais forte do que o astral inferior, e então ela volta do desdobra-mento e acorda. Ainda assim, a pessoa tem muitas dúvidas a respeito do assunto e procura a medicina.

Quando tem conhecimento da vida espiritual, a pessoa sabe que durante o sono o espírito não pode ficar aqui na atmosfera fluídica ou superfície da Terra. Sabe, perfeitamente, que deve preparar-se mental e espiritualmente antes de dormir. E se tem conhecimen-to do Racionalismo Cristão vai compre-ender melhor que é necessário fazer a limpeza psíquica, até mesmo antes de dormir, se for o caso. Agindo assim, o espírito ligado ao corpo pelos cordões fluídicos, tranquilamente, evola ao seu mundo para reenergizar-se, e o corpo físico fica em estado de supressão das funções, trabalhando o metabolismo e o equilíbrio iônico para quando o espírito retornar ao corpo, este já esteja pronto para receber as energias vitais que o espírito traz do seu mundo.

E dessa forma, não tem paralisia do sono, pesadelos, nada. Apenas o fortale-cimento do corpo pelo espírito. E quando acorda sente-se fortalecido para enfren-tar o dia que vem pela frente.

Aqueles que não têm tais conheci-mentos entram em desespero, enfraque-cem o corpo e o espírito, porque têm medo de dormir. E, assim, vem o cansaço excessivo, a falta de memória e outros males de que são acometidos e aca-bam interferindo na sua vida material. Pois não encontram forças para traba-lhar, mesmo sair de casa. Ficam exaustos e acabam até por adoecer fisicamente também.

A ciência vem trabalhando nas pes-quisas em relação ao sonambulismo e a paralisia do sono, mas enquanto não co-

nhecer este outro lado, que é espiritual, ainda vai demorar muito para curar pa-cientes portadores desses sintomas.

Estamos aqui tentando explicar um pouco do que realmente acontece, para que muitas pessoas que passam por esta situação possam entender e livrar-se desse mal psíquico, que atinge o espírito e desequilibra a saúde do corpo físico.

No momento que entenderem isto, de forma espiritualista, terão condições plenas para se tratarem, sem medica-mentos, pois todos têm atributos espiritu-ais que são ferramentas para o espírito trabalhar cada um a seu próprio favor.

De posse dos conhecimentos espiri-tualistas, principalmente os disseminados pelo Racionalismo Cristão, através dos estudos das obras e da limpeza psíqui-ca, estes se tornarão pessoas saudáveis, porque conhecerão diretamente o pro-blema e saberão como combatê-lo, utili-zando as ferramentas do espírito.

A ciência médica caminha para no-vas descobertas, que estão além do corpo físico, mas ainda são um pouco ru-dimentares, ainda que muito avançada para tratar os males do corpo físico.

O fato é que as intuições a todo tem-po vêm para aqueles que estão traba-lhando nos mais variados campos. Pela falta de conhecimentos espiritualistas, tais intuições não conseguem chegar a eles, mas chegam a muitos, mesmo sem conhecerem o Racionalismo Cristão ou a espiritualidade.

A neurociência está chegando para revolucionar, e aos poucos, todas as peças desta grande engrenagem vão encaixar-se, e novas descobertas ocor-rerão para atingir um nível em que as ciências médicas encontrarão respostas para muitos tratamentos dos males do corpo físico, através dos conhecimentos advindos da vida espiritual. É só uma questão de tempo.

Paralisia do sono. E daí?

FILIAL NITERÓI80 anos da inauguração de sua sede

A Filial Niterói (RJ) do Racionalismo Cristão convida todos os amigos dessa filosofia espiritualista e suas famílias para as comemorações do 80º aniversário de inauguração da sua atual sede, no dia 28 de julho de 2018, com início às 16 horas e com a presença do presidente do Racionalismo Cristão, Gilberto Silva.

Dirigentes e militantes da Filial contam com sua presença.

Rua Visconde de Sepetiba, 468, Centro, Niterói, RJ

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A RAZÃO16 JULHO / 2018

IngredientesMassa

500g de farinha de trigo300g de manteigaquatro gemasduas colheres (sopa) de óleouma pitada de sal

RecheioDuas colheres (sopa) de farinha de

trigotrês clarasuma xícara (chá) de parmesão ra-

ladouma cebola ralada50 g de manteigauma lata grande de aspargos pi-

cadosduas xícaras (chá) de leite

Modo de preparo

MassaMisture todos os ingredientes e

trabalhe bem a massa, que deve ficar úmida.

RecheioSepare alguns aspargos inteiros

para enfeitar e pique o restante. Dou-re a manteiga com a farinha de trigo, junte o leite, a água da conserva dos aspargos, o queijo ralado, a cebola e os aspargos picados. Deixe esfriar e junte as claras batidas em neve.

MontagemForre com massa uma forma de

torta (de fundo removível) ou em um refratário retangular. Coloque o re-cheio por cima e enfeite com os as-pargos separados. Leve ao forno para assar.

Faleceu em 17 de ju-nho, aos 88 anos, Ana Amaral, a Dona Anita, nas-cida em berço racionalista cristão e que frequentava e praticava nossa filosofia espiritualista desde a mais tenra idade, além de tra-balhar nas atividades me-diúnicas nas casas raciona-listas cristãs de Divinópolis e São João Del Rey.

Casou-se com Ercílio Augusto de Almeida e Sil-va, ele com 31 anos e ela com 16, e eles formaram um casal-modelo para todos que os conheceram. Ela tornou-se escritora de renome, publicando diver-sos livros de conteúdo espiritualista, crô-nicas etc. Ercílio foi presidente da Filial Divinópolis.

Suas atividades filantrópicas - fa-miliares ou não - eram realizadas sob os mantos da discrição, do amor e da solidariedade humana.

Foi responsável pela gestão de recursos, re-gularização de imóveis e geração de importantes receitas financeiras para a Filial destinadas à manu-tenção da independência financeira, conforme pre-ceituaram e agiram Luiz de Mattos e Luiz Thomaz.

É com pesar e alegria que vivenciamos este dia. Pesar, por não mais po- dermos conviver, material-

mente, com Dona Anita; e, alegria, por termos a certeza de que, espiritualmen-te, ela e o seu querido Ercílio, juntos no-vamente, estarão trabalhando em prol da humanidade.

E nós, militantes ou não, que a co-nhecemos e com ela convivemos, temos a certeza de que ela, agora componente da plêiade do Astral Superior, espargi-rá seus bons fluídos em favor de todos os espíritos encarnados.

Atua nos seguintes segmentos: Elétrica, Hidráulica, Marcenaria, Pintura: interna e externa e Revestimentos.Reforma e Manutenção de: Apartamento, casa, prédio etc.Engenharia: Autovistoria, Consultoria, Fiscalização, Laudo, Legalização, Projeto e Vistoria.Eduardo de Souza Alexandre – Engenheiro civil

Rua Henriqueta Moura, nº 22.Piedade - CEP: 20756-180e-mail: [email protected]: (21) 996-275-994

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Maria Tereza GomesSecretária da Casa-Chefe

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IngredientesCinco ovos (separados)oito colheres (sopa) de águaduas xícaras (chá) de açúcarduas xícaras (chá) de farinha de

trigo uma colher (sobremesa) de fermen-

to em pó

Modo de preparo

Bata as gemas com o açúcar até criar bolhas, junte o suco de laran-ja, a farinha de trigo e as claras em neve. Por fim, acrescente o fermen-to. Pré-aqueça o forno. Coloque em uma fôrma untada e polvilhada em forno quente por 10 minutos. Após esse tempo, diminua a temperatu-ra para médio e asse por mais 20 minutos.

Pão de ló de laranja

Ana Amaral (Dona Anita), 88

Dona Anita

Artigos

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A RAZÃO17 JULHO / 2018

Dia 1 Correspondente Juiz de Fora – 24º aniversário da fundação; nova sede em 17-7-2008Sede – Avenida Barão do Rio Branco, 4968, Alto dos PassosJuiz de Fora, Minas Gerais, Brasil Presidente – Adelino de Paula AndradePresidente em exercício – Lucimar A. Marquiori Fonseca e Silva

Filial Teresópolis – 54º aniversário da fundação; nova sede e ascensão a filial, em 29-7-1973Sede – Rua Coronel Antonio Santiago, 171, AgriõesTeresópolis, Rio de Janeiro, Brasil Presidente – Alexandrino Barbosa

Dia 4Correspondente Olímpia – 74º aniversário da nova sedeSede – Rua Coronel Francisco Nogueira, 759, Cen-troOlímpia, São Paulo, BrasilPresidente – Levino Gilmar dos Santos

Dia 5 Filial Madeiralzinho – 20º aniversário da nova sedeSede – Sítio de MadeiralzinhoMindelo, São Vicente, Cabo VerdePresidente – Antonio Almeida Fortes

Dia 9Filial Dracena – 55º aniversário da fundaçãoSede – Rua Tomé de Souza, 354 Dracena, São Paulo, BrasilPresidente – Diego Garcia Leite

Dia 11Filial Ribeirinha – 34º aniversário da ascensão a filialSede – Sítio da RibeirinhaArredores de Mindelo, Ilha de São Vicente, Cabo Verde Presidente – Arlindo Flávio Silva

Dia 13Filial Fernandópolis – 58º aniversário de ascensão a filialSede – Avenida Expedicionários Brasileiros, 1777Fernandópolis, São Paulo, Brasil Presidente – Edneu Viscardi

Filial Viseu – 33º aniversário da fundaçãoSede – Rua Nova da Balsa, Bloco A, Cave – Esq – Fr.VViseu, Portugal Presidente – Aurélio Manuel Cardoso e Silva

Correspondente Natal – 60º aniversário da funda-çãoSede – Rua Major Laurentino de Morais, 1.252, Ti-rol Natal, Rio Grande do Norte, Brasil Presidente – Francisco Mário da SilvaPresidente em exercício – João Wildes de Oliveira

Dia 16Filial Neves Paulista – 57º aniversário da nova sedeSede – Rua Floriano Peixoto, 274 Neves Paulista, São Paulo, Brasil Presidente – João Viscardi

Dia 17Filial Mirassol – 57º aniversário da nova sede e as-censão a filialSede – Rua Osvaldo Cruz, 2048, CentroMirassol, São Paulo, BrasilPresidente – Aílton Borges de Souza

Correspondente Jesúpolis – 44º aniversário da fun-daçãoSede – Praça Luiz de Mattos, 95Jesúpolis, Goiás, Brasil Presidente – Simeão Urbano Dias

Dia 19Filial Campinas – 48º aniversário da nova sede

Sede – Avenida Brasil, 310, Vila LaneCampinas, São Paulo, Brasil

Presidente – Carlos Alberto Diamantino

Dia 25 Filial São José do Rio Preto – 97º aniversário da fundação; nova sede em 15/7/1961Sede – Rua Boa Vista, 735, Boa VistaSão José do Rio Preto, São Paulo, BrasilPresidente – Francisco Sucena Branco

Filial Ribeira Grande – 10º aniversário da ascen-são a filialSede – Tanque, Ribeira Grande Santo Antão, Cabo VerdePresidente – Antonio João Rodrigues

Dia 26Filial Várzea Grande – 21º aniversário da nova sedeSede – Avenida Castelo Branco, 929Várzea Grande, Mato Grosso, BrasilPresidente – Gêlmo Corrêa Ribeiro

Dia 28Correspondente Campo Grande – 11º aniversário da nova sedeSede – Rua Antonio Norberto de Almeida, 107, Vila Maracaju, Centro Campo Grande, Mato Grosso do Sul, BrasilPresidente – Alírio Leitum Filho

Filial Cabo Frio – 10º aniversário da ascensão a filialSede – Rua Omar Fontoura, 641, Braga Cabo Frio, Rio de Janeiro,, BrasilPresidente – Wilson Bernardo da Silva

Dia 30Filial Bebedouro – 7º aniversário da nova sedeSede – Praça Abílio Alves Marques, 121, Centro Bebedouro, São Paulo, BrasilPresidente – Rosa Della Valentina de Campos

Comemorações e solenidades em casasracionalistas cristãs em julho de 2018

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Eventos

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A RAZÃO18 JULHO / 2018

Espaço Jovem

Tharsila PratesJornalista

Nada se faz falando e, sim, fazendo. É óbvio. A única saída digna é correr atrás. Mas, mesmo sendo jovem de

idade, quem já não pensou: “Está tudo errado”?

Conheço alguém, bem novinho, que, depois de uma reviravolta, contou que não sabia o que fazer, nem para onde ir. Mas fez: “Come-çou a andar a esmo”.

E fez de novo: “Em vez de olhar para baixo, como havia se habi-tuado, Modesto Máximo (esse é o nome dele, personagem lindo de William Joyce) olhou para o alto”. Viu uma moça com um esquadrão de livros voadores. Um deles foi dado de presente para Modesto e o convidou a segui-lo. O livro vo-ador levou o menino a um prédio fantástico, onde a vida de Modesto

nunca mais foi a mesma.Sim. É livro, é imaginação, é

personagem, mas pense se também não é assim quando achamos que algo (ou várias coisas) está errado? Não temos que nos mover? Não te-mos que olhar ao redor, para o alto que seja? Por que mergulhar em de-pressões?

Uma revista semanal tratou do assunto, em abril, destacando nú-meros dos Estados Unidos: o grupo dos 12 aos 25 anos foi o único no qual se registrou aumento dos ca-sos de depressão nos últimos cinco anos. Diz ainda a revista que, no Brasil, estima-se que 10 milhões de meninas e meninos sejam acome-tidos por ao menos uma crise de depressão ao longo da juventude. Nunca estiveram tão sós, “escondi-dos atrás dos dois sinaizinhos azuis do WhatsApp”.

Não se trata de banir a tec-nologia, até porque ela não é

a única vilã. E ela não é vilã o tempo todo. Ambientes hostis em casa e na escola, estresse e an-siedade são outros inimigos. Mas devemos levar em conta que não podemos ser escravos de nada, nem de ninguém. Não podemos fugir ao controle do “eu quero” ou “eu não posso”. Se quer, faça. Se não pode fazer, não faça. Todos sabemos das regras, dos limites, das responsabilidades, das possi-bilidades... O grupo dos 12 aos 25 já é bem grandinho, guarda-das as proporções de cada idade. Se não sabem, vão aprender que tudo que se faz ou não se faz tem consequências para si.

“Acontecia”, por exemplo, “de Modesto se perder dentro de um li-vro e não ser visto por dias a fio”, mas à noite “Modesto Máximo vol-tava a escrever seu próprio livro. Escrevia as suas alegrias e tristezas, tudo o que conhecia e todas as suas

esperanças”. Porque, verdade seja dita, a esperança é a última que morre. Não a primeira, nem a se-gunda, nem a terceira...

E viram que ainda há tristezas? Ela só não pode sair do controle, como se mandasse. Quem manda em mim sou eu – frase bem “abor-recente”, não? Mesmo assim, vale para enxotar sentimentos e ações negativos.

Muitos falam na importância do diagnóstico e de admitir ter a de-pressão. Mas uma vez identificada essa etapa, hora de sair do vazio. Olhar para o alto. Correr atrás. Mover-se. Admitir, isso sim, o valor que temos como filho, filha, irmão, irmã, sobrinho, sobrinha, neto, neta, amigo, amiga, colega, vizinho, vi-zinha, estudante, leitor, leitora, jo-gador, jogadora, escritor, escritora, pensador, pensadora... Modesta-mente, o Máximo.

Persistam.

Reviravoltas

Vacanão dáleite

Mário Sérgio Cortella, filóso-fo, escritor, educador, pales-trante e professor brasileiro, costumava dizer aos filhos

quando crianças: “Quando comple-tarem 12 anos contarei o segredo da vida a vocês.”

Quando o mais velho completou 12 anos, acordou o pai tido ansioso

para saber o segredo da vida. O pai disse: “Contarei, mas você não poderá revelar aos seus irmãos. Eis o segredo: vaca não dá leite. Você tem que tirar. Você precisa acordar às 4h da manhã, ir ao pasto, en-trar no curral cheio de fezes, amar-rar rabo e pernas da vaca, sentar no banquinho e fazer o movimento

certo!” Esse é o segredo da vida. Vaca, búfala, cabra não dão leite. Ou você tira ou não tem leite.

Existe um geração que acha que vaca dá leite, ela acha que as coisas são automáticas. Eu quero, eu peço, eu ganho. A felicidade resulta do esforço. A ausência de esforço gera frustração.

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A RAZÃO19 JULHO / 2018

Espaço Jovem

O poema Todas as cartas de amor é de 1935. Anos antes, em 1919, Franz Kafka escreveu ao pai. Obviamente, não uma car-

ta de amor. Uma carta com mais de cem páginas, que nunca foi entregue e só foi publicada após a morte do au-tor. Uma carta dura.

Eis um trecho:“Querido pai,Tu me perguntaste recentemente por

que afirmo ter medo de ti. Eu não soube, como de costume, o que te responder, em parte justamente pelo medo que tenho de ti, em parte porque existem tantos detalhes na justificativa desse medo, que eu não poderia reuni-los no ato de falar de modo mais ou menos coerente. E se procuro responder-te aqui por escrito, não deixará de ser de modo incomple-to, porque também no ato de escrever o medo e suas consequências me atra-palham diante de ti e porque a grande-za do tema ultrapassa de longe minha memória e meu entendimento. Para ti a questão sempre se apresentou bem sim-

ples, pelo menos enquanto falaste dela diante de mim e, sem cuidar a quem, diante de muitos outros.

Para ti (grifo meu) as coisas pare-ciam ser mais ou menos assim: traba-lhaste pesado durante tua vida inteira, sacrificaste tudo pelos teus filhos, e sobretudo por mim, enquanto eu “vivi numa boa” por conta disso, gozei de toda a liberdade para estudar o que bem quisesse, não precisei ter nenhu-ma preocupação com meu sustento e portanto nenhuma preocupação, fosse qual fosse; não exigiste gratidão em troca disso, tu conheces “a gratidão de teus filhos”, mas pelo menos um pouco de boa vontade, algum sinal de simpatia; em vez disso eu sempre me encafuei (escondi) de ti em meu quar-to, com meus livros, com amigos ma-lucos, com ideias extravagantes; falar de maneira aberta contigo eu jamais falei, no templo jamais fui ao teu en-contro, em Franzensbad jamais te visi-tei e aliás jamais tive senso de família, não me importei com o negócio nem

com teus demais assuntos, a fábrica eu joguei às tuas costas e depois te aban-donei, apoiei Ottla em sua teimosia e, enquanto não movo um dedo por tua causa (nem sequer uma entrada de te-atro eu trago a ti), faço tudo por es-tranhos”.

Quem continuar a leitura vai per-ceber que, na verdade, o filho Kafka acusa o pai, Hermann Kafka, de frieza e de ser autoritário, o que teria mina-do a autoestima do escritor, que cres-ceu em um clima tirânico. Isso explica um pouco por que o autor se debruçou sobre enredos como o de “Metamor-fose”, em que o personagem principal se vê transformado em um inseto. Ou então n’ O Processo, em que o perso-nagem principal é acusado, julgado e condenado à morte por um motivo des-conhecido.

Esses exemplos te inspiraram? Pen-sou em alguém? Ou em algum assunto? O Racionalismo Cristão recebia cartas. O endereço continua: Rua Jorge Rudge, 119, Vila Isabel, Rio de Janeiro - RJ.

A seguir, uma carta fictícia, sobre um assunto qualquer...

“Caríssima!Posso escrever para desejar-lhe “fe-

liz aniversário”? É que a data já passou há algum tempo, e eu também me pas-sei. Até me envergonho. Como vão as coisas?

Nunca mais nos vimos. Faz mais de ano.

Tenho andado... Bem, você também deve estar ocupada. Mas nem um tele-fonema? Uma mensagem no Face ou no Twitter? Uma curtida? Um zap? Um re-cado por um amigo? Um cartão? Pois mando-lhe esta carta!

É para dizer que sinto saudades. Com ela, vão impressas as minhas últi-mas selfies. Atrás das fotos, o lugar onde estive. Você vai ver que o meu cabelo continua rebelde, com mais alguns fios brancos; as olheiras se acentuaram; tam-bém dá para ver que estou mais gordo. Só o afeto não muda. Não se esqueça.

Risos.Beijão!”

CorrespondênciaTharsila Prates

Hoje tudo é pelo WhatsApp. Até jornalismo, imaginem! Alguém ainda estuda o gênero carta? Já recebeu alguma? Já escreveu al-

guma? Eu tenho várias! Veja o que pensava Fernando Pessoa, que nasceu em 15 de junho, há 130 anos (ou o seu heterônimo Álvaro de Campos) sobre um tipo de car-ta especial:

Todas as cartas de amor sãoRidículas.

Não seriam cartas de amor se não fossemRidículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,Como as outras,

Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,Têm de serRidículas.

Mas, afinal,Só as criaturas que nunca escreveram

Cartas de amorÉ que sãoRidículas.

Todas as cartas de amor...

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A RAZÃO20 JULHO / 2018

Ideologia, uma ciência no ocasoClecy RibeiroJornalista, professora das Faculdades Integradas Hélio Alonso, RJ

São ainda a filosofia e os filósofos, por extensão, os guardiães do nosso templo de reflexão. Do grego idea

(ideia) e lógos (discurso) velam a ideologia como ciência das ideias, um conjunto próprio de um grupo, de uma época, que traduz uma si-tuação histórica. Exprime-se, ge-ralmente, através de uma doutrina social ou política, inspiradora dos atos de um governo, um partido, uma classe social etc.

Nos séculos XVII e XVIII, os dis-cursos ideológicos referem-se à ri-queza e à pobreza, à moeda, pro-dução, comércio. Nos séculos que se seguem, à economia política, geo-política, tecnologia, informação. E, em vias de encerrar-se a segunda década deste século XXI, o momen-to histórico favorece, exagerada-mente, o discurso tecnológico da in-formação. Descontinuado, rompe o instante e dispersa o sujeito em uma pluralidade de posições e funções. Contestam-se, mais e mais, o instan-te e o discursante.

Filosofo e sociólogo, Slavoj Zizek reconstrói o conceito de ideologia na moderna ciência social e ressalta

suas faces múltiplas. Julga a ideolo-gia um conceito fora de moda. Im-porta mais discutir a realidade em si mesma, tal como é. “Você pode ver por si mesmo como são as coi-sas”, prega ele em Um mapa da ide-ologia (Contraponto, 1996), coletâ-nea de ensaios analíticos e críticos, clássicos e contemporâneos.

Falso-verdadeiro. Nessa pre-gação, divergência, contestação, complementaridade não iria faltar o eterno confronto falso-verdadeiro, que anima os gregos desde o século VI. A verdade, diziam então, está na palavra de quem de direito, anun-ciando algo a acontecer e do qual irá participar ou colaborar. Assim suscitavam adesão. Já um século de-

pois, a palavra verdade deslocou-se para “o que se diz”. Se vai aconte-cer ou não, são outros quinhentos. E pouco importa se irei participar ou colaborar. É, portanto, muito fácil mentir sob o disfarce da verdade.

Inverdades. Com base em tais argumentos, às vezes sofismáveis, eleições à vista no Brasil, a leitura dos presidenciáveis, neste instante histórico de informação acoplada à tecnologia, com pano de fundo de corrupção e descontrole, conduz a um espectro de ideias sujeito a mudanças. A atualidade brasileira do conceito ideológico expõe, entre outros fatores, uma concentração de fatos escolhidos, doutrinações populistas ou militaristas, falsidades

– ou inverdades. E, individu-alizada pela mensagem la-cônica, repetitiva, fragmen-tada, essa atualidade não mais pertence a um partido ou classe política. Basta ver a diversidade e troca-troca de legendas, apoios, alian-ças, filiações. Político por profissão, em campanha permanente nas redes so-ciais, garantia do pão nosso de cada dia. (Geralmente muito mais que um só pão).

Como bem diz Slavoj Zizek, em sentido geral, a

noção imanente de ideologia dou-trina, destinada a nos convencer de suas verdades, cede a interesses particulares de poder. É cética sua visão sobre o velho e o novo ideo-lógico: “A ideologia pode designar qualquer coisa, desde uma atitude contemplativa, que desconhece sua dependência em relação à realida-de social, até um conjunto de cren-ças voltadas para a ação; desde o meio essencial em que os indivíduos vivenciam suas relações com uma estrutura social até as ideias falsas que legitimam um poder político dominante. Ela parece surgir exa-tamente quando tentamos evitá-la, e deixa de aparecer onde, clara-mente, se esperaria que existisse”.

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Conheça o RC

Se você, leitor, ainda não conhece o Racionalismo Cristão, visite nosso site na internet

www.racionalismocristao.org

e alcance informações básicas sobre essa Filosofia, sua origem e seu propósito.

No site você encontrará os endereços de todas as casas racionalistas cristãs, no Brasil e no exterior, com a identificação dos respectivos presidentes, e os horários das reuniões públicas de limpeza psíquica.

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A RAZÃO CRIANÇAPÁGINA 1 JULHO / 2018

No Jardim Zoológico, neste domingo azul, a girafa olha do alto para

as crianças, e parece convi-dá-las a um passeio no dorso. Há uma escada perto, e se for encostada ao animal, Ricardo (Rick é o seu apelido) poderá chegar até lá.

O garoto mede a distân-cia que vai do chão ao lombo, e julga-se em condições de vencê-la. Uma vez lá em cima, cavalgando o pescoço, e segu-rando-lhe os chifres, pedirá à girafa, depois de umas voltas pelo Jardim, que o leve por aí,

percorrendo o mundo.Presa há tanto tempo, a

girafa há de estar ansiosa de liberdade. Não será difícil transpor a cerca. Ela espera que Rick lhe proponha a aven-tura. Ninguém se atreverá a travar-lhe os passos, e Rick vai dirigi-la nos rumos que aprendeu no atlas escolar.

O problema é descer de vez em quando, para Rick ali-mentar-se de biscoitos, fazer necessidades e dormir. Cama-rada, a girafa irá se deitando aos poucos, primeiro dobrando devagar as pernas, depois se

inclinando lentamente para o lado, e afinal arriando com suavidade a carga infantil.

Mas para subir outra vez, como se arranjaria ele? Esca-da não haverá. Mesmo deita-da, a girafa é difícil de subir. A imaginação não lhe fornece recurso plausível. O sonho frustrou-se. Rick levanta o braço direito e, com a mão espalmada em gesto de adeus à girafa que gentilmente o convidara, esclarece:

— Muito obrigado. Fica para outra ocasião, quando eu crescer

Drummond, poeta mineiro da segunda geração do Movi-mento Modernista, viveu até 1987 e escreveu um vasto nú-mero de obras – poesia, prosa, infantil e juvenil. Entre os po-emas, os célebres são No meio do caminho, Quadrilha e José

Rick e a girafa

De Carlos Drummond de Andrade

Drummond, poeta mineiro da segunda geração do Movi-mento Modernista, viveu até 1987 e escreveu um vasto nú-mero de obras – poesia, prosa, infantil e juvenil. Entre os po-emas, os célebres são No meio do caminho, Quadrilha e José

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A RAZÃO CRIANÇAPÁGINA 2 JULHO / 2018

Tharsila PratesCoordenadora do A Razão Criança

“Saber que não sabe tudo e querer saber mais, mesmo sabendo

que nunca saberá tudo, é sinal de sabedoria.”

“Algumas pessoas pensam que ter liberdade de pensa-mento é não mudar de opinião. Mas isso, na realidade, signi-fica ficar sempre no mesmo caminho, na mesma direção.”

“Há um pensamento, sem autoria definida, que diz: ‘Existem quatro espécies de pessoas: as que sabem e sa-bem que sabem, são sábias, e (tu) podes consultá-las; as que sabem e não sabem que sa-bem, faze-as se lembrarem e ajuda-as a não esquecerem; as que não sabem que não sabem, ensina-as; e as que não sabem e proclamam que sabem, evita-as’”.

Querem um tempo para reler as três lições acima? Releiam para si e para a criançada que estiver em volta. Elas entendem. Ou, se preferi-rem, digam que aprender é sem-pre bom, mesmo que já se saiba alguma coisa; que

é sempre possível mudar de opinião; e que não é legal sair por aí dizendo que sabe tudo.

São preciosidades, de um

total de 35, que estão no livro lançado no ano passado Vamos pensar um pouco? Lições ilus-tradas com a Turma da Mônica (editora Cortez), escrito pelo filósofo (alguns o chamam assim) Mario Sergio Cortella e ilustrado por Maurício de Sousa, paizão de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e tantos outros personagens tão queridos por nós.

Já na introdução, Cortella lembra que pensar um pouco é diferente de pensar pouco e que um faz toda a diferença. Só isso dá um monte de pano pra manga, como dizemos, quando um assunto rende, rende, rende, rende... “Pensar pouco é abrir mão da nossa capacidade de não vivermos

de modo automático, sem consciência clara e sem niti-dez sobre os nossos porquês e nossos rumos”, afirma ele. Releiam.

Pensar um pouco é “refletir sobre certos temas e assun-tos que nos ajudem a ser mais decididos e cuidadosos com as escolhas que fazemos e as opiniões que manifestamos”. Rê... Já sabem, né? Por favor... Releiam.

Como não podia deixar de ser, o autor exalta a diversi-dade (de povos, raças, gêneros etc.), o que reflete também na diversidade de opiniões. Nesse livro, vamos aprender, entre tantas outras coisas,

que “o melhor mesmo é prote-ger a diversidade das ideias e das opiniões, não para achar-mos que vale qualquer ideia, mas para entendermos que não vale só a ideia que temos”.

Re-lei-am!

Reflexão rima com diversão

As crianças devem ser educadas pelos pais à luz da espiritualidade e dos bons exemplos desde cedo. Os acontecimentos, pequenos que sejam no próprio lar, na escola ou no convívio com os coleguinhas, devem ser aproveitados pelos pais na educação dos filhos, ministrando-lhes lições úteis, que as crianças e os jovens irão utilizar quando forem adultos.”

Humberto Rodrigues

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A RAZÃO CRIANÇAPÁGINA 3 JULHO / 2018

Ao entorpecer o raciocínio, a materialidade torna as pessoas displicentes no cum-primento dos deveres, e todas têm responsabilidades na vida. Se as crianças têm deveres a fazer quando passam a frequentar a escola, muito mais obrigações a cumprir têm os adultos, em razão de suas maiores responsabilidades.”

Luiz de Mattos

O escritor Mario Sergio Cortella, que lançou no ano passado o livro

de lições Vamos pensar um pouco?, ilustrado por Maurício de Sousa, com situações da Turma da Mônica – Cebolinha, Cascão, Magali e outros personagens, não parou por aí. Entusiasmada com o resultado altamente positivo, a dupla lançou no mês passado Vamos pensar + um pouco?, de conteúdo semelhante ao do primeiro, sempre chamando à reflexão.

Seguem mais duas lições inseridas no livro lançado no no passado.

A vida que se leva

Boa parte dos pensadores latinos tinha a percepção de que a vida passa e nós por ela também passamos. Algumas pessoas passam de qualquer modo, outras passam pela vida de forma mais exuberante. São aquelas que não querem viver de modo banal, fútil, superficial.

Aparício Torelly (1895 – 1971), um grande escritor e jornalista gaúcho, que apelidou a si mesmo de Barão de Itararé, tem uma frase que gosto de reproduzir. Disse Torelly: “A única coisa que você leva da vida é a vida que você leva”. Olha só.

Que vida levo eu? Que vida levas tu? Nós sabemos que, do ponto de vista da nossa condição biológica, algum dia

terminaremos. Na tentativa de afastar a ideia de finitude, algumas pessoas dizem “se eu morrer...” Não existe “se”. Essa condição é “quando”.

Por isso, o que nos deve assustar não é o “quando”, é o “como” vivemos esta vida, para

que ela não seja desperdiçada, não seja consumida pelo egoísmo, pelo orgulho tolo, pela incapacidade de convivência, pela arrogância idiota, isto é, por tudo aquilo que torna uma vida trivial, vulgar, frívola, vazia.

Querer sem fim...

Quando alguém fica possu-ído por um desejo irresistível, pode ultrapassar os limites do bom senso e chegar à beira do desespero. Isso tem sido muito comum em relação a uma parte das crianças, alvo de vários estímulos externos. Há o mundo do querer: querer o brinquedo, querer a roupa, querer o calçado, querer isso, querer aquilo, querer, quer...

Invadida por apelos cons-tantes, a criança não se con-tenta apenas com a proprie-dade de algum produto. Ela passa a ser guiada por uma lógica de consumo sem freio. Aquilo que a gente chama de “consumolatria”, a adoração do consumo a qualquer custo.

Quem trabalhou isso de maneira bem consistente, só que em outra perspectiva, foi o filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905 – 1980), vence-dor do Nobel de Literatura de 1964. Em sua obra O ser e o nada, Sartre escreveu: “O desejo é uma conduta de enfeitiçamento”. E às vezes se tem a sensação de que algu-mas pessoas, especialmente as crianças, foram enfeitiçadas por um desejo desmesurado.

O que seria mais agradável na convivência da infância do que a possibilidade de brincar sem exagero, de fruir a vida livremente, de não ter nenhum tipo de obsessão que prejudi-que o desenvolvimento de uma mente sadia?

Vamos pensar + um pouco?

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A RAZÃO CRIANÇAPÁGINA 4 JULHO / 2018

Alguém aí pinta?Ei, você! Aproveite o espaço do

A Razão Criança e mande pra gente a suaarte. Você pinta? Desenha? Escreve? Então,

mande uma foto. Os quadros abaixo foram pintados pela estudante Laís da Conceição Miranda, 12 anos,

de Feira de Santana (BA). Participe! O e-mail é [email protected]

PassatempoAdivinhas: 1. A rua; 2. O relógio; 3. O alho; 4. O talher; 5. O piolho; 6. O buraco; 7. O rabo de cavalo; 8. A letra “a”; 9. A letra “v”; 10. A letra “u”.

RESPOSTAS

AN

IN

MOR

FES

PA

RI

BRIN

MÃE

SE

MÃO

PA

SA

PAS

ÇO

A

CA

FAN

DI

TA

PAI

IR

AR

ÇA

CRI

DA

TIL

CAR

MA

CO

Forme palavrasEsta brincadeira é muito legal. Tente formar todas as

palavras que foram quebradas. São 12 e todas elas têm mais de uma sílaba. Só olhe a resposta depois, senão perde a graça.

Vamos começar?

ADIVINHAS1. É feito para andar, e não anda?2. Dá muitas voltas e não sai do lugar?3. Tem cabeça, tem dente, não é bicho nem é gente?4. Não se come, mas é bom para se comer?5. Que anda com os pés na cabeça?6. Quanto mais se tira mais se aumenta?7. Quanto mais cresce mais baixo fica?8. O que há no meio do coração?9. O que tem no meio do ovo?10. Está sempre no meio da rua de pernas para o ar?

Forme palavras: Amor, Criança, Lúdico, Brincar, Risada, Infan-til, Mamãe, Papai, Irmão, Festa, Passear e Paçoca.

Quadros pintados pela estudante Laís da Conceição Miranda