jornal abril

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newsletter Ano 6 - Abril 2011 - N°24 - Publicação ABD - Associação Brasileira de Designers de Interiores Sérgio Athié e Ronaldo Duschenes compartilham experiências. | pág 3 | Entrevista | | Carreira | | Associados | O edificar coletivo: Um novo cenário de trabalho com as equipes multifuncionais. | pág 7 Não tenha medo de formar uma equipe. Crescer exige uma postura empreendedora. | pág 8 Projetar espaços corporativos: um desafio que alia criação e tecnologia Evoluções no setor e inovações tecnológicas modificam o layout de ambientes corporativos, priorizam o bem-estar dos funcionários e reúnem conforto e produtividade. (pág 4,5 e 6) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Page 1: Jornal abril

newsletterAno 6 - Abril 2011 - N°24 - Publicação ABD - Associação Brasileira de Designers de Interiores

Sérgio Athié e Ronaldo Duschenes compartilham experiências. | pág 3

| Entrevista | | Carreira | | Associados |O edifi car coletivo: Um novo cenário de trabalho com as equipes multifuncionais. | pág 7

Não tenha medo de formar uma equipe. Crescer exige uma postura empreendedora. | pág 8

Projetar espaços corporativos: um desafi o que alia criação e tecnologiaEvoluções no setor e inovações tecnológicas modifi cam o layout de

ambientes corporativos, priorizam o bem-estar dos funcionários e reúnem conforto e produtividade. (pág 4,5 e 6)

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ABD em Campinas

Campinas agora faz parte de uma nova forma de organização ABD, agindo paralelamente às regionais. Ricardo Abreu comanda a forma-ção do grupo que irá representar a entidade na região. Segundo ele, muitas novidades vêm por aí, um ciclo de palestras já está sendo or-ganizado. A primeira delas, uma parceria entre a ABD e a ACEMDD, onde foi ministrada uma palestra sobre o setor do varejo e discutida a criação do núcleo. Fique atento aos próximos eventos.

Tudo novo na ABD de Curitiba

A capital do Paraná está cheia de novidades. Além da inauguração da nova sede, Hellen Heindyk tomou posse como secretária execu-tiva. A ABD se preocupa em fazer constantes aprimoramentos em suas regionais, pensando sempre em melhorar o atendimento e buscar mais atividades. A diretora Fabianne Brandalise, que co-manda a regional, prepara ainda mais surpresas para 2011.

Quem somos?

ABD finaliza pesquisa sobre o exercício profissional e publica da-dos ainda neste primeiro semestre. Realizado a cada dois anos, o estudo mapeia e dimensiona o mercado e a organização dos escritórios e mostra detalhes como renda mensal, segmentos de clientes atendidos, quantidade de colaboradores, tabela de honorários entre outros dados.

V Encontro Nacional de Coordenadores e Professores

O evento, promovido pela ABD, acontece nos dias 26 e 27 de maio em Itu, interior paulista. Representantes de instituições de ensino de todo Brasil poderão discutir sobre inovações no ensino de Design de Interiores. Fernando Piva e Fernando Jaeger já con-fi rmaram presença com apresentações especiais. O grupo que promoveu amplo estudo sobre grade curricular expõe suas con-clusões e abre o assunto para debate. Não deixe de participar!

ROADSHOW: Pedrão e os Neurônios Virgens10/05 – Salvador26/05 – Rio de Janeiro

Movexpo – Feira Nacional de Móveis para a Região Nordeste10/05 a 13/05 – Recife

Mostra ABD/ Ponteio: Quem casa, quer casa 11/05 a 25/05 – Belo Horizonte

Palestra ABD: Tendências pós-Milão12/05 – Belo Horizonte

Palestra ABD: Mobiliário Urbano 13/05 - Goiânia

Casa Cor 201113/05 a 21/06 – Goiânia24/05 a 12/07 – São Paulo31/05 a 19/07 – Porto Alegre

Construmat16/05 a 21/05 – Barcelona

Móvel Brasil – Feira de móveis e decorações17/05 a 20/05 – São Bento do Sul

Casa Show – Feira de móveis e decorações20/05 a 29/05 – Curitiba

Palestra ABD: Transforme-se em um excelente vendedor do seu negócio 25/05 – São Paulo

Palestra ABD: Liderança de equipes e gestão de projetos31/05 - Vitória

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| Agenda ABD | | Conexão ABD |

Maio e Junho

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Profi ssionais de sucesso destacam pontos essenciais na elaboração dos projetos e na escolha do mobiliário.

Dinâmica de trabalho

Como atuar com efi ciência na área de escritórios corporativos?

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Identidade e prazos

Magazine Luiza, SP – Sérgio Athié e Ivo Wohnath

Showroom da Flexiv Escritórios de Sucesso, Curitiba - Ronaldo Duschenes

O escritório AthiéIWohnrath, dos sócios Ivo Wohnrath e Sergio Athié, tem no portfólio diversos projetos corporativos. Entre eles, os premiados no VII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, elaborados para as empresas Areva e Magazine Luiza.

Atuar na área corporativa exige organização e estrutura específi cas de quem vai projetar. É preciso dominar aspectos como ergonomia, conforto acústico e térmico, além das necessidades impostas pelo posicionamento da marca, que devem se refl etir na identidade do espaço. Ponto crítico é o não cumprimento de compromissos assumidos em relação a prazo e or-çamento. Para isso, é fundamental ter uma capacidade de planejar de forma detalhada as etapas do projeto.

Ronaldo Duschenes, além de arquiteto e designer, é criador e presidente do Conselho de Administração da empresa de mobiliário Flexiv Escritórios de Sucesso.

O layout deve facilitar a circulação das pessoas, o fl uxo das informações dentro da empresa e se focar na realização das tarefas diárias. Por isso, é preciso que nós profi ssionais estudemos essa dinâmica antes de projetar. Gasta-se um bom tempo entrevistando pessoas e buscando entender o processo de trabalho. Com as estruturas hierárquicas menos rígidas os projetos estão priorizando os espaços colaborativos e os móveis que permitem mudanças rápidas de layout para atender mudanças.

| Entrevista |

s de layout para atender mumudanças.

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Conforto, Sustentabilidade e Tecnologia: A base dos novos ambientes corporativosOs avanços tecnológicos e uma contínua mudança no panorama social brasileiro transformam escritórios e abrem horizontes para o trabalho de Arquitetos e Designers.

Mais escritórios, mais trabalho

A consultoria Colliers International divulgou uma pesquisa com a classifi cação das cidades que mais constroem imóveis corporativos, e São Paulo está entre as cinco maiores, com cerca de 1,5 milhão de m² de área construída de edifícios corporativos previstos para os próximos anos. Com mais escritórios e mais inovações em um País de empreendedores, esse setor abre espaço para o trabalho de di-versos profi ssionais: o designer de interiores, o arquiteto-paisagista, o designer de produto e o lighting designer. Gilberto Franco, da Franco & Fortes Lighting Design, afi rma que a iluminação correta é um investimento funda-mental para a empresa “e torna os locais de trabalho mais confortáveis”.

Honorários

Segundo o Arquiteto paulista Marcel Monacelli, responsável pelo projeto de reestruturação do escritório do Portal Terra, a cobrança de honorários geralmente é feita por m², contudo, é necessário determinar bem o objetivo da proposta.

Áreas como salas de reuniões e de presidência necessitam de customização e maior diferenciação. Por isso, o cálculo dos honorários deve ser uma ponderação de todos os fatores, como por exemplo, o tipo de projeto e o total de horas dedicadas a ele.

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Inspire Capital Partners, SP, por Marco Benjamin

A fl exibilidade no trabalho, garantida pelo uso de computadores portáteis e de celulares, entre outras inovações, alterou a dinâmica dos espaços corporativos, o que interfere diretamente na elaboração de um projeto de arquitetura ou de interiores. As divisórias, os móveis e a iluminação necessitam de planejamento para que se adéquem às novas estações de trabalho, além de proporcionarem conforto para a produtividade e qualidade de vida dos funcionários, que chegam a passar mais de 8 horas por dia nesses locais. “Todos os ambientes são relevantes em um projeto corporativo, mas a recepção é onde podemos melhor retratar a imagem que a empresa busca transmitir”, revela o arquiteto carioca Marco Benjamin, autor de projetos corporativos consagrados, como o do Inspire Capital Partners.

| Mercado |

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Portal Terra, SP, por Marcel Monacelli

Cadeiras: A NBR 13962 recomenda que as cadeiras sejam giratórias e que apre-sentem regulagem de altura: do assento, de inclinação do encosto e dos braços.

Conforto Acústico: Os níveis de ruído devem estar de acordo com a NBR 10152, ou seja, de 30 a 65 decibeis (dB). Os níveis sonoros superiores aos estabeleci-dos são considerados desconfortáveis, sem necessariamente implicar em risco de dano à saúde - mas não deverão ultrapassar os 80 decibeis (dB).

Temperatura: De acordo com a NR 17, é recomendável para os meses de verão de 23º a 25º C, e, nos meses de inverno, de 20º a 22º C.

Ar: A umidade relativa (UR) depende da temperatura ambiental. Mas deverá situar-se acima de 50%, com o objetivo de evitar o aparecimento de eletricidade estática e proteger a pele e os olhos do ressecamento.

Iluminação: Estabelecidos na NBR 5413, os índices de iluminância (lux) devem se situar entre 500 e 1000. Gilberto Franco aconselha o uso de lâmpadas que possuam controle de ofuscamento e contrastes, além de sistemas de controle da variação dos níveis de luz, ao longo do dia ou conforme o uso.

Mobiliário Corporativo e Ergonomia

De acordo com Izabelle Bueno, diretora comercial da Atualle Espaços Corporativos, os móveis devem ser personalizados de acordo com o sistema e o fl uxo de trabalho, aliando beleza e funcionalidade. “Em algumas empresas, podem-se usar mesas lineares sem nenhuma divisão acústica. Em outros casos é necessária a privacidade total devido aos trabalhos que exigem muita concentração. Aí precisamos criar ambientes individualizados com as divisórias do tipo piso teto”. Sérgio Athié, do AthiéIWohnrath - escritório com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro - afi rma que “ergonomia, conforto vi-sual e térmico estão diretamente ligados a produtividade e satisfação dos funcionários”. Por isso, existem algumas normas regulamentadoras sobre os níveis adequados de iluminação, ruído e temperatura, como as NRs, do Ministério do Trabalho e Emprego, as normas brasileiras (NBR, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT), além de certifi cações ambien-tais e de sustentabilidade, como por exemplo a LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), da US Green Building Council, que possui a categoria escritório verde. Confi ra algumas diretrizes:

A tecnologia como aliada

Diferentemente dos projetos residenciais, o uso da tecnologia é um aspecto essencial em um escritório, como bem explica Marco: “Há a necessidade de conectividade do cliente 24 horas por dia, 7 dias por semana. Links e redes de telefonia privati-va, salas técnicas, ambientes de tele-conferência ou tele-presença e todas as soluções técnicas que suportem estas funções, são questões centrais em um projeto corporativo”. Marcel ressalta o fato da implementação de escritórios em edifícios que não foram planejados somente para essa fi nalidade. “Tudo tem que ser adaptado, principalmente os itens como ar condicio-nado, iluminação e sprinklers no forro”.

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Oito mil m², distribuídos em quatro andares, entre eles um especialmente dedicado a serviços como banco, ambulatório, espaço de massagem e lanchonete.Integração total entre as equipes, fl exibilidade de horários e Home Offi ce como opção.Não há mais diferenciação estrutural em detrimento da hierarquia dos funcionários.Iluminação com LEDs, sensores de presença e luz dinâmica, que permitem economia de energia.

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Case Phillips – Nova arquitetura e sustentabilidade moldam o conceito Workplace Innovation

Com o objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais agradável, a Phillips, empresa líder no mercado de eletroeletrônicos, mudou recentemente de endereço e de fi losofi a. No conceito Workplace Innovation, a saúde e o bem-estar dos funcionários são suas maiores metas. O projeto da nova sede fi cou por conta da Arquiteta Cláudia Andrade e o responsável pela iluminação foi o Lighting Designer paulista Gilberto Franco. Veja o que mudou:

Novo escritório Phillips, SP – Gilberto Franco e Claudia Andrade

Landscape: Uma revolução nos ambientes corporativos

A partir da década de 60, surgiram nos Estados Unidos os escritórios panorâmicos. Eles aboliam as tradicionais salas indi-viduais, colocando departamentos inteiros no mesmo espaço. Esses escritórios “abertos” permitem a visualização de todo ambiente, possibilitam melhor utilização do espaço e maior aproveitamento de iluminação e ventilação. Profi ssionais destacam alguns pontos desse sistema. Veja:

“A valorização do ambiente para o indivíduo é o que o qualifi ca como “escritório paisagem”. Praticamente não existem barrei-ras hierárquicas, as salas fechadas são envidraçadas e as de reuniões são em pool”. (Marcel Monacelli)

“Em ambientes operacionais integrados, sou totalmente favorável à planifi cação do espaço. Certas áreas ‘sensíveis’, como as fi nanceiras e as de recursos humanos, demandam ambientes reservados. As áreas de diretoria também passaram a ter maior integração interna, entre os próprios diretores e com seus assistentes diretos”. (Marco Benjamin)

“Quando utilizamos este conceito, é fundamental criar outros espaços que permitam privacidade e concentração, se necessário. Salas colaborativas e de reuniões informais também são muito apropriadas para estimular a troca de ideias que conduzam a processos de inovação na empresa”. (Sérgio Athié)

“No que se refere à iluminação, o sistema proporciona maior economia, pois permite um melhor aproveitamento de luz. Além disso, a luz natural que penetra pelas janelas é distribuída de forma mais igualitária”. (Gilberto Franco)

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O Arquiteto italiano Bruno Zevi* (1918-2000, importante historiador da Arquitetura) dizia que as quatro fachadas de um edifício constituem apenas a caixa dentro da qual está encerrada a joia arquitetônica, isto é, o espaço. O autor coloca o vazio como o pro-tagonista da arquitetura. Para ele, a arquitetura não provém de um conjunto de larguras, comprimentos e alturas dos elementos construtivos que encerram o espaço, mas precisamente deste vazio, do espaço interior em que os homens andam e vivem.

A atual formatação de trabalho, com criadores atuando de forma isolada, está com os seus dias contados. As equipes multi-disciplinares vão ganhar uma importância extrema na produção dos edifícios de qualquer natureza. Arquitetos, Engenheiros, Designers de Interiores, Antropólogos, Filósofos, Psicólogos, Técnicos em automação e Especialistas em Sustentabilidade inte-grarão equipes com a fi nalidade de conceber edifícios dentro de outra perspectiva de trabalho.

Uma contribuição relevante para entender por que isso vai acontecer está na defi nição que Christian Norberg-Schulz* (1926 - 2000, Arquiteto norueguês, historiador e teórico da Arquitetura), dá para o Habitar. Para ele, o Habitar signifi ca muito mais do que o abrigo, sendo sinônimo do que ele chamava de suporte existencial.

A complexidade da edifi cação exige nova consciência daqueles que o concebem e o produzem. Compreender o Homem, balancear expectativas, incorporar tecnologias, garantir a consciência e o caráter (relativos à obra edifi cada) passam a ser preocupações críticas no processo.

Para os profi ssionais, especialmente Arquitetos e Designers de Interiores, apresenta-se um novo cenário: atuar de forma coletiva, o que vai exigir uma revisão profunda nos procedimentos atuais de trabalho. Hoje, esses profi ssionais são criadores solitários que abominam a intervenção exógena. Haverão de rever a sua forma de atuar incorporando uma nova habilidade, a do trabalho em equipe.

*Citações colhidas em artigo publicado por Luiz Augusto dos Reis-Alves, Arquiteto e Urbanista, Mestre e Doutor em Arquitetura nas áreas de Conforto Ambiental e Teoria e Projeto (PROARQ/FAU/UFRJ).

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| Carreira |

O edifi car coletivo: Novo cenário de trabalho para Arquitetos e DesignersA atuação das equipes multifuncionais muda a concepção de criar isoladamente e se torna extremamente relevante na construção de edifícios.

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| Associados|

ABD Newsletter é uma publicação mensal da Associação Brasileira de Designers de Interiores para seus associados. Al. Casa Branca, 652 - cjs 71 e 72 - São Paulo - SP - Cep 01408-000 - Tel/Fax: (11) 3064-6990. Editado pela Ricardo Botelho Marketing S/C Ltda. Jornalista Responsável: Ricardo J. Botelho (Mtb 12.525). Redação: Andressa Luz. Direção de Arte: Felipe L.M. Lenzi.

Crescer para sobreviver

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No Brasil, 50% dos profi ssionais que atuam com Design de Interiores não têm colaboradores em sua organização. A outra metade tem em média mais duas pessoas trabalhando nos seus escritórios. Como tempo é o “produto” que está sendo vendido, para crescer é preciso atender mais clientes, elaborar e acompanhar mais projetos de forma simultânea. Para isso é necessário ter uma equipe. Difi culdades como achar as pessoas certas, manter essa equipe, orientar constantemente e o medo de que cedo ou tarde esses assistentes voem e levem eventualmente clientes são os motivos para atuar de forma solitária.

Prazer em formar, sem medo de perder

Muitos profi ssionais bem sucedidos hoje começaram a carreira como Cristina Bezamat (ABD - RJ) e Nicolau Nasser (ABD - SP): estagiando em escritórios de Ar-quitetura. No caso de Cristina, anos mais tarde, um de seus primeiros clientes fora atendido anteriormente em um dos seus antigos empregadores. “Sair do es-critório para uma carreira solo deve ser visto como uma evolução natural daqueles que têm um bom po-tencial. Assim, só podemos lamentar sua saída” diz Cristina. Para lidar com o entra e sai de pessoas (hoje a equipe da Cristina e da sócia Laura conta com nove pessoas), foram criados padrões e metas internas que são transmitidos para qualquer membro novo da equipe de modo que este, desde o início, já sabe que tem que se adequar aos métodos consagrados como efi cientes. Embora não tenha passado por essa experiência ainda, o ex-advogado Leandro Marcos de Oliveira (ABD - GO), que cursou Design de Interiores e encontrou a verdadeira vocação, tem uma forma peculiar de ver a saída de assistentes e a eventual perda de clientes: ”Se o cliente foi com o assistente é porque ele nunca foi seu cliente de fato. Na verdade isso comprova que você não tinha um vinculo além da prestação de serviço, sendo assim era um cliente em potencial para qualquer outro”, enfatiza Leandro. Com 4 pessoas na sua equipe, Leandro pensa que para mantê-las é preciso valorizar, elogiar, reconhecer o empenho e gratifi car com extras na remuneração.

Qual modelo de organização vai sobreviver no futuro: o formato “one woman (man) show” ou organizações com equipes multifuncionais?

Nicolau Nasser“É preciso cuidar da equipe de terceiros como se fosse sua”.

Leandro Marcos de Oliveira“É impossível você gerir sozinho de forma organizada e satisfatória o volume de informações”.

Cristina e Laura Bezamat“Procuramos sempre transmitir os critérios de-qualidade, desempenho e comprometimento”.