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Universidade de Brasília
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas
Públicas
Departamento de Administração
JOÃO ALEXANDRE LOPES FRANZONI
O GERENCIAMENTO DE DESEMPENHO DOS PROCESSOS
DO SIMULADOR CONSTRUTIVO COMBATER.
Brasília – DF
2019
JOÃO ALEXANDRE LOPES FRANZONI
O GERENCIAMENTO DE DESEMPENHO DOS PROCESSOS DO SIMULADOR
CONSTRUTIVO COMBATER.
Monografia apresentada ao Departamento de Administração como requisito parcial à obtenção do título de MBA em Gestão de Projetos da Universidade de Brasília.
Professor Orientador: Dr. José Márcio
Carvalho.
Brasília – DF
2019
JOÃO ALEXANDRE LOPES FRANZONI
O GERENCIAMENTO DE DESEMPENHO DOS PROCESSOS DO SIMULADOR
CONSTRUTIVO COMBATER.
A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-graduação em Administração da Universidade de Brasília do aluno:
João Alexandre Lopes Franzoni
Doutor, José Márcio Carvalho Professor-Orientador
Dr. Evaldo César Cavalcanti Rodrigues Me. Sergio Martins Rocha Professor-Examinador Coronel EB-Examinador
Brasília, 12 de setembro de 2019
À minha esposa e filhos, pela fidelidade, exemplo e compromisso de vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, que sempre me conduziu pelo caminho do amor, fraternidade e compaixão. Aos meus pais, João Bosco Franzoni e Sônia Maria Lopes Franzoni, que nunca mediram esforços para a formação do meu caráter. Aos meus prezados orientadores, Prof. Dr José Márcio Carvalho e Cel Art Sérgio Martins Rocha, pela paciência e ensinamentos sempre precisos. Aos meus companheiros de curso, professores e secretária que estiveram comigo nesta jornada, contribuindo para o meu conhecimento.
“Não somos mais aquela força dos velhos tempos, quando movíamos céus e terras. Hoje somos o que somos: corações heroicos e um único caráter, enfraquecidos pelo tempo e destino, mas fortes na vontade, para lutar, buscar, encontrar e não se render.”
(Alfred Tennyson)
RESUMO
Este trabalho apresentou como tema central o estudo dos conceitos de gerenciamento e controle da qualidade em projetos e de gerenciamento de desempenho de processos e teve como objetivo geral analisar em que medida a identificação de necessidades de melhoria no software do simulador COMBATER pode contribuir para o aumento da qualidade do gerenciamento dos processos. Quanto à metodologia, tratou-se de uma pesquisa descritivo-analítica, com pesquisa de campo, de natureza quantitativa. Na revisão de literatura foram abordados os seguintes temas: gerenciamento da qualidade do projeto, gerenciamento de desempenho de processos, normas técnicas ISO/IEC referentes à qualidade e avaliação da qualidade e gerenciamento das partes interessadas. A coleta de dados foi realizada por meio de uma pesquisa documental sobre os processos da operação e manutenção do simulador e de um questionário direcionado exclusivamente à militares com experiência em exercícios de simulação construtiva com o simulador COMBATER. Os resultados empíricos demonstraram um relevante índice de percepções positivas acerca dos resultados do adestramento dos Estados-Maiores, em relação aos demais conceitos. Assim, a análise de dados indicou necessidades de melhoria nas funcionalidades do software relacionadas às características de qualidade de adequação e acurácia, com níveis de percepção de 88% e 86% respectivamente. A interface dos resultados empíricos com a pesquisa documental pôde indicar quais processos da operação e manutenção do simulador merecem aperfeiçoamento para se obter aumento da qualidade no seu gerenciamento. Por fim, conclui-se que, a despeito da existência de oportunidades de melhoria que indicam necessidade de aperfeiçoamento contínuo, o gerenciamento de desempenho dos processos do simulador COMBATER possui elevado nível de qualidade. Palavras-chave: Gerenciamento da Qualidade. Gerenciamento de Desempenho de Processos. Qualidade. Projetos.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Qualidade no Ciclo de Vida ................................................................... 15
Figura 2.2 – Modelo de Qualidade para Qualidade Externa e Interna. ..................... 16
Figura 2.3 – Modelo de Qualidade para Qualidade em Uso ..................................... 19
Figura 2.4 – Título da ilustração 2. ............................................................................ 21
Figura 3.1 – Treinamento com DSET na Simulação Viva ......................................... 28
Figura 3.2 – Simulador de Armamentos Leves ......................................................... 28
Figura 3.3 – Simulador de Procedimentos Médicos .................................................. 29
Figura 3.4 – Software de Simulação Construtiva ...................................................... 29
Figura 3.5 – Posto de Comando ................................................................................ 31
Figura 3.6 – Sala do Partido com Controladores e Operadores ................................ 31
Figura 3.7 – Unidade (pelotão) .................................................................................. 33
Figura 4.1 – Postos e Graduações por Faixas de 10 anos ....................................... 42
Figura 4.2 – Universo por Nível Hierárquico.............................................................. 43
Figura 4.3 – Universo por Função Exercida .............................................................. 44
Figura 4.4 – Universo por Experiência em Jogos de Guerra ..................................... 45
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Percepções do Conceito Adequação ao Nível da Tropa em Adestramento ............................................................................................................ 47
Tabela 4.2 – Atribuição de Pesos por Questão ......................................................... 47
Tabela 4.3 – Percepções do Conceito Eficiência das Ações das Tropas de Nível Subunidade e Pelotão ............................................................................................... 48
Tabela 4.4 – Atribuição de Pesos por Questão ........................................................ 49
Tabela 4.5 – Percepções do Conceito Resultado do Adestramento do EM .............. 49
Tabela 4.6 – Atribuição de Pesos por Questão ........................................................ 50
Tabela 4.7 – Somatório das Percepções por Conceito ............................................. 51
Tabela 4.8 – Obtenção do Grau Final dos Conceitos ................................................ 53
Tabela 4.9 – Percentual de Aderência ...................................................................... 53
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1 – Tendencias em Gerenciamento da Qualidade .................................... 13
Quadro 2.2 – Subcaracterísticas da Funcionalidade ................................................. 17
Quadro 2.3 – Subcaracterísticas da Confiabilidade .................................................. 17
Quadro 2.4 – Subcaracterísticas da Usabilidade ...................................................... 18
Quadro 2.5 – Subcaracterísticas da Eficiência .......................................................... 18
Quadro 2.6 – Subcaracterísticas da Manutenibilidade .............................................. 18
Quadro 2.7 – Subcaracterísticas da Portabilidade .................................................... 19
Quadro 2.8 – Características para Qaualidade em Uso ............................................ 20
Quadro 2.9 – Processos para o Gerenciamento das Partes Interessadas ................ 23
Quadro 3.1 – Estrutura do SSEB .............................................................................. 26
Quadro 3.2 – Tipos de Simulação de Combate......................................................... 27
Quadro 3.3 – Organização de Funções para Jogo de Guerra................................... 30
Quadro 3.4 – Organização da DIREx ........................................................................ 31
Quadro 3.5 – Elementos do Software de Simulação ................................................. 33
Quadro 3.6 – Lista de Requisitos Funcionais ............................................................ 34
Quadro 4.1 – Processos e Atividades do Simulador COMBATER ............................ 41
Quadro 4.2 – Adequação ao Nível da Tropa em Adestramento ................................ 45
Quadro 4.3 – Eficiência das Ações das Tropas de Nível Subunidade e Pelotão ...... 46
Quadro 4.4 – Resultado do Adestramento do Estado-Maior ..................................... 46
Quadro 4.5 – Relação Conceito x Características de Qualidade Externa e Interna .. 52
Quadro 4.6 – Relação Conceito x Características de Qualidade em Uso ................. 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileiro de Normas Técnicas
ABPMP – Association of Business Process Professionals
Bda – Brigada
BPM CBOK – Business Process Management Common Book of Knowledge
Btl – Batalhão
Cmdo Mil A – Comando Militar de Área
CA-Leste – Centro de Adestramento Leste
CA-Sul – Centro de Adestramento Sul
CO – Comando Operacional
COTER – Comando de Operações Terrestres
DE – Divisão de Exército
DIREx – Direção do Exercício
DSC – Divisão de Simulação de Combate
DSET – Dispositivo de Simulação de Engajamento Tático
EM – Estado-Maior
GU – Grande Unidade
IEC – International Electrotechnical Commission
ISO – International Organization Standardization
JG – Jogo de Guerra
NBR – Norma Técnica
NEGAPEB – Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de
Projetos no Exército Brasileiro
ODG – Órgão de Direção Geral
ODOp – Órgão de Direção Operacional
ODS – Órgão de Direção Setorial
OM – Organização Militar
PDCA – Plan, Do, Check, Act
PMBOK – Project Management Body of Knowledge
PMI – Project Management Institute
PMT – Política Militar Terrestre
Sml Cmb – Simulação de Combate
SSEB – Sistema de Simulação do Exército Brasileiro
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
1.1 Contextualização........................................................................................... 2 1.2 Formulação do problema .............................................................................. 3 1.3 Objetivo Geral ............................................................................................... 4 1.4 Objetivos Específicos .................................................................................... 4
1.5 Justificativa ................................................................................................... 4
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 6
2.1 Operação ...................................................................................................... 6
2.1.1 Gerenciamento de Operações e de Processos ....................................... 7 2.2 Gerenciamento de Processos ....................................................................... 7
2.2.1 Processo .................................................................................................. 8
2.2.2 Gerenciamento de Desempenho de Processos ...................................... 8
2.3 Projeto ......................................................................................................... 10
2.4 Gerenciamento da Qualidade ..................................................................... 10
2.4.1 Definição de qualidade .......................................................................... 10
2.4.2 Gerenciamento da Qualidade do Projeto ............................................... 11
2.4.3 NBR ISO/IEC 9126-1 Engenharia de software – Qualidade de Produto14
2.4.4 NBR ISO/IEC 14598-1 Tecnologia da Informação – Avaliação de Produto de Software .......................................................................................... 20
2.5 Gerenciamento das Partes Interessadas do Projeto ...... Erro! Indicador não definido.
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ......................................................... 24
3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa................................ 24
3.2 Caracterização do Sistema de Simulação do Exército Brasileiro (SSEB) ... 25
3.2.1 Finalidade do SSEB ............................................................................... 25
3.2.2 Estrutura do SSEB ................................................................................. 25
3.2.3 Tipos de Simulação e Organização do Exercício de Simulação Construtiva ......................................................................................................... 26
3.3 Caracterização do Software COMBATER ................................................... 32
3.3.1 Sobre o SWORD e Conceitos Técnicos ................................................ 32
3.3.2 Processos Contratuais ........................................................................... 34 3.4 População e Amostra para o Questionário ................................................. 37
3.5 Caracterização e descrição dos instrumentos de pesquisa ........................ 37
3.5.1 Pesquisa documental ................................................................................ 37
3.5.2 Questionário .............................................................................................. 38 3.6 Procedimentos de coleta e de análise de dados ......................................... 39
4 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................ 40
4.1 Caracterização dos processos do simulador COMBATER ......................... 40
4.2 Desempenho do software COMBATER ...................................................... 41
4.2.1 Perfil dos respondentes ......................................................................... 41
4.2.2 Resultados Empíricos ............................................................................ 45
4.2.3 Resultados Gerais ................................................................................. 50
4.2.4 Análise final ........................................................................................... 52 4.3 Interfaces entre resultados empíricos e os processos do simulador COMBATER .......................................................................................................... 54
4.3.1 Pesquisa documental e adequação ....................................................... 54
4.3.2 Pesquisa documental e acurácia ........................................................... 54
4.3.3 Pesquisa documental e eficácia ............................................................ 55
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO ................................................................. 56
5.1 Limitações ................................................................................................... 57 5.2 Recomendações ......................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 59
Apêndice A – Questionário ........................................................................................ 62
1
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o Exército Brasileiro tem investido, com maior frequência,
em sistemas de simulação que permitam treinar e capacitar militares em diferentes
aéreas, racionalizando recursos e trazendo mais possibilidades aos treinamentos.
Para isso, são utilizados sistemas informatizados, mecânicos, hidráulicos ou
a combinação desses sistemas. Como forma de diferenciação e de metodização do
uso desses sistemas, as simulações podem ser classificadas como “vivas”, com
pessoas e sistemas reais, onde somente os resultados são simulados; “virtuais”,
com pessoas reais e sistemas e resultados simulados; e “construtivas”, com tropas,
sistemas e resultados simulados (EXÉRCITO BRASILEIRO, 2019).
Neste sentido, este trabalho analisou a eficácia de um simulador construtivo
em uso no Exército Brasileiro, baseado no software Sword, da empresa francesa
MASA (www.masa-group.com). Este simulador foi adquirido pelo Exército em 2014 e
customizado com a base doutrinária brasileira, sendo batizado com o nome
COMBATER. Ele tem por finalidade proporcionar condições de treinamento para as
atividades de planejamento de Estados-Maiores de unidades militares.
A análise foi orientada dentro da temática do Gerenciamento e Controle da
Qualidade do Projeto e do Gerenciamento das Partes Interessadas, constantes do
Guia PMBOK®, 6ª Edição, e do Gerenciamento de Desempenho de Processos, do
Guia BPM CBOK, versão 3.0, 1ª Edição, tendo como foco o atual método utilizado
no gerenciamento e controle dos processos de operação do simulador COMBATER,
com vistas para melhoria da qualidade.
Para tanto, foram verificados os resultados advindos da utilização do
simulador em comparação com os requisitos levantados inicialmente na fase de
concepção do projeto, bem como foram identificados os processos envolvidos na
sua operação e que foram decorrentes dos termos contratuais, tudo com a finalidade
de identificar eventuais deficiências no gerenciamento de desempenho dos
processos, como pesquisas de satisfação, relatórios de feedback à empresa, ordens
de serviço para manutenções corretivas, termos de recebimento de novas versões,
capacitações, entre outros.
2
1.1 Contextualização
O simulador construtivo COMBATER fornece condições para o treinamento
dos Estados-Maiores (EM) das Grandes Unidades (GU) e Comandos Operacionais
(CO) do Exército Brasileiro caracterizados respectivamente pelas Brigadas e
Divisões, proporcionando o desenvolvimento de um combate por meio da simulação
do: comportamento das tropas; efeito dos diversos armamentos e equipamentos
militares; comportamento de viaturas, embarcações e aeronaves; desenvolvimento
de funções logísticas; inteligência militar e demais funções de combate (EXÉRCITO
BRASILEIRO, 2017).
Para o desenvolvimento do presente trabalho, de forma que conduza ao
correto entendimento do simulador COMBATER, é importante discorrer sobre sua
finalidade, objetivos e seus requisitos, para que se possa buscar respostas que
resolvam a problemática a ser apresentada.
Os conceitos sobre Gerenciamento da Qualidade do Projeto e
Gerenciamento das Partes Interessadas são importantes para o acompanhamento
dos processos que visam o atingimento de uma entrega compatível com a
concepção inicial, coerente com os requisitos do produto e que supra as
necessidades de treinamento (PMI, 2013).
Prosseguindo nesta linha de pensamento, será apresentado o conceito de
Gerenciamento de Desempenho de Processos como ponto fundamental para os
objetivos deste trabalho, dada a situação atual do simulador já em uso, na
manutenção da qualidade após o projeto.
Para isso, este trabalho delimitou-se em identificar os documentos existentes
no processo de operação do simulador e em colher informações sobre como as
funcionalidades disponíveis para uso no simulador construtivo COMBATER
reproduzem os requisitos levantados inicialmente na fase do projeto, utilizando a
experiência dos militares empregados como observadores, controladores e
operadores do referido simulador, nos exercícios realizados no Centro de
Adestramento Sul, no segundo semestre de 2018 e primeiro semestre de 2019.
3
1.2 Formulação do problema
O Exército Brasileiro possui entre seus órgãos uma estrutura transversal,
constituída pelos Órgãos de Direção Setorial (ODS), pelo Órgão de Direção
Operacional (ODOp) e pelo Órgão de Direção Geral (ODG), responsável pela
gerência e controle dos simuladores existentes na Força Terrestre, chamada de
Sistema de Simulação do Exército Brasileiro (SSEB). Este sistema foi estabelecido e
teve seu funcionamento definido pela Portaria nº 55-EME, de 27 de março de 2014 e
tem por finalidade prover os meios para o treinamento baseado em tecnologias
aplicadas em ambientes simulados, proporcionando aos militares o treinamento
individual e coletivo de suas tarefas o mais próximo do real possível, e à tomada de
decisão dos escalões operacionais e organizacionais, entre outras (BRASIL, 2014).
O órgão central, responsável pela integração, planejamento, execução e
controle do Sistema de Simulação do Exército é o ODOp, caracterizado pelo
Comando de Operações Terrestres (COTER), que possui a Divisão de Simulação de
Combate (DSC). A DSC é a estrutura diretamente responsável pelos objetivos do
SSEB, incluindo a fiscalização do contrato de aquisição e manutenção do simulador
COMBATER (BRASIL, 2014).
A DSC, assim como qualquer Órgão e Organização Militar, está sujeita à
política de pessoal do exército. Esta política de pessoal, dentre outras
características, impõe uma rotina de transferências de sedes que possibilite uma
grande vivência nacional para seus recursos humanos, notadamente seus Oficiais.
Desta maneira, existe uma significativa rotatividade do pessoal responsável pelo
controle do simulador COMBATER (BRASIL, 1996).
A referida rotatividade de pessoal gera impactos negativos à operação do
simulador devido à descontinuidade no gerenciamento dos processos contratuais.
Como exemplo, podem ser citados o descontrole nos acompanhamentos do suporte
técnico presencial e à distância, nas manutenções corretivas e na entrega de novas
versões. Estes processos estão diretamente relacionados à manutenção da
qualidade do software do simulador COMBATER.
Assim sendo, o problema pode ser enunciado:
4
Em que medida a identificação de necessidades de melhoria no software do
simulador COMBATER pode contribuir para o aumento da qualidade do
gerenciamento dos processos?
1.3 Objetivo Geral
Analisar em que medida identificação de necessidades de melhoria no
software do simulador COMBATER pode contribuir para o aumento da qualidade do
gerenciamento dos processos.
1.4 Objetivos Específicos
a) Identificar o nível de percepção de usuários sobre a aplicação das
funcionalidades do simulador;
b) Apontar as necessidades de melhoria no software do simulador
COMBATER;
c) Descrever os processos necessários à operação do simulador;
d) Caracterizar as deficiências na aplicação das funcionalidades do
simulador, por meio da comparação com os seus requisitos iniciais;
e) Diagnosticar deficiências no gerenciamento do desempenho dos
processos do simulador.
1.5 Justificativa
O controle da qualidade, principalmente na fase após o projeto, ou seja, na
fase de operação, constitui fator fundamental para a manutenção dos níveis de
desempenho dos diversos simuladores do SSEB nos mais altos padrões. A proposta
deste trabalho foi buscar uma melhoria no gerenciamento do controle da qualidade
do simulador COMBATER, na sua fase de operação, e para isso foram estudados
5
conceitos de Gerenciamento e Controle da Qualidade do Projeto, de Gerenciamento
das Partes Interessadas e de Gerenciamento de Desempenho de Processos.
Sendo assim, o interesse pelo tema proposto neste trabalho tem origem na
consideração da problemática existente em torno da falta de continuidade no
trabalho de gerenciamento dos processos contratuais do simulador COMBATER,
devido à grande rotatividade de pessoal, que impactam no controle da qualidade,
ocasionando descontrole no acompanhamento do suporte técnico presencial e à
distância, nas manutenções corretivas e na entrega de novas versões.
O trabalho é importante, também, a partir do momento que pretende
evidenciar dados que mostrem eventuais problemas técnicos na aplicação do
simulador em exercícios de treinamento de Estados-Maiores, que não estejam
sendo controlados para fins de melhoria da qualidade, bem como estudar os
processos necessários à operação do simulador e diagnosticar deficiências no
gerenciamento do desempenho dos seus processos.
A escolha deste tema também prende-se ao fato do mesmo estar em linha
direta com a área de atuação do pesquisador, o que irá contribuir sobremaneira para
a melhoria do gerenciamento do desempenho dos processos de sua seção de
trabalho, bem como para o enriquecimento do seu desempenho profissional.
Outro fator a ser considerado é que os problemas encontrados no
Gerenciamento da Qualidade do Projeto e no Gerenciamento de Desempenho de
Processos, nos quais a operação do simulador COMBATER está inserida, exigem
uma análise profunda de todas as variáveis envolvidas. Dentro desse contexto, este
trabalho se justifica por resumir os principais conceitos deste métier, haja vista a
pequena disponibilidade de conteúdo científico, no Brasil, acerca desta área de
pesquisa, e por servir de base para outros trabalhos e contribuindo como fonte de
informações para estudantes e demais interessados que atuem na área de Gestão
de Projetos.
6
2 REVISÃO DE LITERATURA
O trabalho apresentado é uma análise de uma parte do controle da
qualidade do simulador construtivo COMBATER, realizado na fase após o projeto,
ou seja, na sua fase de operação. Para tanto, irá decompor os processos existentes
na operação do simulador, as funcionalidades oferecidas pelo simulador e os seus
resultados.
A revisão sistemática de literatura ou bibliografia, segundo Gil (2002), nada
mais é do que uma análise de publicações correntes em uma determinada área do
conhecimento consagrada ou inovadora com enfoque no esclarecimento sobre o
tema em estudo.
Com objetivo de fornecer uma fundamentação teórica que conduza a um
entendimento gradual acerca do assunto, procurou-se realizar uma pesquisa teórica
organizada com os seguintes temas: Operação, Gerenciamento de Desempenho de
Processos, Projeto e Gerenciamento da Qualidade de Projetos.
2.1 Operação
Operação pode ser descrita, segundo Slack (2005) como o desenvolvimento
de trabalhos ou ações contínuas onde o termo operações é compreendido como
algo detalhado, complexo e feito no dia-a-dia pelos funcionários de menor
hierarquia.
A abrangência deste termo é considerada bastante ampla, não podendo ser
utilizada exclusivamente no meio empresarial pois todas as organizações,
independentemente de sua área de atuação, possuem operações, que produzem
produtos, serviços, ou uma combinação de ambos (SLACK, et al, 2013).
As atividades de operação contínua não possuem fim e nem interrupções,
não apresentando relevantes alterações de forma, ferramentas, etc, sendo partes de
um todo que se repetem periodicamente em intervalos curtos de tempo,
7
diferentemente de um projeto, onde o horizonte temporal é limitado (MENEZES,
2003).
2.1.1 Gerenciamento de Operações e de Processos
As operações, como um conjunto de atividades que produzem bens e
serviços em uma organização, estão sempre relacionadas com o gerenciamento da
principal finalidade do negócio daquela organização, bem como os processos,
embora em menor escala, pois são componentes das operações (SLACK, et al,
2013). Ou seja, o cuidado com o principal produto ou serviço de uma organização,
envolve processos de gerenciamento, seja de operações ou de processos (SLACK,
et al, 2013).
Portanto, faz-se importante destacar o conceito de gerenciamento de
operações e de processos, que é a atividade de gerenciar os recursos e processos
que produzem produtos e serviços, acrescentando que este conceito provém do
Gerenciamento de Operações, que examina como a função de operações de um
negócio produz produtos e serviços para os clientes externos (SLACK, et al, 2013).
Este conceito será importante para a análise do desenvolvimento dos
serviços prestados durante a condução das atividades do simulador COMBATER
junto às suas partes interessadas.
2.2 Gerenciamento de Processos
O Gerenciamento de Processos de Negócio, conforme definido pela
Association Of Business Process Management Professionals International (ABPMP)
(2013), em português Associação De Profissionais De Gerenciamento De Processos
De Negócios Internacionais, compreende todo trabalho realizado para entregar um
produto ou serviço do processo, independentemente de quais áreas funcionais
estejam envolvidas.
Pode-se utilizar a seguinte definição para gerenciamento de processos:
8
Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM - Business Process
Management) é uma disciplina gerencial que integra estratégias e objetivos
de uma organização com expectativas e necessidades de clientes, por meio
do foco em processos ponta a ponta. BPM engloba estratégias, objetivos,
cultura, estruturas organizacionais, papéis, políticas, métodos e tecnologias
para analisar, desenhar, implementar, gerenciar desempenho, transformar e
estabelecer a governança de processos (ABPMP, 2013, p.40).
2.2.1 Processo
Segundo é apresentado pela ABPMP (2013), um processo pode ser definido
por um trabalho que entrega valor aos clientes ou apoia outros processos. E ainda
de forma mais específica: “Processo é uma agregação de atividades e
comportamentos executados por humanos ou máquinas para alcançar um ou mais
resultados” (ABPMP, 2013, p.35).
2.2.2 Gerenciamento de Desempenho de Processos
Segundo a ABPMP (2013) o gerenciamento de desempenho de processos
tem a finalidade de identificar atrasos e redistribuir trabalho como forma de
mitigação, por meio do gerenciamento tanto em nível de fluxo de processo, quanto
em nível de fluxo de trabalho, onde, para a consecução desta finalidade atua, dentre
outros, no controle do desenvolvimento do trabalho e na medição da qualidade.
Em complemento ao conceito tratado no parágrafo anterior, a ABPMP (2013)
explica que o monitoramento realizado no gerenciamento de desempenho, avança
dos níveis mais simples associados ao fluxo de trabalho para os mais complexos a
nível de fluxo de processos. Isto significa que no nível de fluxo de trabalho, a
atuação é sobre a ação do trabalho propriamente dito de uma atividade isolada,
quando, no nível de fluxo de processo, a atuação é sobre a transição do trabalho
entre sucessivas áreas funcionais, ou seja, a sequência de trabalho.
Um grande problema em relação ao gerenciamento de desempenho, quando
se fala em fluxo de processo, está no fato de que muitas organizações não
9
compreendem seus processos, tão pouco como funcionam, interpretando os
processos como algo compartimentado e não de maneira interfuncional (ABPMP,
2013).
Uma maneira de identificar corretamente os processos, segundo a ABPMP
(2013) é analisá-los a partir do produto ou serviço final. Desta forma o ponto focal
seria “de fora para dentro”, englobando, assim, a percepção do usuário. Esta
perspectiva significa que a organização deve possuir uma visão e um entendimento
global sobre todo o trabalho, não se limitando apenas ao produto, ao serviço e à
visão “de dentro para fora”.
Essa compreensão permitirá entender o “porquê” e o “como” as coisas estão
acontecendo na operação, e não apenas que “algo” está acontecendo. Assim, além
das medições convencionais estatísticas a organização poderá entender o
significado dos dados e o que deve ser feito. Esta postura conduzirá a organização à
níveis mais altos de maturidade em processos.
A ABPMP (2013) estabelece que qualquer medição de desempenho começa
com a identificação do “quê” e “porquê” deve ser medido, assim, após esta
identificação, inclui-se os processos, subprocessos ou fluxos de trabalho às
definições de medição, formando uma lista com os seguintes tópicos:
- Objetivo da medição;
- Item a medir;
- Parâmetro de comparação;
- Onde medir;
- O que medir; e
- Como será medido.
Para a ABPMP (2013) os processos podem ter as medições associadas ao
trabalho e ao resultado, sendo assim a base para a detecção de desvios de
desempenho do processo e dos resultados. O desempenho do processo pode ser
medido pelos atributos do produto ou serviço que o processo produz, como por
exemplo, confiabilidade, capacidade, tempo de resposta, etc.; bem como pode ser
medido também pelos atributos do próprio processo, tais como a eficácia de uma
tarefa, tempo de ciclo, etc (ABPMP, 2013).
10
2.3 Projeto
Conforme é descrito por Vargas (2009), projeto é um empreendimento
repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início,
meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido
por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos
desenvolvidos e qualidade. Segundo PMI (2004), projeto é um empreendimento
temporário realizado de forma progressiva para criar um produto ou serviço único.
O projeto tem um prazo para ser realizado e uma data de término que deve
ser cumprida, exigindo técnicas e ferramentas específicas para esse controle, assim
todas as suas atividades possuem datas de início e término bem amarradas e as
quais devem ser respeitadas (MENEZES, 2003).
Ainda, pode-se afirmar também que, conforme a NEGAPEB (2013), o
conceito de temporalidade de um projeto não se aplica ao seu produto, serviço ou
resultado criado, que seguirão um ciclo de vida próprio após o projeto.
2.4 Gerenciamento da Qualidade
Conforme Campos (2009), a qualidade do gerenciamento de projetos é
perseguida com foco no gerenciamento, e não com foco no produto do projeto. De
uma forma geral, a “qualidade” e suas ferramentas auxiliam e são importantes no
desenvolvimento do Gerenciamento da Qualidade do Projeto.
2.4.1 Definição de qualidade
Dependendo das circunstâncias e do ambiente em que se encontra, o
significado do termo “qualidade” pode variar de pessoa a pessoa, dando-se conta de
que a qualidade está ligada a ferramentas, métodos e técnicas do controle da
qualidade, como também a atitudes, cultura e comprometimento com a organização,
seja na geração de produtos ou serviços, seja no setor público ou privado (CICMIL,
11
2000). Um conceito genérico de qualidade adicionaria, ainda, foco na satisfação do
cliente interno e externo, além da melhoria contínua (CICMIL, 2000).
Para Campos (2004, p. 2), o conceito de qualidade é fundado nos seguintes
termos: “[...] um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente,
de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo, às
necessidades do cliente”. E também: “o verdadeiro critério de boa qualidade é a
preferência do consumidor”, (CAMPOS, 2004, p. 2).
Estas definições tratam a qualidade de forma ampla no que diz respeito a
seu alcance e interferência, bem como a relacionam à satisfação do cliente e à
melhoria contínua.
Assim, segundo Womack (1997, apud Sousa, et al, 2013), pode-se definir a
qualidade como o atendimento aos requisitos definidos pelos clientes, externos e
internos, e ausência de qualidade como o não atendimento aos requisitos.
Ainda, a definição de qualidade dada pelo PMI (2017, p. 274) é “[...] o grau
em que um conjunto de características inerentes atende aos requisitos (ISO 9000)”.
Por fim, destaca-se que o conceito de qualidade, conforme observado por
Parreira Jr, et al (2009), está associado à execução correta das especificações de
um produto, sem existência de efeitos colaterais, além da conformidade com os seus
requisitos.
2.4.2 Gerenciamento da Qualidade do Projeto
O gerenciamento da qualidade em projetos busca a satisfação do cliente por
meio do cumprimento de requisitos técnicos e garantia dos resultados,
assemelhando-se ao conceito de operações, no sentido de considerar que desvios
em seus processos criam situações de retrabalho e prejuízo (CLELAND; IRELAND,
2002).
O processo de gerenciamento de qualidade de projetos garante que, além
de não perder o foco nos bons resultados finais, se tenha efetividade na realização
de todas as etapas que são relevantes. Gerenciar a qualidade com que as tarefas
são realizadas é uma forma de identificar os pontos fortes e aqueles que ainda
12
precisam ser desenvolvidos e melhorados num processo técnico e na atuação da
equipe. Por isso, é um método que busca a satisfação das partes interessadas por
meio de políticas de qualidade e gerenciamento e controle de requisitos, bem como
oferece a possibilidade de evolução contínua, conforme afirma o PMI (2017).
Dentro da Área de Conhecimento descrita como Gerenciamento da
Qualidade do Projeto encontramos três Grupos de Processos de Gerenciamento de
Projetos, dos quais destacamos aquele que diz respeito a Controlar a Qualidade,
cuja finalidade é iniciar um raciocínio que conduzirá ao entendimento sobre as
necessidades para o gerenciamento de processos que garantirão a melhoria da
qualidade do produto após o projeto (PMI, 2017).
Assim, a definição do Grupo de Processos que trata sobre Controlar a
Qualidade, segundo PMI (2017, p. 271), envolve o ato de monitorar, registrar
resultados e avaliar desempenho para que as saídas do projeto sejam completas e
satisfaçam o cliente.
Em complemento à esta definição, o PMI (2017, p. 298), acrescenta que o
processo de Controlar a Qualidade oferece como principal benefício a possibilidade
de verificar se as entregas e o trabalho do projeto cumprem os requisitos
especificados pelas principais partes interessadas, determinando se as saídas do
projeto correspondem à intenção inicial, cumprindo todos os padrões, requisitos,
regulamentações e especificações aplicáveis. Diz ainda que este processo é
realizado ao longo do projeto.
Ainda sobre a possibilidade do Controle da Qualidade avançar para a fase
de operação de uma entrega, após o projeto, pode-se verificar segundo o PMI
(2017, p. 271), que os processos de Gerenciamento da Qualidade do Projeto, na
prática, se sobrepõem e interagem de maneiras que não podem ser completamente
detalhadas no Guia PMBOK®, podendo serem diferentes dentro de setores e
empresas.
Desta maneira, entende-se que a interação dos processos não
necessariamente precisa estar contida somente nas fases do projeto. Pode-se incluir
no conceito de gerenciamento e controle da qualidade os processos envolvidos na
operação de uma entrega, para garantir a manutenção da qualidade dos resultados
do projeto.
13
Como mencionou o PMI (2017, p. 275), “as abordagens modernas de
gerenciamento da qualidade buscam minimizar a variação e entregar resultados que
cumpram os requisitos definidos pelas partes interessadas”.
Desta abordagem, referente à qualidade das entregas e resultados, o Guia
PMBOK®, 6ª Edição, destaca as seguintes tendências em Gerenciamento da
Qualidade, dentre outras, que corroboram com uma visão voltada para as entregas e
resultados (PMI, 2017, p. 271):
Quadro 2.1 – Tendências em Gerenciamento da Qualidade.
Tendência Definição
Satisfação do cliente
Entender, avaliar, definir e gerenciar os requisitos para que as expectativas do cliente sejam atendidas. Para isso, é necessária uma combinação de conformidade com os requisitos (para garantir que o projeto produza o que ele foi criado para produzir) e adequação ao uso (o produto ou serviço deve atender às necessidades reais). Em ambientes ágeis, o engajamento das partes interessadas com a equipe garante que a satisfação do cliente seja mantida ao longo do projeto.
Melhoria contínua
O ciclo planejar-fazer-verificar-agir (PDCA) é a base para a melhoria da qualidade, conforme definida por Shewhart e modificada por Deming. Além disso, as iniciativas de melhoria da qualidade - como gerenciamento da qualidade total (GQT), Seis Sigma e Lean Seis Sigma - devem aprimorar a qualidade do gerenciamento do projeto e também a qualidade do produto, serviço ou resultado final.
Fonte: PMI, 2017.
Outra consideração relevante para o controle da qualidade de forma
contínua, diz respeito à métodos ágeis que trabalham revisões periódicas para
levantamento de eventuais pontos de melhoria que, segundo o PMI (2017, p. 276),
os métodos ágeis requerem passos frequentes de qualidade e revisão integrados ao
longo do projeto, para trabalhar nas mudanças, em vez de concentrar apenas no fim
do projeto.
Ainda sobre as revisões periódicas para a continuidade de melhorias em
ambientes ágeis, verifica-se a ideia de implementação de mudanças necessárias no
trato com os processos deficientes:
Retrospectivas recorrentes verificam regularmente a eficácia dos processos de qualidade. Procuram a causa-raiz dos problemas e sugerem tentativas de novas abordagens para aprimorar a qualidade. Retrospectivas subsequentes avaliam quaisquer processos experimentais para determinar se estão funcionando e devem ser continuados ou receber novos ajustes, ou se devem ser abandonados (PMI, 2017, p. 271).
14
Por fim, entende-se que o conceito moderno de gerenciamento da qualidade
envolve métodos periódicos de revisão, avaliação e eventuais mudanças afim de
corrigir desvios, minimizando variações nos resultados e garantindo a manutenção
de um nível de qualidade coerente com os requisitos concebidos inicialmente, bem
como, entende-se que a manutenção da qualidade deve garantir a permanente
satisfação do cliente, o que permite inferir que o controle deve prosseguir para a
fase de operação das entregas (PMI, 2017).
2.4.3 NBR ISO/IEC 9126-1 Engenharia de software – Qualidade de Produto
Segundo a ISO (2003), o desenvolvimento ou seleção de softwares de
qualidade se faz necessário uma vez que os computadores estão presentes em
diversas áreas de aplicação e sua correta operação é primordial, assim, dois fatores
fundamentais para garantir a qualidade adequada do produto são a especificação e
a avaliação da qualidade do produto. Por meio da definição apropriada das
características de qualidade e da especificação e avaliação de cada característica
relevante de qualidade do produto de software, utilizando métricas validadas ou
amplamente aceitas, essa meta pode ser alcançada (ISO, 2003).
Desta maneira, a ISO (2003) complementa a afirmação acima, explicando
que a NBR 13596 foi criada para suprir essas necessidades. Ela elucida seis
características de qualidade externa e interna, quatro características de qualidade
em uso e descreve um modelo de processo para avaliação de produto de software
(ISO, 2003). Devido as características e as métricas associadas à essa norma serem
úteis tanto para a avaliação de produto de software, quanto para a definição de
requisitos de qualidade, entre outros, a NBR 13596 foi substituída por duas outras
normas: a NBR ISO/IEC 9126 (Qualidade do produto de software) e NBR ISO/IEC
14598 (Avaliação de produto de software) (ISO, 2003).
A norma a ser tratada neste trabalho é a ISO/IEC 9126-1: Modelo de
Qualidade, que propõe características e sub características que definem um produto
de qualidade. As demais partes da ISO/IEC 9126 (Qualidade do produto de
software), são:
- ISO/IEC 91262: Métricas Externas;
15
- ISO/IEC 91263: Métricas Internas;
- ISO/IEC 91264: Métricas de Qualidade em Uso.
A NBR ISO/IEC 9126-1 apresenta um modelo de qualidade do produto de
software, dividido em duas partes: a) qualidade interna e qualidade externa e b)
qualidade em uso (ISO 2003). A primeira parte do modelo define seis características
para qualidade interna e externa, que são subdivididas em sub características,
enquanto a segunda parte do modelo especifica quatro características de qualidade
em uso, sem apresentar subdivisões (ISO 2003).
Antes de tratar do modelo de qualidade, a ISO/IEC 9126-1 apresenta uma
sistemática de abordagens para qualidade, representada pela figura abaixo, onde a
qualidade do processo contribui para melhorar a qualidade do produto (medida por
atributos de qualidade interna e externa), que contribui para melhorar a qualidade
em uso (medida por atributos de qualidade em uso) (ISO 2003). Assim, avaliar e
melhorar o processo é um meio de melhorar a qualidade do produto, assim como
avaliar e melhorar a qualidade do produto é um meio de melhorar a qualidade em
uso. De forma similar, avaliar a qualidade em uso pode fornecer feedback para
melhorar um produto e avaliar um produto pode fornecer feedback para melhorar um
processo (ISO 2003).
Figura 2.1 – Qualidade no ciclo de vida.
Fonte: ISO, 2003.
Para a avaliação de qualidade de um produto de software é necessário
definir um modelo de qualidade para a descrição das metas de qualidade. Para isso
a qualidade deve ser decomposta hierarquicamente em um modelo composto de
16
características e subcaracterísticas, que podem ser usadas como uma lista de
verificação de tópicos relacionados com a qualidade (ISO 2003).
Segundo a ISO (2003) são definidos dois modelos hierárquicos de
qualidade, que serão tratados nos próximos tópicos, entretanto ela afirmou que não
é possível medir todas as subcaracterísticas internas e externas para todas as
partes de um produto de software, bem como não é prático medir a qualidade em
uso para todos os cenários de utilização.
2.4.3.1 Modelo hierárquico de qualidade para qualidade externa e interna
A ISO (2003) categoriza os atributos de qualidade de software em seis
características (funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência,
manutenibilidade e portabilidade) que são, por sua vez, subdivididas em
subcaracterísticas, conforme a Figura 2.2. As subcaracterísticas podem ser medidas
por meio de métricas externas e internas.
Figura 2.2 – Modelo de qualidade para qualidade externa e interna.
Fonte: ISO, 2003.
17
As definições para as características e subcaracterísticas são tratadas pela
ISO/IEC 9126-1 – Modelo de Qualidade, da seguinte maneira:
- Funcionalidade como “Capacidade do produto de software de prover
funções que atendam às necessidades explícitas e implícitas, quando o software
estiver sendo utilizado sob condições especificadas”, (ISO, 2003, p. 8), e suas
subcaracterísticas conforme Quadro 2.2:
Quadro 2.2 – Subcaracterísticas da Funcionalidade.
Subcaracterística Definição
Adequação Capacidade do produto de software de prover um conjunto apropriado de funções para tarefas e objetivos do usuário especificados.
Acurácia Capacidade do produto de software de prover, com o grau de precisão necessário, resultados ou efeitos corretos ou conforme acordados.
Interoperabilidade Capacidade do produto de software de interagir com um ou mais sistemas especificados.
Segurança de Acesso
Capacidade do produto de software proteger informações e dados, de forma que pessoas ou sistemas não autorizados não possam lê-los nem modificá-los e que não seja negado o acesso às pessoas ou sistemas autorizados.
Fonte: ISO, 2003.
- Confiabilidade como “Capacidade do produto de software de manter um
nível de desempenho especificado, quando usado em condições especificadas”,
(ISO, 2003, p. 8), e suas subcaracterísticas conforme Quadro 2.3:
Quadro 2.3 – Subcaracterísticas da Confiabilidade.
Subcaracterística Definição
Maturidade Capacidade do produto de software de evitar falhas decorrentes de defeitos no software.
Tolerância a falhas
Capacidade do produto de software de manter um nível de desempenho especificado em casos de defeitos no software ou de violação de sua interface especificada
Recuperabilidade Capacidade do produto de software de restabelecer seu nível de desempenho especificado e recuperar os dados diretamente afetados no caso de uma falha.
Fonte: ISO, 2003.
- Usabilidade como “Capacidade do produto de software de ser
compreendido, aprendido, operado e atraente ao usuário, quando usado sob
condições especificadas”, (ISO, 2003, p. 9), e suas subcaracterísticas conforme
Quadro 2.4:
18
Quadro 2.4 – Subcaracterísticas da Usabilidade.
Subcaracterística Definição
Inteligibilidade Capacidade do produto de software de possibilitar ao usuário compreender se o software é apropriado e como ele pode ser usado para tarefas e condições de uso específicas.
Apreensibilidade Capacidade do produto de software de possibilitar ao usuário aprender sua aplicação.
Operacionalidade Capacidade do produto de software de possibilitar ao usuário operá-lo e controlá-lo.
Atratividade Capacidade do produto de software de ser atraente ao usuário.
Fonte: ISO, 2003.
- Eficiência como “Capacidade do produto de software de apresentar
desempenho apropriado, relativo à quantidade de recursos usados, sob condições
especificadas”, (ISO, 2003, p. 10), e suas subcaracterísticas conforme Quadro 2.5:
Quadro 2.5 – Subcaracterísticas da Eficiência.
Subcaracterística Definição
Comportamento em relação ao tempo
Capacidade do produto de software de fornecer tempos de resposta e de processamento, além de taxas de transferência, apropriados, quando o software executa suas funções, sob condições estabelecidas.
Utilização de recursos
Capacidade do produto de usar tipos e quantidades apropriados de recursos, quando o software executa suas funções sob condições estabelecidas.
Fonte: ISO, 2003.
- Manutenibilidade como “Capacidade do produto de software de ser
modificado. As modificações podem incluir correções, melhorias ou adaptações do
software devido a mudanças no ambiente e nos seus requisitos ou especificações
funcionais”, (ISO, 2003, p. 10), e suas subcaracterísticas conforme quadro 2.6:
Quadro 2.6 – Subcaracterísticas da Manutenibilidade.
Subcaracterística Definição
Analisabilidade Capacidade do produto de software de permitir o diagnóstico de deficiências ou causas de falhas no software, ou a identificação de partes a serem modificadas.
Modificabilidade Capacidade do produto de software de permitir que uma modificação especificada seja implementada.
Estabilidade Capacidade do produto de software de evitar efeitos inesperados decorrentes de modificações no software.
Testabilidade Capacidade do produto de software de permitir que o software, quando modificado, seja validado.
Fonte: ISO, 2003.
19
- Portabilidade como “Capacidade do produto de software de ser transferido
de um ambiente para outro”, (ISO, 2003, p. 10), e suas subcaracterísticas conforme
Quadro 2.7:
Quadro 2.7 – Subcaracterísticas da Portabilidade.
Subcaracterística Definição
Adaptabilidade
Capacidade do produto de software de ser adaptado para diferentes ambientes especificados, sem necessidade de aplicação de outras ações ou meios além daqueles fornecidos para essa finalidade pelo software considerado.
Capacidade para ser instalado
Capacidade do produto de software para ser instalado em um ambiente especificado.
Coexistência Capacidade do produto de software de coexistir com outros produtos de software independentes, em um ambiente comum, compartilhando recursos comuns.
Capacidade para substituir
Capacidade do produto de software de ser usado em substituição a outro produto de software especificado, com o mesmo propósito e no mesmo ambiente.
Fonte: ISO, 2003.
2.4.3.2 Modelo hierárquico de qualidade em uso
A ISO (2003) define o modelo de qualidade para qualidade em uso,
categorizado em quatro características: eficácia, produtividade, segurança e
satisfação. Este modelo não faz subdivisões em subcaracterísticas.
Figura 2.3 – Modelo de qualidade para qualidade em uso.
Fonte: ISO, 2003.
Segundo a ISO (2003), a qualidade em uso é a visão da qualidade sob a
perspectiva do usuário, onde a sua obtenção depende das conquistas sucessivas da
20
qualidade externa e da qualidade interna. As definições para as características são
tratadas pela ISO/IEC 9126-1 – Modelo de Qualidade, conforme Quadro 2.8:
Quadro 2.8 – Características para qualidade em uso.
Característica Definição
Eficácia Capacidade do produto de software de permitir que usuários atinjam metas especificadas com acurácia e completitude, em um contexto de uso especificado
Produtividade Capacidade do produto de software de permitir que seus usuários empreguem quantidade apropriada de recursos em relação à eficácia obtida, em um contexto de uso especificado
Segurança Capacidade do produto de software de apresentar níveis aceitáveis de riscos de danos a pessoas, negócios, software, propriedades ou ao ambiente, em um contexto de uso especificado
Satisfação Capacidade do produto de software de satisfazer usuários, em um contexto de uso especificado
Fonte: ISO, 2003.
2.4.4 NBR ISO/IEC 14598-1 Tecnologia da Informação – Avaliação de Produto de Software
A NBR ISO/IEC 14598-1 é uma extensão da Norma 9126, “apresentando
uma visão geral do processo de avaliação de produto de software e fornece
orientações e requisitos para avaliação” (ABNT, 2001a, p.5).
Segundo Garcia (200-), o processo de avaliação da ISO 14598 é baseado
na Norma ISO 9126, que define as métricas de qualidade de software e pode ser
usado tanto para avaliar produtos prontos como produtos em desenvolvimento,
O processo de avaliação descrito na NBR ISO/IEC 14598-1 (Visão Geral)
aplica-se tanto à avaliação de componentes como do sistema, seja em qualquer fase
do ciclo de vida do produto de software, e está subdividido em quatro fases,
conforme Figura 2.4.
21
Figura 2.4 – Processo de Avaliação segundo a Visão Geral.
Fonte: ISO, 2001a.
A primeira fase recebe a denominação de Estabelecer os Requisitos da
Avaliação, e se divide em três passos: a) Estabelecer o propósito da avaliação:
deve-se definir qual o objetivo da avaliação de forma a garantir que o produto
forneça a qualidade necessária; b) Identificar tipos de produtos a serem avaliados:
deve-se definir o tipo de produto que será trabalhado; c) Especificar o modelo de
qualidade: deve-se definir um modelo de qualidade sobre o qual será realizada a
avaliação, por meio da utilização da norma 9126-1, que contém os critérios
necessários para desenvolver a avaliação de qualidade do software (ISO, 2001a).
A segunda fase é denominada Especificar a Avaliação, que se divide em três
passos: a) Selecionar métricas: deve-se definir métricas correlacionadas às
características de qualidade, pois as características e subcaracterísticas de
qualidade não podem ser medidas diretamente; b) Estabelecer níveis de pontuação
para as métricas: deve-se definir uma pontuação em alguma escala que reflita a
performance particular do sistema a respeito da característica de qualidade em
questão, tendo em mente que não existem regras genéricas para determinar quando
uma pontuação é satisfatória, uma vez que a qualidade se refere às necessidades
especificadas; c) Estabelecer critérios para julgamento: cada medida contribui para o
julgamento geral do produto, mas não necessariamente de maneira uniforme, pois
se um sistema não se comporta muito bem com respeito à característica crítica, irá
22
ser avaliado negativamente, independente do que ocorra a todas as outras
características (ISO, 2001a).
A terceira fase denominada Projetar a Avaliação envolve a produção de um
plano de avaliação, com a finalidade de descrever os métodos de avaliação e um
cronograma das ações do avaliador (ISO, 2001a)..
A quarta e última fase denominada Executar a Avaliação encontra-se divida
em 3 passos: a) Obter as medidas: consiste em uma pontuação apropriada na
escala da métrica utilizada; b) Comparar com critérios: o valor medido é comparado
com critérios predeterminados; c) Julgar os resultados: o julgamento é a etapa final
do processo de avaliação, onde um conjunto de níveis pontuados é resumido (ISO,
2001a).
2.5 Gerenciamento da Partes Interessadas do Projeto
Os atributos desejáveis para a qualidade do simulador COMBATER devem
satisfazer, além dos requisitos contratuais do software propriamente dito, as
necessidades de suas partes interessadas, destacando-se como necessidades,
conforme a posição e função de determinada parte interessada, os seguintes
pontos: os objetivos de treinamento, o desempenho das funcionalidades do
simulador, as capacidades e ferramentas de instrução, a capacitação operacional
dos EM das Brigadas e Divisões do exército, a obediência a termos contratuais de
suporte e assistência técnica, o cumprimento de atualizações do software, entre
outros (BRASIL, 2017).
Desta maneira é imprescindível a identificação de todas as partes
interessadas de modo a garantir uma análise dos seus interesses, que proporcione
um suporte eficaz ao trabalho desenvolvido pela equipe responsável pelo projeto,
como diz o PMI (2017, p. 503).
O Guia PMBOK®, 6ª Edição, define os processos para o gerenciamento das
partes interessadas do projeto (PMI, 2017, p. 271):
23
Quadro 2.9 – Processos para o gerenciamento das partes interessadas.
Processo Definição
Identificar as Partes Interessadas
O processo de identificar regularmente as partes interessadas do projeto e analisar e documentar informações relevantes sobre seus interesses, envolvimento, interdependências, influência e impacto potencial no sucesso do projeto.
Planejar o Engajamento das Partes Interessadas
O processo de desenvolvimento de abordagens para envolver as partes interessadas do projeto, com base em suas necessidades, expectativas, interesses e potencial impacto no mesmo.
Gerenciar o Engajamento das Partes Interessadas
O processo de se comunicar e trabalhar com as partes interessadas para atender suas necessidades e expectativas, lidar com questões e promover o engajamento das partes interessadas adequadas.
Monitorar o Engajamento das Partes Interessadas
O processo de monitorar as relações das partes interessadas do projeto e adaptação de estratégias para engajar as partes interessadas através da modificação de planos e estratégias de engajamento
Fonte: PMI, 2017.
Segundo o PMI (2017), as partes interessadas são afetadas ou podem afetar
o projeto de forma positiva ou negativa, de acordo com a sua capacidade (limitada
ou significativa) para influenciar os processos de trabalho ou os resultados do
projeto. Por conta desta afirmação, destaca-se a importância de uma abordagem
estruturada para identificação, priorização e engajamento de todas as partes
interessadas, onde a habilidade do gerente de projetos e da equipe, para identificar
corretamente e engajar todas as partes interessadas de maneira apropriada, pode
fazer a diferença entre o êxito e o fracasso do projeto (PMI, 2017).
Assim, deduz-se a importância de um método capaz de priorizar as partes
interessadas de modo a direcionar corretamente as eventuais medidas corretivas,
para manutenção da qualidade, como diz o PMI (2017), onde expõe que a chave
para um engajamento eficaz das partes interessadas está na comunicação contínua
com todas as partes interessadas, incluindo os membros da equipe, para entender
suas necessidades e expectativas, abordar as questões conforme elas ocorrem,
administrar os interesses conflitantes e incentivar o engajamento apropriado das
partes interessadas com as decisões e atividades do projeto.
24
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa descritivo-analítica
que, segundo Vergara (2000), expõe as características de determinada população
ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza. Ainda,
"não têm o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de
base para tal explicação" (VERGARA, 2000, p. 47).
Esse tipo de pesquisa, segundo Selltiz et al. (1965) buscou descrever um
fenômeno ou situação em detalhe, especialmente o que está ocorrendo, permitindo
abranger, com exatidão, as características de um indivíduo, uma situação, ou um
grupo, bem como desvendar a relação entre os eventos.
A abordagem utilizada foi a quantitativa, pois buscou-se fazer o
levantamento dos pontos de melhoria a serem implementados nos processos do
simulador COMBATER. Segundo Richardson (1999), a abordagem quantitativa é
caracterizada pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de
informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas.
Durante a coleta de dados foram utilizadas as técnicas da pesquisa
documental e do questionário. Segundo Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa
documental é a coleta de dados em fontes primárias, como documentos escritos ou
não, pertencentes a arquivos públicos; arquivos particulares de instituições e
domicílios, e fontes estatísticas.
Desta maneira, por meio de um corte de temporalidade transversal, buscou-
se realizar uma verificação dos processos referentes ao controle contratual de
manutenção do software do Simulador COMBATER.
O questionário teve por finalidade fazer o levantamento percentual da
fidedignidade das ações previstas nos requisitos do software em relação à sua
aplicação, que levassem a concluir sobre melhorias a serem implementadas aos
processos de controle da qualidade do uso do software.
25
Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 88), o questionário é estruturado como
uma “[...] série ordenada de perguntas, respondidas por escrito sem a presença do
pesquisador”. Dentre as vantagens do questionário, destacam-se as seguintes: ele
permite alcançar um maior número de pessoas; é mais econômico; a padronização
das questões possibilita uma interpretação mais uniforme dos respondentes, o que
facilita a compilação e comparação das respostas escolhidas, além de assegurar o
anonimato ao interrogado (MARCONI; LAKATOS, 1996).
3.2 Caracterização do Sistema de Simulação do Exército Brasileiro (SSEB)
3.2.1 Finalidade do SSEB
Inicialmente, pode-se definir o SSEB, segundo Brasil (2017), como o
conjunto de recursos humanos, instalações, aplicativos e equipamentos de
simulação empregados no adestramento, treinamento, instrução, ensino militar e no
suporte à tomada de decisão.
Segundo Brasil (2017), o SSEB tem por finalidade gerenciar as atividades
referentes à obtenção, ao emprego e ao ciclo de vida dos diversos tipos de
simuladores e seus processos, além da interoperabilidade entre os simuladores e o
emprego dos campos e dos centros de instrução e de adestramento.
3.2.2 Estrutura do SSEB
O SSEB é estruturado de forma hierárquica, tendo como órgão máximo o
Estado-Maior do Exército, como Órgão de Direção Geral (ODG) que, segundo Brasil
(2014), é o “[...] órgão responsável pela Política Militar Terrestre (PMT), pelo
planejamento estratégico e pela emissão de diretrizes estratégicas que orientem o
preparo e o emprego da Força[...]”.
A estrutura ainda permeia, segundo Brasil (2014), os diversos Órgãos de
Direção Setorial (ODS) e Comandos Militares de Área (Cmdo Mil A), da seguinte
maneira:
26
Quadro 3.1 – Estrutura do SSEB.
Componente da estrutura do SSEB Órgãos de Direção da Organização Básica do
Exército
Órgão de direção e coordenação geral Estado-Maior do Exército
Órgão central de integração, planejamento, execução e controle do SSEB
Comando de Operações Terrestres
Órgãos de planejamento, execução e controle
Departamento de Ciência e Tecnologia
Departamento de Educação e Cultura do Exército
Comando Logístico
Departamento de Engenharia e Construção
Departamento Geral do Pessoal
Usuários do SSEB
Comandos Militares de Área
Divisões e/ou Regiões Militares
Brigadas
Organizações Militares
Centros de Simulação
Campos de Instrução e Adestramento
Estabelecimentos de Ensino
Fonte: Brasil, 2014.
Desta estrutura, destaca-se o Comando de Operações Terrestres (COTER),
órgão central do SSEB, que operacionaliza suas diretrizes por meio da Divisão de
Simulação de Combate (DSC); o Centro de Adestramento Sul e o Centro de
Adestramento Leste, responsáveis pela aplicação e condução de todos os tipos de
simulação existentes no Exército Brasileiro e os Comandos Militares de Área, que
são os executantes dos exercícios de simulação, juntamente com suas Divisões de
Exército e Brigadas (BRASIL, 2014).
3.2.3 Tipos de Simulação e Organização do Exercício de Simulação Construtiva
Segundo Brasil (2014), a simulação pode ser definida como um método
técnico que possibilita representar artificialmente uma atividade ou um evento real,
por meio de um modelo, reproduzindo, com o auxílio de um sistema informatizado,
mecânico, hidráulico ou de sistemas combinados, as características e a evolução de
um processo ao longo do tempo.
Em uma definição militarizada, podemos afirmar que, ainda segundo Brasil
(2014), a Simulação Militar é a reprodução de uma atividade militar ou de uma
operação de material de emprego militar, empregando equipamentos, softwares e
infraestrutura.
27
A simulação militar é uma ferramenta de apoio ao treinamento do militar, não
sendo uma finalidade em si própria e pode ser conduzida em três modalidades, a
saber (BRASIL, 2014):
Quadro 3.2 – Tipos de Simulação de Combate.
Simulação Definição
Simulação Viva
Modalidade na qual são envolvidos agentes reais, operando sistemas reais (armamentos, equipamentos, viaturas e aeronaves de dotação), no mundo real, com o apoio de sensores, dispositivos apontadores “laser” e outros instrumentos que permitem acompanhar o elemento e simular os efeitos dos engajamentos.
Simulação Virtual
Modalidade na qual são envolvidas agentes reais, operando sistemas simulados, ou gerados em computador. A Simulação Virtual substitui sistemas de armas, veículos, aeronaves e outros equipamentos cuja operação exija elevado grau de adestramento, ou que envolva riscos e/ou custos elevados para operar. Sua principal aplicação é no desenvolvimento de técnicas e habilidades individuais, que permita explorar os limites do operador e do equipamento. Essa modalidade pode ser integrada em um ambiente virtual comum, possibilitando o adestramento tático de determinada fração e mesmo em exercício com interoperabilidade de sistemas de simulação.
Simulação Construtiva
Simulação envolvendo tropas e elementos simulados, operando sistemas simulados, controlados por agentes reais, normalmente numa situação de comandos constituídos. Também conhecida pela designação de “jogos de guerra”. A ênfase dessa modalidade é a interação entre agentes, divididos em forças oponentes que se enfrentam sob o controle de uma direção de exercício. Seu emprego principal é no adestramento de comandantes e Estados-Maiores, no processo de tomada de decisão, e no funcionamento de postos de comando e sistemas de comando de controle.
Fonte: Brasil, 2014.
O uso das simulações viva e virtual é visto nos treinamentos técnicos
individuais e nos treinamentos táticos de pequenas frações, nos níveis de Pelotões e
Subunidades. Como exemplos destas simulações, pode-se citar:
Na simulação viva: uso de Dispositivos de Simulação de Engajamento
Tático (DSET), que são um conjunto de sensores receptores instalados em
equipamentos de vestuário da tropa e de emissores laser instalados nos
armamentos, capazes de simular disparos e ferimentos em um exercício tático para
pelotões e subunidades (BRASIL, 2015).
28
Figura 3.1 – Treinamento com DSET na Simulação Viva.
Fonte: Brasil, 2017.
Na simulação virtual: uso de simuladores de armamentos leves como fuzis
e pistolas, metralhadoras e canhões, destinados à formação e treinamento dos
diversos tipos de atiradores; uso de simuladores de posto de pilotagem de
helicópteros; uso de simuladores de motoristas; uso de simuladores de
procedimentos médicos, entre outros (BRASIL, 2015).
Figura 3.2 – Simulador de Armamentos Leves.
Fonte: Brasil, 2017.
29
Figura 3.3 – Simulador de Procedimentos Médicos.
Fonte: Caderno de Instrução
Já a simulação construtiva é utilizada para o adestramento de Comandantes
e Estados-Maiores em planejamentos táticos e operacionais nos níveis de Batalhões
(Btl) e superiores, como Brigadas (Bda) e Divisões de Exército (DE) (BRASIL, 2017).
Figura 3.4 – Software de Simulação Construtiva.
Fonte: Brasil, 2017.
A estrutura organizacional operacional do Exército Brasileiro, segundo
EXÉRCITO BRASILEIRO (2019), é composta pelos oito Comandos Militares de
Área, que enquadram as cinco Divisões de Exército que, por sua vez, enquadram as
vinte e cinco Brigadas existentes. Os Batalhões são as menores Organizações
Militares (OM), que são enquadradas pelas Brigadas EXÉRCITO BRASILEIRO
(2019).
As OM tipo Btl, Bda e DE, possuem uma estrutura denominada Estado-
Maior que é, segundo Brasil (2009, p. E-15), um “órgão composto de pessoal militar
qualificado que tem por finalidade assessorar o comandante no exercício do
30
comando”. Este órgão consiste no público-alvo para adestramento dos exercícios de
Simulação Construtiva (Brasil, 2017).
Para tanto, a Simulação Construtiva, conhecida como Jogos de Guerra,
segundo Brasil (2017), possui uma organização com funções específicas para o
desenvolvimento de seus exercícios de adestramento:
Quadro 3.3 – Organização de Funções para Jogo de Guerra.
Função/estrutura Definição
Comando Executante (Cmdo Exec)
Comando que realizará o exercício, sendo este o que estará em adestramento.
Comando Aplicador
Grande Comando (Divisão de Exército ou Comando Militar e Área) com o encargo de montar e conduzir um Jogo de Guerra. Também é chamado de Escalão Superior (Esc Supe) durante a execução do exercício pois é ele quem dá as ordena ao Cmdo Exec. Nos exercícios de nível Brigada o Comando Executante é uma Brigada determinada pelo Plano de Instrução Militar do corrente ano, tendo como Comando Aplicador e Escalão Superior à sua respectiva Divisão de Exército que a enquadra, responsável pela montagem e condução da situação tática a ser desenvolvida no Jogo de Guerra.
Diretor do Exercício Comandante do Comando Aplicador e Comandante do Escalão Superior.
Direção do Exercício (DIREx)
Estrutura montada por integrantes do Comando Aplicador que tem por finalidade a condução propriamente dita do exercício.
Posto de Comando dos Comandos Executantes
(Figura 3.x)
Local onde cada Comando Executante conduzirá seus trabalhos durante o exercício. Pode ser montado aproveitando-se instalações físicas existentes. Entretanto, para se aproximar da realidade das operações de combate, os Comandos Executantes devem estar dispostos no terreno, ocupando barracas de operações. Devem possuir locais para o trabalho de todas as funções do Estado-Maior.
Partidos (Figura 3.x)
São as equipes de simulação que representam as unidades militares e as frações de cada Comando Executante. São os elementos que atuam diretamente no software de simulação construtiva.
Oficiais Controladores
São os encarregados de executar as ordens dos Comandos Executantes, de decidir sobre o emprego do escalão que representam e de repassar informações sobre a tropa ao seu Comandante ou Oficial do Estado-Maior de sua Unidade.
Sargentos Operadores São os responsáveis por inserir as ordens, mediante orientação dos Controladores, no software de simulação construtiva.
Fonte: Brasil, 2014.
A DIREx, ainda possui uma estrutura interna, subdividida em uma posição
de chefia e duas equipes de controle descritas no Quadro 3.x. Também existem
operadores do software organizados por funções de combate, quais sejam:
Comando e Controle, Movimento e Manobra, Inteligência, Fogos, Logística e
Proteção, com o objetivo de verificarem o andamento do exercício e possíveis erros
doutrinários (BRASIL, 2016).
31
Quadro 3.4 – Organização da DIREx.
Função/estrutura Definição
Chefe da DIREx Coordenador de todas as atividades da DirEx. Trabalha em estreita cooperação com o Comandante do Escalão Superior.
Célula Branca
Responsável pela coordenação e condução da matriz de eventos e o lançamento de Problemas Militares Simulados no JG, que são as situações que devem ser contornadas por meio de planejamentos sucessivos que garantam o bom andamento da manobra.
Equipe de Observadores equipe encarregada pela fiscalização do trabalho de EM durante a realização do JG.
Fonte: Brasil, 2014.
Figura 3.5 – Posto de Comando.
Fonte: Brasil, 2017.
Figura 3.6 – Sala do Partido com Controladores e Operadores.
Fonte: Brasil, 2017.
32
3.3 Caracterização do Software COMBATER
3.3.1 Sobre o SWORD e Conceitos Técnicos
Segundo MASA (2019), o SWORD™ Guia do Usuário para Windows®,
define que o SWORD é um software de simulação construtiva que pode exibir
comportamentos automáticos consistentes com a doutrina das forças armadas e
entidades de comando autônomo, assegurando grande realismo e fornecendo uma
interpretação não determinista de situações complexas envolvendo comportamentos
humanos coletivos tais como combate de guerrilha, operações humanitárias e
controle de multidões. Ainda, a mesma tecnologia pode ser aplicada à unidades
permitindo a automação do controle no mais básico nível tático, e também à
simulação de fatores humanos tais como conflitos na divulgação das intenções de
um comandante, fadiga, frieza sob ataque, ou moral, o que fornece uma
interpretação mais precisa das operações militares reais (MASA, 2019).
O software permite um menor controle humano com o máximo de realismo,
por meio da utilização de Inteligência Artificial (IA) na simulação de entidades com
comportamentos compatíveis com a doutrina militar que foi introduzida na base de
dados, por ocasião da customização (MASA, 2019).
O conteúdo da simulação precisa ser customizado e adaptado ao contexto
operacional das operações simuladas para que tenham eficiência e sejam aceitas
pelos usuários finais (MASA, 2019). Para atender esta condição, o SWORD é
altamente customizável uma vez que se pode facilmente modificar equipamentos,
sistemas de armas, sensores ou qualquer outro elemento relacionado à doutrina
(MASA, 2019).
Os elementos que formam o conteúdo da simulação disponível na interface
do simulador para montagem das manobras, execução de movimentos e que
representam os combatentes e as tropas no campo de batalha, são apresentados no
software com definições específicas, conforme Quadro 3.5.
33
Quadro 3.5 – Elementos do software de simulação.
Elemento Definição
Plataformas do equipamento
Nível básico de componente definido por seus atributos físicos e não são exibidas visualmente, tendo como exemplo, um soldado, um tanque e sua equipe, um helicóptero e seu piloto, etc.
Unidade
Combinação de plataformas de equipamento, sendo a primeira entidade representada visualmente e capaz somente de executar ordens de um controlador ou de um autômato. São os pelotões de soldados, pelotões de tanque (4 tanques, 2 caminhões de apoio e soldados), etc, junto com seus recursos necessários, como munição, combustível, alimento, etc.
Autômato
Grupo de unidades que podem ser controladas por um usuário e que replicam ordens baseadas na doutrina militar inserida e na Inteligência Artificial. São a representação das subunidades dos Batalhões.
Fonte: MASA, 2019.
Figura 3.7 – Unidade (pelotão).
Fonte: MASA, 2019.
Os Batalhões não possuem uma entidade específica, assim como os
pelotões (elemento unidade do software) e as subunidades (elemento autômato do
software) com suas bases de dados de atributos e comportamentos, não sendo
operados diretamente por usuários ou Inteligência Artificial (MASA, 2019). Portanto,
os Batalhões são o primeiro nível a exigir planejamento e a presença de um Estado-
Maior (MASA, 2019).
34
3.3.2 Requisitos Funcionais
O Termo de Referência constante do processo de contratação do simulador
COMBATER previu os seguintes Requisitos Funcionais, necessários para o
adestramento do trabalho de planejamento de Estado-Maior (DIVISÃO DE
SIMULAÇÃO DE COMBATE, 2013).
Quadro 3.6 – Lista de Requisitos Funcionais.
Nr Requisito
1 O sistema deve permitir a inclusão, exclusão, atualização e pesquisa dos atributos das unidades, equipamentos, sensores, sistemas de armas, objetos construtivos como pontes, campos de minas, obstáculos e outros.
2 O sistema deve permitir busca indexada de suas funcionalidades e configurações por palavras-chave (“ajuda online”).
3 O sistema deve permitir a manutenção (manter a integridade e permitir edição) de dados de unidades militares e não-militares, equipamentos, sensores, objetos construtivos e sistemas de armas.
4
O sistema de simulação deve permitir a definição e a mudança do tipo e do comportamento da unidade: as entidades de nível pelotão podem ser controladas manualmente ou ser automatizadas, ou seja, elas devem entender e executar ordens operacionais, e adaptar os seus comportamentos de forma autônoma, dependendo dos eventos que estão acontecendo na simulação e as informações que elas adquirem. Um segundo nível de automação deve estar disponível: em nível de companhia (subunidade), as entidades automáticas também devem entender e enviar ordens operacionais para suas entidades subordinadas em nível pelotão. Os autômatos também devem ter seus comportamentos adaptados de acordo com o que acontece na simulação. Os batalhões serão controlados por operadores humanos, os quais devem dar ordens às companhias automatizadas.
5
O usuário com perfil de administrador do sistema deve poder inserir, no banco de dados, novos tipos de unidades militares, equipamentos, sensores, objetos construtivos, sistemas de armas, além de outras entidades que são parte da simulação, antes ou até mesmo durante a execução do exercício.
6 O contratante deve ter a possibilidade de inserir sua doutrina específica no comportamento das unidades de combate.
7 O sistema de simulação deve ler e considerar dados geográficos matriciais e vetoriais na simulação.
8 O sistema deve permitir o adestramento de Comando e Estado Maior nos níveis Batalhão, Brigada, Divisão de Exército, e superiores.
9 O sistema deve permitir o auto-treinamento de seus operadores.
10 O sistema deve ter, como padrão, as ações de suas entidades baseadas em doutrina compatível com a OTAN.
11 O sistema deve suportar operações complexas e ser modelado de forma a abranger os conceitos de conflito de baixa e alta intensidade, além de operações de não-guerra.
12 O sistema deve ter uma biblioteca de comportamentos autônoma e baseada na doutrina, desenvolvida especificamente para considerar as funcionalidades relacionadas aos problemas de refugiados, milícias e atividades terroristas.
13 O sistema deve permitir a inclusão de novas bibliotecas de comportamentos de unidades simuladas, por meio de interface amigável.
14 O sistema deve permitir a especificação, modificação e inclusão de novas tarefas para serem executadas pelas unidades simuladas, sem afetar o núcleo da simulação.
15 O sistema deve conter um modelo macro de densidade populacional que permita a coordenação de operações de elementos de força sintética com baixa grandeza populacional ou ambientes urbanos.
35
16 A modelagem de incêndio e enchente, entre outros, deve ser gerenciado por meio de modelos internos ou externos, provendo dados geoespaciais que possam alimentar a simulação.
17
O sistema deve permitir o uso de entidades autônomas para aliados e inimigos, as quais devem entender e interpretar ordens operacionais dadas por um operador humano, e se adaptar a qualquer situação tática ou terreno encontrados durante suas missões, sem qualquer intervenção humana adicional.
18 O sistema deve conter um módulo de detecção que considere motivações táticas, assim como a topografia do terreno.
19 O sistema deve permitir o gerenciamento preciso de elemento, onde cada um compartilha seus conhecimentos e detecção de uma situação com seus aliados.
20
O sistema deve apresentar comportamento realístico durante manobras, combate ou apoio a outras unidades militares, considerando fatores humanos como moral, fadiga e experiência, assim como fatores técnicos relacionados às condições de terreno como rampa, vau e vegetação.
21
O sistema deve conter resolução de combate não-determinístico, no qual cada unidade militar avalia zonas de conflito para determinar se deseja combater ou não, e seu alvo mais adequado, dependendo das regras de engajamento, missão, armamentos, relação de forças, entre outros, com capacidade opcional de definir a origem dos fatores aleatórios para assegurar a capacidade de reprodução do combate.
22
O sistema deve permitir que a missão em nível de companhia seja automaticamente subdividida em ordens de nível pelotão, para cada um que nela esteja incluído, permitindo que as ações das subdivisões enquadradas sejam observadas. A camada de comportamento com Inteligência Artificial deve ser desenvolvida em linguagem de scripts Lua.
23 O sistema deve permitir o gerenciamento de cada sistema operacional do Exército Brasileiro (manobra, inteligência, logística, C2, mobilidade, contra-mobilidade e proteção, apoio de fogo e artilharia antiaérea) e de forças assimetrias, como milícias e terroristas.
24 O sistema deve permitir que entidades não militares interajam dinamicamente com unidades militares em relação ao curso de ação, permitindo a descrição de um cenário complexo por meio de ordens iniciadas e pré-armazenadas.
25 O sistema deve permitir a customização de conteúdo para Análise Pós Ação com uma ferramenta de relatório e pontuação.
26 O sistema deve permitir que sejam feitas interações usando procedimentos e linguagem militares, de acordo com a doutrina militar brasileira, o mais próximo possível aos comandos usados por unidades militares em um campo de batalha.
27 O sistema de simulação deve conter um sistema EPM (Exercise Planning Management) integrado que permita o planejamento e o armazenamento da simulação e de eventos externos.
28 O sistema deve permitir a automação do controle em nível pelotão (ações de manobra de acordo com a doutrina), e também simular fatores humanos como fadiga, experiência de combate e moral, entre outros.
29 O sistema deve permitir que as unidades militares inimigas (pelotão/companhia) ajam de forma totalmente automática, e reajam inteligentemente durante o curso das ações, seguindo a doutrina pré-definida e customizada.
30 O sistema deve permitir que o seu operador desempenhe o papel de um partido inteiro, assim como uma parte específica do partido.
31 O sistema deve ser customizável, ou seja, deve permitir a definição e o teste de novas entidades (unidades militares, equipamentos e outros), ordens de batalha, ou mesmo doutrinas em várias situações, forças envolvidas no conflito e ambientes.
32
O sistema deve permitir a execução de exercícios distribuídos, e entregar relatórios de simulação que possam prover informações relevantes por meio de rede digital. O sistema deve permitir monitoramento da situação que está acontecendo na simulação e a gestão dos planos de ação por meio de ferramentas padrão como o Google Maps, Earth ou web GIS customizado.
33 O sistema deve permitir que os dados sejam exportados (consciência situacional e planejamento) para sistemas C2 em Combate em uso no Exército Brasileiro, a fim de permitir o apoio às tomadas de decisão.
34 O sistema deve permitir a sua integração com exercícios de altos escalões, especialmente Posto de Comando Combinado, que envolva outros simuladores no mesmo nível utilizados
36
por outras forças (Marinha e Força Aérea Brasileiras).
35
O sistema deve apoiar o adestramento em nível de Posto de Comando a seguir: Companhia, Batalhão, Brigada, e Divisão de Exército, e incluir uma representação abrangente de cada tipo de serviço, para adestrar a equipe completa de Posto de Comando e executar operações com armas combinadas.
36 O sistema deve assegurar o controle do motor da simulação.
37 O sistema deve permitir o uso de diversos tipos de entidades (artilharia, infantaria, cavalaria, engenharia, comunicações, logística, entre outros).
38 O sistema deve trabalhar com cartas 3D.
39 O sistema deve responder aos comandos dos operadores, por meio de informações visuais, tais como: mover, atacar, entrar no alcance de tiro, efeito de tiro indireto, percentual de missões concluídas entre outras ações da tropa.
40 O sistema deve gerar campo de visualização do ponto ou elemento selecionado.
41 O sistema deve gerenciar diferentes perfis de usuários customizáveis, com funcionalidades restritas para cada perfil.
42 O sistema deve permitir a mudança de subordinação das tropas durante a simulação.
43 O sistema deve permitir que o controlador comande desde o nível pelotão.
44 O sistema deve ter um relógio para o controle da simulação, permitindo que a proporção do tempo simulado em relação ao tempo real possa ser alterada sem impacto no desempenho, e sem a necessidade de parar o exercício de simulação.
45 O sistema deve realizar mensurações do terreno como perfil, distância e ângulo.
46 O sistema deve executar funções de mobilidade (atravessar curso de água, abertura de fosso, entre outros), contra-mobilidade (construção de campos de mina, obstáculos de arame farpado, e outros), e proteção (núcleo de proteção).
47 O sistema deve simular o estabelecimento de redes de comunicações entre as frações, comandos e ações de guerra eletrônica do inimigo.
48 As missões de mover, atacar, retrair, assim como qualquer função que envolva um elemento posicionado no terreno, devem levar em consideração as condições do terreno (iluminação, clima, temperatura, obstáculos, relevo, vegetação, hidrografia e outros).
49 O sistema deve trabalhar com coordenadas UTM e Geográficas, sem restrições de fuso horário e latitude.
50 O sistema deve visualmente prover informações descritivas sobre as tropas inseridas na simulação (situação de efetivo, materiais disponíveis, combustível, poder de combate).
51 O sistema deve suportar cartas em qualquer escala.
52 O sistema deve simular tropas logísticas, operando de acordo com a doutrina do Exército Brasileiro.
53 O sistema deve ter a funcionalidade de consumir suprimento dos elementos simulados de acordo com as ações executadas durante e simulação do modelo real.
54 O sistema deve causar perdas de efetivo dos elementos simulados de acordo com as agressões sofridas durante a simulação, além de perdas fora de combate.
55 O sistema deve permitir o recompletamento dos efetivos dos elementos simulados e suportar em sua base, de acordo com Quadro de Cargos Previstos do Exército Brasileiro.
56 O sistema deve ter meios de similar o uso de VANT, artilharia antiaérea, helicópteros, embarcações, aeronaves e todos os tipos de interação deles com tropas de superfície, e gerar relatórios de detecção.
57 O sistema deve exportar informações de localização, situação de pessoal, material e equipamento para o sistema C2 do Exército Brasileiro, com intervalo de exportação configurável.
Fonte: Divisão de Simulação de Comabate, 2013.
37
3.4 População e Amostra para o Questionário
A população selecionada para este trabalho é formada por militares
integrantes do Centro de Adestramento Leste (CA-Leste), localizado na cidade do
Rio de Janeiro, RJ, do Centro de Adestramento Sul (CA-Sul), em Santa Maria, RS,
da Divisão de Simulação de Combate/COTER, em Brasília, DF, e por militares dos
Comandos Militares de Área (Cmdo Mil A) participantes dos exercícios de simulação.
Esta população engloba todos os níveis hierárquicos de 3º Sargento até Coronel e é
constituída por 33 militares.
Os critérios para seleção da amostra foram os seguintes: ter trabalhado na
montagem, coordenação e aplicação de exercícios de simulação construtiva
(Comando Aplicador e Direção do Exercício), ter exercido funções de Controlador
e/ou Operador na execução dos exercícios e ter exercido funções de planejamento
em Estados-Maiores dos Comandos Executantes.
Estes critérios de seleção tiveram por objetivo obter respostas mais
consistentes e precisas, vindas de pessoal com experiência em todas as atividades
referentes à utilização do software do simulador COMBATER.
3.5 Caracterização e descrição dos instrumentos de pesquisa
3.5.1 Pesquisa documental
A pesquisa documental desenvolvida no presente trabalho teve por
finalidade discriminar e apresentar os processos envolvidos na operação do
Simulador COMBATER.
Para isso foram verificados todos os componentes do contrato de
manutenção em vigor e a documentação de exercício referente aos relatórios de
incidentes do software e aos relatórios de satisfação.
O objetivo desta pesquisa documental foi apenas proporcionar uma visão
geral dos processos componentes da operação do simulador, uma vez que este
38
trabalho foi delimitado especificamente à verificação do desempenho do software, no
que diz respeito à aplicação de seus requisitos.
3.5.2 Questionário
O questionário utilizado para levantar os dados quantitativos neste trabalho
foi criado com base nos Requisitos Funcionais para o Sistema de Simulação
Construtiva, integrante do Termo de Referência do contrato de aquisição do software
COMBATER.
As questões deste questionário, disponível no Anexo A, foram concentradas
por afinidade, em conceitos que procuraram reproduzir as seguintes ideias:
adequação ao nível da tropa em adestramento, eficiência das ações das tropas de
nível subunidade e pelotão e resultado do adestramento do Estado-Maior.
Para a construção deste instrumento de pesquisa, adotou-se a escala de
verificação não comparativa Likert, pois, conforme Malhotra (2012), ela exige que os
participantes indiquem um grau de concordância ou de discordância para cada uma
de várias afirmações aos objetos de estímulo. Ou seja, por parecer ser a forma mais
adequada de se evitar qualquer viés de resposta, para obter dados objetivos e em
função da facilidade de construção e aplicação, principalmente, pela assimilação
rápida e alta capacidade de entendimento do uso por parte dos respondentes,
optou-se pela utilização da escala de verificação Likert intervalar de cinco pontos,
balanceados em uma escala de mensuração, de 1 a 5, variando de “Discordo
totalmente”, correspondente ao número 1, a “Concordo totalmente”, correspondente
ao número 5, com a existência do ponto neutro.
Desta maneira procurou-se verificar, em termos de grau, a adequação do
software de simulação à sua realidade de aplicação, considerando o público alvo a
que se destina, as suas funcionalidades e o resultado do adestramento.
Com a intenção de verificar a qualidade das respostas pelas funções
exercidas nos exercícios, bem como pela experiência dos respondentes, este
questionário também colheu dados referentes à função exercida nos exercícios, ao
nível hierárquico e à quantidade de exercícios executados.
39
3.6 Procedimentos de coleta e de análise de dados
A coleta de dados se deu pela análise de documentos que permitiram um
entendimento geral do gerenciamento dos processos de operação do simulador,
referentes às cláusulas contratuais, bem como pela aplicação de um questionário
direcionado a militares com experiência em exercícios de simulação construtiva e
limitado ao desempenho das funcionalidades do software, do qual obteve-se ao final
do período de disponibilização, 35 respostas totais, sendo 33 respostas completas e
1 incompleta, conforme indicação da plataforma Survey Monkey.
A pesquisa documental foi realizada entre os meses de abril e junho de
2019, com acesso aos arquivos da Divisão de Simulação de Combate, do COTER, e
o questionário foi aplicado entre julho e meados de agosto de 2019.
40
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
Os resultados foram apresentados conforme a análise dos instrumentos de
pesquisa utilizados neste trabalho. Primeiramente, por meio da pesquisa documental
foram apresentados os subsídios para o entendimento da operação dos processos
do simulador COMBATER e seus pontos de melhoria. Em seguida, foram analisados
os dados coletados com o questionário, com vistas a identificar a eficiência do
software e as implementações necessárias ao gerenciamento de desempenho dos
processos que garantam a manutenção da qualidade da operação do simulador.
4.1 Caracterização dos processos do simulador COMBATER
Os processos do simulador COMBATER, aos quais este trabalho faz
referência, estão associados à operação e manutenção do software de simulação.
Segundo Brasil (2013) (IG Ciclo de vida), o ciclo de vida de software estabelece uma
arquitetura desde sua concepção até seu descarte, que é constituída por um
conjunto de processos e interfaces entre esses processos, que são: aquisição,
fornecimento, desenvolvimento, operação e manutenção.
O processo de operação envolve as atividades de utilização do simulador,
seja por parte dos aplicadores de exercícios de simulação construtiva ou dos
elementos executantes, que são os Comandos Militares de Área, Divisões de
Exército e Brigadas. Dentro deste processo destacam-se: criação do cenário do
exercício, treinamento de operadores, carregamento e teste do exercício e exercício
propriamente dito.
O processo de manutenção define as atividades do mantenedor, para
gerenciamento das modificações necessárias para manter o software atualizado e
em perfeita operação. Segundo Pressman (1992), existem quatro atividades de
manutenção: manutenção corretiva, manutenção adaptativa, manutenção evolutiva e
manutenção preventiva.
41
Dessa forma, a contratação do serviço de manutenção do simulador
COMBATER, possui três motivações principais, conforme Brasil (2013):
- Dar continuidade ao trabalho desenvolvido com o simulador COMBATER;
- Salvaguardar os investimentos realizados;
- Manter o software compatível com a evolução dos sistemas operacionais
para servidores e clientes; com a evolução das configurações de hardware para
servidores e clientes e com a evolução da doutrina militar vigente no Exército
Brasileiro.
Assim, dentro do processo de manutenção, destacam-se: atualização de
versão, serviço de homologação e implantação de versão, capacitação de usuários,
serviço de assistência técnica presencial e serviço de suporte por telefone ou e-mail.
O Quadro 4.1 apresenta um resumo dos processos e atividades que são
tratadas neste trabalho:
Quadro 4.1 – Processos e Atividades do Simulador COMBATER.
Processo Atividades
Operação
Criação do cenário do exercício Envio da documentação operacional
Treinamento de operadores Solicitação de pessoal disponível Solicitação de meios de TI Carregamento e teste do exercício
Exercício propriamente dito Aplicação da metodologia do exercício
Manutenção
Atualização de versão Relatórios de desempenho
Serviço de homologação e implantação de versão
Realização de testes Utilização de banco de dados de incidentes
Capacitação de usuários Solicitação de pessoal disponível
Serviço de assistência técnica presencial Emissão de Ordem de Serviço Registro de incidentes Termo de recebimento de serviço
Serviço de suporte por telefone ou e-mail Registro de incidentes
Fonte: Divisão de Simulação de Combate, 2019.
4.2 Desempenho do software COMBATER
4.2.1 Perfil dos respondentes
A pesquisa procurou qualificar os respondentes da seguinte maneira: de
acordo com os graus hierárquicos de Oficial Superior, Oficial Intermediário, Oficial
Subalterno, 1º Sargento, 2º Sargento e 3º Sargento; de acordo com as funções
42
exercidas em Jogos de Guerra, sendo Oficiais de EM em adestramento, Oficiais
integrantes da DIREx, Oficiais Controladores e Sargentos Operadores e, por fim, de
acordo com experiência na participação em Jogos de Guerra.
Cabe ressaltar que o nível hierárquico de Oficial Superior compreende os
Postos de Major, Tenente Coronel e Coronel; o nível de Oficial Intermediário
corresponde ao Posto de Capitão e o de Oficial Subalterno, os Postos de 2º Tenente
e 1º Tenente.
4.2.1.1 Posto e Graduação
A qualificação dos respondentes por Posto e Graduação teve por objetivo
proporcionar a análise do tempo de serviço de acordo com o nível hierárquico. Para
isso foram estabelecidas faixas de tempo de serviço de 10 em 10 anos, baseadas no
tempo médio do interstício de cada posto e graduação, conforme Figura 4.1, ficando
cada nível hierárquico, dividido da seguinte maneira: faixa de até 10 anos
englobando os 3º Sargentos; faixa de 10 a 20 anos englobando os 2º Sargentos, 1º
Sargentos, Oficiais Subalternos e Oficiais Intermediários e faixa de 20 a 30 anos de
serviço com os Oficiais Superiores.
Figura 4.1 – Postos e Graduações por Faixas de 10 anos.
Fonte: o autor.
Da pesquisa, verificou-se, conforme a Figura 4.2, que a maior parte dos
respondentes são 3º Sargentos, com 31% de incidência e Oficiais Superiores com
43
28%. Em terceiro lugar, observou-se uma incidência de 25% de Oficiais
intermediários. Os demais níveis hierárquicos obtiveram uma baixa porcentagem de
incidência, com 8% para 2º Sargentos, 6% para 1º Sargentos e 3% para os Oficiais
subalternos. Desta maneira, as maiores concentrações de respondentes estão
compreendidas nas faixas de até 10 anos e de 20 a 30 anos de serviço, o que indica
uma polarização no que diz respeito à experiência e conhecimento doutrinário, em
comparação com a capacidade e conhecimento técnico.
Figura 4.2 – Universo por Nível Hierárquico.
Fonte: o autor.
4.2.1.2 Funções exercidas em Jogos de Guerra
Em relação às funções exercidas em Jogos de Guerra, 43% dos
respondentes foram de Sargentos Operadores, 29% de Oficiais integrantes da
DIREx, 17% de Oficiais Controladores e 11% de Oficiais integrantes de EM em
adestramento, indicando maiores concentrações de respondentes que exerceram
funções de Operadores e DIREx e, num segundo nível as funções de Controladores
e Estado-Maior em Adestramento.
Assim, é possível afirmar que a qualidade das respostas está abrangendo na
sua maior parte, respondentes com conhecimento da doutrina militar, metodologia
de exercícios construtivos e conhecimento técnico do software de simulação.
44
Figura 4.3 – Universo por Função Exercida.
Fonte: o autor.
4.2.1.3 Experiência em Jogos de Guerra
Dos respondentes, 58,33% já realizaram mais de 3 Jogos de Guerra, 25%
realizaram 2 Jogos de Guerra e 16,67% realizaram 3 Jogos de Guerra. Nenhum
respondente possuía experiência de apenas 1 Jogo de Guerra. Ou seja, a maior
parte da amostra é composta por militares com boa experiência na realização de
exercícios de simulação construtiva.
Pode-se concluir, da análise do perfil dos respondentes, que a amostra foi
significativa em termos de conhecimento doutrinário de planejamento e emprego de
tropas, bem como em termos de conhecimento técnico específico da utilização do
software do simulador COMBATER, devido a sua maioria abranger, tanto militares
com grande tempo de serviço e experiência em funções correspondentes ao
planejamento militar e direção de exercício, quanto militares capacitados
tecnicamente para utilização do software e conhecedores de suas funcionalidades.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
EM Ades DIREx Of Ct Sgt Op
Universo por função exercida
45
Figura 4.4 – Universo por Experiência em Jogos de Guerra.
Fonte: o autor.
4.2.2 Resultados Empíricos
O questionário baseado na Escala Likert de cinco pontos, já descrito no item
3.5.2 Questionário, foi composto por três conceitos que definiram a adequação do
software (para qual valor de tropa se destina), a qualidade da execução de ações
com Inteligência Artificial (ações de pequeno escalão) e a qualidade do resultado
obtido pela tropa que realiza o treinamento (adestramento do EM executante). Para
cada conceito foram formuladas seis questões correspondentes, conforme o Quadro
4.2, Quadro 4.3 e Quadro 4.4, e baseadas nos Requisitos Funcionais do simulador
descritos no Quadro 3.6 – Lista de Requisitos Funcionais.
Quadro 4.2 – Adequação ao Nível da Tropa em Adestramento.
Nr Questão
Q1 As ordens emitidas para frações nível subunidade são replicadas no nível pelotão de forma correta.
Q2 As frações nível pelotão se adaptam aos eventos existentes na carta topográfica como, por exemplo, terrenos alagadiços, cortes de rio, vegetação densa, presença de inimigo, etc.
Q3 A abstração nos níveis de Subunidades e Pelotões influencia no planejamento nível Brigada.
Q4 As ações táticas executadas nos níveis de Subunidades e Pelotões influenciam na compreensão do desenvolvimento da manobra.
Q5 As Subunidades, como elementos autômatos, oferecem condições suficientes de planejamento para o Estado-Maior do nível Batalhão.
Q6 A capacidade de autômato das Subunidades, permite execução correta do planejamento do Estado-Maior do nível Batalhão.
Fonte: o autor.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
1 JG 2 JG 3 JG Mais 3 JG
Universo por experiência em JG
46
Quadro 4.3 – Eficiência das Ações das Tropas de Nível Subunidade e Pelotão.
Nr Questão
Q7 A abstração nos níveis de Subunidades e Pelotões proporcionam resultados compatíveis com a doutrina.
Q8 Os comandos emitidos para execução de funções de mobilidade são executados de forma a atender satisfatoriamente o efeito desejado.
Q9 Os comandos emitidos para execução de funções de contra-mobilidade são executados de forma a atender satisfatoriamente o efeito desejado.
Q10 Os comandos emitidos para execução de funções de proteção são executados de forma a atender satisfatoriamente o efeito desejado.
Q11 As frações nível pelotão reconhecem de forma satisfatória e adaptam-se às condições de iluminação, clima, temperatura, obstáculos, relevo, vegetação, hidrografia.
Q12 O sistema permite a simulação da interação de tropas de superfície com meios de transporte (helicópteros, embarcações, aeronaves), com resultados compatíveis com o emprego real.
Fonte: o autor.
Quadro 4.4 – Resultado do Adestramento do Estado-Maior.
Nr Questão
Q13 O sistema oferece funcionalidades que permitem o planejamento e condução de ações em exercícios que reproduzam operações de guerra.
Q14 O sistema oferece funcionalidades que permitem o planejamento e condução de ações em exercícios que reproduzam operações de não-guerra.
Q15 O sistema permite flexibilidade para montagem de vários tipos de operação militar.
Q16 O sistema permite satisfatoriamente o controle e direção dos exercícios, baseado no gerenciamento de cada função de combate do Exército Brasileiro.
Q17 O sistema permite satisfatoriamente a avaliação dos exercícios, baseada no gerenciamento de cada função de combate do Exército Brasileiro.
Q18 O gerenciamento das funções de combate consiste na melhor forma de controle e avaliação do planejamento e desenvolvimento dos exercícios de Brigada e Divisão.
Fonte: o autor.
4.2.2.1 Adequação ao nível da tropa em adestramento
O conceito, adequação ao nível da tropa em adestramento, representa a
consolidação das questões Q1 a Q6 que foram desenvolvidas com base nos
Requisitos Funcionais do simulador. Atribuiu-se o peso 1,5 para as questões Q3 e
Q5 devido à importância para a caracterização da percepção referente a este
conceito. As demais questões permaneceram com peso 1.
47
A Tabela 4.x apresenta a distribuição dos níveis de percepção dos
respondentes em cada questão, de forma quantitativa, com base no número de
respostas, sem aplicação dos pesos.
Tabela 4.1 – Percepção por Questão do Conceito Adequação ao Nível da Tropa em
Adestramento.
Escala
Discordo totalment
e
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
Q1 0 3 4 21 4 32
Q2 1 4 3 20 5 33
Q3 3 3 5 18 3 32
Q4 1 3 3 18 8 33
Q5 0 1 5 21 6 33
Q6 0 4 5 17 6 32
Fonte: o autor.
Nos dados apresentados na Tabela 4.2, observa-se a atribuição dos pesos
para cada questão especificada no início deste item e a somatória das respostas por
nível de percepção.
Tabela 4.2 – Atribuição de Pesos por Questão.
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
1 Q1 0 3 4 21 4 32
1 Q2 1 4 3 20 5 33
1,5 Q3 4,5 4,5 7,5 27 4,5 32
1 Q4 1 3 3 18 8 33
1,5 Q5 0 1,5 7,5 31,5 9 33
1 Q6 0 4 5 17 6 32
Soma 6,5 20 30 134,5 36,5
Fonte: o autor.
48
4.2.2.2 Eficiência das ações das tropas de nível subunidade e pelotão
O conceito, eficiência das ações das tropas de nível subunidade e pelotão,
representa a consolidação das questões Q7 a Q12 que foram desenvolvidas com
base em Requisitos Funcionais do simulador. Atribuiu-se o peso 1,5 para as
questões Q7 e Q12 devido à importância para a caracterização da percepção
referente a este conceito. As demais questões permaneceram com peso 1.
A Tabela 4.3 apresenta a distribuição dos níveis de percepção dos
respondentes em cada questão, de forma quantitativa, com base no número de
respostas, sem aplicação dos pesos.
Tabela 4.3 – Percepção por Questão do Conceito Eficiência das Ações das Tropas de Nível
Subunidade e Pelotão.
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
Q7 0 3 1 23 5 32
Q8 1 4 4 16 7 32
Q9 1 4 4 18 5 32
Q10 0 5 8 16 3 32
Q11 0 3 8 14 7 32
Q12 0 8 3 18 3 32
Fonte: o autor.
Nos dados apresentados na Tabela 4.4, observa-se a atribuição dos pesos
para cada questão especificada no início deste item e a somatória das respostas por
nível de percepção.
49
Tabela 4.4 – Atribuição de Pesos por Questão.
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
1,5 Q7 0 4,5 1,5 34,5 7,5 32
1 Q8 1 4 4 16 7 32
1 Q9 1 4 4 18 5 32
1 Q10 0 5 8 16 3 32
1 Q11 0 3 8 14 7 32
1,5 Q12 0 12 4,5 27 4,5 32
Soma 2 32,5 30 125,5 34
Fonte: o autor.
4.2.2.3 Resultados no adestramento de Estados-Maiores
O conceito, resultados no adestramento de Estados-Maiores, representa a
consolidação das questões Q13 a Q18 que foram desenvolvidas com base em
Requisitos Funcionais do simulador. Atribuiu-se o peso 1,5 para as questões Q7 e
Q12 devido à importância para a caracterização da percepção referente a este
conceito. As demais questões permaneceram com peso 1.
A Tabela 4.5 apresenta a distribuição dos níveis de percepção dos
respondentes em cada questão, de forma quantitativa, com base no número de
respostas, sem aplicação dos pesos.
Tabela 4.5 – Percepção por Questão do Conceito Resultados no Adestramento de Estados-
Maiores.
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
Q13 0 0 1 20 11 32
Q14 0 4 4 17 7 32
Q15 0 0 1 20 11 32
Q16 0 5 0 17 10 32
Continua
50
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
Q17 0 4 1 15 12 32
Q18 0 4 4 12 12 32
Fonte: o autor.
Nos dados apresentados na Tabela 4.6, observa-se a atribuição dos pesos
para cada questão especificada no início deste item e a somatória das respostas por
nível de percepção.
Tabela 4.6 – Atribuição de Pesos por Questão.
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente
Total de respondentes
Peso Questão
1 Q13 0 0 1 20 11 32
1 Q14 0 4 4 17 7 32
1 Q15 0 0 1 20 11 32
1 Q16 0 5 0 17 10 32
1,5 Q17 0 6 1,5 22,5 18 32
1,5 Q18 0 6 6 18 18 32
Soma 0 21 13,5 114,5 75
Fonte: o autor.
4.2.3 Resultados Gerais
Como forma de permitir uma análise final sobre os dados obtidos a respeito
dos conceitos elaborados, a Tabela 4.7 apresenta um resumo com a soma das
percepções dos respondentes sobre as questões, organizadas por cada conceito,
por nível de percepção e com os pesos atribuídos.
51
Tabela 4.7 – Somatório das Percepções por Conceito.
Escala Discordo
totalmente
Discordo
Indiferente
Concordo
Concordo totalmente Conceito
Adequação ao nível da tropa em
adestramento 6,5 20 30 134,5 36,5
Eficiência das ações das tropas de nível
subunidade e pelotão 2 32,5 30 125,5 34
Resultado do adestramento do
Estado-Maior 0 21 13,5 114,5 75
Fonte: o autor.
De acordo com as respostas coletadas, verifica-se em todos os conceitos
que a aplicação das funcionalidades do software reproduz em grande parte os
requisitos funcionais desenvolvidos para a aquisição do simulador COMBATER.
Considerando a soma das percepções positivas, caracterizadas pela concordância e
concordância total, o conceito referente ao resultado do adestramento do Estado-
Maior, que diz respeito à qualidade do resultado obtido pela tropa que realiza o
treinamento, obteve destaque com o maior grau de percepção de fidedignidade aos
requisitos, totalizando 189 das assinalações, sendo 75 para as percepções de
completa fidedignidade.
Por outro lado, verificou-se, mesmo de forma pouco significativa, que a
eficiência das ações das tropas de nível subunidade e pelotão, que diz respeito à
qualidade da execução da Inteligência Artificial, obteve a maior percepção negativa,
com 34,5 assinalações. Este destaque de assinalações negativas pode, à primeira
vista, indicar pouca aderência destas funcionalidades aos requisitos iniciais que
compõem este conceito.
Como complemento da análise do referido conceito, pode-se inferir que a
percepção negativa referente à eficiência das ações das tropas de nível subunidade
e pelotão pode ser atenuada pelo fato deste conceito ter obtido, também, o maior
percentual de indiferença (30 assinalações), o que permite supor a existência de
deficiências no conhecimento técnico e no entendimento do significado de abstração
por parte dos respondentes, contrapondo a ilação inicial apresentada no parágrafo
anterior.
52
4.2.4 Análise final
Para a fase final da análise dos dados, buscou-se estabelecer requisitos de
avaliação para o software COMBATER. Para isso, os conceitos estipulados para
formulação do questionário foram identificados, conforme aderência ao significado, à
algumas características e subcaracterísticas de qualidade que estão contidas nos
modelos de qualidade da ISO/IEC 9126-1. Cabe ressaltar que, das 6 (seis)
características e 21 (vinte e uma) subcaracterísticas do modelo de qualidade para
qualidade externa e interna, foram utilizadas apenas duas subcaracterísticas e das 4
(quatro) características do modelo de qualidade para qualidade em uso, foi utilizada
uma característica.
Desta maneira, pode-se verificar no Quadro 4.5 e no Quadro 4.6 a
identificação dos conceitos às características e subcaracterísticas dos modelos de
qualidade.
Quadro 4.5 – Relação Conceito x Características de Qualidade Externa e Interna.
Característica Subcaracterísticas Definição Conceito
estabelecido
Funcionalidade
Adequação
Capacidade do produto de software de prover um conjunto apropriado de funções para tarefas e objetivos do usuário especificados.
Adequação ao nível da tropa em
adestramento
Acurácia
Capacidade do produto de software de prover, com o grau de precisão necessário, resultados ou efeitos corretos ou conforme acordados.
Eficiência das ações das tropas de nível
subunidade e pelotão
Fonte: o autor.
Quadro 4.6 – Relação Conceito x Características de Qualidade em Uso.
Característica Definição Conceito
estabelecido
Eficácia Capacidade do produto de software de permitir que usuários atinjam metas especificadas com acurácia e completitude, em um contexto de uso especificado.
Resultado do adestramento do
Estado-Maior
Fonte: o autor.
Após a associação dos conceitos às características de qualidade, atribuiu-se
valores de pontuação aos níveis de percepção de cada conceito, utilizando a própria
variação da Escala Likert, com valores de 1 a 5. Assim, obteve-se o grau final de
53
cada conceito multiplicando cada nível de percepção pelo seu valor de pontuação
correspondente e realizando a somatória ao final, conforme observa-se na Tabela
4.8.
Este procedimento corrobora a teoria apresentada por ISO (2001a),
apresentada no segundo passo da segunda fase de avaliação, denominada
Especificar a Avaliação, onde se estabelecem níveis de pontuação que reflitam a
performance do sistema.
Tabela 4.8 – Obtenção do Grau Final dos Conceitos.
Escala Discordo
totalmente Discordo Indiferente Concordo
Concordo totalmente
valores de pontuação 1 2 3 4 5 Grau final
Adequação ao nível da tropa em
adestramento 6,5 20 30 134,5 36,5 -
Produto do nível de percepção
6,5 40 90 538 182,5 857
Eficiência das ações das tropas de nível
subunidade e pelotão 2 32,5 30 125,5 34 -
Produto do nível de percepção
2 65 90 502 170 829
Resultado do adestramento do
Estado-Maior 0 21 13,5 114,5 75 -
Produto do nível de percepção
0 42 40,5 458 375 915,5
Fonte: o autor.
Como forma de verificar o grau de aderência das funcionalidades do
simulador aos seus Requisitos Funcionais, utilizou-se a seguinte métrica
comparativa: (Grau final do conceito / Grau máximo).
Assim, obteve-se os percentuais de aderência das características de
qualidade do software COMBATER aos Requisitos Funcionais propostos,
corroborando a última fase de avaliação, denominada Executar a Avaliação, com a
presença de seus três passos: obter as medidas (pontuação), comparar com os
critérios (qualidade) e julgar os resultados (ISSO, 2001a).
54
Tabela 4.9 – Percentual de Aderência.
Característica/subcaracterística de qualidade
Grau final Grau máximo Percentual de aderência
Adequação 857 975 88%
Acurácia 829 960 86%
Eficácia 915,5 960 95%
Fonte: o autor.
Esta análise permite inferir que existem necessidades de melhoria das
características de qualidade referentes à adequação e acurácia, que estão
associadas ao conceito de adequação ao nível da tropa em adestramento e ao
conceito de eficiência das ações das tropas de nível subunidade e pelotão.
4.3 Interfaces entre resultados empíricos e os processos do simulador COMBATER
4.3.1 Pesquisa documental e adequação
Esta interface permite destacar os seguintes processos que necessitam de
oportunidade de melhoria para a adequação do software ao nível da tropa em
adestramento:
- atualização do banco de dados doutrinários;
- testes de cenário; e
- instrução sobre metodologia de aplicação de exercícios de simulação
construtiva.
4.3.2 Pesquisa documental e acurácia
Esta interface permite destacar os seguintes processos que necessitam de
oportunidade de melhoria para aumento da eficiência do software em relação às
ações das tropas de nível subunidade e pelotão:
55
- ordem de serviço para assistência técnica presencial;
- termo de recebimento de serviço;
- gerenciamento do banco de dados de incidentes; e
- gerenciamento do relatório técnico de incidentes.
4.3.3 Pesquisa documental e eficácia
Esta interface permite destacar os seguintes processos que necessitam de
oportunidade de melhoria para otimização do resultado do adestramento do Estado-
Maior:
- instrução sobre metodologia de aplicação de exercícios de simulação
construtiva.
56
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
O Simulador Construtivo COMBATER oferece à Força Terrestre
oportunidade para adestramento de planejamento de Estados-Maiores, similar aos
sistemas de simulação construtiva dos exércitos de países de primeiro mundo.
Portanto, a qualidade de sua operação e manutenção tornam-se imprescindíveis
para os resultados que se esperam.
Com o intuito de solucionar o problema proposto, o presente trabalho teve
como objetivo analisar em que medida a identificação de necessidades de melhoria
no software do simulador COMBATER pode contribuir para o aumento da qualidade
do gerenciamento dos processos. Os passos para se atingir este objetivo seguiram
na identificação do nível de percepção dos usuários sobre a aplicação das
funcionalidades do simulador, na identificação das necessidades de melhoria do
software do simulador, na descrição dos processos necessários à operação do
simulador e na identificação das deficiências na aplicação das funcionalidades, por
meio da comparação com os seus requisitos iniciais.
Utilizando os métodos de Pesquisa Documental e Questionário foi possível
chegar ao objetivo proposto, por meio do levantamento dos processos existentes na
operação do simulador, da percepção dos usuários acerca das funcionalidades do
simulador e da avalição de características e subcaracterísticas de qualidade,
relacionadas às funcionalidades, quais sejam: adequação, acurácia e eficácia.
De acordo com os resultados obtidos, observou-se pequenas necessidades
de melhoria no software, no que diz respeito à adequação e acurácia, pelo fato de
serem os menores índices de percepção com 88% e 86%, respectivamente. As
interfaces dos resultados com a pesquisa documental sugerem, para o aumento da
qualidade do gerenciamento dos processos, o incremento de melhorias nos
seguintes processos: atualização do banco de dados doutrinários; testes de cenário;
instrução sobre metodologia de aplicação de exercícios de simulação construtiva;
ordem de serviço para assistência técnica presencial; termo de recebimento de
serviço; gerenciamento do banco de dados de incidentes; e gerenciamento do
relatório técnico de incidentes.
57
Por fim, conclui-se que, da análise dos processos e das funcionalidades do
simulador COMBATER, o gerenciamento de desempenho dos processos da sua
operação e manutenção possui um elevado nível de qualidade, a despeito de
pequenas oportunidades de melhoria que indicam necessidades de aperfeiçoamento
contínuo.
5.1 Limitações
O presente trabalho buscou quantificar a percepção dos usuários do
simulador COMBATER, por meio de conceitos que buscaram traduzir de forma
abrangente os Requisitos Funcionais previstos inicialmente no processo de
contratação.
Desta forma, observou-se uma limitação quanto ao universo dos
respondentes, especificamente no tocante à pequena incidência de usuários que
tivessem exercido as funções dos Jogos de Guerra relativas à Elementos de Estado-
Maior em adestramento e à Oficiais Controladores.
Outra limitação percebida foi quanto ao total de respostas recebidas, que
correspondeu à cerca de 35% dos questionários enviados.
5.2 Recomendações
Como recomendação para futuros trabalhos, sugere-se a realização de
outras pesquisas relacionadas às demais características do Modelo de Qualidade
para Qualidade Externa e Interna, como forma de aprofundar na análise do
desempenho do software, uma vez que seu maior índice de percepção neste
trabalho foi relacionado à característica de Qualidade em Uso.
Outra recomendação seria a possibilidade de incluir nas pesquisas,
elementos desenvolvedores do software, com o objetivo de facilitar o entendimento
técnico das funcionalidades do simulador.
58
Por fim, espera-se que este trabalho possa contribuir para novos trabalhos
acadêmicos e que, também, possa servir como incentivo a outros profissionais da
área da simulação, que queiram se aprofundar em assuntos similares.
59
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 9126-1:
Qualidade de produto – parte 1: Modelo de qualidade. Rio de Janeiro - RJ, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO/IEC 14598-1:
tecnologia de informação – avaliação de produto de software – parte 1: visão geral.
Rio de Janeiro - RJ, 2001a.
BRASIL. Exército Brasileiro. Caderno de Instrução de Exercícios de Simulação
Construtiva – EB70-CI-11.410. 1ª Edição. Brasília, 2017.
BRASIL. Exército Brasileiro. Estado-Maior do Exército. Portaria Nr 55-EME, de 27 de
março de 2014. Aprova a Diretriz para o Funcionamento do Sistema de Simulação
do Exército Brasileiro – SSEB (EB20-D-10.016). Boletim do Exército, Nr 14, p. 36-45,
de 4 de abril de 2014, Brasília-DF.
BRASIL. Exército Brasileiro. Gabinete do Comandante. Portaria Nr 127, de 21 de
fevereiro de 2017. Aprova o Regimento Interno e o Quadro Demonstrativo dos
Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Comando do Exército –
EB10-RI-09.001. Separata ao Boletim do Exército, Nr 21/2017, p. 3-29, de 26 de
maio de 2017, Brasília-DF.
BRASIL. Exército Brasileiro. Manual de Campanha. Glossário de Termos e
Expressões para uso no Exército – C 20-1. 4ª Edição. Brasília, 2009.
BRASIL. Exército Brasileiro. Manual de Campanha. Lista de Tarefas Funcionais –
EB70-MC-10.341. 1ª Edição. Brasília, 2016.
BRASIL. Exército Brasileiro. Normas para Elaboração, Gerenciamento e
Acompanhamento de Projetos no Exército Brasileiro – NEGAPEB (EB20-N-08.001).
2ª Edição. Brasília: EGGCF, 2013.
60
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do Exército – R-50. Brasília, 1996.
CAMPOS, A. V. Avaliação de desempenho em projetos complexos: uma abordagem
multidimensional. 2009. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica
da USO/Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, São Paulo, 2009.
CAMPOS, V. F. TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Nova Lima:
INDG Tecnologia e Serviços Ltda.,2004.
CLELAND, D. I.; IRELAND, L. R. Gerência de projetos. Rio de Janeiro: Reichmann &
Affonso, 2002.
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Journal of Quality & Reliability Management, v. 17, n. 4/5, p. 554-70, 2000.
EXÉRCITO BRASILEIRO. Divisão de Simulação de Comabate. Termo de Contrato
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EXÉRCITO BRASILEIRO. Estrutura Organizacional. Disponível em:
http://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/298/1/C-20-1.pdf. Acesso em: 02 de
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61
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. Tradução de
Lene Belon Ribeiro; Monica Stefani. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
MASA. Guia Geral do Usuário SWORD para Windows. Paris, 2019.
MENEZES, L. C. M. Gestão de projetos. São Paulo: Atlas, 2003
PMI. A guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide). 3. Ed.
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PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. A Guide to the Project management body of
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SLAK N.; CHAMBERS S.; JOHNSTON R.; BETTS A. Gerenciamento de Operações
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SLACK, N. Operations strategy: will it ever realize its potential? Gestão e Produção,
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SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Software. 8ª Ed., 2007. São Paulo-SP: Addison
Wesley.
VARGAS, R. Manual Prático do Plano de Projeto. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.
62
Apêndice A – Questionário
Prezado senhor!
Sou o Major Inf João Alexandre Lopes Franzoni, da Turma de
1999, da AMAN, e estou realizando um questionário para avaliação do
desempenho do software SWORD, da empresa MASA do Brasil,
customizado para a Doutrina Militar Terrestre e batizado de Simulador
Construtivo COMBATER.
Este questionário é direcionado a militares com experiência em
exercícios de Simulação Construtiva (Jogos de Guerra), que tenham
atuado como Oficial integrante de Estado-Maior em adestramento,
integrante da Direção do Exercício (DIREx), Oficial Controlador e/ou
Sargento Operador e é parte integrante de uma pesquisa científica a ser
desenvolvida no âmbito da Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas – FACE - Departamento de
Administração da Universidade de Brasília (UnB).
A finalidade deste questionário é ajudar a identificar pontos de
melhoria no gerenciamento de desempenho dos processos referentes à
operação do software do Simulador COMBATER.
Sua participação é muito importante para este trabalho e, desta
forma, solicita-se que as respostas representem com o máximo de
fidedignidade a sua percepção sobre o Simulador COMBATER.
Desde já, agradeço a sua participação! Muito obrigado!
63
Universidade de Brasília – UnB
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas – FACE
Departamento de Administração
Pesquisa integrante do trabalho O GERENCIAMENTO DE DESEMPENHO DOS PROCESSOS DO SIMULADOR COMBATER, com objetivo de identificar pontos de
melhoria no gerenciamento de desempenho dos processos referentes à operação do software do Simulador COMBATER.
QUESTIONÁRIO
Avaliação do desempenho do software COMBATER Objetivo
O presente questionário é parte integrante de uma pesquisa científica a ser desenvolvida no âmbito da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e
Gestão de Políticas Públicas – FACE - Departamento de Administração da Universidade Federal de Brasília (UnB).
Compromisso
As informações obtidas por meio deste instrumento, somente serão utilizadas com a finalidade acadêmica e científica, sendo descartada qualquer possibilidade para fins comerciais.
É assegurado ao participante desta pesquisa, a confidencialidade das informações concedidas, sendo que essas serão analisadas em sua totalidade sem a identificação do respondente.
Ao colaborar com esta pesquisa, o participante também está autorizando que resultados possam ser objeto de artigos e eventos acadêmicos e científicos.
Resultado da Pesquisa
O resultado deste trabalho poderá será compartilhado com todos os participantes da pesquisa.
Responsáveis e contatos João Alexandre Lopes Franzoni – (61) 98338-2884, [email protected] José Márcio Carvalho – (61) 3107-0749, [email protected] Campus Universitário Darcy Ribeiro – Departamento de Administração Endereço: Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – UnB. Prédio da FACE – Asa Norte – Brasília - Distrito Federal – 70910-900 – Brasil.
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INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO Para responder a seções I e II a seguir basta selecionar a opção desejada com um “X”. Solicita-se que as respostas representem com o máximo de fidedignidade a sua percepção sobre o desempenho do Simulador COMBATER. I – Informações de qualificação:
Posto ou Graduação
Oficial Superior
Oficial Intermediário
Oficial Subalterno
1º Sargento 2º Sargento 3º Sargento
Função que exerceu mais
vezes em Jogos de Guerra
Oficial de EM em adestramento
Oficial integrante da DIREx
Oficial Controlador
Sargento Operador
Número de Jogos de Guerra
que realizou
01 (um) Jogo de Guerra
02 (dois) Jogos de Guerra
03 (três) Jogos de Guerra
Mais de 03 (três) Jogos de Guerra
II – Indique nos espaços abaixo o seu grau de concordância com as afirmações apresentadas, referentes ao conceito destacado em caixa alta:
ADEQUAÇÃO AO NÍVEL DA TROPA EM ADESTRAMENTO
Discordo totalmente
Discordo Indiferente Concordo Concordo totalmente
1. As ordens emitidas para frações nível subunidade são replicadas no nível pelotão de forma correta.
2. As frações nível pelotão se adaptam aos eventos existentes na carta topográfica como, por exemplo, terrenos alagadiços, cortes de rio, vegetação densa, presença de inimigo, etc.
3. A abstração nos níveis de Subunidades e Pelotões influencia no planejamento nível Brigada.
4. As ações táticas executadas nos níveis de Subunidades e Pelotões influenciam na compreensão do desenvolvimento da manobra.
5. As Subunidades, como elementos autômatos, oferecem condições suficientes de planejamento para o Estado-Maior do nível Batalhão.
6. A capacidade de autômato das Subunidades, permite execução correta do planejamento do Estado-Maior do nível Batalhão.
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EFICIÊNCIA DAS AÇÕES DAS TROPAS DE NÍVEL SUBUNIDADE E
PELOTÃO (ABSTRAÇÃO)
Discordo totalmente
Discordo Indiferente Concordo Concordo totalmente
7. A abstração nos níveis de Subunidades e Pelotões proporcionam resultados compatíveis com a doutrina.
8. Os comandos emitidos para execução de funções de mobilidade são executados de forma a atender satisfatoriamente o efeito desejado.
9. Os comandos emitidos para execução de funções de contra-mobilidade são executados de forma a atender satisfatoriamente o efeito desejado.
10. Os comandos emitidos para execução de funções de proteção são executados de forma a atender satisfatoriamente o efeito desejado.
11. As frações nível pelotão reconhecem de forma satisfatória e adaptam-se às condições de iluminação, clima, temperatura, obstáculos, relevo, vegetação, hidrografia.
12. O sistema permite a simulação da interação de tropas de superfície com meios de transporte (helicópteros, embarcações, aeronaves), com resultados compatíveis com o emprego real.
OTIMIZAÇÃO DA QUALIDADE DO ADESTRAMENTO DO ESTADO-
MAIOR
Discordo totalmente
Discordo Indiferente Concordo Concordo totalmente
13. O sistema oferece funcionalidades que permitem o planejamento e condução de ações em exercícios que reproduzam operações de guerra.
14. O sistema oferece funcionalidades que permitem o planejamento e condução de ações em exercícios que reproduzam operações de não-guerra.
15. O sistema permite flexibilidade para montagem de vários tipos de operação militar.
16. O sistema permite satisfatoriamente o controle e direção dos exercícios, baseado no gerenciamento de cada função de combate do Exército Brasileiro.
17. O sistema permite satisfatoriamente a avaliação dos exercícios, baseada no
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gerenciamento de cada função de combate do Exército Brasileiro.
18. O gerenciamento das funções de combate consiste na melhor forma de controle e avaliação do planejamento e desenvolvimento dos exercícios de Brigada e Divisão.