iuniversidade de sÃo paulo - university of são paulo

238
IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Programa de Pós-graduação em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica Área de Tecnologia de Fermentações Cultivo descontínuo alimentado de Arthrospira (Spirulina) platensis em reator tubular utilizando uréia como fonte de nitrogênio e CO 2 puro ou proveniente de fermentação alcoólica Raquel Pedrosa Bezerra Tese para obtenção do grau de DOUTOR Orientadores: Prof. Dr. João Carlos Monteiro de Carvalho Prof. Dr. Attilio Converti São Paulo 2010

Upload: others

Post on 04-Nov-2021

10 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo

IUNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE CIEcircNCIAS FARMACEcircUTICAS

Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica

Aacuterea de Tecnologia de Fermentaccedilotildees

Cultivo descontiacutenuo alimentado de Arthrospira (Spirulina) platensis em

reator tubular utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e CO2 puro ou

proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Raquel Pedrosa Bezerra

Tese para obtenccedilatildeo do grau de DOUTOR

Orientadores Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho Prof Dr Attilio Converti

Satildeo Paulo

2010

2

3

Raquel Pedrosa Bezerra

Cultivo descontiacutenuo alimentado de Arthrospira (Spirulina) platensis em

reator tubular utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e CO2 puro ou

proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Comissatildeo Julgadora da

Tese para obtenccedilatildeo do grau de doutor

Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho

orientadorpresidente

Prof Dr Attilio Converti Co-orientador

____________________________

1o examinador

____________________________ 2o examinador

____________________________ 3o examinador

Satildeo Paulo de de 2011

4

Agrave minha famiacutelia que eacute a alegria da minha

vida e me incentiva a seguir esse caminho

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho pela orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo

confianccedila amizade incentivo e paciecircncia que recebi durante os 6 anos de

convivecircncia no laboratoacuterio

Ao Prof Dr Attilio Converti pela orientaccedilatildeo apoio e confianccedila principalmente

durante minha estadia na Itaacutelia

Ao Prof Dr Sunao Sato chefe do setor de Tecnologia de Fermentaccedilotildees do

Departamento Bioquiacutemico-Farmacecircutica da Universidade de Satildeo Paulo-Brasil

Ao Prof Dr Adalberto Pessoa Juacutenior Profa Dr Ana Luacutecia Figueiredo Porto e

Prof Dr Adilson de Castro Chaves pela indicaccedilatildeo do laboratoacuterio e confianccedila

depositada em meu trabalho

Agrave FAPESP pelo auxiacutelio financeiro que permitiu a execuccedilatildeo desse trabalho

Agrave CAPES pela oportunidade de realizar o doutorado sanduiche na Itaacutelia

contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e cientiacutefico

Aos meus pais Irene V P Bezerra e Adesson P Bezerra a minha irmatilde ao

meu cunhado e ao meu namorado Paulo Claudino Veacuteras pelo incentivo apoio

confianccedila e felicidade durante todo esse tempo

Aos meus amigos pernambucanos Fernanda Borba Eduardo Correia Anne

Priscila Croacutecia e Anabel Helena que mesmo distante sempre me incentivaram e a

minha amiga Ceacutelia Bolognesi pelos conselhos e palavras de conforto nos momentos

difiacuteceis

A todos os amigos Liacutevia Seno Ciacutenthia Hoch Ana Morocho Mayla Rodrigues

pelo apoio e carinho que me proporcionou durante a poacutes-graduaccedilatildeo e em especial a

Marcelo Chuei Matsudo

As secretaacuterias da poacutes-graduaccedilatildeo do Deptordm de Tecnologia Bioquiacutemico-

Farmacecircutico (FCF-USP) pela dedicaccedilatildeo apoio e por estarem sempre disponiacutevel

para ajudar e aos secretaacuterios da poacutes-graduaccedilatildeo Elaine Midori Ychico e Jorge Alves

de Lima

Aos funcionaacuterios da Biblioteca do Conjunto das Quiacutemicas pela atenccedilatildeo e

disponibilidade de ajuda sempre que precisei

6

RESUMO

A cianobacteacuteria fotossintetizante Arthrospira platensis eacute conhecida por apresentar

em sua biomassa altos teores proteacuteicos (50-70) presenccedila do aacutecido graxo essencial -

linolecircnico e diversas outras substacircncias importantes para a alimentaccedilatildeo humana e

animal Esses micro-organismos satildeo capazes de converter o CO2 em biomassa de

grande potencial na aacuterea de alimentos Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica a produccedilatildeo de

CO2 eacute da mesma ordem de grandeza da produccedilatildeo de etanol e considerando a crescente

demanda interna e externa por esse combustiacutevel seria importante que houvesse um

processo que fixasse esse CO2 transformando-o em um produto que poderia ser uacutetil para

a nossa populaccedilatildeo Adicionalmente o uso de uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo

(ureacuteia) em reatores tubulares contribuiria para a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo da A

platensis O objetivo desse trabalho foi avaliar os paracircmetros cineacuteticos e bioenergeacuteticos

bem como a composiccedilatildeo centesimal da A platensis cultivadas em biorreator tubular

alimentados com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica ou com utilizaccedilatildeo de CO2 puro

para o controle do pH sob diferentes intensidades luminosas (I) e fontes de nitrogecircnio (N)

adicionadas por meio de processo descontiacutenuo alimentado Os resultados mostraram que

maiores valores de I proporcionaram maiores valores de concentraccedilatildeo celular maacutexima

(Xm) e produtividade em ceacutelulas (Px) mas natildeo influenciaram nos valores do fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) As diferentes fontes de CO2 natildeo influenciaram

nos valores de Xm Px YXN O uso da ureacuteia aumentou os valores de YXN em relaccedilatildeo aos

cultivos com NO3- Na composiccedilatildeo centesimal pode-se observar que I influenciou nos

teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios mas natildeo influenciou nos teores de cinzas e

carboidratos na biomassa final Em relaccedilatildeo aos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos

com CO2 puro observou-se que os maiores valores de dissipaccedilatildeo de energia de Gibbs

foram obtidos em tempos mais curtos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente do N selecionado enquanto que o nuacutemero de moles de foacutetons

absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas culturas com

NO3- independentemente do I As fraccedilotildees da energia direcionada para a siacutentese de ATP e

fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas com ureacuteia quando comparadas com as

culturas com NO3- que se revelou uma fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o

crescimento energicamente da A platensis

Palavras chaves Arthrospira platensis processo descontiacutenuo alimentado ureacuteia

intensidade luminosa dioacutexido de carbono fermentaccedilatildeo alcooacutelica bioenergeacutetica

7

ABSTRACT

Photosynthetic cyanobacterium A platensis contains in its biomass high protein

content (50-70) -linolenic acid and many other substances important for health

human These microorganisms are capable of converting CO2 into biomass of great

potential in the food industry During the alcoholic fermentation the production of

CO2 has the same magnitude of the production of ethanol Considering the

increasingly global demand for this fuel a process to fix this CO2 is of utmost

importance Furthermore the use of low cost nitrogen source (urea) in tubular

reactors would contribute to reducing the production cost of A platensis Therefore

the purpose of this work was to evaluate the kinetic and bioenergetics parameters as

well as the chemical composition of biomass obtained in A platensis cultures in

tubular bioreactor using CO2 from alcoholic fermentation or pure CO2 to control the

pH under different light intensity (I) and nitrogen sources (N) The results showed that

higher I induced higher maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (Px)

values but it did not exert any influence on the nitrogen-cell conversion factor (YXN)

Urea increased the YXN values compared to use of NO3- In the centesimal

composition of biomass it can be observed that I influenced the chlorophyll protein

and lipid contents but not influenced the carbohydrate and ash contents For

bioenergetics parameters it was observed that the highest Gibbs energy dissipation

values for cell growth and maintenance were obtained in shorter time at 120-240

micromol photons m-2 s-1 in both nitrogen sources while the moles of photons absorbed

by the system to produce one C-mol biomass was higher in cultures with NO3- The

highest values of the molar production of O2 and consumption of H+ were obtained at

the highest I values using NO3- The estimated percentages of the energy absorbed

by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to

this better bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost

alternative nitrogen source for A platensis cultures in photobioreactors

Key words Arthrospira platensis fed batch urea light intensity carbon dioxide

alcoholic fermentation bioenergetic

8

RIASSUNTO

Il cianobatterio fotosintetici Arthrospira platensis ha un alto contenuto di proteine (50-

70) presenza di acidi grassi essenziali come l‟acido -linolenico e altre sostanze

importanti per l‟alimentazione umana ed animale Questi microrganismi convertono CO2 in

biomassa di grande potenzialitagrave nellindustria alimentare Durante la fermentazione

alcolica la produzione di CO2 egrave dello stesso ordine di grandezza della produzione di

etanolo e in considerazione alla crescente necessitagrave interna ed europeo per questo

combustibile sarebbe importante lo svilupo di un processo che fissasse questo CO2

transformandolo in un prodotto che potrebbe essere utile per la nostra popolazione

Inoltre luso di una fonte di azoto a basso costo (urea) in reattori tubolari contribuirebbe a

ridurre il costo di produzione di A platensis Lobiettivo di questo studio egrave di valutare i

parametri cinetici bioenergetiche e la composizione della biomassa ottenuta in colture di

A platensis in bioreattori tubolare alimentato con CO2 puro di cilindro o con CO2 della

fermentazione alcolica per il controllo del pH in diverse intensitagrave di luce (I) e fonti di azoto

(N) usando il processo discontinuo alimentato I risultati hanno dimostrato che valori piugrave

alti di I fornire i piugrave alti valori di concentrazione massima delle cellule (Xm) e la produttivitagrave

delle cellule (Px) ma non influenza i valori del fattore di conversione di azoto nelle cellule

(YXN) Luso di urea come fonte di azoto aumentato i valori di YXN rispetto alle culture con

NO3- La composizione chimica di biomassa puograve osservare che I ha influenzato la

percentuale di clorofilla proteine e lipidi ma non ha influenzato la percentuale di

carboidrati e cenere nella biomassa finale In relazioni ai parametri bioenergetici dei cultivi

usando CO2 di cilindri abbiamo osservato che i piugrave alti valori di dissipazione di energia di

Gibbs per la crescita cellulare e la manutenzione sono stati ottenuti in tempo piugrave brevi nel

120-240 μmol di fotoni m-2 s-1 per entrambe le fonti di N mentre il numero di moli di fotoni

assorbiti dalle cellule por produrre una biomassa C-mol era maggiore nelle culture con

NO3- a prescindere dalla I I valori piugrave alti della produzione molare di O2 e il consumo di H+

sono stati ottenuti con valori piugrave alti di I coltivati con NO3- Le frazioni di energia per la

sintese di ATP e fissato per la cellula erano piugrave alti nelle culture con urea che nelle culture

con NO3- che si egrave rivelata una fonte di azoto in grado di sostenere la crescita di A

platensis

Parole chiave Arthrospira platensis processo discontinuo alimentato urea intensitagrave

luminosa anidride carbonica fermentazione alcolica bioenergetica

9

Lista de graacuteficos

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A

platensis 73

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a 77

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo 88

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 01 h-1 88

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1 89

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1 89

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1 93

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1) 94

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2 95

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3 96

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 97

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4 98

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5 99

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 100

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6 101

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7 102

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 103

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8 104

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9 105

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240mol de foacutetons m-2 s-1) 106

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10 107

10

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11 108

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1) 109

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12 110

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado) 144

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados) 147

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 149

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua) 150

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 151

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( ) 152

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado 153

11

Lista de Figuras

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) 22

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em

pH acima de 92 35

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas tilacoacuteides 42

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema 43

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica 44

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a 48

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis 67

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis 68

12

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina 23

Tabela 2 - Planejamento experimental 84

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa

seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado 86

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo 87

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1 91

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1 93

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 94

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2 95

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3 96

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 97

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4 98

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5 99

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1) 100

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6 101

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7 102

13

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

103

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8 104

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9 105

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 106

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10 107

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11 108

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 109

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12 110

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas 119

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima 120

Tabela 26 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 120

Tabela 27 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 121

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas 122

Tabela 29 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente fonte

de nitrogecircnio 123

Tabela 30 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 123

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

126

14

Tabela 32 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio 127

Tabela 33 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 128

Tabela 34 - Concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final obtida nos experimentos

com o pH controlado com CO2 de cilindro 129

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

130

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final 134

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final 136

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 136

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedio na biomassa seca final 138

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 138

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 138

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

141

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final 142

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa cultivada em fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia

como fontes de nitrogecircnio 145

15

Lista de abreviaturas e siglas

ART Accediluacutecares redutores totais

VOCs Compostos volaacuteteis orgacircnicos

C Carbono

N Nitrogecircnio

S Enxofre

O Oxigecircnio

H Hidrogecircnio

I Intensidade Luminosa

Ef Concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

fc Fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

fi Fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

Nt quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

Petanol Produtividade em etanol (g L h-1)

PX Produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Tc Tempo de cultivo (dias)

V Volume do meio (L)

Xi Concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Xm Concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

XP Meacutedias dos valores de concentraccedilotildees celulares ao longo do regime

permanente

YXN Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Cl Clorofila a

GS glutamina sintetase

GOGAT glutamate sintase

FSII Fotossistema II

FSI Fotossistema I

16

Lista de siacutembolos

max

GXY Rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs

Velocidade especiacutefica de crescimento

1YGX Energia de Gibbs para o crescimento e manutenccedilatildeo celular

c Velocidade da luz (299108 m s-1)

D Vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

h Constante de Planck (662610-34 J)

mG Energia de Gibbs dissipada para a manutenccedilatildeo celular

MMc Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

MMi Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

NA nuacutemero de Avogadro (6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1)

nPh nuacutemero de foacutetons

Q Energia de Gibbs liberada como calor

qH+ Consumo molar de H+

qO2 Produccedilatildeo molar de O2

ΔGa Energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese

ΔGATP Energia de Gibbs transformada em ATP

ΔgPh Energia de Gibbs contida em 1 Einsten de foacuteton

ΔH Energia fixada pelos fotosistemas

η Rendimento do processo em etanol ()

λ Comprimento de onda

17

Sumaacuterio

1 Introduccedilatildeo 20

2 Revisatildeo bibliograacutefica 22

21 Caracteriacutesticas da A platensis22

22 Fotobiorreatores26

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores31

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis 33

241 Fontes de Nitrogecircnio33

242 Intensidade luminosa41

2421 Pigmentos 46

243 Fontes de carbono 50

2431 Fonte de carbono orgacircnico (Crescimento hetorotroacutefico) 50

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico) 51

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente (Crescimento

mixotroacuteficos) 54

3 Objetivos61

4 Materiais e meacutetodos 62

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua62

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

62

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular62

41111 Melaccedilo natildeo tratado62

41112 Melaccedilo tratado 62

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo63

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator 63

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo 63

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo63

413 Preparo do inoacuteculo64

414 Dispositivo para a cultura 64

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua64

42 Cultivo de A platensis65

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo 65

18

422 Meio de cultivo65

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis 65

4222 Meio modificado66

423 Preparo do inoacuteculo66

424 Dispositivo da cultura67

4241 Fotobiorreator tubular horizontal67

4242 Fotobiorreator tubular espiralado68

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis68

43 Teacutecnicas Analiacuteticas69

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica70

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular70

4312 Determinaccedilatildeo do pH70

4313 Determinaccedilatildeo de ART70

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol71

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua72

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis72

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular 72

43211 Densidade oacutetica 72

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo 73

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total 73

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total74

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia75

4325 Determinaccedilatildeo do pH76

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato76

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol76

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo76

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a 76

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a 77

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 77

43321 Proteiacutenas totais78

43322 Lipiacutedios totais78

43323 Cinzas78

43324 Carboidratos totais 79

19

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar 79

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS 79

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio 79

44 Caacutelculos 79

441 Produtividade em etanol no regime permanente 79

442 Rendimento do etanol no regime permanente 80

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis 80

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis 80

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa 81

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa82

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos 82

5 Planejamento experimental84

6 Resultados e discussotildees85

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica 85

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular 86

612 Teste de homogeneidade do reator87

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D) 88

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste92

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis 93

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) Produtividade em

ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

(YXN) 119

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima 119

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas 122

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas 125

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a 129

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 134

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos 143

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores 153

7 Conclusotildees 154

20

1 Introduccedilatildeo

O interesse na produccedilatildeo comercial da Spirulina sp eacute devido a algumas

propriedades particulares como alta digestibilidade menor concentraccedilatildeo de aacutecidos

nucleacuteicos teores de proteiacutenas elevados (50-70 da massa seca) e importacircncia

quantitativa de aminoaacutecidos essenciais Na sua biomassa encontram-se tambeacutem

pigmentos como a clorofila ficocianina e -caroteno aacutecidos graxos essenciais como

γ-linolecircnico o qual possui efeito terapecircutico em humanos (BELAY OTA 1994)

vitaminas e antioxidantes (PULZ SCHEIBENBOGEN 1998)

Tradicionalmente a Spirulina (Arthrospira) eacute cultivada autotroficamente na

presenccedila de altos niacuteveis de carbonatos e bicarbonatos como fontes de carbono por

serem de baixo custo e proporcionarem pH elevado no meio No entanto Spirulina

ssp tambeacutem podem crescer em condiccedilotildees mixotroacuteficas podendo apresentar uma

produtividade maior quando comparadas a cultivos fotoautotroacuteficos ou heterotroacuteficos

(OGBONNA et al 2000)

Em condiccedilotildees mixotroacuteficas eou fotoautotroacuteficas a intensidade luminosa eacute um

fator importante no crescimento celular da A platensis Baixas intensidades

luminosas podem limitar o crescimento celular Por outro lado altas intensidades

luminosas podem inibir o crescimento celular devido ao fenocircmeno de fotoinibiccedilatildeo

Por isso esse eacute um fator que deve ser controlado em cultivos de micro-organismos

fotossintetizantes

O pH do meio de cultivo eacute um outro fator no cultivo de micro-organismos O pH

determina a solubilidade do dioacutexido de carbono e minerais no meio de cultura e

influencia diretamente ou indiretamente no metabolismo dos micro-organismos

fotossintetizantes Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido

aumento do pH no meio de cultura o que pode atuar como um autoinibidor do

crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2 pode ser utilizado para a

manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

A biofixaccedilatildeo do CO2 pelas microalgas estatildeo entre os meacutetodos bioloacutegicos mais

produtivos no tratamento de emissotildees de resiacuteduos industriais e o rendimento da

biomassa por hectare eacute maior quando comparadas a plantaccedilotildees na agricultura

(LAW BERNING 1991 AKIMOTO et al 1994) O uso direto dos resiacuteduos volaacuteteis

reduz os custos de preacute-tratamento mas a alta concentraccedilatildeo de CO2 pode inibir o

crescimento de cianobacteacuterias e microalgas No entanto alguns autores tecircm

21

recentemente relatado o isolamento de cianobacteacuterias e microalgas tolerantes a

altas concentraccedilotildees de CO2 e capazes de fixar esse gaacutes tais como Chlorella

Spirulina e Scenedesmus (CHANG et al 2003 WATANABE HALL 1995a

HANAGATA et al 1992) Cyanidium cladarium (AKIMOTO et al 1994)

Aleacutem do CO2 a fonte de nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo

uma vez que este nutriente eacute utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e

aacutecidos nucleacuteicos fundamentais para a manutenccedilatildeo e crescimento celular

(WATANABE HALL 1996) O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S

platensis utiliza sais de nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato

de potaacutessio e nitrato de soacutedio Ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO et al 2005) e

sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005) tecircm sido

pesquisadas como fontes alternativas de nitrogecircnio para o cultivo de S platensis

No caso de fontes de nitrogecircnio amoniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

O dioacutexido de carbono e os compostos volaacuteteis orgacircnicos (CVOs) de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica podem ser utilizados como fontes de carbono no cultivo de A

platensis Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica industrial toneladas de CO2 etanol e em

menor quantidade alguns CVOs satildeo liberados para a atmosfera como resiacuteduos No

entanto esses compostos podem ser reaproveitados como uma fonte de nutriente

juntamente como uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo (ureacuteia) para o

desenvolvimento da A platensis que por sua vez permite a produccedilatildeo de

componentes com alto valor agregado e com menor custo de produccedilatildeo industrial

22

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 Caracteriacutesticas da A platensis

Arthrospira platensis eacute uma cianobacteacuteria filamentosa fotossintetizante

pertencente da ordem Oscillatoriales famiacutelia Cyanophyceae gecircnero Arthrospira

espeacutecie platensis Satildeo caracterizadas por tricomas ciliacutendricos multicelulares com

formas espiraladas (Figura 1) Estes possuem comprimentos de aproximadamente

500 μm e diacircmetro variando de 6-12 μm mas dependendo das condiccedilotildees de cultivo

podem adquirir morfologias diferentes Os filamentos natildeo possuem ramificaccedilotildees

nem heterocistos (TOMASELLI 1997)

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) Fonte Universidade do Texas 2006

Arthrospira pode controlar sua flutuabilidade com vesiacuteculas gasosas para

receber a incidecircncia luminosa oacutetima para a fotossiacutentese Essas ceacutelulas podem

tambeacutem excretrar polissacariacutedeos extracelulares para formar agregados flutuantes

um fato que facilita sua recuperaccedilatildeo em lagos naturais e culturas outdoors (MATA

2007) Aleacutem disso devido a sua morfologia taxa de crescimento celular

relativamente alta e a caracteriacutestica das ceacutelulas se agregarem o custo operacional

para a recuperaccedilatildeo da biomassa eacute reduzido tornando-a economicamente viaacutevel

para a produccedilatildeo industrial (MATA 2007)

A Arthrospira sp eacute comercializada de forma inadequada com o nome de

Spirulina (GARRITY et al 2001) Atualmente a Arthrospira sp eacute produzida em

diferentes paiacuteses e sua produccedilatildeo mundial pode exceder 3000 toneladas

(SHIMAMATSU 2004) Na Tabela 1 estatildeo descritos algumas induacutestrias produtoras

de Spirulina (Arthrospira) sp e seu respectivo paiacutes

23

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina

Induacutestria Paiacutesterritoacuterio

Spirulina Mexicana (Sosa Texcoco) SA

Meacutexico a

Siam Algae Co Ltd Thailand

Earthrise Farms USA

Cyanotech Corporation USA

Nan Pao Resins Chemical Co Ltd Taiwan

Far East Microalgae Co Ltd Taiwan

Parry Agro Industries Ltd (Parry Nutraceuticals)

Iacutendia

Yunnan Spirin Co Ltd Mainland China

Fonte Shimamatsu 2004 a Essa induacutestria faliu por volta do ano de 1990 (LEE 1997)

A biomassa da Spirulina sp eacute comercializada principalmente como alimentos

para seres humanos e animais devido a sua composiccedilatildeo quiacutemica A seguranccedila

como alimento tem sido estabelecida por seacuteculos atraveacutes do consumo pelos seres

humanos e pelos nuacutemerosos estudos toxicoloacutegicos (CHAMORRO et al 2002)

Na China em 1997 existiam cerca de 80 produtores de Spirulina com

produccedilatildeo anual variando de 3 a 500 toneladas A maioria dos produtores se

localizava no sul devido agrave vantagem de possuir verotildees longos e clima temperado

(LEE 1997) O maior produtor mundial de Arthrospira eacute Hainan Simai Enterprising

que estaacute localizado na provincia de Hainan na China Essa companhia tem uma

produccedilatildeo anual de 200 toneladas (SPOLAORE et al 2006) No Japatildeo de acordo

com Healfh Industry News a quantidade total de Spirulina comercializada foi de 400

toneladas em 1996 Em Taiwan 5 induacutestrias produzem um total de 480 toneladas

Na Tailacircndia os dois maiores produtores de Spirulina (Siam Algae Co Ltd e

Neotech Food Co Ltd) produzem 150 toneladas e 20 toneladas por ano

respectivamente Nos Estados Unidos a Cyanotech e a Earthrise Farms satildeo os dois

maiores produtores de Spirulina com produccedilatildeo de 380 toneladas e 500 toneladas

respectivamente Aleacutem dessas induacutestrias citadas acima existem outras produtoras

de Spirulina com uma produccedilatildeo anual menor em diversos paiacuteses como Chile Cuba

Filipinas Iacutendia (LEE 1997)

O potencial dessas cianobacteacuterias como um alimento baacutesico na dieta humana

tem sido investigado haacute muitos anos em diversos paiacuteses No Japatildeo a biomassa

24

algal (por exemplo Chlorella e Spirulina) eacute produzida comercialmente sendo

utilizada primeiramente como alimentos nutracecircuticos ou funcionais (OGBONNA

TANAKA 1997 BOROWITZKA 1986) Na China Spirulina and Chlorella satildeo os

dois maiores gecircneros cultivado na forma de biomassa ou extrato para a induacutestria

alimentiacutecia A biomassa eacute usada para produzir uma variedade de produtos

nutracecircuticos ou funcionais como tabletes caacutepsulas poacute ou para extraccedilatildeo de

ingredientes bioativos como β-caroteno e ficocianina A biomassa eacute suplementada

em patildees biscoitos doces sorvetes e o extrato satildeo suplementados em bebidas

como refrigerantes e chaacute principalmente para realccedilar seu valor nutritivo (LIANG et

al 2004)

Uma ampla variedade de pigmentos como clorofila a (Cl a) luteiacutena -caroteno

ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) satildeo compostos bioativos na biomassa de S

platensis e tem sido usado como corantes naturais em alimentos em cosmeacuteticos e

como produtos farmacecircuticos no consumo humano e animal (CHEN et al 2006) O

efeito nocivo de corantes sinteacuteticos e a tendecircncia da sociedade utilizar produtos

naturais na alimentaccedilatildeo e cosmeacuteticos tecircm conduzido agrave exploraccedilatildeo das microalgas

como corantes naturais Esses pigmentos tecircm um grande valor comercial como

corantes naturais em induacutestrias nutracecircuticas cosmeacuteticas e farmacecircuticas

(PRASANNA et al 2007)

Recentemente a importacircncia de se estudar esses micro-organismos eacute devido

as suas propriedades terapecircuticas (BELAY et al 1993) e presenccedila de compostos

antioxidantes (ESTRADA et al 2001 MIRANDA et al 1998) Essas propriedades

tecircm sido provadas experimentalmente in vivo e in vitro que satildeo efetivas para o

tratamento de algumas alergias anemia doenccedilas virais e cardiovasculares

hiperglicemia hiperlipidemia processos inflamatoacuterios entre outros (CHAMORRO et

al 2002 BELAY et al 2002)

Essa cianobacteacuteria possui alto teor proteacuteico com importacircncia quantitativa dos

aminoaacutecidos essenciais e outros elementos nutricionais proporcionando seu alto

valor nutricional (MORIST et al 2001) Baixos teores de aacutecidos nucleacuteicos altos

conteuacutedos de vitaminas polissacariacutedeos e aacutecidos graxos essenciais como ocircmega-3

e ocircmega-6 satildeo paracircmetros importantes para avaliar a qualidade da biomassa algal

(OGBONNA TANAKA 1997 BOROWTIZKA 1986) Os polissacariacutedeos que

constituem a parede celular tecircm uma digestibilidade de 86 o que torna a biomassa

facilmente absorvida pelo corpo humano (LI 1997)

25

Haacute relatos tambeacutem do emprego da Arthrospira em cosmeacuteticos um extrato rico

em proteiacutenas feitos a partir da Arthrospira repara sinais de envelhecimento da pele

mais cedo exerce um efeito de firmeza e previne a formaccedilatildeo de estrias (Protulinesreg

Exsymol SAM Monaco) (SPOLAORE et al 2006)

Aleacutem da presenccedila dos compostos citados anteriomente a biomassa de

Spirulina tambeacutem pode ser utilizada no tratamento de aacuteguas residuais renovaccedilatildeo da

aacutegua atraveacutes da desintoxificaccedilatildeo bioloacutegica e remoccedilatildeo de metais pesados Por ser

um micro-organismo fotossintetizante tem a capacidade natildeo apenas de produzir

oxigecircnio mas tambeacutem de remover nutrientes como nitrogecircnio e foacutesforo reduzindo a

eutrofizaccedilatildeo dos efluentes Essa biomassa pode ser recuperada e utilizada para

extrair compostos de interesse industrial como por exemplo pigmentos e o restante

da biomassa pode ainda ser utilizado como combustiacutevel ou para produccedilatildeo de

metano (CIFERRI TIBONI 1985)

O cultivo de microalgas e cianobacteacuterias fornecem excelente perspectivas para

a produccedilatildeo de energia renovaacutevel podendo contribuir substancialmente para uma

reduccedilatildeo de emissotildees do CO2 Essas emissotildees satildeo resultados do processo de

queima dos combustiacuteveis foacutesseis e de praacuteticas agriacutecolas improacuteprias (as queimadas

por exemplo) produzindo elevados rendimentos da biomassa e possibilitando a

produccedilatildeo de compostos com alto valor agregado e biocombustiacutevel (CHISTI 2007

RICHMOND 1990)

As microalgas tecircm sido propostas como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de

biocombustiacuteveis devido ao alto teor de lipiacutedios que algumas espeacutecies podem

alcanccedilar O teor de oacuteleo de 20 a 50 de sua biomassa seca eacute comum entre as

espeacutecies como Nannochloropsis sp Chlorella sp Schizochytrium sp Algumas

microalgas podem exceder a 80 (MIAO 2006 CHISTI 2007 BANERJEE et al

2002) O percentual de lipiacutedios na biomassa de microalgas eacute funccedilatildeo das condiccedilotildees

de cultivo tais como salinidade do meio concentraccedilatildeo de nitrogecircnio natureza da

fonte de carbono assim eacute possiacutevel com certa facilidade e com tempo de resposta

relativamente curto aumentar o teor de oacuteleo nas microalgas de forma a alcanccedilar

valores bastante expressivos (CHISTI 2007)

As principais vantagens para a utilizaccedilatildeo de microalgas como biocombustiacuteveis

satildeo alta eficiecircncia de conversatildeo de foacutetons (como evidenciada pelo aumento do

rendimento da biomasa por hectare) podem ser coletados em lotes durante quase

todo o ano pode utilizar sais e aacutegua residuaacuteria reduzindo extremamente o uso de

26

aacutegua doce produz biocombustiacutevel altamente biodegradaacutevel e natildeo toacutexico podem ser

usado o CO2 liberado pela queima de combustiacuteveis foacutesseis esse CO2 eacute

frequentemente disponiacutevel a baixo custo ou ateacute mesmo sem custo (CHISTI 2007

SAWAYAMA et al 1995 SCHENK et al 2008 YUN et al 1997) As limitaccedilotildees

atuais existentes satildeo principalmente no processo de colheita e na fonte do CO2 para

a maior eficiecircncia de produccedilatildeo (SCHENK et al 2008)

22 Fotobiorreatores

A escolha do biorreator para o cultivo da microalga eacute um importante fator que

influecircncia na produtividade global (WATANABE HALL 1996) Haacute uma grande

variedade de biorreatores utilizados para o cultivo de microalga dentre os quais

alguns satildeo utilizados atualmente para produccedilatildeo industrial (LEE 2001)

Segundo Borowitzka (1999) as microalgas podem ser cultivadas em diversos

sistemas de cultivo com volume variando desde poucos litros ateacute bilhotildees de litros

Em geral os sistemas de produccedilatildeo satildeo pouco sofisticados uma vez que muitas

empresas desenvolvem cultivos a ceacuteu aberto em tanques com fundo de terra e com

baixo ou nenhum controle dos paracircmetros ambientais Nos uacuteltimos 50 anos alguns

cultivos desenvolvidos em fotobiorreatores podem ter os seus paracircmetros

ambientais controlados e isto implica numa elevada produtividade a qual viabiliza a

produccedilatildeo comercial de compostos de elevado valor agregado (KOMMAREDDY

ANDERSON 2005 TREDICI 2004)

Convencionalmente os cultivos de microalgas comerciais satildeo realizados em

reatores abertos por causa de baixa eficiecircncia dos fotobiorreatores fechados em

larga escala (OGBONNA TANAKA 1997) Portanto eacute difiacutecil de obter alta

produtividade em reatores ldquooutdoorsrdquo abertos por causa da dificuldade de controlar

fatores ambientais como temperatura e intensidade luminosa haacute uma grande

evaporaccedilatildeo de aacutegua no meio e aleacutem disso requer uma grande aacuterea superficial

facilitando a contaminaccedilatildeo por outros micro-organismos Esse meacutetodo natildeo deve ser

empregado para produccedilatildeo de componentes quiacutemicos finos e farmacecircuticos uma

vez que o custo de recuperaccedilatildeo desse produto e purificaccedilatildeo podem ser

extremamente altos principalmente devido a baixa concentraccedilatildeo celular e a

contaminaccedilatildeo com impurezas Vaacuterias alternativas tecircm sido propostas para contornar

esse problema como o emprego de fotobiorreatores fechados e processos

heterotroacuteficos (CHEN 1997)

27

Os fotobiorreatores abertos possuem certas desvantagens sobre os

fotobiorreatores fechados dentre elas destacam-se menor eficiecircncia fotossinteacutetica e

menor qualidade do produto da microalga (RICHMOND et al 1990 VONSHAK

RICHOMOND 1988) A menor eficiecircncia fotossinteacutetica eacute principalmente devido ao

efeito de sombreamento quando a densidade celular alcanccedila um determinado valor

a baixa eficiecircncia de utilizaccedilatildeo de CO2 gasoso devido agrave limitaccedilatildeo do suplemento de

CO2 para a microalga uma vez que quando o CO2 natildeo estaacute dissolvido no meio de

cultura este se volatiliza contaminaccedilatildeo do cultivo por bacteacuterias algas protozoaacuterios

e fungos tambeacutem influenciam no crescimento da microalga e na qualidade do

produto Os fotobiorreatores fechados tecircm a vantagem de aumentar a eficiecircncia de

utilizaccedilatildeo de CO2 controlando o pH da cultura e diminuir o niacutevel de contaminantes

(WATANABE HALL 1996) Tambeacutem dependendo da configuraccedilatildeo do reator pode

aumentar a aacuterea iluminada reduzindo o efeito de sombreamento (WATANABE et al

1995)

Fotobiorreatores fechados satildeo usados para cultivos de micro-organismos

fotoautotroacuteficos visando agrave produccedilatildeo de aacutecidos graxos poliinsaturados pigmentos

vitaminas e polissacariacutedeos (MOLINA GRIMA et al 1995 TAKANO et al 1995

MERCHUK et al 1996 MATSUNAGA et al 1996) Para muitas dessas aplicaccedilotildees

eacute essencial o uso desses tipos de fotobiorreatores nos quais as monoculturas

podem ser mantidas por longos periacuteodos preferencialmente se o cultivo for

ldquooutdoorrdquo utilizando luz solar como a uacutenica fonte de energia (JANSSEN et al 2003)

Diversas configuraccedilotildees de fotobiorreatores fechados tecircm sido usadas ou

propostas para o cultivo de Spirulina sp como o tubular horizontal (CONVERTI et

al 2006a) tubular helicoidal (BIOCOIL) (WATANABE et al 1995 NERANTZIS et

al 2002) espiralado vertical (TREDICI ZITTELLI 1998) e laminar inclinado (HU et

al 1996) Quase todas as configuraccedilotildees dos fotobiorreatores usam um recipiente

de degassing para desoxigenar o sistema pois um aumento no niacutevel de oxigecircnio no

meio reduz a produtividade (NERANTZIS et al 2002)

Um fator importante para a configuraccedilatildeo desses fotobiorreatores eacute o

fornecimento de luz eficientemente pela maximizaccedilatildeo da relaccedilatildeo superfiacutecie-volume

iluminada Por isso os tubos satildeo frequentemente estreitos e os ldquopanelsrdquo satildeo finos

No entanto alguns fotobiorreatores bem sucedidos em escala laboratorial podem

natildeo funcionar bem quando se aumenta a escala por causa da reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

28

superfiacutecie-volume ocasionando uma pobre distribuiccedilatildeo luminosa dentro do reator

(OGBONNA TANAKA 1997)

Tredici e Zittelli (1998) observaram que cultivos de Arthrospira (Spirulina)

platensis em fotobiorreator tubular obtiveram maiores valores de produtividade

volumeacutetrica eficiecircncia fotossinteacutetica e velocidade especiacutefica de crescimento quando

comparadas com os cultivos em fotobiorreator plano Isso foi devido agrave diferenccedila

entre o fluxo de foacutetons nos cultivos com formas diferentes dos fotobiorreatores Uma

vez que os outros principais paracircmetros que conduzem o crescimento da S

platensis natildeo variaram entre os dois cultivos

Entre os diferentes tipos de fotobiorreatores aqueles do tipo air lift satildeo

particularmente interessantes por apresentarem uma maior transferecircncia de massa

liacutequido-gaacutes com menor gasto de energia podem ter o escoamento do liacutequido

facilmente controlado a circulaccedilatildeo de liacutequidos ocorre sem a remoccedilatildeo de partes do

reator e isto previne a contaminaccedilatildeo no cultivo Estes tipos de reatores satildeo

especialmente recomendados para as culturas de cianobacteacuterias por causa da

sensibilidade destas ao estresse de cisalhamento mecacircnico (CHOI et al 1995

SIEGEL ROBINSON et al 1992 CHISTI 1989 MERCHUK et al 1996

WATANABE et al 1995)

O sistema air lift tambeacutem permite a remoccedilatildeo de oxigecircnio produzido pela

fotossiacutentese (CAMACHO RUBIO et al 1998) A remoccedilatildeo contiacutenua do gaacutes oxigecircnio

em cultivos fotossinteacuteticos eacute essencial por que uma excessiva quantidade de

oxigecircnio dissolvido inibe a fotossiacutentese (MOLINA et al 2001)

O crescimento e a produtividade das ceacutelulas fotossinteacuteticas satildeo afetados por

diversos fatores incluindo composiccedilatildeo do meio de cultura temperatura pH

concentraccedilatildeo de O2 e CO2 no reator e fornecimento de luz sendo este o mais

importante durante o cultivo autotroacutefico de ceacutelulas fotossinteacuteticas (OGBONNA

TANAKA 1997)

Micro-organismos natildeo satildeo expostos a uma densidade de fluxo de foacutetons

constante em fotobiorreatores devido ao sombreamento muacutetuo das ceacutelulas e ao

movimento do liacutequido durante a agitaccedilatildeo Frequumlentemente tem sido sugerido que a

circulaccedilatildeo entre as zonas clara e escura poderia conduzir a uma eficiecircncia

fotossinteacutetica maior que aquela determinada sob iluminaccedilatildeo contiacutenua da densidade

de fluxo de foacutetons (JANSSEN et al 2003)

29

O fornecimento da luz em fotobiorreatores eacute uma variaacutevel importante em

culturas fotoautroacuteficas A alta razatildeo superfiacutecie-volume eacute um preacute-requisito importante

para o suprimento suficiente de luz nos fotobiorreatores Ateacute mesmo sob baixa

intensidade luminosa os organismos fotossintetizantes utilizam a luz exposta na

superfiacutecie dos fotobioreatores A energia de excitaccedilatildeo eacute parcialmente utilizada pelo

aparato fotossinteacutetico e a energia residual eacute perdida na forma teacutermica ou

fluorescecircncia (GRUSZECKI et al 1994) Um excesso da energia de excitaccedilatildeo pode

prejudicar o aparato fotossinteacutetico no processo chamado de fotoinibiccedilatildeo (MELIS

1999)

Dependendo do diacircmetro interno dos tubos (12 a 123 cm) os fotobiorreatores

tubulares fechados podem alcanccedilar valores de concentraccedilatildeo celular maiores que 20

g L-1 e produtividades volumeacutetricas de biomassa de 025 - 364 g L-1d-1 em cultivo

que possuem o ciclo claroescuro A alta turbulecircncia encontrada em reatores

tubulares garante uma oacutetima disponibilidade luminosa para as ceacutelulas e melhor

transferecircncia de massa dos gases (LEE 2001)

Outro fator importante eacute o escoamento turbulento da cultura A velocidade do

escoamento do liacutequido deve ser suficiente para garantir o escoamento turbulento

para evitar que as ceacutelulas fiquem estagnadas no interior escuro dos tubos Portanto

uma turbulecircncia execessiva pode danificar as ceacutelulas e haacute um limite superior para a

velocidade da cultura A turbulecircncia eacute conhecida por aumentar a produtividade da

biomassa quando comparada as condiccedilotildees de escoamento laminar A turbulecircncia

move as ceacutelulas do interior escuro de um tubo para uma zona perifeacuterica iluminada

evitando que as ceacutelulas natildeo recebam luz por longos periacuteodos Adicionalmente o

movimento das ceacutelulas da zona clara para a zona escura pode aumentar a

produtividade desde que a duraccedilatildeo de permanecircncia na zona escura seja curta

Intervalos no escuro na ordem de 1 segundo podem melhorar a conversatildeo da

energia solar em biomassa (LAWS et al 1987 TERRY 1986) Tais intervalos

permitem reaccedilotildees cataliacuteticas da fotossiacutentese no escuro permitindo o

restabelecimento do aparato fotossinteacutetico para sua eficiecircncia no proacuteximo periacuteodo

luminoso (ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ et al 2001) Jansen et al (2002) relataram que a

turbulecircncia movimenta as ceacutelulas da zona escura no centro do fotobiorreator para a

zona foacutetica na parte mais externa do cilindro podendo conduzir a maior eficiecircncia do

reator

30

O fluxo laminar pode ser prejudicial agraves altas densidades celulares No entanto

eacute importante por proporcionar uma distribuiccedilatildeo uniforme da luz a todas as ceacutelulas na

cultura reduzir o crescimento da parede do fotobiorreator e diminuir a tensatildeo do

oxigecircnio na cultura (RICHMOND 2000) Carlozzi e Torzillo (1996) obtiveram maior

produtividade da Arthrospira platensis quando a velocidade da cultura densa (10 g L-1)

foi alterada de 018 m s-1 para 075 m s-1 Isto torna evidente a necessidade de se

manter uma velocidade de escoamento que permita um maior nuacutemero de ceacutelulas

captarem luminosidade suficiente e que ao mesmo tempo natildeo aumente a demanda

dos custos de produccedilatildeo

Converti et al (2006) observaram que cultivos de Arthrospira platensis em

fotobiorreator tubular a velocidade da cultura de 016 m s-1 eacute suficiente para garantir

uma boa mistura da cultura evitando danos agraves ceacutelulas Similarmente Tredici (1999)

descreve que cultivos em escala industrial de Arthrospira sp em fotobiorreator com

tubos plaacutesticos alongados sobre a terra com 35 cm de largura e 9 cm de altura a

densidade populacional oacutetima foi de 1 g Lminus1 e a velocidade do fluxo natildeo pode ser

menor que 50 cm sminus1 Baixa velocidade de circulaccedilatildeo 6 a 10 cm sminus1 prejudicou o

cultivo devido a produccedilatildeo O2 que inibiu o crescimento baixas taxas de saiacuteda e a

cultura deteriorou-se rapidamente devido ao seu crescimento na parede do tubo

(biofouling)

Como o crescimento dos micro-organismo fotossintetizantes nos

fotobiorreatores eacute fotossinteacutetico o suplemento de luz e CO2 satildeo provavelmente os

limitantes para o crescimento da microalga Aleacutem desses fatores a concentraccedilatildeo de

nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo uma vez que este nutriente eacute

utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e aacutecidos nucleacuteicos fundamentais

para a manutenccedilatildeo e crescimento celular (WATANABE HALL 1996)

No caso de fontes de nitrogecircnio amocircniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

31

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores

S platensis habita naturalmente em lagos africanos e mexicanos (RICHMOND

1990) mas podem crescer artificialmente em meios sinteacuteticos empregando

diferentes tipos de processos de cultivo Estes tecircm sido desenvolvidos com a

finalidade de aumentar a produtividade do material desejado Segundo Sassano

(1999) a forma de adiccedilatildeo do substrato nas dornas pode interferir na qualidade da

biomassa produzida

No processo contiacutenuo eacute realizado por meio de uma alimentaccedilatildeo contiacutenua do

substrato limitante (ou meio de cultura) ao reator a uma determinada vazatildeo

constante e por uma retirada contiacutenua de meio cultivado de forma a se ter o volume

de reaccedilatildeo constante a fim de que o sistema atinja a condiccedilatildeo de estado

estacionaacuterio (steady-state) Esse estado consiste na situaccedilatildeo nas quais todas as

condiccedilotildees no interior do reator permanecem constantes ao longo do tempo

(FACCIOTTI 2001) Esse processo tem sido estudado por diferentes autores

comprovando sua aplicabilidade para no cultivo de Spirulina platensis Hirata et al

(1998) obtiveram concentraccedilotildees de S platensis sob condiccedilotildees fotoautotroacuteficas em

regime permanente nas diferentes intensidades luminosas analisadas 25 a 400 W

m-2 Nerantzis et al (2002) empregou o sistema contiacutenuo no fotobiorreator tubular

helicoidal (HELPBR) no cultivo de S platensis e provou sua flexibilidade ao aumento

de escala bem como sua alta produtividade volumeacutetrica em relaccedilatildeo a outros

fotobiorreatores fechados

Outro tipo de processo que tem sido utilizado no cultivo de S platensis em

fotobiorreatores eacute o semicontiacutenuo Esse processo consiste na alimentaccedilatildeo contiacutenua

do substrato limitante mas a remoccedilatildeo do produto eacute por bateladas (alimentaccedilatildeo

contiacutenua com descarga apoacutes a obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular maacutexima desejada)

(BORZANI 2001) Travieso et al (2001) utilizando fotobiorreator tubular helicoidal

concluiacuteram que eacute possiacutevel empregar satisfatoriamente o sistema semicontiacutenuo no

cultivo de S platensis obtendo uma produtividade da biomassa maior que em

processos descontiacutenuo Isso por que em processo descontiacutenuo a produtividade em

ceacutelulas tende a diminuir quando os nutrientes satildeo totalmente consumidos De acordo

com Reichert et al (2006) a concentraccedilatildeo celular pode atingir valores de duas a

quatro vezes maiores no cultivo semicontiacutenuo de S platensis em relaccedilatildeo ao cultivo

descontiacutenuo utilizando fotobiorreator fechado

32

No processo descontiacutenuo todo o substrato eacute adicionado no iniacutecio do cultivo e

os produtos permanecem ateacute o final do cultivo (CARVALHO SATO 2001) No

processo descontiacutenuo alimentado que eacute uma variaccedilatildeo do processo descontiacutenuo a

alimentaccedilatildeo pode ser de forma intermitente ou contiacutenua O modo de operaccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo em bioprocessos permite prevenir o acuacutemulo ou a falta do substrato no

cultivo Em processo microbiano uma apropriada taxa de alimentaccedilatildeo

exponencialmente crescente resulta na manutenccedilatildeo da concentraccedilatildeo do substrato

limitante residual controlando a taxa de formaccedilatildeo do produto (CARVALHO SATO

2001) Esse processo permite que o nutriente seja adicionado em determinados

intervalos de tempo durante todo o processo com isso eacute possiacutevel adicionar

nutrientes potencialmente toacutexicos quando presentes em altas concentraccedilotildees como

por exemplo o iacuteon amocircnio sem prejudicar o crescimento microbiano e prevenindo

seu acuacutemulo (CARVALHO et al 2004) Olguiacuten et al (2001) observaram que no

cultivo descontiacutenuo usando uma concentraccedilatildeo inicial de amocircnia de 1 mM incubada

a 32 ordmC ocorre uma grande perda desse iacuteon para a atmosfera aleacutem de ser

consumida pelo micro-organismo tornando-se deficiente depois de poucos dias

especificamente 12 dias Soletto et al (2005) observaram que o melhor crescimento

cineacutetico da S platensis foi empregando o processo descontiacutenuo alimentado quando

comparada com o processo descontiacutenuo utilizando a ureacuteia com fonte de nitrogecircnio

Comportamento semelhante foi observado por Zhang et al (1998) em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio

Costa et al (2004) observaram o emprego da aacutegua do lago Mangueira

suplementado com ureacuteia pelo processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de S

platensis foi possiacutevel reduzir o custo de produccedilatildeo possibilitando o cultivo em larga

escala

Em casos particulares como por exemplo a necessidade de utilizaccedilatildeo de

nutriente viscoso no cultivo este processo geralmente reduz a viscosidade do meio

e o efeito dos componentes toacutexicos eacute tambeacutem limitado pela diluiccedilatildeo (WARD 1989)

Entre outras vantagens desse processo pode-se encontrar desvio do metabolismo

celular para via de interesse de formaccedilatildeo do produto evita repressatildeo cataboacutelica

evita formaccedilatildeo de produtos toacutexicos no metabolismo microbiano e controla a

velocidade de crescimento microbiano O melhor procedimento operacional para

esse sistema eacute iniciar com pequena quantidade de biomassa e substrato e adicionar

33

mais substrato quando a maior parte do substrato inicial ter sido consumida pelo

micro-organismo (GREGERSEN JORGENSEN 1999)

O processo descontiacutenuo alimentado deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da S platensis desde que a concentraccedilatildeo do substrato

limitante possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis

241 Fontes de Nitrogecircnio

O elemento nitrogecircnio constitui aproximadamente de 5 a 10 do peso seco das

cianobacteacuterias (FLORES HERRERO 1994) Diferentes fontes de nitrogecircnio

orgacircnica e inorgacircnica podem ser assimiladas por micro-organismos

fotossintetizantes Dentre as orgacircnicas encontramos aminoaacutecidos purinas ornitina

e as inorgacircnicas encontramos sais de amocircnio e sais de nitrato (BERMAN CHAVA

1999)

As cianobacteacuterias utilizam principalmente fontes de nitrogecircnio inorgacircnico como

nitrato nitrito amocircnia e nitrogecircnio atmosfeacuterico para suprir sua necessidade No

entanto amocircnia eacute a uacutenica fonte inorgacircnica de nitrogecircnio que eacute diretamente

incorporada em compostos orgacircnicos e entatildeo um intermediaacuterio obrigatoacuterio na

utilizaccedilatildeo do outras fontes de nitrogecircnio Essa moleacutecula eacute tambeacutem conhecida como

uma desacopladora na fotossiacutentese causando sob certas circunstacircncias o colapso

do ΔpH requerida pela siacutentese de ATP A amocircnia regula enzimas importantes no

metabolismo de nitrogecircnio tais como nitrato redutase glutamina sintetase e

nitrogenases (BOUSSIBA 1997)

Exceto para o N2 as cianobacteacuterias possuem um sistema de transporte

especiacutefico para as diferentes formas de nitrogecircnio mas a maioria deles pode entrar

na ceacutelula por difusatildeo dependendo de sua concentraccedilatildeo oue do pH do meio de

cultura Nitrato e nitrito satildeo reduzidos pela nitrato redutase e nitrito redutase

respectivamente ambas as enzimas usam ferredoxina como doador de eleacutetrons

(FLORES HERRERO 1994) Ureacuteia eacute convertida a amocircnia pela urease e o

dinitrogecircnio eacute reduzido agrave amocircnia pelo complexo nitrogenase (HERRERO et al

2001) Outras formas de nitrogecircnio como certos aminoaacutecidos requerem sistemas de

34

transporte especiacutefico e posteriormente seratildeo metabolizados para produzir amocircnio

(HERRERO et al 2001 MURO-PASTOR FLORENCO 2003)

Nesses organismos a hierarquia de preferecircncia da assimilaccedilatildeo tem sido

mostrada para esses compostos Quando amocircnio e nitrato estatildeo presentes

simultaneamente no meio externo o sistema para assimilaccedilatildeo de nitrato eacute expresso

somente ao niacutevel basal A inibiccedilatildeo da assimilaccedilatildeo do nitrato exercida pela amocircnia

opera em dois niacuteveis diferentes pelo menos Durante pouco tempo a adiccedilatildeo da

amocircnia interrompe a assimilaccedilatildeo ativa do nitrato pelas ceacutelulas Se as ceacutelulas

continuarem expostas ao amocircnio ateacute mesmo quando o nitrato estaacute

simultaneamente presente a longo prazo o sistema regulatoacuterio atua na repressatildeo

das proteiacutenas envolvendo a assimilaccedilatildeo do nitrato (HERRERO FLORES 1997) A

atividade da nitrato redutase em Spirulina platensis (strain ARM 729) eacute reduzida

mediante a retirada de nitrato do meio e eacute totalmente restaurada apoacutes duas horas

da adiccedilatildeo de nitrato indicando a induccedilatildeo pelo substrato A concentraccedilatildeo oacutetima de

nitrato de soacutedio necessaacuteria para a atividade maacutexima da enzima nitrato redutase eacute de

30 mM Os produtos da assimilaccedilatildeo do nitrato nitrito e amocircnio inibiram

significativamente a atividade da nitrato redutase quando em altas concentraccedilotildees A

acumulaccedilatildeo do nitrito eacute toacutexica para a ceacutelula mas seu niacutevel pode ser controlado tanto

pela inibiccedilatildeo da atividade da nitrato redutase eou transporte do nitrato ou pelo

aumento da atividade da nitrito redutase (JHA et al 2007)

Em cultivos de micro-organismo em larga escala a fonte de nitrogecircnio

preferencial eacute a amocircnia devido ao seu baixo custo e tambeacutem porque ela pode

previnir a contaminaccedilatildeo com zooplancton (BOUSSIBA 1997) A preponderacircncia de

NH3 sobre NH4+ em valores de pH acima de 92 o pKa para amocircnia a 20-30 ordmC

favoreceu a permeabilidade desta pela membrana plasmaacutetica forma natildeo ionizada

que apoacutes difundir pela membrana plasmaacutetica a amocircnia eacute aprisionada dentro da

ceacutelula na forma de iacuteon amocircnio carregado positivamente (BOUSSIBA 1997) O grau

de inibiccedilatildeo parece ser muito reduzido em cepas que crescem restritamente em

condiccedilotildees alcalinas 5 mM de amocircnia inibiu 90 a evoluccedilatildeo de O2 dependente de

luz em micro-organismo neutrofiacutelico Anabaena sp e somente 30 foi observada

em micro-organismo alcalofiacutelico Spirulina platensis no mesmo pH (pH 100) Em

concentraccedilatildeo de 10 mM Spirulina platensis obteve ainda 50 da capacidade

fotossinteacutetica e Anabaena sp natildeo obteve crescimento Essa resistecircncia da Spirulina

agrave amocircnia em pH 10 eacute conferida por um pH intratilacoidal relativamente alto no

35

valor de 65 em relaccedilatildeo ao pH intratilacoidal da Anabaena sp valor de pH de 53

Esta diferenccedila no valor do pH intratilacoidal sugere que menor eacute a ΔpH atraveacutes da

membrana que eacute a razatildeo para a resistecircncia relativa da Spirulina platensis a amocircnia

em pH 100 (BELKIN BOUSSIBA 1991a)

A adiccedilatildeo de 2-3 mM de amocircnia em cultivos de Spirulina mantida geralmente a

pH (95 - 100) causa a deterioraccedilatildeo do contamitante Chlorella no cultivo de

Spirulina A toxidade da amocircnia nas ceacutelulas da Chlorella eacute causada pela grande

entrada dessa moleacutecula devido ao menor pH interno reduzindo a variaccedilatildeo do pH na

membrana tilacoidal requerida para a siacutentese de ATP Logo o uso de amocircnia com

fonte de nitrogecircnio no cultivo de Spirulina pode previnir a proliferaccedilatildeo de outros

micro-organismos (BOUSSIBA 1997)

Ureacuteia e aminoaacutecidos tambeacutem podem ser assimilados pelas cianobacteacuterias A

ureacuteia e fontes de nitrogecircnio orgacircnico satildeo primeiramente metabolizadas para amocircnia

e a partir de entatildeo os aacutetomos de nitrogecircnio seratildeo utilizados como observado na

Figura 2 (FLORES HERRERO 1994)

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em pH acima de 92

A maioria dos organismos fotossintetizantes a assimilaccedilatildeo da amocircnia ocorre

pela accedilatildeo sequumlencial da glutamina sintetase (GS) e glutamanto sintase (GOGAT)

Ureacuteia

NO3-

aminoaacutecido

NH3

aminoaacutecido

Ureacuteia

NO3-

NH4+

Nucleotiacutedeos

Aminoaacutecidos

Aminoaccediluacutecar

Lipiacutedios

NH4+

Aacutecidos nucleacuteicos

Parede celular

Porfirinas

Proteiacutenas

Intracelular Exracelular

36

Essas reaccedilotildees conhecidas como ciclo GS-GOGAT constituem uma ligaccedilatildeo entre o

metabolismo de nitrogecircnio e de carbono e eacute o metabolismo mais importante para

assimilaccedilatildeo da amocircnia gerada tanto exogenamente como endogenamente

(BOUSSIBA 1997)

As enzimas do ciclo da glutamina sintetase e glutamato sintase satildeo importantes

pela introduccedilatildeo da amocircnia em formas orgacircnicas O glutamato produzido por esta

via aleacutem de ser o principal doador de nitrogecircnio para a siacutentese de outros

metaboacutelitos contendo nitrogecircnio eacute tambeacutem um precursor de alguns aminoaacutecidos e

da 5-aminolevulinato um precursor da biossiacutentese da porfirina ficobilina e clorofila

(FLORES HERRERO 1994)

A parede celular das cianobacteacuterias eacute como as das bacteacuterias gram-negativas

que conteacutem uma camada de peptidoglicano na parte externa da membrana

citoplasmaacutetica Nesta membrana conteacutem tipos de proteiacutenas especiais denominadas

de porinas a qual permite a passagem de pequenas moleacuteculas incluindo

aminoaacutecidos e iacuteons inorgacircnicos Isto eacute essas substacircncias apresentam um sistema

de transporte especializado (FLORES HERRERO 1994) A membrana

citoplasmaacutetica representa a principal barreira de permeabilidade das cianobacteacuterias

Portanto o nitrato provavelmente possui livre acesso ao periplasma das

cianobacteacuterias (HERRERO FLORES 1997)

Algumas cianobacteacuterias como Anabaena Nostoc Fischerella satildeo capazes de

fixar N2 atmosfeacuterico em condiccedilotildees aeroacutebias atraveacutes das nitrogenases (FLORES

HERRERO 1994) No entanto as ceacutelulas de S platensis natildeo podem fixar nitrogecircnio

atmosfeacuterico porque natildeo possuem heterocisto (MATA 2007 VACHHANI VONSHAK

1997) e eacute dentro dos heterocistos onde se encontram as nitrogenases em

cianobacteacuterias (LARA GUERRERO 2007)

O nitrato eacute provavelmente a fonte mais abundante de nitrogecircnio para a nutriccedilatildeo

de cianobacteacuterias A assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a incorporaccedilatildeo do nitrato e

reduccedilatildeo do nitrato intracelular para amocircnio na qual eacute a forma de nitrogecircnio

incorporada em compostos orgacircnicos Nitrito na qual pode tambeacutem ser utilizado na

necessidade do nitrogecircnio eacute assimilado pelas ceacutelulas e entatildeo reduzido a amocircnio

(FLORES HERRERO 1994)

A assimilaccedilatildeo do nitrato pelas cianobacteacuterias envolve um sistema de transporte

que eacute carreado por uma proteiacutena e esta possui uma alta afinidade pelo nitrato Esta

alta afinidade permite que as cianobacteacuterias utilizem nitratos mesmo em baixas

37

concentraccedilotildees como eacute encontrado no meio ambiente natural O acuacutemulo intracelular

de nitrato permitiraacute o funcionamento da enzima nitrato redutase (FLORES

HERRERO 1994) Portanto a limitaccedilatildeo do transporte de nitrato pela inativaccedilatildeo de

alguns genes do transporte de nitrato natildeo impede o crescimento dependente de

nitrato quando este eacute suplementado a alta concentraccedilatildeo (20 mM) A entrada do

nitrato nas ceacutelulas nessas condiccedilotildees parece ser por difusatildeo passiva desde que a

concentraccedilatildeo de nitrato seja maior que 1 mM a assimilaccedilatildeo de nitrato aumenta

linearmente com o aumento da sua concentraccedilatildeo (OMATA et al 1989)

O nitrato intracelular eacute reduzido a nitrito em reaccedilatildeo utilizando 2 eleacutetrons

catalizados pela nitrato redutase o nitrito eacute convertido a amocircnio pela nitrito redutase

na reaccedilatildeo utilizando 6 eleacutetrons Ambas as enzimas encontradas nas membranas

tilacoidais utilizam ferrodoxina reduzida como doador de eleacutetrons A presenccedila de

nitrato ou nitrito geralmente tem um efeito positivo nos niacuteveis das enzimas nitrato

redutase e nitrito redutase (FLORES HERRERO 1994) Estas enzimas encontram-

se principalmente no citoplasma das cianobacteacuterias (GUERRERO LARA 1987) A

assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a reduccedilatildeo citoplasmaacutetica para nitrito (NO2-)

catalizada pela enzima nitrato redutase (NR) usando NAD(P)H como doador de

eleacutetrons O nitrito eacute rapidamente reduzido a amocircnio (NH4+) pela enzima nitrito

redutase (NiR) que usa a ferrodoxina como doador de eleacutetrons e o amocircnio eacute entatildeo

incorporado a moleacuteculas de nitrogecircnio como aminoaacutecidos purinas pirimidinas e

aminas (LEA LEEGOOD 1993)

Quando somente o CO2 eacute o aceptor de eleacutetrons disponiacutevel e o escoamento de

eleacutetrons pelos fotossistemas natildeo eacute limitado pela luz o que determina a fotossiacutentese

eacute a fixaccedilatildeo de CO2 pelo ciclo das pentoses Quando se adiciona nitrato nessas

mesmas condiccedilotildees este usa os eleacutetrons diretamente da ferrodoxina reduzida

liberando o escoamento dos eleacutetrons natildeo ciacuteclico de sua limitaccedilatildeo e estimulando a

produccedilatildeo de O2 Esse efeito natildeo foi observado quando se adiciona amocircnio Na

intensidade luminosa saturante o nitrato estimula o fluxo de eleacutetrons natildeo ciacuteclico para

gerar um poder redutor utilizado para sua assimilaccedilatildeo No entanto a intensidade de

luz limitante o nitrato reprime a fixaccedilatildeo de CO2 para utilizar o poder redutor gerado

fotossinteticamente na sua reduccedilatildeo a amocircnia (ROMERO LARA 1987)

A nitrato redutase e nitrito redutase presentes na membrana tilacoidal permitem

a fotoreduccedilatildeo do nitrato ou nitrito em uma reaccedilatildeo dependente do fotossistema I na

qual eacute estimulada pela ferrodoxina Nos tilacoacuteides do Synechococcus a fotoreduccedilatildeo

38

do nitrato a amocircnio utiliza aacutegua como fonte de eleacutetrons foi observado na reaccedilatildeo

envolvendo ambos fotossistema I e fotossistema II Em condiccedilotildees heterotroacuteficas a

reduccedilatildeo do nitrato ocorre pela ferrodoxina reduzida produzida a partir do NADPH e

ferrodoxina-NADP oxiredutase NAPDH eacute provavelmente gerado pela glicose-6-

fosfato desidrogenase e 6-fosfogluconato desidrogenase (HERRERO FLORES

1997)

A assimilaccedilatildeo de amocircnio nas cianobacteacuterias pode ser pela difusatildeo de sua

forma gasosa (amocircnia) ou pela accedilatildeo de permeases especiacuteficas e eacute diretamente

incorporado no metabolismo GS-GOGAT (GS glutamina sintetase GOGAT

glutamate sintase) (MURO-PASTOR FLORENCIO 2003)

A ureacuteia eacute uma boa fonte de nitrogecircnio para cianobacteacuterias pertencentes a

diferentes grupos taxonocircmicos Esta parece ser assimilada intacta pelas ceacutelulas

ativas e entatildeo metabolizada intracelularmente (FLORES HERRERO 1994) Embora

o metabolismo assimilatoacuterio do nitrogecircnio tenha sido amplamente investigado

(FLORES HERRERO 1994) informaccedilatildeo sobre a assimilaccedilatildeo da ureacuteia eacute escassa e

a maioria relata sobre o uso da urease (RAI SINGH et al 1987 RAI 1989

PALINSKA et al 2000) A ureacuteia intracelular eacute degradada pela enzima urease

liberando uma moleacutecula de dioacutexido de carbono e duas moleacuteculas de amocircnia

Embora algumas leveduras e algas degradem a ureacuteia pela ureacuteia amidoliase

dependente de ATP e biotina a maioria dos micro-organismos usa a ureacuteia

amidohidrolase dependente de Ni+2 (VALLADARES et al 2002) Essa enzima

possui um Km para ureacuteia geralmente acima de 1 mM (MOBLEY HAUSINGER

1989) Valladares et al (2002) tem demonstrado que algumas cianobacteacuterias como

Synechocystis sp PCC 6803 e Anabaena sp PCC 7120 possuem um transportador

de ureacuteia denominado ABC tipo permease (ABC-type permease) essencial para a

assimilaccedilatildeo da ureacuteia

A atividade da urease em cianobacteacuterias Synechococcus sp eacute geralmente

maior em ceacutelulas rompidas em relaccedilatildeo as ceacutelulas intactas sugerindo que a urease

estaacute localizada intracelularmente no citoplasma (COLLIER et al 1999) A produccedilatildeo

da urease requer Ni+2 no meio de crescimento e tem sido purificada a partir da

Spirulina maxima (CARVAJAL et al 1982)

Em geral haacute dois principais metabolismos para que o amocircnio seja incorporado

em constituintes orgacircnicos nas ceacutelulas O primeiro eacute a incorporaccedilatildeo direta do

amocircnio incorporado do meio para produccedilatildeo do glutamato pela aminaccedilatildeo do 2-

39

oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato desidrogenase seguindo pela

aminaccedilatildeo do glutamato pela glutamina sintetase

(1)

No segundo duas moleacuteculas de glutamato satildeo produzidas na reaccedilatildeo de

transaminaccedilatildeo A amocircnia eacute incorporada ao glutamato originando a glutamina na

qual transfere seu grupo amino para 2-oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato

sintase ou glutamato-2-oxoglutarato aminotransferase este eacute o ciclo de reaccedilotildees

catalisadas pelo glutamato sintase e glutamina sintetase sendo esta a via mais

comum de assimilaccedilatildeo de amocircnio em cianobacteacuterias independente da fonte de

nitrogecircnio utilizada (FLORES HERRERO 1994)

(2)

Eacute evidente que na assimilaccedilatildeo de algumas formas de nitrogecircnio inorgacircnico

pelas enzimas GSGOGAT um requerimento obrigatoacuterio do esqueleto de carbono

principalmente cetoaacutecidos conduziraacute um desvio do fluxo de carbono da biossiacutentese

de carboidrato para a biossiacutentese de aminoaacutecidos (LARA GUERRERO 1997)

proporcionando um aumento no fluxo de carbono atraveacutes da via glicoliacutetica e dos

aacutecidos tricarboxiacutelicos para a formaccedilatildeo do oxalacetato e do α-cetoglutarato bem

como estimula o turnover de aminoaacutecidos em ceacutelulas de Anacystis nidulans uma

2

+

+

40

vez que um aumento da incorporaccedilatildeo do carbono em aminoaacutecidos induzido pela

assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio natildeo foi acompanhado por um aumento no pool de

aminoaacutecidos Esse desvio eacute mais evidente sob altas intensidades luminosas

(CORONIL et al 1993)

Nas ceacutelulas de Phormidium laminosum adaptada ao crescimento com nitrato ou

amocircnia como fonte de nitrogecircnio possuem de 65 a 90 de glutamato em relaccedilatildeo a

quantidade de aminoaacutecidos totais (porccedilatildeo molar) dependendo da fase de

crescimento Essa proporccedilatildeo pode variar se a fonte de nitrogecircnio no cultivo for

alterada Quando o iacuteon amocircnio foi adicionado no cultivo com nitrato o conteuacutedo de

glutamato diminui enquanto que a maioria dos outros aminoaacutecidos aumentou O

niacutevel intracelular da maioria dos aminoaacutecidos (especialmente aspartato e alanina)

aumenta indicando que a siacutentese de aminoaacutecido foi maior que sua incorporaccedilatildeo em

proteiacutenas e outros compostos (OCHOA de ALDA et al 1996)

O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S platensis utiliza sais de

nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato de potaacutessio e nitrato de

soacutedio Fontes alternativas de nitrogecircnio como ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO

et al 2005) e sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005)

estatildeo sendo pesquisadas com a finalidade de diminuir os custos na produccedilatildeo

industrial Ambos o tipo e a quantidade da fonte de nitrogecircnio no meio de cultura

influenciam no crescimento e composiccedilatildeo da biomassa (STANCA POPOVICI

1996)

Considerando a substituiccedilatildeo de KNO3 por ureacuteia verifica-se que eacute altamente

vantajosa pois o custo desta eacute muito menor que a de KNO3 e aleacutem disso a ureacuteia eacute

facilmente assimilada por S platensis provavelmente devido agrave sua hidroacutelise no meio

de cultivo com formaccedilatildeo de amocircnia seja devido agrave accedilatildeo da urease (CARVAJAL et

al 1982) seja devido agrave alcalinidade do meio de cultivo (DANESI et al 2002

RANGEL-YAGUI et al 2004)

Soletto et al (2005) comparando o crescimento da S platensis no processo

descontiacutenuo observaram que o uso de ureacuteia como fonte de nitrogecircnio proporcionou

uma maior concentraccedilatildeo celular quando comparado com o sulfato de amocircnio Nesse

mesmo trabalho observaram que o melhor crescimento cineacutetico da S platensis foi

utilizando o processo descontiacutenuo alimentado com ureacuteia quando comparada com o

nitrato de soacutedio Portanto o uso de ureacuteia como uma fonte de nitrogecircnio mais

econocircmica pode ser uma alternativa interessante no cultivo de S platensis

41

Bezerra et al (2008) observaram que o emprego do processo descontiacutenuo

alimentado utilizando cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio pode ser uma

alternativa viaacutevel para o cultivo de S platensis natildeo influenciam nos teores proteacuteicos

e lipiacutedicos da biomassa final

242 Intensidade luminosa

A intensidade luminosa eacute um importante fator que interfere no crescimento

dos micro-organismos fotossintetizantes A luz absorvida por pigmentos direciona o

transporte de eleacutetrons fotossinteacutetico na qual resulta na reduccedilatildeo do NADP+ e

formaccedilatildeo de ATP (YANG et al 2000)

A soma da luz absorvida pelas ceacutelulas no fotobiorreator depende de muitos

fatores incluindo posiccedilatildeo especiacutefica da ceacutelula num determinado instante densidade

da cultura e pigmentaccedilatildeo das ceacutelulas (RUBIO et al 2003)

Um dos modos de obtenccedilatildeo de energia para o metabolismo da S platensis eacute a

fotossiacutentese e para a sua realizaccedilatildeo eacute necessaacuterio aacutegua dioacutexido de carbono e luz

No processo fotossinteacutetico ocorre o fenocircmeno de captaccedilatildeo de luz e outro conhecido

como oxido-reduccedilatildeo (NELSON YOCUM 2006)

A absorccedilatildeo da luz na faixa de 400-700 nm por pigmentos fotossinteacuteticos

absorve a energia de um foacuteton de dado comprimento de onda e entatildeo utiliza essa

energia para iniciar uma cadeia de eventos da fase fotoquiacutemica da fotossiacutentese

Esses pigmentos tais como clorofila carotenoacuteides e bilinas estatildeo organizados em

complexos fotossinteacuteticos e tecircm a funccedilatildeo de antenas captadoras de luz Centenas

de pigmentos antenas funcionam juntos para direcionar o processo para as etapas

seguintes ou dissipam o excesso de energia para diferentes rotas (ADIR et al

2003)

A faixa do espectro de absorccedilatildeo que eacute utilizada pelos organismos

fotossintetizantes como fonte de energia para as suas atividades metaboacutelicas eacute

comumente chamada de Radiaccedilatildeo Fotossinteticamente Ativa (PAR do inglecircs

Photosynthetically Active Radiation) A Densidade de Fluxo de Foacutetons (PPFD do

inglecircs Photosynthetic Photon Flux Density) cuja unidade eacute micromol de foacutetons m-2 s-1

expressa a irradiacircncia nesta faixa do espectro

A fotossiacutentese oxigecircnica eacute catalizada por quatro complexos proteiacutenas-

membranas formadas pelo fotossistema II (FSII) citocromo bf fotossistema I (FSI) e

42

ATP sintetase Esses complexos estatildeo arranjados nas membranas tilacoacuteidais que

nas cianobacteacuterias distribuem-se de forma concecircntrica ou irregular no citossol

(NELSON YOCUM 2006)

Os fotossistemas satildeo os complexos responsaacuteveis pela conversatildeo da energia

luminosa em energia quiacutemica Nos organismos que realizam fotossiacutentese oxigecircnica

existem dois fotossistemas agindo em seacuterie o fotossistema I (FSI) e o fotossistema II

(FSII) O fotossistema II (FSII) eacute definido como aacutegua-plastoquinona oxidoredutase

pois catalisa a transferecircncia de eleacutetrons entre a aacutegua e a plastoquinona o complexo

citocromo b6f eacute definido como plastoquinonandashplastocianina oxidoredutase

fotossistema I (FSI) como uma plastocianinandashferredoxina oxidoredutase e a ATPase

ou ATP sintetase que funciona como uma forccedila proacuteton motriz que direciona a

siacutentese de ATP (NELSON YOCUM 2006) (Figura 3)

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas de tilacoacuteides Fonte httpwwwportalsaofranciscocombralfafotossintesehistorico-da-fotossintesephp

Os FSI e FSII contecircm clorofilas e outros pigmentos que absorve a energia

luminosa e as direcionam para o centro de reaccedilatildeo (RC) (Figura 4) O centro de

reaccedilatildeo fotossinteacutetico do FSI possui proteiacutenas com o centro contendo agregados de

Ferro-enxofre (Fe-S) como uacuteltimo aceptor de eleacutetrons e o FSII possui quinona como

uacuteltimo aceptor de eleacutetrons (HEATHCOTE et al 2003) A energia capturada pelo

centro de reaccedilatildeo induz a excitaccedilatildeo de um par especial de clorofila na qual inicia a

translocaccedilatildeo de um eleacutetron atraveacutes da membrana Aacutegua doadora de eleacutetrons para

esse processo eacute oxidada fotoquimicamente a O2 liberando 4 H+ e 4 eleacutetrons pelo

centro fotooxidativo do FSII (P680) Este eacute responsaacutevel pela conversatildeo da energia

luminosa em energia de oxido-reduccedilatildeo (McEVOY et al 2005)

43

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema Adaptaccedilatildeo Fontehttpkentsimmonsuwinnipegcacm1504lightreacthtm

Os eleacutetrons extraiacutedos da aacutegua satildeo lanccedilados para quinona (PQ) formando

quinona reduzida (PQH2) (BARBER 2006) A quinona reduzida tambeacutem conhecida

como quinol pode se dissociar do centro de reaccedilatildeo e difundir ateacute o complexo

citocromo b6f O complexo citocromo b6f transfere eleacutetrons da quinona reduzida

(PQH2) ateacute a plastocianina que eacute uma proteiacutena perifeacuterica moacutevel que conteacutem cobre e

que tem como principal funccedilatildeo transferir eleacutetrons do citocromo b6f ateacute o P700 centro

de reaccedilatildeo do Fotossistema I Esse processo permite a transferecircncia de proacutetons da

face externa para a face interna da membrana tilacoidal e a criaccedilatildeo de gradiente

eletroquiacutemico de proacutetons atraveacutes da membrana Energia luminosa absorvida pelo

FSI (P700) induz a transferecircncia de eleacutetrons da plastocianina localizada na face

interna da membrana para a ferredoxina localizada na face externa (NELSON

BEN-SHEM 2002) Outra proteiacutena associada ao Fotossistema I eacute a flavoproteiacutena

ferredoxina-NADP oxidoredutase que reduz o NADP+ a NADPH2 completando a

sequumlecircncia do transporte natildeo-ciacuteclico de eleacutetrons que comeccedila com a oxidaccedilatildeo da

moleacutecula de aacutegua (NELSON YOCUM 2006) A reduccedilatildeo da ferredoxina eacute

subsequentemente usada em numerosas reaccedilotildees de siacutentese e ciclos regulatoacuterios

incluindo assimilaccedilatildeo de nitrato desnaturaccedilatildeo de aacutecido graxo e produccedilatildeo de

NADPH (McCARTY et al 2000 CHITNIS 2001) Essas reaccedilotildees soacute ocorrem na

presenccedila de luz Independentemente da presenccedila de luz a reduccedilatildeo do CO2 a

44

carboidratos ciclo de Calvin ocorre devido a presenccedila de ATP e NADPH (NELSON

YOCUM 2006)

A diferenccedila de carga entre FSI e o FSII juntamente com a transferecircncia de

eleacutetrons atraveacutes do complexo citocromo b6f induz a formaccedilatildeo de um potencial

eletroquiacutemico atraveacutes da membrana na qual potencializa a siacutentese de ATP por um

complexo de quatro proteiacutenas denominadas de ATPase (McCARTY et al 2000)

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica Adaptado Fonte httpwwwuiceduclassesbiosbios100lecturesf04amlect10htm

O controle metaboacutelico do consumo de energia isto eacute a soma de energia

capturada pelo aparato fotossinteacutetico e estocada na forma de energia quiacutemica a

taxa de fixaccedilatildeo do carbono e a produccedilatildeo de biomassa eacute um processo mediado por

enzimas Isto implica que a taxa maacutexima do consumo de energia depende da

natureza do micro-organismo (RUBIO et al 2003) A reaccedilatildeo de captura de luz eacute

muito mais raacutepida que as reaccedilotildees subsequumlentes mediada por enzimas a taxa

maacutexima da fotossiacutentese deve ser controlada pela concentraccedilatildeo de uma das enzimas

do ciclo de Calvin (SUKENIK et al 1997 RUBIO et al 2003)

Alguns autores como Hirata et al (1998) e Chojnacka Noworyta (2004a)

identificaram regiotildees que correlacionam o crescimento da Arthrospira ssp e a

intensidade luminosa Essas regiotildees satildeo

Regiatildeo limitada por luz baixa intensidade luminosa onde ocorre um aumento

da concentraccedilatildeo celular com um aumento da intensidade luminosa

Regiatildeo saturada por luz alta intensidade luminosa onde o crescimento celular

independe da intensidade luminosa

Regiatildeo inibida por luz a intensidade luminosa eacute muito alta inibindo o

crescimento celular e ateacute mesmo pode provocar a morte celular

45

A intensidade luminosa eacute fundamental para que ocorra o metabolismo

fotossinteacutetico mas por outro lado altas intensidades luminosas podem danificar o

complexo fotossinteacutetico levando a morte celular Esse processo eacute denominado de

fotoinibiccedilatildeo (RUBIO et al 2003) O excesso de luz pode danificar o centro de

reaccedilatildeo dos fotossitemas II (SAMUELSSON 1985 LU VONSHAK 1999) eou

fotossistema I (SONOIKE 1996)

A fotoinibiccedilatildeo eacute um estado de estresse fisioloacutegico que ocorre em todos os

organismos fotossintetizantes envolvendo o oxigecircnio causado devido a um excesso

de iluminaccedilatildeo A danificaccedilatildeo ocorre primeiramente no centro de reaccedilatildeo do

fotossistemas II reduzindo abruptamente a eficiecircncia do transporte de eleacutetrons

fotossinteacutetico somente quando a taxa da danificaccedilatildeo excede ao do seu reparo na

qual requer o turnover da siacutentese das proteiacutenas do PSII A inibiccedilatildeo pela luz pode

envolver a participaccedilatildeo de todas as atividades realizadas pelo sistema fotossinteacutetico

tais como degradaccedilatildeo e substituiccedilatildeo dos componentes e organizaccedilatildeo da unidade

funcional (ADIR et al 2003)

A fotoinibiccedilatildeo ocorre quando o sistema antena absorve luz em excesso

danificando o sistema fotossinteacutetico O excesso de excitaccedilatildeo pode ser obtido por um

aumento da intensidade luminosa acima do niacutevel de saturaccedilatildeo da taxa fotossinteacutetica

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a) Portanto isso tambeacutem pode ocorrer em

condiccedilotildees moderadas de intensidade luminosa se as ceacutelulas adaptadas a baixa

intensidade luminosa forem transferidas a maiores intensidade luminosas (RUBIO et

al 2003) ou se taxa fotossinteacutetica estiver limitada por fatores de estresse como

baixas temperaturas (GOMBOS et al 1994) eou excesso de sal no meio (LU

ZHANG 2000) o que pode induzir a fotoinibiccedilatildeo em condiccedilotildees de luz moderada

(SAMUELSSON 1985)

A danificaccedilatildeo do fotossistema II consiste na inativaccedilatildeo dos sistemas que

envolvem oxigecircnio carreadores de eleacutetrons e proteiacutenas D1D2 (RUBIO et al 2003)

No FSI a inibiccedilatildeo eacute iniciada pela inativaccedilatildeo do aceptor de eleacutetrons seguindo com a

destruiccedilatildeo do centro de reaccedilatildeo e degradaccedilatildeo do produto do gen psaB que eacute uma

das duas maiores subunidades peptiacutedicas do complexo do centro de reaccedilatildeo do FSI

Baixas temperaturas e estresse oxidativos satildeo caracteriacutesticas requeridas para a

fotoinibiccedilatildeo do FSI in vivo (SONOIKE 1996)

Adir et al (2003) relataram que a fotoinibiccedilatildeo eacute observada tanto sob altas

intensidades luminosas quando o mecanismo de reparo de proteiacutenas atinge sua

46

capacidade maacutexima ou em baixa intensidade luminosa quando fatores externos

adicionais prejudicam seu reparo e a exposiccedilatildeo a alta intensidade luminosa

prolongada induz a um excesso de efeitos secundaacuterios que contribui para uma

reduccedilatildeo na capacidade fotossinteacutetica

Fatores como efeito sombreamento em culturas densas de ceacutelulas a remoccedilatildeo

de O2 e o aumento da concentraccedilatildeo de CO2 podem proteger os micro-organismos

contra o efeito fotooxidativo (ELOFF et al 1976)

Van Eykelenburg (1979) observou que a intensidade luminosa natildeo afeta as

caracteriacutesticas morfoloacutegicas como o tamanho da heacutelice e o diacircmetro da S platensis

e que a concentraccedilatildeo dos gracircnulos de poliglicano diminui com o aumento da

intensidade luminosa

Bezerra et al (2008) observaram que os teores de lipiacutedios e proteiacutenas obtidos

nas biomassas finais foram influenciados pela intensiade luminosa menores

intensidades luminosas conduziram a um aumento no conteuacutedo total de lipiacutedios e de

proteiacutenas

2421 Pigmentos

Para a energia luminosa ser utilizaacutevel pelos organismos fotossinteacuteticos ela

deve inicialmente ser absorvida por pigmentos especiacuteficos tais como clorofila

carotenoacuteides e ficobilinas Esses pigmentos encontram-se associados a proteiacutenas

nas lamelas fotossinteacuteticas formadas por tilacoacuteides Isso permite uma disposiccedilatildeo

espacial que torna muito eficiente a propagaccedilatildeo de energia absorvida (MARZOCCO

TORRES 1999)

Nas cianobacteacuterias tais como A platensis a fotossiacutentese ocorre principalmente

nas membranas tilacoidais onde estatildeo localizados os pigmentos fotossitneacuteticos

clorofila a carotenoacuteides e ficocianina (COGNO et al 2003) As lamelas tilacoidais

satildeo duas linhas paralelas em formato de disco fechado onde estatildeo localizados a

clorofila celular (clorofila a) e os carotenoacuteides (VAN YKELENBURG 1979)

O aparato fotossinteacutetico das cianobacteacuterias consiste principalmente de trecircs

tipos de complexos macromoleculares fotossistema I fotossistema II e os

ficobilissomos O FSI e o FSII satildeo complexos intriacutensecos onde os ficobilissomos

estatildeo sobre a superfiacutecie externa dos tilacoiacutedes na forma de esferas (GANTT 1981

LIU et al 2005) Os ficobilissomos auxiliam na absorccedilatildeo da energia luminosa em

47

um intervalo do espectro maior que as clorofilas absorvem (500-680 nm) permitindo

as espeacutecies que possuem essas antenas a utilizar todo o intervalo da luz visiacutevel

emitido pelo sol (KUMAR MURHTY 2007)

Os ficobilissomos estatildeo unidos nas lamelas tilacoiacutedais e funcionam como

antenas captadoras de luz que transferem a energia excitante para o centro de

reaccedilatildeo dos fotossistemas (VAN EYKELENBURG 1979) A maior parte da energia

luminosa eacute absorvida por complexos pigmentos-proteiacutenas chamados de

ficobilissomos Os componentes dos ficobilissomos as ficobiliproteiacutenas satildeo

responsaacuteveis pela pigmentaccedilatildeo verde-azulada da maioria das cianobacteacuterias Os

ficobilissomos satildeo agregados de alto peso molecular compostos por ficocianina

aloficocianina e ficoeritrina (com pico de absorbacircncia de 615 nm 650 nm e 565 nm

respectivamente) Com o aumento da intensidade luminosa os ficobilissomos satildeo

menos abundantes (VAN EYKELENBURG 1979)

As ficobiliproteiacutenas presentes nos gracircnulos de ficobilissomos podem constituir

mais de 60 de proteiacutena soluacutevel em cianobacteacuterias (HOUMARD 1994) Isso eacute o

que caracteriza a Spirulina spp por ser comercializada como um suplemento

alimentar rico em proteiacutenas (TANDEAU de MARSAC HOUMARD 1993) As

ficobiliproteinas purificadas possuem uma variedade de funccedilotildees como substituinte

de corantes sinteacuteticos em alimentos e produtos cosmeacuteticos sondas para meacutetodos de

imunodiagnoacutesticos citometria de fluxo e microscopia de fluorescecircncia (STANIER e

COHEN-BAZIRE 1977 SPOLAORE et al 2006)

As maiores classes da ficobiliproteinas satildeo ficoeritrina (PE) ficoeritrocianina

(PEC) ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) (CIFERRI 1983) A absorccedilatildeo

maacutexima satildeo 540ndash570 570ndash590 610ndash620 e 650ndash655 nm para PE PEC PC e APC

respectivamente (STANIER COHEN-BAZIRE 1977 CIFERRI 1983)

Aleacutem das ficobiliproteiacutenas as cianobacteacuterias contecircm as clorofilas e os

carotonoacuteides para absorccedilatildeo de energia luminosa Entre os carotenoacuteides encontram-

se o β-caroteno o mais importante e as xantofilas que satildeo carotenos oxigenados

(MARZZOCO TORRES 1999)

As clorofilas satildeo os pigmentos naturais presentes nas plantas cianobacteacuterias e

algas O nome clorofila foi proposto por Pelletier e Caventou em 1818 para

designar a substacircncia verde que se podia extrair das folhas com o auxiacutelio do aacutelcool

Atualmente os pigmentos clorofilianos satildeo de grande importacircncia comercial

podendo ser utilizados tanto como pigmentos quanto como antioxidantes Os

48

pigmentos fotossinteacuteticos presentes e a sua abundacircncia variam de acordo com a

espeacutecie A clorofila a (Chl a) estaacute presente em todos os organismos que realizam

fotossiacutentese oxigecircnica As bacteacuterias fotossintetizantes satildeo desprovidas de clorofila a

e possui em seu lugar a bacterioclorofila como pigmento fotossinteacutetico A Chl a eacute o

pigmento utilizado para realizar a fotoquiacutemica (o primeiro estaacutegio do processo

fotossinteacutetico) enquanto que os demais pigmentos auxiliam na absorccedilatildeo de luz e na

transferecircncia da energia radiante para os centros de reaccedilatildeo sendo assim chamados

de pigmentos acessoacuterios (STREIT et al 2005) As cianobacteacuterias possuem clorofila

a e ficobilinas mas natildeo possuem a clorofila b (GRIFFITHS 2006)

As clorofilas satildeo as moleacuteculas fotorreceptoras mais importantes Satildeo moleacuteculas

formadas por complexos derivados da porfirina tendo como aacutetomo central o Mg

(magneacutesio) (Figura 6) Esse composto eacute uma estrutura macrociacuteclica assimeacutetrica

totalmente insaturada constituiacuteda por quatro aneacuteis de pirrol Esses aneacuteis numeram-

se de 1 a 4 ou de ldquoardquo a ldquodrdquo de acordo com o sistema de numeraccedilatildeo de Fisher

(SCHOEFS 2002) A clorofila a o anel de porfirina conteacutem um grupo metil (-CH3) no

Carbono 3 A estrutura quiacutemica da clorofila estaacute representada na Figura 6

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a Fontehttp1381926868bioCoursesbiochem2PhotosynthesisPhotosynthesis1html

Os pigmentos que absorvem luz fazem parte de complexos proteacuteicos que

atravessam a membrana tilacoidal denominados de fotossistemas Esses satildeo

unidades funcionais das reaccedilotildees da fotossiacutentese Cada fotossistema pode conter

vaacuterias moleacuteculas de clorofila carotenoacuteides e ficobilinas todas capazes de absorver

luz por isso denominada de moleacuteculas-antena Os carotenoacuteides e as ficobilinas

apresentam absorccedilatildeo em regiatildeo do espectro luminoso em que as clorofilas

49

absorvem pouco e isso permite a ampliaccedilatildeo do espectro luminoso utilizado na

fotossiacutentese (MARZOCCO TORRES 1999)

A composiccedilatildeo de pigmentos da Spirulina eacute tiacutepica de uma cianobacteacuteria a uacutenica

clorofila presente eacute a clorofila a que tem seu peso variando entre 08 e 15 do

peso seco As proteiacutenas que possuem maior potencial econocircmico satildeo as

biliproteiacutenas Nas Spirulinas existem duas biliproteiacutenas c-ficonianina e a

aloficocianina A fraccedilatildeo proteacuteica pode conter mais de 20 de ficocianina um

pigmento azul soluacutevel em aacutegua (VONSHAK 1997) Entre os carotenoiacutedes 67-79 eacute

constituiacutedo do β-caroteno As maiorias dos carotenoacuteides da Spirulina satildeo β-caroteno

β-cryptoxantina e zeaxantina (LORENZ 1999)

Os carotenoacuteides carotenos e xantofilas aleacutem de sua funccedilatildeo de absorver

energia luminosa satildeo capazes de dissipar a energia de excitaccedilatildeo excedente na

forma de calor evitando danos ao aparato fotossinteacutetico Enquanto que como

transdutores de energia ateacute o centro de reaccedilatildeo natildeo satildeo muito eficiente (30 - 40

de eficiecircncia) como dissipadores de energia absorvida em excesso pela clorofila

satildeo altamente eficientes (MANRIQUE 2003)

A zeaxantina eacute capaz de receber a energia diretamente da clorofila excitada e

dissipa-laacute posteriormente na forma de calor sem emissatildeo de radiaccedilatildeo O processo

se inverte quando a luz desaparece ou vai se tornando menos intensa

progressivamente finalizando o ciclo A dissipaccedilatildeo da energia eacute devido a

zeaxantina (MANRIQUE 2003)

Os pigmentos acessoacuterios satildeo fundamentais para a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese

pelos organismos Algas que possuem apenas a clorofila a como Ochromonas

malhamensis e a Nannochloris oculata crescem mais rapidamente em presenccedila de

substrato orgacircnico que em presenccedila apenas da luz como fonte de energia mesmo

sob condiccedilotildees oacutetimas de luz Os pigmentos acessoacuterios atuam somente absorvendo

energia contribuindo para a fotossiacutentese (BRODY BRODY 1962)

No entanto a captaccedilatildeo de energia para a funccedilatildeo fotossinteacutetica natildeo eacute a uacutenica

funccedilatildeo dos pigmentos fotossinteacuteticos estes satildeo sistemas fotoprotetores quando a

intensidade luminosa eacute excessiva Quando nem todos os foacutetons absorvidos pela

clorofila podem ser utilizados no processo fotoquiacutemico eacute desencadeado um

mecanismo para dissipar o excesso de energia e evitar danos as membranas

fotossinteacuteticas e a proacutepria clorofila resultando em um branqueamento das ceacutelulas

com uma consequumlente reduccedilatildeo ou perda da capacidade fotossinteacutetica Na presenccedila

50

de excesso de luz o oxigecircnio reage com a clorofila excitada originando um oxigecircno

singlete que eacute muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas (branqueamento) os

aacutecidos graxos polinsaturados que forma peroacutexidos e outros compostos Entatildeo os

carotenoacuteides dissipam o radical peroacutexido e tambeacutem a clorofila excitada adquirindo o

estado triplete que por sua vez se dissipa despreendendo calor para o meio externo

(MANRIQUE 2003)

243 Fontes de carbono

De acordo com Chojnacka e Maacuterquez-Rocha (2004b) a fonte de carbono

empregada e a utilizaccedilatildeo ou natildeo de energia luminosa podem classificar os cultivos

em

Cultivo heterotroacutefico ndash emprego exclusivo de compostos orgacircnicos como fonte

energeacutetica O carbono orgacircnico serve tanto como fonte energeacutetica quanto para a

formaccedilatildeo da biomassa

Cultivo autotroacutefico (ou fotoautotroacutefico) ndash emprego da luz como exclusiva fonte

energeacutetica para a reduccedilatildeo (fixaccedilatildeo) do CO2 (considerado de fonte inorgacircnica)

formando substacircncias orgacircnicas

Cultivo mixotroacutefico ndash utilizaccedilatildeo simultacircnea de uma fonte luminosa e carbono

orgacircnico como fonte de energia

2431 Fonte de carbono orgacircnico (crescimento hetorotroacutefico)

A A platensis cresce principalmente em meios de cultura contendo carbono

inorgacircnico e poucos trabalhos tecircm sido publicados utilizando apenas fonte de

carbono orgacircnico Como fonte orgacircnica de carbono os accediluacutecares satildeo os substratos

mais utilizados para os cultivos heterotroacuteficos e mixotroacuteficos (ZHANG et al 1998

MARQUEZ et al 1993 CHOJNACKA NOWORYTA 2004b MUumlHLING et al 2005

ANDRADE COSTA 2007)

Ogawa and Terui (1970) foram os primeiros a relatar que uma cultura axecircnica

de Spirulina platensis cresce em meio mineral enriquecido com 1 de peptona e

tem uma taxa de crescimento maior que as culturas cultivadas em meio mineral

Marquez et al (1993) relataram que a Spirulina platensis cresce heterotroficamente

sob glicose em condiccedilotildees aeroacutebias no escuro bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz Chojnacka e Noworyta (2004a) tambeacutem observaram o crescimento

51

da S platensis em condiccedilotildees heterotroacuteficas utilizando a glicose com fonte de

carbono e energia

S platensis podem utilizar tambeacutem glicerol como a uacutenica fonte de carbono no

entanto as ceacutelulas quando em contato com o glicerol pela primeira vez formam

agregados de ceacutelulas e passam por uma fase lag de adaptaccedilatildeo Apoacutes a sua sub-

cultura as ceacutelulas cresceram utilizando glicerol atingido 1287 mg L-1 e nos cultivos

com apenas bicarbonato como fonte de carbono obteve 1157mg L-1 (NARAYAN et

al 2005)

Por outro lado Soundarapandian e Vasanthi (2008) relataram que diferentes

cepas de S platensis isoladas de solo satildeo incapazes de utilizar apenas fontes de

carbono orgacircnico como D-glucose manitol sacarose e ureacuteia

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico)

Microalgas fototroacuteficas requerem CO2 como fonte de carbono e este contribui

para o controle do pH no meio O pH do meio de cultivo eacute um dos fatores mais

importantes no cultivo de algas O pH determina a solubilidade do dioacutexido de

carbono e minerais no meio e influencia direta ou indiretamente o metabolismo das

algas O pH depende de vaacuterios fatores como composiccedilatildeo e capacidade tamponante

do meio quantidade de dioacutexido de carbono dissolvido temperatura (que determina a

solubilidade do CO2) e atividade metaboacutelica das ceacutelulas (BECKER 1995)

A fonte de carbono principal para a A platensis eacute o iacuteon bicarbonato no qual

entra na ceacutelula por transporte ativo O bicarbonato intracelular eacute entatildeo desidratado

via anidrase carbonica para CO2 o qual eacute incorporado no ciclo de Calvin via

ribulose-15-bifosfato carboxilase (RUBISCO) Este carbono eacute usado

simultaneamente para a siacutentese de todas as macromoleacuteculas nas ceacutelulas (proteiacutenas

carboidratos lipiacutedios e aacutecidos nucleacuteicos) a partir do 3-fosfoglicerato como metaboacutelito

intermediaacuterio (COGNE et al 2003)

Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido aumento do pH

no meio de cultura e isso eacute causado pela dissociaccedilatildeo do aacutecido carbocircnico (H2CO3)

em bicarbonato (HCO3-) e OH- (KIM et al 2007) e o bicarbonato eacute dissociado para

produzir CO2 e OH- (RICHMOND GROBBELAAR 1986) O aumento do pH atua

como um autoinibidor do crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2

pode ser utilizado para a manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

52

Em cianobacteacuterias alcalofiacutelicas onde o pH de crescimento tiacutepico eacute 10 a

concentraccedilatildeo de CO2 eacute negligenciada sugerindo que o transporte de CO2 passivo

natildeo poderia contribuir significativamente para carbono inorgacircnico intracelular

Adicionalmente estudos tecircm mostrado que A platensis eacute fortemente dependente do

transporte simporte Na+HCO3- para a assimilaccedilatildeo do carbono inorgacircnico Como eacute

tiacutepico de alcalofiacutelicos a A platensis aparentemente natildeo manteacutem o gradiente de pH

externo positivo na sua membrana plasmaacutetica Consequentemente ocorre uma

extrusatildeo de soacutedio via bomba de soacutedio dependente de ATP em contraste com o

tranporte antiporte Na+H+ na maioria das cianobacteacuterias A Extrusatildeo de soacutedio na

presenccedila de um inibidor do FSII (diuron) indica que uma soma significante de ATP eacute

suplementada pelo transporte de eleacutetrons ciacuteclico em volta do FSI conteuacutedo na qual

em A platensis eacute excepcionalmente alto (BERRY et al 2003)

Anaacutelises quiacutemicas tecircm mostrado que biomassa algal consiste de 40 a 50 de

carbono na qual sugere que 15 a 2 kg de CO2 satildeo necessaacuterios para produzir 1 kg

de biomassa (SOBCZUK et al 2000) Do mesmo modo Chisti (2007) relata que

considerando que a biomassa microalgal possui aproximadamente 50 de carbono

em sua biomassa seca (SAacuteNCHEZ MIROacuteN et al 2003) todo esse carbono eacute

derivado do dioacutexido de carbono A produccedilatildeo de 100 toneladas de biomassa algal fixa

em torno de 183 toneladas de dioacutexido de carbono e este deve ser suplementado

continuamente durante o cultivo iluminado A adiccedilatildeo controlada do CO2 em

respostas aos sinais de sensores de pH minimizam a perda de CO2 e a variaccedilatildeo do

pH (CHISTI 2007)

O sistema de transporte do CO2 inclui a anidrase carbocircnica que converte o CO2

para HCO3- durante a passagem atraveacutes da membrana plasmaacutetica havendo um

acuacutemulo de HCO3- quando o CO2 eacute suplementado A concentraccedilatildeo de CO2

citoplasmaacutetico eacute abaixo do esperado no equiliacutebrio quiacutemico e de acordo com o

modelo proposto pelo mecanismo de concentraccedilatildeo de carbono esse desequiliacutebrio eacute

relatado pelo fato que a anidrase carbocircnica estaacute localizada dentro dos

carboxissomos na membrana plasmaacutetica eou membranas tilacoacuteidais e estaacute ausente

no citoplasma (KAPLAN REINHOLD 1999)

O CO2 entra na ceacutelula pela difusatildeo passiva e a conversatildeo do CO2 para o HCO3-

pela anidrase carbocircnica natildeo permite a sua passagem livremente para fora da ceacutelula

(CARRIERI et al 2007) A concentraccedilatildeo de CO2 nos carboxissomos eacute de 50000

vezes maior que a concentraccedilatildeo extracelular Isso implica em uma resistecircncia a

53

difusatildeo do CO2 pela membrana bioloacutegica extremamente alta apesar do CO2 ser

altamente permeaacutevel agrave membrana bilipiacutedica Geralmente as algas apresentam um

acuacutemulo de carbono inorgacircnico menor que em cianobacteacuterias isso por que a

RubisCO das algas apresentam maior afinidade pelo CO2 (KAPLAN REINHOLD

1999)

O CO2 que entra na ceacutelula por difusatildeo passiva eacute convertido para HCO3- pela

ldquoCA-likerdquo por uma reaccedilatildeo dependente de energia e a assimilaccedilatildeo ativa do HCO3-

que eacute contra seu potencial eletroquiacutemico depende do suplemento da energia

metaboacutelica Essa energia necessaacuteria eacute provavelmente dependente do transporte

ciacuteclico do eleacutetron em torno do FSI e da atividade do FSII (SOBCZUK et al 2000)

Portanto isso ainda natildeo tem sido estabelecido se esta dependecircncia eacute direta ou

indireta (via gradiente de iacuteons) A energia metaboacutelica deveria ser utilizada para

manter o gradiente de iacuteon O antiporte Na+H+ estaacute envolvido na regulaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do pH interno durante a entrada do HCO3- e subsequumlente fixaccedilatildeo do

CO2 (KAPLAN REINHOLD 1999)

As microalgas podem fixar carbono a partir de diferentes fontes tais como CO2

a partir da atmosfera CO2 a partir da exaustatildeo de gases industriais e CO2 na forma

de carbonatos soluacuteveis (eg NaHCO3 e Na2CO3) Tradicionalmente microalgas satildeo

cultivadas em reatores fechados ou abertos na qual satildeo aerados ou expostos ao ar

para permitir que a microalgas capturem o dioacutexido de carbono a partir da atmosfera

para o crescimento celular Como a atmosfera conteacutem somente 003 ndash 006 de

CO2 eacute esperado que a limitaccedilatildeo da transferecircncia de massa possa reduzir a

velocidade do crescimento das microalgas (CHELF et al 1993) Por outro lado

gases da exaustatildeo industrial tais como gases de combustatildeo possuem acima de 15

de CO2 fornecendo uma fonte rica de CO2 para o cultivo de microalgas e um

caminho potencialmente mais eficiente para biofixaccedilatildeo de CO2 Outra alternativa eacute

fixar o CO2 pela reaccedilatildeo quiacutemica para produzir carbonatos (exemplo Na2CO3) e usa-

la mais tarde como fonte de carbono para o cultivo de microalgas (WANG et al

2008)

Estudos sobre a eficiecircncia da utilizaccedilatildeo de CO2 por microalgas tecircm sido feitos

com o objetivo de melhorar a produtividade dos fotobiorreatores Morais e Costa

(2007b) observou que uma concentraccedilatildeo de Spirulina sp foi maior em cultivos

alimentados com 6 e 12 CO2 quando comparado ao cultivo utilizando somente o

ar atmosfeacuterico Watabane e Hall (1996) relataram um aumento na produtividade

54

correspondendo a 159 g de biomassa seca m-2 d-1 no cultivo utilizando o

fotobiorreator com air lift com ar enriquecido de CO2 (4)

Gordillo et al (1999) observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo celular

maacutexima de S platensis devido a reduccedilatildeo na quantidade de proteiacutenas soluacuteveis

clorofila a carotenoacuteides totais e ficocianina nos cultivos enriquecido com 1 de CO2

em relaccedilatildeo aos cultivos enriquecidos com CO2 atmosfeacuterico (0035) Portanto altas

concentraccedilatildeo de CO2 podem inibir o crescimento dos micro-organismos

Em cultivo fotoautotroacutefico de Chlorella o conteuacutedo de proteiacutenas e pigmentos

foram maiores quando comparada com o cultivo heterotroacutefico (OGBONNA TANAKA

1997)

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente

(crescimento mixotroacuteficos)

A presenccedila do metabolismo fotoautotroacutefico e heterotroacutefico simultacircneo tecircm sido

confirmado para o crescimento de microalgas como por exemplo Chlorella vulgaris

(MAacuteRQUEZ et al 1993) Heamatococcus pluvialis (KOBAYASHI et al 1992

MAacuteRQUEZ et al 1993) Chlorella pyrenoidosa (OGBANNA TANAKA 1996)

Euglena gracilis (OGBONNA et al 1999) Phaeodactylum tricornutum (CEacuteRON

GARCIA et al 2000) e cianobacteacuterias como Spirulina platensis (MARQUEZ et al

1995 CHOJANACKA NOWORYTA 2004 ZHANG et al 1998)

Durante o crescimento mixotroacutefico haacute dois processos metaboacutelicos

independentes dentro das ceacutelulas metabolismo fotossinteacutetico e a respiraccedilatildeo

aeroacutebia Nesse tipo de metabolismo a presenccedila do substrato orgacircnico significa que o

crescimento celular natildeo eacute estritamente dependente da fotossiacutentese e ateacute mesmo a

luz pode deixar de ser um fator indispensaacutevel para o crescimento celular

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a)

Eacute interessante notar que o crescimento especiacutefico de algumas microalgas (ex

Chlorella vulgares Haematococus pluvialis) crescendo mixotroficamente eacute a soma

de suas velocidades especiacuteficas de crescimento em culturas fotossinteacuteticas e

heterotroacuteficas (LEE 2001 OGBONNA et al 2000)

Um possiacutevel modo para obter uma alta concentraccedilatildeo de micro-organismos

fotossinteacuteticos eou produtos desses micro-organismos eacute o uso de cultura

mixotroacutefica onde fontes de carbono orgacircnicas e inorgacircnicas satildeo concomitantemente

fornecidas ao biorreator Sob determinadas condiccedilotildees de cultivo ambas a atividade

55

fotoautotroacutefica e a heterotroacutefica podem ocorrer simultaneamente e

independentemente resultando no aumento da velocidade especiacutefica de

crescimento como jaacute referido anteriormente

Maacuterquez et al (1993) relatam que a Spirulina platensis eacute capaz de crescer em

cultivo heterotroacutefico na presenccedila de glicose bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz sugerindo que os crescimentos autotroacutefico e heterotroacutefico

funcionam independentemente no crescimento mixotroacutefico Nieva e Valiente (1996)

portanto observaram uma reduccedilatildeo na taxa de fixaccedilatildeo de CO2 em condiccedilotildees de

crescimento mixotroacutefico da Anabaena variabilis sugerindo que alguns aspectos do

metabolismo do CO2 podem ser modulados pela presenccedila de carbono orgacircnico Do

mesmo modo Kang et al (2004) observou que pode existir alguma interaccedilatildeo entre o

metabolismo de carbono orgacircnico e inorgacircnico uma vez que a presenccedila do carbono

inorgacircnico acelerou a assimilaccedilatildeo do carbono orgacircnico durante o cultivo do

Synechococcus spPCC7002 A intensidade luminosa favoreceu o crescimento

mixotroacutefico do Synechocystis sp PCC 6803 utilizando glicose como fonte de

carbono Este fenocircmeno pode ser explicado pelo efeito positivo da luz sobre o

fotossistema I (WANG et al 2002) A via glicoliacutetica o ciclo dos aacutecidos tricarboxiacutelicos

(TCA) e a fosforilaccedilatildeo oxidativa mitocondrial mantiveram alta atividade nos cultivos

de Chlorella pyrenoidosa durante a iluminaccedilatildeo indicando pouco efeito da luz nessas

vias metaboacutelicas Portanto o fluxo atraveacutes da via das pentoses fosfato durante a

iluminaccedilatildeo foi muito pequena devido a regulaccedilatildeo mediada pela luz (YANG et al

2000)

Adicionalmente Maacuterquez et al (1993) concluiacuteram que a Spirulina platensis tem

a habilidade de realizar a fermentaccedilatildeo embora soacute utilize essa estrateacutegia como um

modo de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees anaeroacutebicas e no escuro

Nos cultivos de S platensis suplementados com glicose alcanccedilaram o

crescimento maior que nos cultivos sob condiccedilotildees de crescimento fotoautotroacuteficos

(MARQUEZ et al 1995 1993) Chen et al (2006) observaram que a suplementaccedilatildeo

de acetato como fonte de carbono proporcionou um aumento significante da

concentraccedilatildeo celular e da produccedilatildeo de clorofila a luteiacutena -caroteno ficocianina e

aloficocianina quando comparada ao cultivo fotoautotroacutefico

O melaccedilo subproduto da induacutestria de accediluacutecar que conteacutem mais do que 50 de

accediluacutecar tambeacutem pode ser um substrato suplementado de baixo custo na produccedilatildeo

56

industrial para o crescimento mixotroacutefico de Spirulina platensis (ANDRADE COSTA

2007)

O emprego de cultivos mixotroacuteficos pode levar as ceacutelulas agrave siacutentese de

compostos caracteriacutesticos tanto de cultivos fotoautotroacuteficos quanto heterotroacuteficos

como pode implicar em altas taxas de produccedilatildeo de biomassa (CERON GARCIA et

al 2000) Uma vez que num cultivo mixotroacutefico o CO2 e o carbono orgacircnico satildeo

simultaneamente assimilados este tipo de cultivo pode ser o processo mais eficiente

para a produccedilatildeo de biomassa microalgal visto que implica em uma economia na

energia gasta para a siacutentese de todo o aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo de

carbono (LEE 2004)

25 Produccedilatildeo de CO2 e VOCs proveniente da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica

A revoluccedilatildeo industrial e a intesa utilizaccedilatildeo dos combustiacuteveis foacutesseis (carvatildeo

petroacuteleo e gaacutes natural) estatildeo associadas ao elevado niacutevel de vida das sociedades

ocidentais Contudo as reservas de combustiacuteveis foacutesseis satildeo limitadas e a sua

utilizaccedilatildeo tem impactos ambientais consideraacuteveis como por exemplo o aumento do

efeito estufa e as consequumlentes alteraccedilotildees do clima Neste contexto o etanol surge

como uma alternativa vaacutelida em termos de fonte de energia renovaacutevel e menos

poluente

Nas uacuteltimas deacutecadas o etanol tem ocupado um lugar de destaque e de grande

importacircncia tecnoloacutegica firmando-se como um produto estrateacutegico economicamente

por ser amigaacutevel com o meio ambiente pois eacute um aditivo ao combustiacutevel que reduz

a emissatildeo de monoacutexido de carbono oacutexido de nitrogecircnio e hidrocarbonos (WHEALS

et al 1999) e por ser produzido a partir de biomassa renovaacutevel como accediluacutecar e

amido atualmente e materiais de lignocelulose no futuro (GOLDEMBERG 2009)

Inicialmente o objetivo de utilizar o aacutelcool combustiacutevel era se tornar

independente do mercado do petroacuteleo e reduzir os custos de sua importaccedilatildeo Hoje

em dia a ecircnfase do uso do etanol combustiacutevel estaacute sobre a reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo

devido ao protocolo de Quioto para limitar o aquecimento global (WHEALS et al

1999) Na produccedilatildeo e combustatildeo do etanol de milho pode reduzir em ateacute 12 a

emissatildeo de gases causadoras do efeito estufa quando comparado com o uso de

combustiacuteveis foacutesseis (HILL et al 2006) e quando utilizado etanol de cana-de-accediluacutecar

essa reduccedilatildeo pode ser de 66 (ANDREOLI SOUZA 2006)

57

O aacutelcool estaacute em expansatildeo por ser um combustiacutevel de baixo custo renovaacutevel e

cujo emprego como alternativa para a matriz energeacutetica mundial estaacute em fase de

crescimento A tendecircncia de aumento da produccedilatildeo de aacutelcool no Brasil ocorre por

vaacuterios fatores como aumento da frota de carros bi-combustiacutevel (demanda interna)

Protocolo de Quioto (demanda externa) e aumento do preccedilo do petroacuteleo Poliacuteticas

similares tecircm sido adotadas pela Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Estados Unidos

(GOLDEMBERG et al 2007) Por essas razotildees a demanda por etanol no mercado

internacional tem sido crescente nos uacuteltimos anos O Brasil aleacutem de ser um dos

maiores produtores e consumidores de etanol eacute tambeacutem o maior exportador no

cenaacuterio global Segundo dados da Uniatildeo da Induacutestria de Cana de Accediluacutecar (Unica) ateacute

2016 o Brasil produziraacute 129 bilhotildees de litros de etanol para o mercado externo Na

safra 20082009 o total de etanol produzido foi de 275 bilhotildees de litros (UacuteNICA)

O Brasil e os Estados Unidos satildeo liacutederes mundiais na produccedilatildeo de etanol

utilizando como mateacuteria prima a cana de accediluacutecar e milho respectivamente Os dois

paiacuteses acumulam cerca de 70 da produccedilatildeo mundial (ROMERO 2007) Aleacutem disso

o Brasil lidera a produccedilatildeo mundial de cana-de-accediluacutecar (principal mateacuteria-prima do

etanol) sendo essa uma induacutestria que movimenta vaacuterios bilhotildees de doacutelares por ano

O fato de o etanol ser produzido dentro do Brasil representa uma menor

dependecircncia de petroacuteleo externo diminuindo substancialmente os gastos com

importaccedilotildees

O agronegoacutecio da cana-de-accediluacutecar movimenta R$ 40 bilhotildees por ano no paiacutes A

safra 20072008 ficou entre 547 milhotildees de toneladas de cana-de accediluacutecar 152 a

mais do que a safra anterior Metade dela eacute destinada agrave fabricaccedilatildeo de etanol o que

faz do Brasil o segundo maior produtor de combustiacutevel no mundo O primeiro lugar

cabe aos Estados Unidos que extraem etanol de milho a poder de pesados

subsiacutedios Dois terccedilos da produccedilatildeo nacional estatildeo no estado de Satildeo Paulo Avalia-

se que o Brasil precisaraacute dobrar sua produccedilatildeo num horizonte de 5 a 7 anos se

quiser suprir as demandas locais e internacionais do combustiacutevel Isso exigiraacute a

construccedilatildeo de novas usinas o crescimento das aacutereas plantadas melhorias no

manejo e principalmente ganhos de produtividade (MARQUES 2008)

O cenaacuterio futuro mostra que paiacuteses como Estados Unidos Japatildeo e Europa vatildeo

precisar importar mais de 10 bilhotildees de litros de etanol ateacute 201112 Se uma

tonelada de cana produz 88 litros de etanol precisaria adicionar mais de 110

milhotildees de toneladas de cana para atender o mercado futuro o que acrescentaria

58

mais 12 milhotildees de hectares A UNICA (Uniatildeo da induacutestria de cana-de-accediluacutecar)

prevecirc um crescimento da produccedilatildeo de 6 a 7 anualmente chegando a uma

produccedilatildeo de 560 milhotildees de toneladas de cana em 201011 (ANDREOLI SOUZA

2006)

A quantidade de CO2 liberada diretamente para a atmosfera devido ao aumento

da sua produccedilatildeo mundial pode causar prejuiacutezos ao meio ambiente No Brasil a

produccedilatildeo de etanol por processos fermentativos principalmente pelo processo

descontiacutenuo alimentado ou contiacutenuo utilizando mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

eou caldo de cana-de-acuacutecar tem no cultivo da Saccharomyces cerevisiae um

grande impacto no acircmbito socioeconocircmico Existem cerca de 300 induacutestrias que

utilizam fermentaccedilatildeo alcooacutelica no Brasil que movimentam bilhotildees de doacutelares e

geram 6 dos empregos totais do Paiacutes (Uniatildeo da Agroinduacutestria Canavieira de Satildeo

Paulo 2006)

No Brasil 70 das destilarias de cana-de-accediluacutecar usam o processo

descontiacutenuo com uma capacidade fermentativa acima de 15 milhotildees de litros de

etanol por dia e aproximadamente 350 destilarias usam a fermentaccedilatildeo contiacutenua

(WHEALS et al 1999) Estudos comparativos e avaliaccedilotildees econocircmicas de diversos

processos utilizados na produccedilatildeo de etanol concluiacuteram que fermentaccedilatildeo contiacutenua

apresentava uma reduccedilatildeo de 57 no investimento de capital fixo em destilarias

quando comparado ao daquelas que utilizam processo em batelada Uma reduccedilatildeo

ainda maior de 68 e 71 eacute obtida para os processos que utilizam reciclo de ceacutelulas

e operaccedilatildeo a vaacutecuo respectivamente (CYSEWSKI WILKE 1978)

A fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta menor custo de investimento maior

facilidade para a instalaccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e ausecircncia de ldquotempos

mortosrdquo que eacute o tempo em dado momento do ciclo fermentativo natildeo estaacute produzindo

tiacutepico de processos descontiacutenuo Aleacutem disso a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a

consumir menos anti-espumante decorrecircncia da alimentaccedilatildeo mais estaacutevel de

accediluacutecar para o processo e tambeacutem da geometria dos fermentadores Por outro lado

a fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta maiores dificuldades quando temos que lidar com

contaminantes indesejaacuteveis no processo Natildeo eacute possiacutevel promover a assepsia de

fermentadores de bombas e de trocadores com frequumlecircncia como ocorre no sistema

em bateladas Desta maneira a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a consumir mais aacutecido

sulfuacuterico e mais antibioacutetico

59

Segundo Romano et al (2003) as transformaccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

durante a fermentaccedilatildeo por leveduras satildeo a conversatildeo dos accediluacutecares em etanol e

CO2 e em menores quantidades a formaccedilatildeo de CVOs Basso et al (1996) relata

que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo

constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de gaacutes carbocircnico e o restante satildeo

formados por outros compostos orgacircnicos tais como glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido

aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos majoritaacuterios produzidos durante a

fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por Saccharomyces cerevisiae

encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico acetato

de etila (CACHOT et al 1991) Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de cana-

de-accediluacutecar os principais componentes gasosos satildeo o CO2 e o etanol mas outros

aacutelcoois e aacutecidos tambeacutem satildeo liberados em menores quantidades na forma gasosa

(VENTURINI FILHO e MENDES 2003)

A reaccedilatildeo quiacutemica simplificada da produccedilatildeo de etanol a partir da sacarose da

cana-de-accediluacutecar eacute

C12H22O11 +H2O rarr 4C2H5OH + 4CO2 (3)

Onde 342 g de sacarose produz 184 g de etanol e 176 g de CO2 Com isso

pode-se estimar que cada grama de sacarose produz 0514g de CO2 assumindo

uma recuperaccedilatildeo de CO2 em 100 no caso de induacutestrias dedicadas a produccedilatildeo de

etanol No entanto as induacutestrias de produccedilatildeo de etanol tambeacutem utilizam como

mateacuteria-prima o melaccedilo um sub-produto da produccedilatildeo de accediluacutecar industrial a partir

da cana-de-accediluacutecar que conteacutem cerca de 15 da sacarose inicial (MOLLERSTEN et

al 2003) e represeta mais de 75 do custo total de produccedilatildeo de etanol

(CYSEWSKI WILKE 1978)

Cada litro de etanol produzido pela fermentaccedilatildeo alcooacutelica resulta em

aproximadamente 076 kg de CO2 portanto a capacidade de produccedilatildeo de CO2

durante a fermentaccedilatildeo de etanol combustiacutevel nos EUA e o Brasil eacute de

aproximadamente 84 e 106 toneladas de CO2 por ano respectivamente

(KHESHGI PRICE 2005) No Brasil a produccedilatildeo meacutedia de etanol a partir da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica eacute de 180 milhotildees de litros por ano gerando

consequentemente 014 milhotildees de CO2 por ano (MOLLERTEN et al 2003)

O uso do biocombustiacutevel traz uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo

dos gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre

aleacutem da reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis Poreacutem no processo de

60

fabricaccedilatildeo uma seacuterie de resiacuteduos e subprodutos industriais eacute gerada os quais

podem quando adequadamente geridos contribuir para a viabilidade econocircmica da

produccedilatildeo de biocombustiacuteveis Esses resiacuteduos possuem potencial para uso na

induacutestria de alimentos e para a nutriccedilatildeo animal bem como na induacutestria quiacutemico-

farmacecircutica mas haacute uma grande carecircncia de estudos de anaacutelises de viabilidade

teacutecnica e financeira que possam apontar as melhores alternativas de custo-

benefiacutecio para o processamento e tratamento desses resiacuteduos os quais podem

agregar valor e reduzir os custos de produccedilatildeo de biocombustiacuteveis com o

aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados

Um nuacutemero de subprodutos da induacutestria do etanol combustiacutevel pode ter o

potencial para a aplicaccedilatildeo de nutracecircuticos ou de alimentos funcionais que eacute uma

das aacutereas de grande interesse atualmente e representa um mercado potencial

enorme ainda em seu desenvolvimento inicial Por isso o interesse em utilizar

micro-organismos fotossintetizantes devido a sua capacidade de reduzir a emissatildeo

de CO2 e de CVOs na atmosfera subproduto da induacutestria de etanol produzindo

compostos de alto valor industrial

61

3 Objetivos

Geral

Este trabalho tem como objetivo verificar a influecircncia do efeito da adiccedilatildeo de

CO2 proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica mantendo o pH no valor

oacutetimo igual a 95 no cultivo de A platensis em reatores tubulares utilizando nitrato ou

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio em diferentes intensidades luminosas

Especiacuteficos

Avaliar os testes preliminares da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica contiacutenua utilizada para

posterior acoplamento dos gases liberados durante a fermentaccedilatildeo com os

cultivos de A platensis

Avaliar os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas

e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas usando anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel nos cultivos de A platensis

Determinar a composiccedilatildeo centesimal da A platensis no final dos cultivos teor

de proteiacutenas lipiacutedios cinzas e carboidratos usando a anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel

Estudar os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os cultivos

utilizando CO2 de cilindro avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos

paracircmetros valor teoacuterico da energia de Gibbs dissipada para o crescimento

(1YGX) das produccedilotildees molares de O2 consumo de H+ e absorccedilatildeo de foacutetons

para produzir 1 C-mol de biomassa

Calcular o rendimento teoacuterico da energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico

energia transformada em ATP e a energia liberada como calor calculando-se a

partir da energia molar de Gibbs absorvida da luz pelo aparato fotossinteacutetico

Comparar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares um horizontal e outro helicoidal

62

4 Materiais e meacutetodos

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

O CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi utilizado como fonte

de carbono para o cultivo de A platensis O desprendimento desse gaacutes do reator foi

arrastar volaacuteteis orgacircnicos formados na fermentaccedilatildeo cujas interferecircncias nos

cultivos de A platensis foram avaliadas Para os cultivos contiacutenuos de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica foi utilizado o mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na

determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

Para a realizaccedilatildeo desse teste foi preparada uma suspensatildeo celular de 300g L-1

de levedura uacutemida em aacutegua destilada a partir dessa suspensatildeo foram retirados sob

agitaccedilatildeo 10 mL e adicionados em dois diferentes frascos um contendo 290 mL de

melaccedilo natildeo clarificado (item 41111) e outro contendo 290 mL de melaccedilo

previamente clarificado (item 41112) de modo que a concentraccedilatildeo celular final de

cada frasco tenha 10g L-1 em 300 mL de mosto A partir dessa suspensatildeo foram

retirados 5 mL para a anaacutelise da concentraccedilatildeo celular como descrito no item 4311

41111 Melaccedilo natildeo tratado

O melaccedilo natildeo tratado consiste apenas na sua diluiccedilatildeo com aacutegua potaacutevel e

preparado como descrito no item 41113

41112 Melaccedilo tratado

O tratamento do melaccedilo consistiu de sua preacutevia clarificaccedilatildeo diluiccedilatildeo e

suplementaccedilatildeo adequadas A clarificaccedilatildeo foi realizada com diluiccedilatildeo do melaccedilo pela

adiccedilatildeo de aacutegua potaacutevel em partes iguais e adiccedilatildeo de 15 g de fosfato de soacutedio

monobaacutesico como agente floculante em cada litro da soluccedilatildeo de melaccedilo diluiacutedo

Posteriormente esse melaccedilo diluiacutedo foi autoclavado a 121 ordmC por 10 minutos Apoacutes

o aquecimento foi mantido em repouso no miacutenimo por 48 horas para a

sedimentaccedilatildeo do material em suspensatildeo O melaccedilo clarificado foi entatildeo sifonado

63

pronto para ser diluiacutedo com aacutegua e preparado como descrito no item 41113 sem

a adiccedilatildeo do antibioacutetico O mosto foi esterilizado em autoclave a 121 ordmC durante 30

minutos (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo

O melaccedilo foi diluiacutedo ateacute concentraccedilatildeo 170 g L-1 em accediluacutecares redutores totais

(ART) (GUERREIRO et al 1997) e suplementado com ureacuteia na concentraccedilatildeo de 05

g L-1 suficiente para que a fonte de nitrogecircnio natildeo se torne fator limitante da

atividade da levedura (MAGALHAtildeES 1978 CARVALHO 1994 PEREGO-JUNIOR

1979) O pH do mosto foi ajustado em 45 (JONES et al 1981) pela adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico concentrado ou pela adiccedilatildeo de soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio 4N Por fim

adicionou-se penicilina V aacutecida (500 UIL) como antibioacutetico (AQUARONE 1960

CARVALHO et al 2003)

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator

Para a realizaccedilatildeo do teste de homogeneidade foi preparado 10 litros de uma

suspensatildeo celular de 9 g L-1 de levedura em aacutegua destilada e adicionada ao

fermentador Apoacutes 30 minutos de homogeneizaccedilatildeo mecacircnica do material iniciou

uma contiacutenua adiccedilatildeo de aacutegua destilada e retirada da amostra a uma vazatildeo

especiacutefica de alimentaccedilatildeo calculada (Dc) igual a 0124 h-1 No intervalo de 30

minutos em diferentes regiotildees do reator as amostras foram recolhidas para

determinar a concentraccedilatildeo celular A homogeneidade do reator eacute verificada se a

queda da concentraccedilatildeo celular for uma funccedilatildeo exponencial

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

Foram realizados 3 experimentos com a fermentaccedilatildeo contiacutenua nas condiccedilotildees

descritas no item 415 Os valores de vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D) foram 01

h-1 005 h-1 e 0025 h-1

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo

Saccharomyces cerevisiae CCT7150 uma cepa isolada de planta industrial de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica nacional (Usina Nova Ameacuterica) e produtora de altas

concentraccedilotildees de etanol a partir de melaccedilo adquirida da Fundaccedilatildeo Andreacute Tosello

foi utilizada nos cultivos contiacutenuos Sua manutenccedilatildeo em tubo de ensaio foi no meio

Sabourand (Merckreg) A cultura foi armazenada sob refrigeraccedilatildeo a 4 ordmC

64

413 Preparo do inoacuteculo

As ceacutelulas de levedura estocada foram multiplicadas em tubos contendo meio

soacutelido Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Posteriormente as

culturas foram inoculadas com alccedila de platina sob condiccedilotildees asseacutepticas em tubos

contendo 10 mL do meio Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Cada

tubo por sua vez inoculou um frasco de Erlenmeyer de 500 mL contendo 90 mL de

mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar contendo 5 de ART que foi entatildeo incubado

a 30 ordmC por 12 h em agitador rotativo a 400 rpm Decorrido este tempo o conteuacutedo

de 10 frascos de Erlenmeyer preparados com o preacute-inoacuteculo (1 L) foi adicionado agrave

dorna juntamente com o mosto (9 L) nas condiccedilotildees em que se trabalhou no

processo contiacutenuo resultando em um volume uacutetil do fermentador de 10 litros que

deu iniacutecio a uma fermentaccedilatildeo descontiacutenua (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

414 Dispositivo para a cultura

Foi utilizado um fermentador fabricado pela INFORs HT com dornas de vidro

de 10 litros de capacidade nominal com controles de temperatura pH niacutevel de

espuma e frequumlecircncia de agitaccedilatildeo com saiacutedas que foram conectadas a uma bomba

peristaacuteltica para alimentaccedilatildeo do mosto e retirada do material durante a fermentaccedilatildeo

contiacutenua

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua

O cultivo contiacutenuo teve como iniacutecio o cultivo descontiacutenuo como descrito acima

(item 413) A alimentaccedilatildeo contiacutenua do mosto ocorreu apoacutes um periacuteodo de 6 a 8 h

da inoculaccedilatildeo do S cerevisiae na dorna para garantir que o micro-organismo se

encontre na fase exponencial de crescimento A concentraccedilatildeo de accediluacutecares no mosto

de alimentaccedilatildeo foi de 170 g L-1 (GUERREIRO et al 1997) expressa em ART O

mosto foi suplementado com sulfato de amocircnio na concentraccedilatildeo de 1 g L-1 A

temperatura de fermentaccedilatildeo foi mantida a 30 plusmn 1 ordmC (KOCK et al 2000) com

frequumlecircncia do agitador de 500 rpm A vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo foi

determinada em ensaios preliminares (item 61)

65

42 Cultivo de A platensis

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo

Spirulina (Arthrospira) platensis UTEX (1926) foi mantida em meio liacutequido de

cultivo padratildeo para Arthrospira (item 4221) em tubos hermeticamente fechados

422 Meio de cultivo

Foram utilizados dois tipos de meio Um meio padratildeo para o cultivo de

Arthrospira (SCHLOumlSSER 1982) ndash item 4221 com NaNO3 como fonte de

nitrogecircnio que foi utilizado para duas finalidades manutenccedilatildeo do micro-organismo e

preparo do inoacuteculo um meio modificado (item 4122) onde se utilizou ureacuteia como

fonte de nitrogecircnio

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis

O meio mineral padratildeo foi o de Schloumlsser (1982) cuja composiccedilatildeo por litro de

aacutegua destilada eacute a seguinte

NaHCO3 1361g

Na2CO3 403g

K2HPO4 050g

NaNO3 250g

K2SO4 100g

NaCl 100g

MgSO47H2O 020g

CaCl22H2O 004g

Soluccedilatildeo de metal PIV 6mL

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu 1mL

Vitamina B12 (15g100mL H2O) 1mL

Soluccedilatildeo de metal PIV (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 750 mg

FeCl36H2O 97 mg

MnCl24H2O 41 mg

ZnCl2 5 mg

CoCl26H2O 2 mg

Na2MoO42H2O 4 mg

66

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 50 mg

H3BO3 618 mg

CuSO45H2O 196 mg

ZnSO47H2O 44 mg

CoCl26H2O 20 mg

MnCl2middot4H2O 12 mg

Na2MoO4middot2H2O 12 mg

4222 Meio modificado

O meio de Schloumlsser (1982) foi utilizado com substituiccedilatildeo do nitrato de soacutedio

por ureacuteia

A massa diaacuteria de ureacuteia adicionada por unidade de volume foi determinada de

acordo com o experimento padratildeo utilizando nitrato de soacutedio como fonte de

nitrogecircnio (descrito no item 5)

423 Preparo do inoacuteculo

A A platensis foi inoculada em 10 mL de meio liacutequido (em tubo de ensaio) em

condiccedilotildees asseacutepticas Depois de 7 dias esse material foi utilizado para inocular

frascos de Erlenmeyer de 500 mL com 200mL de meio de cultivo padratildeo (item

4121) previamente esterilizado por autoclavaccedilatildeo

Os erlenmeyers apoacutes o repique foram imediatamente levados a agitador

rotativo a 100 min-1 (FERRAZ 1986) temperatura de 30 OC e iluminacircncia de 72

mol de foacutetons m-2 s-1 (CARVALHO et al 2004)

O crescimento celular foi acompanhado sendo utilizada para inoacuteculo uma

suspensatildeo de A platensis apoacutes de 6 a 8 dias de cultivo (PELIZER et al 2003) em

crescimento exponencial isenta de contaminaccedilatildeo Nos cultivos utilizando meio

mineral padratildeo a suspensatildeo foi filtrada lavada e ressuspensa em meio de cultivo

padratildeo Nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte alternativa de nitrogecircnio a

suspensatildeo foi filtrada lavada com soluccedilatildeo fisioloacutegica para retirada do NaNO3 e

ressuspensa em meio de cultivo padratildeo isento de NaNO3 Estas suspensotildees foram o

inoacuteculo para o cultivo no reator tubular onde foram realizados os estudos

empregando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio padratildeo e a ureacuteia como fonte

67

alternativa de nitrogecircnio com o pH do cultivo controlado pela adiccedilatildeo de CO2

proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

424 Dispositivo para cultura

4241 Fotobiorreator tubular horizontal

O fotobiorreator tubular utilizado eacute apresentado na Figura 7 Este eacute constituiacutedo

por 20 tubos de vidro transparentes (diacircmetro interno de 10 cm) (CARLOZZI

PINZANI 2005) com inclinaccedilatildeo de 2 (115ordm) (TREDICI ZITTELLI 1998) para

facilitar o escoamento do liacutequido interligados com mangueiras de PVC de mesmo

diacircmetro interno de forma que o volume iluminado corresponde a 212 litros

(606) O volume total do sistema foi de 35 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de

26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo da biomassa e melhorar a transferecircncia de

massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior provido de agitaccedilatildeo com um agitador magneacutetico Tambeacutem

na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no qual ocorre entrada de CO2 para

manutenccedilatildeo de pH quando da abertura da vaacutelvula solenoacuteide controlada por um

controlador de pH

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis

68

4242 Fotobiorreator tubular espiralado

O fotobiorreator tubular espiralado utilizado eacute apresentado na Figura 8 Este eacute

constituiacutedo por 5 conjuntos de tubos espiralados de vidro transparentes (diacircmetro

interno de 10 cm) (CARLOZZI PINZANI 2005) interligados com mangueiras de

PVC de mesmo diacircmetro interno Cada conjunto eacute constituiacutedo por 3 tubos

espiralados logo o reator conteacutem no total 15 tubos de vidros espiralados de forma

que o volume iluminado corresponde a 665 ml (606 ) O volume total do sistema

foi de 11 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de 26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo

da biomassa e melhorar a transferecircncia de massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior Tambeacutem na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no

qual ocorre entrada de CO2 para manutenccedilatildeo de pH

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis

A suspensatildeo de Arthrospira (item 43) foi adicionada ao biorreator tubular na

concentraccedilatildeo inicial de 400 mg L-1 (SOLETTO et al 2008) e o volume de trabalho

foi de 35 L no fotobiorreator tubular horizontal e de 11 L no fotobiorreator tubular

espiralado Devido a evaporaccedilatildeo e a retirada de amostras o meio de cultura isento

da fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante

69

Nos experimetos utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio a concentraccedilatildeo

inicial deste foi de 25 g L-1 e ocorreram adiccedilotildees do nitrato de soacutedio de modo que sua

concentraccedilatildeo natildeo fosse inferior a 1 g L-1 (FAINTUCH 1989) desta forma evitaria a

limitaccedilatildeo do crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio No cultivo utilizando a

fonte de nitrogecircnio alternativa (ureacuteia) a adiccedilatildeo diaacuteria foi efetuada por pulsos (adiccedilatildeo

intermitente) (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2004) As intensidades luminosas foram

medidas com um sensor quantum (model LI-190 SB Li-Cor Lincoln Neb USA) As

diferentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas foram preacute-estabelecida de

acordo com o plano de trabalho (Item 5)

O valor de pH nos cultivos foi mantido em 95 plusmn 02 (SANCHEZ-LUNA et al

2007 TREDICI ZITTELLI 1998) com auxiacutelio de um aparelho controlador de pH

METTLER TOLEDO acoplado a uma vaacutelvula solenoacuteide Nos ensaios com CO2 puro

(999) a valvula solenoiacutede estava ligada a um cilindro de CO2 e nos ensaios com

CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica a vaacutelvula solenoacuteide foi ligada agrave tubulaccedilatildeo

proveniente de um reator operando com processo contiacutenuo de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

em regime permanente

A temperatura de 29 plusmn 1ordmC (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2007) foi mantida por ar

condicionado que climatizou a temperatura da sala onde estaacute localizada o reator

No final do experimento o reator foi lavado com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio

5 por 16 h e com uma soluccedilatildeo de tiosulfato de soacutedio (Na2S2O3) 50 mM para

neutralizar o clorito residual de acordo com De Beer et al (1994)

43 Teacutecnicas Analiacuteticas

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua ateacute o estabelecimento de regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol no caldo

fermentado foram determinados a cada 12 horas Estabelecido o regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol foram

feitas diariamente O efluente gasoso foi analisado qualitativamente para

identificaccedilatildeo dos principais compostos volaacuteteis orgacircnicos

No cultivo de Arthrospira a concentraccedilatildeo celular foi feita diariamente ateacute atingir

concentraccedilatildeo celular maacutexima As medidas de concentraccedilatildeo de nitrato ureacuteia residual

amocircnia e de carbonato total em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas a cada dois dias Nos cultivos

utilizando o CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram analisados os

70

compostos volaacuteteis orgacircnicos presentes no meio isento de ceacutelulas A concentraccedilatildeo

de clorofila a foi determinada no final de cada experimento bem como a

determinaccedilatildeo de proteiacutenas lipiacutedios totais carboidratos e cinzas

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

A concentraccedilatildeo celular expressa em massa seca foi determinada por filtraccedilatildeo

de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al (2003) Um volume de 5 mL

da amostra foi filtrada em membrana millipore 12 microm de porosidade previamente

seca em estufa a 105 ordmC por 4 horas e em dessecador por 1 h e pesada A biomassa

filtrada e lavada com 50 mL de aacutegua destilada foi seca em estufa a 105 ordmC por 4

horas e em dessecador por 1 h e posteriormente pesada A concentraccedilatildeo celular foi

determinada por diferenccedila de massa antes e apoacutes a filtraccedilatildeo

4312 Determinaccedilatildeo do pH

O pH seraacute acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4313 Determinaccedilatildeo de ART

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ART foi realizada por espectrofotometria a

540 nm pelo meacutetodo de SOMOGYI-NELSON (1952) precedido da hidroacutelise da

sacarose contida na fase liacutequida do meio de fermentaccedilatildeo realizada pela teacutecnica de

Falcone e Marques (1965)

A hidroacutelise da sacarose foi feita por hidroacutelise aacutecida utilizando 5 mL da amostra

e 25 mL da soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 13 N e deixou-se em banho de aacutegua a 70 ordmC

por 15 minutos Deixou-se esfriar essa soluccedilatildeo ateacute a temperatura ambiente e foi

adicionado NaOH 6N ateacute verificar uma mudanccedila no pH utilizando fenolfitaleiacutena

como indicador Posteriormente completou-se o volume final para 100 mL com aacutegua

destilada diluindo-se assim a amostra 20 vezes A partir dessa soluccedilatildeo jaacute diluiacuteda

fizeram-se novas diluiccedilotildees necessaacuterias para a determinaccedilatildeo do ART pelo meacutetodo de

Somogyi-Nelson (1952)

71

A anaacutelise compreende na adiccedilatildeo de 1 mL da amostra convenientemente diluiacuteda

e 1 mL do reativo de Somogy em tubo de Folin-Wu onde foi fervido durante 10

minutos resfriado em aacutegua com gelo Apoacutes o resfriamento adicionou-se 2 mL do

reativo de Nelson e agitou-se os tubos em agitador ateacute expulsar os gases formados

Completou-se o volume para 25 mL com aacutegua destilada e a soluccedilatildeo foi lida em

espectrofotometro a 520 nm Foi feito um branco substituindo a amostra por aacutegua

destilada

O accediluacutecar aquecido com uma soluccedilatildeo alcalina de tartarato de cobre leva agrave

obtenccedilatildeo de oacutexido cuproso que reagindo com molibdato de arsecircnio possibilita a

produccedilatildeo de um composto de coloraccedilatildeo azul passiacutevel de ser quantificada por

colorimetria a adiccedilatildeo de sulfato de soacutedio a mistura minimiza a entrada de oxigecircnio

na soluccedilatildeo responsaacutevel pela reoxidaccedilatildeo do oacutexido cuproso

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907)

O etanol foi determinado mediante a destilaccedilatildeo atraveacutes de um microdestilador

de KJELDHAL e recolhido em 20 mL de uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio

fortemente acidulada com aacutecido sulfuacuterico A determinaccedilatildeo consiste na destilaccedilatildeo de

1 mL do meio fermentado isento de ceacutelulas recolhido na soluccedilatildeo de dicromato

contida em erlenmeyer onde o etanol reagiu com os iacuteons dicromato como mostrado

na eq 1 produzindo acetaldeiacutedo e iacuteons Cr(III) Conforme o etanol reage haacute uma

mudanccedila da coloraccedilatildeo laranja caracteriacutestica desta soluccedilatildeo para um tom esverdeado

A reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do etanol com iacuteons dicromato envolve pelo menos duas

etapas Na primeira etapa o etanol introduzido na soluccedilatildeo reage com os iacuteons

dicromato produzindo um aldeiacutedo que neste caso eacute o acetaldeiacutedo (reaccedilatildeo 4)

Na segunda etapa como o aldeiacutedo produzido tambeacutem eacute susceptiacutevel agrave oxidaccedilatildeo o

acetaldeiacutedo eacute consumido produzindo aacutecido aceacutetico (um aacutecido carboxiacutelico) com a

correspondente reduccedilatildeo dos iacuteons Cr(VI) para iacuteons Cr(III) (reaccedilatildeo 5) A reaccedilatildeo

entre o etanol e os iacuteons dicromato pode ser descrita de forma global como mostrado

na (reaccedilatildeo 6)

3 CH3CH2OH + CrO7-2 rarr 3 CH3COH 2 Cr+3 + 7 H20 (reaccedilatildeo 4)

3 CH3COH + CrO7-2 + 8H+ rarr 3 CH3COOH + 2 Cr+3 + 4 H20 (reaccedilatildeo 5)

72

3 CH3CH2OH + 2 CrO7-2 + 16H+ rarr 4Cr+3 + 3 CH3COOH 11 H2O (reaccedilatildeo 6)

Apoacutes a destilaccedilatildeo o erlenmeyer foi levado a um banho de aacutegua a 70 ordmC

durante 20 minutos para que se complete a oxidaccedilatildeo do etanol Apoacutes esse tempo

deixou-se esfriar ateacute temperatura ambiente e essa soluccedilatildeo foi titulada com soluccedilatildeo

de sulfato ferroso amoniacal Foi feita concomitantemente uma soluccedilatildeo utilizando

aacutegua em vez do destilado para determinar o poder redutor do sulfato ferroso

amoniacal

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

Os voltaacuteteis majoritaacuterios liberados durante o regime permanente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram determinados pelo Laboratoacuterio de Anaacutelises Quiacutemicas do

Instituto de Pesquisa Tecnoloacutegis (IPT) usando um cromatoacutegrafo a gaacutes (marca

Shimadzu modelo CG-2010) acoplado ao espectrocircmetro de massas (Shimadzu

Modelo GCMS ndash QP5050A)

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis

O volume das amostras diaacuterias retiradas para o acompanhamento celular foram

de 50 mL Apoacutes a remoccedilatildeo da amostra igual volume de meio de cultura isento da

fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante Similarmente a

evaporaccedilatildeo de aacutegua diaacuteria foi compensada pela adiccedilatildeo do meio de cultura

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

43211 Densidade oacutetica

O acompanhamento do crescimento celular foi realizado diariamente em

duplicata por turbidimetria a 560 nm (LEDUY THERIEN 1977) Os valores de

transmitacircncia obtidos no espectrofotocircmetro foram convertidas em concentraccedilatildeo

celular atraveacutes de uma curva de calibraccedilatildeo (Item 43212)

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo

A curva de calibraccedilatildeo foi obtida tomando-se um volume de 25 mL de uma

suspensatildeo concentrada de ceacutelulas em fase de crescimento exponencial que foi

73

filtrada e lavada com aacutegua destilada em uma membrana de acetato de celulose de

12 μm previamente seca a 70 ordmC por 12 horas e previamente pesada A amostra

foi levada agrave estufa a 100ndash105 ordmC por um periacuteodo de 5 horas suficiente para que

mantivesse uma massa constante A massa das ceacutelulas foi calculada por diferenccedila

dos valores das massas das membranas antes e depois da filtraccedilatildeo e dividido pelo

volume filtrado para obter-se a concentraccedilatildeo celular na suspensatildeo A partir desta

mesma suspensatildeo foram preparadas diferentes diluiccedilotildees e aliacutequotas dessas

diluiccedilotildees foram levadas ao espectrofotocircmetro para leitura da transmitacircncia a 560 nm

de comprimento de onda e caminho oacuteptico de 1 cm com aacutegua destilada como

branco Dessa forma foi obtida uma curva que relaciona concentraccedilatildeo celular com o

logaritmo da transmitacircncia (Graacutefico 1)

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A platensis

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total

Embora a concentraccedilatildeo de carbonato total deva se manter constante em

decorrecircncia do fornecimento de CO2 para a manutenccedilatildeo do pH foi acompanhado na

fase liacutequida do meio em cultivo

No meio isento de ceacutelulas o acompanhamento da concentraccedilatildeo de fonte de

carbono na forma de carbonato total foi atraveacutes de titulometria Inicialmente

adiciona-se hidroacutexido de soacutedio na amostra (Reaccedilatildeo 7) e titula-se com HCl

(Reaccedilatildeo 8) na presenccedila do indicador fenolftaleiacutena para a conversatildeo de carbonato

em bicarbonato Posteriormente foi titulada novamente com HCl (Reaccedilatildeo 9) na

74

presenccedila do indicador alaranjado de metila para que todo o bicarbonato transforme-

se em aacutecido carbocircnico por deslocamento de equiliacutebrio O carbonato total foi

quantificado pelos dois intervalos de viragem (PIERCE HAENISCH 1948)

NaOH + NaHCO3 = Na2CO3 + H2O (Reaccedilatildeo 7)

Na2CO3 + HCl = NaHCO3 + NaCl (Reaccedilatildeo 8)

NaHCO3 + 1 HCl = H2CO3 + 1 NaCl (Reaccedilatildeo 9)

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total

A amocircnia total foi quantificada no meio isento de ceacutelulas de 2 em 2 dias em

potenciocircmetro marca ORION modelo 710-A por meio de um eletrodo seletivo para

amocircnia modelo 95-12 ORION Tendo em vista que o eletrodo soacute eacute sensiacutevel ao iacuteon

amocircnia e que no pH de cultivo existe equiliacutebrio entre os iacuteons amocircnia e amocircnio para

se fazer a leitura foi necessaacuterio corrigir o pH da amostra para 13 pela adiccedilatildeo de

NaOH 15 M antes da leitura no eletrodo de forma que todo iacuteon amocircnio fosse

convertido em amocircnia (LEDUY SAMSON 1982) O volume utilizado foi de 15 mL e

nesse procedimento foi necessaacuteria agrave calibraccedilatildeo do aparelho em todos os dias em

que foram realizadas as determinaccedilotildees Isso foi feito atraveacutes da construccedilatildeo de uma

curva que correlaciona a milivoltagem lida no potenciocircmetro com soluccedilotildees de NH4Cl

em diferentes diluiccedilotildees com concentraccedilotildees conhecidas A partir da equaccedilatildeo dessa

curva com a milivoltagem lida na amostra do cultivo foi calculada a concentraccedilatildeo

de amocircnia total Esta metodologia tambeacutem serviu para auxiliar na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de ureacuteia conforme se observa no item a seguir

43231 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da amocircnia

A metodologia empregada para a determinaccedilatildeo de amocircnia requer a construccedilatildeo

de uma curva de calibraccedilatildeo para cada dia em que foi analisada a amocircnia Desta

forma no Graacutefico 2 tecircm-se uma das curvas de calibraccedilatildeo utilizada

75

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Nesse caso a curva de calibraccedilatildeo corresponde agrave Log [NH3] -00213 x mV ndash

10583 A maior diluiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia foi de 5x10-6 (cujo o valor de

Log eacute -53) que corresponde a um valor de milivoltagem de 182 detectado no

eletrodo de amocircnia

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia

Para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia inicialmente foi hidrolisada em

meio aacutecido como segue 10 mL do meio de cultivo isento de ceacutelulas foi submetido a

um tratamento com H2SO4 (1 mL de H2SO4 5 N) a 200 ordmC por 6 horas em bloco

digestor Tecnal modelo TE-106 (CEZARE 1998) Apoacutes esse tempo o conteuacutedo

presente no tubo onde ocorreu a hidroacutelise aacutecida foi quantitativamente transferido

para um balatildeo volumeacutetrico de 50 mL com neutralizaccedilatildeo do pH com NaOH 15 M

utilizando fenolftaleiacutena como indicador e finalmente o volume completado com aacutegua

destilada Desse balatildeo foi retirado um volume de 15 mL para a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de amocircnia conforme meacutetodo descrito no item anterior Considerando

ainda a diluiccedilatildeo da amostra calcula-se a concentraccedilatildeo de amocircnia global que

representa a amocircnia que jaacute estava presente no meio de cultivo mais a amocircnia

proveniente da hidroacutelise da ureacuteia Assim por diferenccedila eacute possiacutevel calcular a

concentraccedilatildeo de ureacuteia no meio de cultivo

76

4325 Determinaccedilatildeo do pH

O pH foi acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato

A anaacutelise de nitrato foi realizada atraveacutes da adaptaccedilatildeo do meacutetodo descrito por

Vogel (2002) Foram pipetados 10 mL do meio isento de ceacutelulas 10 ml de NaOH

(05 N) e 700 mg de liga de devarda ( 50 de cobre 45 de alumiacutenio 5 zinco) em

balatildeo volumeacutetrico onde foi aquecido em bico de busen durante 1 hora para que todo

o nitrato presente na amostra seja reduzido a amocircnio como descrito na reaccedilatildeo a

seguir

NO3- + 8 Al + 5 OH- + 2 H2O rarr 8 Al2

- + 3 NH3 (Reaccedilatildeo 10)

Durante o aquecimento os iacuteons amocircnio satildeo desprendidos e recolhidos em uma

soluccedilatildeo padronizada de 10 mL de aacutecido cloriacutedrico (01 N) formando o cloreto de

amocircnio Essa soluccedilatildeo foi titulada com NaOH (005 N) padronizada usando vermelho

de metila como indicador e a quantificaccedilatildeo do amocircnio formado foi feita por diferenccedila

entre a quantidade de HCl inicial e final depois da destilaccedilatildeo A conversatildeo de

volume do aacutecido tilulado (mililitros) em massa de iacuteons nitrato (gramas) foi baseada

na informaccedilatildeo de que 1 mL de aacutecido cloriacutedrico 1 N corresponde a 006201g de iacuteons

nitrato (VOGEL 2002)

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907) como descrito no item 4314

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a

A anaacutelise de clorofila a foi realizada utilizando uma suspensatildeo celular de 5 mL

correspondente agrave concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida Essa suspensatildeo foi filtrada e

a biomassa foi ressuspendida em 5 mL de metanol e incubada em banho maria a

70ordmC por 2 minutos Apoacutes esse tempo a amostra foi filtrada em filtro de

77

politetrafluoretileno 10 microm de diacircmetro (Milliporereg) e o sobrenadante contendo a

clorofila foi determinado espectofotometricamente a 665 nm adotando-se o

procedimento descrito por Vonshak (1997a) A curva de calibraccedilatildeo foi feita

previamente utilizando clorofila areg padratildeo

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a

A curva de calibraccedilatildeo foi construiacuteda utilizando uma soluccedilatildeo de clorofila a

padratildeo (Sigmareg) obtida comercialmente em metanol A partir dessa soluccedilatildeo foram

realizadas diferentes diluiccedilotildees que resultaram em leituras espectrofotomeacutetricas em

comprimento de onda de 665nm obtendo valores de absorbacircncia entre 0200 e

0800 A relaccedilatildeo entre as diferentes concentraccedilotildees de clorofila em miligrama por

litro com os valores de aborbacircncia obtem-se a equaccedilatildeo como mostrada no graacutefico

3 que foi utilizada para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila nos ensaios

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Ao final do cultivo o meio contendo a A platensis foi centrifugado com 3

lavagens sucessivas com aacutegua destilada para retirada do sal adsorvido agraves ceacutelulas e

apoacutes secagem com ventilaccedilatildeo a 55 ordmC por 12 horas (PELIZER et al 1999) foi

avaliada a composiccedilatildeo centesimal da biomassa seca

78

43321 Proteiacutenas totais

O teor proteacuteico total na biomassa seca foi determinado pelo claacutessico meacutetodo de

KJELDHAL adotando-se o fator de 625 para a conversatildeo a partir dos teores de

nitrogecircnio total (ASSOCIATION OF OFFICIAL METHODS OF FOOD ANALYSIS

1984) Esse meacutetodo caracteriza-se pela destruiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica com aacutecido

sulfuacuterico concentrado em presenccedila de um catalizador e aquecimento com

formaccedilatildeo de nitrogecircnio inorgacircnico na forma de sulfato de amocircnio A seguir em

aparelho destilador de nitrogecircnio adiciona-se hidroacutexido de soacutedio no tubo

proveniente da digestatildeo para alcalinizaccedilatildeo do meio e desta forma o sal de

amocircnio eacute convertido agrave amocircnia que eacute destilada para uma soluccedilatildeo saturada de aacutecido

boacuterico Posteriormente titula-se essa soluccedilatildeo com HCl 002N fatorada para se

quantificar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio (FERRAZ 1986)

43322 Lipiacutedios totais

A fraccedilatildeo lipiacutedica total foi obtida por extraccedilatildeo com solvente orgacircnico (FERRAZ

1986) A amostra foi triturada em gral e entatildeo transferida para um extrator contiacutenuo

de Soxhlet com refluxo da mistura de solventes clorofoacutermio-metanol (21 vv) ateacute o

liacutequido ficar liacutempido (PIORRECK 1984 OLGUIacuteN et al 2001) A fraccedilatildeo lipiacutedica total

juntamente com os solventes foram tratados em sistema evaporador rotativo a

vaacutecuo O material obtido reuacutene aacutecidos graxos trigliceriacutedeos fosfolipiacutedios

carotenoacuteides pigmentos fotossintetizantes esteroacuteides e hidrocarbonetos sendo

chamados de fraccedilatildeo lipiacutedica total (GIOIELLI 1997)

43323 Cinzas

O teor de cinzas das ceacutelulas secas foi determinado por aquecimento de acordo

com meacutetodo descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) 1g da amostra foi pesada em

caacutepsula de porcelana previamente aquecida em mufla a 550 ordmC resfriada em

dessecador ateacute a temperatura ambiente e pesada A amostra foi seca em estufa a

105 ordmC carbonizada e incinerada em mufla a 550 ordmC durante 4 horas tempo

necessaacuterio para obter peso constante Posteriomente resfriou-se a amostra em

dessecador durante 1 hora ateacute atingir a temperatura ambiente e pesada As cinzas

devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas

79

43324 Carboidratos totais

A porcentagem de carboidratos foi calculada pela diferenccedila entre e as

porcentagens dos demais componentes analisados na biomassa seca

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar

As determinaccedilotildees de CNHSO foram realizadas pela CE instruments flash

EA1112 series acoplada com um detector de condutividade teacutermica (TCD) Para as

anaacutelises de Carbono Nitrogecircnio Hidrogecircnio e Enxofre foi utilizada a meteonina (C =

4025 N = 939 H = 743 S = 2149) como padratildeo e para a anaacutelise de

oxigecircnio foi utilizado o aacutecido aspaacutertico (C = 3609 N = 1052 H =53 S =

000 O = 4908)

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS

Foram determinados pesando aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em

recipiente de estanho e adicionar V2O5 (oacutexido de vanaacutedio) para que toda a biomassa

seja carbonizada Utiliza-se gaacutes oxigecircnio (99995) para carregar as amostras e

fazer a combustatildeo a 900degC formando os compostos reduzidos N2 CO2 H20 e SO2

Esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde seratildeo separados e

posteriormente detectados por sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

usando o software EAGER 300 na qual fornece a porcentagem de N C H S

contida na amostra

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio

Pesar aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em recipiente de prata eleva-se

a temperatura a 1060degC onde ocorre a piroacutelise Durante a piroacutelise satildeo formados N2

CO e H2 estes satildeo filtrados onde os compostos halogenados satildeo retidos

Posteriormente esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde o CO eacute

separado dos outros gases utilizando gaacutes heacutelio como carreador detectados por

sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

44 Caacutelculos

441 Produtividade em etanol no regime permanente

Petanol = DEf (Equaccedilatildeo 1)

80

Onde Petanol = Produtividade em etanol (g L-1 h-1)

D = vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

442 Rendimento do etanol no regime permanente

η = 1005110

1

ARTi

Ef (Equaccedilatildeo 2)

Onde η = rendimento em etanol ()

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

ARTi = Accediluacutecares redutores totais no mosto de entrada no reator (g L-1)

0511 = rendimento teoacuterico (estequiomeacutetrico) da conversatildeo de glicose em

etanol

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis

Tc

XiXmPx

(Equaccedilatildeo 3)

Onde PX = produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Tc = tempo de cultivo (dias)

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis

Nt

VXiXmY NX

(Equaccedilatildeo 4)

81

OndeYXN = Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

V = volume do meio (L)

Nt = quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa

Foram escolhidos os principais aacutetomos (C H 0 N e S) que formam as

macromoleacuteculas proteiacutenas carboidratos lipiacutedios RNA e DNA Um C-mol de

biomassa eacute definida como CX1HX2NX3OX4SX5 e os coeficientes atocircmicos Xi satildeo

calculados a partir da Equaccedilatildeo 5

MMc

fc

MMi

fiXi (Equaccedilatildeo 5)

fi = fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

MMi = Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

fc = fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

MMc = Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

Exemplo

Para se calcular o coeficiente atocircmico do hidrogecircnio em 1 C-mol de biomassa

no experimento 1 (Fonte de Carbono cilindro fonte de nitrogecircnio nitrato

intensidade luminosa 60 μmol de foacutetons m-2 s-1)

Teor de hidrogecircnio na biomassa foi de 662 e o teor de carbono foi de 543

o que corresponde a 662 mg de hidrogecircnio e 543 mg de carbono em 1 g da

biomassa Logo substituindo esses valores na Equaccedilatildeo 5 se encontra o coeficiente

atocircmico do hidrogecircnio de 146

12

543

1

66HX

XH = 146

82

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa

O grau de reduccedilatildeo (γ) de um composto orgacircnico eacute definido como o nuacutemero de

eleacutetrons envolvido na sua oxidaccedilatildeo Esse valor eacute a somatoacuteria da multiplicaccedilatildeo entre

os coeficientes atocircmicos e seu respectivo grau de reduccedilatildeo (HEI JNEN 2001)

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos

A energia de Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular por

unidade de biomassa (1YGX kJC-mol) foi estimada de acordo com Heijnen (2001)

pela Equaccedilatildeo 6

G

GXGX

m

YY

max

11 (Equaccedilatildeo 6)

max

GXY eacute o rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs que

corresponde a um valor de 986 C-molX kJ-1 em cultivos fotoautotroacutefico com CO2

como fonte de carbono (HEIJNEN 2001)

Nesta equaccedilatildeo a velocidade especiacutefica de crescimento μ foi definida de

acordo com Leduy e Zajic (1973) como

1

ln1

i

i

X

X

t (Equaccedilatildeo 7)

Onde Xi e Xi-1 satildeo as concentraccedilotildees de biomassa no final e iniacutecio do intervalo de

tempo decorrido entre as duas determinaccedilotildees consecutivas (Δt = 1 dia) enquanto

que mG eacute a energia de Gibbs utilizada para a manutenccedilatildeo celular correspondendo a

712 kJ C-molX -1 h-1 a 30degC (HEIJNEN 2001)

A estimativa o nuacutemero de foacutetons (Einsteins) para sustentar o crescimento

autotroacutefico nPh foi necessaacuterio recorrer ao balanccedilo de energia de Gibbs tendo em

conta as contribuiccedilotildees de energia para o crescimento e manutenccedilatildeo 1YGX e a

absorccedilatildeo de 1 Einstein de foacutetons ΔgPh em adiccedilatildeo aqueles de formaccedilatildeo de

substratos e produtos Δgfi como descitos pela equaccedilatildeo

ΔgfHCO3- + ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfH

+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0 (Equaccedilatildeo 8)

83

O valor de ΔgPh = 2062 kJ mol-1 foi estimado atraveacutes da equaccedilatildeo

A

Ph

hcNg (Equaccedilatildeo 9)

Sendo h = 662610-34 J a constante de Planck c = 299108 m s-1 a velocidade da

luz NA = 6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1 o numero de Avogadro e λ = 580 nm o

comprimento de onda do foton absorvido (Li et al 2001)

Calculando os valores de ΔgPh e nPh eacute possiacutevel estimar a energia molar de

Gibbs absorvida pela equaccedilatildeo 10

ΔGa = nPh ΔgPh (Equaccedilatildeo 10)

A energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese (ΔGa) foi assumida como a

soma da energia fixada pelo sistema para aumentar o seu proacuteprio conteuacutedo

entaacutelpicos (ΔH) a energia transformada em ATP usada para o crescimento e

manutenccedilao celular (ΔGATP) e a liberada como calor (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0 (Equaccedilatildeo 11)

Onde ΔGATP e ΔH foram calculados a partir do nPh a energia de Gibbs associada a 1

ATP mol e a media da variaccedilatildeo de potencial entre FSI e FSII (TORRE et al 2003)

A produccedilatildeo molar de O2 (qO2) e o consumo de H+ (qH+) foram calculados de

acordo com Torre et al (2003) multiplicando-se os seus coeficientes

estequiomeacutetricos pela concentraccedilatildeo celular expressa em C-mol L-1 e usando a

composiccedilatildeo elementar da biomassa experimental

84

5 Planejamento experimental

Os experimentos realizados estatildeo descritos na Tabela 2 Os valores de

intensidade luminosa foram escolhidos em funccedilatildeo do trabalho de Watanabe e Hall

(1995) O valor de pH foi fixado em 95 plusmn 02 de acordo com trabalho de Sanchez-

Luna et al (2007) e Tredici e Zittelli (1998) As adiccedilotildees diaacuterias de ureacuteia foram fixadas

com base na necessidade de nitrogecircnio da ceacutelula calculadas a partir dos resultados

das produtividades celulares obtidos nos experimentos padrotildees realizados utilizando

a fonte convencional de nitrogecircnio (NaNO3)

Para a realizaccedilatildeo dos ensaios padrotildees a concentraccedilatildeo de NaNO3

(SCHLOumlSSER 1982) foi mantida acima de 1 g L-1 para evitar a limitaccedilatildeo do

crescimento pela fonte de nitrogecircnio A partir da curva de crescimento experimental

utilizando o nitrato como fonte de nitrogecircnio para cada intensidade luminosa

estudada obteacutem-se uma equaccedilatildeo que representa a curva de crescimento teoacuterica e a

partir desta calcula-se a produtividade celular diaacuteria Considerando que as ceacutelulas

possuem 7 de nitrogecircnio (BEZERRA 2006) calcula-se a quantidade diaacuteria de

nitrogecircnio necessaacuteria para o crescimento celular obtendo-se assim a equaccedilatildeo de

adiccedilatildeo de nitrogecircnio amoniacal Por isso eacute necessaacuterio realizar uma curva de

crescimento padratildeo com NaNO3 para cada condiccedilatildeo analisada (diferentes

intensidades luminosas) A exemplificaccedilatildeo do escrito acima esta representado no

Item 62

Tabela 2 - Planejamento experimental

Experimento

Intensidade luminosa

( mol de foacutetons m-

2 s-1)

Fonte de nitrogecircnio

Controle de pH por CO2 de cilindro

Controle de pH por CO2 de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica

1 60 NaNO3 Sim Natildeo

2 60 Ureacuteia Sim Natildeo

3 60 NaNO3 Natildeo Sim

4 60 Ureacuteia Natildeo Sim

5 120 NaNO3 Sim Natildeo

6 120 Ureacuteia Sim Natildeo

7 120 NaNO3 Natildeo Sim

8 120 Ureacuteia Natildeo Sim

9 240 NaNO3 Sim Natildeo

10 24 0 Ureacuteia Sim Natildeo

11 240 NaNO3 Natildeo Sim

12 240 Ureacuteia Natildeo Sim

valor fixado em 95 com uso de CO2

85

6 Resultados e discussatildeo

No item 61 estatildeo descritos os resultados dos testes preliminares da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica e no item 62 estatildeo apresentados os resultados dos

experimentos 1 ao 12 referentes aos acompanhamentos dos cultivos ao longo do

tempo A concentraccedilatildeo celular concentraccedilatildeo de carbonato de nitrato de amocircnia e

ureacuteia foram apresentadas neste item

As determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo celular foram feitas diariamente enquanto

que as medidas de concentraccedilatildeo de nitrato amocircnia ureacuteia e de carbonato total no

meio de cultura em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes de amostra necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas de dois em dois dias

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas e fator

de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas estatildeo descritos no item 63 As

determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo de clorofila foram realizadas no final de cada

experimento e estatildeo descritas no item 64 e a avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

teor de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas estatildeo descritos no item 65

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas atraveacutes de anaacutelise de multivariacircncia e

diferenccedila entre as meacutedias em niacutevel de 5 de significacircncia visando-se examinar a

influecircncia de cada variaacutevel independente para os paracircmetros cineacuteticos Xm Px e

YXN bem como para o conteuacutedo de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos cinzas e teores

de clorofila a

As anaacutelises dos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos de A platensis

utilizando CO2 de cilindro estatildeo descritas no item 66 e a comparaccedilatildeo entre o perfil

de crescimento da A platensis em duas diferentes configuraccedilotildees de fotobioreator

tubular estaacute descrito no item 67

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Antes de iniciar os experimentos acoplando a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

com a produccedilatildeo de A platensis foram realizados testes para avaliar a influecircncia da

clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular a homogeneidade

do reator as vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo no processo contiacutenuo de modo a

obter regime permanente e produccedilatildeo gases suficiente para a correccedilatildeo do pH

durante o cultivo de A platensis

86

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular

Inicialmente foi proposto utilizar o melaccedilo de cana-de-accediluacutecar clarificado e

esterilizado no entanto devido as dificuldade operacionais como por exemplo

grandes volumes de melaccedilo que seria utilizado para a manutenccedilatildeo do processo

contiacutenuo optou-se por utilizar o melaccedilo natildeo clarificado e natildeo esterilizado uma vez

que nas usinas brasileiras natildeo eacute empregado atualmente esse preacute-tratamento do

melaccedilo (LIMA et al 2001) Dhamija et al (1982) relata que os custos adicionais

para o preacute-tratamento de melaccedilo e da levedura reciclada pode limitar o uso do

processo Portanto a teacutecnica de reciclo de leveduras por centrifugaccedilatildeo e uso de

melaccedilo natildeo clarificado torna o processo mais econocircmico

O melaccedilo de cana-de-accediluacutecar possui aproximadamente 50 de accediluacutecares

(sacarose 25 a 40 glicose e frutose 12 a 35) aacutegua carboidratos cinzas

metais pesados compostos nitrogenados e em menor quantidade aacutecidos natildeo

nitrogenados (aacutecido ciacutetrico acido maacutelico oxaacutelico glicoacutelico) ceras esteroacuteides e

vitaminas (ROUKAS 1998) Vaacuterios fatores influenciam na composiccedilatildeo do melaccedilo ou

mel final os meacutetodos de fabricaccedilatildeo do accediluacutecar o tempo de armazenamento e as

regiotildees do plantio Este elevado teor de accediluacutecar eacute a razatildeo porque o melaccedilo eacute

largamente utilizado na induacutestria de fermentaccedilatildeo em particular produccedilatildeo de etanol

O emprego do melaccedilo natildeo tratado poderia influenciar a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular por massa seca uma vez que no melaccedilo conteacutem aleacutem da

sacarose diversos outros resiacuteduos que poderiam ficar retidos na membrana de

filtraccedilatildeo dificultando esse processo eou resultando no falso aumento da

concentraccedilatildeo celular Por isso realizou-se um teste para avaliar se o natildeo tratamento

do melaccedilo influenciaria na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular Os resultados e a

anaacutelise estatiacutestica da diferenccedila entre as meacutedias estatildeo descritos na Tabela 3

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado

Melaccedilo natildeo clarificado (gL-1) Melaccedilo clarificado (gL-1)

1110 1010

1094 1074

1082 1004

Meacutedia = 109 plusmn 014ordf Meacutedia = 103 plusmn 040a

Diferenccedila percentual = 640

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

87

Como se pode observar na Tabela 3 as meacutedias da concentraccedilatildeo celular

determinada por massa seca foram estatisticamente iguais nas duas condiccedilotildees de

melaccedilo avaliadas melaccedilo clarificado e melaccedilo natildeo clarificado Com esses

resultados optou-se utilizar o melaccedilo natildeo clarificado uma vez que no acircmbito

industrial o processo de clarificaccedilatildeo aumenta os custos operacionais resultando em

um aumento dos custos do produto final Por isso estudos sobre os preacute-tratamentos

do melaccedilo de cana-de-accediluacutecar tecircm sido desenvolvidos para que viabilizem natildeo soacute a

obtenccedilatildeo dos produtos mas tambeacutem as etapas de recuperaccedilatildeo e purificaccedilatildeo sem

aumento excessivo no custo do processo (VALDUGA et al 2007)

612 Teste de homogeneidade do reator

O teste de homogeneidade no reator foi realizado com o objetivo de se avaliar

se as amostras retiradas em qualquer lugar do reator podem ser consideradas

equivalentes com um risco de erro estatisticamente determinado neste trabalho em

10 Para isso o teste de homogeneidade foi realizado de acordo com Koshimizu et

al (1983)

Na Tabela 4 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular e o logaritmo

da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo com uma vazatildeo de alimentaccedilatildeo de

0124 h-1 A homogeneidade do reator eacute verificada se a queda da concentraccedilatildeo

celular for uma funccedilatildeo exponencial

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo

Tempo (horas) [X] (g L-1) Ln X

05 89 094939 10 72 085733 15 62 079379

20 57 075587

25 50 070070 30 46 066651 35 39 059988 40 33 051851 45 30 048287 50 25 039445

Aplicando-se o logaritmo neperiano aos valores do [X] (Tabela 4) e

construindo um graacutefico ln X em funccedilatildeo do tempo obtecircm-se a equaccedilatildeo da reta onde

o coeficiente angular da reta obtida eacute igual agrave vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo do

sistema teoacuterico (Dt)

88

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo

O valor de Dt obtido pela reta eacute igual a 0115 h-1 que se comparado ao valor

calculado 0124 h-1 apresenta uma diferenccedila de 78 indicando que o sistema

pode ser considerado homogecircneo (KOSHIMIZU et al 1983)

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D)

O efeito da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D 01 h-1 005 h-1 e 0025 h-1) na

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi avaliada para a produccedilatildeo de etanol Os

resultados satildeo mostrados nos Graacuteficos de 5 a 7

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e

accediluacutecar redutor total (ART) para D = 01 h-1

y = -01151x + 09884 Rsup2 = 09912

0010203040506070809

1

0 1 2 3 4 5 6

Ln

X

Tempo (h)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

89

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1

Como se pode observar nos Graacuteficos de 5 a 7 foi possiacutevel a obtenccedilatildeo do

regime permanente nos 3 valores de D empregados indicando a adequaccedilatildeo desses

valores e da concentraccedilatildeo de ART agrave velocidade de crescimento do micro-organismo

Nos ensaios de fermentaccedilatildeo contiacutenua a condiccedilatildeo de estado estacionaacuterio foi

obtida apoacutes trecircs tempos de residecircncia sem qualquer tipo de problema operacional

como obstruccedilatildeo do tubo de retirada de caldo crescimento na parede e mistura

imperfeita O Graacutefico 5 mostra um resultado tiacutepico em termos de perfis de

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

90

concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de glicose (S) e concentraccedilatildeo de etanol (E)

No estado estacionaacuterio (D = 01 h-1) a concentraccedilatildeo de ART residual na saiacuteda do

reator foi de 9421plusmn449 g L-1 a concentraccedilatildeo celular foi de 547plusmn047 g L-1 e a

concentraccedilatildeo de etanol de 4169plusmn163 g L-1 Com a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de

alimentaccedilatildeo para D = 005 h-1 (Graacutefico 5) a concentraccedilatildeo de glicose residual reduziu

para cerca de 4780plusmn870 g L-1 e as concentraccedilotildees de etanol e celular aumentaram

para 4542plusmn31 g L-1 e 618plusmn077 g L-1 respectivamente devido ao maior tempo de

residecircncia nessa segunda condiccedilatildeo Reduzindo a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

para 0025 h-1 (Graacutefico 6) a concentraccedilatildeo de etanol aumentou para 553plusmn757 g L-1

Isso porque menor a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo maior o tempo de contato

entre as ceacutelulas e o accediluacutecar convertendo-o mais eficientemente no etanol Esse

resultado mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo aumenta a

produtividade em etanol

Similarmente Perego Jr (1979) observaram que a diminuiccedilatildeo da vazatildeo

especiacutefica de 0117 para 0049 h-1 durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

menores foram os valores de ART residual 58 g L-1 e 28 g L-1 respectivamente Por

outro lado a concentraccedilatildeo de etanol aumentou de 496 g L-1 para 68 g L-1 e a

concentraccedilatildeo celular reduziu de 67 g L-1 para 53 g L-1 Esses valores diferiram do

presente trabalho devido agraves diferentes cepas de Saccharomyces cerevisieae bem

como o melaccedilo utilizado O melaccedilo por ser um produto natural varia de composiccedilatildeo

de acordo com o clima solo tempo de colheira

Na Tabela 5 mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo levou a

um aumento no rendimento do processo obtendo maior valor de 636 no emprego

de D igual a 0025 h-1 O aumento na vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo proporciona

um aumento do fluxo de entrada de accediluacutecar provavelmente superior ao aumento da

velocidade de consumo levando a uma diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

aumento da concentraccedilatildeo de ART residual e consequentemente diminuiccedilatildeo da

eficiecircncia de transformaccedilatildeo O rendimento representa a eficiecircncia da fermentaccedilatildeo

alcooacutelica tomando como base a equaccedilatildeo estequiomeacutetrica de Gay-Lussac onde a

relaccedilatildeo teoacuterica para 100 de eficiecircncia de conversatildeo de hexose em etanol eacute de

0511g de etanol produzido para cada grama de hexose consumida

91

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1

D (h-1)

XP (gL-1)

ARTf

(gL-1) Ef

(gL-1) η

() Px

(g L-1 h-1) Pe

(g L-1 h-1)

0100 547plusmn047 942plusmn449 417plusmn163 4799 055 417

0050 618plusmn077 478plusmn870 454plusmn310 5229 031 227

0025 609plusmn054 532plusmn567 553plusmn757 6364 015 138

D vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo Xp meacutedia dos valores de concentraccedilatildeo celular ao longo do regime permanente e seus desvios padrotildees ARTf accediluacutecares redutores totais no caldo fermentado Ef oncentraccedilatildeo de etanol no caldo fermentado η Rendimento do processo Px Produtividade em ceacutelulas Pe Produtividade em etanol

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica vaacuterios fatores podem influenciar no rendimento do

processo ou seja a conversatildeo de accediluacutecar em etanol entre eles a concentraccedilatildeo de

accediluacutecar e o fluxo pelo qual ele eacute adicionado e removido do reator (em processos

contiacutenuos) pH concentraccedilatildeo celular presenccedila de bacteacuterias contaminantes e o tipo

de processo adotado Na induacutestria o rendimento do processo eacute calculado baseado

na concentraccedilatildeo de accediluacutecar total que entra no sistema fermentativo sem considerar o

accediluacutecar residual podendo ser maior que 90 a 93 do valor teoacuterico da conversatildeo de

glicose em etanol (INGLEDEW 1999)

O processo de fermentaccedilatildeo mais comumente utilizado nas destilarias do

Brasil eacute utilizando a recuperaccedilatildeo de leveduras atraveacutes da centrifugaccedilatildeo do vinho

Aproximadamente 90 da levedura satildeo reutilizadas de uma fermentaccedilatildeo para a

proacutexima Esta suspensatildeo de fermento diluiacutedo e acidificado conhecido na praacutetica

com o nome de peacute-de-cuba permanece em agitaccedilatildeo de uma a trecircs horas antes de

retornar agrave dorna de fermentaccedilatildeo resultando em altas densidades celulares dentro

do reator (10-17 pv) e contribuindo para um tempo de fermentaccedilatildeo curto Isso

favorece a valores de conversotildees teoacutericos de accediluacutecares em etanol de 90 a 92

(BASSO et al 2008) valores maiores do que os obtidos no presente trabalho

(Tabela 5)

Em termos de produtividades a Tabela 5 mostra que as maacuteximas

produtividades em ceacutelulas (Px) e em etanol (Pe) foram obtidas para um alto valor de

D (01 h-1) de cerca de 055 g L-1 h-1 e 417 g L-1 h-1 respectivamente Por outro

92

lado nessas condiccedilotildees o rendimento em etanol obteve menor valor (48) Quando

a taxa de diluiccedilatildeo eacute alta os accediluacutecares satildeo adicionados a uma velocidade mais raacutepida

do que satildeo consumidos logo a perda de accediluacutecar aumenta e a concentraccedilatildeo de

etanol reduz diminuindo consequentemente a eficiecircncia do processo Como se pode

observar no trabalho de Melzoch et al (1991) a produtividade de etanol maacutexima foi

de 15 g L-1 h-1 no regime permanente com uma concentraccedilatildeo de S cereviseae de 46

g L-1 e concentraccedilatildeo de etanol de 81 g L-1 em bioreator agitado continuamente com

reciclo total de ceacutelulas utilizando a ultrafiltraccedilatildeo

Nas condiccedilotildees adotadas nessa fermentaccedilatildeo com ART de 170gL-1 optou-se

por aplicar D igual a 0025 h-1 por obter um maior valor de rendimento alcooacutelico e

gerar CO2 suficiente a ser incorporado nos cultivos de A platensis em fotobiorreator

tubular

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste

De acordo com os resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas

foram encontrados nos gaacutes de arraste da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

predominacircncia de (CO2) pequenas proporccedilotildees de etanol (C2H6O) e elementos

traccedilos de acetaldeiacutedo (C2H4O) Isso estaacute de acordo com Romano et al (2003) que

relataram as transformaccedilotildees quiacutemicas durante a fermentaccedilatildeo por leveduras

produzem principalmente CO2 e etanol e em menores quantidades a formaccedilatildeo de

CVOs Basso et al (1996) relata que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura

os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de

gaacutes carbocircnico e o restante satildeo formados por outros compostos orgacircnicos tais como

glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos

majoritaacuterios produzidos durante a fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por

Saccharomyces cerevisiae encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol

aacutelcool isoamiacutelico acetato de etila (CAEHOT et al 1991)

93

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis

Experimento 1

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 405 plusmn 27 1155 plusmn 000

1 590 plusmn 32 -

2 884 plusmn 24 1193 plusmn 027

3 1248 plusmn 202 -

4 1368 plusmn 99 1186 plusmn 026

5 1914 plusmn 19 -

6 2292 plusmn 103 1131 plusmn 021

7 2379 plusmn 46 -

8 2899 plusmn 17 1124 plusmn 021

9 2831 plusmn 22 -

10 2952 plusmn 76 1106 plusmn 064

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

94

Experimento 2

Fonte de nitrogecircnio = ureacuteia Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de

nitrogecircnio (mM dia -1)

0 0484

1 0691

2 0832

3 0906

4 0913

5 0853

6 0726

7 0533

8 0277

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

0 2 4 6 8 10

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

95

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 406 plusmn 000 1155 plusmn 000 - -

1 534 plusmn 49 - - -

2 906 plusmn 18 1155 plusmn 027- 132E-05 240E-04

3 1059 plusmn 37 - - -

4 1538 plusmn 137 1290 plusmn 004 136E-05 197E-04

5 2003 plusmn 94 - - -

6 2330 plusmn 28 1154 plusmn 125 135E-05 212E-04

7 2602 plusmn 25 - - -

8 2847 plusmn 0 1002 plusmn 089 338E-06 827E-04

9 2869 plusmn 14 - - -

10 2847 plusmn 56 1078 plusmn 018 681E-04

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

96

Experimento 3

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 490plusmn0 1155 plusmn 000

1 591plusmn92 -

2 1193plusmn87 1224 plusmn 05

3 1430plusmn10 -

4 1959plusmn197 1234 plusmn 023

5 2161plusmn171 -

6 2445plusmn48 129 plusmn 005

7 2621plusmn102 -

8 2789plusmn82 1138 plusmn 104

9 2782plusmn125 -

10 2832plusmn89 111 plusmn 104

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 5 10 15

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

97

Experimento 4

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa = 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 086

1 088

2 088

3 084

4 078

5 068

6 055

7 039

8 020

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

0 2 4 6 8 10

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

98

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 494plusmn0 1155plusmn000 - 284E-04

1 618plusmn74 - - -

2 1213plusmn59 1139 plusmn 069 218E-04

3 1498plusmn33 - - -

4 1874plusmn76 1095 plusmn 05 324E-05 221E-04

5 2250plusmn44 - - -

6 2516plusmn147 1083 plusmn 139 42E-04 829E-04

7 2694plusmn105 - - -

8 2867plusmn28 1086 plusmn 091 13E-03 308E-05

9 2871plusmn34 - -

10 2860plusmn61 118 plusmn 071 35E-04 202E-03

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

99

Experimento 5

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 406 plusmn 0 1155 plusmn 000

1 529 plusmn 22 -

2 894 plusmn 4 1155 plusmn 080

3 1401 plusmn 76 -

4 2118 plusmn 82 1191 plusmn 136

5 2584 plusmn 50 -

6 3209 plusmn 110 1134 plusmn 003

7 3262 plusmn 115 -

8 3302 plusmn 100 1212 plusmn 000

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

100

Experimento 6

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 0485

1 1010

2 1335

3 1462

4 1389

5 1117

6 0645

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

101

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 309 plusmn 00 1155 plusmn 000 - -

1 548 plusmn 10 - - -

2 797 plusmn 7 1117 plusmn 134 214E-05 197E-05

3 1267 plusmn 163 - - -

4 2062 plusmn 92 1101 plusmn 004 291E-06 182E-06

5 2558 plusmn 170 - - -

6 2980 plusmn 103 1253 plusmn 058 119E-06 252E-06

7 3093 plusmn 234 - - -

8 3266 plusmn 50 1033 plusmn 004 275E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

102

Experimento 7

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 477 plusmn000 1155 plusmn 000

1 954 plusmn135 -

2 1151 plusmn140 1224 plusmn 080

3 1667 plusmn70 -

4 2165 plusmn256 1233 plusmn 136

5 2516 plusmn147 -

6 2969 plusmn23 1134 plusmn 035

7 2827 plusmn28 -

8 2969 plusmn59 1112 plusmn 114

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

103

Experimento 8

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 105

1 115

2 117

3 110

4 095

5 070

6 037

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

104

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 445 plusmn0 1155 plusmn 000 - -

1 767 plusmn46 - - -

2 1053 plusmn50 1117 plusmn 134 430E-04 307E-05

3 1554 plusmn31 - - -

4 2158 plusmn143 1101 plusmn 004 477E-04 273E-06

5 2552 plusmn87 - - -

6 2952 plusmn35 1253 plusmn 058 166E-04 54E-06

7 3048 plusmn96 - - -

8 3079 plusmn86 1033 plusmn 004 367E-05 194E-06

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

105

Experimento 9

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 410 plusmn 0 1155plusmn000

1 815 plusmn 94 -

2 1297 plusmn 206 1117plusmn027

3 2174 plusmn 90 -

4 2625 plusmn 297 1264plusmn033

5 2994 plusmn 213 -

6 3291 plusmn 207 1246plusmn112

7 3422 plusmn 172 -

8 3299 plusmn 117 1045plusmn064

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

106

Experimento 10

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 101

1 134

2 148

3 145

4 123

5 083

6 025

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

107

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 402 plusmn 000 1155plusmn000 - -

1 461 plusmn 62 - - -

2 839 plusmn 139 1003 plusmn 080 27994E-05

3 1705 plusmn 89 - - -

4 2663 plusmn 95 1120 plusmn 130 153E-05 65768E-06

5 3015 plusmn 78 - - -

6 3236 plusmn 72 1101 plusmn 058 178E-05 95016E-05

7 3307 plusmn 30 - - -

8 3293 plusmn 113 1200 plusmn 017 232E-06 75662E-05

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

Xm

(m

gL

-1)

Tempo (dias)

108

Experimento 11

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 358plusmn0 1155plusmn000

1 976plusmn53 -

2 1298plusmn61 1003plusmn27

3 1928plusmn78 -

4 2428plusmn207 1141plusmn014

5 2834plusmn199 -

6 3102plusmn130 1053plusmn161

7 2969plusmn59 -

8 3109plusmn19 965plusmn079

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

109

Experimento 12

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 107

1 126

2 132

3 126

4 107

5 077

6 033

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

110

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 400plusmn0 1155plusmn000 - -

1 625plusmn228 - - -

2 1095plusmn802 1003 plusmn 080 477E-05

3 1562plusmn357 - -

4 1912plusmn47 1120 plusmn 130 95E-05 110E-04

5 2609plusmn231 - -

6 3071plusmn111 1101 plusmn 058 220E-05 126E-04

7 3180plusmn820 - -

8 3200plusmn734 1200 plusmn 017 25E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12

Resultados do processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de Arthrospira

(Spirulina) platensis utilizando CO2 proveniente de cilindro ou de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica com diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato de soacutedio ou ureacuteia) e intensidade

luminosas (60 120 ou 240 mol de foacutetons m-2 s-1) podem ser observados nos

Graacuteficos 8 10 11 13 14 17 18 20 22 23 e 26

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

111

Os perfis das curvas de crescimento foram semelhantes com ausecircncia da fase

lag no cultivo de A platensis no iniacutecio do cultivo crescendo exponencialmente e

estabilizando na fase estacionaacuteria As diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato e ureacuteia)

utilizadas nas diferentes intensidades luminosas (60 120 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1

avaliadas) natildeo influenciaram nos perfis das curvas de crescimento Essa

caracteriacutestica foi observada em trabalhos anteriores de Pelizer et al (2003) e Danesi

et al (2002) Isso se deve a semelhanccedila nas condiccedilotildees de crescimento tais como

composiccedilatildeo quiacutemica do meio de cultura e temperatura de crescimento entre a

preparaccedilatildeo do inoacuteculo e o cultivo Outro fator eacute que as ceacutelulas para a preparaccedilatildeo do

inoacuteculo estavam na fase exponencial de crescimento isto eacute o inoacuteculo era um cultivo

jovem constituiacutedo de ceacutelulas ativas De fato Pelizer et al (2003) que trabalharam

com KNO3 como fonte de nitrogecircnio relataram a influecircncia da idade do inoacuteculo no

crescimento da S platensis comprovando que a utilizaccedilatildeo de inoacuteculo no 6ordm dia de

cultivo proporcionou maiores valores no crescimento celular em cultivos realizados

em minitanques Nessas condiccedilotildees tambeacutem natildeo detectaram fase lag de

crescimento

Autores como Danesi et al (2002) trabalhando com ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio tambeacutem natildeo observaram a presenccedila de fase lag no cultivo de S

platensis De fato mesmo em cultivos onde o inoacuteculo foi cultivado em meio com

nitrato como eacute o caso do presente trabalho seria esperado que o uso de fontes de

nitrogecircnio que levem agrave presenccedila de amocircnia no meio de cultivo natildeo apresentasse

fase lag de crescimento celular pois a amocircnia eacute a fonte de nitrogecircnio

preferencialmente utilizada pela S platensis (BOUSSIBA 1989 BELKIN

BOUSSIBA 1991b)

A fonte de nitrogecircnio no meio de cultura eacute nutriente fundamental para o

crescimento de micro-organismos fotossintetizantes (WEN CHEN 2001) Diferentes

fontes de nitrogecircnio inorgacircnico para o cultivo de S platensis tem sido estudados tais

como cloreto de amocircnio (CARVALHO et al 2004) sulfato de amocircnio (SOLETTO et

al 2005) nitrato de amocircnio fosfato de amocircnio (COSTA et al 2001) nitrato de soacutedio

(SCHLOumlSSER 1982) nitrato de potaacutessio (PAOLLETI 1975) e ureacuteia (SAacuteNCHEZ-

LUNA et al 2004)

Comparando-se os cultivos com nitrato (Graacuteficos 8 11 14 17 20 e 23) e os

cultivos com ureacuteia (Graacuteficos 10 13 16 19 22 e 25) para cada intensidade luminosa

e fonte de CO2 estudada observam-se que as curvas de crescimento dos cultivos e

112

as concentraccedilotildees celulares diaacuterias com ureacuteia foram semelhantes as curvas de

crescimentos e as concentraccedilotildees celulares diaacuterias utilizando nitrato Isso mostra que

a equaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo com ureacuteia (Graacuteficos 9 12 15 18 21 e 24) obtida em

cada intensidade luminosa e fonte de CO2 reproduziu seu respectivo cultivo

utilizando o nitrato

Como pode ser observado nas Tabelas 8 1114 17 20 e 23 as concentraccedilotildees

de amocircnia e ureacuteia residual durante os cultivos sempre apresentaram concentraccedilotildees

inferiores ou proacuteximas 10-4 molar mostrando que natildeo houve acuacutemulo de amocircnia e

ureacuteia residual nos cultivos e essa concentraccedilatildeo tambeacutem satildeo consideradas natildeo

toacutexicas pois esta concentraccedilatildeo torna-se toacutexica numa concentraccedilatildeo acima de 10 mM

e inibitoacuteria na concentraccedilatildeo de 17 mM a 2 mM (ABELIOVICH AZOV 1976

CARVALHO et al 2004 CONVERTI et al 2006b)

O nitrato eacute fonte de nitrogecircnio convencional nos cultivos de micro-oganismo e eacute

encontrado em abundacircncia em ambientes naturais No entanto o emprego de

nitrato em meio sinteacutetico utilizado na produccedilatildeo comercial de micro-organismos

pode aumentar custo do produto final Por isso fontes de nitrogecircnio alternativas tecircm

sido estudadas visando agrave reduccedilatildeo nos custo de produccedilatildeo

Ureacuteia tem sido considerada uma fonte alternativa de nitrogecircnio no cultivo de S

platensis por proporcionar um aumento da concentraccedilatildeo celular (SASSANO et al

2004 SOLETTO et al 2005 DANESI et al 2004) e por ter alta competitividade

econocircmica Isso decorre do seu baixo custo e alto conteuacutedo de nitrogecircnio tendo

como consequumlecircncia o baixo custo por unidade de nitrogecircnio quando comparada a

outras fontes de nitrogecircnio

A ureacuteia quando hidrolisada origina duas moleacuteculas de amocircnia e uma de

dioacutexido de carbono Essa conversatildeo ocorre primeiramente quando a ureacuteia

(CO(NH2)2) combina com a aacutegua (hidroacutelise) e forma o carbonato de amocircnio

((NH4)2CO3) Esse composto eacute instaacutevel e decompotildee para formar o gaacutes amocircnia (NH3)

e o dioacutexido de carbono (CO2) (DORN 2007) A amocircnia por sua vez eacute uma moleacutecula

pequena e natildeo carregada que se move relativamente livre atraveacutes da bicamada

lipiacutedica Um possiacutevel mecanismo para a assimilaccedilatildeo da amocircnia pode envolver a

simples difusatildeo da amocircnia seguindo pelo seu aprisionamento atraveacutes da

protonaccedilatildeo uma vez que dependendo do pH (pH 8) em que se encontra a amocircnia

reage com a aacutegua formando o iacuteon amocircnio (NH4+) Portanto a membrana eacute

permeaacutevel agrave amocircnia mas impermeaacutevel ao iacuteon amocircnio (BOUSSIBA et al 1984)

113

Costa et al (2001) em estudos comparativos usando diferentes fontes de

nitrogecircnio em processo descontiacutenuo no cultivo de S platensis observaram que

001 M de ureacuteia ou nitrato de amocircnio proporcionaram maiores concentraccedilotildees

celulares de aproximadamente 1g L-1 natildeo diferindo estatisticamente do cultivo com

o nitrato de soacutedio No entanto nos cultivos com maiores concentraccedilotildees dessas

fontes de nitrogecircnio (003 M e 005 M) natildeo houve crescimento celular

Costa et al (2004) avaliaram o crescimento da S platensis na lagoa Mangueira

suplementando ureacuteia por processo descontiacutenuo alimentado e observaram um

aumento de 267 vezes na concentraccedilatildeo da biomassa no cultivo suplementado com

1125 mg L-1 de ureacuteia quando comparada nos cultivos natildeo suplementado com ureacuteia

No entanto nos cultivos com 2250 mg L-1 de ureacuteia houve uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo celular Isso sugere que a adiccedilatildeo de ureacuteia na lagoa Mangueira eacute

beneacutefica ao crescimento da S platensis mas se adicionada em altas concentraccedilotildees

podem inibir o crescimento Por outro lado Soletto et al (2005) compararam cultivos

de S platensis utilizando processo descontiacutenuo com a mesma concentraccedilatildeo de

sulfato de amocircnio ou ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e observaram que na

concentraccedilatildeo de 17 mM houve um raacutepido crescimento da biomassa quando

utilizado ureacuteia e houve uma inibiccedilatildeo no crescimento quando utilizado o sulfato de

amocircnio Como sugerido em trabalhos preacutevios a accedilatildeo simultacircnea das condiccedilotildees

alcalina (DANESI et al 2002) e a accedilatildeo da urease (CARVAJAL et al 1982

SHIMAMATSU 2004) poderia ter promovido a hidroacutelise da ureacuteia em amocircnia

acoplado com a assimilaccedilatildeo da amocircnia pelas ceacutelulas minimizando portanto a

inibiccedilatildeo pela amocircnia

Sassano et al (2004) observaram que utilizando 500 mg L-1 de massa total de

ureacuteia alimentada durante 12 dias proporcionou aumento na concentraccedilatildeo de S

platensis em minitanques quando comparadas ao emprego do nitrato

Su et al (2007) observaram que o maior desempenho em termos de

rendimento de biomassa e conteuacutedo de lipiacutedios durante o crescimento da Isochrysis

galbana foi no meio contendo ureacuteia como fonte de nitrogecircnio indicando que a ureacuteia

eacute a fonte preferencial de nitrogecircnio em relaccedilatildeo ao (NH4)2SO4 e NH4Cl

O emprego da ureacuteia pode levar a inibiccedilatildeo do crescimento celular Em condiccedilatildeo

alcalina ou a presenccedila de urease no meio de cultivo hidrolisa uma moleacutecula de ureacuteia

em duas moleacuteculas de amocircnia e esta em altas concentraccedilotildees eacute considerada toacutexica

para as ceacutelulas (SASSANO et al 2004) Por outro lado quando em baixas

114

concentraccedilotildees podem limitar o crescimento uma vez que a presenccedila nitrogecircnio eacute

fundamental para o crescimento e manutenccedilatildeo celular Por isso o modo de adiccedilatildeo

de ureacuteia eacute importante para melhorar a produtividade do cultivo

O modo de alimentaccedilatildeo empregado no cultivo de ureacuteia pode prevenir o

acuacutemulo ou a falta desse nutriente no cultivo Sanchez-Luna et al (2004) relataram

que a adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia a uma taxa constante pode ser usada no cultivo de S

platensis implicando em baixo custo na produccedilatildeo da biomassa por natildeo precisar de

bombas para alimentaccedilatildeo

A baixa concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no cultivo limita o crescimento celular Por

outro lado a alta concentraccedilatildeo de nitrogecircnio inibe o mesmo Deste modo foram

feitos cultivos de A platensis utilizando a fonte de nitrogecircnio convencional (NaNO3)

para se observar a necessidade diaacuteria de nitrogecircnio consumida pelas ceacutelulas nas

diferentes intensidades luminosas e com base nessas curvas de crescimento

obtidas foram calculadas as quantidades de ureacuteia diaacuteria necessaacuterias visando evitar

a limitaccedilatildeo ou inibiccedilatildeo de crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio como pode-se

observar nas Tabelas 7 9 10 13 16 19 e 22 Aleacutem disso foi empregado o

processo descontiacutenuo alimentado que deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da A platensis desde que a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio

soluacutevel possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

Outro fator importante no crescimento celular de micro-organismos

fotossintetizantes eacute a intensidade luminosa Nas culturas fotossinteacuteticas a

quantidade de energia luminosa captadas pelas ceacutelulas tem uma relaccedilatildeo direta com

a capacidade de fixaccedilatildeo do CO2 consequentemente a luz determina a

produtividade e a taxa de crescimento celular As diferentes intensidades luminosas

estudadas influenciaram nas concentraccedilotildees celulares maacuteximas Um aumento da

intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 para 120 mol de foacutetons m-2 s-1

houve um aumento no valor da concentraccedilatildeo celular maacutexima No entanto um

aumento da intensidade luminosa de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 para 240 mol de

foacutetons m-2 s-1 as concentraccedilotildees celulares maacuteximas obtiveram valores proacuteximos

Geralmente a taxa de crescimento das ceacutelulas microalgas aumenta com a

intensidade luminosa e a taxa atinge um valor de saturaccedilatildeo quanto maior for a

intensidade luminosa porque o excesso da energia luminosa natildeo pode ser utilizada

para a fotossiacutentese nas ceacutelulas e quando submetidas a um valor de intensidade

115

luminosa ainda maior o crescimento celular eacute reprimido como relatado por Hirata et

al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a)

Segundo Hirata et al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a) existe uma

correlaccedilatildeo entre o crescimento da Arthrospira ssp e a intensidade luminosa que satildeo

definidas por regiotildees denominadas regiatildeo limitada por luz saturada por luz e inibida

por luz A regiatildeo saturada por luz eacute definida como alta intensidade luminosa onde o

crescimento celular independe da intensidade luminosa Essa regiatildeo saturada por

luz pode ser observada no presente trabalho uma vez que o aumento da

intensidade luminosa natildeo interferiu na concentraccedilatildeo celular maacutexima O intervalo da

intensidade luminosa dessas regiotildees depende de vaacuterios fatores como configuraccedilatildeo

do reator micro-organismo condiccedilotildees de cultivo

S platensis cultivada em reator retangular alcanccedilou um aumento no valor da

velocidade especiacutefica de crescimento com o aumentou da intensidade luminosa de 8

a 34 W m-2 mas foi reduzido quando a intensidade luminosa aumentou de 34 W m-2

(156 mol de foacutetons m-2 s-1) para 158 W m-2 (724 mol de foacutetons m-2 s-1) e foi

completamente reprimida a 158 W m-2 (HIRATA et al 1998) Chojnacka e Noworyta

(2004a) avaliando o cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular

tambeacutem concluiacuteram que a velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o

aumento da intensidade luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa e acima desse valor

(50 W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo

Nos cultivos sob maiores intensidades luminosas (120 e 240 mol de foacutetons m-2

s-1) desenvolveram uma coloraccedilatildeo amarelada no decorrer do cultivo por outro lado

no cultivo a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 as ceacutelulas apresentaram uma coloraccedilatildeo mais

verde-azulada claacutessica Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees limitantes de

nitrogecircnio o conteuacutedo de clorofila da S platensis diminui apresentando uma

coloraccedilatildeo verde-amarelada ao contraacuterio da coloraccedilatildeo verde-azulada claacutessica

(CARVALHO et al 2004) No entanto no presente estudo como natildeo houve

limitaccedilatildeo de nitrogecircnio durante os cultivos essa coloraccedilatildeo amarelada pode ser

devido agrave alta intensidade luminosa uma vez que as intensidades luminosas

estudadas atingiram a regiatildeo saturado por luz como definido por Hirata et al (1998)

e Chojnacka e Noworyta (2004a) Do mesmo modo Vonshak et al (1996) relataram

que o crescimento da S platensis torna-se saturado a um intervalo de 150 a 200

116

mol de foacutetons m-2 s-1 e esta faixa da intensidade luminosa corresponde a

aproximadamente de 10-15 da radiaccedilatildeo solar total a 400-700 nm

Geralmente o pH do meio aumenta durante o crescimento celular devido agrave

assimilaccedilatildeo da fonte de carbono o bicarbonato durante a fotossiacutentese (WATANABE

et al 1995 BINAGHI et al 2003) Os iacuteons bicarbonato satildeo transportados

ativamente para o interior celular convertidos a carbonato e gaacutes carbocircnico que eacute

utilizado na fotossiacutentese Para cada moleacutecula de CO2 utilizada pela ceacutelula ocorre a

liberaccedilatildeo de um iacuteon carbonato O pH da cultura foi mantido a 95 02 (SANCHEZ-

LUNA et al 2007 TREDICI ZITTELLI 1998) logo o CO2 consumido pelo micro-

organismo foi reposto por CO2 natildeo havendo modificaccedilotildees severas do pH o que

acarretaria uma reduccedilatildeo no crescimento da S platensis Valores de pH altos por

exemplo acima de 11 pode ser um fator no qual restringe a produtividade no

sistema air-lift usando ar natildeo suplementado com CO2 (WATANABE et al 1995)

Normalmente culturas de microorganismos fotossinteacuteticos usam como fonte

de carbono o bicarbonato eou carbonato Estes nutrientes satildeo adicionados em

grande quantidade no meio Schloumlsser para o cultivo de A platensis (1208 g L-1)

Adicionalmente estes micro-organismos tecircm a capacidade de fixar CO2 como fonte

de carbono na qual eacute liberado pelos efluentes industriais Logo este CO2 pode ser

adicionado ou substituiacutedo no meio de cultura reduzindo os custos da produccedilatildeo de

microorganismos fotossinteacuteticos bem como reduzindo os problemas ambientais

causados por esse gaacutes

O sequestramento de CO2 mostrou ser efetivo nas ceacutelulas de Chlorella

vulgaris e a presenccedila da mistura de CVOs (benzeno tolueno acetona metanol e

naftaleno) presente no efluente natildeo interferiu no uso desse CO2 e adicionalmente

11 dos CVOs foram removidos (KEFFER KLEINHEINZ 2002)

Diferentes autores relataram sobre o crescimento mixotroacutefico da A platensis

na presenccedila de glicose (ZHANG et al 1998 CHOJNACKA NOWORYTA 2004) ou

acetato (CHEN et al 2006) Maacuterquez et al (1993) mostraram que a S platensis eacute

capaz de crescer heterotroficamente ou mixotroficamente na presenccedila de glicose

sugerindo que o crescimento autotroacutefico e heterotroacutefico satildeo independentes Em

cultivos mixotroacuteficos o CO2 e composto orgacircnico satildeo assimilados conjuntamente

podendo ser um processo mais eficiente para a produccedilatildeo de biomassa microalgal

desde que isto implica em uma economia em energia usada para a siacutentese do

aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo do carbono (LEE 2004) Chen et al (2006)

117

mostraram que o acetato pode ser usado como fonte de carbono em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis para a produccedilatildeo de vaacuterios pigmentos fotossinteacuteticos e

obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo de biomassa maacutexima (165 g Lminus1) na qual obtiveram

valores maiores que usando apenas bicarbonato (108 g L-1)

Menzyanova et al (2002) observaram que a adiccedilatildeo de pequenas quantidades

de etanol (01 - 03) aumentou a concentraccedilatildeo de Dunaliella viridis enquanto que

em quantidades maiores que 05 natildeo houve efeito no crescimento A adiccedilatildeo

muacuteltipla e sucessiva de etanol no cultivo favoreceu a um acuacutemulo de etanol no meio

de cultivo o que provocou uma inibiccedilatildeo o crescimento da D viridis quando a

concentraccedilatildeo de etanol foi de 03 e causou a morte celular na concentraccedilatildeo de

etanol de 05

Apesar do etanol ser o CVO predominante no material gasoso sua proporccedilatildeo

em relaccedilatildeo ao CO2 eacute pequena (resultados obtidos pelo instituto de Pesquisa

Tecnoloacutegica) Assim no presente trabalho natildeo se observou um efeito dos volaacuteteis

orgacircnicos (CVOs) liberados da fermentaccedilatildeo alcooacutelica no cultivo de A platensis

Esses CVOs satildeo constituiacutedos a maior parte por 43 ndash 47 de etanol (Basso et al

1996) e em menor quantidade acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico e

acetato de etila (CAEHOT et al 1991) Logo A platensis pode ser usada para o

tratamento de efluentes gasosos nas induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Logo

observou-se que o efluente gasoso liberado das induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser usado no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Similarmente Ferraz et al (1985) observaram que eacute possiacutevel cultivar S

maxima em reatores abertos (open ponds) borbulhando o CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica de modo descontiacutenuo e usando nitrato com fonte de

nitrogecircnio

A adiccedilatildeo de CO2 no reator aleacutem de controlar o pH fornece a fonte de

carbono para o crescimento celular Como pode ser observado nas Tabelas 6 8 9

11 12 14 15 17 18 20 21 e 23 mesmo ocorrendo o crescimento celular as

concentraccedilotildees de carbonato total sempre apresentaram valores altos de um modo

geral proacuteximos aos 1208 g L-1 iniciais (concentraccedilatildeo indicada em Schloumlsser et al

1982) indicando que os cultivos tambeacutem natildeo foram limitados pela fonte de carbono

Durante a fotossiacutentese oxigecircnica realizada pela S platensis ocorre a

liberaccedilatildeo de O2 no meio de cultura Elevadas concentraccedilotildees de O2 no meio de

cultura pode prejudicar o crescimento celular uma vez que este pode danificar o

118

aparato fotossinteacutetico dificultando a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese Por isso a

concentraccedilatildeo de O2 deve ser controlada durante o crescimento celular As

concentraccedilotildees de oxigecircnio foram analisadas diariamente e os valores natildeo atnigiram

niacuteveis inibitoacuterios pois foram sempre menores que 10 mg L-1 (Vonshak 1997)

119

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm)

Produtividade em ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN)

Na Tabela 24 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima

produtividade em ceacutelulas e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas Nas Tabelas

25 28 e 31 estatildeo descritos a anaacutelise de variacircncia dos paracircmetros cineacuteticos Xm Px

e YXN respectivamente Os valores meacutedios de Xm Px e YXN para cada variaacutevel

independente estatildeo descritos nas Tabelas 26 27 29 30 32 e 33

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosa (I)

Fonte de nitrogecircnio

Xm

(mg L-1)

Px

(mg L-1 d-1)

YXN

(g g-1)

1 Cilindro 60 NaNO3 2899 plusmn 17 250 plusmn 2 42 plusmn 003

2 Cilindro 60 Ureacuteia 2847plusmn 1 245 plusmn 1 14 plusmn 000

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 3120plusmn156 299 plusmn10 40 plusmn 014

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 2957 plusmn 99 308 plusmn 4 14 plusmn 017

5 Cilindro 120 NaNO3 3209plusmn109 454 plusmn18 45 plusmn 018

6 Cilindro 120 Ureacuteia 2980plusmn103 408 plusmn17 11 plusmn 050

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 2728 plusmn 27 428 plusmn 4 43 plusmn 004

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 2855 plusmn 11 425 plusmn 6 15 plusmn 02

9 Cilindro 240 NaNO3 3291plusmn206 482 plusmn 34 54 plusmn 038

10 Cilindro 240 Ureacuteia 3236 plusmn 72 473 plusmn 12 133plusmn034

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 3102plusmn130 450 plusmn 22 50 plusmn 024

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 3070plusmn112 445 plusmn19 14 plusmn 056

I = mol de foacutetons m-2

s-1

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima

Na Tabela 25 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e nas Tabelas 26 e 27 estatildeo apresentadas as

120

meacutedias do Xm nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

13585 1 13585 157 0225

Fonte de Nitrogecircnio

84 1 84 001 0922

Intensidade luminosa

443083 2 221542 2566 0000

Resiacuteduos 164033 19

total 620786 23

Como se observa na Tabela 25 a variaacutevel independente intensidade luminosa

foi estatisticamente significante na determinaccedilatildeo do Xm (p = 0000) enquanto que

as variaacuteveis independentes fontea de CO2 (p = 0225) e fonte de nitrogecircnio (p =

0922) natildeo influenciaram estatisticamente no valor de Xm De fato a similaridade das

fontes de nitrogecircnio jaacute era esperada uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para

cada intensidade luminosa foram baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato

visando um crescimento celular natildeo limitado e nem inibido pela fonte de nitrogecircnio e

obtendo portanto valores de Xm meacutedios semelhantes Ambas as fontes de nitrogecircnio

utilizadas satildeo facilmente assimiladas pela A platensis os valores de Xm foram

estatisticamente iguais para cada intensidade luminosa avaliada (Tabela 26)

Em relaccedilatildeo agrave fonte de CO2 Isto mostra que o CO2 e os volaacuteteis orgacircnicos

liberados na atmosfera como resiacuteduo podem ser utilizados como fonte de carbono

no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Tabela 26 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Xm meacutedia (mgL-1)

Nitrato 3027 plusmn 162ordf

Ureacuteia 3031 plusmn 174ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

121

Comparando-se as meacutedias de Xm entre as diferentes intensidades luminosas

observa-se que o valor meacutedio de Xm na intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons

m-2 s-1 foi estatisticamente diferente ao valor meacutedio de Xm quando a intensidade

luminosa foi de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 e este foi estatisticamente semelhante ao

valor meacutedio de Xm quando a intensidade luminosa foi de 240 mol de foacutetons m-2 s-1

(Tabela 27) Essas comparaccedilotildees das meacutedias de Xm explicam o valor do niacutevel

descritivo obtido pela anaacutelise de variacircncia para a variaacutevel intensidade luminosa (p

=0000 Tabela 25) mostrando que a esta influencia no valor de Xm Esses

resultados estatildeo de acordo com Chojnacka e Noworyta (2004a) que avaliaram o

cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular tambeacutem concluiacuteram que a

velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o aumento da intensidade

luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa Acima desse valor (50

W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo Do mesmo modo no presente trabalho

os valores de Xm foram estatisticamente iguais nas intensidades luminosas de 120

mol de foacutetons m-2 s-1 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1 cujas intensidades luminosas satildeo

proacuteximas agraves intensidades luminosas que correspondem agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo

luminosa observada por Chojnacka e Noworyta (2004a)

Tabela 27 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Xm meacutedia (mgL-1)

60 2851plusmn54ordf

120 3056plusmn115b

240 3180plusmn96b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A maior concentraccedilatildeo celular maacutexima encontrada nesse trabalho foi maior do

que a obtida por Binaghi et al (2003) utilizando minitanques no cultivo de S

platensis (15 g L-1) e tambeacutem maior que a obtida por Watanabe e Hall (1996)

utilizando fotobiorreator tubular cocircnico no cultivo de S platensis (13 g L-1)

122

Morais e Costa (2007a) relataram que em cultivo de S platensis em

fotobiorreator tubular vertical obtiveram maiores valores de Xm de 413 g L-1

suplementado com 6 CO2 quando comparadas em cultivos em Erlenmeyer Esses

autores relatam que a S platensis podem crescer com 18 CO2 demonstrando que

estes suportam altas concentraccedilotildees de CO2 podendo ser usado para mitigar o efeito

do CO2 emitido pelos gases efluentes

Olguiacuten et al (2001) avaliando o crescimento da S platensis em meio contendo

aacutegua do mar suplementado com efluentes anaeroacutebicos a partir da digestatildeo de

resiacuteduo da suinocultura e em meio Zarrouk tambeacutem observaram um aumento no

valor de Xm com o aumento da intensidade luminosa de 66 mol de foacutetons m-2 s-1

para 144 mol de foacutetons m-2 s-1

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas

Na Tabela 28 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

produtividade em ceacutelulas (Px) e nas Tabelas 29 e 30 estatildeo apresentadas as meacutedias

do Px nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

respectivamente

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

315 1 315 137 0256

Fonte de Nitrogecircnio

1 1 1 000 0947

Intensidade luminosa

116579 2 58289 25372 0000

Resiacuteduos 4365 19 230

total 121260 23

Avaliando-se os paracircmetros produtividades em ceacutelulas pela anaacutelise de

variacircncia (Tabela 28) pode-se notar que a fonte de CO2 (p=0256) e a de nitrogecircnio

(p=0947) natildeo interferiram nas produtividades em celulares Portanto a intensidade

luminosa mostrou ser estatisticamente significante no valor de Px (p=0000)

123

Tabela 29 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Px meacutedio (mgL-1 d-1)

Nitrato 404 plusmn 74ordf

Ureacuteia 405 plusmn 75ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Como se pode observar na Tabela 29 os valores meacutedios de Px para as

diferentes fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo diferiram estatisticamente Do mesmo

modo como ocorreu com o paracircmetro Xm os valores de Px nos cultivos com ureacuteia e

nitrato foram semelhantes para cada intensidade luminosa Isso jaacute era esperado

uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para cada intensidade luminosa foram

baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato Spirulina platensis cultivadas em

minitanques com 257 mg L-1 de KNO3 ou 500 mg L-1 de ureacuteia obtiveram valores de

Px semelhantes para as intensidades luminosas estudadas 14 klux (168 mol de

foacutetons m-2 s-1) ou 56 klux (672 mol de foacutetons m-2 s-1) (RANGEL-YAGUI et al 2004)

Tabela 30 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Px meacutedio (mgL-1)

60 306plusmn7a

120 443plusmn19b

240 463plusmn16b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores de produtividade em ceacutelulas foram encontrados nas

maiores intensidades luminosas obtendo valores meacutedios de 443 plusmn 19 mg L-1 d-1 a

120 μmol de foacutetons m-2 s-1 e 463 plusmn 16 mg L-1 d-1 a 240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independente da fonte de nitrogecircnio utilizada (Tabela 30) Durante a fotossiacutentese as

ceacutelulas podem utilizar somente uma soma limitada de energia luminosa por vez

Este fenocircmeno de saturaccedilatildeo luminosa eacute provavelmente resultado de um mecanismo

interno onde as ceacutelulas podem realizar a fotossiacutentese usando somente uma

124

determinada quantidade de luz (CARLOZZI 2003) Isso significa que durante a

saturaccedilatildeo luminosa um aumento da intensidade luminosa natildeo permitiraacute um

aumento da concentraccedilatildeo celular e nem reduziraacute o tempo de cultivo mantendo

proacuteximos os valores de produtividades de ceacutelulas nesse intervalo de saturaccedilatildeo

luminosa

Na menor intensidade luminosa (60 mol de foacutetons m-2 s-1) o valor de Px foi

menor em relaccedilatildeo agraves outras intensidades luminosas obtendo valor meacutedio de 306 plusmn 7

mg L-1 d-1 Do mesmo modo como observado nas outras intensidades luminosas as

fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo influenciaram na produtividade celular Essa

diferenccedila nos valores de Px entre as intensidades luminosas foi devido a um maior

tempo de cultivo nos experimentos submetidos agrave intensidade luminosa de 60 mol

de foacutetons m-2 s-1 A produtividade eacute uma razatildeo inversa do tempo de cultivo logo

quanto maior a intensidade luminosa mais raacutepida as ceacutelulas atingem a concentraccedilatildeo

celular maacutexima e consequentemente maior seraacute a produtividade celular diaacuteria

Quanto maior a intensidade luminosa maior eacute a quantidade de foacutetons emitidos e

estes podem ser absorvidos pelas ceacutelulas isto eacute maior eacute a quantidade de energia

luminosa que seraacute convertido em energia quiacutemica que por sua vez as ceacutelulas

utilizam essa energia quiacutemica para a manutenccedilatildeo e o crescimento celular Esse

efeito tambeacutem foi observado por Danesi et al (2004) Rangel-Yagui et al (2004) em

cultivos de S platensis em minitanques utilizando KNO3 ou ureacuteia como fontes de

nitrogecircnio

O maior valor da produtividade encontrada nesse trabalho foi proacuteximo a 510 mg

L-1 d-1 obtido por Watanabe e Hall (1996) investigando o crescimento da S platensis

em fotobiorreator helicoidal cocircnico sob ciclos 12h12h (claroescuro) e uma meacutedia

de fluxo de foacutetons de 546 mol de foacutetons m-2 s-1 Watanabe et al (1995) em

processo descontiacutenuo utilizando a S platensis cultivada em fotobiorreator tubular

helicoidal cocircnico utilizando luz artificial (118 mol de foacutetons m-2 s-1) tambeacutem

obtiveram uma produtividade volumeacutetrica diaacuteria de 051 g L-1d-1 Foram usados dois

sistemas (airlift e bomba) para reciclar a cultura Com o sistema airlift os autores

encontraram a maior concentraccedilatildeo da biomassa de 16 g L-1 apoacutes 5 dias de

crescimento da S platensis e uma menor concentraccedilatildeo da biomassa quando

utilizado o sistema de bomba No fotobiorreator tubular helicoidal cocircnico quando

cultivado em ambiente externo a produtividade foi de 900 mg L-1 d-1 (TREDICI

125

ZITTELLI 1998) Travieso et al (2001) encontrou uma produtividade maacutexima de

040 g Lminus1 dminus1 em fotobiorreator tubular helicoidal operado de modo semicontiacutenuo

No presente trabalho os maiores valores da produtividade em ceacutelulas

encontradas foram maiores do que a relatada por Richmond (1990) em reatores

tubulares em ambiente externo que foi de 370 mg L-1 d-1 e Morais e Costa (2007b)

que obteve Xmax de 022 g Lminus1 dminus1 no cultivo de Spirulina sp na presenccedila de 6 de

dioacutexido de carbono em fotobiorreator tubular com trecircs estaacutegios em seacuterie Por outro

lado autores como Carlozzi e Pinzani (2005) conseguiram uma produtividade em

ceacutelulas maacutexima de 182 g L-1 dminus1 utilizando o processo descontiacutenuo em ambiente

externo Lee (2001) relata que dependendo da configuraccedilatildeo de fotobiorreator tubular

fechado e de placas retangulares a produtividade volumeacutetrica foi de 025 a 364 g L-1

d-1 utilizando o processo descontiacutenuo alimentado

Travieso et al (2001) relataram uma produtividade maacutexima de 04 g L-1 d-1 em

processo semicontiacutenuo de Spirulina utilizando uma diluiccedilatildeo de 15 e taxa de diluiccedilatildeo

de 00078 hminus1 Esses autores utilizaram o fotobiorreator patenteado bdquobdquoBiocoil‟‟ da

Biotechna Grasser UK (European patent EPO239272 March 6 1987)

Vernerey et al (2001) utilizando uma nova configuraccedilatildeo de fotobioretator para o

aumento da escala (72 litros) na produccedilatildeo de S platensis conseguiram uma

produtividade de 138 g L-1 d-1 com intensidade luminosa de 300 W m-2 e pH

controlado a 95 pela adiccedilatildeo de CO2

Cultivos de Arthrospira platensis em fotobiorreator tubular outdoor no periacuteodo

de marccedilo a setembro de 2002 na Repuacuteblica Checa com a maioria dos dias

ensolarados a irradiacircncia do ambiente maacutexima foi entre 15 and 18 mmol de foacutetons

mminus2 sminus1 Nessas condiccedilotildees a produtividade maacutexima atingida foi de 05 g Lminus1 dminus1

correspondendo a um rendimento de aacuterea (baseada na aacuterea superficial) de

aproximadamente 325 g mminus2 dminus1 na qual eacute um valor relativamente alto se considerar

que foi obtida no mecircs de setembro A concentraccedilatildeo celular oacutetima da cultura foi

obtida em um intervalo de 1 a 2 g L-1 demostrando que a faixa da concentraccedilatildeo

celular oacutetima no cultivo de Spirulina natildeo eacute muito restrita (MASOJIDEK et al 2003)

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

Na Tabela 31 estatildeo os resultados da anaacutelise de variacircncia para o fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) e nas Tabelas 32 e 33 estatildeo os valores

126

meacutedios do YXN nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

054 1 054 091 0351

Fonte de Nitrogecircnio

5078 1 5078 8453 0000

Intensidade luminosa

043 2 022 036 0700

Resiacuteduos 1123 19 059

total 520 23

Como observado na Tabela 24 os maiores valores do fator de conversatildeo (YXN)

foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio independente

da fonte de CO2 e da intensidade luminosa utilizada Isso pode ser avaliado pela

anaacutelise de variacircncia (Tabela 31) onde apresenta o niacutevel descritivo para a fonte de

CO2 fonte de nitrogecircnio de p = 0000 e para a intensidade luminosa o p = 0700 A

maior meacutedia dos valores de YXN foi 1380 plusmn 090 g g-1 obtida nos cultivos utilizando

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio (Tabela 32) diferindo estatisticamente dos valores

obtidos nos cultivos com nitrato (460 plusmn 055 g g-1) De fato nos cultivo utilizando

ureacuteia a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente foi calculada com base

na necessidade das ceacutelulas para o crescimento e a manutenccedilatildeo celular natildeo

ocorrendo uma limitaccedilatildeo ou um excesso de nitrogecircnio adicionado durante o cultivo

(item 5) Como mencionado por Rangel-Yagui et al (2004) o excesso de ureacuteia

diminui a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo desse nutriente e portanto menor o valor de YXN

Da mesma forma a menor massa total adicionada no cultivo proporcionou maiores

valores de YXN (739 g g-1) no cultivo de S platensis em minitanques utilizando o

cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio (Carvalho et al 2004) Por outro lado

nos cultivos com nitrato a concentraccedilatildeo deste foram mantidas acima de 1 g L-1 de

modo a evitar a limitaccedilatildeo do crescimento pela fonte de nitrogecircnio Por isso os

maiores valores de YXN foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia Resultados

similares foram obtidos por Danesi et al (2003) empregando 25 g de ureacuteia em

127

diferentes protocolos de alimentaccedilatildeo e temperatura em relaccedilatildeo a KNO3 e por Danesi

et al (2004) que tambeacutem observaram um maior fator de conversatildeo utilizando ureacuteia

em relaccedilatildeo a KNO3 independente da intensidade luminosa utilizada (2 e 5 klux)

Rangel-Yagui et al (2004) tambeacutem observaram maiores valores de YXN nos cultivos

utilizando ureacuteia

Tabela 32 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio YXN (mgmg-1)

Nitrato 460 plusmn 055ordf

Ureacuteia 1380 plusmn 090b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel independente intensidade luminosa pode-se observar na

Tabela 33 que natildeo diferiram estatisticamente nos valores de YXN Isto eacute

independente da intensidade luminosa utilizada os valores de conversatildeo de

nitrogecircnio em ceacutelulas foram estatisticamente iguais De fato a quantidade de

nitrogecircnio adicionada nos cultivos estaacute relacionada com o crescimento celular

portanto quanto maior o valor de Xm maior foi a quantidade de nitrogecircnio

adicionada nos cultivos independente da fonte nitrogecircnio utilizada (nitrato ou ureacuteia)

Com isso razatildeo entre biomassa formada e nitrogecircnio adicionado foi estatisticamente

igual nas diferentes intensidades luminosas estudas

A Intensidade luminosa influencionou no crescimento celular (Item 62) e a

fonte de nitrogecircnio (nitrato ou ureacuteia) foi adicionada de acordo com a necessidade da

ceacutelula para o crescimento celular (Item 5) Por isso o YXN foi estatisticamente igual

(p = 0245) nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 31)

O fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas eacute definido como a quantidade de

nitrogecircnio utilizada para a formaccedilatildeo de biomassa como no presente trabalho o

nitrogecircnio adicionado foi de acordo com a necessidade diaacuteria das ceacutelulas os valores

meacutedios de YXN para cada intensidade luminosa natildeo poderiam variar como pode ser

observado na Tabela 33

Nos trabalhos apresentados por Bezerra et al (2008) Danesi et al (2004) e

Rangel-Yagui et al (2004) observaram que os valores de Xm e YXN aumentam com

128

o aumento da intensidade luminosa fornecida ao cultivo Maiores energias

fornecidas pelas mais altas luminosidades empregadas nos cultivos permitem as

ceacutelulas de consumirem o nitrogecircnio disponiacutevel levando a maiores valores de Xm e

YXN Isso ocorreu porque a mesma quantidade de nitrogecircnio foi adicionada nos

ensaios com diferentes intensidades luminosas logo o YXN foi uma funccedilatildeo de Xm

Por outro lado no presente trabalho os valores meacutedios YXN natildeo diferiram

estatisticamente com o aumento da intensidade luminosa porque a quantidade total

de nitrogecircnio adicionada variou nos cultivos com as diferentes intensidades

luminosas isto eacute quanto maior a intensidade luminosa maior foi a quantidade de

nitrogecircnio adicionada e consequentemente maior concentraccedilatildeo celular Por isso o

YXN natildeo diferiram nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 26)

Tabela 33 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

YXN (mgmg-1)

60 922 plusmn 034ordf

120 902 plusmn 034a

240 935 plusmn 034a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores do fator de conversatildeo encontrado nesse trabalho (1327 plusmn

028 mg mg-1) foi maior do que 739 g g-1 (CARVALHO et al 2004) 85 g g-1

(RANGEL-YAGUI et al 2004a) utilizando ureacuteia e 57 plusmn 017 g g-1 utilizando cloreto de

amocircnio como fonte de nitrogecircnio nos cultivos de S platensis em minitaques

(BEZERRA et al 2008) Isso porque no presente trabalho a S platensis foi

cultivada em fotobiorreator tubular fechado o que proporciona menor volatilizaccedilatildeo

da amocircnia e melhor eacute o seu aproveitamento pelas ceacutelulas ocasionando maiores

valores de YXN

129

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a

No final de cada experimento foi realizada a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de

clorofila a na concentraccedilatildeo celular final e os resultados estatildeo descritos na Tabela

34

Tabela 34 ndash Concentraccedilotildees de clorofila na biomassa final

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosaa

Fonte de nitrogecircnio

Concentraccedilatildeo de clorofila (mg cl g cel -1)

1 Cilindro 60 NaNO3 521plusmn028

2 Cilindro 60 Ureacuteia 415plusmn020

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 392plusmn008

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 326plusmn030

5 Cilindro 120 NaNO3 344plusmn010

6 Cilindro 120 Ureacuteia 296plusmn009

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 294plusmn040

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 210plusmn023

9 Cilindro 240 NaNO3 175plusmn037

10 Cilindro 240 Ureacuteia 181plusmn 015

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 294plusmn035

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 210plusmn023

a mol de foacutetons m-2 s-1

Dentre os metaboacutelitos microalgais a clorofila foi muito pouco investigada Satildeo

os uacutenicos pigmentos naturais de coloraccedilatildeo verde em abundacircncia mas sua

instabilidade ao isolamento tem restringindo a sua utilizaccedilatildeo como corante natural na

induacutestria de alimentos As clorofilas utilizadas como corantes alimentares provecircm

principalmente de plantas terrestres (HENDRY 1996)

Microalgas fotossinteacuteticas satildeo organismos que capturam energia luminosa

eficiententemente O pigmento fotossinteacutetico clorofila a eacute o principal componente

130

fotoquiacutemico ativo na qual funciona como um receptor de luz para direcionar a

fotossiacutentese O conteuacutedo deste pigmento em microalga eacute portanto relatado para

atividade fotossinteacutetica (MACINTYRE et al 2002) A intensidade de luz captada

pelos pigmentos influencia na produccedilatildeo da biomassa e no acuacutemulo de produtos

alvos na microalga cultivada sob diferentes condiccedilotildees

As clorofilas satildeo pigmentos verdes de alto valor comercial encontradas em

plantas microalgas e cianobacteacuterias como A platensis A concentraccedilatildeo desse

pigmento nas ceacutelulas depende das condiccedilotildees ambientais Devido a sua cor e as

propriedades fiacutesico-quiacutemicas satildeo utilizadas como corantes naturais em produtos

alimentiacutecios

Na Tabela 35 observa-se que ambas as variaacuteveis independentes avaliadas

nesse estudo fonte de nitrogecircnio e intensidade luminosa interferiram na

concentraccedilatildeo de clorofila a na biomassa final Isso foi confirmada pela anaacutelise

estatiacutestica ANOVA onde apresentou um valor de niacutevel descritivo de 0011 para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio e de 0000 para a intensidade luminosa

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Meacutedia dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

03725 1 03725 101 0328

Fonte de Nitrogecircnio

29751 1 29751 804 0011

Intensidade luminosa

158306 2 79153 2139 0000

Resiacuteduos 70318 19 01272

Total 26210 23

Avaliando-se as meacutedias da concentraccedilatildeo de clorofila a nas diferentes fontes de

nitrogecircnio (Tabela 34) observa-se que nos cultivos utilizando nitrato obtiveram

maiores concentraccedilotildees de clorofila em relaccedilatildeo aos cultivos com ureacuteia nas

intensidades luminosas de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 e 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Essa diferenccedila na concentraccedilatildeo de clorofila pode ser explicada pelo fato dos cultivos

com nitrato a concentraccedilatildeo de nitrato no meio de cultura foi mantida sempre

superior a 1 g L-1 enquanto que nos cultivos com ureacuteia a concentraccedilatildeo de ureacuteia no

131

meio cultura foi abaixo de 10-4 M (item 62) Essa concentraccedilatildeo de ureacuteia apesar de

natildeo interferir na concentraccedilatildeo celular pode ter influenciado na concentraccedilatildeo de

clorofila nas ceacutelulas Resultados similares foram observados por Danesi et al (2004)

e Rangel-Yagui et al (2004) em cultivos de S platensis em minitanques

substituindo a fonte de nitrogecircnio KNO3 por ureacuteia

O efeito da limitaccedilatildeo de nitrogecircnio e ferro comprometeu a capacidade

fotossinteacutetica reduziu o conteuacutedo de clorofila celular e diminuiu o rendimento

quacircntico do fotossintema II (YOUNG BEARDALL 2005) Muggli e Harrison (1996)

observaram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas ceacutelulas de Emiliania huxleyi

cultivadas com nitrato foi estatisticamente maior que nas celulas cultivadas com

amocircnia sob condiccedilotildees limitadas de ferro e intensidade luminosa abaixo da

saturaccedilatildeo Por outro lado nos cultivos natildeo limitados com ferro as concentraccedilotildees de

clorofilas foram estatisticamente iguais Sob duas diferentes intensidades luminosas

abaixo da regiatildeo de saturaccedilatildeo (45 e 70 mol de foacutetons m-2 s-1) as ceacutelulas cultivadas

em nitrato mantiveram uma maior taxa de clorofila por volume de ceacutelulas que nas

ceacutelulas cultivadas com amocircnio similar ao que aconteceu nas condiccedilotildees limitadas

por ferro

A intensidade luminosa eacute uma importante variaacutevel que interfere na

concentraccedilatildeo de clorofila Como podemos observar na Tabela 34 maiores

concentraccedilotildees de clorofilas meacutedias independente da fonte de nitrogecircnio e de CO2

satildeo encontradas nas menores intensidades luminosas De um modo geral o

aumento da concentraccedilatildeo de clorofila com a reduccedilatildeo da luminosidade aumenta a

capacidade de absorccedilatildeo de luz pois a clorofila eacute quem efetivamente atua nas

reaccedilotildees fotoquiacutemicas da fotossiacutentese e representa um mecanismo de adaptaccedilatildeo agrave

condiccedilatildeo de menor intensidade luminosa A reduccedilatildeo do conteuacutedo de pigmentos a

altas irradiacircncias permite as algas reduzirem a taxa de fornecimento de energia pela

absorccedilatildeo da luz nas ceacutelulas com a finalidade de balancear a energia absorvida e a

energia necessaacuteria para a fixaccedilatildeo do carbono e crescimento celular (GEIDER et al

1997) Geralmente a clorofila e as ficobiliproteiacutenas tendem a aumentar sua

concentraccedilatildeo com a reduccedilatildeo da intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1997)

Nas menores intensidades luminosas onde a competiccedilatildeo pelo poder redutor eacute

maior observa-se que as ceacutelulas cultivadas em nitrato mantem maior niacuteveis de

clorofila que nas ceacutelulas cultivadas em amocircnia Portanto as ceacutelulas cultivadas em

nitrato precisam mais do poder redutor para transportar e utilizar sua fonte de

132

nitrogecircnio eles podem requerer mais clorofila que as ceacutelulas cultivadas em amocircnio

para suprir tais necessidades Por outro lado altas intensidades luminosas alteram o

complexo proteacuteico contendo pigmentos captadores de luz como observado por

Smith et al (1990) em ceacutelulas de Dunaliella salina Telfar et al (1990) mostrou que

iluminaccedilatildeo prolongada causa destruiccedilatildeo dos pigmentos da clorofila e conduz a

inibiccedilatildeo fotoquiacutemica do FSII

Cultivos de Spirulina subsalsa exposto agrave alta intensidade luminosa (100 mol

de foacutetons m-2 s-1) mostrou uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos nas ceacutelulas O

conteuacutedo de carotenoacuteide e clorofila a reduziu com o aumento da intensidade

luminosa de 25 mol de foacutetons m-2 s-1 para 100 mol de foacutetons m-2 s-1 O conteuacutedo

de ficobilissomos obteve uma maior reduccedilatildeo quando comparados com o conteuacutedo

de clorofila a (aproximadamente 70 e 57 respectivamente) Devido a uma

reduccedilatildeo nos carotenoacuteides zeaxantina foi o carotenoacuteide predominante a maior

intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1995) Um aumento da intensidade

luminosa de 2 klux (24 mol de foacutetons m-2 s-1 ) para 5 klux (60 mol de foacutetons m-2 s-

1) houve uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de clorofila de 14 plusmn 18 mg cl g cel -1 para

80 plusmn 18 mg cl g cel -1 nos cultivos com KNO3 e 142 plusmn 08 mg cl g cel -1 para 72 plusmn

14 mg cl g cel -1 para os cultivos com ureacuteia respectivamente (DANESI et al 2004)

Pode-se observar que a concentraccedilatildeo de clorofila nos cultivos a 5 klux (60 mol de

foacutetons m-2 s-1) foram proacuteximas as concentraccedilotildees obtidas no presente trabalho nos

cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 (NaNO3 = 521 plusmn 03 mg cl g cel -1 Ureacuteia = 415

plusmn 02 mg cl g cel -1 Tabela 34) Essa diferenccedila pode ser devido ao aumento do

efeito sombreamento ser maior em minitanques quando comparada aos

fotobiorreatores tubulares o que favorece a um aumento da concentraccedilatildeo de

clorofila nos cultivos em minitanques Soundarapandian e Vasanthi (2008)

observaram um maior teor de clorofila em diferentes cepas de S platensis cultivadas

a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) intensidade luminosa com ciclos alternados de 16

horas no claro e 8 horas no escuro

Dados na literatura mostram que na biomassa de A platensis possuem 1 de

clorofila (VONSHAK 1997 COGNO et al 2003) No entanto no presente trabalho a

maior concentraccedilatildeo de clorofila foi de 05 correspondendo ao experimento 1 (60

mol de foacutetons m-2 s-1 NaNO3 Tabela 13) Esse baixo valor de concentraccedilatildeo de

clorofila em relaccedilatildeo aos valores citados na literatura eacute devido agraves altas intensidades

luminosas utilizadas no neste trabalho Soundarapandian e Vasanthi (2008)

133

relataram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas S platensis cultivadas a 3 klux pode

variar de 085 (8526 μg mg cel-1) a 097 (9723 μg mg cel-1) dependendo da

cepa utilizada Jimenez et al (2003) em cultivos de S platensis em minitanques

utilizando a energia solar no sul da Espanha obtiveram uma concentraccedilatildeo de

clorofila de 79 g kgminus1 (079)

Carlozzi e Pinzani (2005) observaram uma concentraccedilatildeo maacutexima de clorofila

de 2 em cultivos outdoor de S platensis em fotobiorreator espiralado fechado

Esta concentraccedilatildeo permaneceu constante do 6deg ao 10deg dia de cultivo Tomaselli et

al (1997) tambeacutem observaram um aumento na concentraccedilatildeo de clorofila de 151 μg

mg cel-1 para 263 μg mg cel-1 nos cultivos de A maacutexima em reator de vidro

retangular a intensidade luminosa de 144 mol de foacutetons m-2 s-1 e 25 mol de foacutetons

m-2 s-1 respectivamente Tredici e Zittelli (1998) em cultivos continuos ldquooutdoorsrdquo de

A platensis em fotobiorreator tubular e plano obtiveram a concentraccedilatildeo de clorofila

de 155plusmn002 e 163 plusmn002 na massa seca no iniacutecio do periacuteodo luminoso

De fato a concentraccedilatildeo de clorofila depende das condiccedilotildees ambientais

principalmente da intensidade luminosa No presente estudo nos cultivos

submetidos agrave alta intensidade luminosa favoreceram a uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo de clorofila principalmente nos cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Do mesmo modo Nakajima e Ueda (1997) observaram um aumento no crescimento

celular de Chlorella pyrenoidosa e uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos

captadores de luz nas ceacutelulas cultivadas a altas intensidades luminosas (50 μmol de

foacutetons m-2 s-1) Na presenccedila de excesso de luz o oxigecircnio produzido durante a

fotossiacutentese reage com a clorofila excitada originando um oxigecircnio singlete que eacute

muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas e ocasionando consequentemente o

fenocircmeno denominado de branqueamento (MARIQUE 2003) As clorofilas tendem a

ser foto-oxidadas a alta irradiaccedilatildeo e devido aos carotenoacuteides poderem prevenir a

foto-oxidaccedilatildeo das clorofilas a relaccedilatildeo entre as clorofilas e carotenoacuteides pode ser

usada como um indicador potencial de perdas foto-oxidativas causadas por fortes

irradiaccedilotildees (HENDRY amp PRICE 1993)

134

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Micro-organismos fotossintetizantes usam fonte de carbono inorgacircnico energia

luminosa e nitrogecircnio para sintetizar compostos orgacircnicos como proteiacutenas

carboidratos vitaminas lipiacutedios pigmentos entre outros Com isso a composiccedilatildeo

centesimal da biomassa pode variar com as condiccedilotildees ambientais (RAFIQUL et al

2005 MOHANTY et al 1997)

Na Tabela 36 estatildeo apresentados os teores de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos

e cinzas das biomassas secas obtidas no final dos experimentos

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final

Experimento Intensidade

luminosa (I)

Fonte de CO2

Fonte de nitrogecircnio

Proteiacutenas totais ()

Lipiacutedios totais ()

Cinzas ()

Carboidratos totais ()

1 60 Cilindro NaNO3 319plusmn01 863plusmn03 442plusmn001 5226plusmn358

2 60 Cilindro Ureacuteia 233plusmn07 660plusmn09 442plusmn004 6471plusmn064

3 60 Alcooacutelica NaNO3 324plusmn07 101plusmn08 583plusmn002 5222plusmn341

4 60 Alcooacutelica Ureacuteia 427plusmn23 112plusmn14 508plusmn091 6492plusmn336

5 120 Cilindro NaNO3 281plusmn04 121plusmn06 476plusmn002 5500plusmn-016

6 120 Cilindro Ureacuteia 299plusmn06 730plusmn07 482plusmn018 5794plusmn005

7 120 Alcooacutelica NaNO3 315plusmn18 862plusmn06 497plusmn018 5576plusmn341

8 120 Alcooacutelica Ureacuteia 404plusmn07 953plusmn07 394plusmn063 4642plusmn091

9 240 Cilindro NaNO3 213plusmn01 142plusmn23 428plusmn004 6004plusmn243

10 240 Cilindro Ureacuteia 319plusmn09 129plusmn05 540plusmn050 5079plusmn147

11 240 Alcooacutelica NaNO3 278plusmn04 144plusmn29 579plusmn048 5222plusmn341

12 240 Alcooacutelica Ureacuteia 210plusmn03 117plusmn28 449plusmn004 6492plusmn336

I = Intensidade luminosa (mol de foacutetons m-2 s-1)

A Fotossiacutentese eacute o processo pelo qual a energia luminosa eacute convertida em

energia quiacutemica pelas plantas bacteacuterias fotossinteacuteticas e cianobacteacuterias A energia

luminosa eacute capturada pelos pigmentos fotossinteacuteticos como clorofila carotenoacuteides e

ficocianina na qual satildeo complexados com proteiacutenas que satildeo partes do fotossistema I

e II em cianobacteacuterias O sistema fotossinteacutetico eacute fortemente conectado com outras

135

vias metaboacutelicas como biossiacutentese de proteiacutenas e lipiacutedios nas quais satildeo

necessaacuterias para o crescimento celular (MOHANTY et al 1997)

Os teores de proteiacutena variaram de 21 a 42 Esses valores estatildeo proacuteximos

aos valores encontrados por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) cultivando S maxima

em meio de cultura constituiacutedo por resiacuteduo da criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50 em

aacutegua) Embora o teor de proteiacutena seja baixo (36) a biomassa ainda eacute apropriada

para o uso como suplemento aliementar para animais Jimeacutenez et al (2003) tambeacutem

encontraram um baixo teor de proteiacutena de 47 do peso seco em meacutedia na

produccedilatildeo industiral da Spirulina em Malaga no sul da Espanha

A biossiacutentese de proteiacutena depende principalmente da disponibilidade de

nitrogecircnio de carbono para formaccedilatildeo do esqueleto carbocircnico e da intensidade

luminosa na qual fornece energia para fixaccedilatildeo do CO2 Nos cultivos utilizando

nitrato bem como nos cultivos utilizando ureacuteia natildeo houve limitaccedilatildeo do crescimento

pela fonte de nitrogecircnio (Item 611) A fonte de carbono tambeacutem natildeo foi limitada

uma vez que o pH foi mantido durante todo o tempo de cultivo com a adiccedilatildeo de CO2

As intensidades luminosas foram altas pertencendo agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa

(Item 611) Logo mesmo dispondo de nitrogecircnio carbono e energia as ceacutelulas natildeo

converteram o nitrogecircnio disponiacutevel em proteiacutenas SAKAMOTO e BRYAN (1999)

observaram que um aumento da intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

para 1 mmol foacutetons m-2 s-1 no cultivo de Synechococcus sp PCC 6301 natildeo foi

observado um aumento na absorccedilatildeo de nitrato mostranto que a taxa do consumo

de nitrato foi saturado a intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

Soundarapandian e Vasanthi (2008) observaram que o conteuacutedo de proteiacutena

nas S platensis cultivadas a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) com ciclos alternados

de 16 horas no claro e 8 horas no escuro pode variar de 5937 (5937μg mg-1 cel)

a 6421 (6421 μg mg-1 cel) dependendo da cepa utilizada Torzillo et al (1991)

observaram um aumento na siacutentese de carboidrato nas ceacutelulas de S platensis

cultivadas ldquooutdoorsrdquo a altas intensidades luminosas e temperatura de 25ordmC O

execesso do carboidrato sintetizado foi parcialmente utilizado a noite para a siacutentese

de proteiacutena Isso pode ter contribuiacutedo a um baixo teor de proteiacutena no presente

trabalho uma vez que os cultivos foram submetidos sempre a altas intensidades

luminosas natildeo obtendo ciclos claroescuro durante o cultivo

A anaacutelise de variacircncia (Tabela 37) indicou que a fonte de nitrogecircnio e de CO2

natildeo influenciaram na variaacutevel dependente teor de proteiacutena enquanto que a

136

intensidade luminosa influenciou como pode-se obversar na anaacutelise de diferenccedila

entre as meacutedias para essa variaacutevel (Tabela 38)

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

5304 1 5304 235 0142

Fonte de Nitrogecircnio

1134 1 1134 050 0487

Intensidade luminosa

4341 2 2170 963 0001

Resiacuteduos 42833 19 2254

total 9268 23

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol foacutetons m-2 s-1)

Proteiacutena ()

60 358plusmn43ordf

120 326plusmn50ordf

240 256plusmn51b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

O modelo da biossiacutentese e metabolismo de lipiacutedios em cianobacteacuterias eou

algas satildeo afetados pelos fatores ambientais dentre esses as condiccedilotildees de

iluminaccedilatildeo (BABADZHANOV et al 2004 KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

As ceacutelulas de Tichocarpus crinitus satildeo capazes de mudar o conteuacutedo de

armazenamento e estrutural de lipiacutedios e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos Altas

intensidades luminosas estimulam o acuacutemulo de lipiacutedios de armazenamento

(triacilgliceroacuteis) enquanto a baixas intensidades luminosas induzem a um aumento

nos lipiacutedios estruturais (glicolipiacutedios) Isto indica um alto grau de controle de

estrutura nas membranas das algas porque o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos

graxos tem sido considerado um dos fatores mais importantes no controle da fluidez

e funcionalidade da membrana celular Adicionalmente as diferenccedilas na

137

composiccedilatildeo dos lipiacutedios nas T crinitus cultivadas a altas e baixas irradiaccedilotildees solar

podem ser consideradas como uma resposta adaptativa das ceacutelulas algais para as

vaacuterias condiccedilotildees de crescimento Portanto a sobrevivecircncia das ceacutelulas nas

mudanccedilas ambientais pode ser atribuiacuteda agrave funcionalidade das membranas onde o

aparato fotossinteacutetico eacute formado (KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

Nos cultivos com disponibilidade de nitrogecircnio carbono e altas intensidades

luminosas as ceacutelulas utilizam a energia e o carbono disponiacutevel para crescimento

manutenccedilatildeo celular e formaccedilatildeo de componentes orgacircnicos tais como proteiacutenas

lipiacutedios e carboidratos Como apresentados na Tabela 41 o teor de lipiacutedio aumenta

com a intensidade luminosa Esse efeito foi observado por Solovchenko et al

(2008) nos cultivos da microalga Parietochloris incisa Isto pode ser consequecircncia da

produccedilatildeo excessiva de aacutecidos graxos entre eles triacilgliceroacuteis provavelmente como

um modo de converter o excesso de luz em energia quiacutemica para evitar o dano

fotooxidativo (ASADA 1994 RABBANI et al 1998 MENDOZA et al 1999 NIYOGI

1999) Kaixian et al (1993) observaram um aumento no teor de lipiacutedios com o

aumento da intensidade luminosa nas ceacutelulas de Phaeodactylum tricornutum

Solovchenko et al (2008) relataram que os triacilgliceroacuteis acumuladas em algas

(Parietochloris incisa) sob condiccedilotildees de stress satildeo frequentemente depositadas em

gloacutebulos de lipiacutedios citoplasmaacutetico referidos como corpos oleosos na qual aumentam

em tamanho e nuacutemero sob deficiecircncia na nutriccedilatildeo mineral especialmente na falta de

nitrogecircnio e altas irradiacircncias

Como observado na Tabela 41 os cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

obtiveram maiores teores de lipiacutedios Steiner et al (1970) observaram que as ceacutelulas

de Chromatium cultivadas a baixas intensidades luminosas (100 ftc = 01 klux = 12

mol de foacutetons m-2 s-1) obteve menor teor de fosfolipiacutedios em relaccedilatildeo aos cultivos a

altas intensidades luminosas (7500 ftc = 8 kux = 96mol de foacutetons m-2 s-1) 1 lux =

0929 foot-candles

Na Tabela 39 estatildeo apresentados os valores da anaacutelise de variacircncia dos teores

de lipiacutedios Como se pode observar apenas a intensidade luminosa influenciou nos

valores de lipiacutedios apresentando um valor de niacutevel descritivo menor que 5

Embora o niacutevel de significacircncia da variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio seja

menor que 5 a anaacutelise estatiacutestica diferenccedila entre as meacutedias mostraram essa

variaacutevel natildeo interfere no teor de lipiacutedio apresenta um valor de niacutevel descritivo maior

que 5 (Tabela 40)

138

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedios na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

143 1 143 059 0453

Fonte de Nitrogecircnio

1853 1 1853 762 0012

Intensidade luminosa

141 2 71 29 0000

Resiacuteduos 46 19 244

total 207 23

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Lipiacutedios ()

Nitrato 109 plusmn 310ordf

Ureacuteia 918 plusmn 275a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um

intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(μmoles m-2 s-1)

Lipiacutedios ()

60 763 plusmn 11a

120 972 plusmn 19a

240 136 plusmn 21b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A similaridade entre as fontes de nitrogecircnio (Tabela 40) podem ser explicadas

pelo fato de que nos cultivos com ureacuteia a quantidade de ureacuteia adicionada foi

calculada com base nos seus respectivos cultivos com nitrato nas quais foram

139

cultivos natildeo limitados por nitrogecircnio (concentraccedilatildeo de nitrogecircnio superior a 1 g L-1)

Logo isso favoreceu a semelhanccedila entre os teores de lipiacutedios nos cultivos a

diferentes fontes de nitrogecircnio

Os valores de lipiacutedios encontrados variaram de 66 plusmn 09 a 144 plusmn 29

dependendo das condiccedilotildees de cultivo Esses valores estatildeo de acordo com Cogno et

al (2003) e Vonshak (1997) na qual relataram que o conteuacutedo de lipiacutedios da A

platensis em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas podem variar de 8 ndash 12 quando cultivadas

em meio sinteacutetico Tokusoglu e Uumlnal (2003) encontraram um teor de lipiacutedio meacutedio

entre trecircs diferentes cepas de Splatensis de 753 natildeo diferindo estatisticamente

entre si

O teor de lipiacutedio foi de 863 plusmn 03 com NaNO3 e 66 plusmn 09 com ureacuteia na

intensidade luminosa de 60 μmoles de foacutetons m-2 s-1 utilizando CO2 de cilindro

Esses valores foram proacuteximos aos teores de lipiacutedios encontrados por Rafiqul et al

(2005) cultivando S platensis (74) e para S fusiformis (82) a 25 klux (30 μmol

de foacutetons m-2 s-1) Oliveira et al (1999) observaram um teor de lipiacutedios de 696 plusmn

086 nas ceacutelulas de S platensis cultivadas em 4 l Virtis fermenter a 180 μmol de

foacutetons mndash2 sndash1

Olguiacuten et al (2001) observaram uma menor concentraccedilatildeo de lipiacutedios nos

cultivos a maior intensidade luminosa em cultivos de S platensis cultivada tanto em

meio sinteacutetico (meio Zarrouk) como em meio complexo (aacutegua do mar do Golf do

Meacutexico suplementado com 2 de efluente anaeroacutebico da criaccedilatildeo de porcos) A

concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no meio complexo possui 10 vezes a menos que o meio

sinteacutetico (25 g L-1 NaNO3) O teor de lipiacutedio de 8 encontrado no meio de cultivo

com 25 g L-1 NaNO3 a 66 μmols de foacutetons m-2 s-1 foi proacuteximo ao encontrado no

presente trabalho 66 plusmn 09 no cultivo natildeo limitado por NaNO3 e 60 μmols de foacutetons

m-2 s-1

Nos cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 mostrou maiores valores de lipiacutedios

quando cultivadas com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica em relaccedilatildeo aos

cultivos utilizando CO2 de cilindro Sob condiccedilotildees autotroacuteficas a produtividade de

lipiacutedios foram menores quando comparadas com o crescimento heterotroacutefico em

culturas de Chlorella vulgareis (LIANG et al 2009) e crescimento heterotroacutefico e

mixotroacutefico nas ceacutelulas de Chlamydomonas reinhardtii (BOYLE MORGAN 2009)

O teor de carboidrato nas ceacutelulas A platensis natildeo diferiram estatisticamente

pela anaacutelise de variacircncia nas diferentes condiccedilotildees estudadas (Tabela 44) obtendo

140

um niacutevel de significacircncia de 0118 0974 e 0562 para as variaacuteveis independentes

fontes de CO2 fonte de nitrogecircnio e intensidades luminosas respectivamente O

teor de carboidrato encontrado variou de 38 a 51 valores considerados altos No

entanto esses valores foram proacuteximos aos valores obtidos por Cantildeizares-Villanueva

et al (1994) que observaram um teor de carboidrato de 42 e 44 em ceacutelulas de S

maxima cultivadas em meio sinteacutetico (Zarrouk) e meio constituiacutedo por resiacuteduo da

criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50) respectivamente sob intensidade luminosa de 3

klux (36 μmol de foacutetons m-2 s-1) O teor de carboidrato neste trabalho foi um pouco

maior que o observado por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) provavelmente devido

a diferenccedila de intensidade luminosa pois maiores teores de carboidratos satildeo

obtidos nos cultivos sob maior intensidade luminosa

Olguiacuten et al (2001) obtiveram um alto teor de polissacariacutedeos de 2841 nas

ceacutelulas de S platensis cultivadas em meio complexo quando exposta a intensidade

luminosa de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 Esse alto valor poderia ter sido devido a

dois fatores simultacircneos deficiecircncia de nitrogecircnio e alta intensidade luminosa

Desse modo no presente trabalho natildeo houve deficiecircncia de nitrogecircnio nos cultivos

no entanto a aacuterea iluminada no fotobioreator tubular usado no presente trabalho eacute

maior quando comparada com os cultivos em bench raceway utilizados por Olguiacuten et

al (2001) e esse aumento pode ter favorecido a obtenccedilatildeo dos altos teores de

carboidratos

Tomaselli et al (1997) observaram uma reduccedilatildeo no teor de carboidrato nas

ceacutelulas de A maacutexima de 282 mgg-1 (28) para 180 mgg-1 (18) quando a

intensidade luminosa reduziu de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 para 25 μmol de foacutetons

mminus2 sminus1 A capacidade dos microganismos fototroacuteficos em estocar na forma de

carboidratos o excesso do carbono fixado durante a aclimataccedilatildeo a altas intensidades

luminosas e mobilizar esse esqueleto carbocircnico para a siacutentese de proteiacutena

representa um requisito importante para a sobrevivecircncia

141

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

107 1 107 268 0118

Fonte de Nitrogecircnio

004 1 004 000 0974

Intensiade luminosa

48 2 24 059 0562

Resiacuteduos 763 19 40

total 918 23

A partir dos estudos relatados previamente na literatura mostram que o teor de

carboidrato eacute 12 a 16 nas ceacutelulas de Arthrospira platensis cultivadas em meio

sinteacutetico e em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas sem condiccedilotildees de stress como alta

salinidade alta intensidade luminosa deficiecircncia em nitrogecircnio (COGNO et al

2003 VONSHAK 1997) Carlozzi e Pinzani (2005) relataram que as ceacutelulas de

Artrospira platensis foram estimuladas para sintetizar carboidratos durante o dia e

estes foram consumidos para permitir a siacutentese de proteiacutenas durante a noite De

acordo com Ma et al (1997) uma menor taxa na siacutentese de proteiacutena eacute observado a

altas irradiaccedilotildees comparando com a siacutentese de carboidrato Isto pode conduzir a

um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas sem um concomitante aumento na siacutentese

de proteiacutena Tem sido sugerido que o carbono a partir dos poliacutemeros de carboidratos

estocados pode ser transferido para formaccedilatildeo de proteiacutenas durante a noite (Ma et

al 1997) No entanto como no presente trabalho natildeo houve fotoperiacuteodo de fase

claroescuro propiciou a um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas e a reduziu a

concentraccedilatildeo de proteiacutenas Adicionalmente Torzillo et al (1991) relataram que as

ceacutelulas de Spirulina expostas a altas irradiacircncais direcionam a biomassa a sintetizar

carboidratos na qual pode ser usado como um reservatoacuterio do poder redutor e a

uma reduccedilatildeo na siacutentese de proteiacutenas

Como podemos observar na anaacutelise de variacircncia (Tabela 43) o teor de cinzas

natildeo foi influenciado pelas variaacuteveis estudadas atingindo valores que variaram de

428 plusmn 004 a 583 plusmn 002 Esses valores estatildeo de acordo com os valores obtidos

por Miao (2005) que obtiveram um teor de cinzas de 636 plusmn 005 em cultivos

autotroacuteficos e 593 plusmn 004 em cultivos heterotroacuteficos de Chlorella protothecoides

Similarmente Tokusoglu e Uumlnal (2003) observaram um conteuacutedo de cinzas em trecircs

142

diferentes cepas de Spirulina denominada de 1 2 e 3 foram de 743 751 and

1038 respectivamente A microalga marinha Isochrisis obteve o maior conteuacutedo

de cinzas (1608)

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

068 1 069 18 0192

Fonte de Nitrogecircnio

058 1 058 152 0232

Intensiade luminosa

112 2 056 147 0255

Resiacuteduos 723 19 038

total 962 23

Jimeacutenez et al (2003) encontraram um alto teor de cinzas no cultivo de S

platensis aproximadamente 20 (valores tiacutepicos satildeo de 5ndash7) esse alto valor pode

ser explicado pelo fato de que a alga obtida a partir do filtro foi introduzida

diretamente spray drier sem passar pelo processo de lavagem Como o meio de

crescimento eacute altamente enriquecido com bicarbonato a lavagem eacute necessaacuteria para

eliminaacute-los Esse processo normalmente reduz o conteuacutedo de cinzas

No presente trabalho a composiccedilatildeo do meio de cultura foi mantido em todas as

condiccedilotildees experimentais com modificaccedilatildeo apenas da fonte de nitrogecircnio de nitrato

de soacutedio para ureacuteia em alguns experimentos Adicionalmente a biomassa passou

por um processo de lavagem antes da etapa de secagem que removeu os sais

adsorvidos nas ceacutelulas Portanto isso favoreceu a manutenccedilatildeo no teor de cinzas na

biomassa seca Canizares et al (2004) obtiveram elevados teores de cinzas (14)

na biomassa de Spirulina maacutexima utilizando 50 de efluente suiacuteno no meio de

cultura Isso foi atribuiacutedo ao elevado quantidade de partiacuteculas minerais presente no

meio

143

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos

Foram avaliados os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os

cultivos avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos paracircmetros energia de

Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular (1YGX) das produccedilotildees

molares de O2 consumo de H+ e nuacutemero de foacutetons para sustentar o crescimento

fotoautotroacutefico Foi avaliada a eficiecircncia da fotossiacutentese em A platensis calculando-

se a energia molar de Gibbs absorvida da luz para produzir um C-mol de biomassa

a partir do correspondente nuacutemero de Einsteins absorvidos e da energia meacutedia

molar dos foacutetons

A energia de Gibbs dissipada por unidade da biomassa (1YGX kJ por C-mol X)

foi calculada pela Equaccedilatildeo 6 como descrita no item 45 A equaccedilatildeo mostra que na

dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs estatildeo inclusos tanto a manutenccedilatildeo como o

crescimento celular A energia de Gibbs eacute utilizada tambeacutem para a manutenccedilatildeo das

funccedilotildees celulares como reposiccedilatildeo dos gradientes que faltam degradaccedilatildeo proteiacutenas

Esta energia de Gibbs eacute produzida pelo catabolismo de certas quantidades de

doadores de eleacutetrons (substratos)

No Graacutefico 26 ilustra o comportamento da dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs para

o crescimento e manutenccedilatildeo celular 1YGX em relaccedilatildeo ao tempo Como regra geral

esse paracircmetro bioenergeacutetico aumentou com o tempo em todas as condiccedilotildees

testadas como resultado do crescente niacutevel de biomassa que foi responsaacutevel por

diminuir a velocidade especiacutefica de crescimento Um aumento na intensidade

luminosa ateacute 120 mol de foacutetons m-2 s-1 favoreceu o crescimento de ceacutelulas por

causa de fotolimitaccedilatildeo com isso as exigecircncias de energia aumentaram

notavelmente no periacuteodo de tempo mais curto Por outro lado nenhum (ureacuteia) ou

muito pouco (nitrato) aumento de 1YGX foram observados na faixa da intensidade

luminosa de 120-240 mol de foacutetons m-2 s-1 por causa da obtenccedilatildeo das condiccedilotildees

de saturaccedilatildeo de luz Esse comportamento tambeacutem eacute consistente com os menores

valores de 1YGX previamente observados em tanques abertos (TORRE et al 2003)

o que permitiu um menor crescimento devido ao efeito de sombreamento (DANESI

et al 2004)

144

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado)

Com os dados da composiccedilatildeo elementar da biomassa seca obtida no final de

cada experimento foram calculados os coeficientes atocircmicos para os elementos C

N H O S principais elementos que constituem a composiccedilatildeo elementar da

biomassa Determinado o coeficiente atocircmico dos elementos C H O N S (descrito

no item 4653) e conhecendo-se os graus de reduccedilatildeo desses elementos (C = 4 H

=1 O = -2 S = 6 N-NH4+ = -3 ou N-NO3

- = 5) de acordo com os iacuteons nas quais satildeo

inseridos na biomassa (HCO3- H2O H+ O2 NH4

+ e SO4-2) foi possiacutevel calcular o

grau de reduccedilatildeo da biomassa (descrito no item 4654 Tabela 44) bem como os

coeficientes estequiomeacutetricos para balanccedilos de carbono nitrogecircnio oxigecircnio

enxofre carga iocircnica e poder de reduccedilatildeo para a produccedilatildeo fotoautotroacutefica de 1 mol

de carbono (C-mol) de biomassa seca usando NaNO3 e ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio de acordo com Heijnen (2001) em cada condiccedilatildeo estudada de acordo

com a aplicaccedilatildeo do princiacutepio de conservaccedilatildeo

O crescimento autotroacutefico pode ser representado por uma equaccedilatildeo de

balanccedilo de massa global onde as fontes de nitrogecircnio (NO3- ou NH4

+) e carbono

(HCO3-) H2O e H+ estatildeo envolvidas para a formaccedilatildeo de 1 C-mol de biomassa

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

145

a HCO3- + b NO3

- (or NH4+) + c H2O + d O2 + e H+ + f SO4

-2 +

CH1650O0531N0170S00007 = 0 (11)

Para esse propoacutesito foi usada a composiccedilatildeo elementar descrita por Cornet et

al (1992) (Equaccedilatildeo 11) ou a composiccedilatildeo elementar determinada

experimentalmente como descrita no item Materiais e meacutetodos

Os coeficientes estequiomeacutetricos foram estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa usados para a formaccedilatildeo da biomassa Os principais iacuteons envolvidos na

formaccedilatildeo da biomassa e seus respectivos coeficientes estequiomeacutetricos estatildeo

descritos na Tabela 44

Como pode ser observado o grau de reduccedilatildeo da biomassa (γX) calculado no

modelo da composiccedilatildeo da biomassa determinado experimentalmente neste trabalho foi

sempre um pouco maior com o nitrato (489 ndash 519) do que com ureacuteia (399 ndash 432)

como esperado pelo maior nuacutemero de oxidaccedilatildeo do nitrato (HEIJNEN 2001)

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de materiais de

carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da biomassa cultivada em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia como fontes de nitrogecircnio

HCO3- NO3

- NH4+ H2O O2 H+ SO4

-2 Biomassa

Δgf‟i

(kJ mol-1) -5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Coeficiente estequiomeacutetrico (mol C-molDM-1)

testes Ia a b b C d e f γX b

1 c 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 58

1 d 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

2 d 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

3 d 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

4 d 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

5 d 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

6 d 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432 a Intensidade luminosa (μmol m

-2 s

-1)

b Grau de reduccedilao da biomassa

c Composiccedilatildeo elementar da biomassa descrita por Cornet et al (1992)

d Composiccedilatildeo elementar da biomassa determinada experimentalmente

146

Estimando os coeficientes estequiomeacutetricos da reaccedilatildeo 11 e conhecendo a

energia de Gibbs de formaccedilatildeo de produtos e reagentes (Tabela 44) (HEIJNEN

2001) eacute possiacutevel calcular o numero de moles de foacutetons (Einsteins) para sustentar o

crescimento autotroacutefico de 1 C-mol de biomassa (nPh) pela Equaccedilatildeo 8 (item 45)

Embora os valores reais de Δgfi deveriam ter sido utilizados para este caacutelculo

foram utilizados os valores das condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo Torre et al (2003)

demostraram que as diferenccedilas entre a energia de Gibbs de formaccedilatildeo nas

condiccedilotildees reais de cultivo natildeo diferem entre si ou diferem natildeo mais que 3 apartir

de seus respectivos valores estimados com base nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

(T = 2984K C = 10M pH = 70) Por isso foram utilizados os valores de energia de

Gibbs nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

No entanto para o iacuteon H+ a energia de Gibbs de formaccedilatildeo (ΔgfH+) eacute por

definiccedilatildeo uma funccedilatildeo da cultura do pH Assim esse paracircmetro foi recalculado para

as condiccedilotildees reais da equaccedilatildeo de Gibbs

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg (Equaccedilatildeo 12)

Durante as reaccedilotildees luminosas da fotossiacutentese a energia livre carregada

pelos foacutetons eacute capturada por pigmentos (por exemplo a clorofila) organizadas em

grandes complexos de proteiacutenas chamado de centros de reaccedilatildeo A energia de um

foacuteton provoca excitaccedilatildeo eletrocircnica elevando um eleacutetron para um niacutevel maior de

energia exatamente igual agrave energia do foacuteton (hν) Satildeo exigidos um miacutenio de 8 foacutetons

para transferir 4 eleacutetrons de 2 moleacuteculas de H2O para reduzir a 2 moleacuteculas de

NADPH2 de acordo com a equaccedilatildeo

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2H+ (Reaccedilatildeo 12)

Subsequentemente os eleacutetrons satildeo transferidos do NADPH para o CO2

atraveacutes do ciclo de Calvin para produzir os constituintes da biomassa (RAVEN et al

2000)

Como mostrado na Graacutefico 27 a diminuiccedilatildeo progressiva da velocidade

especiacutefica de crescimento () ao longo do cultivo provocou um aumento (em valor

absoluto) no nuacutemero de Einsteins absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa

147

(nPh) Nos maiores valores de quase atingiu o valor teoacuterico de nPh relatado por

Richmond (1983) para sustentar o crescimento sob condiccedilotildees ideais que eacute de 8

Einsteins por C-mol de biomassa

Como jaacute foi observado em trabalho anterior (TORRE et al 2003) a exigecircncia

de energia adicional em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo ideal de 8 Einsteins C-mol DM-1 foi

insignificante no iniacutecio dos cultivos (alta velocidade especiacutefica de crescimento) e em

seguida aumentou consideravelmente durante a fase estacionaacuteria de cada

experimento sugerindo que em condiccedilotildees provavelmente limitada pelo

sombreamento a biomassa usa a energia preferencialmente para a manutenccedilatildeo

do que para o crescimento Em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de luz (no iniacutecio) ou de

sombreamento (na fase estacionaacuteria) um aumento progressivo da intensidade de

luz natildeo excedeu qualquer influecircncia significativa sobre este paracircmetro

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mol

DM

-1)

(dias -1)

148

Como mostrado no Graacutefico 27 as culturas com nitrato necessitam de maiores

valores de nPh para sustentar o crescimento autotroacutefico em relaccedilatildeo agraves culturas

utilizando ureacuteia Como as concentraccedilotildees celulares dos cultivos utilizando nitrato ou

ureacuteia foram semelhante em todas as intensidades luminosas (Item 61) a exigecircncia

adicional foacuteton nos cultivos com nitrato foi provavelmente utilizado para reduzir o

nitrato a amocircnio (HATORI MYERS 1966) que eacute a forma preferencial de nitrogecircnio

assimilado pela A platensis (BOUSSIBA et al 1984) Este efeito tambeacutem foi

observada por Torre et al (2003) em tanques abertos

Finalmente pode ser observado na mesma figura que o uso do modelo

bioenergeacutetico acima com os coeficientes relatados por Cornet et al (1992) para a

composiccedilatildeo da biomassa de A platensis (CHNOS) levou a resultados praticamente

coincidentes com aqueles obtidos utilizando as experimentais determinadas neste

trabalho Essa constataccedilatildeo demonstra que a composiccedilatildeo da biomassa tem um

impacto pouco significativo sobre os resultados de tal modelo bioenergeacutetico logo

poderia simplesmente ser usado como um instrumento geral assumindo os dados da

literatura sem a necessidade de qualquer determinaccedilatildeo da biomassa

No Graacutefico 28 mostra os comportamentos da produccedilatildeo molar de O2 e do

consumo de H+ durante os cultivos nas diferentes intensidades luminosas Essas

tendecircncias demonstram que as diferentes atividades de consumo e produccedilatildeo

seguem fielmente o crescimento celular O aumento progressivo desses paracircmetros

com a intensidade luminosa confirma que esta foi o fator limitante ao crescimento

nunca atingindo as condiccedilotildees de inibiccedilatildeo da luz Como esperado este

comportamento foi qualitativamente semelhante nas culturas utilizando nitrato como

fonte de nitrogecircnio

149

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como eacute conhecido a energia do fluxo de eleacutetrons entre o FSII e NADPH

direciona proacutetons atraveacutes da membrana plasmaacutetica criando uma forccedila motriz de

proacutetons que fornece energia para a siacutentese de ATP pela ATP sintase (LEHNINGER

2004) Portanto assumiu-se que uma parte da energia molar de Gibbs absorvida

pelos dois fotossistemas foi usada para converter ADP em ATP Como mostrado no

Graacutefico 29 os maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram obtidos no final do cultivo

devido a condiccedilotildees ambientais desfavoraacuteveis como a falta de nutrientes ou

liberaccedilatildeo de metaboacutelitos celulares No que se refere agrave intensidade luminosa os

maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram observados nas culturas a intensidades

luminosas iguais e maiores que 120 μmol de foacutetons m-2 s-1 que garantiu a maior

concentraccedilatildeo de ceacutelulas (Item 61) Os valores de ΔGa e ΔGATP natildeo aumentaram no

caso dos cultivos utilizando ureacuteia ou aumentou muito pouco no caso dos cultivos

utilizando nitrato na faixa de intensidade luminosa de 120 - 240 μmol de foacutetons m-2

s-1 devido agraves condiccedilotildees de saturaccedilatildeo de luz como mencionado anteriormente

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mo

lL

)

Tempo (dias)

150

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua)

No Graacutefico 30 mostra os resultados da energia fixada pela fotossiacutentese (ΔH)

e a liberada como calor (Q) a diferentes condiccedilotildees de intensidades luminosas e

fontes de nitrogecircnio Pode ser visto que no final de cultivos tanto ΔH como Q

aumentaram com a intensidade luminosa Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees de

excesso de luz parte da energia absorvida eacute dissipada termicamente atraveacutes de um

mecanismo natildeo fotoquiacutemico (Non-Photochemical Quenching) (MOZZO et al 2008)

e uma quantidade significativa de energia livre eacute perdida como calor durante as

reaccedilotildees bioquiacutemicas entre a absorccedilatildeo luz e a formaccedilatildeo carboidratos (HAUSKA

ARNALD 2000) Esse resultado foi atribuiacutedo a um mecanismo fisioloacutegico para

proteger o aparelho fotossinteacutetico contra fotodestruiccedilatildeo (KARAPETYAN 2008

HEBER et al 2006) cuja funccedilatildeo eacute desempenhada pelos complexos antena do

aparato fotossinteacutetico que muda forma de captaccedilatildeo de luz para uma forma de

dissipaccedilatildeo teacutermica eficiente (MOZZO et al 2008)

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

0 2 4 6 8 10 12

G

AT

P (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

151

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como era esperado pelo fato de que tanto a siacutentese de ATP como a formaccedilatildeo

de NADPH satildeo resultantes do mesmo complexo fotossinteacutetico o comportamento do

ΔH foi bastante semelhante ao observado para o ΔGATP

No Graacutefico 31 mostra a distribuiccedilatildeo percentual da energia luminosa absorvida

em funccedilatildeo do tempo nos cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 escolhidos como

exemplo Resultados qualitativamente semelhantes foram observados nos cultivos a

maiores intensidades luminosos (dados natildeo mostrados) Os cultivos com ureacuteia

apresentaram maiores valores de ηATP e ηF e menores valores de ηQ quando

comparado aos cultivos usando nitrato Isso pode ser explicado pelo fato de um

maior requerimento energeacutetico para a reduccedilatildeo de nitrato de amocircnia Aleacutem disso em

todos os experimentos a fraccedilatildeo de energia armazenada como ATP (ηATP) e a fixada

pelos sistemas (ηF) diminuiram ao longo do tempo enquanto que o liberado em

forma de calor (ηQ) aumentou

-2000

0

2000

4000

6000

8000

0 2 4 6 8 10

-H

Q

(k

J C

-mo

l D

M -1

)

Tempo (dias)

152

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( )

Os maiores valores ηATP e ηF foram por volta de 12 e 23-27 nas culturas

com nitrato e 15 e 31-34 em culturas com ureacuteia respectivamente Nos cultivos a

maiores intensidades luminosas (120 e 240 μmol de foacutetons mndash2 sndash1) os valores de ηF

diminuem mais acentuadamente que os cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 devido

agrave maior concentraccedilatildeo de ceacutelulas (item 61) que reduziu a disponibilidade de luz para

a ceacutelula (efeito de sombreamento) A disponibilidade de nutrientes eacute outro importante

fator ambiental influenciando a composiccedilatildeo do aparato fotossinteacutetico de

cianobacteacuterias Murakami et al (1997) tecircm mostrado que as respostas ao CO2 Na+

e estresse pela luz em Synechocystis sp provocam alteraccedilotildees no estado redox de

componentes entre os sistemas de transporte de eleacutetrons Da mesma forma a

diminuiccedilatildeo na disponibilidade de alguns nutrientes no final do cultivo de A platensis

pode ter contribuiacutedo para diminuir os valores de ηF Como esperado ηQ mostraram

um comportamento oposto aumentando progressivamente a partir dos valores

miacutenimos (60-66 com nitrato e 49-54 com ureacuteia) no iniacutecio do cultivo e cerca de

90 no final Isto significa que no final do cultivo da maior parte da energia

absorvida foi liberada como calor

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h (

)

Tempo (dias)

153

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores de diferentes configuraccedilotildees

Apoacutes a escolha da melhor condiccedilatildeo do cultivo de A platensis em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando CO2 de cilindro foram realizados

experimentos nas mesmas condiccedilotildees em fotobiorreator tubular espiralado para

avaliar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares Luo et al (2003) tem mostrado que a configuraccedilatildeo de

cada reator eacute um dos principais fatores que controlam a produtividade do cultivo

fotossinteacutetico Por isso foram comparadas as curvas de crescimento A platensis

duas diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares uma horizonal (Figura

7) e outra espiralada (Figura 8)

Como observado no Graacutefico 32 os crescimentos celulares da A platensis nos

diferentes fotobiorreatores foram semelhantes obtendo valores de concentraccedilotildees

celulares diaacuterias proacuteximas Isso pode ser explicado pela semelhanccedila nas condiccedilotildees

fiacutesicas entre os fotobiorreatores tais como diacircmetro interno do tubo velocidade de

escoamento do liacutequido bem como as condiccedilotildees de cultivos como a intensidade

luminosa temperatura meio de cultivo que foram mantidas as mais semelhantes

possiacuteveis

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Tempo (dias)

X (

mg

L-1)

154

7 Conclusotildees

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e produtividade em ceacutelulas

(Px) foram influenciados pela variaacutevel independente intensidade luminosa (I)

obtendo maiores valores quando submetidos a maiores intensidades luminosas Por

outro lado a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio (N) natildeo influenciou nesses

paracircmetros mostrando a viabilidade na substituiccedilatildeo do nitrato pela ureacuteia nos cultivos

de Artrhospira platensis

A variaacutevel independente intensidade luminosa natildeo influenciou no paracircmetro

fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) No entanto para variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio os cultivos utilizando ureacuteia apresentaram maiores

valores de YXN quando comparados aos cultivos com nitrato As diferentes fontes de

CO2 natildeo influenciaram nos paracircmetros analisados Xm Px e YXN Logo o CO2

juntamente com os volaacuteteis orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser utilizado para o cultivo da A plantesis sem interferir no crescimento celular

Na composiccedilatildeo centesimal da biomassa pode-se observar que intensidade

luminosa influenciou nos teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios obtendo maiores

valores de clorofila e proteiacutena nos cultivos a baixa intensidade luminosa enquanto

que nessas condiccedilotildees foram obtidos menores teores de lipiacutedios A fonte de

nitrogecircnio influenciou apenas no teor de clorofila obtendo maiores valores utilizando

nitrato como fonte de nitrogecircnio A fonte de CO2 natildeo influenciou na composiccedilatildeo da

biomassa Nenhuma das variaacuteveis independentes estudadas influenciou nos teores

de cinzas e carboidratos na biomassa final

Os resultados tambeacutem indicaram que todas as variaacuteveis independentes tiveram

uma certa influecircncia nos paracircmetros de bioenergeacutetica A dissipaccedilatildeo de energia de

Gibbs aumento com o tempo em todas as condiccedilotildees analisadas obtendo os maiores

valores em tempos mais curtos nos cultivos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente da fonte de nitrogecircnio selecionado O nuacutemero de moles de

foacutetons absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas

culturas com nitrato independentemente da intensidade luminosa Os maiores

valores de produccedilatildeo molar de O2 e do consumo de H+ foram obtidos com os valores

mais elevados de intensidade luminosa utilizando nitrato As fraccedilotildees da energia

direcionada para a siacutentese de ATP fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas

com ureacuteia quando comparadas com as culturas com nitrato que se revelou uma

fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o crescimento energicamente da A platensis

155

As diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares natildeo influenciaram

nas concentraccedilotildees celulares indicando que o formato do tubo que forma o

fotobiorreator seja horizontal ou espiralado natildeo interferem no crescimento da A

platensis

Com isso pode-se concluir que a intensidade luminosa eacute uma importante

variaacutevel que influencia nos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade

celular fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas bioenergeacuteticos e na

composiccedilatildeo quiacutemica da A platensis e que o emprego do CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica juntamente com a ureacuteia como fonte de nitrogecircnio pode ser

uma alternativa viaacutevel para o cultivo de A platensis em escala industrial

proporcionando uma reduccedilatildeo no custo de produccedilatildeo

156

8 Referecircncias bibliograacuteficas

ABELIOVICH A AZOV D Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds Applied and Environmental Microbiology v31 p801ndash806 1976

ACIEacuteN FERNANDEZ FG FERNANDEZ SEVILLA JM SANCHEZ PEREZ JA MOLINA GRIMA E CHISTI Y Airlift-driven external-loop tubular photobioreactors for outdoor production of microalgae assessment of design and performance Chemical Engineering Science v56 p2721-2732 2001

ADIR N ZER H SHOCHAT S OHAD I Photoinhibition a historical perspective Photosynthesis Research v76 p343ndash370 2003

AKIMOTO M OHARA T OHTAGUCHI K KOIDE K Carbon dioxide fixation and α-linolenic acid production by the hot-spring alga Cyanidium caldarium Journal of Chemical Engineering of Japan v27 n3 p329-333 1994

ANDRADE MR COSTA JAV Mixotrophic cultivation of microalga Spirulina platensis using molasses as organic substrate Aquaculture v264 p30ndash13 2007

ANDREOLI C SOUZA SP Cana-de-acuacutecar a melhor alternativa para conversatildeo da energia solar e foacutessil em etanol Economia e Energia ano X n59 dez2006jan2007 Disponiacutevel em httpecencomeee59eee59pcana_melhor_conversorlhtm Acesso em 03 Mar 2010

ASSOCIATION OF OFFICIAL OF ANALYTICAL CHEMISTS Official methods of analysis of AOAC International 16ed Arlington AOAC International 1998

AQUARONE E Penicillin and tetracycline as contamination control agents in alcoholic fermentation of sugbar cane molasses Applied Microbiology v8 p263-268 1960

BABADZHANOV AS ABDUSAMATOVA N YUSUPOVA FM FAIZULLAEVA N MEZHLUMYAN LG MALIKOVA MK Chemical composition of Spirulina platensis cultivated in Uzbekistan Chemistry of Natural Compounds v40 p276-279 2004

BANERJEE A SHARMA R CHISTI Y BANERJEE UC Botryococcus braunii a renewable source of hydrocarbons and other chemicals Critical Reviews in Biotechnology v22 p245-279 2002

BARBER J Photosystem II an enzyme of global significance Biochemical Society Transactions v34 p619-631 2006

BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Processos de fermentaccedilatildeo alcooacutelica e alguns fatores que afetam o desempenho fermentativo In AMORIM HV Processos de produccedilatildeo de aacutelcool controle e monitoramento 2ed Piracicaba FEALQFERMENTECESALQUSP 1996 103p

BASSO LC AMORIM HV OLIVEIRA AJ LOPES ML Yeast selection for fuel ethanol production in Brazil FEMS Yeast Research v8 n7 p1155ndash1163 2008

157

BECKER EW Microalgae biotechnology and microbiology Cambridge New York Cambridge University Press 1995 293p (Cambridge studies in biotechnology 10)

BELAY A The potential application of Spirulina (Arthrospira) as a nutritional and therapeutic supplement in health management Journal of the American Nutraceutical Association v5 n2 p26-49 2002

BELAY A OTA Y Production of high quality Spirulina at earthrise farms In PHANG SM BOROWITZKA MA WHITON B eds Algal biotechnology in the Asia-Pacific region Kuala Lumpur University of Malaysia 1994 p92-102

BELAY A OTA Y MIYAKAWA K SHIMAMATSU H Current knowledge on potential health benefits of Spirulina Journal of Applied Phycology v5 n2 p235-241 1993

BELKIN S BOUSSIBA S High internal pH conveys ammonia resistance in Spirulina platensis Bioresource Technology v38 n23 p167-169 1991a

BELKIN S BOUSSIBA S Resistance of Spirulina platensis to ammonia at high pH values Plant and Cell Physiology v3 p952-958 1991b

BERMAN T CHAVA S Algal growth on organic compounds as nitrogen sources Journal of Plankton Research v21 n8 1423-1437 1999

BERRY S BOLYCHEVTSEVA YV ROGNER M KARAPETYAN NV Photosynthetic and respiratory electron transport in the alkaliphilic cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis Photosynthesis Research v78 p67ndash76 2003

BEZERRA RP MATSUDO MC CONVERTI A SATO S CARVALHO JCM Influence of the ammonium chloride feeding time and the light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Biotechnology and Bioengineering v100 p297-305 2008

BINAGHI L DEL BORGHI A LODI A CONVERTI A DEL BORGHI M Batch and fed-batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochemistry v38 p1341-1346 2003

BOROWITZKA MA Microalgae as sources of fine chemicals Current Microbiology v3 p372-375 1986

BOROWITZKA MA Commercial production of microalgae ponds tanks tubes and fermenters Journal of Biotechnology v70 p313ndash321 1999

BORZANI W Fermentaccedilatildeo semicontiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coords Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p219-222

BOUSSIBA S Ammonia uptake in the Alkalophilic Cyanobacterium Spirulina platensis Plant and Cell Physiology v30 n2 p303-308 1989

BOUSSIBA S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and

158

environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p36-72

BOUSSIBA S RESCH CM GIBSON J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria Archives of Microbiology v138 p287-392 1984

BRODY M BRODY SS Induced changes in the photosynthetic efficiency of Porphyridium cruentum II Archives of Biochemistry and Biophysics v96 p354-359 1962

CACHOT T MUumlLLER M PONS M Kinetics of volatile metabolites during alcoholic fermentation of cane molasses by Sacchamoryces cerevisiae Applied Microbiology and Biotechnology v35 p345-454 1991

CAMACHO RUBIO F ACIEacuteN FERNANDEZ FG SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F MOLINA GRIMA E Prediction of dissolved oxygen and carbon dioxide concentration profiles in tubular photobioreactors for microalgal culture Biotechnology and Bioengineering v62 p71-86 1999

CANtildeIZARES-VILLANUEVA RO DOMIacuteNGUEZ AR CRUZ MS RIacuteOS-LEAL E Chemical composition of cianobacteria grown in diluted aerated swine wastewater Bioresource Technology v51 p111-116 1995

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors of photoautotrophs Biotechnology and Bioengineering v51 p51-60 1996

CARLOZZI P Dilution of solar radiation through ldquoCulturerdquo lamination in photobioreactor rows facing SouthndashNorth a way to improve the efficiency of light utilization by Cyanobacteria (Arthrospira platensis) Biotechnology and Bioengineering v81 n3 p305-315 2003

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors Applied Microbiology and Biotechnology v54 p14-22 2000

CARLOZZI P PINZANI E Growth characteristics of arthrospira platensis cultured inside a new close-coil photobioreactor incorporating a mandrel to control culture temperature Biotchnology and Bioengineering v90 n6 p675-684 2005

CARLOZZI P TORZILLO G Productivity of Spirulina in a strongly curved outdoor tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v45 n12 p18-23 1996

CARRIERI D ANANYEV G BROWN T DISMUKES GC In vivo bicarbonate requirement for water oxidation by Photosystem II in the hypercarbonate-requiring cyanobacterium Arthrospira maxima Journal of Inorganic Biochemistry v101 n1112 p1865ndash1874 2007

CARVAJAL N FERNANDEZ M RODRIGEZ JP DONOSO M Urease of Spirulina maxima Phytochemistry v21 p2821-2823 1982

159

CARVALHO JCM Contribuiccedilatildeo ao estudo dos processos descontiacutenuo alimentado de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Satildeo Paulo 1994 334p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

CARVALHO JCM SATO S Fermentaccedilatildeo descontiacutenua alimentada In BORZANI W SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 v2 p205-218

CARVALHO JCM FRANCISCO FR ALMEIDA KA SATO S CONVERTI A Cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis (Cyanophyceae) by fed-batch addition of ammonium chloride at exponentially-increasing feeding rates Journal of Phycology v40 p589-597 2004

CARVALHO JCM VITOLO M SATO S AQUARONE E Ethanol production by Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch process optimization by response surface methodology Applied Biochemistry and Biotechnology v110 n3 p151-164 2003

CEROacuteN GARCIacuteA MC FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ FG MOLINA GRIMA E GARCIacuteA CAMACHO F Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol growth rate and fatty acid profile Journal of Applied Phycology v12 n4 p239-248 2000

CEZARE EA Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de Spirulina platensis empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado Satildeo Paulo 1998 166p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

CHAMORRO G SALAZAR M ARAUJO KGL SANTOS CP CEBALLOS G CASTILLO LF Actualizacion en la farmacologiacutea de Spirulina (Arthrospira) un alimento no convencional Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v52 n3 p232-240 2002

CHANG EH YANG SS Microalgae for biofixation of carbon dioxide Botanical Bulletin of Academia Sinica v44 p43-52 2003

CHELF P BROWN LM WYMAN CE Aquatic biomass resources and carbon dioxide trapping Biomass and Bioenergy v4 p175ndash183 1993

FENG C High cell density culture of microalgae in heterotrophic growth Trends in Biotechnology v14 n11 p421-426 1996

CHEN T ZHENG W YANG F BAI Y WONG Y Mixotrophic culture of high selenium-enriched Spirulina platensis on acetate and the enhanced production of photosynthetic pigments Enzyme and Microbial Technology v39 p103ndash107 2006

CHISTI MY Airlift bioreactors London New York Elsevier Applied Science 1989 345p (Elsevier Applied Biotechnology Series)

160

CHISTI Y Biodiesel from microalgae Biotechnology Advances v25 n3 p294ndash306 2007 [Review]

CHITNIS PR Photosystem I Function and physiology Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v52 p593ndash626 2001

CHOI KH CHISTI Y MOO-YOUNG M Influence of the gas liquid separator design on hydrodynamic and mass transfer performance of split-channel airlift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v62 p327-332 1995

CHOJNACK K NOWORYTA A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme and Microbial Technology v34 p461ndash465 2004a

CHOJNACKA K MAacuteRQUEZ-ROCHA FJ Kinetic and stoichiometric relationships of the energy and carbon metabolism in the culture of microalgae Biotechnology v3 n1 p21-32 2004b

CIFERRI O Spirulina the edible microorganism Microbiological Reviews v47 n4 p551-578 1983

CIFERRI O TIBONI O The biochemistry and industrial potential of Spirulina Annual Review of Microbiology v39 n3 p503-526 1985

COGNE G LEHMANN B DUSSAP C GROS J Uptake of Macrominerals and trace elements by the Cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira platensis PCC 8005) under photoautotrophic conditions culture medium optimization Biotechnology and Bioengineering v81 n5 p588-593 2003

COLLIER JL BRAHAMSHA B PALENIK B The marine cyanobacterium Synechococcus sp WH7805 requires urease (urea amidohydrolase EC 3515) to utilize urea as a nitrogen source molecular-genetic and biochemical analysis of the enzyme Microbiology v145 447-459 1999

CONVERTI A LODI A DEL BORGHI A SOLISIO C Cultivation of Spirulina platensis in a combined airlift-tubular reactor system Biochemical Engineering Journal v32 p13ndash18 2006a

CONVERTI A SCAPAZZONI S LODI A CARVALHO JCM Ammonium and urea removal by Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v33 p8ndash16 2006b

CORNET JF DUSSAP CG CLUZEL P DUBERTRET G A structured model for simulation of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnology and Bioengineering v40 n7 p826ndash834 1992

CORONIL T LARA C GUERRERO MG Shift in carbon flow and stimulation of amino-acid turnover induced by nitrate and ammonium assimilation in Anacystis nidulans Planta v189 n3 p461-467 1993

161

COSTA JAV COZZA KL OLIVEIRA L MAGAGNIN G Different nitrogen sources and growth responses of Spirulina platensis in microenvironments World Journal of Microbiology amp Biotechnology v7 p439ndash442 2001

COSTA JAV COLLA ML DUARTE FILHO PF Improving Spirulina platensis biomass yield using a fed-batch process Bioresource Technology v92 n3 p237ndash241 2004

CYSEWSKI GR WILKE CR Process design and economic studies of alternetive fermentation methods for the production of ethanol Biotechnology and Bioengineering v20 p1421ndash1444 1978

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S An investigation of effect of replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v23 p261-269 2002

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S Effect of reducing the light intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v26 p329-335 2004

DE BEER D STOODLEY P LEWANDOWSKI Z Liquid flow in heterogeneous biofilm Biotechnology and Bioengineering v44 p636-364 1994

DORN T Nitrogen source In University of Nebraska-Lincoln Disponiacutevel em httplancasterunleduagfactsheets288htm Acesso em 26 set 2007

ELOFF JN STEINITZ Y SHILO M Photooxidation of Cyanobacteria in natural conditions Applied and Environmental Microbiology v31 n1 p119-126 1976

ESTRADA JE BESCOS P VILLAR DEL FRESNO AM Antioxidant activity of different fractions de Spirulina plantesis protean extract Farmaco v56 p497-500 2001

FACCIOTTI MCR Fermentaccedilatildeo contiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p223-246

FAINTUCH BL Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Satildeo Paulo 1989 192p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

FALCONE M MARQUES AB Estudo sobre as condiccedilotildees de hidroacutelise do HCl na dosagem de accediluacutecares redutores totais (ART) Tecnologia de Alimentos amp Bebidas v4 p24-30 1965

FERRAZ CAM Produccedilatildeo de Spirulina maxima influecircncia de ecofatores e uso de um sub produto da induacutestria alcooeira Revista de Microbiologia v17 n1 p70-74 1986

162

FLORES E HERRERO A Assimilatory nitrogen metabolism and its regulation In BRYANT DA ed The molecular biology of cyanobacteria Dordrecht Kluwer Academic Publishers 1994 p487ndash517

GANTT E Phycobilisomes Annual Review of Plant Physiology v32 p327ndash347 1981

GARRITY GM BOONE DR CASTENHOLZ RW eds Bergeyrsquos manual of systematic bacteriology the archaea and the deeply branching and phototrophic bacteria 2ed New York Springer 2001 v1 p540-543

GEIDER RJ MACINTYRE HL KANA TM Dynamic model of phytoplankton growth and acclimation responses of the balanced growth rate and the chlorophyll a carbon ratio to light nutrient-limitation and temperature Marine Ecolology Progress Series v148 p187-200 1997

GIOIELLI JA Modificaccedilatildeo Industrial de oacuteleos e gorduras Satildeo Paulo Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica 1997 pag 253

GOLDEMBERG J Biomassa e energia Quiacutemica Nova v32 n3 p582-587 2009

GOLDEMBERG J Ethanol for a sustainable energy future Science v315 p808-2010 2007

GOMBOS Z WADA H MURATA N The Recovery of photosynthesis from low-temperature photoinhibition is accelerated by the unsaturation of membrane lipids a mechanism of chilling tolerance Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v91 p8787-8791 1994

GORDILLO FJL JIMEacuteNEZ C FIGUEROA FL XAVIER NIELL F Effects of increased atmospheric CO2 and N supply on photosynthesis growth and cell composition of the cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira) Journal of Applied Phycology v10 p461ndash469 1999

GREGERSSEN L JORGENSEN SB Supervision of fed-batch fermentations Canadian Journal of Chemical Engineering v75 p69-76 1999

GRIFFITHS DJ Chlorophyll b-containing oxygenic photosynthetic prokaryotes oxychlorobacteria (prochlorophytes) Botanical Review v72 n4 p330ndash366 2006

GRUSZECKI WI WOJTOWICZ K KRUPA Z STRZALKA K A direct measurement of thermal energy dissipation in the photosynthetic apparatus during induction of fluorescence Journal of Photochemistry and Photobiology B Biology v22 p23ndash27 1994

GUERREIRO MA ANDRIETTA SR MAUGERI F Expert for design of an industrial fermentation plant for the production alcohol Journal of Chemical Technology and Biotechnology v68 p163-170 1997

GUERRERO MG LARA C Assimilation of inorganic nitrogen In FAY P VAN BAALEN C eds The cyanobacteria Amsterdam New York Elsevier 1987 p163ndash186

163

HANAGATA N TAKEUCHI T FUKUJU Y BARNES DJ KARUBE I Tolerance of microalgae to high CO2 and high temperature Phytochemistry v31 p3345-3348 1992

HATTORI A MYERS J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of Anabaena cylindrica I Reduction of nitrite to ammonia Plant Physiology v41 n6 p1031ndash1036 1966

HAUSKA G ARNALD M Energy transduction in the Z-sheme In YUNUS M MOHANTY P PATHRE U eds Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation London Taylor amp Francis 2000 p108-126

HEATHCOTE P JONES MR FYFE PK Type I photosynthetic reaction centres structure and function Philosophical Transactions of the Royal Society B Biological Sciences v358 p231ndash243 2003

HEBER U BILGER W SHUVALOV VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-oxidation Journal of Experimental Botany v57 n12 p2993ndash3006 2006

HEIJNEN JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic perspective In RATLEDGE C KRISTIANSEN B eds Basic biotechnology Cambridge Cambridge University Press 2001 p45ndash58

HENDRY GAF Chlorophylls and chlorophyll derivatives In HENDRY GAF HOUGHTON JD Natural food colorants 2ed London Blackil Academic and Professional 1996 p131-155

HENDRY GAF PRICE AH Stress indicators chlorophylls and carotenoids In HENDRY GAF GRIME JP eds Methods in comparative plant ecology London Chapman amp Hall 1993 p148-152

HERRERO A MURO-PASTOR AM FLORES E Nitrogen control in cyanobacteria Journal of Bacteriology v183 n2 p411ndash425 2001

HERRERO A FLORES E Nitrate metabolism RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p1ndash25

HILL J NELSON E TILMAN D POLASKY S TIFFANY D Environmental economic and energetic costs and benefits of biodiesel and ethanol biofuels Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v103 n30 p11206ndash11210 2006

HIRATA S TAYA M TONES S Continuous cultures of Spirulina platensis under photoautotrophic conditions with change in light intensity Journal of Chemical Engineering of Japan v31 n4 p636-639 1998

HOUMARD J Gene transcription in filamentous cyanobacteria Microbiology v140 p433-441 1994

164

HU Q GUTERMAN H RICHMOND A A flat inclined modular photobioreactor for outdoor mass cultivation from the cyanobacterium Synechococcus UTEX 625 after rapid quenching of the active CO2 transport system Canadian Journal of Botany v75 p981ndash997 1996

INGLEDEW WM Alcohol production by Saccharomyces cerevisiae a yeast primer in the alcohol textbook 3ed United Kingdom Nottingham University Press 1999 pag 49-87

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas analiacuteticas do Instituto Adolfo Lutz meacutetodos quiacutemicos e fiacutesicos para anaacutelise de alimentos 3ed Satildeo Paulo IAL 1985 v1 226p

JANSSEN M TRAMPER J MUR LR WIJFFELS RH Enclosed outdoor photobioreactors light regime photosynthetic efficiency scale-up and future prospects Biotechnology and Bioengineering v81 n2 p193-210 2003

JEAMTON W Molecular cloning and characterization of the phycocyanin genes from Spirulina platensis C1 Thailand 1997 140p Thesis of Master - School of Bioresources and Technology - King Mongkut‟s Institute of Technology Thonburi

JHA P ALI A RAGHURAM N Nitrate-Induction of nitrate reductase and its inhibition by nitrite and ammonium ions in Spirulina platensis Physiology and Molecular Biology of Plants v13 n2 p163-167 2007

JIMENEZ C COSSO BR LABELLA D XAVIER NIELL F The feasibility of industrial production of Spirulina (Arthrospira) in Southern Spain Aquaculture v217 n1 p179-190 2003

JONES RP PAMMENT N GREENFIELD PF Alcohol fermentation by yeast the effect of environmental and other variable Process Biochemistry v16 n3 p42-49 1981

JOSLYN MA Alcoholometry In ______ ed Methods in food analysis physical chemical and instrumental methods of analysis New York Academic Press 1970 p451 (Food Science and Technology)

QIAN K BOROWITZKA MA Light and nitrogen deficiency effects on the growth and composition of Phaeodactylum tricornutum Applied Biochemistry and Biotechnology v38 n12 p93-103 1993

KANG R WANG J SHI D CONG W CAI Z OUYANG F Interactions between organic and inorganic carbon sources during mixotrophic cultivation of Synechococcus sp Biotechnology Letters v26 p1429ndash1432 2004

KAPLAN A REINHOLD L CO2 concentrating mechanisms in photosynthetic microorganisms Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v50 p539ndash570 1999

KARAPETYAN NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynthesis Research v97 n3 p195ndash204 2008

165

KHESHGI HS PRINCE RC Sequestration of fermentation CO2 from ethanol production Energy v30 p1865ndash1871 2005

KHOTIMCHENKO SV YAKOVLEVA IM Lipid composition of the red alga Tichocarpus crinitus exposed to different levels of photon irradiance Phytochemistry v66 p73ndash79 2005

KIM CJ JUNG YH OH HM Factors indicating culture status during cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Journal of Microbiology v45 n2 p122-127 2007

KOBAYASHI M KAKIZONO T YAMAGUCHI K NISHIO N NAGAI S Growth and astaxanthin formation of Haematococcus pluvialis in heterotrophic and mixotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v74 p12-20 1992

KOCK JLF VENTER P SMITH DP VANWYK PWJ BOTES PJ COETZEE DJ POHL CH A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟ phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek v77 p401ndash406 2000

KOMMAREDDY AR ANDERSON GA Mechanistic modeling of a photobioreactor system In ASAE ANNUAL INTERNATIONAL MEETING Tampa 2005 Acta Saint Joseph American Society of Agricultural Engineers 2005 1 CD-ROM

KOSHIMIZU LH MELO CRUZ MR VALDEOLIVAS RI BUENO NETO CL RAMOS GONCcedilALVES AR ROMERO DE LA IGRESIA M BORZANI W Fermentaccedilatildeo alcooacutelica em uma uacutenica dorna em escala piloto Brasil Accedilucareiro v102 p14-21 1983

KUMAR DP MURTHY SDS Photoinhibition induced alterations in energy transfer process in phycobilisomes of PS II in the Cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Biochemistry and Molecular Biology v40 n5 p644-648 2007

LARA C GUERRERO MG Interactions between carbon and nitrogen metabolism In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p131-148

LAW EA BERNING JL Photosynthetic efficiency optimization studies with macroalga Gracilaria tikvihae implication for CO2 emission control from power plants Bioresource Technology v37 p25-33 1991

LAWS EA SATORU T HIRATA J PANG L Optimization of microalgae production in a shallow outdoor flume Biotechnology and Bioengineering v32 p140ndash147 1987

LEA PJ Nitrogen metabolism In LEA PJ LEEGOOD RC eds Plant biochemistry and molecular biology Chichester New York John Wiley 1993 cap7 p155-180

166

LEDUY A SAMSON R Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnology Letters v4 n5 p303-306 1982

LEDUY A ZAJIC JE A geometrical approach for differentiation of an experimental function at a point applied to growth and product formation Biotechnology and Bioengineering v25 p805ndash810 1973

LEDUY A THERIEN N An improved method for optical density measurement of the semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnology and Bioengineering v19 p1219-1224 1977

LEE YK Algal nutrition heterotrophic carbon nutrition In RICHMOND A ed Handbook of microalgal culture biotechnology and aplied phycology Oxford Blackwell Science 2004 p116-124

LEE YK Commercial production of microalgae in the Asia-Pacific rim Journal of Applied Phycology v9 p403-411 1997

LEE YK Microalgal mass culture systems and methods their limitation and potential Journal of Applied Phycology v13 p307-315 2001

LEHNINGER AL NELSON DL COX MM Principles of biochemistry 4ed New York W H Freeman 2004 1158 pag

LI DM QI YZ Spirulina industry in China present status and future prospects Journal of Applied Phycology v9 p25ndash28 1997

LI Y ZHANG J XIE J ZHAO J JIANG L Temperature-induced decoupling of phycobilisomes from reaction centers Biochimica et Biophysica Acta v1504 n23 p229-234 2001

LIANG S LIU X CHENG F CHEN Z Current microalgal health food R amp D activities in China Hydrobiologia v512 p45ndash48 2004

LIMA UA BASSO LC AMORIN HV Produccedilatildeo de etanol In LIMA VA AQUARONE E BORZANI W SCHIMIDELL N Biotecnologia industrial processos fermentativos e enzimaacuteticos Satildeo Paulo Eggard Bucher 2001 v3 p1-43

LIU X ZHAO J WU Q Oxidative stress and metal ions effects on the cores of phycobilisomes in Synechocystis sp PCC 6803 FEBS Letters v579 n21 p4571ndash4576 2005

LORENZ RT A review of Spirulina and Haematococcus algae meal as a carotenoid and vitamin supplement for poultry Sl Cyanotech Corporation 1999 (Spirulina Pacifica Technical Bulletin 53) Disponiacutevel em httpwwwclimatebabescomdocumentsAlgae20Spirulina20food20supplementpdf Acesso em 25 Mar 2010

167

LU C VONSHAK A Photoinhibition in outdoor Spirulina platensis cultures assessed by polyphasic chlorophyll fluorescence transients Journal of Applied Phycology v11 n4 p355-359 1999

LU C ZHANG J Role of light in the response of PSII photochemistry to salt stress in the cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Experimental Botany v51 n346 p911-917 2000

LUO HP KEMOUN A AL-DAHHAN MH SEVILLA JMF SAacuteNCHEZ JLG CAMACHO FG GRIMA EM Analysis of photobioreactors for culturing high-value microalgae and cyanobacteria via an advanced diagnostic technique CARPT Chemical Engineering Science v58 p2519ndash2527 2003

MA X CHEN KW LEE YK Growth of Chlorella outdoors in a changing light environment Journal Applied Phycology v9 p425ndash430 1997

MACINTYRE HL KANA TM ANNING T GEIDER RJ Photoacclimation of photosynthesis irradiance response curves and photosynthetic pigments in microalgae and cyanobacteria Journal of Phycology v38 p17ndash38 2002

MAGALHAtildeES MMA Fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de melaccedilo influecircncia da adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio ao mostro no teor de proteiacutena e levedura residual Satildeo Paulo 1978 85p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Engenharia Quiacutemica Escola Politeacutecnica ndash Universidade de Satildeo Paulo

MAMEDE MEO PASTORE GM Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo dos compostos majoratoacuterios da fermentaccedilatildeo de mosto de uva por leveduras isoladas da regiatildeo da ldquoSerra gauacutechardquo (RS) Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v24 n3 p453-458 2004

MANRIQUE REOL E Los pigmentos fotosinteacuteticos algo maacutes que la captacioacuten de luz Ecosistemas v12 n1 2003 Disponiacutevel em httpruauaesdspacebitstream1004589581ECO_1228129_08pdf Acesso em 7 agost 2009

MARQUES F Vias para avanccedilar como liacuteder do etanol Pesquisa FAPESP n149 Jul 2008 Disponiacutevel em httprevistapesquisafapespbrart=3574ampbd=1amppg=1 Acesso em 9 mar 2010

MARQUEZ FJ NISHIO N NAGAI S SASAKI K Enhancement of biomass and pigment production during growth of Spirulina platensis in mixotrophic culture Journal of Chemical Technology and Biotechnology v6 p159ndash164 1995

MAacuteRQUEZ FJ SASAKI K KAKIZONO T NISHIO N NAGAI S Growth characteristics of Spirulina platensis in mixotrophic and heterotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v76 p408-410 1993

MARZZOCO A TORRES BB Bioquiacutemica baacutesica 2ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1999 388p

MASOJIacuteDEK J PAPAacuteČEK Š SERGEJEVAVAacute M JIRKA V ČERENŶ J KUNC J KOREČKO J VERBOVIKOVA O KOKPECKY J ŜTYS D

168

TORZILLO G A closed solar photo bioreactor for cultivation of microalgae under supra-high irradiance basic design and performance Journal of Applied Phycology n15 p239ndash248 2003

MATA AM Engineering photosynthetic systems for bioregenerative life support Barcelona 2007 274p Tese de Doutorado ndash Escola Teacutecnica Superior de Engenharia - Universidade Autonoma de Barcelona

MATSUNAGA T SUDO H TAKEMASA H WACHI Y NAKAMURA N Sulfated extracellular polysaccharide production by the halophilic cyanobacterium Aphanocapsa halophytia immobilized in light-diffusing optical fibers Applied Microbiology and Biotechnology v45 p24-27 1996

MCCARTY RE EVRON Y JOHNOSON EA The chloroplast ATP synthase a rotary enzyme Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v51 p83-109 2000

MCEVOY JP GASCON JA BATISTA VS BRUDVIG GW The mechanism of photosynthetic water splitting Photochemical amp Photobiological Sciences v4 p940ndash949 2005

MELIS A Photosystem-II damage and repair cycle in chloroplasts what modulates the rate of photodamage in vivo Trends in Plant Science v4 p130ndash135 1999

MENDOZA H MARTEL A JIMEacuteNEZ DEL RIacuteO M GARCIacuteA REINA G Oleic acid is the main fatty acid related with carotenogenesis in Dunaliella salina Journal of Applied Phycology v11 n1 p15-19 1999

MERCHUK JC LADWA N CAMERON A BULMER M BERZIN I PICKETT AM Liquid flow and mixing in concentric tube air-lift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v66 p174-182 1996

MIAO X WU Q Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil Bioresource Technology v97 p841ndash846 2006

MIRANDA MS CINTRA RG BARROS SB MANCINI FILHO J Antioxidant activity of the microalga Spirulina maxima Brazilian Journal of Medical and Biological Research v31 n8 p1075-1079 1998

MOBLEY HLT HAUSINGER RP Microbial ureases significance regulation and molecular characterization Microbiological Reviews v53 n1 p85ndash108 1989

MOHANTY P SCRIVASTAVA M KRISHNA KB The photosynthetic apparatus of Spirulina electron transport and energy transfer In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p17-72

MOLINA E FERNAacuteNDEZ J ACIEacuteN FG CHISTI YTubular photobioreactor design for algal cultures Journal of Biotechnology v92 p113ndash131 2001

MOLINA GRIMA E SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM FERNAacuteNDEZ FG URDA CARDONA J Biomass

169

and icosapentanoic acid productivities from an outdoor batch culture of Phaeodactylum tricornutum UTEX 640 in an airlift tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v42 p658-663 1995

MOumlLLERSTEN K YAN J MOREIRA JR Potential market niches for biomass energy with CO2 capture and storage opportunities for energy supply with negative CO2 emissions Biomass and Bioenergy v25 p273ndash285 2003

MORAIS MG COSTA JAV Biofixation of carbon dioxide by Spirulina sp and Scenedesmus obliquos cultivated in a three-stage serial tubular photobioreactor Journal of Biotechnology v129 p439ndash445 2007b

MORAIS MG COSTA JAV Carbon dioxide fixation by Chlorella kessleri Chlorella vulgaris Scenedesmus obliquus and Spirulina sp cultivated in flasks and vertical tubular photobioreactors Biotechnology Letters v29 p1349ndash1352 2007a

MORIST A MONTESINOS JL CUSIDOacute JA GOacuteDIA F Recovery and treatment of Spirulina platensis cells cultured in a continuous photobioreactor to be used as food Process Biochemistry v37 p535-547 2001

MOZZO M PASSARINI F BASSI R VAN AMERONGEN H CROCE R Photoprotection in higher plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of Photosystem II Biochimica et Biophysica Acta Bioenergetics v1777 n10 p1263-1267 2008

MUGGLI DL HARRISON PJ Effects of nitrogen source on the physiology and metal nutrition of Emiliania huxleyi grown under different iron and light conditions Marine Ecology Progress Series v130 p255-267 1996

MUumlHLING M BELAY A WHITTON BA Screening Arthrospira (Spirulina) strains for heterotrophy Journal of Applied Phycology v17 p129ndash135 2005

MURAKAMI A KIM SJ FUJITA Y Changes in photosystem stoichiometry in response to environmental conditions for cell growth observed with the Cyanophyte synechocystis PCC 6714 Plant and Cell Physiology v38 n4 p392-397 1997

MURO-PASTOR MI FLOREcircNCIO FJ Regulation of ammonium assimilation in cianobacterium Plant Physiology and Biochemistry v41 p595ndash603 2003

NAKAJIMA Y UEDA R Improvement of photosynthesis in dense microalgal suspension by reduction of light harvesting pigments Journal of Applied Phycology v9 p503ndash510 1997

NARAYAN MS MANOJ GP VATCHRAVELU K BHAGYALAKSHIMI N MAHADEVASWAMY M Utilization of glycerol as carbon source on the growth pigment and lipid production in Spirulina platensis International Journal of Food Sciences and Nutrition v56 n7 p521-528 2005

NELSON N BEN-SHEM A Photosystem I reaction center past and future Photosynthesis Research v73 p193ndash206 2002

170

NELSON N YOCUM CF Structure and function of photosystems I and II Annual Review of Plant Biology v57 p521ndash565 2006

NERANTZIS ET TZOVENIS IP STAMATIADIS S GIANNAKOPOULOU E MANIATIS L Continuous production of Arthrospira (=Spirulina) platensis in a helical photobioreactor Disponiacutevel em httpwwwsrcosmosgrsrcosmosshowpubaspxaa=8290 Acesso em 26 mar 2010

NIEVA M VALIENTE EF Inorganic carbon transport and fixation in cells of Anabaena variabilis adapted to mixotrophic conditions Plant and Cell Physiology v37 p1ndash7 1996

OCHOA DE ALDA JAG TAPIA M LLAMA MJ SERRA JL Changes in photosynthetic yield amino acids and organic acids are induced by ammonium addition to cells of Phormidium laminosum (Cyanophyceae) Journal of Phycology v32 p602-608 1996

OGAWA T TERUI G Studies on the growth of Spirulina platensis on the pure culture of Spirulina platensis Journal of Fermentation Technology v48 p361-367 1970

OGBONNA JC MASUI H TANAKA H Sequential heterotrophic autotrophic cultivation an efficient method of producing Chlorella biomass for health food and animal feed Journal of Applied Phycology v9 p359ndash366 1997

OGBONNA JC TANAKA H Light requirement and photosynthetic cell cultivation development of processes for efficient light utilization in photobioreactors Journal of Applied Phycology v12 p207ndash218 2000

OGBONNA JC TANAKA H Industrial-size photobioreactors CHEMTECH v27 n7 p43-49 1997

OGBONNA JC TOMIYAMA S TANAKA H Production of α-tocopherol by sequential heterotrophic-photoautotrophic cultivation of Euglena gracilis Journal of Biotechnology v70 n13 p213ndash221 1999

OLGUIacuteN EJ GALICIA S HERNAacuteDEZ E ANGULO O The effect of low light flux and nitrogen deficiency on the chemical composition of Spirulina sp growth on pig waste Bioresource Technology v77 p19-24 2001

OMATA T OHMORI M ARAI N OGAWA T Genetically engineered mutant of the cyanobacterium Synechococcus PCC 7942 defective in nitrate transport Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v86 p6612ndash6616 1989

ONO E CUELLO JL Design parameters ofsolar concentrating systems for CO2-mitigating algal photobioreactors Energy v29 p1651ndash1657 2004

PALINSKA KA JAHNS T RIPPKA R TANDEAU DE MARSAC N Prochlorococcus marinus strain PCC9511 a picoplanktonic cyanobacterium synthesizes the smallest urease Microbiology v146 p3099ndash3107 2000

171

PAOLETTI C PUSHPARAJ B TOMASELLI FL Ricerche sulla nutrizione minerale di S platensis In CONGRESSO NAZIONALE DELLA SOCIETAacute ITALIANA DI MICROBIOLOGIA 17 Padova 1975 Atti Padova 1975 p845-853

PELIZER LH DANESI EDG RANGEL CO SASSANO CEN CARVALHO JCM SATO S MORAES IO Influence of inoculum age and concentration in Spirulina platensis cultivation Journal of Food Engineering v56 p371-375 2003

PELIZER LH SASSANO CE CARVALHO JCM SATO S GIOELLI LA MORAIS IO Padronizaccedilatildeo do meacutetodo de secagem da biomassa de Spirulina platensis Revista de Farmaacutecia e Quiacutemica v32 n1 p37-40 1999

PEREGO Jr L Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua de mosto de melaccedilo influecircncia da concentraccedilatildeo do mosto e da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo na estabilidade do sistema a 32 ordmC Satildeo Paulo 1979 162p Tese de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

PIERCE WC HAENISCH EL Quantitative analysis 3ed New York John Willey 1948 497p

PINTO LS VIERA LM PONS MN FONSECA MMR MENEZES JC Monitorizaccedilatildeo de processos bioloacutegicos III Anaacutelise digital de imagem Boletim de Biotecnologia Disponiacutevel em httpdequimistutlptbbio70pdfAnalise_Digital_de_Imagempdf Acesso em 30 set 2007

PIORRECK M BAASCH KH POHL P Biomass production total protein chlorophylls lipids and fatty acids of freshwater green and blue-green algae under different nitrogen regimes Phytochemistry v23 p207-216 1984

PRASANNA R SOOD A SURESH A NAYAK S KAUSHIK BD Potentials and applications of algal pigments in biology and industry Acta Botanica Hungarica v49 n12 p131-156 2007

PULZ O SCHEIBENBOGEN K Photobioreactors design and performance with respect to light energy input Advances in Biochemical EngineeringBiotechnology v59 p123-152 1998

RAFIQUL IM JALAL KCA ALAM MZ Environmental factors for optimisation of spirulina biomass in laboratory culture Biotechnology v4 n1 p19-22 2005

RAI AK Purification and properties of urease from a cyanobacterium Anabaena doliolum FEMS Microbiology Letters v61 n3 p319-322 1989

RAI AK SINGH S Urease of blue-green algae (Cyanobacteria) Anabaena doliolum and Anacystis nidulans Current Microbiology v16 n2 p113-117 1987

RANGEL-YAGUI CA DANESI EDG CARVALHO JCM SATO S Chlorophyll production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process Bioresource Technology v92 p133ndash141 2004

172

RAPP A VERSINI G Influence of nitrogen compounds in grapes on aroma compounds of wine In INTERNATION SYMPOSIUM ON NITROGEN IN GRAPES AND WINE Seattle 1991 Proceedings Seattle American Society for Enology and Viticulture 1991 p156-164

RAVAGNANI MASS THONERN WI CABALLERO JA A mathematical model for the composition of Brazilian ethanol shares for exportation to be blended to gasoline Energy Policy v35 n10 p5060ndash5063 2007

RAVEN JA KIumlBLER JE BEARDALL J Put out the light and then put out the light Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom v80 n1 p1-25 2000

REICHERT CC REINEHR CO COSTA JAV Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium Spirulina platensis in a closed photobioreactor Brazilian Journal of Chemical Engineering v23 n1 p23-28 2006

RICHMOND A Large scale microalgal culture and applications Progress in Phycological Research v7 p269ndash330 1990

RICHMOND A Phototrophic microalgae In REHM HJ REED G KIESLICH K BRAUER H PAPE H KENNEDY JF JACOBSON GK eds Biotechnology Weinheim Verlag Chemie 1983 v3 p109ndash143

RICHMOND A Microalgal biotechnology at the turn of the millennium a personal view Journal of Applied Phycology v12 p441ndash451 2000

RICHMOND A GROBBELAAR JU Factors affecting the output rate of Spirulina platensis with reference to mass cultivation Biomass v10 p253-264 1986

RICHMOND T LICHTENBERG B STAHL B VONSHAK A Quantitative assessment of the major limitations os productivity os Spirulina platensis in open receways Journal of Applied Phycology v2 p195-206 1990

ROMANO P FIORE C PARAGGIO M CARUSO M CAPECE A Function of yeast species and strains in wine flavour International Journal of Food Microbiology v86 p169ndash180 2003

ROMERO JM LARA C Photosynthetic assimilation of N03- by intact cells of the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v83 p208-212 1987

Romero FAPESP Satildeo Paulo Agecircncia Fapesp Disponiacutevel em httpwwwagenciafapespbr Acesso em 19 mar 2007

ROUKAS T Pretreatment of beet molasses pullulan production to increase Process Biochemistry v33 p805-810 1998

CAMACHO RUBIO F GARCIA CAMACHO F FERNANDEZ SEVILLA J M CHISTI Y MOLINA GRIMA E A mechanistic model of photosynthesis in microalgae Biotechnology and Bioengineering v81 n4 p459-473 2003

RUSSELL JB Quiacutemica geral Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil 1982 897p

173

SAKAMOTO T BRYANT DA Nitrate transport and not photoinhibition limits growth of the freshwater cyanobacterium synechococcus species PCC 6301 at low temperature Plant Physiology v119 p785ndash794 1999

SAMUELSSON G LONNEBORG A ROSENQVIST E GUSTAFSSON P OEQUIST G Photoinhibition and reactivation of photosynthesis in the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v79 n4 p992-995 1985

SAacuteNCHEZ-LUNA LD BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnology and Bioengineering v96 p702-711 2007

SAacuteNCHEZ-LUNA LD CONVERTI A TONINI GC SATO S CARVALHO JCM Continuous and pulse feedings of urea as a nitrogen source in fed-batch cultivation of Spirulina platensis Aquacultural Engineering v31 n34 p237-245 2004

SASSANO CEN Influecircncia da ureacuteia no crescimento e no teor do aacutecido graxo γ-linolecircnico na biomassa de Spirulina platensis Satildeo Paulo 1999 144p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

SASSANO CEN CARVALHO JCM GIOIELLI LA SATO S TORRE P CONVERTI A Kinetics and bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen source Applied Biochemistry and Biotechnology v112 p143ndash150 2004

SAWAYAMA S INOUE S DOTE Y YOKOYAMA SY CO2 fixation and oil production through microalga Energy Conversion and Management v36 p729ndash31 1995

SCHENK PM THOMAS-HALL SR STEPHENS E MARX UC MUSSGNUG JH POSTEN C KRUSE O HANKAMER B Second generation biofuels high-efficiency microalgae for biodiesel production BioEnergy Research v1 n1 p20ndash43 2008

SCHLOumlSSER UG Sammlung von algenkulturen Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft v95 p181-276 1982

SCHOEFS B Chlorophyll and carotenoid analysis in food products properties of the pigments and methods of analysis Trends in Food Science amp Technology v13 n11 p361-371 2002

SHIMAMATSU H Mass production of Spirulina an edible microalga Hydrobiologia v512 p39-44 2004

SIEGEL MH ROBINSON CW Applications of airlift gas-liquidolidreactors in biotechnology Journal of Chemical Technology and Biotechnology v47 p3215-3229 1992

174

SMITH BM MORRISSEY PJ GUENTHER JE NEMSON JA HARRISON MA ALLEN JF MELIS A Response of the photosynthetic apparatus in Dunaliella salina (Green Algae) to irradiance stress Plant Physiology v93 p1433-1440 1990

SOBCZUK TM CAMACHO FG RUBIO FC FERNANDEZ FGA GRIMA EM Carbon dioxide uptake efficiency by outdoor microalgal cultures in tubular airlift photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v67 n4 p465-475 2000

SOLETTO D BINAGHI L FERRARI L LODI A CARVALHO JCM ZILLI M CONVERTI A Effects of carbon dioxide feeding rate and light intensity on the fed-batch pulse-feeding cultivation of Spirulina platensis in helical photobioreactor Biochemical Engineering Journal v39 n2 p369-375 2008

SOLETTO D BINAGHI L LODI A CARVALHO JCM CONVERTI A Batch and fed-batch cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources Aquaculture v243 p217ndash224 2005

SOLOVCHENKO AE KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z MERZLYAK MN Effects of light and nitrogen starvation on the content and composition of carotenoids of the green microalga parietochloris incise Russian Journal of Plant Physiology v55 n4 p455ndash462 2008

SOLOVCHENKO E KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z NERZLYAK M Effects of light intensity and nitrogen starvation on growth total fatty acids and arachidonic acid in the green microalga Parietochloris incisa Journal of Applied Phycology v20 p245ndash251 2008

SOMOGY M Notes on sugar determination Journal of Biological Chemistry v195 p19-23 1952

SONOIKE K Photoinhibition of photosystem I Its physiological significance in the chilling sensitivity of plants Plant and Cell Physiology v37 n3 p239-247 1996

SOUNDARAPANDIAN P VASANTHI B Effects of chemical parameters on spirulina platensis biomass production optimized method for phycocyanin extraction International Journal of Zoological Research v4 n1 p1-11 2008

SPOLAORE P JOANNIS-CASSAN C DURAN E ISAMBERT A Commercial applications of Microalgae Journal of Bioscience and Bioengineering v101 n2 p87-96 2006

STANCA D POPOVIC E Urea as nitrogen source in modified Zarrouk medium Revue Roumaine de Biologie Serie de Biologie Vegetale v41 n1 p25-31 1996

STANIER RY COHEN-BAZIRE G Phototrophic prokaryotes the cyanobacteria Annual Review of Microbiology v31 p225-274 1977

STREIT NM CANTERLE LP CANTO MW HECKTHEUER LHH As clorofilas Ciecircncia Rural v35 n3 p748-755 2005

175

SU C GIRIDHAR R CHEN C WU W A novel approach for medium formulation for growth of a microalga using motile intensity Bioresource Technology v98 p3012ndash3016 2007

SUKENIK A TCHERNOV D KAPLAN A HUERTAS E LUBIAN LM LIVNE A Uptake efflux and photosynthetic utilization of inorganic carbon by the marine Eustigmatophyte nannchloropsis Journal of Phycology v33 n6 p969-974 1997

TAKANO H ARAI T IRANO M MATSUGANA T Effects of intensity and quality of light on phycocyanin production by a marine cyanobacterium Synechococcus sp NKBG 042902 Applied Microbiology and Biotechnology v43 p1014-1018 1995

TANDEAU DE MARSAC N HOUMARD J Adaptation of cyanobacteria to environmental stimuli new steps towards molecular mechanisms FEMS Microbiology Reviews v104 n12 p119-189 1993

TELFER A HE W-Z BARBER J Spectral resolution of more than one electron donor in the isolated Photosystem II reaction center Biochimica et Biophysica Acta v1017 p143-151 1990

TERRY KL Photosynthesis in modulated light quantitative dependence of photosynthetic enhancement on flashing rate Biotechnology and Bioengineering v28 p988ndash995 1986

TOKUSOGLU Ouml UumlNAL MK Biomass nutrient profiles of three microalgae Spirulina platensis Chlorella vulgaris and Isochrisis galbana Journal of Food Science v68 n4 p1144-1148 2003

TOMASELLI L Morphology ultrastructure and taxonomy of arthrospira (Spirulina) maxima and Arthrospira (Spirulina) platensis In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p79-99

TOMASELLI L MARGHERI MC SACCHI A Effects of light on pigments and photosynthetic activity in a phycoerythrin-rich strain of Spirulina su bsalsa Aquatic Microbial Ecology v9 p27-31 1995

TORRE P SASSANO CEN SATO S CONVERTI A GIOIELLI LA CARVALHO JCM Fed-batch addition of urea for Spirulina platensis cultivation thermodynamics and material and energy balances Enzyme and Microbial Technology v33 n5 p698ndash707 2003

TORZILLO G SACCHI A MATERASSI R RICHMOND A Effect of temperature on yield and night biomass loss in Spirulina platensis grown outdoors in tubular photobioreactors Journal of Applied Phycology v3 p103ndash109 1991

TRAVIESO L HALL DO RAO KK BENIacuteTEZ F SAacuteNCHEZ E BORJA R A helicaltubular photobioreactor producing Spirulina in a semicontinuous mode International Biodeterioration amp Biodegradation v47 p151ndash155 2001

176

TREDICI MR Bioreactors photo In FLICKINGER MC DREW SW eds Encyclopedia of bioprocess technology fermentation biocatalysis and bioseparation New York Wiley 1999 v1 p395ndash419

TREDICI MR Mass production of microalgae photobioreactors In RICHMOND A ed Handbook of microalgal cultures biotechnology and applied phycology Oxford Blackwell 2004 p178ndash214

TREDICI MR ZITTELLI CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v57 n2 p187ndash197 1998

VACHHANI A VONSHAK A Genetics of Spirulina In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p67ndash77

VALDUGA E VALEacuteRIO A TREICHELE H DI LUCCIO M JACQUES RA FUacuteRIGO Jr A Preacute-tratamentos de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar e aacutegua de maceraccedilatildeo de milho para a bioproduccedilatildeo de carotenoacuteides Quiacutemica Nova v30 n8 p1860-1866 2007

VALLADARES A MONTESINOS ML HERRERO A FLORES E An ABC-type high-affinity urea permease identified in cyanobacteria Molecular Microbiology v43 n3 p703ndash715 2002

VAN EYKELENBURG C The ultrastructure of Spirulina platensis in relation to temperature and light intensity Antonie van Leeuwenhoek v45 n3 p369-390 1979

VERNEREY A ALBIOL J LASSEUR C GODIA F Scale-up and design of a pilot-plant photobioreactor for the continuous culture of Spirulina platensis Biotechnology Progress v17 n3 p431-438 2001

VOGEL AI Anaacutelise quiacutemica quantitativa 6ed Rio de Janeiro Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos 2002 462 p

VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 223p

VONSHAK A KANCHARAKSA N BUNNAG B TANTICHAROEN M Role of ligh and photosynthesis on the acclimation process of the cyanobacterium Spirulina platensis to salinity stress Journal Applied Phycology v8 p119-124 1996

VONSHAK A RICHMOND A Mass production of the blue alga Spirulina an overiew Biomass v15 p233-247 1988

WANG B LI Y WU N LAN CQ CO2 bio-mitigation using microalgae Applied Microbiology and Biotechnology v79 p707ndash718 2008

WANG Y LI Y SHI D SHEN G RU B ZHANG S Characteristics of mixotrophic growth of Synechocystis sp in an enclosed photobioreactor Biotechnology Letters v24 p1593ndash1597 2002

177

WARD OP Biotecnologia de la fermentacion principios processos y productos Zaragoza Editorial Acribia 1989 274p

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic CO2 fixation technologies using a helical tubular bioreactor incorporating the filamentous cyanobacterium Spirulina platensis Energy Conversion and Management v36 n69 p721-724 1995a

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic production of the filmaentous cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v44 p693-698 1996

WATANABE Y DE LA NOUE J HALL DO Photosynthetic performance of a helical tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnology and Bioengineering v47 n2 p261-269 1995b

WEN YW CHEN F Optimization of nitrogen sources for heterotropic production of eicosapentanoic acid by the diatom Nitzschia laevis Enzyme and Microbial Technology v29 p341ndash347 2001

WHEALS AE BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Fuel etanol after 25 years Trends in Biotechnology v17 p482-487 1999

WHYTE JNC Biochemical composition and energy content of six species of phytoplankton used in mariculture of bivalves Aquaculture v60 p231-241 1987

XU N ZHANG X FAN X HAN L TSENG CK Effects of nitrogen source and concentration on growth rate and fatty acid composition of Ellipsoidion sp (Eustigmatophyta) Journal of Applied Phycology v13 p463ndash469 2001

YANG C HUA Q SHIMIZU K Energetics and carbon metabolism during growth of microalgal cells under photoautotrophic mixotrophic and cyclic light-autotrophicdark-heterotrophic conditions Biochemical Engineering Journal v6 p87ndash102 2000

YOUNG EB BEARDALL J Modulation of photosynthesis and inorganic carbon acquisition in a marine microalga by nitrogen iron and light availability Canadian Journal of Botany v83 p917ndash928 2005

YUN YS LEE SB PARK JM LEE CI YANG JW Carbon dioxide fixation by algal cultivation using wastewater nutrients Journal of Chemical Technology and Biotechnology v69 p451ndash455 1997

ZHANG XW ZHANG YM CHEN F Kinetic models for phycocyanin production by high cell density mixotrophic culture of the microalga Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v21 p283ndash288 1998

ZHANG K MIYACHI S KURANO N Evaluation of a vertical flat-plate photobioreactor for outdoor biomass production and carbon dioxide bio-fixation effects of reactor dimensions irradiation and cell concentration on the biomass productivity and irradiation utilization efficiency Applied Microbiology and Biotechnology v55 p428ndash433 2001

178

ANEXOS

Artigos publicados submetidos e em fase de redaccedilatildeo para perioacutedicos internacionais

ANEXO 1 - BEZERRA RP MONTOYA EYO SATO S PEREGO P

CARVALHO JCM CONVERTI A Effects of light intensity and dilution rate on the

semicontinuous cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis A kinetic Monod-type

approach Bioresource Technology 102 p3215 - 3219 2011

ANEXO 2 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and

light intensity on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects Biomass and Bioenergy

ANEXO 3 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source

for the fed-batch cultivation of Arthrospira platensis Biomass and Bioenergy

BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM

Chemical composition of the A platensis biomass cultivated on CO2 from alcoholic

fermentation Em fase de Redaccedilatildeo

179

ANEXOS

180

Anexo 1

181

182

183

184

185

Anexo 2

Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and light intensity

on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Patrizia Perego

b Attilio

Convertibc

Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo Paulo-

SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

186

ABSTRACT

The bioenergetics of the photoautotrophic growth of the cyanobacterium Arthrospira

(Spirulina) platensis was investigated in different bioreactor configurations (tubular

photobioreactor and open ponds) using different nitrogen sources (nitrate and urea) and under

different light intensity conditions Although an increase in the light intensity increased the

Gibbs energy dissipated for cell growth and maintenance in both nitrogen sources it did not

exert any appreciable influence on the moles of photons absorbed by the system to produce

one C-mol biomass On the other hand both bioenergetic parameters were higher in cultures

with nitrate than with urea likely because of the higher energy requirements needed to reduce

the former nitrogen source to ammonia They appreciably increased also when open ponds

were substituted by the tubular photobioreactor where a more efficient light distribution

ensured a remarkably higher cell mass concentration The estimated percentages of the energy

absorbed by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher energy fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to this better

bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost alternative nitrogen

source for A platensis cultures in photobioreactors

Keywords Arthrospira (Spirulina) platensis bioenergetics nitrogen source light intensity

bioreactor configuration

187

1 Introduction

The production of the cyanobacterium Arthrospira platensis is increasing due to its high

content of highly-valuable proteins fundamental amino acids vitamins β-carotene and other

pigments mineral substances essential fatty acids and polysaccharides which find

application in several industrial productions like those of health foods and therapeutics [1]

Environmental factors such as light intensity and nitrogen source are well known to

influence the growth of photosynthetic microorganism In the absence of any other limiting

factor cell concentration increases with light intensity until reaching maximum biomass

concentration that is denominated ldquosaturation levelrdquo Light intensities higher than the

saturation level provoke damage of cell photosynthetic apparatus due to a phenomenon called

ldquophotooxidationrdquo or ldquophotoinhibitionrdquo

The nitrogen source is an additional environmental factor influencing cell growth

because this element is mainly used to form proteins and nucleic acids Alternative sources of

nitrogen such as urea [23] and ammonium salts [4] have been investigated in substitution of

nitrate to reduce the cost of large-scale A platensis cultivation

Also the reactor configuration can impact on cell growth Appropriately-designed

photobioreactors can in fact reduce the cultivation area by a vertical distribution of the

photosynthetic organism and enlarge the surface exposed to light thus increasing cell

concentration Tubular reactors allow for better light distribution and then higher

photosynthetic efficiency with respect to the conventional mini-ponds [56] where the cells

are subject to full light radiation at the surface and darkness at the bottom [7]

Only a few studies emphasized the bioenergetic aspects of the growth of

photosynthetic microorganisms based on Gibbs energy balances The Gibbs energy

dissipation per C-mol of biomass can be regarded as a simple thermodynamic measure of the

amount of biochemical work required to convert the carbon source into biomass by the

proper irreversible carbon-carbon coupling and oxidationreduction reactions [8] Up to now

188

the bioenergetics of the cyanobacterium A platensis were uninvestigated either in bench-scale

open ponds using urea and KNO3 as nitrogen sources [910] or in rectangular vessel under

different light intensities [11] To shed further light on these aspects in this study we

investigated the bioenergetics of this cyanobacterium when cultivated in tubular

photobioreactor under different light intensities and using different nitrogen sources and

compared these results with those previously obtained in open ponds [9]

2 Material and methods

21 Photobioreactors and culture conditions

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was cultivated either in open ponds [9] on the

medium of Paoletti et al [12] or in tubular photobioreactor [13] on the medium of Schloumlsser

[14] both containing nitrate as nitrogen source The initial cell concentration and pH were set

at 400 mg l-1

[15] and 95 [1617] respectively

Open ponds cultivations were carried out elsewhere in the same medium of Paoletti et

al [12] at photosynthetic photon flux density (PPFD) of 72 μmol photons mndash2

sndash1

25 ordmC [9]

On the other hand for tubular photobioreactor cultivations we used the medium of Schloumlsser

[14] as well as medium in which NaNO3 was substituted by urea These runs were carried out

at 60 le PPFD le 240 μmol photons mndash2

sndash1

29 ordmC and the pH was controlled at 95 plusmn 02 by

pure CO2 addition Since the operating conditions at the lowest PPFD values were very

similar any difference in the kinetics and bioenergetics was ascribed to the different

bioreactor configurations The amount of urea to be daily added was estimated by an equation

describing the experimental growth curve obtained under non-limited conditions with NaNO3

as nitrogen source as previously described [13] Under these conditions the bioenergetics of

the system was investigated comparing the different nitrogen sources

189

22 Analytical determinations

The cell concentration of A platensis was determined by measuring the optical density of

cultures at 560 nm using a spectrophotometer model 600 PLUS (FEMTO Satildeo Paulo Brazil)

The optical density data were converted to cell dry weight by a calibration curve The

elemental composition of biomass obtained at the end of each run was determined by an

elemental analyzer Flash EA1112 series (CE Instruments Wigan UK)

Light intensity at the culture surface was measured using a quantum sensor model LI-

190 SB (Li-Cor Inc Lincoln NE USA) connected to a quantumradiometerphotometer

model LI-189 B

23 Theory

The Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance (1YGX) was estimated

according to Heijnen [18] by the equation (1)

G

GXGX

m

YY

max

11

(1)

in which max

GXY is the maximum biomass yield on Gibbs energy that corresponds to 986 C-

molX kJ-1

in photoautotrophic cultivation with CO2 as a carbon source [18]

In this equation the specific growth rate μ was defined according to Leduy and Zajic

[19] as

190

1

ln1

i

i

X

X

t

(2)

where Xi and Xi-1 are the biomass concentrations at the end and the beginning of the time

interval elapsing between two consecutive measurements (Δt = 1 day) while mG is the

biomass specific rate of Gibbs energy dissipation for maintenance corresponding to 45 and

712 kJ C-molX-1

h-1

at 25 and 29 degC respectively [18]

To estimate the moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth nPh it

was necessary to resort to the Gibbs energy balance taking into account the energy

contributions for the growth 1YGX and the absorption of 1 Einstein of photons ΔgPh in

addition to those of formation of substrates and products Δgfi as described by the equation

ΔgfHCO3- +ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfO2

+ ΔgfH+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0

(3)

The value of ΔgPh = 2062 kJ mol-1

was estimated through the equation

A

Ph

hcNg

(4)

being h = 6626 10

-34 J the Planck constant c = 299

10

8 m s

-1 the light velocity NA = 6022

10

23 photons Einstein

-1 the Avogadro number and λ = 580 nm the wavelength of absorbed

photons [9]

191

According to Torre et al [9] 2 photons at 580 nm are absorbed by the second

photosystem (PSII) and used to transfer 2 electrons to the first one (PSI) releasing two

photons with less energy Therefore knowing nPh we estimated the total molar Gibbs energy

absorbed by the photosynthesis (-ΔGa)

ΔGa = nPh ΔgPh

(5)

According to Torre et al [9] the molar O2 production (qO2) and H

+ consumption

(qH+) were calculated by multiplying their respective stoichiometric coefficients by the cell

concentration expressed in C-mol l-1

using the experimental biomass elemental composition

-ΔGa was assumed to be the sum of the energy fixed by the system to increase its own

enthalpic content (ΔH) that transformed into ATP and used for the growth and maintenance

(ΔGATP) and the released heat (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0

(6)

where ΔGATP and ΔH were calculated from nPh the Gibbs energy associated to 1 ATP mol

and the average potential variation between PSI and PSII [9]

3 Results and discussion

Fig 1 shows the growth curves of A platensis using nitrate (A) or urea (B) as nitrogen

sources in open ponds [910] or in tubular photobioreactor at different PPFD values A

192

progressive increase in PPFD up to 240 μmol photons m-2

s-1

favored the growth of this

cyanobacterium and a maximum cell concentration of about 3500 mg l-1

was obtained almost

irrespectively of the nitrogen source These results suggest that the light intensity was the

factor limiting the growth under the selected conditions while ongoing experiments (results

not shown) point out that photosaturation takes place at PPFD ge 240 μmol photons m-2

s-1

Such a maximum PPFD threshold is higher than those reported for Erlenmeyer flasks (100-

150 μmol photons m-2

s-1

) [21] rectangular photobioreactor (138 - 229 μmol photons mndash2

sndash1

)

[22] and long open ponds (156 μmol photons mndash2

sndash1

) [23] Moreover even at PPFD of only

60 μmol photons m-2

s-1

(Fig 1) the final cell concentration was more than twice that

previously obtained in open pond under similar experimental conditions (25 degC 72 μmol

photons m-2

s-1

) [10] which suggests a better light distribution in the tubular photobioreactor

Fig 2 illustrates the behavior of Gibbs energy dissipation for cell growth and

maintenance 1YGX versus the time As a general rule this bioenergetic parameter increased

with the time under all the tested conditions as a result of the increasing biomass level that

was responsible for a decrease in the specific growth rate An increase in PPFD up to 120

μmol photons m-2

s-1

favored cell growth because of photolimitation therefore the energy

requirements mainly for maintenance remarkably increased On the contrary none (urea) or

very little (nitrate) increase in 1YGX took place in the PPFD range of 120-240 μmol photons

m-2

s-1

because of the achievement of light saturation conditions This behavior is also

consistent with lower 1YGX values previously observed in open ponds [9] where the well-

known shadowing effect [24] hindered the growth

The photoautotrophic growth can be represented by an overall mass balance equation

where the nitrogen (NO3- or NH4

+) and carbon (HCO3

-) sources H2O O2 SO4

-2 and H

+ are

involved in the formation of 1 C-mol biomass

193

a HCO3- + b NO3

- (or NH4

+) + c H2O + d O2 + e H

+ + f SO4

-2 + CH1650O0531N0170S00007 = 0

(7)

To this purpose we used either the elemental composition of biomass reported by

Cornet et al [25] utilized here as an example or those experimentally determined as

described in Material and methods

To make these redox reactions between electron acceptor and donor possible the

Gibbs energy is used by the cell to enable the construction of the complex biomass molecules

from the inorganic carbon source The respective stoichiometric coefficients estimated

through material balances of carbon nitrogen oxygen sulfur charge and reduction degree are

listed in Table 1 It should be noticed that the reduction degree of biomass (γX) calculated

from biomass composition experimentally determined in this work was always appreciably

higher with nitrate (489-519) than with urea (399-432) as expected by the higher oxidation

number of the former compound [18] In addition both this parameter and the nitrogen

stoichiometric coefficient were appreciably lower when using the elemental composition

experimentally determined in this work (Table 1) because the nitrogen content of biomass

under the selected conditions was always lower than that reported by Cornet et al [25]

The moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth of 1 C-mol

biomass (nPh) were calculated by Eq (3) Although the actual Δgfi values should have been

used for this calculation Torre et al [9] demonstrated that the Gibbs energy of formation

under the actual variable conditions of a cultivation does not differ at all or differs by no more

than 3 from that estimated under standard biological conditions On the contrary ΔgfH+ is

by definition a function of the pH So this parameter was recalculated for the actual

conditions by the well-known equation of Gibbs

194

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg

(8)

As shown in Fig 3 the progressive decrease in the specific growth rate throughout the

cultivations brought about a corresponding increase (in absolute value) in the Einsteins

absorbed to produce one C-mol biomass (nPh) As expected at the highest growth rates this

parameter approached theoretical values very close to that reported by Richmond [26] to

sustain growth under ideal conditions (only 8 effective Einsteins C-molDM-1

)

During the light reactions of photosynthesis the free energy carried by photons is in

fact captured by pigments (ex chlorophyll) held in large protein complexes called ldquoreaction

centersrdquo When a special chlorophyll molecule of PSII absorbs the energy of a photon (hν) an

electron gains higher energy level Because this state of an electron is very unstable it is

transferred from one to another molecule creating a chain of redox reactions referred to as

Electron Transport Chain (ETC) The electron flow goes from PSII to cytochrome b6f of PSI

where the electron gets the energy from another photon The final electron acceptor is

NADP+ which produces NADPH A minimum of 8 photons is then required to transfer 4

electrons from 2 H2O molecules to produce 2 NAPDH molecules according to the equation

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2 H

+

(9)

Subsequently the electrons are transferred from NAPDH to CO2 through the Calvin cycle to

produce biomass constituents [27]

As already observed in previous work [9] the additional energy requirement with

respect to the ideal situation of 8 effective Einsteins C-molDM-1

is negligible at the beginning

195

of cultivations (high specific growth rates) and then considerably increases during the

stationary phase This suggests that under conditions likely limited by shadowing biomass

uses energy preferentially for maintenance rather than for growth Although the behavior of

nPh was qualitatively similar for cultivations performed in open ponds and in tubular

photobioreactor (Fig 3) the excess light requirements in the latter configuration were

certainly due to the higher levels of biomass ensured by more effective distribution As

expected a progressive increase in the light intensity did not exert any appreciable influence

on this nPh (Einstein C-molDM-1

)

In addition the cultures with nitrate needed highest nPh values to sustain the

autotrophic growth compared to those with urea even though the cell concentration was

similar at all the PPFD values (Fig 1) Thus the additional photon requirement was likely

utilized to reduce nitrate to ammonia [28] which is the preferential nitrogen form assimilated

by A platensis [29] This effect was also observed by Torre et al [9] in open ponds It should

also be noticed that the use in the above bioenergetic model of the coefficients reported by

Cornet et al [25] for A platensis biomass composition (CH1650O0531N0170S00007) led to

results practically coincident to those obtained using the experimental ones determined in this

work (Fig 3) This observation demonstrates that biomass composition has a negligible

impact on the predictions by the model and then it could be used as a general tool to elaborate

data from the literature without any determination of biomass composition

Fig 4 shows the time behaviors of molar development of O2 and consumption of H+

during the cultivations performed either in open pond or in the tubular photobioreactor at

variable PPFD These trends clearly demonstrate that both activities faithfully followed cell

growth being biomass the final product of the photosynthetic metabolism and were lower in

the open pond compared with the tubular photobioreactor consistently with the better light

distribution in the latter reactor configuration Moreover their progressive increase with

PPFD confirms that the light intensity was the factor actually limiting the growth and that the

196

system never reached photoinhibition conditions This behavior was qualitatively similar in

the cultures using nitrate as nitrogen source (data not shown) As expected by the above-

mentioned need of reducing nitrate to ammonia as an obligatory intermediate to utilize any

nitrogen source [30] both parameters were higher using nitrate than urea

As is well known the energy from flow of electrons between PSII and NADPH drives

protons across the plasma membrane creating a proton-motive force that provides the energy

for ATP synthesis by ATP synthase [31] Therefore it was assumed that a portion of molar

Gibbs energy absorbed by the two photosystems was used to convert ADP to ATP As shown

in Fig 5 the highest -ΔGa and ΔGATP values were obtained at end of cultivation due to

unfavorable environmental conditions such as the lack of nutrients or release of cell

metabolites As far as the influence of light intensity is concerned the highest energy

requirements were observed for cultures performed at PPFD up to 120 μmol photons m-2

s-1

which ensured the highest cell concentration (Fig 1) As previously mentioned the -ΔGa and

ΔGATP values did not increase (urea) or increased very little (nitrate) in the PPFD range of 120

ndash 240 μmol photons m-2

s-1

because of light saturation conditions A qualitatively similar

behavior was observed for cultures using nitrate in tubular photobioreactor (results not

shown) Moreover at the lowest PPFD values both parameters showed similar behaviors in

open pond and in tubular photobioreactor which means that the reactor configuration had

negligible influence on them

Fig 6 shows the results of the energy fixed by photosynthesis (-ΔH) and that released

as heat (Q) under different conditions of light intensity nitrogen source and reactor

configuration It can be seen that at the end of cultivations both parameters increased with

light intensity Almost coincident results were also obtained using nitrate as nitrogen source

(results not shown) As is well known under excess light conditions part of the absorbed

energy is thermally dissipated via a mechanism called Non-Photochemical Quenching (NPQ)

[32] and a significant quantity of free energy is lost as heat during the biochemical reactions

197

between light absorption and carbohydrate formation [33] Such a result has been ascribed to

a certain physiological mechanism to protect the photosynthetic apparatus against

photodestruction [3435] where a fundamental role is played by the antenna complexes of

photosynthetic apparatus which would switch from a light harvesting form to an efficient

thermal dissipation form [32]

As expected by the fact that both the ATP synthesis and the formation of NADPH

implied in the biosynthetic pathways are resulting from the activity of the same

photosynthetic apparatus [33] the ΔH behavior was quite similar to that observed for ΔGATP

Fig 7 shows the percentage distribution of the light energy absorbed versus time at the

lowest PPFD chosen as an example but qualitatively similar results were observed at higher

PPFD values As expected by the additional energy requirements of nitrate-to-ammonia

reduction cultures with urea compared with those with nitrate exhibited higher energy

fractions stored as ATP (ηATP) and fixed by the system to increase its enthalpic content (ηF)

and lower fraction released as heat (ηQ) Moreover in all the experiments both ηATP and ηF

decreased along the time whereas ηQ increased

The highest ηATP and ηF values were around 12 and 23ndash27 in cultures with nitrate

and 15 and 31ndash34 in those with urea respectively In cultures performed at the highest

PPFD values (120 and 240 μmol photons mndash2

sndash1

) ηF decreased more sharply than at the

lowest ones (results not shown) because of the highest cell concentrations (Fig 1) that

reduced the light availability to the cell (shading effect) The nutrient availability is another

important environmental factor influencing the composition of cyanobacterial photosynthetic

apparatus Murakami et al [36] have shown that the responses to CO2 Na+

and light stresses

in Synechocystis sp cause alterations in the redox state of intersystem electron transport

components Likewise the decrease in the availability of some nutrient at the end of our A

platensis cultivations may have contributed to lower ηF As expected ηQ showed an opposite

behavior progressively increasing from minimum values at the beginning of cultures (60-

198

66 with nitrate and 49-54 with urea) to around 90 at the end This means that at the end

of any cultivation most of the energy absorbed is released as heat

Similar behaviors were observed using either open ponds with nitrate or the tubular

photobioreactor with both nitrogen sources which means that the energy distribution was not

appreciably influenced by the reactor configuration

4 Conclusions

The results of the current study indicate that the bioenergetic parameters of the blue-green

cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis were influenced by bioreactor

configuration nitrogen source and photosynthetic photon flux density (PPFD) In particular

the highest values of the Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance were

obtained at 120-240 μmol photons m-2

s-1

irrespective of the selected nitrogen source while

the number of photons moles absorbed by the cell to produce one C-mol biomass was higher

in the cultures with nitrate irrespective of light intensity The highest values of the molar

production of O2 and consumption of H+ were obtained at the highest PPFD values using

nitrate as a nitrogen source and the tubular photobioreactor Contrarily the bioreactor

configuration did not exert any appreciable influence on the fractions of the absorbed energy

addressed to the synthesis of ATP fixed by the cell and released as heat The first two

fractions were higher in cultures performed with urea which proved a nitrogen source able to

energetically sustain A platensis growth

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

199

0656976-2) of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

Brazil (process no 397808-7 and Prof A Converti Fellowship no 0350-112010) of the

Italian Ministry of Education University and Research (MIUR) (PRIN ProtN 200744HMBN

and FIRB Prot N RBIP06993E) and of the Vigoni Program (Deutsch-Italienisches

Hochschulzentrum)

REFERENCES

[1] Blinkova LP Gorobets OB Baturo AP Biological activity of Spirulina Zh Mikrobiol

Epidemiol Immunobiol 20012114-8

[2] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S An investigation of effect of

replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis

Biomass Bioenerg 200223261-9

[3] Matsudo MC Bezerra RP Sunao S Perego P Converti A Carvalho JCM Repeated fed-

batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis using urea as nitrogen source Biochem

Eng J 20094352ndash7

[4] Carvalho JCM Francisco FR Almeida KA Sato S Converti A Cultivation of

Arthrospira (Spirulina) platensis by fed-batch addition of ammonium chloride at

exponentially-increasing feeding rate J Phycol 200440589-97

[5] Converti A Lodi A Del Borghi A Solisio C Cultivation of Spirulina platensis in a

combined airlift-tubular reactor system Biochem Eng J 20063213ndash8

[6] Torzillo G Pushparaj B Bocci F Balloni W Materassi R Florenzano G Production of

Spirulina biomass in closed photobioreactors Biomass 19861161-74

[7] Bezerra RP Matsudo MC Converti A Sato S Carvalho JCM Specific growth rate and

photosynthetic efficiency of Arthrospira platensis cultivations at different times of

ammonium chloride feeding and light intensities In XVII Simpoacutesio Nacional de

200

Bioprocessos (ISBN 978-85-98130-02-8) August 02-05 2009 Natal-RN Brazil Section P6

n 81

[8] Heijnen JJ Van Dijken JP In search of a thermodynamic description of biomass yields for

the chemotrophic growth of microorganisms Biotechnol Bioeng 199139833-58

[9] Torre P Sassano CEN Sato S Converti A Gioielli LA Carvalho JCM Fed-batch

addition of urea for Spirulina platensis cultivation Thermodynamics and material and energy

balances Enzyme Microb Technol 200333698ndash707

[10] Sassano CEN Carvalho JCM Gioielli LA Sato S Torre P Converti A Kinetics and

bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen

source Appl Biochem Biotechnol 2004112143ndash50

[11] Lee HY Erickson LE Yang SS Kinetics and bioenergetics of light-limited

photoautotrophic growth of Spirulina platensis Biotechnol Bioeng 198729832ndash43

[12] Paoletti C Pushparaj B Tomaselli L Ricerche sulla nutrione minerale di Spirulina

platensis Atti XVII Congr Naz Soc Ital Microbiol vol 2 Italian Society of Microbiology

Padova 1975 p 833ndash9

201

[13] Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM Fed-Batch supply of

ammonium sulphate in Arthrospira platensis cultivation in tubular photobioreactor

Biotechnol Progr in stamp

[14] Schloumlsser UG Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 198295181ndash276

[15] Soletto D Binaghi L Lodi A Carvalho JCM Converti A Batch and fed-batch

cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources

Aquaculture 2005243217ndash24

[16] Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch

cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 200796702-11

[17] Tredici MR Zittelli CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat

photobioreactors Biotechnol Bioeng 199857187ndash97

[18] Heijnen JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic

perspective In Ratledge C Kristiansen B editors Basic biotechnology Cambridge

Cambridge University Press 2001 p 45ndash58

[19] Leduy A Zajic JE A geometrical approach for differentiation of an experimental

function at a point applied to growth and product formation Biotechnol Bioeng 197325805ndash

10

[20] Zhang H Whitelegge JP Cramer WA FerredoxinNADP+ oxidoreductase is a subunit

of the chloroplast cytochrome b6f complex J Biol Chem 2001276(41)38159ndash65

[21] Vonshak A Cheung SM Chen F Mixotrophic growth modifies the response of Spirulina

(Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 20006675-9

[22] Chojnacka K Noworyta A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 200434461ndash5

202

[23] Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

Influence of ammonium

chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis

Biotechnol Bioeng 2008100297-305

[24] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S Effect of reducing the light

intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 200426329-35

[25] Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G A structured model for simulation of

cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 199240826ndash34

[26] Richmond A Phototrophic microalgae In Rehm HJ Reed G editors Biotechnology

vol 3 Dellweg H vol editor Weinheim Germany Verlag Chemie 1983 p 109ndash43

[27] Raven JA Kiumlbler JE Beardall J Put out the light and then put out the light J Mar Biol

Assoc UK 2000801-25

[28] Hatori A Myers J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of

Anabaena cylindrica Part I Reduction of nitrite to ammonia J Plant Physiol 1966411031-

36

[29] Boussiba S Resch CM Gibson J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria

Arch Microbiol 1984138287-92

[30] Boussiba S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria

In Rai AK editor Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology

New Delhi Narosa Publishing House 1997 p 36-72

[31] Lehninger AL Nelson DL Cox MM Principles of biochemistry 4th ed New York

Worth Publishers 2004

[32] Mozzo M Passarini F Bassi R Amerongen H Croce R Photoprotection in higher

plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of

Photosystem II BBA-Bioenergetics 20081777(10)1263-7

203

[33] Hauska G Arnald M Energy transduction in the Z-sheme In Yunus M Mohanty P

Pathre U editors Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation Hardcover

Taylor amp Francis 2000 p 108-26

[34] Karapetyan NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic

apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynth Res 200897195ndash

204

[35] Heber U Bilger W Shuvalov VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in

the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-

oxidation J Exp Bot 2006572993ndash3006

[36] Murakami A Kim SJ Fujita Y Changes in photosystem stoichiometry in response to

conditions for cell growth observed with the cyanophyte Synechocystis PCC 6714 Plant Cell

Physiol 199738392ndash7

204

Caption of Figures

Fig 1 Growth of A platensis using nitrate (A) and urea (B) as nitrogen sources at different

PPFD values (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120 and () 240

Open ponds [10] 72 ()

Fig 2 Dependence of Gibbs energy dissipation for A platensis growth and maintenance

(1YGX) on PPFD (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds [10] 72 () Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea

(full symbols)

Fig 3 Influence of A platensis specific growth rate (μ) on the moles of photons absorbed to

produce one C-mol biomass (nPh) under different culture conditions Tubular photobioreactor

() elemental biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 60 μmol photons

m-2

s-1

elemental biomass composition experimentally determined in this work PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 () Open ponds [10] elemental

biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea (full symbols)

Fig 4 Time behaviors of molar development of O2 (full symbols) and consumption of H+

(open symbols) under different culture conditions Tubular photobioreactor PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 Open ponds [10] PPFD = 72 μmol

photons m-2

s-1

() Nitrogen source nitrate (dashed line) urea (continuous lines)

Fig 5 Total Gibbs energy absorbed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔGa)

and energy transformed into ATP (open symbols) (ΔGATP) during A platensis cultivations

205

Tubular photobioreactor with urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds with nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 6 Energy fixed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔH) and energy released

as heat (open symbols) (Q) during A platensis cultivations Tubular photobioreactor with

urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120 () 240 Open ponds with

nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 7 Percentage distribution of the light energy absorbed during A platensis cultivations

using nitrate (full symbols) and urea (open symbols) as nitrogen sources Tubular

photobioreactor PPFD = 60 μmol photons photons mndash2

sndash1

(continuous lines) Open ponds

[10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

(dashed lines) Energy fixed by the photosynthesis

() energy transformed into ATP () energy released as heat ( )

206

Figure 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

A

B

207

Figure 2

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

208

Figure 3

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mo

l D

M-1

)

(d -1)

209

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mol

l-1)

Time (d)

210

Figure 4

Figure 5

-9000

-8000

-7000

-6000

-5000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

1000

0 2 4 6 8 10 12

G

a

GA

TP (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

211

Figure 6

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2 4 6 8 10 12-H

Q

(k

J C

-mol

DM

-1)

Time (d)

212

Figure 7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h(

)

Time (d)

213

Table 1 Stoichiometric coefficients estimated through material balances of carbon nitrogen

oxygen sulfur charge and reduction degree for biomass cultivated either in open ponds or in

tubular photobioreactor using nitrate or urea as nitrogen sources

HCO3- NO3

- NH4

+ a H2O O2 H

+ SO4

-2 Biomass

Δgf‟i

(kJ mol-1

)

-5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Stoichiometric coefficients (mol C-molDM-1

)

Run

PPFD

(μmol photons

m-2

s-1

)

a b b c d e f γX b

1 c 72 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 d 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 e 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

3 e 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

4 e 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

5 e 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

6 e 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

7 e 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432

a NH4

+ is the result of urea hydrolysis

b Reduction degree of biomass

c Minipond considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al [25]

d Tubular photobioreactor considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al

[25]

e Tubular photobioreactor elemental biomass composition experimentally determined

214

Anexo 3

Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source for the

fed-batch cultivation of Arthrospira platensis

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Attilio Converti

bc Joatildeo

Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo

Paulo-SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

215

Abstract

It was evaluated the Arthrospira platensis cultivation using CO2 from alcoholic fermentation

and either urea or nitrate as nitrogen source at different light intensities (60 le I le 240 μmol

photons m-2

s-1

) Whereas the CO2 source (pure CO2 or from alcoholic fermentation) did not

influence the maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) the use of urea instead of nitrate led to higher YXN values Xm and PX

increased when I was increased from 60 to 120-240 μmol photons m-2

s-1

Using CO2 from

alcoholic fermentation the best performance (Xm = 2952 plusmn 35 mg L-1

PX = 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

and YXN = 15 plusmn 020 mg mg-1

) was obtained at I = 120 μmol photons m-2

s-1

with urea The

results obtained in this work demonstrate that urea and CO2 from alcoholic fermentation could

be simultaneously used in large-scale cultivations to reduce the environmental impact

associated to the release of this greenhouse gas as well as the production cost of

cyanobacteria

Keywords

Arthrospira (Spirulina) platensis CO2 alcoholic fermentation fed-batch cultivation urea

light intensity

1 Introduction

Renewable energy sources such as ethanol have been seen as a promising alternative

to fossil fuel consumption providing environmental benefits by reduction in greenhouse gas

emissions and the national security benefits by less dependency on volatile crude oil imports

(Tyner and Taheripour 2007) Brazil is the worldrsquos largest exporter of bioethanol and second-

largest producer after the United States (Balat and Balat 2009) Considering the increasing

demand for this fuel and the fact that alcoholic fermentation is responsible for a CO2 release

216

on weight basis almost coincident with ethanol production it would be of great concern

developing a process for CO2 fixation able to turn it into a useful product Photosynthetic

microorganisms can fix CO2 efficiently from different sources including the atmosphere

industrial exhaust gases and soluble carbonate salts (Wang et al 2008) Moreover CO2

biofixation by microalgae leads to higher yield of biomass per hectare in comparison with

terrestrial plants (Packer 2009) It has been shown that the cost of CO2 in large-scale algal

cultures is of primary importance to the total economics (Tapie and Bernard 1988) Since 45ndash

50 of the dry algal mass is made up of carbon (Cornet et al 1992) 165ndash 183 g CO2 would

theoretically be needed for the biosynthesis of 1 g (DW) of algal biomass Thus CO2

biofixation by microalgae has the potential not only to offset carbon emissions but also to

reduce the costs of culture media on an industrial scale (Hughes and Benemann 1997)

Combination of CO2 fixation and production of biomass containing high-value bioactive

products may provide a very promising alternative to current CO2 mitigation strategies

Nowadays there are numerous commercial applications of A platensis such as the

enhancement of the nutritional value of foods and animal feed feed in aquaculture

bioremediation use in cosmetics and others applications (Spolaore et al 2006) Besides the

CO2 source the nitrogen source is an additional important factor in the cultivation of

photosynthetic microorganisms since this element is used mainly to provide proteins and

nucleic acids which are essential for cell maintenance and growth (Watanabe and Hall

1996) Salts of nitrate are largely used as nitrogen source for A platensis culture but urea

(Danesi et al 2004) and ammonium salts (Bezerra et al 2008) have recently been proposed

as alternative cheap nitrogen sources

Compared to open ponds appropriately designed closed photobioreactors are able to

minimize the loss of ammonia nitrogen sources by off gassing reducing the amount of this

nutrient necessary in a large-scale process Additionally these reactors can reduce the

217

cultivation area by distributing the photosynthetic organisms vertically and increase the CO2

residence time thereby improving its utilization efficiency (Ono and Cuello 2004)

The aim of this study was to check if the combined use of CO2 released from alcoholic

fermentation and urea in tubular photobioreactor could be a feasible and cheap alternative

way to cultivate A platensis For this purpose fed-batch cultivations were carried out at

variable light intensity using two different sources either of nitrogen (sodium nitrate or urea)

or of carbon (pure CO2 from cylinder or gaseous emissions from alcoholic fermentation) the

latter to simultaneously control the pH and maintain the desired carbon level The results

obtained were finally compared by means of analysis of variance to identify the statistically

significant effects of the above independent variables (light intensity nitrogen source and

carbon source) on the selected responses namely the maximum cell concentration cell

productivity and nitrogen-to-cell conversion factor

2 Materials and methods

21 Microorganism and culture medium

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was maintained in the culture medium

of Schloumlsser (1982) having the following composition (per liter) 136 g NaHCO3 403 g

Na2CO3 050 g K2HPO4 250 g NaNO3 100 g K2SO4 100 g NaCl 020 g MgSO4middot7H2O

004 g CaCl2middot2H2O All the nutrients were dissolved in distilled water containing (per liter)

60 mL of metal solution (970 mg FeCl3middot6H2O 410 mg MnCl2middot4H2O 50 mg ZnCl2 20 mg

CoCl2middot6H2O 40 mg Na2MoO4middot2H2O) 10 mL of micronutrient solution (500 mg Na2EDTA

618 mg H3BO3 196 mg CuSO4middot5H2O 440 mg ZnSO4middot7H2O 200 mg CoCl2middot6H2O 126 mg

MnCl2middot4 H2O 126 mg Na2MoO4 middot2H2O) and 10 mL15 g Lminus1

B12 vitamin solution

Fed-batch runs were carried out either using the above medium containing NaNO3 as

the nitrogen source or after substituting in it NaNO3 with urea

218

22 Cultivation

The bench-scale tubular photobioreactor (Fig 1) utilized in this study was developed

at the Fermentation Technology Laboratory of the Department of Biochemical and

Pharmaceutical Technology of Satildeo Paulo University (Ferreira et al 2010) It was made up of

transparent glass tubes (10 m length 10 cm internal diameter 05 cm wall thickness) with

inclination of 2 (115ordm) to make the fluid flow easier PVC tubes were used to connect the

glass tubes The reactor was illuminated by 20 W fluorescent lamps Ambient air was injected

at the bottom of the tubes to drive the liquid from the bottom to the top of the reactor A

degassing bottle provided with magnetic stirrer ensured efficient medium homogeneity The

total and illuminated volumes of the reactor were 350 and 212 L respectively

Cultivations were carried out with initial biomass concentration of 400 mg Lminus1

(Ferreira et al 2010) in tubular photobioreactor (PBR) and temperature of 29 ordmC The pH was

set and maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of pure CO2 from

cylinder or CO2 from continuous alcoholic fermentation under steady-state conditions using a

pH controller (Mettler Toledo Barueri SP Brazil) coupled to a solenoid valve In

experiments with NaNO3 nitrate concentration was maintained above 1 g L-1

(Faintuch

1989) to avoid growth limitation by this nutrient When urea was used as nitrogen source its

amount to be daily added was estimated as suggested by Ferreira et al (2010) Briefly from

the curve of cell concentration versus time of each standard run with nitrate (Fig 2) we

obtained an interpolated curve described by a third order-polynomial equation By derivation

of this equation it was possible to obtain the second order equation of cell productivity and

from that the equation expressing the amount of urea to be daily added to sustain the expected

cell growth taking into account that the dry mass of A platensis contains about 7 of

nitrogen (Bezerra et al 2008) The light intensity expressed as photosynthetic photon flux

density (PPFD) was varied in the range of 60-240 μmol photons mndash2

sndash1

Table 1 show the

219

different conditions adopted in this work for cultivations All experiments were carried out in

duplicate

221 CO2 sources

Pure CO2 of analytical grade (999) was obtained from a cylinder (Oxylumen Satildeo

Paulo SP Brazil)

CO2 from alcoholic fermentation was produced continuously by Saccharomyces

cerevisiae CCT7150 (Fundaccedilatildeo Tropical Andreacute Tosello Culture Collection Campinas SP

Brazil) cultivated in a glass bioreactor (Infors-HT Bottmingen Switzerland) containing 10 L

of diluted sugarcane blackstrap molasses at temperature of 30 plusmn 1 ordmC (Kock et al 2000)

impeller speed of 500 rpm and dilution rate of 0025 h-1

Sugar concentration in the feed

expressed as total reducing sugars (TRS) was 170 g L-1

(Guerreiro et al 1997) Urea (05 g

L-1

) was added to the mash After adjustment of pH at 45-50 by addition of H2SO4 it was

controlled at 45 plusmn 01 (Jones et al 1981) by addition of 15 N NaOH solution Penicillin (500

ui L-1

) was added to prevent contamination (Carvalho et al 2003) Continuous feeding was

started after 12 h of batch fermentation

23 Analytical techniques

231 A platensis cultivation

Cell concentration was determined by optical density (OD) measurements at 560 nm

using a calibration curve (Leduy and Therien 1977) The liquid phase of the medium was

used to determinate the concentrations of total carbonate (Pierce and Haenisch 1948) nitrate

(Vogel 2002) and volatile organic compounds (Joslyn 1970) The concentration of total

ammonia was determined immediately before the daily addition of urea on cell-free medium

samples using a potentiometer and selective ammonia ion electrode model 95-12 (Orion

Cambridge MA USA) (Leduy and Samson 1982) The residual urea level was determined

220

by the same way after previous hydrolysis with H2SO4 at 200 degC (Cezare 1998) Incident

photon flux density of photosynthetically active radiation (400-700 nm) was measured by

means of an integrating quantumradiometerphotometer model LI-190 SB (Li-Cor Lincoln

NE USA) provided with a LI-190 SB quantum sensor cell

232 Alcoholic fermentation

Cell concentration was measured by filtering 50 mL samples through Millipore

membranes with 12 μm pore diameter washing with 50 mL of distilled water and drying at

105-110 degC until constant weigh (Carvalho et al 2003) The total reducing sugars (TRS)

concentration was expressed as glucose and determined according to Somogy (1952) after

acid hydrolysis of samples (Falcone et al 1959)

Ethanol concentration was determined by the micro-dichromate method (Joslyn

1970) The effluent gas was qualitatively analyzed by a gas chromatograph coupled to mass

spectrometer model GCMS-QP5050A (Shimadzu Kyoto Japan) equipped with CP Sil

PONA CB column (100 m x 025 mm x 05 μm) Helium was used as a carrier gas at flow rate

of 1 mL min-1

Samples (1 mL) were injected in the column at a split ratio of 1100 Injector

and detector temperatures were 200 and 250 degC respectively The column temperature was

initially set at 40 degC and then increased at a rate of 2 degC min-1

up to 100 degC and subsequently

at 10 degC min-1

up to 250 degC

24 Calculation of A platensis cultivation parameters

The cell productivity (PX mg L-1

d-1

) was calculated by dividing the difference

between maximum and initial cell concentration (Xm - Xi) by the cultivation time

corresponding to Xm The nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) was calculated as

the mass ratio of dried produced cells and nitrogen added

221

24 Statistical analysis

Maximum cell concentration (Xm mg L-1

) maximum cell productivity (PX mg L-1

d-1

)

and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) were evaluated by the analysis of

variance (ANOVA General Linear Model) and the Tukey test to compare the mean values at

a significance level of 5 (p lt 005) using the MINITAB 15 statistical software

3 Results and discussion

31 Continuous alcoholic fermentation

The mean results of continuous alcoholic fermentation of blackstrap molasses under

steady state conditions were the following cell concentration of 609 plusmn 054 gDW L-1

(dry

weight) TRS of 532 plusmn 567 g L-1

and ethanol concentration of 553 plusmn 757 g L-1

corresponding to a fermentation yield of 64 Such a process yield was of the same order of

magnitude as those previously obtained with the same carbon source (Carvalho et al 2003)

and ensured the release of a CO2 flux suitable to maintain the pH of A platensis culture at the

desired value (95 plusmn 02)

32 Effects of carbon dioxide and nitrogen sources and light intensity on A platensis

growth

Figs 2 to 4 show that the use of pure CO2 or CO2 from alcoholic fermentation led to

almost coincident cell concentration profiles and Xm values which points out no significant

influence of the CO2 source on A platensis growth These findings which were confirmed by

ANOVA (p 005 Table 2) highlight the feasibility of using such a by-product from

industrial bioethanol production as carbon source for cyanobacteria cultivation

It is well known that when bicarbonate is used for the photosynthetic growth of

microalgae there is a progressive release of OH- in the medium (Goldman et al 1982) thus

222

the pH control is fundamental in processes leading to high cell concentrations As stressed by

Watanabe et al (1995) high alkalinity (pH gt 110) restricts the productivity in the air-lift

photobioreactors using air not supplemented with CO2 In cultivations having high demand of

carbon due to high cell concentrations the addition of CO2 can ensure at the same time

control of pH and suited supply of the carbon source This has been done in the present work

where the culture pH was maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of

CO2 either from a cylinder or from alcoholic fermentation so that the CO2 consumed by the

microorganism was permanently replaced Such a control also allowed maintaining the carbon

source level along the cultivations at a value (around 1208 g L-1

of total carbonate)

practically coincident with that of the medium of Schloumlsser (1982) thus avoiding any carbon

source limitation or accumulation and reducing its cost

In experiments carried out with CO2 from alcoholic fermentation the analysis of

effluent gas by headspace gas chromatography revealed it was mainly made up of CO2 with

only small contents of ethanol and acetaldehyde Despite of this it was not detected any

appreciable concentration of organic volatile compounds in the medium likely because this

microorganism has the enzymes needed to metabolize ethanol or even due to their

condensation in the pipe and consequently no influence of these compounds on A platensis

growth was observed In addition the use of CO2 from alcoholic fermentation did not lead to

any precipitation of salts or flocculation like those observed by Ferraz et al (1985) for A

maxima cultivations in open-ponds using a semi-synthetic medium constituted by malt and

yeast extracts peptone and sucrose

As far as the influence of the nitrogen source on A platensis growth is concerned

urea a classical fertilizer was chosen to substitute the conventional nitrogen sources (KNO3

NaNO3) because of its low cost and because it has been recognized as a promising alternative

nitrogen source in the cultivation of A platensis (Danesi et al 2004 Sassano et al 2007)

223

For a given light intensity and CO2 source no significant difference in growth curves

of cultivations carried out with nitrate (Fig 2) or urea (Figs 3 and 4) as nitrogen source was

observed and the Xm values obtained with both nitrogen sources were statistically coincident

(p 005 Table 2) These results point out the success of the approach of using standard

curves obtained with NaNO3 under non-limited conditions (Fig 2) to foresee the nitrogen

demand of fed-batch A platensis cultivations with urea and confirm the feasibility of using

this cheap nitrogen source

Ammonia and residual urea concentrations during the cultivation (lt 10-4

M) were

always much lower than those considered toxic (10 mM) or even inhibitory for cyanobacteria

growth (17 mM to 2 mM) (Abeliovich and Azov 1976) thereby demonstrating that there

was no accumulation either of ammonia or urea in the medium Since the pH of the culture

(95 plusmn 02) was higher than the pKa of the ammonium (93) this compound was likely

assimilated by simple diffusion and then trapped within the cell cytoplasm by protonation

(Boussiba et al 1984)

Light is the energy source that drives photosynthesis therefore its intensity is an

additional important growth factor which has been often associated with shifts in metabolic

activity (Vonshak et al 2000)

During photoautotrophic growth the amount of light energy received by the

photosynthetic apparatuses determines the amounts of inorganic carbon fixed Xm was

significantly increased (p lt 005 Table 2) by an increase in the light intensity from 60 to 120

micromol photons m-2

s-1

(Figs 2 to 4) whereas it reached a plateau in the range 120-240 micromol

photons m-2

s-1

(Table 3) This result is consistent with the typical behavior of the autotrophic

growth of A platensis (Vonshak et al 2000) which can be depending on I (i) light limited

(ii) light saturated or (iii) light inhibited and whose specific growth rate initially increases

linearly with light intensity then reaches a plateau and finally falls

224

The highest Xm value found in this work was higher than those reported for A

platensis cultivations in minipond (15 g L-1

) (Binaghi et al 2003) and conical tubular

photobioreactor (13 g L-1

) (Watanabe and Hall 1996)

33 Cell productivity

Table 2 shows that cell productivity (PX) was not statistically affected either by the

nitrogen or the CO2 source (p 005) Indeed the almost coincident PX values obtained in

cultures with urea and nitrate were expected by the fact that the amounts employed of the

former nitrogen source under every conditions were always based on the results of the

corresponding runs with nitrate As for Xm also the use of different CO2 sources did not

influence the productivity (p 005 Table 2) as well the cultivation time

On the other hand PX increased by about 45 when increasing the light intensity from

60 to 120 micromol photons m-2

s-1

while Xm increased by only 7 Since the higher the light

intensity the higher the biomass concentration in the middle of runs (Figs 2 to 4) it is likely

that the effect of I is more marked when the overall culture conditions are favorable and there

is some shadowing effect (Vonshak et al 2000) In fact the higher the light intensity the

larger the amount of energy converted into ATP to be utilized for cell growth and

maintenance and then the cells reach more quickly the maximum cell concentration (Vonshak

et al 2000)

This behavior was also observed by Danesi et al (2004) and Rangel-Yagui et al

(2004) in A platensis cultures carried out in miniponds with KNO3 or urea as nitrogen

sources On the other hand the similar PX values obtained at 120 and 240 micromol photons m-2

s-

1 (Table 3) were the likely result of photosaturation or shadowing (Chojnacka and Noworyta

2004 Vonshak et al 2000) as described earlier for Xm

225

Therefore the highest cell productivities were obtained at the highest light intensities

(443 plusmn 20 and 463 plusmn 16 mg L-1

d-1

at I = 120 and 240 micromol photons m-2

s-1

respectively)

irrespective of the nitrogen or CO2 sources used (Table 3) These values are close to that (510

mg L-1

d-1

) obtained by Watanabe et al (1995) who investigated the A platensis growth in

conical helical photobioreactor at 118 μmol photon m-2

s-1

Other studies showed that this parameter reached maximum values of 92 mg L-1

d-1

in

a cylindrical glass tank using urea at 108 μmol photons mndash2

sndash1

(Sassano et al 2007) and 96

mg L-1

d-1

in long minitanks using ammonium chloride at 13 klux (156 μmol photons mndash2

sndash1

)

(Bezerra et al 2008) Since these light intensity thresholds are close to that obtained in this

study the remarkably higher values of PX shown here demonstrate the excellent performance

of the tubular photobioreactor configuration

34 Nitrogen-to-cell conversion factor

The ANOVA statistical analysis indicates a significant effect of the nitrogen source (p

lt 005 Table 2) on the nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) whose highest mean values

were achieved in cultures using urea (Table 1) Indeed in these cultures the nitrogen amount

added daily was based on the actual needs for cell growth and maintenance and then its

residual concentration was always lt 10-4

M therefore there was no limitation or excess of

nitrogen during cultivation On the other hand in cultures with nitrate its concentration was

always maintained above 1 g L-1

to avoid any growth limitation (Faintuch 1989) thus

resulting in a YXN decrease

Contrarily no significant effects of CO2 sources and light intensities on YXN (p 005

Table 2) were observed Taking into account that YXN is the ratio between the masses of dry

cell produced and nitrogen added such an observation had to be expected by the fact that the

amount of nitrogen added to the culture is associated to cell growth as stressed above These

results apparently disagree with those obtained by Bezerra et al (2008) and Danesi et al

226

(2004) who observed a YXN increase with light intensity However since those experiments

were carried out using the same amount of nitrogen regardless of the light intensity YXN was

only a function of Xm which was in turn an increasing function of I

The highest YXN value found in this study (138 plusmn 090 mg mg-1

) was remarkably

higher than those reported for urea (74-85 mg mg-1

) (Rangel-Yagui et al 2004) and

ammonium chloride (57 plusmn 017 mg mg-1

) (Bezerra et al 2008) as nitrogen sources in

miniponds because the use in this study of a closed tubular photobioreactor certainly reduced

the nitrogen loss as ammonia by off gassing (Ferreira et al 2010)

4 Conclusions

The results of this work showed that the simultaneous use of two low cost or even no-

cost nutrients (CO2 from alcoholic fermentation and urea) could be an interesting alternative

for A platensis cultivation in tubular photobioreactor The fed-batch cultivation of this

cyanobacterium at 120 μmol photons m-2

s-1

using these nutrients as carbon and nitrogen

sources respectively did in fact provide a maximum cell concentration of 2960 plusmn 35 mg L-1

and a cell productivity of 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

The production of A platensis biomass which

is a source of valuable compounds using as carbon source the CO2-rich gaseous emissions

from the alcohol industry may contribute to reduce the release of such a greenhouse gas into

the atmosphere

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

065679-2) and of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

(CAPES) Brazil (processes n 397808-7 and 0350-112010)

227

References

Abeliovich A Azov D 1976 Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds

Appl Environ Microbiol 31 801ndash 806

Balat M Balat H 2009 Recent trends in global production and utilization of bio-ethanol

fuel Appl Energy 86 2273-2282

Hughes E Benemann JR 1997 Biological fossil CO2 mitigation Energy Conv Manag

38 S467ndashS473

Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

2008 Influence of

ammonium chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina

(Arthrospira) platensis Biotechnol Bioeng 100 297-305

Binaghi L Del Borghi A Lodi A Converti A Del Borghi M 2003 Batch and fed-

batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochem 38 1341-1346

Boussiba S Resch CM Gibson J 1984 Ammonia uptake and retention in some

cyanobacteria Arch Microbiol 138 287-292

Carvalho JCM Vitolo M Sato S Aquarone E 2003 Ethanol production by

Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch

process optimization by response surface methodology Appl Biochem Biotechnol 110

151-164

Cezare EA 1998 Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de S platensis

empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado

Master Thesis University of Satildeo Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP

Brazil

228

Chojnacka K Noworyta A 2004 Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 34 461ndash465

Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G 1992 A structured model for simulation

of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 40 826ndash834

Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S 2004 Effect of reducing the

light intensity on the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 26 329-335

Faintuch BL 1989 Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs

cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Master Thesis University of Satildeo

Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP Brazil

Falcone M Vairo MLR Borzani W 1959 Processo simplificado para a dosagem de

accedilucares redutores totais em melaccedilos de cana Anais Farm Quiacutem 10 69-72

Ferraz CAM Aquarone E Florenzano G Balloni W Tredici M 1985 Utilizaccedilatildeo de

sub-produtos da induacutestria alcooleira na obtenccedilatildeo de biomassa de Spirulina maacutexima Parte I ndash

Emprego do anidrido carbocircnico Rev Microbiol 16 179-187

Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM 2010 A new

approach to ammonium sulphate feeding for fed-batch Arthrospira platensis cultivation in

tubular photobioreactor Biotechnol Prog 26 1271-1277

Goldman JC Dennett MR Riley CB 1982 Effect of nitrogen-mediated changes in

alkalinity on pH control and CO2 supply in intensive microalgal cultures Biotechnol Bioeng

24 619-631

229

Guerreiro MA Andrietta SR Maugeri F 1997 Expert system for the design of an

industrial fermentation plant for the production of alcohol J Chem Technol Biotechnol 68

163-200

Jones RP Pamment N Greenfield DPF 1981 Alcohol fermentation by yeast The effect

of environmental and other variables Process Biochem 16 42-49

Joslyn MA 1970 Alcoholometry in Joslyn MA (Ed) Methods in Food Analysis

Physical Chemical and Instrumental Methods of Analysis Academic Press New York pp

447-474

Kock JLF Venter P Smith DP Van Wyk PWJ Botes PJ Coetzee DJ Pohl CH

Botha A Riedel K-H Nigam S 2000 A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟

phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek 77 401ndash406

Leduy A Samson R 1982 Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia

nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnol Lett 4 303-306

Leduy A Therien N 1977 An improved method for optical density measurement of the

semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnol Bioeng 19 1219-1224

Ono E Cuello JL 2004 Design parameters of solar concentrating systems for CO2-

mitigating algal photobioreactors Energy 29 1651ndash1657

Packer M 2009 Algal capture of carbon dioxide biomass generation as a tool for

greenhouse gas mitigation with reference to New Zealand energy strategy and policy Energy

Policy 37 3428-3437

Pierce WC Haenisch EL 1948 Quantitative Analysis third ed John Wiley amp Sons New

York

230

Rangel-Yagui CO Danesi EDG Carvalho JCM Sato S 2004 Chlorophyll

production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process

Bioresour Technol 92 133-141

Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

2007 Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-

batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 96 702-711

Sassano CEN Gioielli LA Almeida KA Sato S Perego P Converti A Carvalho

JCM 2007 Cultivation of Spirulina platensis by continuous process using ammonium

chloride as nitrogen source Biomass Bioenerg 31 593-598

Schloumlsser UG 1982 Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 95 181ndash276

Somogy M 1952 Notes on sugar determination J Biol Chem 195 19-23

Spolaore P Joannis-Cassan C Duran E Isambert A 2006 Commercial applications of

microalgae J Biosci Bioeng 101 87-96

Tapie P Bernard A 1988 Microalgae production technical and economic evaluations

Biotechnol Bioeng 32 873-885

Tyner W Taheripour F 2007 Renewable energy policy alternatives for the future Amer J

Agr Econ 89 1303ndash1310

Vogel AI 2002 Anaacutelise Quiacutemica Quantitativa Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos Rio de

Janeiro

Vonshak A Cheung SM Chen F 2000 Mixotrophic growth modifies the response of

Spirulina (Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 36 675-679

Wang B Li Y Wu N Lan CQ 2008 CO2 bio-mitigation using microalgae Appl

Microbiol Biotechnol 79 707ndash718

231

Watanabe Y Hall DO 1996 Photosynthetic production of the filamentous

cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Appl

Microbiol Biotechnol 44 693-698

Watanabe Y de la Nouumle J Hall DO 1995 Photosynthetic performance of a helical

tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnol

Bioeng 47 261-269

232

Caption of Figures

Figure 1 Scheme of the photobioreactor employed for fed-batch cultivations of A platensis

(1) Degasser (2) Condenser tube (3) Air pump (4) Rotameter (5) Magnetic stirrer (6)

20W Fluorescent lamps (7) Airlift system

Figure 2 Cell concentration (X mg L-1

) versus time during fed-batch A platensis cultivations

carried out using nitrate and A) CO2 from cylinder or B) gaseous emissions from alcoholic

fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) 60 (diams) 120 (times) and 240 (+)

The estimated curves are drawn as continuous lines

Figure 3 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition (mM

d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out using CO2

from cylinder at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) Triangle 60 Square 120

Circle 240

Figure 4 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition

(mM d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out

using CO2 from alcoholic fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

)

Triangle 60 Square 120 Circle 240

233

Figure 1

234

Figure 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

A)

B)

235

Figure 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

000

020

040

060

080

100

120

140

160

0 2 4 6 8 10

Time (days)

ure

a ad

dit

ion (

mM

d-1

)

236

Table 1 Maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) obtained in fed-batch A platensis cultures carried out at different

light intensities and using different CO2 and nitrogen sources

run

I

(mol m-2

s-1

)a

CO2

source

Nitrogen

source

Xm

(mg L-1

) b

PX

(mg L-1

d-1

) b

YXN

(mg mg-1

) b

1 60 C c NaNO3 2899plusmn17 250plusmn17 42plusmn003

2 60 C Urea 2847plusmn10 245plusmn00 14plusmn000

3 60 A d NaNO3 2789plusmn82 299plusmn10 40plusmn014

4 60 A Urea 2867plusmn28 308plusmn35 14plusmn017

5 120 C NaNO3 3209plusmn109 454plusmn18 45plusmn018

6 120 C Urea 2980plusmn103 408plusmn17 11plusmn050

7 120 A NaNO3 2968plusmn24 428plusmn40 43plusmn004

8 120 A Urea 2952plusmn35 425plusmn59 15plusmn020

9 240 C NaNO3 3291plusmn206 482plusmn34 54plusmn038

10 240 C Urea 3236plusmn72 473plusmn12 13plusmn034

11 240 A NaNO3 3102plusmn130 450plusmn22 50plusmn024

12 240 A Urea 3070plusmn112 445plusmn19 14plusmn056

a I = light intensity

b Values represent means of two experiments and its standard error

c C = cylinder

d A = alcoholic fermentation

237

Table 2 Values of the descriptive level (p) for the maximum cell concentration (Xm) cell

productivity (PX) and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) at different light intensities (60

120 or 240 mol photons m-2

s-1

) and using different sources of CO2 (cylinder or alcoholic

fermentation) and nitrogen (nitrate or urea)

Factors Xm PX YXN

CO2 0225 0256 0351

Light intensity 0000 0000 0700

Nitrogen 0922 0947 0000

238

Table 3 Means values of maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (PX)

obtained in fed-batch A platensis cultivations carried out at variable light intensity

Light intensity

(mol photons m-2

s-1

)

Xm

(mg L-1

)

PX

(mg L-1

d-1

)

60 2851plusmn54ordf 306plusmn7a

120 3056plusmn115b 443plusmn20

b

240 3180plusmn96b 463plusmn16

b

Values with the same superscript are not significantly different according to the Tukey test

(p gt 005)

Page 2: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo

2

3

Raquel Pedrosa Bezerra

Cultivo descontiacutenuo alimentado de Arthrospira (Spirulina) platensis em

reator tubular utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e CO2 puro ou

proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Comissatildeo Julgadora da

Tese para obtenccedilatildeo do grau de doutor

Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho

orientadorpresidente

Prof Dr Attilio Converti Co-orientador

____________________________

1o examinador

____________________________ 2o examinador

____________________________ 3o examinador

Satildeo Paulo de de 2011

4

Agrave minha famiacutelia que eacute a alegria da minha

vida e me incentiva a seguir esse caminho

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho pela orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo

confianccedila amizade incentivo e paciecircncia que recebi durante os 6 anos de

convivecircncia no laboratoacuterio

Ao Prof Dr Attilio Converti pela orientaccedilatildeo apoio e confianccedila principalmente

durante minha estadia na Itaacutelia

Ao Prof Dr Sunao Sato chefe do setor de Tecnologia de Fermentaccedilotildees do

Departamento Bioquiacutemico-Farmacecircutica da Universidade de Satildeo Paulo-Brasil

Ao Prof Dr Adalberto Pessoa Juacutenior Profa Dr Ana Luacutecia Figueiredo Porto e

Prof Dr Adilson de Castro Chaves pela indicaccedilatildeo do laboratoacuterio e confianccedila

depositada em meu trabalho

Agrave FAPESP pelo auxiacutelio financeiro que permitiu a execuccedilatildeo desse trabalho

Agrave CAPES pela oportunidade de realizar o doutorado sanduiche na Itaacutelia

contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e cientiacutefico

Aos meus pais Irene V P Bezerra e Adesson P Bezerra a minha irmatilde ao

meu cunhado e ao meu namorado Paulo Claudino Veacuteras pelo incentivo apoio

confianccedila e felicidade durante todo esse tempo

Aos meus amigos pernambucanos Fernanda Borba Eduardo Correia Anne

Priscila Croacutecia e Anabel Helena que mesmo distante sempre me incentivaram e a

minha amiga Ceacutelia Bolognesi pelos conselhos e palavras de conforto nos momentos

difiacuteceis

A todos os amigos Liacutevia Seno Ciacutenthia Hoch Ana Morocho Mayla Rodrigues

pelo apoio e carinho que me proporcionou durante a poacutes-graduaccedilatildeo e em especial a

Marcelo Chuei Matsudo

As secretaacuterias da poacutes-graduaccedilatildeo do Deptordm de Tecnologia Bioquiacutemico-

Farmacecircutico (FCF-USP) pela dedicaccedilatildeo apoio e por estarem sempre disponiacutevel

para ajudar e aos secretaacuterios da poacutes-graduaccedilatildeo Elaine Midori Ychico e Jorge Alves

de Lima

Aos funcionaacuterios da Biblioteca do Conjunto das Quiacutemicas pela atenccedilatildeo e

disponibilidade de ajuda sempre que precisei

6

RESUMO

A cianobacteacuteria fotossintetizante Arthrospira platensis eacute conhecida por apresentar

em sua biomassa altos teores proteacuteicos (50-70) presenccedila do aacutecido graxo essencial -

linolecircnico e diversas outras substacircncias importantes para a alimentaccedilatildeo humana e

animal Esses micro-organismos satildeo capazes de converter o CO2 em biomassa de

grande potencial na aacuterea de alimentos Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica a produccedilatildeo de

CO2 eacute da mesma ordem de grandeza da produccedilatildeo de etanol e considerando a crescente

demanda interna e externa por esse combustiacutevel seria importante que houvesse um

processo que fixasse esse CO2 transformando-o em um produto que poderia ser uacutetil para

a nossa populaccedilatildeo Adicionalmente o uso de uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo

(ureacuteia) em reatores tubulares contribuiria para a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo da A

platensis O objetivo desse trabalho foi avaliar os paracircmetros cineacuteticos e bioenergeacuteticos

bem como a composiccedilatildeo centesimal da A platensis cultivadas em biorreator tubular

alimentados com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica ou com utilizaccedilatildeo de CO2 puro

para o controle do pH sob diferentes intensidades luminosas (I) e fontes de nitrogecircnio (N)

adicionadas por meio de processo descontiacutenuo alimentado Os resultados mostraram que

maiores valores de I proporcionaram maiores valores de concentraccedilatildeo celular maacutexima

(Xm) e produtividade em ceacutelulas (Px) mas natildeo influenciaram nos valores do fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) As diferentes fontes de CO2 natildeo influenciaram

nos valores de Xm Px YXN O uso da ureacuteia aumentou os valores de YXN em relaccedilatildeo aos

cultivos com NO3- Na composiccedilatildeo centesimal pode-se observar que I influenciou nos

teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios mas natildeo influenciou nos teores de cinzas e

carboidratos na biomassa final Em relaccedilatildeo aos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos

com CO2 puro observou-se que os maiores valores de dissipaccedilatildeo de energia de Gibbs

foram obtidos em tempos mais curtos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente do N selecionado enquanto que o nuacutemero de moles de foacutetons

absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas culturas com

NO3- independentemente do I As fraccedilotildees da energia direcionada para a siacutentese de ATP e

fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas com ureacuteia quando comparadas com as

culturas com NO3- que se revelou uma fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o

crescimento energicamente da A platensis

Palavras chaves Arthrospira platensis processo descontiacutenuo alimentado ureacuteia

intensidade luminosa dioacutexido de carbono fermentaccedilatildeo alcooacutelica bioenergeacutetica

7

ABSTRACT

Photosynthetic cyanobacterium A platensis contains in its biomass high protein

content (50-70) -linolenic acid and many other substances important for health

human These microorganisms are capable of converting CO2 into biomass of great

potential in the food industry During the alcoholic fermentation the production of

CO2 has the same magnitude of the production of ethanol Considering the

increasingly global demand for this fuel a process to fix this CO2 is of utmost

importance Furthermore the use of low cost nitrogen source (urea) in tubular

reactors would contribute to reducing the production cost of A platensis Therefore

the purpose of this work was to evaluate the kinetic and bioenergetics parameters as

well as the chemical composition of biomass obtained in A platensis cultures in

tubular bioreactor using CO2 from alcoholic fermentation or pure CO2 to control the

pH under different light intensity (I) and nitrogen sources (N) The results showed that

higher I induced higher maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (Px)

values but it did not exert any influence on the nitrogen-cell conversion factor (YXN)

Urea increased the YXN values compared to use of NO3- In the centesimal

composition of biomass it can be observed that I influenced the chlorophyll protein

and lipid contents but not influenced the carbohydrate and ash contents For

bioenergetics parameters it was observed that the highest Gibbs energy dissipation

values for cell growth and maintenance were obtained in shorter time at 120-240

micromol photons m-2 s-1 in both nitrogen sources while the moles of photons absorbed

by the system to produce one C-mol biomass was higher in cultures with NO3- The

highest values of the molar production of O2 and consumption of H+ were obtained at

the highest I values using NO3- The estimated percentages of the energy absorbed

by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to

this better bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost

alternative nitrogen source for A platensis cultures in photobioreactors

Key words Arthrospira platensis fed batch urea light intensity carbon dioxide

alcoholic fermentation bioenergetic

8

RIASSUNTO

Il cianobatterio fotosintetici Arthrospira platensis ha un alto contenuto di proteine (50-

70) presenza di acidi grassi essenziali come l‟acido -linolenico e altre sostanze

importanti per l‟alimentazione umana ed animale Questi microrganismi convertono CO2 in

biomassa di grande potenzialitagrave nellindustria alimentare Durante la fermentazione

alcolica la produzione di CO2 egrave dello stesso ordine di grandezza della produzione di

etanolo e in considerazione alla crescente necessitagrave interna ed europeo per questo

combustibile sarebbe importante lo svilupo di un processo che fissasse questo CO2

transformandolo in un prodotto che potrebbe essere utile per la nostra popolazione

Inoltre luso di una fonte di azoto a basso costo (urea) in reattori tubolari contribuirebbe a

ridurre il costo di produzione di A platensis Lobiettivo di questo studio egrave di valutare i

parametri cinetici bioenergetiche e la composizione della biomassa ottenuta in colture di

A platensis in bioreattori tubolare alimentato con CO2 puro di cilindro o con CO2 della

fermentazione alcolica per il controllo del pH in diverse intensitagrave di luce (I) e fonti di azoto

(N) usando il processo discontinuo alimentato I risultati hanno dimostrato che valori piugrave

alti di I fornire i piugrave alti valori di concentrazione massima delle cellule (Xm) e la produttivitagrave

delle cellule (Px) ma non influenza i valori del fattore di conversione di azoto nelle cellule

(YXN) Luso di urea come fonte di azoto aumentato i valori di YXN rispetto alle culture con

NO3- La composizione chimica di biomassa puograve osservare che I ha influenzato la

percentuale di clorofilla proteine e lipidi ma non ha influenzato la percentuale di

carboidrati e cenere nella biomassa finale In relazioni ai parametri bioenergetici dei cultivi

usando CO2 di cilindri abbiamo osservato che i piugrave alti valori di dissipazione di energia di

Gibbs per la crescita cellulare e la manutenzione sono stati ottenuti in tempo piugrave brevi nel

120-240 μmol di fotoni m-2 s-1 per entrambe le fonti di N mentre il numero di moli di fotoni

assorbiti dalle cellule por produrre una biomassa C-mol era maggiore nelle culture con

NO3- a prescindere dalla I I valori piugrave alti della produzione molare di O2 e il consumo di H+

sono stati ottenuti con valori piugrave alti di I coltivati con NO3- Le frazioni di energia per la

sintese di ATP e fissato per la cellula erano piugrave alti nelle culture con urea che nelle culture

con NO3- che si egrave rivelata una fonte di azoto in grado di sostenere la crescita di A

platensis

Parole chiave Arthrospira platensis processo discontinuo alimentato urea intensitagrave

luminosa anidride carbonica fermentazione alcolica bioenergetica

9

Lista de graacuteficos

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A

platensis 73

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a 77

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo 88

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 01 h-1 88

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1 89

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1 89

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1 93

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1) 94

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2 95

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3 96

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 97

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4 98

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5 99

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 100

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6 101

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7 102

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 103

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8 104

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9 105

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240mol de foacutetons m-2 s-1) 106

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10 107

10

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11 108

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1) 109

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12 110

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado) 144

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados) 147

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 149

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua) 150

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 151

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( ) 152

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado 153

11

Lista de Figuras

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) 22

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em

pH acima de 92 35

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas tilacoacuteides 42

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema 43

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica 44

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a 48

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis 67

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis 68

12

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina 23

Tabela 2 - Planejamento experimental 84

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa

seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado 86

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo 87

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1 91

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1 93

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 94

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2 95

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3 96

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 97

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4 98

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5 99

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1) 100

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6 101

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7 102

13

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

103

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8 104

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9 105

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 106

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10 107

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11 108

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 109

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12 110

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas 119

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima 120

Tabela 26 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 120

Tabela 27 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 121

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas 122

Tabela 29 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente fonte

de nitrogecircnio 123

Tabela 30 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 123

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

126

14

Tabela 32 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio 127

Tabela 33 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 128

Tabela 34 - Concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final obtida nos experimentos

com o pH controlado com CO2 de cilindro 129

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

130

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final 134

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final 136

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 136

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedio na biomassa seca final 138

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 138

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 138

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

141

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final 142

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa cultivada em fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia

como fontes de nitrogecircnio 145

15

Lista de abreviaturas e siglas

ART Accediluacutecares redutores totais

VOCs Compostos volaacuteteis orgacircnicos

C Carbono

N Nitrogecircnio

S Enxofre

O Oxigecircnio

H Hidrogecircnio

I Intensidade Luminosa

Ef Concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

fc Fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

fi Fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

Nt quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

Petanol Produtividade em etanol (g L h-1)

PX Produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Tc Tempo de cultivo (dias)

V Volume do meio (L)

Xi Concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Xm Concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

XP Meacutedias dos valores de concentraccedilotildees celulares ao longo do regime

permanente

YXN Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Cl Clorofila a

GS glutamina sintetase

GOGAT glutamate sintase

FSII Fotossistema II

FSI Fotossistema I

16

Lista de siacutembolos

max

GXY Rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs

Velocidade especiacutefica de crescimento

1YGX Energia de Gibbs para o crescimento e manutenccedilatildeo celular

c Velocidade da luz (299108 m s-1)

D Vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

h Constante de Planck (662610-34 J)

mG Energia de Gibbs dissipada para a manutenccedilatildeo celular

MMc Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

MMi Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

NA nuacutemero de Avogadro (6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1)

nPh nuacutemero de foacutetons

Q Energia de Gibbs liberada como calor

qH+ Consumo molar de H+

qO2 Produccedilatildeo molar de O2

ΔGa Energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese

ΔGATP Energia de Gibbs transformada em ATP

ΔgPh Energia de Gibbs contida em 1 Einsten de foacuteton

ΔH Energia fixada pelos fotosistemas

η Rendimento do processo em etanol ()

λ Comprimento de onda

17

Sumaacuterio

1 Introduccedilatildeo 20

2 Revisatildeo bibliograacutefica 22

21 Caracteriacutesticas da A platensis22

22 Fotobiorreatores26

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores31

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis 33

241 Fontes de Nitrogecircnio33

242 Intensidade luminosa41

2421 Pigmentos 46

243 Fontes de carbono 50

2431 Fonte de carbono orgacircnico (Crescimento hetorotroacutefico) 50

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico) 51

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente (Crescimento

mixotroacuteficos) 54

3 Objetivos61

4 Materiais e meacutetodos 62

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua62

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

62

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular62

41111 Melaccedilo natildeo tratado62

41112 Melaccedilo tratado 62

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo63

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator 63

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo 63

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo63

413 Preparo do inoacuteculo64

414 Dispositivo para a cultura 64

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua64

42 Cultivo de A platensis65

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo 65

18

422 Meio de cultivo65

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis 65

4222 Meio modificado66

423 Preparo do inoacuteculo66

424 Dispositivo da cultura67

4241 Fotobiorreator tubular horizontal67

4242 Fotobiorreator tubular espiralado68

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis68

43 Teacutecnicas Analiacuteticas69

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica70

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular70

4312 Determinaccedilatildeo do pH70

4313 Determinaccedilatildeo de ART70

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol71

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua72

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis72

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular 72

43211 Densidade oacutetica 72

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo 73

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total 73

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total74

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia75

4325 Determinaccedilatildeo do pH76

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato76

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol76

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo76

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a 76

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a 77

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 77

43321 Proteiacutenas totais78

43322 Lipiacutedios totais78

43323 Cinzas78

43324 Carboidratos totais 79

19

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar 79

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS 79

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio 79

44 Caacutelculos 79

441 Produtividade em etanol no regime permanente 79

442 Rendimento do etanol no regime permanente 80

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis 80

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis 80

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa 81

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa82

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos 82

5 Planejamento experimental84

6 Resultados e discussotildees85

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica 85

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular 86

612 Teste de homogeneidade do reator87

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D) 88

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste92

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis 93

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) Produtividade em

ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

(YXN) 119

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima 119

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas 122

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas 125

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a 129

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 134

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos 143

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores 153

7 Conclusotildees 154

20

1 Introduccedilatildeo

O interesse na produccedilatildeo comercial da Spirulina sp eacute devido a algumas

propriedades particulares como alta digestibilidade menor concentraccedilatildeo de aacutecidos

nucleacuteicos teores de proteiacutenas elevados (50-70 da massa seca) e importacircncia

quantitativa de aminoaacutecidos essenciais Na sua biomassa encontram-se tambeacutem

pigmentos como a clorofila ficocianina e -caroteno aacutecidos graxos essenciais como

γ-linolecircnico o qual possui efeito terapecircutico em humanos (BELAY OTA 1994)

vitaminas e antioxidantes (PULZ SCHEIBENBOGEN 1998)

Tradicionalmente a Spirulina (Arthrospira) eacute cultivada autotroficamente na

presenccedila de altos niacuteveis de carbonatos e bicarbonatos como fontes de carbono por

serem de baixo custo e proporcionarem pH elevado no meio No entanto Spirulina

ssp tambeacutem podem crescer em condiccedilotildees mixotroacuteficas podendo apresentar uma

produtividade maior quando comparadas a cultivos fotoautotroacuteficos ou heterotroacuteficos

(OGBONNA et al 2000)

Em condiccedilotildees mixotroacuteficas eou fotoautotroacuteficas a intensidade luminosa eacute um

fator importante no crescimento celular da A platensis Baixas intensidades

luminosas podem limitar o crescimento celular Por outro lado altas intensidades

luminosas podem inibir o crescimento celular devido ao fenocircmeno de fotoinibiccedilatildeo

Por isso esse eacute um fator que deve ser controlado em cultivos de micro-organismos

fotossintetizantes

O pH do meio de cultivo eacute um outro fator no cultivo de micro-organismos O pH

determina a solubilidade do dioacutexido de carbono e minerais no meio de cultura e

influencia diretamente ou indiretamente no metabolismo dos micro-organismos

fotossintetizantes Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido

aumento do pH no meio de cultura o que pode atuar como um autoinibidor do

crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2 pode ser utilizado para a

manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

A biofixaccedilatildeo do CO2 pelas microalgas estatildeo entre os meacutetodos bioloacutegicos mais

produtivos no tratamento de emissotildees de resiacuteduos industriais e o rendimento da

biomassa por hectare eacute maior quando comparadas a plantaccedilotildees na agricultura

(LAW BERNING 1991 AKIMOTO et al 1994) O uso direto dos resiacuteduos volaacuteteis

reduz os custos de preacute-tratamento mas a alta concentraccedilatildeo de CO2 pode inibir o

crescimento de cianobacteacuterias e microalgas No entanto alguns autores tecircm

21

recentemente relatado o isolamento de cianobacteacuterias e microalgas tolerantes a

altas concentraccedilotildees de CO2 e capazes de fixar esse gaacutes tais como Chlorella

Spirulina e Scenedesmus (CHANG et al 2003 WATANABE HALL 1995a

HANAGATA et al 1992) Cyanidium cladarium (AKIMOTO et al 1994)

Aleacutem do CO2 a fonte de nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo

uma vez que este nutriente eacute utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e

aacutecidos nucleacuteicos fundamentais para a manutenccedilatildeo e crescimento celular

(WATANABE HALL 1996) O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S

platensis utiliza sais de nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato

de potaacutessio e nitrato de soacutedio Ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO et al 2005) e

sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005) tecircm sido

pesquisadas como fontes alternativas de nitrogecircnio para o cultivo de S platensis

No caso de fontes de nitrogecircnio amoniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

O dioacutexido de carbono e os compostos volaacuteteis orgacircnicos (CVOs) de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica podem ser utilizados como fontes de carbono no cultivo de A

platensis Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica industrial toneladas de CO2 etanol e em

menor quantidade alguns CVOs satildeo liberados para a atmosfera como resiacuteduos No

entanto esses compostos podem ser reaproveitados como uma fonte de nutriente

juntamente como uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo (ureacuteia) para o

desenvolvimento da A platensis que por sua vez permite a produccedilatildeo de

componentes com alto valor agregado e com menor custo de produccedilatildeo industrial

22

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 Caracteriacutesticas da A platensis

Arthrospira platensis eacute uma cianobacteacuteria filamentosa fotossintetizante

pertencente da ordem Oscillatoriales famiacutelia Cyanophyceae gecircnero Arthrospira

espeacutecie platensis Satildeo caracterizadas por tricomas ciliacutendricos multicelulares com

formas espiraladas (Figura 1) Estes possuem comprimentos de aproximadamente

500 μm e diacircmetro variando de 6-12 μm mas dependendo das condiccedilotildees de cultivo

podem adquirir morfologias diferentes Os filamentos natildeo possuem ramificaccedilotildees

nem heterocistos (TOMASELLI 1997)

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) Fonte Universidade do Texas 2006

Arthrospira pode controlar sua flutuabilidade com vesiacuteculas gasosas para

receber a incidecircncia luminosa oacutetima para a fotossiacutentese Essas ceacutelulas podem

tambeacutem excretrar polissacariacutedeos extracelulares para formar agregados flutuantes

um fato que facilita sua recuperaccedilatildeo em lagos naturais e culturas outdoors (MATA

2007) Aleacutem disso devido a sua morfologia taxa de crescimento celular

relativamente alta e a caracteriacutestica das ceacutelulas se agregarem o custo operacional

para a recuperaccedilatildeo da biomassa eacute reduzido tornando-a economicamente viaacutevel

para a produccedilatildeo industrial (MATA 2007)

A Arthrospira sp eacute comercializada de forma inadequada com o nome de

Spirulina (GARRITY et al 2001) Atualmente a Arthrospira sp eacute produzida em

diferentes paiacuteses e sua produccedilatildeo mundial pode exceder 3000 toneladas

(SHIMAMATSU 2004) Na Tabela 1 estatildeo descritos algumas induacutestrias produtoras

de Spirulina (Arthrospira) sp e seu respectivo paiacutes

23

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina

Induacutestria Paiacutesterritoacuterio

Spirulina Mexicana (Sosa Texcoco) SA

Meacutexico a

Siam Algae Co Ltd Thailand

Earthrise Farms USA

Cyanotech Corporation USA

Nan Pao Resins Chemical Co Ltd Taiwan

Far East Microalgae Co Ltd Taiwan

Parry Agro Industries Ltd (Parry Nutraceuticals)

Iacutendia

Yunnan Spirin Co Ltd Mainland China

Fonte Shimamatsu 2004 a Essa induacutestria faliu por volta do ano de 1990 (LEE 1997)

A biomassa da Spirulina sp eacute comercializada principalmente como alimentos

para seres humanos e animais devido a sua composiccedilatildeo quiacutemica A seguranccedila

como alimento tem sido estabelecida por seacuteculos atraveacutes do consumo pelos seres

humanos e pelos nuacutemerosos estudos toxicoloacutegicos (CHAMORRO et al 2002)

Na China em 1997 existiam cerca de 80 produtores de Spirulina com

produccedilatildeo anual variando de 3 a 500 toneladas A maioria dos produtores se

localizava no sul devido agrave vantagem de possuir verotildees longos e clima temperado

(LEE 1997) O maior produtor mundial de Arthrospira eacute Hainan Simai Enterprising

que estaacute localizado na provincia de Hainan na China Essa companhia tem uma

produccedilatildeo anual de 200 toneladas (SPOLAORE et al 2006) No Japatildeo de acordo

com Healfh Industry News a quantidade total de Spirulina comercializada foi de 400

toneladas em 1996 Em Taiwan 5 induacutestrias produzem um total de 480 toneladas

Na Tailacircndia os dois maiores produtores de Spirulina (Siam Algae Co Ltd e

Neotech Food Co Ltd) produzem 150 toneladas e 20 toneladas por ano

respectivamente Nos Estados Unidos a Cyanotech e a Earthrise Farms satildeo os dois

maiores produtores de Spirulina com produccedilatildeo de 380 toneladas e 500 toneladas

respectivamente Aleacutem dessas induacutestrias citadas acima existem outras produtoras

de Spirulina com uma produccedilatildeo anual menor em diversos paiacuteses como Chile Cuba

Filipinas Iacutendia (LEE 1997)

O potencial dessas cianobacteacuterias como um alimento baacutesico na dieta humana

tem sido investigado haacute muitos anos em diversos paiacuteses No Japatildeo a biomassa

24

algal (por exemplo Chlorella e Spirulina) eacute produzida comercialmente sendo

utilizada primeiramente como alimentos nutracecircuticos ou funcionais (OGBONNA

TANAKA 1997 BOROWITZKA 1986) Na China Spirulina and Chlorella satildeo os

dois maiores gecircneros cultivado na forma de biomassa ou extrato para a induacutestria

alimentiacutecia A biomassa eacute usada para produzir uma variedade de produtos

nutracecircuticos ou funcionais como tabletes caacutepsulas poacute ou para extraccedilatildeo de

ingredientes bioativos como β-caroteno e ficocianina A biomassa eacute suplementada

em patildees biscoitos doces sorvetes e o extrato satildeo suplementados em bebidas

como refrigerantes e chaacute principalmente para realccedilar seu valor nutritivo (LIANG et

al 2004)

Uma ampla variedade de pigmentos como clorofila a (Cl a) luteiacutena -caroteno

ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) satildeo compostos bioativos na biomassa de S

platensis e tem sido usado como corantes naturais em alimentos em cosmeacuteticos e

como produtos farmacecircuticos no consumo humano e animal (CHEN et al 2006) O

efeito nocivo de corantes sinteacuteticos e a tendecircncia da sociedade utilizar produtos

naturais na alimentaccedilatildeo e cosmeacuteticos tecircm conduzido agrave exploraccedilatildeo das microalgas

como corantes naturais Esses pigmentos tecircm um grande valor comercial como

corantes naturais em induacutestrias nutracecircuticas cosmeacuteticas e farmacecircuticas

(PRASANNA et al 2007)

Recentemente a importacircncia de se estudar esses micro-organismos eacute devido

as suas propriedades terapecircuticas (BELAY et al 1993) e presenccedila de compostos

antioxidantes (ESTRADA et al 2001 MIRANDA et al 1998) Essas propriedades

tecircm sido provadas experimentalmente in vivo e in vitro que satildeo efetivas para o

tratamento de algumas alergias anemia doenccedilas virais e cardiovasculares

hiperglicemia hiperlipidemia processos inflamatoacuterios entre outros (CHAMORRO et

al 2002 BELAY et al 2002)

Essa cianobacteacuteria possui alto teor proteacuteico com importacircncia quantitativa dos

aminoaacutecidos essenciais e outros elementos nutricionais proporcionando seu alto

valor nutricional (MORIST et al 2001) Baixos teores de aacutecidos nucleacuteicos altos

conteuacutedos de vitaminas polissacariacutedeos e aacutecidos graxos essenciais como ocircmega-3

e ocircmega-6 satildeo paracircmetros importantes para avaliar a qualidade da biomassa algal

(OGBONNA TANAKA 1997 BOROWTIZKA 1986) Os polissacariacutedeos que

constituem a parede celular tecircm uma digestibilidade de 86 o que torna a biomassa

facilmente absorvida pelo corpo humano (LI 1997)

25

Haacute relatos tambeacutem do emprego da Arthrospira em cosmeacuteticos um extrato rico

em proteiacutenas feitos a partir da Arthrospira repara sinais de envelhecimento da pele

mais cedo exerce um efeito de firmeza e previne a formaccedilatildeo de estrias (Protulinesreg

Exsymol SAM Monaco) (SPOLAORE et al 2006)

Aleacutem da presenccedila dos compostos citados anteriomente a biomassa de

Spirulina tambeacutem pode ser utilizada no tratamento de aacuteguas residuais renovaccedilatildeo da

aacutegua atraveacutes da desintoxificaccedilatildeo bioloacutegica e remoccedilatildeo de metais pesados Por ser

um micro-organismo fotossintetizante tem a capacidade natildeo apenas de produzir

oxigecircnio mas tambeacutem de remover nutrientes como nitrogecircnio e foacutesforo reduzindo a

eutrofizaccedilatildeo dos efluentes Essa biomassa pode ser recuperada e utilizada para

extrair compostos de interesse industrial como por exemplo pigmentos e o restante

da biomassa pode ainda ser utilizado como combustiacutevel ou para produccedilatildeo de

metano (CIFERRI TIBONI 1985)

O cultivo de microalgas e cianobacteacuterias fornecem excelente perspectivas para

a produccedilatildeo de energia renovaacutevel podendo contribuir substancialmente para uma

reduccedilatildeo de emissotildees do CO2 Essas emissotildees satildeo resultados do processo de

queima dos combustiacuteveis foacutesseis e de praacuteticas agriacutecolas improacuteprias (as queimadas

por exemplo) produzindo elevados rendimentos da biomassa e possibilitando a

produccedilatildeo de compostos com alto valor agregado e biocombustiacutevel (CHISTI 2007

RICHMOND 1990)

As microalgas tecircm sido propostas como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de

biocombustiacuteveis devido ao alto teor de lipiacutedios que algumas espeacutecies podem

alcanccedilar O teor de oacuteleo de 20 a 50 de sua biomassa seca eacute comum entre as

espeacutecies como Nannochloropsis sp Chlorella sp Schizochytrium sp Algumas

microalgas podem exceder a 80 (MIAO 2006 CHISTI 2007 BANERJEE et al

2002) O percentual de lipiacutedios na biomassa de microalgas eacute funccedilatildeo das condiccedilotildees

de cultivo tais como salinidade do meio concentraccedilatildeo de nitrogecircnio natureza da

fonte de carbono assim eacute possiacutevel com certa facilidade e com tempo de resposta

relativamente curto aumentar o teor de oacuteleo nas microalgas de forma a alcanccedilar

valores bastante expressivos (CHISTI 2007)

As principais vantagens para a utilizaccedilatildeo de microalgas como biocombustiacuteveis

satildeo alta eficiecircncia de conversatildeo de foacutetons (como evidenciada pelo aumento do

rendimento da biomasa por hectare) podem ser coletados em lotes durante quase

todo o ano pode utilizar sais e aacutegua residuaacuteria reduzindo extremamente o uso de

26

aacutegua doce produz biocombustiacutevel altamente biodegradaacutevel e natildeo toacutexico podem ser

usado o CO2 liberado pela queima de combustiacuteveis foacutesseis esse CO2 eacute

frequentemente disponiacutevel a baixo custo ou ateacute mesmo sem custo (CHISTI 2007

SAWAYAMA et al 1995 SCHENK et al 2008 YUN et al 1997) As limitaccedilotildees

atuais existentes satildeo principalmente no processo de colheita e na fonte do CO2 para

a maior eficiecircncia de produccedilatildeo (SCHENK et al 2008)

22 Fotobiorreatores

A escolha do biorreator para o cultivo da microalga eacute um importante fator que

influecircncia na produtividade global (WATANABE HALL 1996) Haacute uma grande

variedade de biorreatores utilizados para o cultivo de microalga dentre os quais

alguns satildeo utilizados atualmente para produccedilatildeo industrial (LEE 2001)

Segundo Borowitzka (1999) as microalgas podem ser cultivadas em diversos

sistemas de cultivo com volume variando desde poucos litros ateacute bilhotildees de litros

Em geral os sistemas de produccedilatildeo satildeo pouco sofisticados uma vez que muitas

empresas desenvolvem cultivos a ceacuteu aberto em tanques com fundo de terra e com

baixo ou nenhum controle dos paracircmetros ambientais Nos uacuteltimos 50 anos alguns

cultivos desenvolvidos em fotobiorreatores podem ter os seus paracircmetros

ambientais controlados e isto implica numa elevada produtividade a qual viabiliza a

produccedilatildeo comercial de compostos de elevado valor agregado (KOMMAREDDY

ANDERSON 2005 TREDICI 2004)

Convencionalmente os cultivos de microalgas comerciais satildeo realizados em

reatores abertos por causa de baixa eficiecircncia dos fotobiorreatores fechados em

larga escala (OGBONNA TANAKA 1997) Portanto eacute difiacutecil de obter alta

produtividade em reatores ldquooutdoorsrdquo abertos por causa da dificuldade de controlar

fatores ambientais como temperatura e intensidade luminosa haacute uma grande

evaporaccedilatildeo de aacutegua no meio e aleacutem disso requer uma grande aacuterea superficial

facilitando a contaminaccedilatildeo por outros micro-organismos Esse meacutetodo natildeo deve ser

empregado para produccedilatildeo de componentes quiacutemicos finos e farmacecircuticos uma

vez que o custo de recuperaccedilatildeo desse produto e purificaccedilatildeo podem ser

extremamente altos principalmente devido a baixa concentraccedilatildeo celular e a

contaminaccedilatildeo com impurezas Vaacuterias alternativas tecircm sido propostas para contornar

esse problema como o emprego de fotobiorreatores fechados e processos

heterotroacuteficos (CHEN 1997)

27

Os fotobiorreatores abertos possuem certas desvantagens sobre os

fotobiorreatores fechados dentre elas destacam-se menor eficiecircncia fotossinteacutetica e

menor qualidade do produto da microalga (RICHMOND et al 1990 VONSHAK

RICHOMOND 1988) A menor eficiecircncia fotossinteacutetica eacute principalmente devido ao

efeito de sombreamento quando a densidade celular alcanccedila um determinado valor

a baixa eficiecircncia de utilizaccedilatildeo de CO2 gasoso devido agrave limitaccedilatildeo do suplemento de

CO2 para a microalga uma vez que quando o CO2 natildeo estaacute dissolvido no meio de

cultura este se volatiliza contaminaccedilatildeo do cultivo por bacteacuterias algas protozoaacuterios

e fungos tambeacutem influenciam no crescimento da microalga e na qualidade do

produto Os fotobiorreatores fechados tecircm a vantagem de aumentar a eficiecircncia de

utilizaccedilatildeo de CO2 controlando o pH da cultura e diminuir o niacutevel de contaminantes

(WATANABE HALL 1996) Tambeacutem dependendo da configuraccedilatildeo do reator pode

aumentar a aacuterea iluminada reduzindo o efeito de sombreamento (WATANABE et al

1995)

Fotobiorreatores fechados satildeo usados para cultivos de micro-organismos

fotoautotroacuteficos visando agrave produccedilatildeo de aacutecidos graxos poliinsaturados pigmentos

vitaminas e polissacariacutedeos (MOLINA GRIMA et al 1995 TAKANO et al 1995

MERCHUK et al 1996 MATSUNAGA et al 1996) Para muitas dessas aplicaccedilotildees

eacute essencial o uso desses tipos de fotobiorreatores nos quais as monoculturas

podem ser mantidas por longos periacuteodos preferencialmente se o cultivo for

ldquooutdoorrdquo utilizando luz solar como a uacutenica fonte de energia (JANSSEN et al 2003)

Diversas configuraccedilotildees de fotobiorreatores fechados tecircm sido usadas ou

propostas para o cultivo de Spirulina sp como o tubular horizontal (CONVERTI et

al 2006a) tubular helicoidal (BIOCOIL) (WATANABE et al 1995 NERANTZIS et

al 2002) espiralado vertical (TREDICI ZITTELLI 1998) e laminar inclinado (HU et

al 1996) Quase todas as configuraccedilotildees dos fotobiorreatores usam um recipiente

de degassing para desoxigenar o sistema pois um aumento no niacutevel de oxigecircnio no

meio reduz a produtividade (NERANTZIS et al 2002)

Um fator importante para a configuraccedilatildeo desses fotobiorreatores eacute o

fornecimento de luz eficientemente pela maximizaccedilatildeo da relaccedilatildeo superfiacutecie-volume

iluminada Por isso os tubos satildeo frequentemente estreitos e os ldquopanelsrdquo satildeo finos

No entanto alguns fotobiorreatores bem sucedidos em escala laboratorial podem

natildeo funcionar bem quando se aumenta a escala por causa da reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

28

superfiacutecie-volume ocasionando uma pobre distribuiccedilatildeo luminosa dentro do reator

(OGBONNA TANAKA 1997)

Tredici e Zittelli (1998) observaram que cultivos de Arthrospira (Spirulina)

platensis em fotobiorreator tubular obtiveram maiores valores de produtividade

volumeacutetrica eficiecircncia fotossinteacutetica e velocidade especiacutefica de crescimento quando

comparadas com os cultivos em fotobiorreator plano Isso foi devido agrave diferenccedila

entre o fluxo de foacutetons nos cultivos com formas diferentes dos fotobiorreatores Uma

vez que os outros principais paracircmetros que conduzem o crescimento da S

platensis natildeo variaram entre os dois cultivos

Entre os diferentes tipos de fotobiorreatores aqueles do tipo air lift satildeo

particularmente interessantes por apresentarem uma maior transferecircncia de massa

liacutequido-gaacutes com menor gasto de energia podem ter o escoamento do liacutequido

facilmente controlado a circulaccedilatildeo de liacutequidos ocorre sem a remoccedilatildeo de partes do

reator e isto previne a contaminaccedilatildeo no cultivo Estes tipos de reatores satildeo

especialmente recomendados para as culturas de cianobacteacuterias por causa da

sensibilidade destas ao estresse de cisalhamento mecacircnico (CHOI et al 1995

SIEGEL ROBINSON et al 1992 CHISTI 1989 MERCHUK et al 1996

WATANABE et al 1995)

O sistema air lift tambeacutem permite a remoccedilatildeo de oxigecircnio produzido pela

fotossiacutentese (CAMACHO RUBIO et al 1998) A remoccedilatildeo contiacutenua do gaacutes oxigecircnio

em cultivos fotossinteacuteticos eacute essencial por que uma excessiva quantidade de

oxigecircnio dissolvido inibe a fotossiacutentese (MOLINA et al 2001)

O crescimento e a produtividade das ceacutelulas fotossinteacuteticas satildeo afetados por

diversos fatores incluindo composiccedilatildeo do meio de cultura temperatura pH

concentraccedilatildeo de O2 e CO2 no reator e fornecimento de luz sendo este o mais

importante durante o cultivo autotroacutefico de ceacutelulas fotossinteacuteticas (OGBONNA

TANAKA 1997)

Micro-organismos natildeo satildeo expostos a uma densidade de fluxo de foacutetons

constante em fotobiorreatores devido ao sombreamento muacutetuo das ceacutelulas e ao

movimento do liacutequido durante a agitaccedilatildeo Frequumlentemente tem sido sugerido que a

circulaccedilatildeo entre as zonas clara e escura poderia conduzir a uma eficiecircncia

fotossinteacutetica maior que aquela determinada sob iluminaccedilatildeo contiacutenua da densidade

de fluxo de foacutetons (JANSSEN et al 2003)

29

O fornecimento da luz em fotobiorreatores eacute uma variaacutevel importante em

culturas fotoautroacuteficas A alta razatildeo superfiacutecie-volume eacute um preacute-requisito importante

para o suprimento suficiente de luz nos fotobiorreatores Ateacute mesmo sob baixa

intensidade luminosa os organismos fotossintetizantes utilizam a luz exposta na

superfiacutecie dos fotobioreatores A energia de excitaccedilatildeo eacute parcialmente utilizada pelo

aparato fotossinteacutetico e a energia residual eacute perdida na forma teacutermica ou

fluorescecircncia (GRUSZECKI et al 1994) Um excesso da energia de excitaccedilatildeo pode

prejudicar o aparato fotossinteacutetico no processo chamado de fotoinibiccedilatildeo (MELIS

1999)

Dependendo do diacircmetro interno dos tubos (12 a 123 cm) os fotobiorreatores

tubulares fechados podem alcanccedilar valores de concentraccedilatildeo celular maiores que 20

g L-1 e produtividades volumeacutetricas de biomassa de 025 - 364 g L-1d-1 em cultivo

que possuem o ciclo claroescuro A alta turbulecircncia encontrada em reatores

tubulares garante uma oacutetima disponibilidade luminosa para as ceacutelulas e melhor

transferecircncia de massa dos gases (LEE 2001)

Outro fator importante eacute o escoamento turbulento da cultura A velocidade do

escoamento do liacutequido deve ser suficiente para garantir o escoamento turbulento

para evitar que as ceacutelulas fiquem estagnadas no interior escuro dos tubos Portanto

uma turbulecircncia execessiva pode danificar as ceacutelulas e haacute um limite superior para a

velocidade da cultura A turbulecircncia eacute conhecida por aumentar a produtividade da

biomassa quando comparada as condiccedilotildees de escoamento laminar A turbulecircncia

move as ceacutelulas do interior escuro de um tubo para uma zona perifeacuterica iluminada

evitando que as ceacutelulas natildeo recebam luz por longos periacuteodos Adicionalmente o

movimento das ceacutelulas da zona clara para a zona escura pode aumentar a

produtividade desde que a duraccedilatildeo de permanecircncia na zona escura seja curta

Intervalos no escuro na ordem de 1 segundo podem melhorar a conversatildeo da

energia solar em biomassa (LAWS et al 1987 TERRY 1986) Tais intervalos

permitem reaccedilotildees cataliacuteticas da fotossiacutentese no escuro permitindo o

restabelecimento do aparato fotossinteacutetico para sua eficiecircncia no proacuteximo periacuteodo

luminoso (ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ et al 2001) Jansen et al (2002) relataram que a

turbulecircncia movimenta as ceacutelulas da zona escura no centro do fotobiorreator para a

zona foacutetica na parte mais externa do cilindro podendo conduzir a maior eficiecircncia do

reator

30

O fluxo laminar pode ser prejudicial agraves altas densidades celulares No entanto

eacute importante por proporcionar uma distribuiccedilatildeo uniforme da luz a todas as ceacutelulas na

cultura reduzir o crescimento da parede do fotobiorreator e diminuir a tensatildeo do

oxigecircnio na cultura (RICHMOND 2000) Carlozzi e Torzillo (1996) obtiveram maior

produtividade da Arthrospira platensis quando a velocidade da cultura densa (10 g L-1)

foi alterada de 018 m s-1 para 075 m s-1 Isto torna evidente a necessidade de se

manter uma velocidade de escoamento que permita um maior nuacutemero de ceacutelulas

captarem luminosidade suficiente e que ao mesmo tempo natildeo aumente a demanda

dos custos de produccedilatildeo

Converti et al (2006) observaram que cultivos de Arthrospira platensis em

fotobiorreator tubular a velocidade da cultura de 016 m s-1 eacute suficiente para garantir

uma boa mistura da cultura evitando danos agraves ceacutelulas Similarmente Tredici (1999)

descreve que cultivos em escala industrial de Arthrospira sp em fotobiorreator com

tubos plaacutesticos alongados sobre a terra com 35 cm de largura e 9 cm de altura a

densidade populacional oacutetima foi de 1 g Lminus1 e a velocidade do fluxo natildeo pode ser

menor que 50 cm sminus1 Baixa velocidade de circulaccedilatildeo 6 a 10 cm sminus1 prejudicou o

cultivo devido a produccedilatildeo O2 que inibiu o crescimento baixas taxas de saiacuteda e a

cultura deteriorou-se rapidamente devido ao seu crescimento na parede do tubo

(biofouling)

Como o crescimento dos micro-organismo fotossintetizantes nos

fotobiorreatores eacute fotossinteacutetico o suplemento de luz e CO2 satildeo provavelmente os

limitantes para o crescimento da microalga Aleacutem desses fatores a concentraccedilatildeo de

nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo uma vez que este nutriente eacute

utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e aacutecidos nucleacuteicos fundamentais

para a manutenccedilatildeo e crescimento celular (WATANABE HALL 1996)

No caso de fontes de nitrogecircnio amocircniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

31

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores

S platensis habita naturalmente em lagos africanos e mexicanos (RICHMOND

1990) mas podem crescer artificialmente em meios sinteacuteticos empregando

diferentes tipos de processos de cultivo Estes tecircm sido desenvolvidos com a

finalidade de aumentar a produtividade do material desejado Segundo Sassano

(1999) a forma de adiccedilatildeo do substrato nas dornas pode interferir na qualidade da

biomassa produzida

No processo contiacutenuo eacute realizado por meio de uma alimentaccedilatildeo contiacutenua do

substrato limitante (ou meio de cultura) ao reator a uma determinada vazatildeo

constante e por uma retirada contiacutenua de meio cultivado de forma a se ter o volume

de reaccedilatildeo constante a fim de que o sistema atinja a condiccedilatildeo de estado

estacionaacuterio (steady-state) Esse estado consiste na situaccedilatildeo nas quais todas as

condiccedilotildees no interior do reator permanecem constantes ao longo do tempo

(FACCIOTTI 2001) Esse processo tem sido estudado por diferentes autores

comprovando sua aplicabilidade para no cultivo de Spirulina platensis Hirata et al

(1998) obtiveram concentraccedilotildees de S platensis sob condiccedilotildees fotoautotroacuteficas em

regime permanente nas diferentes intensidades luminosas analisadas 25 a 400 W

m-2 Nerantzis et al (2002) empregou o sistema contiacutenuo no fotobiorreator tubular

helicoidal (HELPBR) no cultivo de S platensis e provou sua flexibilidade ao aumento

de escala bem como sua alta produtividade volumeacutetrica em relaccedilatildeo a outros

fotobiorreatores fechados

Outro tipo de processo que tem sido utilizado no cultivo de S platensis em

fotobiorreatores eacute o semicontiacutenuo Esse processo consiste na alimentaccedilatildeo contiacutenua

do substrato limitante mas a remoccedilatildeo do produto eacute por bateladas (alimentaccedilatildeo

contiacutenua com descarga apoacutes a obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular maacutexima desejada)

(BORZANI 2001) Travieso et al (2001) utilizando fotobiorreator tubular helicoidal

concluiacuteram que eacute possiacutevel empregar satisfatoriamente o sistema semicontiacutenuo no

cultivo de S platensis obtendo uma produtividade da biomassa maior que em

processos descontiacutenuo Isso por que em processo descontiacutenuo a produtividade em

ceacutelulas tende a diminuir quando os nutrientes satildeo totalmente consumidos De acordo

com Reichert et al (2006) a concentraccedilatildeo celular pode atingir valores de duas a

quatro vezes maiores no cultivo semicontiacutenuo de S platensis em relaccedilatildeo ao cultivo

descontiacutenuo utilizando fotobiorreator fechado

32

No processo descontiacutenuo todo o substrato eacute adicionado no iniacutecio do cultivo e

os produtos permanecem ateacute o final do cultivo (CARVALHO SATO 2001) No

processo descontiacutenuo alimentado que eacute uma variaccedilatildeo do processo descontiacutenuo a

alimentaccedilatildeo pode ser de forma intermitente ou contiacutenua O modo de operaccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo em bioprocessos permite prevenir o acuacutemulo ou a falta do substrato no

cultivo Em processo microbiano uma apropriada taxa de alimentaccedilatildeo

exponencialmente crescente resulta na manutenccedilatildeo da concentraccedilatildeo do substrato

limitante residual controlando a taxa de formaccedilatildeo do produto (CARVALHO SATO

2001) Esse processo permite que o nutriente seja adicionado em determinados

intervalos de tempo durante todo o processo com isso eacute possiacutevel adicionar

nutrientes potencialmente toacutexicos quando presentes em altas concentraccedilotildees como

por exemplo o iacuteon amocircnio sem prejudicar o crescimento microbiano e prevenindo

seu acuacutemulo (CARVALHO et al 2004) Olguiacuten et al (2001) observaram que no

cultivo descontiacutenuo usando uma concentraccedilatildeo inicial de amocircnia de 1 mM incubada

a 32 ordmC ocorre uma grande perda desse iacuteon para a atmosfera aleacutem de ser

consumida pelo micro-organismo tornando-se deficiente depois de poucos dias

especificamente 12 dias Soletto et al (2005) observaram que o melhor crescimento

cineacutetico da S platensis foi empregando o processo descontiacutenuo alimentado quando

comparada com o processo descontiacutenuo utilizando a ureacuteia com fonte de nitrogecircnio

Comportamento semelhante foi observado por Zhang et al (1998) em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio

Costa et al (2004) observaram o emprego da aacutegua do lago Mangueira

suplementado com ureacuteia pelo processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de S

platensis foi possiacutevel reduzir o custo de produccedilatildeo possibilitando o cultivo em larga

escala

Em casos particulares como por exemplo a necessidade de utilizaccedilatildeo de

nutriente viscoso no cultivo este processo geralmente reduz a viscosidade do meio

e o efeito dos componentes toacutexicos eacute tambeacutem limitado pela diluiccedilatildeo (WARD 1989)

Entre outras vantagens desse processo pode-se encontrar desvio do metabolismo

celular para via de interesse de formaccedilatildeo do produto evita repressatildeo cataboacutelica

evita formaccedilatildeo de produtos toacutexicos no metabolismo microbiano e controla a

velocidade de crescimento microbiano O melhor procedimento operacional para

esse sistema eacute iniciar com pequena quantidade de biomassa e substrato e adicionar

33

mais substrato quando a maior parte do substrato inicial ter sido consumida pelo

micro-organismo (GREGERSEN JORGENSEN 1999)

O processo descontiacutenuo alimentado deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da S platensis desde que a concentraccedilatildeo do substrato

limitante possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis

241 Fontes de Nitrogecircnio

O elemento nitrogecircnio constitui aproximadamente de 5 a 10 do peso seco das

cianobacteacuterias (FLORES HERRERO 1994) Diferentes fontes de nitrogecircnio

orgacircnica e inorgacircnica podem ser assimiladas por micro-organismos

fotossintetizantes Dentre as orgacircnicas encontramos aminoaacutecidos purinas ornitina

e as inorgacircnicas encontramos sais de amocircnio e sais de nitrato (BERMAN CHAVA

1999)

As cianobacteacuterias utilizam principalmente fontes de nitrogecircnio inorgacircnico como

nitrato nitrito amocircnia e nitrogecircnio atmosfeacuterico para suprir sua necessidade No

entanto amocircnia eacute a uacutenica fonte inorgacircnica de nitrogecircnio que eacute diretamente

incorporada em compostos orgacircnicos e entatildeo um intermediaacuterio obrigatoacuterio na

utilizaccedilatildeo do outras fontes de nitrogecircnio Essa moleacutecula eacute tambeacutem conhecida como

uma desacopladora na fotossiacutentese causando sob certas circunstacircncias o colapso

do ΔpH requerida pela siacutentese de ATP A amocircnia regula enzimas importantes no

metabolismo de nitrogecircnio tais como nitrato redutase glutamina sintetase e

nitrogenases (BOUSSIBA 1997)

Exceto para o N2 as cianobacteacuterias possuem um sistema de transporte

especiacutefico para as diferentes formas de nitrogecircnio mas a maioria deles pode entrar

na ceacutelula por difusatildeo dependendo de sua concentraccedilatildeo oue do pH do meio de

cultura Nitrato e nitrito satildeo reduzidos pela nitrato redutase e nitrito redutase

respectivamente ambas as enzimas usam ferredoxina como doador de eleacutetrons

(FLORES HERRERO 1994) Ureacuteia eacute convertida a amocircnia pela urease e o

dinitrogecircnio eacute reduzido agrave amocircnia pelo complexo nitrogenase (HERRERO et al

2001) Outras formas de nitrogecircnio como certos aminoaacutecidos requerem sistemas de

34

transporte especiacutefico e posteriormente seratildeo metabolizados para produzir amocircnio

(HERRERO et al 2001 MURO-PASTOR FLORENCO 2003)

Nesses organismos a hierarquia de preferecircncia da assimilaccedilatildeo tem sido

mostrada para esses compostos Quando amocircnio e nitrato estatildeo presentes

simultaneamente no meio externo o sistema para assimilaccedilatildeo de nitrato eacute expresso

somente ao niacutevel basal A inibiccedilatildeo da assimilaccedilatildeo do nitrato exercida pela amocircnia

opera em dois niacuteveis diferentes pelo menos Durante pouco tempo a adiccedilatildeo da

amocircnia interrompe a assimilaccedilatildeo ativa do nitrato pelas ceacutelulas Se as ceacutelulas

continuarem expostas ao amocircnio ateacute mesmo quando o nitrato estaacute

simultaneamente presente a longo prazo o sistema regulatoacuterio atua na repressatildeo

das proteiacutenas envolvendo a assimilaccedilatildeo do nitrato (HERRERO FLORES 1997) A

atividade da nitrato redutase em Spirulina platensis (strain ARM 729) eacute reduzida

mediante a retirada de nitrato do meio e eacute totalmente restaurada apoacutes duas horas

da adiccedilatildeo de nitrato indicando a induccedilatildeo pelo substrato A concentraccedilatildeo oacutetima de

nitrato de soacutedio necessaacuteria para a atividade maacutexima da enzima nitrato redutase eacute de

30 mM Os produtos da assimilaccedilatildeo do nitrato nitrito e amocircnio inibiram

significativamente a atividade da nitrato redutase quando em altas concentraccedilotildees A

acumulaccedilatildeo do nitrito eacute toacutexica para a ceacutelula mas seu niacutevel pode ser controlado tanto

pela inibiccedilatildeo da atividade da nitrato redutase eou transporte do nitrato ou pelo

aumento da atividade da nitrito redutase (JHA et al 2007)

Em cultivos de micro-organismo em larga escala a fonte de nitrogecircnio

preferencial eacute a amocircnia devido ao seu baixo custo e tambeacutem porque ela pode

previnir a contaminaccedilatildeo com zooplancton (BOUSSIBA 1997) A preponderacircncia de

NH3 sobre NH4+ em valores de pH acima de 92 o pKa para amocircnia a 20-30 ordmC

favoreceu a permeabilidade desta pela membrana plasmaacutetica forma natildeo ionizada

que apoacutes difundir pela membrana plasmaacutetica a amocircnia eacute aprisionada dentro da

ceacutelula na forma de iacuteon amocircnio carregado positivamente (BOUSSIBA 1997) O grau

de inibiccedilatildeo parece ser muito reduzido em cepas que crescem restritamente em

condiccedilotildees alcalinas 5 mM de amocircnia inibiu 90 a evoluccedilatildeo de O2 dependente de

luz em micro-organismo neutrofiacutelico Anabaena sp e somente 30 foi observada

em micro-organismo alcalofiacutelico Spirulina platensis no mesmo pH (pH 100) Em

concentraccedilatildeo de 10 mM Spirulina platensis obteve ainda 50 da capacidade

fotossinteacutetica e Anabaena sp natildeo obteve crescimento Essa resistecircncia da Spirulina

agrave amocircnia em pH 10 eacute conferida por um pH intratilacoidal relativamente alto no

35

valor de 65 em relaccedilatildeo ao pH intratilacoidal da Anabaena sp valor de pH de 53

Esta diferenccedila no valor do pH intratilacoidal sugere que menor eacute a ΔpH atraveacutes da

membrana que eacute a razatildeo para a resistecircncia relativa da Spirulina platensis a amocircnia

em pH 100 (BELKIN BOUSSIBA 1991a)

A adiccedilatildeo de 2-3 mM de amocircnia em cultivos de Spirulina mantida geralmente a

pH (95 - 100) causa a deterioraccedilatildeo do contamitante Chlorella no cultivo de

Spirulina A toxidade da amocircnia nas ceacutelulas da Chlorella eacute causada pela grande

entrada dessa moleacutecula devido ao menor pH interno reduzindo a variaccedilatildeo do pH na

membrana tilacoidal requerida para a siacutentese de ATP Logo o uso de amocircnia com

fonte de nitrogecircnio no cultivo de Spirulina pode previnir a proliferaccedilatildeo de outros

micro-organismos (BOUSSIBA 1997)

Ureacuteia e aminoaacutecidos tambeacutem podem ser assimilados pelas cianobacteacuterias A

ureacuteia e fontes de nitrogecircnio orgacircnico satildeo primeiramente metabolizadas para amocircnia

e a partir de entatildeo os aacutetomos de nitrogecircnio seratildeo utilizados como observado na

Figura 2 (FLORES HERRERO 1994)

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em pH acima de 92

A maioria dos organismos fotossintetizantes a assimilaccedilatildeo da amocircnia ocorre

pela accedilatildeo sequumlencial da glutamina sintetase (GS) e glutamanto sintase (GOGAT)

Ureacuteia

NO3-

aminoaacutecido

NH3

aminoaacutecido

Ureacuteia

NO3-

NH4+

Nucleotiacutedeos

Aminoaacutecidos

Aminoaccediluacutecar

Lipiacutedios

NH4+

Aacutecidos nucleacuteicos

Parede celular

Porfirinas

Proteiacutenas

Intracelular Exracelular

36

Essas reaccedilotildees conhecidas como ciclo GS-GOGAT constituem uma ligaccedilatildeo entre o

metabolismo de nitrogecircnio e de carbono e eacute o metabolismo mais importante para

assimilaccedilatildeo da amocircnia gerada tanto exogenamente como endogenamente

(BOUSSIBA 1997)

As enzimas do ciclo da glutamina sintetase e glutamato sintase satildeo importantes

pela introduccedilatildeo da amocircnia em formas orgacircnicas O glutamato produzido por esta

via aleacutem de ser o principal doador de nitrogecircnio para a siacutentese de outros

metaboacutelitos contendo nitrogecircnio eacute tambeacutem um precursor de alguns aminoaacutecidos e

da 5-aminolevulinato um precursor da biossiacutentese da porfirina ficobilina e clorofila

(FLORES HERRERO 1994)

A parede celular das cianobacteacuterias eacute como as das bacteacuterias gram-negativas

que conteacutem uma camada de peptidoglicano na parte externa da membrana

citoplasmaacutetica Nesta membrana conteacutem tipos de proteiacutenas especiais denominadas

de porinas a qual permite a passagem de pequenas moleacuteculas incluindo

aminoaacutecidos e iacuteons inorgacircnicos Isto eacute essas substacircncias apresentam um sistema

de transporte especializado (FLORES HERRERO 1994) A membrana

citoplasmaacutetica representa a principal barreira de permeabilidade das cianobacteacuterias

Portanto o nitrato provavelmente possui livre acesso ao periplasma das

cianobacteacuterias (HERRERO FLORES 1997)

Algumas cianobacteacuterias como Anabaena Nostoc Fischerella satildeo capazes de

fixar N2 atmosfeacuterico em condiccedilotildees aeroacutebias atraveacutes das nitrogenases (FLORES

HERRERO 1994) No entanto as ceacutelulas de S platensis natildeo podem fixar nitrogecircnio

atmosfeacuterico porque natildeo possuem heterocisto (MATA 2007 VACHHANI VONSHAK

1997) e eacute dentro dos heterocistos onde se encontram as nitrogenases em

cianobacteacuterias (LARA GUERRERO 2007)

O nitrato eacute provavelmente a fonte mais abundante de nitrogecircnio para a nutriccedilatildeo

de cianobacteacuterias A assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a incorporaccedilatildeo do nitrato e

reduccedilatildeo do nitrato intracelular para amocircnio na qual eacute a forma de nitrogecircnio

incorporada em compostos orgacircnicos Nitrito na qual pode tambeacutem ser utilizado na

necessidade do nitrogecircnio eacute assimilado pelas ceacutelulas e entatildeo reduzido a amocircnio

(FLORES HERRERO 1994)

A assimilaccedilatildeo do nitrato pelas cianobacteacuterias envolve um sistema de transporte

que eacute carreado por uma proteiacutena e esta possui uma alta afinidade pelo nitrato Esta

alta afinidade permite que as cianobacteacuterias utilizem nitratos mesmo em baixas

37

concentraccedilotildees como eacute encontrado no meio ambiente natural O acuacutemulo intracelular

de nitrato permitiraacute o funcionamento da enzima nitrato redutase (FLORES

HERRERO 1994) Portanto a limitaccedilatildeo do transporte de nitrato pela inativaccedilatildeo de

alguns genes do transporte de nitrato natildeo impede o crescimento dependente de

nitrato quando este eacute suplementado a alta concentraccedilatildeo (20 mM) A entrada do

nitrato nas ceacutelulas nessas condiccedilotildees parece ser por difusatildeo passiva desde que a

concentraccedilatildeo de nitrato seja maior que 1 mM a assimilaccedilatildeo de nitrato aumenta

linearmente com o aumento da sua concentraccedilatildeo (OMATA et al 1989)

O nitrato intracelular eacute reduzido a nitrito em reaccedilatildeo utilizando 2 eleacutetrons

catalizados pela nitrato redutase o nitrito eacute convertido a amocircnio pela nitrito redutase

na reaccedilatildeo utilizando 6 eleacutetrons Ambas as enzimas encontradas nas membranas

tilacoidais utilizam ferrodoxina reduzida como doador de eleacutetrons A presenccedila de

nitrato ou nitrito geralmente tem um efeito positivo nos niacuteveis das enzimas nitrato

redutase e nitrito redutase (FLORES HERRERO 1994) Estas enzimas encontram-

se principalmente no citoplasma das cianobacteacuterias (GUERRERO LARA 1987) A

assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a reduccedilatildeo citoplasmaacutetica para nitrito (NO2-)

catalizada pela enzima nitrato redutase (NR) usando NAD(P)H como doador de

eleacutetrons O nitrito eacute rapidamente reduzido a amocircnio (NH4+) pela enzima nitrito

redutase (NiR) que usa a ferrodoxina como doador de eleacutetrons e o amocircnio eacute entatildeo

incorporado a moleacuteculas de nitrogecircnio como aminoaacutecidos purinas pirimidinas e

aminas (LEA LEEGOOD 1993)

Quando somente o CO2 eacute o aceptor de eleacutetrons disponiacutevel e o escoamento de

eleacutetrons pelos fotossistemas natildeo eacute limitado pela luz o que determina a fotossiacutentese

eacute a fixaccedilatildeo de CO2 pelo ciclo das pentoses Quando se adiciona nitrato nessas

mesmas condiccedilotildees este usa os eleacutetrons diretamente da ferrodoxina reduzida

liberando o escoamento dos eleacutetrons natildeo ciacuteclico de sua limitaccedilatildeo e estimulando a

produccedilatildeo de O2 Esse efeito natildeo foi observado quando se adiciona amocircnio Na

intensidade luminosa saturante o nitrato estimula o fluxo de eleacutetrons natildeo ciacuteclico para

gerar um poder redutor utilizado para sua assimilaccedilatildeo No entanto a intensidade de

luz limitante o nitrato reprime a fixaccedilatildeo de CO2 para utilizar o poder redutor gerado

fotossinteticamente na sua reduccedilatildeo a amocircnia (ROMERO LARA 1987)

A nitrato redutase e nitrito redutase presentes na membrana tilacoidal permitem

a fotoreduccedilatildeo do nitrato ou nitrito em uma reaccedilatildeo dependente do fotossistema I na

qual eacute estimulada pela ferrodoxina Nos tilacoacuteides do Synechococcus a fotoreduccedilatildeo

38

do nitrato a amocircnio utiliza aacutegua como fonte de eleacutetrons foi observado na reaccedilatildeo

envolvendo ambos fotossistema I e fotossistema II Em condiccedilotildees heterotroacuteficas a

reduccedilatildeo do nitrato ocorre pela ferrodoxina reduzida produzida a partir do NADPH e

ferrodoxina-NADP oxiredutase NAPDH eacute provavelmente gerado pela glicose-6-

fosfato desidrogenase e 6-fosfogluconato desidrogenase (HERRERO FLORES

1997)

A assimilaccedilatildeo de amocircnio nas cianobacteacuterias pode ser pela difusatildeo de sua

forma gasosa (amocircnia) ou pela accedilatildeo de permeases especiacuteficas e eacute diretamente

incorporado no metabolismo GS-GOGAT (GS glutamina sintetase GOGAT

glutamate sintase) (MURO-PASTOR FLORENCIO 2003)

A ureacuteia eacute uma boa fonte de nitrogecircnio para cianobacteacuterias pertencentes a

diferentes grupos taxonocircmicos Esta parece ser assimilada intacta pelas ceacutelulas

ativas e entatildeo metabolizada intracelularmente (FLORES HERRERO 1994) Embora

o metabolismo assimilatoacuterio do nitrogecircnio tenha sido amplamente investigado

(FLORES HERRERO 1994) informaccedilatildeo sobre a assimilaccedilatildeo da ureacuteia eacute escassa e

a maioria relata sobre o uso da urease (RAI SINGH et al 1987 RAI 1989

PALINSKA et al 2000) A ureacuteia intracelular eacute degradada pela enzima urease

liberando uma moleacutecula de dioacutexido de carbono e duas moleacuteculas de amocircnia

Embora algumas leveduras e algas degradem a ureacuteia pela ureacuteia amidoliase

dependente de ATP e biotina a maioria dos micro-organismos usa a ureacuteia

amidohidrolase dependente de Ni+2 (VALLADARES et al 2002) Essa enzima

possui um Km para ureacuteia geralmente acima de 1 mM (MOBLEY HAUSINGER

1989) Valladares et al (2002) tem demonstrado que algumas cianobacteacuterias como

Synechocystis sp PCC 6803 e Anabaena sp PCC 7120 possuem um transportador

de ureacuteia denominado ABC tipo permease (ABC-type permease) essencial para a

assimilaccedilatildeo da ureacuteia

A atividade da urease em cianobacteacuterias Synechococcus sp eacute geralmente

maior em ceacutelulas rompidas em relaccedilatildeo as ceacutelulas intactas sugerindo que a urease

estaacute localizada intracelularmente no citoplasma (COLLIER et al 1999) A produccedilatildeo

da urease requer Ni+2 no meio de crescimento e tem sido purificada a partir da

Spirulina maxima (CARVAJAL et al 1982)

Em geral haacute dois principais metabolismos para que o amocircnio seja incorporado

em constituintes orgacircnicos nas ceacutelulas O primeiro eacute a incorporaccedilatildeo direta do

amocircnio incorporado do meio para produccedilatildeo do glutamato pela aminaccedilatildeo do 2-

39

oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato desidrogenase seguindo pela

aminaccedilatildeo do glutamato pela glutamina sintetase

(1)

No segundo duas moleacuteculas de glutamato satildeo produzidas na reaccedilatildeo de

transaminaccedilatildeo A amocircnia eacute incorporada ao glutamato originando a glutamina na

qual transfere seu grupo amino para 2-oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato

sintase ou glutamato-2-oxoglutarato aminotransferase este eacute o ciclo de reaccedilotildees

catalisadas pelo glutamato sintase e glutamina sintetase sendo esta a via mais

comum de assimilaccedilatildeo de amocircnio em cianobacteacuterias independente da fonte de

nitrogecircnio utilizada (FLORES HERRERO 1994)

(2)

Eacute evidente que na assimilaccedilatildeo de algumas formas de nitrogecircnio inorgacircnico

pelas enzimas GSGOGAT um requerimento obrigatoacuterio do esqueleto de carbono

principalmente cetoaacutecidos conduziraacute um desvio do fluxo de carbono da biossiacutentese

de carboidrato para a biossiacutentese de aminoaacutecidos (LARA GUERRERO 1997)

proporcionando um aumento no fluxo de carbono atraveacutes da via glicoliacutetica e dos

aacutecidos tricarboxiacutelicos para a formaccedilatildeo do oxalacetato e do α-cetoglutarato bem

como estimula o turnover de aminoaacutecidos em ceacutelulas de Anacystis nidulans uma

2

+

+

40

vez que um aumento da incorporaccedilatildeo do carbono em aminoaacutecidos induzido pela

assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio natildeo foi acompanhado por um aumento no pool de

aminoaacutecidos Esse desvio eacute mais evidente sob altas intensidades luminosas

(CORONIL et al 1993)

Nas ceacutelulas de Phormidium laminosum adaptada ao crescimento com nitrato ou

amocircnia como fonte de nitrogecircnio possuem de 65 a 90 de glutamato em relaccedilatildeo a

quantidade de aminoaacutecidos totais (porccedilatildeo molar) dependendo da fase de

crescimento Essa proporccedilatildeo pode variar se a fonte de nitrogecircnio no cultivo for

alterada Quando o iacuteon amocircnio foi adicionado no cultivo com nitrato o conteuacutedo de

glutamato diminui enquanto que a maioria dos outros aminoaacutecidos aumentou O

niacutevel intracelular da maioria dos aminoaacutecidos (especialmente aspartato e alanina)

aumenta indicando que a siacutentese de aminoaacutecido foi maior que sua incorporaccedilatildeo em

proteiacutenas e outros compostos (OCHOA de ALDA et al 1996)

O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S platensis utiliza sais de

nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato de potaacutessio e nitrato de

soacutedio Fontes alternativas de nitrogecircnio como ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO

et al 2005) e sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005)

estatildeo sendo pesquisadas com a finalidade de diminuir os custos na produccedilatildeo

industrial Ambos o tipo e a quantidade da fonte de nitrogecircnio no meio de cultura

influenciam no crescimento e composiccedilatildeo da biomassa (STANCA POPOVICI

1996)

Considerando a substituiccedilatildeo de KNO3 por ureacuteia verifica-se que eacute altamente

vantajosa pois o custo desta eacute muito menor que a de KNO3 e aleacutem disso a ureacuteia eacute

facilmente assimilada por S platensis provavelmente devido agrave sua hidroacutelise no meio

de cultivo com formaccedilatildeo de amocircnia seja devido agrave accedilatildeo da urease (CARVAJAL et

al 1982) seja devido agrave alcalinidade do meio de cultivo (DANESI et al 2002

RANGEL-YAGUI et al 2004)

Soletto et al (2005) comparando o crescimento da S platensis no processo

descontiacutenuo observaram que o uso de ureacuteia como fonte de nitrogecircnio proporcionou

uma maior concentraccedilatildeo celular quando comparado com o sulfato de amocircnio Nesse

mesmo trabalho observaram que o melhor crescimento cineacutetico da S platensis foi

utilizando o processo descontiacutenuo alimentado com ureacuteia quando comparada com o

nitrato de soacutedio Portanto o uso de ureacuteia como uma fonte de nitrogecircnio mais

econocircmica pode ser uma alternativa interessante no cultivo de S platensis

41

Bezerra et al (2008) observaram que o emprego do processo descontiacutenuo

alimentado utilizando cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio pode ser uma

alternativa viaacutevel para o cultivo de S platensis natildeo influenciam nos teores proteacuteicos

e lipiacutedicos da biomassa final

242 Intensidade luminosa

A intensidade luminosa eacute um importante fator que interfere no crescimento

dos micro-organismos fotossintetizantes A luz absorvida por pigmentos direciona o

transporte de eleacutetrons fotossinteacutetico na qual resulta na reduccedilatildeo do NADP+ e

formaccedilatildeo de ATP (YANG et al 2000)

A soma da luz absorvida pelas ceacutelulas no fotobiorreator depende de muitos

fatores incluindo posiccedilatildeo especiacutefica da ceacutelula num determinado instante densidade

da cultura e pigmentaccedilatildeo das ceacutelulas (RUBIO et al 2003)

Um dos modos de obtenccedilatildeo de energia para o metabolismo da S platensis eacute a

fotossiacutentese e para a sua realizaccedilatildeo eacute necessaacuterio aacutegua dioacutexido de carbono e luz

No processo fotossinteacutetico ocorre o fenocircmeno de captaccedilatildeo de luz e outro conhecido

como oxido-reduccedilatildeo (NELSON YOCUM 2006)

A absorccedilatildeo da luz na faixa de 400-700 nm por pigmentos fotossinteacuteticos

absorve a energia de um foacuteton de dado comprimento de onda e entatildeo utiliza essa

energia para iniciar uma cadeia de eventos da fase fotoquiacutemica da fotossiacutentese

Esses pigmentos tais como clorofila carotenoacuteides e bilinas estatildeo organizados em

complexos fotossinteacuteticos e tecircm a funccedilatildeo de antenas captadoras de luz Centenas

de pigmentos antenas funcionam juntos para direcionar o processo para as etapas

seguintes ou dissipam o excesso de energia para diferentes rotas (ADIR et al

2003)

A faixa do espectro de absorccedilatildeo que eacute utilizada pelos organismos

fotossintetizantes como fonte de energia para as suas atividades metaboacutelicas eacute

comumente chamada de Radiaccedilatildeo Fotossinteticamente Ativa (PAR do inglecircs

Photosynthetically Active Radiation) A Densidade de Fluxo de Foacutetons (PPFD do

inglecircs Photosynthetic Photon Flux Density) cuja unidade eacute micromol de foacutetons m-2 s-1

expressa a irradiacircncia nesta faixa do espectro

A fotossiacutentese oxigecircnica eacute catalizada por quatro complexos proteiacutenas-

membranas formadas pelo fotossistema II (FSII) citocromo bf fotossistema I (FSI) e

42

ATP sintetase Esses complexos estatildeo arranjados nas membranas tilacoacuteidais que

nas cianobacteacuterias distribuem-se de forma concecircntrica ou irregular no citossol

(NELSON YOCUM 2006)

Os fotossistemas satildeo os complexos responsaacuteveis pela conversatildeo da energia

luminosa em energia quiacutemica Nos organismos que realizam fotossiacutentese oxigecircnica

existem dois fotossistemas agindo em seacuterie o fotossistema I (FSI) e o fotossistema II

(FSII) O fotossistema II (FSII) eacute definido como aacutegua-plastoquinona oxidoredutase

pois catalisa a transferecircncia de eleacutetrons entre a aacutegua e a plastoquinona o complexo

citocromo b6f eacute definido como plastoquinonandashplastocianina oxidoredutase

fotossistema I (FSI) como uma plastocianinandashferredoxina oxidoredutase e a ATPase

ou ATP sintetase que funciona como uma forccedila proacuteton motriz que direciona a

siacutentese de ATP (NELSON YOCUM 2006) (Figura 3)

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas de tilacoacuteides Fonte httpwwwportalsaofranciscocombralfafotossintesehistorico-da-fotossintesephp

Os FSI e FSII contecircm clorofilas e outros pigmentos que absorve a energia

luminosa e as direcionam para o centro de reaccedilatildeo (RC) (Figura 4) O centro de

reaccedilatildeo fotossinteacutetico do FSI possui proteiacutenas com o centro contendo agregados de

Ferro-enxofre (Fe-S) como uacuteltimo aceptor de eleacutetrons e o FSII possui quinona como

uacuteltimo aceptor de eleacutetrons (HEATHCOTE et al 2003) A energia capturada pelo

centro de reaccedilatildeo induz a excitaccedilatildeo de um par especial de clorofila na qual inicia a

translocaccedilatildeo de um eleacutetron atraveacutes da membrana Aacutegua doadora de eleacutetrons para

esse processo eacute oxidada fotoquimicamente a O2 liberando 4 H+ e 4 eleacutetrons pelo

centro fotooxidativo do FSII (P680) Este eacute responsaacutevel pela conversatildeo da energia

luminosa em energia de oxido-reduccedilatildeo (McEVOY et al 2005)

43

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema Adaptaccedilatildeo Fontehttpkentsimmonsuwinnipegcacm1504lightreacthtm

Os eleacutetrons extraiacutedos da aacutegua satildeo lanccedilados para quinona (PQ) formando

quinona reduzida (PQH2) (BARBER 2006) A quinona reduzida tambeacutem conhecida

como quinol pode se dissociar do centro de reaccedilatildeo e difundir ateacute o complexo

citocromo b6f O complexo citocromo b6f transfere eleacutetrons da quinona reduzida

(PQH2) ateacute a plastocianina que eacute uma proteiacutena perifeacuterica moacutevel que conteacutem cobre e

que tem como principal funccedilatildeo transferir eleacutetrons do citocromo b6f ateacute o P700 centro

de reaccedilatildeo do Fotossistema I Esse processo permite a transferecircncia de proacutetons da

face externa para a face interna da membrana tilacoidal e a criaccedilatildeo de gradiente

eletroquiacutemico de proacutetons atraveacutes da membrana Energia luminosa absorvida pelo

FSI (P700) induz a transferecircncia de eleacutetrons da plastocianina localizada na face

interna da membrana para a ferredoxina localizada na face externa (NELSON

BEN-SHEM 2002) Outra proteiacutena associada ao Fotossistema I eacute a flavoproteiacutena

ferredoxina-NADP oxidoredutase que reduz o NADP+ a NADPH2 completando a

sequumlecircncia do transporte natildeo-ciacuteclico de eleacutetrons que comeccedila com a oxidaccedilatildeo da

moleacutecula de aacutegua (NELSON YOCUM 2006) A reduccedilatildeo da ferredoxina eacute

subsequentemente usada em numerosas reaccedilotildees de siacutentese e ciclos regulatoacuterios

incluindo assimilaccedilatildeo de nitrato desnaturaccedilatildeo de aacutecido graxo e produccedilatildeo de

NADPH (McCARTY et al 2000 CHITNIS 2001) Essas reaccedilotildees soacute ocorrem na

presenccedila de luz Independentemente da presenccedila de luz a reduccedilatildeo do CO2 a

44

carboidratos ciclo de Calvin ocorre devido a presenccedila de ATP e NADPH (NELSON

YOCUM 2006)

A diferenccedila de carga entre FSI e o FSII juntamente com a transferecircncia de

eleacutetrons atraveacutes do complexo citocromo b6f induz a formaccedilatildeo de um potencial

eletroquiacutemico atraveacutes da membrana na qual potencializa a siacutentese de ATP por um

complexo de quatro proteiacutenas denominadas de ATPase (McCARTY et al 2000)

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica Adaptado Fonte httpwwwuiceduclassesbiosbios100lecturesf04amlect10htm

O controle metaboacutelico do consumo de energia isto eacute a soma de energia

capturada pelo aparato fotossinteacutetico e estocada na forma de energia quiacutemica a

taxa de fixaccedilatildeo do carbono e a produccedilatildeo de biomassa eacute um processo mediado por

enzimas Isto implica que a taxa maacutexima do consumo de energia depende da

natureza do micro-organismo (RUBIO et al 2003) A reaccedilatildeo de captura de luz eacute

muito mais raacutepida que as reaccedilotildees subsequumlentes mediada por enzimas a taxa

maacutexima da fotossiacutentese deve ser controlada pela concentraccedilatildeo de uma das enzimas

do ciclo de Calvin (SUKENIK et al 1997 RUBIO et al 2003)

Alguns autores como Hirata et al (1998) e Chojnacka Noworyta (2004a)

identificaram regiotildees que correlacionam o crescimento da Arthrospira ssp e a

intensidade luminosa Essas regiotildees satildeo

Regiatildeo limitada por luz baixa intensidade luminosa onde ocorre um aumento

da concentraccedilatildeo celular com um aumento da intensidade luminosa

Regiatildeo saturada por luz alta intensidade luminosa onde o crescimento celular

independe da intensidade luminosa

Regiatildeo inibida por luz a intensidade luminosa eacute muito alta inibindo o

crescimento celular e ateacute mesmo pode provocar a morte celular

45

A intensidade luminosa eacute fundamental para que ocorra o metabolismo

fotossinteacutetico mas por outro lado altas intensidades luminosas podem danificar o

complexo fotossinteacutetico levando a morte celular Esse processo eacute denominado de

fotoinibiccedilatildeo (RUBIO et al 2003) O excesso de luz pode danificar o centro de

reaccedilatildeo dos fotossitemas II (SAMUELSSON 1985 LU VONSHAK 1999) eou

fotossistema I (SONOIKE 1996)

A fotoinibiccedilatildeo eacute um estado de estresse fisioloacutegico que ocorre em todos os

organismos fotossintetizantes envolvendo o oxigecircnio causado devido a um excesso

de iluminaccedilatildeo A danificaccedilatildeo ocorre primeiramente no centro de reaccedilatildeo do

fotossistemas II reduzindo abruptamente a eficiecircncia do transporte de eleacutetrons

fotossinteacutetico somente quando a taxa da danificaccedilatildeo excede ao do seu reparo na

qual requer o turnover da siacutentese das proteiacutenas do PSII A inibiccedilatildeo pela luz pode

envolver a participaccedilatildeo de todas as atividades realizadas pelo sistema fotossinteacutetico

tais como degradaccedilatildeo e substituiccedilatildeo dos componentes e organizaccedilatildeo da unidade

funcional (ADIR et al 2003)

A fotoinibiccedilatildeo ocorre quando o sistema antena absorve luz em excesso

danificando o sistema fotossinteacutetico O excesso de excitaccedilatildeo pode ser obtido por um

aumento da intensidade luminosa acima do niacutevel de saturaccedilatildeo da taxa fotossinteacutetica

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a) Portanto isso tambeacutem pode ocorrer em

condiccedilotildees moderadas de intensidade luminosa se as ceacutelulas adaptadas a baixa

intensidade luminosa forem transferidas a maiores intensidade luminosas (RUBIO et

al 2003) ou se taxa fotossinteacutetica estiver limitada por fatores de estresse como

baixas temperaturas (GOMBOS et al 1994) eou excesso de sal no meio (LU

ZHANG 2000) o que pode induzir a fotoinibiccedilatildeo em condiccedilotildees de luz moderada

(SAMUELSSON 1985)

A danificaccedilatildeo do fotossistema II consiste na inativaccedilatildeo dos sistemas que

envolvem oxigecircnio carreadores de eleacutetrons e proteiacutenas D1D2 (RUBIO et al 2003)

No FSI a inibiccedilatildeo eacute iniciada pela inativaccedilatildeo do aceptor de eleacutetrons seguindo com a

destruiccedilatildeo do centro de reaccedilatildeo e degradaccedilatildeo do produto do gen psaB que eacute uma

das duas maiores subunidades peptiacutedicas do complexo do centro de reaccedilatildeo do FSI

Baixas temperaturas e estresse oxidativos satildeo caracteriacutesticas requeridas para a

fotoinibiccedilatildeo do FSI in vivo (SONOIKE 1996)

Adir et al (2003) relataram que a fotoinibiccedilatildeo eacute observada tanto sob altas

intensidades luminosas quando o mecanismo de reparo de proteiacutenas atinge sua

46

capacidade maacutexima ou em baixa intensidade luminosa quando fatores externos

adicionais prejudicam seu reparo e a exposiccedilatildeo a alta intensidade luminosa

prolongada induz a um excesso de efeitos secundaacuterios que contribui para uma

reduccedilatildeo na capacidade fotossinteacutetica

Fatores como efeito sombreamento em culturas densas de ceacutelulas a remoccedilatildeo

de O2 e o aumento da concentraccedilatildeo de CO2 podem proteger os micro-organismos

contra o efeito fotooxidativo (ELOFF et al 1976)

Van Eykelenburg (1979) observou que a intensidade luminosa natildeo afeta as

caracteriacutesticas morfoloacutegicas como o tamanho da heacutelice e o diacircmetro da S platensis

e que a concentraccedilatildeo dos gracircnulos de poliglicano diminui com o aumento da

intensidade luminosa

Bezerra et al (2008) observaram que os teores de lipiacutedios e proteiacutenas obtidos

nas biomassas finais foram influenciados pela intensiade luminosa menores

intensidades luminosas conduziram a um aumento no conteuacutedo total de lipiacutedios e de

proteiacutenas

2421 Pigmentos

Para a energia luminosa ser utilizaacutevel pelos organismos fotossinteacuteticos ela

deve inicialmente ser absorvida por pigmentos especiacuteficos tais como clorofila

carotenoacuteides e ficobilinas Esses pigmentos encontram-se associados a proteiacutenas

nas lamelas fotossinteacuteticas formadas por tilacoacuteides Isso permite uma disposiccedilatildeo

espacial que torna muito eficiente a propagaccedilatildeo de energia absorvida (MARZOCCO

TORRES 1999)

Nas cianobacteacuterias tais como A platensis a fotossiacutentese ocorre principalmente

nas membranas tilacoidais onde estatildeo localizados os pigmentos fotossitneacuteticos

clorofila a carotenoacuteides e ficocianina (COGNO et al 2003) As lamelas tilacoidais

satildeo duas linhas paralelas em formato de disco fechado onde estatildeo localizados a

clorofila celular (clorofila a) e os carotenoacuteides (VAN YKELENBURG 1979)

O aparato fotossinteacutetico das cianobacteacuterias consiste principalmente de trecircs

tipos de complexos macromoleculares fotossistema I fotossistema II e os

ficobilissomos O FSI e o FSII satildeo complexos intriacutensecos onde os ficobilissomos

estatildeo sobre a superfiacutecie externa dos tilacoiacutedes na forma de esferas (GANTT 1981

LIU et al 2005) Os ficobilissomos auxiliam na absorccedilatildeo da energia luminosa em

47

um intervalo do espectro maior que as clorofilas absorvem (500-680 nm) permitindo

as espeacutecies que possuem essas antenas a utilizar todo o intervalo da luz visiacutevel

emitido pelo sol (KUMAR MURHTY 2007)

Os ficobilissomos estatildeo unidos nas lamelas tilacoiacutedais e funcionam como

antenas captadoras de luz que transferem a energia excitante para o centro de

reaccedilatildeo dos fotossistemas (VAN EYKELENBURG 1979) A maior parte da energia

luminosa eacute absorvida por complexos pigmentos-proteiacutenas chamados de

ficobilissomos Os componentes dos ficobilissomos as ficobiliproteiacutenas satildeo

responsaacuteveis pela pigmentaccedilatildeo verde-azulada da maioria das cianobacteacuterias Os

ficobilissomos satildeo agregados de alto peso molecular compostos por ficocianina

aloficocianina e ficoeritrina (com pico de absorbacircncia de 615 nm 650 nm e 565 nm

respectivamente) Com o aumento da intensidade luminosa os ficobilissomos satildeo

menos abundantes (VAN EYKELENBURG 1979)

As ficobiliproteiacutenas presentes nos gracircnulos de ficobilissomos podem constituir

mais de 60 de proteiacutena soluacutevel em cianobacteacuterias (HOUMARD 1994) Isso eacute o

que caracteriza a Spirulina spp por ser comercializada como um suplemento

alimentar rico em proteiacutenas (TANDEAU de MARSAC HOUMARD 1993) As

ficobiliproteinas purificadas possuem uma variedade de funccedilotildees como substituinte

de corantes sinteacuteticos em alimentos e produtos cosmeacuteticos sondas para meacutetodos de

imunodiagnoacutesticos citometria de fluxo e microscopia de fluorescecircncia (STANIER e

COHEN-BAZIRE 1977 SPOLAORE et al 2006)

As maiores classes da ficobiliproteinas satildeo ficoeritrina (PE) ficoeritrocianina

(PEC) ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) (CIFERRI 1983) A absorccedilatildeo

maacutexima satildeo 540ndash570 570ndash590 610ndash620 e 650ndash655 nm para PE PEC PC e APC

respectivamente (STANIER COHEN-BAZIRE 1977 CIFERRI 1983)

Aleacutem das ficobiliproteiacutenas as cianobacteacuterias contecircm as clorofilas e os

carotonoacuteides para absorccedilatildeo de energia luminosa Entre os carotenoacuteides encontram-

se o β-caroteno o mais importante e as xantofilas que satildeo carotenos oxigenados

(MARZZOCO TORRES 1999)

As clorofilas satildeo os pigmentos naturais presentes nas plantas cianobacteacuterias e

algas O nome clorofila foi proposto por Pelletier e Caventou em 1818 para

designar a substacircncia verde que se podia extrair das folhas com o auxiacutelio do aacutelcool

Atualmente os pigmentos clorofilianos satildeo de grande importacircncia comercial

podendo ser utilizados tanto como pigmentos quanto como antioxidantes Os

48

pigmentos fotossinteacuteticos presentes e a sua abundacircncia variam de acordo com a

espeacutecie A clorofila a (Chl a) estaacute presente em todos os organismos que realizam

fotossiacutentese oxigecircnica As bacteacuterias fotossintetizantes satildeo desprovidas de clorofila a

e possui em seu lugar a bacterioclorofila como pigmento fotossinteacutetico A Chl a eacute o

pigmento utilizado para realizar a fotoquiacutemica (o primeiro estaacutegio do processo

fotossinteacutetico) enquanto que os demais pigmentos auxiliam na absorccedilatildeo de luz e na

transferecircncia da energia radiante para os centros de reaccedilatildeo sendo assim chamados

de pigmentos acessoacuterios (STREIT et al 2005) As cianobacteacuterias possuem clorofila

a e ficobilinas mas natildeo possuem a clorofila b (GRIFFITHS 2006)

As clorofilas satildeo as moleacuteculas fotorreceptoras mais importantes Satildeo moleacuteculas

formadas por complexos derivados da porfirina tendo como aacutetomo central o Mg

(magneacutesio) (Figura 6) Esse composto eacute uma estrutura macrociacuteclica assimeacutetrica

totalmente insaturada constituiacuteda por quatro aneacuteis de pirrol Esses aneacuteis numeram-

se de 1 a 4 ou de ldquoardquo a ldquodrdquo de acordo com o sistema de numeraccedilatildeo de Fisher

(SCHOEFS 2002) A clorofila a o anel de porfirina conteacutem um grupo metil (-CH3) no

Carbono 3 A estrutura quiacutemica da clorofila estaacute representada na Figura 6

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a Fontehttp1381926868bioCoursesbiochem2PhotosynthesisPhotosynthesis1html

Os pigmentos que absorvem luz fazem parte de complexos proteacuteicos que

atravessam a membrana tilacoidal denominados de fotossistemas Esses satildeo

unidades funcionais das reaccedilotildees da fotossiacutentese Cada fotossistema pode conter

vaacuterias moleacuteculas de clorofila carotenoacuteides e ficobilinas todas capazes de absorver

luz por isso denominada de moleacuteculas-antena Os carotenoacuteides e as ficobilinas

apresentam absorccedilatildeo em regiatildeo do espectro luminoso em que as clorofilas

49

absorvem pouco e isso permite a ampliaccedilatildeo do espectro luminoso utilizado na

fotossiacutentese (MARZOCCO TORRES 1999)

A composiccedilatildeo de pigmentos da Spirulina eacute tiacutepica de uma cianobacteacuteria a uacutenica

clorofila presente eacute a clorofila a que tem seu peso variando entre 08 e 15 do

peso seco As proteiacutenas que possuem maior potencial econocircmico satildeo as

biliproteiacutenas Nas Spirulinas existem duas biliproteiacutenas c-ficonianina e a

aloficocianina A fraccedilatildeo proteacuteica pode conter mais de 20 de ficocianina um

pigmento azul soluacutevel em aacutegua (VONSHAK 1997) Entre os carotenoiacutedes 67-79 eacute

constituiacutedo do β-caroteno As maiorias dos carotenoacuteides da Spirulina satildeo β-caroteno

β-cryptoxantina e zeaxantina (LORENZ 1999)

Os carotenoacuteides carotenos e xantofilas aleacutem de sua funccedilatildeo de absorver

energia luminosa satildeo capazes de dissipar a energia de excitaccedilatildeo excedente na

forma de calor evitando danos ao aparato fotossinteacutetico Enquanto que como

transdutores de energia ateacute o centro de reaccedilatildeo natildeo satildeo muito eficiente (30 - 40

de eficiecircncia) como dissipadores de energia absorvida em excesso pela clorofila

satildeo altamente eficientes (MANRIQUE 2003)

A zeaxantina eacute capaz de receber a energia diretamente da clorofila excitada e

dissipa-laacute posteriormente na forma de calor sem emissatildeo de radiaccedilatildeo O processo

se inverte quando a luz desaparece ou vai se tornando menos intensa

progressivamente finalizando o ciclo A dissipaccedilatildeo da energia eacute devido a

zeaxantina (MANRIQUE 2003)

Os pigmentos acessoacuterios satildeo fundamentais para a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese

pelos organismos Algas que possuem apenas a clorofila a como Ochromonas

malhamensis e a Nannochloris oculata crescem mais rapidamente em presenccedila de

substrato orgacircnico que em presenccedila apenas da luz como fonte de energia mesmo

sob condiccedilotildees oacutetimas de luz Os pigmentos acessoacuterios atuam somente absorvendo

energia contribuindo para a fotossiacutentese (BRODY BRODY 1962)

No entanto a captaccedilatildeo de energia para a funccedilatildeo fotossinteacutetica natildeo eacute a uacutenica

funccedilatildeo dos pigmentos fotossinteacuteticos estes satildeo sistemas fotoprotetores quando a

intensidade luminosa eacute excessiva Quando nem todos os foacutetons absorvidos pela

clorofila podem ser utilizados no processo fotoquiacutemico eacute desencadeado um

mecanismo para dissipar o excesso de energia e evitar danos as membranas

fotossinteacuteticas e a proacutepria clorofila resultando em um branqueamento das ceacutelulas

com uma consequumlente reduccedilatildeo ou perda da capacidade fotossinteacutetica Na presenccedila

50

de excesso de luz o oxigecircnio reage com a clorofila excitada originando um oxigecircno

singlete que eacute muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas (branqueamento) os

aacutecidos graxos polinsaturados que forma peroacutexidos e outros compostos Entatildeo os

carotenoacuteides dissipam o radical peroacutexido e tambeacutem a clorofila excitada adquirindo o

estado triplete que por sua vez se dissipa despreendendo calor para o meio externo

(MANRIQUE 2003)

243 Fontes de carbono

De acordo com Chojnacka e Maacuterquez-Rocha (2004b) a fonte de carbono

empregada e a utilizaccedilatildeo ou natildeo de energia luminosa podem classificar os cultivos

em

Cultivo heterotroacutefico ndash emprego exclusivo de compostos orgacircnicos como fonte

energeacutetica O carbono orgacircnico serve tanto como fonte energeacutetica quanto para a

formaccedilatildeo da biomassa

Cultivo autotroacutefico (ou fotoautotroacutefico) ndash emprego da luz como exclusiva fonte

energeacutetica para a reduccedilatildeo (fixaccedilatildeo) do CO2 (considerado de fonte inorgacircnica)

formando substacircncias orgacircnicas

Cultivo mixotroacutefico ndash utilizaccedilatildeo simultacircnea de uma fonte luminosa e carbono

orgacircnico como fonte de energia

2431 Fonte de carbono orgacircnico (crescimento hetorotroacutefico)

A A platensis cresce principalmente em meios de cultura contendo carbono

inorgacircnico e poucos trabalhos tecircm sido publicados utilizando apenas fonte de

carbono orgacircnico Como fonte orgacircnica de carbono os accediluacutecares satildeo os substratos

mais utilizados para os cultivos heterotroacuteficos e mixotroacuteficos (ZHANG et al 1998

MARQUEZ et al 1993 CHOJNACKA NOWORYTA 2004b MUumlHLING et al 2005

ANDRADE COSTA 2007)

Ogawa and Terui (1970) foram os primeiros a relatar que uma cultura axecircnica

de Spirulina platensis cresce em meio mineral enriquecido com 1 de peptona e

tem uma taxa de crescimento maior que as culturas cultivadas em meio mineral

Marquez et al (1993) relataram que a Spirulina platensis cresce heterotroficamente

sob glicose em condiccedilotildees aeroacutebias no escuro bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz Chojnacka e Noworyta (2004a) tambeacutem observaram o crescimento

51

da S platensis em condiccedilotildees heterotroacuteficas utilizando a glicose com fonte de

carbono e energia

S platensis podem utilizar tambeacutem glicerol como a uacutenica fonte de carbono no

entanto as ceacutelulas quando em contato com o glicerol pela primeira vez formam

agregados de ceacutelulas e passam por uma fase lag de adaptaccedilatildeo Apoacutes a sua sub-

cultura as ceacutelulas cresceram utilizando glicerol atingido 1287 mg L-1 e nos cultivos

com apenas bicarbonato como fonte de carbono obteve 1157mg L-1 (NARAYAN et

al 2005)

Por outro lado Soundarapandian e Vasanthi (2008) relataram que diferentes

cepas de S platensis isoladas de solo satildeo incapazes de utilizar apenas fontes de

carbono orgacircnico como D-glucose manitol sacarose e ureacuteia

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico)

Microalgas fototroacuteficas requerem CO2 como fonte de carbono e este contribui

para o controle do pH no meio O pH do meio de cultivo eacute um dos fatores mais

importantes no cultivo de algas O pH determina a solubilidade do dioacutexido de

carbono e minerais no meio e influencia direta ou indiretamente o metabolismo das

algas O pH depende de vaacuterios fatores como composiccedilatildeo e capacidade tamponante

do meio quantidade de dioacutexido de carbono dissolvido temperatura (que determina a

solubilidade do CO2) e atividade metaboacutelica das ceacutelulas (BECKER 1995)

A fonte de carbono principal para a A platensis eacute o iacuteon bicarbonato no qual

entra na ceacutelula por transporte ativo O bicarbonato intracelular eacute entatildeo desidratado

via anidrase carbonica para CO2 o qual eacute incorporado no ciclo de Calvin via

ribulose-15-bifosfato carboxilase (RUBISCO) Este carbono eacute usado

simultaneamente para a siacutentese de todas as macromoleacuteculas nas ceacutelulas (proteiacutenas

carboidratos lipiacutedios e aacutecidos nucleacuteicos) a partir do 3-fosfoglicerato como metaboacutelito

intermediaacuterio (COGNE et al 2003)

Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido aumento do pH

no meio de cultura e isso eacute causado pela dissociaccedilatildeo do aacutecido carbocircnico (H2CO3)

em bicarbonato (HCO3-) e OH- (KIM et al 2007) e o bicarbonato eacute dissociado para

produzir CO2 e OH- (RICHMOND GROBBELAAR 1986) O aumento do pH atua

como um autoinibidor do crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2

pode ser utilizado para a manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

52

Em cianobacteacuterias alcalofiacutelicas onde o pH de crescimento tiacutepico eacute 10 a

concentraccedilatildeo de CO2 eacute negligenciada sugerindo que o transporte de CO2 passivo

natildeo poderia contribuir significativamente para carbono inorgacircnico intracelular

Adicionalmente estudos tecircm mostrado que A platensis eacute fortemente dependente do

transporte simporte Na+HCO3- para a assimilaccedilatildeo do carbono inorgacircnico Como eacute

tiacutepico de alcalofiacutelicos a A platensis aparentemente natildeo manteacutem o gradiente de pH

externo positivo na sua membrana plasmaacutetica Consequentemente ocorre uma

extrusatildeo de soacutedio via bomba de soacutedio dependente de ATP em contraste com o

tranporte antiporte Na+H+ na maioria das cianobacteacuterias A Extrusatildeo de soacutedio na

presenccedila de um inibidor do FSII (diuron) indica que uma soma significante de ATP eacute

suplementada pelo transporte de eleacutetrons ciacuteclico em volta do FSI conteuacutedo na qual

em A platensis eacute excepcionalmente alto (BERRY et al 2003)

Anaacutelises quiacutemicas tecircm mostrado que biomassa algal consiste de 40 a 50 de

carbono na qual sugere que 15 a 2 kg de CO2 satildeo necessaacuterios para produzir 1 kg

de biomassa (SOBCZUK et al 2000) Do mesmo modo Chisti (2007) relata que

considerando que a biomassa microalgal possui aproximadamente 50 de carbono

em sua biomassa seca (SAacuteNCHEZ MIROacuteN et al 2003) todo esse carbono eacute

derivado do dioacutexido de carbono A produccedilatildeo de 100 toneladas de biomassa algal fixa

em torno de 183 toneladas de dioacutexido de carbono e este deve ser suplementado

continuamente durante o cultivo iluminado A adiccedilatildeo controlada do CO2 em

respostas aos sinais de sensores de pH minimizam a perda de CO2 e a variaccedilatildeo do

pH (CHISTI 2007)

O sistema de transporte do CO2 inclui a anidrase carbocircnica que converte o CO2

para HCO3- durante a passagem atraveacutes da membrana plasmaacutetica havendo um

acuacutemulo de HCO3- quando o CO2 eacute suplementado A concentraccedilatildeo de CO2

citoplasmaacutetico eacute abaixo do esperado no equiliacutebrio quiacutemico e de acordo com o

modelo proposto pelo mecanismo de concentraccedilatildeo de carbono esse desequiliacutebrio eacute

relatado pelo fato que a anidrase carbocircnica estaacute localizada dentro dos

carboxissomos na membrana plasmaacutetica eou membranas tilacoacuteidais e estaacute ausente

no citoplasma (KAPLAN REINHOLD 1999)

O CO2 entra na ceacutelula pela difusatildeo passiva e a conversatildeo do CO2 para o HCO3-

pela anidrase carbocircnica natildeo permite a sua passagem livremente para fora da ceacutelula

(CARRIERI et al 2007) A concentraccedilatildeo de CO2 nos carboxissomos eacute de 50000

vezes maior que a concentraccedilatildeo extracelular Isso implica em uma resistecircncia a

53

difusatildeo do CO2 pela membrana bioloacutegica extremamente alta apesar do CO2 ser

altamente permeaacutevel agrave membrana bilipiacutedica Geralmente as algas apresentam um

acuacutemulo de carbono inorgacircnico menor que em cianobacteacuterias isso por que a

RubisCO das algas apresentam maior afinidade pelo CO2 (KAPLAN REINHOLD

1999)

O CO2 que entra na ceacutelula por difusatildeo passiva eacute convertido para HCO3- pela

ldquoCA-likerdquo por uma reaccedilatildeo dependente de energia e a assimilaccedilatildeo ativa do HCO3-

que eacute contra seu potencial eletroquiacutemico depende do suplemento da energia

metaboacutelica Essa energia necessaacuteria eacute provavelmente dependente do transporte

ciacuteclico do eleacutetron em torno do FSI e da atividade do FSII (SOBCZUK et al 2000)

Portanto isso ainda natildeo tem sido estabelecido se esta dependecircncia eacute direta ou

indireta (via gradiente de iacuteons) A energia metaboacutelica deveria ser utilizada para

manter o gradiente de iacuteon O antiporte Na+H+ estaacute envolvido na regulaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do pH interno durante a entrada do HCO3- e subsequumlente fixaccedilatildeo do

CO2 (KAPLAN REINHOLD 1999)

As microalgas podem fixar carbono a partir de diferentes fontes tais como CO2

a partir da atmosfera CO2 a partir da exaustatildeo de gases industriais e CO2 na forma

de carbonatos soluacuteveis (eg NaHCO3 e Na2CO3) Tradicionalmente microalgas satildeo

cultivadas em reatores fechados ou abertos na qual satildeo aerados ou expostos ao ar

para permitir que a microalgas capturem o dioacutexido de carbono a partir da atmosfera

para o crescimento celular Como a atmosfera conteacutem somente 003 ndash 006 de

CO2 eacute esperado que a limitaccedilatildeo da transferecircncia de massa possa reduzir a

velocidade do crescimento das microalgas (CHELF et al 1993) Por outro lado

gases da exaustatildeo industrial tais como gases de combustatildeo possuem acima de 15

de CO2 fornecendo uma fonte rica de CO2 para o cultivo de microalgas e um

caminho potencialmente mais eficiente para biofixaccedilatildeo de CO2 Outra alternativa eacute

fixar o CO2 pela reaccedilatildeo quiacutemica para produzir carbonatos (exemplo Na2CO3) e usa-

la mais tarde como fonte de carbono para o cultivo de microalgas (WANG et al

2008)

Estudos sobre a eficiecircncia da utilizaccedilatildeo de CO2 por microalgas tecircm sido feitos

com o objetivo de melhorar a produtividade dos fotobiorreatores Morais e Costa

(2007b) observou que uma concentraccedilatildeo de Spirulina sp foi maior em cultivos

alimentados com 6 e 12 CO2 quando comparado ao cultivo utilizando somente o

ar atmosfeacuterico Watabane e Hall (1996) relataram um aumento na produtividade

54

correspondendo a 159 g de biomassa seca m-2 d-1 no cultivo utilizando o

fotobiorreator com air lift com ar enriquecido de CO2 (4)

Gordillo et al (1999) observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo celular

maacutexima de S platensis devido a reduccedilatildeo na quantidade de proteiacutenas soluacuteveis

clorofila a carotenoacuteides totais e ficocianina nos cultivos enriquecido com 1 de CO2

em relaccedilatildeo aos cultivos enriquecidos com CO2 atmosfeacuterico (0035) Portanto altas

concentraccedilatildeo de CO2 podem inibir o crescimento dos micro-organismos

Em cultivo fotoautotroacutefico de Chlorella o conteuacutedo de proteiacutenas e pigmentos

foram maiores quando comparada com o cultivo heterotroacutefico (OGBONNA TANAKA

1997)

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente

(crescimento mixotroacuteficos)

A presenccedila do metabolismo fotoautotroacutefico e heterotroacutefico simultacircneo tecircm sido

confirmado para o crescimento de microalgas como por exemplo Chlorella vulgaris

(MAacuteRQUEZ et al 1993) Heamatococcus pluvialis (KOBAYASHI et al 1992

MAacuteRQUEZ et al 1993) Chlorella pyrenoidosa (OGBANNA TANAKA 1996)

Euglena gracilis (OGBONNA et al 1999) Phaeodactylum tricornutum (CEacuteRON

GARCIA et al 2000) e cianobacteacuterias como Spirulina platensis (MARQUEZ et al

1995 CHOJANACKA NOWORYTA 2004 ZHANG et al 1998)

Durante o crescimento mixotroacutefico haacute dois processos metaboacutelicos

independentes dentro das ceacutelulas metabolismo fotossinteacutetico e a respiraccedilatildeo

aeroacutebia Nesse tipo de metabolismo a presenccedila do substrato orgacircnico significa que o

crescimento celular natildeo eacute estritamente dependente da fotossiacutentese e ateacute mesmo a

luz pode deixar de ser um fator indispensaacutevel para o crescimento celular

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a)

Eacute interessante notar que o crescimento especiacutefico de algumas microalgas (ex

Chlorella vulgares Haematococus pluvialis) crescendo mixotroficamente eacute a soma

de suas velocidades especiacuteficas de crescimento em culturas fotossinteacuteticas e

heterotroacuteficas (LEE 2001 OGBONNA et al 2000)

Um possiacutevel modo para obter uma alta concentraccedilatildeo de micro-organismos

fotossinteacuteticos eou produtos desses micro-organismos eacute o uso de cultura

mixotroacutefica onde fontes de carbono orgacircnicas e inorgacircnicas satildeo concomitantemente

fornecidas ao biorreator Sob determinadas condiccedilotildees de cultivo ambas a atividade

55

fotoautotroacutefica e a heterotroacutefica podem ocorrer simultaneamente e

independentemente resultando no aumento da velocidade especiacutefica de

crescimento como jaacute referido anteriormente

Maacuterquez et al (1993) relatam que a Spirulina platensis eacute capaz de crescer em

cultivo heterotroacutefico na presenccedila de glicose bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz sugerindo que os crescimentos autotroacutefico e heterotroacutefico

funcionam independentemente no crescimento mixotroacutefico Nieva e Valiente (1996)

portanto observaram uma reduccedilatildeo na taxa de fixaccedilatildeo de CO2 em condiccedilotildees de

crescimento mixotroacutefico da Anabaena variabilis sugerindo que alguns aspectos do

metabolismo do CO2 podem ser modulados pela presenccedila de carbono orgacircnico Do

mesmo modo Kang et al (2004) observou que pode existir alguma interaccedilatildeo entre o

metabolismo de carbono orgacircnico e inorgacircnico uma vez que a presenccedila do carbono

inorgacircnico acelerou a assimilaccedilatildeo do carbono orgacircnico durante o cultivo do

Synechococcus spPCC7002 A intensidade luminosa favoreceu o crescimento

mixotroacutefico do Synechocystis sp PCC 6803 utilizando glicose como fonte de

carbono Este fenocircmeno pode ser explicado pelo efeito positivo da luz sobre o

fotossistema I (WANG et al 2002) A via glicoliacutetica o ciclo dos aacutecidos tricarboxiacutelicos

(TCA) e a fosforilaccedilatildeo oxidativa mitocondrial mantiveram alta atividade nos cultivos

de Chlorella pyrenoidosa durante a iluminaccedilatildeo indicando pouco efeito da luz nessas

vias metaboacutelicas Portanto o fluxo atraveacutes da via das pentoses fosfato durante a

iluminaccedilatildeo foi muito pequena devido a regulaccedilatildeo mediada pela luz (YANG et al

2000)

Adicionalmente Maacuterquez et al (1993) concluiacuteram que a Spirulina platensis tem

a habilidade de realizar a fermentaccedilatildeo embora soacute utilize essa estrateacutegia como um

modo de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees anaeroacutebicas e no escuro

Nos cultivos de S platensis suplementados com glicose alcanccedilaram o

crescimento maior que nos cultivos sob condiccedilotildees de crescimento fotoautotroacuteficos

(MARQUEZ et al 1995 1993) Chen et al (2006) observaram que a suplementaccedilatildeo

de acetato como fonte de carbono proporcionou um aumento significante da

concentraccedilatildeo celular e da produccedilatildeo de clorofila a luteiacutena -caroteno ficocianina e

aloficocianina quando comparada ao cultivo fotoautotroacutefico

O melaccedilo subproduto da induacutestria de accediluacutecar que conteacutem mais do que 50 de

accediluacutecar tambeacutem pode ser um substrato suplementado de baixo custo na produccedilatildeo

56

industrial para o crescimento mixotroacutefico de Spirulina platensis (ANDRADE COSTA

2007)

O emprego de cultivos mixotroacuteficos pode levar as ceacutelulas agrave siacutentese de

compostos caracteriacutesticos tanto de cultivos fotoautotroacuteficos quanto heterotroacuteficos

como pode implicar em altas taxas de produccedilatildeo de biomassa (CERON GARCIA et

al 2000) Uma vez que num cultivo mixotroacutefico o CO2 e o carbono orgacircnico satildeo

simultaneamente assimilados este tipo de cultivo pode ser o processo mais eficiente

para a produccedilatildeo de biomassa microalgal visto que implica em uma economia na

energia gasta para a siacutentese de todo o aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo de

carbono (LEE 2004)

25 Produccedilatildeo de CO2 e VOCs proveniente da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica

A revoluccedilatildeo industrial e a intesa utilizaccedilatildeo dos combustiacuteveis foacutesseis (carvatildeo

petroacuteleo e gaacutes natural) estatildeo associadas ao elevado niacutevel de vida das sociedades

ocidentais Contudo as reservas de combustiacuteveis foacutesseis satildeo limitadas e a sua

utilizaccedilatildeo tem impactos ambientais consideraacuteveis como por exemplo o aumento do

efeito estufa e as consequumlentes alteraccedilotildees do clima Neste contexto o etanol surge

como uma alternativa vaacutelida em termos de fonte de energia renovaacutevel e menos

poluente

Nas uacuteltimas deacutecadas o etanol tem ocupado um lugar de destaque e de grande

importacircncia tecnoloacutegica firmando-se como um produto estrateacutegico economicamente

por ser amigaacutevel com o meio ambiente pois eacute um aditivo ao combustiacutevel que reduz

a emissatildeo de monoacutexido de carbono oacutexido de nitrogecircnio e hidrocarbonos (WHEALS

et al 1999) e por ser produzido a partir de biomassa renovaacutevel como accediluacutecar e

amido atualmente e materiais de lignocelulose no futuro (GOLDEMBERG 2009)

Inicialmente o objetivo de utilizar o aacutelcool combustiacutevel era se tornar

independente do mercado do petroacuteleo e reduzir os custos de sua importaccedilatildeo Hoje

em dia a ecircnfase do uso do etanol combustiacutevel estaacute sobre a reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo

devido ao protocolo de Quioto para limitar o aquecimento global (WHEALS et al

1999) Na produccedilatildeo e combustatildeo do etanol de milho pode reduzir em ateacute 12 a

emissatildeo de gases causadoras do efeito estufa quando comparado com o uso de

combustiacuteveis foacutesseis (HILL et al 2006) e quando utilizado etanol de cana-de-accediluacutecar

essa reduccedilatildeo pode ser de 66 (ANDREOLI SOUZA 2006)

57

O aacutelcool estaacute em expansatildeo por ser um combustiacutevel de baixo custo renovaacutevel e

cujo emprego como alternativa para a matriz energeacutetica mundial estaacute em fase de

crescimento A tendecircncia de aumento da produccedilatildeo de aacutelcool no Brasil ocorre por

vaacuterios fatores como aumento da frota de carros bi-combustiacutevel (demanda interna)

Protocolo de Quioto (demanda externa) e aumento do preccedilo do petroacuteleo Poliacuteticas

similares tecircm sido adotadas pela Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Estados Unidos

(GOLDEMBERG et al 2007) Por essas razotildees a demanda por etanol no mercado

internacional tem sido crescente nos uacuteltimos anos O Brasil aleacutem de ser um dos

maiores produtores e consumidores de etanol eacute tambeacutem o maior exportador no

cenaacuterio global Segundo dados da Uniatildeo da Induacutestria de Cana de Accediluacutecar (Unica) ateacute

2016 o Brasil produziraacute 129 bilhotildees de litros de etanol para o mercado externo Na

safra 20082009 o total de etanol produzido foi de 275 bilhotildees de litros (UacuteNICA)

O Brasil e os Estados Unidos satildeo liacutederes mundiais na produccedilatildeo de etanol

utilizando como mateacuteria prima a cana de accediluacutecar e milho respectivamente Os dois

paiacuteses acumulam cerca de 70 da produccedilatildeo mundial (ROMERO 2007) Aleacutem disso

o Brasil lidera a produccedilatildeo mundial de cana-de-accediluacutecar (principal mateacuteria-prima do

etanol) sendo essa uma induacutestria que movimenta vaacuterios bilhotildees de doacutelares por ano

O fato de o etanol ser produzido dentro do Brasil representa uma menor

dependecircncia de petroacuteleo externo diminuindo substancialmente os gastos com

importaccedilotildees

O agronegoacutecio da cana-de-accediluacutecar movimenta R$ 40 bilhotildees por ano no paiacutes A

safra 20072008 ficou entre 547 milhotildees de toneladas de cana-de accediluacutecar 152 a

mais do que a safra anterior Metade dela eacute destinada agrave fabricaccedilatildeo de etanol o que

faz do Brasil o segundo maior produtor de combustiacutevel no mundo O primeiro lugar

cabe aos Estados Unidos que extraem etanol de milho a poder de pesados

subsiacutedios Dois terccedilos da produccedilatildeo nacional estatildeo no estado de Satildeo Paulo Avalia-

se que o Brasil precisaraacute dobrar sua produccedilatildeo num horizonte de 5 a 7 anos se

quiser suprir as demandas locais e internacionais do combustiacutevel Isso exigiraacute a

construccedilatildeo de novas usinas o crescimento das aacutereas plantadas melhorias no

manejo e principalmente ganhos de produtividade (MARQUES 2008)

O cenaacuterio futuro mostra que paiacuteses como Estados Unidos Japatildeo e Europa vatildeo

precisar importar mais de 10 bilhotildees de litros de etanol ateacute 201112 Se uma

tonelada de cana produz 88 litros de etanol precisaria adicionar mais de 110

milhotildees de toneladas de cana para atender o mercado futuro o que acrescentaria

58

mais 12 milhotildees de hectares A UNICA (Uniatildeo da induacutestria de cana-de-accediluacutecar)

prevecirc um crescimento da produccedilatildeo de 6 a 7 anualmente chegando a uma

produccedilatildeo de 560 milhotildees de toneladas de cana em 201011 (ANDREOLI SOUZA

2006)

A quantidade de CO2 liberada diretamente para a atmosfera devido ao aumento

da sua produccedilatildeo mundial pode causar prejuiacutezos ao meio ambiente No Brasil a

produccedilatildeo de etanol por processos fermentativos principalmente pelo processo

descontiacutenuo alimentado ou contiacutenuo utilizando mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

eou caldo de cana-de-acuacutecar tem no cultivo da Saccharomyces cerevisiae um

grande impacto no acircmbito socioeconocircmico Existem cerca de 300 induacutestrias que

utilizam fermentaccedilatildeo alcooacutelica no Brasil que movimentam bilhotildees de doacutelares e

geram 6 dos empregos totais do Paiacutes (Uniatildeo da Agroinduacutestria Canavieira de Satildeo

Paulo 2006)

No Brasil 70 das destilarias de cana-de-accediluacutecar usam o processo

descontiacutenuo com uma capacidade fermentativa acima de 15 milhotildees de litros de

etanol por dia e aproximadamente 350 destilarias usam a fermentaccedilatildeo contiacutenua

(WHEALS et al 1999) Estudos comparativos e avaliaccedilotildees econocircmicas de diversos

processos utilizados na produccedilatildeo de etanol concluiacuteram que fermentaccedilatildeo contiacutenua

apresentava uma reduccedilatildeo de 57 no investimento de capital fixo em destilarias

quando comparado ao daquelas que utilizam processo em batelada Uma reduccedilatildeo

ainda maior de 68 e 71 eacute obtida para os processos que utilizam reciclo de ceacutelulas

e operaccedilatildeo a vaacutecuo respectivamente (CYSEWSKI WILKE 1978)

A fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta menor custo de investimento maior

facilidade para a instalaccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e ausecircncia de ldquotempos

mortosrdquo que eacute o tempo em dado momento do ciclo fermentativo natildeo estaacute produzindo

tiacutepico de processos descontiacutenuo Aleacutem disso a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a

consumir menos anti-espumante decorrecircncia da alimentaccedilatildeo mais estaacutevel de

accediluacutecar para o processo e tambeacutem da geometria dos fermentadores Por outro lado

a fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta maiores dificuldades quando temos que lidar com

contaminantes indesejaacuteveis no processo Natildeo eacute possiacutevel promover a assepsia de

fermentadores de bombas e de trocadores com frequumlecircncia como ocorre no sistema

em bateladas Desta maneira a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a consumir mais aacutecido

sulfuacuterico e mais antibioacutetico

59

Segundo Romano et al (2003) as transformaccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

durante a fermentaccedilatildeo por leveduras satildeo a conversatildeo dos accediluacutecares em etanol e

CO2 e em menores quantidades a formaccedilatildeo de CVOs Basso et al (1996) relata

que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo

constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de gaacutes carbocircnico e o restante satildeo

formados por outros compostos orgacircnicos tais como glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido

aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos majoritaacuterios produzidos durante a

fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por Saccharomyces cerevisiae

encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico acetato

de etila (CACHOT et al 1991) Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de cana-

de-accediluacutecar os principais componentes gasosos satildeo o CO2 e o etanol mas outros

aacutelcoois e aacutecidos tambeacutem satildeo liberados em menores quantidades na forma gasosa

(VENTURINI FILHO e MENDES 2003)

A reaccedilatildeo quiacutemica simplificada da produccedilatildeo de etanol a partir da sacarose da

cana-de-accediluacutecar eacute

C12H22O11 +H2O rarr 4C2H5OH + 4CO2 (3)

Onde 342 g de sacarose produz 184 g de etanol e 176 g de CO2 Com isso

pode-se estimar que cada grama de sacarose produz 0514g de CO2 assumindo

uma recuperaccedilatildeo de CO2 em 100 no caso de induacutestrias dedicadas a produccedilatildeo de

etanol No entanto as induacutestrias de produccedilatildeo de etanol tambeacutem utilizam como

mateacuteria-prima o melaccedilo um sub-produto da produccedilatildeo de accediluacutecar industrial a partir

da cana-de-accediluacutecar que conteacutem cerca de 15 da sacarose inicial (MOLLERSTEN et

al 2003) e represeta mais de 75 do custo total de produccedilatildeo de etanol

(CYSEWSKI WILKE 1978)

Cada litro de etanol produzido pela fermentaccedilatildeo alcooacutelica resulta em

aproximadamente 076 kg de CO2 portanto a capacidade de produccedilatildeo de CO2

durante a fermentaccedilatildeo de etanol combustiacutevel nos EUA e o Brasil eacute de

aproximadamente 84 e 106 toneladas de CO2 por ano respectivamente

(KHESHGI PRICE 2005) No Brasil a produccedilatildeo meacutedia de etanol a partir da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica eacute de 180 milhotildees de litros por ano gerando

consequentemente 014 milhotildees de CO2 por ano (MOLLERTEN et al 2003)

O uso do biocombustiacutevel traz uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo

dos gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre

aleacutem da reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis Poreacutem no processo de

60

fabricaccedilatildeo uma seacuterie de resiacuteduos e subprodutos industriais eacute gerada os quais

podem quando adequadamente geridos contribuir para a viabilidade econocircmica da

produccedilatildeo de biocombustiacuteveis Esses resiacuteduos possuem potencial para uso na

induacutestria de alimentos e para a nutriccedilatildeo animal bem como na induacutestria quiacutemico-

farmacecircutica mas haacute uma grande carecircncia de estudos de anaacutelises de viabilidade

teacutecnica e financeira que possam apontar as melhores alternativas de custo-

benefiacutecio para o processamento e tratamento desses resiacuteduos os quais podem

agregar valor e reduzir os custos de produccedilatildeo de biocombustiacuteveis com o

aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados

Um nuacutemero de subprodutos da induacutestria do etanol combustiacutevel pode ter o

potencial para a aplicaccedilatildeo de nutracecircuticos ou de alimentos funcionais que eacute uma

das aacutereas de grande interesse atualmente e representa um mercado potencial

enorme ainda em seu desenvolvimento inicial Por isso o interesse em utilizar

micro-organismos fotossintetizantes devido a sua capacidade de reduzir a emissatildeo

de CO2 e de CVOs na atmosfera subproduto da induacutestria de etanol produzindo

compostos de alto valor industrial

61

3 Objetivos

Geral

Este trabalho tem como objetivo verificar a influecircncia do efeito da adiccedilatildeo de

CO2 proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica mantendo o pH no valor

oacutetimo igual a 95 no cultivo de A platensis em reatores tubulares utilizando nitrato ou

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio em diferentes intensidades luminosas

Especiacuteficos

Avaliar os testes preliminares da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica contiacutenua utilizada para

posterior acoplamento dos gases liberados durante a fermentaccedilatildeo com os

cultivos de A platensis

Avaliar os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas

e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas usando anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel nos cultivos de A platensis

Determinar a composiccedilatildeo centesimal da A platensis no final dos cultivos teor

de proteiacutenas lipiacutedios cinzas e carboidratos usando a anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel

Estudar os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os cultivos

utilizando CO2 de cilindro avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos

paracircmetros valor teoacuterico da energia de Gibbs dissipada para o crescimento

(1YGX) das produccedilotildees molares de O2 consumo de H+ e absorccedilatildeo de foacutetons

para produzir 1 C-mol de biomassa

Calcular o rendimento teoacuterico da energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico

energia transformada em ATP e a energia liberada como calor calculando-se a

partir da energia molar de Gibbs absorvida da luz pelo aparato fotossinteacutetico

Comparar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares um horizontal e outro helicoidal

62

4 Materiais e meacutetodos

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

O CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi utilizado como fonte

de carbono para o cultivo de A platensis O desprendimento desse gaacutes do reator foi

arrastar volaacuteteis orgacircnicos formados na fermentaccedilatildeo cujas interferecircncias nos

cultivos de A platensis foram avaliadas Para os cultivos contiacutenuos de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica foi utilizado o mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na

determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

Para a realizaccedilatildeo desse teste foi preparada uma suspensatildeo celular de 300g L-1

de levedura uacutemida em aacutegua destilada a partir dessa suspensatildeo foram retirados sob

agitaccedilatildeo 10 mL e adicionados em dois diferentes frascos um contendo 290 mL de

melaccedilo natildeo clarificado (item 41111) e outro contendo 290 mL de melaccedilo

previamente clarificado (item 41112) de modo que a concentraccedilatildeo celular final de

cada frasco tenha 10g L-1 em 300 mL de mosto A partir dessa suspensatildeo foram

retirados 5 mL para a anaacutelise da concentraccedilatildeo celular como descrito no item 4311

41111 Melaccedilo natildeo tratado

O melaccedilo natildeo tratado consiste apenas na sua diluiccedilatildeo com aacutegua potaacutevel e

preparado como descrito no item 41113

41112 Melaccedilo tratado

O tratamento do melaccedilo consistiu de sua preacutevia clarificaccedilatildeo diluiccedilatildeo e

suplementaccedilatildeo adequadas A clarificaccedilatildeo foi realizada com diluiccedilatildeo do melaccedilo pela

adiccedilatildeo de aacutegua potaacutevel em partes iguais e adiccedilatildeo de 15 g de fosfato de soacutedio

monobaacutesico como agente floculante em cada litro da soluccedilatildeo de melaccedilo diluiacutedo

Posteriormente esse melaccedilo diluiacutedo foi autoclavado a 121 ordmC por 10 minutos Apoacutes

o aquecimento foi mantido em repouso no miacutenimo por 48 horas para a

sedimentaccedilatildeo do material em suspensatildeo O melaccedilo clarificado foi entatildeo sifonado

63

pronto para ser diluiacutedo com aacutegua e preparado como descrito no item 41113 sem

a adiccedilatildeo do antibioacutetico O mosto foi esterilizado em autoclave a 121 ordmC durante 30

minutos (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo

O melaccedilo foi diluiacutedo ateacute concentraccedilatildeo 170 g L-1 em accediluacutecares redutores totais

(ART) (GUERREIRO et al 1997) e suplementado com ureacuteia na concentraccedilatildeo de 05

g L-1 suficiente para que a fonte de nitrogecircnio natildeo se torne fator limitante da

atividade da levedura (MAGALHAtildeES 1978 CARVALHO 1994 PEREGO-JUNIOR

1979) O pH do mosto foi ajustado em 45 (JONES et al 1981) pela adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico concentrado ou pela adiccedilatildeo de soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio 4N Por fim

adicionou-se penicilina V aacutecida (500 UIL) como antibioacutetico (AQUARONE 1960

CARVALHO et al 2003)

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator

Para a realizaccedilatildeo do teste de homogeneidade foi preparado 10 litros de uma

suspensatildeo celular de 9 g L-1 de levedura em aacutegua destilada e adicionada ao

fermentador Apoacutes 30 minutos de homogeneizaccedilatildeo mecacircnica do material iniciou

uma contiacutenua adiccedilatildeo de aacutegua destilada e retirada da amostra a uma vazatildeo

especiacutefica de alimentaccedilatildeo calculada (Dc) igual a 0124 h-1 No intervalo de 30

minutos em diferentes regiotildees do reator as amostras foram recolhidas para

determinar a concentraccedilatildeo celular A homogeneidade do reator eacute verificada se a

queda da concentraccedilatildeo celular for uma funccedilatildeo exponencial

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

Foram realizados 3 experimentos com a fermentaccedilatildeo contiacutenua nas condiccedilotildees

descritas no item 415 Os valores de vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D) foram 01

h-1 005 h-1 e 0025 h-1

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo

Saccharomyces cerevisiae CCT7150 uma cepa isolada de planta industrial de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica nacional (Usina Nova Ameacuterica) e produtora de altas

concentraccedilotildees de etanol a partir de melaccedilo adquirida da Fundaccedilatildeo Andreacute Tosello

foi utilizada nos cultivos contiacutenuos Sua manutenccedilatildeo em tubo de ensaio foi no meio

Sabourand (Merckreg) A cultura foi armazenada sob refrigeraccedilatildeo a 4 ordmC

64

413 Preparo do inoacuteculo

As ceacutelulas de levedura estocada foram multiplicadas em tubos contendo meio

soacutelido Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Posteriormente as

culturas foram inoculadas com alccedila de platina sob condiccedilotildees asseacutepticas em tubos

contendo 10 mL do meio Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Cada

tubo por sua vez inoculou um frasco de Erlenmeyer de 500 mL contendo 90 mL de

mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar contendo 5 de ART que foi entatildeo incubado

a 30 ordmC por 12 h em agitador rotativo a 400 rpm Decorrido este tempo o conteuacutedo

de 10 frascos de Erlenmeyer preparados com o preacute-inoacuteculo (1 L) foi adicionado agrave

dorna juntamente com o mosto (9 L) nas condiccedilotildees em que se trabalhou no

processo contiacutenuo resultando em um volume uacutetil do fermentador de 10 litros que

deu iniacutecio a uma fermentaccedilatildeo descontiacutenua (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

414 Dispositivo para a cultura

Foi utilizado um fermentador fabricado pela INFORs HT com dornas de vidro

de 10 litros de capacidade nominal com controles de temperatura pH niacutevel de

espuma e frequumlecircncia de agitaccedilatildeo com saiacutedas que foram conectadas a uma bomba

peristaacuteltica para alimentaccedilatildeo do mosto e retirada do material durante a fermentaccedilatildeo

contiacutenua

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua

O cultivo contiacutenuo teve como iniacutecio o cultivo descontiacutenuo como descrito acima

(item 413) A alimentaccedilatildeo contiacutenua do mosto ocorreu apoacutes um periacuteodo de 6 a 8 h

da inoculaccedilatildeo do S cerevisiae na dorna para garantir que o micro-organismo se

encontre na fase exponencial de crescimento A concentraccedilatildeo de accediluacutecares no mosto

de alimentaccedilatildeo foi de 170 g L-1 (GUERREIRO et al 1997) expressa em ART O

mosto foi suplementado com sulfato de amocircnio na concentraccedilatildeo de 1 g L-1 A

temperatura de fermentaccedilatildeo foi mantida a 30 plusmn 1 ordmC (KOCK et al 2000) com

frequumlecircncia do agitador de 500 rpm A vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo foi

determinada em ensaios preliminares (item 61)

65

42 Cultivo de A platensis

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo

Spirulina (Arthrospira) platensis UTEX (1926) foi mantida em meio liacutequido de

cultivo padratildeo para Arthrospira (item 4221) em tubos hermeticamente fechados

422 Meio de cultivo

Foram utilizados dois tipos de meio Um meio padratildeo para o cultivo de

Arthrospira (SCHLOumlSSER 1982) ndash item 4221 com NaNO3 como fonte de

nitrogecircnio que foi utilizado para duas finalidades manutenccedilatildeo do micro-organismo e

preparo do inoacuteculo um meio modificado (item 4122) onde se utilizou ureacuteia como

fonte de nitrogecircnio

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis

O meio mineral padratildeo foi o de Schloumlsser (1982) cuja composiccedilatildeo por litro de

aacutegua destilada eacute a seguinte

NaHCO3 1361g

Na2CO3 403g

K2HPO4 050g

NaNO3 250g

K2SO4 100g

NaCl 100g

MgSO47H2O 020g

CaCl22H2O 004g

Soluccedilatildeo de metal PIV 6mL

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu 1mL

Vitamina B12 (15g100mL H2O) 1mL

Soluccedilatildeo de metal PIV (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 750 mg

FeCl36H2O 97 mg

MnCl24H2O 41 mg

ZnCl2 5 mg

CoCl26H2O 2 mg

Na2MoO42H2O 4 mg

66

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 50 mg

H3BO3 618 mg

CuSO45H2O 196 mg

ZnSO47H2O 44 mg

CoCl26H2O 20 mg

MnCl2middot4H2O 12 mg

Na2MoO4middot2H2O 12 mg

4222 Meio modificado

O meio de Schloumlsser (1982) foi utilizado com substituiccedilatildeo do nitrato de soacutedio

por ureacuteia

A massa diaacuteria de ureacuteia adicionada por unidade de volume foi determinada de

acordo com o experimento padratildeo utilizando nitrato de soacutedio como fonte de

nitrogecircnio (descrito no item 5)

423 Preparo do inoacuteculo

A A platensis foi inoculada em 10 mL de meio liacutequido (em tubo de ensaio) em

condiccedilotildees asseacutepticas Depois de 7 dias esse material foi utilizado para inocular

frascos de Erlenmeyer de 500 mL com 200mL de meio de cultivo padratildeo (item

4121) previamente esterilizado por autoclavaccedilatildeo

Os erlenmeyers apoacutes o repique foram imediatamente levados a agitador

rotativo a 100 min-1 (FERRAZ 1986) temperatura de 30 OC e iluminacircncia de 72

mol de foacutetons m-2 s-1 (CARVALHO et al 2004)

O crescimento celular foi acompanhado sendo utilizada para inoacuteculo uma

suspensatildeo de A platensis apoacutes de 6 a 8 dias de cultivo (PELIZER et al 2003) em

crescimento exponencial isenta de contaminaccedilatildeo Nos cultivos utilizando meio

mineral padratildeo a suspensatildeo foi filtrada lavada e ressuspensa em meio de cultivo

padratildeo Nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte alternativa de nitrogecircnio a

suspensatildeo foi filtrada lavada com soluccedilatildeo fisioloacutegica para retirada do NaNO3 e

ressuspensa em meio de cultivo padratildeo isento de NaNO3 Estas suspensotildees foram o

inoacuteculo para o cultivo no reator tubular onde foram realizados os estudos

empregando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio padratildeo e a ureacuteia como fonte

67

alternativa de nitrogecircnio com o pH do cultivo controlado pela adiccedilatildeo de CO2

proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

424 Dispositivo para cultura

4241 Fotobiorreator tubular horizontal

O fotobiorreator tubular utilizado eacute apresentado na Figura 7 Este eacute constituiacutedo

por 20 tubos de vidro transparentes (diacircmetro interno de 10 cm) (CARLOZZI

PINZANI 2005) com inclinaccedilatildeo de 2 (115ordm) (TREDICI ZITTELLI 1998) para

facilitar o escoamento do liacutequido interligados com mangueiras de PVC de mesmo

diacircmetro interno de forma que o volume iluminado corresponde a 212 litros

(606) O volume total do sistema foi de 35 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de

26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo da biomassa e melhorar a transferecircncia de

massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior provido de agitaccedilatildeo com um agitador magneacutetico Tambeacutem

na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no qual ocorre entrada de CO2 para

manutenccedilatildeo de pH quando da abertura da vaacutelvula solenoacuteide controlada por um

controlador de pH

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis

68

4242 Fotobiorreator tubular espiralado

O fotobiorreator tubular espiralado utilizado eacute apresentado na Figura 8 Este eacute

constituiacutedo por 5 conjuntos de tubos espiralados de vidro transparentes (diacircmetro

interno de 10 cm) (CARLOZZI PINZANI 2005) interligados com mangueiras de

PVC de mesmo diacircmetro interno Cada conjunto eacute constituiacutedo por 3 tubos

espiralados logo o reator conteacutem no total 15 tubos de vidros espiralados de forma

que o volume iluminado corresponde a 665 ml (606 ) O volume total do sistema

foi de 11 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de 26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo

da biomassa e melhorar a transferecircncia de massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior Tambeacutem na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no

qual ocorre entrada de CO2 para manutenccedilatildeo de pH

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis

A suspensatildeo de Arthrospira (item 43) foi adicionada ao biorreator tubular na

concentraccedilatildeo inicial de 400 mg L-1 (SOLETTO et al 2008) e o volume de trabalho

foi de 35 L no fotobiorreator tubular horizontal e de 11 L no fotobiorreator tubular

espiralado Devido a evaporaccedilatildeo e a retirada de amostras o meio de cultura isento

da fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante

69

Nos experimetos utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio a concentraccedilatildeo

inicial deste foi de 25 g L-1 e ocorreram adiccedilotildees do nitrato de soacutedio de modo que sua

concentraccedilatildeo natildeo fosse inferior a 1 g L-1 (FAINTUCH 1989) desta forma evitaria a

limitaccedilatildeo do crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio No cultivo utilizando a

fonte de nitrogecircnio alternativa (ureacuteia) a adiccedilatildeo diaacuteria foi efetuada por pulsos (adiccedilatildeo

intermitente) (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2004) As intensidades luminosas foram

medidas com um sensor quantum (model LI-190 SB Li-Cor Lincoln Neb USA) As

diferentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas foram preacute-estabelecida de

acordo com o plano de trabalho (Item 5)

O valor de pH nos cultivos foi mantido em 95 plusmn 02 (SANCHEZ-LUNA et al

2007 TREDICI ZITTELLI 1998) com auxiacutelio de um aparelho controlador de pH

METTLER TOLEDO acoplado a uma vaacutelvula solenoacuteide Nos ensaios com CO2 puro

(999) a valvula solenoiacutede estava ligada a um cilindro de CO2 e nos ensaios com

CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica a vaacutelvula solenoacuteide foi ligada agrave tubulaccedilatildeo

proveniente de um reator operando com processo contiacutenuo de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

em regime permanente

A temperatura de 29 plusmn 1ordmC (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2007) foi mantida por ar

condicionado que climatizou a temperatura da sala onde estaacute localizada o reator

No final do experimento o reator foi lavado com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio

5 por 16 h e com uma soluccedilatildeo de tiosulfato de soacutedio (Na2S2O3) 50 mM para

neutralizar o clorito residual de acordo com De Beer et al (1994)

43 Teacutecnicas Analiacuteticas

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua ateacute o estabelecimento de regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol no caldo

fermentado foram determinados a cada 12 horas Estabelecido o regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol foram

feitas diariamente O efluente gasoso foi analisado qualitativamente para

identificaccedilatildeo dos principais compostos volaacuteteis orgacircnicos

No cultivo de Arthrospira a concentraccedilatildeo celular foi feita diariamente ateacute atingir

concentraccedilatildeo celular maacutexima As medidas de concentraccedilatildeo de nitrato ureacuteia residual

amocircnia e de carbonato total em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas a cada dois dias Nos cultivos

utilizando o CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram analisados os

70

compostos volaacuteteis orgacircnicos presentes no meio isento de ceacutelulas A concentraccedilatildeo

de clorofila a foi determinada no final de cada experimento bem como a

determinaccedilatildeo de proteiacutenas lipiacutedios totais carboidratos e cinzas

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

A concentraccedilatildeo celular expressa em massa seca foi determinada por filtraccedilatildeo

de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al (2003) Um volume de 5 mL

da amostra foi filtrada em membrana millipore 12 microm de porosidade previamente

seca em estufa a 105 ordmC por 4 horas e em dessecador por 1 h e pesada A biomassa

filtrada e lavada com 50 mL de aacutegua destilada foi seca em estufa a 105 ordmC por 4

horas e em dessecador por 1 h e posteriormente pesada A concentraccedilatildeo celular foi

determinada por diferenccedila de massa antes e apoacutes a filtraccedilatildeo

4312 Determinaccedilatildeo do pH

O pH seraacute acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4313 Determinaccedilatildeo de ART

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ART foi realizada por espectrofotometria a

540 nm pelo meacutetodo de SOMOGYI-NELSON (1952) precedido da hidroacutelise da

sacarose contida na fase liacutequida do meio de fermentaccedilatildeo realizada pela teacutecnica de

Falcone e Marques (1965)

A hidroacutelise da sacarose foi feita por hidroacutelise aacutecida utilizando 5 mL da amostra

e 25 mL da soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 13 N e deixou-se em banho de aacutegua a 70 ordmC

por 15 minutos Deixou-se esfriar essa soluccedilatildeo ateacute a temperatura ambiente e foi

adicionado NaOH 6N ateacute verificar uma mudanccedila no pH utilizando fenolfitaleiacutena

como indicador Posteriormente completou-se o volume final para 100 mL com aacutegua

destilada diluindo-se assim a amostra 20 vezes A partir dessa soluccedilatildeo jaacute diluiacuteda

fizeram-se novas diluiccedilotildees necessaacuterias para a determinaccedilatildeo do ART pelo meacutetodo de

Somogyi-Nelson (1952)

71

A anaacutelise compreende na adiccedilatildeo de 1 mL da amostra convenientemente diluiacuteda

e 1 mL do reativo de Somogy em tubo de Folin-Wu onde foi fervido durante 10

minutos resfriado em aacutegua com gelo Apoacutes o resfriamento adicionou-se 2 mL do

reativo de Nelson e agitou-se os tubos em agitador ateacute expulsar os gases formados

Completou-se o volume para 25 mL com aacutegua destilada e a soluccedilatildeo foi lida em

espectrofotometro a 520 nm Foi feito um branco substituindo a amostra por aacutegua

destilada

O accediluacutecar aquecido com uma soluccedilatildeo alcalina de tartarato de cobre leva agrave

obtenccedilatildeo de oacutexido cuproso que reagindo com molibdato de arsecircnio possibilita a

produccedilatildeo de um composto de coloraccedilatildeo azul passiacutevel de ser quantificada por

colorimetria a adiccedilatildeo de sulfato de soacutedio a mistura minimiza a entrada de oxigecircnio

na soluccedilatildeo responsaacutevel pela reoxidaccedilatildeo do oacutexido cuproso

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907)

O etanol foi determinado mediante a destilaccedilatildeo atraveacutes de um microdestilador

de KJELDHAL e recolhido em 20 mL de uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio

fortemente acidulada com aacutecido sulfuacuterico A determinaccedilatildeo consiste na destilaccedilatildeo de

1 mL do meio fermentado isento de ceacutelulas recolhido na soluccedilatildeo de dicromato

contida em erlenmeyer onde o etanol reagiu com os iacuteons dicromato como mostrado

na eq 1 produzindo acetaldeiacutedo e iacuteons Cr(III) Conforme o etanol reage haacute uma

mudanccedila da coloraccedilatildeo laranja caracteriacutestica desta soluccedilatildeo para um tom esverdeado

A reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do etanol com iacuteons dicromato envolve pelo menos duas

etapas Na primeira etapa o etanol introduzido na soluccedilatildeo reage com os iacuteons

dicromato produzindo um aldeiacutedo que neste caso eacute o acetaldeiacutedo (reaccedilatildeo 4)

Na segunda etapa como o aldeiacutedo produzido tambeacutem eacute susceptiacutevel agrave oxidaccedilatildeo o

acetaldeiacutedo eacute consumido produzindo aacutecido aceacutetico (um aacutecido carboxiacutelico) com a

correspondente reduccedilatildeo dos iacuteons Cr(VI) para iacuteons Cr(III) (reaccedilatildeo 5) A reaccedilatildeo

entre o etanol e os iacuteons dicromato pode ser descrita de forma global como mostrado

na (reaccedilatildeo 6)

3 CH3CH2OH + CrO7-2 rarr 3 CH3COH 2 Cr+3 + 7 H20 (reaccedilatildeo 4)

3 CH3COH + CrO7-2 + 8H+ rarr 3 CH3COOH + 2 Cr+3 + 4 H20 (reaccedilatildeo 5)

72

3 CH3CH2OH + 2 CrO7-2 + 16H+ rarr 4Cr+3 + 3 CH3COOH 11 H2O (reaccedilatildeo 6)

Apoacutes a destilaccedilatildeo o erlenmeyer foi levado a um banho de aacutegua a 70 ordmC

durante 20 minutos para que se complete a oxidaccedilatildeo do etanol Apoacutes esse tempo

deixou-se esfriar ateacute temperatura ambiente e essa soluccedilatildeo foi titulada com soluccedilatildeo

de sulfato ferroso amoniacal Foi feita concomitantemente uma soluccedilatildeo utilizando

aacutegua em vez do destilado para determinar o poder redutor do sulfato ferroso

amoniacal

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

Os voltaacuteteis majoritaacuterios liberados durante o regime permanente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram determinados pelo Laboratoacuterio de Anaacutelises Quiacutemicas do

Instituto de Pesquisa Tecnoloacutegis (IPT) usando um cromatoacutegrafo a gaacutes (marca

Shimadzu modelo CG-2010) acoplado ao espectrocircmetro de massas (Shimadzu

Modelo GCMS ndash QP5050A)

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis

O volume das amostras diaacuterias retiradas para o acompanhamento celular foram

de 50 mL Apoacutes a remoccedilatildeo da amostra igual volume de meio de cultura isento da

fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante Similarmente a

evaporaccedilatildeo de aacutegua diaacuteria foi compensada pela adiccedilatildeo do meio de cultura

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

43211 Densidade oacutetica

O acompanhamento do crescimento celular foi realizado diariamente em

duplicata por turbidimetria a 560 nm (LEDUY THERIEN 1977) Os valores de

transmitacircncia obtidos no espectrofotocircmetro foram convertidas em concentraccedilatildeo

celular atraveacutes de uma curva de calibraccedilatildeo (Item 43212)

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo

A curva de calibraccedilatildeo foi obtida tomando-se um volume de 25 mL de uma

suspensatildeo concentrada de ceacutelulas em fase de crescimento exponencial que foi

73

filtrada e lavada com aacutegua destilada em uma membrana de acetato de celulose de

12 μm previamente seca a 70 ordmC por 12 horas e previamente pesada A amostra

foi levada agrave estufa a 100ndash105 ordmC por um periacuteodo de 5 horas suficiente para que

mantivesse uma massa constante A massa das ceacutelulas foi calculada por diferenccedila

dos valores das massas das membranas antes e depois da filtraccedilatildeo e dividido pelo

volume filtrado para obter-se a concentraccedilatildeo celular na suspensatildeo A partir desta

mesma suspensatildeo foram preparadas diferentes diluiccedilotildees e aliacutequotas dessas

diluiccedilotildees foram levadas ao espectrofotocircmetro para leitura da transmitacircncia a 560 nm

de comprimento de onda e caminho oacuteptico de 1 cm com aacutegua destilada como

branco Dessa forma foi obtida uma curva que relaciona concentraccedilatildeo celular com o

logaritmo da transmitacircncia (Graacutefico 1)

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A platensis

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total

Embora a concentraccedilatildeo de carbonato total deva se manter constante em

decorrecircncia do fornecimento de CO2 para a manutenccedilatildeo do pH foi acompanhado na

fase liacutequida do meio em cultivo

No meio isento de ceacutelulas o acompanhamento da concentraccedilatildeo de fonte de

carbono na forma de carbonato total foi atraveacutes de titulometria Inicialmente

adiciona-se hidroacutexido de soacutedio na amostra (Reaccedilatildeo 7) e titula-se com HCl

(Reaccedilatildeo 8) na presenccedila do indicador fenolftaleiacutena para a conversatildeo de carbonato

em bicarbonato Posteriormente foi titulada novamente com HCl (Reaccedilatildeo 9) na

74

presenccedila do indicador alaranjado de metila para que todo o bicarbonato transforme-

se em aacutecido carbocircnico por deslocamento de equiliacutebrio O carbonato total foi

quantificado pelos dois intervalos de viragem (PIERCE HAENISCH 1948)

NaOH + NaHCO3 = Na2CO3 + H2O (Reaccedilatildeo 7)

Na2CO3 + HCl = NaHCO3 + NaCl (Reaccedilatildeo 8)

NaHCO3 + 1 HCl = H2CO3 + 1 NaCl (Reaccedilatildeo 9)

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total

A amocircnia total foi quantificada no meio isento de ceacutelulas de 2 em 2 dias em

potenciocircmetro marca ORION modelo 710-A por meio de um eletrodo seletivo para

amocircnia modelo 95-12 ORION Tendo em vista que o eletrodo soacute eacute sensiacutevel ao iacuteon

amocircnia e que no pH de cultivo existe equiliacutebrio entre os iacuteons amocircnia e amocircnio para

se fazer a leitura foi necessaacuterio corrigir o pH da amostra para 13 pela adiccedilatildeo de

NaOH 15 M antes da leitura no eletrodo de forma que todo iacuteon amocircnio fosse

convertido em amocircnia (LEDUY SAMSON 1982) O volume utilizado foi de 15 mL e

nesse procedimento foi necessaacuteria agrave calibraccedilatildeo do aparelho em todos os dias em

que foram realizadas as determinaccedilotildees Isso foi feito atraveacutes da construccedilatildeo de uma

curva que correlaciona a milivoltagem lida no potenciocircmetro com soluccedilotildees de NH4Cl

em diferentes diluiccedilotildees com concentraccedilotildees conhecidas A partir da equaccedilatildeo dessa

curva com a milivoltagem lida na amostra do cultivo foi calculada a concentraccedilatildeo

de amocircnia total Esta metodologia tambeacutem serviu para auxiliar na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de ureacuteia conforme se observa no item a seguir

43231 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da amocircnia

A metodologia empregada para a determinaccedilatildeo de amocircnia requer a construccedilatildeo

de uma curva de calibraccedilatildeo para cada dia em que foi analisada a amocircnia Desta

forma no Graacutefico 2 tecircm-se uma das curvas de calibraccedilatildeo utilizada

75

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Nesse caso a curva de calibraccedilatildeo corresponde agrave Log [NH3] -00213 x mV ndash

10583 A maior diluiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia foi de 5x10-6 (cujo o valor de

Log eacute -53) que corresponde a um valor de milivoltagem de 182 detectado no

eletrodo de amocircnia

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia

Para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia inicialmente foi hidrolisada em

meio aacutecido como segue 10 mL do meio de cultivo isento de ceacutelulas foi submetido a

um tratamento com H2SO4 (1 mL de H2SO4 5 N) a 200 ordmC por 6 horas em bloco

digestor Tecnal modelo TE-106 (CEZARE 1998) Apoacutes esse tempo o conteuacutedo

presente no tubo onde ocorreu a hidroacutelise aacutecida foi quantitativamente transferido

para um balatildeo volumeacutetrico de 50 mL com neutralizaccedilatildeo do pH com NaOH 15 M

utilizando fenolftaleiacutena como indicador e finalmente o volume completado com aacutegua

destilada Desse balatildeo foi retirado um volume de 15 mL para a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de amocircnia conforme meacutetodo descrito no item anterior Considerando

ainda a diluiccedilatildeo da amostra calcula-se a concentraccedilatildeo de amocircnia global que

representa a amocircnia que jaacute estava presente no meio de cultivo mais a amocircnia

proveniente da hidroacutelise da ureacuteia Assim por diferenccedila eacute possiacutevel calcular a

concentraccedilatildeo de ureacuteia no meio de cultivo

76

4325 Determinaccedilatildeo do pH

O pH foi acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato

A anaacutelise de nitrato foi realizada atraveacutes da adaptaccedilatildeo do meacutetodo descrito por

Vogel (2002) Foram pipetados 10 mL do meio isento de ceacutelulas 10 ml de NaOH

(05 N) e 700 mg de liga de devarda ( 50 de cobre 45 de alumiacutenio 5 zinco) em

balatildeo volumeacutetrico onde foi aquecido em bico de busen durante 1 hora para que todo

o nitrato presente na amostra seja reduzido a amocircnio como descrito na reaccedilatildeo a

seguir

NO3- + 8 Al + 5 OH- + 2 H2O rarr 8 Al2

- + 3 NH3 (Reaccedilatildeo 10)

Durante o aquecimento os iacuteons amocircnio satildeo desprendidos e recolhidos em uma

soluccedilatildeo padronizada de 10 mL de aacutecido cloriacutedrico (01 N) formando o cloreto de

amocircnio Essa soluccedilatildeo foi titulada com NaOH (005 N) padronizada usando vermelho

de metila como indicador e a quantificaccedilatildeo do amocircnio formado foi feita por diferenccedila

entre a quantidade de HCl inicial e final depois da destilaccedilatildeo A conversatildeo de

volume do aacutecido tilulado (mililitros) em massa de iacuteons nitrato (gramas) foi baseada

na informaccedilatildeo de que 1 mL de aacutecido cloriacutedrico 1 N corresponde a 006201g de iacuteons

nitrato (VOGEL 2002)

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907) como descrito no item 4314

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a

A anaacutelise de clorofila a foi realizada utilizando uma suspensatildeo celular de 5 mL

correspondente agrave concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida Essa suspensatildeo foi filtrada e

a biomassa foi ressuspendida em 5 mL de metanol e incubada em banho maria a

70ordmC por 2 minutos Apoacutes esse tempo a amostra foi filtrada em filtro de

77

politetrafluoretileno 10 microm de diacircmetro (Milliporereg) e o sobrenadante contendo a

clorofila foi determinado espectofotometricamente a 665 nm adotando-se o

procedimento descrito por Vonshak (1997a) A curva de calibraccedilatildeo foi feita

previamente utilizando clorofila areg padratildeo

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a

A curva de calibraccedilatildeo foi construiacuteda utilizando uma soluccedilatildeo de clorofila a

padratildeo (Sigmareg) obtida comercialmente em metanol A partir dessa soluccedilatildeo foram

realizadas diferentes diluiccedilotildees que resultaram em leituras espectrofotomeacutetricas em

comprimento de onda de 665nm obtendo valores de absorbacircncia entre 0200 e

0800 A relaccedilatildeo entre as diferentes concentraccedilotildees de clorofila em miligrama por

litro com os valores de aborbacircncia obtem-se a equaccedilatildeo como mostrada no graacutefico

3 que foi utilizada para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila nos ensaios

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Ao final do cultivo o meio contendo a A platensis foi centrifugado com 3

lavagens sucessivas com aacutegua destilada para retirada do sal adsorvido agraves ceacutelulas e

apoacutes secagem com ventilaccedilatildeo a 55 ordmC por 12 horas (PELIZER et al 1999) foi

avaliada a composiccedilatildeo centesimal da biomassa seca

78

43321 Proteiacutenas totais

O teor proteacuteico total na biomassa seca foi determinado pelo claacutessico meacutetodo de

KJELDHAL adotando-se o fator de 625 para a conversatildeo a partir dos teores de

nitrogecircnio total (ASSOCIATION OF OFFICIAL METHODS OF FOOD ANALYSIS

1984) Esse meacutetodo caracteriza-se pela destruiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica com aacutecido

sulfuacuterico concentrado em presenccedila de um catalizador e aquecimento com

formaccedilatildeo de nitrogecircnio inorgacircnico na forma de sulfato de amocircnio A seguir em

aparelho destilador de nitrogecircnio adiciona-se hidroacutexido de soacutedio no tubo

proveniente da digestatildeo para alcalinizaccedilatildeo do meio e desta forma o sal de

amocircnio eacute convertido agrave amocircnia que eacute destilada para uma soluccedilatildeo saturada de aacutecido

boacuterico Posteriormente titula-se essa soluccedilatildeo com HCl 002N fatorada para se

quantificar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio (FERRAZ 1986)

43322 Lipiacutedios totais

A fraccedilatildeo lipiacutedica total foi obtida por extraccedilatildeo com solvente orgacircnico (FERRAZ

1986) A amostra foi triturada em gral e entatildeo transferida para um extrator contiacutenuo

de Soxhlet com refluxo da mistura de solventes clorofoacutermio-metanol (21 vv) ateacute o

liacutequido ficar liacutempido (PIORRECK 1984 OLGUIacuteN et al 2001) A fraccedilatildeo lipiacutedica total

juntamente com os solventes foram tratados em sistema evaporador rotativo a

vaacutecuo O material obtido reuacutene aacutecidos graxos trigliceriacutedeos fosfolipiacutedios

carotenoacuteides pigmentos fotossintetizantes esteroacuteides e hidrocarbonetos sendo

chamados de fraccedilatildeo lipiacutedica total (GIOIELLI 1997)

43323 Cinzas

O teor de cinzas das ceacutelulas secas foi determinado por aquecimento de acordo

com meacutetodo descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) 1g da amostra foi pesada em

caacutepsula de porcelana previamente aquecida em mufla a 550 ordmC resfriada em

dessecador ateacute a temperatura ambiente e pesada A amostra foi seca em estufa a

105 ordmC carbonizada e incinerada em mufla a 550 ordmC durante 4 horas tempo

necessaacuterio para obter peso constante Posteriomente resfriou-se a amostra em

dessecador durante 1 hora ateacute atingir a temperatura ambiente e pesada As cinzas

devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas

79

43324 Carboidratos totais

A porcentagem de carboidratos foi calculada pela diferenccedila entre e as

porcentagens dos demais componentes analisados na biomassa seca

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar

As determinaccedilotildees de CNHSO foram realizadas pela CE instruments flash

EA1112 series acoplada com um detector de condutividade teacutermica (TCD) Para as

anaacutelises de Carbono Nitrogecircnio Hidrogecircnio e Enxofre foi utilizada a meteonina (C =

4025 N = 939 H = 743 S = 2149) como padratildeo e para a anaacutelise de

oxigecircnio foi utilizado o aacutecido aspaacutertico (C = 3609 N = 1052 H =53 S =

000 O = 4908)

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS

Foram determinados pesando aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em

recipiente de estanho e adicionar V2O5 (oacutexido de vanaacutedio) para que toda a biomassa

seja carbonizada Utiliza-se gaacutes oxigecircnio (99995) para carregar as amostras e

fazer a combustatildeo a 900degC formando os compostos reduzidos N2 CO2 H20 e SO2

Esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde seratildeo separados e

posteriormente detectados por sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

usando o software EAGER 300 na qual fornece a porcentagem de N C H S

contida na amostra

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio

Pesar aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em recipiente de prata eleva-se

a temperatura a 1060degC onde ocorre a piroacutelise Durante a piroacutelise satildeo formados N2

CO e H2 estes satildeo filtrados onde os compostos halogenados satildeo retidos

Posteriormente esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde o CO eacute

separado dos outros gases utilizando gaacutes heacutelio como carreador detectados por

sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

44 Caacutelculos

441 Produtividade em etanol no regime permanente

Petanol = DEf (Equaccedilatildeo 1)

80

Onde Petanol = Produtividade em etanol (g L-1 h-1)

D = vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

442 Rendimento do etanol no regime permanente

η = 1005110

1

ARTi

Ef (Equaccedilatildeo 2)

Onde η = rendimento em etanol ()

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

ARTi = Accediluacutecares redutores totais no mosto de entrada no reator (g L-1)

0511 = rendimento teoacuterico (estequiomeacutetrico) da conversatildeo de glicose em

etanol

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis

Tc

XiXmPx

(Equaccedilatildeo 3)

Onde PX = produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Tc = tempo de cultivo (dias)

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis

Nt

VXiXmY NX

(Equaccedilatildeo 4)

81

OndeYXN = Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

V = volume do meio (L)

Nt = quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa

Foram escolhidos os principais aacutetomos (C H 0 N e S) que formam as

macromoleacuteculas proteiacutenas carboidratos lipiacutedios RNA e DNA Um C-mol de

biomassa eacute definida como CX1HX2NX3OX4SX5 e os coeficientes atocircmicos Xi satildeo

calculados a partir da Equaccedilatildeo 5

MMc

fc

MMi

fiXi (Equaccedilatildeo 5)

fi = fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

MMi = Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

fc = fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

MMc = Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

Exemplo

Para se calcular o coeficiente atocircmico do hidrogecircnio em 1 C-mol de biomassa

no experimento 1 (Fonte de Carbono cilindro fonte de nitrogecircnio nitrato

intensidade luminosa 60 μmol de foacutetons m-2 s-1)

Teor de hidrogecircnio na biomassa foi de 662 e o teor de carbono foi de 543

o que corresponde a 662 mg de hidrogecircnio e 543 mg de carbono em 1 g da

biomassa Logo substituindo esses valores na Equaccedilatildeo 5 se encontra o coeficiente

atocircmico do hidrogecircnio de 146

12

543

1

66HX

XH = 146

82

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa

O grau de reduccedilatildeo (γ) de um composto orgacircnico eacute definido como o nuacutemero de

eleacutetrons envolvido na sua oxidaccedilatildeo Esse valor eacute a somatoacuteria da multiplicaccedilatildeo entre

os coeficientes atocircmicos e seu respectivo grau de reduccedilatildeo (HEI JNEN 2001)

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos

A energia de Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular por

unidade de biomassa (1YGX kJC-mol) foi estimada de acordo com Heijnen (2001)

pela Equaccedilatildeo 6

G

GXGX

m

YY

max

11 (Equaccedilatildeo 6)

max

GXY eacute o rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs que

corresponde a um valor de 986 C-molX kJ-1 em cultivos fotoautotroacutefico com CO2

como fonte de carbono (HEIJNEN 2001)

Nesta equaccedilatildeo a velocidade especiacutefica de crescimento μ foi definida de

acordo com Leduy e Zajic (1973) como

1

ln1

i

i

X

X

t (Equaccedilatildeo 7)

Onde Xi e Xi-1 satildeo as concentraccedilotildees de biomassa no final e iniacutecio do intervalo de

tempo decorrido entre as duas determinaccedilotildees consecutivas (Δt = 1 dia) enquanto

que mG eacute a energia de Gibbs utilizada para a manutenccedilatildeo celular correspondendo a

712 kJ C-molX -1 h-1 a 30degC (HEIJNEN 2001)

A estimativa o nuacutemero de foacutetons (Einsteins) para sustentar o crescimento

autotroacutefico nPh foi necessaacuterio recorrer ao balanccedilo de energia de Gibbs tendo em

conta as contribuiccedilotildees de energia para o crescimento e manutenccedilatildeo 1YGX e a

absorccedilatildeo de 1 Einstein de foacutetons ΔgPh em adiccedilatildeo aqueles de formaccedilatildeo de

substratos e produtos Δgfi como descitos pela equaccedilatildeo

ΔgfHCO3- + ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfH

+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0 (Equaccedilatildeo 8)

83

O valor de ΔgPh = 2062 kJ mol-1 foi estimado atraveacutes da equaccedilatildeo

A

Ph

hcNg (Equaccedilatildeo 9)

Sendo h = 662610-34 J a constante de Planck c = 299108 m s-1 a velocidade da

luz NA = 6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1 o numero de Avogadro e λ = 580 nm o

comprimento de onda do foton absorvido (Li et al 2001)

Calculando os valores de ΔgPh e nPh eacute possiacutevel estimar a energia molar de

Gibbs absorvida pela equaccedilatildeo 10

ΔGa = nPh ΔgPh (Equaccedilatildeo 10)

A energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese (ΔGa) foi assumida como a

soma da energia fixada pelo sistema para aumentar o seu proacuteprio conteuacutedo

entaacutelpicos (ΔH) a energia transformada em ATP usada para o crescimento e

manutenccedilao celular (ΔGATP) e a liberada como calor (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0 (Equaccedilatildeo 11)

Onde ΔGATP e ΔH foram calculados a partir do nPh a energia de Gibbs associada a 1

ATP mol e a media da variaccedilatildeo de potencial entre FSI e FSII (TORRE et al 2003)

A produccedilatildeo molar de O2 (qO2) e o consumo de H+ (qH+) foram calculados de

acordo com Torre et al (2003) multiplicando-se os seus coeficientes

estequiomeacutetricos pela concentraccedilatildeo celular expressa em C-mol L-1 e usando a

composiccedilatildeo elementar da biomassa experimental

84

5 Planejamento experimental

Os experimentos realizados estatildeo descritos na Tabela 2 Os valores de

intensidade luminosa foram escolhidos em funccedilatildeo do trabalho de Watanabe e Hall

(1995) O valor de pH foi fixado em 95 plusmn 02 de acordo com trabalho de Sanchez-

Luna et al (2007) e Tredici e Zittelli (1998) As adiccedilotildees diaacuterias de ureacuteia foram fixadas

com base na necessidade de nitrogecircnio da ceacutelula calculadas a partir dos resultados

das produtividades celulares obtidos nos experimentos padrotildees realizados utilizando

a fonte convencional de nitrogecircnio (NaNO3)

Para a realizaccedilatildeo dos ensaios padrotildees a concentraccedilatildeo de NaNO3

(SCHLOumlSSER 1982) foi mantida acima de 1 g L-1 para evitar a limitaccedilatildeo do

crescimento pela fonte de nitrogecircnio A partir da curva de crescimento experimental

utilizando o nitrato como fonte de nitrogecircnio para cada intensidade luminosa

estudada obteacutem-se uma equaccedilatildeo que representa a curva de crescimento teoacuterica e a

partir desta calcula-se a produtividade celular diaacuteria Considerando que as ceacutelulas

possuem 7 de nitrogecircnio (BEZERRA 2006) calcula-se a quantidade diaacuteria de

nitrogecircnio necessaacuteria para o crescimento celular obtendo-se assim a equaccedilatildeo de

adiccedilatildeo de nitrogecircnio amoniacal Por isso eacute necessaacuterio realizar uma curva de

crescimento padratildeo com NaNO3 para cada condiccedilatildeo analisada (diferentes

intensidades luminosas) A exemplificaccedilatildeo do escrito acima esta representado no

Item 62

Tabela 2 - Planejamento experimental

Experimento

Intensidade luminosa

( mol de foacutetons m-

2 s-1)

Fonte de nitrogecircnio

Controle de pH por CO2 de cilindro

Controle de pH por CO2 de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica

1 60 NaNO3 Sim Natildeo

2 60 Ureacuteia Sim Natildeo

3 60 NaNO3 Natildeo Sim

4 60 Ureacuteia Natildeo Sim

5 120 NaNO3 Sim Natildeo

6 120 Ureacuteia Sim Natildeo

7 120 NaNO3 Natildeo Sim

8 120 Ureacuteia Natildeo Sim

9 240 NaNO3 Sim Natildeo

10 24 0 Ureacuteia Sim Natildeo

11 240 NaNO3 Natildeo Sim

12 240 Ureacuteia Natildeo Sim

valor fixado em 95 com uso de CO2

85

6 Resultados e discussatildeo

No item 61 estatildeo descritos os resultados dos testes preliminares da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica e no item 62 estatildeo apresentados os resultados dos

experimentos 1 ao 12 referentes aos acompanhamentos dos cultivos ao longo do

tempo A concentraccedilatildeo celular concentraccedilatildeo de carbonato de nitrato de amocircnia e

ureacuteia foram apresentadas neste item

As determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo celular foram feitas diariamente enquanto

que as medidas de concentraccedilatildeo de nitrato amocircnia ureacuteia e de carbonato total no

meio de cultura em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes de amostra necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas de dois em dois dias

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas e fator

de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas estatildeo descritos no item 63 As

determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo de clorofila foram realizadas no final de cada

experimento e estatildeo descritas no item 64 e a avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

teor de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas estatildeo descritos no item 65

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas atraveacutes de anaacutelise de multivariacircncia e

diferenccedila entre as meacutedias em niacutevel de 5 de significacircncia visando-se examinar a

influecircncia de cada variaacutevel independente para os paracircmetros cineacuteticos Xm Px e

YXN bem como para o conteuacutedo de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos cinzas e teores

de clorofila a

As anaacutelises dos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos de A platensis

utilizando CO2 de cilindro estatildeo descritas no item 66 e a comparaccedilatildeo entre o perfil

de crescimento da A platensis em duas diferentes configuraccedilotildees de fotobioreator

tubular estaacute descrito no item 67

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Antes de iniciar os experimentos acoplando a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

com a produccedilatildeo de A platensis foram realizados testes para avaliar a influecircncia da

clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular a homogeneidade

do reator as vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo no processo contiacutenuo de modo a

obter regime permanente e produccedilatildeo gases suficiente para a correccedilatildeo do pH

durante o cultivo de A platensis

86

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular

Inicialmente foi proposto utilizar o melaccedilo de cana-de-accediluacutecar clarificado e

esterilizado no entanto devido as dificuldade operacionais como por exemplo

grandes volumes de melaccedilo que seria utilizado para a manutenccedilatildeo do processo

contiacutenuo optou-se por utilizar o melaccedilo natildeo clarificado e natildeo esterilizado uma vez

que nas usinas brasileiras natildeo eacute empregado atualmente esse preacute-tratamento do

melaccedilo (LIMA et al 2001) Dhamija et al (1982) relata que os custos adicionais

para o preacute-tratamento de melaccedilo e da levedura reciclada pode limitar o uso do

processo Portanto a teacutecnica de reciclo de leveduras por centrifugaccedilatildeo e uso de

melaccedilo natildeo clarificado torna o processo mais econocircmico

O melaccedilo de cana-de-accediluacutecar possui aproximadamente 50 de accediluacutecares

(sacarose 25 a 40 glicose e frutose 12 a 35) aacutegua carboidratos cinzas

metais pesados compostos nitrogenados e em menor quantidade aacutecidos natildeo

nitrogenados (aacutecido ciacutetrico acido maacutelico oxaacutelico glicoacutelico) ceras esteroacuteides e

vitaminas (ROUKAS 1998) Vaacuterios fatores influenciam na composiccedilatildeo do melaccedilo ou

mel final os meacutetodos de fabricaccedilatildeo do accediluacutecar o tempo de armazenamento e as

regiotildees do plantio Este elevado teor de accediluacutecar eacute a razatildeo porque o melaccedilo eacute

largamente utilizado na induacutestria de fermentaccedilatildeo em particular produccedilatildeo de etanol

O emprego do melaccedilo natildeo tratado poderia influenciar a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular por massa seca uma vez que no melaccedilo conteacutem aleacutem da

sacarose diversos outros resiacuteduos que poderiam ficar retidos na membrana de

filtraccedilatildeo dificultando esse processo eou resultando no falso aumento da

concentraccedilatildeo celular Por isso realizou-se um teste para avaliar se o natildeo tratamento

do melaccedilo influenciaria na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular Os resultados e a

anaacutelise estatiacutestica da diferenccedila entre as meacutedias estatildeo descritos na Tabela 3

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado

Melaccedilo natildeo clarificado (gL-1) Melaccedilo clarificado (gL-1)

1110 1010

1094 1074

1082 1004

Meacutedia = 109 plusmn 014ordf Meacutedia = 103 plusmn 040a

Diferenccedila percentual = 640

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

87

Como se pode observar na Tabela 3 as meacutedias da concentraccedilatildeo celular

determinada por massa seca foram estatisticamente iguais nas duas condiccedilotildees de

melaccedilo avaliadas melaccedilo clarificado e melaccedilo natildeo clarificado Com esses

resultados optou-se utilizar o melaccedilo natildeo clarificado uma vez que no acircmbito

industrial o processo de clarificaccedilatildeo aumenta os custos operacionais resultando em

um aumento dos custos do produto final Por isso estudos sobre os preacute-tratamentos

do melaccedilo de cana-de-accediluacutecar tecircm sido desenvolvidos para que viabilizem natildeo soacute a

obtenccedilatildeo dos produtos mas tambeacutem as etapas de recuperaccedilatildeo e purificaccedilatildeo sem

aumento excessivo no custo do processo (VALDUGA et al 2007)

612 Teste de homogeneidade do reator

O teste de homogeneidade no reator foi realizado com o objetivo de se avaliar

se as amostras retiradas em qualquer lugar do reator podem ser consideradas

equivalentes com um risco de erro estatisticamente determinado neste trabalho em

10 Para isso o teste de homogeneidade foi realizado de acordo com Koshimizu et

al (1983)

Na Tabela 4 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular e o logaritmo

da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo com uma vazatildeo de alimentaccedilatildeo de

0124 h-1 A homogeneidade do reator eacute verificada se a queda da concentraccedilatildeo

celular for uma funccedilatildeo exponencial

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo

Tempo (horas) [X] (g L-1) Ln X

05 89 094939 10 72 085733 15 62 079379

20 57 075587

25 50 070070 30 46 066651 35 39 059988 40 33 051851 45 30 048287 50 25 039445

Aplicando-se o logaritmo neperiano aos valores do [X] (Tabela 4) e

construindo um graacutefico ln X em funccedilatildeo do tempo obtecircm-se a equaccedilatildeo da reta onde

o coeficiente angular da reta obtida eacute igual agrave vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo do

sistema teoacuterico (Dt)

88

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo

O valor de Dt obtido pela reta eacute igual a 0115 h-1 que se comparado ao valor

calculado 0124 h-1 apresenta uma diferenccedila de 78 indicando que o sistema

pode ser considerado homogecircneo (KOSHIMIZU et al 1983)

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D)

O efeito da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D 01 h-1 005 h-1 e 0025 h-1) na

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi avaliada para a produccedilatildeo de etanol Os

resultados satildeo mostrados nos Graacuteficos de 5 a 7

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e

accediluacutecar redutor total (ART) para D = 01 h-1

y = -01151x + 09884 Rsup2 = 09912

0010203040506070809

1

0 1 2 3 4 5 6

Ln

X

Tempo (h)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

89

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1

Como se pode observar nos Graacuteficos de 5 a 7 foi possiacutevel a obtenccedilatildeo do

regime permanente nos 3 valores de D empregados indicando a adequaccedilatildeo desses

valores e da concentraccedilatildeo de ART agrave velocidade de crescimento do micro-organismo

Nos ensaios de fermentaccedilatildeo contiacutenua a condiccedilatildeo de estado estacionaacuterio foi

obtida apoacutes trecircs tempos de residecircncia sem qualquer tipo de problema operacional

como obstruccedilatildeo do tubo de retirada de caldo crescimento na parede e mistura

imperfeita O Graacutefico 5 mostra um resultado tiacutepico em termos de perfis de

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

90

concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de glicose (S) e concentraccedilatildeo de etanol (E)

No estado estacionaacuterio (D = 01 h-1) a concentraccedilatildeo de ART residual na saiacuteda do

reator foi de 9421plusmn449 g L-1 a concentraccedilatildeo celular foi de 547plusmn047 g L-1 e a

concentraccedilatildeo de etanol de 4169plusmn163 g L-1 Com a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de

alimentaccedilatildeo para D = 005 h-1 (Graacutefico 5) a concentraccedilatildeo de glicose residual reduziu

para cerca de 4780plusmn870 g L-1 e as concentraccedilotildees de etanol e celular aumentaram

para 4542plusmn31 g L-1 e 618plusmn077 g L-1 respectivamente devido ao maior tempo de

residecircncia nessa segunda condiccedilatildeo Reduzindo a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

para 0025 h-1 (Graacutefico 6) a concentraccedilatildeo de etanol aumentou para 553plusmn757 g L-1

Isso porque menor a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo maior o tempo de contato

entre as ceacutelulas e o accediluacutecar convertendo-o mais eficientemente no etanol Esse

resultado mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo aumenta a

produtividade em etanol

Similarmente Perego Jr (1979) observaram que a diminuiccedilatildeo da vazatildeo

especiacutefica de 0117 para 0049 h-1 durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

menores foram os valores de ART residual 58 g L-1 e 28 g L-1 respectivamente Por

outro lado a concentraccedilatildeo de etanol aumentou de 496 g L-1 para 68 g L-1 e a

concentraccedilatildeo celular reduziu de 67 g L-1 para 53 g L-1 Esses valores diferiram do

presente trabalho devido agraves diferentes cepas de Saccharomyces cerevisieae bem

como o melaccedilo utilizado O melaccedilo por ser um produto natural varia de composiccedilatildeo

de acordo com o clima solo tempo de colheira

Na Tabela 5 mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo levou a

um aumento no rendimento do processo obtendo maior valor de 636 no emprego

de D igual a 0025 h-1 O aumento na vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo proporciona

um aumento do fluxo de entrada de accediluacutecar provavelmente superior ao aumento da

velocidade de consumo levando a uma diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

aumento da concentraccedilatildeo de ART residual e consequentemente diminuiccedilatildeo da

eficiecircncia de transformaccedilatildeo O rendimento representa a eficiecircncia da fermentaccedilatildeo

alcooacutelica tomando como base a equaccedilatildeo estequiomeacutetrica de Gay-Lussac onde a

relaccedilatildeo teoacuterica para 100 de eficiecircncia de conversatildeo de hexose em etanol eacute de

0511g de etanol produzido para cada grama de hexose consumida

91

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1

D (h-1)

XP (gL-1)

ARTf

(gL-1) Ef

(gL-1) η

() Px

(g L-1 h-1) Pe

(g L-1 h-1)

0100 547plusmn047 942plusmn449 417plusmn163 4799 055 417

0050 618plusmn077 478plusmn870 454plusmn310 5229 031 227

0025 609plusmn054 532plusmn567 553plusmn757 6364 015 138

D vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo Xp meacutedia dos valores de concentraccedilatildeo celular ao longo do regime permanente e seus desvios padrotildees ARTf accediluacutecares redutores totais no caldo fermentado Ef oncentraccedilatildeo de etanol no caldo fermentado η Rendimento do processo Px Produtividade em ceacutelulas Pe Produtividade em etanol

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica vaacuterios fatores podem influenciar no rendimento do

processo ou seja a conversatildeo de accediluacutecar em etanol entre eles a concentraccedilatildeo de

accediluacutecar e o fluxo pelo qual ele eacute adicionado e removido do reator (em processos

contiacutenuos) pH concentraccedilatildeo celular presenccedila de bacteacuterias contaminantes e o tipo

de processo adotado Na induacutestria o rendimento do processo eacute calculado baseado

na concentraccedilatildeo de accediluacutecar total que entra no sistema fermentativo sem considerar o

accediluacutecar residual podendo ser maior que 90 a 93 do valor teoacuterico da conversatildeo de

glicose em etanol (INGLEDEW 1999)

O processo de fermentaccedilatildeo mais comumente utilizado nas destilarias do

Brasil eacute utilizando a recuperaccedilatildeo de leveduras atraveacutes da centrifugaccedilatildeo do vinho

Aproximadamente 90 da levedura satildeo reutilizadas de uma fermentaccedilatildeo para a

proacutexima Esta suspensatildeo de fermento diluiacutedo e acidificado conhecido na praacutetica

com o nome de peacute-de-cuba permanece em agitaccedilatildeo de uma a trecircs horas antes de

retornar agrave dorna de fermentaccedilatildeo resultando em altas densidades celulares dentro

do reator (10-17 pv) e contribuindo para um tempo de fermentaccedilatildeo curto Isso

favorece a valores de conversotildees teoacutericos de accediluacutecares em etanol de 90 a 92

(BASSO et al 2008) valores maiores do que os obtidos no presente trabalho

(Tabela 5)

Em termos de produtividades a Tabela 5 mostra que as maacuteximas

produtividades em ceacutelulas (Px) e em etanol (Pe) foram obtidas para um alto valor de

D (01 h-1) de cerca de 055 g L-1 h-1 e 417 g L-1 h-1 respectivamente Por outro

92

lado nessas condiccedilotildees o rendimento em etanol obteve menor valor (48) Quando

a taxa de diluiccedilatildeo eacute alta os accediluacutecares satildeo adicionados a uma velocidade mais raacutepida

do que satildeo consumidos logo a perda de accediluacutecar aumenta e a concentraccedilatildeo de

etanol reduz diminuindo consequentemente a eficiecircncia do processo Como se pode

observar no trabalho de Melzoch et al (1991) a produtividade de etanol maacutexima foi

de 15 g L-1 h-1 no regime permanente com uma concentraccedilatildeo de S cereviseae de 46

g L-1 e concentraccedilatildeo de etanol de 81 g L-1 em bioreator agitado continuamente com

reciclo total de ceacutelulas utilizando a ultrafiltraccedilatildeo

Nas condiccedilotildees adotadas nessa fermentaccedilatildeo com ART de 170gL-1 optou-se

por aplicar D igual a 0025 h-1 por obter um maior valor de rendimento alcooacutelico e

gerar CO2 suficiente a ser incorporado nos cultivos de A platensis em fotobiorreator

tubular

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste

De acordo com os resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas

foram encontrados nos gaacutes de arraste da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

predominacircncia de (CO2) pequenas proporccedilotildees de etanol (C2H6O) e elementos

traccedilos de acetaldeiacutedo (C2H4O) Isso estaacute de acordo com Romano et al (2003) que

relataram as transformaccedilotildees quiacutemicas durante a fermentaccedilatildeo por leveduras

produzem principalmente CO2 e etanol e em menores quantidades a formaccedilatildeo de

CVOs Basso et al (1996) relata que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura

os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de

gaacutes carbocircnico e o restante satildeo formados por outros compostos orgacircnicos tais como

glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos

majoritaacuterios produzidos durante a fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por

Saccharomyces cerevisiae encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol

aacutelcool isoamiacutelico acetato de etila (CAEHOT et al 1991)

93

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis

Experimento 1

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 405 plusmn 27 1155 plusmn 000

1 590 plusmn 32 -

2 884 plusmn 24 1193 plusmn 027

3 1248 plusmn 202 -

4 1368 plusmn 99 1186 plusmn 026

5 1914 plusmn 19 -

6 2292 plusmn 103 1131 plusmn 021

7 2379 plusmn 46 -

8 2899 plusmn 17 1124 plusmn 021

9 2831 plusmn 22 -

10 2952 plusmn 76 1106 plusmn 064

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

94

Experimento 2

Fonte de nitrogecircnio = ureacuteia Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de

nitrogecircnio (mM dia -1)

0 0484

1 0691

2 0832

3 0906

4 0913

5 0853

6 0726

7 0533

8 0277

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

0 2 4 6 8 10

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

95

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 406 plusmn 000 1155 plusmn 000 - -

1 534 plusmn 49 - - -

2 906 plusmn 18 1155 plusmn 027- 132E-05 240E-04

3 1059 plusmn 37 - - -

4 1538 plusmn 137 1290 plusmn 004 136E-05 197E-04

5 2003 plusmn 94 - - -

6 2330 plusmn 28 1154 plusmn 125 135E-05 212E-04

7 2602 plusmn 25 - - -

8 2847 plusmn 0 1002 plusmn 089 338E-06 827E-04

9 2869 plusmn 14 - - -

10 2847 plusmn 56 1078 plusmn 018 681E-04

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

96

Experimento 3

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 490plusmn0 1155 plusmn 000

1 591plusmn92 -

2 1193plusmn87 1224 plusmn 05

3 1430plusmn10 -

4 1959plusmn197 1234 plusmn 023

5 2161plusmn171 -

6 2445plusmn48 129 plusmn 005

7 2621plusmn102 -

8 2789plusmn82 1138 plusmn 104

9 2782plusmn125 -

10 2832plusmn89 111 plusmn 104

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 5 10 15

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

97

Experimento 4

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa = 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 086

1 088

2 088

3 084

4 078

5 068

6 055

7 039

8 020

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

0 2 4 6 8 10

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

98

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 494plusmn0 1155plusmn000 - 284E-04

1 618plusmn74 - - -

2 1213plusmn59 1139 plusmn 069 218E-04

3 1498plusmn33 - - -

4 1874plusmn76 1095 plusmn 05 324E-05 221E-04

5 2250plusmn44 - - -

6 2516plusmn147 1083 plusmn 139 42E-04 829E-04

7 2694plusmn105 - - -

8 2867plusmn28 1086 plusmn 091 13E-03 308E-05

9 2871plusmn34 - -

10 2860plusmn61 118 plusmn 071 35E-04 202E-03

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

99

Experimento 5

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 406 plusmn 0 1155 plusmn 000

1 529 plusmn 22 -

2 894 plusmn 4 1155 plusmn 080

3 1401 plusmn 76 -

4 2118 plusmn 82 1191 plusmn 136

5 2584 plusmn 50 -

6 3209 plusmn 110 1134 plusmn 003

7 3262 plusmn 115 -

8 3302 plusmn 100 1212 plusmn 000

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

100

Experimento 6

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 0485

1 1010

2 1335

3 1462

4 1389

5 1117

6 0645

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

101

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 309 plusmn 00 1155 plusmn 000 - -

1 548 plusmn 10 - - -

2 797 plusmn 7 1117 plusmn 134 214E-05 197E-05

3 1267 plusmn 163 - - -

4 2062 plusmn 92 1101 plusmn 004 291E-06 182E-06

5 2558 plusmn 170 - - -

6 2980 plusmn 103 1253 plusmn 058 119E-06 252E-06

7 3093 plusmn 234 - - -

8 3266 plusmn 50 1033 plusmn 004 275E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

102

Experimento 7

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 477 plusmn000 1155 plusmn 000

1 954 plusmn135 -

2 1151 plusmn140 1224 plusmn 080

3 1667 plusmn70 -

4 2165 plusmn256 1233 plusmn 136

5 2516 plusmn147 -

6 2969 plusmn23 1134 plusmn 035

7 2827 plusmn28 -

8 2969 plusmn59 1112 plusmn 114

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

103

Experimento 8

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 105

1 115

2 117

3 110

4 095

5 070

6 037

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

104

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 445 plusmn0 1155 plusmn 000 - -

1 767 plusmn46 - - -

2 1053 plusmn50 1117 plusmn 134 430E-04 307E-05

3 1554 plusmn31 - - -

4 2158 plusmn143 1101 plusmn 004 477E-04 273E-06

5 2552 plusmn87 - - -

6 2952 plusmn35 1253 plusmn 058 166E-04 54E-06

7 3048 plusmn96 - - -

8 3079 plusmn86 1033 plusmn 004 367E-05 194E-06

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

105

Experimento 9

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 410 plusmn 0 1155plusmn000

1 815 plusmn 94 -

2 1297 plusmn 206 1117plusmn027

3 2174 plusmn 90 -

4 2625 plusmn 297 1264plusmn033

5 2994 plusmn 213 -

6 3291 plusmn 207 1246plusmn112

7 3422 plusmn 172 -

8 3299 plusmn 117 1045plusmn064

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

106

Experimento 10

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 101

1 134

2 148

3 145

4 123

5 083

6 025

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

107

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 402 plusmn 000 1155plusmn000 - -

1 461 plusmn 62 - - -

2 839 plusmn 139 1003 plusmn 080 27994E-05

3 1705 plusmn 89 - - -

4 2663 plusmn 95 1120 plusmn 130 153E-05 65768E-06

5 3015 plusmn 78 - - -

6 3236 plusmn 72 1101 plusmn 058 178E-05 95016E-05

7 3307 plusmn 30 - - -

8 3293 plusmn 113 1200 plusmn 017 232E-06 75662E-05

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

Xm

(m

gL

-1)

Tempo (dias)

108

Experimento 11

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 358plusmn0 1155plusmn000

1 976plusmn53 -

2 1298plusmn61 1003plusmn27

3 1928plusmn78 -

4 2428plusmn207 1141plusmn014

5 2834plusmn199 -

6 3102plusmn130 1053plusmn161

7 2969plusmn59 -

8 3109plusmn19 965plusmn079

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

109

Experimento 12

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 107

1 126

2 132

3 126

4 107

5 077

6 033

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

110

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 400plusmn0 1155plusmn000 - -

1 625plusmn228 - - -

2 1095plusmn802 1003 plusmn 080 477E-05

3 1562plusmn357 - -

4 1912plusmn47 1120 plusmn 130 95E-05 110E-04

5 2609plusmn231 - -

6 3071plusmn111 1101 plusmn 058 220E-05 126E-04

7 3180plusmn820 - -

8 3200plusmn734 1200 plusmn 017 25E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12

Resultados do processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de Arthrospira

(Spirulina) platensis utilizando CO2 proveniente de cilindro ou de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica com diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato de soacutedio ou ureacuteia) e intensidade

luminosas (60 120 ou 240 mol de foacutetons m-2 s-1) podem ser observados nos

Graacuteficos 8 10 11 13 14 17 18 20 22 23 e 26

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

111

Os perfis das curvas de crescimento foram semelhantes com ausecircncia da fase

lag no cultivo de A platensis no iniacutecio do cultivo crescendo exponencialmente e

estabilizando na fase estacionaacuteria As diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato e ureacuteia)

utilizadas nas diferentes intensidades luminosas (60 120 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1

avaliadas) natildeo influenciaram nos perfis das curvas de crescimento Essa

caracteriacutestica foi observada em trabalhos anteriores de Pelizer et al (2003) e Danesi

et al (2002) Isso se deve a semelhanccedila nas condiccedilotildees de crescimento tais como

composiccedilatildeo quiacutemica do meio de cultura e temperatura de crescimento entre a

preparaccedilatildeo do inoacuteculo e o cultivo Outro fator eacute que as ceacutelulas para a preparaccedilatildeo do

inoacuteculo estavam na fase exponencial de crescimento isto eacute o inoacuteculo era um cultivo

jovem constituiacutedo de ceacutelulas ativas De fato Pelizer et al (2003) que trabalharam

com KNO3 como fonte de nitrogecircnio relataram a influecircncia da idade do inoacuteculo no

crescimento da S platensis comprovando que a utilizaccedilatildeo de inoacuteculo no 6ordm dia de

cultivo proporcionou maiores valores no crescimento celular em cultivos realizados

em minitanques Nessas condiccedilotildees tambeacutem natildeo detectaram fase lag de

crescimento

Autores como Danesi et al (2002) trabalhando com ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio tambeacutem natildeo observaram a presenccedila de fase lag no cultivo de S

platensis De fato mesmo em cultivos onde o inoacuteculo foi cultivado em meio com

nitrato como eacute o caso do presente trabalho seria esperado que o uso de fontes de

nitrogecircnio que levem agrave presenccedila de amocircnia no meio de cultivo natildeo apresentasse

fase lag de crescimento celular pois a amocircnia eacute a fonte de nitrogecircnio

preferencialmente utilizada pela S platensis (BOUSSIBA 1989 BELKIN

BOUSSIBA 1991b)

A fonte de nitrogecircnio no meio de cultura eacute nutriente fundamental para o

crescimento de micro-organismos fotossintetizantes (WEN CHEN 2001) Diferentes

fontes de nitrogecircnio inorgacircnico para o cultivo de S platensis tem sido estudados tais

como cloreto de amocircnio (CARVALHO et al 2004) sulfato de amocircnio (SOLETTO et

al 2005) nitrato de amocircnio fosfato de amocircnio (COSTA et al 2001) nitrato de soacutedio

(SCHLOumlSSER 1982) nitrato de potaacutessio (PAOLLETI 1975) e ureacuteia (SAacuteNCHEZ-

LUNA et al 2004)

Comparando-se os cultivos com nitrato (Graacuteficos 8 11 14 17 20 e 23) e os

cultivos com ureacuteia (Graacuteficos 10 13 16 19 22 e 25) para cada intensidade luminosa

e fonte de CO2 estudada observam-se que as curvas de crescimento dos cultivos e

112

as concentraccedilotildees celulares diaacuterias com ureacuteia foram semelhantes as curvas de

crescimentos e as concentraccedilotildees celulares diaacuterias utilizando nitrato Isso mostra que

a equaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo com ureacuteia (Graacuteficos 9 12 15 18 21 e 24) obtida em

cada intensidade luminosa e fonte de CO2 reproduziu seu respectivo cultivo

utilizando o nitrato

Como pode ser observado nas Tabelas 8 1114 17 20 e 23 as concentraccedilotildees

de amocircnia e ureacuteia residual durante os cultivos sempre apresentaram concentraccedilotildees

inferiores ou proacuteximas 10-4 molar mostrando que natildeo houve acuacutemulo de amocircnia e

ureacuteia residual nos cultivos e essa concentraccedilatildeo tambeacutem satildeo consideradas natildeo

toacutexicas pois esta concentraccedilatildeo torna-se toacutexica numa concentraccedilatildeo acima de 10 mM

e inibitoacuteria na concentraccedilatildeo de 17 mM a 2 mM (ABELIOVICH AZOV 1976

CARVALHO et al 2004 CONVERTI et al 2006b)

O nitrato eacute fonte de nitrogecircnio convencional nos cultivos de micro-oganismo e eacute

encontrado em abundacircncia em ambientes naturais No entanto o emprego de

nitrato em meio sinteacutetico utilizado na produccedilatildeo comercial de micro-organismos

pode aumentar custo do produto final Por isso fontes de nitrogecircnio alternativas tecircm

sido estudadas visando agrave reduccedilatildeo nos custo de produccedilatildeo

Ureacuteia tem sido considerada uma fonte alternativa de nitrogecircnio no cultivo de S

platensis por proporcionar um aumento da concentraccedilatildeo celular (SASSANO et al

2004 SOLETTO et al 2005 DANESI et al 2004) e por ter alta competitividade

econocircmica Isso decorre do seu baixo custo e alto conteuacutedo de nitrogecircnio tendo

como consequumlecircncia o baixo custo por unidade de nitrogecircnio quando comparada a

outras fontes de nitrogecircnio

A ureacuteia quando hidrolisada origina duas moleacuteculas de amocircnia e uma de

dioacutexido de carbono Essa conversatildeo ocorre primeiramente quando a ureacuteia

(CO(NH2)2) combina com a aacutegua (hidroacutelise) e forma o carbonato de amocircnio

((NH4)2CO3) Esse composto eacute instaacutevel e decompotildee para formar o gaacutes amocircnia (NH3)

e o dioacutexido de carbono (CO2) (DORN 2007) A amocircnia por sua vez eacute uma moleacutecula

pequena e natildeo carregada que se move relativamente livre atraveacutes da bicamada

lipiacutedica Um possiacutevel mecanismo para a assimilaccedilatildeo da amocircnia pode envolver a

simples difusatildeo da amocircnia seguindo pelo seu aprisionamento atraveacutes da

protonaccedilatildeo uma vez que dependendo do pH (pH 8) em que se encontra a amocircnia

reage com a aacutegua formando o iacuteon amocircnio (NH4+) Portanto a membrana eacute

permeaacutevel agrave amocircnia mas impermeaacutevel ao iacuteon amocircnio (BOUSSIBA et al 1984)

113

Costa et al (2001) em estudos comparativos usando diferentes fontes de

nitrogecircnio em processo descontiacutenuo no cultivo de S platensis observaram que

001 M de ureacuteia ou nitrato de amocircnio proporcionaram maiores concentraccedilotildees

celulares de aproximadamente 1g L-1 natildeo diferindo estatisticamente do cultivo com

o nitrato de soacutedio No entanto nos cultivos com maiores concentraccedilotildees dessas

fontes de nitrogecircnio (003 M e 005 M) natildeo houve crescimento celular

Costa et al (2004) avaliaram o crescimento da S platensis na lagoa Mangueira

suplementando ureacuteia por processo descontiacutenuo alimentado e observaram um

aumento de 267 vezes na concentraccedilatildeo da biomassa no cultivo suplementado com

1125 mg L-1 de ureacuteia quando comparada nos cultivos natildeo suplementado com ureacuteia

No entanto nos cultivos com 2250 mg L-1 de ureacuteia houve uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo celular Isso sugere que a adiccedilatildeo de ureacuteia na lagoa Mangueira eacute

beneacutefica ao crescimento da S platensis mas se adicionada em altas concentraccedilotildees

podem inibir o crescimento Por outro lado Soletto et al (2005) compararam cultivos

de S platensis utilizando processo descontiacutenuo com a mesma concentraccedilatildeo de

sulfato de amocircnio ou ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e observaram que na

concentraccedilatildeo de 17 mM houve um raacutepido crescimento da biomassa quando

utilizado ureacuteia e houve uma inibiccedilatildeo no crescimento quando utilizado o sulfato de

amocircnio Como sugerido em trabalhos preacutevios a accedilatildeo simultacircnea das condiccedilotildees

alcalina (DANESI et al 2002) e a accedilatildeo da urease (CARVAJAL et al 1982

SHIMAMATSU 2004) poderia ter promovido a hidroacutelise da ureacuteia em amocircnia

acoplado com a assimilaccedilatildeo da amocircnia pelas ceacutelulas minimizando portanto a

inibiccedilatildeo pela amocircnia

Sassano et al (2004) observaram que utilizando 500 mg L-1 de massa total de

ureacuteia alimentada durante 12 dias proporcionou aumento na concentraccedilatildeo de S

platensis em minitanques quando comparadas ao emprego do nitrato

Su et al (2007) observaram que o maior desempenho em termos de

rendimento de biomassa e conteuacutedo de lipiacutedios durante o crescimento da Isochrysis

galbana foi no meio contendo ureacuteia como fonte de nitrogecircnio indicando que a ureacuteia

eacute a fonte preferencial de nitrogecircnio em relaccedilatildeo ao (NH4)2SO4 e NH4Cl

O emprego da ureacuteia pode levar a inibiccedilatildeo do crescimento celular Em condiccedilatildeo

alcalina ou a presenccedila de urease no meio de cultivo hidrolisa uma moleacutecula de ureacuteia

em duas moleacuteculas de amocircnia e esta em altas concentraccedilotildees eacute considerada toacutexica

para as ceacutelulas (SASSANO et al 2004) Por outro lado quando em baixas

114

concentraccedilotildees podem limitar o crescimento uma vez que a presenccedila nitrogecircnio eacute

fundamental para o crescimento e manutenccedilatildeo celular Por isso o modo de adiccedilatildeo

de ureacuteia eacute importante para melhorar a produtividade do cultivo

O modo de alimentaccedilatildeo empregado no cultivo de ureacuteia pode prevenir o

acuacutemulo ou a falta desse nutriente no cultivo Sanchez-Luna et al (2004) relataram

que a adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia a uma taxa constante pode ser usada no cultivo de S

platensis implicando em baixo custo na produccedilatildeo da biomassa por natildeo precisar de

bombas para alimentaccedilatildeo

A baixa concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no cultivo limita o crescimento celular Por

outro lado a alta concentraccedilatildeo de nitrogecircnio inibe o mesmo Deste modo foram

feitos cultivos de A platensis utilizando a fonte de nitrogecircnio convencional (NaNO3)

para se observar a necessidade diaacuteria de nitrogecircnio consumida pelas ceacutelulas nas

diferentes intensidades luminosas e com base nessas curvas de crescimento

obtidas foram calculadas as quantidades de ureacuteia diaacuteria necessaacuterias visando evitar

a limitaccedilatildeo ou inibiccedilatildeo de crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio como pode-se

observar nas Tabelas 7 9 10 13 16 19 e 22 Aleacutem disso foi empregado o

processo descontiacutenuo alimentado que deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da A platensis desde que a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio

soluacutevel possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

Outro fator importante no crescimento celular de micro-organismos

fotossintetizantes eacute a intensidade luminosa Nas culturas fotossinteacuteticas a

quantidade de energia luminosa captadas pelas ceacutelulas tem uma relaccedilatildeo direta com

a capacidade de fixaccedilatildeo do CO2 consequentemente a luz determina a

produtividade e a taxa de crescimento celular As diferentes intensidades luminosas

estudadas influenciaram nas concentraccedilotildees celulares maacuteximas Um aumento da

intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 para 120 mol de foacutetons m-2 s-1

houve um aumento no valor da concentraccedilatildeo celular maacutexima No entanto um

aumento da intensidade luminosa de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 para 240 mol de

foacutetons m-2 s-1 as concentraccedilotildees celulares maacuteximas obtiveram valores proacuteximos

Geralmente a taxa de crescimento das ceacutelulas microalgas aumenta com a

intensidade luminosa e a taxa atinge um valor de saturaccedilatildeo quanto maior for a

intensidade luminosa porque o excesso da energia luminosa natildeo pode ser utilizada

para a fotossiacutentese nas ceacutelulas e quando submetidas a um valor de intensidade

115

luminosa ainda maior o crescimento celular eacute reprimido como relatado por Hirata et

al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a)

Segundo Hirata et al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a) existe uma

correlaccedilatildeo entre o crescimento da Arthrospira ssp e a intensidade luminosa que satildeo

definidas por regiotildees denominadas regiatildeo limitada por luz saturada por luz e inibida

por luz A regiatildeo saturada por luz eacute definida como alta intensidade luminosa onde o

crescimento celular independe da intensidade luminosa Essa regiatildeo saturada por

luz pode ser observada no presente trabalho uma vez que o aumento da

intensidade luminosa natildeo interferiu na concentraccedilatildeo celular maacutexima O intervalo da

intensidade luminosa dessas regiotildees depende de vaacuterios fatores como configuraccedilatildeo

do reator micro-organismo condiccedilotildees de cultivo

S platensis cultivada em reator retangular alcanccedilou um aumento no valor da

velocidade especiacutefica de crescimento com o aumentou da intensidade luminosa de 8

a 34 W m-2 mas foi reduzido quando a intensidade luminosa aumentou de 34 W m-2

(156 mol de foacutetons m-2 s-1) para 158 W m-2 (724 mol de foacutetons m-2 s-1) e foi

completamente reprimida a 158 W m-2 (HIRATA et al 1998) Chojnacka e Noworyta

(2004a) avaliando o cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular

tambeacutem concluiacuteram que a velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o

aumento da intensidade luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa e acima desse valor

(50 W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo

Nos cultivos sob maiores intensidades luminosas (120 e 240 mol de foacutetons m-2

s-1) desenvolveram uma coloraccedilatildeo amarelada no decorrer do cultivo por outro lado

no cultivo a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 as ceacutelulas apresentaram uma coloraccedilatildeo mais

verde-azulada claacutessica Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees limitantes de

nitrogecircnio o conteuacutedo de clorofila da S platensis diminui apresentando uma

coloraccedilatildeo verde-amarelada ao contraacuterio da coloraccedilatildeo verde-azulada claacutessica

(CARVALHO et al 2004) No entanto no presente estudo como natildeo houve

limitaccedilatildeo de nitrogecircnio durante os cultivos essa coloraccedilatildeo amarelada pode ser

devido agrave alta intensidade luminosa uma vez que as intensidades luminosas

estudadas atingiram a regiatildeo saturado por luz como definido por Hirata et al (1998)

e Chojnacka e Noworyta (2004a) Do mesmo modo Vonshak et al (1996) relataram

que o crescimento da S platensis torna-se saturado a um intervalo de 150 a 200

116

mol de foacutetons m-2 s-1 e esta faixa da intensidade luminosa corresponde a

aproximadamente de 10-15 da radiaccedilatildeo solar total a 400-700 nm

Geralmente o pH do meio aumenta durante o crescimento celular devido agrave

assimilaccedilatildeo da fonte de carbono o bicarbonato durante a fotossiacutentese (WATANABE

et al 1995 BINAGHI et al 2003) Os iacuteons bicarbonato satildeo transportados

ativamente para o interior celular convertidos a carbonato e gaacutes carbocircnico que eacute

utilizado na fotossiacutentese Para cada moleacutecula de CO2 utilizada pela ceacutelula ocorre a

liberaccedilatildeo de um iacuteon carbonato O pH da cultura foi mantido a 95 02 (SANCHEZ-

LUNA et al 2007 TREDICI ZITTELLI 1998) logo o CO2 consumido pelo micro-

organismo foi reposto por CO2 natildeo havendo modificaccedilotildees severas do pH o que

acarretaria uma reduccedilatildeo no crescimento da S platensis Valores de pH altos por

exemplo acima de 11 pode ser um fator no qual restringe a produtividade no

sistema air-lift usando ar natildeo suplementado com CO2 (WATANABE et al 1995)

Normalmente culturas de microorganismos fotossinteacuteticos usam como fonte

de carbono o bicarbonato eou carbonato Estes nutrientes satildeo adicionados em

grande quantidade no meio Schloumlsser para o cultivo de A platensis (1208 g L-1)

Adicionalmente estes micro-organismos tecircm a capacidade de fixar CO2 como fonte

de carbono na qual eacute liberado pelos efluentes industriais Logo este CO2 pode ser

adicionado ou substituiacutedo no meio de cultura reduzindo os custos da produccedilatildeo de

microorganismos fotossinteacuteticos bem como reduzindo os problemas ambientais

causados por esse gaacutes

O sequestramento de CO2 mostrou ser efetivo nas ceacutelulas de Chlorella

vulgaris e a presenccedila da mistura de CVOs (benzeno tolueno acetona metanol e

naftaleno) presente no efluente natildeo interferiu no uso desse CO2 e adicionalmente

11 dos CVOs foram removidos (KEFFER KLEINHEINZ 2002)

Diferentes autores relataram sobre o crescimento mixotroacutefico da A platensis

na presenccedila de glicose (ZHANG et al 1998 CHOJNACKA NOWORYTA 2004) ou

acetato (CHEN et al 2006) Maacuterquez et al (1993) mostraram que a S platensis eacute

capaz de crescer heterotroficamente ou mixotroficamente na presenccedila de glicose

sugerindo que o crescimento autotroacutefico e heterotroacutefico satildeo independentes Em

cultivos mixotroacuteficos o CO2 e composto orgacircnico satildeo assimilados conjuntamente

podendo ser um processo mais eficiente para a produccedilatildeo de biomassa microalgal

desde que isto implica em uma economia em energia usada para a siacutentese do

aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo do carbono (LEE 2004) Chen et al (2006)

117

mostraram que o acetato pode ser usado como fonte de carbono em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis para a produccedilatildeo de vaacuterios pigmentos fotossinteacuteticos e

obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo de biomassa maacutexima (165 g Lminus1) na qual obtiveram

valores maiores que usando apenas bicarbonato (108 g L-1)

Menzyanova et al (2002) observaram que a adiccedilatildeo de pequenas quantidades

de etanol (01 - 03) aumentou a concentraccedilatildeo de Dunaliella viridis enquanto que

em quantidades maiores que 05 natildeo houve efeito no crescimento A adiccedilatildeo

muacuteltipla e sucessiva de etanol no cultivo favoreceu a um acuacutemulo de etanol no meio

de cultivo o que provocou uma inibiccedilatildeo o crescimento da D viridis quando a

concentraccedilatildeo de etanol foi de 03 e causou a morte celular na concentraccedilatildeo de

etanol de 05

Apesar do etanol ser o CVO predominante no material gasoso sua proporccedilatildeo

em relaccedilatildeo ao CO2 eacute pequena (resultados obtidos pelo instituto de Pesquisa

Tecnoloacutegica) Assim no presente trabalho natildeo se observou um efeito dos volaacuteteis

orgacircnicos (CVOs) liberados da fermentaccedilatildeo alcooacutelica no cultivo de A platensis

Esses CVOs satildeo constituiacutedos a maior parte por 43 ndash 47 de etanol (Basso et al

1996) e em menor quantidade acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico e

acetato de etila (CAEHOT et al 1991) Logo A platensis pode ser usada para o

tratamento de efluentes gasosos nas induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Logo

observou-se que o efluente gasoso liberado das induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser usado no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Similarmente Ferraz et al (1985) observaram que eacute possiacutevel cultivar S

maxima em reatores abertos (open ponds) borbulhando o CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica de modo descontiacutenuo e usando nitrato com fonte de

nitrogecircnio

A adiccedilatildeo de CO2 no reator aleacutem de controlar o pH fornece a fonte de

carbono para o crescimento celular Como pode ser observado nas Tabelas 6 8 9

11 12 14 15 17 18 20 21 e 23 mesmo ocorrendo o crescimento celular as

concentraccedilotildees de carbonato total sempre apresentaram valores altos de um modo

geral proacuteximos aos 1208 g L-1 iniciais (concentraccedilatildeo indicada em Schloumlsser et al

1982) indicando que os cultivos tambeacutem natildeo foram limitados pela fonte de carbono

Durante a fotossiacutentese oxigecircnica realizada pela S platensis ocorre a

liberaccedilatildeo de O2 no meio de cultura Elevadas concentraccedilotildees de O2 no meio de

cultura pode prejudicar o crescimento celular uma vez que este pode danificar o

118

aparato fotossinteacutetico dificultando a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese Por isso a

concentraccedilatildeo de O2 deve ser controlada durante o crescimento celular As

concentraccedilotildees de oxigecircnio foram analisadas diariamente e os valores natildeo atnigiram

niacuteveis inibitoacuterios pois foram sempre menores que 10 mg L-1 (Vonshak 1997)

119

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm)

Produtividade em ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN)

Na Tabela 24 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima

produtividade em ceacutelulas e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas Nas Tabelas

25 28 e 31 estatildeo descritos a anaacutelise de variacircncia dos paracircmetros cineacuteticos Xm Px

e YXN respectivamente Os valores meacutedios de Xm Px e YXN para cada variaacutevel

independente estatildeo descritos nas Tabelas 26 27 29 30 32 e 33

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosa (I)

Fonte de nitrogecircnio

Xm

(mg L-1)

Px

(mg L-1 d-1)

YXN

(g g-1)

1 Cilindro 60 NaNO3 2899 plusmn 17 250 plusmn 2 42 plusmn 003

2 Cilindro 60 Ureacuteia 2847plusmn 1 245 plusmn 1 14 plusmn 000

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 3120plusmn156 299 plusmn10 40 plusmn 014

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 2957 plusmn 99 308 plusmn 4 14 plusmn 017

5 Cilindro 120 NaNO3 3209plusmn109 454 plusmn18 45 plusmn 018

6 Cilindro 120 Ureacuteia 2980plusmn103 408 plusmn17 11 plusmn 050

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 2728 plusmn 27 428 plusmn 4 43 plusmn 004

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 2855 plusmn 11 425 plusmn 6 15 plusmn 02

9 Cilindro 240 NaNO3 3291plusmn206 482 plusmn 34 54 plusmn 038

10 Cilindro 240 Ureacuteia 3236 plusmn 72 473 plusmn 12 133plusmn034

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 3102plusmn130 450 plusmn 22 50 plusmn 024

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 3070plusmn112 445 plusmn19 14 plusmn 056

I = mol de foacutetons m-2

s-1

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima

Na Tabela 25 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e nas Tabelas 26 e 27 estatildeo apresentadas as

120

meacutedias do Xm nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

13585 1 13585 157 0225

Fonte de Nitrogecircnio

84 1 84 001 0922

Intensidade luminosa

443083 2 221542 2566 0000

Resiacuteduos 164033 19

total 620786 23

Como se observa na Tabela 25 a variaacutevel independente intensidade luminosa

foi estatisticamente significante na determinaccedilatildeo do Xm (p = 0000) enquanto que

as variaacuteveis independentes fontea de CO2 (p = 0225) e fonte de nitrogecircnio (p =

0922) natildeo influenciaram estatisticamente no valor de Xm De fato a similaridade das

fontes de nitrogecircnio jaacute era esperada uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para

cada intensidade luminosa foram baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato

visando um crescimento celular natildeo limitado e nem inibido pela fonte de nitrogecircnio e

obtendo portanto valores de Xm meacutedios semelhantes Ambas as fontes de nitrogecircnio

utilizadas satildeo facilmente assimiladas pela A platensis os valores de Xm foram

estatisticamente iguais para cada intensidade luminosa avaliada (Tabela 26)

Em relaccedilatildeo agrave fonte de CO2 Isto mostra que o CO2 e os volaacuteteis orgacircnicos

liberados na atmosfera como resiacuteduo podem ser utilizados como fonte de carbono

no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Tabela 26 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Xm meacutedia (mgL-1)

Nitrato 3027 plusmn 162ordf

Ureacuteia 3031 plusmn 174ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

121

Comparando-se as meacutedias de Xm entre as diferentes intensidades luminosas

observa-se que o valor meacutedio de Xm na intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons

m-2 s-1 foi estatisticamente diferente ao valor meacutedio de Xm quando a intensidade

luminosa foi de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 e este foi estatisticamente semelhante ao

valor meacutedio de Xm quando a intensidade luminosa foi de 240 mol de foacutetons m-2 s-1

(Tabela 27) Essas comparaccedilotildees das meacutedias de Xm explicam o valor do niacutevel

descritivo obtido pela anaacutelise de variacircncia para a variaacutevel intensidade luminosa (p

=0000 Tabela 25) mostrando que a esta influencia no valor de Xm Esses

resultados estatildeo de acordo com Chojnacka e Noworyta (2004a) que avaliaram o

cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular tambeacutem concluiacuteram que a

velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o aumento da intensidade

luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa Acima desse valor (50

W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo Do mesmo modo no presente trabalho

os valores de Xm foram estatisticamente iguais nas intensidades luminosas de 120

mol de foacutetons m-2 s-1 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1 cujas intensidades luminosas satildeo

proacuteximas agraves intensidades luminosas que correspondem agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo

luminosa observada por Chojnacka e Noworyta (2004a)

Tabela 27 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Xm meacutedia (mgL-1)

60 2851plusmn54ordf

120 3056plusmn115b

240 3180plusmn96b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A maior concentraccedilatildeo celular maacutexima encontrada nesse trabalho foi maior do

que a obtida por Binaghi et al (2003) utilizando minitanques no cultivo de S

platensis (15 g L-1) e tambeacutem maior que a obtida por Watanabe e Hall (1996)

utilizando fotobiorreator tubular cocircnico no cultivo de S platensis (13 g L-1)

122

Morais e Costa (2007a) relataram que em cultivo de S platensis em

fotobiorreator tubular vertical obtiveram maiores valores de Xm de 413 g L-1

suplementado com 6 CO2 quando comparadas em cultivos em Erlenmeyer Esses

autores relatam que a S platensis podem crescer com 18 CO2 demonstrando que

estes suportam altas concentraccedilotildees de CO2 podendo ser usado para mitigar o efeito

do CO2 emitido pelos gases efluentes

Olguiacuten et al (2001) avaliando o crescimento da S platensis em meio contendo

aacutegua do mar suplementado com efluentes anaeroacutebicos a partir da digestatildeo de

resiacuteduo da suinocultura e em meio Zarrouk tambeacutem observaram um aumento no

valor de Xm com o aumento da intensidade luminosa de 66 mol de foacutetons m-2 s-1

para 144 mol de foacutetons m-2 s-1

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas

Na Tabela 28 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

produtividade em ceacutelulas (Px) e nas Tabelas 29 e 30 estatildeo apresentadas as meacutedias

do Px nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

respectivamente

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

315 1 315 137 0256

Fonte de Nitrogecircnio

1 1 1 000 0947

Intensidade luminosa

116579 2 58289 25372 0000

Resiacuteduos 4365 19 230

total 121260 23

Avaliando-se os paracircmetros produtividades em ceacutelulas pela anaacutelise de

variacircncia (Tabela 28) pode-se notar que a fonte de CO2 (p=0256) e a de nitrogecircnio

(p=0947) natildeo interferiram nas produtividades em celulares Portanto a intensidade

luminosa mostrou ser estatisticamente significante no valor de Px (p=0000)

123

Tabela 29 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Px meacutedio (mgL-1 d-1)

Nitrato 404 plusmn 74ordf

Ureacuteia 405 plusmn 75ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Como se pode observar na Tabela 29 os valores meacutedios de Px para as

diferentes fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo diferiram estatisticamente Do mesmo

modo como ocorreu com o paracircmetro Xm os valores de Px nos cultivos com ureacuteia e

nitrato foram semelhantes para cada intensidade luminosa Isso jaacute era esperado

uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para cada intensidade luminosa foram

baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato Spirulina platensis cultivadas em

minitanques com 257 mg L-1 de KNO3 ou 500 mg L-1 de ureacuteia obtiveram valores de

Px semelhantes para as intensidades luminosas estudadas 14 klux (168 mol de

foacutetons m-2 s-1) ou 56 klux (672 mol de foacutetons m-2 s-1) (RANGEL-YAGUI et al 2004)

Tabela 30 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Px meacutedio (mgL-1)

60 306plusmn7a

120 443plusmn19b

240 463plusmn16b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores de produtividade em ceacutelulas foram encontrados nas

maiores intensidades luminosas obtendo valores meacutedios de 443 plusmn 19 mg L-1 d-1 a

120 μmol de foacutetons m-2 s-1 e 463 plusmn 16 mg L-1 d-1 a 240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independente da fonte de nitrogecircnio utilizada (Tabela 30) Durante a fotossiacutentese as

ceacutelulas podem utilizar somente uma soma limitada de energia luminosa por vez

Este fenocircmeno de saturaccedilatildeo luminosa eacute provavelmente resultado de um mecanismo

interno onde as ceacutelulas podem realizar a fotossiacutentese usando somente uma

124

determinada quantidade de luz (CARLOZZI 2003) Isso significa que durante a

saturaccedilatildeo luminosa um aumento da intensidade luminosa natildeo permitiraacute um

aumento da concentraccedilatildeo celular e nem reduziraacute o tempo de cultivo mantendo

proacuteximos os valores de produtividades de ceacutelulas nesse intervalo de saturaccedilatildeo

luminosa

Na menor intensidade luminosa (60 mol de foacutetons m-2 s-1) o valor de Px foi

menor em relaccedilatildeo agraves outras intensidades luminosas obtendo valor meacutedio de 306 plusmn 7

mg L-1 d-1 Do mesmo modo como observado nas outras intensidades luminosas as

fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo influenciaram na produtividade celular Essa

diferenccedila nos valores de Px entre as intensidades luminosas foi devido a um maior

tempo de cultivo nos experimentos submetidos agrave intensidade luminosa de 60 mol

de foacutetons m-2 s-1 A produtividade eacute uma razatildeo inversa do tempo de cultivo logo

quanto maior a intensidade luminosa mais raacutepida as ceacutelulas atingem a concentraccedilatildeo

celular maacutexima e consequentemente maior seraacute a produtividade celular diaacuteria

Quanto maior a intensidade luminosa maior eacute a quantidade de foacutetons emitidos e

estes podem ser absorvidos pelas ceacutelulas isto eacute maior eacute a quantidade de energia

luminosa que seraacute convertido em energia quiacutemica que por sua vez as ceacutelulas

utilizam essa energia quiacutemica para a manutenccedilatildeo e o crescimento celular Esse

efeito tambeacutem foi observado por Danesi et al (2004) Rangel-Yagui et al (2004) em

cultivos de S platensis em minitanques utilizando KNO3 ou ureacuteia como fontes de

nitrogecircnio

O maior valor da produtividade encontrada nesse trabalho foi proacuteximo a 510 mg

L-1 d-1 obtido por Watanabe e Hall (1996) investigando o crescimento da S platensis

em fotobiorreator helicoidal cocircnico sob ciclos 12h12h (claroescuro) e uma meacutedia

de fluxo de foacutetons de 546 mol de foacutetons m-2 s-1 Watanabe et al (1995) em

processo descontiacutenuo utilizando a S platensis cultivada em fotobiorreator tubular

helicoidal cocircnico utilizando luz artificial (118 mol de foacutetons m-2 s-1) tambeacutem

obtiveram uma produtividade volumeacutetrica diaacuteria de 051 g L-1d-1 Foram usados dois

sistemas (airlift e bomba) para reciclar a cultura Com o sistema airlift os autores

encontraram a maior concentraccedilatildeo da biomassa de 16 g L-1 apoacutes 5 dias de

crescimento da S platensis e uma menor concentraccedilatildeo da biomassa quando

utilizado o sistema de bomba No fotobiorreator tubular helicoidal cocircnico quando

cultivado em ambiente externo a produtividade foi de 900 mg L-1 d-1 (TREDICI

125

ZITTELLI 1998) Travieso et al (2001) encontrou uma produtividade maacutexima de

040 g Lminus1 dminus1 em fotobiorreator tubular helicoidal operado de modo semicontiacutenuo

No presente trabalho os maiores valores da produtividade em ceacutelulas

encontradas foram maiores do que a relatada por Richmond (1990) em reatores

tubulares em ambiente externo que foi de 370 mg L-1 d-1 e Morais e Costa (2007b)

que obteve Xmax de 022 g Lminus1 dminus1 no cultivo de Spirulina sp na presenccedila de 6 de

dioacutexido de carbono em fotobiorreator tubular com trecircs estaacutegios em seacuterie Por outro

lado autores como Carlozzi e Pinzani (2005) conseguiram uma produtividade em

ceacutelulas maacutexima de 182 g L-1 dminus1 utilizando o processo descontiacutenuo em ambiente

externo Lee (2001) relata que dependendo da configuraccedilatildeo de fotobiorreator tubular

fechado e de placas retangulares a produtividade volumeacutetrica foi de 025 a 364 g L-1

d-1 utilizando o processo descontiacutenuo alimentado

Travieso et al (2001) relataram uma produtividade maacutexima de 04 g L-1 d-1 em

processo semicontiacutenuo de Spirulina utilizando uma diluiccedilatildeo de 15 e taxa de diluiccedilatildeo

de 00078 hminus1 Esses autores utilizaram o fotobiorreator patenteado bdquobdquoBiocoil‟‟ da

Biotechna Grasser UK (European patent EPO239272 March 6 1987)

Vernerey et al (2001) utilizando uma nova configuraccedilatildeo de fotobioretator para o

aumento da escala (72 litros) na produccedilatildeo de S platensis conseguiram uma

produtividade de 138 g L-1 d-1 com intensidade luminosa de 300 W m-2 e pH

controlado a 95 pela adiccedilatildeo de CO2

Cultivos de Arthrospira platensis em fotobiorreator tubular outdoor no periacuteodo

de marccedilo a setembro de 2002 na Repuacuteblica Checa com a maioria dos dias

ensolarados a irradiacircncia do ambiente maacutexima foi entre 15 and 18 mmol de foacutetons

mminus2 sminus1 Nessas condiccedilotildees a produtividade maacutexima atingida foi de 05 g Lminus1 dminus1

correspondendo a um rendimento de aacuterea (baseada na aacuterea superficial) de

aproximadamente 325 g mminus2 dminus1 na qual eacute um valor relativamente alto se considerar

que foi obtida no mecircs de setembro A concentraccedilatildeo celular oacutetima da cultura foi

obtida em um intervalo de 1 a 2 g L-1 demostrando que a faixa da concentraccedilatildeo

celular oacutetima no cultivo de Spirulina natildeo eacute muito restrita (MASOJIDEK et al 2003)

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

Na Tabela 31 estatildeo os resultados da anaacutelise de variacircncia para o fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) e nas Tabelas 32 e 33 estatildeo os valores

126

meacutedios do YXN nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

054 1 054 091 0351

Fonte de Nitrogecircnio

5078 1 5078 8453 0000

Intensidade luminosa

043 2 022 036 0700

Resiacuteduos 1123 19 059

total 520 23

Como observado na Tabela 24 os maiores valores do fator de conversatildeo (YXN)

foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio independente

da fonte de CO2 e da intensidade luminosa utilizada Isso pode ser avaliado pela

anaacutelise de variacircncia (Tabela 31) onde apresenta o niacutevel descritivo para a fonte de

CO2 fonte de nitrogecircnio de p = 0000 e para a intensidade luminosa o p = 0700 A

maior meacutedia dos valores de YXN foi 1380 plusmn 090 g g-1 obtida nos cultivos utilizando

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio (Tabela 32) diferindo estatisticamente dos valores

obtidos nos cultivos com nitrato (460 plusmn 055 g g-1) De fato nos cultivo utilizando

ureacuteia a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente foi calculada com base

na necessidade das ceacutelulas para o crescimento e a manutenccedilatildeo celular natildeo

ocorrendo uma limitaccedilatildeo ou um excesso de nitrogecircnio adicionado durante o cultivo

(item 5) Como mencionado por Rangel-Yagui et al (2004) o excesso de ureacuteia

diminui a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo desse nutriente e portanto menor o valor de YXN

Da mesma forma a menor massa total adicionada no cultivo proporcionou maiores

valores de YXN (739 g g-1) no cultivo de S platensis em minitanques utilizando o

cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio (Carvalho et al 2004) Por outro lado

nos cultivos com nitrato a concentraccedilatildeo deste foram mantidas acima de 1 g L-1 de

modo a evitar a limitaccedilatildeo do crescimento pela fonte de nitrogecircnio Por isso os

maiores valores de YXN foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia Resultados

similares foram obtidos por Danesi et al (2003) empregando 25 g de ureacuteia em

127

diferentes protocolos de alimentaccedilatildeo e temperatura em relaccedilatildeo a KNO3 e por Danesi

et al (2004) que tambeacutem observaram um maior fator de conversatildeo utilizando ureacuteia

em relaccedilatildeo a KNO3 independente da intensidade luminosa utilizada (2 e 5 klux)

Rangel-Yagui et al (2004) tambeacutem observaram maiores valores de YXN nos cultivos

utilizando ureacuteia

Tabela 32 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio YXN (mgmg-1)

Nitrato 460 plusmn 055ordf

Ureacuteia 1380 plusmn 090b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel independente intensidade luminosa pode-se observar na

Tabela 33 que natildeo diferiram estatisticamente nos valores de YXN Isto eacute

independente da intensidade luminosa utilizada os valores de conversatildeo de

nitrogecircnio em ceacutelulas foram estatisticamente iguais De fato a quantidade de

nitrogecircnio adicionada nos cultivos estaacute relacionada com o crescimento celular

portanto quanto maior o valor de Xm maior foi a quantidade de nitrogecircnio

adicionada nos cultivos independente da fonte nitrogecircnio utilizada (nitrato ou ureacuteia)

Com isso razatildeo entre biomassa formada e nitrogecircnio adicionado foi estatisticamente

igual nas diferentes intensidades luminosas estudas

A Intensidade luminosa influencionou no crescimento celular (Item 62) e a

fonte de nitrogecircnio (nitrato ou ureacuteia) foi adicionada de acordo com a necessidade da

ceacutelula para o crescimento celular (Item 5) Por isso o YXN foi estatisticamente igual

(p = 0245) nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 31)

O fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas eacute definido como a quantidade de

nitrogecircnio utilizada para a formaccedilatildeo de biomassa como no presente trabalho o

nitrogecircnio adicionado foi de acordo com a necessidade diaacuteria das ceacutelulas os valores

meacutedios de YXN para cada intensidade luminosa natildeo poderiam variar como pode ser

observado na Tabela 33

Nos trabalhos apresentados por Bezerra et al (2008) Danesi et al (2004) e

Rangel-Yagui et al (2004) observaram que os valores de Xm e YXN aumentam com

128

o aumento da intensidade luminosa fornecida ao cultivo Maiores energias

fornecidas pelas mais altas luminosidades empregadas nos cultivos permitem as

ceacutelulas de consumirem o nitrogecircnio disponiacutevel levando a maiores valores de Xm e

YXN Isso ocorreu porque a mesma quantidade de nitrogecircnio foi adicionada nos

ensaios com diferentes intensidades luminosas logo o YXN foi uma funccedilatildeo de Xm

Por outro lado no presente trabalho os valores meacutedios YXN natildeo diferiram

estatisticamente com o aumento da intensidade luminosa porque a quantidade total

de nitrogecircnio adicionada variou nos cultivos com as diferentes intensidades

luminosas isto eacute quanto maior a intensidade luminosa maior foi a quantidade de

nitrogecircnio adicionada e consequentemente maior concentraccedilatildeo celular Por isso o

YXN natildeo diferiram nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 26)

Tabela 33 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

YXN (mgmg-1)

60 922 plusmn 034ordf

120 902 plusmn 034a

240 935 plusmn 034a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores do fator de conversatildeo encontrado nesse trabalho (1327 plusmn

028 mg mg-1) foi maior do que 739 g g-1 (CARVALHO et al 2004) 85 g g-1

(RANGEL-YAGUI et al 2004a) utilizando ureacuteia e 57 plusmn 017 g g-1 utilizando cloreto de

amocircnio como fonte de nitrogecircnio nos cultivos de S platensis em minitaques

(BEZERRA et al 2008) Isso porque no presente trabalho a S platensis foi

cultivada em fotobiorreator tubular fechado o que proporciona menor volatilizaccedilatildeo

da amocircnia e melhor eacute o seu aproveitamento pelas ceacutelulas ocasionando maiores

valores de YXN

129

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a

No final de cada experimento foi realizada a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de

clorofila a na concentraccedilatildeo celular final e os resultados estatildeo descritos na Tabela

34

Tabela 34 ndash Concentraccedilotildees de clorofila na biomassa final

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosaa

Fonte de nitrogecircnio

Concentraccedilatildeo de clorofila (mg cl g cel -1)

1 Cilindro 60 NaNO3 521plusmn028

2 Cilindro 60 Ureacuteia 415plusmn020

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 392plusmn008

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 326plusmn030

5 Cilindro 120 NaNO3 344plusmn010

6 Cilindro 120 Ureacuteia 296plusmn009

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 294plusmn040

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 210plusmn023

9 Cilindro 240 NaNO3 175plusmn037

10 Cilindro 240 Ureacuteia 181plusmn 015

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 294plusmn035

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 210plusmn023

a mol de foacutetons m-2 s-1

Dentre os metaboacutelitos microalgais a clorofila foi muito pouco investigada Satildeo

os uacutenicos pigmentos naturais de coloraccedilatildeo verde em abundacircncia mas sua

instabilidade ao isolamento tem restringindo a sua utilizaccedilatildeo como corante natural na

induacutestria de alimentos As clorofilas utilizadas como corantes alimentares provecircm

principalmente de plantas terrestres (HENDRY 1996)

Microalgas fotossinteacuteticas satildeo organismos que capturam energia luminosa

eficiententemente O pigmento fotossinteacutetico clorofila a eacute o principal componente

130

fotoquiacutemico ativo na qual funciona como um receptor de luz para direcionar a

fotossiacutentese O conteuacutedo deste pigmento em microalga eacute portanto relatado para

atividade fotossinteacutetica (MACINTYRE et al 2002) A intensidade de luz captada

pelos pigmentos influencia na produccedilatildeo da biomassa e no acuacutemulo de produtos

alvos na microalga cultivada sob diferentes condiccedilotildees

As clorofilas satildeo pigmentos verdes de alto valor comercial encontradas em

plantas microalgas e cianobacteacuterias como A platensis A concentraccedilatildeo desse

pigmento nas ceacutelulas depende das condiccedilotildees ambientais Devido a sua cor e as

propriedades fiacutesico-quiacutemicas satildeo utilizadas como corantes naturais em produtos

alimentiacutecios

Na Tabela 35 observa-se que ambas as variaacuteveis independentes avaliadas

nesse estudo fonte de nitrogecircnio e intensidade luminosa interferiram na

concentraccedilatildeo de clorofila a na biomassa final Isso foi confirmada pela anaacutelise

estatiacutestica ANOVA onde apresentou um valor de niacutevel descritivo de 0011 para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio e de 0000 para a intensidade luminosa

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Meacutedia dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

03725 1 03725 101 0328

Fonte de Nitrogecircnio

29751 1 29751 804 0011

Intensidade luminosa

158306 2 79153 2139 0000

Resiacuteduos 70318 19 01272

Total 26210 23

Avaliando-se as meacutedias da concentraccedilatildeo de clorofila a nas diferentes fontes de

nitrogecircnio (Tabela 34) observa-se que nos cultivos utilizando nitrato obtiveram

maiores concentraccedilotildees de clorofila em relaccedilatildeo aos cultivos com ureacuteia nas

intensidades luminosas de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 e 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Essa diferenccedila na concentraccedilatildeo de clorofila pode ser explicada pelo fato dos cultivos

com nitrato a concentraccedilatildeo de nitrato no meio de cultura foi mantida sempre

superior a 1 g L-1 enquanto que nos cultivos com ureacuteia a concentraccedilatildeo de ureacuteia no

131

meio cultura foi abaixo de 10-4 M (item 62) Essa concentraccedilatildeo de ureacuteia apesar de

natildeo interferir na concentraccedilatildeo celular pode ter influenciado na concentraccedilatildeo de

clorofila nas ceacutelulas Resultados similares foram observados por Danesi et al (2004)

e Rangel-Yagui et al (2004) em cultivos de S platensis em minitanques

substituindo a fonte de nitrogecircnio KNO3 por ureacuteia

O efeito da limitaccedilatildeo de nitrogecircnio e ferro comprometeu a capacidade

fotossinteacutetica reduziu o conteuacutedo de clorofila celular e diminuiu o rendimento

quacircntico do fotossintema II (YOUNG BEARDALL 2005) Muggli e Harrison (1996)

observaram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas ceacutelulas de Emiliania huxleyi

cultivadas com nitrato foi estatisticamente maior que nas celulas cultivadas com

amocircnia sob condiccedilotildees limitadas de ferro e intensidade luminosa abaixo da

saturaccedilatildeo Por outro lado nos cultivos natildeo limitados com ferro as concentraccedilotildees de

clorofilas foram estatisticamente iguais Sob duas diferentes intensidades luminosas

abaixo da regiatildeo de saturaccedilatildeo (45 e 70 mol de foacutetons m-2 s-1) as ceacutelulas cultivadas

em nitrato mantiveram uma maior taxa de clorofila por volume de ceacutelulas que nas

ceacutelulas cultivadas com amocircnio similar ao que aconteceu nas condiccedilotildees limitadas

por ferro

A intensidade luminosa eacute uma importante variaacutevel que interfere na

concentraccedilatildeo de clorofila Como podemos observar na Tabela 34 maiores

concentraccedilotildees de clorofilas meacutedias independente da fonte de nitrogecircnio e de CO2

satildeo encontradas nas menores intensidades luminosas De um modo geral o

aumento da concentraccedilatildeo de clorofila com a reduccedilatildeo da luminosidade aumenta a

capacidade de absorccedilatildeo de luz pois a clorofila eacute quem efetivamente atua nas

reaccedilotildees fotoquiacutemicas da fotossiacutentese e representa um mecanismo de adaptaccedilatildeo agrave

condiccedilatildeo de menor intensidade luminosa A reduccedilatildeo do conteuacutedo de pigmentos a

altas irradiacircncias permite as algas reduzirem a taxa de fornecimento de energia pela

absorccedilatildeo da luz nas ceacutelulas com a finalidade de balancear a energia absorvida e a

energia necessaacuteria para a fixaccedilatildeo do carbono e crescimento celular (GEIDER et al

1997) Geralmente a clorofila e as ficobiliproteiacutenas tendem a aumentar sua

concentraccedilatildeo com a reduccedilatildeo da intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1997)

Nas menores intensidades luminosas onde a competiccedilatildeo pelo poder redutor eacute

maior observa-se que as ceacutelulas cultivadas em nitrato mantem maior niacuteveis de

clorofila que nas ceacutelulas cultivadas em amocircnia Portanto as ceacutelulas cultivadas em

nitrato precisam mais do poder redutor para transportar e utilizar sua fonte de

132

nitrogecircnio eles podem requerer mais clorofila que as ceacutelulas cultivadas em amocircnio

para suprir tais necessidades Por outro lado altas intensidades luminosas alteram o

complexo proteacuteico contendo pigmentos captadores de luz como observado por

Smith et al (1990) em ceacutelulas de Dunaliella salina Telfar et al (1990) mostrou que

iluminaccedilatildeo prolongada causa destruiccedilatildeo dos pigmentos da clorofila e conduz a

inibiccedilatildeo fotoquiacutemica do FSII

Cultivos de Spirulina subsalsa exposto agrave alta intensidade luminosa (100 mol

de foacutetons m-2 s-1) mostrou uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos nas ceacutelulas O

conteuacutedo de carotenoacuteide e clorofila a reduziu com o aumento da intensidade

luminosa de 25 mol de foacutetons m-2 s-1 para 100 mol de foacutetons m-2 s-1 O conteuacutedo

de ficobilissomos obteve uma maior reduccedilatildeo quando comparados com o conteuacutedo

de clorofila a (aproximadamente 70 e 57 respectivamente) Devido a uma

reduccedilatildeo nos carotenoacuteides zeaxantina foi o carotenoacuteide predominante a maior

intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1995) Um aumento da intensidade

luminosa de 2 klux (24 mol de foacutetons m-2 s-1 ) para 5 klux (60 mol de foacutetons m-2 s-

1) houve uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de clorofila de 14 plusmn 18 mg cl g cel -1 para

80 plusmn 18 mg cl g cel -1 nos cultivos com KNO3 e 142 plusmn 08 mg cl g cel -1 para 72 plusmn

14 mg cl g cel -1 para os cultivos com ureacuteia respectivamente (DANESI et al 2004)

Pode-se observar que a concentraccedilatildeo de clorofila nos cultivos a 5 klux (60 mol de

foacutetons m-2 s-1) foram proacuteximas as concentraccedilotildees obtidas no presente trabalho nos

cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 (NaNO3 = 521 plusmn 03 mg cl g cel -1 Ureacuteia = 415

plusmn 02 mg cl g cel -1 Tabela 34) Essa diferenccedila pode ser devido ao aumento do

efeito sombreamento ser maior em minitanques quando comparada aos

fotobiorreatores tubulares o que favorece a um aumento da concentraccedilatildeo de

clorofila nos cultivos em minitanques Soundarapandian e Vasanthi (2008)

observaram um maior teor de clorofila em diferentes cepas de S platensis cultivadas

a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) intensidade luminosa com ciclos alternados de 16

horas no claro e 8 horas no escuro

Dados na literatura mostram que na biomassa de A platensis possuem 1 de

clorofila (VONSHAK 1997 COGNO et al 2003) No entanto no presente trabalho a

maior concentraccedilatildeo de clorofila foi de 05 correspondendo ao experimento 1 (60

mol de foacutetons m-2 s-1 NaNO3 Tabela 13) Esse baixo valor de concentraccedilatildeo de

clorofila em relaccedilatildeo aos valores citados na literatura eacute devido agraves altas intensidades

luminosas utilizadas no neste trabalho Soundarapandian e Vasanthi (2008)

133

relataram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas S platensis cultivadas a 3 klux pode

variar de 085 (8526 μg mg cel-1) a 097 (9723 μg mg cel-1) dependendo da

cepa utilizada Jimenez et al (2003) em cultivos de S platensis em minitanques

utilizando a energia solar no sul da Espanha obtiveram uma concentraccedilatildeo de

clorofila de 79 g kgminus1 (079)

Carlozzi e Pinzani (2005) observaram uma concentraccedilatildeo maacutexima de clorofila

de 2 em cultivos outdoor de S platensis em fotobiorreator espiralado fechado

Esta concentraccedilatildeo permaneceu constante do 6deg ao 10deg dia de cultivo Tomaselli et

al (1997) tambeacutem observaram um aumento na concentraccedilatildeo de clorofila de 151 μg

mg cel-1 para 263 μg mg cel-1 nos cultivos de A maacutexima em reator de vidro

retangular a intensidade luminosa de 144 mol de foacutetons m-2 s-1 e 25 mol de foacutetons

m-2 s-1 respectivamente Tredici e Zittelli (1998) em cultivos continuos ldquooutdoorsrdquo de

A platensis em fotobiorreator tubular e plano obtiveram a concentraccedilatildeo de clorofila

de 155plusmn002 e 163 plusmn002 na massa seca no iniacutecio do periacuteodo luminoso

De fato a concentraccedilatildeo de clorofila depende das condiccedilotildees ambientais

principalmente da intensidade luminosa No presente estudo nos cultivos

submetidos agrave alta intensidade luminosa favoreceram a uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo de clorofila principalmente nos cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Do mesmo modo Nakajima e Ueda (1997) observaram um aumento no crescimento

celular de Chlorella pyrenoidosa e uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos

captadores de luz nas ceacutelulas cultivadas a altas intensidades luminosas (50 μmol de

foacutetons m-2 s-1) Na presenccedila de excesso de luz o oxigecircnio produzido durante a

fotossiacutentese reage com a clorofila excitada originando um oxigecircnio singlete que eacute

muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas e ocasionando consequentemente o

fenocircmeno denominado de branqueamento (MARIQUE 2003) As clorofilas tendem a

ser foto-oxidadas a alta irradiaccedilatildeo e devido aos carotenoacuteides poderem prevenir a

foto-oxidaccedilatildeo das clorofilas a relaccedilatildeo entre as clorofilas e carotenoacuteides pode ser

usada como um indicador potencial de perdas foto-oxidativas causadas por fortes

irradiaccedilotildees (HENDRY amp PRICE 1993)

134

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Micro-organismos fotossintetizantes usam fonte de carbono inorgacircnico energia

luminosa e nitrogecircnio para sintetizar compostos orgacircnicos como proteiacutenas

carboidratos vitaminas lipiacutedios pigmentos entre outros Com isso a composiccedilatildeo

centesimal da biomassa pode variar com as condiccedilotildees ambientais (RAFIQUL et al

2005 MOHANTY et al 1997)

Na Tabela 36 estatildeo apresentados os teores de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos

e cinzas das biomassas secas obtidas no final dos experimentos

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final

Experimento Intensidade

luminosa (I)

Fonte de CO2

Fonte de nitrogecircnio

Proteiacutenas totais ()

Lipiacutedios totais ()

Cinzas ()

Carboidratos totais ()

1 60 Cilindro NaNO3 319plusmn01 863plusmn03 442plusmn001 5226plusmn358

2 60 Cilindro Ureacuteia 233plusmn07 660plusmn09 442plusmn004 6471plusmn064

3 60 Alcooacutelica NaNO3 324plusmn07 101plusmn08 583plusmn002 5222plusmn341

4 60 Alcooacutelica Ureacuteia 427plusmn23 112plusmn14 508plusmn091 6492plusmn336

5 120 Cilindro NaNO3 281plusmn04 121plusmn06 476plusmn002 5500plusmn-016

6 120 Cilindro Ureacuteia 299plusmn06 730plusmn07 482plusmn018 5794plusmn005

7 120 Alcooacutelica NaNO3 315plusmn18 862plusmn06 497plusmn018 5576plusmn341

8 120 Alcooacutelica Ureacuteia 404plusmn07 953plusmn07 394plusmn063 4642plusmn091

9 240 Cilindro NaNO3 213plusmn01 142plusmn23 428plusmn004 6004plusmn243

10 240 Cilindro Ureacuteia 319plusmn09 129plusmn05 540plusmn050 5079plusmn147

11 240 Alcooacutelica NaNO3 278plusmn04 144plusmn29 579plusmn048 5222plusmn341

12 240 Alcooacutelica Ureacuteia 210plusmn03 117plusmn28 449plusmn004 6492plusmn336

I = Intensidade luminosa (mol de foacutetons m-2 s-1)

A Fotossiacutentese eacute o processo pelo qual a energia luminosa eacute convertida em

energia quiacutemica pelas plantas bacteacuterias fotossinteacuteticas e cianobacteacuterias A energia

luminosa eacute capturada pelos pigmentos fotossinteacuteticos como clorofila carotenoacuteides e

ficocianina na qual satildeo complexados com proteiacutenas que satildeo partes do fotossistema I

e II em cianobacteacuterias O sistema fotossinteacutetico eacute fortemente conectado com outras

135

vias metaboacutelicas como biossiacutentese de proteiacutenas e lipiacutedios nas quais satildeo

necessaacuterias para o crescimento celular (MOHANTY et al 1997)

Os teores de proteiacutena variaram de 21 a 42 Esses valores estatildeo proacuteximos

aos valores encontrados por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) cultivando S maxima

em meio de cultura constituiacutedo por resiacuteduo da criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50 em

aacutegua) Embora o teor de proteiacutena seja baixo (36) a biomassa ainda eacute apropriada

para o uso como suplemento aliementar para animais Jimeacutenez et al (2003) tambeacutem

encontraram um baixo teor de proteiacutena de 47 do peso seco em meacutedia na

produccedilatildeo industiral da Spirulina em Malaga no sul da Espanha

A biossiacutentese de proteiacutena depende principalmente da disponibilidade de

nitrogecircnio de carbono para formaccedilatildeo do esqueleto carbocircnico e da intensidade

luminosa na qual fornece energia para fixaccedilatildeo do CO2 Nos cultivos utilizando

nitrato bem como nos cultivos utilizando ureacuteia natildeo houve limitaccedilatildeo do crescimento

pela fonte de nitrogecircnio (Item 611) A fonte de carbono tambeacutem natildeo foi limitada

uma vez que o pH foi mantido durante todo o tempo de cultivo com a adiccedilatildeo de CO2

As intensidades luminosas foram altas pertencendo agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa

(Item 611) Logo mesmo dispondo de nitrogecircnio carbono e energia as ceacutelulas natildeo

converteram o nitrogecircnio disponiacutevel em proteiacutenas SAKAMOTO e BRYAN (1999)

observaram que um aumento da intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

para 1 mmol foacutetons m-2 s-1 no cultivo de Synechococcus sp PCC 6301 natildeo foi

observado um aumento na absorccedilatildeo de nitrato mostranto que a taxa do consumo

de nitrato foi saturado a intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

Soundarapandian e Vasanthi (2008) observaram que o conteuacutedo de proteiacutena

nas S platensis cultivadas a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) com ciclos alternados

de 16 horas no claro e 8 horas no escuro pode variar de 5937 (5937μg mg-1 cel)

a 6421 (6421 μg mg-1 cel) dependendo da cepa utilizada Torzillo et al (1991)

observaram um aumento na siacutentese de carboidrato nas ceacutelulas de S platensis

cultivadas ldquooutdoorsrdquo a altas intensidades luminosas e temperatura de 25ordmC O

execesso do carboidrato sintetizado foi parcialmente utilizado a noite para a siacutentese

de proteiacutena Isso pode ter contribuiacutedo a um baixo teor de proteiacutena no presente

trabalho uma vez que os cultivos foram submetidos sempre a altas intensidades

luminosas natildeo obtendo ciclos claroescuro durante o cultivo

A anaacutelise de variacircncia (Tabela 37) indicou que a fonte de nitrogecircnio e de CO2

natildeo influenciaram na variaacutevel dependente teor de proteiacutena enquanto que a

136

intensidade luminosa influenciou como pode-se obversar na anaacutelise de diferenccedila

entre as meacutedias para essa variaacutevel (Tabela 38)

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

5304 1 5304 235 0142

Fonte de Nitrogecircnio

1134 1 1134 050 0487

Intensidade luminosa

4341 2 2170 963 0001

Resiacuteduos 42833 19 2254

total 9268 23

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol foacutetons m-2 s-1)

Proteiacutena ()

60 358plusmn43ordf

120 326plusmn50ordf

240 256plusmn51b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

O modelo da biossiacutentese e metabolismo de lipiacutedios em cianobacteacuterias eou

algas satildeo afetados pelos fatores ambientais dentre esses as condiccedilotildees de

iluminaccedilatildeo (BABADZHANOV et al 2004 KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

As ceacutelulas de Tichocarpus crinitus satildeo capazes de mudar o conteuacutedo de

armazenamento e estrutural de lipiacutedios e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos Altas

intensidades luminosas estimulam o acuacutemulo de lipiacutedios de armazenamento

(triacilgliceroacuteis) enquanto a baixas intensidades luminosas induzem a um aumento

nos lipiacutedios estruturais (glicolipiacutedios) Isto indica um alto grau de controle de

estrutura nas membranas das algas porque o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos

graxos tem sido considerado um dos fatores mais importantes no controle da fluidez

e funcionalidade da membrana celular Adicionalmente as diferenccedilas na

137

composiccedilatildeo dos lipiacutedios nas T crinitus cultivadas a altas e baixas irradiaccedilotildees solar

podem ser consideradas como uma resposta adaptativa das ceacutelulas algais para as

vaacuterias condiccedilotildees de crescimento Portanto a sobrevivecircncia das ceacutelulas nas

mudanccedilas ambientais pode ser atribuiacuteda agrave funcionalidade das membranas onde o

aparato fotossinteacutetico eacute formado (KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

Nos cultivos com disponibilidade de nitrogecircnio carbono e altas intensidades

luminosas as ceacutelulas utilizam a energia e o carbono disponiacutevel para crescimento

manutenccedilatildeo celular e formaccedilatildeo de componentes orgacircnicos tais como proteiacutenas

lipiacutedios e carboidratos Como apresentados na Tabela 41 o teor de lipiacutedio aumenta

com a intensidade luminosa Esse efeito foi observado por Solovchenko et al

(2008) nos cultivos da microalga Parietochloris incisa Isto pode ser consequecircncia da

produccedilatildeo excessiva de aacutecidos graxos entre eles triacilgliceroacuteis provavelmente como

um modo de converter o excesso de luz em energia quiacutemica para evitar o dano

fotooxidativo (ASADA 1994 RABBANI et al 1998 MENDOZA et al 1999 NIYOGI

1999) Kaixian et al (1993) observaram um aumento no teor de lipiacutedios com o

aumento da intensidade luminosa nas ceacutelulas de Phaeodactylum tricornutum

Solovchenko et al (2008) relataram que os triacilgliceroacuteis acumuladas em algas

(Parietochloris incisa) sob condiccedilotildees de stress satildeo frequentemente depositadas em

gloacutebulos de lipiacutedios citoplasmaacutetico referidos como corpos oleosos na qual aumentam

em tamanho e nuacutemero sob deficiecircncia na nutriccedilatildeo mineral especialmente na falta de

nitrogecircnio e altas irradiacircncias

Como observado na Tabela 41 os cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

obtiveram maiores teores de lipiacutedios Steiner et al (1970) observaram que as ceacutelulas

de Chromatium cultivadas a baixas intensidades luminosas (100 ftc = 01 klux = 12

mol de foacutetons m-2 s-1) obteve menor teor de fosfolipiacutedios em relaccedilatildeo aos cultivos a

altas intensidades luminosas (7500 ftc = 8 kux = 96mol de foacutetons m-2 s-1) 1 lux =

0929 foot-candles

Na Tabela 39 estatildeo apresentados os valores da anaacutelise de variacircncia dos teores

de lipiacutedios Como se pode observar apenas a intensidade luminosa influenciou nos

valores de lipiacutedios apresentando um valor de niacutevel descritivo menor que 5

Embora o niacutevel de significacircncia da variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio seja

menor que 5 a anaacutelise estatiacutestica diferenccedila entre as meacutedias mostraram essa

variaacutevel natildeo interfere no teor de lipiacutedio apresenta um valor de niacutevel descritivo maior

que 5 (Tabela 40)

138

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedios na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

143 1 143 059 0453

Fonte de Nitrogecircnio

1853 1 1853 762 0012

Intensidade luminosa

141 2 71 29 0000

Resiacuteduos 46 19 244

total 207 23

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Lipiacutedios ()

Nitrato 109 plusmn 310ordf

Ureacuteia 918 plusmn 275a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um

intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(μmoles m-2 s-1)

Lipiacutedios ()

60 763 plusmn 11a

120 972 plusmn 19a

240 136 plusmn 21b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A similaridade entre as fontes de nitrogecircnio (Tabela 40) podem ser explicadas

pelo fato de que nos cultivos com ureacuteia a quantidade de ureacuteia adicionada foi

calculada com base nos seus respectivos cultivos com nitrato nas quais foram

139

cultivos natildeo limitados por nitrogecircnio (concentraccedilatildeo de nitrogecircnio superior a 1 g L-1)

Logo isso favoreceu a semelhanccedila entre os teores de lipiacutedios nos cultivos a

diferentes fontes de nitrogecircnio

Os valores de lipiacutedios encontrados variaram de 66 plusmn 09 a 144 plusmn 29

dependendo das condiccedilotildees de cultivo Esses valores estatildeo de acordo com Cogno et

al (2003) e Vonshak (1997) na qual relataram que o conteuacutedo de lipiacutedios da A

platensis em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas podem variar de 8 ndash 12 quando cultivadas

em meio sinteacutetico Tokusoglu e Uumlnal (2003) encontraram um teor de lipiacutedio meacutedio

entre trecircs diferentes cepas de Splatensis de 753 natildeo diferindo estatisticamente

entre si

O teor de lipiacutedio foi de 863 plusmn 03 com NaNO3 e 66 plusmn 09 com ureacuteia na

intensidade luminosa de 60 μmoles de foacutetons m-2 s-1 utilizando CO2 de cilindro

Esses valores foram proacuteximos aos teores de lipiacutedios encontrados por Rafiqul et al

(2005) cultivando S platensis (74) e para S fusiformis (82) a 25 klux (30 μmol

de foacutetons m-2 s-1) Oliveira et al (1999) observaram um teor de lipiacutedios de 696 plusmn

086 nas ceacutelulas de S platensis cultivadas em 4 l Virtis fermenter a 180 μmol de

foacutetons mndash2 sndash1

Olguiacuten et al (2001) observaram uma menor concentraccedilatildeo de lipiacutedios nos

cultivos a maior intensidade luminosa em cultivos de S platensis cultivada tanto em

meio sinteacutetico (meio Zarrouk) como em meio complexo (aacutegua do mar do Golf do

Meacutexico suplementado com 2 de efluente anaeroacutebico da criaccedilatildeo de porcos) A

concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no meio complexo possui 10 vezes a menos que o meio

sinteacutetico (25 g L-1 NaNO3) O teor de lipiacutedio de 8 encontrado no meio de cultivo

com 25 g L-1 NaNO3 a 66 μmols de foacutetons m-2 s-1 foi proacuteximo ao encontrado no

presente trabalho 66 plusmn 09 no cultivo natildeo limitado por NaNO3 e 60 μmols de foacutetons

m-2 s-1

Nos cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 mostrou maiores valores de lipiacutedios

quando cultivadas com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica em relaccedilatildeo aos

cultivos utilizando CO2 de cilindro Sob condiccedilotildees autotroacuteficas a produtividade de

lipiacutedios foram menores quando comparadas com o crescimento heterotroacutefico em

culturas de Chlorella vulgareis (LIANG et al 2009) e crescimento heterotroacutefico e

mixotroacutefico nas ceacutelulas de Chlamydomonas reinhardtii (BOYLE MORGAN 2009)

O teor de carboidrato nas ceacutelulas A platensis natildeo diferiram estatisticamente

pela anaacutelise de variacircncia nas diferentes condiccedilotildees estudadas (Tabela 44) obtendo

140

um niacutevel de significacircncia de 0118 0974 e 0562 para as variaacuteveis independentes

fontes de CO2 fonte de nitrogecircnio e intensidades luminosas respectivamente O

teor de carboidrato encontrado variou de 38 a 51 valores considerados altos No

entanto esses valores foram proacuteximos aos valores obtidos por Cantildeizares-Villanueva

et al (1994) que observaram um teor de carboidrato de 42 e 44 em ceacutelulas de S

maxima cultivadas em meio sinteacutetico (Zarrouk) e meio constituiacutedo por resiacuteduo da

criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50) respectivamente sob intensidade luminosa de 3

klux (36 μmol de foacutetons m-2 s-1) O teor de carboidrato neste trabalho foi um pouco

maior que o observado por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) provavelmente devido

a diferenccedila de intensidade luminosa pois maiores teores de carboidratos satildeo

obtidos nos cultivos sob maior intensidade luminosa

Olguiacuten et al (2001) obtiveram um alto teor de polissacariacutedeos de 2841 nas

ceacutelulas de S platensis cultivadas em meio complexo quando exposta a intensidade

luminosa de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 Esse alto valor poderia ter sido devido a

dois fatores simultacircneos deficiecircncia de nitrogecircnio e alta intensidade luminosa

Desse modo no presente trabalho natildeo houve deficiecircncia de nitrogecircnio nos cultivos

no entanto a aacuterea iluminada no fotobioreator tubular usado no presente trabalho eacute

maior quando comparada com os cultivos em bench raceway utilizados por Olguiacuten et

al (2001) e esse aumento pode ter favorecido a obtenccedilatildeo dos altos teores de

carboidratos

Tomaselli et al (1997) observaram uma reduccedilatildeo no teor de carboidrato nas

ceacutelulas de A maacutexima de 282 mgg-1 (28) para 180 mgg-1 (18) quando a

intensidade luminosa reduziu de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 para 25 μmol de foacutetons

mminus2 sminus1 A capacidade dos microganismos fototroacuteficos em estocar na forma de

carboidratos o excesso do carbono fixado durante a aclimataccedilatildeo a altas intensidades

luminosas e mobilizar esse esqueleto carbocircnico para a siacutentese de proteiacutena

representa um requisito importante para a sobrevivecircncia

141

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

107 1 107 268 0118

Fonte de Nitrogecircnio

004 1 004 000 0974

Intensiade luminosa

48 2 24 059 0562

Resiacuteduos 763 19 40

total 918 23

A partir dos estudos relatados previamente na literatura mostram que o teor de

carboidrato eacute 12 a 16 nas ceacutelulas de Arthrospira platensis cultivadas em meio

sinteacutetico e em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas sem condiccedilotildees de stress como alta

salinidade alta intensidade luminosa deficiecircncia em nitrogecircnio (COGNO et al

2003 VONSHAK 1997) Carlozzi e Pinzani (2005) relataram que as ceacutelulas de

Artrospira platensis foram estimuladas para sintetizar carboidratos durante o dia e

estes foram consumidos para permitir a siacutentese de proteiacutenas durante a noite De

acordo com Ma et al (1997) uma menor taxa na siacutentese de proteiacutena eacute observado a

altas irradiaccedilotildees comparando com a siacutentese de carboidrato Isto pode conduzir a

um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas sem um concomitante aumento na siacutentese

de proteiacutena Tem sido sugerido que o carbono a partir dos poliacutemeros de carboidratos

estocados pode ser transferido para formaccedilatildeo de proteiacutenas durante a noite (Ma et

al 1997) No entanto como no presente trabalho natildeo houve fotoperiacuteodo de fase

claroescuro propiciou a um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas e a reduziu a

concentraccedilatildeo de proteiacutenas Adicionalmente Torzillo et al (1991) relataram que as

ceacutelulas de Spirulina expostas a altas irradiacircncais direcionam a biomassa a sintetizar

carboidratos na qual pode ser usado como um reservatoacuterio do poder redutor e a

uma reduccedilatildeo na siacutentese de proteiacutenas

Como podemos observar na anaacutelise de variacircncia (Tabela 43) o teor de cinzas

natildeo foi influenciado pelas variaacuteveis estudadas atingindo valores que variaram de

428 plusmn 004 a 583 plusmn 002 Esses valores estatildeo de acordo com os valores obtidos

por Miao (2005) que obtiveram um teor de cinzas de 636 plusmn 005 em cultivos

autotroacuteficos e 593 plusmn 004 em cultivos heterotroacuteficos de Chlorella protothecoides

Similarmente Tokusoglu e Uumlnal (2003) observaram um conteuacutedo de cinzas em trecircs

142

diferentes cepas de Spirulina denominada de 1 2 e 3 foram de 743 751 and

1038 respectivamente A microalga marinha Isochrisis obteve o maior conteuacutedo

de cinzas (1608)

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

068 1 069 18 0192

Fonte de Nitrogecircnio

058 1 058 152 0232

Intensiade luminosa

112 2 056 147 0255

Resiacuteduos 723 19 038

total 962 23

Jimeacutenez et al (2003) encontraram um alto teor de cinzas no cultivo de S

platensis aproximadamente 20 (valores tiacutepicos satildeo de 5ndash7) esse alto valor pode

ser explicado pelo fato de que a alga obtida a partir do filtro foi introduzida

diretamente spray drier sem passar pelo processo de lavagem Como o meio de

crescimento eacute altamente enriquecido com bicarbonato a lavagem eacute necessaacuteria para

eliminaacute-los Esse processo normalmente reduz o conteuacutedo de cinzas

No presente trabalho a composiccedilatildeo do meio de cultura foi mantido em todas as

condiccedilotildees experimentais com modificaccedilatildeo apenas da fonte de nitrogecircnio de nitrato

de soacutedio para ureacuteia em alguns experimentos Adicionalmente a biomassa passou

por um processo de lavagem antes da etapa de secagem que removeu os sais

adsorvidos nas ceacutelulas Portanto isso favoreceu a manutenccedilatildeo no teor de cinzas na

biomassa seca Canizares et al (2004) obtiveram elevados teores de cinzas (14)

na biomassa de Spirulina maacutexima utilizando 50 de efluente suiacuteno no meio de

cultura Isso foi atribuiacutedo ao elevado quantidade de partiacuteculas minerais presente no

meio

143

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos

Foram avaliados os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os

cultivos avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos paracircmetros energia de

Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular (1YGX) das produccedilotildees

molares de O2 consumo de H+ e nuacutemero de foacutetons para sustentar o crescimento

fotoautotroacutefico Foi avaliada a eficiecircncia da fotossiacutentese em A platensis calculando-

se a energia molar de Gibbs absorvida da luz para produzir um C-mol de biomassa

a partir do correspondente nuacutemero de Einsteins absorvidos e da energia meacutedia

molar dos foacutetons

A energia de Gibbs dissipada por unidade da biomassa (1YGX kJ por C-mol X)

foi calculada pela Equaccedilatildeo 6 como descrita no item 45 A equaccedilatildeo mostra que na

dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs estatildeo inclusos tanto a manutenccedilatildeo como o

crescimento celular A energia de Gibbs eacute utilizada tambeacutem para a manutenccedilatildeo das

funccedilotildees celulares como reposiccedilatildeo dos gradientes que faltam degradaccedilatildeo proteiacutenas

Esta energia de Gibbs eacute produzida pelo catabolismo de certas quantidades de

doadores de eleacutetrons (substratos)

No Graacutefico 26 ilustra o comportamento da dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs para

o crescimento e manutenccedilatildeo celular 1YGX em relaccedilatildeo ao tempo Como regra geral

esse paracircmetro bioenergeacutetico aumentou com o tempo em todas as condiccedilotildees

testadas como resultado do crescente niacutevel de biomassa que foi responsaacutevel por

diminuir a velocidade especiacutefica de crescimento Um aumento na intensidade

luminosa ateacute 120 mol de foacutetons m-2 s-1 favoreceu o crescimento de ceacutelulas por

causa de fotolimitaccedilatildeo com isso as exigecircncias de energia aumentaram

notavelmente no periacuteodo de tempo mais curto Por outro lado nenhum (ureacuteia) ou

muito pouco (nitrato) aumento de 1YGX foram observados na faixa da intensidade

luminosa de 120-240 mol de foacutetons m-2 s-1 por causa da obtenccedilatildeo das condiccedilotildees

de saturaccedilatildeo de luz Esse comportamento tambeacutem eacute consistente com os menores

valores de 1YGX previamente observados em tanques abertos (TORRE et al 2003)

o que permitiu um menor crescimento devido ao efeito de sombreamento (DANESI

et al 2004)

144

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado)

Com os dados da composiccedilatildeo elementar da biomassa seca obtida no final de

cada experimento foram calculados os coeficientes atocircmicos para os elementos C

N H O S principais elementos que constituem a composiccedilatildeo elementar da

biomassa Determinado o coeficiente atocircmico dos elementos C H O N S (descrito

no item 4653) e conhecendo-se os graus de reduccedilatildeo desses elementos (C = 4 H

=1 O = -2 S = 6 N-NH4+ = -3 ou N-NO3

- = 5) de acordo com os iacuteons nas quais satildeo

inseridos na biomassa (HCO3- H2O H+ O2 NH4

+ e SO4-2) foi possiacutevel calcular o

grau de reduccedilatildeo da biomassa (descrito no item 4654 Tabela 44) bem como os

coeficientes estequiomeacutetricos para balanccedilos de carbono nitrogecircnio oxigecircnio

enxofre carga iocircnica e poder de reduccedilatildeo para a produccedilatildeo fotoautotroacutefica de 1 mol

de carbono (C-mol) de biomassa seca usando NaNO3 e ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio de acordo com Heijnen (2001) em cada condiccedilatildeo estudada de acordo

com a aplicaccedilatildeo do princiacutepio de conservaccedilatildeo

O crescimento autotroacutefico pode ser representado por uma equaccedilatildeo de

balanccedilo de massa global onde as fontes de nitrogecircnio (NO3- ou NH4

+) e carbono

(HCO3-) H2O e H+ estatildeo envolvidas para a formaccedilatildeo de 1 C-mol de biomassa

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

145

a HCO3- + b NO3

- (or NH4+) + c H2O + d O2 + e H+ + f SO4

-2 +

CH1650O0531N0170S00007 = 0 (11)

Para esse propoacutesito foi usada a composiccedilatildeo elementar descrita por Cornet et

al (1992) (Equaccedilatildeo 11) ou a composiccedilatildeo elementar determinada

experimentalmente como descrita no item Materiais e meacutetodos

Os coeficientes estequiomeacutetricos foram estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa usados para a formaccedilatildeo da biomassa Os principais iacuteons envolvidos na

formaccedilatildeo da biomassa e seus respectivos coeficientes estequiomeacutetricos estatildeo

descritos na Tabela 44

Como pode ser observado o grau de reduccedilatildeo da biomassa (γX) calculado no

modelo da composiccedilatildeo da biomassa determinado experimentalmente neste trabalho foi

sempre um pouco maior com o nitrato (489 ndash 519) do que com ureacuteia (399 ndash 432)

como esperado pelo maior nuacutemero de oxidaccedilatildeo do nitrato (HEIJNEN 2001)

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de materiais de

carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da biomassa cultivada em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia como fontes de nitrogecircnio

HCO3- NO3

- NH4+ H2O O2 H+ SO4

-2 Biomassa

Δgf‟i

(kJ mol-1) -5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Coeficiente estequiomeacutetrico (mol C-molDM-1)

testes Ia a b b C d e f γX b

1 c 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 58

1 d 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

2 d 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

3 d 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

4 d 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

5 d 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

6 d 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432 a Intensidade luminosa (μmol m

-2 s

-1)

b Grau de reduccedilao da biomassa

c Composiccedilatildeo elementar da biomassa descrita por Cornet et al (1992)

d Composiccedilatildeo elementar da biomassa determinada experimentalmente

146

Estimando os coeficientes estequiomeacutetricos da reaccedilatildeo 11 e conhecendo a

energia de Gibbs de formaccedilatildeo de produtos e reagentes (Tabela 44) (HEIJNEN

2001) eacute possiacutevel calcular o numero de moles de foacutetons (Einsteins) para sustentar o

crescimento autotroacutefico de 1 C-mol de biomassa (nPh) pela Equaccedilatildeo 8 (item 45)

Embora os valores reais de Δgfi deveriam ter sido utilizados para este caacutelculo

foram utilizados os valores das condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo Torre et al (2003)

demostraram que as diferenccedilas entre a energia de Gibbs de formaccedilatildeo nas

condiccedilotildees reais de cultivo natildeo diferem entre si ou diferem natildeo mais que 3 apartir

de seus respectivos valores estimados com base nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

(T = 2984K C = 10M pH = 70) Por isso foram utilizados os valores de energia de

Gibbs nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

No entanto para o iacuteon H+ a energia de Gibbs de formaccedilatildeo (ΔgfH+) eacute por

definiccedilatildeo uma funccedilatildeo da cultura do pH Assim esse paracircmetro foi recalculado para

as condiccedilotildees reais da equaccedilatildeo de Gibbs

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg (Equaccedilatildeo 12)

Durante as reaccedilotildees luminosas da fotossiacutentese a energia livre carregada

pelos foacutetons eacute capturada por pigmentos (por exemplo a clorofila) organizadas em

grandes complexos de proteiacutenas chamado de centros de reaccedilatildeo A energia de um

foacuteton provoca excitaccedilatildeo eletrocircnica elevando um eleacutetron para um niacutevel maior de

energia exatamente igual agrave energia do foacuteton (hν) Satildeo exigidos um miacutenio de 8 foacutetons

para transferir 4 eleacutetrons de 2 moleacuteculas de H2O para reduzir a 2 moleacuteculas de

NADPH2 de acordo com a equaccedilatildeo

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2H+ (Reaccedilatildeo 12)

Subsequentemente os eleacutetrons satildeo transferidos do NADPH para o CO2

atraveacutes do ciclo de Calvin para produzir os constituintes da biomassa (RAVEN et al

2000)

Como mostrado na Graacutefico 27 a diminuiccedilatildeo progressiva da velocidade

especiacutefica de crescimento () ao longo do cultivo provocou um aumento (em valor

absoluto) no nuacutemero de Einsteins absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa

147

(nPh) Nos maiores valores de quase atingiu o valor teoacuterico de nPh relatado por

Richmond (1983) para sustentar o crescimento sob condiccedilotildees ideais que eacute de 8

Einsteins por C-mol de biomassa

Como jaacute foi observado em trabalho anterior (TORRE et al 2003) a exigecircncia

de energia adicional em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo ideal de 8 Einsteins C-mol DM-1 foi

insignificante no iniacutecio dos cultivos (alta velocidade especiacutefica de crescimento) e em

seguida aumentou consideravelmente durante a fase estacionaacuteria de cada

experimento sugerindo que em condiccedilotildees provavelmente limitada pelo

sombreamento a biomassa usa a energia preferencialmente para a manutenccedilatildeo

do que para o crescimento Em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de luz (no iniacutecio) ou de

sombreamento (na fase estacionaacuteria) um aumento progressivo da intensidade de

luz natildeo excedeu qualquer influecircncia significativa sobre este paracircmetro

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mol

DM

-1)

(dias -1)

148

Como mostrado no Graacutefico 27 as culturas com nitrato necessitam de maiores

valores de nPh para sustentar o crescimento autotroacutefico em relaccedilatildeo agraves culturas

utilizando ureacuteia Como as concentraccedilotildees celulares dos cultivos utilizando nitrato ou

ureacuteia foram semelhante em todas as intensidades luminosas (Item 61) a exigecircncia

adicional foacuteton nos cultivos com nitrato foi provavelmente utilizado para reduzir o

nitrato a amocircnio (HATORI MYERS 1966) que eacute a forma preferencial de nitrogecircnio

assimilado pela A platensis (BOUSSIBA et al 1984) Este efeito tambeacutem foi

observada por Torre et al (2003) em tanques abertos

Finalmente pode ser observado na mesma figura que o uso do modelo

bioenergeacutetico acima com os coeficientes relatados por Cornet et al (1992) para a

composiccedilatildeo da biomassa de A platensis (CHNOS) levou a resultados praticamente

coincidentes com aqueles obtidos utilizando as experimentais determinadas neste

trabalho Essa constataccedilatildeo demonstra que a composiccedilatildeo da biomassa tem um

impacto pouco significativo sobre os resultados de tal modelo bioenergeacutetico logo

poderia simplesmente ser usado como um instrumento geral assumindo os dados da

literatura sem a necessidade de qualquer determinaccedilatildeo da biomassa

No Graacutefico 28 mostra os comportamentos da produccedilatildeo molar de O2 e do

consumo de H+ durante os cultivos nas diferentes intensidades luminosas Essas

tendecircncias demonstram que as diferentes atividades de consumo e produccedilatildeo

seguem fielmente o crescimento celular O aumento progressivo desses paracircmetros

com a intensidade luminosa confirma que esta foi o fator limitante ao crescimento

nunca atingindo as condiccedilotildees de inibiccedilatildeo da luz Como esperado este

comportamento foi qualitativamente semelhante nas culturas utilizando nitrato como

fonte de nitrogecircnio

149

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como eacute conhecido a energia do fluxo de eleacutetrons entre o FSII e NADPH

direciona proacutetons atraveacutes da membrana plasmaacutetica criando uma forccedila motriz de

proacutetons que fornece energia para a siacutentese de ATP pela ATP sintase (LEHNINGER

2004) Portanto assumiu-se que uma parte da energia molar de Gibbs absorvida

pelos dois fotossistemas foi usada para converter ADP em ATP Como mostrado no

Graacutefico 29 os maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram obtidos no final do cultivo

devido a condiccedilotildees ambientais desfavoraacuteveis como a falta de nutrientes ou

liberaccedilatildeo de metaboacutelitos celulares No que se refere agrave intensidade luminosa os

maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram observados nas culturas a intensidades

luminosas iguais e maiores que 120 μmol de foacutetons m-2 s-1 que garantiu a maior

concentraccedilatildeo de ceacutelulas (Item 61) Os valores de ΔGa e ΔGATP natildeo aumentaram no

caso dos cultivos utilizando ureacuteia ou aumentou muito pouco no caso dos cultivos

utilizando nitrato na faixa de intensidade luminosa de 120 - 240 μmol de foacutetons m-2

s-1 devido agraves condiccedilotildees de saturaccedilatildeo de luz como mencionado anteriormente

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mo

lL

)

Tempo (dias)

150

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua)

No Graacutefico 30 mostra os resultados da energia fixada pela fotossiacutentese (ΔH)

e a liberada como calor (Q) a diferentes condiccedilotildees de intensidades luminosas e

fontes de nitrogecircnio Pode ser visto que no final de cultivos tanto ΔH como Q

aumentaram com a intensidade luminosa Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees de

excesso de luz parte da energia absorvida eacute dissipada termicamente atraveacutes de um

mecanismo natildeo fotoquiacutemico (Non-Photochemical Quenching) (MOZZO et al 2008)

e uma quantidade significativa de energia livre eacute perdida como calor durante as

reaccedilotildees bioquiacutemicas entre a absorccedilatildeo luz e a formaccedilatildeo carboidratos (HAUSKA

ARNALD 2000) Esse resultado foi atribuiacutedo a um mecanismo fisioloacutegico para

proteger o aparelho fotossinteacutetico contra fotodestruiccedilatildeo (KARAPETYAN 2008

HEBER et al 2006) cuja funccedilatildeo eacute desempenhada pelos complexos antena do

aparato fotossinteacutetico que muda forma de captaccedilatildeo de luz para uma forma de

dissipaccedilatildeo teacutermica eficiente (MOZZO et al 2008)

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

0 2 4 6 8 10 12

G

AT

P (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

151

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como era esperado pelo fato de que tanto a siacutentese de ATP como a formaccedilatildeo

de NADPH satildeo resultantes do mesmo complexo fotossinteacutetico o comportamento do

ΔH foi bastante semelhante ao observado para o ΔGATP

No Graacutefico 31 mostra a distribuiccedilatildeo percentual da energia luminosa absorvida

em funccedilatildeo do tempo nos cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 escolhidos como

exemplo Resultados qualitativamente semelhantes foram observados nos cultivos a

maiores intensidades luminosos (dados natildeo mostrados) Os cultivos com ureacuteia

apresentaram maiores valores de ηATP e ηF e menores valores de ηQ quando

comparado aos cultivos usando nitrato Isso pode ser explicado pelo fato de um

maior requerimento energeacutetico para a reduccedilatildeo de nitrato de amocircnia Aleacutem disso em

todos os experimentos a fraccedilatildeo de energia armazenada como ATP (ηATP) e a fixada

pelos sistemas (ηF) diminuiram ao longo do tempo enquanto que o liberado em

forma de calor (ηQ) aumentou

-2000

0

2000

4000

6000

8000

0 2 4 6 8 10

-H

Q

(k

J C

-mo

l D

M -1

)

Tempo (dias)

152

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( )

Os maiores valores ηATP e ηF foram por volta de 12 e 23-27 nas culturas

com nitrato e 15 e 31-34 em culturas com ureacuteia respectivamente Nos cultivos a

maiores intensidades luminosas (120 e 240 μmol de foacutetons mndash2 sndash1) os valores de ηF

diminuem mais acentuadamente que os cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 devido

agrave maior concentraccedilatildeo de ceacutelulas (item 61) que reduziu a disponibilidade de luz para

a ceacutelula (efeito de sombreamento) A disponibilidade de nutrientes eacute outro importante

fator ambiental influenciando a composiccedilatildeo do aparato fotossinteacutetico de

cianobacteacuterias Murakami et al (1997) tecircm mostrado que as respostas ao CO2 Na+

e estresse pela luz em Synechocystis sp provocam alteraccedilotildees no estado redox de

componentes entre os sistemas de transporte de eleacutetrons Da mesma forma a

diminuiccedilatildeo na disponibilidade de alguns nutrientes no final do cultivo de A platensis

pode ter contribuiacutedo para diminuir os valores de ηF Como esperado ηQ mostraram

um comportamento oposto aumentando progressivamente a partir dos valores

miacutenimos (60-66 com nitrato e 49-54 com ureacuteia) no iniacutecio do cultivo e cerca de

90 no final Isto significa que no final do cultivo da maior parte da energia

absorvida foi liberada como calor

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h (

)

Tempo (dias)

153

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores de diferentes configuraccedilotildees

Apoacutes a escolha da melhor condiccedilatildeo do cultivo de A platensis em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando CO2 de cilindro foram realizados

experimentos nas mesmas condiccedilotildees em fotobiorreator tubular espiralado para

avaliar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares Luo et al (2003) tem mostrado que a configuraccedilatildeo de

cada reator eacute um dos principais fatores que controlam a produtividade do cultivo

fotossinteacutetico Por isso foram comparadas as curvas de crescimento A platensis

duas diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares uma horizonal (Figura

7) e outra espiralada (Figura 8)

Como observado no Graacutefico 32 os crescimentos celulares da A platensis nos

diferentes fotobiorreatores foram semelhantes obtendo valores de concentraccedilotildees

celulares diaacuterias proacuteximas Isso pode ser explicado pela semelhanccedila nas condiccedilotildees

fiacutesicas entre os fotobiorreatores tais como diacircmetro interno do tubo velocidade de

escoamento do liacutequido bem como as condiccedilotildees de cultivos como a intensidade

luminosa temperatura meio de cultivo que foram mantidas as mais semelhantes

possiacuteveis

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Tempo (dias)

X (

mg

L-1)

154

7 Conclusotildees

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e produtividade em ceacutelulas

(Px) foram influenciados pela variaacutevel independente intensidade luminosa (I)

obtendo maiores valores quando submetidos a maiores intensidades luminosas Por

outro lado a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio (N) natildeo influenciou nesses

paracircmetros mostrando a viabilidade na substituiccedilatildeo do nitrato pela ureacuteia nos cultivos

de Artrhospira platensis

A variaacutevel independente intensidade luminosa natildeo influenciou no paracircmetro

fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) No entanto para variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio os cultivos utilizando ureacuteia apresentaram maiores

valores de YXN quando comparados aos cultivos com nitrato As diferentes fontes de

CO2 natildeo influenciaram nos paracircmetros analisados Xm Px e YXN Logo o CO2

juntamente com os volaacuteteis orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser utilizado para o cultivo da A plantesis sem interferir no crescimento celular

Na composiccedilatildeo centesimal da biomassa pode-se observar que intensidade

luminosa influenciou nos teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios obtendo maiores

valores de clorofila e proteiacutena nos cultivos a baixa intensidade luminosa enquanto

que nessas condiccedilotildees foram obtidos menores teores de lipiacutedios A fonte de

nitrogecircnio influenciou apenas no teor de clorofila obtendo maiores valores utilizando

nitrato como fonte de nitrogecircnio A fonte de CO2 natildeo influenciou na composiccedilatildeo da

biomassa Nenhuma das variaacuteveis independentes estudadas influenciou nos teores

de cinzas e carboidratos na biomassa final

Os resultados tambeacutem indicaram que todas as variaacuteveis independentes tiveram

uma certa influecircncia nos paracircmetros de bioenergeacutetica A dissipaccedilatildeo de energia de

Gibbs aumento com o tempo em todas as condiccedilotildees analisadas obtendo os maiores

valores em tempos mais curtos nos cultivos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente da fonte de nitrogecircnio selecionado O nuacutemero de moles de

foacutetons absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas

culturas com nitrato independentemente da intensidade luminosa Os maiores

valores de produccedilatildeo molar de O2 e do consumo de H+ foram obtidos com os valores

mais elevados de intensidade luminosa utilizando nitrato As fraccedilotildees da energia

direcionada para a siacutentese de ATP fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas

com ureacuteia quando comparadas com as culturas com nitrato que se revelou uma

fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o crescimento energicamente da A platensis

155

As diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares natildeo influenciaram

nas concentraccedilotildees celulares indicando que o formato do tubo que forma o

fotobiorreator seja horizontal ou espiralado natildeo interferem no crescimento da A

platensis

Com isso pode-se concluir que a intensidade luminosa eacute uma importante

variaacutevel que influencia nos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade

celular fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas bioenergeacuteticos e na

composiccedilatildeo quiacutemica da A platensis e que o emprego do CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica juntamente com a ureacuteia como fonte de nitrogecircnio pode ser

uma alternativa viaacutevel para o cultivo de A platensis em escala industrial

proporcionando uma reduccedilatildeo no custo de produccedilatildeo

156

8 Referecircncias bibliograacuteficas

ABELIOVICH A AZOV D Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds Applied and Environmental Microbiology v31 p801ndash806 1976

ACIEacuteN FERNANDEZ FG FERNANDEZ SEVILLA JM SANCHEZ PEREZ JA MOLINA GRIMA E CHISTI Y Airlift-driven external-loop tubular photobioreactors for outdoor production of microalgae assessment of design and performance Chemical Engineering Science v56 p2721-2732 2001

ADIR N ZER H SHOCHAT S OHAD I Photoinhibition a historical perspective Photosynthesis Research v76 p343ndash370 2003

AKIMOTO M OHARA T OHTAGUCHI K KOIDE K Carbon dioxide fixation and α-linolenic acid production by the hot-spring alga Cyanidium caldarium Journal of Chemical Engineering of Japan v27 n3 p329-333 1994

ANDRADE MR COSTA JAV Mixotrophic cultivation of microalga Spirulina platensis using molasses as organic substrate Aquaculture v264 p30ndash13 2007

ANDREOLI C SOUZA SP Cana-de-acuacutecar a melhor alternativa para conversatildeo da energia solar e foacutessil em etanol Economia e Energia ano X n59 dez2006jan2007 Disponiacutevel em httpecencomeee59eee59pcana_melhor_conversorlhtm Acesso em 03 Mar 2010

ASSOCIATION OF OFFICIAL OF ANALYTICAL CHEMISTS Official methods of analysis of AOAC International 16ed Arlington AOAC International 1998

AQUARONE E Penicillin and tetracycline as contamination control agents in alcoholic fermentation of sugbar cane molasses Applied Microbiology v8 p263-268 1960

BABADZHANOV AS ABDUSAMATOVA N YUSUPOVA FM FAIZULLAEVA N MEZHLUMYAN LG MALIKOVA MK Chemical composition of Spirulina platensis cultivated in Uzbekistan Chemistry of Natural Compounds v40 p276-279 2004

BANERJEE A SHARMA R CHISTI Y BANERJEE UC Botryococcus braunii a renewable source of hydrocarbons and other chemicals Critical Reviews in Biotechnology v22 p245-279 2002

BARBER J Photosystem II an enzyme of global significance Biochemical Society Transactions v34 p619-631 2006

BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Processos de fermentaccedilatildeo alcooacutelica e alguns fatores que afetam o desempenho fermentativo In AMORIM HV Processos de produccedilatildeo de aacutelcool controle e monitoramento 2ed Piracicaba FEALQFERMENTECESALQUSP 1996 103p

BASSO LC AMORIM HV OLIVEIRA AJ LOPES ML Yeast selection for fuel ethanol production in Brazil FEMS Yeast Research v8 n7 p1155ndash1163 2008

157

BECKER EW Microalgae biotechnology and microbiology Cambridge New York Cambridge University Press 1995 293p (Cambridge studies in biotechnology 10)

BELAY A The potential application of Spirulina (Arthrospira) as a nutritional and therapeutic supplement in health management Journal of the American Nutraceutical Association v5 n2 p26-49 2002

BELAY A OTA Y Production of high quality Spirulina at earthrise farms In PHANG SM BOROWITZKA MA WHITON B eds Algal biotechnology in the Asia-Pacific region Kuala Lumpur University of Malaysia 1994 p92-102

BELAY A OTA Y MIYAKAWA K SHIMAMATSU H Current knowledge on potential health benefits of Spirulina Journal of Applied Phycology v5 n2 p235-241 1993

BELKIN S BOUSSIBA S High internal pH conveys ammonia resistance in Spirulina platensis Bioresource Technology v38 n23 p167-169 1991a

BELKIN S BOUSSIBA S Resistance of Spirulina platensis to ammonia at high pH values Plant and Cell Physiology v3 p952-958 1991b

BERMAN T CHAVA S Algal growth on organic compounds as nitrogen sources Journal of Plankton Research v21 n8 1423-1437 1999

BERRY S BOLYCHEVTSEVA YV ROGNER M KARAPETYAN NV Photosynthetic and respiratory electron transport in the alkaliphilic cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis Photosynthesis Research v78 p67ndash76 2003

BEZERRA RP MATSUDO MC CONVERTI A SATO S CARVALHO JCM Influence of the ammonium chloride feeding time and the light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Biotechnology and Bioengineering v100 p297-305 2008

BINAGHI L DEL BORGHI A LODI A CONVERTI A DEL BORGHI M Batch and fed-batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochemistry v38 p1341-1346 2003

BOROWITZKA MA Microalgae as sources of fine chemicals Current Microbiology v3 p372-375 1986

BOROWITZKA MA Commercial production of microalgae ponds tanks tubes and fermenters Journal of Biotechnology v70 p313ndash321 1999

BORZANI W Fermentaccedilatildeo semicontiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coords Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p219-222

BOUSSIBA S Ammonia uptake in the Alkalophilic Cyanobacterium Spirulina platensis Plant and Cell Physiology v30 n2 p303-308 1989

BOUSSIBA S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and

158

environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p36-72

BOUSSIBA S RESCH CM GIBSON J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria Archives of Microbiology v138 p287-392 1984

BRODY M BRODY SS Induced changes in the photosynthetic efficiency of Porphyridium cruentum II Archives of Biochemistry and Biophysics v96 p354-359 1962

CACHOT T MUumlLLER M PONS M Kinetics of volatile metabolites during alcoholic fermentation of cane molasses by Sacchamoryces cerevisiae Applied Microbiology and Biotechnology v35 p345-454 1991

CAMACHO RUBIO F ACIEacuteN FERNANDEZ FG SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F MOLINA GRIMA E Prediction of dissolved oxygen and carbon dioxide concentration profiles in tubular photobioreactors for microalgal culture Biotechnology and Bioengineering v62 p71-86 1999

CANtildeIZARES-VILLANUEVA RO DOMIacuteNGUEZ AR CRUZ MS RIacuteOS-LEAL E Chemical composition of cianobacteria grown in diluted aerated swine wastewater Bioresource Technology v51 p111-116 1995

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors of photoautotrophs Biotechnology and Bioengineering v51 p51-60 1996

CARLOZZI P Dilution of solar radiation through ldquoCulturerdquo lamination in photobioreactor rows facing SouthndashNorth a way to improve the efficiency of light utilization by Cyanobacteria (Arthrospira platensis) Biotechnology and Bioengineering v81 n3 p305-315 2003

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors Applied Microbiology and Biotechnology v54 p14-22 2000

CARLOZZI P PINZANI E Growth characteristics of arthrospira platensis cultured inside a new close-coil photobioreactor incorporating a mandrel to control culture temperature Biotchnology and Bioengineering v90 n6 p675-684 2005

CARLOZZI P TORZILLO G Productivity of Spirulina in a strongly curved outdoor tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v45 n12 p18-23 1996

CARRIERI D ANANYEV G BROWN T DISMUKES GC In vivo bicarbonate requirement for water oxidation by Photosystem II in the hypercarbonate-requiring cyanobacterium Arthrospira maxima Journal of Inorganic Biochemistry v101 n1112 p1865ndash1874 2007

CARVAJAL N FERNANDEZ M RODRIGEZ JP DONOSO M Urease of Spirulina maxima Phytochemistry v21 p2821-2823 1982

159

CARVALHO JCM Contribuiccedilatildeo ao estudo dos processos descontiacutenuo alimentado de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Satildeo Paulo 1994 334p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

CARVALHO JCM SATO S Fermentaccedilatildeo descontiacutenua alimentada In BORZANI W SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 v2 p205-218

CARVALHO JCM FRANCISCO FR ALMEIDA KA SATO S CONVERTI A Cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis (Cyanophyceae) by fed-batch addition of ammonium chloride at exponentially-increasing feeding rates Journal of Phycology v40 p589-597 2004

CARVALHO JCM VITOLO M SATO S AQUARONE E Ethanol production by Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch process optimization by response surface methodology Applied Biochemistry and Biotechnology v110 n3 p151-164 2003

CEROacuteN GARCIacuteA MC FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ FG MOLINA GRIMA E GARCIacuteA CAMACHO F Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol growth rate and fatty acid profile Journal of Applied Phycology v12 n4 p239-248 2000

CEZARE EA Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de Spirulina platensis empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado Satildeo Paulo 1998 166p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

CHAMORRO G SALAZAR M ARAUJO KGL SANTOS CP CEBALLOS G CASTILLO LF Actualizacion en la farmacologiacutea de Spirulina (Arthrospira) un alimento no convencional Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v52 n3 p232-240 2002

CHANG EH YANG SS Microalgae for biofixation of carbon dioxide Botanical Bulletin of Academia Sinica v44 p43-52 2003

CHELF P BROWN LM WYMAN CE Aquatic biomass resources and carbon dioxide trapping Biomass and Bioenergy v4 p175ndash183 1993

FENG C High cell density culture of microalgae in heterotrophic growth Trends in Biotechnology v14 n11 p421-426 1996

CHEN T ZHENG W YANG F BAI Y WONG Y Mixotrophic culture of high selenium-enriched Spirulina platensis on acetate and the enhanced production of photosynthetic pigments Enzyme and Microbial Technology v39 p103ndash107 2006

CHISTI MY Airlift bioreactors London New York Elsevier Applied Science 1989 345p (Elsevier Applied Biotechnology Series)

160

CHISTI Y Biodiesel from microalgae Biotechnology Advances v25 n3 p294ndash306 2007 [Review]

CHITNIS PR Photosystem I Function and physiology Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v52 p593ndash626 2001

CHOI KH CHISTI Y MOO-YOUNG M Influence of the gas liquid separator design on hydrodynamic and mass transfer performance of split-channel airlift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v62 p327-332 1995

CHOJNACK K NOWORYTA A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme and Microbial Technology v34 p461ndash465 2004a

CHOJNACKA K MAacuteRQUEZ-ROCHA FJ Kinetic and stoichiometric relationships of the energy and carbon metabolism in the culture of microalgae Biotechnology v3 n1 p21-32 2004b

CIFERRI O Spirulina the edible microorganism Microbiological Reviews v47 n4 p551-578 1983

CIFERRI O TIBONI O The biochemistry and industrial potential of Spirulina Annual Review of Microbiology v39 n3 p503-526 1985

COGNE G LEHMANN B DUSSAP C GROS J Uptake of Macrominerals and trace elements by the Cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira platensis PCC 8005) under photoautotrophic conditions culture medium optimization Biotechnology and Bioengineering v81 n5 p588-593 2003

COLLIER JL BRAHAMSHA B PALENIK B The marine cyanobacterium Synechococcus sp WH7805 requires urease (urea amidohydrolase EC 3515) to utilize urea as a nitrogen source molecular-genetic and biochemical analysis of the enzyme Microbiology v145 447-459 1999

CONVERTI A LODI A DEL BORGHI A SOLISIO C Cultivation of Spirulina platensis in a combined airlift-tubular reactor system Biochemical Engineering Journal v32 p13ndash18 2006a

CONVERTI A SCAPAZZONI S LODI A CARVALHO JCM Ammonium and urea removal by Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v33 p8ndash16 2006b

CORNET JF DUSSAP CG CLUZEL P DUBERTRET G A structured model for simulation of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnology and Bioengineering v40 n7 p826ndash834 1992

CORONIL T LARA C GUERRERO MG Shift in carbon flow and stimulation of amino-acid turnover induced by nitrate and ammonium assimilation in Anacystis nidulans Planta v189 n3 p461-467 1993

161

COSTA JAV COZZA KL OLIVEIRA L MAGAGNIN G Different nitrogen sources and growth responses of Spirulina platensis in microenvironments World Journal of Microbiology amp Biotechnology v7 p439ndash442 2001

COSTA JAV COLLA ML DUARTE FILHO PF Improving Spirulina platensis biomass yield using a fed-batch process Bioresource Technology v92 n3 p237ndash241 2004

CYSEWSKI GR WILKE CR Process design and economic studies of alternetive fermentation methods for the production of ethanol Biotechnology and Bioengineering v20 p1421ndash1444 1978

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S An investigation of effect of replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v23 p261-269 2002

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S Effect of reducing the light intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v26 p329-335 2004

DE BEER D STOODLEY P LEWANDOWSKI Z Liquid flow in heterogeneous biofilm Biotechnology and Bioengineering v44 p636-364 1994

DORN T Nitrogen source In University of Nebraska-Lincoln Disponiacutevel em httplancasterunleduagfactsheets288htm Acesso em 26 set 2007

ELOFF JN STEINITZ Y SHILO M Photooxidation of Cyanobacteria in natural conditions Applied and Environmental Microbiology v31 n1 p119-126 1976

ESTRADA JE BESCOS P VILLAR DEL FRESNO AM Antioxidant activity of different fractions de Spirulina plantesis protean extract Farmaco v56 p497-500 2001

FACCIOTTI MCR Fermentaccedilatildeo contiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p223-246

FAINTUCH BL Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Satildeo Paulo 1989 192p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

FALCONE M MARQUES AB Estudo sobre as condiccedilotildees de hidroacutelise do HCl na dosagem de accediluacutecares redutores totais (ART) Tecnologia de Alimentos amp Bebidas v4 p24-30 1965

FERRAZ CAM Produccedilatildeo de Spirulina maxima influecircncia de ecofatores e uso de um sub produto da induacutestria alcooeira Revista de Microbiologia v17 n1 p70-74 1986

162

FLORES E HERRERO A Assimilatory nitrogen metabolism and its regulation In BRYANT DA ed The molecular biology of cyanobacteria Dordrecht Kluwer Academic Publishers 1994 p487ndash517

GANTT E Phycobilisomes Annual Review of Plant Physiology v32 p327ndash347 1981

GARRITY GM BOONE DR CASTENHOLZ RW eds Bergeyrsquos manual of systematic bacteriology the archaea and the deeply branching and phototrophic bacteria 2ed New York Springer 2001 v1 p540-543

GEIDER RJ MACINTYRE HL KANA TM Dynamic model of phytoplankton growth and acclimation responses of the balanced growth rate and the chlorophyll a carbon ratio to light nutrient-limitation and temperature Marine Ecolology Progress Series v148 p187-200 1997

GIOIELLI JA Modificaccedilatildeo Industrial de oacuteleos e gorduras Satildeo Paulo Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica 1997 pag 253

GOLDEMBERG J Biomassa e energia Quiacutemica Nova v32 n3 p582-587 2009

GOLDEMBERG J Ethanol for a sustainable energy future Science v315 p808-2010 2007

GOMBOS Z WADA H MURATA N The Recovery of photosynthesis from low-temperature photoinhibition is accelerated by the unsaturation of membrane lipids a mechanism of chilling tolerance Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v91 p8787-8791 1994

GORDILLO FJL JIMEacuteNEZ C FIGUEROA FL XAVIER NIELL F Effects of increased atmospheric CO2 and N supply on photosynthesis growth and cell composition of the cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira) Journal of Applied Phycology v10 p461ndash469 1999

GREGERSSEN L JORGENSEN SB Supervision of fed-batch fermentations Canadian Journal of Chemical Engineering v75 p69-76 1999

GRIFFITHS DJ Chlorophyll b-containing oxygenic photosynthetic prokaryotes oxychlorobacteria (prochlorophytes) Botanical Review v72 n4 p330ndash366 2006

GRUSZECKI WI WOJTOWICZ K KRUPA Z STRZALKA K A direct measurement of thermal energy dissipation in the photosynthetic apparatus during induction of fluorescence Journal of Photochemistry and Photobiology B Biology v22 p23ndash27 1994

GUERREIRO MA ANDRIETTA SR MAUGERI F Expert for design of an industrial fermentation plant for the production alcohol Journal of Chemical Technology and Biotechnology v68 p163-170 1997

GUERRERO MG LARA C Assimilation of inorganic nitrogen In FAY P VAN BAALEN C eds The cyanobacteria Amsterdam New York Elsevier 1987 p163ndash186

163

HANAGATA N TAKEUCHI T FUKUJU Y BARNES DJ KARUBE I Tolerance of microalgae to high CO2 and high temperature Phytochemistry v31 p3345-3348 1992

HATTORI A MYERS J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of Anabaena cylindrica I Reduction of nitrite to ammonia Plant Physiology v41 n6 p1031ndash1036 1966

HAUSKA G ARNALD M Energy transduction in the Z-sheme In YUNUS M MOHANTY P PATHRE U eds Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation London Taylor amp Francis 2000 p108-126

HEATHCOTE P JONES MR FYFE PK Type I photosynthetic reaction centres structure and function Philosophical Transactions of the Royal Society B Biological Sciences v358 p231ndash243 2003

HEBER U BILGER W SHUVALOV VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-oxidation Journal of Experimental Botany v57 n12 p2993ndash3006 2006

HEIJNEN JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic perspective In RATLEDGE C KRISTIANSEN B eds Basic biotechnology Cambridge Cambridge University Press 2001 p45ndash58

HENDRY GAF Chlorophylls and chlorophyll derivatives In HENDRY GAF HOUGHTON JD Natural food colorants 2ed London Blackil Academic and Professional 1996 p131-155

HENDRY GAF PRICE AH Stress indicators chlorophylls and carotenoids In HENDRY GAF GRIME JP eds Methods in comparative plant ecology London Chapman amp Hall 1993 p148-152

HERRERO A MURO-PASTOR AM FLORES E Nitrogen control in cyanobacteria Journal of Bacteriology v183 n2 p411ndash425 2001

HERRERO A FLORES E Nitrate metabolism RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p1ndash25

HILL J NELSON E TILMAN D POLASKY S TIFFANY D Environmental economic and energetic costs and benefits of biodiesel and ethanol biofuels Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v103 n30 p11206ndash11210 2006

HIRATA S TAYA M TONES S Continuous cultures of Spirulina platensis under photoautotrophic conditions with change in light intensity Journal of Chemical Engineering of Japan v31 n4 p636-639 1998

HOUMARD J Gene transcription in filamentous cyanobacteria Microbiology v140 p433-441 1994

164

HU Q GUTERMAN H RICHMOND A A flat inclined modular photobioreactor for outdoor mass cultivation from the cyanobacterium Synechococcus UTEX 625 after rapid quenching of the active CO2 transport system Canadian Journal of Botany v75 p981ndash997 1996

INGLEDEW WM Alcohol production by Saccharomyces cerevisiae a yeast primer in the alcohol textbook 3ed United Kingdom Nottingham University Press 1999 pag 49-87

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas analiacuteticas do Instituto Adolfo Lutz meacutetodos quiacutemicos e fiacutesicos para anaacutelise de alimentos 3ed Satildeo Paulo IAL 1985 v1 226p

JANSSEN M TRAMPER J MUR LR WIJFFELS RH Enclosed outdoor photobioreactors light regime photosynthetic efficiency scale-up and future prospects Biotechnology and Bioengineering v81 n2 p193-210 2003

JEAMTON W Molecular cloning and characterization of the phycocyanin genes from Spirulina platensis C1 Thailand 1997 140p Thesis of Master - School of Bioresources and Technology - King Mongkut‟s Institute of Technology Thonburi

JHA P ALI A RAGHURAM N Nitrate-Induction of nitrate reductase and its inhibition by nitrite and ammonium ions in Spirulina platensis Physiology and Molecular Biology of Plants v13 n2 p163-167 2007

JIMENEZ C COSSO BR LABELLA D XAVIER NIELL F The feasibility of industrial production of Spirulina (Arthrospira) in Southern Spain Aquaculture v217 n1 p179-190 2003

JONES RP PAMMENT N GREENFIELD PF Alcohol fermentation by yeast the effect of environmental and other variable Process Biochemistry v16 n3 p42-49 1981

JOSLYN MA Alcoholometry In ______ ed Methods in food analysis physical chemical and instrumental methods of analysis New York Academic Press 1970 p451 (Food Science and Technology)

QIAN K BOROWITZKA MA Light and nitrogen deficiency effects on the growth and composition of Phaeodactylum tricornutum Applied Biochemistry and Biotechnology v38 n12 p93-103 1993

KANG R WANG J SHI D CONG W CAI Z OUYANG F Interactions between organic and inorganic carbon sources during mixotrophic cultivation of Synechococcus sp Biotechnology Letters v26 p1429ndash1432 2004

KAPLAN A REINHOLD L CO2 concentrating mechanisms in photosynthetic microorganisms Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v50 p539ndash570 1999

KARAPETYAN NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynthesis Research v97 n3 p195ndash204 2008

165

KHESHGI HS PRINCE RC Sequestration of fermentation CO2 from ethanol production Energy v30 p1865ndash1871 2005

KHOTIMCHENKO SV YAKOVLEVA IM Lipid composition of the red alga Tichocarpus crinitus exposed to different levels of photon irradiance Phytochemistry v66 p73ndash79 2005

KIM CJ JUNG YH OH HM Factors indicating culture status during cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Journal of Microbiology v45 n2 p122-127 2007

KOBAYASHI M KAKIZONO T YAMAGUCHI K NISHIO N NAGAI S Growth and astaxanthin formation of Haematococcus pluvialis in heterotrophic and mixotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v74 p12-20 1992

KOCK JLF VENTER P SMITH DP VANWYK PWJ BOTES PJ COETZEE DJ POHL CH A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟ phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek v77 p401ndash406 2000

KOMMAREDDY AR ANDERSON GA Mechanistic modeling of a photobioreactor system In ASAE ANNUAL INTERNATIONAL MEETING Tampa 2005 Acta Saint Joseph American Society of Agricultural Engineers 2005 1 CD-ROM

KOSHIMIZU LH MELO CRUZ MR VALDEOLIVAS RI BUENO NETO CL RAMOS GONCcedilALVES AR ROMERO DE LA IGRESIA M BORZANI W Fermentaccedilatildeo alcooacutelica em uma uacutenica dorna em escala piloto Brasil Accedilucareiro v102 p14-21 1983

KUMAR DP MURTHY SDS Photoinhibition induced alterations in energy transfer process in phycobilisomes of PS II in the Cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Biochemistry and Molecular Biology v40 n5 p644-648 2007

LARA C GUERRERO MG Interactions between carbon and nitrogen metabolism In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p131-148

LAW EA BERNING JL Photosynthetic efficiency optimization studies with macroalga Gracilaria tikvihae implication for CO2 emission control from power plants Bioresource Technology v37 p25-33 1991

LAWS EA SATORU T HIRATA J PANG L Optimization of microalgae production in a shallow outdoor flume Biotechnology and Bioengineering v32 p140ndash147 1987

LEA PJ Nitrogen metabolism In LEA PJ LEEGOOD RC eds Plant biochemistry and molecular biology Chichester New York John Wiley 1993 cap7 p155-180

166

LEDUY A SAMSON R Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnology Letters v4 n5 p303-306 1982

LEDUY A ZAJIC JE A geometrical approach for differentiation of an experimental function at a point applied to growth and product formation Biotechnology and Bioengineering v25 p805ndash810 1973

LEDUY A THERIEN N An improved method for optical density measurement of the semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnology and Bioengineering v19 p1219-1224 1977

LEE YK Algal nutrition heterotrophic carbon nutrition In RICHMOND A ed Handbook of microalgal culture biotechnology and aplied phycology Oxford Blackwell Science 2004 p116-124

LEE YK Commercial production of microalgae in the Asia-Pacific rim Journal of Applied Phycology v9 p403-411 1997

LEE YK Microalgal mass culture systems and methods their limitation and potential Journal of Applied Phycology v13 p307-315 2001

LEHNINGER AL NELSON DL COX MM Principles of biochemistry 4ed New York W H Freeman 2004 1158 pag

LI DM QI YZ Spirulina industry in China present status and future prospects Journal of Applied Phycology v9 p25ndash28 1997

LI Y ZHANG J XIE J ZHAO J JIANG L Temperature-induced decoupling of phycobilisomes from reaction centers Biochimica et Biophysica Acta v1504 n23 p229-234 2001

LIANG S LIU X CHENG F CHEN Z Current microalgal health food R amp D activities in China Hydrobiologia v512 p45ndash48 2004

LIMA UA BASSO LC AMORIN HV Produccedilatildeo de etanol In LIMA VA AQUARONE E BORZANI W SCHIMIDELL N Biotecnologia industrial processos fermentativos e enzimaacuteticos Satildeo Paulo Eggard Bucher 2001 v3 p1-43

LIU X ZHAO J WU Q Oxidative stress and metal ions effects on the cores of phycobilisomes in Synechocystis sp PCC 6803 FEBS Letters v579 n21 p4571ndash4576 2005

LORENZ RT A review of Spirulina and Haematococcus algae meal as a carotenoid and vitamin supplement for poultry Sl Cyanotech Corporation 1999 (Spirulina Pacifica Technical Bulletin 53) Disponiacutevel em httpwwwclimatebabescomdocumentsAlgae20Spirulina20food20supplementpdf Acesso em 25 Mar 2010

167

LU C VONSHAK A Photoinhibition in outdoor Spirulina platensis cultures assessed by polyphasic chlorophyll fluorescence transients Journal of Applied Phycology v11 n4 p355-359 1999

LU C ZHANG J Role of light in the response of PSII photochemistry to salt stress in the cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Experimental Botany v51 n346 p911-917 2000

LUO HP KEMOUN A AL-DAHHAN MH SEVILLA JMF SAacuteNCHEZ JLG CAMACHO FG GRIMA EM Analysis of photobioreactors for culturing high-value microalgae and cyanobacteria via an advanced diagnostic technique CARPT Chemical Engineering Science v58 p2519ndash2527 2003

MA X CHEN KW LEE YK Growth of Chlorella outdoors in a changing light environment Journal Applied Phycology v9 p425ndash430 1997

MACINTYRE HL KANA TM ANNING T GEIDER RJ Photoacclimation of photosynthesis irradiance response curves and photosynthetic pigments in microalgae and cyanobacteria Journal of Phycology v38 p17ndash38 2002

MAGALHAtildeES MMA Fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de melaccedilo influecircncia da adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio ao mostro no teor de proteiacutena e levedura residual Satildeo Paulo 1978 85p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Engenharia Quiacutemica Escola Politeacutecnica ndash Universidade de Satildeo Paulo

MAMEDE MEO PASTORE GM Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo dos compostos majoratoacuterios da fermentaccedilatildeo de mosto de uva por leveduras isoladas da regiatildeo da ldquoSerra gauacutechardquo (RS) Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v24 n3 p453-458 2004

MANRIQUE REOL E Los pigmentos fotosinteacuteticos algo maacutes que la captacioacuten de luz Ecosistemas v12 n1 2003 Disponiacutevel em httpruauaesdspacebitstream1004589581ECO_1228129_08pdf Acesso em 7 agost 2009

MARQUES F Vias para avanccedilar como liacuteder do etanol Pesquisa FAPESP n149 Jul 2008 Disponiacutevel em httprevistapesquisafapespbrart=3574ampbd=1amppg=1 Acesso em 9 mar 2010

MARQUEZ FJ NISHIO N NAGAI S SASAKI K Enhancement of biomass and pigment production during growth of Spirulina platensis in mixotrophic culture Journal of Chemical Technology and Biotechnology v6 p159ndash164 1995

MAacuteRQUEZ FJ SASAKI K KAKIZONO T NISHIO N NAGAI S Growth characteristics of Spirulina platensis in mixotrophic and heterotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v76 p408-410 1993

MARZZOCO A TORRES BB Bioquiacutemica baacutesica 2ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1999 388p

MASOJIacuteDEK J PAPAacuteČEK Š SERGEJEVAVAacute M JIRKA V ČERENŶ J KUNC J KOREČKO J VERBOVIKOVA O KOKPECKY J ŜTYS D

168

TORZILLO G A closed solar photo bioreactor for cultivation of microalgae under supra-high irradiance basic design and performance Journal of Applied Phycology n15 p239ndash248 2003

MATA AM Engineering photosynthetic systems for bioregenerative life support Barcelona 2007 274p Tese de Doutorado ndash Escola Teacutecnica Superior de Engenharia - Universidade Autonoma de Barcelona

MATSUNAGA T SUDO H TAKEMASA H WACHI Y NAKAMURA N Sulfated extracellular polysaccharide production by the halophilic cyanobacterium Aphanocapsa halophytia immobilized in light-diffusing optical fibers Applied Microbiology and Biotechnology v45 p24-27 1996

MCCARTY RE EVRON Y JOHNOSON EA The chloroplast ATP synthase a rotary enzyme Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v51 p83-109 2000

MCEVOY JP GASCON JA BATISTA VS BRUDVIG GW The mechanism of photosynthetic water splitting Photochemical amp Photobiological Sciences v4 p940ndash949 2005

MELIS A Photosystem-II damage and repair cycle in chloroplasts what modulates the rate of photodamage in vivo Trends in Plant Science v4 p130ndash135 1999

MENDOZA H MARTEL A JIMEacuteNEZ DEL RIacuteO M GARCIacuteA REINA G Oleic acid is the main fatty acid related with carotenogenesis in Dunaliella salina Journal of Applied Phycology v11 n1 p15-19 1999

MERCHUK JC LADWA N CAMERON A BULMER M BERZIN I PICKETT AM Liquid flow and mixing in concentric tube air-lift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v66 p174-182 1996

MIAO X WU Q Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil Bioresource Technology v97 p841ndash846 2006

MIRANDA MS CINTRA RG BARROS SB MANCINI FILHO J Antioxidant activity of the microalga Spirulina maxima Brazilian Journal of Medical and Biological Research v31 n8 p1075-1079 1998

MOBLEY HLT HAUSINGER RP Microbial ureases significance regulation and molecular characterization Microbiological Reviews v53 n1 p85ndash108 1989

MOHANTY P SCRIVASTAVA M KRISHNA KB The photosynthetic apparatus of Spirulina electron transport and energy transfer In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p17-72

MOLINA E FERNAacuteNDEZ J ACIEacuteN FG CHISTI YTubular photobioreactor design for algal cultures Journal of Biotechnology v92 p113ndash131 2001

MOLINA GRIMA E SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM FERNAacuteNDEZ FG URDA CARDONA J Biomass

169

and icosapentanoic acid productivities from an outdoor batch culture of Phaeodactylum tricornutum UTEX 640 in an airlift tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v42 p658-663 1995

MOumlLLERSTEN K YAN J MOREIRA JR Potential market niches for biomass energy with CO2 capture and storage opportunities for energy supply with negative CO2 emissions Biomass and Bioenergy v25 p273ndash285 2003

MORAIS MG COSTA JAV Biofixation of carbon dioxide by Spirulina sp and Scenedesmus obliquos cultivated in a three-stage serial tubular photobioreactor Journal of Biotechnology v129 p439ndash445 2007b

MORAIS MG COSTA JAV Carbon dioxide fixation by Chlorella kessleri Chlorella vulgaris Scenedesmus obliquus and Spirulina sp cultivated in flasks and vertical tubular photobioreactors Biotechnology Letters v29 p1349ndash1352 2007a

MORIST A MONTESINOS JL CUSIDOacute JA GOacuteDIA F Recovery and treatment of Spirulina platensis cells cultured in a continuous photobioreactor to be used as food Process Biochemistry v37 p535-547 2001

MOZZO M PASSARINI F BASSI R VAN AMERONGEN H CROCE R Photoprotection in higher plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of Photosystem II Biochimica et Biophysica Acta Bioenergetics v1777 n10 p1263-1267 2008

MUGGLI DL HARRISON PJ Effects of nitrogen source on the physiology and metal nutrition of Emiliania huxleyi grown under different iron and light conditions Marine Ecology Progress Series v130 p255-267 1996

MUumlHLING M BELAY A WHITTON BA Screening Arthrospira (Spirulina) strains for heterotrophy Journal of Applied Phycology v17 p129ndash135 2005

MURAKAMI A KIM SJ FUJITA Y Changes in photosystem stoichiometry in response to environmental conditions for cell growth observed with the Cyanophyte synechocystis PCC 6714 Plant and Cell Physiology v38 n4 p392-397 1997

MURO-PASTOR MI FLOREcircNCIO FJ Regulation of ammonium assimilation in cianobacterium Plant Physiology and Biochemistry v41 p595ndash603 2003

NAKAJIMA Y UEDA R Improvement of photosynthesis in dense microalgal suspension by reduction of light harvesting pigments Journal of Applied Phycology v9 p503ndash510 1997

NARAYAN MS MANOJ GP VATCHRAVELU K BHAGYALAKSHIMI N MAHADEVASWAMY M Utilization of glycerol as carbon source on the growth pigment and lipid production in Spirulina platensis International Journal of Food Sciences and Nutrition v56 n7 p521-528 2005

NELSON N BEN-SHEM A Photosystem I reaction center past and future Photosynthesis Research v73 p193ndash206 2002

170

NELSON N YOCUM CF Structure and function of photosystems I and II Annual Review of Plant Biology v57 p521ndash565 2006

NERANTZIS ET TZOVENIS IP STAMATIADIS S GIANNAKOPOULOU E MANIATIS L Continuous production of Arthrospira (=Spirulina) platensis in a helical photobioreactor Disponiacutevel em httpwwwsrcosmosgrsrcosmosshowpubaspxaa=8290 Acesso em 26 mar 2010

NIEVA M VALIENTE EF Inorganic carbon transport and fixation in cells of Anabaena variabilis adapted to mixotrophic conditions Plant and Cell Physiology v37 p1ndash7 1996

OCHOA DE ALDA JAG TAPIA M LLAMA MJ SERRA JL Changes in photosynthetic yield amino acids and organic acids are induced by ammonium addition to cells of Phormidium laminosum (Cyanophyceae) Journal of Phycology v32 p602-608 1996

OGAWA T TERUI G Studies on the growth of Spirulina platensis on the pure culture of Spirulina platensis Journal of Fermentation Technology v48 p361-367 1970

OGBONNA JC MASUI H TANAKA H Sequential heterotrophic autotrophic cultivation an efficient method of producing Chlorella biomass for health food and animal feed Journal of Applied Phycology v9 p359ndash366 1997

OGBONNA JC TANAKA H Light requirement and photosynthetic cell cultivation development of processes for efficient light utilization in photobioreactors Journal of Applied Phycology v12 p207ndash218 2000

OGBONNA JC TANAKA H Industrial-size photobioreactors CHEMTECH v27 n7 p43-49 1997

OGBONNA JC TOMIYAMA S TANAKA H Production of α-tocopherol by sequential heterotrophic-photoautotrophic cultivation of Euglena gracilis Journal of Biotechnology v70 n13 p213ndash221 1999

OLGUIacuteN EJ GALICIA S HERNAacuteDEZ E ANGULO O The effect of low light flux and nitrogen deficiency on the chemical composition of Spirulina sp growth on pig waste Bioresource Technology v77 p19-24 2001

OMATA T OHMORI M ARAI N OGAWA T Genetically engineered mutant of the cyanobacterium Synechococcus PCC 7942 defective in nitrate transport Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v86 p6612ndash6616 1989

ONO E CUELLO JL Design parameters ofsolar concentrating systems for CO2-mitigating algal photobioreactors Energy v29 p1651ndash1657 2004

PALINSKA KA JAHNS T RIPPKA R TANDEAU DE MARSAC N Prochlorococcus marinus strain PCC9511 a picoplanktonic cyanobacterium synthesizes the smallest urease Microbiology v146 p3099ndash3107 2000

171

PAOLETTI C PUSHPARAJ B TOMASELLI FL Ricerche sulla nutrizione minerale di S platensis In CONGRESSO NAZIONALE DELLA SOCIETAacute ITALIANA DI MICROBIOLOGIA 17 Padova 1975 Atti Padova 1975 p845-853

PELIZER LH DANESI EDG RANGEL CO SASSANO CEN CARVALHO JCM SATO S MORAES IO Influence of inoculum age and concentration in Spirulina platensis cultivation Journal of Food Engineering v56 p371-375 2003

PELIZER LH SASSANO CE CARVALHO JCM SATO S GIOELLI LA MORAIS IO Padronizaccedilatildeo do meacutetodo de secagem da biomassa de Spirulina platensis Revista de Farmaacutecia e Quiacutemica v32 n1 p37-40 1999

PEREGO Jr L Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua de mosto de melaccedilo influecircncia da concentraccedilatildeo do mosto e da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo na estabilidade do sistema a 32 ordmC Satildeo Paulo 1979 162p Tese de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

PIERCE WC HAENISCH EL Quantitative analysis 3ed New York John Willey 1948 497p

PINTO LS VIERA LM PONS MN FONSECA MMR MENEZES JC Monitorizaccedilatildeo de processos bioloacutegicos III Anaacutelise digital de imagem Boletim de Biotecnologia Disponiacutevel em httpdequimistutlptbbio70pdfAnalise_Digital_de_Imagempdf Acesso em 30 set 2007

PIORRECK M BAASCH KH POHL P Biomass production total protein chlorophylls lipids and fatty acids of freshwater green and blue-green algae under different nitrogen regimes Phytochemistry v23 p207-216 1984

PRASANNA R SOOD A SURESH A NAYAK S KAUSHIK BD Potentials and applications of algal pigments in biology and industry Acta Botanica Hungarica v49 n12 p131-156 2007

PULZ O SCHEIBENBOGEN K Photobioreactors design and performance with respect to light energy input Advances in Biochemical EngineeringBiotechnology v59 p123-152 1998

RAFIQUL IM JALAL KCA ALAM MZ Environmental factors for optimisation of spirulina biomass in laboratory culture Biotechnology v4 n1 p19-22 2005

RAI AK Purification and properties of urease from a cyanobacterium Anabaena doliolum FEMS Microbiology Letters v61 n3 p319-322 1989

RAI AK SINGH S Urease of blue-green algae (Cyanobacteria) Anabaena doliolum and Anacystis nidulans Current Microbiology v16 n2 p113-117 1987

RANGEL-YAGUI CA DANESI EDG CARVALHO JCM SATO S Chlorophyll production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process Bioresource Technology v92 p133ndash141 2004

172

RAPP A VERSINI G Influence of nitrogen compounds in grapes on aroma compounds of wine In INTERNATION SYMPOSIUM ON NITROGEN IN GRAPES AND WINE Seattle 1991 Proceedings Seattle American Society for Enology and Viticulture 1991 p156-164

RAVAGNANI MASS THONERN WI CABALLERO JA A mathematical model for the composition of Brazilian ethanol shares for exportation to be blended to gasoline Energy Policy v35 n10 p5060ndash5063 2007

RAVEN JA KIumlBLER JE BEARDALL J Put out the light and then put out the light Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom v80 n1 p1-25 2000

REICHERT CC REINEHR CO COSTA JAV Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium Spirulina platensis in a closed photobioreactor Brazilian Journal of Chemical Engineering v23 n1 p23-28 2006

RICHMOND A Large scale microalgal culture and applications Progress in Phycological Research v7 p269ndash330 1990

RICHMOND A Phototrophic microalgae In REHM HJ REED G KIESLICH K BRAUER H PAPE H KENNEDY JF JACOBSON GK eds Biotechnology Weinheim Verlag Chemie 1983 v3 p109ndash143

RICHMOND A Microalgal biotechnology at the turn of the millennium a personal view Journal of Applied Phycology v12 p441ndash451 2000

RICHMOND A GROBBELAAR JU Factors affecting the output rate of Spirulina platensis with reference to mass cultivation Biomass v10 p253-264 1986

RICHMOND T LICHTENBERG B STAHL B VONSHAK A Quantitative assessment of the major limitations os productivity os Spirulina platensis in open receways Journal of Applied Phycology v2 p195-206 1990

ROMANO P FIORE C PARAGGIO M CARUSO M CAPECE A Function of yeast species and strains in wine flavour International Journal of Food Microbiology v86 p169ndash180 2003

ROMERO JM LARA C Photosynthetic assimilation of N03- by intact cells of the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v83 p208-212 1987

Romero FAPESP Satildeo Paulo Agecircncia Fapesp Disponiacutevel em httpwwwagenciafapespbr Acesso em 19 mar 2007

ROUKAS T Pretreatment of beet molasses pullulan production to increase Process Biochemistry v33 p805-810 1998

CAMACHO RUBIO F GARCIA CAMACHO F FERNANDEZ SEVILLA J M CHISTI Y MOLINA GRIMA E A mechanistic model of photosynthesis in microalgae Biotechnology and Bioengineering v81 n4 p459-473 2003

RUSSELL JB Quiacutemica geral Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil 1982 897p

173

SAKAMOTO T BRYANT DA Nitrate transport and not photoinhibition limits growth of the freshwater cyanobacterium synechococcus species PCC 6301 at low temperature Plant Physiology v119 p785ndash794 1999

SAMUELSSON G LONNEBORG A ROSENQVIST E GUSTAFSSON P OEQUIST G Photoinhibition and reactivation of photosynthesis in the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v79 n4 p992-995 1985

SAacuteNCHEZ-LUNA LD BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnology and Bioengineering v96 p702-711 2007

SAacuteNCHEZ-LUNA LD CONVERTI A TONINI GC SATO S CARVALHO JCM Continuous and pulse feedings of urea as a nitrogen source in fed-batch cultivation of Spirulina platensis Aquacultural Engineering v31 n34 p237-245 2004

SASSANO CEN Influecircncia da ureacuteia no crescimento e no teor do aacutecido graxo γ-linolecircnico na biomassa de Spirulina platensis Satildeo Paulo 1999 144p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

SASSANO CEN CARVALHO JCM GIOIELLI LA SATO S TORRE P CONVERTI A Kinetics and bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen source Applied Biochemistry and Biotechnology v112 p143ndash150 2004

SAWAYAMA S INOUE S DOTE Y YOKOYAMA SY CO2 fixation and oil production through microalga Energy Conversion and Management v36 p729ndash31 1995

SCHENK PM THOMAS-HALL SR STEPHENS E MARX UC MUSSGNUG JH POSTEN C KRUSE O HANKAMER B Second generation biofuels high-efficiency microalgae for biodiesel production BioEnergy Research v1 n1 p20ndash43 2008

SCHLOumlSSER UG Sammlung von algenkulturen Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft v95 p181-276 1982

SCHOEFS B Chlorophyll and carotenoid analysis in food products properties of the pigments and methods of analysis Trends in Food Science amp Technology v13 n11 p361-371 2002

SHIMAMATSU H Mass production of Spirulina an edible microalga Hydrobiologia v512 p39-44 2004

SIEGEL MH ROBINSON CW Applications of airlift gas-liquidolidreactors in biotechnology Journal of Chemical Technology and Biotechnology v47 p3215-3229 1992

174

SMITH BM MORRISSEY PJ GUENTHER JE NEMSON JA HARRISON MA ALLEN JF MELIS A Response of the photosynthetic apparatus in Dunaliella salina (Green Algae) to irradiance stress Plant Physiology v93 p1433-1440 1990

SOBCZUK TM CAMACHO FG RUBIO FC FERNANDEZ FGA GRIMA EM Carbon dioxide uptake efficiency by outdoor microalgal cultures in tubular airlift photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v67 n4 p465-475 2000

SOLETTO D BINAGHI L FERRARI L LODI A CARVALHO JCM ZILLI M CONVERTI A Effects of carbon dioxide feeding rate and light intensity on the fed-batch pulse-feeding cultivation of Spirulina platensis in helical photobioreactor Biochemical Engineering Journal v39 n2 p369-375 2008

SOLETTO D BINAGHI L LODI A CARVALHO JCM CONVERTI A Batch and fed-batch cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources Aquaculture v243 p217ndash224 2005

SOLOVCHENKO AE KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z MERZLYAK MN Effects of light and nitrogen starvation on the content and composition of carotenoids of the green microalga parietochloris incise Russian Journal of Plant Physiology v55 n4 p455ndash462 2008

SOLOVCHENKO E KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z NERZLYAK M Effects of light intensity and nitrogen starvation on growth total fatty acids and arachidonic acid in the green microalga Parietochloris incisa Journal of Applied Phycology v20 p245ndash251 2008

SOMOGY M Notes on sugar determination Journal of Biological Chemistry v195 p19-23 1952

SONOIKE K Photoinhibition of photosystem I Its physiological significance in the chilling sensitivity of plants Plant and Cell Physiology v37 n3 p239-247 1996

SOUNDARAPANDIAN P VASANTHI B Effects of chemical parameters on spirulina platensis biomass production optimized method for phycocyanin extraction International Journal of Zoological Research v4 n1 p1-11 2008

SPOLAORE P JOANNIS-CASSAN C DURAN E ISAMBERT A Commercial applications of Microalgae Journal of Bioscience and Bioengineering v101 n2 p87-96 2006

STANCA D POPOVIC E Urea as nitrogen source in modified Zarrouk medium Revue Roumaine de Biologie Serie de Biologie Vegetale v41 n1 p25-31 1996

STANIER RY COHEN-BAZIRE G Phototrophic prokaryotes the cyanobacteria Annual Review of Microbiology v31 p225-274 1977

STREIT NM CANTERLE LP CANTO MW HECKTHEUER LHH As clorofilas Ciecircncia Rural v35 n3 p748-755 2005

175

SU C GIRIDHAR R CHEN C WU W A novel approach for medium formulation for growth of a microalga using motile intensity Bioresource Technology v98 p3012ndash3016 2007

SUKENIK A TCHERNOV D KAPLAN A HUERTAS E LUBIAN LM LIVNE A Uptake efflux and photosynthetic utilization of inorganic carbon by the marine Eustigmatophyte nannchloropsis Journal of Phycology v33 n6 p969-974 1997

TAKANO H ARAI T IRANO M MATSUGANA T Effects of intensity and quality of light on phycocyanin production by a marine cyanobacterium Synechococcus sp NKBG 042902 Applied Microbiology and Biotechnology v43 p1014-1018 1995

TANDEAU DE MARSAC N HOUMARD J Adaptation of cyanobacteria to environmental stimuli new steps towards molecular mechanisms FEMS Microbiology Reviews v104 n12 p119-189 1993

TELFER A HE W-Z BARBER J Spectral resolution of more than one electron donor in the isolated Photosystem II reaction center Biochimica et Biophysica Acta v1017 p143-151 1990

TERRY KL Photosynthesis in modulated light quantitative dependence of photosynthetic enhancement on flashing rate Biotechnology and Bioengineering v28 p988ndash995 1986

TOKUSOGLU Ouml UumlNAL MK Biomass nutrient profiles of three microalgae Spirulina platensis Chlorella vulgaris and Isochrisis galbana Journal of Food Science v68 n4 p1144-1148 2003

TOMASELLI L Morphology ultrastructure and taxonomy of arthrospira (Spirulina) maxima and Arthrospira (Spirulina) platensis In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p79-99

TOMASELLI L MARGHERI MC SACCHI A Effects of light on pigments and photosynthetic activity in a phycoerythrin-rich strain of Spirulina su bsalsa Aquatic Microbial Ecology v9 p27-31 1995

TORRE P SASSANO CEN SATO S CONVERTI A GIOIELLI LA CARVALHO JCM Fed-batch addition of urea for Spirulina platensis cultivation thermodynamics and material and energy balances Enzyme and Microbial Technology v33 n5 p698ndash707 2003

TORZILLO G SACCHI A MATERASSI R RICHMOND A Effect of temperature on yield and night biomass loss in Spirulina platensis grown outdoors in tubular photobioreactors Journal of Applied Phycology v3 p103ndash109 1991

TRAVIESO L HALL DO RAO KK BENIacuteTEZ F SAacuteNCHEZ E BORJA R A helicaltubular photobioreactor producing Spirulina in a semicontinuous mode International Biodeterioration amp Biodegradation v47 p151ndash155 2001

176

TREDICI MR Bioreactors photo In FLICKINGER MC DREW SW eds Encyclopedia of bioprocess technology fermentation biocatalysis and bioseparation New York Wiley 1999 v1 p395ndash419

TREDICI MR Mass production of microalgae photobioreactors In RICHMOND A ed Handbook of microalgal cultures biotechnology and applied phycology Oxford Blackwell 2004 p178ndash214

TREDICI MR ZITTELLI CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v57 n2 p187ndash197 1998

VACHHANI A VONSHAK A Genetics of Spirulina In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p67ndash77

VALDUGA E VALEacuteRIO A TREICHELE H DI LUCCIO M JACQUES RA FUacuteRIGO Jr A Preacute-tratamentos de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar e aacutegua de maceraccedilatildeo de milho para a bioproduccedilatildeo de carotenoacuteides Quiacutemica Nova v30 n8 p1860-1866 2007

VALLADARES A MONTESINOS ML HERRERO A FLORES E An ABC-type high-affinity urea permease identified in cyanobacteria Molecular Microbiology v43 n3 p703ndash715 2002

VAN EYKELENBURG C The ultrastructure of Spirulina platensis in relation to temperature and light intensity Antonie van Leeuwenhoek v45 n3 p369-390 1979

VERNEREY A ALBIOL J LASSEUR C GODIA F Scale-up and design of a pilot-plant photobioreactor for the continuous culture of Spirulina platensis Biotechnology Progress v17 n3 p431-438 2001

VOGEL AI Anaacutelise quiacutemica quantitativa 6ed Rio de Janeiro Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos 2002 462 p

VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 223p

VONSHAK A KANCHARAKSA N BUNNAG B TANTICHAROEN M Role of ligh and photosynthesis on the acclimation process of the cyanobacterium Spirulina platensis to salinity stress Journal Applied Phycology v8 p119-124 1996

VONSHAK A RICHMOND A Mass production of the blue alga Spirulina an overiew Biomass v15 p233-247 1988

WANG B LI Y WU N LAN CQ CO2 bio-mitigation using microalgae Applied Microbiology and Biotechnology v79 p707ndash718 2008

WANG Y LI Y SHI D SHEN G RU B ZHANG S Characteristics of mixotrophic growth of Synechocystis sp in an enclosed photobioreactor Biotechnology Letters v24 p1593ndash1597 2002

177

WARD OP Biotecnologia de la fermentacion principios processos y productos Zaragoza Editorial Acribia 1989 274p

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic CO2 fixation technologies using a helical tubular bioreactor incorporating the filamentous cyanobacterium Spirulina platensis Energy Conversion and Management v36 n69 p721-724 1995a

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic production of the filmaentous cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v44 p693-698 1996

WATANABE Y DE LA NOUE J HALL DO Photosynthetic performance of a helical tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnology and Bioengineering v47 n2 p261-269 1995b

WEN YW CHEN F Optimization of nitrogen sources for heterotropic production of eicosapentanoic acid by the diatom Nitzschia laevis Enzyme and Microbial Technology v29 p341ndash347 2001

WHEALS AE BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Fuel etanol after 25 years Trends in Biotechnology v17 p482-487 1999

WHYTE JNC Biochemical composition and energy content of six species of phytoplankton used in mariculture of bivalves Aquaculture v60 p231-241 1987

XU N ZHANG X FAN X HAN L TSENG CK Effects of nitrogen source and concentration on growth rate and fatty acid composition of Ellipsoidion sp (Eustigmatophyta) Journal of Applied Phycology v13 p463ndash469 2001

YANG C HUA Q SHIMIZU K Energetics and carbon metabolism during growth of microalgal cells under photoautotrophic mixotrophic and cyclic light-autotrophicdark-heterotrophic conditions Biochemical Engineering Journal v6 p87ndash102 2000

YOUNG EB BEARDALL J Modulation of photosynthesis and inorganic carbon acquisition in a marine microalga by nitrogen iron and light availability Canadian Journal of Botany v83 p917ndash928 2005

YUN YS LEE SB PARK JM LEE CI YANG JW Carbon dioxide fixation by algal cultivation using wastewater nutrients Journal of Chemical Technology and Biotechnology v69 p451ndash455 1997

ZHANG XW ZHANG YM CHEN F Kinetic models for phycocyanin production by high cell density mixotrophic culture of the microalga Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v21 p283ndash288 1998

ZHANG K MIYACHI S KURANO N Evaluation of a vertical flat-plate photobioreactor for outdoor biomass production and carbon dioxide bio-fixation effects of reactor dimensions irradiation and cell concentration on the biomass productivity and irradiation utilization efficiency Applied Microbiology and Biotechnology v55 p428ndash433 2001

178

ANEXOS

Artigos publicados submetidos e em fase de redaccedilatildeo para perioacutedicos internacionais

ANEXO 1 - BEZERRA RP MONTOYA EYO SATO S PEREGO P

CARVALHO JCM CONVERTI A Effects of light intensity and dilution rate on the

semicontinuous cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis A kinetic Monod-type

approach Bioresource Technology 102 p3215 - 3219 2011

ANEXO 2 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and

light intensity on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects Biomass and Bioenergy

ANEXO 3 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source

for the fed-batch cultivation of Arthrospira platensis Biomass and Bioenergy

BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM

Chemical composition of the A platensis biomass cultivated on CO2 from alcoholic

fermentation Em fase de Redaccedilatildeo

179

ANEXOS

180

Anexo 1

181

182

183

184

185

Anexo 2

Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and light intensity

on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Patrizia Perego

b Attilio

Convertibc

Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo Paulo-

SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

186

ABSTRACT

The bioenergetics of the photoautotrophic growth of the cyanobacterium Arthrospira

(Spirulina) platensis was investigated in different bioreactor configurations (tubular

photobioreactor and open ponds) using different nitrogen sources (nitrate and urea) and under

different light intensity conditions Although an increase in the light intensity increased the

Gibbs energy dissipated for cell growth and maintenance in both nitrogen sources it did not

exert any appreciable influence on the moles of photons absorbed by the system to produce

one C-mol biomass On the other hand both bioenergetic parameters were higher in cultures

with nitrate than with urea likely because of the higher energy requirements needed to reduce

the former nitrogen source to ammonia They appreciably increased also when open ponds

were substituted by the tubular photobioreactor where a more efficient light distribution

ensured a remarkably higher cell mass concentration The estimated percentages of the energy

absorbed by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher energy fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to this better

bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost alternative nitrogen

source for A platensis cultures in photobioreactors

Keywords Arthrospira (Spirulina) platensis bioenergetics nitrogen source light intensity

bioreactor configuration

187

1 Introduction

The production of the cyanobacterium Arthrospira platensis is increasing due to its high

content of highly-valuable proteins fundamental amino acids vitamins β-carotene and other

pigments mineral substances essential fatty acids and polysaccharides which find

application in several industrial productions like those of health foods and therapeutics [1]

Environmental factors such as light intensity and nitrogen source are well known to

influence the growth of photosynthetic microorganism In the absence of any other limiting

factor cell concentration increases with light intensity until reaching maximum biomass

concentration that is denominated ldquosaturation levelrdquo Light intensities higher than the

saturation level provoke damage of cell photosynthetic apparatus due to a phenomenon called

ldquophotooxidationrdquo or ldquophotoinhibitionrdquo

The nitrogen source is an additional environmental factor influencing cell growth

because this element is mainly used to form proteins and nucleic acids Alternative sources of

nitrogen such as urea [23] and ammonium salts [4] have been investigated in substitution of

nitrate to reduce the cost of large-scale A platensis cultivation

Also the reactor configuration can impact on cell growth Appropriately-designed

photobioreactors can in fact reduce the cultivation area by a vertical distribution of the

photosynthetic organism and enlarge the surface exposed to light thus increasing cell

concentration Tubular reactors allow for better light distribution and then higher

photosynthetic efficiency with respect to the conventional mini-ponds [56] where the cells

are subject to full light radiation at the surface and darkness at the bottom [7]

Only a few studies emphasized the bioenergetic aspects of the growth of

photosynthetic microorganisms based on Gibbs energy balances The Gibbs energy

dissipation per C-mol of biomass can be regarded as a simple thermodynamic measure of the

amount of biochemical work required to convert the carbon source into biomass by the

proper irreversible carbon-carbon coupling and oxidationreduction reactions [8] Up to now

188

the bioenergetics of the cyanobacterium A platensis were uninvestigated either in bench-scale

open ponds using urea and KNO3 as nitrogen sources [910] or in rectangular vessel under

different light intensities [11] To shed further light on these aspects in this study we

investigated the bioenergetics of this cyanobacterium when cultivated in tubular

photobioreactor under different light intensities and using different nitrogen sources and

compared these results with those previously obtained in open ponds [9]

2 Material and methods

21 Photobioreactors and culture conditions

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was cultivated either in open ponds [9] on the

medium of Paoletti et al [12] or in tubular photobioreactor [13] on the medium of Schloumlsser

[14] both containing nitrate as nitrogen source The initial cell concentration and pH were set

at 400 mg l-1

[15] and 95 [1617] respectively

Open ponds cultivations were carried out elsewhere in the same medium of Paoletti et

al [12] at photosynthetic photon flux density (PPFD) of 72 μmol photons mndash2

sndash1

25 ordmC [9]

On the other hand for tubular photobioreactor cultivations we used the medium of Schloumlsser

[14] as well as medium in which NaNO3 was substituted by urea These runs were carried out

at 60 le PPFD le 240 μmol photons mndash2

sndash1

29 ordmC and the pH was controlled at 95 plusmn 02 by

pure CO2 addition Since the operating conditions at the lowest PPFD values were very

similar any difference in the kinetics and bioenergetics was ascribed to the different

bioreactor configurations The amount of urea to be daily added was estimated by an equation

describing the experimental growth curve obtained under non-limited conditions with NaNO3

as nitrogen source as previously described [13] Under these conditions the bioenergetics of

the system was investigated comparing the different nitrogen sources

189

22 Analytical determinations

The cell concentration of A platensis was determined by measuring the optical density of

cultures at 560 nm using a spectrophotometer model 600 PLUS (FEMTO Satildeo Paulo Brazil)

The optical density data were converted to cell dry weight by a calibration curve The

elemental composition of biomass obtained at the end of each run was determined by an

elemental analyzer Flash EA1112 series (CE Instruments Wigan UK)

Light intensity at the culture surface was measured using a quantum sensor model LI-

190 SB (Li-Cor Inc Lincoln NE USA) connected to a quantumradiometerphotometer

model LI-189 B

23 Theory

The Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance (1YGX) was estimated

according to Heijnen [18] by the equation (1)

G

GXGX

m

YY

max

11

(1)

in which max

GXY is the maximum biomass yield on Gibbs energy that corresponds to 986 C-

molX kJ-1

in photoautotrophic cultivation with CO2 as a carbon source [18]

In this equation the specific growth rate μ was defined according to Leduy and Zajic

[19] as

190

1

ln1

i

i

X

X

t

(2)

where Xi and Xi-1 are the biomass concentrations at the end and the beginning of the time

interval elapsing between two consecutive measurements (Δt = 1 day) while mG is the

biomass specific rate of Gibbs energy dissipation for maintenance corresponding to 45 and

712 kJ C-molX-1

h-1

at 25 and 29 degC respectively [18]

To estimate the moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth nPh it

was necessary to resort to the Gibbs energy balance taking into account the energy

contributions for the growth 1YGX and the absorption of 1 Einstein of photons ΔgPh in

addition to those of formation of substrates and products Δgfi as described by the equation

ΔgfHCO3- +ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfO2

+ ΔgfH+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0

(3)

The value of ΔgPh = 2062 kJ mol-1

was estimated through the equation

A

Ph

hcNg

(4)

being h = 6626 10

-34 J the Planck constant c = 299

10

8 m s

-1 the light velocity NA = 6022

10

23 photons Einstein

-1 the Avogadro number and λ = 580 nm the wavelength of absorbed

photons [9]

191

According to Torre et al [9] 2 photons at 580 nm are absorbed by the second

photosystem (PSII) and used to transfer 2 electrons to the first one (PSI) releasing two

photons with less energy Therefore knowing nPh we estimated the total molar Gibbs energy

absorbed by the photosynthesis (-ΔGa)

ΔGa = nPh ΔgPh

(5)

According to Torre et al [9] the molar O2 production (qO2) and H

+ consumption

(qH+) were calculated by multiplying their respective stoichiometric coefficients by the cell

concentration expressed in C-mol l-1

using the experimental biomass elemental composition

-ΔGa was assumed to be the sum of the energy fixed by the system to increase its own

enthalpic content (ΔH) that transformed into ATP and used for the growth and maintenance

(ΔGATP) and the released heat (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0

(6)

where ΔGATP and ΔH were calculated from nPh the Gibbs energy associated to 1 ATP mol

and the average potential variation between PSI and PSII [9]

3 Results and discussion

Fig 1 shows the growth curves of A platensis using nitrate (A) or urea (B) as nitrogen

sources in open ponds [910] or in tubular photobioreactor at different PPFD values A

192

progressive increase in PPFD up to 240 μmol photons m-2

s-1

favored the growth of this

cyanobacterium and a maximum cell concentration of about 3500 mg l-1

was obtained almost

irrespectively of the nitrogen source These results suggest that the light intensity was the

factor limiting the growth under the selected conditions while ongoing experiments (results

not shown) point out that photosaturation takes place at PPFD ge 240 μmol photons m-2

s-1

Such a maximum PPFD threshold is higher than those reported for Erlenmeyer flasks (100-

150 μmol photons m-2

s-1

) [21] rectangular photobioreactor (138 - 229 μmol photons mndash2

sndash1

)

[22] and long open ponds (156 μmol photons mndash2

sndash1

) [23] Moreover even at PPFD of only

60 μmol photons m-2

s-1

(Fig 1) the final cell concentration was more than twice that

previously obtained in open pond under similar experimental conditions (25 degC 72 μmol

photons m-2

s-1

) [10] which suggests a better light distribution in the tubular photobioreactor

Fig 2 illustrates the behavior of Gibbs energy dissipation for cell growth and

maintenance 1YGX versus the time As a general rule this bioenergetic parameter increased

with the time under all the tested conditions as a result of the increasing biomass level that

was responsible for a decrease in the specific growth rate An increase in PPFD up to 120

μmol photons m-2

s-1

favored cell growth because of photolimitation therefore the energy

requirements mainly for maintenance remarkably increased On the contrary none (urea) or

very little (nitrate) increase in 1YGX took place in the PPFD range of 120-240 μmol photons

m-2

s-1

because of the achievement of light saturation conditions This behavior is also

consistent with lower 1YGX values previously observed in open ponds [9] where the well-

known shadowing effect [24] hindered the growth

The photoautotrophic growth can be represented by an overall mass balance equation

where the nitrogen (NO3- or NH4

+) and carbon (HCO3

-) sources H2O O2 SO4

-2 and H

+ are

involved in the formation of 1 C-mol biomass

193

a HCO3- + b NO3

- (or NH4

+) + c H2O + d O2 + e H

+ + f SO4

-2 + CH1650O0531N0170S00007 = 0

(7)

To this purpose we used either the elemental composition of biomass reported by

Cornet et al [25] utilized here as an example or those experimentally determined as

described in Material and methods

To make these redox reactions between electron acceptor and donor possible the

Gibbs energy is used by the cell to enable the construction of the complex biomass molecules

from the inorganic carbon source The respective stoichiometric coefficients estimated

through material balances of carbon nitrogen oxygen sulfur charge and reduction degree are

listed in Table 1 It should be noticed that the reduction degree of biomass (γX) calculated

from biomass composition experimentally determined in this work was always appreciably

higher with nitrate (489-519) than with urea (399-432) as expected by the higher oxidation

number of the former compound [18] In addition both this parameter and the nitrogen

stoichiometric coefficient were appreciably lower when using the elemental composition

experimentally determined in this work (Table 1) because the nitrogen content of biomass

under the selected conditions was always lower than that reported by Cornet et al [25]

The moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth of 1 C-mol

biomass (nPh) were calculated by Eq (3) Although the actual Δgfi values should have been

used for this calculation Torre et al [9] demonstrated that the Gibbs energy of formation

under the actual variable conditions of a cultivation does not differ at all or differs by no more

than 3 from that estimated under standard biological conditions On the contrary ΔgfH+ is

by definition a function of the pH So this parameter was recalculated for the actual

conditions by the well-known equation of Gibbs

194

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg

(8)

As shown in Fig 3 the progressive decrease in the specific growth rate throughout the

cultivations brought about a corresponding increase (in absolute value) in the Einsteins

absorbed to produce one C-mol biomass (nPh) As expected at the highest growth rates this

parameter approached theoretical values very close to that reported by Richmond [26] to

sustain growth under ideal conditions (only 8 effective Einsteins C-molDM-1

)

During the light reactions of photosynthesis the free energy carried by photons is in

fact captured by pigments (ex chlorophyll) held in large protein complexes called ldquoreaction

centersrdquo When a special chlorophyll molecule of PSII absorbs the energy of a photon (hν) an

electron gains higher energy level Because this state of an electron is very unstable it is

transferred from one to another molecule creating a chain of redox reactions referred to as

Electron Transport Chain (ETC) The electron flow goes from PSII to cytochrome b6f of PSI

where the electron gets the energy from another photon The final electron acceptor is

NADP+ which produces NADPH A minimum of 8 photons is then required to transfer 4

electrons from 2 H2O molecules to produce 2 NAPDH molecules according to the equation

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2 H

+

(9)

Subsequently the electrons are transferred from NAPDH to CO2 through the Calvin cycle to

produce biomass constituents [27]

As already observed in previous work [9] the additional energy requirement with

respect to the ideal situation of 8 effective Einsteins C-molDM-1

is negligible at the beginning

195

of cultivations (high specific growth rates) and then considerably increases during the

stationary phase This suggests that under conditions likely limited by shadowing biomass

uses energy preferentially for maintenance rather than for growth Although the behavior of

nPh was qualitatively similar for cultivations performed in open ponds and in tubular

photobioreactor (Fig 3) the excess light requirements in the latter configuration were

certainly due to the higher levels of biomass ensured by more effective distribution As

expected a progressive increase in the light intensity did not exert any appreciable influence

on this nPh (Einstein C-molDM-1

)

In addition the cultures with nitrate needed highest nPh values to sustain the

autotrophic growth compared to those with urea even though the cell concentration was

similar at all the PPFD values (Fig 1) Thus the additional photon requirement was likely

utilized to reduce nitrate to ammonia [28] which is the preferential nitrogen form assimilated

by A platensis [29] This effect was also observed by Torre et al [9] in open ponds It should

also be noticed that the use in the above bioenergetic model of the coefficients reported by

Cornet et al [25] for A platensis biomass composition (CH1650O0531N0170S00007) led to

results practically coincident to those obtained using the experimental ones determined in this

work (Fig 3) This observation demonstrates that biomass composition has a negligible

impact on the predictions by the model and then it could be used as a general tool to elaborate

data from the literature without any determination of biomass composition

Fig 4 shows the time behaviors of molar development of O2 and consumption of H+

during the cultivations performed either in open pond or in the tubular photobioreactor at

variable PPFD These trends clearly demonstrate that both activities faithfully followed cell

growth being biomass the final product of the photosynthetic metabolism and were lower in

the open pond compared with the tubular photobioreactor consistently with the better light

distribution in the latter reactor configuration Moreover their progressive increase with

PPFD confirms that the light intensity was the factor actually limiting the growth and that the

196

system never reached photoinhibition conditions This behavior was qualitatively similar in

the cultures using nitrate as nitrogen source (data not shown) As expected by the above-

mentioned need of reducing nitrate to ammonia as an obligatory intermediate to utilize any

nitrogen source [30] both parameters were higher using nitrate than urea

As is well known the energy from flow of electrons between PSII and NADPH drives

protons across the plasma membrane creating a proton-motive force that provides the energy

for ATP synthesis by ATP synthase [31] Therefore it was assumed that a portion of molar

Gibbs energy absorbed by the two photosystems was used to convert ADP to ATP As shown

in Fig 5 the highest -ΔGa and ΔGATP values were obtained at end of cultivation due to

unfavorable environmental conditions such as the lack of nutrients or release of cell

metabolites As far as the influence of light intensity is concerned the highest energy

requirements were observed for cultures performed at PPFD up to 120 μmol photons m-2

s-1

which ensured the highest cell concentration (Fig 1) As previously mentioned the -ΔGa and

ΔGATP values did not increase (urea) or increased very little (nitrate) in the PPFD range of 120

ndash 240 μmol photons m-2

s-1

because of light saturation conditions A qualitatively similar

behavior was observed for cultures using nitrate in tubular photobioreactor (results not

shown) Moreover at the lowest PPFD values both parameters showed similar behaviors in

open pond and in tubular photobioreactor which means that the reactor configuration had

negligible influence on them

Fig 6 shows the results of the energy fixed by photosynthesis (-ΔH) and that released

as heat (Q) under different conditions of light intensity nitrogen source and reactor

configuration It can be seen that at the end of cultivations both parameters increased with

light intensity Almost coincident results were also obtained using nitrate as nitrogen source

(results not shown) As is well known under excess light conditions part of the absorbed

energy is thermally dissipated via a mechanism called Non-Photochemical Quenching (NPQ)

[32] and a significant quantity of free energy is lost as heat during the biochemical reactions

197

between light absorption and carbohydrate formation [33] Such a result has been ascribed to

a certain physiological mechanism to protect the photosynthetic apparatus against

photodestruction [3435] where a fundamental role is played by the antenna complexes of

photosynthetic apparatus which would switch from a light harvesting form to an efficient

thermal dissipation form [32]

As expected by the fact that both the ATP synthesis and the formation of NADPH

implied in the biosynthetic pathways are resulting from the activity of the same

photosynthetic apparatus [33] the ΔH behavior was quite similar to that observed for ΔGATP

Fig 7 shows the percentage distribution of the light energy absorbed versus time at the

lowest PPFD chosen as an example but qualitatively similar results were observed at higher

PPFD values As expected by the additional energy requirements of nitrate-to-ammonia

reduction cultures with urea compared with those with nitrate exhibited higher energy

fractions stored as ATP (ηATP) and fixed by the system to increase its enthalpic content (ηF)

and lower fraction released as heat (ηQ) Moreover in all the experiments both ηATP and ηF

decreased along the time whereas ηQ increased

The highest ηATP and ηF values were around 12 and 23ndash27 in cultures with nitrate

and 15 and 31ndash34 in those with urea respectively In cultures performed at the highest

PPFD values (120 and 240 μmol photons mndash2

sndash1

) ηF decreased more sharply than at the

lowest ones (results not shown) because of the highest cell concentrations (Fig 1) that

reduced the light availability to the cell (shading effect) The nutrient availability is another

important environmental factor influencing the composition of cyanobacterial photosynthetic

apparatus Murakami et al [36] have shown that the responses to CO2 Na+

and light stresses

in Synechocystis sp cause alterations in the redox state of intersystem electron transport

components Likewise the decrease in the availability of some nutrient at the end of our A

platensis cultivations may have contributed to lower ηF As expected ηQ showed an opposite

behavior progressively increasing from minimum values at the beginning of cultures (60-

198

66 with nitrate and 49-54 with urea) to around 90 at the end This means that at the end

of any cultivation most of the energy absorbed is released as heat

Similar behaviors were observed using either open ponds with nitrate or the tubular

photobioreactor with both nitrogen sources which means that the energy distribution was not

appreciably influenced by the reactor configuration

4 Conclusions

The results of the current study indicate that the bioenergetic parameters of the blue-green

cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis were influenced by bioreactor

configuration nitrogen source and photosynthetic photon flux density (PPFD) In particular

the highest values of the Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance were

obtained at 120-240 μmol photons m-2

s-1

irrespective of the selected nitrogen source while

the number of photons moles absorbed by the cell to produce one C-mol biomass was higher

in the cultures with nitrate irrespective of light intensity The highest values of the molar

production of O2 and consumption of H+ were obtained at the highest PPFD values using

nitrate as a nitrogen source and the tubular photobioreactor Contrarily the bioreactor

configuration did not exert any appreciable influence on the fractions of the absorbed energy

addressed to the synthesis of ATP fixed by the cell and released as heat The first two

fractions were higher in cultures performed with urea which proved a nitrogen source able to

energetically sustain A platensis growth

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

199

0656976-2) of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

Brazil (process no 397808-7 and Prof A Converti Fellowship no 0350-112010) of the

Italian Ministry of Education University and Research (MIUR) (PRIN ProtN 200744HMBN

and FIRB Prot N RBIP06993E) and of the Vigoni Program (Deutsch-Italienisches

Hochschulzentrum)

REFERENCES

[1] Blinkova LP Gorobets OB Baturo AP Biological activity of Spirulina Zh Mikrobiol

Epidemiol Immunobiol 20012114-8

[2] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S An investigation of effect of

replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis

Biomass Bioenerg 200223261-9

[3] Matsudo MC Bezerra RP Sunao S Perego P Converti A Carvalho JCM Repeated fed-

batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis using urea as nitrogen source Biochem

Eng J 20094352ndash7

[4] Carvalho JCM Francisco FR Almeida KA Sato S Converti A Cultivation of

Arthrospira (Spirulina) platensis by fed-batch addition of ammonium chloride at

exponentially-increasing feeding rate J Phycol 200440589-97

[5] Converti A Lodi A Del Borghi A Solisio C Cultivation of Spirulina platensis in a

combined airlift-tubular reactor system Biochem Eng J 20063213ndash8

[6] Torzillo G Pushparaj B Bocci F Balloni W Materassi R Florenzano G Production of

Spirulina biomass in closed photobioreactors Biomass 19861161-74

[7] Bezerra RP Matsudo MC Converti A Sato S Carvalho JCM Specific growth rate and

photosynthetic efficiency of Arthrospira platensis cultivations at different times of

ammonium chloride feeding and light intensities In XVII Simpoacutesio Nacional de

200

Bioprocessos (ISBN 978-85-98130-02-8) August 02-05 2009 Natal-RN Brazil Section P6

n 81

[8] Heijnen JJ Van Dijken JP In search of a thermodynamic description of biomass yields for

the chemotrophic growth of microorganisms Biotechnol Bioeng 199139833-58

[9] Torre P Sassano CEN Sato S Converti A Gioielli LA Carvalho JCM Fed-batch

addition of urea for Spirulina platensis cultivation Thermodynamics and material and energy

balances Enzyme Microb Technol 200333698ndash707

[10] Sassano CEN Carvalho JCM Gioielli LA Sato S Torre P Converti A Kinetics and

bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen

source Appl Biochem Biotechnol 2004112143ndash50

[11] Lee HY Erickson LE Yang SS Kinetics and bioenergetics of light-limited

photoautotrophic growth of Spirulina platensis Biotechnol Bioeng 198729832ndash43

[12] Paoletti C Pushparaj B Tomaselli L Ricerche sulla nutrione minerale di Spirulina

platensis Atti XVII Congr Naz Soc Ital Microbiol vol 2 Italian Society of Microbiology

Padova 1975 p 833ndash9

201

[13] Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM Fed-Batch supply of

ammonium sulphate in Arthrospira platensis cultivation in tubular photobioreactor

Biotechnol Progr in stamp

[14] Schloumlsser UG Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 198295181ndash276

[15] Soletto D Binaghi L Lodi A Carvalho JCM Converti A Batch and fed-batch

cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources

Aquaculture 2005243217ndash24

[16] Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch

cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 200796702-11

[17] Tredici MR Zittelli CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat

photobioreactors Biotechnol Bioeng 199857187ndash97

[18] Heijnen JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic

perspective In Ratledge C Kristiansen B editors Basic biotechnology Cambridge

Cambridge University Press 2001 p 45ndash58

[19] Leduy A Zajic JE A geometrical approach for differentiation of an experimental

function at a point applied to growth and product formation Biotechnol Bioeng 197325805ndash

10

[20] Zhang H Whitelegge JP Cramer WA FerredoxinNADP+ oxidoreductase is a subunit

of the chloroplast cytochrome b6f complex J Biol Chem 2001276(41)38159ndash65

[21] Vonshak A Cheung SM Chen F Mixotrophic growth modifies the response of Spirulina

(Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 20006675-9

[22] Chojnacka K Noworyta A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 200434461ndash5

202

[23] Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

Influence of ammonium

chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis

Biotechnol Bioeng 2008100297-305

[24] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S Effect of reducing the light

intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 200426329-35

[25] Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G A structured model for simulation of

cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 199240826ndash34

[26] Richmond A Phototrophic microalgae In Rehm HJ Reed G editors Biotechnology

vol 3 Dellweg H vol editor Weinheim Germany Verlag Chemie 1983 p 109ndash43

[27] Raven JA Kiumlbler JE Beardall J Put out the light and then put out the light J Mar Biol

Assoc UK 2000801-25

[28] Hatori A Myers J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of

Anabaena cylindrica Part I Reduction of nitrite to ammonia J Plant Physiol 1966411031-

36

[29] Boussiba S Resch CM Gibson J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria

Arch Microbiol 1984138287-92

[30] Boussiba S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria

In Rai AK editor Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology

New Delhi Narosa Publishing House 1997 p 36-72

[31] Lehninger AL Nelson DL Cox MM Principles of biochemistry 4th ed New York

Worth Publishers 2004

[32] Mozzo M Passarini F Bassi R Amerongen H Croce R Photoprotection in higher

plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of

Photosystem II BBA-Bioenergetics 20081777(10)1263-7

203

[33] Hauska G Arnald M Energy transduction in the Z-sheme In Yunus M Mohanty P

Pathre U editors Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation Hardcover

Taylor amp Francis 2000 p 108-26

[34] Karapetyan NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic

apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynth Res 200897195ndash

204

[35] Heber U Bilger W Shuvalov VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in

the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-

oxidation J Exp Bot 2006572993ndash3006

[36] Murakami A Kim SJ Fujita Y Changes in photosystem stoichiometry in response to

conditions for cell growth observed with the cyanophyte Synechocystis PCC 6714 Plant Cell

Physiol 199738392ndash7

204

Caption of Figures

Fig 1 Growth of A platensis using nitrate (A) and urea (B) as nitrogen sources at different

PPFD values (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120 and () 240

Open ponds [10] 72 ()

Fig 2 Dependence of Gibbs energy dissipation for A platensis growth and maintenance

(1YGX) on PPFD (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds [10] 72 () Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea

(full symbols)

Fig 3 Influence of A platensis specific growth rate (μ) on the moles of photons absorbed to

produce one C-mol biomass (nPh) under different culture conditions Tubular photobioreactor

() elemental biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 60 μmol photons

m-2

s-1

elemental biomass composition experimentally determined in this work PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 () Open ponds [10] elemental

biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea (full symbols)

Fig 4 Time behaviors of molar development of O2 (full symbols) and consumption of H+

(open symbols) under different culture conditions Tubular photobioreactor PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 Open ponds [10] PPFD = 72 μmol

photons m-2

s-1

() Nitrogen source nitrate (dashed line) urea (continuous lines)

Fig 5 Total Gibbs energy absorbed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔGa)

and energy transformed into ATP (open symbols) (ΔGATP) during A platensis cultivations

205

Tubular photobioreactor with urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds with nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 6 Energy fixed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔH) and energy released

as heat (open symbols) (Q) during A platensis cultivations Tubular photobioreactor with

urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120 () 240 Open ponds with

nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 7 Percentage distribution of the light energy absorbed during A platensis cultivations

using nitrate (full symbols) and urea (open symbols) as nitrogen sources Tubular

photobioreactor PPFD = 60 μmol photons photons mndash2

sndash1

(continuous lines) Open ponds

[10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

(dashed lines) Energy fixed by the photosynthesis

() energy transformed into ATP () energy released as heat ( )

206

Figure 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

A

B

207

Figure 2

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

208

Figure 3

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mo

l D

M-1

)

(d -1)

209

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mol

l-1)

Time (d)

210

Figure 4

Figure 5

-9000

-8000

-7000

-6000

-5000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

1000

0 2 4 6 8 10 12

G

a

GA

TP (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

211

Figure 6

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2 4 6 8 10 12-H

Q

(k

J C

-mol

DM

-1)

Time (d)

212

Figure 7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h(

)

Time (d)

213

Table 1 Stoichiometric coefficients estimated through material balances of carbon nitrogen

oxygen sulfur charge and reduction degree for biomass cultivated either in open ponds or in

tubular photobioreactor using nitrate or urea as nitrogen sources

HCO3- NO3

- NH4

+ a H2O O2 H

+ SO4

-2 Biomass

Δgf‟i

(kJ mol-1

)

-5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Stoichiometric coefficients (mol C-molDM-1

)

Run

PPFD

(μmol photons

m-2

s-1

)

a b b c d e f γX b

1 c 72 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 d 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 e 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

3 e 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

4 e 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

5 e 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

6 e 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

7 e 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432

a NH4

+ is the result of urea hydrolysis

b Reduction degree of biomass

c Minipond considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al [25]

d Tubular photobioreactor considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al

[25]

e Tubular photobioreactor elemental biomass composition experimentally determined

214

Anexo 3

Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source for the

fed-batch cultivation of Arthrospira platensis

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Attilio Converti

bc Joatildeo

Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo

Paulo-SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

215

Abstract

It was evaluated the Arthrospira platensis cultivation using CO2 from alcoholic fermentation

and either urea or nitrate as nitrogen source at different light intensities (60 le I le 240 μmol

photons m-2

s-1

) Whereas the CO2 source (pure CO2 or from alcoholic fermentation) did not

influence the maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) the use of urea instead of nitrate led to higher YXN values Xm and PX

increased when I was increased from 60 to 120-240 μmol photons m-2

s-1

Using CO2 from

alcoholic fermentation the best performance (Xm = 2952 plusmn 35 mg L-1

PX = 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

and YXN = 15 plusmn 020 mg mg-1

) was obtained at I = 120 μmol photons m-2

s-1

with urea The

results obtained in this work demonstrate that urea and CO2 from alcoholic fermentation could

be simultaneously used in large-scale cultivations to reduce the environmental impact

associated to the release of this greenhouse gas as well as the production cost of

cyanobacteria

Keywords

Arthrospira (Spirulina) platensis CO2 alcoholic fermentation fed-batch cultivation urea

light intensity

1 Introduction

Renewable energy sources such as ethanol have been seen as a promising alternative

to fossil fuel consumption providing environmental benefits by reduction in greenhouse gas

emissions and the national security benefits by less dependency on volatile crude oil imports

(Tyner and Taheripour 2007) Brazil is the worldrsquos largest exporter of bioethanol and second-

largest producer after the United States (Balat and Balat 2009) Considering the increasing

demand for this fuel and the fact that alcoholic fermentation is responsible for a CO2 release

216

on weight basis almost coincident with ethanol production it would be of great concern

developing a process for CO2 fixation able to turn it into a useful product Photosynthetic

microorganisms can fix CO2 efficiently from different sources including the atmosphere

industrial exhaust gases and soluble carbonate salts (Wang et al 2008) Moreover CO2

biofixation by microalgae leads to higher yield of biomass per hectare in comparison with

terrestrial plants (Packer 2009) It has been shown that the cost of CO2 in large-scale algal

cultures is of primary importance to the total economics (Tapie and Bernard 1988) Since 45ndash

50 of the dry algal mass is made up of carbon (Cornet et al 1992) 165ndash 183 g CO2 would

theoretically be needed for the biosynthesis of 1 g (DW) of algal biomass Thus CO2

biofixation by microalgae has the potential not only to offset carbon emissions but also to

reduce the costs of culture media on an industrial scale (Hughes and Benemann 1997)

Combination of CO2 fixation and production of biomass containing high-value bioactive

products may provide a very promising alternative to current CO2 mitigation strategies

Nowadays there are numerous commercial applications of A platensis such as the

enhancement of the nutritional value of foods and animal feed feed in aquaculture

bioremediation use in cosmetics and others applications (Spolaore et al 2006) Besides the

CO2 source the nitrogen source is an additional important factor in the cultivation of

photosynthetic microorganisms since this element is used mainly to provide proteins and

nucleic acids which are essential for cell maintenance and growth (Watanabe and Hall

1996) Salts of nitrate are largely used as nitrogen source for A platensis culture but urea

(Danesi et al 2004) and ammonium salts (Bezerra et al 2008) have recently been proposed

as alternative cheap nitrogen sources

Compared to open ponds appropriately designed closed photobioreactors are able to

minimize the loss of ammonia nitrogen sources by off gassing reducing the amount of this

nutrient necessary in a large-scale process Additionally these reactors can reduce the

217

cultivation area by distributing the photosynthetic organisms vertically and increase the CO2

residence time thereby improving its utilization efficiency (Ono and Cuello 2004)

The aim of this study was to check if the combined use of CO2 released from alcoholic

fermentation and urea in tubular photobioreactor could be a feasible and cheap alternative

way to cultivate A platensis For this purpose fed-batch cultivations were carried out at

variable light intensity using two different sources either of nitrogen (sodium nitrate or urea)

or of carbon (pure CO2 from cylinder or gaseous emissions from alcoholic fermentation) the

latter to simultaneously control the pH and maintain the desired carbon level The results

obtained were finally compared by means of analysis of variance to identify the statistically

significant effects of the above independent variables (light intensity nitrogen source and

carbon source) on the selected responses namely the maximum cell concentration cell

productivity and nitrogen-to-cell conversion factor

2 Materials and methods

21 Microorganism and culture medium

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was maintained in the culture medium

of Schloumlsser (1982) having the following composition (per liter) 136 g NaHCO3 403 g

Na2CO3 050 g K2HPO4 250 g NaNO3 100 g K2SO4 100 g NaCl 020 g MgSO4middot7H2O

004 g CaCl2middot2H2O All the nutrients were dissolved in distilled water containing (per liter)

60 mL of metal solution (970 mg FeCl3middot6H2O 410 mg MnCl2middot4H2O 50 mg ZnCl2 20 mg

CoCl2middot6H2O 40 mg Na2MoO4middot2H2O) 10 mL of micronutrient solution (500 mg Na2EDTA

618 mg H3BO3 196 mg CuSO4middot5H2O 440 mg ZnSO4middot7H2O 200 mg CoCl2middot6H2O 126 mg

MnCl2middot4 H2O 126 mg Na2MoO4 middot2H2O) and 10 mL15 g Lminus1

B12 vitamin solution

Fed-batch runs were carried out either using the above medium containing NaNO3 as

the nitrogen source or after substituting in it NaNO3 with urea

218

22 Cultivation

The bench-scale tubular photobioreactor (Fig 1) utilized in this study was developed

at the Fermentation Technology Laboratory of the Department of Biochemical and

Pharmaceutical Technology of Satildeo Paulo University (Ferreira et al 2010) It was made up of

transparent glass tubes (10 m length 10 cm internal diameter 05 cm wall thickness) with

inclination of 2 (115ordm) to make the fluid flow easier PVC tubes were used to connect the

glass tubes The reactor was illuminated by 20 W fluorescent lamps Ambient air was injected

at the bottom of the tubes to drive the liquid from the bottom to the top of the reactor A

degassing bottle provided with magnetic stirrer ensured efficient medium homogeneity The

total and illuminated volumes of the reactor were 350 and 212 L respectively

Cultivations were carried out with initial biomass concentration of 400 mg Lminus1

(Ferreira et al 2010) in tubular photobioreactor (PBR) and temperature of 29 ordmC The pH was

set and maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of pure CO2 from

cylinder or CO2 from continuous alcoholic fermentation under steady-state conditions using a

pH controller (Mettler Toledo Barueri SP Brazil) coupled to a solenoid valve In

experiments with NaNO3 nitrate concentration was maintained above 1 g L-1

(Faintuch

1989) to avoid growth limitation by this nutrient When urea was used as nitrogen source its

amount to be daily added was estimated as suggested by Ferreira et al (2010) Briefly from

the curve of cell concentration versus time of each standard run with nitrate (Fig 2) we

obtained an interpolated curve described by a third order-polynomial equation By derivation

of this equation it was possible to obtain the second order equation of cell productivity and

from that the equation expressing the amount of urea to be daily added to sustain the expected

cell growth taking into account that the dry mass of A platensis contains about 7 of

nitrogen (Bezerra et al 2008) The light intensity expressed as photosynthetic photon flux

density (PPFD) was varied in the range of 60-240 μmol photons mndash2

sndash1

Table 1 show the

219

different conditions adopted in this work for cultivations All experiments were carried out in

duplicate

221 CO2 sources

Pure CO2 of analytical grade (999) was obtained from a cylinder (Oxylumen Satildeo

Paulo SP Brazil)

CO2 from alcoholic fermentation was produced continuously by Saccharomyces

cerevisiae CCT7150 (Fundaccedilatildeo Tropical Andreacute Tosello Culture Collection Campinas SP

Brazil) cultivated in a glass bioreactor (Infors-HT Bottmingen Switzerland) containing 10 L

of diluted sugarcane blackstrap molasses at temperature of 30 plusmn 1 ordmC (Kock et al 2000)

impeller speed of 500 rpm and dilution rate of 0025 h-1

Sugar concentration in the feed

expressed as total reducing sugars (TRS) was 170 g L-1

(Guerreiro et al 1997) Urea (05 g

L-1

) was added to the mash After adjustment of pH at 45-50 by addition of H2SO4 it was

controlled at 45 plusmn 01 (Jones et al 1981) by addition of 15 N NaOH solution Penicillin (500

ui L-1

) was added to prevent contamination (Carvalho et al 2003) Continuous feeding was

started after 12 h of batch fermentation

23 Analytical techniques

231 A platensis cultivation

Cell concentration was determined by optical density (OD) measurements at 560 nm

using a calibration curve (Leduy and Therien 1977) The liquid phase of the medium was

used to determinate the concentrations of total carbonate (Pierce and Haenisch 1948) nitrate

(Vogel 2002) and volatile organic compounds (Joslyn 1970) The concentration of total

ammonia was determined immediately before the daily addition of urea on cell-free medium

samples using a potentiometer and selective ammonia ion electrode model 95-12 (Orion

Cambridge MA USA) (Leduy and Samson 1982) The residual urea level was determined

220

by the same way after previous hydrolysis with H2SO4 at 200 degC (Cezare 1998) Incident

photon flux density of photosynthetically active radiation (400-700 nm) was measured by

means of an integrating quantumradiometerphotometer model LI-190 SB (Li-Cor Lincoln

NE USA) provided with a LI-190 SB quantum sensor cell

232 Alcoholic fermentation

Cell concentration was measured by filtering 50 mL samples through Millipore

membranes with 12 μm pore diameter washing with 50 mL of distilled water and drying at

105-110 degC until constant weigh (Carvalho et al 2003) The total reducing sugars (TRS)

concentration was expressed as glucose and determined according to Somogy (1952) after

acid hydrolysis of samples (Falcone et al 1959)

Ethanol concentration was determined by the micro-dichromate method (Joslyn

1970) The effluent gas was qualitatively analyzed by a gas chromatograph coupled to mass

spectrometer model GCMS-QP5050A (Shimadzu Kyoto Japan) equipped with CP Sil

PONA CB column (100 m x 025 mm x 05 μm) Helium was used as a carrier gas at flow rate

of 1 mL min-1

Samples (1 mL) were injected in the column at a split ratio of 1100 Injector

and detector temperatures were 200 and 250 degC respectively The column temperature was

initially set at 40 degC and then increased at a rate of 2 degC min-1

up to 100 degC and subsequently

at 10 degC min-1

up to 250 degC

24 Calculation of A platensis cultivation parameters

The cell productivity (PX mg L-1

d-1

) was calculated by dividing the difference

between maximum and initial cell concentration (Xm - Xi) by the cultivation time

corresponding to Xm The nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) was calculated as

the mass ratio of dried produced cells and nitrogen added

221

24 Statistical analysis

Maximum cell concentration (Xm mg L-1

) maximum cell productivity (PX mg L-1

d-1

)

and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) were evaluated by the analysis of

variance (ANOVA General Linear Model) and the Tukey test to compare the mean values at

a significance level of 5 (p lt 005) using the MINITAB 15 statistical software

3 Results and discussion

31 Continuous alcoholic fermentation

The mean results of continuous alcoholic fermentation of blackstrap molasses under

steady state conditions were the following cell concentration of 609 plusmn 054 gDW L-1

(dry

weight) TRS of 532 plusmn 567 g L-1

and ethanol concentration of 553 plusmn 757 g L-1

corresponding to a fermentation yield of 64 Such a process yield was of the same order of

magnitude as those previously obtained with the same carbon source (Carvalho et al 2003)

and ensured the release of a CO2 flux suitable to maintain the pH of A platensis culture at the

desired value (95 plusmn 02)

32 Effects of carbon dioxide and nitrogen sources and light intensity on A platensis

growth

Figs 2 to 4 show that the use of pure CO2 or CO2 from alcoholic fermentation led to

almost coincident cell concentration profiles and Xm values which points out no significant

influence of the CO2 source on A platensis growth These findings which were confirmed by

ANOVA (p 005 Table 2) highlight the feasibility of using such a by-product from

industrial bioethanol production as carbon source for cyanobacteria cultivation

It is well known that when bicarbonate is used for the photosynthetic growth of

microalgae there is a progressive release of OH- in the medium (Goldman et al 1982) thus

222

the pH control is fundamental in processes leading to high cell concentrations As stressed by

Watanabe et al (1995) high alkalinity (pH gt 110) restricts the productivity in the air-lift

photobioreactors using air not supplemented with CO2 In cultivations having high demand of

carbon due to high cell concentrations the addition of CO2 can ensure at the same time

control of pH and suited supply of the carbon source This has been done in the present work

where the culture pH was maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of

CO2 either from a cylinder or from alcoholic fermentation so that the CO2 consumed by the

microorganism was permanently replaced Such a control also allowed maintaining the carbon

source level along the cultivations at a value (around 1208 g L-1

of total carbonate)

practically coincident with that of the medium of Schloumlsser (1982) thus avoiding any carbon

source limitation or accumulation and reducing its cost

In experiments carried out with CO2 from alcoholic fermentation the analysis of

effluent gas by headspace gas chromatography revealed it was mainly made up of CO2 with

only small contents of ethanol and acetaldehyde Despite of this it was not detected any

appreciable concentration of organic volatile compounds in the medium likely because this

microorganism has the enzymes needed to metabolize ethanol or even due to their

condensation in the pipe and consequently no influence of these compounds on A platensis

growth was observed In addition the use of CO2 from alcoholic fermentation did not lead to

any precipitation of salts or flocculation like those observed by Ferraz et al (1985) for A

maxima cultivations in open-ponds using a semi-synthetic medium constituted by malt and

yeast extracts peptone and sucrose

As far as the influence of the nitrogen source on A platensis growth is concerned

urea a classical fertilizer was chosen to substitute the conventional nitrogen sources (KNO3

NaNO3) because of its low cost and because it has been recognized as a promising alternative

nitrogen source in the cultivation of A platensis (Danesi et al 2004 Sassano et al 2007)

223

For a given light intensity and CO2 source no significant difference in growth curves

of cultivations carried out with nitrate (Fig 2) or urea (Figs 3 and 4) as nitrogen source was

observed and the Xm values obtained with both nitrogen sources were statistically coincident

(p 005 Table 2) These results point out the success of the approach of using standard

curves obtained with NaNO3 under non-limited conditions (Fig 2) to foresee the nitrogen

demand of fed-batch A platensis cultivations with urea and confirm the feasibility of using

this cheap nitrogen source

Ammonia and residual urea concentrations during the cultivation (lt 10-4

M) were

always much lower than those considered toxic (10 mM) or even inhibitory for cyanobacteria

growth (17 mM to 2 mM) (Abeliovich and Azov 1976) thereby demonstrating that there

was no accumulation either of ammonia or urea in the medium Since the pH of the culture

(95 plusmn 02) was higher than the pKa of the ammonium (93) this compound was likely

assimilated by simple diffusion and then trapped within the cell cytoplasm by protonation

(Boussiba et al 1984)

Light is the energy source that drives photosynthesis therefore its intensity is an

additional important growth factor which has been often associated with shifts in metabolic

activity (Vonshak et al 2000)

During photoautotrophic growth the amount of light energy received by the

photosynthetic apparatuses determines the amounts of inorganic carbon fixed Xm was

significantly increased (p lt 005 Table 2) by an increase in the light intensity from 60 to 120

micromol photons m-2

s-1

(Figs 2 to 4) whereas it reached a plateau in the range 120-240 micromol

photons m-2

s-1

(Table 3) This result is consistent with the typical behavior of the autotrophic

growth of A platensis (Vonshak et al 2000) which can be depending on I (i) light limited

(ii) light saturated or (iii) light inhibited and whose specific growth rate initially increases

linearly with light intensity then reaches a plateau and finally falls

224

The highest Xm value found in this work was higher than those reported for A

platensis cultivations in minipond (15 g L-1

) (Binaghi et al 2003) and conical tubular

photobioreactor (13 g L-1

) (Watanabe and Hall 1996)

33 Cell productivity

Table 2 shows that cell productivity (PX) was not statistically affected either by the

nitrogen or the CO2 source (p 005) Indeed the almost coincident PX values obtained in

cultures with urea and nitrate were expected by the fact that the amounts employed of the

former nitrogen source under every conditions were always based on the results of the

corresponding runs with nitrate As for Xm also the use of different CO2 sources did not

influence the productivity (p 005 Table 2) as well the cultivation time

On the other hand PX increased by about 45 when increasing the light intensity from

60 to 120 micromol photons m-2

s-1

while Xm increased by only 7 Since the higher the light

intensity the higher the biomass concentration in the middle of runs (Figs 2 to 4) it is likely

that the effect of I is more marked when the overall culture conditions are favorable and there

is some shadowing effect (Vonshak et al 2000) In fact the higher the light intensity the

larger the amount of energy converted into ATP to be utilized for cell growth and

maintenance and then the cells reach more quickly the maximum cell concentration (Vonshak

et al 2000)

This behavior was also observed by Danesi et al (2004) and Rangel-Yagui et al

(2004) in A platensis cultures carried out in miniponds with KNO3 or urea as nitrogen

sources On the other hand the similar PX values obtained at 120 and 240 micromol photons m-2

s-

1 (Table 3) were the likely result of photosaturation or shadowing (Chojnacka and Noworyta

2004 Vonshak et al 2000) as described earlier for Xm

225

Therefore the highest cell productivities were obtained at the highest light intensities

(443 plusmn 20 and 463 plusmn 16 mg L-1

d-1

at I = 120 and 240 micromol photons m-2

s-1

respectively)

irrespective of the nitrogen or CO2 sources used (Table 3) These values are close to that (510

mg L-1

d-1

) obtained by Watanabe et al (1995) who investigated the A platensis growth in

conical helical photobioreactor at 118 μmol photon m-2

s-1

Other studies showed that this parameter reached maximum values of 92 mg L-1

d-1

in

a cylindrical glass tank using urea at 108 μmol photons mndash2

sndash1

(Sassano et al 2007) and 96

mg L-1

d-1

in long minitanks using ammonium chloride at 13 klux (156 μmol photons mndash2

sndash1

)

(Bezerra et al 2008) Since these light intensity thresholds are close to that obtained in this

study the remarkably higher values of PX shown here demonstrate the excellent performance

of the tubular photobioreactor configuration

34 Nitrogen-to-cell conversion factor

The ANOVA statistical analysis indicates a significant effect of the nitrogen source (p

lt 005 Table 2) on the nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) whose highest mean values

were achieved in cultures using urea (Table 1) Indeed in these cultures the nitrogen amount

added daily was based on the actual needs for cell growth and maintenance and then its

residual concentration was always lt 10-4

M therefore there was no limitation or excess of

nitrogen during cultivation On the other hand in cultures with nitrate its concentration was

always maintained above 1 g L-1

to avoid any growth limitation (Faintuch 1989) thus

resulting in a YXN decrease

Contrarily no significant effects of CO2 sources and light intensities on YXN (p 005

Table 2) were observed Taking into account that YXN is the ratio between the masses of dry

cell produced and nitrogen added such an observation had to be expected by the fact that the

amount of nitrogen added to the culture is associated to cell growth as stressed above These

results apparently disagree with those obtained by Bezerra et al (2008) and Danesi et al

226

(2004) who observed a YXN increase with light intensity However since those experiments

were carried out using the same amount of nitrogen regardless of the light intensity YXN was

only a function of Xm which was in turn an increasing function of I

The highest YXN value found in this study (138 plusmn 090 mg mg-1

) was remarkably

higher than those reported for urea (74-85 mg mg-1

) (Rangel-Yagui et al 2004) and

ammonium chloride (57 plusmn 017 mg mg-1

) (Bezerra et al 2008) as nitrogen sources in

miniponds because the use in this study of a closed tubular photobioreactor certainly reduced

the nitrogen loss as ammonia by off gassing (Ferreira et al 2010)

4 Conclusions

The results of this work showed that the simultaneous use of two low cost or even no-

cost nutrients (CO2 from alcoholic fermentation and urea) could be an interesting alternative

for A platensis cultivation in tubular photobioreactor The fed-batch cultivation of this

cyanobacterium at 120 μmol photons m-2

s-1

using these nutrients as carbon and nitrogen

sources respectively did in fact provide a maximum cell concentration of 2960 plusmn 35 mg L-1

and a cell productivity of 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

The production of A platensis biomass which

is a source of valuable compounds using as carbon source the CO2-rich gaseous emissions

from the alcohol industry may contribute to reduce the release of such a greenhouse gas into

the atmosphere

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

065679-2) and of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

(CAPES) Brazil (processes n 397808-7 and 0350-112010)

227

References

Abeliovich A Azov D 1976 Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds

Appl Environ Microbiol 31 801ndash 806

Balat M Balat H 2009 Recent trends in global production and utilization of bio-ethanol

fuel Appl Energy 86 2273-2282

Hughes E Benemann JR 1997 Biological fossil CO2 mitigation Energy Conv Manag

38 S467ndashS473

Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

2008 Influence of

ammonium chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina

(Arthrospira) platensis Biotechnol Bioeng 100 297-305

Binaghi L Del Borghi A Lodi A Converti A Del Borghi M 2003 Batch and fed-

batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochem 38 1341-1346

Boussiba S Resch CM Gibson J 1984 Ammonia uptake and retention in some

cyanobacteria Arch Microbiol 138 287-292

Carvalho JCM Vitolo M Sato S Aquarone E 2003 Ethanol production by

Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch

process optimization by response surface methodology Appl Biochem Biotechnol 110

151-164

Cezare EA 1998 Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de S platensis

empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado

Master Thesis University of Satildeo Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP

Brazil

228

Chojnacka K Noworyta A 2004 Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 34 461ndash465

Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G 1992 A structured model for simulation

of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 40 826ndash834

Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S 2004 Effect of reducing the

light intensity on the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 26 329-335

Faintuch BL 1989 Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs

cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Master Thesis University of Satildeo

Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP Brazil

Falcone M Vairo MLR Borzani W 1959 Processo simplificado para a dosagem de

accedilucares redutores totais em melaccedilos de cana Anais Farm Quiacutem 10 69-72

Ferraz CAM Aquarone E Florenzano G Balloni W Tredici M 1985 Utilizaccedilatildeo de

sub-produtos da induacutestria alcooleira na obtenccedilatildeo de biomassa de Spirulina maacutexima Parte I ndash

Emprego do anidrido carbocircnico Rev Microbiol 16 179-187

Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM 2010 A new

approach to ammonium sulphate feeding for fed-batch Arthrospira platensis cultivation in

tubular photobioreactor Biotechnol Prog 26 1271-1277

Goldman JC Dennett MR Riley CB 1982 Effect of nitrogen-mediated changes in

alkalinity on pH control and CO2 supply in intensive microalgal cultures Biotechnol Bioeng

24 619-631

229

Guerreiro MA Andrietta SR Maugeri F 1997 Expert system for the design of an

industrial fermentation plant for the production of alcohol J Chem Technol Biotechnol 68

163-200

Jones RP Pamment N Greenfield DPF 1981 Alcohol fermentation by yeast The effect

of environmental and other variables Process Biochem 16 42-49

Joslyn MA 1970 Alcoholometry in Joslyn MA (Ed) Methods in Food Analysis

Physical Chemical and Instrumental Methods of Analysis Academic Press New York pp

447-474

Kock JLF Venter P Smith DP Van Wyk PWJ Botes PJ Coetzee DJ Pohl CH

Botha A Riedel K-H Nigam S 2000 A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟

phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek 77 401ndash406

Leduy A Samson R 1982 Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia

nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnol Lett 4 303-306

Leduy A Therien N 1977 An improved method for optical density measurement of the

semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnol Bioeng 19 1219-1224

Ono E Cuello JL 2004 Design parameters of solar concentrating systems for CO2-

mitigating algal photobioreactors Energy 29 1651ndash1657

Packer M 2009 Algal capture of carbon dioxide biomass generation as a tool for

greenhouse gas mitigation with reference to New Zealand energy strategy and policy Energy

Policy 37 3428-3437

Pierce WC Haenisch EL 1948 Quantitative Analysis third ed John Wiley amp Sons New

York

230

Rangel-Yagui CO Danesi EDG Carvalho JCM Sato S 2004 Chlorophyll

production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process

Bioresour Technol 92 133-141

Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

2007 Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-

batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 96 702-711

Sassano CEN Gioielli LA Almeida KA Sato S Perego P Converti A Carvalho

JCM 2007 Cultivation of Spirulina platensis by continuous process using ammonium

chloride as nitrogen source Biomass Bioenerg 31 593-598

Schloumlsser UG 1982 Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 95 181ndash276

Somogy M 1952 Notes on sugar determination J Biol Chem 195 19-23

Spolaore P Joannis-Cassan C Duran E Isambert A 2006 Commercial applications of

microalgae J Biosci Bioeng 101 87-96

Tapie P Bernard A 1988 Microalgae production technical and economic evaluations

Biotechnol Bioeng 32 873-885

Tyner W Taheripour F 2007 Renewable energy policy alternatives for the future Amer J

Agr Econ 89 1303ndash1310

Vogel AI 2002 Anaacutelise Quiacutemica Quantitativa Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos Rio de

Janeiro

Vonshak A Cheung SM Chen F 2000 Mixotrophic growth modifies the response of

Spirulina (Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 36 675-679

Wang B Li Y Wu N Lan CQ 2008 CO2 bio-mitigation using microalgae Appl

Microbiol Biotechnol 79 707ndash718

231

Watanabe Y Hall DO 1996 Photosynthetic production of the filamentous

cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Appl

Microbiol Biotechnol 44 693-698

Watanabe Y de la Nouumle J Hall DO 1995 Photosynthetic performance of a helical

tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnol

Bioeng 47 261-269

232

Caption of Figures

Figure 1 Scheme of the photobioreactor employed for fed-batch cultivations of A platensis

(1) Degasser (2) Condenser tube (3) Air pump (4) Rotameter (5) Magnetic stirrer (6)

20W Fluorescent lamps (7) Airlift system

Figure 2 Cell concentration (X mg L-1

) versus time during fed-batch A platensis cultivations

carried out using nitrate and A) CO2 from cylinder or B) gaseous emissions from alcoholic

fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) 60 (diams) 120 (times) and 240 (+)

The estimated curves are drawn as continuous lines

Figure 3 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition (mM

d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out using CO2

from cylinder at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) Triangle 60 Square 120

Circle 240

Figure 4 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition

(mM d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out

using CO2 from alcoholic fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

)

Triangle 60 Square 120 Circle 240

233

Figure 1

234

Figure 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

A)

B)

235

Figure 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

000

020

040

060

080

100

120

140

160

0 2 4 6 8 10

Time (days)

ure

a ad

dit

ion (

mM

d-1

)

236

Table 1 Maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) obtained in fed-batch A platensis cultures carried out at different

light intensities and using different CO2 and nitrogen sources

run

I

(mol m-2

s-1

)a

CO2

source

Nitrogen

source

Xm

(mg L-1

) b

PX

(mg L-1

d-1

) b

YXN

(mg mg-1

) b

1 60 C c NaNO3 2899plusmn17 250plusmn17 42plusmn003

2 60 C Urea 2847plusmn10 245plusmn00 14plusmn000

3 60 A d NaNO3 2789plusmn82 299plusmn10 40plusmn014

4 60 A Urea 2867plusmn28 308plusmn35 14plusmn017

5 120 C NaNO3 3209plusmn109 454plusmn18 45plusmn018

6 120 C Urea 2980plusmn103 408plusmn17 11plusmn050

7 120 A NaNO3 2968plusmn24 428plusmn40 43plusmn004

8 120 A Urea 2952plusmn35 425plusmn59 15plusmn020

9 240 C NaNO3 3291plusmn206 482plusmn34 54plusmn038

10 240 C Urea 3236plusmn72 473plusmn12 13plusmn034

11 240 A NaNO3 3102plusmn130 450plusmn22 50plusmn024

12 240 A Urea 3070plusmn112 445plusmn19 14plusmn056

a I = light intensity

b Values represent means of two experiments and its standard error

c C = cylinder

d A = alcoholic fermentation

237

Table 2 Values of the descriptive level (p) for the maximum cell concentration (Xm) cell

productivity (PX) and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) at different light intensities (60

120 or 240 mol photons m-2

s-1

) and using different sources of CO2 (cylinder or alcoholic

fermentation) and nitrogen (nitrate or urea)

Factors Xm PX YXN

CO2 0225 0256 0351

Light intensity 0000 0000 0700

Nitrogen 0922 0947 0000

238

Table 3 Means values of maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (PX)

obtained in fed-batch A platensis cultivations carried out at variable light intensity

Light intensity

(mol photons m-2

s-1

)

Xm

(mg L-1

)

PX

(mg L-1

d-1

)

60 2851plusmn54ordf 306plusmn7a

120 3056plusmn115b 443plusmn20

b

240 3180plusmn96b 463plusmn16

b

Values with the same superscript are not significantly different according to the Tukey test

(p gt 005)

Page 3: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo

3

Raquel Pedrosa Bezerra

Cultivo descontiacutenuo alimentado de Arthrospira (Spirulina) platensis em

reator tubular utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e CO2 puro ou

proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Comissatildeo Julgadora da

Tese para obtenccedilatildeo do grau de doutor

Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho

orientadorpresidente

Prof Dr Attilio Converti Co-orientador

____________________________

1o examinador

____________________________ 2o examinador

____________________________ 3o examinador

Satildeo Paulo de de 2011

4

Agrave minha famiacutelia que eacute a alegria da minha

vida e me incentiva a seguir esse caminho

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho pela orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo

confianccedila amizade incentivo e paciecircncia que recebi durante os 6 anos de

convivecircncia no laboratoacuterio

Ao Prof Dr Attilio Converti pela orientaccedilatildeo apoio e confianccedila principalmente

durante minha estadia na Itaacutelia

Ao Prof Dr Sunao Sato chefe do setor de Tecnologia de Fermentaccedilotildees do

Departamento Bioquiacutemico-Farmacecircutica da Universidade de Satildeo Paulo-Brasil

Ao Prof Dr Adalberto Pessoa Juacutenior Profa Dr Ana Luacutecia Figueiredo Porto e

Prof Dr Adilson de Castro Chaves pela indicaccedilatildeo do laboratoacuterio e confianccedila

depositada em meu trabalho

Agrave FAPESP pelo auxiacutelio financeiro que permitiu a execuccedilatildeo desse trabalho

Agrave CAPES pela oportunidade de realizar o doutorado sanduiche na Itaacutelia

contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e cientiacutefico

Aos meus pais Irene V P Bezerra e Adesson P Bezerra a minha irmatilde ao

meu cunhado e ao meu namorado Paulo Claudino Veacuteras pelo incentivo apoio

confianccedila e felicidade durante todo esse tempo

Aos meus amigos pernambucanos Fernanda Borba Eduardo Correia Anne

Priscila Croacutecia e Anabel Helena que mesmo distante sempre me incentivaram e a

minha amiga Ceacutelia Bolognesi pelos conselhos e palavras de conforto nos momentos

difiacuteceis

A todos os amigos Liacutevia Seno Ciacutenthia Hoch Ana Morocho Mayla Rodrigues

pelo apoio e carinho que me proporcionou durante a poacutes-graduaccedilatildeo e em especial a

Marcelo Chuei Matsudo

As secretaacuterias da poacutes-graduaccedilatildeo do Deptordm de Tecnologia Bioquiacutemico-

Farmacecircutico (FCF-USP) pela dedicaccedilatildeo apoio e por estarem sempre disponiacutevel

para ajudar e aos secretaacuterios da poacutes-graduaccedilatildeo Elaine Midori Ychico e Jorge Alves

de Lima

Aos funcionaacuterios da Biblioteca do Conjunto das Quiacutemicas pela atenccedilatildeo e

disponibilidade de ajuda sempre que precisei

6

RESUMO

A cianobacteacuteria fotossintetizante Arthrospira platensis eacute conhecida por apresentar

em sua biomassa altos teores proteacuteicos (50-70) presenccedila do aacutecido graxo essencial -

linolecircnico e diversas outras substacircncias importantes para a alimentaccedilatildeo humana e

animal Esses micro-organismos satildeo capazes de converter o CO2 em biomassa de

grande potencial na aacuterea de alimentos Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica a produccedilatildeo de

CO2 eacute da mesma ordem de grandeza da produccedilatildeo de etanol e considerando a crescente

demanda interna e externa por esse combustiacutevel seria importante que houvesse um

processo que fixasse esse CO2 transformando-o em um produto que poderia ser uacutetil para

a nossa populaccedilatildeo Adicionalmente o uso de uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo

(ureacuteia) em reatores tubulares contribuiria para a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo da A

platensis O objetivo desse trabalho foi avaliar os paracircmetros cineacuteticos e bioenergeacuteticos

bem como a composiccedilatildeo centesimal da A platensis cultivadas em biorreator tubular

alimentados com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica ou com utilizaccedilatildeo de CO2 puro

para o controle do pH sob diferentes intensidades luminosas (I) e fontes de nitrogecircnio (N)

adicionadas por meio de processo descontiacutenuo alimentado Os resultados mostraram que

maiores valores de I proporcionaram maiores valores de concentraccedilatildeo celular maacutexima

(Xm) e produtividade em ceacutelulas (Px) mas natildeo influenciaram nos valores do fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) As diferentes fontes de CO2 natildeo influenciaram

nos valores de Xm Px YXN O uso da ureacuteia aumentou os valores de YXN em relaccedilatildeo aos

cultivos com NO3- Na composiccedilatildeo centesimal pode-se observar que I influenciou nos

teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios mas natildeo influenciou nos teores de cinzas e

carboidratos na biomassa final Em relaccedilatildeo aos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos

com CO2 puro observou-se que os maiores valores de dissipaccedilatildeo de energia de Gibbs

foram obtidos em tempos mais curtos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente do N selecionado enquanto que o nuacutemero de moles de foacutetons

absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas culturas com

NO3- independentemente do I As fraccedilotildees da energia direcionada para a siacutentese de ATP e

fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas com ureacuteia quando comparadas com as

culturas com NO3- que se revelou uma fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o

crescimento energicamente da A platensis

Palavras chaves Arthrospira platensis processo descontiacutenuo alimentado ureacuteia

intensidade luminosa dioacutexido de carbono fermentaccedilatildeo alcooacutelica bioenergeacutetica

7

ABSTRACT

Photosynthetic cyanobacterium A platensis contains in its biomass high protein

content (50-70) -linolenic acid and many other substances important for health

human These microorganisms are capable of converting CO2 into biomass of great

potential in the food industry During the alcoholic fermentation the production of

CO2 has the same magnitude of the production of ethanol Considering the

increasingly global demand for this fuel a process to fix this CO2 is of utmost

importance Furthermore the use of low cost nitrogen source (urea) in tubular

reactors would contribute to reducing the production cost of A platensis Therefore

the purpose of this work was to evaluate the kinetic and bioenergetics parameters as

well as the chemical composition of biomass obtained in A platensis cultures in

tubular bioreactor using CO2 from alcoholic fermentation or pure CO2 to control the

pH under different light intensity (I) and nitrogen sources (N) The results showed that

higher I induced higher maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (Px)

values but it did not exert any influence on the nitrogen-cell conversion factor (YXN)

Urea increased the YXN values compared to use of NO3- In the centesimal

composition of biomass it can be observed that I influenced the chlorophyll protein

and lipid contents but not influenced the carbohydrate and ash contents For

bioenergetics parameters it was observed that the highest Gibbs energy dissipation

values for cell growth and maintenance were obtained in shorter time at 120-240

micromol photons m-2 s-1 in both nitrogen sources while the moles of photons absorbed

by the system to produce one C-mol biomass was higher in cultures with NO3- The

highest values of the molar production of O2 and consumption of H+ were obtained at

the highest I values using NO3- The estimated percentages of the energy absorbed

by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to

this better bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost

alternative nitrogen source for A platensis cultures in photobioreactors

Key words Arthrospira platensis fed batch urea light intensity carbon dioxide

alcoholic fermentation bioenergetic

8

RIASSUNTO

Il cianobatterio fotosintetici Arthrospira platensis ha un alto contenuto di proteine (50-

70) presenza di acidi grassi essenziali come l‟acido -linolenico e altre sostanze

importanti per l‟alimentazione umana ed animale Questi microrganismi convertono CO2 in

biomassa di grande potenzialitagrave nellindustria alimentare Durante la fermentazione

alcolica la produzione di CO2 egrave dello stesso ordine di grandezza della produzione di

etanolo e in considerazione alla crescente necessitagrave interna ed europeo per questo

combustibile sarebbe importante lo svilupo di un processo che fissasse questo CO2

transformandolo in un prodotto che potrebbe essere utile per la nostra popolazione

Inoltre luso di una fonte di azoto a basso costo (urea) in reattori tubolari contribuirebbe a

ridurre il costo di produzione di A platensis Lobiettivo di questo studio egrave di valutare i

parametri cinetici bioenergetiche e la composizione della biomassa ottenuta in colture di

A platensis in bioreattori tubolare alimentato con CO2 puro di cilindro o con CO2 della

fermentazione alcolica per il controllo del pH in diverse intensitagrave di luce (I) e fonti di azoto

(N) usando il processo discontinuo alimentato I risultati hanno dimostrato che valori piugrave

alti di I fornire i piugrave alti valori di concentrazione massima delle cellule (Xm) e la produttivitagrave

delle cellule (Px) ma non influenza i valori del fattore di conversione di azoto nelle cellule

(YXN) Luso di urea come fonte di azoto aumentato i valori di YXN rispetto alle culture con

NO3- La composizione chimica di biomassa puograve osservare che I ha influenzato la

percentuale di clorofilla proteine e lipidi ma non ha influenzato la percentuale di

carboidrati e cenere nella biomassa finale In relazioni ai parametri bioenergetici dei cultivi

usando CO2 di cilindri abbiamo osservato che i piugrave alti valori di dissipazione di energia di

Gibbs per la crescita cellulare e la manutenzione sono stati ottenuti in tempo piugrave brevi nel

120-240 μmol di fotoni m-2 s-1 per entrambe le fonti di N mentre il numero di moli di fotoni

assorbiti dalle cellule por produrre una biomassa C-mol era maggiore nelle culture con

NO3- a prescindere dalla I I valori piugrave alti della produzione molare di O2 e il consumo di H+

sono stati ottenuti con valori piugrave alti di I coltivati con NO3- Le frazioni di energia per la

sintese di ATP e fissato per la cellula erano piugrave alti nelle culture con urea che nelle culture

con NO3- che si egrave rivelata una fonte di azoto in grado di sostenere la crescita di A

platensis

Parole chiave Arthrospira platensis processo discontinuo alimentato urea intensitagrave

luminosa anidride carbonica fermentazione alcolica bioenergetica

9

Lista de graacuteficos

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A

platensis 73

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a 77

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo 88

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 01 h-1 88

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1 89

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1 89

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1 93

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1) 94

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2 95

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3 96

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 97

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4 98

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5 99

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 100

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6 101

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7 102

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 103

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8 104

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9 105

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240mol de foacutetons m-2 s-1) 106

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10 107

10

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11 108

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1) 109

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12 110

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado) 144

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados) 147

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 149

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua) 150

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 151

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( ) 152

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado 153

11

Lista de Figuras

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) 22

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em

pH acima de 92 35

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas tilacoacuteides 42

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema 43

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica 44

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a 48

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis 67

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis 68

12

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina 23

Tabela 2 - Planejamento experimental 84

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa

seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado 86

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo 87

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1 91

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1 93

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 94

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2 95

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3 96

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 97

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4 98

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5 99

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1) 100

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6 101

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7 102

13

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

103

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8 104

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9 105

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 106

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10 107

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11 108

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 109

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12 110

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas 119

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima 120

Tabela 26 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 120

Tabela 27 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 121

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas 122

Tabela 29 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente fonte

de nitrogecircnio 123

Tabela 30 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 123

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

126

14

Tabela 32 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio 127

Tabela 33 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 128

Tabela 34 - Concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final obtida nos experimentos

com o pH controlado com CO2 de cilindro 129

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

130

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final 134

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final 136

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 136

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedio na biomassa seca final 138

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 138

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 138

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

141

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final 142

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa cultivada em fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia

como fontes de nitrogecircnio 145

15

Lista de abreviaturas e siglas

ART Accediluacutecares redutores totais

VOCs Compostos volaacuteteis orgacircnicos

C Carbono

N Nitrogecircnio

S Enxofre

O Oxigecircnio

H Hidrogecircnio

I Intensidade Luminosa

Ef Concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

fc Fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

fi Fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

Nt quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

Petanol Produtividade em etanol (g L h-1)

PX Produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Tc Tempo de cultivo (dias)

V Volume do meio (L)

Xi Concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Xm Concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

XP Meacutedias dos valores de concentraccedilotildees celulares ao longo do regime

permanente

YXN Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Cl Clorofila a

GS glutamina sintetase

GOGAT glutamate sintase

FSII Fotossistema II

FSI Fotossistema I

16

Lista de siacutembolos

max

GXY Rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs

Velocidade especiacutefica de crescimento

1YGX Energia de Gibbs para o crescimento e manutenccedilatildeo celular

c Velocidade da luz (299108 m s-1)

D Vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

h Constante de Planck (662610-34 J)

mG Energia de Gibbs dissipada para a manutenccedilatildeo celular

MMc Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

MMi Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

NA nuacutemero de Avogadro (6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1)

nPh nuacutemero de foacutetons

Q Energia de Gibbs liberada como calor

qH+ Consumo molar de H+

qO2 Produccedilatildeo molar de O2

ΔGa Energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese

ΔGATP Energia de Gibbs transformada em ATP

ΔgPh Energia de Gibbs contida em 1 Einsten de foacuteton

ΔH Energia fixada pelos fotosistemas

η Rendimento do processo em etanol ()

λ Comprimento de onda

17

Sumaacuterio

1 Introduccedilatildeo 20

2 Revisatildeo bibliograacutefica 22

21 Caracteriacutesticas da A platensis22

22 Fotobiorreatores26

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores31

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis 33

241 Fontes de Nitrogecircnio33

242 Intensidade luminosa41

2421 Pigmentos 46

243 Fontes de carbono 50

2431 Fonte de carbono orgacircnico (Crescimento hetorotroacutefico) 50

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico) 51

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente (Crescimento

mixotroacuteficos) 54

3 Objetivos61

4 Materiais e meacutetodos 62

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua62

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

62

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular62

41111 Melaccedilo natildeo tratado62

41112 Melaccedilo tratado 62

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo63

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator 63

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo 63

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo63

413 Preparo do inoacuteculo64

414 Dispositivo para a cultura 64

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua64

42 Cultivo de A platensis65

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo 65

18

422 Meio de cultivo65

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis 65

4222 Meio modificado66

423 Preparo do inoacuteculo66

424 Dispositivo da cultura67

4241 Fotobiorreator tubular horizontal67

4242 Fotobiorreator tubular espiralado68

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis68

43 Teacutecnicas Analiacuteticas69

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica70

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular70

4312 Determinaccedilatildeo do pH70

4313 Determinaccedilatildeo de ART70

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol71

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua72

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis72

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular 72

43211 Densidade oacutetica 72

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo 73

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total 73

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total74

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia75

4325 Determinaccedilatildeo do pH76

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato76

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol76

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo76

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a 76

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a 77

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 77

43321 Proteiacutenas totais78

43322 Lipiacutedios totais78

43323 Cinzas78

43324 Carboidratos totais 79

19

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar 79

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS 79

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio 79

44 Caacutelculos 79

441 Produtividade em etanol no regime permanente 79

442 Rendimento do etanol no regime permanente 80

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis 80

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis 80

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa 81

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa82

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos 82

5 Planejamento experimental84

6 Resultados e discussotildees85

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica 85

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular 86

612 Teste de homogeneidade do reator87

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D) 88

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste92

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis 93

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) Produtividade em

ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

(YXN) 119

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima 119

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas 122

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas 125

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a 129

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 134

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos 143

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores 153

7 Conclusotildees 154

20

1 Introduccedilatildeo

O interesse na produccedilatildeo comercial da Spirulina sp eacute devido a algumas

propriedades particulares como alta digestibilidade menor concentraccedilatildeo de aacutecidos

nucleacuteicos teores de proteiacutenas elevados (50-70 da massa seca) e importacircncia

quantitativa de aminoaacutecidos essenciais Na sua biomassa encontram-se tambeacutem

pigmentos como a clorofila ficocianina e -caroteno aacutecidos graxos essenciais como

γ-linolecircnico o qual possui efeito terapecircutico em humanos (BELAY OTA 1994)

vitaminas e antioxidantes (PULZ SCHEIBENBOGEN 1998)

Tradicionalmente a Spirulina (Arthrospira) eacute cultivada autotroficamente na

presenccedila de altos niacuteveis de carbonatos e bicarbonatos como fontes de carbono por

serem de baixo custo e proporcionarem pH elevado no meio No entanto Spirulina

ssp tambeacutem podem crescer em condiccedilotildees mixotroacuteficas podendo apresentar uma

produtividade maior quando comparadas a cultivos fotoautotroacuteficos ou heterotroacuteficos

(OGBONNA et al 2000)

Em condiccedilotildees mixotroacuteficas eou fotoautotroacuteficas a intensidade luminosa eacute um

fator importante no crescimento celular da A platensis Baixas intensidades

luminosas podem limitar o crescimento celular Por outro lado altas intensidades

luminosas podem inibir o crescimento celular devido ao fenocircmeno de fotoinibiccedilatildeo

Por isso esse eacute um fator que deve ser controlado em cultivos de micro-organismos

fotossintetizantes

O pH do meio de cultivo eacute um outro fator no cultivo de micro-organismos O pH

determina a solubilidade do dioacutexido de carbono e minerais no meio de cultura e

influencia diretamente ou indiretamente no metabolismo dos micro-organismos

fotossintetizantes Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido

aumento do pH no meio de cultura o que pode atuar como um autoinibidor do

crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2 pode ser utilizado para a

manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

A biofixaccedilatildeo do CO2 pelas microalgas estatildeo entre os meacutetodos bioloacutegicos mais

produtivos no tratamento de emissotildees de resiacuteduos industriais e o rendimento da

biomassa por hectare eacute maior quando comparadas a plantaccedilotildees na agricultura

(LAW BERNING 1991 AKIMOTO et al 1994) O uso direto dos resiacuteduos volaacuteteis

reduz os custos de preacute-tratamento mas a alta concentraccedilatildeo de CO2 pode inibir o

crescimento de cianobacteacuterias e microalgas No entanto alguns autores tecircm

21

recentemente relatado o isolamento de cianobacteacuterias e microalgas tolerantes a

altas concentraccedilotildees de CO2 e capazes de fixar esse gaacutes tais como Chlorella

Spirulina e Scenedesmus (CHANG et al 2003 WATANABE HALL 1995a

HANAGATA et al 1992) Cyanidium cladarium (AKIMOTO et al 1994)

Aleacutem do CO2 a fonte de nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo

uma vez que este nutriente eacute utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e

aacutecidos nucleacuteicos fundamentais para a manutenccedilatildeo e crescimento celular

(WATANABE HALL 1996) O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S

platensis utiliza sais de nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato

de potaacutessio e nitrato de soacutedio Ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO et al 2005) e

sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005) tecircm sido

pesquisadas como fontes alternativas de nitrogecircnio para o cultivo de S platensis

No caso de fontes de nitrogecircnio amoniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

O dioacutexido de carbono e os compostos volaacuteteis orgacircnicos (CVOs) de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica podem ser utilizados como fontes de carbono no cultivo de A

platensis Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica industrial toneladas de CO2 etanol e em

menor quantidade alguns CVOs satildeo liberados para a atmosfera como resiacuteduos No

entanto esses compostos podem ser reaproveitados como uma fonte de nutriente

juntamente como uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo (ureacuteia) para o

desenvolvimento da A platensis que por sua vez permite a produccedilatildeo de

componentes com alto valor agregado e com menor custo de produccedilatildeo industrial

22

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 Caracteriacutesticas da A platensis

Arthrospira platensis eacute uma cianobacteacuteria filamentosa fotossintetizante

pertencente da ordem Oscillatoriales famiacutelia Cyanophyceae gecircnero Arthrospira

espeacutecie platensis Satildeo caracterizadas por tricomas ciliacutendricos multicelulares com

formas espiraladas (Figura 1) Estes possuem comprimentos de aproximadamente

500 μm e diacircmetro variando de 6-12 μm mas dependendo das condiccedilotildees de cultivo

podem adquirir morfologias diferentes Os filamentos natildeo possuem ramificaccedilotildees

nem heterocistos (TOMASELLI 1997)

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) Fonte Universidade do Texas 2006

Arthrospira pode controlar sua flutuabilidade com vesiacuteculas gasosas para

receber a incidecircncia luminosa oacutetima para a fotossiacutentese Essas ceacutelulas podem

tambeacutem excretrar polissacariacutedeos extracelulares para formar agregados flutuantes

um fato que facilita sua recuperaccedilatildeo em lagos naturais e culturas outdoors (MATA

2007) Aleacutem disso devido a sua morfologia taxa de crescimento celular

relativamente alta e a caracteriacutestica das ceacutelulas se agregarem o custo operacional

para a recuperaccedilatildeo da biomassa eacute reduzido tornando-a economicamente viaacutevel

para a produccedilatildeo industrial (MATA 2007)

A Arthrospira sp eacute comercializada de forma inadequada com o nome de

Spirulina (GARRITY et al 2001) Atualmente a Arthrospira sp eacute produzida em

diferentes paiacuteses e sua produccedilatildeo mundial pode exceder 3000 toneladas

(SHIMAMATSU 2004) Na Tabela 1 estatildeo descritos algumas induacutestrias produtoras

de Spirulina (Arthrospira) sp e seu respectivo paiacutes

23

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina

Induacutestria Paiacutesterritoacuterio

Spirulina Mexicana (Sosa Texcoco) SA

Meacutexico a

Siam Algae Co Ltd Thailand

Earthrise Farms USA

Cyanotech Corporation USA

Nan Pao Resins Chemical Co Ltd Taiwan

Far East Microalgae Co Ltd Taiwan

Parry Agro Industries Ltd (Parry Nutraceuticals)

Iacutendia

Yunnan Spirin Co Ltd Mainland China

Fonte Shimamatsu 2004 a Essa induacutestria faliu por volta do ano de 1990 (LEE 1997)

A biomassa da Spirulina sp eacute comercializada principalmente como alimentos

para seres humanos e animais devido a sua composiccedilatildeo quiacutemica A seguranccedila

como alimento tem sido estabelecida por seacuteculos atraveacutes do consumo pelos seres

humanos e pelos nuacutemerosos estudos toxicoloacutegicos (CHAMORRO et al 2002)

Na China em 1997 existiam cerca de 80 produtores de Spirulina com

produccedilatildeo anual variando de 3 a 500 toneladas A maioria dos produtores se

localizava no sul devido agrave vantagem de possuir verotildees longos e clima temperado

(LEE 1997) O maior produtor mundial de Arthrospira eacute Hainan Simai Enterprising

que estaacute localizado na provincia de Hainan na China Essa companhia tem uma

produccedilatildeo anual de 200 toneladas (SPOLAORE et al 2006) No Japatildeo de acordo

com Healfh Industry News a quantidade total de Spirulina comercializada foi de 400

toneladas em 1996 Em Taiwan 5 induacutestrias produzem um total de 480 toneladas

Na Tailacircndia os dois maiores produtores de Spirulina (Siam Algae Co Ltd e

Neotech Food Co Ltd) produzem 150 toneladas e 20 toneladas por ano

respectivamente Nos Estados Unidos a Cyanotech e a Earthrise Farms satildeo os dois

maiores produtores de Spirulina com produccedilatildeo de 380 toneladas e 500 toneladas

respectivamente Aleacutem dessas induacutestrias citadas acima existem outras produtoras

de Spirulina com uma produccedilatildeo anual menor em diversos paiacuteses como Chile Cuba

Filipinas Iacutendia (LEE 1997)

O potencial dessas cianobacteacuterias como um alimento baacutesico na dieta humana

tem sido investigado haacute muitos anos em diversos paiacuteses No Japatildeo a biomassa

24

algal (por exemplo Chlorella e Spirulina) eacute produzida comercialmente sendo

utilizada primeiramente como alimentos nutracecircuticos ou funcionais (OGBONNA

TANAKA 1997 BOROWITZKA 1986) Na China Spirulina and Chlorella satildeo os

dois maiores gecircneros cultivado na forma de biomassa ou extrato para a induacutestria

alimentiacutecia A biomassa eacute usada para produzir uma variedade de produtos

nutracecircuticos ou funcionais como tabletes caacutepsulas poacute ou para extraccedilatildeo de

ingredientes bioativos como β-caroteno e ficocianina A biomassa eacute suplementada

em patildees biscoitos doces sorvetes e o extrato satildeo suplementados em bebidas

como refrigerantes e chaacute principalmente para realccedilar seu valor nutritivo (LIANG et

al 2004)

Uma ampla variedade de pigmentos como clorofila a (Cl a) luteiacutena -caroteno

ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) satildeo compostos bioativos na biomassa de S

platensis e tem sido usado como corantes naturais em alimentos em cosmeacuteticos e

como produtos farmacecircuticos no consumo humano e animal (CHEN et al 2006) O

efeito nocivo de corantes sinteacuteticos e a tendecircncia da sociedade utilizar produtos

naturais na alimentaccedilatildeo e cosmeacuteticos tecircm conduzido agrave exploraccedilatildeo das microalgas

como corantes naturais Esses pigmentos tecircm um grande valor comercial como

corantes naturais em induacutestrias nutracecircuticas cosmeacuteticas e farmacecircuticas

(PRASANNA et al 2007)

Recentemente a importacircncia de se estudar esses micro-organismos eacute devido

as suas propriedades terapecircuticas (BELAY et al 1993) e presenccedila de compostos

antioxidantes (ESTRADA et al 2001 MIRANDA et al 1998) Essas propriedades

tecircm sido provadas experimentalmente in vivo e in vitro que satildeo efetivas para o

tratamento de algumas alergias anemia doenccedilas virais e cardiovasculares

hiperglicemia hiperlipidemia processos inflamatoacuterios entre outros (CHAMORRO et

al 2002 BELAY et al 2002)

Essa cianobacteacuteria possui alto teor proteacuteico com importacircncia quantitativa dos

aminoaacutecidos essenciais e outros elementos nutricionais proporcionando seu alto

valor nutricional (MORIST et al 2001) Baixos teores de aacutecidos nucleacuteicos altos

conteuacutedos de vitaminas polissacariacutedeos e aacutecidos graxos essenciais como ocircmega-3

e ocircmega-6 satildeo paracircmetros importantes para avaliar a qualidade da biomassa algal

(OGBONNA TANAKA 1997 BOROWTIZKA 1986) Os polissacariacutedeos que

constituem a parede celular tecircm uma digestibilidade de 86 o que torna a biomassa

facilmente absorvida pelo corpo humano (LI 1997)

25

Haacute relatos tambeacutem do emprego da Arthrospira em cosmeacuteticos um extrato rico

em proteiacutenas feitos a partir da Arthrospira repara sinais de envelhecimento da pele

mais cedo exerce um efeito de firmeza e previne a formaccedilatildeo de estrias (Protulinesreg

Exsymol SAM Monaco) (SPOLAORE et al 2006)

Aleacutem da presenccedila dos compostos citados anteriomente a biomassa de

Spirulina tambeacutem pode ser utilizada no tratamento de aacuteguas residuais renovaccedilatildeo da

aacutegua atraveacutes da desintoxificaccedilatildeo bioloacutegica e remoccedilatildeo de metais pesados Por ser

um micro-organismo fotossintetizante tem a capacidade natildeo apenas de produzir

oxigecircnio mas tambeacutem de remover nutrientes como nitrogecircnio e foacutesforo reduzindo a

eutrofizaccedilatildeo dos efluentes Essa biomassa pode ser recuperada e utilizada para

extrair compostos de interesse industrial como por exemplo pigmentos e o restante

da biomassa pode ainda ser utilizado como combustiacutevel ou para produccedilatildeo de

metano (CIFERRI TIBONI 1985)

O cultivo de microalgas e cianobacteacuterias fornecem excelente perspectivas para

a produccedilatildeo de energia renovaacutevel podendo contribuir substancialmente para uma

reduccedilatildeo de emissotildees do CO2 Essas emissotildees satildeo resultados do processo de

queima dos combustiacuteveis foacutesseis e de praacuteticas agriacutecolas improacuteprias (as queimadas

por exemplo) produzindo elevados rendimentos da biomassa e possibilitando a

produccedilatildeo de compostos com alto valor agregado e biocombustiacutevel (CHISTI 2007

RICHMOND 1990)

As microalgas tecircm sido propostas como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de

biocombustiacuteveis devido ao alto teor de lipiacutedios que algumas espeacutecies podem

alcanccedilar O teor de oacuteleo de 20 a 50 de sua biomassa seca eacute comum entre as

espeacutecies como Nannochloropsis sp Chlorella sp Schizochytrium sp Algumas

microalgas podem exceder a 80 (MIAO 2006 CHISTI 2007 BANERJEE et al

2002) O percentual de lipiacutedios na biomassa de microalgas eacute funccedilatildeo das condiccedilotildees

de cultivo tais como salinidade do meio concentraccedilatildeo de nitrogecircnio natureza da

fonte de carbono assim eacute possiacutevel com certa facilidade e com tempo de resposta

relativamente curto aumentar o teor de oacuteleo nas microalgas de forma a alcanccedilar

valores bastante expressivos (CHISTI 2007)

As principais vantagens para a utilizaccedilatildeo de microalgas como biocombustiacuteveis

satildeo alta eficiecircncia de conversatildeo de foacutetons (como evidenciada pelo aumento do

rendimento da biomasa por hectare) podem ser coletados em lotes durante quase

todo o ano pode utilizar sais e aacutegua residuaacuteria reduzindo extremamente o uso de

26

aacutegua doce produz biocombustiacutevel altamente biodegradaacutevel e natildeo toacutexico podem ser

usado o CO2 liberado pela queima de combustiacuteveis foacutesseis esse CO2 eacute

frequentemente disponiacutevel a baixo custo ou ateacute mesmo sem custo (CHISTI 2007

SAWAYAMA et al 1995 SCHENK et al 2008 YUN et al 1997) As limitaccedilotildees

atuais existentes satildeo principalmente no processo de colheita e na fonte do CO2 para

a maior eficiecircncia de produccedilatildeo (SCHENK et al 2008)

22 Fotobiorreatores

A escolha do biorreator para o cultivo da microalga eacute um importante fator que

influecircncia na produtividade global (WATANABE HALL 1996) Haacute uma grande

variedade de biorreatores utilizados para o cultivo de microalga dentre os quais

alguns satildeo utilizados atualmente para produccedilatildeo industrial (LEE 2001)

Segundo Borowitzka (1999) as microalgas podem ser cultivadas em diversos

sistemas de cultivo com volume variando desde poucos litros ateacute bilhotildees de litros

Em geral os sistemas de produccedilatildeo satildeo pouco sofisticados uma vez que muitas

empresas desenvolvem cultivos a ceacuteu aberto em tanques com fundo de terra e com

baixo ou nenhum controle dos paracircmetros ambientais Nos uacuteltimos 50 anos alguns

cultivos desenvolvidos em fotobiorreatores podem ter os seus paracircmetros

ambientais controlados e isto implica numa elevada produtividade a qual viabiliza a

produccedilatildeo comercial de compostos de elevado valor agregado (KOMMAREDDY

ANDERSON 2005 TREDICI 2004)

Convencionalmente os cultivos de microalgas comerciais satildeo realizados em

reatores abertos por causa de baixa eficiecircncia dos fotobiorreatores fechados em

larga escala (OGBONNA TANAKA 1997) Portanto eacute difiacutecil de obter alta

produtividade em reatores ldquooutdoorsrdquo abertos por causa da dificuldade de controlar

fatores ambientais como temperatura e intensidade luminosa haacute uma grande

evaporaccedilatildeo de aacutegua no meio e aleacutem disso requer uma grande aacuterea superficial

facilitando a contaminaccedilatildeo por outros micro-organismos Esse meacutetodo natildeo deve ser

empregado para produccedilatildeo de componentes quiacutemicos finos e farmacecircuticos uma

vez que o custo de recuperaccedilatildeo desse produto e purificaccedilatildeo podem ser

extremamente altos principalmente devido a baixa concentraccedilatildeo celular e a

contaminaccedilatildeo com impurezas Vaacuterias alternativas tecircm sido propostas para contornar

esse problema como o emprego de fotobiorreatores fechados e processos

heterotroacuteficos (CHEN 1997)

27

Os fotobiorreatores abertos possuem certas desvantagens sobre os

fotobiorreatores fechados dentre elas destacam-se menor eficiecircncia fotossinteacutetica e

menor qualidade do produto da microalga (RICHMOND et al 1990 VONSHAK

RICHOMOND 1988) A menor eficiecircncia fotossinteacutetica eacute principalmente devido ao

efeito de sombreamento quando a densidade celular alcanccedila um determinado valor

a baixa eficiecircncia de utilizaccedilatildeo de CO2 gasoso devido agrave limitaccedilatildeo do suplemento de

CO2 para a microalga uma vez que quando o CO2 natildeo estaacute dissolvido no meio de

cultura este se volatiliza contaminaccedilatildeo do cultivo por bacteacuterias algas protozoaacuterios

e fungos tambeacutem influenciam no crescimento da microalga e na qualidade do

produto Os fotobiorreatores fechados tecircm a vantagem de aumentar a eficiecircncia de

utilizaccedilatildeo de CO2 controlando o pH da cultura e diminuir o niacutevel de contaminantes

(WATANABE HALL 1996) Tambeacutem dependendo da configuraccedilatildeo do reator pode

aumentar a aacuterea iluminada reduzindo o efeito de sombreamento (WATANABE et al

1995)

Fotobiorreatores fechados satildeo usados para cultivos de micro-organismos

fotoautotroacuteficos visando agrave produccedilatildeo de aacutecidos graxos poliinsaturados pigmentos

vitaminas e polissacariacutedeos (MOLINA GRIMA et al 1995 TAKANO et al 1995

MERCHUK et al 1996 MATSUNAGA et al 1996) Para muitas dessas aplicaccedilotildees

eacute essencial o uso desses tipos de fotobiorreatores nos quais as monoculturas

podem ser mantidas por longos periacuteodos preferencialmente se o cultivo for

ldquooutdoorrdquo utilizando luz solar como a uacutenica fonte de energia (JANSSEN et al 2003)

Diversas configuraccedilotildees de fotobiorreatores fechados tecircm sido usadas ou

propostas para o cultivo de Spirulina sp como o tubular horizontal (CONVERTI et

al 2006a) tubular helicoidal (BIOCOIL) (WATANABE et al 1995 NERANTZIS et

al 2002) espiralado vertical (TREDICI ZITTELLI 1998) e laminar inclinado (HU et

al 1996) Quase todas as configuraccedilotildees dos fotobiorreatores usam um recipiente

de degassing para desoxigenar o sistema pois um aumento no niacutevel de oxigecircnio no

meio reduz a produtividade (NERANTZIS et al 2002)

Um fator importante para a configuraccedilatildeo desses fotobiorreatores eacute o

fornecimento de luz eficientemente pela maximizaccedilatildeo da relaccedilatildeo superfiacutecie-volume

iluminada Por isso os tubos satildeo frequentemente estreitos e os ldquopanelsrdquo satildeo finos

No entanto alguns fotobiorreatores bem sucedidos em escala laboratorial podem

natildeo funcionar bem quando se aumenta a escala por causa da reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

28

superfiacutecie-volume ocasionando uma pobre distribuiccedilatildeo luminosa dentro do reator

(OGBONNA TANAKA 1997)

Tredici e Zittelli (1998) observaram que cultivos de Arthrospira (Spirulina)

platensis em fotobiorreator tubular obtiveram maiores valores de produtividade

volumeacutetrica eficiecircncia fotossinteacutetica e velocidade especiacutefica de crescimento quando

comparadas com os cultivos em fotobiorreator plano Isso foi devido agrave diferenccedila

entre o fluxo de foacutetons nos cultivos com formas diferentes dos fotobiorreatores Uma

vez que os outros principais paracircmetros que conduzem o crescimento da S

platensis natildeo variaram entre os dois cultivos

Entre os diferentes tipos de fotobiorreatores aqueles do tipo air lift satildeo

particularmente interessantes por apresentarem uma maior transferecircncia de massa

liacutequido-gaacutes com menor gasto de energia podem ter o escoamento do liacutequido

facilmente controlado a circulaccedilatildeo de liacutequidos ocorre sem a remoccedilatildeo de partes do

reator e isto previne a contaminaccedilatildeo no cultivo Estes tipos de reatores satildeo

especialmente recomendados para as culturas de cianobacteacuterias por causa da

sensibilidade destas ao estresse de cisalhamento mecacircnico (CHOI et al 1995

SIEGEL ROBINSON et al 1992 CHISTI 1989 MERCHUK et al 1996

WATANABE et al 1995)

O sistema air lift tambeacutem permite a remoccedilatildeo de oxigecircnio produzido pela

fotossiacutentese (CAMACHO RUBIO et al 1998) A remoccedilatildeo contiacutenua do gaacutes oxigecircnio

em cultivos fotossinteacuteticos eacute essencial por que uma excessiva quantidade de

oxigecircnio dissolvido inibe a fotossiacutentese (MOLINA et al 2001)

O crescimento e a produtividade das ceacutelulas fotossinteacuteticas satildeo afetados por

diversos fatores incluindo composiccedilatildeo do meio de cultura temperatura pH

concentraccedilatildeo de O2 e CO2 no reator e fornecimento de luz sendo este o mais

importante durante o cultivo autotroacutefico de ceacutelulas fotossinteacuteticas (OGBONNA

TANAKA 1997)

Micro-organismos natildeo satildeo expostos a uma densidade de fluxo de foacutetons

constante em fotobiorreatores devido ao sombreamento muacutetuo das ceacutelulas e ao

movimento do liacutequido durante a agitaccedilatildeo Frequumlentemente tem sido sugerido que a

circulaccedilatildeo entre as zonas clara e escura poderia conduzir a uma eficiecircncia

fotossinteacutetica maior que aquela determinada sob iluminaccedilatildeo contiacutenua da densidade

de fluxo de foacutetons (JANSSEN et al 2003)

29

O fornecimento da luz em fotobiorreatores eacute uma variaacutevel importante em

culturas fotoautroacuteficas A alta razatildeo superfiacutecie-volume eacute um preacute-requisito importante

para o suprimento suficiente de luz nos fotobiorreatores Ateacute mesmo sob baixa

intensidade luminosa os organismos fotossintetizantes utilizam a luz exposta na

superfiacutecie dos fotobioreatores A energia de excitaccedilatildeo eacute parcialmente utilizada pelo

aparato fotossinteacutetico e a energia residual eacute perdida na forma teacutermica ou

fluorescecircncia (GRUSZECKI et al 1994) Um excesso da energia de excitaccedilatildeo pode

prejudicar o aparato fotossinteacutetico no processo chamado de fotoinibiccedilatildeo (MELIS

1999)

Dependendo do diacircmetro interno dos tubos (12 a 123 cm) os fotobiorreatores

tubulares fechados podem alcanccedilar valores de concentraccedilatildeo celular maiores que 20

g L-1 e produtividades volumeacutetricas de biomassa de 025 - 364 g L-1d-1 em cultivo

que possuem o ciclo claroescuro A alta turbulecircncia encontrada em reatores

tubulares garante uma oacutetima disponibilidade luminosa para as ceacutelulas e melhor

transferecircncia de massa dos gases (LEE 2001)

Outro fator importante eacute o escoamento turbulento da cultura A velocidade do

escoamento do liacutequido deve ser suficiente para garantir o escoamento turbulento

para evitar que as ceacutelulas fiquem estagnadas no interior escuro dos tubos Portanto

uma turbulecircncia execessiva pode danificar as ceacutelulas e haacute um limite superior para a

velocidade da cultura A turbulecircncia eacute conhecida por aumentar a produtividade da

biomassa quando comparada as condiccedilotildees de escoamento laminar A turbulecircncia

move as ceacutelulas do interior escuro de um tubo para uma zona perifeacuterica iluminada

evitando que as ceacutelulas natildeo recebam luz por longos periacuteodos Adicionalmente o

movimento das ceacutelulas da zona clara para a zona escura pode aumentar a

produtividade desde que a duraccedilatildeo de permanecircncia na zona escura seja curta

Intervalos no escuro na ordem de 1 segundo podem melhorar a conversatildeo da

energia solar em biomassa (LAWS et al 1987 TERRY 1986) Tais intervalos

permitem reaccedilotildees cataliacuteticas da fotossiacutentese no escuro permitindo o

restabelecimento do aparato fotossinteacutetico para sua eficiecircncia no proacuteximo periacuteodo

luminoso (ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ et al 2001) Jansen et al (2002) relataram que a

turbulecircncia movimenta as ceacutelulas da zona escura no centro do fotobiorreator para a

zona foacutetica na parte mais externa do cilindro podendo conduzir a maior eficiecircncia do

reator

30

O fluxo laminar pode ser prejudicial agraves altas densidades celulares No entanto

eacute importante por proporcionar uma distribuiccedilatildeo uniforme da luz a todas as ceacutelulas na

cultura reduzir o crescimento da parede do fotobiorreator e diminuir a tensatildeo do

oxigecircnio na cultura (RICHMOND 2000) Carlozzi e Torzillo (1996) obtiveram maior

produtividade da Arthrospira platensis quando a velocidade da cultura densa (10 g L-1)

foi alterada de 018 m s-1 para 075 m s-1 Isto torna evidente a necessidade de se

manter uma velocidade de escoamento que permita um maior nuacutemero de ceacutelulas

captarem luminosidade suficiente e que ao mesmo tempo natildeo aumente a demanda

dos custos de produccedilatildeo

Converti et al (2006) observaram que cultivos de Arthrospira platensis em

fotobiorreator tubular a velocidade da cultura de 016 m s-1 eacute suficiente para garantir

uma boa mistura da cultura evitando danos agraves ceacutelulas Similarmente Tredici (1999)

descreve que cultivos em escala industrial de Arthrospira sp em fotobiorreator com

tubos plaacutesticos alongados sobre a terra com 35 cm de largura e 9 cm de altura a

densidade populacional oacutetima foi de 1 g Lminus1 e a velocidade do fluxo natildeo pode ser

menor que 50 cm sminus1 Baixa velocidade de circulaccedilatildeo 6 a 10 cm sminus1 prejudicou o

cultivo devido a produccedilatildeo O2 que inibiu o crescimento baixas taxas de saiacuteda e a

cultura deteriorou-se rapidamente devido ao seu crescimento na parede do tubo

(biofouling)

Como o crescimento dos micro-organismo fotossintetizantes nos

fotobiorreatores eacute fotossinteacutetico o suplemento de luz e CO2 satildeo provavelmente os

limitantes para o crescimento da microalga Aleacutem desses fatores a concentraccedilatildeo de

nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo uma vez que este nutriente eacute

utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e aacutecidos nucleacuteicos fundamentais

para a manutenccedilatildeo e crescimento celular (WATANABE HALL 1996)

No caso de fontes de nitrogecircnio amocircniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

31

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores

S platensis habita naturalmente em lagos africanos e mexicanos (RICHMOND

1990) mas podem crescer artificialmente em meios sinteacuteticos empregando

diferentes tipos de processos de cultivo Estes tecircm sido desenvolvidos com a

finalidade de aumentar a produtividade do material desejado Segundo Sassano

(1999) a forma de adiccedilatildeo do substrato nas dornas pode interferir na qualidade da

biomassa produzida

No processo contiacutenuo eacute realizado por meio de uma alimentaccedilatildeo contiacutenua do

substrato limitante (ou meio de cultura) ao reator a uma determinada vazatildeo

constante e por uma retirada contiacutenua de meio cultivado de forma a se ter o volume

de reaccedilatildeo constante a fim de que o sistema atinja a condiccedilatildeo de estado

estacionaacuterio (steady-state) Esse estado consiste na situaccedilatildeo nas quais todas as

condiccedilotildees no interior do reator permanecem constantes ao longo do tempo

(FACCIOTTI 2001) Esse processo tem sido estudado por diferentes autores

comprovando sua aplicabilidade para no cultivo de Spirulina platensis Hirata et al

(1998) obtiveram concentraccedilotildees de S platensis sob condiccedilotildees fotoautotroacuteficas em

regime permanente nas diferentes intensidades luminosas analisadas 25 a 400 W

m-2 Nerantzis et al (2002) empregou o sistema contiacutenuo no fotobiorreator tubular

helicoidal (HELPBR) no cultivo de S platensis e provou sua flexibilidade ao aumento

de escala bem como sua alta produtividade volumeacutetrica em relaccedilatildeo a outros

fotobiorreatores fechados

Outro tipo de processo que tem sido utilizado no cultivo de S platensis em

fotobiorreatores eacute o semicontiacutenuo Esse processo consiste na alimentaccedilatildeo contiacutenua

do substrato limitante mas a remoccedilatildeo do produto eacute por bateladas (alimentaccedilatildeo

contiacutenua com descarga apoacutes a obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular maacutexima desejada)

(BORZANI 2001) Travieso et al (2001) utilizando fotobiorreator tubular helicoidal

concluiacuteram que eacute possiacutevel empregar satisfatoriamente o sistema semicontiacutenuo no

cultivo de S platensis obtendo uma produtividade da biomassa maior que em

processos descontiacutenuo Isso por que em processo descontiacutenuo a produtividade em

ceacutelulas tende a diminuir quando os nutrientes satildeo totalmente consumidos De acordo

com Reichert et al (2006) a concentraccedilatildeo celular pode atingir valores de duas a

quatro vezes maiores no cultivo semicontiacutenuo de S platensis em relaccedilatildeo ao cultivo

descontiacutenuo utilizando fotobiorreator fechado

32

No processo descontiacutenuo todo o substrato eacute adicionado no iniacutecio do cultivo e

os produtos permanecem ateacute o final do cultivo (CARVALHO SATO 2001) No

processo descontiacutenuo alimentado que eacute uma variaccedilatildeo do processo descontiacutenuo a

alimentaccedilatildeo pode ser de forma intermitente ou contiacutenua O modo de operaccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo em bioprocessos permite prevenir o acuacutemulo ou a falta do substrato no

cultivo Em processo microbiano uma apropriada taxa de alimentaccedilatildeo

exponencialmente crescente resulta na manutenccedilatildeo da concentraccedilatildeo do substrato

limitante residual controlando a taxa de formaccedilatildeo do produto (CARVALHO SATO

2001) Esse processo permite que o nutriente seja adicionado em determinados

intervalos de tempo durante todo o processo com isso eacute possiacutevel adicionar

nutrientes potencialmente toacutexicos quando presentes em altas concentraccedilotildees como

por exemplo o iacuteon amocircnio sem prejudicar o crescimento microbiano e prevenindo

seu acuacutemulo (CARVALHO et al 2004) Olguiacuten et al (2001) observaram que no

cultivo descontiacutenuo usando uma concentraccedilatildeo inicial de amocircnia de 1 mM incubada

a 32 ordmC ocorre uma grande perda desse iacuteon para a atmosfera aleacutem de ser

consumida pelo micro-organismo tornando-se deficiente depois de poucos dias

especificamente 12 dias Soletto et al (2005) observaram que o melhor crescimento

cineacutetico da S platensis foi empregando o processo descontiacutenuo alimentado quando

comparada com o processo descontiacutenuo utilizando a ureacuteia com fonte de nitrogecircnio

Comportamento semelhante foi observado por Zhang et al (1998) em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio

Costa et al (2004) observaram o emprego da aacutegua do lago Mangueira

suplementado com ureacuteia pelo processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de S

platensis foi possiacutevel reduzir o custo de produccedilatildeo possibilitando o cultivo em larga

escala

Em casos particulares como por exemplo a necessidade de utilizaccedilatildeo de

nutriente viscoso no cultivo este processo geralmente reduz a viscosidade do meio

e o efeito dos componentes toacutexicos eacute tambeacutem limitado pela diluiccedilatildeo (WARD 1989)

Entre outras vantagens desse processo pode-se encontrar desvio do metabolismo

celular para via de interesse de formaccedilatildeo do produto evita repressatildeo cataboacutelica

evita formaccedilatildeo de produtos toacutexicos no metabolismo microbiano e controla a

velocidade de crescimento microbiano O melhor procedimento operacional para

esse sistema eacute iniciar com pequena quantidade de biomassa e substrato e adicionar

33

mais substrato quando a maior parte do substrato inicial ter sido consumida pelo

micro-organismo (GREGERSEN JORGENSEN 1999)

O processo descontiacutenuo alimentado deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da S platensis desde que a concentraccedilatildeo do substrato

limitante possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis

241 Fontes de Nitrogecircnio

O elemento nitrogecircnio constitui aproximadamente de 5 a 10 do peso seco das

cianobacteacuterias (FLORES HERRERO 1994) Diferentes fontes de nitrogecircnio

orgacircnica e inorgacircnica podem ser assimiladas por micro-organismos

fotossintetizantes Dentre as orgacircnicas encontramos aminoaacutecidos purinas ornitina

e as inorgacircnicas encontramos sais de amocircnio e sais de nitrato (BERMAN CHAVA

1999)

As cianobacteacuterias utilizam principalmente fontes de nitrogecircnio inorgacircnico como

nitrato nitrito amocircnia e nitrogecircnio atmosfeacuterico para suprir sua necessidade No

entanto amocircnia eacute a uacutenica fonte inorgacircnica de nitrogecircnio que eacute diretamente

incorporada em compostos orgacircnicos e entatildeo um intermediaacuterio obrigatoacuterio na

utilizaccedilatildeo do outras fontes de nitrogecircnio Essa moleacutecula eacute tambeacutem conhecida como

uma desacopladora na fotossiacutentese causando sob certas circunstacircncias o colapso

do ΔpH requerida pela siacutentese de ATP A amocircnia regula enzimas importantes no

metabolismo de nitrogecircnio tais como nitrato redutase glutamina sintetase e

nitrogenases (BOUSSIBA 1997)

Exceto para o N2 as cianobacteacuterias possuem um sistema de transporte

especiacutefico para as diferentes formas de nitrogecircnio mas a maioria deles pode entrar

na ceacutelula por difusatildeo dependendo de sua concentraccedilatildeo oue do pH do meio de

cultura Nitrato e nitrito satildeo reduzidos pela nitrato redutase e nitrito redutase

respectivamente ambas as enzimas usam ferredoxina como doador de eleacutetrons

(FLORES HERRERO 1994) Ureacuteia eacute convertida a amocircnia pela urease e o

dinitrogecircnio eacute reduzido agrave amocircnia pelo complexo nitrogenase (HERRERO et al

2001) Outras formas de nitrogecircnio como certos aminoaacutecidos requerem sistemas de

34

transporte especiacutefico e posteriormente seratildeo metabolizados para produzir amocircnio

(HERRERO et al 2001 MURO-PASTOR FLORENCO 2003)

Nesses organismos a hierarquia de preferecircncia da assimilaccedilatildeo tem sido

mostrada para esses compostos Quando amocircnio e nitrato estatildeo presentes

simultaneamente no meio externo o sistema para assimilaccedilatildeo de nitrato eacute expresso

somente ao niacutevel basal A inibiccedilatildeo da assimilaccedilatildeo do nitrato exercida pela amocircnia

opera em dois niacuteveis diferentes pelo menos Durante pouco tempo a adiccedilatildeo da

amocircnia interrompe a assimilaccedilatildeo ativa do nitrato pelas ceacutelulas Se as ceacutelulas

continuarem expostas ao amocircnio ateacute mesmo quando o nitrato estaacute

simultaneamente presente a longo prazo o sistema regulatoacuterio atua na repressatildeo

das proteiacutenas envolvendo a assimilaccedilatildeo do nitrato (HERRERO FLORES 1997) A

atividade da nitrato redutase em Spirulina platensis (strain ARM 729) eacute reduzida

mediante a retirada de nitrato do meio e eacute totalmente restaurada apoacutes duas horas

da adiccedilatildeo de nitrato indicando a induccedilatildeo pelo substrato A concentraccedilatildeo oacutetima de

nitrato de soacutedio necessaacuteria para a atividade maacutexima da enzima nitrato redutase eacute de

30 mM Os produtos da assimilaccedilatildeo do nitrato nitrito e amocircnio inibiram

significativamente a atividade da nitrato redutase quando em altas concentraccedilotildees A

acumulaccedilatildeo do nitrito eacute toacutexica para a ceacutelula mas seu niacutevel pode ser controlado tanto

pela inibiccedilatildeo da atividade da nitrato redutase eou transporte do nitrato ou pelo

aumento da atividade da nitrito redutase (JHA et al 2007)

Em cultivos de micro-organismo em larga escala a fonte de nitrogecircnio

preferencial eacute a amocircnia devido ao seu baixo custo e tambeacutem porque ela pode

previnir a contaminaccedilatildeo com zooplancton (BOUSSIBA 1997) A preponderacircncia de

NH3 sobre NH4+ em valores de pH acima de 92 o pKa para amocircnia a 20-30 ordmC

favoreceu a permeabilidade desta pela membrana plasmaacutetica forma natildeo ionizada

que apoacutes difundir pela membrana plasmaacutetica a amocircnia eacute aprisionada dentro da

ceacutelula na forma de iacuteon amocircnio carregado positivamente (BOUSSIBA 1997) O grau

de inibiccedilatildeo parece ser muito reduzido em cepas que crescem restritamente em

condiccedilotildees alcalinas 5 mM de amocircnia inibiu 90 a evoluccedilatildeo de O2 dependente de

luz em micro-organismo neutrofiacutelico Anabaena sp e somente 30 foi observada

em micro-organismo alcalofiacutelico Spirulina platensis no mesmo pH (pH 100) Em

concentraccedilatildeo de 10 mM Spirulina platensis obteve ainda 50 da capacidade

fotossinteacutetica e Anabaena sp natildeo obteve crescimento Essa resistecircncia da Spirulina

agrave amocircnia em pH 10 eacute conferida por um pH intratilacoidal relativamente alto no

35

valor de 65 em relaccedilatildeo ao pH intratilacoidal da Anabaena sp valor de pH de 53

Esta diferenccedila no valor do pH intratilacoidal sugere que menor eacute a ΔpH atraveacutes da

membrana que eacute a razatildeo para a resistecircncia relativa da Spirulina platensis a amocircnia

em pH 100 (BELKIN BOUSSIBA 1991a)

A adiccedilatildeo de 2-3 mM de amocircnia em cultivos de Spirulina mantida geralmente a

pH (95 - 100) causa a deterioraccedilatildeo do contamitante Chlorella no cultivo de

Spirulina A toxidade da amocircnia nas ceacutelulas da Chlorella eacute causada pela grande

entrada dessa moleacutecula devido ao menor pH interno reduzindo a variaccedilatildeo do pH na

membrana tilacoidal requerida para a siacutentese de ATP Logo o uso de amocircnia com

fonte de nitrogecircnio no cultivo de Spirulina pode previnir a proliferaccedilatildeo de outros

micro-organismos (BOUSSIBA 1997)

Ureacuteia e aminoaacutecidos tambeacutem podem ser assimilados pelas cianobacteacuterias A

ureacuteia e fontes de nitrogecircnio orgacircnico satildeo primeiramente metabolizadas para amocircnia

e a partir de entatildeo os aacutetomos de nitrogecircnio seratildeo utilizados como observado na

Figura 2 (FLORES HERRERO 1994)

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em pH acima de 92

A maioria dos organismos fotossintetizantes a assimilaccedilatildeo da amocircnia ocorre

pela accedilatildeo sequumlencial da glutamina sintetase (GS) e glutamanto sintase (GOGAT)

Ureacuteia

NO3-

aminoaacutecido

NH3

aminoaacutecido

Ureacuteia

NO3-

NH4+

Nucleotiacutedeos

Aminoaacutecidos

Aminoaccediluacutecar

Lipiacutedios

NH4+

Aacutecidos nucleacuteicos

Parede celular

Porfirinas

Proteiacutenas

Intracelular Exracelular

36

Essas reaccedilotildees conhecidas como ciclo GS-GOGAT constituem uma ligaccedilatildeo entre o

metabolismo de nitrogecircnio e de carbono e eacute o metabolismo mais importante para

assimilaccedilatildeo da amocircnia gerada tanto exogenamente como endogenamente

(BOUSSIBA 1997)

As enzimas do ciclo da glutamina sintetase e glutamato sintase satildeo importantes

pela introduccedilatildeo da amocircnia em formas orgacircnicas O glutamato produzido por esta

via aleacutem de ser o principal doador de nitrogecircnio para a siacutentese de outros

metaboacutelitos contendo nitrogecircnio eacute tambeacutem um precursor de alguns aminoaacutecidos e

da 5-aminolevulinato um precursor da biossiacutentese da porfirina ficobilina e clorofila

(FLORES HERRERO 1994)

A parede celular das cianobacteacuterias eacute como as das bacteacuterias gram-negativas

que conteacutem uma camada de peptidoglicano na parte externa da membrana

citoplasmaacutetica Nesta membrana conteacutem tipos de proteiacutenas especiais denominadas

de porinas a qual permite a passagem de pequenas moleacuteculas incluindo

aminoaacutecidos e iacuteons inorgacircnicos Isto eacute essas substacircncias apresentam um sistema

de transporte especializado (FLORES HERRERO 1994) A membrana

citoplasmaacutetica representa a principal barreira de permeabilidade das cianobacteacuterias

Portanto o nitrato provavelmente possui livre acesso ao periplasma das

cianobacteacuterias (HERRERO FLORES 1997)

Algumas cianobacteacuterias como Anabaena Nostoc Fischerella satildeo capazes de

fixar N2 atmosfeacuterico em condiccedilotildees aeroacutebias atraveacutes das nitrogenases (FLORES

HERRERO 1994) No entanto as ceacutelulas de S platensis natildeo podem fixar nitrogecircnio

atmosfeacuterico porque natildeo possuem heterocisto (MATA 2007 VACHHANI VONSHAK

1997) e eacute dentro dos heterocistos onde se encontram as nitrogenases em

cianobacteacuterias (LARA GUERRERO 2007)

O nitrato eacute provavelmente a fonte mais abundante de nitrogecircnio para a nutriccedilatildeo

de cianobacteacuterias A assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a incorporaccedilatildeo do nitrato e

reduccedilatildeo do nitrato intracelular para amocircnio na qual eacute a forma de nitrogecircnio

incorporada em compostos orgacircnicos Nitrito na qual pode tambeacutem ser utilizado na

necessidade do nitrogecircnio eacute assimilado pelas ceacutelulas e entatildeo reduzido a amocircnio

(FLORES HERRERO 1994)

A assimilaccedilatildeo do nitrato pelas cianobacteacuterias envolve um sistema de transporte

que eacute carreado por uma proteiacutena e esta possui uma alta afinidade pelo nitrato Esta

alta afinidade permite que as cianobacteacuterias utilizem nitratos mesmo em baixas

37

concentraccedilotildees como eacute encontrado no meio ambiente natural O acuacutemulo intracelular

de nitrato permitiraacute o funcionamento da enzima nitrato redutase (FLORES

HERRERO 1994) Portanto a limitaccedilatildeo do transporte de nitrato pela inativaccedilatildeo de

alguns genes do transporte de nitrato natildeo impede o crescimento dependente de

nitrato quando este eacute suplementado a alta concentraccedilatildeo (20 mM) A entrada do

nitrato nas ceacutelulas nessas condiccedilotildees parece ser por difusatildeo passiva desde que a

concentraccedilatildeo de nitrato seja maior que 1 mM a assimilaccedilatildeo de nitrato aumenta

linearmente com o aumento da sua concentraccedilatildeo (OMATA et al 1989)

O nitrato intracelular eacute reduzido a nitrito em reaccedilatildeo utilizando 2 eleacutetrons

catalizados pela nitrato redutase o nitrito eacute convertido a amocircnio pela nitrito redutase

na reaccedilatildeo utilizando 6 eleacutetrons Ambas as enzimas encontradas nas membranas

tilacoidais utilizam ferrodoxina reduzida como doador de eleacutetrons A presenccedila de

nitrato ou nitrito geralmente tem um efeito positivo nos niacuteveis das enzimas nitrato

redutase e nitrito redutase (FLORES HERRERO 1994) Estas enzimas encontram-

se principalmente no citoplasma das cianobacteacuterias (GUERRERO LARA 1987) A

assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a reduccedilatildeo citoplasmaacutetica para nitrito (NO2-)

catalizada pela enzima nitrato redutase (NR) usando NAD(P)H como doador de

eleacutetrons O nitrito eacute rapidamente reduzido a amocircnio (NH4+) pela enzima nitrito

redutase (NiR) que usa a ferrodoxina como doador de eleacutetrons e o amocircnio eacute entatildeo

incorporado a moleacuteculas de nitrogecircnio como aminoaacutecidos purinas pirimidinas e

aminas (LEA LEEGOOD 1993)

Quando somente o CO2 eacute o aceptor de eleacutetrons disponiacutevel e o escoamento de

eleacutetrons pelos fotossistemas natildeo eacute limitado pela luz o que determina a fotossiacutentese

eacute a fixaccedilatildeo de CO2 pelo ciclo das pentoses Quando se adiciona nitrato nessas

mesmas condiccedilotildees este usa os eleacutetrons diretamente da ferrodoxina reduzida

liberando o escoamento dos eleacutetrons natildeo ciacuteclico de sua limitaccedilatildeo e estimulando a

produccedilatildeo de O2 Esse efeito natildeo foi observado quando se adiciona amocircnio Na

intensidade luminosa saturante o nitrato estimula o fluxo de eleacutetrons natildeo ciacuteclico para

gerar um poder redutor utilizado para sua assimilaccedilatildeo No entanto a intensidade de

luz limitante o nitrato reprime a fixaccedilatildeo de CO2 para utilizar o poder redutor gerado

fotossinteticamente na sua reduccedilatildeo a amocircnia (ROMERO LARA 1987)

A nitrato redutase e nitrito redutase presentes na membrana tilacoidal permitem

a fotoreduccedilatildeo do nitrato ou nitrito em uma reaccedilatildeo dependente do fotossistema I na

qual eacute estimulada pela ferrodoxina Nos tilacoacuteides do Synechococcus a fotoreduccedilatildeo

38

do nitrato a amocircnio utiliza aacutegua como fonte de eleacutetrons foi observado na reaccedilatildeo

envolvendo ambos fotossistema I e fotossistema II Em condiccedilotildees heterotroacuteficas a

reduccedilatildeo do nitrato ocorre pela ferrodoxina reduzida produzida a partir do NADPH e

ferrodoxina-NADP oxiredutase NAPDH eacute provavelmente gerado pela glicose-6-

fosfato desidrogenase e 6-fosfogluconato desidrogenase (HERRERO FLORES

1997)

A assimilaccedilatildeo de amocircnio nas cianobacteacuterias pode ser pela difusatildeo de sua

forma gasosa (amocircnia) ou pela accedilatildeo de permeases especiacuteficas e eacute diretamente

incorporado no metabolismo GS-GOGAT (GS glutamina sintetase GOGAT

glutamate sintase) (MURO-PASTOR FLORENCIO 2003)

A ureacuteia eacute uma boa fonte de nitrogecircnio para cianobacteacuterias pertencentes a

diferentes grupos taxonocircmicos Esta parece ser assimilada intacta pelas ceacutelulas

ativas e entatildeo metabolizada intracelularmente (FLORES HERRERO 1994) Embora

o metabolismo assimilatoacuterio do nitrogecircnio tenha sido amplamente investigado

(FLORES HERRERO 1994) informaccedilatildeo sobre a assimilaccedilatildeo da ureacuteia eacute escassa e

a maioria relata sobre o uso da urease (RAI SINGH et al 1987 RAI 1989

PALINSKA et al 2000) A ureacuteia intracelular eacute degradada pela enzima urease

liberando uma moleacutecula de dioacutexido de carbono e duas moleacuteculas de amocircnia

Embora algumas leveduras e algas degradem a ureacuteia pela ureacuteia amidoliase

dependente de ATP e biotina a maioria dos micro-organismos usa a ureacuteia

amidohidrolase dependente de Ni+2 (VALLADARES et al 2002) Essa enzima

possui um Km para ureacuteia geralmente acima de 1 mM (MOBLEY HAUSINGER

1989) Valladares et al (2002) tem demonstrado que algumas cianobacteacuterias como

Synechocystis sp PCC 6803 e Anabaena sp PCC 7120 possuem um transportador

de ureacuteia denominado ABC tipo permease (ABC-type permease) essencial para a

assimilaccedilatildeo da ureacuteia

A atividade da urease em cianobacteacuterias Synechococcus sp eacute geralmente

maior em ceacutelulas rompidas em relaccedilatildeo as ceacutelulas intactas sugerindo que a urease

estaacute localizada intracelularmente no citoplasma (COLLIER et al 1999) A produccedilatildeo

da urease requer Ni+2 no meio de crescimento e tem sido purificada a partir da

Spirulina maxima (CARVAJAL et al 1982)

Em geral haacute dois principais metabolismos para que o amocircnio seja incorporado

em constituintes orgacircnicos nas ceacutelulas O primeiro eacute a incorporaccedilatildeo direta do

amocircnio incorporado do meio para produccedilatildeo do glutamato pela aminaccedilatildeo do 2-

39

oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato desidrogenase seguindo pela

aminaccedilatildeo do glutamato pela glutamina sintetase

(1)

No segundo duas moleacuteculas de glutamato satildeo produzidas na reaccedilatildeo de

transaminaccedilatildeo A amocircnia eacute incorporada ao glutamato originando a glutamina na

qual transfere seu grupo amino para 2-oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato

sintase ou glutamato-2-oxoglutarato aminotransferase este eacute o ciclo de reaccedilotildees

catalisadas pelo glutamato sintase e glutamina sintetase sendo esta a via mais

comum de assimilaccedilatildeo de amocircnio em cianobacteacuterias independente da fonte de

nitrogecircnio utilizada (FLORES HERRERO 1994)

(2)

Eacute evidente que na assimilaccedilatildeo de algumas formas de nitrogecircnio inorgacircnico

pelas enzimas GSGOGAT um requerimento obrigatoacuterio do esqueleto de carbono

principalmente cetoaacutecidos conduziraacute um desvio do fluxo de carbono da biossiacutentese

de carboidrato para a biossiacutentese de aminoaacutecidos (LARA GUERRERO 1997)

proporcionando um aumento no fluxo de carbono atraveacutes da via glicoliacutetica e dos

aacutecidos tricarboxiacutelicos para a formaccedilatildeo do oxalacetato e do α-cetoglutarato bem

como estimula o turnover de aminoaacutecidos em ceacutelulas de Anacystis nidulans uma

2

+

+

40

vez que um aumento da incorporaccedilatildeo do carbono em aminoaacutecidos induzido pela

assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio natildeo foi acompanhado por um aumento no pool de

aminoaacutecidos Esse desvio eacute mais evidente sob altas intensidades luminosas

(CORONIL et al 1993)

Nas ceacutelulas de Phormidium laminosum adaptada ao crescimento com nitrato ou

amocircnia como fonte de nitrogecircnio possuem de 65 a 90 de glutamato em relaccedilatildeo a

quantidade de aminoaacutecidos totais (porccedilatildeo molar) dependendo da fase de

crescimento Essa proporccedilatildeo pode variar se a fonte de nitrogecircnio no cultivo for

alterada Quando o iacuteon amocircnio foi adicionado no cultivo com nitrato o conteuacutedo de

glutamato diminui enquanto que a maioria dos outros aminoaacutecidos aumentou O

niacutevel intracelular da maioria dos aminoaacutecidos (especialmente aspartato e alanina)

aumenta indicando que a siacutentese de aminoaacutecido foi maior que sua incorporaccedilatildeo em

proteiacutenas e outros compostos (OCHOA de ALDA et al 1996)

O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S platensis utiliza sais de

nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato de potaacutessio e nitrato de

soacutedio Fontes alternativas de nitrogecircnio como ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO

et al 2005) e sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005)

estatildeo sendo pesquisadas com a finalidade de diminuir os custos na produccedilatildeo

industrial Ambos o tipo e a quantidade da fonte de nitrogecircnio no meio de cultura

influenciam no crescimento e composiccedilatildeo da biomassa (STANCA POPOVICI

1996)

Considerando a substituiccedilatildeo de KNO3 por ureacuteia verifica-se que eacute altamente

vantajosa pois o custo desta eacute muito menor que a de KNO3 e aleacutem disso a ureacuteia eacute

facilmente assimilada por S platensis provavelmente devido agrave sua hidroacutelise no meio

de cultivo com formaccedilatildeo de amocircnia seja devido agrave accedilatildeo da urease (CARVAJAL et

al 1982) seja devido agrave alcalinidade do meio de cultivo (DANESI et al 2002

RANGEL-YAGUI et al 2004)

Soletto et al (2005) comparando o crescimento da S platensis no processo

descontiacutenuo observaram que o uso de ureacuteia como fonte de nitrogecircnio proporcionou

uma maior concentraccedilatildeo celular quando comparado com o sulfato de amocircnio Nesse

mesmo trabalho observaram que o melhor crescimento cineacutetico da S platensis foi

utilizando o processo descontiacutenuo alimentado com ureacuteia quando comparada com o

nitrato de soacutedio Portanto o uso de ureacuteia como uma fonte de nitrogecircnio mais

econocircmica pode ser uma alternativa interessante no cultivo de S platensis

41

Bezerra et al (2008) observaram que o emprego do processo descontiacutenuo

alimentado utilizando cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio pode ser uma

alternativa viaacutevel para o cultivo de S platensis natildeo influenciam nos teores proteacuteicos

e lipiacutedicos da biomassa final

242 Intensidade luminosa

A intensidade luminosa eacute um importante fator que interfere no crescimento

dos micro-organismos fotossintetizantes A luz absorvida por pigmentos direciona o

transporte de eleacutetrons fotossinteacutetico na qual resulta na reduccedilatildeo do NADP+ e

formaccedilatildeo de ATP (YANG et al 2000)

A soma da luz absorvida pelas ceacutelulas no fotobiorreator depende de muitos

fatores incluindo posiccedilatildeo especiacutefica da ceacutelula num determinado instante densidade

da cultura e pigmentaccedilatildeo das ceacutelulas (RUBIO et al 2003)

Um dos modos de obtenccedilatildeo de energia para o metabolismo da S platensis eacute a

fotossiacutentese e para a sua realizaccedilatildeo eacute necessaacuterio aacutegua dioacutexido de carbono e luz

No processo fotossinteacutetico ocorre o fenocircmeno de captaccedilatildeo de luz e outro conhecido

como oxido-reduccedilatildeo (NELSON YOCUM 2006)

A absorccedilatildeo da luz na faixa de 400-700 nm por pigmentos fotossinteacuteticos

absorve a energia de um foacuteton de dado comprimento de onda e entatildeo utiliza essa

energia para iniciar uma cadeia de eventos da fase fotoquiacutemica da fotossiacutentese

Esses pigmentos tais como clorofila carotenoacuteides e bilinas estatildeo organizados em

complexos fotossinteacuteticos e tecircm a funccedilatildeo de antenas captadoras de luz Centenas

de pigmentos antenas funcionam juntos para direcionar o processo para as etapas

seguintes ou dissipam o excesso de energia para diferentes rotas (ADIR et al

2003)

A faixa do espectro de absorccedilatildeo que eacute utilizada pelos organismos

fotossintetizantes como fonte de energia para as suas atividades metaboacutelicas eacute

comumente chamada de Radiaccedilatildeo Fotossinteticamente Ativa (PAR do inglecircs

Photosynthetically Active Radiation) A Densidade de Fluxo de Foacutetons (PPFD do

inglecircs Photosynthetic Photon Flux Density) cuja unidade eacute micromol de foacutetons m-2 s-1

expressa a irradiacircncia nesta faixa do espectro

A fotossiacutentese oxigecircnica eacute catalizada por quatro complexos proteiacutenas-

membranas formadas pelo fotossistema II (FSII) citocromo bf fotossistema I (FSI) e

42

ATP sintetase Esses complexos estatildeo arranjados nas membranas tilacoacuteidais que

nas cianobacteacuterias distribuem-se de forma concecircntrica ou irregular no citossol

(NELSON YOCUM 2006)

Os fotossistemas satildeo os complexos responsaacuteveis pela conversatildeo da energia

luminosa em energia quiacutemica Nos organismos que realizam fotossiacutentese oxigecircnica

existem dois fotossistemas agindo em seacuterie o fotossistema I (FSI) e o fotossistema II

(FSII) O fotossistema II (FSII) eacute definido como aacutegua-plastoquinona oxidoredutase

pois catalisa a transferecircncia de eleacutetrons entre a aacutegua e a plastoquinona o complexo

citocromo b6f eacute definido como plastoquinonandashplastocianina oxidoredutase

fotossistema I (FSI) como uma plastocianinandashferredoxina oxidoredutase e a ATPase

ou ATP sintetase que funciona como uma forccedila proacuteton motriz que direciona a

siacutentese de ATP (NELSON YOCUM 2006) (Figura 3)

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas de tilacoacuteides Fonte httpwwwportalsaofranciscocombralfafotossintesehistorico-da-fotossintesephp

Os FSI e FSII contecircm clorofilas e outros pigmentos que absorve a energia

luminosa e as direcionam para o centro de reaccedilatildeo (RC) (Figura 4) O centro de

reaccedilatildeo fotossinteacutetico do FSI possui proteiacutenas com o centro contendo agregados de

Ferro-enxofre (Fe-S) como uacuteltimo aceptor de eleacutetrons e o FSII possui quinona como

uacuteltimo aceptor de eleacutetrons (HEATHCOTE et al 2003) A energia capturada pelo

centro de reaccedilatildeo induz a excitaccedilatildeo de um par especial de clorofila na qual inicia a

translocaccedilatildeo de um eleacutetron atraveacutes da membrana Aacutegua doadora de eleacutetrons para

esse processo eacute oxidada fotoquimicamente a O2 liberando 4 H+ e 4 eleacutetrons pelo

centro fotooxidativo do FSII (P680) Este eacute responsaacutevel pela conversatildeo da energia

luminosa em energia de oxido-reduccedilatildeo (McEVOY et al 2005)

43

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema Adaptaccedilatildeo Fontehttpkentsimmonsuwinnipegcacm1504lightreacthtm

Os eleacutetrons extraiacutedos da aacutegua satildeo lanccedilados para quinona (PQ) formando

quinona reduzida (PQH2) (BARBER 2006) A quinona reduzida tambeacutem conhecida

como quinol pode se dissociar do centro de reaccedilatildeo e difundir ateacute o complexo

citocromo b6f O complexo citocromo b6f transfere eleacutetrons da quinona reduzida

(PQH2) ateacute a plastocianina que eacute uma proteiacutena perifeacuterica moacutevel que conteacutem cobre e

que tem como principal funccedilatildeo transferir eleacutetrons do citocromo b6f ateacute o P700 centro

de reaccedilatildeo do Fotossistema I Esse processo permite a transferecircncia de proacutetons da

face externa para a face interna da membrana tilacoidal e a criaccedilatildeo de gradiente

eletroquiacutemico de proacutetons atraveacutes da membrana Energia luminosa absorvida pelo

FSI (P700) induz a transferecircncia de eleacutetrons da plastocianina localizada na face

interna da membrana para a ferredoxina localizada na face externa (NELSON

BEN-SHEM 2002) Outra proteiacutena associada ao Fotossistema I eacute a flavoproteiacutena

ferredoxina-NADP oxidoredutase que reduz o NADP+ a NADPH2 completando a

sequumlecircncia do transporte natildeo-ciacuteclico de eleacutetrons que comeccedila com a oxidaccedilatildeo da

moleacutecula de aacutegua (NELSON YOCUM 2006) A reduccedilatildeo da ferredoxina eacute

subsequentemente usada em numerosas reaccedilotildees de siacutentese e ciclos regulatoacuterios

incluindo assimilaccedilatildeo de nitrato desnaturaccedilatildeo de aacutecido graxo e produccedilatildeo de

NADPH (McCARTY et al 2000 CHITNIS 2001) Essas reaccedilotildees soacute ocorrem na

presenccedila de luz Independentemente da presenccedila de luz a reduccedilatildeo do CO2 a

44

carboidratos ciclo de Calvin ocorre devido a presenccedila de ATP e NADPH (NELSON

YOCUM 2006)

A diferenccedila de carga entre FSI e o FSII juntamente com a transferecircncia de

eleacutetrons atraveacutes do complexo citocromo b6f induz a formaccedilatildeo de um potencial

eletroquiacutemico atraveacutes da membrana na qual potencializa a siacutentese de ATP por um

complexo de quatro proteiacutenas denominadas de ATPase (McCARTY et al 2000)

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica Adaptado Fonte httpwwwuiceduclassesbiosbios100lecturesf04amlect10htm

O controle metaboacutelico do consumo de energia isto eacute a soma de energia

capturada pelo aparato fotossinteacutetico e estocada na forma de energia quiacutemica a

taxa de fixaccedilatildeo do carbono e a produccedilatildeo de biomassa eacute um processo mediado por

enzimas Isto implica que a taxa maacutexima do consumo de energia depende da

natureza do micro-organismo (RUBIO et al 2003) A reaccedilatildeo de captura de luz eacute

muito mais raacutepida que as reaccedilotildees subsequumlentes mediada por enzimas a taxa

maacutexima da fotossiacutentese deve ser controlada pela concentraccedilatildeo de uma das enzimas

do ciclo de Calvin (SUKENIK et al 1997 RUBIO et al 2003)

Alguns autores como Hirata et al (1998) e Chojnacka Noworyta (2004a)

identificaram regiotildees que correlacionam o crescimento da Arthrospira ssp e a

intensidade luminosa Essas regiotildees satildeo

Regiatildeo limitada por luz baixa intensidade luminosa onde ocorre um aumento

da concentraccedilatildeo celular com um aumento da intensidade luminosa

Regiatildeo saturada por luz alta intensidade luminosa onde o crescimento celular

independe da intensidade luminosa

Regiatildeo inibida por luz a intensidade luminosa eacute muito alta inibindo o

crescimento celular e ateacute mesmo pode provocar a morte celular

45

A intensidade luminosa eacute fundamental para que ocorra o metabolismo

fotossinteacutetico mas por outro lado altas intensidades luminosas podem danificar o

complexo fotossinteacutetico levando a morte celular Esse processo eacute denominado de

fotoinibiccedilatildeo (RUBIO et al 2003) O excesso de luz pode danificar o centro de

reaccedilatildeo dos fotossitemas II (SAMUELSSON 1985 LU VONSHAK 1999) eou

fotossistema I (SONOIKE 1996)

A fotoinibiccedilatildeo eacute um estado de estresse fisioloacutegico que ocorre em todos os

organismos fotossintetizantes envolvendo o oxigecircnio causado devido a um excesso

de iluminaccedilatildeo A danificaccedilatildeo ocorre primeiramente no centro de reaccedilatildeo do

fotossistemas II reduzindo abruptamente a eficiecircncia do transporte de eleacutetrons

fotossinteacutetico somente quando a taxa da danificaccedilatildeo excede ao do seu reparo na

qual requer o turnover da siacutentese das proteiacutenas do PSII A inibiccedilatildeo pela luz pode

envolver a participaccedilatildeo de todas as atividades realizadas pelo sistema fotossinteacutetico

tais como degradaccedilatildeo e substituiccedilatildeo dos componentes e organizaccedilatildeo da unidade

funcional (ADIR et al 2003)

A fotoinibiccedilatildeo ocorre quando o sistema antena absorve luz em excesso

danificando o sistema fotossinteacutetico O excesso de excitaccedilatildeo pode ser obtido por um

aumento da intensidade luminosa acima do niacutevel de saturaccedilatildeo da taxa fotossinteacutetica

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a) Portanto isso tambeacutem pode ocorrer em

condiccedilotildees moderadas de intensidade luminosa se as ceacutelulas adaptadas a baixa

intensidade luminosa forem transferidas a maiores intensidade luminosas (RUBIO et

al 2003) ou se taxa fotossinteacutetica estiver limitada por fatores de estresse como

baixas temperaturas (GOMBOS et al 1994) eou excesso de sal no meio (LU

ZHANG 2000) o que pode induzir a fotoinibiccedilatildeo em condiccedilotildees de luz moderada

(SAMUELSSON 1985)

A danificaccedilatildeo do fotossistema II consiste na inativaccedilatildeo dos sistemas que

envolvem oxigecircnio carreadores de eleacutetrons e proteiacutenas D1D2 (RUBIO et al 2003)

No FSI a inibiccedilatildeo eacute iniciada pela inativaccedilatildeo do aceptor de eleacutetrons seguindo com a

destruiccedilatildeo do centro de reaccedilatildeo e degradaccedilatildeo do produto do gen psaB que eacute uma

das duas maiores subunidades peptiacutedicas do complexo do centro de reaccedilatildeo do FSI

Baixas temperaturas e estresse oxidativos satildeo caracteriacutesticas requeridas para a

fotoinibiccedilatildeo do FSI in vivo (SONOIKE 1996)

Adir et al (2003) relataram que a fotoinibiccedilatildeo eacute observada tanto sob altas

intensidades luminosas quando o mecanismo de reparo de proteiacutenas atinge sua

46

capacidade maacutexima ou em baixa intensidade luminosa quando fatores externos

adicionais prejudicam seu reparo e a exposiccedilatildeo a alta intensidade luminosa

prolongada induz a um excesso de efeitos secundaacuterios que contribui para uma

reduccedilatildeo na capacidade fotossinteacutetica

Fatores como efeito sombreamento em culturas densas de ceacutelulas a remoccedilatildeo

de O2 e o aumento da concentraccedilatildeo de CO2 podem proteger os micro-organismos

contra o efeito fotooxidativo (ELOFF et al 1976)

Van Eykelenburg (1979) observou que a intensidade luminosa natildeo afeta as

caracteriacutesticas morfoloacutegicas como o tamanho da heacutelice e o diacircmetro da S platensis

e que a concentraccedilatildeo dos gracircnulos de poliglicano diminui com o aumento da

intensidade luminosa

Bezerra et al (2008) observaram que os teores de lipiacutedios e proteiacutenas obtidos

nas biomassas finais foram influenciados pela intensiade luminosa menores

intensidades luminosas conduziram a um aumento no conteuacutedo total de lipiacutedios e de

proteiacutenas

2421 Pigmentos

Para a energia luminosa ser utilizaacutevel pelos organismos fotossinteacuteticos ela

deve inicialmente ser absorvida por pigmentos especiacuteficos tais como clorofila

carotenoacuteides e ficobilinas Esses pigmentos encontram-se associados a proteiacutenas

nas lamelas fotossinteacuteticas formadas por tilacoacuteides Isso permite uma disposiccedilatildeo

espacial que torna muito eficiente a propagaccedilatildeo de energia absorvida (MARZOCCO

TORRES 1999)

Nas cianobacteacuterias tais como A platensis a fotossiacutentese ocorre principalmente

nas membranas tilacoidais onde estatildeo localizados os pigmentos fotossitneacuteticos

clorofila a carotenoacuteides e ficocianina (COGNO et al 2003) As lamelas tilacoidais

satildeo duas linhas paralelas em formato de disco fechado onde estatildeo localizados a

clorofila celular (clorofila a) e os carotenoacuteides (VAN YKELENBURG 1979)

O aparato fotossinteacutetico das cianobacteacuterias consiste principalmente de trecircs

tipos de complexos macromoleculares fotossistema I fotossistema II e os

ficobilissomos O FSI e o FSII satildeo complexos intriacutensecos onde os ficobilissomos

estatildeo sobre a superfiacutecie externa dos tilacoiacutedes na forma de esferas (GANTT 1981

LIU et al 2005) Os ficobilissomos auxiliam na absorccedilatildeo da energia luminosa em

47

um intervalo do espectro maior que as clorofilas absorvem (500-680 nm) permitindo

as espeacutecies que possuem essas antenas a utilizar todo o intervalo da luz visiacutevel

emitido pelo sol (KUMAR MURHTY 2007)

Os ficobilissomos estatildeo unidos nas lamelas tilacoiacutedais e funcionam como

antenas captadoras de luz que transferem a energia excitante para o centro de

reaccedilatildeo dos fotossistemas (VAN EYKELENBURG 1979) A maior parte da energia

luminosa eacute absorvida por complexos pigmentos-proteiacutenas chamados de

ficobilissomos Os componentes dos ficobilissomos as ficobiliproteiacutenas satildeo

responsaacuteveis pela pigmentaccedilatildeo verde-azulada da maioria das cianobacteacuterias Os

ficobilissomos satildeo agregados de alto peso molecular compostos por ficocianina

aloficocianina e ficoeritrina (com pico de absorbacircncia de 615 nm 650 nm e 565 nm

respectivamente) Com o aumento da intensidade luminosa os ficobilissomos satildeo

menos abundantes (VAN EYKELENBURG 1979)

As ficobiliproteiacutenas presentes nos gracircnulos de ficobilissomos podem constituir

mais de 60 de proteiacutena soluacutevel em cianobacteacuterias (HOUMARD 1994) Isso eacute o

que caracteriza a Spirulina spp por ser comercializada como um suplemento

alimentar rico em proteiacutenas (TANDEAU de MARSAC HOUMARD 1993) As

ficobiliproteinas purificadas possuem uma variedade de funccedilotildees como substituinte

de corantes sinteacuteticos em alimentos e produtos cosmeacuteticos sondas para meacutetodos de

imunodiagnoacutesticos citometria de fluxo e microscopia de fluorescecircncia (STANIER e

COHEN-BAZIRE 1977 SPOLAORE et al 2006)

As maiores classes da ficobiliproteinas satildeo ficoeritrina (PE) ficoeritrocianina

(PEC) ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) (CIFERRI 1983) A absorccedilatildeo

maacutexima satildeo 540ndash570 570ndash590 610ndash620 e 650ndash655 nm para PE PEC PC e APC

respectivamente (STANIER COHEN-BAZIRE 1977 CIFERRI 1983)

Aleacutem das ficobiliproteiacutenas as cianobacteacuterias contecircm as clorofilas e os

carotonoacuteides para absorccedilatildeo de energia luminosa Entre os carotenoacuteides encontram-

se o β-caroteno o mais importante e as xantofilas que satildeo carotenos oxigenados

(MARZZOCO TORRES 1999)

As clorofilas satildeo os pigmentos naturais presentes nas plantas cianobacteacuterias e

algas O nome clorofila foi proposto por Pelletier e Caventou em 1818 para

designar a substacircncia verde que se podia extrair das folhas com o auxiacutelio do aacutelcool

Atualmente os pigmentos clorofilianos satildeo de grande importacircncia comercial

podendo ser utilizados tanto como pigmentos quanto como antioxidantes Os

48

pigmentos fotossinteacuteticos presentes e a sua abundacircncia variam de acordo com a

espeacutecie A clorofila a (Chl a) estaacute presente em todos os organismos que realizam

fotossiacutentese oxigecircnica As bacteacuterias fotossintetizantes satildeo desprovidas de clorofila a

e possui em seu lugar a bacterioclorofila como pigmento fotossinteacutetico A Chl a eacute o

pigmento utilizado para realizar a fotoquiacutemica (o primeiro estaacutegio do processo

fotossinteacutetico) enquanto que os demais pigmentos auxiliam na absorccedilatildeo de luz e na

transferecircncia da energia radiante para os centros de reaccedilatildeo sendo assim chamados

de pigmentos acessoacuterios (STREIT et al 2005) As cianobacteacuterias possuem clorofila

a e ficobilinas mas natildeo possuem a clorofila b (GRIFFITHS 2006)

As clorofilas satildeo as moleacuteculas fotorreceptoras mais importantes Satildeo moleacuteculas

formadas por complexos derivados da porfirina tendo como aacutetomo central o Mg

(magneacutesio) (Figura 6) Esse composto eacute uma estrutura macrociacuteclica assimeacutetrica

totalmente insaturada constituiacuteda por quatro aneacuteis de pirrol Esses aneacuteis numeram-

se de 1 a 4 ou de ldquoardquo a ldquodrdquo de acordo com o sistema de numeraccedilatildeo de Fisher

(SCHOEFS 2002) A clorofila a o anel de porfirina conteacutem um grupo metil (-CH3) no

Carbono 3 A estrutura quiacutemica da clorofila estaacute representada na Figura 6

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a Fontehttp1381926868bioCoursesbiochem2PhotosynthesisPhotosynthesis1html

Os pigmentos que absorvem luz fazem parte de complexos proteacuteicos que

atravessam a membrana tilacoidal denominados de fotossistemas Esses satildeo

unidades funcionais das reaccedilotildees da fotossiacutentese Cada fotossistema pode conter

vaacuterias moleacuteculas de clorofila carotenoacuteides e ficobilinas todas capazes de absorver

luz por isso denominada de moleacuteculas-antena Os carotenoacuteides e as ficobilinas

apresentam absorccedilatildeo em regiatildeo do espectro luminoso em que as clorofilas

49

absorvem pouco e isso permite a ampliaccedilatildeo do espectro luminoso utilizado na

fotossiacutentese (MARZOCCO TORRES 1999)

A composiccedilatildeo de pigmentos da Spirulina eacute tiacutepica de uma cianobacteacuteria a uacutenica

clorofila presente eacute a clorofila a que tem seu peso variando entre 08 e 15 do

peso seco As proteiacutenas que possuem maior potencial econocircmico satildeo as

biliproteiacutenas Nas Spirulinas existem duas biliproteiacutenas c-ficonianina e a

aloficocianina A fraccedilatildeo proteacuteica pode conter mais de 20 de ficocianina um

pigmento azul soluacutevel em aacutegua (VONSHAK 1997) Entre os carotenoiacutedes 67-79 eacute

constituiacutedo do β-caroteno As maiorias dos carotenoacuteides da Spirulina satildeo β-caroteno

β-cryptoxantina e zeaxantina (LORENZ 1999)

Os carotenoacuteides carotenos e xantofilas aleacutem de sua funccedilatildeo de absorver

energia luminosa satildeo capazes de dissipar a energia de excitaccedilatildeo excedente na

forma de calor evitando danos ao aparato fotossinteacutetico Enquanto que como

transdutores de energia ateacute o centro de reaccedilatildeo natildeo satildeo muito eficiente (30 - 40

de eficiecircncia) como dissipadores de energia absorvida em excesso pela clorofila

satildeo altamente eficientes (MANRIQUE 2003)

A zeaxantina eacute capaz de receber a energia diretamente da clorofila excitada e

dissipa-laacute posteriormente na forma de calor sem emissatildeo de radiaccedilatildeo O processo

se inverte quando a luz desaparece ou vai se tornando menos intensa

progressivamente finalizando o ciclo A dissipaccedilatildeo da energia eacute devido a

zeaxantina (MANRIQUE 2003)

Os pigmentos acessoacuterios satildeo fundamentais para a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese

pelos organismos Algas que possuem apenas a clorofila a como Ochromonas

malhamensis e a Nannochloris oculata crescem mais rapidamente em presenccedila de

substrato orgacircnico que em presenccedila apenas da luz como fonte de energia mesmo

sob condiccedilotildees oacutetimas de luz Os pigmentos acessoacuterios atuam somente absorvendo

energia contribuindo para a fotossiacutentese (BRODY BRODY 1962)

No entanto a captaccedilatildeo de energia para a funccedilatildeo fotossinteacutetica natildeo eacute a uacutenica

funccedilatildeo dos pigmentos fotossinteacuteticos estes satildeo sistemas fotoprotetores quando a

intensidade luminosa eacute excessiva Quando nem todos os foacutetons absorvidos pela

clorofila podem ser utilizados no processo fotoquiacutemico eacute desencadeado um

mecanismo para dissipar o excesso de energia e evitar danos as membranas

fotossinteacuteticas e a proacutepria clorofila resultando em um branqueamento das ceacutelulas

com uma consequumlente reduccedilatildeo ou perda da capacidade fotossinteacutetica Na presenccedila

50

de excesso de luz o oxigecircnio reage com a clorofila excitada originando um oxigecircno

singlete que eacute muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas (branqueamento) os

aacutecidos graxos polinsaturados que forma peroacutexidos e outros compostos Entatildeo os

carotenoacuteides dissipam o radical peroacutexido e tambeacutem a clorofila excitada adquirindo o

estado triplete que por sua vez se dissipa despreendendo calor para o meio externo

(MANRIQUE 2003)

243 Fontes de carbono

De acordo com Chojnacka e Maacuterquez-Rocha (2004b) a fonte de carbono

empregada e a utilizaccedilatildeo ou natildeo de energia luminosa podem classificar os cultivos

em

Cultivo heterotroacutefico ndash emprego exclusivo de compostos orgacircnicos como fonte

energeacutetica O carbono orgacircnico serve tanto como fonte energeacutetica quanto para a

formaccedilatildeo da biomassa

Cultivo autotroacutefico (ou fotoautotroacutefico) ndash emprego da luz como exclusiva fonte

energeacutetica para a reduccedilatildeo (fixaccedilatildeo) do CO2 (considerado de fonte inorgacircnica)

formando substacircncias orgacircnicas

Cultivo mixotroacutefico ndash utilizaccedilatildeo simultacircnea de uma fonte luminosa e carbono

orgacircnico como fonte de energia

2431 Fonte de carbono orgacircnico (crescimento hetorotroacutefico)

A A platensis cresce principalmente em meios de cultura contendo carbono

inorgacircnico e poucos trabalhos tecircm sido publicados utilizando apenas fonte de

carbono orgacircnico Como fonte orgacircnica de carbono os accediluacutecares satildeo os substratos

mais utilizados para os cultivos heterotroacuteficos e mixotroacuteficos (ZHANG et al 1998

MARQUEZ et al 1993 CHOJNACKA NOWORYTA 2004b MUumlHLING et al 2005

ANDRADE COSTA 2007)

Ogawa and Terui (1970) foram os primeiros a relatar que uma cultura axecircnica

de Spirulina platensis cresce em meio mineral enriquecido com 1 de peptona e

tem uma taxa de crescimento maior que as culturas cultivadas em meio mineral

Marquez et al (1993) relataram que a Spirulina platensis cresce heterotroficamente

sob glicose em condiccedilotildees aeroacutebias no escuro bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz Chojnacka e Noworyta (2004a) tambeacutem observaram o crescimento

51

da S platensis em condiccedilotildees heterotroacuteficas utilizando a glicose com fonte de

carbono e energia

S platensis podem utilizar tambeacutem glicerol como a uacutenica fonte de carbono no

entanto as ceacutelulas quando em contato com o glicerol pela primeira vez formam

agregados de ceacutelulas e passam por uma fase lag de adaptaccedilatildeo Apoacutes a sua sub-

cultura as ceacutelulas cresceram utilizando glicerol atingido 1287 mg L-1 e nos cultivos

com apenas bicarbonato como fonte de carbono obteve 1157mg L-1 (NARAYAN et

al 2005)

Por outro lado Soundarapandian e Vasanthi (2008) relataram que diferentes

cepas de S platensis isoladas de solo satildeo incapazes de utilizar apenas fontes de

carbono orgacircnico como D-glucose manitol sacarose e ureacuteia

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico)

Microalgas fototroacuteficas requerem CO2 como fonte de carbono e este contribui

para o controle do pH no meio O pH do meio de cultivo eacute um dos fatores mais

importantes no cultivo de algas O pH determina a solubilidade do dioacutexido de

carbono e minerais no meio e influencia direta ou indiretamente o metabolismo das

algas O pH depende de vaacuterios fatores como composiccedilatildeo e capacidade tamponante

do meio quantidade de dioacutexido de carbono dissolvido temperatura (que determina a

solubilidade do CO2) e atividade metaboacutelica das ceacutelulas (BECKER 1995)

A fonte de carbono principal para a A platensis eacute o iacuteon bicarbonato no qual

entra na ceacutelula por transporte ativo O bicarbonato intracelular eacute entatildeo desidratado

via anidrase carbonica para CO2 o qual eacute incorporado no ciclo de Calvin via

ribulose-15-bifosfato carboxilase (RUBISCO) Este carbono eacute usado

simultaneamente para a siacutentese de todas as macromoleacuteculas nas ceacutelulas (proteiacutenas

carboidratos lipiacutedios e aacutecidos nucleacuteicos) a partir do 3-fosfoglicerato como metaboacutelito

intermediaacuterio (COGNE et al 2003)

Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido aumento do pH

no meio de cultura e isso eacute causado pela dissociaccedilatildeo do aacutecido carbocircnico (H2CO3)

em bicarbonato (HCO3-) e OH- (KIM et al 2007) e o bicarbonato eacute dissociado para

produzir CO2 e OH- (RICHMOND GROBBELAAR 1986) O aumento do pH atua

como um autoinibidor do crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2

pode ser utilizado para a manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

52

Em cianobacteacuterias alcalofiacutelicas onde o pH de crescimento tiacutepico eacute 10 a

concentraccedilatildeo de CO2 eacute negligenciada sugerindo que o transporte de CO2 passivo

natildeo poderia contribuir significativamente para carbono inorgacircnico intracelular

Adicionalmente estudos tecircm mostrado que A platensis eacute fortemente dependente do

transporte simporte Na+HCO3- para a assimilaccedilatildeo do carbono inorgacircnico Como eacute

tiacutepico de alcalofiacutelicos a A platensis aparentemente natildeo manteacutem o gradiente de pH

externo positivo na sua membrana plasmaacutetica Consequentemente ocorre uma

extrusatildeo de soacutedio via bomba de soacutedio dependente de ATP em contraste com o

tranporte antiporte Na+H+ na maioria das cianobacteacuterias A Extrusatildeo de soacutedio na

presenccedila de um inibidor do FSII (diuron) indica que uma soma significante de ATP eacute

suplementada pelo transporte de eleacutetrons ciacuteclico em volta do FSI conteuacutedo na qual

em A platensis eacute excepcionalmente alto (BERRY et al 2003)

Anaacutelises quiacutemicas tecircm mostrado que biomassa algal consiste de 40 a 50 de

carbono na qual sugere que 15 a 2 kg de CO2 satildeo necessaacuterios para produzir 1 kg

de biomassa (SOBCZUK et al 2000) Do mesmo modo Chisti (2007) relata que

considerando que a biomassa microalgal possui aproximadamente 50 de carbono

em sua biomassa seca (SAacuteNCHEZ MIROacuteN et al 2003) todo esse carbono eacute

derivado do dioacutexido de carbono A produccedilatildeo de 100 toneladas de biomassa algal fixa

em torno de 183 toneladas de dioacutexido de carbono e este deve ser suplementado

continuamente durante o cultivo iluminado A adiccedilatildeo controlada do CO2 em

respostas aos sinais de sensores de pH minimizam a perda de CO2 e a variaccedilatildeo do

pH (CHISTI 2007)

O sistema de transporte do CO2 inclui a anidrase carbocircnica que converte o CO2

para HCO3- durante a passagem atraveacutes da membrana plasmaacutetica havendo um

acuacutemulo de HCO3- quando o CO2 eacute suplementado A concentraccedilatildeo de CO2

citoplasmaacutetico eacute abaixo do esperado no equiliacutebrio quiacutemico e de acordo com o

modelo proposto pelo mecanismo de concentraccedilatildeo de carbono esse desequiliacutebrio eacute

relatado pelo fato que a anidrase carbocircnica estaacute localizada dentro dos

carboxissomos na membrana plasmaacutetica eou membranas tilacoacuteidais e estaacute ausente

no citoplasma (KAPLAN REINHOLD 1999)

O CO2 entra na ceacutelula pela difusatildeo passiva e a conversatildeo do CO2 para o HCO3-

pela anidrase carbocircnica natildeo permite a sua passagem livremente para fora da ceacutelula

(CARRIERI et al 2007) A concentraccedilatildeo de CO2 nos carboxissomos eacute de 50000

vezes maior que a concentraccedilatildeo extracelular Isso implica em uma resistecircncia a

53

difusatildeo do CO2 pela membrana bioloacutegica extremamente alta apesar do CO2 ser

altamente permeaacutevel agrave membrana bilipiacutedica Geralmente as algas apresentam um

acuacutemulo de carbono inorgacircnico menor que em cianobacteacuterias isso por que a

RubisCO das algas apresentam maior afinidade pelo CO2 (KAPLAN REINHOLD

1999)

O CO2 que entra na ceacutelula por difusatildeo passiva eacute convertido para HCO3- pela

ldquoCA-likerdquo por uma reaccedilatildeo dependente de energia e a assimilaccedilatildeo ativa do HCO3-

que eacute contra seu potencial eletroquiacutemico depende do suplemento da energia

metaboacutelica Essa energia necessaacuteria eacute provavelmente dependente do transporte

ciacuteclico do eleacutetron em torno do FSI e da atividade do FSII (SOBCZUK et al 2000)

Portanto isso ainda natildeo tem sido estabelecido se esta dependecircncia eacute direta ou

indireta (via gradiente de iacuteons) A energia metaboacutelica deveria ser utilizada para

manter o gradiente de iacuteon O antiporte Na+H+ estaacute envolvido na regulaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do pH interno durante a entrada do HCO3- e subsequumlente fixaccedilatildeo do

CO2 (KAPLAN REINHOLD 1999)

As microalgas podem fixar carbono a partir de diferentes fontes tais como CO2

a partir da atmosfera CO2 a partir da exaustatildeo de gases industriais e CO2 na forma

de carbonatos soluacuteveis (eg NaHCO3 e Na2CO3) Tradicionalmente microalgas satildeo

cultivadas em reatores fechados ou abertos na qual satildeo aerados ou expostos ao ar

para permitir que a microalgas capturem o dioacutexido de carbono a partir da atmosfera

para o crescimento celular Como a atmosfera conteacutem somente 003 ndash 006 de

CO2 eacute esperado que a limitaccedilatildeo da transferecircncia de massa possa reduzir a

velocidade do crescimento das microalgas (CHELF et al 1993) Por outro lado

gases da exaustatildeo industrial tais como gases de combustatildeo possuem acima de 15

de CO2 fornecendo uma fonte rica de CO2 para o cultivo de microalgas e um

caminho potencialmente mais eficiente para biofixaccedilatildeo de CO2 Outra alternativa eacute

fixar o CO2 pela reaccedilatildeo quiacutemica para produzir carbonatos (exemplo Na2CO3) e usa-

la mais tarde como fonte de carbono para o cultivo de microalgas (WANG et al

2008)

Estudos sobre a eficiecircncia da utilizaccedilatildeo de CO2 por microalgas tecircm sido feitos

com o objetivo de melhorar a produtividade dos fotobiorreatores Morais e Costa

(2007b) observou que uma concentraccedilatildeo de Spirulina sp foi maior em cultivos

alimentados com 6 e 12 CO2 quando comparado ao cultivo utilizando somente o

ar atmosfeacuterico Watabane e Hall (1996) relataram um aumento na produtividade

54

correspondendo a 159 g de biomassa seca m-2 d-1 no cultivo utilizando o

fotobiorreator com air lift com ar enriquecido de CO2 (4)

Gordillo et al (1999) observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo celular

maacutexima de S platensis devido a reduccedilatildeo na quantidade de proteiacutenas soluacuteveis

clorofila a carotenoacuteides totais e ficocianina nos cultivos enriquecido com 1 de CO2

em relaccedilatildeo aos cultivos enriquecidos com CO2 atmosfeacuterico (0035) Portanto altas

concentraccedilatildeo de CO2 podem inibir o crescimento dos micro-organismos

Em cultivo fotoautotroacutefico de Chlorella o conteuacutedo de proteiacutenas e pigmentos

foram maiores quando comparada com o cultivo heterotroacutefico (OGBONNA TANAKA

1997)

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente

(crescimento mixotroacuteficos)

A presenccedila do metabolismo fotoautotroacutefico e heterotroacutefico simultacircneo tecircm sido

confirmado para o crescimento de microalgas como por exemplo Chlorella vulgaris

(MAacuteRQUEZ et al 1993) Heamatococcus pluvialis (KOBAYASHI et al 1992

MAacuteRQUEZ et al 1993) Chlorella pyrenoidosa (OGBANNA TANAKA 1996)

Euglena gracilis (OGBONNA et al 1999) Phaeodactylum tricornutum (CEacuteRON

GARCIA et al 2000) e cianobacteacuterias como Spirulina platensis (MARQUEZ et al

1995 CHOJANACKA NOWORYTA 2004 ZHANG et al 1998)

Durante o crescimento mixotroacutefico haacute dois processos metaboacutelicos

independentes dentro das ceacutelulas metabolismo fotossinteacutetico e a respiraccedilatildeo

aeroacutebia Nesse tipo de metabolismo a presenccedila do substrato orgacircnico significa que o

crescimento celular natildeo eacute estritamente dependente da fotossiacutentese e ateacute mesmo a

luz pode deixar de ser um fator indispensaacutevel para o crescimento celular

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a)

Eacute interessante notar que o crescimento especiacutefico de algumas microalgas (ex

Chlorella vulgares Haematococus pluvialis) crescendo mixotroficamente eacute a soma

de suas velocidades especiacuteficas de crescimento em culturas fotossinteacuteticas e

heterotroacuteficas (LEE 2001 OGBONNA et al 2000)

Um possiacutevel modo para obter uma alta concentraccedilatildeo de micro-organismos

fotossinteacuteticos eou produtos desses micro-organismos eacute o uso de cultura

mixotroacutefica onde fontes de carbono orgacircnicas e inorgacircnicas satildeo concomitantemente

fornecidas ao biorreator Sob determinadas condiccedilotildees de cultivo ambas a atividade

55

fotoautotroacutefica e a heterotroacutefica podem ocorrer simultaneamente e

independentemente resultando no aumento da velocidade especiacutefica de

crescimento como jaacute referido anteriormente

Maacuterquez et al (1993) relatam que a Spirulina platensis eacute capaz de crescer em

cultivo heterotroacutefico na presenccedila de glicose bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz sugerindo que os crescimentos autotroacutefico e heterotroacutefico

funcionam independentemente no crescimento mixotroacutefico Nieva e Valiente (1996)

portanto observaram uma reduccedilatildeo na taxa de fixaccedilatildeo de CO2 em condiccedilotildees de

crescimento mixotroacutefico da Anabaena variabilis sugerindo que alguns aspectos do

metabolismo do CO2 podem ser modulados pela presenccedila de carbono orgacircnico Do

mesmo modo Kang et al (2004) observou que pode existir alguma interaccedilatildeo entre o

metabolismo de carbono orgacircnico e inorgacircnico uma vez que a presenccedila do carbono

inorgacircnico acelerou a assimilaccedilatildeo do carbono orgacircnico durante o cultivo do

Synechococcus spPCC7002 A intensidade luminosa favoreceu o crescimento

mixotroacutefico do Synechocystis sp PCC 6803 utilizando glicose como fonte de

carbono Este fenocircmeno pode ser explicado pelo efeito positivo da luz sobre o

fotossistema I (WANG et al 2002) A via glicoliacutetica o ciclo dos aacutecidos tricarboxiacutelicos

(TCA) e a fosforilaccedilatildeo oxidativa mitocondrial mantiveram alta atividade nos cultivos

de Chlorella pyrenoidosa durante a iluminaccedilatildeo indicando pouco efeito da luz nessas

vias metaboacutelicas Portanto o fluxo atraveacutes da via das pentoses fosfato durante a

iluminaccedilatildeo foi muito pequena devido a regulaccedilatildeo mediada pela luz (YANG et al

2000)

Adicionalmente Maacuterquez et al (1993) concluiacuteram que a Spirulina platensis tem

a habilidade de realizar a fermentaccedilatildeo embora soacute utilize essa estrateacutegia como um

modo de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees anaeroacutebicas e no escuro

Nos cultivos de S platensis suplementados com glicose alcanccedilaram o

crescimento maior que nos cultivos sob condiccedilotildees de crescimento fotoautotroacuteficos

(MARQUEZ et al 1995 1993) Chen et al (2006) observaram que a suplementaccedilatildeo

de acetato como fonte de carbono proporcionou um aumento significante da

concentraccedilatildeo celular e da produccedilatildeo de clorofila a luteiacutena -caroteno ficocianina e

aloficocianina quando comparada ao cultivo fotoautotroacutefico

O melaccedilo subproduto da induacutestria de accediluacutecar que conteacutem mais do que 50 de

accediluacutecar tambeacutem pode ser um substrato suplementado de baixo custo na produccedilatildeo

56

industrial para o crescimento mixotroacutefico de Spirulina platensis (ANDRADE COSTA

2007)

O emprego de cultivos mixotroacuteficos pode levar as ceacutelulas agrave siacutentese de

compostos caracteriacutesticos tanto de cultivos fotoautotroacuteficos quanto heterotroacuteficos

como pode implicar em altas taxas de produccedilatildeo de biomassa (CERON GARCIA et

al 2000) Uma vez que num cultivo mixotroacutefico o CO2 e o carbono orgacircnico satildeo

simultaneamente assimilados este tipo de cultivo pode ser o processo mais eficiente

para a produccedilatildeo de biomassa microalgal visto que implica em uma economia na

energia gasta para a siacutentese de todo o aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo de

carbono (LEE 2004)

25 Produccedilatildeo de CO2 e VOCs proveniente da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica

A revoluccedilatildeo industrial e a intesa utilizaccedilatildeo dos combustiacuteveis foacutesseis (carvatildeo

petroacuteleo e gaacutes natural) estatildeo associadas ao elevado niacutevel de vida das sociedades

ocidentais Contudo as reservas de combustiacuteveis foacutesseis satildeo limitadas e a sua

utilizaccedilatildeo tem impactos ambientais consideraacuteveis como por exemplo o aumento do

efeito estufa e as consequumlentes alteraccedilotildees do clima Neste contexto o etanol surge

como uma alternativa vaacutelida em termos de fonte de energia renovaacutevel e menos

poluente

Nas uacuteltimas deacutecadas o etanol tem ocupado um lugar de destaque e de grande

importacircncia tecnoloacutegica firmando-se como um produto estrateacutegico economicamente

por ser amigaacutevel com o meio ambiente pois eacute um aditivo ao combustiacutevel que reduz

a emissatildeo de monoacutexido de carbono oacutexido de nitrogecircnio e hidrocarbonos (WHEALS

et al 1999) e por ser produzido a partir de biomassa renovaacutevel como accediluacutecar e

amido atualmente e materiais de lignocelulose no futuro (GOLDEMBERG 2009)

Inicialmente o objetivo de utilizar o aacutelcool combustiacutevel era se tornar

independente do mercado do petroacuteleo e reduzir os custos de sua importaccedilatildeo Hoje

em dia a ecircnfase do uso do etanol combustiacutevel estaacute sobre a reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo

devido ao protocolo de Quioto para limitar o aquecimento global (WHEALS et al

1999) Na produccedilatildeo e combustatildeo do etanol de milho pode reduzir em ateacute 12 a

emissatildeo de gases causadoras do efeito estufa quando comparado com o uso de

combustiacuteveis foacutesseis (HILL et al 2006) e quando utilizado etanol de cana-de-accediluacutecar

essa reduccedilatildeo pode ser de 66 (ANDREOLI SOUZA 2006)

57

O aacutelcool estaacute em expansatildeo por ser um combustiacutevel de baixo custo renovaacutevel e

cujo emprego como alternativa para a matriz energeacutetica mundial estaacute em fase de

crescimento A tendecircncia de aumento da produccedilatildeo de aacutelcool no Brasil ocorre por

vaacuterios fatores como aumento da frota de carros bi-combustiacutevel (demanda interna)

Protocolo de Quioto (demanda externa) e aumento do preccedilo do petroacuteleo Poliacuteticas

similares tecircm sido adotadas pela Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Estados Unidos

(GOLDEMBERG et al 2007) Por essas razotildees a demanda por etanol no mercado

internacional tem sido crescente nos uacuteltimos anos O Brasil aleacutem de ser um dos

maiores produtores e consumidores de etanol eacute tambeacutem o maior exportador no

cenaacuterio global Segundo dados da Uniatildeo da Induacutestria de Cana de Accediluacutecar (Unica) ateacute

2016 o Brasil produziraacute 129 bilhotildees de litros de etanol para o mercado externo Na

safra 20082009 o total de etanol produzido foi de 275 bilhotildees de litros (UacuteNICA)

O Brasil e os Estados Unidos satildeo liacutederes mundiais na produccedilatildeo de etanol

utilizando como mateacuteria prima a cana de accediluacutecar e milho respectivamente Os dois

paiacuteses acumulam cerca de 70 da produccedilatildeo mundial (ROMERO 2007) Aleacutem disso

o Brasil lidera a produccedilatildeo mundial de cana-de-accediluacutecar (principal mateacuteria-prima do

etanol) sendo essa uma induacutestria que movimenta vaacuterios bilhotildees de doacutelares por ano

O fato de o etanol ser produzido dentro do Brasil representa uma menor

dependecircncia de petroacuteleo externo diminuindo substancialmente os gastos com

importaccedilotildees

O agronegoacutecio da cana-de-accediluacutecar movimenta R$ 40 bilhotildees por ano no paiacutes A

safra 20072008 ficou entre 547 milhotildees de toneladas de cana-de accediluacutecar 152 a

mais do que a safra anterior Metade dela eacute destinada agrave fabricaccedilatildeo de etanol o que

faz do Brasil o segundo maior produtor de combustiacutevel no mundo O primeiro lugar

cabe aos Estados Unidos que extraem etanol de milho a poder de pesados

subsiacutedios Dois terccedilos da produccedilatildeo nacional estatildeo no estado de Satildeo Paulo Avalia-

se que o Brasil precisaraacute dobrar sua produccedilatildeo num horizonte de 5 a 7 anos se

quiser suprir as demandas locais e internacionais do combustiacutevel Isso exigiraacute a

construccedilatildeo de novas usinas o crescimento das aacutereas plantadas melhorias no

manejo e principalmente ganhos de produtividade (MARQUES 2008)

O cenaacuterio futuro mostra que paiacuteses como Estados Unidos Japatildeo e Europa vatildeo

precisar importar mais de 10 bilhotildees de litros de etanol ateacute 201112 Se uma

tonelada de cana produz 88 litros de etanol precisaria adicionar mais de 110

milhotildees de toneladas de cana para atender o mercado futuro o que acrescentaria

58

mais 12 milhotildees de hectares A UNICA (Uniatildeo da induacutestria de cana-de-accediluacutecar)

prevecirc um crescimento da produccedilatildeo de 6 a 7 anualmente chegando a uma

produccedilatildeo de 560 milhotildees de toneladas de cana em 201011 (ANDREOLI SOUZA

2006)

A quantidade de CO2 liberada diretamente para a atmosfera devido ao aumento

da sua produccedilatildeo mundial pode causar prejuiacutezos ao meio ambiente No Brasil a

produccedilatildeo de etanol por processos fermentativos principalmente pelo processo

descontiacutenuo alimentado ou contiacutenuo utilizando mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

eou caldo de cana-de-acuacutecar tem no cultivo da Saccharomyces cerevisiae um

grande impacto no acircmbito socioeconocircmico Existem cerca de 300 induacutestrias que

utilizam fermentaccedilatildeo alcooacutelica no Brasil que movimentam bilhotildees de doacutelares e

geram 6 dos empregos totais do Paiacutes (Uniatildeo da Agroinduacutestria Canavieira de Satildeo

Paulo 2006)

No Brasil 70 das destilarias de cana-de-accediluacutecar usam o processo

descontiacutenuo com uma capacidade fermentativa acima de 15 milhotildees de litros de

etanol por dia e aproximadamente 350 destilarias usam a fermentaccedilatildeo contiacutenua

(WHEALS et al 1999) Estudos comparativos e avaliaccedilotildees econocircmicas de diversos

processos utilizados na produccedilatildeo de etanol concluiacuteram que fermentaccedilatildeo contiacutenua

apresentava uma reduccedilatildeo de 57 no investimento de capital fixo em destilarias

quando comparado ao daquelas que utilizam processo em batelada Uma reduccedilatildeo

ainda maior de 68 e 71 eacute obtida para os processos que utilizam reciclo de ceacutelulas

e operaccedilatildeo a vaacutecuo respectivamente (CYSEWSKI WILKE 1978)

A fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta menor custo de investimento maior

facilidade para a instalaccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e ausecircncia de ldquotempos

mortosrdquo que eacute o tempo em dado momento do ciclo fermentativo natildeo estaacute produzindo

tiacutepico de processos descontiacutenuo Aleacutem disso a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a

consumir menos anti-espumante decorrecircncia da alimentaccedilatildeo mais estaacutevel de

accediluacutecar para o processo e tambeacutem da geometria dos fermentadores Por outro lado

a fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta maiores dificuldades quando temos que lidar com

contaminantes indesejaacuteveis no processo Natildeo eacute possiacutevel promover a assepsia de

fermentadores de bombas e de trocadores com frequumlecircncia como ocorre no sistema

em bateladas Desta maneira a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a consumir mais aacutecido

sulfuacuterico e mais antibioacutetico

59

Segundo Romano et al (2003) as transformaccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

durante a fermentaccedilatildeo por leveduras satildeo a conversatildeo dos accediluacutecares em etanol e

CO2 e em menores quantidades a formaccedilatildeo de CVOs Basso et al (1996) relata

que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo

constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de gaacutes carbocircnico e o restante satildeo

formados por outros compostos orgacircnicos tais como glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido

aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos majoritaacuterios produzidos durante a

fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por Saccharomyces cerevisiae

encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico acetato

de etila (CACHOT et al 1991) Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de cana-

de-accediluacutecar os principais componentes gasosos satildeo o CO2 e o etanol mas outros

aacutelcoois e aacutecidos tambeacutem satildeo liberados em menores quantidades na forma gasosa

(VENTURINI FILHO e MENDES 2003)

A reaccedilatildeo quiacutemica simplificada da produccedilatildeo de etanol a partir da sacarose da

cana-de-accediluacutecar eacute

C12H22O11 +H2O rarr 4C2H5OH + 4CO2 (3)

Onde 342 g de sacarose produz 184 g de etanol e 176 g de CO2 Com isso

pode-se estimar que cada grama de sacarose produz 0514g de CO2 assumindo

uma recuperaccedilatildeo de CO2 em 100 no caso de induacutestrias dedicadas a produccedilatildeo de

etanol No entanto as induacutestrias de produccedilatildeo de etanol tambeacutem utilizam como

mateacuteria-prima o melaccedilo um sub-produto da produccedilatildeo de accediluacutecar industrial a partir

da cana-de-accediluacutecar que conteacutem cerca de 15 da sacarose inicial (MOLLERSTEN et

al 2003) e represeta mais de 75 do custo total de produccedilatildeo de etanol

(CYSEWSKI WILKE 1978)

Cada litro de etanol produzido pela fermentaccedilatildeo alcooacutelica resulta em

aproximadamente 076 kg de CO2 portanto a capacidade de produccedilatildeo de CO2

durante a fermentaccedilatildeo de etanol combustiacutevel nos EUA e o Brasil eacute de

aproximadamente 84 e 106 toneladas de CO2 por ano respectivamente

(KHESHGI PRICE 2005) No Brasil a produccedilatildeo meacutedia de etanol a partir da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica eacute de 180 milhotildees de litros por ano gerando

consequentemente 014 milhotildees de CO2 por ano (MOLLERTEN et al 2003)

O uso do biocombustiacutevel traz uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo

dos gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre

aleacutem da reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis Poreacutem no processo de

60

fabricaccedilatildeo uma seacuterie de resiacuteduos e subprodutos industriais eacute gerada os quais

podem quando adequadamente geridos contribuir para a viabilidade econocircmica da

produccedilatildeo de biocombustiacuteveis Esses resiacuteduos possuem potencial para uso na

induacutestria de alimentos e para a nutriccedilatildeo animal bem como na induacutestria quiacutemico-

farmacecircutica mas haacute uma grande carecircncia de estudos de anaacutelises de viabilidade

teacutecnica e financeira que possam apontar as melhores alternativas de custo-

benefiacutecio para o processamento e tratamento desses resiacuteduos os quais podem

agregar valor e reduzir os custos de produccedilatildeo de biocombustiacuteveis com o

aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados

Um nuacutemero de subprodutos da induacutestria do etanol combustiacutevel pode ter o

potencial para a aplicaccedilatildeo de nutracecircuticos ou de alimentos funcionais que eacute uma

das aacutereas de grande interesse atualmente e representa um mercado potencial

enorme ainda em seu desenvolvimento inicial Por isso o interesse em utilizar

micro-organismos fotossintetizantes devido a sua capacidade de reduzir a emissatildeo

de CO2 e de CVOs na atmosfera subproduto da induacutestria de etanol produzindo

compostos de alto valor industrial

61

3 Objetivos

Geral

Este trabalho tem como objetivo verificar a influecircncia do efeito da adiccedilatildeo de

CO2 proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica mantendo o pH no valor

oacutetimo igual a 95 no cultivo de A platensis em reatores tubulares utilizando nitrato ou

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio em diferentes intensidades luminosas

Especiacuteficos

Avaliar os testes preliminares da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica contiacutenua utilizada para

posterior acoplamento dos gases liberados durante a fermentaccedilatildeo com os

cultivos de A platensis

Avaliar os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas

e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas usando anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel nos cultivos de A platensis

Determinar a composiccedilatildeo centesimal da A platensis no final dos cultivos teor

de proteiacutenas lipiacutedios cinzas e carboidratos usando a anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel

Estudar os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os cultivos

utilizando CO2 de cilindro avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos

paracircmetros valor teoacuterico da energia de Gibbs dissipada para o crescimento

(1YGX) das produccedilotildees molares de O2 consumo de H+ e absorccedilatildeo de foacutetons

para produzir 1 C-mol de biomassa

Calcular o rendimento teoacuterico da energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico

energia transformada em ATP e a energia liberada como calor calculando-se a

partir da energia molar de Gibbs absorvida da luz pelo aparato fotossinteacutetico

Comparar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares um horizontal e outro helicoidal

62

4 Materiais e meacutetodos

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

O CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi utilizado como fonte

de carbono para o cultivo de A platensis O desprendimento desse gaacutes do reator foi

arrastar volaacuteteis orgacircnicos formados na fermentaccedilatildeo cujas interferecircncias nos

cultivos de A platensis foram avaliadas Para os cultivos contiacutenuos de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica foi utilizado o mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na

determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

Para a realizaccedilatildeo desse teste foi preparada uma suspensatildeo celular de 300g L-1

de levedura uacutemida em aacutegua destilada a partir dessa suspensatildeo foram retirados sob

agitaccedilatildeo 10 mL e adicionados em dois diferentes frascos um contendo 290 mL de

melaccedilo natildeo clarificado (item 41111) e outro contendo 290 mL de melaccedilo

previamente clarificado (item 41112) de modo que a concentraccedilatildeo celular final de

cada frasco tenha 10g L-1 em 300 mL de mosto A partir dessa suspensatildeo foram

retirados 5 mL para a anaacutelise da concentraccedilatildeo celular como descrito no item 4311

41111 Melaccedilo natildeo tratado

O melaccedilo natildeo tratado consiste apenas na sua diluiccedilatildeo com aacutegua potaacutevel e

preparado como descrito no item 41113

41112 Melaccedilo tratado

O tratamento do melaccedilo consistiu de sua preacutevia clarificaccedilatildeo diluiccedilatildeo e

suplementaccedilatildeo adequadas A clarificaccedilatildeo foi realizada com diluiccedilatildeo do melaccedilo pela

adiccedilatildeo de aacutegua potaacutevel em partes iguais e adiccedilatildeo de 15 g de fosfato de soacutedio

monobaacutesico como agente floculante em cada litro da soluccedilatildeo de melaccedilo diluiacutedo

Posteriormente esse melaccedilo diluiacutedo foi autoclavado a 121 ordmC por 10 minutos Apoacutes

o aquecimento foi mantido em repouso no miacutenimo por 48 horas para a

sedimentaccedilatildeo do material em suspensatildeo O melaccedilo clarificado foi entatildeo sifonado

63

pronto para ser diluiacutedo com aacutegua e preparado como descrito no item 41113 sem

a adiccedilatildeo do antibioacutetico O mosto foi esterilizado em autoclave a 121 ordmC durante 30

minutos (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo

O melaccedilo foi diluiacutedo ateacute concentraccedilatildeo 170 g L-1 em accediluacutecares redutores totais

(ART) (GUERREIRO et al 1997) e suplementado com ureacuteia na concentraccedilatildeo de 05

g L-1 suficiente para que a fonte de nitrogecircnio natildeo se torne fator limitante da

atividade da levedura (MAGALHAtildeES 1978 CARVALHO 1994 PEREGO-JUNIOR

1979) O pH do mosto foi ajustado em 45 (JONES et al 1981) pela adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico concentrado ou pela adiccedilatildeo de soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio 4N Por fim

adicionou-se penicilina V aacutecida (500 UIL) como antibioacutetico (AQUARONE 1960

CARVALHO et al 2003)

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator

Para a realizaccedilatildeo do teste de homogeneidade foi preparado 10 litros de uma

suspensatildeo celular de 9 g L-1 de levedura em aacutegua destilada e adicionada ao

fermentador Apoacutes 30 minutos de homogeneizaccedilatildeo mecacircnica do material iniciou

uma contiacutenua adiccedilatildeo de aacutegua destilada e retirada da amostra a uma vazatildeo

especiacutefica de alimentaccedilatildeo calculada (Dc) igual a 0124 h-1 No intervalo de 30

minutos em diferentes regiotildees do reator as amostras foram recolhidas para

determinar a concentraccedilatildeo celular A homogeneidade do reator eacute verificada se a

queda da concentraccedilatildeo celular for uma funccedilatildeo exponencial

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

Foram realizados 3 experimentos com a fermentaccedilatildeo contiacutenua nas condiccedilotildees

descritas no item 415 Os valores de vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D) foram 01

h-1 005 h-1 e 0025 h-1

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo

Saccharomyces cerevisiae CCT7150 uma cepa isolada de planta industrial de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica nacional (Usina Nova Ameacuterica) e produtora de altas

concentraccedilotildees de etanol a partir de melaccedilo adquirida da Fundaccedilatildeo Andreacute Tosello

foi utilizada nos cultivos contiacutenuos Sua manutenccedilatildeo em tubo de ensaio foi no meio

Sabourand (Merckreg) A cultura foi armazenada sob refrigeraccedilatildeo a 4 ordmC

64

413 Preparo do inoacuteculo

As ceacutelulas de levedura estocada foram multiplicadas em tubos contendo meio

soacutelido Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Posteriormente as

culturas foram inoculadas com alccedila de platina sob condiccedilotildees asseacutepticas em tubos

contendo 10 mL do meio Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Cada

tubo por sua vez inoculou um frasco de Erlenmeyer de 500 mL contendo 90 mL de

mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar contendo 5 de ART que foi entatildeo incubado

a 30 ordmC por 12 h em agitador rotativo a 400 rpm Decorrido este tempo o conteuacutedo

de 10 frascos de Erlenmeyer preparados com o preacute-inoacuteculo (1 L) foi adicionado agrave

dorna juntamente com o mosto (9 L) nas condiccedilotildees em que se trabalhou no

processo contiacutenuo resultando em um volume uacutetil do fermentador de 10 litros que

deu iniacutecio a uma fermentaccedilatildeo descontiacutenua (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

414 Dispositivo para a cultura

Foi utilizado um fermentador fabricado pela INFORs HT com dornas de vidro

de 10 litros de capacidade nominal com controles de temperatura pH niacutevel de

espuma e frequumlecircncia de agitaccedilatildeo com saiacutedas que foram conectadas a uma bomba

peristaacuteltica para alimentaccedilatildeo do mosto e retirada do material durante a fermentaccedilatildeo

contiacutenua

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua

O cultivo contiacutenuo teve como iniacutecio o cultivo descontiacutenuo como descrito acima

(item 413) A alimentaccedilatildeo contiacutenua do mosto ocorreu apoacutes um periacuteodo de 6 a 8 h

da inoculaccedilatildeo do S cerevisiae na dorna para garantir que o micro-organismo se

encontre na fase exponencial de crescimento A concentraccedilatildeo de accediluacutecares no mosto

de alimentaccedilatildeo foi de 170 g L-1 (GUERREIRO et al 1997) expressa em ART O

mosto foi suplementado com sulfato de amocircnio na concentraccedilatildeo de 1 g L-1 A

temperatura de fermentaccedilatildeo foi mantida a 30 plusmn 1 ordmC (KOCK et al 2000) com

frequumlecircncia do agitador de 500 rpm A vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo foi

determinada em ensaios preliminares (item 61)

65

42 Cultivo de A platensis

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo

Spirulina (Arthrospira) platensis UTEX (1926) foi mantida em meio liacutequido de

cultivo padratildeo para Arthrospira (item 4221) em tubos hermeticamente fechados

422 Meio de cultivo

Foram utilizados dois tipos de meio Um meio padratildeo para o cultivo de

Arthrospira (SCHLOumlSSER 1982) ndash item 4221 com NaNO3 como fonte de

nitrogecircnio que foi utilizado para duas finalidades manutenccedilatildeo do micro-organismo e

preparo do inoacuteculo um meio modificado (item 4122) onde se utilizou ureacuteia como

fonte de nitrogecircnio

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis

O meio mineral padratildeo foi o de Schloumlsser (1982) cuja composiccedilatildeo por litro de

aacutegua destilada eacute a seguinte

NaHCO3 1361g

Na2CO3 403g

K2HPO4 050g

NaNO3 250g

K2SO4 100g

NaCl 100g

MgSO47H2O 020g

CaCl22H2O 004g

Soluccedilatildeo de metal PIV 6mL

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu 1mL

Vitamina B12 (15g100mL H2O) 1mL

Soluccedilatildeo de metal PIV (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 750 mg

FeCl36H2O 97 mg

MnCl24H2O 41 mg

ZnCl2 5 mg

CoCl26H2O 2 mg

Na2MoO42H2O 4 mg

66

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 50 mg

H3BO3 618 mg

CuSO45H2O 196 mg

ZnSO47H2O 44 mg

CoCl26H2O 20 mg

MnCl2middot4H2O 12 mg

Na2MoO4middot2H2O 12 mg

4222 Meio modificado

O meio de Schloumlsser (1982) foi utilizado com substituiccedilatildeo do nitrato de soacutedio

por ureacuteia

A massa diaacuteria de ureacuteia adicionada por unidade de volume foi determinada de

acordo com o experimento padratildeo utilizando nitrato de soacutedio como fonte de

nitrogecircnio (descrito no item 5)

423 Preparo do inoacuteculo

A A platensis foi inoculada em 10 mL de meio liacutequido (em tubo de ensaio) em

condiccedilotildees asseacutepticas Depois de 7 dias esse material foi utilizado para inocular

frascos de Erlenmeyer de 500 mL com 200mL de meio de cultivo padratildeo (item

4121) previamente esterilizado por autoclavaccedilatildeo

Os erlenmeyers apoacutes o repique foram imediatamente levados a agitador

rotativo a 100 min-1 (FERRAZ 1986) temperatura de 30 OC e iluminacircncia de 72

mol de foacutetons m-2 s-1 (CARVALHO et al 2004)

O crescimento celular foi acompanhado sendo utilizada para inoacuteculo uma

suspensatildeo de A platensis apoacutes de 6 a 8 dias de cultivo (PELIZER et al 2003) em

crescimento exponencial isenta de contaminaccedilatildeo Nos cultivos utilizando meio

mineral padratildeo a suspensatildeo foi filtrada lavada e ressuspensa em meio de cultivo

padratildeo Nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte alternativa de nitrogecircnio a

suspensatildeo foi filtrada lavada com soluccedilatildeo fisioloacutegica para retirada do NaNO3 e

ressuspensa em meio de cultivo padratildeo isento de NaNO3 Estas suspensotildees foram o

inoacuteculo para o cultivo no reator tubular onde foram realizados os estudos

empregando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio padratildeo e a ureacuteia como fonte

67

alternativa de nitrogecircnio com o pH do cultivo controlado pela adiccedilatildeo de CO2

proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

424 Dispositivo para cultura

4241 Fotobiorreator tubular horizontal

O fotobiorreator tubular utilizado eacute apresentado na Figura 7 Este eacute constituiacutedo

por 20 tubos de vidro transparentes (diacircmetro interno de 10 cm) (CARLOZZI

PINZANI 2005) com inclinaccedilatildeo de 2 (115ordm) (TREDICI ZITTELLI 1998) para

facilitar o escoamento do liacutequido interligados com mangueiras de PVC de mesmo

diacircmetro interno de forma que o volume iluminado corresponde a 212 litros

(606) O volume total do sistema foi de 35 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de

26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo da biomassa e melhorar a transferecircncia de

massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior provido de agitaccedilatildeo com um agitador magneacutetico Tambeacutem

na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no qual ocorre entrada de CO2 para

manutenccedilatildeo de pH quando da abertura da vaacutelvula solenoacuteide controlada por um

controlador de pH

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis

68

4242 Fotobiorreator tubular espiralado

O fotobiorreator tubular espiralado utilizado eacute apresentado na Figura 8 Este eacute

constituiacutedo por 5 conjuntos de tubos espiralados de vidro transparentes (diacircmetro

interno de 10 cm) (CARLOZZI PINZANI 2005) interligados com mangueiras de

PVC de mesmo diacircmetro interno Cada conjunto eacute constituiacutedo por 3 tubos

espiralados logo o reator conteacutem no total 15 tubos de vidros espiralados de forma

que o volume iluminado corresponde a 665 ml (606 ) O volume total do sistema

foi de 11 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de 26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo

da biomassa e melhorar a transferecircncia de massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior Tambeacutem na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no

qual ocorre entrada de CO2 para manutenccedilatildeo de pH

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis

A suspensatildeo de Arthrospira (item 43) foi adicionada ao biorreator tubular na

concentraccedilatildeo inicial de 400 mg L-1 (SOLETTO et al 2008) e o volume de trabalho

foi de 35 L no fotobiorreator tubular horizontal e de 11 L no fotobiorreator tubular

espiralado Devido a evaporaccedilatildeo e a retirada de amostras o meio de cultura isento

da fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante

69

Nos experimetos utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio a concentraccedilatildeo

inicial deste foi de 25 g L-1 e ocorreram adiccedilotildees do nitrato de soacutedio de modo que sua

concentraccedilatildeo natildeo fosse inferior a 1 g L-1 (FAINTUCH 1989) desta forma evitaria a

limitaccedilatildeo do crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio No cultivo utilizando a

fonte de nitrogecircnio alternativa (ureacuteia) a adiccedilatildeo diaacuteria foi efetuada por pulsos (adiccedilatildeo

intermitente) (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2004) As intensidades luminosas foram

medidas com um sensor quantum (model LI-190 SB Li-Cor Lincoln Neb USA) As

diferentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas foram preacute-estabelecida de

acordo com o plano de trabalho (Item 5)

O valor de pH nos cultivos foi mantido em 95 plusmn 02 (SANCHEZ-LUNA et al

2007 TREDICI ZITTELLI 1998) com auxiacutelio de um aparelho controlador de pH

METTLER TOLEDO acoplado a uma vaacutelvula solenoacuteide Nos ensaios com CO2 puro

(999) a valvula solenoiacutede estava ligada a um cilindro de CO2 e nos ensaios com

CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica a vaacutelvula solenoacuteide foi ligada agrave tubulaccedilatildeo

proveniente de um reator operando com processo contiacutenuo de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

em regime permanente

A temperatura de 29 plusmn 1ordmC (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2007) foi mantida por ar

condicionado que climatizou a temperatura da sala onde estaacute localizada o reator

No final do experimento o reator foi lavado com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio

5 por 16 h e com uma soluccedilatildeo de tiosulfato de soacutedio (Na2S2O3) 50 mM para

neutralizar o clorito residual de acordo com De Beer et al (1994)

43 Teacutecnicas Analiacuteticas

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua ateacute o estabelecimento de regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol no caldo

fermentado foram determinados a cada 12 horas Estabelecido o regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol foram

feitas diariamente O efluente gasoso foi analisado qualitativamente para

identificaccedilatildeo dos principais compostos volaacuteteis orgacircnicos

No cultivo de Arthrospira a concentraccedilatildeo celular foi feita diariamente ateacute atingir

concentraccedilatildeo celular maacutexima As medidas de concentraccedilatildeo de nitrato ureacuteia residual

amocircnia e de carbonato total em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas a cada dois dias Nos cultivos

utilizando o CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram analisados os

70

compostos volaacuteteis orgacircnicos presentes no meio isento de ceacutelulas A concentraccedilatildeo

de clorofila a foi determinada no final de cada experimento bem como a

determinaccedilatildeo de proteiacutenas lipiacutedios totais carboidratos e cinzas

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

A concentraccedilatildeo celular expressa em massa seca foi determinada por filtraccedilatildeo

de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al (2003) Um volume de 5 mL

da amostra foi filtrada em membrana millipore 12 microm de porosidade previamente

seca em estufa a 105 ordmC por 4 horas e em dessecador por 1 h e pesada A biomassa

filtrada e lavada com 50 mL de aacutegua destilada foi seca em estufa a 105 ordmC por 4

horas e em dessecador por 1 h e posteriormente pesada A concentraccedilatildeo celular foi

determinada por diferenccedila de massa antes e apoacutes a filtraccedilatildeo

4312 Determinaccedilatildeo do pH

O pH seraacute acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4313 Determinaccedilatildeo de ART

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ART foi realizada por espectrofotometria a

540 nm pelo meacutetodo de SOMOGYI-NELSON (1952) precedido da hidroacutelise da

sacarose contida na fase liacutequida do meio de fermentaccedilatildeo realizada pela teacutecnica de

Falcone e Marques (1965)

A hidroacutelise da sacarose foi feita por hidroacutelise aacutecida utilizando 5 mL da amostra

e 25 mL da soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 13 N e deixou-se em banho de aacutegua a 70 ordmC

por 15 minutos Deixou-se esfriar essa soluccedilatildeo ateacute a temperatura ambiente e foi

adicionado NaOH 6N ateacute verificar uma mudanccedila no pH utilizando fenolfitaleiacutena

como indicador Posteriormente completou-se o volume final para 100 mL com aacutegua

destilada diluindo-se assim a amostra 20 vezes A partir dessa soluccedilatildeo jaacute diluiacuteda

fizeram-se novas diluiccedilotildees necessaacuterias para a determinaccedilatildeo do ART pelo meacutetodo de

Somogyi-Nelson (1952)

71

A anaacutelise compreende na adiccedilatildeo de 1 mL da amostra convenientemente diluiacuteda

e 1 mL do reativo de Somogy em tubo de Folin-Wu onde foi fervido durante 10

minutos resfriado em aacutegua com gelo Apoacutes o resfriamento adicionou-se 2 mL do

reativo de Nelson e agitou-se os tubos em agitador ateacute expulsar os gases formados

Completou-se o volume para 25 mL com aacutegua destilada e a soluccedilatildeo foi lida em

espectrofotometro a 520 nm Foi feito um branco substituindo a amostra por aacutegua

destilada

O accediluacutecar aquecido com uma soluccedilatildeo alcalina de tartarato de cobre leva agrave

obtenccedilatildeo de oacutexido cuproso que reagindo com molibdato de arsecircnio possibilita a

produccedilatildeo de um composto de coloraccedilatildeo azul passiacutevel de ser quantificada por

colorimetria a adiccedilatildeo de sulfato de soacutedio a mistura minimiza a entrada de oxigecircnio

na soluccedilatildeo responsaacutevel pela reoxidaccedilatildeo do oacutexido cuproso

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907)

O etanol foi determinado mediante a destilaccedilatildeo atraveacutes de um microdestilador

de KJELDHAL e recolhido em 20 mL de uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio

fortemente acidulada com aacutecido sulfuacuterico A determinaccedilatildeo consiste na destilaccedilatildeo de

1 mL do meio fermentado isento de ceacutelulas recolhido na soluccedilatildeo de dicromato

contida em erlenmeyer onde o etanol reagiu com os iacuteons dicromato como mostrado

na eq 1 produzindo acetaldeiacutedo e iacuteons Cr(III) Conforme o etanol reage haacute uma

mudanccedila da coloraccedilatildeo laranja caracteriacutestica desta soluccedilatildeo para um tom esverdeado

A reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do etanol com iacuteons dicromato envolve pelo menos duas

etapas Na primeira etapa o etanol introduzido na soluccedilatildeo reage com os iacuteons

dicromato produzindo um aldeiacutedo que neste caso eacute o acetaldeiacutedo (reaccedilatildeo 4)

Na segunda etapa como o aldeiacutedo produzido tambeacutem eacute susceptiacutevel agrave oxidaccedilatildeo o

acetaldeiacutedo eacute consumido produzindo aacutecido aceacutetico (um aacutecido carboxiacutelico) com a

correspondente reduccedilatildeo dos iacuteons Cr(VI) para iacuteons Cr(III) (reaccedilatildeo 5) A reaccedilatildeo

entre o etanol e os iacuteons dicromato pode ser descrita de forma global como mostrado

na (reaccedilatildeo 6)

3 CH3CH2OH + CrO7-2 rarr 3 CH3COH 2 Cr+3 + 7 H20 (reaccedilatildeo 4)

3 CH3COH + CrO7-2 + 8H+ rarr 3 CH3COOH + 2 Cr+3 + 4 H20 (reaccedilatildeo 5)

72

3 CH3CH2OH + 2 CrO7-2 + 16H+ rarr 4Cr+3 + 3 CH3COOH 11 H2O (reaccedilatildeo 6)

Apoacutes a destilaccedilatildeo o erlenmeyer foi levado a um banho de aacutegua a 70 ordmC

durante 20 minutos para que se complete a oxidaccedilatildeo do etanol Apoacutes esse tempo

deixou-se esfriar ateacute temperatura ambiente e essa soluccedilatildeo foi titulada com soluccedilatildeo

de sulfato ferroso amoniacal Foi feita concomitantemente uma soluccedilatildeo utilizando

aacutegua em vez do destilado para determinar o poder redutor do sulfato ferroso

amoniacal

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

Os voltaacuteteis majoritaacuterios liberados durante o regime permanente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram determinados pelo Laboratoacuterio de Anaacutelises Quiacutemicas do

Instituto de Pesquisa Tecnoloacutegis (IPT) usando um cromatoacutegrafo a gaacutes (marca

Shimadzu modelo CG-2010) acoplado ao espectrocircmetro de massas (Shimadzu

Modelo GCMS ndash QP5050A)

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis

O volume das amostras diaacuterias retiradas para o acompanhamento celular foram

de 50 mL Apoacutes a remoccedilatildeo da amostra igual volume de meio de cultura isento da

fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante Similarmente a

evaporaccedilatildeo de aacutegua diaacuteria foi compensada pela adiccedilatildeo do meio de cultura

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

43211 Densidade oacutetica

O acompanhamento do crescimento celular foi realizado diariamente em

duplicata por turbidimetria a 560 nm (LEDUY THERIEN 1977) Os valores de

transmitacircncia obtidos no espectrofotocircmetro foram convertidas em concentraccedilatildeo

celular atraveacutes de uma curva de calibraccedilatildeo (Item 43212)

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo

A curva de calibraccedilatildeo foi obtida tomando-se um volume de 25 mL de uma

suspensatildeo concentrada de ceacutelulas em fase de crescimento exponencial que foi

73

filtrada e lavada com aacutegua destilada em uma membrana de acetato de celulose de

12 μm previamente seca a 70 ordmC por 12 horas e previamente pesada A amostra

foi levada agrave estufa a 100ndash105 ordmC por um periacuteodo de 5 horas suficiente para que

mantivesse uma massa constante A massa das ceacutelulas foi calculada por diferenccedila

dos valores das massas das membranas antes e depois da filtraccedilatildeo e dividido pelo

volume filtrado para obter-se a concentraccedilatildeo celular na suspensatildeo A partir desta

mesma suspensatildeo foram preparadas diferentes diluiccedilotildees e aliacutequotas dessas

diluiccedilotildees foram levadas ao espectrofotocircmetro para leitura da transmitacircncia a 560 nm

de comprimento de onda e caminho oacuteptico de 1 cm com aacutegua destilada como

branco Dessa forma foi obtida uma curva que relaciona concentraccedilatildeo celular com o

logaritmo da transmitacircncia (Graacutefico 1)

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A platensis

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total

Embora a concentraccedilatildeo de carbonato total deva se manter constante em

decorrecircncia do fornecimento de CO2 para a manutenccedilatildeo do pH foi acompanhado na

fase liacutequida do meio em cultivo

No meio isento de ceacutelulas o acompanhamento da concentraccedilatildeo de fonte de

carbono na forma de carbonato total foi atraveacutes de titulometria Inicialmente

adiciona-se hidroacutexido de soacutedio na amostra (Reaccedilatildeo 7) e titula-se com HCl

(Reaccedilatildeo 8) na presenccedila do indicador fenolftaleiacutena para a conversatildeo de carbonato

em bicarbonato Posteriormente foi titulada novamente com HCl (Reaccedilatildeo 9) na

74

presenccedila do indicador alaranjado de metila para que todo o bicarbonato transforme-

se em aacutecido carbocircnico por deslocamento de equiliacutebrio O carbonato total foi

quantificado pelos dois intervalos de viragem (PIERCE HAENISCH 1948)

NaOH + NaHCO3 = Na2CO3 + H2O (Reaccedilatildeo 7)

Na2CO3 + HCl = NaHCO3 + NaCl (Reaccedilatildeo 8)

NaHCO3 + 1 HCl = H2CO3 + 1 NaCl (Reaccedilatildeo 9)

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total

A amocircnia total foi quantificada no meio isento de ceacutelulas de 2 em 2 dias em

potenciocircmetro marca ORION modelo 710-A por meio de um eletrodo seletivo para

amocircnia modelo 95-12 ORION Tendo em vista que o eletrodo soacute eacute sensiacutevel ao iacuteon

amocircnia e que no pH de cultivo existe equiliacutebrio entre os iacuteons amocircnia e amocircnio para

se fazer a leitura foi necessaacuterio corrigir o pH da amostra para 13 pela adiccedilatildeo de

NaOH 15 M antes da leitura no eletrodo de forma que todo iacuteon amocircnio fosse

convertido em amocircnia (LEDUY SAMSON 1982) O volume utilizado foi de 15 mL e

nesse procedimento foi necessaacuteria agrave calibraccedilatildeo do aparelho em todos os dias em

que foram realizadas as determinaccedilotildees Isso foi feito atraveacutes da construccedilatildeo de uma

curva que correlaciona a milivoltagem lida no potenciocircmetro com soluccedilotildees de NH4Cl

em diferentes diluiccedilotildees com concentraccedilotildees conhecidas A partir da equaccedilatildeo dessa

curva com a milivoltagem lida na amostra do cultivo foi calculada a concentraccedilatildeo

de amocircnia total Esta metodologia tambeacutem serviu para auxiliar na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de ureacuteia conforme se observa no item a seguir

43231 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da amocircnia

A metodologia empregada para a determinaccedilatildeo de amocircnia requer a construccedilatildeo

de uma curva de calibraccedilatildeo para cada dia em que foi analisada a amocircnia Desta

forma no Graacutefico 2 tecircm-se uma das curvas de calibraccedilatildeo utilizada

75

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Nesse caso a curva de calibraccedilatildeo corresponde agrave Log [NH3] -00213 x mV ndash

10583 A maior diluiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia foi de 5x10-6 (cujo o valor de

Log eacute -53) que corresponde a um valor de milivoltagem de 182 detectado no

eletrodo de amocircnia

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia

Para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia inicialmente foi hidrolisada em

meio aacutecido como segue 10 mL do meio de cultivo isento de ceacutelulas foi submetido a

um tratamento com H2SO4 (1 mL de H2SO4 5 N) a 200 ordmC por 6 horas em bloco

digestor Tecnal modelo TE-106 (CEZARE 1998) Apoacutes esse tempo o conteuacutedo

presente no tubo onde ocorreu a hidroacutelise aacutecida foi quantitativamente transferido

para um balatildeo volumeacutetrico de 50 mL com neutralizaccedilatildeo do pH com NaOH 15 M

utilizando fenolftaleiacutena como indicador e finalmente o volume completado com aacutegua

destilada Desse balatildeo foi retirado um volume de 15 mL para a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de amocircnia conforme meacutetodo descrito no item anterior Considerando

ainda a diluiccedilatildeo da amostra calcula-se a concentraccedilatildeo de amocircnia global que

representa a amocircnia que jaacute estava presente no meio de cultivo mais a amocircnia

proveniente da hidroacutelise da ureacuteia Assim por diferenccedila eacute possiacutevel calcular a

concentraccedilatildeo de ureacuteia no meio de cultivo

76

4325 Determinaccedilatildeo do pH

O pH foi acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato

A anaacutelise de nitrato foi realizada atraveacutes da adaptaccedilatildeo do meacutetodo descrito por

Vogel (2002) Foram pipetados 10 mL do meio isento de ceacutelulas 10 ml de NaOH

(05 N) e 700 mg de liga de devarda ( 50 de cobre 45 de alumiacutenio 5 zinco) em

balatildeo volumeacutetrico onde foi aquecido em bico de busen durante 1 hora para que todo

o nitrato presente na amostra seja reduzido a amocircnio como descrito na reaccedilatildeo a

seguir

NO3- + 8 Al + 5 OH- + 2 H2O rarr 8 Al2

- + 3 NH3 (Reaccedilatildeo 10)

Durante o aquecimento os iacuteons amocircnio satildeo desprendidos e recolhidos em uma

soluccedilatildeo padronizada de 10 mL de aacutecido cloriacutedrico (01 N) formando o cloreto de

amocircnio Essa soluccedilatildeo foi titulada com NaOH (005 N) padronizada usando vermelho

de metila como indicador e a quantificaccedilatildeo do amocircnio formado foi feita por diferenccedila

entre a quantidade de HCl inicial e final depois da destilaccedilatildeo A conversatildeo de

volume do aacutecido tilulado (mililitros) em massa de iacuteons nitrato (gramas) foi baseada

na informaccedilatildeo de que 1 mL de aacutecido cloriacutedrico 1 N corresponde a 006201g de iacuteons

nitrato (VOGEL 2002)

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907) como descrito no item 4314

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a

A anaacutelise de clorofila a foi realizada utilizando uma suspensatildeo celular de 5 mL

correspondente agrave concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida Essa suspensatildeo foi filtrada e

a biomassa foi ressuspendida em 5 mL de metanol e incubada em banho maria a

70ordmC por 2 minutos Apoacutes esse tempo a amostra foi filtrada em filtro de

77

politetrafluoretileno 10 microm de diacircmetro (Milliporereg) e o sobrenadante contendo a

clorofila foi determinado espectofotometricamente a 665 nm adotando-se o

procedimento descrito por Vonshak (1997a) A curva de calibraccedilatildeo foi feita

previamente utilizando clorofila areg padratildeo

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a

A curva de calibraccedilatildeo foi construiacuteda utilizando uma soluccedilatildeo de clorofila a

padratildeo (Sigmareg) obtida comercialmente em metanol A partir dessa soluccedilatildeo foram

realizadas diferentes diluiccedilotildees que resultaram em leituras espectrofotomeacutetricas em

comprimento de onda de 665nm obtendo valores de absorbacircncia entre 0200 e

0800 A relaccedilatildeo entre as diferentes concentraccedilotildees de clorofila em miligrama por

litro com os valores de aborbacircncia obtem-se a equaccedilatildeo como mostrada no graacutefico

3 que foi utilizada para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila nos ensaios

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Ao final do cultivo o meio contendo a A platensis foi centrifugado com 3

lavagens sucessivas com aacutegua destilada para retirada do sal adsorvido agraves ceacutelulas e

apoacutes secagem com ventilaccedilatildeo a 55 ordmC por 12 horas (PELIZER et al 1999) foi

avaliada a composiccedilatildeo centesimal da biomassa seca

78

43321 Proteiacutenas totais

O teor proteacuteico total na biomassa seca foi determinado pelo claacutessico meacutetodo de

KJELDHAL adotando-se o fator de 625 para a conversatildeo a partir dos teores de

nitrogecircnio total (ASSOCIATION OF OFFICIAL METHODS OF FOOD ANALYSIS

1984) Esse meacutetodo caracteriza-se pela destruiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica com aacutecido

sulfuacuterico concentrado em presenccedila de um catalizador e aquecimento com

formaccedilatildeo de nitrogecircnio inorgacircnico na forma de sulfato de amocircnio A seguir em

aparelho destilador de nitrogecircnio adiciona-se hidroacutexido de soacutedio no tubo

proveniente da digestatildeo para alcalinizaccedilatildeo do meio e desta forma o sal de

amocircnio eacute convertido agrave amocircnia que eacute destilada para uma soluccedilatildeo saturada de aacutecido

boacuterico Posteriormente titula-se essa soluccedilatildeo com HCl 002N fatorada para se

quantificar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio (FERRAZ 1986)

43322 Lipiacutedios totais

A fraccedilatildeo lipiacutedica total foi obtida por extraccedilatildeo com solvente orgacircnico (FERRAZ

1986) A amostra foi triturada em gral e entatildeo transferida para um extrator contiacutenuo

de Soxhlet com refluxo da mistura de solventes clorofoacutermio-metanol (21 vv) ateacute o

liacutequido ficar liacutempido (PIORRECK 1984 OLGUIacuteN et al 2001) A fraccedilatildeo lipiacutedica total

juntamente com os solventes foram tratados em sistema evaporador rotativo a

vaacutecuo O material obtido reuacutene aacutecidos graxos trigliceriacutedeos fosfolipiacutedios

carotenoacuteides pigmentos fotossintetizantes esteroacuteides e hidrocarbonetos sendo

chamados de fraccedilatildeo lipiacutedica total (GIOIELLI 1997)

43323 Cinzas

O teor de cinzas das ceacutelulas secas foi determinado por aquecimento de acordo

com meacutetodo descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) 1g da amostra foi pesada em

caacutepsula de porcelana previamente aquecida em mufla a 550 ordmC resfriada em

dessecador ateacute a temperatura ambiente e pesada A amostra foi seca em estufa a

105 ordmC carbonizada e incinerada em mufla a 550 ordmC durante 4 horas tempo

necessaacuterio para obter peso constante Posteriomente resfriou-se a amostra em

dessecador durante 1 hora ateacute atingir a temperatura ambiente e pesada As cinzas

devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas

79

43324 Carboidratos totais

A porcentagem de carboidratos foi calculada pela diferenccedila entre e as

porcentagens dos demais componentes analisados na biomassa seca

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar

As determinaccedilotildees de CNHSO foram realizadas pela CE instruments flash

EA1112 series acoplada com um detector de condutividade teacutermica (TCD) Para as

anaacutelises de Carbono Nitrogecircnio Hidrogecircnio e Enxofre foi utilizada a meteonina (C =

4025 N = 939 H = 743 S = 2149) como padratildeo e para a anaacutelise de

oxigecircnio foi utilizado o aacutecido aspaacutertico (C = 3609 N = 1052 H =53 S =

000 O = 4908)

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS

Foram determinados pesando aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em

recipiente de estanho e adicionar V2O5 (oacutexido de vanaacutedio) para que toda a biomassa

seja carbonizada Utiliza-se gaacutes oxigecircnio (99995) para carregar as amostras e

fazer a combustatildeo a 900degC formando os compostos reduzidos N2 CO2 H20 e SO2

Esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde seratildeo separados e

posteriormente detectados por sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

usando o software EAGER 300 na qual fornece a porcentagem de N C H S

contida na amostra

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio

Pesar aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em recipiente de prata eleva-se

a temperatura a 1060degC onde ocorre a piroacutelise Durante a piroacutelise satildeo formados N2

CO e H2 estes satildeo filtrados onde os compostos halogenados satildeo retidos

Posteriormente esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde o CO eacute

separado dos outros gases utilizando gaacutes heacutelio como carreador detectados por

sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

44 Caacutelculos

441 Produtividade em etanol no regime permanente

Petanol = DEf (Equaccedilatildeo 1)

80

Onde Petanol = Produtividade em etanol (g L-1 h-1)

D = vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

442 Rendimento do etanol no regime permanente

η = 1005110

1

ARTi

Ef (Equaccedilatildeo 2)

Onde η = rendimento em etanol ()

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

ARTi = Accediluacutecares redutores totais no mosto de entrada no reator (g L-1)

0511 = rendimento teoacuterico (estequiomeacutetrico) da conversatildeo de glicose em

etanol

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis

Tc

XiXmPx

(Equaccedilatildeo 3)

Onde PX = produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Tc = tempo de cultivo (dias)

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis

Nt

VXiXmY NX

(Equaccedilatildeo 4)

81

OndeYXN = Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

V = volume do meio (L)

Nt = quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa

Foram escolhidos os principais aacutetomos (C H 0 N e S) que formam as

macromoleacuteculas proteiacutenas carboidratos lipiacutedios RNA e DNA Um C-mol de

biomassa eacute definida como CX1HX2NX3OX4SX5 e os coeficientes atocircmicos Xi satildeo

calculados a partir da Equaccedilatildeo 5

MMc

fc

MMi

fiXi (Equaccedilatildeo 5)

fi = fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

MMi = Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

fc = fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

MMc = Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

Exemplo

Para se calcular o coeficiente atocircmico do hidrogecircnio em 1 C-mol de biomassa

no experimento 1 (Fonte de Carbono cilindro fonte de nitrogecircnio nitrato

intensidade luminosa 60 μmol de foacutetons m-2 s-1)

Teor de hidrogecircnio na biomassa foi de 662 e o teor de carbono foi de 543

o que corresponde a 662 mg de hidrogecircnio e 543 mg de carbono em 1 g da

biomassa Logo substituindo esses valores na Equaccedilatildeo 5 se encontra o coeficiente

atocircmico do hidrogecircnio de 146

12

543

1

66HX

XH = 146

82

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa

O grau de reduccedilatildeo (γ) de um composto orgacircnico eacute definido como o nuacutemero de

eleacutetrons envolvido na sua oxidaccedilatildeo Esse valor eacute a somatoacuteria da multiplicaccedilatildeo entre

os coeficientes atocircmicos e seu respectivo grau de reduccedilatildeo (HEI JNEN 2001)

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos

A energia de Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular por

unidade de biomassa (1YGX kJC-mol) foi estimada de acordo com Heijnen (2001)

pela Equaccedilatildeo 6

G

GXGX

m

YY

max

11 (Equaccedilatildeo 6)

max

GXY eacute o rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs que

corresponde a um valor de 986 C-molX kJ-1 em cultivos fotoautotroacutefico com CO2

como fonte de carbono (HEIJNEN 2001)

Nesta equaccedilatildeo a velocidade especiacutefica de crescimento μ foi definida de

acordo com Leduy e Zajic (1973) como

1

ln1

i

i

X

X

t (Equaccedilatildeo 7)

Onde Xi e Xi-1 satildeo as concentraccedilotildees de biomassa no final e iniacutecio do intervalo de

tempo decorrido entre as duas determinaccedilotildees consecutivas (Δt = 1 dia) enquanto

que mG eacute a energia de Gibbs utilizada para a manutenccedilatildeo celular correspondendo a

712 kJ C-molX -1 h-1 a 30degC (HEIJNEN 2001)

A estimativa o nuacutemero de foacutetons (Einsteins) para sustentar o crescimento

autotroacutefico nPh foi necessaacuterio recorrer ao balanccedilo de energia de Gibbs tendo em

conta as contribuiccedilotildees de energia para o crescimento e manutenccedilatildeo 1YGX e a

absorccedilatildeo de 1 Einstein de foacutetons ΔgPh em adiccedilatildeo aqueles de formaccedilatildeo de

substratos e produtos Δgfi como descitos pela equaccedilatildeo

ΔgfHCO3- + ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfH

+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0 (Equaccedilatildeo 8)

83

O valor de ΔgPh = 2062 kJ mol-1 foi estimado atraveacutes da equaccedilatildeo

A

Ph

hcNg (Equaccedilatildeo 9)

Sendo h = 662610-34 J a constante de Planck c = 299108 m s-1 a velocidade da

luz NA = 6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1 o numero de Avogadro e λ = 580 nm o

comprimento de onda do foton absorvido (Li et al 2001)

Calculando os valores de ΔgPh e nPh eacute possiacutevel estimar a energia molar de

Gibbs absorvida pela equaccedilatildeo 10

ΔGa = nPh ΔgPh (Equaccedilatildeo 10)

A energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese (ΔGa) foi assumida como a

soma da energia fixada pelo sistema para aumentar o seu proacuteprio conteuacutedo

entaacutelpicos (ΔH) a energia transformada em ATP usada para o crescimento e

manutenccedilao celular (ΔGATP) e a liberada como calor (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0 (Equaccedilatildeo 11)

Onde ΔGATP e ΔH foram calculados a partir do nPh a energia de Gibbs associada a 1

ATP mol e a media da variaccedilatildeo de potencial entre FSI e FSII (TORRE et al 2003)

A produccedilatildeo molar de O2 (qO2) e o consumo de H+ (qH+) foram calculados de

acordo com Torre et al (2003) multiplicando-se os seus coeficientes

estequiomeacutetricos pela concentraccedilatildeo celular expressa em C-mol L-1 e usando a

composiccedilatildeo elementar da biomassa experimental

84

5 Planejamento experimental

Os experimentos realizados estatildeo descritos na Tabela 2 Os valores de

intensidade luminosa foram escolhidos em funccedilatildeo do trabalho de Watanabe e Hall

(1995) O valor de pH foi fixado em 95 plusmn 02 de acordo com trabalho de Sanchez-

Luna et al (2007) e Tredici e Zittelli (1998) As adiccedilotildees diaacuterias de ureacuteia foram fixadas

com base na necessidade de nitrogecircnio da ceacutelula calculadas a partir dos resultados

das produtividades celulares obtidos nos experimentos padrotildees realizados utilizando

a fonte convencional de nitrogecircnio (NaNO3)

Para a realizaccedilatildeo dos ensaios padrotildees a concentraccedilatildeo de NaNO3

(SCHLOumlSSER 1982) foi mantida acima de 1 g L-1 para evitar a limitaccedilatildeo do

crescimento pela fonte de nitrogecircnio A partir da curva de crescimento experimental

utilizando o nitrato como fonte de nitrogecircnio para cada intensidade luminosa

estudada obteacutem-se uma equaccedilatildeo que representa a curva de crescimento teoacuterica e a

partir desta calcula-se a produtividade celular diaacuteria Considerando que as ceacutelulas

possuem 7 de nitrogecircnio (BEZERRA 2006) calcula-se a quantidade diaacuteria de

nitrogecircnio necessaacuteria para o crescimento celular obtendo-se assim a equaccedilatildeo de

adiccedilatildeo de nitrogecircnio amoniacal Por isso eacute necessaacuterio realizar uma curva de

crescimento padratildeo com NaNO3 para cada condiccedilatildeo analisada (diferentes

intensidades luminosas) A exemplificaccedilatildeo do escrito acima esta representado no

Item 62

Tabela 2 - Planejamento experimental

Experimento

Intensidade luminosa

( mol de foacutetons m-

2 s-1)

Fonte de nitrogecircnio

Controle de pH por CO2 de cilindro

Controle de pH por CO2 de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica

1 60 NaNO3 Sim Natildeo

2 60 Ureacuteia Sim Natildeo

3 60 NaNO3 Natildeo Sim

4 60 Ureacuteia Natildeo Sim

5 120 NaNO3 Sim Natildeo

6 120 Ureacuteia Sim Natildeo

7 120 NaNO3 Natildeo Sim

8 120 Ureacuteia Natildeo Sim

9 240 NaNO3 Sim Natildeo

10 24 0 Ureacuteia Sim Natildeo

11 240 NaNO3 Natildeo Sim

12 240 Ureacuteia Natildeo Sim

valor fixado em 95 com uso de CO2

85

6 Resultados e discussatildeo

No item 61 estatildeo descritos os resultados dos testes preliminares da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica e no item 62 estatildeo apresentados os resultados dos

experimentos 1 ao 12 referentes aos acompanhamentos dos cultivos ao longo do

tempo A concentraccedilatildeo celular concentraccedilatildeo de carbonato de nitrato de amocircnia e

ureacuteia foram apresentadas neste item

As determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo celular foram feitas diariamente enquanto

que as medidas de concentraccedilatildeo de nitrato amocircnia ureacuteia e de carbonato total no

meio de cultura em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes de amostra necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas de dois em dois dias

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas e fator

de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas estatildeo descritos no item 63 As

determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo de clorofila foram realizadas no final de cada

experimento e estatildeo descritas no item 64 e a avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

teor de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas estatildeo descritos no item 65

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas atraveacutes de anaacutelise de multivariacircncia e

diferenccedila entre as meacutedias em niacutevel de 5 de significacircncia visando-se examinar a

influecircncia de cada variaacutevel independente para os paracircmetros cineacuteticos Xm Px e

YXN bem como para o conteuacutedo de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos cinzas e teores

de clorofila a

As anaacutelises dos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos de A platensis

utilizando CO2 de cilindro estatildeo descritas no item 66 e a comparaccedilatildeo entre o perfil

de crescimento da A platensis em duas diferentes configuraccedilotildees de fotobioreator

tubular estaacute descrito no item 67

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Antes de iniciar os experimentos acoplando a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

com a produccedilatildeo de A platensis foram realizados testes para avaliar a influecircncia da

clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular a homogeneidade

do reator as vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo no processo contiacutenuo de modo a

obter regime permanente e produccedilatildeo gases suficiente para a correccedilatildeo do pH

durante o cultivo de A platensis

86

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular

Inicialmente foi proposto utilizar o melaccedilo de cana-de-accediluacutecar clarificado e

esterilizado no entanto devido as dificuldade operacionais como por exemplo

grandes volumes de melaccedilo que seria utilizado para a manutenccedilatildeo do processo

contiacutenuo optou-se por utilizar o melaccedilo natildeo clarificado e natildeo esterilizado uma vez

que nas usinas brasileiras natildeo eacute empregado atualmente esse preacute-tratamento do

melaccedilo (LIMA et al 2001) Dhamija et al (1982) relata que os custos adicionais

para o preacute-tratamento de melaccedilo e da levedura reciclada pode limitar o uso do

processo Portanto a teacutecnica de reciclo de leveduras por centrifugaccedilatildeo e uso de

melaccedilo natildeo clarificado torna o processo mais econocircmico

O melaccedilo de cana-de-accediluacutecar possui aproximadamente 50 de accediluacutecares

(sacarose 25 a 40 glicose e frutose 12 a 35) aacutegua carboidratos cinzas

metais pesados compostos nitrogenados e em menor quantidade aacutecidos natildeo

nitrogenados (aacutecido ciacutetrico acido maacutelico oxaacutelico glicoacutelico) ceras esteroacuteides e

vitaminas (ROUKAS 1998) Vaacuterios fatores influenciam na composiccedilatildeo do melaccedilo ou

mel final os meacutetodos de fabricaccedilatildeo do accediluacutecar o tempo de armazenamento e as

regiotildees do plantio Este elevado teor de accediluacutecar eacute a razatildeo porque o melaccedilo eacute

largamente utilizado na induacutestria de fermentaccedilatildeo em particular produccedilatildeo de etanol

O emprego do melaccedilo natildeo tratado poderia influenciar a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular por massa seca uma vez que no melaccedilo conteacutem aleacutem da

sacarose diversos outros resiacuteduos que poderiam ficar retidos na membrana de

filtraccedilatildeo dificultando esse processo eou resultando no falso aumento da

concentraccedilatildeo celular Por isso realizou-se um teste para avaliar se o natildeo tratamento

do melaccedilo influenciaria na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular Os resultados e a

anaacutelise estatiacutestica da diferenccedila entre as meacutedias estatildeo descritos na Tabela 3

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado

Melaccedilo natildeo clarificado (gL-1) Melaccedilo clarificado (gL-1)

1110 1010

1094 1074

1082 1004

Meacutedia = 109 plusmn 014ordf Meacutedia = 103 plusmn 040a

Diferenccedila percentual = 640

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

87

Como se pode observar na Tabela 3 as meacutedias da concentraccedilatildeo celular

determinada por massa seca foram estatisticamente iguais nas duas condiccedilotildees de

melaccedilo avaliadas melaccedilo clarificado e melaccedilo natildeo clarificado Com esses

resultados optou-se utilizar o melaccedilo natildeo clarificado uma vez que no acircmbito

industrial o processo de clarificaccedilatildeo aumenta os custos operacionais resultando em

um aumento dos custos do produto final Por isso estudos sobre os preacute-tratamentos

do melaccedilo de cana-de-accediluacutecar tecircm sido desenvolvidos para que viabilizem natildeo soacute a

obtenccedilatildeo dos produtos mas tambeacutem as etapas de recuperaccedilatildeo e purificaccedilatildeo sem

aumento excessivo no custo do processo (VALDUGA et al 2007)

612 Teste de homogeneidade do reator

O teste de homogeneidade no reator foi realizado com o objetivo de se avaliar

se as amostras retiradas em qualquer lugar do reator podem ser consideradas

equivalentes com um risco de erro estatisticamente determinado neste trabalho em

10 Para isso o teste de homogeneidade foi realizado de acordo com Koshimizu et

al (1983)

Na Tabela 4 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular e o logaritmo

da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo com uma vazatildeo de alimentaccedilatildeo de

0124 h-1 A homogeneidade do reator eacute verificada se a queda da concentraccedilatildeo

celular for uma funccedilatildeo exponencial

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo

Tempo (horas) [X] (g L-1) Ln X

05 89 094939 10 72 085733 15 62 079379

20 57 075587

25 50 070070 30 46 066651 35 39 059988 40 33 051851 45 30 048287 50 25 039445

Aplicando-se o logaritmo neperiano aos valores do [X] (Tabela 4) e

construindo um graacutefico ln X em funccedilatildeo do tempo obtecircm-se a equaccedilatildeo da reta onde

o coeficiente angular da reta obtida eacute igual agrave vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo do

sistema teoacuterico (Dt)

88

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo

O valor de Dt obtido pela reta eacute igual a 0115 h-1 que se comparado ao valor

calculado 0124 h-1 apresenta uma diferenccedila de 78 indicando que o sistema

pode ser considerado homogecircneo (KOSHIMIZU et al 1983)

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D)

O efeito da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D 01 h-1 005 h-1 e 0025 h-1) na

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi avaliada para a produccedilatildeo de etanol Os

resultados satildeo mostrados nos Graacuteficos de 5 a 7

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e

accediluacutecar redutor total (ART) para D = 01 h-1

y = -01151x + 09884 Rsup2 = 09912

0010203040506070809

1

0 1 2 3 4 5 6

Ln

X

Tempo (h)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

89

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1

Como se pode observar nos Graacuteficos de 5 a 7 foi possiacutevel a obtenccedilatildeo do

regime permanente nos 3 valores de D empregados indicando a adequaccedilatildeo desses

valores e da concentraccedilatildeo de ART agrave velocidade de crescimento do micro-organismo

Nos ensaios de fermentaccedilatildeo contiacutenua a condiccedilatildeo de estado estacionaacuterio foi

obtida apoacutes trecircs tempos de residecircncia sem qualquer tipo de problema operacional

como obstruccedilatildeo do tubo de retirada de caldo crescimento na parede e mistura

imperfeita O Graacutefico 5 mostra um resultado tiacutepico em termos de perfis de

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

90

concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de glicose (S) e concentraccedilatildeo de etanol (E)

No estado estacionaacuterio (D = 01 h-1) a concentraccedilatildeo de ART residual na saiacuteda do

reator foi de 9421plusmn449 g L-1 a concentraccedilatildeo celular foi de 547plusmn047 g L-1 e a

concentraccedilatildeo de etanol de 4169plusmn163 g L-1 Com a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de

alimentaccedilatildeo para D = 005 h-1 (Graacutefico 5) a concentraccedilatildeo de glicose residual reduziu

para cerca de 4780plusmn870 g L-1 e as concentraccedilotildees de etanol e celular aumentaram

para 4542plusmn31 g L-1 e 618plusmn077 g L-1 respectivamente devido ao maior tempo de

residecircncia nessa segunda condiccedilatildeo Reduzindo a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

para 0025 h-1 (Graacutefico 6) a concentraccedilatildeo de etanol aumentou para 553plusmn757 g L-1

Isso porque menor a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo maior o tempo de contato

entre as ceacutelulas e o accediluacutecar convertendo-o mais eficientemente no etanol Esse

resultado mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo aumenta a

produtividade em etanol

Similarmente Perego Jr (1979) observaram que a diminuiccedilatildeo da vazatildeo

especiacutefica de 0117 para 0049 h-1 durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

menores foram os valores de ART residual 58 g L-1 e 28 g L-1 respectivamente Por

outro lado a concentraccedilatildeo de etanol aumentou de 496 g L-1 para 68 g L-1 e a

concentraccedilatildeo celular reduziu de 67 g L-1 para 53 g L-1 Esses valores diferiram do

presente trabalho devido agraves diferentes cepas de Saccharomyces cerevisieae bem

como o melaccedilo utilizado O melaccedilo por ser um produto natural varia de composiccedilatildeo

de acordo com o clima solo tempo de colheira

Na Tabela 5 mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo levou a

um aumento no rendimento do processo obtendo maior valor de 636 no emprego

de D igual a 0025 h-1 O aumento na vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo proporciona

um aumento do fluxo de entrada de accediluacutecar provavelmente superior ao aumento da

velocidade de consumo levando a uma diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

aumento da concentraccedilatildeo de ART residual e consequentemente diminuiccedilatildeo da

eficiecircncia de transformaccedilatildeo O rendimento representa a eficiecircncia da fermentaccedilatildeo

alcooacutelica tomando como base a equaccedilatildeo estequiomeacutetrica de Gay-Lussac onde a

relaccedilatildeo teoacuterica para 100 de eficiecircncia de conversatildeo de hexose em etanol eacute de

0511g de etanol produzido para cada grama de hexose consumida

91

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1

D (h-1)

XP (gL-1)

ARTf

(gL-1) Ef

(gL-1) η

() Px

(g L-1 h-1) Pe

(g L-1 h-1)

0100 547plusmn047 942plusmn449 417plusmn163 4799 055 417

0050 618plusmn077 478plusmn870 454plusmn310 5229 031 227

0025 609plusmn054 532plusmn567 553plusmn757 6364 015 138

D vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo Xp meacutedia dos valores de concentraccedilatildeo celular ao longo do regime permanente e seus desvios padrotildees ARTf accediluacutecares redutores totais no caldo fermentado Ef oncentraccedilatildeo de etanol no caldo fermentado η Rendimento do processo Px Produtividade em ceacutelulas Pe Produtividade em etanol

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica vaacuterios fatores podem influenciar no rendimento do

processo ou seja a conversatildeo de accediluacutecar em etanol entre eles a concentraccedilatildeo de

accediluacutecar e o fluxo pelo qual ele eacute adicionado e removido do reator (em processos

contiacutenuos) pH concentraccedilatildeo celular presenccedila de bacteacuterias contaminantes e o tipo

de processo adotado Na induacutestria o rendimento do processo eacute calculado baseado

na concentraccedilatildeo de accediluacutecar total que entra no sistema fermentativo sem considerar o

accediluacutecar residual podendo ser maior que 90 a 93 do valor teoacuterico da conversatildeo de

glicose em etanol (INGLEDEW 1999)

O processo de fermentaccedilatildeo mais comumente utilizado nas destilarias do

Brasil eacute utilizando a recuperaccedilatildeo de leveduras atraveacutes da centrifugaccedilatildeo do vinho

Aproximadamente 90 da levedura satildeo reutilizadas de uma fermentaccedilatildeo para a

proacutexima Esta suspensatildeo de fermento diluiacutedo e acidificado conhecido na praacutetica

com o nome de peacute-de-cuba permanece em agitaccedilatildeo de uma a trecircs horas antes de

retornar agrave dorna de fermentaccedilatildeo resultando em altas densidades celulares dentro

do reator (10-17 pv) e contribuindo para um tempo de fermentaccedilatildeo curto Isso

favorece a valores de conversotildees teoacutericos de accediluacutecares em etanol de 90 a 92

(BASSO et al 2008) valores maiores do que os obtidos no presente trabalho

(Tabela 5)

Em termos de produtividades a Tabela 5 mostra que as maacuteximas

produtividades em ceacutelulas (Px) e em etanol (Pe) foram obtidas para um alto valor de

D (01 h-1) de cerca de 055 g L-1 h-1 e 417 g L-1 h-1 respectivamente Por outro

92

lado nessas condiccedilotildees o rendimento em etanol obteve menor valor (48) Quando

a taxa de diluiccedilatildeo eacute alta os accediluacutecares satildeo adicionados a uma velocidade mais raacutepida

do que satildeo consumidos logo a perda de accediluacutecar aumenta e a concentraccedilatildeo de

etanol reduz diminuindo consequentemente a eficiecircncia do processo Como se pode

observar no trabalho de Melzoch et al (1991) a produtividade de etanol maacutexima foi

de 15 g L-1 h-1 no regime permanente com uma concentraccedilatildeo de S cereviseae de 46

g L-1 e concentraccedilatildeo de etanol de 81 g L-1 em bioreator agitado continuamente com

reciclo total de ceacutelulas utilizando a ultrafiltraccedilatildeo

Nas condiccedilotildees adotadas nessa fermentaccedilatildeo com ART de 170gL-1 optou-se

por aplicar D igual a 0025 h-1 por obter um maior valor de rendimento alcooacutelico e

gerar CO2 suficiente a ser incorporado nos cultivos de A platensis em fotobiorreator

tubular

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste

De acordo com os resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas

foram encontrados nos gaacutes de arraste da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

predominacircncia de (CO2) pequenas proporccedilotildees de etanol (C2H6O) e elementos

traccedilos de acetaldeiacutedo (C2H4O) Isso estaacute de acordo com Romano et al (2003) que

relataram as transformaccedilotildees quiacutemicas durante a fermentaccedilatildeo por leveduras

produzem principalmente CO2 e etanol e em menores quantidades a formaccedilatildeo de

CVOs Basso et al (1996) relata que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura

os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de

gaacutes carbocircnico e o restante satildeo formados por outros compostos orgacircnicos tais como

glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos

majoritaacuterios produzidos durante a fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por

Saccharomyces cerevisiae encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol

aacutelcool isoamiacutelico acetato de etila (CAEHOT et al 1991)

93

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis

Experimento 1

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 405 plusmn 27 1155 plusmn 000

1 590 plusmn 32 -

2 884 plusmn 24 1193 plusmn 027

3 1248 plusmn 202 -

4 1368 plusmn 99 1186 plusmn 026

5 1914 plusmn 19 -

6 2292 plusmn 103 1131 plusmn 021

7 2379 plusmn 46 -

8 2899 plusmn 17 1124 plusmn 021

9 2831 plusmn 22 -

10 2952 plusmn 76 1106 plusmn 064

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

94

Experimento 2

Fonte de nitrogecircnio = ureacuteia Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de

nitrogecircnio (mM dia -1)

0 0484

1 0691

2 0832

3 0906

4 0913

5 0853

6 0726

7 0533

8 0277

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

0 2 4 6 8 10

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

95

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 406 plusmn 000 1155 plusmn 000 - -

1 534 plusmn 49 - - -

2 906 plusmn 18 1155 plusmn 027- 132E-05 240E-04

3 1059 plusmn 37 - - -

4 1538 plusmn 137 1290 plusmn 004 136E-05 197E-04

5 2003 plusmn 94 - - -

6 2330 plusmn 28 1154 plusmn 125 135E-05 212E-04

7 2602 plusmn 25 - - -

8 2847 plusmn 0 1002 plusmn 089 338E-06 827E-04

9 2869 plusmn 14 - - -

10 2847 plusmn 56 1078 plusmn 018 681E-04

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

96

Experimento 3

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 490plusmn0 1155 plusmn 000

1 591plusmn92 -

2 1193plusmn87 1224 plusmn 05

3 1430plusmn10 -

4 1959plusmn197 1234 plusmn 023

5 2161plusmn171 -

6 2445plusmn48 129 plusmn 005

7 2621plusmn102 -

8 2789plusmn82 1138 plusmn 104

9 2782plusmn125 -

10 2832plusmn89 111 plusmn 104

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 5 10 15

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

97

Experimento 4

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa = 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 086

1 088

2 088

3 084

4 078

5 068

6 055

7 039

8 020

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

0 2 4 6 8 10

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

98

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 494plusmn0 1155plusmn000 - 284E-04

1 618plusmn74 - - -

2 1213plusmn59 1139 plusmn 069 218E-04

3 1498plusmn33 - - -

4 1874plusmn76 1095 plusmn 05 324E-05 221E-04

5 2250plusmn44 - - -

6 2516plusmn147 1083 plusmn 139 42E-04 829E-04

7 2694plusmn105 - - -

8 2867plusmn28 1086 plusmn 091 13E-03 308E-05

9 2871plusmn34 - -

10 2860plusmn61 118 plusmn 071 35E-04 202E-03

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

99

Experimento 5

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 406 plusmn 0 1155 plusmn 000

1 529 plusmn 22 -

2 894 plusmn 4 1155 plusmn 080

3 1401 plusmn 76 -

4 2118 plusmn 82 1191 plusmn 136

5 2584 plusmn 50 -

6 3209 plusmn 110 1134 plusmn 003

7 3262 plusmn 115 -

8 3302 plusmn 100 1212 plusmn 000

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

100

Experimento 6

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 0485

1 1010

2 1335

3 1462

4 1389

5 1117

6 0645

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

101

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 309 plusmn 00 1155 plusmn 000 - -

1 548 plusmn 10 - - -

2 797 plusmn 7 1117 plusmn 134 214E-05 197E-05

3 1267 plusmn 163 - - -

4 2062 plusmn 92 1101 plusmn 004 291E-06 182E-06

5 2558 plusmn 170 - - -

6 2980 plusmn 103 1253 plusmn 058 119E-06 252E-06

7 3093 plusmn 234 - - -

8 3266 plusmn 50 1033 plusmn 004 275E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

102

Experimento 7

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 477 plusmn000 1155 plusmn 000

1 954 plusmn135 -

2 1151 plusmn140 1224 plusmn 080

3 1667 plusmn70 -

4 2165 plusmn256 1233 plusmn 136

5 2516 plusmn147 -

6 2969 plusmn23 1134 plusmn 035

7 2827 plusmn28 -

8 2969 plusmn59 1112 plusmn 114

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

103

Experimento 8

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 105

1 115

2 117

3 110

4 095

5 070

6 037

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

104

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 445 plusmn0 1155 plusmn 000 - -

1 767 plusmn46 - - -

2 1053 plusmn50 1117 plusmn 134 430E-04 307E-05

3 1554 plusmn31 - - -

4 2158 plusmn143 1101 plusmn 004 477E-04 273E-06

5 2552 plusmn87 - - -

6 2952 plusmn35 1253 plusmn 058 166E-04 54E-06

7 3048 plusmn96 - - -

8 3079 plusmn86 1033 plusmn 004 367E-05 194E-06

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

105

Experimento 9

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 410 plusmn 0 1155plusmn000

1 815 plusmn 94 -

2 1297 plusmn 206 1117plusmn027

3 2174 plusmn 90 -

4 2625 plusmn 297 1264plusmn033

5 2994 plusmn 213 -

6 3291 plusmn 207 1246plusmn112

7 3422 plusmn 172 -

8 3299 plusmn 117 1045plusmn064

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

106

Experimento 10

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 101

1 134

2 148

3 145

4 123

5 083

6 025

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

107

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 402 plusmn 000 1155plusmn000 - -

1 461 plusmn 62 - - -

2 839 plusmn 139 1003 plusmn 080 27994E-05

3 1705 plusmn 89 - - -

4 2663 plusmn 95 1120 plusmn 130 153E-05 65768E-06

5 3015 plusmn 78 - - -

6 3236 plusmn 72 1101 plusmn 058 178E-05 95016E-05

7 3307 plusmn 30 - - -

8 3293 plusmn 113 1200 plusmn 017 232E-06 75662E-05

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

Xm

(m

gL

-1)

Tempo (dias)

108

Experimento 11

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 358plusmn0 1155plusmn000

1 976plusmn53 -

2 1298plusmn61 1003plusmn27

3 1928plusmn78 -

4 2428plusmn207 1141plusmn014

5 2834plusmn199 -

6 3102plusmn130 1053plusmn161

7 2969plusmn59 -

8 3109plusmn19 965plusmn079

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

109

Experimento 12

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 107

1 126

2 132

3 126

4 107

5 077

6 033

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

110

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 400plusmn0 1155plusmn000 - -

1 625plusmn228 - - -

2 1095plusmn802 1003 plusmn 080 477E-05

3 1562plusmn357 - -

4 1912plusmn47 1120 plusmn 130 95E-05 110E-04

5 2609plusmn231 - -

6 3071plusmn111 1101 plusmn 058 220E-05 126E-04

7 3180plusmn820 - -

8 3200plusmn734 1200 plusmn 017 25E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12

Resultados do processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de Arthrospira

(Spirulina) platensis utilizando CO2 proveniente de cilindro ou de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica com diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato de soacutedio ou ureacuteia) e intensidade

luminosas (60 120 ou 240 mol de foacutetons m-2 s-1) podem ser observados nos

Graacuteficos 8 10 11 13 14 17 18 20 22 23 e 26

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

111

Os perfis das curvas de crescimento foram semelhantes com ausecircncia da fase

lag no cultivo de A platensis no iniacutecio do cultivo crescendo exponencialmente e

estabilizando na fase estacionaacuteria As diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato e ureacuteia)

utilizadas nas diferentes intensidades luminosas (60 120 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1

avaliadas) natildeo influenciaram nos perfis das curvas de crescimento Essa

caracteriacutestica foi observada em trabalhos anteriores de Pelizer et al (2003) e Danesi

et al (2002) Isso se deve a semelhanccedila nas condiccedilotildees de crescimento tais como

composiccedilatildeo quiacutemica do meio de cultura e temperatura de crescimento entre a

preparaccedilatildeo do inoacuteculo e o cultivo Outro fator eacute que as ceacutelulas para a preparaccedilatildeo do

inoacuteculo estavam na fase exponencial de crescimento isto eacute o inoacuteculo era um cultivo

jovem constituiacutedo de ceacutelulas ativas De fato Pelizer et al (2003) que trabalharam

com KNO3 como fonte de nitrogecircnio relataram a influecircncia da idade do inoacuteculo no

crescimento da S platensis comprovando que a utilizaccedilatildeo de inoacuteculo no 6ordm dia de

cultivo proporcionou maiores valores no crescimento celular em cultivos realizados

em minitanques Nessas condiccedilotildees tambeacutem natildeo detectaram fase lag de

crescimento

Autores como Danesi et al (2002) trabalhando com ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio tambeacutem natildeo observaram a presenccedila de fase lag no cultivo de S

platensis De fato mesmo em cultivos onde o inoacuteculo foi cultivado em meio com

nitrato como eacute o caso do presente trabalho seria esperado que o uso de fontes de

nitrogecircnio que levem agrave presenccedila de amocircnia no meio de cultivo natildeo apresentasse

fase lag de crescimento celular pois a amocircnia eacute a fonte de nitrogecircnio

preferencialmente utilizada pela S platensis (BOUSSIBA 1989 BELKIN

BOUSSIBA 1991b)

A fonte de nitrogecircnio no meio de cultura eacute nutriente fundamental para o

crescimento de micro-organismos fotossintetizantes (WEN CHEN 2001) Diferentes

fontes de nitrogecircnio inorgacircnico para o cultivo de S platensis tem sido estudados tais

como cloreto de amocircnio (CARVALHO et al 2004) sulfato de amocircnio (SOLETTO et

al 2005) nitrato de amocircnio fosfato de amocircnio (COSTA et al 2001) nitrato de soacutedio

(SCHLOumlSSER 1982) nitrato de potaacutessio (PAOLLETI 1975) e ureacuteia (SAacuteNCHEZ-

LUNA et al 2004)

Comparando-se os cultivos com nitrato (Graacuteficos 8 11 14 17 20 e 23) e os

cultivos com ureacuteia (Graacuteficos 10 13 16 19 22 e 25) para cada intensidade luminosa

e fonte de CO2 estudada observam-se que as curvas de crescimento dos cultivos e

112

as concentraccedilotildees celulares diaacuterias com ureacuteia foram semelhantes as curvas de

crescimentos e as concentraccedilotildees celulares diaacuterias utilizando nitrato Isso mostra que

a equaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo com ureacuteia (Graacuteficos 9 12 15 18 21 e 24) obtida em

cada intensidade luminosa e fonte de CO2 reproduziu seu respectivo cultivo

utilizando o nitrato

Como pode ser observado nas Tabelas 8 1114 17 20 e 23 as concentraccedilotildees

de amocircnia e ureacuteia residual durante os cultivos sempre apresentaram concentraccedilotildees

inferiores ou proacuteximas 10-4 molar mostrando que natildeo houve acuacutemulo de amocircnia e

ureacuteia residual nos cultivos e essa concentraccedilatildeo tambeacutem satildeo consideradas natildeo

toacutexicas pois esta concentraccedilatildeo torna-se toacutexica numa concentraccedilatildeo acima de 10 mM

e inibitoacuteria na concentraccedilatildeo de 17 mM a 2 mM (ABELIOVICH AZOV 1976

CARVALHO et al 2004 CONVERTI et al 2006b)

O nitrato eacute fonte de nitrogecircnio convencional nos cultivos de micro-oganismo e eacute

encontrado em abundacircncia em ambientes naturais No entanto o emprego de

nitrato em meio sinteacutetico utilizado na produccedilatildeo comercial de micro-organismos

pode aumentar custo do produto final Por isso fontes de nitrogecircnio alternativas tecircm

sido estudadas visando agrave reduccedilatildeo nos custo de produccedilatildeo

Ureacuteia tem sido considerada uma fonte alternativa de nitrogecircnio no cultivo de S

platensis por proporcionar um aumento da concentraccedilatildeo celular (SASSANO et al

2004 SOLETTO et al 2005 DANESI et al 2004) e por ter alta competitividade

econocircmica Isso decorre do seu baixo custo e alto conteuacutedo de nitrogecircnio tendo

como consequumlecircncia o baixo custo por unidade de nitrogecircnio quando comparada a

outras fontes de nitrogecircnio

A ureacuteia quando hidrolisada origina duas moleacuteculas de amocircnia e uma de

dioacutexido de carbono Essa conversatildeo ocorre primeiramente quando a ureacuteia

(CO(NH2)2) combina com a aacutegua (hidroacutelise) e forma o carbonato de amocircnio

((NH4)2CO3) Esse composto eacute instaacutevel e decompotildee para formar o gaacutes amocircnia (NH3)

e o dioacutexido de carbono (CO2) (DORN 2007) A amocircnia por sua vez eacute uma moleacutecula

pequena e natildeo carregada que se move relativamente livre atraveacutes da bicamada

lipiacutedica Um possiacutevel mecanismo para a assimilaccedilatildeo da amocircnia pode envolver a

simples difusatildeo da amocircnia seguindo pelo seu aprisionamento atraveacutes da

protonaccedilatildeo uma vez que dependendo do pH (pH 8) em que se encontra a amocircnia

reage com a aacutegua formando o iacuteon amocircnio (NH4+) Portanto a membrana eacute

permeaacutevel agrave amocircnia mas impermeaacutevel ao iacuteon amocircnio (BOUSSIBA et al 1984)

113

Costa et al (2001) em estudos comparativos usando diferentes fontes de

nitrogecircnio em processo descontiacutenuo no cultivo de S platensis observaram que

001 M de ureacuteia ou nitrato de amocircnio proporcionaram maiores concentraccedilotildees

celulares de aproximadamente 1g L-1 natildeo diferindo estatisticamente do cultivo com

o nitrato de soacutedio No entanto nos cultivos com maiores concentraccedilotildees dessas

fontes de nitrogecircnio (003 M e 005 M) natildeo houve crescimento celular

Costa et al (2004) avaliaram o crescimento da S platensis na lagoa Mangueira

suplementando ureacuteia por processo descontiacutenuo alimentado e observaram um

aumento de 267 vezes na concentraccedilatildeo da biomassa no cultivo suplementado com

1125 mg L-1 de ureacuteia quando comparada nos cultivos natildeo suplementado com ureacuteia

No entanto nos cultivos com 2250 mg L-1 de ureacuteia houve uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo celular Isso sugere que a adiccedilatildeo de ureacuteia na lagoa Mangueira eacute

beneacutefica ao crescimento da S platensis mas se adicionada em altas concentraccedilotildees

podem inibir o crescimento Por outro lado Soletto et al (2005) compararam cultivos

de S platensis utilizando processo descontiacutenuo com a mesma concentraccedilatildeo de

sulfato de amocircnio ou ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e observaram que na

concentraccedilatildeo de 17 mM houve um raacutepido crescimento da biomassa quando

utilizado ureacuteia e houve uma inibiccedilatildeo no crescimento quando utilizado o sulfato de

amocircnio Como sugerido em trabalhos preacutevios a accedilatildeo simultacircnea das condiccedilotildees

alcalina (DANESI et al 2002) e a accedilatildeo da urease (CARVAJAL et al 1982

SHIMAMATSU 2004) poderia ter promovido a hidroacutelise da ureacuteia em amocircnia

acoplado com a assimilaccedilatildeo da amocircnia pelas ceacutelulas minimizando portanto a

inibiccedilatildeo pela amocircnia

Sassano et al (2004) observaram que utilizando 500 mg L-1 de massa total de

ureacuteia alimentada durante 12 dias proporcionou aumento na concentraccedilatildeo de S

platensis em minitanques quando comparadas ao emprego do nitrato

Su et al (2007) observaram que o maior desempenho em termos de

rendimento de biomassa e conteuacutedo de lipiacutedios durante o crescimento da Isochrysis

galbana foi no meio contendo ureacuteia como fonte de nitrogecircnio indicando que a ureacuteia

eacute a fonte preferencial de nitrogecircnio em relaccedilatildeo ao (NH4)2SO4 e NH4Cl

O emprego da ureacuteia pode levar a inibiccedilatildeo do crescimento celular Em condiccedilatildeo

alcalina ou a presenccedila de urease no meio de cultivo hidrolisa uma moleacutecula de ureacuteia

em duas moleacuteculas de amocircnia e esta em altas concentraccedilotildees eacute considerada toacutexica

para as ceacutelulas (SASSANO et al 2004) Por outro lado quando em baixas

114

concentraccedilotildees podem limitar o crescimento uma vez que a presenccedila nitrogecircnio eacute

fundamental para o crescimento e manutenccedilatildeo celular Por isso o modo de adiccedilatildeo

de ureacuteia eacute importante para melhorar a produtividade do cultivo

O modo de alimentaccedilatildeo empregado no cultivo de ureacuteia pode prevenir o

acuacutemulo ou a falta desse nutriente no cultivo Sanchez-Luna et al (2004) relataram

que a adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia a uma taxa constante pode ser usada no cultivo de S

platensis implicando em baixo custo na produccedilatildeo da biomassa por natildeo precisar de

bombas para alimentaccedilatildeo

A baixa concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no cultivo limita o crescimento celular Por

outro lado a alta concentraccedilatildeo de nitrogecircnio inibe o mesmo Deste modo foram

feitos cultivos de A platensis utilizando a fonte de nitrogecircnio convencional (NaNO3)

para se observar a necessidade diaacuteria de nitrogecircnio consumida pelas ceacutelulas nas

diferentes intensidades luminosas e com base nessas curvas de crescimento

obtidas foram calculadas as quantidades de ureacuteia diaacuteria necessaacuterias visando evitar

a limitaccedilatildeo ou inibiccedilatildeo de crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio como pode-se

observar nas Tabelas 7 9 10 13 16 19 e 22 Aleacutem disso foi empregado o

processo descontiacutenuo alimentado que deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da A platensis desde que a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio

soluacutevel possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

Outro fator importante no crescimento celular de micro-organismos

fotossintetizantes eacute a intensidade luminosa Nas culturas fotossinteacuteticas a

quantidade de energia luminosa captadas pelas ceacutelulas tem uma relaccedilatildeo direta com

a capacidade de fixaccedilatildeo do CO2 consequentemente a luz determina a

produtividade e a taxa de crescimento celular As diferentes intensidades luminosas

estudadas influenciaram nas concentraccedilotildees celulares maacuteximas Um aumento da

intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 para 120 mol de foacutetons m-2 s-1

houve um aumento no valor da concentraccedilatildeo celular maacutexima No entanto um

aumento da intensidade luminosa de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 para 240 mol de

foacutetons m-2 s-1 as concentraccedilotildees celulares maacuteximas obtiveram valores proacuteximos

Geralmente a taxa de crescimento das ceacutelulas microalgas aumenta com a

intensidade luminosa e a taxa atinge um valor de saturaccedilatildeo quanto maior for a

intensidade luminosa porque o excesso da energia luminosa natildeo pode ser utilizada

para a fotossiacutentese nas ceacutelulas e quando submetidas a um valor de intensidade

115

luminosa ainda maior o crescimento celular eacute reprimido como relatado por Hirata et

al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a)

Segundo Hirata et al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a) existe uma

correlaccedilatildeo entre o crescimento da Arthrospira ssp e a intensidade luminosa que satildeo

definidas por regiotildees denominadas regiatildeo limitada por luz saturada por luz e inibida

por luz A regiatildeo saturada por luz eacute definida como alta intensidade luminosa onde o

crescimento celular independe da intensidade luminosa Essa regiatildeo saturada por

luz pode ser observada no presente trabalho uma vez que o aumento da

intensidade luminosa natildeo interferiu na concentraccedilatildeo celular maacutexima O intervalo da

intensidade luminosa dessas regiotildees depende de vaacuterios fatores como configuraccedilatildeo

do reator micro-organismo condiccedilotildees de cultivo

S platensis cultivada em reator retangular alcanccedilou um aumento no valor da

velocidade especiacutefica de crescimento com o aumentou da intensidade luminosa de 8

a 34 W m-2 mas foi reduzido quando a intensidade luminosa aumentou de 34 W m-2

(156 mol de foacutetons m-2 s-1) para 158 W m-2 (724 mol de foacutetons m-2 s-1) e foi

completamente reprimida a 158 W m-2 (HIRATA et al 1998) Chojnacka e Noworyta

(2004a) avaliando o cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular

tambeacutem concluiacuteram que a velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o

aumento da intensidade luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa e acima desse valor

(50 W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo

Nos cultivos sob maiores intensidades luminosas (120 e 240 mol de foacutetons m-2

s-1) desenvolveram uma coloraccedilatildeo amarelada no decorrer do cultivo por outro lado

no cultivo a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 as ceacutelulas apresentaram uma coloraccedilatildeo mais

verde-azulada claacutessica Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees limitantes de

nitrogecircnio o conteuacutedo de clorofila da S platensis diminui apresentando uma

coloraccedilatildeo verde-amarelada ao contraacuterio da coloraccedilatildeo verde-azulada claacutessica

(CARVALHO et al 2004) No entanto no presente estudo como natildeo houve

limitaccedilatildeo de nitrogecircnio durante os cultivos essa coloraccedilatildeo amarelada pode ser

devido agrave alta intensidade luminosa uma vez que as intensidades luminosas

estudadas atingiram a regiatildeo saturado por luz como definido por Hirata et al (1998)

e Chojnacka e Noworyta (2004a) Do mesmo modo Vonshak et al (1996) relataram

que o crescimento da S platensis torna-se saturado a um intervalo de 150 a 200

116

mol de foacutetons m-2 s-1 e esta faixa da intensidade luminosa corresponde a

aproximadamente de 10-15 da radiaccedilatildeo solar total a 400-700 nm

Geralmente o pH do meio aumenta durante o crescimento celular devido agrave

assimilaccedilatildeo da fonte de carbono o bicarbonato durante a fotossiacutentese (WATANABE

et al 1995 BINAGHI et al 2003) Os iacuteons bicarbonato satildeo transportados

ativamente para o interior celular convertidos a carbonato e gaacutes carbocircnico que eacute

utilizado na fotossiacutentese Para cada moleacutecula de CO2 utilizada pela ceacutelula ocorre a

liberaccedilatildeo de um iacuteon carbonato O pH da cultura foi mantido a 95 02 (SANCHEZ-

LUNA et al 2007 TREDICI ZITTELLI 1998) logo o CO2 consumido pelo micro-

organismo foi reposto por CO2 natildeo havendo modificaccedilotildees severas do pH o que

acarretaria uma reduccedilatildeo no crescimento da S platensis Valores de pH altos por

exemplo acima de 11 pode ser um fator no qual restringe a produtividade no

sistema air-lift usando ar natildeo suplementado com CO2 (WATANABE et al 1995)

Normalmente culturas de microorganismos fotossinteacuteticos usam como fonte

de carbono o bicarbonato eou carbonato Estes nutrientes satildeo adicionados em

grande quantidade no meio Schloumlsser para o cultivo de A platensis (1208 g L-1)

Adicionalmente estes micro-organismos tecircm a capacidade de fixar CO2 como fonte

de carbono na qual eacute liberado pelos efluentes industriais Logo este CO2 pode ser

adicionado ou substituiacutedo no meio de cultura reduzindo os custos da produccedilatildeo de

microorganismos fotossinteacuteticos bem como reduzindo os problemas ambientais

causados por esse gaacutes

O sequestramento de CO2 mostrou ser efetivo nas ceacutelulas de Chlorella

vulgaris e a presenccedila da mistura de CVOs (benzeno tolueno acetona metanol e

naftaleno) presente no efluente natildeo interferiu no uso desse CO2 e adicionalmente

11 dos CVOs foram removidos (KEFFER KLEINHEINZ 2002)

Diferentes autores relataram sobre o crescimento mixotroacutefico da A platensis

na presenccedila de glicose (ZHANG et al 1998 CHOJNACKA NOWORYTA 2004) ou

acetato (CHEN et al 2006) Maacuterquez et al (1993) mostraram que a S platensis eacute

capaz de crescer heterotroficamente ou mixotroficamente na presenccedila de glicose

sugerindo que o crescimento autotroacutefico e heterotroacutefico satildeo independentes Em

cultivos mixotroacuteficos o CO2 e composto orgacircnico satildeo assimilados conjuntamente

podendo ser um processo mais eficiente para a produccedilatildeo de biomassa microalgal

desde que isto implica em uma economia em energia usada para a siacutentese do

aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo do carbono (LEE 2004) Chen et al (2006)

117

mostraram que o acetato pode ser usado como fonte de carbono em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis para a produccedilatildeo de vaacuterios pigmentos fotossinteacuteticos e

obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo de biomassa maacutexima (165 g Lminus1) na qual obtiveram

valores maiores que usando apenas bicarbonato (108 g L-1)

Menzyanova et al (2002) observaram que a adiccedilatildeo de pequenas quantidades

de etanol (01 - 03) aumentou a concentraccedilatildeo de Dunaliella viridis enquanto que

em quantidades maiores que 05 natildeo houve efeito no crescimento A adiccedilatildeo

muacuteltipla e sucessiva de etanol no cultivo favoreceu a um acuacutemulo de etanol no meio

de cultivo o que provocou uma inibiccedilatildeo o crescimento da D viridis quando a

concentraccedilatildeo de etanol foi de 03 e causou a morte celular na concentraccedilatildeo de

etanol de 05

Apesar do etanol ser o CVO predominante no material gasoso sua proporccedilatildeo

em relaccedilatildeo ao CO2 eacute pequena (resultados obtidos pelo instituto de Pesquisa

Tecnoloacutegica) Assim no presente trabalho natildeo se observou um efeito dos volaacuteteis

orgacircnicos (CVOs) liberados da fermentaccedilatildeo alcooacutelica no cultivo de A platensis

Esses CVOs satildeo constituiacutedos a maior parte por 43 ndash 47 de etanol (Basso et al

1996) e em menor quantidade acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico e

acetato de etila (CAEHOT et al 1991) Logo A platensis pode ser usada para o

tratamento de efluentes gasosos nas induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Logo

observou-se que o efluente gasoso liberado das induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser usado no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Similarmente Ferraz et al (1985) observaram que eacute possiacutevel cultivar S

maxima em reatores abertos (open ponds) borbulhando o CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica de modo descontiacutenuo e usando nitrato com fonte de

nitrogecircnio

A adiccedilatildeo de CO2 no reator aleacutem de controlar o pH fornece a fonte de

carbono para o crescimento celular Como pode ser observado nas Tabelas 6 8 9

11 12 14 15 17 18 20 21 e 23 mesmo ocorrendo o crescimento celular as

concentraccedilotildees de carbonato total sempre apresentaram valores altos de um modo

geral proacuteximos aos 1208 g L-1 iniciais (concentraccedilatildeo indicada em Schloumlsser et al

1982) indicando que os cultivos tambeacutem natildeo foram limitados pela fonte de carbono

Durante a fotossiacutentese oxigecircnica realizada pela S platensis ocorre a

liberaccedilatildeo de O2 no meio de cultura Elevadas concentraccedilotildees de O2 no meio de

cultura pode prejudicar o crescimento celular uma vez que este pode danificar o

118

aparato fotossinteacutetico dificultando a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese Por isso a

concentraccedilatildeo de O2 deve ser controlada durante o crescimento celular As

concentraccedilotildees de oxigecircnio foram analisadas diariamente e os valores natildeo atnigiram

niacuteveis inibitoacuterios pois foram sempre menores que 10 mg L-1 (Vonshak 1997)

119

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm)

Produtividade em ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN)

Na Tabela 24 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima

produtividade em ceacutelulas e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas Nas Tabelas

25 28 e 31 estatildeo descritos a anaacutelise de variacircncia dos paracircmetros cineacuteticos Xm Px

e YXN respectivamente Os valores meacutedios de Xm Px e YXN para cada variaacutevel

independente estatildeo descritos nas Tabelas 26 27 29 30 32 e 33

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosa (I)

Fonte de nitrogecircnio

Xm

(mg L-1)

Px

(mg L-1 d-1)

YXN

(g g-1)

1 Cilindro 60 NaNO3 2899 plusmn 17 250 plusmn 2 42 plusmn 003

2 Cilindro 60 Ureacuteia 2847plusmn 1 245 plusmn 1 14 plusmn 000

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 3120plusmn156 299 plusmn10 40 plusmn 014

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 2957 plusmn 99 308 plusmn 4 14 plusmn 017

5 Cilindro 120 NaNO3 3209plusmn109 454 plusmn18 45 plusmn 018

6 Cilindro 120 Ureacuteia 2980plusmn103 408 plusmn17 11 plusmn 050

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 2728 plusmn 27 428 plusmn 4 43 plusmn 004

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 2855 plusmn 11 425 plusmn 6 15 plusmn 02

9 Cilindro 240 NaNO3 3291plusmn206 482 plusmn 34 54 plusmn 038

10 Cilindro 240 Ureacuteia 3236 plusmn 72 473 plusmn 12 133plusmn034

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 3102plusmn130 450 plusmn 22 50 plusmn 024

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 3070plusmn112 445 plusmn19 14 plusmn 056

I = mol de foacutetons m-2

s-1

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima

Na Tabela 25 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e nas Tabelas 26 e 27 estatildeo apresentadas as

120

meacutedias do Xm nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

13585 1 13585 157 0225

Fonte de Nitrogecircnio

84 1 84 001 0922

Intensidade luminosa

443083 2 221542 2566 0000

Resiacuteduos 164033 19

total 620786 23

Como se observa na Tabela 25 a variaacutevel independente intensidade luminosa

foi estatisticamente significante na determinaccedilatildeo do Xm (p = 0000) enquanto que

as variaacuteveis independentes fontea de CO2 (p = 0225) e fonte de nitrogecircnio (p =

0922) natildeo influenciaram estatisticamente no valor de Xm De fato a similaridade das

fontes de nitrogecircnio jaacute era esperada uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para

cada intensidade luminosa foram baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato

visando um crescimento celular natildeo limitado e nem inibido pela fonte de nitrogecircnio e

obtendo portanto valores de Xm meacutedios semelhantes Ambas as fontes de nitrogecircnio

utilizadas satildeo facilmente assimiladas pela A platensis os valores de Xm foram

estatisticamente iguais para cada intensidade luminosa avaliada (Tabela 26)

Em relaccedilatildeo agrave fonte de CO2 Isto mostra que o CO2 e os volaacuteteis orgacircnicos

liberados na atmosfera como resiacuteduo podem ser utilizados como fonte de carbono

no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Tabela 26 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Xm meacutedia (mgL-1)

Nitrato 3027 plusmn 162ordf

Ureacuteia 3031 plusmn 174ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

121

Comparando-se as meacutedias de Xm entre as diferentes intensidades luminosas

observa-se que o valor meacutedio de Xm na intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons

m-2 s-1 foi estatisticamente diferente ao valor meacutedio de Xm quando a intensidade

luminosa foi de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 e este foi estatisticamente semelhante ao

valor meacutedio de Xm quando a intensidade luminosa foi de 240 mol de foacutetons m-2 s-1

(Tabela 27) Essas comparaccedilotildees das meacutedias de Xm explicam o valor do niacutevel

descritivo obtido pela anaacutelise de variacircncia para a variaacutevel intensidade luminosa (p

=0000 Tabela 25) mostrando que a esta influencia no valor de Xm Esses

resultados estatildeo de acordo com Chojnacka e Noworyta (2004a) que avaliaram o

cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular tambeacutem concluiacuteram que a

velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o aumento da intensidade

luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa Acima desse valor (50

W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo Do mesmo modo no presente trabalho

os valores de Xm foram estatisticamente iguais nas intensidades luminosas de 120

mol de foacutetons m-2 s-1 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1 cujas intensidades luminosas satildeo

proacuteximas agraves intensidades luminosas que correspondem agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo

luminosa observada por Chojnacka e Noworyta (2004a)

Tabela 27 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Xm meacutedia (mgL-1)

60 2851plusmn54ordf

120 3056plusmn115b

240 3180plusmn96b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A maior concentraccedilatildeo celular maacutexima encontrada nesse trabalho foi maior do

que a obtida por Binaghi et al (2003) utilizando minitanques no cultivo de S

platensis (15 g L-1) e tambeacutem maior que a obtida por Watanabe e Hall (1996)

utilizando fotobiorreator tubular cocircnico no cultivo de S platensis (13 g L-1)

122

Morais e Costa (2007a) relataram que em cultivo de S platensis em

fotobiorreator tubular vertical obtiveram maiores valores de Xm de 413 g L-1

suplementado com 6 CO2 quando comparadas em cultivos em Erlenmeyer Esses

autores relatam que a S platensis podem crescer com 18 CO2 demonstrando que

estes suportam altas concentraccedilotildees de CO2 podendo ser usado para mitigar o efeito

do CO2 emitido pelos gases efluentes

Olguiacuten et al (2001) avaliando o crescimento da S platensis em meio contendo

aacutegua do mar suplementado com efluentes anaeroacutebicos a partir da digestatildeo de

resiacuteduo da suinocultura e em meio Zarrouk tambeacutem observaram um aumento no

valor de Xm com o aumento da intensidade luminosa de 66 mol de foacutetons m-2 s-1

para 144 mol de foacutetons m-2 s-1

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas

Na Tabela 28 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

produtividade em ceacutelulas (Px) e nas Tabelas 29 e 30 estatildeo apresentadas as meacutedias

do Px nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

respectivamente

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

315 1 315 137 0256

Fonte de Nitrogecircnio

1 1 1 000 0947

Intensidade luminosa

116579 2 58289 25372 0000

Resiacuteduos 4365 19 230

total 121260 23

Avaliando-se os paracircmetros produtividades em ceacutelulas pela anaacutelise de

variacircncia (Tabela 28) pode-se notar que a fonte de CO2 (p=0256) e a de nitrogecircnio

(p=0947) natildeo interferiram nas produtividades em celulares Portanto a intensidade

luminosa mostrou ser estatisticamente significante no valor de Px (p=0000)

123

Tabela 29 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Px meacutedio (mgL-1 d-1)

Nitrato 404 plusmn 74ordf

Ureacuteia 405 plusmn 75ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Como se pode observar na Tabela 29 os valores meacutedios de Px para as

diferentes fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo diferiram estatisticamente Do mesmo

modo como ocorreu com o paracircmetro Xm os valores de Px nos cultivos com ureacuteia e

nitrato foram semelhantes para cada intensidade luminosa Isso jaacute era esperado

uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para cada intensidade luminosa foram

baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato Spirulina platensis cultivadas em

minitanques com 257 mg L-1 de KNO3 ou 500 mg L-1 de ureacuteia obtiveram valores de

Px semelhantes para as intensidades luminosas estudadas 14 klux (168 mol de

foacutetons m-2 s-1) ou 56 klux (672 mol de foacutetons m-2 s-1) (RANGEL-YAGUI et al 2004)

Tabela 30 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Px meacutedio (mgL-1)

60 306plusmn7a

120 443plusmn19b

240 463plusmn16b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores de produtividade em ceacutelulas foram encontrados nas

maiores intensidades luminosas obtendo valores meacutedios de 443 plusmn 19 mg L-1 d-1 a

120 μmol de foacutetons m-2 s-1 e 463 plusmn 16 mg L-1 d-1 a 240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independente da fonte de nitrogecircnio utilizada (Tabela 30) Durante a fotossiacutentese as

ceacutelulas podem utilizar somente uma soma limitada de energia luminosa por vez

Este fenocircmeno de saturaccedilatildeo luminosa eacute provavelmente resultado de um mecanismo

interno onde as ceacutelulas podem realizar a fotossiacutentese usando somente uma

124

determinada quantidade de luz (CARLOZZI 2003) Isso significa que durante a

saturaccedilatildeo luminosa um aumento da intensidade luminosa natildeo permitiraacute um

aumento da concentraccedilatildeo celular e nem reduziraacute o tempo de cultivo mantendo

proacuteximos os valores de produtividades de ceacutelulas nesse intervalo de saturaccedilatildeo

luminosa

Na menor intensidade luminosa (60 mol de foacutetons m-2 s-1) o valor de Px foi

menor em relaccedilatildeo agraves outras intensidades luminosas obtendo valor meacutedio de 306 plusmn 7

mg L-1 d-1 Do mesmo modo como observado nas outras intensidades luminosas as

fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo influenciaram na produtividade celular Essa

diferenccedila nos valores de Px entre as intensidades luminosas foi devido a um maior

tempo de cultivo nos experimentos submetidos agrave intensidade luminosa de 60 mol

de foacutetons m-2 s-1 A produtividade eacute uma razatildeo inversa do tempo de cultivo logo

quanto maior a intensidade luminosa mais raacutepida as ceacutelulas atingem a concentraccedilatildeo

celular maacutexima e consequentemente maior seraacute a produtividade celular diaacuteria

Quanto maior a intensidade luminosa maior eacute a quantidade de foacutetons emitidos e

estes podem ser absorvidos pelas ceacutelulas isto eacute maior eacute a quantidade de energia

luminosa que seraacute convertido em energia quiacutemica que por sua vez as ceacutelulas

utilizam essa energia quiacutemica para a manutenccedilatildeo e o crescimento celular Esse

efeito tambeacutem foi observado por Danesi et al (2004) Rangel-Yagui et al (2004) em

cultivos de S platensis em minitanques utilizando KNO3 ou ureacuteia como fontes de

nitrogecircnio

O maior valor da produtividade encontrada nesse trabalho foi proacuteximo a 510 mg

L-1 d-1 obtido por Watanabe e Hall (1996) investigando o crescimento da S platensis

em fotobiorreator helicoidal cocircnico sob ciclos 12h12h (claroescuro) e uma meacutedia

de fluxo de foacutetons de 546 mol de foacutetons m-2 s-1 Watanabe et al (1995) em

processo descontiacutenuo utilizando a S platensis cultivada em fotobiorreator tubular

helicoidal cocircnico utilizando luz artificial (118 mol de foacutetons m-2 s-1) tambeacutem

obtiveram uma produtividade volumeacutetrica diaacuteria de 051 g L-1d-1 Foram usados dois

sistemas (airlift e bomba) para reciclar a cultura Com o sistema airlift os autores

encontraram a maior concentraccedilatildeo da biomassa de 16 g L-1 apoacutes 5 dias de

crescimento da S platensis e uma menor concentraccedilatildeo da biomassa quando

utilizado o sistema de bomba No fotobiorreator tubular helicoidal cocircnico quando

cultivado em ambiente externo a produtividade foi de 900 mg L-1 d-1 (TREDICI

125

ZITTELLI 1998) Travieso et al (2001) encontrou uma produtividade maacutexima de

040 g Lminus1 dminus1 em fotobiorreator tubular helicoidal operado de modo semicontiacutenuo

No presente trabalho os maiores valores da produtividade em ceacutelulas

encontradas foram maiores do que a relatada por Richmond (1990) em reatores

tubulares em ambiente externo que foi de 370 mg L-1 d-1 e Morais e Costa (2007b)

que obteve Xmax de 022 g Lminus1 dminus1 no cultivo de Spirulina sp na presenccedila de 6 de

dioacutexido de carbono em fotobiorreator tubular com trecircs estaacutegios em seacuterie Por outro

lado autores como Carlozzi e Pinzani (2005) conseguiram uma produtividade em

ceacutelulas maacutexima de 182 g L-1 dminus1 utilizando o processo descontiacutenuo em ambiente

externo Lee (2001) relata que dependendo da configuraccedilatildeo de fotobiorreator tubular

fechado e de placas retangulares a produtividade volumeacutetrica foi de 025 a 364 g L-1

d-1 utilizando o processo descontiacutenuo alimentado

Travieso et al (2001) relataram uma produtividade maacutexima de 04 g L-1 d-1 em

processo semicontiacutenuo de Spirulina utilizando uma diluiccedilatildeo de 15 e taxa de diluiccedilatildeo

de 00078 hminus1 Esses autores utilizaram o fotobiorreator patenteado bdquobdquoBiocoil‟‟ da

Biotechna Grasser UK (European patent EPO239272 March 6 1987)

Vernerey et al (2001) utilizando uma nova configuraccedilatildeo de fotobioretator para o

aumento da escala (72 litros) na produccedilatildeo de S platensis conseguiram uma

produtividade de 138 g L-1 d-1 com intensidade luminosa de 300 W m-2 e pH

controlado a 95 pela adiccedilatildeo de CO2

Cultivos de Arthrospira platensis em fotobiorreator tubular outdoor no periacuteodo

de marccedilo a setembro de 2002 na Repuacuteblica Checa com a maioria dos dias

ensolarados a irradiacircncia do ambiente maacutexima foi entre 15 and 18 mmol de foacutetons

mminus2 sminus1 Nessas condiccedilotildees a produtividade maacutexima atingida foi de 05 g Lminus1 dminus1

correspondendo a um rendimento de aacuterea (baseada na aacuterea superficial) de

aproximadamente 325 g mminus2 dminus1 na qual eacute um valor relativamente alto se considerar

que foi obtida no mecircs de setembro A concentraccedilatildeo celular oacutetima da cultura foi

obtida em um intervalo de 1 a 2 g L-1 demostrando que a faixa da concentraccedilatildeo

celular oacutetima no cultivo de Spirulina natildeo eacute muito restrita (MASOJIDEK et al 2003)

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

Na Tabela 31 estatildeo os resultados da anaacutelise de variacircncia para o fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) e nas Tabelas 32 e 33 estatildeo os valores

126

meacutedios do YXN nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

054 1 054 091 0351

Fonte de Nitrogecircnio

5078 1 5078 8453 0000

Intensidade luminosa

043 2 022 036 0700

Resiacuteduos 1123 19 059

total 520 23

Como observado na Tabela 24 os maiores valores do fator de conversatildeo (YXN)

foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio independente

da fonte de CO2 e da intensidade luminosa utilizada Isso pode ser avaliado pela

anaacutelise de variacircncia (Tabela 31) onde apresenta o niacutevel descritivo para a fonte de

CO2 fonte de nitrogecircnio de p = 0000 e para a intensidade luminosa o p = 0700 A

maior meacutedia dos valores de YXN foi 1380 plusmn 090 g g-1 obtida nos cultivos utilizando

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio (Tabela 32) diferindo estatisticamente dos valores

obtidos nos cultivos com nitrato (460 plusmn 055 g g-1) De fato nos cultivo utilizando

ureacuteia a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente foi calculada com base

na necessidade das ceacutelulas para o crescimento e a manutenccedilatildeo celular natildeo

ocorrendo uma limitaccedilatildeo ou um excesso de nitrogecircnio adicionado durante o cultivo

(item 5) Como mencionado por Rangel-Yagui et al (2004) o excesso de ureacuteia

diminui a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo desse nutriente e portanto menor o valor de YXN

Da mesma forma a menor massa total adicionada no cultivo proporcionou maiores

valores de YXN (739 g g-1) no cultivo de S platensis em minitanques utilizando o

cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio (Carvalho et al 2004) Por outro lado

nos cultivos com nitrato a concentraccedilatildeo deste foram mantidas acima de 1 g L-1 de

modo a evitar a limitaccedilatildeo do crescimento pela fonte de nitrogecircnio Por isso os

maiores valores de YXN foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia Resultados

similares foram obtidos por Danesi et al (2003) empregando 25 g de ureacuteia em

127

diferentes protocolos de alimentaccedilatildeo e temperatura em relaccedilatildeo a KNO3 e por Danesi

et al (2004) que tambeacutem observaram um maior fator de conversatildeo utilizando ureacuteia

em relaccedilatildeo a KNO3 independente da intensidade luminosa utilizada (2 e 5 klux)

Rangel-Yagui et al (2004) tambeacutem observaram maiores valores de YXN nos cultivos

utilizando ureacuteia

Tabela 32 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio YXN (mgmg-1)

Nitrato 460 plusmn 055ordf

Ureacuteia 1380 plusmn 090b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel independente intensidade luminosa pode-se observar na

Tabela 33 que natildeo diferiram estatisticamente nos valores de YXN Isto eacute

independente da intensidade luminosa utilizada os valores de conversatildeo de

nitrogecircnio em ceacutelulas foram estatisticamente iguais De fato a quantidade de

nitrogecircnio adicionada nos cultivos estaacute relacionada com o crescimento celular

portanto quanto maior o valor de Xm maior foi a quantidade de nitrogecircnio

adicionada nos cultivos independente da fonte nitrogecircnio utilizada (nitrato ou ureacuteia)

Com isso razatildeo entre biomassa formada e nitrogecircnio adicionado foi estatisticamente

igual nas diferentes intensidades luminosas estudas

A Intensidade luminosa influencionou no crescimento celular (Item 62) e a

fonte de nitrogecircnio (nitrato ou ureacuteia) foi adicionada de acordo com a necessidade da

ceacutelula para o crescimento celular (Item 5) Por isso o YXN foi estatisticamente igual

(p = 0245) nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 31)

O fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas eacute definido como a quantidade de

nitrogecircnio utilizada para a formaccedilatildeo de biomassa como no presente trabalho o

nitrogecircnio adicionado foi de acordo com a necessidade diaacuteria das ceacutelulas os valores

meacutedios de YXN para cada intensidade luminosa natildeo poderiam variar como pode ser

observado na Tabela 33

Nos trabalhos apresentados por Bezerra et al (2008) Danesi et al (2004) e

Rangel-Yagui et al (2004) observaram que os valores de Xm e YXN aumentam com

128

o aumento da intensidade luminosa fornecida ao cultivo Maiores energias

fornecidas pelas mais altas luminosidades empregadas nos cultivos permitem as

ceacutelulas de consumirem o nitrogecircnio disponiacutevel levando a maiores valores de Xm e

YXN Isso ocorreu porque a mesma quantidade de nitrogecircnio foi adicionada nos

ensaios com diferentes intensidades luminosas logo o YXN foi uma funccedilatildeo de Xm

Por outro lado no presente trabalho os valores meacutedios YXN natildeo diferiram

estatisticamente com o aumento da intensidade luminosa porque a quantidade total

de nitrogecircnio adicionada variou nos cultivos com as diferentes intensidades

luminosas isto eacute quanto maior a intensidade luminosa maior foi a quantidade de

nitrogecircnio adicionada e consequentemente maior concentraccedilatildeo celular Por isso o

YXN natildeo diferiram nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 26)

Tabela 33 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

YXN (mgmg-1)

60 922 plusmn 034ordf

120 902 plusmn 034a

240 935 plusmn 034a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores do fator de conversatildeo encontrado nesse trabalho (1327 plusmn

028 mg mg-1) foi maior do que 739 g g-1 (CARVALHO et al 2004) 85 g g-1

(RANGEL-YAGUI et al 2004a) utilizando ureacuteia e 57 plusmn 017 g g-1 utilizando cloreto de

amocircnio como fonte de nitrogecircnio nos cultivos de S platensis em minitaques

(BEZERRA et al 2008) Isso porque no presente trabalho a S platensis foi

cultivada em fotobiorreator tubular fechado o que proporciona menor volatilizaccedilatildeo

da amocircnia e melhor eacute o seu aproveitamento pelas ceacutelulas ocasionando maiores

valores de YXN

129

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a

No final de cada experimento foi realizada a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de

clorofila a na concentraccedilatildeo celular final e os resultados estatildeo descritos na Tabela

34

Tabela 34 ndash Concentraccedilotildees de clorofila na biomassa final

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosaa

Fonte de nitrogecircnio

Concentraccedilatildeo de clorofila (mg cl g cel -1)

1 Cilindro 60 NaNO3 521plusmn028

2 Cilindro 60 Ureacuteia 415plusmn020

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 392plusmn008

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 326plusmn030

5 Cilindro 120 NaNO3 344plusmn010

6 Cilindro 120 Ureacuteia 296plusmn009

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 294plusmn040

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 210plusmn023

9 Cilindro 240 NaNO3 175plusmn037

10 Cilindro 240 Ureacuteia 181plusmn 015

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 294plusmn035

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 210plusmn023

a mol de foacutetons m-2 s-1

Dentre os metaboacutelitos microalgais a clorofila foi muito pouco investigada Satildeo

os uacutenicos pigmentos naturais de coloraccedilatildeo verde em abundacircncia mas sua

instabilidade ao isolamento tem restringindo a sua utilizaccedilatildeo como corante natural na

induacutestria de alimentos As clorofilas utilizadas como corantes alimentares provecircm

principalmente de plantas terrestres (HENDRY 1996)

Microalgas fotossinteacuteticas satildeo organismos que capturam energia luminosa

eficiententemente O pigmento fotossinteacutetico clorofila a eacute o principal componente

130

fotoquiacutemico ativo na qual funciona como um receptor de luz para direcionar a

fotossiacutentese O conteuacutedo deste pigmento em microalga eacute portanto relatado para

atividade fotossinteacutetica (MACINTYRE et al 2002) A intensidade de luz captada

pelos pigmentos influencia na produccedilatildeo da biomassa e no acuacutemulo de produtos

alvos na microalga cultivada sob diferentes condiccedilotildees

As clorofilas satildeo pigmentos verdes de alto valor comercial encontradas em

plantas microalgas e cianobacteacuterias como A platensis A concentraccedilatildeo desse

pigmento nas ceacutelulas depende das condiccedilotildees ambientais Devido a sua cor e as

propriedades fiacutesico-quiacutemicas satildeo utilizadas como corantes naturais em produtos

alimentiacutecios

Na Tabela 35 observa-se que ambas as variaacuteveis independentes avaliadas

nesse estudo fonte de nitrogecircnio e intensidade luminosa interferiram na

concentraccedilatildeo de clorofila a na biomassa final Isso foi confirmada pela anaacutelise

estatiacutestica ANOVA onde apresentou um valor de niacutevel descritivo de 0011 para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio e de 0000 para a intensidade luminosa

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Meacutedia dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

03725 1 03725 101 0328

Fonte de Nitrogecircnio

29751 1 29751 804 0011

Intensidade luminosa

158306 2 79153 2139 0000

Resiacuteduos 70318 19 01272

Total 26210 23

Avaliando-se as meacutedias da concentraccedilatildeo de clorofila a nas diferentes fontes de

nitrogecircnio (Tabela 34) observa-se que nos cultivos utilizando nitrato obtiveram

maiores concentraccedilotildees de clorofila em relaccedilatildeo aos cultivos com ureacuteia nas

intensidades luminosas de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 e 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Essa diferenccedila na concentraccedilatildeo de clorofila pode ser explicada pelo fato dos cultivos

com nitrato a concentraccedilatildeo de nitrato no meio de cultura foi mantida sempre

superior a 1 g L-1 enquanto que nos cultivos com ureacuteia a concentraccedilatildeo de ureacuteia no

131

meio cultura foi abaixo de 10-4 M (item 62) Essa concentraccedilatildeo de ureacuteia apesar de

natildeo interferir na concentraccedilatildeo celular pode ter influenciado na concentraccedilatildeo de

clorofila nas ceacutelulas Resultados similares foram observados por Danesi et al (2004)

e Rangel-Yagui et al (2004) em cultivos de S platensis em minitanques

substituindo a fonte de nitrogecircnio KNO3 por ureacuteia

O efeito da limitaccedilatildeo de nitrogecircnio e ferro comprometeu a capacidade

fotossinteacutetica reduziu o conteuacutedo de clorofila celular e diminuiu o rendimento

quacircntico do fotossintema II (YOUNG BEARDALL 2005) Muggli e Harrison (1996)

observaram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas ceacutelulas de Emiliania huxleyi

cultivadas com nitrato foi estatisticamente maior que nas celulas cultivadas com

amocircnia sob condiccedilotildees limitadas de ferro e intensidade luminosa abaixo da

saturaccedilatildeo Por outro lado nos cultivos natildeo limitados com ferro as concentraccedilotildees de

clorofilas foram estatisticamente iguais Sob duas diferentes intensidades luminosas

abaixo da regiatildeo de saturaccedilatildeo (45 e 70 mol de foacutetons m-2 s-1) as ceacutelulas cultivadas

em nitrato mantiveram uma maior taxa de clorofila por volume de ceacutelulas que nas

ceacutelulas cultivadas com amocircnio similar ao que aconteceu nas condiccedilotildees limitadas

por ferro

A intensidade luminosa eacute uma importante variaacutevel que interfere na

concentraccedilatildeo de clorofila Como podemos observar na Tabela 34 maiores

concentraccedilotildees de clorofilas meacutedias independente da fonte de nitrogecircnio e de CO2

satildeo encontradas nas menores intensidades luminosas De um modo geral o

aumento da concentraccedilatildeo de clorofila com a reduccedilatildeo da luminosidade aumenta a

capacidade de absorccedilatildeo de luz pois a clorofila eacute quem efetivamente atua nas

reaccedilotildees fotoquiacutemicas da fotossiacutentese e representa um mecanismo de adaptaccedilatildeo agrave

condiccedilatildeo de menor intensidade luminosa A reduccedilatildeo do conteuacutedo de pigmentos a

altas irradiacircncias permite as algas reduzirem a taxa de fornecimento de energia pela

absorccedilatildeo da luz nas ceacutelulas com a finalidade de balancear a energia absorvida e a

energia necessaacuteria para a fixaccedilatildeo do carbono e crescimento celular (GEIDER et al

1997) Geralmente a clorofila e as ficobiliproteiacutenas tendem a aumentar sua

concentraccedilatildeo com a reduccedilatildeo da intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1997)

Nas menores intensidades luminosas onde a competiccedilatildeo pelo poder redutor eacute

maior observa-se que as ceacutelulas cultivadas em nitrato mantem maior niacuteveis de

clorofila que nas ceacutelulas cultivadas em amocircnia Portanto as ceacutelulas cultivadas em

nitrato precisam mais do poder redutor para transportar e utilizar sua fonte de

132

nitrogecircnio eles podem requerer mais clorofila que as ceacutelulas cultivadas em amocircnio

para suprir tais necessidades Por outro lado altas intensidades luminosas alteram o

complexo proteacuteico contendo pigmentos captadores de luz como observado por

Smith et al (1990) em ceacutelulas de Dunaliella salina Telfar et al (1990) mostrou que

iluminaccedilatildeo prolongada causa destruiccedilatildeo dos pigmentos da clorofila e conduz a

inibiccedilatildeo fotoquiacutemica do FSII

Cultivos de Spirulina subsalsa exposto agrave alta intensidade luminosa (100 mol

de foacutetons m-2 s-1) mostrou uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos nas ceacutelulas O

conteuacutedo de carotenoacuteide e clorofila a reduziu com o aumento da intensidade

luminosa de 25 mol de foacutetons m-2 s-1 para 100 mol de foacutetons m-2 s-1 O conteuacutedo

de ficobilissomos obteve uma maior reduccedilatildeo quando comparados com o conteuacutedo

de clorofila a (aproximadamente 70 e 57 respectivamente) Devido a uma

reduccedilatildeo nos carotenoacuteides zeaxantina foi o carotenoacuteide predominante a maior

intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1995) Um aumento da intensidade

luminosa de 2 klux (24 mol de foacutetons m-2 s-1 ) para 5 klux (60 mol de foacutetons m-2 s-

1) houve uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de clorofila de 14 plusmn 18 mg cl g cel -1 para

80 plusmn 18 mg cl g cel -1 nos cultivos com KNO3 e 142 plusmn 08 mg cl g cel -1 para 72 plusmn

14 mg cl g cel -1 para os cultivos com ureacuteia respectivamente (DANESI et al 2004)

Pode-se observar que a concentraccedilatildeo de clorofila nos cultivos a 5 klux (60 mol de

foacutetons m-2 s-1) foram proacuteximas as concentraccedilotildees obtidas no presente trabalho nos

cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 (NaNO3 = 521 plusmn 03 mg cl g cel -1 Ureacuteia = 415

plusmn 02 mg cl g cel -1 Tabela 34) Essa diferenccedila pode ser devido ao aumento do

efeito sombreamento ser maior em minitanques quando comparada aos

fotobiorreatores tubulares o que favorece a um aumento da concentraccedilatildeo de

clorofila nos cultivos em minitanques Soundarapandian e Vasanthi (2008)

observaram um maior teor de clorofila em diferentes cepas de S platensis cultivadas

a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) intensidade luminosa com ciclos alternados de 16

horas no claro e 8 horas no escuro

Dados na literatura mostram que na biomassa de A platensis possuem 1 de

clorofila (VONSHAK 1997 COGNO et al 2003) No entanto no presente trabalho a

maior concentraccedilatildeo de clorofila foi de 05 correspondendo ao experimento 1 (60

mol de foacutetons m-2 s-1 NaNO3 Tabela 13) Esse baixo valor de concentraccedilatildeo de

clorofila em relaccedilatildeo aos valores citados na literatura eacute devido agraves altas intensidades

luminosas utilizadas no neste trabalho Soundarapandian e Vasanthi (2008)

133

relataram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas S platensis cultivadas a 3 klux pode

variar de 085 (8526 μg mg cel-1) a 097 (9723 μg mg cel-1) dependendo da

cepa utilizada Jimenez et al (2003) em cultivos de S platensis em minitanques

utilizando a energia solar no sul da Espanha obtiveram uma concentraccedilatildeo de

clorofila de 79 g kgminus1 (079)

Carlozzi e Pinzani (2005) observaram uma concentraccedilatildeo maacutexima de clorofila

de 2 em cultivos outdoor de S platensis em fotobiorreator espiralado fechado

Esta concentraccedilatildeo permaneceu constante do 6deg ao 10deg dia de cultivo Tomaselli et

al (1997) tambeacutem observaram um aumento na concentraccedilatildeo de clorofila de 151 μg

mg cel-1 para 263 μg mg cel-1 nos cultivos de A maacutexima em reator de vidro

retangular a intensidade luminosa de 144 mol de foacutetons m-2 s-1 e 25 mol de foacutetons

m-2 s-1 respectivamente Tredici e Zittelli (1998) em cultivos continuos ldquooutdoorsrdquo de

A platensis em fotobiorreator tubular e plano obtiveram a concentraccedilatildeo de clorofila

de 155plusmn002 e 163 plusmn002 na massa seca no iniacutecio do periacuteodo luminoso

De fato a concentraccedilatildeo de clorofila depende das condiccedilotildees ambientais

principalmente da intensidade luminosa No presente estudo nos cultivos

submetidos agrave alta intensidade luminosa favoreceram a uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo de clorofila principalmente nos cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Do mesmo modo Nakajima e Ueda (1997) observaram um aumento no crescimento

celular de Chlorella pyrenoidosa e uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos

captadores de luz nas ceacutelulas cultivadas a altas intensidades luminosas (50 μmol de

foacutetons m-2 s-1) Na presenccedila de excesso de luz o oxigecircnio produzido durante a

fotossiacutentese reage com a clorofila excitada originando um oxigecircnio singlete que eacute

muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas e ocasionando consequentemente o

fenocircmeno denominado de branqueamento (MARIQUE 2003) As clorofilas tendem a

ser foto-oxidadas a alta irradiaccedilatildeo e devido aos carotenoacuteides poderem prevenir a

foto-oxidaccedilatildeo das clorofilas a relaccedilatildeo entre as clorofilas e carotenoacuteides pode ser

usada como um indicador potencial de perdas foto-oxidativas causadas por fortes

irradiaccedilotildees (HENDRY amp PRICE 1993)

134

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Micro-organismos fotossintetizantes usam fonte de carbono inorgacircnico energia

luminosa e nitrogecircnio para sintetizar compostos orgacircnicos como proteiacutenas

carboidratos vitaminas lipiacutedios pigmentos entre outros Com isso a composiccedilatildeo

centesimal da biomassa pode variar com as condiccedilotildees ambientais (RAFIQUL et al

2005 MOHANTY et al 1997)

Na Tabela 36 estatildeo apresentados os teores de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos

e cinzas das biomassas secas obtidas no final dos experimentos

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final

Experimento Intensidade

luminosa (I)

Fonte de CO2

Fonte de nitrogecircnio

Proteiacutenas totais ()

Lipiacutedios totais ()

Cinzas ()

Carboidratos totais ()

1 60 Cilindro NaNO3 319plusmn01 863plusmn03 442plusmn001 5226plusmn358

2 60 Cilindro Ureacuteia 233plusmn07 660plusmn09 442plusmn004 6471plusmn064

3 60 Alcooacutelica NaNO3 324plusmn07 101plusmn08 583plusmn002 5222plusmn341

4 60 Alcooacutelica Ureacuteia 427plusmn23 112plusmn14 508plusmn091 6492plusmn336

5 120 Cilindro NaNO3 281plusmn04 121plusmn06 476plusmn002 5500plusmn-016

6 120 Cilindro Ureacuteia 299plusmn06 730plusmn07 482plusmn018 5794plusmn005

7 120 Alcooacutelica NaNO3 315plusmn18 862plusmn06 497plusmn018 5576plusmn341

8 120 Alcooacutelica Ureacuteia 404plusmn07 953plusmn07 394plusmn063 4642plusmn091

9 240 Cilindro NaNO3 213plusmn01 142plusmn23 428plusmn004 6004plusmn243

10 240 Cilindro Ureacuteia 319plusmn09 129plusmn05 540plusmn050 5079plusmn147

11 240 Alcooacutelica NaNO3 278plusmn04 144plusmn29 579plusmn048 5222plusmn341

12 240 Alcooacutelica Ureacuteia 210plusmn03 117plusmn28 449plusmn004 6492plusmn336

I = Intensidade luminosa (mol de foacutetons m-2 s-1)

A Fotossiacutentese eacute o processo pelo qual a energia luminosa eacute convertida em

energia quiacutemica pelas plantas bacteacuterias fotossinteacuteticas e cianobacteacuterias A energia

luminosa eacute capturada pelos pigmentos fotossinteacuteticos como clorofila carotenoacuteides e

ficocianina na qual satildeo complexados com proteiacutenas que satildeo partes do fotossistema I

e II em cianobacteacuterias O sistema fotossinteacutetico eacute fortemente conectado com outras

135

vias metaboacutelicas como biossiacutentese de proteiacutenas e lipiacutedios nas quais satildeo

necessaacuterias para o crescimento celular (MOHANTY et al 1997)

Os teores de proteiacutena variaram de 21 a 42 Esses valores estatildeo proacuteximos

aos valores encontrados por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) cultivando S maxima

em meio de cultura constituiacutedo por resiacuteduo da criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50 em

aacutegua) Embora o teor de proteiacutena seja baixo (36) a biomassa ainda eacute apropriada

para o uso como suplemento aliementar para animais Jimeacutenez et al (2003) tambeacutem

encontraram um baixo teor de proteiacutena de 47 do peso seco em meacutedia na

produccedilatildeo industiral da Spirulina em Malaga no sul da Espanha

A biossiacutentese de proteiacutena depende principalmente da disponibilidade de

nitrogecircnio de carbono para formaccedilatildeo do esqueleto carbocircnico e da intensidade

luminosa na qual fornece energia para fixaccedilatildeo do CO2 Nos cultivos utilizando

nitrato bem como nos cultivos utilizando ureacuteia natildeo houve limitaccedilatildeo do crescimento

pela fonte de nitrogecircnio (Item 611) A fonte de carbono tambeacutem natildeo foi limitada

uma vez que o pH foi mantido durante todo o tempo de cultivo com a adiccedilatildeo de CO2

As intensidades luminosas foram altas pertencendo agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa

(Item 611) Logo mesmo dispondo de nitrogecircnio carbono e energia as ceacutelulas natildeo

converteram o nitrogecircnio disponiacutevel em proteiacutenas SAKAMOTO e BRYAN (1999)

observaram que um aumento da intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

para 1 mmol foacutetons m-2 s-1 no cultivo de Synechococcus sp PCC 6301 natildeo foi

observado um aumento na absorccedilatildeo de nitrato mostranto que a taxa do consumo

de nitrato foi saturado a intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

Soundarapandian e Vasanthi (2008) observaram que o conteuacutedo de proteiacutena

nas S platensis cultivadas a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) com ciclos alternados

de 16 horas no claro e 8 horas no escuro pode variar de 5937 (5937μg mg-1 cel)

a 6421 (6421 μg mg-1 cel) dependendo da cepa utilizada Torzillo et al (1991)

observaram um aumento na siacutentese de carboidrato nas ceacutelulas de S platensis

cultivadas ldquooutdoorsrdquo a altas intensidades luminosas e temperatura de 25ordmC O

execesso do carboidrato sintetizado foi parcialmente utilizado a noite para a siacutentese

de proteiacutena Isso pode ter contribuiacutedo a um baixo teor de proteiacutena no presente

trabalho uma vez que os cultivos foram submetidos sempre a altas intensidades

luminosas natildeo obtendo ciclos claroescuro durante o cultivo

A anaacutelise de variacircncia (Tabela 37) indicou que a fonte de nitrogecircnio e de CO2

natildeo influenciaram na variaacutevel dependente teor de proteiacutena enquanto que a

136

intensidade luminosa influenciou como pode-se obversar na anaacutelise de diferenccedila

entre as meacutedias para essa variaacutevel (Tabela 38)

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

5304 1 5304 235 0142

Fonte de Nitrogecircnio

1134 1 1134 050 0487

Intensidade luminosa

4341 2 2170 963 0001

Resiacuteduos 42833 19 2254

total 9268 23

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol foacutetons m-2 s-1)

Proteiacutena ()

60 358plusmn43ordf

120 326plusmn50ordf

240 256plusmn51b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

O modelo da biossiacutentese e metabolismo de lipiacutedios em cianobacteacuterias eou

algas satildeo afetados pelos fatores ambientais dentre esses as condiccedilotildees de

iluminaccedilatildeo (BABADZHANOV et al 2004 KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

As ceacutelulas de Tichocarpus crinitus satildeo capazes de mudar o conteuacutedo de

armazenamento e estrutural de lipiacutedios e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos Altas

intensidades luminosas estimulam o acuacutemulo de lipiacutedios de armazenamento

(triacilgliceroacuteis) enquanto a baixas intensidades luminosas induzem a um aumento

nos lipiacutedios estruturais (glicolipiacutedios) Isto indica um alto grau de controle de

estrutura nas membranas das algas porque o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos

graxos tem sido considerado um dos fatores mais importantes no controle da fluidez

e funcionalidade da membrana celular Adicionalmente as diferenccedilas na

137

composiccedilatildeo dos lipiacutedios nas T crinitus cultivadas a altas e baixas irradiaccedilotildees solar

podem ser consideradas como uma resposta adaptativa das ceacutelulas algais para as

vaacuterias condiccedilotildees de crescimento Portanto a sobrevivecircncia das ceacutelulas nas

mudanccedilas ambientais pode ser atribuiacuteda agrave funcionalidade das membranas onde o

aparato fotossinteacutetico eacute formado (KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

Nos cultivos com disponibilidade de nitrogecircnio carbono e altas intensidades

luminosas as ceacutelulas utilizam a energia e o carbono disponiacutevel para crescimento

manutenccedilatildeo celular e formaccedilatildeo de componentes orgacircnicos tais como proteiacutenas

lipiacutedios e carboidratos Como apresentados na Tabela 41 o teor de lipiacutedio aumenta

com a intensidade luminosa Esse efeito foi observado por Solovchenko et al

(2008) nos cultivos da microalga Parietochloris incisa Isto pode ser consequecircncia da

produccedilatildeo excessiva de aacutecidos graxos entre eles triacilgliceroacuteis provavelmente como

um modo de converter o excesso de luz em energia quiacutemica para evitar o dano

fotooxidativo (ASADA 1994 RABBANI et al 1998 MENDOZA et al 1999 NIYOGI

1999) Kaixian et al (1993) observaram um aumento no teor de lipiacutedios com o

aumento da intensidade luminosa nas ceacutelulas de Phaeodactylum tricornutum

Solovchenko et al (2008) relataram que os triacilgliceroacuteis acumuladas em algas

(Parietochloris incisa) sob condiccedilotildees de stress satildeo frequentemente depositadas em

gloacutebulos de lipiacutedios citoplasmaacutetico referidos como corpos oleosos na qual aumentam

em tamanho e nuacutemero sob deficiecircncia na nutriccedilatildeo mineral especialmente na falta de

nitrogecircnio e altas irradiacircncias

Como observado na Tabela 41 os cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

obtiveram maiores teores de lipiacutedios Steiner et al (1970) observaram que as ceacutelulas

de Chromatium cultivadas a baixas intensidades luminosas (100 ftc = 01 klux = 12

mol de foacutetons m-2 s-1) obteve menor teor de fosfolipiacutedios em relaccedilatildeo aos cultivos a

altas intensidades luminosas (7500 ftc = 8 kux = 96mol de foacutetons m-2 s-1) 1 lux =

0929 foot-candles

Na Tabela 39 estatildeo apresentados os valores da anaacutelise de variacircncia dos teores

de lipiacutedios Como se pode observar apenas a intensidade luminosa influenciou nos

valores de lipiacutedios apresentando um valor de niacutevel descritivo menor que 5

Embora o niacutevel de significacircncia da variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio seja

menor que 5 a anaacutelise estatiacutestica diferenccedila entre as meacutedias mostraram essa

variaacutevel natildeo interfere no teor de lipiacutedio apresenta um valor de niacutevel descritivo maior

que 5 (Tabela 40)

138

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedios na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

143 1 143 059 0453

Fonte de Nitrogecircnio

1853 1 1853 762 0012

Intensidade luminosa

141 2 71 29 0000

Resiacuteduos 46 19 244

total 207 23

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Lipiacutedios ()

Nitrato 109 plusmn 310ordf

Ureacuteia 918 plusmn 275a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um

intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(μmoles m-2 s-1)

Lipiacutedios ()

60 763 plusmn 11a

120 972 plusmn 19a

240 136 plusmn 21b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A similaridade entre as fontes de nitrogecircnio (Tabela 40) podem ser explicadas

pelo fato de que nos cultivos com ureacuteia a quantidade de ureacuteia adicionada foi

calculada com base nos seus respectivos cultivos com nitrato nas quais foram

139

cultivos natildeo limitados por nitrogecircnio (concentraccedilatildeo de nitrogecircnio superior a 1 g L-1)

Logo isso favoreceu a semelhanccedila entre os teores de lipiacutedios nos cultivos a

diferentes fontes de nitrogecircnio

Os valores de lipiacutedios encontrados variaram de 66 plusmn 09 a 144 plusmn 29

dependendo das condiccedilotildees de cultivo Esses valores estatildeo de acordo com Cogno et

al (2003) e Vonshak (1997) na qual relataram que o conteuacutedo de lipiacutedios da A

platensis em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas podem variar de 8 ndash 12 quando cultivadas

em meio sinteacutetico Tokusoglu e Uumlnal (2003) encontraram um teor de lipiacutedio meacutedio

entre trecircs diferentes cepas de Splatensis de 753 natildeo diferindo estatisticamente

entre si

O teor de lipiacutedio foi de 863 plusmn 03 com NaNO3 e 66 plusmn 09 com ureacuteia na

intensidade luminosa de 60 μmoles de foacutetons m-2 s-1 utilizando CO2 de cilindro

Esses valores foram proacuteximos aos teores de lipiacutedios encontrados por Rafiqul et al

(2005) cultivando S platensis (74) e para S fusiformis (82) a 25 klux (30 μmol

de foacutetons m-2 s-1) Oliveira et al (1999) observaram um teor de lipiacutedios de 696 plusmn

086 nas ceacutelulas de S platensis cultivadas em 4 l Virtis fermenter a 180 μmol de

foacutetons mndash2 sndash1

Olguiacuten et al (2001) observaram uma menor concentraccedilatildeo de lipiacutedios nos

cultivos a maior intensidade luminosa em cultivos de S platensis cultivada tanto em

meio sinteacutetico (meio Zarrouk) como em meio complexo (aacutegua do mar do Golf do

Meacutexico suplementado com 2 de efluente anaeroacutebico da criaccedilatildeo de porcos) A

concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no meio complexo possui 10 vezes a menos que o meio

sinteacutetico (25 g L-1 NaNO3) O teor de lipiacutedio de 8 encontrado no meio de cultivo

com 25 g L-1 NaNO3 a 66 μmols de foacutetons m-2 s-1 foi proacuteximo ao encontrado no

presente trabalho 66 plusmn 09 no cultivo natildeo limitado por NaNO3 e 60 μmols de foacutetons

m-2 s-1

Nos cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 mostrou maiores valores de lipiacutedios

quando cultivadas com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica em relaccedilatildeo aos

cultivos utilizando CO2 de cilindro Sob condiccedilotildees autotroacuteficas a produtividade de

lipiacutedios foram menores quando comparadas com o crescimento heterotroacutefico em

culturas de Chlorella vulgareis (LIANG et al 2009) e crescimento heterotroacutefico e

mixotroacutefico nas ceacutelulas de Chlamydomonas reinhardtii (BOYLE MORGAN 2009)

O teor de carboidrato nas ceacutelulas A platensis natildeo diferiram estatisticamente

pela anaacutelise de variacircncia nas diferentes condiccedilotildees estudadas (Tabela 44) obtendo

140

um niacutevel de significacircncia de 0118 0974 e 0562 para as variaacuteveis independentes

fontes de CO2 fonte de nitrogecircnio e intensidades luminosas respectivamente O

teor de carboidrato encontrado variou de 38 a 51 valores considerados altos No

entanto esses valores foram proacuteximos aos valores obtidos por Cantildeizares-Villanueva

et al (1994) que observaram um teor de carboidrato de 42 e 44 em ceacutelulas de S

maxima cultivadas em meio sinteacutetico (Zarrouk) e meio constituiacutedo por resiacuteduo da

criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50) respectivamente sob intensidade luminosa de 3

klux (36 μmol de foacutetons m-2 s-1) O teor de carboidrato neste trabalho foi um pouco

maior que o observado por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) provavelmente devido

a diferenccedila de intensidade luminosa pois maiores teores de carboidratos satildeo

obtidos nos cultivos sob maior intensidade luminosa

Olguiacuten et al (2001) obtiveram um alto teor de polissacariacutedeos de 2841 nas

ceacutelulas de S platensis cultivadas em meio complexo quando exposta a intensidade

luminosa de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 Esse alto valor poderia ter sido devido a

dois fatores simultacircneos deficiecircncia de nitrogecircnio e alta intensidade luminosa

Desse modo no presente trabalho natildeo houve deficiecircncia de nitrogecircnio nos cultivos

no entanto a aacuterea iluminada no fotobioreator tubular usado no presente trabalho eacute

maior quando comparada com os cultivos em bench raceway utilizados por Olguiacuten et

al (2001) e esse aumento pode ter favorecido a obtenccedilatildeo dos altos teores de

carboidratos

Tomaselli et al (1997) observaram uma reduccedilatildeo no teor de carboidrato nas

ceacutelulas de A maacutexima de 282 mgg-1 (28) para 180 mgg-1 (18) quando a

intensidade luminosa reduziu de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 para 25 μmol de foacutetons

mminus2 sminus1 A capacidade dos microganismos fototroacuteficos em estocar na forma de

carboidratos o excesso do carbono fixado durante a aclimataccedilatildeo a altas intensidades

luminosas e mobilizar esse esqueleto carbocircnico para a siacutentese de proteiacutena

representa um requisito importante para a sobrevivecircncia

141

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

107 1 107 268 0118

Fonte de Nitrogecircnio

004 1 004 000 0974

Intensiade luminosa

48 2 24 059 0562

Resiacuteduos 763 19 40

total 918 23

A partir dos estudos relatados previamente na literatura mostram que o teor de

carboidrato eacute 12 a 16 nas ceacutelulas de Arthrospira platensis cultivadas em meio

sinteacutetico e em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas sem condiccedilotildees de stress como alta

salinidade alta intensidade luminosa deficiecircncia em nitrogecircnio (COGNO et al

2003 VONSHAK 1997) Carlozzi e Pinzani (2005) relataram que as ceacutelulas de

Artrospira platensis foram estimuladas para sintetizar carboidratos durante o dia e

estes foram consumidos para permitir a siacutentese de proteiacutenas durante a noite De

acordo com Ma et al (1997) uma menor taxa na siacutentese de proteiacutena eacute observado a

altas irradiaccedilotildees comparando com a siacutentese de carboidrato Isto pode conduzir a

um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas sem um concomitante aumento na siacutentese

de proteiacutena Tem sido sugerido que o carbono a partir dos poliacutemeros de carboidratos

estocados pode ser transferido para formaccedilatildeo de proteiacutenas durante a noite (Ma et

al 1997) No entanto como no presente trabalho natildeo houve fotoperiacuteodo de fase

claroescuro propiciou a um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas e a reduziu a

concentraccedilatildeo de proteiacutenas Adicionalmente Torzillo et al (1991) relataram que as

ceacutelulas de Spirulina expostas a altas irradiacircncais direcionam a biomassa a sintetizar

carboidratos na qual pode ser usado como um reservatoacuterio do poder redutor e a

uma reduccedilatildeo na siacutentese de proteiacutenas

Como podemos observar na anaacutelise de variacircncia (Tabela 43) o teor de cinzas

natildeo foi influenciado pelas variaacuteveis estudadas atingindo valores que variaram de

428 plusmn 004 a 583 plusmn 002 Esses valores estatildeo de acordo com os valores obtidos

por Miao (2005) que obtiveram um teor de cinzas de 636 plusmn 005 em cultivos

autotroacuteficos e 593 plusmn 004 em cultivos heterotroacuteficos de Chlorella protothecoides

Similarmente Tokusoglu e Uumlnal (2003) observaram um conteuacutedo de cinzas em trecircs

142

diferentes cepas de Spirulina denominada de 1 2 e 3 foram de 743 751 and

1038 respectivamente A microalga marinha Isochrisis obteve o maior conteuacutedo

de cinzas (1608)

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

068 1 069 18 0192

Fonte de Nitrogecircnio

058 1 058 152 0232

Intensiade luminosa

112 2 056 147 0255

Resiacuteduos 723 19 038

total 962 23

Jimeacutenez et al (2003) encontraram um alto teor de cinzas no cultivo de S

platensis aproximadamente 20 (valores tiacutepicos satildeo de 5ndash7) esse alto valor pode

ser explicado pelo fato de que a alga obtida a partir do filtro foi introduzida

diretamente spray drier sem passar pelo processo de lavagem Como o meio de

crescimento eacute altamente enriquecido com bicarbonato a lavagem eacute necessaacuteria para

eliminaacute-los Esse processo normalmente reduz o conteuacutedo de cinzas

No presente trabalho a composiccedilatildeo do meio de cultura foi mantido em todas as

condiccedilotildees experimentais com modificaccedilatildeo apenas da fonte de nitrogecircnio de nitrato

de soacutedio para ureacuteia em alguns experimentos Adicionalmente a biomassa passou

por um processo de lavagem antes da etapa de secagem que removeu os sais

adsorvidos nas ceacutelulas Portanto isso favoreceu a manutenccedilatildeo no teor de cinzas na

biomassa seca Canizares et al (2004) obtiveram elevados teores de cinzas (14)

na biomassa de Spirulina maacutexima utilizando 50 de efluente suiacuteno no meio de

cultura Isso foi atribuiacutedo ao elevado quantidade de partiacuteculas minerais presente no

meio

143

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos

Foram avaliados os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os

cultivos avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos paracircmetros energia de

Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular (1YGX) das produccedilotildees

molares de O2 consumo de H+ e nuacutemero de foacutetons para sustentar o crescimento

fotoautotroacutefico Foi avaliada a eficiecircncia da fotossiacutentese em A platensis calculando-

se a energia molar de Gibbs absorvida da luz para produzir um C-mol de biomassa

a partir do correspondente nuacutemero de Einsteins absorvidos e da energia meacutedia

molar dos foacutetons

A energia de Gibbs dissipada por unidade da biomassa (1YGX kJ por C-mol X)

foi calculada pela Equaccedilatildeo 6 como descrita no item 45 A equaccedilatildeo mostra que na

dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs estatildeo inclusos tanto a manutenccedilatildeo como o

crescimento celular A energia de Gibbs eacute utilizada tambeacutem para a manutenccedilatildeo das

funccedilotildees celulares como reposiccedilatildeo dos gradientes que faltam degradaccedilatildeo proteiacutenas

Esta energia de Gibbs eacute produzida pelo catabolismo de certas quantidades de

doadores de eleacutetrons (substratos)

No Graacutefico 26 ilustra o comportamento da dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs para

o crescimento e manutenccedilatildeo celular 1YGX em relaccedilatildeo ao tempo Como regra geral

esse paracircmetro bioenergeacutetico aumentou com o tempo em todas as condiccedilotildees

testadas como resultado do crescente niacutevel de biomassa que foi responsaacutevel por

diminuir a velocidade especiacutefica de crescimento Um aumento na intensidade

luminosa ateacute 120 mol de foacutetons m-2 s-1 favoreceu o crescimento de ceacutelulas por

causa de fotolimitaccedilatildeo com isso as exigecircncias de energia aumentaram

notavelmente no periacuteodo de tempo mais curto Por outro lado nenhum (ureacuteia) ou

muito pouco (nitrato) aumento de 1YGX foram observados na faixa da intensidade

luminosa de 120-240 mol de foacutetons m-2 s-1 por causa da obtenccedilatildeo das condiccedilotildees

de saturaccedilatildeo de luz Esse comportamento tambeacutem eacute consistente com os menores

valores de 1YGX previamente observados em tanques abertos (TORRE et al 2003)

o que permitiu um menor crescimento devido ao efeito de sombreamento (DANESI

et al 2004)

144

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado)

Com os dados da composiccedilatildeo elementar da biomassa seca obtida no final de

cada experimento foram calculados os coeficientes atocircmicos para os elementos C

N H O S principais elementos que constituem a composiccedilatildeo elementar da

biomassa Determinado o coeficiente atocircmico dos elementos C H O N S (descrito

no item 4653) e conhecendo-se os graus de reduccedilatildeo desses elementos (C = 4 H

=1 O = -2 S = 6 N-NH4+ = -3 ou N-NO3

- = 5) de acordo com os iacuteons nas quais satildeo

inseridos na biomassa (HCO3- H2O H+ O2 NH4

+ e SO4-2) foi possiacutevel calcular o

grau de reduccedilatildeo da biomassa (descrito no item 4654 Tabela 44) bem como os

coeficientes estequiomeacutetricos para balanccedilos de carbono nitrogecircnio oxigecircnio

enxofre carga iocircnica e poder de reduccedilatildeo para a produccedilatildeo fotoautotroacutefica de 1 mol

de carbono (C-mol) de biomassa seca usando NaNO3 e ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio de acordo com Heijnen (2001) em cada condiccedilatildeo estudada de acordo

com a aplicaccedilatildeo do princiacutepio de conservaccedilatildeo

O crescimento autotroacutefico pode ser representado por uma equaccedilatildeo de

balanccedilo de massa global onde as fontes de nitrogecircnio (NO3- ou NH4

+) e carbono

(HCO3-) H2O e H+ estatildeo envolvidas para a formaccedilatildeo de 1 C-mol de biomassa

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

145

a HCO3- + b NO3

- (or NH4+) + c H2O + d O2 + e H+ + f SO4

-2 +

CH1650O0531N0170S00007 = 0 (11)

Para esse propoacutesito foi usada a composiccedilatildeo elementar descrita por Cornet et

al (1992) (Equaccedilatildeo 11) ou a composiccedilatildeo elementar determinada

experimentalmente como descrita no item Materiais e meacutetodos

Os coeficientes estequiomeacutetricos foram estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa usados para a formaccedilatildeo da biomassa Os principais iacuteons envolvidos na

formaccedilatildeo da biomassa e seus respectivos coeficientes estequiomeacutetricos estatildeo

descritos na Tabela 44

Como pode ser observado o grau de reduccedilatildeo da biomassa (γX) calculado no

modelo da composiccedilatildeo da biomassa determinado experimentalmente neste trabalho foi

sempre um pouco maior com o nitrato (489 ndash 519) do que com ureacuteia (399 ndash 432)

como esperado pelo maior nuacutemero de oxidaccedilatildeo do nitrato (HEIJNEN 2001)

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de materiais de

carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da biomassa cultivada em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia como fontes de nitrogecircnio

HCO3- NO3

- NH4+ H2O O2 H+ SO4

-2 Biomassa

Δgf‟i

(kJ mol-1) -5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Coeficiente estequiomeacutetrico (mol C-molDM-1)

testes Ia a b b C d e f γX b

1 c 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 58

1 d 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

2 d 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

3 d 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

4 d 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

5 d 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

6 d 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432 a Intensidade luminosa (μmol m

-2 s

-1)

b Grau de reduccedilao da biomassa

c Composiccedilatildeo elementar da biomassa descrita por Cornet et al (1992)

d Composiccedilatildeo elementar da biomassa determinada experimentalmente

146

Estimando os coeficientes estequiomeacutetricos da reaccedilatildeo 11 e conhecendo a

energia de Gibbs de formaccedilatildeo de produtos e reagentes (Tabela 44) (HEIJNEN

2001) eacute possiacutevel calcular o numero de moles de foacutetons (Einsteins) para sustentar o

crescimento autotroacutefico de 1 C-mol de biomassa (nPh) pela Equaccedilatildeo 8 (item 45)

Embora os valores reais de Δgfi deveriam ter sido utilizados para este caacutelculo

foram utilizados os valores das condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo Torre et al (2003)

demostraram que as diferenccedilas entre a energia de Gibbs de formaccedilatildeo nas

condiccedilotildees reais de cultivo natildeo diferem entre si ou diferem natildeo mais que 3 apartir

de seus respectivos valores estimados com base nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

(T = 2984K C = 10M pH = 70) Por isso foram utilizados os valores de energia de

Gibbs nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

No entanto para o iacuteon H+ a energia de Gibbs de formaccedilatildeo (ΔgfH+) eacute por

definiccedilatildeo uma funccedilatildeo da cultura do pH Assim esse paracircmetro foi recalculado para

as condiccedilotildees reais da equaccedilatildeo de Gibbs

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg (Equaccedilatildeo 12)

Durante as reaccedilotildees luminosas da fotossiacutentese a energia livre carregada

pelos foacutetons eacute capturada por pigmentos (por exemplo a clorofila) organizadas em

grandes complexos de proteiacutenas chamado de centros de reaccedilatildeo A energia de um

foacuteton provoca excitaccedilatildeo eletrocircnica elevando um eleacutetron para um niacutevel maior de

energia exatamente igual agrave energia do foacuteton (hν) Satildeo exigidos um miacutenio de 8 foacutetons

para transferir 4 eleacutetrons de 2 moleacuteculas de H2O para reduzir a 2 moleacuteculas de

NADPH2 de acordo com a equaccedilatildeo

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2H+ (Reaccedilatildeo 12)

Subsequentemente os eleacutetrons satildeo transferidos do NADPH para o CO2

atraveacutes do ciclo de Calvin para produzir os constituintes da biomassa (RAVEN et al

2000)

Como mostrado na Graacutefico 27 a diminuiccedilatildeo progressiva da velocidade

especiacutefica de crescimento () ao longo do cultivo provocou um aumento (em valor

absoluto) no nuacutemero de Einsteins absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa

147

(nPh) Nos maiores valores de quase atingiu o valor teoacuterico de nPh relatado por

Richmond (1983) para sustentar o crescimento sob condiccedilotildees ideais que eacute de 8

Einsteins por C-mol de biomassa

Como jaacute foi observado em trabalho anterior (TORRE et al 2003) a exigecircncia

de energia adicional em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo ideal de 8 Einsteins C-mol DM-1 foi

insignificante no iniacutecio dos cultivos (alta velocidade especiacutefica de crescimento) e em

seguida aumentou consideravelmente durante a fase estacionaacuteria de cada

experimento sugerindo que em condiccedilotildees provavelmente limitada pelo

sombreamento a biomassa usa a energia preferencialmente para a manutenccedilatildeo

do que para o crescimento Em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de luz (no iniacutecio) ou de

sombreamento (na fase estacionaacuteria) um aumento progressivo da intensidade de

luz natildeo excedeu qualquer influecircncia significativa sobre este paracircmetro

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mol

DM

-1)

(dias -1)

148

Como mostrado no Graacutefico 27 as culturas com nitrato necessitam de maiores

valores de nPh para sustentar o crescimento autotroacutefico em relaccedilatildeo agraves culturas

utilizando ureacuteia Como as concentraccedilotildees celulares dos cultivos utilizando nitrato ou

ureacuteia foram semelhante em todas as intensidades luminosas (Item 61) a exigecircncia

adicional foacuteton nos cultivos com nitrato foi provavelmente utilizado para reduzir o

nitrato a amocircnio (HATORI MYERS 1966) que eacute a forma preferencial de nitrogecircnio

assimilado pela A platensis (BOUSSIBA et al 1984) Este efeito tambeacutem foi

observada por Torre et al (2003) em tanques abertos

Finalmente pode ser observado na mesma figura que o uso do modelo

bioenergeacutetico acima com os coeficientes relatados por Cornet et al (1992) para a

composiccedilatildeo da biomassa de A platensis (CHNOS) levou a resultados praticamente

coincidentes com aqueles obtidos utilizando as experimentais determinadas neste

trabalho Essa constataccedilatildeo demonstra que a composiccedilatildeo da biomassa tem um

impacto pouco significativo sobre os resultados de tal modelo bioenergeacutetico logo

poderia simplesmente ser usado como um instrumento geral assumindo os dados da

literatura sem a necessidade de qualquer determinaccedilatildeo da biomassa

No Graacutefico 28 mostra os comportamentos da produccedilatildeo molar de O2 e do

consumo de H+ durante os cultivos nas diferentes intensidades luminosas Essas

tendecircncias demonstram que as diferentes atividades de consumo e produccedilatildeo

seguem fielmente o crescimento celular O aumento progressivo desses paracircmetros

com a intensidade luminosa confirma que esta foi o fator limitante ao crescimento

nunca atingindo as condiccedilotildees de inibiccedilatildeo da luz Como esperado este

comportamento foi qualitativamente semelhante nas culturas utilizando nitrato como

fonte de nitrogecircnio

149

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como eacute conhecido a energia do fluxo de eleacutetrons entre o FSII e NADPH

direciona proacutetons atraveacutes da membrana plasmaacutetica criando uma forccedila motriz de

proacutetons que fornece energia para a siacutentese de ATP pela ATP sintase (LEHNINGER

2004) Portanto assumiu-se que uma parte da energia molar de Gibbs absorvida

pelos dois fotossistemas foi usada para converter ADP em ATP Como mostrado no

Graacutefico 29 os maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram obtidos no final do cultivo

devido a condiccedilotildees ambientais desfavoraacuteveis como a falta de nutrientes ou

liberaccedilatildeo de metaboacutelitos celulares No que se refere agrave intensidade luminosa os

maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram observados nas culturas a intensidades

luminosas iguais e maiores que 120 μmol de foacutetons m-2 s-1 que garantiu a maior

concentraccedilatildeo de ceacutelulas (Item 61) Os valores de ΔGa e ΔGATP natildeo aumentaram no

caso dos cultivos utilizando ureacuteia ou aumentou muito pouco no caso dos cultivos

utilizando nitrato na faixa de intensidade luminosa de 120 - 240 μmol de foacutetons m-2

s-1 devido agraves condiccedilotildees de saturaccedilatildeo de luz como mencionado anteriormente

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mo

lL

)

Tempo (dias)

150

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua)

No Graacutefico 30 mostra os resultados da energia fixada pela fotossiacutentese (ΔH)

e a liberada como calor (Q) a diferentes condiccedilotildees de intensidades luminosas e

fontes de nitrogecircnio Pode ser visto que no final de cultivos tanto ΔH como Q

aumentaram com a intensidade luminosa Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees de

excesso de luz parte da energia absorvida eacute dissipada termicamente atraveacutes de um

mecanismo natildeo fotoquiacutemico (Non-Photochemical Quenching) (MOZZO et al 2008)

e uma quantidade significativa de energia livre eacute perdida como calor durante as

reaccedilotildees bioquiacutemicas entre a absorccedilatildeo luz e a formaccedilatildeo carboidratos (HAUSKA

ARNALD 2000) Esse resultado foi atribuiacutedo a um mecanismo fisioloacutegico para

proteger o aparelho fotossinteacutetico contra fotodestruiccedilatildeo (KARAPETYAN 2008

HEBER et al 2006) cuja funccedilatildeo eacute desempenhada pelos complexos antena do

aparato fotossinteacutetico que muda forma de captaccedilatildeo de luz para uma forma de

dissipaccedilatildeo teacutermica eficiente (MOZZO et al 2008)

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

0 2 4 6 8 10 12

G

AT

P (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

151

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como era esperado pelo fato de que tanto a siacutentese de ATP como a formaccedilatildeo

de NADPH satildeo resultantes do mesmo complexo fotossinteacutetico o comportamento do

ΔH foi bastante semelhante ao observado para o ΔGATP

No Graacutefico 31 mostra a distribuiccedilatildeo percentual da energia luminosa absorvida

em funccedilatildeo do tempo nos cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 escolhidos como

exemplo Resultados qualitativamente semelhantes foram observados nos cultivos a

maiores intensidades luminosos (dados natildeo mostrados) Os cultivos com ureacuteia

apresentaram maiores valores de ηATP e ηF e menores valores de ηQ quando

comparado aos cultivos usando nitrato Isso pode ser explicado pelo fato de um

maior requerimento energeacutetico para a reduccedilatildeo de nitrato de amocircnia Aleacutem disso em

todos os experimentos a fraccedilatildeo de energia armazenada como ATP (ηATP) e a fixada

pelos sistemas (ηF) diminuiram ao longo do tempo enquanto que o liberado em

forma de calor (ηQ) aumentou

-2000

0

2000

4000

6000

8000

0 2 4 6 8 10

-H

Q

(k

J C

-mo

l D

M -1

)

Tempo (dias)

152

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( )

Os maiores valores ηATP e ηF foram por volta de 12 e 23-27 nas culturas

com nitrato e 15 e 31-34 em culturas com ureacuteia respectivamente Nos cultivos a

maiores intensidades luminosas (120 e 240 μmol de foacutetons mndash2 sndash1) os valores de ηF

diminuem mais acentuadamente que os cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 devido

agrave maior concentraccedilatildeo de ceacutelulas (item 61) que reduziu a disponibilidade de luz para

a ceacutelula (efeito de sombreamento) A disponibilidade de nutrientes eacute outro importante

fator ambiental influenciando a composiccedilatildeo do aparato fotossinteacutetico de

cianobacteacuterias Murakami et al (1997) tecircm mostrado que as respostas ao CO2 Na+

e estresse pela luz em Synechocystis sp provocam alteraccedilotildees no estado redox de

componentes entre os sistemas de transporte de eleacutetrons Da mesma forma a

diminuiccedilatildeo na disponibilidade de alguns nutrientes no final do cultivo de A platensis

pode ter contribuiacutedo para diminuir os valores de ηF Como esperado ηQ mostraram

um comportamento oposto aumentando progressivamente a partir dos valores

miacutenimos (60-66 com nitrato e 49-54 com ureacuteia) no iniacutecio do cultivo e cerca de

90 no final Isto significa que no final do cultivo da maior parte da energia

absorvida foi liberada como calor

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h (

)

Tempo (dias)

153

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores de diferentes configuraccedilotildees

Apoacutes a escolha da melhor condiccedilatildeo do cultivo de A platensis em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando CO2 de cilindro foram realizados

experimentos nas mesmas condiccedilotildees em fotobiorreator tubular espiralado para

avaliar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares Luo et al (2003) tem mostrado que a configuraccedilatildeo de

cada reator eacute um dos principais fatores que controlam a produtividade do cultivo

fotossinteacutetico Por isso foram comparadas as curvas de crescimento A platensis

duas diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares uma horizonal (Figura

7) e outra espiralada (Figura 8)

Como observado no Graacutefico 32 os crescimentos celulares da A platensis nos

diferentes fotobiorreatores foram semelhantes obtendo valores de concentraccedilotildees

celulares diaacuterias proacuteximas Isso pode ser explicado pela semelhanccedila nas condiccedilotildees

fiacutesicas entre os fotobiorreatores tais como diacircmetro interno do tubo velocidade de

escoamento do liacutequido bem como as condiccedilotildees de cultivos como a intensidade

luminosa temperatura meio de cultivo que foram mantidas as mais semelhantes

possiacuteveis

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Tempo (dias)

X (

mg

L-1)

154

7 Conclusotildees

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e produtividade em ceacutelulas

(Px) foram influenciados pela variaacutevel independente intensidade luminosa (I)

obtendo maiores valores quando submetidos a maiores intensidades luminosas Por

outro lado a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio (N) natildeo influenciou nesses

paracircmetros mostrando a viabilidade na substituiccedilatildeo do nitrato pela ureacuteia nos cultivos

de Artrhospira platensis

A variaacutevel independente intensidade luminosa natildeo influenciou no paracircmetro

fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) No entanto para variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio os cultivos utilizando ureacuteia apresentaram maiores

valores de YXN quando comparados aos cultivos com nitrato As diferentes fontes de

CO2 natildeo influenciaram nos paracircmetros analisados Xm Px e YXN Logo o CO2

juntamente com os volaacuteteis orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser utilizado para o cultivo da A plantesis sem interferir no crescimento celular

Na composiccedilatildeo centesimal da biomassa pode-se observar que intensidade

luminosa influenciou nos teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios obtendo maiores

valores de clorofila e proteiacutena nos cultivos a baixa intensidade luminosa enquanto

que nessas condiccedilotildees foram obtidos menores teores de lipiacutedios A fonte de

nitrogecircnio influenciou apenas no teor de clorofila obtendo maiores valores utilizando

nitrato como fonte de nitrogecircnio A fonte de CO2 natildeo influenciou na composiccedilatildeo da

biomassa Nenhuma das variaacuteveis independentes estudadas influenciou nos teores

de cinzas e carboidratos na biomassa final

Os resultados tambeacutem indicaram que todas as variaacuteveis independentes tiveram

uma certa influecircncia nos paracircmetros de bioenergeacutetica A dissipaccedilatildeo de energia de

Gibbs aumento com o tempo em todas as condiccedilotildees analisadas obtendo os maiores

valores em tempos mais curtos nos cultivos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente da fonte de nitrogecircnio selecionado O nuacutemero de moles de

foacutetons absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas

culturas com nitrato independentemente da intensidade luminosa Os maiores

valores de produccedilatildeo molar de O2 e do consumo de H+ foram obtidos com os valores

mais elevados de intensidade luminosa utilizando nitrato As fraccedilotildees da energia

direcionada para a siacutentese de ATP fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas

com ureacuteia quando comparadas com as culturas com nitrato que se revelou uma

fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o crescimento energicamente da A platensis

155

As diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares natildeo influenciaram

nas concentraccedilotildees celulares indicando que o formato do tubo que forma o

fotobiorreator seja horizontal ou espiralado natildeo interferem no crescimento da A

platensis

Com isso pode-se concluir que a intensidade luminosa eacute uma importante

variaacutevel que influencia nos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade

celular fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas bioenergeacuteticos e na

composiccedilatildeo quiacutemica da A platensis e que o emprego do CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica juntamente com a ureacuteia como fonte de nitrogecircnio pode ser

uma alternativa viaacutevel para o cultivo de A platensis em escala industrial

proporcionando uma reduccedilatildeo no custo de produccedilatildeo

156

8 Referecircncias bibliograacuteficas

ABELIOVICH A AZOV D Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds Applied and Environmental Microbiology v31 p801ndash806 1976

ACIEacuteN FERNANDEZ FG FERNANDEZ SEVILLA JM SANCHEZ PEREZ JA MOLINA GRIMA E CHISTI Y Airlift-driven external-loop tubular photobioreactors for outdoor production of microalgae assessment of design and performance Chemical Engineering Science v56 p2721-2732 2001

ADIR N ZER H SHOCHAT S OHAD I Photoinhibition a historical perspective Photosynthesis Research v76 p343ndash370 2003

AKIMOTO M OHARA T OHTAGUCHI K KOIDE K Carbon dioxide fixation and α-linolenic acid production by the hot-spring alga Cyanidium caldarium Journal of Chemical Engineering of Japan v27 n3 p329-333 1994

ANDRADE MR COSTA JAV Mixotrophic cultivation of microalga Spirulina platensis using molasses as organic substrate Aquaculture v264 p30ndash13 2007

ANDREOLI C SOUZA SP Cana-de-acuacutecar a melhor alternativa para conversatildeo da energia solar e foacutessil em etanol Economia e Energia ano X n59 dez2006jan2007 Disponiacutevel em httpecencomeee59eee59pcana_melhor_conversorlhtm Acesso em 03 Mar 2010

ASSOCIATION OF OFFICIAL OF ANALYTICAL CHEMISTS Official methods of analysis of AOAC International 16ed Arlington AOAC International 1998

AQUARONE E Penicillin and tetracycline as contamination control agents in alcoholic fermentation of sugbar cane molasses Applied Microbiology v8 p263-268 1960

BABADZHANOV AS ABDUSAMATOVA N YUSUPOVA FM FAIZULLAEVA N MEZHLUMYAN LG MALIKOVA MK Chemical composition of Spirulina platensis cultivated in Uzbekistan Chemistry of Natural Compounds v40 p276-279 2004

BANERJEE A SHARMA R CHISTI Y BANERJEE UC Botryococcus braunii a renewable source of hydrocarbons and other chemicals Critical Reviews in Biotechnology v22 p245-279 2002

BARBER J Photosystem II an enzyme of global significance Biochemical Society Transactions v34 p619-631 2006

BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Processos de fermentaccedilatildeo alcooacutelica e alguns fatores que afetam o desempenho fermentativo In AMORIM HV Processos de produccedilatildeo de aacutelcool controle e monitoramento 2ed Piracicaba FEALQFERMENTECESALQUSP 1996 103p

BASSO LC AMORIM HV OLIVEIRA AJ LOPES ML Yeast selection for fuel ethanol production in Brazil FEMS Yeast Research v8 n7 p1155ndash1163 2008

157

BECKER EW Microalgae biotechnology and microbiology Cambridge New York Cambridge University Press 1995 293p (Cambridge studies in biotechnology 10)

BELAY A The potential application of Spirulina (Arthrospira) as a nutritional and therapeutic supplement in health management Journal of the American Nutraceutical Association v5 n2 p26-49 2002

BELAY A OTA Y Production of high quality Spirulina at earthrise farms In PHANG SM BOROWITZKA MA WHITON B eds Algal biotechnology in the Asia-Pacific region Kuala Lumpur University of Malaysia 1994 p92-102

BELAY A OTA Y MIYAKAWA K SHIMAMATSU H Current knowledge on potential health benefits of Spirulina Journal of Applied Phycology v5 n2 p235-241 1993

BELKIN S BOUSSIBA S High internal pH conveys ammonia resistance in Spirulina platensis Bioresource Technology v38 n23 p167-169 1991a

BELKIN S BOUSSIBA S Resistance of Spirulina platensis to ammonia at high pH values Plant and Cell Physiology v3 p952-958 1991b

BERMAN T CHAVA S Algal growth on organic compounds as nitrogen sources Journal of Plankton Research v21 n8 1423-1437 1999

BERRY S BOLYCHEVTSEVA YV ROGNER M KARAPETYAN NV Photosynthetic and respiratory electron transport in the alkaliphilic cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis Photosynthesis Research v78 p67ndash76 2003

BEZERRA RP MATSUDO MC CONVERTI A SATO S CARVALHO JCM Influence of the ammonium chloride feeding time and the light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Biotechnology and Bioengineering v100 p297-305 2008

BINAGHI L DEL BORGHI A LODI A CONVERTI A DEL BORGHI M Batch and fed-batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochemistry v38 p1341-1346 2003

BOROWITZKA MA Microalgae as sources of fine chemicals Current Microbiology v3 p372-375 1986

BOROWITZKA MA Commercial production of microalgae ponds tanks tubes and fermenters Journal of Biotechnology v70 p313ndash321 1999

BORZANI W Fermentaccedilatildeo semicontiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coords Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p219-222

BOUSSIBA S Ammonia uptake in the Alkalophilic Cyanobacterium Spirulina platensis Plant and Cell Physiology v30 n2 p303-308 1989

BOUSSIBA S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and

158

environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p36-72

BOUSSIBA S RESCH CM GIBSON J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria Archives of Microbiology v138 p287-392 1984

BRODY M BRODY SS Induced changes in the photosynthetic efficiency of Porphyridium cruentum II Archives of Biochemistry and Biophysics v96 p354-359 1962

CACHOT T MUumlLLER M PONS M Kinetics of volatile metabolites during alcoholic fermentation of cane molasses by Sacchamoryces cerevisiae Applied Microbiology and Biotechnology v35 p345-454 1991

CAMACHO RUBIO F ACIEacuteN FERNANDEZ FG SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F MOLINA GRIMA E Prediction of dissolved oxygen and carbon dioxide concentration profiles in tubular photobioreactors for microalgal culture Biotechnology and Bioengineering v62 p71-86 1999

CANtildeIZARES-VILLANUEVA RO DOMIacuteNGUEZ AR CRUZ MS RIacuteOS-LEAL E Chemical composition of cianobacteria grown in diluted aerated swine wastewater Bioresource Technology v51 p111-116 1995

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors of photoautotrophs Biotechnology and Bioengineering v51 p51-60 1996

CARLOZZI P Dilution of solar radiation through ldquoCulturerdquo lamination in photobioreactor rows facing SouthndashNorth a way to improve the efficiency of light utilization by Cyanobacteria (Arthrospira platensis) Biotechnology and Bioengineering v81 n3 p305-315 2003

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors Applied Microbiology and Biotechnology v54 p14-22 2000

CARLOZZI P PINZANI E Growth characteristics of arthrospira platensis cultured inside a new close-coil photobioreactor incorporating a mandrel to control culture temperature Biotchnology and Bioengineering v90 n6 p675-684 2005

CARLOZZI P TORZILLO G Productivity of Spirulina in a strongly curved outdoor tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v45 n12 p18-23 1996

CARRIERI D ANANYEV G BROWN T DISMUKES GC In vivo bicarbonate requirement for water oxidation by Photosystem II in the hypercarbonate-requiring cyanobacterium Arthrospira maxima Journal of Inorganic Biochemistry v101 n1112 p1865ndash1874 2007

CARVAJAL N FERNANDEZ M RODRIGEZ JP DONOSO M Urease of Spirulina maxima Phytochemistry v21 p2821-2823 1982

159

CARVALHO JCM Contribuiccedilatildeo ao estudo dos processos descontiacutenuo alimentado de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Satildeo Paulo 1994 334p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

CARVALHO JCM SATO S Fermentaccedilatildeo descontiacutenua alimentada In BORZANI W SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 v2 p205-218

CARVALHO JCM FRANCISCO FR ALMEIDA KA SATO S CONVERTI A Cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis (Cyanophyceae) by fed-batch addition of ammonium chloride at exponentially-increasing feeding rates Journal of Phycology v40 p589-597 2004

CARVALHO JCM VITOLO M SATO S AQUARONE E Ethanol production by Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch process optimization by response surface methodology Applied Biochemistry and Biotechnology v110 n3 p151-164 2003

CEROacuteN GARCIacuteA MC FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ FG MOLINA GRIMA E GARCIacuteA CAMACHO F Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol growth rate and fatty acid profile Journal of Applied Phycology v12 n4 p239-248 2000

CEZARE EA Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de Spirulina platensis empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado Satildeo Paulo 1998 166p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

CHAMORRO G SALAZAR M ARAUJO KGL SANTOS CP CEBALLOS G CASTILLO LF Actualizacion en la farmacologiacutea de Spirulina (Arthrospira) un alimento no convencional Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v52 n3 p232-240 2002

CHANG EH YANG SS Microalgae for biofixation of carbon dioxide Botanical Bulletin of Academia Sinica v44 p43-52 2003

CHELF P BROWN LM WYMAN CE Aquatic biomass resources and carbon dioxide trapping Biomass and Bioenergy v4 p175ndash183 1993

FENG C High cell density culture of microalgae in heterotrophic growth Trends in Biotechnology v14 n11 p421-426 1996

CHEN T ZHENG W YANG F BAI Y WONG Y Mixotrophic culture of high selenium-enriched Spirulina platensis on acetate and the enhanced production of photosynthetic pigments Enzyme and Microbial Technology v39 p103ndash107 2006

CHISTI MY Airlift bioreactors London New York Elsevier Applied Science 1989 345p (Elsevier Applied Biotechnology Series)

160

CHISTI Y Biodiesel from microalgae Biotechnology Advances v25 n3 p294ndash306 2007 [Review]

CHITNIS PR Photosystem I Function and physiology Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v52 p593ndash626 2001

CHOI KH CHISTI Y MOO-YOUNG M Influence of the gas liquid separator design on hydrodynamic and mass transfer performance of split-channel airlift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v62 p327-332 1995

CHOJNACK K NOWORYTA A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme and Microbial Technology v34 p461ndash465 2004a

CHOJNACKA K MAacuteRQUEZ-ROCHA FJ Kinetic and stoichiometric relationships of the energy and carbon metabolism in the culture of microalgae Biotechnology v3 n1 p21-32 2004b

CIFERRI O Spirulina the edible microorganism Microbiological Reviews v47 n4 p551-578 1983

CIFERRI O TIBONI O The biochemistry and industrial potential of Spirulina Annual Review of Microbiology v39 n3 p503-526 1985

COGNE G LEHMANN B DUSSAP C GROS J Uptake of Macrominerals and trace elements by the Cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira platensis PCC 8005) under photoautotrophic conditions culture medium optimization Biotechnology and Bioengineering v81 n5 p588-593 2003

COLLIER JL BRAHAMSHA B PALENIK B The marine cyanobacterium Synechococcus sp WH7805 requires urease (urea amidohydrolase EC 3515) to utilize urea as a nitrogen source molecular-genetic and biochemical analysis of the enzyme Microbiology v145 447-459 1999

CONVERTI A LODI A DEL BORGHI A SOLISIO C Cultivation of Spirulina platensis in a combined airlift-tubular reactor system Biochemical Engineering Journal v32 p13ndash18 2006a

CONVERTI A SCAPAZZONI S LODI A CARVALHO JCM Ammonium and urea removal by Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v33 p8ndash16 2006b

CORNET JF DUSSAP CG CLUZEL P DUBERTRET G A structured model for simulation of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnology and Bioengineering v40 n7 p826ndash834 1992

CORONIL T LARA C GUERRERO MG Shift in carbon flow and stimulation of amino-acid turnover induced by nitrate and ammonium assimilation in Anacystis nidulans Planta v189 n3 p461-467 1993

161

COSTA JAV COZZA KL OLIVEIRA L MAGAGNIN G Different nitrogen sources and growth responses of Spirulina platensis in microenvironments World Journal of Microbiology amp Biotechnology v7 p439ndash442 2001

COSTA JAV COLLA ML DUARTE FILHO PF Improving Spirulina platensis biomass yield using a fed-batch process Bioresource Technology v92 n3 p237ndash241 2004

CYSEWSKI GR WILKE CR Process design and economic studies of alternetive fermentation methods for the production of ethanol Biotechnology and Bioengineering v20 p1421ndash1444 1978

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S An investigation of effect of replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v23 p261-269 2002

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S Effect of reducing the light intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v26 p329-335 2004

DE BEER D STOODLEY P LEWANDOWSKI Z Liquid flow in heterogeneous biofilm Biotechnology and Bioengineering v44 p636-364 1994

DORN T Nitrogen source In University of Nebraska-Lincoln Disponiacutevel em httplancasterunleduagfactsheets288htm Acesso em 26 set 2007

ELOFF JN STEINITZ Y SHILO M Photooxidation of Cyanobacteria in natural conditions Applied and Environmental Microbiology v31 n1 p119-126 1976

ESTRADA JE BESCOS P VILLAR DEL FRESNO AM Antioxidant activity of different fractions de Spirulina plantesis protean extract Farmaco v56 p497-500 2001

FACCIOTTI MCR Fermentaccedilatildeo contiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p223-246

FAINTUCH BL Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Satildeo Paulo 1989 192p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

FALCONE M MARQUES AB Estudo sobre as condiccedilotildees de hidroacutelise do HCl na dosagem de accediluacutecares redutores totais (ART) Tecnologia de Alimentos amp Bebidas v4 p24-30 1965

FERRAZ CAM Produccedilatildeo de Spirulina maxima influecircncia de ecofatores e uso de um sub produto da induacutestria alcooeira Revista de Microbiologia v17 n1 p70-74 1986

162

FLORES E HERRERO A Assimilatory nitrogen metabolism and its regulation In BRYANT DA ed The molecular biology of cyanobacteria Dordrecht Kluwer Academic Publishers 1994 p487ndash517

GANTT E Phycobilisomes Annual Review of Plant Physiology v32 p327ndash347 1981

GARRITY GM BOONE DR CASTENHOLZ RW eds Bergeyrsquos manual of systematic bacteriology the archaea and the deeply branching and phototrophic bacteria 2ed New York Springer 2001 v1 p540-543

GEIDER RJ MACINTYRE HL KANA TM Dynamic model of phytoplankton growth and acclimation responses of the balanced growth rate and the chlorophyll a carbon ratio to light nutrient-limitation and temperature Marine Ecolology Progress Series v148 p187-200 1997

GIOIELLI JA Modificaccedilatildeo Industrial de oacuteleos e gorduras Satildeo Paulo Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica 1997 pag 253

GOLDEMBERG J Biomassa e energia Quiacutemica Nova v32 n3 p582-587 2009

GOLDEMBERG J Ethanol for a sustainable energy future Science v315 p808-2010 2007

GOMBOS Z WADA H MURATA N The Recovery of photosynthesis from low-temperature photoinhibition is accelerated by the unsaturation of membrane lipids a mechanism of chilling tolerance Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v91 p8787-8791 1994

GORDILLO FJL JIMEacuteNEZ C FIGUEROA FL XAVIER NIELL F Effects of increased atmospheric CO2 and N supply on photosynthesis growth and cell composition of the cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira) Journal of Applied Phycology v10 p461ndash469 1999

GREGERSSEN L JORGENSEN SB Supervision of fed-batch fermentations Canadian Journal of Chemical Engineering v75 p69-76 1999

GRIFFITHS DJ Chlorophyll b-containing oxygenic photosynthetic prokaryotes oxychlorobacteria (prochlorophytes) Botanical Review v72 n4 p330ndash366 2006

GRUSZECKI WI WOJTOWICZ K KRUPA Z STRZALKA K A direct measurement of thermal energy dissipation in the photosynthetic apparatus during induction of fluorescence Journal of Photochemistry and Photobiology B Biology v22 p23ndash27 1994

GUERREIRO MA ANDRIETTA SR MAUGERI F Expert for design of an industrial fermentation plant for the production alcohol Journal of Chemical Technology and Biotechnology v68 p163-170 1997

GUERRERO MG LARA C Assimilation of inorganic nitrogen In FAY P VAN BAALEN C eds The cyanobacteria Amsterdam New York Elsevier 1987 p163ndash186

163

HANAGATA N TAKEUCHI T FUKUJU Y BARNES DJ KARUBE I Tolerance of microalgae to high CO2 and high temperature Phytochemistry v31 p3345-3348 1992

HATTORI A MYERS J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of Anabaena cylindrica I Reduction of nitrite to ammonia Plant Physiology v41 n6 p1031ndash1036 1966

HAUSKA G ARNALD M Energy transduction in the Z-sheme In YUNUS M MOHANTY P PATHRE U eds Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation London Taylor amp Francis 2000 p108-126

HEATHCOTE P JONES MR FYFE PK Type I photosynthetic reaction centres structure and function Philosophical Transactions of the Royal Society B Biological Sciences v358 p231ndash243 2003

HEBER U BILGER W SHUVALOV VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-oxidation Journal of Experimental Botany v57 n12 p2993ndash3006 2006

HEIJNEN JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic perspective In RATLEDGE C KRISTIANSEN B eds Basic biotechnology Cambridge Cambridge University Press 2001 p45ndash58

HENDRY GAF Chlorophylls and chlorophyll derivatives In HENDRY GAF HOUGHTON JD Natural food colorants 2ed London Blackil Academic and Professional 1996 p131-155

HENDRY GAF PRICE AH Stress indicators chlorophylls and carotenoids In HENDRY GAF GRIME JP eds Methods in comparative plant ecology London Chapman amp Hall 1993 p148-152

HERRERO A MURO-PASTOR AM FLORES E Nitrogen control in cyanobacteria Journal of Bacteriology v183 n2 p411ndash425 2001

HERRERO A FLORES E Nitrate metabolism RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p1ndash25

HILL J NELSON E TILMAN D POLASKY S TIFFANY D Environmental economic and energetic costs and benefits of biodiesel and ethanol biofuels Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v103 n30 p11206ndash11210 2006

HIRATA S TAYA M TONES S Continuous cultures of Spirulina platensis under photoautotrophic conditions with change in light intensity Journal of Chemical Engineering of Japan v31 n4 p636-639 1998

HOUMARD J Gene transcription in filamentous cyanobacteria Microbiology v140 p433-441 1994

164

HU Q GUTERMAN H RICHMOND A A flat inclined modular photobioreactor for outdoor mass cultivation from the cyanobacterium Synechococcus UTEX 625 after rapid quenching of the active CO2 transport system Canadian Journal of Botany v75 p981ndash997 1996

INGLEDEW WM Alcohol production by Saccharomyces cerevisiae a yeast primer in the alcohol textbook 3ed United Kingdom Nottingham University Press 1999 pag 49-87

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas analiacuteticas do Instituto Adolfo Lutz meacutetodos quiacutemicos e fiacutesicos para anaacutelise de alimentos 3ed Satildeo Paulo IAL 1985 v1 226p

JANSSEN M TRAMPER J MUR LR WIJFFELS RH Enclosed outdoor photobioreactors light regime photosynthetic efficiency scale-up and future prospects Biotechnology and Bioengineering v81 n2 p193-210 2003

JEAMTON W Molecular cloning and characterization of the phycocyanin genes from Spirulina platensis C1 Thailand 1997 140p Thesis of Master - School of Bioresources and Technology - King Mongkut‟s Institute of Technology Thonburi

JHA P ALI A RAGHURAM N Nitrate-Induction of nitrate reductase and its inhibition by nitrite and ammonium ions in Spirulina platensis Physiology and Molecular Biology of Plants v13 n2 p163-167 2007

JIMENEZ C COSSO BR LABELLA D XAVIER NIELL F The feasibility of industrial production of Spirulina (Arthrospira) in Southern Spain Aquaculture v217 n1 p179-190 2003

JONES RP PAMMENT N GREENFIELD PF Alcohol fermentation by yeast the effect of environmental and other variable Process Biochemistry v16 n3 p42-49 1981

JOSLYN MA Alcoholometry In ______ ed Methods in food analysis physical chemical and instrumental methods of analysis New York Academic Press 1970 p451 (Food Science and Technology)

QIAN K BOROWITZKA MA Light and nitrogen deficiency effects on the growth and composition of Phaeodactylum tricornutum Applied Biochemistry and Biotechnology v38 n12 p93-103 1993

KANG R WANG J SHI D CONG W CAI Z OUYANG F Interactions between organic and inorganic carbon sources during mixotrophic cultivation of Synechococcus sp Biotechnology Letters v26 p1429ndash1432 2004

KAPLAN A REINHOLD L CO2 concentrating mechanisms in photosynthetic microorganisms Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v50 p539ndash570 1999

KARAPETYAN NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynthesis Research v97 n3 p195ndash204 2008

165

KHESHGI HS PRINCE RC Sequestration of fermentation CO2 from ethanol production Energy v30 p1865ndash1871 2005

KHOTIMCHENKO SV YAKOVLEVA IM Lipid composition of the red alga Tichocarpus crinitus exposed to different levels of photon irradiance Phytochemistry v66 p73ndash79 2005

KIM CJ JUNG YH OH HM Factors indicating culture status during cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Journal of Microbiology v45 n2 p122-127 2007

KOBAYASHI M KAKIZONO T YAMAGUCHI K NISHIO N NAGAI S Growth and astaxanthin formation of Haematococcus pluvialis in heterotrophic and mixotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v74 p12-20 1992

KOCK JLF VENTER P SMITH DP VANWYK PWJ BOTES PJ COETZEE DJ POHL CH A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟ phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek v77 p401ndash406 2000

KOMMAREDDY AR ANDERSON GA Mechanistic modeling of a photobioreactor system In ASAE ANNUAL INTERNATIONAL MEETING Tampa 2005 Acta Saint Joseph American Society of Agricultural Engineers 2005 1 CD-ROM

KOSHIMIZU LH MELO CRUZ MR VALDEOLIVAS RI BUENO NETO CL RAMOS GONCcedilALVES AR ROMERO DE LA IGRESIA M BORZANI W Fermentaccedilatildeo alcooacutelica em uma uacutenica dorna em escala piloto Brasil Accedilucareiro v102 p14-21 1983

KUMAR DP MURTHY SDS Photoinhibition induced alterations in energy transfer process in phycobilisomes of PS II in the Cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Biochemistry and Molecular Biology v40 n5 p644-648 2007

LARA C GUERRERO MG Interactions between carbon and nitrogen metabolism In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p131-148

LAW EA BERNING JL Photosynthetic efficiency optimization studies with macroalga Gracilaria tikvihae implication for CO2 emission control from power plants Bioresource Technology v37 p25-33 1991

LAWS EA SATORU T HIRATA J PANG L Optimization of microalgae production in a shallow outdoor flume Biotechnology and Bioengineering v32 p140ndash147 1987

LEA PJ Nitrogen metabolism In LEA PJ LEEGOOD RC eds Plant biochemistry and molecular biology Chichester New York John Wiley 1993 cap7 p155-180

166

LEDUY A SAMSON R Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnology Letters v4 n5 p303-306 1982

LEDUY A ZAJIC JE A geometrical approach for differentiation of an experimental function at a point applied to growth and product formation Biotechnology and Bioengineering v25 p805ndash810 1973

LEDUY A THERIEN N An improved method for optical density measurement of the semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnology and Bioengineering v19 p1219-1224 1977

LEE YK Algal nutrition heterotrophic carbon nutrition In RICHMOND A ed Handbook of microalgal culture biotechnology and aplied phycology Oxford Blackwell Science 2004 p116-124

LEE YK Commercial production of microalgae in the Asia-Pacific rim Journal of Applied Phycology v9 p403-411 1997

LEE YK Microalgal mass culture systems and methods their limitation and potential Journal of Applied Phycology v13 p307-315 2001

LEHNINGER AL NELSON DL COX MM Principles of biochemistry 4ed New York W H Freeman 2004 1158 pag

LI DM QI YZ Spirulina industry in China present status and future prospects Journal of Applied Phycology v9 p25ndash28 1997

LI Y ZHANG J XIE J ZHAO J JIANG L Temperature-induced decoupling of phycobilisomes from reaction centers Biochimica et Biophysica Acta v1504 n23 p229-234 2001

LIANG S LIU X CHENG F CHEN Z Current microalgal health food R amp D activities in China Hydrobiologia v512 p45ndash48 2004

LIMA UA BASSO LC AMORIN HV Produccedilatildeo de etanol In LIMA VA AQUARONE E BORZANI W SCHIMIDELL N Biotecnologia industrial processos fermentativos e enzimaacuteticos Satildeo Paulo Eggard Bucher 2001 v3 p1-43

LIU X ZHAO J WU Q Oxidative stress and metal ions effects on the cores of phycobilisomes in Synechocystis sp PCC 6803 FEBS Letters v579 n21 p4571ndash4576 2005

LORENZ RT A review of Spirulina and Haematococcus algae meal as a carotenoid and vitamin supplement for poultry Sl Cyanotech Corporation 1999 (Spirulina Pacifica Technical Bulletin 53) Disponiacutevel em httpwwwclimatebabescomdocumentsAlgae20Spirulina20food20supplementpdf Acesso em 25 Mar 2010

167

LU C VONSHAK A Photoinhibition in outdoor Spirulina platensis cultures assessed by polyphasic chlorophyll fluorescence transients Journal of Applied Phycology v11 n4 p355-359 1999

LU C ZHANG J Role of light in the response of PSII photochemistry to salt stress in the cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Experimental Botany v51 n346 p911-917 2000

LUO HP KEMOUN A AL-DAHHAN MH SEVILLA JMF SAacuteNCHEZ JLG CAMACHO FG GRIMA EM Analysis of photobioreactors for culturing high-value microalgae and cyanobacteria via an advanced diagnostic technique CARPT Chemical Engineering Science v58 p2519ndash2527 2003

MA X CHEN KW LEE YK Growth of Chlorella outdoors in a changing light environment Journal Applied Phycology v9 p425ndash430 1997

MACINTYRE HL KANA TM ANNING T GEIDER RJ Photoacclimation of photosynthesis irradiance response curves and photosynthetic pigments in microalgae and cyanobacteria Journal of Phycology v38 p17ndash38 2002

MAGALHAtildeES MMA Fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de melaccedilo influecircncia da adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio ao mostro no teor de proteiacutena e levedura residual Satildeo Paulo 1978 85p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Engenharia Quiacutemica Escola Politeacutecnica ndash Universidade de Satildeo Paulo

MAMEDE MEO PASTORE GM Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo dos compostos majoratoacuterios da fermentaccedilatildeo de mosto de uva por leveduras isoladas da regiatildeo da ldquoSerra gauacutechardquo (RS) Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v24 n3 p453-458 2004

MANRIQUE REOL E Los pigmentos fotosinteacuteticos algo maacutes que la captacioacuten de luz Ecosistemas v12 n1 2003 Disponiacutevel em httpruauaesdspacebitstream1004589581ECO_1228129_08pdf Acesso em 7 agost 2009

MARQUES F Vias para avanccedilar como liacuteder do etanol Pesquisa FAPESP n149 Jul 2008 Disponiacutevel em httprevistapesquisafapespbrart=3574ampbd=1amppg=1 Acesso em 9 mar 2010

MARQUEZ FJ NISHIO N NAGAI S SASAKI K Enhancement of biomass and pigment production during growth of Spirulina platensis in mixotrophic culture Journal of Chemical Technology and Biotechnology v6 p159ndash164 1995

MAacuteRQUEZ FJ SASAKI K KAKIZONO T NISHIO N NAGAI S Growth characteristics of Spirulina platensis in mixotrophic and heterotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v76 p408-410 1993

MARZZOCO A TORRES BB Bioquiacutemica baacutesica 2ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1999 388p

MASOJIacuteDEK J PAPAacuteČEK Š SERGEJEVAVAacute M JIRKA V ČERENŶ J KUNC J KOREČKO J VERBOVIKOVA O KOKPECKY J ŜTYS D

168

TORZILLO G A closed solar photo bioreactor for cultivation of microalgae under supra-high irradiance basic design and performance Journal of Applied Phycology n15 p239ndash248 2003

MATA AM Engineering photosynthetic systems for bioregenerative life support Barcelona 2007 274p Tese de Doutorado ndash Escola Teacutecnica Superior de Engenharia - Universidade Autonoma de Barcelona

MATSUNAGA T SUDO H TAKEMASA H WACHI Y NAKAMURA N Sulfated extracellular polysaccharide production by the halophilic cyanobacterium Aphanocapsa halophytia immobilized in light-diffusing optical fibers Applied Microbiology and Biotechnology v45 p24-27 1996

MCCARTY RE EVRON Y JOHNOSON EA The chloroplast ATP synthase a rotary enzyme Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v51 p83-109 2000

MCEVOY JP GASCON JA BATISTA VS BRUDVIG GW The mechanism of photosynthetic water splitting Photochemical amp Photobiological Sciences v4 p940ndash949 2005

MELIS A Photosystem-II damage and repair cycle in chloroplasts what modulates the rate of photodamage in vivo Trends in Plant Science v4 p130ndash135 1999

MENDOZA H MARTEL A JIMEacuteNEZ DEL RIacuteO M GARCIacuteA REINA G Oleic acid is the main fatty acid related with carotenogenesis in Dunaliella salina Journal of Applied Phycology v11 n1 p15-19 1999

MERCHUK JC LADWA N CAMERON A BULMER M BERZIN I PICKETT AM Liquid flow and mixing in concentric tube air-lift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v66 p174-182 1996

MIAO X WU Q Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil Bioresource Technology v97 p841ndash846 2006

MIRANDA MS CINTRA RG BARROS SB MANCINI FILHO J Antioxidant activity of the microalga Spirulina maxima Brazilian Journal of Medical and Biological Research v31 n8 p1075-1079 1998

MOBLEY HLT HAUSINGER RP Microbial ureases significance regulation and molecular characterization Microbiological Reviews v53 n1 p85ndash108 1989

MOHANTY P SCRIVASTAVA M KRISHNA KB The photosynthetic apparatus of Spirulina electron transport and energy transfer In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p17-72

MOLINA E FERNAacuteNDEZ J ACIEacuteN FG CHISTI YTubular photobioreactor design for algal cultures Journal of Biotechnology v92 p113ndash131 2001

MOLINA GRIMA E SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM FERNAacuteNDEZ FG URDA CARDONA J Biomass

169

and icosapentanoic acid productivities from an outdoor batch culture of Phaeodactylum tricornutum UTEX 640 in an airlift tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v42 p658-663 1995

MOumlLLERSTEN K YAN J MOREIRA JR Potential market niches for biomass energy with CO2 capture and storage opportunities for energy supply with negative CO2 emissions Biomass and Bioenergy v25 p273ndash285 2003

MORAIS MG COSTA JAV Biofixation of carbon dioxide by Spirulina sp and Scenedesmus obliquos cultivated in a three-stage serial tubular photobioreactor Journal of Biotechnology v129 p439ndash445 2007b

MORAIS MG COSTA JAV Carbon dioxide fixation by Chlorella kessleri Chlorella vulgaris Scenedesmus obliquus and Spirulina sp cultivated in flasks and vertical tubular photobioreactors Biotechnology Letters v29 p1349ndash1352 2007a

MORIST A MONTESINOS JL CUSIDOacute JA GOacuteDIA F Recovery and treatment of Spirulina platensis cells cultured in a continuous photobioreactor to be used as food Process Biochemistry v37 p535-547 2001

MOZZO M PASSARINI F BASSI R VAN AMERONGEN H CROCE R Photoprotection in higher plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of Photosystem II Biochimica et Biophysica Acta Bioenergetics v1777 n10 p1263-1267 2008

MUGGLI DL HARRISON PJ Effects of nitrogen source on the physiology and metal nutrition of Emiliania huxleyi grown under different iron and light conditions Marine Ecology Progress Series v130 p255-267 1996

MUumlHLING M BELAY A WHITTON BA Screening Arthrospira (Spirulina) strains for heterotrophy Journal of Applied Phycology v17 p129ndash135 2005

MURAKAMI A KIM SJ FUJITA Y Changes in photosystem stoichiometry in response to environmental conditions for cell growth observed with the Cyanophyte synechocystis PCC 6714 Plant and Cell Physiology v38 n4 p392-397 1997

MURO-PASTOR MI FLOREcircNCIO FJ Regulation of ammonium assimilation in cianobacterium Plant Physiology and Biochemistry v41 p595ndash603 2003

NAKAJIMA Y UEDA R Improvement of photosynthesis in dense microalgal suspension by reduction of light harvesting pigments Journal of Applied Phycology v9 p503ndash510 1997

NARAYAN MS MANOJ GP VATCHRAVELU K BHAGYALAKSHIMI N MAHADEVASWAMY M Utilization of glycerol as carbon source on the growth pigment and lipid production in Spirulina platensis International Journal of Food Sciences and Nutrition v56 n7 p521-528 2005

NELSON N BEN-SHEM A Photosystem I reaction center past and future Photosynthesis Research v73 p193ndash206 2002

170

NELSON N YOCUM CF Structure and function of photosystems I and II Annual Review of Plant Biology v57 p521ndash565 2006

NERANTZIS ET TZOVENIS IP STAMATIADIS S GIANNAKOPOULOU E MANIATIS L Continuous production of Arthrospira (=Spirulina) platensis in a helical photobioreactor Disponiacutevel em httpwwwsrcosmosgrsrcosmosshowpubaspxaa=8290 Acesso em 26 mar 2010

NIEVA M VALIENTE EF Inorganic carbon transport and fixation in cells of Anabaena variabilis adapted to mixotrophic conditions Plant and Cell Physiology v37 p1ndash7 1996

OCHOA DE ALDA JAG TAPIA M LLAMA MJ SERRA JL Changes in photosynthetic yield amino acids and organic acids are induced by ammonium addition to cells of Phormidium laminosum (Cyanophyceae) Journal of Phycology v32 p602-608 1996

OGAWA T TERUI G Studies on the growth of Spirulina platensis on the pure culture of Spirulina platensis Journal of Fermentation Technology v48 p361-367 1970

OGBONNA JC MASUI H TANAKA H Sequential heterotrophic autotrophic cultivation an efficient method of producing Chlorella biomass for health food and animal feed Journal of Applied Phycology v9 p359ndash366 1997

OGBONNA JC TANAKA H Light requirement and photosynthetic cell cultivation development of processes for efficient light utilization in photobioreactors Journal of Applied Phycology v12 p207ndash218 2000

OGBONNA JC TANAKA H Industrial-size photobioreactors CHEMTECH v27 n7 p43-49 1997

OGBONNA JC TOMIYAMA S TANAKA H Production of α-tocopherol by sequential heterotrophic-photoautotrophic cultivation of Euglena gracilis Journal of Biotechnology v70 n13 p213ndash221 1999

OLGUIacuteN EJ GALICIA S HERNAacuteDEZ E ANGULO O The effect of low light flux and nitrogen deficiency on the chemical composition of Spirulina sp growth on pig waste Bioresource Technology v77 p19-24 2001

OMATA T OHMORI M ARAI N OGAWA T Genetically engineered mutant of the cyanobacterium Synechococcus PCC 7942 defective in nitrate transport Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v86 p6612ndash6616 1989

ONO E CUELLO JL Design parameters ofsolar concentrating systems for CO2-mitigating algal photobioreactors Energy v29 p1651ndash1657 2004

PALINSKA KA JAHNS T RIPPKA R TANDEAU DE MARSAC N Prochlorococcus marinus strain PCC9511 a picoplanktonic cyanobacterium synthesizes the smallest urease Microbiology v146 p3099ndash3107 2000

171

PAOLETTI C PUSHPARAJ B TOMASELLI FL Ricerche sulla nutrizione minerale di S platensis In CONGRESSO NAZIONALE DELLA SOCIETAacute ITALIANA DI MICROBIOLOGIA 17 Padova 1975 Atti Padova 1975 p845-853

PELIZER LH DANESI EDG RANGEL CO SASSANO CEN CARVALHO JCM SATO S MORAES IO Influence of inoculum age and concentration in Spirulina platensis cultivation Journal of Food Engineering v56 p371-375 2003

PELIZER LH SASSANO CE CARVALHO JCM SATO S GIOELLI LA MORAIS IO Padronizaccedilatildeo do meacutetodo de secagem da biomassa de Spirulina platensis Revista de Farmaacutecia e Quiacutemica v32 n1 p37-40 1999

PEREGO Jr L Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua de mosto de melaccedilo influecircncia da concentraccedilatildeo do mosto e da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo na estabilidade do sistema a 32 ordmC Satildeo Paulo 1979 162p Tese de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

PIERCE WC HAENISCH EL Quantitative analysis 3ed New York John Willey 1948 497p

PINTO LS VIERA LM PONS MN FONSECA MMR MENEZES JC Monitorizaccedilatildeo de processos bioloacutegicos III Anaacutelise digital de imagem Boletim de Biotecnologia Disponiacutevel em httpdequimistutlptbbio70pdfAnalise_Digital_de_Imagempdf Acesso em 30 set 2007

PIORRECK M BAASCH KH POHL P Biomass production total protein chlorophylls lipids and fatty acids of freshwater green and blue-green algae under different nitrogen regimes Phytochemistry v23 p207-216 1984

PRASANNA R SOOD A SURESH A NAYAK S KAUSHIK BD Potentials and applications of algal pigments in biology and industry Acta Botanica Hungarica v49 n12 p131-156 2007

PULZ O SCHEIBENBOGEN K Photobioreactors design and performance with respect to light energy input Advances in Biochemical EngineeringBiotechnology v59 p123-152 1998

RAFIQUL IM JALAL KCA ALAM MZ Environmental factors for optimisation of spirulina biomass in laboratory culture Biotechnology v4 n1 p19-22 2005

RAI AK Purification and properties of urease from a cyanobacterium Anabaena doliolum FEMS Microbiology Letters v61 n3 p319-322 1989

RAI AK SINGH S Urease of blue-green algae (Cyanobacteria) Anabaena doliolum and Anacystis nidulans Current Microbiology v16 n2 p113-117 1987

RANGEL-YAGUI CA DANESI EDG CARVALHO JCM SATO S Chlorophyll production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process Bioresource Technology v92 p133ndash141 2004

172

RAPP A VERSINI G Influence of nitrogen compounds in grapes on aroma compounds of wine In INTERNATION SYMPOSIUM ON NITROGEN IN GRAPES AND WINE Seattle 1991 Proceedings Seattle American Society for Enology and Viticulture 1991 p156-164

RAVAGNANI MASS THONERN WI CABALLERO JA A mathematical model for the composition of Brazilian ethanol shares for exportation to be blended to gasoline Energy Policy v35 n10 p5060ndash5063 2007

RAVEN JA KIumlBLER JE BEARDALL J Put out the light and then put out the light Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom v80 n1 p1-25 2000

REICHERT CC REINEHR CO COSTA JAV Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium Spirulina platensis in a closed photobioreactor Brazilian Journal of Chemical Engineering v23 n1 p23-28 2006

RICHMOND A Large scale microalgal culture and applications Progress in Phycological Research v7 p269ndash330 1990

RICHMOND A Phototrophic microalgae In REHM HJ REED G KIESLICH K BRAUER H PAPE H KENNEDY JF JACOBSON GK eds Biotechnology Weinheim Verlag Chemie 1983 v3 p109ndash143

RICHMOND A Microalgal biotechnology at the turn of the millennium a personal view Journal of Applied Phycology v12 p441ndash451 2000

RICHMOND A GROBBELAAR JU Factors affecting the output rate of Spirulina platensis with reference to mass cultivation Biomass v10 p253-264 1986

RICHMOND T LICHTENBERG B STAHL B VONSHAK A Quantitative assessment of the major limitations os productivity os Spirulina platensis in open receways Journal of Applied Phycology v2 p195-206 1990

ROMANO P FIORE C PARAGGIO M CARUSO M CAPECE A Function of yeast species and strains in wine flavour International Journal of Food Microbiology v86 p169ndash180 2003

ROMERO JM LARA C Photosynthetic assimilation of N03- by intact cells of the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v83 p208-212 1987

Romero FAPESP Satildeo Paulo Agecircncia Fapesp Disponiacutevel em httpwwwagenciafapespbr Acesso em 19 mar 2007

ROUKAS T Pretreatment of beet molasses pullulan production to increase Process Biochemistry v33 p805-810 1998

CAMACHO RUBIO F GARCIA CAMACHO F FERNANDEZ SEVILLA J M CHISTI Y MOLINA GRIMA E A mechanistic model of photosynthesis in microalgae Biotechnology and Bioengineering v81 n4 p459-473 2003

RUSSELL JB Quiacutemica geral Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil 1982 897p

173

SAKAMOTO T BRYANT DA Nitrate transport and not photoinhibition limits growth of the freshwater cyanobacterium synechococcus species PCC 6301 at low temperature Plant Physiology v119 p785ndash794 1999

SAMUELSSON G LONNEBORG A ROSENQVIST E GUSTAFSSON P OEQUIST G Photoinhibition and reactivation of photosynthesis in the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v79 n4 p992-995 1985

SAacuteNCHEZ-LUNA LD BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnology and Bioengineering v96 p702-711 2007

SAacuteNCHEZ-LUNA LD CONVERTI A TONINI GC SATO S CARVALHO JCM Continuous and pulse feedings of urea as a nitrogen source in fed-batch cultivation of Spirulina platensis Aquacultural Engineering v31 n34 p237-245 2004

SASSANO CEN Influecircncia da ureacuteia no crescimento e no teor do aacutecido graxo γ-linolecircnico na biomassa de Spirulina platensis Satildeo Paulo 1999 144p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

SASSANO CEN CARVALHO JCM GIOIELLI LA SATO S TORRE P CONVERTI A Kinetics and bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen source Applied Biochemistry and Biotechnology v112 p143ndash150 2004

SAWAYAMA S INOUE S DOTE Y YOKOYAMA SY CO2 fixation and oil production through microalga Energy Conversion and Management v36 p729ndash31 1995

SCHENK PM THOMAS-HALL SR STEPHENS E MARX UC MUSSGNUG JH POSTEN C KRUSE O HANKAMER B Second generation biofuels high-efficiency microalgae for biodiesel production BioEnergy Research v1 n1 p20ndash43 2008

SCHLOumlSSER UG Sammlung von algenkulturen Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft v95 p181-276 1982

SCHOEFS B Chlorophyll and carotenoid analysis in food products properties of the pigments and methods of analysis Trends in Food Science amp Technology v13 n11 p361-371 2002

SHIMAMATSU H Mass production of Spirulina an edible microalga Hydrobiologia v512 p39-44 2004

SIEGEL MH ROBINSON CW Applications of airlift gas-liquidolidreactors in biotechnology Journal of Chemical Technology and Biotechnology v47 p3215-3229 1992

174

SMITH BM MORRISSEY PJ GUENTHER JE NEMSON JA HARRISON MA ALLEN JF MELIS A Response of the photosynthetic apparatus in Dunaliella salina (Green Algae) to irradiance stress Plant Physiology v93 p1433-1440 1990

SOBCZUK TM CAMACHO FG RUBIO FC FERNANDEZ FGA GRIMA EM Carbon dioxide uptake efficiency by outdoor microalgal cultures in tubular airlift photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v67 n4 p465-475 2000

SOLETTO D BINAGHI L FERRARI L LODI A CARVALHO JCM ZILLI M CONVERTI A Effects of carbon dioxide feeding rate and light intensity on the fed-batch pulse-feeding cultivation of Spirulina platensis in helical photobioreactor Biochemical Engineering Journal v39 n2 p369-375 2008

SOLETTO D BINAGHI L LODI A CARVALHO JCM CONVERTI A Batch and fed-batch cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources Aquaculture v243 p217ndash224 2005

SOLOVCHENKO AE KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z MERZLYAK MN Effects of light and nitrogen starvation on the content and composition of carotenoids of the green microalga parietochloris incise Russian Journal of Plant Physiology v55 n4 p455ndash462 2008

SOLOVCHENKO E KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z NERZLYAK M Effects of light intensity and nitrogen starvation on growth total fatty acids and arachidonic acid in the green microalga Parietochloris incisa Journal of Applied Phycology v20 p245ndash251 2008

SOMOGY M Notes on sugar determination Journal of Biological Chemistry v195 p19-23 1952

SONOIKE K Photoinhibition of photosystem I Its physiological significance in the chilling sensitivity of plants Plant and Cell Physiology v37 n3 p239-247 1996

SOUNDARAPANDIAN P VASANTHI B Effects of chemical parameters on spirulina platensis biomass production optimized method for phycocyanin extraction International Journal of Zoological Research v4 n1 p1-11 2008

SPOLAORE P JOANNIS-CASSAN C DURAN E ISAMBERT A Commercial applications of Microalgae Journal of Bioscience and Bioengineering v101 n2 p87-96 2006

STANCA D POPOVIC E Urea as nitrogen source in modified Zarrouk medium Revue Roumaine de Biologie Serie de Biologie Vegetale v41 n1 p25-31 1996

STANIER RY COHEN-BAZIRE G Phototrophic prokaryotes the cyanobacteria Annual Review of Microbiology v31 p225-274 1977

STREIT NM CANTERLE LP CANTO MW HECKTHEUER LHH As clorofilas Ciecircncia Rural v35 n3 p748-755 2005

175

SU C GIRIDHAR R CHEN C WU W A novel approach for medium formulation for growth of a microalga using motile intensity Bioresource Technology v98 p3012ndash3016 2007

SUKENIK A TCHERNOV D KAPLAN A HUERTAS E LUBIAN LM LIVNE A Uptake efflux and photosynthetic utilization of inorganic carbon by the marine Eustigmatophyte nannchloropsis Journal of Phycology v33 n6 p969-974 1997

TAKANO H ARAI T IRANO M MATSUGANA T Effects of intensity and quality of light on phycocyanin production by a marine cyanobacterium Synechococcus sp NKBG 042902 Applied Microbiology and Biotechnology v43 p1014-1018 1995

TANDEAU DE MARSAC N HOUMARD J Adaptation of cyanobacteria to environmental stimuli new steps towards molecular mechanisms FEMS Microbiology Reviews v104 n12 p119-189 1993

TELFER A HE W-Z BARBER J Spectral resolution of more than one electron donor in the isolated Photosystem II reaction center Biochimica et Biophysica Acta v1017 p143-151 1990

TERRY KL Photosynthesis in modulated light quantitative dependence of photosynthetic enhancement on flashing rate Biotechnology and Bioengineering v28 p988ndash995 1986

TOKUSOGLU Ouml UumlNAL MK Biomass nutrient profiles of three microalgae Spirulina platensis Chlorella vulgaris and Isochrisis galbana Journal of Food Science v68 n4 p1144-1148 2003

TOMASELLI L Morphology ultrastructure and taxonomy of arthrospira (Spirulina) maxima and Arthrospira (Spirulina) platensis In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p79-99

TOMASELLI L MARGHERI MC SACCHI A Effects of light on pigments and photosynthetic activity in a phycoerythrin-rich strain of Spirulina su bsalsa Aquatic Microbial Ecology v9 p27-31 1995

TORRE P SASSANO CEN SATO S CONVERTI A GIOIELLI LA CARVALHO JCM Fed-batch addition of urea for Spirulina platensis cultivation thermodynamics and material and energy balances Enzyme and Microbial Technology v33 n5 p698ndash707 2003

TORZILLO G SACCHI A MATERASSI R RICHMOND A Effect of temperature on yield and night biomass loss in Spirulina platensis grown outdoors in tubular photobioreactors Journal of Applied Phycology v3 p103ndash109 1991

TRAVIESO L HALL DO RAO KK BENIacuteTEZ F SAacuteNCHEZ E BORJA R A helicaltubular photobioreactor producing Spirulina in a semicontinuous mode International Biodeterioration amp Biodegradation v47 p151ndash155 2001

176

TREDICI MR Bioreactors photo In FLICKINGER MC DREW SW eds Encyclopedia of bioprocess technology fermentation biocatalysis and bioseparation New York Wiley 1999 v1 p395ndash419

TREDICI MR Mass production of microalgae photobioreactors In RICHMOND A ed Handbook of microalgal cultures biotechnology and applied phycology Oxford Blackwell 2004 p178ndash214

TREDICI MR ZITTELLI CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v57 n2 p187ndash197 1998

VACHHANI A VONSHAK A Genetics of Spirulina In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p67ndash77

VALDUGA E VALEacuteRIO A TREICHELE H DI LUCCIO M JACQUES RA FUacuteRIGO Jr A Preacute-tratamentos de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar e aacutegua de maceraccedilatildeo de milho para a bioproduccedilatildeo de carotenoacuteides Quiacutemica Nova v30 n8 p1860-1866 2007

VALLADARES A MONTESINOS ML HERRERO A FLORES E An ABC-type high-affinity urea permease identified in cyanobacteria Molecular Microbiology v43 n3 p703ndash715 2002

VAN EYKELENBURG C The ultrastructure of Spirulina platensis in relation to temperature and light intensity Antonie van Leeuwenhoek v45 n3 p369-390 1979

VERNEREY A ALBIOL J LASSEUR C GODIA F Scale-up and design of a pilot-plant photobioreactor for the continuous culture of Spirulina platensis Biotechnology Progress v17 n3 p431-438 2001

VOGEL AI Anaacutelise quiacutemica quantitativa 6ed Rio de Janeiro Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos 2002 462 p

VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 223p

VONSHAK A KANCHARAKSA N BUNNAG B TANTICHAROEN M Role of ligh and photosynthesis on the acclimation process of the cyanobacterium Spirulina platensis to salinity stress Journal Applied Phycology v8 p119-124 1996

VONSHAK A RICHMOND A Mass production of the blue alga Spirulina an overiew Biomass v15 p233-247 1988

WANG B LI Y WU N LAN CQ CO2 bio-mitigation using microalgae Applied Microbiology and Biotechnology v79 p707ndash718 2008

WANG Y LI Y SHI D SHEN G RU B ZHANG S Characteristics of mixotrophic growth of Synechocystis sp in an enclosed photobioreactor Biotechnology Letters v24 p1593ndash1597 2002

177

WARD OP Biotecnologia de la fermentacion principios processos y productos Zaragoza Editorial Acribia 1989 274p

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic CO2 fixation technologies using a helical tubular bioreactor incorporating the filamentous cyanobacterium Spirulina platensis Energy Conversion and Management v36 n69 p721-724 1995a

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic production of the filmaentous cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v44 p693-698 1996

WATANABE Y DE LA NOUE J HALL DO Photosynthetic performance of a helical tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnology and Bioengineering v47 n2 p261-269 1995b

WEN YW CHEN F Optimization of nitrogen sources for heterotropic production of eicosapentanoic acid by the diatom Nitzschia laevis Enzyme and Microbial Technology v29 p341ndash347 2001

WHEALS AE BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Fuel etanol after 25 years Trends in Biotechnology v17 p482-487 1999

WHYTE JNC Biochemical composition and energy content of six species of phytoplankton used in mariculture of bivalves Aquaculture v60 p231-241 1987

XU N ZHANG X FAN X HAN L TSENG CK Effects of nitrogen source and concentration on growth rate and fatty acid composition of Ellipsoidion sp (Eustigmatophyta) Journal of Applied Phycology v13 p463ndash469 2001

YANG C HUA Q SHIMIZU K Energetics and carbon metabolism during growth of microalgal cells under photoautotrophic mixotrophic and cyclic light-autotrophicdark-heterotrophic conditions Biochemical Engineering Journal v6 p87ndash102 2000

YOUNG EB BEARDALL J Modulation of photosynthesis and inorganic carbon acquisition in a marine microalga by nitrogen iron and light availability Canadian Journal of Botany v83 p917ndash928 2005

YUN YS LEE SB PARK JM LEE CI YANG JW Carbon dioxide fixation by algal cultivation using wastewater nutrients Journal of Chemical Technology and Biotechnology v69 p451ndash455 1997

ZHANG XW ZHANG YM CHEN F Kinetic models for phycocyanin production by high cell density mixotrophic culture of the microalga Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v21 p283ndash288 1998

ZHANG K MIYACHI S KURANO N Evaluation of a vertical flat-plate photobioreactor for outdoor biomass production and carbon dioxide bio-fixation effects of reactor dimensions irradiation and cell concentration on the biomass productivity and irradiation utilization efficiency Applied Microbiology and Biotechnology v55 p428ndash433 2001

178

ANEXOS

Artigos publicados submetidos e em fase de redaccedilatildeo para perioacutedicos internacionais

ANEXO 1 - BEZERRA RP MONTOYA EYO SATO S PEREGO P

CARVALHO JCM CONVERTI A Effects of light intensity and dilution rate on the

semicontinuous cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis A kinetic Monod-type

approach Bioresource Technology 102 p3215 - 3219 2011

ANEXO 2 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and

light intensity on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects Biomass and Bioenergy

ANEXO 3 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source

for the fed-batch cultivation of Arthrospira platensis Biomass and Bioenergy

BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM

Chemical composition of the A platensis biomass cultivated on CO2 from alcoholic

fermentation Em fase de Redaccedilatildeo

179

ANEXOS

180

Anexo 1

181

182

183

184

185

Anexo 2

Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and light intensity

on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Patrizia Perego

b Attilio

Convertibc

Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo Paulo-

SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

186

ABSTRACT

The bioenergetics of the photoautotrophic growth of the cyanobacterium Arthrospira

(Spirulina) platensis was investigated in different bioreactor configurations (tubular

photobioreactor and open ponds) using different nitrogen sources (nitrate and urea) and under

different light intensity conditions Although an increase in the light intensity increased the

Gibbs energy dissipated for cell growth and maintenance in both nitrogen sources it did not

exert any appreciable influence on the moles of photons absorbed by the system to produce

one C-mol biomass On the other hand both bioenergetic parameters were higher in cultures

with nitrate than with urea likely because of the higher energy requirements needed to reduce

the former nitrogen source to ammonia They appreciably increased also when open ponds

were substituted by the tubular photobioreactor where a more efficient light distribution

ensured a remarkably higher cell mass concentration The estimated percentages of the energy

absorbed by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher energy fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to this better

bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost alternative nitrogen

source for A platensis cultures in photobioreactors

Keywords Arthrospira (Spirulina) platensis bioenergetics nitrogen source light intensity

bioreactor configuration

187

1 Introduction

The production of the cyanobacterium Arthrospira platensis is increasing due to its high

content of highly-valuable proteins fundamental amino acids vitamins β-carotene and other

pigments mineral substances essential fatty acids and polysaccharides which find

application in several industrial productions like those of health foods and therapeutics [1]

Environmental factors such as light intensity and nitrogen source are well known to

influence the growth of photosynthetic microorganism In the absence of any other limiting

factor cell concentration increases with light intensity until reaching maximum biomass

concentration that is denominated ldquosaturation levelrdquo Light intensities higher than the

saturation level provoke damage of cell photosynthetic apparatus due to a phenomenon called

ldquophotooxidationrdquo or ldquophotoinhibitionrdquo

The nitrogen source is an additional environmental factor influencing cell growth

because this element is mainly used to form proteins and nucleic acids Alternative sources of

nitrogen such as urea [23] and ammonium salts [4] have been investigated in substitution of

nitrate to reduce the cost of large-scale A platensis cultivation

Also the reactor configuration can impact on cell growth Appropriately-designed

photobioreactors can in fact reduce the cultivation area by a vertical distribution of the

photosynthetic organism and enlarge the surface exposed to light thus increasing cell

concentration Tubular reactors allow for better light distribution and then higher

photosynthetic efficiency with respect to the conventional mini-ponds [56] where the cells

are subject to full light radiation at the surface and darkness at the bottom [7]

Only a few studies emphasized the bioenergetic aspects of the growth of

photosynthetic microorganisms based on Gibbs energy balances The Gibbs energy

dissipation per C-mol of biomass can be regarded as a simple thermodynamic measure of the

amount of biochemical work required to convert the carbon source into biomass by the

proper irreversible carbon-carbon coupling and oxidationreduction reactions [8] Up to now

188

the bioenergetics of the cyanobacterium A platensis were uninvestigated either in bench-scale

open ponds using urea and KNO3 as nitrogen sources [910] or in rectangular vessel under

different light intensities [11] To shed further light on these aspects in this study we

investigated the bioenergetics of this cyanobacterium when cultivated in tubular

photobioreactor under different light intensities and using different nitrogen sources and

compared these results with those previously obtained in open ponds [9]

2 Material and methods

21 Photobioreactors and culture conditions

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was cultivated either in open ponds [9] on the

medium of Paoletti et al [12] or in tubular photobioreactor [13] on the medium of Schloumlsser

[14] both containing nitrate as nitrogen source The initial cell concentration and pH were set

at 400 mg l-1

[15] and 95 [1617] respectively

Open ponds cultivations were carried out elsewhere in the same medium of Paoletti et

al [12] at photosynthetic photon flux density (PPFD) of 72 μmol photons mndash2

sndash1

25 ordmC [9]

On the other hand for tubular photobioreactor cultivations we used the medium of Schloumlsser

[14] as well as medium in which NaNO3 was substituted by urea These runs were carried out

at 60 le PPFD le 240 μmol photons mndash2

sndash1

29 ordmC and the pH was controlled at 95 plusmn 02 by

pure CO2 addition Since the operating conditions at the lowest PPFD values were very

similar any difference in the kinetics and bioenergetics was ascribed to the different

bioreactor configurations The amount of urea to be daily added was estimated by an equation

describing the experimental growth curve obtained under non-limited conditions with NaNO3

as nitrogen source as previously described [13] Under these conditions the bioenergetics of

the system was investigated comparing the different nitrogen sources

189

22 Analytical determinations

The cell concentration of A platensis was determined by measuring the optical density of

cultures at 560 nm using a spectrophotometer model 600 PLUS (FEMTO Satildeo Paulo Brazil)

The optical density data were converted to cell dry weight by a calibration curve The

elemental composition of biomass obtained at the end of each run was determined by an

elemental analyzer Flash EA1112 series (CE Instruments Wigan UK)

Light intensity at the culture surface was measured using a quantum sensor model LI-

190 SB (Li-Cor Inc Lincoln NE USA) connected to a quantumradiometerphotometer

model LI-189 B

23 Theory

The Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance (1YGX) was estimated

according to Heijnen [18] by the equation (1)

G

GXGX

m

YY

max

11

(1)

in which max

GXY is the maximum biomass yield on Gibbs energy that corresponds to 986 C-

molX kJ-1

in photoautotrophic cultivation with CO2 as a carbon source [18]

In this equation the specific growth rate μ was defined according to Leduy and Zajic

[19] as

190

1

ln1

i

i

X

X

t

(2)

where Xi and Xi-1 are the biomass concentrations at the end and the beginning of the time

interval elapsing between two consecutive measurements (Δt = 1 day) while mG is the

biomass specific rate of Gibbs energy dissipation for maintenance corresponding to 45 and

712 kJ C-molX-1

h-1

at 25 and 29 degC respectively [18]

To estimate the moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth nPh it

was necessary to resort to the Gibbs energy balance taking into account the energy

contributions for the growth 1YGX and the absorption of 1 Einstein of photons ΔgPh in

addition to those of formation of substrates and products Δgfi as described by the equation

ΔgfHCO3- +ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfO2

+ ΔgfH+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0

(3)

The value of ΔgPh = 2062 kJ mol-1

was estimated through the equation

A

Ph

hcNg

(4)

being h = 6626 10

-34 J the Planck constant c = 299

10

8 m s

-1 the light velocity NA = 6022

10

23 photons Einstein

-1 the Avogadro number and λ = 580 nm the wavelength of absorbed

photons [9]

191

According to Torre et al [9] 2 photons at 580 nm are absorbed by the second

photosystem (PSII) and used to transfer 2 electrons to the first one (PSI) releasing two

photons with less energy Therefore knowing nPh we estimated the total molar Gibbs energy

absorbed by the photosynthesis (-ΔGa)

ΔGa = nPh ΔgPh

(5)

According to Torre et al [9] the molar O2 production (qO2) and H

+ consumption

(qH+) were calculated by multiplying their respective stoichiometric coefficients by the cell

concentration expressed in C-mol l-1

using the experimental biomass elemental composition

-ΔGa was assumed to be the sum of the energy fixed by the system to increase its own

enthalpic content (ΔH) that transformed into ATP and used for the growth and maintenance

(ΔGATP) and the released heat (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0

(6)

where ΔGATP and ΔH were calculated from nPh the Gibbs energy associated to 1 ATP mol

and the average potential variation between PSI and PSII [9]

3 Results and discussion

Fig 1 shows the growth curves of A platensis using nitrate (A) or urea (B) as nitrogen

sources in open ponds [910] or in tubular photobioreactor at different PPFD values A

192

progressive increase in PPFD up to 240 μmol photons m-2

s-1

favored the growth of this

cyanobacterium and a maximum cell concentration of about 3500 mg l-1

was obtained almost

irrespectively of the nitrogen source These results suggest that the light intensity was the

factor limiting the growth under the selected conditions while ongoing experiments (results

not shown) point out that photosaturation takes place at PPFD ge 240 μmol photons m-2

s-1

Such a maximum PPFD threshold is higher than those reported for Erlenmeyer flasks (100-

150 μmol photons m-2

s-1

) [21] rectangular photobioreactor (138 - 229 μmol photons mndash2

sndash1

)

[22] and long open ponds (156 μmol photons mndash2

sndash1

) [23] Moreover even at PPFD of only

60 μmol photons m-2

s-1

(Fig 1) the final cell concentration was more than twice that

previously obtained in open pond under similar experimental conditions (25 degC 72 μmol

photons m-2

s-1

) [10] which suggests a better light distribution in the tubular photobioreactor

Fig 2 illustrates the behavior of Gibbs energy dissipation for cell growth and

maintenance 1YGX versus the time As a general rule this bioenergetic parameter increased

with the time under all the tested conditions as a result of the increasing biomass level that

was responsible for a decrease in the specific growth rate An increase in PPFD up to 120

μmol photons m-2

s-1

favored cell growth because of photolimitation therefore the energy

requirements mainly for maintenance remarkably increased On the contrary none (urea) or

very little (nitrate) increase in 1YGX took place in the PPFD range of 120-240 μmol photons

m-2

s-1

because of the achievement of light saturation conditions This behavior is also

consistent with lower 1YGX values previously observed in open ponds [9] where the well-

known shadowing effect [24] hindered the growth

The photoautotrophic growth can be represented by an overall mass balance equation

where the nitrogen (NO3- or NH4

+) and carbon (HCO3

-) sources H2O O2 SO4

-2 and H

+ are

involved in the formation of 1 C-mol biomass

193

a HCO3- + b NO3

- (or NH4

+) + c H2O + d O2 + e H

+ + f SO4

-2 + CH1650O0531N0170S00007 = 0

(7)

To this purpose we used either the elemental composition of biomass reported by

Cornet et al [25] utilized here as an example or those experimentally determined as

described in Material and methods

To make these redox reactions between electron acceptor and donor possible the

Gibbs energy is used by the cell to enable the construction of the complex biomass molecules

from the inorganic carbon source The respective stoichiometric coefficients estimated

through material balances of carbon nitrogen oxygen sulfur charge and reduction degree are

listed in Table 1 It should be noticed that the reduction degree of biomass (γX) calculated

from biomass composition experimentally determined in this work was always appreciably

higher with nitrate (489-519) than with urea (399-432) as expected by the higher oxidation

number of the former compound [18] In addition both this parameter and the nitrogen

stoichiometric coefficient were appreciably lower when using the elemental composition

experimentally determined in this work (Table 1) because the nitrogen content of biomass

under the selected conditions was always lower than that reported by Cornet et al [25]

The moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth of 1 C-mol

biomass (nPh) were calculated by Eq (3) Although the actual Δgfi values should have been

used for this calculation Torre et al [9] demonstrated that the Gibbs energy of formation

under the actual variable conditions of a cultivation does not differ at all or differs by no more

than 3 from that estimated under standard biological conditions On the contrary ΔgfH+ is

by definition a function of the pH So this parameter was recalculated for the actual

conditions by the well-known equation of Gibbs

194

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg

(8)

As shown in Fig 3 the progressive decrease in the specific growth rate throughout the

cultivations brought about a corresponding increase (in absolute value) in the Einsteins

absorbed to produce one C-mol biomass (nPh) As expected at the highest growth rates this

parameter approached theoretical values very close to that reported by Richmond [26] to

sustain growth under ideal conditions (only 8 effective Einsteins C-molDM-1

)

During the light reactions of photosynthesis the free energy carried by photons is in

fact captured by pigments (ex chlorophyll) held in large protein complexes called ldquoreaction

centersrdquo When a special chlorophyll molecule of PSII absorbs the energy of a photon (hν) an

electron gains higher energy level Because this state of an electron is very unstable it is

transferred from one to another molecule creating a chain of redox reactions referred to as

Electron Transport Chain (ETC) The electron flow goes from PSII to cytochrome b6f of PSI

where the electron gets the energy from another photon The final electron acceptor is

NADP+ which produces NADPH A minimum of 8 photons is then required to transfer 4

electrons from 2 H2O molecules to produce 2 NAPDH molecules according to the equation

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2 H

+

(9)

Subsequently the electrons are transferred from NAPDH to CO2 through the Calvin cycle to

produce biomass constituents [27]

As already observed in previous work [9] the additional energy requirement with

respect to the ideal situation of 8 effective Einsteins C-molDM-1

is negligible at the beginning

195

of cultivations (high specific growth rates) and then considerably increases during the

stationary phase This suggests that under conditions likely limited by shadowing biomass

uses energy preferentially for maintenance rather than for growth Although the behavior of

nPh was qualitatively similar for cultivations performed in open ponds and in tubular

photobioreactor (Fig 3) the excess light requirements in the latter configuration were

certainly due to the higher levels of biomass ensured by more effective distribution As

expected a progressive increase in the light intensity did not exert any appreciable influence

on this nPh (Einstein C-molDM-1

)

In addition the cultures with nitrate needed highest nPh values to sustain the

autotrophic growth compared to those with urea even though the cell concentration was

similar at all the PPFD values (Fig 1) Thus the additional photon requirement was likely

utilized to reduce nitrate to ammonia [28] which is the preferential nitrogen form assimilated

by A platensis [29] This effect was also observed by Torre et al [9] in open ponds It should

also be noticed that the use in the above bioenergetic model of the coefficients reported by

Cornet et al [25] for A platensis biomass composition (CH1650O0531N0170S00007) led to

results practically coincident to those obtained using the experimental ones determined in this

work (Fig 3) This observation demonstrates that biomass composition has a negligible

impact on the predictions by the model and then it could be used as a general tool to elaborate

data from the literature without any determination of biomass composition

Fig 4 shows the time behaviors of molar development of O2 and consumption of H+

during the cultivations performed either in open pond or in the tubular photobioreactor at

variable PPFD These trends clearly demonstrate that both activities faithfully followed cell

growth being biomass the final product of the photosynthetic metabolism and were lower in

the open pond compared with the tubular photobioreactor consistently with the better light

distribution in the latter reactor configuration Moreover their progressive increase with

PPFD confirms that the light intensity was the factor actually limiting the growth and that the

196

system never reached photoinhibition conditions This behavior was qualitatively similar in

the cultures using nitrate as nitrogen source (data not shown) As expected by the above-

mentioned need of reducing nitrate to ammonia as an obligatory intermediate to utilize any

nitrogen source [30] both parameters were higher using nitrate than urea

As is well known the energy from flow of electrons between PSII and NADPH drives

protons across the plasma membrane creating a proton-motive force that provides the energy

for ATP synthesis by ATP synthase [31] Therefore it was assumed that a portion of molar

Gibbs energy absorbed by the two photosystems was used to convert ADP to ATP As shown

in Fig 5 the highest -ΔGa and ΔGATP values were obtained at end of cultivation due to

unfavorable environmental conditions such as the lack of nutrients or release of cell

metabolites As far as the influence of light intensity is concerned the highest energy

requirements were observed for cultures performed at PPFD up to 120 μmol photons m-2

s-1

which ensured the highest cell concentration (Fig 1) As previously mentioned the -ΔGa and

ΔGATP values did not increase (urea) or increased very little (nitrate) in the PPFD range of 120

ndash 240 μmol photons m-2

s-1

because of light saturation conditions A qualitatively similar

behavior was observed for cultures using nitrate in tubular photobioreactor (results not

shown) Moreover at the lowest PPFD values both parameters showed similar behaviors in

open pond and in tubular photobioreactor which means that the reactor configuration had

negligible influence on them

Fig 6 shows the results of the energy fixed by photosynthesis (-ΔH) and that released

as heat (Q) under different conditions of light intensity nitrogen source and reactor

configuration It can be seen that at the end of cultivations both parameters increased with

light intensity Almost coincident results were also obtained using nitrate as nitrogen source

(results not shown) As is well known under excess light conditions part of the absorbed

energy is thermally dissipated via a mechanism called Non-Photochemical Quenching (NPQ)

[32] and a significant quantity of free energy is lost as heat during the biochemical reactions

197

between light absorption and carbohydrate formation [33] Such a result has been ascribed to

a certain physiological mechanism to protect the photosynthetic apparatus against

photodestruction [3435] where a fundamental role is played by the antenna complexes of

photosynthetic apparatus which would switch from a light harvesting form to an efficient

thermal dissipation form [32]

As expected by the fact that both the ATP synthesis and the formation of NADPH

implied in the biosynthetic pathways are resulting from the activity of the same

photosynthetic apparatus [33] the ΔH behavior was quite similar to that observed for ΔGATP

Fig 7 shows the percentage distribution of the light energy absorbed versus time at the

lowest PPFD chosen as an example but qualitatively similar results were observed at higher

PPFD values As expected by the additional energy requirements of nitrate-to-ammonia

reduction cultures with urea compared with those with nitrate exhibited higher energy

fractions stored as ATP (ηATP) and fixed by the system to increase its enthalpic content (ηF)

and lower fraction released as heat (ηQ) Moreover in all the experiments both ηATP and ηF

decreased along the time whereas ηQ increased

The highest ηATP and ηF values were around 12 and 23ndash27 in cultures with nitrate

and 15 and 31ndash34 in those with urea respectively In cultures performed at the highest

PPFD values (120 and 240 μmol photons mndash2

sndash1

) ηF decreased more sharply than at the

lowest ones (results not shown) because of the highest cell concentrations (Fig 1) that

reduced the light availability to the cell (shading effect) The nutrient availability is another

important environmental factor influencing the composition of cyanobacterial photosynthetic

apparatus Murakami et al [36] have shown that the responses to CO2 Na+

and light stresses

in Synechocystis sp cause alterations in the redox state of intersystem electron transport

components Likewise the decrease in the availability of some nutrient at the end of our A

platensis cultivations may have contributed to lower ηF As expected ηQ showed an opposite

behavior progressively increasing from minimum values at the beginning of cultures (60-

198

66 with nitrate and 49-54 with urea) to around 90 at the end This means that at the end

of any cultivation most of the energy absorbed is released as heat

Similar behaviors were observed using either open ponds with nitrate or the tubular

photobioreactor with both nitrogen sources which means that the energy distribution was not

appreciably influenced by the reactor configuration

4 Conclusions

The results of the current study indicate that the bioenergetic parameters of the blue-green

cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis were influenced by bioreactor

configuration nitrogen source and photosynthetic photon flux density (PPFD) In particular

the highest values of the Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance were

obtained at 120-240 μmol photons m-2

s-1

irrespective of the selected nitrogen source while

the number of photons moles absorbed by the cell to produce one C-mol biomass was higher

in the cultures with nitrate irrespective of light intensity The highest values of the molar

production of O2 and consumption of H+ were obtained at the highest PPFD values using

nitrate as a nitrogen source and the tubular photobioreactor Contrarily the bioreactor

configuration did not exert any appreciable influence on the fractions of the absorbed energy

addressed to the synthesis of ATP fixed by the cell and released as heat The first two

fractions were higher in cultures performed with urea which proved a nitrogen source able to

energetically sustain A platensis growth

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

199

0656976-2) of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

Brazil (process no 397808-7 and Prof A Converti Fellowship no 0350-112010) of the

Italian Ministry of Education University and Research (MIUR) (PRIN ProtN 200744HMBN

and FIRB Prot N RBIP06993E) and of the Vigoni Program (Deutsch-Italienisches

Hochschulzentrum)

REFERENCES

[1] Blinkova LP Gorobets OB Baturo AP Biological activity of Spirulina Zh Mikrobiol

Epidemiol Immunobiol 20012114-8

[2] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S An investigation of effect of

replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis

Biomass Bioenerg 200223261-9

[3] Matsudo MC Bezerra RP Sunao S Perego P Converti A Carvalho JCM Repeated fed-

batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis using urea as nitrogen source Biochem

Eng J 20094352ndash7

[4] Carvalho JCM Francisco FR Almeida KA Sato S Converti A Cultivation of

Arthrospira (Spirulina) platensis by fed-batch addition of ammonium chloride at

exponentially-increasing feeding rate J Phycol 200440589-97

[5] Converti A Lodi A Del Borghi A Solisio C Cultivation of Spirulina platensis in a

combined airlift-tubular reactor system Biochem Eng J 20063213ndash8

[6] Torzillo G Pushparaj B Bocci F Balloni W Materassi R Florenzano G Production of

Spirulina biomass in closed photobioreactors Biomass 19861161-74

[7] Bezerra RP Matsudo MC Converti A Sato S Carvalho JCM Specific growth rate and

photosynthetic efficiency of Arthrospira platensis cultivations at different times of

ammonium chloride feeding and light intensities In XVII Simpoacutesio Nacional de

200

Bioprocessos (ISBN 978-85-98130-02-8) August 02-05 2009 Natal-RN Brazil Section P6

n 81

[8] Heijnen JJ Van Dijken JP In search of a thermodynamic description of biomass yields for

the chemotrophic growth of microorganisms Biotechnol Bioeng 199139833-58

[9] Torre P Sassano CEN Sato S Converti A Gioielli LA Carvalho JCM Fed-batch

addition of urea for Spirulina platensis cultivation Thermodynamics and material and energy

balances Enzyme Microb Technol 200333698ndash707

[10] Sassano CEN Carvalho JCM Gioielli LA Sato S Torre P Converti A Kinetics and

bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen

source Appl Biochem Biotechnol 2004112143ndash50

[11] Lee HY Erickson LE Yang SS Kinetics and bioenergetics of light-limited

photoautotrophic growth of Spirulina platensis Biotechnol Bioeng 198729832ndash43

[12] Paoletti C Pushparaj B Tomaselli L Ricerche sulla nutrione minerale di Spirulina

platensis Atti XVII Congr Naz Soc Ital Microbiol vol 2 Italian Society of Microbiology

Padova 1975 p 833ndash9

201

[13] Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM Fed-Batch supply of

ammonium sulphate in Arthrospira platensis cultivation in tubular photobioreactor

Biotechnol Progr in stamp

[14] Schloumlsser UG Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 198295181ndash276

[15] Soletto D Binaghi L Lodi A Carvalho JCM Converti A Batch and fed-batch

cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources

Aquaculture 2005243217ndash24

[16] Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch

cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 200796702-11

[17] Tredici MR Zittelli CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat

photobioreactors Biotechnol Bioeng 199857187ndash97

[18] Heijnen JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic

perspective In Ratledge C Kristiansen B editors Basic biotechnology Cambridge

Cambridge University Press 2001 p 45ndash58

[19] Leduy A Zajic JE A geometrical approach for differentiation of an experimental

function at a point applied to growth and product formation Biotechnol Bioeng 197325805ndash

10

[20] Zhang H Whitelegge JP Cramer WA FerredoxinNADP+ oxidoreductase is a subunit

of the chloroplast cytochrome b6f complex J Biol Chem 2001276(41)38159ndash65

[21] Vonshak A Cheung SM Chen F Mixotrophic growth modifies the response of Spirulina

(Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 20006675-9

[22] Chojnacka K Noworyta A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 200434461ndash5

202

[23] Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

Influence of ammonium

chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis

Biotechnol Bioeng 2008100297-305

[24] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S Effect of reducing the light

intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 200426329-35

[25] Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G A structured model for simulation of

cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 199240826ndash34

[26] Richmond A Phototrophic microalgae In Rehm HJ Reed G editors Biotechnology

vol 3 Dellweg H vol editor Weinheim Germany Verlag Chemie 1983 p 109ndash43

[27] Raven JA Kiumlbler JE Beardall J Put out the light and then put out the light J Mar Biol

Assoc UK 2000801-25

[28] Hatori A Myers J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of

Anabaena cylindrica Part I Reduction of nitrite to ammonia J Plant Physiol 1966411031-

36

[29] Boussiba S Resch CM Gibson J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria

Arch Microbiol 1984138287-92

[30] Boussiba S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria

In Rai AK editor Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology

New Delhi Narosa Publishing House 1997 p 36-72

[31] Lehninger AL Nelson DL Cox MM Principles of biochemistry 4th ed New York

Worth Publishers 2004

[32] Mozzo M Passarini F Bassi R Amerongen H Croce R Photoprotection in higher

plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of

Photosystem II BBA-Bioenergetics 20081777(10)1263-7

203

[33] Hauska G Arnald M Energy transduction in the Z-sheme In Yunus M Mohanty P

Pathre U editors Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation Hardcover

Taylor amp Francis 2000 p 108-26

[34] Karapetyan NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic

apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynth Res 200897195ndash

204

[35] Heber U Bilger W Shuvalov VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in

the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-

oxidation J Exp Bot 2006572993ndash3006

[36] Murakami A Kim SJ Fujita Y Changes in photosystem stoichiometry in response to

conditions for cell growth observed with the cyanophyte Synechocystis PCC 6714 Plant Cell

Physiol 199738392ndash7

204

Caption of Figures

Fig 1 Growth of A platensis using nitrate (A) and urea (B) as nitrogen sources at different

PPFD values (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120 and () 240

Open ponds [10] 72 ()

Fig 2 Dependence of Gibbs energy dissipation for A platensis growth and maintenance

(1YGX) on PPFD (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds [10] 72 () Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea

(full symbols)

Fig 3 Influence of A platensis specific growth rate (μ) on the moles of photons absorbed to

produce one C-mol biomass (nPh) under different culture conditions Tubular photobioreactor

() elemental biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 60 μmol photons

m-2

s-1

elemental biomass composition experimentally determined in this work PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 () Open ponds [10] elemental

biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea (full symbols)

Fig 4 Time behaviors of molar development of O2 (full symbols) and consumption of H+

(open symbols) under different culture conditions Tubular photobioreactor PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 Open ponds [10] PPFD = 72 μmol

photons m-2

s-1

() Nitrogen source nitrate (dashed line) urea (continuous lines)

Fig 5 Total Gibbs energy absorbed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔGa)

and energy transformed into ATP (open symbols) (ΔGATP) during A platensis cultivations

205

Tubular photobioreactor with urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds with nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 6 Energy fixed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔH) and energy released

as heat (open symbols) (Q) during A platensis cultivations Tubular photobioreactor with

urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120 () 240 Open ponds with

nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 7 Percentage distribution of the light energy absorbed during A platensis cultivations

using nitrate (full symbols) and urea (open symbols) as nitrogen sources Tubular

photobioreactor PPFD = 60 μmol photons photons mndash2

sndash1

(continuous lines) Open ponds

[10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

(dashed lines) Energy fixed by the photosynthesis

() energy transformed into ATP () energy released as heat ( )

206

Figure 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

A

B

207

Figure 2

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

208

Figure 3

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mo

l D

M-1

)

(d -1)

209

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mol

l-1)

Time (d)

210

Figure 4

Figure 5

-9000

-8000

-7000

-6000

-5000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

1000

0 2 4 6 8 10 12

G

a

GA

TP (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

211

Figure 6

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2 4 6 8 10 12-H

Q

(k

J C

-mol

DM

-1)

Time (d)

212

Figure 7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h(

)

Time (d)

213

Table 1 Stoichiometric coefficients estimated through material balances of carbon nitrogen

oxygen sulfur charge and reduction degree for biomass cultivated either in open ponds or in

tubular photobioreactor using nitrate or urea as nitrogen sources

HCO3- NO3

- NH4

+ a H2O O2 H

+ SO4

-2 Biomass

Δgf‟i

(kJ mol-1

)

-5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Stoichiometric coefficients (mol C-molDM-1

)

Run

PPFD

(μmol photons

m-2

s-1

)

a b b c d e f γX b

1 c 72 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 d 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 e 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

3 e 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

4 e 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

5 e 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

6 e 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

7 e 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432

a NH4

+ is the result of urea hydrolysis

b Reduction degree of biomass

c Minipond considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al [25]

d Tubular photobioreactor considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al

[25]

e Tubular photobioreactor elemental biomass composition experimentally determined

214

Anexo 3

Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source for the

fed-batch cultivation of Arthrospira platensis

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Attilio Converti

bc Joatildeo

Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo

Paulo-SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

215

Abstract

It was evaluated the Arthrospira platensis cultivation using CO2 from alcoholic fermentation

and either urea or nitrate as nitrogen source at different light intensities (60 le I le 240 μmol

photons m-2

s-1

) Whereas the CO2 source (pure CO2 or from alcoholic fermentation) did not

influence the maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) the use of urea instead of nitrate led to higher YXN values Xm and PX

increased when I was increased from 60 to 120-240 μmol photons m-2

s-1

Using CO2 from

alcoholic fermentation the best performance (Xm = 2952 plusmn 35 mg L-1

PX = 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

and YXN = 15 plusmn 020 mg mg-1

) was obtained at I = 120 μmol photons m-2

s-1

with urea The

results obtained in this work demonstrate that urea and CO2 from alcoholic fermentation could

be simultaneously used in large-scale cultivations to reduce the environmental impact

associated to the release of this greenhouse gas as well as the production cost of

cyanobacteria

Keywords

Arthrospira (Spirulina) platensis CO2 alcoholic fermentation fed-batch cultivation urea

light intensity

1 Introduction

Renewable energy sources such as ethanol have been seen as a promising alternative

to fossil fuel consumption providing environmental benefits by reduction in greenhouse gas

emissions and the national security benefits by less dependency on volatile crude oil imports

(Tyner and Taheripour 2007) Brazil is the worldrsquos largest exporter of bioethanol and second-

largest producer after the United States (Balat and Balat 2009) Considering the increasing

demand for this fuel and the fact that alcoholic fermentation is responsible for a CO2 release

216

on weight basis almost coincident with ethanol production it would be of great concern

developing a process for CO2 fixation able to turn it into a useful product Photosynthetic

microorganisms can fix CO2 efficiently from different sources including the atmosphere

industrial exhaust gases and soluble carbonate salts (Wang et al 2008) Moreover CO2

biofixation by microalgae leads to higher yield of biomass per hectare in comparison with

terrestrial plants (Packer 2009) It has been shown that the cost of CO2 in large-scale algal

cultures is of primary importance to the total economics (Tapie and Bernard 1988) Since 45ndash

50 of the dry algal mass is made up of carbon (Cornet et al 1992) 165ndash 183 g CO2 would

theoretically be needed for the biosynthesis of 1 g (DW) of algal biomass Thus CO2

biofixation by microalgae has the potential not only to offset carbon emissions but also to

reduce the costs of culture media on an industrial scale (Hughes and Benemann 1997)

Combination of CO2 fixation and production of biomass containing high-value bioactive

products may provide a very promising alternative to current CO2 mitigation strategies

Nowadays there are numerous commercial applications of A platensis such as the

enhancement of the nutritional value of foods and animal feed feed in aquaculture

bioremediation use in cosmetics and others applications (Spolaore et al 2006) Besides the

CO2 source the nitrogen source is an additional important factor in the cultivation of

photosynthetic microorganisms since this element is used mainly to provide proteins and

nucleic acids which are essential for cell maintenance and growth (Watanabe and Hall

1996) Salts of nitrate are largely used as nitrogen source for A platensis culture but urea

(Danesi et al 2004) and ammonium salts (Bezerra et al 2008) have recently been proposed

as alternative cheap nitrogen sources

Compared to open ponds appropriately designed closed photobioreactors are able to

minimize the loss of ammonia nitrogen sources by off gassing reducing the amount of this

nutrient necessary in a large-scale process Additionally these reactors can reduce the

217

cultivation area by distributing the photosynthetic organisms vertically and increase the CO2

residence time thereby improving its utilization efficiency (Ono and Cuello 2004)

The aim of this study was to check if the combined use of CO2 released from alcoholic

fermentation and urea in tubular photobioreactor could be a feasible and cheap alternative

way to cultivate A platensis For this purpose fed-batch cultivations were carried out at

variable light intensity using two different sources either of nitrogen (sodium nitrate or urea)

or of carbon (pure CO2 from cylinder or gaseous emissions from alcoholic fermentation) the

latter to simultaneously control the pH and maintain the desired carbon level The results

obtained were finally compared by means of analysis of variance to identify the statistically

significant effects of the above independent variables (light intensity nitrogen source and

carbon source) on the selected responses namely the maximum cell concentration cell

productivity and nitrogen-to-cell conversion factor

2 Materials and methods

21 Microorganism and culture medium

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was maintained in the culture medium

of Schloumlsser (1982) having the following composition (per liter) 136 g NaHCO3 403 g

Na2CO3 050 g K2HPO4 250 g NaNO3 100 g K2SO4 100 g NaCl 020 g MgSO4middot7H2O

004 g CaCl2middot2H2O All the nutrients were dissolved in distilled water containing (per liter)

60 mL of metal solution (970 mg FeCl3middot6H2O 410 mg MnCl2middot4H2O 50 mg ZnCl2 20 mg

CoCl2middot6H2O 40 mg Na2MoO4middot2H2O) 10 mL of micronutrient solution (500 mg Na2EDTA

618 mg H3BO3 196 mg CuSO4middot5H2O 440 mg ZnSO4middot7H2O 200 mg CoCl2middot6H2O 126 mg

MnCl2middot4 H2O 126 mg Na2MoO4 middot2H2O) and 10 mL15 g Lminus1

B12 vitamin solution

Fed-batch runs were carried out either using the above medium containing NaNO3 as

the nitrogen source or after substituting in it NaNO3 with urea

218

22 Cultivation

The bench-scale tubular photobioreactor (Fig 1) utilized in this study was developed

at the Fermentation Technology Laboratory of the Department of Biochemical and

Pharmaceutical Technology of Satildeo Paulo University (Ferreira et al 2010) It was made up of

transparent glass tubes (10 m length 10 cm internal diameter 05 cm wall thickness) with

inclination of 2 (115ordm) to make the fluid flow easier PVC tubes were used to connect the

glass tubes The reactor was illuminated by 20 W fluorescent lamps Ambient air was injected

at the bottom of the tubes to drive the liquid from the bottom to the top of the reactor A

degassing bottle provided with magnetic stirrer ensured efficient medium homogeneity The

total and illuminated volumes of the reactor were 350 and 212 L respectively

Cultivations were carried out with initial biomass concentration of 400 mg Lminus1

(Ferreira et al 2010) in tubular photobioreactor (PBR) and temperature of 29 ordmC The pH was

set and maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of pure CO2 from

cylinder or CO2 from continuous alcoholic fermentation under steady-state conditions using a

pH controller (Mettler Toledo Barueri SP Brazil) coupled to a solenoid valve In

experiments with NaNO3 nitrate concentration was maintained above 1 g L-1

(Faintuch

1989) to avoid growth limitation by this nutrient When urea was used as nitrogen source its

amount to be daily added was estimated as suggested by Ferreira et al (2010) Briefly from

the curve of cell concentration versus time of each standard run with nitrate (Fig 2) we

obtained an interpolated curve described by a third order-polynomial equation By derivation

of this equation it was possible to obtain the second order equation of cell productivity and

from that the equation expressing the amount of urea to be daily added to sustain the expected

cell growth taking into account that the dry mass of A platensis contains about 7 of

nitrogen (Bezerra et al 2008) The light intensity expressed as photosynthetic photon flux

density (PPFD) was varied in the range of 60-240 μmol photons mndash2

sndash1

Table 1 show the

219

different conditions adopted in this work for cultivations All experiments were carried out in

duplicate

221 CO2 sources

Pure CO2 of analytical grade (999) was obtained from a cylinder (Oxylumen Satildeo

Paulo SP Brazil)

CO2 from alcoholic fermentation was produced continuously by Saccharomyces

cerevisiae CCT7150 (Fundaccedilatildeo Tropical Andreacute Tosello Culture Collection Campinas SP

Brazil) cultivated in a glass bioreactor (Infors-HT Bottmingen Switzerland) containing 10 L

of diluted sugarcane blackstrap molasses at temperature of 30 plusmn 1 ordmC (Kock et al 2000)

impeller speed of 500 rpm and dilution rate of 0025 h-1

Sugar concentration in the feed

expressed as total reducing sugars (TRS) was 170 g L-1

(Guerreiro et al 1997) Urea (05 g

L-1

) was added to the mash After adjustment of pH at 45-50 by addition of H2SO4 it was

controlled at 45 plusmn 01 (Jones et al 1981) by addition of 15 N NaOH solution Penicillin (500

ui L-1

) was added to prevent contamination (Carvalho et al 2003) Continuous feeding was

started after 12 h of batch fermentation

23 Analytical techniques

231 A platensis cultivation

Cell concentration was determined by optical density (OD) measurements at 560 nm

using a calibration curve (Leduy and Therien 1977) The liquid phase of the medium was

used to determinate the concentrations of total carbonate (Pierce and Haenisch 1948) nitrate

(Vogel 2002) and volatile organic compounds (Joslyn 1970) The concentration of total

ammonia was determined immediately before the daily addition of urea on cell-free medium

samples using a potentiometer and selective ammonia ion electrode model 95-12 (Orion

Cambridge MA USA) (Leduy and Samson 1982) The residual urea level was determined

220

by the same way after previous hydrolysis with H2SO4 at 200 degC (Cezare 1998) Incident

photon flux density of photosynthetically active radiation (400-700 nm) was measured by

means of an integrating quantumradiometerphotometer model LI-190 SB (Li-Cor Lincoln

NE USA) provided with a LI-190 SB quantum sensor cell

232 Alcoholic fermentation

Cell concentration was measured by filtering 50 mL samples through Millipore

membranes with 12 μm pore diameter washing with 50 mL of distilled water and drying at

105-110 degC until constant weigh (Carvalho et al 2003) The total reducing sugars (TRS)

concentration was expressed as glucose and determined according to Somogy (1952) after

acid hydrolysis of samples (Falcone et al 1959)

Ethanol concentration was determined by the micro-dichromate method (Joslyn

1970) The effluent gas was qualitatively analyzed by a gas chromatograph coupled to mass

spectrometer model GCMS-QP5050A (Shimadzu Kyoto Japan) equipped with CP Sil

PONA CB column (100 m x 025 mm x 05 μm) Helium was used as a carrier gas at flow rate

of 1 mL min-1

Samples (1 mL) were injected in the column at a split ratio of 1100 Injector

and detector temperatures were 200 and 250 degC respectively The column temperature was

initially set at 40 degC and then increased at a rate of 2 degC min-1

up to 100 degC and subsequently

at 10 degC min-1

up to 250 degC

24 Calculation of A platensis cultivation parameters

The cell productivity (PX mg L-1

d-1

) was calculated by dividing the difference

between maximum and initial cell concentration (Xm - Xi) by the cultivation time

corresponding to Xm The nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) was calculated as

the mass ratio of dried produced cells and nitrogen added

221

24 Statistical analysis

Maximum cell concentration (Xm mg L-1

) maximum cell productivity (PX mg L-1

d-1

)

and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) were evaluated by the analysis of

variance (ANOVA General Linear Model) and the Tukey test to compare the mean values at

a significance level of 5 (p lt 005) using the MINITAB 15 statistical software

3 Results and discussion

31 Continuous alcoholic fermentation

The mean results of continuous alcoholic fermentation of blackstrap molasses under

steady state conditions were the following cell concentration of 609 plusmn 054 gDW L-1

(dry

weight) TRS of 532 plusmn 567 g L-1

and ethanol concentration of 553 plusmn 757 g L-1

corresponding to a fermentation yield of 64 Such a process yield was of the same order of

magnitude as those previously obtained with the same carbon source (Carvalho et al 2003)

and ensured the release of a CO2 flux suitable to maintain the pH of A platensis culture at the

desired value (95 plusmn 02)

32 Effects of carbon dioxide and nitrogen sources and light intensity on A platensis

growth

Figs 2 to 4 show that the use of pure CO2 or CO2 from alcoholic fermentation led to

almost coincident cell concentration profiles and Xm values which points out no significant

influence of the CO2 source on A platensis growth These findings which were confirmed by

ANOVA (p 005 Table 2) highlight the feasibility of using such a by-product from

industrial bioethanol production as carbon source for cyanobacteria cultivation

It is well known that when bicarbonate is used for the photosynthetic growth of

microalgae there is a progressive release of OH- in the medium (Goldman et al 1982) thus

222

the pH control is fundamental in processes leading to high cell concentrations As stressed by

Watanabe et al (1995) high alkalinity (pH gt 110) restricts the productivity in the air-lift

photobioreactors using air not supplemented with CO2 In cultivations having high demand of

carbon due to high cell concentrations the addition of CO2 can ensure at the same time

control of pH and suited supply of the carbon source This has been done in the present work

where the culture pH was maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of

CO2 either from a cylinder or from alcoholic fermentation so that the CO2 consumed by the

microorganism was permanently replaced Such a control also allowed maintaining the carbon

source level along the cultivations at a value (around 1208 g L-1

of total carbonate)

practically coincident with that of the medium of Schloumlsser (1982) thus avoiding any carbon

source limitation or accumulation and reducing its cost

In experiments carried out with CO2 from alcoholic fermentation the analysis of

effluent gas by headspace gas chromatography revealed it was mainly made up of CO2 with

only small contents of ethanol and acetaldehyde Despite of this it was not detected any

appreciable concentration of organic volatile compounds in the medium likely because this

microorganism has the enzymes needed to metabolize ethanol or even due to their

condensation in the pipe and consequently no influence of these compounds on A platensis

growth was observed In addition the use of CO2 from alcoholic fermentation did not lead to

any precipitation of salts or flocculation like those observed by Ferraz et al (1985) for A

maxima cultivations in open-ponds using a semi-synthetic medium constituted by malt and

yeast extracts peptone and sucrose

As far as the influence of the nitrogen source on A platensis growth is concerned

urea a classical fertilizer was chosen to substitute the conventional nitrogen sources (KNO3

NaNO3) because of its low cost and because it has been recognized as a promising alternative

nitrogen source in the cultivation of A platensis (Danesi et al 2004 Sassano et al 2007)

223

For a given light intensity and CO2 source no significant difference in growth curves

of cultivations carried out with nitrate (Fig 2) or urea (Figs 3 and 4) as nitrogen source was

observed and the Xm values obtained with both nitrogen sources were statistically coincident

(p 005 Table 2) These results point out the success of the approach of using standard

curves obtained with NaNO3 under non-limited conditions (Fig 2) to foresee the nitrogen

demand of fed-batch A platensis cultivations with urea and confirm the feasibility of using

this cheap nitrogen source

Ammonia and residual urea concentrations during the cultivation (lt 10-4

M) were

always much lower than those considered toxic (10 mM) or even inhibitory for cyanobacteria

growth (17 mM to 2 mM) (Abeliovich and Azov 1976) thereby demonstrating that there

was no accumulation either of ammonia or urea in the medium Since the pH of the culture

(95 plusmn 02) was higher than the pKa of the ammonium (93) this compound was likely

assimilated by simple diffusion and then trapped within the cell cytoplasm by protonation

(Boussiba et al 1984)

Light is the energy source that drives photosynthesis therefore its intensity is an

additional important growth factor which has been often associated with shifts in metabolic

activity (Vonshak et al 2000)

During photoautotrophic growth the amount of light energy received by the

photosynthetic apparatuses determines the amounts of inorganic carbon fixed Xm was

significantly increased (p lt 005 Table 2) by an increase in the light intensity from 60 to 120

micromol photons m-2

s-1

(Figs 2 to 4) whereas it reached a plateau in the range 120-240 micromol

photons m-2

s-1

(Table 3) This result is consistent with the typical behavior of the autotrophic

growth of A platensis (Vonshak et al 2000) which can be depending on I (i) light limited

(ii) light saturated or (iii) light inhibited and whose specific growth rate initially increases

linearly with light intensity then reaches a plateau and finally falls

224

The highest Xm value found in this work was higher than those reported for A

platensis cultivations in minipond (15 g L-1

) (Binaghi et al 2003) and conical tubular

photobioreactor (13 g L-1

) (Watanabe and Hall 1996)

33 Cell productivity

Table 2 shows that cell productivity (PX) was not statistically affected either by the

nitrogen or the CO2 source (p 005) Indeed the almost coincident PX values obtained in

cultures with urea and nitrate were expected by the fact that the amounts employed of the

former nitrogen source under every conditions were always based on the results of the

corresponding runs with nitrate As for Xm also the use of different CO2 sources did not

influence the productivity (p 005 Table 2) as well the cultivation time

On the other hand PX increased by about 45 when increasing the light intensity from

60 to 120 micromol photons m-2

s-1

while Xm increased by only 7 Since the higher the light

intensity the higher the biomass concentration in the middle of runs (Figs 2 to 4) it is likely

that the effect of I is more marked when the overall culture conditions are favorable and there

is some shadowing effect (Vonshak et al 2000) In fact the higher the light intensity the

larger the amount of energy converted into ATP to be utilized for cell growth and

maintenance and then the cells reach more quickly the maximum cell concentration (Vonshak

et al 2000)

This behavior was also observed by Danesi et al (2004) and Rangel-Yagui et al

(2004) in A platensis cultures carried out in miniponds with KNO3 or urea as nitrogen

sources On the other hand the similar PX values obtained at 120 and 240 micromol photons m-2

s-

1 (Table 3) were the likely result of photosaturation or shadowing (Chojnacka and Noworyta

2004 Vonshak et al 2000) as described earlier for Xm

225

Therefore the highest cell productivities were obtained at the highest light intensities

(443 plusmn 20 and 463 plusmn 16 mg L-1

d-1

at I = 120 and 240 micromol photons m-2

s-1

respectively)

irrespective of the nitrogen or CO2 sources used (Table 3) These values are close to that (510

mg L-1

d-1

) obtained by Watanabe et al (1995) who investigated the A platensis growth in

conical helical photobioreactor at 118 μmol photon m-2

s-1

Other studies showed that this parameter reached maximum values of 92 mg L-1

d-1

in

a cylindrical glass tank using urea at 108 μmol photons mndash2

sndash1

(Sassano et al 2007) and 96

mg L-1

d-1

in long minitanks using ammonium chloride at 13 klux (156 μmol photons mndash2

sndash1

)

(Bezerra et al 2008) Since these light intensity thresholds are close to that obtained in this

study the remarkably higher values of PX shown here demonstrate the excellent performance

of the tubular photobioreactor configuration

34 Nitrogen-to-cell conversion factor

The ANOVA statistical analysis indicates a significant effect of the nitrogen source (p

lt 005 Table 2) on the nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) whose highest mean values

were achieved in cultures using urea (Table 1) Indeed in these cultures the nitrogen amount

added daily was based on the actual needs for cell growth and maintenance and then its

residual concentration was always lt 10-4

M therefore there was no limitation or excess of

nitrogen during cultivation On the other hand in cultures with nitrate its concentration was

always maintained above 1 g L-1

to avoid any growth limitation (Faintuch 1989) thus

resulting in a YXN decrease

Contrarily no significant effects of CO2 sources and light intensities on YXN (p 005

Table 2) were observed Taking into account that YXN is the ratio between the masses of dry

cell produced and nitrogen added such an observation had to be expected by the fact that the

amount of nitrogen added to the culture is associated to cell growth as stressed above These

results apparently disagree with those obtained by Bezerra et al (2008) and Danesi et al

226

(2004) who observed a YXN increase with light intensity However since those experiments

were carried out using the same amount of nitrogen regardless of the light intensity YXN was

only a function of Xm which was in turn an increasing function of I

The highest YXN value found in this study (138 plusmn 090 mg mg-1

) was remarkably

higher than those reported for urea (74-85 mg mg-1

) (Rangel-Yagui et al 2004) and

ammonium chloride (57 plusmn 017 mg mg-1

) (Bezerra et al 2008) as nitrogen sources in

miniponds because the use in this study of a closed tubular photobioreactor certainly reduced

the nitrogen loss as ammonia by off gassing (Ferreira et al 2010)

4 Conclusions

The results of this work showed that the simultaneous use of two low cost or even no-

cost nutrients (CO2 from alcoholic fermentation and urea) could be an interesting alternative

for A platensis cultivation in tubular photobioreactor The fed-batch cultivation of this

cyanobacterium at 120 μmol photons m-2

s-1

using these nutrients as carbon and nitrogen

sources respectively did in fact provide a maximum cell concentration of 2960 plusmn 35 mg L-1

and a cell productivity of 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

The production of A platensis biomass which

is a source of valuable compounds using as carbon source the CO2-rich gaseous emissions

from the alcohol industry may contribute to reduce the release of such a greenhouse gas into

the atmosphere

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

065679-2) and of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

(CAPES) Brazil (processes n 397808-7 and 0350-112010)

227

References

Abeliovich A Azov D 1976 Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds

Appl Environ Microbiol 31 801ndash 806

Balat M Balat H 2009 Recent trends in global production and utilization of bio-ethanol

fuel Appl Energy 86 2273-2282

Hughes E Benemann JR 1997 Biological fossil CO2 mitigation Energy Conv Manag

38 S467ndashS473

Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

2008 Influence of

ammonium chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina

(Arthrospira) platensis Biotechnol Bioeng 100 297-305

Binaghi L Del Borghi A Lodi A Converti A Del Borghi M 2003 Batch and fed-

batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochem 38 1341-1346

Boussiba S Resch CM Gibson J 1984 Ammonia uptake and retention in some

cyanobacteria Arch Microbiol 138 287-292

Carvalho JCM Vitolo M Sato S Aquarone E 2003 Ethanol production by

Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch

process optimization by response surface methodology Appl Biochem Biotechnol 110

151-164

Cezare EA 1998 Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de S platensis

empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado

Master Thesis University of Satildeo Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP

Brazil

228

Chojnacka K Noworyta A 2004 Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 34 461ndash465

Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G 1992 A structured model for simulation

of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 40 826ndash834

Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S 2004 Effect of reducing the

light intensity on the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 26 329-335

Faintuch BL 1989 Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs

cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Master Thesis University of Satildeo

Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP Brazil

Falcone M Vairo MLR Borzani W 1959 Processo simplificado para a dosagem de

accedilucares redutores totais em melaccedilos de cana Anais Farm Quiacutem 10 69-72

Ferraz CAM Aquarone E Florenzano G Balloni W Tredici M 1985 Utilizaccedilatildeo de

sub-produtos da induacutestria alcooleira na obtenccedilatildeo de biomassa de Spirulina maacutexima Parte I ndash

Emprego do anidrido carbocircnico Rev Microbiol 16 179-187

Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM 2010 A new

approach to ammonium sulphate feeding for fed-batch Arthrospira platensis cultivation in

tubular photobioreactor Biotechnol Prog 26 1271-1277

Goldman JC Dennett MR Riley CB 1982 Effect of nitrogen-mediated changes in

alkalinity on pH control and CO2 supply in intensive microalgal cultures Biotechnol Bioeng

24 619-631

229

Guerreiro MA Andrietta SR Maugeri F 1997 Expert system for the design of an

industrial fermentation plant for the production of alcohol J Chem Technol Biotechnol 68

163-200

Jones RP Pamment N Greenfield DPF 1981 Alcohol fermentation by yeast The effect

of environmental and other variables Process Biochem 16 42-49

Joslyn MA 1970 Alcoholometry in Joslyn MA (Ed) Methods in Food Analysis

Physical Chemical and Instrumental Methods of Analysis Academic Press New York pp

447-474

Kock JLF Venter P Smith DP Van Wyk PWJ Botes PJ Coetzee DJ Pohl CH

Botha A Riedel K-H Nigam S 2000 A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟

phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek 77 401ndash406

Leduy A Samson R 1982 Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia

nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnol Lett 4 303-306

Leduy A Therien N 1977 An improved method for optical density measurement of the

semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnol Bioeng 19 1219-1224

Ono E Cuello JL 2004 Design parameters of solar concentrating systems for CO2-

mitigating algal photobioreactors Energy 29 1651ndash1657

Packer M 2009 Algal capture of carbon dioxide biomass generation as a tool for

greenhouse gas mitigation with reference to New Zealand energy strategy and policy Energy

Policy 37 3428-3437

Pierce WC Haenisch EL 1948 Quantitative Analysis third ed John Wiley amp Sons New

York

230

Rangel-Yagui CO Danesi EDG Carvalho JCM Sato S 2004 Chlorophyll

production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process

Bioresour Technol 92 133-141

Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

2007 Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-

batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 96 702-711

Sassano CEN Gioielli LA Almeida KA Sato S Perego P Converti A Carvalho

JCM 2007 Cultivation of Spirulina platensis by continuous process using ammonium

chloride as nitrogen source Biomass Bioenerg 31 593-598

Schloumlsser UG 1982 Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 95 181ndash276

Somogy M 1952 Notes on sugar determination J Biol Chem 195 19-23

Spolaore P Joannis-Cassan C Duran E Isambert A 2006 Commercial applications of

microalgae J Biosci Bioeng 101 87-96

Tapie P Bernard A 1988 Microalgae production technical and economic evaluations

Biotechnol Bioeng 32 873-885

Tyner W Taheripour F 2007 Renewable energy policy alternatives for the future Amer J

Agr Econ 89 1303ndash1310

Vogel AI 2002 Anaacutelise Quiacutemica Quantitativa Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos Rio de

Janeiro

Vonshak A Cheung SM Chen F 2000 Mixotrophic growth modifies the response of

Spirulina (Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 36 675-679

Wang B Li Y Wu N Lan CQ 2008 CO2 bio-mitigation using microalgae Appl

Microbiol Biotechnol 79 707ndash718

231

Watanabe Y Hall DO 1996 Photosynthetic production of the filamentous

cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Appl

Microbiol Biotechnol 44 693-698

Watanabe Y de la Nouumle J Hall DO 1995 Photosynthetic performance of a helical

tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnol

Bioeng 47 261-269

232

Caption of Figures

Figure 1 Scheme of the photobioreactor employed for fed-batch cultivations of A platensis

(1) Degasser (2) Condenser tube (3) Air pump (4) Rotameter (5) Magnetic stirrer (6)

20W Fluorescent lamps (7) Airlift system

Figure 2 Cell concentration (X mg L-1

) versus time during fed-batch A platensis cultivations

carried out using nitrate and A) CO2 from cylinder or B) gaseous emissions from alcoholic

fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) 60 (diams) 120 (times) and 240 (+)

The estimated curves are drawn as continuous lines

Figure 3 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition (mM

d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out using CO2

from cylinder at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) Triangle 60 Square 120

Circle 240

Figure 4 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition

(mM d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out

using CO2 from alcoholic fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

)

Triangle 60 Square 120 Circle 240

233

Figure 1

234

Figure 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

A)

B)

235

Figure 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

000

020

040

060

080

100

120

140

160

0 2 4 6 8 10

Time (days)

ure

a ad

dit

ion (

mM

d-1

)

236

Table 1 Maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) obtained in fed-batch A platensis cultures carried out at different

light intensities and using different CO2 and nitrogen sources

run

I

(mol m-2

s-1

)a

CO2

source

Nitrogen

source

Xm

(mg L-1

) b

PX

(mg L-1

d-1

) b

YXN

(mg mg-1

) b

1 60 C c NaNO3 2899plusmn17 250plusmn17 42plusmn003

2 60 C Urea 2847plusmn10 245plusmn00 14plusmn000

3 60 A d NaNO3 2789plusmn82 299plusmn10 40plusmn014

4 60 A Urea 2867plusmn28 308plusmn35 14plusmn017

5 120 C NaNO3 3209plusmn109 454plusmn18 45plusmn018

6 120 C Urea 2980plusmn103 408plusmn17 11plusmn050

7 120 A NaNO3 2968plusmn24 428plusmn40 43plusmn004

8 120 A Urea 2952plusmn35 425plusmn59 15plusmn020

9 240 C NaNO3 3291plusmn206 482plusmn34 54plusmn038

10 240 C Urea 3236plusmn72 473plusmn12 13plusmn034

11 240 A NaNO3 3102plusmn130 450plusmn22 50plusmn024

12 240 A Urea 3070plusmn112 445plusmn19 14plusmn056

a I = light intensity

b Values represent means of two experiments and its standard error

c C = cylinder

d A = alcoholic fermentation

237

Table 2 Values of the descriptive level (p) for the maximum cell concentration (Xm) cell

productivity (PX) and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) at different light intensities (60

120 or 240 mol photons m-2

s-1

) and using different sources of CO2 (cylinder or alcoholic

fermentation) and nitrogen (nitrate or urea)

Factors Xm PX YXN

CO2 0225 0256 0351

Light intensity 0000 0000 0700

Nitrogen 0922 0947 0000

238

Table 3 Means values of maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (PX)

obtained in fed-batch A platensis cultivations carried out at variable light intensity

Light intensity

(mol photons m-2

s-1

)

Xm

(mg L-1

)

PX

(mg L-1

d-1

)

60 2851plusmn54ordf 306plusmn7a

120 3056plusmn115b 443plusmn20

b

240 3180plusmn96b 463plusmn16

b

Values with the same superscript are not significantly different according to the Tukey test

(p gt 005)

Page 4: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo

4

Agrave minha famiacutelia que eacute a alegria da minha

vida e me incentiva a seguir esse caminho

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho pela orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo

confianccedila amizade incentivo e paciecircncia que recebi durante os 6 anos de

convivecircncia no laboratoacuterio

Ao Prof Dr Attilio Converti pela orientaccedilatildeo apoio e confianccedila principalmente

durante minha estadia na Itaacutelia

Ao Prof Dr Sunao Sato chefe do setor de Tecnologia de Fermentaccedilotildees do

Departamento Bioquiacutemico-Farmacecircutica da Universidade de Satildeo Paulo-Brasil

Ao Prof Dr Adalberto Pessoa Juacutenior Profa Dr Ana Luacutecia Figueiredo Porto e

Prof Dr Adilson de Castro Chaves pela indicaccedilatildeo do laboratoacuterio e confianccedila

depositada em meu trabalho

Agrave FAPESP pelo auxiacutelio financeiro que permitiu a execuccedilatildeo desse trabalho

Agrave CAPES pela oportunidade de realizar o doutorado sanduiche na Itaacutelia

contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e cientiacutefico

Aos meus pais Irene V P Bezerra e Adesson P Bezerra a minha irmatilde ao

meu cunhado e ao meu namorado Paulo Claudino Veacuteras pelo incentivo apoio

confianccedila e felicidade durante todo esse tempo

Aos meus amigos pernambucanos Fernanda Borba Eduardo Correia Anne

Priscila Croacutecia e Anabel Helena que mesmo distante sempre me incentivaram e a

minha amiga Ceacutelia Bolognesi pelos conselhos e palavras de conforto nos momentos

difiacuteceis

A todos os amigos Liacutevia Seno Ciacutenthia Hoch Ana Morocho Mayla Rodrigues

pelo apoio e carinho que me proporcionou durante a poacutes-graduaccedilatildeo e em especial a

Marcelo Chuei Matsudo

As secretaacuterias da poacutes-graduaccedilatildeo do Deptordm de Tecnologia Bioquiacutemico-

Farmacecircutico (FCF-USP) pela dedicaccedilatildeo apoio e por estarem sempre disponiacutevel

para ajudar e aos secretaacuterios da poacutes-graduaccedilatildeo Elaine Midori Ychico e Jorge Alves

de Lima

Aos funcionaacuterios da Biblioteca do Conjunto das Quiacutemicas pela atenccedilatildeo e

disponibilidade de ajuda sempre que precisei

6

RESUMO

A cianobacteacuteria fotossintetizante Arthrospira platensis eacute conhecida por apresentar

em sua biomassa altos teores proteacuteicos (50-70) presenccedila do aacutecido graxo essencial -

linolecircnico e diversas outras substacircncias importantes para a alimentaccedilatildeo humana e

animal Esses micro-organismos satildeo capazes de converter o CO2 em biomassa de

grande potencial na aacuterea de alimentos Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica a produccedilatildeo de

CO2 eacute da mesma ordem de grandeza da produccedilatildeo de etanol e considerando a crescente

demanda interna e externa por esse combustiacutevel seria importante que houvesse um

processo que fixasse esse CO2 transformando-o em um produto que poderia ser uacutetil para

a nossa populaccedilatildeo Adicionalmente o uso de uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo

(ureacuteia) em reatores tubulares contribuiria para a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo da A

platensis O objetivo desse trabalho foi avaliar os paracircmetros cineacuteticos e bioenergeacuteticos

bem como a composiccedilatildeo centesimal da A platensis cultivadas em biorreator tubular

alimentados com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica ou com utilizaccedilatildeo de CO2 puro

para o controle do pH sob diferentes intensidades luminosas (I) e fontes de nitrogecircnio (N)

adicionadas por meio de processo descontiacutenuo alimentado Os resultados mostraram que

maiores valores de I proporcionaram maiores valores de concentraccedilatildeo celular maacutexima

(Xm) e produtividade em ceacutelulas (Px) mas natildeo influenciaram nos valores do fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) As diferentes fontes de CO2 natildeo influenciaram

nos valores de Xm Px YXN O uso da ureacuteia aumentou os valores de YXN em relaccedilatildeo aos

cultivos com NO3- Na composiccedilatildeo centesimal pode-se observar que I influenciou nos

teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios mas natildeo influenciou nos teores de cinzas e

carboidratos na biomassa final Em relaccedilatildeo aos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos

com CO2 puro observou-se que os maiores valores de dissipaccedilatildeo de energia de Gibbs

foram obtidos em tempos mais curtos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente do N selecionado enquanto que o nuacutemero de moles de foacutetons

absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas culturas com

NO3- independentemente do I As fraccedilotildees da energia direcionada para a siacutentese de ATP e

fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas com ureacuteia quando comparadas com as

culturas com NO3- que se revelou uma fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o

crescimento energicamente da A platensis

Palavras chaves Arthrospira platensis processo descontiacutenuo alimentado ureacuteia

intensidade luminosa dioacutexido de carbono fermentaccedilatildeo alcooacutelica bioenergeacutetica

7

ABSTRACT

Photosynthetic cyanobacterium A platensis contains in its biomass high protein

content (50-70) -linolenic acid and many other substances important for health

human These microorganisms are capable of converting CO2 into biomass of great

potential in the food industry During the alcoholic fermentation the production of

CO2 has the same magnitude of the production of ethanol Considering the

increasingly global demand for this fuel a process to fix this CO2 is of utmost

importance Furthermore the use of low cost nitrogen source (urea) in tubular

reactors would contribute to reducing the production cost of A platensis Therefore

the purpose of this work was to evaluate the kinetic and bioenergetics parameters as

well as the chemical composition of biomass obtained in A platensis cultures in

tubular bioreactor using CO2 from alcoholic fermentation or pure CO2 to control the

pH under different light intensity (I) and nitrogen sources (N) The results showed that

higher I induced higher maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (Px)

values but it did not exert any influence on the nitrogen-cell conversion factor (YXN)

Urea increased the YXN values compared to use of NO3- In the centesimal

composition of biomass it can be observed that I influenced the chlorophyll protein

and lipid contents but not influenced the carbohydrate and ash contents For

bioenergetics parameters it was observed that the highest Gibbs energy dissipation

values for cell growth and maintenance were obtained in shorter time at 120-240

micromol photons m-2 s-1 in both nitrogen sources while the moles of photons absorbed

by the system to produce one C-mol biomass was higher in cultures with NO3- The

highest values of the molar production of O2 and consumption of H+ were obtained at

the highest I values using NO3- The estimated percentages of the energy absorbed

by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to

this better bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost

alternative nitrogen source for A platensis cultures in photobioreactors

Key words Arthrospira platensis fed batch urea light intensity carbon dioxide

alcoholic fermentation bioenergetic

8

RIASSUNTO

Il cianobatterio fotosintetici Arthrospira platensis ha un alto contenuto di proteine (50-

70) presenza di acidi grassi essenziali come l‟acido -linolenico e altre sostanze

importanti per l‟alimentazione umana ed animale Questi microrganismi convertono CO2 in

biomassa di grande potenzialitagrave nellindustria alimentare Durante la fermentazione

alcolica la produzione di CO2 egrave dello stesso ordine di grandezza della produzione di

etanolo e in considerazione alla crescente necessitagrave interna ed europeo per questo

combustibile sarebbe importante lo svilupo di un processo che fissasse questo CO2

transformandolo in un prodotto che potrebbe essere utile per la nostra popolazione

Inoltre luso di una fonte di azoto a basso costo (urea) in reattori tubolari contribuirebbe a

ridurre il costo di produzione di A platensis Lobiettivo di questo studio egrave di valutare i

parametri cinetici bioenergetiche e la composizione della biomassa ottenuta in colture di

A platensis in bioreattori tubolare alimentato con CO2 puro di cilindro o con CO2 della

fermentazione alcolica per il controllo del pH in diverse intensitagrave di luce (I) e fonti di azoto

(N) usando il processo discontinuo alimentato I risultati hanno dimostrato che valori piugrave

alti di I fornire i piugrave alti valori di concentrazione massima delle cellule (Xm) e la produttivitagrave

delle cellule (Px) ma non influenza i valori del fattore di conversione di azoto nelle cellule

(YXN) Luso di urea come fonte di azoto aumentato i valori di YXN rispetto alle culture con

NO3- La composizione chimica di biomassa puograve osservare che I ha influenzato la

percentuale di clorofilla proteine e lipidi ma non ha influenzato la percentuale di

carboidrati e cenere nella biomassa finale In relazioni ai parametri bioenergetici dei cultivi

usando CO2 di cilindri abbiamo osservato che i piugrave alti valori di dissipazione di energia di

Gibbs per la crescita cellulare e la manutenzione sono stati ottenuti in tempo piugrave brevi nel

120-240 μmol di fotoni m-2 s-1 per entrambe le fonti di N mentre il numero di moli di fotoni

assorbiti dalle cellule por produrre una biomassa C-mol era maggiore nelle culture con

NO3- a prescindere dalla I I valori piugrave alti della produzione molare di O2 e il consumo di H+

sono stati ottenuti con valori piugrave alti di I coltivati con NO3- Le frazioni di energia per la

sintese di ATP e fissato per la cellula erano piugrave alti nelle culture con urea che nelle culture

con NO3- che si egrave rivelata una fonte di azoto in grado di sostenere la crescita di A

platensis

Parole chiave Arthrospira platensis processo discontinuo alimentato urea intensitagrave

luminosa anidride carbonica fermentazione alcolica bioenergetica

9

Lista de graacuteficos

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A

platensis 73

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a 77

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo 88

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 01 h-1 88

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1 89

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1 89

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1 93

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1) 94

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2 95

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3 96

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 97

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4 98

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5 99

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 100

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6 101

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7 102

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 103

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8 104

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9 105

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240mol de foacutetons m-2 s-1) 106

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10 107

10

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11 108

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1) 109

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12 110

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado) 144

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados) 147

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 149

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua) 150

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 151

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( ) 152

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado 153

11

Lista de Figuras

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) 22

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em

pH acima de 92 35

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas tilacoacuteides 42

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema 43

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica 44

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a 48

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis 67

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis 68

12

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina 23

Tabela 2 - Planejamento experimental 84

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa

seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado 86

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo 87

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1 91

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1 93

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 94

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2 95

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3 96

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 97

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4 98

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5 99

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1) 100

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6 101

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7 102

13

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

103

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8 104

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9 105

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 106

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10 107

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11 108

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 109

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12 110

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas 119

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima 120

Tabela 26 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 120

Tabela 27 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 121

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas 122

Tabela 29 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente fonte

de nitrogecircnio 123

Tabela 30 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 123

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

126

14

Tabela 32 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio 127

Tabela 33 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 128

Tabela 34 - Concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final obtida nos experimentos

com o pH controlado com CO2 de cilindro 129

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

130

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final 134

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final 136

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 136

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedio na biomassa seca final 138

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 138

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 138

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

141

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final 142

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa cultivada em fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia

como fontes de nitrogecircnio 145

15

Lista de abreviaturas e siglas

ART Accediluacutecares redutores totais

VOCs Compostos volaacuteteis orgacircnicos

C Carbono

N Nitrogecircnio

S Enxofre

O Oxigecircnio

H Hidrogecircnio

I Intensidade Luminosa

Ef Concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

fc Fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

fi Fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

Nt quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

Petanol Produtividade em etanol (g L h-1)

PX Produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Tc Tempo de cultivo (dias)

V Volume do meio (L)

Xi Concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Xm Concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

XP Meacutedias dos valores de concentraccedilotildees celulares ao longo do regime

permanente

YXN Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Cl Clorofila a

GS glutamina sintetase

GOGAT glutamate sintase

FSII Fotossistema II

FSI Fotossistema I

16

Lista de siacutembolos

max

GXY Rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs

Velocidade especiacutefica de crescimento

1YGX Energia de Gibbs para o crescimento e manutenccedilatildeo celular

c Velocidade da luz (299108 m s-1)

D Vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

h Constante de Planck (662610-34 J)

mG Energia de Gibbs dissipada para a manutenccedilatildeo celular

MMc Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

MMi Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

NA nuacutemero de Avogadro (6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1)

nPh nuacutemero de foacutetons

Q Energia de Gibbs liberada como calor

qH+ Consumo molar de H+

qO2 Produccedilatildeo molar de O2

ΔGa Energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese

ΔGATP Energia de Gibbs transformada em ATP

ΔgPh Energia de Gibbs contida em 1 Einsten de foacuteton

ΔH Energia fixada pelos fotosistemas

η Rendimento do processo em etanol ()

λ Comprimento de onda

17

Sumaacuterio

1 Introduccedilatildeo 20

2 Revisatildeo bibliograacutefica 22

21 Caracteriacutesticas da A platensis22

22 Fotobiorreatores26

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores31

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis 33

241 Fontes de Nitrogecircnio33

242 Intensidade luminosa41

2421 Pigmentos 46

243 Fontes de carbono 50

2431 Fonte de carbono orgacircnico (Crescimento hetorotroacutefico) 50

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico) 51

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente (Crescimento

mixotroacuteficos) 54

3 Objetivos61

4 Materiais e meacutetodos 62

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua62

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

62

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular62

41111 Melaccedilo natildeo tratado62

41112 Melaccedilo tratado 62

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo63

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator 63

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo 63

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo63

413 Preparo do inoacuteculo64

414 Dispositivo para a cultura 64

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua64

42 Cultivo de A platensis65

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo 65

18

422 Meio de cultivo65

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis 65

4222 Meio modificado66

423 Preparo do inoacuteculo66

424 Dispositivo da cultura67

4241 Fotobiorreator tubular horizontal67

4242 Fotobiorreator tubular espiralado68

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis68

43 Teacutecnicas Analiacuteticas69

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica70

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular70

4312 Determinaccedilatildeo do pH70

4313 Determinaccedilatildeo de ART70

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol71

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua72

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis72

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular 72

43211 Densidade oacutetica 72

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo 73

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total 73

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total74

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia75

4325 Determinaccedilatildeo do pH76

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato76

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol76

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo76

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a 76

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a 77

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 77

43321 Proteiacutenas totais78

43322 Lipiacutedios totais78

43323 Cinzas78

43324 Carboidratos totais 79

19

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar 79

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS 79

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio 79

44 Caacutelculos 79

441 Produtividade em etanol no regime permanente 79

442 Rendimento do etanol no regime permanente 80

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis 80

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis 80

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa 81

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa82

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos 82

5 Planejamento experimental84

6 Resultados e discussotildees85

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica 85

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular 86

612 Teste de homogeneidade do reator87

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D) 88

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste92

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis 93

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) Produtividade em

ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

(YXN) 119

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima 119

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas 122

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas 125

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a 129

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 134

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos 143

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores 153

7 Conclusotildees 154

20

1 Introduccedilatildeo

O interesse na produccedilatildeo comercial da Spirulina sp eacute devido a algumas

propriedades particulares como alta digestibilidade menor concentraccedilatildeo de aacutecidos

nucleacuteicos teores de proteiacutenas elevados (50-70 da massa seca) e importacircncia

quantitativa de aminoaacutecidos essenciais Na sua biomassa encontram-se tambeacutem

pigmentos como a clorofila ficocianina e -caroteno aacutecidos graxos essenciais como

γ-linolecircnico o qual possui efeito terapecircutico em humanos (BELAY OTA 1994)

vitaminas e antioxidantes (PULZ SCHEIBENBOGEN 1998)

Tradicionalmente a Spirulina (Arthrospira) eacute cultivada autotroficamente na

presenccedila de altos niacuteveis de carbonatos e bicarbonatos como fontes de carbono por

serem de baixo custo e proporcionarem pH elevado no meio No entanto Spirulina

ssp tambeacutem podem crescer em condiccedilotildees mixotroacuteficas podendo apresentar uma

produtividade maior quando comparadas a cultivos fotoautotroacuteficos ou heterotroacuteficos

(OGBONNA et al 2000)

Em condiccedilotildees mixotroacuteficas eou fotoautotroacuteficas a intensidade luminosa eacute um

fator importante no crescimento celular da A platensis Baixas intensidades

luminosas podem limitar o crescimento celular Por outro lado altas intensidades

luminosas podem inibir o crescimento celular devido ao fenocircmeno de fotoinibiccedilatildeo

Por isso esse eacute um fator que deve ser controlado em cultivos de micro-organismos

fotossintetizantes

O pH do meio de cultivo eacute um outro fator no cultivo de micro-organismos O pH

determina a solubilidade do dioacutexido de carbono e minerais no meio de cultura e

influencia diretamente ou indiretamente no metabolismo dos micro-organismos

fotossintetizantes Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido

aumento do pH no meio de cultura o que pode atuar como um autoinibidor do

crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2 pode ser utilizado para a

manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

A biofixaccedilatildeo do CO2 pelas microalgas estatildeo entre os meacutetodos bioloacutegicos mais

produtivos no tratamento de emissotildees de resiacuteduos industriais e o rendimento da

biomassa por hectare eacute maior quando comparadas a plantaccedilotildees na agricultura

(LAW BERNING 1991 AKIMOTO et al 1994) O uso direto dos resiacuteduos volaacuteteis

reduz os custos de preacute-tratamento mas a alta concentraccedilatildeo de CO2 pode inibir o

crescimento de cianobacteacuterias e microalgas No entanto alguns autores tecircm

21

recentemente relatado o isolamento de cianobacteacuterias e microalgas tolerantes a

altas concentraccedilotildees de CO2 e capazes de fixar esse gaacutes tais como Chlorella

Spirulina e Scenedesmus (CHANG et al 2003 WATANABE HALL 1995a

HANAGATA et al 1992) Cyanidium cladarium (AKIMOTO et al 1994)

Aleacutem do CO2 a fonte de nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo

uma vez que este nutriente eacute utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e

aacutecidos nucleacuteicos fundamentais para a manutenccedilatildeo e crescimento celular

(WATANABE HALL 1996) O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S

platensis utiliza sais de nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato

de potaacutessio e nitrato de soacutedio Ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO et al 2005) e

sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005) tecircm sido

pesquisadas como fontes alternativas de nitrogecircnio para o cultivo de S platensis

No caso de fontes de nitrogecircnio amoniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

O dioacutexido de carbono e os compostos volaacuteteis orgacircnicos (CVOs) de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica podem ser utilizados como fontes de carbono no cultivo de A

platensis Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica industrial toneladas de CO2 etanol e em

menor quantidade alguns CVOs satildeo liberados para a atmosfera como resiacuteduos No

entanto esses compostos podem ser reaproveitados como uma fonte de nutriente

juntamente como uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo (ureacuteia) para o

desenvolvimento da A platensis que por sua vez permite a produccedilatildeo de

componentes com alto valor agregado e com menor custo de produccedilatildeo industrial

22

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 Caracteriacutesticas da A platensis

Arthrospira platensis eacute uma cianobacteacuteria filamentosa fotossintetizante

pertencente da ordem Oscillatoriales famiacutelia Cyanophyceae gecircnero Arthrospira

espeacutecie platensis Satildeo caracterizadas por tricomas ciliacutendricos multicelulares com

formas espiraladas (Figura 1) Estes possuem comprimentos de aproximadamente

500 μm e diacircmetro variando de 6-12 μm mas dependendo das condiccedilotildees de cultivo

podem adquirir morfologias diferentes Os filamentos natildeo possuem ramificaccedilotildees

nem heterocistos (TOMASELLI 1997)

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) Fonte Universidade do Texas 2006

Arthrospira pode controlar sua flutuabilidade com vesiacuteculas gasosas para

receber a incidecircncia luminosa oacutetima para a fotossiacutentese Essas ceacutelulas podem

tambeacutem excretrar polissacariacutedeos extracelulares para formar agregados flutuantes

um fato que facilita sua recuperaccedilatildeo em lagos naturais e culturas outdoors (MATA

2007) Aleacutem disso devido a sua morfologia taxa de crescimento celular

relativamente alta e a caracteriacutestica das ceacutelulas se agregarem o custo operacional

para a recuperaccedilatildeo da biomassa eacute reduzido tornando-a economicamente viaacutevel

para a produccedilatildeo industrial (MATA 2007)

A Arthrospira sp eacute comercializada de forma inadequada com o nome de

Spirulina (GARRITY et al 2001) Atualmente a Arthrospira sp eacute produzida em

diferentes paiacuteses e sua produccedilatildeo mundial pode exceder 3000 toneladas

(SHIMAMATSU 2004) Na Tabela 1 estatildeo descritos algumas induacutestrias produtoras

de Spirulina (Arthrospira) sp e seu respectivo paiacutes

23

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina

Induacutestria Paiacutesterritoacuterio

Spirulina Mexicana (Sosa Texcoco) SA

Meacutexico a

Siam Algae Co Ltd Thailand

Earthrise Farms USA

Cyanotech Corporation USA

Nan Pao Resins Chemical Co Ltd Taiwan

Far East Microalgae Co Ltd Taiwan

Parry Agro Industries Ltd (Parry Nutraceuticals)

Iacutendia

Yunnan Spirin Co Ltd Mainland China

Fonte Shimamatsu 2004 a Essa induacutestria faliu por volta do ano de 1990 (LEE 1997)

A biomassa da Spirulina sp eacute comercializada principalmente como alimentos

para seres humanos e animais devido a sua composiccedilatildeo quiacutemica A seguranccedila

como alimento tem sido estabelecida por seacuteculos atraveacutes do consumo pelos seres

humanos e pelos nuacutemerosos estudos toxicoloacutegicos (CHAMORRO et al 2002)

Na China em 1997 existiam cerca de 80 produtores de Spirulina com

produccedilatildeo anual variando de 3 a 500 toneladas A maioria dos produtores se

localizava no sul devido agrave vantagem de possuir verotildees longos e clima temperado

(LEE 1997) O maior produtor mundial de Arthrospira eacute Hainan Simai Enterprising

que estaacute localizado na provincia de Hainan na China Essa companhia tem uma

produccedilatildeo anual de 200 toneladas (SPOLAORE et al 2006) No Japatildeo de acordo

com Healfh Industry News a quantidade total de Spirulina comercializada foi de 400

toneladas em 1996 Em Taiwan 5 induacutestrias produzem um total de 480 toneladas

Na Tailacircndia os dois maiores produtores de Spirulina (Siam Algae Co Ltd e

Neotech Food Co Ltd) produzem 150 toneladas e 20 toneladas por ano

respectivamente Nos Estados Unidos a Cyanotech e a Earthrise Farms satildeo os dois

maiores produtores de Spirulina com produccedilatildeo de 380 toneladas e 500 toneladas

respectivamente Aleacutem dessas induacutestrias citadas acima existem outras produtoras

de Spirulina com uma produccedilatildeo anual menor em diversos paiacuteses como Chile Cuba

Filipinas Iacutendia (LEE 1997)

O potencial dessas cianobacteacuterias como um alimento baacutesico na dieta humana

tem sido investigado haacute muitos anos em diversos paiacuteses No Japatildeo a biomassa

24

algal (por exemplo Chlorella e Spirulina) eacute produzida comercialmente sendo

utilizada primeiramente como alimentos nutracecircuticos ou funcionais (OGBONNA

TANAKA 1997 BOROWITZKA 1986) Na China Spirulina and Chlorella satildeo os

dois maiores gecircneros cultivado na forma de biomassa ou extrato para a induacutestria

alimentiacutecia A biomassa eacute usada para produzir uma variedade de produtos

nutracecircuticos ou funcionais como tabletes caacutepsulas poacute ou para extraccedilatildeo de

ingredientes bioativos como β-caroteno e ficocianina A biomassa eacute suplementada

em patildees biscoitos doces sorvetes e o extrato satildeo suplementados em bebidas

como refrigerantes e chaacute principalmente para realccedilar seu valor nutritivo (LIANG et

al 2004)

Uma ampla variedade de pigmentos como clorofila a (Cl a) luteiacutena -caroteno

ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) satildeo compostos bioativos na biomassa de S

platensis e tem sido usado como corantes naturais em alimentos em cosmeacuteticos e

como produtos farmacecircuticos no consumo humano e animal (CHEN et al 2006) O

efeito nocivo de corantes sinteacuteticos e a tendecircncia da sociedade utilizar produtos

naturais na alimentaccedilatildeo e cosmeacuteticos tecircm conduzido agrave exploraccedilatildeo das microalgas

como corantes naturais Esses pigmentos tecircm um grande valor comercial como

corantes naturais em induacutestrias nutracecircuticas cosmeacuteticas e farmacecircuticas

(PRASANNA et al 2007)

Recentemente a importacircncia de se estudar esses micro-organismos eacute devido

as suas propriedades terapecircuticas (BELAY et al 1993) e presenccedila de compostos

antioxidantes (ESTRADA et al 2001 MIRANDA et al 1998) Essas propriedades

tecircm sido provadas experimentalmente in vivo e in vitro que satildeo efetivas para o

tratamento de algumas alergias anemia doenccedilas virais e cardiovasculares

hiperglicemia hiperlipidemia processos inflamatoacuterios entre outros (CHAMORRO et

al 2002 BELAY et al 2002)

Essa cianobacteacuteria possui alto teor proteacuteico com importacircncia quantitativa dos

aminoaacutecidos essenciais e outros elementos nutricionais proporcionando seu alto

valor nutricional (MORIST et al 2001) Baixos teores de aacutecidos nucleacuteicos altos

conteuacutedos de vitaminas polissacariacutedeos e aacutecidos graxos essenciais como ocircmega-3

e ocircmega-6 satildeo paracircmetros importantes para avaliar a qualidade da biomassa algal

(OGBONNA TANAKA 1997 BOROWTIZKA 1986) Os polissacariacutedeos que

constituem a parede celular tecircm uma digestibilidade de 86 o que torna a biomassa

facilmente absorvida pelo corpo humano (LI 1997)

25

Haacute relatos tambeacutem do emprego da Arthrospira em cosmeacuteticos um extrato rico

em proteiacutenas feitos a partir da Arthrospira repara sinais de envelhecimento da pele

mais cedo exerce um efeito de firmeza e previne a formaccedilatildeo de estrias (Protulinesreg

Exsymol SAM Monaco) (SPOLAORE et al 2006)

Aleacutem da presenccedila dos compostos citados anteriomente a biomassa de

Spirulina tambeacutem pode ser utilizada no tratamento de aacuteguas residuais renovaccedilatildeo da

aacutegua atraveacutes da desintoxificaccedilatildeo bioloacutegica e remoccedilatildeo de metais pesados Por ser

um micro-organismo fotossintetizante tem a capacidade natildeo apenas de produzir

oxigecircnio mas tambeacutem de remover nutrientes como nitrogecircnio e foacutesforo reduzindo a

eutrofizaccedilatildeo dos efluentes Essa biomassa pode ser recuperada e utilizada para

extrair compostos de interesse industrial como por exemplo pigmentos e o restante

da biomassa pode ainda ser utilizado como combustiacutevel ou para produccedilatildeo de

metano (CIFERRI TIBONI 1985)

O cultivo de microalgas e cianobacteacuterias fornecem excelente perspectivas para

a produccedilatildeo de energia renovaacutevel podendo contribuir substancialmente para uma

reduccedilatildeo de emissotildees do CO2 Essas emissotildees satildeo resultados do processo de

queima dos combustiacuteveis foacutesseis e de praacuteticas agriacutecolas improacuteprias (as queimadas

por exemplo) produzindo elevados rendimentos da biomassa e possibilitando a

produccedilatildeo de compostos com alto valor agregado e biocombustiacutevel (CHISTI 2007

RICHMOND 1990)

As microalgas tecircm sido propostas como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de

biocombustiacuteveis devido ao alto teor de lipiacutedios que algumas espeacutecies podem

alcanccedilar O teor de oacuteleo de 20 a 50 de sua biomassa seca eacute comum entre as

espeacutecies como Nannochloropsis sp Chlorella sp Schizochytrium sp Algumas

microalgas podem exceder a 80 (MIAO 2006 CHISTI 2007 BANERJEE et al

2002) O percentual de lipiacutedios na biomassa de microalgas eacute funccedilatildeo das condiccedilotildees

de cultivo tais como salinidade do meio concentraccedilatildeo de nitrogecircnio natureza da

fonte de carbono assim eacute possiacutevel com certa facilidade e com tempo de resposta

relativamente curto aumentar o teor de oacuteleo nas microalgas de forma a alcanccedilar

valores bastante expressivos (CHISTI 2007)

As principais vantagens para a utilizaccedilatildeo de microalgas como biocombustiacuteveis

satildeo alta eficiecircncia de conversatildeo de foacutetons (como evidenciada pelo aumento do

rendimento da biomasa por hectare) podem ser coletados em lotes durante quase

todo o ano pode utilizar sais e aacutegua residuaacuteria reduzindo extremamente o uso de

26

aacutegua doce produz biocombustiacutevel altamente biodegradaacutevel e natildeo toacutexico podem ser

usado o CO2 liberado pela queima de combustiacuteveis foacutesseis esse CO2 eacute

frequentemente disponiacutevel a baixo custo ou ateacute mesmo sem custo (CHISTI 2007

SAWAYAMA et al 1995 SCHENK et al 2008 YUN et al 1997) As limitaccedilotildees

atuais existentes satildeo principalmente no processo de colheita e na fonte do CO2 para

a maior eficiecircncia de produccedilatildeo (SCHENK et al 2008)

22 Fotobiorreatores

A escolha do biorreator para o cultivo da microalga eacute um importante fator que

influecircncia na produtividade global (WATANABE HALL 1996) Haacute uma grande

variedade de biorreatores utilizados para o cultivo de microalga dentre os quais

alguns satildeo utilizados atualmente para produccedilatildeo industrial (LEE 2001)

Segundo Borowitzka (1999) as microalgas podem ser cultivadas em diversos

sistemas de cultivo com volume variando desde poucos litros ateacute bilhotildees de litros

Em geral os sistemas de produccedilatildeo satildeo pouco sofisticados uma vez que muitas

empresas desenvolvem cultivos a ceacuteu aberto em tanques com fundo de terra e com

baixo ou nenhum controle dos paracircmetros ambientais Nos uacuteltimos 50 anos alguns

cultivos desenvolvidos em fotobiorreatores podem ter os seus paracircmetros

ambientais controlados e isto implica numa elevada produtividade a qual viabiliza a

produccedilatildeo comercial de compostos de elevado valor agregado (KOMMAREDDY

ANDERSON 2005 TREDICI 2004)

Convencionalmente os cultivos de microalgas comerciais satildeo realizados em

reatores abertos por causa de baixa eficiecircncia dos fotobiorreatores fechados em

larga escala (OGBONNA TANAKA 1997) Portanto eacute difiacutecil de obter alta

produtividade em reatores ldquooutdoorsrdquo abertos por causa da dificuldade de controlar

fatores ambientais como temperatura e intensidade luminosa haacute uma grande

evaporaccedilatildeo de aacutegua no meio e aleacutem disso requer uma grande aacuterea superficial

facilitando a contaminaccedilatildeo por outros micro-organismos Esse meacutetodo natildeo deve ser

empregado para produccedilatildeo de componentes quiacutemicos finos e farmacecircuticos uma

vez que o custo de recuperaccedilatildeo desse produto e purificaccedilatildeo podem ser

extremamente altos principalmente devido a baixa concentraccedilatildeo celular e a

contaminaccedilatildeo com impurezas Vaacuterias alternativas tecircm sido propostas para contornar

esse problema como o emprego de fotobiorreatores fechados e processos

heterotroacuteficos (CHEN 1997)

27

Os fotobiorreatores abertos possuem certas desvantagens sobre os

fotobiorreatores fechados dentre elas destacam-se menor eficiecircncia fotossinteacutetica e

menor qualidade do produto da microalga (RICHMOND et al 1990 VONSHAK

RICHOMOND 1988) A menor eficiecircncia fotossinteacutetica eacute principalmente devido ao

efeito de sombreamento quando a densidade celular alcanccedila um determinado valor

a baixa eficiecircncia de utilizaccedilatildeo de CO2 gasoso devido agrave limitaccedilatildeo do suplemento de

CO2 para a microalga uma vez que quando o CO2 natildeo estaacute dissolvido no meio de

cultura este se volatiliza contaminaccedilatildeo do cultivo por bacteacuterias algas protozoaacuterios

e fungos tambeacutem influenciam no crescimento da microalga e na qualidade do

produto Os fotobiorreatores fechados tecircm a vantagem de aumentar a eficiecircncia de

utilizaccedilatildeo de CO2 controlando o pH da cultura e diminuir o niacutevel de contaminantes

(WATANABE HALL 1996) Tambeacutem dependendo da configuraccedilatildeo do reator pode

aumentar a aacuterea iluminada reduzindo o efeito de sombreamento (WATANABE et al

1995)

Fotobiorreatores fechados satildeo usados para cultivos de micro-organismos

fotoautotroacuteficos visando agrave produccedilatildeo de aacutecidos graxos poliinsaturados pigmentos

vitaminas e polissacariacutedeos (MOLINA GRIMA et al 1995 TAKANO et al 1995

MERCHUK et al 1996 MATSUNAGA et al 1996) Para muitas dessas aplicaccedilotildees

eacute essencial o uso desses tipos de fotobiorreatores nos quais as monoculturas

podem ser mantidas por longos periacuteodos preferencialmente se o cultivo for

ldquooutdoorrdquo utilizando luz solar como a uacutenica fonte de energia (JANSSEN et al 2003)

Diversas configuraccedilotildees de fotobiorreatores fechados tecircm sido usadas ou

propostas para o cultivo de Spirulina sp como o tubular horizontal (CONVERTI et

al 2006a) tubular helicoidal (BIOCOIL) (WATANABE et al 1995 NERANTZIS et

al 2002) espiralado vertical (TREDICI ZITTELLI 1998) e laminar inclinado (HU et

al 1996) Quase todas as configuraccedilotildees dos fotobiorreatores usam um recipiente

de degassing para desoxigenar o sistema pois um aumento no niacutevel de oxigecircnio no

meio reduz a produtividade (NERANTZIS et al 2002)

Um fator importante para a configuraccedilatildeo desses fotobiorreatores eacute o

fornecimento de luz eficientemente pela maximizaccedilatildeo da relaccedilatildeo superfiacutecie-volume

iluminada Por isso os tubos satildeo frequentemente estreitos e os ldquopanelsrdquo satildeo finos

No entanto alguns fotobiorreatores bem sucedidos em escala laboratorial podem

natildeo funcionar bem quando se aumenta a escala por causa da reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

28

superfiacutecie-volume ocasionando uma pobre distribuiccedilatildeo luminosa dentro do reator

(OGBONNA TANAKA 1997)

Tredici e Zittelli (1998) observaram que cultivos de Arthrospira (Spirulina)

platensis em fotobiorreator tubular obtiveram maiores valores de produtividade

volumeacutetrica eficiecircncia fotossinteacutetica e velocidade especiacutefica de crescimento quando

comparadas com os cultivos em fotobiorreator plano Isso foi devido agrave diferenccedila

entre o fluxo de foacutetons nos cultivos com formas diferentes dos fotobiorreatores Uma

vez que os outros principais paracircmetros que conduzem o crescimento da S

platensis natildeo variaram entre os dois cultivos

Entre os diferentes tipos de fotobiorreatores aqueles do tipo air lift satildeo

particularmente interessantes por apresentarem uma maior transferecircncia de massa

liacutequido-gaacutes com menor gasto de energia podem ter o escoamento do liacutequido

facilmente controlado a circulaccedilatildeo de liacutequidos ocorre sem a remoccedilatildeo de partes do

reator e isto previne a contaminaccedilatildeo no cultivo Estes tipos de reatores satildeo

especialmente recomendados para as culturas de cianobacteacuterias por causa da

sensibilidade destas ao estresse de cisalhamento mecacircnico (CHOI et al 1995

SIEGEL ROBINSON et al 1992 CHISTI 1989 MERCHUK et al 1996

WATANABE et al 1995)

O sistema air lift tambeacutem permite a remoccedilatildeo de oxigecircnio produzido pela

fotossiacutentese (CAMACHO RUBIO et al 1998) A remoccedilatildeo contiacutenua do gaacutes oxigecircnio

em cultivos fotossinteacuteticos eacute essencial por que uma excessiva quantidade de

oxigecircnio dissolvido inibe a fotossiacutentese (MOLINA et al 2001)

O crescimento e a produtividade das ceacutelulas fotossinteacuteticas satildeo afetados por

diversos fatores incluindo composiccedilatildeo do meio de cultura temperatura pH

concentraccedilatildeo de O2 e CO2 no reator e fornecimento de luz sendo este o mais

importante durante o cultivo autotroacutefico de ceacutelulas fotossinteacuteticas (OGBONNA

TANAKA 1997)

Micro-organismos natildeo satildeo expostos a uma densidade de fluxo de foacutetons

constante em fotobiorreatores devido ao sombreamento muacutetuo das ceacutelulas e ao

movimento do liacutequido durante a agitaccedilatildeo Frequumlentemente tem sido sugerido que a

circulaccedilatildeo entre as zonas clara e escura poderia conduzir a uma eficiecircncia

fotossinteacutetica maior que aquela determinada sob iluminaccedilatildeo contiacutenua da densidade

de fluxo de foacutetons (JANSSEN et al 2003)

29

O fornecimento da luz em fotobiorreatores eacute uma variaacutevel importante em

culturas fotoautroacuteficas A alta razatildeo superfiacutecie-volume eacute um preacute-requisito importante

para o suprimento suficiente de luz nos fotobiorreatores Ateacute mesmo sob baixa

intensidade luminosa os organismos fotossintetizantes utilizam a luz exposta na

superfiacutecie dos fotobioreatores A energia de excitaccedilatildeo eacute parcialmente utilizada pelo

aparato fotossinteacutetico e a energia residual eacute perdida na forma teacutermica ou

fluorescecircncia (GRUSZECKI et al 1994) Um excesso da energia de excitaccedilatildeo pode

prejudicar o aparato fotossinteacutetico no processo chamado de fotoinibiccedilatildeo (MELIS

1999)

Dependendo do diacircmetro interno dos tubos (12 a 123 cm) os fotobiorreatores

tubulares fechados podem alcanccedilar valores de concentraccedilatildeo celular maiores que 20

g L-1 e produtividades volumeacutetricas de biomassa de 025 - 364 g L-1d-1 em cultivo

que possuem o ciclo claroescuro A alta turbulecircncia encontrada em reatores

tubulares garante uma oacutetima disponibilidade luminosa para as ceacutelulas e melhor

transferecircncia de massa dos gases (LEE 2001)

Outro fator importante eacute o escoamento turbulento da cultura A velocidade do

escoamento do liacutequido deve ser suficiente para garantir o escoamento turbulento

para evitar que as ceacutelulas fiquem estagnadas no interior escuro dos tubos Portanto

uma turbulecircncia execessiva pode danificar as ceacutelulas e haacute um limite superior para a

velocidade da cultura A turbulecircncia eacute conhecida por aumentar a produtividade da

biomassa quando comparada as condiccedilotildees de escoamento laminar A turbulecircncia

move as ceacutelulas do interior escuro de um tubo para uma zona perifeacuterica iluminada

evitando que as ceacutelulas natildeo recebam luz por longos periacuteodos Adicionalmente o

movimento das ceacutelulas da zona clara para a zona escura pode aumentar a

produtividade desde que a duraccedilatildeo de permanecircncia na zona escura seja curta

Intervalos no escuro na ordem de 1 segundo podem melhorar a conversatildeo da

energia solar em biomassa (LAWS et al 1987 TERRY 1986) Tais intervalos

permitem reaccedilotildees cataliacuteticas da fotossiacutentese no escuro permitindo o

restabelecimento do aparato fotossinteacutetico para sua eficiecircncia no proacuteximo periacuteodo

luminoso (ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ et al 2001) Jansen et al (2002) relataram que a

turbulecircncia movimenta as ceacutelulas da zona escura no centro do fotobiorreator para a

zona foacutetica na parte mais externa do cilindro podendo conduzir a maior eficiecircncia do

reator

30

O fluxo laminar pode ser prejudicial agraves altas densidades celulares No entanto

eacute importante por proporcionar uma distribuiccedilatildeo uniforme da luz a todas as ceacutelulas na

cultura reduzir o crescimento da parede do fotobiorreator e diminuir a tensatildeo do

oxigecircnio na cultura (RICHMOND 2000) Carlozzi e Torzillo (1996) obtiveram maior

produtividade da Arthrospira platensis quando a velocidade da cultura densa (10 g L-1)

foi alterada de 018 m s-1 para 075 m s-1 Isto torna evidente a necessidade de se

manter uma velocidade de escoamento que permita um maior nuacutemero de ceacutelulas

captarem luminosidade suficiente e que ao mesmo tempo natildeo aumente a demanda

dos custos de produccedilatildeo

Converti et al (2006) observaram que cultivos de Arthrospira platensis em

fotobiorreator tubular a velocidade da cultura de 016 m s-1 eacute suficiente para garantir

uma boa mistura da cultura evitando danos agraves ceacutelulas Similarmente Tredici (1999)

descreve que cultivos em escala industrial de Arthrospira sp em fotobiorreator com

tubos plaacutesticos alongados sobre a terra com 35 cm de largura e 9 cm de altura a

densidade populacional oacutetima foi de 1 g Lminus1 e a velocidade do fluxo natildeo pode ser

menor que 50 cm sminus1 Baixa velocidade de circulaccedilatildeo 6 a 10 cm sminus1 prejudicou o

cultivo devido a produccedilatildeo O2 que inibiu o crescimento baixas taxas de saiacuteda e a

cultura deteriorou-se rapidamente devido ao seu crescimento na parede do tubo

(biofouling)

Como o crescimento dos micro-organismo fotossintetizantes nos

fotobiorreatores eacute fotossinteacutetico o suplemento de luz e CO2 satildeo provavelmente os

limitantes para o crescimento da microalga Aleacutem desses fatores a concentraccedilatildeo de

nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo uma vez que este nutriente eacute

utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e aacutecidos nucleacuteicos fundamentais

para a manutenccedilatildeo e crescimento celular (WATANABE HALL 1996)

No caso de fontes de nitrogecircnio amocircniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

31

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores

S platensis habita naturalmente em lagos africanos e mexicanos (RICHMOND

1990) mas podem crescer artificialmente em meios sinteacuteticos empregando

diferentes tipos de processos de cultivo Estes tecircm sido desenvolvidos com a

finalidade de aumentar a produtividade do material desejado Segundo Sassano

(1999) a forma de adiccedilatildeo do substrato nas dornas pode interferir na qualidade da

biomassa produzida

No processo contiacutenuo eacute realizado por meio de uma alimentaccedilatildeo contiacutenua do

substrato limitante (ou meio de cultura) ao reator a uma determinada vazatildeo

constante e por uma retirada contiacutenua de meio cultivado de forma a se ter o volume

de reaccedilatildeo constante a fim de que o sistema atinja a condiccedilatildeo de estado

estacionaacuterio (steady-state) Esse estado consiste na situaccedilatildeo nas quais todas as

condiccedilotildees no interior do reator permanecem constantes ao longo do tempo

(FACCIOTTI 2001) Esse processo tem sido estudado por diferentes autores

comprovando sua aplicabilidade para no cultivo de Spirulina platensis Hirata et al

(1998) obtiveram concentraccedilotildees de S platensis sob condiccedilotildees fotoautotroacuteficas em

regime permanente nas diferentes intensidades luminosas analisadas 25 a 400 W

m-2 Nerantzis et al (2002) empregou o sistema contiacutenuo no fotobiorreator tubular

helicoidal (HELPBR) no cultivo de S platensis e provou sua flexibilidade ao aumento

de escala bem como sua alta produtividade volumeacutetrica em relaccedilatildeo a outros

fotobiorreatores fechados

Outro tipo de processo que tem sido utilizado no cultivo de S platensis em

fotobiorreatores eacute o semicontiacutenuo Esse processo consiste na alimentaccedilatildeo contiacutenua

do substrato limitante mas a remoccedilatildeo do produto eacute por bateladas (alimentaccedilatildeo

contiacutenua com descarga apoacutes a obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular maacutexima desejada)

(BORZANI 2001) Travieso et al (2001) utilizando fotobiorreator tubular helicoidal

concluiacuteram que eacute possiacutevel empregar satisfatoriamente o sistema semicontiacutenuo no

cultivo de S platensis obtendo uma produtividade da biomassa maior que em

processos descontiacutenuo Isso por que em processo descontiacutenuo a produtividade em

ceacutelulas tende a diminuir quando os nutrientes satildeo totalmente consumidos De acordo

com Reichert et al (2006) a concentraccedilatildeo celular pode atingir valores de duas a

quatro vezes maiores no cultivo semicontiacutenuo de S platensis em relaccedilatildeo ao cultivo

descontiacutenuo utilizando fotobiorreator fechado

32

No processo descontiacutenuo todo o substrato eacute adicionado no iniacutecio do cultivo e

os produtos permanecem ateacute o final do cultivo (CARVALHO SATO 2001) No

processo descontiacutenuo alimentado que eacute uma variaccedilatildeo do processo descontiacutenuo a

alimentaccedilatildeo pode ser de forma intermitente ou contiacutenua O modo de operaccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo em bioprocessos permite prevenir o acuacutemulo ou a falta do substrato no

cultivo Em processo microbiano uma apropriada taxa de alimentaccedilatildeo

exponencialmente crescente resulta na manutenccedilatildeo da concentraccedilatildeo do substrato

limitante residual controlando a taxa de formaccedilatildeo do produto (CARVALHO SATO

2001) Esse processo permite que o nutriente seja adicionado em determinados

intervalos de tempo durante todo o processo com isso eacute possiacutevel adicionar

nutrientes potencialmente toacutexicos quando presentes em altas concentraccedilotildees como

por exemplo o iacuteon amocircnio sem prejudicar o crescimento microbiano e prevenindo

seu acuacutemulo (CARVALHO et al 2004) Olguiacuten et al (2001) observaram que no

cultivo descontiacutenuo usando uma concentraccedilatildeo inicial de amocircnia de 1 mM incubada

a 32 ordmC ocorre uma grande perda desse iacuteon para a atmosfera aleacutem de ser

consumida pelo micro-organismo tornando-se deficiente depois de poucos dias

especificamente 12 dias Soletto et al (2005) observaram que o melhor crescimento

cineacutetico da S platensis foi empregando o processo descontiacutenuo alimentado quando

comparada com o processo descontiacutenuo utilizando a ureacuteia com fonte de nitrogecircnio

Comportamento semelhante foi observado por Zhang et al (1998) em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio

Costa et al (2004) observaram o emprego da aacutegua do lago Mangueira

suplementado com ureacuteia pelo processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de S

platensis foi possiacutevel reduzir o custo de produccedilatildeo possibilitando o cultivo em larga

escala

Em casos particulares como por exemplo a necessidade de utilizaccedilatildeo de

nutriente viscoso no cultivo este processo geralmente reduz a viscosidade do meio

e o efeito dos componentes toacutexicos eacute tambeacutem limitado pela diluiccedilatildeo (WARD 1989)

Entre outras vantagens desse processo pode-se encontrar desvio do metabolismo

celular para via de interesse de formaccedilatildeo do produto evita repressatildeo cataboacutelica

evita formaccedilatildeo de produtos toacutexicos no metabolismo microbiano e controla a

velocidade de crescimento microbiano O melhor procedimento operacional para

esse sistema eacute iniciar com pequena quantidade de biomassa e substrato e adicionar

33

mais substrato quando a maior parte do substrato inicial ter sido consumida pelo

micro-organismo (GREGERSEN JORGENSEN 1999)

O processo descontiacutenuo alimentado deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da S platensis desde que a concentraccedilatildeo do substrato

limitante possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis

241 Fontes de Nitrogecircnio

O elemento nitrogecircnio constitui aproximadamente de 5 a 10 do peso seco das

cianobacteacuterias (FLORES HERRERO 1994) Diferentes fontes de nitrogecircnio

orgacircnica e inorgacircnica podem ser assimiladas por micro-organismos

fotossintetizantes Dentre as orgacircnicas encontramos aminoaacutecidos purinas ornitina

e as inorgacircnicas encontramos sais de amocircnio e sais de nitrato (BERMAN CHAVA

1999)

As cianobacteacuterias utilizam principalmente fontes de nitrogecircnio inorgacircnico como

nitrato nitrito amocircnia e nitrogecircnio atmosfeacuterico para suprir sua necessidade No

entanto amocircnia eacute a uacutenica fonte inorgacircnica de nitrogecircnio que eacute diretamente

incorporada em compostos orgacircnicos e entatildeo um intermediaacuterio obrigatoacuterio na

utilizaccedilatildeo do outras fontes de nitrogecircnio Essa moleacutecula eacute tambeacutem conhecida como

uma desacopladora na fotossiacutentese causando sob certas circunstacircncias o colapso

do ΔpH requerida pela siacutentese de ATP A amocircnia regula enzimas importantes no

metabolismo de nitrogecircnio tais como nitrato redutase glutamina sintetase e

nitrogenases (BOUSSIBA 1997)

Exceto para o N2 as cianobacteacuterias possuem um sistema de transporte

especiacutefico para as diferentes formas de nitrogecircnio mas a maioria deles pode entrar

na ceacutelula por difusatildeo dependendo de sua concentraccedilatildeo oue do pH do meio de

cultura Nitrato e nitrito satildeo reduzidos pela nitrato redutase e nitrito redutase

respectivamente ambas as enzimas usam ferredoxina como doador de eleacutetrons

(FLORES HERRERO 1994) Ureacuteia eacute convertida a amocircnia pela urease e o

dinitrogecircnio eacute reduzido agrave amocircnia pelo complexo nitrogenase (HERRERO et al

2001) Outras formas de nitrogecircnio como certos aminoaacutecidos requerem sistemas de

34

transporte especiacutefico e posteriormente seratildeo metabolizados para produzir amocircnio

(HERRERO et al 2001 MURO-PASTOR FLORENCO 2003)

Nesses organismos a hierarquia de preferecircncia da assimilaccedilatildeo tem sido

mostrada para esses compostos Quando amocircnio e nitrato estatildeo presentes

simultaneamente no meio externo o sistema para assimilaccedilatildeo de nitrato eacute expresso

somente ao niacutevel basal A inibiccedilatildeo da assimilaccedilatildeo do nitrato exercida pela amocircnia

opera em dois niacuteveis diferentes pelo menos Durante pouco tempo a adiccedilatildeo da

amocircnia interrompe a assimilaccedilatildeo ativa do nitrato pelas ceacutelulas Se as ceacutelulas

continuarem expostas ao amocircnio ateacute mesmo quando o nitrato estaacute

simultaneamente presente a longo prazo o sistema regulatoacuterio atua na repressatildeo

das proteiacutenas envolvendo a assimilaccedilatildeo do nitrato (HERRERO FLORES 1997) A

atividade da nitrato redutase em Spirulina platensis (strain ARM 729) eacute reduzida

mediante a retirada de nitrato do meio e eacute totalmente restaurada apoacutes duas horas

da adiccedilatildeo de nitrato indicando a induccedilatildeo pelo substrato A concentraccedilatildeo oacutetima de

nitrato de soacutedio necessaacuteria para a atividade maacutexima da enzima nitrato redutase eacute de

30 mM Os produtos da assimilaccedilatildeo do nitrato nitrito e amocircnio inibiram

significativamente a atividade da nitrato redutase quando em altas concentraccedilotildees A

acumulaccedilatildeo do nitrito eacute toacutexica para a ceacutelula mas seu niacutevel pode ser controlado tanto

pela inibiccedilatildeo da atividade da nitrato redutase eou transporte do nitrato ou pelo

aumento da atividade da nitrito redutase (JHA et al 2007)

Em cultivos de micro-organismo em larga escala a fonte de nitrogecircnio

preferencial eacute a amocircnia devido ao seu baixo custo e tambeacutem porque ela pode

previnir a contaminaccedilatildeo com zooplancton (BOUSSIBA 1997) A preponderacircncia de

NH3 sobre NH4+ em valores de pH acima de 92 o pKa para amocircnia a 20-30 ordmC

favoreceu a permeabilidade desta pela membrana plasmaacutetica forma natildeo ionizada

que apoacutes difundir pela membrana plasmaacutetica a amocircnia eacute aprisionada dentro da

ceacutelula na forma de iacuteon amocircnio carregado positivamente (BOUSSIBA 1997) O grau

de inibiccedilatildeo parece ser muito reduzido em cepas que crescem restritamente em

condiccedilotildees alcalinas 5 mM de amocircnia inibiu 90 a evoluccedilatildeo de O2 dependente de

luz em micro-organismo neutrofiacutelico Anabaena sp e somente 30 foi observada

em micro-organismo alcalofiacutelico Spirulina platensis no mesmo pH (pH 100) Em

concentraccedilatildeo de 10 mM Spirulina platensis obteve ainda 50 da capacidade

fotossinteacutetica e Anabaena sp natildeo obteve crescimento Essa resistecircncia da Spirulina

agrave amocircnia em pH 10 eacute conferida por um pH intratilacoidal relativamente alto no

35

valor de 65 em relaccedilatildeo ao pH intratilacoidal da Anabaena sp valor de pH de 53

Esta diferenccedila no valor do pH intratilacoidal sugere que menor eacute a ΔpH atraveacutes da

membrana que eacute a razatildeo para a resistecircncia relativa da Spirulina platensis a amocircnia

em pH 100 (BELKIN BOUSSIBA 1991a)

A adiccedilatildeo de 2-3 mM de amocircnia em cultivos de Spirulina mantida geralmente a

pH (95 - 100) causa a deterioraccedilatildeo do contamitante Chlorella no cultivo de

Spirulina A toxidade da amocircnia nas ceacutelulas da Chlorella eacute causada pela grande

entrada dessa moleacutecula devido ao menor pH interno reduzindo a variaccedilatildeo do pH na

membrana tilacoidal requerida para a siacutentese de ATP Logo o uso de amocircnia com

fonte de nitrogecircnio no cultivo de Spirulina pode previnir a proliferaccedilatildeo de outros

micro-organismos (BOUSSIBA 1997)

Ureacuteia e aminoaacutecidos tambeacutem podem ser assimilados pelas cianobacteacuterias A

ureacuteia e fontes de nitrogecircnio orgacircnico satildeo primeiramente metabolizadas para amocircnia

e a partir de entatildeo os aacutetomos de nitrogecircnio seratildeo utilizados como observado na

Figura 2 (FLORES HERRERO 1994)

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em pH acima de 92

A maioria dos organismos fotossintetizantes a assimilaccedilatildeo da amocircnia ocorre

pela accedilatildeo sequumlencial da glutamina sintetase (GS) e glutamanto sintase (GOGAT)

Ureacuteia

NO3-

aminoaacutecido

NH3

aminoaacutecido

Ureacuteia

NO3-

NH4+

Nucleotiacutedeos

Aminoaacutecidos

Aminoaccediluacutecar

Lipiacutedios

NH4+

Aacutecidos nucleacuteicos

Parede celular

Porfirinas

Proteiacutenas

Intracelular Exracelular

36

Essas reaccedilotildees conhecidas como ciclo GS-GOGAT constituem uma ligaccedilatildeo entre o

metabolismo de nitrogecircnio e de carbono e eacute o metabolismo mais importante para

assimilaccedilatildeo da amocircnia gerada tanto exogenamente como endogenamente

(BOUSSIBA 1997)

As enzimas do ciclo da glutamina sintetase e glutamato sintase satildeo importantes

pela introduccedilatildeo da amocircnia em formas orgacircnicas O glutamato produzido por esta

via aleacutem de ser o principal doador de nitrogecircnio para a siacutentese de outros

metaboacutelitos contendo nitrogecircnio eacute tambeacutem um precursor de alguns aminoaacutecidos e

da 5-aminolevulinato um precursor da biossiacutentese da porfirina ficobilina e clorofila

(FLORES HERRERO 1994)

A parede celular das cianobacteacuterias eacute como as das bacteacuterias gram-negativas

que conteacutem uma camada de peptidoglicano na parte externa da membrana

citoplasmaacutetica Nesta membrana conteacutem tipos de proteiacutenas especiais denominadas

de porinas a qual permite a passagem de pequenas moleacuteculas incluindo

aminoaacutecidos e iacuteons inorgacircnicos Isto eacute essas substacircncias apresentam um sistema

de transporte especializado (FLORES HERRERO 1994) A membrana

citoplasmaacutetica representa a principal barreira de permeabilidade das cianobacteacuterias

Portanto o nitrato provavelmente possui livre acesso ao periplasma das

cianobacteacuterias (HERRERO FLORES 1997)

Algumas cianobacteacuterias como Anabaena Nostoc Fischerella satildeo capazes de

fixar N2 atmosfeacuterico em condiccedilotildees aeroacutebias atraveacutes das nitrogenases (FLORES

HERRERO 1994) No entanto as ceacutelulas de S platensis natildeo podem fixar nitrogecircnio

atmosfeacuterico porque natildeo possuem heterocisto (MATA 2007 VACHHANI VONSHAK

1997) e eacute dentro dos heterocistos onde se encontram as nitrogenases em

cianobacteacuterias (LARA GUERRERO 2007)

O nitrato eacute provavelmente a fonte mais abundante de nitrogecircnio para a nutriccedilatildeo

de cianobacteacuterias A assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a incorporaccedilatildeo do nitrato e

reduccedilatildeo do nitrato intracelular para amocircnio na qual eacute a forma de nitrogecircnio

incorporada em compostos orgacircnicos Nitrito na qual pode tambeacutem ser utilizado na

necessidade do nitrogecircnio eacute assimilado pelas ceacutelulas e entatildeo reduzido a amocircnio

(FLORES HERRERO 1994)

A assimilaccedilatildeo do nitrato pelas cianobacteacuterias envolve um sistema de transporte

que eacute carreado por uma proteiacutena e esta possui uma alta afinidade pelo nitrato Esta

alta afinidade permite que as cianobacteacuterias utilizem nitratos mesmo em baixas

37

concentraccedilotildees como eacute encontrado no meio ambiente natural O acuacutemulo intracelular

de nitrato permitiraacute o funcionamento da enzima nitrato redutase (FLORES

HERRERO 1994) Portanto a limitaccedilatildeo do transporte de nitrato pela inativaccedilatildeo de

alguns genes do transporte de nitrato natildeo impede o crescimento dependente de

nitrato quando este eacute suplementado a alta concentraccedilatildeo (20 mM) A entrada do

nitrato nas ceacutelulas nessas condiccedilotildees parece ser por difusatildeo passiva desde que a

concentraccedilatildeo de nitrato seja maior que 1 mM a assimilaccedilatildeo de nitrato aumenta

linearmente com o aumento da sua concentraccedilatildeo (OMATA et al 1989)

O nitrato intracelular eacute reduzido a nitrito em reaccedilatildeo utilizando 2 eleacutetrons

catalizados pela nitrato redutase o nitrito eacute convertido a amocircnio pela nitrito redutase

na reaccedilatildeo utilizando 6 eleacutetrons Ambas as enzimas encontradas nas membranas

tilacoidais utilizam ferrodoxina reduzida como doador de eleacutetrons A presenccedila de

nitrato ou nitrito geralmente tem um efeito positivo nos niacuteveis das enzimas nitrato

redutase e nitrito redutase (FLORES HERRERO 1994) Estas enzimas encontram-

se principalmente no citoplasma das cianobacteacuterias (GUERRERO LARA 1987) A

assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a reduccedilatildeo citoplasmaacutetica para nitrito (NO2-)

catalizada pela enzima nitrato redutase (NR) usando NAD(P)H como doador de

eleacutetrons O nitrito eacute rapidamente reduzido a amocircnio (NH4+) pela enzima nitrito

redutase (NiR) que usa a ferrodoxina como doador de eleacutetrons e o amocircnio eacute entatildeo

incorporado a moleacuteculas de nitrogecircnio como aminoaacutecidos purinas pirimidinas e

aminas (LEA LEEGOOD 1993)

Quando somente o CO2 eacute o aceptor de eleacutetrons disponiacutevel e o escoamento de

eleacutetrons pelos fotossistemas natildeo eacute limitado pela luz o que determina a fotossiacutentese

eacute a fixaccedilatildeo de CO2 pelo ciclo das pentoses Quando se adiciona nitrato nessas

mesmas condiccedilotildees este usa os eleacutetrons diretamente da ferrodoxina reduzida

liberando o escoamento dos eleacutetrons natildeo ciacuteclico de sua limitaccedilatildeo e estimulando a

produccedilatildeo de O2 Esse efeito natildeo foi observado quando se adiciona amocircnio Na

intensidade luminosa saturante o nitrato estimula o fluxo de eleacutetrons natildeo ciacuteclico para

gerar um poder redutor utilizado para sua assimilaccedilatildeo No entanto a intensidade de

luz limitante o nitrato reprime a fixaccedilatildeo de CO2 para utilizar o poder redutor gerado

fotossinteticamente na sua reduccedilatildeo a amocircnia (ROMERO LARA 1987)

A nitrato redutase e nitrito redutase presentes na membrana tilacoidal permitem

a fotoreduccedilatildeo do nitrato ou nitrito em uma reaccedilatildeo dependente do fotossistema I na

qual eacute estimulada pela ferrodoxina Nos tilacoacuteides do Synechococcus a fotoreduccedilatildeo

38

do nitrato a amocircnio utiliza aacutegua como fonte de eleacutetrons foi observado na reaccedilatildeo

envolvendo ambos fotossistema I e fotossistema II Em condiccedilotildees heterotroacuteficas a

reduccedilatildeo do nitrato ocorre pela ferrodoxina reduzida produzida a partir do NADPH e

ferrodoxina-NADP oxiredutase NAPDH eacute provavelmente gerado pela glicose-6-

fosfato desidrogenase e 6-fosfogluconato desidrogenase (HERRERO FLORES

1997)

A assimilaccedilatildeo de amocircnio nas cianobacteacuterias pode ser pela difusatildeo de sua

forma gasosa (amocircnia) ou pela accedilatildeo de permeases especiacuteficas e eacute diretamente

incorporado no metabolismo GS-GOGAT (GS glutamina sintetase GOGAT

glutamate sintase) (MURO-PASTOR FLORENCIO 2003)

A ureacuteia eacute uma boa fonte de nitrogecircnio para cianobacteacuterias pertencentes a

diferentes grupos taxonocircmicos Esta parece ser assimilada intacta pelas ceacutelulas

ativas e entatildeo metabolizada intracelularmente (FLORES HERRERO 1994) Embora

o metabolismo assimilatoacuterio do nitrogecircnio tenha sido amplamente investigado

(FLORES HERRERO 1994) informaccedilatildeo sobre a assimilaccedilatildeo da ureacuteia eacute escassa e

a maioria relata sobre o uso da urease (RAI SINGH et al 1987 RAI 1989

PALINSKA et al 2000) A ureacuteia intracelular eacute degradada pela enzima urease

liberando uma moleacutecula de dioacutexido de carbono e duas moleacuteculas de amocircnia

Embora algumas leveduras e algas degradem a ureacuteia pela ureacuteia amidoliase

dependente de ATP e biotina a maioria dos micro-organismos usa a ureacuteia

amidohidrolase dependente de Ni+2 (VALLADARES et al 2002) Essa enzima

possui um Km para ureacuteia geralmente acima de 1 mM (MOBLEY HAUSINGER

1989) Valladares et al (2002) tem demonstrado que algumas cianobacteacuterias como

Synechocystis sp PCC 6803 e Anabaena sp PCC 7120 possuem um transportador

de ureacuteia denominado ABC tipo permease (ABC-type permease) essencial para a

assimilaccedilatildeo da ureacuteia

A atividade da urease em cianobacteacuterias Synechococcus sp eacute geralmente

maior em ceacutelulas rompidas em relaccedilatildeo as ceacutelulas intactas sugerindo que a urease

estaacute localizada intracelularmente no citoplasma (COLLIER et al 1999) A produccedilatildeo

da urease requer Ni+2 no meio de crescimento e tem sido purificada a partir da

Spirulina maxima (CARVAJAL et al 1982)

Em geral haacute dois principais metabolismos para que o amocircnio seja incorporado

em constituintes orgacircnicos nas ceacutelulas O primeiro eacute a incorporaccedilatildeo direta do

amocircnio incorporado do meio para produccedilatildeo do glutamato pela aminaccedilatildeo do 2-

39

oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato desidrogenase seguindo pela

aminaccedilatildeo do glutamato pela glutamina sintetase

(1)

No segundo duas moleacuteculas de glutamato satildeo produzidas na reaccedilatildeo de

transaminaccedilatildeo A amocircnia eacute incorporada ao glutamato originando a glutamina na

qual transfere seu grupo amino para 2-oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato

sintase ou glutamato-2-oxoglutarato aminotransferase este eacute o ciclo de reaccedilotildees

catalisadas pelo glutamato sintase e glutamina sintetase sendo esta a via mais

comum de assimilaccedilatildeo de amocircnio em cianobacteacuterias independente da fonte de

nitrogecircnio utilizada (FLORES HERRERO 1994)

(2)

Eacute evidente que na assimilaccedilatildeo de algumas formas de nitrogecircnio inorgacircnico

pelas enzimas GSGOGAT um requerimento obrigatoacuterio do esqueleto de carbono

principalmente cetoaacutecidos conduziraacute um desvio do fluxo de carbono da biossiacutentese

de carboidrato para a biossiacutentese de aminoaacutecidos (LARA GUERRERO 1997)

proporcionando um aumento no fluxo de carbono atraveacutes da via glicoliacutetica e dos

aacutecidos tricarboxiacutelicos para a formaccedilatildeo do oxalacetato e do α-cetoglutarato bem

como estimula o turnover de aminoaacutecidos em ceacutelulas de Anacystis nidulans uma

2

+

+

40

vez que um aumento da incorporaccedilatildeo do carbono em aminoaacutecidos induzido pela

assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio natildeo foi acompanhado por um aumento no pool de

aminoaacutecidos Esse desvio eacute mais evidente sob altas intensidades luminosas

(CORONIL et al 1993)

Nas ceacutelulas de Phormidium laminosum adaptada ao crescimento com nitrato ou

amocircnia como fonte de nitrogecircnio possuem de 65 a 90 de glutamato em relaccedilatildeo a

quantidade de aminoaacutecidos totais (porccedilatildeo molar) dependendo da fase de

crescimento Essa proporccedilatildeo pode variar se a fonte de nitrogecircnio no cultivo for

alterada Quando o iacuteon amocircnio foi adicionado no cultivo com nitrato o conteuacutedo de

glutamato diminui enquanto que a maioria dos outros aminoaacutecidos aumentou O

niacutevel intracelular da maioria dos aminoaacutecidos (especialmente aspartato e alanina)

aumenta indicando que a siacutentese de aminoaacutecido foi maior que sua incorporaccedilatildeo em

proteiacutenas e outros compostos (OCHOA de ALDA et al 1996)

O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S platensis utiliza sais de

nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato de potaacutessio e nitrato de

soacutedio Fontes alternativas de nitrogecircnio como ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO

et al 2005) e sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005)

estatildeo sendo pesquisadas com a finalidade de diminuir os custos na produccedilatildeo

industrial Ambos o tipo e a quantidade da fonte de nitrogecircnio no meio de cultura

influenciam no crescimento e composiccedilatildeo da biomassa (STANCA POPOVICI

1996)

Considerando a substituiccedilatildeo de KNO3 por ureacuteia verifica-se que eacute altamente

vantajosa pois o custo desta eacute muito menor que a de KNO3 e aleacutem disso a ureacuteia eacute

facilmente assimilada por S platensis provavelmente devido agrave sua hidroacutelise no meio

de cultivo com formaccedilatildeo de amocircnia seja devido agrave accedilatildeo da urease (CARVAJAL et

al 1982) seja devido agrave alcalinidade do meio de cultivo (DANESI et al 2002

RANGEL-YAGUI et al 2004)

Soletto et al (2005) comparando o crescimento da S platensis no processo

descontiacutenuo observaram que o uso de ureacuteia como fonte de nitrogecircnio proporcionou

uma maior concentraccedilatildeo celular quando comparado com o sulfato de amocircnio Nesse

mesmo trabalho observaram que o melhor crescimento cineacutetico da S platensis foi

utilizando o processo descontiacutenuo alimentado com ureacuteia quando comparada com o

nitrato de soacutedio Portanto o uso de ureacuteia como uma fonte de nitrogecircnio mais

econocircmica pode ser uma alternativa interessante no cultivo de S platensis

41

Bezerra et al (2008) observaram que o emprego do processo descontiacutenuo

alimentado utilizando cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio pode ser uma

alternativa viaacutevel para o cultivo de S platensis natildeo influenciam nos teores proteacuteicos

e lipiacutedicos da biomassa final

242 Intensidade luminosa

A intensidade luminosa eacute um importante fator que interfere no crescimento

dos micro-organismos fotossintetizantes A luz absorvida por pigmentos direciona o

transporte de eleacutetrons fotossinteacutetico na qual resulta na reduccedilatildeo do NADP+ e

formaccedilatildeo de ATP (YANG et al 2000)

A soma da luz absorvida pelas ceacutelulas no fotobiorreator depende de muitos

fatores incluindo posiccedilatildeo especiacutefica da ceacutelula num determinado instante densidade

da cultura e pigmentaccedilatildeo das ceacutelulas (RUBIO et al 2003)

Um dos modos de obtenccedilatildeo de energia para o metabolismo da S platensis eacute a

fotossiacutentese e para a sua realizaccedilatildeo eacute necessaacuterio aacutegua dioacutexido de carbono e luz

No processo fotossinteacutetico ocorre o fenocircmeno de captaccedilatildeo de luz e outro conhecido

como oxido-reduccedilatildeo (NELSON YOCUM 2006)

A absorccedilatildeo da luz na faixa de 400-700 nm por pigmentos fotossinteacuteticos

absorve a energia de um foacuteton de dado comprimento de onda e entatildeo utiliza essa

energia para iniciar uma cadeia de eventos da fase fotoquiacutemica da fotossiacutentese

Esses pigmentos tais como clorofila carotenoacuteides e bilinas estatildeo organizados em

complexos fotossinteacuteticos e tecircm a funccedilatildeo de antenas captadoras de luz Centenas

de pigmentos antenas funcionam juntos para direcionar o processo para as etapas

seguintes ou dissipam o excesso de energia para diferentes rotas (ADIR et al

2003)

A faixa do espectro de absorccedilatildeo que eacute utilizada pelos organismos

fotossintetizantes como fonte de energia para as suas atividades metaboacutelicas eacute

comumente chamada de Radiaccedilatildeo Fotossinteticamente Ativa (PAR do inglecircs

Photosynthetically Active Radiation) A Densidade de Fluxo de Foacutetons (PPFD do

inglecircs Photosynthetic Photon Flux Density) cuja unidade eacute micromol de foacutetons m-2 s-1

expressa a irradiacircncia nesta faixa do espectro

A fotossiacutentese oxigecircnica eacute catalizada por quatro complexos proteiacutenas-

membranas formadas pelo fotossistema II (FSII) citocromo bf fotossistema I (FSI) e

42

ATP sintetase Esses complexos estatildeo arranjados nas membranas tilacoacuteidais que

nas cianobacteacuterias distribuem-se de forma concecircntrica ou irregular no citossol

(NELSON YOCUM 2006)

Os fotossistemas satildeo os complexos responsaacuteveis pela conversatildeo da energia

luminosa em energia quiacutemica Nos organismos que realizam fotossiacutentese oxigecircnica

existem dois fotossistemas agindo em seacuterie o fotossistema I (FSI) e o fotossistema II

(FSII) O fotossistema II (FSII) eacute definido como aacutegua-plastoquinona oxidoredutase

pois catalisa a transferecircncia de eleacutetrons entre a aacutegua e a plastoquinona o complexo

citocromo b6f eacute definido como plastoquinonandashplastocianina oxidoredutase

fotossistema I (FSI) como uma plastocianinandashferredoxina oxidoredutase e a ATPase

ou ATP sintetase que funciona como uma forccedila proacuteton motriz que direciona a

siacutentese de ATP (NELSON YOCUM 2006) (Figura 3)

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas de tilacoacuteides Fonte httpwwwportalsaofranciscocombralfafotossintesehistorico-da-fotossintesephp

Os FSI e FSII contecircm clorofilas e outros pigmentos que absorve a energia

luminosa e as direcionam para o centro de reaccedilatildeo (RC) (Figura 4) O centro de

reaccedilatildeo fotossinteacutetico do FSI possui proteiacutenas com o centro contendo agregados de

Ferro-enxofre (Fe-S) como uacuteltimo aceptor de eleacutetrons e o FSII possui quinona como

uacuteltimo aceptor de eleacutetrons (HEATHCOTE et al 2003) A energia capturada pelo

centro de reaccedilatildeo induz a excitaccedilatildeo de um par especial de clorofila na qual inicia a

translocaccedilatildeo de um eleacutetron atraveacutes da membrana Aacutegua doadora de eleacutetrons para

esse processo eacute oxidada fotoquimicamente a O2 liberando 4 H+ e 4 eleacutetrons pelo

centro fotooxidativo do FSII (P680) Este eacute responsaacutevel pela conversatildeo da energia

luminosa em energia de oxido-reduccedilatildeo (McEVOY et al 2005)

43

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema Adaptaccedilatildeo Fontehttpkentsimmonsuwinnipegcacm1504lightreacthtm

Os eleacutetrons extraiacutedos da aacutegua satildeo lanccedilados para quinona (PQ) formando

quinona reduzida (PQH2) (BARBER 2006) A quinona reduzida tambeacutem conhecida

como quinol pode se dissociar do centro de reaccedilatildeo e difundir ateacute o complexo

citocromo b6f O complexo citocromo b6f transfere eleacutetrons da quinona reduzida

(PQH2) ateacute a plastocianina que eacute uma proteiacutena perifeacuterica moacutevel que conteacutem cobre e

que tem como principal funccedilatildeo transferir eleacutetrons do citocromo b6f ateacute o P700 centro

de reaccedilatildeo do Fotossistema I Esse processo permite a transferecircncia de proacutetons da

face externa para a face interna da membrana tilacoidal e a criaccedilatildeo de gradiente

eletroquiacutemico de proacutetons atraveacutes da membrana Energia luminosa absorvida pelo

FSI (P700) induz a transferecircncia de eleacutetrons da plastocianina localizada na face

interna da membrana para a ferredoxina localizada na face externa (NELSON

BEN-SHEM 2002) Outra proteiacutena associada ao Fotossistema I eacute a flavoproteiacutena

ferredoxina-NADP oxidoredutase que reduz o NADP+ a NADPH2 completando a

sequumlecircncia do transporte natildeo-ciacuteclico de eleacutetrons que comeccedila com a oxidaccedilatildeo da

moleacutecula de aacutegua (NELSON YOCUM 2006) A reduccedilatildeo da ferredoxina eacute

subsequentemente usada em numerosas reaccedilotildees de siacutentese e ciclos regulatoacuterios

incluindo assimilaccedilatildeo de nitrato desnaturaccedilatildeo de aacutecido graxo e produccedilatildeo de

NADPH (McCARTY et al 2000 CHITNIS 2001) Essas reaccedilotildees soacute ocorrem na

presenccedila de luz Independentemente da presenccedila de luz a reduccedilatildeo do CO2 a

44

carboidratos ciclo de Calvin ocorre devido a presenccedila de ATP e NADPH (NELSON

YOCUM 2006)

A diferenccedila de carga entre FSI e o FSII juntamente com a transferecircncia de

eleacutetrons atraveacutes do complexo citocromo b6f induz a formaccedilatildeo de um potencial

eletroquiacutemico atraveacutes da membrana na qual potencializa a siacutentese de ATP por um

complexo de quatro proteiacutenas denominadas de ATPase (McCARTY et al 2000)

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica Adaptado Fonte httpwwwuiceduclassesbiosbios100lecturesf04amlect10htm

O controle metaboacutelico do consumo de energia isto eacute a soma de energia

capturada pelo aparato fotossinteacutetico e estocada na forma de energia quiacutemica a

taxa de fixaccedilatildeo do carbono e a produccedilatildeo de biomassa eacute um processo mediado por

enzimas Isto implica que a taxa maacutexima do consumo de energia depende da

natureza do micro-organismo (RUBIO et al 2003) A reaccedilatildeo de captura de luz eacute

muito mais raacutepida que as reaccedilotildees subsequumlentes mediada por enzimas a taxa

maacutexima da fotossiacutentese deve ser controlada pela concentraccedilatildeo de uma das enzimas

do ciclo de Calvin (SUKENIK et al 1997 RUBIO et al 2003)

Alguns autores como Hirata et al (1998) e Chojnacka Noworyta (2004a)

identificaram regiotildees que correlacionam o crescimento da Arthrospira ssp e a

intensidade luminosa Essas regiotildees satildeo

Regiatildeo limitada por luz baixa intensidade luminosa onde ocorre um aumento

da concentraccedilatildeo celular com um aumento da intensidade luminosa

Regiatildeo saturada por luz alta intensidade luminosa onde o crescimento celular

independe da intensidade luminosa

Regiatildeo inibida por luz a intensidade luminosa eacute muito alta inibindo o

crescimento celular e ateacute mesmo pode provocar a morte celular

45

A intensidade luminosa eacute fundamental para que ocorra o metabolismo

fotossinteacutetico mas por outro lado altas intensidades luminosas podem danificar o

complexo fotossinteacutetico levando a morte celular Esse processo eacute denominado de

fotoinibiccedilatildeo (RUBIO et al 2003) O excesso de luz pode danificar o centro de

reaccedilatildeo dos fotossitemas II (SAMUELSSON 1985 LU VONSHAK 1999) eou

fotossistema I (SONOIKE 1996)

A fotoinibiccedilatildeo eacute um estado de estresse fisioloacutegico que ocorre em todos os

organismos fotossintetizantes envolvendo o oxigecircnio causado devido a um excesso

de iluminaccedilatildeo A danificaccedilatildeo ocorre primeiramente no centro de reaccedilatildeo do

fotossistemas II reduzindo abruptamente a eficiecircncia do transporte de eleacutetrons

fotossinteacutetico somente quando a taxa da danificaccedilatildeo excede ao do seu reparo na

qual requer o turnover da siacutentese das proteiacutenas do PSII A inibiccedilatildeo pela luz pode

envolver a participaccedilatildeo de todas as atividades realizadas pelo sistema fotossinteacutetico

tais como degradaccedilatildeo e substituiccedilatildeo dos componentes e organizaccedilatildeo da unidade

funcional (ADIR et al 2003)

A fotoinibiccedilatildeo ocorre quando o sistema antena absorve luz em excesso

danificando o sistema fotossinteacutetico O excesso de excitaccedilatildeo pode ser obtido por um

aumento da intensidade luminosa acima do niacutevel de saturaccedilatildeo da taxa fotossinteacutetica

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a) Portanto isso tambeacutem pode ocorrer em

condiccedilotildees moderadas de intensidade luminosa se as ceacutelulas adaptadas a baixa

intensidade luminosa forem transferidas a maiores intensidade luminosas (RUBIO et

al 2003) ou se taxa fotossinteacutetica estiver limitada por fatores de estresse como

baixas temperaturas (GOMBOS et al 1994) eou excesso de sal no meio (LU

ZHANG 2000) o que pode induzir a fotoinibiccedilatildeo em condiccedilotildees de luz moderada

(SAMUELSSON 1985)

A danificaccedilatildeo do fotossistema II consiste na inativaccedilatildeo dos sistemas que

envolvem oxigecircnio carreadores de eleacutetrons e proteiacutenas D1D2 (RUBIO et al 2003)

No FSI a inibiccedilatildeo eacute iniciada pela inativaccedilatildeo do aceptor de eleacutetrons seguindo com a

destruiccedilatildeo do centro de reaccedilatildeo e degradaccedilatildeo do produto do gen psaB que eacute uma

das duas maiores subunidades peptiacutedicas do complexo do centro de reaccedilatildeo do FSI

Baixas temperaturas e estresse oxidativos satildeo caracteriacutesticas requeridas para a

fotoinibiccedilatildeo do FSI in vivo (SONOIKE 1996)

Adir et al (2003) relataram que a fotoinibiccedilatildeo eacute observada tanto sob altas

intensidades luminosas quando o mecanismo de reparo de proteiacutenas atinge sua

46

capacidade maacutexima ou em baixa intensidade luminosa quando fatores externos

adicionais prejudicam seu reparo e a exposiccedilatildeo a alta intensidade luminosa

prolongada induz a um excesso de efeitos secundaacuterios que contribui para uma

reduccedilatildeo na capacidade fotossinteacutetica

Fatores como efeito sombreamento em culturas densas de ceacutelulas a remoccedilatildeo

de O2 e o aumento da concentraccedilatildeo de CO2 podem proteger os micro-organismos

contra o efeito fotooxidativo (ELOFF et al 1976)

Van Eykelenburg (1979) observou que a intensidade luminosa natildeo afeta as

caracteriacutesticas morfoloacutegicas como o tamanho da heacutelice e o diacircmetro da S platensis

e que a concentraccedilatildeo dos gracircnulos de poliglicano diminui com o aumento da

intensidade luminosa

Bezerra et al (2008) observaram que os teores de lipiacutedios e proteiacutenas obtidos

nas biomassas finais foram influenciados pela intensiade luminosa menores

intensidades luminosas conduziram a um aumento no conteuacutedo total de lipiacutedios e de

proteiacutenas

2421 Pigmentos

Para a energia luminosa ser utilizaacutevel pelos organismos fotossinteacuteticos ela

deve inicialmente ser absorvida por pigmentos especiacuteficos tais como clorofila

carotenoacuteides e ficobilinas Esses pigmentos encontram-se associados a proteiacutenas

nas lamelas fotossinteacuteticas formadas por tilacoacuteides Isso permite uma disposiccedilatildeo

espacial que torna muito eficiente a propagaccedilatildeo de energia absorvida (MARZOCCO

TORRES 1999)

Nas cianobacteacuterias tais como A platensis a fotossiacutentese ocorre principalmente

nas membranas tilacoidais onde estatildeo localizados os pigmentos fotossitneacuteticos

clorofila a carotenoacuteides e ficocianina (COGNO et al 2003) As lamelas tilacoidais

satildeo duas linhas paralelas em formato de disco fechado onde estatildeo localizados a

clorofila celular (clorofila a) e os carotenoacuteides (VAN YKELENBURG 1979)

O aparato fotossinteacutetico das cianobacteacuterias consiste principalmente de trecircs

tipos de complexos macromoleculares fotossistema I fotossistema II e os

ficobilissomos O FSI e o FSII satildeo complexos intriacutensecos onde os ficobilissomos

estatildeo sobre a superfiacutecie externa dos tilacoiacutedes na forma de esferas (GANTT 1981

LIU et al 2005) Os ficobilissomos auxiliam na absorccedilatildeo da energia luminosa em

47

um intervalo do espectro maior que as clorofilas absorvem (500-680 nm) permitindo

as espeacutecies que possuem essas antenas a utilizar todo o intervalo da luz visiacutevel

emitido pelo sol (KUMAR MURHTY 2007)

Os ficobilissomos estatildeo unidos nas lamelas tilacoiacutedais e funcionam como

antenas captadoras de luz que transferem a energia excitante para o centro de

reaccedilatildeo dos fotossistemas (VAN EYKELENBURG 1979) A maior parte da energia

luminosa eacute absorvida por complexos pigmentos-proteiacutenas chamados de

ficobilissomos Os componentes dos ficobilissomos as ficobiliproteiacutenas satildeo

responsaacuteveis pela pigmentaccedilatildeo verde-azulada da maioria das cianobacteacuterias Os

ficobilissomos satildeo agregados de alto peso molecular compostos por ficocianina

aloficocianina e ficoeritrina (com pico de absorbacircncia de 615 nm 650 nm e 565 nm

respectivamente) Com o aumento da intensidade luminosa os ficobilissomos satildeo

menos abundantes (VAN EYKELENBURG 1979)

As ficobiliproteiacutenas presentes nos gracircnulos de ficobilissomos podem constituir

mais de 60 de proteiacutena soluacutevel em cianobacteacuterias (HOUMARD 1994) Isso eacute o

que caracteriza a Spirulina spp por ser comercializada como um suplemento

alimentar rico em proteiacutenas (TANDEAU de MARSAC HOUMARD 1993) As

ficobiliproteinas purificadas possuem uma variedade de funccedilotildees como substituinte

de corantes sinteacuteticos em alimentos e produtos cosmeacuteticos sondas para meacutetodos de

imunodiagnoacutesticos citometria de fluxo e microscopia de fluorescecircncia (STANIER e

COHEN-BAZIRE 1977 SPOLAORE et al 2006)

As maiores classes da ficobiliproteinas satildeo ficoeritrina (PE) ficoeritrocianina

(PEC) ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) (CIFERRI 1983) A absorccedilatildeo

maacutexima satildeo 540ndash570 570ndash590 610ndash620 e 650ndash655 nm para PE PEC PC e APC

respectivamente (STANIER COHEN-BAZIRE 1977 CIFERRI 1983)

Aleacutem das ficobiliproteiacutenas as cianobacteacuterias contecircm as clorofilas e os

carotonoacuteides para absorccedilatildeo de energia luminosa Entre os carotenoacuteides encontram-

se o β-caroteno o mais importante e as xantofilas que satildeo carotenos oxigenados

(MARZZOCO TORRES 1999)

As clorofilas satildeo os pigmentos naturais presentes nas plantas cianobacteacuterias e

algas O nome clorofila foi proposto por Pelletier e Caventou em 1818 para

designar a substacircncia verde que se podia extrair das folhas com o auxiacutelio do aacutelcool

Atualmente os pigmentos clorofilianos satildeo de grande importacircncia comercial

podendo ser utilizados tanto como pigmentos quanto como antioxidantes Os

48

pigmentos fotossinteacuteticos presentes e a sua abundacircncia variam de acordo com a

espeacutecie A clorofila a (Chl a) estaacute presente em todos os organismos que realizam

fotossiacutentese oxigecircnica As bacteacuterias fotossintetizantes satildeo desprovidas de clorofila a

e possui em seu lugar a bacterioclorofila como pigmento fotossinteacutetico A Chl a eacute o

pigmento utilizado para realizar a fotoquiacutemica (o primeiro estaacutegio do processo

fotossinteacutetico) enquanto que os demais pigmentos auxiliam na absorccedilatildeo de luz e na

transferecircncia da energia radiante para os centros de reaccedilatildeo sendo assim chamados

de pigmentos acessoacuterios (STREIT et al 2005) As cianobacteacuterias possuem clorofila

a e ficobilinas mas natildeo possuem a clorofila b (GRIFFITHS 2006)

As clorofilas satildeo as moleacuteculas fotorreceptoras mais importantes Satildeo moleacuteculas

formadas por complexos derivados da porfirina tendo como aacutetomo central o Mg

(magneacutesio) (Figura 6) Esse composto eacute uma estrutura macrociacuteclica assimeacutetrica

totalmente insaturada constituiacuteda por quatro aneacuteis de pirrol Esses aneacuteis numeram-

se de 1 a 4 ou de ldquoardquo a ldquodrdquo de acordo com o sistema de numeraccedilatildeo de Fisher

(SCHOEFS 2002) A clorofila a o anel de porfirina conteacutem um grupo metil (-CH3) no

Carbono 3 A estrutura quiacutemica da clorofila estaacute representada na Figura 6

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a Fontehttp1381926868bioCoursesbiochem2PhotosynthesisPhotosynthesis1html

Os pigmentos que absorvem luz fazem parte de complexos proteacuteicos que

atravessam a membrana tilacoidal denominados de fotossistemas Esses satildeo

unidades funcionais das reaccedilotildees da fotossiacutentese Cada fotossistema pode conter

vaacuterias moleacuteculas de clorofila carotenoacuteides e ficobilinas todas capazes de absorver

luz por isso denominada de moleacuteculas-antena Os carotenoacuteides e as ficobilinas

apresentam absorccedilatildeo em regiatildeo do espectro luminoso em que as clorofilas

49

absorvem pouco e isso permite a ampliaccedilatildeo do espectro luminoso utilizado na

fotossiacutentese (MARZOCCO TORRES 1999)

A composiccedilatildeo de pigmentos da Spirulina eacute tiacutepica de uma cianobacteacuteria a uacutenica

clorofila presente eacute a clorofila a que tem seu peso variando entre 08 e 15 do

peso seco As proteiacutenas que possuem maior potencial econocircmico satildeo as

biliproteiacutenas Nas Spirulinas existem duas biliproteiacutenas c-ficonianina e a

aloficocianina A fraccedilatildeo proteacuteica pode conter mais de 20 de ficocianina um

pigmento azul soluacutevel em aacutegua (VONSHAK 1997) Entre os carotenoiacutedes 67-79 eacute

constituiacutedo do β-caroteno As maiorias dos carotenoacuteides da Spirulina satildeo β-caroteno

β-cryptoxantina e zeaxantina (LORENZ 1999)

Os carotenoacuteides carotenos e xantofilas aleacutem de sua funccedilatildeo de absorver

energia luminosa satildeo capazes de dissipar a energia de excitaccedilatildeo excedente na

forma de calor evitando danos ao aparato fotossinteacutetico Enquanto que como

transdutores de energia ateacute o centro de reaccedilatildeo natildeo satildeo muito eficiente (30 - 40

de eficiecircncia) como dissipadores de energia absorvida em excesso pela clorofila

satildeo altamente eficientes (MANRIQUE 2003)

A zeaxantina eacute capaz de receber a energia diretamente da clorofila excitada e

dissipa-laacute posteriormente na forma de calor sem emissatildeo de radiaccedilatildeo O processo

se inverte quando a luz desaparece ou vai se tornando menos intensa

progressivamente finalizando o ciclo A dissipaccedilatildeo da energia eacute devido a

zeaxantina (MANRIQUE 2003)

Os pigmentos acessoacuterios satildeo fundamentais para a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese

pelos organismos Algas que possuem apenas a clorofila a como Ochromonas

malhamensis e a Nannochloris oculata crescem mais rapidamente em presenccedila de

substrato orgacircnico que em presenccedila apenas da luz como fonte de energia mesmo

sob condiccedilotildees oacutetimas de luz Os pigmentos acessoacuterios atuam somente absorvendo

energia contribuindo para a fotossiacutentese (BRODY BRODY 1962)

No entanto a captaccedilatildeo de energia para a funccedilatildeo fotossinteacutetica natildeo eacute a uacutenica

funccedilatildeo dos pigmentos fotossinteacuteticos estes satildeo sistemas fotoprotetores quando a

intensidade luminosa eacute excessiva Quando nem todos os foacutetons absorvidos pela

clorofila podem ser utilizados no processo fotoquiacutemico eacute desencadeado um

mecanismo para dissipar o excesso de energia e evitar danos as membranas

fotossinteacuteticas e a proacutepria clorofila resultando em um branqueamento das ceacutelulas

com uma consequumlente reduccedilatildeo ou perda da capacidade fotossinteacutetica Na presenccedila

50

de excesso de luz o oxigecircnio reage com a clorofila excitada originando um oxigecircno

singlete que eacute muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas (branqueamento) os

aacutecidos graxos polinsaturados que forma peroacutexidos e outros compostos Entatildeo os

carotenoacuteides dissipam o radical peroacutexido e tambeacutem a clorofila excitada adquirindo o

estado triplete que por sua vez se dissipa despreendendo calor para o meio externo

(MANRIQUE 2003)

243 Fontes de carbono

De acordo com Chojnacka e Maacuterquez-Rocha (2004b) a fonte de carbono

empregada e a utilizaccedilatildeo ou natildeo de energia luminosa podem classificar os cultivos

em

Cultivo heterotroacutefico ndash emprego exclusivo de compostos orgacircnicos como fonte

energeacutetica O carbono orgacircnico serve tanto como fonte energeacutetica quanto para a

formaccedilatildeo da biomassa

Cultivo autotroacutefico (ou fotoautotroacutefico) ndash emprego da luz como exclusiva fonte

energeacutetica para a reduccedilatildeo (fixaccedilatildeo) do CO2 (considerado de fonte inorgacircnica)

formando substacircncias orgacircnicas

Cultivo mixotroacutefico ndash utilizaccedilatildeo simultacircnea de uma fonte luminosa e carbono

orgacircnico como fonte de energia

2431 Fonte de carbono orgacircnico (crescimento hetorotroacutefico)

A A platensis cresce principalmente em meios de cultura contendo carbono

inorgacircnico e poucos trabalhos tecircm sido publicados utilizando apenas fonte de

carbono orgacircnico Como fonte orgacircnica de carbono os accediluacutecares satildeo os substratos

mais utilizados para os cultivos heterotroacuteficos e mixotroacuteficos (ZHANG et al 1998

MARQUEZ et al 1993 CHOJNACKA NOWORYTA 2004b MUumlHLING et al 2005

ANDRADE COSTA 2007)

Ogawa and Terui (1970) foram os primeiros a relatar que uma cultura axecircnica

de Spirulina platensis cresce em meio mineral enriquecido com 1 de peptona e

tem uma taxa de crescimento maior que as culturas cultivadas em meio mineral

Marquez et al (1993) relataram que a Spirulina platensis cresce heterotroficamente

sob glicose em condiccedilotildees aeroacutebias no escuro bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz Chojnacka e Noworyta (2004a) tambeacutem observaram o crescimento

51

da S platensis em condiccedilotildees heterotroacuteficas utilizando a glicose com fonte de

carbono e energia

S platensis podem utilizar tambeacutem glicerol como a uacutenica fonte de carbono no

entanto as ceacutelulas quando em contato com o glicerol pela primeira vez formam

agregados de ceacutelulas e passam por uma fase lag de adaptaccedilatildeo Apoacutes a sua sub-

cultura as ceacutelulas cresceram utilizando glicerol atingido 1287 mg L-1 e nos cultivos

com apenas bicarbonato como fonte de carbono obteve 1157mg L-1 (NARAYAN et

al 2005)

Por outro lado Soundarapandian e Vasanthi (2008) relataram que diferentes

cepas de S platensis isoladas de solo satildeo incapazes de utilizar apenas fontes de

carbono orgacircnico como D-glucose manitol sacarose e ureacuteia

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico)

Microalgas fototroacuteficas requerem CO2 como fonte de carbono e este contribui

para o controle do pH no meio O pH do meio de cultivo eacute um dos fatores mais

importantes no cultivo de algas O pH determina a solubilidade do dioacutexido de

carbono e minerais no meio e influencia direta ou indiretamente o metabolismo das

algas O pH depende de vaacuterios fatores como composiccedilatildeo e capacidade tamponante

do meio quantidade de dioacutexido de carbono dissolvido temperatura (que determina a

solubilidade do CO2) e atividade metaboacutelica das ceacutelulas (BECKER 1995)

A fonte de carbono principal para a A platensis eacute o iacuteon bicarbonato no qual

entra na ceacutelula por transporte ativo O bicarbonato intracelular eacute entatildeo desidratado

via anidrase carbonica para CO2 o qual eacute incorporado no ciclo de Calvin via

ribulose-15-bifosfato carboxilase (RUBISCO) Este carbono eacute usado

simultaneamente para a siacutentese de todas as macromoleacuteculas nas ceacutelulas (proteiacutenas

carboidratos lipiacutedios e aacutecidos nucleacuteicos) a partir do 3-fosfoglicerato como metaboacutelito

intermediaacuterio (COGNE et al 2003)

Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido aumento do pH

no meio de cultura e isso eacute causado pela dissociaccedilatildeo do aacutecido carbocircnico (H2CO3)

em bicarbonato (HCO3-) e OH- (KIM et al 2007) e o bicarbonato eacute dissociado para

produzir CO2 e OH- (RICHMOND GROBBELAAR 1986) O aumento do pH atua

como um autoinibidor do crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2

pode ser utilizado para a manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

52

Em cianobacteacuterias alcalofiacutelicas onde o pH de crescimento tiacutepico eacute 10 a

concentraccedilatildeo de CO2 eacute negligenciada sugerindo que o transporte de CO2 passivo

natildeo poderia contribuir significativamente para carbono inorgacircnico intracelular

Adicionalmente estudos tecircm mostrado que A platensis eacute fortemente dependente do

transporte simporte Na+HCO3- para a assimilaccedilatildeo do carbono inorgacircnico Como eacute

tiacutepico de alcalofiacutelicos a A platensis aparentemente natildeo manteacutem o gradiente de pH

externo positivo na sua membrana plasmaacutetica Consequentemente ocorre uma

extrusatildeo de soacutedio via bomba de soacutedio dependente de ATP em contraste com o

tranporte antiporte Na+H+ na maioria das cianobacteacuterias A Extrusatildeo de soacutedio na

presenccedila de um inibidor do FSII (diuron) indica que uma soma significante de ATP eacute

suplementada pelo transporte de eleacutetrons ciacuteclico em volta do FSI conteuacutedo na qual

em A platensis eacute excepcionalmente alto (BERRY et al 2003)

Anaacutelises quiacutemicas tecircm mostrado que biomassa algal consiste de 40 a 50 de

carbono na qual sugere que 15 a 2 kg de CO2 satildeo necessaacuterios para produzir 1 kg

de biomassa (SOBCZUK et al 2000) Do mesmo modo Chisti (2007) relata que

considerando que a biomassa microalgal possui aproximadamente 50 de carbono

em sua biomassa seca (SAacuteNCHEZ MIROacuteN et al 2003) todo esse carbono eacute

derivado do dioacutexido de carbono A produccedilatildeo de 100 toneladas de biomassa algal fixa

em torno de 183 toneladas de dioacutexido de carbono e este deve ser suplementado

continuamente durante o cultivo iluminado A adiccedilatildeo controlada do CO2 em

respostas aos sinais de sensores de pH minimizam a perda de CO2 e a variaccedilatildeo do

pH (CHISTI 2007)

O sistema de transporte do CO2 inclui a anidrase carbocircnica que converte o CO2

para HCO3- durante a passagem atraveacutes da membrana plasmaacutetica havendo um

acuacutemulo de HCO3- quando o CO2 eacute suplementado A concentraccedilatildeo de CO2

citoplasmaacutetico eacute abaixo do esperado no equiliacutebrio quiacutemico e de acordo com o

modelo proposto pelo mecanismo de concentraccedilatildeo de carbono esse desequiliacutebrio eacute

relatado pelo fato que a anidrase carbocircnica estaacute localizada dentro dos

carboxissomos na membrana plasmaacutetica eou membranas tilacoacuteidais e estaacute ausente

no citoplasma (KAPLAN REINHOLD 1999)

O CO2 entra na ceacutelula pela difusatildeo passiva e a conversatildeo do CO2 para o HCO3-

pela anidrase carbocircnica natildeo permite a sua passagem livremente para fora da ceacutelula

(CARRIERI et al 2007) A concentraccedilatildeo de CO2 nos carboxissomos eacute de 50000

vezes maior que a concentraccedilatildeo extracelular Isso implica em uma resistecircncia a

53

difusatildeo do CO2 pela membrana bioloacutegica extremamente alta apesar do CO2 ser

altamente permeaacutevel agrave membrana bilipiacutedica Geralmente as algas apresentam um

acuacutemulo de carbono inorgacircnico menor que em cianobacteacuterias isso por que a

RubisCO das algas apresentam maior afinidade pelo CO2 (KAPLAN REINHOLD

1999)

O CO2 que entra na ceacutelula por difusatildeo passiva eacute convertido para HCO3- pela

ldquoCA-likerdquo por uma reaccedilatildeo dependente de energia e a assimilaccedilatildeo ativa do HCO3-

que eacute contra seu potencial eletroquiacutemico depende do suplemento da energia

metaboacutelica Essa energia necessaacuteria eacute provavelmente dependente do transporte

ciacuteclico do eleacutetron em torno do FSI e da atividade do FSII (SOBCZUK et al 2000)

Portanto isso ainda natildeo tem sido estabelecido se esta dependecircncia eacute direta ou

indireta (via gradiente de iacuteons) A energia metaboacutelica deveria ser utilizada para

manter o gradiente de iacuteon O antiporte Na+H+ estaacute envolvido na regulaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do pH interno durante a entrada do HCO3- e subsequumlente fixaccedilatildeo do

CO2 (KAPLAN REINHOLD 1999)

As microalgas podem fixar carbono a partir de diferentes fontes tais como CO2

a partir da atmosfera CO2 a partir da exaustatildeo de gases industriais e CO2 na forma

de carbonatos soluacuteveis (eg NaHCO3 e Na2CO3) Tradicionalmente microalgas satildeo

cultivadas em reatores fechados ou abertos na qual satildeo aerados ou expostos ao ar

para permitir que a microalgas capturem o dioacutexido de carbono a partir da atmosfera

para o crescimento celular Como a atmosfera conteacutem somente 003 ndash 006 de

CO2 eacute esperado que a limitaccedilatildeo da transferecircncia de massa possa reduzir a

velocidade do crescimento das microalgas (CHELF et al 1993) Por outro lado

gases da exaustatildeo industrial tais como gases de combustatildeo possuem acima de 15

de CO2 fornecendo uma fonte rica de CO2 para o cultivo de microalgas e um

caminho potencialmente mais eficiente para biofixaccedilatildeo de CO2 Outra alternativa eacute

fixar o CO2 pela reaccedilatildeo quiacutemica para produzir carbonatos (exemplo Na2CO3) e usa-

la mais tarde como fonte de carbono para o cultivo de microalgas (WANG et al

2008)

Estudos sobre a eficiecircncia da utilizaccedilatildeo de CO2 por microalgas tecircm sido feitos

com o objetivo de melhorar a produtividade dos fotobiorreatores Morais e Costa

(2007b) observou que uma concentraccedilatildeo de Spirulina sp foi maior em cultivos

alimentados com 6 e 12 CO2 quando comparado ao cultivo utilizando somente o

ar atmosfeacuterico Watabane e Hall (1996) relataram um aumento na produtividade

54

correspondendo a 159 g de biomassa seca m-2 d-1 no cultivo utilizando o

fotobiorreator com air lift com ar enriquecido de CO2 (4)

Gordillo et al (1999) observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo celular

maacutexima de S platensis devido a reduccedilatildeo na quantidade de proteiacutenas soluacuteveis

clorofila a carotenoacuteides totais e ficocianina nos cultivos enriquecido com 1 de CO2

em relaccedilatildeo aos cultivos enriquecidos com CO2 atmosfeacuterico (0035) Portanto altas

concentraccedilatildeo de CO2 podem inibir o crescimento dos micro-organismos

Em cultivo fotoautotroacutefico de Chlorella o conteuacutedo de proteiacutenas e pigmentos

foram maiores quando comparada com o cultivo heterotroacutefico (OGBONNA TANAKA

1997)

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente

(crescimento mixotroacuteficos)

A presenccedila do metabolismo fotoautotroacutefico e heterotroacutefico simultacircneo tecircm sido

confirmado para o crescimento de microalgas como por exemplo Chlorella vulgaris

(MAacuteRQUEZ et al 1993) Heamatococcus pluvialis (KOBAYASHI et al 1992

MAacuteRQUEZ et al 1993) Chlorella pyrenoidosa (OGBANNA TANAKA 1996)

Euglena gracilis (OGBONNA et al 1999) Phaeodactylum tricornutum (CEacuteRON

GARCIA et al 2000) e cianobacteacuterias como Spirulina platensis (MARQUEZ et al

1995 CHOJANACKA NOWORYTA 2004 ZHANG et al 1998)

Durante o crescimento mixotroacutefico haacute dois processos metaboacutelicos

independentes dentro das ceacutelulas metabolismo fotossinteacutetico e a respiraccedilatildeo

aeroacutebia Nesse tipo de metabolismo a presenccedila do substrato orgacircnico significa que o

crescimento celular natildeo eacute estritamente dependente da fotossiacutentese e ateacute mesmo a

luz pode deixar de ser um fator indispensaacutevel para o crescimento celular

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a)

Eacute interessante notar que o crescimento especiacutefico de algumas microalgas (ex

Chlorella vulgares Haematococus pluvialis) crescendo mixotroficamente eacute a soma

de suas velocidades especiacuteficas de crescimento em culturas fotossinteacuteticas e

heterotroacuteficas (LEE 2001 OGBONNA et al 2000)

Um possiacutevel modo para obter uma alta concentraccedilatildeo de micro-organismos

fotossinteacuteticos eou produtos desses micro-organismos eacute o uso de cultura

mixotroacutefica onde fontes de carbono orgacircnicas e inorgacircnicas satildeo concomitantemente

fornecidas ao biorreator Sob determinadas condiccedilotildees de cultivo ambas a atividade

55

fotoautotroacutefica e a heterotroacutefica podem ocorrer simultaneamente e

independentemente resultando no aumento da velocidade especiacutefica de

crescimento como jaacute referido anteriormente

Maacuterquez et al (1993) relatam que a Spirulina platensis eacute capaz de crescer em

cultivo heterotroacutefico na presenccedila de glicose bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz sugerindo que os crescimentos autotroacutefico e heterotroacutefico

funcionam independentemente no crescimento mixotroacutefico Nieva e Valiente (1996)

portanto observaram uma reduccedilatildeo na taxa de fixaccedilatildeo de CO2 em condiccedilotildees de

crescimento mixotroacutefico da Anabaena variabilis sugerindo que alguns aspectos do

metabolismo do CO2 podem ser modulados pela presenccedila de carbono orgacircnico Do

mesmo modo Kang et al (2004) observou que pode existir alguma interaccedilatildeo entre o

metabolismo de carbono orgacircnico e inorgacircnico uma vez que a presenccedila do carbono

inorgacircnico acelerou a assimilaccedilatildeo do carbono orgacircnico durante o cultivo do

Synechococcus spPCC7002 A intensidade luminosa favoreceu o crescimento

mixotroacutefico do Synechocystis sp PCC 6803 utilizando glicose como fonte de

carbono Este fenocircmeno pode ser explicado pelo efeito positivo da luz sobre o

fotossistema I (WANG et al 2002) A via glicoliacutetica o ciclo dos aacutecidos tricarboxiacutelicos

(TCA) e a fosforilaccedilatildeo oxidativa mitocondrial mantiveram alta atividade nos cultivos

de Chlorella pyrenoidosa durante a iluminaccedilatildeo indicando pouco efeito da luz nessas

vias metaboacutelicas Portanto o fluxo atraveacutes da via das pentoses fosfato durante a

iluminaccedilatildeo foi muito pequena devido a regulaccedilatildeo mediada pela luz (YANG et al

2000)

Adicionalmente Maacuterquez et al (1993) concluiacuteram que a Spirulina platensis tem

a habilidade de realizar a fermentaccedilatildeo embora soacute utilize essa estrateacutegia como um

modo de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees anaeroacutebicas e no escuro

Nos cultivos de S platensis suplementados com glicose alcanccedilaram o

crescimento maior que nos cultivos sob condiccedilotildees de crescimento fotoautotroacuteficos

(MARQUEZ et al 1995 1993) Chen et al (2006) observaram que a suplementaccedilatildeo

de acetato como fonte de carbono proporcionou um aumento significante da

concentraccedilatildeo celular e da produccedilatildeo de clorofila a luteiacutena -caroteno ficocianina e

aloficocianina quando comparada ao cultivo fotoautotroacutefico

O melaccedilo subproduto da induacutestria de accediluacutecar que conteacutem mais do que 50 de

accediluacutecar tambeacutem pode ser um substrato suplementado de baixo custo na produccedilatildeo

56

industrial para o crescimento mixotroacutefico de Spirulina platensis (ANDRADE COSTA

2007)

O emprego de cultivos mixotroacuteficos pode levar as ceacutelulas agrave siacutentese de

compostos caracteriacutesticos tanto de cultivos fotoautotroacuteficos quanto heterotroacuteficos

como pode implicar em altas taxas de produccedilatildeo de biomassa (CERON GARCIA et

al 2000) Uma vez que num cultivo mixotroacutefico o CO2 e o carbono orgacircnico satildeo

simultaneamente assimilados este tipo de cultivo pode ser o processo mais eficiente

para a produccedilatildeo de biomassa microalgal visto que implica em uma economia na

energia gasta para a siacutentese de todo o aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo de

carbono (LEE 2004)

25 Produccedilatildeo de CO2 e VOCs proveniente da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica

A revoluccedilatildeo industrial e a intesa utilizaccedilatildeo dos combustiacuteveis foacutesseis (carvatildeo

petroacuteleo e gaacutes natural) estatildeo associadas ao elevado niacutevel de vida das sociedades

ocidentais Contudo as reservas de combustiacuteveis foacutesseis satildeo limitadas e a sua

utilizaccedilatildeo tem impactos ambientais consideraacuteveis como por exemplo o aumento do

efeito estufa e as consequumlentes alteraccedilotildees do clima Neste contexto o etanol surge

como uma alternativa vaacutelida em termos de fonte de energia renovaacutevel e menos

poluente

Nas uacuteltimas deacutecadas o etanol tem ocupado um lugar de destaque e de grande

importacircncia tecnoloacutegica firmando-se como um produto estrateacutegico economicamente

por ser amigaacutevel com o meio ambiente pois eacute um aditivo ao combustiacutevel que reduz

a emissatildeo de monoacutexido de carbono oacutexido de nitrogecircnio e hidrocarbonos (WHEALS

et al 1999) e por ser produzido a partir de biomassa renovaacutevel como accediluacutecar e

amido atualmente e materiais de lignocelulose no futuro (GOLDEMBERG 2009)

Inicialmente o objetivo de utilizar o aacutelcool combustiacutevel era se tornar

independente do mercado do petroacuteleo e reduzir os custos de sua importaccedilatildeo Hoje

em dia a ecircnfase do uso do etanol combustiacutevel estaacute sobre a reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo

devido ao protocolo de Quioto para limitar o aquecimento global (WHEALS et al

1999) Na produccedilatildeo e combustatildeo do etanol de milho pode reduzir em ateacute 12 a

emissatildeo de gases causadoras do efeito estufa quando comparado com o uso de

combustiacuteveis foacutesseis (HILL et al 2006) e quando utilizado etanol de cana-de-accediluacutecar

essa reduccedilatildeo pode ser de 66 (ANDREOLI SOUZA 2006)

57

O aacutelcool estaacute em expansatildeo por ser um combustiacutevel de baixo custo renovaacutevel e

cujo emprego como alternativa para a matriz energeacutetica mundial estaacute em fase de

crescimento A tendecircncia de aumento da produccedilatildeo de aacutelcool no Brasil ocorre por

vaacuterios fatores como aumento da frota de carros bi-combustiacutevel (demanda interna)

Protocolo de Quioto (demanda externa) e aumento do preccedilo do petroacuteleo Poliacuteticas

similares tecircm sido adotadas pela Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Estados Unidos

(GOLDEMBERG et al 2007) Por essas razotildees a demanda por etanol no mercado

internacional tem sido crescente nos uacuteltimos anos O Brasil aleacutem de ser um dos

maiores produtores e consumidores de etanol eacute tambeacutem o maior exportador no

cenaacuterio global Segundo dados da Uniatildeo da Induacutestria de Cana de Accediluacutecar (Unica) ateacute

2016 o Brasil produziraacute 129 bilhotildees de litros de etanol para o mercado externo Na

safra 20082009 o total de etanol produzido foi de 275 bilhotildees de litros (UacuteNICA)

O Brasil e os Estados Unidos satildeo liacutederes mundiais na produccedilatildeo de etanol

utilizando como mateacuteria prima a cana de accediluacutecar e milho respectivamente Os dois

paiacuteses acumulam cerca de 70 da produccedilatildeo mundial (ROMERO 2007) Aleacutem disso

o Brasil lidera a produccedilatildeo mundial de cana-de-accediluacutecar (principal mateacuteria-prima do

etanol) sendo essa uma induacutestria que movimenta vaacuterios bilhotildees de doacutelares por ano

O fato de o etanol ser produzido dentro do Brasil representa uma menor

dependecircncia de petroacuteleo externo diminuindo substancialmente os gastos com

importaccedilotildees

O agronegoacutecio da cana-de-accediluacutecar movimenta R$ 40 bilhotildees por ano no paiacutes A

safra 20072008 ficou entre 547 milhotildees de toneladas de cana-de accediluacutecar 152 a

mais do que a safra anterior Metade dela eacute destinada agrave fabricaccedilatildeo de etanol o que

faz do Brasil o segundo maior produtor de combustiacutevel no mundo O primeiro lugar

cabe aos Estados Unidos que extraem etanol de milho a poder de pesados

subsiacutedios Dois terccedilos da produccedilatildeo nacional estatildeo no estado de Satildeo Paulo Avalia-

se que o Brasil precisaraacute dobrar sua produccedilatildeo num horizonte de 5 a 7 anos se

quiser suprir as demandas locais e internacionais do combustiacutevel Isso exigiraacute a

construccedilatildeo de novas usinas o crescimento das aacutereas plantadas melhorias no

manejo e principalmente ganhos de produtividade (MARQUES 2008)

O cenaacuterio futuro mostra que paiacuteses como Estados Unidos Japatildeo e Europa vatildeo

precisar importar mais de 10 bilhotildees de litros de etanol ateacute 201112 Se uma

tonelada de cana produz 88 litros de etanol precisaria adicionar mais de 110

milhotildees de toneladas de cana para atender o mercado futuro o que acrescentaria

58

mais 12 milhotildees de hectares A UNICA (Uniatildeo da induacutestria de cana-de-accediluacutecar)

prevecirc um crescimento da produccedilatildeo de 6 a 7 anualmente chegando a uma

produccedilatildeo de 560 milhotildees de toneladas de cana em 201011 (ANDREOLI SOUZA

2006)

A quantidade de CO2 liberada diretamente para a atmosfera devido ao aumento

da sua produccedilatildeo mundial pode causar prejuiacutezos ao meio ambiente No Brasil a

produccedilatildeo de etanol por processos fermentativos principalmente pelo processo

descontiacutenuo alimentado ou contiacutenuo utilizando mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

eou caldo de cana-de-acuacutecar tem no cultivo da Saccharomyces cerevisiae um

grande impacto no acircmbito socioeconocircmico Existem cerca de 300 induacutestrias que

utilizam fermentaccedilatildeo alcooacutelica no Brasil que movimentam bilhotildees de doacutelares e

geram 6 dos empregos totais do Paiacutes (Uniatildeo da Agroinduacutestria Canavieira de Satildeo

Paulo 2006)

No Brasil 70 das destilarias de cana-de-accediluacutecar usam o processo

descontiacutenuo com uma capacidade fermentativa acima de 15 milhotildees de litros de

etanol por dia e aproximadamente 350 destilarias usam a fermentaccedilatildeo contiacutenua

(WHEALS et al 1999) Estudos comparativos e avaliaccedilotildees econocircmicas de diversos

processos utilizados na produccedilatildeo de etanol concluiacuteram que fermentaccedilatildeo contiacutenua

apresentava uma reduccedilatildeo de 57 no investimento de capital fixo em destilarias

quando comparado ao daquelas que utilizam processo em batelada Uma reduccedilatildeo

ainda maior de 68 e 71 eacute obtida para os processos que utilizam reciclo de ceacutelulas

e operaccedilatildeo a vaacutecuo respectivamente (CYSEWSKI WILKE 1978)

A fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta menor custo de investimento maior

facilidade para a instalaccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e ausecircncia de ldquotempos

mortosrdquo que eacute o tempo em dado momento do ciclo fermentativo natildeo estaacute produzindo

tiacutepico de processos descontiacutenuo Aleacutem disso a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a

consumir menos anti-espumante decorrecircncia da alimentaccedilatildeo mais estaacutevel de

accediluacutecar para o processo e tambeacutem da geometria dos fermentadores Por outro lado

a fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta maiores dificuldades quando temos que lidar com

contaminantes indesejaacuteveis no processo Natildeo eacute possiacutevel promover a assepsia de

fermentadores de bombas e de trocadores com frequumlecircncia como ocorre no sistema

em bateladas Desta maneira a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a consumir mais aacutecido

sulfuacuterico e mais antibioacutetico

59

Segundo Romano et al (2003) as transformaccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

durante a fermentaccedilatildeo por leveduras satildeo a conversatildeo dos accediluacutecares em etanol e

CO2 e em menores quantidades a formaccedilatildeo de CVOs Basso et al (1996) relata

que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo

constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de gaacutes carbocircnico e o restante satildeo

formados por outros compostos orgacircnicos tais como glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido

aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos majoritaacuterios produzidos durante a

fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por Saccharomyces cerevisiae

encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico acetato

de etila (CACHOT et al 1991) Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de cana-

de-accediluacutecar os principais componentes gasosos satildeo o CO2 e o etanol mas outros

aacutelcoois e aacutecidos tambeacutem satildeo liberados em menores quantidades na forma gasosa

(VENTURINI FILHO e MENDES 2003)

A reaccedilatildeo quiacutemica simplificada da produccedilatildeo de etanol a partir da sacarose da

cana-de-accediluacutecar eacute

C12H22O11 +H2O rarr 4C2H5OH + 4CO2 (3)

Onde 342 g de sacarose produz 184 g de etanol e 176 g de CO2 Com isso

pode-se estimar que cada grama de sacarose produz 0514g de CO2 assumindo

uma recuperaccedilatildeo de CO2 em 100 no caso de induacutestrias dedicadas a produccedilatildeo de

etanol No entanto as induacutestrias de produccedilatildeo de etanol tambeacutem utilizam como

mateacuteria-prima o melaccedilo um sub-produto da produccedilatildeo de accediluacutecar industrial a partir

da cana-de-accediluacutecar que conteacutem cerca de 15 da sacarose inicial (MOLLERSTEN et

al 2003) e represeta mais de 75 do custo total de produccedilatildeo de etanol

(CYSEWSKI WILKE 1978)

Cada litro de etanol produzido pela fermentaccedilatildeo alcooacutelica resulta em

aproximadamente 076 kg de CO2 portanto a capacidade de produccedilatildeo de CO2

durante a fermentaccedilatildeo de etanol combustiacutevel nos EUA e o Brasil eacute de

aproximadamente 84 e 106 toneladas de CO2 por ano respectivamente

(KHESHGI PRICE 2005) No Brasil a produccedilatildeo meacutedia de etanol a partir da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica eacute de 180 milhotildees de litros por ano gerando

consequentemente 014 milhotildees de CO2 por ano (MOLLERTEN et al 2003)

O uso do biocombustiacutevel traz uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo

dos gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre

aleacutem da reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis Poreacutem no processo de

60

fabricaccedilatildeo uma seacuterie de resiacuteduos e subprodutos industriais eacute gerada os quais

podem quando adequadamente geridos contribuir para a viabilidade econocircmica da

produccedilatildeo de biocombustiacuteveis Esses resiacuteduos possuem potencial para uso na

induacutestria de alimentos e para a nutriccedilatildeo animal bem como na induacutestria quiacutemico-

farmacecircutica mas haacute uma grande carecircncia de estudos de anaacutelises de viabilidade

teacutecnica e financeira que possam apontar as melhores alternativas de custo-

benefiacutecio para o processamento e tratamento desses resiacuteduos os quais podem

agregar valor e reduzir os custos de produccedilatildeo de biocombustiacuteveis com o

aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados

Um nuacutemero de subprodutos da induacutestria do etanol combustiacutevel pode ter o

potencial para a aplicaccedilatildeo de nutracecircuticos ou de alimentos funcionais que eacute uma

das aacutereas de grande interesse atualmente e representa um mercado potencial

enorme ainda em seu desenvolvimento inicial Por isso o interesse em utilizar

micro-organismos fotossintetizantes devido a sua capacidade de reduzir a emissatildeo

de CO2 e de CVOs na atmosfera subproduto da induacutestria de etanol produzindo

compostos de alto valor industrial

61

3 Objetivos

Geral

Este trabalho tem como objetivo verificar a influecircncia do efeito da adiccedilatildeo de

CO2 proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica mantendo o pH no valor

oacutetimo igual a 95 no cultivo de A platensis em reatores tubulares utilizando nitrato ou

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio em diferentes intensidades luminosas

Especiacuteficos

Avaliar os testes preliminares da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica contiacutenua utilizada para

posterior acoplamento dos gases liberados durante a fermentaccedilatildeo com os

cultivos de A platensis

Avaliar os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas

e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas usando anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel nos cultivos de A platensis

Determinar a composiccedilatildeo centesimal da A platensis no final dos cultivos teor

de proteiacutenas lipiacutedios cinzas e carboidratos usando a anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel

Estudar os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os cultivos

utilizando CO2 de cilindro avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos

paracircmetros valor teoacuterico da energia de Gibbs dissipada para o crescimento

(1YGX) das produccedilotildees molares de O2 consumo de H+ e absorccedilatildeo de foacutetons

para produzir 1 C-mol de biomassa

Calcular o rendimento teoacuterico da energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico

energia transformada em ATP e a energia liberada como calor calculando-se a

partir da energia molar de Gibbs absorvida da luz pelo aparato fotossinteacutetico

Comparar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares um horizontal e outro helicoidal

62

4 Materiais e meacutetodos

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

O CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi utilizado como fonte

de carbono para o cultivo de A platensis O desprendimento desse gaacutes do reator foi

arrastar volaacuteteis orgacircnicos formados na fermentaccedilatildeo cujas interferecircncias nos

cultivos de A platensis foram avaliadas Para os cultivos contiacutenuos de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica foi utilizado o mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na

determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

Para a realizaccedilatildeo desse teste foi preparada uma suspensatildeo celular de 300g L-1

de levedura uacutemida em aacutegua destilada a partir dessa suspensatildeo foram retirados sob

agitaccedilatildeo 10 mL e adicionados em dois diferentes frascos um contendo 290 mL de

melaccedilo natildeo clarificado (item 41111) e outro contendo 290 mL de melaccedilo

previamente clarificado (item 41112) de modo que a concentraccedilatildeo celular final de

cada frasco tenha 10g L-1 em 300 mL de mosto A partir dessa suspensatildeo foram

retirados 5 mL para a anaacutelise da concentraccedilatildeo celular como descrito no item 4311

41111 Melaccedilo natildeo tratado

O melaccedilo natildeo tratado consiste apenas na sua diluiccedilatildeo com aacutegua potaacutevel e

preparado como descrito no item 41113

41112 Melaccedilo tratado

O tratamento do melaccedilo consistiu de sua preacutevia clarificaccedilatildeo diluiccedilatildeo e

suplementaccedilatildeo adequadas A clarificaccedilatildeo foi realizada com diluiccedilatildeo do melaccedilo pela

adiccedilatildeo de aacutegua potaacutevel em partes iguais e adiccedilatildeo de 15 g de fosfato de soacutedio

monobaacutesico como agente floculante em cada litro da soluccedilatildeo de melaccedilo diluiacutedo

Posteriormente esse melaccedilo diluiacutedo foi autoclavado a 121 ordmC por 10 minutos Apoacutes

o aquecimento foi mantido em repouso no miacutenimo por 48 horas para a

sedimentaccedilatildeo do material em suspensatildeo O melaccedilo clarificado foi entatildeo sifonado

63

pronto para ser diluiacutedo com aacutegua e preparado como descrito no item 41113 sem

a adiccedilatildeo do antibioacutetico O mosto foi esterilizado em autoclave a 121 ordmC durante 30

minutos (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo

O melaccedilo foi diluiacutedo ateacute concentraccedilatildeo 170 g L-1 em accediluacutecares redutores totais

(ART) (GUERREIRO et al 1997) e suplementado com ureacuteia na concentraccedilatildeo de 05

g L-1 suficiente para que a fonte de nitrogecircnio natildeo se torne fator limitante da

atividade da levedura (MAGALHAtildeES 1978 CARVALHO 1994 PEREGO-JUNIOR

1979) O pH do mosto foi ajustado em 45 (JONES et al 1981) pela adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico concentrado ou pela adiccedilatildeo de soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio 4N Por fim

adicionou-se penicilina V aacutecida (500 UIL) como antibioacutetico (AQUARONE 1960

CARVALHO et al 2003)

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator

Para a realizaccedilatildeo do teste de homogeneidade foi preparado 10 litros de uma

suspensatildeo celular de 9 g L-1 de levedura em aacutegua destilada e adicionada ao

fermentador Apoacutes 30 minutos de homogeneizaccedilatildeo mecacircnica do material iniciou

uma contiacutenua adiccedilatildeo de aacutegua destilada e retirada da amostra a uma vazatildeo

especiacutefica de alimentaccedilatildeo calculada (Dc) igual a 0124 h-1 No intervalo de 30

minutos em diferentes regiotildees do reator as amostras foram recolhidas para

determinar a concentraccedilatildeo celular A homogeneidade do reator eacute verificada se a

queda da concentraccedilatildeo celular for uma funccedilatildeo exponencial

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

Foram realizados 3 experimentos com a fermentaccedilatildeo contiacutenua nas condiccedilotildees

descritas no item 415 Os valores de vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D) foram 01

h-1 005 h-1 e 0025 h-1

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo

Saccharomyces cerevisiae CCT7150 uma cepa isolada de planta industrial de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica nacional (Usina Nova Ameacuterica) e produtora de altas

concentraccedilotildees de etanol a partir de melaccedilo adquirida da Fundaccedilatildeo Andreacute Tosello

foi utilizada nos cultivos contiacutenuos Sua manutenccedilatildeo em tubo de ensaio foi no meio

Sabourand (Merckreg) A cultura foi armazenada sob refrigeraccedilatildeo a 4 ordmC

64

413 Preparo do inoacuteculo

As ceacutelulas de levedura estocada foram multiplicadas em tubos contendo meio

soacutelido Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Posteriormente as

culturas foram inoculadas com alccedila de platina sob condiccedilotildees asseacutepticas em tubos

contendo 10 mL do meio Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Cada

tubo por sua vez inoculou um frasco de Erlenmeyer de 500 mL contendo 90 mL de

mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar contendo 5 de ART que foi entatildeo incubado

a 30 ordmC por 12 h em agitador rotativo a 400 rpm Decorrido este tempo o conteuacutedo

de 10 frascos de Erlenmeyer preparados com o preacute-inoacuteculo (1 L) foi adicionado agrave

dorna juntamente com o mosto (9 L) nas condiccedilotildees em que se trabalhou no

processo contiacutenuo resultando em um volume uacutetil do fermentador de 10 litros que

deu iniacutecio a uma fermentaccedilatildeo descontiacutenua (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

414 Dispositivo para a cultura

Foi utilizado um fermentador fabricado pela INFORs HT com dornas de vidro

de 10 litros de capacidade nominal com controles de temperatura pH niacutevel de

espuma e frequumlecircncia de agitaccedilatildeo com saiacutedas que foram conectadas a uma bomba

peristaacuteltica para alimentaccedilatildeo do mosto e retirada do material durante a fermentaccedilatildeo

contiacutenua

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua

O cultivo contiacutenuo teve como iniacutecio o cultivo descontiacutenuo como descrito acima

(item 413) A alimentaccedilatildeo contiacutenua do mosto ocorreu apoacutes um periacuteodo de 6 a 8 h

da inoculaccedilatildeo do S cerevisiae na dorna para garantir que o micro-organismo se

encontre na fase exponencial de crescimento A concentraccedilatildeo de accediluacutecares no mosto

de alimentaccedilatildeo foi de 170 g L-1 (GUERREIRO et al 1997) expressa em ART O

mosto foi suplementado com sulfato de amocircnio na concentraccedilatildeo de 1 g L-1 A

temperatura de fermentaccedilatildeo foi mantida a 30 plusmn 1 ordmC (KOCK et al 2000) com

frequumlecircncia do agitador de 500 rpm A vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo foi

determinada em ensaios preliminares (item 61)

65

42 Cultivo de A platensis

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo

Spirulina (Arthrospira) platensis UTEX (1926) foi mantida em meio liacutequido de

cultivo padratildeo para Arthrospira (item 4221) em tubos hermeticamente fechados

422 Meio de cultivo

Foram utilizados dois tipos de meio Um meio padratildeo para o cultivo de

Arthrospira (SCHLOumlSSER 1982) ndash item 4221 com NaNO3 como fonte de

nitrogecircnio que foi utilizado para duas finalidades manutenccedilatildeo do micro-organismo e

preparo do inoacuteculo um meio modificado (item 4122) onde se utilizou ureacuteia como

fonte de nitrogecircnio

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis

O meio mineral padratildeo foi o de Schloumlsser (1982) cuja composiccedilatildeo por litro de

aacutegua destilada eacute a seguinte

NaHCO3 1361g

Na2CO3 403g

K2HPO4 050g

NaNO3 250g

K2SO4 100g

NaCl 100g

MgSO47H2O 020g

CaCl22H2O 004g

Soluccedilatildeo de metal PIV 6mL

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu 1mL

Vitamina B12 (15g100mL H2O) 1mL

Soluccedilatildeo de metal PIV (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 750 mg

FeCl36H2O 97 mg

MnCl24H2O 41 mg

ZnCl2 5 mg

CoCl26H2O 2 mg

Na2MoO42H2O 4 mg

66

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 50 mg

H3BO3 618 mg

CuSO45H2O 196 mg

ZnSO47H2O 44 mg

CoCl26H2O 20 mg

MnCl2middot4H2O 12 mg

Na2MoO4middot2H2O 12 mg

4222 Meio modificado

O meio de Schloumlsser (1982) foi utilizado com substituiccedilatildeo do nitrato de soacutedio

por ureacuteia

A massa diaacuteria de ureacuteia adicionada por unidade de volume foi determinada de

acordo com o experimento padratildeo utilizando nitrato de soacutedio como fonte de

nitrogecircnio (descrito no item 5)

423 Preparo do inoacuteculo

A A platensis foi inoculada em 10 mL de meio liacutequido (em tubo de ensaio) em

condiccedilotildees asseacutepticas Depois de 7 dias esse material foi utilizado para inocular

frascos de Erlenmeyer de 500 mL com 200mL de meio de cultivo padratildeo (item

4121) previamente esterilizado por autoclavaccedilatildeo

Os erlenmeyers apoacutes o repique foram imediatamente levados a agitador

rotativo a 100 min-1 (FERRAZ 1986) temperatura de 30 OC e iluminacircncia de 72

mol de foacutetons m-2 s-1 (CARVALHO et al 2004)

O crescimento celular foi acompanhado sendo utilizada para inoacuteculo uma

suspensatildeo de A platensis apoacutes de 6 a 8 dias de cultivo (PELIZER et al 2003) em

crescimento exponencial isenta de contaminaccedilatildeo Nos cultivos utilizando meio

mineral padratildeo a suspensatildeo foi filtrada lavada e ressuspensa em meio de cultivo

padratildeo Nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte alternativa de nitrogecircnio a

suspensatildeo foi filtrada lavada com soluccedilatildeo fisioloacutegica para retirada do NaNO3 e

ressuspensa em meio de cultivo padratildeo isento de NaNO3 Estas suspensotildees foram o

inoacuteculo para o cultivo no reator tubular onde foram realizados os estudos

empregando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio padratildeo e a ureacuteia como fonte

67

alternativa de nitrogecircnio com o pH do cultivo controlado pela adiccedilatildeo de CO2

proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

424 Dispositivo para cultura

4241 Fotobiorreator tubular horizontal

O fotobiorreator tubular utilizado eacute apresentado na Figura 7 Este eacute constituiacutedo

por 20 tubos de vidro transparentes (diacircmetro interno de 10 cm) (CARLOZZI

PINZANI 2005) com inclinaccedilatildeo de 2 (115ordm) (TREDICI ZITTELLI 1998) para

facilitar o escoamento do liacutequido interligados com mangueiras de PVC de mesmo

diacircmetro interno de forma que o volume iluminado corresponde a 212 litros

(606) O volume total do sistema foi de 35 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de

26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo da biomassa e melhorar a transferecircncia de

massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior provido de agitaccedilatildeo com um agitador magneacutetico Tambeacutem

na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no qual ocorre entrada de CO2 para

manutenccedilatildeo de pH quando da abertura da vaacutelvula solenoacuteide controlada por um

controlador de pH

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis

68

4242 Fotobiorreator tubular espiralado

O fotobiorreator tubular espiralado utilizado eacute apresentado na Figura 8 Este eacute

constituiacutedo por 5 conjuntos de tubos espiralados de vidro transparentes (diacircmetro

interno de 10 cm) (CARLOZZI PINZANI 2005) interligados com mangueiras de

PVC de mesmo diacircmetro interno Cada conjunto eacute constituiacutedo por 3 tubos

espiralados logo o reator conteacutem no total 15 tubos de vidros espiralados de forma

que o volume iluminado corresponde a 665 ml (606 ) O volume total do sistema

foi de 11 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de 26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo

da biomassa e melhorar a transferecircncia de massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior Tambeacutem na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no

qual ocorre entrada de CO2 para manutenccedilatildeo de pH

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis

A suspensatildeo de Arthrospira (item 43) foi adicionada ao biorreator tubular na

concentraccedilatildeo inicial de 400 mg L-1 (SOLETTO et al 2008) e o volume de trabalho

foi de 35 L no fotobiorreator tubular horizontal e de 11 L no fotobiorreator tubular

espiralado Devido a evaporaccedilatildeo e a retirada de amostras o meio de cultura isento

da fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante

69

Nos experimetos utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio a concentraccedilatildeo

inicial deste foi de 25 g L-1 e ocorreram adiccedilotildees do nitrato de soacutedio de modo que sua

concentraccedilatildeo natildeo fosse inferior a 1 g L-1 (FAINTUCH 1989) desta forma evitaria a

limitaccedilatildeo do crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio No cultivo utilizando a

fonte de nitrogecircnio alternativa (ureacuteia) a adiccedilatildeo diaacuteria foi efetuada por pulsos (adiccedilatildeo

intermitente) (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2004) As intensidades luminosas foram

medidas com um sensor quantum (model LI-190 SB Li-Cor Lincoln Neb USA) As

diferentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas foram preacute-estabelecida de

acordo com o plano de trabalho (Item 5)

O valor de pH nos cultivos foi mantido em 95 plusmn 02 (SANCHEZ-LUNA et al

2007 TREDICI ZITTELLI 1998) com auxiacutelio de um aparelho controlador de pH

METTLER TOLEDO acoplado a uma vaacutelvula solenoacuteide Nos ensaios com CO2 puro

(999) a valvula solenoiacutede estava ligada a um cilindro de CO2 e nos ensaios com

CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica a vaacutelvula solenoacuteide foi ligada agrave tubulaccedilatildeo

proveniente de um reator operando com processo contiacutenuo de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

em regime permanente

A temperatura de 29 plusmn 1ordmC (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2007) foi mantida por ar

condicionado que climatizou a temperatura da sala onde estaacute localizada o reator

No final do experimento o reator foi lavado com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio

5 por 16 h e com uma soluccedilatildeo de tiosulfato de soacutedio (Na2S2O3) 50 mM para

neutralizar o clorito residual de acordo com De Beer et al (1994)

43 Teacutecnicas Analiacuteticas

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua ateacute o estabelecimento de regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol no caldo

fermentado foram determinados a cada 12 horas Estabelecido o regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol foram

feitas diariamente O efluente gasoso foi analisado qualitativamente para

identificaccedilatildeo dos principais compostos volaacuteteis orgacircnicos

No cultivo de Arthrospira a concentraccedilatildeo celular foi feita diariamente ateacute atingir

concentraccedilatildeo celular maacutexima As medidas de concentraccedilatildeo de nitrato ureacuteia residual

amocircnia e de carbonato total em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas a cada dois dias Nos cultivos

utilizando o CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram analisados os

70

compostos volaacuteteis orgacircnicos presentes no meio isento de ceacutelulas A concentraccedilatildeo

de clorofila a foi determinada no final de cada experimento bem como a

determinaccedilatildeo de proteiacutenas lipiacutedios totais carboidratos e cinzas

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

A concentraccedilatildeo celular expressa em massa seca foi determinada por filtraccedilatildeo

de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al (2003) Um volume de 5 mL

da amostra foi filtrada em membrana millipore 12 microm de porosidade previamente

seca em estufa a 105 ordmC por 4 horas e em dessecador por 1 h e pesada A biomassa

filtrada e lavada com 50 mL de aacutegua destilada foi seca em estufa a 105 ordmC por 4

horas e em dessecador por 1 h e posteriormente pesada A concentraccedilatildeo celular foi

determinada por diferenccedila de massa antes e apoacutes a filtraccedilatildeo

4312 Determinaccedilatildeo do pH

O pH seraacute acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4313 Determinaccedilatildeo de ART

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ART foi realizada por espectrofotometria a

540 nm pelo meacutetodo de SOMOGYI-NELSON (1952) precedido da hidroacutelise da

sacarose contida na fase liacutequida do meio de fermentaccedilatildeo realizada pela teacutecnica de

Falcone e Marques (1965)

A hidroacutelise da sacarose foi feita por hidroacutelise aacutecida utilizando 5 mL da amostra

e 25 mL da soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 13 N e deixou-se em banho de aacutegua a 70 ordmC

por 15 minutos Deixou-se esfriar essa soluccedilatildeo ateacute a temperatura ambiente e foi

adicionado NaOH 6N ateacute verificar uma mudanccedila no pH utilizando fenolfitaleiacutena

como indicador Posteriormente completou-se o volume final para 100 mL com aacutegua

destilada diluindo-se assim a amostra 20 vezes A partir dessa soluccedilatildeo jaacute diluiacuteda

fizeram-se novas diluiccedilotildees necessaacuterias para a determinaccedilatildeo do ART pelo meacutetodo de

Somogyi-Nelson (1952)

71

A anaacutelise compreende na adiccedilatildeo de 1 mL da amostra convenientemente diluiacuteda

e 1 mL do reativo de Somogy em tubo de Folin-Wu onde foi fervido durante 10

minutos resfriado em aacutegua com gelo Apoacutes o resfriamento adicionou-se 2 mL do

reativo de Nelson e agitou-se os tubos em agitador ateacute expulsar os gases formados

Completou-se o volume para 25 mL com aacutegua destilada e a soluccedilatildeo foi lida em

espectrofotometro a 520 nm Foi feito um branco substituindo a amostra por aacutegua

destilada

O accediluacutecar aquecido com uma soluccedilatildeo alcalina de tartarato de cobre leva agrave

obtenccedilatildeo de oacutexido cuproso que reagindo com molibdato de arsecircnio possibilita a

produccedilatildeo de um composto de coloraccedilatildeo azul passiacutevel de ser quantificada por

colorimetria a adiccedilatildeo de sulfato de soacutedio a mistura minimiza a entrada de oxigecircnio

na soluccedilatildeo responsaacutevel pela reoxidaccedilatildeo do oacutexido cuproso

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907)

O etanol foi determinado mediante a destilaccedilatildeo atraveacutes de um microdestilador

de KJELDHAL e recolhido em 20 mL de uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio

fortemente acidulada com aacutecido sulfuacuterico A determinaccedilatildeo consiste na destilaccedilatildeo de

1 mL do meio fermentado isento de ceacutelulas recolhido na soluccedilatildeo de dicromato

contida em erlenmeyer onde o etanol reagiu com os iacuteons dicromato como mostrado

na eq 1 produzindo acetaldeiacutedo e iacuteons Cr(III) Conforme o etanol reage haacute uma

mudanccedila da coloraccedilatildeo laranja caracteriacutestica desta soluccedilatildeo para um tom esverdeado

A reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do etanol com iacuteons dicromato envolve pelo menos duas

etapas Na primeira etapa o etanol introduzido na soluccedilatildeo reage com os iacuteons

dicromato produzindo um aldeiacutedo que neste caso eacute o acetaldeiacutedo (reaccedilatildeo 4)

Na segunda etapa como o aldeiacutedo produzido tambeacutem eacute susceptiacutevel agrave oxidaccedilatildeo o

acetaldeiacutedo eacute consumido produzindo aacutecido aceacutetico (um aacutecido carboxiacutelico) com a

correspondente reduccedilatildeo dos iacuteons Cr(VI) para iacuteons Cr(III) (reaccedilatildeo 5) A reaccedilatildeo

entre o etanol e os iacuteons dicromato pode ser descrita de forma global como mostrado

na (reaccedilatildeo 6)

3 CH3CH2OH + CrO7-2 rarr 3 CH3COH 2 Cr+3 + 7 H20 (reaccedilatildeo 4)

3 CH3COH + CrO7-2 + 8H+ rarr 3 CH3COOH + 2 Cr+3 + 4 H20 (reaccedilatildeo 5)

72

3 CH3CH2OH + 2 CrO7-2 + 16H+ rarr 4Cr+3 + 3 CH3COOH 11 H2O (reaccedilatildeo 6)

Apoacutes a destilaccedilatildeo o erlenmeyer foi levado a um banho de aacutegua a 70 ordmC

durante 20 minutos para que se complete a oxidaccedilatildeo do etanol Apoacutes esse tempo

deixou-se esfriar ateacute temperatura ambiente e essa soluccedilatildeo foi titulada com soluccedilatildeo

de sulfato ferroso amoniacal Foi feita concomitantemente uma soluccedilatildeo utilizando

aacutegua em vez do destilado para determinar o poder redutor do sulfato ferroso

amoniacal

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

Os voltaacuteteis majoritaacuterios liberados durante o regime permanente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram determinados pelo Laboratoacuterio de Anaacutelises Quiacutemicas do

Instituto de Pesquisa Tecnoloacutegis (IPT) usando um cromatoacutegrafo a gaacutes (marca

Shimadzu modelo CG-2010) acoplado ao espectrocircmetro de massas (Shimadzu

Modelo GCMS ndash QP5050A)

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis

O volume das amostras diaacuterias retiradas para o acompanhamento celular foram

de 50 mL Apoacutes a remoccedilatildeo da amostra igual volume de meio de cultura isento da

fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante Similarmente a

evaporaccedilatildeo de aacutegua diaacuteria foi compensada pela adiccedilatildeo do meio de cultura

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

43211 Densidade oacutetica

O acompanhamento do crescimento celular foi realizado diariamente em

duplicata por turbidimetria a 560 nm (LEDUY THERIEN 1977) Os valores de

transmitacircncia obtidos no espectrofotocircmetro foram convertidas em concentraccedilatildeo

celular atraveacutes de uma curva de calibraccedilatildeo (Item 43212)

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo

A curva de calibraccedilatildeo foi obtida tomando-se um volume de 25 mL de uma

suspensatildeo concentrada de ceacutelulas em fase de crescimento exponencial que foi

73

filtrada e lavada com aacutegua destilada em uma membrana de acetato de celulose de

12 μm previamente seca a 70 ordmC por 12 horas e previamente pesada A amostra

foi levada agrave estufa a 100ndash105 ordmC por um periacuteodo de 5 horas suficiente para que

mantivesse uma massa constante A massa das ceacutelulas foi calculada por diferenccedila

dos valores das massas das membranas antes e depois da filtraccedilatildeo e dividido pelo

volume filtrado para obter-se a concentraccedilatildeo celular na suspensatildeo A partir desta

mesma suspensatildeo foram preparadas diferentes diluiccedilotildees e aliacutequotas dessas

diluiccedilotildees foram levadas ao espectrofotocircmetro para leitura da transmitacircncia a 560 nm

de comprimento de onda e caminho oacuteptico de 1 cm com aacutegua destilada como

branco Dessa forma foi obtida uma curva que relaciona concentraccedilatildeo celular com o

logaritmo da transmitacircncia (Graacutefico 1)

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A platensis

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total

Embora a concentraccedilatildeo de carbonato total deva se manter constante em

decorrecircncia do fornecimento de CO2 para a manutenccedilatildeo do pH foi acompanhado na

fase liacutequida do meio em cultivo

No meio isento de ceacutelulas o acompanhamento da concentraccedilatildeo de fonte de

carbono na forma de carbonato total foi atraveacutes de titulometria Inicialmente

adiciona-se hidroacutexido de soacutedio na amostra (Reaccedilatildeo 7) e titula-se com HCl

(Reaccedilatildeo 8) na presenccedila do indicador fenolftaleiacutena para a conversatildeo de carbonato

em bicarbonato Posteriormente foi titulada novamente com HCl (Reaccedilatildeo 9) na

74

presenccedila do indicador alaranjado de metila para que todo o bicarbonato transforme-

se em aacutecido carbocircnico por deslocamento de equiliacutebrio O carbonato total foi

quantificado pelos dois intervalos de viragem (PIERCE HAENISCH 1948)

NaOH + NaHCO3 = Na2CO3 + H2O (Reaccedilatildeo 7)

Na2CO3 + HCl = NaHCO3 + NaCl (Reaccedilatildeo 8)

NaHCO3 + 1 HCl = H2CO3 + 1 NaCl (Reaccedilatildeo 9)

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total

A amocircnia total foi quantificada no meio isento de ceacutelulas de 2 em 2 dias em

potenciocircmetro marca ORION modelo 710-A por meio de um eletrodo seletivo para

amocircnia modelo 95-12 ORION Tendo em vista que o eletrodo soacute eacute sensiacutevel ao iacuteon

amocircnia e que no pH de cultivo existe equiliacutebrio entre os iacuteons amocircnia e amocircnio para

se fazer a leitura foi necessaacuterio corrigir o pH da amostra para 13 pela adiccedilatildeo de

NaOH 15 M antes da leitura no eletrodo de forma que todo iacuteon amocircnio fosse

convertido em amocircnia (LEDUY SAMSON 1982) O volume utilizado foi de 15 mL e

nesse procedimento foi necessaacuteria agrave calibraccedilatildeo do aparelho em todos os dias em

que foram realizadas as determinaccedilotildees Isso foi feito atraveacutes da construccedilatildeo de uma

curva que correlaciona a milivoltagem lida no potenciocircmetro com soluccedilotildees de NH4Cl

em diferentes diluiccedilotildees com concentraccedilotildees conhecidas A partir da equaccedilatildeo dessa

curva com a milivoltagem lida na amostra do cultivo foi calculada a concentraccedilatildeo

de amocircnia total Esta metodologia tambeacutem serviu para auxiliar na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de ureacuteia conforme se observa no item a seguir

43231 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da amocircnia

A metodologia empregada para a determinaccedilatildeo de amocircnia requer a construccedilatildeo

de uma curva de calibraccedilatildeo para cada dia em que foi analisada a amocircnia Desta

forma no Graacutefico 2 tecircm-se uma das curvas de calibraccedilatildeo utilizada

75

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Nesse caso a curva de calibraccedilatildeo corresponde agrave Log [NH3] -00213 x mV ndash

10583 A maior diluiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia foi de 5x10-6 (cujo o valor de

Log eacute -53) que corresponde a um valor de milivoltagem de 182 detectado no

eletrodo de amocircnia

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia

Para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia inicialmente foi hidrolisada em

meio aacutecido como segue 10 mL do meio de cultivo isento de ceacutelulas foi submetido a

um tratamento com H2SO4 (1 mL de H2SO4 5 N) a 200 ordmC por 6 horas em bloco

digestor Tecnal modelo TE-106 (CEZARE 1998) Apoacutes esse tempo o conteuacutedo

presente no tubo onde ocorreu a hidroacutelise aacutecida foi quantitativamente transferido

para um balatildeo volumeacutetrico de 50 mL com neutralizaccedilatildeo do pH com NaOH 15 M

utilizando fenolftaleiacutena como indicador e finalmente o volume completado com aacutegua

destilada Desse balatildeo foi retirado um volume de 15 mL para a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de amocircnia conforme meacutetodo descrito no item anterior Considerando

ainda a diluiccedilatildeo da amostra calcula-se a concentraccedilatildeo de amocircnia global que

representa a amocircnia que jaacute estava presente no meio de cultivo mais a amocircnia

proveniente da hidroacutelise da ureacuteia Assim por diferenccedila eacute possiacutevel calcular a

concentraccedilatildeo de ureacuteia no meio de cultivo

76

4325 Determinaccedilatildeo do pH

O pH foi acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato

A anaacutelise de nitrato foi realizada atraveacutes da adaptaccedilatildeo do meacutetodo descrito por

Vogel (2002) Foram pipetados 10 mL do meio isento de ceacutelulas 10 ml de NaOH

(05 N) e 700 mg de liga de devarda ( 50 de cobre 45 de alumiacutenio 5 zinco) em

balatildeo volumeacutetrico onde foi aquecido em bico de busen durante 1 hora para que todo

o nitrato presente na amostra seja reduzido a amocircnio como descrito na reaccedilatildeo a

seguir

NO3- + 8 Al + 5 OH- + 2 H2O rarr 8 Al2

- + 3 NH3 (Reaccedilatildeo 10)

Durante o aquecimento os iacuteons amocircnio satildeo desprendidos e recolhidos em uma

soluccedilatildeo padronizada de 10 mL de aacutecido cloriacutedrico (01 N) formando o cloreto de

amocircnio Essa soluccedilatildeo foi titulada com NaOH (005 N) padronizada usando vermelho

de metila como indicador e a quantificaccedilatildeo do amocircnio formado foi feita por diferenccedila

entre a quantidade de HCl inicial e final depois da destilaccedilatildeo A conversatildeo de

volume do aacutecido tilulado (mililitros) em massa de iacuteons nitrato (gramas) foi baseada

na informaccedilatildeo de que 1 mL de aacutecido cloriacutedrico 1 N corresponde a 006201g de iacuteons

nitrato (VOGEL 2002)

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907) como descrito no item 4314

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a

A anaacutelise de clorofila a foi realizada utilizando uma suspensatildeo celular de 5 mL

correspondente agrave concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida Essa suspensatildeo foi filtrada e

a biomassa foi ressuspendida em 5 mL de metanol e incubada em banho maria a

70ordmC por 2 minutos Apoacutes esse tempo a amostra foi filtrada em filtro de

77

politetrafluoretileno 10 microm de diacircmetro (Milliporereg) e o sobrenadante contendo a

clorofila foi determinado espectofotometricamente a 665 nm adotando-se o

procedimento descrito por Vonshak (1997a) A curva de calibraccedilatildeo foi feita

previamente utilizando clorofila areg padratildeo

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a

A curva de calibraccedilatildeo foi construiacuteda utilizando uma soluccedilatildeo de clorofila a

padratildeo (Sigmareg) obtida comercialmente em metanol A partir dessa soluccedilatildeo foram

realizadas diferentes diluiccedilotildees que resultaram em leituras espectrofotomeacutetricas em

comprimento de onda de 665nm obtendo valores de absorbacircncia entre 0200 e

0800 A relaccedilatildeo entre as diferentes concentraccedilotildees de clorofila em miligrama por

litro com os valores de aborbacircncia obtem-se a equaccedilatildeo como mostrada no graacutefico

3 que foi utilizada para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila nos ensaios

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Ao final do cultivo o meio contendo a A platensis foi centrifugado com 3

lavagens sucessivas com aacutegua destilada para retirada do sal adsorvido agraves ceacutelulas e

apoacutes secagem com ventilaccedilatildeo a 55 ordmC por 12 horas (PELIZER et al 1999) foi

avaliada a composiccedilatildeo centesimal da biomassa seca

78

43321 Proteiacutenas totais

O teor proteacuteico total na biomassa seca foi determinado pelo claacutessico meacutetodo de

KJELDHAL adotando-se o fator de 625 para a conversatildeo a partir dos teores de

nitrogecircnio total (ASSOCIATION OF OFFICIAL METHODS OF FOOD ANALYSIS

1984) Esse meacutetodo caracteriza-se pela destruiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica com aacutecido

sulfuacuterico concentrado em presenccedila de um catalizador e aquecimento com

formaccedilatildeo de nitrogecircnio inorgacircnico na forma de sulfato de amocircnio A seguir em

aparelho destilador de nitrogecircnio adiciona-se hidroacutexido de soacutedio no tubo

proveniente da digestatildeo para alcalinizaccedilatildeo do meio e desta forma o sal de

amocircnio eacute convertido agrave amocircnia que eacute destilada para uma soluccedilatildeo saturada de aacutecido

boacuterico Posteriormente titula-se essa soluccedilatildeo com HCl 002N fatorada para se

quantificar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio (FERRAZ 1986)

43322 Lipiacutedios totais

A fraccedilatildeo lipiacutedica total foi obtida por extraccedilatildeo com solvente orgacircnico (FERRAZ

1986) A amostra foi triturada em gral e entatildeo transferida para um extrator contiacutenuo

de Soxhlet com refluxo da mistura de solventes clorofoacutermio-metanol (21 vv) ateacute o

liacutequido ficar liacutempido (PIORRECK 1984 OLGUIacuteN et al 2001) A fraccedilatildeo lipiacutedica total

juntamente com os solventes foram tratados em sistema evaporador rotativo a

vaacutecuo O material obtido reuacutene aacutecidos graxos trigliceriacutedeos fosfolipiacutedios

carotenoacuteides pigmentos fotossintetizantes esteroacuteides e hidrocarbonetos sendo

chamados de fraccedilatildeo lipiacutedica total (GIOIELLI 1997)

43323 Cinzas

O teor de cinzas das ceacutelulas secas foi determinado por aquecimento de acordo

com meacutetodo descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) 1g da amostra foi pesada em

caacutepsula de porcelana previamente aquecida em mufla a 550 ordmC resfriada em

dessecador ateacute a temperatura ambiente e pesada A amostra foi seca em estufa a

105 ordmC carbonizada e incinerada em mufla a 550 ordmC durante 4 horas tempo

necessaacuterio para obter peso constante Posteriomente resfriou-se a amostra em

dessecador durante 1 hora ateacute atingir a temperatura ambiente e pesada As cinzas

devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas

79

43324 Carboidratos totais

A porcentagem de carboidratos foi calculada pela diferenccedila entre e as

porcentagens dos demais componentes analisados na biomassa seca

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar

As determinaccedilotildees de CNHSO foram realizadas pela CE instruments flash

EA1112 series acoplada com um detector de condutividade teacutermica (TCD) Para as

anaacutelises de Carbono Nitrogecircnio Hidrogecircnio e Enxofre foi utilizada a meteonina (C =

4025 N = 939 H = 743 S = 2149) como padratildeo e para a anaacutelise de

oxigecircnio foi utilizado o aacutecido aspaacutertico (C = 3609 N = 1052 H =53 S =

000 O = 4908)

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS

Foram determinados pesando aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em

recipiente de estanho e adicionar V2O5 (oacutexido de vanaacutedio) para que toda a biomassa

seja carbonizada Utiliza-se gaacutes oxigecircnio (99995) para carregar as amostras e

fazer a combustatildeo a 900degC formando os compostos reduzidos N2 CO2 H20 e SO2

Esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde seratildeo separados e

posteriormente detectados por sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

usando o software EAGER 300 na qual fornece a porcentagem de N C H S

contida na amostra

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio

Pesar aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em recipiente de prata eleva-se

a temperatura a 1060degC onde ocorre a piroacutelise Durante a piroacutelise satildeo formados N2

CO e H2 estes satildeo filtrados onde os compostos halogenados satildeo retidos

Posteriormente esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde o CO eacute

separado dos outros gases utilizando gaacutes heacutelio como carreador detectados por

sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

44 Caacutelculos

441 Produtividade em etanol no regime permanente

Petanol = DEf (Equaccedilatildeo 1)

80

Onde Petanol = Produtividade em etanol (g L-1 h-1)

D = vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

442 Rendimento do etanol no regime permanente

η = 1005110

1

ARTi

Ef (Equaccedilatildeo 2)

Onde η = rendimento em etanol ()

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

ARTi = Accediluacutecares redutores totais no mosto de entrada no reator (g L-1)

0511 = rendimento teoacuterico (estequiomeacutetrico) da conversatildeo de glicose em

etanol

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis

Tc

XiXmPx

(Equaccedilatildeo 3)

Onde PX = produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Tc = tempo de cultivo (dias)

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis

Nt

VXiXmY NX

(Equaccedilatildeo 4)

81

OndeYXN = Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

V = volume do meio (L)

Nt = quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa

Foram escolhidos os principais aacutetomos (C H 0 N e S) que formam as

macromoleacuteculas proteiacutenas carboidratos lipiacutedios RNA e DNA Um C-mol de

biomassa eacute definida como CX1HX2NX3OX4SX5 e os coeficientes atocircmicos Xi satildeo

calculados a partir da Equaccedilatildeo 5

MMc

fc

MMi

fiXi (Equaccedilatildeo 5)

fi = fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

MMi = Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

fc = fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

MMc = Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

Exemplo

Para se calcular o coeficiente atocircmico do hidrogecircnio em 1 C-mol de biomassa

no experimento 1 (Fonte de Carbono cilindro fonte de nitrogecircnio nitrato

intensidade luminosa 60 μmol de foacutetons m-2 s-1)

Teor de hidrogecircnio na biomassa foi de 662 e o teor de carbono foi de 543

o que corresponde a 662 mg de hidrogecircnio e 543 mg de carbono em 1 g da

biomassa Logo substituindo esses valores na Equaccedilatildeo 5 se encontra o coeficiente

atocircmico do hidrogecircnio de 146

12

543

1

66HX

XH = 146

82

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa

O grau de reduccedilatildeo (γ) de um composto orgacircnico eacute definido como o nuacutemero de

eleacutetrons envolvido na sua oxidaccedilatildeo Esse valor eacute a somatoacuteria da multiplicaccedilatildeo entre

os coeficientes atocircmicos e seu respectivo grau de reduccedilatildeo (HEI JNEN 2001)

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos

A energia de Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular por

unidade de biomassa (1YGX kJC-mol) foi estimada de acordo com Heijnen (2001)

pela Equaccedilatildeo 6

G

GXGX

m

YY

max

11 (Equaccedilatildeo 6)

max

GXY eacute o rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs que

corresponde a um valor de 986 C-molX kJ-1 em cultivos fotoautotroacutefico com CO2

como fonte de carbono (HEIJNEN 2001)

Nesta equaccedilatildeo a velocidade especiacutefica de crescimento μ foi definida de

acordo com Leduy e Zajic (1973) como

1

ln1

i

i

X

X

t (Equaccedilatildeo 7)

Onde Xi e Xi-1 satildeo as concentraccedilotildees de biomassa no final e iniacutecio do intervalo de

tempo decorrido entre as duas determinaccedilotildees consecutivas (Δt = 1 dia) enquanto

que mG eacute a energia de Gibbs utilizada para a manutenccedilatildeo celular correspondendo a

712 kJ C-molX -1 h-1 a 30degC (HEIJNEN 2001)

A estimativa o nuacutemero de foacutetons (Einsteins) para sustentar o crescimento

autotroacutefico nPh foi necessaacuterio recorrer ao balanccedilo de energia de Gibbs tendo em

conta as contribuiccedilotildees de energia para o crescimento e manutenccedilatildeo 1YGX e a

absorccedilatildeo de 1 Einstein de foacutetons ΔgPh em adiccedilatildeo aqueles de formaccedilatildeo de

substratos e produtos Δgfi como descitos pela equaccedilatildeo

ΔgfHCO3- + ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfH

+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0 (Equaccedilatildeo 8)

83

O valor de ΔgPh = 2062 kJ mol-1 foi estimado atraveacutes da equaccedilatildeo

A

Ph

hcNg (Equaccedilatildeo 9)

Sendo h = 662610-34 J a constante de Planck c = 299108 m s-1 a velocidade da

luz NA = 6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1 o numero de Avogadro e λ = 580 nm o

comprimento de onda do foton absorvido (Li et al 2001)

Calculando os valores de ΔgPh e nPh eacute possiacutevel estimar a energia molar de

Gibbs absorvida pela equaccedilatildeo 10

ΔGa = nPh ΔgPh (Equaccedilatildeo 10)

A energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese (ΔGa) foi assumida como a

soma da energia fixada pelo sistema para aumentar o seu proacuteprio conteuacutedo

entaacutelpicos (ΔH) a energia transformada em ATP usada para o crescimento e

manutenccedilao celular (ΔGATP) e a liberada como calor (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0 (Equaccedilatildeo 11)

Onde ΔGATP e ΔH foram calculados a partir do nPh a energia de Gibbs associada a 1

ATP mol e a media da variaccedilatildeo de potencial entre FSI e FSII (TORRE et al 2003)

A produccedilatildeo molar de O2 (qO2) e o consumo de H+ (qH+) foram calculados de

acordo com Torre et al (2003) multiplicando-se os seus coeficientes

estequiomeacutetricos pela concentraccedilatildeo celular expressa em C-mol L-1 e usando a

composiccedilatildeo elementar da biomassa experimental

84

5 Planejamento experimental

Os experimentos realizados estatildeo descritos na Tabela 2 Os valores de

intensidade luminosa foram escolhidos em funccedilatildeo do trabalho de Watanabe e Hall

(1995) O valor de pH foi fixado em 95 plusmn 02 de acordo com trabalho de Sanchez-

Luna et al (2007) e Tredici e Zittelli (1998) As adiccedilotildees diaacuterias de ureacuteia foram fixadas

com base na necessidade de nitrogecircnio da ceacutelula calculadas a partir dos resultados

das produtividades celulares obtidos nos experimentos padrotildees realizados utilizando

a fonte convencional de nitrogecircnio (NaNO3)

Para a realizaccedilatildeo dos ensaios padrotildees a concentraccedilatildeo de NaNO3

(SCHLOumlSSER 1982) foi mantida acima de 1 g L-1 para evitar a limitaccedilatildeo do

crescimento pela fonte de nitrogecircnio A partir da curva de crescimento experimental

utilizando o nitrato como fonte de nitrogecircnio para cada intensidade luminosa

estudada obteacutem-se uma equaccedilatildeo que representa a curva de crescimento teoacuterica e a

partir desta calcula-se a produtividade celular diaacuteria Considerando que as ceacutelulas

possuem 7 de nitrogecircnio (BEZERRA 2006) calcula-se a quantidade diaacuteria de

nitrogecircnio necessaacuteria para o crescimento celular obtendo-se assim a equaccedilatildeo de

adiccedilatildeo de nitrogecircnio amoniacal Por isso eacute necessaacuterio realizar uma curva de

crescimento padratildeo com NaNO3 para cada condiccedilatildeo analisada (diferentes

intensidades luminosas) A exemplificaccedilatildeo do escrito acima esta representado no

Item 62

Tabela 2 - Planejamento experimental

Experimento

Intensidade luminosa

( mol de foacutetons m-

2 s-1)

Fonte de nitrogecircnio

Controle de pH por CO2 de cilindro

Controle de pH por CO2 de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica

1 60 NaNO3 Sim Natildeo

2 60 Ureacuteia Sim Natildeo

3 60 NaNO3 Natildeo Sim

4 60 Ureacuteia Natildeo Sim

5 120 NaNO3 Sim Natildeo

6 120 Ureacuteia Sim Natildeo

7 120 NaNO3 Natildeo Sim

8 120 Ureacuteia Natildeo Sim

9 240 NaNO3 Sim Natildeo

10 24 0 Ureacuteia Sim Natildeo

11 240 NaNO3 Natildeo Sim

12 240 Ureacuteia Natildeo Sim

valor fixado em 95 com uso de CO2

85

6 Resultados e discussatildeo

No item 61 estatildeo descritos os resultados dos testes preliminares da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica e no item 62 estatildeo apresentados os resultados dos

experimentos 1 ao 12 referentes aos acompanhamentos dos cultivos ao longo do

tempo A concentraccedilatildeo celular concentraccedilatildeo de carbonato de nitrato de amocircnia e

ureacuteia foram apresentadas neste item

As determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo celular foram feitas diariamente enquanto

que as medidas de concentraccedilatildeo de nitrato amocircnia ureacuteia e de carbonato total no

meio de cultura em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes de amostra necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas de dois em dois dias

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas e fator

de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas estatildeo descritos no item 63 As

determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo de clorofila foram realizadas no final de cada

experimento e estatildeo descritas no item 64 e a avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

teor de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas estatildeo descritos no item 65

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas atraveacutes de anaacutelise de multivariacircncia e

diferenccedila entre as meacutedias em niacutevel de 5 de significacircncia visando-se examinar a

influecircncia de cada variaacutevel independente para os paracircmetros cineacuteticos Xm Px e

YXN bem como para o conteuacutedo de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos cinzas e teores

de clorofila a

As anaacutelises dos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos de A platensis

utilizando CO2 de cilindro estatildeo descritas no item 66 e a comparaccedilatildeo entre o perfil

de crescimento da A platensis em duas diferentes configuraccedilotildees de fotobioreator

tubular estaacute descrito no item 67

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Antes de iniciar os experimentos acoplando a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

com a produccedilatildeo de A platensis foram realizados testes para avaliar a influecircncia da

clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular a homogeneidade

do reator as vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo no processo contiacutenuo de modo a

obter regime permanente e produccedilatildeo gases suficiente para a correccedilatildeo do pH

durante o cultivo de A platensis

86

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular

Inicialmente foi proposto utilizar o melaccedilo de cana-de-accediluacutecar clarificado e

esterilizado no entanto devido as dificuldade operacionais como por exemplo

grandes volumes de melaccedilo que seria utilizado para a manutenccedilatildeo do processo

contiacutenuo optou-se por utilizar o melaccedilo natildeo clarificado e natildeo esterilizado uma vez

que nas usinas brasileiras natildeo eacute empregado atualmente esse preacute-tratamento do

melaccedilo (LIMA et al 2001) Dhamija et al (1982) relata que os custos adicionais

para o preacute-tratamento de melaccedilo e da levedura reciclada pode limitar o uso do

processo Portanto a teacutecnica de reciclo de leveduras por centrifugaccedilatildeo e uso de

melaccedilo natildeo clarificado torna o processo mais econocircmico

O melaccedilo de cana-de-accediluacutecar possui aproximadamente 50 de accediluacutecares

(sacarose 25 a 40 glicose e frutose 12 a 35) aacutegua carboidratos cinzas

metais pesados compostos nitrogenados e em menor quantidade aacutecidos natildeo

nitrogenados (aacutecido ciacutetrico acido maacutelico oxaacutelico glicoacutelico) ceras esteroacuteides e

vitaminas (ROUKAS 1998) Vaacuterios fatores influenciam na composiccedilatildeo do melaccedilo ou

mel final os meacutetodos de fabricaccedilatildeo do accediluacutecar o tempo de armazenamento e as

regiotildees do plantio Este elevado teor de accediluacutecar eacute a razatildeo porque o melaccedilo eacute

largamente utilizado na induacutestria de fermentaccedilatildeo em particular produccedilatildeo de etanol

O emprego do melaccedilo natildeo tratado poderia influenciar a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular por massa seca uma vez que no melaccedilo conteacutem aleacutem da

sacarose diversos outros resiacuteduos que poderiam ficar retidos na membrana de

filtraccedilatildeo dificultando esse processo eou resultando no falso aumento da

concentraccedilatildeo celular Por isso realizou-se um teste para avaliar se o natildeo tratamento

do melaccedilo influenciaria na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular Os resultados e a

anaacutelise estatiacutestica da diferenccedila entre as meacutedias estatildeo descritos na Tabela 3

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado

Melaccedilo natildeo clarificado (gL-1) Melaccedilo clarificado (gL-1)

1110 1010

1094 1074

1082 1004

Meacutedia = 109 plusmn 014ordf Meacutedia = 103 plusmn 040a

Diferenccedila percentual = 640

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

87

Como se pode observar na Tabela 3 as meacutedias da concentraccedilatildeo celular

determinada por massa seca foram estatisticamente iguais nas duas condiccedilotildees de

melaccedilo avaliadas melaccedilo clarificado e melaccedilo natildeo clarificado Com esses

resultados optou-se utilizar o melaccedilo natildeo clarificado uma vez que no acircmbito

industrial o processo de clarificaccedilatildeo aumenta os custos operacionais resultando em

um aumento dos custos do produto final Por isso estudos sobre os preacute-tratamentos

do melaccedilo de cana-de-accediluacutecar tecircm sido desenvolvidos para que viabilizem natildeo soacute a

obtenccedilatildeo dos produtos mas tambeacutem as etapas de recuperaccedilatildeo e purificaccedilatildeo sem

aumento excessivo no custo do processo (VALDUGA et al 2007)

612 Teste de homogeneidade do reator

O teste de homogeneidade no reator foi realizado com o objetivo de se avaliar

se as amostras retiradas em qualquer lugar do reator podem ser consideradas

equivalentes com um risco de erro estatisticamente determinado neste trabalho em

10 Para isso o teste de homogeneidade foi realizado de acordo com Koshimizu et

al (1983)

Na Tabela 4 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular e o logaritmo

da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo com uma vazatildeo de alimentaccedilatildeo de

0124 h-1 A homogeneidade do reator eacute verificada se a queda da concentraccedilatildeo

celular for uma funccedilatildeo exponencial

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo

Tempo (horas) [X] (g L-1) Ln X

05 89 094939 10 72 085733 15 62 079379

20 57 075587

25 50 070070 30 46 066651 35 39 059988 40 33 051851 45 30 048287 50 25 039445

Aplicando-se o logaritmo neperiano aos valores do [X] (Tabela 4) e

construindo um graacutefico ln X em funccedilatildeo do tempo obtecircm-se a equaccedilatildeo da reta onde

o coeficiente angular da reta obtida eacute igual agrave vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo do

sistema teoacuterico (Dt)

88

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo

O valor de Dt obtido pela reta eacute igual a 0115 h-1 que se comparado ao valor

calculado 0124 h-1 apresenta uma diferenccedila de 78 indicando que o sistema

pode ser considerado homogecircneo (KOSHIMIZU et al 1983)

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D)

O efeito da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D 01 h-1 005 h-1 e 0025 h-1) na

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi avaliada para a produccedilatildeo de etanol Os

resultados satildeo mostrados nos Graacuteficos de 5 a 7

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e

accediluacutecar redutor total (ART) para D = 01 h-1

y = -01151x + 09884 Rsup2 = 09912

0010203040506070809

1

0 1 2 3 4 5 6

Ln

X

Tempo (h)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

89

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1

Como se pode observar nos Graacuteficos de 5 a 7 foi possiacutevel a obtenccedilatildeo do

regime permanente nos 3 valores de D empregados indicando a adequaccedilatildeo desses

valores e da concentraccedilatildeo de ART agrave velocidade de crescimento do micro-organismo

Nos ensaios de fermentaccedilatildeo contiacutenua a condiccedilatildeo de estado estacionaacuterio foi

obtida apoacutes trecircs tempos de residecircncia sem qualquer tipo de problema operacional

como obstruccedilatildeo do tubo de retirada de caldo crescimento na parede e mistura

imperfeita O Graacutefico 5 mostra um resultado tiacutepico em termos de perfis de

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

90

concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de glicose (S) e concentraccedilatildeo de etanol (E)

No estado estacionaacuterio (D = 01 h-1) a concentraccedilatildeo de ART residual na saiacuteda do

reator foi de 9421plusmn449 g L-1 a concentraccedilatildeo celular foi de 547plusmn047 g L-1 e a

concentraccedilatildeo de etanol de 4169plusmn163 g L-1 Com a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de

alimentaccedilatildeo para D = 005 h-1 (Graacutefico 5) a concentraccedilatildeo de glicose residual reduziu

para cerca de 4780plusmn870 g L-1 e as concentraccedilotildees de etanol e celular aumentaram

para 4542plusmn31 g L-1 e 618plusmn077 g L-1 respectivamente devido ao maior tempo de

residecircncia nessa segunda condiccedilatildeo Reduzindo a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

para 0025 h-1 (Graacutefico 6) a concentraccedilatildeo de etanol aumentou para 553plusmn757 g L-1

Isso porque menor a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo maior o tempo de contato

entre as ceacutelulas e o accediluacutecar convertendo-o mais eficientemente no etanol Esse

resultado mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo aumenta a

produtividade em etanol

Similarmente Perego Jr (1979) observaram que a diminuiccedilatildeo da vazatildeo

especiacutefica de 0117 para 0049 h-1 durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

menores foram os valores de ART residual 58 g L-1 e 28 g L-1 respectivamente Por

outro lado a concentraccedilatildeo de etanol aumentou de 496 g L-1 para 68 g L-1 e a

concentraccedilatildeo celular reduziu de 67 g L-1 para 53 g L-1 Esses valores diferiram do

presente trabalho devido agraves diferentes cepas de Saccharomyces cerevisieae bem

como o melaccedilo utilizado O melaccedilo por ser um produto natural varia de composiccedilatildeo

de acordo com o clima solo tempo de colheira

Na Tabela 5 mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo levou a

um aumento no rendimento do processo obtendo maior valor de 636 no emprego

de D igual a 0025 h-1 O aumento na vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo proporciona

um aumento do fluxo de entrada de accediluacutecar provavelmente superior ao aumento da

velocidade de consumo levando a uma diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

aumento da concentraccedilatildeo de ART residual e consequentemente diminuiccedilatildeo da

eficiecircncia de transformaccedilatildeo O rendimento representa a eficiecircncia da fermentaccedilatildeo

alcooacutelica tomando como base a equaccedilatildeo estequiomeacutetrica de Gay-Lussac onde a

relaccedilatildeo teoacuterica para 100 de eficiecircncia de conversatildeo de hexose em etanol eacute de

0511g de etanol produzido para cada grama de hexose consumida

91

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1

D (h-1)

XP (gL-1)

ARTf

(gL-1) Ef

(gL-1) η

() Px

(g L-1 h-1) Pe

(g L-1 h-1)

0100 547plusmn047 942plusmn449 417plusmn163 4799 055 417

0050 618plusmn077 478plusmn870 454plusmn310 5229 031 227

0025 609plusmn054 532plusmn567 553plusmn757 6364 015 138

D vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo Xp meacutedia dos valores de concentraccedilatildeo celular ao longo do regime permanente e seus desvios padrotildees ARTf accediluacutecares redutores totais no caldo fermentado Ef oncentraccedilatildeo de etanol no caldo fermentado η Rendimento do processo Px Produtividade em ceacutelulas Pe Produtividade em etanol

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica vaacuterios fatores podem influenciar no rendimento do

processo ou seja a conversatildeo de accediluacutecar em etanol entre eles a concentraccedilatildeo de

accediluacutecar e o fluxo pelo qual ele eacute adicionado e removido do reator (em processos

contiacutenuos) pH concentraccedilatildeo celular presenccedila de bacteacuterias contaminantes e o tipo

de processo adotado Na induacutestria o rendimento do processo eacute calculado baseado

na concentraccedilatildeo de accediluacutecar total que entra no sistema fermentativo sem considerar o

accediluacutecar residual podendo ser maior que 90 a 93 do valor teoacuterico da conversatildeo de

glicose em etanol (INGLEDEW 1999)

O processo de fermentaccedilatildeo mais comumente utilizado nas destilarias do

Brasil eacute utilizando a recuperaccedilatildeo de leveduras atraveacutes da centrifugaccedilatildeo do vinho

Aproximadamente 90 da levedura satildeo reutilizadas de uma fermentaccedilatildeo para a

proacutexima Esta suspensatildeo de fermento diluiacutedo e acidificado conhecido na praacutetica

com o nome de peacute-de-cuba permanece em agitaccedilatildeo de uma a trecircs horas antes de

retornar agrave dorna de fermentaccedilatildeo resultando em altas densidades celulares dentro

do reator (10-17 pv) e contribuindo para um tempo de fermentaccedilatildeo curto Isso

favorece a valores de conversotildees teoacutericos de accediluacutecares em etanol de 90 a 92

(BASSO et al 2008) valores maiores do que os obtidos no presente trabalho

(Tabela 5)

Em termos de produtividades a Tabela 5 mostra que as maacuteximas

produtividades em ceacutelulas (Px) e em etanol (Pe) foram obtidas para um alto valor de

D (01 h-1) de cerca de 055 g L-1 h-1 e 417 g L-1 h-1 respectivamente Por outro

92

lado nessas condiccedilotildees o rendimento em etanol obteve menor valor (48) Quando

a taxa de diluiccedilatildeo eacute alta os accediluacutecares satildeo adicionados a uma velocidade mais raacutepida

do que satildeo consumidos logo a perda de accediluacutecar aumenta e a concentraccedilatildeo de

etanol reduz diminuindo consequentemente a eficiecircncia do processo Como se pode

observar no trabalho de Melzoch et al (1991) a produtividade de etanol maacutexima foi

de 15 g L-1 h-1 no regime permanente com uma concentraccedilatildeo de S cereviseae de 46

g L-1 e concentraccedilatildeo de etanol de 81 g L-1 em bioreator agitado continuamente com

reciclo total de ceacutelulas utilizando a ultrafiltraccedilatildeo

Nas condiccedilotildees adotadas nessa fermentaccedilatildeo com ART de 170gL-1 optou-se

por aplicar D igual a 0025 h-1 por obter um maior valor de rendimento alcooacutelico e

gerar CO2 suficiente a ser incorporado nos cultivos de A platensis em fotobiorreator

tubular

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste

De acordo com os resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas

foram encontrados nos gaacutes de arraste da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

predominacircncia de (CO2) pequenas proporccedilotildees de etanol (C2H6O) e elementos

traccedilos de acetaldeiacutedo (C2H4O) Isso estaacute de acordo com Romano et al (2003) que

relataram as transformaccedilotildees quiacutemicas durante a fermentaccedilatildeo por leveduras

produzem principalmente CO2 e etanol e em menores quantidades a formaccedilatildeo de

CVOs Basso et al (1996) relata que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura

os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de

gaacutes carbocircnico e o restante satildeo formados por outros compostos orgacircnicos tais como

glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos

majoritaacuterios produzidos durante a fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por

Saccharomyces cerevisiae encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol

aacutelcool isoamiacutelico acetato de etila (CAEHOT et al 1991)

93

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis

Experimento 1

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 405 plusmn 27 1155 plusmn 000

1 590 plusmn 32 -

2 884 plusmn 24 1193 plusmn 027

3 1248 plusmn 202 -

4 1368 plusmn 99 1186 plusmn 026

5 1914 plusmn 19 -

6 2292 plusmn 103 1131 plusmn 021

7 2379 plusmn 46 -

8 2899 plusmn 17 1124 plusmn 021

9 2831 plusmn 22 -

10 2952 plusmn 76 1106 plusmn 064

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

94

Experimento 2

Fonte de nitrogecircnio = ureacuteia Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de

nitrogecircnio (mM dia -1)

0 0484

1 0691

2 0832

3 0906

4 0913

5 0853

6 0726

7 0533

8 0277

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

0 2 4 6 8 10

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

95

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 406 plusmn 000 1155 plusmn 000 - -

1 534 plusmn 49 - - -

2 906 plusmn 18 1155 plusmn 027- 132E-05 240E-04

3 1059 plusmn 37 - - -

4 1538 plusmn 137 1290 plusmn 004 136E-05 197E-04

5 2003 plusmn 94 - - -

6 2330 plusmn 28 1154 plusmn 125 135E-05 212E-04

7 2602 plusmn 25 - - -

8 2847 plusmn 0 1002 plusmn 089 338E-06 827E-04

9 2869 plusmn 14 - - -

10 2847 plusmn 56 1078 plusmn 018 681E-04

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

96

Experimento 3

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 490plusmn0 1155 plusmn 000

1 591plusmn92 -

2 1193plusmn87 1224 plusmn 05

3 1430plusmn10 -

4 1959plusmn197 1234 plusmn 023

5 2161plusmn171 -

6 2445plusmn48 129 plusmn 005

7 2621plusmn102 -

8 2789plusmn82 1138 plusmn 104

9 2782plusmn125 -

10 2832plusmn89 111 plusmn 104

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 5 10 15

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

97

Experimento 4

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa = 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 086

1 088

2 088

3 084

4 078

5 068

6 055

7 039

8 020

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

0 2 4 6 8 10

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

98

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 494plusmn0 1155plusmn000 - 284E-04

1 618plusmn74 - - -

2 1213plusmn59 1139 plusmn 069 218E-04

3 1498plusmn33 - - -

4 1874plusmn76 1095 plusmn 05 324E-05 221E-04

5 2250plusmn44 - - -

6 2516plusmn147 1083 plusmn 139 42E-04 829E-04

7 2694plusmn105 - - -

8 2867plusmn28 1086 plusmn 091 13E-03 308E-05

9 2871plusmn34 - -

10 2860plusmn61 118 plusmn 071 35E-04 202E-03

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

99

Experimento 5

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 406 plusmn 0 1155 plusmn 000

1 529 plusmn 22 -

2 894 plusmn 4 1155 plusmn 080

3 1401 plusmn 76 -

4 2118 plusmn 82 1191 plusmn 136

5 2584 plusmn 50 -

6 3209 plusmn 110 1134 plusmn 003

7 3262 plusmn 115 -

8 3302 plusmn 100 1212 plusmn 000

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

100

Experimento 6

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 0485

1 1010

2 1335

3 1462

4 1389

5 1117

6 0645

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

101

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 309 plusmn 00 1155 plusmn 000 - -

1 548 plusmn 10 - - -

2 797 plusmn 7 1117 plusmn 134 214E-05 197E-05

3 1267 plusmn 163 - - -

4 2062 plusmn 92 1101 plusmn 004 291E-06 182E-06

5 2558 plusmn 170 - - -

6 2980 plusmn 103 1253 plusmn 058 119E-06 252E-06

7 3093 plusmn 234 - - -

8 3266 plusmn 50 1033 plusmn 004 275E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

102

Experimento 7

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 477 plusmn000 1155 plusmn 000

1 954 plusmn135 -

2 1151 plusmn140 1224 plusmn 080

3 1667 plusmn70 -

4 2165 plusmn256 1233 plusmn 136

5 2516 plusmn147 -

6 2969 plusmn23 1134 plusmn 035

7 2827 plusmn28 -

8 2969 plusmn59 1112 plusmn 114

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

103

Experimento 8

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 105

1 115

2 117

3 110

4 095

5 070

6 037

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

104

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 445 plusmn0 1155 plusmn 000 - -

1 767 plusmn46 - - -

2 1053 plusmn50 1117 plusmn 134 430E-04 307E-05

3 1554 plusmn31 - - -

4 2158 plusmn143 1101 plusmn 004 477E-04 273E-06

5 2552 plusmn87 - - -

6 2952 plusmn35 1253 plusmn 058 166E-04 54E-06

7 3048 plusmn96 - - -

8 3079 plusmn86 1033 plusmn 004 367E-05 194E-06

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

105

Experimento 9

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 410 plusmn 0 1155plusmn000

1 815 plusmn 94 -

2 1297 plusmn 206 1117plusmn027

3 2174 plusmn 90 -

4 2625 plusmn 297 1264plusmn033

5 2994 plusmn 213 -

6 3291 plusmn 207 1246plusmn112

7 3422 plusmn 172 -

8 3299 plusmn 117 1045plusmn064

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

106

Experimento 10

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 101

1 134

2 148

3 145

4 123

5 083

6 025

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

107

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 402 plusmn 000 1155plusmn000 - -

1 461 plusmn 62 - - -

2 839 plusmn 139 1003 plusmn 080 27994E-05

3 1705 plusmn 89 - - -

4 2663 plusmn 95 1120 plusmn 130 153E-05 65768E-06

5 3015 plusmn 78 - - -

6 3236 plusmn 72 1101 plusmn 058 178E-05 95016E-05

7 3307 plusmn 30 - - -

8 3293 plusmn 113 1200 plusmn 017 232E-06 75662E-05

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

Xm

(m

gL

-1)

Tempo (dias)

108

Experimento 11

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 358plusmn0 1155plusmn000

1 976plusmn53 -

2 1298plusmn61 1003plusmn27

3 1928plusmn78 -

4 2428plusmn207 1141plusmn014

5 2834plusmn199 -

6 3102plusmn130 1053plusmn161

7 2969plusmn59 -

8 3109plusmn19 965plusmn079

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

109

Experimento 12

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 107

1 126

2 132

3 126

4 107

5 077

6 033

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

110

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 400plusmn0 1155plusmn000 - -

1 625plusmn228 - - -

2 1095plusmn802 1003 plusmn 080 477E-05

3 1562plusmn357 - -

4 1912plusmn47 1120 plusmn 130 95E-05 110E-04

5 2609plusmn231 - -

6 3071plusmn111 1101 plusmn 058 220E-05 126E-04

7 3180plusmn820 - -

8 3200plusmn734 1200 plusmn 017 25E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12

Resultados do processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de Arthrospira

(Spirulina) platensis utilizando CO2 proveniente de cilindro ou de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica com diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato de soacutedio ou ureacuteia) e intensidade

luminosas (60 120 ou 240 mol de foacutetons m-2 s-1) podem ser observados nos

Graacuteficos 8 10 11 13 14 17 18 20 22 23 e 26

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

111

Os perfis das curvas de crescimento foram semelhantes com ausecircncia da fase

lag no cultivo de A platensis no iniacutecio do cultivo crescendo exponencialmente e

estabilizando na fase estacionaacuteria As diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato e ureacuteia)

utilizadas nas diferentes intensidades luminosas (60 120 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1

avaliadas) natildeo influenciaram nos perfis das curvas de crescimento Essa

caracteriacutestica foi observada em trabalhos anteriores de Pelizer et al (2003) e Danesi

et al (2002) Isso se deve a semelhanccedila nas condiccedilotildees de crescimento tais como

composiccedilatildeo quiacutemica do meio de cultura e temperatura de crescimento entre a

preparaccedilatildeo do inoacuteculo e o cultivo Outro fator eacute que as ceacutelulas para a preparaccedilatildeo do

inoacuteculo estavam na fase exponencial de crescimento isto eacute o inoacuteculo era um cultivo

jovem constituiacutedo de ceacutelulas ativas De fato Pelizer et al (2003) que trabalharam

com KNO3 como fonte de nitrogecircnio relataram a influecircncia da idade do inoacuteculo no

crescimento da S platensis comprovando que a utilizaccedilatildeo de inoacuteculo no 6ordm dia de

cultivo proporcionou maiores valores no crescimento celular em cultivos realizados

em minitanques Nessas condiccedilotildees tambeacutem natildeo detectaram fase lag de

crescimento

Autores como Danesi et al (2002) trabalhando com ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio tambeacutem natildeo observaram a presenccedila de fase lag no cultivo de S

platensis De fato mesmo em cultivos onde o inoacuteculo foi cultivado em meio com

nitrato como eacute o caso do presente trabalho seria esperado que o uso de fontes de

nitrogecircnio que levem agrave presenccedila de amocircnia no meio de cultivo natildeo apresentasse

fase lag de crescimento celular pois a amocircnia eacute a fonte de nitrogecircnio

preferencialmente utilizada pela S platensis (BOUSSIBA 1989 BELKIN

BOUSSIBA 1991b)

A fonte de nitrogecircnio no meio de cultura eacute nutriente fundamental para o

crescimento de micro-organismos fotossintetizantes (WEN CHEN 2001) Diferentes

fontes de nitrogecircnio inorgacircnico para o cultivo de S platensis tem sido estudados tais

como cloreto de amocircnio (CARVALHO et al 2004) sulfato de amocircnio (SOLETTO et

al 2005) nitrato de amocircnio fosfato de amocircnio (COSTA et al 2001) nitrato de soacutedio

(SCHLOumlSSER 1982) nitrato de potaacutessio (PAOLLETI 1975) e ureacuteia (SAacuteNCHEZ-

LUNA et al 2004)

Comparando-se os cultivos com nitrato (Graacuteficos 8 11 14 17 20 e 23) e os

cultivos com ureacuteia (Graacuteficos 10 13 16 19 22 e 25) para cada intensidade luminosa

e fonte de CO2 estudada observam-se que as curvas de crescimento dos cultivos e

112

as concentraccedilotildees celulares diaacuterias com ureacuteia foram semelhantes as curvas de

crescimentos e as concentraccedilotildees celulares diaacuterias utilizando nitrato Isso mostra que

a equaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo com ureacuteia (Graacuteficos 9 12 15 18 21 e 24) obtida em

cada intensidade luminosa e fonte de CO2 reproduziu seu respectivo cultivo

utilizando o nitrato

Como pode ser observado nas Tabelas 8 1114 17 20 e 23 as concentraccedilotildees

de amocircnia e ureacuteia residual durante os cultivos sempre apresentaram concentraccedilotildees

inferiores ou proacuteximas 10-4 molar mostrando que natildeo houve acuacutemulo de amocircnia e

ureacuteia residual nos cultivos e essa concentraccedilatildeo tambeacutem satildeo consideradas natildeo

toacutexicas pois esta concentraccedilatildeo torna-se toacutexica numa concentraccedilatildeo acima de 10 mM

e inibitoacuteria na concentraccedilatildeo de 17 mM a 2 mM (ABELIOVICH AZOV 1976

CARVALHO et al 2004 CONVERTI et al 2006b)

O nitrato eacute fonte de nitrogecircnio convencional nos cultivos de micro-oganismo e eacute

encontrado em abundacircncia em ambientes naturais No entanto o emprego de

nitrato em meio sinteacutetico utilizado na produccedilatildeo comercial de micro-organismos

pode aumentar custo do produto final Por isso fontes de nitrogecircnio alternativas tecircm

sido estudadas visando agrave reduccedilatildeo nos custo de produccedilatildeo

Ureacuteia tem sido considerada uma fonte alternativa de nitrogecircnio no cultivo de S

platensis por proporcionar um aumento da concentraccedilatildeo celular (SASSANO et al

2004 SOLETTO et al 2005 DANESI et al 2004) e por ter alta competitividade

econocircmica Isso decorre do seu baixo custo e alto conteuacutedo de nitrogecircnio tendo

como consequumlecircncia o baixo custo por unidade de nitrogecircnio quando comparada a

outras fontes de nitrogecircnio

A ureacuteia quando hidrolisada origina duas moleacuteculas de amocircnia e uma de

dioacutexido de carbono Essa conversatildeo ocorre primeiramente quando a ureacuteia

(CO(NH2)2) combina com a aacutegua (hidroacutelise) e forma o carbonato de amocircnio

((NH4)2CO3) Esse composto eacute instaacutevel e decompotildee para formar o gaacutes amocircnia (NH3)

e o dioacutexido de carbono (CO2) (DORN 2007) A amocircnia por sua vez eacute uma moleacutecula

pequena e natildeo carregada que se move relativamente livre atraveacutes da bicamada

lipiacutedica Um possiacutevel mecanismo para a assimilaccedilatildeo da amocircnia pode envolver a

simples difusatildeo da amocircnia seguindo pelo seu aprisionamento atraveacutes da

protonaccedilatildeo uma vez que dependendo do pH (pH 8) em que se encontra a amocircnia

reage com a aacutegua formando o iacuteon amocircnio (NH4+) Portanto a membrana eacute

permeaacutevel agrave amocircnia mas impermeaacutevel ao iacuteon amocircnio (BOUSSIBA et al 1984)

113

Costa et al (2001) em estudos comparativos usando diferentes fontes de

nitrogecircnio em processo descontiacutenuo no cultivo de S platensis observaram que

001 M de ureacuteia ou nitrato de amocircnio proporcionaram maiores concentraccedilotildees

celulares de aproximadamente 1g L-1 natildeo diferindo estatisticamente do cultivo com

o nitrato de soacutedio No entanto nos cultivos com maiores concentraccedilotildees dessas

fontes de nitrogecircnio (003 M e 005 M) natildeo houve crescimento celular

Costa et al (2004) avaliaram o crescimento da S platensis na lagoa Mangueira

suplementando ureacuteia por processo descontiacutenuo alimentado e observaram um

aumento de 267 vezes na concentraccedilatildeo da biomassa no cultivo suplementado com

1125 mg L-1 de ureacuteia quando comparada nos cultivos natildeo suplementado com ureacuteia

No entanto nos cultivos com 2250 mg L-1 de ureacuteia houve uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo celular Isso sugere que a adiccedilatildeo de ureacuteia na lagoa Mangueira eacute

beneacutefica ao crescimento da S platensis mas se adicionada em altas concentraccedilotildees

podem inibir o crescimento Por outro lado Soletto et al (2005) compararam cultivos

de S platensis utilizando processo descontiacutenuo com a mesma concentraccedilatildeo de

sulfato de amocircnio ou ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e observaram que na

concentraccedilatildeo de 17 mM houve um raacutepido crescimento da biomassa quando

utilizado ureacuteia e houve uma inibiccedilatildeo no crescimento quando utilizado o sulfato de

amocircnio Como sugerido em trabalhos preacutevios a accedilatildeo simultacircnea das condiccedilotildees

alcalina (DANESI et al 2002) e a accedilatildeo da urease (CARVAJAL et al 1982

SHIMAMATSU 2004) poderia ter promovido a hidroacutelise da ureacuteia em amocircnia

acoplado com a assimilaccedilatildeo da amocircnia pelas ceacutelulas minimizando portanto a

inibiccedilatildeo pela amocircnia

Sassano et al (2004) observaram que utilizando 500 mg L-1 de massa total de

ureacuteia alimentada durante 12 dias proporcionou aumento na concentraccedilatildeo de S

platensis em minitanques quando comparadas ao emprego do nitrato

Su et al (2007) observaram que o maior desempenho em termos de

rendimento de biomassa e conteuacutedo de lipiacutedios durante o crescimento da Isochrysis

galbana foi no meio contendo ureacuteia como fonte de nitrogecircnio indicando que a ureacuteia

eacute a fonte preferencial de nitrogecircnio em relaccedilatildeo ao (NH4)2SO4 e NH4Cl

O emprego da ureacuteia pode levar a inibiccedilatildeo do crescimento celular Em condiccedilatildeo

alcalina ou a presenccedila de urease no meio de cultivo hidrolisa uma moleacutecula de ureacuteia

em duas moleacuteculas de amocircnia e esta em altas concentraccedilotildees eacute considerada toacutexica

para as ceacutelulas (SASSANO et al 2004) Por outro lado quando em baixas

114

concentraccedilotildees podem limitar o crescimento uma vez que a presenccedila nitrogecircnio eacute

fundamental para o crescimento e manutenccedilatildeo celular Por isso o modo de adiccedilatildeo

de ureacuteia eacute importante para melhorar a produtividade do cultivo

O modo de alimentaccedilatildeo empregado no cultivo de ureacuteia pode prevenir o

acuacutemulo ou a falta desse nutriente no cultivo Sanchez-Luna et al (2004) relataram

que a adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia a uma taxa constante pode ser usada no cultivo de S

platensis implicando em baixo custo na produccedilatildeo da biomassa por natildeo precisar de

bombas para alimentaccedilatildeo

A baixa concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no cultivo limita o crescimento celular Por

outro lado a alta concentraccedilatildeo de nitrogecircnio inibe o mesmo Deste modo foram

feitos cultivos de A platensis utilizando a fonte de nitrogecircnio convencional (NaNO3)

para se observar a necessidade diaacuteria de nitrogecircnio consumida pelas ceacutelulas nas

diferentes intensidades luminosas e com base nessas curvas de crescimento

obtidas foram calculadas as quantidades de ureacuteia diaacuteria necessaacuterias visando evitar

a limitaccedilatildeo ou inibiccedilatildeo de crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio como pode-se

observar nas Tabelas 7 9 10 13 16 19 e 22 Aleacutem disso foi empregado o

processo descontiacutenuo alimentado que deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da A platensis desde que a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio

soluacutevel possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

Outro fator importante no crescimento celular de micro-organismos

fotossintetizantes eacute a intensidade luminosa Nas culturas fotossinteacuteticas a

quantidade de energia luminosa captadas pelas ceacutelulas tem uma relaccedilatildeo direta com

a capacidade de fixaccedilatildeo do CO2 consequentemente a luz determina a

produtividade e a taxa de crescimento celular As diferentes intensidades luminosas

estudadas influenciaram nas concentraccedilotildees celulares maacuteximas Um aumento da

intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 para 120 mol de foacutetons m-2 s-1

houve um aumento no valor da concentraccedilatildeo celular maacutexima No entanto um

aumento da intensidade luminosa de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 para 240 mol de

foacutetons m-2 s-1 as concentraccedilotildees celulares maacuteximas obtiveram valores proacuteximos

Geralmente a taxa de crescimento das ceacutelulas microalgas aumenta com a

intensidade luminosa e a taxa atinge um valor de saturaccedilatildeo quanto maior for a

intensidade luminosa porque o excesso da energia luminosa natildeo pode ser utilizada

para a fotossiacutentese nas ceacutelulas e quando submetidas a um valor de intensidade

115

luminosa ainda maior o crescimento celular eacute reprimido como relatado por Hirata et

al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a)

Segundo Hirata et al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a) existe uma

correlaccedilatildeo entre o crescimento da Arthrospira ssp e a intensidade luminosa que satildeo

definidas por regiotildees denominadas regiatildeo limitada por luz saturada por luz e inibida

por luz A regiatildeo saturada por luz eacute definida como alta intensidade luminosa onde o

crescimento celular independe da intensidade luminosa Essa regiatildeo saturada por

luz pode ser observada no presente trabalho uma vez que o aumento da

intensidade luminosa natildeo interferiu na concentraccedilatildeo celular maacutexima O intervalo da

intensidade luminosa dessas regiotildees depende de vaacuterios fatores como configuraccedilatildeo

do reator micro-organismo condiccedilotildees de cultivo

S platensis cultivada em reator retangular alcanccedilou um aumento no valor da

velocidade especiacutefica de crescimento com o aumentou da intensidade luminosa de 8

a 34 W m-2 mas foi reduzido quando a intensidade luminosa aumentou de 34 W m-2

(156 mol de foacutetons m-2 s-1) para 158 W m-2 (724 mol de foacutetons m-2 s-1) e foi

completamente reprimida a 158 W m-2 (HIRATA et al 1998) Chojnacka e Noworyta

(2004a) avaliando o cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular

tambeacutem concluiacuteram que a velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o

aumento da intensidade luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa e acima desse valor

(50 W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo

Nos cultivos sob maiores intensidades luminosas (120 e 240 mol de foacutetons m-2

s-1) desenvolveram uma coloraccedilatildeo amarelada no decorrer do cultivo por outro lado

no cultivo a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 as ceacutelulas apresentaram uma coloraccedilatildeo mais

verde-azulada claacutessica Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees limitantes de

nitrogecircnio o conteuacutedo de clorofila da S platensis diminui apresentando uma

coloraccedilatildeo verde-amarelada ao contraacuterio da coloraccedilatildeo verde-azulada claacutessica

(CARVALHO et al 2004) No entanto no presente estudo como natildeo houve

limitaccedilatildeo de nitrogecircnio durante os cultivos essa coloraccedilatildeo amarelada pode ser

devido agrave alta intensidade luminosa uma vez que as intensidades luminosas

estudadas atingiram a regiatildeo saturado por luz como definido por Hirata et al (1998)

e Chojnacka e Noworyta (2004a) Do mesmo modo Vonshak et al (1996) relataram

que o crescimento da S platensis torna-se saturado a um intervalo de 150 a 200

116

mol de foacutetons m-2 s-1 e esta faixa da intensidade luminosa corresponde a

aproximadamente de 10-15 da radiaccedilatildeo solar total a 400-700 nm

Geralmente o pH do meio aumenta durante o crescimento celular devido agrave

assimilaccedilatildeo da fonte de carbono o bicarbonato durante a fotossiacutentese (WATANABE

et al 1995 BINAGHI et al 2003) Os iacuteons bicarbonato satildeo transportados

ativamente para o interior celular convertidos a carbonato e gaacutes carbocircnico que eacute

utilizado na fotossiacutentese Para cada moleacutecula de CO2 utilizada pela ceacutelula ocorre a

liberaccedilatildeo de um iacuteon carbonato O pH da cultura foi mantido a 95 02 (SANCHEZ-

LUNA et al 2007 TREDICI ZITTELLI 1998) logo o CO2 consumido pelo micro-

organismo foi reposto por CO2 natildeo havendo modificaccedilotildees severas do pH o que

acarretaria uma reduccedilatildeo no crescimento da S platensis Valores de pH altos por

exemplo acima de 11 pode ser um fator no qual restringe a produtividade no

sistema air-lift usando ar natildeo suplementado com CO2 (WATANABE et al 1995)

Normalmente culturas de microorganismos fotossinteacuteticos usam como fonte

de carbono o bicarbonato eou carbonato Estes nutrientes satildeo adicionados em

grande quantidade no meio Schloumlsser para o cultivo de A platensis (1208 g L-1)

Adicionalmente estes micro-organismos tecircm a capacidade de fixar CO2 como fonte

de carbono na qual eacute liberado pelos efluentes industriais Logo este CO2 pode ser

adicionado ou substituiacutedo no meio de cultura reduzindo os custos da produccedilatildeo de

microorganismos fotossinteacuteticos bem como reduzindo os problemas ambientais

causados por esse gaacutes

O sequestramento de CO2 mostrou ser efetivo nas ceacutelulas de Chlorella

vulgaris e a presenccedila da mistura de CVOs (benzeno tolueno acetona metanol e

naftaleno) presente no efluente natildeo interferiu no uso desse CO2 e adicionalmente

11 dos CVOs foram removidos (KEFFER KLEINHEINZ 2002)

Diferentes autores relataram sobre o crescimento mixotroacutefico da A platensis

na presenccedila de glicose (ZHANG et al 1998 CHOJNACKA NOWORYTA 2004) ou

acetato (CHEN et al 2006) Maacuterquez et al (1993) mostraram que a S platensis eacute

capaz de crescer heterotroficamente ou mixotroficamente na presenccedila de glicose

sugerindo que o crescimento autotroacutefico e heterotroacutefico satildeo independentes Em

cultivos mixotroacuteficos o CO2 e composto orgacircnico satildeo assimilados conjuntamente

podendo ser um processo mais eficiente para a produccedilatildeo de biomassa microalgal

desde que isto implica em uma economia em energia usada para a siacutentese do

aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo do carbono (LEE 2004) Chen et al (2006)

117

mostraram que o acetato pode ser usado como fonte de carbono em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis para a produccedilatildeo de vaacuterios pigmentos fotossinteacuteticos e

obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo de biomassa maacutexima (165 g Lminus1) na qual obtiveram

valores maiores que usando apenas bicarbonato (108 g L-1)

Menzyanova et al (2002) observaram que a adiccedilatildeo de pequenas quantidades

de etanol (01 - 03) aumentou a concentraccedilatildeo de Dunaliella viridis enquanto que

em quantidades maiores que 05 natildeo houve efeito no crescimento A adiccedilatildeo

muacuteltipla e sucessiva de etanol no cultivo favoreceu a um acuacutemulo de etanol no meio

de cultivo o que provocou uma inibiccedilatildeo o crescimento da D viridis quando a

concentraccedilatildeo de etanol foi de 03 e causou a morte celular na concentraccedilatildeo de

etanol de 05

Apesar do etanol ser o CVO predominante no material gasoso sua proporccedilatildeo

em relaccedilatildeo ao CO2 eacute pequena (resultados obtidos pelo instituto de Pesquisa

Tecnoloacutegica) Assim no presente trabalho natildeo se observou um efeito dos volaacuteteis

orgacircnicos (CVOs) liberados da fermentaccedilatildeo alcooacutelica no cultivo de A platensis

Esses CVOs satildeo constituiacutedos a maior parte por 43 ndash 47 de etanol (Basso et al

1996) e em menor quantidade acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico e

acetato de etila (CAEHOT et al 1991) Logo A platensis pode ser usada para o

tratamento de efluentes gasosos nas induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Logo

observou-se que o efluente gasoso liberado das induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser usado no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Similarmente Ferraz et al (1985) observaram que eacute possiacutevel cultivar S

maxima em reatores abertos (open ponds) borbulhando o CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica de modo descontiacutenuo e usando nitrato com fonte de

nitrogecircnio

A adiccedilatildeo de CO2 no reator aleacutem de controlar o pH fornece a fonte de

carbono para o crescimento celular Como pode ser observado nas Tabelas 6 8 9

11 12 14 15 17 18 20 21 e 23 mesmo ocorrendo o crescimento celular as

concentraccedilotildees de carbonato total sempre apresentaram valores altos de um modo

geral proacuteximos aos 1208 g L-1 iniciais (concentraccedilatildeo indicada em Schloumlsser et al

1982) indicando que os cultivos tambeacutem natildeo foram limitados pela fonte de carbono

Durante a fotossiacutentese oxigecircnica realizada pela S platensis ocorre a

liberaccedilatildeo de O2 no meio de cultura Elevadas concentraccedilotildees de O2 no meio de

cultura pode prejudicar o crescimento celular uma vez que este pode danificar o

118

aparato fotossinteacutetico dificultando a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese Por isso a

concentraccedilatildeo de O2 deve ser controlada durante o crescimento celular As

concentraccedilotildees de oxigecircnio foram analisadas diariamente e os valores natildeo atnigiram

niacuteveis inibitoacuterios pois foram sempre menores que 10 mg L-1 (Vonshak 1997)

119

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm)

Produtividade em ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN)

Na Tabela 24 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima

produtividade em ceacutelulas e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas Nas Tabelas

25 28 e 31 estatildeo descritos a anaacutelise de variacircncia dos paracircmetros cineacuteticos Xm Px

e YXN respectivamente Os valores meacutedios de Xm Px e YXN para cada variaacutevel

independente estatildeo descritos nas Tabelas 26 27 29 30 32 e 33

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosa (I)

Fonte de nitrogecircnio

Xm

(mg L-1)

Px

(mg L-1 d-1)

YXN

(g g-1)

1 Cilindro 60 NaNO3 2899 plusmn 17 250 plusmn 2 42 plusmn 003

2 Cilindro 60 Ureacuteia 2847plusmn 1 245 plusmn 1 14 plusmn 000

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 3120plusmn156 299 plusmn10 40 plusmn 014

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 2957 plusmn 99 308 plusmn 4 14 plusmn 017

5 Cilindro 120 NaNO3 3209plusmn109 454 plusmn18 45 plusmn 018

6 Cilindro 120 Ureacuteia 2980plusmn103 408 plusmn17 11 plusmn 050

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 2728 plusmn 27 428 plusmn 4 43 plusmn 004

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 2855 plusmn 11 425 plusmn 6 15 plusmn 02

9 Cilindro 240 NaNO3 3291plusmn206 482 plusmn 34 54 plusmn 038

10 Cilindro 240 Ureacuteia 3236 plusmn 72 473 plusmn 12 133plusmn034

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 3102plusmn130 450 plusmn 22 50 plusmn 024

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 3070plusmn112 445 plusmn19 14 plusmn 056

I = mol de foacutetons m-2

s-1

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima

Na Tabela 25 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e nas Tabelas 26 e 27 estatildeo apresentadas as

120

meacutedias do Xm nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

13585 1 13585 157 0225

Fonte de Nitrogecircnio

84 1 84 001 0922

Intensidade luminosa

443083 2 221542 2566 0000

Resiacuteduos 164033 19

total 620786 23

Como se observa na Tabela 25 a variaacutevel independente intensidade luminosa

foi estatisticamente significante na determinaccedilatildeo do Xm (p = 0000) enquanto que

as variaacuteveis independentes fontea de CO2 (p = 0225) e fonte de nitrogecircnio (p =

0922) natildeo influenciaram estatisticamente no valor de Xm De fato a similaridade das

fontes de nitrogecircnio jaacute era esperada uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para

cada intensidade luminosa foram baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato

visando um crescimento celular natildeo limitado e nem inibido pela fonte de nitrogecircnio e

obtendo portanto valores de Xm meacutedios semelhantes Ambas as fontes de nitrogecircnio

utilizadas satildeo facilmente assimiladas pela A platensis os valores de Xm foram

estatisticamente iguais para cada intensidade luminosa avaliada (Tabela 26)

Em relaccedilatildeo agrave fonte de CO2 Isto mostra que o CO2 e os volaacuteteis orgacircnicos

liberados na atmosfera como resiacuteduo podem ser utilizados como fonte de carbono

no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Tabela 26 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Xm meacutedia (mgL-1)

Nitrato 3027 plusmn 162ordf

Ureacuteia 3031 plusmn 174ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

121

Comparando-se as meacutedias de Xm entre as diferentes intensidades luminosas

observa-se que o valor meacutedio de Xm na intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons

m-2 s-1 foi estatisticamente diferente ao valor meacutedio de Xm quando a intensidade

luminosa foi de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 e este foi estatisticamente semelhante ao

valor meacutedio de Xm quando a intensidade luminosa foi de 240 mol de foacutetons m-2 s-1

(Tabela 27) Essas comparaccedilotildees das meacutedias de Xm explicam o valor do niacutevel

descritivo obtido pela anaacutelise de variacircncia para a variaacutevel intensidade luminosa (p

=0000 Tabela 25) mostrando que a esta influencia no valor de Xm Esses

resultados estatildeo de acordo com Chojnacka e Noworyta (2004a) que avaliaram o

cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular tambeacutem concluiacuteram que a

velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o aumento da intensidade

luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa Acima desse valor (50

W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo Do mesmo modo no presente trabalho

os valores de Xm foram estatisticamente iguais nas intensidades luminosas de 120

mol de foacutetons m-2 s-1 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1 cujas intensidades luminosas satildeo

proacuteximas agraves intensidades luminosas que correspondem agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo

luminosa observada por Chojnacka e Noworyta (2004a)

Tabela 27 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Xm meacutedia (mgL-1)

60 2851plusmn54ordf

120 3056plusmn115b

240 3180plusmn96b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A maior concentraccedilatildeo celular maacutexima encontrada nesse trabalho foi maior do

que a obtida por Binaghi et al (2003) utilizando minitanques no cultivo de S

platensis (15 g L-1) e tambeacutem maior que a obtida por Watanabe e Hall (1996)

utilizando fotobiorreator tubular cocircnico no cultivo de S platensis (13 g L-1)

122

Morais e Costa (2007a) relataram que em cultivo de S platensis em

fotobiorreator tubular vertical obtiveram maiores valores de Xm de 413 g L-1

suplementado com 6 CO2 quando comparadas em cultivos em Erlenmeyer Esses

autores relatam que a S platensis podem crescer com 18 CO2 demonstrando que

estes suportam altas concentraccedilotildees de CO2 podendo ser usado para mitigar o efeito

do CO2 emitido pelos gases efluentes

Olguiacuten et al (2001) avaliando o crescimento da S platensis em meio contendo

aacutegua do mar suplementado com efluentes anaeroacutebicos a partir da digestatildeo de

resiacuteduo da suinocultura e em meio Zarrouk tambeacutem observaram um aumento no

valor de Xm com o aumento da intensidade luminosa de 66 mol de foacutetons m-2 s-1

para 144 mol de foacutetons m-2 s-1

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas

Na Tabela 28 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

produtividade em ceacutelulas (Px) e nas Tabelas 29 e 30 estatildeo apresentadas as meacutedias

do Px nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

respectivamente

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

315 1 315 137 0256

Fonte de Nitrogecircnio

1 1 1 000 0947

Intensidade luminosa

116579 2 58289 25372 0000

Resiacuteduos 4365 19 230

total 121260 23

Avaliando-se os paracircmetros produtividades em ceacutelulas pela anaacutelise de

variacircncia (Tabela 28) pode-se notar que a fonte de CO2 (p=0256) e a de nitrogecircnio

(p=0947) natildeo interferiram nas produtividades em celulares Portanto a intensidade

luminosa mostrou ser estatisticamente significante no valor de Px (p=0000)

123

Tabela 29 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Px meacutedio (mgL-1 d-1)

Nitrato 404 plusmn 74ordf

Ureacuteia 405 plusmn 75ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Como se pode observar na Tabela 29 os valores meacutedios de Px para as

diferentes fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo diferiram estatisticamente Do mesmo

modo como ocorreu com o paracircmetro Xm os valores de Px nos cultivos com ureacuteia e

nitrato foram semelhantes para cada intensidade luminosa Isso jaacute era esperado

uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para cada intensidade luminosa foram

baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato Spirulina platensis cultivadas em

minitanques com 257 mg L-1 de KNO3 ou 500 mg L-1 de ureacuteia obtiveram valores de

Px semelhantes para as intensidades luminosas estudadas 14 klux (168 mol de

foacutetons m-2 s-1) ou 56 klux (672 mol de foacutetons m-2 s-1) (RANGEL-YAGUI et al 2004)

Tabela 30 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Px meacutedio (mgL-1)

60 306plusmn7a

120 443plusmn19b

240 463plusmn16b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores de produtividade em ceacutelulas foram encontrados nas

maiores intensidades luminosas obtendo valores meacutedios de 443 plusmn 19 mg L-1 d-1 a

120 μmol de foacutetons m-2 s-1 e 463 plusmn 16 mg L-1 d-1 a 240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independente da fonte de nitrogecircnio utilizada (Tabela 30) Durante a fotossiacutentese as

ceacutelulas podem utilizar somente uma soma limitada de energia luminosa por vez

Este fenocircmeno de saturaccedilatildeo luminosa eacute provavelmente resultado de um mecanismo

interno onde as ceacutelulas podem realizar a fotossiacutentese usando somente uma

124

determinada quantidade de luz (CARLOZZI 2003) Isso significa que durante a

saturaccedilatildeo luminosa um aumento da intensidade luminosa natildeo permitiraacute um

aumento da concentraccedilatildeo celular e nem reduziraacute o tempo de cultivo mantendo

proacuteximos os valores de produtividades de ceacutelulas nesse intervalo de saturaccedilatildeo

luminosa

Na menor intensidade luminosa (60 mol de foacutetons m-2 s-1) o valor de Px foi

menor em relaccedilatildeo agraves outras intensidades luminosas obtendo valor meacutedio de 306 plusmn 7

mg L-1 d-1 Do mesmo modo como observado nas outras intensidades luminosas as

fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo influenciaram na produtividade celular Essa

diferenccedila nos valores de Px entre as intensidades luminosas foi devido a um maior

tempo de cultivo nos experimentos submetidos agrave intensidade luminosa de 60 mol

de foacutetons m-2 s-1 A produtividade eacute uma razatildeo inversa do tempo de cultivo logo

quanto maior a intensidade luminosa mais raacutepida as ceacutelulas atingem a concentraccedilatildeo

celular maacutexima e consequentemente maior seraacute a produtividade celular diaacuteria

Quanto maior a intensidade luminosa maior eacute a quantidade de foacutetons emitidos e

estes podem ser absorvidos pelas ceacutelulas isto eacute maior eacute a quantidade de energia

luminosa que seraacute convertido em energia quiacutemica que por sua vez as ceacutelulas

utilizam essa energia quiacutemica para a manutenccedilatildeo e o crescimento celular Esse

efeito tambeacutem foi observado por Danesi et al (2004) Rangel-Yagui et al (2004) em

cultivos de S platensis em minitanques utilizando KNO3 ou ureacuteia como fontes de

nitrogecircnio

O maior valor da produtividade encontrada nesse trabalho foi proacuteximo a 510 mg

L-1 d-1 obtido por Watanabe e Hall (1996) investigando o crescimento da S platensis

em fotobiorreator helicoidal cocircnico sob ciclos 12h12h (claroescuro) e uma meacutedia

de fluxo de foacutetons de 546 mol de foacutetons m-2 s-1 Watanabe et al (1995) em

processo descontiacutenuo utilizando a S platensis cultivada em fotobiorreator tubular

helicoidal cocircnico utilizando luz artificial (118 mol de foacutetons m-2 s-1) tambeacutem

obtiveram uma produtividade volumeacutetrica diaacuteria de 051 g L-1d-1 Foram usados dois

sistemas (airlift e bomba) para reciclar a cultura Com o sistema airlift os autores

encontraram a maior concentraccedilatildeo da biomassa de 16 g L-1 apoacutes 5 dias de

crescimento da S platensis e uma menor concentraccedilatildeo da biomassa quando

utilizado o sistema de bomba No fotobiorreator tubular helicoidal cocircnico quando

cultivado em ambiente externo a produtividade foi de 900 mg L-1 d-1 (TREDICI

125

ZITTELLI 1998) Travieso et al (2001) encontrou uma produtividade maacutexima de

040 g Lminus1 dminus1 em fotobiorreator tubular helicoidal operado de modo semicontiacutenuo

No presente trabalho os maiores valores da produtividade em ceacutelulas

encontradas foram maiores do que a relatada por Richmond (1990) em reatores

tubulares em ambiente externo que foi de 370 mg L-1 d-1 e Morais e Costa (2007b)

que obteve Xmax de 022 g Lminus1 dminus1 no cultivo de Spirulina sp na presenccedila de 6 de

dioacutexido de carbono em fotobiorreator tubular com trecircs estaacutegios em seacuterie Por outro

lado autores como Carlozzi e Pinzani (2005) conseguiram uma produtividade em

ceacutelulas maacutexima de 182 g L-1 dminus1 utilizando o processo descontiacutenuo em ambiente

externo Lee (2001) relata que dependendo da configuraccedilatildeo de fotobiorreator tubular

fechado e de placas retangulares a produtividade volumeacutetrica foi de 025 a 364 g L-1

d-1 utilizando o processo descontiacutenuo alimentado

Travieso et al (2001) relataram uma produtividade maacutexima de 04 g L-1 d-1 em

processo semicontiacutenuo de Spirulina utilizando uma diluiccedilatildeo de 15 e taxa de diluiccedilatildeo

de 00078 hminus1 Esses autores utilizaram o fotobiorreator patenteado bdquobdquoBiocoil‟‟ da

Biotechna Grasser UK (European patent EPO239272 March 6 1987)

Vernerey et al (2001) utilizando uma nova configuraccedilatildeo de fotobioretator para o

aumento da escala (72 litros) na produccedilatildeo de S platensis conseguiram uma

produtividade de 138 g L-1 d-1 com intensidade luminosa de 300 W m-2 e pH

controlado a 95 pela adiccedilatildeo de CO2

Cultivos de Arthrospira platensis em fotobiorreator tubular outdoor no periacuteodo

de marccedilo a setembro de 2002 na Repuacuteblica Checa com a maioria dos dias

ensolarados a irradiacircncia do ambiente maacutexima foi entre 15 and 18 mmol de foacutetons

mminus2 sminus1 Nessas condiccedilotildees a produtividade maacutexima atingida foi de 05 g Lminus1 dminus1

correspondendo a um rendimento de aacuterea (baseada na aacuterea superficial) de

aproximadamente 325 g mminus2 dminus1 na qual eacute um valor relativamente alto se considerar

que foi obtida no mecircs de setembro A concentraccedilatildeo celular oacutetima da cultura foi

obtida em um intervalo de 1 a 2 g L-1 demostrando que a faixa da concentraccedilatildeo

celular oacutetima no cultivo de Spirulina natildeo eacute muito restrita (MASOJIDEK et al 2003)

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

Na Tabela 31 estatildeo os resultados da anaacutelise de variacircncia para o fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) e nas Tabelas 32 e 33 estatildeo os valores

126

meacutedios do YXN nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

054 1 054 091 0351

Fonte de Nitrogecircnio

5078 1 5078 8453 0000

Intensidade luminosa

043 2 022 036 0700

Resiacuteduos 1123 19 059

total 520 23

Como observado na Tabela 24 os maiores valores do fator de conversatildeo (YXN)

foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio independente

da fonte de CO2 e da intensidade luminosa utilizada Isso pode ser avaliado pela

anaacutelise de variacircncia (Tabela 31) onde apresenta o niacutevel descritivo para a fonte de

CO2 fonte de nitrogecircnio de p = 0000 e para a intensidade luminosa o p = 0700 A

maior meacutedia dos valores de YXN foi 1380 plusmn 090 g g-1 obtida nos cultivos utilizando

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio (Tabela 32) diferindo estatisticamente dos valores

obtidos nos cultivos com nitrato (460 plusmn 055 g g-1) De fato nos cultivo utilizando

ureacuteia a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente foi calculada com base

na necessidade das ceacutelulas para o crescimento e a manutenccedilatildeo celular natildeo

ocorrendo uma limitaccedilatildeo ou um excesso de nitrogecircnio adicionado durante o cultivo

(item 5) Como mencionado por Rangel-Yagui et al (2004) o excesso de ureacuteia

diminui a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo desse nutriente e portanto menor o valor de YXN

Da mesma forma a menor massa total adicionada no cultivo proporcionou maiores

valores de YXN (739 g g-1) no cultivo de S platensis em minitanques utilizando o

cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio (Carvalho et al 2004) Por outro lado

nos cultivos com nitrato a concentraccedilatildeo deste foram mantidas acima de 1 g L-1 de

modo a evitar a limitaccedilatildeo do crescimento pela fonte de nitrogecircnio Por isso os

maiores valores de YXN foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia Resultados

similares foram obtidos por Danesi et al (2003) empregando 25 g de ureacuteia em

127

diferentes protocolos de alimentaccedilatildeo e temperatura em relaccedilatildeo a KNO3 e por Danesi

et al (2004) que tambeacutem observaram um maior fator de conversatildeo utilizando ureacuteia

em relaccedilatildeo a KNO3 independente da intensidade luminosa utilizada (2 e 5 klux)

Rangel-Yagui et al (2004) tambeacutem observaram maiores valores de YXN nos cultivos

utilizando ureacuteia

Tabela 32 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio YXN (mgmg-1)

Nitrato 460 plusmn 055ordf

Ureacuteia 1380 plusmn 090b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel independente intensidade luminosa pode-se observar na

Tabela 33 que natildeo diferiram estatisticamente nos valores de YXN Isto eacute

independente da intensidade luminosa utilizada os valores de conversatildeo de

nitrogecircnio em ceacutelulas foram estatisticamente iguais De fato a quantidade de

nitrogecircnio adicionada nos cultivos estaacute relacionada com o crescimento celular

portanto quanto maior o valor de Xm maior foi a quantidade de nitrogecircnio

adicionada nos cultivos independente da fonte nitrogecircnio utilizada (nitrato ou ureacuteia)

Com isso razatildeo entre biomassa formada e nitrogecircnio adicionado foi estatisticamente

igual nas diferentes intensidades luminosas estudas

A Intensidade luminosa influencionou no crescimento celular (Item 62) e a

fonte de nitrogecircnio (nitrato ou ureacuteia) foi adicionada de acordo com a necessidade da

ceacutelula para o crescimento celular (Item 5) Por isso o YXN foi estatisticamente igual

(p = 0245) nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 31)

O fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas eacute definido como a quantidade de

nitrogecircnio utilizada para a formaccedilatildeo de biomassa como no presente trabalho o

nitrogecircnio adicionado foi de acordo com a necessidade diaacuteria das ceacutelulas os valores

meacutedios de YXN para cada intensidade luminosa natildeo poderiam variar como pode ser

observado na Tabela 33

Nos trabalhos apresentados por Bezerra et al (2008) Danesi et al (2004) e

Rangel-Yagui et al (2004) observaram que os valores de Xm e YXN aumentam com

128

o aumento da intensidade luminosa fornecida ao cultivo Maiores energias

fornecidas pelas mais altas luminosidades empregadas nos cultivos permitem as

ceacutelulas de consumirem o nitrogecircnio disponiacutevel levando a maiores valores de Xm e

YXN Isso ocorreu porque a mesma quantidade de nitrogecircnio foi adicionada nos

ensaios com diferentes intensidades luminosas logo o YXN foi uma funccedilatildeo de Xm

Por outro lado no presente trabalho os valores meacutedios YXN natildeo diferiram

estatisticamente com o aumento da intensidade luminosa porque a quantidade total

de nitrogecircnio adicionada variou nos cultivos com as diferentes intensidades

luminosas isto eacute quanto maior a intensidade luminosa maior foi a quantidade de

nitrogecircnio adicionada e consequentemente maior concentraccedilatildeo celular Por isso o

YXN natildeo diferiram nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 26)

Tabela 33 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

YXN (mgmg-1)

60 922 plusmn 034ordf

120 902 plusmn 034a

240 935 plusmn 034a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores do fator de conversatildeo encontrado nesse trabalho (1327 plusmn

028 mg mg-1) foi maior do que 739 g g-1 (CARVALHO et al 2004) 85 g g-1

(RANGEL-YAGUI et al 2004a) utilizando ureacuteia e 57 plusmn 017 g g-1 utilizando cloreto de

amocircnio como fonte de nitrogecircnio nos cultivos de S platensis em minitaques

(BEZERRA et al 2008) Isso porque no presente trabalho a S platensis foi

cultivada em fotobiorreator tubular fechado o que proporciona menor volatilizaccedilatildeo

da amocircnia e melhor eacute o seu aproveitamento pelas ceacutelulas ocasionando maiores

valores de YXN

129

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a

No final de cada experimento foi realizada a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de

clorofila a na concentraccedilatildeo celular final e os resultados estatildeo descritos na Tabela

34

Tabela 34 ndash Concentraccedilotildees de clorofila na biomassa final

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosaa

Fonte de nitrogecircnio

Concentraccedilatildeo de clorofila (mg cl g cel -1)

1 Cilindro 60 NaNO3 521plusmn028

2 Cilindro 60 Ureacuteia 415plusmn020

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 392plusmn008

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 326plusmn030

5 Cilindro 120 NaNO3 344plusmn010

6 Cilindro 120 Ureacuteia 296plusmn009

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 294plusmn040

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 210plusmn023

9 Cilindro 240 NaNO3 175plusmn037

10 Cilindro 240 Ureacuteia 181plusmn 015

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 294plusmn035

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 210plusmn023

a mol de foacutetons m-2 s-1

Dentre os metaboacutelitos microalgais a clorofila foi muito pouco investigada Satildeo

os uacutenicos pigmentos naturais de coloraccedilatildeo verde em abundacircncia mas sua

instabilidade ao isolamento tem restringindo a sua utilizaccedilatildeo como corante natural na

induacutestria de alimentos As clorofilas utilizadas como corantes alimentares provecircm

principalmente de plantas terrestres (HENDRY 1996)

Microalgas fotossinteacuteticas satildeo organismos que capturam energia luminosa

eficiententemente O pigmento fotossinteacutetico clorofila a eacute o principal componente

130

fotoquiacutemico ativo na qual funciona como um receptor de luz para direcionar a

fotossiacutentese O conteuacutedo deste pigmento em microalga eacute portanto relatado para

atividade fotossinteacutetica (MACINTYRE et al 2002) A intensidade de luz captada

pelos pigmentos influencia na produccedilatildeo da biomassa e no acuacutemulo de produtos

alvos na microalga cultivada sob diferentes condiccedilotildees

As clorofilas satildeo pigmentos verdes de alto valor comercial encontradas em

plantas microalgas e cianobacteacuterias como A platensis A concentraccedilatildeo desse

pigmento nas ceacutelulas depende das condiccedilotildees ambientais Devido a sua cor e as

propriedades fiacutesico-quiacutemicas satildeo utilizadas como corantes naturais em produtos

alimentiacutecios

Na Tabela 35 observa-se que ambas as variaacuteveis independentes avaliadas

nesse estudo fonte de nitrogecircnio e intensidade luminosa interferiram na

concentraccedilatildeo de clorofila a na biomassa final Isso foi confirmada pela anaacutelise

estatiacutestica ANOVA onde apresentou um valor de niacutevel descritivo de 0011 para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio e de 0000 para a intensidade luminosa

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Meacutedia dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

03725 1 03725 101 0328

Fonte de Nitrogecircnio

29751 1 29751 804 0011

Intensidade luminosa

158306 2 79153 2139 0000

Resiacuteduos 70318 19 01272

Total 26210 23

Avaliando-se as meacutedias da concentraccedilatildeo de clorofila a nas diferentes fontes de

nitrogecircnio (Tabela 34) observa-se que nos cultivos utilizando nitrato obtiveram

maiores concentraccedilotildees de clorofila em relaccedilatildeo aos cultivos com ureacuteia nas

intensidades luminosas de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 e 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Essa diferenccedila na concentraccedilatildeo de clorofila pode ser explicada pelo fato dos cultivos

com nitrato a concentraccedilatildeo de nitrato no meio de cultura foi mantida sempre

superior a 1 g L-1 enquanto que nos cultivos com ureacuteia a concentraccedilatildeo de ureacuteia no

131

meio cultura foi abaixo de 10-4 M (item 62) Essa concentraccedilatildeo de ureacuteia apesar de

natildeo interferir na concentraccedilatildeo celular pode ter influenciado na concentraccedilatildeo de

clorofila nas ceacutelulas Resultados similares foram observados por Danesi et al (2004)

e Rangel-Yagui et al (2004) em cultivos de S platensis em minitanques

substituindo a fonte de nitrogecircnio KNO3 por ureacuteia

O efeito da limitaccedilatildeo de nitrogecircnio e ferro comprometeu a capacidade

fotossinteacutetica reduziu o conteuacutedo de clorofila celular e diminuiu o rendimento

quacircntico do fotossintema II (YOUNG BEARDALL 2005) Muggli e Harrison (1996)

observaram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas ceacutelulas de Emiliania huxleyi

cultivadas com nitrato foi estatisticamente maior que nas celulas cultivadas com

amocircnia sob condiccedilotildees limitadas de ferro e intensidade luminosa abaixo da

saturaccedilatildeo Por outro lado nos cultivos natildeo limitados com ferro as concentraccedilotildees de

clorofilas foram estatisticamente iguais Sob duas diferentes intensidades luminosas

abaixo da regiatildeo de saturaccedilatildeo (45 e 70 mol de foacutetons m-2 s-1) as ceacutelulas cultivadas

em nitrato mantiveram uma maior taxa de clorofila por volume de ceacutelulas que nas

ceacutelulas cultivadas com amocircnio similar ao que aconteceu nas condiccedilotildees limitadas

por ferro

A intensidade luminosa eacute uma importante variaacutevel que interfere na

concentraccedilatildeo de clorofila Como podemos observar na Tabela 34 maiores

concentraccedilotildees de clorofilas meacutedias independente da fonte de nitrogecircnio e de CO2

satildeo encontradas nas menores intensidades luminosas De um modo geral o

aumento da concentraccedilatildeo de clorofila com a reduccedilatildeo da luminosidade aumenta a

capacidade de absorccedilatildeo de luz pois a clorofila eacute quem efetivamente atua nas

reaccedilotildees fotoquiacutemicas da fotossiacutentese e representa um mecanismo de adaptaccedilatildeo agrave

condiccedilatildeo de menor intensidade luminosa A reduccedilatildeo do conteuacutedo de pigmentos a

altas irradiacircncias permite as algas reduzirem a taxa de fornecimento de energia pela

absorccedilatildeo da luz nas ceacutelulas com a finalidade de balancear a energia absorvida e a

energia necessaacuteria para a fixaccedilatildeo do carbono e crescimento celular (GEIDER et al

1997) Geralmente a clorofila e as ficobiliproteiacutenas tendem a aumentar sua

concentraccedilatildeo com a reduccedilatildeo da intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1997)

Nas menores intensidades luminosas onde a competiccedilatildeo pelo poder redutor eacute

maior observa-se que as ceacutelulas cultivadas em nitrato mantem maior niacuteveis de

clorofila que nas ceacutelulas cultivadas em amocircnia Portanto as ceacutelulas cultivadas em

nitrato precisam mais do poder redutor para transportar e utilizar sua fonte de

132

nitrogecircnio eles podem requerer mais clorofila que as ceacutelulas cultivadas em amocircnio

para suprir tais necessidades Por outro lado altas intensidades luminosas alteram o

complexo proteacuteico contendo pigmentos captadores de luz como observado por

Smith et al (1990) em ceacutelulas de Dunaliella salina Telfar et al (1990) mostrou que

iluminaccedilatildeo prolongada causa destruiccedilatildeo dos pigmentos da clorofila e conduz a

inibiccedilatildeo fotoquiacutemica do FSII

Cultivos de Spirulina subsalsa exposto agrave alta intensidade luminosa (100 mol

de foacutetons m-2 s-1) mostrou uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos nas ceacutelulas O

conteuacutedo de carotenoacuteide e clorofila a reduziu com o aumento da intensidade

luminosa de 25 mol de foacutetons m-2 s-1 para 100 mol de foacutetons m-2 s-1 O conteuacutedo

de ficobilissomos obteve uma maior reduccedilatildeo quando comparados com o conteuacutedo

de clorofila a (aproximadamente 70 e 57 respectivamente) Devido a uma

reduccedilatildeo nos carotenoacuteides zeaxantina foi o carotenoacuteide predominante a maior

intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1995) Um aumento da intensidade

luminosa de 2 klux (24 mol de foacutetons m-2 s-1 ) para 5 klux (60 mol de foacutetons m-2 s-

1) houve uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de clorofila de 14 plusmn 18 mg cl g cel -1 para

80 plusmn 18 mg cl g cel -1 nos cultivos com KNO3 e 142 plusmn 08 mg cl g cel -1 para 72 plusmn

14 mg cl g cel -1 para os cultivos com ureacuteia respectivamente (DANESI et al 2004)

Pode-se observar que a concentraccedilatildeo de clorofila nos cultivos a 5 klux (60 mol de

foacutetons m-2 s-1) foram proacuteximas as concentraccedilotildees obtidas no presente trabalho nos

cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 (NaNO3 = 521 plusmn 03 mg cl g cel -1 Ureacuteia = 415

plusmn 02 mg cl g cel -1 Tabela 34) Essa diferenccedila pode ser devido ao aumento do

efeito sombreamento ser maior em minitanques quando comparada aos

fotobiorreatores tubulares o que favorece a um aumento da concentraccedilatildeo de

clorofila nos cultivos em minitanques Soundarapandian e Vasanthi (2008)

observaram um maior teor de clorofila em diferentes cepas de S platensis cultivadas

a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) intensidade luminosa com ciclos alternados de 16

horas no claro e 8 horas no escuro

Dados na literatura mostram que na biomassa de A platensis possuem 1 de

clorofila (VONSHAK 1997 COGNO et al 2003) No entanto no presente trabalho a

maior concentraccedilatildeo de clorofila foi de 05 correspondendo ao experimento 1 (60

mol de foacutetons m-2 s-1 NaNO3 Tabela 13) Esse baixo valor de concentraccedilatildeo de

clorofila em relaccedilatildeo aos valores citados na literatura eacute devido agraves altas intensidades

luminosas utilizadas no neste trabalho Soundarapandian e Vasanthi (2008)

133

relataram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas S platensis cultivadas a 3 klux pode

variar de 085 (8526 μg mg cel-1) a 097 (9723 μg mg cel-1) dependendo da

cepa utilizada Jimenez et al (2003) em cultivos de S platensis em minitanques

utilizando a energia solar no sul da Espanha obtiveram uma concentraccedilatildeo de

clorofila de 79 g kgminus1 (079)

Carlozzi e Pinzani (2005) observaram uma concentraccedilatildeo maacutexima de clorofila

de 2 em cultivos outdoor de S platensis em fotobiorreator espiralado fechado

Esta concentraccedilatildeo permaneceu constante do 6deg ao 10deg dia de cultivo Tomaselli et

al (1997) tambeacutem observaram um aumento na concentraccedilatildeo de clorofila de 151 μg

mg cel-1 para 263 μg mg cel-1 nos cultivos de A maacutexima em reator de vidro

retangular a intensidade luminosa de 144 mol de foacutetons m-2 s-1 e 25 mol de foacutetons

m-2 s-1 respectivamente Tredici e Zittelli (1998) em cultivos continuos ldquooutdoorsrdquo de

A platensis em fotobiorreator tubular e plano obtiveram a concentraccedilatildeo de clorofila

de 155plusmn002 e 163 plusmn002 na massa seca no iniacutecio do periacuteodo luminoso

De fato a concentraccedilatildeo de clorofila depende das condiccedilotildees ambientais

principalmente da intensidade luminosa No presente estudo nos cultivos

submetidos agrave alta intensidade luminosa favoreceram a uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo de clorofila principalmente nos cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Do mesmo modo Nakajima e Ueda (1997) observaram um aumento no crescimento

celular de Chlorella pyrenoidosa e uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos

captadores de luz nas ceacutelulas cultivadas a altas intensidades luminosas (50 μmol de

foacutetons m-2 s-1) Na presenccedila de excesso de luz o oxigecircnio produzido durante a

fotossiacutentese reage com a clorofila excitada originando um oxigecircnio singlete que eacute

muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas e ocasionando consequentemente o

fenocircmeno denominado de branqueamento (MARIQUE 2003) As clorofilas tendem a

ser foto-oxidadas a alta irradiaccedilatildeo e devido aos carotenoacuteides poderem prevenir a

foto-oxidaccedilatildeo das clorofilas a relaccedilatildeo entre as clorofilas e carotenoacuteides pode ser

usada como um indicador potencial de perdas foto-oxidativas causadas por fortes

irradiaccedilotildees (HENDRY amp PRICE 1993)

134

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Micro-organismos fotossintetizantes usam fonte de carbono inorgacircnico energia

luminosa e nitrogecircnio para sintetizar compostos orgacircnicos como proteiacutenas

carboidratos vitaminas lipiacutedios pigmentos entre outros Com isso a composiccedilatildeo

centesimal da biomassa pode variar com as condiccedilotildees ambientais (RAFIQUL et al

2005 MOHANTY et al 1997)

Na Tabela 36 estatildeo apresentados os teores de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos

e cinzas das biomassas secas obtidas no final dos experimentos

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final

Experimento Intensidade

luminosa (I)

Fonte de CO2

Fonte de nitrogecircnio

Proteiacutenas totais ()

Lipiacutedios totais ()

Cinzas ()

Carboidratos totais ()

1 60 Cilindro NaNO3 319plusmn01 863plusmn03 442plusmn001 5226plusmn358

2 60 Cilindro Ureacuteia 233plusmn07 660plusmn09 442plusmn004 6471plusmn064

3 60 Alcooacutelica NaNO3 324plusmn07 101plusmn08 583plusmn002 5222plusmn341

4 60 Alcooacutelica Ureacuteia 427plusmn23 112plusmn14 508plusmn091 6492plusmn336

5 120 Cilindro NaNO3 281plusmn04 121plusmn06 476plusmn002 5500plusmn-016

6 120 Cilindro Ureacuteia 299plusmn06 730plusmn07 482plusmn018 5794plusmn005

7 120 Alcooacutelica NaNO3 315plusmn18 862plusmn06 497plusmn018 5576plusmn341

8 120 Alcooacutelica Ureacuteia 404plusmn07 953plusmn07 394plusmn063 4642plusmn091

9 240 Cilindro NaNO3 213plusmn01 142plusmn23 428plusmn004 6004plusmn243

10 240 Cilindro Ureacuteia 319plusmn09 129plusmn05 540plusmn050 5079plusmn147

11 240 Alcooacutelica NaNO3 278plusmn04 144plusmn29 579plusmn048 5222plusmn341

12 240 Alcooacutelica Ureacuteia 210plusmn03 117plusmn28 449plusmn004 6492plusmn336

I = Intensidade luminosa (mol de foacutetons m-2 s-1)

A Fotossiacutentese eacute o processo pelo qual a energia luminosa eacute convertida em

energia quiacutemica pelas plantas bacteacuterias fotossinteacuteticas e cianobacteacuterias A energia

luminosa eacute capturada pelos pigmentos fotossinteacuteticos como clorofila carotenoacuteides e

ficocianina na qual satildeo complexados com proteiacutenas que satildeo partes do fotossistema I

e II em cianobacteacuterias O sistema fotossinteacutetico eacute fortemente conectado com outras

135

vias metaboacutelicas como biossiacutentese de proteiacutenas e lipiacutedios nas quais satildeo

necessaacuterias para o crescimento celular (MOHANTY et al 1997)

Os teores de proteiacutena variaram de 21 a 42 Esses valores estatildeo proacuteximos

aos valores encontrados por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) cultivando S maxima

em meio de cultura constituiacutedo por resiacuteduo da criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50 em

aacutegua) Embora o teor de proteiacutena seja baixo (36) a biomassa ainda eacute apropriada

para o uso como suplemento aliementar para animais Jimeacutenez et al (2003) tambeacutem

encontraram um baixo teor de proteiacutena de 47 do peso seco em meacutedia na

produccedilatildeo industiral da Spirulina em Malaga no sul da Espanha

A biossiacutentese de proteiacutena depende principalmente da disponibilidade de

nitrogecircnio de carbono para formaccedilatildeo do esqueleto carbocircnico e da intensidade

luminosa na qual fornece energia para fixaccedilatildeo do CO2 Nos cultivos utilizando

nitrato bem como nos cultivos utilizando ureacuteia natildeo houve limitaccedilatildeo do crescimento

pela fonte de nitrogecircnio (Item 611) A fonte de carbono tambeacutem natildeo foi limitada

uma vez que o pH foi mantido durante todo o tempo de cultivo com a adiccedilatildeo de CO2

As intensidades luminosas foram altas pertencendo agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa

(Item 611) Logo mesmo dispondo de nitrogecircnio carbono e energia as ceacutelulas natildeo

converteram o nitrogecircnio disponiacutevel em proteiacutenas SAKAMOTO e BRYAN (1999)

observaram que um aumento da intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

para 1 mmol foacutetons m-2 s-1 no cultivo de Synechococcus sp PCC 6301 natildeo foi

observado um aumento na absorccedilatildeo de nitrato mostranto que a taxa do consumo

de nitrato foi saturado a intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

Soundarapandian e Vasanthi (2008) observaram que o conteuacutedo de proteiacutena

nas S platensis cultivadas a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) com ciclos alternados

de 16 horas no claro e 8 horas no escuro pode variar de 5937 (5937μg mg-1 cel)

a 6421 (6421 μg mg-1 cel) dependendo da cepa utilizada Torzillo et al (1991)

observaram um aumento na siacutentese de carboidrato nas ceacutelulas de S platensis

cultivadas ldquooutdoorsrdquo a altas intensidades luminosas e temperatura de 25ordmC O

execesso do carboidrato sintetizado foi parcialmente utilizado a noite para a siacutentese

de proteiacutena Isso pode ter contribuiacutedo a um baixo teor de proteiacutena no presente

trabalho uma vez que os cultivos foram submetidos sempre a altas intensidades

luminosas natildeo obtendo ciclos claroescuro durante o cultivo

A anaacutelise de variacircncia (Tabela 37) indicou que a fonte de nitrogecircnio e de CO2

natildeo influenciaram na variaacutevel dependente teor de proteiacutena enquanto que a

136

intensidade luminosa influenciou como pode-se obversar na anaacutelise de diferenccedila

entre as meacutedias para essa variaacutevel (Tabela 38)

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

5304 1 5304 235 0142

Fonte de Nitrogecircnio

1134 1 1134 050 0487

Intensidade luminosa

4341 2 2170 963 0001

Resiacuteduos 42833 19 2254

total 9268 23

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol foacutetons m-2 s-1)

Proteiacutena ()

60 358plusmn43ordf

120 326plusmn50ordf

240 256plusmn51b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

O modelo da biossiacutentese e metabolismo de lipiacutedios em cianobacteacuterias eou

algas satildeo afetados pelos fatores ambientais dentre esses as condiccedilotildees de

iluminaccedilatildeo (BABADZHANOV et al 2004 KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

As ceacutelulas de Tichocarpus crinitus satildeo capazes de mudar o conteuacutedo de

armazenamento e estrutural de lipiacutedios e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos Altas

intensidades luminosas estimulam o acuacutemulo de lipiacutedios de armazenamento

(triacilgliceroacuteis) enquanto a baixas intensidades luminosas induzem a um aumento

nos lipiacutedios estruturais (glicolipiacutedios) Isto indica um alto grau de controle de

estrutura nas membranas das algas porque o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos

graxos tem sido considerado um dos fatores mais importantes no controle da fluidez

e funcionalidade da membrana celular Adicionalmente as diferenccedilas na

137

composiccedilatildeo dos lipiacutedios nas T crinitus cultivadas a altas e baixas irradiaccedilotildees solar

podem ser consideradas como uma resposta adaptativa das ceacutelulas algais para as

vaacuterias condiccedilotildees de crescimento Portanto a sobrevivecircncia das ceacutelulas nas

mudanccedilas ambientais pode ser atribuiacuteda agrave funcionalidade das membranas onde o

aparato fotossinteacutetico eacute formado (KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

Nos cultivos com disponibilidade de nitrogecircnio carbono e altas intensidades

luminosas as ceacutelulas utilizam a energia e o carbono disponiacutevel para crescimento

manutenccedilatildeo celular e formaccedilatildeo de componentes orgacircnicos tais como proteiacutenas

lipiacutedios e carboidratos Como apresentados na Tabela 41 o teor de lipiacutedio aumenta

com a intensidade luminosa Esse efeito foi observado por Solovchenko et al

(2008) nos cultivos da microalga Parietochloris incisa Isto pode ser consequecircncia da

produccedilatildeo excessiva de aacutecidos graxos entre eles triacilgliceroacuteis provavelmente como

um modo de converter o excesso de luz em energia quiacutemica para evitar o dano

fotooxidativo (ASADA 1994 RABBANI et al 1998 MENDOZA et al 1999 NIYOGI

1999) Kaixian et al (1993) observaram um aumento no teor de lipiacutedios com o

aumento da intensidade luminosa nas ceacutelulas de Phaeodactylum tricornutum

Solovchenko et al (2008) relataram que os triacilgliceroacuteis acumuladas em algas

(Parietochloris incisa) sob condiccedilotildees de stress satildeo frequentemente depositadas em

gloacutebulos de lipiacutedios citoplasmaacutetico referidos como corpos oleosos na qual aumentam

em tamanho e nuacutemero sob deficiecircncia na nutriccedilatildeo mineral especialmente na falta de

nitrogecircnio e altas irradiacircncias

Como observado na Tabela 41 os cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

obtiveram maiores teores de lipiacutedios Steiner et al (1970) observaram que as ceacutelulas

de Chromatium cultivadas a baixas intensidades luminosas (100 ftc = 01 klux = 12

mol de foacutetons m-2 s-1) obteve menor teor de fosfolipiacutedios em relaccedilatildeo aos cultivos a

altas intensidades luminosas (7500 ftc = 8 kux = 96mol de foacutetons m-2 s-1) 1 lux =

0929 foot-candles

Na Tabela 39 estatildeo apresentados os valores da anaacutelise de variacircncia dos teores

de lipiacutedios Como se pode observar apenas a intensidade luminosa influenciou nos

valores de lipiacutedios apresentando um valor de niacutevel descritivo menor que 5

Embora o niacutevel de significacircncia da variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio seja

menor que 5 a anaacutelise estatiacutestica diferenccedila entre as meacutedias mostraram essa

variaacutevel natildeo interfere no teor de lipiacutedio apresenta um valor de niacutevel descritivo maior

que 5 (Tabela 40)

138

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedios na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

143 1 143 059 0453

Fonte de Nitrogecircnio

1853 1 1853 762 0012

Intensidade luminosa

141 2 71 29 0000

Resiacuteduos 46 19 244

total 207 23

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Lipiacutedios ()

Nitrato 109 plusmn 310ordf

Ureacuteia 918 plusmn 275a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um

intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(μmoles m-2 s-1)

Lipiacutedios ()

60 763 plusmn 11a

120 972 plusmn 19a

240 136 plusmn 21b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A similaridade entre as fontes de nitrogecircnio (Tabela 40) podem ser explicadas

pelo fato de que nos cultivos com ureacuteia a quantidade de ureacuteia adicionada foi

calculada com base nos seus respectivos cultivos com nitrato nas quais foram

139

cultivos natildeo limitados por nitrogecircnio (concentraccedilatildeo de nitrogecircnio superior a 1 g L-1)

Logo isso favoreceu a semelhanccedila entre os teores de lipiacutedios nos cultivos a

diferentes fontes de nitrogecircnio

Os valores de lipiacutedios encontrados variaram de 66 plusmn 09 a 144 plusmn 29

dependendo das condiccedilotildees de cultivo Esses valores estatildeo de acordo com Cogno et

al (2003) e Vonshak (1997) na qual relataram que o conteuacutedo de lipiacutedios da A

platensis em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas podem variar de 8 ndash 12 quando cultivadas

em meio sinteacutetico Tokusoglu e Uumlnal (2003) encontraram um teor de lipiacutedio meacutedio

entre trecircs diferentes cepas de Splatensis de 753 natildeo diferindo estatisticamente

entre si

O teor de lipiacutedio foi de 863 plusmn 03 com NaNO3 e 66 plusmn 09 com ureacuteia na

intensidade luminosa de 60 μmoles de foacutetons m-2 s-1 utilizando CO2 de cilindro

Esses valores foram proacuteximos aos teores de lipiacutedios encontrados por Rafiqul et al

(2005) cultivando S platensis (74) e para S fusiformis (82) a 25 klux (30 μmol

de foacutetons m-2 s-1) Oliveira et al (1999) observaram um teor de lipiacutedios de 696 plusmn

086 nas ceacutelulas de S platensis cultivadas em 4 l Virtis fermenter a 180 μmol de

foacutetons mndash2 sndash1

Olguiacuten et al (2001) observaram uma menor concentraccedilatildeo de lipiacutedios nos

cultivos a maior intensidade luminosa em cultivos de S platensis cultivada tanto em

meio sinteacutetico (meio Zarrouk) como em meio complexo (aacutegua do mar do Golf do

Meacutexico suplementado com 2 de efluente anaeroacutebico da criaccedilatildeo de porcos) A

concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no meio complexo possui 10 vezes a menos que o meio

sinteacutetico (25 g L-1 NaNO3) O teor de lipiacutedio de 8 encontrado no meio de cultivo

com 25 g L-1 NaNO3 a 66 μmols de foacutetons m-2 s-1 foi proacuteximo ao encontrado no

presente trabalho 66 plusmn 09 no cultivo natildeo limitado por NaNO3 e 60 μmols de foacutetons

m-2 s-1

Nos cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 mostrou maiores valores de lipiacutedios

quando cultivadas com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica em relaccedilatildeo aos

cultivos utilizando CO2 de cilindro Sob condiccedilotildees autotroacuteficas a produtividade de

lipiacutedios foram menores quando comparadas com o crescimento heterotroacutefico em

culturas de Chlorella vulgareis (LIANG et al 2009) e crescimento heterotroacutefico e

mixotroacutefico nas ceacutelulas de Chlamydomonas reinhardtii (BOYLE MORGAN 2009)

O teor de carboidrato nas ceacutelulas A platensis natildeo diferiram estatisticamente

pela anaacutelise de variacircncia nas diferentes condiccedilotildees estudadas (Tabela 44) obtendo

140

um niacutevel de significacircncia de 0118 0974 e 0562 para as variaacuteveis independentes

fontes de CO2 fonte de nitrogecircnio e intensidades luminosas respectivamente O

teor de carboidrato encontrado variou de 38 a 51 valores considerados altos No

entanto esses valores foram proacuteximos aos valores obtidos por Cantildeizares-Villanueva

et al (1994) que observaram um teor de carboidrato de 42 e 44 em ceacutelulas de S

maxima cultivadas em meio sinteacutetico (Zarrouk) e meio constituiacutedo por resiacuteduo da

criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50) respectivamente sob intensidade luminosa de 3

klux (36 μmol de foacutetons m-2 s-1) O teor de carboidrato neste trabalho foi um pouco

maior que o observado por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) provavelmente devido

a diferenccedila de intensidade luminosa pois maiores teores de carboidratos satildeo

obtidos nos cultivos sob maior intensidade luminosa

Olguiacuten et al (2001) obtiveram um alto teor de polissacariacutedeos de 2841 nas

ceacutelulas de S platensis cultivadas em meio complexo quando exposta a intensidade

luminosa de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 Esse alto valor poderia ter sido devido a

dois fatores simultacircneos deficiecircncia de nitrogecircnio e alta intensidade luminosa

Desse modo no presente trabalho natildeo houve deficiecircncia de nitrogecircnio nos cultivos

no entanto a aacuterea iluminada no fotobioreator tubular usado no presente trabalho eacute

maior quando comparada com os cultivos em bench raceway utilizados por Olguiacuten et

al (2001) e esse aumento pode ter favorecido a obtenccedilatildeo dos altos teores de

carboidratos

Tomaselli et al (1997) observaram uma reduccedilatildeo no teor de carboidrato nas

ceacutelulas de A maacutexima de 282 mgg-1 (28) para 180 mgg-1 (18) quando a

intensidade luminosa reduziu de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 para 25 μmol de foacutetons

mminus2 sminus1 A capacidade dos microganismos fototroacuteficos em estocar na forma de

carboidratos o excesso do carbono fixado durante a aclimataccedilatildeo a altas intensidades

luminosas e mobilizar esse esqueleto carbocircnico para a siacutentese de proteiacutena

representa um requisito importante para a sobrevivecircncia

141

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

107 1 107 268 0118

Fonte de Nitrogecircnio

004 1 004 000 0974

Intensiade luminosa

48 2 24 059 0562

Resiacuteduos 763 19 40

total 918 23

A partir dos estudos relatados previamente na literatura mostram que o teor de

carboidrato eacute 12 a 16 nas ceacutelulas de Arthrospira platensis cultivadas em meio

sinteacutetico e em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas sem condiccedilotildees de stress como alta

salinidade alta intensidade luminosa deficiecircncia em nitrogecircnio (COGNO et al

2003 VONSHAK 1997) Carlozzi e Pinzani (2005) relataram que as ceacutelulas de

Artrospira platensis foram estimuladas para sintetizar carboidratos durante o dia e

estes foram consumidos para permitir a siacutentese de proteiacutenas durante a noite De

acordo com Ma et al (1997) uma menor taxa na siacutentese de proteiacutena eacute observado a

altas irradiaccedilotildees comparando com a siacutentese de carboidrato Isto pode conduzir a

um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas sem um concomitante aumento na siacutentese

de proteiacutena Tem sido sugerido que o carbono a partir dos poliacutemeros de carboidratos

estocados pode ser transferido para formaccedilatildeo de proteiacutenas durante a noite (Ma et

al 1997) No entanto como no presente trabalho natildeo houve fotoperiacuteodo de fase

claroescuro propiciou a um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas e a reduziu a

concentraccedilatildeo de proteiacutenas Adicionalmente Torzillo et al (1991) relataram que as

ceacutelulas de Spirulina expostas a altas irradiacircncais direcionam a biomassa a sintetizar

carboidratos na qual pode ser usado como um reservatoacuterio do poder redutor e a

uma reduccedilatildeo na siacutentese de proteiacutenas

Como podemos observar na anaacutelise de variacircncia (Tabela 43) o teor de cinzas

natildeo foi influenciado pelas variaacuteveis estudadas atingindo valores que variaram de

428 plusmn 004 a 583 plusmn 002 Esses valores estatildeo de acordo com os valores obtidos

por Miao (2005) que obtiveram um teor de cinzas de 636 plusmn 005 em cultivos

autotroacuteficos e 593 plusmn 004 em cultivos heterotroacuteficos de Chlorella protothecoides

Similarmente Tokusoglu e Uumlnal (2003) observaram um conteuacutedo de cinzas em trecircs

142

diferentes cepas de Spirulina denominada de 1 2 e 3 foram de 743 751 and

1038 respectivamente A microalga marinha Isochrisis obteve o maior conteuacutedo

de cinzas (1608)

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

068 1 069 18 0192

Fonte de Nitrogecircnio

058 1 058 152 0232

Intensiade luminosa

112 2 056 147 0255

Resiacuteduos 723 19 038

total 962 23

Jimeacutenez et al (2003) encontraram um alto teor de cinzas no cultivo de S

platensis aproximadamente 20 (valores tiacutepicos satildeo de 5ndash7) esse alto valor pode

ser explicado pelo fato de que a alga obtida a partir do filtro foi introduzida

diretamente spray drier sem passar pelo processo de lavagem Como o meio de

crescimento eacute altamente enriquecido com bicarbonato a lavagem eacute necessaacuteria para

eliminaacute-los Esse processo normalmente reduz o conteuacutedo de cinzas

No presente trabalho a composiccedilatildeo do meio de cultura foi mantido em todas as

condiccedilotildees experimentais com modificaccedilatildeo apenas da fonte de nitrogecircnio de nitrato

de soacutedio para ureacuteia em alguns experimentos Adicionalmente a biomassa passou

por um processo de lavagem antes da etapa de secagem que removeu os sais

adsorvidos nas ceacutelulas Portanto isso favoreceu a manutenccedilatildeo no teor de cinzas na

biomassa seca Canizares et al (2004) obtiveram elevados teores de cinzas (14)

na biomassa de Spirulina maacutexima utilizando 50 de efluente suiacuteno no meio de

cultura Isso foi atribuiacutedo ao elevado quantidade de partiacuteculas minerais presente no

meio

143

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos

Foram avaliados os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os

cultivos avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos paracircmetros energia de

Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular (1YGX) das produccedilotildees

molares de O2 consumo de H+ e nuacutemero de foacutetons para sustentar o crescimento

fotoautotroacutefico Foi avaliada a eficiecircncia da fotossiacutentese em A platensis calculando-

se a energia molar de Gibbs absorvida da luz para produzir um C-mol de biomassa

a partir do correspondente nuacutemero de Einsteins absorvidos e da energia meacutedia

molar dos foacutetons

A energia de Gibbs dissipada por unidade da biomassa (1YGX kJ por C-mol X)

foi calculada pela Equaccedilatildeo 6 como descrita no item 45 A equaccedilatildeo mostra que na

dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs estatildeo inclusos tanto a manutenccedilatildeo como o

crescimento celular A energia de Gibbs eacute utilizada tambeacutem para a manutenccedilatildeo das

funccedilotildees celulares como reposiccedilatildeo dos gradientes que faltam degradaccedilatildeo proteiacutenas

Esta energia de Gibbs eacute produzida pelo catabolismo de certas quantidades de

doadores de eleacutetrons (substratos)

No Graacutefico 26 ilustra o comportamento da dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs para

o crescimento e manutenccedilatildeo celular 1YGX em relaccedilatildeo ao tempo Como regra geral

esse paracircmetro bioenergeacutetico aumentou com o tempo em todas as condiccedilotildees

testadas como resultado do crescente niacutevel de biomassa que foi responsaacutevel por

diminuir a velocidade especiacutefica de crescimento Um aumento na intensidade

luminosa ateacute 120 mol de foacutetons m-2 s-1 favoreceu o crescimento de ceacutelulas por

causa de fotolimitaccedilatildeo com isso as exigecircncias de energia aumentaram

notavelmente no periacuteodo de tempo mais curto Por outro lado nenhum (ureacuteia) ou

muito pouco (nitrato) aumento de 1YGX foram observados na faixa da intensidade

luminosa de 120-240 mol de foacutetons m-2 s-1 por causa da obtenccedilatildeo das condiccedilotildees

de saturaccedilatildeo de luz Esse comportamento tambeacutem eacute consistente com os menores

valores de 1YGX previamente observados em tanques abertos (TORRE et al 2003)

o que permitiu um menor crescimento devido ao efeito de sombreamento (DANESI

et al 2004)

144

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado)

Com os dados da composiccedilatildeo elementar da biomassa seca obtida no final de

cada experimento foram calculados os coeficientes atocircmicos para os elementos C

N H O S principais elementos que constituem a composiccedilatildeo elementar da

biomassa Determinado o coeficiente atocircmico dos elementos C H O N S (descrito

no item 4653) e conhecendo-se os graus de reduccedilatildeo desses elementos (C = 4 H

=1 O = -2 S = 6 N-NH4+ = -3 ou N-NO3

- = 5) de acordo com os iacuteons nas quais satildeo

inseridos na biomassa (HCO3- H2O H+ O2 NH4

+ e SO4-2) foi possiacutevel calcular o

grau de reduccedilatildeo da biomassa (descrito no item 4654 Tabela 44) bem como os

coeficientes estequiomeacutetricos para balanccedilos de carbono nitrogecircnio oxigecircnio

enxofre carga iocircnica e poder de reduccedilatildeo para a produccedilatildeo fotoautotroacutefica de 1 mol

de carbono (C-mol) de biomassa seca usando NaNO3 e ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio de acordo com Heijnen (2001) em cada condiccedilatildeo estudada de acordo

com a aplicaccedilatildeo do princiacutepio de conservaccedilatildeo

O crescimento autotroacutefico pode ser representado por uma equaccedilatildeo de

balanccedilo de massa global onde as fontes de nitrogecircnio (NO3- ou NH4

+) e carbono

(HCO3-) H2O e H+ estatildeo envolvidas para a formaccedilatildeo de 1 C-mol de biomassa

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

145

a HCO3- + b NO3

- (or NH4+) + c H2O + d O2 + e H+ + f SO4

-2 +

CH1650O0531N0170S00007 = 0 (11)

Para esse propoacutesito foi usada a composiccedilatildeo elementar descrita por Cornet et

al (1992) (Equaccedilatildeo 11) ou a composiccedilatildeo elementar determinada

experimentalmente como descrita no item Materiais e meacutetodos

Os coeficientes estequiomeacutetricos foram estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa usados para a formaccedilatildeo da biomassa Os principais iacuteons envolvidos na

formaccedilatildeo da biomassa e seus respectivos coeficientes estequiomeacutetricos estatildeo

descritos na Tabela 44

Como pode ser observado o grau de reduccedilatildeo da biomassa (γX) calculado no

modelo da composiccedilatildeo da biomassa determinado experimentalmente neste trabalho foi

sempre um pouco maior com o nitrato (489 ndash 519) do que com ureacuteia (399 ndash 432)

como esperado pelo maior nuacutemero de oxidaccedilatildeo do nitrato (HEIJNEN 2001)

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de materiais de

carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da biomassa cultivada em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia como fontes de nitrogecircnio

HCO3- NO3

- NH4+ H2O O2 H+ SO4

-2 Biomassa

Δgf‟i

(kJ mol-1) -5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Coeficiente estequiomeacutetrico (mol C-molDM-1)

testes Ia a b b C d e f γX b

1 c 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 58

1 d 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

2 d 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

3 d 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

4 d 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

5 d 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

6 d 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432 a Intensidade luminosa (μmol m

-2 s

-1)

b Grau de reduccedilao da biomassa

c Composiccedilatildeo elementar da biomassa descrita por Cornet et al (1992)

d Composiccedilatildeo elementar da biomassa determinada experimentalmente

146

Estimando os coeficientes estequiomeacutetricos da reaccedilatildeo 11 e conhecendo a

energia de Gibbs de formaccedilatildeo de produtos e reagentes (Tabela 44) (HEIJNEN

2001) eacute possiacutevel calcular o numero de moles de foacutetons (Einsteins) para sustentar o

crescimento autotroacutefico de 1 C-mol de biomassa (nPh) pela Equaccedilatildeo 8 (item 45)

Embora os valores reais de Δgfi deveriam ter sido utilizados para este caacutelculo

foram utilizados os valores das condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo Torre et al (2003)

demostraram que as diferenccedilas entre a energia de Gibbs de formaccedilatildeo nas

condiccedilotildees reais de cultivo natildeo diferem entre si ou diferem natildeo mais que 3 apartir

de seus respectivos valores estimados com base nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

(T = 2984K C = 10M pH = 70) Por isso foram utilizados os valores de energia de

Gibbs nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

No entanto para o iacuteon H+ a energia de Gibbs de formaccedilatildeo (ΔgfH+) eacute por

definiccedilatildeo uma funccedilatildeo da cultura do pH Assim esse paracircmetro foi recalculado para

as condiccedilotildees reais da equaccedilatildeo de Gibbs

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg (Equaccedilatildeo 12)

Durante as reaccedilotildees luminosas da fotossiacutentese a energia livre carregada

pelos foacutetons eacute capturada por pigmentos (por exemplo a clorofila) organizadas em

grandes complexos de proteiacutenas chamado de centros de reaccedilatildeo A energia de um

foacuteton provoca excitaccedilatildeo eletrocircnica elevando um eleacutetron para um niacutevel maior de

energia exatamente igual agrave energia do foacuteton (hν) Satildeo exigidos um miacutenio de 8 foacutetons

para transferir 4 eleacutetrons de 2 moleacuteculas de H2O para reduzir a 2 moleacuteculas de

NADPH2 de acordo com a equaccedilatildeo

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2H+ (Reaccedilatildeo 12)

Subsequentemente os eleacutetrons satildeo transferidos do NADPH para o CO2

atraveacutes do ciclo de Calvin para produzir os constituintes da biomassa (RAVEN et al

2000)

Como mostrado na Graacutefico 27 a diminuiccedilatildeo progressiva da velocidade

especiacutefica de crescimento () ao longo do cultivo provocou um aumento (em valor

absoluto) no nuacutemero de Einsteins absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa

147

(nPh) Nos maiores valores de quase atingiu o valor teoacuterico de nPh relatado por

Richmond (1983) para sustentar o crescimento sob condiccedilotildees ideais que eacute de 8

Einsteins por C-mol de biomassa

Como jaacute foi observado em trabalho anterior (TORRE et al 2003) a exigecircncia

de energia adicional em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo ideal de 8 Einsteins C-mol DM-1 foi

insignificante no iniacutecio dos cultivos (alta velocidade especiacutefica de crescimento) e em

seguida aumentou consideravelmente durante a fase estacionaacuteria de cada

experimento sugerindo que em condiccedilotildees provavelmente limitada pelo

sombreamento a biomassa usa a energia preferencialmente para a manutenccedilatildeo

do que para o crescimento Em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de luz (no iniacutecio) ou de

sombreamento (na fase estacionaacuteria) um aumento progressivo da intensidade de

luz natildeo excedeu qualquer influecircncia significativa sobre este paracircmetro

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mol

DM

-1)

(dias -1)

148

Como mostrado no Graacutefico 27 as culturas com nitrato necessitam de maiores

valores de nPh para sustentar o crescimento autotroacutefico em relaccedilatildeo agraves culturas

utilizando ureacuteia Como as concentraccedilotildees celulares dos cultivos utilizando nitrato ou

ureacuteia foram semelhante em todas as intensidades luminosas (Item 61) a exigecircncia

adicional foacuteton nos cultivos com nitrato foi provavelmente utilizado para reduzir o

nitrato a amocircnio (HATORI MYERS 1966) que eacute a forma preferencial de nitrogecircnio

assimilado pela A platensis (BOUSSIBA et al 1984) Este efeito tambeacutem foi

observada por Torre et al (2003) em tanques abertos

Finalmente pode ser observado na mesma figura que o uso do modelo

bioenergeacutetico acima com os coeficientes relatados por Cornet et al (1992) para a

composiccedilatildeo da biomassa de A platensis (CHNOS) levou a resultados praticamente

coincidentes com aqueles obtidos utilizando as experimentais determinadas neste

trabalho Essa constataccedilatildeo demonstra que a composiccedilatildeo da biomassa tem um

impacto pouco significativo sobre os resultados de tal modelo bioenergeacutetico logo

poderia simplesmente ser usado como um instrumento geral assumindo os dados da

literatura sem a necessidade de qualquer determinaccedilatildeo da biomassa

No Graacutefico 28 mostra os comportamentos da produccedilatildeo molar de O2 e do

consumo de H+ durante os cultivos nas diferentes intensidades luminosas Essas

tendecircncias demonstram que as diferentes atividades de consumo e produccedilatildeo

seguem fielmente o crescimento celular O aumento progressivo desses paracircmetros

com a intensidade luminosa confirma que esta foi o fator limitante ao crescimento

nunca atingindo as condiccedilotildees de inibiccedilatildeo da luz Como esperado este

comportamento foi qualitativamente semelhante nas culturas utilizando nitrato como

fonte de nitrogecircnio

149

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como eacute conhecido a energia do fluxo de eleacutetrons entre o FSII e NADPH

direciona proacutetons atraveacutes da membrana plasmaacutetica criando uma forccedila motriz de

proacutetons que fornece energia para a siacutentese de ATP pela ATP sintase (LEHNINGER

2004) Portanto assumiu-se que uma parte da energia molar de Gibbs absorvida

pelos dois fotossistemas foi usada para converter ADP em ATP Como mostrado no

Graacutefico 29 os maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram obtidos no final do cultivo

devido a condiccedilotildees ambientais desfavoraacuteveis como a falta de nutrientes ou

liberaccedilatildeo de metaboacutelitos celulares No que se refere agrave intensidade luminosa os

maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram observados nas culturas a intensidades

luminosas iguais e maiores que 120 μmol de foacutetons m-2 s-1 que garantiu a maior

concentraccedilatildeo de ceacutelulas (Item 61) Os valores de ΔGa e ΔGATP natildeo aumentaram no

caso dos cultivos utilizando ureacuteia ou aumentou muito pouco no caso dos cultivos

utilizando nitrato na faixa de intensidade luminosa de 120 - 240 μmol de foacutetons m-2

s-1 devido agraves condiccedilotildees de saturaccedilatildeo de luz como mencionado anteriormente

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mo

lL

)

Tempo (dias)

150

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua)

No Graacutefico 30 mostra os resultados da energia fixada pela fotossiacutentese (ΔH)

e a liberada como calor (Q) a diferentes condiccedilotildees de intensidades luminosas e

fontes de nitrogecircnio Pode ser visto que no final de cultivos tanto ΔH como Q

aumentaram com a intensidade luminosa Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees de

excesso de luz parte da energia absorvida eacute dissipada termicamente atraveacutes de um

mecanismo natildeo fotoquiacutemico (Non-Photochemical Quenching) (MOZZO et al 2008)

e uma quantidade significativa de energia livre eacute perdida como calor durante as

reaccedilotildees bioquiacutemicas entre a absorccedilatildeo luz e a formaccedilatildeo carboidratos (HAUSKA

ARNALD 2000) Esse resultado foi atribuiacutedo a um mecanismo fisioloacutegico para

proteger o aparelho fotossinteacutetico contra fotodestruiccedilatildeo (KARAPETYAN 2008

HEBER et al 2006) cuja funccedilatildeo eacute desempenhada pelos complexos antena do

aparato fotossinteacutetico que muda forma de captaccedilatildeo de luz para uma forma de

dissipaccedilatildeo teacutermica eficiente (MOZZO et al 2008)

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

0 2 4 6 8 10 12

G

AT

P (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

151

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como era esperado pelo fato de que tanto a siacutentese de ATP como a formaccedilatildeo

de NADPH satildeo resultantes do mesmo complexo fotossinteacutetico o comportamento do

ΔH foi bastante semelhante ao observado para o ΔGATP

No Graacutefico 31 mostra a distribuiccedilatildeo percentual da energia luminosa absorvida

em funccedilatildeo do tempo nos cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 escolhidos como

exemplo Resultados qualitativamente semelhantes foram observados nos cultivos a

maiores intensidades luminosos (dados natildeo mostrados) Os cultivos com ureacuteia

apresentaram maiores valores de ηATP e ηF e menores valores de ηQ quando

comparado aos cultivos usando nitrato Isso pode ser explicado pelo fato de um

maior requerimento energeacutetico para a reduccedilatildeo de nitrato de amocircnia Aleacutem disso em

todos os experimentos a fraccedilatildeo de energia armazenada como ATP (ηATP) e a fixada

pelos sistemas (ηF) diminuiram ao longo do tempo enquanto que o liberado em

forma de calor (ηQ) aumentou

-2000

0

2000

4000

6000

8000

0 2 4 6 8 10

-H

Q

(k

J C

-mo

l D

M -1

)

Tempo (dias)

152

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( )

Os maiores valores ηATP e ηF foram por volta de 12 e 23-27 nas culturas

com nitrato e 15 e 31-34 em culturas com ureacuteia respectivamente Nos cultivos a

maiores intensidades luminosas (120 e 240 μmol de foacutetons mndash2 sndash1) os valores de ηF

diminuem mais acentuadamente que os cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 devido

agrave maior concentraccedilatildeo de ceacutelulas (item 61) que reduziu a disponibilidade de luz para

a ceacutelula (efeito de sombreamento) A disponibilidade de nutrientes eacute outro importante

fator ambiental influenciando a composiccedilatildeo do aparato fotossinteacutetico de

cianobacteacuterias Murakami et al (1997) tecircm mostrado que as respostas ao CO2 Na+

e estresse pela luz em Synechocystis sp provocam alteraccedilotildees no estado redox de

componentes entre os sistemas de transporte de eleacutetrons Da mesma forma a

diminuiccedilatildeo na disponibilidade de alguns nutrientes no final do cultivo de A platensis

pode ter contribuiacutedo para diminuir os valores de ηF Como esperado ηQ mostraram

um comportamento oposto aumentando progressivamente a partir dos valores

miacutenimos (60-66 com nitrato e 49-54 com ureacuteia) no iniacutecio do cultivo e cerca de

90 no final Isto significa que no final do cultivo da maior parte da energia

absorvida foi liberada como calor

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h (

)

Tempo (dias)

153

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores de diferentes configuraccedilotildees

Apoacutes a escolha da melhor condiccedilatildeo do cultivo de A platensis em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando CO2 de cilindro foram realizados

experimentos nas mesmas condiccedilotildees em fotobiorreator tubular espiralado para

avaliar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares Luo et al (2003) tem mostrado que a configuraccedilatildeo de

cada reator eacute um dos principais fatores que controlam a produtividade do cultivo

fotossinteacutetico Por isso foram comparadas as curvas de crescimento A platensis

duas diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares uma horizonal (Figura

7) e outra espiralada (Figura 8)

Como observado no Graacutefico 32 os crescimentos celulares da A platensis nos

diferentes fotobiorreatores foram semelhantes obtendo valores de concentraccedilotildees

celulares diaacuterias proacuteximas Isso pode ser explicado pela semelhanccedila nas condiccedilotildees

fiacutesicas entre os fotobiorreatores tais como diacircmetro interno do tubo velocidade de

escoamento do liacutequido bem como as condiccedilotildees de cultivos como a intensidade

luminosa temperatura meio de cultivo que foram mantidas as mais semelhantes

possiacuteveis

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Tempo (dias)

X (

mg

L-1)

154

7 Conclusotildees

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e produtividade em ceacutelulas

(Px) foram influenciados pela variaacutevel independente intensidade luminosa (I)

obtendo maiores valores quando submetidos a maiores intensidades luminosas Por

outro lado a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio (N) natildeo influenciou nesses

paracircmetros mostrando a viabilidade na substituiccedilatildeo do nitrato pela ureacuteia nos cultivos

de Artrhospira platensis

A variaacutevel independente intensidade luminosa natildeo influenciou no paracircmetro

fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) No entanto para variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio os cultivos utilizando ureacuteia apresentaram maiores

valores de YXN quando comparados aos cultivos com nitrato As diferentes fontes de

CO2 natildeo influenciaram nos paracircmetros analisados Xm Px e YXN Logo o CO2

juntamente com os volaacuteteis orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser utilizado para o cultivo da A plantesis sem interferir no crescimento celular

Na composiccedilatildeo centesimal da biomassa pode-se observar que intensidade

luminosa influenciou nos teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios obtendo maiores

valores de clorofila e proteiacutena nos cultivos a baixa intensidade luminosa enquanto

que nessas condiccedilotildees foram obtidos menores teores de lipiacutedios A fonte de

nitrogecircnio influenciou apenas no teor de clorofila obtendo maiores valores utilizando

nitrato como fonte de nitrogecircnio A fonte de CO2 natildeo influenciou na composiccedilatildeo da

biomassa Nenhuma das variaacuteveis independentes estudadas influenciou nos teores

de cinzas e carboidratos na biomassa final

Os resultados tambeacutem indicaram que todas as variaacuteveis independentes tiveram

uma certa influecircncia nos paracircmetros de bioenergeacutetica A dissipaccedilatildeo de energia de

Gibbs aumento com o tempo em todas as condiccedilotildees analisadas obtendo os maiores

valores em tempos mais curtos nos cultivos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente da fonte de nitrogecircnio selecionado O nuacutemero de moles de

foacutetons absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas

culturas com nitrato independentemente da intensidade luminosa Os maiores

valores de produccedilatildeo molar de O2 e do consumo de H+ foram obtidos com os valores

mais elevados de intensidade luminosa utilizando nitrato As fraccedilotildees da energia

direcionada para a siacutentese de ATP fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas

com ureacuteia quando comparadas com as culturas com nitrato que se revelou uma

fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o crescimento energicamente da A platensis

155

As diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares natildeo influenciaram

nas concentraccedilotildees celulares indicando que o formato do tubo que forma o

fotobiorreator seja horizontal ou espiralado natildeo interferem no crescimento da A

platensis

Com isso pode-se concluir que a intensidade luminosa eacute uma importante

variaacutevel que influencia nos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade

celular fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas bioenergeacuteticos e na

composiccedilatildeo quiacutemica da A platensis e que o emprego do CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica juntamente com a ureacuteia como fonte de nitrogecircnio pode ser

uma alternativa viaacutevel para o cultivo de A platensis em escala industrial

proporcionando uma reduccedilatildeo no custo de produccedilatildeo

156

8 Referecircncias bibliograacuteficas

ABELIOVICH A AZOV D Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds Applied and Environmental Microbiology v31 p801ndash806 1976

ACIEacuteN FERNANDEZ FG FERNANDEZ SEVILLA JM SANCHEZ PEREZ JA MOLINA GRIMA E CHISTI Y Airlift-driven external-loop tubular photobioreactors for outdoor production of microalgae assessment of design and performance Chemical Engineering Science v56 p2721-2732 2001

ADIR N ZER H SHOCHAT S OHAD I Photoinhibition a historical perspective Photosynthesis Research v76 p343ndash370 2003

AKIMOTO M OHARA T OHTAGUCHI K KOIDE K Carbon dioxide fixation and α-linolenic acid production by the hot-spring alga Cyanidium caldarium Journal of Chemical Engineering of Japan v27 n3 p329-333 1994

ANDRADE MR COSTA JAV Mixotrophic cultivation of microalga Spirulina platensis using molasses as organic substrate Aquaculture v264 p30ndash13 2007

ANDREOLI C SOUZA SP Cana-de-acuacutecar a melhor alternativa para conversatildeo da energia solar e foacutessil em etanol Economia e Energia ano X n59 dez2006jan2007 Disponiacutevel em httpecencomeee59eee59pcana_melhor_conversorlhtm Acesso em 03 Mar 2010

ASSOCIATION OF OFFICIAL OF ANALYTICAL CHEMISTS Official methods of analysis of AOAC International 16ed Arlington AOAC International 1998

AQUARONE E Penicillin and tetracycline as contamination control agents in alcoholic fermentation of sugbar cane molasses Applied Microbiology v8 p263-268 1960

BABADZHANOV AS ABDUSAMATOVA N YUSUPOVA FM FAIZULLAEVA N MEZHLUMYAN LG MALIKOVA MK Chemical composition of Spirulina platensis cultivated in Uzbekistan Chemistry of Natural Compounds v40 p276-279 2004

BANERJEE A SHARMA R CHISTI Y BANERJEE UC Botryococcus braunii a renewable source of hydrocarbons and other chemicals Critical Reviews in Biotechnology v22 p245-279 2002

BARBER J Photosystem II an enzyme of global significance Biochemical Society Transactions v34 p619-631 2006

BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Processos de fermentaccedilatildeo alcooacutelica e alguns fatores que afetam o desempenho fermentativo In AMORIM HV Processos de produccedilatildeo de aacutelcool controle e monitoramento 2ed Piracicaba FEALQFERMENTECESALQUSP 1996 103p

BASSO LC AMORIM HV OLIVEIRA AJ LOPES ML Yeast selection for fuel ethanol production in Brazil FEMS Yeast Research v8 n7 p1155ndash1163 2008

157

BECKER EW Microalgae biotechnology and microbiology Cambridge New York Cambridge University Press 1995 293p (Cambridge studies in biotechnology 10)

BELAY A The potential application of Spirulina (Arthrospira) as a nutritional and therapeutic supplement in health management Journal of the American Nutraceutical Association v5 n2 p26-49 2002

BELAY A OTA Y Production of high quality Spirulina at earthrise farms In PHANG SM BOROWITZKA MA WHITON B eds Algal biotechnology in the Asia-Pacific region Kuala Lumpur University of Malaysia 1994 p92-102

BELAY A OTA Y MIYAKAWA K SHIMAMATSU H Current knowledge on potential health benefits of Spirulina Journal of Applied Phycology v5 n2 p235-241 1993

BELKIN S BOUSSIBA S High internal pH conveys ammonia resistance in Spirulina platensis Bioresource Technology v38 n23 p167-169 1991a

BELKIN S BOUSSIBA S Resistance of Spirulina platensis to ammonia at high pH values Plant and Cell Physiology v3 p952-958 1991b

BERMAN T CHAVA S Algal growth on organic compounds as nitrogen sources Journal of Plankton Research v21 n8 1423-1437 1999

BERRY S BOLYCHEVTSEVA YV ROGNER M KARAPETYAN NV Photosynthetic and respiratory electron transport in the alkaliphilic cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis Photosynthesis Research v78 p67ndash76 2003

BEZERRA RP MATSUDO MC CONVERTI A SATO S CARVALHO JCM Influence of the ammonium chloride feeding time and the light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Biotechnology and Bioengineering v100 p297-305 2008

BINAGHI L DEL BORGHI A LODI A CONVERTI A DEL BORGHI M Batch and fed-batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochemistry v38 p1341-1346 2003

BOROWITZKA MA Microalgae as sources of fine chemicals Current Microbiology v3 p372-375 1986

BOROWITZKA MA Commercial production of microalgae ponds tanks tubes and fermenters Journal of Biotechnology v70 p313ndash321 1999

BORZANI W Fermentaccedilatildeo semicontiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coords Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p219-222

BOUSSIBA S Ammonia uptake in the Alkalophilic Cyanobacterium Spirulina platensis Plant and Cell Physiology v30 n2 p303-308 1989

BOUSSIBA S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and

158

environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p36-72

BOUSSIBA S RESCH CM GIBSON J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria Archives of Microbiology v138 p287-392 1984

BRODY M BRODY SS Induced changes in the photosynthetic efficiency of Porphyridium cruentum II Archives of Biochemistry and Biophysics v96 p354-359 1962

CACHOT T MUumlLLER M PONS M Kinetics of volatile metabolites during alcoholic fermentation of cane molasses by Sacchamoryces cerevisiae Applied Microbiology and Biotechnology v35 p345-454 1991

CAMACHO RUBIO F ACIEacuteN FERNANDEZ FG SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F MOLINA GRIMA E Prediction of dissolved oxygen and carbon dioxide concentration profiles in tubular photobioreactors for microalgal culture Biotechnology and Bioengineering v62 p71-86 1999

CANtildeIZARES-VILLANUEVA RO DOMIacuteNGUEZ AR CRUZ MS RIacuteOS-LEAL E Chemical composition of cianobacteria grown in diluted aerated swine wastewater Bioresource Technology v51 p111-116 1995

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors of photoautotrophs Biotechnology and Bioengineering v51 p51-60 1996

CARLOZZI P Dilution of solar radiation through ldquoCulturerdquo lamination in photobioreactor rows facing SouthndashNorth a way to improve the efficiency of light utilization by Cyanobacteria (Arthrospira platensis) Biotechnology and Bioengineering v81 n3 p305-315 2003

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors Applied Microbiology and Biotechnology v54 p14-22 2000

CARLOZZI P PINZANI E Growth characteristics of arthrospira platensis cultured inside a new close-coil photobioreactor incorporating a mandrel to control culture temperature Biotchnology and Bioengineering v90 n6 p675-684 2005

CARLOZZI P TORZILLO G Productivity of Spirulina in a strongly curved outdoor tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v45 n12 p18-23 1996

CARRIERI D ANANYEV G BROWN T DISMUKES GC In vivo bicarbonate requirement for water oxidation by Photosystem II in the hypercarbonate-requiring cyanobacterium Arthrospira maxima Journal of Inorganic Biochemistry v101 n1112 p1865ndash1874 2007

CARVAJAL N FERNANDEZ M RODRIGEZ JP DONOSO M Urease of Spirulina maxima Phytochemistry v21 p2821-2823 1982

159

CARVALHO JCM Contribuiccedilatildeo ao estudo dos processos descontiacutenuo alimentado de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Satildeo Paulo 1994 334p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

CARVALHO JCM SATO S Fermentaccedilatildeo descontiacutenua alimentada In BORZANI W SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 v2 p205-218

CARVALHO JCM FRANCISCO FR ALMEIDA KA SATO S CONVERTI A Cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis (Cyanophyceae) by fed-batch addition of ammonium chloride at exponentially-increasing feeding rates Journal of Phycology v40 p589-597 2004

CARVALHO JCM VITOLO M SATO S AQUARONE E Ethanol production by Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch process optimization by response surface methodology Applied Biochemistry and Biotechnology v110 n3 p151-164 2003

CEROacuteN GARCIacuteA MC FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ FG MOLINA GRIMA E GARCIacuteA CAMACHO F Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol growth rate and fatty acid profile Journal of Applied Phycology v12 n4 p239-248 2000

CEZARE EA Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de Spirulina platensis empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado Satildeo Paulo 1998 166p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

CHAMORRO G SALAZAR M ARAUJO KGL SANTOS CP CEBALLOS G CASTILLO LF Actualizacion en la farmacologiacutea de Spirulina (Arthrospira) un alimento no convencional Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v52 n3 p232-240 2002

CHANG EH YANG SS Microalgae for biofixation of carbon dioxide Botanical Bulletin of Academia Sinica v44 p43-52 2003

CHELF P BROWN LM WYMAN CE Aquatic biomass resources and carbon dioxide trapping Biomass and Bioenergy v4 p175ndash183 1993

FENG C High cell density culture of microalgae in heterotrophic growth Trends in Biotechnology v14 n11 p421-426 1996

CHEN T ZHENG W YANG F BAI Y WONG Y Mixotrophic culture of high selenium-enriched Spirulina platensis on acetate and the enhanced production of photosynthetic pigments Enzyme and Microbial Technology v39 p103ndash107 2006

CHISTI MY Airlift bioreactors London New York Elsevier Applied Science 1989 345p (Elsevier Applied Biotechnology Series)

160

CHISTI Y Biodiesel from microalgae Biotechnology Advances v25 n3 p294ndash306 2007 [Review]

CHITNIS PR Photosystem I Function and physiology Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v52 p593ndash626 2001

CHOI KH CHISTI Y MOO-YOUNG M Influence of the gas liquid separator design on hydrodynamic and mass transfer performance of split-channel airlift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v62 p327-332 1995

CHOJNACK K NOWORYTA A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme and Microbial Technology v34 p461ndash465 2004a

CHOJNACKA K MAacuteRQUEZ-ROCHA FJ Kinetic and stoichiometric relationships of the energy and carbon metabolism in the culture of microalgae Biotechnology v3 n1 p21-32 2004b

CIFERRI O Spirulina the edible microorganism Microbiological Reviews v47 n4 p551-578 1983

CIFERRI O TIBONI O The biochemistry and industrial potential of Spirulina Annual Review of Microbiology v39 n3 p503-526 1985

COGNE G LEHMANN B DUSSAP C GROS J Uptake of Macrominerals and trace elements by the Cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira platensis PCC 8005) under photoautotrophic conditions culture medium optimization Biotechnology and Bioengineering v81 n5 p588-593 2003

COLLIER JL BRAHAMSHA B PALENIK B The marine cyanobacterium Synechococcus sp WH7805 requires urease (urea amidohydrolase EC 3515) to utilize urea as a nitrogen source molecular-genetic and biochemical analysis of the enzyme Microbiology v145 447-459 1999

CONVERTI A LODI A DEL BORGHI A SOLISIO C Cultivation of Spirulina platensis in a combined airlift-tubular reactor system Biochemical Engineering Journal v32 p13ndash18 2006a

CONVERTI A SCAPAZZONI S LODI A CARVALHO JCM Ammonium and urea removal by Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v33 p8ndash16 2006b

CORNET JF DUSSAP CG CLUZEL P DUBERTRET G A structured model for simulation of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnology and Bioengineering v40 n7 p826ndash834 1992

CORONIL T LARA C GUERRERO MG Shift in carbon flow and stimulation of amino-acid turnover induced by nitrate and ammonium assimilation in Anacystis nidulans Planta v189 n3 p461-467 1993

161

COSTA JAV COZZA KL OLIVEIRA L MAGAGNIN G Different nitrogen sources and growth responses of Spirulina platensis in microenvironments World Journal of Microbiology amp Biotechnology v7 p439ndash442 2001

COSTA JAV COLLA ML DUARTE FILHO PF Improving Spirulina platensis biomass yield using a fed-batch process Bioresource Technology v92 n3 p237ndash241 2004

CYSEWSKI GR WILKE CR Process design and economic studies of alternetive fermentation methods for the production of ethanol Biotechnology and Bioengineering v20 p1421ndash1444 1978

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S An investigation of effect of replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v23 p261-269 2002

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S Effect of reducing the light intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v26 p329-335 2004

DE BEER D STOODLEY P LEWANDOWSKI Z Liquid flow in heterogeneous biofilm Biotechnology and Bioengineering v44 p636-364 1994

DORN T Nitrogen source In University of Nebraska-Lincoln Disponiacutevel em httplancasterunleduagfactsheets288htm Acesso em 26 set 2007

ELOFF JN STEINITZ Y SHILO M Photooxidation of Cyanobacteria in natural conditions Applied and Environmental Microbiology v31 n1 p119-126 1976

ESTRADA JE BESCOS P VILLAR DEL FRESNO AM Antioxidant activity of different fractions de Spirulina plantesis protean extract Farmaco v56 p497-500 2001

FACCIOTTI MCR Fermentaccedilatildeo contiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p223-246

FAINTUCH BL Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Satildeo Paulo 1989 192p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

FALCONE M MARQUES AB Estudo sobre as condiccedilotildees de hidroacutelise do HCl na dosagem de accediluacutecares redutores totais (ART) Tecnologia de Alimentos amp Bebidas v4 p24-30 1965

FERRAZ CAM Produccedilatildeo de Spirulina maxima influecircncia de ecofatores e uso de um sub produto da induacutestria alcooeira Revista de Microbiologia v17 n1 p70-74 1986

162

FLORES E HERRERO A Assimilatory nitrogen metabolism and its regulation In BRYANT DA ed The molecular biology of cyanobacteria Dordrecht Kluwer Academic Publishers 1994 p487ndash517

GANTT E Phycobilisomes Annual Review of Plant Physiology v32 p327ndash347 1981

GARRITY GM BOONE DR CASTENHOLZ RW eds Bergeyrsquos manual of systematic bacteriology the archaea and the deeply branching and phototrophic bacteria 2ed New York Springer 2001 v1 p540-543

GEIDER RJ MACINTYRE HL KANA TM Dynamic model of phytoplankton growth and acclimation responses of the balanced growth rate and the chlorophyll a carbon ratio to light nutrient-limitation and temperature Marine Ecolology Progress Series v148 p187-200 1997

GIOIELLI JA Modificaccedilatildeo Industrial de oacuteleos e gorduras Satildeo Paulo Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica 1997 pag 253

GOLDEMBERG J Biomassa e energia Quiacutemica Nova v32 n3 p582-587 2009

GOLDEMBERG J Ethanol for a sustainable energy future Science v315 p808-2010 2007

GOMBOS Z WADA H MURATA N The Recovery of photosynthesis from low-temperature photoinhibition is accelerated by the unsaturation of membrane lipids a mechanism of chilling tolerance Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v91 p8787-8791 1994

GORDILLO FJL JIMEacuteNEZ C FIGUEROA FL XAVIER NIELL F Effects of increased atmospheric CO2 and N supply on photosynthesis growth and cell composition of the cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira) Journal of Applied Phycology v10 p461ndash469 1999

GREGERSSEN L JORGENSEN SB Supervision of fed-batch fermentations Canadian Journal of Chemical Engineering v75 p69-76 1999

GRIFFITHS DJ Chlorophyll b-containing oxygenic photosynthetic prokaryotes oxychlorobacteria (prochlorophytes) Botanical Review v72 n4 p330ndash366 2006

GRUSZECKI WI WOJTOWICZ K KRUPA Z STRZALKA K A direct measurement of thermal energy dissipation in the photosynthetic apparatus during induction of fluorescence Journal of Photochemistry and Photobiology B Biology v22 p23ndash27 1994

GUERREIRO MA ANDRIETTA SR MAUGERI F Expert for design of an industrial fermentation plant for the production alcohol Journal of Chemical Technology and Biotechnology v68 p163-170 1997

GUERRERO MG LARA C Assimilation of inorganic nitrogen In FAY P VAN BAALEN C eds The cyanobacteria Amsterdam New York Elsevier 1987 p163ndash186

163

HANAGATA N TAKEUCHI T FUKUJU Y BARNES DJ KARUBE I Tolerance of microalgae to high CO2 and high temperature Phytochemistry v31 p3345-3348 1992

HATTORI A MYERS J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of Anabaena cylindrica I Reduction of nitrite to ammonia Plant Physiology v41 n6 p1031ndash1036 1966

HAUSKA G ARNALD M Energy transduction in the Z-sheme In YUNUS M MOHANTY P PATHRE U eds Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation London Taylor amp Francis 2000 p108-126

HEATHCOTE P JONES MR FYFE PK Type I photosynthetic reaction centres structure and function Philosophical Transactions of the Royal Society B Biological Sciences v358 p231ndash243 2003

HEBER U BILGER W SHUVALOV VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-oxidation Journal of Experimental Botany v57 n12 p2993ndash3006 2006

HEIJNEN JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic perspective In RATLEDGE C KRISTIANSEN B eds Basic biotechnology Cambridge Cambridge University Press 2001 p45ndash58

HENDRY GAF Chlorophylls and chlorophyll derivatives In HENDRY GAF HOUGHTON JD Natural food colorants 2ed London Blackil Academic and Professional 1996 p131-155

HENDRY GAF PRICE AH Stress indicators chlorophylls and carotenoids In HENDRY GAF GRIME JP eds Methods in comparative plant ecology London Chapman amp Hall 1993 p148-152

HERRERO A MURO-PASTOR AM FLORES E Nitrogen control in cyanobacteria Journal of Bacteriology v183 n2 p411ndash425 2001

HERRERO A FLORES E Nitrate metabolism RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p1ndash25

HILL J NELSON E TILMAN D POLASKY S TIFFANY D Environmental economic and energetic costs and benefits of biodiesel and ethanol biofuels Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v103 n30 p11206ndash11210 2006

HIRATA S TAYA M TONES S Continuous cultures of Spirulina platensis under photoautotrophic conditions with change in light intensity Journal of Chemical Engineering of Japan v31 n4 p636-639 1998

HOUMARD J Gene transcription in filamentous cyanobacteria Microbiology v140 p433-441 1994

164

HU Q GUTERMAN H RICHMOND A A flat inclined modular photobioreactor for outdoor mass cultivation from the cyanobacterium Synechococcus UTEX 625 after rapid quenching of the active CO2 transport system Canadian Journal of Botany v75 p981ndash997 1996

INGLEDEW WM Alcohol production by Saccharomyces cerevisiae a yeast primer in the alcohol textbook 3ed United Kingdom Nottingham University Press 1999 pag 49-87

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas analiacuteticas do Instituto Adolfo Lutz meacutetodos quiacutemicos e fiacutesicos para anaacutelise de alimentos 3ed Satildeo Paulo IAL 1985 v1 226p

JANSSEN M TRAMPER J MUR LR WIJFFELS RH Enclosed outdoor photobioreactors light regime photosynthetic efficiency scale-up and future prospects Biotechnology and Bioengineering v81 n2 p193-210 2003

JEAMTON W Molecular cloning and characterization of the phycocyanin genes from Spirulina platensis C1 Thailand 1997 140p Thesis of Master - School of Bioresources and Technology - King Mongkut‟s Institute of Technology Thonburi

JHA P ALI A RAGHURAM N Nitrate-Induction of nitrate reductase and its inhibition by nitrite and ammonium ions in Spirulina platensis Physiology and Molecular Biology of Plants v13 n2 p163-167 2007

JIMENEZ C COSSO BR LABELLA D XAVIER NIELL F The feasibility of industrial production of Spirulina (Arthrospira) in Southern Spain Aquaculture v217 n1 p179-190 2003

JONES RP PAMMENT N GREENFIELD PF Alcohol fermentation by yeast the effect of environmental and other variable Process Biochemistry v16 n3 p42-49 1981

JOSLYN MA Alcoholometry In ______ ed Methods in food analysis physical chemical and instrumental methods of analysis New York Academic Press 1970 p451 (Food Science and Technology)

QIAN K BOROWITZKA MA Light and nitrogen deficiency effects on the growth and composition of Phaeodactylum tricornutum Applied Biochemistry and Biotechnology v38 n12 p93-103 1993

KANG R WANG J SHI D CONG W CAI Z OUYANG F Interactions between organic and inorganic carbon sources during mixotrophic cultivation of Synechococcus sp Biotechnology Letters v26 p1429ndash1432 2004

KAPLAN A REINHOLD L CO2 concentrating mechanisms in photosynthetic microorganisms Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v50 p539ndash570 1999

KARAPETYAN NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynthesis Research v97 n3 p195ndash204 2008

165

KHESHGI HS PRINCE RC Sequestration of fermentation CO2 from ethanol production Energy v30 p1865ndash1871 2005

KHOTIMCHENKO SV YAKOVLEVA IM Lipid composition of the red alga Tichocarpus crinitus exposed to different levels of photon irradiance Phytochemistry v66 p73ndash79 2005

KIM CJ JUNG YH OH HM Factors indicating culture status during cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Journal of Microbiology v45 n2 p122-127 2007

KOBAYASHI M KAKIZONO T YAMAGUCHI K NISHIO N NAGAI S Growth and astaxanthin formation of Haematococcus pluvialis in heterotrophic and mixotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v74 p12-20 1992

KOCK JLF VENTER P SMITH DP VANWYK PWJ BOTES PJ COETZEE DJ POHL CH A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟ phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek v77 p401ndash406 2000

KOMMAREDDY AR ANDERSON GA Mechanistic modeling of a photobioreactor system In ASAE ANNUAL INTERNATIONAL MEETING Tampa 2005 Acta Saint Joseph American Society of Agricultural Engineers 2005 1 CD-ROM

KOSHIMIZU LH MELO CRUZ MR VALDEOLIVAS RI BUENO NETO CL RAMOS GONCcedilALVES AR ROMERO DE LA IGRESIA M BORZANI W Fermentaccedilatildeo alcooacutelica em uma uacutenica dorna em escala piloto Brasil Accedilucareiro v102 p14-21 1983

KUMAR DP MURTHY SDS Photoinhibition induced alterations in energy transfer process in phycobilisomes of PS II in the Cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Biochemistry and Molecular Biology v40 n5 p644-648 2007

LARA C GUERRERO MG Interactions between carbon and nitrogen metabolism In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p131-148

LAW EA BERNING JL Photosynthetic efficiency optimization studies with macroalga Gracilaria tikvihae implication for CO2 emission control from power plants Bioresource Technology v37 p25-33 1991

LAWS EA SATORU T HIRATA J PANG L Optimization of microalgae production in a shallow outdoor flume Biotechnology and Bioengineering v32 p140ndash147 1987

LEA PJ Nitrogen metabolism In LEA PJ LEEGOOD RC eds Plant biochemistry and molecular biology Chichester New York John Wiley 1993 cap7 p155-180

166

LEDUY A SAMSON R Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnology Letters v4 n5 p303-306 1982

LEDUY A ZAJIC JE A geometrical approach for differentiation of an experimental function at a point applied to growth and product formation Biotechnology and Bioengineering v25 p805ndash810 1973

LEDUY A THERIEN N An improved method for optical density measurement of the semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnology and Bioengineering v19 p1219-1224 1977

LEE YK Algal nutrition heterotrophic carbon nutrition In RICHMOND A ed Handbook of microalgal culture biotechnology and aplied phycology Oxford Blackwell Science 2004 p116-124

LEE YK Commercial production of microalgae in the Asia-Pacific rim Journal of Applied Phycology v9 p403-411 1997

LEE YK Microalgal mass culture systems and methods their limitation and potential Journal of Applied Phycology v13 p307-315 2001

LEHNINGER AL NELSON DL COX MM Principles of biochemistry 4ed New York W H Freeman 2004 1158 pag

LI DM QI YZ Spirulina industry in China present status and future prospects Journal of Applied Phycology v9 p25ndash28 1997

LI Y ZHANG J XIE J ZHAO J JIANG L Temperature-induced decoupling of phycobilisomes from reaction centers Biochimica et Biophysica Acta v1504 n23 p229-234 2001

LIANG S LIU X CHENG F CHEN Z Current microalgal health food R amp D activities in China Hydrobiologia v512 p45ndash48 2004

LIMA UA BASSO LC AMORIN HV Produccedilatildeo de etanol In LIMA VA AQUARONE E BORZANI W SCHIMIDELL N Biotecnologia industrial processos fermentativos e enzimaacuteticos Satildeo Paulo Eggard Bucher 2001 v3 p1-43

LIU X ZHAO J WU Q Oxidative stress and metal ions effects on the cores of phycobilisomes in Synechocystis sp PCC 6803 FEBS Letters v579 n21 p4571ndash4576 2005

LORENZ RT A review of Spirulina and Haematococcus algae meal as a carotenoid and vitamin supplement for poultry Sl Cyanotech Corporation 1999 (Spirulina Pacifica Technical Bulletin 53) Disponiacutevel em httpwwwclimatebabescomdocumentsAlgae20Spirulina20food20supplementpdf Acesso em 25 Mar 2010

167

LU C VONSHAK A Photoinhibition in outdoor Spirulina platensis cultures assessed by polyphasic chlorophyll fluorescence transients Journal of Applied Phycology v11 n4 p355-359 1999

LU C ZHANG J Role of light in the response of PSII photochemistry to salt stress in the cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Experimental Botany v51 n346 p911-917 2000

LUO HP KEMOUN A AL-DAHHAN MH SEVILLA JMF SAacuteNCHEZ JLG CAMACHO FG GRIMA EM Analysis of photobioreactors for culturing high-value microalgae and cyanobacteria via an advanced diagnostic technique CARPT Chemical Engineering Science v58 p2519ndash2527 2003

MA X CHEN KW LEE YK Growth of Chlorella outdoors in a changing light environment Journal Applied Phycology v9 p425ndash430 1997

MACINTYRE HL KANA TM ANNING T GEIDER RJ Photoacclimation of photosynthesis irradiance response curves and photosynthetic pigments in microalgae and cyanobacteria Journal of Phycology v38 p17ndash38 2002

MAGALHAtildeES MMA Fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de melaccedilo influecircncia da adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio ao mostro no teor de proteiacutena e levedura residual Satildeo Paulo 1978 85p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Engenharia Quiacutemica Escola Politeacutecnica ndash Universidade de Satildeo Paulo

MAMEDE MEO PASTORE GM Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo dos compostos majoratoacuterios da fermentaccedilatildeo de mosto de uva por leveduras isoladas da regiatildeo da ldquoSerra gauacutechardquo (RS) Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v24 n3 p453-458 2004

MANRIQUE REOL E Los pigmentos fotosinteacuteticos algo maacutes que la captacioacuten de luz Ecosistemas v12 n1 2003 Disponiacutevel em httpruauaesdspacebitstream1004589581ECO_1228129_08pdf Acesso em 7 agost 2009

MARQUES F Vias para avanccedilar como liacuteder do etanol Pesquisa FAPESP n149 Jul 2008 Disponiacutevel em httprevistapesquisafapespbrart=3574ampbd=1amppg=1 Acesso em 9 mar 2010

MARQUEZ FJ NISHIO N NAGAI S SASAKI K Enhancement of biomass and pigment production during growth of Spirulina platensis in mixotrophic culture Journal of Chemical Technology and Biotechnology v6 p159ndash164 1995

MAacuteRQUEZ FJ SASAKI K KAKIZONO T NISHIO N NAGAI S Growth characteristics of Spirulina platensis in mixotrophic and heterotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v76 p408-410 1993

MARZZOCO A TORRES BB Bioquiacutemica baacutesica 2ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1999 388p

MASOJIacuteDEK J PAPAacuteČEK Š SERGEJEVAVAacute M JIRKA V ČERENŶ J KUNC J KOREČKO J VERBOVIKOVA O KOKPECKY J ŜTYS D

168

TORZILLO G A closed solar photo bioreactor for cultivation of microalgae under supra-high irradiance basic design and performance Journal of Applied Phycology n15 p239ndash248 2003

MATA AM Engineering photosynthetic systems for bioregenerative life support Barcelona 2007 274p Tese de Doutorado ndash Escola Teacutecnica Superior de Engenharia - Universidade Autonoma de Barcelona

MATSUNAGA T SUDO H TAKEMASA H WACHI Y NAKAMURA N Sulfated extracellular polysaccharide production by the halophilic cyanobacterium Aphanocapsa halophytia immobilized in light-diffusing optical fibers Applied Microbiology and Biotechnology v45 p24-27 1996

MCCARTY RE EVRON Y JOHNOSON EA The chloroplast ATP synthase a rotary enzyme Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v51 p83-109 2000

MCEVOY JP GASCON JA BATISTA VS BRUDVIG GW The mechanism of photosynthetic water splitting Photochemical amp Photobiological Sciences v4 p940ndash949 2005

MELIS A Photosystem-II damage and repair cycle in chloroplasts what modulates the rate of photodamage in vivo Trends in Plant Science v4 p130ndash135 1999

MENDOZA H MARTEL A JIMEacuteNEZ DEL RIacuteO M GARCIacuteA REINA G Oleic acid is the main fatty acid related with carotenogenesis in Dunaliella salina Journal of Applied Phycology v11 n1 p15-19 1999

MERCHUK JC LADWA N CAMERON A BULMER M BERZIN I PICKETT AM Liquid flow and mixing in concentric tube air-lift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v66 p174-182 1996

MIAO X WU Q Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil Bioresource Technology v97 p841ndash846 2006

MIRANDA MS CINTRA RG BARROS SB MANCINI FILHO J Antioxidant activity of the microalga Spirulina maxima Brazilian Journal of Medical and Biological Research v31 n8 p1075-1079 1998

MOBLEY HLT HAUSINGER RP Microbial ureases significance regulation and molecular characterization Microbiological Reviews v53 n1 p85ndash108 1989

MOHANTY P SCRIVASTAVA M KRISHNA KB The photosynthetic apparatus of Spirulina electron transport and energy transfer In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p17-72

MOLINA E FERNAacuteNDEZ J ACIEacuteN FG CHISTI YTubular photobioreactor design for algal cultures Journal of Biotechnology v92 p113ndash131 2001

MOLINA GRIMA E SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM FERNAacuteNDEZ FG URDA CARDONA J Biomass

169

and icosapentanoic acid productivities from an outdoor batch culture of Phaeodactylum tricornutum UTEX 640 in an airlift tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v42 p658-663 1995

MOumlLLERSTEN K YAN J MOREIRA JR Potential market niches for biomass energy with CO2 capture and storage opportunities for energy supply with negative CO2 emissions Biomass and Bioenergy v25 p273ndash285 2003

MORAIS MG COSTA JAV Biofixation of carbon dioxide by Spirulina sp and Scenedesmus obliquos cultivated in a three-stage serial tubular photobioreactor Journal of Biotechnology v129 p439ndash445 2007b

MORAIS MG COSTA JAV Carbon dioxide fixation by Chlorella kessleri Chlorella vulgaris Scenedesmus obliquus and Spirulina sp cultivated in flasks and vertical tubular photobioreactors Biotechnology Letters v29 p1349ndash1352 2007a

MORIST A MONTESINOS JL CUSIDOacute JA GOacuteDIA F Recovery and treatment of Spirulina platensis cells cultured in a continuous photobioreactor to be used as food Process Biochemistry v37 p535-547 2001

MOZZO M PASSARINI F BASSI R VAN AMERONGEN H CROCE R Photoprotection in higher plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of Photosystem II Biochimica et Biophysica Acta Bioenergetics v1777 n10 p1263-1267 2008

MUGGLI DL HARRISON PJ Effects of nitrogen source on the physiology and metal nutrition of Emiliania huxleyi grown under different iron and light conditions Marine Ecology Progress Series v130 p255-267 1996

MUumlHLING M BELAY A WHITTON BA Screening Arthrospira (Spirulina) strains for heterotrophy Journal of Applied Phycology v17 p129ndash135 2005

MURAKAMI A KIM SJ FUJITA Y Changes in photosystem stoichiometry in response to environmental conditions for cell growth observed with the Cyanophyte synechocystis PCC 6714 Plant and Cell Physiology v38 n4 p392-397 1997

MURO-PASTOR MI FLOREcircNCIO FJ Regulation of ammonium assimilation in cianobacterium Plant Physiology and Biochemistry v41 p595ndash603 2003

NAKAJIMA Y UEDA R Improvement of photosynthesis in dense microalgal suspension by reduction of light harvesting pigments Journal of Applied Phycology v9 p503ndash510 1997

NARAYAN MS MANOJ GP VATCHRAVELU K BHAGYALAKSHIMI N MAHADEVASWAMY M Utilization of glycerol as carbon source on the growth pigment and lipid production in Spirulina platensis International Journal of Food Sciences and Nutrition v56 n7 p521-528 2005

NELSON N BEN-SHEM A Photosystem I reaction center past and future Photosynthesis Research v73 p193ndash206 2002

170

NELSON N YOCUM CF Structure and function of photosystems I and II Annual Review of Plant Biology v57 p521ndash565 2006

NERANTZIS ET TZOVENIS IP STAMATIADIS S GIANNAKOPOULOU E MANIATIS L Continuous production of Arthrospira (=Spirulina) platensis in a helical photobioreactor Disponiacutevel em httpwwwsrcosmosgrsrcosmosshowpubaspxaa=8290 Acesso em 26 mar 2010

NIEVA M VALIENTE EF Inorganic carbon transport and fixation in cells of Anabaena variabilis adapted to mixotrophic conditions Plant and Cell Physiology v37 p1ndash7 1996

OCHOA DE ALDA JAG TAPIA M LLAMA MJ SERRA JL Changes in photosynthetic yield amino acids and organic acids are induced by ammonium addition to cells of Phormidium laminosum (Cyanophyceae) Journal of Phycology v32 p602-608 1996

OGAWA T TERUI G Studies on the growth of Spirulina platensis on the pure culture of Spirulina platensis Journal of Fermentation Technology v48 p361-367 1970

OGBONNA JC MASUI H TANAKA H Sequential heterotrophic autotrophic cultivation an efficient method of producing Chlorella biomass for health food and animal feed Journal of Applied Phycology v9 p359ndash366 1997

OGBONNA JC TANAKA H Light requirement and photosynthetic cell cultivation development of processes for efficient light utilization in photobioreactors Journal of Applied Phycology v12 p207ndash218 2000

OGBONNA JC TANAKA H Industrial-size photobioreactors CHEMTECH v27 n7 p43-49 1997

OGBONNA JC TOMIYAMA S TANAKA H Production of α-tocopherol by sequential heterotrophic-photoautotrophic cultivation of Euglena gracilis Journal of Biotechnology v70 n13 p213ndash221 1999

OLGUIacuteN EJ GALICIA S HERNAacuteDEZ E ANGULO O The effect of low light flux and nitrogen deficiency on the chemical composition of Spirulina sp growth on pig waste Bioresource Technology v77 p19-24 2001

OMATA T OHMORI M ARAI N OGAWA T Genetically engineered mutant of the cyanobacterium Synechococcus PCC 7942 defective in nitrate transport Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v86 p6612ndash6616 1989

ONO E CUELLO JL Design parameters ofsolar concentrating systems for CO2-mitigating algal photobioreactors Energy v29 p1651ndash1657 2004

PALINSKA KA JAHNS T RIPPKA R TANDEAU DE MARSAC N Prochlorococcus marinus strain PCC9511 a picoplanktonic cyanobacterium synthesizes the smallest urease Microbiology v146 p3099ndash3107 2000

171

PAOLETTI C PUSHPARAJ B TOMASELLI FL Ricerche sulla nutrizione minerale di S platensis In CONGRESSO NAZIONALE DELLA SOCIETAacute ITALIANA DI MICROBIOLOGIA 17 Padova 1975 Atti Padova 1975 p845-853

PELIZER LH DANESI EDG RANGEL CO SASSANO CEN CARVALHO JCM SATO S MORAES IO Influence of inoculum age and concentration in Spirulina platensis cultivation Journal of Food Engineering v56 p371-375 2003

PELIZER LH SASSANO CE CARVALHO JCM SATO S GIOELLI LA MORAIS IO Padronizaccedilatildeo do meacutetodo de secagem da biomassa de Spirulina platensis Revista de Farmaacutecia e Quiacutemica v32 n1 p37-40 1999

PEREGO Jr L Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua de mosto de melaccedilo influecircncia da concentraccedilatildeo do mosto e da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo na estabilidade do sistema a 32 ordmC Satildeo Paulo 1979 162p Tese de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

PIERCE WC HAENISCH EL Quantitative analysis 3ed New York John Willey 1948 497p

PINTO LS VIERA LM PONS MN FONSECA MMR MENEZES JC Monitorizaccedilatildeo de processos bioloacutegicos III Anaacutelise digital de imagem Boletim de Biotecnologia Disponiacutevel em httpdequimistutlptbbio70pdfAnalise_Digital_de_Imagempdf Acesso em 30 set 2007

PIORRECK M BAASCH KH POHL P Biomass production total protein chlorophylls lipids and fatty acids of freshwater green and blue-green algae under different nitrogen regimes Phytochemistry v23 p207-216 1984

PRASANNA R SOOD A SURESH A NAYAK S KAUSHIK BD Potentials and applications of algal pigments in biology and industry Acta Botanica Hungarica v49 n12 p131-156 2007

PULZ O SCHEIBENBOGEN K Photobioreactors design and performance with respect to light energy input Advances in Biochemical EngineeringBiotechnology v59 p123-152 1998

RAFIQUL IM JALAL KCA ALAM MZ Environmental factors for optimisation of spirulina biomass in laboratory culture Biotechnology v4 n1 p19-22 2005

RAI AK Purification and properties of urease from a cyanobacterium Anabaena doliolum FEMS Microbiology Letters v61 n3 p319-322 1989

RAI AK SINGH S Urease of blue-green algae (Cyanobacteria) Anabaena doliolum and Anacystis nidulans Current Microbiology v16 n2 p113-117 1987

RANGEL-YAGUI CA DANESI EDG CARVALHO JCM SATO S Chlorophyll production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process Bioresource Technology v92 p133ndash141 2004

172

RAPP A VERSINI G Influence of nitrogen compounds in grapes on aroma compounds of wine In INTERNATION SYMPOSIUM ON NITROGEN IN GRAPES AND WINE Seattle 1991 Proceedings Seattle American Society for Enology and Viticulture 1991 p156-164

RAVAGNANI MASS THONERN WI CABALLERO JA A mathematical model for the composition of Brazilian ethanol shares for exportation to be blended to gasoline Energy Policy v35 n10 p5060ndash5063 2007

RAVEN JA KIumlBLER JE BEARDALL J Put out the light and then put out the light Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom v80 n1 p1-25 2000

REICHERT CC REINEHR CO COSTA JAV Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium Spirulina platensis in a closed photobioreactor Brazilian Journal of Chemical Engineering v23 n1 p23-28 2006

RICHMOND A Large scale microalgal culture and applications Progress in Phycological Research v7 p269ndash330 1990

RICHMOND A Phototrophic microalgae In REHM HJ REED G KIESLICH K BRAUER H PAPE H KENNEDY JF JACOBSON GK eds Biotechnology Weinheim Verlag Chemie 1983 v3 p109ndash143

RICHMOND A Microalgal biotechnology at the turn of the millennium a personal view Journal of Applied Phycology v12 p441ndash451 2000

RICHMOND A GROBBELAAR JU Factors affecting the output rate of Spirulina platensis with reference to mass cultivation Biomass v10 p253-264 1986

RICHMOND T LICHTENBERG B STAHL B VONSHAK A Quantitative assessment of the major limitations os productivity os Spirulina platensis in open receways Journal of Applied Phycology v2 p195-206 1990

ROMANO P FIORE C PARAGGIO M CARUSO M CAPECE A Function of yeast species and strains in wine flavour International Journal of Food Microbiology v86 p169ndash180 2003

ROMERO JM LARA C Photosynthetic assimilation of N03- by intact cells of the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v83 p208-212 1987

Romero FAPESP Satildeo Paulo Agecircncia Fapesp Disponiacutevel em httpwwwagenciafapespbr Acesso em 19 mar 2007

ROUKAS T Pretreatment of beet molasses pullulan production to increase Process Biochemistry v33 p805-810 1998

CAMACHO RUBIO F GARCIA CAMACHO F FERNANDEZ SEVILLA J M CHISTI Y MOLINA GRIMA E A mechanistic model of photosynthesis in microalgae Biotechnology and Bioengineering v81 n4 p459-473 2003

RUSSELL JB Quiacutemica geral Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil 1982 897p

173

SAKAMOTO T BRYANT DA Nitrate transport and not photoinhibition limits growth of the freshwater cyanobacterium synechococcus species PCC 6301 at low temperature Plant Physiology v119 p785ndash794 1999

SAMUELSSON G LONNEBORG A ROSENQVIST E GUSTAFSSON P OEQUIST G Photoinhibition and reactivation of photosynthesis in the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v79 n4 p992-995 1985

SAacuteNCHEZ-LUNA LD BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnology and Bioengineering v96 p702-711 2007

SAacuteNCHEZ-LUNA LD CONVERTI A TONINI GC SATO S CARVALHO JCM Continuous and pulse feedings of urea as a nitrogen source in fed-batch cultivation of Spirulina platensis Aquacultural Engineering v31 n34 p237-245 2004

SASSANO CEN Influecircncia da ureacuteia no crescimento e no teor do aacutecido graxo γ-linolecircnico na biomassa de Spirulina platensis Satildeo Paulo 1999 144p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

SASSANO CEN CARVALHO JCM GIOIELLI LA SATO S TORRE P CONVERTI A Kinetics and bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen source Applied Biochemistry and Biotechnology v112 p143ndash150 2004

SAWAYAMA S INOUE S DOTE Y YOKOYAMA SY CO2 fixation and oil production through microalga Energy Conversion and Management v36 p729ndash31 1995

SCHENK PM THOMAS-HALL SR STEPHENS E MARX UC MUSSGNUG JH POSTEN C KRUSE O HANKAMER B Second generation biofuels high-efficiency microalgae for biodiesel production BioEnergy Research v1 n1 p20ndash43 2008

SCHLOumlSSER UG Sammlung von algenkulturen Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft v95 p181-276 1982

SCHOEFS B Chlorophyll and carotenoid analysis in food products properties of the pigments and methods of analysis Trends in Food Science amp Technology v13 n11 p361-371 2002

SHIMAMATSU H Mass production of Spirulina an edible microalga Hydrobiologia v512 p39-44 2004

SIEGEL MH ROBINSON CW Applications of airlift gas-liquidolidreactors in biotechnology Journal of Chemical Technology and Biotechnology v47 p3215-3229 1992

174

SMITH BM MORRISSEY PJ GUENTHER JE NEMSON JA HARRISON MA ALLEN JF MELIS A Response of the photosynthetic apparatus in Dunaliella salina (Green Algae) to irradiance stress Plant Physiology v93 p1433-1440 1990

SOBCZUK TM CAMACHO FG RUBIO FC FERNANDEZ FGA GRIMA EM Carbon dioxide uptake efficiency by outdoor microalgal cultures in tubular airlift photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v67 n4 p465-475 2000

SOLETTO D BINAGHI L FERRARI L LODI A CARVALHO JCM ZILLI M CONVERTI A Effects of carbon dioxide feeding rate and light intensity on the fed-batch pulse-feeding cultivation of Spirulina platensis in helical photobioreactor Biochemical Engineering Journal v39 n2 p369-375 2008

SOLETTO D BINAGHI L LODI A CARVALHO JCM CONVERTI A Batch and fed-batch cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources Aquaculture v243 p217ndash224 2005

SOLOVCHENKO AE KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z MERZLYAK MN Effects of light and nitrogen starvation on the content and composition of carotenoids of the green microalga parietochloris incise Russian Journal of Plant Physiology v55 n4 p455ndash462 2008

SOLOVCHENKO E KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z NERZLYAK M Effects of light intensity and nitrogen starvation on growth total fatty acids and arachidonic acid in the green microalga Parietochloris incisa Journal of Applied Phycology v20 p245ndash251 2008

SOMOGY M Notes on sugar determination Journal of Biological Chemistry v195 p19-23 1952

SONOIKE K Photoinhibition of photosystem I Its physiological significance in the chilling sensitivity of plants Plant and Cell Physiology v37 n3 p239-247 1996

SOUNDARAPANDIAN P VASANTHI B Effects of chemical parameters on spirulina platensis biomass production optimized method for phycocyanin extraction International Journal of Zoological Research v4 n1 p1-11 2008

SPOLAORE P JOANNIS-CASSAN C DURAN E ISAMBERT A Commercial applications of Microalgae Journal of Bioscience and Bioengineering v101 n2 p87-96 2006

STANCA D POPOVIC E Urea as nitrogen source in modified Zarrouk medium Revue Roumaine de Biologie Serie de Biologie Vegetale v41 n1 p25-31 1996

STANIER RY COHEN-BAZIRE G Phototrophic prokaryotes the cyanobacteria Annual Review of Microbiology v31 p225-274 1977

STREIT NM CANTERLE LP CANTO MW HECKTHEUER LHH As clorofilas Ciecircncia Rural v35 n3 p748-755 2005

175

SU C GIRIDHAR R CHEN C WU W A novel approach for medium formulation for growth of a microalga using motile intensity Bioresource Technology v98 p3012ndash3016 2007

SUKENIK A TCHERNOV D KAPLAN A HUERTAS E LUBIAN LM LIVNE A Uptake efflux and photosynthetic utilization of inorganic carbon by the marine Eustigmatophyte nannchloropsis Journal of Phycology v33 n6 p969-974 1997

TAKANO H ARAI T IRANO M MATSUGANA T Effects of intensity and quality of light on phycocyanin production by a marine cyanobacterium Synechococcus sp NKBG 042902 Applied Microbiology and Biotechnology v43 p1014-1018 1995

TANDEAU DE MARSAC N HOUMARD J Adaptation of cyanobacteria to environmental stimuli new steps towards molecular mechanisms FEMS Microbiology Reviews v104 n12 p119-189 1993

TELFER A HE W-Z BARBER J Spectral resolution of more than one electron donor in the isolated Photosystem II reaction center Biochimica et Biophysica Acta v1017 p143-151 1990

TERRY KL Photosynthesis in modulated light quantitative dependence of photosynthetic enhancement on flashing rate Biotechnology and Bioengineering v28 p988ndash995 1986

TOKUSOGLU Ouml UumlNAL MK Biomass nutrient profiles of three microalgae Spirulina platensis Chlorella vulgaris and Isochrisis galbana Journal of Food Science v68 n4 p1144-1148 2003

TOMASELLI L Morphology ultrastructure and taxonomy of arthrospira (Spirulina) maxima and Arthrospira (Spirulina) platensis In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p79-99

TOMASELLI L MARGHERI MC SACCHI A Effects of light on pigments and photosynthetic activity in a phycoerythrin-rich strain of Spirulina su bsalsa Aquatic Microbial Ecology v9 p27-31 1995

TORRE P SASSANO CEN SATO S CONVERTI A GIOIELLI LA CARVALHO JCM Fed-batch addition of urea for Spirulina platensis cultivation thermodynamics and material and energy balances Enzyme and Microbial Technology v33 n5 p698ndash707 2003

TORZILLO G SACCHI A MATERASSI R RICHMOND A Effect of temperature on yield and night biomass loss in Spirulina platensis grown outdoors in tubular photobioreactors Journal of Applied Phycology v3 p103ndash109 1991

TRAVIESO L HALL DO RAO KK BENIacuteTEZ F SAacuteNCHEZ E BORJA R A helicaltubular photobioreactor producing Spirulina in a semicontinuous mode International Biodeterioration amp Biodegradation v47 p151ndash155 2001

176

TREDICI MR Bioreactors photo In FLICKINGER MC DREW SW eds Encyclopedia of bioprocess technology fermentation biocatalysis and bioseparation New York Wiley 1999 v1 p395ndash419

TREDICI MR Mass production of microalgae photobioreactors In RICHMOND A ed Handbook of microalgal cultures biotechnology and applied phycology Oxford Blackwell 2004 p178ndash214

TREDICI MR ZITTELLI CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v57 n2 p187ndash197 1998

VACHHANI A VONSHAK A Genetics of Spirulina In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p67ndash77

VALDUGA E VALEacuteRIO A TREICHELE H DI LUCCIO M JACQUES RA FUacuteRIGO Jr A Preacute-tratamentos de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar e aacutegua de maceraccedilatildeo de milho para a bioproduccedilatildeo de carotenoacuteides Quiacutemica Nova v30 n8 p1860-1866 2007

VALLADARES A MONTESINOS ML HERRERO A FLORES E An ABC-type high-affinity urea permease identified in cyanobacteria Molecular Microbiology v43 n3 p703ndash715 2002

VAN EYKELENBURG C The ultrastructure of Spirulina platensis in relation to temperature and light intensity Antonie van Leeuwenhoek v45 n3 p369-390 1979

VERNEREY A ALBIOL J LASSEUR C GODIA F Scale-up and design of a pilot-plant photobioreactor for the continuous culture of Spirulina platensis Biotechnology Progress v17 n3 p431-438 2001

VOGEL AI Anaacutelise quiacutemica quantitativa 6ed Rio de Janeiro Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos 2002 462 p

VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 223p

VONSHAK A KANCHARAKSA N BUNNAG B TANTICHAROEN M Role of ligh and photosynthesis on the acclimation process of the cyanobacterium Spirulina platensis to salinity stress Journal Applied Phycology v8 p119-124 1996

VONSHAK A RICHMOND A Mass production of the blue alga Spirulina an overiew Biomass v15 p233-247 1988

WANG B LI Y WU N LAN CQ CO2 bio-mitigation using microalgae Applied Microbiology and Biotechnology v79 p707ndash718 2008

WANG Y LI Y SHI D SHEN G RU B ZHANG S Characteristics of mixotrophic growth of Synechocystis sp in an enclosed photobioreactor Biotechnology Letters v24 p1593ndash1597 2002

177

WARD OP Biotecnologia de la fermentacion principios processos y productos Zaragoza Editorial Acribia 1989 274p

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic CO2 fixation technologies using a helical tubular bioreactor incorporating the filamentous cyanobacterium Spirulina platensis Energy Conversion and Management v36 n69 p721-724 1995a

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic production of the filmaentous cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v44 p693-698 1996

WATANABE Y DE LA NOUE J HALL DO Photosynthetic performance of a helical tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnology and Bioengineering v47 n2 p261-269 1995b

WEN YW CHEN F Optimization of nitrogen sources for heterotropic production of eicosapentanoic acid by the diatom Nitzschia laevis Enzyme and Microbial Technology v29 p341ndash347 2001

WHEALS AE BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Fuel etanol after 25 years Trends in Biotechnology v17 p482-487 1999

WHYTE JNC Biochemical composition and energy content of six species of phytoplankton used in mariculture of bivalves Aquaculture v60 p231-241 1987

XU N ZHANG X FAN X HAN L TSENG CK Effects of nitrogen source and concentration on growth rate and fatty acid composition of Ellipsoidion sp (Eustigmatophyta) Journal of Applied Phycology v13 p463ndash469 2001

YANG C HUA Q SHIMIZU K Energetics and carbon metabolism during growth of microalgal cells under photoautotrophic mixotrophic and cyclic light-autotrophicdark-heterotrophic conditions Biochemical Engineering Journal v6 p87ndash102 2000

YOUNG EB BEARDALL J Modulation of photosynthesis and inorganic carbon acquisition in a marine microalga by nitrogen iron and light availability Canadian Journal of Botany v83 p917ndash928 2005

YUN YS LEE SB PARK JM LEE CI YANG JW Carbon dioxide fixation by algal cultivation using wastewater nutrients Journal of Chemical Technology and Biotechnology v69 p451ndash455 1997

ZHANG XW ZHANG YM CHEN F Kinetic models for phycocyanin production by high cell density mixotrophic culture of the microalga Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v21 p283ndash288 1998

ZHANG K MIYACHI S KURANO N Evaluation of a vertical flat-plate photobioreactor for outdoor biomass production and carbon dioxide bio-fixation effects of reactor dimensions irradiation and cell concentration on the biomass productivity and irradiation utilization efficiency Applied Microbiology and Biotechnology v55 p428ndash433 2001

178

ANEXOS

Artigos publicados submetidos e em fase de redaccedilatildeo para perioacutedicos internacionais

ANEXO 1 - BEZERRA RP MONTOYA EYO SATO S PEREGO P

CARVALHO JCM CONVERTI A Effects of light intensity and dilution rate on the

semicontinuous cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis A kinetic Monod-type

approach Bioresource Technology 102 p3215 - 3219 2011

ANEXO 2 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and

light intensity on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects Biomass and Bioenergy

ANEXO 3 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source

for the fed-batch cultivation of Arthrospira platensis Biomass and Bioenergy

BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM

Chemical composition of the A platensis biomass cultivated on CO2 from alcoholic

fermentation Em fase de Redaccedilatildeo

179

ANEXOS

180

Anexo 1

181

182

183

184

185

Anexo 2

Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and light intensity

on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Patrizia Perego

b Attilio

Convertibc

Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo Paulo-

SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

186

ABSTRACT

The bioenergetics of the photoautotrophic growth of the cyanobacterium Arthrospira

(Spirulina) platensis was investigated in different bioreactor configurations (tubular

photobioreactor and open ponds) using different nitrogen sources (nitrate and urea) and under

different light intensity conditions Although an increase in the light intensity increased the

Gibbs energy dissipated for cell growth and maintenance in both nitrogen sources it did not

exert any appreciable influence on the moles of photons absorbed by the system to produce

one C-mol biomass On the other hand both bioenergetic parameters were higher in cultures

with nitrate than with urea likely because of the higher energy requirements needed to reduce

the former nitrogen source to ammonia They appreciably increased also when open ponds

were substituted by the tubular photobioreactor where a more efficient light distribution

ensured a remarkably higher cell mass concentration The estimated percentages of the energy

absorbed by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher energy fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to this better

bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost alternative nitrogen

source for A platensis cultures in photobioreactors

Keywords Arthrospira (Spirulina) platensis bioenergetics nitrogen source light intensity

bioreactor configuration

187

1 Introduction

The production of the cyanobacterium Arthrospira platensis is increasing due to its high

content of highly-valuable proteins fundamental amino acids vitamins β-carotene and other

pigments mineral substances essential fatty acids and polysaccharides which find

application in several industrial productions like those of health foods and therapeutics [1]

Environmental factors such as light intensity and nitrogen source are well known to

influence the growth of photosynthetic microorganism In the absence of any other limiting

factor cell concentration increases with light intensity until reaching maximum biomass

concentration that is denominated ldquosaturation levelrdquo Light intensities higher than the

saturation level provoke damage of cell photosynthetic apparatus due to a phenomenon called

ldquophotooxidationrdquo or ldquophotoinhibitionrdquo

The nitrogen source is an additional environmental factor influencing cell growth

because this element is mainly used to form proteins and nucleic acids Alternative sources of

nitrogen such as urea [23] and ammonium salts [4] have been investigated in substitution of

nitrate to reduce the cost of large-scale A platensis cultivation

Also the reactor configuration can impact on cell growth Appropriately-designed

photobioreactors can in fact reduce the cultivation area by a vertical distribution of the

photosynthetic organism and enlarge the surface exposed to light thus increasing cell

concentration Tubular reactors allow for better light distribution and then higher

photosynthetic efficiency with respect to the conventional mini-ponds [56] where the cells

are subject to full light radiation at the surface and darkness at the bottom [7]

Only a few studies emphasized the bioenergetic aspects of the growth of

photosynthetic microorganisms based on Gibbs energy balances The Gibbs energy

dissipation per C-mol of biomass can be regarded as a simple thermodynamic measure of the

amount of biochemical work required to convert the carbon source into biomass by the

proper irreversible carbon-carbon coupling and oxidationreduction reactions [8] Up to now

188

the bioenergetics of the cyanobacterium A platensis were uninvestigated either in bench-scale

open ponds using urea and KNO3 as nitrogen sources [910] or in rectangular vessel under

different light intensities [11] To shed further light on these aspects in this study we

investigated the bioenergetics of this cyanobacterium when cultivated in tubular

photobioreactor under different light intensities and using different nitrogen sources and

compared these results with those previously obtained in open ponds [9]

2 Material and methods

21 Photobioreactors and culture conditions

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was cultivated either in open ponds [9] on the

medium of Paoletti et al [12] or in tubular photobioreactor [13] on the medium of Schloumlsser

[14] both containing nitrate as nitrogen source The initial cell concentration and pH were set

at 400 mg l-1

[15] and 95 [1617] respectively

Open ponds cultivations were carried out elsewhere in the same medium of Paoletti et

al [12] at photosynthetic photon flux density (PPFD) of 72 μmol photons mndash2

sndash1

25 ordmC [9]

On the other hand for tubular photobioreactor cultivations we used the medium of Schloumlsser

[14] as well as medium in which NaNO3 was substituted by urea These runs were carried out

at 60 le PPFD le 240 μmol photons mndash2

sndash1

29 ordmC and the pH was controlled at 95 plusmn 02 by

pure CO2 addition Since the operating conditions at the lowest PPFD values were very

similar any difference in the kinetics and bioenergetics was ascribed to the different

bioreactor configurations The amount of urea to be daily added was estimated by an equation

describing the experimental growth curve obtained under non-limited conditions with NaNO3

as nitrogen source as previously described [13] Under these conditions the bioenergetics of

the system was investigated comparing the different nitrogen sources

189

22 Analytical determinations

The cell concentration of A platensis was determined by measuring the optical density of

cultures at 560 nm using a spectrophotometer model 600 PLUS (FEMTO Satildeo Paulo Brazil)

The optical density data were converted to cell dry weight by a calibration curve The

elemental composition of biomass obtained at the end of each run was determined by an

elemental analyzer Flash EA1112 series (CE Instruments Wigan UK)

Light intensity at the culture surface was measured using a quantum sensor model LI-

190 SB (Li-Cor Inc Lincoln NE USA) connected to a quantumradiometerphotometer

model LI-189 B

23 Theory

The Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance (1YGX) was estimated

according to Heijnen [18] by the equation (1)

G

GXGX

m

YY

max

11

(1)

in which max

GXY is the maximum biomass yield on Gibbs energy that corresponds to 986 C-

molX kJ-1

in photoautotrophic cultivation with CO2 as a carbon source [18]

In this equation the specific growth rate μ was defined according to Leduy and Zajic

[19] as

190

1

ln1

i

i

X

X

t

(2)

where Xi and Xi-1 are the biomass concentrations at the end and the beginning of the time

interval elapsing between two consecutive measurements (Δt = 1 day) while mG is the

biomass specific rate of Gibbs energy dissipation for maintenance corresponding to 45 and

712 kJ C-molX-1

h-1

at 25 and 29 degC respectively [18]

To estimate the moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth nPh it

was necessary to resort to the Gibbs energy balance taking into account the energy

contributions for the growth 1YGX and the absorption of 1 Einstein of photons ΔgPh in

addition to those of formation of substrates and products Δgfi as described by the equation

ΔgfHCO3- +ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfO2

+ ΔgfH+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0

(3)

The value of ΔgPh = 2062 kJ mol-1

was estimated through the equation

A

Ph

hcNg

(4)

being h = 6626 10

-34 J the Planck constant c = 299

10

8 m s

-1 the light velocity NA = 6022

10

23 photons Einstein

-1 the Avogadro number and λ = 580 nm the wavelength of absorbed

photons [9]

191

According to Torre et al [9] 2 photons at 580 nm are absorbed by the second

photosystem (PSII) and used to transfer 2 electrons to the first one (PSI) releasing two

photons with less energy Therefore knowing nPh we estimated the total molar Gibbs energy

absorbed by the photosynthesis (-ΔGa)

ΔGa = nPh ΔgPh

(5)

According to Torre et al [9] the molar O2 production (qO2) and H

+ consumption

(qH+) were calculated by multiplying their respective stoichiometric coefficients by the cell

concentration expressed in C-mol l-1

using the experimental biomass elemental composition

-ΔGa was assumed to be the sum of the energy fixed by the system to increase its own

enthalpic content (ΔH) that transformed into ATP and used for the growth and maintenance

(ΔGATP) and the released heat (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0

(6)

where ΔGATP and ΔH were calculated from nPh the Gibbs energy associated to 1 ATP mol

and the average potential variation between PSI and PSII [9]

3 Results and discussion

Fig 1 shows the growth curves of A platensis using nitrate (A) or urea (B) as nitrogen

sources in open ponds [910] or in tubular photobioreactor at different PPFD values A

192

progressive increase in PPFD up to 240 μmol photons m-2

s-1

favored the growth of this

cyanobacterium and a maximum cell concentration of about 3500 mg l-1

was obtained almost

irrespectively of the nitrogen source These results suggest that the light intensity was the

factor limiting the growth under the selected conditions while ongoing experiments (results

not shown) point out that photosaturation takes place at PPFD ge 240 μmol photons m-2

s-1

Such a maximum PPFD threshold is higher than those reported for Erlenmeyer flasks (100-

150 μmol photons m-2

s-1

) [21] rectangular photobioreactor (138 - 229 μmol photons mndash2

sndash1

)

[22] and long open ponds (156 μmol photons mndash2

sndash1

) [23] Moreover even at PPFD of only

60 μmol photons m-2

s-1

(Fig 1) the final cell concentration was more than twice that

previously obtained in open pond under similar experimental conditions (25 degC 72 μmol

photons m-2

s-1

) [10] which suggests a better light distribution in the tubular photobioreactor

Fig 2 illustrates the behavior of Gibbs energy dissipation for cell growth and

maintenance 1YGX versus the time As a general rule this bioenergetic parameter increased

with the time under all the tested conditions as a result of the increasing biomass level that

was responsible for a decrease in the specific growth rate An increase in PPFD up to 120

μmol photons m-2

s-1

favored cell growth because of photolimitation therefore the energy

requirements mainly for maintenance remarkably increased On the contrary none (urea) or

very little (nitrate) increase in 1YGX took place in the PPFD range of 120-240 μmol photons

m-2

s-1

because of the achievement of light saturation conditions This behavior is also

consistent with lower 1YGX values previously observed in open ponds [9] where the well-

known shadowing effect [24] hindered the growth

The photoautotrophic growth can be represented by an overall mass balance equation

where the nitrogen (NO3- or NH4

+) and carbon (HCO3

-) sources H2O O2 SO4

-2 and H

+ are

involved in the formation of 1 C-mol biomass

193

a HCO3- + b NO3

- (or NH4

+) + c H2O + d O2 + e H

+ + f SO4

-2 + CH1650O0531N0170S00007 = 0

(7)

To this purpose we used either the elemental composition of biomass reported by

Cornet et al [25] utilized here as an example or those experimentally determined as

described in Material and methods

To make these redox reactions between electron acceptor and donor possible the

Gibbs energy is used by the cell to enable the construction of the complex biomass molecules

from the inorganic carbon source The respective stoichiometric coefficients estimated

through material balances of carbon nitrogen oxygen sulfur charge and reduction degree are

listed in Table 1 It should be noticed that the reduction degree of biomass (γX) calculated

from biomass composition experimentally determined in this work was always appreciably

higher with nitrate (489-519) than with urea (399-432) as expected by the higher oxidation

number of the former compound [18] In addition both this parameter and the nitrogen

stoichiometric coefficient were appreciably lower when using the elemental composition

experimentally determined in this work (Table 1) because the nitrogen content of biomass

under the selected conditions was always lower than that reported by Cornet et al [25]

The moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth of 1 C-mol

biomass (nPh) were calculated by Eq (3) Although the actual Δgfi values should have been

used for this calculation Torre et al [9] demonstrated that the Gibbs energy of formation

under the actual variable conditions of a cultivation does not differ at all or differs by no more

than 3 from that estimated under standard biological conditions On the contrary ΔgfH+ is

by definition a function of the pH So this parameter was recalculated for the actual

conditions by the well-known equation of Gibbs

194

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg

(8)

As shown in Fig 3 the progressive decrease in the specific growth rate throughout the

cultivations brought about a corresponding increase (in absolute value) in the Einsteins

absorbed to produce one C-mol biomass (nPh) As expected at the highest growth rates this

parameter approached theoretical values very close to that reported by Richmond [26] to

sustain growth under ideal conditions (only 8 effective Einsteins C-molDM-1

)

During the light reactions of photosynthesis the free energy carried by photons is in

fact captured by pigments (ex chlorophyll) held in large protein complexes called ldquoreaction

centersrdquo When a special chlorophyll molecule of PSII absorbs the energy of a photon (hν) an

electron gains higher energy level Because this state of an electron is very unstable it is

transferred from one to another molecule creating a chain of redox reactions referred to as

Electron Transport Chain (ETC) The electron flow goes from PSII to cytochrome b6f of PSI

where the electron gets the energy from another photon The final electron acceptor is

NADP+ which produces NADPH A minimum of 8 photons is then required to transfer 4

electrons from 2 H2O molecules to produce 2 NAPDH molecules according to the equation

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2 H

+

(9)

Subsequently the electrons are transferred from NAPDH to CO2 through the Calvin cycle to

produce biomass constituents [27]

As already observed in previous work [9] the additional energy requirement with

respect to the ideal situation of 8 effective Einsteins C-molDM-1

is negligible at the beginning

195

of cultivations (high specific growth rates) and then considerably increases during the

stationary phase This suggests that under conditions likely limited by shadowing biomass

uses energy preferentially for maintenance rather than for growth Although the behavior of

nPh was qualitatively similar for cultivations performed in open ponds and in tubular

photobioreactor (Fig 3) the excess light requirements in the latter configuration were

certainly due to the higher levels of biomass ensured by more effective distribution As

expected a progressive increase in the light intensity did not exert any appreciable influence

on this nPh (Einstein C-molDM-1

)

In addition the cultures with nitrate needed highest nPh values to sustain the

autotrophic growth compared to those with urea even though the cell concentration was

similar at all the PPFD values (Fig 1) Thus the additional photon requirement was likely

utilized to reduce nitrate to ammonia [28] which is the preferential nitrogen form assimilated

by A platensis [29] This effect was also observed by Torre et al [9] in open ponds It should

also be noticed that the use in the above bioenergetic model of the coefficients reported by

Cornet et al [25] for A platensis biomass composition (CH1650O0531N0170S00007) led to

results practically coincident to those obtained using the experimental ones determined in this

work (Fig 3) This observation demonstrates that biomass composition has a negligible

impact on the predictions by the model and then it could be used as a general tool to elaborate

data from the literature without any determination of biomass composition

Fig 4 shows the time behaviors of molar development of O2 and consumption of H+

during the cultivations performed either in open pond or in the tubular photobioreactor at

variable PPFD These trends clearly demonstrate that both activities faithfully followed cell

growth being biomass the final product of the photosynthetic metabolism and were lower in

the open pond compared with the tubular photobioreactor consistently with the better light

distribution in the latter reactor configuration Moreover their progressive increase with

PPFD confirms that the light intensity was the factor actually limiting the growth and that the

196

system never reached photoinhibition conditions This behavior was qualitatively similar in

the cultures using nitrate as nitrogen source (data not shown) As expected by the above-

mentioned need of reducing nitrate to ammonia as an obligatory intermediate to utilize any

nitrogen source [30] both parameters were higher using nitrate than urea

As is well known the energy from flow of electrons between PSII and NADPH drives

protons across the plasma membrane creating a proton-motive force that provides the energy

for ATP synthesis by ATP synthase [31] Therefore it was assumed that a portion of molar

Gibbs energy absorbed by the two photosystems was used to convert ADP to ATP As shown

in Fig 5 the highest -ΔGa and ΔGATP values were obtained at end of cultivation due to

unfavorable environmental conditions such as the lack of nutrients or release of cell

metabolites As far as the influence of light intensity is concerned the highest energy

requirements were observed for cultures performed at PPFD up to 120 μmol photons m-2

s-1

which ensured the highest cell concentration (Fig 1) As previously mentioned the -ΔGa and

ΔGATP values did not increase (urea) or increased very little (nitrate) in the PPFD range of 120

ndash 240 μmol photons m-2

s-1

because of light saturation conditions A qualitatively similar

behavior was observed for cultures using nitrate in tubular photobioreactor (results not

shown) Moreover at the lowest PPFD values both parameters showed similar behaviors in

open pond and in tubular photobioreactor which means that the reactor configuration had

negligible influence on them

Fig 6 shows the results of the energy fixed by photosynthesis (-ΔH) and that released

as heat (Q) under different conditions of light intensity nitrogen source and reactor

configuration It can be seen that at the end of cultivations both parameters increased with

light intensity Almost coincident results were also obtained using nitrate as nitrogen source

(results not shown) As is well known under excess light conditions part of the absorbed

energy is thermally dissipated via a mechanism called Non-Photochemical Quenching (NPQ)

[32] and a significant quantity of free energy is lost as heat during the biochemical reactions

197

between light absorption and carbohydrate formation [33] Such a result has been ascribed to

a certain physiological mechanism to protect the photosynthetic apparatus against

photodestruction [3435] where a fundamental role is played by the antenna complexes of

photosynthetic apparatus which would switch from a light harvesting form to an efficient

thermal dissipation form [32]

As expected by the fact that both the ATP synthesis and the formation of NADPH

implied in the biosynthetic pathways are resulting from the activity of the same

photosynthetic apparatus [33] the ΔH behavior was quite similar to that observed for ΔGATP

Fig 7 shows the percentage distribution of the light energy absorbed versus time at the

lowest PPFD chosen as an example but qualitatively similar results were observed at higher

PPFD values As expected by the additional energy requirements of nitrate-to-ammonia

reduction cultures with urea compared with those with nitrate exhibited higher energy

fractions stored as ATP (ηATP) and fixed by the system to increase its enthalpic content (ηF)

and lower fraction released as heat (ηQ) Moreover in all the experiments both ηATP and ηF

decreased along the time whereas ηQ increased

The highest ηATP and ηF values were around 12 and 23ndash27 in cultures with nitrate

and 15 and 31ndash34 in those with urea respectively In cultures performed at the highest

PPFD values (120 and 240 μmol photons mndash2

sndash1

) ηF decreased more sharply than at the

lowest ones (results not shown) because of the highest cell concentrations (Fig 1) that

reduced the light availability to the cell (shading effect) The nutrient availability is another

important environmental factor influencing the composition of cyanobacterial photosynthetic

apparatus Murakami et al [36] have shown that the responses to CO2 Na+

and light stresses

in Synechocystis sp cause alterations in the redox state of intersystem electron transport

components Likewise the decrease in the availability of some nutrient at the end of our A

platensis cultivations may have contributed to lower ηF As expected ηQ showed an opposite

behavior progressively increasing from minimum values at the beginning of cultures (60-

198

66 with nitrate and 49-54 with urea) to around 90 at the end This means that at the end

of any cultivation most of the energy absorbed is released as heat

Similar behaviors were observed using either open ponds with nitrate or the tubular

photobioreactor with both nitrogen sources which means that the energy distribution was not

appreciably influenced by the reactor configuration

4 Conclusions

The results of the current study indicate that the bioenergetic parameters of the blue-green

cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis were influenced by bioreactor

configuration nitrogen source and photosynthetic photon flux density (PPFD) In particular

the highest values of the Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance were

obtained at 120-240 μmol photons m-2

s-1

irrespective of the selected nitrogen source while

the number of photons moles absorbed by the cell to produce one C-mol biomass was higher

in the cultures with nitrate irrespective of light intensity The highest values of the molar

production of O2 and consumption of H+ were obtained at the highest PPFD values using

nitrate as a nitrogen source and the tubular photobioreactor Contrarily the bioreactor

configuration did not exert any appreciable influence on the fractions of the absorbed energy

addressed to the synthesis of ATP fixed by the cell and released as heat The first two

fractions were higher in cultures performed with urea which proved a nitrogen source able to

energetically sustain A platensis growth

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

199

0656976-2) of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

Brazil (process no 397808-7 and Prof A Converti Fellowship no 0350-112010) of the

Italian Ministry of Education University and Research (MIUR) (PRIN ProtN 200744HMBN

and FIRB Prot N RBIP06993E) and of the Vigoni Program (Deutsch-Italienisches

Hochschulzentrum)

REFERENCES

[1] Blinkova LP Gorobets OB Baturo AP Biological activity of Spirulina Zh Mikrobiol

Epidemiol Immunobiol 20012114-8

[2] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S An investigation of effect of

replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis

Biomass Bioenerg 200223261-9

[3] Matsudo MC Bezerra RP Sunao S Perego P Converti A Carvalho JCM Repeated fed-

batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis using urea as nitrogen source Biochem

Eng J 20094352ndash7

[4] Carvalho JCM Francisco FR Almeida KA Sato S Converti A Cultivation of

Arthrospira (Spirulina) platensis by fed-batch addition of ammonium chloride at

exponentially-increasing feeding rate J Phycol 200440589-97

[5] Converti A Lodi A Del Borghi A Solisio C Cultivation of Spirulina platensis in a

combined airlift-tubular reactor system Biochem Eng J 20063213ndash8

[6] Torzillo G Pushparaj B Bocci F Balloni W Materassi R Florenzano G Production of

Spirulina biomass in closed photobioreactors Biomass 19861161-74

[7] Bezerra RP Matsudo MC Converti A Sato S Carvalho JCM Specific growth rate and

photosynthetic efficiency of Arthrospira platensis cultivations at different times of

ammonium chloride feeding and light intensities In XVII Simpoacutesio Nacional de

200

Bioprocessos (ISBN 978-85-98130-02-8) August 02-05 2009 Natal-RN Brazil Section P6

n 81

[8] Heijnen JJ Van Dijken JP In search of a thermodynamic description of biomass yields for

the chemotrophic growth of microorganisms Biotechnol Bioeng 199139833-58

[9] Torre P Sassano CEN Sato S Converti A Gioielli LA Carvalho JCM Fed-batch

addition of urea for Spirulina platensis cultivation Thermodynamics and material and energy

balances Enzyme Microb Technol 200333698ndash707

[10] Sassano CEN Carvalho JCM Gioielli LA Sato S Torre P Converti A Kinetics and

bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen

source Appl Biochem Biotechnol 2004112143ndash50

[11] Lee HY Erickson LE Yang SS Kinetics and bioenergetics of light-limited

photoautotrophic growth of Spirulina platensis Biotechnol Bioeng 198729832ndash43

[12] Paoletti C Pushparaj B Tomaselli L Ricerche sulla nutrione minerale di Spirulina

platensis Atti XVII Congr Naz Soc Ital Microbiol vol 2 Italian Society of Microbiology

Padova 1975 p 833ndash9

201

[13] Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM Fed-Batch supply of

ammonium sulphate in Arthrospira platensis cultivation in tubular photobioreactor

Biotechnol Progr in stamp

[14] Schloumlsser UG Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 198295181ndash276

[15] Soletto D Binaghi L Lodi A Carvalho JCM Converti A Batch and fed-batch

cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources

Aquaculture 2005243217ndash24

[16] Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch

cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 200796702-11

[17] Tredici MR Zittelli CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat

photobioreactors Biotechnol Bioeng 199857187ndash97

[18] Heijnen JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic

perspective In Ratledge C Kristiansen B editors Basic biotechnology Cambridge

Cambridge University Press 2001 p 45ndash58

[19] Leduy A Zajic JE A geometrical approach for differentiation of an experimental

function at a point applied to growth and product formation Biotechnol Bioeng 197325805ndash

10

[20] Zhang H Whitelegge JP Cramer WA FerredoxinNADP+ oxidoreductase is a subunit

of the chloroplast cytochrome b6f complex J Biol Chem 2001276(41)38159ndash65

[21] Vonshak A Cheung SM Chen F Mixotrophic growth modifies the response of Spirulina

(Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 20006675-9

[22] Chojnacka K Noworyta A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 200434461ndash5

202

[23] Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

Influence of ammonium

chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis

Biotechnol Bioeng 2008100297-305

[24] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S Effect of reducing the light

intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 200426329-35

[25] Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G A structured model for simulation of

cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 199240826ndash34

[26] Richmond A Phototrophic microalgae In Rehm HJ Reed G editors Biotechnology

vol 3 Dellweg H vol editor Weinheim Germany Verlag Chemie 1983 p 109ndash43

[27] Raven JA Kiumlbler JE Beardall J Put out the light and then put out the light J Mar Biol

Assoc UK 2000801-25

[28] Hatori A Myers J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of

Anabaena cylindrica Part I Reduction of nitrite to ammonia J Plant Physiol 1966411031-

36

[29] Boussiba S Resch CM Gibson J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria

Arch Microbiol 1984138287-92

[30] Boussiba S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria

In Rai AK editor Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology

New Delhi Narosa Publishing House 1997 p 36-72

[31] Lehninger AL Nelson DL Cox MM Principles of biochemistry 4th ed New York

Worth Publishers 2004

[32] Mozzo M Passarini F Bassi R Amerongen H Croce R Photoprotection in higher

plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of

Photosystem II BBA-Bioenergetics 20081777(10)1263-7

203

[33] Hauska G Arnald M Energy transduction in the Z-sheme In Yunus M Mohanty P

Pathre U editors Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation Hardcover

Taylor amp Francis 2000 p 108-26

[34] Karapetyan NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic

apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynth Res 200897195ndash

204

[35] Heber U Bilger W Shuvalov VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in

the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-

oxidation J Exp Bot 2006572993ndash3006

[36] Murakami A Kim SJ Fujita Y Changes in photosystem stoichiometry in response to

conditions for cell growth observed with the cyanophyte Synechocystis PCC 6714 Plant Cell

Physiol 199738392ndash7

204

Caption of Figures

Fig 1 Growth of A platensis using nitrate (A) and urea (B) as nitrogen sources at different

PPFD values (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120 and () 240

Open ponds [10] 72 ()

Fig 2 Dependence of Gibbs energy dissipation for A platensis growth and maintenance

(1YGX) on PPFD (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds [10] 72 () Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea

(full symbols)

Fig 3 Influence of A platensis specific growth rate (μ) on the moles of photons absorbed to

produce one C-mol biomass (nPh) under different culture conditions Tubular photobioreactor

() elemental biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 60 μmol photons

m-2

s-1

elemental biomass composition experimentally determined in this work PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 () Open ponds [10] elemental

biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea (full symbols)

Fig 4 Time behaviors of molar development of O2 (full symbols) and consumption of H+

(open symbols) under different culture conditions Tubular photobioreactor PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 Open ponds [10] PPFD = 72 μmol

photons m-2

s-1

() Nitrogen source nitrate (dashed line) urea (continuous lines)

Fig 5 Total Gibbs energy absorbed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔGa)

and energy transformed into ATP (open symbols) (ΔGATP) during A platensis cultivations

205

Tubular photobioreactor with urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds with nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 6 Energy fixed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔH) and energy released

as heat (open symbols) (Q) during A platensis cultivations Tubular photobioreactor with

urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120 () 240 Open ponds with

nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 7 Percentage distribution of the light energy absorbed during A platensis cultivations

using nitrate (full symbols) and urea (open symbols) as nitrogen sources Tubular

photobioreactor PPFD = 60 μmol photons photons mndash2

sndash1

(continuous lines) Open ponds

[10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

(dashed lines) Energy fixed by the photosynthesis

() energy transformed into ATP () energy released as heat ( )

206

Figure 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

A

B

207

Figure 2

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

208

Figure 3

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mo

l D

M-1

)

(d -1)

209

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mol

l-1)

Time (d)

210

Figure 4

Figure 5

-9000

-8000

-7000

-6000

-5000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

1000

0 2 4 6 8 10 12

G

a

GA

TP (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

211

Figure 6

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2 4 6 8 10 12-H

Q

(k

J C

-mol

DM

-1)

Time (d)

212

Figure 7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h(

)

Time (d)

213

Table 1 Stoichiometric coefficients estimated through material balances of carbon nitrogen

oxygen sulfur charge and reduction degree for biomass cultivated either in open ponds or in

tubular photobioreactor using nitrate or urea as nitrogen sources

HCO3- NO3

- NH4

+ a H2O O2 H

+ SO4

-2 Biomass

Δgf‟i

(kJ mol-1

)

-5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Stoichiometric coefficients (mol C-molDM-1

)

Run

PPFD

(μmol photons

m-2

s-1

)

a b b c d e f γX b

1 c 72 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 d 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 e 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

3 e 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

4 e 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

5 e 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

6 e 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

7 e 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432

a NH4

+ is the result of urea hydrolysis

b Reduction degree of biomass

c Minipond considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al [25]

d Tubular photobioreactor considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al

[25]

e Tubular photobioreactor elemental biomass composition experimentally determined

214

Anexo 3

Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source for the

fed-batch cultivation of Arthrospira platensis

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Attilio Converti

bc Joatildeo

Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo

Paulo-SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

215

Abstract

It was evaluated the Arthrospira platensis cultivation using CO2 from alcoholic fermentation

and either urea or nitrate as nitrogen source at different light intensities (60 le I le 240 μmol

photons m-2

s-1

) Whereas the CO2 source (pure CO2 or from alcoholic fermentation) did not

influence the maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) the use of urea instead of nitrate led to higher YXN values Xm and PX

increased when I was increased from 60 to 120-240 μmol photons m-2

s-1

Using CO2 from

alcoholic fermentation the best performance (Xm = 2952 plusmn 35 mg L-1

PX = 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

and YXN = 15 plusmn 020 mg mg-1

) was obtained at I = 120 μmol photons m-2

s-1

with urea The

results obtained in this work demonstrate that urea and CO2 from alcoholic fermentation could

be simultaneously used in large-scale cultivations to reduce the environmental impact

associated to the release of this greenhouse gas as well as the production cost of

cyanobacteria

Keywords

Arthrospira (Spirulina) platensis CO2 alcoholic fermentation fed-batch cultivation urea

light intensity

1 Introduction

Renewable energy sources such as ethanol have been seen as a promising alternative

to fossil fuel consumption providing environmental benefits by reduction in greenhouse gas

emissions and the national security benefits by less dependency on volatile crude oil imports

(Tyner and Taheripour 2007) Brazil is the worldrsquos largest exporter of bioethanol and second-

largest producer after the United States (Balat and Balat 2009) Considering the increasing

demand for this fuel and the fact that alcoholic fermentation is responsible for a CO2 release

216

on weight basis almost coincident with ethanol production it would be of great concern

developing a process for CO2 fixation able to turn it into a useful product Photosynthetic

microorganisms can fix CO2 efficiently from different sources including the atmosphere

industrial exhaust gases and soluble carbonate salts (Wang et al 2008) Moreover CO2

biofixation by microalgae leads to higher yield of biomass per hectare in comparison with

terrestrial plants (Packer 2009) It has been shown that the cost of CO2 in large-scale algal

cultures is of primary importance to the total economics (Tapie and Bernard 1988) Since 45ndash

50 of the dry algal mass is made up of carbon (Cornet et al 1992) 165ndash 183 g CO2 would

theoretically be needed for the biosynthesis of 1 g (DW) of algal biomass Thus CO2

biofixation by microalgae has the potential not only to offset carbon emissions but also to

reduce the costs of culture media on an industrial scale (Hughes and Benemann 1997)

Combination of CO2 fixation and production of biomass containing high-value bioactive

products may provide a very promising alternative to current CO2 mitigation strategies

Nowadays there are numerous commercial applications of A platensis such as the

enhancement of the nutritional value of foods and animal feed feed in aquaculture

bioremediation use in cosmetics and others applications (Spolaore et al 2006) Besides the

CO2 source the nitrogen source is an additional important factor in the cultivation of

photosynthetic microorganisms since this element is used mainly to provide proteins and

nucleic acids which are essential for cell maintenance and growth (Watanabe and Hall

1996) Salts of nitrate are largely used as nitrogen source for A platensis culture but urea

(Danesi et al 2004) and ammonium salts (Bezerra et al 2008) have recently been proposed

as alternative cheap nitrogen sources

Compared to open ponds appropriately designed closed photobioreactors are able to

minimize the loss of ammonia nitrogen sources by off gassing reducing the amount of this

nutrient necessary in a large-scale process Additionally these reactors can reduce the

217

cultivation area by distributing the photosynthetic organisms vertically and increase the CO2

residence time thereby improving its utilization efficiency (Ono and Cuello 2004)

The aim of this study was to check if the combined use of CO2 released from alcoholic

fermentation and urea in tubular photobioreactor could be a feasible and cheap alternative

way to cultivate A platensis For this purpose fed-batch cultivations were carried out at

variable light intensity using two different sources either of nitrogen (sodium nitrate or urea)

or of carbon (pure CO2 from cylinder or gaseous emissions from alcoholic fermentation) the

latter to simultaneously control the pH and maintain the desired carbon level The results

obtained were finally compared by means of analysis of variance to identify the statistically

significant effects of the above independent variables (light intensity nitrogen source and

carbon source) on the selected responses namely the maximum cell concentration cell

productivity and nitrogen-to-cell conversion factor

2 Materials and methods

21 Microorganism and culture medium

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was maintained in the culture medium

of Schloumlsser (1982) having the following composition (per liter) 136 g NaHCO3 403 g

Na2CO3 050 g K2HPO4 250 g NaNO3 100 g K2SO4 100 g NaCl 020 g MgSO4middot7H2O

004 g CaCl2middot2H2O All the nutrients were dissolved in distilled water containing (per liter)

60 mL of metal solution (970 mg FeCl3middot6H2O 410 mg MnCl2middot4H2O 50 mg ZnCl2 20 mg

CoCl2middot6H2O 40 mg Na2MoO4middot2H2O) 10 mL of micronutrient solution (500 mg Na2EDTA

618 mg H3BO3 196 mg CuSO4middot5H2O 440 mg ZnSO4middot7H2O 200 mg CoCl2middot6H2O 126 mg

MnCl2middot4 H2O 126 mg Na2MoO4 middot2H2O) and 10 mL15 g Lminus1

B12 vitamin solution

Fed-batch runs were carried out either using the above medium containing NaNO3 as

the nitrogen source or after substituting in it NaNO3 with urea

218

22 Cultivation

The bench-scale tubular photobioreactor (Fig 1) utilized in this study was developed

at the Fermentation Technology Laboratory of the Department of Biochemical and

Pharmaceutical Technology of Satildeo Paulo University (Ferreira et al 2010) It was made up of

transparent glass tubes (10 m length 10 cm internal diameter 05 cm wall thickness) with

inclination of 2 (115ordm) to make the fluid flow easier PVC tubes were used to connect the

glass tubes The reactor was illuminated by 20 W fluorescent lamps Ambient air was injected

at the bottom of the tubes to drive the liquid from the bottom to the top of the reactor A

degassing bottle provided with magnetic stirrer ensured efficient medium homogeneity The

total and illuminated volumes of the reactor were 350 and 212 L respectively

Cultivations were carried out with initial biomass concentration of 400 mg Lminus1

(Ferreira et al 2010) in tubular photobioreactor (PBR) and temperature of 29 ordmC The pH was

set and maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of pure CO2 from

cylinder or CO2 from continuous alcoholic fermentation under steady-state conditions using a

pH controller (Mettler Toledo Barueri SP Brazil) coupled to a solenoid valve In

experiments with NaNO3 nitrate concentration was maintained above 1 g L-1

(Faintuch

1989) to avoid growth limitation by this nutrient When urea was used as nitrogen source its

amount to be daily added was estimated as suggested by Ferreira et al (2010) Briefly from

the curve of cell concentration versus time of each standard run with nitrate (Fig 2) we

obtained an interpolated curve described by a third order-polynomial equation By derivation

of this equation it was possible to obtain the second order equation of cell productivity and

from that the equation expressing the amount of urea to be daily added to sustain the expected

cell growth taking into account that the dry mass of A platensis contains about 7 of

nitrogen (Bezerra et al 2008) The light intensity expressed as photosynthetic photon flux

density (PPFD) was varied in the range of 60-240 μmol photons mndash2

sndash1

Table 1 show the

219

different conditions adopted in this work for cultivations All experiments were carried out in

duplicate

221 CO2 sources

Pure CO2 of analytical grade (999) was obtained from a cylinder (Oxylumen Satildeo

Paulo SP Brazil)

CO2 from alcoholic fermentation was produced continuously by Saccharomyces

cerevisiae CCT7150 (Fundaccedilatildeo Tropical Andreacute Tosello Culture Collection Campinas SP

Brazil) cultivated in a glass bioreactor (Infors-HT Bottmingen Switzerland) containing 10 L

of diluted sugarcane blackstrap molasses at temperature of 30 plusmn 1 ordmC (Kock et al 2000)

impeller speed of 500 rpm and dilution rate of 0025 h-1

Sugar concentration in the feed

expressed as total reducing sugars (TRS) was 170 g L-1

(Guerreiro et al 1997) Urea (05 g

L-1

) was added to the mash After adjustment of pH at 45-50 by addition of H2SO4 it was

controlled at 45 plusmn 01 (Jones et al 1981) by addition of 15 N NaOH solution Penicillin (500

ui L-1

) was added to prevent contamination (Carvalho et al 2003) Continuous feeding was

started after 12 h of batch fermentation

23 Analytical techniques

231 A platensis cultivation

Cell concentration was determined by optical density (OD) measurements at 560 nm

using a calibration curve (Leduy and Therien 1977) The liquid phase of the medium was

used to determinate the concentrations of total carbonate (Pierce and Haenisch 1948) nitrate

(Vogel 2002) and volatile organic compounds (Joslyn 1970) The concentration of total

ammonia was determined immediately before the daily addition of urea on cell-free medium

samples using a potentiometer and selective ammonia ion electrode model 95-12 (Orion

Cambridge MA USA) (Leduy and Samson 1982) The residual urea level was determined

220

by the same way after previous hydrolysis with H2SO4 at 200 degC (Cezare 1998) Incident

photon flux density of photosynthetically active radiation (400-700 nm) was measured by

means of an integrating quantumradiometerphotometer model LI-190 SB (Li-Cor Lincoln

NE USA) provided with a LI-190 SB quantum sensor cell

232 Alcoholic fermentation

Cell concentration was measured by filtering 50 mL samples through Millipore

membranes with 12 μm pore diameter washing with 50 mL of distilled water and drying at

105-110 degC until constant weigh (Carvalho et al 2003) The total reducing sugars (TRS)

concentration was expressed as glucose and determined according to Somogy (1952) after

acid hydrolysis of samples (Falcone et al 1959)

Ethanol concentration was determined by the micro-dichromate method (Joslyn

1970) The effluent gas was qualitatively analyzed by a gas chromatograph coupled to mass

spectrometer model GCMS-QP5050A (Shimadzu Kyoto Japan) equipped with CP Sil

PONA CB column (100 m x 025 mm x 05 μm) Helium was used as a carrier gas at flow rate

of 1 mL min-1

Samples (1 mL) were injected in the column at a split ratio of 1100 Injector

and detector temperatures were 200 and 250 degC respectively The column temperature was

initially set at 40 degC and then increased at a rate of 2 degC min-1

up to 100 degC and subsequently

at 10 degC min-1

up to 250 degC

24 Calculation of A platensis cultivation parameters

The cell productivity (PX mg L-1

d-1

) was calculated by dividing the difference

between maximum and initial cell concentration (Xm - Xi) by the cultivation time

corresponding to Xm The nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) was calculated as

the mass ratio of dried produced cells and nitrogen added

221

24 Statistical analysis

Maximum cell concentration (Xm mg L-1

) maximum cell productivity (PX mg L-1

d-1

)

and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) were evaluated by the analysis of

variance (ANOVA General Linear Model) and the Tukey test to compare the mean values at

a significance level of 5 (p lt 005) using the MINITAB 15 statistical software

3 Results and discussion

31 Continuous alcoholic fermentation

The mean results of continuous alcoholic fermentation of blackstrap molasses under

steady state conditions were the following cell concentration of 609 plusmn 054 gDW L-1

(dry

weight) TRS of 532 plusmn 567 g L-1

and ethanol concentration of 553 plusmn 757 g L-1

corresponding to a fermentation yield of 64 Such a process yield was of the same order of

magnitude as those previously obtained with the same carbon source (Carvalho et al 2003)

and ensured the release of a CO2 flux suitable to maintain the pH of A platensis culture at the

desired value (95 plusmn 02)

32 Effects of carbon dioxide and nitrogen sources and light intensity on A platensis

growth

Figs 2 to 4 show that the use of pure CO2 or CO2 from alcoholic fermentation led to

almost coincident cell concentration profiles and Xm values which points out no significant

influence of the CO2 source on A platensis growth These findings which were confirmed by

ANOVA (p 005 Table 2) highlight the feasibility of using such a by-product from

industrial bioethanol production as carbon source for cyanobacteria cultivation

It is well known that when bicarbonate is used for the photosynthetic growth of

microalgae there is a progressive release of OH- in the medium (Goldman et al 1982) thus

222

the pH control is fundamental in processes leading to high cell concentrations As stressed by

Watanabe et al (1995) high alkalinity (pH gt 110) restricts the productivity in the air-lift

photobioreactors using air not supplemented with CO2 In cultivations having high demand of

carbon due to high cell concentrations the addition of CO2 can ensure at the same time

control of pH and suited supply of the carbon source This has been done in the present work

where the culture pH was maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of

CO2 either from a cylinder or from alcoholic fermentation so that the CO2 consumed by the

microorganism was permanently replaced Such a control also allowed maintaining the carbon

source level along the cultivations at a value (around 1208 g L-1

of total carbonate)

practically coincident with that of the medium of Schloumlsser (1982) thus avoiding any carbon

source limitation or accumulation and reducing its cost

In experiments carried out with CO2 from alcoholic fermentation the analysis of

effluent gas by headspace gas chromatography revealed it was mainly made up of CO2 with

only small contents of ethanol and acetaldehyde Despite of this it was not detected any

appreciable concentration of organic volatile compounds in the medium likely because this

microorganism has the enzymes needed to metabolize ethanol or even due to their

condensation in the pipe and consequently no influence of these compounds on A platensis

growth was observed In addition the use of CO2 from alcoholic fermentation did not lead to

any precipitation of salts or flocculation like those observed by Ferraz et al (1985) for A

maxima cultivations in open-ponds using a semi-synthetic medium constituted by malt and

yeast extracts peptone and sucrose

As far as the influence of the nitrogen source on A platensis growth is concerned

urea a classical fertilizer was chosen to substitute the conventional nitrogen sources (KNO3

NaNO3) because of its low cost and because it has been recognized as a promising alternative

nitrogen source in the cultivation of A platensis (Danesi et al 2004 Sassano et al 2007)

223

For a given light intensity and CO2 source no significant difference in growth curves

of cultivations carried out with nitrate (Fig 2) or urea (Figs 3 and 4) as nitrogen source was

observed and the Xm values obtained with both nitrogen sources were statistically coincident

(p 005 Table 2) These results point out the success of the approach of using standard

curves obtained with NaNO3 under non-limited conditions (Fig 2) to foresee the nitrogen

demand of fed-batch A platensis cultivations with urea and confirm the feasibility of using

this cheap nitrogen source

Ammonia and residual urea concentrations during the cultivation (lt 10-4

M) were

always much lower than those considered toxic (10 mM) or even inhibitory for cyanobacteria

growth (17 mM to 2 mM) (Abeliovich and Azov 1976) thereby demonstrating that there

was no accumulation either of ammonia or urea in the medium Since the pH of the culture

(95 plusmn 02) was higher than the pKa of the ammonium (93) this compound was likely

assimilated by simple diffusion and then trapped within the cell cytoplasm by protonation

(Boussiba et al 1984)

Light is the energy source that drives photosynthesis therefore its intensity is an

additional important growth factor which has been often associated with shifts in metabolic

activity (Vonshak et al 2000)

During photoautotrophic growth the amount of light energy received by the

photosynthetic apparatuses determines the amounts of inorganic carbon fixed Xm was

significantly increased (p lt 005 Table 2) by an increase in the light intensity from 60 to 120

micromol photons m-2

s-1

(Figs 2 to 4) whereas it reached a plateau in the range 120-240 micromol

photons m-2

s-1

(Table 3) This result is consistent with the typical behavior of the autotrophic

growth of A platensis (Vonshak et al 2000) which can be depending on I (i) light limited

(ii) light saturated or (iii) light inhibited and whose specific growth rate initially increases

linearly with light intensity then reaches a plateau and finally falls

224

The highest Xm value found in this work was higher than those reported for A

platensis cultivations in minipond (15 g L-1

) (Binaghi et al 2003) and conical tubular

photobioreactor (13 g L-1

) (Watanabe and Hall 1996)

33 Cell productivity

Table 2 shows that cell productivity (PX) was not statistically affected either by the

nitrogen or the CO2 source (p 005) Indeed the almost coincident PX values obtained in

cultures with urea and nitrate were expected by the fact that the amounts employed of the

former nitrogen source under every conditions were always based on the results of the

corresponding runs with nitrate As for Xm also the use of different CO2 sources did not

influence the productivity (p 005 Table 2) as well the cultivation time

On the other hand PX increased by about 45 when increasing the light intensity from

60 to 120 micromol photons m-2

s-1

while Xm increased by only 7 Since the higher the light

intensity the higher the biomass concentration in the middle of runs (Figs 2 to 4) it is likely

that the effect of I is more marked when the overall culture conditions are favorable and there

is some shadowing effect (Vonshak et al 2000) In fact the higher the light intensity the

larger the amount of energy converted into ATP to be utilized for cell growth and

maintenance and then the cells reach more quickly the maximum cell concentration (Vonshak

et al 2000)

This behavior was also observed by Danesi et al (2004) and Rangel-Yagui et al

(2004) in A platensis cultures carried out in miniponds with KNO3 or urea as nitrogen

sources On the other hand the similar PX values obtained at 120 and 240 micromol photons m-2

s-

1 (Table 3) were the likely result of photosaturation or shadowing (Chojnacka and Noworyta

2004 Vonshak et al 2000) as described earlier for Xm

225

Therefore the highest cell productivities were obtained at the highest light intensities

(443 plusmn 20 and 463 plusmn 16 mg L-1

d-1

at I = 120 and 240 micromol photons m-2

s-1

respectively)

irrespective of the nitrogen or CO2 sources used (Table 3) These values are close to that (510

mg L-1

d-1

) obtained by Watanabe et al (1995) who investigated the A platensis growth in

conical helical photobioreactor at 118 μmol photon m-2

s-1

Other studies showed that this parameter reached maximum values of 92 mg L-1

d-1

in

a cylindrical glass tank using urea at 108 μmol photons mndash2

sndash1

(Sassano et al 2007) and 96

mg L-1

d-1

in long minitanks using ammonium chloride at 13 klux (156 μmol photons mndash2

sndash1

)

(Bezerra et al 2008) Since these light intensity thresholds are close to that obtained in this

study the remarkably higher values of PX shown here demonstrate the excellent performance

of the tubular photobioreactor configuration

34 Nitrogen-to-cell conversion factor

The ANOVA statistical analysis indicates a significant effect of the nitrogen source (p

lt 005 Table 2) on the nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) whose highest mean values

were achieved in cultures using urea (Table 1) Indeed in these cultures the nitrogen amount

added daily was based on the actual needs for cell growth and maintenance and then its

residual concentration was always lt 10-4

M therefore there was no limitation or excess of

nitrogen during cultivation On the other hand in cultures with nitrate its concentration was

always maintained above 1 g L-1

to avoid any growth limitation (Faintuch 1989) thus

resulting in a YXN decrease

Contrarily no significant effects of CO2 sources and light intensities on YXN (p 005

Table 2) were observed Taking into account that YXN is the ratio between the masses of dry

cell produced and nitrogen added such an observation had to be expected by the fact that the

amount of nitrogen added to the culture is associated to cell growth as stressed above These

results apparently disagree with those obtained by Bezerra et al (2008) and Danesi et al

226

(2004) who observed a YXN increase with light intensity However since those experiments

were carried out using the same amount of nitrogen regardless of the light intensity YXN was

only a function of Xm which was in turn an increasing function of I

The highest YXN value found in this study (138 plusmn 090 mg mg-1

) was remarkably

higher than those reported for urea (74-85 mg mg-1

) (Rangel-Yagui et al 2004) and

ammonium chloride (57 plusmn 017 mg mg-1

) (Bezerra et al 2008) as nitrogen sources in

miniponds because the use in this study of a closed tubular photobioreactor certainly reduced

the nitrogen loss as ammonia by off gassing (Ferreira et al 2010)

4 Conclusions

The results of this work showed that the simultaneous use of two low cost or even no-

cost nutrients (CO2 from alcoholic fermentation and urea) could be an interesting alternative

for A platensis cultivation in tubular photobioreactor The fed-batch cultivation of this

cyanobacterium at 120 μmol photons m-2

s-1

using these nutrients as carbon and nitrogen

sources respectively did in fact provide a maximum cell concentration of 2960 plusmn 35 mg L-1

and a cell productivity of 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

The production of A platensis biomass which

is a source of valuable compounds using as carbon source the CO2-rich gaseous emissions

from the alcohol industry may contribute to reduce the release of such a greenhouse gas into

the atmosphere

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

065679-2) and of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

(CAPES) Brazil (processes n 397808-7 and 0350-112010)

227

References

Abeliovich A Azov D 1976 Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds

Appl Environ Microbiol 31 801ndash 806

Balat M Balat H 2009 Recent trends in global production and utilization of bio-ethanol

fuel Appl Energy 86 2273-2282

Hughes E Benemann JR 1997 Biological fossil CO2 mitigation Energy Conv Manag

38 S467ndashS473

Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

2008 Influence of

ammonium chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina

(Arthrospira) platensis Biotechnol Bioeng 100 297-305

Binaghi L Del Borghi A Lodi A Converti A Del Borghi M 2003 Batch and fed-

batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochem 38 1341-1346

Boussiba S Resch CM Gibson J 1984 Ammonia uptake and retention in some

cyanobacteria Arch Microbiol 138 287-292

Carvalho JCM Vitolo M Sato S Aquarone E 2003 Ethanol production by

Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch

process optimization by response surface methodology Appl Biochem Biotechnol 110

151-164

Cezare EA 1998 Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de S platensis

empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado

Master Thesis University of Satildeo Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP

Brazil

228

Chojnacka K Noworyta A 2004 Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 34 461ndash465

Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G 1992 A structured model for simulation

of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 40 826ndash834

Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S 2004 Effect of reducing the

light intensity on the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 26 329-335

Faintuch BL 1989 Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs

cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Master Thesis University of Satildeo

Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP Brazil

Falcone M Vairo MLR Borzani W 1959 Processo simplificado para a dosagem de

accedilucares redutores totais em melaccedilos de cana Anais Farm Quiacutem 10 69-72

Ferraz CAM Aquarone E Florenzano G Balloni W Tredici M 1985 Utilizaccedilatildeo de

sub-produtos da induacutestria alcooleira na obtenccedilatildeo de biomassa de Spirulina maacutexima Parte I ndash

Emprego do anidrido carbocircnico Rev Microbiol 16 179-187

Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM 2010 A new

approach to ammonium sulphate feeding for fed-batch Arthrospira platensis cultivation in

tubular photobioreactor Biotechnol Prog 26 1271-1277

Goldman JC Dennett MR Riley CB 1982 Effect of nitrogen-mediated changes in

alkalinity on pH control and CO2 supply in intensive microalgal cultures Biotechnol Bioeng

24 619-631

229

Guerreiro MA Andrietta SR Maugeri F 1997 Expert system for the design of an

industrial fermentation plant for the production of alcohol J Chem Technol Biotechnol 68

163-200

Jones RP Pamment N Greenfield DPF 1981 Alcohol fermentation by yeast The effect

of environmental and other variables Process Biochem 16 42-49

Joslyn MA 1970 Alcoholometry in Joslyn MA (Ed) Methods in Food Analysis

Physical Chemical and Instrumental Methods of Analysis Academic Press New York pp

447-474

Kock JLF Venter P Smith DP Van Wyk PWJ Botes PJ Coetzee DJ Pohl CH

Botha A Riedel K-H Nigam S 2000 A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟

phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek 77 401ndash406

Leduy A Samson R 1982 Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia

nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnol Lett 4 303-306

Leduy A Therien N 1977 An improved method for optical density measurement of the

semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnol Bioeng 19 1219-1224

Ono E Cuello JL 2004 Design parameters of solar concentrating systems for CO2-

mitigating algal photobioreactors Energy 29 1651ndash1657

Packer M 2009 Algal capture of carbon dioxide biomass generation as a tool for

greenhouse gas mitigation with reference to New Zealand energy strategy and policy Energy

Policy 37 3428-3437

Pierce WC Haenisch EL 1948 Quantitative Analysis third ed John Wiley amp Sons New

York

230

Rangel-Yagui CO Danesi EDG Carvalho JCM Sato S 2004 Chlorophyll

production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process

Bioresour Technol 92 133-141

Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

2007 Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-

batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 96 702-711

Sassano CEN Gioielli LA Almeida KA Sato S Perego P Converti A Carvalho

JCM 2007 Cultivation of Spirulina platensis by continuous process using ammonium

chloride as nitrogen source Biomass Bioenerg 31 593-598

Schloumlsser UG 1982 Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 95 181ndash276

Somogy M 1952 Notes on sugar determination J Biol Chem 195 19-23

Spolaore P Joannis-Cassan C Duran E Isambert A 2006 Commercial applications of

microalgae J Biosci Bioeng 101 87-96

Tapie P Bernard A 1988 Microalgae production technical and economic evaluations

Biotechnol Bioeng 32 873-885

Tyner W Taheripour F 2007 Renewable energy policy alternatives for the future Amer J

Agr Econ 89 1303ndash1310

Vogel AI 2002 Anaacutelise Quiacutemica Quantitativa Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos Rio de

Janeiro

Vonshak A Cheung SM Chen F 2000 Mixotrophic growth modifies the response of

Spirulina (Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 36 675-679

Wang B Li Y Wu N Lan CQ 2008 CO2 bio-mitigation using microalgae Appl

Microbiol Biotechnol 79 707ndash718

231

Watanabe Y Hall DO 1996 Photosynthetic production of the filamentous

cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Appl

Microbiol Biotechnol 44 693-698

Watanabe Y de la Nouumle J Hall DO 1995 Photosynthetic performance of a helical

tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnol

Bioeng 47 261-269

232

Caption of Figures

Figure 1 Scheme of the photobioreactor employed for fed-batch cultivations of A platensis

(1) Degasser (2) Condenser tube (3) Air pump (4) Rotameter (5) Magnetic stirrer (6)

20W Fluorescent lamps (7) Airlift system

Figure 2 Cell concentration (X mg L-1

) versus time during fed-batch A platensis cultivations

carried out using nitrate and A) CO2 from cylinder or B) gaseous emissions from alcoholic

fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) 60 (diams) 120 (times) and 240 (+)

The estimated curves are drawn as continuous lines

Figure 3 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition (mM

d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out using CO2

from cylinder at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) Triangle 60 Square 120

Circle 240

Figure 4 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition

(mM d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out

using CO2 from alcoholic fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

)

Triangle 60 Square 120 Circle 240

233

Figure 1

234

Figure 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

A)

B)

235

Figure 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

000

020

040

060

080

100

120

140

160

0 2 4 6 8 10

Time (days)

ure

a ad

dit

ion (

mM

d-1

)

236

Table 1 Maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) obtained in fed-batch A platensis cultures carried out at different

light intensities and using different CO2 and nitrogen sources

run

I

(mol m-2

s-1

)a

CO2

source

Nitrogen

source

Xm

(mg L-1

) b

PX

(mg L-1

d-1

) b

YXN

(mg mg-1

) b

1 60 C c NaNO3 2899plusmn17 250plusmn17 42plusmn003

2 60 C Urea 2847plusmn10 245plusmn00 14plusmn000

3 60 A d NaNO3 2789plusmn82 299plusmn10 40plusmn014

4 60 A Urea 2867plusmn28 308plusmn35 14plusmn017

5 120 C NaNO3 3209plusmn109 454plusmn18 45plusmn018

6 120 C Urea 2980plusmn103 408plusmn17 11plusmn050

7 120 A NaNO3 2968plusmn24 428plusmn40 43plusmn004

8 120 A Urea 2952plusmn35 425plusmn59 15plusmn020

9 240 C NaNO3 3291plusmn206 482plusmn34 54plusmn038

10 240 C Urea 3236plusmn72 473plusmn12 13plusmn034

11 240 A NaNO3 3102plusmn130 450plusmn22 50plusmn024

12 240 A Urea 3070plusmn112 445plusmn19 14plusmn056

a I = light intensity

b Values represent means of two experiments and its standard error

c C = cylinder

d A = alcoholic fermentation

237

Table 2 Values of the descriptive level (p) for the maximum cell concentration (Xm) cell

productivity (PX) and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) at different light intensities (60

120 or 240 mol photons m-2

s-1

) and using different sources of CO2 (cylinder or alcoholic

fermentation) and nitrogen (nitrate or urea)

Factors Xm PX YXN

CO2 0225 0256 0351

Light intensity 0000 0000 0700

Nitrogen 0922 0947 0000

238

Table 3 Means values of maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (PX)

obtained in fed-batch A platensis cultivations carried out at variable light intensity

Light intensity

(mol photons m-2

s-1

)

Xm

(mg L-1

)

PX

(mg L-1

d-1

)

60 2851plusmn54ordf 306plusmn7a

120 3056plusmn115b 443plusmn20

b

240 3180plusmn96b 463plusmn16

b

Values with the same superscript are not significantly different according to the Tukey test

(p gt 005)

Page 5: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo

5

AGRADECIMENTOS

Ao Prof Dr Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalho pela orientaccedilatildeo dedicaccedilatildeo

confianccedila amizade incentivo e paciecircncia que recebi durante os 6 anos de

convivecircncia no laboratoacuterio

Ao Prof Dr Attilio Converti pela orientaccedilatildeo apoio e confianccedila principalmente

durante minha estadia na Itaacutelia

Ao Prof Dr Sunao Sato chefe do setor de Tecnologia de Fermentaccedilotildees do

Departamento Bioquiacutemico-Farmacecircutica da Universidade de Satildeo Paulo-Brasil

Ao Prof Dr Adalberto Pessoa Juacutenior Profa Dr Ana Luacutecia Figueiredo Porto e

Prof Dr Adilson de Castro Chaves pela indicaccedilatildeo do laboratoacuterio e confianccedila

depositada em meu trabalho

Agrave FAPESP pelo auxiacutelio financeiro que permitiu a execuccedilatildeo desse trabalho

Agrave CAPES pela oportunidade de realizar o doutorado sanduiche na Itaacutelia

contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e cientiacutefico

Aos meus pais Irene V P Bezerra e Adesson P Bezerra a minha irmatilde ao

meu cunhado e ao meu namorado Paulo Claudino Veacuteras pelo incentivo apoio

confianccedila e felicidade durante todo esse tempo

Aos meus amigos pernambucanos Fernanda Borba Eduardo Correia Anne

Priscila Croacutecia e Anabel Helena que mesmo distante sempre me incentivaram e a

minha amiga Ceacutelia Bolognesi pelos conselhos e palavras de conforto nos momentos

difiacuteceis

A todos os amigos Liacutevia Seno Ciacutenthia Hoch Ana Morocho Mayla Rodrigues

pelo apoio e carinho que me proporcionou durante a poacutes-graduaccedilatildeo e em especial a

Marcelo Chuei Matsudo

As secretaacuterias da poacutes-graduaccedilatildeo do Deptordm de Tecnologia Bioquiacutemico-

Farmacecircutico (FCF-USP) pela dedicaccedilatildeo apoio e por estarem sempre disponiacutevel

para ajudar e aos secretaacuterios da poacutes-graduaccedilatildeo Elaine Midori Ychico e Jorge Alves

de Lima

Aos funcionaacuterios da Biblioteca do Conjunto das Quiacutemicas pela atenccedilatildeo e

disponibilidade de ajuda sempre que precisei

6

RESUMO

A cianobacteacuteria fotossintetizante Arthrospira platensis eacute conhecida por apresentar

em sua biomassa altos teores proteacuteicos (50-70) presenccedila do aacutecido graxo essencial -

linolecircnico e diversas outras substacircncias importantes para a alimentaccedilatildeo humana e

animal Esses micro-organismos satildeo capazes de converter o CO2 em biomassa de

grande potencial na aacuterea de alimentos Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica a produccedilatildeo de

CO2 eacute da mesma ordem de grandeza da produccedilatildeo de etanol e considerando a crescente

demanda interna e externa por esse combustiacutevel seria importante que houvesse um

processo que fixasse esse CO2 transformando-o em um produto que poderia ser uacutetil para

a nossa populaccedilatildeo Adicionalmente o uso de uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo

(ureacuteia) em reatores tubulares contribuiria para a reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo da A

platensis O objetivo desse trabalho foi avaliar os paracircmetros cineacuteticos e bioenergeacuteticos

bem como a composiccedilatildeo centesimal da A platensis cultivadas em biorreator tubular

alimentados com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica ou com utilizaccedilatildeo de CO2 puro

para o controle do pH sob diferentes intensidades luminosas (I) e fontes de nitrogecircnio (N)

adicionadas por meio de processo descontiacutenuo alimentado Os resultados mostraram que

maiores valores de I proporcionaram maiores valores de concentraccedilatildeo celular maacutexima

(Xm) e produtividade em ceacutelulas (Px) mas natildeo influenciaram nos valores do fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) As diferentes fontes de CO2 natildeo influenciaram

nos valores de Xm Px YXN O uso da ureacuteia aumentou os valores de YXN em relaccedilatildeo aos

cultivos com NO3- Na composiccedilatildeo centesimal pode-se observar que I influenciou nos

teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios mas natildeo influenciou nos teores de cinzas e

carboidratos na biomassa final Em relaccedilatildeo aos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos

com CO2 puro observou-se que os maiores valores de dissipaccedilatildeo de energia de Gibbs

foram obtidos em tempos mais curtos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente do N selecionado enquanto que o nuacutemero de moles de foacutetons

absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas culturas com

NO3- independentemente do I As fraccedilotildees da energia direcionada para a siacutentese de ATP e

fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas com ureacuteia quando comparadas com as

culturas com NO3- que se revelou uma fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o

crescimento energicamente da A platensis

Palavras chaves Arthrospira platensis processo descontiacutenuo alimentado ureacuteia

intensidade luminosa dioacutexido de carbono fermentaccedilatildeo alcooacutelica bioenergeacutetica

7

ABSTRACT

Photosynthetic cyanobacterium A platensis contains in its biomass high protein

content (50-70) -linolenic acid and many other substances important for health

human These microorganisms are capable of converting CO2 into biomass of great

potential in the food industry During the alcoholic fermentation the production of

CO2 has the same magnitude of the production of ethanol Considering the

increasingly global demand for this fuel a process to fix this CO2 is of utmost

importance Furthermore the use of low cost nitrogen source (urea) in tubular

reactors would contribute to reducing the production cost of A platensis Therefore

the purpose of this work was to evaluate the kinetic and bioenergetics parameters as

well as the chemical composition of biomass obtained in A platensis cultures in

tubular bioreactor using CO2 from alcoholic fermentation or pure CO2 to control the

pH under different light intensity (I) and nitrogen sources (N) The results showed that

higher I induced higher maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (Px)

values but it did not exert any influence on the nitrogen-cell conversion factor (YXN)

Urea increased the YXN values compared to use of NO3- In the centesimal

composition of biomass it can be observed that I influenced the chlorophyll protein

and lipid contents but not influenced the carbohydrate and ash contents For

bioenergetics parameters it was observed that the highest Gibbs energy dissipation

values for cell growth and maintenance were obtained in shorter time at 120-240

micromol photons m-2 s-1 in both nitrogen sources while the moles of photons absorbed

by the system to produce one C-mol biomass was higher in cultures with NO3- The

highest values of the molar production of O2 and consumption of H+ were obtained at

the highest I values using NO3- The estimated percentages of the energy absorbed

by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to

this better bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost

alternative nitrogen source for A platensis cultures in photobioreactors

Key words Arthrospira platensis fed batch urea light intensity carbon dioxide

alcoholic fermentation bioenergetic

8

RIASSUNTO

Il cianobatterio fotosintetici Arthrospira platensis ha un alto contenuto di proteine (50-

70) presenza di acidi grassi essenziali come l‟acido -linolenico e altre sostanze

importanti per l‟alimentazione umana ed animale Questi microrganismi convertono CO2 in

biomassa di grande potenzialitagrave nellindustria alimentare Durante la fermentazione

alcolica la produzione di CO2 egrave dello stesso ordine di grandezza della produzione di

etanolo e in considerazione alla crescente necessitagrave interna ed europeo per questo

combustibile sarebbe importante lo svilupo di un processo che fissasse questo CO2

transformandolo in un prodotto che potrebbe essere utile per la nostra popolazione

Inoltre luso di una fonte di azoto a basso costo (urea) in reattori tubolari contribuirebbe a

ridurre il costo di produzione di A platensis Lobiettivo di questo studio egrave di valutare i

parametri cinetici bioenergetiche e la composizione della biomassa ottenuta in colture di

A platensis in bioreattori tubolare alimentato con CO2 puro di cilindro o con CO2 della

fermentazione alcolica per il controllo del pH in diverse intensitagrave di luce (I) e fonti di azoto

(N) usando il processo discontinuo alimentato I risultati hanno dimostrato che valori piugrave

alti di I fornire i piugrave alti valori di concentrazione massima delle cellule (Xm) e la produttivitagrave

delle cellule (Px) ma non influenza i valori del fattore di conversione di azoto nelle cellule

(YXN) Luso di urea come fonte di azoto aumentato i valori di YXN rispetto alle culture con

NO3- La composizione chimica di biomassa puograve osservare che I ha influenzato la

percentuale di clorofilla proteine e lipidi ma non ha influenzato la percentuale di

carboidrati e cenere nella biomassa finale In relazioni ai parametri bioenergetici dei cultivi

usando CO2 di cilindri abbiamo osservato che i piugrave alti valori di dissipazione di energia di

Gibbs per la crescita cellulare e la manutenzione sono stati ottenuti in tempo piugrave brevi nel

120-240 μmol di fotoni m-2 s-1 per entrambe le fonti di N mentre il numero di moli di fotoni

assorbiti dalle cellule por produrre una biomassa C-mol era maggiore nelle culture con

NO3- a prescindere dalla I I valori piugrave alti della produzione molare di O2 e il consumo di H+

sono stati ottenuti con valori piugrave alti di I coltivati con NO3- Le frazioni di energia per la

sintese di ATP e fissato per la cellula erano piugrave alti nelle culture con urea che nelle culture

con NO3- che si egrave rivelata una fonte di azoto in grado di sostenere la crescita di A

platensis

Parole chiave Arthrospira platensis processo discontinuo alimentato urea intensitagrave

luminosa anidride carbonica fermentazione alcolica bioenergetica

9

Lista de graacuteficos

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A

platensis 73

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a 77

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo 88

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 01 h-1 88

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1 89

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1 89

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1 93

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1) 94

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2 95

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3 96

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 97

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4 98

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5 99

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 100

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6 101

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7 102

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1) 103

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8 104

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9 105

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240mol de foacutetons m-2 s-1) 106

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10 107

10

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11 108

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1) 109

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12 110

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado) 144

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados) 147

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 149

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua) 150

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua) 151

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( ) 152

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado 153

11

Lista de Figuras

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) 22

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em

pH acima de 92 35

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas tilacoacuteides 42

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema 43

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica 44

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a 48

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis 67

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis 68

12

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina 23

Tabela 2 - Planejamento experimental 84

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa

seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado 86

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo 87

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1 91

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1 93

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 94

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2 95

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3 96

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1) 97

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4 98

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5 99

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1) 100

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6 101

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7 102

13

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

103

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8 104

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9 105

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 106

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10 107

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11 108

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1) 109

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12 110

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas 119

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima 120

Tabela 26 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 120

Tabela 27 - Meacutedias da concentraccedilatildeo celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 121

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas 122

Tabela 29 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente fonte

de nitrogecircnio 123

Tabela 30 - Meacutedias da produtividade em ceacutelulas para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 123

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

126

14

Tabela 32 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio 127

Tabela 33 - Meacutedias do fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 128

Tabela 34 - Concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final obtida nos experimentos

com o pH controlado com CO2 de cilindro 129

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

130

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final 134

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final 136

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa 136

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedio na biomassa seca final 138

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio 138

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa 138

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

141

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final 142

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa cultivada em fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia

como fontes de nitrogecircnio 145

15

Lista de abreviaturas e siglas

ART Accediluacutecares redutores totais

VOCs Compostos volaacuteteis orgacircnicos

C Carbono

N Nitrogecircnio

S Enxofre

O Oxigecircnio

H Hidrogecircnio

I Intensidade Luminosa

Ef Concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

fc Fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

fi Fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

Nt quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

Petanol Produtividade em etanol (g L h-1)

PX Produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Tc Tempo de cultivo (dias)

V Volume do meio (L)

Xi Concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Xm Concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

XP Meacutedias dos valores de concentraccedilotildees celulares ao longo do regime

permanente

YXN Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Cl Clorofila a

GS glutamina sintetase

GOGAT glutamate sintase

FSII Fotossistema II

FSI Fotossistema I

16

Lista de siacutembolos

max

GXY Rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs

Velocidade especiacutefica de crescimento

1YGX Energia de Gibbs para o crescimento e manutenccedilatildeo celular

c Velocidade da luz (299108 m s-1)

D Vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

h Constante de Planck (662610-34 J)

mG Energia de Gibbs dissipada para a manutenccedilatildeo celular

MMc Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

MMi Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

NA nuacutemero de Avogadro (6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1)

nPh nuacutemero de foacutetons

Q Energia de Gibbs liberada como calor

qH+ Consumo molar de H+

qO2 Produccedilatildeo molar de O2

ΔGa Energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese

ΔGATP Energia de Gibbs transformada em ATP

ΔgPh Energia de Gibbs contida em 1 Einsten de foacuteton

ΔH Energia fixada pelos fotosistemas

η Rendimento do processo em etanol ()

λ Comprimento de onda

17

Sumaacuterio

1 Introduccedilatildeo 20

2 Revisatildeo bibliograacutefica 22

21 Caracteriacutesticas da A platensis22

22 Fotobiorreatores26

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores31

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis 33

241 Fontes de Nitrogecircnio33

242 Intensidade luminosa41

2421 Pigmentos 46

243 Fontes de carbono 50

2431 Fonte de carbono orgacircnico (Crescimento hetorotroacutefico) 50

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico) 51

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente (Crescimento

mixotroacuteficos) 54

3 Objetivos61

4 Materiais e meacutetodos 62

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua62

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

62

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular62

41111 Melaccedilo natildeo tratado62

41112 Melaccedilo tratado 62

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo63

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator 63

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo 63

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo63

413 Preparo do inoacuteculo64

414 Dispositivo para a cultura 64

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua64

42 Cultivo de A platensis65

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo 65

18

422 Meio de cultivo65

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis 65

4222 Meio modificado66

423 Preparo do inoacuteculo66

424 Dispositivo da cultura67

4241 Fotobiorreator tubular horizontal67

4242 Fotobiorreator tubular espiralado68

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis68

43 Teacutecnicas Analiacuteticas69

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica70

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular70

4312 Determinaccedilatildeo do pH70

4313 Determinaccedilatildeo de ART70

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol71

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua72

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis72

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular 72

43211 Densidade oacutetica 72

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo 73

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total 73

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total74

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia75

4325 Determinaccedilatildeo do pH76

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato76

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol76

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo76

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a 76

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a 77

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 77

43321 Proteiacutenas totais78

43322 Lipiacutedios totais78

43323 Cinzas78

43324 Carboidratos totais 79

19

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar 79

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS 79

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio 79

44 Caacutelculos 79

441 Produtividade em etanol no regime permanente 79

442 Rendimento do etanol no regime permanente 80

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis 80

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis 80

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa 81

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa82

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos 82

5 Planejamento experimental84

6 Resultados e discussotildees85

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica 85

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular 86

612 Teste de homogeneidade do reator87

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D) 88

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste92

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis 93

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) Produtividade em

ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

(YXN) 119

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima 119

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas 122

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas 125

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a 129

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal 134

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos 143

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores 153

7 Conclusotildees 154

20

1 Introduccedilatildeo

O interesse na produccedilatildeo comercial da Spirulina sp eacute devido a algumas

propriedades particulares como alta digestibilidade menor concentraccedilatildeo de aacutecidos

nucleacuteicos teores de proteiacutenas elevados (50-70 da massa seca) e importacircncia

quantitativa de aminoaacutecidos essenciais Na sua biomassa encontram-se tambeacutem

pigmentos como a clorofila ficocianina e -caroteno aacutecidos graxos essenciais como

γ-linolecircnico o qual possui efeito terapecircutico em humanos (BELAY OTA 1994)

vitaminas e antioxidantes (PULZ SCHEIBENBOGEN 1998)

Tradicionalmente a Spirulina (Arthrospira) eacute cultivada autotroficamente na

presenccedila de altos niacuteveis de carbonatos e bicarbonatos como fontes de carbono por

serem de baixo custo e proporcionarem pH elevado no meio No entanto Spirulina

ssp tambeacutem podem crescer em condiccedilotildees mixotroacuteficas podendo apresentar uma

produtividade maior quando comparadas a cultivos fotoautotroacuteficos ou heterotroacuteficos

(OGBONNA et al 2000)

Em condiccedilotildees mixotroacuteficas eou fotoautotroacuteficas a intensidade luminosa eacute um

fator importante no crescimento celular da A platensis Baixas intensidades

luminosas podem limitar o crescimento celular Por outro lado altas intensidades

luminosas podem inibir o crescimento celular devido ao fenocircmeno de fotoinibiccedilatildeo

Por isso esse eacute um fator que deve ser controlado em cultivos de micro-organismos

fotossintetizantes

O pH do meio de cultivo eacute um outro fator no cultivo de micro-organismos O pH

determina a solubilidade do dioacutexido de carbono e minerais no meio de cultura e

influencia diretamente ou indiretamente no metabolismo dos micro-organismos

fotossintetizantes Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido

aumento do pH no meio de cultura o que pode atuar como um autoinibidor do

crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2 pode ser utilizado para a

manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

A biofixaccedilatildeo do CO2 pelas microalgas estatildeo entre os meacutetodos bioloacutegicos mais

produtivos no tratamento de emissotildees de resiacuteduos industriais e o rendimento da

biomassa por hectare eacute maior quando comparadas a plantaccedilotildees na agricultura

(LAW BERNING 1991 AKIMOTO et al 1994) O uso direto dos resiacuteduos volaacuteteis

reduz os custos de preacute-tratamento mas a alta concentraccedilatildeo de CO2 pode inibir o

crescimento de cianobacteacuterias e microalgas No entanto alguns autores tecircm

21

recentemente relatado o isolamento de cianobacteacuterias e microalgas tolerantes a

altas concentraccedilotildees de CO2 e capazes de fixar esse gaacutes tais como Chlorella

Spirulina e Scenedesmus (CHANG et al 2003 WATANABE HALL 1995a

HANAGATA et al 1992) Cyanidium cladarium (AKIMOTO et al 1994)

Aleacutem do CO2 a fonte de nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo

uma vez que este nutriente eacute utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e

aacutecidos nucleacuteicos fundamentais para a manutenccedilatildeo e crescimento celular

(WATANABE HALL 1996) O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S

platensis utiliza sais de nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato

de potaacutessio e nitrato de soacutedio Ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO et al 2005) e

sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005) tecircm sido

pesquisadas como fontes alternativas de nitrogecircnio para o cultivo de S platensis

No caso de fontes de nitrogecircnio amoniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

O dioacutexido de carbono e os compostos volaacuteteis orgacircnicos (CVOs) de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica podem ser utilizados como fontes de carbono no cultivo de A

platensis Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica industrial toneladas de CO2 etanol e em

menor quantidade alguns CVOs satildeo liberados para a atmosfera como resiacuteduos No

entanto esses compostos podem ser reaproveitados como uma fonte de nutriente

juntamente como uma fonte de nitrogecircnio de baixo custo (ureacuteia) para o

desenvolvimento da A platensis que por sua vez permite a produccedilatildeo de

componentes com alto valor agregado e com menor custo de produccedilatildeo industrial

22

2 Revisatildeo bibliograacutefica

21 Caracteriacutesticas da A platensis

Arthrospira platensis eacute uma cianobacteacuteria filamentosa fotossintetizante

pertencente da ordem Oscillatoriales famiacutelia Cyanophyceae gecircnero Arthrospira

espeacutecie platensis Satildeo caracterizadas por tricomas ciliacutendricos multicelulares com

formas espiraladas (Figura 1) Estes possuem comprimentos de aproximadamente

500 μm e diacircmetro variando de 6-12 μm mas dependendo das condiccedilotildees de cultivo

podem adquirir morfologias diferentes Os filamentos natildeo possuem ramificaccedilotildees

nem heterocistos (TOMASELLI 1997)

Figura 1 Spirulina platensis (UTEX 1926) Fonte Universidade do Texas 2006

Arthrospira pode controlar sua flutuabilidade com vesiacuteculas gasosas para

receber a incidecircncia luminosa oacutetima para a fotossiacutentese Essas ceacutelulas podem

tambeacutem excretrar polissacariacutedeos extracelulares para formar agregados flutuantes

um fato que facilita sua recuperaccedilatildeo em lagos naturais e culturas outdoors (MATA

2007) Aleacutem disso devido a sua morfologia taxa de crescimento celular

relativamente alta e a caracteriacutestica das ceacutelulas se agregarem o custo operacional

para a recuperaccedilatildeo da biomassa eacute reduzido tornando-a economicamente viaacutevel

para a produccedilatildeo industrial (MATA 2007)

A Arthrospira sp eacute comercializada de forma inadequada com o nome de

Spirulina (GARRITY et al 2001) Atualmente a Arthrospira sp eacute produzida em

diferentes paiacuteses e sua produccedilatildeo mundial pode exceder 3000 toneladas

(SHIMAMATSU 2004) Na Tabela 1 estatildeo descritos algumas induacutestrias produtoras

de Spirulina (Arthrospira) sp e seu respectivo paiacutes

23

Tabela 1 - Produtores representativos de Spirulina

Induacutestria Paiacutesterritoacuterio

Spirulina Mexicana (Sosa Texcoco) SA

Meacutexico a

Siam Algae Co Ltd Thailand

Earthrise Farms USA

Cyanotech Corporation USA

Nan Pao Resins Chemical Co Ltd Taiwan

Far East Microalgae Co Ltd Taiwan

Parry Agro Industries Ltd (Parry Nutraceuticals)

Iacutendia

Yunnan Spirin Co Ltd Mainland China

Fonte Shimamatsu 2004 a Essa induacutestria faliu por volta do ano de 1990 (LEE 1997)

A biomassa da Spirulina sp eacute comercializada principalmente como alimentos

para seres humanos e animais devido a sua composiccedilatildeo quiacutemica A seguranccedila

como alimento tem sido estabelecida por seacuteculos atraveacutes do consumo pelos seres

humanos e pelos nuacutemerosos estudos toxicoloacutegicos (CHAMORRO et al 2002)

Na China em 1997 existiam cerca de 80 produtores de Spirulina com

produccedilatildeo anual variando de 3 a 500 toneladas A maioria dos produtores se

localizava no sul devido agrave vantagem de possuir verotildees longos e clima temperado

(LEE 1997) O maior produtor mundial de Arthrospira eacute Hainan Simai Enterprising

que estaacute localizado na provincia de Hainan na China Essa companhia tem uma

produccedilatildeo anual de 200 toneladas (SPOLAORE et al 2006) No Japatildeo de acordo

com Healfh Industry News a quantidade total de Spirulina comercializada foi de 400

toneladas em 1996 Em Taiwan 5 induacutestrias produzem um total de 480 toneladas

Na Tailacircndia os dois maiores produtores de Spirulina (Siam Algae Co Ltd e

Neotech Food Co Ltd) produzem 150 toneladas e 20 toneladas por ano

respectivamente Nos Estados Unidos a Cyanotech e a Earthrise Farms satildeo os dois

maiores produtores de Spirulina com produccedilatildeo de 380 toneladas e 500 toneladas

respectivamente Aleacutem dessas induacutestrias citadas acima existem outras produtoras

de Spirulina com uma produccedilatildeo anual menor em diversos paiacuteses como Chile Cuba

Filipinas Iacutendia (LEE 1997)

O potencial dessas cianobacteacuterias como um alimento baacutesico na dieta humana

tem sido investigado haacute muitos anos em diversos paiacuteses No Japatildeo a biomassa

24

algal (por exemplo Chlorella e Spirulina) eacute produzida comercialmente sendo

utilizada primeiramente como alimentos nutracecircuticos ou funcionais (OGBONNA

TANAKA 1997 BOROWITZKA 1986) Na China Spirulina and Chlorella satildeo os

dois maiores gecircneros cultivado na forma de biomassa ou extrato para a induacutestria

alimentiacutecia A biomassa eacute usada para produzir uma variedade de produtos

nutracecircuticos ou funcionais como tabletes caacutepsulas poacute ou para extraccedilatildeo de

ingredientes bioativos como β-caroteno e ficocianina A biomassa eacute suplementada

em patildees biscoitos doces sorvetes e o extrato satildeo suplementados em bebidas

como refrigerantes e chaacute principalmente para realccedilar seu valor nutritivo (LIANG et

al 2004)

Uma ampla variedade de pigmentos como clorofila a (Cl a) luteiacutena -caroteno

ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) satildeo compostos bioativos na biomassa de S

platensis e tem sido usado como corantes naturais em alimentos em cosmeacuteticos e

como produtos farmacecircuticos no consumo humano e animal (CHEN et al 2006) O

efeito nocivo de corantes sinteacuteticos e a tendecircncia da sociedade utilizar produtos

naturais na alimentaccedilatildeo e cosmeacuteticos tecircm conduzido agrave exploraccedilatildeo das microalgas

como corantes naturais Esses pigmentos tecircm um grande valor comercial como

corantes naturais em induacutestrias nutracecircuticas cosmeacuteticas e farmacecircuticas

(PRASANNA et al 2007)

Recentemente a importacircncia de se estudar esses micro-organismos eacute devido

as suas propriedades terapecircuticas (BELAY et al 1993) e presenccedila de compostos

antioxidantes (ESTRADA et al 2001 MIRANDA et al 1998) Essas propriedades

tecircm sido provadas experimentalmente in vivo e in vitro que satildeo efetivas para o

tratamento de algumas alergias anemia doenccedilas virais e cardiovasculares

hiperglicemia hiperlipidemia processos inflamatoacuterios entre outros (CHAMORRO et

al 2002 BELAY et al 2002)

Essa cianobacteacuteria possui alto teor proteacuteico com importacircncia quantitativa dos

aminoaacutecidos essenciais e outros elementos nutricionais proporcionando seu alto

valor nutricional (MORIST et al 2001) Baixos teores de aacutecidos nucleacuteicos altos

conteuacutedos de vitaminas polissacariacutedeos e aacutecidos graxos essenciais como ocircmega-3

e ocircmega-6 satildeo paracircmetros importantes para avaliar a qualidade da biomassa algal

(OGBONNA TANAKA 1997 BOROWTIZKA 1986) Os polissacariacutedeos que

constituem a parede celular tecircm uma digestibilidade de 86 o que torna a biomassa

facilmente absorvida pelo corpo humano (LI 1997)

25

Haacute relatos tambeacutem do emprego da Arthrospira em cosmeacuteticos um extrato rico

em proteiacutenas feitos a partir da Arthrospira repara sinais de envelhecimento da pele

mais cedo exerce um efeito de firmeza e previne a formaccedilatildeo de estrias (Protulinesreg

Exsymol SAM Monaco) (SPOLAORE et al 2006)

Aleacutem da presenccedila dos compostos citados anteriomente a biomassa de

Spirulina tambeacutem pode ser utilizada no tratamento de aacuteguas residuais renovaccedilatildeo da

aacutegua atraveacutes da desintoxificaccedilatildeo bioloacutegica e remoccedilatildeo de metais pesados Por ser

um micro-organismo fotossintetizante tem a capacidade natildeo apenas de produzir

oxigecircnio mas tambeacutem de remover nutrientes como nitrogecircnio e foacutesforo reduzindo a

eutrofizaccedilatildeo dos efluentes Essa biomassa pode ser recuperada e utilizada para

extrair compostos de interesse industrial como por exemplo pigmentos e o restante

da biomassa pode ainda ser utilizado como combustiacutevel ou para produccedilatildeo de

metano (CIFERRI TIBONI 1985)

O cultivo de microalgas e cianobacteacuterias fornecem excelente perspectivas para

a produccedilatildeo de energia renovaacutevel podendo contribuir substancialmente para uma

reduccedilatildeo de emissotildees do CO2 Essas emissotildees satildeo resultados do processo de

queima dos combustiacuteveis foacutesseis e de praacuteticas agriacutecolas improacuteprias (as queimadas

por exemplo) produzindo elevados rendimentos da biomassa e possibilitando a

produccedilatildeo de compostos com alto valor agregado e biocombustiacutevel (CHISTI 2007

RICHMOND 1990)

As microalgas tecircm sido propostas como mateacuteria-prima para a produccedilatildeo de

biocombustiacuteveis devido ao alto teor de lipiacutedios que algumas espeacutecies podem

alcanccedilar O teor de oacuteleo de 20 a 50 de sua biomassa seca eacute comum entre as

espeacutecies como Nannochloropsis sp Chlorella sp Schizochytrium sp Algumas

microalgas podem exceder a 80 (MIAO 2006 CHISTI 2007 BANERJEE et al

2002) O percentual de lipiacutedios na biomassa de microalgas eacute funccedilatildeo das condiccedilotildees

de cultivo tais como salinidade do meio concentraccedilatildeo de nitrogecircnio natureza da

fonte de carbono assim eacute possiacutevel com certa facilidade e com tempo de resposta

relativamente curto aumentar o teor de oacuteleo nas microalgas de forma a alcanccedilar

valores bastante expressivos (CHISTI 2007)

As principais vantagens para a utilizaccedilatildeo de microalgas como biocombustiacuteveis

satildeo alta eficiecircncia de conversatildeo de foacutetons (como evidenciada pelo aumento do

rendimento da biomasa por hectare) podem ser coletados em lotes durante quase

todo o ano pode utilizar sais e aacutegua residuaacuteria reduzindo extremamente o uso de

26

aacutegua doce produz biocombustiacutevel altamente biodegradaacutevel e natildeo toacutexico podem ser

usado o CO2 liberado pela queima de combustiacuteveis foacutesseis esse CO2 eacute

frequentemente disponiacutevel a baixo custo ou ateacute mesmo sem custo (CHISTI 2007

SAWAYAMA et al 1995 SCHENK et al 2008 YUN et al 1997) As limitaccedilotildees

atuais existentes satildeo principalmente no processo de colheita e na fonte do CO2 para

a maior eficiecircncia de produccedilatildeo (SCHENK et al 2008)

22 Fotobiorreatores

A escolha do biorreator para o cultivo da microalga eacute um importante fator que

influecircncia na produtividade global (WATANABE HALL 1996) Haacute uma grande

variedade de biorreatores utilizados para o cultivo de microalga dentre os quais

alguns satildeo utilizados atualmente para produccedilatildeo industrial (LEE 2001)

Segundo Borowitzka (1999) as microalgas podem ser cultivadas em diversos

sistemas de cultivo com volume variando desde poucos litros ateacute bilhotildees de litros

Em geral os sistemas de produccedilatildeo satildeo pouco sofisticados uma vez que muitas

empresas desenvolvem cultivos a ceacuteu aberto em tanques com fundo de terra e com

baixo ou nenhum controle dos paracircmetros ambientais Nos uacuteltimos 50 anos alguns

cultivos desenvolvidos em fotobiorreatores podem ter os seus paracircmetros

ambientais controlados e isto implica numa elevada produtividade a qual viabiliza a

produccedilatildeo comercial de compostos de elevado valor agregado (KOMMAREDDY

ANDERSON 2005 TREDICI 2004)

Convencionalmente os cultivos de microalgas comerciais satildeo realizados em

reatores abertos por causa de baixa eficiecircncia dos fotobiorreatores fechados em

larga escala (OGBONNA TANAKA 1997) Portanto eacute difiacutecil de obter alta

produtividade em reatores ldquooutdoorsrdquo abertos por causa da dificuldade de controlar

fatores ambientais como temperatura e intensidade luminosa haacute uma grande

evaporaccedilatildeo de aacutegua no meio e aleacutem disso requer uma grande aacuterea superficial

facilitando a contaminaccedilatildeo por outros micro-organismos Esse meacutetodo natildeo deve ser

empregado para produccedilatildeo de componentes quiacutemicos finos e farmacecircuticos uma

vez que o custo de recuperaccedilatildeo desse produto e purificaccedilatildeo podem ser

extremamente altos principalmente devido a baixa concentraccedilatildeo celular e a

contaminaccedilatildeo com impurezas Vaacuterias alternativas tecircm sido propostas para contornar

esse problema como o emprego de fotobiorreatores fechados e processos

heterotroacuteficos (CHEN 1997)

27

Os fotobiorreatores abertos possuem certas desvantagens sobre os

fotobiorreatores fechados dentre elas destacam-se menor eficiecircncia fotossinteacutetica e

menor qualidade do produto da microalga (RICHMOND et al 1990 VONSHAK

RICHOMOND 1988) A menor eficiecircncia fotossinteacutetica eacute principalmente devido ao

efeito de sombreamento quando a densidade celular alcanccedila um determinado valor

a baixa eficiecircncia de utilizaccedilatildeo de CO2 gasoso devido agrave limitaccedilatildeo do suplemento de

CO2 para a microalga uma vez que quando o CO2 natildeo estaacute dissolvido no meio de

cultura este se volatiliza contaminaccedilatildeo do cultivo por bacteacuterias algas protozoaacuterios

e fungos tambeacutem influenciam no crescimento da microalga e na qualidade do

produto Os fotobiorreatores fechados tecircm a vantagem de aumentar a eficiecircncia de

utilizaccedilatildeo de CO2 controlando o pH da cultura e diminuir o niacutevel de contaminantes

(WATANABE HALL 1996) Tambeacutem dependendo da configuraccedilatildeo do reator pode

aumentar a aacuterea iluminada reduzindo o efeito de sombreamento (WATANABE et al

1995)

Fotobiorreatores fechados satildeo usados para cultivos de micro-organismos

fotoautotroacuteficos visando agrave produccedilatildeo de aacutecidos graxos poliinsaturados pigmentos

vitaminas e polissacariacutedeos (MOLINA GRIMA et al 1995 TAKANO et al 1995

MERCHUK et al 1996 MATSUNAGA et al 1996) Para muitas dessas aplicaccedilotildees

eacute essencial o uso desses tipos de fotobiorreatores nos quais as monoculturas

podem ser mantidas por longos periacuteodos preferencialmente se o cultivo for

ldquooutdoorrdquo utilizando luz solar como a uacutenica fonte de energia (JANSSEN et al 2003)

Diversas configuraccedilotildees de fotobiorreatores fechados tecircm sido usadas ou

propostas para o cultivo de Spirulina sp como o tubular horizontal (CONVERTI et

al 2006a) tubular helicoidal (BIOCOIL) (WATANABE et al 1995 NERANTZIS et

al 2002) espiralado vertical (TREDICI ZITTELLI 1998) e laminar inclinado (HU et

al 1996) Quase todas as configuraccedilotildees dos fotobiorreatores usam um recipiente

de degassing para desoxigenar o sistema pois um aumento no niacutevel de oxigecircnio no

meio reduz a produtividade (NERANTZIS et al 2002)

Um fator importante para a configuraccedilatildeo desses fotobiorreatores eacute o

fornecimento de luz eficientemente pela maximizaccedilatildeo da relaccedilatildeo superfiacutecie-volume

iluminada Por isso os tubos satildeo frequentemente estreitos e os ldquopanelsrdquo satildeo finos

No entanto alguns fotobiorreatores bem sucedidos em escala laboratorial podem

natildeo funcionar bem quando se aumenta a escala por causa da reduccedilatildeo da relaccedilatildeo

28

superfiacutecie-volume ocasionando uma pobre distribuiccedilatildeo luminosa dentro do reator

(OGBONNA TANAKA 1997)

Tredici e Zittelli (1998) observaram que cultivos de Arthrospira (Spirulina)

platensis em fotobiorreator tubular obtiveram maiores valores de produtividade

volumeacutetrica eficiecircncia fotossinteacutetica e velocidade especiacutefica de crescimento quando

comparadas com os cultivos em fotobiorreator plano Isso foi devido agrave diferenccedila

entre o fluxo de foacutetons nos cultivos com formas diferentes dos fotobiorreatores Uma

vez que os outros principais paracircmetros que conduzem o crescimento da S

platensis natildeo variaram entre os dois cultivos

Entre os diferentes tipos de fotobiorreatores aqueles do tipo air lift satildeo

particularmente interessantes por apresentarem uma maior transferecircncia de massa

liacutequido-gaacutes com menor gasto de energia podem ter o escoamento do liacutequido

facilmente controlado a circulaccedilatildeo de liacutequidos ocorre sem a remoccedilatildeo de partes do

reator e isto previne a contaminaccedilatildeo no cultivo Estes tipos de reatores satildeo

especialmente recomendados para as culturas de cianobacteacuterias por causa da

sensibilidade destas ao estresse de cisalhamento mecacircnico (CHOI et al 1995

SIEGEL ROBINSON et al 1992 CHISTI 1989 MERCHUK et al 1996

WATANABE et al 1995)

O sistema air lift tambeacutem permite a remoccedilatildeo de oxigecircnio produzido pela

fotossiacutentese (CAMACHO RUBIO et al 1998) A remoccedilatildeo contiacutenua do gaacutes oxigecircnio

em cultivos fotossinteacuteticos eacute essencial por que uma excessiva quantidade de

oxigecircnio dissolvido inibe a fotossiacutentese (MOLINA et al 2001)

O crescimento e a produtividade das ceacutelulas fotossinteacuteticas satildeo afetados por

diversos fatores incluindo composiccedilatildeo do meio de cultura temperatura pH

concentraccedilatildeo de O2 e CO2 no reator e fornecimento de luz sendo este o mais

importante durante o cultivo autotroacutefico de ceacutelulas fotossinteacuteticas (OGBONNA

TANAKA 1997)

Micro-organismos natildeo satildeo expostos a uma densidade de fluxo de foacutetons

constante em fotobiorreatores devido ao sombreamento muacutetuo das ceacutelulas e ao

movimento do liacutequido durante a agitaccedilatildeo Frequumlentemente tem sido sugerido que a

circulaccedilatildeo entre as zonas clara e escura poderia conduzir a uma eficiecircncia

fotossinteacutetica maior que aquela determinada sob iluminaccedilatildeo contiacutenua da densidade

de fluxo de foacutetons (JANSSEN et al 2003)

29

O fornecimento da luz em fotobiorreatores eacute uma variaacutevel importante em

culturas fotoautroacuteficas A alta razatildeo superfiacutecie-volume eacute um preacute-requisito importante

para o suprimento suficiente de luz nos fotobiorreatores Ateacute mesmo sob baixa

intensidade luminosa os organismos fotossintetizantes utilizam a luz exposta na

superfiacutecie dos fotobioreatores A energia de excitaccedilatildeo eacute parcialmente utilizada pelo

aparato fotossinteacutetico e a energia residual eacute perdida na forma teacutermica ou

fluorescecircncia (GRUSZECKI et al 1994) Um excesso da energia de excitaccedilatildeo pode

prejudicar o aparato fotossinteacutetico no processo chamado de fotoinibiccedilatildeo (MELIS

1999)

Dependendo do diacircmetro interno dos tubos (12 a 123 cm) os fotobiorreatores

tubulares fechados podem alcanccedilar valores de concentraccedilatildeo celular maiores que 20

g L-1 e produtividades volumeacutetricas de biomassa de 025 - 364 g L-1d-1 em cultivo

que possuem o ciclo claroescuro A alta turbulecircncia encontrada em reatores

tubulares garante uma oacutetima disponibilidade luminosa para as ceacutelulas e melhor

transferecircncia de massa dos gases (LEE 2001)

Outro fator importante eacute o escoamento turbulento da cultura A velocidade do

escoamento do liacutequido deve ser suficiente para garantir o escoamento turbulento

para evitar que as ceacutelulas fiquem estagnadas no interior escuro dos tubos Portanto

uma turbulecircncia execessiva pode danificar as ceacutelulas e haacute um limite superior para a

velocidade da cultura A turbulecircncia eacute conhecida por aumentar a produtividade da

biomassa quando comparada as condiccedilotildees de escoamento laminar A turbulecircncia

move as ceacutelulas do interior escuro de um tubo para uma zona perifeacuterica iluminada

evitando que as ceacutelulas natildeo recebam luz por longos periacuteodos Adicionalmente o

movimento das ceacutelulas da zona clara para a zona escura pode aumentar a

produtividade desde que a duraccedilatildeo de permanecircncia na zona escura seja curta

Intervalos no escuro na ordem de 1 segundo podem melhorar a conversatildeo da

energia solar em biomassa (LAWS et al 1987 TERRY 1986) Tais intervalos

permitem reaccedilotildees cataliacuteticas da fotossiacutentese no escuro permitindo o

restabelecimento do aparato fotossinteacutetico para sua eficiecircncia no proacuteximo periacuteodo

luminoso (ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ et al 2001) Jansen et al (2002) relataram que a

turbulecircncia movimenta as ceacutelulas da zona escura no centro do fotobiorreator para a

zona foacutetica na parte mais externa do cilindro podendo conduzir a maior eficiecircncia do

reator

30

O fluxo laminar pode ser prejudicial agraves altas densidades celulares No entanto

eacute importante por proporcionar uma distribuiccedilatildeo uniforme da luz a todas as ceacutelulas na

cultura reduzir o crescimento da parede do fotobiorreator e diminuir a tensatildeo do

oxigecircnio na cultura (RICHMOND 2000) Carlozzi e Torzillo (1996) obtiveram maior

produtividade da Arthrospira platensis quando a velocidade da cultura densa (10 g L-1)

foi alterada de 018 m s-1 para 075 m s-1 Isto torna evidente a necessidade de se

manter uma velocidade de escoamento que permita um maior nuacutemero de ceacutelulas

captarem luminosidade suficiente e que ao mesmo tempo natildeo aumente a demanda

dos custos de produccedilatildeo

Converti et al (2006) observaram que cultivos de Arthrospira platensis em

fotobiorreator tubular a velocidade da cultura de 016 m s-1 eacute suficiente para garantir

uma boa mistura da cultura evitando danos agraves ceacutelulas Similarmente Tredici (1999)

descreve que cultivos em escala industrial de Arthrospira sp em fotobiorreator com

tubos plaacutesticos alongados sobre a terra com 35 cm de largura e 9 cm de altura a

densidade populacional oacutetima foi de 1 g Lminus1 e a velocidade do fluxo natildeo pode ser

menor que 50 cm sminus1 Baixa velocidade de circulaccedilatildeo 6 a 10 cm sminus1 prejudicou o

cultivo devido a produccedilatildeo O2 que inibiu o crescimento baixas taxas de saiacuteda e a

cultura deteriorou-se rapidamente devido ao seu crescimento na parede do tubo

(biofouling)

Como o crescimento dos micro-organismo fotossintetizantes nos

fotobiorreatores eacute fotossinteacutetico o suplemento de luz e CO2 satildeo provavelmente os

limitantes para o crescimento da microalga Aleacutem desses fatores a concentraccedilatildeo de

nitrogecircnio tambeacutem eacute um fator determinante no cultivo uma vez que este nutriente eacute

utilizado principalmente para constituir proteiacutenas e aacutecidos nucleacuteicos fundamentais

para a manutenccedilatildeo e crescimento celular (WATANABE HALL 1996)

No caso de fontes de nitrogecircnio amocircniacais o emprego dos reatores tubulares

pode ser considerado como uma vantagem por favorecer baixa perda de amocircnia

por volatilizaccedilatildeo reduzindo a necessidade de adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio como

consequumlente reduccedilatildeo do custo de produccedilatildeo Assim pode-se concluir que os

esforccedilos em melhoria de condiccedilotildees de cultivo de A platensis natildeo sejam apenas

utilizando reatores abertos mas tambeacutem reatores fechados dentre os quais os

tubulares

31

23 Processos de cultivo em fotobiorreatores

S platensis habita naturalmente em lagos africanos e mexicanos (RICHMOND

1990) mas podem crescer artificialmente em meios sinteacuteticos empregando

diferentes tipos de processos de cultivo Estes tecircm sido desenvolvidos com a

finalidade de aumentar a produtividade do material desejado Segundo Sassano

(1999) a forma de adiccedilatildeo do substrato nas dornas pode interferir na qualidade da

biomassa produzida

No processo contiacutenuo eacute realizado por meio de uma alimentaccedilatildeo contiacutenua do

substrato limitante (ou meio de cultura) ao reator a uma determinada vazatildeo

constante e por uma retirada contiacutenua de meio cultivado de forma a se ter o volume

de reaccedilatildeo constante a fim de que o sistema atinja a condiccedilatildeo de estado

estacionaacuterio (steady-state) Esse estado consiste na situaccedilatildeo nas quais todas as

condiccedilotildees no interior do reator permanecem constantes ao longo do tempo

(FACCIOTTI 2001) Esse processo tem sido estudado por diferentes autores

comprovando sua aplicabilidade para no cultivo de Spirulina platensis Hirata et al

(1998) obtiveram concentraccedilotildees de S platensis sob condiccedilotildees fotoautotroacuteficas em

regime permanente nas diferentes intensidades luminosas analisadas 25 a 400 W

m-2 Nerantzis et al (2002) empregou o sistema contiacutenuo no fotobiorreator tubular

helicoidal (HELPBR) no cultivo de S platensis e provou sua flexibilidade ao aumento

de escala bem como sua alta produtividade volumeacutetrica em relaccedilatildeo a outros

fotobiorreatores fechados

Outro tipo de processo que tem sido utilizado no cultivo de S platensis em

fotobiorreatores eacute o semicontiacutenuo Esse processo consiste na alimentaccedilatildeo contiacutenua

do substrato limitante mas a remoccedilatildeo do produto eacute por bateladas (alimentaccedilatildeo

contiacutenua com descarga apoacutes a obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular maacutexima desejada)

(BORZANI 2001) Travieso et al (2001) utilizando fotobiorreator tubular helicoidal

concluiacuteram que eacute possiacutevel empregar satisfatoriamente o sistema semicontiacutenuo no

cultivo de S platensis obtendo uma produtividade da biomassa maior que em

processos descontiacutenuo Isso por que em processo descontiacutenuo a produtividade em

ceacutelulas tende a diminuir quando os nutrientes satildeo totalmente consumidos De acordo

com Reichert et al (2006) a concentraccedilatildeo celular pode atingir valores de duas a

quatro vezes maiores no cultivo semicontiacutenuo de S platensis em relaccedilatildeo ao cultivo

descontiacutenuo utilizando fotobiorreator fechado

32

No processo descontiacutenuo todo o substrato eacute adicionado no iniacutecio do cultivo e

os produtos permanecem ateacute o final do cultivo (CARVALHO SATO 2001) No

processo descontiacutenuo alimentado que eacute uma variaccedilatildeo do processo descontiacutenuo a

alimentaccedilatildeo pode ser de forma intermitente ou contiacutenua O modo de operaccedilatildeo da

alimentaccedilatildeo em bioprocessos permite prevenir o acuacutemulo ou a falta do substrato no

cultivo Em processo microbiano uma apropriada taxa de alimentaccedilatildeo

exponencialmente crescente resulta na manutenccedilatildeo da concentraccedilatildeo do substrato

limitante residual controlando a taxa de formaccedilatildeo do produto (CARVALHO SATO

2001) Esse processo permite que o nutriente seja adicionado em determinados

intervalos de tempo durante todo o processo com isso eacute possiacutevel adicionar

nutrientes potencialmente toacutexicos quando presentes em altas concentraccedilotildees como

por exemplo o iacuteon amocircnio sem prejudicar o crescimento microbiano e prevenindo

seu acuacutemulo (CARVALHO et al 2004) Olguiacuten et al (2001) observaram que no

cultivo descontiacutenuo usando uma concentraccedilatildeo inicial de amocircnia de 1 mM incubada

a 32 ordmC ocorre uma grande perda desse iacuteon para a atmosfera aleacutem de ser

consumida pelo micro-organismo tornando-se deficiente depois de poucos dias

especificamente 12 dias Soletto et al (2005) observaram que o melhor crescimento

cineacutetico da S platensis foi empregando o processo descontiacutenuo alimentado quando

comparada com o processo descontiacutenuo utilizando a ureacuteia com fonte de nitrogecircnio

Comportamento semelhante foi observado por Zhang et al (1998) em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio

Costa et al (2004) observaram o emprego da aacutegua do lago Mangueira

suplementado com ureacuteia pelo processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de S

platensis foi possiacutevel reduzir o custo de produccedilatildeo possibilitando o cultivo em larga

escala

Em casos particulares como por exemplo a necessidade de utilizaccedilatildeo de

nutriente viscoso no cultivo este processo geralmente reduz a viscosidade do meio

e o efeito dos componentes toacutexicos eacute tambeacutem limitado pela diluiccedilatildeo (WARD 1989)

Entre outras vantagens desse processo pode-se encontrar desvio do metabolismo

celular para via de interesse de formaccedilatildeo do produto evita repressatildeo cataboacutelica

evita formaccedilatildeo de produtos toacutexicos no metabolismo microbiano e controla a

velocidade de crescimento microbiano O melhor procedimento operacional para

esse sistema eacute iniciar com pequena quantidade de biomassa e substrato e adicionar

33

mais substrato quando a maior parte do substrato inicial ter sido consumida pelo

micro-organismo (GREGERSEN JORGENSEN 1999)

O processo descontiacutenuo alimentado deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da S platensis desde que a concentraccedilatildeo do substrato

limitante possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

24 Nutrientes para o crescimento da A platensis

241 Fontes de Nitrogecircnio

O elemento nitrogecircnio constitui aproximadamente de 5 a 10 do peso seco das

cianobacteacuterias (FLORES HERRERO 1994) Diferentes fontes de nitrogecircnio

orgacircnica e inorgacircnica podem ser assimiladas por micro-organismos

fotossintetizantes Dentre as orgacircnicas encontramos aminoaacutecidos purinas ornitina

e as inorgacircnicas encontramos sais de amocircnio e sais de nitrato (BERMAN CHAVA

1999)

As cianobacteacuterias utilizam principalmente fontes de nitrogecircnio inorgacircnico como

nitrato nitrito amocircnia e nitrogecircnio atmosfeacuterico para suprir sua necessidade No

entanto amocircnia eacute a uacutenica fonte inorgacircnica de nitrogecircnio que eacute diretamente

incorporada em compostos orgacircnicos e entatildeo um intermediaacuterio obrigatoacuterio na

utilizaccedilatildeo do outras fontes de nitrogecircnio Essa moleacutecula eacute tambeacutem conhecida como

uma desacopladora na fotossiacutentese causando sob certas circunstacircncias o colapso

do ΔpH requerida pela siacutentese de ATP A amocircnia regula enzimas importantes no

metabolismo de nitrogecircnio tais como nitrato redutase glutamina sintetase e

nitrogenases (BOUSSIBA 1997)

Exceto para o N2 as cianobacteacuterias possuem um sistema de transporte

especiacutefico para as diferentes formas de nitrogecircnio mas a maioria deles pode entrar

na ceacutelula por difusatildeo dependendo de sua concentraccedilatildeo oue do pH do meio de

cultura Nitrato e nitrito satildeo reduzidos pela nitrato redutase e nitrito redutase

respectivamente ambas as enzimas usam ferredoxina como doador de eleacutetrons

(FLORES HERRERO 1994) Ureacuteia eacute convertida a amocircnia pela urease e o

dinitrogecircnio eacute reduzido agrave amocircnia pelo complexo nitrogenase (HERRERO et al

2001) Outras formas de nitrogecircnio como certos aminoaacutecidos requerem sistemas de

34

transporte especiacutefico e posteriormente seratildeo metabolizados para produzir amocircnio

(HERRERO et al 2001 MURO-PASTOR FLORENCO 2003)

Nesses organismos a hierarquia de preferecircncia da assimilaccedilatildeo tem sido

mostrada para esses compostos Quando amocircnio e nitrato estatildeo presentes

simultaneamente no meio externo o sistema para assimilaccedilatildeo de nitrato eacute expresso

somente ao niacutevel basal A inibiccedilatildeo da assimilaccedilatildeo do nitrato exercida pela amocircnia

opera em dois niacuteveis diferentes pelo menos Durante pouco tempo a adiccedilatildeo da

amocircnia interrompe a assimilaccedilatildeo ativa do nitrato pelas ceacutelulas Se as ceacutelulas

continuarem expostas ao amocircnio ateacute mesmo quando o nitrato estaacute

simultaneamente presente a longo prazo o sistema regulatoacuterio atua na repressatildeo

das proteiacutenas envolvendo a assimilaccedilatildeo do nitrato (HERRERO FLORES 1997) A

atividade da nitrato redutase em Spirulina platensis (strain ARM 729) eacute reduzida

mediante a retirada de nitrato do meio e eacute totalmente restaurada apoacutes duas horas

da adiccedilatildeo de nitrato indicando a induccedilatildeo pelo substrato A concentraccedilatildeo oacutetima de

nitrato de soacutedio necessaacuteria para a atividade maacutexima da enzima nitrato redutase eacute de

30 mM Os produtos da assimilaccedilatildeo do nitrato nitrito e amocircnio inibiram

significativamente a atividade da nitrato redutase quando em altas concentraccedilotildees A

acumulaccedilatildeo do nitrito eacute toacutexica para a ceacutelula mas seu niacutevel pode ser controlado tanto

pela inibiccedilatildeo da atividade da nitrato redutase eou transporte do nitrato ou pelo

aumento da atividade da nitrito redutase (JHA et al 2007)

Em cultivos de micro-organismo em larga escala a fonte de nitrogecircnio

preferencial eacute a amocircnia devido ao seu baixo custo e tambeacutem porque ela pode

previnir a contaminaccedilatildeo com zooplancton (BOUSSIBA 1997) A preponderacircncia de

NH3 sobre NH4+ em valores de pH acima de 92 o pKa para amocircnia a 20-30 ordmC

favoreceu a permeabilidade desta pela membrana plasmaacutetica forma natildeo ionizada

que apoacutes difundir pela membrana plasmaacutetica a amocircnia eacute aprisionada dentro da

ceacutelula na forma de iacuteon amocircnio carregado positivamente (BOUSSIBA 1997) O grau

de inibiccedilatildeo parece ser muito reduzido em cepas que crescem restritamente em

condiccedilotildees alcalinas 5 mM de amocircnia inibiu 90 a evoluccedilatildeo de O2 dependente de

luz em micro-organismo neutrofiacutelico Anabaena sp e somente 30 foi observada

em micro-organismo alcalofiacutelico Spirulina platensis no mesmo pH (pH 100) Em

concentraccedilatildeo de 10 mM Spirulina platensis obteve ainda 50 da capacidade

fotossinteacutetica e Anabaena sp natildeo obteve crescimento Essa resistecircncia da Spirulina

agrave amocircnia em pH 10 eacute conferida por um pH intratilacoidal relativamente alto no

35

valor de 65 em relaccedilatildeo ao pH intratilacoidal da Anabaena sp valor de pH de 53

Esta diferenccedila no valor do pH intratilacoidal sugere que menor eacute a ΔpH atraveacutes da

membrana que eacute a razatildeo para a resistecircncia relativa da Spirulina platensis a amocircnia

em pH 100 (BELKIN BOUSSIBA 1991a)

A adiccedilatildeo de 2-3 mM de amocircnia em cultivos de Spirulina mantida geralmente a

pH (95 - 100) causa a deterioraccedilatildeo do contamitante Chlorella no cultivo de

Spirulina A toxidade da amocircnia nas ceacutelulas da Chlorella eacute causada pela grande

entrada dessa moleacutecula devido ao menor pH interno reduzindo a variaccedilatildeo do pH na

membrana tilacoidal requerida para a siacutentese de ATP Logo o uso de amocircnia com

fonte de nitrogecircnio no cultivo de Spirulina pode previnir a proliferaccedilatildeo de outros

micro-organismos (BOUSSIBA 1997)

Ureacuteia e aminoaacutecidos tambeacutem podem ser assimilados pelas cianobacteacuterias A

ureacuteia e fontes de nitrogecircnio orgacircnico satildeo primeiramente metabolizadas para amocircnia

e a partir de entatildeo os aacutetomos de nitrogecircnio seratildeo utilizados como observado na

Figura 2 (FLORES HERRERO 1994)

Figura 2 Principais rotas de assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio em cianobacteacuterias cultivas em pH acima de 92

A maioria dos organismos fotossintetizantes a assimilaccedilatildeo da amocircnia ocorre

pela accedilatildeo sequumlencial da glutamina sintetase (GS) e glutamanto sintase (GOGAT)

Ureacuteia

NO3-

aminoaacutecido

NH3

aminoaacutecido

Ureacuteia

NO3-

NH4+

Nucleotiacutedeos

Aminoaacutecidos

Aminoaccediluacutecar

Lipiacutedios

NH4+

Aacutecidos nucleacuteicos

Parede celular

Porfirinas

Proteiacutenas

Intracelular Exracelular

36

Essas reaccedilotildees conhecidas como ciclo GS-GOGAT constituem uma ligaccedilatildeo entre o

metabolismo de nitrogecircnio e de carbono e eacute o metabolismo mais importante para

assimilaccedilatildeo da amocircnia gerada tanto exogenamente como endogenamente

(BOUSSIBA 1997)

As enzimas do ciclo da glutamina sintetase e glutamato sintase satildeo importantes

pela introduccedilatildeo da amocircnia em formas orgacircnicas O glutamato produzido por esta

via aleacutem de ser o principal doador de nitrogecircnio para a siacutentese de outros

metaboacutelitos contendo nitrogecircnio eacute tambeacutem um precursor de alguns aminoaacutecidos e

da 5-aminolevulinato um precursor da biossiacutentese da porfirina ficobilina e clorofila

(FLORES HERRERO 1994)

A parede celular das cianobacteacuterias eacute como as das bacteacuterias gram-negativas

que conteacutem uma camada de peptidoglicano na parte externa da membrana

citoplasmaacutetica Nesta membrana conteacutem tipos de proteiacutenas especiais denominadas

de porinas a qual permite a passagem de pequenas moleacuteculas incluindo

aminoaacutecidos e iacuteons inorgacircnicos Isto eacute essas substacircncias apresentam um sistema

de transporte especializado (FLORES HERRERO 1994) A membrana

citoplasmaacutetica representa a principal barreira de permeabilidade das cianobacteacuterias

Portanto o nitrato provavelmente possui livre acesso ao periplasma das

cianobacteacuterias (HERRERO FLORES 1997)

Algumas cianobacteacuterias como Anabaena Nostoc Fischerella satildeo capazes de

fixar N2 atmosfeacuterico em condiccedilotildees aeroacutebias atraveacutes das nitrogenases (FLORES

HERRERO 1994) No entanto as ceacutelulas de S platensis natildeo podem fixar nitrogecircnio

atmosfeacuterico porque natildeo possuem heterocisto (MATA 2007 VACHHANI VONSHAK

1997) e eacute dentro dos heterocistos onde se encontram as nitrogenases em

cianobacteacuterias (LARA GUERRERO 2007)

O nitrato eacute provavelmente a fonte mais abundante de nitrogecircnio para a nutriccedilatildeo

de cianobacteacuterias A assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a incorporaccedilatildeo do nitrato e

reduccedilatildeo do nitrato intracelular para amocircnio na qual eacute a forma de nitrogecircnio

incorporada em compostos orgacircnicos Nitrito na qual pode tambeacutem ser utilizado na

necessidade do nitrogecircnio eacute assimilado pelas ceacutelulas e entatildeo reduzido a amocircnio

(FLORES HERRERO 1994)

A assimilaccedilatildeo do nitrato pelas cianobacteacuterias envolve um sistema de transporte

que eacute carreado por uma proteiacutena e esta possui uma alta afinidade pelo nitrato Esta

alta afinidade permite que as cianobacteacuterias utilizem nitratos mesmo em baixas

37

concentraccedilotildees como eacute encontrado no meio ambiente natural O acuacutemulo intracelular

de nitrato permitiraacute o funcionamento da enzima nitrato redutase (FLORES

HERRERO 1994) Portanto a limitaccedilatildeo do transporte de nitrato pela inativaccedilatildeo de

alguns genes do transporte de nitrato natildeo impede o crescimento dependente de

nitrato quando este eacute suplementado a alta concentraccedilatildeo (20 mM) A entrada do

nitrato nas ceacutelulas nessas condiccedilotildees parece ser por difusatildeo passiva desde que a

concentraccedilatildeo de nitrato seja maior que 1 mM a assimilaccedilatildeo de nitrato aumenta

linearmente com o aumento da sua concentraccedilatildeo (OMATA et al 1989)

O nitrato intracelular eacute reduzido a nitrito em reaccedilatildeo utilizando 2 eleacutetrons

catalizados pela nitrato redutase o nitrito eacute convertido a amocircnio pela nitrito redutase

na reaccedilatildeo utilizando 6 eleacutetrons Ambas as enzimas encontradas nas membranas

tilacoidais utilizam ferrodoxina reduzida como doador de eleacutetrons A presenccedila de

nitrato ou nitrito geralmente tem um efeito positivo nos niacuteveis das enzimas nitrato

redutase e nitrito redutase (FLORES HERRERO 1994) Estas enzimas encontram-

se principalmente no citoplasma das cianobacteacuterias (GUERRERO LARA 1987) A

assimilaccedilatildeo do nitrato envolve a reduccedilatildeo citoplasmaacutetica para nitrito (NO2-)

catalizada pela enzima nitrato redutase (NR) usando NAD(P)H como doador de

eleacutetrons O nitrito eacute rapidamente reduzido a amocircnio (NH4+) pela enzima nitrito

redutase (NiR) que usa a ferrodoxina como doador de eleacutetrons e o amocircnio eacute entatildeo

incorporado a moleacuteculas de nitrogecircnio como aminoaacutecidos purinas pirimidinas e

aminas (LEA LEEGOOD 1993)

Quando somente o CO2 eacute o aceptor de eleacutetrons disponiacutevel e o escoamento de

eleacutetrons pelos fotossistemas natildeo eacute limitado pela luz o que determina a fotossiacutentese

eacute a fixaccedilatildeo de CO2 pelo ciclo das pentoses Quando se adiciona nitrato nessas

mesmas condiccedilotildees este usa os eleacutetrons diretamente da ferrodoxina reduzida

liberando o escoamento dos eleacutetrons natildeo ciacuteclico de sua limitaccedilatildeo e estimulando a

produccedilatildeo de O2 Esse efeito natildeo foi observado quando se adiciona amocircnio Na

intensidade luminosa saturante o nitrato estimula o fluxo de eleacutetrons natildeo ciacuteclico para

gerar um poder redutor utilizado para sua assimilaccedilatildeo No entanto a intensidade de

luz limitante o nitrato reprime a fixaccedilatildeo de CO2 para utilizar o poder redutor gerado

fotossinteticamente na sua reduccedilatildeo a amocircnia (ROMERO LARA 1987)

A nitrato redutase e nitrito redutase presentes na membrana tilacoidal permitem

a fotoreduccedilatildeo do nitrato ou nitrito em uma reaccedilatildeo dependente do fotossistema I na

qual eacute estimulada pela ferrodoxina Nos tilacoacuteides do Synechococcus a fotoreduccedilatildeo

38

do nitrato a amocircnio utiliza aacutegua como fonte de eleacutetrons foi observado na reaccedilatildeo

envolvendo ambos fotossistema I e fotossistema II Em condiccedilotildees heterotroacuteficas a

reduccedilatildeo do nitrato ocorre pela ferrodoxina reduzida produzida a partir do NADPH e

ferrodoxina-NADP oxiredutase NAPDH eacute provavelmente gerado pela glicose-6-

fosfato desidrogenase e 6-fosfogluconato desidrogenase (HERRERO FLORES

1997)

A assimilaccedilatildeo de amocircnio nas cianobacteacuterias pode ser pela difusatildeo de sua

forma gasosa (amocircnia) ou pela accedilatildeo de permeases especiacuteficas e eacute diretamente

incorporado no metabolismo GS-GOGAT (GS glutamina sintetase GOGAT

glutamate sintase) (MURO-PASTOR FLORENCIO 2003)

A ureacuteia eacute uma boa fonte de nitrogecircnio para cianobacteacuterias pertencentes a

diferentes grupos taxonocircmicos Esta parece ser assimilada intacta pelas ceacutelulas

ativas e entatildeo metabolizada intracelularmente (FLORES HERRERO 1994) Embora

o metabolismo assimilatoacuterio do nitrogecircnio tenha sido amplamente investigado

(FLORES HERRERO 1994) informaccedilatildeo sobre a assimilaccedilatildeo da ureacuteia eacute escassa e

a maioria relata sobre o uso da urease (RAI SINGH et al 1987 RAI 1989

PALINSKA et al 2000) A ureacuteia intracelular eacute degradada pela enzima urease

liberando uma moleacutecula de dioacutexido de carbono e duas moleacuteculas de amocircnia

Embora algumas leveduras e algas degradem a ureacuteia pela ureacuteia amidoliase

dependente de ATP e biotina a maioria dos micro-organismos usa a ureacuteia

amidohidrolase dependente de Ni+2 (VALLADARES et al 2002) Essa enzima

possui um Km para ureacuteia geralmente acima de 1 mM (MOBLEY HAUSINGER

1989) Valladares et al (2002) tem demonstrado que algumas cianobacteacuterias como

Synechocystis sp PCC 6803 e Anabaena sp PCC 7120 possuem um transportador

de ureacuteia denominado ABC tipo permease (ABC-type permease) essencial para a

assimilaccedilatildeo da ureacuteia

A atividade da urease em cianobacteacuterias Synechococcus sp eacute geralmente

maior em ceacutelulas rompidas em relaccedilatildeo as ceacutelulas intactas sugerindo que a urease

estaacute localizada intracelularmente no citoplasma (COLLIER et al 1999) A produccedilatildeo

da urease requer Ni+2 no meio de crescimento e tem sido purificada a partir da

Spirulina maxima (CARVAJAL et al 1982)

Em geral haacute dois principais metabolismos para que o amocircnio seja incorporado

em constituintes orgacircnicos nas ceacutelulas O primeiro eacute a incorporaccedilatildeo direta do

amocircnio incorporado do meio para produccedilatildeo do glutamato pela aminaccedilatildeo do 2-

39

oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato desidrogenase seguindo pela

aminaccedilatildeo do glutamato pela glutamina sintetase

(1)

No segundo duas moleacuteculas de glutamato satildeo produzidas na reaccedilatildeo de

transaminaccedilatildeo A amocircnia eacute incorporada ao glutamato originando a glutamina na

qual transfere seu grupo amino para 2-oxoglutarato (-cetoglutarato) pela glutamato

sintase ou glutamato-2-oxoglutarato aminotransferase este eacute o ciclo de reaccedilotildees

catalisadas pelo glutamato sintase e glutamina sintetase sendo esta a via mais

comum de assimilaccedilatildeo de amocircnio em cianobacteacuterias independente da fonte de

nitrogecircnio utilizada (FLORES HERRERO 1994)

(2)

Eacute evidente que na assimilaccedilatildeo de algumas formas de nitrogecircnio inorgacircnico

pelas enzimas GSGOGAT um requerimento obrigatoacuterio do esqueleto de carbono

principalmente cetoaacutecidos conduziraacute um desvio do fluxo de carbono da biossiacutentese

de carboidrato para a biossiacutentese de aminoaacutecidos (LARA GUERRERO 1997)

proporcionando um aumento no fluxo de carbono atraveacutes da via glicoliacutetica e dos

aacutecidos tricarboxiacutelicos para a formaccedilatildeo do oxalacetato e do α-cetoglutarato bem

como estimula o turnover de aminoaacutecidos em ceacutelulas de Anacystis nidulans uma

2

+

+

40

vez que um aumento da incorporaccedilatildeo do carbono em aminoaacutecidos induzido pela

assimilaccedilatildeo de nitrogecircnio natildeo foi acompanhado por um aumento no pool de

aminoaacutecidos Esse desvio eacute mais evidente sob altas intensidades luminosas

(CORONIL et al 1993)

Nas ceacutelulas de Phormidium laminosum adaptada ao crescimento com nitrato ou

amocircnia como fonte de nitrogecircnio possuem de 65 a 90 de glutamato em relaccedilatildeo a

quantidade de aminoaacutecidos totais (porccedilatildeo molar) dependendo da fase de

crescimento Essa proporccedilatildeo pode variar se a fonte de nitrogecircnio no cultivo for

alterada Quando o iacuteon amocircnio foi adicionado no cultivo com nitrato o conteuacutedo de

glutamato diminui enquanto que a maioria dos outros aminoaacutecidos aumentou O

niacutevel intracelular da maioria dos aminoaacutecidos (especialmente aspartato e alanina)

aumenta indicando que a siacutentese de aminoaacutecido foi maior que sua incorporaccedilatildeo em

proteiacutenas e outros compostos (OCHOA de ALDA et al 1996)

O meio de cultura convencional para a obtenccedilatildeo da S platensis utiliza sais de

nitrato como fonte de nitrogecircnio como por exemplo nitrato de potaacutessio e nitrato de

soacutedio Fontes alternativas de nitrogecircnio como ureacuteia (DANESI et al 2002 SOLETTO

et al 2005) e sais de amocircnio (CARVALHO et al 2004 SOLETTO et al 2005)

estatildeo sendo pesquisadas com a finalidade de diminuir os custos na produccedilatildeo

industrial Ambos o tipo e a quantidade da fonte de nitrogecircnio no meio de cultura

influenciam no crescimento e composiccedilatildeo da biomassa (STANCA POPOVICI

1996)

Considerando a substituiccedilatildeo de KNO3 por ureacuteia verifica-se que eacute altamente

vantajosa pois o custo desta eacute muito menor que a de KNO3 e aleacutem disso a ureacuteia eacute

facilmente assimilada por S platensis provavelmente devido agrave sua hidroacutelise no meio

de cultivo com formaccedilatildeo de amocircnia seja devido agrave accedilatildeo da urease (CARVAJAL et

al 1982) seja devido agrave alcalinidade do meio de cultivo (DANESI et al 2002

RANGEL-YAGUI et al 2004)

Soletto et al (2005) comparando o crescimento da S platensis no processo

descontiacutenuo observaram que o uso de ureacuteia como fonte de nitrogecircnio proporcionou

uma maior concentraccedilatildeo celular quando comparado com o sulfato de amocircnio Nesse

mesmo trabalho observaram que o melhor crescimento cineacutetico da S platensis foi

utilizando o processo descontiacutenuo alimentado com ureacuteia quando comparada com o

nitrato de soacutedio Portanto o uso de ureacuteia como uma fonte de nitrogecircnio mais

econocircmica pode ser uma alternativa interessante no cultivo de S platensis

41

Bezerra et al (2008) observaram que o emprego do processo descontiacutenuo

alimentado utilizando cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio pode ser uma

alternativa viaacutevel para o cultivo de S platensis natildeo influenciam nos teores proteacuteicos

e lipiacutedicos da biomassa final

242 Intensidade luminosa

A intensidade luminosa eacute um importante fator que interfere no crescimento

dos micro-organismos fotossintetizantes A luz absorvida por pigmentos direciona o

transporte de eleacutetrons fotossinteacutetico na qual resulta na reduccedilatildeo do NADP+ e

formaccedilatildeo de ATP (YANG et al 2000)

A soma da luz absorvida pelas ceacutelulas no fotobiorreator depende de muitos

fatores incluindo posiccedilatildeo especiacutefica da ceacutelula num determinado instante densidade

da cultura e pigmentaccedilatildeo das ceacutelulas (RUBIO et al 2003)

Um dos modos de obtenccedilatildeo de energia para o metabolismo da S platensis eacute a

fotossiacutentese e para a sua realizaccedilatildeo eacute necessaacuterio aacutegua dioacutexido de carbono e luz

No processo fotossinteacutetico ocorre o fenocircmeno de captaccedilatildeo de luz e outro conhecido

como oxido-reduccedilatildeo (NELSON YOCUM 2006)

A absorccedilatildeo da luz na faixa de 400-700 nm por pigmentos fotossinteacuteticos

absorve a energia de um foacuteton de dado comprimento de onda e entatildeo utiliza essa

energia para iniciar uma cadeia de eventos da fase fotoquiacutemica da fotossiacutentese

Esses pigmentos tais como clorofila carotenoacuteides e bilinas estatildeo organizados em

complexos fotossinteacuteticos e tecircm a funccedilatildeo de antenas captadoras de luz Centenas

de pigmentos antenas funcionam juntos para direcionar o processo para as etapas

seguintes ou dissipam o excesso de energia para diferentes rotas (ADIR et al

2003)

A faixa do espectro de absorccedilatildeo que eacute utilizada pelos organismos

fotossintetizantes como fonte de energia para as suas atividades metaboacutelicas eacute

comumente chamada de Radiaccedilatildeo Fotossinteticamente Ativa (PAR do inglecircs

Photosynthetically Active Radiation) A Densidade de Fluxo de Foacutetons (PPFD do

inglecircs Photosynthetic Photon Flux Density) cuja unidade eacute micromol de foacutetons m-2 s-1

expressa a irradiacircncia nesta faixa do espectro

A fotossiacutentese oxigecircnica eacute catalizada por quatro complexos proteiacutenas-

membranas formadas pelo fotossistema II (FSII) citocromo bf fotossistema I (FSI) e

42

ATP sintetase Esses complexos estatildeo arranjados nas membranas tilacoacuteidais que

nas cianobacteacuterias distribuem-se de forma concecircntrica ou irregular no citossol

(NELSON YOCUM 2006)

Os fotossistemas satildeo os complexos responsaacuteveis pela conversatildeo da energia

luminosa em energia quiacutemica Nos organismos que realizam fotossiacutentese oxigecircnica

existem dois fotossistemas agindo em seacuterie o fotossistema I (FSI) e o fotossistema II

(FSII) O fotossistema II (FSII) eacute definido como aacutegua-plastoquinona oxidoredutase

pois catalisa a transferecircncia de eleacutetrons entre a aacutegua e a plastoquinona o complexo

citocromo b6f eacute definido como plastoquinonandashplastocianina oxidoredutase

fotossistema I (FSI) como uma plastocianinandashferredoxina oxidoredutase e a ATPase

ou ATP sintetase que funciona como uma forccedila proacuteton motriz que direciona a

siacutentese de ATP (NELSON YOCUM 2006) (Figura 3)

Figura 3 Complexos fotossinteacuteticos em membranas de tilacoacuteides Fonte httpwwwportalsaofranciscocombralfafotossintesehistorico-da-fotossintesephp

Os FSI e FSII contecircm clorofilas e outros pigmentos que absorve a energia

luminosa e as direcionam para o centro de reaccedilatildeo (RC) (Figura 4) O centro de

reaccedilatildeo fotossinteacutetico do FSI possui proteiacutenas com o centro contendo agregados de

Ferro-enxofre (Fe-S) como uacuteltimo aceptor de eleacutetrons e o FSII possui quinona como

uacuteltimo aceptor de eleacutetrons (HEATHCOTE et al 2003) A energia capturada pelo

centro de reaccedilatildeo induz a excitaccedilatildeo de um par especial de clorofila na qual inicia a

translocaccedilatildeo de um eleacutetron atraveacutes da membrana Aacutegua doadora de eleacutetrons para

esse processo eacute oxidada fotoquimicamente a O2 liberando 4 H+ e 4 eleacutetrons pelo

centro fotooxidativo do FSII (P680) Este eacute responsaacutevel pela conversatildeo da energia

luminosa em energia de oxido-reduccedilatildeo (McEVOY et al 2005)

43

Figura 4 Representaccedilatildeo esquemaacutetica do fotossistema Adaptaccedilatildeo Fontehttpkentsimmonsuwinnipegcacm1504lightreacthtm

Os eleacutetrons extraiacutedos da aacutegua satildeo lanccedilados para quinona (PQ) formando

quinona reduzida (PQH2) (BARBER 2006) A quinona reduzida tambeacutem conhecida

como quinol pode se dissociar do centro de reaccedilatildeo e difundir ateacute o complexo

citocromo b6f O complexo citocromo b6f transfere eleacutetrons da quinona reduzida

(PQH2) ateacute a plastocianina que eacute uma proteiacutena perifeacuterica moacutevel que conteacutem cobre e

que tem como principal funccedilatildeo transferir eleacutetrons do citocromo b6f ateacute o P700 centro

de reaccedilatildeo do Fotossistema I Esse processo permite a transferecircncia de proacutetons da

face externa para a face interna da membrana tilacoidal e a criaccedilatildeo de gradiente

eletroquiacutemico de proacutetons atraveacutes da membrana Energia luminosa absorvida pelo

FSI (P700) induz a transferecircncia de eleacutetrons da plastocianina localizada na face

interna da membrana para a ferredoxina localizada na face externa (NELSON

BEN-SHEM 2002) Outra proteiacutena associada ao Fotossistema I eacute a flavoproteiacutena

ferredoxina-NADP oxidoredutase que reduz o NADP+ a NADPH2 completando a

sequumlecircncia do transporte natildeo-ciacuteclico de eleacutetrons que comeccedila com a oxidaccedilatildeo da

moleacutecula de aacutegua (NELSON YOCUM 2006) A reduccedilatildeo da ferredoxina eacute

subsequentemente usada em numerosas reaccedilotildees de siacutentese e ciclos regulatoacuterios

incluindo assimilaccedilatildeo de nitrato desnaturaccedilatildeo de aacutecido graxo e produccedilatildeo de

NADPH (McCARTY et al 2000 CHITNIS 2001) Essas reaccedilotildees soacute ocorrem na

presenccedila de luz Independentemente da presenccedila de luz a reduccedilatildeo do CO2 a

44

carboidratos ciclo de Calvin ocorre devido a presenccedila de ATP e NADPH (NELSON

YOCUM 2006)

A diferenccedila de carga entre FSI e o FSII juntamente com a transferecircncia de

eleacutetrons atraveacutes do complexo citocromo b6f induz a formaccedilatildeo de um potencial

eletroquiacutemico atraveacutes da membrana na qual potencializa a siacutentese de ATP por um

complexo de quatro proteiacutenas denominadas de ATPase (McCARTY et al 2000)

Figura 5 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da fase fotoquiacutemica Adaptado Fonte httpwwwuiceduclassesbiosbios100lecturesf04amlect10htm

O controle metaboacutelico do consumo de energia isto eacute a soma de energia

capturada pelo aparato fotossinteacutetico e estocada na forma de energia quiacutemica a

taxa de fixaccedilatildeo do carbono e a produccedilatildeo de biomassa eacute um processo mediado por

enzimas Isto implica que a taxa maacutexima do consumo de energia depende da

natureza do micro-organismo (RUBIO et al 2003) A reaccedilatildeo de captura de luz eacute

muito mais raacutepida que as reaccedilotildees subsequumlentes mediada por enzimas a taxa

maacutexima da fotossiacutentese deve ser controlada pela concentraccedilatildeo de uma das enzimas

do ciclo de Calvin (SUKENIK et al 1997 RUBIO et al 2003)

Alguns autores como Hirata et al (1998) e Chojnacka Noworyta (2004a)

identificaram regiotildees que correlacionam o crescimento da Arthrospira ssp e a

intensidade luminosa Essas regiotildees satildeo

Regiatildeo limitada por luz baixa intensidade luminosa onde ocorre um aumento

da concentraccedilatildeo celular com um aumento da intensidade luminosa

Regiatildeo saturada por luz alta intensidade luminosa onde o crescimento celular

independe da intensidade luminosa

Regiatildeo inibida por luz a intensidade luminosa eacute muito alta inibindo o

crescimento celular e ateacute mesmo pode provocar a morte celular

45

A intensidade luminosa eacute fundamental para que ocorra o metabolismo

fotossinteacutetico mas por outro lado altas intensidades luminosas podem danificar o

complexo fotossinteacutetico levando a morte celular Esse processo eacute denominado de

fotoinibiccedilatildeo (RUBIO et al 2003) O excesso de luz pode danificar o centro de

reaccedilatildeo dos fotossitemas II (SAMUELSSON 1985 LU VONSHAK 1999) eou

fotossistema I (SONOIKE 1996)

A fotoinibiccedilatildeo eacute um estado de estresse fisioloacutegico que ocorre em todos os

organismos fotossintetizantes envolvendo o oxigecircnio causado devido a um excesso

de iluminaccedilatildeo A danificaccedilatildeo ocorre primeiramente no centro de reaccedilatildeo do

fotossistemas II reduzindo abruptamente a eficiecircncia do transporte de eleacutetrons

fotossinteacutetico somente quando a taxa da danificaccedilatildeo excede ao do seu reparo na

qual requer o turnover da siacutentese das proteiacutenas do PSII A inibiccedilatildeo pela luz pode

envolver a participaccedilatildeo de todas as atividades realizadas pelo sistema fotossinteacutetico

tais como degradaccedilatildeo e substituiccedilatildeo dos componentes e organizaccedilatildeo da unidade

funcional (ADIR et al 2003)

A fotoinibiccedilatildeo ocorre quando o sistema antena absorve luz em excesso

danificando o sistema fotossinteacutetico O excesso de excitaccedilatildeo pode ser obtido por um

aumento da intensidade luminosa acima do niacutevel de saturaccedilatildeo da taxa fotossinteacutetica

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a) Portanto isso tambeacutem pode ocorrer em

condiccedilotildees moderadas de intensidade luminosa se as ceacutelulas adaptadas a baixa

intensidade luminosa forem transferidas a maiores intensidade luminosas (RUBIO et

al 2003) ou se taxa fotossinteacutetica estiver limitada por fatores de estresse como

baixas temperaturas (GOMBOS et al 1994) eou excesso de sal no meio (LU

ZHANG 2000) o que pode induzir a fotoinibiccedilatildeo em condiccedilotildees de luz moderada

(SAMUELSSON 1985)

A danificaccedilatildeo do fotossistema II consiste na inativaccedilatildeo dos sistemas que

envolvem oxigecircnio carreadores de eleacutetrons e proteiacutenas D1D2 (RUBIO et al 2003)

No FSI a inibiccedilatildeo eacute iniciada pela inativaccedilatildeo do aceptor de eleacutetrons seguindo com a

destruiccedilatildeo do centro de reaccedilatildeo e degradaccedilatildeo do produto do gen psaB que eacute uma

das duas maiores subunidades peptiacutedicas do complexo do centro de reaccedilatildeo do FSI

Baixas temperaturas e estresse oxidativos satildeo caracteriacutesticas requeridas para a

fotoinibiccedilatildeo do FSI in vivo (SONOIKE 1996)

Adir et al (2003) relataram que a fotoinibiccedilatildeo eacute observada tanto sob altas

intensidades luminosas quando o mecanismo de reparo de proteiacutenas atinge sua

46

capacidade maacutexima ou em baixa intensidade luminosa quando fatores externos

adicionais prejudicam seu reparo e a exposiccedilatildeo a alta intensidade luminosa

prolongada induz a um excesso de efeitos secundaacuterios que contribui para uma

reduccedilatildeo na capacidade fotossinteacutetica

Fatores como efeito sombreamento em culturas densas de ceacutelulas a remoccedilatildeo

de O2 e o aumento da concentraccedilatildeo de CO2 podem proteger os micro-organismos

contra o efeito fotooxidativo (ELOFF et al 1976)

Van Eykelenburg (1979) observou que a intensidade luminosa natildeo afeta as

caracteriacutesticas morfoloacutegicas como o tamanho da heacutelice e o diacircmetro da S platensis

e que a concentraccedilatildeo dos gracircnulos de poliglicano diminui com o aumento da

intensidade luminosa

Bezerra et al (2008) observaram que os teores de lipiacutedios e proteiacutenas obtidos

nas biomassas finais foram influenciados pela intensiade luminosa menores

intensidades luminosas conduziram a um aumento no conteuacutedo total de lipiacutedios e de

proteiacutenas

2421 Pigmentos

Para a energia luminosa ser utilizaacutevel pelos organismos fotossinteacuteticos ela

deve inicialmente ser absorvida por pigmentos especiacuteficos tais como clorofila

carotenoacuteides e ficobilinas Esses pigmentos encontram-se associados a proteiacutenas

nas lamelas fotossinteacuteticas formadas por tilacoacuteides Isso permite uma disposiccedilatildeo

espacial que torna muito eficiente a propagaccedilatildeo de energia absorvida (MARZOCCO

TORRES 1999)

Nas cianobacteacuterias tais como A platensis a fotossiacutentese ocorre principalmente

nas membranas tilacoidais onde estatildeo localizados os pigmentos fotossitneacuteticos

clorofila a carotenoacuteides e ficocianina (COGNO et al 2003) As lamelas tilacoidais

satildeo duas linhas paralelas em formato de disco fechado onde estatildeo localizados a

clorofila celular (clorofila a) e os carotenoacuteides (VAN YKELENBURG 1979)

O aparato fotossinteacutetico das cianobacteacuterias consiste principalmente de trecircs

tipos de complexos macromoleculares fotossistema I fotossistema II e os

ficobilissomos O FSI e o FSII satildeo complexos intriacutensecos onde os ficobilissomos

estatildeo sobre a superfiacutecie externa dos tilacoiacutedes na forma de esferas (GANTT 1981

LIU et al 2005) Os ficobilissomos auxiliam na absorccedilatildeo da energia luminosa em

47

um intervalo do espectro maior que as clorofilas absorvem (500-680 nm) permitindo

as espeacutecies que possuem essas antenas a utilizar todo o intervalo da luz visiacutevel

emitido pelo sol (KUMAR MURHTY 2007)

Os ficobilissomos estatildeo unidos nas lamelas tilacoiacutedais e funcionam como

antenas captadoras de luz que transferem a energia excitante para o centro de

reaccedilatildeo dos fotossistemas (VAN EYKELENBURG 1979) A maior parte da energia

luminosa eacute absorvida por complexos pigmentos-proteiacutenas chamados de

ficobilissomos Os componentes dos ficobilissomos as ficobiliproteiacutenas satildeo

responsaacuteveis pela pigmentaccedilatildeo verde-azulada da maioria das cianobacteacuterias Os

ficobilissomos satildeo agregados de alto peso molecular compostos por ficocianina

aloficocianina e ficoeritrina (com pico de absorbacircncia de 615 nm 650 nm e 565 nm

respectivamente) Com o aumento da intensidade luminosa os ficobilissomos satildeo

menos abundantes (VAN EYKELENBURG 1979)

As ficobiliproteiacutenas presentes nos gracircnulos de ficobilissomos podem constituir

mais de 60 de proteiacutena soluacutevel em cianobacteacuterias (HOUMARD 1994) Isso eacute o

que caracteriza a Spirulina spp por ser comercializada como um suplemento

alimentar rico em proteiacutenas (TANDEAU de MARSAC HOUMARD 1993) As

ficobiliproteinas purificadas possuem uma variedade de funccedilotildees como substituinte

de corantes sinteacuteticos em alimentos e produtos cosmeacuteticos sondas para meacutetodos de

imunodiagnoacutesticos citometria de fluxo e microscopia de fluorescecircncia (STANIER e

COHEN-BAZIRE 1977 SPOLAORE et al 2006)

As maiores classes da ficobiliproteinas satildeo ficoeritrina (PE) ficoeritrocianina

(PEC) ficocianina (PC) e aloficocianina (APC) (CIFERRI 1983) A absorccedilatildeo

maacutexima satildeo 540ndash570 570ndash590 610ndash620 e 650ndash655 nm para PE PEC PC e APC

respectivamente (STANIER COHEN-BAZIRE 1977 CIFERRI 1983)

Aleacutem das ficobiliproteiacutenas as cianobacteacuterias contecircm as clorofilas e os

carotonoacuteides para absorccedilatildeo de energia luminosa Entre os carotenoacuteides encontram-

se o β-caroteno o mais importante e as xantofilas que satildeo carotenos oxigenados

(MARZZOCO TORRES 1999)

As clorofilas satildeo os pigmentos naturais presentes nas plantas cianobacteacuterias e

algas O nome clorofila foi proposto por Pelletier e Caventou em 1818 para

designar a substacircncia verde que se podia extrair das folhas com o auxiacutelio do aacutelcool

Atualmente os pigmentos clorofilianos satildeo de grande importacircncia comercial

podendo ser utilizados tanto como pigmentos quanto como antioxidantes Os

48

pigmentos fotossinteacuteticos presentes e a sua abundacircncia variam de acordo com a

espeacutecie A clorofila a (Chl a) estaacute presente em todos os organismos que realizam

fotossiacutentese oxigecircnica As bacteacuterias fotossintetizantes satildeo desprovidas de clorofila a

e possui em seu lugar a bacterioclorofila como pigmento fotossinteacutetico A Chl a eacute o

pigmento utilizado para realizar a fotoquiacutemica (o primeiro estaacutegio do processo

fotossinteacutetico) enquanto que os demais pigmentos auxiliam na absorccedilatildeo de luz e na

transferecircncia da energia radiante para os centros de reaccedilatildeo sendo assim chamados

de pigmentos acessoacuterios (STREIT et al 2005) As cianobacteacuterias possuem clorofila

a e ficobilinas mas natildeo possuem a clorofila b (GRIFFITHS 2006)

As clorofilas satildeo as moleacuteculas fotorreceptoras mais importantes Satildeo moleacuteculas

formadas por complexos derivados da porfirina tendo como aacutetomo central o Mg

(magneacutesio) (Figura 6) Esse composto eacute uma estrutura macrociacuteclica assimeacutetrica

totalmente insaturada constituiacuteda por quatro aneacuteis de pirrol Esses aneacuteis numeram-

se de 1 a 4 ou de ldquoardquo a ldquodrdquo de acordo com o sistema de numeraccedilatildeo de Fisher

(SCHOEFS 2002) A clorofila a o anel de porfirina conteacutem um grupo metil (-CH3) no

Carbono 3 A estrutura quiacutemica da clorofila estaacute representada na Figura 6

Figura 6 Representaccedilatildeo esquemaacutetica da moleacutecula da clorofila a Fontehttp1381926868bioCoursesbiochem2PhotosynthesisPhotosynthesis1html

Os pigmentos que absorvem luz fazem parte de complexos proteacuteicos que

atravessam a membrana tilacoidal denominados de fotossistemas Esses satildeo

unidades funcionais das reaccedilotildees da fotossiacutentese Cada fotossistema pode conter

vaacuterias moleacuteculas de clorofila carotenoacuteides e ficobilinas todas capazes de absorver

luz por isso denominada de moleacuteculas-antena Os carotenoacuteides e as ficobilinas

apresentam absorccedilatildeo em regiatildeo do espectro luminoso em que as clorofilas

49

absorvem pouco e isso permite a ampliaccedilatildeo do espectro luminoso utilizado na

fotossiacutentese (MARZOCCO TORRES 1999)

A composiccedilatildeo de pigmentos da Spirulina eacute tiacutepica de uma cianobacteacuteria a uacutenica

clorofila presente eacute a clorofila a que tem seu peso variando entre 08 e 15 do

peso seco As proteiacutenas que possuem maior potencial econocircmico satildeo as

biliproteiacutenas Nas Spirulinas existem duas biliproteiacutenas c-ficonianina e a

aloficocianina A fraccedilatildeo proteacuteica pode conter mais de 20 de ficocianina um

pigmento azul soluacutevel em aacutegua (VONSHAK 1997) Entre os carotenoiacutedes 67-79 eacute

constituiacutedo do β-caroteno As maiorias dos carotenoacuteides da Spirulina satildeo β-caroteno

β-cryptoxantina e zeaxantina (LORENZ 1999)

Os carotenoacuteides carotenos e xantofilas aleacutem de sua funccedilatildeo de absorver

energia luminosa satildeo capazes de dissipar a energia de excitaccedilatildeo excedente na

forma de calor evitando danos ao aparato fotossinteacutetico Enquanto que como

transdutores de energia ateacute o centro de reaccedilatildeo natildeo satildeo muito eficiente (30 - 40

de eficiecircncia) como dissipadores de energia absorvida em excesso pela clorofila

satildeo altamente eficientes (MANRIQUE 2003)

A zeaxantina eacute capaz de receber a energia diretamente da clorofila excitada e

dissipa-laacute posteriormente na forma de calor sem emissatildeo de radiaccedilatildeo O processo

se inverte quando a luz desaparece ou vai se tornando menos intensa

progressivamente finalizando o ciclo A dissipaccedilatildeo da energia eacute devido a

zeaxantina (MANRIQUE 2003)

Os pigmentos acessoacuterios satildeo fundamentais para a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese

pelos organismos Algas que possuem apenas a clorofila a como Ochromonas

malhamensis e a Nannochloris oculata crescem mais rapidamente em presenccedila de

substrato orgacircnico que em presenccedila apenas da luz como fonte de energia mesmo

sob condiccedilotildees oacutetimas de luz Os pigmentos acessoacuterios atuam somente absorvendo

energia contribuindo para a fotossiacutentese (BRODY BRODY 1962)

No entanto a captaccedilatildeo de energia para a funccedilatildeo fotossinteacutetica natildeo eacute a uacutenica

funccedilatildeo dos pigmentos fotossinteacuteticos estes satildeo sistemas fotoprotetores quando a

intensidade luminosa eacute excessiva Quando nem todos os foacutetons absorvidos pela

clorofila podem ser utilizados no processo fotoquiacutemico eacute desencadeado um

mecanismo para dissipar o excesso de energia e evitar danos as membranas

fotossinteacuteticas e a proacutepria clorofila resultando em um branqueamento das ceacutelulas

com uma consequumlente reduccedilatildeo ou perda da capacidade fotossinteacutetica Na presenccedila

50

de excesso de luz o oxigecircnio reage com a clorofila excitada originando um oxigecircno

singlete que eacute muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas (branqueamento) os

aacutecidos graxos polinsaturados que forma peroacutexidos e outros compostos Entatildeo os

carotenoacuteides dissipam o radical peroacutexido e tambeacutem a clorofila excitada adquirindo o

estado triplete que por sua vez se dissipa despreendendo calor para o meio externo

(MANRIQUE 2003)

243 Fontes de carbono

De acordo com Chojnacka e Maacuterquez-Rocha (2004b) a fonte de carbono

empregada e a utilizaccedilatildeo ou natildeo de energia luminosa podem classificar os cultivos

em

Cultivo heterotroacutefico ndash emprego exclusivo de compostos orgacircnicos como fonte

energeacutetica O carbono orgacircnico serve tanto como fonte energeacutetica quanto para a

formaccedilatildeo da biomassa

Cultivo autotroacutefico (ou fotoautotroacutefico) ndash emprego da luz como exclusiva fonte

energeacutetica para a reduccedilatildeo (fixaccedilatildeo) do CO2 (considerado de fonte inorgacircnica)

formando substacircncias orgacircnicas

Cultivo mixotroacutefico ndash utilizaccedilatildeo simultacircnea de uma fonte luminosa e carbono

orgacircnico como fonte de energia

2431 Fonte de carbono orgacircnico (crescimento hetorotroacutefico)

A A platensis cresce principalmente em meios de cultura contendo carbono

inorgacircnico e poucos trabalhos tecircm sido publicados utilizando apenas fonte de

carbono orgacircnico Como fonte orgacircnica de carbono os accediluacutecares satildeo os substratos

mais utilizados para os cultivos heterotroacuteficos e mixotroacuteficos (ZHANG et al 1998

MARQUEZ et al 1993 CHOJNACKA NOWORYTA 2004b MUumlHLING et al 2005

ANDRADE COSTA 2007)

Ogawa and Terui (1970) foram os primeiros a relatar que uma cultura axecircnica

de Spirulina platensis cresce em meio mineral enriquecido com 1 de peptona e

tem uma taxa de crescimento maior que as culturas cultivadas em meio mineral

Marquez et al (1993) relataram que a Spirulina platensis cresce heterotroficamente

sob glicose em condiccedilotildees aeroacutebias no escuro bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz Chojnacka e Noworyta (2004a) tambeacutem observaram o crescimento

51

da S platensis em condiccedilotildees heterotroacuteficas utilizando a glicose com fonte de

carbono e energia

S platensis podem utilizar tambeacutem glicerol como a uacutenica fonte de carbono no

entanto as ceacutelulas quando em contato com o glicerol pela primeira vez formam

agregados de ceacutelulas e passam por uma fase lag de adaptaccedilatildeo Apoacutes a sua sub-

cultura as ceacutelulas cresceram utilizando glicerol atingido 1287 mg L-1 e nos cultivos

com apenas bicarbonato como fonte de carbono obteve 1157mg L-1 (NARAYAN et

al 2005)

Por outro lado Soundarapandian e Vasanthi (2008) relataram que diferentes

cepas de S platensis isoladas de solo satildeo incapazes de utilizar apenas fontes de

carbono orgacircnico como D-glucose manitol sacarose e ureacuteia

2432 Fonte de carbono inorgacircnico (Crescimento autotroacutefico)

Microalgas fototroacuteficas requerem CO2 como fonte de carbono e este contribui

para o controle do pH no meio O pH do meio de cultivo eacute um dos fatores mais

importantes no cultivo de algas O pH determina a solubilidade do dioacutexido de

carbono e minerais no meio e influencia direta ou indiretamente o metabolismo das

algas O pH depende de vaacuterios fatores como composiccedilatildeo e capacidade tamponante

do meio quantidade de dioacutexido de carbono dissolvido temperatura (que determina a

solubilidade do CO2) e atividade metaboacutelica das ceacutelulas (BECKER 1995)

A fonte de carbono principal para a A platensis eacute o iacuteon bicarbonato no qual

entra na ceacutelula por transporte ativo O bicarbonato intracelular eacute entatildeo desidratado

via anidrase carbonica para CO2 o qual eacute incorporado no ciclo de Calvin via

ribulose-15-bifosfato carboxilase (RUBISCO) Este carbono eacute usado

simultaneamente para a siacutentese de todas as macromoleacuteculas nas ceacutelulas (proteiacutenas

carboidratos lipiacutedios e aacutecidos nucleacuteicos) a partir do 3-fosfoglicerato como metaboacutelito

intermediaacuterio (COGNE et al 2003)

Durante o cultivo autotroacutefico da Spirulina sp ocorre um raacutepido aumento do pH

no meio de cultura e isso eacute causado pela dissociaccedilatildeo do aacutecido carbocircnico (H2CO3)

em bicarbonato (HCO3-) e OH- (KIM et al 2007) e o bicarbonato eacute dissociado para

produzir CO2 e OH- (RICHMOND GROBBELAAR 1986) O aumento do pH atua

como um autoinibidor do crescimento celular (RICHMOND 2000) e portanto o CO2

pode ser utilizado para a manutenccedilatildeo do pH oacutetimo

52

Em cianobacteacuterias alcalofiacutelicas onde o pH de crescimento tiacutepico eacute 10 a

concentraccedilatildeo de CO2 eacute negligenciada sugerindo que o transporte de CO2 passivo

natildeo poderia contribuir significativamente para carbono inorgacircnico intracelular

Adicionalmente estudos tecircm mostrado que A platensis eacute fortemente dependente do

transporte simporte Na+HCO3- para a assimilaccedilatildeo do carbono inorgacircnico Como eacute

tiacutepico de alcalofiacutelicos a A platensis aparentemente natildeo manteacutem o gradiente de pH

externo positivo na sua membrana plasmaacutetica Consequentemente ocorre uma

extrusatildeo de soacutedio via bomba de soacutedio dependente de ATP em contraste com o

tranporte antiporte Na+H+ na maioria das cianobacteacuterias A Extrusatildeo de soacutedio na

presenccedila de um inibidor do FSII (diuron) indica que uma soma significante de ATP eacute

suplementada pelo transporte de eleacutetrons ciacuteclico em volta do FSI conteuacutedo na qual

em A platensis eacute excepcionalmente alto (BERRY et al 2003)

Anaacutelises quiacutemicas tecircm mostrado que biomassa algal consiste de 40 a 50 de

carbono na qual sugere que 15 a 2 kg de CO2 satildeo necessaacuterios para produzir 1 kg

de biomassa (SOBCZUK et al 2000) Do mesmo modo Chisti (2007) relata que

considerando que a biomassa microalgal possui aproximadamente 50 de carbono

em sua biomassa seca (SAacuteNCHEZ MIROacuteN et al 2003) todo esse carbono eacute

derivado do dioacutexido de carbono A produccedilatildeo de 100 toneladas de biomassa algal fixa

em torno de 183 toneladas de dioacutexido de carbono e este deve ser suplementado

continuamente durante o cultivo iluminado A adiccedilatildeo controlada do CO2 em

respostas aos sinais de sensores de pH minimizam a perda de CO2 e a variaccedilatildeo do

pH (CHISTI 2007)

O sistema de transporte do CO2 inclui a anidrase carbocircnica que converte o CO2

para HCO3- durante a passagem atraveacutes da membrana plasmaacutetica havendo um

acuacutemulo de HCO3- quando o CO2 eacute suplementado A concentraccedilatildeo de CO2

citoplasmaacutetico eacute abaixo do esperado no equiliacutebrio quiacutemico e de acordo com o

modelo proposto pelo mecanismo de concentraccedilatildeo de carbono esse desequiliacutebrio eacute

relatado pelo fato que a anidrase carbocircnica estaacute localizada dentro dos

carboxissomos na membrana plasmaacutetica eou membranas tilacoacuteidais e estaacute ausente

no citoplasma (KAPLAN REINHOLD 1999)

O CO2 entra na ceacutelula pela difusatildeo passiva e a conversatildeo do CO2 para o HCO3-

pela anidrase carbocircnica natildeo permite a sua passagem livremente para fora da ceacutelula

(CARRIERI et al 2007) A concentraccedilatildeo de CO2 nos carboxissomos eacute de 50000

vezes maior que a concentraccedilatildeo extracelular Isso implica em uma resistecircncia a

53

difusatildeo do CO2 pela membrana bioloacutegica extremamente alta apesar do CO2 ser

altamente permeaacutevel agrave membrana bilipiacutedica Geralmente as algas apresentam um

acuacutemulo de carbono inorgacircnico menor que em cianobacteacuterias isso por que a

RubisCO das algas apresentam maior afinidade pelo CO2 (KAPLAN REINHOLD

1999)

O CO2 que entra na ceacutelula por difusatildeo passiva eacute convertido para HCO3- pela

ldquoCA-likerdquo por uma reaccedilatildeo dependente de energia e a assimilaccedilatildeo ativa do HCO3-

que eacute contra seu potencial eletroquiacutemico depende do suplemento da energia

metaboacutelica Essa energia necessaacuteria eacute provavelmente dependente do transporte

ciacuteclico do eleacutetron em torno do FSI e da atividade do FSII (SOBCZUK et al 2000)

Portanto isso ainda natildeo tem sido estabelecido se esta dependecircncia eacute direta ou

indireta (via gradiente de iacuteons) A energia metaboacutelica deveria ser utilizada para

manter o gradiente de iacuteon O antiporte Na+H+ estaacute envolvido na regulaccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do pH interno durante a entrada do HCO3- e subsequumlente fixaccedilatildeo do

CO2 (KAPLAN REINHOLD 1999)

As microalgas podem fixar carbono a partir de diferentes fontes tais como CO2

a partir da atmosfera CO2 a partir da exaustatildeo de gases industriais e CO2 na forma

de carbonatos soluacuteveis (eg NaHCO3 e Na2CO3) Tradicionalmente microalgas satildeo

cultivadas em reatores fechados ou abertos na qual satildeo aerados ou expostos ao ar

para permitir que a microalgas capturem o dioacutexido de carbono a partir da atmosfera

para o crescimento celular Como a atmosfera conteacutem somente 003 ndash 006 de

CO2 eacute esperado que a limitaccedilatildeo da transferecircncia de massa possa reduzir a

velocidade do crescimento das microalgas (CHELF et al 1993) Por outro lado

gases da exaustatildeo industrial tais como gases de combustatildeo possuem acima de 15

de CO2 fornecendo uma fonte rica de CO2 para o cultivo de microalgas e um

caminho potencialmente mais eficiente para biofixaccedilatildeo de CO2 Outra alternativa eacute

fixar o CO2 pela reaccedilatildeo quiacutemica para produzir carbonatos (exemplo Na2CO3) e usa-

la mais tarde como fonte de carbono para o cultivo de microalgas (WANG et al

2008)

Estudos sobre a eficiecircncia da utilizaccedilatildeo de CO2 por microalgas tecircm sido feitos

com o objetivo de melhorar a produtividade dos fotobiorreatores Morais e Costa

(2007b) observou que uma concentraccedilatildeo de Spirulina sp foi maior em cultivos

alimentados com 6 e 12 CO2 quando comparado ao cultivo utilizando somente o

ar atmosfeacuterico Watabane e Hall (1996) relataram um aumento na produtividade

54

correspondendo a 159 g de biomassa seca m-2 d-1 no cultivo utilizando o

fotobiorreator com air lift com ar enriquecido de CO2 (4)

Gordillo et al (1999) observaram uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo celular

maacutexima de S platensis devido a reduccedilatildeo na quantidade de proteiacutenas soluacuteveis

clorofila a carotenoacuteides totais e ficocianina nos cultivos enriquecido com 1 de CO2

em relaccedilatildeo aos cultivos enriquecidos com CO2 atmosfeacuterico (0035) Portanto altas

concentraccedilatildeo de CO2 podem inibir o crescimento dos micro-organismos

Em cultivo fotoautotroacutefico de Chlorella o conteuacutedo de proteiacutenas e pigmentos

foram maiores quando comparada com o cultivo heterotroacutefico (OGBONNA TANAKA

1997)

2433 Fonte de carbono inorgacircnico e orgacircnico simultaneamente

(crescimento mixotroacuteficos)

A presenccedila do metabolismo fotoautotroacutefico e heterotroacutefico simultacircneo tecircm sido

confirmado para o crescimento de microalgas como por exemplo Chlorella vulgaris

(MAacuteRQUEZ et al 1993) Heamatococcus pluvialis (KOBAYASHI et al 1992

MAacuteRQUEZ et al 1993) Chlorella pyrenoidosa (OGBANNA TANAKA 1996)

Euglena gracilis (OGBONNA et al 1999) Phaeodactylum tricornutum (CEacuteRON

GARCIA et al 2000) e cianobacteacuterias como Spirulina platensis (MARQUEZ et al

1995 CHOJANACKA NOWORYTA 2004 ZHANG et al 1998)

Durante o crescimento mixotroacutefico haacute dois processos metaboacutelicos

independentes dentro das ceacutelulas metabolismo fotossinteacutetico e a respiraccedilatildeo

aeroacutebia Nesse tipo de metabolismo a presenccedila do substrato orgacircnico significa que o

crescimento celular natildeo eacute estritamente dependente da fotossiacutentese e ateacute mesmo a

luz pode deixar de ser um fator indispensaacutevel para o crescimento celular

(CHOJNACKA NOWORYTA 2004a)

Eacute interessante notar que o crescimento especiacutefico de algumas microalgas (ex

Chlorella vulgares Haematococus pluvialis) crescendo mixotroficamente eacute a soma

de suas velocidades especiacuteficas de crescimento em culturas fotossinteacuteticas e

heterotroacuteficas (LEE 2001 OGBONNA et al 2000)

Um possiacutevel modo para obter uma alta concentraccedilatildeo de micro-organismos

fotossinteacuteticos eou produtos desses micro-organismos eacute o uso de cultura

mixotroacutefica onde fontes de carbono orgacircnicas e inorgacircnicas satildeo concomitantemente

fornecidas ao biorreator Sob determinadas condiccedilotildees de cultivo ambas a atividade

55

fotoautotroacutefica e a heterotroacutefica podem ocorrer simultaneamente e

independentemente resultando no aumento da velocidade especiacutefica de

crescimento como jaacute referido anteriormente

Maacuterquez et al (1993) relatam que a Spirulina platensis eacute capaz de crescer em

cultivo heterotroacutefico na presenccedila de glicose bem como mixotroficamente na

presenccedila de luz sugerindo que os crescimentos autotroacutefico e heterotroacutefico

funcionam independentemente no crescimento mixotroacutefico Nieva e Valiente (1996)

portanto observaram uma reduccedilatildeo na taxa de fixaccedilatildeo de CO2 em condiccedilotildees de

crescimento mixotroacutefico da Anabaena variabilis sugerindo que alguns aspectos do

metabolismo do CO2 podem ser modulados pela presenccedila de carbono orgacircnico Do

mesmo modo Kang et al (2004) observou que pode existir alguma interaccedilatildeo entre o

metabolismo de carbono orgacircnico e inorgacircnico uma vez que a presenccedila do carbono

inorgacircnico acelerou a assimilaccedilatildeo do carbono orgacircnico durante o cultivo do

Synechococcus spPCC7002 A intensidade luminosa favoreceu o crescimento

mixotroacutefico do Synechocystis sp PCC 6803 utilizando glicose como fonte de

carbono Este fenocircmeno pode ser explicado pelo efeito positivo da luz sobre o

fotossistema I (WANG et al 2002) A via glicoliacutetica o ciclo dos aacutecidos tricarboxiacutelicos

(TCA) e a fosforilaccedilatildeo oxidativa mitocondrial mantiveram alta atividade nos cultivos

de Chlorella pyrenoidosa durante a iluminaccedilatildeo indicando pouco efeito da luz nessas

vias metaboacutelicas Portanto o fluxo atraveacutes da via das pentoses fosfato durante a

iluminaccedilatildeo foi muito pequena devido a regulaccedilatildeo mediada pela luz (YANG et al

2000)

Adicionalmente Maacuterquez et al (1993) concluiacuteram que a Spirulina platensis tem

a habilidade de realizar a fermentaccedilatildeo embora soacute utilize essa estrateacutegia como um

modo de sobrevivecircncia sob condiccedilotildees anaeroacutebicas e no escuro

Nos cultivos de S platensis suplementados com glicose alcanccedilaram o

crescimento maior que nos cultivos sob condiccedilotildees de crescimento fotoautotroacuteficos

(MARQUEZ et al 1995 1993) Chen et al (2006) observaram que a suplementaccedilatildeo

de acetato como fonte de carbono proporcionou um aumento significante da

concentraccedilatildeo celular e da produccedilatildeo de clorofila a luteiacutena -caroteno ficocianina e

aloficocianina quando comparada ao cultivo fotoautotroacutefico

O melaccedilo subproduto da induacutestria de accediluacutecar que conteacutem mais do que 50 de

accediluacutecar tambeacutem pode ser um substrato suplementado de baixo custo na produccedilatildeo

56

industrial para o crescimento mixotroacutefico de Spirulina platensis (ANDRADE COSTA

2007)

O emprego de cultivos mixotroacuteficos pode levar as ceacutelulas agrave siacutentese de

compostos caracteriacutesticos tanto de cultivos fotoautotroacuteficos quanto heterotroacuteficos

como pode implicar em altas taxas de produccedilatildeo de biomassa (CERON GARCIA et

al 2000) Uma vez que num cultivo mixotroacutefico o CO2 e o carbono orgacircnico satildeo

simultaneamente assimilados este tipo de cultivo pode ser o processo mais eficiente

para a produccedilatildeo de biomassa microalgal visto que implica em uma economia na

energia gasta para a siacutentese de todo o aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo de

carbono (LEE 2004)

25 Produccedilatildeo de CO2 e VOCs proveniente da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica

A revoluccedilatildeo industrial e a intesa utilizaccedilatildeo dos combustiacuteveis foacutesseis (carvatildeo

petroacuteleo e gaacutes natural) estatildeo associadas ao elevado niacutevel de vida das sociedades

ocidentais Contudo as reservas de combustiacuteveis foacutesseis satildeo limitadas e a sua

utilizaccedilatildeo tem impactos ambientais consideraacuteveis como por exemplo o aumento do

efeito estufa e as consequumlentes alteraccedilotildees do clima Neste contexto o etanol surge

como uma alternativa vaacutelida em termos de fonte de energia renovaacutevel e menos

poluente

Nas uacuteltimas deacutecadas o etanol tem ocupado um lugar de destaque e de grande

importacircncia tecnoloacutegica firmando-se como um produto estrateacutegico economicamente

por ser amigaacutevel com o meio ambiente pois eacute um aditivo ao combustiacutevel que reduz

a emissatildeo de monoacutexido de carbono oacutexido de nitrogecircnio e hidrocarbonos (WHEALS

et al 1999) e por ser produzido a partir de biomassa renovaacutevel como accediluacutecar e

amido atualmente e materiais de lignocelulose no futuro (GOLDEMBERG 2009)

Inicialmente o objetivo de utilizar o aacutelcool combustiacutevel era se tornar

independente do mercado do petroacuteleo e reduzir os custos de sua importaccedilatildeo Hoje

em dia a ecircnfase do uso do etanol combustiacutevel estaacute sobre a reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo

devido ao protocolo de Quioto para limitar o aquecimento global (WHEALS et al

1999) Na produccedilatildeo e combustatildeo do etanol de milho pode reduzir em ateacute 12 a

emissatildeo de gases causadoras do efeito estufa quando comparado com o uso de

combustiacuteveis foacutesseis (HILL et al 2006) e quando utilizado etanol de cana-de-accediluacutecar

essa reduccedilatildeo pode ser de 66 (ANDREOLI SOUZA 2006)

57

O aacutelcool estaacute em expansatildeo por ser um combustiacutevel de baixo custo renovaacutevel e

cujo emprego como alternativa para a matriz energeacutetica mundial estaacute em fase de

crescimento A tendecircncia de aumento da produccedilatildeo de aacutelcool no Brasil ocorre por

vaacuterios fatores como aumento da frota de carros bi-combustiacutevel (demanda interna)

Protocolo de Quioto (demanda externa) e aumento do preccedilo do petroacuteleo Poliacuteticas

similares tecircm sido adotadas pela Uniatildeo Europeacuteia Japatildeo e Estados Unidos

(GOLDEMBERG et al 2007) Por essas razotildees a demanda por etanol no mercado

internacional tem sido crescente nos uacuteltimos anos O Brasil aleacutem de ser um dos

maiores produtores e consumidores de etanol eacute tambeacutem o maior exportador no

cenaacuterio global Segundo dados da Uniatildeo da Induacutestria de Cana de Accediluacutecar (Unica) ateacute

2016 o Brasil produziraacute 129 bilhotildees de litros de etanol para o mercado externo Na

safra 20082009 o total de etanol produzido foi de 275 bilhotildees de litros (UacuteNICA)

O Brasil e os Estados Unidos satildeo liacutederes mundiais na produccedilatildeo de etanol

utilizando como mateacuteria prima a cana de accediluacutecar e milho respectivamente Os dois

paiacuteses acumulam cerca de 70 da produccedilatildeo mundial (ROMERO 2007) Aleacutem disso

o Brasil lidera a produccedilatildeo mundial de cana-de-accediluacutecar (principal mateacuteria-prima do

etanol) sendo essa uma induacutestria que movimenta vaacuterios bilhotildees de doacutelares por ano

O fato de o etanol ser produzido dentro do Brasil representa uma menor

dependecircncia de petroacuteleo externo diminuindo substancialmente os gastos com

importaccedilotildees

O agronegoacutecio da cana-de-accediluacutecar movimenta R$ 40 bilhotildees por ano no paiacutes A

safra 20072008 ficou entre 547 milhotildees de toneladas de cana-de accediluacutecar 152 a

mais do que a safra anterior Metade dela eacute destinada agrave fabricaccedilatildeo de etanol o que

faz do Brasil o segundo maior produtor de combustiacutevel no mundo O primeiro lugar

cabe aos Estados Unidos que extraem etanol de milho a poder de pesados

subsiacutedios Dois terccedilos da produccedilatildeo nacional estatildeo no estado de Satildeo Paulo Avalia-

se que o Brasil precisaraacute dobrar sua produccedilatildeo num horizonte de 5 a 7 anos se

quiser suprir as demandas locais e internacionais do combustiacutevel Isso exigiraacute a

construccedilatildeo de novas usinas o crescimento das aacutereas plantadas melhorias no

manejo e principalmente ganhos de produtividade (MARQUES 2008)

O cenaacuterio futuro mostra que paiacuteses como Estados Unidos Japatildeo e Europa vatildeo

precisar importar mais de 10 bilhotildees de litros de etanol ateacute 201112 Se uma

tonelada de cana produz 88 litros de etanol precisaria adicionar mais de 110

milhotildees de toneladas de cana para atender o mercado futuro o que acrescentaria

58

mais 12 milhotildees de hectares A UNICA (Uniatildeo da induacutestria de cana-de-accediluacutecar)

prevecirc um crescimento da produccedilatildeo de 6 a 7 anualmente chegando a uma

produccedilatildeo de 560 milhotildees de toneladas de cana em 201011 (ANDREOLI SOUZA

2006)

A quantidade de CO2 liberada diretamente para a atmosfera devido ao aumento

da sua produccedilatildeo mundial pode causar prejuiacutezos ao meio ambiente No Brasil a

produccedilatildeo de etanol por processos fermentativos principalmente pelo processo

descontiacutenuo alimentado ou contiacutenuo utilizando mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

eou caldo de cana-de-acuacutecar tem no cultivo da Saccharomyces cerevisiae um

grande impacto no acircmbito socioeconocircmico Existem cerca de 300 induacutestrias que

utilizam fermentaccedilatildeo alcooacutelica no Brasil que movimentam bilhotildees de doacutelares e

geram 6 dos empregos totais do Paiacutes (Uniatildeo da Agroinduacutestria Canavieira de Satildeo

Paulo 2006)

No Brasil 70 das destilarias de cana-de-accediluacutecar usam o processo

descontiacutenuo com uma capacidade fermentativa acima de 15 milhotildees de litros de

etanol por dia e aproximadamente 350 destilarias usam a fermentaccedilatildeo contiacutenua

(WHEALS et al 1999) Estudos comparativos e avaliaccedilotildees econocircmicas de diversos

processos utilizados na produccedilatildeo de etanol concluiacuteram que fermentaccedilatildeo contiacutenua

apresentava uma reduccedilatildeo de 57 no investimento de capital fixo em destilarias

quando comparado ao daquelas que utilizam processo em batelada Uma reduccedilatildeo

ainda maior de 68 e 71 eacute obtida para os processos que utilizam reciclo de ceacutelulas

e operaccedilatildeo a vaacutecuo respectivamente (CYSEWSKI WILKE 1978)

A fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta menor custo de investimento maior

facilidade para a instalaccedilatildeo de sistemas de automaccedilatildeo e ausecircncia de ldquotempos

mortosrdquo que eacute o tempo em dado momento do ciclo fermentativo natildeo estaacute produzindo

tiacutepico de processos descontiacutenuo Aleacutem disso a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a

consumir menos anti-espumante decorrecircncia da alimentaccedilatildeo mais estaacutevel de

accediluacutecar para o processo e tambeacutem da geometria dos fermentadores Por outro lado

a fermentaccedilatildeo contiacutenua apresenta maiores dificuldades quando temos que lidar com

contaminantes indesejaacuteveis no processo Natildeo eacute possiacutevel promover a assepsia de

fermentadores de bombas e de trocadores com frequumlecircncia como ocorre no sistema

em bateladas Desta maneira a fermentaccedilatildeo contiacutenua tende a consumir mais aacutecido

sulfuacuterico e mais antibioacutetico

59

Segundo Romano et al (2003) as transformaccedilotildees quiacutemicas que ocorrem

durante a fermentaccedilatildeo por leveduras satildeo a conversatildeo dos accediluacutecares em etanol e

CO2 e em menores quantidades a formaccedilatildeo de CVOs Basso et al (1996) relata

que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo

constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de gaacutes carbocircnico e o restante satildeo

formados por outros compostos orgacircnicos tais como glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido

aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos majoritaacuterios produzidos durante a

fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por Saccharomyces cerevisiae

encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico acetato

de etila (CACHOT et al 1991) Durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de cana-

de-accediluacutecar os principais componentes gasosos satildeo o CO2 e o etanol mas outros

aacutelcoois e aacutecidos tambeacutem satildeo liberados em menores quantidades na forma gasosa

(VENTURINI FILHO e MENDES 2003)

A reaccedilatildeo quiacutemica simplificada da produccedilatildeo de etanol a partir da sacarose da

cana-de-accediluacutecar eacute

C12H22O11 +H2O rarr 4C2H5OH + 4CO2 (3)

Onde 342 g de sacarose produz 184 g de etanol e 176 g de CO2 Com isso

pode-se estimar que cada grama de sacarose produz 0514g de CO2 assumindo

uma recuperaccedilatildeo de CO2 em 100 no caso de induacutestrias dedicadas a produccedilatildeo de

etanol No entanto as induacutestrias de produccedilatildeo de etanol tambeacutem utilizam como

mateacuteria-prima o melaccedilo um sub-produto da produccedilatildeo de accediluacutecar industrial a partir

da cana-de-accediluacutecar que conteacutem cerca de 15 da sacarose inicial (MOLLERSTEN et

al 2003) e represeta mais de 75 do custo total de produccedilatildeo de etanol

(CYSEWSKI WILKE 1978)

Cada litro de etanol produzido pela fermentaccedilatildeo alcooacutelica resulta em

aproximadamente 076 kg de CO2 portanto a capacidade de produccedilatildeo de CO2

durante a fermentaccedilatildeo de etanol combustiacutevel nos EUA e o Brasil eacute de

aproximadamente 84 e 106 toneladas de CO2 por ano respectivamente

(KHESHGI PRICE 2005) No Brasil a produccedilatildeo meacutedia de etanol a partir da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica eacute de 180 milhotildees de litros por ano gerando

consequentemente 014 milhotildees de CO2 por ano (MOLLERTEN et al 2003)

O uso do biocombustiacutevel traz uma seacuterie de benefiacutecios associados agrave reduccedilatildeo

dos gases de efeito estufa e de outros poluentes atmosfeacutericos tais como o enxofre

aleacutem da reduccedilatildeo do consumo de combustiacuteveis foacutesseis Poreacutem no processo de

60

fabricaccedilatildeo uma seacuterie de resiacuteduos e subprodutos industriais eacute gerada os quais

podem quando adequadamente geridos contribuir para a viabilidade econocircmica da

produccedilatildeo de biocombustiacuteveis Esses resiacuteduos possuem potencial para uso na

induacutestria de alimentos e para a nutriccedilatildeo animal bem como na induacutestria quiacutemico-

farmacecircutica mas haacute uma grande carecircncia de estudos de anaacutelises de viabilidade

teacutecnica e financeira que possam apontar as melhores alternativas de custo-

benefiacutecio para o processamento e tratamento desses resiacuteduos os quais podem

agregar valor e reduzir os custos de produccedilatildeo de biocombustiacuteveis com o

aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados

Um nuacutemero de subprodutos da induacutestria do etanol combustiacutevel pode ter o

potencial para a aplicaccedilatildeo de nutracecircuticos ou de alimentos funcionais que eacute uma

das aacutereas de grande interesse atualmente e representa um mercado potencial

enorme ainda em seu desenvolvimento inicial Por isso o interesse em utilizar

micro-organismos fotossintetizantes devido a sua capacidade de reduzir a emissatildeo

de CO2 e de CVOs na atmosfera subproduto da induacutestria de etanol produzindo

compostos de alto valor industrial

61

3 Objetivos

Geral

Este trabalho tem como objetivo verificar a influecircncia do efeito da adiccedilatildeo de

CO2 proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica mantendo o pH no valor

oacutetimo igual a 95 no cultivo de A platensis em reatores tubulares utilizando nitrato ou

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio em diferentes intensidades luminosas

Especiacuteficos

Avaliar os testes preliminares da fermentaccedilatildeo alcoacuteolica contiacutenua utilizada para

posterior acoplamento dos gases liberados durante a fermentaccedilatildeo com os

cultivos de A platensis

Avaliar os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas

e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas usando anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel nos cultivos de A platensis

Determinar a composiccedilatildeo centesimal da A platensis no final dos cultivos teor

de proteiacutenas lipiacutedios cinzas e carboidratos usando a anaacutelise de variacircncia

multivariaacutevel

Estudar os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os cultivos

utilizando CO2 de cilindro avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos

paracircmetros valor teoacuterico da energia de Gibbs dissipada para o crescimento

(1YGX) das produccedilotildees molares de O2 consumo de H+ e absorccedilatildeo de foacutetons

para produzir 1 C-mol de biomassa

Calcular o rendimento teoacuterico da energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico

energia transformada em ATP e a energia liberada como calor calculando-se a

partir da energia molar de Gibbs absorvida da luz pelo aparato fotossinteacutetico

Comparar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares um horizontal e outro helicoidal

62

4 Materiais e meacutetodos

41 Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

O CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi utilizado como fonte

de carbono para o cultivo de A platensis O desprendimento desse gaacutes do reator foi

arrastar volaacuteteis orgacircnicos formados na fermentaccedilatildeo cujas interferecircncias nos

cultivos de A platensis foram avaliadas Para os cultivos contiacutenuos de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica foi utilizado o mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar

411 Testes preliminares para emprego da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

4111 Teste para avaliar a influecircncia do tratamento do melaccedilo na

determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

Para a realizaccedilatildeo desse teste foi preparada uma suspensatildeo celular de 300g L-1

de levedura uacutemida em aacutegua destilada a partir dessa suspensatildeo foram retirados sob

agitaccedilatildeo 10 mL e adicionados em dois diferentes frascos um contendo 290 mL de

melaccedilo natildeo clarificado (item 41111) e outro contendo 290 mL de melaccedilo

previamente clarificado (item 41112) de modo que a concentraccedilatildeo celular final de

cada frasco tenha 10g L-1 em 300 mL de mosto A partir dessa suspensatildeo foram

retirados 5 mL para a anaacutelise da concentraccedilatildeo celular como descrito no item 4311

41111 Melaccedilo natildeo tratado

O melaccedilo natildeo tratado consiste apenas na sua diluiccedilatildeo com aacutegua potaacutevel e

preparado como descrito no item 41113

41112 Melaccedilo tratado

O tratamento do melaccedilo consistiu de sua preacutevia clarificaccedilatildeo diluiccedilatildeo e

suplementaccedilatildeo adequadas A clarificaccedilatildeo foi realizada com diluiccedilatildeo do melaccedilo pela

adiccedilatildeo de aacutegua potaacutevel em partes iguais e adiccedilatildeo de 15 g de fosfato de soacutedio

monobaacutesico como agente floculante em cada litro da soluccedilatildeo de melaccedilo diluiacutedo

Posteriormente esse melaccedilo diluiacutedo foi autoclavado a 121 ordmC por 10 minutos Apoacutes

o aquecimento foi mantido em repouso no miacutenimo por 48 horas para a

sedimentaccedilatildeo do material em suspensatildeo O melaccedilo clarificado foi entatildeo sifonado

63

pronto para ser diluiacutedo com aacutegua e preparado como descrito no item 41113 sem

a adiccedilatildeo do antibioacutetico O mosto foi esterilizado em autoclave a 121 ordmC durante 30

minutos (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

41113 Preparaccedilatildeo do melaccedilo

O melaccedilo foi diluiacutedo ateacute concentraccedilatildeo 170 g L-1 em accediluacutecares redutores totais

(ART) (GUERREIRO et al 1997) e suplementado com ureacuteia na concentraccedilatildeo de 05

g L-1 suficiente para que a fonte de nitrogecircnio natildeo se torne fator limitante da

atividade da levedura (MAGALHAtildeES 1978 CARVALHO 1994 PEREGO-JUNIOR

1979) O pH do mosto foi ajustado em 45 (JONES et al 1981) pela adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico concentrado ou pela adiccedilatildeo de soluccedilatildeo de hidroacutexido de soacutedio 4N Por fim

adicionou-se penicilina V aacutecida (500 UIL) como antibioacutetico (AQUARONE 1960

CARVALHO et al 2003)

4112 Teste para avaliar a homogeneidade do reator

Para a realizaccedilatildeo do teste de homogeneidade foi preparado 10 litros de uma

suspensatildeo celular de 9 g L-1 de levedura em aacutegua destilada e adicionada ao

fermentador Apoacutes 30 minutos de homogeneizaccedilatildeo mecacircnica do material iniciou

uma contiacutenua adiccedilatildeo de aacutegua destilada e retirada da amostra a uma vazatildeo

especiacutefica de alimentaccedilatildeo calculada (Dc) igual a 0124 h-1 No intervalo de 30

minutos em diferentes regiotildees do reator as amostras foram recolhidas para

determinar a concentraccedilatildeo celular A homogeneidade do reator eacute verificada se a

queda da concentraccedilatildeo celular for uma funccedilatildeo exponencial

4113 Teste para determinar a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

Foram realizados 3 experimentos com a fermentaccedilatildeo contiacutenua nas condiccedilotildees

descritas no item 415 Os valores de vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D) foram 01

h-1 005 h-1 e 0025 h-1

412 Micro-organismo e condiccedilotildees de manutenccedilatildeo

Saccharomyces cerevisiae CCT7150 uma cepa isolada de planta industrial de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica nacional (Usina Nova Ameacuterica) e produtora de altas

concentraccedilotildees de etanol a partir de melaccedilo adquirida da Fundaccedilatildeo Andreacute Tosello

foi utilizada nos cultivos contiacutenuos Sua manutenccedilatildeo em tubo de ensaio foi no meio

Sabourand (Merckreg) A cultura foi armazenada sob refrigeraccedilatildeo a 4 ordmC

64

413 Preparo do inoacuteculo

As ceacutelulas de levedura estocada foram multiplicadas em tubos contendo meio

soacutelido Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Posteriormente as

culturas foram inoculadas com alccedila de platina sob condiccedilotildees asseacutepticas em tubos

contendo 10 mL do meio Sabourand e incubadas em estufa a 30 ordmC por 24 h Cada

tubo por sua vez inoculou um frasco de Erlenmeyer de 500 mL contendo 90 mL de

mosto de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar contendo 5 de ART que foi entatildeo incubado

a 30 ordmC por 12 h em agitador rotativo a 400 rpm Decorrido este tempo o conteuacutedo

de 10 frascos de Erlenmeyer preparados com o preacute-inoacuteculo (1 L) foi adicionado agrave

dorna juntamente com o mosto (9 L) nas condiccedilotildees em que se trabalhou no

processo contiacutenuo resultando em um volume uacutetil do fermentador de 10 litros que

deu iniacutecio a uma fermentaccedilatildeo descontiacutenua (PEREGO JUacuteNIOR 1979)

414 Dispositivo para a cultura

Foi utilizado um fermentador fabricado pela INFORs HT com dornas de vidro

de 10 litros de capacidade nominal com controles de temperatura pH niacutevel de

espuma e frequumlecircncia de agitaccedilatildeo com saiacutedas que foram conectadas a uma bomba

peristaacuteltica para alimentaccedilatildeo do mosto e retirada do material durante a fermentaccedilatildeo

contiacutenua

415 Descriccedilatildeo das condiccedilotildees de fermentaccedilatildeo contiacutenua

O cultivo contiacutenuo teve como iniacutecio o cultivo descontiacutenuo como descrito acima

(item 413) A alimentaccedilatildeo contiacutenua do mosto ocorreu apoacutes um periacuteodo de 6 a 8 h

da inoculaccedilatildeo do S cerevisiae na dorna para garantir que o micro-organismo se

encontre na fase exponencial de crescimento A concentraccedilatildeo de accediluacutecares no mosto

de alimentaccedilatildeo foi de 170 g L-1 (GUERREIRO et al 1997) expressa em ART O

mosto foi suplementado com sulfato de amocircnio na concentraccedilatildeo de 1 g L-1 A

temperatura de fermentaccedilatildeo foi mantida a 30 plusmn 1 ordmC (KOCK et al 2000) com

frequumlecircncia do agitador de 500 rpm A vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo foi

determinada em ensaios preliminares (item 61)

65

42 Cultivo de A platensis

421 Micro-organismo e manutenccedilatildeo

Spirulina (Arthrospira) platensis UTEX (1926) foi mantida em meio liacutequido de

cultivo padratildeo para Arthrospira (item 4221) em tubos hermeticamente fechados

422 Meio de cultivo

Foram utilizados dois tipos de meio Um meio padratildeo para o cultivo de

Arthrospira (SCHLOumlSSER 1982) ndash item 4221 com NaNO3 como fonte de

nitrogecircnio que foi utilizado para duas finalidades manutenccedilatildeo do micro-organismo e

preparo do inoacuteculo um meio modificado (item 4122) onde se utilizou ureacuteia como

fonte de nitrogecircnio

4221 Meio padratildeo para cultivo de A platensis

O meio mineral padratildeo foi o de Schloumlsser (1982) cuja composiccedilatildeo por litro de

aacutegua destilada eacute a seguinte

NaHCO3 1361g

Na2CO3 403g

K2HPO4 050g

NaNO3 250g

K2SO4 100g

NaCl 100g

MgSO47H2O 020g

CaCl22H2O 004g

Soluccedilatildeo de metal PIV 6mL

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu 1mL

Vitamina B12 (15g100mL H2O) 1mL

Soluccedilatildeo de metal PIV (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 750 mg

FeCl36H2O 97 mg

MnCl24H2O 41 mg

ZnCl2 5 mg

CoCl26H2O 2 mg

Na2MoO42H2O 4 mg

66

Soluccedilatildeo de micronutrientes Chu (em 1 litro de aacutegua destilada)

Na2EDTA 50 mg

H3BO3 618 mg

CuSO45H2O 196 mg

ZnSO47H2O 44 mg

CoCl26H2O 20 mg

MnCl2middot4H2O 12 mg

Na2MoO4middot2H2O 12 mg

4222 Meio modificado

O meio de Schloumlsser (1982) foi utilizado com substituiccedilatildeo do nitrato de soacutedio

por ureacuteia

A massa diaacuteria de ureacuteia adicionada por unidade de volume foi determinada de

acordo com o experimento padratildeo utilizando nitrato de soacutedio como fonte de

nitrogecircnio (descrito no item 5)

423 Preparo do inoacuteculo

A A platensis foi inoculada em 10 mL de meio liacutequido (em tubo de ensaio) em

condiccedilotildees asseacutepticas Depois de 7 dias esse material foi utilizado para inocular

frascos de Erlenmeyer de 500 mL com 200mL de meio de cultivo padratildeo (item

4121) previamente esterilizado por autoclavaccedilatildeo

Os erlenmeyers apoacutes o repique foram imediatamente levados a agitador

rotativo a 100 min-1 (FERRAZ 1986) temperatura de 30 OC e iluminacircncia de 72

mol de foacutetons m-2 s-1 (CARVALHO et al 2004)

O crescimento celular foi acompanhado sendo utilizada para inoacuteculo uma

suspensatildeo de A platensis apoacutes de 6 a 8 dias de cultivo (PELIZER et al 2003) em

crescimento exponencial isenta de contaminaccedilatildeo Nos cultivos utilizando meio

mineral padratildeo a suspensatildeo foi filtrada lavada e ressuspensa em meio de cultivo

padratildeo Nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte alternativa de nitrogecircnio a

suspensatildeo foi filtrada lavada com soluccedilatildeo fisioloacutegica para retirada do NaNO3 e

ressuspensa em meio de cultivo padratildeo isento de NaNO3 Estas suspensotildees foram o

inoacuteculo para o cultivo no reator tubular onde foram realizados os estudos

empregando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio padratildeo e a ureacuteia como fonte

67

alternativa de nitrogecircnio com o pH do cultivo controlado pela adiccedilatildeo de CO2

proveniente de cilindro ou da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

424 Dispositivo para cultura

4241 Fotobiorreator tubular horizontal

O fotobiorreator tubular utilizado eacute apresentado na Figura 7 Este eacute constituiacutedo

por 20 tubos de vidro transparentes (diacircmetro interno de 10 cm) (CARLOZZI

PINZANI 2005) com inclinaccedilatildeo de 2 (115ordm) (TREDICI ZITTELLI 1998) para

facilitar o escoamento do liacutequido interligados com mangueiras de PVC de mesmo

diacircmetro interno de forma que o volume iluminado corresponde a 212 litros

(606) O volume total do sistema foi de 35 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de

26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo da biomassa e melhorar a transferecircncia de

massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior provido de agitaccedilatildeo com um agitador magneacutetico Tambeacutem

na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no qual ocorre entrada de CO2 para

manutenccedilatildeo de pH quando da abertura da vaacutelvula solenoacuteide controlada por um

controlador de pH

Figura 7 Fotobiorreator tubular horizontal utilizado no cultivo de A platensis

68

4242 Fotobiorreator tubular espiralado

O fotobiorreator tubular espiralado utilizado eacute apresentado na Figura 8 Este eacute

constituiacutedo por 5 conjuntos de tubos espiralados de vidro transparentes (diacircmetro

interno de 10 cm) (CARLOZZI PINZANI 2005) interligados com mangueiras de

PVC de mesmo diacircmetro interno Cada conjunto eacute constituiacutedo por 3 tubos

espiralados logo o reator conteacutem no total 15 tubos de vidros espiralados de forma

que o volume iluminado corresponde a 665 ml (606 ) O volume total do sistema

foi de 11 litros A recirculaccedilatildeo de liacutequido foi de 26 L h-1 para evitar a sedimentaccedilatildeo

da biomassa e melhorar a transferecircncia de massa

Na parte mais baixa dos tubos do reator tubular haacute um tubo na forma de Y que

recebe ar proveniente de uma bomba deslocando a suspensatildeo celular para um

frasco na parte superior Tambeacutem na parte inferior do reator haacute uma conexatildeo no

qual ocorre entrada de CO2 para manutenccedilatildeo de pH

Figura 8 Fotobiorreator tubular espiralado utilizado no cultivo de A platensis

425 Descriccedilatildeo de um experimento tiacutepico de cultivo da A platensis

A suspensatildeo de Arthrospira (item 43) foi adicionada ao biorreator tubular na

concentraccedilatildeo inicial de 400 mg L-1 (SOLETTO et al 2008) e o volume de trabalho

foi de 35 L no fotobiorreator tubular horizontal e de 11 L no fotobiorreator tubular

espiralado Devido a evaporaccedilatildeo e a retirada de amostras o meio de cultura isento

da fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante

69

Nos experimetos utilizando NaNO3 como fonte de nitrogecircnio a concentraccedilatildeo

inicial deste foi de 25 g L-1 e ocorreram adiccedilotildees do nitrato de soacutedio de modo que sua

concentraccedilatildeo natildeo fosse inferior a 1 g L-1 (FAINTUCH 1989) desta forma evitaria a

limitaccedilatildeo do crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio No cultivo utilizando a

fonte de nitrogecircnio alternativa (ureacuteia) a adiccedilatildeo diaacuteria foi efetuada por pulsos (adiccedilatildeo

intermitente) (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2004) As intensidades luminosas foram

medidas com um sensor quantum (model LI-190 SB Li-Cor Lincoln Neb USA) As

diferentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas foram preacute-estabelecida de

acordo com o plano de trabalho (Item 5)

O valor de pH nos cultivos foi mantido em 95 plusmn 02 (SANCHEZ-LUNA et al

2007 TREDICI ZITTELLI 1998) com auxiacutelio de um aparelho controlador de pH

METTLER TOLEDO acoplado a uma vaacutelvula solenoacuteide Nos ensaios com CO2 puro

(999) a valvula solenoiacutede estava ligada a um cilindro de CO2 e nos ensaios com

CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica a vaacutelvula solenoacuteide foi ligada agrave tubulaccedilatildeo

proveniente de um reator operando com processo contiacutenuo de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

em regime permanente

A temperatura de 29 plusmn 1ordmC (SAacuteNCHEZ-LUNA et al 2007) foi mantida por ar

condicionado que climatizou a temperatura da sala onde estaacute localizada o reator

No final do experimento o reator foi lavado com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio

5 por 16 h e com uma soluccedilatildeo de tiosulfato de soacutedio (Na2S2O3) 50 mM para

neutralizar o clorito residual de acordo com De Beer et al (1994)

43 Teacutecnicas Analiacuteticas

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua ateacute o estabelecimento de regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol no caldo

fermentado foram determinados a cada 12 horas Estabelecido o regime

permanente as determinaccedilotildees de concentraccedilatildeo celular pH ART etanol foram

feitas diariamente O efluente gasoso foi analisado qualitativamente para

identificaccedilatildeo dos principais compostos volaacuteteis orgacircnicos

No cultivo de Arthrospira a concentraccedilatildeo celular foi feita diariamente ateacute atingir

concentraccedilatildeo celular maacutexima As medidas de concentraccedilatildeo de nitrato ureacuteia residual

amocircnia e de carbonato total em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas a cada dois dias Nos cultivos

utilizando o CO2 proveniente da fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram analisados os

70

compostos volaacuteteis orgacircnicos presentes no meio isento de ceacutelulas A concentraccedilatildeo

de clorofila a foi determinada no final de cada experimento bem como a

determinaccedilatildeo de proteiacutenas lipiacutedios totais carboidratos e cinzas

431 Acompanhamento da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

4311 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

A concentraccedilatildeo celular expressa em massa seca foi determinada por filtraccedilatildeo

de acordo com metodologia descrita por Carvalho et al (2003) Um volume de 5 mL

da amostra foi filtrada em membrana millipore 12 microm de porosidade previamente

seca em estufa a 105 ordmC por 4 horas e em dessecador por 1 h e pesada A biomassa

filtrada e lavada com 50 mL de aacutegua destilada foi seca em estufa a 105 ordmC por 4

horas e em dessecador por 1 h e posteriormente pesada A concentraccedilatildeo celular foi

determinada por diferenccedila de massa antes e apoacutes a filtraccedilatildeo

4312 Determinaccedilatildeo do pH

O pH seraacute acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4313 Determinaccedilatildeo de ART

A determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ART foi realizada por espectrofotometria a

540 nm pelo meacutetodo de SOMOGYI-NELSON (1952) precedido da hidroacutelise da

sacarose contida na fase liacutequida do meio de fermentaccedilatildeo realizada pela teacutecnica de

Falcone e Marques (1965)

A hidroacutelise da sacarose foi feita por hidroacutelise aacutecida utilizando 5 mL da amostra

e 25 mL da soluccedilatildeo de aacutecido cloriacutedrico 13 N e deixou-se em banho de aacutegua a 70 ordmC

por 15 minutos Deixou-se esfriar essa soluccedilatildeo ateacute a temperatura ambiente e foi

adicionado NaOH 6N ateacute verificar uma mudanccedila no pH utilizando fenolfitaleiacutena

como indicador Posteriormente completou-se o volume final para 100 mL com aacutegua

destilada diluindo-se assim a amostra 20 vezes A partir dessa soluccedilatildeo jaacute diluiacuteda

fizeram-se novas diluiccedilotildees necessaacuterias para a determinaccedilatildeo do ART pelo meacutetodo de

Somogyi-Nelson (1952)

71

A anaacutelise compreende na adiccedilatildeo de 1 mL da amostra convenientemente diluiacuteda

e 1 mL do reativo de Somogy em tubo de Folin-Wu onde foi fervido durante 10

minutos resfriado em aacutegua com gelo Apoacutes o resfriamento adicionou-se 2 mL do

reativo de Nelson e agitou-se os tubos em agitador ateacute expulsar os gases formados

Completou-se o volume para 25 mL com aacutegua destilada e a soluccedilatildeo foi lida em

espectrofotometro a 520 nm Foi feito um branco substituindo a amostra por aacutegua

destilada

O accediluacutecar aquecido com uma soluccedilatildeo alcalina de tartarato de cobre leva agrave

obtenccedilatildeo de oacutexido cuproso que reagindo com molibdato de arsecircnio possibilita a

produccedilatildeo de um composto de coloraccedilatildeo azul passiacutevel de ser quantificada por

colorimetria a adiccedilatildeo de sulfato de soacutedio a mistura minimiza a entrada de oxigecircnio

na soluccedilatildeo responsaacutevel pela reoxidaccedilatildeo do oacutexido cuproso

4314 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907)

O etanol foi determinado mediante a destilaccedilatildeo atraveacutes de um microdestilador

de KJELDHAL e recolhido em 20 mL de uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio

fortemente acidulada com aacutecido sulfuacuterico A determinaccedilatildeo consiste na destilaccedilatildeo de

1 mL do meio fermentado isento de ceacutelulas recolhido na soluccedilatildeo de dicromato

contida em erlenmeyer onde o etanol reagiu com os iacuteons dicromato como mostrado

na eq 1 produzindo acetaldeiacutedo e iacuteons Cr(III) Conforme o etanol reage haacute uma

mudanccedila da coloraccedilatildeo laranja caracteriacutestica desta soluccedilatildeo para um tom esverdeado

A reaccedilatildeo de oxidaccedilatildeo do etanol com iacuteons dicromato envolve pelo menos duas

etapas Na primeira etapa o etanol introduzido na soluccedilatildeo reage com os iacuteons

dicromato produzindo um aldeiacutedo que neste caso eacute o acetaldeiacutedo (reaccedilatildeo 4)

Na segunda etapa como o aldeiacutedo produzido tambeacutem eacute susceptiacutevel agrave oxidaccedilatildeo o

acetaldeiacutedo eacute consumido produzindo aacutecido aceacutetico (um aacutecido carboxiacutelico) com a

correspondente reduccedilatildeo dos iacuteons Cr(VI) para iacuteons Cr(III) (reaccedilatildeo 5) A reaccedilatildeo

entre o etanol e os iacuteons dicromato pode ser descrita de forma global como mostrado

na (reaccedilatildeo 6)

3 CH3CH2OH + CrO7-2 rarr 3 CH3COH 2 Cr+3 + 7 H20 (reaccedilatildeo 4)

3 CH3COH + CrO7-2 + 8H+ rarr 3 CH3COOH + 2 Cr+3 + 4 H20 (reaccedilatildeo 5)

72

3 CH3CH2OH + 2 CrO7-2 + 16H+ rarr 4Cr+3 + 3 CH3COOH 11 H2O (reaccedilatildeo 6)

Apoacutes a destilaccedilatildeo o erlenmeyer foi levado a um banho de aacutegua a 70 ordmC

durante 20 minutos para que se complete a oxidaccedilatildeo do etanol Apoacutes esse tempo

deixou-se esfriar ateacute temperatura ambiente e essa soluccedilatildeo foi titulada com soluccedilatildeo

de sulfato ferroso amoniacal Foi feita concomitantemente uma soluccedilatildeo utilizando

aacutegua em vez do destilado para determinar o poder redutor do sulfato ferroso

amoniacal

4315 Determinaccedilatildeo dos componentes volaacuteteis presentes no gaacutes efluente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

Os voltaacuteteis majoritaacuterios liberados durante o regime permanente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica foram determinados pelo Laboratoacuterio de Anaacutelises Quiacutemicas do

Instituto de Pesquisa Tecnoloacutegis (IPT) usando um cromatoacutegrafo a gaacutes (marca

Shimadzu modelo CG-2010) acoplado ao espectrocircmetro de massas (Shimadzu

Modelo GCMS ndash QP5050A)

432 Acompanhamento do cultivo de A platensis

O volume das amostras diaacuterias retiradas para o acompanhamento celular foram

de 50 mL Apoacutes a remoccedilatildeo da amostra igual volume de meio de cultura isento da

fonte de nitrogecircnio foi adicionado para manter o volume constante Similarmente a

evaporaccedilatildeo de aacutegua diaacuteria foi compensada pela adiccedilatildeo do meio de cultura

4321 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular

43211 Densidade oacutetica

O acompanhamento do crescimento celular foi realizado diariamente em

duplicata por turbidimetria a 560 nm (LEDUY THERIEN 1977) Os valores de

transmitacircncia obtidos no espectrofotocircmetro foram convertidas em concentraccedilatildeo

celular atraveacutes de uma curva de calibraccedilatildeo (Item 43212)

43212 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo

A curva de calibraccedilatildeo foi obtida tomando-se um volume de 25 mL de uma

suspensatildeo concentrada de ceacutelulas em fase de crescimento exponencial que foi

73

filtrada e lavada com aacutegua destilada em uma membrana de acetato de celulose de

12 μm previamente seca a 70 ordmC por 12 horas e previamente pesada A amostra

foi levada agrave estufa a 100ndash105 ordmC por um periacuteodo de 5 horas suficiente para que

mantivesse uma massa constante A massa das ceacutelulas foi calculada por diferenccedila

dos valores das massas das membranas antes e depois da filtraccedilatildeo e dividido pelo

volume filtrado para obter-se a concentraccedilatildeo celular na suspensatildeo A partir desta

mesma suspensatildeo foram preparadas diferentes diluiccedilotildees e aliacutequotas dessas

diluiccedilotildees foram levadas ao espectrofotocircmetro para leitura da transmitacircncia a 560 nm

de comprimento de onda e caminho oacuteptico de 1 cm com aacutegua destilada como

branco Dessa forma foi obtida uma curva que relaciona concentraccedilatildeo celular com o

logaritmo da transmitacircncia (Graacutefico 1)

Graacutefico 1 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular de A platensis

4322 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de carbonato total

Embora a concentraccedilatildeo de carbonato total deva se manter constante em

decorrecircncia do fornecimento de CO2 para a manutenccedilatildeo do pH foi acompanhado na

fase liacutequida do meio em cultivo

No meio isento de ceacutelulas o acompanhamento da concentraccedilatildeo de fonte de

carbono na forma de carbonato total foi atraveacutes de titulometria Inicialmente

adiciona-se hidroacutexido de soacutedio na amostra (Reaccedilatildeo 7) e titula-se com HCl

(Reaccedilatildeo 8) na presenccedila do indicador fenolftaleiacutena para a conversatildeo de carbonato

em bicarbonato Posteriormente foi titulada novamente com HCl (Reaccedilatildeo 9) na

74

presenccedila do indicador alaranjado de metila para que todo o bicarbonato transforme-

se em aacutecido carbocircnico por deslocamento de equiliacutebrio O carbonato total foi

quantificado pelos dois intervalos de viragem (PIERCE HAENISCH 1948)

NaOH + NaHCO3 = Na2CO3 + H2O (Reaccedilatildeo 7)

Na2CO3 + HCl = NaHCO3 + NaCl (Reaccedilatildeo 8)

NaHCO3 + 1 HCl = H2CO3 + 1 NaCl (Reaccedilatildeo 9)

4323 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia total

A amocircnia total foi quantificada no meio isento de ceacutelulas de 2 em 2 dias em

potenciocircmetro marca ORION modelo 710-A por meio de um eletrodo seletivo para

amocircnia modelo 95-12 ORION Tendo em vista que o eletrodo soacute eacute sensiacutevel ao iacuteon

amocircnia e que no pH de cultivo existe equiliacutebrio entre os iacuteons amocircnia e amocircnio para

se fazer a leitura foi necessaacuterio corrigir o pH da amostra para 13 pela adiccedilatildeo de

NaOH 15 M antes da leitura no eletrodo de forma que todo iacuteon amocircnio fosse

convertido em amocircnia (LEDUY SAMSON 1982) O volume utilizado foi de 15 mL e

nesse procedimento foi necessaacuteria agrave calibraccedilatildeo do aparelho em todos os dias em

que foram realizadas as determinaccedilotildees Isso foi feito atraveacutes da construccedilatildeo de uma

curva que correlaciona a milivoltagem lida no potenciocircmetro com soluccedilotildees de NH4Cl

em diferentes diluiccedilotildees com concentraccedilotildees conhecidas A partir da equaccedilatildeo dessa

curva com a milivoltagem lida na amostra do cultivo foi calculada a concentraccedilatildeo

de amocircnia total Esta metodologia tambeacutem serviu para auxiliar na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de ureacuteia conforme se observa no item a seguir

43231 Construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da amocircnia

A metodologia empregada para a determinaccedilatildeo de amocircnia requer a construccedilatildeo

de uma curva de calibraccedilatildeo para cada dia em que foi analisada a amocircnia Desta

forma no Graacutefico 2 tecircm-se uma das curvas de calibraccedilatildeo utilizada

75

Graacutefico 2 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia

Nesse caso a curva de calibraccedilatildeo corresponde agrave Log [NH3] -00213 x mV ndash

10583 A maior diluiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de amocircnia foi de 5x10-6 (cujo o valor de

Log eacute -53) que corresponde a um valor de milivoltagem de 182 detectado no

eletrodo de amocircnia

4324 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia

Para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de ureacuteia inicialmente foi hidrolisada em

meio aacutecido como segue 10 mL do meio de cultivo isento de ceacutelulas foi submetido a

um tratamento com H2SO4 (1 mL de H2SO4 5 N) a 200 ordmC por 6 horas em bloco

digestor Tecnal modelo TE-106 (CEZARE 1998) Apoacutes esse tempo o conteuacutedo

presente no tubo onde ocorreu a hidroacutelise aacutecida foi quantitativamente transferido

para um balatildeo volumeacutetrico de 50 mL com neutralizaccedilatildeo do pH com NaOH 15 M

utilizando fenolftaleiacutena como indicador e finalmente o volume completado com aacutegua

destilada Desse balatildeo foi retirado um volume de 15 mL para a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo de amocircnia conforme meacutetodo descrito no item anterior Considerando

ainda a diluiccedilatildeo da amostra calcula-se a concentraccedilatildeo de amocircnia global que

representa a amocircnia que jaacute estava presente no meio de cultivo mais a amocircnia

proveniente da hidroacutelise da ureacuteia Assim por diferenccedila eacute possiacutevel calcular a

concentraccedilatildeo de ureacuteia no meio de cultivo

76

4325 Determinaccedilatildeo do pH

O pH foi acompanhado por potenciometria com um aparelho da marca

METTLER TOLEDO

4326 Determinaccedilatildeo de nitrato

A anaacutelise de nitrato foi realizada atraveacutes da adaptaccedilatildeo do meacutetodo descrito por

Vogel (2002) Foram pipetados 10 mL do meio isento de ceacutelulas 10 ml de NaOH

(05 N) e 700 mg de liga de devarda ( 50 de cobre 45 de alumiacutenio 5 zinco) em

balatildeo volumeacutetrico onde foi aquecido em bico de busen durante 1 hora para que todo

o nitrato presente na amostra seja reduzido a amocircnio como descrito na reaccedilatildeo a

seguir

NO3- + 8 Al + 5 OH- + 2 H2O rarr 8 Al2

- + 3 NH3 (Reaccedilatildeo 10)

Durante o aquecimento os iacuteons amocircnio satildeo desprendidos e recolhidos em uma

soluccedilatildeo padronizada de 10 mL de aacutecido cloriacutedrico (01 N) formando o cloreto de

amocircnio Essa soluccedilatildeo foi titulada com NaOH (005 N) padronizada usando vermelho

de metila como indicador e a quantificaccedilatildeo do amocircnio formado foi feita por diferenccedila

entre a quantidade de HCl inicial e final depois da destilaccedilatildeo A conversatildeo de

volume do aacutecido tilulado (mililitros) em massa de iacuteons nitrato (gramas) foi baseada

na informaccedilatildeo de que 1 mL de aacutecido cloriacutedrico 1 N corresponde a 006201g de iacuteons

nitrato (VOGEL 2002)

4327 Determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

A determinaccedilatildeo do etanol foi realizada atraveacutes do meacutetodo de oxidaccedilatildeo por

dicromato de potaacutessio proposto por Joslyn (1907) como descrito no item 4314

433 Avaliaccedilatildeo da biomassa de A platensis obtida no final do cultivo

4331 Determinaccedilatildeo de Clorofila a

A anaacutelise de clorofila a foi realizada utilizando uma suspensatildeo celular de 5 mL

correspondente agrave concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida Essa suspensatildeo foi filtrada e

a biomassa foi ressuspendida em 5 mL de metanol e incubada em banho maria a

70ordmC por 2 minutos Apoacutes esse tempo a amostra foi filtrada em filtro de

77

politetrafluoretileno 10 microm de diacircmetro (Milliporereg) e o sobrenadante contendo a

clorofila foi determinado espectofotometricamente a 665 nm adotando-se o

procedimento descrito por Vonshak (1997a) A curva de calibraccedilatildeo foi feita

previamente utilizando clorofila areg padratildeo

43311 Curva de calibraccedilatildeo para a determinaccedilatildeo de Clorofila a

A curva de calibraccedilatildeo foi construiacuteda utilizando uma soluccedilatildeo de clorofila a

padratildeo (Sigmareg) obtida comercialmente em metanol A partir dessa soluccedilatildeo foram

realizadas diferentes diluiccedilotildees que resultaram em leituras espectrofotomeacutetricas em

comprimento de onda de 665nm obtendo valores de absorbacircncia entre 0200 e

0800 A relaccedilatildeo entre as diferentes concentraccedilotildees de clorofila em miligrama por

litro com os valores de aborbacircncia obtem-se a equaccedilatildeo como mostrada no graacutefico

3 que foi utilizada para a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila nos ensaios

Graacutefico 3 Curva de calibraccedilatildeo para determinaccedilatildeo de clorofila a

4332 Determinaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Ao final do cultivo o meio contendo a A platensis foi centrifugado com 3

lavagens sucessivas com aacutegua destilada para retirada do sal adsorvido agraves ceacutelulas e

apoacutes secagem com ventilaccedilatildeo a 55 ordmC por 12 horas (PELIZER et al 1999) foi

avaliada a composiccedilatildeo centesimal da biomassa seca

78

43321 Proteiacutenas totais

O teor proteacuteico total na biomassa seca foi determinado pelo claacutessico meacutetodo de

KJELDHAL adotando-se o fator de 625 para a conversatildeo a partir dos teores de

nitrogecircnio total (ASSOCIATION OF OFFICIAL METHODS OF FOOD ANALYSIS

1984) Esse meacutetodo caracteriza-se pela destruiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica com aacutecido

sulfuacuterico concentrado em presenccedila de um catalizador e aquecimento com

formaccedilatildeo de nitrogecircnio inorgacircnico na forma de sulfato de amocircnio A seguir em

aparelho destilador de nitrogecircnio adiciona-se hidroacutexido de soacutedio no tubo

proveniente da digestatildeo para alcalinizaccedilatildeo do meio e desta forma o sal de

amocircnio eacute convertido agrave amocircnia que eacute destilada para uma soluccedilatildeo saturada de aacutecido

boacuterico Posteriormente titula-se essa soluccedilatildeo com HCl 002N fatorada para se

quantificar a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio (FERRAZ 1986)

43322 Lipiacutedios totais

A fraccedilatildeo lipiacutedica total foi obtida por extraccedilatildeo com solvente orgacircnico (FERRAZ

1986) A amostra foi triturada em gral e entatildeo transferida para um extrator contiacutenuo

de Soxhlet com refluxo da mistura de solventes clorofoacutermio-metanol (21 vv) ateacute o

liacutequido ficar liacutempido (PIORRECK 1984 OLGUIacuteN et al 2001) A fraccedilatildeo lipiacutedica total

juntamente com os solventes foram tratados em sistema evaporador rotativo a

vaacutecuo O material obtido reuacutene aacutecidos graxos trigliceriacutedeos fosfolipiacutedios

carotenoacuteides pigmentos fotossintetizantes esteroacuteides e hidrocarbonetos sendo

chamados de fraccedilatildeo lipiacutedica total (GIOIELLI 1997)

43323 Cinzas

O teor de cinzas das ceacutelulas secas foi determinado por aquecimento de acordo

com meacutetodo descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) 1g da amostra foi pesada em

caacutepsula de porcelana previamente aquecida em mufla a 550 ordmC resfriada em

dessecador ateacute a temperatura ambiente e pesada A amostra foi seca em estufa a

105 ordmC carbonizada e incinerada em mufla a 550 ordmC durante 4 horas tempo

necessaacuterio para obter peso constante Posteriomente resfriou-se a amostra em

dessecador durante 1 hora ateacute atingir a temperatura ambiente e pesada As cinzas

devem ficar brancas ou ligeiramente acinzentadas

79

43324 Carboidratos totais

A porcentagem de carboidratos foi calculada pela diferenccedila entre e as

porcentagens dos demais componentes analisados na biomassa seca

434 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo elementar

As determinaccedilotildees de CNHSO foram realizadas pela CE instruments flash

EA1112 series acoplada com um detector de condutividade teacutermica (TCD) Para as

anaacutelises de Carbono Nitrogecircnio Hidrogecircnio e Enxofre foi utilizada a meteonina (C =

4025 N = 939 H = 743 S = 2149) como padratildeo e para a anaacutelise de

oxigecircnio foi utilizado o aacutecido aspaacutertico (C = 3609 N = 1052 H =53 S =

000 O = 4908)

4341 Determinaccedilatildeo de CNHS

Foram determinados pesando aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em

recipiente de estanho e adicionar V2O5 (oacutexido de vanaacutedio) para que toda a biomassa

seja carbonizada Utiliza-se gaacutes oxigecircnio (99995) para carregar as amostras e

fazer a combustatildeo a 900degC formando os compostos reduzidos N2 CO2 H20 e SO2

Esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde seratildeo separados e

posteriormente detectados por sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

usando o software EAGER 300 na qual fornece a porcentagem de N C H S

contida na amostra

4342 Determinaccedilatildeo de oxigecircnio

Pesar aproximadamente 1 a 4 mg da amostra em recipiente de prata eleva-se

a temperatura a 1060degC onde ocorre a piroacutelise Durante a piroacutelise satildeo formados N2

CO e H2 estes satildeo filtrados onde os compostos halogenados satildeo retidos

Posteriormente esses gases vatildeo para a coluna cromatograacutefica onde o CO eacute

separado dos outros gases utilizando gaacutes heacutelio como carreador detectados por

sinais eleacutetricos no detector de condutividade teacutermica

44 Caacutelculos

441 Produtividade em etanol no regime permanente

Petanol = DEf (Equaccedilatildeo 1)

80

Onde Petanol = Produtividade em etanol (g L-1 h-1)

D = vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (h-1)

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

442 Rendimento do etanol no regime permanente

η = 1005110

1

ARTi

Ef (Equaccedilatildeo 2)

Onde η = rendimento em etanol ()

Ef = concentraccedilatildeo de etanol (g L-1)

ARTi = Accediluacutecares redutores totais no mosto de entrada no reator (g L-1)

0511 = rendimento teoacuterico (estequiomeacutetrico) da conversatildeo de glicose em

etanol

443 Produtividade em ceacutelulas nos cultivos de A platensis

Tc

XiXmPx

(Equaccedilatildeo 3)

Onde PX = produtividade em ceacutelulas (mg L-1 d -1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

Tc = tempo de cultivo (dias)

444 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas nos cultivos de A

platensis

Nt

VXiXmY NX

(Equaccedilatildeo 4)

81

OndeYXN = Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (mg mg-1)

Xm = concentraccedilatildeo celular maacutexima obtida (mg L-1)

Xi = concentraccedilatildeo celular inicial (mg L-1)

V = volume do meio (L)

Nt = quantidade total de nitrogecircnio adicionado (mg)

445 Coeficientes atocircmicos para 1 C-mol de biomassa

Foram escolhidos os principais aacutetomos (C H 0 N e S) que formam as

macromoleacuteculas proteiacutenas carboidratos lipiacutedios RNA e DNA Um C-mol de

biomassa eacute definida como CX1HX2NX3OX4SX5 e os coeficientes atocircmicos Xi satildeo

calculados a partir da Equaccedilatildeo 5

MMc

fc

MMi

fiXi (Equaccedilatildeo 5)

fi = fraccedilatildeo em massa do aacutetomo i na biomassa seca (g g-1)

MMi = Massa molar do aacutetomo i (g C-mol-1)

fc = fraccedilatildeo em massa do carbono na biomassa seca (g g-1)

MMc = Massa molar do aacutetomo do carbono (g C-mol-1)

Exemplo

Para se calcular o coeficiente atocircmico do hidrogecircnio em 1 C-mol de biomassa

no experimento 1 (Fonte de Carbono cilindro fonte de nitrogecircnio nitrato

intensidade luminosa 60 μmol de foacutetons m-2 s-1)

Teor de hidrogecircnio na biomassa foi de 662 e o teor de carbono foi de 543

o que corresponde a 662 mg de hidrogecircnio e 543 mg de carbono em 1 g da

biomassa Logo substituindo esses valores na Equaccedilatildeo 5 se encontra o coeficiente

atocircmico do hidrogecircnio de 146

12

543

1

66HX

XH = 146

82

446 Grau de reduccedilatildeo da biomassa

O grau de reduccedilatildeo (γ) de um composto orgacircnico eacute definido como o nuacutemero de

eleacutetrons envolvido na sua oxidaccedilatildeo Esse valor eacute a somatoacuteria da multiplicaccedilatildeo entre

os coeficientes atocircmicos e seu respectivo grau de reduccedilatildeo (HEI JNEN 2001)

45 Teoria dos paracircmetros bioenergeacuteticos

A energia de Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular por

unidade de biomassa (1YGX kJC-mol) foi estimada de acordo com Heijnen (2001)

pela Equaccedilatildeo 6

G

GXGX

m

YY

max

11 (Equaccedilatildeo 6)

max

GXY eacute o rendimento maacuteximo teoacuterico de biomassa sobre a energia de Gibbs que

corresponde a um valor de 986 C-molX kJ-1 em cultivos fotoautotroacutefico com CO2

como fonte de carbono (HEIJNEN 2001)

Nesta equaccedilatildeo a velocidade especiacutefica de crescimento μ foi definida de

acordo com Leduy e Zajic (1973) como

1

ln1

i

i

X

X

t (Equaccedilatildeo 7)

Onde Xi e Xi-1 satildeo as concentraccedilotildees de biomassa no final e iniacutecio do intervalo de

tempo decorrido entre as duas determinaccedilotildees consecutivas (Δt = 1 dia) enquanto

que mG eacute a energia de Gibbs utilizada para a manutenccedilatildeo celular correspondendo a

712 kJ C-molX -1 h-1 a 30degC (HEIJNEN 2001)

A estimativa o nuacutemero de foacutetons (Einsteins) para sustentar o crescimento

autotroacutefico nPh foi necessaacuterio recorrer ao balanccedilo de energia de Gibbs tendo em

conta as contribuiccedilotildees de energia para o crescimento e manutenccedilatildeo 1YGX e a

absorccedilatildeo de 1 Einstein de foacutetons ΔgPh em adiccedilatildeo aqueles de formaccedilatildeo de

substratos e produtos Δgfi como descitos pela equaccedilatildeo

ΔgfHCO3- + ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfH

+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0 (Equaccedilatildeo 8)

83

O valor de ΔgPh = 2062 kJ mol-1 foi estimado atraveacutes da equaccedilatildeo

A

Ph

hcNg (Equaccedilatildeo 9)

Sendo h = 662610-34 J a constante de Planck c = 299108 m s-1 a velocidade da

luz NA = 6022 x 1023 foacutetons de Einstein -1 o numero de Avogadro e λ = 580 nm o

comprimento de onda do foton absorvido (Li et al 2001)

Calculando os valores de ΔgPh e nPh eacute possiacutevel estimar a energia molar de

Gibbs absorvida pela equaccedilatildeo 10

ΔGa = nPh ΔgPh (Equaccedilatildeo 10)

A energia total de Gibbs absorvida pela fotossiacutentese (ΔGa) foi assumida como a

soma da energia fixada pelo sistema para aumentar o seu proacuteprio conteuacutedo

entaacutelpicos (ΔH) a energia transformada em ATP usada para o crescimento e

manutenccedilao celular (ΔGATP) e a liberada como calor (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0 (Equaccedilatildeo 11)

Onde ΔGATP e ΔH foram calculados a partir do nPh a energia de Gibbs associada a 1

ATP mol e a media da variaccedilatildeo de potencial entre FSI e FSII (TORRE et al 2003)

A produccedilatildeo molar de O2 (qO2) e o consumo de H+ (qH+) foram calculados de

acordo com Torre et al (2003) multiplicando-se os seus coeficientes

estequiomeacutetricos pela concentraccedilatildeo celular expressa em C-mol L-1 e usando a

composiccedilatildeo elementar da biomassa experimental

84

5 Planejamento experimental

Os experimentos realizados estatildeo descritos na Tabela 2 Os valores de

intensidade luminosa foram escolhidos em funccedilatildeo do trabalho de Watanabe e Hall

(1995) O valor de pH foi fixado em 95 plusmn 02 de acordo com trabalho de Sanchez-

Luna et al (2007) e Tredici e Zittelli (1998) As adiccedilotildees diaacuterias de ureacuteia foram fixadas

com base na necessidade de nitrogecircnio da ceacutelula calculadas a partir dos resultados

das produtividades celulares obtidos nos experimentos padrotildees realizados utilizando

a fonte convencional de nitrogecircnio (NaNO3)

Para a realizaccedilatildeo dos ensaios padrotildees a concentraccedilatildeo de NaNO3

(SCHLOumlSSER 1982) foi mantida acima de 1 g L-1 para evitar a limitaccedilatildeo do

crescimento pela fonte de nitrogecircnio A partir da curva de crescimento experimental

utilizando o nitrato como fonte de nitrogecircnio para cada intensidade luminosa

estudada obteacutem-se uma equaccedilatildeo que representa a curva de crescimento teoacuterica e a

partir desta calcula-se a produtividade celular diaacuteria Considerando que as ceacutelulas

possuem 7 de nitrogecircnio (BEZERRA 2006) calcula-se a quantidade diaacuteria de

nitrogecircnio necessaacuteria para o crescimento celular obtendo-se assim a equaccedilatildeo de

adiccedilatildeo de nitrogecircnio amoniacal Por isso eacute necessaacuterio realizar uma curva de

crescimento padratildeo com NaNO3 para cada condiccedilatildeo analisada (diferentes

intensidades luminosas) A exemplificaccedilatildeo do escrito acima esta representado no

Item 62

Tabela 2 - Planejamento experimental

Experimento

Intensidade luminosa

( mol de foacutetons m-

2 s-1)

Fonte de nitrogecircnio

Controle de pH por CO2 de cilindro

Controle de pH por CO2 de

fermentaccedilatildeo alcooacutelica

1 60 NaNO3 Sim Natildeo

2 60 Ureacuteia Sim Natildeo

3 60 NaNO3 Natildeo Sim

4 60 Ureacuteia Natildeo Sim

5 120 NaNO3 Sim Natildeo

6 120 Ureacuteia Sim Natildeo

7 120 NaNO3 Natildeo Sim

8 120 Ureacuteia Natildeo Sim

9 240 NaNO3 Sim Natildeo

10 24 0 Ureacuteia Sim Natildeo

11 240 NaNO3 Natildeo Sim

12 240 Ureacuteia Natildeo Sim

valor fixado em 95 com uso de CO2

85

6 Resultados e discussatildeo

No item 61 estatildeo descritos os resultados dos testes preliminares da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica e no item 62 estatildeo apresentados os resultados dos

experimentos 1 ao 12 referentes aos acompanhamentos dos cultivos ao longo do

tempo A concentraccedilatildeo celular concentraccedilatildeo de carbonato de nitrato de amocircnia e

ureacuteia foram apresentadas neste item

As determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo celular foram feitas diariamente enquanto

que as medidas de concentraccedilatildeo de nitrato amocircnia ureacuteia e de carbonato total no

meio de cultura em funccedilatildeo dos relativos grandes volumes de amostra necessaacuterios

para a execuccedilatildeo das teacutecnicas foram realizadas de dois em dois dias

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade em ceacutelulas e fator

de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas estatildeo descritos no item 63 As

determinaccedilotildees da concentraccedilatildeo de clorofila foram realizadas no final de cada

experimento e estatildeo descritas no item 64 e a avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

teor de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas estatildeo descritos no item 65

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas atraveacutes de anaacutelise de multivariacircncia e

diferenccedila entre as meacutedias em niacutevel de 5 de significacircncia visando-se examinar a

influecircncia de cada variaacutevel independente para os paracircmetros cineacuteticos Xm Px e

YXN bem como para o conteuacutedo de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos cinzas e teores

de clorofila a

As anaacutelises dos paracircmetros bioenergeacuteticos dos cultivos de A platensis

utilizando CO2 de cilindro estatildeo descritas no item 66 e a comparaccedilatildeo entre o perfil

de crescimento da A platensis em duas diferentes configuraccedilotildees de fotobioreator

tubular estaacute descrito no item 67

61 Testes preliminares para a realizaccedilatildeo da fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Antes de iniciar os experimentos acoplando a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

com a produccedilatildeo de A platensis foram realizados testes para avaliar a influecircncia da

clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular a homogeneidade

do reator as vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo no processo contiacutenuo de modo a

obter regime permanente e produccedilatildeo gases suficiente para a correccedilatildeo do pH

durante o cultivo de A platensis

86

611 Avaliaccedilatildeo da influecircncia da clarificaccedilatildeo do melaccedilo na determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular

Inicialmente foi proposto utilizar o melaccedilo de cana-de-accediluacutecar clarificado e

esterilizado no entanto devido as dificuldade operacionais como por exemplo

grandes volumes de melaccedilo que seria utilizado para a manutenccedilatildeo do processo

contiacutenuo optou-se por utilizar o melaccedilo natildeo clarificado e natildeo esterilizado uma vez

que nas usinas brasileiras natildeo eacute empregado atualmente esse preacute-tratamento do

melaccedilo (LIMA et al 2001) Dhamija et al (1982) relata que os custos adicionais

para o preacute-tratamento de melaccedilo e da levedura reciclada pode limitar o uso do

processo Portanto a teacutecnica de reciclo de leveduras por centrifugaccedilatildeo e uso de

melaccedilo natildeo clarificado torna o processo mais econocircmico

O melaccedilo de cana-de-accediluacutecar possui aproximadamente 50 de accediluacutecares

(sacarose 25 a 40 glicose e frutose 12 a 35) aacutegua carboidratos cinzas

metais pesados compostos nitrogenados e em menor quantidade aacutecidos natildeo

nitrogenados (aacutecido ciacutetrico acido maacutelico oxaacutelico glicoacutelico) ceras esteroacuteides e

vitaminas (ROUKAS 1998) Vaacuterios fatores influenciam na composiccedilatildeo do melaccedilo ou

mel final os meacutetodos de fabricaccedilatildeo do accediluacutecar o tempo de armazenamento e as

regiotildees do plantio Este elevado teor de accediluacutecar eacute a razatildeo porque o melaccedilo eacute

largamente utilizado na induacutestria de fermentaccedilatildeo em particular produccedilatildeo de etanol

O emprego do melaccedilo natildeo tratado poderia influenciar a determinaccedilatildeo da

concentraccedilatildeo celular por massa seca uma vez que no melaccedilo conteacutem aleacutem da

sacarose diversos outros resiacuteduos que poderiam ficar retidos na membrana de

filtraccedilatildeo dificultando esse processo eou resultando no falso aumento da

concentraccedilatildeo celular Por isso realizou-se um teste para avaliar se o natildeo tratamento

do melaccedilo influenciaria na determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo celular Os resultados e a

anaacutelise estatiacutestica da diferenccedila entre as meacutedias estatildeo descritos na Tabela 3

Tabela 3 - Valores da concentraccedilatildeo celular meacutedias e desvio padratildeo em massa seca obtidas a partir do melaccedilo natildeo clarificado e do melaccedilo clarificado

Melaccedilo natildeo clarificado (gL-1) Melaccedilo clarificado (gL-1)

1110 1010

1094 1074

1082 1004

Meacutedia = 109 plusmn 014ordf Meacutedia = 103 plusmn 040a

Diferenccedila percentual = 640

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

87

Como se pode observar na Tabela 3 as meacutedias da concentraccedilatildeo celular

determinada por massa seca foram estatisticamente iguais nas duas condiccedilotildees de

melaccedilo avaliadas melaccedilo clarificado e melaccedilo natildeo clarificado Com esses

resultados optou-se utilizar o melaccedilo natildeo clarificado uma vez que no acircmbito

industrial o processo de clarificaccedilatildeo aumenta os custos operacionais resultando em

um aumento dos custos do produto final Por isso estudos sobre os preacute-tratamentos

do melaccedilo de cana-de-accediluacutecar tecircm sido desenvolvidos para que viabilizem natildeo soacute a

obtenccedilatildeo dos produtos mas tambeacutem as etapas de recuperaccedilatildeo e purificaccedilatildeo sem

aumento excessivo no custo do processo (VALDUGA et al 2007)

612 Teste de homogeneidade do reator

O teste de homogeneidade no reator foi realizado com o objetivo de se avaliar

se as amostras retiradas em qualquer lugar do reator podem ser consideradas

equivalentes com um risco de erro estatisticamente determinado neste trabalho em

10 Para isso o teste de homogeneidade foi realizado de acordo com Koshimizu et

al (1983)

Na Tabela 4 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular e o logaritmo

da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo com uma vazatildeo de alimentaccedilatildeo de

0124 h-1 A homogeneidade do reator eacute verificada se a queda da concentraccedilatildeo

celular for uma funccedilatildeo exponencial

Tabela 4 - Variaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de leveduras em funccedilatildeo do tempo

Tempo (horas) [X] (g L-1) Ln X

05 89 094939 10 72 085733 15 62 079379

20 57 075587

25 50 070070 30 46 066651 35 39 059988 40 33 051851 45 30 048287 50 25 039445

Aplicando-se o logaritmo neperiano aos valores do [X] (Tabela 4) e

construindo um graacutefico ln X em funccedilatildeo do tempo obtecircm-se a equaccedilatildeo da reta onde

o coeficiente angular da reta obtida eacute igual agrave vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo do

sistema teoacuterico (Dt)

88

Graacutefico 4 Logariacutetmico da concentraccedilatildeo celular em funccedilatildeo do tempo

O valor de Dt obtido pela reta eacute igual a 0115 h-1 que se comparado ao valor

calculado 0124 h-1 apresenta uma diferenccedila de 78 indicando que o sistema

pode ser considerado homogecircneo (KOSHIMIZU et al 1983)

613 Avaliaccedilatildeo de diferentes vazotildees especiacuteficas de alimentaccedilatildeo (D)

O efeito da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo (D 01 h-1 005 h-1 e 0025 h-1) na

fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua foi avaliada para a produccedilatildeo de etanol Os

resultados satildeo mostrados nos Graacuteficos de 5 a 7

Graacutefico 5 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) etanol () e

accediluacutecar redutor total (ART) para D = 01 h-1

y = -01151x + 09884 Rsup2 = 09912

0010203040506070809

1

0 1 2 3 4 5 6

Ln

X

Tempo (h)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

89

Graacutefico 6 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 005 h-1

Graacutefico 7 Concentraccedilatildeo celular no regime permanente (XP) Etanol () e accediluacutecar

redutor total (ART) para D = 0025 h-1

Como se pode observar nos Graacuteficos de 5 a 7 foi possiacutevel a obtenccedilatildeo do

regime permanente nos 3 valores de D empregados indicando a adequaccedilatildeo desses

valores e da concentraccedilatildeo de ART agrave velocidade de crescimento do micro-organismo

Nos ensaios de fermentaccedilatildeo contiacutenua a condiccedilatildeo de estado estacionaacuterio foi

obtida apoacutes trecircs tempos de residecircncia sem qualquer tipo de problema operacional

como obstruccedilatildeo do tubo de retirada de caldo crescimento na parede e mistura

imperfeita O Graacutefico 5 mostra um resultado tiacutepico em termos de perfis de

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 20 40 60 80 100 120 140

Co

nc

en

tra

ccedilatilde

o (

g L

-1)

Tempo (horas)

Iniacutecio do regime permanente

90

concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de glicose (S) e concentraccedilatildeo de etanol (E)

No estado estacionaacuterio (D = 01 h-1) a concentraccedilatildeo de ART residual na saiacuteda do

reator foi de 9421plusmn449 g L-1 a concentraccedilatildeo celular foi de 547plusmn047 g L-1 e a

concentraccedilatildeo de etanol de 4169plusmn163 g L-1 Com a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de

alimentaccedilatildeo para D = 005 h-1 (Graacutefico 5) a concentraccedilatildeo de glicose residual reduziu

para cerca de 4780plusmn870 g L-1 e as concentraccedilotildees de etanol e celular aumentaram

para 4542plusmn31 g L-1 e 618plusmn077 g L-1 respectivamente devido ao maior tempo de

residecircncia nessa segunda condiccedilatildeo Reduzindo a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo

para 0025 h-1 (Graacutefico 6) a concentraccedilatildeo de etanol aumentou para 553plusmn757 g L-1

Isso porque menor a vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo maior o tempo de contato

entre as ceacutelulas e o accediluacutecar convertendo-o mais eficientemente no etanol Esse

resultado mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo aumenta a

produtividade em etanol

Similarmente Perego Jr (1979) observaram que a diminuiccedilatildeo da vazatildeo

especiacutefica de 0117 para 0049 h-1 durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

menores foram os valores de ART residual 58 g L-1 e 28 g L-1 respectivamente Por

outro lado a concentraccedilatildeo de etanol aumentou de 496 g L-1 para 68 g L-1 e a

concentraccedilatildeo celular reduziu de 67 g L-1 para 53 g L-1 Esses valores diferiram do

presente trabalho devido agraves diferentes cepas de Saccharomyces cerevisieae bem

como o melaccedilo utilizado O melaccedilo por ser um produto natural varia de composiccedilatildeo

de acordo com o clima solo tempo de colheira

Na Tabela 5 mostra que a reduccedilatildeo da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo levou a

um aumento no rendimento do processo obtendo maior valor de 636 no emprego

de D igual a 0025 h-1 O aumento na vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo proporciona

um aumento do fluxo de entrada de accediluacutecar provavelmente superior ao aumento da

velocidade de consumo levando a uma diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de etanol

aumento da concentraccedilatildeo de ART residual e consequentemente diminuiccedilatildeo da

eficiecircncia de transformaccedilatildeo O rendimento representa a eficiecircncia da fermentaccedilatildeo

alcooacutelica tomando como base a equaccedilatildeo estequiomeacutetrica de Gay-Lussac onde a

relaccedilatildeo teoacuterica para 100 de eficiecircncia de conversatildeo de hexose em etanol eacute de

0511g de etanol produzido para cada grama de hexose consumida

91

Tabela 5 - Valores de XP ART Etanol e Rendimento do processo no regime

permanente para os diferentes valores de D com ART inicial de 170 gL-1

D (h-1)

XP (gL-1)

ARTf

(gL-1) Ef

(gL-1) η

() Px

(g L-1 h-1) Pe

(g L-1 h-1)

0100 547plusmn047 942plusmn449 417plusmn163 4799 055 417

0050 618plusmn077 478plusmn870 454plusmn310 5229 031 227

0025 609plusmn054 532plusmn567 553plusmn757 6364 015 138

D vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo Xp meacutedia dos valores de concentraccedilatildeo celular ao longo do regime permanente e seus desvios padrotildees ARTf accediluacutecares redutores totais no caldo fermentado Ef oncentraccedilatildeo de etanol no caldo fermentado η Rendimento do processo Px Produtividade em ceacutelulas Pe Produtividade em etanol

Na fermentaccedilatildeo alcooacutelica vaacuterios fatores podem influenciar no rendimento do

processo ou seja a conversatildeo de accediluacutecar em etanol entre eles a concentraccedilatildeo de

accediluacutecar e o fluxo pelo qual ele eacute adicionado e removido do reator (em processos

contiacutenuos) pH concentraccedilatildeo celular presenccedila de bacteacuterias contaminantes e o tipo

de processo adotado Na induacutestria o rendimento do processo eacute calculado baseado

na concentraccedilatildeo de accediluacutecar total que entra no sistema fermentativo sem considerar o

accediluacutecar residual podendo ser maior que 90 a 93 do valor teoacuterico da conversatildeo de

glicose em etanol (INGLEDEW 1999)

O processo de fermentaccedilatildeo mais comumente utilizado nas destilarias do

Brasil eacute utilizando a recuperaccedilatildeo de leveduras atraveacutes da centrifugaccedilatildeo do vinho

Aproximadamente 90 da levedura satildeo reutilizadas de uma fermentaccedilatildeo para a

proacutexima Esta suspensatildeo de fermento diluiacutedo e acidificado conhecido na praacutetica

com o nome de peacute-de-cuba permanece em agitaccedilatildeo de uma a trecircs horas antes de

retornar agrave dorna de fermentaccedilatildeo resultando em altas densidades celulares dentro

do reator (10-17 pv) e contribuindo para um tempo de fermentaccedilatildeo curto Isso

favorece a valores de conversotildees teoacutericos de accediluacutecares em etanol de 90 a 92

(BASSO et al 2008) valores maiores do que os obtidos no presente trabalho

(Tabela 5)

Em termos de produtividades a Tabela 5 mostra que as maacuteximas

produtividades em ceacutelulas (Px) e em etanol (Pe) foram obtidas para um alto valor de

D (01 h-1) de cerca de 055 g L-1 h-1 e 417 g L-1 h-1 respectivamente Por outro

92

lado nessas condiccedilotildees o rendimento em etanol obteve menor valor (48) Quando

a taxa de diluiccedilatildeo eacute alta os accediluacutecares satildeo adicionados a uma velocidade mais raacutepida

do que satildeo consumidos logo a perda de accediluacutecar aumenta e a concentraccedilatildeo de

etanol reduz diminuindo consequentemente a eficiecircncia do processo Como se pode

observar no trabalho de Melzoch et al (1991) a produtividade de etanol maacutexima foi

de 15 g L-1 h-1 no regime permanente com uma concentraccedilatildeo de S cereviseae de 46

g L-1 e concentraccedilatildeo de etanol de 81 g L-1 em bioreator agitado continuamente com

reciclo total de ceacutelulas utilizando a ultrafiltraccedilatildeo

Nas condiccedilotildees adotadas nessa fermentaccedilatildeo com ART de 170gL-1 optou-se

por aplicar D igual a 0025 h-1 por obter um maior valor de rendimento alcooacutelico e

gerar CO2 suficiente a ser incorporado nos cultivos de A platensis em fotobiorreator

tubular

614 Avaliaccedilatildeo dos volaacuteteis orgacircnicos no gaacutes de arraste

De acordo com os resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnoloacutegicas

foram encontrados nos gaacutes de arraste da fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua

predominacircncia de (CO2) pequenas proporccedilotildees de etanol (C2H6O) e elementos

traccedilos de acetaldeiacutedo (C2H4O) Isso estaacute de acordo com Romano et al (2003) que

relataram as transformaccedilotildees quiacutemicas durante a fermentaccedilatildeo por leveduras

produzem principalmente CO2 e etanol e em menores quantidades a formaccedilatildeo de

CVOs Basso et al (1996) relata que durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica por levedura

os produtos da fermentaccedilatildeo satildeo constituiacutedos de 43 ndash 47 de etanol 41 - 45 de

gaacutes carbocircnico e o restante satildeo formados por outros compostos orgacircnicos tais como

glicerol aacutecido succiacutenico aacutecido aceacutetico entre outros Dentre os volaacuteteis orgacircnicos

majoritaacuterios produzidos durante a fermentaccedilatildeo de mosto de cana-de-accediluacutecar por

Saccharomyces cerevisiae encontram-se o etanol acetaldeiacutedo propanol isobutanol

aacutelcool isoamiacutelico acetato de etila (CAEHOT et al 1991)

93

62 Avaliaccedilatildeo do crescimento da A platensis

Experimento 1

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 6 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 1

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 405 plusmn 27 1155 plusmn 000

1 590 plusmn 32 -

2 884 plusmn 24 1193 plusmn 027

3 1248 plusmn 202 -

4 1368 plusmn 99 1186 plusmn 026

5 1914 plusmn 19 -

6 2292 plusmn 103 1131 plusmn 021

7 2379 plusmn 46 -

8 2899 plusmn 17 1124 plusmn 021

9 2831 plusmn 22 -

10 2952 plusmn 76 1106 plusmn 064

Graacutefico 8 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

94

Experimento 2

Fonte de nitrogecircnio = ureacuteia Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 2 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -44554x3 + 54865x2 + 14317x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de

nitrogecircnio (mM dia -1)

0 0484

1 0691

2 0832

3 0906

4 0913

5 0853

6 0726

7 0533

8 0277

Graacutefico 9 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 2 (60 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

0 2 4 6 8 10

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

95

Tabela 8 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 2

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 406 plusmn 000 1155 plusmn 000 - -

1 534 plusmn 49 - - -

2 906 plusmn 18 1155 plusmn 027- 132E-05 240E-04

3 1059 plusmn 37 - - -

4 1538 plusmn 137 1290 plusmn 004 136E-05 197E-04

5 2003 plusmn 94 - - -

6 2330 plusmn 28 1154 plusmn 125 135E-05 212E-04

7 2602 plusmn 25 - - -

8 2847 plusmn 0 1002 plusmn 089 338E-06 827E-04

9 2869 plusmn 14 - - -

10 2847 plusmn 56 1078 plusmn 018 681E-04

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 10 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

96

Experimento 3

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 60 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 9 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de carbonato

total referentes ao experimento 3

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 490plusmn0 1155 plusmn 000

1 591plusmn92 -

2 1193plusmn87 1224 plusmn 05

3 1430plusmn10 -

4 1959plusmn197 1234 plusmn 023

5 2161plusmn171 -

6 2445plusmn48 129 plusmn 005

7 2621plusmn102 -

8 2789plusmn82 1138 plusmn 104

9 2782plusmn125 -

10 2832plusmn89 111 plusmn 104

Graacutefico 11 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 5 10 15

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

97

Experimento 4

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa = 60 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 10 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 4 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -20689x3 + 11591x2 + 33292x + 400 (60 mol de foacutetons

m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 086

1 088

2 088

3 084

4 078

5 068

6 055

7 039

8 020

Graacutefico 12 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 4 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

0 2 4 6 8 10

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

98

Tabela 11 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 4

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 494plusmn0 1155plusmn000 - 284E-04

1 618plusmn74 - - -

2 1213plusmn59 1139 plusmn 069 218E-04

3 1498plusmn33 - - -

4 1874plusmn76 1095 plusmn 05 324E-05 221E-04

5 2250plusmn44 - - -

6 2516plusmn147 1083 plusmn 139 42E-04 829E-04

7 2694plusmn105 - - -

8 2867plusmn28 1086 plusmn 091 13E-03 308E-05

9 2871plusmn34 - -

10 2860plusmn61 118 plusmn 071 35E-04 202E-03

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 13 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 4

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

99

Experimento 5

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 12 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 5

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 406 plusmn 0 1155 plusmn 000

1 529 plusmn 22 -

2 894 plusmn 4 1155 plusmn 080

3 1401 plusmn 76 -

4 2118 plusmn 82 1191 plusmn 136

5 2584 plusmn 50 -

6 3209 plusmn 110 1134 plusmn 003

7 3262 plusmn 115 -

8 3302 plusmn 100 1212 plusmn 000

Graacutefico 14 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 5

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

100

Experimento 6

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 13 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 6 de

acordo com a equaccedilatildeo y = -13286x3 + 14486x2 + 62226x + 400 (120 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 0485

1 1010

2 1335

3 1462

4 1389

5 1117

6 0645

Graacutefico 15 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 6 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

101

Tabela 14 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 6

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 309 plusmn 00 1155 plusmn 000 - -

1 548 plusmn 10 - - -

2 797 plusmn 7 1117 plusmn 134 214E-05 197E-05

3 1267 plusmn 163 - - -

4 2062 plusmn 92 1101 plusmn 004 291E-06 182E-06

5 2558 plusmn 170 - - -

6 2980 plusmn 103 1253 plusmn 058 119E-06 252E-06

7 3093 plusmn 234 - - -

8 3266 plusmn 50 1033 plusmn 004 275E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 16 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 6

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

102

Experimento 7

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 15 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 7

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 477 plusmn000 1155 plusmn 000

1 954 plusmn135 -

2 1151 plusmn140 1224 plusmn 080

3 1667 plusmn70 -

4 2165 plusmn256 1233 plusmn 136

5 2516 plusmn147 -

6 2969 plusmn23 1134 plusmn 035

7 2827 plusmn28 -

8 2969 plusmn59 1112 plusmn 114

Graacutefico 17 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 7

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

103

Experimento 8

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 16 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 8 de

acordo com a y = - 58128x3 + 38625x2 + 38606x + 400 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 105

1 115

2 117

3 110

4 095

5 070

6 037

Graacutefico 18 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao experimento 8 (120 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

104

Tabela 17 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 8

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 445 plusmn0 1155 plusmn 000 - -

1 767 plusmn46 - - -

2 1053 plusmn50 1117 plusmn 134 430E-04 307E-05

3 1554 plusmn31 - - -

4 2158 plusmn143 1101 plusmn 004 477E-04 273E-06

5 2552 plusmn87 - - -

6 2952 plusmn35 1253 plusmn 058 166E-04 54E-06

7 3048 plusmn96 - - -

8 3079 plusmn86 1033 plusmn 004 367E-05 194E-06

Graacutefico 19 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 8

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

105

Experimento 9

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = Cilindro

Tabela 18 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 9

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 410 plusmn 0 1155plusmn000

1 815 plusmn 94 -

2 1297 plusmn 206 1117plusmn027

3 2174 plusmn 90 -

4 2625 plusmn 297 1264plusmn033

5 2994 plusmn 213 -

6 3291 plusmn 207 1246plusmn112

7 3422 plusmn 172 -

8 3299 plusmn 117 1045plusmn064

Graacutefico 20 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 9

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

106

Experimento 10

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = Cilindro

Tabela 19 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 10

de acordo com a equaccedilatildeo y = -12057x3 + 10082x2 + 31899x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 101

1 134

2 148

3 145

4 123

5 083

6 025

Graacutefico 21 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 10 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

0

02

04

06

08

1

12

14

16

0 1 2 3 4 5 6 7

mM

Ureacute

ia

Tempo (dias)

107

Tabela 20 - Valores meacutedios de concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amocircnia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 10

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1)

Amocircnia total (mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 402 plusmn 000 1155plusmn000 - -

1 461 plusmn 62 - - -

2 839 plusmn 139 1003 plusmn 080 27994E-05

3 1705 plusmn 89 - - -

4 2663 plusmn 95 1120 plusmn 130 153E-05 65768E-06

5 3015 plusmn 78 - - -

6 3236 plusmn 72 1101 plusmn 058 178E-05 95016E-05

7 3307 plusmn 30 - - -

8 3293 plusmn 113 1200 plusmn 017 232E-06 75662E-05

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 22 concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 10

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10

Xm

(m

gL

-1)

Tempo (dias)

108

Experimento 11

Fonte de nitrogecircnio = NaNO3 Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Fonte de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 21 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) e concentraccedilatildeo de

carbonato total referentes ao experimento 11

Tempo (dias) X (mg L-1) Carbonato total (g L-1)

0 358plusmn0 1155plusmn000

1 976plusmn53 -

2 1298plusmn61 1003plusmn27

3 1928plusmn78 -

4 2428plusmn207 1141plusmn014

5 2834plusmn199 -

6 3102plusmn130 1053plusmn161

7 2969plusmn59 -

8 3109plusmn19 965plusmn079

Graacutefico 23 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 11

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 2 4 6 8 10

X (

mg

L-1

)

Tempo (dias)

109

Experimento 12

Fonte de nitrogecircnio = Ureacuteia Intensidade luminosa= 240 mol de foacutetons m-2 s-1 Fonte

de CO2 = fermentaccedilatildeo alcooacutelica

Tabela 22 - Concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente no experimento 12

de acordo com a equaccedilatildeo y = -82763x3 + 62437x2 + 37265x + 400 (240 mol de

foacutetons m-2 s-1)

Tempo (dias) Adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia

(mM dia -1)

0 107

1 126

2 132

3 126

4 107

5 077

6 033

Graacutefico 24 Curva paraboacutelica de adiccedilatildeo de nitrogecircnio em funccedilatildeo do tempo referente

ao ensaio 12 (240 mol de foacutetons m-2 s-1)

000

020

040

060

080

100

120

140

0 2 4 6 8

mM

ureacute

ia

Tempo (dias)

110

Tabela 23 - Valores meacutedios de Concentraccedilatildeo celular (X) concentraccedilatildeo de carbonato

total amonia total e ureacuteia residual referentes ao experimento 12

Tempo (dias)

X (mg L-1) Carbonato total

(g L-1) Amocircnia total

(mol L-1)

Ureacuteia residual

(mol L-1)

0 400plusmn0 1155plusmn000 - -

1 625plusmn228 - - -

2 1095plusmn802 1003 plusmn 080 477E-05

3 1562plusmn357 - -

4 1912plusmn47 1120 plusmn 130 95E-05 110E-04

5 2609plusmn231 - -

6 3071plusmn111 1101 plusmn 058 220E-05 126E-04

7 3180plusmn820 - -

8 3200plusmn734 1200 plusmn 017 25E-06

Valor abaixo do limite miacutenino detectado pela metodologia

Graacutefico 25 Concentraccedilatildeo celular referente ao experimento 12

Resultados do processo descontiacutenuo alimentado no cultivo de Arthrospira

(Spirulina) platensis utilizando CO2 proveniente de cilindro ou de fermentaccedilatildeo

alcooacutelica com diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato de soacutedio ou ureacuteia) e intensidade

luminosas (60 120 ou 240 mol de foacutetons m-2 s-1) podem ser observados nos

Graacuteficos 8 10 11 13 14 17 18 20 22 23 e 26

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

X (

mg

L

-1)

Tempo (dias)

111

Os perfis das curvas de crescimento foram semelhantes com ausecircncia da fase

lag no cultivo de A platensis no iniacutecio do cultivo crescendo exponencialmente e

estabilizando na fase estacionaacuteria As diferentes fontes de nitrogecircnio (nitrato e ureacuteia)

utilizadas nas diferentes intensidades luminosas (60 120 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1

avaliadas) natildeo influenciaram nos perfis das curvas de crescimento Essa

caracteriacutestica foi observada em trabalhos anteriores de Pelizer et al (2003) e Danesi

et al (2002) Isso se deve a semelhanccedila nas condiccedilotildees de crescimento tais como

composiccedilatildeo quiacutemica do meio de cultura e temperatura de crescimento entre a

preparaccedilatildeo do inoacuteculo e o cultivo Outro fator eacute que as ceacutelulas para a preparaccedilatildeo do

inoacuteculo estavam na fase exponencial de crescimento isto eacute o inoacuteculo era um cultivo

jovem constituiacutedo de ceacutelulas ativas De fato Pelizer et al (2003) que trabalharam

com KNO3 como fonte de nitrogecircnio relataram a influecircncia da idade do inoacuteculo no

crescimento da S platensis comprovando que a utilizaccedilatildeo de inoacuteculo no 6ordm dia de

cultivo proporcionou maiores valores no crescimento celular em cultivos realizados

em minitanques Nessas condiccedilotildees tambeacutem natildeo detectaram fase lag de

crescimento

Autores como Danesi et al (2002) trabalhando com ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio tambeacutem natildeo observaram a presenccedila de fase lag no cultivo de S

platensis De fato mesmo em cultivos onde o inoacuteculo foi cultivado em meio com

nitrato como eacute o caso do presente trabalho seria esperado que o uso de fontes de

nitrogecircnio que levem agrave presenccedila de amocircnia no meio de cultivo natildeo apresentasse

fase lag de crescimento celular pois a amocircnia eacute a fonte de nitrogecircnio

preferencialmente utilizada pela S platensis (BOUSSIBA 1989 BELKIN

BOUSSIBA 1991b)

A fonte de nitrogecircnio no meio de cultura eacute nutriente fundamental para o

crescimento de micro-organismos fotossintetizantes (WEN CHEN 2001) Diferentes

fontes de nitrogecircnio inorgacircnico para o cultivo de S platensis tem sido estudados tais

como cloreto de amocircnio (CARVALHO et al 2004) sulfato de amocircnio (SOLETTO et

al 2005) nitrato de amocircnio fosfato de amocircnio (COSTA et al 2001) nitrato de soacutedio

(SCHLOumlSSER 1982) nitrato de potaacutessio (PAOLLETI 1975) e ureacuteia (SAacuteNCHEZ-

LUNA et al 2004)

Comparando-se os cultivos com nitrato (Graacuteficos 8 11 14 17 20 e 23) e os

cultivos com ureacuteia (Graacuteficos 10 13 16 19 22 e 25) para cada intensidade luminosa

e fonte de CO2 estudada observam-se que as curvas de crescimento dos cultivos e

112

as concentraccedilotildees celulares diaacuterias com ureacuteia foram semelhantes as curvas de

crescimentos e as concentraccedilotildees celulares diaacuterias utilizando nitrato Isso mostra que

a equaccedilatildeo de alimentaccedilatildeo com ureacuteia (Graacuteficos 9 12 15 18 21 e 24) obtida em

cada intensidade luminosa e fonte de CO2 reproduziu seu respectivo cultivo

utilizando o nitrato

Como pode ser observado nas Tabelas 8 1114 17 20 e 23 as concentraccedilotildees

de amocircnia e ureacuteia residual durante os cultivos sempre apresentaram concentraccedilotildees

inferiores ou proacuteximas 10-4 molar mostrando que natildeo houve acuacutemulo de amocircnia e

ureacuteia residual nos cultivos e essa concentraccedilatildeo tambeacutem satildeo consideradas natildeo

toacutexicas pois esta concentraccedilatildeo torna-se toacutexica numa concentraccedilatildeo acima de 10 mM

e inibitoacuteria na concentraccedilatildeo de 17 mM a 2 mM (ABELIOVICH AZOV 1976

CARVALHO et al 2004 CONVERTI et al 2006b)

O nitrato eacute fonte de nitrogecircnio convencional nos cultivos de micro-oganismo e eacute

encontrado em abundacircncia em ambientes naturais No entanto o emprego de

nitrato em meio sinteacutetico utilizado na produccedilatildeo comercial de micro-organismos

pode aumentar custo do produto final Por isso fontes de nitrogecircnio alternativas tecircm

sido estudadas visando agrave reduccedilatildeo nos custo de produccedilatildeo

Ureacuteia tem sido considerada uma fonte alternativa de nitrogecircnio no cultivo de S

platensis por proporcionar um aumento da concentraccedilatildeo celular (SASSANO et al

2004 SOLETTO et al 2005 DANESI et al 2004) e por ter alta competitividade

econocircmica Isso decorre do seu baixo custo e alto conteuacutedo de nitrogecircnio tendo

como consequumlecircncia o baixo custo por unidade de nitrogecircnio quando comparada a

outras fontes de nitrogecircnio

A ureacuteia quando hidrolisada origina duas moleacuteculas de amocircnia e uma de

dioacutexido de carbono Essa conversatildeo ocorre primeiramente quando a ureacuteia

(CO(NH2)2) combina com a aacutegua (hidroacutelise) e forma o carbonato de amocircnio

((NH4)2CO3) Esse composto eacute instaacutevel e decompotildee para formar o gaacutes amocircnia (NH3)

e o dioacutexido de carbono (CO2) (DORN 2007) A amocircnia por sua vez eacute uma moleacutecula

pequena e natildeo carregada que se move relativamente livre atraveacutes da bicamada

lipiacutedica Um possiacutevel mecanismo para a assimilaccedilatildeo da amocircnia pode envolver a

simples difusatildeo da amocircnia seguindo pelo seu aprisionamento atraveacutes da

protonaccedilatildeo uma vez que dependendo do pH (pH 8) em que se encontra a amocircnia

reage com a aacutegua formando o iacuteon amocircnio (NH4+) Portanto a membrana eacute

permeaacutevel agrave amocircnia mas impermeaacutevel ao iacuteon amocircnio (BOUSSIBA et al 1984)

113

Costa et al (2001) em estudos comparativos usando diferentes fontes de

nitrogecircnio em processo descontiacutenuo no cultivo de S platensis observaram que

001 M de ureacuteia ou nitrato de amocircnio proporcionaram maiores concentraccedilotildees

celulares de aproximadamente 1g L-1 natildeo diferindo estatisticamente do cultivo com

o nitrato de soacutedio No entanto nos cultivos com maiores concentraccedilotildees dessas

fontes de nitrogecircnio (003 M e 005 M) natildeo houve crescimento celular

Costa et al (2004) avaliaram o crescimento da S platensis na lagoa Mangueira

suplementando ureacuteia por processo descontiacutenuo alimentado e observaram um

aumento de 267 vezes na concentraccedilatildeo da biomassa no cultivo suplementado com

1125 mg L-1 de ureacuteia quando comparada nos cultivos natildeo suplementado com ureacuteia

No entanto nos cultivos com 2250 mg L-1 de ureacuteia houve uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo celular Isso sugere que a adiccedilatildeo de ureacuteia na lagoa Mangueira eacute

beneacutefica ao crescimento da S platensis mas se adicionada em altas concentraccedilotildees

podem inibir o crescimento Por outro lado Soletto et al (2005) compararam cultivos

de S platensis utilizando processo descontiacutenuo com a mesma concentraccedilatildeo de

sulfato de amocircnio ou ureacuteia como fonte de nitrogecircnio e observaram que na

concentraccedilatildeo de 17 mM houve um raacutepido crescimento da biomassa quando

utilizado ureacuteia e houve uma inibiccedilatildeo no crescimento quando utilizado o sulfato de

amocircnio Como sugerido em trabalhos preacutevios a accedilatildeo simultacircnea das condiccedilotildees

alcalina (DANESI et al 2002) e a accedilatildeo da urease (CARVAJAL et al 1982

SHIMAMATSU 2004) poderia ter promovido a hidroacutelise da ureacuteia em amocircnia

acoplado com a assimilaccedilatildeo da amocircnia pelas ceacutelulas minimizando portanto a

inibiccedilatildeo pela amocircnia

Sassano et al (2004) observaram que utilizando 500 mg L-1 de massa total de

ureacuteia alimentada durante 12 dias proporcionou aumento na concentraccedilatildeo de S

platensis em minitanques quando comparadas ao emprego do nitrato

Su et al (2007) observaram que o maior desempenho em termos de

rendimento de biomassa e conteuacutedo de lipiacutedios durante o crescimento da Isochrysis

galbana foi no meio contendo ureacuteia como fonte de nitrogecircnio indicando que a ureacuteia

eacute a fonte preferencial de nitrogecircnio em relaccedilatildeo ao (NH4)2SO4 e NH4Cl

O emprego da ureacuteia pode levar a inibiccedilatildeo do crescimento celular Em condiccedilatildeo

alcalina ou a presenccedila de urease no meio de cultivo hidrolisa uma moleacutecula de ureacuteia

em duas moleacuteculas de amocircnia e esta em altas concentraccedilotildees eacute considerada toacutexica

para as ceacutelulas (SASSANO et al 2004) Por outro lado quando em baixas

114

concentraccedilotildees podem limitar o crescimento uma vez que a presenccedila nitrogecircnio eacute

fundamental para o crescimento e manutenccedilatildeo celular Por isso o modo de adiccedilatildeo

de ureacuteia eacute importante para melhorar a produtividade do cultivo

O modo de alimentaccedilatildeo empregado no cultivo de ureacuteia pode prevenir o

acuacutemulo ou a falta desse nutriente no cultivo Sanchez-Luna et al (2004) relataram

que a adiccedilatildeo diaacuteria de ureacuteia a uma taxa constante pode ser usada no cultivo de S

platensis implicando em baixo custo na produccedilatildeo da biomassa por natildeo precisar de

bombas para alimentaccedilatildeo

A baixa concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no cultivo limita o crescimento celular Por

outro lado a alta concentraccedilatildeo de nitrogecircnio inibe o mesmo Deste modo foram

feitos cultivos de A platensis utilizando a fonte de nitrogecircnio convencional (NaNO3)

para se observar a necessidade diaacuteria de nitrogecircnio consumida pelas ceacutelulas nas

diferentes intensidades luminosas e com base nessas curvas de crescimento

obtidas foram calculadas as quantidades de ureacuteia diaacuteria necessaacuterias visando evitar

a limitaccedilatildeo ou inibiccedilatildeo de crescimento celular pela fonte de nitrogecircnio como pode-se

observar nas Tabelas 7 9 10 13 16 19 e 22 Aleacutem disso foi empregado o

processo descontiacutenuo alimentado que deve ser usado para melhorar a densidade

celular no crescimento da A platensis desde que a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio

soluacutevel possa ser adicionada ateacute alcanccedilar a produccedilatildeo maacutexima de biomassa sem

resultar na inibiccedilatildeo do crescimento

Outro fator importante no crescimento celular de micro-organismos

fotossintetizantes eacute a intensidade luminosa Nas culturas fotossinteacuteticas a

quantidade de energia luminosa captadas pelas ceacutelulas tem uma relaccedilatildeo direta com

a capacidade de fixaccedilatildeo do CO2 consequentemente a luz determina a

produtividade e a taxa de crescimento celular As diferentes intensidades luminosas

estudadas influenciaram nas concentraccedilotildees celulares maacuteximas Um aumento da

intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 para 120 mol de foacutetons m-2 s-1

houve um aumento no valor da concentraccedilatildeo celular maacutexima No entanto um

aumento da intensidade luminosa de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 para 240 mol de

foacutetons m-2 s-1 as concentraccedilotildees celulares maacuteximas obtiveram valores proacuteximos

Geralmente a taxa de crescimento das ceacutelulas microalgas aumenta com a

intensidade luminosa e a taxa atinge um valor de saturaccedilatildeo quanto maior for a

intensidade luminosa porque o excesso da energia luminosa natildeo pode ser utilizada

para a fotossiacutentese nas ceacutelulas e quando submetidas a um valor de intensidade

115

luminosa ainda maior o crescimento celular eacute reprimido como relatado por Hirata et

al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a)

Segundo Hirata et al (1998) e Chojnacka e Noworyta (2004a) existe uma

correlaccedilatildeo entre o crescimento da Arthrospira ssp e a intensidade luminosa que satildeo

definidas por regiotildees denominadas regiatildeo limitada por luz saturada por luz e inibida

por luz A regiatildeo saturada por luz eacute definida como alta intensidade luminosa onde o

crescimento celular independe da intensidade luminosa Essa regiatildeo saturada por

luz pode ser observada no presente trabalho uma vez que o aumento da

intensidade luminosa natildeo interferiu na concentraccedilatildeo celular maacutexima O intervalo da

intensidade luminosa dessas regiotildees depende de vaacuterios fatores como configuraccedilatildeo

do reator micro-organismo condiccedilotildees de cultivo

S platensis cultivada em reator retangular alcanccedilou um aumento no valor da

velocidade especiacutefica de crescimento com o aumentou da intensidade luminosa de 8

a 34 W m-2 mas foi reduzido quando a intensidade luminosa aumentou de 34 W m-2

(156 mol de foacutetons m-2 s-1) para 158 W m-2 (724 mol de foacutetons m-2 s-1) e foi

completamente reprimida a 158 W m-2 (HIRATA et al 1998) Chojnacka e Noworyta

(2004a) avaliando o cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular

tambeacutem concluiacuteram que a velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o

aumento da intensidade luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa e acima desse valor

(50 W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo

Nos cultivos sob maiores intensidades luminosas (120 e 240 mol de foacutetons m-2

s-1) desenvolveram uma coloraccedilatildeo amarelada no decorrer do cultivo por outro lado

no cultivo a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 as ceacutelulas apresentaram uma coloraccedilatildeo mais

verde-azulada claacutessica Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees limitantes de

nitrogecircnio o conteuacutedo de clorofila da S platensis diminui apresentando uma

coloraccedilatildeo verde-amarelada ao contraacuterio da coloraccedilatildeo verde-azulada claacutessica

(CARVALHO et al 2004) No entanto no presente estudo como natildeo houve

limitaccedilatildeo de nitrogecircnio durante os cultivos essa coloraccedilatildeo amarelada pode ser

devido agrave alta intensidade luminosa uma vez que as intensidades luminosas

estudadas atingiram a regiatildeo saturado por luz como definido por Hirata et al (1998)

e Chojnacka e Noworyta (2004a) Do mesmo modo Vonshak et al (1996) relataram

que o crescimento da S platensis torna-se saturado a um intervalo de 150 a 200

116

mol de foacutetons m-2 s-1 e esta faixa da intensidade luminosa corresponde a

aproximadamente de 10-15 da radiaccedilatildeo solar total a 400-700 nm

Geralmente o pH do meio aumenta durante o crescimento celular devido agrave

assimilaccedilatildeo da fonte de carbono o bicarbonato durante a fotossiacutentese (WATANABE

et al 1995 BINAGHI et al 2003) Os iacuteons bicarbonato satildeo transportados

ativamente para o interior celular convertidos a carbonato e gaacutes carbocircnico que eacute

utilizado na fotossiacutentese Para cada moleacutecula de CO2 utilizada pela ceacutelula ocorre a

liberaccedilatildeo de um iacuteon carbonato O pH da cultura foi mantido a 95 02 (SANCHEZ-

LUNA et al 2007 TREDICI ZITTELLI 1998) logo o CO2 consumido pelo micro-

organismo foi reposto por CO2 natildeo havendo modificaccedilotildees severas do pH o que

acarretaria uma reduccedilatildeo no crescimento da S platensis Valores de pH altos por

exemplo acima de 11 pode ser um fator no qual restringe a produtividade no

sistema air-lift usando ar natildeo suplementado com CO2 (WATANABE et al 1995)

Normalmente culturas de microorganismos fotossinteacuteticos usam como fonte

de carbono o bicarbonato eou carbonato Estes nutrientes satildeo adicionados em

grande quantidade no meio Schloumlsser para o cultivo de A platensis (1208 g L-1)

Adicionalmente estes micro-organismos tecircm a capacidade de fixar CO2 como fonte

de carbono na qual eacute liberado pelos efluentes industriais Logo este CO2 pode ser

adicionado ou substituiacutedo no meio de cultura reduzindo os custos da produccedilatildeo de

microorganismos fotossinteacuteticos bem como reduzindo os problemas ambientais

causados por esse gaacutes

O sequestramento de CO2 mostrou ser efetivo nas ceacutelulas de Chlorella

vulgaris e a presenccedila da mistura de CVOs (benzeno tolueno acetona metanol e

naftaleno) presente no efluente natildeo interferiu no uso desse CO2 e adicionalmente

11 dos CVOs foram removidos (KEFFER KLEINHEINZ 2002)

Diferentes autores relataram sobre o crescimento mixotroacutefico da A platensis

na presenccedila de glicose (ZHANG et al 1998 CHOJNACKA NOWORYTA 2004) ou

acetato (CHEN et al 2006) Maacuterquez et al (1993) mostraram que a S platensis eacute

capaz de crescer heterotroficamente ou mixotroficamente na presenccedila de glicose

sugerindo que o crescimento autotroacutefico e heterotroacutefico satildeo independentes Em

cultivos mixotroacuteficos o CO2 e composto orgacircnico satildeo assimilados conjuntamente

podendo ser um processo mais eficiente para a produccedilatildeo de biomassa microalgal

desde que isto implica em uma economia em energia usada para a siacutentese do

aparato fotossinteacutetico e para a fixaccedilatildeo do carbono (LEE 2004) Chen et al (2006)

117

mostraram que o acetato pode ser usado como fonte de carbono em cultivos

mixotroacuteficos de S platensis para a produccedilatildeo de vaacuterios pigmentos fotossinteacuteticos e

obtenccedilatildeo da concentraccedilatildeo de biomassa maacutexima (165 g Lminus1) na qual obtiveram

valores maiores que usando apenas bicarbonato (108 g L-1)

Menzyanova et al (2002) observaram que a adiccedilatildeo de pequenas quantidades

de etanol (01 - 03) aumentou a concentraccedilatildeo de Dunaliella viridis enquanto que

em quantidades maiores que 05 natildeo houve efeito no crescimento A adiccedilatildeo

muacuteltipla e sucessiva de etanol no cultivo favoreceu a um acuacutemulo de etanol no meio

de cultivo o que provocou uma inibiccedilatildeo o crescimento da D viridis quando a

concentraccedilatildeo de etanol foi de 03 e causou a morte celular na concentraccedilatildeo de

etanol de 05

Apesar do etanol ser o CVO predominante no material gasoso sua proporccedilatildeo

em relaccedilatildeo ao CO2 eacute pequena (resultados obtidos pelo instituto de Pesquisa

Tecnoloacutegica) Assim no presente trabalho natildeo se observou um efeito dos volaacuteteis

orgacircnicos (CVOs) liberados da fermentaccedilatildeo alcooacutelica no cultivo de A platensis

Esses CVOs satildeo constituiacutedos a maior parte por 43 ndash 47 de etanol (Basso et al

1996) e em menor quantidade acetaldeiacutedo propanol isobutanol aacutelcool isoamiacutelico e

acetato de etila (CAEHOT et al 1991) Logo A platensis pode ser usada para o

tratamento de efluentes gasosos nas induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Logo

observou-se que o efluente gasoso liberado das induacutestrias de fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser usado no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Similarmente Ferraz et al (1985) observaram que eacute possiacutevel cultivar S

maxima em reatores abertos (open ponds) borbulhando o CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica de modo descontiacutenuo e usando nitrato com fonte de

nitrogecircnio

A adiccedilatildeo de CO2 no reator aleacutem de controlar o pH fornece a fonte de

carbono para o crescimento celular Como pode ser observado nas Tabelas 6 8 9

11 12 14 15 17 18 20 21 e 23 mesmo ocorrendo o crescimento celular as

concentraccedilotildees de carbonato total sempre apresentaram valores altos de um modo

geral proacuteximos aos 1208 g L-1 iniciais (concentraccedilatildeo indicada em Schloumlsser et al

1982) indicando que os cultivos tambeacutem natildeo foram limitados pela fonte de carbono

Durante a fotossiacutentese oxigecircnica realizada pela S platensis ocorre a

liberaccedilatildeo de O2 no meio de cultura Elevadas concentraccedilotildees de O2 no meio de

cultura pode prejudicar o crescimento celular uma vez que este pode danificar o

118

aparato fotossinteacutetico dificultando a realizaccedilatildeo da fotossiacutentese Por isso a

concentraccedilatildeo de O2 deve ser controlada durante o crescimento celular As

concentraccedilotildees de oxigecircnio foram analisadas diariamente e os valores natildeo atnigiram

niacuteveis inibitoacuterios pois foram sempre menores que 10 mg L-1 (Vonshak 1997)

119

63 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm)

Produtividade em ceacutelulas (Px) e Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN)

Na Tabela 24 estatildeo descritos os valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima

produtividade em ceacutelulas e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas Nas Tabelas

25 28 e 31 estatildeo descritos a anaacutelise de variacircncia dos paracircmetros cineacuteticos Xm Px

e YXN respectivamente Os valores meacutedios de Xm Px e YXN para cada variaacutevel

independente estatildeo descritos nas Tabelas 26 27 29 30 32 e 33

Tabela 24 - Valores da concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) produtividade em ceacutelulas

(Px) e fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) com diferentes fontes de

CO2 fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosa (I)

Fonte de nitrogecircnio

Xm

(mg L-1)

Px

(mg L-1 d-1)

YXN

(g g-1)

1 Cilindro 60 NaNO3 2899 plusmn 17 250 plusmn 2 42 plusmn 003

2 Cilindro 60 Ureacuteia 2847plusmn 1 245 plusmn 1 14 plusmn 000

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 3120plusmn156 299 plusmn10 40 plusmn 014

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 2957 plusmn 99 308 plusmn 4 14 plusmn 017

5 Cilindro 120 NaNO3 3209plusmn109 454 plusmn18 45 plusmn 018

6 Cilindro 120 Ureacuteia 2980plusmn103 408 plusmn17 11 plusmn 050

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 2728 plusmn 27 428 plusmn 4 43 plusmn 004

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 2855 plusmn 11 425 plusmn 6 15 plusmn 02

9 Cilindro 240 NaNO3 3291plusmn206 482 plusmn 34 54 plusmn 038

10 Cilindro 240 Ureacuteia 3236 plusmn 72 473 plusmn 12 133plusmn034

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 3102plusmn130 450 plusmn 22 50 plusmn 024

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 3070plusmn112 445 plusmn19 14 plusmn 056

I = mol de foacutetons m-2

s-1

631 Concentraccedilatildeo celular maacutexima

Na Tabela 25 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e nas Tabelas 26 e 27 estatildeo apresentadas as

120

meacutedias do Xm nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 25 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo celular maacutexima

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

13585 1 13585 157 0225

Fonte de Nitrogecircnio

84 1 84 001 0922

Intensidade luminosa

443083 2 221542 2566 0000

Resiacuteduos 164033 19

total 620786 23

Como se observa na Tabela 25 a variaacutevel independente intensidade luminosa

foi estatisticamente significante na determinaccedilatildeo do Xm (p = 0000) enquanto que

as variaacuteveis independentes fontea de CO2 (p = 0225) e fonte de nitrogecircnio (p =

0922) natildeo influenciaram estatisticamente no valor de Xm De fato a similaridade das

fontes de nitrogecircnio jaacute era esperada uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para

cada intensidade luminosa foram baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato

visando um crescimento celular natildeo limitado e nem inibido pela fonte de nitrogecircnio e

obtendo portanto valores de Xm meacutedios semelhantes Ambas as fontes de nitrogecircnio

utilizadas satildeo facilmente assimiladas pela A platensis os valores de Xm foram

estatisticamente iguais para cada intensidade luminosa avaliada (Tabela 26)

Em relaccedilatildeo agrave fonte de CO2 Isto mostra que o CO2 e os volaacuteteis orgacircnicos

liberados na atmosfera como resiacuteduo podem ser utilizados como fonte de carbono

no cultivo de A platensis sem prejudicar o crescimento celular

Tabela 26 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Xm meacutedia (mgL-1)

Nitrato 3027 plusmn 162ordf

Ureacuteia 3031 plusmn 174ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

121

Comparando-se as meacutedias de Xm entre as diferentes intensidades luminosas

observa-se que o valor meacutedio de Xm na intensidade luminosa de 60 mol de foacutetons

m-2 s-1 foi estatisticamente diferente ao valor meacutedio de Xm quando a intensidade

luminosa foi de 120 mol de foacutetons m-2 s-1 e este foi estatisticamente semelhante ao

valor meacutedio de Xm quando a intensidade luminosa foi de 240 mol de foacutetons m-2 s-1

(Tabela 27) Essas comparaccedilotildees das meacutedias de Xm explicam o valor do niacutevel

descritivo obtido pela anaacutelise de variacircncia para a variaacutevel intensidade luminosa (p

=0000 Tabela 25) mostrando que a esta influencia no valor de Xm Esses

resultados estatildeo de acordo com Chojnacka e Noworyta (2004a) que avaliaram o

cultivo fotoautotroacutefico da S platensis em reator retangular tambeacutem concluiacuteram que a

velocidade de crescimento especiacutefica aumenta com o aumento da intensidade

luminosa ateacute um valor de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) Entre os valores de

intensidade luminosa de 30 W m-2 (138 mol de foacutetons m-2 s-1) a 50 W m-2 (229 mol

de foacutetons m-2 s-1) observa-se a regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa Acima desse valor (50

W m-2) ocorre o fenocircmeno da fotoinibiccedilatildeo Do mesmo modo no presente trabalho

os valores de Xm foram estatisticamente iguais nas intensidades luminosas de 120

mol de foacutetons m-2 s-1 e 240 mol de foacutetons m-2 s-1 cujas intensidades luminosas satildeo

proacuteximas agraves intensidades luminosas que correspondem agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo

luminosa observada por Chojnacka e Noworyta (2004a)

Tabela 27 - Meacutedias das concentraccedilotildees celular maacutexima para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Xm meacutedia (mgL-1)

60 2851plusmn54ordf

120 3056plusmn115b

240 3180plusmn96b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A maior concentraccedilatildeo celular maacutexima encontrada nesse trabalho foi maior do

que a obtida por Binaghi et al (2003) utilizando minitanques no cultivo de S

platensis (15 g L-1) e tambeacutem maior que a obtida por Watanabe e Hall (1996)

utilizando fotobiorreator tubular cocircnico no cultivo de S platensis (13 g L-1)

122

Morais e Costa (2007a) relataram que em cultivo de S platensis em

fotobiorreator tubular vertical obtiveram maiores valores de Xm de 413 g L-1

suplementado com 6 CO2 quando comparadas em cultivos em Erlenmeyer Esses

autores relatam que a S platensis podem crescer com 18 CO2 demonstrando que

estes suportam altas concentraccedilotildees de CO2 podendo ser usado para mitigar o efeito

do CO2 emitido pelos gases efluentes

Olguiacuten et al (2001) avaliando o crescimento da S platensis em meio contendo

aacutegua do mar suplementado com efluentes anaeroacutebicos a partir da digestatildeo de

resiacuteduo da suinocultura e em meio Zarrouk tambeacutem observaram um aumento no

valor de Xm com o aumento da intensidade luminosa de 66 mol de foacutetons m-2 s-1

para 144 mol de foacutetons m-2 s-1

632 Produtividade volumeacutetrica de ceacutelulas

Na Tabela 28 estatildeo apresentados os resultados da anaacutelise de variacircncia da

produtividade em ceacutelulas (Px) e nas Tabelas 29 e 30 estatildeo apresentadas as meacutedias

do Px nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades luminosas

respectivamente

Tabela 28 - Anaacutelise de variacircncia para a produtividade em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

315 1 315 137 0256

Fonte de Nitrogecircnio

1 1 1 000 0947

Intensidade luminosa

116579 2 58289 25372 0000

Resiacuteduos 4365 19 230

total 121260 23

Avaliando-se os paracircmetros produtividades em ceacutelulas pela anaacutelise de

variacircncia (Tabela 28) pode-se notar que a fonte de CO2 (p=0256) e a de nitrogecircnio

(p=0947) natildeo interferiram nas produtividades em celulares Portanto a intensidade

luminosa mostrou ser estatisticamente significante no valor de Px (p=0000)

123

Tabela 29 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Px meacutedio (mgL-1 d-1)

Nitrato 404 plusmn 74ordf

Ureacuteia 405 plusmn 75ordf

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Como se pode observar na Tabela 29 os valores meacutedios de Px para as

diferentes fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo diferiram estatisticamente Do mesmo

modo como ocorreu com o paracircmetro Xm os valores de Px nos cultivos com ureacuteia e

nitrato foram semelhantes para cada intensidade luminosa Isso jaacute era esperado

uma vez que a adiccedilatildeo de ureacuteia nos cultivos para cada intensidade luminosa foram

baseadas em seus respectivos cultivos com nitrato Spirulina platensis cultivadas em

minitanques com 257 mg L-1 de KNO3 ou 500 mg L-1 de ureacuteia obtiveram valores de

Px semelhantes para as intensidades luminosas estudadas 14 klux (168 mol de

foacutetons m-2 s-1) ou 56 klux (672 mol de foacutetons m-2 s-1) (RANGEL-YAGUI et al 2004)

Tabela 30 - Meacutedias das produtividades em ceacutelulas para a variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

Px meacutedio (mgL-1)

60 306plusmn7a

120 443plusmn19b

240 463plusmn16b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores de produtividade em ceacutelulas foram encontrados nas

maiores intensidades luminosas obtendo valores meacutedios de 443 plusmn 19 mg L-1 d-1 a

120 μmol de foacutetons m-2 s-1 e 463 plusmn 16 mg L-1 d-1 a 240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independente da fonte de nitrogecircnio utilizada (Tabela 30) Durante a fotossiacutentese as

ceacutelulas podem utilizar somente uma soma limitada de energia luminosa por vez

Este fenocircmeno de saturaccedilatildeo luminosa eacute provavelmente resultado de um mecanismo

interno onde as ceacutelulas podem realizar a fotossiacutentese usando somente uma

124

determinada quantidade de luz (CARLOZZI 2003) Isso significa que durante a

saturaccedilatildeo luminosa um aumento da intensidade luminosa natildeo permitiraacute um

aumento da concentraccedilatildeo celular e nem reduziraacute o tempo de cultivo mantendo

proacuteximos os valores de produtividades de ceacutelulas nesse intervalo de saturaccedilatildeo

luminosa

Na menor intensidade luminosa (60 mol de foacutetons m-2 s-1) o valor de Px foi

menor em relaccedilatildeo agraves outras intensidades luminosas obtendo valor meacutedio de 306 plusmn 7

mg L-1 d-1 Do mesmo modo como observado nas outras intensidades luminosas as

fontes de nitrogecircnio estudadas natildeo influenciaram na produtividade celular Essa

diferenccedila nos valores de Px entre as intensidades luminosas foi devido a um maior

tempo de cultivo nos experimentos submetidos agrave intensidade luminosa de 60 mol

de foacutetons m-2 s-1 A produtividade eacute uma razatildeo inversa do tempo de cultivo logo

quanto maior a intensidade luminosa mais raacutepida as ceacutelulas atingem a concentraccedilatildeo

celular maacutexima e consequentemente maior seraacute a produtividade celular diaacuteria

Quanto maior a intensidade luminosa maior eacute a quantidade de foacutetons emitidos e

estes podem ser absorvidos pelas ceacutelulas isto eacute maior eacute a quantidade de energia

luminosa que seraacute convertido em energia quiacutemica que por sua vez as ceacutelulas

utilizam essa energia quiacutemica para a manutenccedilatildeo e o crescimento celular Esse

efeito tambeacutem foi observado por Danesi et al (2004) Rangel-Yagui et al (2004) em

cultivos de S platensis em minitanques utilizando KNO3 ou ureacuteia como fontes de

nitrogecircnio

O maior valor da produtividade encontrada nesse trabalho foi proacuteximo a 510 mg

L-1 d-1 obtido por Watanabe e Hall (1996) investigando o crescimento da S platensis

em fotobiorreator helicoidal cocircnico sob ciclos 12h12h (claroescuro) e uma meacutedia

de fluxo de foacutetons de 546 mol de foacutetons m-2 s-1 Watanabe et al (1995) em

processo descontiacutenuo utilizando a S platensis cultivada em fotobiorreator tubular

helicoidal cocircnico utilizando luz artificial (118 mol de foacutetons m-2 s-1) tambeacutem

obtiveram uma produtividade volumeacutetrica diaacuteria de 051 g L-1d-1 Foram usados dois

sistemas (airlift e bomba) para reciclar a cultura Com o sistema airlift os autores

encontraram a maior concentraccedilatildeo da biomassa de 16 g L-1 apoacutes 5 dias de

crescimento da S platensis e uma menor concentraccedilatildeo da biomassa quando

utilizado o sistema de bomba No fotobiorreator tubular helicoidal cocircnico quando

cultivado em ambiente externo a produtividade foi de 900 mg L-1 d-1 (TREDICI

125

ZITTELLI 1998) Travieso et al (2001) encontrou uma produtividade maacutexima de

040 g Lminus1 dminus1 em fotobiorreator tubular helicoidal operado de modo semicontiacutenuo

No presente trabalho os maiores valores da produtividade em ceacutelulas

encontradas foram maiores do que a relatada por Richmond (1990) em reatores

tubulares em ambiente externo que foi de 370 mg L-1 d-1 e Morais e Costa (2007b)

que obteve Xmax de 022 g Lminus1 dminus1 no cultivo de Spirulina sp na presenccedila de 6 de

dioacutexido de carbono em fotobiorreator tubular com trecircs estaacutegios em seacuterie Por outro

lado autores como Carlozzi e Pinzani (2005) conseguiram uma produtividade em

ceacutelulas maacutexima de 182 g L-1 dminus1 utilizando o processo descontiacutenuo em ambiente

externo Lee (2001) relata que dependendo da configuraccedilatildeo de fotobiorreator tubular

fechado e de placas retangulares a produtividade volumeacutetrica foi de 025 a 364 g L-1

d-1 utilizando o processo descontiacutenuo alimentado

Travieso et al (2001) relataram uma produtividade maacutexima de 04 g L-1 d-1 em

processo semicontiacutenuo de Spirulina utilizando uma diluiccedilatildeo de 15 e taxa de diluiccedilatildeo

de 00078 hminus1 Esses autores utilizaram o fotobiorreator patenteado bdquobdquoBiocoil‟‟ da

Biotechna Grasser UK (European patent EPO239272 March 6 1987)

Vernerey et al (2001) utilizando uma nova configuraccedilatildeo de fotobioretator para o

aumento da escala (72 litros) na produccedilatildeo de S platensis conseguiram uma

produtividade de 138 g L-1 d-1 com intensidade luminosa de 300 W m-2 e pH

controlado a 95 pela adiccedilatildeo de CO2

Cultivos de Arthrospira platensis em fotobiorreator tubular outdoor no periacuteodo

de marccedilo a setembro de 2002 na Repuacuteblica Checa com a maioria dos dias

ensolarados a irradiacircncia do ambiente maacutexima foi entre 15 and 18 mmol de foacutetons

mminus2 sminus1 Nessas condiccedilotildees a produtividade maacutexima atingida foi de 05 g Lminus1 dminus1

correspondendo a um rendimento de aacuterea (baseada na aacuterea superficial) de

aproximadamente 325 g mminus2 dminus1 na qual eacute um valor relativamente alto se considerar

que foi obtida no mecircs de setembro A concentraccedilatildeo celular oacutetima da cultura foi

obtida em um intervalo de 1 a 2 g L-1 demostrando que a faixa da concentraccedilatildeo

celular oacutetima no cultivo de Spirulina natildeo eacute muito restrita (MASOJIDEK et al 2003)

633 Fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

Na Tabela 31 estatildeo os resultados da anaacutelise de variacircncia para o fator de

conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) e nas Tabelas 32 e 33 estatildeo os valores

126

meacutedios do YXN nas variaacuteveis independentes fontes de nitrogecircnio e intensidades

luminosas respectivamente

Tabela 31 - Anaacutelise de variacircncia para fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

054 1 054 091 0351

Fonte de Nitrogecircnio

5078 1 5078 8453 0000

Intensidade luminosa

043 2 022 036 0700

Resiacuteduos 1123 19 059

total 520 23

Como observado na Tabela 24 os maiores valores do fator de conversatildeo (YXN)

foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio independente

da fonte de CO2 e da intensidade luminosa utilizada Isso pode ser avaliado pela

anaacutelise de variacircncia (Tabela 31) onde apresenta o niacutevel descritivo para a fonte de

CO2 fonte de nitrogecircnio de p = 0000 e para a intensidade luminosa o p = 0700 A

maior meacutedia dos valores de YXN foi 1380 plusmn 090 g g-1 obtida nos cultivos utilizando

ureacuteia como fonte de nitrogecircnio (Tabela 32) diferindo estatisticamente dos valores

obtidos nos cultivos com nitrato (460 plusmn 055 g g-1) De fato nos cultivo utilizando

ureacuteia a concentraccedilatildeo de nitrogecircnio adicionada diariamente foi calculada com base

na necessidade das ceacutelulas para o crescimento e a manutenccedilatildeo celular natildeo

ocorrendo uma limitaccedilatildeo ou um excesso de nitrogecircnio adicionado durante o cultivo

(item 5) Como mencionado por Rangel-Yagui et al (2004) o excesso de ureacuteia

diminui a eficiecircncia de utilizaccedilatildeo desse nutriente e portanto menor o valor de YXN

Da mesma forma a menor massa total adicionada no cultivo proporcionou maiores

valores de YXN (739 g g-1) no cultivo de S platensis em minitanques utilizando o

cloreto de amocircnio como fonte de nitrogecircnio (Carvalho et al 2004) Por outro lado

nos cultivos com nitrato a concentraccedilatildeo deste foram mantidas acima de 1 g L-1 de

modo a evitar a limitaccedilatildeo do crescimento pela fonte de nitrogecircnio Por isso os

maiores valores de YXN foram obtidos nos cultivos utilizando ureacuteia Resultados

similares foram obtidos por Danesi et al (2003) empregando 25 g de ureacuteia em

127

diferentes protocolos de alimentaccedilatildeo e temperatura em relaccedilatildeo a KNO3 e por Danesi

et al (2004) que tambeacutem observaram um maior fator de conversatildeo utilizando ureacuteia

em relaccedilatildeo a KNO3 independente da intensidade luminosa utilizada (2 e 5 klux)

Rangel-Yagui et al (2004) tambeacutem observaram maiores valores de YXN nos cultivos

utilizando ureacuteia

Tabela 32 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio YXN (mgmg-1)

Nitrato 460 plusmn 055ordf

Ureacuteia 1380 plusmn 090b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel independente intensidade luminosa pode-se observar na

Tabela 33 que natildeo diferiram estatisticamente nos valores de YXN Isto eacute

independente da intensidade luminosa utilizada os valores de conversatildeo de

nitrogecircnio em ceacutelulas foram estatisticamente iguais De fato a quantidade de

nitrogecircnio adicionada nos cultivos estaacute relacionada com o crescimento celular

portanto quanto maior o valor de Xm maior foi a quantidade de nitrogecircnio

adicionada nos cultivos independente da fonte nitrogecircnio utilizada (nitrato ou ureacuteia)

Com isso razatildeo entre biomassa formada e nitrogecircnio adicionado foi estatisticamente

igual nas diferentes intensidades luminosas estudas

A Intensidade luminosa influencionou no crescimento celular (Item 62) e a

fonte de nitrogecircnio (nitrato ou ureacuteia) foi adicionada de acordo com a necessidade da

ceacutelula para o crescimento celular (Item 5) Por isso o YXN foi estatisticamente igual

(p = 0245) nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 31)

O fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas eacute definido como a quantidade de

nitrogecircnio utilizada para a formaccedilatildeo de biomassa como no presente trabalho o

nitrogecircnio adicionado foi de acordo com a necessidade diaacuteria das ceacutelulas os valores

meacutedios de YXN para cada intensidade luminosa natildeo poderiam variar como pode ser

observado na Tabela 33

Nos trabalhos apresentados por Bezerra et al (2008) Danesi et al (2004) e

Rangel-Yagui et al (2004) observaram que os valores de Xm e YXN aumentam com

128

o aumento da intensidade luminosa fornecida ao cultivo Maiores energias

fornecidas pelas mais altas luminosidades empregadas nos cultivos permitem as

ceacutelulas de consumirem o nitrogecircnio disponiacutevel levando a maiores valores de Xm e

YXN Isso ocorreu porque a mesma quantidade de nitrogecircnio foi adicionada nos

ensaios com diferentes intensidades luminosas logo o YXN foi uma funccedilatildeo de Xm

Por outro lado no presente trabalho os valores meacutedios YXN natildeo diferiram

estatisticamente com o aumento da intensidade luminosa porque a quantidade total

de nitrogecircnio adicionada variou nos cultivos com as diferentes intensidades

luminosas isto eacute quanto maior a intensidade luminosa maior foi a quantidade de

nitrogecircnio adicionada e consequentemente maior concentraccedilatildeo celular Por isso o

YXN natildeo diferiram nas diferentes intensidades luminosas estudadas (Tabela 26)

Tabela 33 - Meacutedias dos fatores de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas para a

variaacutevel independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol de foacutetons m-2 s-1)

YXN (mgmg-1)

60 922 plusmn 034ordf

120 902 plusmn 034a

240 935 plusmn 034a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95

Os maiores valores do fator de conversatildeo encontrado nesse trabalho (1327 plusmn

028 mg mg-1) foi maior do que 739 g g-1 (CARVALHO et al 2004) 85 g g-1

(RANGEL-YAGUI et al 2004a) utilizando ureacuteia e 57 plusmn 017 g g-1 utilizando cloreto de

amocircnio como fonte de nitrogecircnio nos cultivos de S platensis em minitaques

(BEZERRA et al 2008) Isso porque no presente trabalho a S platensis foi

cultivada em fotobiorreator tubular fechado o que proporciona menor volatilizaccedilatildeo

da amocircnia e melhor eacute o seu aproveitamento pelas ceacutelulas ocasionando maiores

valores de YXN

129

64 Avaliaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de clorofila a

No final de cada experimento foi realizada a determinaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de

clorofila a na concentraccedilatildeo celular final e os resultados estatildeo descritos na Tabela

34

Tabela 34 ndash Concentraccedilotildees de clorofila na biomassa final

Experimento Fonte de CO2 Intensidade luminosaa

Fonte de nitrogecircnio

Concentraccedilatildeo de clorofila (mg cl g cel -1)

1 Cilindro 60 NaNO3 521plusmn028

2 Cilindro 60 Ureacuteia 415plusmn020

3 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 NaNO3 392plusmn008

4 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 60 Ureacuteia 326plusmn030

5 Cilindro 120 NaNO3 344plusmn010

6 Cilindro 120 Ureacuteia 296plusmn009

7 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 NaNO3 294plusmn040

8 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 120 Ureacuteia 210plusmn023

9 Cilindro 240 NaNO3 175plusmn037

10 Cilindro 240 Ureacuteia 181plusmn 015

11 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 NaNO3 294plusmn035

12 Fermentaccedilatildeo

alcooacutelica 240 Ureacuteia 210plusmn023

a mol de foacutetons m-2 s-1

Dentre os metaboacutelitos microalgais a clorofila foi muito pouco investigada Satildeo

os uacutenicos pigmentos naturais de coloraccedilatildeo verde em abundacircncia mas sua

instabilidade ao isolamento tem restringindo a sua utilizaccedilatildeo como corante natural na

induacutestria de alimentos As clorofilas utilizadas como corantes alimentares provecircm

principalmente de plantas terrestres (HENDRY 1996)

Microalgas fotossinteacuteticas satildeo organismos que capturam energia luminosa

eficiententemente O pigmento fotossinteacutetico clorofila a eacute o principal componente

130

fotoquiacutemico ativo na qual funciona como um receptor de luz para direcionar a

fotossiacutentese O conteuacutedo deste pigmento em microalga eacute portanto relatado para

atividade fotossinteacutetica (MACINTYRE et al 2002) A intensidade de luz captada

pelos pigmentos influencia na produccedilatildeo da biomassa e no acuacutemulo de produtos

alvos na microalga cultivada sob diferentes condiccedilotildees

As clorofilas satildeo pigmentos verdes de alto valor comercial encontradas em

plantas microalgas e cianobacteacuterias como A platensis A concentraccedilatildeo desse

pigmento nas ceacutelulas depende das condiccedilotildees ambientais Devido a sua cor e as

propriedades fiacutesico-quiacutemicas satildeo utilizadas como corantes naturais em produtos

alimentiacutecios

Na Tabela 35 observa-se que ambas as variaacuteveis independentes avaliadas

nesse estudo fonte de nitrogecircnio e intensidade luminosa interferiram na

concentraccedilatildeo de clorofila a na biomassa final Isso foi confirmada pela anaacutelise

estatiacutestica ANOVA onde apresentou um valor de niacutevel descritivo de 0011 para a

variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio e de 0000 para a intensidade luminosa

Tabela 35 - Anaacutelise de variacircncia para a concentraccedilatildeo de clorofila na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Meacutedia dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

03725 1 03725 101 0328

Fonte de Nitrogecircnio

29751 1 29751 804 0011

Intensidade luminosa

158306 2 79153 2139 0000

Resiacuteduos 70318 19 01272

Total 26210 23

Avaliando-se as meacutedias da concentraccedilatildeo de clorofila a nas diferentes fontes de

nitrogecircnio (Tabela 34) observa-se que nos cultivos utilizando nitrato obtiveram

maiores concentraccedilotildees de clorofila em relaccedilatildeo aos cultivos com ureacuteia nas

intensidades luminosas de 60 mol de foacutetons m-2 s-1 e 120 mol de foacutetons m-2 s-1

Essa diferenccedila na concentraccedilatildeo de clorofila pode ser explicada pelo fato dos cultivos

com nitrato a concentraccedilatildeo de nitrato no meio de cultura foi mantida sempre

superior a 1 g L-1 enquanto que nos cultivos com ureacuteia a concentraccedilatildeo de ureacuteia no

131

meio cultura foi abaixo de 10-4 M (item 62) Essa concentraccedilatildeo de ureacuteia apesar de

natildeo interferir na concentraccedilatildeo celular pode ter influenciado na concentraccedilatildeo de

clorofila nas ceacutelulas Resultados similares foram observados por Danesi et al (2004)

e Rangel-Yagui et al (2004) em cultivos de S platensis em minitanques

substituindo a fonte de nitrogecircnio KNO3 por ureacuteia

O efeito da limitaccedilatildeo de nitrogecircnio e ferro comprometeu a capacidade

fotossinteacutetica reduziu o conteuacutedo de clorofila celular e diminuiu o rendimento

quacircntico do fotossintema II (YOUNG BEARDALL 2005) Muggli e Harrison (1996)

observaram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas ceacutelulas de Emiliania huxleyi

cultivadas com nitrato foi estatisticamente maior que nas celulas cultivadas com

amocircnia sob condiccedilotildees limitadas de ferro e intensidade luminosa abaixo da

saturaccedilatildeo Por outro lado nos cultivos natildeo limitados com ferro as concentraccedilotildees de

clorofilas foram estatisticamente iguais Sob duas diferentes intensidades luminosas

abaixo da regiatildeo de saturaccedilatildeo (45 e 70 mol de foacutetons m-2 s-1) as ceacutelulas cultivadas

em nitrato mantiveram uma maior taxa de clorofila por volume de ceacutelulas que nas

ceacutelulas cultivadas com amocircnio similar ao que aconteceu nas condiccedilotildees limitadas

por ferro

A intensidade luminosa eacute uma importante variaacutevel que interfere na

concentraccedilatildeo de clorofila Como podemos observar na Tabela 34 maiores

concentraccedilotildees de clorofilas meacutedias independente da fonte de nitrogecircnio e de CO2

satildeo encontradas nas menores intensidades luminosas De um modo geral o

aumento da concentraccedilatildeo de clorofila com a reduccedilatildeo da luminosidade aumenta a

capacidade de absorccedilatildeo de luz pois a clorofila eacute quem efetivamente atua nas

reaccedilotildees fotoquiacutemicas da fotossiacutentese e representa um mecanismo de adaptaccedilatildeo agrave

condiccedilatildeo de menor intensidade luminosa A reduccedilatildeo do conteuacutedo de pigmentos a

altas irradiacircncias permite as algas reduzirem a taxa de fornecimento de energia pela

absorccedilatildeo da luz nas ceacutelulas com a finalidade de balancear a energia absorvida e a

energia necessaacuteria para a fixaccedilatildeo do carbono e crescimento celular (GEIDER et al

1997) Geralmente a clorofila e as ficobiliproteiacutenas tendem a aumentar sua

concentraccedilatildeo com a reduccedilatildeo da intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1997)

Nas menores intensidades luminosas onde a competiccedilatildeo pelo poder redutor eacute

maior observa-se que as ceacutelulas cultivadas em nitrato mantem maior niacuteveis de

clorofila que nas ceacutelulas cultivadas em amocircnia Portanto as ceacutelulas cultivadas em

nitrato precisam mais do poder redutor para transportar e utilizar sua fonte de

132

nitrogecircnio eles podem requerer mais clorofila que as ceacutelulas cultivadas em amocircnio

para suprir tais necessidades Por outro lado altas intensidades luminosas alteram o

complexo proteacuteico contendo pigmentos captadores de luz como observado por

Smith et al (1990) em ceacutelulas de Dunaliella salina Telfar et al (1990) mostrou que

iluminaccedilatildeo prolongada causa destruiccedilatildeo dos pigmentos da clorofila e conduz a

inibiccedilatildeo fotoquiacutemica do FSII

Cultivos de Spirulina subsalsa exposto agrave alta intensidade luminosa (100 mol

de foacutetons m-2 s-1) mostrou uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos nas ceacutelulas O

conteuacutedo de carotenoacuteide e clorofila a reduziu com o aumento da intensidade

luminosa de 25 mol de foacutetons m-2 s-1 para 100 mol de foacutetons m-2 s-1 O conteuacutedo

de ficobilissomos obteve uma maior reduccedilatildeo quando comparados com o conteuacutedo

de clorofila a (aproximadamente 70 e 57 respectivamente) Devido a uma

reduccedilatildeo nos carotenoacuteides zeaxantina foi o carotenoacuteide predominante a maior

intensidade luminosa (TOMASELLI et al 1995) Um aumento da intensidade

luminosa de 2 klux (24 mol de foacutetons m-2 s-1 ) para 5 klux (60 mol de foacutetons m-2 s-

1) houve uma reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de clorofila de 14 plusmn 18 mg cl g cel -1 para

80 plusmn 18 mg cl g cel -1 nos cultivos com KNO3 e 142 plusmn 08 mg cl g cel -1 para 72 plusmn

14 mg cl g cel -1 para os cultivos com ureacuteia respectivamente (DANESI et al 2004)

Pode-se observar que a concentraccedilatildeo de clorofila nos cultivos a 5 klux (60 mol de

foacutetons m-2 s-1) foram proacuteximas as concentraccedilotildees obtidas no presente trabalho nos

cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 (NaNO3 = 521 plusmn 03 mg cl g cel -1 Ureacuteia = 415

plusmn 02 mg cl g cel -1 Tabela 34) Essa diferenccedila pode ser devido ao aumento do

efeito sombreamento ser maior em minitanques quando comparada aos

fotobiorreatores tubulares o que favorece a um aumento da concentraccedilatildeo de

clorofila nos cultivos em minitanques Soundarapandian e Vasanthi (2008)

observaram um maior teor de clorofila em diferentes cepas de S platensis cultivadas

a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) intensidade luminosa com ciclos alternados de 16

horas no claro e 8 horas no escuro

Dados na literatura mostram que na biomassa de A platensis possuem 1 de

clorofila (VONSHAK 1997 COGNO et al 2003) No entanto no presente trabalho a

maior concentraccedilatildeo de clorofila foi de 05 correspondendo ao experimento 1 (60

mol de foacutetons m-2 s-1 NaNO3 Tabela 13) Esse baixo valor de concentraccedilatildeo de

clorofila em relaccedilatildeo aos valores citados na literatura eacute devido agraves altas intensidades

luminosas utilizadas no neste trabalho Soundarapandian e Vasanthi (2008)

133

relataram que a concentraccedilatildeo de clorofila nas S platensis cultivadas a 3 klux pode

variar de 085 (8526 μg mg cel-1) a 097 (9723 μg mg cel-1) dependendo da

cepa utilizada Jimenez et al (2003) em cultivos de S platensis em minitanques

utilizando a energia solar no sul da Espanha obtiveram uma concentraccedilatildeo de

clorofila de 79 g kgminus1 (079)

Carlozzi e Pinzani (2005) observaram uma concentraccedilatildeo maacutexima de clorofila

de 2 em cultivos outdoor de S platensis em fotobiorreator espiralado fechado

Esta concentraccedilatildeo permaneceu constante do 6deg ao 10deg dia de cultivo Tomaselli et

al (1997) tambeacutem observaram um aumento na concentraccedilatildeo de clorofila de 151 μg

mg cel-1 para 263 μg mg cel-1 nos cultivos de A maacutexima em reator de vidro

retangular a intensidade luminosa de 144 mol de foacutetons m-2 s-1 e 25 mol de foacutetons

m-2 s-1 respectivamente Tredici e Zittelli (1998) em cultivos continuos ldquooutdoorsrdquo de

A platensis em fotobiorreator tubular e plano obtiveram a concentraccedilatildeo de clorofila

de 155plusmn002 e 163 plusmn002 na massa seca no iniacutecio do periacuteodo luminoso

De fato a concentraccedilatildeo de clorofila depende das condiccedilotildees ambientais

principalmente da intensidade luminosa No presente estudo nos cultivos

submetidos agrave alta intensidade luminosa favoreceram a uma reduccedilatildeo na

concentraccedilatildeo de clorofila principalmente nos cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

Do mesmo modo Nakajima e Ueda (1997) observaram um aumento no crescimento

celular de Chlorella pyrenoidosa e uma reduccedilatildeo no conteuacutedo de pigmentos

captadores de luz nas ceacutelulas cultivadas a altas intensidades luminosas (50 μmol de

foacutetons m-2 s-1) Na presenccedila de excesso de luz o oxigecircnio produzido durante a

fotossiacutentese reage com a clorofila excitada originando um oxigecircnio singlete que eacute

muito mais reativo podendo oxidar as clorofilas e ocasionando consequentemente o

fenocircmeno denominado de branqueamento (MARIQUE 2003) As clorofilas tendem a

ser foto-oxidadas a alta irradiaccedilatildeo e devido aos carotenoacuteides poderem prevenir a

foto-oxidaccedilatildeo das clorofilas a relaccedilatildeo entre as clorofilas e carotenoacuteides pode ser

usada como um indicador potencial de perdas foto-oxidativas causadas por fortes

irradiaccedilotildees (HENDRY amp PRICE 1993)

134

65 Avaliaccedilatildeo da composiccedilatildeo centesimal

Micro-organismos fotossintetizantes usam fonte de carbono inorgacircnico energia

luminosa e nitrogecircnio para sintetizar compostos orgacircnicos como proteiacutenas

carboidratos vitaminas lipiacutedios pigmentos entre outros Com isso a composiccedilatildeo

centesimal da biomassa pode variar com as condiccedilotildees ambientais (RAFIQUL et al

2005 MOHANTY et al 1997)

Na Tabela 36 estatildeo apresentados os teores de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos

e cinzas das biomassas secas obtidas no final dos experimentos

Tabela 36 - Porcentagem de proteiacutenas lipiacutedios carboidratos e cinzas na biomassa

seca final

Experimento Intensidade

luminosa (I)

Fonte de CO2

Fonte de nitrogecircnio

Proteiacutenas totais ()

Lipiacutedios totais ()

Cinzas ()

Carboidratos totais ()

1 60 Cilindro NaNO3 319plusmn01 863plusmn03 442plusmn001 5226plusmn358

2 60 Cilindro Ureacuteia 233plusmn07 660plusmn09 442plusmn004 6471plusmn064

3 60 Alcooacutelica NaNO3 324plusmn07 101plusmn08 583plusmn002 5222plusmn341

4 60 Alcooacutelica Ureacuteia 427plusmn23 112plusmn14 508plusmn091 6492plusmn336

5 120 Cilindro NaNO3 281plusmn04 121plusmn06 476plusmn002 5500plusmn-016

6 120 Cilindro Ureacuteia 299plusmn06 730plusmn07 482plusmn018 5794plusmn005

7 120 Alcooacutelica NaNO3 315plusmn18 862plusmn06 497plusmn018 5576plusmn341

8 120 Alcooacutelica Ureacuteia 404plusmn07 953plusmn07 394plusmn063 4642plusmn091

9 240 Cilindro NaNO3 213plusmn01 142plusmn23 428plusmn004 6004plusmn243

10 240 Cilindro Ureacuteia 319plusmn09 129plusmn05 540plusmn050 5079plusmn147

11 240 Alcooacutelica NaNO3 278plusmn04 144plusmn29 579plusmn048 5222plusmn341

12 240 Alcooacutelica Ureacuteia 210plusmn03 117plusmn28 449plusmn004 6492plusmn336

I = Intensidade luminosa (mol de foacutetons m-2 s-1)

A Fotossiacutentese eacute o processo pelo qual a energia luminosa eacute convertida em

energia quiacutemica pelas plantas bacteacuterias fotossinteacuteticas e cianobacteacuterias A energia

luminosa eacute capturada pelos pigmentos fotossinteacuteticos como clorofila carotenoacuteides e

ficocianina na qual satildeo complexados com proteiacutenas que satildeo partes do fotossistema I

e II em cianobacteacuterias O sistema fotossinteacutetico eacute fortemente conectado com outras

135

vias metaboacutelicas como biossiacutentese de proteiacutenas e lipiacutedios nas quais satildeo

necessaacuterias para o crescimento celular (MOHANTY et al 1997)

Os teores de proteiacutena variaram de 21 a 42 Esses valores estatildeo proacuteximos

aos valores encontrados por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) cultivando S maxima

em meio de cultura constituiacutedo por resiacuteduo da criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50 em

aacutegua) Embora o teor de proteiacutena seja baixo (36) a biomassa ainda eacute apropriada

para o uso como suplemento aliementar para animais Jimeacutenez et al (2003) tambeacutem

encontraram um baixo teor de proteiacutena de 47 do peso seco em meacutedia na

produccedilatildeo industiral da Spirulina em Malaga no sul da Espanha

A biossiacutentese de proteiacutena depende principalmente da disponibilidade de

nitrogecircnio de carbono para formaccedilatildeo do esqueleto carbocircnico e da intensidade

luminosa na qual fornece energia para fixaccedilatildeo do CO2 Nos cultivos utilizando

nitrato bem como nos cultivos utilizando ureacuteia natildeo houve limitaccedilatildeo do crescimento

pela fonte de nitrogecircnio (Item 611) A fonte de carbono tambeacutem natildeo foi limitada

uma vez que o pH foi mantido durante todo o tempo de cultivo com a adiccedilatildeo de CO2

As intensidades luminosas foram altas pertencendo agrave regiatildeo de saturaccedilatildeo luminosa

(Item 611) Logo mesmo dispondo de nitrogecircnio carbono e energia as ceacutelulas natildeo

converteram o nitrogecircnio disponiacutevel em proteiacutenas SAKAMOTO e BRYAN (1999)

observaram que um aumento da intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

para 1 mmol foacutetons m-2 s-1 no cultivo de Synechococcus sp PCC 6301 natildeo foi

observado um aumento na absorccedilatildeo de nitrato mostranto que a taxa do consumo

de nitrato foi saturado a intensidade luminosa de 250 mol de foacutetons m-2 s-1

Soundarapandian e Vasanthi (2008) observaram que o conteuacutedo de proteiacutena

nas S platensis cultivadas a 3 klux (36 mol de foacutetons m-2 s-1) com ciclos alternados

de 16 horas no claro e 8 horas no escuro pode variar de 5937 (5937μg mg-1 cel)

a 6421 (6421 μg mg-1 cel) dependendo da cepa utilizada Torzillo et al (1991)

observaram um aumento na siacutentese de carboidrato nas ceacutelulas de S platensis

cultivadas ldquooutdoorsrdquo a altas intensidades luminosas e temperatura de 25ordmC O

execesso do carboidrato sintetizado foi parcialmente utilizado a noite para a siacutentese

de proteiacutena Isso pode ter contribuiacutedo a um baixo teor de proteiacutena no presente

trabalho uma vez que os cultivos foram submetidos sempre a altas intensidades

luminosas natildeo obtendo ciclos claroescuro durante o cultivo

A anaacutelise de variacircncia (Tabela 37) indicou que a fonte de nitrogecircnio e de CO2

natildeo influenciaram na variaacutevel dependente teor de proteiacutena enquanto que a

136

intensidade luminosa influenciou como pode-se obversar na anaacutelise de diferenccedila

entre as meacutedias para essa variaacutevel (Tabela 38)

Tabela 37 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de proteiacutena na biomassa final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

5304 1 5304 235 0142

Fonte de Nitrogecircnio

1134 1 1134 050 0487

Intensidade luminosa

4341 2 2170 963 0001

Resiacuteduos 42833 19 2254

total 9268 23

Tabela 38 - Meacutedias do teor de proteiacutena na biomassa final para a variaacutevel

independente intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(mol foacutetons m-2 s-1)

Proteiacutena ()

60 358plusmn43ordf

120 326plusmn50ordf

240 256plusmn51b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

O modelo da biossiacutentese e metabolismo de lipiacutedios em cianobacteacuterias eou

algas satildeo afetados pelos fatores ambientais dentre esses as condiccedilotildees de

iluminaccedilatildeo (BABADZHANOV et al 2004 KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

As ceacutelulas de Tichocarpus crinitus satildeo capazes de mudar o conteuacutedo de

armazenamento e estrutural de lipiacutedios e a composiccedilatildeo de aacutecidos graxos Altas

intensidades luminosas estimulam o acuacutemulo de lipiacutedios de armazenamento

(triacilgliceroacuteis) enquanto a baixas intensidades luminosas induzem a um aumento

nos lipiacutedios estruturais (glicolipiacutedios) Isto indica um alto grau de controle de

estrutura nas membranas das algas porque o grau de insaturaccedilatildeo dos aacutecidos

graxos tem sido considerado um dos fatores mais importantes no controle da fluidez

e funcionalidade da membrana celular Adicionalmente as diferenccedilas na

137

composiccedilatildeo dos lipiacutedios nas T crinitus cultivadas a altas e baixas irradiaccedilotildees solar

podem ser consideradas como uma resposta adaptativa das ceacutelulas algais para as

vaacuterias condiccedilotildees de crescimento Portanto a sobrevivecircncia das ceacutelulas nas

mudanccedilas ambientais pode ser atribuiacuteda agrave funcionalidade das membranas onde o

aparato fotossinteacutetico eacute formado (KHOTIMCHENKO e YAKOVLEVA 2005)

Nos cultivos com disponibilidade de nitrogecircnio carbono e altas intensidades

luminosas as ceacutelulas utilizam a energia e o carbono disponiacutevel para crescimento

manutenccedilatildeo celular e formaccedilatildeo de componentes orgacircnicos tais como proteiacutenas

lipiacutedios e carboidratos Como apresentados na Tabela 41 o teor de lipiacutedio aumenta

com a intensidade luminosa Esse efeito foi observado por Solovchenko et al

(2008) nos cultivos da microalga Parietochloris incisa Isto pode ser consequecircncia da

produccedilatildeo excessiva de aacutecidos graxos entre eles triacilgliceroacuteis provavelmente como

um modo de converter o excesso de luz em energia quiacutemica para evitar o dano

fotooxidativo (ASADA 1994 RABBANI et al 1998 MENDOZA et al 1999 NIYOGI

1999) Kaixian et al (1993) observaram um aumento no teor de lipiacutedios com o

aumento da intensidade luminosa nas ceacutelulas de Phaeodactylum tricornutum

Solovchenko et al (2008) relataram que os triacilgliceroacuteis acumuladas em algas

(Parietochloris incisa) sob condiccedilotildees de stress satildeo frequentemente depositadas em

gloacutebulos de lipiacutedios citoplasmaacutetico referidos como corpos oleosos na qual aumentam

em tamanho e nuacutemero sob deficiecircncia na nutriccedilatildeo mineral especialmente na falta de

nitrogecircnio e altas irradiacircncias

Como observado na Tabela 41 os cultivos a 240 mol de foacutetons m-2 s-1

obtiveram maiores teores de lipiacutedios Steiner et al (1970) observaram que as ceacutelulas

de Chromatium cultivadas a baixas intensidades luminosas (100 ftc = 01 klux = 12

mol de foacutetons m-2 s-1) obteve menor teor de fosfolipiacutedios em relaccedilatildeo aos cultivos a

altas intensidades luminosas (7500 ftc = 8 kux = 96mol de foacutetons m-2 s-1) 1 lux =

0929 foot-candles

Na Tabela 39 estatildeo apresentados os valores da anaacutelise de variacircncia dos teores

de lipiacutedios Como se pode observar apenas a intensidade luminosa influenciou nos

valores de lipiacutedios apresentando um valor de niacutevel descritivo menor que 5

Embora o niacutevel de significacircncia da variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio seja

menor que 5 a anaacutelise estatiacutestica diferenccedila entre as meacutedias mostraram essa

variaacutevel natildeo interfere no teor de lipiacutedio apresenta um valor de niacutevel descritivo maior

que 5 (Tabela 40)

138

Tabela 39 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de lipiacutedios na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

143 1 143 059 0453

Fonte de Nitrogecircnio

1853 1 1853 762 0012

Intensidade luminosa

141 2 71 29 0000

Resiacuteduos 46 19 244

total 207 23

Tabela 40 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

fonte de nitrogecircnio

Fonte de nitrogecircnio Lipiacutedios ()

Nitrato 109 plusmn 310ordf

Ureacuteia 918 plusmn 275a

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um

intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

Tabela 41 - Meacutedias do teor de lipiacutedio na biomassa final para a variaacutevel independente

intensidade luminosa

Intensidade luminosa

(μmoles m-2 s-1)

Lipiacutedios ()

60 763 plusmn 11a

120 972 plusmn 19a

240 136 plusmn 21b

Meacutedias com letras iguais natildeo diferem entre si estatisticamente considerando um intervalo de confianccedila de 95 (Teste de Tukey)

A similaridade entre as fontes de nitrogecircnio (Tabela 40) podem ser explicadas

pelo fato de que nos cultivos com ureacuteia a quantidade de ureacuteia adicionada foi

calculada com base nos seus respectivos cultivos com nitrato nas quais foram

139

cultivos natildeo limitados por nitrogecircnio (concentraccedilatildeo de nitrogecircnio superior a 1 g L-1)

Logo isso favoreceu a semelhanccedila entre os teores de lipiacutedios nos cultivos a

diferentes fontes de nitrogecircnio

Os valores de lipiacutedios encontrados variaram de 66 plusmn 09 a 144 plusmn 29

dependendo das condiccedilotildees de cultivo Esses valores estatildeo de acordo com Cogno et

al (2003) e Vonshak (1997) na qual relataram que o conteuacutedo de lipiacutedios da A

platensis em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas podem variar de 8 ndash 12 quando cultivadas

em meio sinteacutetico Tokusoglu e Uumlnal (2003) encontraram um teor de lipiacutedio meacutedio

entre trecircs diferentes cepas de Splatensis de 753 natildeo diferindo estatisticamente

entre si

O teor de lipiacutedio foi de 863 plusmn 03 com NaNO3 e 66 plusmn 09 com ureacuteia na

intensidade luminosa de 60 μmoles de foacutetons m-2 s-1 utilizando CO2 de cilindro

Esses valores foram proacuteximos aos teores de lipiacutedios encontrados por Rafiqul et al

(2005) cultivando S platensis (74) e para S fusiformis (82) a 25 klux (30 μmol

de foacutetons m-2 s-1) Oliveira et al (1999) observaram um teor de lipiacutedios de 696 plusmn

086 nas ceacutelulas de S platensis cultivadas em 4 l Virtis fermenter a 180 μmol de

foacutetons mndash2 sndash1

Olguiacuten et al (2001) observaram uma menor concentraccedilatildeo de lipiacutedios nos

cultivos a maior intensidade luminosa em cultivos de S platensis cultivada tanto em

meio sinteacutetico (meio Zarrouk) como em meio complexo (aacutegua do mar do Golf do

Meacutexico suplementado com 2 de efluente anaeroacutebico da criaccedilatildeo de porcos) A

concentraccedilatildeo de nitrogecircnio no meio complexo possui 10 vezes a menos que o meio

sinteacutetico (25 g L-1 NaNO3) O teor de lipiacutedio de 8 encontrado no meio de cultivo

com 25 g L-1 NaNO3 a 66 μmols de foacutetons m-2 s-1 foi proacuteximo ao encontrado no

presente trabalho 66 plusmn 09 no cultivo natildeo limitado por NaNO3 e 60 μmols de foacutetons

m-2 s-1

Nos cultivos a 60 mol de foacutetons m-2 s-1 mostrou maiores valores de lipiacutedios

quando cultivadas com CO2 proveniente de fermentaccedilatildeo alcooacutelica em relaccedilatildeo aos

cultivos utilizando CO2 de cilindro Sob condiccedilotildees autotroacuteficas a produtividade de

lipiacutedios foram menores quando comparadas com o crescimento heterotroacutefico em

culturas de Chlorella vulgareis (LIANG et al 2009) e crescimento heterotroacutefico e

mixotroacutefico nas ceacutelulas de Chlamydomonas reinhardtii (BOYLE MORGAN 2009)

O teor de carboidrato nas ceacutelulas A platensis natildeo diferiram estatisticamente

pela anaacutelise de variacircncia nas diferentes condiccedilotildees estudadas (Tabela 44) obtendo

140

um niacutevel de significacircncia de 0118 0974 e 0562 para as variaacuteveis independentes

fontes de CO2 fonte de nitrogecircnio e intensidades luminosas respectivamente O

teor de carboidrato encontrado variou de 38 a 51 valores considerados altos No

entanto esses valores foram proacuteximos aos valores obtidos por Cantildeizares-Villanueva

et al (1994) que observaram um teor de carboidrato de 42 e 44 em ceacutelulas de S

maxima cultivadas em meio sinteacutetico (Zarrouk) e meio constituiacutedo por resiacuteduo da

criaccedilatildeo de porcos (diluiacutedo a 50) respectivamente sob intensidade luminosa de 3

klux (36 μmol de foacutetons m-2 s-1) O teor de carboidrato neste trabalho foi um pouco

maior que o observado por Cantildeizares-Villanueva et al (1994) provavelmente devido

a diferenccedila de intensidade luminosa pois maiores teores de carboidratos satildeo

obtidos nos cultivos sob maior intensidade luminosa

Olguiacuten et al (2001) obtiveram um alto teor de polissacariacutedeos de 2841 nas

ceacutelulas de S platensis cultivadas em meio complexo quando exposta a intensidade

luminosa de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 Esse alto valor poderia ter sido devido a

dois fatores simultacircneos deficiecircncia de nitrogecircnio e alta intensidade luminosa

Desse modo no presente trabalho natildeo houve deficiecircncia de nitrogecircnio nos cultivos

no entanto a aacuterea iluminada no fotobioreator tubular usado no presente trabalho eacute

maior quando comparada com os cultivos em bench raceway utilizados por Olguiacuten et

al (2001) e esse aumento pode ter favorecido a obtenccedilatildeo dos altos teores de

carboidratos

Tomaselli et al (1997) observaram uma reduccedilatildeo no teor de carboidrato nas

ceacutelulas de A maacutexima de 282 mgg-1 (28) para 180 mgg-1 (18) quando a

intensidade luminosa reduziu de 144 μmol de foacutetons mminus2 sminus1 para 25 μmol de foacutetons

mminus2 sminus1 A capacidade dos microganismos fototroacuteficos em estocar na forma de

carboidratos o excesso do carbono fixado durante a aclimataccedilatildeo a altas intensidades

luminosas e mobilizar esse esqueleto carbocircnico para a siacutentese de proteiacutena

representa um requisito importante para a sobrevivecircncia

141

Tabela 42 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de carboidratos na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

107 1 107 268 0118

Fonte de Nitrogecircnio

004 1 004 000 0974

Intensiade luminosa

48 2 24 059 0562

Resiacuteduos 763 19 40

total 918 23

A partir dos estudos relatados previamente na literatura mostram que o teor de

carboidrato eacute 12 a 16 nas ceacutelulas de Arthrospira platensis cultivadas em meio

sinteacutetico e em condiccedilotildees fotoautotroacuteficas sem condiccedilotildees de stress como alta

salinidade alta intensidade luminosa deficiecircncia em nitrogecircnio (COGNO et al

2003 VONSHAK 1997) Carlozzi e Pinzani (2005) relataram que as ceacutelulas de

Artrospira platensis foram estimuladas para sintetizar carboidratos durante o dia e

estes foram consumidos para permitir a siacutentese de proteiacutenas durante a noite De

acordo com Ma et al (1997) uma menor taxa na siacutentese de proteiacutena eacute observado a

altas irradiaccedilotildees comparando com a siacutentese de carboidrato Isto pode conduzir a

um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas sem um concomitante aumento na siacutentese

de proteiacutena Tem sido sugerido que o carbono a partir dos poliacutemeros de carboidratos

estocados pode ser transferido para formaccedilatildeo de proteiacutenas durante a noite (Ma et

al 1997) No entanto como no presente trabalho natildeo houve fotoperiacuteodo de fase

claroescuro propiciou a um acuacutemulo de carboidrato nas ceacutelulas e a reduziu a

concentraccedilatildeo de proteiacutenas Adicionalmente Torzillo et al (1991) relataram que as

ceacutelulas de Spirulina expostas a altas irradiacircncais direcionam a biomassa a sintetizar

carboidratos na qual pode ser usado como um reservatoacuterio do poder redutor e a

uma reduccedilatildeo na siacutentese de proteiacutenas

Como podemos observar na anaacutelise de variacircncia (Tabela 43) o teor de cinzas

natildeo foi influenciado pelas variaacuteveis estudadas atingindo valores que variaram de

428 plusmn 004 a 583 plusmn 002 Esses valores estatildeo de acordo com os valores obtidos

por Miao (2005) que obtiveram um teor de cinzas de 636 plusmn 005 em cultivos

autotroacuteficos e 593 plusmn 004 em cultivos heterotroacuteficos de Chlorella protothecoides

Similarmente Tokusoglu e Uumlnal (2003) observaram um conteuacutedo de cinzas em trecircs

142

diferentes cepas de Spirulina denominada de 1 2 e 3 foram de 743 751 and

1038 respectivamente A microalga marinha Isochrisis obteve o maior conteuacutedo

de cinzas (1608)

Tabela 43 - Anaacutelise de variacircncia para o teor de cinzas na biomassa seca final

efeitos Soma dos quadrados

Nuacutemero de grau de

liberdade

Media dos quadrados

Teste F Niacutevel de

significacircncia

Fonte de CO2

068 1 069 18 0192

Fonte de Nitrogecircnio

058 1 058 152 0232

Intensiade luminosa

112 2 056 147 0255

Resiacuteduos 723 19 038

total 962 23

Jimeacutenez et al (2003) encontraram um alto teor de cinzas no cultivo de S

platensis aproximadamente 20 (valores tiacutepicos satildeo de 5ndash7) esse alto valor pode

ser explicado pelo fato de que a alga obtida a partir do filtro foi introduzida

diretamente spray drier sem passar pelo processo de lavagem Como o meio de

crescimento eacute altamente enriquecido com bicarbonato a lavagem eacute necessaacuteria para

eliminaacute-los Esse processo normalmente reduz o conteuacutedo de cinzas

No presente trabalho a composiccedilatildeo do meio de cultura foi mantido em todas as

condiccedilotildees experimentais com modificaccedilatildeo apenas da fonte de nitrogecircnio de nitrato

de soacutedio para ureacuteia em alguns experimentos Adicionalmente a biomassa passou

por um processo de lavagem antes da etapa de secagem que removeu os sais

adsorvidos nas ceacutelulas Portanto isso favoreceu a manutenccedilatildeo no teor de cinzas na

biomassa seca Canizares et al (2004) obtiveram elevados teores de cinzas (14)

na biomassa de Spirulina maacutexima utilizando 50 de efluente suiacuteno no meio de

cultura Isso foi atribuiacutedo ao elevado quantidade de partiacuteculas minerais presente no

meio

143

66 Avaliaccedilatildeo dos paracircmetros bioenergeacuteticos

Foram avaliados os paracircmetros bioenergeacuteticos da A platensis durante os

cultivos avaliando os andamentos em funccedilatildeo do tempo dos paracircmetros energia de

Gibbs dissipada para o crescimento e manutenccedilatildeo celular (1YGX) das produccedilotildees

molares de O2 consumo de H+ e nuacutemero de foacutetons para sustentar o crescimento

fotoautotroacutefico Foi avaliada a eficiecircncia da fotossiacutentese em A platensis calculando-

se a energia molar de Gibbs absorvida da luz para produzir um C-mol de biomassa

a partir do correspondente nuacutemero de Einsteins absorvidos e da energia meacutedia

molar dos foacutetons

A energia de Gibbs dissipada por unidade da biomassa (1YGX kJ por C-mol X)

foi calculada pela Equaccedilatildeo 6 como descrita no item 45 A equaccedilatildeo mostra que na

dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs estatildeo inclusos tanto a manutenccedilatildeo como o

crescimento celular A energia de Gibbs eacute utilizada tambeacutem para a manutenccedilatildeo das

funccedilotildees celulares como reposiccedilatildeo dos gradientes que faltam degradaccedilatildeo proteiacutenas

Esta energia de Gibbs eacute produzida pelo catabolismo de certas quantidades de

doadores de eleacutetrons (substratos)

No Graacutefico 26 ilustra o comportamento da dissipaccedilatildeo da energia de Gibbs para

o crescimento e manutenccedilatildeo celular 1YGX em relaccedilatildeo ao tempo Como regra geral

esse paracircmetro bioenergeacutetico aumentou com o tempo em todas as condiccedilotildees

testadas como resultado do crescente niacutevel de biomassa que foi responsaacutevel por

diminuir a velocidade especiacutefica de crescimento Um aumento na intensidade

luminosa ateacute 120 mol de foacutetons m-2 s-1 favoreceu o crescimento de ceacutelulas por

causa de fotolimitaccedilatildeo com isso as exigecircncias de energia aumentaram

notavelmente no periacuteodo de tempo mais curto Por outro lado nenhum (ureacuteia) ou

muito pouco (nitrato) aumento de 1YGX foram observados na faixa da intensidade

luminosa de 120-240 mol de foacutetons m-2 s-1 por causa da obtenccedilatildeo das condiccedilotildees

de saturaccedilatildeo de luz Esse comportamento tambeacutem eacute consistente com os menores

valores de 1YGX previamente observados em tanques abertos (TORRE et al 2003)

o que permitiu um menor crescimento devido ao efeito de sombreamento (DANESI

et al 2004)

144

Graacutefico 26 Energia de Gibbs de dissipaccedilatildeo durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (siacutembolo aberto) ureacuteia (siacutembolo fechado)

Com os dados da composiccedilatildeo elementar da biomassa seca obtida no final de

cada experimento foram calculados os coeficientes atocircmicos para os elementos C

N H O S principais elementos que constituem a composiccedilatildeo elementar da

biomassa Determinado o coeficiente atocircmico dos elementos C H O N S (descrito

no item 4653) e conhecendo-se os graus de reduccedilatildeo desses elementos (C = 4 H

=1 O = -2 S = 6 N-NH4+ = -3 ou N-NO3

- = 5) de acordo com os iacuteons nas quais satildeo

inseridos na biomassa (HCO3- H2O H+ O2 NH4

+ e SO4-2) foi possiacutevel calcular o

grau de reduccedilatildeo da biomassa (descrito no item 4654 Tabela 44) bem como os

coeficientes estequiomeacutetricos para balanccedilos de carbono nitrogecircnio oxigecircnio

enxofre carga iocircnica e poder de reduccedilatildeo para a produccedilatildeo fotoautotroacutefica de 1 mol

de carbono (C-mol) de biomassa seca usando NaNO3 e ureacuteia como fonte de

nitrogecircnio de acordo com Heijnen (2001) em cada condiccedilatildeo estudada de acordo

com a aplicaccedilatildeo do princiacutepio de conservaccedilatildeo

O crescimento autotroacutefico pode ser representado por uma equaccedilatildeo de

balanccedilo de massa global onde as fontes de nitrogecircnio (NO3- ou NH4

+) e carbono

(HCO3-) H2O e H+ estatildeo envolvidas para a formaccedilatildeo de 1 C-mol de biomassa

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

145

a HCO3- + b NO3

- (or NH4+) + c H2O + d O2 + e H+ + f SO4

-2 +

CH1650O0531N0170S00007 = 0 (11)

Para esse propoacutesito foi usada a composiccedilatildeo elementar descrita por Cornet et

al (1992) (Equaccedilatildeo 11) ou a composiccedilatildeo elementar determinada

experimentalmente como descrita no item Materiais e meacutetodos

Os coeficientes estequiomeacutetricos foram estimados atraveacutes dos balanccedilos de

materiais de carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da

biomassa usados para a formaccedilatildeo da biomassa Os principais iacuteons envolvidos na

formaccedilatildeo da biomassa e seus respectivos coeficientes estequiomeacutetricos estatildeo

descritos na Tabela 44

Como pode ser observado o grau de reduccedilatildeo da biomassa (γX) calculado no

modelo da composiccedilatildeo da biomassa determinado experimentalmente neste trabalho foi

sempre um pouco maior com o nitrato (489 ndash 519) do que com ureacuteia (399 ndash 432)

como esperado pelo maior nuacutemero de oxidaccedilatildeo do nitrato (HEIJNEN 2001)

Tabela 44 - Coeficientes estequiomeacutetricos estimados atraveacutes dos balanccedilos de materiais de

carbono nitrogecircnio oxigecircnio enxofre carga e grau de reduccedilatildeo da biomassa cultivada em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando nitrato ou ureacuteia como fontes de nitrogecircnio

HCO3- NO3

- NH4+ H2O O2 H+ SO4

-2 Biomassa

Δgf‟i

(kJ mol-1) -5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Coeficiente estequiomeacutetrico (mol C-molDM-1)

testes Ia a b b C d e f γX b

1 c 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 58

1 d 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

2 d 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

3 d 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

4 d 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

5 d 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

6 d 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432 a Intensidade luminosa (μmol m

-2 s

-1)

b Grau de reduccedilao da biomassa

c Composiccedilatildeo elementar da biomassa descrita por Cornet et al (1992)

d Composiccedilatildeo elementar da biomassa determinada experimentalmente

146

Estimando os coeficientes estequiomeacutetricos da reaccedilatildeo 11 e conhecendo a

energia de Gibbs de formaccedilatildeo de produtos e reagentes (Tabela 44) (HEIJNEN

2001) eacute possiacutevel calcular o numero de moles de foacutetons (Einsteins) para sustentar o

crescimento autotroacutefico de 1 C-mol de biomassa (nPh) pela Equaccedilatildeo 8 (item 45)

Embora os valores reais de Δgfi deveriam ter sido utilizados para este caacutelculo

foram utilizados os valores das condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo Torre et al (2003)

demostraram que as diferenccedilas entre a energia de Gibbs de formaccedilatildeo nas

condiccedilotildees reais de cultivo natildeo diferem entre si ou diferem natildeo mais que 3 apartir

de seus respectivos valores estimados com base nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

(T = 2984K C = 10M pH = 70) Por isso foram utilizados os valores de energia de

Gibbs nas condiccedilotildees bioloacutegicas padratildeo

No entanto para o iacuteon H+ a energia de Gibbs de formaccedilatildeo (ΔgfH+) eacute por

definiccedilatildeo uma funccedilatildeo da cultura do pH Assim esse paracircmetro foi recalculado para

as condiccedilotildees reais da equaccedilatildeo de Gibbs

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg (Equaccedilatildeo 12)

Durante as reaccedilotildees luminosas da fotossiacutentese a energia livre carregada

pelos foacutetons eacute capturada por pigmentos (por exemplo a clorofila) organizadas em

grandes complexos de proteiacutenas chamado de centros de reaccedilatildeo A energia de um

foacuteton provoca excitaccedilatildeo eletrocircnica elevando um eleacutetron para um niacutevel maior de

energia exatamente igual agrave energia do foacuteton (hν) Satildeo exigidos um miacutenio de 8 foacutetons

para transferir 4 eleacutetrons de 2 moleacuteculas de H2O para reduzir a 2 moleacuteculas de

NADPH2 de acordo com a equaccedilatildeo

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2H+ (Reaccedilatildeo 12)

Subsequentemente os eleacutetrons satildeo transferidos do NADPH para o CO2

atraveacutes do ciclo de Calvin para produzir os constituintes da biomassa (RAVEN et al

2000)

Como mostrado na Graacutefico 27 a diminuiccedilatildeo progressiva da velocidade

especiacutefica de crescimento () ao longo do cultivo provocou um aumento (em valor

absoluto) no nuacutemero de Einsteins absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa

147

(nPh) Nos maiores valores de quase atingiu o valor teoacuterico de nPh relatado por

Richmond (1983) para sustentar o crescimento sob condiccedilotildees ideais que eacute de 8

Einsteins por C-mol de biomassa

Como jaacute foi observado em trabalho anterior (TORRE et al 2003) a exigecircncia

de energia adicional em relaccedilatildeo agrave situaccedilatildeo ideal de 8 Einsteins C-mol DM-1 foi

insignificante no iniacutecio dos cultivos (alta velocidade especiacutefica de crescimento) e em

seguida aumentou consideravelmente durante a fase estacionaacuteria de cada

experimento sugerindo que em condiccedilotildees provavelmente limitada pelo

sombreamento a biomassa usa a energia preferencialmente para a manutenccedilatildeo

do que para o crescimento Em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de luz (no iniacutecio) ou de

sombreamento (na fase estacionaacuteria) um aumento progressivo da intensidade de

luz natildeo excedeu qualquer influecircncia significativa sobre este paracircmetro

Graacutefico 27 Influecircncia da velocidade especiacutefica de crescimento da A platensis sobre

o nuacutemero de moles de foacutetons absorvido para produzir 1 C-mol de biomassa em

diferentes condiccedilotildees de cultivo () Composiccedilatildeo elementar da biomass descrita por

Cornet et al (1992) PPFD = 60 μmol de foacutetons m-2 s-1 Composiccedilatildeo elementar da

biomass determinada experimentalmente PPFD (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60

() 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (siacutembolos abertos) ureacuteia

(siacutembolos fechados)

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mol

DM

-1)

(dias -1)

148

Como mostrado no Graacutefico 27 as culturas com nitrato necessitam de maiores

valores de nPh para sustentar o crescimento autotroacutefico em relaccedilatildeo agraves culturas

utilizando ureacuteia Como as concentraccedilotildees celulares dos cultivos utilizando nitrato ou

ureacuteia foram semelhante em todas as intensidades luminosas (Item 61) a exigecircncia

adicional foacuteton nos cultivos com nitrato foi provavelmente utilizado para reduzir o

nitrato a amocircnio (HATORI MYERS 1966) que eacute a forma preferencial de nitrogecircnio

assimilado pela A platensis (BOUSSIBA et al 1984) Este efeito tambeacutem foi

observada por Torre et al (2003) em tanques abertos

Finalmente pode ser observado na mesma figura que o uso do modelo

bioenergeacutetico acima com os coeficientes relatados por Cornet et al (1992) para a

composiccedilatildeo da biomassa de A platensis (CHNOS) levou a resultados praticamente

coincidentes com aqueles obtidos utilizando as experimentais determinadas neste

trabalho Essa constataccedilatildeo demonstra que a composiccedilatildeo da biomassa tem um

impacto pouco significativo sobre os resultados de tal modelo bioenergeacutetico logo

poderia simplesmente ser usado como um instrumento geral assumindo os dados da

literatura sem a necessidade de qualquer determinaccedilatildeo da biomassa

No Graacutefico 28 mostra os comportamentos da produccedilatildeo molar de O2 e do

consumo de H+ durante os cultivos nas diferentes intensidades luminosas Essas

tendecircncias demonstram que as diferentes atividades de consumo e produccedilatildeo

seguem fielmente o crescimento celular O aumento progressivo desses paracircmetros

com a intensidade luminosa confirma que esta foi o fator limitante ao crescimento

nunca atingindo as condiccedilotildees de inibiccedilatildeo da luz Como esperado este

comportamento foi qualitativamente semelhante nas culturas utilizando nitrato como

fonte de nitrogecircnio

149

Graacutefico 28 Produccedilatildeo molar de O2 (siacutembolo fechado) e consumo de H+ (siacutembolo

aberto) em funccedilatildeo do tempo em diferentes condiccedilotildees de cultivo Intensidades

luminosas (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 () 120 () 240 Fonte de

nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como eacute conhecido a energia do fluxo de eleacutetrons entre o FSII e NADPH

direciona proacutetons atraveacutes da membrana plasmaacutetica criando uma forccedila motriz de

proacutetons que fornece energia para a siacutentese de ATP pela ATP sintase (LEHNINGER

2004) Portanto assumiu-se que uma parte da energia molar de Gibbs absorvida

pelos dois fotossistemas foi usada para converter ADP em ATP Como mostrado no

Graacutefico 29 os maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram obtidos no final do cultivo

devido a condiccedilotildees ambientais desfavoraacuteveis como a falta de nutrientes ou

liberaccedilatildeo de metaboacutelitos celulares No que se refere agrave intensidade luminosa os

maiores valores de ΔGa e ΔGATP foram observados nas culturas a intensidades

luminosas iguais e maiores que 120 μmol de foacutetons m-2 s-1 que garantiu a maior

concentraccedilatildeo de ceacutelulas (Item 61) Os valores de ΔGa e ΔGATP natildeo aumentaram no

caso dos cultivos utilizando ureacuteia ou aumentou muito pouco no caso dos cultivos

utilizando nitrato na faixa de intensidade luminosa de 120 - 240 μmol de foacutetons m-2

s-1 devido agraves condiccedilotildees de saturaccedilatildeo de luz como mencionado anteriormente

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mo

lL

)

Tempo (dias)

150

Graacutefico 29 Energia total de Gibbs absorvida pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo

fechado) (ΔGa) e energia transformada em ATP (siacutembolo aberto) (ΔGATP) durante o

cultivo da A platensis intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 (

) 120 () 240 Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha tracejada) ureacuteia (linha

continua)

No Graacutefico 30 mostra os resultados da energia fixada pela fotossiacutentese (ΔH)

e a liberada como calor (Q) a diferentes condiccedilotildees de intensidades luminosas e

fontes de nitrogecircnio Pode ser visto que no final de cultivos tanto ΔH como Q

aumentaram com a intensidade luminosa Como eacute bem conhecido sob condiccedilotildees de

excesso de luz parte da energia absorvida eacute dissipada termicamente atraveacutes de um

mecanismo natildeo fotoquiacutemico (Non-Photochemical Quenching) (MOZZO et al 2008)

e uma quantidade significativa de energia livre eacute perdida como calor durante as

reaccedilotildees bioquiacutemicas entre a absorccedilatildeo luz e a formaccedilatildeo carboidratos (HAUSKA

ARNALD 2000) Esse resultado foi atribuiacutedo a um mecanismo fisioloacutegico para

proteger o aparelho fotossinteacutetico contra fotodestruiccedilatildeo (KARAPETYAN 2008

HEBER et al 2006) cuja funccedilatildeo eacute desempenhada pelos complexos antena do

aparato fotossinteacutetico que muda forma de captaccedilatildeo de luz para uma forma de

dissipaccedilatildeo teacutermica eficiente (MOZZO et al 2008)

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

0 2 4 6 8 10 12

G

AT

P (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Tempo (dias)

151

Graacutefico 30 Energia fixada pelo aparato fotossinteacutetico (siacutembolo fechado) (ΔH) e

energia liberada como calor (siacutembolo aberto) (Q) durante o cultivo de A platensis

intensidade luminosa (μmol de foacutetons m-2 s-1) () 60 ( ) 120 () 240

Fonte de nitrogecircnio nitrato (linha rachurada) ureacuteia (linha contiacutenua)

Como era esperado pelo fato de que tanto a siacutentese de ATP como a formaccedilatildeo

de NADPH satildeo resultantes do mesmo complexo fotossinteacutetico o comportamento do

ΔH foi bastante semelhante ao observado para o ΔGATP

No Graacutefico 31 mostra a distribuiccedilatildeo percentual da energia luminosa absorvida

em funccedilatildeo do tempo nos cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 escolhidos como

exemplo Resultados qualitativamente semelhantes foram observados nos cultivos a

maiores intensidades luminosos (dados natildeo mostrados) Os cultivos com ureacuteia

apresentaram maiores valores de ηATP e ηF e menores valores de ηQ quando

comparado aos cultivos usando nitrato Isso pode ser explicado pelo fato de um

maior requerimento energeacutetico para a reduccedilatildeo de nitrato de amocircnia Aleacutem disso em

todos os experimentos a fraccedilatildeo de energia armazenada como ATP (ηATP) e a fixada

pelos sistemas (ηF) diminuiram ao longo do tempo enquanto que o liberado em

forma de calor (ηQ) aumentou

-2000

0

2000

4000

6000

8000

0 2 4 6 8 10

-H

Q

(k

J C

-mo

l D

M -1

)

Tempo (dias)

152

Graacutefico 31 Porcentagem na distribuiccedilatildeo da energia luminosa absorvida durante o

cultivo de A platensis usando nitrato (siacutembolo fechado) e ureacuteia (siacutembolo aberto)

como fonte de nitrogecircnio Energia fixada pelos fotossistemas () energia

transformada em ATP () energia liberada como calor ( )

Os maiores valores ηATP e ηF foram por volta de 12 e 23-27 nas culturas

com nitrato e 15 e 31-34 em culturas com ureacuteia respectivamente Nos cultivos a

maiores intensidades luminosas (120 e 240 μmol de foacutetons mndash2 sndash1) os valores de ηF

diminuem mais acentuadamente que os cultivos a 60 μmol de foacutetons mndash2 sndash1 devido

agrave maior concentraccedilatildeo de ceacutelulas (item 61) que reduziu a disponibilidade de luz para

a ceacutelula (efeito de sombreamento) A disponibilidade de nutrientes eacute outro importante

fator ambiental influenciando a composiccedilatildeo do aparato fotossinteacutetico de

cianobacteacuterias Murakami et al (1997) tecircm mostrado que as respostas ao CO2 Na+

e estresse pela luz em Synechocystis sp provocam alteraccedilotildees no estado redox de

componentes entre os sistemas de transporte de eleacutetrons Da mesma forma a

diminuiccedilatildeo na disponibilidade de alguns nutrientes no final do cultivo de A platensis

pode ter contribuiacutedo para diminuir os valores de ηF Como esperado ηQ mostraram

um comportamento oposto aumentando progressivamente a partir dos valores

miacutenimos (60-66 com nitrato e 49-54 com ureacuteia) no iniacutecio do cultivo e cerca de

90 no final Isto significa que no final do cultivo da maior parte da energia

absorvida foi liberada como calor

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h (

)

Tempo (dias)

153

67 Comparaccedilatildeo entre os fotobiorreatores de diferentes configuraccedilotildees

Apoacutes a escolha da melhor condiccedilatildeo do cultivo de A platensis em

fotobiorreator tubular horizontal utilizando CO2 de cilindro foram realizados

experimentos nas mesmas condiccedilotildees em fotobiorreator tubular espiralado para

avaliar o comportamento celular em duas diferentes configuraccedilotildees de

fotobiorreatores tubulares Luo et al (2003) tem mostrado que a configuraccedilatildeo de

cada reator eacute um dos principais fatores que controlam a produtividade do cultivo

fotossinteacutetico Por isso foram comparadas as curvas de crescimento A platensis

duas diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares uma horizonal (Figura

7) e outra espiralada (Figura 8)

Como observado no Graacutefico 32 os crescimentos celulares da A platensis nos

diferentes fotobiorreatores foram semelhantes obtendo valores de concentraccedilotildees

celulares diaacuterias proacuteximas Isso pode ser explicado pela semelhanccedila nas condiccedilotildees

fiacutesicas entre os fotobiorreatores tais como diacircmetro interno do tubo velocidade de

escoamento do liacutequido bem como as condiccedilotildees de cultivos como a intensidade

luminosa temperatura meio de cultivo que foram mantidas as mais semelhantes

possiacuteveis

Graacutefico 32 Concentraccedilatildeo celular nas duas diferentes configuraccedilotildees dos

fotobiorreatores tubulares ( ) horizontal e ( loz ) espiralado

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Tempo (dias)

X (

mg

L-1)

154

7 Conclusotildees

Os paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima (Xm) e produtividade em ceacutelulas

(Px) foram influenciados pela variaacutevel independente intensidade luminosa (I)

obtendo maiores valores quando submetidos a maiores intensidades luminosas Por

outro lado a variaacutevel independente fonte de nitrogecircnio (N) natildeo influenciou nesses

paracircmetros mostrando a viabilidade na substituiccedilatildeo do nitrato pela ureacuteia nos cultivos

de Artrhospira platensis

A variaacutevel independente intensidade luminosa natildeo influenciou no paracircmetro

fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas (YXN) No entanto para variaacutevel

independente fonte de nitrogecircnio os cultivos utilizando ureacuteia apresentaram maiores

valores de YXN quando comparados aos cultivos com nitrato As diferentes fontes de

CO2 natildeo influenciaram nos paracircmetros analisados Xm Px e YXN Logo o CO2

juntamente com os volaacuteteis orgacircnicos liberados durante a fermentaccedilatildeo alcooacutelica

pode ser utilizado para o cultivo da A plantesis sem interferir no crescimento celular

Na composiccedilatildeo centesimal da biomassa pode-se observar que intensidade

luminosa influenciou nos teores de clorofila proteiacutenas e lipiacutedios obtendo maiores

valores de clorofila e proteiacutena nos cultivos a baixa intensidade luminosa enquanto

que nessas condiccedilotildees foram obtidos menores teores de lipiacutedios A fonte de

nitrogecircnio influenciou apenas no teor de clorofila obtendo maiores valores utilizando

nitrato como fonte de nitrogecircnio A fonte de CO2 natildeo influenciou na composiccedilatildeo da

biomassa Nenhuma das variaacuteveis independentes estudadas influenciou nos teores

de cinzas e carboidratos na biomassa final

Os resultados tambeacutem indicaram que todas as variaacuteveis independentes tiveram

uma certa influecircncia nos paracircmetros de bioenergeacutetica A dissipaccedilatildeo de energia de

Gibbs aumento com o tempo em todas as condiccedilotildees analisadas obtendo os maiores

valores em tempos mais curtos nos cultivos a 120-240 μmol de foacutetons m-2 s-1

independentemente da fonte de nitrogecircnio selecionado O nuacutemero de moles de

foacutetons absorvidos pelas ceacutelulas para produzir um C-mol de biomassa foi maior nas

culturas com nitrato independentemente da intensidade luminosa Os maiores

valores de produccedilatildeo molar de O2 e do consumo de H+ foram obtidos com os valores

mais elevados de intensidade luminosa utilizando nitrato As fraccedilotildees da energia

direcionada para a siacutentese de ATP fixada pela ceacutelula foram superiores em culturas

com ureacuteia quando comparadas com as culturas com nitrato que se revelou uma

fonte de nitrogecircnio capaz de sustentar o crescimento energicamente da A platensis

155

As diferentes configuraccedilotildees dos fotobiorreatores tubulares natildeo influenciaram

nas concentraccedilotildees celulares indicando que o formato do tubo que forma o

fotobiorreator seja horizontal ou espiralado natildeo interferem no crescimento da A

platensis

Com isso pode-se concluir que a intensidade luminosa eacute uma importante

variaacutevel que influencia nos paracircmetros concentraccedilatildeo celular maacutexima produtividade

celular fator de conversatildeo de nitrogecircnio em ceacutelulas bioenergeacuteticos e na

composiccedilatildeo quiacutemica da A platensis e que o emprego do CO2 proveniente da

fermentaccedilatildeo alcooacutelica juntamente com a ureacuteia como fonte de nitrogecircnio pode ser

uma alternativa viaacutevel para o cultivo de A platensis em escala industrial

proporcionando uma reduccedilatildeo no custo de produccedilatildeo

156

8 Referecircncias bibliograacuteficas

ABELIOVICH A AZOV D Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds Applied and Environmental Microbiology v31 p801ndash806 1976

ACIEacuteN FERNANDEZ FG FERNANDEZ SEVILLA JM SANCHEZ PEREZ JA MOLINA GRIMA E CHISTI Y Airlift-driven external-loop tubular photobioreactors for outdoor production of microalgae assessment of design and performance Chemical Engineering Science v56 p2721-2732 2001

ADIR N ZER H SHOCHAT S OHAD I Photoinhibition a historical perspective Photosynthesis Research v76 p343ndash370 2003

AKIMOTO M OHARA T OHTAGUCHI K KOIDE K Carbon dioxide fixation and α-linolenic acid production by the hot-spring alga Cyanidium caldarium Journal of Chemical Engineering of Japan v27 n3 p329-333 1994

ANDRADE MR COSTA JAV Mixotrophic cultivation of microalga Spirulina platensis using molasses as organic substrate Aquaculture v264 p30ndash13 2007

ANDREOLI C SOUZA SP Cana-de-acuacutecar a melhor alternativa para conversatildeo da energia solar e foacutessil em etanol Economia e Energia ano X n59 dez2006jan2007 Disponiacutevel em httpecencomeee59eee59pcana_melhor_conversorlhtm Acesso em 03 Mar 2010

ASSOCIATION OF OFFICIAL OF ANALYTICAL CHEMISTS Official methods of analysis of AOAC International 16ed Arlington AOAC International 1998

AQUARONE E Penicillin and tetracycline as contamination control agents in alcoholic fermentation of sugbar cane molasses Applied Microbiology v8 p263-268 1960

BABADZHANOV AS ABDUSAMATOVA N YUSUPOVA FM FAIZULLAEVA N MEZHLUMYAN LG MALIKOVA MK Chemical composition of Spirulina platensis cultivated in Uzbekistan Chemistry of Natural Compounds v40 p276-279 2004

BANERJEE A SHARMA R CHISTI Y BANERJEE UC Botryococcus braunii a renewable source of hydrocarbons and other chemicals Critical Reviews in Biotechnology v22 p245-279 2002

BARBER J Photosystem II an enzyme of global significance Biochemical Society Transactions v34 p619-631 2006

BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Processos de fermentaccedilatildeo alcooacutelica e alguns fatores que afetam o desempenho fermentativo In AMORIM HV Processos de produccedilatildeo de aacutelcool controle e monitoramento 2ed Piracicaba FEALQFERMENTECESALQUSP 1996 103p

BASSO LC AMORIM HV OLIVEIRA AJ LOPES ML Yeast selection for fuel ethanol production in Brazil FEMS Yeast Research v8 n7 p1155ndash1163 2008

157

BECKER EW Microalgae biotechnology and microbiology Cambridge New York Cambridge University Press 1995 293p (Cambridge studies in biotechnology 10)

BELAY A The potential application of Spirulina (Arthrospira) as a nutritional and therapeutic supplement in health management Journal of the American Nutraceutical Association v5 n2 p26-49 2002

BELAY A OTA Y Production of high quality Spirulina at earthrise farms In PHANG SM BOROWITZKA MA WHITON B eds Algal biotechnology in the Asia-Pacific region Kuala Lumpur University of Malaysia 1994 p92-102

BELAY A OTA Y MIYAKAWA K SHIMAMATSU H Current knowledge on potential health benefits of Spirulina Journal of Applied Phycology v5 n2 p235-241 1993

BELKIN S BOUSSIBA S High internal pH conveys ammonia resistance in Spirulina platensis Bioresource Technology v38 n23 p167-169 1991a

BELKIN S BOUSSIBA S Resistance of Spirulina platensis to ammonia at high pH values Plant and Cell Physiology v3 p952-958 1991b

BERMAN T CHAVA S Algal growth on organic compounds as nitrogen sources Journal of Plankton Research v21 n8 1423-1437 1999

BERRY S BOLYCHEVTSEVA YV ROGNER M KARAPETYAN NV Photosynthetic and respiratory electron transport in the alkaliphilic cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis Photosynthesis Research v78 p67ndash76 2003

BEZERRA RP MATSUDO MC CONVERTI A SATO S CARVALHO JCM Influence of the ammonium chloride feeding time and the light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Biotechnology and Bioengineering v100 p297-305 2008

BINAGHI L DEL BORGHI A LODI A CONVERTI A DEL BORGHI M Batch and fed-batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochemistry v38 p1341-1346 2003

BOROWITZKA MA Microalgae as sources of fine chemicals Current Microbiology v3 p372-375 1986

BOROWITZKA MA Commercial production of microalgae ponds tanks tubes and fermenters Journal of Biotechnology v70 p313ndash321 1999

BORZANI W Fermentaccedilatildeo semicontiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coords Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p219-222

BOUSSIBA S Ammonia uptake in the Alkalophilic Cyanobacterium Spirulina platensis Plant and Cell Physiology v30 n2 p303-308 1989

BOUSSIBA S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and

158

environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p36-72

BOUSSIBA S RESCH CM GIBSON J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria Archives of Microbiology v138 p287-392 1984

BRODY M BRODY SS Induced changes in the photosynthetic efficiency of Porphyridium cruentum II Archives of Biochemistry and Biophysics v96 p354-359 1962

CACHOT T MUumlLLER M PONS M Kinetics of volatile metabolites during alcoholic fermentation of cane molasses by Sacchamoryces cerevisiae Applied Microbiology and Biotechnology v35 p345-454 1991

CAMACHO RUBIO F ACIEacuteN FERNANDEZ FG SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F MOLINA GRIMA E Prediction of dissolved oxygen and carbon dioxide concentration profiles in tubular photobioreactors for microalgal culture Biotechnology and Bioengineering v62 p71-86 1999

CANtildeIZARES-VILLANUEVA RO DOMIacuteNGUEZ AR CRUZ MS RIacuteOS-LEAL E Chemical composition of cianobacteria grown in diluted aerated swine wastewater Bioresource Technology v51 p111-116 1995

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors of photoautotrophs Biotechnology and Bioengineering v51 p51-60 1996

CARLOZZI P Dilution of solar radiation through ldquoCulturerdquo lamination in photobioreactor rows facing SouthndashNorth a way to improve the efficiency of light utilization by Cyanobacteria (Arthrospira platensis) Biotechnology and Bioengineering v81 n3 p305-315 2003

CARLOZZI P Hydrodynamic aspects and Arthrospira growth in two outdoor tubular undulating row photobioreactors Applied Microbiology and Biotechnology v54 p14-22 2000

CARLOZZI P PINZANI E Growth characteristics of arthrospira platensis cultured inside a new close-coil photobioreactor incorporating a mandrel to control culture temperature Biotchnology and Bioengineering v90 n6 p675-684 2005

CARLOZZI P TORZILLO G Productivity of Spirulina in a strongly curved outdoor tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v45 n12 p18-23 1996

CARRIERI D ANANYEV G BROWN T DISMUKES GC In vivo bicarbonate requirement for water oxidation by Photosystem II in the hypercarbonate-requiring cyanobacterium Arthrospira maxima Journal of Inorganic Biochemistry v101 n1112 p1865ndash1874 2007

CARVAJAL N FERNANDEZ M RODRIGEZ JP DONOSO M Urease of Spirulina maxima Phytochemistry v21 p2821-2823 1982

159

CARVALHO JCM Contribuiccedilatildeo ao estudo dos processos descontiacutenuo alimentado de fermentaccedilatildeo alcooacutelica Satildeo Paulo 1994 334p Tese de Doutorado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

CARVALHO JCM SATO S Fermentaccedilatildeo descontiacutenua alimentada In BORZANI W SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 v2 p205-218

CARVALHO JCM FRANCISCO FR ALMEIDA KA SATO S CONVERTI A Cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis (Cyanophyceae) by fed-batch addition of ammonium chloride at exponentially-increasing feeding rates Journal of Phycology v40 p589-597 2004

CARVALHO JCM VITOLO M SATO S AQUARONE E Ethanol production by Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch process optimization by response surface methodology Applied Biochemistry and Biotechnology v110 n3 p151-164 2003

CEROacuteN GARCIacuteA MC FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM ACIEacuteN FERNAacuteNDEZ FG MOLINA GRIMA E GARCIacuteA CAMACHO F Mixotrophic growth of Phaeodactylum tricornutum on glycerol growth rate and fatty acid profile Journal of Applied Phycology v12 n4 p239-248 2000

CEZARE EA Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de Spirulina platensis empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado Satildeo Paulo 1998 166p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas da Universidade de Satildeo Paulo

CHAMORRO G SALAZAR M ARAUJO KGL SANTOS CP CEBALLOS G CASTILLO LF Actualizacion en la farmacologiacutea de Spirulina (Arthrospira) un alimento no convencional Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v52 n3 p232-240 2002

CHANG EH YANG SS Microalgae for biofixation of carbon dioxide Botanical Bulletin of Academia Sinica v44 p43-52 2003

CHELF P BROWN LM WYMAN CE Aquatic biomass resources and carbon dioxide trapping Biomass and Bioenergy v4 p175ndash183 1993

FENG C High cell density culture of microalgae in heterotrophic growth Trends in Biotechnology v14 n11 p421-426 1996

CHEN T ZHENG W YANG F BAI Y WONG Y Mixotrophic culture of high selenium-enriched Spirulina platensis on acetate and the enhanced production of photosynthetic pigments Enzyme and Microbial Technology v39 p103ndash107 2006

CHISTI MY Airlift bioreactors London New York Elsevier Applied Science 1989 345p (Elsevier Applied Biotechnology Series)

160

CHISTI Y Biodiesel from microalgae Biotechnology Advances v25 n3 p294ndash306 2007 [Review]

CHITNIS PR Photosystem I Function and physiology Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v52 p593ndash626 2001

CHOI KH CHISTI Y MOO-YOUNG M Influence of the gas liquid separator design on hydrodynamic and mass transfer performance of split-channel airlift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v62 p327-332 1995

CHOJNACK K NOWORYTA A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme and Microbial Technology v34 p461ndash465 2004a

CHOJNACKA K MAacuteRQUEZ-ROCHA FJ Kinetic and stoichiometric relationships of the energy and carbon metabolism in the culture of microalgae Biotechnology v3 n1 p21-32 2004b

CIFERRI O Spirulina the edible microorganism Microbiological Reviews v47 n4 p551-578 1983

CIFERRI O TIBONI O The biochemistry and industrial potential of Spirulina Annual Review of Microbiology v39 n3 p503-526 1985

COGNE G LEHMANN B DUSSAP C GROS J Uptake of Macrominerals and trace elements by the Cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira platensis PCC 8005) under photoautotrophic conditions culture medium optimization Biotechnology and Bioengineering v81 n5 p588-593 2003

COLLIER JL BRAHAMSHA B PALENIK B The marine cyanobacterium Synechococcus sp WH7805 requires urease (urea amidohydrolase EC 3515) to utilize urea as a nitrogen source molecular-genetic and biochemical analysis of the enzyme Microbiology v145 447-459 1999

CONVERTI A LODI A DEL BORGHI A SOLISIO C Cultivation of Spirulina platensis in a combined airlift-tubular reactor system Biochemical Engineering Journal v32 p13ndash18 2006a

CONVERTI A SCAPAZZONI S LODI A CARVALHO JCM Ammonium and urea removal by Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v33 p8ndash16 2006b

CORNET JF DUSSAP CG CLUZEL P DUBERTRET G A structured model for simulation of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnology and Bioengineering v40 n7 p826ndash834 1992

CORONIL T LARA C GUERRERO MG Shift in carbon flow and stimulation of amino-acid turnover induced by nitrate and ammonium assimilation in Anacystis nidulans Planta v189 n3 p461-467 1993

161

COSTA JAV COZZA KL OLIVEIRA L MAGAGNIN G Different nitrogen sources and growth responses of Spirulina platensis in microenvironments World Journal of Microbiology amp Biotechnology v7 p439ndash442 2001

COSTA JAV COLLA ML DUARTE FILHO PF Improving Spirulina platensis biomass yield using a fed-batch process Bioresource Technology v92 n3 p237ndash241 2004

CYSEWSKI GR WILKE CR Process design and economic studies of alternetive fermentation methods for the production of ethanol Biotechnology and Bioengineering v20 p1421ndash1444 1978

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S An investigation of effect of replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v23 p261-269 2002

DANESI EDG RANGEL-YAGUI CO CARVALHO JCM SATO S Effect of reducing the light intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass and Bioenergy v26 p329-335 2004

DE BEER D STOODLEY P LEWANDOWSKI Z Liquid flow in heterogeneous biofilm Biotechnology and Bioengineering v44 p636-364 1994

DORN T Nitrogen source In University of Nebraska-Lincoln Disponiacutevel em httplancasterunleduagfactsheets288htm Acesso em 26 set 2007

ELOFF JN STEINITZ Y SHILO M Photooxidation of Cyanobacteria in natural conditions Applied and Environmental Microbiology v31 n1 p119-126 1976

ESTRADA JE BESCOS P VILLAR DEL FRESNO AM Antioxidant activity of different fractions de Spirulina plantesis protean extract Farmaco v56 p497-500 2001

FACCIOTTI MCR Fermentaccedilatildeo contiacutenua In SCHMIDELL NETTO W ALMEIDA-LIMA U AQUARONE E BORZANI W coord Biotecnologia industrial engenharia bioquiacutemica Satildeo Paulo Edgard Bluumlcher 2001 p223-246

FAINTUCH BL Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Satildeo Paulo 1989 192p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas ndash Universidade de Satildeo Paulo

FALCONE M MARQUES AB Estudo sobre as condiccedilotildees de hidroacutelise do HCl na dosagem de accediluacutecares redutores totais (ART) Tecnologia de Alimentos amp Bebidas v4 p24-30 1965

FERRAZ CAM Produccedilatildeo de Spirulina maxima influecircncia de ecofatores e uso de um sub produto da induacutestria alcooeira Revista de Microbiologia v17 n1 p70-74 1986

162

FLORES E HERRERO A Assimilatory nitrogen metabolism and its regulation In BRYANT DA ed The molecular biology of cyanobacteria Dordrecht Kluwer Academic Publishers 1994 p487ndash517

GANTT E Phycobilisomes Annual Review of Plant Physiology v32 p327ndash347 1981

GARRITY GM BOONE DR CASTENHOLZ RW eds Bergeyrsquos manual of systematic bacteriology the archaea and the deeply branching and phototrophic bacteria 2ed New York Springer 2001 v1 p540-543

GEIDER RJ MACINTYRE HL KANA TM Dynamic model of phytoplankton growth and acclimation responses of the balanced growth rate and the chlorophyll a carbon ratio to light nutrient-limitation and temperature Marine Ecolology Progress Series v148 p187-200 1997

GIOIELLI JA Modificaccedilatildeo Industrial de oacuteleos e gorduras Satildeo Paulo Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Tecnologia Bioquiacutemico-Farmacecircutica 1997 pag 253

GOLDEMBERG J Biomassa e energia Quiacutemica Nova v32 n3 p582-587 2009

GOLDEMBERG J Ethanol for a sustainable energy future Science v315 p808-2010 2007

GOMBOS Z WADA H MURATA N The Recovery of photosynthesis from low-temperature photoinhibition is accelerated by the unsaturation of membrane lipids a mechanism of chilling tolerance Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v91 p8787-8791 1994

GORDILLO FJL JIMEacuteNEZ C FIGUEROA FL XAVIER NIELL F Effects of increased atmospheric CO2 and N supply on photosynthesis growth and cell composition of the cyanobacterium Spirulina platensis (Arthrospira) Journal of Applied Phycology v10 p461ndash469 1999

GREGERSSEN L JORGENSEN SB Supervision of fed-batch fermentations Canadian Journal of Chemical Engineering v75 p69-76 1999

GRIFFITHS DJ Chlorophyll b-containing oxygenic photosynthetic prokaryotes oxychlorobacteria (prochlorophytes) Botanical Review v72 n4 p330ndash366 2006

GRUSZECKI WI WOJTOWICZ K KRUPA Z STRZALKA K A direct measurement of thermal energy dissipation in the photosynthetic apparatus during induction of fluorescence Journal of Photochemistry and Photobiology B Biology v22 p23ndash27 1994

GUERREIRO MA ANDRIETTA SR MAUGERI F Expert for design of an industrial fermentation plant for the production alcohol Journal of Chemical Technology and Biotechnology v68 p163-170 1997

GUERRERO MG LARA C Assimilation of inorganic nitrogen In FAY P VAN BAALEN C eds The cyanobacteria Amsterdam New York Elsevier 1987 p163ndash186

163

HANAGATA N TAKEUCHI T FUKUJU Y BARNES DJ KARUBE I Tolerance of microalgae to high CO2 and high temperature Phytochemistry v31 p3345-3348 1992

HATTORI A MYERS J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of Anabaena cylindrica I Reduction of nitrite to ammonia Plant Physiology v41 n6 p1031ndash1036 1966

HAUSKA G ARNALD M Energy transduction in the Z-sheme In YUNUS M MOHANTY P PATHRE U eds Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation London Taylor amp Francis 2000 p108-126

HEATHCOTE P JONES MR FYFE PK Type I photosynthetic reaction centres structure and function Philosophical Transactions of the Royal Society B Biological Sciences v358 p231ndash243 2003

HEBER U BILGER W SHUVALOV VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-oxidation Journal of Experimental Botany v57 n12 p2993ndash3006 2006

HEIJNEN JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic perspective In RATLEDGE C KRISTIANSEN B eds Basic biotechnology Cambridge Cambridge University Press 2001 p45ndash58

HENDRY GAF Chlorophylls and chlorophyll derivatives In HENDRY GAF HOUGHTON JD Natural food colorants 2ed London Blackil Academic and Professional 1996 p131-155

HENDRY GAF PRICE AH Stress indicators chlorophylls and carotenoids In HENDRY GAF GRIME JP eds Methods in comparative plant ecology London Chapman amp Hall 1993 p148-152

HERRERO A MURO-PASTOR AM FLORES E Nitrogen control in cyanobacteria Journal of Bacteriology v183 n2 p411ndash425 2001

HERRERO A FLORES E Nitrate metabolism RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p1ndash25

HILL J NELSON E TILMAN D POLASKY S TIFFANY D Environmental economic and energetic costs and benefits of biodiesel and ethanol biofuels Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v103 n30 p11206ndash11210 2006

HIRATA S TAYA M TONES S Continuous cultures of Spirulina platensis under photoautotrophic conditions with change in light intensity Journal of Chemical Engineering of Japan v31 n4 p636-639 1998

HOUMARD J Gene transcription in filamentous cyanobacteria Microbiology v140 p433-441 1994

164

HU Q GUTERMAN H RICHMOND A A flat inclined modular photobioreactor for outdoor mass cultivation from the cyanobacterium Synechococcus UTEX 625 after rapid quenching of the active CO2 transport system Canadian Journal of Botany v75 p981ndash997 1996

INGLEDEW WM Alcohol production by Saccharomyces cerevisiae a yeast primer in the alcohol textbook 3ed United Kingdom Nottingham University Press 1999 pag 49-87

INSTITUTO ADOLFO LUTZ Normas analiacuteticas do Instituto Adolfo Lutz meacutetodos quiacutemicos e fiacutesicos para anaacutelise de alimentos 3ed Satildeo Paulo IAL 1985 v1 226p

JANSSEN M TRAMPER J MUR LR WIJFFELS RH Enclosed outdoor photobioreactors light regime photosynthetic efficiency scale-up and future prospects Biotechnology and Bioengineering v81 n2 p193-210 2003

JEAMTON W Molecular cloning and characterization of the phycocyanin genes from Spirulina platensis C1 Thailand 1997 140p Thesis of Master - School of Bioresources and Technology - King Mongkut‟s Institute of Technology Thonburi

JHA P ALI A RAGHURAM N Nitrate-Induction of nitrate reductase and its inhibition by nitrite and ammonium ions in Spirulina platensis Physiology and Molecular Biology of Plants v13 n2 p163-167 2007

JIMENEZ C COSSO BR LABELLA D XAVIER NIELL F The feasibility of industrial production of Spirulina (Arthrospira) in Southern Spain Aquaculture v217 n1 p179-190 2003

JONES RP PAMMENT N GREENFIELD PF Alcohol fermentation by yeast the effect of environmental and other variable Process Biochemistry v16 n3 p42-49 1981

JOSLYN MA Alcoholometry In ______ ed Methods in food analysis physical chemical and instrumental methods of analysis New York Academic Press 1970 p451 (Food Science and Technology)

QIAN K BOROWITZKA MA Light and nitrogen deficiency effects on the growth and composition of Phaeodactylum tricornutum Applied Biochemistry and Biotechnology v38 n12 p93-103 1993

KANG R WANG J SHI D CONG W CAI Z OUYANG F Interactions between organic and inorganic carbon sources during mixotrophic cultivation of Synechococcus sp Biotechnology Letters v26 p1429ndash1432 2004

KAPLAN A REINHOLD L CO2 concentrating mechanisms in photosynthetic microorganisms Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v50 p539ndash570 1999

KARAPETYAN NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynthesis Research v97 n3 p195ndash204 2008

165

KHESHGI HS PRINCE RC Sequestration of fermentation CO2 from ethanol production Energy v30 p1865ndash1871 2005

KHOTIMCHENKO SV YAKOVLEVA IM Lipid composition of the red alga Tichocarpus crinitus exposed to different levels of photon irradiance Phytochemistry v66 p73ndash79 2005

KIM CJ JUNG YH OH HM Factors indicating culture status during cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis Journal of Microbiology v45 n2 p122-127 2007

KOBAYASHI M KAKIZONO T YAMAGUCHI K NISHIO N NAGAI S Growth and astaxanthin formation of Haematococcus pluvialis in heterotrophic and mixotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v74 p12-20 1992

KOCK JLF VENTER P SMITH DP VANWYK PWJ BOTES PJ COETZEE DJ POHL CH A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟ phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek v77 p401ndash406 2000

KOMMAREDDY AR ANDERSON GA Mechanistic modeling of a photobioreactor system In ASAE ANNUAL INTERNATIONAL MEETING Tampa 2005 Acta Saint Joseph American Society of Agricultural Engineers 2005 1 CD-ROM

KOSHIMIZU LH MELO CRUZ MR VALDEOLIVAS RI BUENO NETO CL RAMOS GONCcedilALVES AR ROMERO DE LA IGRESIA M BORZANI W Fermentaccedilatildeo alcooacutelica em uma uacutenica dorna em escala piloto Brasil Accedilucareiro v102 p14-21 1983

KUMAR DP MURTHY SDS Photoinhibition induced alterations in energy transfer process in phycobilisomes of PS II in the Cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Biochemistry and Molecular Biology v40 n5 p644-648 2007

LARA C GUERRERO MG Interactions between carbon and nitrogen metabolism In RAI AK ed Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology New York Springer-Verlag Vanarasi Narosa Publishing House 1997 p131-148

LAW EA BERNING JL Photosynthetic efficiency optimization studies with macroalga Gracilaria tikvihae implication for CO2 emission control from power plants Bioresource Technology v37 p25-33 1991

LAWS EA SATORU T HIRATA J PANG L Optimization of microalgae production in a shallow outdoor flume Biotechnology and Bioengineering v32 p140ndash147 1987

LEA PJ Nitrogen metabolism In LEA PJ LEEGOOD RC eds Plant biochemistry and molecular biology Chichester New York John Wiley 1993 cap7 p155-180

166

LEDUY A SAMSON R Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnology Letters v4 n5 p303-306 1982

LEDUY A ZAJIC JE A geometrical approach for differentiation of an experimental function at a point applied to growth and product formation Biotechnology and Bioengineering v25 p805ndash810 1973

LEDUY A THERIEN N An improved method for optical density measurement of the semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnology and Bioengineering v19 p1219-1224 1977

LEE YK Algal nutrition heterotrophic carbon nutrition In RICHMOND A ed Handbook of microalgal culture biotechnology and aplied phycology Oxford Blackwell Science 2004 p116-124

LEE YK Commercial production of microalgae in the Asia-Pacific rim Journal of Applied Phycology v9 p403-411 1997

LEE YK Microalgal mass culture systems and methods their limitation and potential Journal of Applied Phycology v13 p307-315 2001

LEHNINGER AL NELSON DL COX MM Principles of biochemistry 4ed New York W H Freeman 2004 1158 pag

LI DM QI YZ Spirulina industry in China present status and future prospects Journal of Applied Phycology v9 p25ndash28 1997

LI Y ZHANG J XIE J ZHAO J JIANG L Temperature-induced decoupling of phycobilisomes from reaction centers Biochimica et Biophysica Acta v1504 n23 p229-234 2001

LIANG S LIU X CHENG F CHEN Z Current microalgal health food R amp D activities in China Hydrobiologia v512 p45ndash48 2004

LIMA UA BASSO LC AMORIN HV Produccedilatildeo de etanol In LIMA VA AQUARONE E BORZANI W SCHIMIDELL N Biotecnologia industrial processos fermentativos e enzimaacuteticos Satildeo Paulo Eggard Bucher 2001 v3 p1-43

LIU X ZHAO J WU Q Oxidative stress and metal ions effects on the cores of phycobilisomes in Synechocystis sp PCC 6803 FEBS Letters v579 n21 p4571ndash4576 2005

LORENZ RT A review of Spirulina and Haematococcus algae meal as a carotenoid and vitamin supplement for poultry Sl Cyanotech Corporation 1999 (Spirulina Pacifica Technical Bulletin 53) Disponiacutevel em httpwwwclimatebabescomdocumentsAlgae20Spirulina20food20supplementpdf Acesso em 25 Mar 2010

167

LU C VONSHAK A Photoinhibition in outdoor Spirulina platensis cultures assessed by polyphasic chlorophyll fluorescence transients Journal of Applied Phycology v11 n4 p355-359 1999

LU C ZHANG J Role of light in the response of PSII photochemistry to salt stress in the cyanobacterium Spirulina platensis Journal of Experimental Botany v51 n346 p911-917 2000

LUO HP KEMOUN A AL-DAHHAN MH SEVILLA JMF SAacuteNCHEZ JLG CAMACHO FG GRIMA EM Analysis of photobioreactors for culturing high-value microalgae and cyanobacteria via an advanced diagnostic technique CARPT Chemical Engineering Science v58 p2519ndash2527 2003

MA X CHEN KW LEE YK Growth of Chlorella outdoors in a changing light environment Journal Applied Phycology v9 p425ndash430 1997

MACINTYRE HL KANA TM ANNING T GEIDER RJ Photoacclimation of photosynthesis irradiance response curves and photosynthetic pigments in microalgae and cyanobacteria Journal of Phycology v38 p17ndash38 2002

MAGALHAtildeES MMA Fermentaccedilatildeo alcooacutelica do mosto de melaccedilo influecircncia da adiccedilatildeo de fonte de nitrogecircnio ao mostro no teor de proteiacutena e levedura residual Satildeo Paulo 1978 85p Dissertaccedilatildeo de Mestrado ndash Engenharia Quiacutemica Escola Politeacutecnica ndash Universidade de Satildeo Paulo

MAMEDE MEO PASTORE GM Avaliaccedilatildeo da produccedilatildeo dos compostos majoratoacuterios da fermentaccedilatildeo de mosto de uva por leveduras isoladas da regiatildeo da ldquoSerra gauacutechardquo (RS) Ciecircncia e Tecnologia de Alimentos v24 n3 p453-458 2004

MANRIQUE REOL E Los pigmentos fotosinteacuteticos algo maacutes que la captacioacuten de luz Ecosistemas v12 n1 2003 Disponiacutevel em httpruauaesdspacebitstream1004589581ECO_1228129_08pdf Acesso em 7 agost 2009

MARQUES F Vias para avanccedilar como liacuteder do etanol Pesquisa FAPESP n149 Jul 2008 Disponiacutevel em httprevistapesquisafapespbrart=3574ampbd=1amppg=1 Acesso em 9 mar 2010

MARQUEZ FJ NISHIO N NAGAI S SASAKI K Enhancement of biomass and pigment production during growth of Spirulina platensis in mixotrophic culture Journal of Chemical Technology and Biotechnology v6 p159ndash164 1995

MAacuteRQUEZ FJ SASAKI K KAKIZONO T NISHIO N NAGAI S Growth characteristics of Spirulina platensis in mixotrophic and heterotrophic conditions Journal of Fermentation and Bioengineering v76 p408-410 1993

MARZZOCO A TORRES BB Bioquiacutemica baacutesica 2ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 1999 388p

MASOJIacuteDEK J PAPAacuteČEK Š SERGEJEVAVAacute M JIRKA V ČERENŶ J KUNC J KOREČKO J VERBOVIKOVA O KOKPECKY J ŜTYS D

168

TORZILLO G A closed solar photo bioreactor for cultivation of microalgae under supra-high irradiance basic design and performance Journal of Applied Phycology n15 p239ndash248 2003

MATA AM Engineering photosynthetic systems for bioregenerative life support Barcelona 2007 274p Tese de Doutorado ndash Escola Teacutecnica Superior de Engenharia - Universidade Autonoma de Barcelona

MATSUNAGA T SUDO H TAKEMASA H WACHI Y NAKAMURA N Sulfated extracellular polysaccharide production by the halophilic cyanobacterium Aphanocapsa halophytia immobilized in light-diffusing optical fibers Applied Microbiology and Biotechnology v45 p24-27 1996

MCCARTY RE EVRON Y JOHNOSON EA The chloroplast ATP synthase a rotary enzyme Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology v51 p83-109 2000

MCEVOY JP GASCON JA BATISTA VS BRUDVIG GW The mechanism of photosynthetic water splitting Photochemical amp Photobiological Sciences v4 p940ndash949 2005

MELIS A Photosystem-II damage and repair cycle in chloroplasts what modulates the rate of photodamage in vivo Trends in Plant Science v4 p130ndash135 1999

MENDOZA H MARTEL A JIMEacuteNEZ DEL RIacuteO M GARCIacuteA REINA G Oleic acid is the main fatty acid related with carotenogenesis in Dunaliella salina Journal of Applied Phycology v11 n1 p15-19 1999

MERCHUK JC LADWA N CAMERON A BULMER M BERZIN I PICKETT AM Liquid flow and mixing in concentric tube air-lift reactors Journal of Chemical Technology and Biotechnology v66 p174-182 1996

MIAO X WU Q Biodiesel production from heterotrophic microalgal oil Bioresource Technology v97 p841ndash846 2006

MIRANDA MS CINTRA RG BARROS SB MANCINI FILHO J Antioxidant activity of the microalga Spirulina maxima Brazilian Journal of Medical and Biological Research v31 n8 p1075-1079 1998

MOBLEY HLT HAUSINGER RP Microbial ureases significance regulation and molecular characterization Microbiological Reviews v53 n1 p85ndash108 1989

MOHANTY P SCRIVASTAVA M KRISHNA KB The photosynthetic apparatus of Spirulina electron transport and energy transfer In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p17-72

MOLINA E FERNAacuteNDEZ J ACIEacuteN FG CHISTI YTubular photobioreactor design for algal cultures Journal of Biotechnology v92 p113ndash131 2001

MOLINA GRIMA E SAacuteNCHEZ PEacuteREZ JA GARCIacuteA CAMACHO F FERNAacuteNDEZ SEVILLA JM FERNAacuteNDEZ FG URDA CARDONA J Biomass

169

and icosapentanoic acid productivities from an outdoor batch culture of Phaeodactylum tricornutum UTEX 640 in an airlift tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v42 p658-663 1995

MOumlLLERSTEN K YAN J MOREIRA JR Potential market niches for biomass energy with CO2 capture and storage opportunities for energy supply with negative CO2 emissions Biomass and Bioenergy v25 p273ndash285 2003

MORAIS MG COSTA JAV Biofixation of carbon dioxide by Spirulina sp and Scenedesmus obliquos cultivated in a three-stage serial tubular photobioreactor Journal of Biotechnology v129 p439ndash445 2007b

MORAIS MG COSTA JAV Carbon dioxide fixation by Chlorella kessleri Chlorella vulgaris Scenedesmus obliquus and Spirulina sp cultivated in flasks and vertical tubular photobioreactors Biotechnology Letters v29 p1349ndash1352 2007a

MORIST A MONTESINOS JL CUSIDOacute JA GOacuteDIA F Recovery and treatment of Spirulina platensis cells cultured in a continuous photobioreactor to be used as food Process Biochemistry v37 p535-547 2001

MOZZO M PASSARINI F BASSI R VAN AMERONGEN H CROCE R Photoprotection in higher plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of Photosystem II Biochimica et Biophysica Acta Bioenergetics v1777 n10 p1263-1267 2008

MUGGLI DL HARRISON PJ Effects of nitrogen source on the physiology and metal nutrition of Emiliania huxleyi grown under different iron and light conditions Marine Ecology Progress Series v130 p255-267 1996

MUumlHLING M BELAY A WHITTON BA Screening Arthrospira (Spirulina) strains for heterotrophy Journal of Applied Phycology v17 p129ndash135 2005

MURAKAMI A KIM SJ FUJITA Y Changes in photosystem stoichiometry in response to environmental conditions for cell growth observed with the Cyanophyte synechocystis PCC 6714 Plant and Cell Physiology v38 n4 p392-397 1997

MURO-PASTOR MI FLOREcircNCIO FJ Regulation of ammonium assimilation in cianobacterium Plant Physiology and Biochemistry v41 p595ndash603 2003

NAKAJIMA Y UEDA R Improvement of photosynthesis in dense microalgal suspension by reduction of light harvesting pigments Journal of Applied Phycology v9 p503ndash510 1997

NARAYAN MS MANOJ GP VATCHRAVELU K BHAGYALAKSHIMI N MAHADEVASWAMY M Utilization of glycerol as carbon source on the growth pigment and lipid production in Spirulina platensis International Journal of Food Sciences and Nutrition v56 n7 p521-528 2005

NELSON N BEN-SHEM A Photosystem I reaction center past and future Photosynthesis Research v73 p193ndash206 2002

170

NELSON N YOCUM CF Structure and function of photosystems I and II Annual Review of Plant Biology v57 p521ndash565 2006

NERANTZIS ET TZOVENIS IP STAMATIADIS S GIANNAKOPOULOU E MANIATIS L Continuous production of Arthrospira (=Spirulina) platensis in a helical photobioreactor Disponiacutevel em httpwwwsrcosmosgrsrcosmosshowpubaspxaa=8290 Acesso em 26 mar 2010

NIEVA M VALIENTE EF Inorganic carbon transport and fixation in cells of Anabaena variabilis adapted to mixotrophic conditions Plant and Cell Physiology v37 p1ndash7 1996

OCHOA DE ALDA JAG TAPIA M LLAMA MJ SERRA JL Changes in photosynthetic yield amino acids and organic acids are induced by ammonium addition to cells of Phormidium laminosum (Cyanophyceae) Journal of Phycology v32 p602-608 1996

OGAWA T TERUI G Studies on the growth of Spirulina platensis on the pure culture of Spirulina platensis Journal of Fermentation Technology v48 p361-367 1970

OGBONNA JC MASUI H TANAKA H Sequential heterotrophic autotrophic cultivation an efficient method of producing Chlorella biomass for health food and animal feed Journal of Applied Phycology v9 p359ndash366 1997

OGBONNA JC TANAKA H Light requirement and photosynthetic cell cultivation development of processes for efficient light utilization in photobioreactors Journal of Applied Phycology v12 p207ndash218 2000

OGBONNA JC TANAKA H Industrial-size photobioreactors CHEMTECH v27 n7 p43-49 1997

OGBONNA JC TOMIYAMA S TANAKA H Production of α-tocopherol by sequential heterotrophic-photoautotrophic cultivation of Euglena gracilis Journal of Biotechnology v70 n13 p213ndash221 1999

OLGUIacuteN EJ GALICIA S HERNAacuteDEZ E ANGULO O The effect of low light flux and nitrogen deficiency on the chemical composition of Spirulina sp growth on pig waste Bioresource Technology v77 p19-24 2001

OMATA T OHMORI M ARAI N OGAWA T Genetically engineered mutant of the cyanobacterium Synechococcus PCC 7942 defective in nitrate transport Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America v86 p6612ndash6616 1989

ONO E CUELLO JL Design parameters ofsolar concentrating systems for CO2-mitigating algal photobioreactors Energy v29 p1651ndash1657 2004

PALINSKA KA JAHNS T RIPPKA R TANDEAU DE MARSAC N Prochlorococcus marinus strain PCC9511 a picoplanktonic cyanobacterium synthesizes the smallest urease Microbiology v146 p3099ndash3107 2000

171

PAOLETTI C PUSHPARAJ B TOMASELLI FL Ricerche sulla nutrizione minerale di S platensis In CONGRESSO NAZIONALE DELLA SOCIETAacute ITALIANA DI MICROBIOLOGIA 17 Padova 1975 Atti Padova 1975 p845-853

PELIZER LH DANESI EDG RANGEL CO SASSANO CEN CARVALHO JCM SATO S MORAES IO Influence of inoculum age and concentration in Spirulina platensis cultivation Journal of Food Engineering v56 p371-375 2003

PELIZER LH SASSANO CE CARVALHO JCM SATO S GIOELLI LA MORAIS IO Padronizaccedilatildeo do meacutetodo de secagem da biomassa de Spirulina platensis Revista de Farmaacutecia e Quiacutemica v32 n1 p37-40 1999

PEREGO Jr L Fermentaccedilatildeo alcooacutelica contiacutenua de mosto de melaccedilo influecircncia da concentraccedilatildeo do mosto e da vazatildeo especiacutefica de alimentaccedilatildeo na estabilidade do sistema a 32 ordmC Satildeo Paulo 1979 162p Tese de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

PIERCE WC HAENISCH EL Quantitative analysis 3ed New York John Willey 1948 497p

PINTO LS VIERA LM PONS MN FONSECA MMR MENEZES JC Monitorizaccedilatildeo de processos bioloacutegicos III Anaacutelise digital de imagem Boletim de Biotecnologia Disponiacutevel em httpdequimistutlptbbio70pdfAnalise_Digital_de_Imagempdf Acesso em 30 set 2007

PIORRECK M BAASCH KH POHL P Biomass production total protein chlorophylls lipids and fatty acids of freshwater green and blue-green algae under different nitrogen regimes Phytochemistry v23 p207-216 1984

PRASANNA R SOOD A SURESH A NAYAK S KAUSHIK BD Potentials and applications of algal pigments in biology and industry Acta Botanica Hungarica v49 n12 p131-156 2007

PULZ O SCHEIBENBOGEN K Photobioreactors design and performance with respect to light energy input Advances in Biochemical EngineeringBiotechnology v59 p123-152 1998

RAFIQUL IM JALAL KCA ALAM MZ Environmental factors for optimisation of spirulina biomass in laboratory culture Biotechnology v4 n1 p19-22 2005

RAI AK Purification and properties of urease from a cyanobacterium Anabaena doliolum FEMS Microbiology Letters v61 n3 p319-322 1989

RAI AK SINGH S Urease of blue-green algae (Cyanobacteria) Anabaena doliolum and Anacystis nidulans Current Microbiology v16 n2 p113-117 1987

RANGEL-YAGUI CA DANESI EDG CARVALHO JCM SATO S Chlorophyll production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process Bioresource Technology v92 p133ndash141 2004

172

RAPP A VERSINI G Influence of nitrogen compounds in grapes on aroma compounds of wine In INTERNATION SYMPOSIUM ON NITROGEN IN GRAPES AND WINE Seattle 1991 Proceedings Seattle American Society for Enology and Viticulture 1991 p156-164

RAVAGNANI MASS THONERN WI CABALLERO JA A mathematical model for the composition of Brazilian ethanol shares for exportation to be blended to gasoline Energy Policy v35 n10 p5060ndash5063 2007

RAVEN JA KIumlBLER JE BEARDALL J Put out the light and then put out the light Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom v80 n1 p1-25 2000

REICHERT CC REINEHR CO COSTA JAV Semicontinuous cultivation of the cyanobacterium Spirulina platensis in a closed photobioreactor Brazilian Journal of Chemical Engineering v23 n1 p23-28 2006

RICHMOND A Large scale microalgal culture and applications Progress in Phycological Research v7 p269ndash330 1990

RICHMOND A Phototrophic microalgae In REHM HJ REED G KIESLICH K BRAUER H PAPE H KENNEDY JF JACOBSON GK eds Biotechnology Weinheim Verlag Chemie 1983 v3 p109ndash143

RICHMOND A Microalgal biotechnology at the turn of the millennium a personal view Journal of Applied Phycology v12 p441ndash451 2000

RICHMOND A GROBBELAAR JU Factors affecting the output rate of Spirulina platensis with reference to mass cultivation Biomass v10 p253-264 1986

RICHMOND T LICHTENBERG B STAHL B VONSHAK A Quantitative assessment of the major limitations os productivity os Spirulina platensis in open receways Journal of Applied Phycology v2 p195-206 1990

ROMANO P FIORE C PARAGGIO M CARUSO M CAPECE A Function of yeast species and strains in wine flavour International Journal of Food Microbiology v86 p169ndash180 2003

ROMERO JM LARA C Photosynthetic assimilation of N03- by intact cells of the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v83 p208-212 1987

Romero FAPESP Satildeo Paulo Agecircncia Fapesp Disponiacutevel em httpwwwagenciafapespbr Acesso em 19 mar 2007

ROUKAS T Pretreatment of beet molasses pullulan production to increase Process Biochemistry v33 p805-810 1998

CAMACHO RUBIO F GARCIA CAMACHO F FERNANDEZ SEVILLA J M CHISTI Y MOLINA GRIMA E A mechanistic model of photosynthesis in microalgae Biotechnology and Bioengineering v81 n4 p459-473 2003

RUSSELL JB Quiacutemica geral Satildeo Paulo McGraw-Hill do Brasil 1982 897p

173

SAKAMOTO T BRYANT DA Nitrate transport and not photoinhibition limits growth of the freshwater cyanobacterium synechococcus species PCC 6301 at low temperature Plant Physiology v119 p785ndash794 1999

SAMUELSSON G LONNEBORG A ROSENQVIST E GUSTAFSSON P OEQUIST G Photoinhibition and reactivation of photosynthesis in the Cyanobacterium anacystis nidulans Plant Physiology v79 n4 p992-995 1985

SAacuteNCHEZ-LUNA LD BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnology and Bioengineering v96 p702-711 2007

SAacuteNCHEZ-LUNA LD CONVERTI A TONINI GC SATO S CARVALHO JCM Continuous and pulse feedings of urea as a nitrogen source in fed-batch cultivation of Spirulina platensis Aquacultural Engineering v31 n34 p237-245 2004

SASSANO CEN Influecircncia da ureacuteia no crescimento e no teor do aacutecido graxo γ-linolecircnico na biomassa de Spirulina platensis Satildeo Paulo 1999 144p Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Faculdade de Ciecircncias Farmacecircuticas - Universidade de Satildeo Paulo

SASSANO CEN CARVALHO JCM GIOIELLI LA SATO S TORRE P CONVERTI A Kinetics and bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen source Applied Biochemistry and Biotechnology v112 p143ndash150 2004

SAWAYAMA S INOUE S DOTE Y YOKOYAMA SY CO2 fixation and oil production through microalga Energy Conversion and Management v36 p729ndash31 1995

SCHENK PM THOMAS-HALL SR STEPHENS E MARX UC MUSSGNUG JH POSTEN C KRUSE O HANKAMER B Second generation biofuels high-efficiency microalgae for biodiesel production BioEnergy Research v1 n1 p20ndash43 2008

SCHLOumlSSER UG Sammlung von algenkulturen Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft v95 p181-276 1982

SCHOEFS B Chlorophyll and carotenoid analysis in food products properties of the pigments and methods of analysis Trends in Food Science amp Technology v13 n11 p361-371 2002

SHIMAMATSU H Mass production of Spirulina an edible microalga Hydrobiologia v512 p39-44 2004

SIEGEL MH ROBINSON CW Applications of airlift gas-liquidolidreactors in biotechnology Journal of Chemical Technology and Biotechnology v47 p3215-3229 1992

174

SMITH BM MORRISSEY PJ GUENTHER JE NEMSON JA HARRISON MA ALLEN JF MELIS A Response of the photosynthetic apparatus in Dunaliella salina (Green Algae) to irradiance stress Plant Physiology v93 p1433-1440 1990

SOBCZUK TM CAMACHO FG RUBIO FC FERNANDEZ FGA GRIMA EM Carbon dioxide uptake efficiency by outdoor microalgal cultures in tubular airlift photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v67 n4 p465-475 2000

SOLETTO D BINAGHI L FERRARI L LODI A CARVALHO JCM ZILLI M CONVERTI A Effects of carbon dioxide feeding rate and light intensity on the fed-batch pulse-feeding cultivation of Spirulina platensis in helical photobioreactor Biochemical Engineering Journal v39 n2 p369-375 2008

SOLETTO D BINAGHI L LODI A CARVALHO JCM CONVERTI A Batch and fed-batch cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources Aquaculture v243 p217ndash224 2005

SOLOVCHENKO AE KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z MERZLYAK MN Effects of light and nitrogen starvation on the content and composition of carotenoids of the green microalga parietochloris incise Russian Journal of Plant Physiology v55 n4 p455ndash462 2008

SOLOVCHENKO E KHOZIN-GOLDBERG I DIDI-COHEN S COHEN Z NERZLYAK M Effects of light intensity and nitrogen starvation on growth total fatty acids and arachidonic acid in the green microalga Parietochloris incisa Journal of Applied Phycology v20 p245ndash251 2008

SOMOGY M Notes on sugar determination Journal of Biological Chemistry v195 p19-23 1952

SONOIKE K Photoinhibition of photosystem I Its physiological significance in the chilling sensitivity of plants Plant and Cell Physiology v37 n3 p239-247 1996

SOUNDARAPANDIAN P VASANTHI B Effects of chemical parameters on spirulina platensis biomass production optimized method for phycocyanin extraction International Journal of Zoological Research v4 n1 p1-11 2008

SPOLAORE P JOANNIS-CASSAN C DURAN E ISAMBERT A Commercial applications of Microalgae Journal of Bioscience and Bioengineering v101 n2 p87-96 2006

STANCA D POPOVIC E Urea as nitrogen source in modified Zarrouk medium Revue Roumaine de Biologie Serie de Biologie Vegetale v41 n1 p25-31 1996

STANIER RY COHEN-BAZIRE G Phototrophic prokaryotes the cyanobacteria Annual Review of Microbiology v31 p225-274 1977

STREIT NM CANTERLE LP CANTO MW HECKTHEUER LHH As clorofilas Ciecircncia Rural v35 n3 p748-755 2005

175

SU C GIRIDHAR R CHEN C WU W A novel approach for medium formulation for growth of a microalga using motile intensity Bioresource Technology v98 p3012ndash3016 2007

SUKENIK A TCHERNOV D KAPLAN A HUERTAS E LUBIAN LM LIVNE A Uptake efflux and photosynthetic utilization of inorganic carbon by the marine Eustigmatophyte nannchloropsis Journal of Phycology v33 n6 p969-974 1997

TAKANO H ARAI T IRANO M MATSUGANA T Effects of intensity and quality of light on phycocyanin production by a marine cyanobacterium Synechococcus sp NKBG 042902 Applied Microbiology and Biotechnology v43 p1014-1018 1995

TANDEAU DE MARSAC N HOUMARD J Adaptation of cyanobacteria to environmental stimuli new steps towards molecular mechanisms FEMS Microbiology Reviews v104 n12 p119-189 1993

TELFER A HE W-Z BARBER J Spectral resolution of more than one electron donor in the isolated Photosystem II reaction center Biochimica et Biophysica Acta v1017 p143-151 1990

TERRY KL Photosynthesis in modulated light quantitative dependence of photosynthetic enhancement on flashing rate Biotechnology and Bioengineering v28 p988ndash995 1986

TOKUSOGLU Ouml UumlNAL MK Biomass nutrient profiles of three microalgae Spirulina platensis Chlorella vulgaris and Isochrisis galbana Journal of Food Science v68 n4 p1144-1148 2003

TOMASELLI L Morphology ultrastructure and taxonomy of arthrospira (Spirulina) maxima and Arthrospira (Spirulina) platensis In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p79-99

TOMASELLI L MARGHERI MC SACCHI A Effects of light on pigments and photosynthetic activity in a phycoerythrin-rich strain of Spirulina su bsalsa Aquatic Microbial Ecology v9 p27-31 1995

TORRE P SASSANO CEN SATO S CONVERTI A GIOIELLI LA CARVALHO JCM Fed-batch addition of urea for Spirulina platensis cultivation thermodynamics and material and energy balances Enzyme and Microbial Technology v33 n5 p698ndash707 2003

TORZILLO G SACCHI A MATERASSI R RICHMOND A Effect of temperature on yield and night biomass loss in Spirulina platensis grown outdoors in tubular photobioreactors Journal of Applied Phycology v3 p103ndash109 1991

TRAVIESO L HALL DO RAO KK BENIacuteTEZ F SAacuteNCHEZ E BORJA R A helicaltubular photobioreactor producing Spirulina in a semicontinuous mode International Biodeterioration amp Biodegradation v47 p151ndash155 2001

176

TREDICI MR Bioreactors photo In FLICKINGER MC DREW SW eds Encyclopedia of bioprocess technology fermentation biocatalysis and bioseparation New York Wiley 1999 v1 p395ndash419

TREDICI MR Mass production of microalgae photobioreactors In RICHMOND A ed Handbook of microalgal cultures biotechnology and applied phycology Oxford Blackwell 2004 p178ndash214

TREDICI MR ZITTELLI CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat photobioreactors Biotechnology and Bioengineering v57 n2 p187ndash197 1998

VACHHANI A VONSHAK A Genetics of Spirulina In VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 p67ndash77

VALDUGA E VALEacuteRIO A TREICHELE H DI LUCCIO M JACQUES RA FUacuteRIGO Jr A Preacute-tratamentos de melaccedilo de cana-de-accediluacutecar e aacutegua de maceraccedilatildeo de milho para a bioproduccedilatildeo de carotenoacuteides Quiacutemica Nova v30 n8 p1860-1866 2007

VALLADARES A MONTESINOS ML HERRERO A FLORES E An ABC-type high-affinity urea permease identified in cyanobacteria Molecular Microbiology v43 n3 p703ndash715 2002

VAN EYKELENBURG C The ultrastructure of Spirulina platensis in relation to temperature and light intensity Antonie van Leeuwenhoek v45 n3 p369-390 1979

VERNEREY A ALBIOL J LASSEUR C GODIA F Scale-up and design of a pilot-plant photobioreactor for the continuous culture of Spirulina platensis Biotechnology Progress v17 n3 p431-438 2001

VOGEL AI Anaacutelise quiacutemica quantitativa 6ed Rio de Janeiro Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos 2002 462 p

VONSHAK A ed Spirulina platensis (Arthrospira) physiology cell-biology and biotechnology London Taylor amp Francis 1997 223p

VONSHAK A KANCHARAKSA N BUNNAG B TANTICHAROEN M Role of ligh and photosynthesis on the acclimation process of the cyanobacterium Spirulina platensis to salinity stress Journal Applied Phycology v8 p119-124 1996

VONSHAK A RICHMOND A Mass production of the blue alga Spirulina an overiew Biomass v15 p233-247 1988

WANG B LI Y WU N LAN CQ CO2 bio-mitigation using microalgae Applied Microbiology and Biotechnology v79 p707ndash718 2008

WANG Y LI Y SHI D SHEN G RU B ZHANG S Characteristics of mixotrophic growth of Synechocystis sp in an enclosed photobioreactor Biotechnology Letters v24 p1593ndash1597 2002

177

WARD OP Biotecnologia de la fermentacion principios processos y productos Zaragoza Editorial Acribia 1989 274p

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic CO2 fixation technologies using a helical tubular bioreactor incorporating the filamentous cyanobacterium Spirulina platensis Energy Conversion and Management v36 n69 p721-724 1995a

WATANABE Y HALL DO Photosynthetic production of the filmaentous cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Applied Microbiology and Biotechnology v44 p693-698 1996

WATANABE Y DE LA NOUE J HALL DO Photosynthetic performance of a helical tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnology and Bioengineering v47 n2 p261-269 1995b

WEN YW CHEN F Optimization of nitrogen sources for heterotropic production of eicosapentanoic acid by the diatom Nitzschia laevis Enzyme and Microbial Technology v29 p341ndash347 2001

WHEALS AE BASSO LC ALVES DMG AMORIM HV Fuel etanol after 25 years Trends in Biotechnology v17 p482-487 1999

WHYTE JNC Biochemical composition and energy content of six species of phytoplankton used in mariculture of bivalves Aquaculture v60 p231-241 1987

XU N ZHANG X FAN X HAN L TSENG CK Effects of nitrogen source and concentration on growth rate and fatty acid composition of Ellipsoidion sp (Eustigmatophyta) Journal of Applied Phycology v13 p463ndash469 2001

YANG C HUA Q SHIMIZU K Energetics and carbon metabolism during growth of microalgal cells under photoautotrophic mixotrophic and cyclic light-autotrophicdark-heterotrophic conditions Biochemical Engineering Journal v6 p87ndash102 2000

YOUNG EB BEARDALL J Modulation of photosynthesis and inorganic carbon acquisition in a marine microalga by nitrogen iron and light availability Canadian Journal of Botany v83 p917ndash928 2005

YUN YS LEE SB PARK JM LEE CI YANG JW Carbon dioxide fixation by algal cultivation using wastewater nutrients Journal of Chemical Technology and Biotechnology v69 p451ndash455 1997

ZHANG XW ZHANG YM CHEN F Kinetic models for phycocyanin production by high cell density mixotrophic culture of the microalga Spirulina platensis Journal of Industrial Microbiology amp Biotechnology v21 p283ndash288 1998

ZHANG K MIYACHI S KURANO N Evaluation of a vertical flat-plate photobioreactor for outdoor biomass production and carbon dioxide bio-fixation effects of reactor dimensions irradiation and cell concentration on the biomass productivity and irradiation utilization efficiency Applied Microbiology and Biotechnology v55 p428ndash433 2001

178

ANEXOS

Artigos publicados submetidos e em fase de redaccedilatildeo para perioacutedicos internacionais

ANEXO 1 - BEZERRA RP MONTOYA EYO SATO S PEREGO P

CARVALHO JCM CONVERTI A Effects of light intensity and dilution rate on the

semicontinuous cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis A kinetic Monod-type

approach Bioresource Technology 102 p3215 - 3219 2011

ANEXO 2 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and

light intensity on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects Biomass and Bioenergy

ANEXO 3 - BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A

CARVALHO JCM Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source

for the fed-batch cultivation of Arthrospira platensis Biomass and Bioenergy

BEZERRA RP MATSUDO MC SATO S CONVERTI A CARVALHO JCM

Chemical composition of the A platensis biomass cultivated on CO2 from alcoholic

fermentation Em fase de Redaccedilatildeo

179

ANEXOS

180

Anexo 1

181

182

183

184

185

Anexo 2

Effects of photobioreactor configuration nitrogen source and light intensity

on the fed-batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis

Bioenergetic aspects

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Patrizia Perego

b Attilio

Convertibc

Joatildeo Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo Paulo-

SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

186

ABSTRACT

The bioenergetics of the photoautotrophic growth of the cyanobacterium Arthrospira

(Spirulina) platensis was investigated in different bioreactor configurations (tubular

photobioreactor and open ponds) using different nitrogen sources (nitrate and urea) and under

different light intensity conditions Although an increase in the light intensity increased the

Gibbs energy dissipated for cell growth and maintenance in both nitrogen sources it did not

exert any appreciable influence on the moles of photons absorbed by the system to produce

one C-mol biomass On the other hand both bioenergetic parameters were higher in cultures

with nitrate than with urea likely because of the higher energy requirements needed to reduce

the former nitrogen source to ammonia They appreciably increased also when open ponds

were substituted by the tubular photobioreactor where a more efficient light distribution

ensured a remarkably higher cell mass concentration The estimated percentages of the energy

absorbed by the cell showed that compared with nitrate the use of urea as nitrogen source

allowed the system to address higher energy fractions to ATP production and light fixation by

the photosynthetic apparatus as well as a lower fraction released as heat Thanks to this better

bioenergetic situation urea appears to be a quite promising low-cost alternative nitrogen

source for A platensis cultures in photobioreactors

Keywords Arthrospira (Spirulina) platensis bioenergetics nitrogen source light intensity

bioreactor configuration

187

1 Introduction

The production of the cyanobacterium Arthrospira platensis is increasing due to its high

content of highly-valuable proteins fundamental amino acids vitamins β-carotene and other

pigments mineral substances essential fatty acids and polysaccharides which find

application in several industrial productions like those of health foods and therapeutics [1]

Environmental factors such as light intensity and nitrogen source are well known to

influence the growth of photosynthetic microorganism In the absence of any other limiting

factor cell concentration increases with light intensity until reaching maximum biomass

concentration that is denominated ldquosaturation levelrdquo Light intensities higher than the

saturation level provoke damage of cell photosynthetic apparatus due to a phenomenon called

ldquophotooxidationrdquo or ldquophotoinhibitionrdquo

The nitrogen source is an additional environmental factor influencing cell growth

because this element is mainly used to form proteins and nucleic acids Alternative sources of

nitrogen such as urea [23] and ammonium salts [4] have been investigated in substitution of

nitrate to reduce the cost of large-scale A platensis cultivation

Also the reactor configuration can impact on cell growth Appropriately-designed

photobioreactors can in fact reduce the cultivation area by a vertical distribution of the

photosynthetic organism and enlarge the surface exposed to light thus increasing cell

concentration Tubular reactors allow for better light distribution and then higher

photosynthetic efficiency with respect to the conventional mini-ponds [56] where the cells

are subject to full light radiation at the surface and darkness at the bottom [7]

Only a few studies emphasized the bioenergetic aspects of the growth of

photosynthetic microorganisms based on Gibbs energy balances The Gibbs energy

dissipation per C-mol of biomass can be regarded as a simple thermodynamic measure of the

amount of biochemical work required to convert the carbon source into biomass by the

proper irreversible carbon-carbon coupling and oxidationreduction reactions [8] Up to now

188

the bioenergetics of the cyanobacterium A platensis were uninvestigated either in bench-scale

open ponds using urea and KNO3 as nitrogen sources [910] or in rectangular vessel under

different light intensities [11] To shed further light on these aspects in this study we

investigated the bioenergetics of this cyanobacterium when cultivated in tubular

photobioreactor under different light intensities and using different nitrogen sources and

compared these results with those previously obtained in open ponds [9]

2 Material and methods

21 Photobioreactors and culture conditions

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was cultivated either in open ponds [9] on the

medium of Paoletti et al [12] or in tubular photobioreactor [13] on the medium of Schloumlsser

[14] both containing nitrate as nitrogen source The initial cell concentration and pH were set

at 400 mg l-1

[15] and 95 [1617] respectively

Open ponds cultivations were carried out elsewhere in the same medium of Paoletti et

al [12] at photosynthetic photon flux density (PPFD) of 72 μmol photons mndash2

sndash1

25 ordmC [9]

On the other hand for tubular photobioreactor cultivations we used the medium of Schloumlsser

[14] as well as medium in which NaNO3 was substituted by urea These runs were carried out

at 60 le PPFD le 240 μmol photons mndash2

sndash1

29 ordmC and the pH was controlled at 95 plusmn 02 by

pure CO2 addition Since the operating conditions at the lowest PPFD values were very

similar any difference in the kinetics and bioenergetics was ascribed to the different

bioreactor configurations The amount of urea to be daily added was estimated by an equation

describing the experimental growth curve obtained under non-limited conditions with NaNO3

as nitrogen source as previously described [13] Under these conditions the bioenergetics of

the system was investigated comparing the different nitrogen sources

189

22 Analytical determinations

The cell concentration of A platensis was determined by measuring the optical density of

cultures at 560 nm using a spectrophotometer model 600 PLUS (FEMTO Satildeo Paulo Brazil)

The optical density data were converted to cell dry weight by a calibration curve The

elemental composition of biomass obtained at the end of each run was determined by an

elemental analyzer Flash EA1112 series (CE Instruments Wigan UK)

Light intensity at the culture surface was measured using a quantum sensor model LI-

190 SB (Li-Cor Inc Lincoln NE USA) connected to a quantumradiometerphotometer

model LI-189 B

23 Theory

The Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance (1YGX) was estimated

according to Heijnen [18] by the equation (1)

G

GXGX

m

YY

max

11

(1)

in which max

GXY is the maximum biomass yield on Gibbs energy that corresponds to 986 C-

molX kJ-1

in photoautotrophic cultivation with CO2 as a carbon source [18]

In this equation the specific growth rate μ was defined according to Leduy and Zajic

[19] as

190

1

ln1

i

i

X

X

t

(2)

where Xi and Xi-1 are the biomass concentrations at the end and the beginning of the time

interval elapsing between two consecutive measurements (Δt = 1 day) while mG is the

biomass specific rate of Gibbs energy dissipation for maintenance corresponding to 45 and

712 kJ C-molX-1

h-1

at 25 and 29 degC respectively [18]

To estimate the moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth nPh it

was necessary to resort to the Gibbs energy balance taking into account the energy

contributions for the growth 1YGX and the absorption of 1 Einstein of photons ΔgPh in

addition to those of formation of substrates and products Δgfi as described by the equation

ΔgfHCO3- +ΔgfN + ΔgfH2O + ΔgfO2

+ ΔgfH+ + ΔgfX + 1YGX + nPh ΔgPh = 0

(3)

The value of ΔgPh = 2062 kJ mol-1

was estimated through the equation

A

Ph

hcNg

(4)

being h = 6626 10

-34 J the Planck constant c = 299

10

8 m s

-1 the light velocity NA = 6022

10

23 photons Einstein

-1 the Avogadro number and λ = 580 nm the wavelength of absorbed

photons [9]

191

According to Torre et al [9] 2 photons at 580 nm are absorbed by the second

photosystem (PSII) and used to transfer 2 electrons to the first one (PSI) releasing two

photons with less energy Therefore knowing nPh we estimated the total molar Gibbs energy

absorbed by the photosynthesis (-ΔGa)

ΔGa = nPh ΔgPh

(5)

According to Torre et al [9] the molar O2 production (qO2) and H

+ consumption

(qH+) were calculated by multiplying their respective stoichiometric coefficients by the cell

concentration expressed in C-mol l-1

using the experimental biomass elemental composition

-ΔGa was assumed to be the sum of the energy fixed by the system to increase its own

enthalpic content (ΔH) that transformed into ATP and used for the growth and maintenance

(ΔGATP) and the released heat (Q)

ΔGa + ΔGATP + ΔH + Q = 0

(6)

where ΔGATP and ΔH were calculated from nPh the Gibbs energy associated to 1 ATP mol

and the average potential variation between PSI and PSII [9]

3 Results and discussion

Fig 1 shows the growth curves of A platensis using nitrate (A) or urea (B) as nitrogen

sources in open ponds [910] or in tubular photobioreactor at different PPFD values A

192

progressive increase in PPFD up to 240 μmol photons m-2

s-1

favored the growth of this

cyanobacterium and a maximum cell concentration of about 3500 mg l-1

was obtained almost

irrespectively of the nitrogen source These results suggest that the light intensity was the

factor limiting the growth under the selected conditions while ongoing experiments (results

not shown) point out that photosaturation takes place at PPFD ge 240 μmol photons m-2

s-1

Such a maximum PPFD threshold is higher than those reported for Erlenmeyer flasks (100-

150 μmol photons m-2

s-1

) [21] rectangular photobioreactor (138 - 229 μmol photons mndash2

sndash1

)

[22] and long open ponds (156 μmol photons mndash2

sndash1

) [23] Moreover even at PPFD of only

60 μmol photons m-2

s-1

(Fig 1) the final cell concentration was more than twice that

previously obtained in open pond under similar experimental conditions (25 degC 72 μmol

photons m-2

s-1

) [10] which suggests a better light distribution in the tubular photobioreactor

Fig 2 illustrates the behavior of Gibbs energy dissipation for cell growth and

maintenance 1YGX versus the time As a general rule this bioenergetic parameter increased

with the time under all the tested conditions as a result of the increasing biomass level that

was responsible for a decrease in the specific growth rate An increase in PPFD up to 120

μmol photons m-2

s-1

favored cell growth because of photolimitation therefore the energy

requirements mainly for maintenance remarkably increased On the contrary none (urea) or

very little (nitrate) increase in 1YGX took place in the PPFD range of 120-240 μmol photons

m-2

s-1

because of the achievement of light saturation conditions This behavior is also

consistent with lower 1YGX values previously observed in open ponds [9] where the well-

known shadowing effect [24] hindered the growth

The photoautotrophic growth can be represented by an overall mass balance equation

where the nitrogen (NO3- or NH4

+) and carbon (HCO3

-) sources H2O O2 SO4

-2 and H

+ are

involved in the formation of 1 C-mol biomass

193

a HCO3- + b NO3

- (or NH4

+) + c H2O + d O2 + e H

+ + f SO4

-2 + CH1650O0531N0170S00007 = 0

(7)

To this purpose we used either the elemental composition of biomass reported by

Cornet et al [25] utilized here as an example or those experimentally determined as

described in Material and methods

To make these redox reactions between electron acceptor and donor possible the

Gibbs energy is used by the cell to enable the construction of the complex biomass molecules

from the inorganic carbon source The respective stoichiometric coefficients estimated

through material balances of carbon nitrogen oxygen sulfur charge and reduction degree are

listed in Table 1 It should be noticed that the reduction degree of biomass (γX) calculated

from biomass composition experimentally determined in this work was always appreciably

higher with nitrate (489-519) than with urea (399-432) as expected by the higher oxidation

number of the former compound [18] In addition both this parameter and the nitrogen

stoichiometric coefficient were appreciably lower when using the elemental composition

experimentally determined in this work (Table 1) because the nitrogen content of biomass

under the selected conditions was always lower than that reported by Cornet et al [25]

The moles of photons (Einsteins) to sustain the autotrophic growth of 1 C-mol

biomass (nPh) were calculated by Eq (3) Although the actual Δgfi values should have been

used for this calculation Torre et al [9] demonstrated that the Gibbs energy of formation

under the actual variable conditions of a cultivation does not differ at all or differs by no more

than 3 from that estimated under standard biological conditions On the contrary ΔgfH+ is

by definition a function of the pH So this parameter was recalculated for the actual

conditions by the well-known equation of Gibbs

194

7

pH

ff10

10ln

HH

RTgg

(8)

As shown in Fig 3 the progressive decrease in the specific growth rate throughout the

cultivations brought about a corresponding increase (in absolute value) in the Einsteins

absorbed to produce one C-mol biomass (nPh) As expected at the highest growth rates this

parameter approached theoretical values very close to that reported by Richmond [26] to

sustain growth under ideal conditions (only 8 effective Einsteins C-molDM-1

)

During the light reactions of photosynthesis the free energy carried by photons is in

fact captured by pigments (ex chlorophyll) held in large protein complexes called ldquoreaction

centersrdquo When a special chlorophyll molecule of PSII absorbs the energy of a photon (hν) an

electron gains higher energy level Because this state of an electron is very unstable it is

transferred from one to another molecule creating a chain of redox reactions referred to as

Electron Transport Chain (ETC) The electron flow goes from PSII to cytochrome b6f of PSI

where the electron gets the energy from another photon The final electron acceptor is

NADP+ which produces NADPH A minimum of 8 photons is then required to transfer 4

electrons from 2 H2O molecules to produce 2 NAPDH molecules according to the equation

2 H2O + 8 hν +2 NADP+ rarr 2 NADPH + O2 + 2 H

+

(9)

Subsequently the electrons are transferred from NAPDH to CO2 through the Calvin cycle to

produce biomass constituents [27]

As already observed in previous work [9] the additional energy requirement with

respect to the ideal situation of 8 effective Einsteins C-molDM-1

is negligible at the beginning

195

of cultivations (high specific growth rates) and then considerably increases during the

stationary phase This suggests that under conditions likely limited by shadowing biomass

uses energy preferentially for maintenance rather than for growth Although the behavior of

nPh was qualitatively similar for cultivations performed in open ponds and in tubular

photobioreactor (Fig 3) the excess light requirements in the latter configuration were

certainly due to the higher levels of biomass ensured by more effective distribution As

expected a progressive increase in the light intensity did not exert any appreciable influence

on this nPh (Einstein C-molDM-1

)

In addition the cultures with nitrate needed highest nPh values to sustain the

autotrophic growth compared to those with urea even though the cell concentration was

similar at all the PPFD values (Fig 1) Thus the additional photon requirement was likely

utilized to reduce nitrate to ammonia [28] which is the preferential nitrogen form assimilated

by A platensis [29] This effect was also observed by Torre et al [9] in open ponds It should

also be noticed that the use in the above bioenergetic model of the coefficients reported by

Cornet et al [25] for A platensis biomass composition (CH1650O0531N0170S00007) led to

results practically coincident to those obtained using the experimental ones determined in this

work (Fig 3) This observation demonstrates that biomass composition has a negligible

impact on the predictions by the model and then it could be used as a general tool to elaborate

data from the literature without any determination of biomass composition

Fig 4 shows the time behaviors of molar development of O2 and consumption of H+

during the cultivations performed either in open pond or in the tubular photobioreactor at

variable PPFD These trends clearly demonstrate that both activities faithfully followed cell

growth being biomass the final product of the photosynthetic metabolism and were lower in

the open pond compared with the tubular photobioreactor consistently with the better light

distribution in the latter reactor configuration Moreover their progressive increase with

PPFD confirms that the light intensity was the factor actually limiting the growth and that the

196

system never reached photoinhibition conditions This behavior was qualitatively similar in

the cultures using nitrate as nitrogen source (data not shown) As expected by the above-

mentioned need of reducing nitrate to ammonia as an obligatory intermediate to utilize any

nitrogen source [30] both parameters were higher using nitrate than urea

As is well known the energy from flow of electrons between PSII and NADPH drives

protons across the plasma membrane creating a proton-motive force that provides the energy

for ATP synthesis by ATP synthase [31] Therefore it was assumed that a portion of molar

Gibbs energy absorbed by the two photosystems was used to convert ADP to ATP As shown

in Fig 5 the highest -ΔGa and ΔGATP values were obtained at end of cultivation due to

unfavorable environmental conditions such as the lack of nutrients or release of cell

metabolites As far as the influence of light intensity is concerned the highest energy

requirements were observed for cultures performed at PPFD up to 120 μmol photons m-2

s-1

which ensured the highest cell concentration (Fig 1) As previously mentioned the -ΔGa and

ΔGATP values did not increase (urea) or increased very little (nitrate) in the PPFD range of 120

ndash 240 μmol photons m-2

s-1

because of light saturation conditions A qualitatively similar

behavior was observed for cultures using nitrate in tubular photobioreactor (results not

shown) Moreover at the lowest PPFD values both parameters showed similar behaviors in

open pond and in tubular photobioreactor which means that the reactor configuration had

negligible influence on them

Fig 6 shows the results of the energy fixed by photosynthesis (-ΔH) and that released

as heat (Q) under different conditions of light intensity nitrogen source and reactor

configuration It can be seen that at the end of cultivations both parameters increased with

light intensity Almost coincident results were also obtained using nitrate as nitrogen source

(results not shown) As is well known under excess light conditions part of the absorbed

energy is thermally dissipated via a mechanism called Non-Photochemical Quenching (NPQ)

[32] and a significant quantity of free energy is lost as heat during the biochemical reactions

197

between light absorption and carbohydrate formation [33] Such a result has been ascribed to

a certain physiological mechanism to protect the photosynthetic apparatus against

photodestruction [3435] where a fundamental role is played by the antenna complexes of

photosynthetic apparatus which would switch from a light harvesting form to an efficient

thermal dissipation form [32]

As expected by the fact that both the ATP synthesis and the formation of NADPH

implied in the biosynthetic pathways are resulting from the activity of the same

photosynthetic apparatus [33] the ΔH behavior was quite similar to that observed for ΔGATP

Fig 7 shows the percentage distribution of the light energy absorbed versus time at the

lowest PPFD chosen as an example but qualitatively similar results were observed at higher

PPFD values As expected by the additional energy requirements of nitrate-to-ammonia

reduction cultures with urea compared with those with nitrate exhibited higher energy

fractions stored as ATP (ηATP) and fixed by the system to increase its enthalpic content (ηF)

and lower fraction released as heat (ηQ) Moreover in all the experiments both ηATP and ηF

decreased along the time whereas ηQ increased

The highest ηATP and ηF values were around 12 and 23ndash27 in cultures with nitrate

and 15 and 31ndash34 in those with urea respectively In cultures performed at the highest

PPFD values (120 and 240 μmol photons mndash2

sndash1

) ηF decreased more sharply than at the

lowest ones (results not shown) because of the highest cell concentrations (Fig 1) that

reduced the light availability to the cell (shading effect) The nutrient availability is another

important environmental factor influencing the composition of cyanobacterial photosynthetic

apparatus Murakami et al [36] have shown that the responses to CO2 Na+

and light stresses

in Synechocystis sp cause alterations in the redox state of intersystem electron transport

components Likewise the decrease in the availability of some nutrient at the end of our A

platensis cultivations may have contributed to lower ηF As expected ηQ showed an opposite

behavior progressively increasing from minimum values at the beginning of cultures (60-

198

66 with nitrate and 49-54 with urea) to around 90 at the end This means that at the end

of any cultivation most of the energy absorbed is released as heat

Similar behaviors were observed using either open ponds with nitrate or the tubular

photobioreactor with both nitrogen sources which means that the energy distribution was not

appreciably influenced by the reactor configuration

4 Conclusions

The results of the current study indicate that the bioenergetic parameters of the blue-green

cyanobacterium Arthrospira (Spirulina) platensis were influenced by bioreactor

configuration nitrogen source and photosynthetic photon flux density (PPFD) In particular

the highest values of the Gibbs energy dissipation for cell growth and maintenance were

obtained at 120-240 μmol photons m-2

s-1

irrespective of the selected nitrogen source while

the number of photons moles absorbed by the cell to produce one C-mol biomass was higher

in the cultures with nitrate irrespective of light intensity The highest values of the molar

production of O2 and consumption of H+ were obtained at the highest PPFD values using

nitrate as a nitrogen source and the tubular photobioreactor Contrarily the bioreactor

configuration did not exert any appreciable influence on the fractions of the absorbed energy

addressed to the synthesis of ATP fixed by the cell and released as heat The first two

fractions were higher in cultures performed with urea which proved a nitrogen source able to

energetically sustain A platensis growth

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

199

0656976-2) of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)

Brazil (process no 397808-7 and Prof A Converti Fellowship no 0350-112010) of the

Italian Ministry of Education University and Research (MIUR) (PRIN ProtN 200744HMBN

and FIRB Prot N RBIP06993E) and of the Vigoni Program (Deutsch-Italienisches

Hochschulzentrum)

REFERENCES

[1] Blinkova LP Gorobets OB Baturo AP Biological activity of Spirulina Zh Mikrobiol

Epidemiol Immunobiol 20012114-8

[2] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S An investigation of effect of

replacing nitrate by urea in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis

Biomass Bioenerg 200223261-9

[3] Matsudo MC Bezerra RP Sunao S Perego P Converti A Carvalho JCM Repeated fed-

batch cultivation of Arthrospira (Spirulina) platensis using urea as nitrogen source Biochem

Eng J 20094352ndash7

[4] Carvalho JCM Francisco FR Almeida KA Sato S Converti A Cultivation of

Arthrospira (Spirulina) platensis by fed-batch addition of ammonium chloride at

exponentially-increasing feeding rate J Phycol 200440589-97

[5] Converti A Lodi A Del Borghi A Solisio C Cultivation of Spirulina platensis in a

combined airlift-tubular reactor system Biochem Eng J 20063213ndash8

[6] Torzillo G Pushparaj B Bocci F Balloni W Materassi R Florenzano G Production of

Spirulina biomass in closed photobioreactors Biomass 19861161-74

[7] Bezerra RP Matsudo MC Converti A Sato S Carvalho JCM Specific growth rate and

photosynthetic efficiency of Arthrospira platensis cultivations at different times of

ammonium chloride feeding and light intensities In XVII Simpoacutesio Nacional de

200

Bioprocessos (ISBN 978-85-98130-02-8) August 02-05 2009 Natal-RN Brazil Section P6

n 81

[8] Heijnen JJ Van Dijken JP In search of a thermodynamic description of biomass yields for

the chemotrophic growth of microorganisms Biotechnol Bioeng 199139833-58

[9] Torre P Sassano CEN Sato S Converti A Gioielli LA Carvalho JCM Fed-batch

addition of urea for Spirulina platensis cultivation Thermodynamics and material and energy

balances Enzyme Microb Technol 200333698ndash707

[10] Sassano CEN Carvalho JCM Gioielli LA Sato S Torre P Converti A Kinetics and

bioenergetics of Spirulina platensis cultivation by fed-batch addition of urea as nitrogen

source Appl Biochem Biotechnol 2004112143ndash50

[11] Lee HY Erickson LE Yang SS Kinetics and bioenergetics of light-limited

photoautotrophic growth of Spirulina platensis Biotechnol Bioeng 198729832ndash43

[12] Paoletti C Pushparaj B Tomaselli L Ricerche sulla nutrione minerale di Spirulina

platensis Atti XVII Congr Naz Soc Ital Microbiol vol 2 Italian Society of Microbiology

Padova 1975 p 833ndash9

201

[13] Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM Fed-Batch supply of

ammonium sulphate in Arthrospira platensis cultivation in tubular photobioreactor

Biotechnol Progr in stamp

[14] Schloumlsser UG Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 198295181ndash276

[15] Soletto D Binaghi L Lodi A Carvalho JCM Converti A Batch and fed-batch

cultivations of Spirulina platensis using ammonium sulphate and urea as nitrogen sources

Aquaculture 2005243217ndash24

[16] Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-batch

cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 200796702-11

[17] Tredici MR Zittelli CG Efficiency of sunlight utilization tubular versus flat

photobioreactors Biotechnol Bioeng 199857187ndash97

[18] Heijnen JJ Stoichiometry and kinetics of microbial growth form a thermodynamic

perspective In Ratledge C Kristiansen B editors Basic biotechnology Cambridge

Cambridge University Press 2001 p 45ndash58

[19] Leduy A Zajic JE A geometrical approach for differentiation of an experimental

function at a point applied to growth and product formation Biotechnol Bioeng 197325805ndash

10

[20] Zhang H Whitelegge JP Cramer WA FerredoxinNADP+ oxidoreductase is a subunit

of the chloroplast cytochrome b6f complex J Biol Chem 2001276(41)38159ndash65

[21] Vonshak A Cheung SM Chen F Mixotrophic growth modifies the response of Spirulina

(Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 20006675-9

[22] Chojnacka K Noworyta A Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 200434461ndash5

202

[23] Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

Influence of ammonium

chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina (Arthrospira) platensis

Biotechnol Bioeng 2008100297-305

[24] Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S Effect of reducing the light

intensity in the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 200426329-35

[25] Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G A structured model for simulation of

cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 199240826ndash34

[26] Richmond A Phototrophic microalgae In Rehm HJ Reed G editors Biotechnology

vol 3 Dellweg H vol editor Weinheim Germany Verlag Chemie 1983 p 109ndash43

[27] Raven JA Kiumlbler JE Beardall J Put out the light and then put out the light J Mar Biol

Assoc UK 2000801-25

[28] Hatori A Myers J Reduction of nitrate and nitrite by subcellular preparations of

Anabaena cylindrica Part I Reduction of nitrite to ammonia J Plant Physiol 1966411031-

36

[29] Boussiba S Resch CM Gibson J Ammonia uptake and retention in some cyanobacteria

Arch Microbiol 1984138287-92

[30] Boussiba S Ammonium assimilation and its biotechnological aspects in cyanobacteria

In Rai AK editor Cyanobacterial nitrogen metabolism and environmental biotechnology

New Delhi Narosa Publishing House 1997 p 36-72

[31] Lehninger AL Nelson DL Cox MM Principles of biochemistry 4th ed New York

Worth Publishers 2004

[32] Mozzo M Passarini F Bassi R Amerongen H Croce R Photoprotection in higher

plants the putative quenching site is conserved in all outer light-harvesting complexes of

Photosystem II BBA-Bioenergetics 20081777(10)1263-7

203

[33] Hauska G Arnald M Energy transduction in the Z-sheme In Yunus M Mohanty P

Pathre U editors Probing photosynthesis mechanisms regulation and adaptation Hardcover

Taylor amp Francis 2000 p 108-26

[34] Karapetyan NV Protective dissipation of excess absorbed energy by photosynthetic

apparatus of cyanobacteria role of antenna terminal emitters Photosynth Res 200897195ndash

204

[35] Heber U Bilger W Shuvalov VA Thermal energy dissipation in reaction centres and in

the antenna of photosystem II protects desiccated poikilohydric mosses against photo-

oxidation J Exp Bot 2006572993ndash3006

[36] Murakami A Kim SJ Fujita Y Changes in photosystem stoichiometry in response to

conditions for cell growth observed with the cyanophyte Synechocystis PCC 6714 Plant Cell

Physiol 199738392ndash7

204

Caption of Figures

Fig 1 Growth of A platensis using nitrate (A) and urea (B) as nitrogen sources at different

PPFD values (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120 and () 240

Open ponds [10] 72 ()

Fig 2 Dependence of Gibbs energy dissipation for A platensis growth and maintenance

(1YGX) on PPFD (μmol photons m-2

s-1

) Tubular photobioreactor () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds [10] 72 () Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea

(full symbols)

Fig 3 Influence of A platensis specific growth rate (μ) on the moles of photons absorbed to

produce one C-mol biomass (nPh) under different culture conditions Tubular photobioreactor

() elemental biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 60 μmol photons

m-2

s-1

elemental biomass composition experimentally determined in this work PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 () Open ponds [10] elemental

biomass composition reported by Cornet et al [25] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

Nitrogen source nitrate (open symbols or ) urea (full symbols)

Fig 4 Time behaviors of molar development of O2 (full symbols) and consumption of H+

(open symbols) under different culture conditions Tubular photobioreactor PPFD (μmol

photons m-2

s-1

) () 60 () 120 () 240 Open ponds [10] PPFD = 72 μmol

photons m-2

s-1

() Nitrogen source nitrate (dashed line) urea (continuous lines)

Fig 5 Total Gibbs energy absorbed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔGa)

and energy transformed into ATP (open symbols) (ΔGATP) during A platensis cultivations

205

Tubular photobioreactor with urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120

() 240 Open ponds with nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 6 Energy fixed by the photosynthetic apparatus (full symbols) (-ΔH) and energy released

as heat (open symbols) (Q) during A platensis cultivations Tubular photobioreactor with

urea PPFD (μmol photons m-2

s-1

) () 60 ( ) 120 () 240 Open ponds with

nitrate [10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

()

Fig 7 Percentage distribution of the light energy absorbed during A platensis cultivations

using nitrate (full symbols) and urea (open symbols) as nitrogen sources Tubular

photobioreactor PPFD = 60 μmol photons photons mndash2

sndash1

(continuous lines) Open ponds

[10] PPFD = 72 μmol photons m-2

s-1

(dashed lines) Energy fixed by the photosynthesis

() energy transformed into ATP () energy released as heat ( )

206

Figure 1

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

Bio

ma

ss c

on

cen

tra

tio

n (

mg

l-1

)

Time (d)

A

B

207

Figure 2

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 2 4 6 8 10 12

1Y

GX (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

208

Figure 3

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

000 010 020 030 040 050 060 070 080

nP

h (

Ein

stei

n C

-mo

l D

M-1

)

(d -1)

209

-015

-010

-005

000

005

010

015

020

0 2 4 6 8 10 12

q (

mol

l-1)

Time (d)

210

Figure 4

Figure 5

-9000

-8000

-7000

-6000

-5000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

1000

0 2 4 6 8 10 12

G

a

GA

TP (

kJ

C-m

ol

DM

-1)

Time (d)

211

Figure 6

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2 4 6 8 10 12-H

Q

(k

J C

-mol

DM

-1)

Time (d)

212

Figure 7

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8 10 12

h(

)

Time (d)

213

Table 1 Stoichiometric coefficients estimated through material balances of carbon nitrogen

oxygen sulfur charge and reduction degree for biomass cultivated either in open ponds or in

tubular photobioreactor using nitrate or urea as nitrogen sources

HCO3- NO3

- NH4

+ a H2O O2 H

+ SO4

-2 Biomass

Δgf‟i

(kJ mol-1

)

-5872 -1114 -794 -2373 0 -399 -7446 -670

Stoichiometric coefficients (mol C-molDM-1

)

Run

PPFD

(μmol photons

m-2

s-1

)

a b b c d e f γX b

1 c 72 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 d 60 -1 -020 - 020 145 -120 - 580

2 e 60 -1 -011 - 032 130 -111 000 519

3 e 60 -1 - -007 024 100 -093 000 399

4 e 120 -1 -011 - 023 122 -111 000 489

5 e 120 -1 - -008 042 103 -092 000 411

6 e 240 -1 -010 - 023 127 -110 000 509

7 e 240 -1 - -008 034 108 -092 000 432

a NH4

+ is the result of urea hydrolysis

b Reduction degree of biomass

c Minipond considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al [25]

d Tubular photobioreactor considering the elemental biomass composition reported by Cornet et al

[25]

e Tubular photobioreactor elemental biomass composition experimentally determined

214

Anexo 3

Carbon dioxide from alcoholic fermentation as a carbon source for the

fed-batch cultivation of Arthrospira platensis

Raquel Pedrosa Bezerraab

Marcelo Chuei Matsudoa Sunao Sato

a Attilio Converti

bc Joatildeo

Carlos Monteiro de Carvalhoa

a Department of Biochemical and Pharmaceutical Technology Faculty of Pharmaceutical

Sciences University of Satildeo Paulo Av Prof Lineu Prestes 580 Bl 16 05508-900 Satildeo

Paulo-SP Brazil

b Department of Chemical and Process Engineering ldquoGB Boninordquo University of Genoa via

Opera Pia 15 16145 Genoa Italy

c CAPES Fellowship holder Brazil

_________

Author for correspondence phone +55-11-30913695 fax +55-11-38156386

E-mail jcmdcarvuspbr

215

Abstract

It was evaluated the Arthrospira platensis cultivation using CO2 from alcoholic fermentation

and either urea or nitrate as nitrogen source at different light intensities (60 le I le 240 μmol

photons m-2

s-1

) Whereas the CO2 source (pure CO2 or from alcoholic fermentation) did not

influence the maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) the use of urea instead of nitrate led to higher YXN values Xm and PX

increased when I was increased from 60 to 120-240 μmol photons m-2

s-1

Using CO2 from

alcoholic fermentation the best performance (Xm = 2952 plusmn 35 mg L-1

PX = 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

and YXN = 15 plusmn 020 mg mg-1

) was obtained at I = 120 μmol photons m-2

s-1

with urea The

results obtained in this work demonstrate that urea and CO2 from alcoholic fermentation could

be simultaneously used in large-scale cultivations to reduce the environmental impact

associated to the release of this greenhouse gas as well as the production cost of

cyanobacteria

Keywords

Arthrospira (Spirulina) platensis CO2 alcoholic fermentation fed-batch cultivation urea

light intensity

1 Introduction

Renewable energy sources such as ethanol have been seen as a promising alternative

to fossil fuel consumption providing environmental benefits by reduction in greenhouse gas

emissions and the national security benefits by less dependency on volatile crude oil imports

(Tyner and Taheripour 2007) Brazil is the worldrsquos largest exporter of bioethanol and second-

largest producer after the United States (Balat and Balat 2009) Considering the increasing

demand for this fuel and the fact that alcoholic fermentation is responsible for a CO2 release

216

on weight basis almost coincident with ethanol production it would be of great concern

developing a process for CO2 fixation able to turn it into a useful product Photosynthetic

microorganisms can fix CO2 efficiently from different sources including the atmosphere

industrial exhaust gases and soluble carbonate salts (Wang et al 2008) Moreover CO2

biofixation by microalgae leads to higher yield of biomass per hectare in comparison with

terrestrial plants (Packer 2009) It has been shown that the cost of CO2 in large-scale algal

cultures is of primary importance to the total economics (Tapie and Bernard 1988) Since 45ndash

50 of the dry algal mass is made up of carbon (Cornet et al 1992) 165ndash 183 g CO2 would

theoretically be needed for the biosynthesis of 1 g (DW) of algal biomass Thus CO2

biofixation by microalgae has the potential not only to offset carbon emissions but also to

reduce the costs of culture media on an industrial scale (Hughes and Benemann 1997)

Combination of CO2 fixation and production of biomass containing high-value bioactive

products may provide a very promising alternative to current CO2 mitigation strategies

Nowadays there are numerous commercial applications of A platensis such as the

enhancement of the nutritional value of foods and animal feed feed in aquaculture

bioremediation use in cosmetics and others applications (Spolaore et al 2006) Besides the

CO2 source the nitrogen source is an additional important factor in the cultivation of

photosynthetic microorganisms since this element is used mainly to provide proteins and

nucleic acids which are essential for cell maintenance and growth (Watanabe and Hall

1996) Salts of nitrate are largely used as nitrogen source for A platensis culture but urea

(Danesi et al 2004) and ammonium salts (Bezerra et al 2008) have recently been proposed

as alternative cheap nitrogen sources

Compared to open ponds appropriately designed closed photobioreactors are able to

minimize the loss of ammonia nitrogen sources by off gassing reducing the amount of this

nutrient necessary in a large-scale process Additionally these reactors can reduce the

217

cultivation area by distributing the photosynthetic organisms vertically and increase the CO2

residence time thereby improving its utilization efficiency (Ono and Cuello 2004)

The aim of this study was to check if the combined use of CO2 released from alcoholic

fermentation and urea in tubular photobioreactor could be a feasible and cheap alternative

way to cultivate A platensis For this purpose fed-batch cultivations were carried out at

variable light intensity using two different sources either of nitrogen (sodium nitrate or urea)

or of carbon (pure CO2 from cylinder or gaseous emissions from alcoholic fermentation) the

latter to simultaneously control the pH and maintain the desired carbon level The results

obtained were finally compared by means of analysis of variance to identify the statistically

significant effects of the above independent variables (light intensity nitrogen source and

carbon source) on the selected responses namely the maximum cell concentration cell

productivity and nitrogen-to-cell conversion factor

2 Materials and methods

21 Microorganism and culture medium

Arthrospira (Spirulina) platensis UTEX 1926 was maintained in the culture medium

of Schloumlsser (1982) having the following composition (per liter) 136 g NaHCO3 403 g

Na2CO3 050 g K2HPO4 250 g NaNO3 100 g K2SO4 100 g NaCl 020 g MgSO4middot7H2O

004 g CaCl2middot2H2O All the nutrients were dissolved in distilled water containing (per liter)

60 mL of metal solution (970 mg FeCl3middot6H2O 410 mg MnCl2middot4H2O 50 mg ZnCl2 20 mg

CoCl2middot6H2O 40 mg Na2MoO4middot2H2O) 10 mL of micronutrient solution (500 mg Na2EDTA

618 mg H3BO3 196 mg CuSO4middot5H2O 440 mg ZnSO4middot7H2O 200 mg CoCl2middot6H2O 126 mg

MnCl2middot4 H2O 126 mg Na2MoO4 middot2H2O) and 10 mL15 g Lminus1

B12 vitamin solution

Fed-batch runs were carried out either using the above medium containing NaNO3 as

the nitrogen source or after substituting in it NaNO3 with urea

218

22 Cultivation

The bench-scale tubular photobioreactor (Fig 1) utilized in this study was developed

at the Fermentation Technology Laboratory of the Department of Biochemical and

Pharmaceutical Technology of Satildeo Paulo University (Ferreira et al 2010) It was made up of

transparent glass tubes (10 m length 10 cm internal diameter 05 cm wall thickness) with

inclination of 2 (115ordm) to make the fluid flow easier PVC tubes were used to connect the

glass tubes The reactor was illuminated by 20 W fluorescent lamps Ambient air was injected

at the bottom of the tubes to drive the liquid from the bottom to the top of the reactor A

degassing bottle provided with magnetic stirrer ensured efficient medium homogeneity The

total and illuminated volumes of the reactor were 350 and 212 L respectively

Cultivations were carried out with initial biomass concentration of 400 mg Lminus1

(Ferreira et al 2010) in tubular photobioreactor (PBR) and temperature of 29 ordmC The pH was

set and maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of pure CO2 from

cylinder or CO2 from continuous alcoholic fermentation under steady-state conditions using a

pH controller (Mettler Toledo Barueri SP Brazil) coupled to a solenoid valve In

experiments with NaNO3 nitrate concentration was maintained above 1 g L-1

(Faintuch

1989) to avoid growth limitation by this nutrient When urea was used as nitrogen source its

amount to be daily added was estimated as suggested by Ferreira et al (2010) Briefly from

the curve of cell concentration versus time of each standard run with nitrate (Fig 2) we

obtained an interpolated curve described by a third order-polynomial equation By derivation

of this equation it was possible to obtain the second order equation of cell productivity and

from that the equation expressing the amount of urea to be daily added to sustain the expected

cell growth taking into account that the dry mass of A platensis contains about 7 of

nitrogen (Bezerra et al 2008) The light intensity expressed as photosynthetic photon flux

density (PPFD) was varied in the range of 60-240 μmol photons mndash2

sndash1

Table 1 show the

219

different conditions adopted in this work for cultivations All experiments were carried out in

duplicate

221 CO2 sources

Pure CO2 of analytical grade (999) was obtained from a cylinder (Oxylumen Satildeo

Paulo SP Brazil)

CO2 from alcoholic fermentation was produced continuously by Saccharomyces

cerevisiae CCT7150 (Fundaccedilatildeo Tropical Andreacute Tosello Culture Collection Campinas SP

Brazil) cultivated in a glass bioreactor (Infors-HT Bottmingen Switzerland) containing 10 L

of diluted sugarcane blackstrap molasses at temperature of 30 plusmn 1 ordmC (Kock et al 2000)

impeller speed of 500 rpm and dilution rate of 0025 h-1

Sugar concentration in the feed

expressed as total reducing sugars (TRS) was 170 g L-1

(Guerreiro et al 1997) Urea (05 g

L-1

) was added to the mash After adjustment of pH at 45-50 by addition of H2SO4 it was

controlled at 45 plusmn 01 (Jones et al 1981) by addition of 15 N NaOH solution Penicillin (500

ui L-1

) was added to prevent contamination (Carvalho et al 2003) Continuous feeding was

started after 12 h of batch fermentation

23 Analytical techniques

231 A platensis cultivation

Cell concentration was determined by optical density (OD) measurements at 560 nm

using a calibration curve (Leduy and Therien 1977) The liquid phase of the medium was

used to determinate the concentrations of total carbonate (Pierce and Haenisch 1948) nitrate

(Vogel 2002) and volatile organic compounds (Joslyn 1970) The concentration of total

ammonia was determined immediately before the daily addition of urea on cell-free medium

samples using a potentiometer and selective ammonia ion electrode model 95-12 (Orion

Cambridge MA USA) (Leduy and Samson 1982) The residual urea level was determined

220

by the same way after previous hydrolysis with H2SO4 at 200 degC (Cezare 1998) Incident

photon flux density of photosynthetically active radiation (400-700 nm) was measured by

means of an integrating quantumradiometerphotometer model LI-190 SB (Li-Cor Lincoln

NE USA) provided with a LI-190 SB quantum sensor cell

232 Alcoholic fermentation

Cell concentration was measured by filtering 50 mL samples through Millipore

membranes with 12 μm pore diameter washing with 50 mL of distilled water and drying at

105-110 degC until constant weigh (Carvalho et al 2003) The total reducing sugars (TRS)

concentration was expressed as glucose and determined according to Somogy (1952) after

acid hydrolysis of samples (Falcone et al 1959)

Ethanol concentration was determined by the micro-dichromate method (Joslyn

1970) The effluent gas was qualitatively analyzed by a gas chromatograph coupled to mass

spectrometer model GCMS-QP5050A (Shimadzu Kyoto Japan) equipped with CP Sil

PONA CB column (100 m x 025 mm x 05 μm) Helium was used as a carrier gas at flow rate

of 1 mL min-1

Samples (1 mL) were injected in the column at a split ratio of 1100 Injector

and detector temperatures were 200 and 250 degC respectively The column temperature was

initially set at 40 degC and then increased at a rate of 2 degC min-1

up to 100 degC and subsequently

at 10 degC min-1

up to 250 degC

24 Calculation of A platensis cultivation parameters

The cell productivity (PX mg L-1

d-1

) was calculated by dividing the difference

between maximum and initial cell concentration (Xm - Xi) by the cultivation time

corresponding to Xm The nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) was calculated as

the mass ratio of dried produced cells and nitrogen added

221

24 Statistical analysis

Maximum cell concentration (Xm mg L-1

) maximum cell productivity (PX mg L-1

d-1

)

and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN mg mg-1

) were evaluated by the analysis of

variance (ANOVA General Linear Model) and the Tukey test to compare the mean values at

a significance level of 5 (p lt 005) using the MINITAB 15 statistical software

3 Results and discussion

31 Continuous alcoholic fermentation

The mean results of continuous alcoholic fermentation of blackstrap molasses under

steady state conditions were the following cell concentration of 609 plusmn 054 gDW L-1

(dry

weight) TRS of 532 plusmn 567 g L-1

and ethanol concentration of 553 plusmn 757 g L-1

corresponding to a fermentation yield of 64 Such a process yield was of the same order of

magnitude as those previously obtained with the same carbon source (Carvalho et al 2003)

and ensured the release of a CO2 flux suitable to maintain the pH of A platensis culture at the

desired value (95 plusmn 02)

32 Effects of carbon dioxide and nitrogen sources and light intensity on A platensis

growth

Figs 2 to 4 show that the use of pure CO2 or CO2 from alcoholic fermentation led to

almost coincident cell concentration profiles and Xm values which points out no significant

influence of the CO2 source on A platensis growth These findings which were confirmed by

ANOVA (p 005 Table 2) highlight the feasibility of using such a by-product from

industrial bioethanol production as carbon source for cyanobacteria cultivation

It is well known that when bicarbonate is used for the photosynthetic growth of

microalgae there is a progressive release of OH- in the medium (Goldman et al 1982) thus

222

the pH control is fundamental in processes leading to high cell concentrations As stressed by

Watanabe et al (1995) high alkalinity (pH gt 110) restricts the productivity in the air-lift

photobioreactors using air not supplemented with CO2 In cultivations having high demand of

carbon due to high cell concentrations the addition of CO2 can ensure at the same time

control of pH and suited supply of the carbon source This has been done in the present work

where the culture pH was maintained at 95 plusmn 02 (Saacutenchez-Luna et al 2007) by addition of

CO2 either from a cylinder or from alcoholic fermentation so that the CO2 consumed by the

microorganism was permanently replaced Such a control also allowed maintaining the carbon

source level along the cultivations at a value (around 1208 g L-1

of total carbonate)

practically coincident with that of the medium of Schloumlsser (1982) thus avoiding any carbon

source limitation or accumulation and reducing its cost

In experiments carried out with CO2 from alcoholic fermentation the analysis of

effluent gas by headspace gas chromatography revealed it was mainly made up of CO2 with

only small contents of ethanol and acetaldehyde Despite of this it was not detected any

appreciable concentration of organic volatile compounds in the medium likely because this

microorganism has the enzymes needed to metabolize ethanol or even due to their

condensation in the pipe and consequently no influence of these compounds on A platensis

growth was observed In addition the use of CO2 from alcoholic fermentation did not lead to

any precipitation of salts or flocculation like those observed by Ferraz et al (1985) for A

maxima cultivations in open-ponds using a semi-synthetic medium constituted by malt and

yeast extracts peptone and sucrose

As far as the influence of the nitrogen source on A platensis growth is concerned

urea a classical fertilizer was chosen to substitute the conventional nitrogen sources (KNO3

NaNO3) because of its low cost and because it has been recognized as a promising alternative

nitrogen source in the cultivation of A platensis (Danesi et al 2004 Sassano et al 2007)

223

For a given light intensity and CO2 source no significant difference in growth curves

of cultivations carried out with nitrate (Fig 2) or urea (Figs 3 and 4) as nitrogen source was

observed and the Xm values obtained with both nitrogen sources were statistically coincident

(p 005 Table 2) These results point out the success of the approach of using standard

curves obtained with NaNO3 under non-limited conditions (Fig 2) to foresee the nitrogen

demand of fed-batch A platensis cultivations with urea and confirm the feasibility of using

this cheap nitrogen source

Ammonia and residual urea concentrations during the cultivation (lt 10-4

M) were

always much lower than those considered toxic (10 mM) or even inhibitory for cyanobacteria

growth (17 mM to 2 mM) (Abeliovich and Azov 1976) thereby demonstrating that there

was no accumulation either of ammonia or urea in the medium Since the pH of the culture

(95 plusmn 02) was higher than the pKa of the ammonium (93) this compound was likely

assimilated by simple diffusion and then trapped within the cell cytoplasm by protonation

(Boussiba et al 1984)

Light is the energy source that drives photosynthesis therefore its intensity is an

additional important growth factor which has been often associated with shifts in metabolic

activity (Vonshak et al 2000)

During photoautotrophic growth the amount of light energy received by the

photosynthetic apparatuses determines the amounts of inorganic carbon fixed Xm was

significantly increased (p lt 005 Table 2) by an increase in the light intensity from 60 to 120

micromol photons m-2

s-1

(Figs 2 to 4) whereas it reached a plateau in the range 120-240 micromol

photons m-2

s-1

(Table 3) This result is consistent with the typical behavior of the autotrophic

growth of A platensis (Vonshak et al 2000) which can be depending on I (i) light limited

(ii) light saturated or (iii) light inhibited and whose specific growth rate initially increases

linearly with light intensity then reaches a plateau and finally falls

224

The highest Xm value found in this work was higher than those reported for A

platensis cultivations in minipond (15 g L-1

) (Binaghi et al 2003) and conical tubular

photobioreactor (13 g L-1

) (Watanabe and Hall 1996)

33 Cell productivity

Table 2 shows that cell productivity (PX) was not statistically affected either by the

nitrogen or the CO2 source (p 005) Indeed the almost coincident PX values obtained in

cultures with urea and nitrate were expected by the fact that the amounts employed of the

former nitrogen source under every conditions were always based on the results of the

corresponding runs with nitrate As for Xm also the use of different CO2 sources did not

influence the productivity (p 005 Table 2) as well the cultivation time

On the other hand PX increased by about 45 when increasing the light intensity from

60 to 120 micromol photons m-2

s-1

while Xm increased by only 7 Since the higher the light

intensity the higher the biomass concentration in the middle of runs (Figs 2 to 4) it is likely

that the effect of I is more marked when the overall culture conditions are favorable and there

is some shadowing effect (Vonshak et al 2000) In fact the higher the light intensity the

larger the amount of energy converted into ATP to be utilized for cell growth and

maintenance and then the cells reach more quickly the maximum cell concentration (Vonshak

et al 2000)

This behavior was also observed by Danesi et al (2004) and Rangel-Yagui et al

(2004) in A platensis cultures carried out in miniponds with KNO3 or urea as nitrogen

sources On the other hand the similar PX values obtained at 120 and 240 micromol photons m-2

s-

1 (Table 3) were the likely result of photosaturation or shadowing (Chojnacka and Noworyta

2004 Vonshak et al 2000) as described earlier for Xm

225

Therefore the highest cell productivities were obtained at the highest light intensities

(443 plusmn 20 and 463 plusmn 16 mg L-1

d-1

at I = 120 and 240 micromol photons m-2

s-1

respectively)

irrespective of the nitrogen or CO2 sources used (Table 3) These values are close to that (510

mg L-1

d-1

) obtained by Watanabe et al (1995) who investigated the A platensis growth in

conical helical photobioreactor at 118 μmol photon m-2

s-1

Other studies showed that this parameter reached maximum values of 92 mg L-1

d-1

in

a cylindrical glass tank using urea at 108 μmol photons mndash2

sndash1

(Sassano et al 2007) and 96

mg L-1

d-1

in long minitanks using ammonium chloride at 13 klux (156 μmol photons mndash2

sndash1

)

(Bezerra et al 2008) Since these light intensity thresholds are close to that obtained in this

study the remarkably higher values of PX shown here demonstrate the excellent performance

of the tubular photobioreactor configuration

34 Nitrogen-to-cell conversion factor

The ANOVA statistical analysis indicates a significant effect of the nitrogen source (p

lt 005 Table 2) on the nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) whose highest mean values

were achieved in cultures using urea (Table 1) Indeed in these cultures the nitrogen amount

added daily was based on the actual needs for cell growth and maintenance and then its

residual concentration was always lt 10-4

M therefore there was no limitation or excess of

nitrogen during cultivation On the other hand in cultures with nitrate its concentration was

always maintained above 1 g L-1

to avoid any growth limitation (Faintuch 1989) thus

resulting in a YXN decrease

Contrarily no significant effects of CO2 sources and light intensities on YXN (p 005

Table 2) were observed Taking into account that YXN is the ratio between the masses of dry

cell produced and nitrogen added such an observation had to be expected by the fact that the

amount of nitrogen added to the culture is associated to cell growth as stressed above These

results apparently disagree with those obtained by Bezerra et al (2008) and Danesi et al

226

(2004) who observed a YXN increase with light intensity However since those experiments

were carried out using the same amount of nitrogen regardless of the light intensity YXN was

only a function of Xm which was in turn an increasing function of I

The highest YXN value found in this study (138 plusmn 090 mg mg-1

) was remarkably

higher than those reported for urea (74-85 mg mg-1

) (Rangel-Yagui et al 2004) and

ammonium chloride (57 plusmn 017 mg mg-1

) (Bezerra et al 2008) as nitrogen sources in

miniponds because the use in this study of a closed tubular photobioreactor certainly reduced

the nitrogen loss as ammonia by off gassing (Ferreira et al 2010)

4 Conclusions

The results of this work showed that the simultaneous use of two low cost or even no-

cost nutrients (CO2 from alcoholic fermentation and urea) could be an interesting alternative

for A platensis cultivation in tubular photobioreactor The fed-batch cultivation of this

cyanobacterium at 120 μmol photons m-2

s-1

using these nutrients as carbon and nitrogen

sources respectively did in fact provide a maximum cell concentration of 2960 plusmn 35 mg L-1

and a cell productivity of 425 plusmn 59 mg L-1

d-1

The production of A platensis biomass which

is a source of valuable compounds using as carbon source the CO2-rich gaseous emissions

from the alcohol industry may contribute to reduce the release of such a greenhouse gas into

the atmosphere

Acknowledgements

The authors grateful acknowledge the financial support of the Fundaccedilatildeo de Amparo agrave

Pesquisa do Estado de Satildeo Paulo (FAPESP) Satildeo Paulo Brazil (process no 0654959-3 and

065679-2) and of the Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior

(CAPES) Brazil (processes n 397808-7 and 0350-112010)

227

References

Abeliovich A Azov D 1976 Toxicity of ammonia to algae in sewage oxidation ponds

Appl Environ Microbiol 31 801ndash 806

Balat M Balat H 2009 Recent trends in global production and utilization of bio-ethanol

fuel Appl Energy 86 2273-2282

Hughes E Benemann JR 1997 Biological fossil CO2 mitigation Energy Conv Manag

38 S467ndashS473

Bezerra RP Matsudo MC Converti

A Sato S Carvalho JCM

2008 Influence of

ammonium chloride feeding time and light intensity on the cultivation of Spirulina

(Arthrospira) platensis Biotechnol Bioeng 100 297-305

Binaghi L Del Borghi A Lodi A Converti A Del Borghi M 2003 Batch and fed-

batch uptake of carbon dioxide by Spirulina platensis Process Biochem 38 1341-1346

Boussiba S Resch CM Gibson J 1984 Ammonia uptake and retention in some

cyanobacteria Arch Microbiol 138 287-292

Carvalho JCM Vitolo M Sato S Aquarone E 2003 Ethanol production by

Saccharomyces cerevisiae grown in sugarcane blackstrap molasses through a fed-batch

process optimization by response surface methodology Appl Biochem Biotechnol 110

151-164

Cezare EA 1998 Contribuiccedilatildeo ao estudo da produccedilatildeo de biomassa de S platensis

empregando ureacuteia como fonte de nitrogecircnio por meio de processo descontiacutenuo alimentado

Master Thesis University of Satildeo Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP

Brazil

228

Chojnacka K Noworyta A 2004 Evaluation of Spirulina sp growth in photoautotrophic

heterotrophic and mixotrophic cultures Enzyme Microb Technol 34 461ndash465

Cornet JF Dussap CG Cluzel P Dubertret G 1992 A structured model for simulation

of cultures of the cyanobacterium Spirulina platensis in photobioreactors II Identification of

kinetic parameters under light and mineral limitations Biotechnol Bioeng 40 826ndash834

Danesi EDG Rangel-Yagui CO Carvalho JCM Sato S 2004 Effect of reducing the

light intensity on the growth and production of chlorophyll by Spirulina platensis Biomass

Bioenerg 26 329-335

Faintuch BL 1989 Anaacutelise comparativa da produccedilatildeo de biomassa a partir de trecircs

cianobacteacuterias empregando distintas fontes nitrogenadas Master Thesis University of Satildeo

Paulo Faculty of Pharmaceutical Sciences Satildeo Paulo SP Brazil

Falcone M Vairo MLR Borzani W 1959 Processo simplificado para a dosagem de

accedilucares redutores totais em melaccedilos de cana Anais Farm Quiacutem 10 69-72

Ferraz CAM Aquarone E Florenzano G Balloni W Tredici M 1985 Utilizaccedilatildeo de

sub-produtos da induacutestria alcooleira na obtenccedilatildeo de biomassa de Spirulina maacutexima Parte I ndash

Emprego do anidrido carbocircnico Rev Microbiol 16 179-187

Ferreira LS Rodrigues MS Converti A Sato S Carvalho JCM 2010 A new

approach to ammonium sulphate feeding for fed-batch Arthrospira platensis cultivation in

tubular photobioreactor Biotechnol Prog 26 1271-1277

Goldman JC Dennett MR Riley CB 1982 Effect of nitrogen-mediated changes in

alkalinity on pH control and CO2 supply in intensive microalgal cultures Biotechnol Bioeng

24 619-631

229

Guerreiro MA Andrietta SR Maugeri F 1997 Expert system for the design of an

industrial fermentation plant for the production of alcohol J Chem Technol Biotechnol 68

163-200

Jones RP Pamment N Greenfield DPF 1981 Alcohol fermentation by yeast The effect

of environmental and other variables Process Biochem 16 42-49

Joslyn MA 1970 Alcoholometry in Joslyn MA (Ed) Methods in Food Analysis

Physical Chemical and Instrumental Methods of Analysis Academic Press New York pp

447-474

Kock JLF Venter P Smith DP Van Wyk PWJ Botes PJ Coetzee DJ Pohl CH

Botha A Riedel K-H Nigam S 2000 A novel oxylipin-associated bdquoghosting‟

phenomenon in yeast flocculation Antonie van Leeuwenhoek 77 401ndash406

Leduy A Samson R 1982 Testing of an ammonia ion selective electrode for ammonia

nitrogen measurement in the methanogenic sludge Biotechnol Lett 4 303-306

Leduy A Therien N 1977 An improved method for optical density measurement of the

semicroscopic blue algae Spirulina maxima Biotechnol Bioeng 19 1219-1224

Ono E Cuello JL 2004 Design parameters of solar concentrating systems for CO2-

mitigating algal photobioreactors Energy 29 1651ndash1657

Packer M 2009 Algal capture of carbon dioxide biomass generation as a tool for

greenhouse gas mitigation with reference to New Zealand energy strategy and policy Energy

Policy 37 3428-3437

Pierce WC Haenisch EL 1948 Quantitative Analysis third ed John Wiley amp Sons New

York

230

Rangel-Yagui CO Danesi EDG Carvalho JCM Sato S 2004 Chlorophyll

production from Spirulina platensis cultivation with urea addition by fed-batch process

Bioresour Technol 92 133-141

Saacutenchez-Luna LD Bezerra RP Matsudo MC Sato S Converti A Carvalho JCM

2007 Influence of pH temperature and urea molar flowrate on Arthrospira platensis fed-

batch cultivation a kinetic and thermodynamic approach Biotechnol Bioeng 96 702-711

Sassano CEN Gioielli LA Almeida KA Sato S Perego P Converti A Carvalho

JCM 2007 Cultivation of Spirulina platensis by continuous process using ammonium

chloride as nitrogen source Biomass Bioenerg 31 593-598

Schloumlsser UG 1982 Sammlung von Algenkulturen Ber Deutsch Bot Ges 95 181ndash276

Somogy M 1952 Notes on sugar determination J Biol Chem 195 19-23

Spolaore P Joannis-Cassan C Duran E Isambert A 2006 Commercial applications of

microalgae J Biosci Bioeng 101 87-96

Tapie P Bernard A 1988 Microalgae production technical and economic evaluations

Biotechnol Bioeng 32 873-885

Tyner W Taheripour F 2007 Renewable energy policy alternatives for the future Amer J

Agr Econ 89 1303ndash1310

Vogel AI 2002 Anaacutelise Quiacutemica Quantitativa Livros Teacutecnicos e Cientiacuteficos Rio de

Janeiro

Vonshak A Cheung SM Chen F 2000 Mixotrophic growth modifies the response of

Spirulina (Arhrospira) platensis (Cyanobacteria) cells to light J Phycol 36 675-679

Wang B Li Y Wu N Lan CQ 2008 CO2 bio-mitigation using microalgae Appl

Microbiol Biotechnol 79 707ndash718

231

Watanabe Y Hall DO 1996 Photosynthetic production of the filamentous

cyanobacterium Spirulina platensis in a cone-shaped helical tubular photobioreactor Appl

Microbiol Biotechnol 44 693-698

Watanabe Y de la Nouumle J Hall DO 1995 Photosynthetic performance of a helical

tubular photobioreactor incorporating the cyanobacterium Spirulina platensis Biotechnol

Bioeng 47 261-269

232

Caption of Figures

Figure 1 Scheme of the photobioreactor employed for fed-batch cultivations of A platensis

(1) Degasser (2) Condenser tube (3) Air pump (4) Rotameter (5) Magnetic stirrer (6)

20W Fluorescent lamps (7) Airlift system

Figure 2 Cell concentration (X mg L-1

) versus time during fed-batch A platensis cultivations

carried out using nitrate and A) CO2 from cylinder or B) gaseous emissions from alcoholic

fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) 60 (diams) 120 (times) and 240 (+)

The estimated curves are drawn as continuous lines

Figure 3 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition (mM

d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out using CO2

from cylinder at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

) Triangle 60 Square 120

Circle 240

Figure 4 A) Cell concentration (X mg L-1

) (open symbols) and B) daily urea addition

(mM d-1

) (full symbols) versus time during fed-batch A platensis cultivations carried out

using CO2 from alcoholic fermentation at different light intensities (μmol photons m-2

s-1

)

Triangle 60 Square 120 Circle 240

233

Figure 1

234

Figure 2

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

A)

B)

235

Figure 3

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

0 2 4 6 8 10 12

X (

mg L

-1)

Time (days)

000

020

040

060

080

100

120

140

160

0 2 4 6 8 10

Time (days)

ure

a ad

dit

ion (

mM

d-1

)

236

Table 1 Maximum cell concentration (Xm) cell productivity (PX) and nitrogen-to-cell

conversion factor (YXN) obtained in fed-batch A platensis cultures carried out at different

light intensities and using different CO2 and nitrogen sources

run

I

(mol m-2

s-1

)a

CO2

source

Nitrogen

source

Xm

(mg L-1

) b

PX

(mg L-1

d-1

) b

YXN

(mg mg-1

) b

1 60 C c NaNO3 2899plusmn17 250plusmn17 42plusmn003

2 60 C Urea 2847plusmn10 245plusmn00 14plusmn000

3 60 A d NaNO3 2789plusmn82 299plusmn10 40plusmn014

4 60 A Urea 2867plusmn28 308plusmn35 14plusmn017

5 120 C NaNO3 3209plusmn109 454plusmn18 45plusmn018

6 120 C Urea 2980plusmn103 408plusmn17 11plusmn050

7 120 A NaNO3 2968plusmn24 428plusmn40 43plusmn004

8 120 A Urea 2952plusmn35 425plusmn59 15plusmn020

9 240 C NaNO3 3291plusmn206 482plusmn34 54plusmn038

10 240 C Urea 3236plusmn72 473plusmn12 13plusmn034

11 240 A NaNO3 3102plusmn130 450plusmn22 50plusmn024

12 240 A Urea 3070plusmn112 445plusmn19 14plusmn056

a I = light intensity

b Values represent means of two experiments and its standard error

c C = cylinder

d A = alcoholic fermentation

237

Table 2 Values of the descriptive level (p) for the maximum cell concentration (Xm) cell

productivity (PX) and nitrogen-to-cell conversion factor (YXN) at different light intensities (60

120 or 240 mol photons m-2

s-1

) and using different sources of CO2 (cylinder or alcoholic

fermentation) and nitrogen (nitrate or urea)

Factors Xm PX YXN

CO2 0225 0256 0351

Light intensity 0000 0000 0700

Nitrogen 0922 0947 0000

238

Table 3 Means values of maximum cell concentration (Xm) and cell productivity (PX)

obtained in fed-batch A platensis cultivations carried out at variable light intensity

Light intensity

(mol photons m-2

s-1

)

Xm

(mg L-1

)

PX

(mg L-1

d-1

)

60 2851plusmn54ordf 306plusmn7a

120 3056plusmn115b 443plusmn20

b

240 3180plusmn96b 463plusmn16

b

Values with the same superscript are not significantly different according to the Tukey test

(p gt 005)

Page 6: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 7: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 8: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 9: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 10: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 11: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 12: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 13: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 14: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 15: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 16: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 17: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 18: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 19: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 20: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 21: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 22: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 23: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 24: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 25: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 26: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 27: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 28: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 29: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 30: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 31: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 32: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 33: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 34: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 35: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 36: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 37: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 38: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 39: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 40: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 41: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 42: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 43: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 44: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 45: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 46: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 47: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 48: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 49: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 50: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 51: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 52: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 53: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 54: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 55: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 56: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 57: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 58: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 59: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 60: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 61: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 62: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 63: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 64: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 65: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 66: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 67: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 68: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 69: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 70: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 71: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 72: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 73: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 74: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 75: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 76: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 77: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 78: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 79: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 80: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 81: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 82: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 83: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 84: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 85: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 86: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 87: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 88: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 89: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 90: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 91: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 92: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 93: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 94: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 95: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 96: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 97: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 98: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 99: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 100: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 101: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 102: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 103: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 104: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 105: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 106: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 107: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 108: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 109: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 110: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 111: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 112: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 113: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 114: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 115: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 116: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 117: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 118: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 119: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 120: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 121: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 122: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 123: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 124: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 125: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 126: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 127: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 128: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 129: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 130: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 131: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 132: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 133: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 134: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 135: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 136: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 137: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 138: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 139: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 140: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 141: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 142: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 143: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 144: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 145: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 146: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 147: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 148: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 149: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 150: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 151: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 152: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 153: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 154: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 155: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 156: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 157: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 158: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 159: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 160: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 161: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 162: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 163: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 164: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 165: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 166: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 167: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 168: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 169: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 170: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 171: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 172: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 173: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 174: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 175: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 176: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 177: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 178: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 179: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 180: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 181: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 182: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 183: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 184: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 185: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 186: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 187: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 188: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 189: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 190: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 191: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 192: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 193: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 194: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 195: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 196: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 197: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 198: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 199: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 200: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 201: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 202: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 203: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 204: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 205: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 206: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 207: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 208: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 209: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 210: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 211: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 212: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 213: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 214: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 215: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 216: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 217: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 218: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 219: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 220: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 221: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 222: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 223: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 224: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 225: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 226: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 227: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 228: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 229: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 230: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 231: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 232: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 233: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 234: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 235: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 236: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 237: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo
Page 238: IUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - University of São Paulo