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Invest Outlook 2º Trimestre 2016 Invest Outlook Os mercados financeiros tiveram um início de ano turbulento, condicionados pelos receios em torno da economia chinesa e pela forte queda do preço do barril de petróleo. Contudo, os principais indicadores de actividade continuam a apontar para um crescimento económico moderado, tanto nas economias avançadas como nas emergentes, suportadas por políticas monetárias acomodatícias e pela recuperação do consumo privado. O primeiro trimestre ficou marcado pelo aumento da volatilidade. Em meados de Janeiro os principais índices mundiais perdiam mais de 15%, conseguindo, porém, recuperar grande parte dessas perdas, nomeadamente nos Estados-Unidos, onde o S&P-500 terminou positivo, face ao final do ano passado. Do mesmo modo, o preço do petróleo, depois de atingir um mínimo de USD 27,1, em meados de Janeiro, terminou o trimestre nos USD 39,6, após uma recuperação de 46%. Nos mercados de dívida, os spreads de crédito High Yield norte- americanos encerraram o mês de Março nos 703 bps, após um máximo de 907 bps. Outlook Negativo Neutral Positivo Acções Europa X EUA X Emergentes X Obrigações Investment Grade X High Yield X Commodities X Índice: Evolução dos indicadores macroeconómicos Pág. 2 Evolução dos mercados financeiros Pág. 8 Alocação de Activos Pág. 16 Gestão de Activos Paulo Monteiro [email protected] Telf.: 21 382 17 48 Raúl Póvoa [email protected] Telf.: 21 383 56 18 José Pedroso [email protected] Telf.: 21 381 13 18 Banco Invest, SA www.bancoinvest.pt Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1, 11º andar 1070-101 Lisboa Portugal

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Invest Outlook

Página 1

2º Trimestre 2016

Invest Outlook

Os mercados financeiros tiveram um início de ano turbulento,

condicionados pelos receios em torno da economia chinesa e pela forte

queda do preço do barril de petróleo. Contudo, os principais

indicadores de actividade continuam a apontar para um crescimento

económico moderado, tanto nas economias avançadas como nas

emergentes, suportadas por políticas monetárias acomodatícias e pela

recuperação do consumo privado.

O primeiro trimestre ficou marcado pelo aumento da volatilidade. Em

meados de Janeiro os principais índices mundiais perdiam mais de

15%, conseguindo, porém, recuperar grande parte dessas perdas,

nomeadamente nos Estados-Unidos, onde o S&P-500 terminou

positivo, face ao final do ano passado. Do mesmo modo, o preço do

petróleo, depois de atingir um mínimo de USD 27,1, em meados de

Janeiro, terminou o trimestre nos USD 39,6, após uma recuperação de

46%. Nos mercados de dívida, os spreads de crédito High Yield norte-

americanos encerraram o mês de Março nos 703 bps, após um máximo

de 907 bps.

Outlook

Negativo Neutral Positivo

Acções

Europa X

EUA X

Emergentes X

Obrigações

Investment Grade X

High Yield X

Commodities X

Índice:

Evolução dos indicadores macroeconómicos Pág. 2

Evolução dos mercados financeiros Pág. 8

Alocação de Activos Pág. 16

Gestão de Activos Paulo Monteiro [email protected] Telf.: 21 382 17 48

Raúl Póvoa [email protected] Telf.: 21 383 56 18

José Pedroso [email protected] Telf.: 21 381 13 18

Banco Invest, SA www.bancoinvest.pt

Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1, 11º andar 1070-101 Lisboa Portugal

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Invest Outlook

Página 2

2º Trimestre 2016

Evolução dos indicadores macroeconómicos

Os mercados financeiros tiveram um início de ano turbulento, condicionados pelos

receios em torno da economia chinesa e pela forte queda do preço do barril de

petróleo. Contudo, os principais indicadores de actividade continuam a apontar

para um crescimento económico moderado, tanto nas economias avançadas como

nas emergentes, suportadas por políticas monetárias acomodatícias e pela

recuperação do consumo privado.

Estados Unidos

O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu 1,4% (anualizado) no

quarto trimestre do ano passado. Em termos homólogos, o PIB cresceu 2,0%, com

o consumo privado, tradicionalmente um importante motor da economia,

relativamente robusto. Com efeito, as vendas no retalho subiram 3,1% em

Fevereiro, em termos homólogos, a variação mais alta desde o Janeiro de 2015.

Para este bom desempenho do consumo não é alheia a contínua diminuição da taxa

de desemprego, que em Fevereiro se situava nos 4,9%, menos 0,1 pontos

percentuais do que no início do ano, e a subida da taxa de participação no mercado

de trabalho, para os 62,9%. Apesar da volatilidade nos mercados financeiros, o

índice de confiança ISM Non-Manufacturing PMI mantém-se nos 53,4 pontos,

abaixo dos 55,8 pontos registados no final do ano passado, mas acima do limiar dos

50 pontos, acima do qual se pode continuar a esperar expansão da actividade.

Crescimento do PIB, ISM e Taxa de Desemprego

30

35

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US GDP (% y/y, eixo esquerdo)

US ISM Manufacturing PMI SA

1

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Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

US Taxa de Desemprego (%, eixo esquerdo)

US Hourly earnings (% y/y)

Fonte: Bloomberg.

Reflectindo a queda generalizada do preço das matérias-primas, em particular do

petróleo, a taxa de inflação voltou a cair em Fevereiro, para os 1,0%. Contudo,

excluindo os custos com alimentação e energia, a taxa de inflação (core) mantém a

A economia norte-americana

cresceu 1,4%, no último trimestre

de 2015 (taxa anualizada).

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Invest Outlook

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2º Trimestre 2016

trajectória de subida iniciada em Outubro passado, fixando-se nos 2,3%, um valor

não observado desde 2012.

Confiança dos Consumidores e Taxa de Inflação

-4

-2

0

2

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6

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

US CPI (%, y/y)

US CPI ex. Alimentação e Energia (% y/y)

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Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

US Confiança dos Consumidores (índice, eixo esq.)

US Personal Savings (%)

Fonte: Bloomberg.

Zona Euro

No último trimestre de 2015 o PIB da Zona Euro cresceu 0,3% em cadeia, e 1,6%

face ao mesmo período do ano anterior. Tal como no outro lado do Atlântico,

também o consumo privado mantém a liderança da recuperação, tendo as vendas a

retalho subido 2% em Fevereiro, em termos homólogos. Por sua vez, do lado

empresarial, os índices PMI Manufacturing e Services continuam relativamente

robustos, nos 51,4 e 53,7 pontos, respectivamente. A produção industrial

aumentou 2,8% em termos homólogos, em Fevereiro, o que compara com a queda

de 0,1% no mês anterior.

Crescimento do PIB e Taxa de Desemprego

60

70

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-6

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Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Euro-Zone GDP (% y/y, eixo esquerdo)

Euro-Zone Economic Confidence

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Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

EUR Taxa de Desemprego (%)

Fonte: Bloomberg.

Os índices PMI da Zona Euro,

apesar da queda dos últimos

meses, mantêm-se acima dos 50

pontos, apontando para a

continuação da recuperação

económica.

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2º Trimestre 2016

Por sua vez, a taxa de desemprego caiu, pelo terceiro mês consecutivo, para os

10,3% em Janeiro, o valor mais baixo dos últimos quatro anos e meio. Abrindo a

análise aos 28 países da União Europeia, a taxa de desemprego situa-se nos 8,9%, o

registo mais baixo desde Maio de 2009. Entre os estados membros, a Alemanha

destaca-se pela positiva, com um desemprego de apenas 4,3%, enquanto que a

Grécia e Espanha continuam com os valores mais altos (24,6% e 20,5%,

respectivamente). O desemprego jovem continua um importante obstáculo ao

próprio crescimento, situando-se nos 22%, em termos médios.

A queda do preço das matérias-primas e a persistência de uma elevada taxa de

desemprego continuam a ancorar a taxa de inflação em valores extremamente

baixos. Contrariando a tendência dos últimos meses, a taxa de inflação da Zona

Euro recuou para terreno negativo em Fevereiro (-0,2%), o nível mais baixo dos

últimos doze meses. Excluindo os custos com alimentação e energia, a taxa de

inflação caiu dos 1,0%, em Janeiro, para os actuais 0,8%.

Euro: Confiança dos Consumidores e Taxa de Inflação

-6

-5

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-3

-2

-1

0

1

2

3

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-30

-25

-20

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Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

EUR Confiança dos Consumidores (índice, eixo esq.)

EUR Retail Sales (%, y/y)

-1

1

3

5

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Euro-Zone CPI (%, y/y)

Euro-Zone CPI ex. Alimentação e Energia (% y/y)

Fonte: Bloomberg

Portugal

Em 2015, o PIB nacional cresceu 1,5% em volume, mais 0,6 pontos percentuais

(pp) do que no ano anterior. A procura doméstica aumentou 2,5% (2,2% em 2014),

liderada pelo crescimento do consumo e apesar da desaceleração do investimento,

devido à evolução dos inventários. A procura externa, por seu lado, registou uma

contribuição menos negativa para o crescimento do PIB, reflectindo a melhoria das

exportações de bens e serviços. Com efeito, as exportações cresceram 5,1%, em

2015, mais 1,2 pp do que no ano anterior, enquanto as importações apenas

aumentaram mais 0,1 pp, para os 7,3%.

O PIB nacional cresceu 1,5%, em

2015. Por sua vez, a taxa de

desemprego encerrou o ano nos

12,2% (13,5% no final de 2014).

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2º Trimestre 2016

A taxa de desemprego aumentou para os 12,2% no último trimestre de 2015, o que

compara com os 11,9% verificados nos dois trimestres anteriores, na medida em

que o número de pessoas desempregadas cresceu 2,4% enquanto o número de

empregados diminuiu 0,3%. No final de 2014, recorde-se, a taxa de desemprego

situava-se nos 13,5%. Entre 1983 e 2015 a média da taxa de desemprego é de

7,7%, com um máximo de 17,5% no primeiro trimestre de 2013 e um mínimo de

3,7%, no segundo trimestre de 2000.

Portugal: Crescimento do PIB e Saldo Externo de Bens e Serviços

-6

-4

-2

0

2

4

-3,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Trimestral (% trim/trim, eixo esquerdo)

Anual (%, var. homóloga)

-16

-12

-8

-4

0

4

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Balança Corrente (% PIB)

Fonte: Bloomberg e INE.

Em linha com o verificado no conjunto da Zona Euro, a taxa de inflação caiu

abruptamente em Fevereiro, para os 0,4% (0,8% no mês anterior). Os custos com

acomodação subiram ligeiramente, mas a queda dos preços com alimentação,

transporte e vestuário pressionaram a inflação para baixo. Excluindo os custos com

alimentação e energia, a taxa de inflação baixou para os 0,94% (0,99% em Janeiro).

Contas Nacionais – óptica da despesa

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Dez-97 Dez-00 Dez-03 Dez-06 Dez-09 Dez-12 Dez-15

Composição PIB

Cons Privado Cons Público Investimento Procura Externa-14%

-12%

-10%

-8%

-6%

-4%

-2%

0%

2%

Dez-97 Dez-00 Dez-03 Dez-06 Dez-09 Dez-12 Dez-15

Procura Externa (%PIB)

Fonte: INE.

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2º Trimestre 2016

De acordo com a Direcção-Geral do Orçamento (DGO), até Fevereiro, as

Administrações Públicas registaram um excedente de 15,2 milhões de euros, que

compara com um défice de cerca 229 milhões de euros em igual período de 2015.

Esta evolução é explicada pelo aumento da receita (2,9%) superior ao aumento da

despesa (0,9%). Restringindo a análise à Administração Central e Segurança Social,

no mesmo período, o respectivo saldo ascendeu a -107,8 milhões de euros (-269

milhões de euros em 2015). O saldo primário destes subsectores, situou-se em

1.385 milhões de euros (871 milhões de euros no mesmo período de 2015). A taxa

de crescimento foi de 2,7%, superior à da despesa em 1,4 pp. Por sua vez, a

despesa primária contraiu-se em 2%, para os 10.238,6 milhões de euros.

Portugal: Dívida Directa do Estado

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

0

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100

150

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250

Dez-05 Dez-07 Dez-09 Dez-11 Dez-13 Dez-15

Dívida Total

% do PIB (eixo dto.)

0

5

10

15

20

25

2016 2021 2026 2031 2036 2041

Amortizações de Dívida MLP

Fonte: INE, IGCP. Valores em milhares de milhão.

Países Emergentes

No conjunto dos países emergentes, as atenções continuam particularmente

concentradas na China, cuja economia começa a mostrar sinais de estabilização. A

produção industrial cresceu 5,4% em Fevereiro, face ao mesmo período de 2015 e,

apesar de ser o valor mais baixo desde de 2008, em cadeia evidencia uma

estabilização. Também o índice de confiança dos consumidores denota uma ligeira

melhoria, tendo subido para os 104 pontos em Janeiro (103,7 pontos em

Dezembro). Por outro lado, a recente depreciação do Yuan, conjugada com a

redução das taxas de juro e das reservas exigidas aos bancos, deverão permitir a

referida estabilização da economia, cujo crescimento homólogo atingiu os 6,8%, no

último trimestre de 2015 (6,9% no trimestre anterior).

Outra região no radar dos investidores tem sido a América Latina e, em particular o

Brasil. Esta economia contraiu 5,9% no último trimestre do ano passado, mais 1,4

pp do que no trimestre anterior. Este foi o sétimo trimestre consecutivo em terreno

negativo e o pior desde 1991, e fortemente penalizado pela queda do investimento

e do consumo. Considerando o total de 2015, o PIB brasileiro contraiu 3,8%,

O panorama entre as economias emergentes permanece ensombrado pelos receios em torno da economia chinesa, apesar dos recentes sinais de estabilização.

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2º Trimestre 2016

afectado pela queda do preço das matérias-primas e pela instabilidade política

vivida no país.

Uma nota ainda para a Rússia, a outra das grandes economias emergentes em

recessão económica. Em termos homólogos, o PIB caiu 3,8% no último trimestre de

2015, após a contração de 4,1% do terceiro trimestre. No total do ano, a actividade

económica contraiu 3,7%, penalizada pelas sanções económicas e pela queda do

preço do petróleo, que atingiram negativamente as exportações e as receitas

públicas.

Economias BRIC

-4

-2

0

2

4

6

8

10

4

6

8

10

12

14

16

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

China GDP (% y/y) (eixo esq.)

China CPI (% y/y)

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4

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12

14

16

18

-15

-10

-5

0

5

10

15

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Rússia GDP (% y/y) (eixo esq.)

Rússia CPI (% y/y)

0

4

8

12

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Brasil GDP (% y/y) (eixo esq.)

Brasil CPI (% y/y)

0

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8

12

16

0

2

4

6

8

10

12

Mar-10 Set-11 Mar-13 Set-14 Mar-16

India GDP (% y/y) (eixo esq.)

India CPI (% y/y)

Fonte: Bloomberg.

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Invest Outlook

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2º Trimestre 2016

Evolução dos mercados financeiros

O primeiro trimestre ficou marcado pelo aumento da volatilidade. Em meados de

Janeiro os principais índices mundiais perdiam mais de 15%, conseguindo, porém,

recuperar grande parte dessas perdas, nomeadamente nos Estados-Unidos, onde o

S&P-500 terminou positivo, face ao final do ano passado. Do mesmo modo, o

preço do petróleo, depois de atingir um mínimo de USD 27,1, em meados de

Janeiro, terminou o trimestre nos USD 39,6, após uma recuperação de 46%. Nos

mercados de dívida, os spreads de crédito High Yield norte-americanos encerraram

o mês de Março nos 703 bps, após um máximo de 907 bps.

Mercados Accionistas

Nos Estados-Unidos, o índice de referência S&P-500 fechou o primeiro trimestre de

2015 com uma valorização de 0,8%. Apesar da reduzida valorização, este foi um

período tudo menos calmo: no início de Fevereiro, este índice atingiu os 1810

pontos, com uma queda de 11,4%, desde o início do ano; desde então, em reacção

à recuperação do preço do petróleo e ao discurso mais dovish do FED, o mercado

encetou uma recuperação significativa, encerrando os três primeiros meses do ano

nos 2059,74 pontos, após uma subida de 13,8%. Reflectindo estas mudanças de

sentimento, o índice de volatilidade VIX terminou o mês de Março nos 13,95

pontos, após o máximo de 32 pontos.

Mercados Accionistas versus Volatilidade

0

10

20

30

40

50

60

70

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

S&P-500 (eixo esquerdo)

VIX

0

10

20

30

40

50

60

70

1000

2000

3000

4000

5000

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

EuroStoxx-50 (eixo esquerdo)

Vstoxx

Fonte: Bloomberg.

O índice S&P-500 terminou o

trimestre com uma valorização de

0,8%, após uma recuperação de

14% face aos mínimos do ano.

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Invest Outlook

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2º Trimestre 2016

Na Europa o cenário foi igualmente marcado pela volatilidade, com a diferença que

os mercados não conseguiram terminar o trimestre positivo. Pela negativa,

destacaram-se os mercados italiano (FTSE-MIB -15,4%) e espanhol (IBEX-35 -

8,6%). Pelo contrário, os outperformers foram os mercados holandês (AEX -0,4%) e

o inglês (FTSE-100 -1,1%).

Entre os países emergentes, que em média subiram 5,4% no trimestre, destacaram-

se pela negativa os mercados chinês (Shangai Composite -15,1%) e indiano (Sensex

-3,0%). Uma nota adicional para o mercado chinês que, à semelhança de outros,

registou uma recuperação de 15%, desde os mínimos de Janeiro.

Evolução dos Mercados Accionistas Mundiais

0,8

-0,9

-1,1

-5,4

-5,5

-7,2

-8,6

-15,4

S&P-500

MSCI World

FTSE-100

CAC-40

PSI-20

DAX-30

IBEX-35

FTSE MIB

YTD (%, Local)

17,1

15,5

6,2

5,4

-2,5

-3,0

-15,1

ISE 30 (Turquia)

Bovespa (Brasil)

MICEX (Rússia)

MSCI Emerging

MSCI FM Africa

Sensex 30 (India)

Shanghai CompositeYTD (%, Local)

Fonte: Bloomberg.

No mercado nacional, o índice PSI-20 perdeu 5,5%, no trimestre. Pela positiva

destacaram-se, as ações da Jerónimo Martins (+19,9%), da Sonae Capital (+18,8%),

do BPI (+14,9%) e da Corticeira Amorim (+12,7%), no mesmo período. Pelo

contrário, a Pharol SGPS, o BCP, a Altri SGPS e a NOS SGPS registam as maiores

perdas. Na revisão anual do índice, ocorrida em 21 de Março, foram retiradas as

acções da Impresa e da Teixeira Duarte, entrando a Caixa Económica Montepio, a

Corticeira Amorim e a Sonae Capital, estas duas últimas justificando, assim, a boa

performance trimestral. Destaque ainda para os CTT, que abriram o banco postal ao

público, e para o BPI, sobre o qual continua a não existir acordo entre o Caixabank

e a Santoro Finance, sobre a posição de Isabel dos Santos no banco nacional, o qual

poderá levar à separação dos activos angolanos, necessária para cumprir as

exigências regulatórias.

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Invest Outlook

Página 10

2º Trimestre 2016

Maiores e menores subidas do PSI-20.

19,9

18,8

14,9

12,7

3,6

-5,5

-11,0

-19,1

-19,6

-27,0

-50,6

J. Martins

Sonae Capital

BPI

Corticeira Amorim

REN

PSI-20

Portucel

NOS SGPS

Altri SGPS

BCP

Pharol SGPS

YTD (%)

65,5

44,3

22,9

9,8

5,5

-15,9

-23,2

-25,2

-45,9

-62,7

-75,2

Corticeira Amorim

Sonae Capital

J. Martins

Galp Energia

REN

PSI-20

Portucel

Sonae SGPS

Mota Engil

BCP

Pharol SGPS

12 Meses (%)

Fonte: Bloomberg.

Globalmente, os sectores que registaram as melhores performances trimestrais

foram as Utilities (+8,0%), as Telecomunicações (+6,3%) e a Energia (+4,2%),

considerando os índices da MSCI World, em USD. Pelo contrário, os sectores de

Healthcare e Financials foram os mais penalizados, com desvalorizações de -7,4% e

-6,9%, respetivamente, este último penalizado pelo impacto negativo da queda das

taxas de juro nas margens dos bancos, em especial na Europa.

Evolução Sectorial (Global)

-20

-15

-10

-5

0

5

10

YTD (%)

12 Meses (%)

Fonte: Bloomberg, Índices MSCI World. Moeda: USD

O índice MSCI World encerrou o

trimestre com uma desvalorização

de 0,9%.

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Invest Outlook

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2º Trimestre 2016

Mercados Cambiais

No último trimestre, verificou-se uma apreciação de 4,8% do EUR face ao USD,

com o EUR/USD a fechar o mês de Março nos 1,1380. Para este movimento, muito

contribuiu o discurso mais dovish da Sra. Janet Yellen, presidente da Reserva

Federal norte-americana (FED), condicionando as próximas subidas das taxas de

juro ao desenvolvimento da conjuntura económica, não só doméstica como

internacional.

Por sua vez, a Libra Esterlina (GBP), perdeu 7,0% face ao EUR, pressionada pela

incerteza quanto ao desfecho do referendo de Junho próximo, sobre a permanência

na União Europeia. Face à moeda nipónica, o euro perdeu cerca de 1,9%, para os

JPY 128,11.

Evolução do Euro e do Dollar Index Spot

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

180

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

EUR-USD

EUR-GBP

EUR-JPY (eixo direito)

-7

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

70

75

80

85

90

95

100

105

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Dollar Index Spot (eixo esq.)

Saldo da Balança Corrente EUA (% do PIB)

Fonte: Bloomberg.

Taxas de Juro

Nos Estados-Unidos, a taxa de juro a 6 meses encerrou o trimestre nos 0,90%, com

uma subida de 5 bps face ao final de 2015. Em relação às taxas de juro para swaps a

5 e 10 anos, estas caíram 56 e 55 bps, para os 1,17% e 1,64%, respectivamente, no

mesmo período.

Os Bancos Centrais continuam a

pressionar as taxas de juro nos

mercados monetários.

O EUR recuperou 4,8% contra o

USD, durante os últimos três

meses.

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Invest Outlook

Página 12

2º Trimestre 2016

Evolução das Taxas de Juro - USD

0

1

2

3

4

5

6

7

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Libor 6M (%)

US Swap 5Y (%)

US Swap 10Y (%)

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

Mar-11 Mar-12 Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

FED Target Rate

Fonte: Bloomberg.

Na Zona Euro, o trimestre ficou marcado pelo anúncio de novas medidas de

estímulo monetário pelo BCE. O reforço do programa de compra de activos, de 60

para 80 milhões de euros mensais, bem como operações de financiamento de longo

prazo e a diminuição da taxa para depósitos dos bancos, contribuíram para a

descida da taxa swap a 10 anos em 44 bps para os 0,56%. Em relação às taxas mais

curtas, a Euribor a 6 meses fechou o trimestre nos -0,13% caindo assim 9 bps,

enquanto a taxa de juro para swaps a 5 anos caiu 31 bps para os 0,023%.

Evolução das Taxas de Juro - EUR

-1

0

1

2

3

4

5

6

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

Euribor 6M (%)

Eurozone Swap 5Y (%)

Eurozone Swap 10Y (%)

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

Mar-11 Mar-12 Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

ECB Main Refi Rate

Fonte: Bloomberg.

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Invest Outlook

Página 13

2º Trimestre 2016

Dívida Pública

Nos Estados Unidos, os Treasuries a 10 anos fecharam o trimestre nos 1,77%,

caindo 50 bp face a 2015. Por sua vez, na Zona Euro, os Bunds alemães a 10 anos

desceram 48 bps para os 0,15%. Mais uma vez, com o aumentar de volatilidade dos

mercados acionistas em 2015, estes activos voltaram a servir de refúgio para muitos

investidores.

Dívida Pública core – yields a 10 anos

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

Mar-11 Mar-12 Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

Bunds 10Y

Treasuries 10Y

-2,0%

-1,0%

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

Mar-11 Mar-12 Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

Bunds 10Y Real

Treasuries 10Y Real

Fonte: Bloomberg.

Entre os países europeus periféricos, destaque, pela negativa, para o alargamento

significativo do prémio de risco de Portugal (face à Alemanha), em mais de 90 bps,

para os 2,8%, no prazo dos 10 anos. Na base deste movimento estiveram as

reservas levantadas pelas autoridades europeias e agências de rating quanto ao

Orçamento de Estado para 2016, finalmente aprovado em Março, bem como a

subida da aversão ao risco provocada pelo aumento da volatilidade nos mercados

financeiros.

As yields das obrigações de dívida

pública (core) acompanharam o

movimento assistido nos mercados

monetários.

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Invest Outlook

Página 14

2º Trimestre 2016

Zona Euro

Spreads relativamente à Alemanha Spread a 10 anos entre Portugal e Espanha

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

Mar-13 Set-13 Mar-14 Set-14 Mar-15 Set-15 Mar-16

Portugal 5Y

Espanha 5Y

Irlanda 5Y

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

Spread 10Y Por-Esp

Fonte: Bloomberg.

Matérias-Primas

Tal como as nas restantes classes de activos, o trimestre caracterizou-se pela

elevada volatilidade nos mercados das matérias-primas. O índice S&P GSCI (em

USD), terminou os três primeiros meses do ano com uma valorização de 3,8%,

desde o início do ano, e 20% acima do mínimo do trimestre. Na origem desta

volatilidade esteve, essencialmente, o preço do Petróleo, cuja cotação subiu 6,2%

face ao final de 2015, após ter estado a cair cerca de 27%.

Por sua vez, os metais preciosos valorizaram cerca de 16%, e os metais industriais

subiram 2%, estes últimos ainda muito pressionados pelo abrandamento das

economias emergentes, em particular da China. Os preços dos produtos agrícolas

perderam, em média, 0,1%, no trimestre.

O petróleo recuperou 6% no

primeiro trimestre do ano, após ter

estado a perder 27%, face à

cotação do final do ano passado.

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Invest Outlook

Página 15

2º Trimestre 2016

Evolução das Commodities

0

50

100

150

200

250

300

350

Mar-07 Mar-10 Mar-13 Mar-16

Metais Industriais

Metais Preciosos

50

100

150

200

250

Mar-07 Mar-10 Mar-13 Mar-16

Energia

Produtos Agrícolas

Fonte: Bloomberg.

Paulo Monteiro

Redigido em 4 de Abril de 2016

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Invest Outlook

Página 16

2º Trimestre 2016

Alocação de Activos

As carteiras terminaram o primeiro trimestre de 2016 com desvalorizações

compreendidas entre os 1,3% (Invest Conservador) e os 4,4% (Invest Dinâmico).

O trimestre caracterizou-se por uma elevada volatilidade – os mercados accionistas

estiveram a perder cerca de 20% em meados de Janeiro –, mas a alocação defensiva

com que se iniciou o ano permitiu não só conter as perdas como aumentar a

exposição a activos com risco, potenciando a recuperação.

Perfil Dinâmico – Rendibilidade Histórica

80

100

120

140

160

180

200

Set-02 Mar-04 Set-05 Mar-07 Set-08 Mar-10 Set-11 Mar-13 Set-14 Mar-16

Carteira Benchmark

3,3%

-9,4%

14,4%

17,9%

1,6%

5,3%

-4,4%

-0,7%

-9,7%

9,5%

14,1%

4,4% 5,4%

-4,4%

-15%

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Carteira Benchmark

Fonte: Banco Invest, Gestão de Activos.

Com efeito, durante o trimestre aumentou-se a alocação total em Acções, em

particular nos mercados europeus e no sector biotecnológico norte-americano,

ambos fortemente castigados nos últimos meses, em detrimento dos mercados

emergentes, onde preferimos obrigações.

Na componente das Obrigações, não foram efectuadas alterações significativas, com

a excepção do aumento do peso em High Yield por troca de Acções, no perfil mais

conservador. Por último, na componente de Liquidez, diminuiu-se ligeiramente o

peso em EUR por contrapartida de NOK (Coroas Norueguesas). Considerando a

exposição da economia Norueguesa (rating de crédito AAA, pela agência S&P) à

evolução do preço do petróleo, esta operação visa ganhar com a potencial

recuperação desta matéria-prima, mas com menor volatilidade.

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Invest Outlook

Página 17

2º Trimestre 2016

Alocação de Activos

Invest – Dinâmico Invest – Conservador

62,3 62,170,0

8,4

10,5

12,9 11,530,0

16,4 15,9

0

20

40

60

80

100

Dez-15 Mar-16 Bench.

%

Acções Alternativos Obrigações Sem Risco

17,0 14,020,0

2,42,8

51,350,8

80,0

29,3 32,4

0

20

40

60

80

100

Dez-15 Mar-16 Bench.

%

Acções Alternativos Obrigações Sem Risco

Fonte: Banco Invest, Gestão de Activos.

Desta forma, a principal alteração efectuada na Alocação de Activos recomendada é

o aumento do peso em Acções. Na nossa opinião, o cenário defendido no final do

ano passado mantém-se actual (ver Outlook para 2016) - crescimento económico

global moderado, baixa inflação e políticas monetárias acomodatícias - pelo que

aproveitamos as recentes quedas para reforçar algumas posições em acções,

nomeadamente europeias.

Europa vs EUA

Moeda Local Moeda USD

40

60

80

100

120

140

160

180

Mar-11 Mar-12 Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

S&P-500 (USD)

Stoxx-600 (EUR)

EuroStoxx-50 (EUR)

40

60

80

100

120

140

160

180

Mar-11 Mar-12 Mar-13 Mar-14 Mar-15 Mar-16

S&P-500 (USD)

Stoxx-600 (USD)

EuroStoxx-50 (USD)

Fonte: Bloomberg. Banco Invest.

Para além da underpermance dos últimos meses (cerca de 5%, desde o final de

2015), os mercados europeus continuam a transacionar com múltiplos mais

atractivos do que os congéneres norte-americanos: considerando os respectivos

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Invest Outlook

Página 18

2º Trimestre 2016

Price-to-Earnings (forward 12 meses), o prémio de risco (ERP) dos primeiros é de

6,6%, mais 240 bps do que nos Estados-Unidos.

Price-to-Earnings Ratio e Prémios de Risco (ERP)

10

11

12

13

14

15

16

17

18

Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

S&P-500 | PE Forward 12M

+1 DP

Média

-1 DP

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

STOXX-600 | PE Forward 12M

+1 DP

Média

-1 DP

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

S&P-500 | ERP

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

10%

Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

STOXX-600 | ERP

Fonte: Bloomberg. Banco Invest. ERP’s calculados com base nos 12 months forwards earnings.

Por outro lado, em Março o BCE anunciou um novo reforço das medidas não

convencionais de estímulo monetário que se podem resumir, na prática, no

pagamento aos bancos para que estes emprestem à economia. Com a diminuição

da taxa de depósito (para -0,40%), operações de refinanciamento com prazos

alargados e o aumento do montante de compras mensais de títulos (de 60 para 80

mil milhões de euros), o BCE procura assim, não só combater a queda da taxa de

inflação como também manter a taxa de câmbio do Euro baixa e promover a

recuperação económica, ambas benéficas para os mercados accionistas.

+1DP

-1DP

Média

+1DP

Média

-1DP

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Invest Outlook

Página 19

2º Trimestre 2016

PIB da Zona Euro e Liquidez (M1)

-6

-4

-2

0

2

4

6

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

GDP YoY (%, Eixo Direita)

M1 YoY (%, Eixo Esquerda)

Fonte: Bloomberg. Banco Invest. M1 forward em três trimestres.

Sectorialmente, mantemos igualmente a opinião manifestada no Outlook para

2016. O sector financeiro, em particular o europeu, tem sido muito penalizado

desde o início (-20,9%, medido pelo índice Stoxx Banks), em larga medida pela

queda abrupta das taxas de juro para valores negativos, situação que penalizando a

margem financeira, coloca sem dúvida novos desafios ao sector. Porém, admitindo

que se trata do sector mais que cedo iniciou o processo de ajustamento

(desalavancagem, recapitalização, reestruturações…) e que muitas das más notícias

quanto a imparidades estarão já incorporadas, os actuais níveis são interessantes

para iniciar posições: no último ano a underperformance do sector face à média do

mercado é de 17,6%, transacionando com um Price/Book-Value (PBV) de 0,7x.

Paralelamente, mantemos a preferência pelos sectores de Telecomunicações e

Utilities, mais defensivos, com vista a controlar o beta da carteira.

Radar sectorial

EUA Europa

IndustrialsStaples

HealthcareDiscretionary Financials

Energy

Materials Technology

Utilities

Telecom

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60

ERP Actual / ERP Médio 5Y

ERP Actual / ERP S&P500

Automobiles

RetailHealthcare

Insurance

Banks

Oil&Gas

Basic Resou

Technology

Utilities

Telecom

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00

ERP Actual / ERP Médio 5Y

ERP Actual / ERP Stoxx-600

Fonte: Bloomberg. Banco Invest. ERP – Equity Risk Premium (prémios de risco).

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Invest Outlook

Página 20

2º Trimestre 2016

Tal como referido atrás, no primeiro trimestre do ano, reduzimos a exposição aos

mercados accionistas emergentes. Na nossa opinião, apesar das avaliações históricas

e relativas interessantes (face aos mercados desenvolvidos), o newsflow (matérias-

primas, tensões políticas e economia chinesa) e a volatilidade dos mesmos

aconselham alguma prudência. Como alternativa, preferimos Dívida Emergente, em

moeda local: as yields estão em níveis historicamente interessantes (altas), assim

como as respectivas moedas (baixas).

Mercados emergentes

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

MSCI Emerging

MSCI World

SHCOMP

SENSEX

IBOV

INDEXCF

MXEE

CASEXU100

0,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

2,4

2,8

4 9 14 19

P/BV

PE 2016

Fonte: Bloomberg. Banco Invest.

Por fim, uma nota sobre a exposição cambial das carteiras. Na nossa opinião, o bom

comportamento relativo da economia norte-americana e a divergência de políticas

monetárias entre o FED e o BCE, suportam os actuais níveis do USD. Por outro

lado, em caso de turbulência nos mercados, esta moeda funciona tradicionalmente

como cobertura nas carteiras.

Por sua vez, a posição em Coroas Norueguesas (NOK) visa beneficiar com a

esperada estabilização / recuperação do preço do barril de petróleo, na medida que

se trata de uma economia (e moeda) muito correlacionada com esta matéria-prima.

Como tal, no quarto trimestre do ano passado, o PIB da Noruega subiu apenas

0,1%, em termos homólogos, o valor mais baixo desde o segundo trimestre de

2014. Contudo, trata-se de uma economia com um rating de crédito AAA, com

uma dívida pública de cerca 30% do PIB e uma taxa de desemprego inferior a 5%.

Desde o máximo de 2015, a NOK perdeu 12% face ao EUR.

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Invest Outlook

Página 21

2º Trimestre 2016

USD e NOK

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

1,50

1,60

1,70

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

EURUSD

MM (12W)

7,00

7,50

8,00

8,50

9,00

9,50

10,00

10,50

Mar-06 Mar-08 Mar-10 Mar-12 Mar-14 Mar-16

EURNOK

MM (12W)

Fonte: Bloomberg.

Paulo Monteiro

Redigido em 4 de Abril de 2016

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Invest Outlook

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2º Trimestre 2016

DISCLOSURES

O Banco Invest SA, uma instituição registada e regulada pelo Banco de Portugal e pela

Comissão de Valores Mobiliários (CMVM).

Os analistas que compõem a equipa de Research do Banco Invest SA encontram-se, para

todos os efeitos, devidamente registados junto da CMVM.

Significado das recomendações:

Compra significa uma rendibilidade esperada superior a 10%; Neutral significa uma rendibilidade esperada entre 0% e +10%; Redução significa uma rendibilidade esperada entre -10% e 0%; Venda significa uma rendibilidade esperada inferior a -10%. O Banco Invest pode ter, no presente e/ou no futuro, algum tipo de relação comercial

com as empresas mencionadas neste relatório.

Os membros da equipa de Research do Banco Invest não recebem qualquer tipo de

compensação pelo exercício regular das suas recomendações, as quais reflectem opiniões

estritamente pessoais.

Histórico de recomendações (últimos 12 meses):

Não existe.

Disclaimer

A informação contida neste documento foi elaborada pelo Departamento de Research do Banco Invest e tem carácter meramente informativo e particular, utilizando informação económica e financeira disponível ao público e considerada fidedigna. No entanto, a sua precisão não pode ser totalmente garantida e nada obsta a que aquelas fontes possam, a qualquer momento e sem aviso prévio, ser alteradas pelo Banco Invest. As opiniões expressas reflectem o ponto de vista dos autores na data da publicação, sujeitas a correcções, e podem ser diferentes ou contrárias a opiniões expressas por outras áreas do grupo, como resultado da utilização de diferentes critérios e hipóteses. Assim, qualquer alteração verificada nas condições de mercado poderá implicar alterações ao conteúdo informativo deste relatório, cuja exactidão, veracidade, validade e actualidade deverá ser sempre devidamente analisada, avaliada e atestada pelos respectivos destinatários. Não há qualquer periodicidade na emissão das presentes recomendações de investimento. O presente documento é divulgado aos seus destinatários como mera ferramenta de apoio à tomada de decisão de investimento, não devendo nem podendo substituir qualquer julgamento próprio dos seus destinatários, sendo estes, por isso, inteiramente responsáveis pelos actos e omissões que pratiquem. O Banco Invest rejeita assim a responsabilidade por quaisquer eventuais danos ou prejuízos resultantes, directa ou indirectamente da utilização da informação referida neste documento independentemente da forma ou natureza que possam vir a revestir. Não é permitida a reprodução total ou parcial deste documento, sem autorização prévia. Mais se declara inexistirem quaisquer situações de conflito de interesses tendo por objecto o título e/ou emitente a que se reporta o presente documento, por um lado, e o autor da presente recomendação ou o Banco Invest, SA, por outro.O Banco Invest, ou os seus colaboradores, poderão deter, a qualquer momento, uma posição sujeita a alterações, em qualquer título referenciado neste documento.O Banco Invest, SA encontra-se sujeito à supervisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e do Banco de Portugal.