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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 1 Capítulo 2 Inundações ribeirinhas Curso de Gestão de Águas Pluviais Urbanas INUNDAÇÕES Capítulo 2 Dr. Carlos E M Tucci Rhama Consultoria Ambiental www.rhama.net [email protected] Versão 10-08-2013

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Page 1: INUNDAÇÕES Inundações ribeirinhas - Metroplan Inundações ribeirinhas Curso de Gestão de Águas Pluviais Urbanas INUNDAÇÕES Capítulo 2 Dr. Carlos E M Tucci Rhama Consultoria

Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 1

Capítulo 2

Inundações ribeirinhas

Curso de Gestão de Águas Pluviais Urbanas

INUNDAÇÕES

Capítulo 2

Dr. Carlos E M TucciRhama Consultoria Ambiental

www.rhama.net [email protected]

Versão 10-08-2013

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Gestão das Inundações Ribeirinhas• Impactos das inundações ribeirinhas• Gestão atual• Avaliação das Inundações• Medidas de controle • Medidas estruturais• Medidas não-estruturais

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Inundações Ribeirinhas

• Leito menor e rios aluvionares corresponde a um risco de 1,5 a 2 anos de tempo de retorno;

• O leito maior geralmente corresponde a cerca de 100 anos

• Influenciado pela variabilidade temporal das vazões.

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Leito menor

Leito maior

Leito maior

Leito menor

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Relação baseada em rios americanos

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Características da ocupação das Inundações ribeirinhas

• Ocupação nas áreas de inundação principalmente pela população de baixa renda;

• No planejamento urbano não tem sido considerado o uso das áreas de risco de inundações;

• Como não existe regulação, alguns anos sem inundação, faz com que a população ocupe estas áreas;

• Quando chega uma inundação maior os impactos são enormes com grandes prejuízos, gerando sérios problemas públicos.;

• Neste cenário o custo de mitigação torna-se alto em prejuízos ou reassentamento.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 6

Efeito da invasão da várzea

A invasão da várzea pode ocorrer na forma de aterros, pontes, edifícios e outras obstruções;

Estas obras reduzem a capacidade de escoamento do rio durante as cheias e aumenta o nível para montante destes prédios;

Este acrescenta o nível e potencializa os impactos, aumentando o seu risco.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 7

Áreas de risco Áreas de encostas: risco do

deslizamento da encosta, obstrução ao escoamento e destruição de prédios;

Áreas de inundação ribeirinha: ocupação no período seco e impacto no período úmido.

Exige Planejamento da ocupação do espaço

Nova Friburgo

Caxias do Sul

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Áreas de Risco

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N. Friburgo, RJ Manaus, AM S. Paulo, SP

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

História• A cidade de Amarna no Egito,

que Aquenaton (1340 aC) escolheu para ser uma nova capital foi planejada considerando as áreas inundações, veja o relato: “ Correndo de leste para oeste, dois leitos secos de rio, nos quais nada se construiu por medo das enchentes repentinas, dividiam a cidade em três partes: o centro e os bairros residenciais de norte e do sul. “ Brier (1998).

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Floods: Hoyt and Langbein, 1959

1. “ Terra de Canaan, 2957 a C, numa grande inundação, provavelmente centrada cerca do UR no Eufrates, Noé e sua família se salvaram. Um dilúvio resultante de 40 dias e 40 noites de continua precipitação ocorreu na região. Terras ficaram inundadas por 150 dias. Todas as criaturas vivas afogaram com exceção de Noé, sua família e animais, dois a dois, foram salvos numa arca e finalmente descansaram no Monte Ararat” (passagem da bíblia sobre o Dilúvio, citada no referido prefácio). Este texto caracteriza um evento de risco muito baixo de ocorrência.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

História e cenário hipotético

10

2. “Egito XXIII, Dinastia, 747 a C. Enchentes sucedem secas. Faraó anunciou que todo o vale do rio Nilo foi inundado, templos estão cheios de água e o homem parece planta d’água. Aparentemente os polders não são suficientemente altos ou fortes para confinar as cheias na seção normal. A presente catástrofe descreve bem os caprichos da natureza, outro faraó reclamou que por sete anos o Nilo não subiu. “ Este texto que também pode ser encontrado relatos na Bíblia também enfatiza a incapacidade de prever o clima e seus impactos quando ocorrem.

3. Em algum lugar nos Estados Unidos no futuro (o autor mencionava ano 2000, muito distante na época). A natureza toma seu inexorável preço. Cheia de 1000 anos causou indestrutível dano e perdas de vida. Engenheiros e Meteorologistas acreditam que a presente tormenta resultou da combinação de condições meteorológicas e hidrológicas que ocorreriam uma vez em mil anos. Reservatórios, diques e outras obras de controle que provaram efetivas por um século e são efetivas para sua capacidade de projeto são incapazes de controlar os grandes volumes de água envolvidos. Esta catástrofe traz uma lição que a proteção contra inundações é relativa e eventualmente a natureza cobra um preço daqueles que ocupam a várzea de inundação

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Prejuízos devido a inundações nos Estados Unidos

0,00

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0,60

1903

1908

1913

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1953

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1968

1973

1978

1983

1988

1993

1998

anos

% d

o PI

B

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Source:: Priscolli(2004)

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Blumenau – Rio Itajaí

02468

1012141618

1850 1900 1950 2000

year

flood

leve

l, m

flood levelslower flood level

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•Em 1983, os prejuízos resultantes em todo o Vale do Itajaí representaram cerca de 8% do PIB de Santa Catarina;

•Período muito longo sem inundações importantes

•Períodos descontínuos de variabilidade climática

•Estimativa tendenciosa dos riscos

•Importante considerar as marcas históricas

72 anos

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 13

UNIÃO DA VITÓRIA

Inundações pequenas no período de 1959 a 1982;

Período de crescimento econômico

Depois de 1982 várias inundações com total de prejuízo até 1993 de US $ 160 milhões para uma cidade de 80 mil habitantes

Conflito com COPEL com acusações de efeito da barragem de Foz de Areia

Ano PrejuízosUS$ millions

-----------------------------------1982 10.41983 78.11992 54.61993 25.9

-----------------------------------total 159.0

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 14

Cheia de 1983

escoamento normal

União da Vitória e Porto União

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Pantanal

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1900 1920 1940 1960 1980 2000

Years

Annu

all F

lood

leve

ls, m

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•Período anômalo de níveis de inundações de 1960 a 1973

•Aumento da área de inundação média de 17.000 para 50.000 km2

•Uma área inundada 20% do tempo na década de 60 atualmente fica 97% do tempo inundada

•Impacto social e econômico na sustentabilidade da população

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Porto Alegre

0

1

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1890 1910 1930 1950 1970 1990 2010

AnosN

ível

Máx

imo

Anu

al, m

10 anos

50 anos

2 anos

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• Cheias até 1967 com construção de dique de proteção em 1970;

•Depois deste período não houveram inundações;

•Parte da população entendeu que os riscos não existem;

•Aprovação pela Câmara Municipal a retirada do dique para evitar a separação da cidade do rio e investimentos no porto;

•Grande discussão pública

•Quais os aspectos da decisão de retirada e manutenção do dique

Maio de 1941

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Imagens da Cheia de 1941 em Porto Alegre

17Área do PortoMercado Público

Centro Centro, Mercado

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Santa Fé (Ar) – Piura (Pe)

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Curitiba

0

0,5

1

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1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020

anos

Pmax

(mm

)

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Chuvas máximas em Curitiba

Aumento da média depois de 70 em 9,7 % na média da

chuva máxima diária

Curitiba

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 20

Gestão de inundações ribeirinhas no Brasil

É de atribuição da União a prevenção das inundações e secas, (constituição art 21);

No passado existiu o DNOS que investia em obras estruturais (Porto Alegre, Teresina,etc). Não tinha política preventiva;

Um dos 3 objetivos da lei de recursos hídricos é a gestão de inundações; Quando ocorre uma inundação é declarada calamidade pública, o município

recebe dinheiro a fundo perdido e não necessita concorrência pública para gastar. Isto incentiva a falta de prevenção e inibe as medidas não-estruturais

Existe um incentivo indireto de ocupação de área de risco quando não há prevenção.

A política de remoção não pode ser assistencialista porque pode gerar custos infinitos.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Avaliação das Inundações • Previsão de vazão: é a

estimativa da vazão com antecedência no tempo.

• A previsão de curto prazo é a obtida com antecedência de algumas horas ou até 14 dias. Utilizado para alerta a população ribeirinha, operação de obras hidráulicas e usos da água;

• A previsão sazonal é a previsão com antecedência de 1 a 9 meses. Gestão de energia, agricultura, entre outros.

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•A predição é estimativa estatística de uma determinada variável sem relação com o tempo em que ocorre.•Vazão máxima: é o valor associado a um risco de ser igualado ou ultrapassado. A vazão máxima para um determinado tempo de retorno é utilizada no projeto de obras hidráulicas tais como: condutos, bueiros,etc.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Conceitos

• Probabilidade (P) = 1/Tempo de retorno (T)

• A probabilidade é de o valor seja superado num ano qualquer.

• A probabilidade numa sequência N de anos é

PR(N) = 1 – (1-1/T)N

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Exemplo: A ensecadeira de uma barragem deverá ser utilizada por 4 anos de construção.

Estime qual deve ser o tempo de retorno da vazão de projeto, para que o risco no período seja de 10%.

0,10 = 1 (1-1/T)4 , T= 38,5 anos.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Riscos dos níveis máximos

• Com base em séries históricas de vazão: série de vazões medidas no local de interesse por pelo menos 15 anos.

• As estatísticas não podem mudar ao longo do tempo;

• Urbanização, reservatórios à montante e uso do solo em geral da bacia podem alterar a série

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anos

Vazão

Tempo de retorno

Vazão

••••••

••••••

nível

Vazão

Vazões máximas

Curva de probabilidade Curva - chave

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Vazão máxima com base na Chuva

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•Quando não existem dados de níveis observados, séries pequenas ou não - homogêneas; • Nas bacias urbanas não existem séries de vazões e quando existem não são homogeneas;• A avaliação do risco é realizado sobre as chuvas e a vazão calculada com base em modelo hidrológico.•Usado principalmente em drenagem urbana

anos

Pmx

••••••

••••••P

Tempo de retorno

PQmx

tempo

Probabilidade de P

Hidrograma

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 25

Previsão de hidrológica da Vazão: alerta

Previsão á partir da precipitação: com base na precipitação conhecida é determinada a vazão por modelo empírico ou conceitual;

Previsão á partir de nível ou vazão de montante: com base no conhecimento do nível ou vazão á montante e no próprio local é realizada a previsão.

Combinação dos anterior: utiliza as duas informações

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Previsão Hidroclimática da vazão

• Previsão sazonal: até seis meses de antecedência -modelo climático + modelo hidrológico;

• Previsão de curto prazo: modelo meteorológico+modelo hidrológico

• Modelos climáticos ou meteorológicos: modelo global (malha de 100 a 200 km) + regional (malha de 5 a 40 km)

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 27

Modelos climáticos

Modelos regionais (Downscaling)modelos globais

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Modelo hidrológico IPH-MGB

• Discretização espacial (usually 10x10 km)

• Intervalo de tempo variável

• Considera o uso do solo e a tendência de fluxo na bacia pelos rios e reservatórios.

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0

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ÁguaFloresta + PastagemAgricultura + FlorestaFlorestaFloresta em solo rasoPastagemPastagem em solos rasosAgricultura + Pastagem

Rede de rios

Tipo e uso do so

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Simulação da bacia do Rio Grande

• Modelo CPTEC global + correção estatística (previsão da precipitação de até 6 meses no futuro) + modelo hidrológico para previsão de sazonal (previsão da vazão).

• Modelo CPTEC global + modelo meteorológico regional ETA (previsão da precipitação com 10 dias de antecedência) + modelo hidrológico para previsão de vazão

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 30

Curto Prazo no reservatório de Agua Vermelha

Forecast time

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 31

LONG-TERM FLOW FORECAST (at Furnas reservoir)

Forecast time

ObservedAverage value of ensemble flow forecast

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 32

MEDIDAS

Não-estruturais: o homem convive com as inundações: zoneamento, previsão de vazão, seguro, proteção individual,etc

Estruturais: modifica o sistema natural para proteção do homem : diques, barragens, canais, etc.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 33

Histórico USA Em 1936, nos Estados Unidos, foi aprovada uma lei em nível

federal, que identificava a natureza pública dos programas de redução de enchentes e a implantação de medidas físicas ou estruturais como um meio de reduzir estes danos.

Em 1966, o governo reconheceu que as medidas anteriores não eram adequadas e deu ênfase a medidas não-estruturais, que permitiriam à população conviver com a cheia.

Em 1973, foi aprovada uma lei sobre proteção contra desastres de enchentes, dando ênfase a medidas não-estruturais, encorajando e exigindo o seguro para enchentes e regulamentação do uso da terra e proteção das novas construções para enchentes de 100 anos tempo de retorno

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Avaliação econômica

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1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

anos

US

$ bi

lhõe

s

gastosacumuladosbenefíciosanuaisbenefíciosacumulados

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Fonte: Priscolli (2004)

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 35

Medidas estruturais

Medidas extensivas: atua sobre a bacia hidrográfica com reflorestamento; controle de erosão. Medidas são somente viável para bacias pequenas.

Medidas intensivas: obras sobre os rios como diques, barragens, ampliação das seções.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Extensivas

Medida Vantagem Desvantagem Aplicação

Cobertura vegetal Redução do pico decheia

Impraticável para grandes áreas

Pequenas bacias

Controle de perda Reduz assoreamento Idem ao anterior Pequenas bacias

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São medidas sobre a bacia hidrográfica

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Intensivas que aceleram o escoamento

Medida Principal vantagem Principal desvantagem

Aplicação

Diques e polders(dique de terra e enrocamento)

Alto grau de proteção de uma área específica. Utilizado principalmente para flutuações pequenas de níveis (até 6 m)

Danos significativo caso falhe.

Não deve ser utilizado para desníveis altos

Grandes rios e na planície.

Alteram a condutância do escoamento:

Aumento da vazão e da velocidade do escoamento e redução do nível.

Efeito sobre um trecho de rio, transfere efeito para jusante. Pode ter alto custo.

Rios pequenos e médios.

Alteração da declividade do fundo

Amplia a área protegida e acelera o escoamento

Impacto negativo para jusante com aumento de potencial erosivo

Área de inundação estreita

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Intensivas - Amortecimento

Medida Principal vantagem Principal desvantagem Aplicação

Todos os reservatórios

Controle das cheias à jusante do reservatório.

Localização difícil devido à desapropriação das áreas.

Bacias pequenas e intermediárias, dependendo do volume.

Reservatórios com comporta de múltiplos usos

Mais eficiente com o mesmo volume.

Vulnerável a erros humanos.

Projetos de usos múltiplos

Reservatórios para controle de cheias

Operação com reservatório mantido seco para receber a cheia.

Custo não partilhado; dificuldade de controle da área do reservatório: inundação pouco freqüente.

Bacias pequenas e médias; Restrito ao controle de enchentes

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Desvios

Medida Principal vantagem Principal desvantagem

Aplicação

Desvios Redução da vazão para jusante.

Depende da topografia e dos efeitos para onde a vazão é direcionada

Bacias médias e pequenas.

Caminhos da cheia: desvio de parte do volume para áreas de inundação

Amortece o escoamento e diminui a vazão

Mesmo que anterior Todos os tamanhos.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 40

Efeito do Reservatório •Acumula água e reduz a vazão máxima, distribuindo no tempo

•Para ter efeito é necessário que o volume inicial acumulado de água seja pequeno

•O volume do reservatório está diretamente ligado ao volume do hidrograma;

•Pequenos reservatórios não influenciam as inundações

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Condições operacionais

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condição operacional em que o volume que chega é acumulado, reduzindo a capacidade para amortecer os picos que seguem

•Condição operacional em que o volume que entra escoa para jusante até a vazão Qcrit. À partir deste valor o volume é retido no reservatório

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Uso múltiplo

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Nível mínimo operacional

Nível máximo operacional

Volume útil

Volume de espera

Volume de espera: é utilizado para amortecer inundações no período chuvoso, enquanto que o volume útil é o volume operacional do reservatório de acordo com outros usos como abastecimento, energia, etc

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 43

Dique ou polder•Proteção local contra inundação;

•Pode aumentar os níveis das áreas não protegidas e dentro do rio principal;

•Risco de rompimento

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 44

Controle das áreas laterais•O dique deve ser complementado pela drenagem das áreas laterais;

•O bombeamento depende da magnitude das vazões da bacia lateral;

•Para bacias com maior volume podem ser utilizados: (a) pequeno reservatório lateral; (b) estender o dique pelos afluentes

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 45

Alteração da seção

•Aumento da seção do escoamento;

•Aumento da rugosidade

•Aumento da declividade do trecho

•Necessita atuar sobre trecho muito longo

•Impacto ambiental e sobre o leito do escoamento

•Solução de alto custo

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 46

Medidas Não-estruturais

Seguros de inundação: viável dentro de um seguro nacional

Proteção individual: obras que protegem uma determinada área específica; ex. pilotis, muros e comportas, etc.

Previsão de cheia em tempo real: alerta para a população ribeirinha.

Zoneamento das áreas de inundação

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 47

Previsão em tempo real

Um sistema de alerta de previsão tempo real envolve os seguintes aspectos:

sistema de coleta e transmissão de informações; sistema de processamento de informações; modelo de previsão de vazões e níveis; procedimentos para acompanhamento e transferência

de informações para a Defesa Civil e Sociedade; planejamento das situações de emergência através

Defesa Civil.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 48

Defesa Civil

Centro de Previsão

Sistema de recepção e processamento dos dados

Modelo para previsão de níveis com antecedência

Avaliação da previsão e alerta

Programas Preventivos

Alerta aos sistemas públicos

Alerta a população

Remoção da população e atendimento de emergência

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 49

Mapeamentos

Mapa de alerta: utilizado durante as inundações para orientar a população. Informa os locais de inundação em função da leitura da régua no rio;

Mapa de planejamento: utilizado no planejamento e ocupação do espaço e zoneamento. Informa as áreas de risco

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Declividade Seção de

medição de nível

A

A’

Seção A-A’

Zero da régua zo

Topografia da cidade z

h

Declividade da linha de água

Tr

Q vazão

Tr - Tempo de retorno

Q tr

Q vazão

h e z ztr

Curva de vazão x probabilidade Curva - chave

50

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 51

Blumenau

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 52

Zoneamento

O objetivo do zoneamento é o de disciplinar a ocupação do solo visando minimizar o impacto devido as inundações;

A metodologia consiste e definir faixas onde são definidos condicionantes desta ocupação;

As faixas utilizadas são: (a) passagem da inundação; (b) zona com restrição; (c) zona de baixo risco.

As faixas são definidas para definir critérios de ocupação;Os critérios de ocupação são introduzidos no Plano Diretor urbano da cidade;O zoneamento deve ser complementado por um sistema de alerta;Os dados necessários são: topografia da cidade, níveis de inundações na cidade.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 53

Zona de passagem da inundação

Esta faixa é introduzida para evitar que uma parte da bacia produza efeito

de remanso sobre trechos de montante.

A zona de passagem de enchentes: é definida pela seção que acrescenta até 30 cm no nível de água nesta faixa pela obstrução do restante da seção.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 54

Usos da zona de passagem

A área pode ser utilizada desde que não obstrua o escoamento e que a inundar não sofra prejuízos humanos e materiais significativos;

Usos potenciais: agrícola, parques, estacionamentos, banhados e áreas ambientais, serviços.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 55

Zona de Restrição

CaracterísticasEsta é a área restante da superfície inundável que deve ser regulamentada. Esta zona fica inundada mas, devido às pequenas profundidades e baixas velocidades, não contribuem muito para a drenagem da enchente

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Zona de restrição - Usos• Parques e atividades recreativas

ou esportivas cuja manutenção, após cada cheia, seja simples e de baixo custo. Normalmente uma simples limpeza a reporá em condições de utilização, em curto espaço de tempo;

• uso agrícola; • habitação com mais de um piso,

onde o piso superior ficará situado, no mínimo, no nível do limite da enchente e estruturalmente protegida contra enchentes ;

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•Industrial, comercial, como áreas de carregamento, estacionamento, áreas de armazenamento de equipamentos ou maquinaria facilmente removível ou não sujeitos a danos de cheia. Neste caso, não deve ser permitido armazenamento de artigos perecíveis e principalmente tóxicos; •serviços básicos: linhas de transmissão, estradas e pontes, desde que corretamente projetados.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Regulamentação

• O zoneamento é complementado com a subdivisão das regulamentações, onde são orientadas as divisões de grandes parcelas de terra em pequenos lotes, com o objetivo de desenvolvimento e venda de prédios. Portanto, essa é a fase de controle sobre os loteamentos. O Código de Construção orienta a construção de prédios quanto a aspectos estruturais, hidráulicos, de material e vedação

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 58

Fort Collins, USA parque associado a área de inundação

Cota da cheia ocorrida de 500 anos em 1997

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Parque

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 60

ManausProposta: Parque dos Bilhares

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Proteção individual

A proteção das habitações com relação às enchentes depende da capacidade econômica do proprietário em realizá-la. Com a implantação de um plano, a municipalidade poderá permitir as construções nessas áreas, desde que atendam condições como as seguintes :

• estabelecimento de, pelo menos, um piso com nível superior à cheia que limita a zona de baixo risco;

• uso de materiais resistentes à submersão ou contato com a água;

61

•proibição de armazenamento ou manipulação e processamento de materiais inflamáveis, que possam pôr em perigo a vida humana ou animal durante as enchentes. Os equipamentos elétricos devem ficar em cota segura; •proteção dos aterros contra erosões através de cobertura vegetal, gabiões ou outros dispositivos; •prever os efeitos das enchentes nos projetos de esgotos pluvial e cloacal;

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Proteção individual• estruturalmente, as construções devem ser projetadas para resistir

à pressão hidrostática, que pode causar problemas de vazamento, entre outros, aos empuxos e momentos que podem exigir ancoragem, bem como às erosões que podem minar as fundações;

• fechamento de aberturas como portas, janelas e dispositivos de ventilação;

• estanqueidade e reforço das paredes de porões; • reforço ou drenagem da lage do piso; • válvulas em conduto; k) proteção de equipamentos fixos; • ancoragem de paredes contra deslizamentos.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 63

Ocupações existentes• cadastramento das construções e população• plano para reduzir as perdas no local;• para as obras públicas como escolas, hospitais, e prédios

administrativos deve-se verificar a viabilidade de protegê-los ou removê-los para áreas seguras, a médio prazo;

• as subabitações como favelas e habitações de população de baixa renda, devem ter sua transferência negociada para áreas mais seguraspara áreas industriais e comerciais pode-se incentivar as medidas de proteção às construções e, se for o caso, de toda a área, às expensas dos beneficiados.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 64

CONTROLE DA ÁREA DE RISCO Quando ocorrem remoções ou transferências, o poder público deve

estar preparado com planos urbanos para destinar estas áreas para outros usos ou finalidades de lazer, parques, evitando que venham a ser ocupadas novamente por subabitações;

prever a imediata ocupação das áreas de risco público quando desocupadas com algum plano que demarque a presença no município ou do Estado

evitar construção de qualquer obra pública nas áreas de risco como escolas, hospitais e prédios em geral. As existentes deve possuir um plano de remoção com o passar do tempo ;

planejar a cidade para gradualmente deselocar seu eixo principal para os locais de baixo risco;

as entidades de financiamento deveriam evitar financiar obras em áreas de risco.

.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

USO DE MECANISMOS ECONÔMICOS• utilizar mecanismos econômicos para o processo de

incentivo e controle das áreas de risco : (a) retirar o imposto predial dos proprietários que mantiverem sem construção as áreas de risco e utilizem por exemplo, para agricultura, lazer, etc ;(b) procurar criar um mercado para as áreas de risco de tal forma que as mesmas se tornem públicas com o passar do tempo;(c) Criar valor nas áreas pelo uso de parques

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 66

Avaliação econômica

Os benefícios das inundações são evitar os prejuízos. Portanto, deve-se obter os prejuízos para estimar os benefícios

Os prejuízos podem ser estimados com base na relação cota x prejuízos.

Os custos estão relacionados com as medidas para mitigar as inundações

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 6767

Estimativa dos prejuízos Existe uma relação entre vazão (Q) e profundidade do escoamento(H) para um determinado local, expresso por

H= F[Q) Onde F (.) é função que relaciona estas variáveis e geralmente é obtido pelos modelos hidráulicos. Existe uma relação entre Vazão e probabilidade P e Probabilidade e Tempo de retorno, obtido pelos modelos hidrológicos

Q = G[P]Onde P é probabilidade e igual a 1/T, tempo de retorno

A relação entre prejuízo em profundidade do escoamento é CP = L [ H]

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 68

Estimativa da custo médio de inundação

Curva de probabilidade de vazão máxima

h

Q

Curva chave

Q

T ou P

Q1

P1

Q1

h1h

Prejuízo

h1

Pre1

Prejuízo

1-P1

I.

II.

III.

IV.

P1 é a probabilidade de ser menor ou igual

A área é o Custo médio anual de inundação

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Funções

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Com base nas curvas acima se deve construir uma curva que relaciona prejuízo e probabilidade ou tempo de retorno. Esta função pode ser obtida

CP= L [ F(G(P))]

A integral da função de custo com relação a probabilidade é o custo médio de inundação que representa a área abaixo da

curva

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Exemplo de União da Vitória

0

10

20

30

40

50

60

0 20 40 60 80 100

prejuízos em US$ 1000

Prob

abili

dade

em

%

70

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 71

Estimativas da curva de prejuízo

Dados históricosCom base em curvas padrões para

residências e metodologia para instalações comerciais e residenciais. Levantamento específicos para as

instalações.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 7272

Função de custo x profundidadePode ser estimada utilizando-se o método de prejuízo agregado onde a prejuízo cresce linearmente com a profundidade sendo expresso por

CP = KD.H.M. Onde CP é o dano total do evento em unidade monetária (R$), relacionados a uma determinada data; H é profundidade em m; M = valor de mercado da propriedade ou propriedades de uma área (R$); KD = é a relação entre a proporção do dano total em relação a profundidade (R$/m). O valor máximo de CP é igual a M, quando Kd. H = 1. O valor de KD a taxa no qual os prejuízos aumentam com a profundidade até chegar a M. O coeficiente KD médio é igual a 0,044, portanto indica que o prejuízo total ocorrerá para a profundidade de H = 1/0,044 = 22,72 m. Na realidade estes valores dependem muito das condições locais e do tipo de prejuízo. No caso M representa o prejuízo máximo da área afetada no projeto.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 7373

Custo das obras

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 7474

Estudo econômico das alternativas

• Menor Custo das obras: Na obra de menor custo para um cenário e tempo de retorno. Neste cenário o tempo de retorno é escolhido e a dimensão do projeto é realizada pelo menor custo. A otimização é realizada buscando o menor custo para a alternativa que elimina as inundações para um determinado tempo de retorno.

• Benefício – Custo: Na melhor relação benefício-custo da obra. O benefício é estimado pela diferença das curvas que relacionam prejuízos x tempo de retorno.

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 7575

Benefício - Custo

Para um tempo de retorno escolhido T* ou P probabilidade (=1/T*) o prejuízo das inundações evitados representa os BENEFÍCIOS para este tempo de retorno. As obras que reduzem estes prejuízos para T* representam os benefícios.

Tempo de retorno

T* 100

Benefícios para controle T*

Prejuízos R$

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci 767676

Benefício-custo• Os prejuízos residuais de cada

tempo de retorno representa a área não hachurada da figura anterior.

• Os custos das obras também são estimados para cada tempo de retorno.

• Procura-se minimizar a função soma dos Custos das Obras + prejuízos residuais

• O mínimo desta função é o tempo de retorno ideal.

Tempo de retorno

Prejuízos residuais anuais

Custos das obras

Custos+prejuízos

T*

R$

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Gestão de Águas Pluviais – Carlos Tucci

Conclusão• A tomada de decisão considera aspectos econômicos

tangíveis, sociais e políticos;• A política de alguns países (USA e alguns europeus) atua

sobre medidas estruturais com viabilidade econômica onde Governo federal entra com 65% e o local 35%

• Quando não há viabilidade econômica a prática são as medidas não-estruturais

• Na maioria dos países em desenvolvimento não existe política e as escolha das medidas são mais políticas sem programa preventivo;

• É essencial um programa de prevenção como o zoneamento de inundação no Planejamento urbano das cidades. Este tipo de solução tem resistência política local.

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