introdução aos estudos de tendencias

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Estudos de Tendências: Conceitos Os Estudos de Tendências Categorias de Tendências Tendências, Modas e Ondas A disciplina dos Estudos de Considerações Referências T2Y – Trends to Innovation Trends Spotting Application Trends Spotting

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3

Aplicação Etapa 4 Etapa 5

Conclusões Referências Glossário de Tendências

4 5 17 19 23 28 29 30 33 36 38 42 44 45 46 48 50 52 53

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Estudos  de  Tendências:  Conceitos    

Nelson  Pinheiro  Gomes  

Com  este  ar*go  pretendemos  consolidar  aquela  que  é  a  emergência  de  uma  nova  área  de  estudo:  Os  Estudos  de  Tendências.                  Esta  disciplina,  entre  a  ciência  e  a  filosofia,  faz  recurso  de   todas   as   grandes   ferramentas   da   economia,   da  gestão,   do   marke*ng,   da   moda,   da   sociologia,   da  antropologia,  da  história  e  das  humanidades.                  Os  Estudos  de  Tendências  não  se  definem  como  um  estudo  da  moda,  mas  sim  como  uma  análise  transversal  da   sociedade,   de  modo   a   obter   pistas   que   suportem   o  desenvolvimento  de  estratégias  de  inovação.  Neste  caso,  as   potencialidades   de   inovação   envolvem   tanto   as  empresas,  como  a  economia  e  todo  o  tecido  social.                  Neste  sen*do,  é  importante  compreender  a  tradição  criada  por  autores  e   inves*gadores  como  Faith  Popcorn  e   Carl   Rhode.   Não   obstante,   este   trabalho   surge   da  necessidade  de  criar  uma   linha  académica  que   trabalhe  estes   conceitos   e   que   consiga   criar   um   conjunto   de  modelos   e   de   metodologias   que   possam   ser   aplicados  por   futuros   inves*gadores  e  analistas  de  Tendências  de  Mentalidades.          

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Os  Estudos  de  Tendências  

Os   Estudos   de   Tendências   de   mentalidades   e   de  comportamentos   do   consumidor   estão   a   dar   os   seus  primeiros  passos  no  meio  académico.  Desde  o  ano  de  2000  que   se   tem   proliferado   um   número   considerável   de  empresas   que   estudam   as   mental idades   e   os  comportamentos   do   consumidor,   de   modo   a   produzir  bases  úteis  a  estratégias  empresariais  e  a  polí*cas  sociais.  Todavia,   cada   uma   destas   empresas   usa   um   método  próprio  e  não  existe  uma  uniformização  nos  resultados,  nos  obje*vos   e   nas  metodologias.   Não   obstante,   é   necessário  sublinhar  que  todas  partem  de  uma  observação  sociológica  e   estão   associadas   ao   processo   de   “CoolHun*ng”.   Isto  indica  a  existência  de  um  processo  com  bases  comuns,  mas    que   necessita   de   uma   metodologia   empírica   e   cienWfica  para  suportar  os  Estudos  de  Tendências.               Carl   Rohde,   sociólogo   cultural   e  CEO  da  Science  of   a  Time,   foi   um   dos   pioneiros   nesta   área,   juntamente   com  outros   como   Faith   Popcorn,   cuja   própria   rede   de  observação   de   Tendências   (www.scienceoZhe*me.com)  pretende  ter  uma  postura  académica  e  cienWfica  no  estudo  das   tendências   de   mentalidades   e   comportamentos   do  consumidor.   Contudo,   os   seus   relatórios   anuais   (Trend  Reports)   e   o   seu   próprio   site   não   sugerem   ainda   uma  metodologia  cienWfica  associada  aos  seus  estudos.  Aliás,  a  bibliografia  deste  autor,   tal  como  a  de  Faith  Popcorn,  não  apresenta   obras   de   caráter   cienWfico   sobre   Estudos   de  Tendências.   Somos   levados   a   crer   que   toda   a   atuação  destes  atores  nesta  área  está  baseada  num  processo  que  é  mais   filosofia   do   que   ciência,   com   um   forte   enfoque   na  intuição.   Todo   este   sistema   e   visão   encontram-­‐se  igualmente   associados   a   empresas   –   como   a   Trend  Watching,   Trend  Hunter,   Trends  Ac:ve,  Cool  Hunters  ou  a  Trend   Wolves   -­‐     que   u*lizam   os   chavões   do   “Cool”,   das  Tendências   e   da   Inovação   como   forma   de   vender   um  produto   novo   e   de   ca*var   clientes.   O   mundo   cienWfico  encontra-­‐se  alheio  a  esta  realidade.  

     

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Podemos  defender   a   existência  da   área  dos   estudos  de  mercado,   dos   comportamentos   de   consumo   e   até   de  processos  estaWs*cos  que  medem  certos  prismas  da  vida  social.   Todavia,   nenhuma   destas   áreas   é   capaz   de  compreender   as   Tendências   através   de   um   estudo   das  mentalidades,   associadas   aos   comportamentos   de  consumo.   A   própria   área   de   forecas:ng   está   ligada   a  estudos   estaWs*cos   e   quan*ta*vos,   de   modo   que   não  procura  a  profunda  realidade  social  e  cultural  que  pode  auxiliar   na   previsão   de   novos   comportamentos   e  Tendências.      

               Os  Estudos  de  Tendências  não  podem  ser  restritos  a  uma  única  disciplina,  pois  seriam  inúteis  e  imprecisos.  A  sua  base  encontra-­‐se  nas  ciências  sociais  e  é  nestas  que  encontram    as  metodologias  para  crescer  enquanto  área  cienWfica.   Não   obstante,   devem   procurar   nas  humanidades   o   contexto   cultural   que   lhes   permi*rá  compreender   as   mentalidades.   Do   mesmo   modo,   as  artes,   as   ciências   exatas   e   a   tecnologia   revelam   tópicos  que   devem   ser   considerados   na   ponderação   da   criação  de  um  quadro  de  Tendências.                  Esta  nova  área  ultrapassa  o   foro  da  sociologia,  da  moda,   dos   estudos   de   cultura,   da   economia,   do  marke*ng,   entre  muitos   outros.   Ela   revela-­‐se   como  um  cruzamento   interdisciplinar   de   todas   estas   áreas.   Os  Estudos  de  Tendências  exigem  uma  formação  transversal  a   vários   domínios   cienWficos,   pois   requerem   uma  capacidade   de   análise   e   de   estudo   que   não   pode   estar  restringida   a   uma   única   visão.   A   u*lização   das  ferramentas   económicas   para   estudar   uma   Tendência  não   são   suficientes,   pois   é   necessários   compreender   o  zeitgeist,   o   contexto  arWs*co  ou   tecnológico,  o   impacto  na  vida  quo*diana,  entre  muitos  outros  fatores.      

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FIGURA  1  –  Arquitectura  de  Tendências    

Existem  vários  elementos  a  analisar  para  se  construir  a  arquitectura  de  uma  Tendência,  de  forma  a  compreender  a  sua  natureza.  O  palco  refere-­‐se  a  todo  o  enquadramento  sociogeográfico  em  que  a  tendência  se  desenvolve;  Os  atores  dizem  respeito  a  todos  os   intervenientes  no  processo  de  construção  e  de  disseminação  da  Tendência;  A    natureza   da   Tendência   representa   as   suas   principais   caracterís*cas   e   a   forma   como   se   tornam  manifestas   na  sociedade;  o  impacto    significa  todas  as  consequências  sociais  e  a  alteração  de  comportamentos  que  advêm  da  nova  mentalidade  presente  na   Tendência.  A   compreensão  da   arquitectura  da   Tendência  permite   a   ar*culação  desta  úl*ma  com  a  inovação,  gerada  através  de  insights    que  compreendem  as  redes  de  influências  e  os  vários  códigos    presentes  nos  padrões  de  mentalidade  e  de  comportamento.    

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FIGURA  2  –  As  interligações  nos  Estudos  de  Tendências    

O   quadro   é   bastante   claro   quanto   às   várias   associações   que   se   criam   entre   os   conceitos   e   os   elementos  associados  aos  Estudos  de  Tendências,   revelando  as  várias  potencialidades  de  exploração  do  Coolhun*ng  e  da  análise  de    Tendências  de  Mentalidade  e  de  Comportamento  de  Consumo,  que  passam  tanto  pela  compreensão  do  zeitgeist,  como  pela  delineação  de  estratégias  sociais  e  empresariais.    

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           O  desenvolvimento  dos  Estudos  de  Tendências  vai  permi*r   o   desenvolvimento   e   a   consolidação   de  métodos  quan*ta*vos  e  qualita*vos  de  inves*gação  que  permitam  iden*ficar,  analisar  e  “traduzir”  as  Tendências  micro   e  macro   que   estão   a  moldar   o   espírito   da   nossa  época  e  o  nosso  modelo  de  sociedade.  Desta  forma,  será  possível   compreender   os   grandes   desafios   sociais   dos  nossos   dias,   tanto   a   nível   económico   como   social.     Os  resultados   do   estudo   das   Tendências,   através   de   uma  análise   profunda   em   vários   prismas,   permitem   um  melhor  entendimento  dos  desafios  económicos  que  têm  surgido   nos   úl*mos   anos,   promovendo   polí*cas  concretas   e   as   estratégias   mais   eficientes   para   cada  contexto.                 Para   além   das   aplicações   em   desafios   sociais   e  culturais,  os  Estudos  de  Tendências  geram  inovação    que  pode   ser   aplicada   em   negócios,   empresas,   serviços   e  produtos,   afetando   tanto   as   a*vidades   estratégicas  como  as  operacionais.                   O   estudo   das   Tendências   de   mentalidade   e   de  consumo   fornece   uma   antevisão   do   futuro   e   uma  imagem   de   como   a   sociedade   está   a   evoluir   e   a   atuar,  incluindo   as   grandes   preocupações,   a*vidades,   a*tudes  e  comportamentos.                 Através   desta   nova   área   de   estudo,   com  metodologias   sérias  e  concretas,  é  possível   iden*ficar  o  impacto   a   longo   e   a   médio   prazo   e   a   natureza   de  Tendências   nos   campos   sociais,   económicos,   polí*cos,  arWs*cos  e  culturais.    

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           Alguns  dos  maiores  tópicos  dos  nossos  tempos  são  a  migração,  a  segurança,  a  crise,  a  globalização,  a  energia,  o  digital,  entre  outros.  Estes  tópicos  são  um  reflexo  das  Tendências   de   mentalidade   já   iden*ficadas   por  ins*tuições   como   a   Science   of   the   Time   e   é   necessário  explorar  a  sua  análise  para  re*rar  pistas  sobre  o  futuro.                Compreender  uma  Tendência  é  criar  um  contexto  cultural,   geográfico   e   temporal.   Isto   vai   promover   o  desenvolvimento   de   uma   contextualização   histórica   da  realidade   recente,   da   mesma   forma   que   revela   os  potenciais  caminhos  e  eventos  futuros.                A  coesão  social  e  a  promoção  de  diálogos  culturais  são   um   desafio   para   os   atuais   modelos   e   áreas  cienWficas.  As  Tendências  revelam  como  estas  dinâmicas  são  representadas  e  executadas,  permi*ndo  a  criação  e  o  teste  de  hipóteses.                 Hoje,   os   conceitos   de   Tendências,   de   Cool   e   de  Coolhun*ng   estão   em   voga   devido   à   media*zação   do  assunto   e   à   explosão   de   blogs,   bloggers,   revistas   e  outros.   Apesar   de   certas   empresas   envolvidas   nos  estudos  das  Tendências  como  a  Ayr  Consul:ng  ,  a  Trends  Ac:ve   e   a   Science   of   the   Time   defenderem   uma   clara  definição  de  Tendência,  de  moda  e  de  onda  –  bem  como  o   seu   propósito   e   natureza   –   este   trabalho   está  claramente   restrito   ao   campo   empresarial,   enquanto  que   no   meio   académico   esta   questão   permanece   por  aberto.    Neste  sen*do,  concluímos  que  é  necessário  –  para  bem  dos   negócios   –   elevar   os   Estudos   de   Tendências   e   do  comportamento  do  consumidor  a  um  modelo  empírico  e  académico,  de  modo  a:        

a)   Eliminar   as   zonas   cinzentas   nas   definições   de  Cool,  Tendência,  Moda  e  Onda;  b)   Chamar   a   atenção   e   trazer   credibilidade   para  esta  área  do  conhecimento;  

                     c)  Criar  relações  entre  universidades  e  empresas,                            proporcionando  serviços    com  o  mesmo  valor                          como    os  de  outras  consultoras,  como  a                            McKenzie.        

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FIGURA  3  –  Os  Atores  das  Tendências  

Por  entre  todos  os  grupos  sociais  e   influentes  na  sociedade,  existe  sempre  um  conjunto  de   indivíduos  com  um  poder   de   prescrição   superior   que   ajudam   a   disseminar   uma   mentalidade   e   os   objectos/manifestações   das  Tendências.  Sejam  os  media  ou  as  celebridades,  estas  en*dades  representam  um  papel  fulcral  para  a  análise  de  Tendências.    

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FIGURA  4  –  Tendências  e  Audiências    

A  assimilação  de  uma  mentalidade  e  do  objecto  de  uma  Tendência  não  é  semelhante  para  todos  os  indivíduos.  Com   base   no   modelo   de   diamante   de   Henrik   Vejlgaard   (2008),   recriamos   aqueles   que   sãos   os   grupos   mais  predispostos  e  abertos  a  novas  mentalidades  e  artefactos,  e  aqueles  que  são  mais  conservadores.    

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           Isto  surge  da  necessidade  de  iden*ficar  os  contextos  sociais   básicos:   analisar   os   desenvolvimentos  tecnológicos   que   influenciam   o   conhecimento   do  consumidor;   iden*ficar   os   media   que   influenciam   o  comportamento   do   consumidor,   e   compreender   o  contexto  económico-­‐financeiro  da  crise.  A  exploração  do  potencial  dos  Estudos  de  Tendências  passa  pela   criação  de   uma   escola   e   de   uma   tradição,   considerando   que  estamos   a  dar   os   primeiros  passos  no  desenvolvimento  das  metodologias  necessárias.                        Os  Estudos  de  Tendências  são  uma  área  recente,  mas  já   possuem   um   número   de   metodologias   embrionárias  (u*lizadas   nos   meios   empresariais)   cuja   consolidação  pode   garan*r   uma   abordagem   cienWfica   ao   estudo   das  mentalidades   e   dos   comportamentos   de   consumo.   A  Science   of   the   Time,   uma   das   primeiras   redes   de  observação  e  de  análise  de  Tendências,  desenvolveu  um  processo  para  observar   ,   analisar   e   produzir   pistas   com  base   em   Cool   Examples   (manifestações   de   Tendências)  que   são   catalogados   e   agregados   por   Tendências  iden*ficadas   –   isto   é   uma   abordagem   prá*ca   ao  Coolhun*ng.   Este   processo   oferece   mais   do   que   a  simples  observação  de  Tendências,  uma  vez  que  permite  a   abertura   de   novas   perspe*vas   e   a   iden*ficação   de  novos   comportamentos   e   Tendências   emergentes.   Não  podemos   dizer   que   é   futurologia,   uma   vez   que   esta  observação  metódica  permite  compreender  o  presente.  Não   obstante,   por   si,   este   modelo   oferece   pistas   para  perceber   oportunidades,   potencialidades   e   o   próprio  desenvolvimento  da  Tendência  no  futuro.            

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           Os  Estudos  de  Tendências  possuem  uma  abordagem  inovadora   aos   estudos   de   cultura   e   de   mercado.   Eles  abordam  várias  ferramentas  dos  estudos  de  sociologia  e  de   cultura,   incorporando-­‐os  nos  estudos  empresariais   e  económicos,  de  modo  a  produzir  pistas  para  estratégias.  A  exploração  de  uma  Tendência  permite:    a)  Escapar   a   ameaças   através   da   compreensão   das  

mudanças;  b)  Compreender  a  concorrência;  c)  Compreender  as  alterações  de  comportamento.    Não   compreender   uma   tendência   pode   significar     a  perda  de  uma  oportunidade.  Se   for   capaz  de   iden*ficar  corretamente   uma   Tendência,   terá   tempo   para   se  preparar   para   as   mudanças   e   para   as   novas  necessidades,   produzindo   melhores   estratégias,  produtos  e  serviços.              

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FIGURA  5  –  Processo  de  Análise  de  Tendências    

Este   esquema   demonstra   como   surge   a   necessidade   de   uma   metodologia   replicável   e   sólida,   capaz   de  transformar  os  Estudos  de  Tendências  numa  área  credível,  com  ferramentas  eficazes  e  capazes  de  responder  às  dificuldades  das  intuições  em  construir  estratégias  para  o  mercado  hipermoderno.    

Perspe*va  Empírica  e  

CienWfica  

Cool Examples Atrativos, Inspiradores e com Potencial de

Crescimento

Modelos de observação e de

interpretação

Trendslator*; InovAYR* ; ZSM (Modelo de

Segmentação pelo Zeitgeist); Coolhunting

Confirmação Científica

Promoção de Investigação

Produção de Insights

Orientação para negócios

Análise de Tendências

estudadas através de

vem de

a vários níveis

que são e requerem

Requer modelos

TRENDS ANALYSIS PROCESS

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FIGURA  6  –  Matriz  das  Ferramentas  dos  Estudos  de  Tendências    

Do  Coolhun*ng  ao  Zeitgeist,  passando  pelos  modelos  desenvolvidos  pela  AYR  Consul*ng  Worldwide  (Trendslator  e   InnovAYR),   torna-­‐se  possível   estudar  e  analisar  de   forma   sistemá*ca  as  Tendências  e  as   suas  manifestações,  para  re*rar  insights  aplicáveis  em  estratégias  de  inovação.    

Cool  Examples        

O  Cool  Example  representa  algo  que  é  Atra*vo,  Inspirador  e  com  Potencial  de  Crescimento/Replicação.    Ele  pode  ser  encontrado  em  várias  expressões  da  nossa  sociedade,  seja  num  produto,  num  serviço,  numa  estratégia  de  comunicação,  numa  a*tude,  num  comportamento,  entre  outros.  

Modelo  de  Segmentação  pelo  Zeitgeist  *    Um   quadro   exaus*vo   da  sociedade   construído   pela  iden*ficação   dos   grandes  temas   da   nossa   época.  Através  do  eixo  do  zeitgeist,  é  possível   comparar   e   estudar  marcas,   empresas,   grupos  sociais,   tendências,   modas,  p r o du t o s   e   c o n c e i t o s ,  proporcionando   insights   que  apoiem   decisões   estratégicas.  (Em   desenvolvimento     –    Copyright  Nelson  Gomes)  

Trendslator*  Este  modelo  oeferece  uma  metodologia  para  estudar  as  tendências,  promovendo  o  desenvolvimento  de  novos  e  sólidos  insights  e  estratégias.  As  tendências  sociais,  económicas,  culturais  e  de  comportamento  de  consumo  são  traduzidas  em  estratégias  focadas  nos  negócios  e  baseadas  numa  análise  qualita*va.    

InnovAYR  *  Um   m o d e l o   p a r a   o  d e s e n v o l v i m e n t o   d a  inovação   empresarial   com  foco   na   criação   de   valor  para   o   consumidor.   O  I n no vAYR   s ub l i n h a   a  percepção   e   a   criação   de  oportunidades   que   surgem  de   ideias   inovadoras   com  b a s e   n a   a n á l i s e   d e  tendências.    *Copyright  of  AYR  ConsulKng  

Análise        

O  Cool  example    só  é  tão  bom  quanto  a  sua  análise  sociocultural.  

Observação        

O  principal  objec*vo  consiste  em  permanecer  alerta  face  a  novas  manifestações.  

Validação        

Esta  é  uma  das  melhores    formas  de  confirmar  ou  iden*ficar  uma  tendência  .    

Cultura    

Mais  do  que  um  instrumento  de  negócios,  é  um  modelo  de  análise  estratégica    e  social.    

Pesquisa    

Uma  nova  economia  pede  novos  dados  e  modelos  que  compreendam  o  consumidor.  

Negócios    

Um  novo  modelo  interdisciplinar  de  segmentação  com  base  nas  Humanidades.  

Geração    

Criação  de  novas  ideias  com  base  na  ligação  de  conceitos,  aparentemente  não  relacionados.    

Avaliação    

Avaliação  de  uma  ideia,  de  forma  a  reconhecer  oportunidades.    

Desenvolvimento    

O  estudo  dos  recursos  necessários  a  serem  atribuídos  ao  desenvolvimento  do  projecto.    

Necessidades    

A  iden*ficação  de  uma  necessidade  social  ou  de  negócio,  focada  na  observação.    

Inspiração  

As  estruturas  das  manifestações  e  das  tendências  que  podem  suportar  uma  ideia.    

Interpretação    

Matriz  de  inovação  para    a  aplicação  de  tendências  em    projectos  sociais  e  de  negócios.    

ANÁLISE  DE  TENDÊNCIAS  

CONTEXT

O  DAS

 TEN

DÊNCIAS

 

INOVAÇÃO  ESTRATÉGICA  

INSIG

HTS  DE  NEG

ÓCIO

S  

TRENDS STUDIES MATRIX

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Categorias  de  Tendências  

As   Tendências   podem   ser   divididas   em   duas   grandes  categorias,  nomeadamente  Macro  ou  Micro:  Macro   –   Normalmente   são   as   mais   poderosas.  Influenciam   uma   série   de   setores,   mercados   e  demografia.   São   direcionadas   para   a*tudes   e  necessidades  dos  consumidores.    Micro-­‐   Manifestam-­‐se   num   número   reduzido   de  consumidores.  São  *picamente  regionais  ou  nacionais  e  são   normalmente   direcionadas   para   um   determinado  setor   ou   comportamento.   Fornecem   pistas   para   as  Macro   –   que   são   manifestações   antecipadas   (vd.  Rasquilha,  2011:  17)                As  macro  Tendências  são  as  mais  influentes  ao  longo  do  tempo  e  em  termos  de  amplitude  de  impacto  social  e  económico,   pois   revelam   os   grandes   padrões   de  mentalidade   e   de   comportamento.   Elas   sugerem   as  grandes  alterações  no  gosto  e  nos  hábitos,  afetando  um  largo  espetro  de  setores  da  vida  social,  de  mercados  e  de  segmentos   socioculturais.    Neste   sen*do,   é   importante  sublinhar   que   estas   Tendências   são   a   base   para  compreender   as   necessidades   e   as   a*tudes   das   várias  tribos   urbanas   e   dos   vários   *pos   de   consumidor.   Por  norma,   englobam   em   si   um   determinado   número   de  micro   Tendências   (vd.   Higham,   2009:   88).   Por   outras  palavras,  as  macro  Tendências  são  o  fio  condutor  através  do  qual  podemos  compreender  certas  micro  Tendências,  com   as   quais   possuem   afinidades,   e   que   têm   uma  natureza   muito   mais   focada,   sendo   também   mais  limitadas.            Documento licenciado a Luis Rasquilha com o email [email protected]

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           Por  outro  lado,  as  Tendências  que  afetam  um  número  limitado  de  indivíduos  e  de  consumidores  são  conhecidas  como  micro   Tendências.   Elas   possuem   uma   natureza   e  uma  influência  superior  às  modas,  mas  são  inferiores  às  Tendências   de   caráter   macro.   Por   norma,   estão  confinadas   a   um   setor   ou   a   um   comportamento  específico,   fornecendo  pistas  para   as   Tendências  macro  que   actuam   a   um   nível-­‐global   em   vários   sectores   e  comportamentos.  Com  tempo,  é  possível  que  uma  micro  Tendência   ganhe   espaço   e   se   transforme   numa   macro  Tendência  (vd.  Higham,  2009:  87).                  Para  além  destas  duas  categorias,  podemos  também  incluir   as   Tendências   fundacionais,   ou   seja,   Tendências  que   operam   num   nível   mais   profundo   na   sociedade   e  que  influenciam  todo  o  nosso  quo*diano  e  mentalidade.  Tal  como  Vejlgaard  refere:      Because   of   an   awareness   that   there   are   these   different   kinds   of  changes,  some  people  used  the  word  megatrends  when  discussing  cultural,   economic,   poli*cal,   or   technological   shiZs   that   are   just  about  to  happen,  with  the  implica*on  that  these  megatrends  will  affect  all  or  almost  all  of  society  (Vejlgaard,  2008:  21).                    O  problema  com  as  Tendências  fundacionais  e  macro  é  que  possuem  uma  influência  duradoura  na  sociedade  e  não  são  muito  previsíveis  quanto  às  suas  mutações.  Para  além  disto,  seria  necessário  um  conhecimento  sólido  de  todas   as   ciências   sociais   para   compreender   as   suas  naturezas,   e   a   sua   descrição   e   análise   envolveria   uma  série  de  livros  (vd.  Vejlgaard,  2008:  22).                   Após   o   seu   surgimento,   as   tendências   podem  manifestar-­‐se   de   diferentes   modos,   seja   com   base   em  a*tudes   ou   comportamentos,   com   maior   ou   menor  impacto   (macro   e   micro),   afetando   mais   ou   menos  mercados.   Sempre   que   uma   Tendência   é   iden*ficada,  deve  ser  corretamente  definida,  de  modo  a  permi*r  uma  correta   análise   e   aplicação   empresarial   (vd.   Higham,  2009:   84).     É   necessário   compreender   a   natureza   e   o  impacto  de  uma  Tendência,  ou  seja,  se  afeta  um  ou  mais  setores,  os  grupos  sociais  envolvidos  e  o  seu  potencial  de  expansão.      

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Tendências,  Modas  e  Ondas  

Tal  como  Vejlgaard  (2008)  refere,  muitos  indivíduos  usam  a   palavra   “trendy”   para   referir   tanto   as  modas   como  as  Tendências,   uma   vez   que   ambos   capturam   o   interesse  dos   trendseyers.  Nem   sempre  é   fácil   dis*nguir   entre   as  modas   e   as   Tendências   e,   em   princípio,   apenas   temos  uma   oportunidade   para   perceber   se   uma   alteração   no  es*lo   e   no   gosto   vão   tornar-­‐se   uma   Tendência,   se  percebermos   o   processo   que   cria   essas   alterações   (vd.  Vejlgaard,  2008:  189).               Não   obstante,   as   Tendências   e   as   modas   são  diferentes,   não   só   nas   suas   consequências   como   nas  oportunidades  que  permitem,  uma  vez  que  as  ondas  e  as  modas  apenas  oferecem  pistas   sobre  o  que  um  número  limitado   de   consumidores   irá   fazer   a   curto   prazo   (vd.  Higham,   2009:   103).   Os   fatores   que   dis*nguem   as  verdadeiras   Tendências   de   consumo   das   modas   e   das  ondas   são   as   causas,   o   impacto   e   a   durabilidade   (vd.  Higham,   2009:   104).   Luís   rasquilha,   desenvolve   esta  questão   e   explica   a   diferença   entre   onda,   moda   e  tendência:  Onda  –  vem  com  um  impacto  muito  grande,  mas  dissipa-­‐se  rapidamente.  As  pessoas  incorporam-­‐na  sem  entender  porquê.   Exemplos   de   ONDAS   *vemos   os   Crocs   ou  mais  recentemente  a  pulseira  Power  Balance.  Moda-­‐  Incorporada  de  forma  consciente  na  ro*na  diária.  Não   acarreta   mudança   de   comportamentos.   Tem   um  impacto  menor  do  que  a  Tendência  e  dura  menos  tempo.  Temos  como  exemplos  de  MODAS  os  Converse  AllStar  ou  a  Pandora.    Tendênc ia -­‐   Resu l tado   de   uma   mudança   de  comportamento.  Começa  de  forma  mais  Wmida  do  que  a  Onda   ou   a   Moda,   mas   a   sua   duração   é   grande   e   com  impactos   profundos.     Assumida   como   mentalidade  emergente  e  dominante  (vd.  Rasquilha,  2011:  15-­‐16).                                                

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Podemos   considerar   que   esta   divisão,   todavia,   é  insuficiente   à   luz   do   estudo   de   Jean   Baudrillard   (1993)  sobre  a  reciclagem  dos  signos,  ou  seja,  as  suas  mortes  e  renascimentos.   A   moda   é   por   definição   cíclica,  reinventando-­‐se   nos   signos   do   passado,   dotando-­‐os   de  novos   significados   e   contextualizando-­‐os   no   zeitgeist  atual.   Neste   sen*do,   não   basta   compreender   a   moda  como  algo  apenas  resultante  do  es*lo  e  do  vestuário.  O  sistema   da   moda,   apesar   de   se   evidenciar   e   expor   de  forma  semelhante  às  Tendências  –  uma  vez  que  ambos  são  a  materialização  da  mentalidade  e  do  zeitgeist  –  não  funciona   como   a   dessiminação   de   uma   Tendência.   Esta  úl*ma  não  possui   obrigatoriamente  este   sistema   cíclico  que   impera   na   moda.   Desta   forma,   a   moda   torna-­‐se  diferente  das  demais  Tendências,  para  além  da  questão  das   suas   manifestações,   causas   e   impactos,   pois   a   sua  própria  natureza  e  o  seu  sistema  de  imposição  de  código  social   é  diferente  das  Tendências  de  mentalidades  e  de  comportamento  de  consumo.            

Figura  7-­‐  A  Relação  entre  Onda,  Moda,  Tendência  Fonte:  Rasquilha  (2011)    

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FIGURA  8  –  Tendências,  Modas  e  Mentalidades    

Como  a  figura  ilustra,  estes  sistemas  funcionam  como  um  código  cultural  que  se  vai  complexificando  ao  nível  de  representações,  prá*cas  e  mentalidades,  tornando-­‐se  mais  forte  de  acordo  com  a  complexidade  da  informação  cultural  presente  em  cada  sistema.    

TENDÊNCIAS    DE  MENTALIDADE  

Caracterís*cas  Z+Y+X  

MODA  Caracterís*cas  Z+Y  

ONDA  Caracterís*cas  Z  

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FIGURA  9  –  Tendências  e  Audiências    

Estes   dois   profissionais   dos   Estudos   de   Tendências   têm   ganho   expressão   nos   úl*mos   anos,   dentro   do   meio  empresarial  e  no  seio  do  Marke*ng.    Ambos  estão  preparados  para  dar  às  empresas  a  chave  do   futuro  e  uma  compreensão   profunda   sobre   as   principais   manifestações   das   mentalidades   e   os   grandes   padrões   do  comportamento  dos  consumidores.  

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A  Disciplina  dos  Estudos  de  Tendências  

Com   base   nos   capítulos   anteriores,   podemos   estruturar  aquele  que  seria  o  currículo  e  as  principais  disciplinas  da  área  de  Estudos  de  Tendências.                                                  

HUMAN

IDAD

ES  

CIÊN

CIAS

 SOCIAIS  

GESTÃ

O  

ESTUDOS  DE  TENDÊNCIAS  Cultura  e  Mentalidades    O  Estudo  do  Zeitgeist  e  dos  comportamentos  sociais,  com  base  nas  mentalidades  de  cada  época.  

Cultura  e  Comunicação    Abordagem  de  tópicos  de  Cultura  para  a  compreensão  do  tecido  sociocultural    e  das  formas  de  comunicação  a  nível  global  e  local.  

Etnografia  e  CoolhunKng    Recurso  às  ferramentas  etnográficas    e  ao  Coolhun*ng  para  estudar  os  grupos  e  os  seus  comportamento.  

Sociologia  de  Tendências    Estudo  das  redes  de  influências  e  de  prescrição  social  de  comportamento,  bem  como  a  sua  disseminação.  

Arqueologia  de  Tendências    Procurar  a  génese  e  a  mutação  de  comportamentos  na  época  moderna  e  pós-­‐moderna.  

Arquitectura  de  Tendências    Estudo  do  ADN  e  da  cons*tuição  de  genes  culturais    numa  Tendência.  Iden*ficação  de  Tendências  de  mentalidade.  

Foresight  e  ForecasKng    Previsão  das  possíveis  mutações  e  desenvolvimentos  das  Tendências,  bem  como  de  possíveis  manifestações  das  mesmas.  

Gestão  da  Inovação    Aplicação  das  pistas  das  Tendências  em  estratégias  e  na  concepção  de  produtos/serviços  com  um  cunho  inovador.  

Filosofia  Ciência  (social)  

Figura  10  –  Cuccirulum  dos  Estudos  de  Tendências    

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1º  Cultura  e  Mentalidades    Não   podemos   começar   a   estudar   Tendências   de  comportamentos   sociais   e   de   consumo   sem  compreendermos   o   espírito   do   tempo   –   zeitgeist.     O  estudo  das  manifestações  culturais  e  das  mentalidades  é  a   base   que   nos   permite   compreender   a   emergência   de  determinados  comportamentos    que  se  materializam  em  padrões.      2º  Cultura  e  Comunicação    O   modelo   de   disseminação   e   de   comunicação   social   e  inter-­‐cultural   permite   compreender   a   prescrição   e   a  qualidade  viral  das  modas  e  das  Tendências.    3º  Etnografia  e  Coolhun*ng    Esta   é   uma   das   grandes   ferramentas   dos   Estudos   de  Tendênc i a s .   Com   base   na   obse rvação   dos  comportamento  sociais  e  tribais  é  possível  catalogar  um  número   suficiente   de   manifestações   que   permitem  classificar,   iden*ficar   e   monitorar   modas   e   Tendências  de  mentalidade.    4º  Sociologia  de  Tendências    Uma  Tendência   é   uma  manifestação   social,   processa-­‐se  através   de   prescrições   e   de   adopções.     Neste   sen*do,  existe  todo  um  sistema  social  que  actua  na  definição  de  Tendênc i a s .   O   E s tudo   do   Ze i t ge i s t   e   do s  comportamentos  sociais,  com  base  nas  mentalidades  de  cada  época.  5º  Arqueologia  de  Tendências    Isto   não   é   mais   do   que   uma   arqueologia   das  mentalidades  e  dos  costumes,  baseada  naquela  que  é  a  disciplina  da  história  do  quo*diano,  adaptada  à  realidade  da  natureza  das  tendências  socioculturais.      6º  Arquitectura  de  Tendências    Por   ventura   a  mais  di�cil   destas  disciplinas,   consiste  no  processo   de   iden*ficação,   confirmação,   monitorização,  descrição  e  contrução  de  um  mapa  social  de  Tendências.          

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7º  Foresight  e  Forecas*ng    Esta   é   a   disciplina   mais   perigosa   dos   Estudos   de  Tendências,   devido   ao   seu   elevado   grau   de  improbabilidade   e   da   dificuldade   na   verificação   dos  resultados.   Baseia-­‐se   na   u*lização   de   modelos  econométricos,  estaWs*cos  e  de  análise  social  qualita*va  pa ra   p rever   o   desenvo l v imento   fu tu ro   de  acontecimentos   e   de   previsíveis   quadros   socio-­‐económicos.    8º    Gestão  da  Inovação    Aplicação   prá*ca   das   pistas   e   do   conhecimento   ob*do  nas   restantes   disciplinas   no   desenvolvimento   de  inovação  a  nível  empresarial,  indústrial,  social  e  cultural.  Pode   ser   desenvolvida   tanto   a   nível   de   estratégias,   de  produtos/serviços  ou  de  projectos.              Os   Estudos   de   Tendências,   enquanto   área   académica,  devidem-­‐se  na  sua  natureza  entre  a  Filosofia  -­‐  o  Estudo  da   Condição   Humana   e   a   abordagem   regular   das  Humanidades  -­‐,  e  a  Ciência  Social,  com  os  seus  métodos  empíricos   de   análise   da   realidade   social.   Apenas   com  o  recurso  à  mul*-­‐disciplinaridade  torna-­‐se  possível  analisar  e   estudar   as   Tendências.   Esta   complexa   área   surge   da  necessidade  de  compreender  o  tecido  social  em  todas  as  suas   vertentes,   potenciando   um   desenvolvimento  sustentável   do   consumo   e   dos   padrões   de   vida.     O  Estudo  do  Quo*diano,  em  todas  as  suas  variantes  –  sem  o   espar*lho   da   História,   dos   Estudos   de   Cultura   e   da  sociologia-­‐,   foca   a   atenção   do   inves*gador   de  Tendências  nas  consequências  da  Mentalidade  vigente.                  Aliás,   a  Mentalidade  é  a  base  para  os  Estudos  de  Tendências,   ou   seja,   o   primeiro   alicerce   que   deve   ser  compreendido  e  estudado  o  melhor  possível,  de  modo  a  que    se    possam    re*rar    os    devidos    elementos    que    são  

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usados  nas  disciplinas  desta  nova  área.  Para  o  efeito,  e  com  um  carácter  transversal,  propomos  o  modelo  ZSM-­‐  Zeitgeist  Segmenta*on  Model.                   Zeitgeist   pode   ser   literalmente   traduzido   por   “o  espírito   (Geist)   do   tempo   (Zeit)”.   Ele   anuncia   um  ambiente   cultural   e   conceptual   de   um   determinado  período   histórico.   O   Zeitgeist   representa   o   retrato   do  espírito,  do  sen*do,  do  intelectual,  do  cultural,  do  é*co,  do  espiritual  e  do  polí*co  de  um  momento  no   tempo  e  no  espaço,  de  acordo  com  um  determinado  público.  Por  outras   palavras,   está   associado   à   direcção   sociocultural  atribuída  a  uma  era.               O   nascimento   das  Modas   e   das   Tendências   estão  completamente  dependentes  do  estudo  do  Zeitgeist.  De  facto,   elas   são  as  maiores  expressões  deste   conceito.  A  Moda  e   a   Tendência   são  materializações  do   zeitgeist   e,  como   tal,   é   impossível   estudar   uma   Tendência   sem  compreender   a   realidade,   a   sociedade,   em   resumo,   o  espírito   do   tempo.     Este   úl*mo   providencia     uma    imagem  completa  sobre  o  sistema  social  de  um  período,  bem   como   as   ondas   morais,   arWs*cas,   intelectuais   e  sociais  que  caracterizam  e  dis*nguem  cada  era.                Para  estudar  o  Zeitgeist  concebeu-­‐se  o  Modelo  ZSM-­‐  Zeitgeist   Segmenta*on   Model,   baseado   num   eixo   que  permite   a   caracterização,   a   avaliação,   a   análise   e   o  posicionamento   dos   grandes   tópicos   do   Zeitgeist,   de  marcas,   produtos/serviços,   segmentos   de   mercado,  artefactos,   entre   outros.   Através   do   correcto  posicionamento   no   eixo,   é   possível   comparar   estes  vários   factores   e   *rar   as   mais   variadas   conclusões.   A  peça     fulcral   deste   modelo   consiste   num   correcto  posicionamento   dos   elementos   no   eixo.   Garan*do   o  sucesso  desta  fase,  as  conclusões  reflectem  o  verdadeiro  espírito  do  tempo.               Não   obstante,   é   importante   referir   que   o   ZSM  não  funciona  apenas  como  um  modelo  de  segmentação,  pois  também   revela     quais   são   os   grande   elementos   que  compõem  o  quadro  social    e  a  definição  da    natureza  do  zeitgeist  num  determinado  momento.      

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         Neste  sen*do,  é  crucial  para  delinear  as  expressões  e  correntes   arWs*co-­‐literárias,   bem   como   para   abordar  problemas   sociais   ou   empresariais.   Outra   grande  vantagem?   Pode   ser   usado   tanto   num   projecto  empresarial  como  de  estudo  das  humanidades.               Este   modelo   foi   incorporado   na   Metodologia  Trends2innova*on,   concebida     pelo   Trends   Research  Center  e  pela  AYR  Consul*ng,   estando   já   a   ser   aplicada  em  projectos  de  índole    internacional.    Juntamente  com  o  T2Y,  a  metodologia   incorpora  o  modelo  Trendslator  e  Innovayr  –  focados  na  iden*ficação  e  aplicação  de  pistas  fornecidas  pelas   tendências  em  projectos  de  negócios  e  estratégias  empresariais.                Estes  modelos  e  metodologias    são  transversais  aos  Estudos  de  Tendências  e  revelam  o  inves*mento  a  nível  de   inves*gação   e   teste   que   que   se   está   a   concre*zar  nesta  área.                  O  capítulo  seguinte  pretende  abordar  em  pormenor  este   modelo   e   o   seu   potencial   para   os   Estudos   de  Tendências  e  para  a  geração  de  inovação.        

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Considerações  

Neste   primeiro   capítulo   pretendemos   iden*ficar   os  principais   conceitos   e   elementos   que   cons*tuem   os  Estudos  de  Tendências.    No  futuro,  pretendemos  estudar  o   processo   metodológico   e   modelar   que   trespassa   a  iden*ficação  de  Tendências  e  a  sua  aplicação  prá*ca.                 Para   além  disto,   também  será  necessário   referir   a  importância  da  u*lização  prá*ca  das   Tendências  para   a  geração  de  pistas  de   inovação.  Desde  a  necessidade  de  ter   metodologias   e   disciplinas   para   a   ar*culação   e  geração  de  pistas,  até  à  necessidade  do  estabelecimento  claro  das  necessidades,  oportunidades  ou  problemas  de  negócio,   para   que   possa   haver   um   fio   condutor   e   uma  medição  de  resultados.  Defendemos   que   a   aplicação   é   quase   ilimitada,     com  potencial  em  áreas  desde  os    recursos  humanos,    centros  comerciais,   hotéis,   indústria   autmóvel,   educação,   até   à  moda,  entre  muitos  outros.                 Os   Estudos   de   Tendências   são   um   instrumento  valioso   em   qualquer   procedimento   de   análise,   não  apenas   naquelas   que   são   as   tradicionais     indústrias  cria*vas,   mas   em   qualquer   ambiente   onde   o   indivíduo  tem   de   adaptar-­‐se   a   um   mundo   em   constante   e  crescente  mutação    que  requer  flexibilidade,  inovação  e  competências  .      

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BAUDRILLARD,  Jean  (1993).  Symbolic  Exchange  and  Death.  Traduzido  por  Iain  Hamilton  Grant,  London:  Sage.      HIGHAM,  William  (2009).  The  Next  Big  Thing.  London:  Kogan  Page.        RASQUILHA,  Luís  (2011).  Tendências  e  Gestão  da  Inovação.  Lisboa:  Verlag  Dashofer.      VEJLGAARD,  Henrik  (2008).  Anatomy  of  a  Trend.  New  York:  McGraw-­‐Hill.    www.scienceoZhe*me.com  (consultado  a  2-­‐7-­‐2012)    www.ayr-­‐consul*ng.com  (consultado  a  2-­‐7-­‐2012)  

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T2Y  –  Trends  to  InnovaKon    

Ana  Filipa  Francisco  

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 Many  people  have  been  led  to  believe  that  trends  are  about  intui*on.  This  is  because  the  majority  of  the  people  who  work  with  trends  find  it  difficult  to  explain  why  something  will  happen  the  way  they  say  it  will.  The  explana*on  oZen  boils  down  to  “because  I  think  so.”  Some  people  do  seem  to  be  able  to  predict  what  will  happen  based  on  their  own  intui*on.  Unfortunately,  there  are  too  many  cases   in  which  people’s  intui*on  has  obviously  been  mistaken  for  us    to  accept  the  intui*ve  method.  Furthermore,  intui*on  is  a  skill  that  can’t  be  learned  by  the  rest  of  us.  So  because  intui*on  is  so  highly  uncertain,  we  need  other  methods  if  we  want  to  understand  trends.      (VEJLGAARD,  2008:  1)    

A   área   de   inves*gação   de   Tendências   de  mentalidade  é  uma  área  recente  no  estudo  e  na  inves*gação   académica,   sendo   que   nas   áreas  empresariais   a   sua   pesquisa   e   análise   já   se  encontra   presente   há   mais   tempo   em   alguns  países   como   os   Estados   Unidos,   a   Inglaterra,   a  Holanda,  a  Bélgica  e  o  Brasil.  No  entanto,  os  seus  métodos   de   pesquisa   resumem-­‐se   à   observação  empírica,   tornando   necessária   uma   maior  credibilização   da   inves*gação   e   por   conseguinte  dos  próprios  resultados  finais.                  Para  a  criação  de  um  método  de  inves*gação  e   de   análise   mais   aprofundado,   credível   e  fidedigno  na  obtenção  de   resultados,   a   empresa  AYR-­‐Consul*ng   e   o   Trend   Research   Center  elaboraram  um  método  de  pesquisa,  de  análise  e  de   aplicação   empresarial   das   Tendências   e   das  suas  implicações  à  inovação.    

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           Este  capítulo  pretende  analisar  esse  método  de   inves*gação   na   aplicação   das   Tendências   a  nível   de   inovação   empresarial,   bem   como   a   sua  adequação  para  uma  inves*gação  cienWfica.                  A  área  das  Tendências  encontra-­‐se  entre  as  áreas   da   ciência   e   a   filosofia,   com   recurso  transversal   a   todas   as   grandes   ferramentas   da  economia,   gestão,   marke*ng,   moda,   sociologia,  antropologia,  história  e  humanidades.  Os  Estudos  de   Tendências   representam   uma   análise  pluridisciplinar   da   sociedade,   de   modo   a   obter  pistas   que   suportem   o   desenvolvimento   de  estratégias   e   inovação.   Neste   caso,   as  potencialidades   de   inovação   envolvem   tanto   as  empresas,   como   a   economia   e   todo   o   tecido  social.                Atualmente,  as  Tendências  de  Mentalidade  têm   sido   u*lizadas   sobretudo   num   processo   de  inovação   empresarial   e   para   análise   das  Tendências   de  Consumo.   Todavia,   as   Tendências  estendem-­‐se  para  lá  das  áreas  de  negócio,  tendo  os  seus  alicerces  no  espírito  do  tempo  (Zeitgeist).  Elas   resultam   de   diferentes   componentes   das  mais   diversas   áreas,   transformando-­‐se   em  pensamentos   e   comportamentos   emergentes   da  sociedade  a  nível   local,  ou  global.  Neste  sen*do,  as   Tendências   necessitam   de   uma   análise   mais  aprofundada   e   estruturada,   pois   sendo   apenas  aplicadas   a   nível   empresarial,   estamos   a   u*lizar  só  uma  pequena  ponta  do  Iceberg  de  informação  que   elas   nos   fornecem   nas   várias   áreas  comportamentais  da  sociedade.  

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Predic*ng   the   future   is   much   more   difficult   than   predic*ng  new   trends.   A   trend   is   a   process   that   is   driven   by   human  beings   in   a   sociological   payern   that   has   been   going   on   for  centuries.   The   payern   may   change   some*me   in   the   future,  but   at   present   there   are   no   signs   of   change   in   the   trend  process  described  in  this  book,  except  maybe  the  speed  of  the  process.  But  predic*ng  the   future  of   trends   is  as  much  hit  or  miss   as   any   other   kind   of     predic*on   of   the   future  (VEJLGAARD,  2008:  193).                  A  definição  de  um  modelo  de  inves*gação  de  Tendências   baseia-­‐se   na   necessidade   de  compreendermos,   de   forma   atempada,   as  mudanças   sociais   emergentes,   numa   sociedade  em   constante   e   rápida  mudança.  Os   padrões   de  mudança   estão   enraizados   no   comportamento  humano,   que   tendem   a   seguir   padrões  razoavelmente   previsíveis.   No   entanto,   é  necessário   iden*ficá-­‐los   e   analisá-­‐los   (vd.  Vejlgaard,  2008).                  As  Tendências  são  processos  de  mudança  que  resultam   da   observação   do   comportamento  social  e  de  consumo  e  que  originam  a  criação  e  o  d e s e n v o l v i m e n t o   d e   n o v a s   i d e i a s ,  comportamentos   e   ações.   São   um   processo   de  mudança   comportamental   que   está   assente   em  mentalidades   emergentes   e   que   é   suportado,  posteriormente,   em   interpretações   passíveis   de  gerar   insights   capazes   de   serem   conver*dos   em  estratégias.   Além   disso,   permitem   fornecer  informação   rela*vamente   aos   comportamentos  soc i a i s   e   a   uma   ma io r   compreensão  rela*vamente   ao   desenvolvimento   histórico   e  social.    

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Trends  Spo�ng  Applica*on    

Trends   to   Innova*on   (T2Y)   é   um   modelo   de  inves*gação   e   aplicação   desenvolvido   pela   empresa  Ayr-­‐Consul*ng  e  pelo  Trends  Research  Center   (TRC).  O   modelo   combina   diversas   metodologias   de  inves*gação   das   áreas   económicas,   bem   como   das  ciências   socioculturais.   Este   macro   modelo,   que  agrega   várias   metodologias   já   u*lizadas,   foi  conceptualizado  por  Nelson  Pinheiro  Gomes;  Salomé  Areias   (vd.   www.salomeareias.com)   e   João   Peres  Alves,  estando   já  a  ser  aplicado  na  AYR  Consul*ng  e  no  Trends  Research  Center  e  tendo  sido  apresentado  ao  Programa  FP7  da  União  Europeia.  É  reconhecida  a  autoria   do   Trendslator   e   do   InnovAyr   à   AYR  Consul*ng   (vd.   Rasquilha,   2011)   e   do   ZSM-­‐Zeitgeist  Segmenta*on  Model  a  Nelson  Gomes  .    

            O   modelo   divide-­‐se   em   dois   segmentos  principais:   inves*gação   e   aplicação.   O   primeiro  correspondente   às   três   primeiras   fases,   relaciona-­‐se   com   a   inves*gação   processada   no   sen*do   de  iden*ficar  Tendências  de  mentalidade  emergentes,  ou  em  fase  de  maturação,  sendo  que  para  tal  tem-­‐se  em  atenção  os    principais  tópicos  do  Zeitgeist  da  atualidade.   A   segunda   parte   tem   como   obje*vo  primordial  a  sua  aplicação  a  um  caso  específico  na  área   empresarial,   ou   seja,   a   segunda   parte   do  modelo   correspondente   às   úl*mas  duas   fases.  No  entanto,   como   referido,   as   Tendências   de  mentalidade   possibilitam-­‐nos   um   entendimento  sobre   a   sociedade   muito   superior   ao   aplicável   a  nível   empresarial,   estendendo-­‐se   à   compreensão  dos  comportamentos  e  a*tudes  sociais.    

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Figura  11:  Modelo  Trends  to  Innova:on  –  T2Y  

Triangulação    Cultural  

Observação  (quali)  

Perfis  Visuais  Etnografia  

 Coolhun*ng  Análise  Inter-­‐cultural  

 Interrogação  (quant)  

Inquéritos  a  lares  Inquéritos  a  indivíduos/  

 

Revisão  Literária  

Análise  Inter-­‐cultural  

Intuição  

E  /  D    -­‐  Cérebro  

Intuição  Intuição  Especializada  

Intuição  Estratégica  

Análise  Contextual  

 Definição  das  questões  Drivers    internos  e    externos  

Ranking  

Zeitgeist  Definição  dos  

Validação  Posicionamento  

Planeamento    de  cenários  

5  Cenários  Análise  de  risco  

Validação  e    

Zeitgeist  

Coolhun*ng  

Enquadramento    das  Tendências  

Briefing  

Tendslator  

Primeiros  Insights  

InnovAYR  Geração  de  Ideias  

Base  de  Inovação  

Recursos  

Insights  Finais  

Contextualização  Previsão  de  Cenários  

Geração  de  Insights   Aplicação  

grupos  

Tópicos  

Interpretação  

Definição  dos  

Validação  Posicionamento  

Tópicos  

IdenKficação  de  Tendências   Aplicação  

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           Essa  compreensão  passa  pela  observação  dos  primeiros   sinais   de   mudança   presentes   nas   mais  diversas   áreas   sociais,   polí*cas,   económicas,  tecnológicas,   culturais,   etc.,   sendo   que   essas  alterações,  ao  contrário  da  moda  de  gosto  e  es*lo,  perduram   no   tempo   e   apresentam   uma   maior  complexidade  (vd.  Vejlgaard,  2008).      

Many   people   believe   that   trends   are   mysterious   or   inexplicable  phenomena  that  nobody  really  understands.  But  actually  trends  are  more  predictable  than  most  people  think.  Their  predictability  arises  from  the  fact  that  they  are  sociological  processes  that  involve  human  beings,  and  human  behavior  in  the  aggregate  can—some*mes—be  quite  predictable  (VEJLGAARD,  2008:  27).    

            Raymond  Mar*n   (2003;   2010)   refere   que   é  necessário   reconhecer   nas   Tendências   de  mentalidade   uma   manifestação   cultural   e  etnográfica  maior,   isto  é,  num  conceito  macro  que  irá   influenciar   com  maior   ou  menor   intensidade   a  sociedade   em   geral.   Uma   Tendência   pode   ser  entendida   como   a   direção   de   algo   e   que   tem   um  consequente   impacto   na   cultura,   na   sociedade   ou  na   área   empresarial.   O   autor   ainda   refere   que   as  Tendências   são   cada   vez   mais   iden*ficadas   por  inves*gadores   das   ciências   sociais,   que   analisam   e  p revêem   os   dese jos ,   a s   a* tudes   e   o s  comportamentos  dos  consumidores.                A   importância  da   criação  de  um  método  de  análise  e  de  verificação  tornou-­‐se  essencial  para  a  iden*ficação  correta  e  fidedigna  das  Tendências  de  mentalidade   que   surgem   num   mundo   cada   vez  mais   mutável,   devido   às   grandes   revoluções  tecnológicas,   ambientais,   polí*cas   e   económicas  que  têm  marcado  o  século  XXI.                Os  tópicos  seguintes  explicam  cada  parte  do  modelo   u*lizado   pela   Ayr-­‐Consul*ng   e   pelo   TRC  para  a   iden*ficação,  a  compreensão  e  a  aplicação,  bem   a   validação,   das   Tendências   tanto   na   área  empresarial  como  na  inves*gação  cienWfica.  

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Trends  Spo`ng  

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A  primeira  parte  do  modelo  apresentado  baseia-­‐se  na   inves*gação   da   sociedade.   Nesta   fase,   existem  diversos   mecanismo   de   pesquisa   e   de   observação  do  que   se   passa   na   sociedade.   Este   processo  deve  ser   feito   através   das   principais   indústrias   sociais   e  culturais.  Trends  Spo�ng  divide-­‐se  em  três  etapas:  triangulação   cultural,   contextualização   e   previsão  de  cenários.                  Ao  longo  das  três  etapas  é  necessário  um  estudo  antropológico  e  etnográfico  global  ou   local,  pois  as  Tendências   podem   ser   díspares   entre   locais,   ou  apresentar  pequenas  diferenças.                   A   etnografia   tem   como  base   a   antropologia  social,   área   de   estudo   primordial   para   a  compreensão   e   deteção   de   Tendências.   Através  desta   área   de   estudo,   podemos   analisar   os  costumes   e   as   tradições   de   um   grupo   humano  (compreender   o   seu   passado   e   presente),   bem  como   analisar   a*tudes   e   comportamentos,   para  assim   conhecermos   a   iden*dade   de   uma  comunidade   que   se   desenvolve   num   âmbito  sociocultural   concreto   e   por   conseguinte  pro jetarmos   o   seu   futuro.   Esta   aná l i se  antropológica   para   pesquisa   e   análise   de  Tendências   passa   sobretudo   por   uma   observação  par*cipante   para   uma   maior   compreensão   de  contextos  culturais,  económicos,  polí*cos  e  sociais.  O   estudo   das   observações   é   necessário   porque   as  T e n d ên c i a s   n a s c em   d e   a * t u d e s   e   d e  comportamentos   emergentes,   ou   seja,   no  comportamento   não-­‐falado   que   surge   sem   grande  aviso.   Por  outras  palavras,   só   com  uma  observação  conWnua  é  que  nos  apercebemos    do  surgimento  de  novas,  ou  variantes,    Tendências  de  mentalidade.  

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            Outro   método   muito   u*lizado   é   o  mapeamento   cultural,   que   estuda   espacial   e  temporalmente  a  posição  e  os  movimentos  dos  indivíduos.                  O  estudo  etnográfico  caracteriza-­‐se  por  ser  efetuado   num   ambiente   natural.   A   análise  prolonga-­‐se  no  tempo  e  pode  ser  aprofundada  conforme   a   recolha   de   dados,   sendo   bastante  intera*va.   Combina   métodos   como   a  o b s e r v a ç ã o   q u a l i t a * v a   c om   d a do s  quan*ta*vos,  ob*dos  através  de  ques*onários  ou   de   dados   estaWs*cos.   O   seu   obje*vo   é  explorar  e  não  avaliar,  nesse  sen*do  o  foco  é  o  indivíduo  no  seu  estado  natural,  sem  influências  externas    (vd.  Cunha  e  Ribeiro,  2010).                  Para  a  validação  da  observação  u*liza-­‐se  o  Método   de   Delphi,   transversal   às   três   etapas,  que   consiste   num   instrumento   de   previsão  qualita*va,  sendo  u*lizado  para  a  descrição  de  cenários   futuros   no   campo   do   planeamento  estratégico.   Esta   metodologia   tem   uma  vantagem   na   pesquisa   e   na   iden*ficação   de  Tendências,   pois   dá   uma   preferência   ao  método   intui*vo   e   intera*vo   de   pesquisa,  sendo   que   os   dados   quan*ta*vos   nesta  inves*gação   podem   ser   reduzidos   e   mesmo  inexistentes.  Este  método  pode  ser  dis*nguido  por   três   caracterís*cas:   o   anonimato   (reduz   a  influência   entre   os   elementos   do   grupo),   a  interação   com   um   feedback   controlado  (permite   uma   maior   concentração   no   foco  central)   e   por   úl*mo   as   respostas   conclusivas  do  grupo  (permite  mais  do  que  uma  conclusão  consensual,   sendo   que   possibilita   ideias  divergentes).   Na   análise   de   Tendências,   este  modelo   é   u*lizado   para   a   validação   e   a  obtenção  de  resultados  desta  fase.  Documento licenciado a Luis Rasquilha com o email [email protected]

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Etapa  1  

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A   etapa   1   apresenta   dois   métodos   de  inves*gação:   triangulação   cultural   e   a   primeira  fase  do  método  de  Delphi,  tendo  como  obje*vo  a  obtenção  de   informação   sobre  o   estado  atual   da  sociedade.      

           A  triangulação  cultural  é  um  termo  usado  para  descrever  um  processo  que  contém  três  métodos  de   inves*gação   e   de   análise   (qualita*va,  quan*ta*va   e   intui*va)   para   chegar   às   mesmas  conclusões.   Este  modelo   responde  à  necessidade  de   estruturar   uma   abordagem   estratégica   e  analí*ca,   que   combina   a   inves*gação   cienWfica   e  social   com  as  estratégias  económicas  estaWs*cas.  A   triangulação   cultural   resulta   de   três   processos:  interrogação   (quan*ta*va) ,   observação  (qualita*va)  e  intuição.    

            A   interrogação   usa   técnicas   de   pesquisa  quan*ta*vas   com   vista   a   determinar   a  distribuição   percentual   de   determinados  comportamentos   e   a*tudes   em   relação   ao  mainstream   cultural   (dados   demográficos,  pesquisa   de   análise   cultural,   entrevistas   a  especialistas,  inquéritos,  focus  groups,  etc.).                

           A  observação  u*liza  técnicas  qualita*vas  com  o  obje*vo  de  conhecer  mais  aprofundadamente  o  tema   abordado   bem   como   a   sua   relação   e  importância   na   sociedade   (estudo   etnográfico,  perfil  visual,  análise  entre  culturas,  etc.).  Além  dos  métodos   de   inves*gação   e   de   observação   já  conhecidos  e  analisados  em  outras  

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áreas  das   ciências   sociais,  o  modelo  T2Y  apresenta  um  novo  método  de  observação  para  a  obtenção  de  um   perfil   das   mentalidades   emergentes   –   o  Coolhun*ng.                  O  Coolhun*ng  é  um  método  de  observação  que  permite   iden*ficar,   antecipar   e   acompanhar  aqueles   que   vão   ser   os   comportamentos   e   as  a*tudes   da   sociedade   a   nível   local   ou   global   num  futuro   próximo.   Através   da   observação   da  sociedade   atual   podemos   encontrar   indícios   de  mudanças  de  comportamentos  e  de    mentalidades  emergentes   que   sustentem   a   implementação   de  novos  conceitos,  produtos,  serviços  e  ações.                Os  autores  Peter  Gloor  e  Scoy  Cooper  indicam  que:    Coolhun*ng   involves   making   observa*ons   and   predic*ons   as  part  of  research  for  cu�ng-­‐edge  trends.   It   is  way  of  capturing  what  the  collec*ve  mind  is  thinking,  and  using  what  is  captured  to  advantage  (2007:5).                 O   CoolHun*ng   é   um   sistema   de   pesquisa,  antecipação   e   monitorização   de   Tendências,   que  consiste   na   iden*ficação   do   que   acontece   no  presente,   ou   seja,   o   que   influencia   determinado  comportamento,   sendo   que   esse   comportamento  influencia  um  futuro  próximo  (vd.  Ferrari,  2002).               Este   sistema   de   pesquisa   pretende   analisar  a*tudes ,   mov imentos   comportamenta i s ,  necessidades  atuais  e  futuras.    Coolhun*ng   representa   o   espelho   desta   nova   realidade   em  movimento,  pronto  para  captar  um  sinal  interessante,  entendê-­‐lo  e   interpretá-­‐lo  e  observar  com  atenção  todos  os  elementos  da   música,   literatura,   moda,   desporto   e   todos   os   sinais   de  mudanças  presentes  na  sociedade.    (Gen*le,  2006:  46)  

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           O  Coolhun*g  procura  o  que  é  Cool,  que  é  mais  do  que   ser   diver*do   ou   porreiro.   “Cool”   é   tudo   o   que  consideramos   Atra*vo,   Inspirador   e   Com   Potencial  de   Crescimento.   As   coisas   “Cool”   transformam   o  mundo   num   lugar   melhor   (Rasquilha   2011).   O  Coolhun*g   é   um   conjunto   de   manifestações  encontradas   no   Coolhun*ng,   que   representam  uma  a*tude   e   uma   mentalidade   sociocultural,   o   seu  conjunto   podem   sugerir   o   nascimento,   a  manutenção   ou   a   mutação   de   uma   tendência.   O  modelo   de   execução   de   um   Coolhun*ng   é  estra*ficado  em  6  fases:      

1) A   observação   de   algo   atra*vo,   inspirador   e  com  potencial  de  crescimento.  

2) O   registo   e   recolha   de   imagens,   dados  demográficos   ou   sociais,   dando-­‐lhes   uma  denominação.    

3) Explicar   em   que   consiste   a  manifestação,   ou  seja,  descrever.  

4) Explicar   o   porquê   de   ser   Cool,   segundo   os   3  pontos  indicados.    

5) Associar   às   Tendências   já   iden*ficadas,   ou  caso   existam   manifestações   suficientes   e  adequadas  para  a   iden*ficação  de  uma  nova  Tendência.    

6) A   datação   da   observação,   atribuindo   uma  componente  temporal.    

 

            O   úl*mo   tópico   da   triangulação   cultural   é   a  intuição,  que  pretende  aproveitar  a  experiência  e  os  conhecimentos   do   inves*gador   para   reforçar   os  dados   qualita*vos   e   quan*ta*vos.   Este   ponto  diverge   com   alguns   modelos   de   inves*gação   das  Ciências   Sociais,   pois   estes   pretendem   ter   uma  rutura   com   o   senso   comum   e   pré-­‐conceitos.   Como  Quivy   (1992)   refere,   o   nosso   passado   comporta  diversas   armadilhas   teóricas,   pois   é   muitas   vezes  inspirado  no  senso  comum  ou  ideias  pré-­‐concebidas,  que  nos  dão  a   ilusão  de  compreendermos  as  coisas.  No   entanto,   apesar   de   não   exis*r   uma   rutura   total  com   o   objeto   de   inves*gação   as   intuições   realizam  no   seu  obje*vo  um  paralelo   às  hipóteses  propostas  no  modelo  de  Quivy:    

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A   hipótese   alicerçada   numa   reflexão   teórica   e   num  conhecimento   preparatório   do   fenómeno   estudado   (fase  exploratória),   representa   como   que   uma   pressuposição,   que  não   é   gratuita,   sobre   o   comportamento   dos   objetos   reais  estudados.  O   inves*gador  que  a   formula  diz,  de   facto:  ”penso  que  é  nesta  direção  que  é  necessário  procurar,  que  esta  pista  será   a   mais   fecunda?   Mas,   ao   mesmo   tempo,   a   hipótese  fornece  à   inves*gação  um  fio  condutor  par*cularmente  eficaz  (…)   Se   é   verdade   que   as   hipóteses   contribuem   para   uma  melhor  compreensão  dos   fenómenos  observáveis,  devem,  por  sua   vez,   concordar   como   que   deles   podemos   apreender   pela  observação  ou  pela  experimentação  (Quivy,  1992:  120).                   No   fim   da   análise   dos   três   tópicos   da  triangulação   cultural   obtém-­‐se   quadro   da  sociedade   na   atualidade.   Sendo   que   para  encerrar   a   primeira   fase   do   Trends   Spo�ng   é  realizada   a   primeira   ronda   de   Delphi,   que  pretende   realizar   um   ques*onário,   junto   de  especialistas  da  área  estudada,  sobre  as  primeiras  conclusões   e   hipóteses   que   surgiram   na  triangulação   cultural   realizada.   Ou   seja,   esta  primeira   ronda   pretende   validar   o   que   foi  analisado  na  primeira  parte  do  Trends  Spo�ng.    

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Etapa  2  

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Como   referido,   a   primeira   etapa   do   Trends  Spo*ng   pretendeu   conhecer   o   estado   social,  cultural,   económico,   polí*co   e   cienWfico   da  sociedade.   A   segunda   etapa   pretenderá  contextualizar  essa  análise  no  tempo  e  na  história,  ou   seja,   compreender   o   passado   que   originou   o  presente   e   que   com  a   sua   análise   perspe*vará  o  futuro.                  Esta  etapa  apresenta  dois  modelos:  Análise  contextualizada   e   Zeitgeist   Segmenta*on   Model  (ZMS).               O   primeiro   pretende   definir   a   questão   de  par*da   do   estudo   ao   reconhecer   e   estudar   os  drivers  internos  e  externos  que  influenciam  a  área  analisada,   para   completar   a   análise   pretende-­‐se  obter   dados   quan*ta*vos,   através   de   elementos  demográficos  e  estaWs*cos.                         O   segundo   consiste   no   modelo   de  segmentação  pelo  Zeitgeist,  conceito  das  ciências  humanas,   que   representa   o   espírito   da   época,   o  conjunto  do  clima  intelectual  e  cultural  do  mundo,  ou  as  caracterís*cas  genéricas  de  um  determinado  período  de  tempo.  Este  modelo,  desenvolvido  por  Nelson  Pinheiro  Gomes   (2012),   carateriza-­‐se  pela  sua   mul*disciplinaridade,   extraindo   modelos   de  inves*gação  das  ciências  sociais  e  humanas  e  das  ciências   empresariais.   O   obje*vo   consiste   em  obter   uma   nova   visão   para   a   segmentação   de  m e r c a d o ,   q u e   p r omo v a   um   r e t r a t o  socioeconómico  e  cultural  atual  e  uma  perspe*va  com  base  nas  Tendências  de  Mentalidade.    Documento licenciado a Luis Rasquilha com o email [email protected]

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           Esta  primeira  aplicação  pretende  assim  definir  os  tópicos  e  as  áreas  analisadas,  a  sua  verificação  e   por   úl*mo   o   seu   posicionamento   nos   eixos  definidos.  O  posicionamento  pretende  analisar   a  relação  de  afinidade  entre  os  objetos  de  estudo.  No  entanto,  o   ZMS  pretende  obter   conclusões  e  insights   prá*cos   nas   áreas   sociais,   culturais   e  económicas,   que   possam   ser   aplicáveis   para   um  mundo  melhor  e  para  o  seu  desenvolvimento.  Ou  seja,   para   além   da   obtenção   de   um   modelo   de  segmentação   de   mercado,   também   se   obtém  uma  ferramenta  que  cria  um  retrato  sociocultural  que  pode  ser  u*lizado  para  o  estudo  económico,  poli*co,  social  e  cultural    (vd.  Gomes,  2012).                   Esta   etapa   termina   com   a   realização   da  segunda  ronda  de  Delphi,  que  pretende  o  mesmo  que   a   primeira,   a   validação.   No   entanto,   esta  r o n d a   a n a l i s a   q u a l i t a * v a m e n t e   e  quan*ta*vamente   as   respostas   ob*das   na  primeira  ronda,  para  a  realização  de  um  segundo  ques*onário  com  o  acrescento  de  perguntas  com  base  nas  primeiras  respostas.                  A  úl*ma  fase  desta  etapa  carateriza-­‐se  pela  comparação   entre   as   respostas   ob*das   nas  primeiras   duas   rondas   de   Delphi   com   os   dados  ob*dos   na   triangulação   cultural   (primeira   fase),  análise   contextual   e     ZSM   -­‐   Zeitgeist  Segmenta*on  Model  (segunda  fase).  

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Etapa  3  

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A   úl*ma   etapa   do   Trends   Spo�ng   pretende  p e r s p e* v a r   um   c e n á r i o   p o s s í v e l   d o  desenvolvimento  sociocultural.   Isto  é,  através  da  observação   e   da   análise   do   espírito   do   tempo  (analisado  nas  duas  primeiras  etapas),  é  possível  antecipar  como  as  a*tudes  e  os  comportamentos  emergentes   vão   ter   impacto   no   futuro  quo*diano.   Esta   previsão   de   cenários   não   se  resume  a  um  só  cenário,  sendo  que  deve-­‐se  criar  cerca  de  cinco  cenários  possíveis  que  respondem  à   questão   de   par*da   efetuada   no   início   da  inves*gação.                  Esta  etapa  pretende,  através  dos  dados  da  análise,  indicar  os  principais  factos  levantados  na  pesquisa   e   na   observação   e   realizar   um   ranking  desses  dados  em  termos  de  relevância  e  rapidez,  bem   como   de   grau   de   certeza   e   incerteza   de  realização  da  previsão  apontada.                  No  fim  das  inves*gações  e  das  observações  t e r em   s i d o   r e a l i z a d a s ,   d i s c u *d a s   e  fundamentadas,   procede-­‐se   à   úl*ma   ronda   de  Delphi,   que   pretende   junto   do   painel   de  especialistas   e   em   conjunto   com   o   que   foi  analisado   chegar   a   um   consenso   que   será  u*lizado  na  parte  final  do  T2Y  –  aplicação.  

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Aplicação  

A   segunda   fase   do   modelo   T2Y   pretende   uma  aplicação   empresarial,   através   da   criação   de  insights.  No  entanto,  esta  fase  também  pode  ser  u*lizada   como   processo   de   validação   num  estudo  cienWfico.                A  primeira   fase   foi  u*lizada  para  conectar  todos   os   *pos   de   evidências   empíricas   e  cienWficas,   de   forma   obje*va   e   subje*va,   com  vista   a   responder   à   pergunta   de   par*da.   A  segunda   fase   irá   validar   e   fornecer   bases  cienWficas,   na   área   das   Tendências,   para  aplicação   prá*ca   na   sociedade   e   assim  compreender   e   prever   o   seu   desenvolvimento  futuro.  

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Etapa  4  

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Figura  12:  Modelo  TrendsLator  Fonte:  Rasquilha  (2011)    

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            O   TrendsLator   é   uma   metodologia  desenvolvida   pela   Ayr   Consul*ng   que   tem   como  obje*vo   converter   as   Tendências   em   insights   de  negócios.   No   entanto,   também   adiciona   insights  sociais   que   são   traduzidos   em   estratégias  socioeconómicas   e   culturais.   Esta   metodologia  atua   de   forma   sequencial   nas   seis     seguintes  áreas:    

1) Necessidades   sociais   e   de   negócio:   o  Coolhun*ng  é  desenvolvido  para  observar  e  iden*ficar   mudanças   nos   movimentos,   nas  a*tudes  e  nos  comportamentos  sociais.  

2) Necessidades   estratégicas:   compreender  onde   o   Coolhunt   realizado   irá   acrescentar  valor.  

3) Fonte  de  Inspiração:  estruturar  a  observação  com  base  nas   fontes  analisadas  na  primeira  fase,   como   no   Coolhun*ng   realizado   na  primeira  fase.  

4) Ideias:   iden*ficação   das   Tendências   que  influenciam  as  manifestações  apresentadas.  

5) Interpretação   dos   pontos   3   e   4:   construção  das   primeiras   interpretações   re*radas   da  observação   e   da   pesquisa   realizada   com   o  intuito   de   apontar   os   caminhos,   poli*cas   e  clusters  u*lizados  no  processo.    

6) Resultados   das   Ideias:   aplicação   das  Tendências   às   necessidades   de   negócios,  sociais  e  culturais,   isto  é  dar   significância  às  observações  e  inves*gações  realizadas.    

           Os  resultados  ob*dos  neste  TrendsLator  são  confrontados   com  o   ZMS  através  de  uma  análise  do   objeto   de   forma   mais   concreta,   do  posicionamento   e   da   comparação   entre   os  resultados   ob*dos,   de   modo   a   obter   um   maior  consenso   entre   os   vários   resultados   que   se  ob*veram  ao  longo  das  análises.  

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Etapa  5  

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A   úl*ma   etapa   deste   modelo   pretende   a  aplicação   de   toda   a   inves*gação   e   observação  realizada.   Para   a   concre*zação   prá*ca   das  Tendências   de   Mentalidade   na   área   dos  negócios   e   inves*gação   cien*fica  u*liza-­‐se  uma  metodologia  –InnovAyr  (Fig.  3).                 InnovAyr   é   um  modelo   orientado   para   o  negócio   que   organiza   a   perceção   e   as  oportunidades  que  agregarão  valor  aos  clientes,  promovendo  ideias  inovadoras  e  a  sua  aplicação.    

Figura  13:  Modelo  InnovAYR  Fonte:  Rasquilha  (2011)      

TRENDS & COOL

IDEIAS INOVAÇÃO

RECURSOS

CAPACIDADES

INSIGHTS

1 input 2 3 4 5 output

O modelo innovAYR considera as tendências o principal input do processo de inovação

Novas oportunidades de negócio

IDEA GENERATION

OPPORTUNITY RECOGNITION

IDEA EVALUATION

Innovation attitude it´s about design the future

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           A  análise  e  o  desenvolvimento  da   inovação  com  base  nas   Tendências  de  mentalidade   fazem  com   que   exista   um   processo   conWnuo   de  mudanças  tanto  no  mercado,  como  a  nível  social.  Este  modelo  pretende  responder  a  três  questões:    

1) Se  a  Inovação  se  adequa  para  o  negócio?  2) Se  existem  as  competências  técnicas  para  a  inovação  funcionar?  

3) Se   existem   as   competências   técnicas  necessárias  para  a  inovação  progredir?  

             As  respostas  a  estas  questões  passam  ainda  por  outras  cinco  fases:    

1) A   observação   dos   consumidores   para   a  iden*ficar  das  tendências  relacionadas;    

2) Construção   e   geração   de   uma   linha   de  ideias;  Cruzamento  de  oportunidade  com  a  inovação;    

3) Deteção   dos   recursos   necessários   para  desenvolvimento  do  projeto;    

4) Validação   dos   insights   ob*dos   com   base  nas  ideias  geradas.  

 

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Conclusões  

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O   modelo   T2Y   é   um   método   de   trabalho   e   de  inves*gação   baseado   na   junção   de   diversos  modelos   de   diferentes   áreas   do   conhecimento,  modos   de   pesquisa,   observação,   análise   e  validação.   Exemplo   disso   é   o   facto   de   u*lizar-­‐se  métodos   de   antropologia   social,   das   áreas  económicas  e  das  ciências  sociais.      

            Quivy   (1992)   apresenta   um   modelo   de  trabalho   dividido   em   três   etapas,   esse   modelo  constrói   um   paralelo   com   o   modelo   T2Y,   aqui  apresentado   e   que   u*liza   diversos   modos   de  inves*gação,  visto  as  Tendências  serem  uma  área  de   estudo   Macro   que   influencia   qualquer  segmento   da   sociedade.   O   modelo   de   Quivy  apresenta   três   etapas   –   rutura,   construção   e  verificação.  A   rutura  associa-­‐se  às  duas  primeiras  etapas   da   primeira   fase   do   T2Y,   pois   pretende  definir  uma  questão  de  par*da  e  área  de  estudo,  formular   as   primeiras   hipóteses/   conclusões   e,  u*lizando   vários   métodos   de   inves*gação,  analisar  o  estado  social,  sendo  nesta  etapa  que  os  inves*gadores   u*lizam   o  método   de   Delphi   e   os  estudos   antropológicos   e   etnográficos,   ou   seja,  pretende-­‐se   construir   o   espírito   do   tempo   da  atualidade   e   compreender   como   este   se  desenvolve.      

            A   segunda   fase   do  modelo   de   Quivy   é   a  construção,  no  T2Y  coincide  com  a  terceira  etapa  da  primeira   fase  –   Scennario   forecas*ng  –  pois  é  nesta  etapa  que  em  ambos  os  modelos  se  obtém  a   informação  mais   relevante   e   que   se   constrói   e  formulam  as  primeiras  conclusões.  

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            Por   úl*mo,   temos   a   Aplicação   (T2Y)   e   a  verificação  (Quivy)  que  tem  como  obje*vo  validar  as   conclusões   ob*das   e   formular   novas   teorias,  conceitos  ou  temas  de  inves*gação.  Além  disso,  é  nesta  fase  que  se  colocam  em  prá*ca  os  insights  e  os  conceitos  re*rados  durante  a  inves*gação.                Este  modelo  na  sua  raiz  foi  construído  para  aplicação   à   área   empresarial   e   económica.   No  entanto,   as   cinco   primeiras   etapas   apresentadas  tornam-­‐se   úteis   e   indispensáveis   para   a  compreensão  do  estado   social.  Ou   seja,   as   cinco  primeiras   etapas   permitem   compreender   a  sociedade   e   assim   definir   de   uma   forma   mais  ampla   as   Tendências   de   Mentalidade   e,   por  conseguinte,  a  evolução  histórica  da  sociedade.                     As   5   etapas   referidas   permitem   um  procedimento   cienWfico   que   se   interliga   e   que  permite  intera*vidade  entre  as  mesmas,  pois  elas  constroem-­‐se  entre  si  e  permitem  a   inves*gação  ampla  de  uma  área  Macro,  como  são  os  Estudos  de  Tendências.  No  desenvolvimento  concreto  de  uma   inves*gação,   em   que   as   Tendências   de  mentalidade  são  o  ponto  de  par*da,  é  necessário  criar   esta   sequência   lógica   de   observação   da  sociedade,   pois   como   vimos   as   Tendências  influenciam   todas   as   áreas   presentes   na  sociedade.   É   essencial   que   o   ponto   de   par*da  esteja  bem  definido,  sendo  primordial  uma  lógica  de   observação   qualita*va   e   quan*ta*va   para   a  obtenção  de  resultados  concretos  e  interessantes  para  a  área  de  estudo.    

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Albarello,  Luc  et  al.  (1997),  Prá:cas  e  Métodos  de  Inves:gação  em  Ciências  Sociais.  Lisboa:  Gradiva.    

Cunha,  Júlio  A.  C.  e  Evandro  M.  S.  Ribeiro  (2010),  “A  Etnografia  como  Estratégia  de  Pesquisa  Interdisciplinar  para  os  Estudos  Organizacionais”  in    Qualit@s,  vol.  9,  n.º2,  URL:  hyp://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/ar*cle/viewFile/692/491    

Fonseca,  Jaime  Raúl  Seixas  (2008),  Os  Métodos  Quan:ta:vos  na  Sociologia:  Dificuldades  de  Uma  Metodologia  de  Inves:gação,  URL:  hyp://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/346.pdf    

Ferrari,  Flávio  (2007),  “Cool  Hunter?”  in  Revista  Marke:ng,  nº  29.    

Gen*le,  Valen*na  (2006),  La  profissione  del  coolhunter,  Roma:  Universitá  La  Sapienza.    

Gloor,  Peter  e  Scoy  Cooper  (2007),  Coolhun:ng,  New  York:  Amacom.      

Linstone,  Harold  A.  e  Murray  Turoff  (2002),  The  Delphi  Method,  URL:  hyp://is.njit.edu/pubs/delphibook/delphibook.pdf      

Quivy,  Raymond  e  Luc  Campenhoudt  (2003),  Manual  de  Inves:gação  em  Ciências  Sociais,  Lisboa:  Gradiva.    

Rasquilha,  Luís  (2011),  Tendências  e  Gestão  da  Inovação,  Lisboa:  Verlag  Dashöfer.    

Raymond,  Mar*n  (2003).  The  Tomorrow  People.  Grã-­‐Bretanha:  Pren*ce  Hall.    

Vejlgaard,  Henrik  (2008).  Anatomy  of  a  Trend.  New  York:  McGraw-­‐Hill.    

hyp://conceito.de/etnografia  (22-­‐08-­‐2012)    

hyp://www.clovis.massaud.nom.br/prospec.htm  (23-­‐08-­‐2012)  

Referências  

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Glossário  de  Tendências  Fundacional  e  Macro  

O   Glossário   de   Tendências   surge   da   inves*gação   do   TRC   e   da   agregação   das   Tendências  iden*ficadas   pelas   maiores   redes   e   empresas   de   Coolhun*ng   do   Mundo,   associadas   ao  Projecto   Global   Trends   Observatory.   O   objec*vo   consiste   em   providenciar   um   Mapa   de  Tendências  da  Mentalidade  que  podem  rapidamente  fornecer  pistas  para  os  negócios  e  para  as  estratégias.    Empower  Me:  Inicialmente,  estava  relacionada  com  o  facto  de  todas  as  empresas,  marcas,  produtos/serviços,  ins*tuições  e  pessoas  que  ajudam  a  explorar  o  meu  potencial  são  minhas  amigas.   Agora,   compreendemos   que   possui   todo   um   alcance   aspiracional   que   advém   da  necessidade  de  criar  e  desenvolver  competências  para  bene�cio  da  Sociedade.    

Relaxed  and  Spiritual:  O  Stress  do  trabalho  e  da  vida  pessoal  obriga-­‐nos  a  relaxar.  Todavia,  isto   já   não   é   suficiente,   pois   precisamos   ligar-­‐nos   a   algo  mais   profundo   e   espiritual,   uma  ligação  com  o  nosso  âmago  mais  profundo.    Iden**es  Narrated:  Torna-­‐se  muito  mais  fácil  iden*ficarmo-­‐nos  com  algo  –  marca,  produto  ou  artefacto  –  se  houver  uma  história  que  o  ilustre.    The  Beau*ful  People:  Esta  Tendência  tem  duas  grandes  faces:  O  desejo  de  reconhecimento  e   de   ascensão   social,   mas   também   a   constatação   de   que   existem   prescritores   que  influenciam  a  vivência  em  sociedade,  desde  a  Moda  e  Es*lo,  à  Tecnologia  e  Filosofia.    Global  Connec*on  &  Convergence:  A  Internet  mudou  o  mundo  e  a  vivência  em  Sociedade.  Agora,  os  vários  suportes  estão  a  convergir  num  só,  de  modo  a  potenciar  a  nossa  capacidade  de  estarmos  sempre  conectados  e  informados.    EcoSustainability:  Mais  do  que  reciclagem,  é   toda  uma  consciência  de  que  os  recursos  são  finitos  e  que  devemos  promover  um  es*lo  de  vida  sustentável.    Sane   Recession:   Temos   consciência   que   estamos   a   viver   uma   crise,   vamos   então   tentar  aproveitá-­‐la  ao  máximo  com  cria*vidade.    Anger,   Distrust   and   Revolu*on:   Existe   um   descontentamento   generalizado   na   sociedade,  devido   aos   problemas   crescentes   nas   áreas   sociais,   económicas   e   polí*cas.   Existe   um  sen*mento   de   revolta   para   com   as   instâncias   do   poder   e   da   economia,   e   uma   profunda  necessidade  de  mudança  e  revolução.  

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Micro  

 

Boyom  of  the  Urban  Pyramid:  Os  menos  afortunados  também  são  consumidores.  Surgimento  de  novas  oportunidades  para  aqueles  com  menos  possibilidades  financeiras.    

C   to   C:   Uma   economia   paralela   -­‐   Consumidor-­‐Consumidor   -­‐   focada   em   revenda,   troca   ou  doação  de  produtos.    

Coupon  Chic:  Queremos  promoções,  cupões,  descontos  e  zero  complicações.    

Pleasure  Revenge:  A  necessidade  de  fazer  algo  que  normalmente  não  faríamos,  mesmo  que  pontualmente.    

Experience  Economy:  Tirem-­‐nos  do  aborrecimento  -­‐  queremos  experiências  memoráveis!    

Meaningful   Compassion:   Compaixão   e   empa*a   para   com   os   outros.   U*lização   das   nossas  faculdades  para  melhorar  os  problemas  da  Sociedade.    

Crowd  Everything:  Sistema  plural  de  mimese.  Comportamento  grupal  em  crescimento.    

Secrecy:  A  necessidade  de  reclusão,  privacidade  ou  isolamento.    

Emergent:  Os  símbolos  das  economias  emergentes  expandem-­‐se.    

Cool  Nostalgia:  Sen*mento  nostálgico  pelos  valores,  símbolos  e  comportamentos  do  passado.    

Design   =   Wow   +   How   +   How   Good:   Simplificação   da   forma   e   da   função.   Minimalismo,  customização  e  durabilidade  são  as  palavras-­‐chave.    

Wellthy:  Saúde  e  bem-­‐estar  são  uma  prioridade  -­‐  Promoção  da  longevidade  e  monitorização  permanente  das  mesmas.    

Female:  Como  Mulher,  faço  as  coisas  à  minha  maneira,  fora  das  normas  sociais  impostas.    

Neo  Male:  Além  do  Metrossexual  -­‐  uma  emancipação  e  redefinição  da  imagem  do  Homem.    

Love  Thy  City:  Quero  melhorar  a  minha  cidade,  desejo  dar-­‐lhe  o  meu  cunho  pessoal.    

Urban  Nomads:  Estou  acessível  e  conectado  em  qualquer  lugar  e  em  qualquer  altura.  

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Ficha  Técnica    

Título:  Introdução  aos  Estudos  de  Tendências:  Conceitos  e  Modelos    

Autores:  Nelson  Pinheiro  Gomes                                  Ana  Filipa  Francisco    

Capa:  Camila  Cossermelli    1ª  Edição  Abril  de  2013  ISBN:  978-­‐989-­‐98390-­‐2-­‐1    Todos  os  direitos  reservados  para:  TRC  –  Trends  Research  Center/  BeyondUniverse  –  Associação  para  a  inves*gação  cienWfica  Avenida  Sabóia,  734  2765-­‐579  Estoril,  Portugal    Nenhuma  parte  deste  livro/e-­‐book  pode  ser  reproduzida  por  qualquer  processo,  transmi*da  ou  traduzida  sem  a  autorização  por  escrito  do  editor.      

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Nelson  Pinheiro  Gomes    

Doutorando  em  Cultura  e  Comunicação,  Mestre  em  Ciências  da   Cultura   –   Comunicação   e   Cultura,   MBA   em   Gestão   de  Empresas  e  possui  várias  Especializações  e  Pós-­‐Graduações.  É  Director   CienWfico   do   Trends   Research   Center   (associate   to  AYR   Consul*ng  Worldwide),   Assistente   no   IADE–U   (Ins*tuto  Universitário   de   Arte,   Design   e   Empresa),   bem   como   Co-­‐coordenador   de   Pós-­‐Graduação   de   Especialização   no  Programa   de   Cultura   e   Comunicação   da   Universidade   de  Lisboa.       Ana  Filipa  Francisco  

 

Mestre   em   Ciências   da   Comunicação   (Universidade   Católica  Portuguesa);   Pós-­‐Graduada   em   Publicidade   e   Licenciada   em  Design   (IADE).   É   Trends   Research   Consultant   no   Trends  Research  Center     (associate   to  AYR  Consul*ng  Worldwide)  e  Designer.      

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