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Interpretação Clínica do Hemograma Profª Ma. Anna Teles [email protected]

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Page 1: Interpretação Clínica do Hemograma

Interpretação Clínica do Hemograma

Profª Ma. Anna Teles

[email protected]

Page 2: Interpretação Clínica do Hemograma

• Hematologia: estudo das células sanguíneas e de coagulação. • Hemograma: estudo das três linhagens celulares (série eritrocitária, leucocitária e plaquetária)

SÉRIE ERITROCITÁRIA • Eritrograma inclui: Contagem de glóbulos vermelhos (GV) Dosagem de hemoglobina (Hb) Determinação do hematócrito (Ht) Índices hematimétricos (VCM, HCM e CHCM) Análise morfológica das hemácias. • É realizada uma análise qualitativa e quantitativa dos elementos celulares.

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• O eritrograma é particularmente útil no diagnóstico e acompanhamento das anemias e poliglobulias. • Valores de referência variam muito conforme o gênero, idade, etnia, condição sócio-econômica e a altitude. • As anemias podem ser decorrentes do excesso de perdas (sangramentos), destruição maciça (hemólise) ou falta de produção medular (anemias carenciais, anemias de doenças crônicas, aplasias ou hipoplasias). • O eritrograma pode fornecer indícios da anemia em questão. • Isoladamente, a dosagem de Hb é o valor hematológico mais útil, pois define a condição de anemia e avalia sua intensidade.

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Alterações na estrutura da hemoglobina, ou na forma, no metabolismo enzimático ou na membrana de hemácias provocam destruição precoce (hemólise). • O hematócrito é útil no acompanhamento das hemorragias; é uma avaliação do volume relativo das hemácias; é a porcentagem destas em relação ao volume total de sangue e plasma da amostra. Varia muito conforme condições de hemodiluição ou hemoconcentração do paciente.

Ht baixo: anemia, hemólise e hemodiluição.

Ht alto: policitemia, após exercício intenso, em altitude elevada e em hemoconcentração.

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• Índices hematimétricos: fornecem informações adicionais sobre as hemácias e são utilizados para auxiliar na caracterização dos quadros anêmicos. VCM (volume corpuscular médio): isoladamente o mais útil, classificando a anemia em microcítica, normocítica e macrocítica)

HCM (hemoglobina corpuscular média): útil para definir hipocromia.

CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): útil para definir hipocromia

RDW (red cell distribution width): indicador de anisocitose (variação de tamanho das hemácias).

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• Avaliação morfológica: observação microscópica do esfregaço de sangue corado é ideal para a diferenciação acurada das células sanguíneas e fornece informações adicionais à investigação hematológica e aos resultados obtidos pelos contadores automatizados. É particularmente útil no diagnóstico das anemias.

Anisocitose: variação de tamanho das hemácias, relacionada ao VCM e RDW.

Poiquilocitose: variação de formas de hemácias.

Policromasia: refere-se à coloração azulada que as hemácias mais imaturas (reticulócitos) apresentam, e indica a presença desses elementos circulantes.

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• Algumas formas de hemácias podem sugerir tipos específicos de anemia, por exemplo:

Hemácias falciformes (anemia falciforme) Esferócitos (esferocitose hereditária, anemia hemolítica auto-imune) Ovalócitos (ovalocitose) Hemácias em gota (mielofibrose) Hemácias em alvo (talassemias, HbC) Esquizócitos (CIVD, prótese valvar, microangiopatia) Crenadas (uremia) Acantócitos (dislipidemias) Estomatócitos (estomatocitose) • Em condições de estímulo acentuado à eritropoese ou após esplenectomia, podem aparecer eritroblastos circulantes ou inclusões citoplasmáticas (pontilhado basófilo, anel de Cabot, siderócitos).

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SÉRIE LEUCOCITÁRIA • Leucograma: contagem global de leucócitos, contagem diferencial dos diversos tipos leucocitários e avaliação morfológica do esfregaço sanguíneo ao microscópio. • Contadores hematológicos realizam automaticamente as contagens globais de leucócitos e a maioria destes aparelhos consegue reconhecer os diferentes tipos de leucócitos. • A avaliação microscópica deve ser feita para reconhecer células específicas ou alterações morfológicas que o aparelho não possa identificar, ou para confirmar resultados anômalos detectados pela automação.

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• Leucograma está indicado no diagnóstico e no acompanhamento dos processos infecciosos, inflamatórios, alérgicos, tóxicos ou leucêmicos. • Quanto às infecções, pode orientar para o tipo de agente etiológico envolvido ou fase da doença, uma vez que infecções bacterianas tendem a comportar-se de modo diferente dos quadros virais quanto aos achados leucocitários. • Quanto às leucemias, o leucograma é fundamental para caracterizar os quadros agudos e crônicos, a linhagem blástica envolvida, e para controle do tratamento. • É útil também como critério prognóstico em alguns tipos de protocolos de tratamento.

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• Na avaliação dos resultados, devem ser considerados os valores de referência para sexo, idade, etnia e condições de coleta do sangue. • Situações de estresse, gravidez, exercício físico, alimentação e uso de corticosteróides podem interferir nas contagens global e diferencial de leucócitos, aumentando a leucometria e o número de neutrófilos circulantes. • Valores de referência variam conforme a idade.

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• Leucocitose: leucócitos acima de 10.000/mm³.

• Leucopenia: leucócitos abaixo de 4.000/mm³.

• Da mesma forma trata-se neutrofilias, neutropenias, linfocitoses,

linfopenias, monocitoses relativas ou absolutas, conforme o tipo de

leucócito envolvido.

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• A contagem diferencial dos leucócitos deve somar 100 (100%); essas porcentagens podem transformar-se em valores absolutos, quando se considera o número total de leucócitos. • Infecções bacterianas agudas apresentam leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, eosinopenia e linfopenia. Conforme a infecção regride, a leucometria e a contagem de neutrófilos tendem a diminuir, reaparecem os eosinófilos e os monócitos, e aumenta a porcentagem de linfócitos, orientando para a fase do processo infeccioso.

• Infecções virais ocorrem com leucopenia discreta e linfocitoses. • Infecções crônicas costumam apresentar porcentagens mais elevadas de células linfomononucleares (linfócitos e monócitos)

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• Processos alérgicos e infecções parasitárias são comumente acompanhados de eosinofilia, assim como na leucemia mielóide crônica (LMC). • Basófilos aumentam também na LMC. • Células blásticas são imaturas e só aparecem na circulação nos casos de leucemia aguda ou nas mielodisplasias. • Causas de neutrofilia: Estímulo físico ou emocional Infecções Inflamações Tumores (em necrose) Neoplasias hematológicas Uso de corticosteróides Fatores de crescimennto Hemorragias, etc

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• Causas de neutropenia: Uso de várias drogas (alguns antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos, anticonvulsivantes, antitireoideanos, anti-hipertensivos, hipoglicemiantes orais) Quimioterapia Em especial, os casos de agranulocitose constitucional.

• Desvio à esquerda: presença, no sangue periférico, de número elevado de bastonetes e, eventualmente, de alguns elementos precursores dos granulócitos maduros, que passam à circulação em virtude de estímulo medular importante. • Reação leucemóide: presença de desvio à esquerda particularmente acentuado, aparecendo no sangue periférico todos os precursores granulocíticos, de forma escalonada, semelhante ao que acontece na LMC. Para diferenciar esses casos, devem ser usados outros critérios laboratoriais.

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1-neutrófilo segmentado 2-metamielócito 3-mielócito 4-promielócito

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• Reação leucoeritroblástica: presença de desvio à esquerda e eritroblastos circulantes. Resultado de desarranjo medular, geralmente provocada por inflamação tumoral no parênquima medular, e pode ocorrer eventualmente em condições não-malignas.

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• A avaliação morfológica do esfregaço sanguíneo corado pelo método de Leishman é de fundamental importância para confirmar as situações de desvio à esquerda e reação leucemóide. • Atipias linfocitárias (alterações morfologia linfócitos) são comumente observadas na mononucleose infecciosa, mas também em outras doenças virais como hepatite, sarampo, citomegalia e mesmo em doenças parasitárias como a toxoplasmose.

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SÉRIE PLAQUETÁRIA • O estudo da série plaquetária inclui a contagem e avaliação morfológica das plaquetas. • A contagem de plaquetas pode ser realizada por procedimento automatizado. • Os aparelhos liberam também um índice de variação do tamanho das plaquetas (PDW) em relação ao tamanho médio (VPM) das plaquetas das amostra. • Valor de referência: 150.000 a 450.000/mm³.

• A avaliação microscópica da morfologia plaquetária permite

confirmar a contagem por estimativa de campo (Fônio) e observar a

eventual presença de grumos plaquetários, macroplaquetas ou

plaquetas gigantes.

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• Plaquetoses: ocorrem em algumas doenças mieloproliferativas, como leucemia mielóide crônica, trombocitemia essencial, inflamatórias ou malignas. • Plaquetopenias: podem ter causas hereditárias (síndrome de Bernard-Soulier, doença de May-Hegglin) ou adquiridas (PTCI, anemia megaloblástica, coagulopatias de consumo).

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RETICULÓCITOS • São hemácias recém-formadas na medula óssea que passam para o sangue periférico, onde amadurecem. • O resultado da contagem de reticulócitos pode ser expresso em percentual ou número absoluto, multiplicando a porcentagem pelo número de hemácias. • É um índice que permite avaliar indiretamente a eritropoiese eficaz. • Anemias em início de tratamento também devem apresentar aumento da resposta reticulocitária. • Anemias hemolíticas, por perda de sangue e carencial (megaloblástica e ferropriva), apresentam reticulocitose no início da terapêutica.

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• As anemias hipoproliferativas não respondem com aumento dos reticulócitos. • Valores de referência: 0,5 a 1,5% para adultos e 2 a 6% para recém-nascidos (e no sangue do cordão umbilical).

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Obrigada!