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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul
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Interdisciplinaridade entre equipes de saúde: reflexões sobre a prática
Vania Schmitt Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário –
UNICENTRO – [email protected]
Patrícia Chiconatto Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário –
UNICENTRO – [email protected]
Daiana Novello Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário –
UNICENTRO – [email protected]
Emerson Carraro Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário –
UNICENTRO – [email protected]
Eixo temático: Teoria e prática da interdisciplinaridade
1. Introdução
A saúde faz parte de um conceito amplo e dinâmico, se tornando mais complexa quando deixa de
tratar da individualidade e parte para o coletivo, onde há inter-relação entre o biológico e o social, o
indivíduo e a comunidade (CARDOSO, 2010).
Mendes (1996) propõe uma transição de paradigmas, visando romper a setorialização da realidade,
passando a responder pela saúde em permanente transformação. Deve-se pensá-la como produto social
resultante de diversos fenômenos. Dessa forma, ela deve ser reconhecida como um campo do conhecimento
interdisciplinar e intersetorial.
Cardoso (2010) aponta dificuldades para a construção da interdisciplinaridade na saúde, como a
relação do saber-poder disciplinar que aprisiona o conhecimento em compartimentos e a formação
especialista dos profissionais.
A teoria demonstra que a interdisciplinaridade é essencial para que a assistência aos usuários da
saúde pública seja realizada de forma eficaz, porém estudos que relatam práticas de saúde mostram que
poucas equipes trabalham sob os conceitos de interdisciplinaridade.
Em seu estudo, Loch-Neckel et al. (2009) apontam que o contato dos membros da equipe de saúde
com as demandas as colocam diante da impotência em dar respostas por meio dos procedimentos técnicos
rotineiros e fragmentadores perante a complexidade do objeto da saúde, pois estas necessidades ultrapassam
o âmbito para o qual os trabalhadores foram tradicionalmente preparados: o corpo biológico como objeto de
trabalho e a centralização das ações nos atos médicos.
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Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo realizar uma busca na literatura científica sobre a
existência da interdisciplinaridade nas equipes de saúde, buscando chegar a conclusões que possam sugerir
melhorias para esta situação.
2. Procedimentos Metodológicos
Neste estudo foi realizada uma revisão sistemática descritiva, desenvolvido com produção científica
indexada em bases de dados. Este é um tipo de pesquisa que busca responder a uma pergunta específica e
utiliza métodos explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos, para
coletar e analisar os dados dos estudos a serem incluídos na revisão.
A busca sistemática foi realizada em três bases de dados, sendo elas a Lilacs, Medline e Scielo,
utilizando os termos “interdisciplinaridade” e “equipes de saúde”. Foram selecionados os artigos que
apresentam os dois termos, totalizando 53 artigos. Destes, 41 foram excluídos da revisão por não
apresentarem relação direta com o tema de interesse ou por aparecerem repetidamente nas bases de dados,
permanecendo 12 artigos para análise. Optou-se pela utilização de artigos nacionais devido ao fato da
pesquisa estar relacionada à saúde pública no cenário nacional, sendo que dados da saúde internacional não
afetariam o panorama que se desejou traçar através desta busca.
Após o levantamento, procedeu-se a análise dos dados, que é apresentada em forma de uma
discussão sobre o ponto de vista dos autores de cada um dos doze artigos selecionados.
3. Resultados e Discussão
Após a busca dos artigos indexados tratando sobre o tema proposto, constatou-se que na base
Medline, nenhum artigo atendeu aos critérios da busca, enquanto na Lilacs de 35 artigos, 10 foram
selecionados para fazer parte da revisão, porém, na Scielo, dos 18 artigos listados, apenas 2 foram
selecionados, visto que dentre os listados, alguns se repetiam em relação aos listados na Lilacs e outros não
abordavam questões pertinentes a este trabalho. A tabela 1 traz um panorama das publicações realizadas
sobre o tema.
Em parte, as publicações selecionadas não apresentam no título a relação entre a interdisciplinaridade
e as equipes de saúde, mas seus conteúdos são referentes ao tema. Estes são apenas os resultados
encontrados em busca direta nas bases de dados selecionadas, porém, ao pesquisar em meio eletrônico, serão
encontrados muitos outros trabalhos de relevância na área, provenientes de pesquisas científicas que não
constam nas bases selecionadas para o estudo.
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Tabela 1 – Artigos selecionados para a revisão
Autores Título Ano de publicação
Revista Base de dados
Almeida e colaboradores
Da teoria à prática da interdisciplinaridade: a experiência do Pró-Saúde UNIFOR e seus nove cursos de graduação
2012 Revista Brasileira de Educação Médica
LILACS
Borges e colaboradores
Trabalho em equipe e interdisciplinaridade: desafios para a efetivação da integralidade na assistência ambulatorial às pessoas vivendo com HIV/Aids em Pernambuco
2012 Ciência & Saúde Coletiva
LILACS
Furtado Equipes de referência: arranjo institucional para potencializar a colaboração entre disciplinas e profissões
2007 Interface: comunicação, saúde, educação
LILACS
Loch-Neckel e colaboradores
Desafios para a ação interdisciplinar na atenção básica: implicações relativas à composição das equipes de saúde da família
2009 Ciência & Saúde Coletiva
LILACS
Miranda e colaboradores
Trabalho em equipe interdisciplinar de saúde como um espaço de reconhecimento: contribuições da teoria de Axel Honneth
2012 Physis LILACS
Nascimento e Oliveira
Reflexões sobre as competências profissionais para o processo de trabalho nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família
2010 Mundo saúde LILACS
Oliveira e colaboradores
Algumas palavras sobre o NASF: relatando uma experiência acadêmica
2012 Revista Brasileira de Educação Médica
LILACS
Rodrigues e colaboradores
A proposta da educação permanente em saúde na atualização da equipe de saúde em diabetes mellitus
2010 Revista da Escola de Enfermagem da USP
SCIELO
Santos e Cutolo
A interdisciplinaridade e o trabalho em equipe no Programa de Saúde da Família
2004 Arquivos Catarinenses de Medicina
LILACS
Silva e colaboradores
Núcleos de Apoio à Saúde da Família: desafios e potencialidades na visão dos profissionais da Atenção Primária do Município de São Paulo, Brasil
2012 Cadernos de Saúde Pública
SCIELO
Souza As relações interpessoais entre os profissionais de uma unidade de saúde da família, no distrito sanitário IV, Município do Recife
2011 Monografia – Fundação Oswaldo Cruz
LILACS
Teixeira e colaboradores
O PET-Saúde no Centro de Saúde Cafezal: promovendo hábitos saudáveis de vida
2012 Revista Brasileira de Educação
LILACS
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Médica
Percebe-se que as pesquisas específicas tratando da interdisciplinaridade nas equipes de saúde
começam a aparecer nas bases de dados com data de 2004, percorrendo caminho até o ano de 2012. Porém,
existem pesquisas não tão recentes tratando de interdisciplinaridade na área da saúde, sendo encontrados
artigos a partir de 1987, como o de Samuel Sá, que trata sobre a interdisciplinaridade nos programas de
ensino universitários e na saúde pública, por exemplo.
3.2. Descrição dos artigos selecionados
3.2.1. Da teoria à prática da interdisciplinaridade: a experiência do Pró-Saúde UNIFOR e seus nove
cursos de graduação
Almeida e colaboradores (2012) são os autores de um artigo de diferencial para esta revisão, que
trata sobre um vínculo estabelecido entre a Universidade de Fortaleza e a Secretaria de Saúde do mesmo
município em parceria para reorientar a formação profissional por meio dos cursos de graduação da área da
saúde da universidade.
O projeto priorizou o desenvolvimento de ações interdisciplinares de assistência e atenção à saúde,
proporcionando reforço aos Sistemas Locais Saúde-Escola nas áreas de abrangência de Centros de Saúde da
Família, sensibilizando gestores e profissionais do serviço sobre a atuação interdisciplinar e implantando
equipes ampliadas de saúde, buscando a educação permanente dos docentes, discentes e profissionais do
serviço.
Este artigo relata as ações e estratégias desenvolvidas neste contexto e produz uma reflexão acerca
deste processo, mediante relato das mudanças nas estruturas curriculares nos cursos envolvidos e das
atividades desenvolvidas nas unidades de saúde. Discute, ainda, aspectos que merecem ser aprofundados na
interação ensino-serviço.
Desta forma, seria louvável que mais instituições e secretarias de saúde seguissem o exemplo da
UNIFOR e da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, visto que o projeto leva benefícios a ambas as
partes, e principalmente ao público atendido pela saúde pública local.
3.2.2. Trabalho em equipe e interdisciplinaridade: desafios para a efetivação da integralidade na
assistência ambulatorial às pessoas vivendo com HIV/Aids em Pernambuco
Borges e colaboradores (2012) publicaram este estudo que apesar de tratar de forma direta sobre o
HIV, muito nos auxilia na compreensão do trabalho em equipe e a interdisciplinaridade. O trabalho teve
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como objetivo analisar a integralidade da atenção à saúde em Serviços de Assistência Especializada em
HIV/Aids (SAE-HIV/Aids) em Recife (PE) a partir do processo e organização do trabalho em equipe.
Ressalta-se que a complexidade da atenção à saúde das pessoas vivendo com HIV/Aids requer o
investimento na integralidade das ações e do cuidado, lançando às equipes multiprofissionais o desafio da
construção de uma prática interdisciplinar (BORGES et al, 2012).
O trabalho foi desenvolvido em três unidades de SAE-HIV/Aids por meio de diferentes técnicas de
investigação. Os resultados apontam que os SAE atendem a grande parte das recomendações do Ministério
da Saúde sobre a infraestrutura básica, mas nenhum serviço apresentava a constituição da equipe mínima
satisfatória. Houve também o reconhecimento da fragmentação do trabalho em equipe e da dificuldade de
sistematizar uma prática interdisciplinar e intersetorial, sendo apontadas falhas para garantir o fluxo de
referência e contrarreferência. Identificou-se pouca valorização do papel do gerente como articulador da
equipe; a necessidade de perceber o usuário como um todo; e de a equipe trabalhar de forma articulada,
buscando a prática comunicativa e as atividades relacionais.
3.2.3. Equipes de referência: arranjo institucional para potencializar a colaboração entre disciplinas e
profissões
Furtado (2007) através de seu estudo apresenta críticas à concepção dominante de colaboração
interdisciplinar e interprofissional por meio de referencial teórico importante para o assunto, citando
Japiassu (1976), por exemplo. Através do pressuposto em equipes de referência, tenta estimular e aumentar a
colaboração entre disciplinas e profissões pela organização de serviços.
Em sua revisão, Furtado (2007) mostra que na maioria dos textos sobre interdisciplinaridade,
encontra-se um consenso a respeito da ideia de que a especialização é um fracasso, que faz-se necessária a
recomposição dos fragmentos do saber e que é preciso superar as barreiras construídas em torno de
diferentes áreas do conhecimento.
Seria difícil se contrapor a esses argumentos: afinal, constatamos diariamente os limites inerentes aos diversos recortes que fazemos para entender melhor a realidade que nos cerca. Além disso, do ponto de vista subjetivo, quem de nós não guarda alguma nostalgia de um tempo de maior fusão com o mundo, de continuidade entre sensações e pensamentos, de quando tudo parecia integrado e transitável? (FURTADO, 2007)
De acordo com a epistemologia, as disciplinas são um saber organizado, que é constituído pelo
conjunto de teorias, conceitos e métodos, voltados para auxiliar na compreensão de fenômenos. Segundo a
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perspectiva da pedagogia, as disciplinas adquirem sentido de conhecimentos a serem abordados por meio de
matérias específicas (FURTADO, 2007).
Percebe-se que entre as disciplinas próximas, sempre ocorre algum grau de interação, variando
significativamente sua forma e intensidade. Afim de melhor caracterizar as diferentes formas de
aproximação e trocas entre as disciplinas e por consequência, seus saberes, alguns autores elaboraram
conceitos demonstrando de que modo ocorre esta interação disciplinar, estando essa interação fixa entre dois
polos: em um dos lados quase não há contato entre as disciplinas, e no outro, há um intercâmbio intenso
entre elas (FURTADO, 2007).
A interdisciplinaridade é o grau mais avançado de relação entre as disciplinas, se for analisado o
critério de real entrosamento entre elas. Nesse caso, se estabelecem relações menos verticais entre as
diferentes disciplinas, que passam a compartilhar uma mesma plataforma de trabalho, utilizando conceitos
em comum. Deve-se perceber que, nesta perspectiva, não ocorre simples justaposição ou complementação
entre os elementos disciplinares, e sim uma nova combinação de elementos internos e o estabelecimento de
trocas entre os campos em torno de uma tarefa a ser desempenhada em conjunto (FURTADO, 2007).
Furtado (2007) relata que há relativo consenso em torno da necessidade de mais integração entre
disciplinas, saberes e práticas, sendo que o desafio do desenvolvimento interdisciplinar há muito alcançou o
terreno operacional, tornando-se tema recorrente no discurso dos profissionais e suas equipes. É comum
ouvir relatos dos trabalhadores sobre a irracionalidade advinda do excesso de racionalização e
compartimentalização das práticas profissionais em saúde.
Furtado (2007) traz em seu artigo um quadro (Quadro 1) bastante interessante, que descreve os
elementos determinantes tanto da lógica profissional, quanto da colaboração.
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Observa-se que, à medida que o grau de colaboração aumenta, decresce a autonomia individual do
profissional, uma vez que a condução de planos terapêuticos passa a ser trabalhada por todos os integrantes
da equipe, o que pode ser particularmente difícil para alguns sujeitos. Por outro lado, esse aumento na
colaboração profissional expande a troca na tomada de decisões clínicas e a integralidade dos cuidados,
permitindo que haja um aumento na autonomia da equipe como um todo (FURTADO, 2007).
Para que o trabalho em equipe seja de fato efetivo e baseado na colaboração interprofissional, é
necessário que haja vontade e orientação de seus integrantes, mas apenas isso não é suficiente. É de extrema
importância a instauração de um ambiente democrático e de mecanismos e estruturas institucionais que
garantam o surgimento, desenvolvimento e manutenção de espaços intra-equipes que permitam o
acontecimento de práticas fundadas na cooperação entre saberes e ações (FURTADO, 2007).
Na prática profissional, a interdisciplinaridade pode ser chamada de interprofissionalidade, sendo que
estas constituem importantes categorias para análise de algumas limitações das práticas contemporâneas de
saúde,
Dentre elas, destacamos a baixa correlação entre superespecialização e efetividade dos serviços de saúde, ou seja, elas nos ajudam a buscar respostas sobre por que os investimentos financeiros e de produção intelectual não geram equivalente qualificação e resolutividade dos serviços à população, o que parece sugerir a necessidade de aumentar a capilarização e circulação colateral entre as profissões, e não apenas o seu desenvolvimento e aprofundamento solitário (FURTADO, 2007).
Em seu texto, Furtado (2007) cita Almeida Filho (1997) para afirmar que a ideia de interação
disciplinar e profissional só é possível e tem sentido na prática. Por essa razão, o grande desafio desta
discussão é a tradução e implementação de seus princípios em serviços concretos, o que poderá, enfim, gerar
ganhos reais aos usuários e a identificação de novas questões que mereçam a atenção dos interessados nesse
tema.
Um ponto importante que Furtado (2007) traz para discussão é que “...as mudanças só superarão seus
obstáculos na medida em que não se basearem em concepções ingênuas, como a da unidade de um saber
perdido que “naturalmente” anseia e converge para uma nova integração, retomando um passado de
unidade” (Jantsch & Biachetti, 2000).
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Inúmeras determinações históricas levaram à criação das diferentes disciplinas e atividades
profissionais; e a discussão da interdisciplinaridade e interprofissionalidade agrega valor somente na medida
em que possibilita aos profissionais compreenderem essas mesmas determinações históricas, autorizando-se
a criar novos modos de vivência e convivência institucional, aumentando gradativamente seus gradientes de
co-gestão (FURTADO, 2007).
Furtado (2007) conclui que no âmbito do SUS, que tem como uma de suas diretrizes a integralização,
seria importante que ocorresse um rigoroso acompanhamento e avaliação sistemática das várias experiências
em curso, que vêm funcionando segundo a lógica de algumas equipes de referência. Em várias cidades
brasileiras já existem iniciativas em atenção básica, saúde mental e hospitais públicos, dentre outros, que
vêm relatando êxitos mediante a reorganização da forma de trabalho de suas equipes, com base em um
modelo que favorece a colaboração interprofissional.
3.2.4. Desafios para a ação interdisciplinar na atenção básica: implicações relativas à composição das
equipes de saúde da família
Loch-Neckel e colaboradores (2009) em seu estudo tiveram como objetivo refletir sobre a relação
entre integralidade na atenção básica e a composição das equipes de saúde da família, na perspectiva dos
integrantes da equipe mínima do PSF, caracterizando as possibilidades de atuação e contribuições de outros
profissionais de saúde no PSF. Participaram da pesquisa, profissionais com curso superior que são membros
de equipes de PSF de um município no sul do Brasil.
A qualidade da experiência profissional ou pessoal acerca da atuação desses profissionais contribuiu
para o conhecimento sobre suas possibilidades de intervenção. A investigação permitiu também a análise de
como a estratégia de saúde da família tem atingido os integrantes que constituem as equipes mínimas no
contexto local. Além disso, evidenciou de que maneira a integralidade e a interdisciplinaridade têm sido
entendidas pelos que compõem tais equipes, e as relações entre a composição das equipes e as
(im)possibilidades de concretizá-la.
É relevante destacar que muitas possibilidades de contribuição de outros profissionais no PSF foram
mencionadas pelos entrevistados nesta pesquisa. Além disso, as dificuldades no processo de trabalho
estiveram relacionadas às limitações do seu núcleo de competência, e eles relataram diversas características
da demanda que seriam melhores atendidas se houvesse uma equipe efetivamente multiprofissional e
interdisciplinar. Ficou como conclusão que cada especialidade precisa ultrapassar sua área de formação e
competência, evidenciando seus próprios limites e buscando a contribuição de outras disciplinas, respeitando
o território de cada campo de conhecimento e, ainda, distinguindo os pontos que os unem e os que
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diferenciam. Essa é a condição necessária para detectar as áreas em que se possam estabelecer as conexões
possíveis.
3.2.5. Trabalho em equipe interdisciplinar de saúde como um espaço de reconhecimento:
contribuições da teoria de Axel Honneth
Miranda e colaboradores (2012) realizaram este estudo teórico com o objetivo de relacionar uma
discussão sobre o trabalho em equipe interdisciplinar nos serviços públicos de saúde com os principais
conceitos do filósofo contemporâneo Axel Honneth, dentre eles aquele que denominou “Luta por
Reconhecimento”.
Para tanto, partiram da revisão da noção de sujeito na teoria honnethiana, sobretudo a partir do
diálogo que faz com a psicanálise de Donald Winnicott. Destacando que se trata de um sujeito
eminentemente social, cuja constituição depende do reconhecimento do outro em relação a sua alteridade e
da legitimação do seu pertencimento a um grupo social.
Mostrando que esse reconhecimento se dá através de um processo de luta, essencial para o
desenvolvimento da capacidade de amar e se relacionar com o outro. Após esta exposição, os autores
defenderam que o trabalho em equipes interdisciplinares pode ser um espaço para o reconhecimento dos
profissionais, tal como discutido por Honneth. Consequentemente, as equipes podem facilitar o
desenvolvimento de trabalhos criativos e inovações na organização da assistência oferecida aos pacientes.
Desta forma, esse trabalho defendeu que ocorra maior interdisciplinaridade entre as equipes de saúde
visando melhorias na vida pessoal, social e profissional dos trabalhadores, afetando de certa forma a
comunidade atendida.
3.2.6. Reflexões sobre as competências profissionais para o processo de trabalho nos Núcleos de Apoio
à Saúde da Família
Nascimento e Oliveira (2010) escreveram este artigo que apresenta algumas reflexões sobre as
ferramentas cotidianas de trabalho no NASF e as competências profissionais que são requeridas para este
trabalho.
Nascimento e Oliveira (2010) propõe que para o desenvolvimento do trabalho interdisciplinar nos
moldes do NASF, é preciso que haja uma revisão crítica sobre os processos educativos e formativos que
vem sendo desenvolvidos pelas Instituições de Ensino Superior. Desta forma, sugerem que ocorra a
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efetivação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em saúde, que
postulam a formação dos profissionais da saúde voltada para o sistema de saúde vigente no país, ou seja,
para o SUS, tendo como eixos a atenção integral à saúde e o trabalho em equipe.
A formação dos profissionais de saúde ainda é pautada no modelo biomédico fragmentado e
especializado, isso dificulta a compreensão dos profissionais acerca dos determinantes do processo saúde-
doença e também a intervenção sobre seus condicionantes. Além da formação fragmentada, atualmente
muitas instituições estão ofertando cursos de pós-graduação à distância em atenção primária na saúde
pública, o que não é interessante nesta área, visto que o indivíduo faz todo o curso sem conhecer a realidade
de uma unidade de saúde, ou seja, não cria vínculos e não aprende na prática como deve ser o trabalho em
equipe (NASCIMENTO e OLIVEIRA, 2010).
Tratando sobre os processos formativos para trabalhadores do NASF, recomenda-se a Residência
Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) por proporcionar imersão no contexto prático ao longo do
processo de formação, fundamentando-se na interdisciplinaridade como facilitadora da construção do
conhecimento ampliado de saúde (NASCIMENTO e OLIVEIRA, 2010).
Nascimento e Oliveira (2010) consideram que a transformação da formação e das práticas é um
desafio que deve ser superado em várias instâncias, pois são necessárias mudanças de paradigmas já
estruturados nos serviços, tanto nas instituições de ensino quanto nas relações interpessoais. Concluem seu
estudo com a colocação de que apenas o diálogo e aproximação das práticas e das concepções de atenção à
saúde podem minimizar o descompasso que existe entre a formação e a realidade concreta dos serviços,
somente desta forma será possível construir um novo modo de trabalho em saúde, sendo centrado no usuário
e garantindo a qualidade, resolubilidade e equidade.
3.2.7. Algumas palavras sobre o NASF: relatando uma experiência acadêmica
Oliveira e colaboradores (2012) discorrem sobre o NASF em seu estudo com o objetivo de relatar as
observações de uma estudante do curso de fonoaudiologia da Universidade do Vale do Itajaí (SC), a
experiência ocorreu no ano de 2008 em um projeto piloto implantado em um NASF.
Ao descrever o que foi observado, de maneira geral, pode-se dizer que as atividades realizadas no
NASF são basicamente um exercício de integralidade, uma vez que todas as ações devem partir da
necessidade da população atendida, e isto deve servir como guia em todas as intervenções. Porém,
atualmente, os serviços de saúde têm mostrado pouca capacidade de resolutividade frente às necessidades de
saúde dos indivíduos, apresentando dificuldades de acesso da população, fragilidades na criação de vínculos
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e responsabilizações, bem como uma prática marcada pela frieza dos profissionais e pouca participação da
população (OLIVEIRA et al, 2012).
Sobre o sistema, o que ocorre são muitos atendimentos clínicos e poucos de atenção domiciliar,
discussões e elaboração de projetos terapêuticos, o que pode estar relacionado com a formação dos
profissionais. Sendo que o novo fazer clínico, com pensamento ampliado só será possível com mudanças no
modelo tradicional de formação, que tende a fazer com que o sujeito seja um objeto inerte, que sempre
deverá seguir as orientações e prescrição da equipe de saúde a qual está submetido (OLIVEIRA et al, 2012).
Ao final da observação, Oliveira e colaboradores (2012) percebem que, saber agir de forma
interdisciplinar, conhecer profundamente o trabalho que está sendo realizado, repensar e refletir sobre as
concepções e práticas, bem como saber se relacionar proporcionará a garantia desse lugar para atuação e o
surgimento de novas oportunidades de trabalho.
3.2.8. A proposta da educação permanente em saúde na atualização da equipe de saúde em diabetes
mellitus
Rodrigues e colaboradores (2010) escreveram este artigo o qual teve como objetivo relatar a
experiência da educação permanente em saúde na atualização da equipe de saúde de uma unidade básica de
saúde para atenção integral e humanizada às pessoas com diabetes tipo 2. Apesar de ser um estudo voltado
ao tratamento de diabetes, muitos conceitos podem ser incorporados e tidos como úteis para a presente
revisão.
A capacitação das equipes foi realizada por meio de oficinas educativas em diabetes, focando na
problematização do processo educativo e profissional. Buscou-se construir um programa visando modificar
e reorientar a prática da equipe de saúde, integrando os indivíduos, fortificando o comprometimento
profissional e desenvolvendo a consciência de grupo, valorizando a interdisciplinaridade entre a
universidade, o serviço de saúde e a comunidade. Este intercâmbio e análise de informações favoreceram a
aprendizagem multiprofissional e interdisciplinar. Ao se autoanalisarem, os profissionais perceberam que
para a efetividade do serviço, serão necessárias mudanças na forma de trabalho da equipe.
3.2.9. A interdisciplinaridade e o trabalho em equipe no Programa de Saúde da Família
Em 2004, Santos e Cutolo escreveram este artigo tendo como objetivo partir de um conceito pré-
definido de interdisciplinaridade e avaliar a prática interdisciplinar das equipes do PSF, partindo de uma
experiência profissional e pessoal de mais de sete anos de trabalho na estratégia de saúde da família em três
diferentes municípios brasileiros.
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O trabalho em equipe multiprofissional da estratégia de saúde da família tem exigido dos
componentes das equipes uma mudança de atitude pessoal e profissional em direção à interdisciplinaridade.
A partir da conceituação de interdisciplinaridade, procurou-se analisar o exercício do trabalho em equipe no
PSF, buscando reconhecer suas limitações e propor soluções para o problema, que envolve a própria
formação dos profissionais de saúde ainda na graduação. Concluiu-se ser necessária uma modificação dos
currículos a fim de formar profissionais de cunho generalista, que se insiram na realidade da população,
criando vínculos e soluções criativas para a convivência harmoniosa e produtiva entre os vários saberes na
área da saúde (SANTOS e CUTOLO, 2004).
3.2.10. Núcleos de Apoio à Saúde da Família: desafios e potencialidades na visão dos profissionais da
Atenção Primária do Município de São Paulo, Brasil
Silva e seus colaboradores (2012) publicaram este artigo relatando o caso do município de São
Paulo, onde a atenção primária é de certa forma terceirizada pela secretaria municipal de saúde, sendo que
uma empresa privada se torna responsável pela gerência de uma determinada área da cidade, tendo o
compromisso de contratar e treinar os profissionais de saúde para o atendimento em saúde pública.
Ao conceituar o núcleo de apoio à saúde da família (NASF), Silva e colaboradores (2012) informam
que o mesmo foi criado, em 2008, pelo Ministério da Saúde, com o intuito de apoiar as ações das equipes de
saúde da família e contribuir na ampliação da resolutividade da atenção primária à saúde, buscando a
integralidade do cuidado, tendo, como lócus principal de desenvolvimento, as ações da atenção primária à
saúde e das equipes de saúde da família.
Dentre as expectativas que gestores depositam no NASF, está o aumento da resolutividade da atenção primária à saúde, vinculado à ideia da potencialidade do trabalho interdisciplinar dos profissionais dos NASF e das equipes de saúde da família e ao melhor acesso aos serviços de saúde pela reorganização da demanda e redução da procura dos serviços da atenção secundária e terciária como porta de entrada no sistema (SILVA et al, 2012).
Este trabalho constituiu na descrição de como foi elaborada a proposta coletiva para a criação de um
NASF para a região oeste do Município de São Paulo, buscando compartilhar com a comunidade científica,
profissional e gestores as experiências vividas, contribuindo desta forma que outras equipes possam se
basear nos mesmo preceitos.
Para a criação da proposta, foram realizadas oficinas de trabalhos com dois grupos de doze pessoas,
sendo elas de várias categorias profissionais, para propiciar a intersubjetividade, definida como experiência
vivida simultaneamente por várias “mentes”, envolvendo testemunho, reconhecimento de subjetividades e
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empreendimento consciente para entender uns aos outros. Estes dois grupos se reuniram em três dias para as
discussões, sendo que em um dos grupos houve mudança em sua composição, por isso foram consideradas
no estudo apenas as reflexões do grupo que permaneceu intacto durante a programação.
Dentre as discussões, o grupo chama a atenção para a necessidade de repensar a organização do
trabalho, as agendas dos profissionais, tanto no que se refere à assistência individualizada quanto para a
construção do trabalho interdisciplinar que repercute diretamente na qualidade do cuidado.
O grupo explicita claramente que há preocupação em como a interdisciplinaridade acontecerá na
prática e como a interação se estabelecerá entre esses vários profissionais com os seus diferentes saberes.
Silva e colaboradores (2012) citam Nascimento e Oliveira (2010), que descrevem que, atualmente,
dentre as dificuldades reconhecidas no processo de trabalho do NASF, está a formação dos profissionais,
que não é compatível com as necessidades do SUS. As propostas pedagógicas são construídas distanciadas
dos serviços e não contemplam pontos chaves como o trabalho em equipe, o vínculo, o acolhimento, que são
pontos imprescindíveis para o atendimento no NASF.
Os resultados destas oficinas evidenciaram a expectativa dos profissionais de que o NASF seja um
dispositivo inovador que possa potencializar as ações das equipes de saúde da família e confrontar os
desafios a serem enfrentados, como: a corresponsabilidade pelo cuidado, a interdisciplinaridade sem
descaracterizar as especificidades, a articulação funcional entre os diversos níveis de atenção, a garantia de
espaços nas agendas das equipes de saúde da família e do NASF para discussão de casos, a elaboração do
plano de cuidados e ações compartilhadas e o papel do NASF como formador de recursos humanos.
3.2.11. As relações interpessoais entre os profissionais de uma unidade de saúde da família, no distrito
sanitário IV, Município do Recife
Em 2011, foi publicada a tese de especialização de Souza, seu trabalho partiu de uma análise e
reflexão sobre os diversos entraves e dificuldades apresentadas nas relações interpessoais entre as equipes de
uma unidade de saúde da família no Distrito Sanitário IV, município do Recife.
Este trabalho ressalta a importância das relações bem como os fatores que influenciam a interação
não apenas entre os profissionais, mas também entre a equipe e a comunidade, tendo como finalidade,
subsidiar um plano diagnóstico de intervenção baseado na perspectiva da integralidade das ações,
considerando a concepção do papel de cada profissional, enquanto membro integrante da equipe.
Com base na pesquisa realizada, embora os profissionais tenham ressaltado a importância do caráter
interdisciplinar, suas representações indicam que os mesmos desenvolvem basicamente trabalhos isolados, e
ações fragmentadas e valorizam a participação de diferentes profissões/profissionais no interior da equipe,
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no entanto suas representações não são reveladoras da interação entre seus saberes. Também foi constatado
que, em nenhum momento do estudo foram feitas referências ao saber da comunidade, demonstrando assim
a falta de integração com a mesma no sentido de planejar ações em conjunto, excluindo os usuários
enquanto sujeito ativo e participante do seu próprio processo de saúde-doença, sendo mais destacado e
valorizado o conhecimento formal/acadêmico.
3.2.12. O PET-Saúde no Centro de Saúde Cafezal: promovendo hábitos saudáveis de vida
Teixeira e colaboradores (2012) relatam a experiência de monitores bolsistas e voluntários da área de
saúde da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no projeto PET-Saúde, sob supervisão de cinco
preceptores e de um tutor do projeto realizado na unidade básica de saúde de Cafezal. O objetivo foi
descrever a experiência desse grupo tutorial do PET-Saúde Cafezal na promoção de hábitos saudáveis de
vida.
Os monitores puderam vivenciar a rotina do serviço de Atenção Primária, através do
acompanhamento de diferentes atividades em diversos setores da unidade de saúde e puderam perceber que
os aspectos mais relevantes do projeto foram o trabalho interdisciplinar e multiprofissional, de acordo com
os princípios de respeito e ética, a observação da rotina e do funcionamento da unidade, bem como a
oportunidade de aplicarem seus conhecimentos acadêmicos adquiridos previamente. O modelo utilizado
como estratégia de ensino-aprendizagem permitiu-lhes um meio de aprendizado teórico-prático dos
preceitos adotados pelo SUS, uma vez que, devido ao princípio da indissociabilidade entre extensão, ensino
e pesquisa, são realizados diversos trabalhos em campo e desenvolvidas pesquisas com equipes
multidisciplinares.
Este artigo é um dos poucos onde há relatos que a interdisciplinaridade ocorre entre uma equipe de
saúde, porém, isso pode ser devido ao fato de já haver esta abertura para o meio acadêmico, propiciando a
troca de saberes. Outro ponto importante sobre este trabalho, é que demonstra que os acadêmicos que
participam destas ações saem da graduação com maior facilidade de entender a forma de trabalho que deve
ser seguida pelas equipes de saúde.
4. Considerações finais
Dentre os artigos selecionados, todos concordam com a importância da prática interdisciplinar em
saúde, porém a maioria deles relata as dificuldades que as equipes de saúde encontram para a realização
Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul
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deste tipo de trabalho. Isto revela que a prática ainda não é da mesma forma que a teoria, fazendo-se
necessárias mudanças no cenário da saúde pública, a fim de melhorar o atendimento à população.
Uma opção de mudança para essa realidade que a maior parte dos autores traz para discussão é a
reformulação dos cursos de graduação na área da saúde, a fim de formar profissionais com visão
interdisciplinar, aptos a trabalhar em equipes e conhecedores da realidade de uma unidade de saúde, sendo
ela NASF, PSF ou com outras denominações, o que importa é o conhecimento de como funciona a saúde
pública, para que ao assumirem cargos desta natureza saibam agir com competência, proporcionando a troca
de saberes necessária para a interdisciplinaridade, o que melhorará o atendimento à comunidade em geral.
Teixeira e colaboradores (2013) sabiamente apontam uma solução para que a prática interdisciplinar
ocorra de fato na saúde pública, que seria a criação de cursos interdisciplinares no ensino superior. Em seu
artigo, tratam sobre o curso de bacharelado interdisciplinar implantado em 2009 na Universidade Federal da
Bahia, sendo o pioneiro no Brasil. Ações como esta da UFBA e como relatada a ação da UNIFOR são de
grande valia para esta mudança no cenário nacional da saúde pública. Aliado a esses casos isolados, as
grades curriculares dos cursos superiores na área de saúde deveriam sofrer reformulações, a fim de atender a
demanda exigida pelo SUS.
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