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INSTITUTO PORTUGUÊS
DO MAR E DA ATMOSFERA, IPMA
Apoio Meteorológico
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais
ww.ipma.pt
RELATÓRIO de Junho de 2015
Caracterização Meteorológica e Climatológica
Índice de Perigo de Incêndio, FWI, e sub-indices. Índices de
risco de incêndio, RCM, ICRIF: Análise de Resultados
Quantidade de Carbono e de CO2 Equivalente Libertado pelos
Incêndios.
Resumo ...................................................................................................................................... 3
1. CARACTERIZAÇÃO METEOROLÓGICA E CLIMATOLÓGICA ........................... 4
1.1 Caracterização Meteorológica .......................................................................................... 4
1.2 Caracterização Climatológica [1]. .................................................................................... 4
2. VALORES OBSERVADOS DO RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL: ANÁLISE
DE RESULTADOS .................................................................................................................. 6
2.2 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI, em junho de 2015.......... 6
2.2.1 Sub-Índices do FWI: O Índice de Seca e a Taxa Diária de Severidade ..................................... 6
2.2.2 Sub - Índices do FWI: O Índice de Combustíveis, FFMC, e o índice de Propagação inicial
(ISI) ..................................................................................................................................................... 8
2.2.3 Evolução da média diária do FWI no mês de maio de 2015 ...................................................... 9
2.3 Índice de Risco Conjuntural Meteorológico, RCM: Mapas das classes de risco de
incêndio observadas ao nível do concelho ............................................................................ 11
2.3.1 Evolução da média do risco de incêndio desde 2006 ............................................................... 11
2.3.2 Evolução diária do risco de incêndio em junho ....................................................................... 12
2.4 O Índice de Risco ICRIF ................................................................................................. 13
3. AVALIAÇÃO DAS PREVISÕES DO ÍNDICE METEOROLÓGICO DE RISCO
INCÊNDIO FLORESTAL, FWI. ......................................................................................... 16
4. QUANTIDADE DE CARBONO LIBERTADO NA ATMOSFERA POR INCÊNDIOS
FLORESTAIS......................................................................................................................... 17
ANEXOS ................................................................................................................................... 2
ANEXO I - Mapas diários das classes de Risco de Incêndio, RCM, observado ao nível do
concelho no mês de junho de 2015 .......................................................................................... 2
Anexo II - Mapas diários do IOT (ICRIF Over Threshold) com o limiar 25, para os
concelhos de Portugal Continental, em junho de 2015 ......................................................... 5
ÍNDICE
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Resumo
Análise Meteorológica Climatológica
O mês de junho, em especial a segunda parte do mês, foi caracterizado por circulações do
quadrante leste, originando valores elevados de temperatura, tendo ocorrido duas ondas de
calo, valores da humidade relativa baixa nas regiões do interior e vento por vezes forte nas
terras altas.
Índice de seca, DC e a taxa diária de severidade, DSR
O valor médio do índice de seca, DC, em junho de 2015, foi um pouco acima da média,
sendo o 8º mais elevado desde o ano 2000. A taxa diária de severidade, DSR, em junho de
2015, registou uma subida muito acentuada sendo a 3ª mais elevada desde o ano 2003.
O índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, FWI
Os valores médios diários do FWI, com exceção do período de 10 a 16, estiveram entre
a mediana e o percentil 75, relativo ao período de maio a outubro
Risco de incêndio florestal, RCM
O valor médio do risco de incêndio RCM, em junho de 2015, foi o segundo mais alto
desde 2006 (ano de início de cálculo deste produto). Durante o mês de junho, com exceção
do período de 10 a 16, nas regiões do interior Norte e Centro e na região Sul, classes de
risco de incêndio predominantes foram as de Elevado ou Muito Elevado e de risco
Reduzido ou Moderado no Litoral Norte e Centro.
Risco de incêndio florestal, ICRIF e áreas de risco elevado (ICRIF> 25)
A percentagem de área de risco com valores de ICRIF superior a 25 (IOT25), nas regiões
Norte e Centro, foi muito superior à média de junho de 2014 e à média do período de
1999-2014.
Quantidade de Carbono e de CO2 equivalente libertado pelos incêndios
A quantidade de CO2 equivalente libertado por incêndios florestais em junho de 2015
foi muito elevada, 61658 toneladas, cerca de três vezes superior à de junho de 2014.
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1. Caracterização Meteorológica e Climatológica
1.1 Caracterização Meteorológica
O junho de 2015, em especial a segunda metade do mês, foi caracterizado por tempo quente e
seco, associado a circulações do quadrante leste, originando valores elevados de temperatura e
humidade relativa baixa, vento moderado, por vezes forte nas terras altas. Este mês
caracterizou-se, ainda, pela ocorrência de convecção profunda, mais frequente na primeira
metade do mês e afetando sobretudo as regiões do interior Norte e Centro onde, em alguns
locais, se registaram quantidades significativas de precipitação, por vezes de granizo e
acompanhado de trovoadas
1.2 Caracterização Climatológica [1].
O mês de junho foi um mês extremamente quente e seco, sendo o 5º mais quente desde 1931.
O valor médio da temperatura média do ar foi muito superior ao valor normal (Figura 1a), o
valor médio mensal da temperatura mínima estive acima do normal e o valor médio da
temperatura máxima foi o 3º valor mais elevado desde 1931.
Durante o mês de junho ocorreram duas ondas de calor. A primeira onda de calor ocorreu entre 3
e 10, afetando grande parte do território. A segunda onda de calor, entre 25 e 30, afetou as
regiões do interior Norte e Centro.
Os valores da quantidade de precipitação no mês de junho foram inferiores ao normal. Em
termos de percentagem em relação à média de 1971-2000, os valores foram de cerca 60% do
normal, sendo inferior a 25% na região Sul (Figura 1 b).
Os valores da quantidade de precipitação acumulada, em percentagem, no período de 1 de
outubro 2014 a 30 de junho de 2015, em relação ao valor médio no período 1971-2000,
variaram entre 48 % na Covilhã e 122 % em Monção (Figura 1c.).
Em 30 de junho de 2015 e segundo o índice meteorológico de seca PDSI1 (Figura 1d), 32%
do território estava em situação de seca fraca a moderada e 68% do território estava em
situação de seca severa a extrema.
[1] Boletim do Clima do mês de maio de 2015, Divisão de Clima e Alterações Climática (DivCA), IPMA. 1PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de
precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detetar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em
termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).
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(a)
(b)
(c)
(d)
Figura 1- (a) Desvios da temperatura média no mês de junho de 2015, em relação à média no período de
1971-2000, (b, c) Distribuição espacial da precipitação total em maio e percentagem em relação à média
de 1971-2000 da precipitação acumulada desde 1 outubro de 2014 a 30 de junho de 2015. (d)
Distribuição espacial do índice de seca meteorológica em 30 de junho de 2015.
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2. Valores Observados do Risco de Incêndio Florestal: Análise de
Resultados
Nos capítulos seguintes, faz-se a análise dos resultados do índice meteorológico de perigo de
incêndio florestal, FWI e dos índices de risco de incêndio RCM e ICRIF, no mês de junho de
2015, que diariamente são calculados no IPMA.
Os valores do FWI e dos sub-índices, assim como os percentis relativos ao período de 1999 a
2014, foram obtidos a partir do reprocessamento do cálculo do FWI, em maio de 2015. A
comparação dos valores médios do FWI e dos sub-índices no Continente e nas regiões,
calculados operacionalmente com os valores históricos (1999-2014) desses índices é feita
utilizando 68 estações meteorológicas, que correspondem àquelas que se mantiveram em
funcionamento desde 1999 e até 2015.
2.2 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI2, em junho
de 2015
2.2.1 Sub-Índices do FWI: O Índice de Seca e a Taxa Diária de Severidade
O índice, DC3
, um dos componentes do FWI, dá indicação do teor de humidade nas camadas
profundas (10 a 20 cm), estimando indiretamente a intensidade dos fogos devido à secura dos
combustíveis. A Figura 2a mostra que o valor médio de DC, em junho de 2015, calculado em
68 estações do Continente, era o 8º mais alto da série, com 372, estando um pouco acima do
valor médio (360) dos últimos quinze anos (2000 a 20014) e calculado para o mesmo
conjunto de estações.
Na região Norte4 a média do DC foi inferior à média no Continente mas superior à média para
aquela região. Na região Centro5 os valores do DC foram ligeiramente abaixo da média do
Continente mas, também, acima da média da região dos últimos quinze anos. Na região Sul6 o
valor médio do DC em junho aproximou-se da média para a região em junho (Figura 2b).
A Figura 3a mostra a taxa diária de severidade, DSR7, no Continente, desde o dia 1 de janeiro
e até ao dia 30 de junho para os anos de 2003 a 2015.
Verifica-se, que durante o mês de junho de 2015, a taxa diária de severidade, indicador da
dificuldade de supressão dos incêndios florestais, registou uma subida muito acentuada,
ficando abaixo do ano de 2005 e 2012. Em junho de 2015 o DSR acumulava um valor de 690,
2 FWI = Fire Weather Index – índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, desenvolvido pelo
Serviço Meteorológico Canadiano. Para mais informações consultar www.ipma.pt 3 DC = Drought Code - Índice de seca, componente do índice meteorológico de risco de incêndio, FWI 4 Região Norte - Distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Vila Real e Porto 5 Região Centro – Distritos Viseu, Guarda, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Lisboa 6 Região Sul- Distritos Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro 7 DSR = Daily Severity Rating - Taxa Diária de Severidade, função do FWI, avalia a severidade da época de
incêndios
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sendo o terceiro mais alto da série, ficando abaixo de 2005, com 904 e de 2012 com 778. De
notar que a taxa de variação do DSR no mês de junho foi de 329, a 4ª mais alta, sendo inferior
à dos anos de 2003, 2004 e 2005.
(a)
(b)
Figura 2 – Valor médio do índice de médio de seca, DC, (a) Continente, (b) Regiões Norte, Centro e
Sul
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Figura 3 – Evolução da taxa diária de severidade, DSR, em junho no Continente.
2.2.2 Sub - Índices do FWI: O Índice de Combustíveis, FFMC, e o índice de Propagação
inicial (ISI)
O índice do teor de humidade dos combustíveis finos, FFMC, indicador da adversidade diária
das condições meteorológicas, registou valores médios diários muito elevados, próximos do
percentil 90, nos períodos de 1 a 9 e de 17 a 30 (Figura 4a). Esta situação foi agravada com
valores elevados do índice de propagação inicial, ISI, indicador da intensidade de propagação
do incêndio e dependendo da intensidade do vento (Figura 4b), registando valores acima da
mediana naqueles períodos. A combinação destes dois índices evidencia a severidade da
situação meteorológica respeitante à deflagração e combate aos incêndios florestais.
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(a)
(b)
Figura 4- (a) Evolução média diária do índice FFMC em junho de 2015 no Continente e comparação
com os percentis de maio a outubro, (b) Evolução média diária do índice ISI em junho de 2015, no
Continente e comparação com os percentis de maio a outubro.
2.2.3 Evolução da média diária do FWI no mês de maio de 2015
Na Figura 5 apresenta-se o valor médio diário do FWI de junho no Continente e valores de
percentis calculados para o período de 1 de maio a 31 de outubro e para a série de anos de
1999-2014, em 68 estações comuns à rede utilizada em 2015. Esta Figura mostra que, com
exceção do período de 10 a 16, em que ocorreu precipitação com valores significativos, o
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valor médio diário do índice meteorológico de perigo de incêndio, FWI, esteve sempre acima
da mediana e, em geral, com valores próximos ou acima do percentil 75.
Os valores do FWI médio na região Sul foram os mais elevados, apresentando valores entre o
percentil 75 relativo à região Centro e o percentil 90 relativo à região Sul, excetuando o
período de 10 a 16 de junho. Nas regiões Norte e Centro, os valores médios do FWI em junho
estiveram, em geral, entre o percentil 50 relativo à região Norte e o percentil 75 relativo à
região Centro.
(a)
(b)
Figura 5- (a) Evolução média diária do FWI em junho de 2015 e comparação com os percentis de
maio a outubro. (a) Continente (Cont), (b) regiões: Norte (RN), Centro (RC) e Sul (RS).
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2.3 Índice de Risco Conjuntural Meteorológico, RCM8: Mapas das classes
de risco de incêndio observadas ao nível do concelho
Os mapas com as classes de risco de incêndio, RCM (Anexo II) mostram que i) nas regiões do
interior Norte e Centro e na região Sul as classes de risco predominantes foram as de Elevado
ou Muito Elevado, com exceção do período de 10 a 16 em que predominou o risco Reduzido
ou Moderado., ii) no litoral das Regiões Norte e Centro predominou o risco Reduzido ou
Moderado com exceção dos dias 19, 20 e 21 que predominou o risco Elevado.
2.3.1 Evolução da média do risco de incêndio desde 2006
Na Figura 6, apresenta-se o comportamento da média do risco de incêndio, RCM, no
Continente e nas regiões Norte, Centro e Sul no mês de junho dos anos de 2006 a 2015.
O valor médio do RCM de junho de 2015, no Continente, com 2,31, foi, apenas, inferior ao
do ano de 2012, com um valor médio de RCM de 2,47. As regiões do Centro e Sul
apresentaram, também, o segundo valor mais elevado desde 2006, enquanto a região Norte
teve um valor médio de RCM inferior aos dos anos de 2006, 2013, 2011 e 2010, sendo o 5º
valor de RCM mais elevado.
.
Figura 6 – Média do Risco de Incêndio, RCM, em Portugal Continental e nas regiões Norte, Centro
e Sul no período de 2006 a 2015.
8RCM= Risco Conjuntural Meteorológico – classes de risco de incêndio resultantes da integração do índice
FWI para Portugal Continental com o risco conjuntural (risco estrutural atualizado com as áreas ardidas do ICNF
(Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas). Para mais informações consultar www.ipma.pt
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2.3.2 Evolução diária do risco de incêndio em junho
O valor médio diário do risco de incêndio RCM em junho de 2015, no Continente, esteve, em
geral, entre 2 e 3. No 1º dia do mês e no período 10 e 16, o RCM apresentou os valores mais
baixos, entre 1 e 2, não havendo distinção significativa entre as três regiões.
Os valores mais elevados do risco de incêndio RCM registaram-se aquando das ondas de
calor, e no período curto de 18 a 21.
Figura 7 – Evolução diária da média do Risco de Incêndio em Portugal Continental e nas regiões
Norte, Centro e Sul.
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2.4 O Índice de Risco ICRIF9
No Anexo II mostram-se os mapas diários do IOT25 (ICRIF Over Threshold com o limiar
25), ou seja, a percentagem de área dos concelhos com valores de ICRIF acima de limiar 25,
para junho de 2015, para todos os concelhos de Portugal Continental.
Da análise destes mapas, pode concluir-se que o mês começou com valores de percentagem
de área de risco IOT25 baixos em quase todo o país, aumentando, entre 2 a 8 de Junho, a
percentagem de área de risco elevado nas regiões do interior, verificando-se um ligeiro
aumento nas regiões do litoral Norte e Centro. A partir do dia 9 de Junho, registou-se uma
diminuição progressiva, de Norte para Sul e do litoral para o interior, da percentagem de risco
IOT25, sendo período de 10 a 16 de Junho de risco fraco em todo o país. De 17 a 21 e de 25 a
30, observou-se um novo aumento de área de risco, diminuindo ligeiramente de 22 a 24.
As Figuras 8 a 10 referem-se à percentagem de área de risco IOT25, de Portugal continental,
dividido em três regiões: região Norte, região Centro e região Sul.
Figura 8 – Evolução diária, para junho de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF
superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a
2014, para a região Norte,
9ICRIF = O índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal baseado em 3 sub-índices: índice
estrutural, associado ao tipo de coberto vegetal baseado no CORINE; índice ligado ao risco conjuntural
calculado diariamente com base no FWI; Um sub-índice que representa um agravamento do risco ligado ao
estado da vegetação, representada pelo valor do NDVI, calculado com base na melhor das imagens NOAA.
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Figura 9 - Evolução diária, para junho de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF
superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014,
para a região Centro.
Figura 10 - Evolução diária, Para junho de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF
superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014,
para a região Sul.
Da análise das Figuras 8 a 10 observa-se que, em geral no País, houve três períodos de valores
muito elevados de áreas de risco IOT25: 2 a 9, 17 a 22 e 25 a 30 de junho, ultrapassando. o
percentil 95:
- 30 de junho nas regiões do Norte;
- 20 e de 27 a 30 de junho nas regiões do Centro;
- Nos dias 4, 5 e 7, 18 a 21 e 27 a 29 de junho nas regiões do Sul.
O valor médio da área de risco elevado, IOT25, do mês de junho de 2015, foi claramente
superior ao respetivo valor médio de junho de 2014 e do período de 2001 a 2010 (Figura 11)
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Figura 11 – Média de percentagem de área de risco com valores de ICRIF superior a 25
(IOT25), para junho de 2015 e média de maio de 2014 e para o período de 1999 a 2014, para
as regiões Norte, Centro e Sul
Verifica-se uma boa correspondência entre a evolução diária da área de risco elevado (IOT25)
e do número de ocorrências de incêndios florestais, (Figura 12)
Figura 12 – Evolução diária da área de risco elevado (IOT25) para Portugal Continental e o número
diário de ocorrências, em junho de 2015-06-08.
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3. Avaliação das previsões do índice meteorológico de risco
incêndio florestal, FWI.
A Figura 13 mostra a comparação entre os valores previstos do FWI para as 24, 48 e 72 horas
calculados com os valores previstos da temperatura, humidade relativa do ar, da intensidade
do vento e da precipitação acumulada em 24 horas (12 às 12 UTC) pelo modelo numérico de
previsão de área limitada Aladin e os valores do FWI calculado com os dados observados nas
estações meteorológicas.
Verifica-se que as previsões do FWI, no mês de junho, foram ligeiramente sobrestimadas,
apresentando um desvio médio ou viés (Bias) positivo pequeno (0.9 e 0.8), para as previsões a
24 horas (azul) e a 48 horas (vermelho) respetivamente, aumentando para 2.5 para as
previsões a 72 horas (verde). O desvio médio quadrático, RMSE, foi aumentando com o
aumento de alcance das previsões mas, ainda, com valores bastante satisfatórios, entre 8.6 e
12. Os valores dos coeficientes de determinação, R2
, foi relativamente elevado, com 0.72, para
as previsões a 24 horas, diminuindo para 0.61 e 0.55 para as previsões a 48 e 72 horas,
respetivamente.
Figura 13- O índice FWI observado e previsto no mês de junho de 2015. Previsões a 24 horas
(verde), a 48 horas (vermelho) e a 72 horas (azul).
Os maiores desvios do FWI previsto em relação ao observado foram inferiores a 10 e
deveram-se sobretudo à sobrestima da previsão da humidade relativa nas terras altas, que em
alguns casos também contribuiu a subestima do vento nas previsões a 24 horas, e subestima
da humidade relativa nas regiões do litoral e terras baixas.
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4. Quantidade de Carbono libertado na atmosfera por incêndios
florestais
A Figura 14a apresenta, a preto, os valores diários da quantidade de CO2 equivalente libertado
na atmosfera, por ação dos incêndios florestais, estimado com base no produto FRP (Fire
Radiation Power (FRP) Land Surface Analysis Satellite Application Facility ( LSA SAF)10
Note-se que o CO2 equivalente libertado para a atmosfera é estimado a partir do Carbono
libertado para a atmosfera (aproximadamente 4 vezes maior).
Incluiu-se na Figura 14a, a vermelho, a evolução diária das áreas ardidas (ha), valor fornecido
pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) em 8 de julho de 2015.
O produto FRPPIXEL da LSA SAF serve também para localizar as áreas das ocorrências de
incêndios florestais, como se pode verificar na Figura 14b.
.
(a)
(b)
Figura 14 – Evolução diária da quantidade de CO2 equivalente em toneladas (a preto), libertado na
atmosfera por ação dos incêndios florestais, em todo o País, (com base no FRP). e a evolução diária da
área ardida (ha) (a vermelho), valores obtidos através do ICNF em 1 de julho de 2015. Valores calcula
dos para todo o País.
(b) Mapeamento das ocorrências de incêndios florestais no mês de junho de 2015, baseado no produto
FRPPIXEL da LSA SAF.
Até ao dia 25 de junho, registaram-se pequenas quantidades de CO2 equivalente (ou Carbono)
libertado por incêndios florestais. De 25 a 29 de Junho, os valores de FRP (e
consequentemente os de carbono libertado) foram elevados, especialmente em 6 dos distritos
10 LSA SAF- Para mais informação consultar a página http://landsaf.meteo.pt.
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de Portugal Continental, que contribuíram grandemente para o valor total do país, Figura
15.Até ao dia 25 de junho, registaram-se pequenas quantidades de CO2 equivalente (ou
Carbono) libertado por incêndios florestais. De 25 a 29 de junho, os valores de FRP (e
consequentemente os de carbono libertado) foram elevados, especialmente em 6 dos distritos
de Portugal Continental, que contribuíram grandemente para o valor total do país, Figura 15.
Figura 15 - Evolução diária da quantidade de CO2 equivalente (em kg) para 6 distritos de Portugal
Continental.
A Tabela 1 apresenta, em toneladas, os resultados das emissões de Carbono e de CO2
libertado nos Distritos de Portugal Continental em junho de 2014 e de 2015.
O valor total de CO2 equivalente libertado para a atmosfera por incêndios florestais em junho
de 2015 é cerca do triplo da quantidade libertada em junho de 2014.
Tabela 1 – CO2 Equivalente libertado pelos incêndios florestais
CO2 libertado em Portugal Continental em junho de 2014 e 2015
Distritos
CO2
Equivalente
2014
CO2
Equivalente
2015
Distritos
CO2
Equivalente
2014
CO2
Equivalente
2015
V. Castelo 29,6 75,1 C. Branco 652,2 30,8
Bragança 304,0 588,7 Leiria 0,0 2158,1
V. Real 13,1 1017,2 Santarém 0,0 237,6
Braga 17902,7 0,0 Portalegre 0,0 67,6
Porto 234,2 1629,9 Évora 52,3 49,9
Viseu 131,4 25452,4 Lisboa 0,0 0,0
Guarda 95,4 13941,4 Setúbal 0,0 54,7
Aveiro 2485,8 0,0 Beja 70,9 14966,1
Coimbra 408,4 1388,5 Faro 380,3 0,0
TOTAL
Portugal Continental
CO2 Equivalente junho 2014 22760,2 toneladas
CO2 Equivalente junho 2015 61657,9 toneladas
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Comparando o CO2 equivalente libertado em junho de 2015 nos distritos onde ocorreram os
maiores incêndios florestais em junho deste ano, e o CO2 equivalente libertado nos mesmos
distritos em junho de 2011 a 2014, observam-se valores muito elevados, em especial nos
Distritos de Viseu, Guarda e Beja
Figura16 - CO2 equivalente (em tonelada), estimado a partir do produto FRPIXEL da LSA SAF, nos
Distritos do Porto, Viseu, Guarda Coimbra, Leiria e Beja em junho dos anos de 2011 a 2015.
ANEXO I - Mapas diários das classes de Risco de Incêndio,
RCM, observado ao nível do concelho no mês de junho de 2015
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Figura 1a.AI – Mapas das classes de Risco de Incêndio observado a nível de Concelho no
mês de junho de 2015 (1 a 16)
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Figura 1b.AI – Mapas das classes de Risco de Incêndio observado a nível de Concelho no
mês de junho de 2015 (17 a 30).
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Anexo II - Mapas diários do IOT (ICRIF Over Threshold) com o
limiar 25, para os concelhos de Portugal Continental, em junho
de 2015
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Figura 1a.AII – Mapas diárias de IOT25 a nível de Concelho no mês de junho de 2015 (1 a
16)
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Figura 1b.AII – Mapas diárias de IOT25 a nível de Concelho no mês de junho de 2015 (17 a
30)