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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ: CAMPANHAS COMPLEMENTARES (MARÇO/11 a ABRIL/12) Junho 2012

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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO

Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA

QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA

REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ: CAMPANHAS

COMPLEMENTARES (MARÇO/11 a ABRIL/12)

Junho 2012

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RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC I

LACTEC – Instituto de Tecnologia Para o Desenvolvimento BR-116 – KM 98 – S/Nº – Centro Politécnico da UFPR

Jardim das Américas - Caixa Postal: 19.067 - Cep: 81531-980 www.lactec.org.br

EQUIPE TÉCNICA - CAMPANHAS COMPLEMENTARES

Nicole M. Brassac de Arruda Bióloga

Marianne Schaefer França

Eng. Ambiental

Gheysa do Rocio Morais Pires Tecnóloga em Química Ambiental

Letícia Uba da Silveira

Eng. Ambiental

Tânia Lúcia Graf de Miranda Eng. Agrônoma

André Virmond Bittencourt Eng. Químico

Eduardo Chemas Hindi

Geólogo

Osneri Andrioli Eng. Civil

Paulo Cavichiolo Franco

Eng. Civil

Priscila Izabel Tremarin Bióloga

EQUIPE DE APOIO

Adilson José de Lara – Equipe de Campo/LACTEC

Aerton Baade – Equipe de Campo/LACTEC Aline Sestren – Estagiária/DPRA

Ane Caroline Tancon – Estagiária/DPRA Ana Paula Mühlenhoff – Estagiária/DPRA

Bruno Dalla Noras Santos – Estagiário/DPRA Laura Patrícia Batista Torres – Estagiário/DPRA

Eduardo Gomes Freire – Acqua Diagnósticos Ambientais

Divisão de Meio Ambiente - Departamento de Recursos Ambientais

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RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC i

RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

Nome Profissão Registro de Classe Assinatura

Águas Superficiais

Nicole Machuca Brassac Bióloga CRBio 28775-07D

Marianne Schaefer França Engenheira Ambiental CREA PR 85343/D

Gheysa do R. Morais Pires Tecnóloga em Química Ambiental CREA PR 110797/D

Letícia Uba da Silveira Engenheira Ambiental CREA SC 0715050/D

Tânia Lúcia Graf de Miranda Engenheira Agrônoma CREA 069105-D/RS

Priscila Izabel Tremarin Bióloga CRBio 45593/07 D

Águas Subterrâneas

André Virmond Bittencourt Engenheiro Químico CREA PR 3885/D

Hidrologia e Atividades de Campo

Osneri Andrioli Engenheiro Civil CREA PR 13589/D

Paulo Cavichiolo Franco Engenheiro Civil CREA PR 12671/D

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SUMÁRIO

1 Introdução ..................................................................................................................................... 1

2 Área de Estudo .............................................................................................................................. 1

3 Sub-Programa de Monitoramento de Águas Superficiais ............................................................ 4

3.1 Metodologia - Procedimentos Técnicos .................................................................................... 4

3.1.1 Malha amostral e frequência de amostragem .............................................................. 4

3.1.2 Análises Laboratoriais em Águas Superficiais ............................................................... 6

3.1.3 Análises Laboratoriais de Sedimento ........................................................................... 10

3.2 Resultados Preliminares ........................................................................................................... 11

3.2.1 Monitoramento de parâmetros da qualidade de água ............................................... 11

3.2.1.1 Índice de Qualidade de Água – IQA .................................................................. 21

3.2.1.2 Índice de Estado Trófico – IET .......................................................................... 21

3.2.2 Monitoramento de Sedimentos................................................................................... 23

4 Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas ....................................................... 26

4.1 Metodologia - Procedimentos Técnicos .................................................................................. 26

4.1.1 Malha amostral e frequência de amostragem ............................................................ 26

4.1.1.1 Características Geológicas dos Perfis dos Piezômetros ................................... 29

4.2 Campanhas de Medições e Amostragens do Freático ............................................................. 30

4.2.1 Perfis de piezometria e de condutividade ................................................................... 31

4.3 Resultados analíticos ................................................................................................................ 33

4.4 Medições automáticas do nível do freático e da temperatura ............................................... 40

4.5 Interpretação preliminar dos resultados obtidos .................................................................... 41

5 Conclusões .................................................................................................................................. 50

6 Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 54

7 Anexos ......................................................................................................................................... 56

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização da Área de Estudo. ................................................................................................................ 2

Figura 2 – Geologia da área onde se insere o reservatório da UHE Mauá. Fonte: MINEROPAR, 2006 modificada.3

Figura 3 - Localização das estações de amostragem de águas superficiais na área de estudo. .............................. 5

Figura 4 – Variações temporais de fenóis totais na estação E2, a jusante de Telêmaco Borba e da Indústria

Klabin Papel e Celulose. .......................................................................................................................................... 16

Figura 5 – Variações espaciais e temporais do fósforo total na região de estudo. ................................................ 18

Figura 6 – Variações espaciais e temporais do nitrogênio total na região de estudo. ........................................... 19

Figura 7 – Concentrações de Clorofila-a estimadas para as estações de coleta, durante as Campanhas

Complementares. ................................................................................................................................................... 20

Figura 8 – Variações espaciais e temporais do Índice de Qualidade de Água (IQA) na região de estudo. ............ 21

Figura 9 – Variações espaciais e temporais do Índice de Estado Trófico (IET) na região de estudo. ..................... 22

Figura 10 – Ocorrência (percentual) das categorias do Índice de Estado Trófico – IE, durante as companhas

complementares. .................................................................................................................................................... 23

Figura 11 - Situação das duas baterias de piezômetros em mapa do relevo da região do futuro reservatório da

UHE Mauá. Fonte: SIGMINE/DNPM ....................................................................................................................... 26

Figura 12- Retirada do medidor automático de nível em BP1-P13, na campanha de 23/01/12. .......................... 27

Figura 13 - Distribuição dos piezômetros da bateria da margem direita do rio Tibagi (BP1). ............................... 28

Figura 14 - Perfil topográfico dos piezômetros da bateria BP1. ............................................................................. 28

Figura 15 - Distribuição dos piezômetros da bateria BP2. ..................................................................................... 29

Figura 16 - Perfil topográfico dos piezômetros da bateria BP2. ............................................................................ 29

Figura 17 - Altitudes do freático na fase rio, obtida por medidor automático nos piezômetros BP1-P1, BP1-P13,

BP2-P1 e BP2-P13 entre 17/10/2011 e 23/01/2012. ............................................................................................. 40

Figura 18 - Pluviosidade de referência (mm) obtida na Estação de Telêmaco Borba. Fonte: Copel/Simepar ...... 41

Figura 19 - Temperatura do freático na fase rio, obtida por medidor automático nos piezômetros BP1-P1, BP1-

P13, BP2-P1 e BP2-P13 entre 17/10/2011 e 23/01/2012. ..................................................................................... 41

Figura 20 - Perfis piezométricos medidos em oito campanhas na BP1, situada na margem direita do rio Tibagi,

no município de Telêmaco Borba. .......................................................................................................................... 42

Figura 21 - Perfis piezométricos medidos em oito campanhas na BP2, situada na margem esquerda do rio Tibagi

no município de Ortigueira. .................................................................................................................................... 43

Figura 22 - Variação na condutividade da água medida em oito campanhas em amostras coletadas na BP1, nos

piezômetros P1 a P13. ............................................................................................................................................ 43

Figura 23 - Valores de pH ao longo da secção do terreno coberta pelos pela bateria de piezômetros BP1. ........ 44

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Figura 24 - Variação na condutividade da água medida em oito campanhas em amostras coletadas na BP2, nos

piezômetros P1 a P13. ............................................................................................................................................ 45

Figura 25 - Valores de pH ao longo da secção do terreno coberta pelos pela bateria de piezômetros BP2. ........ 45

Figura 26 - Diagrama de Durov representando a água do freático nos pontos BP1 P1 e P13 e também em BP2 P1

e P13 ....................................................................................................................................................................... 46

Figura 27 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e

majoritários no piezômetro BP1-P01. .................................................................................................................... 47

Figura 28 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e

majoritários no piezômetro BP1-P13. .................................................................................................................... 48

Figura 29 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e

majoritários no piezômetro BP2-P01. .................................................................................................................... 49

Figura 30 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e

majoritários no piezômetro BP2-P13. .................................................................................................................... 49

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –Seqüência lito-estratigráfica da área de abrangência do reservatório da UHE Mauá............................. 2

Tabela 2 - Descrição e localização das estações de amostragem. ........................................................................... 4

Tabela 3 - Variáveis de qualidade de água superficial.............................................................................................. 6

Tabela 4 – Pesos dos parâmetros do IQA ................................................................................................................. 8

Tabela 5 – Classificação do Estado Trófico para rios ................................................................................................ 9

Tabela 6 - Variáveis avaliadas no sedimento .......................................................................................................... 10

Tabela 7 – Dados de Qualidade de Água das Estações E1 e E2, referentes às Campanhas Complementares. ..... 12

Tabela 8 – Dados de Qualidade de Água das Estações E3 e E5, referentes às Campanhas Complementares. ..... 13

Tabela 9 – Dados de Qualidade de Água das Estações E6 e E7 referentes às Campanhas Complementares. ...... 14

Tabela 10 – Dados de Qualidade de Água das Estações E8 e E9, referentes às Campanhas Complementares. ... 15

Tabela 11 - Concentrações médias de fósforo total, por estação, durante as Campanhas Complementares e

durante o Monitoramento Completo Fase Rio. ..................................................................................................... 18

Tabela 12 – Caracterização do sedimento durante as Campanhas Complementares nas estações E1 a E5, nos

meses de junho/11 e dezembro/11. ...................................................................................................................... 23

Tabela 13 – Caracterização do sedimento durante as Campanhas Complementares nas estações E6 a E9, nos

meses de junho/11 e dezembro/11. ...................................................................................................................... 24

Tabela 14 - Localização e altitude ortométrica da laje de acabamento e proteção superficial dos piezômetros da

bateria BP1. ............................................................................................................................................................ 27

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Tabela 15 - Localização e altitude ortométrica da lage de acabamento e proteção superficial dos piezômetros

da bateria BP2. ....................................................................................................................................................... 28

Tabela 16 - Atividades de campo desenvolvidas nas baterias de piezômetros entre dezembro de 2010 e janeiro

de 2012. .................................................................................................................................................................. 31

Tabela 17 - Perfis piezométricos anotados na BP1 nas campanhas entre 02/2011 e 05/2012. ............................ 31

Tabela 18 - Perfis piezométricos anotados na BP2 nas campanhas entre 02/2011 e 05/2012. ............................ 32

Tabela 19 - Perfis de condutividade elétrica anotados na BP1 nas campanhas entre 02/2011 e 01/2010. .......... 32

Tabela 20 - Perfis de condutividade elétrica, anotados na BP2 nas campanhas entre 02/2011 e 01/2010. ......... 33

Tabela 21 - Componentes iônicos majoritários determinados em amostras de água do freático, coletadas nas

baterias de piezômetros, em uma nascente e em um córrego que posteriormente veio a receber a drenagem

do aterro de rejeitos de carvão. ............................................................................................................................. 34

Tabela 22 - Temperatura, condutividade, pH, alcalinidade e sólidos totais dissolvidos medidos em amostras de

água coletadas nas baterias de piezômetros entre dezembro de 2010 e maio de 2012. ..................................... 35

Tabela 23 - Al, B, Ba, Be, Bi, Br, Ca, Cd, Ce e Cl em solução, medidos em amostras de água coletadas nas

baterias de piezômetros entre 12/2010 e 03/2012. .............................................................................................. 36

Tabela 24 - Co, Cr, Cs, Cu, Dy, Fe, Ga, Gd, Hg e K em solução, medidos em amostras de água coletadas nas

baterias de piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012. ............................................................................................. 36

Tabela 25 - La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nd, Ni, P,e Pb em solução, medidos em amostras de água coletadas nas

baterias de piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012. ............................................................................................. 37

Tabela 26 - Pd, Pt, Rb, Ru, S, Sb, Sc, Si e Sn em solução, medidos em amostras de água coletadas nas baterias de

piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012. ................................................................................................................ 38

Tabela 27 - Sr, Ti, Tl, U, V, W, Y e Zn em solução, medidos em amostras de água coletadas nas baterias de

piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012. ................................................................................................................ 39

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1 INTRODUÇÃO

O presente relatório refere-se ao acompanhamento do Programa de Monitoramento da

Qualidade de Água do Projeto Básico Ambiental do Empreendimento Hidrelétrico UHE Mauá. Os

dados aqui apresentados referem-se ao monitoramento físico-químico da qualidade de água

superficial e subterrânea, no período chamado de Campanhas Complementares, compreendido entre

o final da Fase Rio (13 meses consecutivos) e o início da Fase Reservatório (13 meses consecutivos).

Para a manutenção do monitoramento no período em que houve atraso no enchimento do

reservatório da UHE Mauá, foram realizadas cinco coletas trimestrais de dados físico-químicos da

água superficial (entre março/11 e abril/12) e duas coletas semestrais de sedimento (entre

março/2011 a abril/2012), bem como amostragens de água subterrânea.

Relatório anual referente à Fase Rio foi concluído em fevereiro/11 e publicado no site do

Consórcio Energético Cruzeiro do Sul (CECS).

2 ÁREA DE ESTUDO

O empreendimento UHE Mauá (Figura 1) está situado no trecho médio do rio Tibagi, região

centro-leste do Estado do Paraná. As nascentes do rio Tibagi localizam-se entre os municípios de

Campo Largo, Palmeira e Ponta Grossa, no centro-sul do Estado, e tem sua foz na margem esquerda

do rio Paranapanema, que faz divisa entre os estados do Paraná e São Paulo.

A barragem está situada nas coordenadas UTM (N) 7338819 e (E) 529752 (Fuso 22, Sad 69), na

divisa dos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira. Este barramento situa-se a montante da atual

PCH Presidente Vargas (pertencente à empresa Klabin Papel e Celulose S.A.) e está acompanhado das

estruturas do vertedouro e de uma casa de força complementar, que turbinará a vazão ecológica. A

casa de força principal está projetada a jusante, próxima à foz do ribeirão das Antas.

As cidades mais próximas do aproveitamento UHE Mauá são Curiúva e Ortigueira. O município

de Curiúva possui 15.217 habitantes, localizado à margem direita do rio Tibagi, com área total de

576 km2. O município de Ortigueira, com aproximadamente 9.500 habitantes (em sua área urbana),

localiza-se à margem esquerda do rio e possui área total de 2.430 km2 (IBGE, 2010). A montante,

cerca de 40 km da usina, localiza-se a cidade de Telêmaco Borba, que devido a sua melhor infra-

estrutura, será um dos principais pólos de abastecimento do empreendimento.

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Figura 1 - Localização da Área de Estudo.

No que concerne à geologia, a região da usina é imposta sobre um pacote sedimentar de

rochas granulares, onde dominam as frações finas com alguns estratos mais grosseiros com

características aqüíferas. Ocorrem alguns níveis pouco espessos contendo carbonatos, geralmente

sob a forma de cimento carbonático. Todo este conjunto sedimentar foi seccionado por um sistema

de fraturas que abrigam diques de diabásio, interrompendo a continuidade das unidades

sedimentares. A geologia da área de influência direta do reservatório compreende as formações da

Bacia Sedimentar do Paraná, apresentadas na Tabela 1 e Figura 2.

Tabela 1 –Seqüência lito-estratigráfica da área de abrangência do reservatório da UHE Mauá.

Era Período Grupo Formação Litologias Predominantes

Mesozóico Jurássico-Cretáceo São Bento Serra Geral Diabásio

Paleozóico

Neopermiano Passa Dois

Teresina Siltitos acinzentados com intercalações de calcário.

Serra Alta Lamitos e folhelhos cinzentos.

Irati Argilitos; folhelhos cinzentos; folhelhos pirobetuminosos e

intercalações de lentes de calcário.

Eopermiano Guatá

Palermo Siltitos e siltitos arenosos de coloração cinza.

Rio Bonito Arenitos muito finos a grossos; siltitos; folhelhos com

intercalações de carvão e de arenitos muito finos.

Neocarbonífero-Eopermiano

Itararé

Taciba

Arenitos; diamictitos; ritmitos e folhelhos. Campo Mourão

Lagoa Azul

Fonte: Schneider et al. (1974)

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Uma unidade aqüífera de grande interesse que ocorre na área é a Formação Rio Bonito, que

apresenta camadas de arenitos finos a médios, um potencial aquífero alto, sendo aproveitado para

abastecimento público e privado de água, através de poços com produção de até 50 m3.h-1.

Figura 2 – Geologia da área onde se insere o reservatório da UHE Mauá. Fonte: MINEROPAR, 2006 modificada.

A Formação Palermo, por ser constituída por sedimentos finos com predominância de silte,

apresenta condutividade hidráulica muito baixa, por isso, não podendo ser considerada como um

aquífero e sim como um aquitarde. Tal característica hidrogeológica restringe seu potencial hídrico de

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modo que os poços perfurados nessa formação são, ou improdutivos, ou apresentam vazões muito

baixas e água com teor de sólidos dissolvidos relativamente alto, inviabilizando o seu aproveitamento

para abastecimento humano. Cortando a sequência sedimentar ocorrem, na área de interesse, corpos

tabulares (diques) de diabásio, com larguras inferiores a 100 m. Esses diques apresentam

propriedades hídricas limitadas, devido à forma de ocorrência e às características de permo-

porosidades intrínsecas da rocha. No entanto, a intrusão desses diques pode ter causado

modificações estruturais nas rochas encaixantes, e interferindo no fluxo subterrâneo, podendo em

certos casos servir, indiretamente, como um agente favorável ao acúmulo de água em subsuperfície.

3 SUB-PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS

3.1 Metodologia - Procedimentos Técnicos

Os procedimentos aqui adotados seguem as orientações descritas no PBA da UHE Mauá para o

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água.

3.1.1 Malha amostral e frequência de amostragem

As Campanhas Complementares contaram com cinco eventos de coleta (trimestrais), nos quais

foram coletadas amostras para ensaios físico-químicos e bacteriológicos da água e físico-química de

sedimento. As amostragens de águas superficiais ocorreram em março/11, junho/11, setembro/11,

dezembro/11 e abril/12. As amostras de sedimento foram coletadas em março/11 e abril/12.

As amostragens foram realizadas nas estações definidas na Fase Rio, sendo que a descrição

das estações de amostragem encontra-se na Tabela 2 e ilustrada na Figura 3.

Tabela 2 - Descrição e localização das estações de amostragem.

Estação Descrição Altitude Coordenadas (UTM)

N E

E1 Rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba 700 7306169 541250

E2 Rio Tibagi, a jusante da Fábrica da Klabin 685 7311818 537282

E3 Rio Imbauzinho, a montante do futuro reservatório 725 7311226 528046

E5 Rio Barra Grande, a montante do futuro reservatório 705 7326854 515354

E6 Rio Tibagi, a montante da barragem 586 7338675 530754

E7 Rio Tibagi, a jusante da casa de força 520 7341380 531106

E8 Ribeirão das Antas, próximo à foz 517 7341135 531682

E9 Rio Tibagi, a jusante da barragem 576 7339245 529502 * Estação E4 desativada em abril/10, Estação E9 com monitoramento iniciado em abril/10.

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Figura 3 - Localização das estações de amostragem de águas superficiais na área de estudo.

A estação E1 encontra-se localizada no leito do rio Tibagi, a montante do município de

Telêmaco Borba. O fundo do rio é rochoso e em algumas áreas ocorre deposição formando bancos de

areia. A estação E2 localiza-se no rio Tibagi, a jusante do município de Telêmaco Borba, bem como da

Fábrica Klabin Papel & Celulose S.A. O fundo do rio é formado por rochas e lages. A margem direita

apresenta áreas de assoreamento e presença de bancos de areia fina com pouca matéria orgânica.

A estação E3 encontra-se no rio Imbauzinho, um dos tributários do rio Tibagi, e está localizada

próximo à régua linimétrica denominada Recanto Beira Rio. O leito do rio é rochoso com as margens

cobertas por sedimentos finos e lamosos. A estação E5 localiza-se no rio Barra Grande, que deságua

no rio Tibagi. O leito do rio é rochoso e as margens com bancos de sedimentos finos e lamosos. Cabe

destacar que, por solicitação do Contratante, a estação E3 foi locada junto à estação fluviométrica

Recanto Beira Rio (Código ANA 64482800) e a estação E5 locada junto à estação fluviométrica

Fazenda Santana (Código ANA 64483950). Em função desta alteração, ambas as estações não se

encontram junto à foz do rio, conforme previsto no PBA. O objetivo desta alteração foi possibilitar

futuros cálculos de cargas afluentes ao reservatório. As mesmas serão realocadas quando do início da

fase reservatório para dentro do lago da usina.

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 6

A estação E6 localiza-se no rio Tibagi, a montante da barragem da UHE Mauá. O sedimento do

leito do rio nesta localidade é lodoso. A estação E7 situa-se a jusante da barragem, próxima à casa de

força da usina. O leito do rio é todo rochoso, sendo que em algumas porções possui extensas lajes.

A estação E8 localiza-se no ribeirão das Antas, próximo a sua desembocadura no rio Tibagi.

Esta região localiza-se a jusante da casa de força da UHE Mauá. O leito do rio é rochoso e suas

margens com sedimentos finos bem compactados. A estação E9 situa-se no rio Tibagi a jusante da

barragem, no trecho de rio que será atendido pela vazão remanescente da UHE Mauá. Esta região

localiza-se a montante da Usina Presidente Vargas de propriedade da Klabin. Nesta região, o rio é

rochoso com presença de lages.

Para o início da Fase Reservatório, a estação E8 será desativada para a reativação da estação

E4 (esta última desativada em abril/10). A estação E4 ficará situada na parte central do reservatório e

sua reativação visa uma melhor distribuição da malha amostral proposta no PBA, que consiste em

oito pontos de monitoramento. Outra alteração a ser realizada no início da Fase Reservatório é o

deslocamento da estação E5 da região a montante do reservatório para dentro do reservatório. Esta

estação, uma vez realocada será nominada E10, e ficará localizada sob a ponte a ser contruída na

região.

3.1.2 Análises Laboratoriais em Águas Superficiais

A metodologia de coleta de amostras de água seguiu o estabelecido por Santos et al. (2001).

No período das Campanhas Complementares, o diagnóstico da qualidade da água do rio Tibagi, na

região do empreendimento UHE Mauá, tomou-se como base a análise de uma série de variáveis de

qualidade de água, listadas na Tabela 3.

Para tanto, os valores obtidos para as variáveis foram comparados com os limites dispostos

pela legislação ambiental, quando pertinente, e com dados do período de monitoramento da Fase Rio

(dezembro/09 a dezembro/10). O diagnóstico também se valeu dos resultados obtidos a partir do

Índice de Qualidade da Água (IQA) e do Índice do Estado Trófico (IET).

Tabela 3 - Variáveis de qualidade de água superficial

Variável Metodologia Referência Limite de detecção

Alcalinidade total

Método Titulométrico (Método 2320 A)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

-

Cálcio Absorção Atômica (Método 3111 D)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.

< 0,1mg.L-1

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 7

Variável Metodologia Referência Limite de detecção

20th

ed. Washington, 1998.

Carbono Orgânico Total

Método de Combustão em Alta Temperatura

POP PA 003 SMEWW 5310-B < 0,5 mg.L-1

Cloreto Cromatografia iônica (Método 4110 C)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,1 mg.L-1

Condutividade Método de condutividade elétrica (Método 2510 B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

-

Coliformes Termotolerant

es e Totais

Tubos Múltiplos (MULTIPLE-TUBE fermentation technique for members of the coliform group: method 9221: part 9000)

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21

st. ed. Washington, 2005. p. 9-48.

<1,8 NMP.100mL-1

Substrato enzimático (ENZYME substrate coliform test: method 9223: part 9000)

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21

st. ed. Washington, 2005. p. 9-72.

<1,0 NMP.100mL-1

DBO

Incubação 5 dias a 20oC – 5 DAY

BOD Test (Método 5210 B e NBR 12614).

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21

st. ed. Washington, 2005. p. 5:2-7.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12614: águas – determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) – (método de incubação 20°C, cinco dias). Rio de Janeiro, 1992. 5 p.

1,0 mg.L-1

DQO

Titulométrico - OPEN Reflux method (Método 5220 B)

APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21

st. ed. Washington, 2005. p. 5:15-16.

1,0 mg.L-1

Dureza Dureza de Cálculo (Método 2340B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,6mg.L-1

Fenóis Método Colorimétrico (Método 5530 C)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,01mg.L-1

Fósforo Total Método Colorimétrico (Método 4500-P D)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,01 mg.L-1

Fósforo Reativo

Método Colorimétrico (Método 4500-P D)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,01 mg.L-1

Magnésio Absorção atomica (Método 3111 D)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,1mg.L-1

Nitrato Cromatografia Iônica (Método 4110 C)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,03 mg.L-1

Nitrito Cromatografia Iônica (Método 4110 C)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,03 mg.L-1

Nitrogênio Amoniacal

Método Colorimétrico (Método do Salicilato)

KIT HACH - Colorimetria UV-VIS < 0,08 mg.L-1

Nitrogênio Total

Método Colorimétrico (Método 4500 N C)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

< 0,5 mg.L-1

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Variável Metodologia Referência Limite de detecção

th ed. Washington, 1998.

pH Método Potenciométrico (Método 4500H

+ B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998. Kit Hach

-

Potássio Flame Photometric method (Método 3500-K B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,05mg.L-1

Sódio Flame Photometric method (Método 3500-Na B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,05mg.L-1

Sólidos Totais Método Gravimétrico (Método 2540 B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 200 mg.L-1

Sulfato Cromatografia Iônica (Método 4110 C)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

< 0,1 mg.L-1

Turbidez Método Nefelométrico (Método 2130 B)

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th ed. Washington, 1998.

-

Cabe destacar que as medições de concentração de oxigênio dissolvido são realizadas in situ

por meio de sonda multiparamétrica modelo YSI 6820.

a. Índice de Qualidade da Água (IQA)

Na metodologia do IQA, que irá auxiliar no diagnóstico da qualidade da água do rio Tibagi, para

cada uma das nove variáveis (ou parâmetros) de qualidade de água que compreendem o índice

corresponde uma curva de variação da qualidade da água, que o correlaciona a um sub-índice q, e um

peso de importância w (Tabela 4).

Tabela 4 – Pesos dos parâmetros do IQA

Parâmetro Peso (w)

Oxigênio dissolvido (OD) 0,17

Coliformes fecais 0,15

pH 0,12

Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) 0,10

Nitrogênio total 0,10

Fósforo total 0,10

Temperatura (desvio) 0,10

Turbidez 0,08

Sólidos totais 0,08

A formulação do índice é o produtório ponderado dos sub-índices (qi) de cada parâmetro (i):

wii

w

iqIQA

1

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A classificação da qualidade da água superficial pelo IQA é dividida em cinco classes: ÓTIMA

(IQA: 80-100); BOA (IQA: 52-79); ACEITÁVEL (IQA: 37-51); RUIM (IQA: 20-36) e PÉSSIMA (IQA: 0-19).

b. Índice do Estado Trófico (IET)

O Índice do Estado Trófico é composto pelo Índice do Estado Trófico para o fósforo – IET(PT) e

pelo Índice do Estado Trófico para a clorofila-a – IET(CL), sendo estabelecidos para ambientes lóticos,

segundo as equações:

202ln

ln.36,042,06.10)(

PTPTIET

202ln

ln.6,07,06.10)(

CLCLIET

onde:

PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg.L-1;

CL: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg.L-1;

ln: logaritmo natural.

O IET será a média aritmética simples dos índices relativos ao fósforo total e a clorofila-a,

segundo a equação:

2

)()( PTIETCLIETIET

A classificação do estado trófico para rios pelo IET é dividida em seis classes conforme mostra

a Tabela 5.

Tabela 5 – Classificação do Estado Trófico para rios

Classificação do Estado Trófico para rios

Categoria estado trófico Ponderação Fósforo Total (µg.L-1

) Clorofila-a (µg.L-1

)

Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 13 CL ≤ 0,74

Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 13< P ≤ 35 0,74 < CL ≤ 1,31

Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 35 < P ≤137 1,31 < CL ≤ 2,96

Eutrófico 59 < IET ≤ 63 137< P ≤296 2,96 < CL ≤ 4,70

Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 296 < P ≤640 4,70 < CL ≤ 7,46

Hipereutrófico IET> 67 640 < P 7,46 < CL

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3.1.3 Análises Laboratoriais de Sedimento

No presente estudo, os locais selecionados para coleta de sedimentos foram os mesmos

utilizados para o monitoramento da qualidade de água, no entanto, com temporalidade diferente

(semestral). Durante as Campanhas Complementares foram realizadas duas coletas para avaliação de

sedimento, uma no mês junho/11 e dezembro/11 As amostras foram retiradas do fundo e, no caso de

fundo rochoso, próximo à margem do rio.

A coleta de sedimentos foi feita diretamente com o auxílio de uma pá ou, para as coletas de

material sedimentar de fundo em ambientes submersos, foram empregados amostradores

habitualmente denominados de dragas.

No que concerne à análise do sedimento, foram avaliadas as variáveis relacionadas na Tabela

6. Nesta tabela também se encontram os métodos utilizados para a análise de cada variável.

Tabela 6 - Variáveis avaliadas no sedimento

Variável Método Referência Limite de detecção

Alumínio

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 D).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 3,0 mg.kg

-1

Cádmio

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,3 mg.kg

-1

Chumbo

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,3 mg.kg

-1

Carbono Inorgânico

Gravimetria. Queima do Sedimento (previamente calcinado a 650

0C em

mufla) a temperatura de 880 0C. A

amostra é acidificada com Ácido Acético.

NCEA – C – 1282 EMASC – 001 Abril 2002

0,01 mg.kg-1

Carbono Orgânico

Dissolvido

O sedimento é previamente desaguado e lavado para remoção de Cloretos, posteriormente lixiviado em meio aquoso. O extrato lixiviado é então filtrado em membrana 0,45 µm e submetido ao teste de TOC via Dicromatometria. In vitro lacrado.

Baseado no TOC/COD – Refluxo Fechado com Leitura em Colorimetria. Método – Baseado no Standard Methods, 20

th ed. método 5310 A (Modificado para

Dicromatometria – agente oxidante)

0,01 mg.kg-1

Carbono Orgânico

Total

Gravimetria. Queima do Sedimento Dessecado em mufla à temperatura de 650

0C

NCEA – C – 1282 EMASC – 001 Abril 2002

0,01 mg.kg-1

Cobalto

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,3 mg.kg

-1

Cobre

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,3 mg.kg

-1

Cromo Total Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

0,3 mg.kg-1

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Variável Método Referência Limite de detecção

3111 B). ed. Washington, 1998.

Ferro

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,3 mg.kg

-1

Mercúrio

Espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio (Método 3112 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,05 mg.kg

-1

Multi-resíduos

(Pesticidas Organoclora

dos e Fosforados)

- Os resíduos são extraídos das matrizes de solo ou sedimento com metanol. O extrato é concentrado à secura. - O extrato é dissolvido e as amostras são analisadas em cromatógrafo a gás equipado com detector de NPD. - O extrato é dissolvido e aplicado em coluna de extração em fase sólida SPE-Florisil, em seguida as amostras são analisadas em cromatógrafo a gás equipado com detector de ECD e NPD.

Baseado em PERES, T.B. et al. Métodos de extração de agrotóxicos de diversas matrizes. Srq. First. Biol.,São Paulo, v. 69, n. 4, p.87-94, out./ dez.2002

0,04 mg.kg-1

Zinco

Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B).

APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20

th

ed. Washington, 1998. 0,3 mg.kg

-1

3.2 Resultados Preliminares

3.2.1 Monitoramento de parâmetros da qualidade de água

As tabelas a seguir (Tabela 7 à Tabela 10) mostram os resultados das análises físicas, químicas

e microbiológicas das amostras de água coletadas trimensalmente nas estações de amostragem

localizadas no rio Tibagi e afluentes, além dos respectivos Índices de Qualidade das Águas ‐ IQA,

referentes ao período monitorado entre os meses de março/11 e abril/12. Valores que ultrapassaram

os limites definidos na Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2 foram destacados em

vermelho nas tabelas a seguir.

Nos meses de junho/11 e setembro/11, foram registrados dados de oxigênio dissolvido não

condizentes com a realidade, em função de problemas com o equipamento de medição. Assim, estes

dados foram descartados e não foi possível calcular o IQA para tais meses, em todas as estações

monitoradas. Nos demais meses, em todas as estações as concentrações de oxigênio dissolvido

estiveram acima do limite mínimo estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2

(> 5,00 mg.L-1), como o Tibagi e afluentes na região. Os valores medidos durante as Campanhas

Complementares variaram entre 5,89 mg.L-1 (E3 – dezembro/11) e 13,33 mg.L-1 (E8 – março/11),

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mantendo-se acima do limite mínimo de 5,00 mg.L-1 e desta forma, adequados à manutenção da vida

aquática naquele ecossistema.

De forma geral, desacordos que tangem à Resolução CONAMA 357/05, no trecho do rio Tibagi

em estudo, foram registrados nas análises de coliformes termotolerantes (medidos em E. coli), fenóis

totais e clorofila-a. Não obstante, mesmo abaixo do limite máximo de concentração instruído pela

referida resolução, também valores de fósforo total estiveram elevados em algumas das estações

monitoradas. Coliformes totais e nitrogênio total, apesar de não apresentarem limites na Resolução

CONAMA 357/05, também apresentaram concentrações elevadas em certos meses e estações,

conforme discutido a seguir.

Tabela 7 – Dados de Qualidade de Água das Estações E1 e E2, referentes às Campanhas Complementares.

PONTO Limites*

Data da coleta - 16/03/11 16/06/11 13/09/11 06/12/11 11/04/12 14/03/11 14/06/11 15/09/11 08/12/11 10/04/12

Altitude (m) -

Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20

Profundidade do Ponto (m) - 1,20 1,10 1,50 1,80 2,90 1,10 1,50 1,80 1,50 1,00

T água (°C) - 23,3 13,1 17,9 21,8 21,8 23,0 13,3 18,0 22,4 23,3

OD (mg.L-1

) ≥ 5,00 13,08 n n 9,09 9,11 12,23 n n 8,79 8,91

OD sat (%) - 165,7 n n 112,0 112,2 154,0 n n 109,3 112,8

Secchi (m) - 0,40 0,45 0,35 0,65 0,35 0,30 0,30 0,50 0,50 0,45

pH 6,0 a 9,0 7,1 7,1 7,1 7,3 7,0 7,2 7,1 7,3 7,3 7,7

Condutividade (µS.cm-1

) - 37 41 37 46 53 48 45 39 60 77

P Total (mg.L-1) 0,10 0,06 0,05 0,05 0,03 0,08 0,10 0,07 0,04 0,05 0,05

P Reativo (mg.L-1) - 0,04 0,04 0,04 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03 0,02 0,03

N Total (mg.L-1) 2,18 ** 1,4 1,4 1,3 1,0 2,2 1,1 1,3 1,3 1,8 2,2

Amônia (mg.L-1

) *** < 0,08 0,15 < 0,08 < 0,08 0,12 < 0,08 0,20 < 0,08 < 0,08 < 0,08

Nitrito (mg.L-1) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03

Nitrato (mg.L-1) 10 0,60 0,88 0,67 0,60 0,70 0,08 0,69 0,68 0,60 0,67

Sólidos Totais (mg.L-1) - 66 59 60 43 74 83 72 56 57 83

Turbidez (NTU) 100 12 20 20 9 11 27 29 15 10 7

Sulfato Total (mg.L-1) 250 0,80 1,80 0,90 0,80 1,50 0,10 1,20 1,50 3,00 5,80

Cloreto Total (mg.L-1) 250 2,30 3,20 2,20 1,60 2,40 1,70 2,30 2,30 2,50 4,10

Sódio (mg.L-1) - 1,70 2,10 1,80 1,55 2,87 2,90 2,30 2,70 3,55 5,71

Magnésio (mg.L-1) - 1,20 1,20 1,00 1,20 1,54 1,20 1,30 1,10 1,20 1,53

Potássio (mg.L-1

) - 1,30 1,80 1,30 1,20 2,18 1,20 1,90 1,30 1,40 2,56

Cálcio (mg.L-1) - 1,30 2,20 1,10 1,70 2,97 2,10 3,20 1,20 1,60 3,28

Alcalinidade Total (mg.L-1) - 18,0 17,0 20,0 23,0 23,0 20,0 18,0 19,0 26,0 31,0

Dureza Total (mg.L-1) - 8,2 10,4 6,9 9,2 12,7 10,2 13,3 7,5 8,9 14,4

Coliformes Totais (NMP.100mL-1

) - 210 1.300 1.700 1.300 13.000 20.000 16.000 2.300 920 110.000

Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL-1) ≤ 1.000 6 230 190 28 310 2.500 2.400 490 540 2.600

DBO (mg.L-1) ≤ 5,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,39 1,21 < 1,00 < 1,00 1,02 1,99

DQO (mg.L-1) - 16,13 3,01 14,03 7,00 6,93 23,18 7,02 9,04 11,90 14,07

Clorofila-a (106 g.L

-1) 30 1,57 1,38 0,65 1,83 26,42 1,72 1,06 1,52 1,89 25,03

N/P - 51 62 57 74 58 24 41 72 79 103

Carbono Orgânico Total (mg.L-1) - 3,6 1,8 2,4 1,8 2,0 3,8 2,0 2,4 2,4 3,1

Fenóis Totais (mg.L-1) 0,003 - - - - - 0,03 0,03 0,03 0,05 0,06

IQA - 77 - - 84 75 59 - - 74 69

IET - 55 54 50 53 68 56 53 53 55 66

n Dados inconsistentes * Estabelecidos pela resolução CONAMA 357/05, para rios de classe 2; ** Ambientes lóticos, quando o nitrogênio for fator limitante para a eutrofização.

*** Águas doces de Classe II (Resolução CONAMA 357/2005): Amônia: 3,7 mg/L N, para pH <= 7,5; 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH <= 8,0; 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH <= 8,5; 0,5 mg/L N, para pH > 8,5.

700 685

E1 E2

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 13

Tabela 8 – Dados de Qualidade de Água das Estações E3 e E5, referentes às Campanhas Complementares.

PONTO Limites*

Data da coleta - 15/03/11 14/06/11 13/09/11 06/12/11 12/04/12 15/03/11 14/06/11 13/09/11 06/12/11 12/04/12

Altitude (m) -

Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20

Profundidade do Ponto (m) - 3,53 1,10 1,00 1,60 1,00 2,00 1,35 1,60 1,70 1,10

T água (°C) - 21,5 11,5 16,9 21,3 20,7 21,7 11,5 16,7 21,4 20,3

OD (mg.L-1

) ≥ 5,00 12,69 n n 5,89 7,87 11,80 n n 6,21 6,00

OD sat (%) - 155,8 n n 72,1 95,2 145 n n 76 72

Secchi (m) - 1,00 0,55 0,60 0,80 0,35 0,65 0,55 0,65 0,70 0,45

pH 6,0 a 9,0 7,5 7,2 7,3 7,4 7,4 7,2 7,3 7,1 7,0 7,2

Condutividade (µS.cm-1) - 44 41 45 48 55 57 59 68 57 89

P Total (mg.L-1

) 0,10 0,03 0,03 0,02 0,03 0,05 0,03 0,04 0,03 0,01 0,04

P Reativo (mg.L-1) - 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,02 0,03 0,02 0,01 0,01

N Total (mg.L-1) 2,18 ** < 0,5 1,2 0,9 1,3 1,5 0,9 2,7 0,9 1,0 0,9

Amônia (mg.L-1) *** < 0,08 0,09 < 0,08 < 0,08 0,21 < 0,08 0,11 0,08 < 0,08 0,10

Nitrito (mg.L-1

) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03

Nitrato (mg.L-1) 10 0,15 0,35 0,24 0,30 0,29 0,43 0,65 0,31 0,50 0,53

Sólidos Totais (mg.L-1) - 58 57 49 47 74 78 64 67 50 76

Turbidez (NTU) 100 9 18 10 6 12 23 17 13 8 6

Sulfato Total (mg.L-1) 250 0,40 0,70 0,70 0,40 1,50 0,60 0,60 0,70 1,00 1,20

Cloreto Total (mg.L-1

) 250 0,40 0,40 1,20 0,40 1,40 1,20 1,00 1,40 0,80 3,80

Sódio (mg.L-1) - 1,90 1,75 2,50 1,85 3,15 2,10 1,80 3,15 1,95 3,47

Magnésio (mg.L-1) - 1,40 1,30 1,40 1,40 1,69 1,60 1,40 1,70 1,50 2,17

Potássio (mg.L-1) - 1,15 1,50 1,20 1,10 2,60 1,65 1,75 1,65 1,45 2,94

Cálcio (mg.L-1

) - 2,60 3,40 1,70 2,00 3,62 3,70 5,70 3,20 2,90 6,05

Alcalinidade Total (mg.L-1) - 26,0 21,0 35,0 27,0 37,0 32,0 25,0 40,0 31,0 43,0

Dureza Total (mg.L-1) - 12,2 13,8 9,6 10,8 15,9 15,8 20,0 15,0 13,4 24,0

Coliformes Totais (NMP.100mL-1) - 4.400 20.000 1.600 1.700 1.300 17.000 9.200 1.200 2.400 81

Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL-1) ≤ 1.000 52 960 58 28 1.300 270 400 56 40 48

DBO (mg.L-1

) ≤ 5,00 < 1,00 < 1,00 1,01 < 1,00 4,78 < 1,00 1,01 < 1,00 < 1,00 < 1,00

DQO (mg.L-1) - 18,14 5,01 6,01 4,00 11,88 20,16 5,01 12,03 5,00 3,96

Clorofila-a (106 g.L-1) 30 0,13 1,59 1,25 0,39 1,90 0,13 0,70 0,48 0,20 0,82

N/P - 37 88 99 96 68 66 149 66 221 45

Carbono Orgânico Total (mg.L-1

) - 3,0 1,2 1,6 1,6 3,0 3,8 1,3 2,1 1,9 2,5

IQA - 73 - - 81 71 67 - - 82 81

IET - 42 53 51 47 55 42 50 48 41 51

n Dados inconsistentes * Estabelecidos pela resolução CONAMA 357/05, para rios de classe 2; ** Ambientes lóticos, quando o nitrogênio for fator limitante para a eutrofização.

*** Águas doces de Classe II (Resolução CONAMA 357/2005): Amônia: 3,7 mg/L N, para pH <= 7,5; 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH <= 8,0; 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH <= 8,5; 0,5 mg/L N, para pH > 8,5.

725 705

E3 E5

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 14

Tabela 9 – Dados de Qualidade de Água das Estações E6 e E7 referentes às Campanhas Complementares.

PONTO Limites*

Data da coleta - 16/03/11 15/06/11 14/09/11 07/12/11 11/04/12 17/03/11 16/06/11 15/09/11 08/12/11 10/04/12

Altitude (m) -

Profundidade de Coleta (m) 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20

Profundidade do Ponto (m) - 5,00 1,10 8,00 2,20 0,80 1,10 1,20 1,10 1,30 0,80

T água (°C) - 23,7 14,0 18,1 22,0 23,6 24,2 11,5 18,0 21,9 22,0

OD (mg.L-1

) ≥ 5,00 11,91 n n 8,47 8,04 12,67 n n 8,26 8,58

OD sat (%) - 150 n n 103 101 160 n n 100 104

Secchi (m) - 0,35 0,35 0,35 0,50 0,35 0,40 0,55 0,40 0,55 0,45

pH 6,0 a 9,0 7,3 7,3 7,1 7,3 7,3 7,6 7,7 7,1 7,2 7,6

Condutividade (µS.cm-1) - 44 52 39 58 93 48 58 35 60 76

P Total (mg.L-1

) 0,10 0,06 0,09 0,07 0,06 0,08 0,08 0,04 0,05 0,04 0,10

P Reativo (mg.L-1) - 0,04 0,04 0,04 0,03 0,02 0,05 0,03 0,04 0,02 0,02

N Total (mg.L-1) 2,18 ** 1,0 1,1 1,0 2,0 2,0 0,9 0,7 1,4 1,0 2,0

Amônia (mg.L-1) *** < 0,08 0,22 < 0,08 < 0,08 0,15 < 0,08 0,12 < 0,08 < 0,08 0,10

Nitrito (mg.L-1) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03

Nitrato (mg.L-1

) 10 0,60 0,69 0,67 0,60 0,56 0,62 0,44 0,58 0,40 0,38

Sólidos Totais (mg.L-1) - 75 80 62 29 88 75 71 68 58 76

Turbidez (NTU) 100 21 24 23 8 6 27 13 18 6 6

Sulfato Total (mg.L-1) 250 2,10 2,60 1,50 3,00 9,30 2,30 1,40 1,20 1,20 3,70

Cloreto Total (mg.L-1) 250 2,50 2,90 2,40 2,60 4,80 2,60 1,10 2,30 0,90 2,10

Sódio (mg.L-1

) - 2,90 2,15 2,75 3,25 6,82 3,30 1,85 2,90 2,65 4,29

Magnésio (mg.L-1) - 1,20 1,40 1,10 1,30 1,64 1,30 1,70 1,20 1,70 1,88

Potássio (mg.L-1) - 1,15 1,85 1,30 1,50 3,16 1,30 1,65 1,35 1,55 2,53

Cálcio (mg.L-1) - 2,00 3,40 1,20 1,60 3,96 2,00 8,00 1,80 3,20 4,98

Alcalinidade Total (mg.L-1) - 21,0 30,0 21,0 23,0 33,0 21,0 28,0 26,0 36,0 36,0

Dureza Total (mg.L-1

) - 9,5 14,2 7,5 9,3 18,6 10,3 27,0 9,4 15,4 20,1

Coliformes Totais (NMP.100mL-1) - 8.900 3.600 1.400 3.200 5.500 790 1.700 3.300 3.500 21.000

Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL-1) ≤ 1.000 65 190 140 200 74 130 130 110 240 180

DBO (mg.L-1) ≤ 5,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 2,09 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,11 < 1,00

DQO (mg.L-1) - 16,13 3,01 9,04 7,03 14,85 15,12 4,02 10,05 8,93 7,92

Clorofila-a (106 g.L

-1) 30 0,69 1,71 0,67 1,86 41,95 0,99 1,16 0,68 0,27 22,18

N/P - 37 27 54 74 57 25 39 62 55 46

Carbono Orgânico Total (mg.L-1) - 4,5 1,9 2,5 2,4 3,5 4,5 1,3 2,2 2,1 2,3

IQA - 70 - - 78 81 68 - - 78 72

IET - 51 56 51 55 69 53 52 51 46 67

n Dados inconsistentes * Estabelecidos pela resolução CONAMA 357/05, para rios de classe 2; ** Ambientes lóticos, quando o nitrogênio for fator limitante para a eutrofização.

*** Águas doces de Classe II (Resolução CONAMA 357/2005): Amônia: 3,7 mg/L N, para pH <= 7,5; 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH <= 8,0; 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH <= 8,5; 0,5 mg/L N, para pH > 8,5.

586 520

E6 E7

Page 22: INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de ... · Hidrologia e Atividades de Campo ... Tabela 16 - Atividades de campo desenvolvidas nas baterias de piezômetros entre

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 15

Tabela 10 – Dados de Qualidade de Água das Estações E8 e E9, referentes às Campanhas Complementares. PONTO Limites*

Data da coleta - 17/03/11 15/06/11 14/09/11 07/12/11 10/04/12 16/03/11 15/06/11 14/09/11 07/12/11 11/04/12

Altitude (m) -

Profundidade de Coleta (m) 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20

Profundidade do Ponto (m) - 1,00 0,65 1,75 1,00 0,70 1,10 0,87 1,10 1,00 1,20

T água (°C) - 21,2 11,4 17,7 22,5 21,6 23,9 14,0 18,2 22,7 23,7

OD (mg.L-1

) ≥ 5,00 13,33 n n 5,82 9,07 12,42 n n 7,94 8,05

OD sat (%) - 159 n n 71 109 157 n n 98 101

Secchi (m) - 0,50 0,55 1,05 0,65 0,50 0,45 0,35 0,50 0,65 0,25

pH 6,0 a 9,0 7,9 7,6 7,8 8,1 7,7 7,5 7,2 7,2 7,3 7,4

Condutividade (µS.cm-1) - 55 59 60 70 74 45 48 37 57 91

P Total (mg.L-1

) 0,10 0,03 0,03 0,02 0,02 0,03 0,07 0,09 0,06 0,05 0,07

P Reativo (mg.L-1) - 0,02 0,02 0,01 0,02 0,01 0,04 0,04 0,03 0,02 0,02

N Total (mg.L-1) 2,18 ** 0,5 0,7 1,4 1,8 1,3 0,6 1,2 1,2 1,1 1,9

Amônia (mg.L-1) *** < 0,08 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,21 < 0,08 < 0,08 0,15

Nitrito (mg.L-1) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03

Nitrato (mg.L-1

) 10 0,36 0,31 0,33 0,30 0,34 0,58 0,70 0,76 0,60 0,56

Sólidos Totais (mg.L-1) - 67 63 64 63 71 73 63 65 52 98

Turbidez (NTU) 100 20 5 9 6 5 24 24 22 8 9

Sulfato Total (mg.L-1) 250 0,80 0,80 0,70 0,60 1,40 2,10 1,60 1,90 2,70 8,40

Cloreto Total (mg.L-1) 250 0,50 0,50 1,10 0,40 0,80 2,50 2,40 2,60 2,50 5,60

Sódio (mg.L-1

) - 2,35 1,85 3,45 2,40 3,15 2,75 1,90 2,75 3,30 6,73

Magnésio (mg.L-1) - 1,80 1,70 1,80 1,80 2,03 1,30 1,30 1,10 1,30 1,62

Potássio (mg.L-1) - 1,45 1,65 1,40 1,55 2,34 1,25 1,85 1,30 1,50 3,15

Cálcio (mg.L-1) - 3,80 8,60 3,80 3,80 5,54 1,90 3,20 1,30 2,10 3,90

Alcalinidade Total (mg.L-1) - 35,0 18,0 39,0 40,0 38,0 23,0 19,0 22,0 19,0 34,0

Dureza Total (mg.L-1

) - 16,9 28,5 16,9 16,9 22,1 10,1 13,3 7,4 10,6 16,4

Coliformes Totais (NMP.100mL-1) - 490 10.000 2.000 5.900 21.000 240 6.100 2.000 410 4.900

Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL-1) ≤ 1.000 230 300 50 200 180 1 270 130 30 31

DBO (mg.L-1) ≤ 5,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,31 < 1,00 < 1,00 1,01 2,14

DQO (mg.L-1) - 9,07 5,01 8,04 9,04 14,07 15,12 < 2,00 7,03 8,04 18,81

Clorofila-a (106 g.L

-1) 30 0,66 0,40 0,91 0,16 0,76 1,22 2,03 1,01 1,49 38,91

N/P - 37 51 154 199 96 19 29 44 49 58

Carbono Orgânico Total (mg.L-1) - 2,7 1,1 1,8 2,0 2,0 3,8 2,1 2,3 2,2 3,0

IQA - 68 - - 75 79 79 - - 84 83

IET - 49 47 49 42 50 54 57 53 54 69

n Dados inconsistentes * Estabelecidos pela resolução CONAMA 357/05, para rios de classe 2; ** Ambientes lóticos, quando o nitrogênio for fator limitante para a eutrofização.

*** Águas doces de Classe II (Resolução CONAMA 357/2005): Amônia: 3,7 mg/L N, para pH <= 7,5; 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH <= 8,0; 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH <= 8,5; 0,5 mg/L N, para pH > 8,5.

517 576

E8 E9

Nas águas naturais, os padrões para os compostos fenólicos são bastante restritivos, uma vez

que são poluentes com grau de toxicidade e persistência à biodegradação. Na Resolução

CONAMA 357/05, o limite estabelecido para rios de Classe 2 é de 0,003 mg.L-1. A avaliação da

concentração de fenóis é realizada desde o início do monitoramento (dezembro/09) na estação E2,

especialmente por sua proximidade ao município de Telêmaco Borba e da indústria Klabin de Papel e

Celulose. A título de comparação, também foram coletadas amostras para análise de fenóis totais em

todas as estações, durante a Fase Rio (dezembro/09 a dezembro/10).

Em todas as estações avaliadas durante a Fase Rio (LACTEC, 2011), e especialmente na estação

E2, a concentração de fenóis esteve acima do limite máximo permitido pela Resolução CONAMA

357/05. Durante o período de Campanhas Complementares (Figura 4), estas concentrações também

ultrapassaram tal limite, variando entre 10 e 20 vezes acima do mesmo.

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 16

Durante a Fase Rio, na estação E2, o valor máximo registrado para fenóis totais foi de

0,32 mg.L-1, no mês de junho/10. Durante as durante as Campanhas Complementares também foram

realizadas amostragens em junho/11, sendo o valor registrado de 0,03 mg.L-1.

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

mar-11 jun-11 set-11 dez-11 abr-12

Fenóis Totais (mg.L-1) na Estação E2

Fenóis Totais (mg.L-1)

Figura 4 – Variações temporais de fenóis totais na estação E2, a jusante de Telêmaco Borba e da Indústria Klabin Papel e Celulose.

Conforme explicitado por YABE et al. (2000), apesar de estarem relacionados a efluentes

industriais, fenóis também podem ser encontrados em pequenas concentrações em águas superficiais

por serem constituintes das plantas, podendo também ser formados durante os processos de

humificação no solo, bem como podem ser liberados pela degradação de pesticidas com estrutura

fenólica. Na indústria, fenóis relacionam-se com efluentes do processo produtivo de borracha, colas e

adesivos, resinas impregnantes, componentes elétricos (plásticos) e as siderúrgicas, entre outras, são

responsáveis pela presença de fenóis nas águas naturais. Os fenóis são encontrados também em

efluentes de indústrias que não tem como base principal de produção o fenol ou seus derivados.

Exemplos de indústrias que tem fenóis em seus efluentes são a de papel e celulose, têxtil, cerâmica,

mineradoras de carvão, coquerias entre tantas outras (BARBOSA et al., 1994 citado por CESCONETTO-

NETO, 2002).

Coliformes termotolerantes (medidos em E. coli), uma vez encontrados em águas naturais, em

concentrações elevadas, são indicativos de aporte de material de origem fecal, normalmente

advindos de esgotos não tratados. Na região do empreendimento, observa-se constante aporte de

coliformes termotolerantes, o que pode inviabilizar os múltiplos usos da água. No entanto, quando os

dados das Campanhas Complementares são comparados com os dados da Fase Rio, observa-se que os

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 17

aportes foram sensivelmente menores durante as Campanhas Complementares, já que durante a

Fase Rio valores elevados foram registrados em todas as estações em algum mês de monitoramento,

e em todos os meses monitorados na estação E2 (rio Tibagi, a jusante de Telêmaco Borba). Nas

Campanhas Complementares desacordos foram registrados somente nas estações E2 e E3 (rio

Imbauzinho), nos meses de março/11 (E2: 2.500 NMP.100mL-1), junho/11 (E2: 2.400 NMP.100mL-1) e

abril/12 (E2: 2.600 NMP.100mL-1 e E3: 1.300 NMP.100mL-1).

Coliformes totais, variável relacionada ao aporte de matéria orgânica, estiveram elevados

especialmente na estação E2 (rio Tibagi, a jusante de Telêmaco Borba), no mês de abril/12, quando a

concentração medida foi de 110.000 NMP.100mL-1. Nos demais meses e estações, as concentrações

variaram bastante, e valores acima de 10.000 NPM.100mL-1 foram observados nas estações E1, E2,

E3, E7 e E8, sendo os maiores valores registrados no mês de abril/12.

A inferência da presença de matéria orgânica também pode ser realizada com base nos dados

de DBO. Durante o presente estudo, observou-se que a DBO apresentou valores baixos, abaixo dentro

do limite máximo estabelecido na Resolução CONAMA 357/05, ou seja, igual ou inferior a 5,00 mg.L-1,

em todas as estações, durante as Campanhas Complementares.

O fósforo, de acordo com a Resolução CONAMA 357/05, deve ser avaliado à luz do tempo de

residência da água no corpo hídrico. Na região do empreendimento, todas as estações foram

classificadas como ambientes lóticos (T.R. < 2dias). Nesta situação, durante as Campanhas

Complementares, não foram registrados desacordos ao limite de 0,10 mg.L-1, para ambientes lóticos

de Classe 2 (Figura 5). Na região em estudo, o limite estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 é

de 0,1 mg.L-1, que corresponde a ambientes lóticos de Classe 2.

De qualquer forma, é importante registrar que concentrações mais elevadas (> 0,06 mg.L-1)

foram observadas nas estações E1, E2, E6, E7 e E9, sendo mais recorrente nos meses de março/11 e

abril/12. Sendo o fósforo um nutriente influenciador de processos de eutrofização, a ocorrência de

concentrações mais elevadas, ainda que inferiores aos limites da Resolução, pode contribuir para a

instalação deste processo.

Os valores médios de fósforo total para as estações de monitoramento são apresentados na

Figura 5. Conforme pode ser observado na Tabela 11, com exceção das estações E7 e E9, a média das

Campanhas Complementares foi menor do que a média de todo o monitoramento até o momento.

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 18

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

mar/11 jun/11 set/11 dez/11 abr/12

Fósforo Total (mg.L-1) - Campanhas Complementares

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Figura 5 – Variações espaciais e temporais do fósforo total na região de estudo.

Tabela 11 - Concentrações médias de fósforo total, por estação, durante as Campanhas Complementares e durante o Monitoramento Completo Fase Rio.

Concentração Média de Fósforo Total (mg.L-1

)

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Média das Campanhas Complementares 0,05 0,06 0,03 0,03 0,07 0,06 0,03 0,07

Média do Monitoramento (Fase Rio + Campanhas Complementares)

0,06 0,09 0,05 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07

Ainda com relação às concentrações de fósforo total, valores de pico, como registrados

durante a Fase Rio (E2: 0,41 mg.L-1, em fevevereiro/10 e E8: 0,45 mg.L-1, em novembro/10), não

foram observados durante as Campanhas Complementares.

Outro nutriente relevante no tocante à eutrofização é o nitrogênio. Desta forma, as variações

das concentrações de nitrogênio total por estação e mês de amostragem foram ilustradas na Figura 6.

Para o nitrogênio total, a Resolução CONAMA 357/05 determina valores máximos apenas quando

este macronutriente for definido como fator limitante ao crescimento da comunidade fitoplanctônica.

Nesta situação, para ambientes lóticos de Classe 2 o limite é de 2,18 mg.L-1 e para ambientes lênticos

de 1,27 mg.L-1. Este não é o caso do rio Tibagi e afluentes na área de estudo, onde a análise da relação

molar N/P (nitrogênio total/fósforo total) indicou que o fósforo foi o nutriente limitante ao

desenvolvimento da comunidade fitoplanctônica no rio Tibagi e afluentes na região do

empreendimento, visto que N/P > 12 (JORGENSEN; VOLLENWEIDER, 1989), no entanto, o valor de

referência para ambientes lóticos pode ser tomado como base para avaliação do nitrogênio total.

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 19

Os valores observados são relativamente baixos, de maneira geral, abaixo de 2,18 mg.L-1.

Concentração mais elevada foi registrada na estação E5 (rio Barra Grande) no mês de junho/11, sendo

considerada uma situação pontual.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

mar/11 jun/11 set/11 dez/11 abr/12

Nitrogênio Total (mg.L-1) - Campanhas Complementares

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Figura 6 – Variações espaciais e temporais do nitrogênio total na região de estudo.

Durante o monitoramento da Fase Rio foram registrados picos de concentração de nitrogênio

em vários momentos, a saber: E1 (3,0 mg.L-1 em dezembro/09 e em abril/10), E2 (3,1 mg.L-1 em

março/10), E3 (3,0 mg.L-1 em abril/10), E6 (3,9 mg.L-1 em outubro/10), E7 (3,4 mg.L-1 em janeiro/10 e

3,3 mg.L-1 em outubro/10) e especialmente na estação E8, concentração elevada, de 7,1 mg.L-1 foi

registrada no mês de março/10.

Outra variável que se apresentou fora dos limites da Resolução CONAMA 357/05 foi a

clorofila-a, no mês de abril/12. Para rios de Classe 2, o limite estabelecido é de 30 µg.L-1 (Figura 7). A

concentração de clorofila-a é uma forma de inferir a produtividade do ecossistema aquático, uma vez

que esta substância está presente nas células dos produtores primários (algas) de um determinado

ambiente.

De forma geral, nas campanhas de março/11, junho/11, setembro/11 e dezembro/11, os

valores registrados para clorofila-a corresponderam ao esperado para ambientes reófilos, onde as

algas encontram maior dificuldade de sobrevivência pela turbulência e turbidez das águas.

Juntamente com a temperatura da água, a privação de luminosidade e a velocidade de corrente das

águas são os principais responsáveis pela dinâmica sazonal do fitoplâncton em rios (PETTS & CALOW,

1996).

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 20

No entanto, na Campanha Complementar de abril/12, foram registrados valores

expressivamente mais elevados para todas as estações do rio Tibagi. Especialmente nas estações E6 e

E9, os valores registrados estiveram acima do limite da Resolução CONAMA 357/05. Nas demais

estações, localizadas em tributários (rio Imbauzinho, rio Barra Grande e ribeirão das Antas), os valores

registrados naquele mês foram considerados adequados para ambientes de rio.

Estas concentrações mais elevadas indicam aumento da produtividade primária do

ecossistema em abril/12, relacionado com o crescimento excessivo de microalgas. Durante o

monitoramento da Fase Rio (LACTEC, 2011), dois eventos foram destacados, pois demonstraram certa

degradação da qualidade das águas dos rios amostrados:

a) as elevadas densidades de Asterionella formosa (Bacillariophyceae) em setembro/10,

b) a presença da cianobactéria potencialmente tóxica Cylindrospermopsis raciborskii,

principalmente nas estações do rio Tibagi.

Estas espécies são frequentes formadoras de florações em ambientes lênticos e,

possivelmente serão encontradas no reservatório a ser formado em densidades mais elevadas.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Clorofila-a (µg.L-1)

mar/11 jun/11 set/11 dez/11 abr/12

Figura 7 – Concentrações de Clorofila-a estimadas para as estações de coleta, durante as Campanhas Complementares.

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 21

3.2.1.1 Índice de Qualidade de Água – IQA

A Figura 8 ilustra a variação do Índice de Qualidade de Águas (IQA). Este índice reflete uma

classificação para a qualidade dos corpos hídricos a partir da integração de variáveis de qualidade

específicas, de acordo com os múltiplos usos desse recurso (CETESB, 2009).

A avaliação do IQA indicou águas de qualidade boa a ótima durante as Campanhas

Complementares. Temporalmente, no mês de março/11 a avaliação foi de águas de boa qualidade e

nos meses de dezembro/11 e abril/12 a qualidade variou entre boa e ótima, dependendo da estação

de monitoramento. Espacialmente observou-se que os menores valores de IQA foram registrados

para a estação E2, localizada no rio Tibagi, a jusante da cidade de Telêmaco Borba. Esta situação já

havia sido reportada no relatório da Fase Rio (LACTEC, 2011), possivelmente influenciada pelos

valores de coliformes termotolerantes ali registrados durante o monitoramento.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

mar/11 dez/11 abr/12

IQA - Campanhas Complementares

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Pés

sim

aR

uim

Ace

itáv

elB

oa

Óti

ma

Figura 8 – Variações espaciais e temporais do Índice de Qualidade de Água (IQA) na região de estudo.

3.2.1.2 Índice de Estado Trófico – IET

O Índice de Estado Trófico (IET) tem por finalidade classificar os corpos d’água em diferentes

graus de trofia, sendo sua variação durante as Campanhas Complementares, na região de estudo,

registrada na Figura 9.

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0

10

20

30

40

50

60

70

80

mar/11 jun/11 set/11 dez/11 abr/12

IET - Campanhas Complementares

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Ultraoligotrófico

Mesotrófico

Eutrófico

Supereutrófico

Hipereutrófico

Oligotrófico

Figura 9 – Variações espaciais e temporais do Índice de Estado Trófico (IET) na região de estudo.

Desta forma, o Índice de Estado Trófico (IET) é uma ferramente de diagnóstico da qualidade da

água quanto ao enriquecimento por nutrientes, relacionado ao crescimento excessivo de

cianobactérias, algas e macrófitas aquáticas (CETESB, 2010). No presente estudo, o Índice de Estado

Trófico foi calculado com base nos valores de Fósforo Total e Clorofila-a obtidos para as estações de

monitoramento.

Assim como o reportado no relatório da Fase Rio (LACTEC, 2011), as estações estabelecidas

nos tributários do rio Tibagi (E3, E5 e E8) foram as que apresentaram menores valores de IET, ou seja,

apresentaram menor grau de trofia, variando entre ultraoligotrófico e mesotrófico (Figura 10).

Durante as campanhas complementares, na média, a estação E3 foi classificada como oligotrófica, a

estação E5 como ultraoligotrófica, e a estação E8 como oligotrófica.

Já as estações estabelecidas no rio Tibagi (E1, E2, E6, E7 e E9) apresentaram grau de trofia

maior, com valores mais elevados de IET, variando entre as categorias oligotrófica a hipereutrófica. Na

média, todas as estações do rio Tibagi estiveram na categoria mesotrófica, durante as Campanhas

Complementares.

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 23

0%

20%

40%

60%

80%

100%

E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9

Porcentagem de ocorrência nas categorias do IET

Ultraoligotrófico Oligotrófico Mesotrófico

Eutrófico Supereutrófico Hipereutrófico

Figura 10 – Ocorrência (percentual) das categorias do Índice de Estado Trófico – IE, durante as companhas complementares.

Observa-se que maior grau de trofia foi registrado na maior parte das estações no mês de

abril/12, uma vez que o IET é calculado com base nas concentrações de fósforo total e de clorofila-a,

ambos em concentrações mais elevadas no mês de abril/12, conforme já discutido anteriormente.

3.2.2 Monitoramento de Sedimentos

Os resultados das análises laboratoriais das amostras de sedimento coletadas nos meses de

junho/11 e dezembro/11, nas estações de amostragem localizadas no rio Tibagi e afluentes,

encontram-se na Tabela 12 e na Tabela 13.

Tabela 12 – Caracterização do sedimento durante as Campanhas Complementares nas estações E1 a E5, nos meses de junho/11 e dezembro/11.

PONTO

Data da coleta Nível 1 Nível 2Valor

Alerta16/06/2011 06/12/2011 14/06/2011 08/12/2011 14/06/2011 06/12/2011 14/06/2011 06/12/2011

Multiresíduos** - - - ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ***

Ferro (% em massa) - - - 0,26 0,27 0,75 0,25 0,94 2,40 2,02 1,55

Alumínio (% em massa) - - - 0,04 0,08 0,15 0,03 0,19 0,20 0,57 0,19

Cobre (mg.kg-1) 35,7 197 - < 0,3 < 0,3 8,00 < 0,3 11,60 25,30 21,60 15,50

Chumbo (mg.kg-1) 35 91,3 - < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 12,30 5,10

Cádmio (mg.kg-1

) 0,6 3,5 - < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3

Zinco (mg.kg-1) 123 315 - 3 4 15 4 11 18 26 19

Cromo (mg.kg-1

) 37,3 90 - < 0,3 1,80 3,20 1,80 4,60 7,50 5,80 4,40

Cobalto (mg.kg-1) - - - < 0,3 < 0,3 < 0,03 < 0,3 < 0,03 3,50 6,60 2,20

Mercúrio (mg.kg-1

) 0,17 0,486 - < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05

Carbono Orgânico Solúvel (mg.Kg-1) - - - 413,32 88,35 240,69 63,42 157,93 82,59 108,10 247,10

Carbono Orgânico Total (%w.w-1

) - - 10 0,60 0,55 1,30 0,68 4,00 0,62 9,90 10,02

Carbono Inorgânico (%w.w-1) - - - 0,04 0,04 0,04 0,16 0,11 0,05 0,30 0,93

Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.kg-1) - - 4.800 447 187 109 254 289 1233 355 555

Fósforo (mg.kg-1

) - - 2000 246 53 726 78 522 341 1104 368*Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 344/04. **Acilalaninato, Anilida, Bis (arilformamidina), Cloroacetanilida, Clorociclodieno, Dicarboximida, Dinitroanilina, Fenilsulfamida, Fosforotioato de heterociclo, Organoclorados, Organofosforados, Piretróides, Pirimidinil carbinol, Tiocarbamato, Triazol, Triazina.***Inferior ao Limite de Quantificação (0,04 mg/kg)

E2 E3 E5E1Limites*

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 24

Tabela 13 – Caracterização do sedimento durante as Campanhas Complementares nas estações E6 a E9, nos meses de junho/11 e dezembro/11.

PONTO

Data da coleta Nível 1 Nível 2Valor

Alerta15/06/2011 07/12/2011 16/06/2011 08/12/2011 15/06/2011 07/12/2011 15/06/2011 07/12/2011

Multiresíduos** - - - ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ*** ILQ***

Ferro (% em massa) - - - 2,26 2,05 1,48 0,60 1,30 1,45 0,47 0,35

Alumínio (% em massa) - - - 0,96 0,48 0,31 0,07 0,36 0,19 0,10 0,04

Cobre (mg.kg-1) 35,7 197 - 22,30 15,80 17,90 5,30 12,10 10,20 3,50 2,90

Chumbo (mg.kg-1) 35 91,3 - 13,00 5,00 15,20 < 0,3 6,80 < 0,3 3,50 < 0,3

Cádmio (mg.kg-1

) 0,6 3,5 - < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3

Zinco (mg.kg-1) 123 315 - 29 28 20 12 20 16 8 5

Cromo (mg.kg-1

) 37,3 90 - 8,60 8,00 4,70 2,70 5,00 4,20 1,60 1,00

Cobalto (mg.kg-1) - - - 6,60 3,00 5,00 0,60 5,30 3,10 < 0,3 < 0,3

Mercúrio (mg.kg-1

) 0,17 0,486 - < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05

Carbono Orgânico Solúvel (mg.Kg-1) - - - 268,48 352,14 347,22 131,40 227,56 81,81 1,23 87,73

Carbono Orgânico Total (%w.w-1

) - - 10 10,90 14,67 5,40 4,00 5,50 7,08 0,90 1,21

Carbono Inorgânico (%w.w-1) - - - 0,25 0,96 0,20 0,30 0,15 0,57 0,06 0,06

Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.kg-1) - - 4.800 362 558 401 583 320 366 318 215

Fósforo (mg.kg-1

) - - 2000 1146 591 791 135 561 241 273 140*Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 344/04. **Acilalaninato, Anilida, Bis (arilformamidina), Cloroacetanilida, Clorociclodieno, Dicarboximida, Dinitroanilina, Fenilsulfamida, Fosforotioato de heterociclo, Organoclorados, Organofosforados, Piretróides, Pirimidinil carbinol, Tiocarbamato, Triazol, Triazina.***Inferior ao Limite de Quantificação (0,04 mg/kg)

E7 E8 E9E6Limites*

Os resultados das análises de qualidade dos sedimentos, coletados nos pontos localizados na

área do futuro reservatório da UHE Mauá, foram comparados com o disposto pela Resolução

CONAMA 344/04. Cabe ressaltar que no Brasil não há resolução ou legislação que trate

especificamente da qualidade de sedimento de fundo, seja de rios ou de reservatórios. Assim, os

valores dispostos na Resolução CONAMA 344/04, aplicável para sedimentos dragados, foram

utilizados neste relatório somente como referência comparativa.

A Resolução CONAMA 344/04 utiliza para efeitos de classificação do material dragado -

definido pela referida resolução como o material a ser retirado ou deslocado do leito dos corpos

d'água decorrente da atividade de dragagem (desde que esse material não constitua bem mineral) - a

definição de critérios de qualidade a partir de dois níveis quanto à concentração de metais: nível 1,

que representa o limiar abaixo do qual se prevê baixa probabilidade de efeitos adversos à biota, e,

nível 2, que representa o limiar acima do qual se prevê um provável efeito adverso à biota. Para a

avaliação da concentração de macronutrientes e carbono orgânico total nas amostras de sedimento,

utilizou-se como parâmetro os limites do “valor alerta” da Resolução 344/04, que é descrito como o

valor acima do qual existe possibilidade de se causar prejuízos ao ambiente na área, que no presente

estudo foi relacionada à porção do corpo hídrico de onde o material foi retirado.

A resolução supracitada adotou os mesmos critérios estabelecidos pelo “Canadian Council of

Ministers of the Environment” (CCME, 2001) para a avaliação do grau de contaminação química do

sedimento, com vistas à proteção da vida aquática, considerando as concentrações de metais, PCBs e

hidrocarbonetos poliaromáticos. Destaca-se que a Companhia de Tecnologia de Saneamento

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Ambiental de São Paulo (CETESB) também utilizou a Resolução CONAMA 344/04 como critério de

avaliação da qualidade de sedimento quando da elaboração do Relatório de Qualidade das Águas

Superficiais do Estado de São Paulo.

Conforme pode ser observado na Tabela 12 e na Tabela 13, os resultados da avaliação dos

metais cobre, chumbo, cádmio, zinco, cromo e mercúrio indicaram valores inferiores aos limites

estabelecidos para o nível 1 da Resolução CONAMA 344/04, em ambas as campanhas, indicando baixa

probabilidade de efeitos adversos à biota segundo estas variáveis.

Quanto aos valores registrados de teor de COT (carbono orgânico total) no sedimento, as

estações E5 (rio Barra Grande, próximo à foz) e E6 (rio Tibagi, eixo da futura barragem) apresentaram

teores acima do valor alerta de 10 %w.w-1 em dezembro/11, com valores de 10,02 %w.w-1 e

14,67 %w.w-1, respectivamente. Na campanha de junho/11, também se registrou teor superior ao

valor alerta na estação E6 (10,90 %w.w-1). A estação E5, na mesma campanha, apresentou valor

próximo ao valor alerta sendo igual a 9,90 %w.w-1.

No que concerne à concentração de nitrogênio total Kjeldhal, o valor máximo registrado

ocorreu na estação E3, rio Imbauzinho, sendo igual a 1.233 mg.kg-1 na campanha de dezembro/11,

mas ainda inferior ao valor alerta de 4.800 mg.kg-1 para esta variável. Os resultados da avaliação de

fósforo no sedimento também indicaram concentrações inferiores ao limite de 2.000 mg.kg-1, com

valor máximo registrado de 1.146 mg.kg-1 na estação E6, na campanha de junho/11.

As variáveis ferro, cobalto e alumínio não possuem limites definidos nesta resolução. Os

mesmos são amplamente encontrados na composição dos solos e rochas, sendo que sua presença

não necessariamente indica contaminação antrópica na água ou no sedimento.

Os resultados obtidos na determinação de multiresíduos (pesticidas organoclorados e

organofosforados) indicaram que os mesmos estiveram abaixo do limite de quantificação do método,

que é de 0,04 mg.kg-1.

A título de comparação os valores obtidos nas Campanhas Complementares foram avaliados à

luz dos dados obtidos durante a Fase Rio. Durante a primeira fase de monitoramento, o carbono

orgânico total esteve acima do nível de alerta somente na estação E5, rio Barra Grande, na coleta de

fevereiro/10, com concentração de 12,84 %w.w-1, além deste, também o zinco apresentou-se em

valores mais elevados no mês de maio/10, com concentração acima do Nível 1, e inferior limite do

Nível 2, com concentração máxima medida de 270 mg.kg-1. Tal situação não foi observada durante as

Coletas Complementares.

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4 SUB-PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

4.1 Metodologia - Procedimentos Técnicos

Os procedimentos aqui adotados seguem as orientações descritas no PBA da UHE Mauá – Sub

–programa 8.1 (LACTEC, 2007) e no Relatório Anual da Fase Rio (LACTEC, 2011).

4.1.1 Malha amostral e frequência de amostragem

No que concerne ao monitoramento do aquífero freático, este foi realizado através de duas

baterias de poços de monitoramento, cada uma composta por 13 poços, com 20 m de profundidade,

distanciados 1,25 m uns dos outros, ao longo de uma linha com cerca de 150 m de comprimento. As

baterias de piezômetros estão localizadas na margem direita (BP1) e esquerda (BP2) do rio Tibagi. As

baterias de piezômetros foram implantadas uma em cada margem do rio Tibagi, em situação que as

colocará nas margens do futuro reservatório (Figura 11).

Figura 11 - Situação das duas baterias de piezômetros em mapa do relevo da região do futuro reservatório da UHE Mauá. Fonte: SIGMINE/DNPM

A bateria de piezômetros BP1, na margem direita do rio Tibagi, no município de Telêmaco

Borba, está situada nas margens da chamada Estrada da Mina, que dá acesso às obras da UHE. Esta

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estrada, durante o período de operação dos medidores automáticos do nível do freático, esteve

submetida a tráfego intenso de veículos pesados. O tráfego de veículos pesados provoca vibrações e

ondas de choque que podem promover rearranjos na distribuição de partículas e, consequentemente,

nos vazios das rochas sedimentares, afetando a transmissividade em relação à água. A Figura 12

retrata os trabalhos de campo no poço de montante da bateria da margem direita do rio Tibagi (BP1-

P13).

Figura 12- Retirada do medidor automático de nível em BP1-P13, na campanha de 23/01/12.

A Tabela 14 apresenta a localização e a altitude ortométrica da laje de acabamento e proteção

superficial dos piezômetros da bateria da margem direita do rio Tibagi (BP1).

Tabela 14 - Localização e altitude ortométrica da laje de acabamento e proteção superficial dos piezômetros da bateria BP1.

Ponto Norte Leste Altitude Ortométrica

P-01 7326289,469 534513,909 642,706 Nivelamento P-02 7326287,616 534526,546 643,078 Nivelamento

P-03 7326283,180 534538,661 643,850 Nivelamento

P-04 7326267,063 534550,549 645,249 Nivelamento

P-05 7326265,444 534565,505 646,423 Nivelamento

P-06 7326266,617 534575,556 646,823 Nivelamento

P-07 7326269,766 534587,370 647,000 Nivelamento

P-08 7326274,141 534602,871 648,140 MAPGEO (n=0.91m)

P-09 7326276,045 534615,660 648,512 Nivelamento

P-10 7326277,699 534629,532 649,532 Nivelamento

P-11 7326275,622 534641,503 650,560 Nivelamento

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P-12 7326273,643 534654,190 651,522 Nivelamento

P-13 7326265,539 534668,008 652,549 Nivelamento

A bateria de piezômetros BP1 não apresenta os poços alinhados pelo fato dos mesmos terem

sua locação condicionada pelo traçado da estrada vizinha (Figura 13).

Figura 13 - Distribuição dos piezômetros da bateria da margem direita do rio Tibagi (BP1).

O perfil topográfico e situação dos piezômetros da bateria da margem direita do rio Tibagi

(BP1) é apresentado na Figura 14.

Figura 14 - Perfil topográfico dos piezômetros da bateria BP1.

A bateria da margem esquerda do rio Tibagi (BP2), próxima ao rio Barra Grande está situada

em uma área coberta por pasto plantado, estando situada cerca de 50 metros de uma estrada sem

movimento intenso. A Tabela 15 apresenta a localização e a altitude ortométrica da laje de

acabamento e proteção superficial dos piezômetros da bateria da margem esquerda do rio Tibagi

(BP2).

Tabela 15 - Localização e altitude ortométrica da lage de acabamento e proteção superficial dos piezômetros da bateria BP2.

Ponto UTM (N) UTM (E) Altitude ortométrica (m)

P-01 7331371,670 523641,623 644,550 MAPGEO(n=0.57m)

P-02 7331367,070 523654,383 645,739 Nivelamento

P-03 7331362,547 523665,724 646,920 Nivelamento

P-04 7331357,636 523676,993 647,801 Nivelamento

P-05 7331352,599 523687,985 648,114 Nivelamento

P-06 7331348,493 523699,725 648,209 Nivelamento

P-07 7331343,774 523710,840 648,372 Nivelamento

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Ponto UTM (N) UTM (E) Altitude ortométrica (m)

P-08 7331339,402 523722,336 648,744 Nivelamento

P-09 7331334,689 523733,697 649,315 Nivelamento

P-10 7331330,152 523744,807 650,131 Nivelamento

P-11 7331325,648 523756,038 650,780 Nivelamento

P-12 7331321,035 523767,447 651,483 Nivelamento

P-13 7331315,936 523779,913 652,304 Nivelamento

A Figura 15 apresenta a distribuição dos piezômetros da bateria da margem esquerda do rio

Tibagi (BP2).

Figura 15 - Distribuição dos piezômetros da bateria BP2.

A Figura 16 mostra o perfil topográfico e a situação dos respectivos piezômetros da bateria

BP2.

Figura 16 - Perfil topográfico dos piezômetros da bateria BP2.

4.1.1.1 Características Geológicas dos Perfis dos Piezômetros

O comportamento do freático varia conforme o arcabouço litológico no qual ele está

distribuído, condições de pluviosidade, morfologia do terreno, cobertura e uso do solo. Para as

baterias de piezômetros em questão (BP1 e BP2), ambas foram estabelecidas sobre rochas

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sedimentares paleozóicas. Conforme mapa geológico da Mineropar (2006) (Figura 2), a bateria BP1

está estabelecida sobre rochas do Grupo Itararé, enquanto a bateria BP2 está implantada em rochas

da Formação Serra Alta, do Grupo Passa Dois.

No caso da bateria BP1, ocorre superficialmente um material síltico-arenoso, contendo

inclusões argilosas. Nos poços P1 a P3, a aproximadamente 18 m de profundidade ocorre um siltito

cinza claro a cinza escuro, muito homogêneo. No P4, ocorre uma descontinuidade à cerca de 6 m,

quando um solo argiloso amarelo-avermelhado passa a uma argila castanho-amarelada até os 12m,

antes do poço adentrar o siltito acinzentado. No P5, o perfil inicia com uma camada síltico-arenosa

cinza amarelada que, aos 18 m, atinge um siltito cinza claro. No perfil P6, ocorre desde a superfície

até cerca de 6 m, uma camada argilosa de cor vermellha-amarelada que, passa para um manto de

alteração cinza-amarelada até cerca de 18 m quando inicia um siltito cinza escuro. Em P7, P8 e P9

ocorre um nível argiloso amarelado a cinza amarelado até os 12 m, quando os poços adentram o

siltito cinza-claro. Em P10 e P11, uma camada de síltico-arenosa amarelada a cinza-amarelada vai da

superfície até cerca de 18 m, quando é atingido um siltito cinza-claro. Os poços P12 e P13 atravessam

de zero a cerca de 12 m de profundidade um nível superficial argiloso cinza-amarelado, passando a

cortar um siltito cinza-claro até o fundo dos poços, a 21 m de profundidade.

O perfil da bateria BP2, situado na margem esquerda do rio Tibagi, no município de Ortigueira,

é bem mais homogêneo quanto às características macroscópicas do material lítico cujos poços

atravessam. Em todos os poços ocorre um nível superior de zero a 6 m de profundidade composto por

material sedimentar argiloso cinza-amarelado, indicando ação intempérica pós-deposicional,

caracterizada pela cor amarelada devida ao intemperismo. Dos 6 m até a profundidade final da

perfuração, que é de 21 m, de P1 a P12 ocorre um siltito com as tonalidades cinza claro de P4 a P12 e

cinza escuro em P1, P2 e P3. No P13, entre zero e 6 m, ocorre um solo argiloso marron acastanhado,

que passa para um material argiloso cinza-esbranquiçado até os 12 m, quando passa para o siltito

cinza-claro.

4.2 Campanhas de Medições e Amostragens do Freático

Foram realizadas nove campanhas de medições nos piezômetros distribuídos nas duas

baterias, BP1 e BP2, conforme a Tabela 16. Em oito destas campanhas foram feitas amostragens para

análise de qualidade de água do freático.

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Tabela 16 - Atividades de campo desenvolvidas nas baterias de piezômetros entre dezembro de 2010 e janeiro de 2012.

Campanha Data Atividades de

campo (*) Locais

11 22-23/12/2010 a, b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c BP1 (P01 e P13) e BP2 (P01 e P13)

12 23-24/02/2011 a, b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c, d BP1 (P01 e P13) e BP2 (P01 e P13)

13 16-17/05/2011 a, b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c, d BP1 (P01 e P13) e BP2 (P01 e P13)

14 31/08-01/09/2011 a, b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

15 06/10/2011 a, b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c, d BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

16 21-22/11/2011 a, b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c, d BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

a BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

17 24/01/2012 b BP1 (P01, P05, P09 e P13) e BP2 (P01, P06, P10 e P13)

c, d BP1 (P01 e P13) e BP2 (P01 e P13)

18 19-20/03/2012 a,b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c,d BP1 (P01 e P13) e BP2 (P01 e P13)

19 29-30/05/2012 a,b BP1 (P01 a P13) e BP2 (P01 a P13)

c,d BP1 (P01 e P13) e BP2 (P01 e P13) (*) a) Medições de nível de água do freático com sonda elétrica a cabo; b) Medições de pH e condutividade; c) Coleta de amostras para análise laboratorial de constituintes majoritários; d) Coleta de amostras para análise laboratorial de constituintes minoritários por ICP-MS.

Após constatação de diferenças significativas internas nos perfis de condutividades da BP1 e

da BP2, a despeito de não estar programado, procedeu-se a análises em amostras de água coletadas

em pontos intermediários de ambas baterias de piezômetros. Na BP1, além dos pontos P01 e P13,

foram analisadas amostras de P05 e P09 e na BP2 foram contemplados com análises de água, além de

P01 e P13, os pontos P06 e P10.

4.2.1 Perfis de piezometria e de condutividade

Os resultados das medições de piezometria na BP1 e BP2 estão registrados na Tabela 17 e na

Tabela 18 e de condutividade na Tabela 19 e na Tabela 20.

Tabela 17 - Perfis piezométricos anotados na BP1 nas campanhas entre 02/2011 e 05/2012.

Piezômetro Altitude ortométrica do nível de água do freático (m)

24/02/11 16/05/11 19/07/11 06/10/11 22/11/11 24/01/12 19/03/12 29/05/12

P1 634,926 634,386 634,146 634,526 634,676 635,426 634,646 634,696

P2 635,448 634,548 634,578 634,678 634,808 635,448 634,848 634,768

P3 635,760 634,690 634,780 635,960 635,110 635,660 635,170 635,000

P4 636,579 635,489 635,199 635,779 636,049 636,449 636,039 635,509

P5 638,313 636,173 637,143 637,523 637,713 638,143 637,713 637,423

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Piezômetro Altitude ortométrica do nível de água do freático (m)

24/02/11 16/05/11 19/07/11 06/10/11 22/11/11 24/01/12 19/03/12 29/05/12

P6 639,283 637,963 638,003 638,263 638,563 639,183 638,523 638,213

P7 640,610 640,110 640,110 640,190 640,310 640,630 638,360 640,340

P8 641,750 641,010 641,010 641,190 641,340 641,710 641,450 641,220

P9 641,752 640,992 641,022 641,192 641,322 641,712 641,362 641,322

P10 642,162 641,722 641,742 641,792 641,862 642,082 641,872 641,772

P11 641,380 638,860 638,860 639,050 639,480 641,070 639,250 638,700

P12 641,262 639,252 639,472 639,892 641,182 639,722 639,352

P13 643,539 642,909 643,159 643,299 643,419 643,519 643,399 643,329

Tabela 18 - Perfis piezométricos anotados na BP2 nas campanhas entre 02/2011 e 05/2012.

Piezômetro Altitude ortométrica do nível de água do freático (m)

23/02/11 14/05/11 19/07/11 06/10/11 21/11/11 24/01/12 20/03/12 30/05/12

P1 640,850 635,500 642,340 635,560 640,690 641,040 629,490 637,820

P2 642,429 641,499 643,039 641,029 642,399 642,659 638,229 639,789

P3 641,900 636,060 642,700 635,550 642,210 642,320 635,170 641,270

P4 643,711 643,101 643,971 642,961 643,541 643,591 642,121 643,261

P5 645,064 642,734 645,794 642,284 645,294 643,474 642,124 642,924

P6 644,439 643,209 647,179 642,799 643,729 643,859 642,629 643,399

P7 637,432 636,072 643,362 635,592 638,132 638,272 635,562 636,332

P8 644,794 640,764 645,974 639,944 644,824 644,884 639,474 644,594

P9 645,125 644,515 645,875 643,425 644,815 644,895 642,665 644,555

P10 644,451 641,971 644,711 641,231 643,631 644,121 640,791 642,061

P11 645,640 642,090 649,060 641,060 644,630 645,590 640,680 642,200

P12 644,433 642,603 650,123 641,473 645,703 646,743 641,103 642,323

P13 648,094 647,184 648,904 643,154 648,464 648,654 642,304 648,014

Tabela 19 - Perfis de condutividade elétrica anotados na BP1 nas campanhas entre 02/2011 e 01/2010.

Piezômetros Condutividade elétrica (µS.cm

-1)

24/02/11 16/05/11 19/07/11 06/10/11 22/11/11 24/01/12 19/03/12 29/05/12

P1 16,9 22,5 25,0 44,4 9,4 3,9 18,9 29,0

P2 31,1 42,0 61,1 34,8 30,4 64,4

P3 187,3 183,0 187,5 185,2 180,8 25,1

P4 134,3 116,4 45,7 50,2 62,6 24,3

P5 223,0 213,0 215,0 231,0 212,0 131,2

P6 205,0 196,0 197,1 196,0 202,0 182,0

P7 201,0 200,0 196,3 195,2 200,0 199,7

P8 180,1 176,0 180,9 178,6 181,9 202,0

P9 71,4 48,4 63,1 77,9 104,1 114,7 219,0

P10 33,6 32,9 24,7 26,0 24,5 69,2

P11 42,4 27,1 24,6 27,2 25,6 130,8

P12 40,0 65,6 62,2 63,1 61,8 37,2

P13 30,5 31,4 28,1 77,5 6,4 6,4 32,2 16,8

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 33

Tabela 20 - Perfis de condutividade elétrica, anotados na BP2 nas campanhas entre 02/2011 e 01/2010.

Piezômetros Condutividade elétrica (µS.cm

-1)

23/02/11 14/05/11 19/07/11 06/10/11 21/11/11 24/01/12 20/03/12 30/05/12

P1 37,4 33,6 37,5 21,1 7,2 7,7 42,4 78,8

P2 36,2 45,4 24,7 35,3 27,5 31,9 95,0

P3 48,0 37,4 40,0 48,5 37,7 40,5 136,4

P4 50,2 39,9 41,0 43,2 38,4 34,8 364,0

P5 134,2 118,0 102,7 111,2 109,8 97,1 94,0

P6 131,0 127,0 110,6 110,9 117,8 100,3 106,5 130,5

P7 354,0 402,0 284,0 316,0 341,0 429,0 249,0

P8 157,2 130,5 87,9 119,2 116,8 117,7 72,8

P9 243,0 223,0 206,0 207,0 43,1 222,0 84,6

P10 419,0 443,0 362,0 371,0 72,1 339,0 398,0 38,8

P11 160,0 174,8 160,5 166,0 33,8 142,3 42,4

P12 74,3 92,5 96,9 84,6 21,9 85,1 30,6

P13 88,4 77,6 76,4 35,6 17,6 17,0 64,5 41,3

4.3 Resultados analíticos

Em todas as amostras coletadas foram analisados os componentes químicos majoritários, além

de variáveis físico-químicas totalizadoras, conforme especificado na Tabela 21 e na Tabela 22.

Nas amostras coletadas nos piezômetros, em quatro das campanhas foram realizadas análises

de constituintes elementares minoritários por ICP/MS. Os resultados constam na Tabela 23 a Tabela

27.

Às análises das amostras coletadas nos piezômetros há que se acrescentar as análises

realizadas em cinco campanhas anteriores, cujos resultados constam de relatórios já apresentados,

em uma nascente próxima ao canteiro de obras da UHE Mauá e uma em um córrego (LACTEC, 2011).

O citado córrego, após a amostragem, passou a receber os efluentes do aterro no qual foram

depositados os rejeitos do beneficiamento de carvão das minas da Klabin na região. As concentrações

de constituintes iônicos majoritários destes pontos complementares de coleta de água constam da

Tabela 21. A composição da nascente e do córrego se constitui em mais um dado de referência da

água subterrânea do freático local, pois sua composição em termos de macro-constituintes não

afetados por processos de óxido-redução, pouco difere da água do aquífero livre, recém aflorada na

superfície.

Alguns analitos foram determinados em algumas amostras através de duas metodologias e em

dois laboratórios diferentes, como é o caso dos elementos alcalinos sódio, potássio, cálcio e

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RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 34

magnésio. Os resultados obtidos não foram idênticos, porém apresentaram coerência, o que pode ser

utilizado como validação dos resultados para os respectivos analitos.

Detalhes e especificações das metodologias adotadas foram apresentados em referências de

relatórios anteriores.

Tabela 21 - Componentes iônicos majoritários determinados em amostras de água do freático, coletadas nas baterias de piezômetros, em uma nascente e em um córrego que posteriormente veio a receber a drenagem do

aterro de rejeitos de carvão.

Local Data HCO3

- Cl

- SO4

2- NO3

- Ca

2+ Mg

2+ Na

+ K

+

(mg.L-1

)

Nascente 01/07/2010 110,95 1,45 12,6 0,62 31,16 7,98 7,2 1,9 Nascente 15/07/2010 107,93 2,47 27,3 0,03 32,61 7,77 9 2,5 Nascente 28/07/2010 116,40 0,24 36,9 0,40 28,84 10,3 9,2 2,1 Nascente 01/09/2010 124,14 0,26 30,6 0,01 26,25 7,74 5,5 1,5 Nascente 28/10/2010 123,76 0,04 33,4 0,33 34,60 8,86 4,9 1,4 Córrego 28/10/2010 24,88 0,18 0,05 0,63 2,88 1,20 1,40 1,90

BP1-P1 22/12/2010 10,96 0,04 0,05 0,37 1,20 0,53 0,70 0,70 BP1-P13 22/12/2010 20,04 0,13 0,05 0,14 1,55 0,56 3,00 1,30 BP2-P1 22/12/2010 32,01 0,27 0,05 1,28 5,78 1,19 1,40 0,80

BP2-P13 22/12/2010 62,63 0,54 0,4 0,18 9,89 2,75 4,90 1,50

BP1-P1 24/02/2011 10,20 0,5 0,05 0,35 1,32 0,63 0,80 0,84 BP1-P13 24/02/2011 20,22 0,54 0,2 0,04 3,57 0,74 1,06 0,78 BP2-P1 23/02/2011 21,30 0,69 0,05 0,03 1,42 0,82 3,38 1,51

BP2-P13 23/02/2011 57,38 1,19 0,8 0,06 8,60 1,88 5,10 1,49

BP1-P1 16/05/2011 11,38 0,6 0,7 0,14 1,12 0,61 0,65 0,91 BP1-P13 16/05/2011 21,63 0,6 0,05 0,06 1,25 0,79 3,16 1,46 BP2-P1 17/05/2011 19,49 0,6 0,3 0,005 2,86 0,64 1,40 1,19

BP2-P13 17/05/2011 49,61 1,15 0,2 0,005 7,64 1,61 4,57 1,30

BP1-P1 19/07/2011 21,15 0,06 0,05 0,37 3,30 0,94 1,75 1,41 BP1-P5 19/07/2011 118,27 0,25 0,05 0,01 21,09 6,78 14,40 1,35

BP1-P13 19/07/2011 15,51 0,43 0,05 0,12 1,20 0,86 3,24 1,47 BP2-P1 19/07/2011 15,06 2,49 0,05 0,02 3,82 0,87 1,66 0,97

BP2-P10 19/07/2011 221,72 0,06 0,05 0,03 40,74 13,00 25,93 3,89 BP2-P13 19/07/2011 42,27 0,25 0,05 0,1 8,06 1,93 4,68 1,30

BP1-P1 22/11/2011 13,89 0,41 0,05 0,23 4,00 0,07 0,60 0,90 BP1-P13 22/11/2011 18,94 0,7 0,05 0,07 3,40 0,07 2,60 1,40 BP2-P1 21/11/2011 17,15 0,99 0,05 0,04 5,36 0,15 1,50 0,80

BP2-P13 21/11/2011 45,53 1,57 0,9 0,15 9,64 2,94 3,90 1,20

BP1-P1 24/01/2012 7,37 0,83 0,05 0,16 1,56 0,39 0,70 0,60 BP1-P13 24/01/2012 18,56 0,36 0,05 0,05 1,93 0,44 3,00 1,30 BP2-P1 24/01/2012 15,70 1,61 0,05 0,04 4,27 0,41 1,80 1,00

BP2-P13 24/01/2012 42,35 0,83 0,05 0,13 9,03 1,58 4,30 1,10

BP1-P1 19/03/2012 11,67 0,29 0,05 0,17 1,66 0,82 0,6 1 BP1-P13 19/03/2012 20,03 0,29 0,05 0,06 2,51 0,39 3,1 1,5 BP2-P1 20/03/2012 23,34 1,23 0,05 0,02 5,5 1,48 1,4 1,1

BP2-P13 20/03/2012 35,59 1,17 0,05 0,09 7,69 1,2 4 1,3

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 35

Tabela 22 - Temperatura, condutividade, pH, alcalinidade e sólidos totais dissolvidos medidos em amostras de água coletadas nas baterias de piezômetros entre dezembro de 2010 e maio de 2012.

Local Data temp Cond, pH

alcalinidade total STD

(oC) (µS cm

-1) (mg.L

-1 CaCO3) (mg.L

-1)

BP1-P1 22/12/2010 19,8 15,4 5,32 8,33 31

BP1-P13 22/12/2010 19,8 25,3 5,61 16,43 35

BP2-P1 22/12/2010 19,8 44,1 5,62 26,24 54

BP2-P13 22/12/2010 19,8 88,91 5,9 51,34 100

BP1-P1 24/02/2011 20,4 18,04 5,2 7,75 10

BP1-P13 24/02/2011 21,2 31,1 5,64 19,17 20

BP2-P1 23/02/2011 22,6 33,1 5,35 18,98 20

BP2-P13 23/02/2011 22 73,8 5,74 43,61 54

BP1-P1 16/05/2011 19,8 22,51 5,31 8,65 2,5

BP1-P13 16/05/2011 19,8 31,4 5,61 16,44 4,2

BP2-P1 17/05/2011 19,8 33,6 5,4 14,81 4,5

BP2-P13 17/05/2011 19,8 77,6 5,72 37,7 10,7

BP1-P1 19/07/2011 22,4 25 6,21 9,96 21

BP1-P5 19/07/2011 21 213 7,99 96,94 128

BP1-P13 19/07/2011 20,4 28,1 6,76 12,72 19

BP2-P1 19/07/2011 21,4 37,5 6,09 12,34 23

BP2-P10 19/07/2011 21,4 362 7,58 181,73 234

BP2-P13 19/07/2011 21,3 76,4 6,39 31,64 49

BP1-P1 22/11/2011 20,0 9,4 5,59 11,39 6

BP1-P13 22/11/2011 20,0 6,39 5,84 15,54 4

BP2-P1 21/11/2011 21,0 7,23 5,6 14,06 5

BP2-P13 21/11/2011 21,0 17,6 6,06 37,32 11

BP1-P1 24/01/2012 19,8 19,1 5,32 6,04 13

BP1-P13 24/01/2012 19,8 32,2 6,39 15,21 21

BP2-P1 24/01/2012 19,8 37,2 5,5 12,87 24

BP2-P13 24/01/2012 19,8 86,2 5,92 34,71 55

BP1-P1 19/03/2012 22,0 18,9 5.53 9,56 12

BP1-P13 19/03/2012 22,0 32,2 6.02 16,52 21

BP2-P1 20/03/2012 21,0 42,4 5.96 19,13 28

BP2-P13 20/03/2012 20,0 64,5 5.98 29,17 42

BP1-P1 29/05/2012 22,0 29,0 5,88 * *

BP1-P13 29/05/2012 21,0 16,8 5,69 * *

BP2-P1 30/05/2012 20,0 78,8 6,10 * *

BP2-P13 30/05/2012 22,0 41,3 5,94 * *

(*) variáveis em procedimento analítico.

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

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Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 36

Tabela 23 - Al, B, Ba, Be, Bi, Br, Ca, Cd, Ce e Cl em solução, medidos em amostras de água coletadas nas

baterias de piezômetros entre 12/2010 e 03/2012.

Local Data Al B Ba Be Bi Br Ca Cd Ce Cl

PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPM PPB PPB PPM

BP1-P13 22/12/2010 <1 5 31,56 <0.05 <0.05 <5 1,10 0,06 <0.01 <1

BP1-P01 23/12/2010 10 <5 45,59 <0.05 <0.05 9 1,18 0,20 0,01 13

BP2-P01 22/12/2010 4 <5 61,34 <0.05 <0.05 <5 6,40 0,11 <0.01 <1

BP2-P13 23/12/2010 2 <5 126,03 <0.05 <0.05 9 12,54 0,09 <0.01 <1

BP1-P01 24/02/2011 14 <5 47,95 <0.05 <0.05 6 1,32 0,09 0,03 1

BP1-P13 24/02/2011 7 <5 33,13 <0.05 <0.05 <5 1,42 <0.05 0,04 <1

BP2-P01 23/02/2011 9 <5 73,65 0,06 <0.05 11 3,57 <0.05 0,08 1

BP2-P13 23/02/2011 7 6 101,80 <0.05 <0.05 10 8,60 <0.05 0,06 1

BP1-P01 16/05/2011 27 19 47,63 <0.05 <0.05 <5 1,12 0,05 0,10 <1

BP1-P13 16/05/2011 12 15 36,49 <0.05 <0.05 <5 1,25 <0.05 0,06 <1

BP2-P01 17/05/2011 29 16 71,55 0,06 <0.05 <5 2,86 0,05 0,24 <1

BP2-P13 17/05/2011 33 19 92,53 <0.05 <0.05 8 7,64 <0.05 0,16 <1

BP1-P01 19/07/2011 25 <5 49,44 0,10 <0.05 <5 3,30 0,43 0,06 1

BP1-P05 19/07/2011 17 10 402,35 <0.05 <0.05 <5 21,09 0,13 0,04 <1

BP1-P13 19/07/2011 12 <5 38,64 <0.05 <0.05 <5 1,20 0,09 0,02 <1

BP2-P01 19/07/2011 13 6 68,09 <0.05 <0.05 <5 3,82 0,21 0,02 2

BP2-P10 19/07/2011 11 35 356,58 <0.05 <0.05 8 40,74 0,09 0,04 <1

BP2-P13 19/07/2011 16 16 90,33 <0.05 0,11 14 8,06 0,17 0,03 4

BP1-P01 22/11/2011 23 <5 55,16 0.09 <0.05 8 1,76 0,08 0,07 <1

BP1-P13 22/11/2011 19 <5 38,36 <0.05 <0.05 <5 1,79 0,06 0,10 <1

BP2-P01 21/11/2011 17 <5 70,02 <0.05 <0.05 6 5,71 0,48 0,17 <1

BP2-P13 21/11/2011 34 7 81,95 <0.05 <0.05 11 8,32 0,10 0,13 <1

BP1-P01 24/01/2012 100 <150 50 <4 <60 - 1,34 <1,0 - -

BP1-P13 24/01/2012 <50 <150 50 <4 <60 - 1,14 <1,0 - -

BP2-P01 24/01/2012 70 <150 70 <4 <60 - 3.24 <1,0 - -

BP2-P13 24/01/2012 <50 <150 80 <4 <60 - 8,2 <1,0 - -

BP1-P01 19/03/2012 27 20 48,24 0,09 <0.05 25 1,51 0,35 0,05 1

BP1-P13 19/03/2012 20 9 39,31 <0,05 <0.05 14 1,60 0,12 0,07 <1

BP2-P01 20/03/2012 17 12 67,93 0,11 <0.05 11 5,47 0,16 0,06 <1

BP2-P13 20/03/2012 17 10 68.63 <0,05 <0.05 22 7,08 0,11 0,07 1

Tabela 24 - Co, Cr, Cs, Cu, Dy, Fe, Ga, Gd, Hg e K em solução, medidos em amostras de água coletadas nas

baterias de piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012.

Local Data Co Cr Cs Cu Dy Fe Ga Gd Hg K

PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPM

BP1-P01 23/12/2010 1,00 <0.5 <0.01 2,5 <0.01 <10 <0.05 <0.01 <0.1 0,72

BP1-P13 22/12/2010 0,07 0,5 <0.01 0,2 <0.01 <10 <0.05 <0.01 <0.1 1,49

BP2-P01 22/12/2010 0,06 <0.5 0,01 0,2 <0.01 <10 <0.05 <0.01 <0.1 1,07

BP2-P13 23/12/2010 0,56 0,7 0,02 0,4 <0.01 <10 <0.05 <0.01 <0.1 2,04

BP1-P01 24/02/2011 1,10 <0.5 0,01 1,5 <0.01 <10 <0.05 <0.01 <0.1 0,84

BP1-P13 24/02/2011 0,16 <0.5 <0.01 1,7 <0.01 20 <0.05 <0.01 <0.1 1,51

Page 44: INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de ... · Hidrologia e Atividades de Campo ... Tabela 16 - Atividades de campo desenvolvidas nas baterias de piezômetros entre

DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 37

Local Data Co Cr Cs Cu Dy Fe Ga Gd Hg K

PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPM

BP2-P01 23/02/2011 3,48 <0.5 <0.01 0,6 <0.01 1078 <0.05 <0.01 <0.1 0,78

BP2-P13 23/02/2011 2,15 <0.5 0,02 1,1 <0.01 <10 <0.05 <0.01 <0.1 1,49

BP1-P01 16/05/2011 0,65 0,8 0,02 2,1 <0.01 32 <0.05 <0.01 <0.1 0,91

BP1-P13 16/05/2011 0,09 1,1 <0.01 1,3 <0.01 16 <0.05 <0.01 <0.1 1,46

BP2-P01 17/05/2011 3,92 0,8 0,01 5,0 0,01 445 <0.05 <0.01 <0.1 1,19

BP2-P13 17/05/2011 2,27 0,7 0,02 0,9 <0.01 35 <0.05 0,01 <0.1 1,30

BP1-P01 19/07/2011 0,43 1,1 0,01 2,7 <0.01 12 <0.05 0,05 0,2 1,41

BP1-P05 19/07/2011 0,07 1,1 0,01 1,0 <0.01 <10 <0.05 0,03 <0.1 1,35

BP1-P13 19/07/2011 0,08 1,2 <0.01 0,9 <0.01 <10 <0.05 0,03 <0.1 1,47

BP2-P01 19/07/2011 1,90 1,1 0,01 0,7 <0.01 <10 <0.05 0,05 <0.1 0,97

BP2-P10 19/07/2011 2,23 1,5 0,05 0,7 <0.01 <10 0,06 0,05 <0.1 3,89

BP2-P13 19/07/2011 2,00 1,4 0,01 1,6 0,01 30 <0.05 <0.01 <0.1 1,30

BP1-P01 22/11/2011 0,33 <0.5 0,02 1,5 <0.01 26 <0.05 <0.01 <0.1 1,01

BP1-P13 22/11/2011 0,14 <0.5 <0.01 1,5 <0.01 16 <0.05 <0,01 <0.1 1,63

BP2-P01 21/11/2011 2,52 <0.5 0,02 0,9 <0.01 105 <0.05 0,01 <0.1 0,84

BP2-P13 21/11/2011 0,60 <0.5 0,02 2,6 <0.01 27 <0.05 0,01 <0.1 1,46

BP1-P01 24/01/2012 <10 <10 - <9,0 - <130 - - - 1,04

BP1-P13 24/01/2012 <10 <10 - <9,0 - <130 - - - 0.98

BP2-P01 24/01/2012 <10 <10 - <9,0 - <130 - - - 1,54

BP2-P13 24/01/2012 <10 <10 - <9,0 - <130 - - - 1,35

BP1-P01 19/03/2012 0,31 <0.5 0,01 5,9 <0.01 <10 <0.05 <0.01 0,3 1,33

BP1-P13 19/03/2012 0,16 0,6 <0.01 2,7 <0.01 <10 <0.05 <0.01 0,2 1,82

BP2-P01 20/03/2012 1,48 <0.5 <0.01 4,0 <0.01 241 <0.05 <0.01 0,4 1,32

BP2-P13 20/03/2012 1,41 <0.5 <0.01 1,0 <0.01 <10 <0.05 <0.01 0,1 1,53

Tabela 25 - La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nd, Ni, P,e Pb em solução, medidos em amostras de água coletadas nas

baterias de piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012.

Local Data La Li Mg Mn Mo Na Nd Ni P Pb

PPB PPB PPM PPB PPB PPM PPB PPB PPB PPB

BP1-P01 23/12/2010 0,01 2,3 0,64 47,97 0,4 0,85 0,02 4,6 <20 1,5

BP1-P13 22/12/2010 <0.01 2,9 0,81 3,97 0,9 3,32 <0.01 5,7 <20 <0.1

BP2-P01 22/12/2010 <0.01 5,9 1,17 181,05 0,7 1,76 <0.01 2,8 <20 <0.1

BP2-P13 23/12/2010 <0.01 5,4 2,52 740,64 1,1 6,13 <0.01 4,2 <20 <0.1

BP1-P01 24/02/2011 0,01 2,9 0,63 62,55 0,1 0,80 <0.01 3,5 147 10,2

BP1-P13 24/02/2011 0,01 10,4 0,82 13,95 0,1 3,38 0,02 1,3 24 2,3

BP2-P01 23/02/2011 0,03 3,9 0,74 300,67 <0.1 1,06 0,02 4,5 <20 2,1

BP2-P13 23/02/2011 0,02 4,2 1,88 566,68 <0.1 5,10 0,02 2,8 <20 6,8

BP1-P01 16/05/2011 0,04 2,8 0,61 38,98 <0.1 0,65 0,05 2,9 <20 16,4

BP1-P13 16/05/2011 0,03 10,4 0,79 4,49 <0.1 3,16 0,03 0,8 27 7,5

BP2-P01 17/05/2011 0,07 5,0 0,64 312,07 <0.1 1,40 0,07 4,3 <20 33,1

BP2-P13 17/05/2011 0,06 4,5 1,61 472,92 <0.1 4,57 0,04 2,8 <20 7,8

BP1-P01 19/07/2011 0,03 2,9 0,94 47,12 1,6 1,75 0,02 3,2 184 22,4

BP1-P05 19/07/2011 0,02 7,6 6,78 53,84 1,4 14,40 0,02 0,3 63 1,9

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 38

Local Data La Li Mg Mn Mo Na Nd Ni P Pb

PPB PPB PPM PPB PPB PPM PPB PPB PPB PPB

BP1-P13 19/07/2011 <0.01 6,2 0,86 5,29 1,1 3,24 <0.01 0,7 30 4,5

BP2-P01 19/07/2011 <0.01 5,6 0,87 250,98 0,8 1,66 <0.01 2,8 21 11,6

BP2-P10 19/07/2011 0,02 20,4 13,00 810,20 0,6 25,93 0,02 1,5 <20 1,5

BP2-P13 19/07/2011 0,01 4,3 1,93 408,55 1,2 4,68 <0.01 2,5 32 7,1

BP1-P01 22/11/2011 0,05 2,8 0,70 33,94 <0.1 0,64 0,04 3,6 17 16,6

BP1-P13 22/11/2011 0,05 17,1 0,95 5,76 0,1 3,42 0,05 0,9 31 15,7

BP2-P01 21/11/2011 0,06 4,4 0,98 199,66 <0.1 1,35 0,07 3,0 15 28,4

BP2-P13 21/11/2011 0,05 4,6 1,81 269,38 <0.1 4,60 0,05 2,5 16 3,9

BP1-P01 24/01/2012 - - 0,61 <50 <70 0,82 - <20 - 40

BP1-P13 24/01/2012 - - 0,72 <50 <70 3,37 - <20 - 20

BP2-P01 24/01/2012 - - 0,79 <50 <70 1,87 - <20 - 60

BP2-P13 24/01/2012 - - 1,68 <50 <70 4,84 - <20 - 10

BP1-P01 19/03/2012 0,02 2,7 3,40 24,55 1,0 1,19 0,03 4,0 126 9,2

BP1-P13 19/03/2012 0,03 4,3 3,40 13,18 1,0 3,80 0,04 1,3 40 5,5

BP2-P01 20/03/2012 0,02 5,9 3,40 98,97 1,1 1,94 0,02 3,3 32 3,5

BP2-P13 20/03/2012 0,02 4,0 3,40 212,79 0,7 4,71 0,02 2,3 103 5,9

Tabela 26 - Pd, Pt, Rb, Ru, S, Sb, Sc, Si e Sn em solução, medidos em amostras de água coletadas nas baterias de

piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012.

Local Data Pd Pr Rb Rh Ru S Sb Sc Si Sn

PPB PPB PPB PPB PPB PPM PPB PPB PPM PPB

BP1-P13 22/12/2010 <0.2 <0.01 3,52 <0.01 <0.05 <1 0,05 5

<0.05

BP1-P01 23/12/2010 <0.2 <0.01 1,66 <0.01 <0.05 <1 0,10 2

<0.05

BP2-P01 22/12/2010 <0.2 <0.01 1,48 <0.01 <0.05 <1 <0.05 3

<0.05

BP2-P13 23/12/2010 <0.2 <0.01 2,63 <0.01 <0.05 <1 0,06 6

<0.05

BP1-P01 24/02/2011 <0.2 <0.01 2,68 <0.01 <0.05 <1 <0.05 1

0,09

BP1-P13 24/02/2011 <0.2 <0.01 3,35 <0.01 <0.05 <1 <0.05 2

0,05

BP2-P01 23/02/2011 <0.2 <0.01 1,35 <0.01 <0.05 <1 <0.05 1

0,06

BP2-P13 23/02/2011 <0.2 <0.01 1,88 <0.01 <0.05 <1 <0.05 3

<0.05

BP1-P01 16/05/2011 <0.2 0,01 3,38 <0.01 <0.05 <1 <0.05 <1 5,41 <0.05

BP1-P13 16/05/2011 <0.2 <0.01 3,95 <0.01 <0.05 <1 <0.05 <1 12,86 <0.05

BP2-P01 17/05/2011 <0.2 0,02 2,37 <0.01 <0.05 <1 <0.05 <1 6,84 0,07

BP2-P13 17/05/2011 <0.2 0,01 1,72 <0.01 <0.05 <1 <0.05 <1 13,98 <0.05

BP1-P01 19/07/2011 <0.2 <0.01 3,58 <0.01 0,09 <1 <0.05 2 5,27 0,10

BP1-P05 19/07/2011 <0.2 <0.01 1,23 <0.01 <0.05 2 <0.05 4 12,65 <0.05

BP1-P13 19/07/2011 <0.2 <0.01 3,61 <0.01 <0.05 <1 <0.05 4 12,27 <0.05

BP2-P01 19/07/2011 <0.2 <0.01 1,64 <0.01 <0.05 <1 <0.05 2 5,95 <0.05

BP2-P10 19/07/2011 <0.2 <0.01 3,69 0,01 0,09 2 <0.05 6 16,14 <0.05

BP2-P13 19/07/2011 <0.2 <0.01 1,61 <0.01 <0.05 <1 <0.05 5 13,38 0,08

BP1-P01 22/11/2011 <0.2 0,01 4,04 <0.01 <0.05 <1 <0.05 <1 4,86 0,06

BP1-P13 22/11/2011 <0.2 0,01 4,16 <0.01 <0.05 <1 <0.05 2 11,08 <0.05

BP2-P01 21/11/2011 <0.2 0,02 1,92 <0.01 <0.05 <1 <0.05 <1 5,06 <0.05

BP2-P13 21/11/2011 <0.2 0,01 1,99 <0.01 <0.05 <1 <0.05 2 12,33 <0.05

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 39

Local Data Pd Pr Rb Rh Ru S Sb Sc Si Sn

PPB PPB PPB PPB PPB PPM PPB PPB PPM PPB

BP1-P01 24/01/2012 - - - - - - - - - <100

BP1-P13 24/01/2012 - - - - - - - - - <100

BP2-P01 24/01/2012 - - - - - - - - - <100

BP2-P13 24/01/2012 - - - - - - - - - <100

BP1-P01 19/03/2012 <0.2 <0.01 3,92 <0.01 <0.05 2 <0.05 <1 5,38 0,07

BP1-P13 19/03/2012 <0.2 <0.01 4,81 <0.01 <0.05 1 <0.05 2 12,59 0,08

BP2-P01 20/03/2012 <0.2 <0.01 2,48 <0.01 <0.05 2 <0.05 1 6,25 0,09

BP2-P13 20/03/2012 <0.2 <0.01 2,12 <0.01 <0.05 2 <0.05 2 13,07 <0.05

Tabela 27 - Sr, Ti, Tl, U, V, W, Y e Zn em solução, medidos em amostras de água coletadas nas baterias de

piezômetros entre 12/ 2010 e 03/2012.

Local Data Sr Ti Tl U V W Y Zn

PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB

BP1-P13 22/12/2010 9,35 <10 0,01 <0.02 0,5 <0.02 <0.01 9,6

BP1-P01 23/12/2010 6,24 <10 0,01 <0.02 0,2 <0.02 0,01 28,6

BP2-P01 22/12/2010 19,92 <10 0,02 <0.02 <0.2 <0.02 <0.01 31,6

BP2-P13 23/12/2010 62,26 <10 0,05 <0.02 0,3 <0.02 <0.01 15,5

BP1-P01 24/02/2011 6,08 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 0,02 40,5

BP1-P13 24/02/2011 10,03 <10 <0.01 <0.02 0,5 <0.02 0,02 19,8

BP2-P01 23/02/2011 15,23 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 0,03 26,8

BP2-P13 23/02/2011 44,41 <10 0,04 <0.02 0,4 <0.02 0,02 17,3

BP1-P01 16/05/2011 5,80 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 0,05 40,4

BP1-P13 16/05/2011 9,89 <10 0,01 <0.02 0,4 <0.02 0,03 21,5

BP2-P01 17/05/2011 14,52 <10 0,06 <0.02 0,3 <0.02 0,08 57,5

BP2-P13 17/05/2011 40,66 <10 0,06 <0.02 0,4 <0.02 0,05 18,0

BP1-P01 19/07/2011 11,38 <10 0,02 <0.02 0,2 <0.02 0,03 94,2

BP1-P05 19/07/2011 112,41 <10 <0.01 0,04 <0.2 0,04 0,03 21,7

BP1-P13 19/07/2011 10,07 <10 <0.01 <0.02 0,3 <0.02 <0.01 23,9

BP2-P01 19/07/2011 17,13 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 <0.01 40,7

BP2-P10 19/07/2011 288,28 <10 0,03 0,09 <0.2 <0.02 0,01 18,7

BP2-P13 19/07/2011 44,90 <10 0,05 0,02 0,4 <0.02 0,02 25,0

BP1-P01 22/11/2011 7,90 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 0,05 52,9

BP1-P13 22/11/2011 10,04 <10 <0.01 <0.02 <0.2 <0.02 0,05 48,8

BP2-P01 21/11/2011 15,18 <10 0,05 <0.02 <0.2 <0.02 0,06 73,8

BP2-P13 21/11/2011 39,95 <10 0,04 <0.02 <0.2 <0.02 0,06 29,9

BP1-P01 24/01/2012 <100 - <100 - <10 - - <100

BP1-P13 24/01/2012 <100 - <100 - <10 - - <100

BP2-P01 24/01/2012 <100 - <100 - <10 - - <100

BP2-P13 24/01/2012 <100 - <100 - <10 - - <100

BP1-P01 19/03/2012 6,40 <10 0,02 <0.02 <0.2 <0.02 0,04 77,2

BP1-P13 19/03/2012 10,13 <10 <0.01 <0.02 0,3 <0.02 0,02 63,8

BP2-P01 20/03/2012 15,76 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 0,03 57,2

BP2-P13 20/03/2012 31,14 <10 0,03 <0.02 <0.2 <0.02 0,04 32,7

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 40

Além dos elementos químicos especificados nas tabelas acima, foram analisados mais os

seguintes elementos, cujas concentrações estiveram abaixo dos limites de detecção em todas as

amostras: Ag (0,05), As (0,5), Au (0,05), Er (0,01), Eu (0,01), Ge (0,05), Hf (0,02), Ho (0,01), In (0,01), Lu

(0,01), Nb (0,01), Pd (0,2), Re (0,01), Sb (0,05), Sm (0,02), Tb (0,01), Th (0,05), Yb (0,01).Os valores

entre parênteses correspondem aos respectivos limites de detecção em PPB.

4.4 Medições automáticas do nível do freático e da temperatura

As medições automáticas do nível do freático e da temperatura foram realizadas por

equipamentos medidores da coluna de água pela pressão exercida sobre uma célula baro-sensível,

marca Solinst modelo Levelogger gold 3001. Os equipamentos foram instalados nos poços BP1- P01,

BP1- P13, BP2 – P01 e BP2 – P13, a 15 metros de profundidade.

As altitudes do nível da água anotadas nos piezômetros podem ser observadas na Figura 17.

Os valores foram obtidos a partir dos registros automáticos dos dataloggers, corrigidos pelos valores

de pressão obtidos na Estação meteorológica operada pelo Simepar em Telêmaco Borba. As medidas

de pluviosidade também foram obtidas na mesma estação e estão apresentadas na Figura 18.

Figura 17 - Altitudes do freático na fase rio, obtida por medidor automático nos piezômetros BP1-P1, BP1-P13, BP2-P1 e BP2-P13 entre 17/10/2011 e 23/01/2012.

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Figura 18 - Pluviosidade de referência (mm) obtida na Estação de Telêmaco Borba. Fonte: Copel/Simepar

As temperaturas do freático na fase rio obtidas por medidor automático nos pizômetros BP1-

P1, BP1-P13, BP2-P1 e BP2-P13 entre outubro/11 e janeiro/12 são apresentadas na Figura 19.

Figura 19 - Temperatura do freático na fase rio, obtida por medidor automático nos piezômetros BP1-P1, BP1-P13, BP2-P1 e BP2-P13 entre 17/10/2011 e 23/01/2012.

4.5 Interpretação preliminar dos resultados obtidos

Diferentemente dos corpos de água superficiais cujos pontos de monitoramento normalmente

são alterados quando do enchimento dos reservatórios, via de regra, os pontos de monitoramento

dos aquíferos permanecem no mesmo lugar. As alterações nas características hidráulicas e,

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principalmente químicas são mais graduais no meio subterrâneo, não havendo uma quebra brusca de

continuidade nas variáveis. Visto isso, uma análise mais profunda e detalhada das alterações impostas

pelo barramento do rio Tibagi nas características do freático será procedida após a obtenção de dados

posteriores a tal evento.

As baterias de poços de monitoramento, BP1 e BP2, apresentaram perfis litológicos distintos.

Em BP1 o substrato, que é um siltito cinza claro a cinza escuro, é atingido em alguns poços na faixa

dos 12 m de profundidade, e em outros na faixa dos 18m. Em BP2, por sua vez, quase todos os poços

atingiram um siltito semelhante já aos 6 m. Apenas no P13, antes de atingir o siltito fresco, ocorre

uma camada de argila esbranquiçada.

O monitoramento dos perfis piezométricos através de dados obtidos em oito campanhas

indicou comportamentos distintos entre os sítios das duas baterias de piezômetros. Enquanto a

bateria BP1, apresentou uma boa homogeneidade no perfil piezométrico (Figura 20), a bateria BP2

apresentou um comportamento bem mais heterogêneo (Figura 21). A Figura 20 foi construída com os

dados constantes da Tabela 17 e a Figura 21 com os dados da Tabela 18.

Figura 20 - Perfis piezométricos medidos em oito campanhas na BP1, situada na margem direita do rio Tibagi, no município de Telêmaco Borba.

Na bateria BP1, houve um aumento suave no nível do freático entre P1 e P4, com um

gradiente mais acentuado entre P4 e P8, e, uma certa estabilização do nível em P8, P9 e P10 a cerca

de 641 m. Na região de P11 e P12, o nível abaixou de 1 m a 2 m em todas as medições, denotando

melhor facilidade de fluxo lateral da água devido a uma permeabilidade, primária ou secundária,

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maior. Em P12, o nível do freático retomou a tendência de se manter mais elevado, a pouco mais de

643 m, concordando com nível topográfico superior do local.

A bateria BP2 indica uma maior anisotropia nas condições de fluxo de água subterrânea. O

padrão de fluxo indica, como seria de se esperar, a tendência geral de uma elevação no nível do

freático entre P1 e P13, no entanto ocorrem no mínimo três importantes descontinuidades,

caracterizando um padrão de fluxo transversal à linha da bateria de piezômetros.

Figura 21 - Perfis piezométricos medidos em oito campanhas na BP2, situada na margem esquerda do rio Tibagi no município de Ortigueira.

O comportamento da condutividade em BP1 denota uma grande semelhança em todas as

medições (Figura 22). As condutividades mais baixas foram observadas nos piezômetros extremos P1

e P13.

Figura 22 - Variação na condutividade da água medida em oito campanhas em amostras coletadas na BP1, nos piezômetros P1 a P13.

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Em P1, a condutividade tomou valores inferiores a 50 µS.cm-1, subindo em P2, estando

próxima de 200 µS.cm-1, para descer a pouco mais de 50 µS.cm-1 em P4. Em P5, voltou a subir até

mais de 200 µS.cm-1, vindo a decrescer a menos de 50 µS.cm-1 em P10, mantendo valores nesta

ordem até P13. Os dados apresentados na Figura 22 constam da Tabela 19. Este comportamento

denota a heterogeneidade composicional da água do freático e que o sentido do fluxo se dá

transversalmente à linha dos piezômetros.

O comportamento do perfil de pH da bateria BP1 (Figura 23), em linhas gerais, é coerente com

a condutividade, sendo que as descontinuidades da seqüência de valores coincidem, estando os

valores inferiores de pH correspondentes às condutividades mais baixas.

Os valores de pH na faixa de 5,5 são coerentes com o valor da água de chuva, o que é normal

para água do freático percolando formações superficiais com minerais pouco reativos.

Os valores mais elevados de condutividade e pH, provavelmente, estão associados a níveis de

rochas sedimentares com cimento carbonático, o que seria coerente com pH na faixa de 8,0,

anotados em algumas campanhas.

Figura 23 - Valores de pH ao longo da secção do terreno coberta pelos pela bateria de piezômetros BP1.

Na bateria BP2, que apresenta um substrato com padrões de fluxo mais heterogêneo, este

aspecto também é refletido nos perfis de condutividade e pH.

O perfil inicia em P1 com condutividades inferiores a 50 µS.cm-1, sobe suavemente até

próximo a este valor em P3 e P4, ascende até mais de 100 µS.cm-1 em P5 e P6 e atinge cerca de 400

µS.cm-1 em P7. Em P8, sobe a 200 ou 250 µS.cm-1 em P9 e atinge máximos entre 300 e 450 µS.cm-1 em

P10. Em P11, decresce até poço acima de 150 µS.cm-1, continuando a descer até 50 a 100 µS.cm-1 em

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P12 e P13. Na campanha de novembro/11, os valores anotados se afastaram um pouco do padrão

geral, não podendo ser descartada a possibilidade de desvios analíticos, uma vez que o padrão

continuou a ser mantido nas campanhas posteriores.

Figura 24 - Variação na condutividade da água medida em oito campanhas em amostras coletadas na BP2, nos piezômetros P1 a P13.

Na BP2, o perfil do pH (Figura 25), como o da condutividade, apresenta máximos em P7 e P10

e entre estes extremos superiores há um abaixamento no valor da variável em P8. A tendência geral

de P1 a P13 é de um aumento do pH.

Figura 25 - Valores de pH ao longo da secção do terreno coberta pelos pela bateria de piezômetros BP2.

Um panorama geral do quimismo das águas do freático nos dois sítios estudados pode ser

representado pela distribuição relativa dos macro-constituintes iônicos, por meio de um Diagrama de

Durov (DUROV, 1948) (Figura 26).

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No diagrama estão representadas as composições da água do freático coletada nos poços BP1-

P1, BP1-P13, bem como nos poços BP2-P1 e BP2-P13.

Figura 26 - Diagrama de Durov representando a água do freático nos pontos BP1 P1 e P13 e também em BP2 P1 e P13

A análise da distribuição dos pontos no diagrama evidencia as diferenças e semelhanças entre

os grupos de água. A água de BP1-P13 é bicarbonatada sódica, enquanto BP1-P1 é bicarbonatada

mista. A água de BP2 é praticamente toda bicarbonatada cálcica, tendendo a mista em BP1-P13.

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Dentre todos os poços, observa-se a menor variação na composição em BP2-P13, todavia, é

neste poço que ocorre a maior variação de sólidos totais dissolvidos. Esta situação sugere uma

dissolução simples por água pluvial. Nos outros piezômetros monitorados, a amplitude de variação

dos sólidos totais dissolvidos, representados pela condutividade, é menor (Figura 26).

No que diz respeito aos constituintes minoritários, incluindo metais e não metais, em face da

riqueza de dados que está sendo disponibilizada, sua interprestação é complexa e ainda está em

andamento. Até o momento se pode afirmar, todavia, que não foram determinados elementos

químicos com concentração violando o que preconiza a legislação brasileira (Resolução CONAMA

396/2008, que enquadra as águas subterrâneas) para água de consumo humano.

O programa de monitoramento em curso tem por objeto principal o rio Tibagi e sua alteração

provocada pela instalação do lago da UHE Mauá. Está em análise a relação composicional desta água

com a água subterrânea da região, visto isso, é pertinente avaliar esta relação nos pontos

monitorados nas condições atuais para comparar com as condições após a formação do lago.

Tomando-se como referência a composição da água do rio Tibagi, coletada a jusante do sítio

da barragem da UHE Mauá em fevereiro/11, normalizou-se os valores das concentrações de um grupo

de elementos da Tabela 23 a Tabela 27. Os valores normalizados correspondem ao quociente da

divisão da concentração de cada elemento em cada amostra, pelo valor da concentração do

respectivo elemento na amostra tomada como referência. Os valores normalizados estão

representados graficamente na Figura 27 à Figura 30.

Figura 27 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e majoritários no piezômetro BP1-P01.

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A normalização dos valores permite que se observe os elementos que estão enriquecidos ou

depletados em relação à água do rio Tibagi. Assim sendo, se o elemento está mais concentrado na

água do freático do que a água de referência, sua concentração normalizada será inferior a um, e vice-

versa.

No BP1-P01 (Figura 27), chamam à atenção as concentrações de chumbo cerca de 100 vezes

mais elevadas no freático do que no Tibagi, assim como as concentrações de manganês, cobalto e

níquel mais de 10 vezes superiores à referência. Por outro lado, os elementos terras-raras cério e

neodímio, além do alumínio, ferro e ítrio e o cádmio em algumas amostras, estão concentrados mais

de dez vezes no rio Tibagi do que no freático local.

No BP1-P13 (Figura 28), destacam-se o manganês, o cobalto e o chumbo por estarem cerca de

100 vezes mais concentrados no freático do que no Tibagi. Na ordem de 10 vezes mais concentrados

na água subterrânea, se sobressaem o lítio, o níquel e o tálio.

Figura 28 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e majoritários no piezômetro BP1-P13.

No BP2-P01 (Figura 29), o manganês, chumbo e cobalto novamente se destacam por estarem

mais de cem vezes concentrados no freático local em relação ao Tibagi. Pela baixa concentração o

destaque fica novamente para os terras-raras cério e neodímio, além do cádmio e do ferro em

determinadas amostras.

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Figura 29 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e majoritários no piezômetro BP2-P01.

No BP2-P13 (Figura 30), o maior destaque foi para o manganês, cobalto, chumbo, níquel e lítio,

todos com concentrações mais de 10 vezes superiores no freático, sendo que o primeiro apresenta

valores superiores a 500 vezes ao anotado no rio Tibagi.

Figura 30 - Distribuição das concentrações normalizadas pela água do rio Tibagi, de elementos minoritários e majoritários no piezômetro BP2-P13.

Os estudos e interpretações do comportamento hidrogeoquímico do sistema freático-

reservatório estão tendo sequência.

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5 CONCLUSÕES

Com base nos resultados do presente monitoramento de águas superficiais, no que concerne

as suas características físico-químicas e bacteriológicas, destaca-se:

1) Desacordos que tangem à Resolução CONAMA 357/05, no trecho do rio Tibagi em

estudo com relação às variáveis monitoradas, foram registrados não conformidades

nas análises de coliformes termotolerantes (medidos em E. coli), fenóis totais e

clorofila-a.

2) Assim como durante a Fase Rio (LACTEC, 2011), também durante as Campanhas

Complementares, na estação E2 onde fenóis são monitorados, a concentração

desta variável esteve acima do limite máximo permitido pela Resolução CONAMA

357/05.

3) Coliformes termotolerantes foram registrados acima do limite máximo permitido

da Resolução CONAMA 357/05 nas estações E2 e E3 (rio Imbauzinho), nos meses de

março/11 (E2: 2.500 NMP.100mL-1), junho/11 (E2: 2.400 NMP.100mL-1) e abril/12

(E2: 2.600 NMP.100mL-1 e E3: 1.300 NMP.100mL-1).

4) No mês de abril/12 foram registrados valores expressivamente mais elevados (em

comparação com os demais meses de monitoramento) para a variável clorofila-a,

especialmente nas estações E6 e E9. Estes valores estiveram acima do limite da

Resolução CONAMA 357/05, indicando aumento da produtividade primária do

ecossistema em abril/12.

5) O Fósforo total, mesmo abaixo do limite máximo da referida resolução durante as

Campanhas Complementares, também apresentou concentrações elevadas

(> 0,06 mg.L-1) nas estações E1, E2, E6, E7 e E9, sendo mais recorrente nos meses

de março/11 e abril/12.

6) Segundo a metodologia do Índice de Qualidade de Água (IQA) proposto pela

CETESB, de forma geral, as águas do rio Tibagi e de seus afluentes, na região do

empreendimento UHE Mauá, apresentaram qualidade BOA a ÓTIMA, no período

monitorado entre março/11 e abril/12.

7) Com relação ao grau de trofia do ecossistema, de acordo com o Índice de Estado

Trófico (IET) proposto pela CETESB, na média das Campanhas Complementares as

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estações localizadas no rio Tibagi foram caracterizadas como mesotróficas. As

estações localizadas em tributários (rio Imbauzinho, rio Barra Grande e ribeirão das

Antas), na média, caracterizaram-se como oligotróficas, ou seja, com menor grau

de trofia.

Com base nos resultados do presente monitoramento de sedimento, destaca-se:

1) Com relação aos limites da Resolução CONAMA 344/04, somente a variável carbon

orgânico total esteve acima valor de alerta, na estação E5, no mês de dezembro/12

(campanhas complementares).

2) Durante a Fase Rio (LACTEC, 2011), o carbono orgânico total esteve acima do nível

de alerta também na estação E5, rio Barra Grande, na coleta de fevereiro/10, com

concentração de 12,84 %w.w-1, além deste, também o zinco apresentou-se em

valores mais elevados no mês de maio/10, com concentração acima do Nível 1, e

inferior limite do Nível 2, com concentração máxima medida de 270 mg.kg-1. Tal

situação não foi observada durante as Coletas Complementares.

Com base nos resultados do presente monitoramento de águas subterrâneas, destaca-se:

1) O monitoramento do freático até o momento indicou que as águas subterrâneas

dos aquíferos rasos possuem boa qualidade química quanto aos parâmetros

levantados, não sendo ultrapassados valores limites legais vigentes.

2) Em termos de quimismo dos macro-constituintes iônicos, trata-se, em todos os

casos de águas bicarbonatadas com condutividade entre 10 µS.cm-1 e 90 µS.cm-1.

Na bateria da margem direita (BP1), em Telêmaco Borba, o poço de montante se

destaca dos outros por acessar água bicarbonatada sódica, enquanto o poço de

jusante desta bateria possui água de caráter bicarbonatado misto. Na bateria da

margem esquerda (BP2), no município de Ortigueira, as águas de ambos os poços

de monitoramento são bicarbonatadas cálcicas.

3) Na bateria da margem direita (BP1), o conjunto das análises dos macro-

constituintes iônicos evidencia águas contendo mais material em solução no poço

de jusante, o que seria um comportamento esperado. Na bateria da margem

esquerda (BP2), todavia, não foi o que se verificou pois, na maioria dos casos, o

poço de montante apresentou águas mais condutivas.

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4) A análise conjunta dos constituintes minoritários indica que as águas subterrâneas

do poço de montante da margem direita estão enriquecidas em mais de 10 vezes

em relação ao rio Tibagi em cobalto, manganês, níquel e chumbo. No poço de

montante também houve um enriquecimento em lítio na mesma razão, o que não

aconteceu no poço de jusante.

5) Na água dos dois piezômetros extremos da margem esquerda houve

enriquecimento em mais de 10 vezes em cobalto, lítio, manganês, níquel, chumbo.

Por outro lado, o Tibagi está enriquecido, em relação á água subterrânea dos

quatro pontos de amostragem, em cádmio, cério, ferro, neodímio e também em

ítrio.

6) Conclui-se que o quimismo indica que o fluxo subterrâneo tem direção diferente

das linhas dos piezômetros e que há uma heterogeneidade de fluxos em termos

composicionais, mesmo na escala abrangida pelas baterias de piezômetros. Este

aspecto se dá em função de descontinuidades do ambiente sub-superficial, sejam

elas estruturais ou faciológicas. Esta constatação se confirma pela análise dos

dados piezométricos.

7) Do ponto de vista da piezometria observada nos perfis levantados durante as

campanhas de medidas diretas nas duas baterias, fica evidenciado que o perfil da

margem direita do Tibagi é mais contínuo e regular, ao passo que na margem

esquerda são evidenciadas descontinuidades significativas, o que é corroborado

pelas diferenças no quimismo das águas.

8) Os dados de medições contínuas registradas nos quatro “datalogers” indicaram

amplitudes de variação, no nível da água de ambos os piezômetros da margem

direita, inferiores a um metro. Os dados obtidos nos piezômetros da margem

esquerda, por sua vez indicaram variações muito maiores, na ordem de dois

metros no ponto de montante e de dez metros no ponto de jusante.

9) De um modo geral, pode ser afirmado que os dados até o momento obtidos nas

baterias de piezômetros, serão uma base consistente para avaliações de mudanças

no ambiente subterrâneo de baixa profundidade durante e após a formação do

reservatório da UHE Mauá.

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Por fim, cabe ressaltar que os aspectos aqui relatados são preliminares, e deverão ser

avaliados à luz das coletas a serem realizadas na Fase Reservatório. Desta forma, se recomenda a

continuidade no monitoramento da água superficial e subterrânea do freático.

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

RELATÓRIO DE CAMPANHAS COMPLEMENTARES CECS/2012

Reproduções deste documento só têm valor se forem integrais e autorizadas pelo LACTEC 55

PETTS, G. & CALOW, P. River biota: diversity and dinamics. London: Blacwell. 257p. 1996. SANTOS, I.; FILL, H. D.; SUGAI, M. R. V. B.; BUBA, H.; KISHI, R. T.; MARONE, E.; LAUTERT, L. F.

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YABE, M.J.S.; GIMENEZ, S.M.N.; BISINOTI, M.C.; PAES, M.A.A.; LOBO, R.R.; FIGUEIREDO, E.S. Influência de Fenóis na Bacia do rio Tibagi. (on line) In: 23ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Poços de Caldas, MG. 2000. Disponível em http://www.sbq.org.br/ranteriores/23/ resumos /1260/index.html . Acesso em 20 de fevereiro de 2011.

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

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7 ANEXOS

ANEXO I Dados pluviométricos

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DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ

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Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr

1 13,0 0,4 0,2 0,0 4,0 0,0 11,2 73,4 0,0 14,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0

2 0,6 2,0 1,4 11,2 0,0 0,2 30,4 0,2 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

3 0,0 36,8 0,0 7,4 0,2 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

4 0,0 0,8 0,0 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

5 4,4 17,0 0,2 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 1,2 0,0 0,0 1,0

6 0,0 20,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 0,0 0,0 2,0 10,8 0,0 0,0 0,0

7 2,6 35,6 0,0 0,0 0,0 27,8 0,0 0,0 0,6 0,0 0,0 0,2 28,0 0,0 0,0 0,6

8 0,0 1,6 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,2 0,0 18,2 0,2 5,8 0,0 6,6

9 2,6 24,6 1,2 0,0 0,0 78,6 0,2 24,0 10,6 SD 0,0 10,0 0,0 0,0 0,0 0,2

10 0,4 64,4 0,0 1,8 0,0 0,2 0,0 0,0 0,2 SD 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 0,0

11 11,0 7,0 0,0 0,2 0,2 0,0 0,6 0,0 0,0 SD 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0

12 47,6 1,6 SD 24,8 0,0 0,2 0,0 0,2 0,0 SD 61,4 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0

13 0,0 24,2 SD 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 SD 30,2 0,0 2,2 0,0 0,2 0,0

14 0,0 10,0 21,4 0,2 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 SD 8,4 5,4 88,4 5,6 1,4 25,0

15 49,6 3,8 0,0 0,0 7,4 0,0 0,0 0,0 0,0 SD 9,6 0,0 0,2 0,0 1,6 0,2

16 0,2 12,8 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 SD 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

17 37,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 9,2 0,0 0,0 0,0

18 17,8 3,6 23,4 0,0 0,0 2,6 45,0 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 18,4 0,0 0,0 0,0

19 15,8 0,4 3,6 0,0 0,0 0,0 0,2 67,4 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

20 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 1,6 1,2 0,0 0,0 SD 0,0 0,0 0,0 28,8

21 21,0 0,0 0,0 17,0 0,0 0,0 29,6 0,0 0,0 0,0 30,0 SD 0,4 0,0 0,0 30,0

22 6,4 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,8 0,0 0,0 6,4 0,0 0,0 10,8 5,6 0,0

23 21,2 14,4 0,0 0,2 0,2 0,0 0,0 0,8 3,6 0,0 0,0 0,0 0,0 6,6 0,2 0,0

24 0,8 0,4 0,0 21,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,6 1,2 0,6 0,2 0,0

25 0,4 53,2 0,0 3,2 0,0 0,0 0,0 0,6 0,0 29,6 0,0 10,0 5,4 3,4 0,0 1,6

26 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 27,8 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 25,6 14,2 0,0 115,0

27 0,0 0,0 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 21,0 0,0 0,0 0,8 13,0 0,2

28 0,0 47,2 32,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 2,6 0,0 21,4

29 0,0 - 14,0 0,0 0,0 41,0 0,0 0,0 0,0 24,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6

30 32,8 - 3,4 4,6 0,2 31,0 33,0 13,2 0,0 1,4 0,0 35,0 0,0 - 0,0 0,0

31 12,0 - 8,4 - 0,0 - 74,4 3,6 - 0,0 - 55,6 0,0 - 0,0 -

Total 298,0 382,4 111,6 94,6 12,4 210,2 227,4 187,4 19,6 75,4 167,2 138,8 191,8 52,4 22,2 231,2

Máx 49,6 64,4 32,8 24,8 7,4 78,6 74,4 73,4 10,6 29,6 61,4 55,6 88,4 14,2 13,0 115,0

Dia da coleta

UHE MAUÁ - Estação: Telemaco Borba

Código ANA: 2450064

Alturas Pluviométricas Diárias (mm)

2011 2012

SD: Sem dados

Dia