infraestrutura verde no córrego Água podre, são paulo - sp (pinheiro, 2015)

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Marcelo Kussunoki, 2015 MAITÊ BUENO PINHEIRO INFRAESTRUTURA VERDE NO CÓRREGO ÁGUA PODRE: MEDIDAS APLICADAS IN SITU PARA O TRATAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS São Paulo Dezembro de 2015 Trabalho de conclusão do curso na disciplina AUP 5859 - Estúdio de Infraestrutura Verde, do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU-USP. Docente responsável Paulo Renato Mesquita Pellegrino.

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Este estudo apresenta medidas de Infraestrutura Verde de aplicação in situ para o tratamento da qualidade da água do Córrego Água Podre, na região oeste da cidade de São Paulo. Parte de um exercício desenvolvido durante a disciplina Estúdio de Infraestrutura Verde do Programa de Pós-Graduação da FAU-USP.

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Page 1: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

Marcelo Kussunoki, 2015

MAITÊ BUENO PINHEIRO

INFRAESTRUTURA VERDE NO CÓRREGO ÁGUA PODRE: MEDIDAS APLICADAS IN SITU PARA O TRATAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

São Paulo

Dezembro de 2015

Trabalho de conclusão do curso na disciplina AUP 5859 - Estúdio de Infraestrutura Verde, do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU-USP. Docente responsável Paulo Renato Mesquita Pellegrino.

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Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

Introdução

Infraestrutura verde (IV) é uma rede de paisagens naturais (áreas naturais e assim

caracterizadas, áreas de conservação públicas e privadas, áreas trabalhadas com valores de

conservação e outros espaços abertos protegidos) e espaços tratatos com tipologias paisagísticas

inovadoras integradas a tecnologias naturais capazes de desempenhar multiplas funções

ecológicas.

São tipologias paisagísticas de alto desempenho os jardins de chuvas, biovaletas,

canteiros pluviais, tetos verde, wetlands construídos e flutuantes (floating wetlands) e pisos

permeáveis por exemplo. Estas tipologias paisagísticas integradas às edificações e demais redes

de infraestrutura atuam como elementos combinados “que emulam e adaptam, aos projetos, os

processos e ciclos ocorridos na natureza” (CORMIER; PELLEGRINO, 2008 p. 126).

No tratamento das águas urbanas a IV demonsta ser uma potente ferramenta, pois fornece

uma organização espacial onde, simultaneamente, ocorrem lugares para o desenvolvimento das

atividades sociais e fornecimento dos benefícios da natureza (BENEDICT E MCMAHON, 2006

apud CORMIER; PELLEGRINO, 2008).

O Córrego Água Podre, também conhecido como Riacho Água Podre, pertence a Bacia

Hidrográfica do Córrego do Jaguaré, sub-bacia do Rio Pinheiros, sendo o Córrego Jaguaré um de

seus principais afluentes. A bacia do Jaguaré é formada por 16 córregos e engloba os Distritos

Raposo Tavares, Rio Pequeno e Butantã e faz divisa com os municípios de Osasco, Cotia e

Taboão da Serra.

O Córrego Água Podre é um de seus afluentes e está localizado na parte mediana da

bacia do Jaguaré no Distrito Rio Pequeno, região pertencente ao Bioma Mata Atlântica, Floresta

Ambrófila Densa (Fundação SOS Mata Atlântica, 2014).

O Bairro do Rio Pequeno é uma área ocupada por dezoito favelas formadas por

ocupações irregulares cortadas por córregos que funcionam como esgotos a céu aberto. Esta

forma de ocupação das bacias urbanas acarreta problemas comuns aos moradores da região como

a veiculação de doenças associadas a falta de infraestrutura básica de gestão de resíduos e

tratamento do esgoto e riscos de desastres associados eventos de enchentes e enxurradas

(PMSP).

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Bacia dp Córrego do Jaguaré, São Paulo – SP. Fonte: PMSP, 2015.

O Água Podre atravessa pelos pequenos bairros que formam o Rio Pequeno (Cidade dos

Bandeirantes, Jardim Pinheiros, Vila São Domingos, Vila Tiradentes, Vila Alba, Jardim Santos

Dumont e Jardim Maria Luiza) correndo à ceu aberto em quase toda sua extensão que vai da

Rodovia Raposo Tavares (onde estão suas nascentes), até a Av. Politécnica, onde desaguá no

Córrego Jaguaré.

Atualmente o Índice de Qualidade da Água (IQA) do Córrego Água Podre é classificado

como péssimo pela Comissão de Moradores do Riacho Água Podre, segundo o relatório do IQA

dos Rios do Bioma Mata Atlântica dos anos de 2010 e 2014 (Fundação SOS Mata Atlântica,

2014). O IQA inclui 16 parâmetros dividos em três categorias: Observação - Resíduos sólidos,

odor, espuma, material sedimentável; Bioindicadores: Peixes, larvas brancas, larvas vermelhas,

toxicidade da água; Físicos químicos e biológicos: OD (Oxigênio Dissolvido); DBO (Demanda

Bioquímica de Oxigênio), Ph (Potencial Hidrogenionico); PO4 (Fosfato); Coliformes; NHO3

(Nitrato); temperatura e Turbidez.

Este estudo tem por objetivo apresentar medidas de IV para tratamento in situ das águas

do Córrego Água Podre, ou seja, ações implatadas sobre o córrego e também suas áreas Áreas de

Preservação Permanente1 (APPs) – pois considerou-se estas áreas pertecentes ao corpo hídrico –

visando a minimização da poluição para promoção da melhora da qualidade da água do Córrego

Água Podre.

1 As Áreas de Preservação Permanente (APP) e outros espaços territóriais especialmente protegidos, são considerados instrumentos de relevante interesse ambiental e integram o desenvolvimento sustentável. As APP tem função de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.

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Esta pesquisa, é parte de um trabalho realizado em grupo, intitulado “Análises e

Propostas para Retrofit do Canal Córrego Água Podre e sua sub-bacia Hidrográfica Urbana”,

desenvolvido durante a disciplina Estúdio de Infraestrutura Verde (AUP5859). Durante o

trabalho, o grupo realizou um estudo de toda a bacia do Córrego Água Podre e teve por objetivo

o desenvolvimento de uma metodologia para aplicação de medidas e ações de Infraestrutura

Verde (IV) que contribuam à minimização do nível de contaminação das águas por esta fonte e

consequentemente para a melhora da qualidade das águas do canal. E o conteúdo dos estudos

realizados em grupo, interagem com este a todo momento, apontando o caráter interdisciplinar

de um projeto que visa a melhora da qualidade de rios e córregos urbanos.

Objetivos

Este estudo tem por objetivo apresentar medidas de IV para tratamento in situ das águas

do Córrego Água Podre, ou seja, ações implatadas sobre o córrego e também suas áreas de APP

visando a minimização da poluição para promoção da melhora da qualidade da água do Córrego

Água Podre. É proposito deste trabalho que as medidas estudadas integrem o estudo e projeto

realizado em grupo, que considera toda a bacia do Água Podre, para aplicação destas ações.

Para realização destes propósitos são objetivos específicos desta pesquisa:

a. Identificar os fatores que causam o comprometimento da qualidade das águas do

Córrego Água Podre;

b. Realizar uma análise ambiental do Córrego Água Podre e de suas Áreas de

Preservação Permanente (APP), incluindo a APP das nascentes; c. Identificar as medidas de Infraestrutura Verde para o tratamento in situ das águas que

proporcionem a melhora da qualidade das águas;

d. Selecionar as espécies de plantas.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Análise da Problemática: a Perda de Qualidade das Águas e a Degradação Ambiental na Bacia do Córrego Água Podre

Atualmente a bacia hidrográfica do Córrego Água Podre apresenta problemas relativos à

sua degradação ambiental e perda de qualidade das águas, decorrentes do processo de

desenvolvimento urbano consequentemente.

A degradação do Córrego da Água Podre, não é situação exclusiva, quase toda a rede

hídrica que da Região Metropolitana de São Paulo possui seus córregos, rios e riachos poluídos.

O intenso processo de industrialização e urbanização ocorrido nos últimos 150 anos, na Região

Metropolitana de São Paulo, resultou na degradação de praticamente todos os seus corpos

d’água, na ocupação de várzeas e impermeablização do solo (ISA,).

A urbanização tem impactos sobre os recursos hídricos e no caso do Córrego Água

Podre, observa-se que a falta de infraestrutura básica, as ocupações irregulares e a poluição

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difusa do escoamento pluvial são as principais causas da degradação.

A poluição difusa é uma das principais causas de poluição das bacias hidrograficas

urbanas, trata da poluição proveniente de atividades que depositam poluentes de forma esparsa

sobre a área de contribuição da bacia hidrográfica. Ela é formada por resíduos de origem

bastante diversificada, como os provocados pelo desgaste do asfalto pelos veículos, o lixo

acumulado nas ruas e calçadas, as decomposições orgânicas, as sobras de materiais das

atividades de construção, os restos de combustível, óleos e graxas deixados por veículos,

poluentes do ar, etc. (AESABESP, 2008).

O escoamento pluvial carrega expressivas cargas de poluição difusa, principalmente no

primeiro fluxo de escoamento (first flush), onde a contaminação é muitas vezes maior do que a

normalmente encontrada nos esgotos (MOURA, 2013).

A perda da qualidade e quantidade das águas em bacias urbanas também está relacionada

a degradação ambiental e a perda de formações florestais. Os ecossistemas dependem da água

(em quantidade e qualidade) para gerar e prover os serviços ecossistêmicos2 as sociedades

humanas. A vegetação e a água são indissociáveis. A vegetação promove a manutenção do ciclo

hidrológico e está diretamente relacionada à permeabilidade dos solos, sendo um fator

determinante para a regularidade da vazão dos rios. Especialmente a vegetação que ladeia os

cursos d’água, denominada mata ciliar, estabiliza as margens, diminui o risco de erosão e

assoreamento dos cursos hídricos, minimiza as contaminações químicas e biológicas e são

mitigadoras de perdas de água por evaporação (SMA, 2009).

Entre os fatores envolvidos na degradação ambiental da bacia da Bacia do Água Podre e

associados à perda da qualidade das águas, observa-se que principalmente a pressão sobre as

Áreas de Preservação Permanente3 (APPs) por ocupações irregulares, a falta de gestão dos

resíduos sólidos, a ausência de rede de coleta e tratamento de esgoto e de medidas para

tratamento da poluição difusa levada pelo escoamento pluvial sobre as áreas impermeáveis.

2 Os serviços ecossistêmicos são serviços prestados pelos ecossistemas que conferem benefícios à qualidade de vida humana. São divididos em quatro categorias: a. Serviços de suporte, como formação do solo, ciclagem de nutrientes, fotossíntese (SANTOS, 2014); b. Serviços de regulação, como regulação do clima, purificação da água e do ar, regulação de enfermidades, entre outros; c. Serviços de provisão, de alimentos, matéria prima, combustíveis etc.; d. Serviços culturais, recreativos, estéticos, espirituais e religiosos, turísticos, entre outros (AEM, 2005 apud ROSA, 2014). 3 A Área de Preservação Permanente (APP) de um córrego ou qualquer curso de água em área urbana consolidada é medida a partir do nível mais alto de água, e se estende em faixa marginal com uma largura de trinta metros como mínimo em cursos d’água com até dez metros de largura.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Análise Ambiental do Córrego Água Podre, São Paulo – SP

Para a análise ambiental do Córrego Água Podre este estudo dividiu a área de em dois

setores principais – APP Nascentes e APP Córrego – seguimentados em quatro trechos, sendo

um no setor da APP Nascentes e os outros três no setor APP Córrego, conforme demonstra a

imagem a seguir.

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APP nascentes do Córrego Água Podre

Em área urbana consolidada, ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente,

a APP constitui o raio mínimo de cinquenta metros de tal forma, que projeta, em cada caso, a

bacia hidrográfica contribuinte (Resolução CONAMA n. 303/2002).

A APP das nascentes do Córrego Água Podre tem área preservada, trata-se de uma área

pública cercada por um muro.

Na visita de campo foi possível observar que a área apresenta aspectos de degradação,

acúmulo de resíduos sólidos e baixa diversidade de espécies nativas. Em um afloramento de água

na calçada da área da APP, a água que vertia apresentava boa qualidade, transparência, ausência

de odor e presença de girinos, um bioindicador da boa qualidade da água.

Foi possível identificar algumas espécies arbóreas, sendo a maioria exótica, apresentadas

na relação de espécies de plantas do Córrego Água Podre (tabela 1).

APP das nascentes do Córrego Água Podre, ao lado, vista do muro, 2015.

Lixo acumulado na APP das nascentes vista do muro, o mesmo da foto ao lado. Por uma passagem no muro observa-se a água de boa qualidade que aflui da APP., 2015.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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APP do Córrego Água Podre

A Área de Preservação Permanente (APP) de um córrego urbano ou qualquer curso de

água é medida a partir do nível mais alto de água, e se estende em faixa marginal com uma

largura de trinta metros para cursos d’água com até dez metros de largura (Resolução CONAMA

n. 303/2002), como no caso do Córrego Água Podre.

A APP ao longo do Córrego Água Podre em quase toda sua extensão possui área menor

do que os trinta metros estabelecidos na Resolução CONAMA n. 303/2002 e atualmente, é local

de algumas ocupações urbanas. O limite entre a área urbana e as margens livres do córrego é

sempre um viário perimetral que atende à circulação local de veículos.

O córrego aparece a céu aberto depois de atravessar pelo terreno do Centro Educacional

Unificado (CEU), e para esta estudo foi desconsidero o último trecho do córrego à jusante, pois

este, corre em canal subterrâneo ao viário e para facilitar a análise, dividiu-se o córrego em três

trechos.

O diagnóstico foi elaborado a partir dos dados levantados nas visitas de campo, do Índice

de Qualidade da Água (IQA) registrado em 2010 e 2014 pela Comissão de Moradores do Riacho

Água Podre, conforme apresentado pela SOS Mata Atlântica e outras fontes bibliográficas.

O diagnóstico ambiental de cada trecho foi realizado a partir dos seguintes indicadores ou

parâmetros:

1. Largura da faixa marginal;

2. Assoreamento e acúmulo de resíduos sólidos;

3. Tratamento do leito;

4. Levantamento da flora e identificação da vegetação existente;

5. Erosão ou desmoronamento;

6. Aspecto da água observada.

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Trecho 1

Este trecho se inicia logo após a APP das nascentes e inclui a área ocupada pelo

equipamento público Centro Educacional Unificado – CEU Butantã, por onde o córrego

atravessa. No entanto, só se torna visível em um represamento na área externa do CEU, onde

forma-se um pequeno lago com carpas e uma massa de plantas aquáticas da espécie Cyperus

giganteus (papiro brasileiro).

A água deste lago apresentava-se bastante turva e ao lado do lago (lado esquerdo), há

uma área denominada como Área de Preservação de Mananciais que encontrava-se cercada. No

gramado próximo a cerca foi possível observa que o solo encontrava-se encharcado e que a área

cercada apresenta sinais de degradação.

Lago na área do CEU Butantã, ao lado, inicio do seguimento à céu aberto do Córrego Água Podre, 2015.

APP do Córrego Água Podre, Trecho 1, 2015.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Diagnóstico Ambiental

1. Possui uma faixa marginal medida na projeção horizontal que varia de 1,50 metros a 0,50

metros, as vezes quase inexistente.

2. Observou-se certa quantidade de resíduos no leito e margens. Em algumas partes, onde há

pouca diversidade e presencia de plantas, nota-se um acúmulo de folhas e resíduos.

3. No curso inicial do córrego é possível perceber algum tipo de tratamento do leito com pedras

que tem contribuído à minimização da velocidade de escoamento da água, e, em alguns trechos a

montante a disposição de blocos de concreto ou pedra como muro vertical de contenção. Mais a

jusante, tem sido instalado muro gavião em uma das laterais.

4. Vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica4, domínio

fitogeográfico Floresta Ombrófila Densa.

5. Os maiores problemas de desmoronamento são observados nos trechos iniciais, bem nas

margens mais íngremes sem tratamento e escassa presença de vegetação (as raízes de plantas e

árvores atuam na estabilização das margens e encostas), neste trecho ocorre um muro de pedra

pouco estável que separa o córrego da rua perimetral. Em alguns pontos onde observa-se maior

estabilidade das margens por muro gabião, no entanto, há menor ocorrência de vegetação.

6. A água apresenta-se um pouco turva, com leve coloração cinza no trecho inicial, variando para

marrom mais a jusante. Seu mau cheiro também aumenta em direção à jusante. Por último,

observamos a presença de material particulado e espuma.

4 Caracteriza-se como vegetação secundária em estágio inicial de regeneração: a) fisionomia que varia de savânica a florestal baixa, podendo ocorrer estrato herbáceo e pequenas árvores; b) estratos lenhosos variando de abertos a fechados, apresentando plantas de alturas variáveis; c) alturas das plantas lenhosas estão situadas entre 1,5 a 8,0 metros e o diâmetro médio dos troncos à altura do peito (DAP = 1,30 m do solo) é de até 10 cm, apresentando pouco produto lenhoso, sendo que a distribuição diamétrica das formas lenhosas apresenta pequena amplitude; d) epífitas, quando presentes, são pouca abundantes, representadas por musgos, liquens, polipodáceas e tilândisias pequenas; e) trepadeira, se presentes, podem ser herbáceas ou lenhosas; f) a serrapilheira, quando presente, pode ser continua ou não, formando uma camada fina pouco decomposta; g) no subosque podem ocorrer plantas jovens de espécies arbóreas dos estágios mais maduros; h) a diversidade biológica é baixa, podendo ocorrer ao redor de dez espécies arbóreas ou arbustivas dominantes; i) as espécies vegetais mais abundantes e características, além das citadas no estágio pioneiro, são: cambará ou candeia (Gochnatia polimorpha), leiteiro (Peschieria fuchsiaefolia), maria-mole (Guapira spp), mamona (Ricinus communis), arranha-gato (Acacia spp), falso-ipê (Stenolobium stans), crindiúva (Trema micrantha), fuma-bravo (Solanum granulosoleprosum), goiabeira (Psidium guajava), sangra d'água (Croton urucurana), lixinha (Aloysia virgata), amendoim-bravo (Pterogyne nitens), embaubas (Cecropia spp), pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica), murici (Byrsonima spp), mutambo (Guazuma ulmifolia), manacá ou jacatirão (Tibouchina spp e Miconia spp), capororoca (Rapanea spp), tapiás (Alchornea spp), pimenteira brava (Schinus terebinthifolius), guaçatonga (Cascaria sylbestris), sapuva (Machaerium stipitatum), caquera (Cassia sp) (Resolução Conjunta SMA IBAMA/SP N. 001 de 17 de fevereiro de 1994).

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Trecho 2

Neste trecho do córrego onde a APP tem parte de sua área ainda preservada de ocupações e com

alguma vegetação significativa, foram diagnósticados fatores pontuais que contribuem para a

piora do IQA: degradação da APP, grande quantidade de sedimentos acumulados no leito e calha

do canal, riscos associados a topografia acidentada em uma das margens da APP e também das

áreas de entorno.

A análise da neste trecho, demonstra que se recebe grande volume do escoamento

superficial das áreas à montante, sendo esta uma importante fonte de poluição difusa a ser

tratada.

APP do Córrego Água Podre, Trecho 2., 2015.

APP Córrego Água Podre, Trecho, 2015.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Vídeo mostrando o início do Trecho 2 do Córrego Água Podre, feito durante a pesquisa de campo. Fonte: do autor, 2015

Diagnóstico Ambiental 1. Possui uma faixa marginal mais ampla, com interferência viária em um ponto, variando

aproximadamente de 3 metros a 8 metros na projeção horizontal.

2. Observou-se acúmulo de resíduos sólidos de naturezas diversas, destacando-se os objetos e

material proveniente das atividades de construção e/ou demolição, tanto nas margens como no

leito, e ao longo de quase tudo o trajeto.

3· O córrego é tratado com muro gavião em todo o seu curso e seu fundo é de concreto.

4. Vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica, domínio

fitogeográfico Floresta Ombrófila Densa.

A vegetação apresenta espécies nativas de vegetação secundária em estágio inicial, como

Psidium guajava (goiabeira) e alguns exemplares de estágios mais maduros, como Peltophorm

dubium (canafístula). Abundância de espécies ruderais e também ornamentais (algumas espécies

para usos medicinais).

5· Neste trecho, os problemas de desmoronamento foram detectados principalmente no setor

intermediário na margem esquerda em seguindo à jusante, onde existe uma declividade mais

pronunciada e ausência de raízes de árvores.

6· A água apresenta-se turva, com coloração variando de cinza a marrom e mau cheiro.

Observamos também presença de material particulado e resíduos sólidos, e, em algumas partes,

de espuma.

Page 14: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

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Trecho 3

Neste seguimento do Água Podre identificou-se vários fatores de deterioação da

qualidade das águas. A APP apresenta aspectos de intensa degradação ambiental e quase toda

área esta ocupada irregularmente. As margens são concretadas e a vegetação quase inexistente.

Há lançamento de efluentes de esgoto no córrego pelas ocupações irregulares e a água apresenta

péssima qualidade, com forte odor de esgoto, cor escura e com espumas. O acúmulo de resíduos

e sedimentos no leito do canal e bastante evidente.

Vista do Córrego Água Podre, Trecho 3. GoogleEarth, 2015.

Início do trecho final do Córrego Água Podre e ao lado vista da Av. Escola Politécnica, foz do Água Podre – Córrego Jaguaré. Fonte: GoogleEarth, 2015.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Diagnóstico Ambiental

1. Sua faixa marginal no seu primeiro trecho foi ocupada por favelas, de forma que hoje esta

variaria de 2 metros a 0,50 metros em projeção horizontal, e se mantém com esta largura ao

longo de tudo o trecho.

2. Observa-se acúmulo de resíduos sólidos, provenientes de diversas fontes, construção e/ou

demolição, folhas secas, lixo doméstico e plástico. O acumúlo de resíduos pode ser fator de

atração de animais transmissores de doenças. Tais resíduoas presentes nas margens, serão

arrastados para o córrego com o escoamento pluvial.

3. Trecho canalizado com tratamento do primeiro trecho a montante com muro gavião e último

trecho com concreto. Seu leito coberto por concreto.

4. Vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica, domínio

fitogeográfico Floresta Ombrófila Densa

5. Não foram constatados problemas de desmoronamento, o córrego encontra-se canalizado e os

poucos trechos de margens desocupadas apresentam uma declividade suave.

6. A água apresenta-se turva, com coloração cinza a marrom e mau cheiro (característico do

esgoto). Observou-se também presença de material particulado e resíduos sólidos, e, em algumas

partes, presença de espuma.

Page 16: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

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Levantamento das espécies identificadas na Áreas de Preservação Permanente (APPs) do Córrego Água Podre, São Paulo – SP

Durante pesquisa de campo realizada pela equipe em outubro de 2015, foram

identificadas as espécies de plantas nas APPs do Córrego Água Podre, sendo a maioria das

espécies encontradas exóticas e de acordo com a Resolução SMA IBAMA n. 001/1994, as

caracteriza-se a vegetação das APPs como vegetação secundária em estágio inicial de

regeneração do Bioma Mata Atlântica, domínio fitogeográfico Floresta Ombrófila Densa.

Para este estudo, não foi realizado um levantamento da fauna, no entanto, observou-se durante a

visita de campo as espécies da avifauna Vanelus chilensis (quero-quero), Turdus rufiventris

(sabiá-laranjeira), garça branca, Columba sp (pomba) e alguns espécimes de anfíbios na forma de

girinos na água que aflui da APP das nascentes.

LISTA DE ESPÉCIES IDENTIFICADAS AO LONGO DO CÓRREGO ÁGUA PODRE

ÁRVORES E ARBUSTOS Nome científico Nome popular Origem Família

Archontophoenix cunninghamii Palmeira-seafórtia exótica Arecaceae Bauhinia blakeana Pata-de-elefante blackeana exótica Leguminosae Caesalpinia pluviosa Sibipiruna nativa Fabaceae Carica papaya Mamoeiro exótica Caricaceae Coffea arabica café exótica Rubiaceae Delonix regia flamboyant exótica Fabaceae Eriobotrya japonica Ameixa-amarela exótica Rosaceae Erythrina speciosa Eritrina candelabro nativa Fabaceae Eucalyptus sp Eucalipto exótica Myrtaceae Eugenia uniflora Pitangueira nativa Myrtaceae Ficus benjamina Ficus exótica Moraceae Ficus elastica Falsa-seringueira exótica Moraceae Handroanthus heptaphyllus Ipê-rosa nativa Bignoniaceae Leucaena leucocephala Leucena exótica Fabaceae Ligustrum lucidum Ligustro exótica Oleaceae Mangifera indica Mangueira exótica Anacardiaceae Melia azedarach Santa Bárbara exótica Meliaceae Michelia champaca L. Magnólia amarela exótica Magnoliaceae Morus sp Amoreira exótica Moraceae Psidium guajava Goiabeira nativa Myrtaceae Schefflera actinophylla Cheflera exótica Araliaceae Syagrus romanzoffiana Jerivá nativa Arecaceae Tecoma stans Ipezinho-de-jardim exótica Bignoniaceae Tipuana tipu Tipuana exótica Fabaceae Yucca elephantipes iuca exótica Agavaceae

Page 17: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Conclusão da ánalise ambiental do Córrego Água Podre

Durante visita de campo, a água apresenta-se turva em quase todo percurso do córrego, e

observou-se certa quantidade de resíduos no leito e margens, assim como folhas e galhos, o odor

é característico de esgoto e mais acentuado no trecho final.

Toda a APP do Córrego Água Podre encontra-se degrada e praticamente toda ocupada

com suas margens parcial ou totalmente impermeabilizadas.

Poucos exemplares da flora nativa, arbóreos e arbustivos, são observados nas margens do

córrego, sendo a maioria das espécies presentes de origem exótica.

Além de resíduos sólidos acumulados as margens apresentam sinais de assoreamento. A

rede de drenagem coleta a água do escoamento pluvial, através de bocas de lobo descarta as

águas diretamente no córrego, sendo esta, uma importante fonte de poluição difusa.

Page 18: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

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Estudo de aplicação de medidas de Infraestrutura Verde para o tratamento das águas do

Córrego Água Podre

Para o tratamento da poluição e melhora da qualidade das águas do Córrego Água Podre

o estudo em grupo incluiu três eixos de ação:

1. Medidas aplicadas na área de contribuição da bacia hidrografia: tipologias

paisagísticas de alto desempenho de manejo in situ das águas do escoamento superficial:

biovaleta e jardim de chuva.

2. Medidas aplicadas nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) do córrego e

nascentes:

• Recomposição da cobertura vegetal nativa das APPs do córrego e das nascentes:

Cobertura florestal Mata Ciliar nativa Mata Atlântica Floresta Ombrófila Densa;

• Técnicas de Engenharia Ambiental para estabilização das encostas e solos das margens:

instalação de estacas e cilindros de faxinas;

• Tratamento das margens com medidas estruturais: Instalação de muro gabião;

3. Medidas aplicadas no córrego: Tipologias paisagísticas de alto desempenho

associadas à fitorremediação:

• Muro fitorremediador;

• Ilha fitorremediadora (floating wetland);

• Alagados construídos.

No entanto, o presente trabalho é espécifico aos dois últimos eixos, APP e Córrego, pois

trata de medidas para o tratamento in situ das águas do córrego.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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MedidasaplicadasnasÁreasdePreservaçãoPermanente(APPs)docórregoenascentes

Recomposição da cobertura florestal nativa – Mata Atlântica, Floresta Ombrófila Densa,

Mata Ciliar

A Mata Ciliar desempenha papel importante na hidrologia e ecologia da bacia

hidrográfica (SMA, 2009):

1 – Manutenção da qualidade da água;

2 – Estabilização do solo das margens e encostas, evitando processos erosivos e

assoreamento;

3 – Fornecimento de habita para o desenvolvimento da fauna silvestre aquática e terrestre

ribeirinha;

4 – Regulação do regime dos rios através dos lençois.

Serviços ecossistêmicos envolvidos (SMA, 2009):

• Melhora da qualidade da água;

• Conforto ambiental;

• Habitat para a fauna;

• Sequestro de carbono;

• Redução dos riscos de enchente;

• Recreação e cultura; • Aspectos positivos sobre a paisagem.

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Técnicas de Engenharia Ambiental para estabilização das encostas e solos das margens: Instalação de estacas

Estacas transversais ao fluxo do rio formam leques, onde o material sólido transportado e

os sólidos serão protegidos contra a correnteza. A vegetação plantada se integra as estacas e com

o tempo assume esse papel (SEMADS/SERLA, 2001).

Técnicas de Engenharia Ambiental para estabilização das encostas e solos das margens: Cilindros de Faxinas

Faxinas de vime preenchidas com material orgânico e plantas, fixadas à base do talude

por estacas estacas de madeira que protegem as margens até que as raízes da vegetação assumam

essa função (SEMADS/SERLA, 2001).

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Tratamento das margens com medidas estruturais: Muro gabião

No trecho do córrego onde a topografia apresenta alta declividade, pouca presença ou

ausência de vegetação, optou-se pela utilização de muro gabião (já existente), como elemento de

contenção de encosta. O gabião é uma estrutura que não cria obstáculos para a passagem da água

ou mesmo subida de seu nível, e por ser um material inerte se integra à paisagem com o passar

do tempo pois a vegetação e pequenas comunidades conseguem se fixar entre as pedras e se

estabelecer ali.

Medidas aplicadas no córrego

Tipologias paisagísticas de alto desempenho associadas à fitorremediação: Ilhas fitorremediadoras

Ilhas fitorremediadores (floating wetlands), são estruturas flutuantes com plantas

macrófitas, usadas no tratamento de efluentes e das águas superficiais. As raízes das plantas

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cresce livre na coluna d’água e a associação da microbiota a rizosfera forma o biofilme que filtra

os poluentes da água e a partir dos mecanismos de fitorremediação são eliminados.

Tipologia eficiente no tratamento da poluição difusa do escamento superficial: metais,

nutrientes (N e P), sólidos suspensos e compostos orgânicos.

Processos naturais passivos e ativos:

• Evapotranspiração;

• Fitorremediação.

Serviços ecossistêmicos envolvidos:

• Melhora da qualidade da água;

• Habitat para a fauna;

• Aspectos positivos sobre a paisagem

Tipologias paisagísticas de alto desempenho associadas à fitorremediação: Wetlands construídos

São ecossistemas artificiais projetados para reproduzirem as funções das zonas úmidas

naturais, através da utilização de plantas macrófitas flutuantes e emergente.

Desempenham as funções:

• Detenção e retenção do escoamento pluvial;

• Fitorremediação de metais, metalóides, nutrientes (N e P), demanda química de

oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio.

Serviços ecossistêmicos envolvidos:

• Habitat para a fauna silvestre, especialmente a fauna aquática e ribeirinha;

• Conforto ambiental;

• Sequestro de carbono;

• Melhora da qualidade da água;

• Manutenção do ciclo hidrológico;

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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• Redução dos riscos de enchentes;

• Recreação e cultura

Tipologias paisagísticas de alto desempenho associadas à fitorremediação: Muros fitorremediadores

Os muros fitorremediadores são semelhantes a um jardim vertical, jardineiras dispostas

verticalmente que recebem o escoamento antes de atingir o córrego e a água do córrego quando

há subida do nível da água. O escoamento que infiltra por fluxo vertical tem parte da poluição

retida nas raízes das plantas e sofrem processos de fitorremediação. Assim como, os poluentes

dissolvidos nas águas do córrego que alcançam os muros fitorremediadores.

Processos naturais passivos e ativos,:

Escoamento das água;

• Infiltração;

• Evapotranspiração;

• Fitorremediação;

Os serviços ecossistêmicos envolvidos:

• Manejo do escoamento superficial;

• Melhora da qualidade da água;

• Aumento da umidade do ar;

• Fornecimento de habitat para fauna;

• Aspetos positivos sobre a paisagem.

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Para a execução desta medida – Recomposição da cobertura florestal nativa: Mata

Atlântica, Floresta Ombrófila Densa, Mata Ciliar – e seleção das espécies de plantas adequadas,

utilizou-se três referências principais, Semads / Serla (2001), SMA (2009) e:

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Projeto de Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

Setor 1 – APP nascentes

De acordo com os problemas diagnosticados na analise ambiental as ações neste setor

visam:

a. A recuperação da Área de Preservação Permanente (APP), buscando devolver as

características nativas do anfiteatro das nascentes;

b. Manter a boa quantidade e qualidade das águas das nascentes;

c. Promover o fornecimento de benefícios ecossistêmicos a população local.

AÇÃO PROPOSTA: TRECHO 0

Recomposição da vegetação nativa da Mata Ciliar (Mata Atlântica Floresta Ombrófila

Densa).

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Setor 2 - APP Córrego

De acordo com o diagnóstico feito para este setor, a poluição difusa trazida pelo

escoamento pluvial sobre as áreas impermeabilizadas na bacia e o esgoto sem tratamento, são as

principais fontes de poluição da água. Além disso, a pressão sobre a APP por ocupações

irregulares e despejo de resíduos também são fatores de deteriorização da qualidade das águas.

As ações propostas a seguir, visam o tratamento in situ das águas do Córrego Água Podre

a partir de uma rede integrada de IV em toda que compreende toda a sua bacia hidrográfica. No

entanto, para a melhora do IQA a contemplação da infraestrutura de coleta e tratamento de

esgoto é de extrema necessidade e eliminará uma importante fonte de poluição das águas.

AÇÕES PROPOSTAS: TRECHO 1

1. Recomposição da vegetação nativa da Mata Ciliar (Mata Atlântica Floresta Ombrófila

Densa);

2. Instalação de ilhas fitorremediadoras nas margens do córrego para o tratamento das

águas;

3. Aplicação de muros/terraços fitorremediadores na parede do canal para o tratamento

das águas que chegam do escoamento superficial e das águas retidas no canal.

O projeto coletivo em sua íntegra, inclui a criação de áreas de lazer e contato com a

natureza, a instalação de jardins de chuva nas ruas perimetrais do córrego para tratamento da

velocidade, quantidade e poluição difusa do escoamento superficial e Instalação de pavimento

drenante onde desembocam as ruas com escoamento atuante, e sempre ao longo das ruas

perimetrais onde houver estacionamento. No entanto, este trabalho se atém apenas às ações

determinadas para as áreas de APP e sobre o corpo hídrico.

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AÇÕES PROPOSTAS: TRECHO 2

1. Ampliação da largura do córrego onde este adquire traçado curvo favorecendo seu

comportamento hidrológico com a diminuição da sua velocidade.

2. Recuperação da APP com a recomposição da cobertura florestal nativa de Mata Ciliar

e técnicas de Engenharia Ambiental.

3. Instalação de ilhas fitorremediadoras para o tratamento das águas do córrego, fixadas à

estrutura de uma passarela de pedestres que será instalada sobre o córrego;

4. Instalação de alagados construídos (wetlands) na margem de dois pontos estratégicos

deste trecho do córrego com função de detenção e tratamento do escoamento superficial das

áreas à montante, trazido pelas biovaletas e jardins de chuva.

Somado-se à essas medidas, o estudo completo para a bacia do Água podre integra: a

instalação de jardins de chuva e biovaletas ao longo das ruas perimetrais do córrego para o

tratamento da velocidade, quantidade e qualidade do escoamento superficial das áreas à

montante; aplicação de pavimento drenante onde desembocam as ruas com escoamento

atuante, e sempre ao longo das ruas perimetrais onde houver estacionamento; e a

instalação de equipamentos de esporte e lazer, áreas de contemplação e a aproximação

comanatureza.

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AÇÕES PROPOSTAS: TRECHO 3

1. Recuperação do pequeno trecho de APP com a recomposição da cobertura florestal

nativa de Mata Ciliar;

2. Instalação de muros fitorremediadores nas paredes do canal (muro gabião) para o

tratamento da poluição difusa do escoamento superficial e das águas do córrego quando ocorre

elevação do nível.

O estudo em grupo, que considera toda a bacia do Água Podre, envolve também o

tratamento da paisagem do entorno do córrego com os dispositivos de IV jardins de chuva e

biovaletas ao longo das ruas perimetrais do córrego (para o tratamento da velocidade, quantidade

e qualidade do escoamento superficial das áreas à montante) e pavimento drenante onde

desembocam as ruas com escoamento atuante, e sempre ao longo das ruas perimetrais onde

houver estacionamento, além de, propostas para criação de áreas de lazer e contato com a

natureza.

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Projeto de Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Seleção das espécies de plantas

Para a seleção das espécies de plantas consultou-se a bibliografia específica: Lorenzi

(1949-1992; 1999; 2003), Resolução Conjunta SMA IBAMA/SP N. 001 (1994), Tunner (1995),

EPA (2000), SEMADS/SERLA (2001), Pilon-Smits (2005), SMA (2009), Moura (2013), a Lista

de Espécies da Flora do Brasil (2015), Lasdislas et al (2015), SALATI (s/d). A consulta visou

atender a cada uma das medidas propostas e os estudos específicos culminaram no memorial

apresentado a seguir.

INFRAESTRUTURA VERDE NO CÓRREGO ÁGUA PODRE: SELEÇÃO DAS ESPÉCIES DE PLANTAS

APLICAÇÃO NA IV

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Heliconia psittacorum Linn.f. Nome popular: helicônia papagaio Família: Musaceae Origem: Nativa

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

FUNÇÃO VI: Fitorremediação Função VII: Recomposição da Mata Ciliar.

Nome científico: Eugenia hiemalis Nome popular: goiabeira do mato Família: Myrtaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Bauhinia forficata Nome popular: Pata-de-vaca Família: Fabaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Euterpe edulis Mart. Nome popular: Palmito juçara Família: Arecaceae Origem: Nativa

TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Nome científico: Salix humboldtiana wild. Nome popular: Salgueiro, chorão Família: Salicaceae Origem: Nativa

TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas Função V: Estabilazação de solos e margens. Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Jacaranda micranta Nome popular: Caroba Família: Bignoniaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Chroisia speciosa Nome popular: Paineira-rosa Família: Malvaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Peltophorum dubium Nome popular: Canafístula Família: Fabaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Schinus terebinthifolius Nome popular: Aroeira vermelha Família: Anacardiaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Syagrus romanzoffiana Nome popular: Jerivá Família: Arecaceae Origem: Nativa

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

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Nome científico: Cecropia pachystachya Nome popular: Embaúba-branca Família: Cecropiaceae Origem: Nativa

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função IV: Estabilização das encostas Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Duguetia lanceolata Nome popular: Pindaíba Família: Annonaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Handroanthus ochracea Nome popular: Ipê-amarelo-do-cerrado Família: Bignoniaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

Nome científico: Bauhinia forficata Nome popular: Pata-de-vaca Família: Fabaceae Origem: Nativa

TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas Função VII: Recomposição da Mata Ciliar

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Ctenanthe setosa Nome popular: Maranta-cinza Família: Marantaceae Origem: Nativa

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas Função V: Estabilazação de solos e margens. Função VII: Recomposição da Mata Ciliar.

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Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Nome científico: Inga edulis Nome popular: Ingá-cipó Família: Fabaceae Origem: Nativa

TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos.

Função IV: Estabilização das encostas Função V: Estabilazação de solos e margens. Função VII: Recomposição da Mata Ciliar.

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Chrysopogon zizanioides Nome popular: Capim-vetiver Família: Poaceae Origem: Índia

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função IV: Estabilização das encostas. Função VI: Fitorremediação.

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Cordyline terminalis Nome popular: Dracena vermelha Família: Laxmanniaceae Origem: Ásia

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

Nome científico: Monstera deliciosa Nome popular: Costela-de-adão Família: Araceae Origem: México

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

Nome científico: Aspargus densiflorus Nome popular: Aspargo-pluma Família: Asparagaceae Origem: África do Sul

TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

Page 38: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

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Nome científico: Brassica juncea (L.) Cern. Nome popular: Mostarda da Índia Família: Brassicaceae Origem: Naturalizada

TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas. TIPO III – Espécies de boas condições hídricas, mas sem excesso de água.

Função VI: Fitorremediação.

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Cyperus giganteus Nome popular: Papiro brasileiro Família: Cyperaceae Origem: Nativa

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

Nome científico: Typha latifolia Nome popular: Taboa Família: Typhaceae Origem: Nativa

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

Nome científico: Zantedeschia aethiopica Nome popular: Copo-de-leite Família: Araceae Origem: África do Sul

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

Nome científico: Cyperus alternifolius Nome popular: Sombrinha chinesa Família: Cyperaceae Origem: Madagascar

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos.

Função VI: Fitorremediação.

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Eichhornia crassipes Nome popular: Aguapé Família: Pontederiaceae Origem: Nativa

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita

Função VI: Fitorremediação.

Page 39: Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre, São Paulo - SP (PINHEIRO, 2015)

Estúdio de Infraestrutura Verde – 2015 Infraestrutura Verde no Córrego Água Podre: Maitê Bueno Pinheiro Medidas aplicadas in situ para o tratamento da qualidade das águas

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Nome científico: Myriophyllum aquaticum (Velloso) Nome popular: Pinheirinho-d´água Família: Haloragaceae Origem: Nativa

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita

Função VI: Fitorremediação.

CLASSIFICAÇÃO TIPO DE PLANTA FUNÇÃO

Nome científico: Juncus effusus Nome popular: Junco Família: Juncaceae Origem: Nativa

TIPO 0: Espécie de planta tipo macrófita TIPO I: Espécies para solos permanentemente úmidos. TIPO II - Espécies para solos temporária ou permanentemente úmidos, sujeitos a inundações periódicas.

Função VI: Fitorremediação.

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PILON-SMITS, E. Phytoremediation. Annual Review of Plant Biology. Jan. 2005. V. 56, p. 15-59. RESOLUÇÃO CONJUNTA SMA IBAMA/SP N. 001 DE 17-02-1994. SALATI, E. Controle de qualidade de água através de wetalands construídos. Rio de Janeiro, s/d. SEMADS. Revitalização de Rios – orientação técnica. Ignez Muchelin Selles (et al). Cooperação Técnica Brasil – Alemanha, Projeto PLANáGUA – SEMADS / GTZ. Rio de Janeiro, 2001. 78p SMA. Cadernos da Mata Ciliar. Secretaria do Estado e do Meio Ambiente, Coordenadoria da Biodiversidade e Recursos Naturais. São Paulo, 2009. TUNNER, Plants for constructed wetland treatment systems - A comparison of the growth and nutrient uptake of eight emergent species. Ecological Engineering. N. 7, 1996. p. 59–83 UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY – US EPA. Introduction to Phytoremediation. National Risk Management Research Laboratory Office of Research and Development, Cincinnati, Ohio, fev. 2000.