informativo do centro de atenção psicossocial para Álcool...

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Informativo do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas Continente (CAPS-ad) – Novembro/2010 CAPSad é responsável pela atenção aos usuários territorializados nas áreas continentais de Florianópolis e parte do Centro. Também é o serviço que destina atenção aos moradores de rua vinculados à Casa de Apoio O CAPS ad foi inaugurado em 2005, inicialmente voltado para atender crianças e adolescentes que possuíam problemas relacionados ao álcool e outras drogas. A partir de 2006, reorientou sua aten- ção para pessoas adultas, percebendo a grande demanda dessa população para o serviço. Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, o CAPSad deve oferecer aten- dimento diário aos pacientes que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, integrando os serviços comunitários como programa de saúde da família e permitindo o planejamento terapêutico dentro das ne- cessidades de cada usuário do serviço. Está localizado na Rua José Cândido Silva, número 125 no bairro do Estreito em Florianópolis. É referência aos moradores do Continente. Funcionando das 8:00 às 18:00 horas, de segunda a sexta-feira, o CAPSad é porta-aberta, através do aco- lhimento dos profissionais, para as pes- soas que buscam atenção à dependência química. A equipe é multiprofissional e composta por médico clínico e psiquiatra, psicólogos, assistente social, enfermeiro e técnico de enfermagem, farmacêutico e pelos redu- tores de danos que atuam também na co- munidade. Nesses serviços são desenvol- vidas atividades diárias como atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação), atendimento em grupos, oficinas terapêuticas e visitas domiciliares. Além disso, deve oferecer condições para a desintoxicação ambulatorial de pacien- tes intoxicados que chegam ao serviço e necessitam desse tipo de cuidados. Histórico do CAPS-AD Continente SAIBA MAIS sobre história e funcionamento do Centro nOSSA vOZ

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Informativo do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas Continente (CAPS-ad) – Novembro/2010

CAPSad é responsável pela atenção aos usuários

territorializados nas áreas

continentais de Florianópolis

e parte do Centro. Também é o serviço que destina atenção aos moradores de rua vinculados à

Casa de Apoio

O CAPS ad foi inaugurado em 2005, inicialmente voltado para atender crianças e adolescentes que possuíam problemas relacionados ao álcool e outras drogas. A partir de 2006, reorientou sua aten-ção para pessoas adultas, percebendo a grande demanda dessa população para o serviço.

Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, o CAPSad deve oferecer aten-dimento diário aos pacientes que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, integrando os serviços comunitários como

programa de saúde da família e permitindo o planejamento terapêutico dentro das ne-cessidades de cada usuário do serviço.

Está localizado na Rua José Cândido Silva, número 125 no bairro do Estreito em Florianópolis. É referência aos moradores do Continente. Funcionando das 8:00 às 18:00 horas, de segunda a sexta-feira, o CAPSad é porta-aberta, através do aco-lhimento dos profissionais, para as pes-soas que buscam atenção à dependência química.

A equipe é multiprofissional e composta

por médico clínico e psiquiatra, psicólogos, assistente social, enfermeiro e técnico de enfermagem, farmacêutico e pelos redu-tores de danos que atuam também na co-munidade. Nesses serviços são desenvol-vidas atividades diárias como atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação), atendimento em grupos, oficinas terapêuticas e visitas domiciliares. Além disso, deve oferecer condições para a desintoxicação ambulatorial de pacien-tes intoxicados que chegam ao serviço e necessitam desse tipo de cuidados.

Histórico do CAPS-AD Continente

SAibA mAiS sobre história e funcionamento do Centro

nOSSA vOZ

NV- O que a OficiNa de direitO e cidadaNia represeNta hOje ?eLeusa- Hoje a oficina tornou-se um es-

paço de prioridade de discussão sobre direitos e deveres do cidadão nas diferentes políticas de atendimentos da saúde, da assistência e da previdência.

NV- O que O freqüeNtadOr desta OficiNa pOde apreNder?

ELEUSA- Aprende a exercitar sua autonomia. Sabedor doa seus direitos, ele mesmo vai em busca de assegurá-los e isto é muito importan-te, é empoderamento social.

NV- em setembrO, O grupO trabaLhOu em um tema difereNte. cOmO fOi essa atiVida-de?eLeusa- O grupo apresentou a rede co-

munitária, o que tem em seu bairro, e isto é em última instância, o objetivo dos CAPS, a reinserção social.

NV- de que maNeira O usuáriO pOde Obter esta reiNserçãO?eLeusa- Na medida que o individuo iden-

tifica os espaços, ele acaba se interessan-do e se inserindo em algum outro grupo de sua afinidade, fora do CAPS, e aprende a trabalhar no espaço coletivo.

NV- Na OficiNa, quais Os temas que

mais Lhe agradam?eLeusa- Temas que desenvol-

vem ações que viabilizem a profissio-nalização e comercialização (quali-dade, escoamento) e distribuição no mercado de trabalho, geração de renda para os usuários e garantir que essas ações cheguem a comunidade através de planejamentos desenvol-vidos em parceria com as coorde-nações municipais da saúde metal e demais secretarias e entidades.

NV- O que O estadO pOderia fazer afim a meLhOrar a área de ateNdimeNtO Na saúde meNtaL?eLeusa- Garantir uma abertura

de linha de crédito especial para associações de usuários, para a constituição de coope-rativas e projetos de geração de empregos e renda. Garantir a implementação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que prevê o acesso a educação aos portadores de transtornos men-

tais. Cumprindo desta forma, o disposto na Lei Nº8080/90. Espero que o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente (ECA) seja respeitado e cumprido na sua totalidade, em particular no que se refere a assistência à saúde mental, garantindo atendimen-to psicossocial a criança e ao adolescente, como também, a adultos com dependência ao álcool e outras drogas, como determina o ECA no seus arti-gos 7º,14º,87º,101º,129º - ECA e ADS dos CAPS.

NV- Obrigado Dona Eleusa por ter nos concedido esta entrevista. A equipe da Nossa Voz, pacientes e profissionais do CAPS-ad do continente lhe desejam muito su-cesso, pois com certeza a SRª. já é uma letra da palavra “vitória”, objetivo que, através do seu trabalho, a SRª. nos estimulou a buscar.

ELEUSA KLiPP. Apesar das saudades já antecipadas, Eleusa descreve os objetivos de suas atividades, e nos deixa um legado no CAPSad

ELEUSA KLiPP OLiVEiRA é assistente social do CAPS-ad

ELUSA Klipp Oliveira é assistente social do CAPS-ad Continente e no final de janeiro de 2011, término do seu contrato, pretende con-tinuar exercendo seu trabalho numa clínica específica.

Dona Eleusa nos deixa um legado de muita importância, a oficina de Direito e Cidadania. Criada em 2009, tem a finalidade de ajudar na construção do Estatuto da Associação dos usuários do CAPS-ad.

Aprende a exercitar sua autonomia. Sabedor dos seus direitos, ele mesmo vai à busca de assegurá-los e isto é muito importante, é o empoderamento social.

Nosso repórter Campello de Souza, entrevis-tou Dona Eleusa e apurou o seguinte:

AConteCenDo no CAPS

2

“Na medida que o individuo

identifica os espaços, ele acaba

se interessando e se inserindo

em algum outro grupo de sua

afinidade, fora do CAPS, e aprende

a trabalhar no espaço coletivo”

“Sabedor dos seus direitos, ele

mesmo vai à busca de assegurá-los

e isto é muito importante, é o

empoderamento social”

Informativo do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas Continente (CAPS-ad) – Nov/2010

A PiNTURA se tornou uma forma de Antônio expressar suas alegrias, angústias e

pensamentos, colocando nas telas parte de si mesmo.

ANTÔNiOLélis Dutra tem um acervo de aproximadamente 50 pinturas

FOi ATRAVÉS de um sonho que Antônio Lélis Dutra, 50 anos, descobriu seu talento. A pintura. Em seu sonho uma vez lhe dizia: - Ao acordar pintes um “Sagrado Coração de Jesus”, se não tiveres tela corte um pedaço de seu pijama e use como tal. Desperto, Antônio ainda lembrava com clareza deste sonho e num impulso, cortou uma parte do pijama. Mais calmo, lembrou que podia comprar uma tela onde hoje resplandece um

lindo “Sagrado Coração de Jesus”. O pedaço de pijama esta guardado, lem-

brança do estranho sonho.Depois disso, Antônio não parou mais.

A pintura se tornou uma forma de expres-sar suas alegrias, suas angústias e pensa-mentos. Colocando nas telas parte de si mesmo.

Hoje, Antônio possui um acervo de, apro-ximadamente, 50 quadros. Seus temas pre-

feridos são: imagens sacras, animais, paisa-gens, objetos e adicção.

Em breve, Antônio pretende fazer uma exposição no CAPS-ad do continente, afim de que seus companheiros profissionais e visitantes possam apreciar seu trabalho.

Parabéns Antônio, só os artistas tem a coragem de expor o interior de seu cora-ção.

isto é o que chamamos... Arte !

DeSCoBRinDo talentos

3Informativo do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CAPS-ad) Continente– Nov/2010

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DONA NiNA e um de seus hóspedes, também frequentador do CAPSad

DONA NiNA presta o apoio para que um jovem usuário de crack faça tratamento no CAPS-ad Continente

A REPORTAGEM do “Nossa Voz”, con-versou com a Srª. Maria Walderina da Silva Conceição, A Dona Nina, proprietária do Hotel Rodrigues, onde reside nosso repórter Campello de Souza. Campello descobriu que Dona Nina presta o apoio necessário, principalmente em relação as suas necessidades básicas, para que um jovem usuário de crack faça tratamento no CAPS-ad Continente.

Para pessoas como este jovem que querem sair da escuridão que o vício fez desabar sobre suas vidas, Dona Nina re-presenta uma abençoada luz, farol guia a lhes indicar um porto seguro.

Obrigado Dona Nina, são pessoas como à senhora que renovam nossa fé na hu-manidade. Por isso, que nesta primeira edição do “Nossa Voz”, a Senhora é...gente da gente !

Gente da gente

ESTáVAMOS NA OFiCiNA de medi-tação conduzida pela Drª. Célia. Um suave aroma de incenso pairava no ar e nós, profundamente meditabundos, voávamos sobre o mar, suspensos pela maravilhosa voz da Drª., que nos induziu a pousar em uma ilha onde deveríamos encontrar um sábio que nos diria alguma coisa.

Terminada a fase de meditação, foi nos perguntando o que o sábio havia nos dito. E cada um foi relatando sua mística experiência. Até que chegou a vez do Campello.

- Campello, como foi sua meditação?- Maravilhosa! Planando sobre aquele

mar lindíssimo, escoltado por um séquito de gaivotas, senti-me como Ícaro.

- Tá bom Campello! Mas depois que você pousou na ilha e encontrou o sábio, o que ele lhe disse? Campello, com os olhos baixos e voz embargada, respon-deu. – Com todo respeito Drª., mas eu não pousei na ilha.

- Como assim não pousou! Você pas-sou direto?

- Não! Eu não passei direto, e nem pousei. Acho que sofri uma pane Drª. e... Desabei! Estatelei-me naquela ilha de chão duuuuuro! Fiquei lá, imóvel com o corpo todo doído. Com todo respeito Drª., mas desse jeito não havia como encontrar o sábio.

Dizem que até hoje estão procurando a caixa preta do Campello para decifrar o mistério.

Flagrantes da vida real no CaPs

Informativo do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas Continente (CAPS-ad) – Nov/2010

Redator: Paulo Roberto Lerina CardosoRevisores: João Fillipe Horr, Mônica Cerutti, Célia Mendes

Repórter: Campello de SouzaDiagramação: Alessandro Engroff

Revisão & fotografia: Célia Mendes (responsabilidade técnica)

EstE informativo é fruto do trabalho colEtivo dE profissionais, usuários, EstudantEs E colaboradorEs numa oficina tErapêutica

dEsEnvolvida no caps-ad continEntE.

EXPEDIENTE