informaÇÕes agronÔmicas - ipni.net · deração do plantio direto na palha (febrapdp), da qual...

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 112 – DEZEMBRO/2005 1 POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Website: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N 0 112 DEZEMBRO/2005 Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produção agrícola através da geração e divulgação de informações científicas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis. MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO 1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, diretor da POTAFOS; e-mail: [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS; e-mail: [email protected] WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) COM COLHEITA ECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM) DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE O Workshop SASCEM – Sistema Agrícola Susten- tável com Colheita Econômica Máxima –, promovi- do pela POTAFOS em 7 de Outubro último na Es- cola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba-SP, reu- niu estudantes, professores e pesquisadores para discutir manejos agrícolas eficientes, econômicos e sustentáveis. O Workshop teve por objetivos: (1) resgatar a história do plantio direto no Brasil, (2) entender o que está ocorrendo com o manejo do mato no sistema plantio direto, principalmente quando se pratica o “aplique e plante” e (3) entender os mecanismos de defesa da planta contra as doenças. Os slides das apresentações encontram-se no site: http:// www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate! OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10. As principais men- sagens deixadas pelos palestrantes estão resumidas a seguir. HERBERT ARNOLD BARTZ, agricultor e proprietário da fazenda Rhinania, em Rolândia, no norte do Paraná, contou A histó- ria e a evolução do plantio direto no Brasil e no mundo, história esta que se confunde com a de sua vida, grande parte dedicada à defesa do sistema plantio direto como única alternativa sustentável para a agricultura mundial. Segundo Bartz, a técnica do plantio direto nasceu há 33 anos, quando, durante uma viagem aos Estados Unidos, trouxe em sua bagagem uma plantadeira desenvolvida exclusivamente para tra- balhar no plantio direto. A agricultura naquela época se baseava no revolvimento indiscriminado do solo com arados, grades e subsoladores, causando grande desagregação do solo e, com isso, graves problemas de erosão, agravada pelo pastejo intensivo e queima dos restos das lavouras. Veja também neste número: Enxofre elementar como fertilizante ..................... 4 Deficiência de níquel gera “orelha-de-rato” ........ 8 Potássio na produtividade e qualidade da soja .. 10 Professor Malavolta premiado pela IFA .............. 13 Como sobreviver na agricultura? ....................... 16 Encarte: PLANTAS PARA COBERTURA DO SOLO E ADUBAÇÃO VERDE APLICADAS AO PLANTIO DIRETO Tsuioshi Yamada 1 Silvia Regina Stipp e Abdalla 2 De acordo com Bartz, o princípio do plantio direto é revolver o solo o mínimo possível, mantendo-o sempre coberto por palha e/ou cobertura vegetal, através da rotação de culturas. Ele permite colher mais com melhor eficiência no uso dos nutrientes porque há menor perda por erosão, lixiviação e oxidação da matéria orgânica. Com a utilização da rotação de culturas aumenta-se a taxa de maté- ria orgânica e a biodiversidade no solo e, em conseqüência, sua fertilidade. O solo, a água, o ar e a biota são preservados. Esses quatro fatores são a base da atividade agrícola e do meio ambiente. Além disso, com a redução dos custos provocada pelo uso de plantio direto, a pequena propriedade voltou a ser viável econo- micamente no Sul do País. Desde então, o crescimento do plantio direto no Brasil se deu de forma bastante rápida, principalmente através da troca de experiência entre produtores rurais e da criação, mais tarde, da Fe-

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  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 1

    POTAFOS - ASSOCIAO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifcio Rcz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Website: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

    Endereo Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

    INFORMAESAGRONMICAS

    N0 112 DEZEMBRO/2005Promover o uso apropriado de P e K nossistemas de produo agrcola atravs da

    gerao e divulgao de informaes cientficas que sejamagronomicamente corretas, economicamente lucrativas,ecologicamente responsveis e socialmente desejveis.

    MISSOMISSOMISSOMISSOMISSO

    1 Engenheiro Agrnomo, M.S., Doutor, diretor da POTAFOS; e-mail: [email protected] Engenheira Agrnoma, M.S., POTAFOS; e-mail: [email protected]

    WORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRCOLA SUSTENTVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRCOLA SUSTENTVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRCOLA SUSTENTVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRCOLA SUSTENTVELWORKSHOP SOBRE SISTEMA AGRCOLA SUSTENTVELCOM COLHEITA ECONMICA MXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONMICA MXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONMICA MXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONMICA MXIMA (SASCEM)COM COLHEITA ECONMICA MXIMA (SASCEM)

    DESTACA A IMPORTNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTNCIA DA BIODIVERSIDADEDESTACA A IMPORTNCIA DA BIODIVERSIDADE

    OWorkshop SASCEM Sistema Agrcola Susten-tvel com Colheita Econmica Mxima , promovi-do pela POTAFOS em 7 de Outubro ltimo na Es-cola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba-SP, reu-niu estudantes, professores e pesquisadores para discutir manejosagrcolas eficientes, econmicos e sustentveis.

    O Workshop teve por objetivos: (1) resgatar a histria doplantio direto no Brasil, (2) entender o que est ocorrendo com omanejo do mato no sistema plantio direto, principalmente quandose pratica o aplique e plante e (3) entender os mecanismos dedefesa da planta contra as doenas.

    Os slides das apresentaes encontram-se no site: http://www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate!OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10. As principais men-sagens deixadas pelos palestrantes esto resumidas a seguir.

    HERBERT ARNOLD BARTZ, agricultor e proprietrio dafazenda Rhinania, em Rolndia, no norte do Paran, contou A hist-ria e a evoluo do plantio direto no Brasil e no mundo, histria estaque se confunde com a de sua vida, grande parte dedicada defesado sistema plantio direto como nica alternativa sustentvel para aagricultura mundial.

    Segundo Bartz, a tcnica do plantio direto nasceu h 33 anos,quando, durante uma viagem aos Estados Unidos, trouxe em suabagagem uma plantadeira desenvolvida exclusivamente para tra-balhar no plantio direto. A agricultura naquela poca se baseavano revolvimento indiscriminado do solo com arados, grades esubsoladores, causando grande desagregao do solo e, com isso,graves problemas de eroso, agravada pelo pastejo intensivo equeima dos restos das lavouras.

    Veja tambm neste nmero:

    Enxofre elementar como fertilizante ..................... 4

    Deficincia de nquel gera orelha-de-rato ........ 8

    Potssio na produtividade e qualidade da soja .. 10

    Professor Malavolta premiado pela IFA .............. 13

    Como sobreviver na agricultura? ....................... 16

    Encarte: PLANTAS PARA COBERTURA DO SOLO EADUBAO VERDE APLICADAS AO PLANTIO DIRETO

    Tsuioshi Yamada1

    Silvia Regina Stipp e Abdalla2

    De acordo com Bartz, o princpio do plantio direto revolvero solo o mnimo possvel, mantendo-o sempre coberto por palhae/ou cobertura vegetal, atravs da rotao de culturas. Ele permitecolher mais com melhor eficincia no uso dos nutrientes porque hmenor perda por eroso, lixiviao e oxidao da matria orgnica.Com a utilizao da rotao de culturas aumenta-se a taxa de mat-ria orgnica e a biodiversidade no solo e, em conseqncia, suafertilidade. O solo, a gua, o ar e a biota so preservados. Essesquatro fatores so a base da atividade agrcola e do meio ambiente.

    Alm disso, com a reduo dos custos provocada pelo usode plantio direto, a pequena propriedade voltou a ser vivel econo-micamente no Sul do Pas.

    Desde ento, o crescimento do plantio direto no Brasil sedeu de forma bastante rpida, principalmente atravs da troca deexperincia entre produtores rurais e da criao, mais tarde, da Fe-

    http://www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate!OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10http://www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate!OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10http://www.potafos.org/ppiweb/pbrazil.nsf/$webcontentsbydate!OpenView&Start=1&Count=60&Expand=10#10mailto:[email protected]:[email protected]://www.potafos.orgmailto:[email protected]

  • 2 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    WORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEM

    derao do Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), da qual Bartz presidente. Assim, passou-se de 200 hectares plantados por ele em1972, para 22 milhes de hectares de rea plantada atualmente noPas, dos quais um tero na regio dos cerrados.

    A tcnica que entrou para o sistema como forma alternativade controle da eroso hoje uma filosofia para a agricultura susten-tvel, pois economicamente vivel, ecologicamente aceitvel esocialmente justa.

    Aps sua palestra, Herbert Bartz foi homenageado pelaESALQ e pela POTAFOS pelo seu trabalho pioneiro que o fez o Paido Sistema Plantio Direto no Brasil.

    JAMIL CONSTANTIN, professor da Universidade Estadualde Maring-PR, discorreu sobre os sistemas alternativos de con-trole de infestantes com a palestra Plantas daninhas na cultura dasoja e do milho: no basta controlar, tem que ser na hora certa.

    Um dos sistemas alternativos aprovados consiste na desse-cao antecipada com glifosato das reas com alta infestao e/ouelevada cobertura do solo por ocasio da operao de manejo. As-sim, demonstrou que as culturas que tm seu desenvolvimentoinicial em meio cobertura de plantas daninhas no totalmentedessecadas [sistemas aplique-plante (AP) e sete dias antes do plan-tio] apresentam clorose e estiolamento, menor desenvolvimento eprodutividade reduzida, causados pelo sombreamento. Ao contrrio,a dessecao realizada 20 dias antes da semeadura resulta num incre-mento na produtividade da soja de 6,8 sacos ha-1 e 7,8 sacos ha-1,respectivamente, e do milho de 10,9 sacos ha-1 e 18,5 sacos ha-1,respectivamente, quando comparadas s dessecaes realizadasna data de semeadura (AP) e sete dias antes da semeadura.

    Outro sistema alternativo diz respeito associao do glifo-sato a um acelerador de dessecao, no caso o flumioxazin, nasocasies em que no for possvel adotar o sistema de manejo ante-cipado, tornando possvel a semeadura em curto espao de tempoaps a dessecao e evitando grandes perdas de produtividade.Dentre os aspectos favorveis desta associao, em comparaocom a utilizao do glifosato isoladamente, destacam-se a maiorvelocidade de dessecao da biomassa presente, estabelecendomelhores condies de emergncia para a cultura, a maximizao decontrole de espcies consideradas de difcil controle (corda-de-viola, erva-quente, apaga-fogo) e um efeito residual no controle doprimeiro fluxo de infestao da cultura. A conjuno destes trsfatores permite a emergncia no limpo e impede o sombreamentoinicial da cultura, alm de retardar a instalao da infestao deplantas daninhas. Ressalta, no entanto, que quando ocorrem altasinfestaes e a cobertura vegetal de grande porte, principalmenteem reas com infestao de gramneas, deve-se preferir o sistemaSokko (2,5 L ha-1 de glifosato, 15 a 20 dias antes do plantio, e 1 L ha-1

    de glifosato + 80 g ha-1 de flumioxazin no plantio).

    O texto integral da palestra foi publicado no InformaesAgronmicas no 111, de Setembro ltimo.

    A convidada do exterior foi ANNE ANDERSON, micro-biologista, professora de Utah State University, Logan-UT (fone1-435-797-3407; e-mail: [email protected]), especialista narea de resistncia das plantas s doenas. Tendo em vista a possi-bilidade de pesquisas futuras com os estagirios da POTAFOS,Anne visitou pomares afetados pela morte sbita dos citros (Figu-ra 1), assim como outros com manejo conservacionista (Figura 2).

    Em sua palestra Desempenho sustentvel da planta, mos-trou que os estresses que a cultura sofre durante seu desenvolvi-mento podem ser causados pelo ambiente e pelas prticas agrco-

    las. Os estresses ambientais provm de luz do sol, gua, solo, tem-peratura e patgenos. J os estresses pelas prticas agrcolas po-dem vir da colheita (reduo da fotossntese e perdas de gua), dospatgenos, da compactao do solo e dos dficits nutricionais. Omanejo do estresse pode ser feito por induo de resistncia nasplantas, por nutrio apropriada e por manuteno de microrganis-mos benficos no solo.

    Segundo Anne, muitas plantas respondem ao ataque locali-zado de herbvoros ou patgenos com a produo de compostosprotetores, reduzindo ou inibindo ataques posteriores de seus ini-migos. As respostas ocorrem no rgo da planta originalmente ata-cado (resposta local) e em partes distantes, no afetadas, comoparte area (resposta sistmica). As respostas localizadas incluemmudanas na composio da parede celular, que pode inibir a pene-trao do patgeno. Estas respostas localizadas causam um sinalque se espalha pela planta e introduz mudanas sutis na expressogentica mesmo nas partes no afetadas da planta. A respostasistmica envolve a produo, em alguns casos, de fitoalexinas e deenzimas e protenas protetoras.

    Anne explicou que na resistncia sistmica adquirida e nainduzida as defesas da planta so pr-condicionadas por um trata-mento ou infeco inicial, atravs de colonizao microbiana darizosfera, ou de tratamentos qumicos, que resulta em resistncia(ou tolerncia) ao ataque de patgenos ou parasitas, incluindo fun-gos, bactrias, viroses, nematides, plantas parasticas e mesmoinsetos herbvoros.

    Figura 1. Anne Anderson e T. Yamada em pomar com sintomas de mortesbita dos citros (MSC).

    Figura 2. Tsuioshi Yamada, Anne Anderson, Jussara Regitano (CENA/USP) e Milton Minowa (Fazenda Yamaguishi) em pomar commanejo conservacionista.

    mailto:[email protected]

  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 3

    Como exemplo de induo por colonizao microbiana darizosfera tem-se o das rizobactrias no patognicas promotoras decrescimento, entre as quais as cepas de Pseudomonas, colonizado-ra radicular agressiva, com atividade anti-fngica e que tambminduz resistncia sistmica seca, exemplo gritante da importnciada biodiversidade no sistema de produo (Figura 3).

    Porm, no h uma estrutura nica como um elicitor universal entretodas as espcies de plantas.

    De acordo com ele, quando a planta no sintetiza fitoale-xinas, o equilbrio nutricional da planta favorece esse processo dedefesa, bem como outros metablitos constitutivos originrios dometabolismo secundrio, entre eles fitoanticipinas, alcalides,

    compostos fenlicos e flavonides.

    No caso de deficincias ou ex-cessos nutricionais, ocorrem alteraesanatmicas e bioqumicas nas plantasque favorecem a infeco por pat-geno, desencadeando todo o proces-so bioqumico de produo das fitoale-xinas pelo sistema de defesa vegetal.Alm disso, a nutrio pode afetar aspropriedades bioqumicas como redu-o de compostos fenlicos que atuamcomo inibidores do desenvolvimentode pragas e doenas ou acmulo decompostos orgnicos de baixa massamolar (glicose, sacarose e aminoci-dos), resultado da maior atividade deenzimas decompositoras como ami-lase, celulase, protease e sacarose,muito comum na deficincia de pots-

    sio. A germinao dos esporos de fungos nas folhas, razes e cauleso estimulados pela presena de exsudados da planta. Por exem-plo, nas plantas deficientes em potssio, a concentrao de aca-res solveis e aminocidos nas folhas alta, podendo aumentar aeficincia de germinao dos esporos em relao s plantas sadias.

    Quanto s estruturas anatmicas, a lignificao e o acmulode slica nas paredes constituem numa efetiva barreira fsica contra apenetrao das hifas e pode ser diminuda ou aumentada pelo efeitoda nutrio mineral sobre elas, como por exemplo, clulas epidr-micas e cutculas mais finas, parede celular com menor grau de sili-ficao, parede celular com menor grau de suberizao e lignificao.

    O equilbrio nutricional e a ao equilibradora de algunsinsumos empregados na agricultura ecolgica, com baixo impactoambiental, como biofertilizantes e calda sulfoclcica, podem ter aver com a induo de resistncia natural nas plantas. A caldasulfoclcica, por exemplo, um insumo estratgico em termos decusto e operacionalidade, atuando de modo a aumentar a resistn-cia das plantas, agindo troficamente no controle de pragas (inse-tos), caros e doenas (fungos) e prevenindo viroses (leprose).Provavelmente, isso se deve aos efeitos do enxofre no sistemaproteossinttico, especialmente ligado metionina e cistena,aminocidos sulfurados associados sntese de glutadion.

    Concluiu comentando que h necessidade de se investigar,com seriedade e persistncia, mtodos alternativos para o controlede enfermidades de plantas que sejam, ao mesmo tempo, eficientese menos agressivos sade humana e ao equilbrio de ecossistemas.O isolamento de produtos naturais com atividade antimicrobianaser componente indispensvel em medidas de controle integradode doenas e sntese de pesticidas naturais, nos anos vindouros.

    Saber como os vegetais se protegem essencial para a bioen-genharia, visando obter variedades mais resistentes, o que pode au-mentar a produo e a qualidade dos alimentos. E encontrar uma formade ativar os mecanismos de defesa da planta deixando que ela prpriase proteja contra patgenos, ao invs de satur-la e intoxic-la comdefensivos, por certo ser a estratgia politicamente correta do futuro.

    WORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEMWORKSHOP SASCEM

    Figura 3. Resistncia sistmica seca induzida em plantas de Arabdopsis atravs da colonizao radicularpor Pseudomonas chlororaphis O6 (PcO6). A planta com colonizao radicular com PcO6 (direita) suportou 8 dias sem irrigao e voltou turgescncia normal com irrigao, enquanto aplanta sem colonizao radicular com PcO6 (ao centro) no conseguiu recuperar-se com a irriga-o aps 8 dias de seca.

    Plantas-testemunha Plantas sem colonizao Plantas com colonizaocom irrigao radicular com PcO6, radicular com PcO6,

    sem gua por 8 dias sem gua por 8 dias

    Anne finalizou dizendo que o uso futuro de resistncia ad-quirida sistmica e de resistncia sistmica induzida para controlede doenas na agricultura convencional parece promissor, j queos elicitores sintticos e cepas de rizobactrias promotoras de cres-cimento da planta no exibem qualquer atividade antimicrobianadireta e fornecem um modo de controle de doenas sem pressoseletiva direta sobre as populaes de patgenos, ao contrrio dospesticidas atuais.

    WAGNER LUIZ POLITO, professor do Instituto de Qumi-ca de So Carlos, USP, tratou das Fitoalexinas e a resistncia natu-ral de plantas s doenas.

    Segundo Wagner, as plantas possuem um sistema de defesasemelhante ao sistema imunolgico dos animais e respondem aoataque de patgenos alterando seu metabolismo e sintetizando subs-tncias capazes de proteg-las das doenas, denominadas fitoale-xinas (do grego phyton = planta e alexin = composto que repele).

    Ao contrrio dos anticorpos produzidos pelos animais, asfitoalexinas no so protenas, no apresentam especificidade e noimunizam a planta. So produtos naturais, ausentes na planta sadia,acumulados temporariamente no local e nos arredores da infeco.So, na sua maioria, compostos lipoflicos, cujas propriedades qumi-cas permitem cruzar a membrana plasmtica e atuar dentro da clula.No apenas a lipofilicidade, mas outras caractersticas como maiornmero de hidroxilas, o carter cido da molcula e a presena desubstituintes, como grupos fenlicos, conferem-lhe maior toxicidade.Elas possuem atividade inibidora sobre bactrias, fungos, nematidese efeito txico para animais e para as prprias plantas. Podem seracumuladas em resposta a vrios microrganismos, mas tambm comoconseqncia de fatores que causam estresse na planta, comoferimentos, temperatura, danos devido luz e substncias txicas.

    Polito explicou que nos processos normais de infeco daplanta, o estmulo para a sntese de substncias de defesa provmdo microrganismo invasor e normalmente representado por mol-culas liberadas ou secretadas por ele. Essas molculas podem sercarboidratos, lipdeos ou protenas e so conhecidas como elicitores.

  • 4 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    Oreconhecimento do enxofre como nutriente neces-srio s plantas ocorreu h mais de 200 anos(DUKE e REISENAUER, 1986). A sua deficincia fator limitante da produo agrcola em extensas reas do Brasil,notadamente na regio dos Cerrados.

    As fontes de enxofre mais utilizadas na adubao so osuperfosfato simples (12% de S-sulfato) e o sulfato de amnio (24%de S-sulfato), isoladamente ou como componentes de frmulas co-merciais com baixa concentrao em NPK. Frmulas comerciais quetm altas concentraes de NPK utilizam matrias-primas com bai-xos teores de enxofre como, por exemplo, superfosfato triplo, quecontm somente cerca de 1% de S-sulfato. Assim, em solos defi-cientes em enxofre, a adio de quantidades adequadas deste nu-triente realizada com a utilizao de fertilizantes com baixa con-centrao em NPK, o que acarreta aumento dos custos com o frete,com o armazenamento e com a aplicao.

    Devido necessidade da reduo dos custos na agriculturabrasileira, importante utilizar fontes de enxofre que possibilitem asua adio, em teores adequados,em formulaes comerciais comalta concentrao em NPK. Entreestas fontes destaca-se o enxofreelementar, com 99% de S, que po-de possibilitar a obteno de fer-tilizantes com alta concentraode nutrientes NPK e com alto teorde enxofre. Por exemplo, uma fr-mula 00-20-20 produzida com asmatrias-primas convencionaistem ao redor de 5% de S; para adu-bar um hectare com 80 kg de P

    2O

    5,

    80 kg de K2O e 20 kg de S neces-

    sria a aplicao de 400 kg ha-1

    desta frmula. Esta quantidadepode ser reduzida para 333 kg ha-1

    utilizando-se S-elementar na pro-duo de uma frmula 00-24-24que conter 6% de enxofre, o querepresenta uma reduo de 17%na quantidade do fertilizante a apli-car e, conseqentemente, um me-nor custo com frete, armazena-mento e aplicao para as mesmasquantidades de nutrientes.

    Porm, para que o S-ele-mentar possa se tornar dispon-vel para as plantas ele deve ser

    oxidado a S-sulfato (JANZEN e BETTANY, 1987a), que a formaque as plantas absorvem este nutriente. A oxidao do S-elementar realizada, principalmente, por microrganismos especficos do solo.Saik (1995) descreveu a reao de oxidao do S-elementar no soloda seguinte forma:

    S-elementar + 1O2 + H

    2O 2H+ + SO

    42-

    Vrios grupos de microrganismos podem oxidar o S-ele-mentar no solo, e eles so divididos em: a) quimioautotrficos, como,por exemplo, as bactrias do gnero Thiobacillus; b) fotoautotr-ficos e c) heterotrficos (bactrias e fungos). Na maioria dos so-los aerbicos (bem oxigenados), os organismos quimioautotrficose heterotrficos so os mais importantes (GERMIDA e JANZEN,1993).

    Na Figura 1 apresentado um diagrama das relaes entreas variveis independentes (X) e dependente (Y) correlatas queafetam a oxidao do S elementar a S-sulfato. Entre estas variveisdestacam-se:

    USO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARUSO DO ENXOFRE ELEMENTARCOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTECOMO FERTILIZANTE

    Nelson Horowitz1

    Egon Jos Meurer2

    1 Engenheiro-Agrnomo, Doutor, Roullier Brasil, Porto Alegre, RS; e-mail: [email protected]. Autor para correspondncia. 2 Engenheiro-Agrnomo, Doutor, Professor do Departamento de Solos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bolsista do CNPq; e-mail:

    [email protected]

    Figura 1. Diagrama das relaes entre as variveis independentes (Xn) e dependente (Y) correlatas que afetama oxidao do S elementar a S-sulfato.

    Fonte: HOROWITZ (2003).

    ENXOFREENXOFREENXOFREENXOFREENXOFRE

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 5

    Temperatura. Como a maioria dos processos mediadospor microrganismos, a taxa de oxidao do S-elementar afetadapela temperatura. Nas temperaturas normalmente observadas nasuperfcie do solo, a relao entre a taxa de oxidao e a temperaturado solo exponencial (Figura 2). Quando comparado a outros fato-res do solo que influem na taxa de oxidao do S-elementar, a tem-peratura a mais responsiva a mudanas (GERMIDA e JANZEN,1993). Embora a temperatura tima para a oxidao ainda no estejabem definida, possvel que varie conforme as caractersticas dosolo, porm Skiba e Wainwright (1984) sugerem que as maiorestaxas de oxidao ocorrem entre 30C e 40C. A oxidao nula oumuito lenta em temperaturas inferiores a 5C (NOR e TABATABAI,1977; SKIBA e WAINWRIGHT, 1984; WAINWRIGHT, 1984;JANZEN e BETTANY, 1987c).

    Propriedades fsicas do solo. A oxidao do S-elementar afetada por propriedades fsicas do solo, apesar destes efeitos nemsempre serem consistentes (GERMIDAe JANZEN, 1993). Em algu-mas investigaes, as taxas de oxidao foram inversamente rela-cionadas ao teor de argila e diretamente relacionada ao teor de areia(JANZEN e BETTANY, 1987a; LAWRENCE e GERMIDA, 1988;DENG e DICK, 1990). Outros pesquisadores no obtiveram rela-es significativas entre a textura do solo e a taxa de oxidao deS-elementar (RHEM e CADWELL, 1968; McCASKILL e BLAIR,1987; WATKINSON, 1989). Porm, solos pouco estruturados ten-dem a ter menor taxa de oxidao quando comparados com os me-lhores estruturados (LEE et al., 1987; WATKINSON, 1989). Muitasdestas observaes so, provavelmente, reflexos indiretos do esta-do de aerao dos solos (GERMIDA e JANZEN, 1993) que afetamas reaes microbiolgicas de oxidao do S-elementar.

    pH do solo. , quase sempre, relacionado positivamentecom a taxa de oxidao do S-elementar (NOR e TABATABAI, 1977;JANZEN e BETTANY, 1987b; LAWRENCE e GERMIDA, 1988). Oefeito positivo do pH mais elevado est, possivelmente, relaciona-do capacidade do solo em tamponar o cido sulfrico formado naoxidao que, se acumulado em altas concentraes, inibe a ativi-dade dos microrganismos que transformam S-elementar em S-sulfa-to (FOX et al.,1964; BARROW, 1971). Para um Latossolo Vermelhodistrfico tpico da regio do Cerrados, Horowitz (2003) demons-trou que h uma relao positiva entre a oxidao do S-elementar eo pH inicial do solo (Figura 3).

    Figura 3. Relao entre o pH inicial e a taxa de oxidao em um LatossoloVermelho.

    Fonte: HOROWITZ (2003).

    Figura 2. Relao entre taxa de oxidao do S-elementar e temperatura.Fonte: adaptada de JANZEN e BETTANY (1987c).

    Conseqentemente, fatores que alteram, mesmo que margi-nalmente, a temperatura do solo, como o manejo de resduos, a cordo solo, a profundidade de colocao do fertilizante e a sua pocade aplicao afetaro a taxa de oxidao. Alm disso, a alta sensibi-lidade temperatura dos microrganismos que realizam a oxidaodo S-elementar indica que a eficincia de fertilizantes que contmS-elementar pode variar muito entre regies climticas (GERMIDAe JANZEN, 1993). Portanto, em regies frias possvel que a efi-cincia dos fertilizantes com S-elementar seja baixa (JANZEN eBETTANY, 1987c).

    Umidade e aerao. A taxa de oxidao do S-elementar relacionada ao potencial da gua do solo, apresentando uma rela-o parablica at as taxas mximas (JANZEN e BETTANY, 1987c).As taxas mximas ocorrem ao redor da capacidade de campo ediminuem em potenciais mais altos ou mais baixos. Este modeloreflete os efeitos de interatividade entre a disponibilidade de guae de oxignio no solo (BURNS, 1967). Em condies de baixa umi-dade no solo, a oxidao limitada por insuficincia de gua paraa atividade microbiana. Contrariamente, em solos com alto teor deumidade, a oxidao limitada por inadequada aerao. Portanto,em solos cultivados com arroz em sistema de inundao, por exem-plo, o S-elementar no deve ser utilizado pois a oxidao deverocorrer muito lentamente devido ao baixo teor de oxignio nosolo.

    Teor de matria orgnica. Vrios estudos demonstraram oefeito positivo entre a taxa de oxidao do S-elementar e o teor dematria orgnica do solo. Isto pode ser atribudo resposta deorganismos heterotrficos que oxidam o S-elementar utilizando osubstrato disponvel como fonte de energia (WAINWRIGHT et al.,1986; LAWRENCE e GERMIDA, 1988; CIFUENTES e LINDE-MANN, 1993; COWELL e SHOENAU, 1995).

    Fertilidade do solo. Pode influir na oxidao do S-elemen-tar, embora este efeito, freqentemente, seja de pouca magnitudeou inconsistente. Vrios trabalhos mostraram efeito estimulante dofsforo sobre a taxa de oxidao (JANZEN e BETTANY, 1987a;LAWRENCE e GERMIDA, 1988). Porm, outros estudos no con-firmaram o mesmo (LEE et al., 1988).

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  • 6 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    A ausncia de uma relao bem definida entre a oxidao doS-elementar e as vrias propriedades fsicas e qumicas do solo noimplica, necessariamente, que estes efeitos no sejam importantes. provvel que a oxidao seja governada pela interao e integraodestes fatores e no apenas por um fator isolado, exceto em casosextremos (GERMIDA e JAZEN, 1993). Em geral, observa-se que osfatores de solo que tm efeito estimulante na oxidao do S-elemen-tar so coincidentes com os que promovem um bom desenvolvi-mento das plantas.

    Tamanho das partculas de S-elementar. Reduzindo-se otamanho da partcula do S-elementar adicionado ao solo ocorre umaumento acentuado na taxa de oxidao devido ao aumento da reasuperficial das partculas, o que favorece o contato com os micror-ganismos oxidantes (WAINWRIGHT, 1984). De maneira geral, con-sidera-se que, para uma rpida oxidao do S-elementar a ser aplica-do, as partculas deste fertilizante devam ser de tamanho inferior a0,15 mm.

    Disperso das partculas de S-elementar. A baixa disper-so (distribuio) do S-elementar no solo pode reduzir a oxidaodevido ao seu carter hidrofbico: em partculas muito agrupadas,a hidratao pode ser deficiente para que a oxidao ocorra (JAN-ZEN e BETANNY, 1986; WATKINSON, 1989). Com o aumento pro-gressivo da disperso das partculas do S-elementar no solo, a taxade oxidao tambm aumenta. A oxidao lenta de partculas poucodispersas no solo tem significativa importncia para a eficincia defertilizantes que contenham S-elementar. Vrios estudos tm de-monstrado que as maiores taxas de oxidao de um fertilizante comS-elementar ocorreram quando este foi misturado ao solo, ao invsde ter sido colocado em faixas (CHIEN et al., 1988).

    FERTILIZANTES COM S-ELEMENTAREm diversos pases, fertilizantes contendo S-elementar vm

    sendo utilizados de forma crescente (EDMEADES et al., 1994; ZHAOet al., 1996). Fertilizantes com S-elementar so comercializados empases como Canad, Austrlia e Nova Zelndia. Estes incluem oS-elementar sob vrias formas: puro (como p), incorporado a ferti-lizantes granulados, granulado com agentes dispersantes e em sus-penses aquosas para aplicao em sistemas de irrigao. No Brasil,a utilizao de S-elementar ainda incipiente, embora algumas empre-sas comercializem o produto isoladamente ou em misturas fareladas.

    Um dos fertilizantes produzidos no Canad o S-elementarcom bentonita. No processo de produo deste produto, incorpo-ra-se S-elementar fundido bentonita, que uma argila expansiva.Obtm-se, assim, um fertilizante granulado, forma fsica que facilitaa aplicao do produto (BOSWELL et al., 1988a), j que a distribui-o uniforme do S-elementar na forma de p, a campo, difcil. Coma umidade do solo, estes grnulos desintegram-se, expondo a gran-de rea superficial das partculas finas atividade microbiana, jque a bentonita, sendo uma argila expansiva, em contato com aumidade do solo, tem seu volume aumentado em torno de 20 vezes(TISDALE et al., 1993; SAIK, 1995). Porm, a taxa de oxidao do S-elementar granulado com bentonita , geralmente, menor do que ado S-elementar na forma de p (JONES e RUCKMAN, 1969;BOSWELL et al., 1988; KARAMANOS e JANZEN, 1991). A oxida-o mais lenta destes produtos granulados tem sido atribuda inadequada disperso das partculas de S-elementar aps a aplica-o do produto ao solo (BOSWELL et al., 1988; JANZEN, 1990).Entretanto, a aplicao destes grnulos na superfcie do solo, localem que estes esto expostos a efeitos de ruptura devido precipi-tao e a outros fatores climticos, pode facilitar a melhor dispersoe aumentar a taxa de oxidao (SOLBERG et al., 1987).

    A incorporao de S-elementar a fertilizantes convencionais,como uria e superfosfato triplo, uma outra forma de aumentar oteor do nutriente em formulaes NPK. Para adubos fosfatados,principalmente o superfosfato triplo, vivel adicionar o S-elemen-tar atravs de diferentes tipos de processos industriais. Porm, aforma de incorporao do S-elementar ao superfosfato triplo terrepercusses na eficincia agronmica do fertilizante. Entre as for-mas de incorporaes destacam-se: a) o recobrimento do fertilizan-te previamente granulado com S-elementar fundido e b) incorpora-o do S-elementar em p durante a granulao do superfosfato.Bloomfield (1967) e Watkinson (1989) afirmam que a incorporaode S-elementar aos superfosfatos aumenta a sua taxa de oxidao.Isto tem sido atribudo ao aumento da umidade ao redor das part-culas de S-elementar e presena de fsforo, que favorecem a oxi-dao pelos microrganismos do solo. Porm, o mtodo de incorpo-rao do S-elementar ao superfosfato pode afetar o tamanho daspartculas no interior do grnulo do fertilizante e a sua disperso nosolo, afetando a sua eficincia.

    Poucas pesquisas sobre o uso do S-elementar como fontede nutriente s plantas tm sido realizadas no Brasil. Horowitz(2003) demonstrou que 42 amostras de solo de diferentes regiesdo Brasil tm capacidade de oxidar S-elementar, porm com vari-veis taxas de oxidao. Alm disto, o mesmo autor, trabalhando emcasa de vegetao com quatro cultivos consecutivos de milho (Ta-bela 1), comprovou que fontes de S-elementar granuladas com agen-tes dispersantes (Tiger 90CR e Sulfer 95) tiveram baixa eficincia. Osuperfosfato triplo ao qual foi incorporado S-elementar na forma dep apresentou eficincia agronmica crescente com o decorrer doscultivos, atingindo ndices de eficincia agronmica (IEA) superio-res ao do gesso em p e ao do supefosfato simples (fonte de Spadro) no terceiro e no quarto cultivo. O superfosfato triplo reves-tido com S-elementar fundido apresentou ndices intermedirios.Estes resultados indicam que a utilizao do S-elementar associadoa fontes de fsforo granuladas apresentam potencial de utilizaoem reas com nveis adequados do nutriente, porm que necessi-tam de reposio de enxofre.

    Tabela 1. ndice de eficincia agronmica (IEA) de fontes de enxofre,para o S total acumulado no tecido do milho, em quatro cultivossucessivos, em casa de vegetao, em um Latossolo Vermelho.

    Fonte Cultivo 1 Cultivo 2 Cultivo 3 Cultivo 4

    - - - - - - - - - - - - - IEA (%) - - - - - - - - - - - -

    Tiger 90CR 0 0 20 26Sulfer 95 4 44 14 31SFT + S-elem. incorporado 9 72 105 162SFT + S-elem. revestido 14 24 69 82Gesso em p 177 87 52 66SFS granulado 100 100 100 100

    Fonte: adaptada de HOROWITZ (2003).

    Os autores deste trabalho julgam que os solos de muitasregies do territrio brasileiro apresentam condies favorveispara a oxidao do S-elementar a S-sulfato. muito provvel que oS-elementar apresente alta eficincia agronmica nesses solos, prin-cipalmente se aplicado na forma de p. Acreditam, igualmente, queexiste excelente perspectiva, embora novas pesquisas sobre o temasejam necessrias, para a fabricao de fertilizantes granulados quecontenham S-elementar, possibilitando a obteno de frmulas comaltas concentraes em NPK e em enxofre, o que resultaria numasignificativa reduo de custos ao produtor.

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  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 7

    REFERNCIAS

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    BOSWELL, C. C.; SWANNEY, B.; OWERS, W. R. Sulfur/sodiumbentonite prills as sulfur fertilizers. 2. Effect of sulfur-sodium ben-tonite ratios on the availability of sulfur to pasture plants in thefield. Fertilizer Research, Wageningen, v. 15, p. 33-46, 1988b.

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  • 8 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    NQUELNQUELNQUELNQUELNQUEL

    ORELHA DE RATOORELHA DE RATOORELHA DE RATOORELHA DE RATOORELHA DE RATOEurpedes Malavolta1

    Milton Ferreira de Moraes2

    1 Pesquisador do CENA-USP, Piracicaba-SP. Telefone: (19) 3429-4695; e-mail: [email protected] Doutorando do CENA-USP, Piracicaba-SP. Bolsista FAPESP. Telefone:(19) 3429-4695;e-mail: [email protected]

    Alista de micronutrientes, de acordo com o critriodireto ou indireto (ou ambos) de essencialidade, aseguinte: boro (B), cloro (Cl), cobalto (Co), cobre(Cu), ferro (Fe), mangans (Mn), molibdnio (Mo), nquel (Ni),selnio (Se) e zinco (Zn). O silcio (Si) considerado essencial pelalegislao brasileira de adubos atual, o que est errado umelemento benfico. Apenas.

    A essencialidade do nquel foi demonstrada por Eskew et al.(1983, 1984) ativador da urease, enzima universal nas plantas,que desdobra a uria em gs carbnico eamnia. O elemento foi promovido de txi-co para essencial.

    O sintoma chamado orelha-de-ratode pecan (Carya illinoinensis) conheci-do nos Estados Unidos desde 1918: a pon-ta das folhas novas fica arredondada e compontos escuros, o limbo se encurva, tor-nando-as parecidas com a orelha do roe-dor. Inicialmente, pensou-se que a causafosse o dano devido ao frio da primaveraantes da abertura das gemas. Depois foi atri-budo a um vrus, deficincia de mangansou de cobre (WELLS, 2005). S recentemen-te foi descoberto que a orelha-de-rato re-sultado da severa deficincia de nquel(WOOD et al., 2004a, b, c). Do mesmo modoque acontece na soja, o sintoma tpico atribudo a um acmulo local da uria (pon-tos escuros) que no hidrolisada devido falta do ativador da urease o Ni.

    Vrios fatores contribuem para a de-ficincia:

    Baixa disponibilidade no solo; Excesso de Zn que inibe competiti-

    vamente a absoro do nquel; Seca; pH do solo acima de 6,5; Doses excessivas ou tardias de ni-

    trognio; Calagem excessiva; Nveis altos de P e de Cu no solo que diminuem a absoro

    do nquel ou a sua distribuio dentro de plantas; Inibio da urease pelo cobre.

    A melhor indicao do estado nutricional da pecan com res-peito ao nquel leia-se orelha-de-rato dada pelo seu teor nafolha. O nquel aplicado nas folhas, no outono, transformado paralocais de armazenamento ou residncia, tecidos dormentes dos bro-tos e gemas. A quantidade translocada suficiente para corrigir adeficincia no perodo de abertura das gemas e para garantir o cres-

    cimento normal. Na primavera seguinte aplicao outonal, o teorde Ni nas folhas das plantas tratadas era de 7 mg kg-1, enquanto asno tratadas, com sintomas, tinham 0,5 mg kg-1. Quando o Ni foiaplicado nas folhas, na primavera, os sintomas dos fololos desa-pareceram 10 a 15 dias aps o tratamento. O teor foliar chegou a26 mg kg-1 de Ni, contra 0,4 mg kg-1 nas folhas das plantas comsintomas.

    A preveno ou correo da deficincia de Ni feita me-diante a aplicao de uma soluo de NiSO

    4.6H

    2O na concentrao

    de 3,5 g L-1 (0,8 g L-1 de Ni) contendo 4,8 gde uria por litro e 2,5 mL L-1 de umsulfactante no-inico. A pulverizao feita na folhagem at escorrer.

    Um trabalho recente (em publica-o) do Laboratrio de Nutrio Mineralde Plantas do CENA-USP em colaboraocom a Fischer Agropecuria poder ter al-guma conseqncia prtica: foi verificadoque no florescimento h um grande ac-mulo de Ni na flor, cujo contedo maiorque o encontrado na folha e no lenho doramo. sabido que a amnia, aplicada ouendgena, est relacionada com o flores-cimento e a produo. Tal hiptese neces-sita, entretanto, de comprovao experi-mental.

    REFERNCIAS

    WELLS, L. Mouse-ear of pecan. TheUniversity of Georgia, CooperativeExtension, 2005. 4 p. (Circular, 893)

    WOOD, B. W.; REILLY, C. C.; NYEZEPIR,A. P. Mouse-ear of pecan: I. Symptomato-logy and occurrence. HortScience, v. 39,n. 1, p. 87-94, 2004a.

    WOOD, B. W.; REILLY, C. C.; NYEZEPIR,A. P. Mouse-ear of pecan: II. Influence ofnutrient applications. HortScience, v. 39,n. 1, p. 95-100, 2004b.

    WOOD, B. W.; REILLY, C. C.; NYEZEPIR, A. P. Mouse-ear ofpecan: A nickel deficiency. HortScience, v. 39, n. 6, p. 1238-1242,2004c.

    ESKEW, D. L.; WELCH, R. M.; CARY, E. E. Nickel: an essentialmicronutrient for legumes and possibly all higher plants. Science,v. 222, p. 621-623, 1983.

    ESKEW, D. L.; WELCH, R. M.; NORVELL, W. A. Nickel in higherplants: further evidence for an essential role. Plant Physiology,v. 76, p. 691-693, 1984.

    Sintomas de orelha-de-rato devido deficincia de nquel em pec:pontos escuros e necrose nas mar-gens dos fololos; ponta das folhasnovas arredondada, limbo encur-vado, tornando-as parecidas com aorelha do roedor.

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 9

    DIVULGANDO A PESQUISA

    Notas do editor: Os trabalhos que possuem endereo eletrnico em azul podem ser consultados na ntegraGrifos nos textos, para facilitar a leitura dinmica, no existem na verso original

    2. RENDIMENTO E TEOR DE PROTENA BRUTA NOSGROS DE HBRIDOS DE MILHO COM ADUBAONITROGENADA DE COBERTURA TARDIA

    SILVA, P. R. F. da; STRIEDER, M. L.; COSER, R. P. da S.; RAMBO,L.; SANGOI, L.; ARGENTA, G.; FORSTHOFER, E. L.; SILVA, A.A. da. Scientia Agricola, v. 62, n. 5, p. 487-492, 2005.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162005000500014&lng=pt&nrm=iso&tlng=en)

    Alteraes morfo-fisiolgicas introduzidas nos hbridos mo-dernos de milho sugerem mudanas na dinmica de absoro donitrognio, aumentando a habilidade da planta de absorv-lo du-rante o enchimento de gros. Isto pode justificar a utilizao decoberturas nitrogenadas tardias sempre que restries climticasimpedirem o suprimento adequado de nitrognio durante o desen-volvimento vegetativo da cultura. Este estudo foi conduzido obje-tivando avaliar os efeitos da fertilizao nitrogenada no emborra-chamento e espigamento, no rendimento e teor de protena nosgros de hbridos de milho. Dois experimentos foram instalados emEldorado do Sul, RS, nos anos agrcolas de 2001/2002 e 2002/2003.Em 2001/2002, os tratamentos foram compostos por dois hbridos(Agroceres 303 e Pioneer 32R21), trs doses de N aplicadas durante

    1. ENHANCING NITROGEN USE EFFICIENCY IN CROPPLANTS

    FAGERIA, N. K.; BALIGAR, V. C. Advances in Agronomy, v. 88,p. 97-185, 2005.

    Nitrogen is the most limiting nutrient for crop production inmany of the worlds agricultural areas and its efficient use isimportant for the economic sustainability of cropping systems.Furthermore, the dynamic nature of N and its propensity for lossfrom soil-plant systems creates a unique and challenging envi-ronment for its effcient management.

    Crop response to applied N and use efficiency are importantcriteria for evaluating crop N requirements for maximum economicyield. Recovery of N in crop plants is usually less than 50%worldwide. Low recovery of N in annual crop is associated with itsloss by volatilization, leaching, surface runoff, denitrification, andplant canopy. Low recovery of N is not only responsible for highercost of crop production, but also for environmental pollution. Hence,improving N use efficiency (NUE) is desirable to improve crop yields,reducing cost of production, and maintaining environmental quality.To improve N efficiency in agriculture, integrated N managementstrategies that take into consideration improved fertilizer along withsoil and crop management practices are necessary. Including lives-tock production with cropping offers one of the best opportunitiesto improve NUE. Synchrony of N supply with crop demand isessential in order to ensure adequate quantity of uptake andutilization and optimum yield. This paper discusses N dynamics insoil-plant systems, and outlines management options for enhancingN use by annual crops.

    Tabela 1. Produo de gros e nmero de gros por espiga em trs dosesde nitrognio (N) aplicadas em cobertura no perodo vegetativoe duas doses de N aplicadas no espigamento, na mdia de doishbridos de milho1.

    Doses de N aplicadas no espigamento

    0 50 100

    - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

    Produtividade (t ha-1)

    30 B 4,4 c A 7,2 c A 8,0 c80 A 10,4 b A 11,1 b A 11,3 b

    130 B 11,4 a AB 12,1 a A 13,1 a

    Gros por espiga (no)

    30 B 282 b A 363 b A 369 b80 A 540 a A 528 a A 524 a

    130 A 556 a AB 528 a A 548 a1 Mdias seguidas pela mesma letra minscula na coluna e precedidas pelamesma letra maiscula na linha no diferem entre si pelo teste de Tukeya 5%.

    Tabela 2. Comparao da produtividade mdia de dois hbridos de milhoobtidas com doses iguais de N total em diferentes pocas deaplicao.

    Dose de N total(vegetativo + Produtividadeespigamento)

    (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - (t ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - -

    80 10,4 (80 + 0)1 7,2 (30 + 50) -130 11,4 (130 + 0) 11,1 (80 + 50) 8,0 (30 + 100)180 12,1 (130 + 50) 11,3 (80 + 100) -

    1 Os dois valores entre parnteses representam as doses de N no estdiovegetativo e no espigamento, respectivamente.

    Doses de N aplicadasno perodo vegetativo

    o desenvolvimento vegetativo (30, 80 e 130 kg ha-1) e trs doses deN aplicadas no espigamento (0, 50 e 100 kg ha-1). Em 2002/2003,quatro hbridos (Agroceres 303, Pioneer 32R21, Dekalb 215 e Syn-genta Penta) e quatro doses de N aplicadas no espigamento (0, 50,100 e 150 kg ha-1) foram testadas.

    A fertilizao nitrogenada no emborrachamento e espiga-mento promoveu incrementos significativos no rendimento e teorde protena bruta dos gros. A resposta do rendimento de gros cobertura nitrogenada tardia diferiu entre as cultivares. O impactoda fertilizao nitrogenada no espigamento foi maior quando seaplicou baixas doses de N na fase de desenvolvimento vegetativo(Tabela 1 e Tabela 2). Os aumentos no rendimento de gros obtidoscom coberturas tardias deveram-se principalmente ao maior pesode gros. Os hbridos contemporneos so capazes de absorver Ndepois do espigamento, contradizendo a hiptese de que cobertu-ras nitrogenadas tardias no so eficientes para aumentar o rendi-mento de gros do milho.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90162005000500014&lng=pt&nrm=iso&tlng=en

  • 10 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    3. FONTES E MTODOS DE APLICAO DE NITROGNIOEM FEIJOEIRO IRRIGADO SUBMETIDO A TRS NVEISDE ACIDEZ DO SOLO

    BARBOSA FILHO, M. P.; FAGERIA, N. K.; SILVA, O. F. da. Cinciae Agrotecnologia, v. 28, n. 4, p. 785-792, 2004.

    Em sistemas conservacionistas de preparo do solo, em queno se efetua o revolvimento da camada superficial, os fertilizantesnitrogenados e corretivos tm sido aplicados na superfcie do solo;porm, pouco se conhece a respeito do efeito dessa prtica sobre aprodutividade do feijoeiro irrigado. Com esse objetivo, foi avaliado,por trs anos consecutivos, o efeito da aplicao de 80 kg ha-1 de Nem cobertura, fonte uria ou sulfato de amnio, incorporados oudistribudos na superfcie do solo, em trs nveis de acidez do solodesenvolvidos pela aplicao de 0; 3,5 e 7,0 Mg ha-1 de calcrio,comparados com a testemunha sem aplicao de N de cobertura. ON foi parcelado em duas aplicaes, metade aos 15 dias aps aemergncia (dae) das plantas e metade aos 30 dae. O delineamentoexperimental utilizado foi o de blocos casualizados com parcelassubdivididas, sendo as doses de calcrio dispostas nas parcelas eos tratamentos de N nas subparcelas, em triplicatas. A avaliaodos tratamentos foi baseada em critrios econmicos, produtivida-de de gros, absoro de N pelas plantas e pH do solo.

    O aumento mdio de rendimento de gros devido aplica-o de N em cobertura foi de 13%, no havendo, na mdia das trssafras, diferena entre uria e sulfato de amnio, bem como entre osmtodos de aplicao: superficial e incorporado ao solo. Houveresposta positiva e linear ao calcrio e no ocorreu interao signi-ficativa entre N e calcrio, em relao produtividade de gros eacumulao de N na planta. As aplicaes sucessivas de N diminu-ram os valores de pH em 0,2 unidades na camada de 0-10 cm. Aaplicao de N fonte uria na superfcie do solo, seguida de irriga-o, a opo mais econmica de adubao nitrogenada em cober-tura para a cultura do feijoeiro irrigado.

    6. DOSES E MODOS DE APLICAO DE POTSSIO NAPRODUTIVIDADE DE GROS E QUALIDADE DE SE-MENTE DE SOJA [Glycine max (L.) Merril]

    PEDROSO NETO, J. C.; REZENDE, P. M. FAZU em Revista, n. 2,p. 27-36, 2005.

    Com o objetivo de estudar o efeito de doses e modos deaplicao de potssio (K) na produtividade e qualidade de semen-tes de soja, instalou-se dois ensaios, um em Lavras (Podzlico Ver-melho-Amarelo, argiloso) e outro em Uberaba (Latossolo Verme-lho-Escuro, franco-arenoso), ambos com baixa disponibilidade deK solvel. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos aoacaso, com quatro repeties, em esquema fatorial (3 x 4) + 1,envolvendo trs modos de aplicao (plantio, parcelado e cober-tura), quatro doses (40, 80, 120 e 160 kg ha-1 de K

    2O), e testemu-

    nha, sem K.

    Em Uberaba, observou-se efeito da interao entre modosde aplicao e doses de K sobre a produtividade de gros, uma vezque quando o nutriente foi aplicado em cobertura houve resposta adoses; no entanto, quando a adubao foi feita no plantio ou par-celada, no se observou respostas a doses. Ainda em Uberaba, aaplicao de K, independente das doses ou dos modos, promoveuaumento nas produtividades de gros, leo e protena. J o vigor desementes foi afetado pelas doses crescentes de K, independentedo modo de aplicao. Em Lavras, as aplicaes de K no plantio ouparcelado, independente da dose, promoveram aumentos na pro-dutividade de gros, quando comparadas com a aplicao em co-bertura. J o teor de leo foi afetado pela interao entre doses emodos de aplicao, uma vez que a aplicao no plantio promoveuresposta crescente, e as aplicaes em cobertura e parcelada res-posta decrescente.

    4. TEORES DE NUTRIENTES NA FOLHA E NOS GROSDE AVEIA-PRETA EM FUNO DA ADUBAO COMFSFORO E POTSSIO

    NAKAGAWA, J.; ROSOLEM, C. A. Bragantia, v. 64, n. 3, p. 441-445, 2005. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000300015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

    A aveia-preta uma gramnea rstica, pouco exigente, culti-vada, principalmente, como forrageira de inverno e como cultura paraadubao verde em sistemas de rotao. Apesar de sua importncia,h poucos trabalhos em que foram avaliados os efeitos da adubaosobre os teores de nutrientes nas folhas ou nos gros. Com o objeti-vo de estudar os efeitos de doses de P e K, sobre os teores denutrientes (macro e micronutrientes) na folha bandeira e nos gros deaveia-preta cv. Comum, foi instalado um experimento, em condiesde campo, em Nitossolo Vermelho, em Botucatu (SP). Trs doses deP (0, 40 e 80 kg ha-1 de P

    2O

    5 ) e trs de K (0, 20 e 40 kg ha-1 de K

    2O)

    foram aplicadas nos sulcos, antes da semeadura, em esquema fato-rial (3 x 3), juntamente com 50 kg ha-1 de N (20 kg ha-1 na semeadu-ra e 30 kg ha-1 em cobertura no fim do perfilhamento), em delinea-mento experimental de blocos ao acaso, com quatro repeties.

    Os teores de macro e micronutrientes na folha bandeira fo-ram favorecidos pelo fsforo, sendo 40 kg.ha-1 de P

    2O

    5 suficiente

    para elevar o teor dos nutrientes; apenas o teor de potssio dafolha foi afetado pelo potssio. Os teores de nutrientes nos grosno foram influenciados pelas doses de fsforo e potssio.

    5. COMPORTAMENTO DE ATRIBUTOS QUMICOS DEUM SOLO SALINO-SDICO TRATADO COM GESSOE FSFORO

    VITAL, A. de F. M.; SANTOS, R. V. dos; CAVALCANTE, L. F.;SOUTO, J. S. Revista Brasileira de Engenharia Agrcola eAmbiental, v. 9, n. 1, p. 30-36, 2005 (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662005000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

    Os solos degradados por sais e sdio, comuns nas reasirrigadas da regio semi-rida, apresentam atributos fsicos e qumi-cos desfavorveis agricultura. A baixa disponibilidade de nutrien-tes, como o fsforo, nesses solos uma realidade. Desta forma oemprego de corretivos e o estudo da disponibilidade de fsforonessas reas constituem-se numa alternativa para reintegrar taissolos produo agrcola. Conduziu-se um experimento para veri-ficar o efeito da aplicao de quatro nveis de gesso (0, 50, 100 e200% da necessidade do gesso) e quatro dosagens de fsforo(0, 150, 300 e 450 mg dm-3), em solo salino-sdico (Cambissolo - CE4,2 dS m-1, PST 52, pH 6,3 e CaCO

    3 65 g kg-1) de textura franco-

    argilosa (areia 18,8%, silte 43,9% e argila 37,3%), do Permetro Irri-gado de Capoeira - So Jos do Bonfim, PB. Analisaram-se osparmetros fsforo disponvel, Na, Ca, Mg, pH, PST e CE, cujosdados revelaram que o corretivo exerceu efeito significativo no au-mento de clcio e fsforo do solo e na reduo da PST e pH.

    A aplicao de gesso e fsforo promoveu aumento signifi-cativo nos teores de P do solo e reduo do Na. Para as demaisvariveis, o efeito dos tratamentos foi no significativo.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662005000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662005000100005&lng=en&nrm=iso&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000300015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pthttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000300015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 11

    7. EFEITO DA ADUBAO MINERAL COM FSFORO EPOTSSIO SOBRE A SEVERIDADE DA FERRUGEM DASOJA (Phakopsora pachyrhizi Sidow)

    DALLAGNOL, L. J.; BALARDIN, R. S.; DIDONE, H. T.; KIRINUS,E. M.; SANTOS, A. Submetido revista Fitopatologia Brasileira.

    A nutrio das plantas, considerada como um fator ambiente,pode influenciar tanto o progresso da doena como seu controle. Osuprimento balanceado de nutrientes, que favorece o crescimentonormal das plantas, igualmente relevante para os processos dedefesa. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adubaomineral com fsforo (P) e potssio (K), em distintas quantidades ecombinaes, sobre a evoluo do patossistema Glycine max-Phakopsora pachyrhizi (ferrugem da soja). O trabalho foi conduzidoem casa de vegetao e as plantas cultivadas em substrato compostode terra argilosa; areia e casca de arroz no carbonizada (1:3:1),apresentado as seguintes caractersticas: textura 4; argila 170g kg-1;pH (gua 1:1) 6,0; fsforo 8,4 mg dm-3; potssio 65,0 mg dm-3; enxofre20,3 mg dm-3; cobre 13,0 mg dm-3; zinco 1,2 mg dm-3; boro 0,6 mg dm-3;clcio 2,3 cmol

    c dm-3; magnsio 0,6 cmol

    c dm-3 e alumnio 0,0 cmol

    c dm-3.

    As doses de P e de K utilizadas e adicionadas ao substrato foramde 0; 35; 70; 140 e 0; 42,5; 85; 170 kg ha-1, respectivamente. Plantasde soja da cultivar Embrapa 48 e cultivadas neste substrato foramsubmetidas inoculao de P. pachyrhizi quando atingiram o est-gio V

    2 e R

    5. A varivel considerada foi severidade da doena, sendo

    determinada a taxa de progresso da doena a partir das avaliaesaos 14, 17, 21 e 25 dias aps a inoculao. Os resultados mostraramque os acrscimos na quantidade de P e K adicionados ao soloreduziram a severidade e a taxa de progresso da doena (Tabela 1).Em anlise isolada de cada nutriente, o K apresentou maior reduona doena em relao ao P, principalmente quando adicionado embaixas quantidades. A maior reduo foi observada quando foimantida uma proporcionalidade entre os nveis de P e K, sugerindoque o suprimento adequado de nutrientes planta constitui-se emprtica importante no manejo integrado da doena.

    Tabela 1. Variao na severidade da ferrugem asitica, medida em plantasda cultivar de soja AL 83, devido adio de P

    2O

    5 e K

    2O de

    forma isolada ou combinada.

    Fonte de nutriente (kg ha-1)1 Severidade (%)2

    P2O

    5K

    2O V2 R5

    85 0 34,80 d* 24,00 d85 35 15,98 bc 15,55 bc85 70 15,00 b 13,75 b85 140 9,80 a 7,05 a

    CV% 3,57 6,50

    0 70 33,50 c 18,20 c42,5 70 34,00 c 13,73 b85 70 15,00 b 13,75 b170 70 10,20 a 8,28 a

    CV% 3,65 4,46

    0 0 34,66 d 25,88 d42,5 35 15,70 bc 18,88 c85 70 15,00 b 13,75 b170 140 8,22 a 6,18 a

    CV% 2,69 6,471 Fonte de fsforo e potssio adicionada a um substrato contendo6,4 ppm de fsforo e 64 ppm de potssio.2 Severidade medida nos estdios V2 e R5.* Mdias seguidas pela mesma letra no diferem pelo teste de Tukey(p < 0,05).

    8. LEGISLAO SOBRE TEORES DE CONTAMINANTESEM FERTILIZANTES ESTUDO DE UM CASO

    RODELLA, A. A. Revista Brasileira de Cincia do Solo, v. 29,n. 5, p. 797-801, 2005.

    Analisou-se como o Estado de Washington, EUA, foi o pri-meiro Estado americano a ter legislao sobre contaminantes emfertilizantes minerais e corretivos. O objetivo foi considerar os even-tos como uma possvel referncia para situao semelhante no Bra-sil. A divulgao do uso de resduos industriais como fonte demicronutrientes pela imprensa determinou, de forma decisiva, o ru-mos dos acontecimentos. Diversas entidades foram envolvidas numprocesso subsidiado por informaes tcnicas relevantes, que cul-minou na promulgao de uma lei estadual num perodo de tempobastante curto. No mbito federal, contudo, a EPA (EnvironmentalProtection Agency) regulamentou apenas o uso de resduos indus-triais como fonte de Zn (Tabela 1).

    Consideraes gerais:

    Qual o resultado da aplicao de legislao similar do Es-tado de Washington ou da EPA a produtos comercializados noBrasil? Aplicando os limites da EPA a fontes de Zn (GABE e RO-DELLA, 1998), verificou-se que o contaminante mais problemticofoi o Pb, pois cinco das sete amostras consideradas estariam repro-vadas pelas normas da EPA, excedendo de 1,5 a 187 vezes a con-centrao mxima permitida. Quanto a Cd e Cr, a maioria das amos-tras passaria na avaliao, mas teores mais de 100 vezes maioresque os permitidos para esses metais foram encontrados em algu-mas delas.

    Considerando doses de 2 a 4 t ha-1 dos corretivos de acidezdo solo estudados por Amaral Sobrinho et al. (1992) e Gabe e Rodella(1998), nenhum ultrapassaria os limites propostos para o Estado deWashington. Uma aplicao de 2 t ha-1 de um resduo da mineraode Zn usado como corretivo (AMARAL, 1993) corresponderia aplicao de 0,214 kg ha-1 de Cd e 5,702 kg ha-1 de Pb, valores queparacem bastante elevados. Porm, se for considerado um perodode trs anos entre as aplicaes, a quantidade de metal adicionadaao solo cairia abaixo do limite mximo permitido, que considera adose em kg ha-1 ano-1.

    Quanto aos resultados para as fontes de P e misturas NPK,fornecidos por Gabe e Rodella (1998), todos os fertilizantes passa-riam pelo crivo da legislao do Estado de Washington. Trs termo-fosfatos magnesianos fundidos apresentaram teores relativamenteelevados de Cr, ao redor de 0,1%, mas esse metal no est includona citada legislao.

    Tabela 1. Adio mxima anual de metais ao solo por meio de fertilizan-tes, permitida no Estado de Washington, EUA.

    Metal Adio mxima anual

    (kg ha-1 ano-1)

    As 0,333

    Cd 0,089

    Co 0,667

    Hg 0,022

    Mo 0,089

    Ni 0,800

    Pb 2,222

    Se 0,062

    Zn 8,222

  • 12 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    10. IDENTIFICATION OF AGRONOMIC PRACTICESASSOCIATED WITH THE DEVELOPMENT OFFUSARIUM HEAD BLIGHT IN SPRING WHEAT INSOUTHEASTERN SASKATCHEWAN

    FERNANDEZ, M. R.; SELLES, F.; GEHL, D.; DePAUW, R. M.;ZENTNER, R. P. Annual Manitoba Agronomy Conference,4., Winnipeg, 2003. Proceedings...University of Manitoba,2003. p. 157-167.

    Because of the increasing importance of Fusarium headblight (FHB) in western Canada, identification of crop productionfactors (CPF) associated with the development of this disease wouldhelp to devise an effective strategy for its control. From 1999 to2002, a total of 659 wheat fields were sampled in southeasternSaskatchewan, rated for FHB infection, and categorized accordingto CPFs used by producers.

    This study indicated that the environment was the mostimportant factor determining disease development. The effects of thevarious CPFs on FHB were lower in years with high (2001) and low(1999 and 2002) disease pressure, compared to a year with moderate(2000) disease pressure for this region. The CPFs that affected FHBthe most were application of a glyphosate formulation (GF), tillage

    9. GLYPHOSATE AFFECTS SOYBEAN ROOT EXUDA-TION AND RHIZOSPHERE MICRO-ORGANISMS

    ROBERT J. KREMER, R. J.; MEANS, N. E.; KIM, S. Intern. J.Environ. Anal. Chem., v. 85, n. 15, p. 1165-1174, 2005.

    Glyphosate is a non-selective, broad-spectrum herbicide thatkills plants by inhibiting the enzyme 5-enolpyruvylshikimic acid-3-phosphate synthase (EPSPS), which is necessary for synthesis ofaromatic amino acids. A secondary mode of action involves infectionof roots of glyphosate-susceptible plants by soil-borne micro-organisms due to decreased production of plant protection com-pounds known as phytoalexins. Varieties of several crops, includingglyphosate-resistant (GR) or Roundup Ready soybean, are gene-tically modified to resist the herbicidal effects of glyphosate andprovide farmers with an effective weed-management tool. Afterglyphosate is applied to GR soybean, glyphosate that is not boundto glyphosate-resistant EPSPS is translocated throughout the plantand accumulates primarily in meristematic tissues.

    We previously reported that fungal colonization of GR soybeanroots increased significantly after application of gly- phosate but notafter conventional postemergence herbicides. Because glyphosatemay be released into soil from GR roots, we characterized the responseof rhizosphere fungi and bacteria to root exudates from GR and non-GR (Williams 82; W82) cultivars treated with and without glyphosateat field application rates. Using an immunoassay technique, glypho-sate at concentrations > 1000 ng plant-1 were detected in exudates ofhydroponically grown GR soybean at 16 days post-glyphosateapplication. Glyphosate also increased carbohydrate and amino acidcontents in root exudates in both soybean cultivars. However, GRsoybean released higher carbohydrate and amino acid contents inroot exudates than W82 soybean without glyphosate treatment. Invitro bioassays showed that glyphosate in the exudates stimulatedgrowth of selected rhizosphere fungi, possibly by providing a selectiveC and N source combined with the high levels of soluble carbohydratesand amino acids associated with glyphosate treatment of thesoybean plants. Increased fungal populations that develop underglyphosate treatment of GR soybean may adversely affect plantgrowth and biological processes in the soil and rhizosphere.

    practice, previously-grown crop, and cultivar susceptibility. GF(glyphosate formulation) application in the previous 18 months (or3 years) was significantly associated with higher FHB levels everyyear of the study; it was the only CPF in 1999, and one of only twoCPFs in 2002, that affected FHB, indicating that its effects were notas influenced by environmental conditions as other CPFs.

    The relative effects of the other CPFs on FHB were highlyvariable among years, and were significant in only two of four years.When wheat grown under minimum-till was analysed separately,GF application displayed an even greater effect on FHB than whenall tillage systems were analysed together. It is not known if similareffects of GF on FHB would occur in environments different fromthe ones encountered in this study. Based on the statisticallysignificant and consistent effect of previous GF application on FHBlevels throughout the four years of this study conducted in pro-ducers fields, further research is needed to elucidate the nature ofthe GF-FHB association and underlying mechanisms.

    NOTA: Ser que isto no estaria ocorrendo tambm na agriculturabrasileira, principalmente nos pomares de citros?

    11. AVALIAO DE CARACTERSTICAS AGRONMICASDE ESPCIES DE COBERTURA VEGETAL DO SOLO EMCULTIVOS DE ENTRESSAFRA E SOBRESSEMEA-DURANA REGIO CENTRAL DO CERRADO

    TRECENTI, R. Dissertao (Mestrado) Faculdade de Agrono-mia e Medicina Veterinria, Universidade de Braslia, 2005, 106 p.

    O trabalho objetivou avaliar caractersticas agronmicas deespcies de cobertura vegetal do solo em cultivos de sucesso,entressafra irrigada e sobressemeadura, sob sistema plantio direto,na Regio Central do Cerrado. O primeiro experimento foi instaladona Fazenda Modelo do Pr-Rural, Braslia, DF, no final de fevereirode 2003, em rea de pousio, simulando a data de colheita de feijo,contendo as seguintes espcies: amaranto BRS Alegria, aveiapreta comum e IAPAR 61, Brachiaria brizantha cv Marandu, gi-rassol cv CATI, gergelim cv G 3, kenaf L 1 e L 2, milheto cvBRS 1501 e BN 2, milho cv C 901, CMS HD 98-2B e Sol daManh, nabo forrageiro comum e japons, p-de-galinha e sorgocv BR 202, BR 501 e BRS 307. O segundo experimento, com asmesmas espcies, foi conduzido em sucesso ao feijoeiro, na Fazen-da Riedi, Planaltina, DF. Foram avaliados, na fase de maturao fisio-lgica, o nmero de plantas, a altura de plantas, a produo de grose de biomassa. A maior produo de biomassa foi obtida pelo milhocv Sol da Manh e a menor pelo gergelim cv G 3. A produo degros das culturas foi afetada pelo ataque contnuo de pssaros. Oterceiro experimento foi instalado em maio, em rea irrigada via pivcentral, em sucesso ao milho consorciado com braquiria, pastejadono perodo de fevereiro a abril, para medir o desempenho das esp-cies, na entressafra, sob dias curtos. Este experimento, alm das es-pcies anteriores incluiu B. ruziziensis, cevada cv BRS 180 eBRS 195, Crotalaria spectabilis, girassol selvagem, guandu nor-mal e Super N, quinoa cv BRS Piabiru e trigo cv Embrapa 22.

    A produo de biomassa foi superior a 6 t ha-1 para a maioriados tratamentos, com destaque para o milheto cv BRS 1501. Oquarto experimento foi conduzido em sobressemeadura soja deciclo mdio, cultivada sob plantio direto, na Fazenda Dom Bosco,Cristalina, GO, com algumas dessas espcies que possuem semen-tes pequenas, em trs pocas e com trs densidades. Os resultadosmostraram que a 3 poca (R7) e a densidade D-3 foram mais ade-quadas para a produo de biomassa. O milheto cv BN 2 e oEleusine coracana apresentaram maior produo de biomassa etaxa de cobertura vegetal do solo.

  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 13

    PAINEL AGRONMICO

    NOVO PERFIL DAS COOPERATIVAS AGRCOLAS

    No embalo da evoluo do agronegcio, as cooperativasagrcolas, aps a quebra de algumas, mudaram de orientao e pas-saram a pensar e agir de forma mais profissional. Segundo Dr. Eva-risto Marzabal Neves, professor titular e chefe do Departamento deEconomia, Administrao e Sociologia da ESALQ/USP, sua as-ceno no se deve somente a fatores conjunturais de curto prazo,mas, sim, a uma verdadeira revoluo empresarial e tecnolgica emcurso, silenciosamente, no interior do Pas. Veja como:

    Elas se transformam em universidades corporativas einvestemem cursos e treinamento in company de seus diretores,tcnicos e funcionrio, por meio de MBA em gesto estratgica ede agronegcio, governana, marketing, finanas, etc.;

    Implantam estaes agronmicas experimentais e centrostecnolgicos, e realizam pesquisas de campo em parceria com Uni-versidades e Institutos de pesquisa;

    Promovem dias de campo e parcerias com empresas deinsumos do antes da porteira;

    Idealizam feiras e exposies anuais;

    Criam agncias de financiamento;

    Melhoram e ampliam a infra-estrutura de beneficiamento,armazenagem, industrializao, passagem pelos frigorficos e trans-formao de matrias-primas em produtos semimanufaturados emanufaturados;

    Criam marcas prprias e montam supermercados regionais.

    Por unir um enorme contingente de agentes econmicos,arregimentar grande nmero de mini, pequenos, mdios e grandesprodutores rurais, ser fonte geradora de empregos ao longo dacadeia agro-alimentcia, aumentar a renda, formar capital e ativar osetor tercirio regional (comrcio, servios, transportes, etc.), peloBrasil afora, as cooperativas do agronegcio so vistas como omotor da interiorizao do desenvolvimento. (Agroanalysis, v. 24,n. 9, 2004).

    BRASIL DESTAQUE NO AGRONEGCIO

    Nos ltimos dez anos, os sucessivos saltos na produoagropecuria brasileira no tiveram paralelo em nenhum pas domundo. Mais que a produo, a produtividade e qualidade de cul-turas e da pecuria atingiram e, em alguns casos, superaram o deoutras naes grandes produtoras de alimentos no mundo. Recor-de talvez tenha sido a palavra que mais marcou as anlises de de-sempenho no campo neste perodo, quando o Pas consolidou suaposio de primeiro produtor e exportador de caf, acar, lcool esucos de frutas, liderando o ranking das vendas externas de soja,carne bovina, carne de frango, tabaco e couro. Segundo o Minist-rio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, as projees indicamque o Brasil tambm ser, em pouco tempo, o principal plo mundialde produo de algodo e biocombustveis, obtidos a partir decana-de-acar e leos vegetais. Milho, arroz, frutas frescas, ca-cau, castanhas, nozes, alm de sunos e pescados, so tambmdestaques do agronegcio brasileiro, que emprega atualmente17,7 milhes de trabalhadores somente no campo. (Agroanalysis,v. 25, n. 4, 2005).

    CASCA DE LARANJA GERA ENERGIA

    A Flrida, maior produtor de citros dos Estados Unidos,quer dar novo destino s 8 milhes de toneladas de lixo de cascasde laranja que gera por ano. A maior parte deste volume trans-formada em rao animal, mas pesquisadores de uma companhiasediada em Fort Luderdale querem converter parte das cascas emmetanol, que pode ser usado como fonte de energia. A empresaEner1 j trabalha em um projeto de 1,1 milho de dlares quetransforma o gs rico em hidrognio das cascas de frutas ctricaspara ser usado em clulas de combustvel em um restaurante modelo.(Globo Rural n. 235, maio 2005)

    PROFESSOR MALAVOLTA HOMENAGEADO PELAIFA COM O LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD

    Em cerimnia realizada dia 13 de Dezembro ltimo, no audi-trio da FIESP, em So Paulo, ocasio do coquetel de confraterniza-o da indstria de fertilizantes, o Professor Eurpedes Malavoltafoi homenageado pela IFA com o Lifetime Achievement Award.

    Wladimir Puggina, ex-presidente e representante da IFA nacerimnia, falou que, pela grande contribuio dada pelo ProfessorMalavolta agricultura brasileira, ele foi o primeiro a merecer esteprmio especial, hors-concours, sem paralelo com o comumenteatribudo por aquela instituio.

    Ao Professor Malavolta, os parabns da POTAFOS pelamerecida impar homenagem!

    Wladimir A. Puggina, Prof. Eurpedes Malavolta, Wilson A. Araujo

  • 14 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    CURSOS, SIMPSIOS E OUTROS EVENTOS

    EEEEEVENVENVENVENVENTOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006TOS DA POTAFOS EM 2006

    2. SIMPSIO SOBRE NITROGNIO E ENXOFRE2. SIMPSIO SOBRE NITROGNIO E ENXOFRE2. SIMPSIO SOBRE NITROGNIO E ENXOFRE2. SIMPSIO SOBRE NITROGNIO E ENXOFRE2. SIMPSIO SOBRE NITROGNIO E ENXOFRENA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRANA AGRICULTURA BRASILEIRA

    (PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)(PROPOSTA TENTATIVA)Data: 17 a 19/ABRIL/2006Local: Piracicaba-SPOrganizao: ESALQ, FEALQ, GAPE

    Promoo: ANDA, POTAFOS, SN CentroInformaes e inscrio: GAPE, e-mail: www.esalq.usp.br

    FEALQ, e-mail: www.fealq.org.br

    PROGRAMA17/4/2005 (2a feira)

    Painel I Moderador: Dr. Eduardo Daher (ANDA)

    08:00-09:00 Abertura09:00-10:00 Produo e demanda de fertilizantes nitrogenados e sulfa-

    tados: tendncias e desafios Mrio Barbosa, Presidenteda Bunge Fertilizantes

    10:00-10:30 Coffee break10:30-11:30 Fundamentos do nitrognio e do enxofre na nutrio mi-

    neral das plantas cultivadas Eurpedes Malavolta, pes-quisador do CENA-USP

    11:30-12:00 Debates12:00-13:30 Almoo

    Painel II Moderador: Dr. Fernando Penteado Cardoso (AGRISUS)

    13:30-14:30 Matria orgnica do solo, nitrognio e enxofre nos diver-sos sistemas de explorao agrcola: plantio direto x plan-tio convencional Celso Aita, Prof. Adjunto de Micro-biologia do Solo e Microbiologia Agrcola, Departamentoto de Solos da UFSM Santa Maria, RS.

    14:30-15:30 Manejo do nitrognio e do enxofre em diferentes sistemas deexplorao agrcola: plantio direto x plantio convencional Carlos Alberto Ceretta, Prof. Titular na rea de Fertilida-de do Solo e Nutrio de Plantas do Departamento de So-los da UFSM, Santa Maria, RS.

    15:30-16:00 Coffee break16:00-17:00 Mtodos de avaliao do estado nutricional das plantas

    para nitrognio e enxofre Antonio Roque Dechen, Prof.Titular na rea de Nutrio Mineral de Plantas do Departa-mento de Solos e Nutrio de Plantas da ESALQ-USP.

    17:00-18:00 Diagnstico para recomendao de adubao nitrogenadaem culturas de interesse agronmico Fernando O. Garca,Diretor Regional INPOFOS/PPI, Argentina.

    18:00-18:30 Debate

    18/4/2006 (3a feira)

    Painel III Moderador: Prof. Dr. Jos Laercio Favarin (ESALQ-USP)

    08:00-09:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cultu-ra do feijo e do milho Antonio Luiz Fancelli, Prof. daESALQ-USP.

    09:00-10:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cultu-ra do algodo Leandro Zancanaro, PMA/SAS-FUNDA-O MT

    10:00-10:30 Coffee break10:30-11:30 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na suces-

    so soja /trigo e soja /milho safrinha no sistema plantio

    direto Joo Carlos de Moraes S, Prof. Dr. da UEPG Ponta Grossa, PR.

    11:30-12:00 Debate12:00-13:30 Almoo

    Painel IV Moderador: Prof. Dr. Pedro Henrique de Cerqueira Luz(FAZEA USP)

    13:30-14:30 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cul-tura do caf Jos Braz Matiello, Procaf-MAPA

    14:30-15:30 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cul-tura do citros Dirceu de Mattos Junior, Centro de CitrosSylvio Moreira - IAC.

    15:30-16:00 Coffee break16:00-17:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na cul-

    tura da cana-de-acar Heitor Cantarella, Pesquisa-dor do IAC Campinas.

    17:00-18:00 Manejo de fertilizantes nitrogenados e sulfatados em pas-tagens Moacyr Corsi, Prof. da ESALQ-USP.

    18:00-18:30 Debate20:00-23:00 Coquetel (confraternizao)

    19/4/2006 (4a feira)

    Painel V Moderador: Dr. Vanderlei de Melo (UNESP-Jaboticabal)

    08:30-09:30 Legislao para fertilizantes nitrogenados e sulfatados Jos Guilherme Leal, Ministrio.

    09:30-10:30 Viabilidade econmica da adubao nitrogenada e sulfata-da em pastagens na regio do cerrado Geraldo BuenoMartha Jr., Pesquisador Pastagens EMBRAPACPAC.

    10:30-11:30 Fixao biolgica do nitrognio no sistema solo-planta Eli Sidney Lopes, Presidente da Associao de Inoculantes- Biosoja.

    11:30-12:00 Debates12:00-13:30 Almoo

    Painel VI Moderador: Dr. Tsuioshi Yamada (POTAFOS)

    13:30-14:30 Carbono, nitrognio e enxofre no sistema solo-planta-atmosfera Carlos Clemente Cerri, Pesquisador do CENA-USP.

    14:30-15:30 Fontes alternativas para o fornecimento de nitrognio eenxofre Godofredo Cesar Vitti, Prof. Titular do Departa-mento de Solos e Nutrio de Plantas da ESALQ-USP.

    15:30-16:00 Coffee break16:00-17:00 Uso eficiente de fertilizantes nitrogenados e sulfatados na

    agricultura brasileira: uma viso do futuro AlfredoScheid Lopes, Prof. Emrito da UFLA Lavras-MG.

    17:00-18:00 Debates e encerramento

    1. WORKSHOP SOBRE ESTRATGIAS DE MANEJO PARA ALTA PRODUTIVIDADE NA CULTURA DO MILHOLocal: Piracicaba-SPData: 23 e 24/FEVEREIRO/2006

    PROGRAMA E INSCRIO NO SITE: www.potafos.org

    SUA PARTICIPAO MUITO IMPORTANTE!

    http://www.potafos.orghttp://www.esalq.usp.brhttp://www.fealq.org.br

  • INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005 15

    PUBLICAES RECENTES

    3. BIOSSEGURANA E PLANTAS TRANSGNICAS

    Organizadora: Maria Ldia Stipp Paterniani; 2005.Contedo: Aborda procedimentos de biossegurana em pesqui-

    sas com organismos geneticamente modificados; de-safios da genmica e biologia molecular para a pro-duo de transgnicos mais seguros; transformaode genomas plastidiais como alternativa para a con-teno do fluxo gnico em plantas geneticamentemodificadas; biossegurana em centros de diversi-dade gentica; rvores geneticamente modificadas uma anlise de risco para o contexto brasileiro; bios-segurana e plantas geneticamente modificadasresistentes a insetos; mtodos de deteco analti-ca de organismos geneticamente modificados; mer-cado mundial de plantas transgnicas e a soja RR

    no Brasil.Nmero de pginas: 124Preo: R$ 25,00Editora: FUNEP

    Website: www.funep.com.br

    Visitem nosso website:Visitem nosso website:Visitem nosso website:Visitem nosso website:Visitem nosso website: www.potafos.orgwww.potafos.orgwww.potafos.orgwww.potafos.orgwww.potafos.orgTemos informaes sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas eTemos informaes sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas eTemos informaes sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas eTemos informaes sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas eTemos informaes sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas e

    publicaes recentes, DRIS para vrias culturas, links importantes, e muito mais...publicaes recentes, DRIS para vrias culturas, links importantes, e muito mais...publicaes recentes, DRIS para vrias culturas, links importantes, e muito mais...publicaes recentes, DRIS para vrias culturas, links importantes, e muito mais...publicaes recentes, DRIS para vrias culturas, links importantes, e muito mais...

    1. QUALIDADE DA GUA PARA IRRIGAO DO CAFEEIRO(UNIUBE. Boletim Tcnico, 4)

    Autores: Fernandes, A. L. T.; Nogueira, M. A. de S.; Rabelo, P. V.;Assis, L. C. de; Martins, C. de A.; 2004.

    Contedo: Recursos hdricos: disponibilidade e usos; principaispropriedades da gua; principais tipos de mananciais;poluio das guas; parmetros de controle de quali-dade da gua; padres de qualidade da gua; classi-ficao das guas; avaliao da qualidade da guapara irrigao; salinidade; toxicidade; impactos am-bientais de projetos de irrigao; estudo de caso.

    Nmero de pginas: 76Editor: UNIUBE Laboratrio de Geoprocessamento

    Telefone: (34) 3319-8964Fax: (34) 3314-8910

    2. ESTRATGIA DE ADUBAO: Cultura da soja cultivada sobsistema de plantio direto

    Autores: Broch, D. L.; Chueiri, W. A.; 2005.Contedo: Experimento 1: Efeito da poca e do modo de aplica-

    o do fertilizante sobre a produtividade da soja emsistema plantio direto em solo com alto teor de fsfo-ro; Experimento 2: Efeito do modo de aplicao dofertilizante sobre a produtividade da soja em sistemaplantio direto em solo com baixo teor de fsforo; Ex-perimento 3: efeito do modo de aplicao do fertili-zante sobre a produtividade da soja na instalao dosistema plantio direto em solo com mdio teor defsforo.

    Nmero de pginas: 51Editor: Fundao MS

    E-mail: [email protected]

    4. CULTIVO DO CAFEEIRO IRRIGADO POR GOTEJAMENTO

    Editores: Santinato, R.; Fernandes, A. L. T.; 2005.Contedo: O sistema de irrigao por gotejamento; seleo de

    reas; implantao da lavoura; conduo da lavou-ra; colheita; alguns resultados de pesquisa e experi-mentao sobre a cafeicultura irrigada por goteja-mento.

    Nmero de pginas: 358Preo: R$ 50,00Pedidos: Andr L. T. Fernandes

    E-mail: [email protected]

    http://www.funep.com.brmailto:[email protected]:[email protected]://www.potafos.orghttp://www.potafos.orghttp://www.potafos.org/ppiweb/brazil.nsf/$Login?OpenFormhttp://www.potafos.org/ppiweb/brazil.nsf/$webindex/article=0AC8B2AA83256B68004AF9B33F4FCCD6http://www.potafos.org/ppiweb/brazil.nsf/$webindex/article=1461296A83256B6D00471A23F2B7831Fhttp://www.potafos.org/ppiweb/brazil.nsf/$webindex/article=FE0E85D783256B11005DAD967F96C3BD?opendocumenthttp://tucupi.cptec.inpe.br/tempo/

  • 16 INFORMAES AGRONMICAS N 112 DEZEMBRO/2005

    Associao Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato

    Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifcio Rcz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254

    Endereo Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - BrasilT. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em Agronomia

    E-mail: [email protected] Website: www.potafos.org

    Agrium Inc. Mosaic Intrepid Mining,

    LLC/Moab Potash PotashCorp

    Arab Potash Company Belaruskali Dead Sea Works ICL Group International Potash Company

    K+S Kali GmbH Tessenderlo Chemie

    NV/SA Silvinit Uralkali

    Simplot Yara International

    Afiliados do PPI/PPIC Afiliados do IPI

    ImpressoEspecial

    1.74.18.0217-0 - DR/SPI

    POTAFOS

    CORREIOS

    DEVOLUOGARANTIDA

    CORREIOS2216/84 - DR/SPI

    Tsuioshi Yamada

    Oano de 2005 termina com dois cenriosextremos para o produtor rural. De um lado, avalorizao do real e a queda na safra fez comque o PIB Produto Interno Bruto do agronegcio brasileirotivesse a mais forte queda desde 1995, de acordo comestudo da CNA Confederao Nacional da Agricultura ePecuria do Brasil. Um inferno astral, para os individados.De outro lado, as negociaes no mbito da OrganizaoMundial do Comrcio, acenando com o fim dos subsdiosagrcolas nos pases desenvolvidos at 2013. Uma viso doparaso, para os sobreviventes. , pois, importante agentara travessia.

    Questiono-me muito sobre o que ns, agrnomos,podemos fazer pelos produtores rurais. No temos o poder demudar o cmbio, nem de melhorar, da noite para o dia, a aindasofrvel infraestrutura logstica e de armazenagem na maiorparte do pas. Resta-nos, a meu ver, duas alternativas paraajud-los: aumentar a produtividade e reduzir os custos deproduo. Em geral, a pesquisa prioriza a primeira, esque-

    A POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATALE UM PRSPERO ANO NOVO!E UM PRSPERO ANO NOVO!E UM PRSPERO ANO NOVO!E UM PRSPERO ANO NOVO!E UM PRSPERO ANO NOVO!

    COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?COMO SOBREVIVER NA AGRICULTURA?

    cendo quase sempre a segunda. Acredito que nela que aindatemos muito a fazer. Alm de aumentar a eficincia dosfertilizantes, dos equipamentos e da mo-de-obra, precisobuscar solues mais inteligentes s pragas e doenas, quedemandam hoje frao importante do custo total de produo,nos respectivos controles. Em algumas culturas, como soja ecitros, elas quase inviabilizam a atividade, principalmente coma atual taxa cambial.

    H menos de cinco anos iniciei trabalho de manejo deplantas invasoras em pomares ctricos com roadeiras eco-lgicas visando a reduo no uso de herbicidas. Para minhasurpresa, a tarefa foi muito mais fcil do que pensava. Assim, com otimismo que encaro o desafio de buscar um sistemade produo sustentvel com menor dependncia no uso dedefensivos. Acredito que mais importante que exterminarpragas e doenas, como se faz atualmente, entender porqueelas aparecem, com danos econmicos, nas nossas culturas.Objetivo que pode ser conseguido mais rapidamente, casohaja mais pesquisadores envolvidos nesta busca!

    http://www.potafos.orghttp://www.potafos.orgmailto:[email protected]://www.ppi-ppic.org/http://www.ipipotash.org/