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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE Londrina 2009 ADEMAR AVELAR DE ALMEIDA JÚNIOR INFLUÊNCIA DA ORDEM DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DURANTE O TREINAMENTO COM PESOS SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

Londrina 2009

ADEMAR AVELAR DE ALMEIDA JÚNIOR

INFLUÊNCIA DA ORDEM DE

EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS

DURANTE O TREINAMENTO

COM PESOS SOBRE A

COMPOSIÇÃO CORPORAL

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i

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física – UEM/UEL para obtenção do título de Mestre em Educação Física.

Londrina 2009

ADEMAR AVELAR DE ALMEIDA JÚNIOR

INFLUÊNCIA DA ORDEM DE

EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS

DURANTE O TREINAMENTO

COM PESOS SOBRE A

COMPOSIÇÃO CORPORAL

Orientador: Prof. Dr. Edilson Serpeloni Cyrino Co-orientador: Prof. Dr. Alexandre Hideki Okano

ii

Este exemplar corresponde a defesa de Dissertação de Mestrado defendida por Ademar Avelar de Almeida Júnior e aprovada pela Comissão julgadora em: 10 /_07_/2009.

Prof. Dr. Edilson Serpeloni Cyrino Orientador

Prof. Dr. Alexandre Hideki Okano Co-Orientador

Londrina 2009

ADEMAR AVELAR DE ALMEIDA JÚNIOR

INFLUENCIA DA ORDEM DE EXECUÇÃO DOS

EXERCÍCIOS DURANTE O TREINAMENTO COM

PESOS SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL

iii

COMISSÃO JULGADORA

Prof. Dr. Edilson Serpeloni Cyrino Orientador

Prof. Dr. Martim Francisco Bottaro Marques

Prof. Dr. Marcos Doederlein Polito

iv

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha família, sem a

qual jamais teria conseguido chegar até aqui.

Aos meus pais, Ademar e Marli, pelo amor

que sempre me ofereceram e pela confiança e

credibilidade depositada em mim. Vocês são

os maiores responsáveis por essa conquista.

À minha avó Euridice (mãezinha), por todos os

momentos de amor e dedicação que teve

durante toda a minha vida.

Aos meus irmãos, Érika e Raphael, por

sempre estarem ao meu lado.

Ao meu sobrinho e afilhado, João Vitor, por

fortalecer ainda mais os laços da família.

v

Agradecimentos

Primeiramente a Deus, por me presentear com essa vida

maravilhosa, colocando pessoas excelentes em meu caminho, me guiando e me

iluminando sempre.

Ao Professor Dr. Edilson Serpeloni Cyrino, amigo e maior exemplo

de dedicação e motivação pela profissão, preocupado sempre em orientar não

apenas o trabalho, mas também a pessoa. Agradeço por me guiar pelo tortuoso,

mas recompensador, caminho da carreira acadêmica. Obrigado pelas orientações e

também pelos “puxões de orelha”. Jamais terei como retribuir tudo o que você me

proporcionou.

Ao Professor Dr. Martim Francisco Bottaro Marques, por ter

acreditado prontamente na idéia do projeto, aceitando compor a banca de avaliação

e emprestando o equipamento de ultrassonografia. Obrigado também pela

oportunidade de passar um período em seu laboratório aprendendo a utilizar o

equipamento de ultrassonografia.

Ao Professor Dr. Marcos Doederlein Polito por aceitar o convite para

fazer parte da banca e também pela disposição em me atender sempre que

necessário.

Ao Professor Dr. Alexandre Hideki Okano, pela co-orientação. Suas

opiniões e sugestões foram fundamentais para conclusão deste trabalho.

Aos Professores Dr. Fábio Yuzo Nakamura e Dr. Alexandre Moreira

por se prontificarem a fazer parte de banca como suplentes.

A ULTRAMED, na pessoa do Dr. Benedito Moreira e das técnicas de

laboratório Mara e Selma, pela oportunidade de utilizar o equipamento de

absortometria radiológica de dupla energia. Obrigado pela atenção e tempo

dedicados ao projeto.

A amiga Renata Selvatici Borges Januário por fornecer o

equipamento de bioimpedância sempre que precisei e estar sempre disposta a

ajudar.

A direção do Centro de Educação Física e Esportes (CEFE) da UEL,

ao Núcleo de Atividade Física (NAFI), bem como ao Professor Dr. Jairo Augusto

vi

Berti (docente da disciplina de treinamento com pesos), pela oportunidade de utilizar,

durante quatro meses, a sala de musculação para treinamento dos participantes.

A Professora Raquel Pires pelas correções de português.

Ao amigo Rafael Raul Papst por topar a empreitada do projeto e me

ajudar em todos os momentos, dividindo gastos e trabalho. Muito obrigado.

Aos amigos, Diego Ferreira Getco, Marcelo Vitor da Costa e Renata

Silva Telles, pela ajuda na supervisão do treinamento e durante as avaliações.

Obrigado pela dedicação e empenho.

Aos amigos, Aline Mendes Gerage, Danilo Rodrigues Pereira da

Silva, David Ohara, Débora Alves Guariglia, Durcelina Schiavoni e Fábio Luiz

Cheche Pina, por se comprometerem com diferentes avaliações do projeto

A todas as 38 pessoas que participaram do projeto como amostra.

Sem vocês nada disso seria possível, muito obrigado pela dedicação nos

treinamentos e também pelos momentos de descontração que transformaram os

longos e difíceis quatro meses em momentos agradáveis.

Ao amigo Marcio Yuge pelos cinco anos de convivência. Obrigado

pelas conversas, conselhos e vários momentos de alegria. Foram cinco anos de

diversas dificuldades, principalmente financeiras, mas que com certeza ficarão

marcadas pela amizade construída. Você foi muito importante na minha formação.

A toda a família Cyrino (Edilson, Márcia, Letícia e Felipe), pelo afeto,

carinho, confiança e apoio que sempre me deram. Serei eternamente grato a vocês.

Ao amigo Leandro Altimari sua esposa Juliana e seu filho Kauan,

pela confiança e carinho.

Ao amigo Enio Ronque sua esposa Denise e sua filha Mariane, por

todo carinho que sempre tiveram comigo.

Ao amigo Ferdinando Carvalho o meu muito obrigado. Você foi

fundamental durante o meu ingresso no GEPEMENE e nos momentos que se

seguiram. Obrigado pelas conversas e pelo apoio.

Aos amigos, Gleide e Pedro (Cuca), por serem meu porto-seguro

longe da minha família. Mesmo sem vê-los frequentemente sei que sempre

estiveram prontos a me ajudar. Serei eternamento grato a vocês. Vocês são muito

importante pra mim.

A todos os integrantes do GEPEMENE pelas discussões

acadêmicas que foram fundamentais na minha formação. Em especial aos amigos,

vii

Carine Ferreira de Souza, Emanuel Péricles Salvador, Luís Alberto Gobbo e Raphael

Mendes Ritti Dias, que sempre estiveram disposto a me auxiliar.

A amiga e companheira Michele Trindade. Foi Deus quem colocou

você em meu caminho. Obrigado pelos momentos de preocupação, carinho,

amizade, ternura e amor.

viii

Almeida Júnior, Ademar Avelar. Influência da ordem de execução dos exercícios durante o treinamento com pesos sobre a composição corporal. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009. p. 87.

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi verificar o impacto da manipulação da ordem de execução dos exercícios durante um programa de treinamento com pesos (TP) sobre diferentes componentes da composição corporal em homens adultos jovens saudáveis e não treinados. Os participantes (n = 35) foram separados aleatoriamente em dois grupos (G1 e G2) e submetidos a 12 semanas de TP, em delineamento cruzado, em duas etapas (ET1 e ET2), cada qual com duração de seis semanas. O G1 realizou o TP seguindo a ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos musculares (COND1) durante a ET1 e dos pequenos para os grandes grupos musculares (COND2) durante a ET2, ao passo que o G2 foi submetido a uma ordem de execução inversa, em cada uma dessas duas etapas. Independendente da ordem de execução adotada, os exercícios para os grupos musculares de membros superiores/tronco foram executados anteriormente aos exercícios para membros inferiores. A ordem de execução dos exercícios na COND1 foi a seguinte: supino em banco horizontal, puxador alto por trás, remada alta em pé, desenvolvimento de ombros, tríceps no pulley, rosca direta de bíceps, leg press 45º, cadeira extensora, mesa flexora e panturrilha no leg 90º. Por outro lado, a ordem de execução dos exercícios na COND2 foi a seguinte: rosca direta de bíceps, tríceps no pulley, desenvolvimento de ombros, remada alta em pé, puxador alto por trás, supino em banco horizontal, panturrilha no leg 90º, mesa flexora, cadeira extensora e leg press 45º. Todos os exercícios foram executados em três séries de 8-12 RM, em três sessões semanais, exceto o exercício panturrilha no leg 90º (15-20 RM). Os diferentes componentes da composição corporal foram determinados por absortometria radiológica de dupla energia, ultrassonografia e impedância bioelétrica, antes e no final de cada etapa do experimento. Verificou-se que os hábitos alimentares dos participantes se mantiveram durante todo o período experimental, por meio da aplicação de registros alimentares de três dias, antes e no final de cada etapa. Um aumento significante na água corporal total foi identificado somente na comparação entre COND2 vs. baseline (P < 0,05). O tecido magro e mole corporal total, bem como as espessuras musculares do bíceps e do quadríceps aumentaram significantemente com o TP, independente da ordem de execução dos exercícios (COND1 = COND2 > baseline; P < 0,01). Em contrapartida, o tecido gordo corporal total reduziu com o TP (P < 0,05), tanto na análise da ET1 (~5% para G1 e ~7% para G2) quanto do cross-over (~7% para COND1 e COND2). O conteúdo e a densidade mineral óssea se mantiveram relativamente semelhantes após o TP (P > 0,05). Os resultados sugerem que embora o TP favoreça a melhoria da composição corporal até mesmo em períodos relativamente curtos de prática (seis semanas), as modificações observadas não parecem ser afetadas pelas diferentes ordens de execução investigadas, pelo menos em praticantes iniciantes.

Palavras-Chave: Educação Física e Treinamento; Levantamento de Peso; Composição corporal.

ix

Almeida Júnior, Ademar Avelar. Influence of the execution order of the exercise during a resistance training on body composition. 2009. Thesis of Master in Science (Master in Physical Education) – Physical Education and Sport Center. Londrina State University, Londrina, 2009. p.87.

ABSTRACT

The purpose of this study was to verify the impact of manipulation of the execution order of the exercises during a resistance training program (RT) on different components of body composition in healthy young adult men. Participants (n = 35) were randomly divided into two groups (G1 and G2) and submitted to 12 weeks of RT in cross-over design in two stages (ST1, and ST2), each one for six weeks. The G1 performed the RT in the order of execution of large to small muscle groups (COND1) during ST1 and small for the large muscle groups (COND2) during ST2, while the G2 has submitted an order of execution inverse in each of these two stages. Independent of the adopted order of execution, the exercises for muscle groups of upper-body were performed before the exercises for the lower-body. The execution order of the exercises in the COND1 was as follows: bench press, lat pull downs, barbell upright row, military press, arm curl, triceps press down, leg press at 45º, leg extension, leg curl, calf extension. Furthermore, the execution order of the exercises in COND2 was as follows: triceps press down, arm curl, military press, barbell upright row, lat pull downs, bench press, calf extension, leg curl, leg extension, leg press at 45º. All exercises were performed on three sets of 8-12 RM, three sessions per week, except in the exercise calf extension on leg press at 90º (15-20 RM). The different components of body composition were determined before and at the end of each stage of the experiment by dual-energy x-ray absorptiometry, bioelectric impedance and ultrasound. It was found that the dietary habits of the participants were maintained throughout the experimental period, by the application of diet records for three days before and at the end of each stage. A significant increase in total body water was only identified in the comparison between COND2 vs. baseline (P < 0.05). The lean and soft tissue of whole body and the muscle thickness of biceps and quadriceps increased significantly with RT, regardless of the order of execution of the exercises (COND1 = COND2 > baseline, P < 0.01). On the other hand, the fatty tissue of whole body decreased with RT (P < 0.05) in both the analysis of ST1 (~ 5% for G1 and ~ 7% for G2) and the cross-over (~ 7% for COND1 and COND2) . The content and bone mineral density remained relatively similar following the RT (P > 0.05). The results suggest that although the RT promotes the improvement of body composition even in relatively short periods of practice (six weeks), the changes observed were not affected by the different orders of execution investigated, at least in novice individuals.

Keywords: Physical Education and Training; Weight Lifting; Body composition.

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Os cinco níveis de análise da composição corporal........................ 07 Figura 2 – Delineamento experimental.............................................................. 24 Figura 3 – Exame de absortometria radiológica de dupla energia (DEXA)....... 25 Figura 4 –

Imagens geradas e linhas de ajuste fornecidas por software específico a partir de um exame de DEXA......................................

26

Figura 5 – Exame de impedância bioelétrica (BIA)........................................... 27 Figura 6 –

Medida da espessura muscular do quadríceps por ultrassonografia.................................................................................

28

Figura 7 – Medida da espessura muscular do bíceps por ultrassonografia...... 29 Figura 8 –

Imagem gerada a partir da medida de espessura muscular do bíceps por ultrassonografia...............................................................

30

Figura 9 –

Valores de água corporal total (%) antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 = 19 e G2 = 17).........................................................

37 Figura 10 –

Valores de espessura muscular do bíceps (EMB) antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 = 19 e G2 = 17)........................

40 Figura 11 –

Valores de espessura muscular do quadríceps (EMQ) antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 = 19 e G2 = 17)........................

40 Figura 12 –

Valores de água corporal total (%) antes (baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução (n = 35).............................................................................

42 Figura 13 –

Tecido gordo corporal total e nos diferentes segmentos corporais antes (baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução (n = 35). Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-padrão.............................

43

xi

LISTA DE TABELAS Tabela 1 –

Resumo dos trabalhos que investigaram as respostas do TP sobre a composição corporal.......................................................................

12

Tabela 2 –

Estudos que investigaram o impacto da ordem de execução dos exercícios durante protocolos de TP..................................................

20

Tabela 3 –

Características físicas dos sujeitos antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2)...........................................................................

35 Tabela 4 –

Consumo energético total (CET) e proporção de macronutrientes antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2).................................

36 Tabela 5 –

Tecido gordo corporal total e nas diferentes regiões (membros superiores, membros inferiores e tronco) antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2)...........................................................................

38 Tabela 6 –

Tecido magro e mole corporal total e nas diferentes regiões (membros superiores, membros inferiores e tronco) antes (M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2)..........................................................

39 Tabela 7 –

Características físicas da amostra (n = 35) antes (baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução. Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-padrão.....................................................................................

41 Tabela 8 –

Consumo energético total (CET) e proporção de macronutrientes antes (baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução (n = 35). Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-padrão..............................

42 Tabela 9 –

Tecido magro e mole nos diferentes segmentos corporais e espessura muscular do bíceps e do quadríceps antes (baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução (n = 35). Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-padrão..................................................................

44

xii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................

01

2 OBJETIVO.................................................................................................................... 04

3 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................ 05

3.1 Avaliação da composição corporal........................................................................ 05

3.2 Treinamento com pesos.......................................................................................... 11

3.2.1 Treinamento com pesos e a composição corporal........................................... 11

3.2.2 Ordem de execução dos exercícios.................................................................... 18

4 MÉTODOS.................................................................................................................... 23

4.1 Sujeitos .................................................................................................................... 23

4.2 Delineamento experimental.................................................................................... 23

4.3 Antropometria.......................................................................................................... 24

4.4 Composição corporal ............................................................................................. 24

4.4.1 Absortometria Radiológica de Dupla Energia.................................................... 24

4.4.2 Bioimpedância ...................................................................................................... 26

4.4.3 Ultrassonografia ................................................................................................... 27

4.5 Hábitos alimentares................................................................................................. 31

4.6 Programa de treinamento com pesos.................................................................... 32

4.7 Tratamento estatístico........................................................................................... 34

5 RESULTADOS.............................................................................................................. 35

5.1 Seis semanas inicias (primeira etapa – ET1)......................................................... 35

5.2 Delineamento cruzado (cross-Over)...................................................................... 41

6 DISCUSSÃO................................................................................................................. 45

7 CONCLUSÃO............................................................................................................... 52

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 53

ANEXOS ......................................................................................................................... 64

1

1 INTRODUÇÃO

A prática regular sistematizada de treinamento com pesos (TP) pode

proporcionar importantes adaptações neuromusculares(1), morfológicas(2-3),

metabólicas(4) e fisiológicas(5-6). Dentre as principais modificações induzidas por esse

tipo de treinamento, destacam-se o aumento da massa muscular(2,7-9) e da

densidade mineral óssea(3), bem como a diminuição e/ou manutenção da massa

gorda(10-13). Tais modificações podem resultar em benefícios para a saúde e

qualidade de vida e, também, para o desempenho atlético em diversas modalidades.

Todavia, grande parte dessas adaptações parece ser dependente da

forma de estruturação do programa de TP, do nível de aptidão física do praticante,

do período de duração do treinamento, bem como da forma de ajuste da sobrecarga

de treino. Assim, a escolha dos exercícios; o estabelecimento do número de séries,

repetições de exercícios no programa de treinamento; a velocidade de execução dos

exercícios; o intervalo de recuperação entre as séries e entre os exercícios; a

quantidade de sessões semanais; além da ordem de execução dos exercícios,

podem acarretar diferentes respostas ao TP(14-17).

Com relação à ordem de execução dos exercícios em um programa

de TP, existem pesquisadores que defendem que os exercícios que envolvem

grandes grupamentos musculares devam ser executados no início da sessão(14-16),

uma vez que uma fadiga precoce, mesmo que parcial, dos menores grupamentos

musculares poderia acarretar prejuízos no desempenho dos maiores. Embora essa

hipótese ainda careça de maior sustentação científica, a importante participação dos

pequenos grupos musculares na execução dos exercícios para os grandes

grupamentos não pode ser desprezada, o que leva a acreditar que a ordem de

execução dos grandes para os pequenos grupos musculares resulte em melhor

desempenho físico do que a adoção de uma ordem inversa.

Nesse sentido, pesquisadores têm investigado até que ponto a

ordem de execução dos exercícios em um programa de TP pode ou não afetar as

respostas de diferentes variáveis(18-30). Entretanto, as pesquisas realizadas até o

2

presente momento têm se limitado a analisar, predominantemente, apenas o efeito

agudo de sessões de TP, a partir de diferentes ordens de execução dos exercícios.

Os resultados de parte desses estudos têm indicado que,

aparentemente, a ordem de execução dos exercícios no programa de TP pode

afetar o número de repetições, sobretudo nos exercícios posicionados no final da

sessão de treinamento(23,26-28). Todavia, devido a uma série de limitações

metodológicas, tais resultados não podem ser considerados definitivos.

Analisando criteriosamente esses estudos, observa-se em parte

deles a utilização de um número reduzido de sujeitos; protocolos com um número

pequeno de exercícios; a estruturação de protocolos cujo número de exercícios é

ímpar e, o exercício do meio, é mantido na mesma posição independente da

inversão da ordem de execução; a adoção de procedimentos estatísticos

inadequados; e a falta de controle dos níveis de aptidão física individuais dos

participantes. Acredita-se que tais limitações possam explicar, pelo menos em parte,

as diferenças encontradas nas pesquisas sobre o impacto da ordem de execução

dos exercícios em protocolos de exercícios com pesos.

Por outro lado, somente um estudo, publicado recentemente, avaliou

as respostas crônicas induzidas por diferentes ordens de execução dos exercícios

em programa de TP(20), limitando-se a análise específica do comportamento da força

máxima.

Considerando-se que as principais modificações induzidas nos

diferentes componentes da composição corporal se processam ao longo de

semanas, meses ou anos de treinamento, pesquisas sobre a ordem de execução

dos exercícios em programas de TP devem ser endereçadas, em particular, para a

análise do efeito crônico.

Vale destacar que as modificações na composição corporal ao longo

do tempo podem ser influenciadas por diversos fatores (idade, sexo, maturação,

doenças, fármacos, entre outros), dentre os quais se destacam os hábitos

alimentares. Adicionalmente, a utilização de métodos de baixa sensibilidade para a

avaliação das modificações dos diferentes componentes da composição corporal

pode comprometer a análise da magnitude do efeito induzido, sobretudo, pelo

treinamento físico e/ou alimentação.

Portanto, estudos que avaliam o impacto de diferentes ordens de

execução dos exercícios em programas de TP sobre os componentes da

3

composição corporal, a partir do controle mais criterioso das variáveis destacadas

anteriormente, podem proporcionar importantes informações para a prevenção e

controle do sobrepeso/obesidade, sarcopenia e osteopenia, e também para

indivíduos que buscam melhoria da estética corporal, principalmente, por meio da

hipertrofia muscular. Além disso, as informações produzidas podem auxiliar a

tomada de decisão de pesquisadores e profissionais da área do TP para a

prescrição e orientação de programas de treinamento.

4

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar o impacto da manipulação da ordem de execução dos

exercícios durante um programa de TP sobre diferentes componentes da

composição corporal em homens adultos jovens saudáveis não treinados.

2.2 Objetivo(s) Específico(s)

Analisar o impacto da ordem de execução dos exercícios na

composição corporal de maneira segmentada (membros inferiores, superiores e

tronco).

5

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Avaliação da composição corporal

O fracionamento da massa corporal em diversos componentes tem

atraído a atenção de pesquisadores e profissionais, sobretudo, das áreas de saúde

pública e do esporte, visto que as informações produzidas podem ter ampla

aplicação.

Nesse sentido, diversos métodos têm sido desenvolvidos e

validados historicamente, na tentativa de fornecer informações mais precisas sobre

os diferentes componentes da composição corporal e que sejam aplicáveis em

situações de campo e laboratório.

Os métodos de avaliação mais tradicionais são baseados em

análises bicompartimentais, a partir da determinação dos componentes: massa livre

de gordura e massa gorda. Para tanto, diversos pressupostos devem ser assumidos

integralmente (as densidades dos componentes da massa livre de gordura são

assumidas como constantes para todos os indivíduos, bem como a contribuição

proporcional para os componentes magros permanecem constantes; o indivíduo, ao

ser avaliado, difere do corpo referencial apenas na quantidade de gordura), embora

muitos desses sejam no mínimo questionáveis.

Um dos métodos bicompartimentais mais conhecidos e utilizados,

tanto em rotinas clínicas quanto no campo da pesquisa, é a impedância bioelétrica,

também denominada de bioimpedância (BIA). A BIA tem recebido grande aceitação

e amplo destaque nos últimos anos devido ao seu relativo baixo custo operacional e

rapidez no processamento das informações, além de ser um método não-invasivo.

O método de BIA se baseia no princípio de que a resistência a uma

determinada corrente elétrica é inversamente proporcional à distribuição de água e

de eletrólitos no corpo(31). Considerando que os fluidos corporais são excelentes

condutores de corrente elétrica, quanto maior o volume de água corporal, menor

será a resistência imposta à corrente elétrica gerada pelo equipamento. Assim, uma

corrente elétrica de baixa frequência é transmitida através do corpo do indivíduo e a

6

impedância (Z), ou oposição ao fluxo da corrente, é medida por meio de um

analisador.

Como o tecido adiposo possui uma baixa quantidade de água,

quando comparado, por exemplo, ao tecido muscular, a resistência ao fluxo da

corrente elétrica torna-se maior(32-33) no tecido adiposo. Desse modo, a quantidade

de água corporal total (ACT) e gordura corporal, podem ser estimadas por BIA

mediante a aplicação dos valores obtidos de resistência e reactância em equações

de regressão.

Apesar de alguns pressupostos biológicos e físicos assumidos pela

BIA serem discutíveis, a validade deste método para a determinação da composição

corporal vem sendo demonstrada há cerca de duas décadas(34-35), principalmente

para a estimativa da quantidade de água corporal total e/ou suas frações intra e

extracelular(36).

Em geral, nos métodos bicompartimentais, além das conhecidas

limitações associadas aos pressupostos teóricos a serem assumidos(37-38), existem

ainda erros adicionais, que podem estar atrelados ao avaliador, ao avaliado, ao

equipamento utilizado e, também, aos procedimentos metodológicos exigidos para

realização das medidas.

Assim, com os avanços dos estudos na área da composição

corporal, diversos pesquisadores têm procurado desenvolver métodos e estabelecer

metodologias que proporcionem informações mais consistentes sobre os diferentes

componentes da composição corporal, sobretudo, a partir do desenvolvimento de

modelos multicompartimentais. Esses modelos são baseados em cinco níveis de

análise (figura 1), a saber: atômico, molecular, celular, tecidual e de corpo inteiro(39).

7

Figura 1 – Os cinco níveis de análise da composição corporal - adaptado de Wang

et al.(39)

Nesse sentido, métodos sofisticados, capazes de produzir imagens

para auxiliar na discriminação da proporção e estruturação de cada tecido corporal,

têm sido desenvolvidos e validados, principalmente nas duas últimas décadas. Entre

esses, os de maiores destaques são: a tomografia computadorizada; a ressonância

magnética; a absortometria radiológica de dupla energia (DEXA); e a

ultrassonografia (US). Embora, aparentemente, a tomografia computadorizada e a

ressonância magnética possibilitem análises mais precisas, fatores como elevado

custo operacional e alta exposição à radiação têm limitado a ampla utilização desses

métodos, principalmente em estudos envolvendo grande quantidade de

participantes.

Assim, outros métodos têm recebido grande atenção da comunidade

científica e dos profissionais que atuam na área de avaliação da composição

corporal, dentre os quais se destaca a DEXA. Esse método consiste no uso de um

equipamento com um braço mecânico com scanner e com um detector de energia;

uma mesa para colocação do avaliado; um tubo emissor de raio-x localizado abaixo

da mesa e o software que realiza a leitura da avaliação.

O pressuposto básico da DEXA é que a atenuação dos raios

emitidos é diferenciada nos tecidos ósseo, gordo e magro, refletindo suas diferentes

8

densidades e composições químicas(40). Por meio da DEXA, é possível estimar

valores relativos ao conteúdo mineral ósseo, densidade mineral óssea, tecido gordo

e massa livre de gordura e osso, também conhecida como tecido magro e mole, que

é basicamente composto pelo tecido muscular.

Atualmente, três fabricantes disputam o mercado para

comercialização de equipamentos desenvolvidos para avaliação por DEXA, a

Hologic, a STRATEC Biomedical System e a Lunar, sendo esse último o responsável

pela produção de dois modelos, o DPX e o Prodigy. Desses equipamentos, o mais

atraente, pela evolução tecnológica alcançada e pela segurança proporcionada, é o

Lunar Prodigy.

Esse equipamento é uma nova geração de máquinas com emissão

de raios-X na forma-de-leque que possui um detector de Telluride de Cádmio-Zinco

que é um material sensível à energia e que converte diretamente os raios-X para um

sinal eletrônico sem uma conversão intermediária, como as primeiras máquinas

emissoras de raios-X na forma-de-leque. Assim, tanto o avaliado quanto o avaliador

são expostos a um procedimento de medida de alta precisão, sob muito baixa

radiação, aproximadamente 10 vezes menor do que os equipamentos desenvolvidos

anteriormente(41).

Adicionalmente, outro grande benefício deste equipamento é a

angulação na qual são emitidos os raios-X. Griffiths et al.(42) relataram que a emissão

de raios-X na forma-de-leque em ângulos de grande amplitude, por volta de 30º ou

mais, pode acarretar em erros de medida de grande magnitude. Entretanto, no

modelo Lunar Prodigy, a emissão é feita a uma angulação de 4,5º o que diminui a

magnitude dos erros e aumenta sua precisão. Logo, existe uma menor

suscetibilidade a erros relacionados ao posicionamento do avaliado sobre a mesa,

principalmente quando existe a necessidade de realização de medidas repetidas(43).

Outra vantagem da DEXA é a possibilidade de se avaliar a

composição corporal regionalmente, o que permite analisar isoladamente os

diferentes componentes localizados em membros superiores, inferiores e o tronco,

tanto do lado direito quanto esquerdo.

A despeito das inúmeras vantagens do emprego deste método na

avaliação da composição corporal, alguns autores têm apontado algumas limitações

importantes. Uma das principais limitações parece ser que a DEXA assume como

constantes os valores de hidratação, uma vez que os fluídos corporais são

9

reconhecidos pela varredura como tecido magro. Portanto, o percentual não lipídico

do tecido gordo que é formado por água, parece também ser considerado como

tecido magro(44-45).

Lohman et al.(46) relataram que alterações na hidratação, na ordem

de até 5%, podem sub ou superestimar a gordura corporal relativa de 1% a 2,5%.

Além disso, uma grande massa corporal, principalmente relativa ao excesso de

gordura, parece aumentar de maneira significativa a magnitude dos erros da

DEXA(47-48).

Entretanto, estudos disponíveis na literatura têm demonstrado a

validade e a reprodutibilidade da DEXA para avaliação da composição corporal(49-51),

a partir de análises frente a outros métodos de referência, tais como: modelos

multicompartimentais, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Vale

destacar que os métodos mais sofisticados possibilitam a avaliação da composição

corporal mediante a produção de imagens dos diferentes tecidos isoladamente.

Nesse sentido, a US tem merecido destaque nos últimos anos, não

somente por possibilitar a mensuração de diferentes tecidos, de forma isolada, mas

também pela capacidade de avaliação de pontos anatômicos específicos, além do

seu relativo baixo custo operacional.

Embora a principal função da US não esteja relacionada à medida

dos componentes da composição corporal, alguns pesquisadores têm empregado

este procedimento na perspectiva da avaliação dos tecidos considerados “moles”

(gordura e músculo). As medidas de US permitem a análise da área de secção

transversa, volume e espessura(52-55) desses componentes. Além disso, essa

metodologia também tem sido usada na determinação da arquitetura do tecido

muscular(56).

O´Sullivan et al.(55) tentaram verificar a validade da medida da

espessura muscular do trapézio, comparando os métodos de US e ressonância

magnética. Correlações moderadas e significantes, com bons limites de

concordância, foram encontradas nas medidas realizadas na altura das vértebras T5

e T8, respectivamente. Em contrapartida, correlações fracas, assim como elevados

limites de concordância, foram verificadas nas medidas realizadas na altura das

vértebras T1 e C6. A explicação dos autores, para os resultados discrepantes,

parece estar relacionada à dificuldade na realização das medidas em T1 e C6, visto

que para se conseguir imagens de boa qualidade, diferentes angulações do

10

posicionamento do transdutor tiveram que ser utilizadas. Apesar dos resultados

controversos, os autores ressaltam a validade da US para medida de pontos onde a

mensuração parece ser mais simples.

Wallwork et al.(57) analisaram a reprodutibilidade inter e intra-

avaliadores nas medidas de espessura muscular em dois pontos do multifídio

lombar. Os autores compararam três medidas realizadas em dias diferentes por dois

avaliadores (um iniciante e outro experiente). Os resultados encontrados indicaram

altos valores de concordância interavaliadores, tanto para três medidas (ICC = 0,96

e 0,97; SEM = 0,06 e 0,05 cm), quanto para apenas uma (ICC = 0,85 e 0,87; SEM =

0,13 e 0,10 cm). Quando analisada a concordância intra-avaliadores os resultados,

de modo semelhante, foram satisfatórios, tanto para o avaliador iniciante (ICC = 0,89

e 0,88; SEM = 0,11 e 0,09 cm) quanto para o experiente (ICC = 0,94 e 0,95; SEM =

0,09 e 0,06). Adicionalmente, Nogueira et al.(54) encontraram coeficientes de

variação, entre duas medidas realizadas em dias diferentes, menores que 3%.

As informações fornecidas pela US são produzidas por meio de um

transdutor que estimula eletricamente um cristal pizoeletrico acarretando vibrações

que posteriormente são convertidas em ondas sonoras de alta frequência (1-10

MHz), denominadas ondas ultrassônicas(58).

O principio básico da US é que cada componente corporal possui

uma refletibilidade sonora, expressa como impedância acústica, calculada a partir da

densidade tecidual e da velocidade de propagação sonora. As ondas ultrassônicas

emitidas propagam-se através da pele e dos demais tecidos, retornando

parcialmente ao transdutor como um eco. As demais ondas continuam o trajeto até

atingir os tecidos mais profundos.

O transdutor converte os ecos em sinais eletrônicos que são

amplificados e formam as imagens. A qualidade das imagens depende da

impedância acústica e do número de tecidos que as ondas atravessam. A amplitude

do eco é representada pela claridade da imagem formada no monitor e é definida

pela intensidade da frequência emitida, que pode variar na maioria dos casos de 1,0

a 17,0 MHz, ou mais, dependendo da tecnologia do próprio equipamento. Vale

ressaltar que frequências menores propiciam maior profundidade focal e menor

resolução de imagem(58).

11

3.2 Treinamento com pesos

Ao longo dos anos, o TP tem sido utilizado como umas das

principais formas de exercício físico para se alcançar uma melhoria de inúmeros

parâmetros associados à saúde e ao desempenho atlético. Entre as mais

importantes adaptações induzidas pela prática regular sistematizada do TP,

destacam-se as modificações nos diferentes componentes da composição corporal(8-

9,56,59-60). A seguir, serão abordadas as principais informações produzidas nessa

direção até o presente momento.

3.2.1 Treinamento com pesos e composição corporal

A maioria das investigações disponíveis na literatura sobre o

impacto do TP sobre a composição corporal tem adotado protocolos de treinamento

bastante distintos, bem como diferentes períodos de intervenção(2,7,9,56,59,61). Além

disso, a utilização de diferentes métodos de avaliação da composição corporal

também dificulta sobremaneira a interpretação dos resultados e, em particular, a

comparação entre os estudos.

Em geral, os estudos publicados sobre o TP e a composição

corporal relatam informações sobre três variáveis: massa corporal, massa gorda e

massa livre de gordura. No entanto, informações sobre o conteúdo de ACT e as

suas frações intra e extracelular; a área de secção transversa do músculo; o volume;

a arquitetura e a espessura muscular; entre outras, podem ser observadas com

relativa frequência em estudos dessa natureza.

Os principais resultados encontrados até o presente momento têm

indicado que a prática regular de TP pode proporcionar aumento ou manutenção da

massa muscular(2) e da densidade mineral óssea(3), assim como a redução(13) ou

manutenção da quantidade de gordura corporal(12).

Um resumo das principais informações disponíveis na literatura

sobre o impacto do TP sobre a composição corporal é apresentado na tabela 1. Com

base nas informações apresentadas, podem-se observar alguns resultados

conflitantes(2,7,12,60).

12

Tabela 1 – Resumo dos trabalhos que investigaram as respostas do TP sobre a composição corporal.

Investigadores População n/sexo Idade (anos)

Duração (semanas)

Freqüência (dias)

Repetições Séries Técnica Resultados

Abe et al.(7)

Não treinados 17M 20F

38 ± 7 41 ± 4

12 3 8-12 1 ou 3 US DEXA

Aumento de 8% na EMB a partir da 4ª semana e de 8, 13 e 6% na EMT, EMP

e EMBF a partir da 6ª para 17M

Ahtiainen et al.(8)

Não treinados e atletas

8M 8M

34 ± 4 30 ± 6

21 3 6-12 NR RM Aumento de 6% na AST para não treinados.

Ahtiainen et al.(9)

Treinados

13M 29 ± 6 21 4 8-12 NR RM Aumento de 4% na AST

Candow e Burke(2)

Não treinados 12F e 3M 11F e 3M

43 ± 3 46 ± 3

6 2 3

10 3 2

DEXA Aumento de 3% na MCM para ambos os grupos

Craig et al.(10)

NR 6M 9M

23 ± 2 63 ± 3

12

3 6-8 3 EDC Aumento de 1,6% na MCM e diminuição de 15,1% na MG para 6M

Gettman et al.(11)

Policiais não treinados

11M 21-35 20 3 15 2 PH Aumento de 2,8% na MCM e diminuição de

6,3% na MG

Hurley et al.(62)

NR 11M 44 ± 1 12 3 8-20 1 PH NS

13

Tabela 1 – Resumo dos trabalhos que investigaram as respostas do TP sobre a composição corporal (continuação).

Investigadores População n/sexo Idade (anos)

Duração (semanas)

Freqüência (dias)

Repetições Séries Técnica Resultados

Kokkinos et al.(63)

NR 15M 14M

21 ± 4 10 3 4-5 14-16

3 1-2

PH Aumento de 2,1 e 1,3% na MCM

McBride et al.(12)

Não treinados 5M e 4F 5M e 4F 5M e 5F

22 ± 3 20 ± 1 22 ± 2

12 2 2

controle

6, 10, 15 1 6 e 3

DEXA NS

Pescatello et al.(60)

Treinados: obesos,

sobrepesados e peso normal

402F e 285M

24 ± 0,2 12 2 6-12 3 RM Aumento de 19 e 18% na AST do bíceps

Shaw e Shaw(64)

Não treinados 13M 15M

28,7 8 3 controle

15 3 EDC Aumento de 0,6 e 5,0 na MC e MCM, e diminuiu

12% a MG

Santos et al.(65)

Não treinados 8M 23 ± 2 10 3 8-12 3 EDC Aumento de 4,1% na MC e de 3,8% na MCM

Van Etten et al.(13)

Não treinados 18M 33 ± 6 18 2 15 3 PH Aumento de 3,3% na MCM e diminuição de

10,5% na MG

n = número de participantes envolvidos no TP; M = sexo masculino; F = sexo feminino; DEXA = absortometria radiológica de dupla energia; EDC = espessura de dobras cutâneas; PH = pesagem hidrostática; US = Ultrassonografia; RM = Ressonância magnética; EMB = espessura muscular de bíceps; EMT = espessura muscular de tríceps; EMP = espessura muscular de peito; EMBF = espessura muscular de bíceps femural; MC = massa corporal; MCM = massa corporal magra; MG = massa gorda; NS = não significante; NR = não relatado.

14

Parece que a magnitude das respostas, apresentadas nos estudos

descritos, está atrelada a inúmeros fatores, dentre os quais: o gênero, a idade, a

duração do experimento, a aptidão física dos participantes, a sensibilidade do

método de avaliação empregado para tal análise e a falta de padronização do

protocolo de treinamento (número de sessões semanais; número de séries e de

exercícios; velocidade de execução dos movimentos; intervalo de recuperação entre

séries, exercícios e sessões; ordem de execução dos exercícios). Esse último pode

explicar a ausência de um consenso sobre a prescrição adequada de programas de

TP voltados para hipertrofia muscular.

Nesse sentido, até recentemente, as tentativas de padronização

para a prescrição de exercícios com pesos se baseavam em informações contidas

no posicionamento do American College of Sports Medicine (ACSM)(66), assim como

em alguns estudos de revisão(15-17). Tais trabalhos procuraram analisar as

informações relatadas em diversos artigos originais e estabelecer pontos de

convergência para o comportamento de diversas variáveis que compõem um

programa de TP, tais como: tipo de contração muscular, número de séries e

repetições, duração dos intervalos de descanso entre séries e exercícios, carga de

treinamento, frequência semanal, além da ordem de execução dos exercícios. Todas

divididas em programas voltados para indivíduos, iniciantes, intermediários e

avançados (quadro 1).

Apesar de serem considerados como as principais diretrizes para

prescrição de programa de TP, esses trabalhos, principalmente o posicionamento do

ACSM(66), receberam severas críticas de alguns especialistas da área(67), em

particular, pela ausência de evidências que proporcionassem sustentação científica

para as afirmações apresentadas ao longo do documento, em decorrência das

limitações metodológicas observadas em grande parte dos estudos utilizados como

referência.

15

Quadro 1 – Recomendações para prescrição de programas de TP destinados a hipertrofia muscular.

Adaptado de ACSM(66); Bird et al.(15); Kraemer e Ratamess(16); Wernbom et al.(17)

NOTA: RM = repetição máxima; rep = repetições; min = minutos

VARIÁVEIS INICIANTES INTERMEDIÁRIOS AVANÇADOS

Ação Muscular Excêntricas e Concêntricas Excêntricas e Concêntricas Excêntricas e Concêntricas

Intensidade 60 a 80% de 1-RM 70 a 85% de 1-RM 80 a 100% de 1-RM

Número de séries 1 – 3 séries 3 – 4 séries 3 – 6 séries

Número de repetições 8 – 12 repetições 8 – 12 repetições 1 – 12 com maior ênfase em 6 – 12 repetições

Intervalo 1 – 3 minutos 1 – 3 minutos 2 – 3 min � mais intensos 1 – 2 min � menos intensos

Velocidade Baixas e moderadas Baixas, moderadas e altas Moderadas e altas

Frequência 2 – 3 dias 3 – 5 dias 3 – 5 dias

Seleção dos exercícios

Pesos Livres e Máquinas Mono e multi-articulares

Pesos Livres e Máquinas Mono e multi-articulares

Pesos Livres e Máquinas Mono e multi-articulares

Ordem dos exercícios Grandes � Pequenos músculos

Multi � mono-articulares Grandes � Pequenos músculos

Multi � mono-articulares Grandes � Pequenos músculos

Multi � mono-articulares

16

Desse modo, recentemente, o ACSM publicou um posicionamento

atualizado(14) sobre a prescrição de TP para adultos saudáveis, revisando o

documento disponibilizado anteriormente(66). Algumas alterações foram

apresentadas na tentativa de aperfeiçoar a prescrição deste tipo de exercício

(quadro 2). Todavia, a maior modificação parece não estar atrelada à prescrição das

variáveis que compõem um programa de TP, mas sim a forma pela qual as

informações contidas no documento apresentado devem ser interpretadas.

Todas as afirmações apresentadas no posicionamento atual são

baseadas em estudos que de certa forma suportam tais afirmações. O

posicionamento é direcionado para programas voltados para força, resistência

muscular, potência e hipertrofia muscular. Além do mais, dentro de cada orientação

são incluídas informações a respeito das variáveis que compõem um programa de

treinamento, como: ordem de execução dos exercícios, velocidade de execução dos

movimentos, tipo de ação muscular, carga e volume de treinamento, seleção dos

exercícios (mono e multi-articulares; pesos livres ou máquinas), intervalo de

recuperação entre as séries e entre os exercícios e frequência de treinamento.

Ao término da descrição de cada variável foi incluído um tópico

chamado “qualidade da evidência”, que não constava no posicionamento anterior.

Para tanto, foi criado um critério que dividiu os relatos dos estudos existentes na

área com base na quantidade de estudos e na qualidade metodológica destes (tipos

de evidência). Assim, os estudos foram classificados em:

a) Evidência do tipo “A”� Estudos controle aleatorizados (ECA) com um consistente

corpo de informações.

Descrição � Estudos com delineamentos adequados, com achados consistentes e

voltados para a população na qual o posicionamento é endereçado. Requer um

número substancial de ECA que utilizaram um número também substancial de

sujeitos.

b) Evidência do tipo “B”� ECA com um limitado corpo de informações.

Descrição � Estudos de intervenção que incluem um número limitado de ECA ou

meta-análise de ECA ou análise de subgrupos de ECA. Quando existem poucos

ECA e seus resultados são inconsistentes ou foram obtidos em população não

específica.

17

Quadro 2 – Recomendações atuais do ACSM(14) para prescrição de programas de TP destinados a hipertrofia muscular.

Nota. RM = repetição máxima; rep = repetições.

(A, B, C) Nível de evidência

VARIÁVEIS INICIANTES INTERMEDIÁRIOS AVANÇADOS

Ação Muscular Excêntrica, Concêntrica e

Isométrica(A) Excêntrica, Concêntrica e

Isométrica(A) Excêntrica, Concêntrica e

Isométrica(A)

Intensidade 70 a 85% de 1-RM(A) 70 a 85% de 1-RM(A) 70 a 100% de 1-RM(C)

Número de séries 1 – 3 séries(A) 1 – 3 séries(A) 3 – 6 séries(C)

Número de rep. 8 – 12 repetições(A) 8 – 12 repetições(A) 6 – 12 Musculatura principal(C) 1 – 6 Musculatura secundária(C)

Intervalo 1 – 2 minutos(C) 1 – 2 minutos(C) 2 – 3 min � mais intensos(C) 1 – 2 min � menos intensos(C)

Velocidade Baixas e moderadas(C) Baixas e moderadas(C) Baixas, Moderadas e altas, dependendo do volume e

intensidade(C)

Frequência (dias) 2 – 3, incluindo exercícios

para o corpo todo(A) Igual aos iniciantes, ou 4 quando o

treino é dividido(B) 4-6, Com treino dividido, sendo 1-3 grupos musculares por sessão(C)

Seleção dos exercícios

Pesos Livres e Máquinas(A) Mono e multi-articulares(A)

Pesos Livres e Máquinas(A) Mono e multi-articulares(A)

Pesos Livres e Máquinas(A) Mono e multi-articulares(A)

Ordem dos exercícios

Grandes � Pequenos músculos(C) Multi � mono-articulares(C)

Grandes � Pequenos músculos(C) Multi � mono-articulares(C)

Grandes � Pequenos músculos(C) Multi � mono-articulares(C)

18

c) Evidência do tipo “C”� Estudos controle não aleatorizados e estudos

observacionais.

Descrição � Resultados de estudos não-controlados ou observacionais.

d) Evidência do tipo “D”� Painel de consensos.

Descrição � Julgamentos baseados em painéis de sínteses de evidências oriundas

de pesquisas experimentais ou consensos estabelecidos por experiências clínicas

ou tipo de conhecimento não encontrado nos critérios listados anteriormente.

3.2.2 Ordem de execução dos exercícios

Na última década, alguns pesquisadores da área do TP têm

discutido o possível impacto da manipulação da ordem de execução de exercícios

durante diferentes protocolos de treinamento. De forma geral, têm sido

recomendados, e de certa forma utilizados pela maioria dos profissionais e

pesquisadores da área, protocolos de treinamento que sejam estruturados mediante

a alocação dos exercícios que envolvam os grandes grupamentos musculares no

início do programa(14-16).

A lógica adotada é a de que quando os exercícios que envolvem

músculos menores são executados, no início do programa, a contribuição desses,

como músculos sinergistas, nos exercícios subsequentes, seria menor, causando

assim uma possível redução no desempenho.

Adicionalmente, a discussão pode ser ampliada com relação à

ordem de execução de exercícios mono e multi-articulares. A recomendação é que

os multi-articulares sejam realizados no início da sessão, seguidos então pelos

mono-articulares. A justificativa para esse fato é relativamente semelhante, visto

que, de forma geral, os exercícios multi-articulares são aqueles nos quais os

grandes grupamentos musculares são estimulados com maior intensidade.

Nesse sentido, alguns pesquisadores têm investigado até que ponto

a ordem de execução dos exercícios pode ou não influenciar o desempenho em

relação ao volume e intensidade(22-30), percepção subjetiva de esforço(19,23-24,26-30),

concentração de lactato e respostas cognitivas(19), ativação muscular(18,22), potência

muscular(30) e consumo de oxigênio(21) em uma sessão de TP, além da força máxima

durante um determinado período de TP(20).

19

Os achados, da maioria dos estudos, até o presente momento

indicam que, a princípio, a única diferença encontrada parece estar relacionada ao

posicionamento do exercício especificamente, ou seja, a ordem de execução parece

não influenciar o desempenho da sessão de treinamento como um todo,

proporcionando, assim, resultados semelhantes quanto ao número de repetições, a

percepção subjetiva de esforço da sessão, além da ativação muscular. Um resumo

dos principais trabalhos publicados nessa direção é apresentado na tabela 2.

Grande parte dos estudos relatados apresentam importantes

limitações metodológicas, como a falta de aleatorização da amostra, a utilização de

um número reduzido de sujeitos, a ausência da familiarização dos indivíduos aos

protocolos de teste, o uso de protocolos com um número pequeno de exercícios, a

inexistência de ajuste de carga nas diferentes ordens utilizadas no experimento, um

número ímpar de exercícios, a adoção de procedimentos estatísticos inadequados, a

falta de controle dos níveis de aptidão física individuais dos participantes, bem como

a falta de descrição detalhada quanto aos critérios de inclusão e exclusão dos

participantes. Provavelmente, a falta de controle dessas variáveis pode ter

comprometido, pelo menos em parte, os resultados apresentados.

Considerando-se que apenas um estudo relatado anteriormente

adotou delineamento longitudinal, existe a necessidade de que as análises sejam

ampliadas para estudos de acompanhamento de modo que as diversas respostas

induzidas pelo TP sejam avaliadas de forma mais consistente.

20

Tabela 2 – Estudos que investigaram o impacto da ordem de execução dos exercícios durante protocolos de TP.

Referencia n/sexo Idade Delineamento nº de séries / carga (RM) / intervalo(seg)

nº de exercícios Variável Resultados Conclusões

Augustsson et al.(18)

17 M Treinados 5 ± 4 anos

26,0 ± 4,0

Transversal /cruzado 1/10/300 2 para MI

nº de rep de um exercício; Ativação muscular

Diferença para ambas as variáveis

analisadas

A realização de uma série de pré-exaustão de um

determinado músculo diminuiu o desempenho deste em um

exercício posterior

Belleza et al.(19)

11 M e

18 F Treinados

M20,8 ± 2,0

e F20,9 ± 1,8

Transversal /cruzado 1/10/60

5 para MS e 4 para MI

Lactato sanguíneo, PSE,

nº de rep das séries e

respostas cognitivas de

atração e excitação

Maior nº de rep (para pequenos grupos

musculares) e menor lactato sanguíneo na condição, pequenos para grandes grupos

musculares

A ordem influencia variaveis fisiológicas e psicológicas e

exerce influência na aderência ao exercício

Dias et al.(20)

48 M Não-

treinados

18,7 ± 1,5

Longitudinal (8 semanas) 3/8-12/120 5 para

MS

1-RM; 5 tentativas, com 5 min de intervalo

entre as tentativas e 10

entre os exercícios

Diferença em pequenos grupos

musculares entre as diferentes

seqüências de exercícios

A ordem dos pequenos para os grandes grupos musculares

parece potencializar os ganhos de força de indivíduos não treinados durante as fases

inicias de treinamento

Farinatti et al. (21)

10 F treinadas

2 anos

22,0 ± 2,0

Transversal /cruzado 3/10/180 3 para

MS VO2; GES; RER;

EPOC;

Diferença apenas para o VO2 de cada

exercício

A ordem influenciou apenas o VO2 de cada exercício

especificamente

Gentil et al.(22)

13 M Treinados 4,4 anos

25,1 ± 2,6

Transversal /cruzado 1/10/0 2 para

MS

nº de rep da sessão e dos exercícios; ativação muscular

Diferença para o nº de rep dos

exercícios e na ativação muscular

A ordem influencia o desempenho do exercício isoladamente, mas não da

sessão

21

Tabela 2 – Estudos que investigaram o impacto da ordem de execução dos exercícios durante protocolos de TP (continuação).

Referencia n/sexo Idade Delineamento nº de séries / carga (RM) /

intervalo (seg)

nº de exercícios Variável Resultados Conclusões

Monteiro et al.(23)

12 F Treinadas 6 meses

22,0 ± 2,5

Transversal /cruzado 3/10/180 3 para MS

nº de rep das séries e dos exercícios;

PSE

Diferença para o nº de rep das séries e

dos exercícios

A ordem influencia o desempenho nos exercícios de forma isolada

Salles et al.(24)

13 M Treinados 2 anos

22,0 ± 3,2

Transversal /cruzado 1/8/20 2 para MS

nº de rep dos exercícios e da sessão;

PSE

Diferença para o nº de rep da sessão e de um exercício

O desempenho pode ser alterado quando existe alternância na

realização de exercícios mono e multi-articulares

Sforzo e Touey(25)

17 M Treinados 5 ± 4 anos

20,1 ± 2,5

Transversal /cruzado

4/8/120 entre séries e 180 entre exercícios

3 para MS e 3 para MI

(intercalados)

Fadiga e força total nos

exercícios e na sessão

Diferenças em ambas as variáveis

analisadas

A força total e a fadiga na sessão foram maiores quando os

exercícios para os grandes grupos musculares foram realizados no início, principalmente em relação

aos exercícios para a parte superior do corpo

Silva et al. (26)

8 Idosas e 12 Jovens Treinadas

3 e 6 meses respectivamente

69,0 ± 7,0 e 22,0 ± 2,0

Transversal /cruzado 3/10/180 3 para MS

nº de rep de cada exercício

e PSE da sessão

Diferença para o número de rep e PSE

A ordem influenciou o desempenho dos grandes e dos pequenos

grupos musculares para jovens e dos grandes grupos musculares e

PSE para idosas.

22

Tabela 2 – Estudos que investigaram o impacto da ordem de execução dos exercícios durante protocolos de TP (continuação).

Referencia n/sexo Idade Delineamento nº de séries /

nº de exercícios / intervalo

nº de exercícios Variável Resultados Conclusões

Simão et al. (27)

14 M e 4 F

Treinados 6 meses

20,0 ± 2,0

Transversal /cruzado 3/10/120 5 para MS

nº de rep das séries e dos exercícios;

PSE

Diferença para o nº de rep das

séries e dos exercícios

O desempenho de um exercício é afetado quando o músculo ou grupo muscular a ser exigido é usado em exercícios anteriores

Simão et al.(28) 23 F

Treinadas 2 anos

24,2 ± 4,5

Transversal /cruzado

3/80% de 1RM/120

3 pra MS e 2 para MI

(intercalados)

nº de rep das séries e dos exercícios;

PSE

Diferença para o nº de rep das

séries e dos exercícios

O desempenho em ambos, grande e pequenos grupos musculares, é afetado pela sequência dos exercícios.

Simão et al.(29) 17 F

Treinadas 6 meses

25,0 ± 5,0

Transversal /cruzado

3/80% de 1RM/120

3 para MS e 3 para MI

(separados)

nº de rep dos exercícios e da sessão;

PSE; Tempo de tensão

Diferenças para nº de rep dos exercícios, PSE e tempo

de tensão

O nº de rep de um exercício específico é influenciado pelo

seu posicionamento; Os exercícios para os grandes músculos quando realizado

primeiramente, diminuem a PSE e aumentam o tempo total de

tensão

Spreuwenberg et al.(30)

9 M Treinados

7 ± 4 anos

24,0 ± 4,0

Transversal /cruzado 4/85% de 1RM/ 1

(agachamento)

PSE, nº de rep e potência

média no agachamento

realizado antes e após 7 exercícios para o corpo

todo

Diferença significativa em

todas as variáveis

A prática de uma sessão de treinamento anterior à execução

de um exercício influenciou negativamente a PSE e o nº de rep e positivamente a potência média, quando comparados e realização do mesmo de forma

isolada

NOTA: n = número de indivíduos; M = sexo masculino; F = sexo feminino; RM = repetição máxima; nº de rep = número de repetições; PSE = percepção

subjetiva de esforço; MS = membros superiores; MI = membros inferiores; RER = Razão de trocas respiratórias; EPOC = Consumo de oxigênio pós-

exercício; GES = Gasto energético da sessão;

23

4 MÉTODOS

4.1 Sujeitos

A amostra foi composta inicialmente por 38 voluntários do sexo

masculino, na faixa etária dos 18 aos 30 anos (22,0 ± 2,6 anos). Como critérios

iniciais de inclusão no estudo, os sujeitos não deveriam ter participado de programas

de TP ao longo dos últimos seis meses. Além desses, também foram excluídos da

amostra os praticantes regulares de programas de exercícios físicos de diferentes

naturezas, com uma frequência superior a duas sessões semanais, bem como os

indivíduos com valores de índice de massa corporal (IMC) inferiores 18,0 kg/m2

(baixo peso) e superiores a 29,9 kg/m2 (obesos).

Dois indivíduos abandonaram o estudo por problemas médicos

durante as primeiras três semanas de treinamento (primeira etapa), e um sujeito

desistiu na terceira semana da segunda etapa, por conflito de horários. Portanto, 35

sujeitos completaram o estudo e foram incluídos em todas as análises.

Após serem informados sobre o propósito do estudo e procedimentos

aos quais seriam submetidos, todos os participantes assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido (anexo 1). Este projeto foi aprovado (Parecer

número 052/09) pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de

Londrina, de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos (anexo 2).

4.2 Delineamento experimental

O estudo teve uma duração de 15 semanas que foram divididas em

duas etapas, com duração de seis semanas cada (ET1 e ET2). As outras três

semanas foram utilizadas para medidas e avaliações nas condições pré-treinamento

(M1), no final da primeira etapa do experimento (M2) e no final da segunda etapa

(M3). Vale destacar que, nesses três momentos (M1-M3), os indivíduos não foram

submetidos a nenhum tipo de treinamento.

24

Inicialmente, os participantes foram divididos aleatoriamente em dois

grupos (G1 e G2) e, posteriormente, submetidos a diferentes ordens de execução

dos exercícios que compuseram o programa de TP, ou seja, dos grandes para os

pequenos grupos musculares (COND1) ou dos pequenos para os grandes grupos

(COND2), por meio de um delineamento cruzado, nas duas etapas do experimento

(ET1 e ET2).

Figura 2 – Delineamento experimental

4.3 Antropometria

Medidas de massa corporal e estatura foram obtidas de acordo com

procedimentos padronizados e descritos na literatura(68). Para tanto, uma balança

digital da marca Urano, modelo PS 180A, com resolução de 0,1 kg, foi utilizada para

a medida da massa corporal, ao passo que um estadiômetro de madeira, com

resolução de 0,1 cm, foi empregado para a mensuração da estatura. O IMC foi

estabelecido por meio da relação entre a massa corporal (kg) e o quadrado da

estatura (m2).

4.4 Composição corporal

4.4.1 Absortometria Radiológica de Dupla Energia - DEXA

Para análise da massa isenta de gordura e massa gorda foi utilizada

DEXA. Para tanto, os exames foram realizados em um equipamento da marca Lunar

Prodigy, modelo DXA System e software versão 9.30 (Fabricado por General Eletric

Lunar Corporation, Madison, WI).

25

A calibragem do equipamento foi realizada de acordo com as

recomendações do fabricante. Os participantes foram submetidos aos exames

trajando roupas leves, descalços e sem portar nenhum objeto metálico ou qualquer

outro acessório junto ao corpo. Os sujeitos permaneceram deitados e imóveis sobre

a mesa do equipamento até a finalização da medida (figura 3).

Figura 3 – Exame de absortometria radiológica de dupla energia (DEXA).

Após a varredura de corpo inteiro, o programa forneceu os dados

relativos ao tecido gordo, tecido ósseo e tecido magro e mole, para o corpo todo e

regiões específicas (tronco e membros superiores e inferiores). Os membros foram

demarcados e separados do tronco e da cabeça por linhas padrões geradas pelo

software do próprio equipamento. As linhas foram ajustadas pelo técnico, por meio

de pontos anatômicos específicos, que podem ser visualizados no manual do

equipamento (figura 4).

26

Figura 4 – Imagens geradas e linhas de ajuste fornecidas por software específico a

partir de um exame de DEXA.

4.4.2 Bioimpedância

A quantidade de ACT foi estimada por BIA, por meio de um

analisador tetrapolar Biodynamics Body Composition Analyzer, modelo 310

(Biodynamics Corporation, Seattle, USA). Os indivíduos foram medidos na posição

de decúbito dorsal, em uma maca isolada de condutores elétricos, com as pernas

abduzidas num ângulo de 45º. Após a limpeza da pele com álcool, dois eletrodos

foram colocados na superfície da mão direita e dois no pé direito (figura 5), de

acordo com os procedimentos descritos por Sardinha et al.(69). Na tentativa de

27

minimizar possíveis erros de estimativa, os sujeitos foram orientados a urinar cerca

de trinta minutos antes da realização das medidas, absterem-se da ingestão de

alimentos ou bebidas nas últimas quatro horas, evitar a prática de exercícios físicos

vigorosos por pelo menos 24 horas, absterem-se do consumo de bebidas alcoólicas

e cafeinadas por no mínimo 48 horas e evitar o uso de diuréticos ao longo dos sete

dias precedentes a cada avaliação.

Figura 5 – Exame de impedância bioelétrica (BIA).

4.4.3 Ultrassonografia

Para a medida da espessura muscular do quadríceps (EMQ) e do

bíceps (EMB) foi utilizado um equipamento de ultrassonografia da marca Ultra Vision

Flip, modelo BF (VMI indústria e Comércio Ltda).

Para a medida da EMQ foi demarcado um ponto a 15 cm acima da

borda superior da patela(70) (figura 6) e para a medida da EMB foi demarcado um

ponto a 12 cm acima da fossa ante-cubital do braço (figura 7). Esses pontos foram

28

padronizados na tentativa de garantir a qualidade das informações a serem obtidas

ao longo do tempo. Todas as avaliações foram realizadas com os sujeitos deitados

na posição de decúbito dorsal, com as pernas unidas, os joelhos e cotovelos semi-

flexionados (~10º), as mãos na posição supinada e abduzidas a uma distância de 15

cm do corpo. Ambas as medidas foram realizadas, de forma padronizada, no

hemicorpo direito.

Figura 6 – Medida da espessura muscular do quadríceps por ultrassonografia.

29

Figura 7 – Medida da espessura muscular do bíceps por ultrassonografia.

30

Todas as imagens foram processadas no modo-B com uma

freqüência de 7,5-MHz(56). Um gel transmissor solúvel em água, específico para este

tipo de exame, foi utilizado com o intuito de auxiliar na captação das imagens. O

transdutor foi colocado perpendicularmente ao ponto de realização das medidas,

conforme demonstrado por Nogueira et al.(54) A espessura muscular foi identificada

na imagem como a distância entre a interface gordura-músculo e a interface osso-

músculo (figura 8).

Figura 8 – Imagem gerada a partir da medida de espessura muscular do bíceps por

ultrassonografia.

Na tentativa de reduzir ao máximo possíveis erros de medida, alguns

procedimentos foram adotados, tais como: todas as avaliações foram realizadas por

um único avaliador previamente treinado; nenhuma avaliação foi realizada em um

período inferior a 48h após a última sessão de treinamento; a única pressão

exercida sobre a região avaliada foi a do peso do próprio transdutor; os indivíduos

foram orientados a não realizarem nenhum tipo de atividade física vigorosa nas 24h

31

precedentes ao exame; todas as avaliações foram realizadas em um ambiente com

controle de temperatura (22ºC a 26ºC) e umidade relativa do ar (50% a 60%).

Para análise da reprodutibilidade, duas medidas de EMB e EMQ

foram realizadas durante o momento inicial do estudo, em horários semelhantes,

com um intervalo de 48h entre cada medida. As medidas apresentaram elevada

concordância com a média das diferenças entre as duas medidas ficando próxima

de zero (EMB = -0,1 e EMQ = 0,3) e os limites de concordância (superior e inferior)

ficando entre 2,6 e -2,9 para EMB e 1,8 e -2,4 para EMQ. O coeficiente de

correlação intraclasse encontrado foi de 0,96 e 0,99 para EMB e EMQ,

respectivamente.

4.5 Hábitos alimentares

Registros alimentares de três dias (anexo 3) foram utilizados para

monitoramento dos hábitos alimentares dos participantes durante o período do

estudo. Os dias da semana adotados para o preenchimento dos registros foram

segunda, quinta e domingo, visto que dados anteriores produzidos pelo nosso

laboratório indicaram que esses parecem ser os dias que melhor representam o

consumo energético semanal em amostra semelhante a deste estudo(71).

As informações sobre a forma de preenchimento dos registros foram

fornecidas individualmente aos participantes por uma nutricionista habituada a esse

procedimento. Medidas caseiras padronizadas foram utilizadas para a estimativa da

quantidade de alimentos e bebidas consumidas. O consumo energético total e as

proporções ingeridas de macronutrientes foram determinadas por meio do programa

para avaliação nutricional Nut Win, versão 1.5(72).

Todos os participantes foram orientados a não modificarem seus

hábitos alimentares diários durante todo o período de duração do estudo. A ingestão

de água foi ad libitum.

32

4.6 Programa de treinamento com pesos

O programa de TP foi dividido em duas etapas (ET1 e ET2), cada

qual com duração de seis semanas consecutivas, intercaladas por uma semana de

intervalo, sem qualquer tipo de treinamento, para que fossem realizadas as

reavaliações. Tanto a ET1 quanto a ET2 tiveram como finalidade o processo de

hipertrofia muscular.

O programa de treinamento, em ambas as etapas, envolveu uma

única programação que foi executada em três sessões semanais, em dias

alternados (segundas, quartas e sextas-feiras ou terças, quintas e sábados). A

diferença entre essas etapas foi determinada pela ordem de execução dos

exercícios (anexos 4 e 5), ou seja, o programa foi dividido em duas condições

(COND1 e COND2), sendo que a COND1 foi aquela na qual os indivíduos

realizaram inicialmente os exercícios para os grandes grupamentos musculares e,

em seguida, os exercícios para os pequenos grupamentos musculares, ao passo

que na COND2 a ordem foi invertida. Vale destacar que, em ambas as condições, os

exercícios que envolveram os grupamentos musculares de membros inferiores foram

executados após a realização dos exercícios voltados para os membros superiores e

o tronco.

Ambos os programas foram compostos por 10 exercícios,

envolvendo diferentes grupamentos musculares, com três séries por exercício. O

número de repetições utilizadas em cada uma dessas séries foi de 8 a 12 repetições

máximas (RM), sendo utilizado o sistema de cargas fixas. Nas duas condições, a

única exceção foi o exercício para o grupamento muscular da panturrilha (15 a 20-

RM). Os exercícios, bem como a ordem de execução em cada uma das condições

experimentais, são apresentados a seguir.

• COND1 � supino em banco horizontal, puxador alto por trás, remada alta em

pé, desenvolvimento de ombros, tríceps no pulley, rosca direta de bíceps, leg

press 45º, cadeira extensora, mesa flexora, panturrilha no leg 90º.

• COND2 � rosca direta de bíceps, tríceps no pulley, desenvolvimento de

ombros, remada alta em pé, puxador alto por trás, supino em banco

horizontal, panturrilha no leg 90º, mesa flexora, cadeira extensora, leg press

45º.

33

As cargas utilizadas foram compatíveis com o número de repetições

máximas estipuladas para as três séries de cada exercício. Assim, durante o

decorrer do experimento, foram realizados reajustes semanais da carga de

treinamento durante a última sessão de treinos de cada semana, na tentativa de que

a intensidade inicial fosse preservada.

Tanto as cargas iniciais utilizadas em cada exercício do programa

quanto os reajustes periódicos foram estabelecidos com base nos resultados obtidos

mediante a aplicação de testes de peso por repetições máximas (anexo 6), de

acordo com os procedimentos descritos na literatura(73).

O intervalo de recuperação estabelecido entre as séries, em cada

exercício, foi de 60 a 90s, ao passo que o intervado de transição entre os exercícios

foi de 90 a 120s, em ambas as etapas e condições experimentais.

Embora a velocidade de execução não tenha sido monitorada, os

participantes foram orientados a realizar as ações musculares concêntrica e

excêntrica em uma razão de 1 : 2, respectivamente.

Os sujeitos foram orientados, ainda, para não participarem de

nenhum outro tipo de programa de treinamento durante o período do estudo, de

modo que o impacto do TP pudesse ser avaliado de forma isolada.

Além disso, para a melhoria da qualidade das informações, durante

todas as sessões de treinamento foi feita uma supervisão direta a todos os sujeitos

com o intuito de controlar variáveis, como o número de séries e de repetições, a

carga levantada, a velocidade de execução, os intervalos de recuperação entre as

séries e de transição entre os exercícios.

34

4.7 Tratamento estatístico

Para análise da distribuição dos dados foi empregado o teste de

Shapiro-Wilk. Confirmada a distribuição normal dos dados, estatística descritiva foi

utilizada para caracterização da amostra (idade, massa corporal, estatura e IMC).

Para análise das possíveis diferenças nos componentes da composição corporal

(tecido gordo, tecido ósseo, tecido magro e mole, EMB, EMQ e ACT), assim como o

consumo energético total e as proporções ingeridas de macronutrientes, durante as

primeiras seis semanas (ET1) de TP foi utilizada análise de variância para medidas

repetidas de dois fatores (grupo x tempo). Para as comparações produzidas pelo

delineamento cruzado, foi utilizada análise de variância para medidas repetidas de

um fator (baseline, COND1 e COND2). Nas variáveis em que os valores de F foram

superiores ao critério estatístico pré-estabelecido (P < 0,05), o teste post-hoc de

Scheffé foi utilizado para identificar as diferenças. Naquelas variáveis em que foram

encontradas diferenças estatisticamente significantes, nas comparações entre os

sujeitos no momento inicial do estudo (baseline,) análise de covariância (ANCOVA)

foi utilizada com os dados do momento inicial sendo adotados como co-variáveis.

Vale ressaltar que, previamente às análises, foi empregado o teste de esfericidade

de Mauchly’s e, quando a esfericidade foi violada, a correção de Greenhouse-

Geisser foi adotada. O pacote estatístico utilizado nas análises foi SPSS versão

16.0.

35

5 RESULTADOS

5.1 Seis semanas iniciais (primeira etapa – ET1)

As características físicas dos grupos G1 e G2 no momento inicial e

após seis semanas de treinamento são descritas na tabela 3. Nenhuma interação

significante foi encontrada (P > 0,05). Um efeito isolado do tempo (P = 0,03) foi

identificado para a massa corporal, com ambos os grupos aumentando os seus

valores absolutos de M1 a M2.

Tabela 3 – Características físicas dos sujeitos antes (M1) e após (M2) seis semanas

de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2).

G1 (n = 19) G2 (n = 17) EFEITOS F P MC (kg) ANOVA M1 72,4 ± 15,2 73,0 ± 8,5 Grupo 0,01 0,91 M2 73,0 ± 14,4 73,7 ± 8,9 Tempo 5,33 0,03 ∆ +0,6 +0,7 Grupo X Tempo 0,19 0,66 EST (cm) ANOVA M1 178,2 ± 7,6 176,3 ± 7,6 Grupo 0,26 0,61 M2 178,3 ± 7,4 177,1 ± 7,6 Tempo 2,81 0,10 ∆ +0,1 +0,8 Grupo X Tempo 0,52 0,47 IMC (kg/m2) ANOVA M1 22,7 ± 3,8 23,6 ± 2,8 Grupo 0,38 0,54 M2 22,8 ± 3,4 23,5 ± 2,7 Tempo 2,49 0,12 ∆ +0,1 -0,1 Grupo X Tempo <0,01 0,93 Nota. MC = massa corporal; EST = estatura; IMC = índice de massa corporal; G1 =

dos grandes para os pequenos grupos musculares; G2 = dos pequenos para os

grandes grupos musculares.

Informações sobre o consumo energético total e proporção de

macronutrientes são apresentadas na tabela 4. Nenhum efeito isolado do grupo ou

do tempo, bem como nenhuma interação, foram identificadas nas comparações inter

e intra-grupos (P > 0,05).

36

Tabela 4 – Consumo energético total (CET) e proporção de macronutrientes antes

(M1) e após (M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de

execução (G1 e G2).

G1 (n = 19) G2 (n = 17) EFEITOS F P

CET (kcal) ANOVA M1 2.419,6 ± 830,0 2.129,3 ± 602,6 Grupo 1,59 0,21 M2 2.320,7 ± 696,2 2.175,9 ± 684,0 Tempo 0,04 0,83 ∆ -98,9 +46,6 Grupo X Tempo 0,15 0,69 Carboidratos (%) ANCOVA M1 53,5 ± 5,7 51,8 ± 7,0 Grupo 0,66 0,42 M2 54,3 ± 7,6 53,0 ± 5,9 Tempo 0,48 0,49 ∆ +0,8 +1,2 Grupo X Tempo 0,06 0,80 Proteínas (%) ANOVA M1 16,4 ± 3,2 16,8 ± 3,7 Grupo 0,00 0,94 M2 16,5 ± 5,4 16,4 ± 3,9 Tempo 0,00 0,99 ∆ +0,1 -0,4 Grupo X Tempo 0,05 0,81 Lipídeos (%) ANOVA M1 30,1 ± 4,8 27,4 ± 4,8 Grupo 0,92 0,34 M2 28,6 ± 6,3 28,3 ± 4,9 Tempo 0,00 0,96 ∆ -1,5 +0,9 Grupo X Tempo 1,37 0,25 Nota. G1 = dos grandes para os pequenos grupos musculares; G2 = dos pequenos

para os grandes grupos musculares.

A figura 9 apresenta os valores relativos de ACT do G1 e G2 durante

a ET1 de treinamento. Nenhuma diferença estatisticamente significante foi

encontrada inter e intra-grupos (P > 0,05).

37

Figura 9 – Valores de água corporal total (%) antes (M1) e após (M2) seis semanas

de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 = 19 e G2 = 17).

Nota. Nenhuma diferença inter e intra-grupos (P > 0,05). G1 = dos grandes para os

pequenos grupos musculares; G2 = dos pequenos para os grandes grupos

musculares.

A tabela 5 apresenta informações referentes ao tecido gordo corporal

total e nas diferentes regiões (membros superiores, membros inferiores e tronco). O

efeito isolado do tempo (P < 0,01) indicou redução no tecido gordo corporal do

tronco e do corpo inteiro após seis semanas de intervenção com TP.

38

Tabela 5 – Tecido gordo corporal total e nas diferentes regiões (membros

superiores, membros inferiores e tronco) antes (M1) e após (M2) seis semanas de

treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2).

G1 (n = 19) G2 (n = 17) EFEITOS F P TGMS (kg) ANOVA M1 0,9 ± 0,7 1,1 ± 0,6 Grupo 1,06 0,31 M2 0,9 ± 0,6 1,1 ± 0,6 Tempo 2,27 0,14 ∆ 0 0 Grupo X Tempo 0,28 0,60 TGMI (kg) ANOVA M1 4,2 ± 2,8 5,0 ± 2,3 Grupo 0,58 0,45 M2 4,1 ± 3,0 4,7 ± 1,9 Tempo 1,56 0,22 ∆ -0,1 -0,3 Grupo X Tempo 0,01 0,98 TGTR (kg) ANCOVA M1 6,8 ± 5,2 8,3 ± 3,6 Grupo 0,24 0,63 M2 6,1 ± 4,3 7,6 ± 3,7 Tempo 8,68 0,01 ∆ -0,7 -0,7 Grupo X Tempo 0,01 0,96 TGCT (kg) ANOVA M1 11,8 ± 8,2 14,4 ± 6,1 Grupo 0,12 0,73 M2 11,2 ± 7,6 13,4 ± 5,9 Tempo 7,75 0,01 ∆ -0,6 -1,0 Grupo X Tempo 0,01 0,96 Nota. TGMS = tecido gordo de membros superiores; TGMI = tecido gordo de

membros inferiores; TGTR = tecido gordo de tronco; TGCT = tecido gordo corporal

total; G1 = dos grandes para os pequenos grupos musculares; G2 = dos pequenos

para os grandes grupos musculares.

Na tabela 6 são apresentados os valores de tecido magro e mole do

corpo inteiro e de regiões específicas (membros superiores, membros inferiores e

tronco). Um efeito isolado do tempo (P < 0,01) foi verificado somente na variável

tecido magro e mole corporal total, com G1 e G2 apresentando um aumento de

aproximadamente 3% do M1 para o M2.

39

Tabela 6 – Tecido magro e mole corporal total e nas diferentes regiões (membros

superiores, membros inferiores e tronco) antes (M1) e após (M2) seis semanas de

treinamento com pesos com diferentes ordens de execução (G1 e G2).

G1 (n = 19) G2 (n = 17) EFEITOS F P

TMMMS (kg) ANOVA M1 7,0 ± 1,5 7,0 ± 0,9 Grupo 0,00 0,95 M2 7,4 ± 1,3 7,5 ± 1,0 Tempo 3,95 0,06 ∆ +0,4 +0,5 Grupo X Tempo 0,14 0,71 TMMMI (kg) ANOVA M1 20,0 ± 3,2 19,8 ± 1,9 Grupo 0,01 0,92 M2 20,1 ± 2,3 20,2 ± 2,4 Tempo 0,48 0,49 ∆ +0,1 +0,4 Grupo X Tempo 0,08 0,77 TMMTR (kg) ANCOVA M1 27,2 ± 5,7 25,9 ± 1,8 Grupo 0,99 0,33 M2 28,3 ± 7,3 26,4 ± 1,6 Tempo 2,12 0,15 ∆ +1,1 +0,5 Grupo X Tempo 0,37 0,54 TMMCT (kg) ANOVA M1 54,2 ± 8,9 52,7 ± 4,2 Grupo 0,51 0,48 M2 55,8 ± 8,7* 54,1 ± 4,3* Tempo 4,05 0,01 ∆ +1,6 +1,4 Grupo X Tempo 0,36 0,55 Nota. TMMMS = tecido magro e mole de membros superiores; TMMMI = tecido

magro e mole de membros inferiores; TMMTR = tecido magro e mole de tronco;

TMMCT = tecido magro e mole corporal total; G1 = dos grandes para os pequenos

grupos musculares; G2 = dos pequenos para os grandes grupos musculares.

* P < 0,01 vs. M1.

As informações relativas a EMB e EMQ, durante as primeiras seis

semanas de treinamento, são apresentadas nas figuras 10 e 11. Aumentos

estatisticamente significantes intra-grupos (P < 0,01) foram identificados na EMB,

com o G1 e G2 apresentando incrementos na ordem de 15,3% e 14,3%,

respectivamente (figura 10). Por outro lado, tanto o G1 quanto o G2 apresentaram

um aumento percentual nos valores de EMQ (8,2% e 5,5%), contudo, somente os

resultados de G1 foram estatisticamente significantes superiores (P < 0,01) ao

baseline (figura 11). Nenhuma diferença foi encontrada nas comparações inter-

grupos (P > 0,05).

Nenhuma diferença estatística foi encontrada no tecido ósseo

(conteúdo e densidade mineral óssea) durante a ET1.

40

Figura 10 – Valores de espessura muscular do bíceps (EMB) antes (M1) e após

(M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução

(G1 = 19 e G2 = 17). * P < 0,01 vs. M1.

Figura 11 – Valores de espessura muscular do quadríceps (EMQ) antes (M1) e após

(M2) seis semanas de treinamento com pesos com diferentes ordens de execução

(G1 = 19 e G2 = 17). * P < 0,01 vs. M1.

41

5.2 Delineamento cruzado (cross-over)

A tabela 7 apresenta a comparação das características físicas dos

sujeitos no momento inicial e após seis semanas de treinamento em cada uma das

condições (dos grandes para os pequenos e dos pequenos para os grandes grupos

musculares). Nenhuma diferença estatisticamente significante foi identificada com

relação ao baseline e nas comparações entre as duas condições experimentais (P >

0,05).

Tabela 7 – Características físicas da amostra (n = 35) antes (baseline) e após seis

semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução. Os resultados

estão expressos em valores de média ± desvio-padrão.

Baseline COND1 COND2 F P

Massa corporal (kg) 72,0 ± 12,2 72,6 ± 11,6 72,7 ± 11,3 1,98 0,15

Estatura (cm) 177,6 ± 7,6 177,7 ± 7,6 177,8 ± 7,6 1,89 0,16

IMC (kg/m2) 22,8 ± 3,2 22,9 ± 2,9 22,9 ± 2,9 0,78 0,46

Nota. COND1 = ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos

musculares; COND2 = ordem de execução dos pequenos para os grandes grupos

musculares.

Os dados relativos ao consumo energético total e proporção de

macronutrientes dos sujeitos, no momento inicial e após seis semanas de

treinamento, em cada uma das condições, são descritos na tabela 8. Nenhuma

diferença estatisticamente significante foi identificada com relação ao baseline e nas

comparações entre as duas condições experimentais (P > 0,05). Desse modo,

verificou-se que os hábitos alimentares dos sujeitos se mantiveram relativamente

semelhantes ao longo de todo o período experimental.

A figura 12 apresenta a comparação dos valores de ACT antes e

após seis semanas de TP em ambas as condições experimentais. Diferenças

estatisticamente significantes foram identificadas somente na comparação entre a

COND2 vs. baseline (P < 0,05), com um acréscimo de um ponto percentual na

quantidade de ACT após a intervenção com o TP.

42

Tabela 8 – Consumo energético total (CET) e proporção de macronutrientes antes

(baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de

execução (n = 35). Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-

padrão.

Baseline COND1 COND2 F P

CET (kcal) 2.262,7 ± 773,6 2.134,2 ± 649,2 2.238,6 ± 549,9 0,68 0,51

Carboidratos (%) 52,7 ± 6,7 52,7 ± 7,3 51,9 ± 6,1 0,25 0,78

Proteínas (%) 16,4 ± 3,5 17,1 ± 5,1 17,2 ± 3,6 0,57 0,57

Lipídeos (%) 28,7 ± 5,2 27,7 ± 6,6 29,8 ± 4,7 1,69 0,19

Nota. COND1 = ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos

musculares; COND2 = ordem de execução dos pequenos para os grandes grupos

musculares.

Figura 12 – Valores de água corporal total (%) antes (baseline) e após seis

semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de execução (n = 35).

Nota. COND1 = ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos

musculares; COND2 = ordem de execução dos pequenos para os grandes grupos

musculares. Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-padrão.

*P < 0,05 vs. baseline.

43

Com relação ao tecido gordo de corpo inteiro e em regiões

específicas, reduções significantes (P < 0,05) e de magnitude semelhante foram

identificadas em ambas as condições experimentais, na região do tronco (~10%) e

na análise de corpo inteiro (~7%). Por outro lado, apesar da redução em valores

absolutos do tecido gordo de membros inferiores (~5%), tais diferenças não foram

confirmadas estatisticamente (P > 0,05), em nenhuma das condições experimentais

(figura 13).

Figura 13 – Tecido gordo corporal total e nos diferentes segmentos corporais antes

(baseline) e após seis semanas de TP realizado a partir de diferentes ordens de

execução (n = 35). Os resultados estão expressos em valores de média ± desvio-

padrão.

Nota. COND1 = ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos

musculares; COND2 = ordem de execução dos pequenos para os grandes grupos

musculares. * P < 0,01 vs. baseline e ** P < 0,05 vs. baseline.

Os resultados encontrados na EMB e EMQ, bem como no tecido

magro e mole corporal total e em regiões específicas, antes e após seis semanas de

44

TP, em ambas as condições experimentais, podem ser visualizados na tabela 9.

Aumentos significativos foram encontrados na EMB (19,5% e 19,1%), EMQ (7,9% e

6,4%) e no tecido magro e mole corporal total (3,4% e 3,1%) para as COND1 e

COND2, respectivamente. Nenhuma outra modificação significante que pudesse ser

atribuída ao TP foi identificada nas comparações com o baseline e entre as duas

condições experimentais (P > 0,05).

Tabela 9 – Tecido magro e mole nos diferentes segmentos corporais e espessura

muscular do bíceps e do quadríceps antes (baseline) e após seis semanas de TP

realizado a partir de diferentes ordens de execução (n = 35). Os resultados estão

expressos em valores de média ± desvio-padrão.

Baseline COND1 COND2 F P

EMB (mm) 26,7 ± 5,1 31,5 ± 5,0* 31,5 ± 5,2* 57,54 < 0,01

EMQ (mm) 35,0 ± 7,7 37,4 ± 6,7* 36,8 ± 6,7* 15,02 < 0,01

TMMMS (kg) 6,9 ± 1,3 7,4 ± 1,1 7,3 ± 1,2 3,32 0,06

TMMMI (kg) 19,9 ± 2,7 20,2 ± 2,3 20,0 ± 2,4 0,32 0,70

TMMTR (kg) 26,6 ± 4,4 27,6 ± 5,5 27,7 ± 5,7 2,83 0,07

TMMCT (kg) 53,4 ± 7,2 55,2 ± 7,1* 55,1 ± 7,0* 36,43 < 0,01

Nota. COND1 = ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos

musculares; COND2 = ordem de execução dos pequenos para os grandes grupos

musculares; EMB = espessura muscular do bíceps; EMQ = espessura muscular do

quadríceps; TMMMS = tecido magro e mole de membros superiores; TMMMI =

tecido magro e mole de membros inferiores; TMMTR = tecido magro e mole de

tronco; TMMCT = tecido magro e mole corporal total. * P < 0,01 vs. baseline.

Embora não tenha sido ilustrado nas tabelas ou figuras apresentadas

anteriormente, nenhuma diferença estatisticamente significante foi verificada nas

comparações entre o conteúdo e a densidade mineral óssea do baseline ao final das

duas condições experimentais (P > 0,05).

45

6 DISCUSSÃO

Com base nas informações disponibilizadas nas bases de dados

Medline/Pubmed, Lilacs e SciELO, constatou-se que este é o primeiro trabalho que

procurou avaliar o impacto de diferentes ordens de execução dos exercícios que

compõem um programa de TP sobre o comportamento de componentes da

composição corporal.

Na tentativa de controlar a possível influência dos diferentes níveis de

aptidão física inicial dos participantes sobre as respostas induzidas pelo TP, foram

selecionados para participarem do presente estudo somente sujeitos não treinados

previamente há pelo menos seis meses, visto que estudos anteriores têm indicado

que indivíduos com diferentes níveis de treinabilidade podem responder de forma

diferenciada aos estímulos gerados pelo TP(8).

A estruturação do programa de TP (número de exercícios, séries e

repetições; intervalos entre as séries e os exercícios; frequência semanal), neste

estudo, foi estabelecida com base nas recomendações apresentadas em

posicionamentos publicados previamente para programas de TP para iniciantes,

visando hipertrofia muscular(14,66).

A escolha de 10 exercícios para compor o programa de TP se pautou

fundamentalmente em dois aspectos. Primeiro, acreditava-se que a montagem do

programa de treinamento deveria se aproximar ao máximo daquela utilizada

frequentemente por iniciantes em academias de musculação. Desse modo, os

resultados poderiam favorecer a tomada de decisão por parte dos profissionais que

atuam nesses locais, no que diz respeito à prescrição de programas de TP visando à

hipertrofia muscular, sobretudo, em iniciantes.

Em segundo lugar, a adoção de um número par de exercícios poderia

melhorar a qualidade da análise dos resultados, visto que uma das principais críticas

aos trabalhos publicados anteriormente sobre a ordem de execução dos exercícios

durante programas de TP reside na utilização de um número ímpar de exercícios(19-

21,23,26-28), uma vez que a ordem de execução do exercício alocado no meio do

protocolo permanece inalterada, independente da inversão das ordens a serem

46

testadas (dos grandes para os pequenos ou dos pequenos para os grandes

grupamentos musculares).

Além disso, houve a preocupação de que as diferentes ordens

fossem testadas neste estudo, preservando-se a configuração dos exercícios por

segmento corporal (parte superior do corpo e membros inferiores). Desse modo, a

análise poderia ser desenvolvida de forma isolada, assumindo-se que os exercícios

para membros inferiores seriam realizados do meio para o final da sessão (quatro

últimos exercícios), independente da ordem a ser adotada em cada sequência (dos

grandes para os pequenos ou dos pequenos para os grandes grupamentos

musculares). Logo, os seis primeiros exercícios do programa de TP foram

destinados para a parte superior do corpo (peitoral, costas, ombros, triceps e

biceps).

Com relação aos intervalos de recuperação utilizados entre as séries

(60 a 90 s) e os exercícios (90 a 120 s), optou-se por intervalos que pudessem

favorecer a liberação de hormônios anabólicos (testosterona e GH) e atenuassem a

liberação de hormônios catabólicos (cortisol). Embora tais hormônios não tenham

sido dosados no presente estudo, pesquisas anteriores indicaram elevação nas

concentrações de testosterona e GH em períodos de 1 a 2 min de recuperação(74-77).

Vale destacar que a via metabólica predominante para o modelo de TP adotado para

hipertrofia muscular é a via glicolítica, o que faz com que os intervalos de

recuperação entre as séries não precisem ser prolongados, como o recomendado

para o treinamento de força(14).

Durante todo o período experimental, os participantes receberam

supervisão direta e individual nas sessões de treinamento por parte de profissionais

com experiência prévia em TP. Esse fato merece destaque, visto que sujeitos

supervisionados parecem conseguir treinar de maneira mais intensa do que os não

supervisionados, o que favorece a preservação da intensidade do treinamento e

pode maximizar as adaptações induzidas pelo TP(78).

Em estudos de acompanhamento com monitoramento da

composição corporal, uma das grandes limitações tem sido a falta de controle dos

hábitos nutricionais(2,7,12). Assim, no presente estudo, a adoção de registros

alimentares de três dias nos diferentes momentos (M1-M3) permitiu uma análise

mais consistente das informações produzidas. Embora exista uma tendência natural

do aumento do consumo energético e de macronutrientes na medida em que existe

47

um envolvimento com a prática regular de exercícios, tal fenômeno não foi

observado no presente estudo. Os resultados indicaram que os participantes

mantiveram seus hábitos alimentares ao longo de todo o experimento, o que

permitiu que o impacto do TP pudesse ser avaliado de maneira isolada.

Estudos anteriores que analisaram o impacto do TP sobre a

composição corporal, utilizando número de séries, repetições e sessões semanais

semelhantes aos adotados no presente trabalho, contudo, a partir de uma única

ordem de execução dos exercícios no programa, encontraram resultados bastante

interessantes, principalmente no que diz respeito à massa livre de gordura e gordura

corporal relativa(2,7-8,10,13,65).

Entretanto, as dificuldades para as comparações entre esses estudos

parecem estar atreladas, em particular, aos diferentes períodos de intervenção e aos

diversos métodos de avaliação da composição corporal utilizados, muitos dos quais

pouco sensíveis às possíveis modificações induzidas pelo TP.

Nesse sentido, a utilização combinada de diferentes métodos para

avaliação dos diversos componentes da composição corporal pode favorecer uma

análise mais adequada das respostas ao TP. Com base nessas informações, o

presente estudo empregou diferentes métodos (DEXA, BIA e US) para uma

avaliação mais consistente da composição corporal.

A análise das respostas do TP, nas espessuras musculares de

bíceps e quadríceps, identificou incrementos estatisticamente significantes (P < 0,05)

já no final das primeiras seis semanas de intervenção (ET1) em ambos os grupos,

bem como a partir da análise do delineamento cruzado. Os incrementos na EMB

foram de ~15% para ET1, em ambos os grupos, e de ~19% com base no cross-over.

Na EMQ foram observados aumentos similares entre G1 e COND1 (~8%) e G2 e

COND2 (~6%), contudo sem diferenças estatísticas entre os tratamentos. Vale

ressaltar que, na análise da ET1, o aumento do G2 não foi confirmado

estatisticamente, o que indica a importância do uso do delineamento cruzado para

este tipo de análise.

Resultados semelhantes, embora de menor magnitude, foram

relatados anteriormente por Abe et al.(7), após seis semanas de TP em homens de

25 a 50 anos (EMB = +11,7%). Segundo a descrição dos pesquisadores, a EMQ foi

medida em dois pontos e em ambos a média de aumento encontrada foi de

aproximadamente 5% após o período de seis semanas de intervenção. De forma

48

similiar aos resultados verificados no G2 do presente estudo, não foram verificadas

diferenças estatisticamente significantes (P > 0,05 vs. baseline).

Na avaliação dos dados de tecido magro do corpo inteiro e regiões

específicas, provenientes da DEXA, diferenças estatisticamente significantes (P <

0,05) foram identificadas para o TMMCT (tanto para a ET1 quanto na análise do

cross-over), com um aumento na ordem de ~3%.

Já as variáveis referentes às diversas regiões do corpo (tronco,

membros superiores e inferiores), não apresentaram alterações estatísticas ao longo

do estudo. Entretanto, nota-se que a análise do TMMMS parece apontar para uma

evolução ao longo tempo, haja vista que em ambas as situações (ET1 e cross-over)

a significância estatística encontrada foi próxima de 5% (P = 0,06).

Dois fatores principais podem estar ligados a estes resultados. O

primeiro pode ser o erro estatístico do tipo II, que seria explicado pelo número de

participantes envolvidos nas análises, o que não parece ser o caso deste trabalho,

pois nas análises do cross-over e da ET1 a significância estatística foi similar mesmo

com número de sujeitos diferentes (ET1 = ~18 e cross-over = 35). O segundo pode

ser a sensibilidade do equipamento em identificar pequenas alterações.

A despeito de terem sido localizadas diferenças na EMB e EMQ, o

mesmo não ocorreu na TMMMS e TMMMI, que respectivamente correspondem às

mesmas regiões do corpo. Ainda que grande parte dos trabalhos publicados na

literatura conseguiram identificar alterações na composição corporal e após um

determinado tempo de treinamento tenham empregado programas com períodos

superiores a 10 semanas(7-11,13,60), alguns estudos alcançaram resultados na mesma

direção com períodos mais curto, como quatro(7) ou oito semanas(61,79). A diferença

entre estes estudos parece estar relacionada ao método de avaliação utilizado. Os

estudos que encontraram diferenças em períodos menores utilizaram métodos mais

sofisticados, como Ressonância Magnética e US.

Embora a DEXA venha sendo amplamente divulgada como método

de referência para análise da composição corporal(44,80-83), sendo utilizada, inclusive,

como referencial para validações de outros modelos(46,84-86) por apresentar boas

relações com medidas produzidas por outros métodos considerados padrão-ouro(49-

51), parece que, quando utilizada em exames repetidos, sua medida é

comprometida(41), o que pode ter influenciado sobremaneira os resultados dos

trabalhos que empregaram esta técnica para avaliações da composição corporal em

49

dois ou mais momentos. Parece que fatores como o posicionamento do avaliado na

mesa do equipamento, bem como a habilidade do avaliador em fixar – da mesma

forma nos diferentes momentos – as linhas padrões de análise, podem comprometer

os resultados dessa técnica.

No componente gorduroso da composição corporal, quando aplicada

a análise de variância/covariância, efeito (P < 0,01) foi apontado exclusivamente no

fator tempo da ET1 para as variáveis TGTRO e TGCOR, porém o post-hoc não

apontou alterações entre o M1 e M2, tanto do G1 quanto do G2. De maneira

semelhante, a análise do cross-over apontou diminuição significante (P < 0,05) para

as mesmas variáveis (-9,5% e -7,1%, respectivamente) para ambas as condições.

Esses resultados corroboram outros achados da literatura e

comprovam que, mesmo não sendo o principal objetivo deste tipo de exercício, o TP

parece também proporcionar adaptações benéficas no componente gorduroso da

composição corporal, conforme já demonstrado anteriormente por diversos

pesquisadores(10-11,13,64).

Vale ressaltar que, no geral, as alterações na composição corporal

são decorrentes de dois fatores: a prática regular de exercícios físicos e,

principalmente, as modificações dos hábitos alimentares. Nesse sentido, a ausência

de diferenças nos hábitos alimentares (tanto em relação ao CET quanto à proporção

de macronutrientes), encontrada no presente estudo (tabelas 4 e 8), possibilita uma

análise mais consistente dos efeitos do TP na composição corporal.

As alterações da quantidade de ACT, a priori, poderiam auxiliar no

entendimento das modificações de duas variáveis. Aparentemente, o aumento do

tecido livre de gordura, assim como do aporte de carboidratos, está associado a

elevações do elemento hídrico(87). Essa elevação pode refletir um aumento do

volume de fluídos extracelular ou um aumento do conteúdo hídrico do tecido

muscular, ocasionado possivelmente pelo acréscimo dos estoques de glicogênio

muscular.

Contudo, o aumento da ACT observado neste estudo (figura 12),

ocorreu apenas para a COND2 em relação ao baseline, o que não corresponde as

alterações dos hábitos alimentares e nem do tecido magro e mole (tabelas 8 e 9),

haja vista que os hábitos alimentares mantiveram-se sem alterações durante todo o

período do estudo e as alterações no componente muscular foram similares para

50

ambos os grupos (TMMCT = 3,4% para COND1 e 3,1% para COND2; EMB = 19,5%

para COND1 e 19,1% para COND2; EMQ = 7,9% para COND1 e 6,4 para COND2).

A única variável relacionada à composição corporal a apresentar

alterações distintas após o treinamento, foi a EMQ e somente na análise da ET1,

sendo que diferenças estatisticamente significantes foram encontradas somente

para o G1, grupo esse que executou o treinamento na COND1 durante este período.

Na medida em que a EMQ é um indicador de tecido muscular de um grupamento

considerado grande (Quadríceps) e, por outro lado, a EMB é um indicador de tecido

muscular de um grupamento pequeno (Bíceps), estes resultados podem sugerir que

para indivíduos em fase inicial de treinamento que objetivam o processo de

hipertrofia muscular, possivelmente seja melhor uma ordem na qual os grandes

grupamentos sejam posicionados no início da sessão, pois os pequenos

grupamentos parecem não sofrer alterações pelo seu posicionamento.

Estes resultados parecem seguir na contramão do único estudo

publicado na literatura, até o atual momento, que objetivou comparar diferentes

ordens de treinamento com um delineamento longitudinal. Dias et al.(20) encontraram

respostas melhores no aumento da força muscular máxima após oito semanas de

TP para o grupo que treinou com os exercícios voltados aos pequenos grupamentos

musculares no início da sessão.

Resultados similares aos de Dias et al.(20) foram observados por

Belleza et al.(19), que, após uma sessão de exercícios em cada uma das ordens

(grande para pequenos e pequenos para grandes), analisou a concentração de

lactato sanguíneo, a percepção subjetiva de esforço e também de dois questionários

relacionados à atração e à excitação. Como resultados, os autores indicaram um

menor estresse fisiológico e psicológico, na ordem dos pequenos para os grandes

grupos musculares.

Os estudos de Belleza et al.(19) e Dias et al.(20), até o presente, foram

os únicos a demonstrar alguma diferença entre duas ordens de execução dos

exercícios. Os demais estudos publicados, até o presente, que objetivaram estudar a

mesma variável, observaram diferenças apenas no desempenho de alguns

exercícios específicos (seja para grande ou pequeno grupo muscular), mas não na

sessão como um todo.

Recentemente a ordem de execução dos exercícios foi investigada(26)

em mulheres jovens (22,0 ± 2,0) e idosas (69,0 ± 7,0). Os resultados encontrados

51

não diferiram da maioria dos trabalhos publicados até o presente momento. Um

detalhe interessante a se observar é que na pesquisa de Silva et al.(26) o grupo de

idosas apresentou uma queda no desempenho do exercício supino horizontal

(grande grupamento muscular) quando realizado no final da sessão e o mesmo não

ocorreu com o exercício rosca tríceps (pequeno grupamento muscular). Apesar das

séries limitações (número pequeno e também ímpar – 3 – de exercícios e a falta de

controle dos níveis de aptidão física inicial das participantes) contidas no trabalho de

Silva et al.(26), seus resultados, assim como do presente estudo, sugerem que a

ordem de execução dos grandes para os pequenos grupos musculares parece

pontencializar as adaptações do TP.

A diferença apontada pelo presente estudo na análise da ET1 para a

EMQ, corrobora os achados de Silva et al.(26), ainda que, com amostra bem diferente

(Homens jovens VS. Mulheres idosas) e vai ao encontro das recomendações da

literatura(14-16), confirmando a eficácia da ordem de treinamento na COND1,

conforme já demonstrado por diversos estudos publicados na literatura(2,7-9,60).

Entretanto, a inexistência de trabalhos que procuraram verificar as respostas do TP

na composição corporal e empregaram a ordem da COND2 em seus programas

dificulta as comparações dos resultados desta análise. É importante lembrar que a

análise do cross-over não acusou diferenças entre as condições, o que sugere certa

cautela nas afirmações de sobreposição de uma ordem em relação à outra.

Para futuros estudos, sugere-se a utilização do cross-over com um

período de washout maior para que as respostas deste delineamento possam ser

analisadas de maneira mais ampla. Além disso, a avaliação de uma maior

quantidade de pontos anatômicos com a US poderia auxiliar na identificação de

possíveis diferenças entre as ordens de treinamento. Provavelmente, um maior

período de treinamento poderia aumentar a magnitude das respostas e, assim,

contribuir na análise das possíveis diferenças entre as ordens de treinamento.

52

7 CONCLUSÃO

Com base nos resultados, pode-se concluir que:

a) A ordem de execução dos exercícios parece não modificar as

adaptações da composição corporal total, proporcionadas pelo

TP em indivíduos iniciantes.

b) Os achados sugerem que os exercícios para os grandes

grupamentos musculares, quando colocados no início da

sessão, podem potencializar o aumento do tecido magro e mole,

principalmente quando analisados os membros inferiores.

53

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64

ANEXOS

65

ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU LEGAL RESPONSÁVEL

1. Nome do participante:..........................................................................................

....................................................................................................................................

Documento de Identidade Nº :..............................................Sexo: ( ) M ( ) F

Data de Nascimento:............/............/...........

Endereço:.........................................................................................Nº:......................

Complemento:.............................................Bairro:.....................................................

CEP:..........................................................Cidade:.....................................................

Telefone:................................E-mail:..........................................................................

II – DADOS SOBRE A PESQUISA 1. Título do Protocolo de Pesquisa: Influência da ordem de execução dos exercícios na composição corporal de homens adultos jovens. 2. Pesquisador: Ademar Avelar de Almeida Júnior Função: Discente do Programa de Mestrado em Educação Física Associado UEL/UEM

3. Avaliação do Risco da Pesquisa: Sem Risco ( ) Risco Mínimo (X) Risco Médio ( ) Risco Baixo ( ) Risco Maior ( )

1. Duração da Pesquisa: O experimento será conduzido em 2 (duas) etapas, sendo que estas não ultrapassarão 15 semanas.

III – REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:

1. Justificativa e objetivo: Embora haja na literatura recomendações sobre a elaboração de programas de TP, não existem estudos crônicos que procuraram avaliar a influência da ordem dos exercícios sobre as diferentes respostas do TP.

As pesquisas realizadas até o presente momento demonstraram apenas que o desempenho em determinado exercício, tanto dos grandes quanto dos pequenos grupamentos musculares, parece estar diretamente relacionado ao seu posicionamento dentro da sessão de treinamento, ou seja, quanto mais ao final estiver disposto, maior será a diminuição do seu rendimento, resultando assim em um menor número de repetições. Porém se tratando de composição corporal, ainda não se sabe qual ordenação dos exercícios possibilitaria uma potencialização dos

66

resultados. Adicionalmente, todos os estudos que procuraram investigar o efeito da ordem dos exercícios foram realizados de maneira transversal, ou seja, analisaram uma única sessão de treinamento, o que impossibilita uma analise mais aprofundada.

2. Procedimentos que serão adotados durante a pesquisa: O estudo terá uma duração de 15 semanas que serão dividas em duas etapas (ET1 e ET2) e três momentos (M1, M2 e M3). As ET1 e ET2 corresponderão aos períodos de TP e serão compostas por seis semanas cada.

Os M1 (início), M2 (meio) e M3 (fim) serão períodos, compostos por uma semana cada, destinados à mensuração das medidas antropométricas, bioimpedância, ultrassonografia e densitometria, bem como, a aplicação dos registros alimentares e de atividade física. Durante estes períodos os indivíduos não poderão realizar nenhum tipo de treinamento.

Durante os períodos de treinamento (ET1 e ET2), todos os indivíduos serão submetidos a dois programas de treinamento com pesos (COND1 e COND2) que serão compostos pelos mesmos 10 exercícios. A única diferença será na ordem de realização dos exercícios. A COND1 será estruturada com os exercícios para os grandes grupamentos musculares no início da sessão de treino e terminará com os pequenos grupamentos musculares, já a COND2 será realizada na ordem inversa. Todos os indivíduos passarão por ambas as condições (COND1 e COND2) durante o decorrer do estudo, ou seja, aqueles indivíduos que durante a ET1 treinar na COND1 necessariamente treinarão na COND2 na ET2. Da mesma forma, aqueles que executarem a COND2 na ET1, obrigatoriamente treinarão na COND1 na ET2, adotando-se assim um modelo de delineamento cruzado ou cross-over. Possibilitando a todos os sujeitos que fizer parte do estudo a vivência das duas programações de exercícios. Vale ressaltar que a escolha da ordem inicial de treinamento será feita de maneira aleatória, possibilitando assim que todos os indivíduos tenham a mesma chance de realizarem durante a ET1 a COND1 e/ou COND2.

3. Desconfortos e riscos: Não existem relatos na literatura que demonstrem a existência de riscos a indivíduos saudáveis, participantes de programas de treinamento com pesos. Entretanto vale ressaltar que, a possibilidade de mal-estar e lesões, advindas da prática de exercícios deve ser considerada. Como medida de precaução, durante todas as sessões de treinamentos os indivíduos serão assistidos e orientados por profissionais previamente treinados.

4. Beneficio esperado: Os resultados obtidos a partir desse experimento podem ajudar na compreensão dos efeitos da ordem de execução dos exercícios, pertencentes a um programa de treinamento com pesos e assim, auxiliarem na prescrição de exercícios visando melhores resultados advindos da prática contínua desta modalidade.

67

V – ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA

1. Exposição dos resultados e preservação da privacidade dos voluntários: Os resultados obtidos nesse estudo serão publicados, independente dos resultados encontrados, contudo sem que haja a identificação dos indivíduos que prestaram sua contribuição como sujeitos da amostra, sendo assim mantido o sigilo e respeitando a privacidade individual, conforme normas éticas. 2. Despesas decorrentes da participação no projeto de pesquisa: Os voluntários estarão isentos de qualquer despesa ou ressarcimento decorrente desse projeto de pesquisa. 3. Liberdade de consentimento: A permissão para participar desse projeto é voluntária. Portanto, os sujeitos estarão livres para negar esse consentimento ou parar de participar em qualquer momento desse estudo, se desejar, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência. 4. Questionamentos: Os sujeitos envolvidos no experimento terão acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa. Todas as perguntas sobre os procedimentos experimentais utilizados nesse projeto são encorajadas. Se houver qualquer dúvida ou questionamento, por favor, nos solicite informações adicionais. 5. Responsabilidade do participante: As informações que você possui sobre o seu estado de saúde ou experiências prévias de sensações incomuns com o esforço físico poderão afetar a segurança e o valor do seu desempenho. O seu relato imediato das sensações durante os esforços também são de grande importância. Você é responsável por fornecer por completo tais informações quando solicitado pelos avaliadores.

VI – PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.

Prof. Ademar Avelar de Almeida Júnior Rua Professor Samuel Moura, 328 Apto 1604 Edifício Pontal do Araxá - CEP 86061-060 Telefone: (43) 3327-5898 / (43) 9934-7000 Londrina/PR E-mail: [email protected] Telefone do Comitê de Ética: (43) 3371-2490

68

VII – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente projeto de Pesquisa.

Londrina, __________ de ________________________ de 2008.

_____________________________________________________ Assinatura do participante

_____________________________________________________ Assinatura do pesquisador (carimbo ou nome legível)

69

ANEXO 2 – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

70

ANEXO 3 - FICHA DE REGISTRO ALIMENTAR DESJEJUM: ____ h ____ min

ALIMENTO TIPO QUANTIDADE outros alimentos -qtde

pão/bolacha ___________ ( ) unidade ( ) fatia fina/méd/grossa ______________________ leite/iogurte ___________ ( ) copo requeijão ( ) copo americano ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ margarina ___________ ( ) ponta de faca ( ) colher chá ____________________ café ___________ ( ) copo americano ( ) xícara peq/méd/gde ( ) colher sopa/sobrem ____________________ açúcar ___________ ( ) colher sopa ( ) colher sobrem ( ) colher chá ____________________ queijo/presunto ___________ ( ) fatia fina ( ) fatia média ( ) fatia grossa ____________________ cereal ___________ ( ) colher sopa ( ) colher sobrem ____________________ fruta ___________ ( ) unidade ( ) fatia peq/méd/gde ____________________ achocolatado ___________ ( ) colher sopa ( ) colher sobrem ( ) colher chá ____________________

LANCHE MANHÃ: ____ h ____ min

ALIMENTO TIPO QUANTIDADE outros alimentos -qtde

bolacha/bolo/pão ___________ ( ) unidade ( ) fatia fina/méd/grossa ____________________ leite/vitamina/iogurte ___________ ( ) copo requeijão ( ) copo americano ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ açúcar ___________ ( ) colher sopa ( ) colher sobrem ( ) colher chá ____________________ salgado ___________ ( ) unidade peq/méd/gde ( ) outros __________________ ____________________ queijo/presunto ___________ ( ) fatia fina ( ) fatia média ( ) fatia grossa ____________________ fruta/suco ___________ ( ) unidade ( ) fatia peq/méd/gde ( ) copo americano/requeijão ____________________ margarina ___________ ( ) ponta de faca ( ) colher chá ____________________

LANCHE TARDE: ____ h ____ min

ALIMENTO TIPO QUANTIDADE outros alimentos –qtde

bolacha/bolo/pão ___________ ( ) unidade ( ) fatia fina/méd/grossa ____________________ leite/vitamina/iogurte ___________ ( ) copo requeijão ( ) copo americano ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ açúcar ___________ ( ) colher sopa ( ) colher sobrem ( ) colher chá ____________________ salgado ___________ ( ) unidade peq/méd/gde ( ) outros ____________ ____________________ queijo/presunto ___________ ( ) fatia fina ( ) fatia média ( ) fatia grossa ____________________ fruta/suco ___________ ( ) unidade ( ) fatia peq/méd/gde ( ) copo americano/requeijão ____________________ margarina ___________ ( ) ponta de faca ( ) colher chá ____________________

JANTAR: ____ h ____ min

ALIMENTO TIPO QUANTIDADE outros alimentos -qtde

arroz/pão ___________ ( ) escumadeira/unidade ( ) colher sopa/arroz ( ) fatia fina/méd/grossa ____________________ feijão ___________ ( ) concha peq/méd/gde ( ) colher sopa ( ) colher de arroz ____________________ carne ___________ ( ) pedaço peq/méd/gde ( ) colher sopa ( ) outros _______________ ____________________ folhas ___________ ( ) peq/méd/gde ( ) colher sopa/arroz ( ) colher de arroz ____________________ legumes ___________ ( ) colher sopa/arroz ( ) legumes: _______ ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ massa ___________ ( ) pegador de macarrão ( ) colher sopa ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ molho ___________ ( ) colher sopa ( ) colher de arroz ____________________ sobremesa ___________ ( ) _________________ açúcar ( ) colher sopa/sobrem/chá ____________________ fruta/suco ___________ ( ) unidade ( ) fatia peq/méd/gde ( ) copo americano/requeijão ____________________ queijo/presunto ___________ ( ) fatia fina ( ) fatia média ( ) fatia grossa ____________________

sal: óleo/maionese/margarina: ____________________

CEIA: ____ h ____ min

ALIMENTO TIPO QUANTIDADE outros alimentos

bolacha/bolo/pão ___________ ( ) unidade ( ) fatia fina/méd/grossa leite/vitamina/iogurte ___________ ( ) copo requeijão ( ) copo americano ( ) xícara peq/méd/gde açúcar ___________ ( ) colher sopa ( ) colher sobrem ( ) colher chá fruta/suco ___________ ( ) unidade ( ) fatia peq/méd/gde ( ) copo americano/requeijão

Agua: ( ) copo requeijão ( ) copo americano ( ) outros ________________

ALMOÇO: ____ h ____ min

ALIMENTO TIPO QUANTIDADE outros alimentos -qtde

arroz ___________ ( ) escumadeira ( ) colher sopa ( ) colher de arroz ____________________ feijão ___________ ( ) concha peq/méd/gde ( ) colher sopa ( ) colher de arroz ____________________ carne ___________ ( ) pedaço peq/méd/gde ( ) colher sopa ( ) outros _______________ ____________________ folhas ___________ ( ) peq/méd/gde ( ) colher sopa/arroz ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ legumes ___________ ( ) colher sopa/arroz ( ) legumes: _______ ( ) xícara peq/méd/gde ____________________ massa ___________ ( ) pegador de macarrão ( ) colher sopa ( ) colher de arroz ____________________ molho ___________ ( ) colher sopa ( ) colher de arroz ____________________ sobremesa ___________ ( ) _________________ açúcar ( ) colher sopa/sobrem/chá ____________________ fruta/suco ___________ ( ) unidade ( ) fatia peq/méd/gde ( ) copo americano/requeijão ____________________ sal: óleo: ____________________

71

Orientações para preenchimento do registro alimentar

Registro dietético (orientações para preenchimento)

- Procure anotar os alimentos consumidos de forma mais detalhada possível;

- Não deixe de anotar a quantidade em medidas caseiras ou em gramas (se preferir

ver o rótulo do alimento industrializado consumido, como por exemplo: chocolate

diamante negro 30g);

- O tipo de preparação (frito, cozido, com molho, etc.) deve estar especificado em

todos os alimentos;

- Especifique o tipo da carne consumida. Exemplo: frango (coxa, asa, sobrecoxa,

peito, etc.), carne (costela, alcatra, picanha, carne moída, carne magra, carne gorda,

contrafilé, etc.), peixe (tilápia, merluza, pintado, sardinha, atum, etc.), vísceras

(fígado, moela, coração, dobradinha, etc.). Especificar o tipo de preparação (frito,

cozido, grelhado, assado, etc.);

- No caso dos lanches, anotar os ingredientes ali presentes e também se foi

adicionado maionese, mostarda, catchup. Se possível, quantificar;

- Não se esqueça de quantificar o açúcar, óleo e sal adicionado nas refeições;

- Anote a quantidade de ÁGUA consumida durante todo o dia;

- Qualquer tipo de alimento consumido que não tiver opção no registro, deve ser

anotado ao lado ou no verso da folha;

- Não se esqueça de preencher o nome, data e dia da semana de cada registro, O

registro (dietético e atividades do cotidiano) deverão ser preenchidos

necessariamente na segunda, quinta e domingo.

- Mantenha seu hábito alimentar durante o preenchimento do registro dietético.

72

ANEXO 4 – FICHA DE TREINAMENTO CONDIÇÃO 1 NOME:________________________________________________________TEL:_______________________________ PROJETO ORDEM DOS EXERCÍCIOS 2008 - FASE 1

SEQUÊNCIA DE EXERCÍCIOS SÉRIES X

REPETIÇÕES PROGRESSÃO DA CARGA UTILIZADA (kg)

1a Sessão 2a Sessão 3a Sessão 4a Sessão 5a Sessão 6a Sessão 7a Sessão 8a Sessão 9a Sessão

1) Supino em banco horizontal 3 X 8 a 12

2) Puxador alto (atrás) 3 X 8 a 12

3) Remada Alta em Pé 3 X 8 a 12

4) Desenvolvimento de Ombros 3 X 8 a 12

5) Tríceps no pulley 3 X 8 a 12

6) Rosca direta de bíceps 3 X 8 a 12

7) Leg press 45º 3 X 8 a 12

8) Cadeira extensora 3 X 8 a 12

9) Mesa flexora 3 X 8 a 12

10) Panturrilha no leg press 3 X 15 a 20

Horário de início do treino

Horário de término do treino

PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO

FREQUÊNCIA AO TREINAMENTO (DIA/MÊS)

1ª sem Rubrica 2ª sem Rubrica 3ª sem Rubrica

____/____ ____/____ ____/____

____/____ ____/____ ____/____

____/____ ____/____ ____/____

73

ANEXO 5 – FICHA DE TREINAMENTO CONDIÇÃO 2 NOME: TEL:______________________ PROJETO ORDEM DOS EXERCÍCIOS 2008 - FASE 1

SEQUÊNCIA DE EXERCÍCIOS SÉRIES X

REPETIÇÕES PROGRESSÃO DA CARGA UTILIZADA (kg)

10a Sessão 11a Sessão 12a Sessão 13a Sessão 14a Sessão 15a Sessão 16a Sessão 17a Sessão 18a Sessão

1) Rosca direta de bíceps 3 X 8 a 12

2) Tríceps no pulley 3 X 8 a 12

3) Desenvolvimento de Ombros 3 X 8 a 12

4) Remada Alta em Pé 3 X 8 a 12

5) Puxador alto (atrás) 3 X 8 a 12

6) Supino em banco horizontal 3 X 8 a 12

7) Panturrilha no leg press 3 X 15 a 20

8) Mesa flexora 3 X 8 a 12

9) Cadeira extensora 3 X 8 a 12

10) Leg press 45º 3 X 8 a 12

Horário de início do treino

Horário de término do treino

PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO

FREQUÊNCIA AO TREINAMENTO (DIA E MÊS)

4ª sem Rubrica 5ª sem Rubrica 6ª sem Rubrica

____/____ ____/____ ____/____

____/____ ____/____ ____/____

____/____ ____/____ ____/____

74

ANEXO 6 – FICHA DE AJUSTE DE CARGA NOME: TEL:______________________ PROJETO ORDEM DOS EXERCÍCIOS 2008 - FASE 1

SEQUÊNCIA DE EXERCÍCIOS SÉRIES X

REPETIÇÕES NÚMERO DE REPETIÇÕES DA ULTIMA SÉRIE

1a Sem 2a Sem 3a Sem 4a Sem 5a Sem 6a Sem

1) Supino em banco horizontal 3 X 8 a 12

2) Puxador alto (atrás) 3 X 8 a 12

3) Remada Alta em Pé 3 X 8 a 12

4) Desenvolvimento de Ombros 3 X 8 a 12

5) Tríceps no pulley 3 X 8 a 12

6) Rosca direta de bíceps 3 X 8 a 12

7) Leg press 45º 3 X 8 a 12

8) Cadeira extensora 3 X 8 a 12

9) Mesa flexora 3 X 8 a 12

10) Panturrilha no leg press 3 X 15 a 20

FREQUÊNCIA AO TREINAMENTO (DIA E MÊS)

1ª sem Rubrica 2ª sem Rubrica 3ª sem Rubrica 4ª sem Rubrica 5ª sem Rubrica 6ª sem Rubrica

____/____ ____/____ ____/____ ____/____ ____/____ ____/____

75

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