infecg6es de pr6teses -...

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Infecg6es de pr6teses arteriais com culturas bacteriolOgicas negativas Ricardo C. Rocha Moreira Cirurgi60 Vascular do Hospital Nossa Senhora das Grar;;as e do Hospital de Clfnicas.da Universidade Federal do Parana. Elias Abrao Chefe do Servir;;o de Cirurgia Vascular do Hospital Nossa Senhora das Grar;;as. Professor Adjunto do Universidade Federal do Parana. UNITERMOS: arteriais oclusivas; bacterianas; complica<;6es de pr6teses arteriais; infec<;ao de ferida operatoria. OBJETIVO: Testar a bipotese que, nas infeq:6es de proteses arteriais, os pacientes com culturas negativas tern melbor prognostico que os pacientes com culturas positivas. PAClENTES E METODOS: Num perfodo de oito anos, foram tratados 22 pacientes com de pr6teses arteriais, dos quais seis tiveram multiplas culturas bacteriol6gicas nega- tivas. Estes 'seis pacientes (grupo-teste) foram comparados com os 16 'pacientes com culturas positivas (grupo-controle). Os 22 pacientes foram reoperados. RESULTADOS: Sinais locais de foram encontrados nos seis casos do grupo-teste, mas multiplas culturas foram negativas. Dois pacientes tiveram 6bito tardio, pOI doen<;a coronariana, sem rela<;ao com a infec<;ao. Apenas urn paciente sofreu uma amputa<;ao tardia de coxa por trombose de uma pr6tese axilo-femoral. Quatro pacientes estao vivos, sem evidencia de de enxerto, de 29 a 98 meses ap6s as reopera<;6es. No grupo-controle, nove dos 16 pacientes com culturas positivas foram a 6bito em consequencia de complica<;6es das infec<;6es de enxerto (p < 0,01) e cinco dos sete sobreviventes foram a (p = 0,01). CONCLUSAO: 0 progn6stico de pacientes com de pr6teses arteriais com culturas negativas parece ser melbor que os que tern culturas positivas. As culturas negativas provavelmente representam bacterias de baixa virulencia. E ste trabalho nasceu de uma observa<;ao fortuita. Na mesma semana, dois pacientes vieram para revisao de rotina. Ambos tinham sido submetidos a retirada de pr6teses arteriais infectadas, e a reconstru<;6es extra-anat6micas. Amb0s vinham sobrevivendo h:i anos sem evidencia de infec<;ao residual. Ambos tinham todas as culturas bacterio16gicas negativas (de pr6teses e tecidos adjacentes). Esta coincidencia levou os autores a revisarem sua experiencia com infec<;ao de pr6teses arteriais, com aten<;ao especial aos pacientes com diagn6stico dinico de infec<;ao, mas com culturas bacterio16gicas negativas. Levantou-se a hip6tese de que, em infec<;6es de pr6teses arteriais, os pacientes com culturas bacteriol6gicas negativas tern urn progn6stico melhor que os pacientes com culturas positivas. a presente trabalho testa esta hip6tese, comparando a evolu<;ao clinica dos pacientes com culturas negativas com os pacientes com culturas positivas, tratados no mesmo Servi<;o, pelos mesmos metodos, durante 0 mesmo periodo de observa<;ao. PACIENTES E METODOS Num periodo de oito anos (1985-1993), 22 pacientes com diagn6stico de infec<;ao de pr6tese arterial estiveram intemados no Servi<;o de Cirurgia Vascular do Hospital Nossa Senhora das Gra<;as, em Curitiba - PRo Das 22 infec<;6es, 17 eram aut6ctones, ou seja, a opera<;ao que resultou em infec<;ao de pr6tese fora feita originalmente no Servi<;o. as outros cinco pacientes vieram transferidos de outros hospitais para tratamento da infec<;ao de pr6tese arterial. Trabalho realizado nos S8rvi<;:os de CirurgkJ VascukJr do Hospital Nossa Senhora das Grar;;as e do Hospital de C1fnicas cO Untversid<::x:Je Federal do Parana. CUlifiba - PR Recebido em 14/01/97 Reapresentado em 01/04/97 Aprovado em 06/05/97 as 22 pacientes foram reoperados. Em todos os casos, foram obtidas mliltiplas culturas bacterio16gicas de Ifquidos de drenagem das incis6es, segmentos de pr6teses retiradas e tecidos adjacentes as pr6teses. As culturas foram feitas empregando-se a metodologia conven- cional para isolamento de bacterias aer6bias e anaer6bias. Nas culturas para aer6bios foi usado meio pre-enriquecido com caldo triptico de soja. Nas culturas para anaer6bios, meio pre-enriquecido com infuso de cora<;ao e cerebra, suple- mentados com hemina e vitamina K. a subcultivo foi realizado em agar-sangue, sendo que para a recupera<;ao de ana- er6bios, foi tambem usada suple-men- ta<;ao com hemina e vitamina K. A identifica<;ao bioquimica das bacterias isoladas seguiu a metodologia empre- gada no laborat6rio de Micrabiologia do Hospital. Em seis pacientes (27,2%), todas as culturas bacteriol6gicas foram negativas. Estes seis casos formam 0 grupo-teste do presente trabalho. as 16 pacientes com culturas positivas formam o grupo-controle. as quatro homens e duas mulheres do grupo-teste tinham idades que variavam de 44 a 72 anos (media de 61 CIR VASC ANGIOL 13:93-99, 1997

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Infecg6es de pr6tesesarteriais com culturasbacteriolOgicas negativas

Ricardo C. Rocha MoreiraCirurgi60 Vascular do Hospital NossaSenhora das Grar;;as e do Hospital deClfnicas.da Universidade Federal doParana.

Elias AbraoChefe do Servir;;o de Cirurgia Vasculardo Hospital Nossa Senhora dasGrar;;as. Professor Adjunto doUniversidade Federal do Parana.

UNITERMOS: Doen~as arteriais oclusivas; infec~6es bacterianas; complica<;6es de pr6tesesarteriais; infec<;ao de ferida operatoria.

OBJETIVO: Testar a bipotese que, nas infeq:6es de proteses arteriais, os pacientes comculturas negativas tern melbor prognostico que os pacientes com culturas positivas.

PAClENTES E METODOS: Num perfodo de oito anos, foram tratados 22 pacientes cominfec~6es de pr6teses arteriais, dos quais seis tiveram multiplas culturas bacteriol6gicas nega­tivas. Estes 'seis pacientes (grupo-teste) foram comparados com os 16 'pacientes com culturaspositivas (grupo-controle). Os 22 pacientes foram reoperados.

RESULTADOS: Sinais locais de infec~ao foram encontrados nos seis casos do grupo-teste,mas multiplas culturas foram negativas. Dois pacientes tiveram 6bito tardio, pOI doen<;acoronariana, sem rela<;ao com a infec<;ao. Apenas urn paciente sofreu uma amputa<;ao tardia decoxa por trombose de uma pr6tese axilo-femoral. Quatro pacientes estao vivos, sem evidenciade infec~ao de enxerto, de 29 a 98 meses ap6s as reopera<;6es. No grupo-controle, nove dos 16pacientes com culturas positivas foram a 6bito em consequencia de complica<;6es das infec<;6esde enxerto (p < 0,01) e cinco dos sete sobreviventes foram a amputa~ao (p =0,01).

CONCLUSAO: 0 progn6stico de pacientes com infec~ao de pr6teses arteriais com culturasnegativas parece ser melbor que os que tern culturas positivas. As culturas negativas provavelmenterepresentam bacterias de baixa virulencia.

E ste trabalho nasceu de umaobserva<;ao fortuita. Namesma semana, dois

pacientes vieram para revisao de rotina.Ambos tinham sido submetidos a retiradade pr6teses arteriais infectadas, e areconstru<;6es extra-anat6micas. Amb0svinham sobrevivendo h:i anos semevidencia de infec<;ao residual. Ambostinham todas as culturas bacterio16gicasnegativas (de pr6teses e tecidosadjacentes). Esta coincidencia levou osautores a revisarem sua experiencia cominfec<;ao de pr6teses arteriais, comaten<;ao especial aos pacientes comdiagn6stico dinico de infec<;ao, mas comculturas bacterio16gicas negativas.

Levantou-se a hip6tese de que, eminfec<;6es de pr6teses arteriais, ospacientes com culturas bacteriol6gicasnegativas tern urn progn6stico melhorque os pacientes com culturas positivas.

a presente trabalho testa esta hip6tese,comparando a evolu<;ao clinica dospacientes com culturas negativas comos pacientes com culturas positivas,tratados no mesmo Servi<;o, pelosmesmos metodos, durante 0 mesmoperiodo de observa<;ao.

PACIENTES E METODOS

Num periodo de oito anos (1985-1993),22 pacientes com diagn6stico de infec<;aode pr6tese arterial estiveram intemadosno Servi<;o de Cirurgia Vascular doHospital Nossa Senhora das Gra<;as, emCuritiba - PRo Das 22 infec<;6es, 17 eramaut6ctones, ou seja, a opera<;ao queresultou em infec<;ao de pr6tese fora feitaoriginalmente no Servi<;o. as outros cincopacientes vieram transferidos de outroshospitais para tratamento da infec<;ao depr6tese arterial.

Trabalho realizado nos S8rvi<;:os de CirurgkJVascukJr do Hospital Nossa Senhora dasGrar;;as e do Hospital de C1fnicas cOUntversid<::x:Je Federal do Parana. CUlifiba - PR

Recebido em 14/01/97Reapresentado em 01/04/97Aprovado em 06/05/97

as 22 pacientes foram reoperados. Emtodos os casos, foram obtidas mliltiplasculturas bacterio16gicas de Ifquidos dedrenagem das incis6es, segmentos depr6teses retiradas e tecidos adjacentesas pr6teses. As culturas foram feitasempregando-se a metodologia conven­cional para isolamento de bacteriasaer6bias e anaer6bias. Nas culturas paraaer6bios foi usado meio pre-enriquecidocom caldo triptico de soja. Nas culturaspara anaer6bios, meio pre-enriquecidocom infuso de cora<;ao e cerebra, suple­mentados com hemina e vitamina K. asubcultivo foi realizado em agar-sangue,sendo que para a recupera<;ao de ana­er6bios, foi tambem usada suple-men­ta<;ao com hemina e vitamina K. Aidentifica<;ao bioquimica das bacteriasisoladas seguiu a metodologia empre­gada no laborat6rio de Micrabiologia doHospital. Em seis pacientes (27,2%),todas as culturas bacteriol6gicas foramnegativas. Estes seis casos formam 0

grupo-teste do presente trabalho. as 16pacientes com culturas positivas formamo grupo-controle.

as quatro homens e duas mulheresdo grupo-teste tinham idades quevariavam de 44 a 72 anos (media de 61

CIR VASC ANGIOL 13:93-99, 1997 •

Infec90es de protese arteria is com culturas bacteriologicas negativas Ricardo C, Rocha Moreira e cols,

cult, pos, cult, neg,

12/4 4/2

58 anos 61 anos

21 meses 24 meses

4/16 2/6

12/16 5 / 6

6/16 2 / 5

16/16 5 / 6

1/1 1 o / 6

Parametro de apresenta<;:oo ( n ) cult, posit, cult, negat, p

Apresenta<;:oo precoce « 3 meses) ( 5 ) 4 1 0,44 ( N S ) §

Apresenta<;:oo tardio (> 6 meses) (17 ) 12 5 0.44 ( N S )

Febre (22 ) 11/16 3 / 6 0.38 ( N S )

Leucocitose (22 ) 14/16 4 / 6 0.32 ( N S )

V,H,S, aumentado (18 ) 11/1 3 5 / 5 0.45 ( N S )

Hemoculturas positivas (15 ) 4/12 o / 3 0.28 ( N S )

Pus pela incisoo (22 ) 10/16 3 / 6 0.25 ( N S )

Pseudoaneurisma inflamatorio (20 ) 6/15 3 / 5 0.28 ( N S )

Exposi900 do protese (20) 4/15 1 / 5 0.32 ( N S )

Fistula cutanea cronica (20) 6/15 1 / 5 0.25 ( N S )

Hemorragia pela incisoo (20) 4/15 1 / 5 0.44 ( N S )

Fistula aorto-enterica (18) 1/1 3 o / 5 0.35 ( N S )

* ( n ) indica 0 numero de casos nos quais 0 parametro foi medido ou anotado,

§ (N S ) - sem significancia estatistica

RESULTADOS

Os seis pacientes com culturasnegativas sobreviveram as reopera~6es.

Dos 16 pacientes com culturas positivas,quatro pacientes foram a 6bito nos

primeiros 30 dias ap6s tratamento

p

0.48 ( N S )5

resultaram em infec~aode pr6tese foram:4 pontes aorto-bifemorais; 1 pontefemoro-poplitea; 1 ponte aorto-a6rtica.As pr6teses infectadas foram: 5 Dacron

e 1 PTFE.

cult, negat,

142 *

cult. posit.Local Anatomico

* coxa distal (n = 1) e retroperitonio (n = 1)** aorta abdominal

Regioo inguinal(ou do trigona femoral)Outro

anos). Isquemia crftica de membroinferior foi a indica~ao cinirgica em cincocasas. 0 sexto paciente tinha urnaneurisma assintomatico da aorta

infrarenal. As opera~6es arteriais que

TABELA 2: APRESENTA<;AO CLiNICA DA INFEC<;AO

A apresen­

ta~ao clfnica dospacientes do

grupo-teste foi:

tres com pseudo­

aneurisma femo­

ral com infla­

LTA-B-E-LA~3-:-L-O-C-A-L~A-NA-T-6:-M~IC-O~D-A~IN-F-E-C-<;-A-O~~~~~~~~~---.Jma~ao local;

§ ( N S ) _ sem significancia estatistica Apenas urn paciente do grupo-

T~A~B~E~~~1-:~C~A~R~A~C~T=E=R=I~=TI=C7A=S~D=E=M70=-G'-~7'=FI-C-A-S~-C-L7IN-I-C-A-S~~~~~~~~~~~~~~~~~~~e~veumquadroclin~odeinfec~ao aguda, cerca de urn mes

ap6s 0 implante eletivo de uma

pr6tese a6rtico-a6rtica para

corre~aode urn aneurisma da aorta

infra-renal. Os demais 5 pacientes

se apresentaram com infec~6es

tardias. 0 intervalo entre 0 implante

e 0 diagn6stico de infec~ao da

pr6tese variou de urn a 44 meses

(media de 19 meses).

o grupo-teste e 0 grupo­

controle foram comparados

quanto as suas caracterfsticas

clfnicas e demograficas (tabela 1);

apresenta~ao clfnica da infec~aa

(tabela 2); local da infec~ao(tabela

3); tipo de pr6tese (tabela 4); tipo

de tratamento cinirgico da

infec~ao (tabela 5) e evolu~ao

clfnica ap6s 0 diagn6stico de

infec~aode pr6tese arterial (tabela 6). As

compara~6es foram analisadas

estatisticamente, atraves do teste t de

Student e do teste exato de Fisher. Urn

valor de p menor que 0,05 foi

considerado significativo.

. ~ CIR VASC ANGIOL 13: 93-99, 1997

Infecc;:6es de protese arteriais com culturas bacteriologicas negativas Ricardo C. Rocha Moreira e cols.

Tipo de pr6tese

Dacron

cult. posit

14

cult. negat.

5

pinfecc;ao residual, ao final do perfodo deseguimento.

PTFE expandido 2 0,45 ( N S ) DlscussAo

Tratamento Cirurgico cult. posit. cult. negat.

Retirada total do protese 13 4

- com reconstru<;ao arterial 10 4

- sem reconstru<;ao arterial 3 0

Retirada parcial do protese 3 2

TRATAMENTO CIRURGICO DA INFECC;;Ao

Infecc;5es de pr6teses arterIalS saoprocessos biologicamente complexos.Sua hist6ria natural depende do tipo depr6tese implantada, do local da infecc;ao,do estado imunol6gico do paciente eprincipalmente, do microrganismo causa­dor da infecc;a02

. 6. 14. As infecc;5es depr6teses sao classificadas, de acordocom 0 tempo de apresentac;ao clfnica, emprecoces (ate tres a quatro meses depoisdo implante) e tardias (apresentac;aovarios meses ou anos depois doimplante?,6.lu8.

As infecc;5es precoces de pr6tesesarteriais sao geralmente causadas porbacterias altamente virulentas, comoStaphylococcus aureus e os bacilosentericos gram-negativos (Escherichiacoli, Pseudomonas sp., Enterobacter sp.,Proteus Sp)2.g. II. 16. 19. Clinicarnente, essasinfecc;5es se caracterizam por sintomassistemicos de sepsis: febre, calafrios, mal­estar, inapetencia, artralgias e mialgias, echoque septic02. 6. 8. II. Localmente,podem ser observados sinais deinfecc;ao: inflamac;ao da incisao cirUrgica,formac;ao de abscesso e drenagem depus. Leucocitose, com desvio paraformas imaturas, esta invariavelmentepresente nas infecc;5es precoces depr6teses arteriais. 0 diagn6stico e quasesempre evidente. As culturas bacterio­16gicas sao geralmente positivas,identificando 0 microrganismo causador

EVOLUC;;AO CLINICA (apos as reopera<;oes)

embolia pulmonar). Estes quatro pacien­tes com 6bito precoce tinham infecc;5esque envolviam a aorta abdominal. Tardia­mente, outros cinco pacientes morreramde complicac;5es diretamente relacio­nadas as infecc;5es de pr6tese. Amortalidade relacionada a infecc;ao depr6tese foi 56,25% no grupo-controle e0% no grupo-teste (p < 0,01; teste exatode Fisher).

Dos sete sobreviventes a longo prazo,cinco foram a amputac;ao tardia demembro. As amputac;5es foram neces­sarias, depois de retirada de enxertosinfectados, tentativas frustadas dereconstruc;5es extra-anat6micas, e trata­mentos prolongados com antibi6ticos. Ataxa de amputac;ao entre os sobreviventescom culturas positivas foi 71,4 %, contra16,6 % do grupo com culturas negativas(p =0,01 ; teste exato de Fisher).

Dos 16 pacientes do grupo-controle,apenas dois estavam bem, com seusmembros preservados e sem evidencia de

TABELA 6

Evolu<;ao Clinica cult. posit. cult. negat. p

Obito precoce (durante a interna<;ao) 4/16 (25%) 0/ 6 0,02*

Obito tardio (relacionado a intec<;ao) 5/1 2 (43%) 0/ 6 < 0,01 *

Mortalidade total (relacionada a intec<;ao) 9/16 (56.2%) 0/ 6 < 0,01 *

Amputa<;ao entre os sobreviventes 5/ 7 (71.4%) 1/ 6(16,6%) 0,02*

* indica signiticancia estatistica ( teste exato de Fisher )

-

cinirgico da infecc;ao de pr6tese. Amortalidade das reoperac;5es foi 0% nogrupo-teste e 25% no grupo-controle (p= 0,04; teste exato de Fisher).

Os pacientes do grupo-teste tem sidoseguidos, por periodos que variam de29 a 98 meses (media de 54 meses). Doispacientes foram a 6bito, por doenc;acoronariana, 36 e 45 meses depois dasreoperac;5es. Um paciente desenvolveuisquemia grave do membro inferiordireito, por oclusao de uma ponte dePTFE axilo-femoral superficial. Estaponte tinha sido implantada 33 mesesantes, ap6s a retirada de um ramoinfectado de pr6tese aortobifemoral.Nao foi possfvel nova reconstruc;aoarterial e procedeu-se a amputac;ao dacoxa direita. Os dois 6bitos e a unicaamputac;ao nao tiveram relac;ao diretacom as infecc;5es de pr6tese. Em suma,os seis pacientes com culturas negativassobreviveram par perfodos prolon­gados, sem complicac;5es que pudes­sem ser atribufdas diretamente asinfecc;5es de pr6tese.

Dos 16 pacientes com culturas posi­tivas, nove foram a 6bito por compli­cac;5es da infecc;ao de pr6tese. Preco­cemente, ocorreram quatro 6bitos: doisforam intra-operat6rios e os outros doisdentro de 30 dias das reoperac;5es pararetirada de pr6tese infectada (sepsis e

TABELA 5

TABELA 4 TIPO DE PROTESE

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Infec<;:oes de protese arteria is com culturas bacteriologicas negativas Ricardo C. Rocha Moreira e cols.

da infec~ao. Raramente, as culturas saonegativas por que 0 paciente estarecebendo altas doses de antibi6ticos,que inibem 0 crescimento bacteriano emcultura2, 6,11,14. 0 tratamento envolve aretirada cinirgica da pr6tese infectada eantibioticoterapia, para control<c doquadro septico 8.10,11,13. 20, 23.

No presente trabalho, cinco pacien­tes desenvolveram infec~5es precoces:quatro tinham culturas positivas; numcasa, as culturas foram negativas. Esteultimo foi 0 unico sobrevivente a longoprazo, entre os pacientes com infec~5es

precoces.As infec~5es tardias de pr6teses

arteriais se comportam de maneiradiferente. Em geral, os microrganismosresponsaveis sao de baixa virulencia,como os estafilococos coagulase-nega­tivos (em particular, Staphylococcusepidermidis) I, 2, 3,17 e raramente, fungos9.As manifesta~5es sistemicas de infec~ao

sao em geral discretas e podem estarausentesl, 2, 3,12,15.

A infec~ao de pr6tese pode semanifestar localmente como : forma~aode urn pseudoaneurisma com ou semsinais inflamat6rios locais; drenagemcronica de secre~ao serosa ou purulentapor uma fistula cutanea; hemorragiatardia pela incisao cirurgica; e hemorra­gia digestiva por uma fistula aort9­enterica. 0 achado laboratorial mais Utilnas infec~6es cronicas e uma velocidadede hemossedimenta~ao elevada (acimade 100 mm na 1a hora)2,5,14.28.0 diagn6s-

tico de infec~ao pode ser diffcil, sendofeito apenas durante uma reopera~ao,oupor necr6psia. 0 achad? pato16gicocaracterfstico e ausencia de incorpo­ra~ao da pr6tese aos tecidos adjacentes.Pode-se tambem encontrar secre~ao

serosa, seropurulenta ou francamentepurulenta ao redor da pr6tese t, 3, 5, 25, 28.

No presente trabalho, 17 pacientesapresen taram infec~6es tardias: 12tinham culturas positivas e cinco,

negativas. Os cinco pacientes comculturas negativas tinham velocidade dehemossedimenta~ao elevada e sinais deinfec~ao de pr6tese na regiao inguinal.As cinco pr6teses supostamente infecta­das nao estavam incorporadas aostecidos adjacentes, e duas delas estavambanhadas em secre~ao purulenta. Asoutras tres estavam envoltas par umasecre~ao seropurulenta, com aspecto deagua turva.

Os achados clfnicos, laboratoriais epato16gicos dos seis pacientes do grupo­teste eram tfpicos de infec~ao de pr6tesearterial, apesar das culturas bacterio­16gicas negativas. Esta observa~ao serepete na literatura. Em todas as grandesseries de infec~5es de pr6tese arterial,as culturas sao negativas em cerca de20% dos casas l, 3,1 1,15,18,20,23,28.

A literatura mais autiga faz referenciasa cas os de "infec~5es estereis" depr6teses arteriais6,1O.12,14, 28. Na epoca,

pensava-se que estas infec~5es seriamapenas rea~5es de corpo estranho aomaterial plastico implantado. Estudoslaboratoriais e clfnicos mais recentesdemonstraram claramente que a causadas tais "infec~5es estereis" sao bacte­rias de baixa virulencia, quase sempreestafilococos coagulase-negativos, prin­cipalmente da especie Staphylococcusepidermidis, 1,3,5,16,17. Estes microorga-

nismos podem causar infec~5es emmateriais implantados, como pr6tesesvasculares, valvulas cardfacas, marca­passos, cateteres venosos de longapermanencia, e sistemas de drenagem'deliquor. Vma caracterfstica de muitascepas de estafilococos coagulase­negativos e produzir uma substanciamucinosa que envolve a coloniabacteriana, protegendo-a da a~ao dosneutr6filos, inibindo a respostaimuno16gica e inativando certosantibi6ticos. Estafilococos produtoresde mucina aderem tenazmente ao materialimplantado l7.

o cultivo de estafilococos coagulase­negativos presentes em materiais explan­tados requer tecnicas especiais I, 4, 22, 26, 29.

A tecnica mais efetiva e a "sonica~ao",

que consiste na coloca~ao do materialnuma camara de ondas ultra-sonicas, quefragmentam a camada de mucina, sepa­raudo-a do material explantado. Somentedepois da "sonica~ao"do material e quesao feitas as semeaduras em meios decultura lfquidos com enriquecimento.Estudos recentes mostram que estastecnicas especiais de prepara~ao domaterial explantado aumentam muito asensibilidade das culturas bacterio­16gicas para estafilococos coagulase­negativos 4, 22. 26, 29.

Infelizmente, as tecnicas especiaispara cultivo de estafilococos presentesem materiais explantados nao estaodisponfveis na grande maioria doslaborat6rios de Microbiologia. Nopresente trabalho, as culturas podem tersido negativas por nao dispormos demetodos mais sofisticados para coletaros estafilococos de baixa virulencia.

Vma questao importante e saber seos dois grupos do presente trabalho saorealmente comparaveis. A resposta a estaquestao se baseia na analise estatfsticado material clfnico. Os dois grupos eramestatisticamente semelhantes em todosos parametros demograficos e clfnicos.Enquanto os pacientes com culturasnegativas evolufram bern, os pacientesdo grupo-controle tiveram resultadosdesastrosos. A unica diferen~a foi 0

resultado das culturas bacterio16gicas.o problema e que 0 numero de pacientesem cada grupo e pequeno. Numerospequenos obrigam a que, na analiseestatfstica, sejam aplicados testes nao­parametricos, de baixo poder estatfs­ticon, 30. As diferen~as estatfsticas entreos dois grupos podem ser devidas aoacaso, e nao serem diferen~as reais. Paraque se pudesse aplicar testes estatistica­mente mais poderosos, seriam necessa-

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Infec<;:oes de protese arteriais com culturas bacteriologicas negativas Ricardo C. Rocha Moreira e cols.

rios pelo menos 30 pacientes em cadagrupo27. 30. Felizmente, infec~ao depr6tese arterial e urn problema infre­qtiente IS

.19 . Mesmo em servi~os com

grande volume de cirurgia arterial naosao vistos mais que tres ou quatro casospor ano. A maior serie ja publicada, quereuniu a experiencia de dois grandesservi~os, tinha 120 infec~6es depr6teses, que ocorreram ao longo de 20

PROSTHETIC ARTERIAL GRAFTINFECTIONS WITH NEGATIVEBACTERIOLOGIC CULTURES

OBJECTIVE: To test the hypoth­esis that, in prosthetic arterial graftinfections, patients with negative bac­teriologic cultures have better progno­sis than patients with positive cultures.

PATIENTS AND METHODS: Overan eight-year period, 22 patients withprosthetic arterial graft infections weretreated. Of those, six had multiplenegative bacteriologic cultures. The six

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

I. Bandyk DE Special Communication:Prosthetic infections due to bacterialbiofilms: Clinical and experimentalobservations. J Vasc Surg 13:757­758,1991.

2. Bandyk DF, Bergamini TM. Infectionin prosthetic vascular grafts. In:Rutherford RB : Vascular Surgery (4thedition), Philadelphia, WB Saunders,1995. p.588-604.

anos7. Seriam necessarias varias decadaspara se obter num unico servi~o 0 numerode casos suficiente para uma analiseestatfstica inquestionavel.

Concluindo, em infec~6es de pr6­teses arteriais, culturas negativas quasesempre representam bacterias de baixavirulencia.I' 5 Em alguns casos, a extremasensibilidade da cepa bacteriana aoantibi6tico pode inibir 0 crescimento

patients (test group) were comparedwith 16 patients with positive cultures(control group). All 22 patients werereoperated upon.

RESULTS: Local signs of infectionwere found in all six cases of the testgroup, but multiple bacteriologic cul­tures were negative. Two patients hadlate deaths from coronary artery dis­ease, unrelated to the graft infections.One patient had a lower limb amputa­tion, after late thrombosis of an axil­lary-femoral graft. Four patients are liv­ing without evidence of graft infection,from 29 to 98 months after thereoperations. In the control group, nineout of the 16 patients with positive

3. Bandyk DF, Berni GA, Thiele BL,Towne JB. Aortofemoral graftinfections due to Staphylococcusepidermidis. Arch Surg 119: 102­108,1984.

4. Bergamini TM, Bandyk DF, GovostisD, et al. Identification ofStaphylococcus epidermidisvascular graft infections: Acomparison of culture techniques. JVasc Surg 9:665-670,1989.

5. Bergamini TM, Bandyk DF,

bacteriano e tomar as culturas falsa­mente negativas6.14.16. Seja qual for aexplica~ao, a hip6tese levantada noinfcio deste trabalho provavelmenteesta correta. Os pacientes com culturasnegativas tern urn progn6stico melhorque os que tern culturas positivas. Estaconclusao deve ser confirmada paroutros estudos com maior numero depacientes.

cultures died of complications of theirgraft infections (p < 0,01) and fiveout of the seven long-term survivorshad lower limb amputations (p =

0,01 ).CONCLUSION: Patients with

negative bacteriologic cultures ofprosthetic grafts infections seem tohave a better prognosis than thosewith positive cultures. The negativecultures probably represent low-viru­lence bacteria.

KEY WORDS: Arterial occlusivediseases; bacterial infections; arterialprosthesis failure; surgical woundinfection.

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••• CIR VASC ANGIOL 13: 93-99, 1997

Infec<;6es de protese arteriais com culturas bacteriologicas negativas Ricardo C. Rocha Moreira e cols.

COMENTARIO EDITORIAL

Apesar da sua baixa prevalencia asinfec~6es das pr6teses vasculares,especialmente aquelas implantadas nosgrandes troncos arteriais, se constituemna mais catastrOfica complica~ao dacirurgia vascular. A morbi-mortalidadeque acompanha estas infec~6es imp6e aapli~a~ao de condutas agressivas emboa parte dos casos e, portanto, a enfasedeve ser dirigida as medidas profih'iticas.

o manuseio gentil dos tecidos, atecnica cirUrgica expedita, a rninimiza~ao

do sangramento, a hemostasia cuida­dosa, 0 tratamento de possiveis focossepticos no paciente e 0 uso ,judiciosode antibi6ticos profilaticos sao defundamental importfulcia para dirninuir aschances desta complica~6es.

Associado as condutas cinirgicasque visam, sempre que possivel, arevasculariza~ao das visceras ou extre­midades esta 0 uso de antibi6ticos

especificos. A indica~ao entretantoedificultada pela presen~a da florasmistas, germes que nao sao identificadosem algumas culturas ou contarnina~ao

destas culturas. 0 estafilococo coa­gulase-negativo, por exemplo, pode naoser recuperada em culturas que utilizammeios s61idos como 0 Agar-sangue e 0

Agar-sangue-s6dio azide, ja. que saomeios menos sensiveis, As Culturas emmeio liquido como 0 Tioglicolato, Trip­ticase e BHI (Blood heart infusion) saopor outro lado mais sensiveis mas menosespecificos ja que ocone freqtien­temente contamina~ao das cul-turas. Aidentifica~ao das cepas pelo seu bio­mimero, atraves do sistema semi auto­matizado VITEK, facilita a com-para~aoentre culturas seriadas e pode ajudar naidentifica~aodoes) germe (s) causal(ais).Finalmente, quando ha manifesta~6es

c1inicas de sepse ge-neralizada, ashemoculturas seriadas e analisadas pelasequipamentos mais recentes como os

automatizados BACTEC, permitem acompara~ao com as culturas obtidas doliquido peripr6tese e do tecido obtidopela curetagem da face externa e dapseudo-intima da pr6tese retinada. Osmetodos de coleta e transporte domaterial sao de fundamental importanciapara que se indique a antibioticoterapiamais adequada na tentativa de diminuiro elevado risco desta grave complica~ao

Dr. Adamastor H. PereiraPorto Alegre - RS

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