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OPINIÃO CESAR HELOU: AJUSTE FISCAL INDUSTRIALIZAÇÃO ITUMBIARA, O PORTAL DA ECONOMIA GOIANA IMPOSTOS RENEGOCIAÇÃO FISCAL ENTREVISTA ANTÔNIO LUÍS Industrial Pró www.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Dezembro 2016 – ANO VIII edição 80 PRINCIPAL ECONOMIA DA REGIÃO SUL DO ESTADO TEM ATRAÍDO, CADA VEZ MAIS, FÁBRICAS DE VARIADOS SEGMENTOS E SE DIVERSIFICADO. INDÚSTRIA REPRESENTA MAIS DE 30% DO PIB LOCAL E JÁ INFLUENCIA NA QUALIDADE DE VIDA DOS MORADORES. ESTUDO APONTA CIDADE COMO UMA DAS MELHORES DO PAÍS PARA SE VIVER E FAZER NEGÓCIOS Adial 80_Layout 1 02/12/2016 11:48 Page 1

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OPINIÃOCESAR HELOU: AJUSTE FISCAL

INDUSTRIALIZAÇÃO

ITUMBIARA, O PORTAL DA ECONOMIA GOIANA

IMPOSTOSRENEGOCIAÇÃO FISCAL

ENTREVISTAANTÔNIO LUÍS

IndustrialPró

www.adial.com.br REVISTA DE NEGÓCIOS DA ADIAL Dezembro 2016 – ANO VIII

edição

80

PRINCIPAL ECONOMIA DA REGIÃO SUL DO ESTADO TEM ATRAÍDO, CADA VEZ MAIS, FÁBRICASDE VARIADOS SEGMENTOS E SE DIVERSIFICADO. INDÚSTRIA REPRESENTA MAIS DE 30% DO PIBLOCAL E JÁ INFLUENCIA NA QUALIDADE DE VIDA DOS MORADORES. ESTUDO APONTA CIDADE

COMO UMA DAS MELHORES DO PAÍS PARA SE VIVER E FAZER NEGÓCIOS

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Expediente Editorial

O ano de 2016 está encerrando sem soluções práticas para a eco-nomia brasileira. A recessão tombou empresas, roubou empregose criou uma forte sensação de insegurança para trabalhadores eempresários. Esperávamos mais sinais de reação neste ano, mas aeconomia patinou, influenciada fortemente por uma elevada ina-dimplência do consumidor e das empresas e pelos baixos investi-mentos públicos e privados. Falta, declaradamente, uma políticaeconômica para acelerar a economia. A indústria, durante o ano,até ensaiou alguns momentos de se reequilibrar, mas não passaramde escassos movimentos que, sem um programa de crescimento,continuará apenas lampejos.

A economia goiana também pouco evoluiu em 2016. Deve,como sempre, ter um resultado melhor do que o nacional, que vaiencolher entre 3% e 3,5%. Ou seja, deve ter uma retração entre 1,5%e 2,5%. É um resultado em cadeia, que afeta a expansão dos negó-cios e abertura de novas vagas de trabalho. Goiás, que já ostentoucriar quase 100 mil empregos por ano, agora vai poder comemorarse o saldo entre admitidos e demitidos não fechar no vermelho.

Nesta edição de fim de ano, a PRÓ-INDUSTRIAL apresenta aforça econômica de Itumbiara e a influência da industrialização nodesenvolvimento da região. O material especial faz parte de umprojeto da revista que vai apresentar a força da indústria em Goiás.Ainda nesta edição, o mutirão de parcelamento de débitos tribu-tários da Sefaz-GO, a entrevista com o tributarista Antônio Luís ea venda da CELG D para a empresa italiana ENEL.

Boa Leitura, Leandro Resende. ADIAL - Rua Dr. Olinto Manso Pereira, 837, 4º andar - Ed. Rizzo Plaza, Setor Sul, Goiânia Goiás.

CEP: 74.083-060 Fone: (62) 3922-8200www.adial.com.br

SUMÁRIO

Mais um ano fraco

PRÓ-INDUSTRIAL

Pró-Industrial2

Presidente do Conselho de Administração

Cesar Helou

Vice-Presidente Financeiro Rodrigo Penna de Siqueira

Vices-Presidentes e Conselheiros Domingos Sávio Gomes de Oliveira, Valdo Mar-ques, Angelo Tomaz Landim, Maximiliani Liu-

bomir Slivnik, Vanderlan Vieira Cardoso,Ananias Jus�no Jayme, Ricardo Vivolo, Heri-

baldo Egídio da Silva, Paulo Sérgio Guimarãesdos Santos, Wilson Luiz da Costa, Marley Antô-nio da Rocha, Márcio Botelho Teixeira, Olym-

pio José Abrão, Pedro Henrique Pessoa Cunha,Sandro Scodro, Domingos Vilefort Orzil, Al-

fredo Ses�ni Filho, Carlos Luciano Mar�ns Ri-beiro, Rivas Rezende da Costa, José Alves Filho,José Carlos Garrote de Souza, Juliana Nunes,Evaristo Lira Baraúna, Romar Mar�ns Pereira,André Luiz Bap�sta Lins Rocha, Antonio Bene-

dito dos Santos e Luiz Alberto Rassi.

Diretor Execu�voEdwal Freitas Por�lho “Chequinho”

Produção e EdiçãoLeandro Resende - Contemporânea

COMERCIAL - ANÚNCIOS (62) 3922-8200 ou (62) 98287-5575

Dezembro 2016 Nº 80

Ano VIII

ESPECIAL: Indústria em Itumbiara

EMPRESAS, MARCAS E INSTITUIÇÕES CITADAS NA EDIÇÃOCelg D (2, 7, 17, 19), Sefaz (2, 17), ENEL (2, 17), IBGE (3,4),Caramuru Alimentos (4,5, 7 ),Firjan (4, 5, 7), Diagri (4, 5), Exame (5), BP (5), SJC (5), CEM (5), Usina Prima-vera (5), Goiasa (5), Cargill (5), Du Pont Pioneer (5), Louis Dreyfus (5), JBS Couros (5, 7), Stemac (5, 7, 8), Heineken (6), CSN (6) Can-Pak (6), Metalic (6) Pol-Am-Pack(6), Ministério do Trabalho (6, 16), IFG (7), UFG (7), Ulbra (7), Senai (7), Caged (6, 7), Ferronorte (7), Braspelco (7), Furnas (8), Antônio Luís Advogados Associados

(10), Nestlé (14), Vigor (14), Teuto/Pfizer (14), Mitsubishi (14), Brasil Kirin (14), Coca-Cola (15), Comigo (15), Femsa (15), Aktuellmix (15), Globo (15), TecnoShow (15),Suzuki (15), YouTube (15), Waze (15), Deloi�e (16), ADIAL Brasil (16), Confaz (16), Tribunal de Jus�ça (17), Passeio da Águas Shopping (17), BMF&Bovespa (17), Ele-

trobrás (17), BNDES (17), CelgPar (17), Madia Marke�ng School (18) e CEOS Engenharia Elétrica (20)

EDITORIAL Mais um ano fraco 2. // ESPECIAL INDUS-TRIALIZAÇÃO Itumbiara, portal da economia goiana 3-8.// NOTAS INDUSTRIAIS Pool de compras eConvalidação dos incen�vos fiscais 9.// NEGÓCIOS SEFAZfaz Mu�rão Fiscal e Celg D é vendida 12// ENTREVISTAAntônio Luís dos Santos Barros 13-15.// MARKETING &PRODUTOS Lançamentos da indústria 16-17.// LEITURALivros Empresariais 18.// OPINIÃO Cesar Helou 19//

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ESPECIAL INDUSTRIALIZAÇÃO

Pró-Industrial3

Maior exportador do Estado, município goiano na divisa com Minas Gerais se fortaleceu com a indústria

Itumbiara está localizada emponto estratégico na economia re-gional, na divisa dos Estados deGoiás e Minas Gerais, sendo oprincipal ponto de intersecçãoentre as regiões Centro-Oeste e Su-deste. Não raro, é apontado porrevistas de negócios nacionaiscomo o portal de entrada emGoiás. Entrada, quando se avaliasua posição no mapa, mas tam-bém de saída, quando o assunto éexportação. É de Itumbiara oposto de maior exportador do Es-tado. É uma via de mão dupla,aliás, sempre se destacando comoum dos maiores eixos do escoa-mento da produção agrícola doCentro-Oeste do País.

A cidade de Itumbiara, locali-zada a 206 quilômetros de Goiâ-nia, tem registrado fortecrescimento nas últimas décadaspor conta da industrialização daregião. Segundo o IBGE, a cidade,que tem por volta de 100 mil habi-tantes, é a sétima maior economiado Estado, mas com um diferen-cial que possibilita maiores ganhosfuturos que outros municípios:forte diversificação econômica. Acidade tem força agropecuária, in-dustrial, turismo, energia e comér-

Itumbiara, o portal dos negócios em Goiás

Hidrografia marca história de Itumbiara: fundação, nome da cidade, hidrovia, energia e turismo

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4 Pró-Industrial

ESPECIAL INDUSTRIALIZAÇÃO

10bilhões

movimento anual dahidrovia de produtos

de seis Estados

sual da

odutos

12%de alta

Crescimento do usoda hidrovia ao anoaté crise de 2015

cio. Economistas dividem a evolu-ção de Itumbiara em três frentes:Nos anos de 1950, motivada pelaagricultura (arroz e milho); nosanos 1970, com a chegada de Fur-nas e início da construção daUsina, em 1972, que aproveitou opotencial energético do Rio Para-naíba, que revolucionou a cidade;e, nos anos 90, com a aceleração daagroindústria, que transformou aeconomia local.

Com um Produto Interno Bruto(PIB) superior a R$ 3 bilhões,considerando os últimos dados di-vulgados pelo IBGE em 2013, a ci-dade tem uma renda per capitaacima de R$ 32 mil, bem acima damédia dos goianos, que é R$ 25

mil, e do brasileiro, que é R$ 28mil. Para o empresário AlbertoBorges, presidente da CaramuruAlimentos, o crescimento de Itum-biara foi puxado pelo desenvolvi-mento industrial, o que tornou acidade um polo regional de pres-tação de serviços.

“Com a boa empregabilidadeda juventude, a frequência nas es-colas de nível superior tornou-serotina. Com isso, a renda das pes-soas cresceu e também o padrãode vida”, destaca Alberto, apon-tando que a cidade foi escolhida,em Goiás, a melhor para se viver –segundo pesquisa e avaliação na-cional de indicadores da Federa-ção das Indústrias do Rio de

Janeiro (Firjan). A força da economia se reflete

na divisão do PIB por setor, que,aproximadamente, está 50% nosetor de comércio e serviços, 31%no industrial, 12% no setor públicoe em torno de 5% corresponde aovalor agregado da agropecuária.

A indústria da cidade tambémé abastecida, em parte, pelos mu-nicípios da região, pois Itumbiarapossui um fácil acesso ao Sul e Su-deste do País e o escoamento daprodução é facilitado. Isso é o prin-cipal fator de contribuição para aprodução, expansão e instalaçãode novas agroindústrias no Dis-trito Agroindustrial de Itumbiara(Diagri).

VALOR AGREGADO DA PRODUÇÃO

Agropecuária R$ 245 milhões

Indústria R$ 911 milhões

Comércio/Serviços R$ 1,5 bilhão

7º maior economiaentre municípios

goianos

16º maior economiaentre municípios do Centro-Oeste

210º maior economiaentre municípios

brasileiros

RANKING

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Com relação ao indicador daFirjan, Itumbiara lidera o rankingdas cidades goianas como a maisdesenvolvida. O estudo foi divul-gado na revista Exame e pesquisoumais de 5 mil cidades. No índicenacional, a cidade goiana ficou em75ª – apontada na categoria de altodesenvolvimento com 0,85 pontos,com o nível do indicador podendovariar de 0 (mínimo) a 1 (máximo).Em todas as três áreas pesquisadas,Emprego e Renda, Saúde e Educa-ção, Itumbiara se enquadrou nestacategoria. A metodologia da Firjanpossibilita observar com precisãoos avanços em cada setor por mu-nicípio.

Para o empresário Jorge Ye-

gami, diretor da ADIAL Negóciose ADIAL Corretora de Seguros, acidade ainda passa por um traumacom o recente atentado contra olíder político local, José Gomes daRocha, prefeito em vários manda-tos e que teve forte influência naatual aceleração do crescimento domunicípio. “Segundo a revistaExame, Itumbiara foi consideradauma das melhores pequenas e mé-dias cidades para se trabalhar eviver, com IDHM de 0,752”, des-taca Jorge.

O empresário destaca que a suaposição geográfica favorável, dis-tante apenas 730 quilômetros dosgrandes centros consumidorescomo São Paulo, tem sido o princi-

pal fator de contribuição para a ex-pansão e instalação de novasagroindústrias no Diagri. “Há des-taque para a indústria de Bioener-gia, como BP, SJC, CEM, UsinaPrimavera, Goiasa e Usina Alvo-rada; gordura vegetal, como Car-gill; Sementes de milho e soja,como a Du Pont-Pioneer; tradingde commodities, como LouisDreyfus; processadora de couros,como JBS; e, geradores de energia,como a Stemac. Além, claro, da Ca-ramuru, que atua de forma diver-sificada: exportadora de soja,biodiesel, alimentos, óleos vegetaise rações animais”, destaca Jorge, ci-tando alguns exemplos de negó-cios instalados na cidade.

Pró-Industrial5

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6 Pró-Industrial

O parque industrial deItumbiara já é expressivo, sedestacando por ser diversifi-cado, com fábricas de médio egrande portes de vários se-tores. Mas o município se des-taca ainda por ter recebido,nos últimos anos, parte dosprincipais investimentos pro-dutivos no Estado.

Um destes empreendimen-tos está em andamento, que éa construção da fábrica de cer-veja da Heineken do Brasil,que vai receber ao todo R$ 650milhões em investimento egerar 650 empregos entre dire-tos e indiretos. O presidenteda empresa no Brasil, DidierDebrosse, destaca que será omaior investimento da em-presa no País – que investiráR$ 1 bilhão em três anos.

A previsão da Heineken éque já esteja produzindo em2018 na fábrica de Itumbiara,que tem capacidade de produ-zir 3,5 milhões de hectolitrospor ano para atender aos mer-cados das regiões Centro-Oeste, Nordeste e tambémMinas Gerais, além de comple-mentar os demais mercados.

A fábrica de Itumbiara seráinstalada numa área de 870mil metros quadrados, a cercade 15 quilômetros do Centroda cidade. A construção daplanta ocupará apenas 40% doterreno, preservando a áreaverde local. A empresa in-

forma que todas as medidasde última geração serão adota-das por ela para causar o mí-nimo impacto ambiental,trazendo índices de referênciamundial de consumo de águae energia elétrica e térmica.

LATASTambém anunciou investi-

mentos em Itumbiara a Can-Pack, fabricante de latas,alumínios e embalagens, quejá está em franca construção,com investimento de R$ 270milhões, com a geração de 660empregos na cidade. Líder daempresa Can-Pack, PauloCésar Teixeira Duarte Filhodisse que encontrou em Goiástudo o que almejava: segu-rança jurídica, desburocratiza-ção e eficiência naadministração.

Can-Pack foi criada em1992, na cidade polonesa daCracóvia, como uma subsidiá-ria da Pol-Am-Pack, com sedepara a produção de latas dealumínio, com uma capaci-dade de 330 ml e tampas dealumínio de fácil abertura SOT206. Há alguns meses, a Can-Pack comprou da CSN, porUS$ 98 milhões, a empresa deembalagens Metalic, o que for-talece a presença da empresaeuropeia no Brasil, sendoGoiás um dos principais cen-tros de produção do grupo dogrupo para a América Latina.

ESPECIAL INDUSTRIALIZAÇÃO

NOVAS FÁBRICAS AMPLIAMFORÇA DA INDÚSTRIA

EmpregoSaldo de admitidos e demitidos por ano. Fonte: Caged

2007

1.995

2009

218

2011

1.842

2013

624

2015

- 1.365

2016

-798

Renda e mercado de trabalhoEmpregos formais registrados e remuneração

2007

2009

2011

13.026

2014

2015

13.257

2016*

VAGAS ABERTAS

15.977

16.435

12.545

9.683

INDÚSTRIA

SERVIÇOS

COMÉRCIO

7.426

SETOR PÚBLICO

AGROPECUÁRIA

8.315

CONSTRUÇAO

EMPREGOS POR SETOR, Ministério do Trabalho

7.189

3.950

1.322

638

*Acumulado de janeiro a outubro

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7 Pró-Industrial

ECONOMIA LOCAL TEM MAISDE 5.500 EMPRESAS FORMAIS

Centenas de empresas buscamse instalar em Itumbiara para aten-der a demanda das grandes indús-trias locais. Hoje o município temmais de 5.500 empresas formais,segundo o Caged, e cria em tornode 1 mil empregos mensalmente.Na sua região, representa 30% detodos empregos gerados. Com acrise, o número de desligamento éna mesma proporção. No total, so-mente em Itumbiara, são mais de25 mil trabalhadores registrados.Na região, onde sua força econô-mica tem grande influência, sãomais de 20 mil empresas e quase80 mil trabalhadores empregados.

Para o diretor de Finanças eOperação da Stemac, ValdoMarques, a cidade de Itumbiaraestá numa localização privile-giada, que facilita o escoamento daprodução para os extremos doPaís. “Além disso, Itumbiara contacom escolas de ensino profissiona-lizante e graduação de alto níveltécnico, cabendo destacar o Senai,IFG, UFG e Ulbra, que entregaanualmente centenas de profissio-nais qualificados ao mercado detrabalho.”

São pontos bastante significati-vos e que acabam por atrair os in-teresses de investidores para acidade, destaca Valdo Marques.

E cada vez mais a cidade deItumbiara se destaca por suaforça empresarial. Basta ressaltarque a expansão das exportaçõescolocou a maior empresa da re-gião, com matriz no município,

a Caramuru Alimentos a amea-çar - e em alguns momentos su-perar - a histórica liderança daestatal Celg, que tem matriz emGoiânia, da empresa com maiorfaturamento do Estado.

A Caramuru é pioneira na in-dustrialização e profissionalizaçãonão apenas de Itumbiara, mas deGoiás. Fundada em 1964, ainda noParaná, migrou sua matriz paraGoiás - um movimento que depoisseria comum e repetido por mil-hares de empresas, e alcançaria,recentemente, faturamento anualsuperior a R$ 3 bilhões.

A Caramuru é reconhecidacomo uma das maiores empresasde capital nacional no processa-mento de alimentos e construiuuma operação logística das maiseficientes do País, com uso detransportes rodoviário; da hidro-via Paraná-Tietê; e, o ferroviáriopor meio da Ferronorte (mais de10 locomotivas e 300 vagões). ACaramuru Alimentos, conside-rando todas suas unidades, em-prega mais de 2,7 mil pessoas.

A JBS Couros é também umgrande destaque local, como umadas maiores geradoras de em-prego da região, com mais de1.200 vagas em Itumbiara - onde oGrupo JBS adquiriu a Braspelco,desde a década passada uma daslíderes exportadora do produto. Ogrupo entrou no segmento de cou-ros em 2009, logo se tornando umlíder global do setor, com 21 uni-dades fabris (17 delas no Brasil).

“Itumbiara temuma economia dinâmica e rica

em negócios. É umaterra de grandes

empreendedores”Cesar Helou,

presidente da ADIAL

“Itumbiara foi escolhida, em

Goiás, a melhorcidade para se

viver”Alberto Borges,

presidente da CaramuruAlimentos destacando o

recente indicador da Firjan

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ESPECIAL INDUSTRIALIZAÇÃO

8 Pró-Industrial

A história de Itumbiara co-meça em 1824, quando o generalCunha Matos, nomeado um anoantes pelo governo central comocomandante de armas emGoiás, instalou na região o Portode Santa Rita do Paranaíba e quetinha como objetivo atender apassagem da estrada que ligavaa cidade de Anhanguera, emGoiás, a Uberaba (São Pedro deUberabinha ou Farinha Pobre),em Minas Gerais. Objetivo davia era alcançar Bomfim, hojeSilvânia. O período imperial noBrasil havia sido instalado doisanos antes.

O surgimento da cidade estáamplamente ligado à economia.Primeiro, pela questão logística,ou seja, abertura de estrada. Se-gundo, que o governo queriausar a estrada, que forçava apassagem pelo Rio Paranaíba,divisa de Goiás e Minas Gerais,para criar um posto de arrecada-ção de rendas.

Aos poucos, surgiu um pe-queno povoado na região. Osmoradores construíram uma ca-pela, nomeada de Santa Rita.Em sua homenagem, o lugarejopassou a ser chamado de Porode Santa Rita. Virou distrito em1852, como Santa Rita do Para-naíba, tornando-se município sóem 1909, pelo então governadorUrbano Coelho de Gouveia. E,por fim, se tornou cidade em1915, e comarca, em 1918. Onome de Itumbiara, que batizoua cidade, origina do tupi-gua-

rani e significa “caminho da ca-choeira”.

HIDROGRAFIANão apenas no nome indí-

gena, mas a hidrografia temmuito a ver com Itumbiara. A ci-dade está localizada na Bacia doRio Paraná, que, por sua vez,pertence à Região Hidrográficado Paraná. Os rios que passampor Itumbiara são os rios Para-naíba, dos Bois e Meia-Ponte –todos muito presentes na cul-tura goiana e que fartamente ir-riga o município.

Por possuir um enorme po-tencial energético, por conta doRio Paranaíba, foram construí-das no território de Itumbiaragrandes Usinas Hidrelétricas,dentre elas a Usina Hidrelétricade Itumbiara, a maior usina hi-drelétrica de Furnas CentraisElétricas S.A., que forma o lagoartificial. Além da hidrovia(Tietê-Paraná) e da energia, aságuas de Itumbiara tambémmovimentam o turismo local.

O ecoturismo é forte na re-gião. A região do lago da Re-presa de Itumbiara – quecorresponde a duas Baías daGuanabara – é muito utilizadapara encontros de pescadorese equipes de pesca esportiva.Além de várias modalidadesde esportes aquáticos, o local édestacado por revistas especia-lizadas como o 2º melhor lugardo País para pesca esportivado tucunaré.

HISTÓRIA DA CIDADE LIGADA À ECONOMIA

“Estamos muito felizes com a

decisão de transfe-rir nossa fábrica para Itumbiara”

Valdo Marques,diretor de Finanças e

Operações da Stemac

“A indústria responde por parteda economia deItumbiara e vem ganhando espaço nos úl�mos anos”

Jorge Yegami,diretor da ADIAL Negócios e ADIAL Corretora de Seguros

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Pró-Industrial9

Muito se tem dito sobre a criseeconômica e política que o Paísatravessa, PIB negativo que seprolonga por trimestres seguidosgerando recessão em todos ossegmentos, altas na taxa dedesemprego, fechamento deempresas, somados a uma certainstabilidade internacional,variações cambiais e baixa dascommodities, são ingredientes deum cenário comparado somente àsgrandes crises da história. Énecessário que o planejamento e asações não sejam somenteindividuais ou internas, pois omercado globalizado exige quetodos os elos da cadeia atuem deforma conjunta, com sinergia efortalecendo um ao outro.

No ano de 2016, durante asvárias reuniões da ADIAL,ADIAL Log e do CFO Program, osgestores da entidade e executivosdas empresas buscaram ouvirtodos os problemas apresentados,demandas e sugestões dasempresas para, de forma conjunta,encontrar soluções capazes deatender aos anseios e, também, deultrapassar os resultadosesperados, auxiliando nasuperação da atual criseeconômica.

Nesse sentido, durante osúltimos seis meses e em conjuntocom a Deloitte, a ADIAL realizouum intenso trabalho delevantamento de informaçõesjunto a algumas associadas, parao planejamento e execução dopool de compras da entidade,projeto que recebeu o nome deSaving Mais.

Foram várias reuniões de

trabalho que contaram com aparticipação de algumasassociadas, por meio de seusdiretores financeiros e membrosda cadeia de suprimentos.

“Todos sabemos, por inúmerasexperiências, que a força e asinergia existentes nos laços dasassociadas da ADIAL atuam nadefesa da economia e na geraçãode empregos. Essa força agoraserá, também, utilizada para arealização de compras coletivas”,destacou Edwal Portilho‘Chequinho‘, diretor-executivo daADIAL.

A Saving Mais será umaferramenta utilizada para atingiros objetivos principais que visam àgeração de caixa e à redução decustos e despesas. Mas, ao mesmotempo, terá a capacidade demovimentar fortemente omercado cliente/fornecedor,dando fôlego e o tempo necessáriopara ultrapassar este momentoeconômico.

A Saving Mais também estaem negociação com instituiçõesfinanceiras, e fontes outras defunding, em busca da melhorparceria para oferecer o queestamos denominando de CapitalAlternativo, por meio dooferecimento de linhas de créditocom taxas atrativas para asempresas e fornecedores quefizerem parte do pool de comprasda ADIAL.

As operações da Saving Maisserão iniciadas ainda naprimeira quinzena desse mês dedezembro. A página na internettem o seguinte endereço:www.savingmais.com.br.

NOTAS INDUSTRIAIS

ADIAL monta ‘pool’ de compras

Dados divulgados pelo Ministério do Tra-balho revelam que Goiás gerou 4.473 novospostos nos primeiros dez meses e caminha parafechar o ano com saldo positivo. Mesmo dianteda retração econômica que passa o País, Goiásacumula de janeiro a outubro deste ano o se-gundo maior saldo de criação de novas vagaspelo mercado formal do País.

Goiás lidera na geração de emprego

Convalidação dos incentivos em pauta

Em reunião com presidente da Câmara dosDeputados, Rodrigo Maia, com o apoio dogovernador Marconi Perillo, e organizada pelodeputado Alexandre Baldy, empresários de todoPaís, coordenados pela ADIAL Brasil,reforçaram a importância da aprovação, atémeados deste mês, do PLP 54, que convalida asconcessões dos incentivos fiscais dos Estados.Rodrigo Maia informou que apenas ogovernador de São Paulo, Geraldo Alckmin,tem restrições sobre mudar a unanimidade dosvotos no Confaz.

O governador Marconi, o deputado Baldy e aADIAL Brasil explicaram que a mudança doquórum do Confaz, que está na proposta, é porapenas seis meses, considerada importante paradar celeridade nas deliberações iniciais dasconcessões. A proposta é governadores doNorte, Nordeste e Centro-Oeste.

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12 Pró-Industrial

Ao abrir no último dia 28 o Muti-rão da Negociação Fiscal, a secretáriada Fazenda, Ana Carla Abrão Costa,estimou em 60 mil o número de contri-buintes goianos que devem negociardívidas de ICMS, IPVA e ITCD com aPasta até o dia 9 de dezembro, quandoo Mutirão, em parceria com o Tribunalde Justiça, termina. “O nosso objetivoprincipal é conceder a possibilidade,dar a oportunidade para que o maiornúmero de contribuintes goianospossa regularizar sua situação com ofisco estadual”, destacou.

Ana Carla destacou as facilidadesoferecidas pelo programa atual comoo desconto de 98% nas multas, 50% dedescontos nos juros, para pagamentoà vista e o parcelamento do débito ematé 60 meses. O mutirão está sendorealizado ainda em 11 Delegacias Re-gionais de Fiscalização localizadas nointerior, em cidades-polos. A secretária

lembrou que o atendimento pela inter-net pode ser realizado por meio do siteda Sefaz www.sefaz.go.gov.br.

De acordo com Ana Carla, “a mo-tivação primeira do Mutirão é atendero maior número de pessoas para queos contribuintes entrem em 2017 regu-lares com o fisco e, portanto, possamtocar seus negócios, a sua vida, semaquela marcação de ter o nome inscritona Serasa, sem estar negativado com oprotesto e, portanto, tenham a sua re-gularidade fiscal”. Usando colete azul,igual ao dos servidores que atuam nomutirão, a secretária circulou pelamanhã entre os vários estandes daSefaz instalados no Passeio das ÁguasShopping. Ela estimou a receita dacampanha em RS 100 milhões em pa-gamentos à vista e até R$ 400 milhõesem pagamentos parcelados, quepodem chegar até a 60 meses.

A estrutura da Sefaz no Passeio das

Águas Shopping conta com mais de 50guichês e atuação de cerca de 120 ser-vidores para atender contribuintes emdébito de ICMS e ITCD até 30 de junhode 2016, e do IPVA, até 2015. Foraminstalados 29 guichês para parcela-mento das dívidas; seis para atendi-mento fiscal – onde serão feitos osautos de denúncia espontânea paraque o contribuinte possa parcelar a dí-vida; 15 guichês do Detran, um paraprotesto (cartório) e outro para conta-doria judicial. Há ainda três mesaspara atendimento de cobrança qualifi-cada da Gerência de Recuperação deCréditos, com atendimento com dia ehora marcados para os contribuintesque receberam convite para participardo Mutirão e, ainda, cinco mesas paraconciliação judicial das execuções fis-cais tributárias, com a presença dejuízes e procuradores para realizaçãodas audiências.

Sefaz realiza Mutirão daNegociação Fiscal até dia 9

SECRETÁRIA PREVÊ ATENDIMENTO A 60 MIL CONTRIBUINTES NO MUTIRÃO E RECUPERAÇÃO DE R$ 400 MILHÕES

NEGÓCIOS

O leilão da Celg D, distribuidoraque atende o estado de Goiás, ocorreuna manhã do último dia 30, na sede daBMF&Bovespa, em São Paulo. Aempresa é controlada pela Eletrobras(50,93%) e pelo governo de Goiás, viaCelgPar (49%). Este será o primeiropacote de privatizações anunciado pelogoverno de Michel Temer.

A Celg Distribuição foiarrematada pela empresa italianaEnel Brasil, no leilão de privatizaçãoocorrido hoje na sede da BM&F, em

São Paulo, com ágio de 28,03% e valorde R$ 2,187 bilhões.

A venda da Celg D está sendotratada como o primeiro teste demercado para o Programa de Parceriasde Investimentos (PPI) do governofederal, que também prevê a venda ouconcessão de 34 projetos nas áreas deenergia, aeroportos, rodovias, portos,ferrovias e mineração. Os editais deleilões de quatro aeroportos, previstospara o primeiro trimestre de 2017foram lançados no mesmo dia.

O leilão da Celg D foi coordenadopelo Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social(BNDES), e anteriormente havia sidoagendado para 19 de agosto, noentanto, foi adiado pela falta deinteressados. O banco não informouquantos grupos de investidoresapresentaram proposta de compra daempresa, mas no último dia 28, oministro de Minas e Energia, FernandoCoelho Filho, disse que ao menos umaproposta foi apresentada.

Celg D é vendida para empresa italiana por R$ 2,1 bilhões

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Michal Gartenkraut

ENTREVISTA

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“Não há segurança paragrandes investimentos”

ANTÔNIO LUÍS DOS SANTOS BARROSAdvogado tributarista, escritor e empresário

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Oadvogadotributa-rista An-tônio Luísdos San-tos Bar-ros, da

Antônio Luís Advogados Asso-ciados, aponta que o poder pú-blico precisa, além de fazer odever da casa, ser previsível,reduzindo a insegurança jurí-dica para estimular investi-mentos produtivos. AntônioLuís, que além de advogado éempresário, escritor, contador eex-auditor da Receita Federal,destaca que os industriaisgoianos sofrem com constantesalterações na legislação in-terna dos programas de incen-tivos e a pressão da oposiçãode outros Estados aos mesmosprogramas. O tributarista des-taca que o momento é de incer-teza, tanto político quantoeconômico ou jurídico, nãocriando ambiente favorávelpara grandes investimentos.Confira a seguir os principaistrechos da entrevista que aPRÓ-INDUSTRIAL fez comAntônio Luís:

O País enfrenta há quase doisanos uma recessão técnica, en-colhendo seguidamente há vá-rios trimestres. Temos váriosefeitos para os negócios, entreeles, o desajuste das empresas,pois as receitas despencaram e,com a inflação, as despesas su-biram. Como este desequilíbriotem afetado as empresas?

Esse desequilíbrio afeta direta-

mente as empresas, pois o longoperíodo de recessão, com reduçãode vendas, acompanhado de taxainflacionária elevada, reduz a ren-tabilidade das empresas porqueelas não conseguem repassar todosos custos para o consumidor, quea cada dia tem sua renda compro-metida, achatada, consumindomenos. Já estamos há alguns anoscom taxa de juro elevada. Ora,isso desestimula os investimentosno setor produtivo, pois é muitomais seguro e rentável especularno mercado financeiro do que in-vestir na produção.

O setor público contribuimuito pouco para melhorar oambiente de negócios. Neste ce-nário, o que deveria ser o indu-tor do crescimento, acaba tendoefeito contrário, com ações fis-calistas e, em alguns Estados,muito agressivas?

O setor público poderia contri-buir muito, desburocratizando, pro-movendo investimentos eminfraestrutura e, ainda, simplifi-cando o sistema tributário nacional.Hoje, com infinidade de modelos de

tributação, aliado à guerra fiscal,tudo isso traz um ambiente de abso-luta insegurança jurídica. O Estadoprecisa ser previsível e, acima detudo, fazer o dever de casa, cortandogastos, promovendo as reformas ne-cessárias para viabilizar os investi-mentos.

Em Goiás, além das ações fis-calistas naturais para o períodode crise nas contas públicas,ainda se convive com o temor de ações que travem os incentivosfiscais. Como o senhor vê aquestão dos incentivos fiscais eprevê, se possível, que tipo desolução futura?

Os incentivos fiscais goianos,sem nenhuma sombra de dúvida,mudaram a cara de Goiás. Hoje éum Estado industrializado, mas,por outro lado, constantemente ogoverno tenta mudar as regras dojogo, seja exigindo contrapartidasfinanceiras das empresas para pror-rogação de benefício e instituindooutras contribuições não previstasinicialmente nos programas. Comose não bastasse as constantes alte-rações levadas a cabo na legislação

interna, alterando regimes, as em-presas ainda convivem com um fan-tasma constante que é a oposição deoutros Estados, mediante a glosados créditos originários de Goiás.Essa é uma questão que deve ser re-solvida urgentemente, pois os riscosembutidos nas operações interesta-duais são enormes e criam um am-biente de incerteza.

Como as empresas devematuar, tributariamente, em pe-ríodos como o atual, de baixa li-quidez e custos em elevação?

“É um bommomento

para dar inícioàs boas

prá�cas degestão”

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Devem ter uma boa gestão fiscal,buscando todas as possibilidades le-gais de planejamento, embora acada dia haja menos espaços pararedução da carga tributária.

Os investimentos tiveramqueda neste período. Muitosempresários apontam que o mo-mento de turbulência é a melhorhora para, quando se tem condi-ções, investir. Este movimento,de empresários que buscam boasoportunidades, está ocorrendono Estado?

Sinceramente, não percebo ummovimento consistente nessa dire-ção. Estamos em um momento deincertezas, tanto no mercado in-terno como no externo, penso quenão há segurança para grandes in-vestimentos. O ambiente políticotambém não tem contribuído paraafastar a instabilidade que ronda opaís. A cada dia surge fatos novos,que afetam negativamente a previ-sibilidade necessária ao ambiente denegócios.

Como as sociedades se com-portam em período de crises:ocorrem mais dissolução, vendade negócios ou estagnação nomercado de compra e venda deempresas? A crise é uma pressãoextra sobre as sociedades?

Salvo raras exceções, o momentoatual não é favorável à venda de em-presas, pois a precificação do negó-cio está muito atrelada à capacidadeque a empresa tem de geração decaixa e rentabilidade, o que não estáfácil no momento. É certo que al-gumas aquisições de oportunidadetêm ocorrido, mas definitivamentenão é o momento mais propício a

esse tipo de negócio.

O compliance e a lei anticor-rupção devem modificar o cená-rio da gestão das empresas napróxima década? Como issoocorrerá?

Sim, as boas práticas de gestãodevem se intensificar, porque a cadadia as empresas serão mais cobradaspor isso. Além do mais, o elevadorisco desestimula o desvio deconduta. Acho que a operação “lavajato” tem mostrado ao país o quantoé importante agir conforme a lei. Ocompliance traz mais segurançapara os investidores e já é larga-mente adotada pelas empresas comações listadas em bolsa. Enfim, éum bom momento para dar início àsboas práticas de gestão. No tocanteà corrupção, penso que o bom em-presário, em geral, nunca quis ado-tar essa prática, o problema é queisso é uma cultura enraizada emcertos setores, a ponto de inviabili-zar a atuação daqueles que não ade-rem à tal prática.

Hoje, vejo que os últimos acon-tecimentos, aliados ao estabeleci-mento de penalidades mais severas,vão ajudar as pessoas a dar umbasta a tudo isso. É muito mais fácilvocê dizer não a alguém quando setem justificativa forte. Ora, se aquestão ética não resolve, mostra-seo risco econômico e penal para o su-jeito que ainda insiste nas velhaspráticas.

Os gestores e seus departa-mentos jurídicos estão se prepa-rando para este futuro?

O Brasil é muito heterogêneo.Em alguns Estados os departamen-tos jurídicos já estão em estágio depreparação mais avançado, mas na

era da internet as coisas acontecemmuito rapidamente, logo, terá umaabrangência maior.

Quais são as expectativas dosenhor para 2017?

Se o Brasil aprovar as reformas,especialmente a previdenciária e atrabalhista, e os Estados fizerem odever de casa, ajustando suascontas, penso que as perspectivasserão melhores, e o País poderá ini-ciar um movimento de crescimento,mas ainda muito pequeno nesse pri-meiro momento. O certo é que osagentes públicos precisam pensarem melhorar a gestão. As pessoasnão aguentam mais custear uma es-trutura pesada, sem contrapartidaem investimentos virtuosos, quecontribuam para tornar os negóciosmais competitivos. Hoje tudo enca-rece nossos produtos, seja em decor-rência de encargos sociais etributários elevados, seja pela preca-riedade da malha viária, portuária eaeroviária.

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“Estamos emum momento de

incertezas, (...)penso que nãohá segurançapara grandes inves�mentos”

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MARKETING & PRODUTOS

Vigor

Teuto

A Nestlé apresenta nova embalagem, emedição limitada, que reúne os quatrochocolates favoritos do público: KitKat Mini,Prestígio, Alpino e Suflair. Com o nome de4Me, o lançamento contém nove unidadesdos deliciosos bombons, que poderão serdegustados em pequenas porções. Parafacilitar o armazenamento, a embalagem doproduto vem com um zíper.

A Vigor apresenta uma versão limitada do seuQueijo Parmesão Faixa Azul para as festas de finalde ano: uma embalagem “baby”, de 2,5 quilos.Segundo a marca, o lançamento passa a ser maisuma opção de presente nesse fim de ano, devidosua embalagem personalizada de lata de aço.“Esta é uma época em que as pessoas têm ocostume de confraternizar, por isso pensamos emoferecer uma versão miniatura do nossotradicional parmesão”, explica Luis Bueno,responsável pela unidade de queijos da Vigor. “Estamos falando de um produtoartesanal, que se caracteriza pela exclusividade e pelo ineditismo. Além de ser umpresente diferenciado, as pessoas ainda podem usá-lo como elemento decorativo namesa de Natal. Isso demonstra charme e originalidade”, diz o executivo A ediçãoespecial do Parmesão Baby Faixa Azul ficará à venda até 31 de dezembro de 2016.

Pró-Industrial

Lançado em agosto deste ano, o ‘De primeira’reforça a cultura do Laboratório Teuto/Pfizer de fazercerto da primeira vez. Em dezembro, a equipe começaa receber as premiações do primeiro trimestre daação, e a indústria comemora os resultados emexpansão, excelência produtiva e qualidade contínua.Atualmente, o maior complexo farmacêutico daAmérica Latina conta com mais de 3,5 milcolaboradores diretos. A ação engloba mais de 2,4 milfuncionários das áreas produtivas e de qualidade e, nopróximo mês, a equipe receberá um cartão-presente,que pode ser usado em vários estabelecimentos.

A Brasil Kirin, uma das maiores produtoras debebidas do País, ampliará o portfólio de algumasde suas principais marcas de refrigerantes, comnovidades nas linhas Viva Schin e Viva Schin Pop.A partir de dezembro, Viva Schin sabor uvacomeçará a ser comercializado na versão 2 litros.Além disso, Viva Schin Pop, lançado em abrildeste ano em embalagem de 2 litros, serávendido também nas versões 1 litro. Asnovidades refletem o compromisso dacompanhia com o segmento de bebidas nãoalcoólicas e com as variadas ocasiões de consumodos produtos Viva Schin.

No ano em que celebra seu 18ºaniversário, a Mitsubishi Cup vaisurpreender os competidores comnovidades. O rali cross-country develocidade mais tradicional do País chegaà maioridade apresentando o calendário2017 com provas dinâmicas e repletas dedesafios inéditos. Serão realizadas seteetapas em que, além do cross-country de velocidade, as duplas, formadas por pilotos enavegadores, vão encarar também rallycross, modalidade que mescla piso de asfalto e terracom carros largando lado a lado; provas de endurance cross-country, com maiorquilometragem e tempo; endurance em terródromo também com largada lado a lado; "timeattack" em kartódromo, com disputas de tempo, e ainda uma prova noturna.

Mitsubishi Brasil Kirin

Nestlé

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O Novo Vitara já chegou ao Brasil e está chamando a atenção nas redes sociais. Em menosde uma semana, o filme comercial já ultrapassa a marca de 1 milhão de visualizações noYouTube.A animação mostra como o carro combina o estilo de vida com a rotina do seu dono,destacando os principais atributos do SUV e usando diversas técnicas, como ilustração, sketch,3D, papercraft e recorte. Foram incorporadas referências variadas, como os desenhos destoryboard do videoclipe do A-ha, para a música "Take on me", paisagens do artista DounierRosseau, no cenário animado onde percorre o carro, a linguagem lúdica que remete à identidadevisual do aplicativo Waze, e coreografia de Busby Berkely, na dança dos automóveis.

Suzuki

Por mais um ano, a Coca-Cola escolheuo Parque do Ibirapuera, o maior da cidadede São Paulo, para levar sua mensagemnatalina aos consumidor. Nesse sábado, 26,a marca inaugura oficialmente a Árvore deNatal do Ibirapuera e a Caravana de Natal.Os projetos foram realizados pela Coca-ColaFEMSA em conjunto com a Prefeitura deSão Paulo. Inspirada no tema da Gratidão, aÁrvore procurou envolver a comunidade emsua elaboração , em uma iniciativa paratransmitir a ideia de colaboração e uniãodurante as festas natalinas. Projeto criado eexecutado pela agência Aktuellmix, a Árvoredeste ano tem 35 metros de altura e 16 dediâmetro e contará com lâmpadas de LEDem sua iluminação, que emitirá diversascores diferentes todas as noites.Outrodiferencial da decoração será uma bola deneve gigante, que ficará instalada ao ladoda árvore. Com 5 metros de diâmetro, oGlobo terá neve artificial e comportará atécinco pessoas de uma vez, que poderão tera sensação de brincar na neve e registrar asimagens com fotos.

Coca-Cola

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O INVESTIDOR INTELIGENTEMaior consultor de investimento do século XX, Benjamin Graham ensinou einspirou pessoas de todo o mundo. O conceito de “valor de investimento”protegia os investidores de erros substanciais e os ensinou a desenvolverestratégias de longo prazo, fazendo com que “O investidor inteligente” setornasse a Bíblia do mercado de ações desde sua primeira publicação, em 1949.

LEITURA EMPRESARIAL

NEGOCIAÇÃOHá centenas de livros que tratam do tema negociação, de renomados autores nacionais e

internacionais; entretanto, se algo lhe chamou atenção neste livro é porque você sabe quenegociação em projetos tem suas particularidades, pois não é competitiva e transcende questões

exclusivamente financeiras. Portanto, se isso vai ao encontro de seus anseios e necessidadesprofissionais ou se você quer saber mais sobre este tema, leia este livro, que apresenta situações

reais nas negociações com as diversas partes interessadas (stakeholders) de projetos.

CRISE FISCAL E MONETÁRIACompreender questões fiscais e monetárias já não é privilégio de especialistas. A partir da denúncia quelevou ao impedimento da presidente Dilma Rousseff, expressões inusitadas, como “pedaladas fiscais”,“monetização da dívida pública através das compromissadas”, “perdas com swaps cambiais”, “inchaço dacarteira de títulos do Banco Central e da conta única do Tesouro Nacional”, passaram a dominar osnoticiários, sugerindo haver algo muito errado com as políticas fiscais e monetárias do país. Para tornaresse assunto acessível a não especialistas, este livro reúne autores de peso, como Fernando HenriqueCardoso, André Lara Resende, Arminio Fraga Neto, Edmar Bacha, Fabio Giambiagi, entre outros.

TENDÊNCIAS PARA VENDER EM 2017Este livro é resultado de um trabalho sistemático e permanente do corpo de consultores doMadiamundomarketing, mapeando, rastreando, compilando, organizando e analisandoinformações, com o objetivo de identificar as mais importantes tendências do marketing edos negócios para os próximos anos. Informações publicadas e divulgadas em todo omundo no correr dos anos de 2015 e 2016. Seu conteúdo conta com a colaboraçãoinestimável de todos os alunos da Madia Marketing School, assim como de todas asempresas clientes do Madiamundomarketing no processo de discussão, validação e seleçãodessas tendências.

MARKETING DE CONTEÚDOEste livro é sobre o presente e o futuro do marketing! Esta leitura pretende expandir sua mente, te

ajudar a conectar os pontos, te mostrar como trabalhar como gente grande que está na vanguarda domercado. Vamos falar sobre o marketing de conteúdo em todas as suas formas, cores e sabores.

Planejamento, tráfego, geração de leads, vendas, tecnologia, ferramentas, métricas e muito mais. Sevocê ainda não entendeu o poder do Marketing de Conteúdo, a hora é agora!

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OPINIÃO

O ajuste fiscal começa pela despesa

Que o País vive uma longa recessãoeconômica de origem fiscal, que afeta di-retamente o setor produtivo, não se dis-cute. E que a solução engloba váriasações para tentar romper este atraso emadministração pública, construído du-rante décadas, também é indiscutível. OPaís, que enfrenta este alongado períodorecessivo, exige maior consciência e em-penho para romper com toda essa cul-tura equivocada de administrar o bempúblico, repleta de regras e esquemasque privilegiavam grupos específicos,mas sem buscar o bem-estar coletivo.

A sociedade precisa se proteger,construir mecanismos que garantamuma gestão de qualidade, transparente eequilibrada. A grande dificuldade écomo sair do discurso e do debate ideo-lógico para reconstruir a base de cresci-mento do País. Se atualmente o Brasiltombou em razão das contas públicas de-bilitadas, que afetou diretamente a im-plantação de uma agressiva políticaeconômica de recuperação, o caminhopara se reerguer passa pelo forte ajustefiscal de todo setor público brasileiro.

A maior crise da história da economiabrasileira, já apontada por vários econo-mistas, não será superada apenas commedidas paliativas, como sempre se fez.Desta vez, o caso é mais grave, a crise éresistente a “retoques e maquiagens”. Agrande dúvida da sociedade brasileirahoje é se os agentes que participaram de-cisiva ou indiretamente da construção doproblema vão ter a capacidade ou inte-resse em assumirem um novo papel, deserem agentes de transformação da ges-tão pública no País.

Pelo menos o ano de 2016 vai se en-cerrar, se não com soluções definitivas,com alguns encaminhamentos, como oinício da privatização de estatais e umalei que inibe expansão da despesa pú-blica acima da inflação.

Este modelo de reduzir diretamenteo gasto público é defendido abertamentepelo setor produtivo para um futuro pos-

sível para a gestão pública brasileira. Senão mudar o rumo, o País vai entrar emcolapso. Nas empresas, nos reorganiza-mos. A crise deu uma balançada e modi-ficamos muitos processos internos, masvamos sair melhor da crise. Os governosainda patinam, apesar de alguns regis-trarem pequenas melhorias.

Só para fazer uma reflexão, no casode Goiás, são 166.730 servidores, entreativos e inativos. É um peso demasiado.Se fosse uma cidade, seria a 7ª mais po-pulosa do Estado entre as 246 existentes.Destes, menos 70 mil são efetivos e estãona ativa e cerca de 60 mil aposentados –os demais são comissionados. A contanão fecha agora e, para o futuro, previ-sões são ainda piores.

Para alcançar o equilíbrio com as re-ceitas e promover investimentos emáreas sociais e de infraestrutura, é ur-gente uma ampla redução das despesasoperacionais – mesmo porque, a históricasolução utilizada, via elevação da cargatributária, se tornou um sério e flagranteimpeditivo ao crescimento econômico.Ao contrário do que prega o discursoideológico, a privatização não é umaperda para a sociedade. Um governo tervárias estatais atrapalha mais sua gestãodo que beneficia a missão primordial daadministração pública, que é servir e pro-teger o cidadão.

Para um governo, seja municipal, es-tadual ou federal, ter estatais significacargos e mais um caixa para tomar conta.Já são dois problemas a menos para a co-munidade, pois parte significativa doscargos é ocupada por indicações muitopolíticas e pouco técnicas. Quanto a partefinanceira, as estatais historicamente sãoum caso crônico de déficit, endivida-mento e corrupção. Nos últimos anos, asestatais deixaram as páginas de Econo-mia dos veículos de comunicação eforam parar nas páginas policiais.

Estes dois fatores, altamente prova-dos e comprovados, são suficientes paraimpedir qualquer pessoa de bom senso

de defender o Estado comandando em-presas. O papel do setor público não é ode tocar a operação, mas cuidar da regu-lação, ter regras e fiscalizar a atuação dasconcessionárias.

A privatização da Celg é um acerto.Ter um operador privado, vai possibilitarum diálogo melhor da empresa com seusclientes. A sociedade pode cobrar inves-timentos e melhor manutenção, pois aempresa vai compreender que sua ex-pansão levará a mais negócios e clientes,além de inibir reclamações, que com-põem os indicadores de desempenhoque pesam sobre o setor, que podem, in-clusive, afetar a aplicação de reajustes fu-turos e até na continuidade da concessão.

Em 2016, o avanço da PEC do tetodos gastos públicos, que estabelece que aelevação de gastos da União não poderácrescer acima da inflação do ano anteriorpelos próximos 20 anos, é um alento. Ga-star sem responsabilidade é fácil. Gover-nantes fizeram isso por décadas, semlimites ou regras. Hoje, muitos Estados emunicípios estão à beira da falência.Aprovada e sancionada, a nova lei trarácritérios, exigirá mais profissionalismo nagestão e controle, inibirá o excesso de“apadrinhados” políticos, reajustes sala-riais absurdos e o desvio e desperdício derecursos públicos. Se não seguir esta car-tilha básica de boas práticas de adminis-tração, que por este motivo desagrada amuitos, o gestor público não terá condi-ções de cumprir a nova lei.

O que sobra de 2016 é a esperança devoltar a crescer no próximo ano - neste asempresas e a economia encolheram denovo - e a expectativa dessa busca porcontas públicas dentro da realidade, comum plano de privatizações e medidasque limitem o crescimento das despesas.A ADIAL deseja a você e sua família boasfestas e um próspero e feliz 2017.

efef nder o Estado comanaa danaa do em

Cesar Helou é empresário e presidente da ADIAL

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