indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

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Artigo Técnico 131 Eng Sanit Ambient | v.18 n.2 | abr/jun 2013 | 131-138 Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua aplicação no Aeroporto Internacional de Viracopos, Campinas, São Paulo Indicators for solid waste management in airports and their application at Viracopos International Airport, Campinas, São Paulo, Brazil Thales Andrés Carra Engenheiro Ambiental pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Mestre em Geologia Regional pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP – Rio Claro (SP), Brasil. Fabiano Tomazini da Conceição Geólogo pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Mestre em Geociências. Doutor em Geologia Regional pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP . Professor adjunto I da UNESP – Rio Claro (SP), Brasil. Bruno Bernardes Teixeira Engenheiro Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP). Mestrando em Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil. Resumo Considerando o contexto atual de valorização da questão ambiental, os objetivos deste trabalho foram propor e aplicar indicadores para avaliar o gerenciamento de resíduos sólidos em aeroportos. Para tanto, foram elaborados 17 indicadores sobre geração, armazenamento, transporte, coleta e destinação de resíduos sólidos. Estes foram aplicados no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no estado de São Paulo. Os resultados obtidos no estudo apresentaram desempenho de 2,9, em uma escala de um a cinco, caracterizado como regular. Posteriormente, foram analisadas as principais fragilidades no gerenciamento dos resíduos no Aeroporto Internacional de Viracopos, bem como a identificação de boas práticas e soluções ambientais para o desenvolvimento das atividades do empreendimento. Dentre as estratégias de manejo sugeridas, destacam-se a adequação de áreas para armazenamento de resíduos, a implantação de coleta seletiva e a realização de compostagem. Palavras-chave: resíduos sólidos; aeroportos; gerenciamento ambiental. Abstract Taking into account the current context about environmental concern, the main purposes of this research were to develop and apply indicators in order to evaluate waste residues management in airports. As a result, 17 indicators related to generation, storage, transportation, collection, and solid waste disposal were created. These were applied in Viracopos International Airport, in Campinas, São Paulo State, Brazil. The results obtained in the study had a 2.9 performance, in a scale from one to five, characterized as regular. Posteriorly, the main weaknesses in waste residues management were analyzed in such Airport, as well as good practices and solutions were identified. The highlighted management strategies suggested were the adjustment of areas for waste storage, recycling, and residues composting. Keywords: waste residues; airports; environmental management. Endereço para correspondência: Professor Dr. Fabiano Tomazini da Conceição. Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento (DEPLAN) – IGCE/ UNESP – Campus de Rio Claro – Avenida 24 A, 1.515 – 13506-900 – Rio Claro (SP), Brasil – E-mail: [email protected] Recebido: 08/02/12 – Aceito: 15/04/13 – Reg. ABES: 224

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Page 1: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

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131Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores para a gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos e sua aplicaccedilatildeo no Aeroporto Internacional

de Viracopos Campinas Satildeo PauloIndicators for solid waste management in airports and their application at

Viracopos International Airport Campinas Satildeo Paulo Brazil

Thales Andreacutes CarraEngenheiro Ambiental pela Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo (UNESP) Mestre em Geologia Regional pelo Instituto de Geociecircncias e

Ciecircncias Exatas (IGCE) da UNESP ndash Rio Claro (SP) Brasil

Fabiano Tomazini da ConceiccedilatildeoGeoacutelogo pela Universidade Estadual Paulista ldquoJuacutelio de Mesquita Filhordquo (UNESP) Mestre em Geociecircncias Doutor em Geologia Regional pelo Instituto de

Geociecircncias e Ciecircncias Exatas (IGCE) da UNESP Professor adjunto I da UNESP ndash Rio Claro (SP) Brasil

Bruno Bernardes TeixeiraEngenheiro Ambiental pela Universidade de Satildeo Paulo (USP) Mestrando em Engenharia Civil Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de

Campinas (UNICAMP) ndash Campinas (SP) Brasil

ResumoConsiderando o contexto atual de valorizaccedilatildeo da questatildeo ambiental os objetivos deste trabalho foram propor e aplicar indicadores para avaliar o

gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos Para tanto foram elaborados 17 indicadores sobre geraccedilatildeo armazenamento transporte coleta e

destinaccedilatildeo de resiacuteduos soacutelidos Estes foram aplicados no Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas no estado de Satildeo Paulo Os resultados

obtidos no estudo apresentaram desempenho de 29 em uma escala de um a cinco caracterizado como regular Posteriormente foram analisadas as

principais fragilidades no gerenciamento dos resiacuteduos no Aeroporto Internacional de Viracopos bem como a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees

ambientais para o desenvolvimento das atividades do empreendimento Dentre as estrateacutegias de manejo sugeridas destacam-se a adequaccedilatildeo de aacutereas

para armazenamento de resiacuteduos a implantaccedilatildeo de coleta seletiva e a realizaccedilatildeo de compostagem

Palavras-chave resiacuteduos soacutelidos aeroportos gerenciamento ambiental

AbstractTaking into account the current context about environmental concern the main purposes of this research were to develop and apply indicators in order to evaluate

waste residues management in airports As a result 17 indicators related to generation storage transportation collection and solid waste disposal were

created These were applied in Viracopos International Airport in Campinas Satildeo Paulo State Brazil The results obtained in the study had a 29 performance

in a scale from one to five characterized as regular Posteriorly the main weaknesses in waste residues management were analyzed in such Airport as well

as good practices and solutions were identified The highlighted management strategies suggested were the adjustment of areas for waste storage recycling

and residues composting

Keywords waste residues airports environmental management

Endereccedilo para correspondecircncia Professor Dr Fabiano Tomazini da Conceiccedilatildeo Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento (DEPLAN) ndash IGCEUNESP ndash Campus de Rio Claro ndash Avenida 24 A 1515 ndash 13506-900 ndash Rio Claro (SP) Brasil ndash E-mail ftomazinircunespbrRecebido 080212 ndash Aceito 150413 ndash Reg ABES 224

132 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional tambeacutem realiza a regulamenta-

ccedilatildeo e a fiscalizaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos com vistas agrave reduccedilatildeo

dos riscos zoossanitaacuterios e fitossanitaacuterios Como exemplo o Manual de

Procedimentos Operacionais da Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional

anexo da Instruccedilatildeo Normativa 362006 deste Ministeacuterio estabelece a

obrigatoriedade de tratamento em zona primaacuteria (ou seja no interior

do siacutetio aeroportuaacuterio) dos resiacuteduos orgacircnicos a bordo de aeronaves no

tracircnsito internacional (BRASIL 2006)

Dentre as obrigaccedilotildees impostas pelos oacutergatildeos de meio ambiente e

sauacutede aos administradores de aeroportos inclui-se a elaboraccedilatildeo de

um plano de gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos (PGRS) Este tem

como objetivo apontar e descrever accedilotildees relativas ao manejo de resiacute-

duos soacutelidos contemplando os aspectos referentes a todas as etapas

da gestatildeo dos resiacuteduos desde a geraccedilatildeo ateacute a disposiccedilatildeo final Diante

deste cenaacuterio e considerando o contexto atual de preservaccedilatildeo am-

biental a complexidade no gerenciamento de resiacuteduos em aeroportos

requer que qualquer instacircncia da administraccedilatildeo aeroportuaacuteria natildeo

negligencie essa questatildeo

Dessa maneira surge a necessidade da administraccedilatildeo aeropor-

tuaacuteria e das partes interessadas serem alertadas quanto aos diferentes

aspectos ambientais associados agrave gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos nos ae-

roportos para que possam atuar pronta e objetivamente no controle

e na minimizaccedilatildeo de seus impactos Neste contexto o uso de indi-

cadores torna-se um instrumento que auxilia a administraccedilatildeo aero-

portuaacuteria a identificar os aspectos ambientais significativos e as opor-

tunidades a fim de melhorar a gestatildeo dos resiacuteduos possibilitando a

apresentaccedilatildeo desses resultados de maneira acessiacutevel ao puacuteblico e aos

responsaacuteveis pelas tomadas de decisatildeo

Por meio dos indicadores pode-se entatildeo coletar os dados para

avaliar o status do desempenho da gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos e

identificar onde as melhorias satildeo necessaacuterias Entretanto a grande

dificuldade em se avaliar o desempenho na gestatildeo dos resiacuteduos em

um aeroporto constitui-se na elaboraccedilatildeo dos indicadores na indis-

ponibilidade de dados para comparaccedilatildeo com outras empresas e na

dificuldade em se obter um desempenho global Portanto o pre-

sente estudo teve como objetivo desenvolver indicadores para ava-

liar o desempenho da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos e

aplicaacute-la no Aeroporto Internacional de Viracopos Campinas Satildeo

Paulo bem como propor medidas para a melhora contiacutenua deste

empreendimento

Aspectos gerais do Aeroporto Internacional de Viracopos

Localizado a aproximadamente 18 km do centro de Campinas

e a 95 km do centro de Satildeo Paulo o Aeroporto Internacional de

Viracopos Campinas no estado de Satildeo Paulo foi fundado em 1930

a partir da construccedilatildeo de uma pista de pouso rudimentar utilizada pe-

los paulistas na Revoluccedilatildeo de 1932 (WALM 2008) Segundo o Plano

Introduccedilatildeo

Entende-se por resiacuteduo aeroportuaacuterio que eacute tambeacutem denominado

de resiacuteduo de serviccedilos de transportes (BRASIL 2010) todo aquele soacutelido

ou semissoacutelido que resulta de atividades especiacuteficas de origens diversas

(industrial domeacutestica hospitalar comercial agriacutecola de serviccedilos e var-

riccedilatildeo) desenvolvidas dentro das fronteiras dos aeroportos ou a bordo de

aeronaves que a eles se destinam (OACI 1996) De maneira anaacuteloga agrave

Norma Brasileira (NBR) 100042004 ficam incluiacutedos nesta definiccedilatildeo

os lodos provenientes dos sistemas de tratamento de esgoto e aqueles

gerados em equipamentos e instalaccedilotildees para controlar poluiccedilatildeo

Por ser um ponto no qual aleacutem da passagem ocorre o armazena-

mento de resiacuteduos oriundos de aacutereas distantes e exoacuteticas os aeroportos

configuram-se como locais estrateacutegicos dos pontos de vista sanitaacuterio

e ambiental (CORDEIRO BARBOSA DUARTE 2000) Assim o ge-

renciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos possui grande com-

plexidade e se natildeo for bem realizado pode gerar diversos impactos

negativos tais como a contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua a veiculaccedilatildeo de

doenccedilas e os elevados custos para reversatildeo dos problemas

Segundo Pitt Brown e Smith (2002) alguns aeroportos produ-

zem volumes de resiacuteduos equivalentes a pequenas cidades causando

significantes impactos nas regiotildees em que estatildeo situados Entretanto

a questatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos tem

tido pouco destaque quando comparada a outros temas como emis-

sotildees atmosfeacutericas e ruiacutedo encontrando-se poucos autores que abor-

dam o assunto dentro e fora do Brasil

No entanto a legislaccedilatildeo brasileira dispotildee de um conjunto de re-

soluccedilotildees e normas que tratam sobre o assunto com destaques para

a Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)

051993 a Resoluccedilatildeo de Diretoria Colegiada da Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) 562008 e a NBR 8843 (ABNT 1996)

que fornecem diretrizes sobre as boas praacuteticas no gerenciamento de

resiacuteduos soacutelidos em tais locais Ambas as resoluccedilotildees fornecem diretri-

zes miacutenimas para cada etapa do gerenciamento dos resiacuteduos soacutelidos

em aeroportos e incluem as obrigaccedilotildees e os responsaacuteveis pelo cumpri-

mento das disposiccedilotildees previstas nesses regulamentos Desse modo os

resiacuteduos aeroportuaacuterios satildeo classificados em cinco grupos conforme

os riscos gerados e o respectivo tipolocal de geraccedilatildeo a saber

bull GrupoAapresentamriscobioloacutegico(geradoabordodeaerona-

ves ambulatoacuterios e terminais de carga)

bull GrupoBapresentamriscoquiacutemico(geradoemaacutereasindustriais

e de manobras como oacuteleos lacircmpadas de mercuacuterio e baterias)

bull GrupoCmateriaisradioativosoucontaminadoscomradioisoacutetopos

bull GrupoDresiacuteduocomum

bull Grupo E perfurocortante (lacircminas agulhas ampolas de vidro

e escalpes)

Para aeroportos internacionais com tracircnsito de passageiros eou car-

gas o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento por meio da

133Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Diretor do Municiacutepio de Campinas o aeroporto localiza-se na chama-

da Macrozona 7 intitulada ldquoAacuterea de Influecircncia Aeroportuaacuteria (AIA)rdquo

ilustrada na Figura 1 Esse local inclui tanto o aeroporto como sua aacuterea

de expansatildeo aleacutem dos bairros do seu entorno e estaacute sujeito aos im-

pactos das operaccedilotildees aeroportuaacuterias Parte dessas aacutereas eacute caracterizada

como rural e apresenta infraestrutura urbana precaacuteria reduzido poten-

cial para expandir o saneamento baacutesico restriccedilotildees ambientais para cap-

taccedilatildeo na Bacia do Rio Capivari-Mirim onde o aeroporto estaacute inserido e

sistema viaacuterio descontiacutenuo (STRUCHEL CAPPA BERNARDO 2008)

Apoacutes diversas obras e instalaccedilotildees de equipamentos o Aeroporto

de Viracopos foi homologado para operaccedilotildees internacionais em 1960

Desde 1995 a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria

(INFRAERO) realiza investimentos para melhorias nos terminais

de cargas e passageiros A primeira fase foi inaugurada no primeiro

semestre de 2004 quando o aeroporto passou a contar com novas

salas de embarques desembarques aacutereas puacuteblicas e concessotildees co-

merciais Em 2005 foi entregue a ampliaccedilatildeo do terminal de passa-

geiros Como resultado dos investimentos e considerando o esgota-

mento da capacidade do Aeroporto de Satildeo PauloCongonhas e do

Aeroporto Internacional de Satildeo PauloGuarulhos em dezembro de

2008 Viracopos passou a operar mais voos de passageiros o que

alavancou o nuacutemero de embarques quintuplicando a quantidade de

passageiros embarcados de 2008 a 2010

Atualmente em termos nacionais o Aeroporto Internacional

de Viracopos eacute o 12ordm em embarque de passageiros o segundo em

movimentaccedilatildeo de cargas e o primeiro em valor agregado o que faz

com que assuma grande importacircncia na cadeia de produccedilatildeo da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas (INFRAERO 2011) Aleacutem disso as proje-

ccedilotildees do Plano Diretor do aeroporto colocam Viracopos como o maior

da Ameacuterica Latina com previsatildeo para o atendimento de 50 milhotildees de

passageiros e 23 milhotildees de toneladas de carga ateacute 2025 ou seja apro-

ximadamente dez vezes a mais o movimento de 2010 (WALM 2008)

Com relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos o Aeroporto Internacional

de Viracopos estaacute inserido na bacia do Rio Capivari-Mirim inte-

grante da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos nordm 5 ndash

PiracicabaCapivariJundiaiacute (PCJ) reunindo as Bacias Hidrograacuteficas

dos rios Piracicaba Capivari e Jundiaiacute A bacia do Rio Capivari com

aproximadamente 180 km de extensatildeo situa-se na margem direita

do Rio Tietecirc sendo os rios Capivari e Capivari-Mirim seus principais

cursos drsquoaacutegua Sua aacuterea eacute caracterizada pela intensa ocupaccedilatildeo por

atividades antroacutepicas com predomiacutenio do cultivo da cana-de-accediluacutecar

(40 da aacuterea) seguido pelas pastagens pelo cultivo de milho cafeacute e

feijatildeo aleacutem da ocorrecircncia de reflorestamentos e atividades hortifruti-

granjeiras (STRUCHEL et al 2008) Satildeo significativas as aacutereas urbanas

densamente ocupadas existentes a montante da aacuterea do empreendi-

mento Os principais usos da aacutegua satildeo para os abastecimentos puacuteblico

e industrial e respectivo afastamento de efluentes e irrigaccedilatildeo de plan-

taccedilotildees A aacuterea do aeroporto eacute atravessada em sua porccedilatildeo central pelo

Coacuterrego Ribeiratildeo Viracopos que desaacutegua na margem esquerda do Rio

Capivari-Mirim

Figura 1 ndash Aacuterea de influecircncia aeroportuaacuteria Macrozona 7 (CAMPINAS 2006)

MACROZONA 7

Itupeva

Indaiatuba

Corpos drsquoaacutegua

MZ 2

MZ 3MZ 8MZ 9

MZ 1

MZ 4

MZ 5

MZ 6MZ 7

VegetaccedilatildeoVaacuterzeasMalha UrbanaRodoviasFerroviasLimite do MuniciacutepioPerimetro Urbano 0 1500 3000

134 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

Sobre o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em 2010 foram

geradas aproximadamente 100 toneladas por mecircs no Aeroporto

Internacional de Viracopos das quais aproximadamente 97 da

massa correspondem aos resiacuteduos dos Grupos A e D gerados prin-

cipalmente nos terminais de passageiros e cargas e pelas companhias

aeacutereas a bordo das aeronaves (INFRAERO 2011) Dos resiacuteduos pe-

rigosos gerados no aeroporto destaca-se o grande volume daqueles

infectantes em 2010 ou seja aproximadamente 38 toneladasmecircs-1

Deste total 55 satildeo provenientes da forraccedilatildeo de baia do terminal de

cargas vivas e 44 satildeo resiacuteduos de bordo de aeronaves sendo o res-

tante gerado no ambulatoacuterio meacutedico do terminal de passageiros No

que diz respeito aos resiacuteduos com risco quiacutemico em 2010 destaca-se

a geraccedilatildeo de aproximadamente 540 unidades por mecircs de lacircmpadas

fluorescentes inserviacuteveis e 0830 toneladasmecircs-1 de baterias tracio-

naacuterias utilizadas em empilhadeiras As quantidades de resiacuteduos de

aacutereas verdes e construccedilatildeo civil natildeo foram estimadas neste aeroporto

Materiais e meacutetodos

Para a gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de um aeroporto este trabalho

propocircs uma metodologia baseada na NBR 140312004 e na meto-

dologia do Carbono SocialTM ndash Social Carbon (REZENDE amp MERLIN

2003 SANTOS 2008) Dessa maneira esta se baseia na elaboraccedilatildeo

e na aplicaccedilatildeo de indicadores que priorizam os criteacuterios ambientais e

tem como avaliaccedilatildeo o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos Sua des-

criccedilatildeo e aplicaccedilatildeo foram desenvolvidas em quatro etapas seguindo o

modelo gerencial PDCA (Plan ndash Planejar Do ndash Fazer Check ndash Checar

e Act ndash Agir) para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental (ADA) como

ilustrado na Figura 2

A primeira etapa (planejar) consistiu em selecionar e elaborar os

indicadores com base no levantamento dos principais aspectos relacio-

nados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos Para isso

realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre o assunto seguido

de consultas a documentos teacutecnicos como manuais normas planos e

programas ambientais em aeroportos brasileiros Com base nos dados

bibliograacuteficos levantados foram criados indicadores para representar

cinco condiccedilotildees que recebem uma pontuaccedilatildeo desde o pior cenaacuterio ateacute

a condiccedilatildeo ideal Assim o desempenho caracterizado como ruim re-

cebe o iacutendice ldquo1rdquo criacutetico ldquo2rdquo regular ldquo3rdquo satisfatoacuterio ldquo4rdquo e bom ldquo5rdquo

Tais indicadores foram elaborados considerando os desempenhos ge-

rencial e operacional da organizaccedilatildeo bem como a condiccedilatildeo ambiental

do aeroporto relacionada ao gerenciamento dos resiacuteduos soacutelidos Dessa

maneira eles abordam diferentes possiacuteveis cenaacuterios sobre geraccedilatildeo ar-

mazenamento transporte coleta tratamento e destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

soacutelidos considerando os diferentes tipos e grupos de resiacuteduos aleacutem do

esforccedilo organizacional para o correto gerenciamento e para a mitigaccedilatildeo

do impacto ambiental associado

Na segunda etapa (fazer) houve a aplicaccedilatildeo da ADA no Aeroporto

Internacional de Viracopos por meio do levantamento das informa-

ccedilotildees para aplicar indicadores pela coleta de dados em entrevistas e vi-

sitas de campo Esta etapa contemplou ainda a conversatildeo dos dados

obtidos comparando-se a caracteriacutestica apresentada pelo empreendi-

mento com os possiacuteveis cinco cenaacuterios para cada indicador O cenaacuterio

que apresentou maior semelhanccedila com a caracteriacutestica do indicador foi

selecionado e seu respectivo iacutendice atribuiacutedo Os indicadores e respec-

tivos cenaacuterios propostos satildeo apresentados na Tabela 1

Na terceira e na quarta etapas (checar e agir) foram analisadas as

principais fragilidades no gerenciamento dos resiacuteduos no Aeroporto

Internacional de Viracopos Para isso adotou-se o modelo de pres-

satildeo-estado-resposta (OECD 2001) que se baseia em trecircs frentes a

pressatildeo do homem o estado do meio e a resposta da sociedade ser-

vindo para identificar os provaacuteveis impactos ambientais e definir as

estrateacutegias de manejo de maneira a estabelecer boas praacuteticas ambien-

tais para o aeroporto analisado

Resultados e discussatildeo

Com base nos resultados do levantamento dos atuais procedimen-

tos para gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos foi possiacutevel atribuir os iacutendices aos indicadores propostos

neste trabalho os quais satildeo apresentados na Tabela 1

Como se pode observar pelos valores dos iacutendices atribuiacutedos apre-

sentados na Tabela 1 o desempenho ambiental do aeroporto em rela-

ccedilatildeo ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos pode ser considerado regu-

lar pois obteve meacutedia aritmeacutetica de 29 Embora o tema em questatildeo

natildeo apresente indicadores com desempenho bom 76 deles mos-

traram iacutendices regular ou satisfatoacuterio As variaacuteveis que apresentaram

melhor desempenho satildeo relacionadas agrave reduccedilatildeo na geraccedilatildeo coleta e

transporte de resiacuteduos soacutelidos Por outro lado aquelas referentes agrave

coleta seletiva solidaacuteria lacircmpadas inserviacuteveis resiacuteduos de aacutereas ver-

des e da construccedilatildeo civil apresentaram os piores desempenhosFigura 2 ndash Etapas para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental ndash ADA (ABNT 2004)

Planejar

Fazer

Elaboraccedilatildeo e seleccedilatildeo dosindicadores para a ADA

Checar e Agir

Coleta de dados

Anaacutelise e conversatildeo de dados

Avaliaccedilatildeo da Informaccedilatildeo

Resultados

Anaacutelise criacutetica e melhoriada ADA

135Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Tabela 1 ndash Indicadores e resultados para avaliaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional de Viracopos

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Plano de ge-renciamento de resiacuteduos soacutelidos

3O aeroporto natildeo dispotildee de um PGRS

O aeroporto dispotildee de um PGRS sem atualizaccedilatildeo haacute mais de cinco anos

O aeroporto dispotildee de um PGRS atuali-zado por menos de cinco anos no entan-to menos da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e mais da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e todas as accedilotildees propostas foram executadas

Reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de resiacute-duos soacutelidos1

4 IRSge15 1ltIRSlt15 IRS=1 05ltIRSlt1 IRSle05

Armazenamento de resiacuteduos dos Grupos A e D

3

O aeroporto natildeo possui contecircineres para armazenamen-to de resiacuteduos que ficam diretamente sobre o solo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res mas a disposiccedilatildeo eacute direta no solo em local descoberto ou sem impermeabilizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armazenados em contecircineres mas a disposiccedilatildeo natildeo eacute direta no solo mas em local descoberto ou sem impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res o local eacute coberto e possui impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armaze-nados em contecircineres o local eacute coberto possui im-permeabilizaccedilatildeo e sistema para limpeza

Contaminaccedilatildeo cruzada

3Os resiacuteduos peri-gosos natildeo satildeo segre-gados dos demais

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais mas haacute evi-decircncias de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigo-sos satildeo segregados dos demais mas haacute risco aparente de contaminaccedilatildeo

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados e arma-zenados em ambientes separados e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Higienizaccedilatildeo dos contecircineres (Grupo A e D)

3

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteodos superiores a um mecircs e natildeo haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteo-dos superiores a um mecircs e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados mensalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados quinzenal-mente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higieni-zados semanalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Coleta (comum e infectante)

4

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada em periacuteodo superior a dois dias

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada a cada dois dias

A coleta dos resiacute-duos eacute realizada uma vez por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada duas vezes por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada mais de duas vezes por dia

Tratamento dos resiacuteduos de bor-do (Grupo A)

3

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos comuns

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos perigosos

Os resiacuteduos rece-bem tratamento mas o tipo de tratamento natildeo eacute previsto pelo MAPA e pela ANVISA

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA mas ocorre em zona secundaacuteria

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA em zona primaacuteria

Transporte de resiacuteduos

4

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo natildeo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela AN-VISA e o transporte externo natildeo eacute reali-zado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais per-mitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos por sistemas automatizados de coleta

Resiacuteduos co-muns

4

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos co-muns satildeo enviados a lixotildees ou dispostos irregularmente

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterro em vala

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos comuns satildeo desti-nados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados aos sistemas de reaproveitamento

Coleta seletiva solidaacuteria

2

Os materiais reci-claacuteveis gerados no aeroporto natildeo satildeo segregados dos demais

Menos de 30 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

De 30 a 50 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Entre 51 a 70 dos ma-teriais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associa-ccedilotildees ou cooperativas

Mais de 70 dos mate-riais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Resiacuteduos contendo oacuteleos tintas e lubrifi-cantes

3

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo sendo destinados de forma inadequada

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo mas satildeo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais cobertos e com contenccedilatildeo por mais de 30 dias sendo destinados a empresas especializa-das no tratamento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais co-bertos e com contenccedilatildeo de 15 a 30 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais cober-tos e com contenccedilatildeo por menos de 15 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

136 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

1 IRS geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo analisado geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo anterior

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Pneus inserviacuteveis

3

Os pneus natildeo satildeo enviados para reutilizaccedilatildeo ou reci-clagem mas ficam armazenados por periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo tritura-dos e enviados para aterros sanitaacuterios mas ficam armazenados em periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo envia-dos para reutilizaccedilatildeo ou reciclagem mas ficam armazenados por periacuteodos superio-res a 12 meses

Os pneus satildeo enviados para reciclagem e ficam armazenados por periacuteodos inferiores a 12 meses

Os pneus satildeo devolvidos aos fabricantes e ficam ar-mazenados em periacuteodos inferiores a seis meses

Lacircmpadas usadas

2

As lacircmpadas natildeo satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a seis meses

As lacircmpadas satildeo devol-vidas aos fabricantes e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a seis meses

Baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis

3

As baterias satildeo dispostas em lixotildees ou natildeo haacute controle sobre o destino

As baterias satildeo dis-postas em aterros de resiacuteduos comuns

As baterias satildeo desti-nadas a aterros de Classe I

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos superiores a dois meses

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a dois meses

Resiacuteduos de aacutereas verdes

1

A administraccedilatildeo aeroportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em bota--foras no interior do siacutetio aeroportuaacuterio

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em valas

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em aterros sanitaacuterios

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria destina os resiacuteduos em usinas de compostagem

A administraccedilatildeo aeropor-tuaacuteria realiza composta-gem dos resiacuteduos em aacuterea interna ao aeroporto

Resiacuteduos da Construccedilatildeo Civil

2

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular proacuteximas a corpos drsquoaacuteguas

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular mas natildeo haacute indiacutecios de degrada-ccedilatildeo do solo ou aacutegua

O aeroporto possui aacutereas com armaze-namento temporaacuterio adequado mas natildeo haacute segregaccedilatildeo dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazena-mento temporaacuterio ade-quado haacute segregaccedilatildeo e reciclagem mas natildeo haacute reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazenamento temporaacuterio adequado haacute segregaccedilatildeo reciclagem e reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

Disposiccedilatildeo em bota-fora

2

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio e o passivo encontra-se no local

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e natildeo recebeu tratamento

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no inte-rior do siacutetio aeropor-tuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e recebeu tratamento

Natildeo ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas passivos anteriores encontram-se no local

O aeroporto natildeo dispotildee de aacutereas de bota-fora em toda aacuterea patrimonial

Iacutendice meacutedio 29

Tabela 1 ndash Continuaccedilatildeo

Com o objetivo de avaliar qualitativamente e quantitativamente

os resiacuteduos gerados o Aeroporto Internacional de Viracopos atua-

lizou no iniacutecio de 2011 seu PGRS Os resultados quantitativos da

geraccedilatildeo de resiacuteduos apontaram um aumento de 57 da massa total

gerada em 2010 em relaccedilatildeo a 2009 Entretanto quando relacionada

com o movimento de aeronaves a quantidade de resiacuteduos decresceu

96 em relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo

Quanto ao armazenamento intermediaacuterio dos resiacuteduos dos

Grupos A e D (infectante e comum respectivamente) evidenciou-se

a presenccedila de contecircineres especiacuteficos para cada um dos dois grupos

(branco e verde para os Grupos A e D respectivamente) e natildeo foi

observada disposiccedilatildeo direta sobre o solo Entretanto no local onde

ocorre a segregaccedilatildeo dos resiacuteduos de bordo de aeronave foi possiacutevel

identificar falta de cobertura e impermeabilizaccedilatildeo do piso No mes-

mo ponto os contecircineres para resiacuteduos infectantes e comuns satildeo alo-

cados sem separaccedilatildeo fiacutesica por paredes ou distacircncias suficientes para

que o risco de contaminaccedilatildeo cruzada seja minimizado

A higienizaccedilatildeo de tais recipientes eacute realizada a cada 30 dias A la-

vagem eacute feita por meio de um lavador de contentores moacutevel instalado

sobre um caminhatildeo Essa operaccedilatildeo acontece no interior de uma cacircmara

fechada do lavador de contentor por meio de aacutegua e alta pressatildeo aditiva-

da com produtos desengordurantes e bactericidas Nesse procedimento

os resiacuteduos soacutelidos ficam em uma cacircmara fechada no proacuteprio caminhatildeo

e posteriormente satildeo retirados e encaminhados ao aterro sanitaacuterio

O efluente eacute despejado na estaccedilatildeo de tratamento de esgoto do aeroporto

A coleta dos resiacuteduos apoacutes o armazenamento intermediaacuterio eacute rea-

lizada trecircs vezes ao dia Apoacutes tal processo os infectantes satildeo enviados

para tratamento teacutermico pela teacutecnica de micro-ondas em zona secun-

daacuteria (aacuterea externa ao aeroporto) Segundo o Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento satildeo admitidos trecircs tipos de tratamento para os

resiacuteduos de bordo de aeronaves incineraccedilatildeo autoclavagem (133ordmC com

3 bar por 20 minutos) e hidroacutelise alcalina (BRASIL 2006) Atualmente

o Aeroporto Internacional de Viracopos dispotildee de uma autoclave mas

o equipamento ainda natildeo foi licenciado e o local de instalaccedilatildeo necessita

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (1996) Aeroportos ndash gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos NBR 8843 Rio de Janeiro 4 p

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Page 2: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

132 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional tambeacutem realiza a regulamenta-

ccedilatildeo e a fiscalizaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos com vistas agrave reduccedilatildeo

dos riscos zoossanitaacuterios e fitossanitaacuterios Como exemplo o Manual de

Procedimentos Operacionais da Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional

anexo da Instruccedilatildeo Normativa 362006 deste Ministeacuterio estabelece a

obrigatoriedade de tratamento em zona primaacuteria (ou seja no interior

do siacutetio aeroportuaacuterio) dos resiacuteduos orgacircnicos a bordo de aeronaves no

tracircnsito internacional (BRASIL 2006)

Dentre as obrigaccedilotildees impostas pelos oacutergatildeos de meio ambiente e

sauacutede aos administradores de aeroportos inclui-se a elaboraccedilatildeo de

um plano de gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos (PGRS) Este tem

como objetivo apontar e descrever accedilotildees relativas ao manejo de resiacute-

duos soacutelidos contemplando os aspectos referentes a todas as etapas

da gestatildeo dos resiacuteduos desde a geraccedilatildeo ateacute a disposiccedilatildeo final Diante

deste cenaacuterio e considerando o contexto atual de preservaccedilatildeo am-

biental a complexidade no gerenciamento de resiacuteduos em aeroportos

requer que qualquer instacircncia da administraccedilatildeo aeroportuaacuteria natildeo

negligencie essa questatildeo

Dessa maneira surge a necessidade da administraccedilatildeo aeropor-

tuaacuteria e das partes interessadas serem alertadas quanto aos diferentes

aspectos ambientais associados agrave gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos nos ae-

roportos para que possam atuar pronta e objetivamente no controle

e na minimizaccedilatildeo de seus impactos Neste contexto o uso de indi-

cadores torna-se um instrumento que auxilia a administraccedilatildeo aero-

portuaacuteria a identificar os aspectos ambientais significativos e as opor-

tunidades a fim de melhorar a gestatildeo dos resiacuteduos possibilitando a

apresentaccedilatildeo desses resultados de maneira acessiacutevel ao puacuteblico e aos

responsaacuteveis pelas tomadas de decisatildeo

Por meio dos indicadores pode-se entatildeo coletar os dados para

avaliar o status do desempenho da gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos e

identificar onde as melhorias satildeo necessaacuterias Entretanto a grande

dificuldade em se avaliar o desempenho na gestatildeo dos resiacuteduos em

um aeroporto constitui-se na elaboraccedilatildeo dos indicadores na indis-

ponibilidade de dados para comparaccedilatildeo com outras empresas e na

dificuldade em se obter um desempenho global Portanto o pre-

sente estudo teve como objetivo desenvolver indicadores para ava-

liar o desempenho da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos e

aplicaacute-la no Aeroporto Internacional de Viracopos Campinas Satildeo

Paulo bem como propor medidas para a melhora contiacutenua deste

empreendimento

Aspectos gerais do Aeroporto Internacional de Viracopos

Localizado a aproximadamente 18 km do centro de Campinas

e a 95 km do centro de Satildeo Paulo o Aeroporto Internacional de

Viracopos Campinas no estado de Satildeo Paulo foi fundado em 1930

a partir da construccedilatildeo de uma pista de pouso rudimentar utilizada pe-

los paulistas na Revoluccedilatildeo de 1932 (WALM 2008) Segundo o Plano

Introduccedilatildeo

Entende-se por resiacuteduo aeroportuaacuterio que eacute tambeacutem denominado

de resiacuteduo de serviccedilos de transportes (BRASIL 2010) todo aquele soacutelido

ou semissoacutelido que resulta de atividades especiacuteficas de origens diversas

(industrial domeacutestica hospitalar comercial agriacutecola de serviccedilos e var-

riccedilatildeo) desenvolvidas dentro das fronteiras dos aeroportos ou a bordo de

aeronaves que a eles se destinam (OACI 1996) De maneira anaacuteloga agrave

Norma Brasileira (NBR) 100042004 ficam incluiacutedos nesta definiccedilatildeo

os lodos provenientes dos sistemas de tratamento de esgoto e aqueles

gerados em equipamentos e instalaccedilotildees para controlar poluiccedilatildeo

Por ser um ponto no qual aleacutem da passagem ocorre o armazena-

mento de resiacuteduos oriundos de aacutereas distantes e exoacuteticas os aeroportos

configuram-se como locais estrateacutegicos dos pontos de vista sanitaacuterio

e ambiental (CORDEIRO BARBOSA DUARTE 2000) Assim o ge-

renciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos possui grande com-

plexidade e se natildeo for bem realizado pode gerar diversos impactos

negativos tais como a contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua a veiculaccedilatildeo de

doenccedilas e os elevados custos para reversatildeo dos problemas

Segundo Pitt Brown e Smith (2002) alguns aeroportos produ-

zem volumes de resiacuteduos equivalentes a pequenas cidades causando

significantes impactos nas regiotildees em que estatildeo situados Entretanto

a questatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos tem

tido pouco destaque quando comparada a outros temas como emis-

sotildees atmosfeacutericas e ruiacutedo encontrando-se poucos autores que abor-

dam o assunto dentro e fora do Brasil

No entanto a legislaccedilatildeo brasileira dispotildee de um conjunto de re-

soluccedilotildees e normas que tratam sobre o assunto com destaques para

a Resoluccedilatildeo do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)

051993 a Resoluccedilatildeo de Diretoria Colegiada da Agecircncia Nacional de

Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) 562008 e a NBR 8843 (ABNT 1996)

que fornecem diretrizes sobre as boas praacuteticas no gerenciamento de

resiacuteduos soacutelidos em tais locais Ambas as resoluccedilotildees fornecem diretri-

zes miacutenimas para cada etapa do gerenciamento dos resiacuteduos soacutelidos

em aeroportos e incluem as obrigaccedilotildees e os responsaacuteveis pelo cumpri-

mento das disposiccedilotildees previstas nesses regulamentos Desse modo os

resiacuteduos aeroportuaacuterios satildeo classificados em cinco grupos conforme

os riscos gerados e o respectivo tipolocal de geraccedilatildeo a saber

bull GrupoAapresentamriscobioloacutegico(geradoabordodeaerona-

ves ambulatoacuterios e terminais de carga)

bull GrupoBapresentamriscoquiacutemico(geradoemaacutereasindustriais

e de manobras como oacuteleos lacircmpadas de mercuacuterio e baterias)

bull GrupoCmateriaisradioativosoucontaminadoscomradioisoacutetopos

bull GrupoDresiacuteduocomum

bull Grupo E perfurocortante (lacircminas agulhas ampolas de vidro

e escalpes)

Para aeroportos internacionais com tracircnsito de passageiros eou car-

gas o Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento por meio da

133Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Diretor do Municiacutepio de Campinas o aeroporto localiza-se na chama-

da Macrozona 7 intitulada ldquoAacuterea de Influecircncia Aeroportuaacuteria (AIA)rdquo

ilustrada na Figura 1 Esse local inclui tanto o aeroporto como sua aacuterea

de expansatildeo aleacutem dos bairros do seu entorno e estaacute sujeito aos im-

pactos das operaccedilotildees aeroportuaacuterias Parte dessas aacutereas eacute caracterizada

como rural e apresenta infraestrutura urbana precaacuteria reduzido poten-

cial para expandir o saneamento baacutesico restriccedilotildees ambientais para cap-

taccedilatildeo na Bacia do Rio Capivari-Mirim onde o aeroporto estaacute inserido e

sistema viaacuterio descontiacutenuo (STRUCHEL CAPPA BERNARDO 2008)

Apoacutes diversas obras e instalaccedilotildees de equipamentos o Aeroporto

de Viracopos foi homologado para operaccedilotildees internacionais em 1960

Desde 1995 a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria

(INFRAERO) realiza investimentos para melhorias nos terminais

de cargas e passageiros A primeira fase foi inaugurada no primeiro

semestre de 2004 quando o aeroporto passou a contar com novas

salas de embarques desembarques aacutereas puacuteblicas e concessotildees co-

merciais Em 2005 foi entregue a ampliaccedilatildeo do terminal de passa-

geiros Como resultado dos investimentos e considerando o esgota-

mento da capacidade do Aeroporto de Satildeo PauloCongonhas e do

Aeroporto Internacional de Satildeo PauloGuarulhos em dezembro de

2008 Viracopos passou a operar mais voos de passageiros o que

alavancou o nuacutemero de embarques quintuplicando a quantidade de

passageiros embarcados de 2008 a 2010

Atualmente em termos nacionais o Aeroporto Internacional

de Viracopos eacute o 12ordm em embarque de passageiros o segundo em

movimentaccedilatildeo de cargas e o primeiro em valor agregado o que faz

com que assuma grande importacircncia na cadeia de produccedilatildeo da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas (INFRAERO 2011) Aleacutem disso as proje-

ccedilotildees do Plano Diretor do aeroporto colocam Viracopos como o maior

da Ameacuterica Latina com previsatildeo para o atendimento de 50 milhotildees de

passageiros e 23 milhotildees de toneladas de carga ateacute 2025 ou seja apro-

ximadamente dez vezes a mais o movimento de 2010 (WALM 2008)

Com relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos o Aeroporto Internacional

de Viracopos estaacute inserido na bacia do Rio Capivari-Mirim inte-

grante da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos nordm 5 ndash

PiracicabaCapivariJundiaiacute (PCJ) reunindo as Bacias Hidrograacuteficas

dos rios Piracicaba Capivari e Jundiaiacute A bacia do Rio Capivari com

aproximadamente 180 km de extensatildeo situa-se na margem direita

do Rio Tietecirc sendo os rios Capivari e Capivari-Mirim seus principais

cursos drsquoaacutegua Sua aacuterea eacute caracterizada pela intensa ocupaccedilatildeo por

atividades antroacutepicas com predomiacutenio do cultivo da cana-de-accediluacutecar

(40 da aacuterea) seguido pelas pastagens pelo cultivo de milho cafeacute e

feijatildeo aleacutem da ocorrecircncia de reflorestamentos e atividades hortifruti-

granjeiras (STRUCHEL et al 2008) Satildeo significativas as aacutereas urbanas

densamente ocupadas existentes a montante da aacuterea do empreendi-

mento Os principais usos da aacutegua satildeo para os abastecimentos puacuteblico

e industrial e respectivo afastamento de efluentes e irrigaccedilatildeo de plan-

taccedilotildees A aacuterea do aeroporto eacute atravessada em sua porccedilatildeo central pelo

Coacuterrego Ribeiratildeo Viracopos que desaacutegua na margem esquerda do Rio

Capivari-Mirim

Figura 1 ndash Aacuterea de influecircncia aeroportuaacuteria Macrozona 7 (CAMPINAS 2006)

MACROZONA 7

Itupeva

Indaiatuba

Corpos drsquoaacutegua

MZ 2

MZ 3MZ 8MZ 9

MZ 1

MZ 4

MZ 5

MZ 6MZ 7

VegetaccedilatildeoVaacuterzeasMalha UrbanaRodoviasFerroviasLimite do MuniciacutepioPerimetro Urbano 0 1500 3000

134 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

Sobre o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em 2010 foram

geradas aproximadamente 100 toneladas por mecircs no Aeroporto

Internacional de Viracopos das quais aproximadamente 97 da

massa correspondem aos resiacuteduos dos Grupos A e D gerados prin-

cipalmente nos terminais de passageiros e cargas e pelas companhias

aeacutereas a bordo das aeronaves (INFRAERO 2011) Dos resiacuteduos pe-

rigosos gerados no aeroporto destaca-se o grande volume daqueles

infectantes em 2010 ou seja aproximadamente 38 toneladasmecircs-1

Deste total 55 satildeo provenientes da forraccedilatildeo de baia do terminal de

cargas vivas e 44 satildeo resiacuteduos de bordo de aeronaves sendo o res-

tante gerado no ambulatoacuterio meacutedico do terminal de passageiros No

que diz respeito aos resiacuteduos com risco quiacutemico em 2010 destaca-se

a geraccedilatildeo de aproximadamente 540 unidades por mecircs de lacircmpadas

fluorescentes inserviacuteveis e 0830 toneladasmecircs-1 de baterias tracio-

naacuterias utilizadas em empilhadeiras As quantidades de resiacuteduos de

aacutereas verdes e construccedilatildeo civil natildeo foram estimadas neste aeroporto

Materiais e meacutetodos

Para a gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de um aeroporto este trabalho

propocircs uma metodologia baseada na NBR 140312004 e na meto-

dologia do Carbono SocialTM ndash Social Carbon (REZENDE amp MERLIN

2003 SANTOS 2008) Dessa maneira esta se baseia na elaboraccedilatildeo

e na aplicaccedilatildeo de indicadores que priorizam os criteacuterios ambientais e

tem como avaliaccedilatildeo o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos Sua des-

criccedilatildeo e aplicaccedilatildeo foram desenvolvidas em quatro etapas seguindo o

modelo gerencial PDCA (Plan ndash Planejar Do ndash Fazer Check ndash Checar

e Act ndash Agir) para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental (ADA) como

ilustrado na Figura 2

A primeira etapa (planejar) consistiu em selecionar e elaborar os

indicadores com base no levantamento dos principais aspectos relacio-

nados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos Para isso

realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre o assunto seguido

de consultas a documentos teacutecnicos como manuais normas planos e

programas ambientais em aeroportos brasileiros Com base nos dados

bibliograacuteficos levantados foram criados indicadores para representar

cinco condiccedilotildees que recebem uma pontuaccedilatildeo desde o pior cenaacuterio ateacute

a condiccedilatildeo ideal Assim o desempenho caracterizado como ruim re-

cebe o iacutendice ldquo1rdquo criacutetico ldquo2rdquo regular ldquo3rdquo satisfatoacuterio ldquo4rdquo e bom ldquo5rdquo

Tais indicadores foram elaborados considerando os desempenhos ge-

rencial e operacional da organizaccedilatildeo bem como a condiccedilatildeo ambiental

do aeroporto relacionada ao gerenciamento dos resiacuteduos soacutelidos Dessa

maneira eles abordam diferentes possiacuteveis cenaacuterios sobre geraccedilatildeo ar-

mazenamento transporte coleta tratamento e destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

soacutelidos considerando os diferentes tipos e grupos de resiacuteduos aleacutem do

esforccedilo organizacional para o correto gerenciamento e para a mitigaccedilatildeo

do impacto ambiental associado

Na segunda etapa (fazer) houve a aplicaccedilatildeo da ADA no Aeroporto

Internacional de Viracopos por meio do levantamento das informa-

ccedilotildees para aplicar indicadores pela coleta de dados em entrevistas e vi-

sitas de campo Esta etapa contemplou ainda a conversatildeo dos dados

obtidos comparando-se a caracteriacutestica apresentada pelo empreendi-

mento com os possiacuteveis cinco cenaacuterios para cada indicador O cenaacuterio

que apresentou maior semelhanccedila com a caracteriacutestica do indicador foi

selecionado e seu respectivo iacutendice atribuiacutedo Os indicadores e respec-

tivos cenaacuterios propostos satildeo apresentados na Tabela 1

Na terceira e na quarta etapas (checar e agir) foram analisadas as

principais fragilidades no gerenciamento dos resiacuteduos no Aeroporto

Internacional de Viracopos Para isso adotou-se o modelo de pres-

satildeo-estado-resposta (OECD 2001) que se baseia em trecircs frentes a

pressatildeo do homem o estado do meio e a resposta da sociedade ser-

vindo para identificar os provaacuteveis impactos ambientais e definir as

estrateacutegias de manejo de maneira a estabelecer boas praacuteticas ambien-

tais para o aeroporto analisado

Resultados e discussatildeo

Com base nos resultados do levantamento dos atuais procedimen-

tos para gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos foi possiacutevel atribuir os iacutendices aos indicadores propostos

neste trabalho os quais satildeo apresentados na Tabela 1

Como se pode observar pelos valores dos iacutendices atribuiacutedos apre-

sentados na Tabela 1 o desempenho ambiental do aeroporto em rela-

ccedilatildeo ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos pode ser considerado regu-

lar pois obteve meacutedia aritmeacutetica de 29 Embora o tema em questatildeo

natildeo apresente indicadores com desempenho bom 76 deles mos-

traram iacutendices regular ou satisfatoacuterio As variaacuteveis que apresentaram

melhor desempenho satildeo relacionadas agrave reduccedilatildeo na geraccedilatildeo coleta e

transporte de resiacuteduos soacutelidos Por outro lado aquelas referentes agrave

coleta seletiva solidaacuteria lacircmpadas inserviacuteveis resiacuteduos de aacutereas ver-

des e da construccedilatildeo civil apresentaram os piores desempenhosFigura 2 ndash Etapas para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental ndash ADA (ABNT 2004)

Planejar

Fazer

Elaboraccedilatildeo e seleccedilatildeo dosindicadores para a ADA

Checar e Agir

Coleta de dados

Anaacutelise e conversatildeo de dados

Avaliaccedilatildeo da Informaccedilatildeo

Resultados

Anaacutelise criacutetica e melhoriada ADA

135Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Tabela 1 ndash Indicadores e resultados para avaliaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional de Viracopos

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Plano de ge-renciamento de resiacuteduos soacutelidos

3O aeroporto natildeo dispotildee de um PGRS

O aeroporto dispotildee de um PGRS sem atualizaccedilatildeo haacute mais de cinco anos

O aeroporto dispotildee de um PGRS atuali-zado por menos de cinco anos no entan-to menos da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e mais da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e todas as accedilotildees propostas foram executadas

Reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de resiacute-duos soacutelidos1

4 IRSge15 1ltIRSlt15 IRS=1 05ltIRSlt1 IRSle05

Armazenamento de resiacuteduos dos Grupos A e D

3

O aeroporto natildeo possui contecircineres para armazenamen-to de resiacuteduos que ficam diretamente sobre o solo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res mas a disposiccedilatildeo eacute direta no solo em local descoberto ou sem impermeabilizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armazenados em contecircineres mas a disposiccedilatildeo natildeo eacute direta no solo mas em local descoberto ou sem impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res o local eacute coberto e possui impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armaze-nados em contecircineres o local eacute coberto possui im-permeabilizaccedilatildeo e sistema para limpeza

Contaminaccedilatildeo cruzada

3Os resiacuteduos peri-gosos natildeo satildeo segre-gados dos demais

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais mas haacute evi-decircncias de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigo-sos satildeo segregados dos demais mas haacute risco aparente de contaminaccedilatildeo

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados e arma-zenados em ambientes separados e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Higienizaccedilatildeo dos contecircineres (Grupo A e D)

3

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteodos superiores a um mecircs e natildeo haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteo-dos superiores a um mecircs e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados mensalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados quinzenal-mente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higieni-zados semanalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Coleta (comum e infectante)

4

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada em periacuteodo superior a dois dias

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada a cada dois dias

A coleta dos resiacute-duos eacute realizada uma vez por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada duas vezes por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada mais de duas vezes por dia

Tratamento dos resiacuteduos de bor-do (Grupo A)

3

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos comuns

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos perigosos

Os resiacuteduos rece-bem tratamento mas o tipo de tratamento natildeo eacute previsto pelo MAPA e pela ANVISA

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA mas ocorre em zona secundaacuteria

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA em zona primaacuteria

Transporte de resiacuteduos

4

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo natildeo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela AN-VISA e o transporte externo natildeo eacute reali-zado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais per-mitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos por sistemas automatizados de coleta

Resiacuteduos co-muns

4

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos co-muns satildeo enviados a lixotildees ou dispostos irregularmente

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterro em vala

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos comuns satildeo desti-nados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados aos sistemas de reaproveitamento

Coleta seletiva solidaacuteria

2

Os materiais reci-claacuteveis gerados no aeroporto natildeo satildeo segregados dos demais

Menos de 30 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

De 30 a 50 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Entre 51 a 70 dos ma-teriais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associa-ccedilotildees ou cooperativas

Mais de 70 dos mate-riais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Resiacuteduos contendo oacuteleos tintas e lubrifi-cantes

3

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo sendo destinados de forma inadequada

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo mas satildeo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais cobertos e com contenccedilatildeo por mais de 30 dias sendo destinados a empresas especializa-das no tratamento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais co-bertos e com contenccedilatildeo de 15 a 30 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais cober-tos e com contenccedilatildeo por menos de 15 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

136 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

1 IRS geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo analisado geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo anterior

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Pneus inserviacuteveis

3

Os pneus natildeo satildeo enviados para reutilizaccedilatildeo ou reci-clagem mas ficam armazenados por periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo tritura-dos e enviados para aterros sanitaacuterios mas ficam armazenados em periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo envia-dos para reutilizaccedilatildeo ou reciclagem mas ficam armazenados por periacuteodos superio-res a 12 meses

Os pneus satildeo enviados para reciclagem e ficam armazenados por periacuteodos inferiores a 12 meses

Os pneus satildeo devolvidos aos fabricantes e ficam ar-mazenados em periacuteodos inferiores a seis meses

Lacircmpadas usadas

2

As lacircmpadas natildeo satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a seis meses

As lacircmpadas satildeo devol-vidas aos fabricantes e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a seis meses

Baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis

3

As baterias satildeo dispostas em lixotildees ou natildeo haacute controle sobre o destino

As baterias satildeo dis-postas em aterros de resiacuteduos comuns

As baterias satildeo desti-nadas a aterros de Classe I

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos superiores a dois meses

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a dois meses

Resiacuteduos de aacutereas verdes

1

A administraccedilatildeo aeroportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em bota--foras no interior do siacutetio aeroportuaacuterio

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em valas

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em aterros sanitaacuterios

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria destina os resiacuteduos em usinas de compostagem

A administraccedilatildeo aeropor-tuaacuteria realiza composta-gem dos resiacuteduos em aacuterea interna ao aeroporto

Resiacuteduos da Construccedilatildeo Civil

2

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular proacuteximas a corpos drsquoaacuteguas

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular mas natildeo haacute indiacutecios de degrada-ccedilatildeo do solo ou aacutegua

O aeroporto possui aacutereas com armaze-namento temporaacuterio adequado mas natildeo haacute segregaccedilatildeo dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazena-mento temporaacuterio ade-quado haacute segregaccedilatildeo e reciclagem mas natildeo haacute reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazenamento temporaacuterio adequado haacute segregaccedilatildeo reciclagem e reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

Disposiccedilatildeo em bota-fora

2

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio e o passivo encontra-se no local

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e natildeo recebeu tratamento

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no inte-rior do siacutetio aeropor-tuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e recebeu tratamento

Natildeo ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas passivos anteriores encontram-se no local

O aeroporto natildeo dispotildee de aacutereas de bota-fora em toda aacuterea patrimonial

Iacutendice meacutedio 29

Tabela 1 ndash Continuaccedilatildeo

Com o objetivo de avaliar qualitativamente e quantitativamente

os resiacuteduos gerados o Aeroporto Internacional de Viracopos atua-

lizou no iniacutecio de 2011 seu PGRS Os resultados quantitativos da

geraccedilatildeo de resiacuteduos apontaram um aumento de 57 da massa total

gerada em 2010 em relaccedilatildeo a 2009 Entretanto quando relacionada

com o movimento de aeronaves a quantidade de resiacuteduos decresceu

96 em relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo

Quanto ao armazenamento intermediaacuterio dos resiacuteduos dos

Grupos A e D (infectante e comum respectivamente) evidenciou-se

a presenccedila de contecircineres especiacuteficos para cada um dos dois grupos

(branco e verde para os Grupos A e D respectivamente) e natildeo foi

observada disposiccedilatildeo direta sobre o solo Entretanto no local onde

ocorre a segregaccedilatildeo dos resiacuteduos de bordo de aeronave foi possiacutevel

identificar falta de cobertura e impermeabilizaccedilatildeo do piso No mes-

mo ponto os contecircineres para resiacuteduos infectantes e comuns satildeo alo-

cados sem separaccedilatildeo fiacutesica por paredes ou distacircncias suficientes para

que o risco de contaminaccedilatildeo cruzada seja minimizado

A higienizaccedilatildeo de tais recipientes eacute realizada a cada 30 dias A la-

vagem eacute feita por meio de um lavador de contentores moacutevel instalado

sobre um caminhatildeo Essa operaccedilatildeo acontece no interior de uma cacircmara

fechada do lavador de contentor por meio de aacutegua e alta pressatildeo aditiva-

da com produtos desengordurantes e bactericidas Nesse procedimento

os resiacuteduos soacutelidos ficam em uma cacircmara fechada no proacuteprio caminhatildeo

e posteriormente satildeo retirados e encaminhados ao aterro sanitaacuterio

O efluente eacute despejado na estaccedilatildeo de tratamento de esgoto do aeroporto

A coleta dos resiacuteduos apoacutes o armazenamento intermediaacuterio eacute rea-

lizada trecircs vezes ao dia Apoacutes tal processo os infectantes satildeo enviados

para tratamento teacutermico pela teacutecnica de micro-ondas em zona secun-

daacuteria (aacuterea externa ao aeroporto) Segundo o Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento satildeo admitidos trecircs tipos de tratamento para os

resiacuteduos de bordo de aeronaves incineraccedilatildeo autoclavagem (133ordmC com

3 bar por 20 minutos) e hidroacutelise alcalina (BRASIL 2006) Atualmente

o Aeroporto Internacional de Viracopos dispotildee de uma autoclave mas

o equipamento ainda natildeo foi licenciado e o local de instalaccedilatildeo necessita

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

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Page 3: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

133Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Diretor do Municiacutepio de Campinas o aeroporto localiza-se na chama-

da Macrozona 7 intitulada ldquoAacuterea de Influecircncia Aeroportuaacuteria (AIA)rdquo

ilustrada na Figura 1 Esse local inclui tanto o aeroporto como sua aacuterea

de expansatildeo aleacutem dos bairros do seu entorno e estaacute sujeito aos im-

pactos das operaccedilotildees aeroportuaacuterias Parte dessas aacutereas eacute caracterizada

como rural e apresenta infraestrutura urbana precaacuteria reduzido poten-

cial para expandir o saneamento baacutesico restriccedilotildees ambientais para cap-

taccedilatildeo na Bacia do Rio Capivari-Mirim onde o aeroporto estaacute inserido e

sistema viaacuterio descontiacutenuo (STRUCHEL CAPPA BERNARDO 2008)

Apoacutes diversas obras e instalaccedilotildees de equipamentos o Aeroporto

de Viracopos foi homologado para operaccedilotildees internacionais em 1960

Desde 1995 a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria

(INFRAERO) realiza investimentos para melhorias nos terminais

de cargas e passageiros A primeira fase foi inaugurada no primeiro

semestre de 2004 quando o aeroporto passou a contar com novas

salas de embarques desembarques aacutereas puacuteblicas e concessotildees co-

merciais Em 2005 foi entregue a ampliaccedilatildeo do terminal de passa-

geiros Como resultado dos investimentos e considerando o esgota-

mento da capacidade do Aeroporto de Satildeo PauloCongonhas e do

Aeroporto Internacional de Satildeo PauloGuarulhos em dezembro de

2008 Viracopos passou a operar mais voos de passageiros o que

alavancou o nuacutemero de embarques quintuplicando a quantidade de

passageiros embarcados de 2008 a 2010

Atualmente em termos nacionais o Aeroporto Internacional

de Viracopos eacute o 12ordm em embarque de passageiros o segundo em

movimentaccedilatildeo de cargas e o primeiro em valor agregado o que faz

com que assuma grande importacircncia na cadeia de produccedilatildeo da Regiatildeo

Metropolitana de Campinas (INFRAERO 2011) Aleacutem disso as proje-

ccedilotildees do Plano Diretor do aeroporto colocam Viracopos como o maior

da Ameacuterica Latina com previsatildeo para o atendimento de 50 milhotildees de

passageiros e 23 milhotildees de toneladas de carga ateacute 2025 ou seja apro-

ximadamente dez vezes a mais o movimento de 2010 (WALM 2008)

Com relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos o Aeroporto Internacional

de Viracopos estaacute inserido na bacia do Rio Capivari-Mirim inte-

grante da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos nordm 5 ndash

PiracicabaCapivariJundiaiacute (PCJ) reunindo as Bacias Hidrograacuteficas

dos rios Piracicaba Capivari e Jundiaiacute A bacia do Rio Capivari com

aproximadamente 180 km de extensatildeo situa-se na margem direita

do Rio Tietecirc sendo os rios Capivari e Capivari-Mirim seus principais

cursos drsquoaacutegua Sua aacuterea eacute caracterizada pela intensa ocupaccedilatildeo por

atividades antroacutepicas com predomiacutenio do cultivo da cana-de-accediluacutecar

(40 da aacuterea) seguido pelas pastagens pelo cultivo de milho cafeacute e

feijatildeo aleacutem da ocorrecircncia de reflorestamentos e atividades hortifruti-

granjeiras (STRUCHEL et al 2008) Satildeo significativas as aacutereas urbanas

densamente ocupadas existentes a montante da aacuterea do empreendi-

mento Os principais usos da aacutegua satildeo para os abastecimentos puacuteblico

e industrial e respectivo afastamento de efluentes e irrigaccedilatildeo de plan-

taccedilotildees A aacuterea do aeroporto eacute atravessada em sua porccedilatildeo central pelo

Coacuterrego Ribeiratildeo Viracopos que desaacutegua na margem esquerda do Rio

Capivari-Mirim

Figura 1 ndash Aacuterea de influecircncia aeroportuaacuteria Macrozona 7 (CAMPINAS 2006)

MACROZONA 7

Itupeva

Indaiatuba

Corpos drsquoaacutegua

MZ 2

MZ 3MZ 8MZ 9

MZ 1

MZ 4

MZ 5

MZ 6MZ 7

VegetaccedilatildeoVaacuterzeasMalha UrbanaRodoviasFerroviasLimite do MuniciacutepioPerimetro Urbano 0 1500 3000

134 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

Sobre o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em 2010 foram

geradas aproximadamente 100 toneladas por mecircs no Aeroporto

Internacional de Viracopos das quais aproximadamente 97 da

massa correspondem aos resiacuteduos dos Grupos A e D gerados prin-

cipalmente nos terminais de passageiros e cargas e pelas companhias

aeacutereas a bordo das aeronaves (INFRAERO 2011) Dos resiacuteduos pe-

rigosos gerados no aeroporto destaca-se o grande volume daqueles

infectantes em 2010 ou seja aproximadamente 38 toneladasmecircs-1

Deste total 55 satildeo provenientes da forraccedilatildeo de baia do terminal de

cargas vivas e 44 satildeo resiacuteduos de bordo de aeronaves sendo o res-

tante gerado no ambulatoacuterio meacutedico do terminal de passageiros No

que diz respeito aos resiacuteduos com risco quiacutemico em 2010 destaca-se

a geraccedilatildeo de aproximadamente 540 unidades por mecircs de lacircmpadas

fluorescentes inserviacuteveis e 0830 toneladasmecircs-1 de baterias tracio-

naacuterias utilizadas em empilhadeiras As quantidades de resiacuteduos de

aacutereas verdes e construccedilatildeo civil natildeo foram estimadas neste aeroporto

Materiais e meacutetodos

Para a gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de um aeroporto este trabalho

propocircs uma metodologia baseada na NBR 140312004 e na meto-

dologia do Carbono SocialTM ndash Social Carbon (REZENDE amp MERLIN

2003 SANTOS 2008) Dessa maneira esta se baseia na elaboraccedilatildeo

e na aplicaccedilatildeo de indicadores que priorizam os criteacuterios ambientais e

tem como avaliaccedilatildeo o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos Sua des-

criccedilatildeo e aplicaccedilatildeo foram desenvolvidas em quatro etapas seguindo o

modelo gerencial PDCA (Plan ndash Planejar Do ndash Fazer Check ndash Checar

e Act ndash Agir) para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental (ADA) como

ilustrado na Figura 2

A primeira etapa (planejar) consistiu em selecionar e elaborar os

indicadores com base no levantamento dos principais aspectos relacio-

nados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos Para isso

realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre o assunto seguido

de consultas a documentos teacutecnicos como manuais normas planos e

programas ambientais em aeroportos brasileiros Com base nos dados

bibliograacuteficos levantados foram criados indicadores para representar

cinco condiccedilotildees que recebem uma pontuaccedilatildeo desde o pior cenaacuterio ateacute

a condiccedilatildeo ideal Assim o desempenho caracterizado como ruim re-

cebe o iacutendice ldquo1rdquo criacutetico ldquo2rdquo regular ldquo3rdquo satisfatoacuterio ldquo4rdquo e bom ldquo5rdquo

Tais indicadores foram elaborados considerando os desempenhos ge-

rencial e operacional da organizaccedilatildeo bem como a condiccedilatildeo ambiental

do aeroporto relacionada ao gerenciamento dos resiacuteduos soacutelidos Dessa

maneira eles abordam diferentes possiacuteveis cenaacuterios sobre geraccedilatildeo ar-

mazenamento transporte coleta tratamento e destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

soacutelidos considerando os diferentes tipos e grupos de resiacuteduos aleacutem do

esforccedilo organizacional para o correto gerenciamento e para a mitigaccedilatildeo

do impacto ambiental associado

Na segunda etapa (fazer) houve a aplicaccedilatildeo da ADA no Aeroporto

Internacional de Viracopos por meio do levantamento das informa-

ccedilotildees para aplicar indicadores pela coleta de dados em entrevistas e vi-

sitas de campo Esta etapa contemplou ainda a conversatildeo dos dados

obtidos comparando-se a caracteriacutestica apresentada pelo empreendi-

mento com os possiacuteveis cinco cenaacuterios para cada indicador O cenaacuterio

que apresentou maior semelhanccedila com a caracteriacutestica do indicador foi

selecionado e seu respectivo iacutendice atribuiacutedo Os indicadores e respec-

tivos cenaacuterios propostos satildeo apresentados na Tabela 1

Na terceira e na quarta etapas (checar e agir) foram analisadas as

principais fragilidades no gerenciamento dos resiacuteduos no Aeroporto

Internacional de Viracopos Para isso adotou-se o modelo de pres-

satildeo-estado-resposta (OECD 2001) que se baseia em trecircs frentes a

pressatildeo do homem o estado do meio e a resposta da sociedade ser-

vindo para identificar os provaacuteveis impactos ambientais e definir as

estrateacutegias de manejo de maneira a estabelecer boas praacuteticas ambien-

tais para o aeroporto analisado

Resultados e discussatildeo

Com base nos resultados do levantamento dos atuais procedimen-

tos para gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos foi possiacutevel atribuir os iacutendices aos indicadores propostos

neste trabalho os quais satildeo apresentados na Tabela 1

Como se pode observar pelos valores dos iacutendices atribuiacutedos apre-

sentados na Tabela 1 o desempenho ambiental do aeroporto em rela-

ccedilatildeo ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos pode ser considerado regu-

lar pois obteve meacutedia aritmeacutetica de 29 Embora o tema em questatildeo

natildeo apresente indicadores com desempenho bom 76 deles mos-

traram iacutendices regular ou satisfatoacuterio As variaacuteveis que apresentaram

melhor desempenho satildeo relacionadas agrave reduccedilatildeo na geraccedilatildeo coleta e

transporte de resiacuteduos soacutelidos Por outro lado aquelas referentes agrave

coleta seletiva solidaacuteria lacircmpadas inserviacuteveis resiacuteduos de aacutereas ver-

des e da construccedilatildeo civil apresentaram os piores desempenhosFigura 2 ndash Etapas para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental ndash ADA (ABNT 2004)

Planejar

Fazer

Elaboraccedilatildeo e seleccedilatildeo dosindicadores para a ADA

Checar e Agir

Coleta de dados

Anaacutelise e conversatildeo de dados

Avaliaccedilatildeo da Informaccedilatildeo

Resultados

Anaacutelise criacutetica e melhoriada ADA

135Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Tabela 1 ndash Indicadores e resultados para avaliaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional de Viracopos

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Plano de ge-renciamento de resiacuteduos soacutelidos

3O aeroporto natildeo dispotildee de um PGRS

O aeroporto dispotildee de um PGRS sem atualizaccedilatildeo haacute mais de cinco anos

O aeroporto dispotildee de um PGRS atuali-zado por menos de cinco anos no entan-to menos da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e mais da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e todas as accedilotildees propostas foram executadas

Reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de resiacute-duos soacutelidos1

4 IRSge15 1ltIRSlt15 IRS=1 05ltIRSlt1 IRSle05

Armazenamento de resiacuteduos dos Grupos A e D

3

O aeroporto natildeo possui contecircineres para armazenamen-to de resiacuteduos que ficam diretamente sobre o solo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res mas a disposiccedilatildeo eacute direta no solo em local descoberto ou sem impermeabilizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armazenados em contecircineres mas a disposiccedilatildeo natildeo eacute direta no solo mas em local descoberto ou sem impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res o local eacute coberto e possui impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armaze-nados em contecircineres o local eacute coberto possui im-permeabilizaccedilatildeo e sistema para limpeza

Contaminaccedilatildeo cruzada

3Os resiacuteduos peri-gosos natildeo satildeo segre-gados dos demais

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais mas haacute evi-decircncias de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigo-sos satildeo segregados dos demais mas haacute risco aparente de contaminaccedilatildeo

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados e arma-zenados em ambientes separados e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Higienizaccedilatildeo dos contecircineres (Grupo A e D)

3

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteodos superiores a um mecircs e natildeo haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteo-dos superiores a um mecircs e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados mensalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados quinzenal-mente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higieni-zados semanalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Coleta (comum e infectante)

4

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada em periacuteodo superior a dois dias

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada a cada dois dias

A coleta dos resiacute-duos eacute realizada uma vez por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada duas vezes por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada mais de duas vezes por dia

Tratamento dos resiacuteduos de bor-do (Grupo A)

3

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos comuns

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos perigosos

Os resiacuteduos rece-bem tratamento mas o tipo de tratamento natildeo eacute previsto pelo MAPA e pela ANVISA

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA mas ocorre em zona secundaacuteria

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA em zona primaacuteria

Transporte de resiacuteduos

4

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo natildeo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela AN-VISA e o transporte externo natildeo eacute reali-zado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais per-mitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos por sistemas automatizados de coleta

Resiacuteduos co-muns

4

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos co-muns satildeo enviados a lixotildees ou dispostos irregularmente

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterro em vala

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos comuns satildeo desti-nados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados aos sistemas de reaproveitamento

Coleta seletiva solidaacuteria

2

Os materiais reci-claacuteveis gerados no aeroporto natildeo satildeo segregados dos demais

Menos de 30 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

De 30 a 50 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Entre 51 a 70 dos ma-teriais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associa-ccedilotildees ou cooperativas

Mais de 70 dos mate-riais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Resiacuteduos contendo oacuteleos tintas e lubrifi-cantes

3

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo sendo destinados de forma inadequada

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo mas satildeo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais cobertos e com contenccedilatildeo por mais de 30 dias sendo destinados a empresas especializa-das no tratamento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais co-bertos e com contenccedilatildeo de 15 a 30 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais cober-tos e com contenccedilatildeo por menos de 15 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

136 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

1 IRS geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo analisado geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo anterior

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Pneus inserviacuteveis

3

Os pneus natildeo satildeo enviados para reutilizaccedilatildeo ou reci-clagem mas ficam armazenados por periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo tritura-dos e enviados para aterros sanitaacuterios mas ficam armazenados em periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo envia-dos para reutilizaccedilatildeo ou reciclagem mas ficam armazenados por periacuteodos superio-res a 12 meses

Os pneus satildeo enviados para reciclagem e ficam armazenados por periacuteodos inferiores a 12 meses

Os pneus satildeo devolvidos aos fabricantes e ficam ar-mazenados em periacuteodos inferiores a seis meses

Lacircmpadas usadas

2

As lacircmpadas natildeo satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a seis meses

As lacircmpadas satildeo devol-vidas aos fabricantes e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a seis meses

Baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis

3

As baterias satildeo dispostas em lixotildees ou natildeo haacute controle sobre o destino

As baterias satildeo dis-postas em aterros de resiacuteduos comuns

As baterias satildeo desti-nadas a aterros de Classe I

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos superiores a dois meses

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a dois meses

Resiacuteduos de aacutereas verdes

1

A administraccedilatildeo aeroportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em bota--foras no interior do siacutetio aeroportuaacuterio

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em valas

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em aterros sanitaacuterios

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria destina os resiacuteduos em usinas de compostagem

A administraccedilatildeo aeropor-tuaacuteria realiza composta-gem dos resiacuteduos em aacuterea interna ao aeroporto

Resiacuteduos da Construccedilatildeo Civil

2

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular proacuteximas a corpos drsquoaacuteguas

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular mas natildeo haacute indiacutecios de degrada-ccedilatildeo do solo ou aacutegua

O aeroporto possui aacutereas com armaze-namento temporaacuterio adequado mas natildeo haacute segregaccedilatildeo dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazena-mento temporaacuterio ade-quado haacute segregaccedilatildeo e reciclagem mas natildeo haacute reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazenamento temporaacuterio adequado haacute segregaccedilatildeo reciclagem e reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

Disposiccedilatildeo em bota-fora

2

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio e o passivo encontra-se no local

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e natildeo recebeu tratamento

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no inte-rior do siacutetio aeropor-tuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e recebeu tratamento

Natildeo ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas passivos anteriores encontram-se no local

O aeroporto natildeo dispotildee de aacutereas de bota-fora em toda aacuterea patrimonial

Iacutendice meacutedio 29

Tabela 1 ndash Continuaccedilatildeo

Com o objetivo de avaliar qualitativamente e quantitativamente

os resiacuteduos gerados o Aeroporto Internacional de Viracopos atua-

lizou no iniacutecio de 2011 seu PGRS Os resultados quantitativos da

geraccedilatildeo de resiacuteduos apontaram um aumento de 57 da massa total

gerada em 2010 em relaccedilatildeo a 2009 Entretanto quando relacionada

com o movimento de aeronaves a quantidade de resiacuteduos decresceu

96 em relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo

Quanto ao armazenamento intermediaacuterio dos resiacuteduos dos

Grupos A e D (infectante e comum respectivamente) evidenciou-se

a presenccedila de contecircineres especiacuteficos para cada um dos dois grupos

(branco e verde para os Grupos A e D respectivamente) e natildeo foi

observada disposiccedilatildeo direta sobre o solo Entretanto no local onde

ocorre a segregaccedilatildeo dos resiacuteduos de bordo de aeronave foi possiacutevel

identificar falta de cobertura e impermeabilizaccedilatildeo do piso No mes-

mo ponto os contecircineres para resiacuteduos infectantes e comuns satildeo alo-

cados sem separaccedilatildeo fiacutesica por paredes ou distacircncias suficientes para

que o risco de contaminaccedilatildeo cruzada seja minimizado

A higienizaccedilatildeo de tais recipientes eacute realizada a cada 30 dias A la-

vagem eacute feita por meio de um lavador de contentores moacutevel instalado

sobre um caminhatildeo Essa operaccedilatildeo acontece no interior de uma cacircmara

fechada do lavador de contentor por meio de aacutegua e alta pressatildeo aditiva-

da com produtos desengordurantes e bactericidas Nesse procedimento

os resiacuteduos soacutelidos ficam em uma cacircmara fechada no proacuteprio caminhatildeo

e posteriormente satildeo retirados e encaminhados ao aterro sanitaacuterio

O efluente eacute despejado na estaccedilatildeo de tratamento de esgoto do aeroporto

A coleta dos resiacuteduos apoacutes o armazenamento intermediaacuterio eacute rea-

lizada trecircs vezes ao dia Apoacutes tal processo os infectantes satildeo enviados

para tratamento teacutermico pela teacutecnica de micro-ondas em zona secun-

daacuteria (aacuterea externa ao aeroporto) Segundo o Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento satildeo admitidos trecircs tipos de tratamento para os

resiacuteduos de bordo de aeronaves incineraccedilatildeo autoclavagem (133ordmC com

3 bar por 20 minutos) e hidroacutelise alcalina (BRASIL 2006) Atualmente

o Aeroporto Internacional de Viracopos dispotildee de uma autoclave mas

o equipamento ainda natildeo foi licenciado e o local de instalaccedilatildeo necessita

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (1996) Aeroportos ndash gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos NBR 8843 Rio de Janeiro 4 p

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Page 4: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

134 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

Sobre o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em 2010 foram

geradas aproximadamente 100 toneladas por mecircs no Aeroporto

Internacional de Viracopos das quais aproximadamente 97 da

massa correspondem aos resiacuteduos dos Grupos A e D gerados prin-

cipalmente nos terminais de passageiros e cargas e pelas companhias

aeacutereas a bordo das aeronaves (INFRAERO 2011) Dos resiacuteduos pe-

rigosos gerados no aeroporto destaca-se o grande volume daqueles

infectantes em 2010 ou seja aproximadamente 38 toneladasmecircs-1

Deste total 55 satildeo provenientes da forraccedilatildeo de baia do terminal de

cargas vivas e 44 satildeo resiacuteduos de bordo de aeronaves sendo o res-

tante gerado no ambulatoacuterio meacutedico do terminal de passageiros No

que diz respeito aos resiacuteduos com risco quiacutemico em 2010 destaca-se

a geraccedilatildeo de aproximadamente 540 unidades por mecircs de lacircmpadas

fluorescentes inserviacuteveis e 0830 toneladasmecircs-1 de baterias tracio-

naacuterias utilizadas em empilhadeiras As quantidades de resiacuteduos de

aacutereas verdes e construccedilatildeo civil natildeo foram estimadas neste aeroporto

Materiais e meacutetodos

Para a gestatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de um aeroporto este trabalho

propocircs uma metodologia baseada na NBR 140312004 e na meto-

dologia do Carbono SocialTM ndash Social Carbon (REZENDE amp MERLIN

2003 SANTOS 2008) Dessa maneira esta se baseia na elaboraccedilatildeo

e na aplicaccedilatildeo de indicadores que priorizam os criteacuterios ambientais e

tem como avaliaccedilatildeo o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos Sua des-

criccedilatildeo e aplicaccedilatildeo foram desenvolvidas em quatro etapas seguindo o

modelo gerencial PDCA (Plan ndash Planejar Do ndash Fazer Check ndash Checar

e Act ndash Agir) para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental (ADA) como

ilustrado na Figura 2

A primeira etapa (planejar) consistiu em selecionar e elaborar os

indicadores com base no levantamento dos principais aspectos relacio-

nados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos Para isso

realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre o assunto seguido

de consultas a documentos teacutecnicos como manuais normas planos e

programas ambientais em aeroportos brasileiros Com base nos dados

bibliograacuteficos levantados foram criados indicadores para representar

cinco condiccedilotildees que recebem uma pontuaccedilatildeo desde o pior cenaacuterio ateacute

a condiccedilatildeo ideal Assim o desempenho caracterizado como ruim re-

cebe o iacutendice ldquo1rdquo criacutetico ldquo2rdquo regular ldquo3rdquo satisfatoacuterio ldquo4rdquo e bom ldquo5rdquo

Tais indicadores foram elaborados considerando os desempenhos ge-

rencial e operacional da organizaccedilatildeo bem como a condiccedilatildeo ambiental

do aeroporto relacionada ao gerenciamento dos resiacuteduos soacutelidos Dessa

maneira eles abordam diferentes possiacuteveis cenaacuterios sobre geraccedilatildeo ar-

mazenamento transporte coleta tratamento e destinaccedilatildeo dos resiacuteduos

soacutelidos considerando os diferentes tipos e grupos de resiacuteduos aleacutem do

esforccedilo organizacional para o correto gerenciamento e para a mitigaccedilatildeo

do impacto ambiental associado

Na segunda etapa (fazer) houve a aplicaccedilatildeo da ADA no Aeroporto

Internacional de Viracopos por meio do levantamento das informa-

ccedilotildees para aplicar indicadores pela coleta de dados em entrevistas e vi-

sitas de campo Esta etapa contemplou ainda a conversatildeo dos dados

obtidos comparando-se a caracteriacutestica apresentada pelo empreendi-

mento com os possiacuteveis cinco cenaacuterios para cada indicador O cenaacuterio

que apresentou maior semelhanccedila com a caracteriacutestica do indicador foi

selecionado e seu respectivo iacutendice atribuiacutedo Os indicadores e respec-

tivos cenaacuterios propostos satildeo apresentados na Tabela 1

Na terceira e na quarta etapas (checar e agir) foram analisadas as

principais fragilidades no gerenciamento dos resiacuteduos no Aeroporto

Internacional de Viracopos Para isso adotou-se o modelo de pres-

satildeo-estado-resposta (OECD 2001) que se baseia em trecircs frentes a

pressatildeo do homem o estado do meio e a resposta da sociedade ser-

vindo para identificar os provaacuteveis impactos ambientais e definir as

estrateacutegias de manejo de maneira a estabelecer boas praacuteticas ambien-

tais para o aeroporto analisado

Resultados e discussatildeo

Com base nos resultados do levantamento dos atuais procedimen-

tos para gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos foi possiacutevel atribuir os iacutendices aos indicadores propostos

neste trabalho os quais satildeo apresentados na Tabela 1

Como se pode observar pelos valores dos iacutendices atribuiacutedos apre-

sentados na Tabela 1 o desempenho ambiental do aeroporto em rela-

ccedilatildeo ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos pode ser considerado regu-

lar pois obteve meacutedia aritmeacutetica de 29 Embora o tema em questatildeo

natildeo apresente indicadores com desempenho bom 76 deles mos-

traram iacutendices regular ou satisfatoacuterio As variaacuteveis que apresentaram

melhor desempenho satildeo relacionadas agrave reduccedilatildeo na geraccedilatildeo coleta e

transporte de resiacuteduos soacutelidos Por outro lado aquelas referentes agrave

coleta seletiva solidaacuteria lacircmpadas inserviacuteveis resiacuteduos de aacutereas ver-

des e da construccedilatildeo civil apresentaram os piores desempenhosFigura 2 ndash Etapas para avaliaccedilatildeo de desempenho ambiental ndash ADA (ABNT 2004)

Planejar

Fazer

Elaboraccedilatildeo e seleccedilatildeo dosindicadores para a ADA

Checar e Agir

Coleta de dados

Anaacutelise e conversatildeo de dados

Avaliaccedilatildeo da Informaccedilatildeo

Resultados

Anaacutelise criacutetica e melhoriada ADA

135Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Tabela 1 ndash Indicadores e resultados para avaliaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional de Viracopos

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Plano de ge-renciamento de resiacuteduos soacutelidos

3O aeroporto natildeo dispotildee de um PGRS

O aeroporto dispotildee de um PGRS sem atualizaccedilatildeo haacute mais de cinco anos

O aeroporto dispotildee de um PGRS atuali-zado por menos de cinco anos no entan-to menos da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e mais da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e todas as accedilotildees propostas foram executadas

Reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de resiacute-duos soacutelidos1

4 IRSge15 1ltIRSlt15 IRS=1 05ltIRSlt1 IRSle05

Armazenamento de resiacuteduos dos Grupos A e D

3

O aeroporto natildeo possui contecircineres para armazenamen-to de resiacuteduos que ficam diretamente sobre o solo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res mas a disposiccedilatildeo eacute direta no solo em local descoberto ou sem impermeabilizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armazenados em contecircineres mas a disposiccedilatildeo natildeo eacute direta no solo mas em local descoberto ou sem impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res o local eacute coberto e possui impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armaze-nados em contecircineres o local eacute coberto possui im-permeabilizaccedilatildeo e sistema para limpeza

Contaminaccedilatildeo cruzada

3Os resiacuteduos peri-gosos natildeo satildeo segre-gados dos demais

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais mas haacute evi-decircncias de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigo-sos satildeo segregados dos demais mas haacute risco aparente de contaminaccedilatildeo

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados e arma-zenados em ambientes separados e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Higienizaccedilatildeo dos contecircineres (Grupo A e D)

3

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteodos superiores a um mecircs e natildeo haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteo-dos superiores a um mecircs e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados mensalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados quinzenal-mente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higieni-zados semanalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Coleta (comum e infectante)

4

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada em periacuteodo superior a dois dias

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada a cada dois dias

A coleta dos resiacute-duos eacute realizada uma vez por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada duas vezes por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada mais de duas vezes por dia

Tratamento dos resiacuteduos de bor-do (Grupo A)

3

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos comuns

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos perigosos

Os resiacuteduos rece-bem tratamento mas o tipo de tratamento natildeo eacute previsto pelo MAPA e pela ANVISA

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA mas ocorre em zona secundaacuteria

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA em zona primaacuteria

Transporte de resiacuteduos

4

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo natildeo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela AN-VISA e o transporte externo natildeo eacute reali-zado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais per-mitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos por sistemas automatizados de coleta

Resiacuteduos co-muns

4

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos co-muns satildeo enviados a lixotildees ou dispostos irregularmente

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterro em vala

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos comuns satildeo desti-nados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados aos sistemas de reaproveitamento

Coleta seletiva solidaacuteria

2

Os materiais reci-claacuteveis gerados no aeroporto natildeo satildeo segregados dos demais

Menos de 30 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

De 30 a 50 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Entre 51 a 70 dos ma-teriais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associa-ccedilotildees ou cooperativas

Mais de 70 dos mate-riais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Resiacuteduos contendo oacuteleos tintas e lubrifi-cantes

3

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo sendo destinados de forma inadequada

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo mas satildeo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais cobertos e com contenccedilatildeo por mais de 30 dias sendo destinados a empresas especializa-das no tratamento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais co-bertos e com contenccedilatildeo de 15 a 30 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais cober-tos e com contenccedilatildeo por menos de 15 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

136 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

1 IRS geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo analisado geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo anterior

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Pneus inserviacuteveis

3

Os pneus natildeo satildeo enviados para reutilizaccedilatildeo ou reci-clagem mas ficam armazenados por periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo tritura-dos e enviados para aterros sanitaacuterios mas ficam armazenados em periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo envia-dos para reutilizaccedilatildeo ou reciclagem mas ficam armazenados por periacuteodos superio-res a 12 meses

Os pneus satildeo enviados para reciclagem e ficam armazenados por periacuteodos inferiores a 12 meses

Os pneus satildeo devolvidos aos fabricantes e ficam ar-mazenados em periacuteodos inferiores a seis meses

Lacircmpadas usadas

2

As lacircmpadas natildeo satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a seis meses

As lacircmpadas satildeo devol-vidas aos fabricantes e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a seis meses

Baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis

3

As baterias satildeo dispostas em lixotildees ou natildeo haacute controle sobre o destino

As baterias satildeo dis-postas em aterros de resiacuteduos comuns

As baterias satildeo desti-nadas a aterros de Classe I

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos superiores a dois meses

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a dois meses

Resiacuteduos de aacutereas verdes

1

A administraccedilatildeo aeroportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em bota--foras no interior do siacutetio aeroportuaacuterio

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em valas

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em aterros sanitaacuterios

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria destina os resiacuteduos em usinas de compostagem

A administraccedilatildeo aeropor-tuaacuteria realiza composta-gem dos resiacuteduos em aacuterea interna ao aeroporto

Resiacuteduos da Construccedilatildeo Civil

2

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular proacuteximas a corpos drsquoaacuteguas

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular mas natildeo haacute indiacutecios de degrada-ccedilatildeo do solo ou aacutegua

O aeroporto possui aacutereas com armaze-namento temporaacuterio adequado mas natildeo haacute segregaccedilatildeo dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazena-mento temporaacuterio ade-quado haacute segregaccedilatildeo e reciclagem mas natildeo haacute reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazenamento temporaacuterio adequado haacute segregaccedilatildeo reciclagem e reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

Disposiccedilatildeo em bota-fora

2

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio e o passivo encontra-se no local

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e natildeo recebeu tratamento

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no inte-rior do siacutetio aeropor-tuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e recebeu tratamento

Natildeo ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas passivos anteriores encontram-se no local

O aeroporto natildeo dispotildee de aacutereas de bota-fora em toda aacuterea patrimonial

Iacutendice meacutedio 29

Tabela 1 ndash Continuaccedilatildeo

Com o objetivo de avaliar qualitativamente e quantitativamente

os resiacuteduos gerados o Aeroporto Internacional de Viracopos atua-

lizou no iniacutecio de 2011 seu PGRS Os resultados quantitativos da

geraccedilatildeo de resiacuteduos apontaram um aumento de 57 da massa total

gerada em 2010 em relaccedilatildeo a 2009 Entretanto quando relacionada

com o movimento de aeronaves a quantidade de resiacuteduos decresceu

96 em relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo

Quanto ao armazenamento intermediaacuterio dos resiacuteduos dos

Grupos A e D (infectante e comum respectivamente) evidenciou-se

a presenccedila de contecircineres especiacuteficos para cada um dos dois grupos

(branco e verde para os Grupos A e D respectivamente) e natildeo foi

observada disposiccedilatildeo direta sobre o solo Entretanto no local onde

ocorre a segregaccedilatildeo dos resiacuteduos de bordo de aeronave foi possiacutevel

identificar falta de cobertura e impermeabilizaccedilatildeo do piso No mes-

mo ponto os contecircineres para resiacuteduos infectantes e comuns satildeo alo-

cados sem separaccedilatildeo fiacutesica por paredes ou distacircncias suficientes para

que o risco de contaminaccedilatildeo cruzada seja minimizado

A higienizaccedilatildeo de tais recipientes eacute realizada a cada 30 dias A la-

vagem eacute feita por meio de um lavador de contentores moacutevel instalado

sobre um caminhatildeo Essa operaccedilatildeo acontece no interior de uma cacircmara

fechada do lavador de contentor por meio de aacutegua e alta pressatildeo aditiva-

da com produtos desengordurantes e bactericidas Nesse procedimento

os resiacuteduos soacutelidos ficam em uma cacircmara fechada no proacuteprio caminhatildeo

e posteriormente satildeo retirados e encaminhados ao aterro sanitaacuterio

O efluente eacute despejado na estaccedilatildeo de tratamento de esgoto do aeroporto

A coleta dos resiacuteduos apoacutes o armazenamento intermediaacuterio eacute rea-

lizada trecircs vezes ao dia Apoacutes tal processo os infectantes satildeo enviados

para tratamento teacutermico pela teacutecnica de micro-ondas em zona secun-

daacuteria (aacuterea externa ao aeroporto) Segundo o Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento satildeo admitidos trecircs tipos de tratamento para os

resiacuteduos de bordo de aeronaves incineraccedilatildeo autoclavagem (133ordmC com

3 bar por 20 minutos) e hidroacutelise alcalina (BRASIL 2006) Atualmente

o Aeroporto Internacional de Viracopos dispotildee de uma autoclave mas

o equipamento ainda natildeo foi licenciado e o local de instalaccedilatildeo necessita

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

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CORDEIRO E BARBOSA CBDUARTE VL (2000) Gerenciamento de Resiacuteduos Soacutelidos em Estaccedilotildees Aeroportuaacuterias Brasileiras Diagnoacutestico Situacional In XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Anais ABES - Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Campinas

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Page 5: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

135Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

Tabela 1 ndash Indicadores e resultados para avaliaccedilatildeo do gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional de Viracopos

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Plano de ge-renciamento de resiacuteduos soacutelidos

3O aeroporto natildeo dispotildee de um PGRS

O aeroporto dispotildee de um PGRS sem atualizaccedilatildeo haacute mais de cinco anos

O aeroporto dispotildee de um PGRS atuali-zado por menos de cinco anos no entan-to menos da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e mais da metade das accedilotildees propostas foram executadas

O aeroporto dispotildee de um PGRS atualizado haacute menos de cinco anos e todas as accedilotildees propostas foram executadas

Reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de resiacute-duos soacutelidos1

4 IRSge15 1ltIRSlt15 IRS=1 05ltIRSlt1 IRSle05

Armazenamento de resiacuteduos dos Grupos A e D

3

O aeroporto natildeo possui contecircineres para armazenamen-to de resiacuteduos que ficam diretamente sobre o solo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res mas a disposiccedilatildeo eacute direta no solo em local descoberto ou sem impermeabilizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armazenados em contecircineres mas a disposiccedilatildeo natildeo eacute direta no solo mas em local descoberto ou sem impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo arma-zenados em contecircine-res o local eacute coberto e possui impermeabi-lizaccedilatildeo

Os resiacuteduos satildeo armaze-nados em contecircineres o local eacute coberto possui im-permeabilizaccedilatildeo e sistema para limpeza

Contaminaccedilatildeo cruzada

3Os resiacuteduos peri-gosos natildeo satildeo segre-gados dos demais

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais mas haacute evi-decircncias de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigo-sos satildeo segregados dos demais mas haacute risco aparente de contaminaccedilatildeo

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados dos demais e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Os resiacuteduos perigosos satildeo segregados e arma-zenados em ambientes separados e natildeo haacute risco aparente de contamina-ccedilatildeo cruzada

Higienizaccedilatildeo dos contecircineres (Grupo A e D)

3

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteodos superiores a um mecircs e natildeo haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados em periacuteo-dos superiores a um mecircs e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados mensalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higienizados quinzenal-mente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Os recipientes satildeo higieni-zados semanalmente e haacute tratamento para o efluente gerado no processo

Coleta (comum e infectante)

4

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada em periacuteodo superior a dois dias

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada a cada dois dias

A coleta dos resiacute-duos eacute realizada uma vez por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada duas vezes por dia

A coleta dos resiacuteduos eacute realizada mais de duas vezes por dia

Tratamento dos resiacuteduos de bor-do (Grupo A)

3

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos comuns

Os resiacuteduos natildeo recebem tratamento e satildeo dispostos em aterros sanitaacuterios para resiacuteduos perigosos

Os resiacuteduos rece-bem tratamento mas o tipo de tratamento natildeo eacute previsto pelo MAPA e pela ANVISA

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA mas ocorre em zona secundaacuteria

Os resiacuteduos recebem tratamento previsto pelo MAPA e pela ANVISA em zona primaacuteria

Transporte de resiacuteduos

4

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo natildeo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais que natildeo satildeo permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela AN-VISA e o transporte externo natildeo eacute reali-zado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais per-mitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos

O transporte interno atravessa locais permitidos pela ANVISA e o transporte externo eacute realizado com veiacuteculos especiacuteficos por sistemas automatizados de coleta

Resiacuteduos co-muns

4

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos co-muns satildeo enviados a lixotildees ou dispostos irregularmente

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterro em vala

Natildeo haacute segregaccedilatildeo de materiais reciclaacute-veis e os resiacuteduos comuns satildeo desti-nados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados para aterros sanitaacuterios

Haacute segregaccedilatildeo dos materiais reciclaacuteveis e os resiacuteduos comuns satildeo destinados aos sistemas de reaproveitamento

Coleta seletiva solidaacuteria

2

Os materiais reci-claacuteveis gerados no aeroporto natildeo satildeo segregados dos demais

Menos de 30 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

De 30 a 50 dos materiais reciclaacuteveis segregados no aero-porto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Entre 51 a 70 dos ma-teriais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associa-ccedilotildees ou cooperativas

Mais de 70 dos mate-riais reciclaacuteveis segre-gados no aeroporto satildeo destinados a associaccedilotildees ou cooperativas

Resiacuteduos contendo oacuteleos tintas e lubrifi-cantes

3

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo sendo destinados de forma inadequada

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais sem cobertura e contenccedilatildeo mas satildeo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam armazenados em locais cobertos e com contenccedilatildeo por mais de 30 dias sendo destinados a empresas especializa-das no tratamento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais co-bertos e com contenccedilatildeo de 15 a 30 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

Os resiacuteduos ficam arma-zenados em locais cober-tos e com contenccedilatildeo por menos de 15 dias sendo destinados a empresas especializadas no trata-mento ou destinaccedilatildeo

136 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

1 IRS geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo analisado geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo anterior

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Pneus inserviacuteveis

3

Os pneus natildeo satildeo enviados para reutilizaccedilatildeo ou reci-clagem mas ficam armazenados por periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo tritura-dos e enviados para aterros sanitaacuterios mas ficam armazenados em periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo envia-dos para reutilizaccedilatildeo ou reciclagem mas ficam armazenados por periacuteodos superio-res a 12 meses

Os pneus satildeo enviados para reciclagem e ficam armazenados por periacuteodos inferiores a 12 meses

Os pneus satildeo devolvidos aos fabricantes e ficam ar-mazenados em periacuteodos inferiores a seis meses

Lacircmpadas usadas

2

As lacircmpadas natildeo satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a seis meses

As lacircmpadas satildeo devol-vidas aos fabricantes e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a seis meses

Baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis

3

As baterias satildeo dispostas em lixotildees ou natildeo haacute controle sobre o destino

As baterias satildeo dis-postas em aterros de resiacuteduos comuns

As baterias satildeo desti-nadas a aterros de Classe I

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos superiores a dois meses

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a dois meses

Resiacuteduos de aacutereas verdes

1

A administraccedilatildeo aeroportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em bota--foras no interior do siacutetio aeroportuaacuterio

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em valas

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em aterros sanitaacuterios

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria destina os resiacuteduos em usinas de compostagem

A administraccedilatildeo aeropor-tuaacuteria realiza composta-gem dos resiacuteduos em aacuterea interna ao aeroporto

Resiacuteduos da Construccedilatildeo Civil

2

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular proacuteximas a corpos drsquoaacuteguas

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular mas natildeo haacute indiacutecios de degrada-ccedilatildeo do solo ou aacutegua

O aeroporto possui aacutereas com armaze-namento temporaacuterio adequado mas natildeo haacute segregaccedilatildeo dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazena-mento temporaacuterio ade-quado haacute segregaccedilatildeo e reciclagem mas natildeo haacute reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazenamento temporaacuterio adequado haacute segregaccedilatildeo reciclagem e reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

Disposiccedilatildeo em bota-fora

2

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio e o passivo encontra-se no local

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e natildeo recebeu tratamento

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no inte-rior do siacutetio aeropor-tuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e recebeu tratamento

Natildeo ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas passivos anteriores encontram-se no local

O aeroporto natildeo dispotildee de aacutereas de bota-fora em toda aacuterea patrimonial

Iacutendice meacutedio 29

Tabela 1 ndash Continuaccedilatildeo

Com o objetivo de avaliar qualitativamente e quantitativamente

os resiacuteduos gerados o Aeroporto Internacional de Viracopos atua-

lizou no iniacutecio de 2011 seu PGRS Os resultados quantitativos da

geraccedilatildeo de resiacuteduos apontaram um aumento de 57 da massa total

gerada em 2010 em relaccedilatildeo a 2009 Entretanto quando relacionada

com o movimento de aeronaves a quantidade de resiacuteduos decresceu

96 em relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo

Quanto ao armazenamento intermediaacuterio dos resiacuteduos dos

Grupos A e D (infectante e comum respectivamente) evidenciou-se

a presenccedila de contecircineres especiacuteficos para cada um dos dois grupos

(branco e verde para os Grupos A e D respectivamente) e natildeo foi

observada disposiccedilatildeo direta sobre o solo Entretanto no local onde

ocorre a segregaccedilatildeo dos resiacuteduos de bordo de aeronave foi possiacutevel

identificar falta de cobertura e impermeabilizaccedilatildeo do piso No mes-

mo ponto os contecircineres para resiacuteduos infectantes e comuns satildeo alo-

cados sem separaccedilatildeo fiacutesica por paredes ou distacircncias suficientes para

que o risco de contaminaccedilatildeo cruzada seja minimizado

A higienizaccedilatildeo de tais recipientes eacute realizada a cada 30 dias A la-

vagem eacute feita por meio de um lavador de contentores moacutevel instalado

sobre um caminhatildeo Essa operaccedilatildeo acontece no interior de uma cacircmara

fechada do lavador de contentor por meio de aacutegua e alta pressatildeo aditiva-

da com produtos desengordurantes e bactericidas Nesse procedimento

os resiacuteduos soacutelidos ficam em uma cacircmara fechada no proacuteprio caminhatildeo

e posteriormente satildeo retirados e encaminhados ao aterro sanitaacuterio

O efluente eacute despejado na estaccedilatildeo de tratamento de esgoto do aeroporto

A coleta dos resiacuteduos apoacutes o armazenamento intermediaacuterio eacute rea-

lizada trecircs vezes ao dia Apoacutes tal processo os infectantes satildeo enviados

para tratamento teacutermico pela teacutecnica de micro-ondas em zona secun-

daacuteria (aacuterea externa ao aeroporto) Segundo o Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento satildeo admitidos trecircs tipos de tratamento para os

resiacuteduos de bordo de aeronaves incineraccedilatildeo autoclavagem (133ordmC com

3 bar por 20 minutos) e hidroacutelise alcalina (BRASIL 2006) Atualmente

o Aeroporto Internacional de Viracopos dispotildee de uma autoclave mas

o equipamento ainda natildeo foi licenciado e o local de instalaccedilatildeo necessita

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (1996) Aeroportos ndash gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos NBR 8843 Rio de Janeiro 4 p

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (2004) Gestatildeo Ambiental ndash avaliaccedilatildeo de desempenho ndash diretrizes NBR 14031 Rio de Janeiro 38 p

BRASIL (2010) Congresso Nacional Lei nordm 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

BRASIL (2006) Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 36 de 10 de novembro de 2006 Aprova o Manual de Procedimentos Operacionais da Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

CAMPINAS (2006) Lei Complementar nordm 15 de 27 de Dezembro de 2006 Dispotildee sobre o Plano Diretor do Municiacutepio de Campinas Diaacuterio Oficial do Municiacutepio de Campinas Campinas

CORDEIRO E BARBOSA CBDUARTE VL (2000) Gerenciamento de Resiacuteduos Soacutelidos em Estaccedilotildees Aeroportuaacuterias Brasileiras Diagnoacutestico Situacional In XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Anais ABES - Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Campinas

INFRAERO ndash Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria (2011) Estatiacutestica dos Aeroportos Brasiacutelia Disponiacutevel em lthttp

wwwinfraerogovbrindexphpbrestatistica-dos-aeroportoshtmlgt Acesso em 21 jan 2011

OACI ndash Organizaccedilatildeo Internacional da Aviaccedilatildeo Civil (1996) Manual ndash Guia de Proteccedilatildeo Ambiental para Aeroportos Projeto PNUD OACI RLA92031 Versatildeo preliminar

OECD ndash Organization for Economic Co-Operation and Development (2001) Environmental Indicators OECD Publications Paris 155p

PITT M BROWN A SMITH A (2002) Waste Management at Airports Facilities v 20 p 198-207

REZENDE D amp MERLIN S (2003) Carbono social ndash agregando valores ao desenvolvimento sustentaacutevel Editora Peiroacutepolis Disponiacutevel em lthttpwwwsocialcarbonorguploadDocsDocumentsSocial_Carbon_book_ptpdfgt Acesso em 24 jan 2011

SANTOS CKN (2008) Metodologia do Carbono Social ndash Manual do Multiplicador Palmas Instituto Ecoloacutegica

STRUCHEL A CAPPA J BERNARDO R (2008) O Aeroporto Internacional de Viracopos na Revisatildeo do Plano Diretor de Campinas ndash SP em 2006 In VII Simpoacutesio de Transporte Aeacutereo Sitraer v 7 p 346-357

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Page 6: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

136 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

1 IRS geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo analisado geraccedilatildeo meacutedia de resiacuteduosnuacutemero de movimentos de aeronaves do periacuteodo anterior

Indicador Iacutendice atribuiacutedo

Iacutendice

1 2 3 4 5

Pneus inserviacuteveis

3

Os pneus natildeo satildeo enviados para reutilizaccedilatildeo ou reci-clagem mas ficam armazenados por periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo tritura-dos e enviados para aterros sanitaacuterios mas ficam armazenados em periacuteodos superiores a 12 meses

Os pneus satildeo envia-dos para reutilizaccedilatildeo ou reciclagem mas ficam armazenados por periacuteodos superio-res a 12 meses

Os pneus satildeo enviados para reciclagem e ficam armazenados por periacuteodos inferiores a 12 meses

Os pneus satildeo devolvidos aos fabricantes e ficam ar-mazenados em periacuteodos inferiores a seis meses

Lacircmpadas usadas

2

As lacircmpadas natildeo satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos superiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo enviadas para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a 12 meses

As lacircmpadas satildeo envia-das para reciclagem e ficam armazenadas por periacuteodos inferiores a seis meses

As lacircmpadas satildeo devol-vidas aos fabricantes e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a seis meses

Baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis

3

As baterias satildeo dispostas em lixotildees ou natildeo haacute controle sobre o destino

As baterias satildeo dis-postas em aterros de resiacuteduos comuns

As baterias satildeo desti-nadas a aterros de Classe I

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos superiores a dois meses

As baterias satildeo desti-nadas a reciclagem e ficam armazenadas em periacuteodos inferiores a dois meses

Resiacuteduos de aacutereas verdes

1

A administraccedilatildeo aeroportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em bota--foras no interior do siacutetio aeroportuaacuterio

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em valas

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria dispotildee os resiacuteduos em aterros sanitaacuterios

A administraccedilatildeo ae-roportuaacuteria destina os resiacuteduos em usinas de compostagem

A administraccedilatildeo aeropor-tuaacuteria realiza composta-gem dos resiacuteduos em aacuterea interna ao aeroporto

Resiacuteduos da Construccedilatildeo Civil

2

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular proacuteximas a corpos drsquoaacuteguas

O aeroporto possui aacutereas com disposiccedilatildeo irregular mas natildeo haacute indiacutecios de degrada-ccedilatildeo do solo ou aacutegua

O aeroporto possui aacutereas com armaze-namento temporaacuterio adequado mas natildeo haacute segregaccedilatildeo dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazena-mento temporaacuterio ade-quado haacute segregaccedilatildeo e reciclagem mas natildeo haacute reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

O aeroporto possui aacutereas com armazenamento temporaacuterio adequado haacute segregaccedilatildeo reciclagem e reutilizaccedilatildeo interna dos resiacuteduos

Disposiccedilatildeo em bota-fora

2

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio e o passivo encontra-se no local

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e natildeo recebeu tratamento

Ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no inte-rior do siacutetio aeropor-tuaacuterio mas o passivo foi retirado do local e recebeu tratamento

Natildeo ocorreu disposiccedilatildeo de resiacuteduos em aacutereas de bota-fora no interior do siacutetio aeroportuaacuterio mas passivos anteriores encontram-se no local

O aeroporto natildeo dispotildee de aacutereas de bota-fora em toda aacuterea patrimonial

Iacutendice meacutedio 29

Tabela 1 ndash Continuaccedilatildeo

Com o objetivo de avaliar qualitativamente e quantitativamente

os resiacuteduos gerados o Aeroporto Internacional de Viracopos atua-

lizou no iniacutecio de 2011 seu PGRS Os resultados quantitativos da

geraccedilatildeo de resiacuteduos apontaram um aumento de 57 da massa total

gerada em 2010 em relaccedilatildeo a 2009 Entretanto quando relacionada

com o movimento de aeronaves a quantidade de resiacuteduos decresceu

96 em relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo

Quanto ao armazenamento intermediaacuterio dos resiacuteduos dos

Grupos A e D (infectante e comum respectivamente) evidenciou-se

a presenccedila de contecircineres especiacuteficos para cada um dos dois grupos

(branco e verde para os Grupos A e D respectivamente) e natildeo foi

observada disposiccedilatildeo direta sobre o solo Entretanto no local onde

ocorre a segregaccedilatildeo dos resiacuteduos de bordo de aeronave foi possiacutevel

identificar falta de cobertura e impermeabilizaccedilatildeo do piso No mes-

mo ponto os contecircineres para resiacuteduos infectantes e comuns satildeo alo-

cados sem separaccedilatildeo fiacutesica por paredes ou distacircncias suficientes para

que o risco de contaminaccedilatildeo cruzada seja minimizado

A higienizaccedilatildeo de tais recipientes eacute realizada a cada 30 dias A la-

vagem eacute feita por meio de um lavador de contentores moacutevel instalado

sobre um caminhatildeo Essa operaccedilatildeo acontece no interior de uma cacircmara

fechada do lavador de contentor por meio de aacutegua e alta pressatildeo aditiva-

da com produtos desengordurantes e bactericidas Nesse procedimento

os resiacuteduos soacutelidos ficam em uma cacircmara fechada no proacuteprio caminhatildeo

e posteriormente satildeo retirados e encaminhados ao aterro sanitaacuterio

O efluente eacute despejado na estaccedilatildeo de tratamento de esgoto do aeroporto

A coleta dos resiacuteduos apoacutes o armazenamento intermediaacuterio eacute rea-

lizada trecircs vezes ao dia Apoacutes tal processo os infectantes satildeo enviados

para tratamento teacutermico pela teacutecnica de micro-ondas em zona secun-

daacuteria (aacuterea externa ao aeroporto) Segundo o Ministeacuterio da Agricultura

Pecuaacuteria e Abastecimento satildeo admitidos trecircs tipos de tratamento para os

resiacuteduos de bordo de aeronaves incineraccedilatildeo autoclavagem (133ordmC com

3 bar por 20 minutos) e hidroacutelise alcalina (BRASIL 2006) Atualmente

o Aeroporto Internacional de Viracopos dispotildee de uma autoclave mas

o equipamento ainda natildeo foi licenciado e o local de instalaccedilatildeo necessita

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (1996) Aeroportos ndash gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos NBR 8843 Rio de Janeiro 4 p

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (2004) Gestatildeo Ambiental ndash avaliaccedilatildeo de desempenho ndash diretrizes NBR 14031 Rio de Janeiro 38 p

BRASIL (2010) Congresso Nacional Lei nordm 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

BRASIL (2006) Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 36 de 10 de novembro de 2006 Aprova o Manual de Procedimentos Operacionais da Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

CAMPINAS (2006) Lei Complementar nordm 15 de 27 de Dezembro de 2006 Dispotildee sobre o Plano Diretor do Municiacutepio de Campinas Diaacuterio Oficial do Municiacutepio de Campinas Campinas

CORDEIRO E BARBOSA CBDUARTE VL (2000) Gerenciamento de Resiacuteduos Soacutelidos em Estaccedilotildees Aeroportuaacuterias Brasileiras Diagnoacutestico Situacional In XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Anais ABES - Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Campinas

INFRAERO ndash Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria (2011) Estatiacutestica dos Aeroportos Brasiacutelia Disponiacutevel em lthttp

wwwinfraerogovbrindexphpbrestatistica-dos-aeroportoshtmlgt Acesso em 21 jan 2011

OACI ndash Organizaccedilatildeo Internacional da Aviaccedilatildeo Civil (1996) Manual ndash Guia de Proteccedilatildeo Ambiental para Aeroportos Projeto PNUD OACI RLA92031 Versatildeo preliminar

OECD ndash Organization for Economic Co-Operation and Development (2001) Environmental Indicators OECD Publications Paris 155p

PITT M BROWN A SMITH A (2002) Waste Management at Airports Facilities v 20 p 198-207

REZENDE D amp MERLIN S (2003) Carbono social ndash agregando valores ao desenvolvimento sustentaacutevel Editora Peiroacutepolis Disponiacutevel em lthttpwwwsocialcarbonorguploadDocsDocumentsSocial_Carbon_book_ptpdfgt Acesso em 24 jan 2011

SANTOS CKN (2008) Metodologia do Carbono Social ndash Manual do Multiplicador Palmas Instituto Ecoloacutegica

STRUCHEL A CAPPA J BERNARDO R (2008) O Aeroporto Internacional de Viracopos na Revisatildeo do Plano Diretor de Campinas ndash SP em 2006 In VII Simpoacutesio de Transporte Aeacutereo Sitraer v 7 p 346-357

WALM ndash Engenharia e Tecnologia Ambiental (2008) EIA ndash Estudo de Impacto Ambiental Ampliaccedilatildeo do Aeroporto Internacional de ViracoposCampinas ndash SP v 1 p 11-7128 Satildeo Paulo

Page 7: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

137Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Indicadores e gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em aeroportos

de adequaccedilotildees como instalaccedilotildees eleacutetricas e reforma do piso e das pare-

des Dessa maneira embora os resiacuteduos de bordo de aeronave e outros

infectantes recebam tratamento o procedimento natildeo eacute realizado no local

e por meio de teacutecnicas previstas por este Ministeacuterio

Para a efetivaccedilatildeo da coleta os transportes interno e externo dos re-

siacuteduos soacutelidos satildeo feitos por veiacuteculos especiacuteficos passando apenas por

locais autorizados pela ANVISA Os resiacuteduos soacutelidos de bordo satildeo trans-

portados das aeronaves ateacute os pontos de armazenamento intermediaacuterio

por meio de veiacuteculo de apoio agrave aeronave Aos resiacuteduos infectantes a

coleta do ponto de armazenamento intermediaacuterio ateacute o tratamento eacute rea-

lizada por um veiacuteculo adaptado com carroceria fechada devidamente

identificada com a simbologia de infectante Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos

comuns o transporte eacute feito em um caminhatildeo coletor de lixo comum

equipado com sistema de compactaccedilatildeo e levantador de contecirciner O des-

tino tanto dos resiacuteduos infectantes apoacutes tratamento como dos comuns

eacute um aterro sanitaacuterio localizado em Pauliacutenia licenciado pela Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB)

Os materiais reciclaacuteveis satildeo segregados no entanto devido ao

pouco tempo de implementaccedilatildeo da coleta seletiva poucos satildeo os

pontos de segregaccedilatildeo e a quantidade gerada Os principais geradores

de materiais reciclaacuteveis satildeo os escritoacuterios e os terminais de carga sen-

do atualmente os uacutenicos destinados a uma associaccedilatildeo de cooperativas

de Campinas habilitada conforme o Decreto 59402006

Quanto aos resiacuteduos classificados como Grupo B ou seja que re-

presentam risco quiacutemico os mais representativos em aeroportos satildeo

oacuteleos e materiais contaminados com tintas e oacuteleos lacircmpadas de mercuacute-

rio e baterias chumbo-aacutecido inserviacuteveis Os oacuteleos e materiais contami-

nados com os mesmos satildeo gerados em caixas separadoras e nas ofici-

nas de manutenccedilatildeo de veiacuteculos e empilhadeiras respectivamente Em

ambos os casos os serviccedilos de remoccedilatildeo e destinaccedilatildeo satildeo realizados por

empresas terceirizadas O destino dos oacuteleos eacute o reaproveitamento en-

quanto que os demais resiacuteduos contaminados como estopas e embala-

gens satildeo destinados pela mesma empresa que recicla o oacuteleo Embora

fiquem armazenadas em local fechado e de forma adequada as lacircmpa-

das de mercuacuterio bem como as baterias chumbo-aacutecido e os pneus in-

serviacuteveis satildeo enviados para reciclagem em empresas especializadas em

cada tipo de material Entretanto o tempo meacutedio de armazenamento

destes resiacuteduos eacute superior a seis meses aumentando a vulnerabilidade

do local quanto aos riscos de contaminaccedilatildeo do solo e da aacutegua

Com relaccedilatildeo aos resiacuteduos de aacutereas verdes o aeroporto realiza a

disposiccedilatildeo em aacuterea interna ao siacutetio aeroportuaacuterio sem manejo preacutevio

adequado como trituraccedilatildeo ou ateacute mesmo compostagem De maneira

anaacuteloga o aeroporto possui um antigo canteiro de obras com armaze-

namento de resiacuteduos da construccedilatildeo civil Contudo em ambos os locais

de bota-fora natildeo haacute evidecircncias de contaminaccedilatildeo do solo Vale ressaltar

que atualmente os resiacuteduos da construccedilatildeo civil gerados no aeroporto

satildeo destinados a usinas de reciclagem ou a outro destino conforme a

Resoluccedilatildeo do CONAMA 3072002 e os que se encontram na aacuterea de

bota-fora foram gerados antes da implementaccedilatildeo do atual PGRS

Estrateacutegias de manejo e monitoramento

Os resultados gerados pela aplicaccedilatildeo dos indicadores demons-

tram que 34 deles apresentam avaliaccedilatildeo ruim ou criacutetica Com base

no diagnoacutestico realizado no Aeroporto Internacional de Viracopos e

utilizando-se o modelo de pressatildeo-estado-resposta (OECD 2001) foi

possiacutevel identificar algumas estrateacutegias de manejo e melhoria contiacutenua

para as natildeo conformidades observadas nos indicadores com baixos iacuten-

dices A pressatildeo existente eacute relativa agrave geraccedilatildeo ao armazenamento ao

tratamento e agrave disposiccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos no aeroporto Assim

o estado relacionado agraves principais natildeo conformidades corresponde agraves

condiccedilotildees inadequadas de infraestrutura em aacutereas de armazenamento

de resiacuteduos ao tempo de armazenamento de resiacuteduos perigosos agrave au-

secircncia de tratamento em zona primaacuteria e ao baixo percentual de mate-

riais encaminhados para a reciclagem Dessa forma algumas estrateacutegias

de manejo ou respostas podem ser propostas

bull aumentodospontosdesegregaccedilatildeoecoletademateriaisreciclaacuteveis

bull separaccedilatildeodosresiacuteduossoacutelidosnafontegeradora

bull destinodosmateriaisreciclaacuteveisparaassociaccedilotildeesoucooperativas

sem fins lucrativos

bull disposiccedilatildeoemperiacuteodosinferioresaseismesesdebateriaslacircmpa-

das e pneus inserviacuteveis

bull armazenamentodosresiacuteduoscomunseinfectantesemambien-

tes diferentes

bull impermeabilizaccedilatildeoeconstruccedilatildeodecoberturasnoslocaisparaar-

mazenamento de resiacuteduos

bull instalaccedilatildeoelicenciamentodeequipamentodetratamentodere-

siacuteduos soacutelidos como a autoclave

bull construccedilatildeodeumaestaccedilatildeodetratamentoderesiacuteduossoacutelidos

bull realizaccedilatildeodecompostagemdosresiacuteduosdeaacutereasverdes

bull impedimentodadisposiccedilatildeoderesiacuteduosemaacutereasdebota-fora

Embora algumas das medidas propostas estejam relacionadas agraves

caracteriacutesticas estruturais do aeroporto necessitando da realizaccedilatildeo de

obras fiacutesicas as mesmas natildeo representam accedilotildees de grandes investimen-

tos Aleacutem disso as accedilotildees propostas natildeo requerem longos periacuteodos de

execuccedilatildeo podendo ser feitas em prazos inferiores haacute um ano exceto

as atividades contiacutenuas como a realizaccedilatildeo de tratamento de resiacuteduos

Assim impactos associados ao gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos po-

dem ser corrigidos por uma administraccedilatildeo aeroportuaacuteria mais eficiente

em relaccedilatildeo agrave gestatildeo ambiental do Aeroporto Internacional de Viracopos

Apoacutes a conclusatildeo das medidas propostas recomenda-se que os indi-

cadores sejam aplicados novamente contemplando um monitoramento

ambiental perioacutedico e proporcionando o controle eficaz da gestatildeo dos

resiacuteduos gerados neste aeroporto O monitoramento ambiental deve en-

volver essencialmente a coleta a anaacutelise e a avaliaccedilatildeo de dados ambien-

tais para a orientaccedilatildeo da melhor maneira de manejo ambiental ao local

estudado As teacutecnicas a serem utilizadas devem estar embasadas em con-

sultas agrave literatura e em debates com profissionais da aacuterea ambiental Esse

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (1996) Aeroportos ndash gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos NBR 8843 Rio de Janeiro 4 p

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (2004) Gestatildeo Ambiental ndash avaliaccedilatildeo de desempenho ndash diretrizes NBR 14031 Rio de Janeiro 38 p

BRASIL (2010) Congresso Nacional Lei nordm 12305 de 2 de agosto de 2010 Institui a Poliacutetica Nacional de Resiacuteduos Soacutelidos Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

BRASIL (2006) Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 36 de 10 de novembro de 2006 Aprova o Manual de Procedimentos Operacionais da Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

CAMPINAS (2006) Lei Complementar nordm 15 de 27 de Dezembro de 2006 Dispotildee sobre o Plano Diretor do Municiacutepio de Campinas Diaacuterio Oficial do Municiacutepio de Campinas Campinas

CORDEIRO E BARBOSA CBDUARTE VL (2000) Gerenciamento de Resiacuteduos Soacutelidos em Estaccedilotildees Aeroportuaacuterias Brasileiras Diagnoacutestico Situacional In XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Anais ABES - Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Campinas

INFRAERO ndash Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria (2011) Estatiacutestica dos Aeroportos Brasiacutelia Disponiacutevel em lthttp

wwwinfraerogovbrindexphpbrestatistica-dos-aeroportoshtmlgt Acesso em 21 jan 2011

OACI ndash Organizaccedilatildeo Internacional da Aviaccedilatildeo Civil (1996) Manual ndash Guia de Proteccedilatildeo Ambiental para Aeroportos Projeto PNUD OACI RLA92031 Versatildeo preliminar

OECD ndash Organization for Economic Co-Operation and Development (2001) Environmental Indicators OECD Publications Paris 155p

PITT M BROWN A SMITH A (2002) Waste Management at Airports Facilities v 20 p 198-207

REZENDE D amp MERLIN S (2003) Carbono social ndash agregando valores ao desenvolvimento sustentaacutevel Editora Peiroacutepolis Disponiacutevel em lthttpwwwsocialcarbonorguploadDocsDocumentsSocial_Carbon_book_ptpdfgt Acesso em 24 jan 2011

SANTOS CKN (2008) Metodologia do Carbono Social ndash Manual do Multiplicador Palmas Instituto Ecoloacutegica

STRUCHEL A CAPPA J BERNARDO R (2008) O Aeroporto Internacional de Viracopos na Revisatildeo do Plano Diretor de Campinas ndash SP em 2006 In VII Simpoacutesio de Transporte Aeacutereo Sitraer v 7 p 346-357

WALM ndash Engenharia e Tecnologia Ambiental (2008) EIA ndash Estudo de Impacto Ambiental Ampliaccedilatildeo do Aeroporto Internacional de ViracoposCampinas ndash SP v 1 p 11-7128 Satildeo Paulo

Page 8: Indicadores para a gestão de resíduos sólidos em aeroportos e sua

138 Eng Sanit Ambient | v18 n2 | abrjun 2013 | 131-138

Carra TA Conceiccedilatildeo FT Teixeira BB

monitoramento poderaacute fornecer uma base de dados para o uso futuro

aleacutem de determinar se os objetivos das accedilotildees de manejo estatildeo produzin-

do os resultados esperados sem alterar as caracteriacutesticas do ambiente

Programas de educaccedilatildeo ambiental tambeacutem devem fazer parte

da proposta de minimizaccedilatildeo dos impactos descritos neste estudo

Esses programas de educaccedilatildeo ambiental podem despertar nas pes-

soas a conscientizaccedilatildeo dos valores dos ecossistemas encontrados re-

lacionando o gerenciamento de resiacuteduos com o cotidiano Para uma

eficiecircncia ainda maior devem ser promovidas atividades educativas

para funcionaacuterios e passageiros sempre com o objetivo de demons-

trar que se bem aproveitados conservados ou preservados os recur-

sos do meio ambiente trazem apenas benefiacutecios para a comunidade

Conclusotildees

Diversos aspectos e impactos negativos originados das atividades

aeroportuaacuterias estatildeo relacionados ao mau gerenciamento de resiacuteduos

soacutelidos Assim por meio deste trabalho foi possiacutevel desenvolver e apli-

car uma metodologia para avaliaccedilatildeo da gestatildeo de resiacuteduos soacutelidos em

aeroportos de maneira a auxiliar a administraccedilatildeo aeroportuaacuteria a iden-

tificar os aspectos ambientais significativos A aplicaccedilatildeo dos indicado-

res no Aeroporto Internacional de Viracopos obteve um desempenho

de 29 em uma escala de um a cinco caracterizando-o como regular

O uso dos indicadores associados ao modelo pressatildeo-estado-resposta

permitiu ainda a identificaccedilatildeo de boas praacuteticas e soluccedilotildees ambientais

para o gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos no Aeroporto Internacional

de Viracopos Portanto foram propostas dez accedilotildees de resposta agraves pres-

sotildees impostas ao meio ambiente em decorrecircncia dos resiacuteduos gera-

dos neste aeroporto Complementarmente por meio da metodologia

proposta eacute possiacutevel realizar anaacutelises comparativas entre aeroportos e

acompanhar sistematicamente a evoluccedilatildeo do desempenho no tema

abordado Esse monitoramento do desempenho por indicadores po-

deraacute fornecer ao longo do tempo uma base de dados para acompa-

nhamento das accedilotildees realizadas aleacutem de determinar se os objetivos das

accedilotildees de manejo estatildeo produzindo os resultados esperados

Aleacutem disso os indicadores e suas aplicaccedilotildees servem para auxi-

liar no planejamento e direcionamento de accedilotildees pela identificaccedilatildeo

de prioridades sejam elas unidades aeroportuaacuterias ou aspectos am-

bientais mais criacuteticos Com isso podem-se definir as preferecircncias

em alocaccedilatildeo de recursos reduzir gastos e contribuir para a melhoria

contiacutenua do sistema de gestatildeo ambiental de aeroportos Como resul-

tado as ADAs podem ser divulgadas periodicamente possibilitando

agraves partes interessadas uma anaacutelise detalhada dos procedimentos e das

medidas de controle ambiental adotados

Referecircncias

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (1996) Aeroportos ndash gerenciamento de resiacuteduos soacutelidos NBR 8843 Rio de Janeiro 4 p

Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas ndash ABNT (2004) Gestatildeo Ambiental ndash avaliaccedilatildeo de desempenho ndash diretrizes NBR 14031 Rio de Janeiro 38 p

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BRASIL (2006) Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento Instruccedilatildeo Normativa nordm 36 de 10 de novembro de 2006 Aprova o Manual de Procedimentos Operacionais da Vigilacircncia Agropecuaacuteria Internacional Diaacuterio Oficial da Uniatildeo Brasiacutelia

CAMPINAS (2006) Lei Complementar nordm 15 de 27 de Dezembro de 2006 Dispotildee sobre o Plano Diretor do Municiacutepio de Campinas Diaacuterio Oficial do Municiacutepio de Campinas Campinas

CORDEIRO E BARBOSA CBDUARTE VL (2000) Gerenciamento de Resiacuteduos Soacutelidos em Estaccedilotildees Aeroportuaacuterias Brasileiras Diagnoacutestico Situacional In XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Anais ABES - Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Campinas

INFRAERO ndash Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria (2011) Estatiacutestica dos Aeroportos Brasiacutelia Disponiacutevel em lthttp

wwwinfraerogovbrindexphpbrestatistica-dos-aeroportoshtmlgt Acesso em 21 jan 2011

OACI ndash Organizaccedilatildeo Internacional da Aviaccedilatildeo Civil (1996) Manual ndash Guia de Proteccedilatildeo Ambiental para Aeroportos Projeto PNUD OACI RLA92031 Versatildeo preliminar

OECD ndash Organization for Economic Co-Operation and Development (2001) Environmental Indicators OECD Publications Paris 155p

PITT M BROWN A SMITH A (2002) Waste Management at Airports Facilities v 20 p 198-207

REZENDE D amp MERLIN S (2003) Carbono social ndash agregando valores ao desenvolvimento sustentaacutevel Editora Peiroacutepolis Disponiacutevel em lthttpwwwsocialcarbonorguploadDocsDocumentsSocial_Carbon_book_ptpdfgt Acesso em 24 jan 2011

SANTOS CKN (2008) Metodologia do Carbono Social ndash Manual do Multiplicador Palmas Instituto Ecoloacutegica

STRUCHEL A CAPPA J BERNARDO R (2008) O Aeroporto Internacional de Viracopos na Revisatildeo do Plano Diretor de Campinas ndash SP em 2006 In VII Simpoacutesio de Transporte Aeacutereo Sitraer v 7 p 346-357

WALM ndash Engenharia e Tecnologia Ambiental (2008) EIA ndash Estudo de Impacto Ambiental Ampliaccedilatildeo do Aeroporto Internacional de ViracoposCampinas ndash SP v 1 p 11-7128 Satildeo Paulo