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Imunossenescência: alterações imunológicas no idoso Imunosenescence: imunological changes in the elderly Sâmia Macedo Queiroz Mota Mestrado em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Fortaleza - CE. Diego Bastos Porto Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Fortaleza - CE. Max Victor Carioca Freitas, José Ájax Queiroz Nogueira Professores de Imunologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Fortaleza - CE. RBM Edição: Jun 10 V 67 N 6 Recebido para publicação em 09/2009. Aceito em 10/2009. Unitermos: imunologia, idoso, imunossenescência. Unterms: immunology, elderly, immunosenescence. SUMÁRIO Os avanços nas áreas de saúde e sociais contribuíram para o aumento da longevidade da população não somente nos países desenvolvidos, como também nos países emergentes. Estima-se que a população de idosos em 2025 atinja quase 2 bilhões de indivíduos. O idoso tem uma frequência aumentada de doenças infecciosas, crônicas, neoplásicas, processos inflamatórios exacerbados e alterações de autoimunidade. Todas estas morbidades são fortemente influenciadas por alterações no sistema imunológico. Este sistema é responsável pela proteção do indivíduo contra alterações de origem externa (infecções) ou interna (neoplasias). Composto por órgãos, células, moléculas e gene, atua de forma complexa interagindo com o meio ambiente e modificando-se ao longo da idade. Esta revisão visa mostrar alterações na imunidade do idoso (imunossenescência), sendo didaticamente dividida em imunidade inata e imunidade adaptativa. Na imunidade inata temos: alterações na atividade fagocitária de neutrófilos, menor atividade quimiotática dos macrófagos, aumento na quantidade de células NK e maior produção de IL-6 pelas células dendríticas, por exemplo. Na imunidade adaptativa temos: atrofia tímica, desequilíbrio entre o número de células T virgens e de memória, redução dos mecanismos efetores de imunidade celular e, além disso, as células B e seus produtos imunoglobulinas e anticorpos também são afetados com o envelhecimento. O aprofundamento do conhecimento sobre a imunossenescência se torna essencial para melhor entender o perfil imunitário do idoso, suas alterações e consequências. Com isso, poderemos intervir de forma mais eficiente nestes indivíduos, visando a prevenção de doenças e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos idosos.

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Imunossenescência.Mudanças imunológicas no idoso

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  • Imunossenescncia: alteraes imunolgicas no idoso Imunosenescence: imunological changes in the elderly

    Smia Macedo Queiroz Mota Mestrado em Patologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Cear (UFC) - Fortaleza - CE.

    Diego Bastos Porto Medicina da Universidade Federal do Cear (UFC) - Fortaleza - CE.

    Max Victor Carioca Freitas, Jos jax Queiroz Nogueira Professores de Imunologia da Universidade Federal do Cear (UFC) - Fortaleza - CE.

    RBM Edio: Jun 10 V 67 N 6

    Recebido para publicao em 09/2009.

    Aceito em 10/2009.

    Unitermos: imunologia, idoso, imunossenescncia.

    Unterms: immunology, elderly, immunosenescence.

    SUMRIO

    Os avanos nas reas de sade e sociais contriburam para o aumento da

    longevidade da populao no somente nos pases desenvolvidos, como tambm nos

    pases emergentes. Estima-se que a populao de idosos em 2025 atinja quase 2 bilhes

    de indivduos.

    O idoso tem uma frequncia aumentada de doenas infecciosas, crnicas,

    neoplsicas, processos inflamatrios exacerbados e alteraes de autoimunidade. Todas

    estas morbidades so fortemente influenciadas por alteraes no sistema imunolgico.

    Este sistema responsvel pela proteo do indivduo contra alteraes de origem externa

    (infeces) ou interna (neoplasias). Composto por rgos, clulas, molculas e gene, atua

    de forma complexa interagindo com o meio ambiente e modificando-se ao longo da idade.

    Esta reviso visa mostrar alteraes na imunidade do idoso (imunossenescncia),

    sendo didaticamente dividida em imunidade inata e imunidade adaptativa. Na imunidade

    inata temos: alteraes na atividade fagocitria de neutrfilos, menor atividade

    quimiottica dos macrfagos, aumento na quantidade de clulas NK e maior produo de

    IL-6 pelas clulas dendrticas, por exemplo. Na imunidade adaptativa temos: atrofia

    tmica, desequilbrio entre o nmero de clulas T virgens e de memria, reduo dos

    mecanismos efetores de imunidade celular e, alm disso, as clulas B e seus produtos

    imunoglobulinas e anticorpos tambm so afetados com o envelhecimento. O

    aprofundamento do conhecimento sobre a imunossenescncia se torna essencial para

    melhor entender o perfil imunitrio do idoso, suas alteraes e consequncias. Com isso,

    poderemos intervir de forma mais eficiente nestes indivduos, visando a preveno de

    doenas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos idosos.

  • SUMARY

    The advances in Health and Social Sciences fields have contributed for the

    elongation of life expectancy, not only in developed but also in emerging countries.

    It is estimated that, in 2025, the elderly population will be of 2 billion people.

    The elder have an increased incidence of infectious, chronic and neoplasic

    diseases as well as exacerbations of inflammatory processes and alterations in self-

    immunity. All those morbidities are greatly influenced by changes in the Immune System.

    This system is responsible for the protection of the individual against alterations of

    external (infections) or internal (neoplastic disorders) origins. Formed by organs, cells,

    molecules and genes, it acts in a complex way, interacting with the environment and

    modifying itself as the body ages.

    This review paper is meant to discuss immunological changes in the elderly

    (imunossenescence) being, didactically, divided in innate and adaptive response.

    In the innate immunity, we have changes in the neutrophil phagocitic activity,

    decrease in chemotatic macrophage activity, increase in the absolute number of NK cells

    and higher IL-6 production by dendritic cells, for example.

    In the adaptive response, we have thymic atrophy, an unbalance between

    proportion of naive and memory T cells, decrease in the efector mechanisms of cellular

    immunity as well as in B cells and their products immunoglobulins and antibodies.

    The better understanding of immunosenescence becomes, therefore, essential for

    the knowledge of the immunological profile in the elderly, its changes and, obviously,

    consequences for global health. With such knowledge, we can, more effectively,

    intervene, not only in treating pathologies, but also in preventing diseases, increasing, in

    such manner, the quality as well as the expectancy of life in the elder population.

    RESUMO

    Os avanos nas reas de sade e sociais contriburam para o aumento da

    longevidade da populao no somente nos pases desenvolvidos, como tambm nos

    pases emergentes. Estima-se que a populao de idosos em 2025 atinja quase 2 bilhes

    de indivduos.

    O idoso tem uma frequncia aumentada de doenas infecciosas, crnicas,

    neoplsicas, processos inflamatrios exacerbados e alteraes de autoimunidade. Todas

    estas morbidades so fortemente influenciadas por alteraes no sistema imunolgico.

    Este sistema responsvel pela proteo do indivduo contra alteraes de origem externa

    (infeces) ou interna (neoplasias). Composto por rgos, clulas, molculas e gene, atua

    de forma complexa interagindo com o meio ambiente e modificando-se ao longo da idade.

    Esta reviso visa mostrar alteraes na imunidade do idoso (imunossenescncia),

    sendo didaticamente dividida em imunidade inata e imunidade adaptativa. Na imunidade

  • inata temos: alteraes na atividade fagocitria de neutrfilos, menor atividade

    quimiottica dos macrfagos, aumento na quantidade de clulas NK e maior produo de

    IL-6 pelas clulas dendrticas, por exemplo. Na imunidade adaptativa temos: atrofia

    tmica, desequilbrio entre o nmero de clulas T virgens e de memria, reduo dos

    mecanismos efetores de imunidade celular e, alm disso, as clulas B e seus produtos

    imunoglobulinas e anticorpos tambm so afetados com o envelhecimento. O

    aprofundamento do conhecimento sobre a imunossenescncia se torna essencial para

    melhor entender o perfil imunitrio do idoso, suas alteraes e consequncias. Com isso,

    poderemos intervir de forma mais eficiente nestes indivduos, visando a preveno de

    doenas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos idosos.

    INTRODUO

    Os avanos cientficos e tecnolgicos na rea da sade, nos ltimos anos,

    contriburam para o aumento da expectativa de vida da populao mundial. O nmero de

    indivduos cuja idade superior a 60 anos cresce exponencialmente. At 2025, espera-se

    uma elevao de cerca de 694 milhes no nmero de pessoas mais velhas. Haver, nessa

    ocasio, aproximadamente, 2 bilhes de idosos no planeta, sendo a maioria (80%) situada

    nos chamados pases em desenvolvimento(1).

    De acordo com o IBGE(2), no incio do sculo XX, no Brasil, 96,7% da populao

    tinha menos de 59 anos de idade. Os idosos correspondiam, nessa poca, a apenas 3,3%

    dos habitantes do pas. Atualmente, j so 15,8 milhes os brasileiros cuja idade igual

    ou superior a 60 anos, o que corresponde a 9% da populao do pas. Estima-se que em

    2020 esse nmero superar os 25 milhes.

    medida que envelhecemos, inmeras modificaes ocorrem em nossa complexa

    estrutura biolgica. Cada organismo sofre especficas alteraes morfolgicas,

    bioqumicas, fisiolgicas e psicolgicas, com influncias genticas e ambientais

    caractersticas. As alteraes que ocorrem nos idosos, geralmente, cursam de maneira

    insidiosa. Desse modo, as patologias, quando evidenciadas, j podem estar em avanado

    estgio de desenvolvimento(3). O sistema imunolgico participa praticamente em todos

    os processos fisiopatolgicos. Atua como mecanismo de defesa e homeostase em doenas

    infecciosas, neoplsicas, inflamatrias e degenerativas(4).

    A compreenso das alteraes imunolgicas no idoso (imunossenescncia) e suas

    consequncias essencial para preveno, diagnstico e tratamento das doenas mais

    frequentes nessa faixa etria(5).

    BASES DO ENVELHECIMENTO

    Considera-se que parte do processo de envelhecimento esteja relacionado com

    alteraes das protenas que compem o organismo. Em um estudo utilizando cultura de

    clulas, os investigadores consideraram que a longevidade determinada geneticamente,

    uma vez que a clula tem uma capacidade de proliferao predefinida, isto , o nmero

    de replicaes limitado(6). Isto corroborado com a teoria do relgio biolgico, ou seja,

  • a multiplicao celular funciona como um relgio, tendo seu envelhecimento

    programado(3).

    Um possvel mecanismo para a teoria gentica que, em cada diviso celular,

    ocorra uma replicao incompleta das extremidades do cromossomo (encurtamento

    telomrico), o que leva, em ltima instncia, parada do ciclo celular. Quando as clulas

    somticas se multiplicam, apenas uma pequena poro do telmero duplicado,

    tornando-se progressivamente mais curto. Aps um nmero fixo de divises, as clulas

    estacionam em um determinado estgio sem capacidade de se dividir, conhecido como

    senescncia celular(6).

    A atividade imunitria, como a maior parte das funes fisiolgicas, diminui com

    a idade, o que tambm tem sido utilizada como base terica para explicar o processo de

    envelhecimento(7).

    Embora outros fatores e mecanismos estejam seguramente envolvidos no

    envelhecimento, este trabalho faz uma reviso do envelhecimento do sistema imune,

    denominado imunossenescncia.

    SISTEMA IMUNOLGICO

    O sistema imune evolui para manter nossa identidade antignica atuando na

    eliminao de agentes patognicos como vrus, bactrias, protozorios, fungos, parasitas

    multicelulares e clulas tumorais. Alm disso, este sistema possui diversos mecanismos

    de controle interno que evitam o desenvolvimento de imunopatologias. Os mecanismos

    de defesa variam desde protees mecnicas at complexos mecanismos celulares e

    moleculares(8).

    Existem, didaticamente, dois tipos de imunidade, a inata e a adaptativa.

    Imunidade inata

    A imunidade inata funciona como uma primeira linha de defesa. O sistema inato

    constitudo por diversos componentes. Primeiramente, as barreiras fsicas como a

    epitelial e as secrees corpreas. Ultrapassadas tais barreiras, os patgenos encontram

    clulas e molculas que podem, ainda, destru-los. Atuam, ento, outros mecanismos

    celulares mediados por macrfagos, neutrfilos, clulas dendrticas e clulas NK

    (natural killer), por exemplo e moleculares compostos pelo sistema complemento,

    PCR (protena C reativa), dentre outros. Tais processos so mecanismos de fagocitose e

    citotoxicidade que podem destruir, ou no, os patgenos(9).

    Clulas do sistema imune inato detectam padres moleculares associados a

    patgenos (PAMPS) que se conservam nos processos evolutivos dos micro-organismos,

    to diversos quantos: bactrias gram-positivas e negativas, vrus, fungos e protozorios.

    Estas molculas (os PAMPS) so reconhecidas por determinados tipos celulares que

    codificam receptores denominados de receptores de reconhecimento de padres (PRRs).

    Nos vertebrados, a resposta inata imune essencial para iniciar a resposta imune

    adaptativa. A resposta imune para os PAMPS tem a seguinte sequncia: 1) deteco de

  • um PAMP especfico leva a 2) sinalizao adequada da clula e 3) resposta efetora. Em

    anos recentes o entendimento dos eventos moleculares foram descritos(10).

    Dentre os componentes da imunidade inata, os neutrfilos so clulas importantes,

    por migrarem para o stio de infeco, terem apoptose retardada, fagocitarem e destrurem

    patgenos. Eles existem na circulao perifrica e so as primeiras clulas a migrarem ao

    tecido infectado. No stio de infeco sua meia-vida, que normalmente de 8 a 12 horas,

    prolongada. Isso permite aos neutrfilos englobar patgenos pela fagocitose e destru-

    los atravs de mecanismos intracelulares. Ao mesmo tempo a medula ssea, sob ao de

    citocinas, produz um aumento no nmero dessas clulas para responder a demanda tanto

    sistmica como no local da infeco(11). Embora possa reconhecer patgenos atravs dos

    chamados Toll-like Receptors (TLR), no percebe sua composio antignica. Continua,

    entretanto, exercendo eficaz proteo(8).

    Os macrfagos so importantes clulas inflamatrias que, alm de destrurem os

    micro-organismos fagocitados, auxiliam nas defesas contra as infeces, incluindo o

    recrutamento de leuccitos e reparo dos tecidos(4). O termo macrfago ativado

    significa o estado no qual estas clulas tm maior habilidade de fagocitar e destruir micro-

    organismos, exercendo, assim, atividade antimicrobiana mais intensa(12).

    Os produtos biologicamente ativos produzidos pelos macrfagos so vrios tipos

    de citocinas. As citocinas so mediadores solveis liberados por linfcitos e clulas do

    sistema fagocitrio, essenciais na comunicao intercelular e em muitos processos

    fisiolgicos e patofisiolgicos(8).

    As clulas Natural Killer constituem uma populao de linfcitos presentes no

    sangue e principalmente no bao. So linfcitos grandes, com numerosos grnulos

    citoplasmticos, tambm denominados linfcitos granulosos. Igualmente derivados da

    medula ssea, no possuem, entretanto, marcadores especficos da linhagem T/B nem

    tampouco o receptor de clulas T especficos para o reconhecimento antignico(13).

    As clulas NK atuam principalmente na imunidade inata contra clulas

    neoplsicas e clulas infectadas por vrus, podendo ser ativadas por citocinas liberadas

    pelos linfcitos T(14).

    O sistema complemento constitudo por um conjunto de protenas plasmticas e

    celulares que so ativadas por micro-organismos, complexos antgeno-anticorpo e

    superfcies moleculares ativadoras presentes em patgenos e clulas alteradas. Aps sua

    ativao por meio de uma cascata enzimtica diversas atividades biolgicas, tais como

    opsonizao, quimiotaxia e mecanismos de citotoxicidade, possibilitam a eliminao de

    patgenos e clulas tumorais(15).

    Concomitantemente ao da imunidade inata, desenvolve-se a imunidade

    adaptativa. O desenvolvimento da resposta adaptativa se inicia atravs da apresentao

    antignica, por APC (clulas apresentadoras de antgenos), aos linfcitos T(4).

    Imunidade adaptativa

    A imunidade adaptativa envolve interaes entre receptores celulares de linfcitos

    T, B e anticorpos com estruturas antignicas presentes em patgenos e clulas. Os

  • linfcitos podem ser classificados em duas grandes populaes: os linfcitos T e os B

    segundo suas origens, evolues a aes(8).

    A imunidade clular mediada, principalmente, por linfcitos T divididas em

    duas subpopulaes: as que apresentam o marcador CD4 e possuem a funo de auxiliar

    nas respostas imunes e as que expressam o marcador CD8 e destroem clulas-alvo e,

    nela, h pouca participao de anticorpos(9).

    Os linfcitos T reconhecem fragmentos antignicos, presentes em complexos,

    localizados na superfcie de clulas apresentadoras de antgenos. A partir da, h

    desenvolvimento de uma resposta imune especfica para aquele antgeno. Tal resposta

    regulada por inmeros fatores, incluindo citocinas, quimiocinas e a presena do prprio

    antgeno(4).

    Os anticorpos so glicoprotenas bifuncionais produzidas por plasmcitos os

    quais so provenientes dos linfcitos B em resposta a um estmulo antignico. Uma

    regio da molcula responsvel pela ligao ao antgeno, enquanto a outra promove a

    funo efetora que inclui opsonizao e citotoxicidade(9).

    IMUNOSSENESCNCIA

    Alteraes imunolgicas no idoso

    A imunossenescncia caracterizada por alteraes quantitativas e/ou qualitativas

    em componentes celulares e moleculares, os quais levam a um estado de inadequada

    atividade do sistema imunolgico. Tal fato propicia uma maior suscetibilidade a

    infeces, menor resposta a imunizaes, maior ndice de fenmenos autoimunes,

    neoplsicos e degenerativos, quando comparados a indivduos mais jovens(5).

    A imunossenescncia evidenciada pela diminuio na resposta celular e

    humoral. As mudanas celulares secundrias, que acompanham o envelhecimento,

    fornecem uma melhor compreenso da atividade imunitria. Algumas divergncias

    existem, mas o consenso presente que as respostas das clulas T so mais afetadas

    durante o processo de envelhecimento do que as clulas B(14).

    Medula ssea e timo

    As clulas do sistema imune possuem um curto perodo de vida e, portanto, h

    necessidade de substituio constante a partir do pool de clulas tronco hematopoiticas

    (HSCs). Se as HSCs envelhecem, isso poder comprometer todos os eventos que

    dependem da sua integridade, incluindo a produo de clulas da imunidade e,

    consequentemente, a resposta imune(16).

    O sistema imune perifrico se desenvolve de clulas-tronco hematopoiticas que

    se originam na medula ssea. Progenitores linfoides (incluindo clulas T e B) emigram

    da medula ssea e migram para locais perifricos especializados, por exemplo, timo, bao

    e linfonodos para se tornarem maduros, diferenciar e adquirir especificidade(17).

  • O perfil de expresso de clulas-tronco hematopoiticas jovens e idosas revelou

    que os genes que medeiam o destino e a funo linfoide eram sistematicamente inibidos,

    enquanto que os genes de especificao mieloide eram ativados com o envelhecimento.

    A natureza dessas mudanas contribui para o declnio funcional das clulas-tronco com a

    idade(16).

    O timo, assim como a medula ssea, um importante rgo linfoide primrio.

    Nele, ocorrem desenvolvimento e proliferao de clulas, provenientes da medula,

    originando linfcitos T. Neste processo ocorre seleo e posterior eliminao, por meio

    de apoptose, de linfcitos T, cujos receptores no reconhecem, ou reconhecem

    fortemente, antgenos prprios(17).

    Um grande nmero de fatores tem sido ligado ao declnio das funes das clulas

    T com a idade, porm parece que a atrofia crnica do timo induzida pela idade resulta

    numa diminuio na produo de clulas T que o fator mais importante(16).

    Com o envelhecimento, ocorre uma atrofia tmica. Esse fenmeno, que se inicia

    j antes da fase adulta, pode ser responsvel por uma considervel porcentagem das

    modificaes que acontecem na imunossenescncia, tais como alteraes na quantidade

    de clulas T ativas, no compensada pelos linfcitos dos rgos linfoides perifricos, e

    por deficincias de citocinas e hormnios tmicos(17).

    As clulas epiteliais tmicas produzem um nmero de fatores estimulantes de

    colnia e citocinas hematopoiticas, tais como IL-1, IL-3, IL-6, IL-7. Tem sido

    demonstrado que o envelhecimento inibe a secreo de IL-7 pelas clulas estromais da

    medula ssea. IL-7 uma citocina essencial para a manuteno e o desenvolvimento dos

    linfcitos. Em contraste, os estudos tm demonstrado um aumento na de IL-6 em pessoas

    idosas(16).

    Imunidade inata

    Ainda que o nmero e a capacidade fagoctica de neutrfilos no se alterem, com

    o envelhecimento, outras funes, como quimiotaxia, produo de nion superxido e

    apoptose, apresentam-se alteradas. Isso pode ser decorrente, por exemplo, de alteraes

    de sinalizao de receptores. Os neutrfilos exibem, tambm, reduzida resposta ao fator

    GM-CSF (fator estimulador de colnias de granulcitos e macrfagos), importante na sua

    gnese medular(11).

    Os neutrfilos dos idosos no respondem eficientemente no processo de

    mobilizao quando o sistema hematopoitico est sob estresse, por exemplo, na

    quimioterapia, infeco grave prolongada. Nestas circunstncias, o processo de migrao

    dos neutrfilos da medula ssea para a circulao sistmica no to ativado quanto em

    grupos jovens(11).

    No stio da infeco ocorrem tambm mudanas nas atividades fagocticas e

    bactericidas. Estudos realizados em diferentes faixas etrias demonstrariam um

    significante declnio da capacidade fagoctica de bactrias pelos neutrfilos, assim como

    a quantidade de bactrias fagocitadas com o avano da idade(16).

  • H uma apoptose prematura destas clulas que pode contribuir tambm para a

    reduo na atividade fagoctica no idoso(11).

    Segundo Fulop e cols. (1997), os neutrfilos senescentes so incapazes de

    permanecer vivos no local da infeco por tempo suficiente para desempenhar atividade

    fagocitria porque tm uma menor resposta a citocinas que normalmente a

    prolongam(18).

    Similares so as alteraes em macrfagos h menor capacidade de quimiotaxia

    e de produo de agentes oxidantes. A quantidade de precursores

    macrofgicos/moncitos na medula ssea, assim como a produo de molculas de

    sinalizao oriundas dessas clulas j maduras, esto diminudas(10).

    Existem, ainda, evidncias de um aumento da quantidade de clulas NK medida

    que envelhecemos, embora a atividade dessas clulas esteja diminuda. Sua resposta a

    citocinas, por exemplo, est reduzida, o que resulta em declnio na citotoxicidade celular

    e de sntese de citocinas e quimiocinas. Isso ocorre, talvez, por ao de produtos gnicos

    virais, como, por exemplo, do citomegalovrus, os quais reduzem a expresso de

    marcadores de superfcies importantes para a ativao de ao de clulas NK(19).

    Clulas dendrticas o elo importante entre a imunidade inata e a adaptativa so

    semelhantes em jovens e idosos quanto a produo de citocinas, embora as clulas dos

    idosos secretem mais IL-6 e fator de necrose tumoral-a (TNF-a)(16). J outro estudo diz

    que a clula dendrtica apresenta fagocitose anormal do corpo apopttico e falha da

    gerao de resposta anti-inflamatria, isto pode explicar o paradoxo do aumento da

    inflamao associada com o envelhecimento humano(20).

    As complicaes das infeces agudas so, provavelmente, mais severas nos

    idosos devido uma diminuio da imunidade inata. No entanto, as questes permanecem

    com relao ao envelhecimento normal saudvel e a importncia clnica das respostas

    s vacinaes na velhice(16).

    Imunidade adaptativa

    Estudos mostram que o nmero de clulas T perifricas estvel com a idade.

    Consequentemente, a diversidade de clulas T em indivduos com idade avanada pode

    ficar comprometida, j que a expanso clonal de clulas T ocorre predominantemente na

    periferia(16).

    Um estudo realizado em 1999 demonstrou que mulheres sadias idosas (> 60 anos)

    no apresentavam diferenas significativas quanto ao nmero total de linfcitos T,

    quando comparadas com mulheres adultas jovens. Porm, foram observadas diferenas

    em relao proliferao das clulas T em resposta ao agente mittico fitoemaglutinina,

    sugerindo que alguns tipos de clulas T especficas podem diminuir sua funo nos

    indivduos idosos(21).

    Uma das principais alteraes do sistema inume diante da senescncia a reduo

    do nmero de clulas T virgem e aumento dos clones de memria, ou seja, as clulas T

    CD8+ e CD4+ de memria que se expandem, enquanto as clulas T CD8+ e CD4+

    virgens diminuem progressivamente com o envelhecimento(20).

  • Outra alterao na resposta imune a mudana na relao entre clulas T helper

    1 e 2 ocorre um aumento nas clulas TH-2 com simultneo decrscimo das TH-1. A

    interleucina 2 (produto das clulas Th-1) sofre um declnio na sua produo no processo

    de envelhecimento, e uma das alteraes de citocinas mais observadas na

    imunossenescncia(22).

    Clulas T de memria normalmente possuem a protena CD28 na superfcie, que

    estimula as clulas a dividir quando o antgeno est presente. Mas as clulas de memria

    velhas tendem a perder o CD28 e, como resultado, multiplicar menos quando exposta ao

    antgeno do que clulas mais jovens(20).

    Estudos realizados na Sucia, h mais de dez anos, acompanhando indivduos cuja

    idade igual ou superior a 80 anos, demonstram um excesso de clulas CD8+ CD27-

    CD28-, ou seja, linfcitos sem receptores para coestimulao que necessria para uma

    apresentao antignica eficiente reduzida secreo de IL-2, responsvel pela

    proliferao e diferenciao de clulas T e pela ativao de linfcitos T citotxicos e

    macrfagos uma elevada concentrao plasmtica de IL-6, a qual atua na proliferao de

    clulas B e na resposta de fase aguda, alm de uma baixa proliferao in vitro de clulas

    T que, dentre outras causas, pode ocorrer por uma maior atividade supressora de clulas

    T regs CD4+ CD25HI as quais, apesar de exercerem semelhante atividade em

    indivduos jovens e idosos, ocorrem em maior quantidade no ltimo grupo, exibindo,

    assim, maior grau de inibio. Como j citado, h um desequilbrio entre o nmero de

    clulas T virgens e de memria. O ltimo grupo predomina sobre o primeiro, reduzindo,

    assim, a capacidade de resposta a novos agentes(10,23).

    Outro componente da imunidade adaptativa, as clulas B tambm so afetadas

    com a idade. Deficincia nas clulas B tm sido relatadas em idosos, incluindo assim,

    reduo de molculas coestimilatrias, deficincias na sinalizao do receptor de clulas

    B e a diminuio de afinidade por imunoglobulinas(5).

    O nmero de linfcitos B circulantes diminui, no entanto, h uma maior produo

    de plasmcitos e, consequentemente, de anticorpos. Alm dessas alteraes quantitativas,

    acometem o idoso alteraes qualitativas. Os linfcitos B/plasmcitos funcionantes

    produzem anticorpos que no atuam de forma adequada. Tais molculas, por exemplo,

    no opsonizam, adequadamente, antgenos mesmo em elevada concentrao e alta

    especificidade(24,25).

    As principais alteraes observadas na resposta humoral esto associadas

    concentrao de imunoglobulinas, ao nmero e atividade de clulas B, assim como as

    mudanas na especificidade e afinidade dos anticorpos(26).

    As perdas de anticorpos IgG de alta afinidade durante o envelhecimento

    contribuem para o aumento da suscetibilidade e gravidade de doenas infecciosas, assim

    como na menor eficincia de vacinas em idosos, uma vez que o IgG de alta afinidade

    oferece maior proteo contra doenas causadas por bactrias e vrus(27).

    Um estudo realizado por Speziali e cols., utilizando ratos, relata que h um

    aumento nos nveis de soro IgG e IgA nos ratos mais velhos, quando comparados com os

    jovens, enquanto que os nveis de IgM so inalterados(28).

  • Porm, existem muitas controvrsias no que diz respeito aos padres das

    imunoglobulinas no organismo senil. Outros autores afirmam que com o envelhecimento,

    a imunidade humoral danificada. A quantidade de anticorpo produzida em resposta

    maioria de antgenos estranhos diminui com a idade. Os nveis do soro de IgM diminuem

    nos idosos, embora o significado desta diminuio seja desconhecido. Os nveis do soro

    de IgA e de IgG aumentam, possivelmente refletindo a produo aumentada de anticorpos

    em resposta aos vrios antgenos intrnsecos ou ativao policlonal de linfcitos B por

    endotoxinas bacterianas(37).

    OUTRAS ALTERAES

    No envelhecimento o organismo sofre alteraes que podem afetar a ingesto e

    digesto adequada dos alimentos, bem como alterar os nveis de absoro de alguns

    nutrientes para a manuteno da sade(30).

    A deglutio comea a se tornar lenta aps os 45 anos de idade e por volta dos 70

    anos ainda mais lenta, quando comparada a indivduos jovens. O passar da idade

    tambm acarreta diminuio da motilidade do trato digestivo, do nmero de papilas

    gustativas e diminuio da sua eficcia. Alm disso, a secreo da saliva diminui e

    frequentemente se observa a perda de apetite(31). Estas alteraes podem levar a

    desnutrio que, por sua vez, uma das causas de imunodeficincia secundria ou

    adquirida. A deficincia proteica em camundongos, causa imunodeficincia por meio de

    alteraes na funo das clulas apresentadoras de antgenos, porm em humanos no

    compreendido como a desnutrio afeta especificamente a resposta imune: ligaes entre

    os sistemas endcrino e imune podem fornecer parte da resposta a esta questo. Seres

    humanos tm o nvel de leptina reduzido quando em estado de inanio. J tendo sido

    provado que pessoas com deficincia em leptina, geneticamente determinada, possuem

    respostas de clulas T reduzidas, levando s patologias mais frequentes dos idosos, tais

    como infeces e neoplasias(8). O hormnio de crescimento sistmico, por exemplo,

    diminui significativamente com o aumento da idade e essa perda tem sido ligada ao

    aumento da adiposidade e um decrscimo na celularidade da medula ssea

    envelhecida(17).

    A exposio repetida a fatores ambientais malficos tambm pode acelerar o

    processo de envelhecimento. O dano oxidativo pode ser consequncia da exposio

    ambiental progressiva a radiao ionizante e reduo dos mecanismos de defesa

    antioxidantes, que tambm acarretam no envelhecimento(32). As radiaes levam a

    alteraes na molcula de DNA que, se no reparadas, podem desenvolver mutaes e

    proliferao celular anormal(6). Estas alteraes celulares, quando no

    identificadas/eliminadas (vigilncia imunolgica) pelo sistema imune, acarretam no

    desenvolvimento de tumores. A real importncia da imunidade contra os tumores

    malcompreendida. No entanto, est claro que o sistema imunolgico de fato reage contra

    muitos tumores e a compreenso dessas reaes na atividade antitumoral de forma

    especfica continua sendo um importante objetivo dos imunologistas(4).

    Outro grave problema que est presente em uma grande parte da populao idosa

    a depresso. Os sintomas depressivos esto relacionados com componentes emocionais

  • e biolgicos: aflio, apatia, baixa autoestima, perda da libido, distrbio do sono, perda

    do apetite, entre outros. Contudo, a sade mental indispensvel para o bem-estar geral

    do indivduo, o diagnstico de depresso e a correta terapia se tornam de extrema

    importncia para os idosos(33). A resposta imune e sua relao com a depresso continua

    a ser uma rea de pesquisa ao longo do tempo. Este estado emocional, depressivo, leva a

    reduo da resposta imunolgica, contribuindo com as doenas mais frequentes no idoso.

    Atualmente h um grande interesse nos efeitos benficos do suporte social e como o

    estresse ou certas caractersticas de personalidade podem afetar a longevidade(34).

    Devido ao aumento na expectativa de vida a maior probabilidade dos idosos

    adoecerem, o setor da sade passou a ter uma maior preocupao com a preveno e

    tratamento precoce das doenas. Portanto, aes que tentam evitar a instalao de quadros

    mrbidos, como, por exemplo, a vacinao, tornou-se de extrema importncia(3). Sua

    eficincia baseada no sistema imunolgico que, no idoso, encontra-se

    comprometido(16).

    Dessa forma, o monitoramento do estado nutricional do idoso tambm est

    relacionado com a resposta imune. Estudos mostraram que a suplementao com zinco

    promoveu melhor resposta humoral aps vacinao contra o vrus influenza e menos

    infeco do trato respiratrio. H evidncias que a vitamina E diminui a formao de

    radicais livres e sua deficincia pode causar prejuzo na funo mediada por clulas T(22).

    CONCLUSO

    Com o aumento acentuado da populao idosa nos prximos anos, alm das

    alteraes no sistema imune, outras doenas tornar-se-o mais frequentes, tais como

    neoplasias e doenas cardiovasculares. As alteraes relacionadas idade no sistema

    imunolgico no foram realmente um problema, enquanto a mdia de durao da vida

    humana foi de aproximadamente 40 anos. Com os avanos nas cincias mdicas e o

    melhor conhecimento na rea de nutrio, aumentaram a expectativa de vida. Dessa

    forma, a melhor compreenso do envelhecimento imunolgico um passo necessrio no

    sentido de identificar formas de ajudar e tratar as causas subjacentes da

    imunossenescncia e restaurar a funo imunolgica adequadamente.

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