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IMUNIZAÇÕES
Prof. Dr. Elson da Silva Lima
DefiniçãoDefinição: É o conjunto de métodos terapêuticos
destinados a conferir ao organismo um estado de resistência, ou seja, de imunidade contra determinadas enfermidades infecciosas. Têm por finalidade principal a redução da morbidade e da mortalidade infantil devido à doenças imunopreviníveis. (FUNASA, 2001, p.49)
OBJETIVOS HISTÓRICOS ALCANÇADOS
Diminuição da incidência de diversas doenças infecciosas,
Diminuição da morbidade e mortalidade,
Erradicação da varíola, Eliminação da poliomelite.
CLASSIFICAÇÃO
Natural - infecções clínicas leves ou inaparentes, ou transmitida pelo aleitamento materno ou via placentária;
Artificial - vacinas, soros e imunoglobulinas administrados;
Ativa – estimula o sistema imunológico através do contato com microorganismos vivos atenuados, microorganismos mortos, frações antigênicas do agente agressor ou toxinas.
Passiva – soros e imunoglobulinas que não dependem do reação imune do indivíduo.
VACINAS Microorganismos atenuados - ocorre a replicação
deste no organismo podendo a levar a sintomas leves da doença, porém é capaz de estimular de forma mais intensa o sistema imunológico do indivíduo;
Microorganismo mortos ou frações - não ocorrem replicação, com menos efeitos colaterais e menor estimulação imunológica necessitando, às vezes, de diversas doses.
A efetividade da vacina está diretamente relacionada a sua conservação sendo extremamente lábil à variação de temperatura, luminosidade e tempo de validade, devendo-se seguir as recomendações do fabricante.
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO
Baseado em morbidade, letalidade e custos sociais x benefícios e custos da vacinação.
Tipos de Tipos de VacinaçãoVacinação
Vacina Combinada: Dois agentes ou mais são administrados na mesma preparação (DPT, dT e anti-pólio).
Vacina Associada: Misturam-se as vacinas no momento da aplicação (Tetravalente – DPT+Hib).
Vacinação Simultânea: Duas ou mais vacinas são administradas em diferentes vias, num mesmo atendimento.
CONTRA-INDICAÇÕESReação de hipersensibilidade após
administração de vacina anterior como urticária, choque, edema de glote ou broncoespasmo;
Presença de doença moderada ou grave.
CONSERVAÇÃO, TRANSPORTE E MANUSEIORede de frio
–Coordenação Geral do Programa nacional de Imunizações
–Central Nacional de Distribuição de Imunológicos (armazenamento)
Sala de VacinaçãoSala de Vacinação
ARMAZENAMENTO Tomada exclusiva Câmara afastada de calor e 20cm longe da
parede Não utilizar refrigerador duplex Exclusivo para imunobiológicos Termostato regulado entre 2 a 8 oC Alarmes e geradores elétricos Termômetro que registre variações de
temperatura Leitura 2x ao dia mapa p/ controle diário
CONT. Ordenar por prazo de validade Diluentes também no refrigerador Não estocar na porta ou nas partes
INFERIORES do refrigerador Retirar a gaveta e colocar garrafas com água Pacotes de gelo reciclável no congelador deixar espaço entre as vacinas Vacinas de vírus vivos mais próximas ao
congelador
A)A) Planta FísicaPlanta Física A sala de imunobiológicos deverá ser
utilizada somente para conservação e aplicação dos mesmos. Não é permitido que nesta sala se realizem outros procedimentos.
O tamanho da sala varia de acordo com o número da clientela atendida.
Esta sala deve conter uma pia de aço inox ou mármore, balcão para preparo dos imunobiológicos e pisos laváveis.
B) Procedimentos para utilização B) Procedimentos para utilização de refrigeradoresde refrigeradores
Utilizar bandejas perfuradas para arrumar as vacinas;
Não guardar vacinas na porta ou na parte mais baixa da geladeira;
O congelador deve conter gelo reciclável; Termômetro na parte central; Vacinas próximas de vencer devem ser
posicionadas na frente.
C) Ordem de Arrumação das C) Ordem de Arrumação das VacinasVacinas
Primeira prateleira Vacinas contra vírus
Segunda prateleira Vacinas contra bactérias e vírus
Terceira prateleira Soros
D) Controle da TemperaturaD) Controle da Temperatura
Temperatura mínima atingida Temperatura máxima atingida Temperatura no momento da
observação
BCG Bacilo atenuado de Mycobacterium bovis Recomendado:
– RN até os 3 meses de idade, intradérmica, c/ dose de reforço aos 6 anos,
– profissionais em contato constante com TB, – reforço para contactantes de hanseníase.
Protege contra as formas graves da doença: meningite, renal, óssea, miliar e disseminada;
Evolui com pápula após duas semanas da aplicação, seguida de vesícula, pústula, úlcera, crosta, e cicatriz em até 10 semanas.
Efeito adversos:– úlcera maior de 1 cm – não cicatriza em 6 meses,– adenite supurada, – abscesso
Contra-indicação:– imunodepressão congênita ou adquirida (aids e
uso de imunossupressores),– pacientes c/ peso inferior a 2000g, – gestantes, – lesão dermatológica extensa.
HEPATITE B Composta por proteína do HBsAg adsorvida
em hidróxido de alumínio, Recomendada:
– para todos recém-nascidos,– indivíduos pertencentes as populações de risco,
crianças e adolescentes. Deve ser dada em três doses com intervalo
de 0,1,6 meses, intramuscular; Raros efeitos adversos.
A imunização passiva com imunoglobulina específica contra hepatite B deve ser dada nas primeiras 24 horas após exposição.
Filhos de mães portadoras do vírus da Hep. B devem ser vacinados nas primeiras 12 horas de vida e receber a imunoglobulina simultânea em outro sítio se possível.
RN com menos de 2000g - quando atingir peso ou aos 2 meses de idade.
Está indicada também para imunodeprimidos, dialisados e diabéticos.
VACINA TETRA - DPT Composição - toxóide tetânico e diftérico inativados e bacilos
mortos da coqueluche Deve ser aplicada 3 doses, aos 2,4,6 meses e reforço c/ 15
meses. Os toxóides são de excelente imunogenicidade porém
necessitam de reforço a cada 10 anos. Já o componente pertussis é de menor eficácia mas diminuiu a morbimortalidade associada a coqueluche.
Efeitos adversos:– reações leves - Em 50% dos vacinados apresentarão febre,
sinais flogísticos locais ou irritabilidade– choque hipotônico-hiporresponsivo – encefalopatia pós-vacinal.
Contra-indicada :– maiores de 7 anos,– pacientes com antecedentes de choque
anafilático, convulsão, choque hipotônico-hiporresponssivo ou encefalopatia nas doses anteriores.
Nesses casos deve-se utilizar a vacina acelular se disponível, caso contrário aplica-se DT em menores de 7 anos e dT nos adultos.
Após grandes ferimentos em pacientes não imunizados recomenda-se completar o esquema e aplicar o soro ou a imunoglobulina antitetânica.
Vacina contra Haemophilus influenza tipo B
protege contra as formas graves da infecção como epiglotite, meningite e pneumonia.
Aplicação aos 2,4,e 6 meses com reforço aos 15 meses.
Para os pacientes entre 12 e 24 meses indica-se aplicação em dose única.
Vacina contra Poliomelite Sabin - Composta pelos 3 tipos de vírus atenuados da
poliomielite, acrescida de neomicina, eritromicina e estreptomicina.
imunodeprimidos e contatos domiciliares.
Administração oral aos 2,4,6 meses de vida e reforço com 15 meses. ,
alta eficácia, raros efeitos adversos, Contra-indicada para imunodeprimidos congênitos ou
adquiridos e contactantes, lembrando que a vacina é excretada por 4 a 6 semanas após a vacinação.
SALK - composta por vírus inativados, de aplicação intramuscular, alto custo, com menos de risco de levar a paralisia pós vacinal sendo recomendada para imunodeprimidos e contactantes.
Vacina Tríplice Viral Formada por vírus vivos atenuados de sarampo, caxumba e rubéola, Aplicada com 1 ano de vida, dose única, via subcutânea. Altamente eficaz, com imunidade duradoura, Pode levar a febre, exantema, artralgia após 7 dias da aplicação. Vacina contra o sarampo - adultos jovens na possibilidade de surtos A vacina contra rubéola - crianças e mulheres em idade fértil Contra-indicada para imunodeprimidos graves, pacientes com
antecedente de anafilaxia a ovoalbumina, neomicina e gel, gestantes, uso recente de sangue ou derivados nos últimos 3 meses.
Vacina contra febre-amarela indicada para todos que residem ou viajam
para áreas de maior risco Deve ser aplicados nos maiores de 9 meses
de vida e reforço a cada 10 anos, por via subcutânea.
É composta por vírus vivo atenuado cultivado em ovo embrionado. Alta eficácia, pode levar a efeitos adversos locais ou febre
Contra-indicada para pacientes com história de reação anafilática à ovoalbumina.
Vacina contra Varicela Não está no esquema básico pelo seu “alto” custo Recomendada para maiores de 1 ano; Nos Centros de Referência para contactantes
susceptíveis de pacientes imunodeprimidos; Indivíduos susceptíveis que irão operar de tu sólido
ou pacientes com leucemia em remissão; Contactantes internados e profissionais da saúde de
enfermarias até 72 horas após o contato. IgVZ para pacientes contactantes com alto risco de
complicações.
Vacina contra Hepatite A
Composta por vírus inativado, alta eficácia, raros efeitos adversos, e poderá ser utilizada para evitar novas epidemias nos países em desenvolvimento, creches, instalações militares.
Vacina contra Doença Menigocócica
Indicada para controle de surtos epidêmicos e para imunodeficientes e esplenectomizados; composta por polissacárides dos grupos A,C,A/C,B/C.
Indicada para maiores de 2 anos em dose única nas combinadas ou sorogrupo C.
Sorogrupo A pode ser dado após 3 meses de idade em 2 doses com intervalo de 3 meses.
Vacina contra Pneumococo
Indicada para maiores de 2 anos que serão submetidos a esplenectomia, portadores de anemia falciforme, sd. nefrótica ou imunodepressão, crianças com infecções respiratórias freqüentes e idosos.
Vacina contra Influenza (Gripe)
Indicada para maiores de 65 anos e institucionalizados com mais de 6 meses (creches, abrigos).
Contra-indicada para pacientes com alergia a ovoalbumina.
A vacina antimeningocócica
É produzida a partir de polissacárides capsulares de Neisseria meningitidis. Esta bactéria, com base em seu polissacáride, pode ser classificada em 13 sorogrupos, sendo os mais importantes: A, B, C, D, X, Y, Z, 29-E e W-135.
Atualmente existem vacinas monovalentes contra os meningococos A e C, vacinas bivalentes (associando-se A e C) e uma vacina tetravalente, contendo antígenos contra os meningococos A, C, Y e W-135.
A vacina é aplicada pela via subcutânea, na
dose de 0,5 ml. Tem boa eficácia em adultos (90%), porém com resposta limitada nas crianças. Nos menores de dois anos a vacinação contra o meningococo ‘A’ requer a aplicação de uma segunda dose, três a quatro meses após a primeira e a vacinação contra o meningococo C não tem se mostrado eficaz.
ATENÇÃO!ATENÇÃO!As aplicações simultâneas de
vacinas não aumentam a freqüência e a gravidade dos eventos adversos e não reduzem o poder imunogênico.
Agentes ImunizantesAgentes Imunizantes
Líquido de suspensão;Conservantes,
estabilizadores e antibióticos;Adjuvantes.
Vacina TetravalenteVacina Tetravalente (DPT + (DPT + Hib)Hib)
Tipo de vacina: DPT + Hib; ou dTVia de administração: Intramuscular
profundaDose: 0,5 ml
Tríplice ViralTríplice Viral
Tipo de vacina: Vírus vivo atenuado
Via de administração: SubcutâneaDose: 0,5 ml
Hepatite BHepatite B
Tipo de vacina: Recombinação de DNA, partículas de plasma viral
Via de administração: IntramuscularDose: 0,5 ml até 11 anos e 1,0ml em
maiores; duplicar a dose em imunodeprimidos
Contra PoliomieliteContra Poliomielite Tipo de vacina: Vírus vivos atenuados (três
tipos); Via de administração: Oral; Dose: 2 gotas; Eventos pós vacinais: Desenvolvimento da
poliomielite em cerca de 1 caso para cada 5.000.000 de doses aplicadas, sendo 10 vezes mais freqüentes em imunodeprimidos.
BCGBCGTipo de vacina: Suspensão de
bacilosVia de administração:
IntradérmicaDose: 0,1ml
Contra indicações gerais:Contra indicações gerais: Pessoas com imunodeficiência congênita ou
adquirida; Pessoas acometidas por neoplasias malignas; Pessoas em tratamento com corticóides em
esquemas imunossupressores ou submetidas a transfusão de sangue ou plasma;
Gravidez Doenças agudas febris graves
Falsas contra indicaçõesFalsas contra indicações Doenças benignas
comuns; Desnutrição; Aplicação antirábica em
andamento; Doença neurológica
estável ou pregressa, com seqüela presente;
Prematuridade ou baixo peso
Antecedente familiar de convulsão;
Tratamento sistêmico com corticóide em baixas doses;
Alergias, exceto as reações alérgicas sistêmicas e graves;
Internação hospitalar.
CALENDÁRIOS
Região A B OEuropa 27 8 65 ingleses 25 8 67 italianos 20 7 73 bascos 23 2 75Ásia oriental 20 19 61África 18 13 69Nativos americanos 1,7 0,3 98Nativos australianos 22 2 76
Freqüência por continente (%) dos alelos ABO