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i RENATA MANZANO MARIA APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO CLÍNICA DE UM APARELHO PARA AVALIAÇÃO DE ESPASTICIDADE EM LESADOS MEDULARES IMPROVEMENT AND CLINICAL APPLICATION OF AN EQUIPMENT DESIGNED TO EVALUATE SPASTICITY IN SPINAL CORD INJURED PATIENTS CAMPINAS 2014

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RENATA MANZANO MARIA

APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO CLÍNICA DE UM APARELHO PARA

AVALIAÇÃO DE ESPASTICIDADE EM LESADOS MEDULARES

IMPROVEMENT AND CLINICAL APPLICATION OF AN EQUIPMENT DESIGNED

TO EVALUATE SPASTICITY IN SPINAL CORD INJURED PATIENTS

CAMPINAS

2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Médicas

RENATA MANZANO MARIA

APRIMORAMENTO E APLICAÇÃO CLÍNICA DE UM APARELHO PARA

AVALIAÇÃO DE ESPASTICIDADE EM LESADOS MEDULARES

IMPROVEMENT AND CLINICAL APPLICATION OF AN EQUIPMENT DESIGNED

TO EVALUATE SPASTICITY IN SPINAL CORD INJURED PATIENTS

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos

exigidos para a obtenção do título de Mestra em Ciências.

Dissertation presented to the Faculty of Medical Sciences of State

University of Campinas as part of the requirements to obtain the title

of Master of Science.

ORIENTADOR: ALBERTO CLIQUET JÚNIOR

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA

PELA ALUNA RENATA MANZANO MARIA, E ORIENTADA PELO PROF. DR. ALBERTO

CLIQUET JÚNIOR.

CAMPINAS

2014

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RESUMO

Neste trabalho é apresentada uma proposta de um sistema completo para coletar,

processar e analisar sinais resultantes do teste pendular, com a finalidade de avaliar

a espasticidade na prática clínica. Comumente apresentada por lesados medulares,

a espasticidade pode ser quantificada pela análise dos sinais de ângulo da

articulação do joelho e de vibração do quadríceps durante o balanço, monitorados

por um eletrogoniômetro e um acelerômetro triaxial, respectivamente. O

acompanhamento de cinco pacientes, durante o programa de reabilitação, permitiu

estabelecer uma relação entre os indicadores calculados, evidenciando uma

relação positiva entre o índice de relaxamento - R2n, razão de amplitude - R1, valor

quadrático médio – RMS e envoltórias do sinal para casos de espasticidade severa.

Comprova-se assim a maior aplicabilidade do acelerômetro nestes casos, e a

possibilidade de utilização do acelerômetro, como forma complementar, no teste

pendular para quantificação da espasticidade.

Palavras-chave: Espasticidade Muscular; Engenharia Biomédica; Traumatismos

da Medula Espinal; Artrometria Articular.

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ABSTRACT

In this project is presented a proposal of a complete system to acquire, process and

analyze pendulum test signals, aiming to assess spasticity in clinical practice. Often

presented by spinal cord injured people, spasticity can be quantified by signals of

knee joint angle and quadriceps vibration during the swing, monitored by an

electrogoniometer and a triaxial accelerometer, respectively. Five patients following,

through the rehabilitation program, made possible to establish a relation between

relaxation index - R2n, amplitude ratio - R1, root mean square (RMS) and wrapped

signals to severe spasticity. Thus, it is confirmed that, in these cases, accelerometer

is more efficient and its feasibility is ratified as a possibility in pendulum test to

quantify spasticity.

Keywords: Muscle Spasticity; Biomedical Engineering; Spinal Cord Injuries,

Articular Arthrometry.

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Sumário

RESUMO............................................................................................................... VII

ABSTRACT ............................................................................................................ IX

DEDICATÓRIA .................................................................................................... XIII

AGRADECIMENTOS ........................................................................................... XV

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... XVII

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... XIX

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.1 A ESPASTICIDADE ............................................................................................. 3

1.1.1 SISTEMA MOTOR ............................................................................................. 6

1.1.1.1 Planejadores ............................................................................................. 7

1.1.1.2 Ordenadores ............................................................................................. 7

1.1.1.3 Efetuadores ............................................................................................... 8

1.1.1.4 Controladores ............................................................................................ 8

1.1.1.5 Vias Reflexas .......................................................................................... 12

1.2 SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR ..................................................... 15

1.3 TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE ..................................................................... 16

1.4 AVALIAÇÃO DA ESPASTICIDADE ....................................................................... 16

1.4.1 O TESTE PENDULAR ..................................................................................... 17

2. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 21

2.1 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS E ANÁLISE .................................................. 21

2.2 TRANSDUTORES .............................................................................................. 21

2.2.1 ELETROGONIÔMETRO .................................................................................... 21

2.2.2 ACELERÔMETRO ........................................................................................... 22

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2.3 DISPOSITIVO PARA AQUISIÇÃO DE DADOS ......................................................... 26

2.4 INTERFACE HUMANA ........................................................................................ 32

2.4.1.1 Identificação do Dispositivo ..................................................................... 32

2.4.1.2 Aquisição, Visualização e Armazenamento ............................................ 34

2.4.1.3 Análise .................................................................................................... 40

2.5 PROTOCOLO EXPERIMENTAL ............................................................................ 52

3. RESULTADOS ............................................................................................... 55

4. CONCLUSÕES ............................................................................................... 67

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 69

ANEXOS ............................................................................................................... 73

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, que abdicaram de tanto para me dar muito.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus. Fonte de força, serenidade e sabedoria.

Especialmente, a minha família e amigos que me ajudaram, seja por meio de

conselhos técnicos ou conversas que me fizeram persistir e vencer várias etapas

difíceis.

A uma pessoa especial que compartilhou comigo um sonho, quando tudo

parecia perdido.

Ao professor Alberto Cliquet Jr, por ter me dado a chance de trabalhar no

laboratório de engenharia de reabilitação (LABCIBER) e permitir a realização dos

testes no Laboratório de Biomecânica e Reabilitação do Aparelho Locomotor do

Hospital das Clínicas (UNICAMP). Às novas amizades como consequência deste

trabalho: no LABCIBER, Varoto, pela companhia, viagens realizadas e desabafos,

me ajudando e aconselhando, sendo sempre muito atencioso e prestativo; na

UNICAMP, Karina, pela receptividade e bom humor, Elisa, pela paciência e

solicitude, a principal responsável pela execução dos testes nos pacientes do

laboratório e com quem compartilhei os maiores desafios.

E finalmente, sou grata a tudo e a todos que fizeram parte diretamente ou

indiretamente para o sucesso deste trabalho.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação do Sistema Nervoso Central (Fonte: Autoria própria) ________________ 4

Figura 2. Disposição das raízes ventrais e dorsais (Fonte: Autoria própria) ___________________ 5

Figura 3. Diagrama de relacionamento entre elementos de operação do sistema motor _________ 6

Figura 4. Fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi (Fonte: Autoria própria) ____________ 9

Figura 5. Diagrama de respostas ao aumento do comprimento muscular ___________________ 10

Figura 6. Diagrama de respostas à diminuição do comprimento muscular ___________________ 11

Figura 7. Diagrama de respostas ao aumento da tensão muscular ________________________ 11

Figura 8. Diagrama de respostas à diminuição da tensão muscular ________________________ 12

Figura 9. Receptores, vias aferentes e motoneurônios (Fonte: Autoria própria) _______________ 14

Figura 10. Indicadores para quantificação da espasticidade ______________________________ 19

Figura 11. Eletrogoniômetro Modelo Shape Sensor S700 Joint ___________________________ 22

Figura 12. Circuito com acelerômetro MMA 7361L _____________________________________ 23

Figura 13. Modelo físico simplificado (Adaptado de Freescale Semicondutor, 2008) ___________ 23

Figura 14. Acelerômetro: Saída x Orientação (Adaptado de Freescale Semiconductor, 2008) ___ 24

Figura 15. Envoltória de um sinal ___________________________________________________ 25

Figura 16. Diagrama do sistema global. O sistema analógico é obtido a partir dos transdutores,

convertido para sinal digital pelo microcontrolador e enviado ao software pela comunicação USB.26

Figura 17. Diagrama elétrico do sistema _____________________________________________ 28

Figura 18. Esquema da placa de circuito impresso _____________________________________ 29

Figura 19. Placa de circuito impresso do sistema ______________________________________ 29

Figura 20. Placa final montada _____________________________________________________ 30

Figura 21. Equipamento final alimentado e em funcionamento ____________________________ 30

Figura 22. Protótipo anterior - comunicação serial, placa universal e bateria de alimentação ____ 31

Figura 23. Nova versão do sistema - comunicação USB, placa de circuito impresso, alimentação

realizada pelo próprio USB _______________________________________________________ 32

Figura 24. Tela de geração de driver para o dispositivo _________________________________ 33

Figura 25. Tela para seleção de usuário _____________________________________________ 34

Figura 26. Tela para calibração do eletrogoniômetro ___________________________________ 35

Figura 27. Tela para conexão do dispositivo __________________________________________ 36

Figura 28. Tela para relacionar o teste a um determinado paciente ________________________ 36

Figura 29. Tela para visualização em tempo real dos dados obtidos _______________________ 37

Figura 30. Seleção do tipo de gráfico _______________________________________________ 37

Figura 31. Tela para seleção da coleta a ser consultada ________________________________ 38

Figura 32. Tela para consulta dos dados armazenados _________________________________ 39

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Figura 33. Opções para visualização da tabela de dados ________________________________ 40

Figura 34. Janela para exportar tabela de dados em arquivo texto _________________________ 40

Figura 35. Tela inicial do sistema de análise __________________________________________ 41

Figura 36. Diagrama de tratamento dos sinais ________________________________________ 42

Figura 37. Suavização do sinal (eletrogoniômetro) _____________________________________ 43

Figura 38. Preenchimento de pontos (eletrogoniômetro) ________________________________ 44

Figura 39. Identificação do ponto de início (eletrogoniômetro) ____________________________ 44

Figura 40. Exclusão de patamares do sinal (eletrogoniômetro) ___________________________ 45

Figura 41. Identificação de extremos (eletrogoniômetro) ________________________________ 46

Figura 42. Identificação de picos, vales e ponto de término (eletrogoniômetro) _______________ 46

Figura 43. Definição de faixa para cálculo de integral de envoltória (eletrogoniômetro) _________ 47

Figura 44. Preenchimento de pontos (acelerômetro)____________________________________ 47

Figura 45. Método de média móvel aplicado ao sinal (acelerômetro) _______________________ 48

Figura 46. Identificação do ponto de início e término (acelerômetro) _______________________ 48

Figura 47. Filtragem do sinal (acelerômetro) __________________________________________ 49

Figura 48. Identificação de picos e vales (acelerômetro) ________________________________ 50

Figura 49. Tela de visualização e ajuste dos sinais _____________________________________ 51

Figura 50. Tela resumo de indicadores ______________________________________________ 52

Figura 51. Posicionamento dos sensores na perna do paciente ___________________________ 54

Figura 52. Espectro de frequências – Eixo X __________________________________________ 56

Figura 53. Espectro de frequências – Eixo Y __________________________________________ 57

Figura 54. Espectro de frequências – Eixo Z __________________________________________ 58

Figura 55. Gráfico de barras Amplitude x Frequência - Controle __________________________ 59

Figura 56. Gráfico de barras Amplitude x Frequência – Lesado medular Pré (0) - Pós (1) ______ 59

Figura 57. Sinais pré treinamento referentes a um paciente com espasticidade severa ________ 62

Figura 58. Sinais pós treinamento referentes a um paciente com espasticidade severa ________ 62

Figura 59. Sinais pré treinamento referentes a um paciente com espasticidade leve __________ 62

Figura 60. Sinais pós treinamento referentes a um paciente com espasticidade leve __________ 63

Figura 61. Relação entre parâmetros calculados a partir do sinal do eletrogoniômetro _________ 63

Figura 62. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - eixo x _____________ 64

Figura 63. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - eixo y _____________ 65

Figura 64. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - eixo z _____________ 65

Figura 65. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - média (x,y,z) _______ 66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Escala modificada de Ashworth ____________________________________________ 17

Tabela 2. Características dos pacientes participantes __________________________________ 53

Tabela 3. Resultados do teste pendular _____________________________________________ 60

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1. INTRODUÇÃO

A lesão da medula espinhal é um dos mais graves acometimentos que pode afetar

o ser humano, apresentando enorme repercussão física, psíquica e social (Brasil,

2013). Por esta razão, profissionais de diversas áreas têm somado forças para

integrar lesados medulares da melhor forma à sociedade, bem como proporcionar

melhores condições de vida. Neste contexto, destaca-se o desenvolvimento de

novas técnicas e metodologias com o intuito de recuperar a sensibilidade e função

motora, além de atenuar complicações consequentes da lesão, como a perda de

massa óssea, infecções e espasticidade.

Embora não existam dados precisos com relação à incidência de ocorrência da

lesão medular no Brasil, estima-se que ocorram em torno de 6 a 8 mil novos casos

por ano, sendo 80% homens e 60% com idade entre 10 e 30 anos (Brasil, 2013).

A lesão, no entanto, pode ser traumática ou não traumática e a classificação é

realizada segundo a padronização internacional determinada pela ASIA – American

Spinal Injury Association, em que força motora, sensibilidade e reflexos são

examinados. Em paralelo, pode-se também classificar a lesão como completa,

quando não há existência de função motora e sensibilidade nos segmentos abaixo

da lesão, e incompleta quando estas são preservadas parcialmente. Referindo-se

ao nível da lesão, ainda classifica-se como paraplegia, quando há

comprometimento de tronco e membros inferiores, e tetraplegia, quando, além, há

o comprometimento dos membros superiores.

Estudos em centros de reabilitação revelam que a maior parte dos casos

traumáticos relaciona-se a acidentes automobilísticos e ferimentos por projétil de

arma de fogo, como segunda causa mais comum (Brasil, 2013). A localização

anatômica da lesão está diretamente relacionada ao mecanismo de trauma e cerca

de 2/3 das lesões medulares estão localizadas no segmento cervical. Lesões da

medula na região torácica ocorrem em 10% das fraturas desse segmento e em 4%

das fraturas da coluna toracolombar (Defino, 1999).

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As causas não traumáticas correspondem à cerca de 20% dos casos de lesão

medular e compreendem, dentre as diversas patologias, tumores, tuberculose,

osteomielite, osteoporose, deformidades graves na coluna, isquemia, além de

patologias infecciosas e autoimunes, como a esclerose múltipla (Brasil, 2013).

A alteração das vias de transmissão de impulsos nervosos, devido à lesão medular,

desencadeia disfunções como a dor neuropática, alterações vasculares e

espasticidade, sendo esta última uma disfunção geralmente apresentada por

movimentos involuntários em flexão e extensão.

A espasticidade representa um dos componentes da Síndrome do Neurônio Motor

Superior e é caracterizada pelo aumento da resistência ao se estirar um músculo,

proporcional ao aumento da velocidade do movimento (Nitrini e Bacheschi, 2003).

Pode causar dores, distúrbios de sono, complicações desnecessárias e dificuldades

na execução dos cuidados com o lesado medular. Por esta razão, a necessidade

de se identificar tratamentos objetivos e métodos de medida com resultados sólidos

vem sendo enfatizada. De forma geral, são três os principais objetivos do tratamento

da espasticidade: melhora da função motora, redução de riscos de complicações e

alívio da dor (Barnes, 1998).

Dentre os tratamentos disponíveis, incluem-se a fisioterapia, os agentes

farmacológicos, a utilização de injeções de toxina botulínica ou fenol e tratamentos

cirúrgicos (Teive et al., 1998). Dentre os tratamentos fisioterápicos, que visam

normalizar o tônus muscular, destaca-se o treino de marcha em esteira com

suspensão parcial de peso em conjunto com a realização de Estimulação Elétrica

NeuroMuscular (EENM).

Os efeitos antiespásticos dessas técnicas não têm sido inteiramente explorados

devido à escassez de métodos validados para avaliação. A identificação de padrões

da espasticidade é atualmente bastante explorada, pois é capaz de fornecer

indicadores quantitativos e qualitativos. Alguns dos métodos mais utilizados são a

Escala de Ashworth Modificada, goniometria, teste pendular, análise de marcha e

avaliação quantitativa da força muscular.

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Diversos estudos de validação do teste pendular têm sido realizados ao longo do

tempo, entretanto, em grande parte, por meio da utilização de dispositivos de difícil

manejo e de alto custo.

Tem-se por objetivo neste trabalho o desenvolvimento de um sistema que auxilie na

realização do teste pendular, diminuindo a dificuldade na execução e auxiliando no

cálculo dos resultados.

Complementarmente, a adição de um acelerômetro triaxial, como redundância para

o eletrogoniômetro, permitirá comprovar sua aplicabilidade, possibilitando sua

utilização independente no futuro, o que garantiria mais flexibilidade ao teste.

Neste sentido, a sequência de abordagem dos tópicos para este trabalho foi definida

de forma a apresentar, no Capítulo 1, as características da espasticidade, o teste

pendular e trabalhos relacionados. No Capítulo 2, é feita uma exposição sobre o

desenvolvimento do sistema para quantificação e análise, além da apresentação do

protocolo seguido no experimento. Nos Capítulos 3 e 4, são listados os resultados

e as conclusões finais.

1.1 A ESPASTICIDADE

A espasticidade reflete a desorganização do sistema motor, devido à interrupção de

vias de importante papel regulador da motricidade, apresentada por pessoas que

tiveram seu Sistema Nervoso Central (SNC) agredido em algum momento.

O SNC é constituído por uma porção intracraniana, o encéfalo, e por uma porção

que se situa no interior do canal vertebral, a medula espinhal. Pode ser dividido em:

medula espinhal, tronco cerebral (constituído pelo bulbo, ponte e mesencéfalo),

diencéfalo e hemisférios cerebrais. O mesencéfalo situa-se acima da ponte, no

limite superior da fossa posterior, que é limitada superiormente pela tenda do

cerebelo (Nitrini e Bacheschi, 2003).

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Acompanhando a coluna vertebral, a medula possui 30 segmentos divididos em

quatro grupos (Figura 1): cervical (com oito segmentos, abreviados C1 a C8),

torácico (T1 a T12), lombar (L1 a L5) e sacro (S1 a S5).

Figura 1. Representação do Sistema Nervoso Central (Fonte: Autoria própria)

De um modo geral, as células do corno dorsal recebem aferências sensoriais das

fibras da raiz dorsal, as células do corno ventral projetam axônios às raízes ventrais

que inervam músculos e as células da zona intermediária são interneurônios

modulando eferências motoras em resposta a aferências sensoriais e a comandos

descendentes do encéfalo (Figura 2) (Bear et al., 2002).

Sendo assim, a medula espinhal é o principal condutor de informação da pele, das

articulações e dos músculos até o encéfalo, e daí de volta à pele, às articulações e

aos músculos. Os neurônios da substância cinzenta espinhal iniciam a análise da

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informação sensorial e têm um papel decisivo na coordenação dos movimentos,

sendo capazes de articular reflexos simples (Bear et al., 2002).

Figura 2. Disposição das raízes ventrais e dorsais (Fonte: Autoria própria)

A substância branca da medula espinhal é constituída por conjuntos de axônios ou

fibras nervosas agrupadas, que recebem o nome de tratos e situa-se ao redor da

substância cinzenta. É formada por tratos ascendentes, descendentes e pelos tratos

que conectam os dois hemisférios (Nitrini e Bacheschi, 2003).

O trato corticospinal lateral localiza-se na porção lateral da substância branca da

medula espinhal e atua principalmente sobre moto-neurônios responsáveis pela

inervação de músculos distais dos membros. Sua ação pode acarretar movimentos

delicados nas extremidades (Nitrini e Bacheschi, 2003).

O trato corticospinal anterior localiza-se no funículo anterior da medula espinhal e

seus axônios terminam principalmente em motoneurônios localizados em ambos os

lados da medula espinhal. Esses motoneurônios inervam músculos axiais e

proximais dos membros de ambos os lados do corpo (Nitrini e Bacheschi, 2003).

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1.1.1 SISTEMA MOTOR

Os movimentos não dependem da ação apenas dos músculos, mas sim de um

complexo sistema de programação, comando e controle que envolve desde o

cérebro até as fibras musculares, denominado Sistema Motor.

Na organização do ato motor voluntário distingue-se uma etapa de preparação, que

termina com a elaboração do programa motor e uma etapa de execução. A primeira

envolve áreas de associação do córtex cerebral em interação com o cerebelo e o

corpo estriado. A segunda envolve as áreas motoras e pré-motora do córtex e suas

ligações diretas e indiretas com os neurônios motores. Como parte da etapa de

execução, temos também os mecanismos que permitem ao sistema nervoso central

promover os necessários ajustes e correções no movimento já iniciado (Machado,

2000).

Figura 3. Diagrama de relacionamento entre elementos de operação do sistema motor

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São quatro os elementos de operação do sistema motor (Figura 3): os efetuadores,

que realizam os movimentos; os ordenadores, responsáveis por comandar os

efetuadores; os controladores, que zelam pela execução correta dos comandos

motores e se comunicam com os ordenadores; e os planejadores, responsáveis

pelas sequências de comando que produzem os movimentos voluntários complexos

(Lent, 2010).

1.1.1.1 PLANEJADORES

O início de certos movimentos, sua execução harmônica, o alcance dos objetivos e

a finalização da ação são controlados pelo cerebelo e pelo núcleo base, regiões de

assessoria do córtex motor. Orientam na avaliação dos comandos enviados aos

ordenadores medulares e na avaliação da execução das contrações musculares

que possibilitam os movimentos (Lent, 2010).

Os movimentos são planejados, programados e comandados por diferentes regiões

do córtex motor no lobo frontal, através de mapas ordenados de representação do

corpo que garantem que os neurônios motores possam comandar a força, a

velocidade, a amplitude e a direção de cada movimento com a maior precisão (Lent,

2010).

1.1.1.2 ORDENADORES

Os ordenadores responsáveis pelo comando motor são conjuntos de neurônios

motores, ou motoneurônios. Eles têm origem na medula espinhal, terminando nos

músculos do corpo e parte dos músculos do pescoço, e origem no tronco encefálico,

terminando nos músculos da cabeça e em alguns do pescoço. Os motoneurônios

são também chamados de neurônios motores inferiores, sendo que os neurônios

que os comandam, principalmente os do córtex cerebral, são chamados de

neurônios motores superiores (Lent, 2010).

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De acordo com sua forma, conexões e função, os motoneurônios distinguem-se em:

motoneurônios α, emergem das raízes ventrais musculares, inervam a maioria das

fibras musculares e comandam a contratilidade muscular; motoneurônios γ, inervam

fusos musculares e são especializados na monitoração do comprimento muscular,

não influenciando diretamente no mecanismo de contração; e motoneurônios β,

cujos axônios bifurcam-se em ramos que inervam as mesmas fibras que o

motoneurônio α e as mesmas que o motoneurônio γ. Em conjunto, motoneurônios

γ e β são chamados de neurônios fusimotores (Lent, 2010).

Os interneurônios encontram-se misturados aos motoneurônios, na medula e no

tronco encefálico. Podem ser excitatórios ou inibitórios, e participam da modulação

do comando motor (Lent, 2010).

1.1.1.3 EFETUADORES

Músculos são conjuntos maciços ou frouxos de células alongadas, capazes de

mudar o seu comprimento ativamente, contraindo-se ou relaxando sob controle

direto ou indireto de fibras nervosas, ou mesmo de forma espontânea segundo

ritmos intrínsecos que eles mesmos produzem (Lent, 2010).

Formado pelos músculos estriados esqueléticos, os efetuadores funcionam

estritamente sob comando neural, por meio de comando dos ordenadores.

1.1.1.4 CONTROLADORES

Os comandos enviados pelos ordenadores aos efetuadores são resultado de uma

ponderação entre a sequência enviada pelos planejadores e a retroalimentação

enviada pelos controladores. Esta retroalimentação fornece informações sobre o

estado do músculo também para os planejadores, que podem assim gerar novas

sequências e reenviá-las aos ordenadores, corrigindo possíveis erros de execução

e movimento.

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O cerebelo é um importante centro de controle do movimento. Ele recebe aferências

maciças da medula espinhal e da ponte. As aferências medulares trazem

informações a respeito da posição no espaço. As aferências pontinas levam

informação do córtex cerebral especificando a meta do movimento pretendido. O

cerebelo compara este tipo de informação e calcula a sequência de contrações

musculares necessárias para se atingir a meta do movimento. Lesões do cerebelo

resultam em movimentos descoordenados e imprecisos (Bear et al., 2002).

Responsáveis pelo envio destas informações, os detectores (Figura 4) estão

localizados no próprio músculo e são denominados fusos musculares e órgãos

tendinosos de Golgi (Lent, 2010).

Figura 4. Fusos musculares e órgãos tendinosos de Golgi (Fonte: Autoria própria)

Os fusos musculares são responsáveis por detectar variações no comprimento

muscular, estando localizados em paralelo às fibras musculares. Possuem uma

inervação eferente de comando motor pertencente ao grupo de motoneurônios γ.

Possui também fibras aferentes mecanorreceptoras do tipo Ia e II, com grande

velocidade de condução de impulsos nervosos até a medula.

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Pode-se dizer, portanto que as variações do comprimento muscular são codificadas

em frequência de potenciais de ação pelas fibras aferentes Ia, e constituem parte

da informação de retroação que os motoneurônios precisam (Lent, 2010).

A Figura 5 mostra as respostas consequentes do aumento do comprimento

muscular, que gera o estiramento das fibras intra e extrafusais e o aparecimento do

potencial receptor por meio das fibras aferentes Ia. Neste caso, há um aumento no

disparo de potenciais de ação até a medula.

Figura 5. Diagrama de respostas ao aumento do comprimento muscular

A Figura 6 indica a regulação que ocorre na diminuição do comprimento muscular.

Para garantir que as fibras intrafusais também se contraiam, são enviados

comandos dos centros motores superiores, regulando assim a amplitude do

potencial receptor e a frequência de disparo de potenciais até a medula.

Aumento de comprimento muscular

Estiramento de fibras intra e extrafusais

Aumento de tensão mecânica na membrana das fibras aferentes Ia

Aparecimento de potencial receptor

Aumento da frequência de disparo de potenciais de ação até a medula pelos aferentes

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Figura 6. Diagrama de respostas à diminuição do comprimento muscular

Em contrações isotônicas, apenas o comprimento do músculo se altera. Em

contrações isométricas, ocorre a variação da tensão, sem grande alteração do

comprimento (Lent, 2010).

Formada por fibras colágenas, os órgãos tendinosos de Golgi possuem

ramificações das fibras aferentes do tipo Ib. São localizados em série entre o

músculo e o tendão, detectando qualquer tensão ativa produzida pelas fibras

musculares.

Nas Figura 7 e Figura 8, são descritas as respostas ao aumento e diminuição da

tensão muscular, respectivamente. Nota-se que não há mecanismo regulador de

sensibilidade da fibra neste caso.

Figura 7. Diagrama de respostas ao aumento da tensão muscular

Diminuição de comprimento

muscular

Contração apenas das fibras

extrafusais

Sob o controle de centros motores superiores, fusimotores β regulam a

tensão das fibras intrafusais

Regulação da amplitude do potencial receptor dos terminais Ia e II

Regulação da frequência de disparo de potenciais até a medula pelos aferentes

Aumento de tensão muscular

Estiramento das fibras colágenas

Estimulação dos terminais Ib

Aumento de potencial receptor

Aumento de frequência dos potenciais de ação até a medula pelas fibras Ib.

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Figura 8. Diagrama de respostas à diminuição da tensão muscular

1.1.1.5 VIAS REFLEXAS

Reflexos são, além de movimentos automáticos em resposta a um estímulo

sensorial, mecanismos de extrema importância na regulação dos movimentos,

ajustando o comprimento e tensão dos músculos de acordo com a necessidade do

momento.

Dentre as classificações existentes, o reflexo de estiramento (ou miotático) possui

maior importância na compreensão da espasticidade. Considerado um reflexo

extensor antigravitatório de importância postural, possui como característica a

contração de um músculo em resposta ao seu próprio estiramento e continua a

funcionar até mesmo quando a medula espinhal é transeccionada, tornando-se

separada do encéfalo. No entanto, nos indivíduos normais, os reflexos são

constantemente submetidos ao controle dos centros superiores, que os modulam e

regulam continuamente (Lent, 2010).

As vias reflexas, em geral mais curtas, são formadas por fibras ou colaterais que se

destacam das grandes vias aferentes e fazem sinapse com o sistema eferente,

fechando arcos reflexos, ora mais, ora menos complexos (Machado, 2000).

O estiramento do fuso muscular é o estímulo para o reflexo de estiramento

(miotático), como o que ocorre quando um músculo é estirado passivamente. Isto

faz com que suas fibras sensoriais Ia disparem sinais com maior frequência até a

Diminuição de tensão muscularDecréscimo/desaparecimento de potencial

receptor

Decréscimo/desaparecimento da frequência dos potenciais de ação até a medula pelas

fibras Ib.

Inexistência de mecanismo de controle de regulação de

sensibilidade da fibra

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medula (potencial receptor), excitando os motoneurônios α, o que causa uma maior

contração nas fibras musculares do músculo estirado.

Entretanto, são estimulados não apenas interneurônios que excitam motoneurônios

destinados a músculos agonistas ao estirado, mas também interneurônios que

inibem motoneurônios destinados a músculos antagonistas, que se mantêm

relaxados (inibição recíproca). Este mecanismo evita espasmos musculares e

danos devido ao superestiramento, regulando a excitação dos motoneurônios.

A sensibilidade dos fusos musculares pode ser regulada ativamente pelos

motoneurônios γ e fusimotores β. Estes são excitados pelos mesmos sinais que

excitam os motoneurônios α, além de sinais provenientes da região pontina

facilitatória do tronco cerebral fazendo com que as fibras intra e extrafusais se

contraiam ao mesmo tempo, efeito denominado co-ativação α-γ.

Em consequência da contração, há um aumento de tensão muscular, indicado pelos

órgãos tendinosos de Golgi, que por meio das fibras sensoriais Ib enviam sinais até

a medula. Nela, os interneurônios inibitórios, diminuem a excitação do motoneurônio

alfa, modulando o nível de contração do próprio músculo em atividade, podendo até

inibi-la completamente e diminuindo a tensão muscular.

Os interneurônios integram entradas de excitação e inibição, o que inclui entradas

diretas do córtex motor (Figura 9). Isto permite que o córtex utilize circuitos reflexos

como componentes para movimentos mais complexos.

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Figura 9. Receptores, vias aferentes e motoneurônios (Fonte: Autoria própria)

Até mesmo quando o músculo está em seu comprimento de repouso, os fusos

musculares estão estirados o suficiente para ativar as fibras sensoriais, que enviam

uma série contínua de sinais para o SNC. Esta atividade mantém certo nível de

tensão, denominado tônus muscular.

O controle do tônus muscular é efetuado principalmente pelas vias descendentes

mediais, capazes de regular o tônus da musculatura axial e, assim também, a

postura do indivíduo. Os feixes vestibuloespinhais estão envolvidos com o controle

involuntário, ou seja, reflexo, do tônus muscular. Sua função é repassar para os

motoneurônios (α e fusimotores) as informações sobre a posição da cabeça

coletadas pelos órgãos do equilíbrio no labirinto. Os feixes reticuloespinhais, por

outro lado, estão envolvidos com o controle voluntário do tônus, através de reações

antecipatórias (Lent, 2010).

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1.2 SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR

O tônus muscular pode estar alterado em diversas doenças do sistema motor, como

na Síndrome do Neurônio Motor Superior (SNMS), também conhecido como

Sistema Piramidal.

Frequentemente, há hipertonia quando os fusos musculares são estirados, como na

movimentação passiva, e, através do arco reflexo, os motoneurônios. Como estes

estão hiperativos, a contração reflexa é mais acentuada que em condições normais,

situação na qual alguns dos tratos encefalospinais exercem ação inibitória sobre o

arco reflexo. A hipertonia que ocorre nas lesões dos neurônios motores superiores

é denominada hipertonia espástica ou espasticidade (Machado, 2000).

Lesões que ocorrem no sistema nervoso central resultam em sinais positivos e

negativos. Os sinais negativos são responsáveis por capacidades normais do

sistema, como por exemplo, a força. Sinais positivos são anormais e são explicados

pela ausência de inibição do tônus muscular (Machado, 2000).

Esta Síndrome pode decorrer de lesões situadas desde o córtex até a medula

espinhal. Lesões situadas em diversos pontos podem provocar, além do déficit

motor, distúrbios de sensibilidade. Lesões que interrompem as vias descendentes

do córtex ou do tronco encefálico produzem movimentos voluntários (sinal negativo)

e, ao mesmo tempo, aumento do tônus muscular, característico do quadro clínico

da espasticidade. Neste caso, reflexos de estiramento são anormalmente ativos

(Nitrini e Bacheschi, 2003).

O estiramento passivo do músculo espástico encontra grande resistência inicial que

cessa bruscamente. Esta redução brusca se deve à estimulação de outro tipo de

receptor contido nos fusos musculares e de outros mecanoceptores que provocam

a inibição reflexa dos músculos submetidos ao estiramento (Machado, 2000).

Muitas vezes a lesão envolve todos os tratos, mas sem comprometê-los totalmente,

havendo preservação parcial das funções motoras e sensitiva (Machado, 2000).

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1.3 TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE

Considerando o fato de que até o momento não há cura para a lesão medular, o

tratamento da espasticidade consiste em diminuir a incapacidade do lesado

medular, ressaltando-se que este deve ser integrado a um programa de reabilitação.

Baseado na evolução da capacidade funcional, recursos da medicina física são

aplicadas na terapêutica da espasticidade. Dentre as técnicas aplicadas,

encontram-se a crioterapia, cinesioterapia, técnicas de retroalimentação,

estimulação elétrica funcional, utilização de órteses e terapia ocupacional.

Tratamentos medicamentosos e procedimentos cirúrgicos também contribuem para

a diminuição da espasticidade (Lianza et al., 2001).

Além disto, estudos evidenciaram que, apesar de não garantir um reaprendizado

para realização de caminhada sem suporte, o treino de marcha em esteira produziu

efeitos cardiovasculares e musculo-esqueléticos positivos, assim como a redução

da espasticidade (Hubli e Dietz, 2013).

1.4 AVALIAÇÃO DA ESPASTICIDADE

Na avaliação da espasticidade, são utilizados indicadores quantitativos e

qualitativos. Estes são utilizados para identificar a intensidade e sua influência no

desempenho da função, sendo úteis na indicação de intervenções terapêuticas e

análise de seus resultados (Leitão et. al., 2006).

A Escala Modificada de Ashworth é a escala mais amplamente utilizada na

avaliação da espasticidade. Sua aceitação deve-se a sua confiabilidade e

reprodutibilidade interobservador. A movimentação passiva da extremidade é

realizada avaliando o momento da amplitude articular em que surge resistência ao

movimento (Leitão et. al., 2006). A escala varia conforme Tabela 1.

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Tabela 1. Escala modificada de Ashworth

0 Nenhum aumento no tônus muscular

1 Leve aumento do tônus muscular, manifestado por uma tensão momentânea ou por

resistência mínima, no final da amplitude de movimento articular (ADM), quando a região é movida em flexão ou extensão

1+ Leve aumento do tônus muscular, manifestado por tensão abrupta, seguida de

resistência mínima em menos da metade da ADM restante

2 Aumento mais marcante do tônus muscular, durante a maior parte da ADM, mas a

região é movida facilmente

3 Considerável aumento do tônus muscular, o movimento passivo é difícil

4 Parte afetada rígida em flexão ou extensão

A necessidade de garantir a reprodutibilidade e exatidão da avaliação da

espasticidade impulsionou diversos estudos a fim de quantificar o nível de

intensidade dos espasmos, independente de influência do paciente e do analisador.

O método mais difundido e utilizado é o Teste Pendular, no qual o monitoramento

de algumas grandezas por tecnologias disponíveis permite determinar índices

quantitativos, que são em grande parte comparados com os resultados obtidos com

as escalas.

1.4.1 O TESTE PENDULAR

Desenvolvido por Wartenberg, em 1951, o teste pendular consiste em um método

simples para avaliação do tônus muscular do quadríceps, que analisa os efeitos

causados pela espasticidade durante o balanço passivo do membro inferior,

possível de ser realizado facilmente no interior de clínicas. Inicialmente a intenção

era a aplicação na avaliação de rigidez parkisoniana (Wartenberg, 1951),

entretanto, foi reintroduzido por Badj e Vodovnik (1984), em 1984, para avaliação

da espasticidade em jovens pacientes com lesão medular e, a partir de então, tem

sido modificado e aplicado na avaliação da espasticidade originária de alterações

causadas pela síndrome do neurônio motor superior. O fundamento do teste

pendular é baseado nos fenômenos característicos da espasticidade: aumento do

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tônus muscular, reflexo de estiramento e a relação de aumento do tônus de acordo

com o aumento da velocidade.

Assim, ele consiste em posicionar o paciente sentado sobre um apoio com as

pernas suspensas livremente. O examinador deve, então, levantar a perna do

membro relaxado até a posição horizontal, deixando-a cair em balanço livre. As

vantagens deste método são a simplicidade, baixo custo e adequabilidade para a

análise em tempo real por um computador (Bajd e Vodovnik, 1984).

Diversos métodos para captura do ângulo formado pela queda livre da perna têm

sido empregados. Inicialmente, eram utilizados goniômetros mecânicos, sendo,

mais tarde, substituídos pela versão eletrônica, o eletrogoniômetro, tornando-se o

método mais comum atualmente. A aquisição de sinais eletromiográficos também

ajudou na identificação das atividades do reflexo de estiramento (Bajd e Vodovnik,

1984; Fleuren, 2009). Feng e Mak (1997) utilizaram um sistema de vídeo para

análise de movimento. Jamshidi e Smith (1996) comprovaram a confiabilidade do

teste em ambos os métodos, eletrogoniômetro e vídeo. Bohannon (1987), com base

em trabalhos anteriores, utilizou também um dinamômetro para o monitoramento da

velocidade do movimento durante o teste pendular.

A combinação de um acelerômetro e um giroscópio foi realizada no

desenvolvimento de um sistema de detecção de movimento, a fim de estimar os

momentos das junções do corpo humano em análises dinâmicas (Liu et al., 2010).

Dois acelerômetros foram utilizados para detecção do ângulo da articulação do

joelho e, simultaneamente, a aceleração angular durante o movimento do pêndulo

(Yakamoto et al., 2012).

O teste do pêndulo, utilizado para avaliação de tônus do músculo quadríceps, vem

sendo endossado como uma medida prática. Os dados obtidos neste teste

apresentam uma variabilidade mínima e uma precisão alta, requer mínima

cooperação do paciente e, o mais importante, correlaciona-se significativamente

com os achados clínicos. Esse teste tem sido utilizado para avaliação de

espasticidade em pacientes portadores de hemiplegia, esclerose múltipla e lesão

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medular e também para avaliação de eficácia de drogas antiespásticas e de

treinamento muscular (Salmela et al., 2002).

Badj e Vodovnik (1984) avaliaram o sinal resultante padrão fornecido pelo uso do

eletrogoniômetro, muito próximo a um sistema pendular amortecido. Desta forma,

analisaram o tempo de oscilação, número de ciclos e a razão de amplitude (R1).

Figura 10. Indicadores para quantificação da espasticidade

Neste esquema mostrado na Figura 10, maior atenção foi dada ao primeiro ciclo

como mais representativo em relação ao nível de espasticidade. Entretanto, foi

definido um índice de relaxamento R2: razão entre a amplitude da primeira queda

(A1) e a amplitude da diferença entre o ângulo inicial e o ângulo de descanso (A0).

Em indivíduos normais, o indicador R2 apresenta um valor de 1,6 aproximadamente.

Desta forma, foi proposto um índice normalizado, R2n, permitindo a classificação de

membros não-espásticos para valores de R2n maiores que 1 e membros espásticos

para valores menores que 1, representando níveis mais graves os valores mais

próximos a 0.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS E ANÁLISE

Neste capítulo, são apresentados todos os componentes do sistema de aquisição,

processamento e análise dos dados provenientes dos transdutores, no que diz

respeito ao hardware, firmware e software.

2.2 TRANSDUTORES

O teste pendular permite avaliar o tônus do quadríceps. Logo, os transdutores

utilizados foram escolhidos para realizar a medição de variação do ângulo da

articulação do joelho (eletrogoniômetro) e a variação de vibração do quadríceps

(acelerômetro) durante o movimento de balanço característico do teste.

2.2.1 ELETROGONIÔMETRO

A mensuração de ângulos articulares ou goniometria é uma das técnicas utilizadas

pela cinemetria, a qual possibilita uma avaliação da amplitude articular, descrição e

compreensão dos movimentos realizados por segmentos adjacentes,

proporcionando uma análise quantitativa sobre patologias e graus de

desenvolvimento e controle de reabilitação da capacidade funcional (Esteves et al.,

2007).

O modelo S700 Joint Angle SHAPE SENSOR (Measurand Inc., Fredericton, NB,

Canadá) foi utilizado para mensurar o ângulo da articulação do joelho. Este

transdutor (Figura 11) possui um grau de liberdade e consiste de dois módulos

ligados por uma fibra óptica tratada em um de seus lados para que haja perda de

luz proporcional a sua curvatura. Assim, o ângulo entre os dois módulos determina

a quantidade de luz que trafega pela fibra.

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Figura 11. Eletrogoniômetro Modelo Shape Sensor S700 Joint

Um dos módulos contém o circuito eletrônico que converte o sinal de luz para uma

saída elétrica. Alimentado por uma tensão de 5V, o transdutor fornece uma saída

linear de ±1.0 V para um intervalo de ±90o (Measurand, Inc., 2001).

2.2.2 ACELERÔMETRO

O monitoramento de vibração é um mecanismo utilizado em vários setores, como

na manutenção preditiva de motores de grande porte, indicando possíveis

anomalias. Considerando a característica do espasmo, observou-se que o emprego

de um acelerômetro, durante o teste pendular, poderia oferecer resultados

equivalentes aos sensores já utilizados em outros estudos. Uma vantagem,

entretanto, se dá ao fato de garantir independência no movimento, já que não há

necessidade de acoplar o acelerômetro a dois membros adjacentes, não

influenciando negativamente na execução.

O modelo MMA7361L (Freescale Semiconductor, 2008) possui as características

de ser um acelerômetro micro-capacitivo de baixo consumo (400µA), ser alimentado

com até 3,6V e detectar a ação da aceleração em 3 eixos (Figura 12). Apresenta

tamanho reduzido (24mm x 18mm x 18mm), a possibilidade de ajuste de

sensibilidade e um filtro passa-baixa já integrado.

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Figura 12. Circuito com acelerômetro MMA 7361L

O dispositivo consiste de uma célula capacitiva e um circuito de condicionamento

de sinal. Esta célula é uma estrutura mecânica formada por um material

semicondutor, modelado como uma série de traves acopladas a uma massa central

móvel entre duas traves fixas. As traves móveis podem ser defletidas de suas

posições de repouso quando o sistema é submetido a uma aceleração. Conforme

estas traves acopladas à massa central se movem, a distância entre elas e as traves

fixas aumentam, ao mesmo tempo em que a distância até as traves fixas do outro

lado diminui. Esta mudança na distância é uma medida de aceleração (Freescale

Semiconductor, 2008).

Figura 13. Modelo físico simplificado (Adaptado de Freescale Semicondutor, 2008)

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Esta disposição forma dois capacitores em contraposição. À medida que a trave

central se move com a aceleração, a distância entre as traves muda e o valor de

cada capacitor se altera (Figura 13).

A Figura 14 indica as saídas típicas de acordo com a posição do acelerômetro. O

eixo que está sofrendo a ação da gravidade da Terra apresenta +1g de aceleração,

correspondendo, aproximadamente, a 2,45V. Quando o eixo analisado não sofre

ação da gravidade (0g), a tensão passa a ser 1,65V e quando o acelerômetro é

posicionado contra a ação da gravidade, a saída passa a ser de -1g,

correspondendo a 0,85V, aproximadamente.

Figura 14. Acelerômetro: Saída x Orientação (Adaptado de Freescale Semiconductor,

2008)

Sinais de vibração são, em grande parte, compostos por inúmeras frequências que

ocorrem simultaneamente. A amplitude da vibração pode ser obtida de várias

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formas: nível de pico a pico, nível de pico e valor quadrático médio (RMS). Como o

valor RMS indica a energia média contida no movimento de vibração, este foi um

dos indicadores escolhidos para quantificar o nível de espasticidade. A equação 1

indica a fórmula para cálculo do valor de RMS.

N

x...xxx

2

N

2

2

2

1

RMS

(1)

onde xRMS é o valor efetivo do vetor analisado, x1...xn são os valores que

compõem o vetor e N corresponde ao tamanho do vetor.

A integral de envoltório do sinal também é uma forma de se obter uma medida

da área de um sinal, considerando seus extremos. O cálculo é realizado por meio

da diferença resultante entre a integral abaixo da curva de picos e a integral abaixo

da curva de vales. Na Figura 15, pode-se visualizar a área delimitada pela

envoltória.

Figura 15. Envoltória de um sinal

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2.3 DISPOSITIVO PARA AQUISIÇÃO DE DADOS

O hardware foi construído baseado na aquisição de sinais dos transdutores por meio

de um microcontrolador, responsável também pela conversão analógica/digital,

assim como pela transmissão dos dados até um microcomputador pelo barramento

USB.

Figura 16. Diagrama do sistema global. O sistema analógico é obtido a partir dos

transdutores, convertido para sinal digital pelo microcontrolador e enviado ao software

pela comunicação USB.

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O responsável pela aquisição, processamento e envio dos dados é um

microcontrolador PIC18F4550 (Microchip Technology, Inc., Chandler, AZ, USA).

A escolha do microcontrolador foi feita de forma que ele atendesse ao número de

entradas analógicas necessárias e que possuísse já integrada a comunicação USB

(Universal Serial Bus). Desta forma, não é necessária alimentação externa por

bateria, já que a saída USB do computador é capaz de fornecer 5V (até 500mA),

suficientes para o funcionamento do sistema. As vantagens deste tipo de

comunicação se resumem em maior velocidade de transmissão, facilidade de

instalação e capacidade de fornecer potência para alimentação de dispositivos.

Componentes periféricos são necessários para o funcionamento do

microcontrolador, como reguladores de tensão, capacitores e um cristal.

Indicadores de funcionamento foram adicionados para permitir ao usuário identificar

se o sistema está alimentado e pronto para funcionamento. No circuito da Figura

17, é mostrada a relação entre os componentes.

A comunicação USB se baseia em quatro fios: dois responsáveis pela alimentação

e dois para transmissão de dados. Nas extremidades do cabo de comunicação, o

conector que se liga ao dispositivo é do Tipo B – envio de energia, e a extremidade

que se liga ao computador, do Tipo A – transmissão de dados e energia.

Com base no diagrama do circuito elétrico da Figura 17, foi gerado o desenho da

placa de circuito impresso, conforme Figura 18. A placa final pode ser vista na Figura

19.

A placa montada com os devidos componentes é mostrada na Figura 20. Na Figura

21, a placa já está alocada em uma caixa própria, na qual foram encaixados os

conectores para os transdutores e para a comunicação USB. Os leds indicam que

o equipamento está alimentado (verde) e pronto para funcionamento (vermelho).

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Figura 17. Diagrama elétrico do sistema

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Figura 18. Esquema da placa de circuito impresso

Figura 19. Placa de circuito impresso do sistema

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Figura 20. Placa final montada

Figura 21. Equipamento final alimentado e em funcionamento

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As Figura 22 e Figura 23 mostram a diferença entre um protótipo inicial - com

comunicação serial, placa universal e bateria - e a nova versão aperfeiçoada – com

comunicação USB, placa de circuito impresso e sem bateria .

Figura 22. Protótipo anterior - comunicação serial, placa universal e bateria de

alimentação

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Figura 23. Nova versão do sistema - comunicação USB, placa de circuito impresso,

alimentação realizada pelo próprio USB

2.4 INTERFACE HUMANA

Um software foi desenvolvido para a aquisição dos dados, tratamento, visualização

e armazenamento no banco de dados. Um módulo para análise posterior dos dados

e cálculo de indicadores definidos também está disponível para o usuário final.

O desenvolvimento destas interfaces foram realizadas por meio da plataforma

LabVIEW (National Instruments, Austin, TX, USA).

2.4.1.1 IDENTIFICAÇÃO DO DISPOSITIVO

Um requisito para o correto funcionamento entre o dispositivo e a interface é a

geração e instalação de um driver para que o computador faça o reconhecimento

automático e inicie a comunicação USB. O driver é gerado por meio de uma

ferramenta que é disponibilizada pela própria plataforma. Estando o dispositivo

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ligado ao computador, ele identifica suas características (Figura 24) e gera um

arquivo de extensão “inf”.

Este arquivo contém as informações de Vendor ID, Product ID, Manufacturer Name

e Model Name, permitindo ao computador identificar o equipamento quando este é

ligado a uma de suas portas USB. Estas informações já foram anteriormente

programadas e gravadas no microcontrolador.

Na primeira vez que o dispositivo for conectado ao computador, será pedido um

driver para instalação. Basta selecioná-lo e a partir de então o dispositivo sempre

será reconhecido.

Figura 24. Tela de geração de driver para o dispositivo

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2.4.1.2 AQUISIÇÃO, VISUALIZAÇÃO E ARMAZENAMENTO

Uma interface amigável foi desenvolvida para permitir o uso de forma simples e

correta. Além disto, o usuário pode armazenar as coletas realizadas, de forma

organizada e possível de ser consultada posteriormente, pelo software de análise.

Figura 25. Tela para seleção de usuário

O acesso ao sistema é restrito, o que garante que cada avaliador possa gerenciar

seu banco de dados de forma independente. A tela inicial fornece as opções para

login e alteração/cadastro de usuários (Figura 25). O menu superior oferece as

opções de calibração, teste e consulta.

Inicialmente, é necessário realizar a calibração do eletrogoniômetro para que cada

avaliador possa utilizar seu método de referência, de acordo com o posicionamento

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do eletrogoniômetro na perna do paciente. Para isso, deve-se pressionar o botão

CALIBRAR disposto no menu superior. A tela da Figura 26 irá aparecer.

Figura 26. Tela para calibração do eletrogoniômetro

Como a resposta deste transdutor é linear, é possível transformar as informações

provenientes do microcontrolador, que correspondem à transformação

analógica/digital dos dados de tensão, em medidas de ângulo. De forma simples,

basta o avaliador identificar a porta em que o dispositivo está conectado, posicionar

a perna no ângulo desejado e digitar o valor de ângulo que será estabelecido. Dois

pontos são necessários para elaborar a equação da reta de calibração. Entretanto,

para que haja menor erro, é recomendada a aquisição de no mínimo três pontos,

preferencialmente contendo os valores inicial, final e intermediário.

O próximo passo é a realização do teste pendular, ao clicar no botão “Teste” no

menu superior. Em seguida, o sistema oferecerá as portas disponíveis para

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conexão. Caso a porta desejada não apareça na lista, é necessário clicar no botão

“Atualizar Portas” para atualização.

Figura 27. Tela para conexão do dispositivo

Para relacionar o teste a um determinado paciente, é necessário criar um novo

cadastro ou selecionar dentre os já cadastrados.

Figura 28. Tela para relacionar o teste a um determinado paciente

Após a seleção do paciente, uma tela, conforme a Figura 29, fornecerá as opções

para o teste. Pode-se, então, definir a frequência com que o computador irá obter

os dados do microcontrolador, sendo a frequência máxima de 110Hz.

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Figura 29. Tela para visualização em tempo real dos dados obtidos

Figura 30. Seleção do tipo de gráfico

Pressionando o botão “Iniciar”, aparecerá uma tela para escolha do tipo de gráfico.

A opção “Fixo”, mantém o eixo x fixo, independente do tempo de aquisição. A opção

“Dinâmico” desloca o eixo x, mantendo melhor visibilidade do valor atual.

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Estabelecendo-se a comunicação com sucesso, os dados correspondentes ao

eletrogoniômetro e os três eixos do acelerômetro, serão dispostos em suas

respectivas áreas.

Para encerrar o teste, o usuário deve pressionar o botão “Parar”. É importante

ressaltar que os dados só serão salvos, pressionando o botão “Salvar”. Neste caso,

o sistema pedirá para que o usuário identifique qual perna está sendo analisada

(direita ou esquerda). Caso os dados não estejam corretos, ou seja necessária a

realização de nova coleta, basta clicar em “Iniciar” novamente.

Figura 31. Tela para seleção da coleta a ser consultada

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As coletas de dados que foram salvas estão disponíveis, quando pressionado o

botão “Consultar”. Como mostrado na Figura 31, ao clicar duas vezes sobre a opção

desejada na lista de pacientes cadastrados, aparecerão as datas das coletas

realizadas. A partir da seleção da data, ficarão disponíveis os horários das coletas,

bem como as opções relacionadas à perna.

Os dados armazenados serão dispostos conforme Figura 32. Ao clicar com o botão

direito sobre os gráficos, o usuário tem a opção de abrir a planilha contendo os

dados ou salvar em um arquivo de texto, para manipulação personalizada destes

dados (Figura 33 e Figura 34).

Figura 32. Tela para consulta dos dados armazenados

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Figura 33. Opções para visualização da tabela de dados

Figura 34. Janela para exportar tabela de dados em arquivo texto

2.4.1.3 ANÁLISE

O sistema desenvolvido para análise relaciona visualmente os sinais armazenados

pelo sistema de aquisição e permite gerar indicadores de acordo com o transdutor

analisado.

Para isto, na tela inicial, o usuário deve selecionar o caminho da pasta em que os

dados do teste foram armazenados (Figura 35). A partir desta seleção, o sistema

carrega a lista de pacientes cadastrados e permite que o usuário selecione um item

para prosseguir com a análise.

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Figura 35. Tela inicial do sistema de análise

A diferenciação entre os testes é feita pelos critérios: perna, data e horário. Assim,

é possível identificar grupos de arquivos, em caso de mais de uma repetição por

teste. Para isto, durante a seleção, é necessário manter a tecla CTRL pressionada.

A organização dos resultados depende da escolha destes dados, bem como da

escolha do momento do teste em relação ao tratamento realizado, por meio do

botão disponível com as opções PRÉ e PÓS. Em caso de uma nova análise, os

dados armazenados devem ser apagados por meio do botão “Limpar Análise”.

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Uma pré-visualização do sinal é oferecida ao usuário, por meio de um duplo clique

sobre o item selecionado. Também são permitidas alterações nas configurações do

filtro para o sinal do acelerômetro.

A partir da seleção feita, o sistema segue uma rotina de tratamento do sinal para o

cálculo dos indicadores desejados. Pelo fato de o sinal possuir inúmeras oscilações

desprezíveis, o sinal é tratado ponto a ponto, conforme as etapas mostradas na

Figura 36.

Eletrogoniômetro Acelerômetro

Figura 36. Diagrama de tratamento dos sinais

Suavização de Sinal

Preenchimento de pontos (Δt=0,005s)

Identificação de ponto de início

Identificação de picos, vales e ponto de término

Determinação de A1, A0, R1, R2, R2n e Integral de envoltória do

sinal

Preenchimento de Pontos (Δt=0,01s)

Identificação do ponto de início e término

Filtragem

Identificação de Picos e Vales

Determinação de Integral de envoltória e valor RMS para os eixos

x, y e z

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ELETROGONIÔMETRO

Suavização do Sinal: consiste em atenuar as oscilações de amplitude

insignificante, compreendendo as seguintes etapas:

Execução de média móvel, com N=5;

Atribuição de sentido - pontos adjacentes (crescente(1)/ decrescente(-1)/

patamar(0));

Preparação para identificação de picos e vales: exclusão de pontos que não

atendam à condição de no mínimo três pontos anteriores ao atual seguirem

uma tendência (1, -1 ou 0).

Figura 37. Suavização do sinal (eletrogoniômetro)

Preenchimento de pontos: como compensação pelos pontos excluídos na fase

anterior, são adicionados novos pontos para preenchimento do sinal (Figura 38).

Para isto, a cada par, é considerada a diferença entre ponto final e inicial e, de

acordo com o intervalo definido, neste caso, 0,005s, são realizados os cálculos das

respectivas médias e são inseridos novos pontos ao sinal original.

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Figura 38. Preenchimento de pontos (eletrogoniômetro)

Identificação do ponto de início: é realizado o cálculo do coeficiente angular a

cada par de pontos até o momento em que este valor supera o definido. Neste caso,

considera-se ponto de início a partir do ponto em que o coeficiente angular se torna

maior que 50 (Figura 39).

Figura 39. Identificação do ponto de início (eletrogoniômetro)

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Identificação de picos, vales e ponto de término: a partir do sinal já preparado

nas etapas anteriores, é possível identificar os pontos extremos do sinal por meio

das seguintes etapas:

Identificação de patamares, ou seja, diferença entre pontos adjacentes nula.

Em caso positivo, os pontos identificados de mesmo valor são agrupados e

substituídos por um único ponto (Figura 40);

Realização de preenchimento de pontos, de acordo com o intervalo de

0,005s (Figura 40);

Figura 40. Exclusão de patamares do sinal (eletrogoniômetro)

Definição de sentido dos pontos (crescente(1) e decrescente (-1)). Neste

momento, não existirão mais patamares (0).

Verificação de mudança de sentido, ponto a ponto. Assim que ocorrer

inversão de sinal, são verificados os N pontos posteriores e anteriores, neste

caso N=5, para comprovação de que o sentido se mantém invertido,

sinalizando assim este ponto como um extremo.

Considerando o ponto identificado, verifica-se se o ponto anterior possui

sentido igual a 1 e os seguintes igual a -1, concluindo-se assim que este

ponto representa um pico. Caso contrário, será considerado um vale (Figura

41).

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Figura 41. Identificação de extremos (eletrogoniômetro)

Diferenças entre picos e vales menores que 2,5 são desprezados, a fim de

desconsiderar pequenos tremores. Desta forma, encontra-se o ponto de

término, ou ângulo de descanso (Figura 42).

Figura 42. Identificação de picos, vales e ponto de término (eletrogoniômetro)

Para a determinação da integral de envoltória, considera-se no início e final do sinal

um ponto de mesmo valor no eixo X, para os sinais de picos e vales (Figura 43).

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Figura 43. Definição de faixa para cálculo de integral de envoltória (eletrogoniômetro)

ACELERÔMETRO

Preenchimento de pontos: assim como realizado no eletrogoniômetro, são

adicionados novos pontos para preenchimento do sinal (Figura 44). Neste caso, é

definido o intervalo como 0,01s, e são inseridos novos pontos ao sinal original.

Figura 44. Preenchimento de pontos (acelerômetro)

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Identificação do ponto de início e término: inicialmente é realizada a média móvel

do sinal, com N=5, para redução de oscilações desprezíveis (Figura 45).

Figura 45. Método de média móvel aplicado ao sinal (acelerômetro)

Em seguida, é realizada uma média dos 100 pontos iniciais para se definir um ponto

de referência.

Figura 46. Identificação do ponto de início e término (acelerômetro)

Percorre-se todos os pontos realizando a diferença em relação à média calculada e

define-se como ponto de início, o ponto cuja diferença for maior que 5 (yn-y0). É

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possível ver pela Figura 46 que o ponto se aproxima consideravelmente ao início

determinado por meio do sinal do eletrogoniômetro. A partir deste ponto, são

selecionados para análise os próximos 500 pontos (5 segundos) do sinal.

Filtragem: a faixa selecionada passa por um filtro passa-faixa Butterworth de ordem

4, com frequências de corte de 3Hz a 5Hz (Figura 47).

Figura 47. Filtragem do sinal (acelerômetro)

Identificação de picos e vales: a partir do sinal já preparado nas etapas anteriores,

o sinal passa pelo processo descrito anteriormente para detecção de picos e vales,

necessários para o cálculo da integral de envoltória (Figura 48).

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Figura 48. Identificação de picos e vales (acelerômetro)

Os sinais tratados são então mostrados para o usuário, conforme Figura 49. Um

menu lateral oferece a possibilidade de habilitar/desabilitar legenda e paleta dos

gráficos, o que permite manusear, aumentar/diminuir o zoom e percorrer o sinal com

o cursor, caso habilitado por meio do botão disponível. A funcionalidade de adicionar

ou remover pontos (picos e vales) do sinal permite a correção dos pontos definidos,

caso o sistema tenha realizado as identificações de forma errônea. Também está

disponível a opção de visualização e modificação dos parâmetros para cálculo dos

picos, como número de pontos adjacentes, coeficiente angular e amplitude mínima.

Os indicadores resultantes do sinal em questão podem ser consultados ao se

pressionar o botão inferior localizado no menu lateral.

Após a realização das modificações necessárias nos sinais, ao se clicar no botão

lateral direito, é carregado o próximo teste (em caso de mais de uma seleção). Ao

término da análise dos sinais de um grupo “pré”, é necessário retornar à tela de

pacientes para carregar os arquivos do momento “pós”.

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Figura 49. Tela de visualização e ajuste dos sinais

O resumo dos indicadores calculados é indicado na tela final, conforme Figura 50.

Nela, podem-se avaliar os resultados por teste e o resultado médio final de cada

momento. Um gráfico de barras permite a comparação entre os momentos e

apresenta o valor numérico da razão entre valores “pós” e “pré”. Com relação ao

eletrogoniômetro, as colunas destacadas em verde e laranja correspondem aos

indicadores calculados por meio de dados da curva. Já os destacados em verde e

rosa, correspondem aos parâmetros calculados por meio do resultado destes

indicadores.

O usuário tem a opção de exportar estes dados para um arquivo texto, ao clicar no

botão localizado a direita, logo acima dos gráficos de barra. Desta forma, pode-se

realizar uma análise mais complexa na comparação de vários pacientes.

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Figura 50. Tela resumo de indicadores

2.5 PROTOCOLO EXPERIMENTAL

Os testes clínicos foram realizados no Laboratório de Biomecânica e Reabilitação

do Aparelho Locomotor – LABRAL (UNICAMP), local onde já são realizados

procedimentos similares ao teste pendular e metodologias para garantir o bem estar

dos pacientes lesados medulares, bem como recuperar movimento e sensibilidade.

Um dos métodos de reabilitação consiste no treinamento de marcha realizado em

conjunto com a aplicação de Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM)

(Azevedo, 2011). Um dos benefícios é a diminuição da espasticidade, melhorando

a condição de vida do paciente.

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Testes para avaliar os efeitos deste método já vêm sendo realizados e o projeto

em questão compõe o conjunto de trabalhos, cuja Aprovação do Comitê de Ética

em Pesquisa da Unicamp corresponde ao Nº 882/2010 - Análise Clínica da

Espasticidade antes e após Estimulação Elétrica Neuromuscular e Marcha em

Esteira em Lesados Medulares.

O desenvolvimento da parte técnica do sistema foi realizado com o auxílio do

Laboratório de Biocibernética e Engenharia de Reabilitação - LABCIBER

(EESC/USP), o qual disponibilizou a instrumentação e material necessários.

A aplicação do teste foi realizada em cinco pacientes homens, conforme Tabela 2.

São indicados os níveis neurológicos de lesão de cada paciente, sua idade, tipo de

treinamento a que são submetidos, causa da lesão e a medicação administrada.

Tabela 2. Características dos pacientes participantes

Paciente Nível

Neurológico da Lesão

Idade (anos)

Tipo de Treinamento

Causa da Lesão

Medicação

1 C4 A 37 EENM Acidente de moto

Frontal (1x ao dia)

2 C5 C 25 Marcha em Esteira com

EENM Mergulho

Baclofen (1x ao dia)

3 T4 A 43 EENM Acidente de Moto

---

4 T4 A 47 Marcha em

Andador com EENM

Acidente de Carro

---

5 C6 A 24 EENM Mergulho Baclofen

(4x ao dia)

A realização do teste pendular foi executada por uma única pessoa. O teste consiste

em posicionar o paciente sentado em uma cadeira, desenvolvida especialmente

para este objetivo, elevar a perna estirada até o limite permitido pelo paciente, e em

seguida liberá-la para balanço livre.

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O eletrogoniômetro foi posicionado lateralmente à perna, de forma a poder transmitir

as alterações de ângulo da articulação do joelho durante o balanço. O acelerômetro

foi posicionado sobre o quadríceps, sendo os eixos x, y e z definidos como na Figura

51. Os sinais dos transdutores foram enviados para o sistema de aquisição, que,

comunicando-se com o computador, possibilitou que analisador e paciente

visualizassem os sinais em tempo real.

A execução do teste foi feita momentos antes e momentos após a realização do

treinamento de reabilitação (Carvalho et. al., 2006) de cada paciente, nas pernas

direita e esquerda.

Figura 51. Posicionamento dos sensores na perna do paciente

Para cada perna, foi necessário calibrar o eletrogoniômetro, já que o padrão de

ângulos definidos deveria ser seguido, de forma a ser considerado ângulo 0° quando

a perna é estirada, e 90° quando a perna está em posição de descanso.

A equação (2) corresponde à perna esquerda e a equação (3), à perna direita.

Ângulo = (0,68 x Tensão) - 271,36 (1)

Ângulo = (-1,4 x Tensão) + 559,69 (2)

x

z

y

Acelerômetro

Eletrogoniômetro

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3. RESULTADOS

A avaliação do sinal de vibração se torna dificultoso pelo fato de o sinal ser

composto por uma sobreposição de inúmeros sinais de frequências diferentes,

dentre os quais também estão presentes os sinais de ruído. Levando em

consideração este fato e a dificuldade de se encontrar um sinal que realmente

represente a vibração do quadríceps, foi realizado um teste controle, ou seja, um

teste pendular em um indivíduo que não apresentasse lesão medular.

A delimitação de uma faixa de frequências para análise foi então definida com base

na comparação do sinal controle e de sinais de um paciente com espasticidade

severa, momentos antes e após o treinamento de reabilitação realizado. Cada teste

foi realizado cinco vezes sucessivamente, o que explica as várias linhas

desenhadas nos gráficos. A linha de cor preta corresponde ao primeiro teste.

A Figura 52, Figura 53 e Figura 54 mostram a composição de frequências do

espectro dos sinais dos eixos x, y e z, respectivamente. Como as amplitudes

referentes às frequências de 10Hz a 50Hz não eram significativas, não são

mostradas nos gráficos.

Nota-se que em todos os eixos, as amplitudes dos sinais referentes ao controle são

insignificantes. As frequências mais baixas apresentadas correspondem ao

movimento natural da perna durante o balanço, não caracterizando vibração.

Com referência ao eixo x (Figura 52), ao analisar os sinais do paciente pós (c), nota-

se que há um aumento significativo em torno da frequência de 1Hz após o treino de

reabilitação. Provavelmente isto se deve ao fato que o sinal passa a ter uma

frequência que se destaca, suavizando o sinal e diminuindo a característica de

vibração. Entretanto, como medida a ser analisada, nota-se que entre as

frequências 3Hz e 4Hz, há uma diminuição considerável da amplitude dos sinais,

definindo assim uma faixa para análise.

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Figura 52. Espectro de frequências – Eixo X

Com relação ao eixo y (Figura 53), nota-se o aparecimento de maioria de picos em

torno das frequências 3Hz e 4Hz, demonstrando, assim como no eixo x, uma

tendência de predominância de determinadas frequências. Considera-se, assim

como em x, a faixa entre 3Hz e 5Hz para análise.

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Figura 53. Espectro de frequências – Eixo Y

O eixo z (Figura 54) não apresenta muito bem definido uma predominância de

sinais. Entretanto, pode-se notar que há uma diminuição, de forma geral, na faixa

de frequências entre 3Hz e 5Hz, adotando-se, assim, este intervalo para análise.

Os sinais de frequências muito baixas são, portanto, desconsiderados.

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Figura 54. Espectro de frequências – Eixo Z

Além da análise do espectro, também foi feita uma varredura sobre o sinal, variando

a frequência de 0,5Hz a 12Hz, com intervalo inicial de 0,5Hz e o restante de 1Hz. A

Figura 55 comprova o destaque das baixas frequências no sinal controle. A Figura

56 mostra a diferença entre os momentos pré (0) e pós (1), o que ratifica as faixas

definidas por meio dos espectros.

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Figura 55. Gráfico de barras Amplitude x Frequência - Controle

Figura 56. Gráfico de barras Amplitude x Frequência – Lesado medular Pré (0) - Pós (1)

Considerando a definição das faixas de frequência para filtragem dos sinais e a

delimitação dos pontos pelo usuário no sinal do eletrogoniômetro, os dados da

Tabela 3 foram obtidos para os cinco pacientes.

De acordo com os parâmetros resultantes a partir o sinal do eletrogoniômetro

podem ser calculados rR2n (razão R2n1/R2n0), rR1 (razão R11/R10) e integral de

envoltória dos pontos selecionados. A partir do acelerômetro, são calculadas as

razões resultantes dos valores RMS e a integral de envoltória para cada eixo, além

da média entre os eixos. Para cada teste, a primeira linha corresponde à média

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resultante das repetições do momento pré, a segunda, à média das repetições do

momento pós e a terceira, à razão pós/pré.

Tabela 3. Resultados do teste pendular

Paciente Perna Teste

Eletrogoniômetro Acelerômetro

R2n R1 IntEnv RMS (x)

IntEnv (x)

RMS (y)

IntEnv (y)

RMS (z)

IntEnv (z)

Média RMS

Média Env

1

Direita 1

0,91 4,03 420,30 1,44 11,17 3,90 35,61 0,75 7,48 2,03 18,09

1,00 5,41 462,37 1,15 9,69 2,79 25,54 0,76 7,77 1,57 14,33

1,10 1,34 1,10 0,80 0,87 0,72 0,72 1,01 1,04 0,77 0,79

Esquerda 2

1,03 3,28 351,50 0,92 8,19 1,53 15,40 1,41 12,11 1,29 11,90

0,99 4,10 408,59 0,87 8,24 1,88 17,29 1,05 9,07 1,27 11,53

0,96 1,25 1,16 0,95 1,01 1,23 1,12 0,74 0,75 0,98 0,97

2

Direita 3

0,44 1,94 78,15 31,58 57,98 248,81 157,69 27,99 53,82 102,79 89,83

1,05 3,50 287,63 0,95 9,09 6,17 23,55 1,02 8,99 2,71 13,88

2,39 1,80 3,68 0,03 0,16 0,02 0,15 0,04 0,17 0,03 0,15

Esquerda 4

0,48 1,48 176,44 42,09 71,85 191,90 156,66 54,35 79,84 96,11 102,78

1,12 3,21 294,05 0,41 5,93 4,62 19,45 0,92 8,20 1,98 11,19

2,33 2,17 1,67 0,01 0,08 0,02 0,12 0,02 0,10 0,02 0,11

3

Direita 5

1,03 6,63 500,95 0,36 4,91 4,41 18,01 0,35 6,27 1,71 9,73

0,91 5,47 536,88 1,10 9,01 6,21 22,29 0,89 9,76 2,73 13,69

0,88 0,83 1,07 3,06 1,84 1,41 1,24 2,54 1,56 1,60 1,41

Esquerda 6

1,14 6,51 515,54 0,93 8,27 7,17 23,09 0,24 5,71 2,78 12,36

1,11 7,58 532,45 1,40 9,82 13,07 31,84 0,35 5,96 4,94 15,87

0,97 1,16 1,03 1,51 1,19 1,82 1,38 1,46 1,04 1,78 1,28

4

Direita 7

1,16 9,79 535,58 2,56 13,18 11,10 28,70 1,19 11,06 4,95 17,65

1,08 5,87 531,99 0,67 7,39 8,59 24,52 5,31 18,68 4,86 16,86

0,93 0,60 0,99 0,26 0,56 0,77 0,85 4,46 1,69 0,98 0,96

Esquerda 8

1,09 8,12 580,66 1,50 10,43 3,38 18,70 0,58 7,78 1,82 12,30

0,75 2,61 467,79 0,34 5,96 1,67 12,97 2,23 13,37 1,41 10,77

0,69 0,32 0,81 0,23 0,57 0,49 0,69 3,84 1,72 0,78 0,88

5

Direita 9

1,06 4,76 463,45 2,56 13,55 7,52 26,40 2,16 14,45 4,08 18,13

1,18 5,57 482,58 2,50 14,71 12,03 32,38 7,34 22,72 7,29 23,27

1,11 1,17 1,04 0,98 1,09 1,60 1,23 3,40 1,57 1,79 1,28

Esquerda 10

1,11 3,14 285,17 2,34 12,17 9,87 27,46 4,21 15,89 5,47 18,51

1,36 7,64 597,53 1,84 12,92 13,52 31,98 7,07 23,25 7,48 22,72

1,23 2,43 2,10 0,79 1,06 1,37 1,16 1,68 1,46 1,37 1,23

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61

O índice R2n permite definir os membros como espásticos, quando o valor é menor

que um, e não-espásticos, quando ocorre o contrário. Assim, as linhas destacadas

em negrito na Tabela 3 correspondem aos membros que transitaram entre essa

classificação. O restante dos testes não será considerado na análise, pois, embora

tenha ocorrido mudança de valores, os membros permaneceram não-espásticos.

Os indicadores coloridos em verde representam um resultado positivo, ou seja,

diminuição da espasticidade. Os indicadores em vermelho representam resultado

negativo.

Uma análise visual permite identificar os sinais típicos para níveis de espasticidade

severa e leve.

Por meio da Figura 57 e Figura 58, é possível observar os sinais referentes à perna

direita do paciente 2, que apresenta espasticidade severa. Neste caso, o índice de

relaxamento se aproximou, após o treinamento, ao de um indivíduo normal,

praticamente dobrando seu valor, enquanto os valores RMS diminuíram em mais

de 50%. Devido à forma do sinal não se aproximar de um sinal senoidal amortecido,

o cálculo dos parâmetros sobre o sinal do eletrogoniômetro se torna duvidoso,

entretanto, o valor RMS, quantificando a vibração, se mostra adequado.

A Figura 59 e Figura 60 mostram os sinais referentes à perna direita do paciente 1,

apresentando uma espasticidade mais leve. Nota-se que a diferença entre os

índices de relaxamento pré e pós treinamento, é consideravelmente pequena,

entretanto, o valor RMS evidencia o aumento de tremor pós treinamento.

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62

Figura 57. Sinais pré treinamento referentes a um paciente com espasticidade severa

Figura 58. Sinais pós treinamento referentes a um paciente com espasticidade severa

Figura 59. Sinais pré treinamento referentes a um paciente com espasticidade leve

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63

Figura 60. Sinais pós treinamento referentes a um paciente com espasticidade leve

Tendo como foco a aplicabilidade do acelerômetro para a realização do teste

pendular, foi necessária a verificação de seus resultados, relacionando-os com os

resultados do eletrogoniômetro, já consolidados. A Figura 61 permite a visualização

da relação entre os parâmetros do eletrogoniômetro. Observa-se que há uma

tendência, embora em alguns testes os indicadores se contraponham, quando

relacionados à linha base igual a 1 (espasticidade/não espasticidade).

Figura 61. Relação entre parâmetros calculados a partir do sinal do eletrogoniômetro

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64

O parâmetro R2n servirá como referência para comparação. Na análise, os pontos

preenchidos em preto significam que não há relacionamento do parâmetro com a

referência.

Figura 62. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - eixo x

A Figura 62 mostra os indicadores calculados pelo sinal do acelerômetro – eixo x.

Neste caso, em relação ao RMS, apenas dois testes tiveram resultado negativo, e

em relação à integral de envoltória, apenas um.

A Figura 63 se refere ao eixo y. Neste caso, em relação ao RMS e à integral de

envoltória, apenas um teste teve resultado negativo.

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65

Figura 63. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - eixo y

Figura 64. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - eixo z

A Figura 64 se refere ao eixo z. Neste caso, em relação ao RMS e à integral de

envoltória, dois testes tiveram resultado negativo.

Finalmente, a Figura 65 se refere à média dos eixos x, y e z. Neste caso, em relação

ao RMS e à integral de envoltória, dois testes tiveram resultado negativo.

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66

Figura 65. Relação entre parâmetro do eletrogoniômetro e acelerômetro - média (x,y,z)

Por meio da análise dos gráficos, pode-se observar que o índice de relaxamento

não demonstrou efetividade na diminuição da espasticidade após treinamento em

alguns dos testes, em sua maioria nos pacientes com espasticidade leve.

Temperatura corporal, estado emocional e outras condições fisiológicas são fatores

que alteram o comportamento da espasticidade e, por este motivo, o resultado pode

não retratar a realidade. Soma-se a isto o fato de que, por se tratar de espasticidade

leve, a diferença nos sinais é muito pouco sentida. Ressalta-se que há a

necessidade de aumentar a sensibilidade dos testes, por meio de uma frequência

de aquisição de dados mais alta e da identificação mais precisa da faixa de

frequência analisada, sendo assim um apontamento para um trabalho futuro.

Os dados utilizados foram facilmente fornecidos pelo software de análise, que se

mostrou de fácil manuseio e possibilitou a avaliação de um número de pacientes

maior.

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67

4. CONCLUSÕES

Por meio deste trabalho foi possível evidenciar que o uso do teste pendular, apesar

de ser um conceito antigo, ainda pode ser aplicado com bastante eficiência, somado

à possibilidade de serem agregados elementos tecnológicos hoje mais facilmente

acessíveis.

O progresso de tratamentos para reabilitação carece de alternativas para avaliação

e readequação do processo. Entretanto, a distância entre as áreas de engenharia e

medicina é uma barreira para o desenvolvimento de sistemas que sejam aplicáveis

na realidade. Durante este trabalho, foram sentidas as necessidades de

aprendizado em lidar com o paciente, incluí-lo ao processo e principalmente, de

adequar a lógica de funcionamento do sistema, identificando padrões em um mundo

de inúmeras particularidades. A relação com os profissionais da saúde também

conduziu ao desenvolvimento de um sistema totalmente amigável, fornecendo

subsídios para identificar novas ideias e consolidar conceitos.

A inclusão de um acelerômetro no teste pendular garantiu maior flexibilidade ao

movimento do paciente e diminuiu o erro de captura do sinal durante a queda livre,

consequência da falta de controle do tronco e pernas. Além disso, foi possível

avaliar o efeito da espasticidade em 3 eixos simultaneamente.

O índice de relaxamento, indicador já há muito tempo estudado, não se mostrou

eficiente para representar diminuição da espasticidade em grande parte dos

pacientes com espasticidade leve. Em pacientes com espasticidade severa, a

identificação dos pontos para cálculo a partir do sinal do eletrogoniômetro se torna

extremamente difícil, além de se tornar suscetível à interferência do usuário. Assim,

nestes casos, a utilização do sinal do acelerômetro seria mais adequada, já que se

mostrou altamente confiável. Desta forma, foi possível comprovar a redundância do

sinal proveniente do acelerômetro ao proveniente do eletrogoniômetro.

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68

Durante o estudo dos sinais, vislumbrou-se a possibilidade de identificação de tipos

de sinais, de acordo com um padrão, o que contribuiria para uma classificação mais

específica e a escolha de um tipo de indicador.

Por fim, o sistema de aquisição cumpriu seu papel em garantir a entrega dos dados

a um sistema de visualização em tempo real e de forma simples, além de garantir o

armazenamento dos dados de forma confiável e estruturada.

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69

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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73

ANEXOS

Renata Manzano Maria <[email protected]>

BIODEVICES 2013 - Authors Notification

BIODEVICES Secretariat <[email protected]> 26 de outubro de 2012 08:50

Para: [email protected]

Dear Eng. Renata Maria,

We are happy to inform you that the regular paper you have submitted to BIODEVICES, with

number 32, entitled ''CUSTOM BUILT DEVICE FOR SPASTICITY EVALUATION

ASSOCIATED TO SPINAL CORD INJURY'', has been accepted for a 20 minutes oral

presentation (Short Paper).

All reviews performed by the program committee are now available at the PRIMORIS Author's

Home:

http://www.insticc.org/Primoris/.

Please login and then click on Author’s home / Paper Reviews, to access the reviews.

The e-mail associated with your account is the following username: [email protected]

It is very important that you try to follow the suggestions indicated in the reviews during the

preparation of the camera-ready manuscript.

Furthermore, it is EXTREMELY important that you follow the camera-ready paper format and

preparation guidelines for the proceedings, which are available at the BIODEVICES web site:

http://www.biodevices.biostec.org/GuidelinesTemplates.aspx#paper_templates

Any non-conformance with the specified format may force the proceedings editing team to

return the paper to you for re-formatting, and in case of repeated problems it may prevent the

paper from being published altogether.

Please note that the publication of any paper in the conference proceedings requires that we:

- receive the camera ready;

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74

- received the filled copyright form by e-mail, mail or fax (the document is available for

download at your “Author’s Area”;

- disregarding the accepted paper type, one of the authors must be registered as a speaker

before 13 November 2012.

You can only complete your registration after you submit your camera ready.

The registration is an on-line process and the payment methods you may select are:

- PayPal (using a credit card - a PayPal account is necessary. Creating one may take up to 5

working days due to the verification process)

- Bank transfer (the transfer should be done after the on-line registration is complete and it’s

only valid until the bank transfer document is received)

- Bon de commande/Purchase order (the document should be sent to the secretariat after the

on-line registration is complete)

The detailed explanation about each option is available during the registration process.

Should you have any question please don't hesitate to contact the secretariat.

Best regards,

Vera Coelho

BIODEVICES Secretariat

INSTICC office

Avenida D. Manuel I, 27A - 2 Esquerdo

2910-595 Setubal

Portugal

Tel: +351 265 100 033

Fax: +44 203 014 5436

DISCLAIMER

This message is confidential and intended exclusively for the addressee. If you received this

message by mistake please inform the sender and delete the message and attachments. No

confidentiality nor any privilege regarding the information is waived or lost by any

mistransmission.

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CUSTOM BUILT DEVICE FOR SPASTICITY

EVALUATION ASSOCIATED TO SPINAL CORD INJURY A redundant signal to electrogoniometer in Pendulum Test

Renata Manzano Maria1,2, Karina Cristina Alonso2, Eliza Regina Ferreira Braga Machado de

Azevedo2, Renato Varoto1 and Alberto Cliquet Jr.1,2 1Department of Electrical Engineering, University of São Paulo (USP), São Carlos, Brazil

2Department of Orthopedics and Traumatology, University of Campinas (UNICAMP), Campinas, Brazil

{remmaria, ka.kcalonso}@gmail.com,{eliza.azevedo, rvaroto}@yahoo.com.br, [email protected]

Keywords: Spasticity; Pendulum Test; Biomedical Engineering; Electrogoniometer; Goniometry; Accelerometer;

Spinal Cord Injury; Clinical Evaluation.

Abstract: The proposal of this project was the development of a more objective system to evaluate spasticity,

dysfunction often presented by spinal cord injured people. As result, it will be possible to follow patient’s

progress in moments before and after any treatment, drawing comparisons through the acquired data. One

accelerometer was added to the original pendulum test, providing redundant and alternative signal to the

electrogoniometer, even in critical situations. Also, tests were performed in patients during treatments, what

confirmed the feasibility of the present system in this method of evaluation.

1 INTRODUCTION

There are many causes of spinal cord injuries. Among

them are: automobilist accidents, fire guns and diving

into shallow waters. Non-traumatic causes, as nervous

system diseases, can also lead to injury.

When spinal cord injury occurs, communication

between the brain and body is affected, consequently,

conduction of motor and sensory information is

impaired.

1.1 Spinal Cord Injury Levels

Injury can be complete, when there is an absence of

sensory and motor function in the lowest sacral

segments; or incomplete, when there is preservation

of any sensory and/or motor function below the

neurological level that includes the lowest sacral

segments (Kirshblum et al., 2011).

Paraplegia refers to impairment or loss of motor

and/or sensory function in the thoracic, lumbar or

sacral (but not cervical) segments of the spinal cord,

consequent to the damage of neural elements within

the spinal canal. With paraplegia, upper limb function

is preserved, but, depending on the injury level, trunk,

lower limbs and pelvic organs may present functional

losses (Kirshblum et al., 2011).

Tetraplegia term refers to motor or sensory

dysfunctions of spinal cord cervical segments due to

damage of neural elements within the spinal canal.

Tetraplegia results in impairment of function in upper

limbs as well as typically in trunk, lower limbs and

pelvic organs (Kirshblum et al., 2011).

Certain time after the occurrence of the spinal cord

injury, movement disorders tend to appear, what

hinders these people’s lives and can induce pain.

This study focus on one of these disorders: the

spasticity.

1.2 Muscle Tone and Spasticity

Each motoneuron, that originates from spinal cord,

innervates many muscle fibers. As the muscle fibers

do not contract themselves without the existence of a

real action potential to stimulate them (except in some

pathological situation), skeletal muscle tone is totally

dependent of nervous impulses originated from spinal

cord. Muscle tone is a state of partial tension of the

Page 96: IMPROVEMENT AND CLINICAL APPLICATION OF AN EQUIPMENT … · 1, root mean square (RMS) and wrapped signals to severe spasticity. Thus, it is confirmed that, in these cases, accelerometer

76

muscle at rest that allows the contraction to start

immediately after receiving a nervous impulse,

besides of defining the strength

with that the muscle resists to being strained. These

impulses are controlled in part by impulses

transmitted by the encephalon to the correspondent

motoneurons and in part by impulses originated from

muscle fuses localized in the proper muscle (Guyton,

1997).

The increase of muscle tone characterizes the

spasticity. In physical exam, spastic limbs present an

increased resistance to passive movement, which is

more accentuated with the increase of the amplitude

and speed imposed. The increased resistance to

stretching is greater at the beginning of the movement,

and decreases thereafter. (Leitão et al., 2006).

As spasticity affects the quality of spinal cord

injured people’s lives, since it causes functional

difficulties, besides pain and contractures, some

specific treatments can decrease these effects in some

muscle groups. Treatment is often considered

essential to prevent deformities, improve function and

release stressing symptoms (Miyazaki et al., 2008).

1.3 Rehabilitation

Some treatments are more used in rehabilitation

programs, aiming the reduction of patient incapacity.

Kinesiotherapy, Locomotor Treadmill Training,

Functional Electrical Stimulation, use of orthoses and

medication treatments are examples with satisfactory

results (Lianza et al., 2001).

According to Dietz (2008), complete spinal cord

injured individuals are beneficiated by gait training,

mainly by atrophy prevention and spasticity

reduction.

Patients can perform treadmill gait training

associated to neuromuscular electrical stimulation

(NMES). They are assisted by partial body weight

support (BWS) (30-50%, to allow heel strike), and by

physiotherapists that help them move their legs.

During treadmill gait (at 0.14-0.39 m/s), the 4-channel

electrical stimulator is also used to provide NMES to

aid the stance gait phase (through quadriceps muscle

activation) and the swing phase (stimuli to the fibular

nerve) (Carvalho et al., 2006; Abreu et al., 2009).

1.4 Existent Evaluation Methods

The increase of new methods in spasticity treatment

has driven forward new mechanisms to quantify its

degree, measuring progression and success of these

methods. In fact, there is a trend towards more

objective measurements in order to make possible

more precise and exact analysis.

In spasticity assessment, quantitative and

qualitative indicators are used. They are used to

identify intensity and influence on functional

performance, being useful for indication of

therapeutic interventions and analysis of assessment

results (Leitão et al., 2006).

Scales are common clinical measures of muscle

tone, among them are Ashworth Scale, Modified

Ashworth Scale and Spasm Frequency Scale. Besides

the patient’s influence, scales are also a very subject

grading method and do not allow smaller degrees

identification.

The use of tonus as a resource to establish

neurological diagnoses is possible through pendulum

test that evaluates muscle tonus of the quadriceps.

Data obtained in this test present minimum variability

and high precision, require minimum patient

cooperation and, the most important, they have

significantly correlation with clinical results. This test

has been used to evaluate spasticity in patients that

presents hemiplegia, multiple sclerosis and spinal

cord injury and also to evaluate the efficacy of

antispastic drugs and muscle training (Salmela et. al.,

2002).

Electrogoniometers and tachometers were used as

instrumentations to pendulum test of spasticity (Bajd

and Vodovnik,1984).

Procedure involving computerized video motion

analysis was applied as an alternative to goniometer

in pendulum tests (Stillman and McMeeken, 1995).

Linear accelerometers were used as an alternative

strategy to measure knee joint angle, what allows

unlimited movements of the patient (Yakamoto et al.,

2012).

Accelerometer was also combined to gyroscope in

the development of a motion sensor system, in order

to estimate joint moments in human dynamic analysis

(Liu et al., 2010).

Alternative tests are available also to upper limb,

as the use of a hand-held myotonometer for measuring

tone, elasticity and stiffness of the muscle

simultaneously, by applying a brief mechanical

impulse, followed by a quick release to the muscle

through acceleration probe (Chuang et al., 2012).

This project applies a common sensor (used in

motion analysis) to the original pendulum test: the

accelerometer. It provides information of thigh tremor

during the test execution.

As redundancy, one electrogoniometer is also

positioned in the patient to measure knee angle during

the balance.

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77

2 DEVELOPMENT

2.1 Transducers

2.1.1 Accelerometer

A piezoelectric accelerometer was chosen to quantify

thigh tremor. The ACH-04-08-05 Accelerometer

Analog Test PCB (Measurement Specialties, Inc.,

Norristown, PA, USA) used in this system, presents

adequate features for this application. This unit

consists of the ACH-04-08-05 accelerometer with

thermal shield, a low-power operational amplifier,

resistors and capacitors that provide signal

conditioning (Figure1) (Measurement Specialties,

Inc., 2001).

Figure 1: ACH-04-08-05 Accelerometer Analog Test PCB

The accelerometer contains three cantilever beams

composed of a metal substrate with a piezoelectric

polymer element affixed to one side. The beams are

oriented to simultaneously measure acceleration in

three orthogonal, linear axes (X, Y and Z). The X and

Y axes are at a 45o angle relative to the accelerometer

package. Each beam is supported at one tip while the

opposite tip is free to flex in response to acceleration.

This flexion strains the piezoelectric material that

generates a charge proportional to the applied

acceleration. The accelerometer responds over a

frequency range from 0.3 Hz to 5.0 kHz, as a result of

the integrated electronics and the damped sensing

elements. The sensitivity of axes is 1.8 mV/g

(Measurement Specialties, Inc., 1998; Measurement

Specialties, Inc., 1999).

The ACH-04-08-05 Accelerometer Analog Test

PCB provides three simultaneous analog outputs, one

for each axis. Moreover, the circuit has a gain of 47.8,

a high-pass filter (0.34 Hz) and a low-pass filter (185

Hz). The entire circuit requires +5 V power supply

and drains 13 μA for all three axes (Measurement

Specialties, Inc., 1998; Measurement Specialties, Inc.,

2001).

Tremors, as vibration signal, are usually

composed of many frequencies that occur

simultaneously. Vibration amplitude can be

quantified in many ways: peak-to-peak level, peak

level and root mean square (RMS). RMS value was

chosen as an indicator because it shows the mean

energy contained in the vibration movement. It is

calculated according to the equation 1.

N

x...xxx

2N

22

21

RMS

(1)

xRMS is the effective value of the vector analyzed,

x1...xn are its values and N is the vector size.

2.1.2 Electrogoniometer

Goniometry is one of the most used techniques by

cinemetry, which allows the assessment of joint range

of motion, and the description and comprehension of

adjacent segments movement, providing a

quantitative analysis about pathology and functional

capacity rehabilitation (Esteves et al., 2007).

The S700 Joint Angle SHAPE SENSOR

(Measurand, Inc., Fredericton, NB, Canada) was used

to measure joint angle. This transducer has one degree

of freedom and it consists of two cases attached to

both tips of a 200 mm vinyl-covered metal cantilever

(Figure 2). The cantilever has plastic optical fiber

along the length on both sides, and the fiber is treated

on one side to lose light proportional to bending.

Thus, the angle between the two cases determines the

amount of light traveling through the fiber.

Figure 2: Electrogoniometer Shape Sensor S700 Joint

One case contains the electronic circuit that

converts the light signal from the sensor to an

electrical output. The transducer output is centered on

2.5 V (sensor is straight, for +5 V power supply and 5

mA of current draw) and it is linear and usable without

further processing. The output range is ±1.0 V for an

angle range of ±90o. The other case is used for

mounting (Measurand, Inc., 2001).

Page 98: IMPROVEMENT AND CLINICAL APPLICATION OF AN EQUIPMENT … · 1, root mean square (RMS) and wrapped signals to severe spasticity. Thus, it is confirmed that, in these cases, accelerometer

78

2.2 Hardware

Hardware was built based on data acquisition through

a microcontroller responsible also for analog to digital

signals conversion, as well as their transmission to a

computer through serial communication.

Figure 3: Global system diagram. Analog signal acquired

from the transducers is converted to digital signal by the

microcontroller and sent through serial communication to

the software in the computer.

Basically, the data acquisition unit consists of

PIC18F258 microcontroller (Microchip Technology,

Inc., Chandler, AZ, USA), MAX232 dual

driver/receiver (Texas Instruments, Inc., Dallas, TX,

USA), 9V battery as power supply with 5V voltage

regulator and support circuit for PIC (crystal and

capacitors).

An alternative way to the serial port

communication, not always available in many

computers, is the use of a USB-Serial converter cable.

Figure 4: Complete system. Transducers, serial cable and

equipment.

2.3 Firmware and Software

The microcontroller acquires data from transducers,

realizes analog to digital conversion and sends these

data to computer via serial communication. Libraries,

corresponding to the PIC, USART, Timer, A/D

converter and delays, were defined in the program of

microcontroller; ports used and their I/O functions

were also set up, and timing and clearing USART

buffer functions were declared.

The software built to user interface was developed

in LabVIEW 8.6 (National Instruments, Austin, TX,

USA) platform, using graphical programming called

G language.

Figure 5 shows the data acquisition screen.

Transducers data are shown in real time during test.

Figure 5: Data acquisition screen.

The data is stored by an identification given to the

patient at the capture moment. Figure 6 shows the

screen where the user can see historical data.

Figure 6: Historical data screen.

The electrogoniometer can also be calibrated. To

this project, 180º corresponds to the leg completely

extended, and 90º to the end of the balance. A linear

equation is created using values acquired by the

system, making a relation to determine the angle.

Other way to calibrate is setting the coefficients A

and B of the equation. This mode is indicated when

the calibration equation of the transducer is already

known.

The accelerometer data are not converted to

engineering units because they are just used to

quantify the intensity of fractionated movement

patterns.

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79

3 METHODS

Tests were performed at Laboratory of Biomechanics

and Rehabilitation of the Locomotor System –

UNICAMP, with spinal cord injured patients (SCIs).

The SCIs volunteers are integrants of the

rehabilitation group that realizes treadmill gait

training with NMES. Tests were performed by two

patients (both legs), as presented in Table 1.

Table 1: SCIs volunteers characteristics

Patient 1 2

Gender Male Male

Neurological Lesion Level C5 T3

Asia Scale AIS C AIS A

The patient is positioned in supine position, in a

way that his leg may have free balance when released.

A triangular lumbar support (45°) is placed under the

patient to not induce spasticity.

As shown in Figure 7, the electrogoniometer is

positioned laterally to the patient’s leg and the

accelerometer, above the leg (quadriceps direction).

Figure 7: Sensors position.

At the beginning, the physiotherapist extends the

leg and released it, letting it falls freely until it stops.

Data are acquired and stored by the software.

Tests were performed three times consecutively

for each leg, before and after the treadmill gait

training with NMES.

4 RESULTS

For reference purpose, signals from healthy volunteer

were acquired (Figure 8). First graph refers to the

electrogoniometer signal, similar to a damped

pendulum movement during the balance, presenting

no abrupt signals or interruptions. Signals from three

axis of the accelerometer can be also observed in

Figure 8.

Figure 8: Data from control patient.

As a more quantitative way of interpretation, RMS

from each repetition is calculated. The mean of the 3

axis are shown in Table 2. Values indicate few thigh

tremor during the balance.

Table 2: RMS values of reference signals.

𝐑𝐌𝐒(𝐱)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ 𝐑𝐌𝐒(𝐲)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ 𝐑𝐌𝐒(𝐳)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅

0,16 0,16 0,07

SCIs test results are shown in Figure 9, before

training, and in Figure 10, after training.

Mean of the three repetitions (RMS(x)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅

RMS(y)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ , RMS(z)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ) of each leg was extracted in both

moments, before and after. Then the difference

between these two moments was calculated (Table 3).

Table 3: Differences of RMS mean values corresponding

to instants before and after treadmill gait training.

Patient Leg ∆𝐑𝐌𝐒(𝐱)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ∆𝐑𝐌𝐒(𝐲)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ ∆𝐑𝐌𝐒(𝐳)̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅

1 Left 2,22 1,23 2,44

Right 1,39 0,86 1,95

2 Left 18,63 10,86 8,03

Right 1,86 2,89 0,69

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Figure 9: Data before training.

Figure 10: Data after training.

It is possible to observe that there is a significantly

decrease of RMS value in the three axis signals of the

accelerometer, when both instants are compared.

Measuring in three axis are made to improve the

spatial sense compared with the electrogoniometer.

Figures 11, 12 and 13 allow a visual understanding of

these data and make possible the evaluation the

redundance of the sensors when used in pendulum

test.

Besides that, it is possible to notice that instants after

the training, the movement tends to be similar of a

pendulum one, as occurs with the control signal

obtained initially. This means that the spasticity has

decreased significantly.

Figure 11: Angle x Vibration – Control signal.

Figure 12: Angle x Vibration – Before training signal.

Figure 13: Angle x Vibration – After training signal.

5 CONCLUSIONS

Along the study, the feasibility of the accelerometer

use in spasticity quantification was verified, since the

tremor is certainly present during the pendulum test.

Besides, it was possible to obtain RMS values as

parameters to quantify spasticity.

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Electrogoniometer, usually used in pendulum test,

maintains its functionality as a redundant and

complementary signal.

However, in severe spasticity, as the

electrogoniometer signal does not allow parameters

calculation, due to irregular signal shape, the use of

signal provided by accelerometer is more appropriate.

Future works are encouraged by adding new

accelerometers in different positions, proportioning

not only acceleration values, but also, velocity and

position.

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Renata Manzano Maria <[email protected]>

BIODEVICES 2014 - Conditional Selection

BIODEVICES Secretariat <[email protected]> 19 de novembro de 2013 13:44

Para: [email protected]

Cc: [email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Dear Mrs. Eliza Azevedo,

We are happy to inform you that the regular paper you have submitted to BIODEVICES, with

number 9, entitled ''SPASTICITY ASSESSMENT THROUGH PENDULUM TESTING IN

INDIVIDUALS WITH TETRAPLEGIA UNDERGOING REHABILITATION WITH

NEUROMUSCULAR ELECTRICAL STIMULATION'', has been accepted.

It has not been decided the recommended type of presentation (Full/Short/Poster) of any

paper, yet. You will be informed of this on December 11, 2013 but we would like to let you

know as soon as possible about this paper acceptance so that you could have access to the

reviewer’s remarks and have more time to improve the final version of your paper. Since the

number of pages that each paper is supposed to have in the proceedings depends on the type

of presentation, as indicated at the conference website, there will be some uncertainty

regarding this aspect until December 11, 2013. The final version is expected to be submitted

no later than December 23, 2013.

All reviews are available at the PRIMORIS Author's Home http://www.insticc.org/Primoris/.

Please login and then go to Author’s home / Conditional Selection, to access the reviews.

The e-mail associated with your account is also your username: [email protected]

You will notice that the PRIMORIS system provides now a “rebuttal option” by which you can

argue or complain about the lack of accuracy of any of the reviews, if you wish to do so. Your

comments will be forwarded to the respective reviewers and analyzed by the chairs.

Should you have any question please don't hesitate to contact us.

Best regards,

Vera Coelho

BIODEVICES Secretariat

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Renata Manzano Maria <[email protected]>

Your submission to Physiol. Meas.: PMEA-100378

[email protected] <[email protected]> 3 de junho de 2014 18:49

Para: [email protected], [email protected], [email protected],

[email protected]

Dear Ms Azevedo,

Re: “Posture influence on the pendulum test of spasticity in spinal cord injured patients" by

Azevedo, Eliza; Maria, Renata; Alonso, Karina; Cliquet, A

Article reference: PMEA-100378

Thank you for your submission, which will be considered for publication in Physiological

Measurement, as a Paper. The reference number for your article is PMEA-100378. Please

quote this number in all future correspondence regarding this manuscript.

As the submitting author, you can follow the progress of your article by checking your Author

Centre after logging in to http://mc04.manuscriptcentral.com/pmea-ipem Once you are signed in

you will be able to track the progress of your article, read the referee reports and send us your

electronic files.

Please do not hesitate to contact us if we can be of assistance to you.

Yours sincerely

Sarah Obertelli

Publishing Team

Jon Ruffle - Publisher

Richard Kelsall and Marric Stephens - Publishing Editors

Sarah Obertelli - Publishing Administrator

Amy Harvey - Production Editor

[email protected]

Letter reference: SAu05