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IMPRENSA E EDUCAÇÃO: A QUESTÃO DO ENSINO PRIMÁRIO RURAL NOS JORNAIS DO MUNICÍPIO DE DOURADOS, SUL DE MATO GROSSO (1948-1970) Aline do Nascimento Cavalcante 8 Resumo: O presente trabalho objetiva identificar discursos sobre a educação primária rural veiculados pelos jornais de Dourados e região sobre a educação primária rural nas décadas de 1948 e 1970. Intenta-se saber como a imprensa não pedagógica como é o caso dos jornais de circulação geral que serão analisados, utiliza esse espaço para publicar sobre esse objeto. E ainda, refletir sobre as contribuições para a construção da História da Educação Brasileira, já que possibilitam múltiplos registros, tornando-se assim sujeito histórico, constituindo uma importante fonte para ampliar o conceito de educação escolar. O recorte temporal reflete o período de desenvolvimento econômico do município de Dourados, desencadeado, sobretudo, pela instalação da Colônia Agrícola de Dourados, mais especificamente na década de 40, devido ao projeto de Getúlio Vargas de Marcha para o Oeste. Tal desenvolvimento intensificou a expansão da educação escolar no município, com a instalação e regulamentação de escolas primárias, e de instituições de ensino secundário. O jornal como fonte desta pesquisa se torna pertinente no sentido de compreender em qual viés discursivo a educação primária rural circulou no período citado. Para a interpretação dos dados encontrados será utilizado o conceito de representação de Roger Chartier. Portanto, a pesquisa é embasada na Nova História Cultural, possibilitando elaborar as formas discursivas e representações para os novos objetos que, são partes essenciais na construção de uma Historiografia Educacional. Mais precisamente sobre a temática educação primária rural que vão favorecer outros caminhos a serem percorridos através das fontes impressas como é o caso dos Jornais. Palavras-chave: História da Educação; educação primária rural; jornais Introdução O objetivo deste trabalho é realizar alguns apontamentos iniciais sobre a pesquisa que vem sendo realizada no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados, intitulada “Imprensa e Educação: o ensino primário rural nas páginas dos Jornais do Município de dourados e região (1955- 1974)” que busca analisar como os jornais que circularam nessa localidade, veiculavam notícias sobre a escola primária rural. Para tanto, os jornais escolhidos para análise são: “O Progresso” e o “Douradense”, os quais 8 Professora de História. Mestranda em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados PPGEDU/UFGD. E-mail: [email protected] . GEPHEMES/UFGD. Bolsista CAPES. 31 III EHECO – CatalãoGO, Agosto de 2015

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IMPRENSA E EDUCAÇÃO: A QUESTÃO DO ENSINO PRIMÁRIO RURAL NOS

JORNAIS DO MUNICÍPIO DE DOURADOS, SUL DE MATO GROSSO (1948-1970)

Aline do Nascimento Cavalcante8

Resumo: O presente trabalho objetiva identificar discursos sobre a educação primária ruralveiculados pelos jornais de Dourados e região sobre a educação primária rural nas décadas de1948 e 1970. Intenta-se saber como a imprensa não pedagógica como é o caso dos jornais decirculação geral que serão analisados, utiliza esse espaço para publicar sobre esse objeto. Eainda, refletir sobre as contribuições para a construção da História da Educação Brasileira, jáque possibilitam múltiplos registros, tornando-se assim sujeito histórico, constituindo umaimportante fonte para ampliar o conceito de educação escolar. O recorte temporal reflete operíodo de desenvolvimento econômico do município de Dourados, desencadeado, sobretudo,pela instalação da Colônia Agrícola de Dourados, mais especificamente na década de 40,devido ao projeto de Getúlio Vargas de Marcha para o Oeste. Tal desenvolvimentointensificou a expansão da educação escolar no município, com a instalação e regulamentaçãode escolas primárias, e de instituições de ensino secundário. O jornal como fonte destapesquisa se torna pertinente no sentido de compreender em qual viés discursivo a educaçãoprimária rural circulou no período citado. Para a interpretação dos dados encontrados seráutilizado o conceito de representação de Roger Chartier. Portanto, a pesquisa é embasada naNova História Cultural, possibilitando elaborar as formas discursivas e representações para osnovos objetos que, são partes essenciais na construção de uma Historiografia Educacional.Mais precisamente sobre a temática educação primária rural que vão favorecer outroscaminhos a serem percorridos através das fontes impressas como é o caso dos Jornais. Palavras-chave: História da Educação; educação primária rural; jornais

Introdução

O objetivo deste trabalho é realizar alguns apontamentos iniciais sobre a pesquisa que

vem sendo realizada no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal

da Grande Dourados, intitulada “Imprensa e Educação: o ensino primário rural nas páginas

dos Jornais do Município de dourados e região (1955- 1974)” que busca analisar como os

jornais que circularam nessa localidade, veiculavam notícias sobre a escola primária rural.

Para tanto, os jornais escolhidos para análise são: “O Progresso” e o “Douradense”, os quais

8 Professora de História. Mestranda em Educação pela Universidade Federal da GrandeDourados PPGEDU/UFGD. E-mail: [email protected]. GEPHEMES/UFGD.Bolsista CAPES.

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se encontram disponíveis no Centro de Documentação Regional da Universidade Federal da

Grande Dourados (CDR).

O recorte temporal entre as décadas de 1948 a 1970 justifica-se, por corresponder a

um período de expansão das escolas primárias rurais no município de Dourados,

desencadeado, sobretudo, pela instalação da Colônia Agrícola de Dourados (CAND). A

década de 1940, em virtude do projeto: Marcha para o Oeste, de Getúlio Vargas, que

intensificou um desenvolvimento demográfico e também favoreceu a expansão do ensino

primário nessa localidade. A década de 1970, por sua vez, sinaliza um período de mudanças

nas condições de funcionamento das escolas primárias rurais desse município, devido,

principalmente, a implantação de cursos de magistério rural na localidade, em uma parceria

entre o Estado e Município.

A abordagem teórica, que subsidia esse trabalho, privilegia a História Cultural, que

segundo Burke (2005) é um campo de pesquisa que tem como objeto de investigação os

processos e práticas dos quais se constrói um sentido e se forjam os significados do mundo

social. Nas últimas décadas, a História da Educação Brasileira tem sido largamente

influenciada pelas novas correntes historiográficas, oriundas da Escola Francesa,

especialmente pela Nova História Cultural.

A Nova História Cultural surgiu “da emergência de novos objetos no seio das questões

históricas como as formas de sociabilidade, as modalidades de funcionamento escolar, entre

outros” (CHARTIER, 1990, p.14). A influência da História Cultural na História da Educação

fez com que a pesquisa nesta área passasse a se centrar em novos domínios, como aponta

Carvalho:

[...] apanhando-lhe os dispositivos de organização e o cotidiano desuas práticas; pôr em cena a perspectiva dos agentes educacionais;incorporar categorias de análise – como gênero -, e recortar temas –como profissão docente, formação de professores, currículos e práticasde leitura e escrita -, são alguns dos novos interesses que determinamtal reconfiguração (1998, p.32).

Esses novos objetos e temas, novos problemas e procedimentos de análise se

integraram à pesquisa em História da Educação, favorecendo outros caminhos para o seu

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estudo, como é o caso de objetos e temas ligados à educação rural e de fontes, como os

impressos pedagógicos, de uso escolar e circulação geral, revistas, livros e jornais.

A Nova História Cultural privilegia um campo de pesquisa com propostas e ênfases

nas diferenças sociais, culturais. Como assinala Chartier (1990), a Nova História Cultural

permite identificar diferentes momentos e realidades sociais.

Essas realidades podem ser estudadas a partir de alguns elementos, como as agências

de produção e difusão cultural, que se encontram no âmbito institucional, como os sistemas

educativos, a imprensa, os meios de comunicação, as organizações socioculturais e religiosas.

Os diálogos da Nova História Cultural, nas pesquisas, abordam perspectivas que se

relacionam entre as questões de práticas e representações dessas realidades e momentos.

Assim,

[...] um sistema educativo inscreve-se em uma prática cultural, e aomesmo tempo inculca naqueles que a ele se submetem determinadasrepresentações destinadas a moldar certos padrões de caráter e aviabilizar um determinado repertório linguístico e comunicativo queserá vital para a vida social, pelo menos tal como a concebem ospoderes dominantes (BARROS, 2009, p.51).

Dentro desta vertente, esta pesquisa será norteada pelo conceito de representações,

desenvolvida pelo historiador Roger Chartier. Para o autor, as “representações são práticas

culturais, isto é, elas são estratégias de pensar a realidade e construí-la” (CHARTIER, 1990, p.

17). As percepções do social, afirma o autor,

[...] não são de forma alguma discursos neutros: produzem estratégiase práticas (sociais, escolares, políticas) que tendem a impor umaautoridade à custa de outras, por elas menosprezadas, a legitimar umprojeto reformador ou a justificar, para os próprios indivíduos, as suasescolhas e condutas (CHARTIER, 1990, p. 17).

Chartier construiu sua noção de representação sob a compreensão de que os sujeitos

dão sentidos às ações que são produzidas pelas disposições estáveis e partilhadas, próprias do

grupo. São traçados intelectuais que criam as figuras graças às quais o presente pode adquirir

sentido, o outro tornar-se inteligível e o espaço ser decifrado. No entender do autor, as

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representações do mundo social, construídas, são sempre determinadas pelos interesses de

grupo que as forjam (CHARTIER, 1990, p.17). Portanto, a representação tem linguagem

praticada e entra em circulação, tendo sentido, função social e formas de ver o mundo. Este

trabalho será, portanto, embasado nesta concepção teórico-metodológica, buscando investigar

de que forma o ensino primário rural está representado nas páginas dos jornais do município

de Dourados e região, elencando alguns apontamentos iniciais sobre o que foi encontrado

dessa modalidade de ensino.

O ano de 1974 marcou um período de mudanças nas condições de funcionamento das

escolas primárias rurais, devido, principalmente, ao processo de municipalização dessas

escolas e a implantação dos cursos de magistério rural na localidade, para a habilitação dos

professores leigos dessas instituições. Conforme aponta Piacentine (2012), o Curso de

Magistério Rural foi criado em 1974, no município de Dourados, para habilitar os professores

leigos que atuavam nas escolas primárias rurais pertencentes a esse município e região, em

uma parceria entre o estado de Mato Grosso e o município de Dourados. Para o

funcionamento do Curso, pois, havia uma divisão das funções. Enquanto o Estado era o

Gestor, o Município apenas se encarregava do pagamento salarial dos docentes contratados

para ministrar o Curso.

No que concerne à delimitação espacial, alguns aspectos influenciaram na escolha do

município de Dourados e região como ponto de referência deste estudo, mas o principal foi a

existência de uma pequena produção historiográfica sobre a educação local. Outra

justificativa para tal escolha foi o fato de, no passado, o município de Dourados e região,

ter se constituído em uma área com presença significativa de escolas primárias rurais,

principalmente, após a instalação da CAND, devido ao projeto colonizador de Getúlio de

Vargas de Marcha para o Oeste, trazendo inúmeras modificações tanto na estrutura política

quanto na econômica da época.

É preciso explicar que o projeto nacionalista de Getúlio Vargas, no Estado Novo, se

deu a partir de discursos ideológicos, que motivavam a população fixar lugar no campo. Essa

ideia estava implícita no discurso varguista, pois a intenção real estava voltada para o

desenvolvimento industrial que aflorava nos centros mercantis do país: “a afirmação da

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pequena propriedade como requisito de desenvolvimento industrial é discurso corrente do

próprio Vargas” (CARLI, 2008, p. 16).

Em Mato Grosso, mais precisamente na parte sul do Estado, um dos objetivos da

Marcha para o Oeste era o povoamento dessa região. A esse respeito Carli diz que o:

O discurso de Vargas, de fato, tocou os trabalhadores rurais,movimentando a população do país para abrir caminhos, colonizar eocupar espaços, atraindo, para a região da CAND, pessoas de todos osquadrantes, como paulistas, mineiros, nordestinos, japoneses,paraguaios, todos em busca de realizar seus objetivos, o de adquirirum pedaço de terra, pois ela era para eles seu meio de subsistência pormeio da agricultura, e identificação com suas raízes (2008, p.60).

O projeto colonizador discursado por Getúlio Vargas foi viabilizado pelo governo por

forte propaganda da imprensa, principalmente pelo rádio. Assim, as famílias se deslocavam

para a colônia com intuito de ocupar aquelas terras, pelo interesse na gratuidade reforçada

pela campanha Marcha para o Oeste.

Compreendendo esses fenômenos históricos, o ensino, como um elemento constitutivo

da cultura, mantém uma relação dinâmica com os demais aspectos formadores da sociedade.

Desse modo, analisar como o ensino primário rural estava noticiado nas páginas dos jornais

de Dourados e região torna possível identificar e examinar os elementos culturais que

emolduraram os contextos socioeconômico e educacional dessa localidade, no período de

1948 a 1974.

É oportuno destacar que a educação rural foi deixada de lado desde a instituição da

República, já que o desenvolvimento de políticas educacionais, naquele momento, estava

voltado para os interesses urbanos industriais da elite brasileira. No entanto, só houve uma

efetiva preocupação com a educação rural no Brasil a partir dos anos 1910 e 1920, devido ao

forte caráter migratório do campo para cidade, relacionado ao processo de industrialização

daquele período.

Nessa época surge o Ruralismo Pedagógico, movimento que enfatizava a preocupação

de fixar o homem no campo, isto é, o não esvaziamento da população de áreas rurais. E ainda,

desempenhou um papel ideal na modernização conservadora.

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Três postulados apresentaram-se como recorrentes no ruralismobrasileiro no período de 1888 a 1931: a reivindicação da extensão dosbenefícios da ciência e da técnica ao campo, a necessidade dadiversificação agrícola do país e a demanda pela reatualização dasformas de imobilização da mão de obra junto à grande lavoura,constituindo o que se chamaria à época de uma nova civilizaçãoagrícola (ÁVILA, 2013, p.35).

Para Silva (2014), o ruralismo pedagógico pressupôs uma educação diferenciada em

métodos e técnicas agrícolas, para que a população rural permanecesse no campo. Os ideais

desse movimento foi difundido e aceito, refletiam muito mais que interesses educacionais,

mas também no campo político e econômico.

No entendimento de Leite (2002), o ruralismo no ensino permaneceu até a década de

1930, uma vez que a escolaridade estava vinculada à tradição colonial, e foi se modificando

com o surgimento das tendências escolanovistas e progressistas da educação e ainda, pelas

tendências sociais e políticas do processo urbanizador da década de 1920.

Importante esclarecer aqui o que se entende por educação rural e diferenciá-la da

educação do campo. Segundo Rocha (2014, p.14), a educação rural é definida como “um

processo de escolarização de populações pobres, que se molda por suas atividades voltadas

para a agricultura, pecuária entre outros aspectos econômicos”. Enquanto que a educação do

campo está envolto em “concepções que vão além de processos de escolarização, e mais

precisamente um movimento que está relacionado aos movimentos sociais, ONGs

governamentais e não governamentais” (ROCHA, 2014, p.14).

Assim, este trabalho propõe pensar a educação rural de Dourados e região, localidade

marcada pela Marcha para o Oeste e que no passado teve uma presença significativa de

escolas primárias rurais, utilizando a imprensa de circulação geral como fonte para o

desenvolvimento da análise.

O Jornal como fonte e objeto para a Escrita da História da Educação

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O Jornal, como documento, passa por um processo de desnaturalização9.Cabe ao

historiador problematizar sua produção a partir de um olhar claro, que entenda na presença ou

ausência do documento depende de causas humanas, e que essas não devem escapar à análise

histórica, as condições da produção e as relações de poder ali estabelecidas. Neste trabalho

considera-se que a imprensa não pedagógica10 é determinada por estratégias de discurso

elaboradas para o público leitor, e comum vincularmo-la à ideia de formação de opinião

pública. No entanto, esse processo de construção das práticas não é algo natural. Conforme

assinala Vieira (2007, p.15),

Perspectivado pelo plano da diacronia, o papel do jornal altera-se emrazão das mudanças nas relações entre imprensa e sociedade, bemcomo na correlação de forças estabelecida entre os agentes que têm naimprensa meio de expressão e de ação. Logo, não é possível um papelconstante para a imprensa e, por extensão, para o jornal impresso nahistória; enquanto que no plano da sincronia percebemos mudanças nosignificado conferido ao jornal em razão dos lugares institucionaisocupados pelos sujeitos que reagem e que interagem com a imprensa(2007, 0.15).

Existe portanto, uma linha tênue entre o papel do jornal e sua posição na História, é

ressignificado a cada momento da História. Campos (2009) explicita que se for “reconstruir

os sentidos que os homens do passado conferiram ao mundo por meio de palavras, imagens e

práticas, postulo que a imprensa não pedagógica é palco privilegiado para o encontro do

pesquisador com os valores, ideias e conceitos” (2009, p.25). Faz-se necessário o pesquisador

atentar-se a essas questões, que ao trabalhar com os jornais e sua complexidade, perceba que o

documento está sujeito à lógica de sua produção.

Por isso, os jornais de circulação geral percebidos como agências de produção e

difusão cultural se encontra no âmbito institucional, lugar no qual se estabelecem as opiniões,

preconceitos. No caso da opinião pública, que é uma articulação com os jornais, subentende

9 O conceito de desnaturalização, tal como apresentado pelos documentos e manuaisanalisados, está fundamentado no resquício positivista da teoria de Weber, devendo oinvestigador se ater ao “cuidado metodológico” de se distanciar do conhecimento do sensocomum, bem como de seus valores e ideologias (SOUZA, 2013).

10 A expressão imprensa não pedagógica refere-se aqui aos jornais de circulação geral, pois a imprensa pedagógica é constituída por revistas, jornais de caráter estritamente pedagógicos.

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na verdade que as notícias são produzidas a partir de uma ideia geral do povo, que se faz

representar por um grupo pequeno, e essa ideia está ligada aos leitores dos jornais, ou seja, um

público restrito, há um lugar de produção, uma materialidade e um discurso. No entendimento

de Pinto (2013), a noção de opinião pública possibilita interpretações produzidas pelo jornal,

é preciso considerar as regras e os modelos em circulação.

Em relação à opinião pública, há tempos foi superada a acepção segundo a qual esta

seria uma espécie de espelho da sociedade, por meio da qual seriam refletidas a diversidade e

a pluralidade das opiniões existentes no mundo. Outra questão é compreender o papel dos

jornais na esfera pública,

O aparecimento dos jornais no final do século XVII e princípios doséculo XVIII fomentou um novo espaço público para o debate. Deinício, esses jornais eram dedicados a assuntos literários e culturais,mas a temática foi se alargando para questões de interesse social epolítico. Gerou-se uma demanda por essas informações, pois o públicoqueria entender e participar do processo decisório das instâncias depoder. Nesse novo espaço público, a sociedade começou a obrigar opoder a justificar-se perante a opinião pública (MELO 2005, p.3).

Assim, os jornais não são apenas espaços culturais e literários, há um alargamento

temático. E, mais, noticiando elementos políticos que se apropria desse veículo

comunicativo, buscando estratégias de discursos e interesses desse grupo. Como sublinha

Campos (2012, p. 64),

Os jornais são antes de tudo ambientes de sociabilidade entre pares,espaços de visibilidade de determinados grupos e de silenciamento deoutros; locais privilegiados para a constituição de distinçõessimbólicas e para a construção, reconfiguração e exposição de valores,ideias e sensibilidades. Mas eles são veículos peculiares, porquetambém se constituem como suportes de diferentes temporalidades ede falas que emanam tanto do tempo presente, do acontecimento ou daopinião imediata, da notícia dada em primeira mão – matéria-primapor excelência do jornalismo – quanto de um passado às vezesimemorial.

A opinião então, aparece como estratégia de discurso. Muito bem evidenciado por

Chartier explicitando que “as representações do mundo social assim, construídas, embora

aspirem à universalidade de um diagnóstico fundado na razão, são sempre determinadas pelos

interesses de grupo que as forjam” (CHARTIER, 1990, p.17). Por isso, ao manusear um

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jornal, necessita-se, antes de tudo, pensar, em texto, contexto e técnicas de produção; ou em

discurso, na acepção de um texto observado na situação de comunicação que o sustenta, o que

supõe um posicionamento social e historicamente marcado do sujeito que produziu o jornal

(CAMPOS, 2012, p.59).

Como pensar o jornal como fonte e objeto para a história da educação se nele está

implícita a ideia de opinião pública, informações voltadas para o “povo” inserido em um

determinado momento histórico? Essa é uma discussão incorporada na ideia do jornal em sua

historicidade. Propõe que haja componentes sócio históricos no texto, na publicação e na

veiculação das notícias.

Na explicação de Vieira (2007, p. 14), para realizar pesquisas com jornais e utilizá-los

como fonte/objeto, é necessário “explorar suas potencialidades como documento, suporte de

sentidos” e compreender que, para essa abordagem, é necessário situar as fontes como “feixes

de relações, como resultado de conflitos e negociações que tornam visíveis ou invisíveis

certas questões, acontecimentos e formas de pensar”. Esses apontamentos demonstram que os

jornais propiciam ligações dos sujeitos, sejam elas nos planos políticos, educacionais e

sociais, e se integram na História pela manifestação da impressa.

Pensar, portanto, o jornal para entender a educação primária rural é colocá-lo em uma

perspectiva de (re)construção e não de resgate de uma história. O processo de lidar com essas

fontes é muito mais amplo. É realizar uma “operação historiográfica”. Michel de Certeau tem

uma preocupação em explicitar que a história não é o real, mas sim, uma produção de um

discurso sobre o real. “Supõe uma decolagem entre a opacidade silenciosa da realidade que

ela pretende dizer, e o lugar onde produz seu discurso, produzida por um distanciamento do

seu objeto” (CERTEAU, 2002, p. 9). Portanto, uma escrita marcada pela distância se constrói

como ofício do historiador.

Em sua obra, o interesse pelo outro define uma perspectiva epistemológica e um

método: trata-se da procura pela “compreensão” do que não é inteligível dentro de um certo

discurso social e histórico. Para De Certeau os elementos que compõem o discurso

historiográfico são entendidos a partir do lugar de onde se fala, sendo assim, sempre existe

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uma instituição. E ainda, a história se produz a partir da pesquisa, nos cuidados com os

documentos produzidos em determinados momentos, trazendo marcas.

Portanto, a particularidade do historiador baseia-se em uma reflexão teórica sobre o

lugar social, a partir do qual, o pesquisador de história atua e escreve, relatando práticas,

técnicas, métodos e procedimentos utilizados no trabalho histórico.

Nesse sentido, apesar da riqueza de dados dos jornais, o pesquisador precisa ficar

atento, pois o documento não é inócuo. É antes de tudo, “resultado de uma montagem,

consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que os produziram”. (LE

GOFF, 2003, p.538). Desse modo, o pesquisador atenta-se ao fato de que os documentos que

utiliza são sempre produções humanas, que podem expressar interesses pessoais, muito mais

do que a realidade concreta, e, nesse caso, o pesquisador corre o risco de tomar uma realidade

desejada como algo pronto.

Tendo em mente que jornais são produções humanas, e para tal compreensão é

necessário realizar uma análise crítica, Luca (2010) enfoca a importância desse

empreendimento nas fontes impressas e os procedimentos críticos,

A importância crucial de se inquirir a respeito das fontes deinformação de uma dada publicação, sua tiragem, área de difusão,relações com instituições políticas, grupos econômicos e financeiros,aspectos que continuavam negligenciados seja pelos historiadores querecorriam á imprensa, seja pelos que se dedicavam a escrever suaHistória (LUCA, 2010.p.116).

Campos (2012) explicita, ainda, que os jornais precisam ser submetidos à operação de

crítica interna e externa como qualquer outro documento. Pois, há uma intencionalidade no

que é produzido nos jornais. Assim, trabalhar com fontes documentais ligadas a imprensa,

como é o caso desse trabalho exige minuciosa atenção por parte do pesquisador. É preciso

delimitar, por meio da crítica, a fonte, precisamente, a ação dos elementos que estão presentes

nos jornais, a posição política, o corpo editorial, o proprietário. E ainda, a análise do corpo

editorial e a linguagem veiculada são importantes para compreender a estratégia pela qual o

jornal publica suas notícias.

O Ensino Rural nos Jornais de Dourados

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Em se tratando de um veículo informativo, o jornal, cujo esforço de “recuperação,

sistematização e síntese das matérias é significativamente distinto daqueles empreendidos

com relação a revistas de ensino” (PINTO, 2013, p.27), supõe fontes e objetos diferentes. Os

jornais de Dourados, os quais se propõe apresentar neste trabalho em andamento, a saber: “O

Progresso” e o “Douradense”, apresentam em algumas notícias sobre a educação primária,

sobretudo, a falta de condições desta modalidade de ensino, muitas vezes relegadas a segundo

plano.

Na verdade, pode-se dizer que os jornais contribuem para o estudo de questões

educacionais que são estratégias na veiculação de notícias. E assim, essa configuração dá-nos

a entender que,

A imprensa é, provavelmente, o local que facilita um melhorconhecimento das realidades educativas, uma vez que aqui semanifesta, de um ou de outro modo, o conjunto dos problemas destaárea. É difícil imaginar um meio mais útil para compreender asrelações entre a teoria e a prática, entre os projetos e as realidades,entre a tradição e a inovação... São as características próprias daimprensa (a proximidade em relação aos acontecimentos, o caráterfugaz e polêmico, a vontade de intervir na realidade) que lhe conferemeste estatuto único e insubstituível como fonte para o estudo históricoe sociológico da educação e da pedagogia. (SANT´ANA apudNOVOA, A. In: CARVALHO, C, 2004, op cit., p. 51).

Nesse sentido, se a imprensa é um veículo de informações sobre as realidades

educativas, a educação primária rural se mostra “esquecida” nos jornais de Dourados e região.

Contudo, no plano político é importante perceber que a educação rural tornou-se foco do

plano de governo em 17 de novembro de 1972, de José Elias Moreira e Décio Rosa, do

Partido Arena /PDS, que disputavam as eleições municipais de Dourados-MT, como bem

mostra o Jornal “O Progresso” daquele mesmo ano. Nas propostas do então candidato

constava a assistência ao homem no campo, que incluía “imediato início de um programa de

educação rural com a construção de uma rêde (sic) de escolas na zona rural; cursos intensivos

de treinamento para capacitação de professores das escolas da zona rural” (O PROGRESSO,

1972, p.3). Neste caso, percebe-se que a educação rural é pauta das intenções políticas. Isso

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também subtende a necessidade de, principalmente, se chamar atenção à situação dessa

modalidade de escola, mesmo que tenha ocorrido no contexto pré-eleitoral.

Em outro jornal que circulou pelo município de Dourados, no caso, o Jornal

“Douradense”, foram encontradas algumas notícias sobre a educação primária rural, conforme

mostra o quadro 1:

QUADRO 1- Notícias sobre a educação primária no jornal “O Douradense” no final dadécada de 1940.

JORNAIS NOTÍCIASJORNAL: O Douradense- 1948 Preocupação dos Padres da Ordem

Franciscana com a educação primária emDourados-MT.

JORNAL: O Douradense-1949 Instalação de quatro escolas rurais comensino primário pelo então PrefeitoAntônio de Carvalho. Uma delas instaladana Fazenda São Domingos, no Distrito deCaarapó.

JORNAL: O Douradense- 1948 Entrevista com o recém-nomeado InspetorEscolar, o professor Armando CamposBelo, que explica a realidade da instruçãopública primária na região de Dourados.

Fonte: CDR- Centro de Documentação Regional da Universidade Federal da GrandeDourados.

O quadro permite entrever que os noticiários que circularam pelo Jornal “O

Douradense” demonstravam certa preocupação com a educação rural primária na região de

Dourados, uma vez que relatavam as condições precárias de funcionamento daquelas escolas,

a preocupação da Igreja com essas instituições de ensino, entre outros. Além disso, a

instalação de novas escolas rurais também era registrada nas páginas desse impresso de

circulação geral.

O trecho do Jornal O Douradense que segue abaixo, apresenta um noticiário sobre

“Idealistas pela Causa do Ensino, em Dourados”, no qual relata questões relacionadas às

escolas rurais.

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Jornal: O Douradense-1948 Fonte: Centro de Documentação Regional da Grande Dourados

O jornal “O Douradense” noticiou quem estava preocupado com o ensino primário em

Dourados, neste caso os Padres Franciscanos, que percebiam que a implantação de escolas

ajudariam as pessoas que moravam nos sítios. Importante pensar, que foram chamados de

Idealistas do Ensino, ensinavam com recursos próprios, por iniciativa religiosa.

Percebe-se, a partir dessa notícia, que o jornal ampliava a compreensão sobre o

universo escolar, pois nele estavam presentes princípios, interesses de um grupo ou até

mesmo de um indivíduo, neste caso, os padres franciscanos. Rodrigues afirma que o jornal

não “divulga as informações de forma parcial, ao contrário, propaga aspirações, concepções

políticas, ideológicas, apresenta necessidades e objetivos específicos do grupo que compõem

sua editoração e garante sua circulação” (RODRIGUES, 2012, p. 22).

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O Jornal “O Douradense” desempenhou um papel importante naquele momento, pois,

noticiava inúmeras reivindicações da sociedade, críticas e denúncias, dentre elas, os

problemas educacionais. Monteiro (2011) explicita ainda que, era constante a publicação de

artigos que solicitavam a abertura de grupos escolares, a construção de prédios adequados

para os fins da educação; a necessidade de um ensino superior ao primário; denúncia do

estado de precariedade das casas que serviam de escolas, e a baixa remuneração e formação

dos professores.

O Jornal “O Progresso”, noticiava as exonerações de professores, como a Escola Rural

Mista do Bolicho Queimado na década de 70. Outra notícia veiculada no jornal do dia 02 de

setembro de 1970 refere-se a um empréstimo para a educação brasileira e nesse contexto

havia uma tentativa de tornar a educação primária e secundária mais aplicável em termos de

oportunidade de emprego, o que significariam empréstimos da Agência Norte-Americana de

Desenvolvimento Internacional (USAID). Essa discussão se desenvolveu no âmbito de uma

profissionalização da educação para inserção no mercado de trabalho e, naquele momento da

história, tornou-se latente.

A educação primária rural, veiculada nos jornais, demonstrava a partir do foi

encontrado até o momento a pretensão de noticiá-la envolta em questões políticas e sociais.

Pertinente entender que a educação naquele momento era um fenômeno complexo, e que as

lacunas deixadas colaboraram para constituir, primordialmente, discussões históricas, como a

falta de políticas educacionais para essa modalidade de ensino, o descaso dos governantes e,

sobretudo, as dificuldades para a formação de professores para as instituições.

No entendimento dos discursos presentes nos jornais, que citavam a escola primária

rural, delineiam-se questões da época, as décadas de 1948 a 1970. Compreende-se, portanto,

que a ideia de opinião pública que se relaciona com os jornais, pressupõe um leitor específico,

que internaliza as notícias e as utiliza como veracidade, e colabora para uma reprodução

errônea do que era realmente a situação da educação naquele período. Questão essa que

envolve até mesmo as diversas configurações que o jornal como veículo informativo se

modifica enquanto produção de um determinado momento histórico. “Seus conteúdos e

formas, as convenções sobre como deve ser feito e o que deve conter um determinado jornal

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ou revista são negociados social e culturalmente, num espaço de um diálogo conflituoso sobre

o fazer imprensa a cada momento histórico” (CRUZ; PEIXOTO, 2007, p.259).

Portanto, compreender o jornal como fonte e objeto para as pesquisas em História da

Educação é um desvelar dos espaços sociais, políticos e econômicos que estão inseridos, já

que esses elementos fazem parte de grupos sociais que se organizam por esses meios de

expressão.

Considerações Finais

Buscar categorias de análise nas formas de representações das notícias veiculadas na

imprensa sobre as questões que envolviam a educação primária rural nos jornais de Dourados

e região tornou-se significativo para se compreender a organização educacional na região

pesquisada. Utilizar o jornal como fonte para analisar os discursos e as representações

contidas naqueles documentos serve para compreendermos como eram veiculadas as notícias

referentes à educação primária rural, e como isso se refletia na sociedade, tanto nas relações

políticas quanto nas sociais, repensando sempre a imprensa como formadora de uma opinião

pública. Portanto, analisar a educação primária rural é colocá-la como fenômeno social e

histórico, dentro de uma sociedade e tentar compreendê-la a partir daquele tempo.

A análise das fontes permite constatar até esse momento que a situação do ensino

primário rural veiculado pelos jornais do município de Dourados era bastante precária,

sobretudo, pela estrutura física, condições materiais dos estabelecimentos escolares rurais e

pela formação dos professores que nelas atuavam sem nenhum tipo de habilitação e em

condições mínimas escolaridade.

Espera-se que um trabalho como está se desenvolvendo, que versa sobre uma temática

ainda pouca estudada tanto na historiografia educacional brasileira quanto na historiografia

educacional mato-grossense e sul-mato-grossense, e que utiliza os jornais como fonte de

análise, possa contribuir para ampliar a produção em História da Educação, sobretudo, na

produção do município de Dourados e região.

Fontes: O DOURADENSE, Edições de 1948, Glória de Dourados. Centro de DocumentaçãoRegional.

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