impermeabilizaÇÃo em obras de construÇÃo civil …
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
VIVIAN DE SIQUEIRA
IMPERMEABILIZAÇÃO EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Estudos de casos Patologias e Correções
Palhoça
2018
VIVIAN DE SIQUEIRA
IMPERMEABILIZAÇÃO EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Estudos de casos Patologias e Correções
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil.
Orientador: Prof. Ildo Sponholz
Palhoça
2018
Dedico a minha família, pelo apoio e incentivo.
AGRADECIMENTOS
A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que nos ajudam a
evoluir e nos tornarmos profissionais.
Ao meu professor e orientador Ildo Sponholz, que me ajudou para a concretização
deste trabalho.
A todos os colegas de trabalho e amigos, pelo convívio e aprendizagem em meu dia
a dia para meu crescimento profissional.
Um agradecimento em especial à minha mãe Lérida que sempre me ensinou a não
ter medo e a honrar nosso trabalho, ao meu pai Rudnei que sempre me incentivou ao estudo, e
me inspirou a ter espirito empreendedor.
As minhas irmãs Brenda e Camila, que são minhas maiores motivações.
Aos meu Tio padrinho Marco Aurélio e tia madrinha Flávia por toda ajuda que tive
durante o curso.
Agradeço a toda a minha família, namorado, professores e amigos pelo incentivo
durante todo esse período de graduação.
“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o
melhor de si.” (Ayrton Senna)
RESUMO
Os sistemas de impermeabilização sempre se caracterizaram por serem executados a partir de
conhecimentos empíricos e na ausência de projetos específicos. Tendo se caracterizado, com o
passar do tempo, como um dos maiores responsáveis pelas patologias das construções. Nos
últimos anos este panorama parece estar em mudança, com a criação, inclusive, da ABNT NBR
9575 – Impermeabilização: Seleção e Projeto de Impermeabilização de 2003. Cada vez mais os
projetos e detalhamentos de impermeabilização vêm sendo solicitados nas construções. Neste
trabalho apresentam-se os mais diversos tipos de impermeabilização, os possíveis métodos a
serem utilizados e as corretas técnicas de execução. Além de possíveis soluções de projeto a
serem adotadas. Para a melhor exemplificação, estudos de caso de obras serão apresentados,
além de casos de execução de diferentes métodos.
Palavras chaves: manifestações patológicas, infiltrações, umidade, impermeabilização.
ABSTRACT
Waterproofing systems have always been characterized by their empirical knowledge and lack
of specific projects. Having been characterized, over time, as one of the major responsible for
the pathologies of the constructions. In recent years, this panorama seems to be changing, with
the creation, even, of ABNT NBR 9575 - Impermeabilização: Seleção e Projeto de
Impermeabilização de 2003. More and more waterproofing projects and details are being
requested in buildings. This work presents the most diverse types of waterproofing, the possible
methods to be used and the correct execution techniques. In addition to possible design
solutions to be adopted. For the best exemplification, case studies of works will be presented,
besides cases of execution of different methods.
Keywords: pathological manifestations, infiltrations, humidity, waterproofing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Porcentagem de investimentos nas edificações .................................... 20
Figura 2 - Custo da impermeabilização em relação à data executada ................... 21
Figura 3 - Atuações dos fluidos em uma mesma edificação. ................................ 22
Figura 4 - Forro de uma residência com manchas de umidade por infiltração. ..... 24
Figura 5 - Mecanismos de umidade por capilaridade. ........................................... 25
Figura 6 - Umidade gerada através de condensação. ............................................. 26
Figura 7 - Vazamento da tubulação em foro de gesso. .......................................... 27
Figura 8 - Processo de carbonatação. .................................................................... 31
Figura 9 - Processo de corrosão na armadura exposta. .......................................... 32
Figura 10 - Processo de ataque biológico. ............................................................. 33
Figura 11 - Aplicação argamassa polimérica em sentido horizontal. .................... 41
Figura 12 - Aplicação argamassa polimérica em sentido vertical. ........................ 41
Figura 13 - Aplicação de tela de poliéster. ............................................................ 41
Figura 14 - Aplicação da argamassa impermeável. ............................................... 43
Figura 15 - Cimento impermeabilizante de pega ultra-rápida. .............................. 45
Figura 16 - Aplicação de cristalizante na forma de pintura. .................................. 46
Figura 17 - Injeção de cristalizantes em parede com umidade ascendente. .......... 47
Figura 18 - Execução de mambrana de asfalto a frio com rolo de pintura. ........... 50
Figura 19 - Execução de membrana de asfalto a quente. ...................................... 51
Figura 20 - Execução de membrana acrílica.......................................................... 52
Figura 21 - Imprimação da superfície. ................................................................... 55
Figura 22 - Imprimação com rolo de lã. ................................................................ 55
Figura 23 - Emenda das mantas. ............................................................................ 56
Figura 24 - Biselamento executado com colher de pedreiro. ................................ 57
Figura 25 - Teste de estanqueidade. ...................................................................... 57
Figura 26 - Regularização de laje. ......................................................................... 58
Figura 27 - Detalhamento de ralo. ......................................................................... 59
Figura 28 - Vazamento em ralos. ........................................................................... 60
Figura 29 - Ralo rebaixado com argamassa. .......................................................... 60
Figura 30 - Biselamento das tiras de manta. .......................................................... 61
Figura 31 - Biselamento final do ralo. ................................................................... 61
Figura 32 - Detalhamento do encaixe da manta na alvenaria. ............................... 62
Figura 33 - Representação gráfica de chumbamento. ............................................ 63
Figura 34 - Representação gráfica da soleira. ........................................................ 64
Figura 35 - Representação gráfica de pingadeira. ................................................. 65
Figura 36 - Fluxo em chapim sem pingadeira. ...................................................... 65
Figura 37 - Fluxo em chapim com pingadeira. ...................................................... 66
Figura 38 - Impermeabilização de junta de dilatação. ........................................... 67
Figura 39 - Disposição do isolamento em relação à impermeabilização. ............. 68
Figura 40 - Reservatório em torre da loja. ............................................................. 71
Figura 41 - Infiltração do fundo do reservatório. .................................................. 72
Figura 42 - Esquema de soluções para impermeabilização em reservatórios. ...... 73
Figura 43 - Reservatório impermeabilizado. ......................................................... 74
Figura 44 - Soluções para impermeabilizações em lajes de cobertura. ................. 75
Figura 45 - Face superior da laje, apresentando fissuras. ...................................... 75
Figura 46 - Serviços preliminares. ......................................................................... 76
Figura 47 - Aplicação de pintura de imprimação com solução asfáltica. .............. 77
Figura 48 - Execução do transpassa manta sobre manta de 10cm. ........................ 78
Figura 49 - Execução do teste hidrostático. ........................................................... 78
Figura 50 - Parede enterrada com infiltração. ....................................................... 79
Figura 51 - Esquema de parede enterrada com infiltração. ................................... 80
Figura 52 - Soluções de impermeabilização para estruturas enterradas. ............... 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Visão geral para a orientação das escolhas do impermeabilizante a ser
utilizado. ................................................................................................................................... 37
Tabela 2 - Classificação dos principais sistemas de impermeabilização. .............. 39
Tabela 3 - Classificação de mantas asfálticas. ....................................................... 54
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 16
1.1 IMPORTÂNCIA DO TEMA ____________________________________________ 16
1.2 JUSTIFICATIVA _____________________________________________________ 17
1.3 OBJETIVO __________________________________________________________ 18
1.3.1 OBJETIVO GERAL _____________________________________________________ 18
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ________________________________________________ 18
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA _______________________________________ 18
1.5 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA ____________________________________ 19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA____________________________________________ 20
2.1 DEFINIÇÕES DE IMPERMEABILIZAÇÃO _____________________________ 20
2.2 ATUAÇÃO DA UMIDADE NAS ESTRUTURAS __________________________ 21
A) UMIDADE DE INFILTRAÇÃO; _______________________________________________ 23
B) UMIDADE ASCENSIONAL; _________________________________________________ 23
C) UMIDADE POR CONDENSAÇÃO; _____________________________________________ 23
D) UMIDADE DE OBRA; _____________________________________________________ 23
E) UMIDADE ACIDENTAL. ___________________________________________________ 23
2.2.1 UMIDADE DE INFILTRAÇÃO ______________________________________________ 23
2.2.2 UMIDADE ASCENSIONAL ________________________________________________ 24
2.2.3 UMIDADE POR CONDENSAÇÃO ___________________________________________ 25
2.2.4 UMIDADE DE OBRA ____________________________________________________ 26
2.2.5 UMIDADE ACIDENTAL __________________________________________________ 27
2.3 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS IMPERMEABILIZANTES ___ 27
2.3.1 DEFINIÇÕES _______________________________________________________ 27
2.3.2 ORIGENS DAS PATOLOGIAS _________________________________________ 28
2.3.3 EXEMPLOS DE MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS ______________________ 31
2.3.3.1 Carbonatação ______________________________________________________ 31
2.3.3.2 Corrosão __________________________________________________________ 32
2.3.3.3 Ação biológica _____________________________________________________ 33
2.4 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO ________________________________ 33
2.4.1 PROJETO BÁSICO ______________________________________________________ 34
2.4.2 PROJETO EXECUTIVO __________________________________________________ 34
2.5 ESCOLHA DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE _______________________ 36
2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPERMEABILIZANTES _______________________ 38
2.6.1 IMPERMEABILIZAÇÃO RÍGIDA ____________________________________________ 40
2.6.1.1 Argamassa polimérica _______________________________________________ 40
2.6.1.2 Argamassa impermeável (com aditivo hidrófugo) __________________________ 42
2.6.1.3 Cimento impermeabilizante de pega ultrarrápida ___________________________ 44
2.6.1.4 Cristalizantes ______________________________________________________ 45
2.6.2 IMPERMEABILIZAÇÃO FLEXÍVEL __________________________________________ 47
2.6.2.1 Membrana de polímero modificado com cimento __________________________ 48
2.6.2.2 Membranas asfálticas ________________________________________________ 49
2.6.2.3 Membrana acrílica __________________________________________________ 51
2.6.2.4 Manta asfáltica _____________________________________________________ 52
2.7 DETALHES CONSTRUTIVOS _________________________________________ 58
2.7.1 REGULARIZAÇÃO E CAIMENTOS __________________________________________ 58
2.7.2 RALOS _____________________________________________________________ 59
2.7.2.1 Acabamento dos ralos – Passo a passo ___________________________________ 60
2.7.3 RODAPÉ ____________________________________________________________ 61
2.7.4 CHUMBAMENTO ______________________________________________________ 63
2.7.5 SOLEIRA ____________________________________________________________ 63
2.7.6 PINGADEIRA _________________________________________________________ 64
2.7.7 JUNTAS DE DILATAÇÃO _________________________________________________ 66
2.8 ETAPAS POSTERIORES AO PROCESSO DA IMPERMEABILIZAÇÃO _________________ 67
2.8.1 ISOLAMENTO TÉRMICO _________________________________________________ 67
2.8.2 PROTEÇÃO MECÂNICA _________________________________________________ 69
2.9 DURABILIDADE DA IMPERMEABILIZAÇÃO __________________________ 70
3 ESTUDOS DE CASO – ANÁLISE E SUGESTÕES DE IMPERMEABILIZAÇÕES
71
3.1 CASO 1 –IMPERMEABILIZAÇÃO EM RESERVATÓRIO TORRE DE ÁGUA 71
3.2 CASO 2 –IMPERMABILIZAÇÃO EM LAJE DE COBERTURA _____________ 74
3.3 CASO 3 – IMPERMEABILIZAÇÃO EM ESTRUTURAS ENTERRADAS _____ 79
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________ 82
4.1 CONCLUSÃO _______________________________________________________ 82
4.2 SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS ________________________________________ 83
5 REFERÊNCIAS _______________________________________________________ 84
ANEXO A – TERMOS DE DEFINIÇÕES TÉCNICAS _________________________ 89
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 IMPORTÂNCIA DO TEMA
A necessidade do homem em isolar a sua habitação e aprimorar suas técnicas
construtivas é antiga, desde o tempo que morava em cavernas ele tinha a intenção de se proteger
do frio, do vento, da chuva, do calor, e com o passar do tempo ele foi percebendo que a umidade
ascendia do chão para a rocha e tornava o local úmido, tornando assim um local insalubre,
propicio a doenças.
Então o homem foi tendo consciência que a água e o calor são um dos principais
fatores de desgaste de uma obra, principalmente a água pelo seu poder de penetração.
Com o passar dos anos as técnicas da construção foram se aprimorando, e fomos
dando cada vez mais importância para o isolamento da mesma. No Brasil era utilizado óleo de
baleia nas argamassas para assentamento, tornando os componentes menos permeáveis.
Na construção uma das principais etapas é a sua impermeabilização, nela podemos
proteger a obra dos intempéries, evitar patologias que poderiam surgir com a penetração da
água, prevenindo assim o desgaste da edificação, aumentando sua vida útil e garantindo uma
melhor qualidade de vida para os moradores.
A falta de impermeabilização é sempre um dos problemas mais citados em obras, a
umidade é ainda um desafio para a construção, e o homem está diariamente procurando
combate-la, e muitos problemas patológicos associados a infiltração da água podem ser evitados
se for planejado desde o início da construção.
Com o passar dos anos foram criados inúmeros produtos para evitar a estanqueidade
da água na construção e com isso existiu uma necessidade de ter normas técnicas a serem
seguidas, assim, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu a NBR
9574, que estabelece exigências na execução de impermeabilização (ABNT, 2008).
Embora exista uma norma técnica ainda assim a desinformação a respeito das
técnicas e materiais de impermeabilização são grandes responsáveis por diversos problemas,
que não torna eficaz o processo da impermeabilização. Pelo fato de a maioria das vezes não
estar em nosso alcance visual após a edificação estar concluída já pode ser muito tarde.
17
Todo engenheiro deveria ter a capacidade de especificar as metodologias a serem
aplicadas, indicar materiais e fiscalizar a execução dos serviços. Porém a maioria dos
profissionais se deparam com grandes dificuldades com as atividades citadas acima.
O principal intuito deste trabalho é colaborar com o estudo de patologias devido à
falta de impermeabilização na construção civil e descrever os principais sistemas
impermeabilizantes disponíveis no mercado atualmente assim como sua correta execução.
1.2 JUSTIFICATIVA
A elaboração do trabalho a seguir foi fundamentada através de diversos casos
patológicos encontrados na construção civil por conta da má impermeabilização ou até mesmo
a falta dela. O trabalho visa mostrar também o quanto é importante um estudo preliminar para
o desenvolvimento do projeto de impermeabilização, evitando trabalhos redobrados após a
conclusão da obra.
O termo patologia vem de origem grega que significa o estudo das doenças, na
medicina pode ser usado como estudos investigativos referentes às alterações estruturais e
funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos, provocados por doenças. Assim como o
esqueleto humano é para o médico, a estrutura de uma casa ou prédio é para o engenheiro civil.
Essas patologias podem se manifestar de diversos tipos, tais como: trincas, fissuras, infiltrações
e danos por umidade excessiva na estrutura. Por ser encontrada em diversos aspectos, recebe o
nome de manifestações patológicas. Silva (2011).
Conforme Neumann (1979, p. 12):
Não é admissível que a impermeabilização seja considerada como um serviço
adicional, de função meramente secundária em relação as demais etapas da
construção, e de custo adicional quase supérfluo.
O custo aproximado dos serviços de impermeabilização, no início da construção da
edificação, é em torno de 1% a 3% do custo total da obra, enquanto que a solução dos problemas
gerados após a constatação das patologias, ocasionados pelas infiltrações, geram um acréscimo
aproximado de 10% a 15% no valor dos serviços para a reimpermeabilização, considerando
apenas a quebra de piso cerâmico, granitos e argamassas, sem incluir o valor das consequências
patológicas e da depreciação do valor do imóvel, conforme dados do IBI (Instituto Brasileiro
de Impermeabilização).
Por isso que é muito importante dar atenção na hora da impermeabilização para
evitar essas patologias decorrentes da umidade e infiltração de água e evitar danos futuros.
18
1.3 OBJETIVO
1.3.1 Objetivo geral
Fazer um estudo das patologias decorrentes a problemas de umidades e infiltrações,
relacionados principalmente com a falta de impermeabilizantes, apresentando uma proposta
corretiva, de acordo com o que foi visto na fundamentação teórica.
1.3.2 Objetivos específicos
a) Realizar estudos específicos sobre impermeabilizações que são utilizadas na
construção civil;
b) Identificar as patologias que são geradas através da umidade e infiltração de água,
buscando os métodos de correção para solucioná-las;
c) Encontrar e propor soluções práticas para a correção das patologias apresentadas
no estudo de cada caso, com os conhecimentos obtidos na fundamentação teórica.
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA
O estudo será uma revisão bibliográfica para encontrar os principais problemas
gerados da construção civil na área da impermeabilização, e na sequencia descrever os
principais métodos de impermeabilizantes que estão atualmente no mercado e sua correta
exceção.
Conforme Bervian; Cervo (2005, p. 60):
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências
publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos
os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do
passado sobre determinado assunto, tema ou problema.
No estudo de caso, desenvolvemos os estudos das patologias, indicando soluções
práticas para os casos específicos.
19
Segundo Yin (2005), o uso do estudo de caso é adequado quando se pretende
investigar o como e o porquê de um conjunto de eventos contemporâneos. O autor assevera que
o estudo de caso é uma investigação empírica que permite o estudo de um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o
fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.
1.5 SISTEMATIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa terá cinco capítulos, o primeiro capítulo será a introdução, que
apresentará a importância do tema escolhido, a justificativa, os objetivos, a metodologia e a
sistematização da pesquisa.
No segundo capítulo o objetivo é descrever os principais sistemas
impermeabilizantes disponíveis no mercado, determinar as variáveis para a escolha do melhor
tipo de impermeabilizante e descrever sua correta execução, desenvolveremos através das
pesquisas realizadas as patologias mais usuais em obras e no processo da impermeabilização e
as falhas que elas podem apresentar em um imóvel.
No terceiro capítulo temos os estudos de casos de patologias que ocorreram por
falha ou falta da impermeabilização, indicando uma proposta de solução.
Por fim, no quarto capítulo são apresentadas as conclusões que o estudo
proporcionou, ressaltando a sua grande importância dentro da construção civil.
20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 DEFINIÇÕES DE IMPERMEABILIZAÇÃO
Segundo a NBR 9575/2003, impermeabilização é o produto resultante de um
conjunto de componentes e serviços que objetivam proteger as construções contra a ação de
fluídos, de vapores e da umidade.
A impermeabilização é muito importante para a duração das construções, pois os
poluentes do ar e a água podem causar danos irreversíveis na estrutura e grandes prejuízos
financeiros. Assim a impermeabilização é importantíssima para a segurança da edificação e do
usuário.
Existem no Brasil diversos produtos impermeabilizantes, de diversas qualidades e
diferentes desempenhos, suas características devem ser estudadas para permitir a melhor
escolha para um adequado sistema de impermeabilização.
O custo da impermeabilização em uma edificação representa em torno de 1 a 3%
do custo total da obra, conforme se observa na figura 1.
Figura 1 - Porcentagem de investimentos nas edificações
Disponível em: Adaptado de <http://aei.org.br/impermeabilizacao-na-construcao-civil/> acessado
em 25/06/2018
12%
26%
17%10%
22%
3%
10%
Fundação Estrutura
Alvenaria Elevador
Revestimento Impermeabilização
Pintura, limpeza final
21
Como podemos visualizar na figura 1, o valor gasto para a impermeabilização
quando executada ainda durante as obras ela se torna muito mais fácil e econômica, do que após
que concluída. O custo para a execução de uma impermeabilização é menor quando está
prevista em projeto, quando o mesmo é executado depois que o imóvel já estiver habitado pode
se tornar até 15 vezes mais.
Segundo Righi (2009) na figura 2 podemos visualizar a grande importância dos
projetos de impermeabilização e a sua execução dentro do prazo, devido ao alto custo agregado
para realizar as correções das suas patologias como infiltrações, por exemplo.
Figura 2 - Custo da impermeabilização em relação à data executada
Fonte: Adaptado de Righi (2009, p.17)
2.2 ATUAÇÃO DA UMIDADE NAS ESTRUTURAS
A água é um dos maiores causadores de patologias na construção, esses problemas
geram defeitos bastante graves e de difíceis soluções, tais como:
Prejuízos financeiros;
Danos em materiais e bens que estão presentes dentro do imóvel;
Além do estresse e desconforto aos usuários, a umidade pode afetar a saúde,
como por exemplo, desenvolver doenças respiratórias;
Prejuízos na funcionalidade da edificação.
22
Segundo Soares (2014), o sistema de impermeabilização é de extrema importância
para a durabilidade da edificação, já que a água é sabiamente dos agentes mais agressivos para
as estruturas. Problemas de infiltrações, umidade e vazamentos, tornam-se condenáveis. Devido
suas implicações aos usuários como o desconforto e problemas de saúde, principalmente os de
origem alérgica. Além do agravante estético ocasionado por essas patologias, ocasionando a
depreciação da edificação.
De acordo com Verçoza (1991) a umidade age como fator determinante para grande
parte das patologias na construção civil. Ela é fator determinante para o aparecimento de mofo,
eflorescência, bolores, ferrugens, perda de rebocos, de pinturas e até a causa de problemas
estruturais.
Em regiões onde o clima é mais chuvoso e úmido, sabe-se que é mais difícil a
conservação das construções. Devido a deterioração dos materiais com a ação da água.
Por conta de todas estas manifestações causadas pela umidade e com o seu
frequente aparecimento se torna muito importante e necessário um estudo sobre as mesmas. A
proteção da construção contra a água é importante para a sua durabilidade e para que o tempo
da manutenção fique dentro desempenho esperado.
Podemos ter diversas formas de ação da água nas edificações, sabendo qual o tipo
de infiltração podemos escolher a melhor forma de como vamos impermeabilizar, na figura 3
podemos visualizar uma mesma edificação que sofre com todos os tipos de atuação dos fluidos.
Figura 3 - Atuações dos fluidos em uma mesma edificação.
Fonte: Pozzobon (2007, apud Schönardier 2009, p.22).
23
A presença de umidade na construção pode ser causada por diferentes mecanismos,
que estão descritos abaixo:
a) Umidade de Infiltração;
b) Umidade ascensional;
c) Umidade por condensação;
d) Umidade de obra;
e) Umidade acidental.
2.2.1 Umidade de infiltração
A água passa da área externa para a área interna através das fissuras, trincas,
aberturas ou falhas de interfaces entre os elementos (por exemplo quando existe uma vedação
insuficiente em caixilhos), com isso, como resultado surge a infiltração causando a umidade.
Em geral é motivada pela água da chuva, que combinada com o vento gera um
crescimento dos efeitos. Um exemplo deste problema está apresentado na figura 4.
Segundo Lersch (2003) existem aspectos importantes e necessários de serem
avaliados, relacionados ao edifício, como:
a) Das condições climáticas do local, direção e intensidade do vento e da chuva;
b) Detalhes das fachadas das edificações, se existem pingadeiras e molduras, para
a proteção das juntas, janelas, paredes e portas;
c) Estanqueidade à água de elementos como portas e janelas e sistema
impermeabilizante nas paredes e pintura;
d) Manutenção e avaliação do desempenho da edificação, ao longo do tempo.
24
Figura 4 - Forro de uma residência com manchas de umidade por infiltração.
Fonte: Pozzobon (2007 apud Schönardier 2009, p.20).
2.2.2 Umidade ascensional
Em uma construção esse tipo de umidade está relacionada ao contato de algum
elemento como por exemplo (tijolos, concretos porosos, etc.) com a presença do solo úmido,
esse fenômeno pode ser sazonal ou frequente em solos que tem presença de lençóis freáticos
superficiais. A umidade ocorre através de uma ação chamada capilaridade, no qual pequenos
vasos capilares, espaços ou poros permitem que a água suba até encontrar o seu equilíbrio com
a força da gravidade, segundo Verçoza (1991 apud Souza, 2008 p.9) da área isso não costuma
passar de 80cm de altura, este episódio é maior em paredes e pisos.
Na figura 5 podemos visualizar o fluxo de água presente no solo através do
fenômeno de capilaridade existente.
25
Figura 5 - Mecanismos de umidade por capilaridade.
Fonte: Pozzobon (2007 apud Schönardier 2009, p.19).
Segundo Soares (2014) os efeitos da umidade ascendente pode ser observado das
seguintes maneiras:
a) Paredes: os efeitos são variados e ocorrem a partir do piso, sendo bolhas,
manchas e eflorescência na pintura com desgaste do revestimento sendo ele
emboço, reboco e acabamento;
b) Paredes com revestimento cerâmico: pode haver uma capacidade de
ascensão da umidade, pois a mesma fica restrita ou confinada pelo
revestimento cerâmico. Quando a umidade é muito severa pode acontecer o
destacamento do revestimento cerâmico.
2.2.3 Umidade por condensação
É produzida pela falta de entrada de ar no ambiente, quando o vapor da água
existente no interior de um local (sala, cozinha, dormitórios, etc.) entra em contato com
superfícies mais frias como vidros, metais, paredes e outros, formando pequenas gotas de água.
Segundo Souza (2008, p.10) a impermeabilização não permite a infiltração de água, mas é a
26
circulação de ar que torna o ambiente saudável, não deixando proliferar o mofo. A presença de
umidade nas casas provoca doenças respiratórias.
Segundo Righi (2009), os materiais tem diferentes densidades, e cada material se
comporta diferente com a condensação, os materiais mais densos sofrem mais do que os de
menor densidade, a condensação costuma aparecer de forma mais superficial nos elementos,
sem penetrar grandes profundidades.
Segundo Franco professor e pesquisador da Poli-USP, o dimensionamento das
esquadrias adequado ao ambiente é o suficiente para resolver esse problema, quando o ambiente
for muito úmido o ideal é colocar esquadrias com ventilação permanente, assim evita o excesso
de vapores gerado nesses lugares.
Figura 6 - Umidade gerada através de condensação.
Fonte: Pozzobon (2007, apud Schönardier, 2009, p.21).
2.2.4 Umidade de obra
É a umidade presente em uma edificação após a finalização das atividades da obra,
no qual a água que está presente internamente e tende a desaparecer gradualmente. Segundo
Queruz (2007), um exemplo deste quadro é quando existe excesso de água na argamassa de
reboco, e esta água é infiltrada para a parte interna da alvenaria, com isso resulta em um
aumento do tempo para a cura prevista do reboco entrar em equilíbrio com o ambiente. Segundo
Verçoza (1987) outro exemplo é com madeiras “verdes” que tem de 15 a 40% do seu peso em
água, quando pintadas ao logo do tempo elas deslocam a pintura devido a exteriorização desta
água para o ambiente.
27
2.2.5 Umidade acidental
É a umidade causada por problemas nas tubulações de rede pluvial, esgoto, água
potável, gás, etc., gerando infiltrações. Em construções mais antigas deve-se tratar com grande
importância as manutenções preventivas, para não haver a possibilidade do surgimento de
vazamentos devido o tempo de vida desses matérias já terem excedidos.
Segundo Verçoza (1991) vazamentos de redes de água e esgoto é de difícil
identificação do local e de sua correção. Isso acontece pois a maioria das vezes as tubulações
estão escondidas pela construção, quando descoberto o vazamento a infiltração já causou
bastante danos a edificação.
Figura 7 - Vazamento da tubulação em foro de gesso.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
2.3 PATOLOGIAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS IMPERMEABILIZANTES
2.3.1 DEFINIÇÕES
Frequentemente, há uma compreensão errada do conceito de patologia, atribuindo
os efeitos de um episódio (umidade, trincas, etc.) o que efetivamente é a manifestação
patológica. Assim, define-se patologia e manifestação patológica abaixo:
a) Patologia: Segundo Silva (2011, apud Oliveira 2015, p.51) patologia é uma
ciência que estuda e procura esclarecer os mecanismos de deterioração,
anomalias ou problemas, de uma construção. Estes mecanismos podem ser
28
gerados na elaboração do projeto (ausência de detalhes), durante a execução da
obra (má execução, material inadequado, etc.) ou mesmo ao longo da sua vida
útil (ausência de manutenções preventivas).
Resumidamente, a patologia é a causa/motivo de uma determinada ocorrência.
b) Manifestação patológica: Segundo Silva (2011, apud Oliveira 2015, p.51)
manifestação patológica é o resultado de um mecanismo de degradação
(eflorescências, fissuras, etc.).
Resumidamente, a manifestação patológica é o efeito de uma determinada
ocorrência.
2.3.2 ORIGENS DAS PATOLOGIAS
Segundo Oliveira (2015) as patologias mais comuns são referentes a falhas de
projetos, falha de execução, má qualidade dos materiais, má utilização pelo usuário, outros, em
ordem decrescente.
Podemos visualizar o resultado conforme gráfico 1:
Gráfico 1 - Causas de patologias.
Fonte: IBAPE-RS (2013).
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Categoria 1
Falha de projeto 45% Falha de execução 22%
Má qualidade dos materiais 15% Má Utilização pelo usuário 11%
Outros 7%
29
No Brasil, Yoshimoto (1986 apud Oliveira 2015) concluem que a maior parcela de
patologias presentes está associada à umidade; as origens destas patologias são devidas a
deficiência de projetos ou má execução de obras e também sobre o cuidado quanto os pequenos
detalhes construtivos.
Segundo Moraes (2002), dividem-se as origens das patologias de
impermeabilização em quatro grupos:
a) Concepção do projeto: as origens das patologias associadas a projetos podem
ser pelas ausência do próprio projeto, especificação inadequada de materiais,
falta de dimensionamento, previsão do número de coletores pluviais para
escoamento d’água, interferência de outros projetos na impermeabilização,
falta de previsão de desnível junto à soleira, em função da planta baixa do
terraço apresentar apenas uma cota indicando o nível da área externa, ausência
do isolamento térmico.
b) Defeitos devidos a qualidade dos materiais: ocorrem defeitos pela má
qualidade dos materiais porque os técnicos não seguem corretamente as
normas, utilizando materiais inadequados, adulterados, não tem controle de
qualidade. A utilização de materiais inadequados pode trazer consequências
para a edificação, como, danos à construção, danos a estrutura, danos
funcionais, danos à saúde dos usuários, danos aos bens internos do imóvel,
descrédito ao seguimento da impermeabilização, ações na justiça,
desvalorização do imóvel, necessidade de recuperação estrutural.
c) Defeitos devido à execução: Podem ser ocasionados devido a dois pontos
principais: falhas na execução, devido a um procedimento executivo
inadequado, e a qualidade dos materiais. As principais origens das patologias
devido à má execução:
Falta de argamassa de regularização que ocasiona a perfuração da
impermeabilização;
Não arredondamento de cantos e arestas;
Execução da impermeabilização sobre a base úmida, no caso de aplicações de
soluções asfálticas, comprometendo a aderência e podendo gerar bolhas que
ocasionarão deslocamento e rupturas da camada de impermeabilização;
30
Execução da impermeabilização sobre base empoeirada, comprometendo a
aderência;
Juntas travadas por tábuas ou pedras, com cantos cortantes que podem agredir a
impermeabilização;
Uso de camadas grossas na aplicação da emulsão asfáltica, para economia de
tempo, dificultando a cura da emulsão;
Falhas em emendas;
Perfuração de mantas pela ação de sapatos com areia, carrinhos entre outros.
Verçoza (1987) também cita que as maiorias das falhas construtivas estão nos
rodapés (ausência ou altura menor do que 20 cm; ausência da meia cana), nas
juntas de dilatação e nas bocas de ralos ou outros encanamentos (ausência da
“virada” da impermeabilização dentro dos ralos e encanamentos; falha na
aderência entre o ralo e o material impermeabilizante).
d) Defeitos devido à má utilização e/ou manutenção: destacam as principais
origens das patologias.
Danos causados na obra em função da colocação de peso excessivo (entulho e
equipamentos) e trânsito de pessoas sem a presença da proteção mecânica;
Perfuração da impermeabilização, sem qualquer reparo, após a instalação de
antenas, varais, grades e outros (em conjunto da aplicação do rodapé protetor);
Troca de pisos e azulejos;
Instalação de floreiras na cobertura de modo a possibilitar a penetração de água
por cima do rodapé impermeabilizado.
31
2.3.3 EXEMPLOS DE MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS
Segundo Pinto (1996 apud Righi 2009), as patologias de impermeabilização de uma
forma geral apresentam-se caraterísticas próprias e sistematizadas confirme as descrições a
seguir:
2.3.3.1 Carbonatação
A carbonatação do concreto, que ocorre em concretos porosos ou com baixo
cobrimento das armaduras reduz a alcalinidade do concreto, tendo como consequência a
destruição da capa da armadura, permitindo o início do processo de corrosão, quando em
presença de água, oxigênio e diferença de potencial da armadura.
Segundo Oliveira (2015, p.55) caso haja a percolação da água no interior do
concreto, há o surgimento de eflorescências na superfície, ocasionadas pela lixiviação do
hidróxido de cálcio, presentes nos poros do concreto, até a superfície e posteriormente, a reação
entre o hidróxido de cálcio com o gás carbônico, formando o carbonato de cálcio, conforme
figura 8. Este fenômeno é conhecido como eflorescência, sendo uma formação de sais nas
superfícies dos elementos, intensificando o processo de corrosão da armadura,
consequentemente o desplacamento do cobrimento da região afetada.
Figura 8 - Processo de carbonatação.
Fonte: Acervo pessoal da autora, (2018).
Este fenômeno também é apresentado em situações de umidade ascensional,
ocasionada pela lixiviação de sais presentes no solo, concreto e/ou alvenaria, sendo manifestado
pelo surgimento de manchas na pintura, desplacamento do reboco, etc.
32
2.3.3.2 Corrosão
Corrosão de armaduras é uma, senão à pior manifestação patológica que pode afetar
uma estrutura, por culpa de uma má impermeabilização. Além da má impermeabilização uma
série de fatores pode servir para acelerar esse processo tais como, alta porosidade do concreto,
falto de cobrimento, má cura do concreto, segregação do concreto, dentre outros.
A corrosão ocorre quando superfícies constantemente úmidas de materiais de
construção abrigam colônias de bactérias, mofos, algas, que possuem metabolismo ativo. Essas
superfícies afetadas são mantidas permanentemente úmidas pelos organismos e por precipitação de
produtos metabólicos podendo chegar inclusive a gerar uma salinização adicional do material.
Pascoal (2011, p.23).
Segundo Souza e Ripper (2009), este fenômeno ocasiona a troça de seção de aço
resistente por óxido de ferro hidratado, ou seja, a diminuição da capacidade resistente da armadura
pela diminuição da área de aço, conforme figura 38. Através desta troca, surgem outros mecanismos
de degradação de estrutura:
a) Perda de aderência entre o aço e o concreto;
b) Desagregação da camada de concreto envolvente da armadura, ocasionado pela
pressão exercida do óxido sobre o concreto, na ordem de 15 MPa, sendo
suficiente para fraturar o concreto;
c) Fissuração devida a continuidade do processo de desagregação do concreto.
Figura 9 - Processo de corrosão na armadura exposta.
Fonte: Oliveira, (2015, p.57).
33
2.3.3.3 Ação biológica
Através da presença de fungos vegetais, plantas cujas raízes, penetram as fissuras,
aberturas ou aderem ao substrato úmido, ocasionando o escurecimento da região afetada e
posteriormente a desagregação, nas alvenarias, e corrosão da estrutura interna devido a ação das
enzimas ácidas. Oliveira (2015, p.57).
Figura 10 - Processo de ataque biológico.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
É evidente que a água é o principal causador das manifestações descritas, ocasionando
uma diminuição da vida útil da estrutura pela deterioração dos materiais afetados. Assim, a
impermeabilização tem uma grande importância para impedir a ação da água na construção e
consequentemente, evitar estas manifestações.
2.4 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO
A impermeabilização é uma etapa dentro da construção indispensável para que se
tenha uma construção duradoura e segura, por isso necessita de projeto especifico assim como
um projeto de instalação elétrica, arquitetônico, etc., garantindo que sua execução seja feita de
maneira correta. Este projeto deve conter detalhadamente os produtos a serem usados e a forma
de execução de cada método utilizado.
Righi (2009, p.20) afirma que o projeto de impermeabilização deve ser feito na
mesma época que a elaboração do projeto arquitetônico, que se deve analisar o tipo de
impermeabilizante mais adequado, assim não teria as dificuldades de tratar isso após a execução
da obra.
34
Segundo Vieira (2008) a impermeabilização deve ser projetada para:
a) Evitar a passagem indesejada dos fluidos nas construções, pelas partes que
precisam de impermeabilização, podendo usar outros tipos de sistemas
construtivos desde que desempenhem as mesmas condições de
impermeabilidade;
b) Proteger as estruturas, elementos construtivos que estejam expostos ao tempo,
assim prevenindo-os contra os agentes agressivos presentes na atmosfera,
como por exemplo gases e chuva;
c) Proteger o meio ambiente de possíveis vazamentos ou contaminações;
d) Garantir a salubridade do local, proporcionando conforto aos usuários.
Segundo a NBR 9575 (2013), o projeto de impermeabilização é constituído de dois
projetos que se complementam:
2.4.1 Projeto básico
O projeto básico determina as áreas que serão impermeabilizadas, especifica os
sistemas de impermeabilização utilizados, o mesmo deve ser executado junto com o projeto
arquitetônico, isso é importante pois quando os demais projetistas desenvolverem os projetos
complementares assim que receberem o arquitetônico já com as indicações do projeto de
impermeabilização.
Segundo a NBR 9575 (2013) projeto básico é o conjunto de informações gráficas e
descritivas que determinam as soluções de impermeabilização a serem aplicadas na construção,
cumprindo as exigências em relação a estanqueidade e sua resistência em relação a ação de
fluidos, vapores e umidade. O projeto básico deve ser compatibilizado com os demais projetos
complementares da construção, afim de avaliar as possíveis interferências.
2.4.2 Projeto executivo
Detalha informações gráficas e descritivas das etapas de impermeabilização a serem
adotadas na construção, detalha genericamente e especifica todos os sistemas de
impermeabilização a serem aplicadas na construção, especifica os materiais e suas camadas,
35
detalhando os métodos de execução e de segurança do trabalho, apresenta a planilha de
quantitativos de materiais e serviços e planilha de descrição de ensaios de campo e tecnológicos,
podendo ser executado pós-liberação do projeto legal de arquitetura, mas antes da iniciação das
fundações da construção. (NBR 9575, 2013).
De acordo com a NBR 9575:2013, o projeto executivo de impermeabilização
conter:
Desenhos:
a) Locais de detalhamentos construtivos, plantas de identificação e localização;
b) Detalhes executivos que descrevam graficamente todas as soluções de
impermeabilização.
Textos:
a) Memorial descritivo das camadas e materiais de impermeabilização;
b) Memorial descritivo das etapas de execução;
c) Planilha de quantitativo dos materiais e serviços;
d) Metodologia para controle e inspeção dos serviços.
Segundo a NBR 9575 (2003) é conhecido como as principais vantagens da
elaboração de projeto de impermeabilização são:
a) Compatibilização dos demais projetos complementares especialmente com
instalações e estrutura;
b) Especificação dos materiais aplicados e dos detalhamentos de execução
possibilizando assim a contratação de empresas terceirizadas;
c) Áreas impermeabilizadas determinadas por especialistas, conforme sua
exposição e também para conforto dos usuários, como por exemplo isolamento
térmico nas lajes de cobertura com a ausência de telhas;
d) Fiscalização dos serviços prestados por uma equipe treinada;
e) Planejamento financeiro e executivo tendo o conhecimento dos quantitativos.
Righi (2009) conclui que 42% dos problemas de impermeabilização é dada pela
falta de um projeto especifico, sendo expressiva sua influência na execução e fiscalização dos
serviços de impermeabilização.
36
Assim, para garantir um bom desempenho da impermeabilização, é necessário ter
um bom projeto detalhado e um rigoroso controle de execução, a fim de garantir que a
impermeabilização seja feita de maneira correta, diminuindo episódios de patologias.
2.5 ESCOLHA DO SISTEMA IMPERMEABILIZANTE
Para uma melhor escolha do sistema de impermeabilização deve-se levar em
consideração basicamente o tipo da estrutura, o tipo do substrato, se a obra está coberta ou
exposta ao tempo, e as influencias que ocorrera por influência da água, umidade e vapores sobre
a construção.
Segundo Soares (2014), a impermeabilidade é uma característica no material que
ao ser aplicado a um substrato deve impedir a passagem da água e seus vapores, e que a
estanqueidade é uma característica da estrutura no qual não pode haver deformações na mesma,
para não causar fissuras e trincas que rompam os sistemas de impermeabilização.
Desse modo, para substratos que possuem características de comportamento rígido
e não sofrem movimentos de nenhuma forma (seja por deformação de cargas ou de
temperaturas) pode se realizar impermeabilizações chamadas de rígidas, já para substrato e
estruturas rígidas que sofrem deformações por influência de carga e temperaturas, pode se
executar impermeabilizações flexíveis ou “semi-flexiveis”, mas nunca rígidas, e por fim, para
substratos e estruturas que se deformam e estão expostos ao intemperismo, deve-se sempre
optar por impermeabilizações flexíveis.
Segundo Sabbatini (2006) a escolha do sistema impermeabilizante deve ser
escolhido conforme a avaliação das condições do local da aplicação, fatores a serem atendidos
para a escolha da impermeabilização adequada, como:
a) Frequência de umidade;
b) Exposição ao sol;
c) Extensão da aplicação;
d) Movimentação da base;
e) Exposição das cargas;
f) Pressão hidrostática.
De acordo com a NBR 9575 (2003), o tipo apropriado de impermeabilização a ser
utilizado na construção civil deve ser estabelecido conforme os fluidos atuam nas partes
37
construtivas que precisam de estanqueidade. A solicitação pode ocorrer de quatro formas
diferentes, conforme descrito a seguir:
a) Imposta pela água de percolação;
b) Imposta pela água de condensação;
c) Imposta pela umidade do solo;
d) Imposta pelo fluido sob pressão unilateral ou bilateral.
Segundo Righi (2009), para a escolha do sistema impermeabilizante não se deve
apenas estudar o custo do tipo de impermeabilizante, mas também o custo das demais camadas
constituintes do sistema e os custos de manutenção.
Deve-se ter parâmetros a serem considerados para a escolha do impermeabilizante,
relacionados a facilidade de execução, produtividade e método construtivo, podemos visualizar
abaixo:
Tabela 1 - Visão geral para a orientação das escolhas do impermeabilizante a ser
utilizado.
Situação Ação dos
agentes Exemplos típicos Soluções
Atuação da água
Percolação
Lajes frias, terraços,
coberturas, marquises,
parapeitos
Impermeabilização
rígida
Água sob
pressão
hidrostática
Caixas de água, cisternas,
reservatórios, piscinas
Impermeabilização
rígida,
Impermeabilização
semi-flexivel
Umidade do
solo
Muros de arrimo, paredes em
subsolos
Impermeabilização
rígida.
Comportamento
dos elementos da
superfície
Sujeitos à
fissuras e
trincas
Estruturas com fissuras e
trincas devidas a
dilatação/retração, recalques,
fadiga e movimentações
estruturais
Impermeabilização
flexível
Sujeitos a
esforços
externos
Fissuras e trincas provocadas
cargas dinâmicas externas de
temperaturas, carregamentos
temporários, tráfego de
veículos, obras vizinhas e etc
Impermeabilização
flexível
Fonte: NBR 9575:2003
38
Segundo Barroso (2015) além das características dos métodos de execução da
impermeabilização, devem ser considerados na escolha do sistema impermeabilizante a
facilidade da execução, produtividade e método construtivo.
2.6 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPERMEABILIZANTES
Hoje em dia no mercado existe inúmeros tipos de materiais e sistemas utilizados
para a impermeabilização, para melhor estudo serão descritos e conceituados os diversos tipos
de impermeabilização.
Os sistemas impermeabilizantes são classificados quanto as suas características de
aderência, flexibilidade, composição e pelo método de sua aplicação.
As classificações existentes para os materiais impermeabilizantes conforme
referências normativas e especialistas da área estão listados abaixo:
a) Aderência:
São classificados de acordo com a aderência entre a impermeabilização e o
substrato, quando fixados por fusão do material impermeabilizante ou colagem de
adesivos, e pela sua ausência da fixação ao substrato.
Quanto a aderência ao substrato, os sistemas de impermeabilização, segundo
MORAES (2002) podem ser classificados como:
Aderido: Quando o impermeabilizante é fixado totalmente ao substrato,
seja ele por asfalto quente ou maçarico, colagem com adesivos ou fusão do
próprio material;
Semi-aderido: Quando a aderência está localizada em apenas alguns
pontos do edifício, como ralos e sacadas;
Flutuante: Quando o impermeabilizante está totalmente solto encima do
substrato, são utilizadas em locais onde a estrutura sobre grandes
deformações.
b) Flexibilidade:
Usualmente, as fabricantes como Denver e Viapol, classificam os
impermeabilizantes em três grupos: rígidos, semi-rígidos e flexíveis. Neste trabalho
39
adotaremos a classificação imposta pela NBR9575/2003, no qual divide em dois
grupos os sistemas impermeabilizantes: Rígidos e flexíveis.
c) Método de execução:
Podem ser considerados em relação ao processo de execução em tipos realizados in
loco (grande parcela dos impermeabilizantes) e pré-fabricados (manta asfáltica, por
exemplo).
d) Material:
Segundo Oliveira (2015) os sistemas de impermeabilização podem ser classificados
de acordo com a composição do material como: argamassas, cristalizantes, asfálticos e
poliméricos.
São apresentadas as informações relacionadas aos diferentes tipos de classificação
dos sistemas de impermeabilização, mais comuns:
Tabela 2 - Classificação dos principais sistemas de impermeabilização.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO
SISTEMAS DE
IMPERMEABILIZAÇÃO à aderência à
flexibilidade
ao método
de
execução
ao material
com argamassas impermeáveis aderente rígido in loco argamassa
com argamassas poliméricas aderente rígido in loco argamassa
com bloqueadores hidráulicos aderente rígido in loco cristalizante
com cimento de pega
ultrarápida
aderente rígido in loco asfáltico
com membranas asfálticas aderente flexível in loco asfáltico
com mantas asfálticas aderente ou
independente flexível
pré-
moldado polimérico
com membrana acrílica aderente flexível in loco polimérico
com membrana de poliuretano aderente flexível in loco polimérico
com membrana polimérica aderente flexível in loco polimérico
Fonte: Adaptado de Oliveira (2015, p.26)
40
2.6.1 Impermeabilização Rígida
De acordo com a NBR 9575/2003, é chamada impermeabilização rígida como o
conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas não sujeita a fissuração.
Isso acontece devido sua baixa capacidade de aceitar as deformações do substrato a ser
impermeabilizado, principalmente deformações concentradas como fissuras e trincas, podendo-
se citar como exemplos:
a) Carga estrutural estabilizada: poço de elevador, reservatório inferior de água;
b) Áreas não expostas ao sol: banheiro, cozinha, área de serviço;
c) Condições de temperaturas constantes: subsolos, pequenos terraços, varandas.
Os sistemas rígidos estão dentre os processos de impermeabilização mais utilizados
no Brasil, esse processo de aplicação tradicional é inclusive normalizado pela ABNT através
da NBR 9574 (2008), sendo chamada de argamassa impermeável.
2.6.1.1 Argamassa polimérica
É um material biocomponente, ou seja, composto por dois materiais diferentes que
devem ser misturados antes da aplicação, no caso um componente é em pó e o outro em forma
de resina.
De acordo com alguns fabricantes, define-se argamassa polimérica como uma
argamassa de cimento modificada com polímeros, bicomponente, à base de cimento, agregados
mineirais inertes, polímeros acrílicos e aditivos.
Segundo Righi (2009) o produto resiste a pressões positivas e negativas e permite
pequenas movimentações da estrutura, e que a impermeabilização acontece pois forma-se um
filme de polímeros que impede a infiltração do fluído e da granulometria fechada dos agregados
que estão no substrato.
As argamassas poliméricas são fornecidas com as indicações de proporções pelo
fabricante.
Deve-se aplicar sobre a superfície de concreto, alvenaria ou argamassa as demãos
em sentido cruzado da argamassa polimérica, com intervalos de 2 a 6 horas entre as demãos,
dependendo da temperatura do ambiente. A primeira demão deve ser aplicada com o substrato
úmido e com o auxílio de uma trincha, aguardando secar por completo. Aplicar a segunda de
mão em sentido cruzado com a da primeira, conforme figura 11 e 12.
41
Figura 11 - Aplicação argamassa polimérica em sentido horizontal.
Fonte: < http://www.casadasmantas.com.br> Acessado em: 03/04/2018.
Figura 12 - Aplicação argamassa polimérica em sentido vertical.
Fonte: < http://www.casadasmantas.com.br> Acessado em: 03/04/2018.
Após a segunda demão colocar um reforço em tela industrial de poliéster resinada,
a mesma deve ser totalmente recoberta pelas demãos subsequentes da argamassa polimérica,
sempre aguardando os intervalos de secagem entre as demãos, conforme figura 13.
Figura 13 - Aplicação de tela de poliéster.
Fonte: < https://akronrs.com.br/> Acessado em: 03/04/2018
42
Para áreas abertas ou sob ação solar, deve-se hidratar a argamassa polimérica no
mínimo por três dias.
2.6.1.2 Argamassa impermeável (com aditivo hidrófugo)
Segundo a NBR 9575 (2010), é um tipo de impermeabilizante não industrializada
aplicada em substrato de alvenaria ou concreto, contém areia, cimento, aditivo hidrófugo e
água.
Os aditivos hidrófugos dão origens a substancias minerais, que proporcionam a
diminuição da permeabilidade e absorção capilar, através do preenchimento de vazios nos
capilares na pasta de cimento hidratado, deixando os concretos e argamassas impermeáveis à
penetração de fluidos e umidade.
Segundo Righi (2009, p.26) pode ser inserido ao concreto ou no preparo da
argamassa impermeável de revestimento diretamente, evitando eflorescências. Como ele é
incorporado na argamassa, seu efeito se torna permanente, pois promove uma espessura de
camada impermeável maior. Vale ressaltar que a argamassa impermeável não promove maior
resistência a estrutura.
Este sistema impermeabilizante não é indicado para locais com grandes variações
térmicas que possa ocorrer algum tipo de dilatação do substrato, que ocasionariam trinas e
fissuras.
Fabricantes recomendam o uso desse tipo de impermeabilizante em pisos em
contato com o solo, paredes de encosta, subsolos, muros de arrimo, piscinas, caixas de água,
tuneis e galerias. Não é recomendado em concreto armado ou protendido.
Segundo a NBR9574 (2008), precisa-se criar uma ponte de aderência no substrato,
o mesmo deve ser umedecido e receber uma camada de chapisco, composto de cimento e areia,
no traço de 1:3.
Este chapisco tem como finalidade de possibilitar uma ancoragem apropriada da
argamassa e o substrato. A superfície com o chapisco deve estar isenta de partículas soltas e os
cantos vem ser arredondados, formando meia-cana. Com isso, aumenta a capacidade de
aderência da superfície e a aplicação é favorecida através das meias-canas.
Recomenda-se no mínimo 24 horas de cura do chapisco, antes da aplicação da
argamassa impermeável.
43
Preparar o impermeabilizante de acordo com as instruções do fabricante (em geral,
misturando com água potável e homogeneizando) e adicionar a solução à argamassa de
revestimento.
Segundo a NBR 9574 (2008), recomenda-se a aplicação da argamassa de forma
continua, com espessura de 3 cm, sendo a aplicação em camadas sucessivas de 1,0 a 1,5 cm,
evitando-se a superposição das juntas de execução. A primeira camada deve ter acabamento
sarrafeado, para obter um superfície que ofereça ancoragem para a camada seguinte, a última
camada deve ser realizada com desempenadeira de madeira, conforme figura 14.
Para evitar retração da argamassa, deve-se realizar cura úmida por no mínimo 72
horas após o endurecimento da argamassa.
Segundo Mariane (2014), como se trata de um sistema de impermeabilização rígido,
possíveis fissuras não poderão ser absorvidas elasticamente. Portanto, não é recomendado a
aplicação da argamassa impermeável imediatamente após a desenforma, mas apenas sobre o
concreto lançado há, no mínimo, duas a três semanas.
Figura 14 - Aplicação da argamassa impermeável.
Fonte: < http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/105/artigo299383-1.aspx> Acessado em: 05/04/2018.
44
2.6.1.3 Cimento impermeabilizante de pega ultrarrápida
É um produto cimentício impermeabilizante de pega ultrarrápida, ou seja, o início
de pega é em poucos segundos, geralmente de 10 a 15, e o fim entre 20 e 30 segundos. Há
também alta aderência e alto desempenho de tamponamento.
De acordo com fabricantes, no qual define o produto como sendo uma solução
aquosa de silicato modificado de alta alcalinidade, que, quando misturado com água e o
cimento, se transforma em hidrossilicato. Tem como grandes propriedades ser um cristal
insolúvel em água, que preenche os poros da argamassa.
Oliveira (2015) indica este produto para tamponamento de infiltrações e jorros de
água sob pressão em subsolos, poços de elevadores, cortinas, galerias e outras estruturas que
tenham infiltrações devido a lençóis freáticos, sendo uma solução temporárias, possibilitando
que a impermeabilização permanente seja realizada corretamente.
Será executado a partir do tratamento especial hey’di, que é o resultado de
aplicações sucessivas de 03 componentes (A+B+Líquido Selador).
Este procedimento é descrito por Oliveira (2015, p.49) abaixo:
Inicialmente, deve-se estancar e vedar as infiltrações/vazamentos com o cristalizante
ultrarápido, logo após misturar o componente À com água, com proporção 2:1 em
volume, até apresentar uma consistência fluída (com moderada viscosidade) e realizar
uma demão com este material na região a ser tratada (com uma trincha).
Imediatamente, sobre a camada do componente A ainda úmida, esfregar o cristalizante
ultrarápido a seco sobre a superfície tratada, forte e repetida vezes, até que se forme
uma camada fina de cor escura e uniforme. Este processo é repetido até que esta região
encontre-se estanque.
Por fim, em seguida, aplicar uma demão do líquido selador até que a superfície fique
brilhante. A última etapa é a aplicação de duas demãos do componente A, a primeira
sobre o líquido selador, ainda brilhante, a segunda após 20 minutos (em sentido
cruzado à primeira).
Caso ainda continue algum ponto de infiltração, deve-se retirar a impermeabilização
realizada e executar novamente.
45
Figura 15 - Cimento impermeabilizante de pega ultra-rápida.
Fonte: Righi (2009, p.38).
2.6.1.4 Cristalizantes
São argamassas cimentícias com compostos químicos ativos que proporcionam a
cristalização no concreto e por consequência a impermeabilização da estrutura.
Segundo Oliveira (2015, p.50):
Define-se como líquidos de base mineral que, injetados em estruturas de concreto ou
alvenaria de tijolos maciços, penetram por osmose nos capilares da estrutura,
formando um gel que se cristaliza, incorporando ao elemento compostos cristalinos
estáveis e insolúveis, assim bloqueando a passagem da água.
Este impermeabilizante pode ser utilizado em estruturas que não tem
movimentações, como por exemplo as estações de tratamento de água (ETA), reservatórios e
pisos frios ou diretamente no próprio solo. Pode ser utilizado também como sistema auxiliar,
potencializando a impermeabilização e com isso a durabilidade do concreto.
(a) Jorro de água (b) Aplicando o produto
(c) Comprimindo-o contra o jorro (d) Resultado da aplicação
46
Existem dois tipos de cristalizantes. No primeiro tipo, os cimentos cristalizantes são
materiais aplicados sob a forma de pintura sobre a superfície de concreto, argamassa ou
alvenaria, primeiramente saturadas com água.
Na figura 16 exibe essa aplicação, o produto está sendo aplicado com um trincha,
sobre o revestimento argamassado, mas pode ser aplicado diretamente da alvenaria.
Figura 16 - Aplicação de cristalizante na forma de pintura.
Fonte: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/189/estanqueidade-garantida-conheca-os-
sistemas-de-impermeabilizacao-cimenticia-e-288006-1.aspx> Acessado em 25/06/2018.
O segundo tipo são os cristalizantes líquidos à base de silicatos e resinas que
injetados e, por efeito de cristalização, preenchem a porosidade das alvenarias de tijolos
maciços, bloqueando a umidade ascendente.
Na figura 17 mostra a maneira da aplicação dos agentes cristalizantes. Para a
aplicação, deve-se retirar todo o reboco da área a tratar, desde o piso até a altura de 1 metro,
executam-se duas linhas de furos intercaladas entre si, sendo a primeira a 10cm do piso e a
segunda a 20cm. Os furos devem ser com uma inclinação de 45º e estar saturados com água
para a aplicação do produto. Aplica-se o produto por gravidade sem necessidade de pressão e,
assim, de saturação. (Righi, 2009).
47
Figura 17 - Injeção de cristalizantes em parede com umidade ascendente.
Fonte: Abatte (2003, p. 52)
A desvantagem do sistema é que se deve ter cautela na aplicação do
impermeabilizante e o mesmo é restrito a infiltrações com algumas particularidades.
Este sistema é utilizado em todas as áreas sujeitas a infiltração por lençol freático e
infiltração de compressão, tais como: subsolos, lajes, poços de elevadores, reservatórios
enterrados, caixa de inspeção e outros.
Segundo fabricantes, o produto utiliza a própria água da estrutura para cristalizar,
isto elimina a necessidade de rebaixamento do lençol freático e não altera a potabilidade da
água.
2.6.2 Impermeabilização Flexível
Segundo Moraes (2002), impermeabilização flexível são as impermeabilizações
realizadas com mantas pré-fabricadas ou moldadas no local com elastômeros dissolvidos
aplicados em forma de pintura em várias camadas e que ao evaporar o solvente, deixam uma
membrana elástica sobre a superfície.
As impermeabilizações flexíveis tem vantagem pelo fato de poderem absorver
pequenas movimentações da estrutura sem que gerem fissuras, danos ou perda de sua eficiência.
São realizados com asfalto, elastômeros ou polímeros, moldados no local ou pré-
moldadas, armados ou estruturados pela intercalação de materiais rígidos, como: feltros
48
asfálticos, tecidos de poliéster ou pvc, lã de vidro, tecidos de juta e lâminas de alumínio e
polietileno dentre outros.
A NBR 8083 define um sistema de impermeabilização como “Conjunto de
materiais que uma vez aplicado, confere impermeabilidade às construções” e são subdivididos
em duas classes a saber, as Mantas e as Membranas.
a) Membranas: são produtos ou conjuntos impermeabilizantes moldados no local
com ou sem armaduras. Caracterizam-se por também exigirem um rigoroso
controle de espessura e, com isso, da quantidade de produto que será aplicado no
local, desta maneira, as membranas necessitam de controle tecnológico para
verificar seu rendimento e sua espessura. Devido a isso para evitar tal especificação,
se dá preferência aos sistemas pré-fabricados.
Mesmo assim, as membranas tem uma grande vantagem em relação aos produtos
pré-fabricados: as membranas não apresentam emendas, visto que quanto maior a
quantidade de emendas maiores chances de falhas, principalmente em áreas muito
recortadas e com muitas interferências;
b) Mantas: são produtos industrializados obtidos por calandragem, extensão ou
outros processos com características definidas.
São os produtos impermeabilizantes mais utilizados no Brasil, compondo o método
de impermeabilização mais difundido no país devido o conhecimento da aplicação
pela mão-de-obra e a facilidade de encontrar o material.
2.6.2.1 Membrana de polímero modificado com cimento
É um produto flexível de uso adequado para impermeabilização de torres de água e
reservatórios de água potáveis elevados ou apoiados em estrutura de concreto armado. Pode-se
adicionar fibras e polipropileno que também aumentam sua flexibilidade. O sistema é formado
à base de resinas termoplásticas e cimento aditivado, ocasionando uma membrana de polímero
que é modificada com cimento. Righi (2008, p.32).
49
Podem-se listar as principais características:
a) Resistente à altas pressões hidrostáticas positivas (no sentido de dentro para
fora da estrutura);
b) De fácil aplicação com trincha ou vassoura de pelo;
c) Por ser atóxico e inodoro não altera a potabilidade da água;
d) Ao ser aplicado sobre superfícies de concreto ou argamassa isenta de cal
apresenta excelente aderência;
e) É capaz de acompanhar as movimentações e fissuras previstas nas normas
brasileiras.
Segundo fabricantes, aplicando sobre superfícies de concreto ou argamassa, deve-
se preparar a mistura mecanicamente até atingir a consistência de uma pasta cremosa, lisa e
homogênea. Em seguida, aplicar a primeira demão do produto sobre o substrato úmido, com o
auxílio de um trincha, aguardando completa secagem e a segunda demão em sentido cruzado
em relação à primeira, colocando uma tela industrial de poliéster resinada. Aplicar as demãos
seguintes, aguardando os intervalos de secagem entre as demãos até atingir o consumo
adequado. Realizar a cura úmida por, no mínimo, três dias.
2.6.2.2 Membranas asfálticas
Sistema impermeabilizante flexível moldado in-loco (moldados no próprio canteiro
de obra). As membranas utilizam produtos derivados do CAP (cimento asfáltico de Petróleo) e
é uma das técnicas mais antigas utilizadas para impermeabilização, e ainda hoje, mesmo com a
diminuição da sua utilização, tem grande atuação no mercado impermeabilização. Soares
(2014).
As membranas asfálticas formam uma membrana sobre o substrato e geralmente
são utilizadas em impermeabilizações contra água de percolação, umidades ascendente do solo
e por condensação. Podemos utiliza-las nas fundações, baldrames e em contrapisos que irão
receber pisos de madeira, tornando assim um bloqueador de umidade.
50
Quanto a classificação, Sabbatini (2006) cita que as membranas asfálticas são
divididas em relação ao tipo de asfalto utilizado, segue os três tipos mais utilizados:
a) Emulsão asfáltica: É um produto decorrente da dispersão de asfalto em
água, por meio de agentes emulsificantes. São produtos de baixo valor e de
simples execução para áreas e superfícies em que não terá empoçamento ou
retenção de água. É executado a frio e normalmente sem a adição de
estruturantes;
b) Asfalto oxidado: É um produto alcançado pela alteração do cimento
asfáltico de petróleo, que se funde gradativamente pelo calor, de modo a se
alcançar determinadas propriedades físico-químicas. É executado
devidamente estruturado, é executado sua aplicação a quente;
c) Asfalto Modificado com adição de polímero elastomérico: é um produto
alcançado pela adição de polímeros elastoméricos, no cimento asfáltico de
petróleo em temperatura apropriada. É executado devidamente estruturado,
é executado sua aplicação a quente.
As membranas que são aplicadas a frio, são executadas como se fosse uma pintura,
com trincha, rolo ou escova. Na primeira demão, aplicar o produto sobre o substrato seco e após
aplicar as demãos seguintes, aguardando os intervalos de secagem entre demãos até atingir o
consumo recomendado.
Figura 18 - Execução de mambrana de asfalto a frio com rolo de pintura.
Fonte: <http://engenheironocanteiro.com.br/impermeabilizacao/> Acessado em: 24/04/2018
51
A membrana asfáltica quando aplicado a quente, requer mão de obra especializada,
pois é necessário o uso da caldeira, como mostra na figura 19.
Em áreas de pouca ventilação deve-se ter precaução na utilização de produtos a
quente porque possuem restrições, tanto na manipulação quanto ao risco de fogo.
Figura 19 - Execução de membrana de asfalto a quente.
Fonte: Righi (2009, p. 33)
2.6.2.3 Membrana acrílica
É um impermeabilizante de alto desempenho para moldagem “in-loco”, produzido
a base de 100% de resinas acrílicas puras, sendo indicados para impermeabilização exposta de
lajes de cobertura, marquises, telhados, pré-fabricados e outros.
Uma das principais vantagens do sistema impermeabilizante, é que não é necessário
realizar uma proteção mecânica quando a laje não for utilizada por um trafego muito intenso de
pessoas ou exigir trafego de automóveis. Porém a proteção mecânica quando aplicada aumenta
a durabilidade deste sistema, quando não aplicada a proteção mecânica necessita fazer a
reaplicação do produto periodicamente.
Outra vantagem é o fato de possuir a cor branca e não amarelar com o tempo, dessa
forma, reflete-se os raios solares, de modo a proporcionar melhor conforto térmico.
Para sua aplicação recomenda-se iniciar o sistema impermeabilizante sobre a
superfície úmida duas demãos de argamassa polimérica em sentidos cruzados, este
procedimento visa uma melhoria na aderência e no consumo. (DENVER, 2008).
52
É aplicado em demãos cruzadas, colocando uma tela industrial de poliéster como
reforço após a 1º demão. Aplicar as demãos seguintes, esperando os intervalos de secagem entre
as demãos até atingir o consumo recomendado.
Figura 20 - Execução de membrana acrílica.
Fonte: <http://www.archiexpo.fr> acessado em 24/04/2018
2.6.2.4 Manta asfáltica
Segundo Soares (2014), a vedação de trincas ou rachaduras é o caso de mais difícil
solução, por levar em conta que na maioria dos casos as trincas ou rachaduras ainda não existem
no momento da impermeabilização. Por mais elástico que seja o produto, uma membrana
delgada e aderida não acompanha o movimento e se rompe, porém, uma manta não aderida ao
suporte dará melhor desempenho, pois os esforços não serão a ela transmitidos.
As mantas asfálticas são fabricadas a base de asfalto modificado com polímeros e
armados com estruturantes especiais, e a sua qualidade necessita desses dois componentes.
Existem várias opções de mantas com características bem diferentes. Para escolher
bem, é necessário estudar detidamente estas características e o desempenho que a manta vai ter na
obra.
53
De acordo com a NBR 9952/2007, os tipos de asfalto a serem utilizados nas mantas são
os seguinte:
a) Elastoméricas: São mantas elastoméricas quando ocorre a adição de elastômeros
na massa. Geralmente é utilizado o SBS (estireno=butadieno=estireno) ou outro
polímero que venha a potencializar a resistência à tração e alongamento do produto,
oferecendo memória elástica, qualidades que se apresentam de forma homogênea
por toda a manta, reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização;
b) Plastoméricas: São mantas plastoméricas quando ocorre a ação de plastômeros a
massa. Usualmente é utilizado o APP (polipropileno atático) ou outro polímero que
venha a potencializar a resistência à tração e alongamento do produto, oferecendo
memória elástica, qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda a
manta, reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização;
c) Oxidado: São mantas de asfalto oxidado, policondensado, ou com a adição de uma
mistura genérica de polímeros.
A mesma norma classifica as mantas asfálticas, em relação ao estruturante interno, nos
seguintes tipos:
a) Filme de polietileno: Segundo Ceudes (2010), é apenas um estruturante interno,
que mantêm a manta coesa. Pode ser usado somente em locais onde não deve haver
praticamente nenhum requisito de tração longitudinal ou transversal. Caso
contraria, a manta acaba se rompendo;
b) Véu de fibra de vidro: É classificada em norma como do Tipo II, oferecendo uma
razoável resistência à tração, mas é muito pouco resistente à flexão e a
cisalhamento;
c) Não tecido de poliéster: Classificada em norma como do Tipo III, é uma lâmina
de fibras prensadas de poliéster chamadas de “não-tecido” de poliéster. São as mais
resistentes.
As mantas asfálticas podem ter acabamento superficial dos seguintes tipos, por
exemplo granular, geotêxtil, metálico, polietileno, areia de baixa granulometria, plástico metalizado
NBR 9952, (2007).
54
Segundo a NBR 9952 (2007), são classificadas de acordo com a tração e alongamento
em tipos I, II, III e IV, e a flexibilidade a baixa temperatura em classes A, B e C, conforme indicado
na tabela 3.
Há, também as diferentes espessuras, sendo elas de 3mm, 4mm e 5mm. As de 5mm são
as mais raras e de menor utilização. Sendo a espessura relacionada ao tipo de área e às condições
às quais essa área está sujeita.
Tabela 3 - Classificação de mantas asfálticas.
Fonte: NBR 9952/2007
As principais vantagens das mantas asfálticas, segundo Righi (2009), são:
a) Espessura constante;
b) Fácil controle e fiscalização;
c) Aplicação do sistema de uma única vez;
d) Menor tempo de aplicação;
e) Não é necessário aguardar a secagem.
O método de aplicação deste produto inicia-se com a imprimação, ela deve ser feita
sobre toda a superfície a qual será aplicada a manta, inclusive os ralos e paredes laterais, por duas
55
demãos de primer asfáltico, respeitando o consumo mínimo projetado. Após a aplicação deve-se
esperar pela secagem, que pode variar dependendo das condições de temperatura e ventilação do
local, levando, de maneira geral, no mínimo 6 horas.
Na figura 21, apresenta-se uma área com a imprimação já executada e aguardando a
secagem.
Figura 21 - Imprimação da superfície.
Fonte: Acervo pessoal da autora, (2018).
A aplicação pode ser feita com pistola, pincel ou rolo de lã de carneiro, conforme
exemplo da figura 22, em que é feita aplicação com pincel.
Figura 22 - Imprimação com rolo de lã.
Fonte: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/168/artigo285858-1.aspx> acessado em
25/06/2018
56
Ao finalizar o processo de imprimação, inicia-se a colocação da manta nos pontos
críticos como ralos e tubos acima do nível do piso. A colagem da manta deve ser iniciada na
área vertical até acima da meia cana.
Segundo Soare (2014), para a colocação, aquece-se o a superfície da manta e o
substrato e, assim que o plástico de polietileno encolher e o asfalto brilhar deve-se colar a manta.
Sempre observando para que não haja um superaquecimento do material e certificando-se que não
haja bolhas de ar embaixo da manta. Já na segunda bobina deve-se fazer uma sobreposição de
10cm entre as mantas, assim subsequentemente.
Figura 23 - Emenda das mantas.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
Após cada aplicação do rolo de manta, para evitar qualquer infiltração, deve ser feito
o reaquecimento das emendas dando o acabamento, serviço chamado de biselamento e executado
aquecendo-se a colher de pedreiro.
57
Figura 24 - Biselamento executado com colher de pedreiro.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
Após a colocação e colagem da manta, deve-se fazer o teste de estanqueidade.
Segundo NBR 9574 (2008), deve-se colocar barreiras na área impermeabilizada e ser executado o
teste com lâmina d’água de 5 cm de espessura sobre o ponto mais alto de impermeabilização, com
duração mínima de 72 horas, a fim de verificar a estanqueidade do sistema aplicado, conforme
figura 25. Caso o sistema seja estanque, libera-se para a próxima etapa e se apresentar vazamentos,
deve-se fazer o reparo do mesmo.
Figura 25 - Teste de estanqueidade.
Fonte: Righi (2009, p.40)
58
2.7 DETALHES CONSTRUTIVOS
Para que não ocorra vazamentos, antes de realizar a impermeabilização temos que
tomar alguns cuidados. Esses detalhes são de grande importância para a impermeabilização,
tendo em vista que a maior parte dos problemas de impermeabilização ocorrem em encontros
de ralos, juntas, mudanças de planos, passagem de dutos e chumbamentos. Com isso é
importante detalhar estes pontos críticos em projeto. Righi (2009).
Para que se possa garantir o êxito do serviço de impermeabilização em coberturas,
terraços, caixas d'água, piscinas ou subsolos abaixo do nível freático, por meio de mantas asfálticas
é necessário cuidados especiais por parte do construtor. Pascoal (2011).
2.7.1 Regularização e caimentos
Nas superfícies de concreto, deve-se encontrar todas as falhas de concretagem, abrir
até encontrar um concreto firme e homogêneo, as falhas e nichos devem ser corrigidas e partes
não aderidas ou trincadas devem ser refeitas, realizar o corte das pontas de ferro sem função
estrutural e refazer estas áreas com argamassa de cimento e areia traço 1:3, de 2cm de espessura,
com os cantos arredondados para permitir um ajustamento continuo do sistema
impermeabilizante, sem dobragem em ângulo, e de preferência seguindo uma declividade de
0,5 a 2%.
Figura 26 - Regularização de laje.
Fonte: < http://www.casadagua.com> acessado: 10/03/2018
59
2.7.2 Ralos
Os cuidados para que a região de entorno dos ralos receba um tratamento adequado
começam muito antes da execução do arremate. A NBR 9575/2010 – “Projeto de
Impermeabilização” alerta para que os diâmetros mínimos dos ralos sejam adotados de acordo
com o sistema de impermeabilização, bem como para que seja considerada a diminuição da
secção da boca do ralo em função da espessura da impermeabilização.
Sistemas de impermeabilização moldados in loco e aplicados a frio são indicados
para a vedação de ralos com diâmetro mínimo de 50mm. Para a aplicação de sistemas de
impermeabilização com mantas pré-fabricadas, os ralos devem ter diâmetro mínimo de 75 mm.
Na prática, porém, alguns sistemas requerem ralos com diâmetro de 100 mm, pois a entrada da
camada impermeabilizante dentro do coletor faz com que seu diâmetro nominal diminua.
Na figura 27, mostra a colocação de um coletor de diâmetro maior, em sequência é
colocado uma bucha de redução que faça a transição do coletor que atenderá o ralo para a
tubulação coletora das águas pluviais.
Figura 27 - Detalhamento de ralo.
Fonte: Adaptado de Soares (2014, p.39)
É importante que o ralo esteja suficientemente afastado de paredes e paramentos
verticais para permitir o manuseio dos produtos durante a execução do arremate. (Revista
Techne, Ed. 71, 2003)
Ralos é provavelmente o detalhe construtivo mais importante de todo o processo de
impermeabilização, pois é o ponto de maior falhas de impermeabilização, na figura 28, é vista
área de infiltração ao redor do ralo.
60
Figura 28 - Vazamento em ralos.
Fonte: Soares (2014, p.38)
2.7.2.1 Acabamento dos ralos – Passo a passo
Segundo Soares (2014), segue o passo a passo para execução da impermeabilização
do ralo.
a) Rebaixamento da área do ralo:
Deve-se fazer um rebaixamento ao redor do ralo na camada de
regularização, deve ter o tamanho em torno de 40x40cm.
Figura 29 - Ralo rebaixado com argamassa.
Fonte: Revista Techne (Ed. 157, abril 2010)
b) Execução de ponte de impermeabilização entre ralo e laje:
Com o maçarico, aplicar a manta asfáltica descendo cerca de 10 cm na parte
interna do ralo e deixando cerca de 10 cm para fora, o que será cortado com
61
um estilete, fazendo o biselamento dessas tiras com a estrutura. Cuidando
para que durante o processo o tubo coletor não seja danificado.
Figura 30 - Biselamento das tiras de manta.
Fonte: Revista Techne (Ed. 168, março 2011).
Em seguida recorta-se mais um quadra do de manta nas dimensões do
quadrado rebaixado da região do ralo, no caso da indicado de 40x40 cm. Este
pedaço de manta é, então, sobreposto ao ralo e a parte central é cortada em
fatias como de pizza. Empurram-se as pontas da manta previamente cortadas
para dentro cole e faz-se o biselamento final.
Figura 31 - Biselamento final do ralo.
Fonte: Revista Techne (Ed. 168, março 2011)
2.7.3 Rodapé
A NBR 9575/2010 afirma que deve ser previsto um encaixe para embutir a manta
asfáltica em planos verticais a uma altura mínima de 20 cm do piso acabado ou 10 cm do nível
máximo que a água pode atingir. Em relação às arestas e cantos vivos, devem ser arredondados
62
sempre que a impermeabilização assim requerer. Normalmente esse tipo de encaixe e
acabamento não é previsto em projetos arquitetônicos e estruturais, por isso, cabe à etapa de
regularização do substrato resolver esse tipo de preparação para a ancoragem da manta asfáltica.
Rocha (2016).
Segundo Cruz (2003 apud Pinetti 2012), cita que nos rodapés a impermeabilização
deve elevar-se, no mínimo 20cm acima do piso acabado, com sua borda fixada em rebaixo
deixado no concreto ou aberto na alvenaria maciça de aproximadamente 2,5cm x 2,5cm, utilizar
uma tela galvanizada para evitar a fissuração do revestimento executado acima da
impermeabilização e evitar o descolamento da manta. Recomenda-se deixar este rebaixo
também nos pés de pilares e pilaretes.
Figura 32 - Detalhamento do encaixe da manta na alvenaria.
Fonte: Adaptado de Righi (2009, p.46).
63
2.7.4 Chumbamento
De acordo com a NBR 9575/2003 os chumbamentos devem ser detalhados com os
reforços adequados. Os chumbamentos devem estar fixados, de preferência, anteriormente de
ser feita da impermeabilização, desde que não causem problemas na sua execução, permitindo
o arremate da impermeabilização a uma altura que não seja inferior a 20cm.
Segundo Rocha (20016), toda a tubulação que atravesse a impermeabilização deve
ser fixada na estrutura, além de possuir detalhes específicos de arremate e reforço da
impermeabilização (figura 33). Já as tubulações que passam paralelamente sobre a laje devem
ser executadas sobre a impermeabilização, e nunca sob ela.
Figura 33 - Representação gráfica de chumbamento.
Fonte: Adaptado Cruz (2003, p. 62).
2.7.5 Soleira
Segundo a NBR 9575 (ABNT, 2003), nos locais limites entre áreas externas
impermeabilizadas e internas, deve haver diferença de cota de no mínimo 6 cm e ser prevista a
execução de barreira física no limite da linha interna dos contramarcos, caixilhos e batentes,
para perfeita ancoragem da impermeabilização, com declividade para a área externa. Deve-se
observar a execução de arremates adequados com o tipo de impermeabilização adotada e
selamentos adicionais nos caixilhos, contramarcos, batentes e outros elementos de interferência.
De acordo com o Righi (2009), a impermeabilização deve adentrar no mínimo 50cm
para o interior da edificação em todas as aberturas (Figura 34). Existindo batentes,
64
contramarcos, caixilhos ou outras interferências devem seus métodos de instalação serem
avaliados, de forma a não danificar a impermeabilização.
Figura 34 - Representação gráfica da soleira.
Fonte: Adaptado Cruz (2003, p.63).
2.7.6 Pingadeira
As pingadeiras tem a finalidade de impedir o escorrimento da água nos parâmetros
verticais, evitando assim que a água penetre no arremate da impermeabilização.
De acordo com Yazigi (2009 apud Macan e Sonagli 2015), a instalação de
pingadeiras encima de muros, guarda-corpos de alvenaria e platibandas e a instalação de
soleiras com pingadeira nas janelas é muito importante na contribuição para evitar o
aparecimento de manchas nas fachadas das edificações, além disso pode contribuir, se instalado
corretamente, para evitar infiltrações.
De acordo com Cruz (2003, p. 68).
As pingadeiras devem ser previstas nos locais necessários, cabendo ao projetista
definir os tipos a serem adotados. Normalmente é mais utilizado pingadeiras em
muretas (figura 35), platibandas e parapeitos, a fim de impedir o escorrimento de água
nos planos verticais, evitando com que a mesma penetre no arremate de
impermeabilização.
65
Figura 35 - Representação gráfica de pingadeira.
Fonte: Cruz (2003, p.68)
Segundo Soares (2014), para que as pingadeiras executem seu papel com total
eficiência, devem possuir as seguintes características:
a) Inclinação: deve-se aplicar uma inclinação de 2 a 5%.
b) Friso: Sem ele não há pingadeira, apenas um simples peitoril. Já que o friso
inferior permite que a água, de fato, pingue. Se não houver o friso, que é um corte na
parte inferior do peitoril, a água escorrerá pela parede, anulando o propósito da peça.
Na figura 36 é demonstrado o chapim com a inclinação indicada para execução, mas
sem friso, o que causa o escorrimento de água e futura patologias
Figura 36 - Fluxo em chapim sem pingadeira.
Fonte: Soares (2014, p.47).
66
Já na próxima imagem, figura 37, vê-se um chapim executado de maneira correta,
com friso, interrompendo o fluxo de água, de maneira que não haja escorrimento pela estrutura.
Figura 37 - Fluxo em chapim com pingadeira.
Fonte: Soares (2014, p.47).
2.7.7 Juntas de dilatação
As juntas de dilatação devem ser divisores de água, com cotas mais elevadas no
nivelamento do caimento, deve-se estudar um detalhamento específico, principalmente quanto
ao rebatimento de sua abertura na proteção mecânica e pisos posteriores. NBR 9575, ABNT-
2003.
De acordo com fabricantes de impermeabilizantes, deve-se atentar aos locais onde
será colocado a passagem das juntas. Em algumas ocasiões, o projeto estrutural determina sua
passagem em regiões que dificultam a execução da impermeabilização. Como exemplo, na
hipótese da junta atravessar um jardim, é conveniente dividir este jardim em dois
independentes, levantando alvenarias ao longo das juntas, de tal forma que a junta fique inserida
dentro destas alvenarias, e que a impermeabilização passe sobre o topo das mesmas.
Segundo Righi (2009), as juntas de dilatação são cortes feitos em toda a extensão
das edificações, assim, diminui o valor absoluto das variações volumétricas devidas as
variações térmicas, retração hidráulica e outros. Forma-se assim, um espaço de 2cm a 4cm, em
que cada segmento pode se expandir sem forçar o outro segmento, (Figura 38).
Para promover a estanqueidade das juntas é utilizado mástique, que é de acordo
com a NBR 9575, ABNT – 2003 um produto de consistência pastosa, com cargas adicionais a
si, adquirindo consistência adequada para preenchimento ou calafetação ou vedação, plásticas
ou elásticas, de aberturas de trincas, fendas ou juntas.
67
Figura 38 - Impermeabilização de junta de dilatação.
Fonte: Santos (2008, p.40).
2.8 ETAPAS POSTERIORES AO PROCESSO DA IMPERMEABILIZAÇÃO
Segundo Righi (2009), após a aplicação dos impermeabilizantes, deve-se fazer a
proteção da impermeabilização, proteções mecânicas e isolamento térmico. Para isso é
importante fazer as seguintes verificações:
a) Se a superfície está sem irregularidades e com bom aspecto;
b) O embutimento nos pluviais e canaletas;
c) Verificar o caimento final;
d) Após a aplicação dos produtos impermeabilizantes, fazer a proteção
mecânica de transição;
e) Fazer testes finais, detalhados.
2.8.1 Isolamento térmico
Segundo a NBR 9575/2003, o isolamento térmico é a camada com a função de
reduzir o gradiente de temperatura que atua sobre a camada impermeável, sim evita os efeitos
danosos do calor excessivo.
68
As estruturas tendem a dilatar e retrair, quando isso acontece essas movimentações
na estrutura pode ocasionar fissuras, prejudicando a impermeabilização, ocasionando
infiltrações que irão deteriorar a estrutura.
Para diminuir os efeitos das dilatações na estrutura, deve-se tomar algumas
medidas, como, isolar termicamente a laje de cobertura, optar por elementos construtivos com
menor comprimento possível entre as juntas de dilatação e não confinar elementos de
construção entre perímetros rígidos, sem juntas de dilatação. Cunha (1979 apud Righi, 2009).
Para que a impermeabilização tenha um melhor desempenho, deve-se receber um
isolamento térmico adequado. Esse isolamento pode ser colocado de duas maneiras diferentes,
sobre a impermeabilização ou o contrário, com a impermeabilização sobre o isolamento
térmico.
A figura 39 representa o esquema de uma impermeabilização usando isolamento
térmico e proteção mecânica em uma laje de cobertura.
Figura 39 - Disposição do isolamento em relação à impermeabilização.
Fonte: Picchi (1986, p.42).
Vantagens de colocar a isolação térmica sobre a impermeabilização, segundo Picchi
(1986):
a) Dispensa o uso de barreira de vapor, pois a própria impermeabilização impede
que o vapor d’água do ambiente interno atinja o isolamento térmico;
b) Possibilita o uso da impermeabilização em sistema aderente, facilitando a
localização de uma eventual falha na impermeabilização;
c) Protege a impermeabilização termicamente, o que contribui sensivelmente para
o aumento da sua durabilidade.
69
2.8.2 Proteção mecânica
Segundo a NBR 9575/2003 a proteção mecânica é a camada com a função de
absorver e dissipar os esforços estáticos ou dinâmicos atuantes sobre a camada impermeável,
de modo a protege-la contra a ação deletéria destes esforços.
Deve-se evitar que a camada protetora fique em contato direto com o
impermeabilizante, pode-se usar uma camada de papel kraft ou filme polietileno.
Segundo Cruz (2003 apud Righi 2009), pode ser dividida em quatro tipos:
a) Sistemas de impermeabilização que dispensam a proteção mecânica: são os que
possuem acabamento superficial incorporado na fabricação (mantas asfálticas com
acabamentos granulares ou aluminizados). Em qualquer uma das situações, deve
possuir características técnicas para retardar o envelhecimento da impermeabilização
pela ação das intempéries, agentes poluentes e deve ser resistente a raios ultravioletas;
b) Proteção mecânica intermediária: devem servir de camada de distribuição de
esforços e amortecimento das cargas na impermeabilização, provenientes das
proteções finais ou pisos. A execução deve ter, no mínimo, 1,0cm de espessura;
c) Proteção mecânica final para solicitações leves e normais: são utilizadas para
distribuir sobre a impermeabilização dos carregamentos normais. Estas proteções
mecânicas devem ser dimensionadas de acordo com as solicitações e possuir
resistência mecânica compatível com os carregamentos previstos. A proteção
mecânica final deve ter espessura mínima de 3,0cm;
d) Proteção em superfície vertical: protege a impermeabilização do impacto,
intemperismo e abrasão, atuando como camada intermediária quando forem previstos,
sobre elas, revestimentos de acabamento. Nas impermeabilizações flexíveis, as
camadas de proteção devem sempre ser armadas com telas de metálicas fixadas no
mínimo, 5cm acima da cota da impermeabilização. A armadura deve ser fixada
mecanicamente à parede, sem comprometimento da estanqueidade do sistema.
70
2.9 DURABILIDADE DA IMPERMEABILIZAÇÃO
A durabilidade da impermeabilização está relacionado, e é confundido com o termo
“vida útil”, sendo encontradas diversas definições. De acordo com Cruz (2003) são:
a) Durabilidade: capacidade de um produto manter suas propriedades ao longo
do tempo em condições normais de uso;
b) Vida útil: é o período durante o qual as propriedades de um produto
permanecem acima dos limites mínimos admissíveis, quando submetido aos
serviços normais de manutenção.
Na maioria dos casos, a falha na impermeabilização acontece por problemas de
projeto e/ou execução, e não pela deterioração dos materiais. Ao estudar a sua durabilidade é
importante diferenciar dois aspectos:
a) Durabilidade dos materiais: este aspecto abrange o estudo da variação das
propriedades dos impermeabilizantes ao longo do tempo, em relação da
ação de diferentes agentes de deterioração. A durabilidade do material pode
ser avaliada através de métodos de ensaios apropriados;
b) Falhas de impermeabilização: este aspecto envolve o estudo das diversas
formas de manifestações das falhas, suas causas e possíveis formas de
evitadas e recuperá-las.
No que se refere à durabilidade das impermeabilizações, Roller (1988 apud Cruz
2003) nota-se que na maioria das propriedades das impermeabilizações encontra-se uma
camada de proteção que, caso a caso, permite uma adequação entre as características da camada
impermeável, o intemperismo e as condições de utilização prevista da cobertura.
71
3 ESTUDOS DE CASO – ANÁLISE E SUGESTÕES DE IMPERMEABILIZAÇÕES
3.1 CASO 1 –IMPERMEABILIZAÇÃO EM RESERVATÓRIO TORRE DE ÁGUA
Funcionários de uma loja de móveis, localizada em Florianópolis, relataram ter
identificado algumas manchas de infiltração e parte da armadura exposta na parte interna do
reservatório no mês de fevereiro.
Em uma visita técnica no local, afim de se identificar as patologias, ficou evidente
que eram proveniente de deficiência da impermeabilização da estrutura, causando manchas,
infiltrações de água e corrosão da armadura, a solução foi refazer toda a impermeabilização do
reservatório, afim de evitar futuros danos a estrutura pois a infiltração estava atingindo a
armadura que já estava exposta.
Figura 40 - Reservatório em torre da loja.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
72
Figura 41 - Infiltração do fundo do reservatório.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
Inúmeras causas podem ocasionar essas patologias, desde a execução dos serviços
até o próprio desgaste natural do material.
Caso não seja feito um tratamento essas patologias iram se deteriorar e a infiltração
prejudicará cada vez mais a armadura da estrutura, corroendo-a, diminuindo sua sessão,
comprometendo seu desempenho para qual foi projetada.
Antes mesmo de começar a impermeabilização foi feita a limpeza do local, junto
com o tratamento das ferragens expostas, retirando o concreto contaminado envolta da
armadura, sempre com cuidado. Esta providência tem por objetivo garantir um bom acesso que
permita a correta limpeza das barras da armadura para a aplicação do anticorrosivo.
Após a regularização das falhas de concretagem foi iniciado a impermeabilização.
A solução para caso de vazamentos em reservatórios é refazer toda a
impermeabilização do local, assim garante o sucesso do processo.
73
Figura 42 - Esquema de soluções para impermeabilização em reservatórios.
Fonte: Righi (2009, p. 79).
De acordo com a norma 9574:2008, em relação à execução dos serviços recomenda-
se:
Preparação do substrato, deixando-o homogêneo, limpo, livre de corpos estranhos,
pontas de ferragem, resto de produtos desmoldantes, falhas e ninhos, apresenta umidade, porem
isento de filme ou jorro de água;
Remoção de toda impermeabilização antiga e desagregada;
Tratamento e recuperação das armaduras expostas e falhas de concretagem na área
interna do reservatório superior;
Umedecer o substrato e aplicar uma camada de chapisco para servir de ponte de
aderência entre o substrato e o impermeabilizante;
Estuncamento de toda a superfície através de aplicação de impermeabilizante
flexível à base de cimentos especiais e aditivos minerais reforçada com uma tela de poliéster;
Na recuperação estrutural é necessário observar a NBR 6118:2014, pois se a área
de aço foi reduzida em mais de 10% é preciso fazer um reforço estrutural;
Essa obra requer muita eficiência na execução do serviço, pois o sistema de
impermeabilização é feito também dentro do reservatório, no qual é preciso drenar toda a água
e respeitar o prazo para a secagem dos impermeabilizantes, neste tempo geralmente a edificação
fica sem água;
Para impermeabilização em qualquer tipo de reservatório não é indicado o uso de
produtos à base de asfalto, pois o trabalho é realizado em ambiente fechado. O sistema de
74
impermeabilização deve seguir a norma NBR 12170/1992, “potabilidade da água aplicável em
sistemas de impermeabilização”;
Figura 43 - Reservatório impermeabilizado.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
Solucionado o problema agora deve-se fazer inspeções e limpezas periódicas para
verificar a estanqueidade do sistema e manter o reservatório limpo.
3.2 CASO 2 –IMPERMABILIZAÇÃO EM LAJE DE COBERTURA
Em uma edificação é muito importante que se faça uma boa impermeabilização na
laje de cobertura pois é o elemento do edifício que mais se encontra exposto à intempéries. É
preciso impermeabilizar todos os locais que entrarão em contato com a água para não ter
infiltrações.
Existem uma infinidade de soluções para diferenciados tipos de coberturas que, de
acordo com o seu tipo torna a impermeabilização mais eficiente.
Segundo Righi (2009), tanto em coberturas acessíveis e não acessíveis é
recomendado o uso de manta asfáltica, pois por serem pré-fabricadas, têm espessura constante
e eliminam a etapa da secagem, com isso acelera o processo. Nas coberturas não acessíveis se
indica o uso de manta asfáltica com sua face exposta aluminizada, já na cobertura acessíveis se
75
recomenda o uso de manta asfáltica de um tipo mais resistente e com proteção mecânica. Para
coberturas onde tem jardins se aconselha usar uma manta modificada com polímeros anti-raiz
para que não tenha problemas com as raízes das vegetações.
Figura 44 - Soluções para impermeabilizações em lajes de cobertura.
Fonte: Righi (2009, p.81).
Laje situada no bairro de Barreiros em São José, no qual estava tendo infiltrações
através do rejunte e em fissuras existentes no piso, conforme figura 45.
Figura 45 - Face superior da laje, apresentando fissuras.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
76
Para o acompanhamento dos serviços foram observadas as normas NBR’s 9574/08,
9575/03 e 9952/07 para julgar as conformidades, ou não conformidades das etapas do serviço
tutelado pelas referidas normas.
Foi usada para a impermeabilização da laje uma manta asfáltica aderida ao substrato
através de colagem com maçarico a gás GLP. A manta asfáltica utilizada feita à base de asfaltos
modificados com polímeros plastoméricos e estruturada com um não tecido de filamentos de
poliéster agulhado, que se caracteriza pela sua alta resistência à tração e ao rasgamento,
características que se apresentam de forma homogênea por toda a manta, reduzindo os riscos
de falhas localizadas na impermeabilização.
Recomenda-se, de acordo com a NBR 9574/2008 os serviços preliminares:
a) As superfícies devem estar limpas de poeiras, óleos ou graxas, isentas de restos
de forma, pontas de ferro, partículas soltas, etc;
b) Remoção do reboco nos parâmetros verticais;
c) Execução de regularização do substrato em argamassa de cimento e areia média
fina traço 1:3;
d) O substrato não deve apresentar cantos e arestas vivas;
e) Toda a superfície impermeabilizada deve ter caimento mínimo de 1% em
direção ao coletor de água;
Figura 46 - Serviços preliminares.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
Nesta imagem podemos verificar que houve a remoção dos parâmetros verticais em
20cm como diz a NBR 9574/2008 porém não foi retirado o piso cerâmico, e o
77
impermeabilizante que está já danificado abaixo do piso cerâmico, podendo haver uma
sobrecarga no peso da laje.
Notou-se também que os cantos mantiveram as arestas vivas, é muito importante
fazer o arredondamento dos cantos de 90º para que não tenha dobras na manta asfáltica.
Após os serviços preliminares realizados, recomenda-se a aplicação da
impermeabilização da manta asfáltica de acordo com a NBR 9952/2014, atendendo as
necessidades e tendo uma melhor relação custo e benefício:
a) Aplicação de pintura de imprimação com solução asfáltica, conforme figura 47,
esta imprimação teve cura de 20 horas, tempo superior ao indicado pelo
fabricante que era de 6 horas.
Figura 47 - Aplicação de pintura de imprimação com solução asfáltica.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
b) Aplicação de manta asfáltica, com 4mm de espessura (tipo III), manta
permeável a base de asfalto modificado com polímeros estruturada com não
tecidos de filamentos contínuos de poliéster, previamente estabilizado, para que
fosse feita a aplicação da manta foi necessário o isolamento da área para evitar
circulação de pessoas não envolvidas no serviço, evitando danos à manta
conforme oriente NBR9574/2008;
c) Deve-se ter um cuidado muito importante quanto à incidência da chama na
camada de asfalto para que não a queime em excesso danificando a armadura
de poliéster, conforme a NBR 9574/08. A armadura de poliéster tem a função
de absorver as tensões na impermeabilização provocada pela estrutura e
funciona também como a própria impermeabilização. A manta é aquecida o
78
suficiente para extinguir o filme de polietileno na face de aderência até o asfalto
brilhar, em seguida foi pressionada contra o substrato.
d) A execução da manta deve se iniciar nos coletores de água, respeitando a
sobreposição da manta sobre manta (longitudinal e vertical) de 10cm como
prescreve a NBR9574/2008, conforme figura 48.
Figura 48 - Execução do transpassa manta sobre manta de 10cm.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
e) Devem ser cuidadosamente executados os detalhes como juntas, ralos, rodapés,
ancoragem, etc;
f) Execução do teste hidrostático por 72 horas, conforme feito na figura 49;
Figura 49 - Execução do teste hidrostático.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
Após feito o teste hidrostático foi realizada a proteção mecânica, por outra empresa
terceirizada.
79
3.3 CASO 3 – IMPERMEABILIZAÇÃO EM ESTRUTURAS ENTERRADAS
Estruturas enterradas são todas as estruturas que estão em contato permanente com
o solo fazendo a contenção deste, como por exemplo os muros de arrimo.
Com a falta de tratamento eficiente contra a umidade, geralmente ocorre infiltrações
e degradação do revestimento em estruturas enterradas.
Segundo Freitas (2003) as paredes enterradas poderão apresentar problemas
provocados pela infiltração de água do solo, o que poderá ter como consequência:
a) Degradação do revestimento interior da parede;
b) Formação de eflorescência ou criptoflorescências;
c) Escorrências e acumulação de água;
d) Corrosão de elementos metálicos;
e) Desenvolvimento de microbiota;
f) Deterioração dos materiais armazenados;
A solução mais eficaz seria fazer a impermeabilização pelo lado externo da parede,
mas isso geralmente surge impossibilidades de realizar essa impermeabilização.
Na figura 50 mostra uma parede enterrada de uma casa de alvenaria localizada na
cidade de São José – SC. A foto mostra o quarto da casa, na qual a parede foi executada
encostada no aterro e apresenta problemas no revestimento interior, neste caso foi feito uma
impermeabilização ineficiente e não foi executado um dreno no lado do aterro.
Figura 50 - Parede enterrada com infiltração.
Fonte: Acervo pessoal da autora (2018).
80
Na figura 51 podemos visualizar como ocorreu a infiltração neste caso da parede
enterrada, através dos poros do betão ou do material constituinte da parede.
Figura 51 - Esquema de parede enterrada com infiltração.
Fonte: Civil UMinho, (2018, p.3)
A impermeabilização nestes casos podem ser feitas pelo lado interno ou pelo lado
externo, o ideal é analisar e verificar a melhor opção, tendo em vista que a melhor opção é
sempre impermeabilizar pelo lado externo, e quando isso não for possível impermeabilizar pelo
lado interno. Segundo Righi (2009), Na figura 52 temos um esquema das possíveis soluções
para o problema.
Figura 52 - Soluções de impermeabilização para estruturas enterradas.
Fonte: Righi, (2009, p. 67).
81
O método de impermeabilização para a parede com infiltração foi feita pelo lado
interno, devido à dificuldade de remover parte do aterro para que fosse feita a aplicação do
produto pelo lado externo.
De acordo com a NBR 9574/2008 devem ser executados os seguintes
procedimentos:
a) Delimitar a área a ser tratada, marcando uma faixa com um metro de altura
acima do nível da terra acostada em toda a extensão da parede em que parece a
umidade;
b) Nessa área demarcada deve-se remover todo o revestimento superficial da
parede expondo a alvenaria;
c) Fechar as irregularidades com uma argamassa bem desempenada;
d) Com a parede molhada aplicar uma demão de argamassa polimérica;
e) Após um intervalo de seis horas entre cada demão, aplicar mais três de mãos,
totalizante quatro demãos.
Após a impermeabilização ser feita, foi feito o revestimento com argamassa e
aditivo hidrófugo.
Importante lembrar que depois que é feita a impermeabilização deve-se evitar furar
a parede no local tratado, como por exemplo colocando rodapés, isso pode danificar a
impermeabilização e influenciar a volta do problema.
82
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 CONCLUSÃO
O objetivo deste estudo foi apresentar aos interessados da área, as consequências
que a umidade trás para a construção civil, manifestando suas patologias, transmitindo um
pouco de conhecimento das possíveis causas dos problemas e indicando as técnicas descritas
nas normas para suas soluções.
A presença de água na edificação é inevitável e é um fator originador de várias
patologias na edificação, porém é possível impedir sua ação através de medidas preventivas, ou
seja, impermeabilização bem executada antes dos problemas surgirem;
A ausência de manutenção pode, muitas vezes, agravar quadros patológicos
eliminando, na maioria dos casos, a possibilidade de reformas, restando como única alternativa
a reconstituição total do componente onde atua o agente patológico.
No estudo de caso, um problema que ficou evidente é a falta de um projeto de
impermeabilização feita através de um responsável técnico adequado. Devido à falta de projeto
e conhecimento, notou-se que houve alguns erros na execução dos serviços.
83
4.2 SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS
Para uma futura continuação desse estudo, é indicado o aprofundamento da
importância de um projeto de impermeabilização.
É possível também investigar a eficiência dos isolamentos térmicos na durabilidade
da impermeabilização.
84
5 REFERÊNCIAS
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88
ANEXOS
89
ANEXO A – TERMOS DE DEFINIÇÕES TÉCNICAS
Termos Definições
Acrílico para
impermeabilização
Polímeros obtidos através de monômeros acrílicos e de seus
derivados
Aditivo impermeabilizante Produto adicionado à argamassa ou ao concreto até a quantidade de
1% em relação ao peso do produto final, para promover
propriedades impermeabilizantes
Água de condensação Agua proveniente da condensação de água presente no ambiente
sobre a superfície de um elemento construtivo, sob determinadas
condições de temperatura e pressão
Água de percolação Água que atua sobre superfícies, não exercendo pressão hidrostática
superior a 1 kPa (0, l m.c.a)
Água sob pressão negativa Água, confinada ou não, que exerce pressão hidrostática superior a
1 kPa (0, l m.c.a), de forma inversa à impermeabilização
Água sob pressão positiva Água, confinada ou não, que exerce pressão hidrostática superior a
1 kPa (0, l m.c.a), de forma direta à impermeabilização
Aplicação Técnica para compor a execução de um sistema de
impermeabilização.
Argamassa com aditivo
impermeabilizante
Tipo de impermeabiIizag60 de argamassa dosada em obra, aplicada
em substrato de alvenaria, constituída de areia, cimento, aditivo
impermeabilizante e água
Argamassa modificada com
polímero
Tipo de impermeabilização dosada em obra, aplicada em substrato
de concreto ou alvenaria, constituída de agregados minerais inertes,
cimento e polímeros
Argamassa polimérica Tipo de impermeabilização industrializada, aplicada em substrato
de concreto ou alvenaria, constituída de agregados minerais inertes,
cimento e polímeros, formando um revestimento com propriedades
impermeabilizantes
Armadura para
impermeabilização
Componente da camada impermeável destinado a absorver esforços
mecânicos, o qual deve ser compatível com o tipo de
impermeabilização
Asfalto modificado com
adição de polímeros
Produto obtido pela modificação do cimento asfáltico de petróleo
com polímeros, de modo a serem obtidas determinadas
características físico-químicas
Asfalto elastomérico Produto obtido pela adição de polímeros elastoméricos no cimento
asfáltico de petróleo, em temperatura adequada
90
Asfalto modificado sem
adição de polímeros
Produto obtido pela modificação do cimento asfáltico de petróleo
com reações físico-químicas, de modo a serem obtidas
determinadas características
Asfalto oxidado Produto obtido pela passagem de uma corrente de ar através de uma
massa de cimento asfáltico de petróleo, em temperatura adequada
Asfalto para
impermeabilização
Produto resultante de uma modificação físico-química do cimento
asfáltico de petróleo (CAP)
Asfalto policondensado Produto obtido por reação de condensação em um reator de
processo contínuo com variação de pressão, resultando em um
aumento médio do peso molecular da massa de cimento asfáltico de
petróleo
Assessoria e consultoria de
impermeabilização
Atividades de caráter essencialmente técnico que abrangem
assuntos especializados, analise técnica e estudos relacionados à
impermeabilização
Camada de amortecimento Estrato com a função de absorver e dissipar os esforços estáticos ou
dinâmicos atuantes sobre a camada impermeável, de modo a
protege-la contra a ação deletéria destes esforços
Camada de imprimação Estrato com a funç5o de favorecer a aderência da camada
impermeável, aplicado ao substrato a ser impermeabilizado
Camada de proteção
mecânica
Estrato com a função de absorver e dissipar os esforços estáticos ou
dinâmicos atuantes por sobre a camada impermeável, de modo a
protegê-la contra a ação deletéria destes esforços
Camada de proteção térmica Estrato com a função de reduzir o gradiente de temperatura atuante
sobre a camada impermeável, de modo a protegê-la contra os
efeitos danosos do calor excessivo
Camada de regularização
horizontal ou contrapiso
Estrato com as funções de regularizar o substrato, proporcionando
uma superfície uniforme de apoio, coesa, perfeitamente aderida e
adequada à camada impermeável, e de fornecer a ele um certo
caimento ou declividade
Camada de regularização
vertical
Estrato com a função de regularizar o substrato, proporcionando
uma superfície uniforme de apoio, coesa, perfeitamente aderida e
adequada à camada impermeável
Camada drenante Estrato com a função de facilitar o escoamento de fluidos que
atuam junto à camada impermeável
Camada impermeável Estrato com função de prover uma barreira contra a passagem de
fluídos
Camada separadora Estrato com a função de evitar a aderência de outros materiais sobre
a camada impermeável
Cimento asfáltico de petróleo
(CAP)
Produto obtido no fundo da torre de vácuo, após a remoção dos
demais destilados de petróleo
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Cimento modificado com
polímero
Tipo de impermeabilização industrializada, aplicada em substrato
de concreto ou alvenaria, constituída de cimentos e polímeros,
formando um revestimento com propriedades impermeabilizantes
Emulsão acrílica Dispersão de polímeros acrílicos em agua
Emulsão asfáltica Produto resultante da dispersão de asfalto em água, através de
agentes emulsificantes
Estanqueidade Propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes)
de impedir a penetração ou passagem de fluidos através de si. A sua
determinação está associada a uma pressão-limite de utilização (a
que se relaciona com as condições de exposição do elemento ao
fluido)
Fissura no substrato Abertura ocasionada por deformações ou deslocamentos do
substrato, que pode ser classificada em estática ou dinâmica -
cíclica, finita ou infinita - e cuja amplitude é variável (a seleção do
tipo de impermeabilização deve prever a amplitude de abertura e
classificaç5o da fissura)
Impermeabilidade Propriedade de um produto de ser impermeável aos fluidos. A sua
determinação está associada a uma pressão-limite convencionada
em ensaio específico
Impermeabilização Conjunto de operações e técnicas construtivas (serviços), composto
por uma ou mais camadas, que tem por finalidade proteger as
construções contra a ação deletéria de fluidos, de vapores e da
umidade
Impermeabilização aderida Conjunto de materiais ou produtos aplicáveis às partes construtivas,
totalmente aderidos ao substrato
Impermeabilização flexível Conjunto de materiais ou produtos que apresentam características
de flexibilidade compatíveis e aplicáveis
As partes construtivas sujeitas à movimentação do elemento
construtivo. Para ser caracterizada como flexível, a camada
impermeável deve ser submetida a ensaio específico
Impermeabilização não
aderida
Conjunto de materiais ou produtos aplicáveis as partes construtivas,
totalmente não aderidos ao substrato
Impermeabilização
parcialmente aderida
Conjunto de materiais ou produtos aplicáveis às partes construtivas,
parcialmente aderidos ao substrato
Impermeabilização rígida Conjunto de materiais ou produtos que não apresentam
características de flexibilidade compatíveis e aplicáveis as partes
construtivas não sujeitas a movimentação do elemento construtivo
Impermeável Produto (material ou componente) impenetrável por fluidos
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Infiltração Penetração indesejável de fluidos nas construções
Junta Abertura com geometria uniforme e bem definida, entre elementos
ou componentes construtivos contíguos, dimensionada com a
função de separá-los e permitir a livre movimentação relativa entre
as partes
Manta para
impermeabilização
Produto impermeável, pré-fabricado, obtido por processos
industriais, tais como calandragens ou extensão
Mástique Produto industrializado, com características de deformação plástica,
para preenchimento, calafetação ou vedação de aberturas, tais corno
trincas, fendas ou juntas
Membrana para
impermeabilização
Camada de impermeabilização moldada no local, com
características de flexibilidade e com espessura compatível para
suportar as movimentações do substrato, podendo ser estruturada ou
não
Pintura de proteção Camada com características específicas, aplicada como pintura,
com a função de proteger a impermeabilização ou elemento
construtivo
Projeto de
impermeabilização
Conjunto de informações gráficas e descritivas que definem
integralmente as características de todos os sistemas de
impermeabilização empregados em uma dada construção, de forma
a orientar inequivocamente a produção deles. O projeto de
impermeabilização é constituído de Ires etapas sucessivas
Projeto básico de
impermeabilização
Conjunto de informações gráficas e descritivas que definem as
soluções de impermeabilização a serem adotadas numa dada
construção, de forma a atender às exigências de desempenho em
relação à estanqueidade dos elementos construtivos e durabilidade
frente a ação de fluidos, vapores e umidade.
Pela sua característica, deve ser feito durante a etapa da
coordenação geral das atividades de projeto
Projeto executivo de
impermeabilização
Conjunto de informações gráficas e descritivas que detalha e
especifica, integralmente e de forma inequívoca, todos os sistemas
de impermeabilização a serem empregados numa dada construção.
Pela sua característica, é um projeto especializado e deve ser feito
concomitantemente aos demais projetos executivos
Solução asfáltica
elastomérica
Dissolução de asfalto elastomérico em solventes orgânicos
Umidade proveniente
do solo
Água absorvida pelo substrato, proveniente do solo
Fonte: NBR 9575 – 2010