impacto dos casos de infecção em implantes ortopédicos: sus e saúde suplementar maria clara...
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Impacto dos casos de infecção em implantes
ortopédicos:
SUS e Saúde Suplementar
Maria Clara PadovezeEEUSP
RDC 185, 2002. Definição de implantes
“Qualquer produto médico projetado para ser totalmente introduzido no corpo humano ou para substituir uma superfície epitelial ou ocular, por meio da intervenção cirúrgica, e destinado a permanecer no local após a intervenção.
Também é considerado um produto médico implantável, qualquer produto médico destinado a ser parcialmente introduzido no corpo humano através de intervenção cirúrgica e permanecer após esta intervenção por longo prazo”.
Prótese
Todo corpo estranho implantável não derivado de tecido humano (como válvula cardíaca protética, transplante vascular não – humano, coração mecânico ou prótese de quadril), exceto drenos cirúrgicos”
Anvisa, 2011
Implantes infectados
Acarretam:
• destruição de tecidos• disfunção dos dispositivos
implantados• disseminação dos patógenos.
Infecções ortopédicas pós cirúrgicas
• Osteomielite
• Pioartrite ou bursite
• Infecção em disco intervertebral
Latência para o diagnóstico
• Pode ser considerado por um período de até um ano no pós-operatório– (alguns autores até 2 anos)
Incidência• Há 40 anos: os índices de infecção
em artroplastias de quadril giravam em torno de 13%.
• Atualmente: os índices norte-americanos de infecção são inferiores a 2%.
• O índice de infecção em prótese de quadril pode variar de 1 a 5% – até 15% em hospital universitário
especializado
Incidência
• Em próteses de quadril e joelho: 2% (EUA, Medicare)
• Maior após revisão de artroplastia do que após artroplastia primária.
Estágios da infecção
Estágio I: • Infecção superficial
decorrente do hematoma periprotético (pode evoluir)
• Ocorre entre 3-6 meses após a implantação da prótese.
• Resultado da contaminação direta no ato cirúrgico.
• 40% do total das infecções
Estágio II: • infecção
superficial ou profunda
• ocorre entre 6 meses e em até dois anos de pós-operatório
• Resultado da contaminação direta no ato cirúrgico.
• 45% de todas as infecções.
Estágios da infecção
Estágio III: • infecções
profundas• ocorrem
tardiamente, após dois anos de cirurgia.
• São decorrentes de disseminação hematogênica.
• 15% do total das infecções.
Etiologia
• Entrada dos microrganismos durante a cirurgia
• Disseminação hematogênica
• Recorrência de infecção em articulação previamente infectada
• Disseminação por contiguidade de infecções de um local próximo.
Etiologia
• Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis
(50%)
• Outros agentes: Estreptococos, Proteus, Pseudomonas, Enterobacter.
Fatores de risco
• Cirurgia anterior• Artrite
reumatóide• Imunodeficiência• DM• Obesidade• Psoríase• Extremos de
idade
• Tempos prolongado de cirurgia (>2,5h)
• Infecção à distância
• SVD
Carga da doença para a saúde pública
• Mudança na pirâmide etária do país: população envelhecendo
• Evolução tecnológica de materiais e procedimentos
• Estimativa: 20.000 cirurgias de implantes ortopédicos/ano no Brasil.– Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br
Carga da doença para a saúde pública
• Requerem significantes recursos para:– Diagnóstico– Tratamento
• Infecção é causa comum de revisão de artroplastia, – 15% de revisão
de artroplastia total de quadril
– 25% de revisão total de artroplastia de joelho
Impactos físicos e emocionais
• Complicação séria com significante morbidade
• Dor• Perda de função• Potencial
remoção da prótese
Carga da doença para a saúde pública
• Sem dados precisos no Brasil– Morbidade
• Doença• Disfuncionalidade• Afastamento do trabalho • Afastamento da família
– Mortalidade– Custos
• As implicações não se limitam ao risco de infecção cirúrgica
Infecções cirúrgicas, EUA
274.098 infecções do sítio cirúrgico– populaçãomonitora
da pelo NNIS– considerando 2%
de índices de ISC.
Corresponde a aproximadamente 20% de todas as infecções fora da UTI.
8.205 mortes associadas com ISC
• Subestimação de dados:
• Detecção após alta– Variabilidade nos
sistemas de vigilância
– Redução no tempo de internação
Klevens et al, 2007
Infecções cirúrgicas, EUA
Para 290.485 ISC estimadas
• Baixo custo: $10.443 por infecção= 3,22 bilhões
• Alto custo: $25.546 por infecção= 8,55 bilhões
Scott II, CDC: 2009
Infecções em ortopedia, Itália
• Região Emilia-Romagna, 2007 – 2008
• 3.780 intervenções ortopédicas em 14 hospitais
• Cobertura de 2 a 11% nos procedimentos realizados na região
• 1% de infecção
• 60% diagnóstico após alta
• 26% envolvendo tecidos profundos
• Estimativa anual: 200 a 700 ISC
Fonte: www.salute.gov.it, 2011
Especialidades cirúrgicas, São Paulo: 2009
Distribuição do número de hospitais notificantes no Estado de São Paulo por especialidade cirúrgica, 2009. Fonte: www.cve.saude.sp.gov.br
Cirurgias limpas, São Paulo: 2009
Distribuição do número de cirurgias limpas/mês no Estado de São Paulo, 2009. Fonte: www.cve.saude.sp.gov.br
Cirurgias limpas, São Paulo: 2009
Distribuição do número de cirurgias limpas no Estado de São Paulo por especialidade cirúrgica, 2009. Fonte: www.cve.saude.sp.gov.br
Infecções cirúrgicas, São Paulo: 2009
Distribuição de percentil dos índices de ISC em cirurgia limpa no Estado de São Paulo, 2009. Fonte: www.cve.saude.sp.gov.br
Estado de São Paulo, 2010, SUS
• Cirurgias realizadas = 932.421
• Cirurgias do sistema osteomuscular = 164.104 (17,6%)– Artroplastia de
quadril = 5.611 (0,6%)
– Artroplastia de joelho = 2.275 (0,2%)
• É o segundo tipo de cirurgia mais freqüente– Cirurgias
obstétricas: 19,3%
Estado de São Paulo, 2010, SUS
Estimativas, 1% de infecção:• 1.640 ISC em sistema
osteomuscular
• 56 em cirurgia de quadril
• 22 em cirurgia de joelho
Saúde Suplementar
Taxa de cobertura por planos privados de assistência médica, por Unidades da Federação. (Brasil - junho/2011)
Taxa de cobertura:
Número de beneficiários x
população
Até 5%
Mais de 30%
Vigilância de eventos adversos em implantes
• Incidência de infecções em sítio cirúrgico
• Prevalência de retirada de implantes
• Incidência de retirada de implantes
• Incidência de perdas de implantes por:– problema de material– problema de técnica
• Riscos relativos de perdas de implantes por variáveis de interesse (sexo, idade, comorbidade, tipo de prótese, tempo cirúrgico etc)
Bibliografia• Scott II, RD. The Direct Medical costs of Healthcare-
Associated Infections in U.S. Hospitals and the Benefits of Prevention. CDC, 2009.
• Klevens et al. Estimating Health Care-Associated Infections and Deaths in U.S. Hospitals, 2002. Public Health Reports, 2007. 122: 160-6.
• ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. CIRURGIAS COM IMPLANTES/PRÓTESES: Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Brasília: Março, 2011. Disponível em http: www.anvisa.gov.br
• Assis DB et al. Divisão de Infecção Hospitalar. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”. Coordenadoria de Controle de Doenças. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, SP, Brasil. Bepa Agosto 2010; 7(80).
Bibliografia
• Lima ALL et al. Infecção pós-artoplastia total do joelho - Considerações e protocolo de tratamento. Trabalho realizado Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
• Ercole FF; Chianca TCM. Infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidos a artroplastias de quadril. Rev. Latino-Am. Enfermagem v.10 n.2 Ribeirão Preto mar./abr. 2002
• Lima ALL; Barone AL. Infecções hospitalares em 46 pacientes submetidos a artroplastia total do quadril. Acta ortop. bras. v.9 n.1 São Paulo jan./mar. 2001