impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, thrips tabaci lind., e...

132
1

Upload: paulo-antonio-de-souza-goncalves

Post on 07-Jul-2015

552 views

Category:

Technology


5 download

DESCRIPTION

Tese de doutorado. Gonçalves, Paulo Antonio de Souza. Impacto das adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci Lind., e míldio, Peronospora destructor Berk. Casp., em cebola, Allium cepa L., e da diversidade vegetal na cultura sobre as populações de T. tabaci e sirfídeos predadores/ Paulo Antonio de Souza Gonçalves . Programa de Pós Graduação em Ecologia e Recursos Naturais. São Carlos : UFSCar, 2001. 123 p.

TRANSCRIPT

Page 1: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

1

Page 2: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

2

Page 3: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

3

Page 4: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

4

Page 5: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

5

Dedico este trabalho a minha esposa

Maristela,

meus filhos Lucas e Letícia, e a meus pais,

Paulo e Eneida

Page 6: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

6

AGRADECIMENTOS

Ao prof. Dr. Carlos Roberto Sousa e Silva pela orientação, apoio e

amizade.

À minha esposa Maristela e aos meus filhos Lucas e Letícia pelo

carinho, e paciência durante a realização do curso.

À EPAGRI, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural

de Santa Catarina, pelo apoio na realização do curso.

Aos ex-chefe da Estação Experimental de Ituporanga, Arno Alex

Zimmerman Filho e ex-gerente regional da EPAGRI, Nelson Grau de

Souza, pela liberação para o curso.

Aos colegas da Estação Experimental de Ituporanga, pelo apoio e

amizade.

Aos Srs. Marcelo Pitz e Lourival Defreyn pelo auxílio nos

levantamentos de campo.

À Sra. Marlene Mattei e Sr. Sérgio Tamassia pelo suporte na área

de informática.

Às bibliotecárias da EPAGRI, Sras. Zilma Maria Vasco e Eliane

Longen Kniss pela vasta bibliografia obtida por comutação.

Page 7: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

7

À bibliotecária da UFSCar, Sra. Angélica Maria Dupas, pela revisão

das citações bibliográficas.

Aos estatísticos pesquisador Renato César Dittrich (EPAGRI) e

Profa. Marinéia Lara Haddad (ESALQ - USP) pelos esclarecimentos

na análise de dados.

Ao pesquisador Clori Basso (EPAGRI, Estação Experimental de

Caçador, SC) pela análise de adubos e níveis foliares de nutrientes.

Aos taxonomistas L. Marinoni (Centro de Identificação de Insetos

Fitófagos - Universidade Federal do Paraná), Christhian Thompson

(USDA - EUA) pela identificação das espécies de sirfídeos.

À tradutora Sra. Nicoleta T. N. Sabeztki (EPAGRI, Itajaí, SC) pelo

apoio na redação do “abstract”.

Aos colegas Vera Britez, José Ethan, Francisco Pegado, Maria Inês

Nahas, Judith Bataglia, Alexandre, Flávia Moura, Sineide pela

amizade e brilhante atuação como atores amadores.

Aos demais colegas de curso pela amizade e atenção.

À Universidade Federal de São Carlos, que possibilitou a realização

do curso.

Aos professores das disciplinas cursadas pela transmissão de

conhecimento e maneira inovadora e respeitosa aos alunos na

forma de conduzir um curso de pós-graduação.

Aos revisores do trabalho de tese e qualificação Dr. Josué Marques

Pacheco (UFSCar), Dr. Luiz A. C. Margarido (UFSCar), Dr. Newton

Page 8: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

8

Macedo (UFSCar), Dr. Odair A. Fernandes (UNESP), Dr. Odo M. A.

S. P. R. Primavesi (EMBRAPA) pelas sugestões e correções

apresentadas.

À Empresa de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) pela concessão

de bolsa de estudo e maneira respeitosa nas avaliações.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Os efeitos do manejo convencional de

agroecossistemas sobre a biodiversidade funcional (biota de solo e inimigos naturais) e predisposição a doenças e pragas (modificado de ALTIERI, 1999).............................................................................................8

FIGURA 2. Esquema de parcelas de cebola em monocultivo (a) e

associada a diferentes espécies vegetais (b)...............................................52

FIGURA 3. Níveis de nutrientes em folhas de cebola sob fontes de adubação orgânica e mineral. Ituporanga, EPAGRI, 1998.................63 a 67

FIGURA 4. Níveis de nutrientes em folhas de cebola sob fontes de adubação mineral e orgânica. Ituporanga, EPAGRI, 1998.....................................................................................84 a 88

FIGURA 5. Coeficiente de correlação (r) e determinação (r2 %) entre

o número médio geral de larvas de sírfideos/planta e número médio geral de ninfas de Thrips tabaci Lind./planta em cebola em monocultivo e associada com diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998....................................................102

Page 9: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

9

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998................................................................................41

QUADRO 2. Análise de solos da área experimental realizada pelo Laboratório de Análise

de Solos, Estação Experimental de Ituporanga, EPAGRI, 1998.............................................................................................43

QUADRO 3. Níveis de nutrientes de diferentes fontes orgânicas de adubação. EPAGRI,

1998..............................................................................44 QUADRO 4. Análise de solos da área experimental realizada pelo Laboratório de Análise

de Solos, Estação Experimental de Ituporanga, EPAGRI, 1998.............................................................................................48

QUADRO 5. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998................................................................................49

QUADRO 6. Análise de solos da área experimental realizada pelo Laboratório de Análise

de Solos, Estação Experimental de Ituporanga, EPAGRI, 1998..........................................................51

Page 10: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

10

LISTA de TABELAS

TABELA 1. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula,

sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.............................................................................61

TABELA 2. Porcentagem de folhas de cebola, cultivar Crioula, infectadas por Peronospora

destructor , sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998....................................................62

TABELA 3. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r

2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998....................................................................................68 e 69

TABELA 4. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r

2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998....................................................................................70 e 71

TABELA 5. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998............................................................................................72

TABELA 6. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998...............................................................................82

TABELA 7. Porcentagem de folhas infectadas por Peronospora destructor em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.....................................................83

TABELA 8. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r

2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998......................................................................89 e 90

TABELA 9. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r

2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.......................................................................................91 e 92

LISTA de TABELAS TABELA 10. Produtividade comercial média e peso médio de

bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações

Page 11: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

11

mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998....................................................93

TABELA 11. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. EPAGRI, Ituporanga, 1998............................................99

TABELA 12. Número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp.,

em cebola em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998..................100

Tabela 13. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2) entre média de ninfas

de Thrips tabaci Lind./planta, e número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp./planta. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.............................................................................101

TABELA 14. Produtividade comercial média e peso médio de

bulbos de cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e consorciada. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998..............................................103

TABELA 15. Correlação entre variáveis climáticas e incidência de Thrips tabaci (Thysanoptera : Thripidae) , Peronospora destructor , e de sirfídeos predadores, Toxomerus spp. . EPAGRI, Ituporanga,1998......................................................................106

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................1

Page 12: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

12

1.1 Impacto da agricutura convencional nos agroecossistemas .....................6 1.2 Nutrientes em plantas e sua relação com a ocorrência de insetos

e patógenos...................................................................................................9

1.2.1 Relação de nitrogênio (N) com a incidência de insetos e

patógenos de plantas....................................................................................................10

1.2.2 Relação de demais nutrientes com insetos e patógenos de

plantas....................................................................................................16

1.2.3 As relações entre nutrientes com a incidência de insetos e

patógenos de

plantas..........................................................................................

.....17

1.2.4 Influência da fertilização no desenvolvimento de míldio,

Peronospora destructor, e espécies de

tripes.............................................................19

1.2.5 Fertilizações mineral e orgânica e suas relações com

infestação de insetos e patógenos de

plantas..............................................................20

1.3 Diversidade vegetal: efeito sobre insetos fitófagos e inimigos naturais.....................................................................................................21

1.3.1 Hipóteses sobre a diminuição da herbivoria por insetos em

ambientes

Page 13: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

13

diversificados...............................................................................

...........24

1.3.1.1 Hipóteses de inimigos naturais versus concentração de

recursos.....................................................................................

..........24

1.3.1.2 Hipótese da “qualidade” da planta hospedeira...................................27

1.3.1.3 Hipóteses da “diversidade de recursos e distúrbios

intermediários”........................................................................................27

1.3.2 Relação entre diversidade vegetal e densidade de herbívoros.............28

1.3.3 Efeito da diversidade vegetal sobre espécies de

tripes.......................................................................................................31

1.3.4 Diversidade vegetal e sua relação com hábito alimentar de

insetos, e sistemas anuais e

perenes....................................................................35

1.4 A atuação de sirfídeos como predadores................................................37

Page 14: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

14

2. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................40 2.1 Experimento 1. Densidade Populacional de T.tabaci , e

infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação orgânica............................................................................40

2.2 Experimento 2. Densidade Populacional de T. tabaci, e

infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes minerais de adubação..........................................................................47

2.3 Experimento 3. Densidade Populacional de T. tabaci, e sirfídeos

predadores em cebola em monocultivo e associada com outras espécies vegetais..................................................50

2.4. Variáveis climáticas e correlação com a incidência de T. tabaci, P. destructor, e

sirfídeos................................................................................53

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................54

3.1 Experimento 1. Densidade populacional de T. tabaci, e

infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação orgânica............................................................................54

3.2 Experimento 2. Densidade populacional de T. tabaci, e

infestação por P. destructor, em cebola sob diferentes fontes minerais de adubação..........................................................................73

3.3 CONCLUSÕES dos EXPERIMENTOS 1 e 2...........................................80

3.4 Experimento 3. Densidade Populacional de Thrips tabaci, e

sirfídeos predadores em cebola em monocultivo e associada com outras espécies vegetais..................................................94

3.5 CONCLUSÕES DO EXPERIMENTO 3...................................................97

Page 15: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

15

3.6 Correlação entre variáveis climáticas e incidência de T. tabaci, P.

destructor, e de predadores Toxomerus spp. ........................................104

3.6.1 Conclusões sobre a relação entre variáveis climáticas e

incidência de T. tabaci, P. destructor, e de predadores Toxomerus spp. ........................105

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................108

Page 16: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

16

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre adubações

minerais e orgânicas sobre a incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888

(Thysanoptera: Thripidae) e Peronospora destructor Berk. Casp. (Peronosporales:

Peronosporaceae), em cebola, Allium cepa L. (Alliaceae) e o efeito da diversidade

vegetal na cultura sobre as densidades populacionais de T. tabaci e sirfídeos

predadores. O trabalho constituiu-se de três experimentos montados na Estação

Experimental de Ituporanga da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão

Rural de Santa Catarina (EPAGRI). entre agosto e dezembro de 1998. Os

tratamentos do experimento com adubação orgânica foram determinados de

acordo com a necessidade de N para a cultura pela análise de solo. Os

tratamentos foram diferentes fontes de adubo orgânico fornecendo 75 Kg/ha de N

(estercos de suíno; adubo Barriga Verde , proveniente de esterco de aves;

composto orgânico; esterco de peru; húmus); 37,5 Kg/ha de N (metade da dose

normal com esterco de suíno); testemunhas com adubação mineral fornecendo

dose normal de NPK (30-120-60 kg/ha de N-P2O5-K2O) e dobro da dose (60-240-

120 kg/ha de N-P2O5-K2O) e testemunha sem adubação. Os níveis dos

tratamentos no experimento com adubação mineral foram determinados

respectivamente por 1 e 3 vezes a recomendação da análise de solo: 30-120-60

kg/ha de N-P2O5-K2O; 90-360-180 kg/ha de N-P2O5-K2O; 75,0 Kg/ha de N; 225,0

Kg/ha de N; 80,0 Kg/ha de P2O5 ; 240,0 Kg/ha de P2O5; 60,0 Kg/ha de K20; 180,0

Kg/ha de K20; as testemunhas com adubação orgânica foram esterco de suíno +

fosfato natural em três tratamentos (75,0 Kg/ha de N + 80,0 Kg/ha de P2O5 ; 225,0

Kg/ha de N + 240,0 Kg/ha de P2O5; 37,5 Kg/ha de N + 40,0 Kg/ha de P2O5) e

Page 17: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

17

testemunha sem adubação. Os tratamentos do experimento sobre diversidade

vegetal foram: cebola em monocultivo; cebola + trigo mourisco (Fagopyrum

esculentum Moench) (Poligonaceae); cebola + nabo forrageiro (Raphanus sativus

L. var. oleiferus Metzg.) (Brassicacae); cebola + cenoura (Daucus carota L.)

(Umbeliferae), cv. Nantes e cv. Brasília; cebola + milho (Zea mays L.) (Poaceae);

6) Cebola + rúcula (Eruca sativa) (Brassicaceae) + vegetação espontânea.

Nenhuma das fontes de adubação apresentou incidência de T. tabaci e P.

destructor superior à testemunha sem adubo. A adubação mineral em relação à

orgânica não favoreceu significativamente a incidência de T. tabaci e P. destructor

. A incidência de T. tabaci, diferiu entre tratamentos apenas em solo com histórico

de manejo convencional, independente da fonte de adubação utilizada (mineral ou

orgânica), enquanto que no orgânico não houve diferença entre tratamentos. A

correlação entre nutrientes, T. tabaci e P. destructor, na maioria das avaliações

não foi linear. Nos períodos de maior incidência de T. tabaci a relação com

nutrientes foi mais alta para K/Zn (positiva) e Ca/Fe (positiva) e para P. destructor

para Mg (positiva) e Mg/B (negativa), respectivamente para experimentos com

fontes orgânicas e minerais. A relação entre nutrientes inseto e patógeno foi

variável entre datas de amostragem e foi distinta para fontes minerais e orgânicas.

A adubação orgânica em dose normal atingiu níveis de produtividade similares à

mineral. A associação de cebola com diferentes espécies vegetais não provocou

diferenças significativas na incidência de T. tabaci e sirfídeos predadores. A

correlação entre sirfídeos predadores e incidência de T. tabaci não foi significativa.

A produtividade comercial e peso de bulbos de cebola foi similar em sistema de

monocultivo e diversificado, o que sugere ser possível adotar tais sistemas sem

perdas significativas em rendimento.

Page 18: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

18

IMPACT OF MINERAL AND ORGANIC FERTILIZATION ON THE

INCIDENCE OF ONION THRIPS, Thrips Tabaci LIND., AND

DOWNY MILDEW, Peronospora destructor Berk. Casp., AND THE

CROP VEGETAL DIVERSITY ON THE T. tabaci AND PREDATOR

SYRPHIDS POPULATIONS

ABSTRACT

The purpose of this work was to analyze the

relationship between mineral and organic fertilization on the

Page 19: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

19

incidence of Thrips tabaci Lindeman 1888 (Thysanoptera:

Thripidae), and Peronospora destructor Berk. Casp.

(Peronosporales: Peronosporaceae), in onion, Allium cepa L., and

the effect of the crop vegetal diversity on population densities of T.

tabaci and predator syrphids. The work consisted of three

experiments evaluated at Ituporanga Experiment Station, EPAGRI,

Santa Catarina State, Brazil, from August to December 1998. The

organic fertilization treatments were based on the N needs

determined by previous soil analysis. The treatments were different

organic sources: 75,0 Kg/ha of N (swine manure; Barriga Verde

poultry manure; compost; turkey manure; humus); 37,5 Kg/ha of N

(swine manure half regular rate); control plants receiving regular

mineral NPK (30-120-60 Kg/ha of N-P2O5-K2O) and double rate of

NPK (60-240-120 Kg/ha of N-P2O5-K2O); and unfertilized control. In

mineral fertilization experiment, the mineral levels were 1 and 3

times the rates recommended by the soil analysis: 30-120-60 Kg/ha

of N-P2O5-K2O ; 90-360-180 Kg/ha of N-P2O5-K2O; 75,0 Kg/ha of N;

225,0 Kg/ha of N; 80,0 Kg/ha of P2O5; 240,0 Kg/ha of P2O5; 60,0

Kg/ha of K20; 180,0 Kg/ha of K20. Control plants being applied

organic fertilization received swine manure + phosphate rock in three

treatments (75,0 Kg/ha of N + 80,0 Kg/ha of P2O5; 225,0 Kg/ha of N

+ 240,0 Kg/ha of P2O5; 37,5 Kg/ha of N + 40,0 Kg/ha of P2O5) and

unfertilized check. The treatments in the experiment about vegetal

Page 20: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

20

diversity consisted of: onion monoculture; onion intercropped with

buck wheat (Fagopyrum esculentum Moench) (Poligonaceae); onion

intercropped with fodder radish (Raphanus sativus L. var. oleiferus

Metzg.) (Brassicaceae); onion intercropped with carrot (Daucus

carota L.) (Umbeliferae) cv. Nantes and cv. Brasília; onion

intercropped with corn (Zea mays L.) (Poaceae); onion intercropped

with Eruca sativa (Brassicaceae) and weed. The onion thrips and

downy mildew incidence were similar between treatments with

fertilizer and no-fertilizer control. The mineral fertilization did not

increase significantly onion thrips and downy mildew incidence

compared to the organic treatment. T. tabaci incidence differed

among treatments only in conventionally managed soil, regardless of

the fertilization source used (either organic or mineral), whereas in

the organically managed soil thrips population density was similar.

The correlation between nutrients T. tabaci and P. destructor was

not linear. During severe infestation period, the nutrient relation and

the T. tabaci incidence, was higher for K/Zn (negative) and Ca/Fe

(positive); and for P. destructor was higher for Mg (positive) and

Mg/B (negative) (respectively for mineral and organic fertilization).

The nutrient relation between insect and pathogen varied according

to sampling date and differed for mineral and organic sources. The

regular rates of organic fertilization reached similar yield levels as the

mineral treatment. The T. tabaci and predators syrphids populations

Page 21: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

21

density were similar in onion monoculture and policulture. The

correlation between T. tabaci and predators syrphids incidence was

not significant. The commercial yield and onion bulb weight were

similar in both the monoculture and the intercropped systems, thus

suggesting the possibility of adopting policulture without relevant

yield losses.

Page 22: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

22

1. INTRODUÇÃO

A monocultura da cebola, Allium cepa L. (Alliaceae), é

uma das principais atividades de exploração agrícola de Santa

Catarina, concentrada principalmente na região do Alto Vale do

Itajaí. O estado de Santa Catarina é um dos principais produtores de

cebola do país em volume de produção e área plantada (BOEING,

1999a; 1999b). O manejo da cultura da cebola tem-se caracterizado

pelo tradicional pacote preconizado pela “Revolução Verde” (vide

item 1.1): uso de fertilizantes químicos, aplicação de agrotóxicos,

mecanização intensiva. O manejo fitossánitario da cultura na fase de

lavoura tem-se caracterizado principalmente pela aplicação de

agrotóxicos para controle de míldio, Peronospora destructor (Berk.)

Casp. (Peronosporales: Peronosporaceae), e de tripes, Thrips tabaci

Lindeman 1888 (Thysanoptera: Thripidae). GONÇALVES (1996a)

observou que a aplicação de inseticidas para controle de tripes com

organofosforados e piretróides tem sido relativamente exagerada em

dose e número de aplicações com prejuízos a saúde do agricultor e

do ambiente.

T. tabaci mede aproximadamente 1 mm de

comprimento, tem coloração esbranquiçada a verde amarelada na

fase de ninfa e amarelo claro a marron, quando adulto (GALLO et

al., 1988). Os insetos alojam-se na região da bainha, e em folhas

Page 23: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

23

mais novas das plantas de cebola. A fase de ninfa tem duração de 5

a 10 dias de acordo com a temperatura, o período de pupa de 24

horas, e a longevidade de fêmeas de 20 dias (GALLO et al., 1988).

SALAS (1994) compilou em vários trabalhos os seguintes dados de

ciclo de vida para T. tabaci variáveis com temperatura e umidade

relativa: período de ovo (4 a 4,8 dias); primeira fase ninfal (2,09 a

5,9 dias) e segunda (2,04 a 2,4 dias); pré-pupa (1,0 a 1,4 dias);

pupa (2,0 a 2,4 dias); ovo a adulto (11,2 a 13,9 dias); pré-oviposição

(2,7 a 3,0 dias); oviposição (19,5 a 50 dias); número de ovos/fêmea

(37,0 a 80 ovos); longevidade (19,9 a 21,52 dias). Em infestações

severas de T. tabaci a planta de cebola danificada apresenta-se de

coloração prateada a esbranquiçada, com retorcimento,

amarelecimento e secamento de folhas, do ápice para base

(VANNETTI, 1960; MENEZES SOBRINHO, 1978; GALLO et al.,

1988). Como conseqüência do dano as plantas não tombam por

ocasião da maturação fisiológica (“estalo”), e tornam-se

predispostas a entrada de água da chuva até o bulbo, com futuras

perdas por apodrecimento (LORINI & DEZORDI, 1990) . O tamanho

e peso de bulbos são reduzidos em condições de severas

infestações. A ocorrência de altas densidades populacionais de T.

tabaci sobre cebola para Ituporanga, SC, inicia-se a partir de

meados de outubro, com pico populacional entre final de outubro a

segunda quinzena de novembro, variável de acordo com a época de

Page 24: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

24

transplante da cultivar (entre julho a setembro) (GONÇALVES,

1997a). O nível de dano econômico para condições brasileiras

varia de 15-25 tripes/planta (DOMICIANO; OTA; TEDARDI, 1993),

15 ninfas antes e 30 após a formação do bulbo (GONÇALVES,

1997b), 6 tripes/folha (DÓRIA et al., 1998). Em literatura estrangeira,

SUMAN & WAHI (1981) sugeriram uma escala com classificação de

diferentes níveis de infestação (leve, ≤ 5 tripes/planta; moderada, 10

a 15 tripes/planta; severa ≥ 20 tripes/planta); SHELTON et al.

(1987) adotaram o nível de 3 tripes por folha; FOURNIER; BOIVIN;

STEWART (1995) estimaram 2,2 e 0,9 tripes/folha, sendo este

último para condições de déficit hídrico. A variabilidade dos dados

referente a nível de dano econômico de T. tabaci em cebola, deve-

se a vários fatores, que condicionam a capacidade da planta tolerar

o dano do inseto, tais como: genótipo utilizado, condições climáticas

e de solo, manejo adotado na condução da cultura. A redução da

produtividade causada por T. tabaci em cebola pode ser além de

50% em sistema de agricultura convencional (SAINI; DAHIYA;

VERMA, 1989). Porém, em recentes trabalhos, tem-se observado

que em solos sob plantio direto e altos níveis de matéria orgânica

minimiza-se as perdas em produtividade independentemente do

controle químico do inseto (GONÇALVES, 1998).

O míldio causado pelo fungo P. destructor ocorre sobre

várias espécies do gênero Allium, porém apresenta importância

Page 25: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

25

como patógeno para produção de cebola no sul do país (GALLI et

al., 1980). A incidência de P. destructor é uma das principais

causas de perda de área foliar da cultura da cebola, na região do

Alto Vale do Itajaí em Santa Catarina. Os sintomas de ataque

caracterizam-se pela esporulação de cor acinzentada sobre tecido

vivo das folhas, que depois amarelece e seca (EPAGRI, 2000). As

condições climáticas para o desenvolvimento do fungo são dias

nublados com baixas temperaturas (inferior a 22C) e alta umidade

relativa (acima de 90%) (EPAGRI, 2000; GALLI et al., 1980). O

fungo sobrevive de uma safra de cebola para outra em restos de

cultura deixados a campo, ou em cebolinha de tempero, A.

schoenoprasum L., e é disseminado pelo ar e água (EPAGRI, 2000;

GALLI et al., 1980). As variedades de cebola cultivadas em Santa

Catarina não apresentam resistência a incidência de P. destructor,

consequentemente o controle com fungicidas tem sido utilizado

pelos agricultores (EPAGRI, 2000).

A EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e

Extensão Rural de Santa Catarina) vem desenvolvendo trabalhos na

área de agroecologia desde 1993, com maior intensidade a partir de

1995 com formalização de convênio com a UFSC (Universidade

Federal de Santa Catarina) e parceria com agricultores da região.

Com relação a área fitossanitária desenvolveram-se duas

dissertações de mestrado, que avaliaram sobre a cultura da cebola

Page 26: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

26

a influência de diferentes espécies vegetais em bordadura sobre a

densidade populacional de T. tabaci e sirfídeos predadores

(DRIUTTI, 1998), e de sistemas de manejo de solo e adubação

sobre incidência de pragas e doenças (McGUIRE, 1999). O presente

trabalho foi desenvolvido simultaneamente com as dissertações

anteriormente citadas e tem o intuito de colaborar na geração de

informações para viabilizar práticas de agricultura sustentável para

Santa Catarina. Os principais objetivos foram: avaliar o efeito das

adubações química, orgânica e sua influência na ocorrência dos

principais problemas fitossanitários da cultura da cebola na fase de

lavoura, míldio, P destructor , e tripes, T. tabaci ; avaliar o efeito de

diferentes espécies vegetais em associação com a cultura da cebola

na ocorrência de T. tabaci, e sirfídeos predadores; avaliar o impacto

dos diferentes tratamentos sobre a produtividade da cultura da

cebola.

1.1 Impacto da agricutura convencional nos agroecossistemas

Os agroecossistemas podem ser definidos de acordo

com CONWAY (1987) como “sistemas modificados pelo homem

para produção de alimento, fibra, e outros produtos agrícolas”.

Embora o autor reconheça a complexidade dos agroecossistemas,

Page 27: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

27

pois envolvem interações de processos ecológicos, sociais,

econômicos e culturais. A agricultura nos últimos 50 anos tem sido

direcionada para a especialização e a simplificação do

agroecossistema, com redução do número de espécies vegetais e

animais a ser explorada (ALTIERI, 1998; VANDERMEER et al.1998;

ALTIERI 1999). Os agroecossistemas tornaram-se sistemas

extremamente simplificados devido as práticas agronômicas

adotadas, pois geralmente trabalha-se com uma espécie vegetal

exótica (monocultura) oriunda de cruzamentos de plantas

susceptíveis às pragas e doenças, mantida sob o aporte artificial de

nutrientes, com o uso de agrotóxicos e mecanização intensiva do

solo (GLIESSMAN, 1990; ALTIERI, 1991; PASCHOAL, 1994;

ARAÚJO, 1996b; ALTIERI & NICHOLLS, 1997; MATSON et al.,

1997; ALTIERI, 1998; ALTIERI & NICHOLLS, 1999 a,b). Ainda

deve-se considerar que são sistemas abertos onde há considerável

perda de energia, necessitando de constantes interferências

humanas (adubos químicos, agrotóxicos) para se manter produtivo

(CONWAY, 1987; GLIESSMAN, 1990; ALTIERI, 1991; PASCHOAL,

1994; ALTIERI, 1998). O impacto sobre a biodiversidade do

agroecossistema pela intensificação de práticas agronômicas resulta

em perdas de importantes “serviços” ecológicos: decomposição,

ciclagem de nutrientes, predação, parasitismo (ALTIERI, 1999;

ALTIERI & NICHOLLS, 1999a). Como consequência as plantas

Page 28: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

28

desenvolvem-se em agroecossistemas com solos desequilibrados

em nutrientes e com ausência de inimigos naturais tornando-as mais

predispostas às pragas e doenças (PRIMAVESI, 1988; MATSON et

al. 1997; ALTIERI & NICHOLLS, 1999b) (FIGURA 1).

Os danos causados ao ambiente pela expansão

agrícola acentuou-se sobretudo no início dos anos 60 e persiste até

hoje após o fenômeno denominado “Revolução Verde”, que

caracteriza-se pelo uso de variedades altamente produtivas,

fertilizantes químicos, agrotóxicos, irrigação e mecanização intensiva

(PASCHOAL, 1994; EHLERS, 1996). Embora este pacote

tecnológico promova no agroecossistema altos níveis de

produtividade, não tem sido capaz de mantê-la (“sustentabilidade”) e

promover benefícios sociais (“equitabilidade”) (CONWAY, 1987). Os

efeitos negativos da “Revolução Verde” são vários: aumento da

erosão de solos; redução da biodiversidade; poluição do solo e da

água; eutrofização de rios e lagos; alterações na atmosfera e clima.;

resíduos de agrotóxicos nos alimentos; contaminação de

agricultores; endividamento agrícola (CONWAY, 1987; PASCHOAL,

1994; MATSON et al. 1997; NICHOLLS & ALTIERI, 1997; EHLERS,

1996; ALTIERI, 1998). Portanto, a agricultura da maneira como tem

sido praticada tornou-se insustentável sob vários aspectos:

ambientais, econômicos e sociais.

Page 29: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

29

monocultura

mecanização intensiva do solo

solo no limpo

práticas culturais adubação química

agrotóxicos

FIGURA 1. Os efeitos do manejo convencional de agroecossistemas sobre a biodiversidade funcional (biota de solo e inimigos naturais) e predisposição a doenças e pragas (modificado de ALTIERI , 1999).

Em virtude do impacto no ambiente causado pela

agricultura convencional emerge a disciplina agroecologia que

procura resgatar conhecimentos ecológicos para manejo sustentável

de agrecossistemas (GLIESSMAN, 1990). ALTIERI & NICHOLLS

(1999b) definem a agroecologia como “a disciplina científica que

fornece os princípios ecológicos básicos de como estudar, desenhar

e manejar agroecossistemas que sejam produtivos e conservem os

recursos naturais, e também culturalmente sensíveis, socialmente

justos e economicamente viáveis”. O principal enfoque é

Manejo convencional do agroecosssistema

Redução da biodiversidade: biota de solo e inimigos naturais Aumento da incidência de doenças e pragas

Page 30: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

30

desenvolver agroecossistemas com dependência mínima de

agroquímicos e insumos energéticos, para fomentar “interações” e

“sinergismos” do componente biológico com intuito de obter um

sistema não apenas produtivo, mas também sustentável em termos

ambientais, sociais, econômicos e culturais (ALTIERI, 1994).

Portanto, como ressalta GLIESSMAN (1990) a interdisciplinaridade

é fundamental neste processo.

1.2 Nutrientes em plantas e sua relação com a ocorrência de

insetos e patógenos

A fertilização de plantas em agroecossistemas através

da adubação química ou orgânica tem sido discutida como prática

no manejo de pragas e doenças (PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD,

1993; BORTOLLI & MAIA, 1994; PRIMAVESI, 1988). As práticas

agrícolas que restabelecem a diversidade e densidade da biota do

solo têm sido discutidas por alguns autores para favorecer a

ciclagem de nutrientes e tornar as plantas mais “saudáveis”

(equilibradas nutricionalmente), tais como: redução da mecanização

do solo (plantio direto ou cultivo mínimo); uso de adubos verdes;

plantas de cobertura; estercos; compostos (COOK, 1986;

PRIMAVESI, 1988; ALTIERI, 1991; MONEGAT, 1991; PATRIQUIN;

BAINES; ABBOUD, 1993; ALTIERI, 1994; MATSON et al. 1997;

Page 31: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

31

YEPSEN JR. 1977; VANDERMEER, 1995; PINTO & CRESTANA,

1998; ALTIERI & NICHOLLS, 1999b). COOK (1986) ressaltou que “a

saúde da planta deve-se iniciar com a saúde da raiz” e o excesso de

fertilizantes e água podem acelerar o processo de desenvolvimento

de doenças e invasoras.

1.2.1 Relação de nitrogênio (N) com a incidência de insetos e

patógenos de plantas

A maioria dos trabalhos relativos a interação entre

nutrientes e incidência de insetos fitófagos apontam o nitrogênio (N)

como causador de surtos populacionais (YEPSEN JR. 1977;

PRIMAVESI, 1988; PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD, 1993;

BORTOLLI & MAIA, 1994). O nitrogênio via adubação estimula

produções de biomassa, proteína total e atividade fotossintética das

plantas (MATTSON, 1980). O mesmo autor ressalta que a

fertilização parece ter maior efeito sobre os níveis de compostos

nitrogenados solúveis, e também pode reduzir o teor de compostos

fenólicos (redutores de digestibilidade) e a lignificação das plantas.

Fatores ambientais adversos às plantas (estresse hídrico associado

a temperatura, acidez, umidade, nutrientes do solo, salinidade),

ataque por fitopatógenos (vírus, bactérias, nematóides, fungos),

danos físicos (quebra de galhos ou folhas por ventos, geadas),

Page 32: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

32

também podem provocar a hidrólise de proteínas e aumentar os

níveis de aminoácidos solúveis (MATTSON, 1980; KYTÖ; NIEMELÄ;

LARSSON, 1996) predispondo-as ao ataque de insetos (WHITE,

1984). FENNAH (1963) observou que Selenothrips rubrocinctus

Giard (Thysanoptera: Thripidae), tem preferência alimentar por

plantas de cajueiro, Anacardium occidentale L. (Anacardiaceae), sob

estresse hídrico e folhas jovens com maior teor de aminoácidos.

Segundo PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD (1993),

ARAÚJO (1996a) não necessariamente as plantas estressadas (por

ex., sob verões quentes e secos; deficientes em nutrientes) são as

mais preferidas por insetos, há casos em que plantas vigorosas

(taxa de crescimento superior ao normal para população) também

podem ser preferidas para alimentação. Portanto, uma hipótese não

exclui a outra, certos herbívoros podem preferir plantas vigorosas ou

estressadas.

Segundo a “teoria da trofobiose” os agrotóxicos e

adubos minerais (principalmente nitrogenados) promovem o

desequilíbrio no metabolismo das plantas por favorecerem a quebra

de proteínas (“proteólise”) com liberação de aminoácidos solúveis,

substâncias facilmente assimiláveis por insetos e microorganismos,

com consequentes surtos populacionais de doenças e pragas. Caso

ocorresse o processo ao contrário, síntese de proteínas

(“proteossíntese”), a planta estaria sadia, pois insetos e

Page 33: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

33

microorganismos não assimilam substâncias complexas

(CHABOUSSOU, 1987). Os agricultores que se dedicam a

agroecologia no Brasil têm utilizado os conhecimentos da Trofobiose

para promover, na prática, a suspensão do uso de adubos minerais

e quaisquer agrotóxicos. O adubo mineral têm sido substituído por

composto, húmus, adubação verde, estercos, biofertilizantes; e os

agrotóxicos, por calda bordalesa, sulfocálcica, extratos vegetais, e

Bacillus thuringiensis.

Os adubos amoniacais (tais como uréia, sulfato de

amônio) comparados aos nítricos (nitrato de cálcio, nitrato de sódio)

geralmente têm maior propensão a favorecer o desequilíbrio

nutricional das plantas através do acúmulo de nitrogênio solúvel,

facilmente assimilado por insetos e fitopatógenos (CHABOUSSOU,

1987; PRIMAVESI, 1988; BORTOLLI & MAIA, 1994). Porém, pode

ocorrer o contrário ou o efeito entre fontes nitrogenadas ser não

significativo como observado em insetos por VOS & FRINKING

(1997) e fungos por GLADSTONE & MOORMAN (1989); SCHENK &

BETTIN (1990). A relação equilibrada nitrato/amônia também tem

importância na aceitação da planta pelo inseto como constatado por

FERNANDES & BORTOLLI (1998); FERNANDES; BORTOLLI;

BERLLINGIERI (1998).

A fertilização de plantas com altos teores de N acelera,

em lepidópteros, o desenvolvimento larval (TAYLOR, 1984;

Page 34: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

34

MANUWOTO & SCRIBER, 1985; KAROWE & MARTIN 1989;

MASON et al. 1992) e a infestação (LÓPEZ; FERNANDEZ; LÓPEZ,

1982), bem como a fecundidade e densidade populacional de

ácaros (HODA, et al. 1986). A severidade de bacterioses também é

incrementada por altos níveis de N (BRUGGEN et al. 1990;

CANADAY & WYATT, 1992), bem como viroses (OGBE; OHIRI;

NNODU, 1993), e doenças fúngicas (BROSCIOUS; FRANK;

FREDERICK, 1985; DITSCH & GROVE, 1991; DAANE et al., 1995;

VOS & FRINKING, 1997). Porém, há relatos em que o nitrogênio

pode inibir a ocorrência e desenvolvimento de insetos fitófagos

(BORTOLLI & MAIA, 1994; SALAS; CORCUERA; ARGANDONA,

1990; RUTZ et al., 1990) e fungos (TAYLOR et al. 1983; TEICH &

NELSON, 1984; MOORMAN, 1986; ELMER & LAMONDIA, 1999).

A inexistência de correlação também pode ocorrer para insetos

(POWER, 1989; McCULLOUGH & KULMAN 1991; BLUA &

TOSCANO 1994); fungos (HERRMAN & WIESE, 1985; PUMPHREY

et al., 1987; HONEYCUTT; CLAPHAM; LEACH, 1996) e nematóides

(BURBANO et al., 1990). O efeito “indutor de resistência” também

tem sido observado para N, embora não afete diretamente o

desenvolvimento do inseto pode promover incrementos de

rendimento nas plantas (CLAVIJO, 1984; RIEDELL, 1990). Portanto,

generalizar o efeito do N como causador de desequilíbrio nutricional

de plantas e predispor à incidência de pragas e doenças de plantas

Page 35: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

35

pode não ser verdadeiro (WHITE, 1984; BARRETO & CASTELLANI,

1994; BORTOLLI & MAIA, 1994).

Alguns autores observaram que há um nível

intermediário de N para condicionar a infestação máxima de

herbívoros (BAULE ,1976; citado por MATTSON, 1980; POPP;

KULMAN; WHITE, 1986; BREWER.; O’NEILL; DESHON JR., 1987;

HEIDORN & JOERN, 1987; BETHKE; REDAK; SCHUCH, 1998;

JOERN & BEHMER, 1998) e fungo (SCHENK & BETTIN, 1990).

WHITE (1984) também concordou com a idéia de um nível ótimo de

N, associado à forma de aplicação do fertilizante, dose, época, e

interação com fatores ambientais. Porém, há casos em que níveis

extremos (alto ou baixo) de adubação nitrogenada favorecem o

desenvolvimento de insetos (PFEIFFER & BURTS, 1983).

O hábito alimentar de insetos pode influenciar a

resposta de herbívoros a N. STRAUSS (1987) e LIGHTFOOT &

WHITFORD (1987) observaram que insetos sugadores tiveram

maior tendência a se alimentar em plantas fertilizadas com nitrato de

amônia, que mastigadores. A maior mobilidade dos sugadores

comparada aos mastigadores foi apontada como fator que facilitava

a localização de alimento com maior teor de N (LIGHTFOOT &

WHITFORD, 1987). KYTÖ; NIEMELÄ; LARSSON (1996)

observaram que os resultados positivos de N sobre sugadores,

geralmente foram constatados em nível de população a campo,

Page 36: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

36

porque a predação e o parasitismo é dificultada devido ao

mutualismo com formigas, enquanto os mastigadores estariam mais

expostos aos inimigos naturais. Ainda, segundo estes autores, os

sugadores por alimentarem-se diretamente da seiva seriam menos

vulneráveis às defesas químicas e enrijecimento dos tecidos das

plantas. ORIANS & FRITZ (1996) não recomendaram a associação

de guilda quanto a hábito alimentar com a resposta de artrópodos a

adubação. Pois, estes autores constataram diferentes resultados

sobre a abundância de herbívoros da mesma guilda com adubação

NPK 20-20-20 em salgueiro, Salix sericea Marshall (Salicaceae).

1.2.2 Relação de demais nutrientes com insetos e patógenos

de plantas

O potássio (K) geralmente é apontado como

responsável por aumentar a resistência das plantas a insetos

(BORTOLLI & MAIA, 1994); ácaros (AJUDARTE; LUZ; CALAFIORI

1997); fungos (BURBANO et al., 1990), e o fósforo por vezes é

citado como neutro (BORTOLLI & MAIA, 1994; MARZO et al., 1997).

Porém, como ocorre com o nitrogênio há polêmica a respeito. Deve

ser considerado a dose de adubo usada e a fonte (mineral ou

orgânica) para possíveis generalizações. O efeito positivo de K

sobre fungos foi constatado por GUPTA & SINGH (1995), de P para

Page 37: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

37

insetos foi observado por POPP et al. (1989) e fungos por

GLADSTONE & MOORMAN (1989); VOS & FRINKING (1997). O

efeito inibidor de P sobre fungos foi constatado por TAYLOR et al.

(1983), TEICH & NELSON (1984). O efeito não significativo das

adubações fosfatada e potássica sobre a severidade de viroses foi

constatado por OGBE; OHIRI; NNODU, 1993.

A informação sobre a incidência de artrópodos e

patógenos de plantas relacionadas a micronutrientes é

relativamente escassa. Segundo CHABOUSSOU (1987) “ainda

temos muito que aprender sobre o papel dos diversos oligo-

elementos na fisiologia e, portanto, na resistência da planta a seus

diversos agressores”. Este autor observou a importância dos

micronutrientes na ativação de enzimas, principalmente na síntese

de proteínas, fundamental para aumentar a resistência da planta a

“moléstias”. Segundo GUPTA & SINGH (1995), os micronutrientes B

(em destaque) seguido por Zn e Fe, provocaram redução na

incidência primária de míldio, Sclerospora graminicola (Sacc.)

Schrot. (Peronosporales: Peronosporaceae), em Pennisetum

glaucum (L.) R. Br. (Poaceae).

1.2.3 As relações entre nutrientes com a incidência de insetos e

patógenos de plantas

Page 38: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

38

O balanço entre nutrientes e a relação inseto-planta

geralmente é não linear (CLANCY, 1992; PHELAN; NORRIS;

MASON, 1996), e desempenha papel importante na ativação de

enzimas que participam nos processos metabólicos relacionados a

herbivoria (síntese de carboidratos, vitaminas, ácidos graxos, e

compostos de defesa na folhagem) (CLANCY, 1992).

O efeito desequilibrador do N em relação aos outros

nutrientes, principalmente com K, é o caso mais relatado. O excesso

de N em relação a K geralmente tem sido citado por favorecer

desenvolvimento de fungos (STACK; HORST; LANGHANS, 1986) e

insetos (SAMPAIO; AZEREDO; CASSINO 1998; SAMPAIO;

CASSINO; PINTO, 1998). Portanto, sugere-se haver um efeito do K

como indutor de resistência de plantas, neutralizando o efeito

positivo de N sobre pragas e doenças. Porém, este efeito não é

possível generalizar, pois há casos em que o K condiciona nível de

infestação superior para insetos (PINTO et al., 1998), ou não

significativo (SILVA et al., 1998). A associação de macronutrientes

N, P e K via adubação pode induzir resistência a insetos (SHAW;

WILSON; RHYKERD, 1986) e patógenos (REUVENI et al., 1993);

porém, o incremento de herbívoros pode ocorrer (ANDRADE et al.,

1998) ou o efeito ser não significativo (McHUGH JR. & FOSTER,

1995).

Page 39: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

39

1.2.4 Influência da fertilização no desenvolvimento de míldio,

Peronospora destructor, e espécies de tripes

A fertilização nitrogenada aumentou o nível foliar de

proteína solúvel e favoreceu a incidência de Frankliniella

occidentalis (Pergande) (Thysanopera : Thripidae) em crisântemo,

Dendranthema X grandiflorum Ramat. (SCHUCH; REDAK; BETHKE,

1998), porém pode ter efeito não significativo como observado por

VOS & FRINKING (1997) em pimenta (Capsicum spp.) para Thrips

parvispinus Karny (Thysanoptera: Thripidae). O P apresentou efeito

positivo na severidade de ataque de T. parvispinus em folhas e

frutos de pimenta (VOS & FRINKING, 1997).

A severidade de míldio, P. destructor, em cebola, A.

cepa, para produção de sementes foi correlacionada com

incremento de nível de P e principalmente de N (DEVELASH &

SUGHA, 1997). Enquanto que, o aumento dos níveis de K retardou

o desenvolvimento da doença.

Page 40: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

40

1.2.5 Fertilizações mineral e orgânica e suas relações com

infestação de insetos e patógenos de plantas

Os trabalhos que comparam a fertilização artificial em

agroecossistemas geralmente atribuem maior ocorrência de insetos

fitófagos e patógenos de plantas ao adubo mineral comparado ao

orgânico (PEREIRA et al., 1987; ROSSETO; FLORCOVSKI;

CALAFIORI, 1997; DEVÓLIO; PEREIRA; CALAFIORI, 1998;

COELHO et al., 1998). Os solos sob manejo orgânico geralmente

são apontados como fator fundamental na obtenção de plantas

saudáveis (PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD, 1993; PHELAN, 1997).

O solos com histórico de manejo convencional têm uma tendência

de favorecer a ocorrência de pragas, mesmo se forem adubados

temporariamente com fontes orgânicas (PHELAN; MASON;

STINNER, 1995; PHELAN, 1997). O efeito da adubação orgânica

como indutor de resistência a patógenos tem sido relatado por

alguns autores principalmente sob a forma de compostos

(MELLONI; DUARTE; CARDOSO, 1995; RAVIV et al., 1998). A

rápida solubilização e alta concentração de nutrientes dos adubos

minerais têm sido utilizada como argumento para explicar a

predisposição à ocorrência de problemas fitossanitários

Page 41: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

41

(PATRIQUIN; BAINES; ABBOUD, 1993). A diminuição de

metabólitos secundários que conferem resistência contra os

herbívoros também pode ser influenciada pela fertilização mineral,

principalmente nitrogenada (BRYANT et al. 1987; PAHLSSON,

1992; ESTIARTE et al., 1994; HUNTER & SCHULTZ, 1995;

RUOHOMÄKI et al.,1996). O incremento de compostos de defesas a

insetos pode ocorrer com adubação com N (McCULLOUCGH &

KULMAN, 1991), porém caso haja aumento de aminoácidos solúveis

a herbivoria é favorecida (BJÖRKMAN; LARSSON; GREF, 1991).

A generalização do conceito de que a adubação

orgânica favorece a menor densidade populacional de pragas em

relação a mineral pode não ser verdadeira, pois o efeito de ambas

pode ser similar (BASTOS et al., 1998).

1.3 Diversidade vegetal : efeito sobre insetos fitófagos e

inimigos naturais

A diversidade vegetal em agroecossistemas é sugerida

por vários autores para gerar estabilidade na dinâmica populacional

de insetos fitófagos (PERRIN, 1977; YEPSEN JR. 1977; ANDOW,

1983; LETOURNEAU, 1990; ALTIERI, 1991; ANDOW, 1991;

HOKKANEN, 1991; THEUNISSEN, 1994; ALTIERI & NICHOLLS,

1997, 1999a,b). A monocultura é considerada uma das principais

causas da quebra de estabilidade de agroecossistemas e

Page 42: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

42

predisposição à ocorrência de pragas (ALTIERI, 1994, 1998).

Porém, o potencial da diversidade de cultivos para manejo de

pragas e doenças tem sido pouco explorado (PERRIN, 1977;

ANDOW, 1983; MATSON et al., 1997). Embora recentemente, em

virtude do reconhecimento da importância da diversidade vegetal na

sustentabilidade dos agroecossistemas, o volume de pesquisa tem

aumentado, através da associação de cultivos agrícolas,

agroflorestais e manejo de plantas de coberturas em pomares

(ALTIERI & NICHOLLS, 1997, 1999a,b). No Brasil o termo

“consórcio” tem sido comumente empregado para designar a

associação de plantas em agroecossistemas. O termo “policultivo”

(“policulture”) é mais utilizado em literatura estrangeira, que é

definido por ANDOW (1991) como a associação de diferentes

espécies de plantas com máxima sobreposição ao longo do tempo.

O mesmo autor considera monocultivo como o plantio de apenas

uma espécie vegetal em solo nú, popularmente chamado no Brasil

de plantio “solteiro”.

Segundo ANDOW (1991) ao revisar a relação entre

artrópodos e diversidade vegetal, comparando monocultivo e

policultivo em 209 trabalhos com 287 espécies de herbívoros,

observou que: 51,9% das espécies apresentaram menor densidade

populacional em policultivo, e apenas 15,3% tinham maiores neste

sistema, enquanto que 20,2% apresentaram resposta variável e

Page 43: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

43

12,5% não houve diferença. A convivência de diferentes espécies

vegetais na mesma área, em faixas ou bordaduras é o esquema

mais comum utilizado nestes trabalhos, que envolvem além de

espécies cultivadas em associação com plantas de cobertura,

vegetação espontânea (daninhas ou invasoras), influência de matas

ou florestas no entorno da área cultivada, sucessão e rotação de

culturas em diferentes épocas de plantio. ALTIERI; GLASER;

SCHMIDT (1990) e ALTIERI (1994) agrupam os trabalhos que

estudam a relação da diversidade vegetal e ecologia de insetos em

quatro categorias: 1) análise de mecanismos ecológicos que atuam

sobre a dinâmica de população de herbívoros e inimigos naturais;

2) efeitos do consórcio de culturas sobre a abundância de insetos;

3) interação entre plantas invasoras (“daninhas”) e populações de

insetos de plantas cultivadas; 4) dinâmica de pragas específicas em

culturas perenes e relação com a riqueza floral de plantas

adjacentes.

Page 44: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

44

1.3.1 Hipóteses sobre a diminuição da herbivoria por

insetos em ambientes diversificados

As principais hipóteses que tem sido formuladas para

explicar as variações na densidade populacional de insetos

herbívoros em ambientes diversificados em áreas agrícolas são: 1)

concentração de recursos e 2) inimigos naturais (ROOT, 1973;

PERRIN, 1977; ALTIERI, 1991; ANDOW, 1983, 1991). Além destas

duas hipóteses, SZENTKIRÁLYI & KOZÁR (1991), analisaram a

“hipótese da diversidade de recursos” e “hipótese de distúrbios

intermediários”, enquanto que THEUNISSEN (1994) postulou a

importância da “qualidade da planta hospedeira”.

1.3.1.1 Hipóteses de inimigos naturais versus

concentração de recursos

Segundo a hipótese de concentração de recursos os

insetos especialistas têm maior facilidade de colonizar e permanecer

sobre plantas que estão em maior disponibilidade em uma área

(monocultura típica), que em ambientes diversificados (ANDOW,

1991). Os mecanismos básicos da concentração de recursos que

podem atuar no encontro do hospedeiro pelo herbívoro e influenciar

a permanência na cultura são: 1) interferência química e visual (a

Page 45: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

45

confusão ou repelência causada por odores de plantas, bem como o

contraste de cores pode dificultar a colonização); 2) a qualidade da

planta hospedeira (nutricional, química, morfológica, tornando a

planta mais atrativa); 3) a área de superfície do não hospedeiro

pode dificultar o encontro do hospedeiro (o herbívoro gasta mais

tempo para localizá-lo e por vezes abandona a cultura rapidamente);

4) efeitos de microclima (sombreamento, proteção do vento,

temperaturas, insolação) sobre herbívoros e inimigos naturais; 5)

efeito de borda : a conectividade entre superfícies pode ser

modificada pela diversidade de plantas no sistema (complexidade

estrutural). A hipótese dos inimigos naturais postula que em

ambientes com maior diversidade vegetal a densidade de insetos

hebívoros é menor devido à maior ocorrência de predadores e

parasitóides. ANDOW (1991) considerou que embora a maioria dos

trabalhos apontem a concentração de recursos para explicar a

herbivoria em policultivo (sistemas diversificados), lembra que não é

possível generalizar, pois há casos em que a hipóteses de inimigos

naturais é importante. Os fatores que condicionam a menor

densidade populacional de pragas em ambientes diversificados não

necessariamente atuam separadamente, a concentração de

recursos e inimigos naturais podem pressionar conjuntamente a

densidade populacional de insetos (LETOURNEAU, 1990).

Page 46: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

46

As principais causas citadas para maior abundância

de inimigos naturais em “policultivo” comparado ao monocultivo são:

presas e hospedeiros específicos e alternativos estão em maior

densidade populacional e são mais disponíveis; em ambientes

diversificados há uma maior variedade de microhabitats que

abrigariam mais herbívoros e seus inimigos naturais; há maior

quantidade de alimento, tais como néctar e pólen,

consequentemente a capacidade reprodutiva dos inimigos naturais é

maior (ANDOW 1983, 1991; ALTIERI & NICHOLLS, 1997, 1999a).

Há casos em que o estabelecimento de inimigos naturais em

ambiente diversificado pode ser dificultado como também observado

por ANDOW (1991): a associação de plantas produz substâncias

voláteis que perturbam o olfato de parasitóides especialistas e

dificulta o encontro do hospedeiro; a estrutura vegetal mais

complexa (maior superfície disponível) dificultaria a capacidade de

busca de parasitóides.

O manejo de agroecossistemas tem efeito direto e

indireto na manutenção de inimigos naturais. ALTIERI & NICHOLLS

(1997, 1999a,b) enumeraram como estratégias para incremento da

diversidade de inimigos naturais: “diversificação do habitat “ (o

policultivo, uso de plantas de cobertura, quebra-ventos, rotação de

culturas); manejo ecológico do solo (adubação verde, orgânica,

compostagem e evitar revolvimento por mecanização). Enquanto

Page 47: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

47

que, citaram como práticas que seriam prejudiciais a manutenção de

inimigos naturais: monocultura; a fertilização mineral; o revolvimento

do solo por mecanização; remoção total de plantas invasoras;

agrotóxicos.

1.3.1.2 Hipótese da “qualidade” da planta

hospedeira

A hipótese da “qualidade” da planta levantada por

THEUNISSEN (1994) baseia-se nas mudanças na qualidade

nutricional da planta hospedeira devido a competição por recursos

em condições de consórcio. As trocas fisiológicas no metabolismo

de cairomônios e nutrientes alterariam a atratividade da planta ao

inseto fitófago e seus inimigos naturais.

1.3.1.3 Hipóteses da “diversidade de recursos e

distúrbios intermediários”

As hipóteses da “diversidade de recursos e distúrbios

intermediários”, foram relatadas por SZENTKIRÁLYI & KOZÁR

(1991) ao analisar a riqueza de espécies em pomar de macieira.

Estes autores observaram que a riqueza de espécies de insetos

poderia estar sob a influência da diversidade vegetal (“hipótese da

diversidade de recursos”) e práticas de manejo agrícola,

Page 48: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

48

principalmente aplicação de agrotóxicos (” hipótese de distúrbios

intermediários”), tanto dentro do pomar quanto no entorno (em nível

local e regional). Desta forma observaram que a riqueza de insetos

em geral foi maior em pomares próximos a ambiente vegetal

diversificado e com menor aplicação de agrotóxicos. Enquanto que,

o número de espécies de pragas agrícolas e inimigos naturais

generalistas foram influenciadas pela diversidade vegetal do entorno

(“hipótese da diversidade de recursos”) e pragas específicas de

macieira foram limitadas pela intensidade de aplicação de

agrotóxicos (” hipótese de distúrbios intermediários”).

1.3.2 Relação entre diversidade vegetal e densidade

de herbívoros

A importância de diversificar agroecossistemas em

nível de paisagem com corredores de espécies que floresçam, e

reconhecer a influência da vegetação natural (matas e invasoras)

do entorno das áreas cultivadas tem sido sugerida por alguns

autores como estratégia de manejo de pragas e inimigos naturais

em agroecossistemas (HRADETZKY & KROMP, 1997; NICHOLLS;

PARRELLA; ALTIERI, 1999).

A utilização de plantas de cobertura no manejo do solo

tem sido relatadas como forma de atuar na diversidade vegetal e

Page 49: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

49

inibir a ocorrência de insetos pragas de plantas cultivadas. A

escolha da planta de cobertura deve ser avaliada através da análise

do impacto causado no complexo pragas e inimigos naturais, pois

pode ocorrer a inibição do desenvolvimento de herbívoros (ALTIERI;

GLASER; SCHMIDT, 1990; THEUNISSEN; BOOIJ; LOTZ, 1995),

incremento (BUGG; PHATAK; DUTCHER, 1990), ou ser não

significativo (WILAND et al., 1996). As plantas de cobertura podem

incrementar inimigos naturais e pressionar significativamente os

insetos fitófagos, bem como exercer efeito não significativo

(GARCIA & ALTIERI, 1993; THEUNISSEN; BOOIJ; LOTZ, 1995;

GOLLER; NUNNENMACHER; GOLDBACH, 1997; KIENZLE;

ZEBITZ; BRASS, 1997).

A presença de plantas invasoras nos

agroecossistemas como maneira de se interferir na diversidade de

ácaros e insetos tem sido discutida por alguns autores (ALTIERI &

WHITCOMB, 1979; ALTIERI & LETOURNEAU, 1982; GARCIA,

1988; GARCIA , 1992). Geralmente nestes trabalhos aponta-se a

necessidade de manejar as invasoras de modo que não

prejudiquem a cultura principal e usufrua-se dos benefícios do

incremento de inimigos naturais pelo fornecimento de néctar, pólen

e abrigo para hospedeiros e presas alternativas (KLOEN & ALTIERI,

1990; MORAES; SILVA; DELALIBERA JR., 1992; PAVARINI &

GRAVENA; 1994; SCHUCH & BELARMINO, 1994; WYSS, 1995;

Page 50: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

50

WYSS, 1996; HONEK, 1997), bem como as invasoras sirvam de

planta armadilha evitando que os herbívoros ataquem a cultura

principal (ALTIERI; GLASER; SCHMIDT, 1990), ou dificultem a

colonização e distribuição de insetos pela concentração de recursos

(ANDOW, 1991; ANDOW, 1992). A seleção da invasora a associar é

importante porque pode ocorrer que a alta atratividade da invasora

sobre o herbívoro também provoque dano sobre a cultura principal

(KLOEN & ALTIERI, 1990; AHMED; ALI; SALMAN (1987).

No Brasil houve vários trabalhos com relação a

incidência de insetos em consórcio de milho, Zea mays L.

(Poaceae), com feijoeiro comum, Phaseolus vulgaris L. (Fabaceae),

e feijão caupi, Vigna sinensis (L). Savi (Fabaceae). Geralmente,

nestes trabalhos, houve em condições de consórcio redução da

incidência de cigarrinha, Empoasca Kraemeri (Ross & Moore)

(Homoptera: Cicadellidae), porém o efeito sobre lagarta do

cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera:

Noctuidae) foi variável (MILANEZ, 1987; OLIVEIRA et al., 1987;

GONÇALVES & CIOCIOLA, 1991; OLIVEIRA et al., 1995).

1.3.3 Efeito da diversidade vegetal sobre espécies

de tripes

Page 51: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

51

Os trabalhos que investigaram a incidência de T. tabaci

em aliáceas em sistemas diversificados geralmente constataram

efeito de substâncias voláteis do não hospedeiro sobre o inseto

(UVAH & COAKER, 1984) ou mesmo mudanças fisiológicas na

planta que inibiram a herbivoria (THEUNISSEN & SCHELLING,

1996), enquanto a ação de inimigos naturais foi não significativa. A

densidade de T. tabaci foi menor em cebola, A. cepa L., em sistema

de consórcio com cenoura, Daucus carota L. (Umbeliferae), plantada

em alta densidade (uma linha de plantio de cebola: para uma

cenoura) (UVAH & COAKER, 1984). Os autores argumentaram que

as substâncias voláteis emanadas pelas culturas interferiram na

ocorrência do inseto, pois não houve consistência entre a presença

de inimigos naturais e os resultados observados. O efeito da

concentração de voláteis pareceu ser maior sobre cebola jovem que

próximo a maturação fisiológica (bulbificação). A densidade

populacional de tripes, T. tabaci, e incidência de ferrugem, Puccinia

allii, foram menores em alho-porró, A. porrum L., associado com

trevo, Trifolium subterraneum L. (Fabaceae), em cobertura em

relação ao solo nú (THEUNISSEN & SCHELLING, 1996). Neste

trabalho, a menor susceptibilidade de alho porró a tripes e ferrugem

em sistema de consórcio foi atribuída à “qualidade da planta” (trocas

fisiológicas no metabolismo). Os autores observaram que a

densidade de inimigos naturais foi muito baixa. Ainda no mesmo

Page 52: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

52

trabalho, embora o consórcio apresentasse menor nível de

problemas fitossanitários e consequentemente maior qualidade

comercial do alho-porró produzido, houve redução da produtividade

pela competição entre plantas. Os autores sugerem ser necessário o

agricultor aceitar a perda na produtividade para produzir sem o uso

de agrotóxicos. O uso de cultivares apropriadas para consórcio e

capinas nas entrelinhas foram sugeridos pelos autores para

minimizar a redução na produtividade. THEUNISSEN (1994) já

argumentava a necessidade de se desenvolver manejo de ervas

invasoras e variedades apropriadas para aumentar a viabilidade

produtiva e econômica do consórcio de hortaliças. ANDOW (1983)

levantou a importância de se quantificar a produtividade das culturas

envolvidas em condição de consórcio, pois não basta apenas

ocorrer redução de dano por insetos fitófagos, mas também

proporcionar produtividade aceitável comercialmente.

Em trabalhos com outras espécies de tripes em

ambientes diversificados o microclima gerado (KYAMANYWA &

AMPOFO, 1988) e a emissão de voláteis infuenciaram a

ocorrência do inseto (KYAMANYWA; BALIDDAWA; AMPOFO,

1993a), enquanto que a presença de inimigos naturais ora exerceu

pressão sobre o inseto (LETOURNEAU, 1990), foi não significativa

(KYAMANYWA; BALIDDAWA; OMOLO, 1993b) ou não relatada

(POTTS & GUNADI, 1991). A densidade média de tripes, F.

Page 53: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

53

occidentalis, foi maior em monocultivo de abóbora (Cucurbita pepo

L.) até aos 65 dias após plantio em relação ao policultivo com milho

(Z. mays) e feijão caupi (V. sinensis) (LETOURNEAU, 1990).

Segundo este autor, o predador Orius tristicolor (White) (Hemiptera:

Anthocoridae) exerceu pressão sobre F. occidentalis e colonizou

mais rapidamente parcelas em policultivo devido à maior riqueza de

microhabitats. A densidade populacional de tripes, Megalurothrips

sjostedti Trybom (Thysanoptera: Thripidae), em caupi, V.

unguiculata Walp, foi menor em condição de plantio consorciado

com milho, Z. mays, devido à menor intensidade de luz

(KYAMANYWA & AMPOFO, 1988) e substâncias voláteis exaladas

pela presença da cultura não hospedeira (KYAMANYWA;

BALIDDAWA; AMPOFO, 1993a). A densidade de predadores

generalistas não foi incrementada no consórcio milho/caupi, o que

sugere a hipótese da concentração de recursos para explicar a

redução populacional de M. sjostedti (KYAMANYWA; BALIDDAWA;

OMOLO, 1993b). Os autores sugerem que a eficiência de

predadores generalistas em controlar tripes é baixa (citam LEWIS,

1973), além do tempo de permanência de culturas anuais no campo

ser curto para o estabelecimento de inimigos naturais. A população

de tripes, T. palmi e T. parvispinus, foi maior sobre batata, S.

tuberosum, quando plantada no mesmo canteiro ou até a distância

de 0,75 m de aliáceas, cebola (A. cepa) e alho (A. sativum),

Page 54: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

54

provavelmente houve migração dos insetos proveniente das

aliáceas adjacentes (POTTS & GUNADI, 1991).

A preferência alimentar de espécies de tripes sobre a

cultura da cebola e ervas invasoras foi estudada por DOEDERLEIN

& SITES (1993) em nível de campo no Texas. Estes autores

observaram “forte” preferência de T. tabaci por plantas de cebola,

comparado ao F. occidentalis , que embora presente na cultura não

a exibiu na mesma intensidade. F. occidentalis foi observado em

maior grau sobre as invasoras Salvia sp., Amaranthus palmeri Wats

e Kochia scoparia (L.) Schard em ordem descendente de

preferência. Porém, ambas espécies de tripes foram encontradas

sobre as ervas invasoras anteriormente mencionadas. Os autores

sugeriram que a eliminação de invasoras, embora possa não

influenciar a incidência de T. tabaci sobre cebola, pode favorecer a

migração do polífago F. occidentalis para a cultura. Convém

ressaltar que, nos trabalhos citados anteriormente, os autores em

geral desconsideraram que o encontro do hospedeiro por tripes

pode ser diminuído pelo efeito de barreira mecânica, além do

deslocamento do inseto ser influenciado pelo vento, como

constatado por YUDIN et al. (1991).

1.3.4 Diversidade vegetal e sua relação com hábito alimentar de

insetos, e sistemas anuais e perenes

Page 55: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

55

A maioria dos trabalhos relatam maior densidade

populacional de insetos polífagos em ambientes diversificados

quando estes possuem maior número de espécies hospedeiras,

enquanto que os monófagos ocorrem em menor densidade

(ANDOW, 1991). Neste caso, a concentração de recursos

condicionaria a densidade de insetos, pois inimigos naturais atuam

indistintamente sobre monófagos ou polífagos, porém ambos fatores

podem ocorrer simultaneamente regulando a dinâmica dos insetos

(ANDOW, 1990, 1991). O comportamento e bioecologia dos

polífagos podem influenciar a densidade populacional em

ambientes diversificados. ANDOW (1991) divide os polífagos em

dois grupos quanto a estas características : 1) sequenciais (alternam

gerações em diferentes hospedeiros), 2) simultâneos (numa mesma

geração alimenta-se de diferentes hospedeiros). Desta forma,

segundo ANDOW (1991), os polífagos sequenciais seriam

beneficiados quando alcançam sucesso na imigração e para obter

gerações futuras estariam mais vulneráveis, a qualidade,

disponibilidade do hospedeiro e microclima. Enquanto os polífagos

simultâneos poderiam ser prejudicados caso haja dificuldade de

movimentar-se, uma vez que necessitam migrar de diferentes

hospedeiros para se alimentar.

Page 56: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

56

A incidência do crisomelídeo, Diabrotica virgifera

virgifera (LeConte), foi superior em milho, Z. mays L., em plantio em

faixa com soja, G. max, principalmente em sistema de plantio

convencional que direto (TONHASCA JR. & STINNER, 1991). Neste

trabalho o inseto ovipositou sobre ambas culturas, o que favoreceu o

incremento populacional. Portanto, o hábito polífago de D. virgifera

virgifera favoreceu o estabelecimento em sistema de consórcio.

Segundo ANDOW (1983, 1991) maior densidade

populacional de herbívoros tem sido relatada em sistemas

diversificados perenes, porque estes são mais facilmente

localizados que os anuais. Porém, segundo ANDOW (1991) para

insetos polífagos a densidade populacional geralmente tende a ser

maior em plantios anuais, que em perenes, devido à maior pressão

de inimigos naturais nestes últimos.

1.4 A atuação de sirfídeos como predadores

Os dípteros da família Syrphidae geralmente são

citados como predadores de homópteros (pulgões, cochonilhas e ou

cigarrinhas). LEAL; OLIVEIRA; SMITH (1976) relataram os sirfídeos

Toxomerus watsoni Curran, T. laciniosus (Loew), próximos às

árvores de citros colonizadas pelo afídeo, Toxoptera citricidus (Kirk,

1907). As seguintes espécies de sirfídeos predadores de afídeos

Page 57: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

57

foram observadas por CORDEIRO & CORSEIUL (1998) em

levantamento baseado em pesquisa bibliográfica e coleções de

museus do Rio Grande do Sul: Allograpta exotica (Wiedemann,

1830), Ocyptamus gastrostactus (Widemann, 1830), Pseudodorus

clavatus (Wiedemann, 1830), Toxomerus tibicen (Wiedemann,

1830), e Xanthandrus bucephalus (Wiedemann, 1830). Porém, há

relatos de sirfídeos como predadores de tripes. GONÇALVES &

GONÇALVES (1976) observaram o sirfídeo Ocyptamus zenia

(Curran) (= Baccha livida auct., nec Schiner) predando o tripes do

ficus, Gynaikothrips ficorum (Marchal) (Thysanoptera:

Phloeothripidae), em folhas de Ficus retusa nitida.

A densidade populacional de sirfídeos em

levantamento de campo geralmente é relativamente baixa em

relação aos demais predadores. Em levantamento da entomofauna

em campo de produção orgânica de centeio, Secale cereale L.

(Poaceae) os sirfídeos representaram 1,6% do total de 8% para

predadores, enquanto que os insetos fitófagos foram 47%

(HRADEZTKY & KROMP, 1997). WYSS (1995) observou em Berna,

Suíça, que a presença de sirfídeos em pomar de macieira, P. malus,

restringiu-se à primavera, enquanto que predadores Araneae,

Heteroptera, Coccinellidae e Chrysopidae, ocorreram em

praticamente toda estação de desenvolvimento vegetativo.

Page 58: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

58

O número de sirfídeos adultos, A. obliqua (Say),

Eupeodes (Metasyrphus) sp., Syrphus sp. e T. marginata (Say), foi

incrementado pelas seguintes plantas de cobertura de inverno para

uso potencial em cultivos de hortaliças e nogueira pecã, Carya

illinonensis (Wangenheim) K. Koch (Juglandaceae): tremoço azul,

Lupinus angustifolius L., trevo vesiculoso, T. vesiculosum Savi cv.

“Yuchi”, trevo encarnado, T. incarnatum L. cv. “Dixie”, e ervilhaca

“Cahaba White” (Vicia sativa L. x V. cordata Wulf), ervilhaca peluda,

V. villosa cv W67-HU-704 (Fabaceae) (BUGG; PHATAK;

DUTCHER, 1990). Estes autores, constataram que entre os

afidófagos, os sirfídeos foram menos frequentes que os

coccinelídeos. Em contraste, segundo KLOEN & ALTIERI (1990) a

taxa de predação por sirfídeos sobre o afídeo, Brevicoryne

brassicae (L.) (Homoptera, Aphididae), foi superior em brócolos,

Brassica oleracea botrytis var. Futura (Brassicaceae), associada

com a invasora B. hirta, comparada ao monocultivo, embora o

número de ovos e larvas dos predadores foi similar em ambos

sistemas de plantio.

Page 59: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

59

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos na Estação

Experimental de Ituporanga, SC, EPAGRI (Empresa de Pesquisa

Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), situada a 475 m

de altitude, 27º22’ S de latitude e 49º35’ W de longitude, em solo

classificado como Cambissolo Húmico distrófico álico. A cultivar de

cebola utilizada em todos experimentos foi a Crioula. O

delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro

repetições.

2.1 Experimento 1

Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P.

destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação

orgânica

Este experimento foi realizado durante o período de

28/08/98 (transplante) a 16/12/98 (colheita, duração do ciclo de 110

dias). O tamanho de parcela foi 2,8 m X 3,0 m (8,4 m2) e

espaçamento 40 X 10 cm, total de 210 plantas/parcela. As parcelas

eram distanciadas 1 m entre si.

O preparo do solo foi realizado sob plantio direto em

palhada de centeio, S. cereale, semeado anteriormente no mês de

Page 60: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

60

maio. A máquina utilizada foi um microtrator adaptado para este fim.

Os tratamentos foram diferentes doses de adubo orgânico e

minerais como encontra-se no QUADRO1.

QUADRO1. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.

Tratamentos

Doses de nutrientes (kg/ha)

Doses de fontes (kg/ha)

N (esterco de suíno) 75,0 15743,6

N (esterco de suíno) 37,5 7871,8

N (esterco Barriga Verde,

aves)

75,0 6023,6

N (composto orgânico) 75,0 20299,9

N (esterco de perú) 75,0 6393,5

N (húmus) 75,0 6516,4

N P K (5-20-10) 30,0 + 120,0 + 60,0 600,0

N P K (5-20-10) 60,0 + 240,0 + 120,0 1200,0

testemunha sem adubação

As doses de adubos dos tratamentos foram estimadas

baseadas na recomendação da análise de solo, exceto o tratamento

com esterco de suíno (37,5 kg/ha de N e 7871,8 kg/ha de esterco,

que corresponde a metade da dose normal), e NPK 5-20-10 (60,0 +

240,0 + 120,0 kg/ha de nutrientes NPK e 1200,0 kg/ha de adubo,

que representa o dobro da dose), com a finalidade de caracterizar

níveis extremos de fertilização orgânica e mineral. Uma vez que o

nitrogênio é, geralmente, apontado como causador de desequilíbrios

nutricionais, predispondo as plantas à incidência de doenças e

Page 61: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

61

pragas, a determinação da quantidade de adubos orgânicos em

kg/ha foi baseada na necessidade deste nutriente para a cultura, de

acordo com a fórmula :

Quantidade de esterco/ha = (100000 x N) /(MS x NMS x 0,5);

onde N é quantidade de nitrogênio em kg/ha necessário para a

cultura da cebola; MS é o teor de matéria seca do esterco em

porcentagem; NMS quantidade de nitrogênio em g por kg de matéria

seca do esterco; e 0,5 é o índice de liberação de nitrogênio pelo

esterco (50% no primeiro ano de aplicação), para P considera-se

0,6, (adaptado de COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC,

1994), e análise de solo (QUADRO 2). A análise de nutrientes dos

adubos orgânicos foi realizada pelo Laboratório de Fisiologia e

Nutrição Vegetal da Estação Experimental de Caçador, SC, EPAGRI

(QUADRO 3).

O composto orgânico foi proveniente de resíduos culturais de

cebola, esterco de suíno, capim-cameroon, Pennisetum

clandestinum Hochst. ex. Chiov., e o húmus foi obtido de esterco de

suíno. Os adubos orgânicos foram espalhados manualmente sobre

a superfície do solo, enquanto as fontes minerais foram

incorporadas com microtrator adaptado para plantio direto.

Page 62: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

62

QUADRO 2. Análise de solos da área experimental realizada pelo

Laboratório de Análise de Solos, Estação Experimental de

Ituporanga, EPAGRI, 1998.

pH

(água)

pH

(SMP)

P

(mg/kg)

K

(mmolc

dm3)

M.O

(g/Kg)

Al

(mmolc

dm3)

Ca

(mmolc

dm3)

Mg

(mmolc

dm3)

Argila

(g/kg)

6,3 A 6,1 A 25,5

A

1 MB 50 M 0,0 74 A 38 A 330

OBS: A, MB, M respectivamente níveis alto, muito baixo e médio,

segundo COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC, 1994.

Page 63: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

63

QUADRO 3. Níveis de nutrientes de diferentes fontes

orgânicas de adubação. EPAGRI, 1998.

Nutrientes

Fontes de adubo orgânico

suíno Barriga composto húmus perú

Verde

MS* 27,30 93,97 36,40 61,22 79,80

N1 34,90 26,50 20,30 37,60 29,40

P1 23,60 15,80 14,70 26,60 20,80

K1 1,80 15,0 3,40 7,20 25,40

Ca1 52,80 64,60 29,00 58,00 31,00

Mg1 4,20 15,60 5,00 6,40 8,20

Fe2 3822,00 10740,0 8686,0 6008,00 7230,0

Mn2 368,00 636,00 318,00 634,00 574,00

Zn2 650,00 298,00 244,00 990,00 468,00

Cu2 596,00 108,00 232,00 734,00 112,00

B2 31,00 53,00 34,00 42,00 58,00

OBS: 1 e 2, respectivamente quantidade de nutrientes em g/kg

e mg/Kg(ppm) de matéria seca (MS*, em %) do adubo; análises realizadas

pelo Laboratório de Fisiologia e Nutrição Vegetal da Estação Experimental

de Caçador, SC, EPAGRI, exceto matéria seca pelo Laboratório de

Análise de Solos Estação Experimental de Ituporanga, SC, EPAGRI.

Page 64: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

64

A amostragem de tripes foi realizada a campo pela

contagem semanal do número de ninfas com auxílio de lupa manual

(75 mm de diâmetro, marca Classic Magnifier), em todas as folhas

em 5 plantas/parcela ao acaso. As datas de avaliação foram 14/10

(47dias após transplante, DAT), 21/10 (54 DAT), 28/10 (61 DAT),

04/11 (68 DAT), 11/11 (75 DAT), 19/11 (83 DAT), 25/11 (89 DAT) e

02/12/1998 (96 DAT).

A amostragem de infestação por míldio, P. destructor,

realizou-se pela determinação semanal do percentual de folhas

infectadas por míldio (número de folhas infectadas pelo

fungo/número total de folhas X 100) em 1 m linear/parcela escolhido

ao acaso. O controle de invasoras foi realizado com enxada até a

primeira semana de novembro.

A análise de nutrientes foliares foi realizada no

Laboratório de Fisiologia e Nutrição Vegetal da Estação

Experimental de Caçador, SC, EPAGRI, em amostras de 5

plantas/parcela, após a secagem em estufa a 60° C. As datas de

coleta de amostras e respectivos dias após transplante (DAT) foram:

14/10 ( 47 DAT), 11/11 (75 DAT) e 02/12/1998 (96 DAT).

A amostragem para produtividade realizou-se pela

colheita de 60 bulbos ao acaso por parcela. Os bulbos foram

classificados pelo diâmetro de acordo com aceitação para o

mercado (classe 1 ≤ 3,5 cm; classe 2 > 3,5 até 5 cm; classe 3 > 5

Page 65: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

65

até 7cm; classe 4 > 7 até 9 cm, classe 5 > 9 cm). Apenas a

produtividade comercial (bulbos de classes 2 a 5) foi considerada

para avaliação.

Os dados para análise estatística em geral foram

previamente submetidos ao teste de Bartlett para verificar a

homogeneidade de variâncias e definir a aplicação de métodos

paramétricos ou não paramétricos. Geralmente após a

transformação de dados foi possível realizar a análise de variância

paramétrica. O número médio de T. tabaci foi transformado para

log (x + 0,5). A porcentagem de infestação por P. destructor foi

transformada por arco seno x + 0,5. As médias foram comparadas

respectivamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade. Os percentuais foliares de nutrientes e produtividade

foram submetidos a análise de variância sem transformação de

dados. O coeficiente de correlação de Spearman (r), determinação

(r2), e análise multivariada com regressão múltipla (“proceeding

stepwise” do programa estatístico SAS) foram aplicados entre a

incidência de T. tabaci, P. destructor, e níveis foliares de nutrientes.

Page 66: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

66

2.2 Experimento 2

Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P.

destructor, em cebola sob diferentes fontes minerais de

adubação

O experimento foi conduzido entre o período de

01/09/98 (transplante) a 16/12/98 (colheita, ciclo de 106 dias).

Os tratamentos constaram de diferentes níveis de

nutrientes fornecidos por adubação mineral, e as testemunhas

foram doses de esterco de suíno associadas com fosfato natural

(para suprir nitrogênio e fósforo de acordo com análise de solo) e

ausência de adubação. As dosagens foram determinadas com nível

normal de adubação pela análise de solo (segundo COMISSÃO de

FERTILIDADE do SOLO RS/SC, 1994, QUADRO 4) e

superdosagem (três vezes a dose normal). Nos tratamentos com

adubação orgânica (esterco de suíno + fosfato natural), além da

dosagem normal e superdosagem, incluiu-se uma terceira com

metade da dose normal. O cálculo da quantidade/ha e análise do

esterco de suíno, segue o mesmo padrão de determinação do

experimento 1 (vide item 2.1). Os tratamentos encontram-se no

QUADRO 5. As fontes de adubação química de N, P2O5 e K20 e

teores de nutrientes nos adubos foram respectivamente, uréia

Page 67: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

67

(44%), superfosfato triplo (41%) e cloreto de potássio (58%). O

fosfato natural utilizado foi GAFSA® com P2O5 total de 28%, e

solúvel de 9%, e teor de Ca de 34%.

QUADRO 4. Análise de solos da área experimental realizada pelo

Laboratório de Análise de Solos, Estação Experimental de

Ituporanga, EPAGRI, 1998.

pH

(água)

pH

(SMP)

P

(mg/Kg)

K

(mmolc

dm3)

M.O

(g/Kg)

Al

(mmolc

dm3)

Ca

(mmolc

dm3)

Mg

(mmolc

dm3)

Argila

(g/Kg)

5,1 B 5,0 MB 21,5 A +3,9 A 62 A 9 A 79 A 53 A 300

OBS: A, MB, respectivamente níveis alto e muito baixo ,

segundo COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC,

1994.

QUADRO 5. Tratamentos com diferentes doses de nutrientes e fontes de

adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.

Page 68: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

68

Tratamentos

Doses de nutrientes (kg/ha)

Doses de fontes (kg/ha)

N P2 O5 K2 0 (5-20-10) 30,0 + 120,0 + 60,0 600,0

N P2 O5 K2 0 (5-20-10) 90,0 + 360,0 + 180,0 1800,0

N (uréia) 75,0 170,5

N (uréia) 225,0 511,5

P2 O5 (super triplo) 80,0 195,1

P2 O5 (super triplo) 240,0 585,3

K2 0 (cloreto de potássio) 60,0 103,4

K2 0 (cloreto de potássio) 180,0 310,2

N + P2 O5 (esterco de suíno + fosfato natural)

75,0 + 80,0 15743,6 + 212,7

N + P2 O5 (esterco de suíno + fosfato natural)

225,0 + 240,0 47230,7 + 638,1

N + P2 O5 (esterco de suíno + fosfato natural)

37,5 + 40,0 7871,8 + 106,4

Testemunha sem adubação

Page 69: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

69

O tamanho de parcela, espaçamento da cultura,

métodos de amostragem para tripes, T. tabaci, míldio, P. destructor,

análise foliar de nutrientes e produtividade, bem como análise

estatística foram similares ao experimento 1. As datas de avaliação

para tripes e míldio com respectivos dias após transplante (DAT),

foram: 15/10 (44 DAT), 22/10 (51 DAT), 29/10 (58 DAT), 05/11 (65

DAT), 12/11 (72 DAT), 20/11 (80 DAT), 26/11 (86 DAT) e

03/12/1998 (93 DAT). As coletas para análise foliar foram

realizadas em: 15/10 (44 DAT), 12/11 (72 DAT) e 03/12/1998 (93

DAT).

2.3 Experimento 3

Densidade Populacional de T. tabaci e sirfídeos predadores em

cebola em monocultivo e associada com outras espécies

vegetais.

O experimento foi realizado entre o período de

27/08/98 (transplante) a 16/12/98 (colheita, ciclo 111 dias). O

tamanho das parcelas foi de 5,6 m x 6,0 m (33,6 m2), total de 560

plantas/parcela, e o espaçamento foi de 40 cm X 15 cm. Entre

parcelas havia um isolamento de 2 m. A área estava previamente

com adubação verde, mucuna, Stilozobium sp., associada a milho,

Page 70: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

70

Z. mays. O sistema de plantio foi direto como nos experimentos

anteriores. A análise de solo da área experimental, encontra-se no

QUADRO 6. A adubação da cultura da cebola de acordo com

COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC (1994) foi de

11545,3 Kg/ha de esterco de suíno (análise do esterco no

QUADRO 3, vide fórmula no item 2.1 para cálculo da quantidade de

esterco/ha) para suprir nitrogênio (55 Kg/ha), a fim de se evitar

desequilíbrio nutricional e predispor a cultura a doenças e pragas, e

o fósforo (50 Kg/ha de P2O5) foi complementado pela adição de

59,7 Kg/ha de fosfato natural de GAFSA® (utilizado no experimento

2).

QUADRO 6. Análise de solos da área experimental realizada pelo

Laboratório de Análise de Solos, Estação Experimental de

Ituporanga, EPAGRI, 1998.

pH

(água)

pH

(SMP)

P

(mg/Kg)

K

(mmolc

dm3)

M.O

(g/Kg)

Al

(mmolc

dm3)

Ca

(mmolc

dm3)

Mg

(mmolc

dm3)

Argila

(g/kg)

6,1 A 5,8 M + 50 A + 3,9 A 59 A 0,0 69 A 44 A 280

OBS: A, M, respectivamente níveis alto e médio, segundo

COMISSÃO de FERTILIDADE do SOLO RS/SC, 1994.

Os tratamentos foram: 1) Cebola em monocultivo; 2)

Cebola + trigo mourisco, Fagopyrum esculentum Moench

Page 71: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

71

(Poligonaceae); 3) Cebola + nabo forrageiro, Raphanus sativus L.

var. oleiferus Metzg., (Brassicaceae), 4) Cebola + cenoura, D.

carota, cv. Nantes e cv. Brasília, respectivamente nas laterais

direita e esquerda da parcela; 5) Cebola + milho (Z. mays), super

precoce híbrido Pioneer® 3072; 6) Cebola + rúcula (Eruca sativa)

(Brassicaceae) na lateral direita da parcela + vegetação espontânea

na lateral esquerda. As linhas centrais da parcela (3,2 m) foram

ocupadas com cebola, e as 6 linhas laterais (1,2 m de cada lado)

em bordadura foram destinadas às culturas em consórcio (vide

FIGURA 2).

5,6 m 5,6 m

1,2m

3,2 m 1,2m

cccccccccccc xx ccccc xx

cccccccccccc xx ccccc xx

6,0 m cccccccccccc 6,0 m xx ccccc xx

cccccccccccc xx ccccc xx

cccccccccccc xx ccccc xx

a b

Legenda: c = cebola x = outras espécies em bordadura FIGURA 2. Esquema de parcelas de cebola em monocultivo (a) e

associada a diferentes espécies vegetais (b).

O número de ninfas de tripes e larvas de sirfídeos

predadores foi avaliado ao acaso em 10 plantas/parcela em todas

as folhas com auxílio de lupa manual Magnifier®, 75 mm de

Page 72: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

72

diâmetro. As datas de avaliação e respectivos dias após transplante

(DAT) foram: 06/10 (40 DAT), 13/10 (47 DAT), 20/10 (54 DAT),

27/10 (61 DAT), 03/11 (68 DAT), 10/11 (75 DAT), 17/11 (82 DAT),

24/11 (89 DAT) e 01/12/1998 (96 DAT). A identificação das

espécies de sirfídeos foi realizada comparando-se aos adultos

obtidos anteriormente por GONÇALVES (1996b) oriundos de larvas,

que completaram o ciclo em laboratório, alimentadas com afídeos

coletados em invasoras.

A avaliação de produtividade e análise estatística

seguiram metodologias adotadas para o experimento 1. O número

médio de larvas de T. tabaci, e total de larvas de sirfídeos foram

transformados para log (x + 0,5) e submetidos a análise de

variâncias e testes de médias. O coeficiente de correlação (r) e

determinação (r2 X 100) foi realizado entre número médio geral de

larvas de sirfídeos e ninfas de tripes, T. tabaci.

2.4 Variáveis climáticas e correlação com a

incidência de T. tabaci, P. destructor, e sirfídeos.

O coeficiente de correlação entre número médio de

ninfas de T. tabaci, porcentagem de infestação por P. destructor, e

variáveis climáticas (médias semanais de temperaturas média,

mínima e máxima C; média de insolação em número de horas de

Page 73: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

73

sol/semana, e precipitação acumulada em mm/semana) foi

determinado por experimento e segue metodologia adotada no

experimento 1 (vide item 2.1). Os resultados também foram

comparados com dados climáticos normais para a Estação

Experimental de Ituporanga, SC. Os dados climáticos foram obtidos

junto ao CLIMERH (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos

Hídricos de Santa Catarina) da EPAGRI.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Experimento 1

Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P.

destructor, em cebola sob diferentes fontes de adubação

orgânica

O número médio de ninfas de T. tabaci , não diferiu

entre tratamentos em nenhuma das semanas de avaliação (TABELA

1). Portanto, como constatado por OSUNA et al. (1989); MARZO et

al. (1997); BASTOS et al. (1998); SILVA et al. (1998); não

necessariamente a utilização de adubação mineral favorece a maior

densidade populacional de herbívoros, pois o efeito pode ser não

significativo ou até mesmo inferior ao adubo orgânico. A

porcentagem de folhas infectadas por P. destructor, foi tardia

(TABELA 2). A análise de variância não foi realizada em 14/10

Page 74: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

74

devido a inexistência da doença na maioria dos tratamentos, exceto

0,5% de infestação para NPK dose normal. A incidência da doença

diferiu apenas em 19/11, quando o esterco Barriga Verde foi

superior ao composto orgânico, porém foi semelhante aos demais

(TABELA 2). O efeito de fontes orgânicas de adubação como

indutores de resistência a patógenos foi não significativo comparado

a adubação mineral como observaram MELLONI; DUARTE;

CARDOSO (1995); RAVIV et al. (1998). Portanto, a fertilização não

apresentou uma ação definida sobre a incidência do patógeno.

Porém, estes resultados contrastam com McGUIRE (1999), que

observou menor incidência de P. destructor em cebola sob

adubação orgânica comparado a mineral.

O nível de nutrientes foliares foi similar entre

tratamentos na maioria das datas de avaliação (FIGURA 3), exceto

para N em 11/11, (FIGURA 3.2) e para Fe em 02/12 (FIGURA 3.18).

Em 11/11 o teor de N foi superior para os estercos de suíno em

ambas doses, esterco Barriga Verde, e composto, em relação ao

húmus, porém não diferiram dos demais tratamentos. Na data de

2/12 o teor de Fe no composto orgânico foi superior em relação a

fórmula NPK 5-20-20 dose dupla, porém foi semelhante aos demais.

Portanto, as fontes de adubação utilizadas, com dosagens de adubo

entre normal até no máximo o dobro recomendado pela análise,

não proporcionaram diferenças significativas nos teores de

Page 75: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

75

nutrientes foliares na maioria das avaliações que pudessem refletir

na incidência de T. tabaci e P. destructor em cebola. Deve-se

considerar também, que a área experimental estava em processo

de conversão para manejo orgânico há dois anos. Como ressaltado

por PHELAN; MASON; STINNER (1995), PHELAN (1997), os solos

com histórico de manejo orgânico apresentaram menor nível de

oviposição de Ostrinia nubilalis (Hübner) (Lepidoptera: Pyralidae) em

milho, em relação ao convencional, independente da fonte de

adubação ser química ou orgânica.

Os valores de coeficientes de correlação linear (r) e

determinação (r2

%) entre nutrientes, inseto e patógeno foram não

significativos em geral (TABELAS 3 e 4). Portanto, a relação entre

nutrientes, inseto e fungo geralmente não foi linear. A relação não

linear entre nitrogênio e artrópodos já havia sido constatada

anteriormente (WHITE, 1984; POPP; KULMAN; WHITE, 1986;

BREWER; O’NEILL; DESHON JR., 1987; RUTZ et al., 1990;

BETHKE; REDAK; SCHUCH, 1998; JOERN & BEHMER, 1998),

bem como para patógenos (BROSCIOUS; FRANK; FREDERICK,

1985). Os níveis de coeficiente de correlação foram altamente

significativos** para ocorrência de T. tabaci no fim do ciclo da

cultura (02/12/98) para K/Cu (r= -0,49**) e nas relações inversas de

nutrientes com Mn (N/Mn, r = 0,44**; P/Mn, r = 0,46**; Mg/Mn,

r = 0,45**) (TABELA 3). A relação da incidência de T. tabaci foi

Page 76: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

76

negativa nesta data para Mn (r = -0,29), K (r = -0,38*) e positiva

para Cu (r = 0,33*) (TABELA 3). O excesso dos nutrientes N, P e

Mg em relação a Mn favoreceu a ocorrência de T. tabaci, enquanto

o aumento de K em relação a Cu diminuiu a incidência do inseto.

Convém ressaltar, que tais relações foram verificados no período de

maturação fisiológica da cultura, quando a presença do inseto entra

naturalmente em declínio e não provoca maiores danos a cultura (o

nível de dano econômico de dano nesta fase é de 30 ninfas/planta,

segundo GONÇALVES, 1997b). O potássio como indutor de

resistência a insetos e patógenos foi relatado por CHABOUSSOU

(1987), PRIMAVESI (1988) e BORTOLLI & MAIA (1994); e Mn por

CHABOUSSOU (1987). O valor de r foi significativo (*) ainda para os

seguintes nutrientes: K (em 11/11 com relação positiva para K/ZN,

e 2/12 negativa para K, K/Mg, K/B); Cu (em 2/12 positiva para Cu),

N (em 2/12 positiva para N/K), P (em 2/12 positiva para P/K) , Ca/Mn

(positiva em 2/12), Mn/Zn (negativa em 2/12) (TABELA 3).

A análise de regressão múltipla apresentou as

seguintes equações para relação entre número médio de ninfas de

tripes (y) e nutrientes: para início da infestação do inseto em 14/10

com população abaixo do nível de dano econômico (N. D. E.),

y= +10,94 -0,04xP/B (r2

%= 10,16); em 11/11, uma semana antes

do pico populacional de T. tabaci, com todos tratamentos acima do

N. D. E., y= -51,35 +0,008xK/Zn (r2

%= 13,32) +0,89xB (r2

%= 10,04)

Page 77: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

77

+1,63xN (r2

%= 9,84); e no declínio populacional em 02/12, com

todos tratamentos abaixo do N.D.E., y= +21,32 -0,004xK/Cu

(r2

%= 23,68) +1,48xMn/Cu (r2

%= 14,09) +0,059xP/Mn (r2

%= 8,53)

-0,38xFe/B (r2

%= 6,89). A equação geral envolvendo as três datas

de amostragem foi: y= +34,22 -0,80xB (r2

%= 30,98) -0,39xFe/B

(r2

%= 5,61) -0,009xN/Zn (r2

%= 1,96).

O coeficiente de correlação (r) entre nutrientes e

infestação de P. destructor foi significativo em 2/12 para : com

relação negativa para K, K/Mg, K/Cu, Mn/Zn, N/Mg, Fe/Zn, e positiva

para Mg, Mg/Mn e Zn (TABELA 4). O efeito negativo de K/Mg,

K/Cu e Mn/Zn para o patógeno, P. destructor, ocorreu similarmente

ao observado para T. tabaci (TABELAS 3 e 4). A incidência de P.

destructor não foi correlacionada com incremento de P e N de

maneira isolada como observaram DEVELASH & SUGHA (1997),

porém similarmente a relação de K com a doença foi negativa. A

análise de regressão múltipla entre nutrientes e infestação de P.

destructor apresentou as seguintes equações: para data 11/11 com

nível de infestação máximo de 5%, y= -2,56 +9,10xP/Ca (r2%= 7,77);

para data 02/12 com o mais alto nível de infestação da doença

(13%, TABELA 2), y= -3,48 + 3,7xMg (r2%= 17,98) -0,86xFe/Zn

(r2%=14,44) +0,49xFe/Mn (r

2%= 9,88). A equação geral foi y= -17,21

+17,4xMg (r2

%= 25,31) -3,03xN (r2

%= 7,55) +5,43xN/Mg

(r2

%= 4,92) -0,07xFe/Cu (r2

%= 4,73) +0,012xN/Zn (r2

%= 3,47).

Page 78: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

78

A generalização de N como causador de desequilíbrio

nutricional e favorecimento na ocorrência de pragas e doenças pode

não ser correto como observado por BORTOLLI & MAIA (1994), pois

a relação isolada de N apresentou valores não significativos para

incidência de T. tabaci e para P. destructor (respectivamente

TABELAS 3 e 4). O efeito positivo de N para incidência de T. tabaci

foi verificado de maneira significativa para o nutriente em excesso

em detrimento de Mn e K (relações N/Mn, e N/K), enquanto que

para P. destructor para N/Mg (data 2/12, respectivamente TABELAS

3 e 4). Os resultados contrastam daqueles obtidos por SCHUCH;

REDAK; BETHKE (1998), que observaram que a infestação de F.

occidentalis, em crisântemo, D. grandiflorum, foi favorecida por altos

níveis de adubação nitrogenada. Os resultados foram similares ao

observado por VOS & FRINKING (1997), com efeito não significativo

de N sobre T. parvispinus , em pimenta, Capsicum spp.

(Solanaceae), porém a relação positiva de P sobre o inseto,

observada por estes autores, não foi constatada, pois a relação foi

significativamente positiva apenas para relação P/K em 02/12

(TABELA 3).

A produtividade comercial foi similar entre tratamentos

(TABELA 5). O peso médio de bulbos foi superior para esterco de

perú em relação ao composto orgânico, esterco de suíno (dosagem

normal), e húmus. O adubo químico NPK em ambas as dosagens

Page 79: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

79

utilizadas também apresentou peso médio de bulbos superior ao

composto orgânico. Porém, nenhum tratamento proporcionou

incremento significativo no peso médio de bulbos em relação a

testemunha sem adubo (TABELA 5). Provavelmente o nível de

fertilidade da área experimental (alto teor de P e nível médio de

matéria orgânica, aliada a condição de plantio direto, QUADRO 2)

proporcionou a testemunha sem adubação apresentar níveis de

produtividade similar aos demais tratamentos.

Page 80: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

80

TABELA 1. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.

Tratamentos

Doses de nutrientes (kg/ha)

Datas de avaliação

14/10 21/10 28/10 04/11 11/11 19/11 25 /11 02/12

N (esterco de suíno) 75,0 3,8 a 3,1 a 5,2 a 15,9 a 30,9 a 53,6 a 16,1 a 11,8 a

N (esterco de suíno) 37,5 3,8 a 3,1 a 6,5 a 17,2 a 29,9 a 47,7 a 17,6 a 16,7 a

N (esterco Barriga

Verde, aves)

75,0 1,2 a 3,1 a 9,4 a 16,1 a 36,6 a 65,1 a 12,2 a 15,0 a

N (composto orgânico)

75,0 2,5 a 4,1 a 7,6 a 14,0 a 24,6 a 59,4 a 17,7 a 12,1 a

N (esterco de perú) 75,0 2,7 a 4,0 a 6,0 a 18,5 a 35,2 a 41,8 a 17,2 a 8,3 a

N (húmus) 75,0 4,9 a 2,6 a 4,5 a 13,9 a 21,8 a 48,5 a 25,7 a 15,3 a

N P K (5-20-10) 30-120-60 3,2 a 6,4 a 9,1 a 16,7 a 29,5 a 62,0 a 20,6 a 10,7 a

N P K (5-20-10) 60-240-120 2,8 a 6,3 a 6,8 a 18,8 a 36,1 a 61,2 a 22,9 a 13,9 a

testemunha sem adubação

3,4 a 7,0 a 5,0 a 20,4 a 22,0 a 53,9 a 22,0 a 16,2 a

CV% 63,5 49,8 34,1 11,7 9,3 9,1 12,6 16,9

Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi

realizada com dados transformados para log x +0,5, porém os resultados apresentados são dados originais).

Page 81: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

81

TABELA 2. Porcentagem de folhas de cebola, cultivar Crioula, infectadas por Peronospora destructor , sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.

Tratamentos

Doses de nutrientes (kg/ha)

Datas de avaliação

14/10* 21/10 28/10 04/11 11/11 19/11 25/11* 02/12

N (esterco de suíno) 75,0 0,0 0,0 a 0,0 a 0,8 a 0,0 a 8,6 ab 0,0 4,4 a

N (esterco de suíno) 37,5 0,0 0,9 a 1,2 a 0,7 a 1,6 a 7,3 ab 0,0 5,8 a

N (esterco Barriga

Verde, aves)

75,0 0,0 0,0 a 0,9 a 0,0 a 5,0 a 16,4 a 0,0 9,8 a

N (composto orgânico) 75,0 0,0 0,0 a 0,4 a 0,0 a 0,6 a 5,3 b 0,0 9,1 a

N (esterco de perú) 75,0 0,0 0,5 a 0,9 a 0,6 a 1,5 a 10,9 ab 0,0 13,0 a

N (húmus) 75,0 0,0 3,4 a 0,4 a 1,2 a 1,6 a 11,1 ab 0,0 8,6 a

N P K (5-20-10) 30-120-60 0,5 0,0 a 0,0 a 0,4 a 0,3 a 8,4 ab 0,0 7,5 a

N P K (5-20-10) 60-240-120 0,0 0,0 a 0,7 a 0,8 a 1,3 a 9,6 ab 0,0 6,3 a

testemunha sem adubação

0,0 0,9 a 0,4 a 0,8 a 2,3 a 7,1 ab 0,0 6,7 a

CV% 600,0 227,6 134,7 159,9 123,1 22,7 55,2

Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise devariância

foi realizada com dados transformados para arco seno √x/100, porém os resultados apresentados são dados originais). * Nas datas de avaliações de 14/10, 25/11 não foi realizada análise de variância devido a baixa incidência ou inexistência da doença.

Page 82: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

68

TABELA 3. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Datas de avaliação

Nutrientes

14/10

r r2 %

11/11

r r2 %

02/12

r r2 %

N 0,05 0,17 0,16 2,55 0,10 0,99 P -0,21 4,57 -0,12 1,34 0,15 2,32 K 0,02 0,03 0,29 8,64 -0,38* 14,18

Ca 0,00 0,00 -0,05 0,24 -0,09 0,74 Mg 0,09 0,81 -0,03 0,10 0,21 4,45 Fe -0,07 0,44 0,13 1,74 -0,10 0,95

Mn -0,16 2,49 0,03 0,07 -0,29 8,27 Zn 0,17 2,79 -0,25 6,34 0,00 0,00 Cu -0,26 6,75 -0,15 2,16 0,33* 10,99 B 0,12 1,50 0,21 4,21 0,19 3,46

N/P 0,20 3,97 0,17 3,02 -0,11 1,31 N/K 0,00 0,00 -0,23 5,38 0,33* 10,64

N/Ca 0,00 0,00 0,12 1,41 0,11 1,11 N/Mg -0,09 0,81 0,06 0,40 -0,17 2,98 N/Fe 0,18 3,24 -0,13 1,80 0,03 0,10 N/Mn 0,12 1,52 -0,11 1,16 0,44** 19,58 N/Zn 0,00 0,00 0,27 7,26 0,02 0,05 N/Cu 0,14 1,84 0,24 5,67 -0,19 3,76 N/B -0,14 1,95 -0,12 1,37 -0,20 4,11 P/K -0,13 1,81 -0,30 8,72 0,38* 14,27

P/Ca -0,19 3,65 -0,02 0,05 0,17 2,90 P/Mg -0,19 3,54 -0,08 0,59 0,01 0,02 P/Fe 0,12 1,41 -0,22 4,72 0,14 1,89 P/Mn 0,05 0,21 -0,15 2,37 0,46** 21,14

P/Zn -0,11 1,26 0,23 5,25 0,13 1,72 P/Cu 0,05 0,20 0,15 2,37 -0,05 0,22 P/B -0,32 10,16 -0,19 3,43 -0,12 1,36

K/Ca 0,00 0,00 0,25 6,14 -0,25 6,41 K/Mg -0,04 0,18 0,18 3,13 -0,34* 11,39 K/Fe 0,16 2,57 0,08 0,60 -0,17 2,79 K/Mn 0,14 1,83 0,00 0,00 0,18 3,21 K/Zn 0,00 0,00 0,36* 13,32 -0,22 5,01 K/Cu 0,14 1,99 0,32 10,19 -0,49** 23,68 K/B -0,07 0,47 0,03 0,07 -0,40* 15,79

Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1%

de probabilidade.

Page 83: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

69

Continuação da TABELA 3.

Datas de avaliação

Nutrientes

14/10

r r2 %

11/11

r r2 %

02/12

r r2 %

Ca/Mg -0,07 0,56 -0,04 0,18 -0,28 7,87 Ca/Fe 0,17 2,95 -0,18 3,18 0,02 0,04 Ca/Mn 0,10 1,10 -0,11 1,26 0,35* 12,38

Ca/Zn 0,00 0,00 0,21 4,43 0,00 0,00 Ca/Cu 0,11 1,22 0,15 2,39 -0,24 5,71 Ca/B -0,15 2,15 -0,11 1,17 -0,23 5,52

Mg/Fe 0,21 4,49 -0,18 3,20 0,08 0,67 Mg/Mn 0,13 1,69 -0,16 2,56 0,45** 20,01 Mg/Zn 0,03 0,07 0,22 4,64 0,08 0,68 Mg/Cu 0,16 2,59 0,23 5,27 -0,15 2,18 Mg/B -0,03 0,07 -0,15 2,23 -0,07 0,56 Fe/Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 1,25 Fe/Zn -0,11 1,26 0,23 5,23 -0,04 0,13 Fe/Cu -0,01 0,01 0,18 3,42 -0,08 0,63 Fe/B -0,10 1,10 -0,03 0,08 -0,20 3,84

Mn/Zn -0,14 1,96 0,09 0,88 -0,35* 12,14 Mn/Cu 0,07 0,49 0,10 1,06 -0,21 4,53 Mn/B -0,20 3,88 -0,13 1,69 -0,30 9,09 Zn/Cu 0,15 2,15 0,01 0,01 -0,03 0,08 Zn/B 0,11 1,29 -0,29 8,24 -0,13 1,75 Cu/B -0,29 8,24 -0,13 1,68 0,27 7,32

Page 84: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

70

TABELA 4. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2

%) entre níveis de nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Nutrientes Datas de avaliação

11/11

r r2 %

02/12

r r2 %

N -0,05 0,24 -0,07 0,49 P 0,08 0,67 -0,20 3,91 K 0,11 1,24 -0,35* 12,27

Ca -0,19 3,71 0,10 1,06 Mg -0,26 6,95 0,42* 17,98 Fe 0,00 0,00 -0,10 1,08

Mn 0,13 1,73 -0,28 8,04 Zn -0,09 0,80 0,33* 10,86 Cu 0,08 0,62 0,07 0,46 B -0,08 0,63 -0,07 0,47

N/P -0,12 1,41 0,20 4,19 N/K -0,13 1,71 0,31 9,56

N/Ca 0,19 3,69 -0,14 1,94 N/Mg 0,23 5,27 -0,39* 15,45 N/Fe -0,08 0,57 0,05 0,29 N/Mn -0,20 4,05 0,28 7,56 N/Zn 0,10 0,92 -0,21 4,52 N/Cu -0,04 0,16 -0,18 3,11 N/B 0,03 0,08 0,06 0,32 P/K -0,08 0,59 0,09 0,88

P/Ca 0,28 7,77 -0,19 3,53 P/Mg 0,22 5,00 -0,31 9,52 P/Fe -0,02 0,03 -0,04 0,15

P/Mn -0,18 3,38 0,15 2,34 P/Zn 0,19 3,79 -0,31 9,59 P/Cu 0,02 0,03 -0,24 5,61 P/B 0,06 0,33 -0,10 0,93

K/Ca 0,22 4,95 -0,30 8,75 K/Mg 0,18 3,06 -0,37* 13,42 K/Fe 0,01 0,01 -0,15 2,21 K/Mn -0,15 2,12 0,00 0,00 K/Zn 0,18 3,28 -0,30 9,13 K/Cu 0,02 0,03 -0,39* 15,53 K/B 0,07 0,55 -0,20 3,85

Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de

T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.

Page 85: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

71

Continuação da TABELA 4.

Nutrientes Datas de avaliação

11/11

r r2 %

02/12

r r2 %

Ca/Mg 0,00 0,00 -0,26 7,00 Ca/Fe -0,16 2,41 0,12 1,39 Ca/Mn -0,20 4,17 0,32 10,42 Ca/Zn 0,00 0,00 -0,12 1,56 Ca/Cu -0,09 0,89 -0,11 1,30 Ca/B -0,04 0,19 0,10 1,04

Mg/Fe -0,19 3,43 0,20 3,88 Mg/Mn -0,24 5,64 0,41* 16,79 Mg/Zn -0,03 0,10 0,00 0,00 Mg/Cu -0,13 1,80 -0,03 0,07 Mg/B -0,07 0,48 0,29 8,34 Fe/Mn -0,13 1,79 0,13 1,69 Fe/Zn 0,08 0,68 -0,34* 11,25 Fe/Cu -0,01 0,02 -0,15 2,11 Fe/B 0,04 0,18 -0,08 0,64

Mn/Zn 0,17 2,75 -0,34* 11,88 Mn/Cu 0,05 0,26 -0,22 4,90 Mn/B 0,07 0,48 -0,15 2,36 Zn/Cu -0,12 1,53 0,06 0,35 Zn/B -0,07 0,54 0,22 4,95

Cu/Zn 0,14 1,98 0,01 0,01 Cu/B 0,06 0,37 0,10 0,96

Page 86: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

72

TABELA 5. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Tratamentos

Doses de nutrientes

(Kg/ha)

Produtividade

(t/ha)

Peso médio de bulbos

(g)

N (esterco de suíno) 75,0 12,9 a 58,1 abc

N (esterco de suíno) 37,5 12,2 a 54,4 bc

N (esterco Barriga Verde, aves)

75,0 13,9 a 62,8 abc

N (composto orgânico) 75,0 11,6 a 52,2 c

N (esterco de perú) 75,0 16,9 a 71,9 a

N (húmus) 75,0 12,0 a 55,6 bc

N P K (5-20-10) 30-120-60 15,6 a 68,8 ab

N P K (5-20-10) 60-240-120 15,7 a

69,2 ab

testemunha sem adubação 12,0 a 55,8 abc

CV% 17,6 11,0

OBS: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Page 87: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

73

3.2 Experimento 2

Densidade Populacional de T. tabaci, e infestação por P. destructor, em

cebola sob diferentes fontes minerais de adubação

A incidência de T. tabaci foi relativamente baixa entre 15/10 a

29/10/98, tornando-se próxima ao nível de dano econômico (segundo

GONÇALVES 1997, 15 ninfas/planta antes da bulbificação), apenas a partir de

5/11/98 para esterco de suíno na dosagem mais alta (TABELA 6). O número

médio de ninfas de T. tabaci foi superior em 05/11 para dosagem tripla de

esterco de suíno + fosfato natural em relação ao NPK 5-20-10 e P2O5 (super

triplo) em doses normais e não diferiu dos demais (TABELA 6). Os

tratamentos com adubação apresentaram níveis populacionais de T. tabaci

similares à testemunha sem adubo. Em 12/11/98 o esterco de suíno + fosfato

natural na dosagem tripla e normal e o NPK dose normal apresentaram maior

incidência de T. tabaci que N dose triplicada (TABELA 6). O nível foliar de

nutrientes diferiu apenas para N em 15/10 e P em 12/11, os demais

apresentaram níveis semelhantes entre tratamentos (FIGURA 4). No início das

avaliações (15/10) o fornecimento de N foi superior para esterco de suíno e N

mineral (uréia) em doses triplicadas em relação ao NPK dose normal, P

mineral em ambas dosagens e testemunha (Figura 4.1). Em 12/11 o nível de P

foi superior para esterco de suíno + fosfato natural em dose normal comparado

a N em dose triplicada (Figura 4.5). As diferenças entre níveis foliares de

nutrientes entre tratamentos (Figura 4) não proporcionaram efeito semelhante

na incidência de T. tabaci (Tabela 6). Este resultado contrasta com McGUIRE

(1999) que observou densidade populacional de T. tabaci superior para

Page 88: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

74

tratamento com maior teor de N foliar, em fase de pleno desenvolvimento

vegetativo.

Convém ressaltar, que este experimento foi montado em área

com histórico convencional de manejo de solo, o que provavelmente favoreceu

a diferença entre tratamentos independente da origem da fonte de adubação

utilizada. McGUIRE (1999) em experimento montado em Ituporanga, SC, em

propriedade rural com manejo de solo convencional há dez anos, observou que

o adubo orgânico apresentou maior densidade populacional de T. tabaci em

cebola comparado ao mineral. PHELAN; MASON; STINNER (1995), PHELAN

(1997) observaram que há uma maior tendência de incidência de insetos em

solo mantido historicamente com agroquímicos comparado ao orgânico,

mesmo que a adubação utilizada no manejo da cultura seja orgânica.

A porcentagem de infestação foliar por míldio foi similar enre

tratamentos entre 15/10 a 05/11 (TABELA 7). A infestação de P. destructor

apenas diferiu entre tratamentos quando ocorreu o nível mais alto de

severidade da doença na testemunha (23,1% em 12/11), com NPK 5-20-10

dose tripla superior a N dose normal (TABELA 7). Tal diferença poderia ser

atribuída a maior quantidade de N solúvel fornecida pelo NPK 5 -20-10 em

superdosagem, porém, como os níveis foliares de N foram semelhantes entre

tratamentos em 12/11 (FIGURA 4.2), descarta-se tal possibilidade.

Similar ao ocorrido no experimento 1 os valores dos coeficientes

de correlação (r) e determinação (r2

%) foram geralmente não significativos

entre nutrientes e incidência de T. tabaci e P. destructor (TABELAS 8 e 9). O

coeficiente de correlação foi altamente significativo ** no início da colonização

de T. tabaci, em 15/10, para a relação N/Mn (r = 0,42**) (TABELA 8). Em

Page 89: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

75

15/10, r foi significativo também para Mn isoladamente (r= -0,29*) e em

relação inversa com outros nutrientes: K/Mn (r= 0,35*), Mg/Mn (r= 0,35*),

Ca/Mn (r= 0,34*), P/Mn (r= 0,33*) (TABELA 8); como observado no

experimento 1. Portanto, a incidência de T. tabaci apresentou correlação

positiva principalmente com Mn em relação inversa com outros nutrientes

(N/Mn, P/Mn, Mg/Mn, Ca/Mn, K/Mn) no início da infestação em 15/10/98

(TABELAS 6 e 8). O aumento dos níveis destes nutrientes em relação a Mn

promoveu maior densidade populacional do inseto, porém no início da

infestação com população abaixo do nível de dano econômico (TABELA 6).

Recentemente na região do Alto Vale do Itajaí, SC, tem-se observado

deficiência de Mn em plantas de cebola, principalmente pelo cultivo sucessivo

na mesma área, baixa disponibilidade do nutriente nos solos da região, pH

elevado, ausência de matéria orgânica, compactação e erosão do solo

(EPAGRI, 2000). CHABOUSSOU (1987) fez referência à importância do

manganês e sua ação na resistência da planta. Em cebola, A. cepa, o Mn

reduz a incidência de doenças fúngicas (HUBER, 1994). O manganês atua

sobre a respiração e transpiração vegetal, plantas deficientes neste nutriente

absorvem mais água (PRIMAVESI, 1982). O manganês atua ainda como

ativador de enzimas em várias reações, sobre a fotossíntese (a carência do

nutriente diminui a intensidade do processo), na formação da clorofila e

cloroplastos (MALAVOLTA et al., 1974). Na semana que antecedeu o pico

populacional de T. tabaci , 12/11 (TABELA 6), o Ca em relação inversa com

Fe (Ca/Fe, r= 0,33*) e N/Zn (r= -0,29) apresentaram níveis significativos de r

(TABELA 8). Em 3/12, no final do ciclo da cultura (maturação fisiológica das

plantas), observou-se o maior valor de r para N (r= 0,40*), N/Mg (r= 0,31*). A

Page 90: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

76

análise de regressão múltipla entre níveis foliares de nutrientes e incidência de

T. tabaci (representado por y) apresentou as seguintes equações para início da

infestação do inseto em 15/10/98 (TABELA 6), y = -1,06 +0,017xN/Mn

(r2%= 17,63); para densidade populacional iniciando a ultrapassar o nível de

dano econômico (15 ninfas/planta antes da bulbificação, segundo

GONÇALVES, 1997), data 12/11/98, y= 14,15 +0,07xCa/Fe (r2%= 10,62); para

fase de maturação fisiológica da cultura, quando há um declínio natural da

infestação do inseto, data 03/12/98, y= -6,25 +1,17xN (r2%= 16,20)

+8,14xP/Mg (r2%= 6,96) -0,44xCa/Fe (r

2%= 7,64). A equação geral envolvendo

as três datas de amostragem apresentou a seguinte equação, y= 12,18

-0,22xMn/Cu (r2%= 21,19) +0,21xMg/Fe (r

2%= 15,43) -0,27xN (r

2%= 5,88)

+0,02xFe (r2%= 3,12) +2,86xP/Mg (r

2%= 1,62). O nitrogênio geralmente é o

nutriente com maior volume de relatos como causador de surtos populacionais

de insetos fitófagos (YEPSEN JR. 1977; PRIMAVESI, 1988; PATRIQUIN;

BAINES; ABBOUD, 1993; BORTOLLI & MAIA, 1994). A influência positiva da

fertilização com N sobre o sugador T. tabaci no final do ciclo da cultura (data

03/12, TABELAS 6 e 8) está de acordo com o levantado por STRAUSS (1987)

e LIGHTFOOT & WHITFORD (1987), que observaram surtos populacionais de

insetos sugadores devido ao excesso de N. A incidência de T. tabaci nos

experimentos 1 e 2 (respectivamente fontes orgânicas e minerais) apresentou

correlação positiva principalmente nas relações com Mn em relação inversa

(N/Mn, P/Mn, Mg/Mn, Ca/Mn) e negativa para (Mn/Zn) (TABELAS 3 e 8).

Porém, a relação de nutrientes envolvendo Mn ocorreu em períodos em que a

população do inseto estava abaixo do nível de dano econômico, na fase de

maturação fisiológica no experimento 1 (02/12, TABELA 1), ou no início da

Page 91: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

77

infestação no experimento 2 (15/10, TABELA 6). O aumento de níveis de N, P,

Mg e Ca em relação a Mn promoveu maior densidade populacional do inseto,

enquanto que o excesso de Mn em relação a Zn diminuiu a ocorrência de T.

tabaci.

CHABOUSSOU (1987) ressaltou a importância do equilíbrio entre

macronutrientes e micronutrientes para a planta atingir um “ótimo de

proteossíntese”, processo fundamental na resistência a pragas e patógenos de

plantas (vide item 1.2.1). PRIMAVESI (1982) também salientou a necessidade

de manter níveis adequados entre macronutrientes e micronutrientes, tais

como nas relações N/Cu, P/Zn, P/Mn, P/Fe, K/B, N-NO3/Mo, N-NH4/Mn, Ca/Fe,

Ca/B, Ca/Zn. Nos experimentos com fontes orgânicas1

e minerais2, através da

análise de regressão múltipla constatou-se que a incidência de T. tabaci esteve

relacionada no início da infestação principalmente de forma negativa com P/B1,

positiva com N/Mn2 , próximo ao pico populacional foi positiva com K/Zn

1, B

1,

N1 e Ca/Fe

2 e no declínio populacional foi negativa com K/Cu

1, Fe/B

1 e Ca/Fe

2

e positiva com Mn/Cu1, P/Mn

1, N

2, P/Mg

2. Nas datas de maior infestação do

inseto a relação com nutrientes foi mais alta para relação K/Zn e Ca/Fe

(respectivamente para experimento com fontes orgânicas e minerais).

Provavelmente as relações entre os nutrientes apontados acima não estavam

em níveis “adequados” que pudessem inibir a presença de T. tabaci.

No experimento 1 (com fontes orgânicas de adubação) as

correlações entre inseto e nutriente foram significativas principalmente no fim

do ciclo (02/12/98) (TABELAS 1 e 3), enquanto que para fontes minerais

ocorreu no início do ciclo (15/10/98) (TABELAS 6 e 8). Provavelmente no

experimento 1 as relações entre nutrientes e o inseto foram significativas

Page 92: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

78

tardiamente devido ao histórico de manejo de solo da área experimental:

plantio direto e adubação com fontes orgânicas, que são de lenta

mineralização, com disponibilidade de nutrientes vagarosa em relação aos

adubos químicos.

A correlação entre P. destructor e nutrientes apresentou valores

significativos apenas na semana de maior severidade da doença na

testemunha, 12/11 (TABELA 7) para relações com B (r= 0,29*); Mg/B

( r= -0,31*) ; e P/Zn (r= 0,30*) (TABELA 9). O efeito positivo de B com relação

a P. destructor, contrastou com resultados de GUPTA & SINGH (1995), que

observaram redução na incidência primária de míldio, S. graminicola, na

gramínea, P. glaucum, devido aos micronutrientes B, Zn e Fe. A análise de

regressão múltipla para incidência de P. destructor e sua relação com

nutrientes apresentou as seguintes equações: no início da infestação da

doença não houve relação significativa (em 15/10, TABELA 7); com pico de

severidade da doença na testemunha (em 12/11), y= -36,16 -0,16xMg/B

(r2

%= 9,72) +0,26xP/Fe (r2

%= 6,63); próxima a maturação fisiológica com

nível de infestação de P. destructor entre 5,6% a 22,6% (em 03/12), y= -20,80

-0,02xP/Cu (r2

%= 8,97). A equação geral foi y= +31,55 -0,69xN (r2

%= 20,22)

+0,014xP/Zn (r2

%= 6,73).

Através da análise regressão mútipla foi possível verificar que a

relação entre P. destructor e nutrientes para fontes orgânicas foi condicionada

de maneira positiva para Mg, Fe/Mn e P/Ca, e negativa para Fe/Zn, enquanto

que para minerais foi negativa para Mg/B, P/Cu e positiva para P/Fe. O nível

mais alto de relação patógeno nutrientes na data de maior severidade da

Page 93: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

79

doença foi verificado para fontes orgânicas de maneira positiva com Mg e para

minerais negativa para Mg/B.

A relação entre nutrientes, T. tabaci e P. destructor, ocorreu de

forma distinta entre as fontes minerais e orgânicas, pois houve variabilidade

dos resultados entre cada data de amostragem e experimentos, portanto deve

ser considerado a complexidade entre nutrição da cultura da cebola e estes

parasitas. Para elucidar esta relação serão necessários futuros trabalhos com

determinação da marcha de absorção de nutrientes com a cultivar Crioula para

condições de solo do Alto Vale do Itajaí; investigar relações de T. tabaci e P.

destructor com substâncias mais complexas tais como nitrato; aminoácidos,

proteína, determinação da relação com enxofre, pois o nutriente é absorvido

em grandes proporções pela cultura (HAAG citado por MALAVOLTA et al.

1974) e também constituinte de vários aminoácidos.

A produtividade comercial foi superior para os tratamentos

esterco de suíno + fosfato natural na dosagem tripla e normal, NPK dose

tripla em relação a testemunha e demais tratamentos (TABELA 10). O peso

médio de bulbos foi superior a testemunha sem adubação apenas para esterco

de suíno + fosfato natural na dosagem tripla (TABELA 10). A produtividade

comercial e peso médio de bulbos foi similar tanto para adubação mineral

quanto orgânica em dose normal recomendada pela análise de solo (TABELA

10). As condições de fertilidade da área experimental com altos níveis de

macronutrientes e matéria orgânica (vide análise de solo em material e

métodos, QUADRO 6), aliado a condição de plantio direto, provavelmente

permitiram que a testemunha apresentasse níveis de produtividade similares

aos tratamentos com adubação na dose normal.

Page 94: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

80

3.3 CONCLUSÕES dos EXPERIMENTOS 1 e 2.

A incidência de T. tabaci, diferiu entre tratamentos apenas em

solo com histórico de manejo convencional, independente da fonte de

adubação utilizada (química ou orgânica), enquanto que no orgânico não

houve diferença entre tratamentos.

A adubação mineral em relação a orgânica não necessariamente

favoreceu a incidência de T. tabaci e P. destructor .

A correlação entre nutrientes, T. tabaci e P. destructor

geralmente não foi linear .

A rápida disponibilidade de nutrientes da adubação mineral em

relação a orgânica associada ao histórico de manejo convencional do solo,

pareceu favorecer a ocorrência antecipada de correlação significativa entre

nutrientes, T. tabaci e P. destructor .

Na fase de maior densidade populacional de T. tabaci a relação

com nutrientes foi mais alta para relação K/Zn e Ca/Fe (respectivamente para

experimento com fontes orgânicas e minerais).

Nas datas de maior severidade de P. destructor houve relação

mais alta com os seguintes nutrientes: para fontes orgânicas de maneira

positiva com Mg e para minerais negativa para Mg/B.

A relação entre a nutrição da cultura da cebola e a incidência de

T. tabaci e P. destructor foi variável entre as fontes minerais e orgânicas e

envolveu vários nutrientes não sendo restrita a certos elementos, mas sim

complexa. Futuros trabalhos deverão ser desenvovidos para complementar

estas informações tais como: determinação da marcha de absorção de

Page 95: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

81

nutrientes para a cultivar Crioula para condições de solo do Alto Vale do Itajaí,

SC; relação entre inseto e patógeno com enxofre (pois não foi verificado no

presente trabalho) e substâncias mais complexas tais como nitrato,

aminoácidos e proteínas.

A adubação orgânica em dose normal recomendada para a

cultura da cebola atingiu níveis de produtividade similares a adubação mineral.

Page 96: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

82

TABELA 6. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.

Tratamentos

Doses de nutrientes

(kg/ha)

Datas de avaliação

15/10 22/10 29/10 05/11 12/11 20/11 26/11 03/12

NPK (5-20-10) 30-120-60 2,1 a 2,1 a 1,3 a 2,9 b 16,8 a 32,2 a 9,8 a 8,1 a

NPK (5-20-10) 90-360-180 3,1 a 4,8 a 6,3 a 3,6 ab 14,2 ab 32,4 a 8,2 a 9,1 a

N (uréia) 75,0 1,8 a 2,4 a 4,6 a 4,3 ab 13,8 ab 26,6 a 12,9 a 9,9 a

N (uréia) 225,0 0,7 a 2,2 a 3,3 a 4,9 ab 6,7 b 25,5 a 7,4 a 11,6 a

P2 O5 (super triplo) 80,0 0,6 a 1,0 a 0,4 a 2,5 b 12,5 ab 19,8 a 8,9 a 9,9 a

P2 O5 (super triplo) 240,0 3,8 a 2,2 a 2,4 a 4,3 ab 12,9 ab 26,4 a 10,7 a 9,5 a

K2 0 (cloreto de potássio)

60,0 0,6 a 0,8 a 1,7 a 4,1 ab 15,3 ab 23,0 a 11,5 a 10,3 a

K2 0 (cloreto de potássio)

180,0 0,8 a 1,3 a 2,8 a 4,6 ab 12,0 ab 22,4 a 10,6 a 9,6 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

75,0 + 80,0 4,0 a 0,9 a 2,2 a 4,2 ab 18,4 a 30,1 a 17,7 a 12,8 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

225,0 + 240,0 2,7 a 3,8 a 4,4 a 14,2 a 26,6 a 41,3 a 8,5 a 8,8 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

37,5 + 40,0 2,3 a 2,5 a 2,3 a 7,4 ab 15,8 ab 23,2 a 11,6 a 11,0 a

Testemunha 2,1 a 1,2 a 3,2 a 6,2 ab 13,8 ab 21,4 a 13,6 a 9,5 a

C.V (%) 177,8 144,8 89,7 40,8 14,5 9,3 17,6 19,1

Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi realizada com dados transformados para log x +0,5, porém os resultados apresentados são dados originais).

Page 97: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

83

TABELA 7. Porcentagem de folhas infectadas por Peronospora destructor em cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI,1998.

Tratamentos

Doses (kg/ha)

Datas de avaliação

15/10 22/10 29/10 05/11 12/11 20/11 26/11 03/12

NPK (5-20-10) 30-120-60 0,5 a 2,6 a 2,0 a 1,7 a 22,9 ab 13,8 a 4,6 a 9,8 a

NPK (5-20-10) 90-360-180 0,5 a 5,3 a 6,9 a 5,0 a 36,3 a 10,5 a 11,6 a 10,0 a

N (uréia) 75,0 0,6 a 4,1 a 1,3 a 3,7 a 13,6 b 14,9 a 6,2 a 22,6 a

N (uréia) 225,0 0,0 a 3,0 a 3,0 a 2,0 a 21,4 ab 17,1 a 4,2 a 17,3 a

P2 O5 (super triplo) 80,0 0,0 a 3,3 a 2,0 a 3,3 a 19,9 ab 6,4 a 6,1 a 10,2 a

P2 O5 (super triplo) 240,0 1,4 a 0,9 a 0,9 a 0,9 a 14,7 ab 6,8 a 8,3 a 21,4 a

K2 0 (cloreto de potássio)

60,0 1,1 a 2,3 a 3,7 a 3,6 a 27,2 ab 13,0 a 15,1 a 18,6 a

K2 0 (cloreto de potássio)

180,0 0,9 a 2,3 a 1,5 a 2,2 a 14,2 ab 10,1 a 8,6 a 20,4 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

75,0 +180,0 0,5 a 2,4 a 1,3 a 3,8 a 19,9 ab 14,3 a 18,6 a 21,1 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

225,0 + 40,0 1,6 a 2,6 a 2,7 a 3,4 a 30,1 ab 10,9 a 15,0 a 5,6 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

37,5 + 40,0 0,0 a 2,8 a 2,7 a 7,0 a 18,9 ab 11,6 a 10,0 a 18,2 a

Testemunha 0,0 a 1,4 a 2,4 a 3,0 a 23,1 ab 9,9 a 5,7 a 13,6 a

C.V (%) 193,4 76,7 74,3 63,3 22,3 24,3 38,1 38,0

Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey (a análise de variância foi realizada com

dados transformados para arco seno √x/100, porém os resultados apresentados são dados originais).

Page 98: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

89

TABELA 8. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Thrips tabaci Lindeman 1888. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Nutrientes Datas de avaliação

15/10

r r2 %

12/11

r r2 %

03/12

r r2 %

N 0,15 2,28 -0,05 0,27 0,40** 16,20 P 0,16 2,49 0,04 0,16 0,10 0,96 K -0,02 0,03 -0,09 0,87 0,08 0,63

Ca 0,07 0,59 0,17 2,93 0,11 1,26 Mg 0,06 0,33 0,12 1,35 -0,14 2,04 Fe -0,21 4,60 -0,17 2,96 0,14 1,89

Mn -0,29* 8,14 -0,03 0,07 -0,08 0,65 Zn 0,13 1,70 0,23 5,21 -0,16 2,56 Cu 0,10 1,04 0,04 0,12 0,06 0,33 B -0,06 0,31 -0,10 0,91 0,22 4,90

N/P 0,01 0,00 -0,07 0,50 0,06 0,41 N/K 0,16 2,55 0,05 0,24 0,11 1,20

N/Ca 0,06 0,42 -0,19 3,48 -0,03 -0,10 N/Mg 0,09 0,76 -0,14 2,10 0,31* 9,48 N/Fe 0,22 4,65 0,22 4,79 0,00 0,00 N/Mn 0,42** 17,63 -0,02 0,04 0,13 1,74 N/Zn 0,01 0,01 -0,29* 8,60 0,20 4,00 N/Cu 0,09 0,79 -0,05 0,24 0,08 0,60 N/B 0,14 2,00 0,02 0,04 -0,10 0,94 P/K 0,14 2,01 0,12 1,48 0,07 0,47

P/Ca 0,08 0,58 -0,09 0,73 -0,01 0,01 P/Mg 0,09 0,85 -0,02 0,05 0,12 1,55 P/Fe 0,20 4,11 0,19 3,56 -0,08 0,64 P/Mn 0,33* 10,87 0,00 0,00 0,09 0,76

P/Zn 0,02 0,04 -0,21 4,41 0,16 2,42 P/Cu 0,07 0,55 -0,02 0,03 0,06 0,33 P/B 0,16 2,64 0,12 1,47 -0,01 0,02

K/Ca -0,09 0,82 -0,18 3,31 -0,04 0,20 K/Mg -0,03 0,07 -0,12 1,45 0,12 1,34 K/Fe 0,16 2,51 0,16 2,58 -0,11 1,19 K/Mn 0,35* 12,04 -0,05 0,22 0,09 0,89 K/Zn -0,11 1,10 -0,26 6,91 0,18 3,37 K/Cu 0,03 0,06 -0,05 0,28 0,03 0,11 K/B 0,08 0,64 -0,01 0,01 -0,13 1,74

Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.

Page 99: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

90

Continuação da TABELA 8.

Nutrientes Datas de avaliação

15/10

r r2 %

12/11

r r2 %

03/12

r r2 %

Ca/Mg 0,04 0,19 0,14 2,00 0,16 2,43 Ca/Fe 0,19 3 50 0,33* 10,62 0,05 0,22 Ca/Mn 0,34* 11,72 0,10 1,01 0,15 2,11

Ca/Zn -0,03 0,06 -0,09 0,83 0,16 2,61 Ca/Cu 0,05 0,28 0,07 0,52 0,09 0,81 Ca/B 0,11 1,14 0,17 2,73 -0,02 0,05

Mg/Fe 0,19 3,58 0,28 8,02 -0,13 1,75 Mg/Mn 0,35* 11,97 0,04 0,18 0,02 0,05 Mg/Zn -0,05 0,27 -0,20 4,05 0,08 0,57 Mg/Cu 0,04 0,14 0,02 0,03 -0,06 0,31 Mg/B 0,11 1,13 0,09 0,76 -0,27 7,44 Fe/Mn 0,02 0,03 -0,17 2,92 0,08 0,63 Fe/Zn -0,23 5,31 -0,23 5,42 0,19 3,58 Fe/Cu -0,19 3,51 -0,16 2,55 0,07 0,56 Fe/B -0,14 1,95 -0,17 2,90 0,00 0,00

Mn/Zn -0,32* 10,19 -0,19 3,61 0,02 0,06 Mn/Cu -0,15 2,38 -0,02 0,04 -0,07 0,43 Mn/B -0,12 1,38 -0,02 0,03 -0,19 3,65 Zn/Cu 0,07 0,45 0,13 1,68 -0,13 1,69 Zn/B 0,16 2,70 0,18 3,13 -0,20 3,89 Cu/B 0,14 1,95 0,06 0,35 -0,07 0,54

Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.

Page 100: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

91

TABELA 9. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2 %) entre níveis de

nutrientes em folhas de cebola, cultivar Crioula, e incidência de Peronospora destructor. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Nutrientes Datas de avaliação

15/10

r r2 %

12/11

r r2 %

03/12

r r2 %

N 0,02 0,04 0,11 1,11 -0,02 0,04 P -0,02 0,05 0,22 4,88 0,21 4,39 K -0,05 0,27 0,15 2,32 -0,01 0,02

Ca 0,00 0,00 0,05 0,26 0,04 0,18 Mg -0,03 0,12 -0,16 2,55 -0,02 0,03 Fe 0,05 0,29 0,15 2,33 -0,06 0,42

Mn -0,11 1,15 -0,09 0,80 0,25 6,15 Zn -0,13 1,61 -0,26 6,58 -0,04 0,14 Cu -0,08 0,60 -0,07 0,52 -0,13 1,79 B -0,12 1,43 0,29* 8,14 -0,04 0,14

N/P 0,00 0,00 -0,10 0,95 -0,14 2,02 N/K 0,04 0,14 -0,10 1,01 0,01 0,01

N/Ca 0,05 0,27 0,03 0,06 -0,02 0,04 N/Mg 0,06 0,32 0,22 4,87 -0,02 0,03 N/Fe -0,09 0,84 -0,02 0,05 0,06 0,41 N/Mn -0,01 0,01 0,12 1,55 -0,09 0,87 N/Zn 0,19 3,80 0,26 6,80 -0,05 0,21 N/Cu 0,05 0,27 0,02 0,04 0,10 1,06 N/B 0,17 2,95 -0,22 4,79 0,01 0,02 P/K 0,03 0,07 0,14 2,01 0,22 4,90

P/Ca 0,00 0,00 0,13 1,68 0,16 2,70 P/Mg 0,00 0,00 0,26 6,95 0,21 4,29 P/Fe -0,08 0,61 0,12 1,40 0,27 7,55 P/Mn -0,03 0,09 0,18 3,23 0,05 0,23 P/Zn 0,12 1,41 0,30* 9,11 0,08 0,63 P/Cu 0,05 0,22 0,09 0,90 0,21 4,51 P/B 0,15 2,39 -0,03 0,06 0,15 2,22

K/Ca -0,02 0,03 0,07 0,55 -0,02 0,02 K/Mg -0,01 0,01 0,21 4,55 0,00 0,00 K/Fe -0,10 1,01 0,03 0,08 0,09 0,86 K/Mn -0,03 0,08 0,15 2,34 -0,15 2,34 K/Zn 0,14 1,89 0,26 6,60 -0,05 0,25 K/Cu 0,03 0,09 0,04 0,18 0,09 0,86 K/B 0,14 2,07 -0,15 2,12 0,01 0,02

Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.

Page 101: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

92

Continuação da TABELA 9.

Nutrientes Datas de avaliação

15/10

r r2 %

12/11

r r2 %

03/12

r r2 %

Ca/Mg 0,02 0,05 0,19 3,59 0,02 0,03 Ca/Fe -0,08 0,65 0,02 0,04 0,04 0,13 Ca/Mn -0,01 0,01 0,11 1,18 -0,01 0,01 Ca/Zn 0,18 3,28 0,24 5,89 0,00 0,00 Ca/Cu 0,07 0,50 0,03 0,07 0,05 0,23 Ca/B 0,18 3,40 -0,13 1,64 0,03 0,11

Mg/Fe -0,11 1,27 -0,12 1,50 0,07 0,56 Mg/Mn -0,02 0,05 0,02 0,03 -0,09 0,79 Mg/Zn 0,15 2,25 0,20 4,07 -0,06 0,41 Mg/Cu 0,05 0,24 -0,06 0,34 0,09 0,86 Mg/B 0,18 3,40 -0,31* 9,72 0,00 0,00 Fe/Mn 0,08 0,68 0,15 2,30 -0,19 3,73 Fe/Zn 0,09 0,85 0,27 7,47 -0,05 0,27 Fe/Cu 0,04 0,17 0,14 2,06 0,12 1,38 Fe/B 0,17 2,91 0,00 0,00 -0,05 0,24

Mn/Zn -0,01 0,01 0,06 0,39 0,03 0,07 Mn/Cu 0,01 0,02 -0,04 0,19 0,19 3,71 Mn/B 0,03 0,12 -0,18 3,10 0,11 1,19 Zn/Cu -0,05 0,21 -0,20 3,97 0,10 0,92 Zn/B 0,03 0,12 -0,28 7,67 0,00 0,00 Cu/B -0,01 0,01 -0,17 2,78 -0,04 0,17

Obs: * e **, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.

Page 102: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

93

TABELA 10. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, sob adubações mineral e orgânica. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Tratamentos

Doses Produtividade (kg/ha) (t/ha)

Peso médio de bulbos

(g)

NPK (5-20-10) 30-120-60 6,3 b 41,6 b

NPK (5-20-10) 90-360-180 10,9 ab 52,7 ab

N (uréia) 75,0 8,5 b 49,4 b

N (uréia) 225,0 8,5 b 48,3 b

P2 O5 (super triplo) 80,0 5,3 b 38,7 b

P2 O5 (super triplo) 240,0 7,8 b 46,5 b

K2 0 (cloreto de potássio) 60,0 8,3 b 43,7 b

K2 0 (cloreto de potássio) 180,0 5,7 b 40,0 b

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

75,0 + 80,0 9,9 ab 50,1 b

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

225,0 + 240,0 15,3 a 66,8 a

N + P (esterco de suíno + fosfato natural)

37,5 + 40,0 8,5 b 47,1 b

Testemunha 8,1 b 40,6 b

C.V (%) 31,4 13,5

OBS: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de

Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Page 103: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

94

3.4 Experimento 3

Densidade Populacional de T. tabaci, e sirfídeos predadores em cebola

em monocultivo e associada com outras espécies vegetais.

A incidência de T. tabaci esteve abaixo do nível de dano

econômico, N.D.E., quinze ninfas/planta antes e 30 após bulbificar,

GONÇALVES, 1997) entre 06/10 a 27/10 (TABELA 11). A partir de 03/11 os

tratamentos cebola em monocultivo, cebola + nabo forrageiro, cebola +

cenoura ultrapassaram o N.D.E. Em 10 e 17/11, todos os tratamentos

estiveram acima de N.D.E. e retornaram abaixo deste limiar em 24/11 e 01/12

(período de bulbificação). Indiferente ao sistema de plantio os tratamentos

apresentaram níveis de ninfas de T. tabaci semelhantes, exceto em 10/11,

para a cebola + nabo forrageiro que apresentou infestação inferior a cebola +

trigo mourisco, porém não diferiu dos demais tratamentos. Os sistemas de

plantio adotados não proporcionaram impacto significativo na densidade

populacional do inseto (TABELA 11). Estes resultados diferem de UVAH &

COAKER (1984), que observaram menor densidade populacional de T. tabaci

em consórcio cebola e cenoura, porém neste trabalho o esquema de plantio

(uma linha de cenoura: uma linha de cebola) propiciou um maior efeito de

densidade de plantas que no presente trabalho (vide esquema de parcela

FIGURA 2). Porém, como observado por ANDOW (1991) cerca de 12,5% dos

trabalhos que comparam o efeito da diversidade vegetal apresentaram efeito

não significativo. A utilização de sistema de plantio direto (cobertura com

Page 104: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

95

palhada de mucuna, Stilozobim sp. e milho (Z. mays) pode ter favorecido a

infestação similar de T. tabaci em sistema de cebola em monocultivo e

consórcio. As plantas de cobertura podem influenciar a colonização de insetos

pelo efeito visual (ALTIERI; GLASER; SCHMIDT, 1990), provocar mudanças

fisiológicas no metabolismo das plantas e induzir a resistência a pragas

(THEUNISSEN, 1994).

Os adultos de sirfídeos obtidos foram identificados anteriormente

em 1998 como, Toxomerus difficilis (Curran) por L. Marinoni, Centro de

Identificação de Insetos Fitófagos da Universidade Federal do Paraná, UFPR.

Porém, em trabalho posterior realizado no mesmo local DRIUTTI (1998)

coletou sirfídeos adultos em visita a nabo forrageiro, R. sativus, em plantio em

bordadura com cebola, que foram identificados por C. Thompson (USDA,

EUA) como Toxomerus difficilis (Curran), T. dispar (Fabricius), T. watsoni,

além de espécies de Toxomerus não identificadas. Portanto, é possível que as

larvas encontradas sobre plantas de cebola se constituam em várias espécies

de Toxomerus. Portanto serão referenciadas no presente trabalho como

Toxomerus spp.

O número médio de larvas de sirfídeos, Toxomerus spp., foi

similar entre tratamentos (TABELA 12). A correlação entre larvas de sirfídeos e

incidência de ninfas de T. tabaci foi não significativa (TABELA 13 e FIGURA 5).

Este resultado concorda com DRIUTTI (1998) que também não observou em

experimento realizado no mesmo local uma interação significativa entre presa-

predador na relação entre T. tabaci e sirfídeos em cebola. Portanto, nenhum

dos tratamentos proporcionou redução populacional de T. tabaci ou

incrementou a densidade do predador Toxomerus spp. de maneira

Page 105: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

96

significativa. A fragmentação da paisagem e a persistência de práticas

agrícolas nocivas a inimigos naturais (aplicação de agrotóxicos, baixa

diversidade vegetal) no entorno e na própria Estação Experimental de

Ituporanga pode ter contribuído para a relativa baixa densidade populacional

de sirfídeos. Como ressaltaram ALTIERI & NICHOLLS (1999a), a

diversificação de agroecossistemas em nível de paisagem tem reflexos na

dinâmica de populações de insetos praga e inimigos naturais dentro das áreas

cultivadas. A remoção de invasoras dentro da área experimental (capina com

enxada) também pode ter contribuído para a baixa densidade populacional de

sirfídeos. As invasoras apresentam benefícios no incremento de inimigos

naturais pelo fornecimento de alimento e abrigo para oviposição,

acasalamento, reprodução (ALTIERI & WHITCOMB, 1979; ALTIERI &

LETOURNEAU, 1982; KLOEN & ALTIERI, 1990; GARCIA 1992). Embora o

valor de r fosse baixo, houve sincronia e correlação negativa entre densidade

populacional do inseto e predador (FIGURA 5). A pressão de predação foi

relativamente baixa, provavelmente, pelo fato das larvas de sirfídeos serem

polífagas. Como constatado por KYAMANYUA et al. (1993b) a eficiência de

predadores generalistas no controle de tripes é baixa. Os resultados estão de

acordo com BOOIJ & NOORLANDER (1992) que observaram, ao comparar

sistemas de manejo integrado, convencional e orgânico, que as culturas de

cebola e cenoura tiveram baixo poder de abrigar predadores, comparado a

trigo e ervilha que apresentaram estrutura vegetal para abrigá-los.

A produtividade comercial e peso médio de bulbos (TABELA 14) não

diferiu entre tratamentos. Portanto, foi possível associar cebola com outras

espécies vegetais sem redução na produtividade. A constatação de

Page 106: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

97

THEUNISSEN & SCHELLING (1996), que o agricultor deve aceitar perdas na

produtividade para produzir sem o uso de agrotóxicos, não foi observada.

Obviamente para manter níveis de produtidade em manejo orgânico

compatíveis com o convencional deve-se trabalhar principalmente o manejo de

solo.

3.5 CONCLUSÕES DO EXPERIMENTO 3

A associação de cebola, A. cepa, com cenoura, D. carota; trigo

mourisco, F. esculentum; rúcula, E. sativa, + vegetação espontânea e nabo

forrageiro, R. sativus, não provocou diferenças significativas na incidência de

tripes, T. tabaci, e sirfídeos predadores.

A correlação entre sirfídeos predadores e a incidência de T.

tabaci foi negativa, porém não foi significativa. A pressão exercida pelos

predadores não foi suficiente para causar redução populacional significativa da

praga.

O sistema de plantio direto adotado no experimento pode ter

favorecido a infestação similar de T. tabaci e sirfídeos predadores entre cebola

em monocultivo e associação com outras espécies vegetais, pois influencia na

colonização de insetos (efeito visual), e pode provocar mudanças fisiológicas

na planta, que alteram a atratividade aos fitófagos.

A relativa “pobreza” estrutural da cultura da cebola no

fornecimento de alimento e abrigo para inimigos naturais, aliado a remoção

mecânica de invasoras na área experimental, provavelmente favoreceram a

Page 107: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

98

baixa incidência de predadores. Além da fragmentação da paisagem no

entorno, aplicação de agrotóxicos e baixa diversidade vegetal.

A produtividade comercial e de bulbos de cebola foi similar em

sistema de monocultivo e diversificado, o que sugere ser possível adotar tais

práticas sem consideráveis perdas em rendimento.

Page 108: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

99

TABELA 11. Número médio de ninfas de Thrips tabaci em cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. EPAGRI, Ituporanga, 1998.

Tratamentos

Datas de avaliação

06/10 13/10 20/10 27/10 03/11 10/11 17/11 24/11 01/12

Cebola em monocultivo 2,3 a 3,4 a 7,1 a 9,0 a 16,7 a 27,1 ab 40,7 a 20,3 a 15,3 a

Cebola + trigo mourisco 4,3 a 3,6 a 4,4 a 8,1 a 12,9 a 34,1 a 39,5 a 21,1 a 13,0 a

Cebola + nabo forrageiro 2,0 a 2,9 a 6,7 a 9,2 a 15,7 a 21,8 b 39,7 a 17,4 a 14,1 a

Cebola + cenoura 3,8 a 3,2 a 4,5 a 9,1 a 16,3 a 30,2 ab 35,3 a 24,5 a 12,9 a

Cebola + milho 2,0 a 5,1 a 5,1 a 9,5 a 14,1 a 29,1 ab 46,1 a 23,4 a 17,0 a

Cebola + rúcula + vegetação espontânea

2,7 a 1,9 a 6,5 a 10,4 a 14,2 a 32,7 ab 34,7 a 24,4 a 10,9 a

CV (%) 37,7 43,8 29,4 8,4 8,4 5,2 4,8 7,4 10,0

Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi realizada com dados transformados para log (x + 0,5), porém os resultados apresentados são dados originais).

Page 109: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

100

TABELA 12. Número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp., em cebola em monocultivo e associada a diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Tratamentos

Datas de avaliação

06/10 13/10 20/10 27/10 03/11 10/11 17/11 24/11 01/12

Cebola em monocultivo 0,03 a 0,03 a 0,05 a 0,00 a 0,05 a 0,03 a 0,03 a 0,10 a 0,00 a

Cebola + trigo mourisco 0,03 a 0,08 a 0,03 a 0,00 a 0,05 a 0,00 a 0,03 a 0,15 a 0,00 a

Cebola + nabo forrageiro 0,03 a 0,03 a 0,08 a 0,10 a 0,08 a 0,08 a 0,03 a 0,05 a 0,00 a

Cebola + cenoura 0,00 a 0,03 a 0,00 a 0,00 a 0,05 a 0,03 a 0,03 a 0,03 a 0,08 a

Cebola + milho 0,00 a 0,03 a 0,00 a 0,03 a 0,05 a 0,03 a 0,03 a 0,03 a 0,10 a

Cebola + rúcula + vegetação espontânea

0,03 a 0,05 a 0,03 a 0,00 a 0,03 a 0,08 a 0,08 a 0,10 a 0,03 a

CV (%) 11,7 18,0 14,9 19,1 17,6 10,5 13,2 26,3 12,7

Obs: Médias seguidas da mesma letra na vertical não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (a análise de variância foi realizada com dados transformados para log (x + 0,5), porém os resultados apresentados são dados originais).

Page 110: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

101

TABELA 13. Coeficientes de correlação (r) e determinação (r2) entre média de

ninfas de Thrips tabaci Lind./planta, e número médio de larvas de sirfídeos predadores, Toxomerus spp./planta. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Datas de avaliação

rNS

r2

06/10 0,07 0,46 13/10 -0,09 0,78

20/10 0,22 4,84 27/10 0,12 1,44 03/11 0,10 1,06 10/11 -0,28 8,00 17/11 -0,29 8,31 24/11 -0,34 11,52 01/12 -0,05 0,23

Obs: rNS, r não difere de zero pelo teste de T respectivamente aos níveis de 5 e 1% de probabilidade.

Page 111: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

102

FIGURA 5. Coeficiente de correlação (r) e determinação (r2 %)

entre o número médio geral de larvas de sírfideos/planta e número médio geral de ninfas de Thrips tabaci Lind./planta em cebola em monocultivo e associada com diferentes espécies vegetais. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998. NS = r não difere de zero ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de T. Tratamentos *: CEB (cebola em monocultivo); CEB + TM (cebola + trigo mourisco, Fagopyrum esculentum); CEB + Nabo (cebola + nabo forrageiro, Raphanus sativus); CEB + Cenoura (cebola + cenoura, Daucus carota); CEB + Milho (cebola + milho, Zea mays); CEB + Ruc + Veget (cebola + rúcula, Eruca sativa, + vegetação espontânea).

r = -0,29 NS r2 %= 8,36

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

CEB CEB + TM CEB +

Nabo

CEB +

Cenoura

CEB +

Milho

CEB + Ruc

+ Veget

me

ro m

éd

io g

era

l d

e l

arv

as

de

sir

fíd

eo

s/p

lan

ta

13

13,5

14

14,5

15

15,5

16

16,5

17

me

ro m

éd

io g

era

l d

e n

infa

s d

e t

rip

es

/pla

nta

Larvas de sirfídeos Ninfas de tripes

Page 112: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

103

TABELA 14. Produtividade comercial média e peso médio de bulbos de cebola, cultivar Crioula, em monocultivo e consorciada. Ituporanga, SC, EPAGRI, 1998.

Tratamentos

Produtividade (t/ha)

Peso médio de bulbos

(g)

Cebola em monocultivo 13,5 a 79,4 a

Cebola + trigo mourisco 13,6 a 84,5 a

Cebola + nabo forrageiro 12,5 a 77,7 a

Cebola + cenoura 12,0 a 73,4 a

Cebola + milho 12,2 a 75,4 a

Cebola + rúcula + vegetação espontânea

13,1 a 79,2 a

CV (%) 15,7 14,0

OBS: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste deTukey ao nível de 5% de probabilidade.

Page 113: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

104

3.6 Correlação entre variáveis climáticas e incidência de T. tabaci , P.

destructor , e de predadores Toxomerus spp.

Os valores das variáveis climáticas durante a avaliação dos

experimentos 1, 2 e 3 foram respectivamente para média de temperaturas

mínima (15,2º C; 15,2º C; 15,1º C), máxima (26,3º C; 26,4º C; 25,5º C), média

(19,5º C; 19,5º C; 19,1º C); insolação acumulada (240,6 Hs.; 241,7 Hs; 258,0

Hs); precipitação acumulada (125,1 mm; 138,9 mm; 159,0 mm); umidade

relativa média (78,0%; 78,1%; 78,9%). Os dados climáticos para os meses de

outubro/novembro referente ao normal histórico para a Estação Experimental de

Ituporanga, foram similares aos observados nos experimentos para média de

temperaturas mínima (14,9º C), máxima (25,4º C), média (19,2º C) e umidade

relativa média (78,9%), porém os valores acumulados de precitação (270,4 mm)

e insolação (284,8 horas) foram menores. A densidade populacional de T. tabaci

não apresentou correlação significativa com as variáveis climáticas. Porém, a

correlação entre a incidência do inseto e temperatura geralmente foi positiva, e

para precipitação, negativa (TABELA 15). A elevação de temperatura

favoreceu o aumento da densidade populacional de T. tabaci, enquanto a

precipitação inibiu, embora não significativamente. A insolação e umidade

relativa, apresentaram correlação variável (positiva ou negativa) dependendo do

experimento, mas também de maneira não significativa.

O número médio de larvas de sirfídeos, Toxomerus spp.,

apresentou correlação significativa apenas com precipitação, r= -0,78**

Page 114: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

105

(TABELA 15). Portanto, a precitação apresentou efeito negativo sobre a

debnsidade populacional de larvas de Toxomerus spp..

A porcentagem de infestação de folhas pelo fungo, P. destructor,

apresentou correlação positiva com temperatura mínima no experimento 1, com

valor de r= 0,76* e não significativa de maneira positiva com insolação, e

negativa para umidade relativa.

3.6.1 Conclusões sobre a relação entre variáveis climáticas e

incidência de T. tabaci , P. destructor , e de predadores Toxomerus spp.

A elevação de temperaturas mínima e média favoreceu a

incidência de T. tabaci, e a precitação acumulada inibiu, porém não de maneira

significativa.

A insolação e umidade relativa apresentaram influência variável de

acordo com o experimento e não foi possível precisar o seu efeito sobre os

componentes bióticos.

O número médio de larvas de sirfídeos, Toxomerus spp., foi

reduzido de maneira significativa pela precipitação.

A infestação de míldio, P. destructor, foi favorecida pelo incremento

da temperatura (principalmente mínima) e insolação, e negativamente para

umidade relativa e precipitação. A infestação da doença foi baixa, o que dificulta

a certeza desta relação.

Page 115: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

106

TABELA 15. Correlação entre variáveis climáticas e incidência de Thrips tabaci (Thysanoptera : Thripidae) , Peronospora destructor , e de sirfídeos predadores, Toxomerus spp. . EPAGRI, Ituporanga, 1998.

Variáveis Biológicas Experimentos

Variáveis climáticas

T. mín.

1 T. max.

1 T. média

1 Insolação

1 Precipitação

2 UR

1

(º C) (º C) (º C) (º C) (mm) (%)

Ninfas de tripes

Experimento 1 0,32 0,14 0,23 -0,27 -0,43 -0,07

Experimento 2 0,40 0,27 0,36 -0,08 -0,41 0,06

Experimento 3 0,51 0,44 0,55 0,17 -0,49 -0,32

Porcentagem de míldio

Experimento 1 0,76* 0,55 0,63 0,22 -0,29 -0,09

Experimento 2 0,44 0,44 0,54 0,28 -0,23 -0,17

Larvas de sirfídeos

Experimento 3 -0,05 0,41 0,35 0,37 -0,78** -0,65 Obs: 1, média semanal; 2 ,soma acumulada na semana, T. = temperatura, min. = mínima, max. = máxima, UR = umidade relativa.

Obs:valor de r * e r**, respectivamente r diferente de zero pelo teste de T ao nível de 5 e 1% de probabilidade.

Page 116: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

107

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AJUDARTE, J. C.; LUZ, E. B.; CALAFIORI, M. H. Influência da adubação

potássica no dano da vaquinha, Diabrotica speciosa (Germar, 1824), na

cultura do feijão, Phaseolus vulgaris L. Ecossistema, v. 22, p. 13-16, 1997.

AHMED, S. A.; ALI, A. W. M.; SALMAN, A. M. Effect of weed control on the

diversity and abundance in potatoes. Acta Horticulturae, v. 220, p. 417-424, 1987.

ALTIERI, M. A. How best can we use biodiversity in agroecosystems ? Outlook

on Agriculture, v. 20, n. 1, p. 15-23, 1991. ALTIERI, M. A. Bases agroecologicas para una producción agricola sustentable.

Agricultura Tecnica, v. 54, n. 4, p. 371-386, 1994. ALTIERI, M. A. Ecological impacts of industrial agriculture and the possibilities

for truly sustainable farming. Monthly Review, v. 50, p. 60-71, 1998. ALTIERI, M. A. The ecological role of biodiversity in agroecosystems.

Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 74, p. 19-31, 1999. ALTIERI, M. A.; GLASER, D. L.; SCHMIDT, L. L. Diversification of

agroecosystems for insect pest regulation: experiments with collards. In:

GLIESSMAN, S. R. (Ed.). Agroecology : researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 70-82. (Ecological Studies, 78).

ALTIERI, M. A.; LETOURNEAU, D. K. Vegetation management and biological

control in agroecosystems. Crop Protection, v. 1, n. 4., p. 405-430, 1982. ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Biological control in agroecosystems through

management of entomophagous insects. In: DHALIWAL, G. S.;

HEINRICHS, E. A. (Ed.). Critical issues in pest management. Ludhiana, India: National Agricultural Technology Information Center, 1997. p. 67-86.

ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Biodiversity, ecosystem function, and insect

pest management in agricultural systems. In: COLLINS, W. W.; QUALSET,

C. O. (Ed.). Biodiversity in agroecosystems. Boca Raton: CRC Press, 1999a. p. 69-84.

ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Ecologically based pest management: a key

pathway to achieving agroecosystem health. In: NICHOLLS, C. I.; GARCIA,

Page 117: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

108

M. A.; ALTIERI, M. A. (Comp.). Curso de agroecologia: workshop sobre agroecologia e desenvolvimento sustentável. Campinas: UNICAMP, 1999b. v.2, VI.6.

ALTIERI, M. A.; WHITCOMB, W. H. The potencial use of weeds in the

manipulation of beneficial insects. Hortscience, v. 14, n. 1, p. 13-18, 1979.

ANDOW, D. Effect of agricultural diversity on insect populations. In:

LOCKERETZ W. (Ed.). Environmentally sound agriculture: selected papers, 4

th Conference, International Federation of Organic Agriculture

Movements, Cambridge, Mass., August 18-20, 1982. New York: Praeger, 1983. p. 91-115.

ANDOW, D. A. Population dynamics of an insect herbivore in simple and

diverse habitats. Ecology, v. 71, n. 3, p. 1006-1017, 1990. ANDOW, D. A. Vegetational diversity and arthropod population response.

Annual Review of Entomology, v. 36, p. 561-586, 1991. ANDOW, D. A. Population density of Empoasca fabae (Homoptera: Cicadellidae)

in weedy beans. Journal of Economic Entomology, v. 85, n. 2, p. 379-383, 1992.

ANDRADE, R. C. et al. Efeito da adubação sobre os danos da larva alfinete,

Diabrotica speciosa (Germar, 1824) e sobre a produção da batata, Solanum tuberosum L. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17.,

1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 201.

ARAÚJO, M. C. G. P. Aspectos ecológicos e evolutivos da interação entre

animais e plantas. In: MEDEIROS, L.; ARAÚJO, M. C. G. P.; COELHO, G.

C. (Org.) Interações ecológicas e biodiversidade. Ijuí, RS: Unijuí, 1996a. p. 11-48.

ARAÚJO, M. C. G. P. Bases ecológicas do manejo integrado de pragas. In:

MEDEIROS, L.; ARAÚJO, M. C. G. P.; COELHO, G. C. (Org.) Interações

ecológicas e biodiversidade. Ijuí, RS: Unijuí, 1996b. p. 137-156. BARRETO, M.; CASTELLANI, P. D. Relações entre a nutrição mineral e a

incidência de doenças. In: SÁ, M. E.; BUZZETI, S. Importância da

adubação na qualidade dos produtos agrícolas. São Paulo: Icone, 1994. p. 45-51.

BASTOS, C. S. et al. Efeito da adubação orgânica e mineral na população de

pragas do feijão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17.,

Page 118: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

109

1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 418.

BETHKE, J. A.; REDAK, R. A.; SCHUCH, U. K. Melon aphid performance on

chrysanthemum as mediated by cultivar, and differential levels of fertilization

and irrigation. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 88, n. 1, p. 41-47, 1998.

BJÖRKMAN, C.; LARSSON, S.; GREF, R. Effects of nitrogen fertilization on

pine needle chemistry and sawfly performance. Oecologia, v. 86, n. 2, p. 202-209, 1991.

BLUA, M. J.; TOSCANO, N. C. Bemisia argentifolii (Homoptera : Aleyrodidae)

development and honeydew production as a function of cotton nitrogen

status. Environmental Entomology, v. 23, n. 2, p. 316-321, 1994.

BOEING, G. Cebola. In: INSTITUTO CEPA. Síntese anual da agricultura de

Santa Catarina - 1998-1999. Florianópolis: Instituto Cepa/SC, 1999a. p. 39-43.

BOEING, G. Cebola: um ano que não será esquecido. Informe Conjuntural, v. 17, n. 762, p. 9-10, 1999b.

BOOIJ, C. J. H.; NOORLANDER, J. Farming systems and insect predators.

Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 40, p. 125-135, 1992. BORTOLLI, S. A.; MAIA, I. G. Influência da aplicação de fertilizantes na

ocorrência de pragas. In: SÁ, M. E.; BUZZETI, S. Importância da

adubação na qualidade dos produtos agrícolas. São Paulo: Icone, 1994. p. 53-63. 433 p.

BREWER, J. W.; O’NEILL, K. M.; DESHON JR., R. E. Effects of artificially

altered foliar nitrogen levels on development and survival of young instars of

western spruce budworm, Choristoneura occidentalis Freeman. Journal of

Applied Entomology, v. 104, p. 121-130, 1987. BROSCIOUS, S. C.; FRANK, J. A.; FREDERICK, J. R. Influence of winter,

wheat management practices on the severity powdery mildew and septoria

blotch in Pennsylvania. Phytopatology, v. 75, n. 5, p. 538-542, 1985. BRYANT, J. P. et al. Effect of nitrogen fertilization upon the secondary chemistry

and nutritional value of quaking aspen (Populus tremuloides Michx.) leaves

for the large aspen tortrix (Choristoneura conflictana (Walker)). Oecologia, v. 73, n. 4, p. 513-517, 1987.

BRUGGEN, A. H. C. van et al. The effect of cover crops and fertilization with

ammonium nitrate on corky root of lettuce. Plant Disease, v. 74, n. 8, p. 584-589, 1990.

Page 119: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

110

BUGG, R. L.; PHATAK, S. C.; DUTCHER, J. D. Insects associated with cool-

season cover crops in Southern Georgia: implications for pest control in

truck-farm and pecan agroecosystems. Biological Agriculture and

Horticulture, v. 7, p. 17-45, 1990. BURBANO, L. E. et al. Efecto de la fertilización nitrogenada en la incidencia de

Fusarium oxysporum f. sp. dianthi y Heterodera trifolii G. en clavel.

Agronomia Colombiana, v. 7, n. 1-2, p. 61-69, 1990. CANADAY, C. H.; WYATT, J. E. Effects of nitrogen fertilization on bacterial soft

rot in two broccoli cultivars, one resistant and one susceptible to the

disease. Plant Disease, v. 76, n. 10, p. 989-991, 1992.

CHABOUSSOU,F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teoria da trofobiose. 2 ed. Porto Alegre: L & PM, 1987. 256 p.

CLANCY , K. M. Response of western spruce budworm (Lepidoptera:

Tortricidae) to increased nitrogen in artificial diets. Environmental

Entomology, v. 21, n. 2, p. 331-344, 1992. CLAVIJO, S. Efectos de la fertilización con nitrógeno y de diferentes niveles de

infestación por Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) sobre los

rendimientos del maiz. Revista de la Facultad de Agrononomia,

Universidad Central de Venezuela, v. 13, n. 1-4, p. 73-78, 1984. COELHO, S. A. M. P. et al. Efeito de potássio sobre a população de mosca

branca, Bemisia tabaci (Genn., 1889) em feijoeiro, Phaseolus vulgaris L. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de

Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.197.

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Recomendações de

adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de

Santa Catarina. 3 ed. Passo Fundo: SBCS - Núcleo Regional Sul, 1994. 224p.

CONWAY, G. R. The properties of agroecosystems. Agricultural Systems, v. 24, p. 95-117, 1987.

COOK, R. J. Interrelationships of plant health and the sustainability of

agriculture, with especial reference to plant diseases. American Journal

of Alternative Agriculture, v. 1, p. 19-24, 1986. CORDEIRO, E. O.; CORSEIUL, E. Sirfídeos (Diptera, Syrphidae) predadores de

pulgões ocorrentes no Rio Grande do Sul. . In: CONGRESSO

BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111p. p.825.

Page 120: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

111

DAANE, K. M. et al. Excess nitrogen raises nectarine susceptibility to disease

and insects. California Agriculture, v. 49, n. 4, p. 13-18, 1995. DEVELASH, R. K.; SUGHA, S. K. Factors affecting development of downy

mildew (Peronospora destructor) of onion (Allium cepa). Indian Journal of

Agricultural Sciences, v. 67, n. 2, p. 71-74, 1997. DEVÓLIO, G.; PEREIRA, M. F. A.; CALAFIORI, M. H. Diferentes adubações

orgânicas influindo no controle do ácaro rajado, Tetranychus urticae (Kock, 1836) em feijoeiro, Phaseolus vulgaris L. In: CONGRESSO BRASILEIRO

DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111p. p.1050.

DITSCH, D. C.; GROVE, J. H. Influence of tillage on plant populations, disease

incidence, and grain yield of two soft red winter wheat cultivars. Journal of

Production Agriculture, v. 4, n. 3, p. 360-365, 1991. DOEDERLEIN, T. A.; SITES, R. W. Host plant preferences of Frankliniella

occidentalis and Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) for onions and

associated weeds on the Southern High Pains. Journal of Economic

Entomology, v. 86, n. 6, p. 1706-1713, 1993. DOMICIANO, N. L.; OTA, A. Y.; TEDARDI, C. R. Momento adequado para

controle químico de tripes, Thrips tabaci Lindeman, 1888, em cebola,

Allium cepa L. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 22, n. 1, p. 77-83, 1993.

DÓRIA, H. S. O. et al. Determinação do nível de dano econômico de Thrips

tabaci (Thysanoptera, Thripidae) em cebola (Allium cepa). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de

Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111p. p.337.

DRIUTTI, A. A. Controle biológico de tripes na cultura da cebola pelo

cultivo de bordaduras ou entrelinhas. Disponível em: <http:/www.cca.ufsc.br/pgagr/1998.htm> Acesso em 03 nov. 2000.

EPAGRI. Sistema de produção para cebola: Santa Catarina (3. revisão). Florianópolis: EPAGRI, 2000. 91 p.

EHLERS, E. Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um paradigma. São Paulo: Livros da Terra, 1996. 178 p.

ELMER, W. H.; LAMONDIA, J. A. Influence of ammonium sulfate and rotation

crops on strawberry black root rot. Plant Disease, v. 83, n. 2, p. 119-123, 1999.

Page 121: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

112

ESTIARTE, M. et al. Effects of nutrient and water stress on leaf phenolic content of peppers and susceptibility to generalist herbivore Helicoverpa armigera

(Hubner). Oecologia, v. 99, n. 3-4, p. 387-391, 1994. FENNAH, R. G. Nutritional factors associated with seasonal population increase

of cacao thrips, Selenothrips rubrocinctus (Giard) (Thysanoptera) on

cashew, Anacardium occidentale. Bulletin of Entomological Research, v. 53, p. 681-713, 1963.

FERNANDES, M. C.; BORTOLLI, S. A. . Efeito da relação nitrato/amônia em

plantas de couve (Brassica oleracea L. var. acephala) sobre alguns aspectos biológicos de Brevicoryne brassicae (L. 1758) (Homoptera, Aphididae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17.,

1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.149.

FERNANDES, M. C.; BORTOLLI, S. A.; BERLLINGIERI, P. A. . Efeito da

composição química de folhas de couve (Brassica oleracea L. var. acephala) sobre alguns aspectos biológicos de Brevicoryne brassicae (L. 1758) (Homoptera, Aphididae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.150.

FOURNIER, F.; BOIVIN, G.; STEWART, R. K. Effect of Thrips tabci

(Thysanoptera: Thripidae) on yellow onion yields and economic tresholds

for its management. Journal of Economic Entomology, v. 88, n. 5, p. 1401-1407, 1995.

GALLI, F. et al. (Coord.) Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas v.2. São Paulo: CERES, 1980. 587 p.

GALLO, D. et al. (Coord.) Manual de entomologia agrícola. São Paulo: CERES, 1988. 649 p.

GARCIA, M. A. A comunidade de artrópodes em plantas invasoras de milharais

e sua alteração por inseticidas. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ECOLOGIA EVOLUTIVA DE HERBÍVOROS TROPICAIS, 1., Campinas.

Anais... Campinas: UNICAMP, 1988. 164 p. p. 111-112.

GARCIA M. A. Controle de plantas invasoras em agroecossistemas; os dois lados da moeda. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 3., Águas de

Lindóia. Anais... Jaguariúna: EMBRAPA - CNPDA, 1992. 312 p. p. 102.

GARCIA, M. A.; ALTIERI, M. A. Comunidade de artrópodes em sistemas

simples e diversificados: efeito do consórcio brócole - leguminosas, portadoras de nectário extra-florais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENTOMOLOGIA, 14., Piracicaba. Resumos... Piracicaba: SEB, 1993. 807 p. p. 149.

Page 122: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

113

GLADSTONE, L. A.; MOORMAN, G. W. Pythium root rot of seeding geraniums associated with various concentrations of nitrogen, phosphorus, and

sodium chloride. Plant Disease, v. 73, n. 9, p. 733-736, 1989. GLIESSMAN, S. R. Agroecology : researching the ecological basis for

sustainable agriculture. In: . Agroecology: researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 3-10. (Ecological Studies, 78).

GOLLER, E.; NUNNENMACHER, L.; GOLDBACH, H. E. Faba beans as a cover

crop in organically grown hops: influence on aphids and aphid antagonists.

Entomological Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 279-284, 1997.

GONÇALVES, C. R.; GONÇALVES, A. J. L. Observações sobre moscas da

família Syrphidae predadoras de homópteros. Anais da Sociedade

Entomológica do Brasil, v. 5, n. 1, p. 3-10, 1976. GONÇALVES, P. A. S. Determinação de danos de Thrips tabaci Lind. em

cutivares de cebola. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 31, n. 3, p. 173-179, 1996a.

GONÇALVES, P. A. S. Levantamento de predadores de Thrips tabaci em

cebola. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 5., Foz do Iguaçu.

Anais ... Curitiba: COBRAFI/EMBRAPA/CNPSo, 1996b. 451 p. p. 342. GONÇALVES, P. A. S. Flutuação populacional de tripes, Thrips tabaci Lind., em

cebola em Ituporanga, Santa Catarina. Anais da Sociedade

Entomológica do Brasil, v. 26, n. 2, p. 365-369, 1997a. GONÇALVES, P. A. S. Determinação de nível de dano econômico de Thrips

tabaci Lind., na cultura da cebola. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

ENTOMOLOGIA, 16., Salvador. Resumos... Salvador: SEB/EMBRAPA - CNPMF, 1997b. 400 p. p. 287.

GONÇALVES, P. A. S. Eficácia de inseticidas no controle de tripes em cebola,

1996. Horticultura Brasileira, v. 16, n. 1, p. 87-89, 1998. GONÇALVES, P. A. S.; CIOCIOLA, A. I. Ocorrência de Spodoptera frugiperda

(J. E. Smith, 1797) e Empoasca kraemeri (Ross & Moore, 1957) em milho (Zea mays L.) e feijão (Phaseolus vulgaris L.) em sistemas de monocultivo

e consorciados. Ciência e Prática, v. 15, n. 3, p. 245-251, 1991. GUPTA, G. K.; SINGH, D. Downy mildew control in pearl millet through nutrient

application. Indian Phytopatology, v. 48, n. 4, p. 439-443, 1995.

Page 123: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

114

HEIDORN, T. J.; JOERN, A. Feeding preference and spatial distribution of

grasshoppers (Acrididae) in response to nitrogen fertilization of Calamovilfa

longifolia. Functional Ecology, v. 1, n. 4, p. 369-375, 1987. HERRMAN, T.; WIESE, M. V. Influence of cultural practices on incidence of foot

rot in winter wheat. Plant Disease, v. 69, n. 11, p. 948-950, 1985. HODA, F. M. et al. Effect of soil fertilization and density of plant on the

population of the spider mite Tetranychus cucurbitacearum Sayed on

soybean plants (Acari: Tetranychidae). Bulletin de la Societe

Entomologique d’Egypte, v. 66, p. 97-101, 1986.

HOKKANEN, H. M. Trap cropping in pest management. Annual Review of

Entomology, v. 36, p. 119-138, 1991. HONEYCUTT, C. W.; CLAPHAM, W. M.; LEACH, S. S. Crop rotation and N

fertilization effects on growth, yield, and disease incidence in potato.

American Potato Journal, v. 73, n. 2, p. 45-61, 1996. HONEK, A. The effect of plant cover and weather on the activity density of

ground surface arthropods in a fallow field. Entomologica Research in

Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 203-210,1997. HRADEZTKY, R.; KROMP, B. Spatial distribution of flying insects in a organic

rye field and an adjacent hedge and forest edge. Entomological

Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 353-357, 1997. HUBER, D.M. The influence of mineral nutrition on vegetable diseases.

Horticultura Brasileira, v. 2, n. 2, p. 206-214, 1994. HUNTER, M. D.; SCHULTZ, J. C. Fertilization mitigates chemical induction and

herbivore responses within damaged oak trees. Ecology, v. 76, n. 4, p. 1226-1232, 1995.

JOERN, A.; BEHMER, S. T. Impact of diet quality on demographic attributes in

adult grasshoppers and the nitrogen limitation hypothesis. Ecological

Entomology, v. 23, n. 2, p. 174-184, 1998. KAROWE, D. N.; MARTIN, M. M. The effects of quantity and quality of diet

nitrogen on the growth, efficiency of food utilization, nitrogen budget, and metabolic rate of fifth-instar Spodoptera eridania larvae (Lepidoptera:

Noctuidae). Journal of Insect Physiology, v. 35, n. 9, p. 699-708, 1989. KIENZLE, J.; ZEBITZ, C. P. W.; BRASS, S. Floral and faunal species diversity

and abundance of aphid predators in ecological apple orchards.

Entomological Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 233 -240, 1997.

Page 124: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

115

KYTÖ, M.; NIEMELÄ, P.; LARSSON, S. Insect on trees: populations and

individual response to fertilization. Oikos, v. 75, n. 2, p. 148-159, 1996. KYAMANYWA, S.; AMPOFO, J. K. O. Effect of cowpea/maize mixed cropping

on the light at the cowpea canopy and flower thrips (Thysanoptera:

Thripidae) population density. Crop Protection, v. 7, n. 3, p. 186-189, 1988.

KYAMANYWA, S.; BALIDDAWA, C. W.; AMPOFO, J. K. O. Effect of maize

plants on colonisation of cowpea plants by bean flower thrips,

Megalurothrips sjostedti. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 69, n. 1, p. 61-68, 1993a.

KYAMANYWA, S.; BALIDDAWA, C. W.; OMOLO, E. Influence of

cowpea/maize mixture on generalists predators and their effect on the population density of the legume flower thrips, Megalurothrips sjostedti

trybom (Thysanoptera: Thripidae). Insect Science and its Application, v. 14, n. 4, p. 493-499, 1993b.

KLOEN, H.; ALTIERI, M. A. Effect of mustard (Brassica hirta) as a non-crop plant

on competition and insect pests in broccoli (Brassica oleracea). Crop

Protection, v. 9, n. 2, p. 90-96, 1990. LEAL, C. A.; OLIVEIRA, H. C. C.; SMITH, J. G. Syrphidae predadores dos

afídeos de Citrus spp. em Recife, PE. Anais da Sociedade Entomológica

do Brasil, v. 5, n. 2, p. 138-142, 1976. LETOURNEAU, D. K. Two examples of a natural enemy augmentation: a

consequence of crop diversification. In: GLIESSMAN, S. R. (ed.).

Agroecology: researching the ecological basis for sustainable agriculture. New York: Springer-Verlag, 1990. p. 11-29. (Ecological Studies, 78).

LEWIS, T. Thrips: their biology, ecology and economic importance. London: Academic Press, 1973. 349 p.

LIGHTFOOT, D. C.; WHITFORD, W. G. Variation in insect densities on desert

creosotebush : is nitrogen a factor ? Ecology, v. 68, n. 3, p. 547-557, 1987.

LÓPEZ, E.; FERNANDEZ, C.; LÓPEZ, O. Influencia de la fertilización

nitrogenada sobre el ataque de Diatraea saccharalis a la caña de azúcar.

Ciencias de la Agricultura, v. 12, p. 31-37, 1982. LORINI, I.; DEZORDI, J. Flutuação populacional de Thrips tabaci (Lindeman

1888) (Thysanoptera - Thripidae) na cultura da cebola. Anais da

Sociedade Entomológica do Brasil, v. 19, n. 2, p. 361-365, 1990.

Page 125: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

116

MALAVOLTA, E. et al. Nutrição mineral e adubação de plantas cultivadas. São Paulo: Pioneira, 1974. 752p.

MANUWOTO, S.; SCRIBER, J. M. Differential effects of nitrogen fertilization of

three corn genotypes on biomass and nitrogen utilization by the southern

armyworm, Spodoptera eridania. Agriculture, Ecosystems and

Environment, v. 14, p. 25-40, 1985. MARZO, F. et al. Fertilization effects of phosphorus and sulfur on chemical

composition of seeds of Pisum sativum L. and relative infestation by

Bruchus pisorum L. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 45, n. 5, p. 1829-1833, 1997.

MASON, R. R. et al. Thinning and nitrogen fertilization in a grand fir stand

infested with western spruce budworm. Forest Science, v. 38, n. 2, p. 235-251, 1992.

MATSON, P. A. et al. Agricultural intensification and ecosystem properties.

Science, v. 277, p. 504-509, 1997.

MATTSON, W. J. Herbivory in relation to plant nitrogen content . Annual

Review of Ecology and Systematics, v. 11, p. 119-161, 1980. McCULLOUGH, D. B.; KULMAN, H. M. Effects of nitrogen fertilization on young

jack pine (Pinus banksiana) and on its suitability as a host for jack pine

budworm (Choristoneura pinus pinus) (Lepidoptera: Tortricidae). Canadian

Journal of Forest Research, v. 21, n. 10, p. 1447-1458, 1991.

McGUIRE, M. E. Efeitos do manejo do solo sobre fisiologia vegetal e

incidência de pragas e doenças na cebola. 1999. 62 f. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

McHUGH JR. J. J.; FOSTER, R. E. The influence of macronutrient fertilization

on diamondback moth infestation on head cabbage. Journal of Vegetable

Crop Production, v. 1, n. 2, p. 81-95, 1995. MELLONI, R.; DUARTE, K. M. R.; CARDOSO, E. J. B. N. Efeito do composto

de lixo urbano e/ou de E. M.4 (effective microorganisms) no desenvolvimento de pepino (Cucumis sativus) e no controle de fusariose.

Summa Phytopathologica, v. 21, n. 1, p. 21-24, 1995.

MENEZES SOBRINHO, J. A. Pragas do alho. Informe Agropecuário, v. 5, n. 48, p. 41-44, 1978.

MILANEZ, J. M. Estudo da entomofauna em consórcio: feijão-milho em Santa Catarina. Florianópolis: EMPASC, 1987. 16 p. (EMPASC. Comunicado Técnico, 110).

Page 126: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

117

MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em pequenas propriedades. Chapecó (SC): Ed. Do Autor, 1991. 337 p.

MORAES, G.J.; SILVA, C.A.D.; DELALIBERA JR., I. Substratos alternativos

para Amblyseius limonicus (Garman & McGregor) S.L., predador de Mononychellus tanajoa (Bondar). In: SIMPÓSIO DE CONTROLE

BIOLÓGICO, 3., Águas de Lindóia. Anais... Jaguariúna: EMBRAPA CNPDA, 1992. 312 p. 221 p.

MOORMAN, G. W. Increasead plant mortality caused by Pythium root rot of

Poinsettia associated with high fertilization rates. Plant Disease, v. 70, n.2, p.160-162, 1986.

NICHOLLS, C .I.; ALTIERI, M. A. Conventional agricultural development models

and the persistence of the pesticide treadmill in Latin America. International

Journal of Sustainable Development and World Ecology, v. 4, p. 93-111, 1997.

NICHOLLS, C. I.; PARRELLA, M.; ALTIERI, M.A. The effects of a vegetational

corridor on the abundance and dispersal of insect biodiversity within a northern Californian organic vineyard. In: NICHOLLS, C. I.; GARCIA, M. A.;

ALTIERI, M. A. (Comp.). Curso de agroecologia: workshop sobre agroecologia e desenvolvimento sustentável. Campinas: UNICAMP, 1999. v. 2, p. VI. 3.

OGBE, F. O.; OHIRI, A. C.; NNODU, E. C. Effect of NPK fertilization on

symptom severity of African cassava mosaic virus. International Journal of

Pest Management, v. 39, n. 1, p. 80-83, 1993. OLIVEIRA, J. V. et al. Influência do consórcio de caupi e milho na infestação de

Empoasca Kraemeri e no dano de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera, Noctuidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 11.,

Campinas. Resumos... Campinas: IAC/SEB, 1987. 563 p. p. 149. OLIVEIRA, J.V. et al. Influência do consórcio milho e caupi na infestação de

Empoasca kraemeri Ross & Moore e nos danos causados por Spodoptera

frugiperda (J.E. Smith). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 24, n. 1, p. 69-76, 1995.

ORIANS, C. M.; FRITZ, R. S. Genetic and soil-nutrient effects on the abundance

of herbivores on willow. Oecologia, v. 105, n. 3, p. 388-396, 1996. OSUNA, J. A. et al. Danos de Heliothis zea (Boddie, 1850) (Lepidoptera,

Noctuidae) sob efeito de adubos orgânico e mineral em três genótipos de

milho. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 18, p. 131-138, 1989.

Page 127: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

118

PAHLSSON, A. M. B. Influence of nitrogen fertilization on minerals,

carbohydrates, amino acids and phenolic compounds in beech (Fagus

sylvatica L.) leaves. Tree Physiology , v. 10, n. 1, p. 93-100, 1992.

PASCHOAL, A. D. Produção orgânica de alimentos: Agricultura sustentável

para os sélucos XX e XXI: guia técnico e normativo para o produtor, o comerciante e industrial de alimentos orgânicos e naturais. Piracicaba: Adilson D. Paschoal, 1994. 191 p.

PATRIQUIN, D. G.; BAINES, D.; ABBOUD, A. Soil fertility effects on pests and

diseases. In: COOK, H. F.; LEE, H. C. (Eds.). Proceedings of the Third

International Conference on Sustainable Agriculture. London: Wye College Press, 1993. p. 161-174.

PAVARINI, R.; GRAVENA, S. Influência da cobertura verde com mentrasto,

Ageratum conyzoides, na densidade populacional de ácaros predadores e fitófagos em citros. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 4.,

Gramado. Anais... Pelotas: EMBRAPA/CPACT, 1994. 358 p. p. 178.

PEREIRA, E. B. et al. Efeito do composto orgânico na produtividade do

alho e reação a praga e patógenos. Cariacica: EMCAPA, 1987. 8 p. (EMCAPA. Comunicado Técnico, 48).

PERRIN, R. M. Pest management in multiple cropping systems.

Agroecosystems, v. 3, p. 93-118, 1977. PFEIFFER, D. G.; BURTS, E. C. Effect of tree fertilization on numbers and

development of pear psylla (Homoptera: Psyllidae) and on fruit

damage. Environmental Entomology, v. 12, n. 3, p. 895-901, 1983. PHELAN, P. L. Soil-management history and the role of plant mineral balance

as a determinant of maize susceptibility to the european corn borer.

Entomological Research in Organic Agriculture, v. 15, n. 1-4, p. 25-34, 1997.

PHELAN, P. L.; MASON, J. F.; STINNER, B. R. Soil-fertility management and

host preference by European corn borer, Ostrinia nubilalis (Hübner), on Zea mays L.: A comparison of organic and conventional chemical farming.

Agriculture Ecosystems & Environment, v. 56, n. 1, p. 1-8, 1995. PHELAN, P. L.; NORRIS, K. H.; MASON, J. F. Soil-management history and

host preference by Ostrinia nubilalis: evidence for plant mineral balance

mediating insect-plant interactions. Environmental Entomology, v. 25, n. 6, p. 1329-1336, 1996.

Page 128: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

119

PINTO, L. F. G.; CRESTANA, S. Análise dos agroecosistemas da região de São Carlos, SP. In: SEMINÁRIO REGIONAL DE ECOLOGIA, 8., 1997, São

Carlos. Anais... São Carlos: PPGERN/UFSCar, 1998. p.691-704. PINTO, J. M. et al. Níveis de adubação nitrogenada e potássica influenciando a

população de Orthezia praelonga (Hom. Ortheziidae) em tangerina poncã. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de

Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 467. POPP, M. P.; KULMAN, H. M.; WHITE, E. H. The effect of nitrogen fertilization

of white spruce (Picea glauca) on the yellow-headed spruce sawfly

(Pikonema alaskansis). Canadian Journal of Forest Research, v. 16, n. 4, p. 832-835, 1986.

POPP, M. P. et al. Effects of slash pine phloem nutrition on the reproductive

performance of Ips calligraphus (Coleoptera: Scolytidae). Environmental

Entomology, v. 18, n. 5, p. 795-799, 1989. POTTS, M. J.; GUNADI, N. The influence of intercropping with Allium on some

insect populations in potato (Solanum tuberosum). Annals of Applied

Biology, v. 119, n. 1, p. 207-213, 1991. POWER, A. G. Influence of plant spacing and nitrogen fertilization in maize on

Dalbulus maidis (Homoptera: Cicadellidae), vector of corn stunt.

Environmental Entomology, v. 18, n. 3, p. 494-498, 1989. PUMPHREY, F. V. et al. Influence of tillage and nitrogen fertilizer on Rhizoctonia

root rot (bare patch) of winter wheat. Plant Disease, v. 71, n. 2, p. 125-127, 1987.

PRIMAVESI, A. M. Manejo ecológico do solo: agricultura em regiões tropicais. São Paulo: Nobel, 1982. 541 p.

PRIMAVESI, A. M. Manejo ecológico de pragas e doenças. São Paulo: Nobel, 1988. 137 p.

RAVIV, M. et. al. Compost as a controlling agent against Fusarium wilt of sweet

basil. Acta Horticulturae, v. 469, p. 375-381, 1998. REUVENI, M. et al. The influence of NPK fertilization rates on susceptibility to

powdery mildew of field-grown winegrapes. Journal of Small Fruit and

Viticulture, v. 2, n. 1, p. 31-41, 1993. RIEDELL, W. E. Tolerance of wheat to russian wheat aphids: nitrogen

fertilization reduces yield loss. Journal of Plant Nutrition, v. 13, n. 5, p. 579-584, 1990.

Page 129: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

120

ROOT, R. B. Organization of a plant arthropod association in simple and diverse

habitats: the fauna of collards (Brassica oleracea). Ecological

Monographs, v. 43, n. 1, p. 95-124, 1973. ROSSETO, D.; FLORCOVSKI, J. L.; CALAFIORI, M. H. . Influência da

fertilização na infestação de Tetranychus urticae (Koch, 1836) e Aphis gossypii (Glover, 1876) em plantas de algodão (Gossypium hirsutum L.).

Ecossistema, v. 22, p. 52-58, 1997. RUOHOMÄKI K. et al. Delayed inducible resistance in mountain birch in

response to fertilization and shade. Ecology, v. 77, n. 8, p. 2302-2311, 1996.

RUTZ, C. H. et al. Energy flow in an apple plant-aphid (Aphis pomi De Geer)

(Homoptera: Aphididae) ecosystem, with respect to nitrogen fertilization. I.

Life table analyses. Plant and Soil, v. 124, n. 2, p. 273-279, 1990. SAINI, R. K.; DAHIYA, A. S.; VERMA, A. N. Field evaluation of some

insecticides against onion thrips, Thrips tabaci (Lindeman, 1888)

(Thysanoptera: Thripidae). Haryana Agriculture University Journal

Research, v. 19, n. 4, p. 336-342, 1989. SALAS, J. Biology and life habits of the onion thrips (Thrips tabaci Lindeman).

Acta Horticulturae, v. 358, p. 383-387, 1994. SALAS, M. L.; CORCUERA, L. J.; ARGANDONA, V. H. Effect of potassium

nitrate on gramine content and resistance of barley against the aphid

Schizaphis graminum. Phytochemistry, v. 29, n. 12, p. 3789-3791, 1990. SAMPAIO, H. N.; AZEREDO, E. H.; CASSINO, P. C. R. Dinâmica populacional

do pulgão Myzus persicae (Sulzer, 1776) (Homoptera, Aphididae) no agroecossistema quiabeiro (Hibiscus esculentus L.) influenciada pelos teores de “N” e “K”. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA,

17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998a. 1111 p. p. 462.

SAMPAIO, H. N.; CASSINO, P. C. R.; PINTO, J. M. Interações tróficas de Aphis

gossypii (Hom. Aphididae) sob regime de adubações nitrogenada e potássica na cultura do quiabeiro (Abelmoschus esculentus, Malvaceae). ”. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de

Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p. 463. SCHENK, M. K.; BETTIN, A. Influence of nitrogen nutrition on powdery mildew

(Sphaerotheca fuliginea) infection and metabolism of cucumber (Cucumis sativus). In: PLANT NUTRITION: PHISIOLOGY AND APLLICATIONS. INTERNATIONAL PLANT NUTRITION COLLOQUIUM, 11., 1989,

Wageningen, Netherlands. Proceedings ... Wageningen:, M. L. B., 1990, p. 551-556.

Page 130: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

121

SCHUCH, A.L.; BELARMINO, L.C. Efeito de espécies de plantas daninhas em

soja sobre a população de inimigos naturais. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE

BIOLÓGICO, 4., Gramado. Anais... Pelotas: EMBRAPA/CPACT, 1994. 358 p. p. 307.

SCHUCH, U. K.; REDAK, R. A.; BETHKE, J. A. Cultivar, fertilizer, and irrigation

affect vegetative growth and susceptibility of chrysanthemum to western

flower thrips. Journal of American Society for Horticultural Science, v. 123, n. 4, p. 727-733, 1998.

SHAW, M. C.; WILSON, M. C.; RHYKERD, C. L. Influence of phosphorus and

potassium fertilization on damage to alfalfa, Medicago sativa L., by the alfalfa weevil, Hypera postica (Gyllenhall) and potato leafhopper, Empoasca

fabae (Harris). Crop Protection, v. 5, n. 4, p. 245-249, 1986. SHELTON, A. M. et al. Development and use of a dynamic sequential sampling

program for onion thrips, Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae), on onions.

Journal of Economic Entomology, v. 80, n. 5, p. 1051-1056, 1987. SILVA, P. R. R. et al. Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre a

população de Phyllocnistis citrella (Lep., Gracillariidae) em tangerina poncã. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 17., 1998, Rio de

Janeiro. Resumos... Rio de Janeiro: SEB/UFRRJ, 1998. 1111 p. p.459. STACK, R. W.; HORST, R. K.; LANGHANS, R. W. Effects of nitrogen and

potassium fertilization on infection of florists carnation by Gibberella zeae.

Plant Disease, v. 70, n. 1, p. 29-31, 1986. STRAUSS, S. Y. Direct and indirect effects of host-plant fertilization on an insect

community. Ecology, v. 68, n. 6, p. 1670-1678, 1987. SUMAN, C. L.; WAHI, S. Sequential samplig plan for the onion thrips, (Thrips

tabaci L.). Entomon., v. 6, n. 3, p. 265-269, 1981. SZENTKIRÁLYI, F.; KOZÁR, F. How many species are there in apple insect

communities?: testing the resource diversity and intermediate disturbance

hypotheses. Ecological Entomology, v. 16, n. 4, p. 491-503, 1991. TAYLOR, M. F. J. The dependence of development and fecundity of Samea

multiplicalis on early larval nitrogen intake. Journal of Insect Physiology, v. 30, n. 10, p. 779-785, 1984.

TAYLOR, R. G. et al. Chloride, nitrogen form, lime, and planting, date effects on

take-all, root rot of winter wheat. Plant Disease, v. 67, n. 10, p. 1116-1120, 1983.

Page 131: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

122

TEICH, A. H.; NELSON, K. Survey of fusarium head blight and possible effects

of cultural practices in wheat fields in Lambton County in 1983. Canadian

Plant Disease Survey, v. 64, n. 1, p. 11-13, 1984. THEUNISSEN, J. Intercropping in field vegetable crops: pest management by

agroecosystem diversification - an overview. Pesticide Science, v. 42, p. 65-68, 1994.

THEUNISSEN, J.; BOOIJ, C. J. H.; LOTZ, L. A. P. Effects of intercropping white

cabbage with clovers on pest infestation and yield. Entomologia

Experimentalis et Applicata, v. 74, p. 7-16, 1995. THEUNISSEN, J.; SCHELLING, G. Pest and disease management by

intercropping: suppression of thrips and rust in leek. International Journal

of Pest Management, v. 42, n. 4, p. 227-234, 1996. TONHASCA JR., A.; STINNER, B. R. Effects of strip intercropping and no-tillage

on some pests and beneficial invertebrates of corn in Ohio. Environmental

Entomology, v. 20, n. 5, p. 1251-1258, 1991. UVAH, I. I. I.; COAKER, T. H. Effect of mixed cropping on some insect pests of

carrots and onions. Entomologia Experimentalis et Applicata, v. 36, p. 159-167, 1984.

VANDERMEER, J. The ecological basis of alternative agriculture. Annual

Review of Ecology and Systematics, v. 26, p. 201-224, 1995. VANDERMEER, J. et al. Global change and multi-species agroecosystems:

concepts and issues. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 67, p. 1-22, 1998.

VANNETTI, F. Pragas da cebola e do alho. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE

VIÇOSA. Cultura da cebola. Viçosa: UFV, 1960. p. 1-2. VOS, J. G. M.; FRINKING, H. D. Nitrogen fertilization as a component of

integrated crop management of hot pepper (Capsicum spp.) under tropical

lowland conditions. International Journal of Pest Management, v. 43, n. 1, p. 1-10, 1997.

YEPSEN JR., R. B. Organic plant protection: a comprehensive reference on controlling insects and diseases in the garden, orchard and yard without using chemicals. Emmaus, Pennsylvania: Rodale Press, 1977. 688 p.

YUDIN, L. S. et al. Effects of mechanical barriers on distribution of thrips

(Thysanoptera: Thripidae) in lettuce. Journal of Economic Entomology, v. 84, n. 1, p. 136-139, 1991.

Page 132: Impacto de adubações mineral e orgânica sobre a incidência de tripes, Thrips tabaci lind., e míldio, Peronospora destructor berk. casp., e da diversidade vegetal sobre as populações

123

WHITE, T. C. R. The abundance of invertebrate herbivores in relation to the

availability of nitrogen in stressed food plants. Oecologia, v. 63, p. 90-105, 1984.

WILAND, L. J. et al. Winter cover crops in a vegetable cropping system: impacts

on nitrate leaching, soil water, crop yield, pests and management costs.

Agriculture Ecosystems and Environment, v. 59, n. 1-2, p. 1-17, 1996. WYSS, E. The effects of artificial weed strips on aphids and aphidophagous

predators in an apple orchard. Entomologia Experimentalis et

Applicata, v. 75, n. 1, p. 43-49, 1995. . WYSS, E. The effects of artificial weed strips on diversity and abundance of the

arthropod fauna in a Swiss experimental apple orchard. Agriculture,

Ecosystems and Environment, v. 60, n. 1, p. 47-59, 1996.