ilha de calor urbana, metodologia para mensuração: belo...
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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 10 - Número 1 - 1º Semestre 2010
Ilha de calor urbana, metodologia para mensuração: Belo Horizonte, uma
análise exploratória
Luiz Cláudio de Almeida Magalhães Filho1, João Francisco de Abreu
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RESUMO
Ilha de calor urbana, fenômeno já identificado por diversos pesquisadores, surge na área das
metrópoles e se caracteriza pela elevação da temperatura na superfície dessas áreas quando
comparada com a temperatura reinante nas vizinhanças desses sítios urbanos. Trabalhos, teses,
dissertações, etc, sobre esse assunto, foram desenvolvidos e publicados. Belo Horizonte, enquanto
metrópole, já foi objeto de estudo desse tema, ao lado de outras grandes cidades brasileiras.
Embora esse fenômeno esteja, de uma vez por todas, claramente identificado, há uma questão que
ainda gostaríamos que viesse a ser objeto de atenção especial. Sem embargo, seria possível
quantificar este fenômeno, ou seja, estaria a ilha de calor igualmente distribuída pela superfície
urbana de uma metrópole? Se não estiver, e podemos aqui acrescentar, julgamos de antemão que
não está, há alguma metodologia disponível que nos possibilite desenvolver um mapa para definir
essas diferenças de intensidade desse fenômeno ao longo da superfície urbana? Tal método
deverá ser capaz de quantificar a intensidade da ilha de calor em função apenas do local. Assim, a
partir do resultado obtido com essa metodologia, poderemos elaborar um mapa no qual uma
superfície representará a intensidade da ilha de calor. Quanto mais elevadas forem as cotas maior
intensidade da ilha de calor estará representada, e inversamente, cotas menos elevadas
representarão valores menores, ou mesmo a ausência, naquele local, desse fenômeno. Este é o
objetivo principal do presente trabalho.
Palavras-chave: Ilha de calor; Coeficiente “Z”; HOBO – Miniestação Metereológica;
Difusividade térmica; Integral numérica; Inércia do fluxo constante.
Urban heat island, methodology for measurement: Belo Horizonte, an
exploratory analysis
ABSTRACT
Researchers, and autors have already identified the “Urban Heat Island” phenomenon, that shows
itself up in metropolitan areas and may be caracterized by a sort of temperature elevation in those
áreas as compared with temperatures in surrounding countryside. Theses, and other kind of
works about the issue, had been developed and published. Belo Horizonte, as a metropolis, had
been focused too. Although this situation had been thoroughly studied, there is a specific question
which deserves special attention. Would it be possible to quantifie it, in other words, is that
phenomenon evenly distributed over urban superficies? If not, and we may here advance our
guess: it isn’ t; is there any methodology capable to quantify it, and make it possible to draw a
map that shows those differences up? Such methodology , should bears its figures only as a
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function of the and nothing else. Therefore, we should be able to draw a map where higher
surface quota represents higher intensity of the heat island, and, conversely, lower one will mean
lower value or even the abscense of the heat island. This is the main objective of the present
work.
Key-words: Heat island; Coeficient “Z”; HOBO – Meteorological mini-station; Thermal
Diffusivity; Numeric Integral; Constant flux inertia
1 INTRODUÇÃO
Os dados demográficos do Secretariado
das Nações Unidas para Assuntos Sociais e
Demográficos indicam que no ano 2000 47% da
população mundial já habitava um espaço
urbano. A degradação ambiental que ocorre de
diversas maneiras, especialmente no contexto
das grandes metrópoles brasileiras, aponta que
fenômenos inter-relacionados tais como ilha de
calor, poluição do ar, inundações,
desmoronamentos, interferem diretamente na
qualidade de vida dos habitantes no sentido de
comprometê-la e degradá-la.
Vamos aqui apresentar um modelo para
mensuração do fenômeno dito ilha de calor
urbana, modelo este que pode ser considerado,
(pretende-se) como uma ferramenta adicional
para o estudo e análise das condições urbanas
visando um melhor manejo do planejamento e,
ao mesmo tempo, se constitui em um momento
de reflexão sobre tais condições na busca de
uma intervenção que possa garantir um futuro
mais limpo e harmonioso para as metrópoles.
Ilha de calor urbana é sem dúvida causada pela
ação do homem e que tem como palco os
grandes espaços urbanos. Belo Horizonte,
capital do estado de Minas Gerais – Brasil, que
já foi considerada Cidade Jardim constitui-se
em um típico exemplo. A isso está relacionado o
presente trabalho.
Diversos autores e pesquisadores
atribuem a causa da ilha de calor urbana a
diferentes fatores. Cada um deles enfatiza este
ou aquele fator, sem que exista um consenso, ou
mesmo uma convergência, para um fator único;
nem mesmo podemos afirmar, que tal fator
exista. Entretanto, podemos apontar um
conjunto destes fatores, que de uma forma ou de
outra, repetem-se de forma independente, na
opinião desses autores.
Podemos enumerá-los como sendo: o
uso do solo (no espaço urbano), a ausência de
áreas verdes, a verticalização, a contaminação
ou poluição do ar, a baixa umidade relativa,
devido à baixa evaporação a partir do solo, a
concentração de geração de calor pelas
atividades que têm lugar na área urbana.
A temática Ilha de calor urbana requer,
na sua abordagem, a incorporação de conceitos
e informações provenientes de diversas áreas de
conhecimento em virtude da complexidade e da
amplitude do tema.
O fato é que as metrópoles são capazes
de gerar um gradiente de temperatura, isto é, as
cidades são geralmente mais quentes do que as
respectivas áreas em torno. Esse “ganho” de
temperatura é conhecido por se constituir na
essência da ilha de calor urbana.
As fotografias aéreas e imagens de
satélite, especialmente as imagens de infra-
vermelho (térmicas) mostram consistentemente
durante os instantes fotografados, a maior
temperatura reinante, das superfícies urbanas
quando comparadas com as outras superfícies
do seu em torno.
Mas as fotografias representam o
momento, o instante. A rigor, nada nos garante
que o que está acontecendo no instante no qual a
fotografia foi tirada continuará a acontecer da
mesma forma, nos instantes seguintes, sem que
haja possibilidade de ocorrer uma reversão.
Possuímos também evidências de que a
intensidade desse diferencial de temperatura,
isto é, esse gradiente que está presente na
superfície urbana, não está uniformemente
distribuído pela respectiva superfície. Pelo
contrario, tal distribuição se faz de maneira
desigual, podendo apresentar variações
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significativas de um lugar para o outro,
caracterizando-se como um fenômeno
eminentemente espacial que desafia nossa
capacidade de mapeá-lo.
Lançar uma metodologia que seja capaz
de medir e mapear essa distribuição desigual
de diferencial de temperatura ao longo da
superfície urbana, na qual cada ponto estará
associado a um valor que possa representar a
melhor probabilidade de ocorrência deste
gradiente, sempre em função do onde,
independentemente (no máximo possível) do
quando, é a tarefa sobre a qual nos atiramos.
Usaremos Belo Horizonte, a metrópole
dos mineiros, como o lugar no qual haveremos
de experimentar, pela primeira vez, a
metodologia, na crença de que se for válido para
essa capital será também válido para as outras
cidades de mesmo porte ou mesmo de porte
ainda maior. De início, vamos buscar uma
definição do que possa ser considerado como
uma explicação causal de um dado
acontecimento. Para Karl Popper (1975):
( ...) oferecer uma explicação causal de
certo acontecimento significa deduzir um
enunciado que o descreva, utilizando,
como premissas da dedução uma ou mais
leis universais, combinadas com certos
enunciados singulares, as condições
iniciais. ...Temos assim duas diferentes
espécies de enunciados, colocando-se
ambas como ingredientes necessários de
uma explicação causal completa. Trata-se
de (1) enunciados universais, isto é,
hipóteses com caráter de leis naturais; e
(2) de enunciados singulares, os que se
aplicam ao evento específico em pauta, e
que chamarei de "Condições iniciais". Da
conjunção de enunciados universais e
condições iniciais deduzimos o enunciado
singular. A este enunciado denominamos
predição específica ou singular.
(POPPER, p 62- grifos do autor)
Portanto vamos abordar a questão da ilha
de calor urbana a partir de certas premissas
universais quais sejam: as leis que regem a
transferência de calor, ou as leis, ou regras, que
ajudam a determinar a temperatura de um lugar
num determinado instante. A Termodinâmica
diz que o calor se propaga por meio de radiação,
convecção e condução, ou mesmo por uma
combinação desses três modos. A climatologia
propõe que os fatores que definem ou
determinam o clima de um dado local são,
primordialmente, a latitude deste local, a
altitude, o regime dos ventos e a umidade
relativa, com a participação da presença ou não
das chamadas frentes frias, ou de ar seco, etc.
Como condições iniciais, vamos tomar a
temperatura, simultaneamente, a cada dez
minutos, de dois lugares diferentes. O primeiro
ponto será fixo, ou seja, será o mesmo para
todas as medições, funcionando dessa forma
como uma base, uma referência; o segundo
ponto, o referenciado, será sempre um ponto
dentro da malha urbana, não obstante, em
apenas um caso, para efeito de comparação,
haverá um ponto fora da malha urbana.
Combinando os dados coletados com as
premissas que assumimos vamos procurar
observar os resultados através de diferentes
pontos de vista a fim de poder adiantar algumas
conclusões e, ao mesmo tempo, rejeitar outras
que, eventualmente, serão superadas.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A ANÁLISE ESPACIAL
A análise espacial incluiu um amplo
grupo de técnicas e de modelos nos quais se
aplica uma estruturação quantitativa a sistemas
cujo interesse principal é lidar com variáveis
que sofrem mudanças ao longo do espaço.
Tradicionalmente esse é o domínio da
Geografia, particularmente da corrente
Teorético-Quantitativa, embora uma série de
outras disciplinas correlatas também participa
no desenvolvimento desse campo de
conhecimento e investigação.
Por outro lado, os Sistemas de
Informação Geográfica, SIG, surgiram nos
últimos vinte anos a partir de contribuições de
outras origens: seu desenvolvimento é parte de
um movimento mais amplo no sentido de um
mundo digital no qual os computadores estão no
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centro de uma verdadeira revolução e são
considerados máquinas de aplicação universal,
para qualquer meio ou finalidade.
O desenvolvimento de memórias cada
vez mais poderosas e econômicas, através de
uma miniaturização, é responsável pelo avanço
da capacidade dos computadores de manipular
palavras e figuras além do seu papel tradicional
como processadores científicos e comerciais. O
surgimento de dados digitalizados através de
modos avançados de captura e comunicação
combinado com computação gráfica,
responsável por viabilizar a confecção de mapas
digitais, ampliou e ainda vai ampliar muito mais
os domínios e as possibilidades dos SIGs.
Brian Berry e Duane Marble, no final
dos anos 60, publicaram sua obra com o título
“A Análise espacial”: (subtítulo) “uma leitura
em geografia e estatística”, e colocaram,
naquela ocasião ênfase na incorporação de
variáveis espaciais aos estudos estatísticos e à
teoria estatística convencional, que àquela época
representavam uma base importante para a
Geografia. Hoje as preocupações estatísticas
ainda subsistem.
Entretanto novas preocupações foram
incorporadas, nomeadamente, a questão da
representação gráfica que atualmente é central
no domínio dos SIGs. Assim podemos inferir
que a origem da Análise Espacial (bem como
dos SIGs) está fortemente baseada no
desenvolvimento da Geografia (corrente
Teorético-Quantitativa) e da Estatística.
FATORES E PROCESSOS QUE
DETERMINAM OS FLUXOS DE
ENERGIA NA ATMOSFERA E NA
SUPERFÍCIE TERRESTRES
Fonte: BATES, N.H.; BRIDGES, E.M. (1992).
Figura 1: Representação gráfica do Balanço energético global
A energia mais aparente e importante
que recebemos é aquela que nos vem do sol. O
sol constitui uma fonte de radiação cuja energia,
para nossa escala, pode ser considerada
constante. No limite superior da atmosfera, uma
área de 1m2
recebe do sol 1,368 kW de energia
desde que esteja colocada de forma
perpendicular aos raios solares.
Considerando-se que a superfície da
terra é quatro vezes a do disco correspondente a
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seu respectivo raio, cada m2 recebe, em média,
1368: 4 kW, ou seja, 342 W/m2.
Isto nos leva a concluir que ao longo de
um ano, o planeta Terra recebe do sol a energia
equivalente àquela que seria produzida, durante
o mesmo período, por 180 milhões de centrais
geradoras de 1.000 MW cada uma.
A radiação solar, ao longo de sua
trajetória na atmosfera, terá uma parte que será
imediatamente reenviada para o espaço, sem
alteração alguma e outra que, após
transformações diversas, finalmente sofrerá
destino semelhante, ou será, de alguma forma,
absorvida.
Dessa forma podemos sistematizar os
fenômenos que intervém nesse processo como
sendo:
1) Absorção: os gases constitutivos da
atmosfera, especialmente o nitrogênio, o
oxigênio, o dióxido de carbono, o
ozônio, e o vapor d'água vão absorver as
emissões de raios de diferentes
comprimentos de onda, seletivamente.
Assim sendo, 19% da energia incidente é
absorvida. Essa energia não se perde, uma vez
que se transforma em calor e contribui para
elevar a temperatura dos gases que porventura a
tiverem absorvido.
Entretanto, a radiação solar de
comprimento de onda compreendido entre 0,30
e 0,75 m (microns) consegue chegar à
superfície da Terra de forma quase intacta. Esse
é, grosso modo, o comprimento de onda que
corresponde à banda da luz visível e tem seu
ponto máximo no valor relativo à máxima
absorção da clorofila dos vegetais.
2) Difusão: Os gases que constituem a
atmosfera não se limitam a absorver os
raios solares, também os difundem. Isto
significa que os reenviam em todas as
direções, sem mudança de comprimento
de onda. Assim, 34% da radiação
incidente perde-se do ponto de vista do
sistema climático da Terra, pois é
reenviado de volta ao espaço.
3) Reflexão: As nuvens, quando são
vistas de cima, possuem uma brancura
imaculada, apesar de poderem ser
bastante sombrias, quando vistas de
baixo. Elas têm uma enorme capacidade
de reflexão e sua superfície superior
reenvia para o espaço 20% da radiação
incidente. Levando em conta todos os
aspectos pertinentes ao processo
veremos que, efetivamente, apenas 47%
da radiação solar incidente vai atingir a
superfície terrestre (continentes e
oceanos) e contribuir, dessa forma, para
seu aquecimento.
Assim, ao final, 70% da radiação é, de
uma maneira ou de outra, absorvida pela
atmosfera, pelos oceanos e pelos continentes,
para se transformar em energia calorífica, o que
acarreta, em última análise, uma elevação da
temperatura desses meios.
A atmosfera, que por sua vez já havia
absorvido uma parte da radiação solar em
função do comprimento de onda e de seus gases
constitutivos, vai, no contato com a superfície
terrestre aquecida, aquecer-se, da mesma forma,
por meio da chamada condução térmica, ou seja,
através do calor sensível. Entretanto, grande
parte dessa energia calorífica será, por sua vez,
utilizada no processo de evaporação da água;
uma mudança de estado físico que consome,
relativamente, muita energia.
Segundo Godoy e Walker (1996)
devemos distinguir, em princípio, a forma do
espectro da radiação enviada pelo sol - cujo pico
está na região do visível, de pequeno
comprimento de onda, por causa de sua
temperatura média muito mais elevada (6.0000
K) - da forma do espectro da radiação emitida
pela terra, cujo pico está na região do
infravermelho, de maior comprimento de onda,
por causa de sua temperatura média mais baixa
(2530K). Isto está de acordo com a lei de Wien,
que prevê que o comprimento de onda
correspondente ao pico da emissão, em torno da
qual se distribuem os outros valores de
comprimento de onda, é inversamente
proporcional à temperatura.
Assim pelo lado dos comprimentos de
onda curta teremos: a energia solar que atinge o
planeta Terra possui um valor médio de 8,36
5
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1
J/m2
ano ou 2.0 Langley/minuto, onde 1
Langley = 1 cal/ cm2.
A energia solar que incide na Terra sofre
o seguinte destino (fig.1):
a) para 47% da radiação incidente a
atmosfera é praticamente
transparente, mas deste total
devemos descontar 9% que são
devolvidos para o espaço, e outros
9% que são absorvidos pela
própria atmosfera. Contudo, 6%
são espalhados e atingem a
superfície da Terra, sem
modificação aparente, ao lado de
outros 24% que também chegam
ao mesmo destino sem
modificações.
b) os 52% restantes esbarram em
nuvens que absorvem 10% e
devolvem 25% ao espaço deixando
passar apenas 17%, que encontram
o solo. Assim, 19% (10 + 9), em
média, são absorvidos pela
atmosfera; 34% (9+25) são
devolvidos ao espaço e 47%
(6+24+17) encontram o solo como
destino final, para aquecer
continentes e oceanos. O equilíbrio
entre a energia recebida e a energia
perdida se estabelece porque de
outro modo, a superfície da Terra e
sua atmosfera estariam sofrendo
um processo de contínuo
aquecimento.
Dessa forma registra-se uma perda
líquida de energia de 14% devido à circulação
dessa mesma energia entre a superfície e a
atmosfera; 23% são absorvidos como calor
latente pela evaporação da água e 10% são
perdidos por condução. Assim, 14% + 23% +
10% = 47% - exatamente o valor que
corresponde ao ingresso líquido total.
O ALBEDO
Define-se como sendo o albedo (do
latim: albus = branco) a relação entre a
quantidade de energia radiante reenviada por
uma superfície de um corpo e quantidade de
energia radiante incidente nessa mesma
superfície. O valor representativo considerado,
em geral, para o planeta Terra é de 0,30. É a
superfície terrestre que, aquecida, vai emitir
certa radiação que, em função da sua
temperatura, situa-se, em termos de
comprimento de onda, em torno do intervalo de
1µm-30µm, ou seja, radiação infravermelha.
Esse tipo de radiação terá dificuldade em
deixar a atmosfera porque alguns gases
atmosféricos, a exemplo do gás carbônico, do
metano e do vapor d'água, entre outros,
enquanto são bastante transparentes à passagem
da radiação solar (luz visível, principalmente),
não permitem a passagem da radiação
infravermelha. Assim a Terra torna-se a maior
fonte de calor para a atmosfera. Isso dá lugar ao
efeito estufa.
O EFEITO ESTUFA
O efeito estufa é, como vimos, causado
por gases presentes na atmosfera terrestre. Sabe-
se que a temperatura da terra depende do
equilíbrio entre a energia que chega do sol e da
energia que é irradiada de volta para o espaço
pelo planeta. Em conta aproximada, metade da
energia que entra na atmosfera é absorvida pelas
nuvens, pelas partículas, ou é refletida de volta
ao espaço. A metade restante é absorvida pela
superfície terrestre (oceanos e continentes) que
por seu intermédio é aquecida.
As superfícies irradiam novamente essa
energia sob a forma de determinados
comprimentos de onda que correspondem à
radiação infravermelha emitida pela terra.
Ocorre que o gás carbônico, o metano e o vapor
d'água, alem de outros gases presentes na
atmosfera, absorvem certos comprimentos de
onda desse tipo de radiação. Parte do calor
absorvido é, então, enviado de volta à superfície
terrestre. Tal processo mantém a temperatura da
Terra 30°C mais quente do que seria sem a
presença desses gases em nossa atmosfera.
Portanto, o aumento das concentrações de gás
carbônico e de outros gases semelhantes faz
com que maior quantidade de calor fique retido
dentro da atmosfera do planeta.
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1
1
Z
Y
X
Condução
Advecção
Advecção
d
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Calor específico (C): É a quantidade de
calor necessária para elevar a temperatura de 1
grama de uma substância em 1º C.
Unidades: cal.g -1
.0C
-1, ou J.kg
-1. 0C
-1.
Capacidade volumétrica de calor, ou
Capacidade térmica (Cv): Capacidade
volumétrica de calor de uma substância é a
quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura em 1 ºC. de 1 cm3 desta substância.
Unidades: cal.cm-3
. 0C
-1, ou J.m
-3. 0C
-1
Condutividade térmica (k): Indica a
taxa de transferência de calor.
Fisicamente representa a taxa em que o
calor flui, através de uma área unitária de
determinada substância, quando existe um
gradiente de 10C/cm.
Unidade: cal/cm.s.0C, ou W.m
-1.0C
-1 .
Pode-se dizer também que é a quantidade de
calor que flui por unidade de tempo através de
uma seção transversal de 1cm2, responsável por
um gradiente de temperatura de 1º C.
Densidade ou massa específica ( é a
quantidade de massa de uma substância contida
em uma unidade de volume.
Unidade: g.cm-3
, ou kg.m-3
Difusividade térmica ( indica a penetração ou perda de calor em uma substância
e pode ser definida pela razão entre a
condutividade térmica e a capacidade
volumétrica de calor.Fisicamente é a resposta
térmica de um material às condições transientes
de um fluxo de calor. Assim, uma substância
com um ( ) mais elevado é capaz de ajustar sua
temperatura de forma mais rápida às condições
do seu em torno.
Unidade: cm2.0C
-1, ou m
2.0C
-1
Pelas definições, então temos:
1) Cv = C. 2) Cv
k, e 3)k = C
Dedução do fluxo de calor na unidade de
tempo (lei de Newton do resfriamento).
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: p. 63)
Figura 2: Condução de Calor
7
1
1
Condução de calor é a transferência de
calor de áreas quentes para áreas mais frias e,
efetivamente, ocorre por difusão. O fluxo de
calor pode ser descrito por:
Q =
Q =
Onde:
= densidade em kg.m-3
C= calor específico em J.kg-1
. 0C
-1
d = distancia em m
difusividade térmica em m² .s-1
Cv = capacidade volumétrica de calor em J.m-3
. 0C
-1
Logo Q = C.d
T, mas se .C = Cv, então
d
TaCvQ . (1)
Seja a condutividade térmica “k” dada por
Cvk . (2)
Cv
kLogo (3)
Se, for o gradiente de temperatura, então a lei de Fourier nos dará:
Q = - k . (4)
onde: = (4')
E vejamos então como a temperatura (T) varia no espaço ( r ) e no tempo ( t ) em
decorrência da lei de Fourier:
(5)
escape de tempo
unitária áreapor calor
2
.d.C
d
T
d
T
x
T
t)T(r,t
t)T(r, 2
T
T
8
9
Reconhecemos aqui a equação de
difusão, que é uma equação de derivadas
parciais, que pode ser resolvida através da
separação das variáveis, e deve ser expressa nas
dimensões e sistemas de coordenadas
convenientes. A equação da condução de calor
ao longo do tempo é dada por:
(taxa de variação de calor/área) = (produção de calor/volume por tempo) – (perda de calor)
C Qdx - (6)
onde Q tem a dimensão de J. m-3
. s-1
; ou seja calor por metro por cúbico por segundo.
Mas de (4) temos: Q = -k e =
C Q + (9 e 10)
Então a forma genérica da equação de difusão de calor é:
TkCC
H
T
T.
1 (11)
Levando em (3), temos: (12)
Onde H representa a produção de
calor/unidade de massa em Joule por
quilograma por segundo, e é a difusividade
térmica. Considera-se, então, dentro de
determinados limites, a condutividade térmica
como não sendo variável com a posição
(constante em relação a x).
Considerando que Q = H = 0 (13)
(isto é, na ausência de fonte de calor) então: (14)
Ou seja, na ausência de produção de calor, a lei do resfriamento ao longo do espaço fica
dada pela equação da condução de calor: (15),
Seja, então, T (z,t) = f(
dx.t
Tdx.
dx
d Q
T Tx
T
.t
T )x
Tk(
x
t
TT.
C
H 2
t
TT. 2
t
T2
2T
z
9
9
Onde , por conveniência (17)
(18)
(19)
(20)
Seja , e levando (18) e (20) em (15), teremos:
(21)
(22)
(23)
(24)
Ou seja, esta f( ) indica que os parâmetros que governam o valor da solução são: z, t
(distancia, e tempo) e o parâmetro que depende unicamente da substância em questão. No caso essa substância é o ar atmosférico existente no local da coleta de dados.
3 MÉTODOS E TÉCNICAS
A METRÓPOLE E A ILHA DE CALOR
"Como média a temperatura do ar numa
densa área urbana é mais alta que a dos
arredores rurais dando lugar ao chamado
fenômeno da ilha de calor" (Romero, 2001).
Se assim é, vamos propor um método
que possa, ao longo de todo um período,
realmente, comparar as temperaturas de dois
pontos. Um deles, que seria tomado como
referência, situado nos arredores rurais, e o
outro situado dentro do perímetro urbano. À
maneira do psicrômetro, estaremos aqui
comparando temperaturas lidas
simultaneamente, por exemplo, a cada 10
t.2
z
' .f2tt
T
f.'.t2
1
z
T
'' f.t4
1T2
2
z
f' f
' .f2t
'' f.t4
1
' f2'' f
2-A.e f '́
BdeAf( 2-
B)'.erf(A f(
10
9
minutos, cada uma delas tomada por um
aparelho, sob a condição de que tais aparelhos
sejam rigorosamente equivalentes.
Poderemos, na verdade, propor que,
enquanto apenas um aparelho sirva como
referência, justamente aquele situado nos
arredores rurais, tantos outros aparelhos quanto
sejam os pontos de observação poderão
trabalhar dentro da malha urbana, desde que
sincronizados entre si, formando um conjunto
que pulsa de forma diacrônica, ao mesmo tempo
em que o conjunto, como um todo, pulse guiado
pelo padrão rural.
Se pudermos ainda ter um arranjo tal que
esses aparelhos permaneçam trabalhando ao
longo de um período, por exemplo, ao longo do
dia, da semana e do mês, ao final de cada
período poderemos fazer as comparações e tirar
as conclusões correspondentes.
Sabemos, agora, que a relação entre a
temperatura colhida em um ponto (dentro da
malha urbana) e o ponto de referência (pt. Zero,
nos arredores rurais) pode representar, na
realidade, a relação entre gradientes, ou seja, se
a equação da difusão é, um quociente das duas
temperaturas corresponderá verdadeiramente à
relação entre a situação da difusividade térmica
de um lugar com o outro, desde que os valores
sejam tomados, diacronicamente, conforme o
previsto, de acordo com a fórmula:
Se cada par de dados de temperatura, To
– temperatura no ponto de referência e Ti
apresenta no ponto referenciado, são captados
dessa maneira, ao longo de um período de 24h,
por exemplo, ao fim desse período, poderemos,
analisando os dados colhidos, propor algumas
conclusões.
A série de dados representará a situação
predominante durante todo o período (24 h isso
é, um dia, ou 30 dias, por exemplo). Para esta
série haverá um valor que possa representar a
situação encontrada, especificamente, ao longo
do tempo que lhe é correspondente. Uma área
que represente a média desses quocientes, ao
longo do período considerado, poderá resumir
eficazmente, aquilo que se passou, a este
respeito, durante o período.
Sendo assim, o que poderemos
encontrar?
Em primeiro lugar, devemos considerar
a altitude de cada um dos pontos onde
estaremos coletando os dados.
Estamos trabalhando sob a hipótese de
que é essencialmente ao longo do eixo da
altitude (z) que poderemos esperar uma variação
de temperatura, principalmente, sabendo-se que
estamos realmente bem próximos da superfície
da terra.
Ao longo dos outros dois eixos, qualquer
variação nas vizinhanças, (advecção), se houver,
não será significativa e poderá ser desprezada.
Vamos supor, de início, para simplificar, que os
dois aparelhos coletores estejam situados em
uma mesma cota altimétrica, ou seja, na mesma
altitude. Assim, como esperar que a razão entre
as duas medidas (Ti/T0) seja 1, isso é
“diferente da unidade,” ou ainda, se houver
algum desvio ou fuga do valor unitário, em um
determinado momento, como esse desvio
poderia se sustentar ao longo de todo o
período? Qual poderia ser o fenômeno que se
apresenta sustentável ao longo do tempo e ainda
tenha a força ou a energia que garanta a
sustentação dessa diferença, sem nenhuma
forma de “compensação”? Então, se diferença
houver, em que sentido ela se apresenta?
Poderemos ver aí uma lei de formação?
Vamos imaginar então que os nossos
dois pontos de coleta de dados simultâneos
situam-se, razoavelmente afastados (10 km, por
exemplo), ambos, entretanto, nos arredores
rurais. Se a altitude dos dois pontos for a
mesma, o gráfico que tem no eixo vertical os
valores do quociente entre as duas temperaturas
medidas (cada par obtido exatamente no mesmo
instante), e no eixo horizontal o instante, no
tempo, no qual os dados foram registrados, irá
exibir uma oscilação em torno do valor unitário,
1:00
0
T
T
T
TTseja ii
t
TT. 2
11
9
ora se posicionando acima, ora abaixo da linha
unitária. Contudo, não haverá uma
predominância de uma ou de outra tendência, ao
longo de cada ciclo de 24 horas.
Isso corresponde a uma flutuação que,
aleatória, não deixa de representar um estado
que vamos classificar como sendo estável.
O sistema formado pelos valores do
quociente obtido a partir dos dados dos dois
aparelhos, assim dispostos, tende a permanecer
constante nesse estado estável, pois segundo
Ludwig (1968) há algo que podemos entender
como “Peso, ou Inércia, do Fluxo Constante”
que atrai os valores desse quociente para a
unidade. Ludwig (1968) afirma, ainda, que:
(...) Para derivar as condições e as
características dos estados estáveis
podemos usar uma equação geral do
transporte. Sejam Qi a medida do i-ésimo
elemento do sistema, por exemplo, a
concentração ou a energia em um sistema
de equações simultâneas.
Sua variação pode ser expressa da
seguinte maneira: Ti + Pi.
Ti representa a velocidade do transporte do
elemento Qi, num elemento de volume em
certo ponto do espaço, enquanto Pi é a
velocidade da produção.
Se Pi desaparece temos a equação da
difusão simples , na qual Ti tem a forma:
Ti=Di. , na qual o símbolo
laplaceano representa as derivadas
parciais em x, y, e z e os Di são os
coeficientes de difusão. (Ludwig von
Bertalanffy, 1968: P. 69).
Dessa maneira, quando posicionamos o
segundo aparelho no interior da malha urbana
começamos a verificar que o gráfico formado
com a razão das mesmas variáveis pelos
períodos (ciclos) sucessivos apresenta,
sistematicamente, uma nítida tendência a formar
valores positivos para a área (valores do referido
quociente, em sucessão contínua, maiores do
que a unidade), e ainda, tal discrepância tende a
se acentuar por volta das 21h.
Nessa condição podemos julgar que
estamos diante de um resultado que, com efeito,
refere-se à ilha de calor urbana.
Tal coleta de dados poderá ser realizada,
simultaneamente, ao longo de dias, semanas, ou
meses, em pontos no interior da malha urbana,
os quais possuirão cada um a seu turno, a
propriedade de representar a própria área em
torno. Para isso, deveremos possuir tantos
aparelhos coletores de dados quantos forem os
pontos que simultaneamente estaremos a
analisar, além de mais um na sobra para o ponto
zero, ou melhor, para ser a referência. Dessa
forma teremos um conjunto de "n-1" pontos
sendo levantados, ao longo de uma semana, ou
de um mês, ou mesmo de um ano, onde “n” é o
número de aparelhos.
A INTEGRAL NUMÉRICA
A cada período de dados coletados (24h)
corresponderá um vetor formado pelos
sucessivos valores das razões encontradas (Ti/T0
= ); cada valor de razão corresponderá ao valor
no tempo, em minutos, no qual os dados foram
coletados. O intervalo de tempo foi definido em
10 (dez) minutos.
Uma integral numérica, por se tratar de
uma função discretizada, deverá ser calculada
para o período completo (24h, ou seja, 1440’).
O valor encontrado para esta integral deverá ser
subtraído do valor de uma integral calculada
pelo mesmo processo, porém tomando-se a
unidade como valor constante para as ordenadas
( ). O valor encontrado deverá ser dividido por 1440, conforme a fórmula:
onde f(t) corresponde a t .
Cada valor obtido corresponderá a uma
posição geográfica definida dentro do perímetro
urbano para o referido período. Quando houver
um período de observação maior do que 24h,
por exemplo, 3 dias , ou mesmo 10 dias,
t
Q
i
2Q2
%1001440
1440)(xx
dttf
12
9
tomaremos a média dos valores encontrados
para cada período como valor representativo
para aquele local. Se esse valor for, a média de
um mês poderá corresponder à expectativa do
que poderemos encontrar, em termos de ilha de
calor, para aquele lugar, ao longo desse período.
A integral numérica utilizada
corresponde à 2a regra de Simpson (quantidade
de intervalos correspondendo a 144, múltiplo de
3), cujo erro de truncamento se estima como da
ordem de h4 para todo h / 0<h<1., conforme
Barroso, L. et alii (1983). Poderemos formular,
assim, um mapa temático, no qual estará
espacializada a expectativa da ocorrência de ilha
de calor para uma determinada malha urbana.
4 CORRIDAS E RESULTADOS
Em primeiro lugar, era necessário
encontrar uma estação meteorológica confiável
situada nos arredores de Belo Horizonte, na área
rural ou nos arredores rurais, e que estivesse
disposta a cooperar com a nossa pesquisa,
fornecendo-nos os dados de temperatura e de
umidade relativa do ar. Importava ainda, que
tais dados estivessem sendo coletados com uma
freqüência regular (intervalos de 10´) ao longo
dos dias.
Tal dispositivo existia e pertencia à
CEMIG – Companhia Energética de Minas
Gerais e situava-se bem próximo da área do
município de Belo Horizonte, no vizinho
município de Contagem, não muito distante da
CEASA, Central de Abastecimento, escondido
por uma pequena mata preservada. Chamava-se
Centro de Observações Atmosféricas – (COA –
CEMIG) e realizava a cada dez minutos, ao
longo do dia, da semana e dos meses, a sua
coleta de dados: a temperatura, a umidade
relativa do ar e a velocidade dos ventos.
Na outra ponta, de início, passamos, nós
mesmos, com o auxílio de um termômetro um
cronômetro e uma mesinha com cadeira, a
realizar a coleta da temperatura, da umidade
relativa, a cada dez minutos e de forma
sincronizada com o horário do Centro de
Observações da Cemig, que passaremos a
chamar de: COA- Cemig ou simplesmente
COA.
Esse método manual trouxe logo os
primeiros resultados, mas apresentava o
inconveniente de termos de permanecer
coletando dados 24h a fio, o que evidentemente
nos trouxe problemas operacionais e de
segurança, insuperáveis. Como permanecer na
rua, nas praças, ou nos quintais dos
colaboradores, tomando nota, ao longo de 24h a
fio?
Em função disso, entramos em contato
com um representante de fabricantes de
Miniestações meteorológicas digitais as quais
poderiam realizar automaticamente a coleta que
desejávamos, desde que corretamente
programadas. Encontrou-se a solução em
HOBO, uma mini-estação meteorológica da
Onset Computer Corporation, 470 Mac Arthur
Blvd. Bourne, MA, EUA, capaz de coletar
dados de temperatura e umidade relativa ao
longo de um período em intervalos regulares,
durante três meses seguidos, e armazená-los
corretamente em sua memória digital.
Para que o elemento sensor localizado
no interior de HOBO se situasse sempre em
uma altura adequada (1,65m) providenciamos
um suporte conveniente (um pedestal para
suportar microfone de músicos) que, com
algumas adaptações, garantia-nos uma posição
fixa para HOBO ao longo de suas jornadas.
Uma vez coletados os dados relativos ao local
previamente selecionado fizemos a
transferência, com facilidade, para nossa estação
pessoal de trabalho mediante o uso de um cabo
conector e de softwares conhecidos a exemplo
do Excel.
Dessa forma, nossa tarefa tornou-se
operacionalmente viável. Podíamos uma vez
selecionado o local, implantar nossa mini-
estação durante, pelo menos, 24 horas, e, então,
coletar os dados necessários para preencher um
ciclo completo. Assim procedemos para realizar
o levantamento correspondente a diversos
pontos, dentro da malha urbana de Belo
Horizonte.
13
9
EVITANDO “PARALAXE”
Levantava-se então uma dúvida: como
garantir que não haveria qualquer interferência
provocada por um eventual desajuste entre os
dois aparelhos medidores de dados, o nosso a
que chamamos de HOBO, móvel, portátil, que
estaríamos deslocando a cada momento dentro
da malha urbana, e o outro, fixo, pertencente à
Cemig, a nossa referência, a que chamamos de
COA- CEMIG? Tomamos a nossa providência
fundamental: deslocamos HOBO até o lugar
onde estava COA e colocamos os dois para
trabalhar, por um bom período, lado a lado.
Se os dois aparelhos estivessem coletando a
mesma série de dados (dados idênticos) ou
séries compatíveis estatisticamente, nosso
trabalho, daí por diante, poderia ser considerado
como confiável.
y = 0,9983x - 0,0569R² = 0,999
15
17
19
21
23
25
27
29
15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
Te
mp
CO
A
Temp HOBO
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: Pág. 74).
Gráfico 1: Correlação entre as temperaturas medidas através do aparelho “COA” e do aparelho “HOBO”.
Ficamos dessa forma comprometidos a
procurar, em cada local dentro da malha urbana,
onde colocamos o nosso aparelho HOBO para
fazer das suas medições, reproduzirem, da
melhor forma possível, as mesmas condições da
situação específica do sistema de referência, o
COA - Cemig. Nessas condições, ficam
excluídas as sombras de grandes árvores, mais
ainda, a condição sob telhas e mesmo as
proximidades de qualquer outra grande
construção lateral. Quanto à altitude, o valor
altimétrico da posição COA - Cemig tornou-se,
naturalmente, a referência para qualquer
comparação relativa ao valor altimétrico das
outras locações, no interior da malha urbana.
A SELEÇÃO DOS PONTOS
Considerações Conceituais e Metodologia
Empregada
“Uma vez que a água se evapora em parte
desta tira de tecido, nota-se
imediatamente a redução da temperatura
14
9
provocada pela evaporação sobre o
bulbo do termômetro, tornando deste
modo mais fiável a respectiva observação.
Com este instrumento, para o qual
proponho o nome de psicrometro, pode da
diferença dos dois termômetros
determinar-se, facilmente, a umidade do
ar." (August, 1825 apud Magalhães Filho,
2006:p. 75).
Vamos partir com as nossas
considerações de uma posição que considera o
fenômeno ilha de calor urbana como sendo algo
que aponta para uma relação, uma comparação
entre duas situações dadas; de um lado uma
posição que podemos considerar como sendo a
referência, de outro, aquilo que iremos, pelo
mesmo modo, considerar como sendo a
referenciada.
Nisso não haverá nenhuma novidade.
Como vimos um grande número de estudiosos
do assunto, no Brasil e no estrangeiro, tem
como pano de fundo justamente algum tipo de
comparação para que se possa caracterizar o
fenômeno ilha de calor urbana. Vamos aqui
depreender que uma marcha normal de
temperatura apresenta, caracteristicamente, um
acentuado declínio logo após o valor máximo a
ser atingido.
Assim, o autor assinala, que, por volta
das 20 / 22h essa queda torna-se menos
acentuada, indicando uma tendência a
estabilização. Tendo em mente essa
característica vamos analisar os dados obtidos
conforme o processo que descreveremos em
seguida.
Entretanto, para o presente estudo, as
duas posições - a posição de referência e a
posição referenciada deverão possuir
características diferentes. Para a posição ou
localização de referência as características
deverão ser, o mais possível, próximas daquelas
que caracterizariam o sítio urbano quando, ou
se, cidade alguma houvesse por ali,
representando assim as características originais
da atmosfera, principalmente no que se refere à
temperatura local. Entretanto, na presença de
grandes aglomerados, como é o caso da região
metropolitana de Belo Horizonte, isso fica
muito difícil de se encontrar.
Contentamo-nos com uma aproximação,
e nossa referência localizou-se em uma região
que possui em volta do ponto específico da
coleta de dados uma vegetação natural de uma
extensão considerável e, ao mesmo tempo, uma
ausência, no seu em torno, de construções,
arruamentos, trânsito de pessoas e veículos.
Como dito anteriormente, utilizamos o
Centro de Observações Atmosféricas da Cemig
(COA) situado no município limítrofe
Contagem, ao lado das instalações do Clube
Recreativo dos Empregados da CEMIG-
GREMIG, cujas características de localização
atendiam às nossas necessidades. Quanto ao
outro pólo, isto é, o referenciado, localizou-se
no interior da malha urbana, sofrendo todas as
influências que podem ser atribuídas a sua
localização específica.
Então, idealmente, tivemos: enquanto
uma medida representou aquilo que deveria
haver e possivelmente havia, no sítio em si,
considerando-se suas condições atmosféricas
naturais de latitude, altitude, etc, sem qualquer
efeito da ação antrópica, a outra medida, no
outro pólo, ou seja, o pólo referenciado iria
representar, como diferencial, o resultado da
ação antrópica, isso é algum tipo de efeito
indesejado, que de alguma forma foi obtido, em
função da ocupação humana, da urbanização.
E ainda, vamos conceber o método de tal
forma que cada região constitutiva da malha
urbana deverá ser representada por pelo menos
um ponto. Assim poderemos observar que há
algum tipo de fenômeno (que iremos definir
como ilha de calor urbana) e ainda, que este
fenômeno se distribui de forma diferenciada
pela superfície urbana.
Assim a metodologia proposta nos
permite mensurar o fenômeno ilha de calor
urbana, de acordo com sua distribuição espacial
pela superfície da malha urbana, de forma que
não se estaria representando apenas um
momento ou uma seção desse mesmo
fenômeno. A nossa atenção volta-se para a
capacidade que tal metodologia deve possuir de
traduzir, em valores numéricos, o fenômeno
todo, ou seja, de poder captar, ao longo de todo
15
9
o ciclo as variações específicas e de distribuir
correspondentemente essas variações pela
superfície estudada.
Nosso objetivo é chegar a um resultado
que poderia ser atribuído ao lugar, ao ponto, à
região enfim; o resultado seria exclusivamente
uma função espacial, e não uma função
temporo-espacial, malgrado o valor
característico possa sofrer mudanças com o
passar do tempo.
Assim a metodologia é capaz de
levantar, mediante um valor próprio, a
intensidade da ilha de calor urbana para cada
ponto da cidade, em função do que ocorreu em
uma determinada semana, ou em um
determinado mês, ou ano.
Se nada for realizado para modificar as
circunstâncias significativas para a formação e
intensificação da ilha de calor, poderemos
presumir que aquilo que se deu no passado
provavelmente ocorrerá no futuro.
Ao mesmo tempo estaremos em
condições de poder definir quais seriam essas
circunstâncias significativas intensamente
formadoras da ilha de calor, porque buscamos
encontrar, e é possível que tenhamos
encontrado, a origem radical da própria ilha de
calor urbana.
Se o que queremos representar, através
de um mapa temático, é a ilha de calor em Belo
Horizonte vamos selecionar previamente alguns
pontos nos quais realizaremos nossa coleta de
dados. Evidentemente cada um desses pontos
estaria representando toda uma região em torno,
e interpolando, poderemos construir uma
superfície que represente o fenômeno, em sua
totalidade.
Além disso, vamos sobrepor ao mapa de
Belo Horizonte uma malha que discrimine um
número de espaços ou áreas aproximadamente
regulares e equivalentes; cada uma delas
representada pelo próprio ponto de coleta
correspondente.
Dentro de cada área em que
subdividimos o município vamos determinar um
ponto, tal que sua altitude fosse a mais próxima
possível da altitude do ponto básico, que é
aquela que encontramos na estação referência, e
que, ainda assim, estivesse dentro da unidade de
área correspondente.
Entretanto, só poderemos deixar a nossa
estação montada pelo período de 24h, ou mais
se estivermos seguros de que no momento em
que formos buscar o aparelho, ele lá se
encontre. Isso, infelizmente, elimina as praças e
outros lugares públicos que de outra forma
seriam ideais em função do seu piso (grama ou
terra) bem como por outras características.
Dessa forma, iremos, no capítulo
seguinte, apresentar os resultados encontrados
notadamente o mapeamento resultante da
aplicação dessa metodologia relativa à Ilha de
Calor em Belo Horizonte, usando os softwares
Contour, Spatial e Surfer (para interpolações,
linhas de contorno e 3D, respectivamente).
5 RESULTADOS ENCONTRADOS,
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
Entre a segurança possível, já que não
dispomos de uma equipe de guardas, e uma
distribuição de pontos que poderíamos
considerar como sendo ideal, em termos
efetivos de divisão de espaço, no primeiro
momento, procuramos encontrar uma solução
de compromisso que, sobretudo, preservasse a
segurança do aparelho, mas que pudesse
realizar, da melhor maneira possível, sua função
de representar sua região em torno.
As variáveis mais importantes para esta
análise exploratória são: temperatura e umidade
relativa do ar. Ambas, em cada ponto,
correspondem a verdadeiras agregações e
podem ser consideradas como o resultado de
inúmeros fatores. As alterações no meio
ambiente urbano produzidas pela ação do
homem irão influir nessas duas grandezas
conforme apontado pela quase totalidade dos
autores, como visto anteriormente.
A Tabela que apresentamos em
seqüência sintetiza os resultados obtidos com o
uso da metodologia ora proposta e com os dados
que tivemos a oportunidade de levantar ao longo
de meses seguidos, quando fizemos a coleta de
dados de campo para nosso ensaio.
16
9
Ao todo foram aproximadamente 30.000
dados coletados, correspondendo a valores que
determinam a localização, temperatura, umidade
relativa, horário, dia mês e ano da coleta. Em
alguns pontos HOBO ficou estacionado por
períodos superiores ao período mínimo-(24 h),
em outros, por razões de segurança, apenas
durante o mínimo necessário. De qualquer
maneira os dados estão explicitados na tabela e,
de forma bruta, em meio digital, disponíveis
para qualquer consulta.
Tabela 1: Coeficiente de Ilha de calor
COEFICIENTE DE ILHA DE CALOR
NOME ENDEREÇO "Z" LONGITUDE
OESTE
LATITUDE
SUL
ALTITUDE DATA
retiro do chalé retiro do chalé -6 -43,991333 -20,198306 940m 07/08 - SET - 2001
parque municipal rua parque municipal -2 -43,933667 -19,927639 860m 16/17 - jul - 2002
rua caravelas rua caravelas, 811 0 -43,893889 -19,912500 840m 02/03 - out - 2001
venda-nova rua candida mendes barbosa
208 1 -43,981389 -19,791389 830m 11 a 13 - out -
2001
rua rovigo rua rovigo 1070 1 -43,984222 -19,865000 850m 13/14 - mai - 2002
manacás rua kennedy maro campos 50 2 -43,997222 -19,886111 870m 16/17 - maio - 2002
subs sta. efig. rua cardoso 960 2 -43,912500 -19,926667 880m 06/07 - nov - 2001
rua engenho do sol rua engenho do sol 1019 2 -43,986139 -19,892861 990m 15/16 - jul - 2002
green puc-mg-bh1-green 2 -43,993611 -19,920556 930m 29/30 - ago - 2001
puc-bh2 rua walter iannini 255 2 -43,967222 -19,858611 820m 13/14 - set - 2001
renascença rua afonso claudio 181 3 -43,939167 -19,885556 830m 25/26 - set - 2001
subst adelaide. rua nadir 690 3 -43,977778 -19,903056 940m 14 a 19 - nov -
2001
savassi rua lavras 400 4 -43,936333 -19,942889 960m 25 a 29 - out - 2001
palácio da
liberdade
praça da liberdade s/n 4 -43,938750 -19,936611 940m 18/19 - set - 2002
caiçara rua barão de coromandel 115 4 -43,967222 -19,899722 920m 27/28 - set - 2001
xisto rua josé raimundo braga 21 5 -43,979167 -19,835833 810m 02/03 - set - 2001
barreiro 2 rua américo magalhães 780 5 -44,022500 -19,981389 1010m 16/17 - out - 2001
alípio de melo rua gramado 69 5 -44,004167 -19,901389 880m 26/27 - set - 2001
floresta rua alvaro costa 44 6 -43,935278 -19,909167 930m 31 de out / 01 de
nov - 2001
lourdes rua tomaz gonzaga 6 -43,946333 -19,930861 940m 18/19 - set - 2001
22 bat.pmmg av arthur bernardes 1337 6 -43,945833 -19,953611 940m 01/02 e 04/05 - out
- 2001
prado av do contorno 9437 6 -43,958611 -19,925000 990m 11/12 - set - 2001
centrão rua alagoas 65 7 -43,933056 -19,927222 880m 01/02 e 05/06 - nov - 2001
bat-barreiro-pmmg rua joaquim anacleto da
conceição 7 -44,013611 -19,990000 960m 17/18 - out - 2001
rua valério rua valério 520 8 -43,915222 -19,865194 850m 20/21 - set - 2001
subst. barro preto rua ouro preto 150 8 -43,949722 -19,918889 880m 08 a 13 - nov - 2001
cefet-1 rua osvaldo cruz 612 9 -43,981667 -19,931111 910m 24/25 - out - 2001
rua puc barreiro sindtude/mannesman 11 -44,011889 -19,968056 930m 16/17 - jun - 2003
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: Pág. 81)
A figura 3 apresenta a densidade
demográfica, por bairro, de Belo Horizonte e
veremos que os valores de maior densidade vão
corresponder, aproximadamente, aos maiores
17
9
coeficientes do nosso mapa de distribuição da Ilha de Calor.
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: Pág. 87)
FIGURA 3: Mapa de Densidade Demográfica do Município de Belo Horizonte em 1998
Em seqüência apresentamos as figuras 4
e 5 que apresentam o mapa viário (fig. 4) e o
mapa (fig.5) no qual podemos observar a
demarcação dos eixos principais ao longo dos
quais se desenvolverá os maiores valores para
os coeficientes da Ilha de Calor.
18
9
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: pág.88)
Figura 4: Mapa Hierarquização sistema viário de Belo Horizonte em 2005
19
9
A seguir temos a figura 5 que representa
a localização dos pontos na superfície urbana
onde coletamos nossos dados para a
determinação dos valores do coeficiente “Z” da
Ilha de Calor.
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: pág.89)
Figura 5: Mapa Localização de Pontos de Coleta - 2005
20
9
Em seqüência, as Figuras de conclusão
– onde exibimos os dois mapas de resultado:
Fig. 6 e Fig. 7 correspondendo à representação
gráfica desses valores de “Z”.
Qual seria então a causa para este
fenômeno?
Simplesmente, é a alteração da qualidade
do ar, da composição química do ar, dentro da
malha urbana das metrópoles e
conseqüentemente a alteração do parâmetro da
difusividade do ar, sustentada ao longo do
tempo pela contínua atividade humana nas
metrópoles, o vai-e-vem do dia a dia, da rotina
de trabalho e lazer dos habitantes. Com essa
hipótese em mente encontraremos validade no
que já foi dito relativamente à formação do
fenômeno ilha de calor.
Os nossos mapas-síntese, figuras 6 e 7,
nos mostram que, em Belo Horizonte a ilha de
calor se intensifica exatamente na área que
corresponde ao centro urbano e evolui de forma
robusta na região pericentral que vai na direção
do município de Contagem, invadindo essa área,
exatamente ao longo do eixo da Avenida
Amazonas. É precisamente essa a região que
possui a maior densidade de habitantes por
quilômetro quadrado, a maior densidade de
veículos em circulação e a menor área verde por
área total, corroborando as hipóteses
anteriormente levantadas pelos pesquisadores
que consultamos. Caminhando pela região
pericentral, mas no sentido oposto à Avenida
Amazonas, observa-se o valor do coeficiente
“Z” se elevar, sem, entretanto, atingir a
intensidade observada quando se vai na direção
oeste, rumo a Contagem, indicando a existência
de algumas atividades urbanas intensificadas.
Trata-se do eixo da Av.Cristiano Machado;
porém essa mancha logo se dilui e perde o seu
vigor, desaparecendo à medida que se caminha
para a fronteira do município, no seu limite leste
e norte (Sabará).
Cumpre notar uma grande depressão no
mapa que corresponde à fraca intensidade da
ilha de calor; são as áreas verdes contínuas que
correspondem às matas do Engenho Nogueira,
do campus da UFMG, do Museu de História
Natural e respectivo Horto Florestal, além de
outras áreas verdes menores que formam um
braço único, contínuo, e que se reflete nessa
referida depressão, visível no mapa,
comprovando a inexistência, ou um valor pouco
significativo, para caracterizar o fenômeno ilha
de calor urbana nessa região.
Paralelamente, se observarmos os
valores encontrados para cada ciclo de 24h
conforme demonstram os gráficos, durante os
fins de semana, feriados, principalmente quando
o feriado se emenda ao fim de semana,
notaremos uma tendência decrescente para os
valores “Z”, representativos da ilha de calor,
demonstrando com isso que não seria errado
supor que a ilha de calor se intensifica com a
atividade econômica do dia-a-dia da metrópole
e diminui durante os dias de descanso.
Não nos foi possível fazer a coleta de
dados em todos os pontos nos quais tivemos
oportunidade de trabalhar, isto em função de
nossas limitações logísticas alem de outras.
Contudo podemos afiançar que onde isso
ocorreu, invariavelmente, os valores que
encontrávamos para os sábados, domingos e
feriados mostravam tendência ao decréscimo.
Idealmente gostaríamos de dispor de
tantos aparelhos do tipo HOBO quanto os locais
escolhidos para a coleta de dados, mais um. No
entanto isso demandaria recursos além da nossa
capacidade de mobilização no momento. Mas
com esses aparelhos, digamos 30 + 1,
poderíamos fechar o cerco a determinadas
questões que ainda levantamos, a exemplo da
intensidade da flutuação dia de semana/fim de
semana, e outras questões.
21
9
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: Pág. 90)
Figura 6: Mapa Belo Horizonte - Ilhas de Calor (Fator Z)
22
9
Fonte: MAGALHÃES FILHO (2006: Pág.. 91)
Figura 7: Mapa Belo Horizonte – Ilhas de Calor (Fator Z) – 3D
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1- Doutor em Geografia Tratamento da Informação
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2- PhD in Geography- The University of Michigan.
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