identificaÇÃo por rÁdio frequÊncia

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1 CARLOS ALBERTO DE AMORIM IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA: Etiquetas RFID para gestão de almoxarifado Pedro Leopoldo Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo 2º Semestre – 2010

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Etiquetas RFID para gestão de almoxarifado

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Page 1: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

1

CARLOS ALBERTO DE AMORIM

IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA: Etiquetas RFID para gestão de almoxarifado

Pedro Leopoldo

Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo

2º Semestre – 2010

Page 2: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

2

CARLOS ALBERTO DE AMORIM

IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA: Etiquetas RFID para gestão de almoxarifado

Pedro Leopoldo

Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo

2º Semestre – 2010

Monografia apresentada às Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciência da Computação. Orientador: Mario Marcos Brito Horta

Page 3: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

3

IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA: Etiquetas RFID para gestão de almoxarifado

Este exemplar corresponde à redação final do Trabalho Final devidamente corrigida e defendida por Carlos Alberto de Amorim e aprovada pela Banca Examinadora

Pedro Leopoldo, 11 de dezembro de 2010 Professor: Mario Marcos Brito Horta (Orientador)

Page 4: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

4

T E R M O D E A P R O V A Ç Ã O

Trabalho Final escrito, defendido e aprovado em 11 de dezembro de 2010, pela Banca Examinadora composta pelos Professores:

Professor Mario Marcos Brito Horta Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo

Professora Erica Rodrigues de Oliveira Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo

Professor Orlando Silva Junior Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo

Page 5: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

5

Dedico a realização desta monografia a minha esposa Paula, companheira

em todos os momentos, pela paciência e compreensão ao longo do tempo

necessário para estudo e desenvolvimento. E em especial dedico a minha

mãe Valentina pela incessante batalha e oração pelo sucesso de seus

filhos.

Page 6: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

6

AGRADECIMENTOS

Obrigado Senhor pela vida, saúde e paz, subsídios necessários para o trabalho, o

qual nos dignifica.

Meus sinceros agradecimentos a todos que direta ou indiretamente contribuíram

para realização desta monografia, à Lafarge por autorizar citação de funcionamento

do almoxarifado de uma de suas unidades fabril, aos colegas de trabalho que

forneceram informações fundamentais para estruturação da aplicação proposta.

Agradeço a Professora Mariléa pelas contribuições dispensadas e em especial ao

Professor Mario Marcos, orientador e maior responsável pela concepção desta

monografia, com avaliações técnicas e dicas precisas para desenvolvimento do

tema.

Page 7: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

7

“Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.”

Marcel Proust.

Page 8: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

8

RESUMO

Esta monografia mostrou estudo sobre a utilização da tecnologia RFID; tecnologia

que usa as ondas de rádio para identificar automaticamente pessoas, animais e

objetos; aplicada na gestão do almoxarifado de uma empresa multinacional,

localizada na cidade de Matozinhos, MG.

Seu objetivo é avaliar a eficácia da tecnologia RFID, através de uma simulação, no

atendimento às particularidades do controle dos processos que envolvem a

identificação de ativos neste almoxarifado, onde as etiquetas inteligentes fornecidas

pela tecnologia RFID devem informar ao sistema de controle seus parâmetros, o que

possibilita a identificação automática do ativo. Para que o objetivo proposto fosse

atingido foi feito estudo bibliográfico, a fim de obter conhecimento sobre as principais

características que envolvem a tecnologia, além de análise da logística do setor de

almoxarifado, através do estudo dos processos atuais, análise de viabilidade em

busca de vulnerabilidades e conhecer as ferramentas existentes no mercado para

criação do ambiente simulador.

Foram descritas as ferramentas de software propostas pela Rifidi para implantação

de ambiente simulador, sendo realizado comparativo entre elas com base nos

parâmetros definidos nas seções de análises, para escolha da solução adequada.

Após definida a ferramenta, foi feito um estudo de caso baseado na implantação do

software em um computador, sendo realizada a configuração e execução deste

software. Os resultados permitiram avaliar a eficácia do processo de identificação

automática de ativos em movimento no ambiente controlado, sendo aplicados

também no comparativo com os resultados dos processos utilizados atualmente.

Com as possibilidades oferecidas pelas ferramentas Rifidi novos projetos nas mais

variadas áreas, que envolvem identificação automática, podem fazer uso da

tecnologia RFID em caráter experimental com garantia de consistência nos

resultados.

Palavras chave: Tecnologia RFID. Identificação automática. Implantação.

Page 9: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Arquitetura tecnologia RFID. ...................................................................... 24

Figura 2: Histórico da rádio frequência. ..................................................................... 25

Figura 3: Algumas aplicações da tecnologia RFID. ................................................... 27

Figura 4: Outras aplicações da tecnologia RFID. ...................................................... 28

Figura 5: Estrutura típica de um Transponder. .......................................................... 29

Figura 6: Modelos de Transponders (tags) RFID. ..................................................... 30

Figura 7: Exemplos de etiquetas com tag RFID. ....................................................... 30

Figura 8: Exemplo de etiqueta com tag RFID para bagagens. .................................. 31

Figura 9: Modelos de etiquetas RFID impressas. ...................................................... 31

Figura 10: Arquitetura básica da tecnologia RFID. .................................................... 32

Figura 11: Componentes do middleware RFID. ........................................................ 33

Figura 12: Categorias de classificação dos sistemas RFID....................................... 35

Figura 13: Sistema 1 bit por rádio frequência. ........................................................... 36

Figura 14: Comunicação e transmissão de energia em sistema nbit. ....................... 37

Figura 15: Funcionalidades versus adoção da RFID ................................................. 44

Figura 16: Campos de aplicação da tecnologia RFID. .............................................. 45

Figura 17: Aplicação de RFID em controle de veículos. ............................................ 46

Figura 18: Tecnologia RFID empregada no controle de acesso. .............................. 47

Figura 19: RFID em linha de montagem de veículos. ............................................... 48

Figura 20: Exemplo de um Transponder inserido em SmartCard. ............................ 48

Figura 21: Distribuição geográfica das vendas de cimento. ...................................... 52

Figura 22: Distribuição geográfica dos trabalhadores no ramo de cimento. .............. 52

Figura 23: Distribuição geográfica da LAFARGE. ..................................................... 53

Figura 24: Logística do almoxarifado 01. .................................................................. 54

Figura 25: Logística do almoxarifado 02. .................................................................. 54

Figura 26: Etiqueta impressa por ativo (1)................................................................. 55

Figura 27: Etiqueta impressa por ativo (2)................................................................. 55

Figura 28: Ativos dispostos nas prateleiras em caixa box. ........................................ 56

Figura 29: Leitor de código de barras. ....................................................................... 56

Figura 30: Formulário para requisição impresso. ...................................................... 57

Figura 31: Ordem de serviço padrão. ........................................................................ 58

Figura 32: Tela de acesso ao software JDE. ............................................................. 59

Page 10: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

10

Figura 33: Tela de trabalho do software JDE. ........................................................... 59

Figura 34: Gráfico amostragem simples – saldo físico versus saldo contábil ........... 62

Figura 35: Gráfico amostragem estratificada – saldo físico versus saldo contábil .... 64

Figura 36: Tela de pesquisa do software MÁXIMO. .................................................. 65

Figura 37: Gráfico conclusivo dos resultados estatísticos. ........................................ 66

Figura 38: Tela inicial do rifidiEmulator. .................................................................... 72

Figura 39: Tela inicial do rifidiWorkbench. ................................................................. 73

Figura 40: Tela inicial da conexão Telnet. ................................................................. 74

Figura 41: Tela inicial do RifidiDesigner. ................................................................... 75

Figura 42: Layout da aplicação em almoxarifado. ..................................................... 76

Figura 43: Aplicação de almoxarifado em ambiente simulado. ................................. 77

Figura 44: Comunicação via Telnet com RifidiDesigner. ........................................... 78

Figura 45: Aplicação RifidiDesigner com múltiplas tags. ........................................... 79

Page 11: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Fração amostragem simples almoxarifado 01 ........................................... 61

Tabela 2: Resumo representatividade amostragem simples ..................................... 61

Tabela 3: Fração amostragem estratificada almoxarifado 01 .................................... 63

Tabela 4: Resumo representatividade amostragem estratificada .............................. 63

Page 12: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

12

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação dos sistemas RFID quanto às faixas de frequências. ......... 40

Quadro 2: Padronização dos protocolos RFID. ......................................................... 41

Quadro 3: Classes de identificadores (tags) EPCglobal ............................................ 43

Quadro 4: Comparativo código de barras – RFID ..................................................... 68

Page 13: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

13

LISTA DE ABREVIATURAS

B2B - Business to Business

EAN – European Access Network

EAS – Entire Automatic Solutions

EPC – Electronic Product Code

HF – High Frequency

IBM – International Business Machines

IFF – Identification Friendor Foe

LF – Low Frequency

MIT – Massachusetts Institute of Technology

RADAR – Radio Detection And Ranging

RFID – Radio Frequency Identification

SAW – Surface Acoustic Wave

UCC – Uniform Code Council

UHF – Ultra High Frequency

UPC – Universal Product Code

Page 14: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

14

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16

1.1 Definição do Problema .................................................................................... 17

1.2. Objetivos ......................................................................................................... 17

1.2.1. Geral................................................................................................................ 17

1.2.2. Específicos ...................................................................................................... 17

1.3. Hipótese .......................................................................................................... 18

1.4. Justificativa ...................................................................................................... 18

1.5. Metodologia ..................................................................................................... 19

1.5.1. Definição e motivação do projeto ................................................................. 20

1.5.2. Revisão bibliográfica .................................................................................... 21

1.5.3. Estudo da logística da aplicação .................................................................. 21

1.5.4. Esquematização dos aspectos relevantes na cadeia de suprimentos ......... 22

1.5.5. Sistematização da implantação .................................................................... 22

1.5.6. Conclusão .................................................................................................... 23

2. A TECNOLOGIA RFID .................................................................................... 24

2.1 Conceito .......................................................................................................... 24

2.2. Origem e Evolução .......................................................................................... 25

2.2.1. Desenvolvimento da tecnologia RFID .......................................................... 26

2.3. Componentes .................................................................................................. 28

2.3.1. Antena .......................................................................................................... 29

2.3.2. Transponder ................................................................................................. 29

2.3.3. Etiquetas inteligentes ou smart labels .......................................................... 30

2.3.4. O Transceiver e o leitor ................................................................................ 32

2.3.5. O middleware RFID ...................................................................................... 33

2.4. Princípio de Funcionamento ............................................................................ 34

2.3.1. Funcionamento quanto à tecnologia aplicada ................................................. 35

2.3.2. Funcionamento quanto à forma de aplicação .................................................. 37

2.5. Classificação ................................................................................................... 38

2.5.1. Características das tags ............................................................................... 39

2.5.2. Faixas de frequência .................................................................................... 39

2.5.3. Protocolos RFID ........................................................................................... 40

2.5.4. Padrões RFID .............................................................................................. 41

2.6. Aplicabilidade .................................................................................................. 43

2.6.1. Aplicações automotivas ................................................................................ 46

2.6.2. Controle de acesso ...................................................................................... 46

2.6.3. Aplicação na logística de produtos ............................................................... 47

2.6.4. Aplicação em documentos ........................................................................... 48

2.7. Vantagens da Tecnologia RFID....................................................................... 49

2.8. Desvantagens da Tecnologia RFID ................................................................. 50

3. LOGÍSTICA DA APLICAÇÃO .......................................................................... 51

Page 15: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

15

3.1. A empresa ....................................................................................................... 51

3.2. A logística do Almoxarifado ............................................................................. 53

3.3. O Processo de Requisição .............................................................................. 56

3.4. Inventário do Setor .......................................................................................... 58

4. ANÁLISE DE VIABILIDADE .................................................................................. 60

4.1. Identificação do Problema .................................................................................. 60

4.2. Levantamento Estatístico de Ativos ................................................................... 60

4.3. Necessidades ..................................................................................................... 67

4.4. Tecnologia Atual x RFID ..................................................................................... 67

4.5. Parâmetros Necessários para Implementação ................................................... 68

5. AMBIENTE PARA SIMULAÇÃO ........................................................................... 70

5.1. Projeto Rifidi ....................................................................................................... 70

5.1.1. O software Rifidi EdgeServer .......................................................................... 71

5.1.2. O software RifidiEmulator ................................................................................ 71

5.1.3. O software Rifidi Workbench ........................................................................... 72

5.1.4. O software RifidiDesigner ................................................................................ 74

5.1.5. O software RiFiDiTagStreamer ....................................................................... 75

5.2. Desenvolvimento da Aplicação .......................................................................... 75

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 81

6.1. Sugestões de Estudo ......................................................................................... 83

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 84

ANEXO l .................................................................................................................... 88

ANEXO ll ................................................................................................................... 91

Page 16: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

16

1. INTRODUÇÃO

Anualmente, no mundo corporativo são perdidos bilhões de dólares com os

problemas que ocorrem ao longo de toda a cadeia de abastecimento, principalmente

relacionados ao fato dos produtos não estarem nas localizações corretas ou pela má

gestão da informação. Além disso, com o advento da globalização e a

competitividade no mundo dos negócios, surge a cada dia necessidade de

desenvolvimento de novas tecnologias, de estruturação organizacional e apoio a

tomada de decisões e a tecnologia Radio Frequency Identification (RFID),

Identificação por Rádio Frequência, é uma delas. RFID é um termo genérico para as

tecnologias que usam as ondas de rádio para identificar automaticamente pessoas,

animais e objetos. (XAVIER et.al, 2009).

Apesar de existir há quase 80 anos, essa tecnologia ainda é erroneamente

considerada por muitos uma novidade, tendo sido usada desde os primeiros

sistemas de radares. Porém, ganhou popularidade global, com aplicações

comerciais, controle de acesso e a sua integração com os meios de pagamento.

Para ser mais preciso, a história começou a mudar no ano de 2003, quando a maior

rede varejista do mundo, o Walmart, anunciou que seus maiores fornecedores

deveriam adotar chips RFID nos pallets e caixas para o transporte de seus produtos.

(ROCHA, 2005).

De uma forma geral, em cadeias de suprimento a tecnologia RFID permite que se

tenha maior visibilidade da localização de cada produto nas diferentes etapas do

processo de negócio, gerenciando toda a movimentação dentro do ambiente

controlado. A tecnologia RFID permite de forma automática realizar leitura de dados

sem contato ou campo de visão, a uma distância considerável, em pessoas, animais

ou objetos. Um grande benefício dessa tecnologia deve-se ao fato dos produtos

poderem ser identificados simultaneamente e em grandes quantidades, sem que

haja a necessidade de contato visual ou intervenção humana. (XAVIER et.al, 2009).

Esta monografia contempla estudo bibliográfico da tecnologia RFID, detalhando seu

desenvolvimento e aplicabilidade, além de apresentar estudo de caso de uma

Page 17: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

17

aplicação simulada para gestão de almoxarifado, coletando os principais requisitos e

parâmetros para implantação no ambiente real.

1.1 Definição do Problema

RFID é uma tecnologia que busca facilitar os processos de identificação e controle

de ativos. As etiquetas inteligentes devem informar ao sistema de controle seus

parâmetros, o que possibilita a identificação do ativo. Quais as vantagens

associadas a um processo de gestão de almoxarifado podem ser conquistadas

quando da utilização desta tecnologia?

1.2. Objetivos

1.2.1. Geral

Avaliar a eficácia da tecnologia RFID, através de uma simulação, no atendimento às

particularidades do controle dos processos envolvidos nas atividades de um

almoxarifado.

1.2.2. Específicos

− Análise da logística do almoxarifado de uma indústria multinacional do ramo de

cimento, com fluxo interno e externo de ativos.

− Análise de viabilidade de adoção da tecnologia de etiquetas RFID em substituição

à tecnologia de leitura de código de barras empregada atualmente pelos grupos

European Article Number (EAN)e Uniform Code Council (UCC).

Page 18: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

18

− Especificar parâmetros para implantação, com base em simulações em ambiente

virtual, aplicando informações do ambiente real.

1.3. Hipótese

Com a implantação do sistema RFID é garantido total controle dos ativos,

possibilitando leitura em tempo real de toda movimentação dentro do ambiente

controlado, informações coesas poderão ser obtidas a qualquer instante sem

demanda de deslocamento até o local de armazenamento.

1.4. Justificativa

A tecnologia RFID é um termo genérico para as tecnologias que usam as ondas de

rádio para identificar automaticamente pessoas, animais e objetos. As etiquetas

RFID são capazes de armazenar dados enviados por transmissores, responder a

sinais de rádio de um transmissor e enviar de volta informações quanto a sua

localização e identificação (SANTANA, 2005).

Conforme descrito pelo site Onium, a tecnologia RFID é capaz de coletar elevado

número de informações, identificando vários itens ao mesmo tempo, não exigindo

leitura em linha. Com base no funcionamento e características intrínsecas da

tecnologia podem-se destacar os seguintes benefícios que esta possibilita:

- Automação operacional: redução de processos manuais como captura de dados,

minimizando a falha humana e permitindo que as pessoas envolvidas no processo

se dediquem às atividades de maior valor agregado;

- Integridade de informações: informações atualizadas em tempo real, facilitando a

rastreabilidade e eliminando custos com perdas de materiais;

- Agilidade logística: redução do tempo de movimentação de materiais e busca de

informações;

Page 19: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

19

- Informação à mão: disponibilidade de dados e informações que permitam uma

tomada de decisão melhor e mais rápida;

- Melhoria de processos: permite à empresa explorar novas aplicações em sua

cadeia de suprimento, melhorando o atendimento ao cliente e o relacionamento com

parceiros.

Para consolidar a tecnologia RFID destaca-se também a possibilidade de

reutilização das etiquetas, vista a condição de reescrita das informações atribuídas à

base de dados das mesmas, segurança e eficiência, com preços competitivos em

um contexto global de funcionalidades. (3D_INFORMÁTICA, 2007).

A tecnologia RFID pode ser vista como o próximo passo lógico na progressão de

sistemas de rastreamento e redes de sensores por causa dos avanços tecnológicos

em diversos campos, incluindo a computação, com a implementação da idéia geral

de uma “Rede de Coisas” conectada para fornecerem automação além dos limites

dos centros de dados corporativos. (GLOVER e BHATT, 2007, p.19).

1.5. Metodologia

Segundo BIANCHI e ALVARENGA (1998, p.37), metodologia é um “conjunto de instrumentos que deverá ser utilizado na investigação e tem por finalidade encontrar o caminho mais racional para atingir os objetivos propostos de maneira rápida e melhor.” Cervo e Bervian citado por SOUZA et.al (2007, p.9) definem pesquisa bibliográfica como aquela que busca conhecer e analisar, a partir de referenciais teóricos já publicados, as contribuições científicas ou culturais existentes acerca de determinado assunto. De acordo com Denzin e Lincoln citado por SOUZA et.al (2007, p.9), entre os métodos de pesquisa, o estudo de caso é o método mais recomendado e utilizado em pesquisas em ciências aplicadas quando deseja fazer um estudo em profundidade sobre determinado evento, com a possibilidade de comparação com outros estudos realizados, simultaneamente ou não.

YIN (1989, p. 23) citado por BRESSAN (2000), afirma que "o estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas". Esta definição, apresentada como uma "definição mais técnica" por YIN (1989, p. 23), nos ajuda, segundo ele, a compreender e

Page 20: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

20

distinguir o método do estudo de caso de outras estratégias de pesquisa como o método histórico e a entrevista em profundidade, o método experimental e o survey.

De acordo com Andrade (2006), o método de pesquisa adotado nesta monografia foi

o estudo de caso, direcionado pelas seguintes abordagens:

− Definição e motivação do projeto;

− Revisão bibliográfica;

− Estudo da logística da aplicação;

− Esquematização dos aspectos relevantes na cadeia de suprimentos;

− Sistematização da implantação;

− Conclusões.

1.5.1. Definição e motivação do projeto

Definir um tema sempre remete a ideia de inovação, propor algo que de certa forma

revolucione com o que se tem de práticas e possibilidades. Mas “criar algo” na maior

parte das vezes não é garantia de sucesso nem consistência nos resultados obtidos.

O estudo ou projeto pode não conseguir embasamento teórico nem técnico,

satisfatórios.

Dessa forma, a proposta inicial de estudo com base na tecnologia RFID trouxe

confiança, por se tratar de uma tecnologia com longo histórico de desenvolvimento e

inúmeras possibilidades de aplicação. Uma vez motivado, foi preciso buscar

embasamento teórico que consolidasse a opção pelo tema e principalmente para

definição das próximas etapas do estudo.

Então, o que se vê nas etapas seguintes desta monografia é o desenvolvimento de

seções que melhor traduzem as premissas de aplicação da tecnologia RFID, sendo

elas: estudo bibliográfico e as três etapas propostas para o estudo de caso.

Page 21: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

21

1.5.2. Revisão bibliográfica

Por se tratar de uma tecnologia com histórico de aproximadamente oitenta anos, o

desenvolvimento desta seção foi de fundamental importância, e é marcada por

conter todo o embasamento teórico do estudo da tecnologia RFID. Nessa seção

foram apresentados: o conceito, sua origem e evolução, o princípio de

funcionamento, os componentes, suas classificações, aplicabilidades, suas

vantagens e desvantagens, com a preocupação de trazer em todos os tópicos

apenas informações atualizadas e consistentes, fortemente resguardadas pelo

know-how das entidades pesquisadas.

1.5.3. Estudo da logística da aplicação

Nessa seção foi apresentada a organização alvo do estudo de caso, Lafarge Brasil.

Nela foram descritas as principais informações para contextualização da aplicação.

A seguir, os principais tópicos abordados:

− Localização estratégica da empresa,

− Ramo do negócio;

− Posição junto aos mercados, nacional e internacional (missão);

− Distribuição geográfica de unidades fabris e número de funcionários;

− Logística do almoxarifado;

− Processos de requisição;

− Inventário do almoxarifado.

Page 22: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

22

1.5.4. Esquematização dos aspectos relevantes na cadeia de suprimentos

Nessa seção foi abordada a análise do setor de almoxarifado quanto à viabilidade

para posterior sugestão ou não de implantação da tecnologia RFID. Foram

abordados os seguintes tópicos:

− Identificação do problema;

− Levantamento estatístico de ativos;

− Necessidades;

− Comparação entre as tecnologias EAN.UCC vs RFID;

− Parâmetros necessários para implantação.

A título de fechamento dessa seção as informações coletadas e apresentadas na

forma de tabelas e gráficos foram subsídios de comparação com os resultados da

próxima seção para elaboração da conclusão.

1.5.5. Sistematização da implantação

Esta seção é composta pela descrição dos recursos utilizados para desenvolvimento

do ambiente para simulação, foram apresentados os softwares aplicáveis para

criação de projetos com a tecnologia RFID. Nela também foi desenvolvida a

aplicação simulada do fluxo de ativos no almoxarifado da empresa Lafarge, sendo

criado um ambiente simulador com apoio do software RifidiDesigner, o qual

possibilita criar um projeto com interface 3D, gerar etiquetas RFID (tags), criar os

leitores e simular todo o processo de movimentação de ativos, registrando todo o

fluxo de informações em tempo real.

Page 23: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

23

1.5.6. Conclusão

Concluída a simulação, os resultados obtidos foram identificados e comparados com

as informações coletadas nas seções anteriores, sendo assim possível apresentar

conclusão do estudo de caso.

Page 24: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

24

2. A TECNOLOGIA RFID

2.1 Conceito

RFID é uma tecnologia que permite a coleta automática de dados, inicialmente

aplicada como solução para sistemas de rastreamento e controle de acesso,

baseada no uso de etiquetas inteligentes, que são etiquetas eletrônicas com um

microchip instalado e que são colocadas nos ativos em questão. O rastreamento de

um ativo e sua posterior identificação é feita por ondas de rádio frequência utilizando

basicamente uma antena, construída por resistência de metal ou carbono e uma

etiqueta (tag) aplicada a este ativo. Completam o sistema RFID um leitor e uma

infraestrutura computacional de gestão. (SANTANA, 2005). A Figura 1 ilustra de

forma simplificada um exemplo de arquitetura da tecnologia RFID e seus respectivos

componentes e processos. No item 2.3. tais componentes serão detalhados.

Figura 1: Arquitetura tecnologia RFID. Fonte: ONIUM, 2010.

Infraestrutura

Page 25: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

25

2.2. Origem e Evolução

A tecnologia RIFD, como várias das invenções comuns no cotidiano atual, nasceu

para fins militares. No processo de desenvolvimento da comunicação por rádio

frequência, boa parte é devida ao físico escocês Robert Alexander Watson Watt,

responsável pela invenção dos sistemas de Radio Detection And Ranging (RADAR)

britânicos durante a segunda guerra mundial, no ano de 1935. Na mesma época, foi

desenvolvido o primeiro sistema ativo de identificação. Seu funcionamento era bem

simples, foi instalado um transmissor em cada avião britânico que, quando recebia

sinais das estações de radar no solo, retransmitia um sinal de volta, Identification

Friendor Foe (IFF), para identificar que o avião era amigo, este sistema de

identificação por rádio frequência ficou conhecido por identificador ativo de amigo ou

inimigo, e veio a ser a base dos sistemas de controle de tráfego aéreo atuais.

(CONGRESSO_RFID, 2010).

Avanços na área de radares e de comunicação por rádio frequência continuaram

nas décadas de 50 e 60, quando cientistas e acadêmicos dos Estados Unidos,

Europa e Japão realizaram pesquisas e apresentaram estudos explicando como a

rádio frequência poderia ser utilizada para identificar objetos remotamente.

(FREIBERGER e BEZERRA, 2010). A Figura 2 ilustra parte da evolução da

tecnologia de rádio frequência, os responsáveis e suas contribuições para a

sociedade.

Figura 2: Histórico da rádio frequência. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

Page 26: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

26

2.2.1. Desenvolvimento da tecnologia RFID

Conforme descrito no site do Congresso_RFID (2010), a origem e evolução das

tecnologias RFID podem ser enumeradas nos seguintes tópicos:

− Em 1973, Mario W. Cardullo requisita a primeira patente americana para um

sistema ativo de RFID com memória regravável. No mesmo ano, Charles Walton, um

empreendedor da Califórnia, recebeu a patente para um sistema passivo, o qual era

usado para destravar uma porta sem a ajuda de chaves.

− Na década de 1970 o governo americano também estava trabalhando no

desenvolvimento de sistemas RFID, fazendo um sistema de rastreamento de

material radioativo para o Energy Department e outro de rastreamento de gado, para

o Agricultural Department.

− Até então, as tags usadas eram as Low Frequency (LF), de baixa frequência (125

kHz). Posteriormente as empresas que comercializavam estes sistemas mudaram

para os High Frequency (HF), sistemas de alta frequência (13.56 MHz).

− No início dos anos 80 a IBM patenteou os sistemas de Ultra High Frequency

(UHF), sistemas de Frequência Ultra Alta, possibilitando ao RFID fazer leituras a

distâncias superiores a dez metros;

− Atualmente a IBM não é mais detentora desta patente, que foi vendida para a

Intermec, uma empresa provedora de códigos de barra, devido a problemas

financeiros, ainda na década de 1990;

− Em 1999 o sistema RFID UHF obteve seu maior crescimento, quando o Uniform

Code Council, a EAN Internatinal, o Procter & Gamble e a Gillete fundaram o AutoID

Center, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), berço de vários avanços

tecnológicos.

O objetivo do AutoID Center era mudar a essência da RFID de um pequeno banco

de dados móvel para um número de série, o que baixaria drasticamente os custos e

transformaria o RFID em uma tecnologia de rede, ligando objetos à Internet através

das tags.

− Entre 1999 e 2003, o AutoID Center cresceu e ganhou apoio de mais de 100

companhias, além do Departamento de Defesa dos Estados Unidos;

Page 27: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

27

− Nesta mesma época foram abertos laboratórios em vários outros países,

desenvolvendo dois protocolos de interferência aérea (Classe 1 e Classe 0), o

Eletronic Product Code (EPC) Código Eletrônico de Produto, o qual designa o

esquema e a arquitetura de rede para a associação de RFID na Internet;

− Em 2003 o AutoID Center fechou, passando suas responsabilidades para os

AutoID Labs;

− Em 2004, a EPC ratificou uma segunda geração de padrões, melhorando o

caminho para sua utilização;

− No período entre 1960 e 1990 a tecnologia era utilizada apenas por grandes

corporações que movimentavam um grande volume de produtos. O objetivo era o de

compensar o custo;

− Nos anos 90, a RFID ganhou popularidade global, com aplicações comerciais,

controle de acesso e a sua integração com meios de pagamento. A Figura 3 ilustra a

origem, evolução e aplicações da tecnologia RFID.

Figura 3: Algumas aplicações da tecnologia RFID. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

Na Figura 4 pode-se observar os constantes investimentos na tecnologia RFID e sua

popularização.

Page 28: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

28

Figura 4: Outras aplicações da tecnologia RFID. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

Desde então, há um esforço por parte de autoridades governamentais e não

governamentais, bem como de grandes fabricantes, em promover a padronização da

tecnologia, dos atributos de frequência de operação e dos protocolos de

comunicação. (CONGRESSO_RFID, 2010).

2.3. Componentes

Os componentes básicos da tecnologia RFID:

− Antena: bobina;

− Transceiver: Reader ou Transceptor com decodificador ;

− Transponder: etiqueta inteligente, micro chip, RF tag ou apenas tag;

− Sistema computacional: infraestrutura (Middleware).

Esses elementos são integrados a uma infraestrutura que dá suporte à comunicação

de sistemas de processamento, que são responsáveis por manipular os dados lidos

pelas leitoras e transformá-los em informação. (CONGRESSO_RFID, 2010).

Page 29: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

29

2.3.1. Antena

A função da antena é garantir o meio de comunicação. Ela ativa a tag através de um

sinal de rádio para enviar/trocar informações dentro do processo de comunicação

(leitura ou escrita). Quando a antena, o transceiver e o decodificador estão no

mesmo invólucro, estes recebem o nome de “leitor”. (SANTANA, 2005).

2.3.2. Transponder

O termo transponder foi atribuído a partir de duas funcionalidades, transmissor e

receptor. O principal componente do transponder é o chip que, além de realizar o

controle e a comunicação com o leitor, possui a memória onde são armazenados os

dados. O transponder responde aos sinais de rádio frequência de um leitor,

enviando de volta informações quanto a sua localização e identificação ou outras

particularidades, através de um chip, um circuito eletrônico e uma antena interna.

(PINHEIRO, 2005).

De acordo com Pinheiro (2006) Transponder pode ser dividido em três partes

básicas: um substrato, onde encontramos o chip e outros componentes eletrônicos,

a antena, que é conectada ao chip e o encapsulamento, normalmente em cloreto de

polivinila (PVC), epóxi ou resina conforme mostrado na Figura 5.

Figura 5: Estrutura típica de um Transponder. Fonte: PINHEIRO, 2005.

Page 30: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

30

Outros modelos de transponders podem ser encontrados no mercado (Figura 6),

como chaveiros, Smart Card, crachás, sendo definidos conforme a aplicação,

ambiente de uso e desempenho. (SANTANA, 2005).

Figura 6: Modelos de Transponders (tags) RFID. Fonte: SANTANA, 2005.

2.3.3. Etiquetas inteligentes ou smart labels

A tag é também chamada de etiqueta inteligente. Pode ser encontrada em material

de papel (ou similar), tipo etiqueta para imprimir, com uma tag de RFID encaixada

nela. (SANTANA, 2005). Os exemplos são mostrados na Figura 7.

Figura 7: Exemplos de etiquetas com tag RFID. Fonte: SANTANA, 2005.

Page 31: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

31

Tais etiquetas, também conhecidas como Smart Labels, são transponders operando

normalmente com frequência de 13.56MHz. Possuem uma ampla variedade de

formatos de etiquetas, podendo ser desenvolvidas conforme a aplicação.

(SANTANA, 2005). Na figura 8 temos etiquetas utilizadas para identificar bagagens

em aeroportos.

Figura 8: Exemplo de etiqueta com tag RFID para bagagens. Fonte: SANTANA, 2005.

A etiqueta da Figura 9 utiliza uma tinta na qual estão dissolvidos nanotubos de

carbono, aplicados por uma impressora jato de tinta específica. No processo de

impressão a tinta com nanotubos é usada para desenhar os transistores que formam

o chip da etiqueta RFID. Esta mesma impressora é capaz de imprimir circuitos

eletrônicos sobre papel ou plástico. (3D_INFORMÁTICA, 2010).

Figura 9: Modelos de etiquetas RFID impressas. Fonte: 3D_INFORMÁTICA .

Page 32: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

32

2.3.4. O Transceiver e o leitor

A denominação transceiver (ou transceptor) é baseada nas funcionalidades que este

desempenha: transmitir e receber sinais de rádio frequência, sendo que o princípio

de funcionamento do transceiver é baseado na emissão de frequências de rádio,

através de uma antena, que são dispersas em diversos sentidos no espaço, desde

centímetros até metros, conforme valor de saída da frequência de rádio utilizada. O

conjunto transceiver e antena recebe o nome de leitor, cujo princípio de

funcionamento está baseado na emissão de um campo eletromagnético (rádio

frequência). Uma vez ativo por uma antena a tag, por sua vez, responde ao leitor

com o conteúdo de sua memória. (SANTANA, 2005). A Figura 10 apresenta

esquemático básico de um sistema RFID.

Figura 10: Arquitetura básica da tecnologia RFID. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

A principal vantagem desta tecnologia é a característica do não contato e da não

necessidade de linha de visão entre o leitor e as tags. As tags podem ser lidas

através de diversas substâncias, tais como: tecido, plástico, alvenaria, madeira,

entre outras (CONGRESSO_RFID, 2010).

Page 33: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

33

2.3.5. O middleware RFID

Middleware é um software que trabalha como uma camada de abstração entre os

sistemas cliente e os leitores RFID. Em conformidade ao padrão definido pelas

entidades responsáveis, é homologado para diversos fabricantes e modelos de

leitores. Esse tipo de software tem por função facilitar a utilização da tecnologia

RFID, com base em três funcionalidades primárias: encapsular as aplicações das

interfaces de dispositivos; processar as observações brutas capturadas pelos

leitores e sensores de modo que as aplicações só vejam eventos significativos e de

alto nível, diminuindo assim o volume de informação que elas precisam processar; e

fornecer uma interface em nível de aplicação para gerenciar leitores e consultar

observações RFID; minimizando os riscos de falhas ou atrasos nos projetos. De fato,

as aplicações dessa tecnologia são diversas, e permitem alcançar ganhos de

produtividade em diversas etapas das cadeias de logística. (GLOVER e BHATT,

2007, p. 123).

Conforme Marx (2010), são características do Middleware RFID:

− Aderente aos padrões EPC global;

− Baseado no projeto de software livre Fosstrak;

− Funciona com leitores de diversos fabricantes: Impinj, Intermec, motorola, Cobalt,

e outros;

− Facilmente integrável com sistemas Oracle, SAP, TOTVS, e bancos de dados

PostGree e MySQL;

− Altamente escalável: suporta quantos leitores forem necessários e de diversos

fabricantes diferentes.

A Figura 11 mostra os principais componentes do middleware RFID.

Figura 11: Componentes do middleware RFID. Fonte: GLOVER e BHATT, 2007, p. 126.

Mid

dle

war

e Interface em nível de

Gerenciador de Evento

Adaptador de Leitor

Page 34: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

34

O adaptador de leitor encapsula as interfaces proprietárias de leitores de modo que

elas não entrem em contato com os desenvolvedores das aplicações, ao passo que

seria impraticável esperar que os desenvolvedores de aplicações aprendessem

diferentes tipos de interfaces de leitores, visto tamanha disponibilidade de leitores

RFID no mercado, e cada um possui sua própria interface proprietária. Por sua vez,

o gerenciador de eventos é capaz de encapsular a interface do leitor para evitar que

as aplicações sejam bombardeadas com dados brutos gerados por inúmeros leitores

examinando centenas de leituras por minuto, sendo a maioria destas observações

de granularidade pequena demais para terem significado para as aplicações. A

interface em nível de aplicação é a camada superior na pilha de middleware RFID

cujo propósito principal é fornecer um mecanismo padronizado que permita às

aplicações registrarem e receberem eventos RFID filtrados provenientes de um

conjunto de leitores. Além disso, a interface em nível de aplicação também fornece

uma interface de programação padrão para configurar, monitorar e gerenciar

middleware RFID e os leitores que ele controla. (GLOVER e BHATT, 2007, p.34-38).

2.4. Princípio de Funcionamento

O princípio de funcionamento da tecnologia RFID em nível de usuário é bastante

simples. O sistema é composto por uma fonte, normalmente chamada de

antena/leitora, a qual emite uma onda de rádio frequência, podendo ter diferentes

comprimentos de ondas. Outro componente, a tag, responde ao receber a onda de

rádio frequência com alguma informação que é gerenciada por um sistema

computacional. (CONGRESSO_RFID, 2010).

Tags, antenas e leitores são integrados a uma infraestrutura que dá suporte à

comunicação de sistemas de processamento, que são responsáveis por manipular

os dados lidos pelas leitoras e transformá-los em informação. As tags podem ser

lidas através de diversas substâncias tais como: tecido, plástico, alvenaria e

madeira, em determinadas circunstâncias podem ser lidas a uma distância de até 20

metros. Porém, o principal diferencial do RFID é a sua capacidade de obter um

grande número de informações, identificando várias tags ao mesmo tempo, sem a

Page 35: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

35

exigência da leitura em linha, permitindo a criação de soluções totalmente

automatizadas. (CONGRESSO_RFID, 2010).

2.3.1. Funcionamento quanto à tecnologia aplicada

A Figura 12 apresenta uma visão ampla das classificações atribuídas aos sistemas

RFID, subdivididas em duas principais categorias: tag 1bit e tag nbit.

SequêncialSAW

Radio frequência

Sistemas 1-bit tag

Sistemas n-bits tag

Microondas

Eletro magnetismo

Acoplamento indutivo

Full duplex e Half duplex

Sistemas RFID

Acoplamento magnético

Acoplamento elétrico

Acoplamento indutivo

Divisão de frequência

Acústica Magnética

Acoplamento eletromagnético

Figura 12: Categorias de classificação dos sistemas RFID. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

Conforme mostrado na Figura 12, os sistemas transponder 1bit estão subdivididos

em cinco categorias e funcionam basicamente por meio de fenômenos físicos,

assumindo apenas dois estados:

− Ativado: significa que a tag encontra-se na zona de leitura do receptor;

Page 36: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

36

− Desativado: não há presença de tag na zona de leitura.

Os sistemas tag 1bit possuem mecanismo de funcionamento baseado em circuitos

ressonantes, contidos nas tags passivas, onde o leitor gera um campo magnético

alternado, cuja atuação do campo é controlada por meio da potência fornecida à

bobina do leitor. Se a tag estiver na região de atuação do leitor, a energia

proveniente do campo alternado gerado por este induz uma corrente no circuito da

tag. Combinadas as frequências, o sistema ressonante responde com uma pequena

mudança na tensão entre os terminais da bobina (antena) do leitor (gerador). Tal

queda de tensão é percebida e utilizada para sinalizar a presença da tag na região

de leitura. (CONGRESSO_RFID, 2010). A Figura 13 descreve o circuito elétrico

típico do sistema tag 1bit e funcionamento por rádio frequência.

Figura 13: Sistema 1 bit por rádio frequência. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

Por sua vez, os sistemas nbit são subdivididos conforme o mecanismo de

transmissão de dados. Neste tipo de sistema existe um fluxo de informações entre a

tag e o dispositivo de leitura. Nos sistemas tag nbits é estabelecido um canal de

comunicação onde procede a transmissão de dados entre os dispositivos de leitura e

as respectivas tags. Tais sistemas podem ser passivos ou ativos e o modo de

comunicação entre eles pode ser do tipo full duplex, half duplex ou sequencial.

(CONGRESSO_RFID, 2010).

Page 37: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

37

Da mesma forma que em comunicações com fios, comunicações por rádio

frequência podem ser full duplex (FDX): onde tag e leitor podem conversar ao

mesmo tempo ou half duplex (HDX): onde cada um “fala” por vez. Em algumas

aplicações, como por exemplo, quando são utilizadas tags passivas, o leitor fornece

a energia através da conversa, mas em uma variação do HDX, onde a transmissão

de energia para enquanto o leitor responde. A este modo de comunicação dá-se o

nome de modo sequencial. (GLOVER e BHATT, 2007, p. 54).

A Figura 14 ilustra os três modos de comunicação citados, onde a transmissão de

energia entre o leitor e o tag é continua para o FDX e para HDX, o que não ocorre

para transmissão sequencial. Na transmissão sequencial, os dados e a energia não

são transmitidos de forma continua e sim por determinado período de tempo (pulso).

(CONGRESSO_RFID, 2010).

Figura 14: Comunicação e transmissão de energia em sistema nbit. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

2.3.2. Funcionamento quanto à forma de aplicação

Conforme Martins (2005), em termos de aplicação, os sistemas RFID podem ser

agrupados em quatro categorias:

Page 38: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

38

− Sistemas Electronic Article Surveillance (EAS) ou Vigilância Eletrônica de Artigos;

− Sistemas Portáteis de Captura de Dados;

− Sistemas em Rede;

− Sistemas de Posicionamento.

Os sistemas EAS são tipicamente sistemas de um bit, usados para identificação de

presença ou falta de um item. Os sistemas portáteis são caracterizados pelo uso de

terminais portáteis de coleta de dados, onde um sistema RFID está integrado do

leitor com a antena. São utilizados em aplicações onde há uma grande quantidade

de itens a serem exibidos. Os terminais do tipo leitura por coletor hand-held

capturam os dados dos itens e então são transmitidos a um sistema de

processamento central.

Sistemas em rede possuem aplicações caracterizadas pelo posicionamento fixo dos

transceptores (leitores) e conectados por uma rede a um sistema de gerenciamento

central. Os transceptores são fixados numa posição e os itens com as tags movem-

se por esteiras, ou com pessoas, dependendo da aplicação.

Os sistemas de posicionamento usam tags para facilitar a localização automática e

suporte de navegação para veículos. Os transceptores são localizados a bordo dos

veículos e conectados por um sistema de transmissão a um sistema de

gerenciamento central.

2.5. Classificação

Os sistemas RFID podem ser classificados a partir das características de suas tags,

pela faixa de frequência e protocolos utilizados. (SANTANA e MARTINS, 2005).

Page 39: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

39

2.5.1. Características das tags

As tags ativas são alimentadas por uma bateria interna e tipicamente são de escrita

e leitura, ou seja, podem ser alteradas ou atribuídas novas informações à tag. O

custo das tags ativas é maior que o das tags passivas, além de possuírem uma vida

útil limitada de no máximo 10 anos. (SANTANA, 2005).

As tags semi-passivas possuem uma bateria, mas que somente é ativada ao receber

um sinal da antena/leitor. Assim, a energia da bateria é normalmente utilizada

somente para alimentar o chip que as tag RFID possuem, enquanto que a energia

utilizada para comunicação é a recebida pela antena. (3D_INFORMÁTICA, 2007).

As tags passivas operam sem bateria. Sua alimentação é fornecida pelo próprio

leitor através das ondas eletromagnéticas. As tags passivas são mais baratas que as

ativas e possuem teoricamente uma vida útil ilimitada. As tags passivas geralmente

são do tipo só leitura (read-only), usadas para curtas distâncias e requerem um leitor

mais completo, ou seja, com maior potência de sinal. (3D_INFORMÁTICA, 2007).

2.5.2. Faixas de frequência

Os sistemas de RFID também são definidos pela faixa de frequência em que

operam, sendo classificados em sistemas de baixa, média, alta ou ultra-alta

frequências. (MARTINS, 2005).

As frequências mais baixas são mais apropriadas para aplicações próximas da água

ou dos seres humanos do que as tags de frequência mais elevada. Comparando

com tags passivas, as frequências mais baixas têm geralmente menos escala, e têm

uma taxa de transferência de dados mais lenta. Na faixa de frequência ultra-elevada,

existem duas áreas de interesse, as frequências na faixa de 400 Megahertz e a faixa

de 860-930 Megahertz. (SANTANA, 2005).

Page 40: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

40

O Quadro 1 resume as bandas de frequências, suas características e campos de

aplicação.

Banda de Frequência Características Aplicações Típicas

Baixa: 100 a 500 kHz

- Faixa de curta até média leitura - Baixo custo - Baixa velocidade de leitura

- Controle de acesso - Identificação de animal - Controle de inventário

Média: 10 a 15 MHz (também denominada Alta)

- Faixa de curta até média leitura - Potencialmente de baixo custo - Média velocidade de leitura

- Controle de acesso - Smart cards

Alta: 850 a 950 MHz e 2,4 a 5,8 GHz (também denominada Ultra

Alta)

- Faixa larga de leitura - Alta velocidade de leitura - Alto custo - Linha de visão requerida

- Monitoração de veículos em estradas

Quadro 1: Classificação dos sistemas RFID quanto às faixas de frequências. Fonte: MARTINS, 2005.

Cada uma das faixas possui suas peculiaridades, com vantagens e desvantagens

para a operação. As escalas de frequência mais elevadas têm controles mais

reguladores e diferem de país a país. A frequência exata é controlada pelo Órgão

Regulador de Rádio em cada país. (SANTANA, 2005).

2.5.3. Protocolos RFID

A elaboração de normas visa definir as plataformas em que uma indústria deve

operar de forma eficiente e segura. Os maiores fabricantes de RFID oferecem

sistemas proprietários, o que resulta numa diversidade de protocolos na mesma

planta industrial. Com a finalidade de definir protocolos, muitas organizações

trabalham no desenvolvimento de projetos de tecnologias RFID. As mais conhecidas

na área dos sistemas RFID são a International for Standardization (ISO) e a EPC

Global. O Quadro 2 apresenta a relação dos protocolos publicados pela ISO.

(MARTINS, 2005).

Page 41: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

41

ISO Standard Título Status

ISO 11784 RFID para animais – estrutura de código Publicado em 1996

ISO 11785 RFID para animais – concepção técnica Publicado em 1996

ISO/IEC 14443 Identificação de cartões – cartões com circuitos integrados sem contato – cartões de proximidade

Publicado em 2000

ISO/IEC 15693 Identificação de cartões – cartões com circuitos integrados sem contato – cartões de vizinhança

Publicado em 2000

ISO/IEC 18001 Tecnologia da Informação – Gerenciamento de Itens de RFID – Perfil de Requisitos de Aplicação

Publicado em 2004

ISO/IEC 18000-1

Parâmetros Gerais para Comunicação por Interface por Ar para Freqüências Globalmente Aceitas

Publicado em 2004

ISO/IEC 18000-2 Parâmetros para Comunicação por Interface por Ar abaixo de 135 kHz Publicado em 2004

ISO/IEC 18000-3 Parâmetros para Comunicação por Interface por Ar em 13,56 MHz Publicado em 2004

ISO/IEC 18000-4 Parâmetros para Comunicação por Interface por Ar em 2,45 GHz Revisão Final

ISO/IEC 18000-6 Parâmetros para Comunicação por Interface por Ar em 860 a 930 MHz Publicado em 2004

ISO/IEC 15961 Gerenciamento de Itens de RFID – Protocolo de Dados: Interface de Aplicação

Publicado em 2004

ISO/IEC 15962 Gerenciamento de Itens de RFID – Protocolo: Regras de Codificação de Dados e Funções de Memória Lógica

Publicado em 2004

ISO/IEC 15963 Gerenciamento de Itens de RFID – Identificação única do RF Tag Revisão Final

Quadro 2: Padronização dos protocolos RFID. Fonte: MARTINS, 2005.

2.5.4. Padrões RFID

Conforme descrito pelo Congresso_RFID (2010), as tecnologias RFID estão

regulamentadas e documentadas junto à ANATEL com o seguinte texto:

Os sistemas de identificação por frequência de rádio estão categorizados na regulamentação sobre equipamentos de radiocomunicação de radiação restrita, o qual está no anexo da Resolução ANATEL N° 365, de 10 de maio de 2004. Este regulamento tem por objetivo caracterizar os equipamentos de radiação restrita e estabelecer as condições de uso da radio frequência para que os dispositivos possam ser utilizados com dispensa da licença de

Page 42: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

42

funcionamento e a liberação da necessidade de outorga de autorização de uso de radiofrequência.

Antes de entender os padrões, é necessário conhecer a GS1 e a EPC Global Inc. Os

grupos European Article Number e Uniform Code Council (EAN.UCC) atuantes

desde 1969, alteraram o nome para GS1 em 2005, cujo nome não é uma

abreviação, mas sim um padrão global, um sistema global e uma organização

global. A GS1 é uma organização mundial dedicada a desenvolver e implantar

padrões internacionais e soluções para melhorar a eficiência e visibilidade entre

múltiplos setores de suprimentos e cadeias de demanda globais.

(CONGRESSO_RFID, 2010).

A EPC_global, Inc., é um empreendimento conjunto entre a GS1 internacional e

parceiros da indústria, responsáveis por definir um método combinado de

classificação para etiquetas RFID que especifica frequências, métodos de

acoplamento, tipos de chaveamento e modulação, capacidade de armazenamento

de informações e modos de interoperabilidade. (GLOVER, 2007, p. 64).

A EAN BRASIL, conhecida como Associação Brasileira de Automação, constituída

na cidade de São Paulo, em 1983, anteriormente denominada ABAC – Associação

Brasileira de Automação Comercial e atualmente denominada GS1 Brasil é uma

sociedade civil, sem fins lucrativos, vinculada à GS1 Internacional. O governo

brasileiro delegou à GS1 Brasil a incumbência de administrar e disseminar, em todo

o território brasileiro, o código nacional de produtos e o sistema EAN.UCC.

(ANDRADE, 2006, p. 29).

O Eletronic Product Code (EPC), código eletrônico de produto, é feito para carregar

números EPC, que são atribuídos pelas entidades de gerenciamento específicas

que possuem as classes de objetos envolvidos, definindo uma nova arquitetura que

utiliza recursos oferecidos pela tecnologia de rádio frequência e as mais recentes

infraestruturas como a internet. O EPC agiliza processos e permite dar maior

visibilidade aos produtos por meio da disponibilização, e principalmente no

intercâmbio de informações. (ANDRADE, 2006, p. 28).

Page 43: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

43

A EPC_global reconhece diferentes classificações para tags conforme mostrado no

Quadro 3, porém tais classes não devem ser vistas como uma tentativa de

incompatibilização de tags RFID, e sim sugestões capazes de fornecer

compatibilidade retroativa nas próprias tags,. Mas o que realmente acontece é a

atualização do software ou firmware do leitor para suportar tanto as tags novas

quanto as já existentes em um sistema. (GLOVER e BHATT, 2007, p. 65).

Classe Descrição

Classe 0 Passivas, apenas de leitura

Classe 0+ Passiva, grava uma vez, mas usando protocolos da Classe 0

Classe I Passiva, grava uma vez

Classe ll Passiva, grava uma vez com extras como criptografia

Classe lll Regravável, semipassiva (chip com bateria, comunicações com energia do

leitor), sensores integrados

Classe lV

Regravável, ativa, identificadores “nos dois sentidos”, que podem

conversar com outros identificadores, energizando suas próprias

comunicações

Classe V

Podem energizar e ler identificadores das Classes l, ll, lll e ler

identificadores (tags) das Classes lV e V, assim como atuar como

identificadores da Classe lV

Quadro 3: Classes de identificadores (tags) EPCglobal Fonte: GLOVER e BHATT, 2007, p. 65.

Não fique confuso com os termos “Gen2” e “Classe ll”. Classe ll é uma classe de funcionalidades de tags, conforme mostrado no Quadro 3. “Gen2” é a abreviação de Classe l Geração 2, que é uma nova geração de protocolos de tags para tags de Classe l UHF. (GLOVER e BHATT, 2007, p. 65).

2.6. Aplicabilidade

Com o avanço tecnológico, além da miniaturização dos seus dispositivos, os

sistemas RFID vêm ganhando velocidade de processamento, distâncias de leituras

cada vez maiores e custos cada vez mais reduzidos. Estes fatores permitem a

criação de uma nova série de soluções antes inviáveis tecnicamente. Para

organizações, isto pode significar automação mais rápida, maior controle sobre os

Page 44: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

44

processos e estoques contínuos e precisos. Na Figura 15 podemos observar

períodos de adoção versus funcionalidades da tecnologia RFID ao longo do tempo,

cujo progresso da adoção se divide em: período proprietário, período da

compatibilidade, período das empresas com RFID, período das indústrias com RFID

e o período da internet das coisas, determinando quando algumas das capacidades

da tecnologia RFID se tornaram, ou se tornarão, disponíveis. (GLOVER e BHATT,

2007, p. 5).

Desenvolver inteligência nos dispositivos e auto organização Compartilhar informação RFID B2B1 Integrar informações RFID em fluxos de trabalho de negócio Ler as tags enquanto os itens passam Anexar tags RFID aos itens Codificar tags RFID Identificar esquemas de numeração de itens

Figura 15: Funcionalidades versus adoção da RFID Fonte: GLOVER, 2007, p. 6.

1 Conforme anexo II.

Fun

cion

alid

ades

Adoção da RFID

Pro

prie

tário

Com

patib

ilida

de

Em

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as c

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Indú

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ias

Page 45: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

45

Levando-se em conta as características e com o objetivo de indicar um

direcionamento, a tecnologia RFID pode ser classificada e utilizada conforme quatro

grupos básicos de aplicabilidade, conforme ilustrado na Figura 16.

(CONGRESSO_RFID, 2010).

Figura 16: Campos de aplicação da tecnologia RFID. Fonte: CONGRESSO_RFID, 2010.

O site da Onium (2010) exemplifica os grupos de aplicabilidade da tecnologia RFID

conforme alguns exemplos de possibilidades relacionados a seguir:

− Supermercados: controle de estoque e abastecimento em gôndolas;

− Hospitais: controle de equipamentos, medicamentos e pacientes;

− Farmácias: controle de estoque e validade de produtos;

− Livrarias: controle de entrada e saída de livros;

− Indústrias alimentícias: controle de estoque e validade de produtos;

− Indústrias automobilísticas: controle de produção e rastreabilidade de peças;

− Rodovias: controle de tráfego, pagamento automático de pedágios;

− Shows e eventos: controle de quantidade de pessoas;

Page 46: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

46

− Seres humanos e animais: localização de pessoas, histórico médico, controle

epidêmico, controle de vacinas.

2.6.1. Aplicações automotivas

Nos sistemas de pedágios conforme mostrado na Figura 17, um cartão provido com

um microchip RFID é colocado no pára-brisa do veículo. Ao se aproximar de uma

cabine de cobrança informações são trocadas entre antena e tag RFID.

Reconhecido o código de identificação, o sistema libera a passagem sem a

necessidade de parada. (PINHEIRO, 2006).

Figura 17: Aplicação de RFID em controle de veículos. Fonte: PINHEIRO, 2006.

2.6.2. Controle de acesso

Uma possibilidade para evitar fraudes nos acessos a determinados ambientes

restritos é o implante de um chip no corpo humano e através de catracas dotadas de

leitores, de acordo com a Figura 18, prover controle de acesso de pessoas.

Combinado com outros sensores para monitorar as funções do corpo, o dispositivo

pode armazenar as condições psicológicas das pessoas e detectar condições de

Page 47: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

47

stress e medo. Nos Estados Unidos prisões de algumas cidades utilizam pulseiras

metálicas com transponders para identificar e localizar prisioneiros dentro dos

estabelecimentos penais. Outra aplicação para controle de acesso de pessoas está

na emissão de ingressos para eventos, como cinema, teatros, estádios de futebol,

entre outros, liberando o acesso aos seus assentos e áreas de alimentação.

(PINHEIRO, 2006).

Figura 18: Tecnologia RFID empregada no controle de acesso. Fonte: PINHEIRO, 2006.

2.6.3. Aplicação na logística de produtos

Nas aplicações de controle patrimonial são acopladas tags RFID aos ativos de uma

organização, auxiliando em diversos processos como transporte, estoque,

armazenagem, facilitando as operações de manuseio, recebimento, separação,

transporte, armazenamento e expedição de materiais em depósitos e armazéns,

além de inventário de produtos e controle de qualidade. Em linhas de montagem,

conforme ilustra a Figura 19 ou em processos produtivos, todo o desenvolvimento

pode ser monitorado desde o início das atividades até a entrega final do produto ao

consumidor, facilitando, inclusive, o acompanhamento nos casos de manutenção.

(PINHEIRO, 2006).

Page 48: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

48

Figura 19: RFID em linha de montagem de veículos. Fonte: PINHEIRO, 2006.

2.6.4. Aplicação em documentos

A tecnologia RFID aplicada ao controle de documentos permite o monitoramento

remoto de encomendas e correspondências corporativas, oferecendo maior

agilidade e segurança à administração tanto dos fabricantes como das empresas de

entrega expressa. A etiqueta padrão é integrada a uma smart label, ou etiqueta

inteligente com número serial único, na qual são programadas informações como

remetente e receptor, destino final e código de barras. No caso de documentos, os

arquivos podem conter parâmetros como data de vencimento, movimentação

permitida e pessoas autorizadas a terem acesso aos mesmos. (SANTANA, 2005).

Para garantir segurança nas transações bancárias são utilizados cartões do tipo

Smart Cards conforme mostrado na Figura 20, dispositivo este que é capaz de

realizar processamento interno, cálculos aritméticos e apoio à tomada de decisões

conforme informações codificadas. (PINHEIRO, 2006).

Figura 20: Exemplo de um Transponder inserido em SmartCard. Fonte: PINHEIRO, 2006.

Page 49: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

49

2.7. Vantagens da Tecnologia RFID

Uma das principais vantagens do uso de sistemas RFID é a realização de leitura

sem o contato, sem a necessidade de uma visualização direta do leitor com a tag e

possibilidade de agregar informações aos produtos. O tempo de resposta é baixo

(menor que 100 mili segundos) e o custo da tag apresentou uma queda significativa

nos últimos anos, tornando-a viável em alguns projetos onde o custo do produto a

ser identificado não é muito alto. (SANTANA, 2005; BONSOR e QUENTAL, 2010,

p.78).

Conforme Santana (2005); Bonsor e Quental (2010), a tecnologia RFID apresenta as

seguintes vantagens:

− Capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados para etiquetas ativas;

− Detecção sem necessidade da proximidade da leitora para o reconhecimento dos

dados;

− Durabilidade das etiquetas, com possibilidade de reutilização;

− Contagens instantâneas de estoque, facilitando os sistemas empresariais de

inventário;

− Precisão nas informações de armazenamento e velocidade na expedição;

− Localização dos itens ainda em processos de busca;

− Melhoria no reabastecimento, com eliminação de itens faltantes e aqueles com

validade vencida;

− Prevenção de roubos e falsificação de mercadorias;

− Coleta de dados de animais ainda no campo;

− Processamento de informações nos abatedouros.

Page 50: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

50

2.8. Desvantagens da Tecnologia RFID

Como desvantagens, Santana (2005); Bonsor e Quental (2010) apresentam os

seguintes itens:

− O custo elevado da tecnologia RFID em relação aos sistemas de código de barras

é um dos principais obstáculos para o aumento de sua aplicação comercial. Nos

Estados Unidos o preço gira em torno de 25 centavos de dólar, na compra de um

milhão de chips. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Automação, esse

custo sobe para 80 centavos até 1 dólar a unidade.

− O preço final dos produtos, pois a tecnologia não se limita apenas ao microchip

anexado ao produto. Por trás da estrutura estão antenas, leitoras, ferramentas de

filtragem das informações e sistemas de comunicação;

− O uso em materiais metálicos e condutivos pode afetar o alcance de transmissão

das antenas. Como a operação é baseada em campos magnéticos, o metal pode

interferir negativamente no desempenho. Entretanto, encapsulamentos especiais

podem contornar esse problema;

− A padronização das frequências utilizadas para que os produtos possam ser lidos

por toda a indústria, de maneira uniforme;

− A invasão da privacidade dos consumidores por causa da monitoração das

etiquetas coladas nos produtos.

Page 51: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

51

3. LOGÍSTICA DA APLICAÇÃO

3.1. A empresa

O desenvolvimento da aplicação simulada proposta neste trabalho foi fundamentado

nas rotinas das atividades do almoxarifado de uma organização multinacional do

ramo de cimento localizada na cidade de Matozinhos, aproximadamente a 50 km da

capital do estado de Minas Gerais. As atividades da Lafarge são pautadas nas

perspectivas de sua missão:

Ser líder mundial em materiais de construção, nossas áreas de atuação, linha de produtos e as ações que desenvolve com os seus stakeholders: clientes, atuais e futuros empregados, comunidades locais, organizações não-governamentais e jornalistas.(LAFARGE_MUNDO, 2010)

Maior produtor mundial de cimento, esta empresa opera no Brasil há 50 anos e está

entre as maiores no ranking nacional, ocupando a terceira posição. Seu portfólio de

produtos é formado por marcas líderes de mercado, reconhecidas pelo alto padrão

de qualidade e desempenho. (LAFARGE_BRASIL, 2010).

O negócio produz uma vasta gama de cimentos, ligantes hidráulicos e cais para

construção, reforma e obras públicas. A Lafarge é a co-líder mundial neste setor. Em

2009, o negócio de cimento foi responsável por 60% do volume de negócios do

grupo. Com forte presença internacional, em 2009, o negócio do cimento

representou 9,5 bilhões de euros em volume de negócios, sendo 69% nos países de

economias emergentes, empregadas 46.468 pessoas em 48 países, com 160 locais

de produção, incluindo 120 plantas de cimento. (LAFARGE_MUNDO, 2010). Na

Figura 21 estão representados os números quanto à distribuição geográfica de

vendas no ramo de cimento.

Page 52: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

52

Figura 21: Distribuição geográfica das vendas de cimento. Fonte: LAFARGE_MUNDO, 2010.

Na Figura 22 estão representados os números quanto à distribuição dos

trabalhadores no ramo de cimento.

Figura 22: Distribuição geográfica dos trabalhadores no ramo de cimento. Fonte: LAFARGE_MUNDO, 2010.

A Lafarge está estrategicamente distribuída pelos continentes conforme mostrado na

Figura 23 onde o ramo de cimento está presente em 48 países, identificados pela

cor escura.

Page 53: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

53

Figura 23: Distribuição geográfica da LAFARGE. Fonte: LAFARGE_MUNDO, 2010.

3.2. A logística do Almoxarifado

O almoxarifado ocupa uma área aproximada de 2000 m2, com 12.100 itens

cadastrados e um quadro de profissionais composto por sete profissionais incluindo

dois estagiários. A quantidade de ativos que compõem o estoque de reposição não

contempla os equipamentos de segurança do trabalho, também controlados por este

departamento. (LAFARGE_BRASIL, 2010).

A estrutura física do almoxarifado é composta por dois galpões individualizados de

forma a atender a logística das diversas categorias, dimensões, peso e valor dos

ativos cadastrados. A Figura 24 mostra foto do almoxarifado 01, composto por

prateleiras subdivididas em dois níveis devidamente identificados, cada corredor

possui código de caracteres quanto a sua posição, como por exemplo, no detalhe da

foto da Figura 25 (5a prateleira: E, posição superior: S), e numerada por

compartimentos. Sendo que cada prateleira possui cinco níveis e 14

compartimentos. O conjunto destes dados indica a posição de cada ativo do

estoque. (LAFARGE_BRASIL, 2010).

Page 54: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

54

Figura 24: Logística do almoxarifado 01. Fonte: Foto do pesquisador, 2010.

Na Figura 25 observa-se o almoxarifado 02, cuja localização é defronte ao

almoxarifado 01, com mesmo padrão de identificação, com o diferencial de possuir

maior parte de sua área descoberta, recebendo ativos de grande porte e menor

movimentação.

Figura 25: Logística do almoxarifado 02. Fonte: Foto do pesquisador, 2010.

Page 55: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

55

Todos os ativos cadastrados estão dispostos em prateleiras e identificados com os

seguintes atributos: código, descrição técnica, unidade de medida, local armazenado

e código de barras, conforme mostrado nas Figuras 26 e 27. No campo local

podemos verificar os seguintes códigos, respectivamente: A2AL006/007,

AIDS212/213:

Figura 26: Etiqueta impressa por ativo (1). Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

Descrição do campo Local:

− A2: almoxarifado 02;

− AL: posição A, prateleira lateral L;

− 006/007: compartimentos 6 e 7.

Figura 27: Etiqueta impressa por ativo (2). Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

Descrição do campo Local:

− A1: almoxarifado 01;

− DS: posição D; prateleira piso superior S;

− 212/213: compartimentos 212 e 213;

Page 56: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

56

Para os ativos de menor tamanho físico são utilizadas caixas box para acomodação

de maior quantidade de itens de forma organizada, conforme ilustrado na Figura 28.

Figura 28: Ativos dispostos nas prateleiras em caixa box. Fonte: Foto do pesquisador, 2010.

3.3. O Processo de Requisição

As instalações dos almoxarifados são de livre acesso para os profissionais da

organização, ficando a cargo de cada indivíduo requisitante a responsabilidade de

documentação do respectivo ativo retirado do sistema. São oferecidos dois métodos

para requisição. O primeiro utiliza processo automatizado onde é necessário

fornecer, impreterivelmente, identificação pessoal, quantidade, setor e subsetor via

terminal portátil, código do ativo através do leitor óptico. A Figura 29 ilustra o

processo de requisição automatizado.

Figura 29: Leitor de código de barras. Fonte: Pinheiro, 2006.

Page 57: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

57

O segundo método de requisição está baseado no preenchimento de formulário

impresso com os mesmos requisitos do automatizado, identificação pessoal, código

do ativo, quantidade, setor (UR), subsetor e demais campos secundários. Na Figura

30 pode-se observar modelo de formulário padrão para requisição/retirada de ativos

do almoxarifado.

Figura 30: Formulário para requisição impresso. Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

No processo de requisição alguns itens só poderão ser informados mediante

informações contidas em ordem de serviço gerada pelo setor responsável pela

solicitação do serviço. A gestão dos equipamentos, instrumentos e aparelhos que

integram o processo produtivo é realizada por software específico de manutenção,

abastecido e administrado pelo setor de planejamento, onde eventos são

programados e atribuídos aos setores responsáveis pelas intervenções. Com a

ordem de serviço em mãos, o profissional, caso necessite, terá condições de

acessar e retirar itens do almoxarifado obedecendo aos procedimentos

padronizados. A Figura 31 mostra um modelo de ordem de serviço gerada a partir

de uma determinada necessidade, com respectivos campos e termos requeridos

pelo processo de requisição.

Page 58: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

58

Figura 31: Ordem de serviço padrão. Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

3.4. Inventário do Setor

Com base nas diretrizes requeridas pelas certificações de qualidade e visando

garantir a eficiência no atendimento às demandas dos demais setores da

organização, o almoxarifado mantém rotina de verificação e documentação da

movimentação dos ativos do setor. Além de profissionais treinados, é utilizado

software específico para gestão de ativos em estoque, sendo que a Lafarge

Cimentos emprega o Sistema JD Edwards Enterpriseone (JDE) como plataforma de

apoio às rotinas de inventário.

O sistema JDE gera automaticamente uma listagem dos itens a serem contados, de

acordo com a curva definida. Esta listagem contém: código, descrição completa e

localização do item. A contagem física é feita em cada localização e digitada no

sistema JDE, que por sua vez gera a listagem de variações/desvios. As correções

são realizadas item por item dentro do JDE, e o custo é apropriado de acordo com

administrador do item. Na Figura 32 pode-se observar a interface inicial do software

JDE, com acesso permitido apenas depois de fornecidos usuário e senha.

Page 59: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

59

Figura 32: Tela de acesso ao software JDE. Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

Depois de efetuado login é disponibilizada plataforma de trabalho, conforme

mostrado na Figura 33, com os seguintes campos: compras, estoque, fiscal.

Figura 33: Tela de trabalho do software JDE. Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

Page 60: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

60

4. ANÁLISE DE VIABILIDADE

4.1. Identificação do Problema

O processo manual e o uso de código de barras são suscetíveis às seguintes

limitações:

− O código de barras associado a um produto não pode ser alterado;

− Atrasos na atualização do inventário do setor devido ao processo de retirada e

formalização por formulário impresso ou via leitor de código de barras;

− Atraso na atualização do inventário do setor no caso de retorno do ativo ao

estoque, no qual o processo de inclusão é o mesmo, através de leitor de código de

barras ou formulário impresso;

− Falha humana no processo de retiradas ou inclusão de ativos do estoque, seja

por fornecimento incorreto de informações ou não registro da ação.

4.2. Levantamento Estatístico de Ativos

Com o propósito de verificar a eficácia do sistema de gestão do almoxarifado da

Lafarge Cimento, o qual utiliza a técnica de leitura de código de barras para controle

de ativos, foi desenvolvido um estudo estatístico aplicando práticas de amostragem

para verificação do estoque e composição de base para posterior comparação com

a aplicação da tecnologia RFID. Para composição da Tabela 1 foi aplicada técnica

de amostragem simples, onde foi escolhido, aleatoriamente, um número impar de

ativos dentro do conjunto de catalogação. Foram coletadas as seguintes

informações: código do ativo, descrição, localização, saldos físico/contábil.

Page 61: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

61

TABELA 1 Fração amostragem simples almoxarifado 01

AMOSTRAGEM SIMPLES

Item Código Descrição Localização Saldo atual

físico contábil

1 450500003 Lâmina de serra RS 1414-5 A1CI218 3 10

2 524600180 Lâmpada vapor sódio 250w A1DI418 NL* 15

3 130500478 Raspador secundário L1 TS18" A1LS NL* 2

4 605000051 Redutor redução simples 1:21 A1RI305 1 1

5 473000010 Anel reto 16mm aço A1JI117 0 0

6 430200131 Anel de vedação DES V56103098-F A1EI318 0 1

7 471000397 Cilindro pneumático 223mm A1CI510 NL* 0

8 533100105 Cobertura p/ fusível diazed 25A A1AI115 NL* 0

9 953900001 Tinta cor PR REF-2010001-601 A1ES506 0 3

10 604000004 Roda dentada dupla 13 dentes 12B-2 A1LI502 2 2

11 634800755 Retentor 153717 HYSTER A1JI221 NL* 4

* Item não localizado. Fonte: Desenvolvida pelo pesquisador, 2010.

A Tabela 2 trás, de forma resumida, a representatividade das informações coletadas,

ou seja, qual porcentagem do número de ativos em cada situação.

TABELA 2 Amostragem simples almoxarifado 01

Resumo da Representatividade (%)

Qtd.

ativos

Qtd.

% Descrição

3 27,27% físico = contábil

1 9,09% físico <= Contábil

2 18,18% físico = 0 ; contábil =! 0

5 45,45% ítem não localizados

11 100% total de itens

Fonte: Desenvolvida pelo pesquisador, 2010.

Por se tratar de um almoxarifado com acesso irrestrito a consistência dos dados é

colocada em prova cotidianamente, visto a constante interação humana neste

Page 62: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

62

ambiente. A gestão do almoxarifado prevê três formas distintas de controle de ativos

em estoque, classificados em curvas A, B e C e aplicadas conforme descrito no

ANEXO I. Ao aplicar o método de amostragem simples pode-se verificar a

inconsistência das informações que aparentemente apresentam-se coerentes, pois

item não requisitado é certeza de item na prateleira, mas conforme visto na Tabela 2

o percentual de ativos não localizados é de 45,45%, o que provoca baixo índice de

sucesso nas consultas em estoque.

Para melhor ilustrar os resultados obtidos na técnica de amostragem simples, na

Figura 34 observa-se a totalização de cada ativo nas duas possibilidades de

disponibilidades em estoque, saldo físico ou saldo contábil. Como exemplo pode-se

observar o ativo descrito no item 2 da Tabela 1, lâmpada vapor sódio 250w, ativo

não localizado e saldo contábil igual a 15.

Figura 34: Gráfico amostragem simples – saldo físico versus saldo contábil Fonte: Desenvolvido pelo pesquisador, 2010.

Outra técnica probabilística capaz de garantir bons resultados é a amostragem

estratificada, onde o alvo de análise é dividido em subconjuntos de características

similares. Neste caso foram definidos dois subconjuntos: ativos do setor elétrico e

ativos do setor mecânico. A definição dos ativos foi através de entrevista com os

responsáveis de cada setor, onde foi solicitada a enumeração dos primeiros e

principais itens requeridos pelo setor e passivos de disponibilidade imediata em

estoque. A Tabela 3 foi desenvolvida com os ativos definidos pela entrevista,

Page 63: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

63

composta das seguintes informações: código do ativo, descrição, localização, saldos

físico/contábil.

TABELA 3

Amostragem estratificada almoxarifado 01

AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA

Item Código Descrição Localização Saldo atual

físico contábil

1 534500014 Contator tripolar LC1 D25 A1AI203 0 0

2 500200283 Cabo isolado 4x2,5mm2 A1LE109 0 200

3 532300529 Disjuntor motor 12A A1IS518 1 1

4 540400031 Sensor indutivo 24-220Vca A1IS403 9 9

5 540400092 Sensor indutivo 12-30Vcc ASI A1IS216 2 1

6 540501394 Módulo digital entrada p/ PLC A1AI104 1 1

7 611100021 Rolamento RL cilíndrico NU 220 A1AS211 5 5

8 401500059 Correia de transmissão VC-96 A1GI201 1 6

9 607000060 Acoplamento flexível TAM.11 A1LI321 2 1

10 434600098 Retentor eixo TP 01375 A1EI215 2 2

11 460300058 Termopar tipo K-CS11 - 1200mm A1DS113 0 2

12 460300061 Termopar tipo K-CM12 - 1200mm KNE A1DS113 0 2

13 533100063 Fusível de vidro 0,5A A1AI321 3 11

Fonte: Desenvolvida pelo pesquisador, 2010. A Tabela 4 apresenta, de forma resumida, a representatividade das informações

coletadas na Tabela 3, ou seja, qual porcentagem do número de ativos em cada

situação.

TABELA 4 Resumo representatividade amostragem estratificada

Resumo da Representatividade (%)

Qtd.

ativos

Qtd.

% Descrição

6 46,15% físico = contábil

4 30,77% físico =! Contábil

3 23,08% físico = 0 ; contábil =! 0

13 100% total de itens

Fonte: Desenvolvida pelo pesquisador, 2010.

Page 64: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

64

Ao aplicar o processo de amostragem estratificada o índice de sucesso nas

consultas em estoque melhorou comparado ao índice da amostragem simples, isso

porque a composição da amostragem deu-se a partir da relação de ativos

classificados como de política zero, onde a quantidade de ativos em estoque e a

reposição dos mesmos são controladas pelos setores responsáveis pela sua

aplicação. Mas o percentual de sucesso não chegou aos 50%, conforme

modalidade: físico = contábil, alcançando apenas 46,15%.

Para melhor ilustrar os resultados obtidos na técnica de amostragem estratificada,

na Figura 35 observa-se a totalização de cada ativo nas duas possibilidades de

disponibilidades em estoque, saldo físico ou saldo contábil. Como exemplo pode-se

observar o ativo descrito no item 13 da Tabela 3, fusível de vidro 0,5A, ativo com

saldo físico igual a 3 e saldo contábil igual a 11.

Figura 35: Gráfico amostragem estratificada – saldo físico versus saldo contábil Fonte: Desenvolvido pelo pesquisador, 2010.

As informações referentes ao saldo físico foram coletadas nas dependências do

almoxarifado da Lafarge nas prateleiras e respectivos compartimentos, conforme

código de localização de cada ativo, após consulta em catálogo disponível na

Page 65: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

65

entrada do ambiente. Por sua vez as informações referentes ao saldo contábil foram

coletadas através do MÁXIMO, software de gestão do setor de manutenção, o qual

está integrado ao JDE, software de gestão de suprimentos, com atualizações de

inventário e equipamentos.

Na Figura 36 foi utilizada como exemplo a busca pelo ativo de código igual a

401500059, referente à correia de transmissão VC-96, sendo obtido saldo contábil

igual a seis peças.

Figura 36: Tela de pesquisa do software MÁXIMO. Fonte: Pesquisa documental Lafarge, 2010.

Portanto, pode-se concluir o estudo estatístico com base no gráfico da Figura 37,

onde estão descritas as informações de representatividade das amostragens

simples e estratificadas, com respectivas séries de valores quantitativos e

percentuais, representados, respectivamente, pelo conjunto de colunas 1 e 2. A

altura das colunas representa os resultados obtidos em cada modalidade, saldo

físico = saldo contábil, saldo físico =! saldo contábil, saldo físico = 0 e saldo contábil

=! 0, e respectivamente, amostragens simples e estratificada, sendo os ativos não

localizados referentes apenas à amostragem simples.

Page 66: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

66

Figura 37: Gráfico conclusivo dos resultados estatísticos. Fonte: Desenvolvido pelo pesquisador, 2010.

No gráfico da Figura 37 foram agrupados os resultados obtidos em cada modalidade

de amostragem e com mesmas categorias de saldo, como por exemplo, saldo

físico=saldo contábil. As colunas da série 1 dizem respeito a soma algébrica dos

itens de mesma categoria das amostragens simples e estratificada, respectivamente.

As colunas da série 2 dizem respeito ao percentual dos itens de mesma categoria

das amostragens simples e estratificada.

Na amostragem simples têm-se as seguintes posições: a, c, e, g e respectivos

valores. Por sua vez a amostragem estratificada é composta pelas posições: b, d, f.

Exemplo de leitura do gráfico: cor azul para saldo físico=saldo contábil para a

modalidade de amostragem estratificada, na posição b, série 1 igual a 6 ativos e

série 2 igual a 46% do total de itens pesquisados.

a b

c d

e f

g

Page 67: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

67

4.3. Necessidades

A partir do estudo de caso foram identificadas as seguintes necessidades:

− Minimizar tempo para verificar entrada e saída de ativos do almoxarifado;

− Maior controle do inventário;

− Melhor controle do inventário, de forma que os dados sobre a disponibilidade de

ativos sejam confiáveis;

− Reduzir custo devido a atrasos de produção/manutenção;

− Diminuir a quantidade de extravio e perda de ativos entre as etapas da cadeia;

− Melhorar a forma como são feitos os pedidos de compra.

4.4. Tecnologia Atual x RFID

Do ponto de vista de aplicação, tanto o sistema de código de barras quanto a

tecnologia RFID atendem seus respectivos requisitos básicos, que é identificar itens.

Porém as características construtivas, princípio de funcionamento e eficiência, entre

outras, tornam-nas distintas, dessa forma tornando-as complementares. O Quadro 4

detalha as características do sistema de código de barras e da tecnologia RFID de

forma comparativa, enfatizando as principais funcionalidades requeridas de um

sistema de identificação.

Page 68: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

68

Características Código de

Barras RFID

Forma de transmissão de dados Óptica Eletromagnética Volume de dados típico 1 – 100 bytes 128 – 8k bytes

Capacidade de armazenamento Até 1000 caracteres Até 64 mil caracteres

Possibilidade de escrita Não Sim Localização do leitor Contato visual Sem contato visual

Múltiplas leituras simultaneamente Não Sim. Até 300 tags

simultaneamente Visão direta Sim Não

Custo Baixíssimo Médio Segurança de acesso Baixa Alta

Susceptibilidade ao ambiente Sujeira Pequena Anticolisão Impossível Possível

Maturidade da tecnologia Total Em desenvolvimento Quadro 4: Comparativo código de barras – RFID. Fontes: LIMA, 2006. ROCHA, 2005.

4.5. Parâmetros Necessários para Implementação

A seguir, foi realizada uma análise de como a tecnologia RFID pode ser utilizada

para atender algumas das necessidades identificadas:

− Com o uso de RFID é possível verificar vários itens ao mesmo tempo e sem visão

direta da etiqueta, ao contrário do código de barras, em que o item é posicionado em

frente ao leitor para que seja realizada a leitura;

− Espalhando os leitores estrategicamente pela cadeia de suprimento é possível ter

conhecimento sobre qual setor está usando um determinado material do inventário;

− O sistema RFID possibilita a criação de eventos capazes de prover ao gestor o

recebimento de um alerta informando que algo anormal acabou de acontecer. Por

exemplo, sempre que um ativo movimentar dentro da área controlada será gerado

automaticamente um sinal, indicando tal evento e caso o mesmo ultrapasse o limite

com a área externa do almoxarifado, outro evento será gerado, garantido assim total

controle do ambiente;

− Quanto aos pedidos de compra, existem duas opções para atender essa

necessidade: a primeira é compartilhar dados do inventário dos ativos com os

respectivos fornecedores. A partir disso os mesmos enviam os ativos quando o

Page 69: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

69

estoque atingir um limiar; a segunda opção é semelhante à primeira com a seguinte

diferença, a conferência do limiar da quantidade de ativos no estoque será verificada

pelo JDE e após o estoque atingir o limiar os pedidos serão feitos junto aos

fornecedores.

Page 70: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

70

5. AMBIENTE PARA SIMULAÇÃO

O estudo de caso proposto nesta monografia foi baseado no desenvolvimento de

ambiente de simulação via softwares propostos pelo Portal_RFID (2010). A estrutura

do simulador será alimentada com informações coletadas no ambiente real, (tipos de

movimentações de ativos realizadas no almoxarifado da Lafarge Cimento) com

respectivos atributos e particularidades passiveis de controle. Não foram aplicados

todos os softwares citados adiante. A aplicação final foi desenvolvida na plataforma

que melhor adequou às particularidades do ambiente real, depois de respectivos

testes de execução de cada software.

5.1. Projeto Rifidi

O Rifidi é uma plataforma de middleware, projeto que visa construir um emulador de

hardware RFID completo e com código aberto. Foi iniciado visando permitir a

realização de protótipos, testes e desenvolvimento de sistemas RFID melhores.

Desta forma, torna possível a virtualização de um sistema RFID, com componentes

de software (leitores, etiquetas e eventos) que se comportam como os

correspondentes dispositivos físicos reais. (RIFIDI, 2010).

Conforme Rifidi (2010), o projeto foi iniciado por um grupo de desenvolvedores e

analistas RFID, após verificarem a inviabilidade da realização de alguns testes em

um ambiente real, em função do custo envolvido, como:

− Verificar o desempenho do sistema em uma situação de sobrecarga;

− Checar rapidamente como a mudança de certos parâmetros podem afetar o

comportamento de uma aplicação;

− Realizar testes que envolvam movimentação de itens.

Portanto, conforme o Portal_RFID (2010), o objetivo do Rifidi é prover uma

ferramenta que simplifica a maneira como as aplicações RFID são desenvolvidas,

além de tornar esse processo reutilizável e simples. Assim, ele é composto por

Page 71: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

71

produtos distintos que, combinados, permitem ao projeto o desenvolvimento e teste

de uma aplicação RFID. Os produtos são:

− RifidiEdgeServer;

− RifidiEmulator;

− RifidiWorkbench;

− RifidiDesigner;

− RifidiTagStreamer;

5.1.1. O software Rifidi EdgeServer

Com Rifidi é possível criar um protótipo de uma aplicação RFID até a simulação via

hardware, e usando RifidiEdgeServer pode facilmente desenvolver regras de

negócios para transformar os eventos de RFID em aplicações de negócios reais.

Trata-se de uma camada de código java de integração RifidiEmulator e

RifidiWorkbench, com troca de informações em tempo real. (PORTAL_RFID, 2010).

5.1.2. O software RifidiEmulator

Este software simula, rapidamente, leituras de etiquetas RFID em execução,

gerando eventos para a aplicação/middleware. Quando configurado, este simulador

possui a capacidade de reproduzir as seguintes funcionalidades de um leitor RFID:

− Leituras de tags RFID em seu raio de leitura;

− Envio de tags RFID lidas para clientes;

− Configuração de parâmetros específicos do leitor.

Page 72: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

72

Na Figura 38 observa-se o layout da interface do RifidiEmulator em execução com a

seguinte configuração: três tags GEN2, do tipo SGTIN96, um leitor do tipo Alien com

duas antenas e seus atributos, como por exemplo, endereço (inet_address).

(PORTAL_RFID, 2010).

Figura 38: Tela inicial do rifidiEmulator. Fonte: Imagem do pesquisador, 2010.

5.1.3. O software Rifidi Workbench

O Workbench cria os LogicalReaders e as ECSpecs. LogicalReaders são os leitores

lógicos criados. O ECSpec especifica regras para determinar o início e o fim de

ciclos de eventos e os relatórios a serem gerados a partir deles. Ele também contém

uma lista de leitores lógicos. (GLOVER, 2007, p. 133).

No menu Window/Preferences do Workbench, é possível alterar o endereço de

subscribe para o endereço de outra máquina. Ao utilizar os recursos do leitor Alien

Page 73: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

73

disponíveis no Rifidi Emulator será possível desenvolver aplicações web service

assim como no Workbench. Na Figura 39 o simular de antenas está em processo de

comunicação como o rifidi Workbench via rede telnet. (PORTAL_RFID, 2010)

Figura 39: Tela inicial do rifidiWorkbench. Fonte: Imagem do pesquisador, 2010.

O rifidi Workbench é responsável pela interface para estruturação do sistema,

criando as funcionalidades cliente – servidor. Na aba Propeties estão os campos IP

Address, RMI Port e JMS Port necessários para criação do canal de comunicação

entre cliente e servidor. Na Figura 40 observa-se a possibilidade de leitura das

informações trocadas no processo de comunicação entre os aplicativos rifidi

Emulator e o rifidi Workbench, via comunicação Telnet. Neste exemplo a simulação

é no computador local, porém os sistemas rifidi possibilitam simulações remotas,

desde que utilizados leitores e tags reais. (PORTAL_RFID, 2010).

Page 74: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

74

Figura 40: Tela inicial da conexão Telnet. Fonte: Imagem do pesquisador, 2010.

Na tela telnet da Figura 40 foi solicitado login e senha para posterior chamada de

movimentação de uma tag, nesta interface o leitor informa que duas tags, com

identificação hexadecimal individuais, movimentaram-se no ambiente controlado na

seguinte data e horário.

5.1.4. O software RifidiDesigner

Esta ferramenta possibilita projetar e simular processos RFID através de uma

interface 3D. Fornece ambientes onde podem ser inseridos componentes como:

esteiras, portal com leitores, itens equipados com etiquetas RFID. Na Figura 41

observa-se a interface inicial do RifidiDesigner. (PORTAL_RFID, 2010).

Page 75: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

75

Figura 41: Tela inicial do RifidiDesigner. Fonte: Imagem do pesquisador, 2010.

5.1.5. O software RiFiDiTagStreamer

Este software permite gerar unidades de teste com diversos leitores e etiquetas

virtuais para testar um sistema RFID, possibilitando a simulação de um fluxo de

etiquetas passando por uma sequência de leitores. (RIFIDI, 2010).

5.2. Desenvolvimento da Aplicação

A modelagem do ambiente de simulação tomará como base os requisitos do sistema

atual, garantindo agilidade nos processos e consistência das informações geradas.

A seguir, estão apresentadas as telas do software Rifidi Designer, aplicado para

desenvolvimento do ambiente simulado, devidamente configurado. Para a simulação

foi desenvolvido um layout conceitual da disposição de prateleiras em um ambiente

controlado. Estão sendo utilizadas três prateleiras representadas por

transportadores de esteira. Para prover a movimentação dos ativos no ambiente

Page 76: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

76

controlado, em cada prateleira existe um leitor que identifique a movimentação dos

ativos na sua área de cobertura. Ainda nas prateleiras são utilizados geradores de

tags para simular os ativos armazenados. Na única saída do ambiente deve ser

instalado o leitor principal, o qual irá registrar a saída definitiva do ambiente. A

Figura 42 mostra a configuração do software e o layout da aplicação.

Figura 42: Layout da aplicação em almoxarifado. Fonte: Imagem do pesquisador, 2010.

Uma vez determinados todos os componentes, o Rifidi Designer está pronto para

execução e, a próxima etapa é a definição das tags e suas respectivas posições no

ambiente controlado. Na Figura 43, por exemplo, a implementação está em

execução com seus diversos estágios destacados e descritos logo a seguir. Foi

criada uma tag e armazenada na prateleira 1 em conjunto com os demais

componentes do grupo (new_group), conforme posição destaque 1. Na posição

destaque 2 encontra-se o leitor Alien_1, indicando que um ativo saiu da prateleira 1,

confirmado pela posição destaque 3 (o ativo entrou e saiu da região de cobertura) no

console de execução. Na posição destaque 4 encontra-se o leitor Alien, indicando

Prateleira 1 Prateleira 2

Prateleira 3

Leitor Saída

Leitor 1

Leitor 3 Leitor 2

Page 77: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

77

que aquele ativo saiu do almoxarifado, confirmado pela posição destaque 5 (o ativo

entrou e saiu da região de cobertura) no console de execução e na posição

destaque 6 observa-se o ativo que se movimentou por toda a extensão do

almoxarifado.

Figura 43: Aplicação de almoxarifado em ambiente simulado. Fonte: Desenvolvido pelo pesquisador, 2010.

Segue a legenda dos tópicos em destaque na Figura 45:

1 – Tag criada e armazenada no new_group;

2 – Leitor 1, identifica a saída do ativo da prateleira 1;

3 – Mensagem de leitura da movimentação de ativos;

4 – Leitor saída, identifica a retirada de ativos do almoxarifado;

5 – Mensagem de leitura da retirada de ativo do almoxarifado;

6 – Ativo após curso de movimentação e retirada do almoxarifado.

1

2

3

5

4

6

Page 78: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

78

Para obter maior detalhamento desta aplicação pode ser utilizado outro software da

família Rifidi, como por exemplo, o Rifidi Workbench, ou via comunicação telnet,

como exemplificado na Figura 44, onde detalhes como data, antena e horários de

leitura podem ser obtidos. Nesta simulação foi criada apenas uma tag, após

execução do software a tag movimentou-se passando por dois leitores o que gerou

quatro TagMenssages no RifidiDesigner (1) e via Telnet (2) informou movimentação

de tag data, horário, antena.

Figura 44: Comunicação via Telnet com RifidiDesigner. Fonte: Desenvolvido pelo pesquisador, 2010.

Segue a legenda dos tópicos em destaque na Figura 44:

1 – Console do Rifidi Designer com respectivas leituras;

Neste console são apresentadas as tagsMenssages, ou seja, a codificação

hexadecimal de cada tag configurada, neste exemplo tem-se quatro registros, isto

significa que esta tag entrou e sai no campo de leitura de dois leitores RFID.

1 2

Page 79: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

79

2 – Tela telnet com respectivas informações;

Na tela telnet foi solicitado login e senha para posterior chamada de movimentação

de uma tag, nesta interface o leitor informa que uma determinada tag entrou e saiu

do ambiente controlado, com respectiva data e horário.

Aplicações robustas podem ser facilmente implementadas no RifidiDesigner, com

vários leitores, inúmeras tags e relatórios detalhados. Na Figura 45 observa-se tal

afirmativa, onde ativos das três prateleiras movimentam-se livremente, conforme

criação de tags, com total captura das informações particulares.

Figura 45: Aplicação RifidiDesigner com múltiplas tags. Fonte: Desenvolvido pelo pesquisador, 2010.

No caso da simulação vista na Figura 45 foram criadas inúmeras tags, divididas e

armazenas nas três prateleiras disponíveis em seus respectivos grupos. Ao executar

a simulação automaticamente as tags são liberadas uma de cada prateleira por vez

até a última tag. No console TagMessages todas as tags são registradas ao

entrarem e saírem do campo de leitura do leitor de cada prateleira, e se for o caso

Page 80: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

80

registradas no leitor de saída do almoxarifado, pois algumas tags podem apenas

movimentarem-se entre prateleiras não saindo do almoxarifado, como pode-se

observar na Figura 45, onde três tags estão localizadas no chão antes de passarem

pelo leitor saída. A tela telnet confirma a leitura das múltiplas consolidando a

consistência dos softwares aplicados para simulação.

Page 81: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

81

6. CONCLUSÃO

Nos dias atuais a tecnologia RFID é considerada inovadora, mesmo com histórico de

mais de 80 anos de origem e evolução, podendo atuar paralelamente ao código de

barras ou até mesmo substituí-lo, em situações que permitam e justifiquem sua

aplicação. A tecnologia RFID deve ser vista como um método adicional de

identificação a ser aplicado ou agregado onde o código de barras ou outras

tecnologias de identificação não atendam todas as necessidades.

Como todo projeto requer planejamento, uma solução RFID pode obter grande

potencial para alterar significativamente o modo como os processos ocorrem e como

as organizações operam. Portanto, conhecer a tecnologia e as particularidades da

gestão de uma organização é fundamental para o sucesso de uma aplicação. Além

disso, é imprescindível delimitar e cumprir os objetivos para aplicação da tecnologia.

Dessa forma, ao delimitar os objetivos geral e específicos para aplicação da

tecnologia RFID na gestão de um almoxarifado, garante-se o sucesso na solução do

problema proposto.

Em cumprimento aos objetivos específicos foram desenvolvidas análise da logística

do almoxarifado, análise de viabilidade de adoção de etiquetas RFID e especificação

dos parâmetros necessários para aplicação desta tecnologia no ambiente simulado,

onde os resultados obtidos foram apresentados em suas respectivas seções no

formato de tabelas, gráficos e telas de software em execução.

A pesquisa bibliográfica possibilitou concluir que existem características e

funcionalidades que devem ser observadas para a implantação de um sistema RFID,

como por exemplo, modelo da etiqueta (tag), frequências, métodos de acoplamento,

tipos de chaveamento e modulação, capacidade de armazenamento de informações

e modos de interoperabilidade.

Na seção 3 foi observada a logística do almoxarifado; quais os processos e métodos

padronizados para requisição de ativos e quais ferramentas de apoio existentes. A

seção 4 caracterizou-se pela identificação das possíveis falhas em função dos

Page 82: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

82

métodos citados na seção 3, para verificação das falhas foi desenvolvido estudo

estatístico onde os resultados foram apresentados na forma de tabelas e gráficos

com as informações coletadas. Com o fechamento do estudo estatístico o índice de

sucesso atingido foi de apenas 50% nas consultas realizadas no estoque do

almoxarifado.

A partir dos resultados obtidos nas seções anteriores foi possível identificar as

vulnerabilidades da gestão do almoxarifado em questão e fortalecer a idéia de

modelar um ambiente simulador através do software RifidiDesigner utilizado na

seção 5. Nesta seção foram apresentados os resultados da execução do sistema

RFID desenvolvido.

Os resultados alcançados ao aplicar a tecnologia RFID foram nítidos, garantindo

100% de precisão na coleta das informações atribuídas aos ativos no ambiente

controlado. Além disso, prover a disponibilização imediata destas informações na

base de dados do sistema, atualização de informações nas tags, inserção/exclusão

de ativos e a não interação de pessoal do setor no processo de retirada de ativos do

estoque. E, com a aplicação dos sistemas rifidi citados nesta monografia, a

organização que está implantando o sistema pode testar a combinação de vários

tipos de leitores, etiquetas e antenas, sem a necessidade de comprar os

equipamentos reais. Essa compra seria feita quando fosse escolhida a melhor

configuração do ambiente para o contexto daquela aplicação.

Por outro lado, há um longo caminho a ser percorrido, pois ainda são levantadas

discussões sobre a privacidade pessoal, padronização mundial, alto custo de

investimento dependendo da aplicação e restrições de leitura em alguns ambientes.

Page 83: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

83

6.1. Sugestões de Estudo

Os resultados obtidos nesta monografia preenchem possíveis lacunas do

conhecimento sobre a tecnologia RFID e devem ser utilizados para conduzir novos

projetos pilotos com sua aplicação, tanto no âmbito da logística de suprimentos

quanto nas demais modalidades comprovadas pela revisão bibliográfica e

funcionalidades possíveis no ambiente simulador desenvolvido pelos softwares

Rifidi. Projetos pilotos atendem duas premissas básicas: validar os estudos

realizados e preparar a organização para a completa implantação e integração.

Também em observância aos resultados obtidos foi detectada a importância da

segurança da informação, pois a implantação da tecnologia RFID deve passar pelas

mesmas análises e testes de segurança, como qualquer outro tipo de tecnologia que

envolve troca de dados, abrindo assim um leque de possibilidades para

desenvolvimento de trabalho futuros. (SEGURANÇA_RFID, 2010).

Page 84: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

84

REFERÊNCIAS

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Page 87: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

87

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Farmácias Hospitalares.2007. Artigo: XXXI Encontro da ANPAD. Rio de janeiro.

Disponível em: <http://www.ufpe.br/ricontabeis/index.php/contabeis/article/viewPDF

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XAVIER, Adriano Pereira; COIMBRA, André C.; OLIVEIRA, Sávio Salvarino T.;

RODRIGUES, Vagner José do S.; VAZ, Thiago Rosa; FREITAS, Leandro Alexandre.

Ferramentas e técnicas para reduzir o custo de implantação de um sistema

RFID.2009. Disponível em: <http://sites.google.com/site/portalrfid/arquivos> Acesso

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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª ed. Porto Alegre. Bookman,

2001. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/18238247/Robert-Yin-Estudo-de-

Caso-livro-capitulos-1-e-2>. Acesso em: 27 Dez. 2010.

Page 88: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

88

ANEXO l

LEVANTAMENTO DE ATIVOS DE ALMOXARIFADO

Responsável pelo setor: Ermes Andrade (Gerente Administrativo)

Operacional entrevistado: Adilson Andrade Sousa (Técnico de Materiais), Julio César Alves Villela (Assistente Administrativo).

1) Qual o número de itens cadastrados em estoque?

Em média o número de ativos do almoxarifado gira em torno de doze mil tipos de

itens, cada qual em quantidade predefinida.

2) Em termos patrimoniais, qual valor estimado em reais do estoque?

O valor patrimonial aproximado é de oito milhões de reais.

3) Quanto à movimentação de itens, qual o número de retiradas ao mês?

Informação não fornecida.

4) Como é feito o controle de acesso ao almoxarifado?

No horário administrativo (07 às 17 horas) o acesso ao almoxarifado é liberado aos

funcionários Lafarge e prestadores de serviço acompanhados.

5) Como são registradas as retiradas de itens do estoque?

Para os profissionais devidamente treinados no sistema JDE, software de gestão do

almoxarifado, é disponibilizado coletor de código de barras para efetivação da

retirada de qualquer item do almoxarifado. O JDE solicita, via coletor, senha de

acesso, o código de barras de uma ordem de serviço para atribuição do item

retirado, código de barras do item e quantidade. Quando o profissional não possuir

Page 89: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

89

acesso ao sistema JDE é disponibilizado formulário impresso para documentação da

movimentação realizada.

6) No que diz respeito à consistência das informações, qual percentual de erro

entre retiradas e baixas efetuadas?

Informação não fornecida.

7) Qual a periodicidade de verificação do estoque (inventário)?

O nosso estoque é dividido pela Curva A, B e C, sendo:

A-80% do estoque em valor � Verifica-se 2 vezes ao ano

B-15% do estoque em valor � Verifica-se 2 vezes ao ano

C-05% do estoque em valor � Verifica-se 1 vez ano (Apenas 2,5% em valor)

Resumo Curva A e B conta-se 100% 2 vezes ao ano e a Curva C conta-se 50% 1

vez ao ano

8) Como é feita esta verificação? Controle informatizado ou manual?

O sistema JDE gera automaticamente uma listagem dos itens a ser contado de

acordo com a curva definida. Esta listagem contem: código do item, descrição

completa e localização do item.

A contagem física e feita em cada localização e digitada no sistema JDE, que por

sua vez gera a listagem de variações/ desvios.

As correções são realizadas item por item dentro do JDE, e o custo apropriado de

acordo como administrador do item.

9) Quais informações são coletadas no inventário?

Se existe diferença entre a contabilidade (Contábil) e o físico, se o item está em

condições de uso ou está danificado/obsoleto, como está a organização do

inventário, como está a identificação dos itens, como estão o estado de conservação

dos itens etc.

Page 90: IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUÊNCIA

90

10) Qual tempo necessário para realização do inventário?

1ª Contagem Curva A � 01 mês

1ª Contagem Curva B � 01 Mês

2ª Contagem da Curva A-B � 01 semana (Inventário anual), (Equipe maior de

contagem)

1ª Contagem da Curva C � 20 dias

11) Qual o efetivo operacional do setor?

Almoxarifado

02 Técnicos de Materiais

01 Estagiário

Inventário

Em período de inventário 01 Inventariante/digitador, 01 contador.

No inventário anual � 03 líderes/inventariantes e 06-contadores e 01

coordenador/digitador

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91

ANEXO ll

Business to Business - B2B é o nome dado ao comércio associado a operações de

compra e venda, de informações, de produtos e de serviços através da Internet ou

através da utilização de redes privadas partilhadas entre duas empresas,

substituindo assim os processos físicos que envolvem as transações comerciais. O

B2B pode também ser definido como troca de mensagens estruturadas com outros

parceiros comerciais a partir de redes privadas ou da Internet, para criar e

transformar assim as suas relações de negócios. (B2B, 2010).