identificaÇÃo autora: maria imaculada de lourdes lagrotta … · 54) “conceber a célula como...
TRANSCRIPT
IDENTIFICAÇÃO
Autora: Maria Imaculada de Lourdes Lagrotta Mamprin
Estabelecimento: Olavo Bilac, C. E – E Fund Médio Normal
Ensino: Ensino Médio
Disciplina: Biologia
Conteúdo Estruturante: Mecanismos biológicos
Conteúdo Específico: Citologia
1-RECURSO DE EXPRESSÃO
Problematização do conteúdo
Chamada para recurso de expressão: UMA NOVA
PERSPECTIVA PARA TRABALHAR ATIVIDADES EXPERIMENTAIS
TÍTULO: IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO
ENSINO DE BIOLOGIA
Texto
Ensinar é um ato que se concretiza se for realmente eficaz, se
propiciar situações onde os alunos encontrem subsídios para construir
e reconstruir seu conhecimento.
Segundo Mortimer (2000, p. 36) “a aprendizagem se dá através
do ativo envolvimento do aprendiz na construção do conhecimento, e
as idéias prévias dos estudantes desempenham um papel
fundamental no processo de aprendizagem, já que essa só é possível
a partir do que o aluno já conhece”.
Neste sentido, o estudante deve ter oportunidades de participar
ativamente do processo de ensino-aprendizagem. Verifica-se, em
diferentes pesquisas, que o ensino passa a ser mais significativo a
partir do momento que permite a participação ativa do estudante,
como nas atividades experimentais.
Verifica-se que as atividades experimentais são importantes e
podem tornar-se interessantes e desafiadoras e quando bem
conduzidas levam os alunos a uma aprendizagem significativa. Para
que isso se torne realidade, precisam sofrer modificações na forma
com que vêm sendo desenvolvidas.
À medida que replanejamos as atividades de ensino, incluindo
as experimentais e as integramos ao contexto da Ciência, elas se
transformam em algo interessante que atrai o aluno, e este se vê
motivado na busca do conhecimento. Neste contexto, os alunos são
solicitados a levantar hipóteses sobre seu objeto de estudo,
confrontá-las com o que está sendo observado e com outras
explicações existentes, processo este que gera a necessidade de
buscar informações que embasem seus argumentos, possibilitando a
escolha desta ou daquela explicação ou sobre este ou aquele modelo.
De acordo com as DCEs do Estado do Paraná “[...] a
experimentação deve ter como finalidade o uso de um método que
privilegie a construção do conhecimento [...], [...] os experimentos
são o ponto de partida para desenvolver a compreensão de conceitos
ou a percepção de sua relação com as idéias discutidas em sala, de
modo a levar os alunos a aproximarem teoria e prática e, ao mesmo
tempo, permitir que o professor perceba as dúvidas de seus alunos”
(2006, p. 30-41).
Dentre as várias divisões da Biologia, a Citologia foi escolhida
porque se relaciona ao estudo da célula, conteúdo que apresenta um
certo grau de dificuldade para os alunos, embora represente um
conceito essencial para a compreensão da disciplina.
Segundo Morandini e Bellinello (1999) “O estudo da Citologia é
fundamental para a compreensão de qualquer processo biológico,
uma vez que todos os fenômenos vitais ocorrem na célula.”
Normalmente iniciamos este conteúdo através do conceito já
elaborado de célula como sendo a unidade morfofisiológica da
maioria dos seres vivos. Segundo Soncini e Castilho Jr. (1991, p. 51-
54) “Conceber a célula como unidade estrutural e funcional do
organismo e dos seres vivos requer o entendimento da sua dinâmica,
da alta complexidade dos processos metabólicos e estruturais. [...],
[...] Este conteúdo representa a forma mais complexa do fenômeno
vida, exigindo que se tenha um nível de abstração mais elaborado
para compreender as intrincadas relações que ocorrem a nível
celular.”
Trazer à tona os elementos que explicitem este processo
implica propiciar ao aluno condições mais favoráveis para que ele
compreenda o conceito de célula, por meio do confronto das
explicações ou hipóteses existentes sobre os fenômenos e processos
que a integram, mediante a proposição de um problema acerca do
fenômeno a ser investigado. Todo este processo culmina na
explicitação de um modelo possível de ser conceituado.
Ainda de acordo com Soncini e Castilho Jr (1991), torna-se
necessário que a seleção de conteúdos e a escolha de uma
metodologia sejam coerentes com os objetivos propostos, a partir da
compreensão de que a Biologia é uma ciência que interpreta
fenômenos da natureza e, portanto, opera com modelos construídos
no tempo e no espaço. Sob este viés, é vital desenvolver a
capacidade de síntese, análise, transferência etc., que leva à
apropriação do conhecimento, o qual se traduz no incremento da
autonomia.
Sendo assim, o presente trabalho torna-se oportuno por
possibilitar uma reflexão sobre o fazer profissional dos professores de
Biologia, face à utilização de atividades experimentais como
possibilidade de otimização da tarefa educativa.
REFERÊNCIAS
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil. São Paulo: Ática, 1998.
CARRASCOSA, J. GIL PEREZ, D. VILCHES, A. VALDÉS. Papel de la
actividade experimental en educación cientifica. Cad. Bras. Ens.
Fis., v.23, n. 2:p. 157-181, ago. 2006.
CARVALHO, A. M...[et al]. Ciências no Ensino Fundamental: o
conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 1998 – (Pensamento e ação
no magistério).
CHARLOT, B. Da relação com o Saber: elementos para uma teoria.
Porto Alegre: Artmed, 2000.
GARCÍA, S. MARTÍNEZ LOSADA, C. Y MONDELO ALONSO, M. Hacia la
innovación de las actividades praticas desde la formación del
profesorado. Enseñanza de las Ciencias, 16(2), p. 353-366, 1998.
HODSON, D. Hacia um enfoque más critico del trabajo de
laboratório. Enseñanza de las Ciencias, v. 12,n.3, 299-313, 1994ª.
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Bilogia. 4 ed. São Paulo: Ed.
USP, 2004.
MORANDINI, C. BELLINELLO, L. C. Biologia: volume único. São Paulo:
Atual, 1999.
MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa. Brasília: Ed. UNB,
1999.
MORTIMER, E. F. Linguagem e formação de conceitos no ensino
de ciências. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000.
SEED. Diretrizes Curriculares de Biologia para a Educação
Básica. Curitiba, 2006.
SONCINI, M. I. CASTILHO Jr. M. Biologia. São Paulo: Cortez, 1991
TAPIA, J. A. FITA, E. C. A motivação em sala de aula: o que é, como
se faz. 5 ed. São Paulo: Loyola, 2003.
2- RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO
2.1 INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
TÍTULO: Mudanças necessárias à compreensão do processo
ensino-aprendizagem em um contexto participativo
Texto
A importância das atividades experimentais no ensino de
Biologia é praticamente inquestionável. Porém, independente do
lugar onde são realizadas, deve-se propiciar condições para que
tenham como resultado uma aprendizagem significativa.
Precisamos descaracterizar os roteiros destas atividades das
tradicionais “receitas de bolo” que pouco contribuem para um
processo efetivo de aprendizagem.
No cenário que se descortina atualmente nas nossas escolas,
faz-se necessária uma mudança na prática pedagógica. Ao
abordarmos o aspecto das aulas práticas, surge o seguinte
questionamento: como replanejar as atividades experimentais para
que estas deixem de ser simples “receitas” a serem seguidas?
Exemplificativamente, quando estudamos a célula sob o ponto
de vista morfológico, observamos a variedade de formas que esta
pode apresentar, tais como: cúbicas, estreladas, esféricas, cilíndricas,
etc.
Na maioria das células, a forma mantém-se relativamente
constante, porém podemos encontrar no corpo humano células que
alteram sua forma em decorrência da sua função, por exemplo, os
macrófagos e alguns tipos de glóbulos brancos do sangue (os
neutrófilos), que apresentam movimento amebóide (por se
assemelhar ao movimento das amebas).
Tomando por base as afirmações acima, podemos propor para
os nossos alunos os seguintes questionamentos: 1) se as células
mantêm sua forma relativamente constante, por que ao fazermos
uma compressão (mediana), por exemplo, em uma região qualquer
do nosso braço, as células não se arrebentam? 2) o que possibilita
estabilidade da forma da célula?
Referências
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4 ed. São Paulo: Ed.
USP, 2004.
LAURENCE, J. Biologia: Ensino Médio. Volume único. São Paulo: Nova
Geração, 2005
MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa. Brasília: Ed. UNB,
1999.
MOREIRA, M. L. DINIZ, E. S. O Laboratório de Biologia no Ensino
Médio: infra-estrutura e outros aspectos relevantes. Disponível em:
www.unesp.br/prograd/PDFNE2002. Acessado em: 02/04/07.
2.2 PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
TÍTULO: Citologia e suas interfaces
Texto
A Citologia abrange estudos da Biologia Molecular e da
Bioquímica. A Biologia Molecular é o ramo da ciência que estuda a
estrutura das moléculas que compõem as substâncias orgânicas e
como elas funcionam. Une os conhecimentos biológicos e bioquímicos
para compreender a organização e o metabolismo dos seres vivos. A
Bioquímica ou citoquímica estuda os componentes químicos da
matéria viva e seus respectivos papéis biológicos (AMABIS e MARTO,
2001; PAULINO, 2003).
A matéria viva caracteriza-se pelo equilíbrio de bilhões de íons e
de moléculas que constituem seu equipamento bioquímico. A análise
química das células de qualquer ser vivo revela a presença constante
de certas substâncias que, nos diversos organismos, desempenham
fundamentalmente o mesmo papel biológico.
Os componentes químicos da célula podem ser divididos em
dois grandes grupos: inorgânicos (água e sais minerais) e orgânicos
(carboidratos, lipídios, vitaminas, proteínas e ácidos nucléicos).
Ao abordarmos os componentes químicos da célula,
estabelecemos a interdisciplinaridade com o conteúdo estruturante
matéria e natureza da disciplina de Química, por se tratar da essência
da matéria.
De forma semelhante, estabelecemos a interdisciplinaridade
com o ensino de Língua Portuguesa que perpassa um complexo
mundo dos conhecimentos a partir da análise e compreensão de
informações dispostas sob as mais diferentes tipologias textuais.
Assim, ao buscar as funções da linguagem, verifica-se que a função
Referencial faz-se presente toda vez que um conteúdo de qualquer
disciplina é trabalhado.
Ao explicitarmos aos nossos alunos a interdisciplinaridade com
a Química e com a Língua Portuguesa, favorecemos a conscientização
de diferentes disciplinas se complementam à medida que novos
conhecimentos são agregados, enriquecem assim, o nosso conteúdo
de estudo.
Referências
AMABIS, J. M. MARTHO, G. R. Conceitos de Biologia. Vol.1. São
Paulo: Moderna, 2001.
MACHADO, S. Biologia para o Ensino Médio. Vol.único. São Paulo:
Scipione, 2003.
MARCZWSKI, M. MARTIN, E.V. Ciências Biológicas. Vol.1. São Paulo:
FTD, 1999.
PAULINO, W.R. Biologia. Série Novo Ensino Médio. Vol.1. 8 ed. São
Paulo: Ática, 2003.
2.3– CONTEXTUALIZAÇÃO
TÍTULO: Rumos históricos da Citologia
Texto
De acordo com Machado (2003, p.10) “Biologia é a ciência que
estuda a vida. Levantamentos históricos indicam que este ramo do
conhecimento humano desenvolveu-se a partir do século VI a.C., na
Grécia antiga, com os estudos do filósofo Alcméon, integrante da
escola pitagórica de Crotona, que se dedicou a procurar respostas às
indagações do homem sobre a vida. Alcméon elaborou a hipótese de
que ”o homem se diferencia dos animais porque pensa. O
conhecimento sobre a vida vem sendo utilizado desde épocas
remotas.”
Podemos identificar como marco histórico da Citologia a
invenção do microscópio por Hans e Zaccharias Janssen, em 1590,
que possibilitou várias descobertas sobre a célula.
Ainda conforme Machado (2003, p. 11) “A partir da segunda
metade do século XX, importantes descobertas da Biologia vêm
sendo enunciadas [...] os avanços da Biologia transformarão o modo
de vida dos cidadãos, melhorando a qualidade de vida”.
Dada a especificidade e importância atribuídas à Biologia, é
essencial que seu ensino privilegie as diferentes dimensões que
constituem a complexidade da vida humana, de forma
contextualizada e dinâmica.
Contextualizar os conteúdos possibilita que o aluno saia da
condição de mero espectador e se transforme em agente ativo na
construção do seu próprio conhecimento, estabelecendo uma relação
entre o que ele vivencia em seu cotidiano e o que aprende em sua
trajetória escolar. É primordial também que o aluno compreenda que
os conteúdos abordados estão inseridos em um contexto histórico-
social e cultural mais amplo.
Referências
MACHADO, S. Biologia para o Ensino Médio. Vol.único. São Paulo:
Scipione, 2003
PAULINO, W.R. Biologia. Série Novo Ensino Médio. Vol.1. 8 ed. São
Paulo: Ática, 2003
3- RECURSOS DIDÁTICOS
3.1 SÍTIOS
Título: Super site da web
Disponível em (endereço web):
http://supersitesdaweb.com/biologia.htm
Acessado em: janeiro/2008
Comentários: Site com informações sobre vários temas da Biologia,
disponibiliza filmes para download.
Título: Biologia Celular - Citologia
Disponível em: www.mundosites.net/biologia/biologiacelular.htm
Acessado em: dezembro/2007
Comentários: Neste site encontramos informações sobre Biologia
celular, célula (divisão celular, organelas), bem como um vídeo sobre
o interior da célula.
Título: Células
Disponível em: www.guia.heu.nom.br/celulas.htm
Acessado em: dezembro/2007
Comentários: Este site disponibiliza conteúdo sobre a célula e suas
organelas.
3.2 SONS E VÍDEOS
Vídeo
Título: Célula
Produtora: Judy Brooks – BBC World Wild
Duração: 8’ 33’’
Local da publicação: Inglaterra
Ano: TV Escola 2001
Disponível em (endereço web):
Sinopse: Este vídeo descreve a célula e seus componentes
Comentário: É um vídeo que enfoca com clareza a célula, suas
partes, salientando as características das células vivas, quais são
seus componentes e como interagem para a manutenção da vida.
Áudio
Título da música: Muros e Grades
Executor/interprete: Humberto Gessinger, Augusto Lesks, Carlos
Maltz – Engenheiros do Hawaii
Título do CD: Várias variáveis
Número da faixa: 9
Nome da gravadora: BMG
Ano: 1991
Disponível em (endereço web):
http://www2.uol.com.br/engenheirosdohawaii/discos/varias.shtm
Local: Rio de Janeiro
Texto: Muros e grades
Engenheiros do Hawaii - Muros e Grades
Humberto Gessinger E Augusto Licks
Nas grandes cidades do pequeno dia-a-dia
O medo nos leva a tudo, sobretudo a fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia
Erguemos muros...
Nas grandes cidades de um país tão violento
Os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
E nada nos protege de uma vida sem sentido
O quase tudo quase sempre é quase nada...
Um dia super
Uma noite super
Uma vida superficial
Entre sombras
Entre as sobras
Da nossa escassez
Um dia super
Uma noite super
Uma vida superficial
Entre cobras
Entre escombros
Da nossa solidez
Nas grandes cidades de um país tão irreal
Os muros e as grades
Nos protegem de nosso próprio mal
Levamos uma vida que não nos leva a nada
Levamos muito tempo prá descobrir
Que não é por aí...não é por nada não
Não, não pode ser...é claro que não é
¿Será?
Meninos de rua, delírios de ruína
Violência nua e crua, verdade clandestina
Delírios de ruína, delitos & delícias
A violência travestida faz seu trottoir
Em armas de brinquedo, medo de brincar
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
Um dia super
Uma noite super
Uma vida superficial
Entre as sombras
Entre as sobras
Da nossa escassez
Um dia super
Uma noite super
Uma vida superficial
Entre as cobras
Entre escombros
Da nossa solidez
Viver assim é um absurdo, (como outro qualquer)
Como tentar o suicídio (ou amar uma mulher)
Viver assim é um absurdo (como outro qualquer)
Como lutar pelo poder (lutar como puder)
Comentário:
O título da canção é emblemático de uma das grandes preocupações
da sociedade pós-contemporânea: a falta de segurança que aflige
moradores de todas as classes sociais, em pequenas ou grandes
cidades.
Ao longo dos versos que compõem o texto musical, pode-se entrever
a necessidade crescente de proteção no sentido material, mas que
deixa os indivíduos entregues a uma vida vazia, superficial, sem
sentido.
Trazendo o texto em análise para a abordagem sobre o estudo da
célula, é possível estabelecer uma analogia entre a função da
membrana plasmática, a qual separa os meios intra e extracelular,
tendo como finalidade central a regulação das substâncias que
entram e saem da célula, com a situação expressa pelo verso “Os
muros e grades que nos protegem de quase tudo”.
3.3- PROPOSTA DE ATIVIDADES
TÍTULO: Atividade de investigação do citoesqueleto
TEXTO:
Para possibilitarmos aos nossos alunos a construção do próprio
conhecimento, sugere-se que esta atividade se inicie com a
proposição de um problema a ser investigado, isto é, propor os alunos
os seguintes questionamentos: 1) se as células mantêm sua forma
relativamente constante, por que ao fazermos uma compressão
(mediana), por exemplo, em uma região qualquer do nosso braço as
células não se arrebentam? 2) o que possibilita estabilidade da forma
da célula?
À medida que os alunos vão propondo suas hipóteses, devemos
estimulá-los a explicar as suas possíveis maneiras de comprová-las.
Como possíveis estratégias de solução deste problema, podemos
sugerir:
1) uma investigação, na qual o aluno construirá o seu
Referêncial teórico acerca da composição do citoesqueleto e da
membrana plasmática. A partir desta investigação, o aluno terá
condições de estabelecer relações entre a forma da célula, o
citoesqueleto e a membrana plasmática e entre o citoesqueleto e os
movimentos que a célula apresenta. Também será possível identificar
que as proteínas que formam o citoesqueleto também estão
presentes na constituição dos cílios e flagelos.
2) orientá-los na construção de um modelo de célula, que
poderá comprovar, reelaborar ou refutar suas hipóteses.
A utilização de modelos de citoesqueleto revestidos por
membranas formadas pelo sabão possibilita condições de ampliar a
percepção da forma celular como uma característica dependente do
citoesqueleto.
Deste modo, a realização da proposta contida neste estudo
evidencia que mesmo atividades simples e de rápida execução
podem fornecer a possibilidade para os alunos vivenciarem um
processo analógico que propicia um aprendizado real, significativo.
As analogias que podem ser tecidas a partir deste experimento
podem ser apresentadas pelos seguintes pares: bolha de
sabão/membrana; palito de pirulito e fio de nylon/citoesqueleto;
forma da bolha/forma da célula.
Para uma melhor compreensão da analogia bolha de
sabão/membrana, é necessário que se tenha conhecimento sobre as
propriedades dos sabões, portanto sugerimos a leitura dos seguintes
textos:
PULIDO, M. D. Sabões e detergentes. Disponível em:
http://quimicaet.v.10.com.br/textos/detergentes.pdf acessado em:
09/10/07WIKIPEDIA. Detergentes.Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Detergente acessado em:09/10/07
DEBACHER, N. A. Bolhas de sabão e detergentes.
http://qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/bolhas_sabãohtml acessado
em:09/10/07.
Material necessário para a construção do modelo:
• Bola de isopor de 2 a 3 cm de diâmetro
• Palitos de pirulito
• Palito de churrasco
• Fio de nylon
• Cola para isopor
• Estilete pontiagudo.
Figura 1 - Material a ser utilizado
Fonte: MAMPRIN, 2008
Procedimento:
• Faça um furo em cada palito de pirulito, próximo a uma
das extremidades, usando para isso o estilete pontiagudo
aquecido;
• Faça furos pequenos e bem próximos na bola de isopor,
para isso use a extremidade pontiaguda do palito de
churrasco;
• Nesses furos, fixe os palitos de pirulito com cola de isopor,
deixando para fora a extremidade que contém o furo;
• Passe o fio de nylon em cada um dos buracos dos palitos
de pirulito; quantas vezes for necessário para que se
obtenha uma trama bem fechada;
• Coloque água em um balde até o nível que possibilite o
mergulho total do modelo. A seguir, acrescente o
detergente escorrendo pela parede do balde, impedindo
desta maneira a formação de bolhas na superfície da
água;
• Afunde lenta e totalmente o modelo na água com
detergente;
• Retire lentamente e observe o que acontece;
• Anote suas observações e discuta com seus colegas;
• Responda: a que conclusões chegaram?
Figura 2 – Resultado final do experimento
Fonte: MAMPRIN, 2008
Referências
LORETO, E. L. S. SEPEL, L. M. N. Atividades experimentais e didáticas
da Biologia Molecular e Celular. Cadernos de Biologia molecular e
celular. 2 ed. ampl. e rev. São Paulo: SBG, 2003.
PULIDO, M. D. Sabões e detergentes. Disponível em:
http://quimicaet.v.10.com.br/textos/detergentes.pdf Acessado em:
09/10/07
WIKIPEDIA. Detergentes. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Detergente acessado em:09/10/07
DEBACHER, N. A. Bolhas de sabão e detergentes. Disponível em:
http://qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/bolhas_sabãohtml Acessado em:
09/10/07.
3.4- Imagens
Imagem
Comentário: Imagem do modelo em que a “bolha de sabão”,
representando a membrana plasmática, se amolda à estrutura
do citoesqueleto, representado pelos palitos de pirulito
(microtúbulos) e pela rede de nylon (microfilamentos).
Fonte: MAMPRIN, 2008
4- Recurso de informação
4.1- Sugestão de leitura
Livros:
Título do livro: Biologia celular
Referência: MAILLET, M. Biologia celular. São Paulo: Santos, 2003
Comentários: Nesta obra, encontramos conteúdos mais
aprofundados de Biologia Celular, ilustrados por esquemas e
fotomicrografias de fácil entendimento.
Título: Bases da Biologia Celular e Molecular
Referência: DE ROBERTIS, E. M. F. & HIB, J. Bases da Biologia
Celular e Molecular. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
Comentários: É um livro sobre Biologia Celular e Molecular, que
apresenta uma linguagem clara e de fácil entendimento. Os temas
são apresentados de maneira concisa e didática, numerados, o que
permite agilizar sua busca e facilita a integração dos conteúdos.
Internet
Título: Laboratório de Imagem Biológica/ UFRJ
Disponível em: http://www.acd.ufrj.br/dhe/labmus.htm
Acessado em: janeiro, 2008.
Comentário: Trata-se de um sítio que disponibiliza um laboratório
para produção e divulgação de material didático ligado à imagem
biológica de diversos temas, principalmente histologia, citologia e
embriologia. Traz ainda um banco de imagens digitais de histologia.
4.2- Notícias
Jornal
Título da notícia: Cuidados com a pele: Como agem os raios
solares.
Referência: Folha de Londrina – Folha Verão p. 4 = 14/01/08.
Texto:
UVB
São os mais agressivos. Os raios ultravioleta B atingem as camadas
da pele, produzindo vermelhidão, queimaduras e câncer da pele. São
os mais intensos no verão.
UVA
Ocorrem da maneira uniforme durante todo o dia. Eles penetram mais
profundamente na pele, causam danos estruturais nas células que
produzem e renovam o colágeno e a elastina (responsável pela
elasticidade da pele), acelerando o envelhecimento. Produzem
manchas e alergias. Também contribuem para o câncer de pele.
Perigos
Os efeitos dos raios ultravioleta são tardios e cumulativos. Quanto
mais cedo a exposição ao sol sem proteção, maior a chance de
envelhecimento precoce, catarata e câncer de pele.
Como funcionam os filtros solares
Há dois tipos de filtros solares. Os químicos absorvem e convertem a
radiação ultravioleta numa forma de energia, como, por exemplo, o
calor. Os físicos (ou de barreira) são opacos, dispersam e refletem a
radiação, evitando sua penetração no organismo. Os
autobronzeadores não substituem o uso de filtros solares e estes
devem ser usados diariamente em todas as partes do corpo. Alguns
produtos contidos nos filtros podem causar sensibilidade por contato
e reações alérgicas. É importante testá-los numa área do corpo e
observar antes de espalhar o produto. O bom protetor une os filtros
físicos e químicos.
Tipos de pele e fator de proteção solar recomendado
O filtro deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição ao sol e
reaplicado a cada duas horas após a entrada na água ou transpiração
excessiva.
Tipo
Fator
Pele clara, com sardas e olhos azuis 20 a 60
Pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos, 20 a 60
cabelos louros ou ruivos
Média das pessoas brancas ou morenas claras 15 a 30
Com cabelos e olhos escuros
Pessoas negras ou morenas 15 a 20
Fontes: Sociedade Brasileira de Dermatologia (sbd) GRAFFO Folha
Arte
Comentários: Neste texto, são abordados a ação e os efeitos dos
raios UVA e UVB, a proteção dos filtros solares e a relação entre os
tipos de pele e o fator de proteção solar recomendado.
Revista de circulação
Título da notícia: Façanha microscópica
Referência: BUCHALLA, Ana Paula. Façanha microscópica. Revista
Veja. Edição 2036 – ano 40 – nº 47. 28/11/07. p. 126-127
Texto
Medicina
Façanha microscópica
Pesquisadores americanos e japoneses conseguem fazer com
que células da pele voltem a ser células-tronco embrionárias
Anna Paula Buchalla
Duas equipes de pesquisadores, uma americana e outra
japonesa, anunciaram uma façanha que fornece mais um rumo aos
estudos sobre o uso terapêutico de células-tronco. Lideradas por
James Thomson, da Universidade de Wisconsin, e por Shinya
Yamanaka, da Universidade Kioto, elas conseguiram fazer com que
células adultas da pele regredissem ao estágio de embrionárias e
depois se transformassem em neurônios e células cardíacas. Existem
dois grupos de células-tronco: as embrionárias e as adultas. As
primeiras são retiradas de embriões, no estágio em que eles não
passam de um amontoado de células indiferenciadas entre si. As
adultas, por sua vez, são encontradas sobretudo no cordão umbilical
e na medula óssea. Além de se multiplicarem mais facilmente, as
células embrionárias são muito mais versáteis do que as adultas. Elas
têm a capacidade de se transformar em qualquer um dos 220 tipos
de célula do organismo. Por isso, são a grande esperança no
tratamento de diversas doenças – problemas cardíacos, derrames,
diabetes, disfunções neurológicas e traumas na medula espinhal. Os
estudos com as células-tronco embrionárias, porém, estão cercados
de questionamentos éticos. Usá-las em experiências significa matar
embriões humanos – o que, do ponto de vista religioso, representa
um atentado à vida. A princípio, esse entrave parece resolvido com o
feito das equipes de Thomson e de Yamanaka. Eles conseguiram
identificar genes humanos capazes de reprogramar o DNA das células
da pele, convertendo-as em embrionárias, sem que seja preciso
matar embriões. Os resultados dos trabalhos americano e japonês
saíram nas revistas científicas Science e Cell, respectivamente.
Foi um trabalho árduo de tentativa e erro. Entre mais de 1.000
genes com algum poder de reprogramar células, os pesquisadores
descobriram que a combinação de quatro deles tinha o poder de
"ligar" e "desligar" totalmente funções celulares – ou seja, de fazer
com que uma célula adulta voltasse a ser embrionária. No grupo dos
japoneses, de cada 5.000 células de pele inoculadas com os genes,
chegou-se a apenas uma célula embrionária. No caso dos americanos,
essa proporção foi de 10.000 para uma. O passo seguinte foi induzi-
las a se metamorfosear em neurônios e células cardíacas.
As pesquisas de Thomson e Yamanaka foram comemoradas
pelos opositores do uso de embriões humanos como uma vitória
consagradora. Entre eles, o presidente americano George W. Bush e
seus assessores mais próximos. Há seis anos, para agradar aos
cristãos fundamentalistas que fazem parte de seu rebanho eleitoral,
ele proibiu o financiamento governamental de experiências com
células-tronco embrionárias. Sua turma chegou a dizer, inclusive, que
os cientistas enveredaram por esse caminho – o de tentar transformar
células adultas em embrionárias – graças ao veto presidencial. Seria o
primeiro caso na história da humanidade em que a ciência recebeu
um impulso da censura. Bobagem, é claro. Cientista que se preza não
evita nenhuma linha de pesquisa. A tentativa de criar células
embrionárias a partir de adultas é um objetivo que esteve sempre
presente nos estudos sobre o assunto. O que se conseguiu, agora, foi
passar da intenção à realidade – que, enfatize-se, ainda está
circunscrita aos laboratórios. A façanha de americanos e japoneses
também não significa o abandono dos experimentos com embriões
humanos. Eles continuam permitidos, sem restrições, em dois países:
Inglaterra e Coréia do Sul.
Os estudos com células-tronco embrionárias já têm quase uma
década, mas persistem os problemas com sua manipulação. "Até hoje
não se conseguiu encontrar um mecanismo para controlar o ritmo
com que elas proliferam", diz a geneticista Lygia da Veiga Pereira. As
células-tronco embrionárias se multiplicam tanto e tão rapidamente
que podem dar origem a tumores malignos. E é aqui que reside o
principal problema das técnicas de reprogramação desenvolvidas por
Thomson e Yamanaka. A transformação de uma célula da pele em
embrionária também requer uma série de alterações genéticas sobre
a qual não se tem nenhum controle. "Levará pelo menos uma década
para essa técnica começar a dar resultados em humanos, dentro de
parâmetros aceitáveis de segurança", diz Hans Dohmann, especialista
em células-tronco. Mas não há dúvida de que a Medicina deu um
grande passo. Um primeiro grande passo.
Comentários: O texto relata que pesquisadores americanos e
japoneses conseguiram a reprogramação celular, isto é, induzir a
volta das células da pele ao seu estágio embrionário e depois que se
transformassem em neurônios e células cardíacas. Aborda uma
questão recorrente nos meios acadêmico e científico, mas que
interesse também á população mundial de forma geral, uma vez que
pode representar um avanço imensurável em diversas esferas da
vida humana.
Jornal on-line
Título da notícia: Descobridor de um método de induzir células
tronco pede regulamentação.
Referência: www.folha.com.br
Folha online – domingo, 20/01/08 – Ciência e Saúde – 09/01/08
Texto:
Descobridor de método de induzir células-tronco pede
regulamentação
da Efe, em Tóquio
O cientista japonês Shinya Yamanaka, que ficou famoso ao
descobrir a possibilidade de criar células-tronco sem a necessidade
de empregar embriões, pediu nesta quarta-feira que o uso desse
método seja regulamentado em função dos problemas éticos que ele
pode gerar.
Durante uma conferência no Clube de Correspondentes
Estrangeiros de Tóquio, Yamanaka disse que seu método está livre de
problemas morais relacionados à destruição de embriões humanos e
poderá ser usado, em um futuro ainda não determinado, para o
tratamento de doenças como o mal de Parkinson e o câncer.
No entanto, a nova tecnologia, que foi apresentada em
novembro, oferece ferramentas para criar vida humana em
laboratório, um avanço que entra no campo da ética.
O pesquisador concordou com a “regulamentação” porque sua
descoberta pode ser usada para “fazer algo ruim”, dada a relativa
simplicidade da tecnologia necessária para seu desenvolvimento.
Yamanaka trabalha na Universidade de Kioto na criação de
células-mãe induzidas, que têm as mesmas funções que as células-
tronco, mas os cientistas não usam embriões humanos para gerá-las,
ao contrário das técnicas existentes até agora, que utilizam estes
embriões e os destroem.
O pesquisador japonês emprega apenas células da pele
humana, de modo que desaparecem todos os problemas éticos que
até agora travaram a pesquisa com células-tronco em muitos países.
Comentário: Este texto aborda a questão ética sobre o método de
induzir células-tronco sem a necessidade do uso de embriões,
apontando para a necessidade de se criar uma regulamentação a fim
de que impeça a criação de seres humanos em laboratório,
possibilidade esta gerada por esta técnica.
Revista on-line
Título da notícia: O desbravamento do interior da célula
Referência: http://www.veja.com.br
Texto
O desbravamento do interior celular
Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)
estudam o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de mapear as
estruturas internas das células. O desafio não é, em si, uma grande
novidade. A microscopia eletrônica já permite a observação de
organelas celulares de tamanhos diminutos, da ordem de apenas
alguns nanômetros (1nanômetro equivale a 0,000000001 metro). O
problema é que as técnicas atuais exigem que as células a ser
analisadas sejam submetidas a um tratamento complexo, que acaba
por matá-las. O pulo-do-gato dos pesquisadores do MIT, liderados
pelo físico Michael Feld, é um método conhecido como
interferometria, técnica que analisa o modo como os raios luminosos
atravessam a célula. A partir desse levantamento, como em uma
tomografia, é possível tirar fotografias de diferentes ângulos de uma
mesma célula – sem causar nenhum dano às suas estruturas. Com
essas fotos, os pesquisadores conseguem montar uma imagem
tridimensional da célula, o que facilita o seu estudo. Alguns
integrantes da equipe de Feld já começam a testar as aplicações
práticas da técnica. Um deles é o físico Gabriel Popescu, responsável
por um estudo sobre as alterações na membrana das hemácias, as
células vermelhas do sangue, que busca pistas de como ocorre a
evolução de algumas doenças. Distúrbios como o alcoolismo, por
exemplo, reduzem a elasticidade da membrana das hemácias.
Comentários: O texto ressalta a importância do método
desenvolvido pelos pesquisadores liderados pelo físico Michael Feld, a
interferometria, que consiste na análise da maneira como os raios
luminosos atravessam a célula, permitindo o estudo da mesma sem
lesionar qualquer uma das suas estruturas.
4.3- Destaques
Título: Destaques da ciência em 2007
Referência:
http://ciencias.seed.pr.gov.br/modules/noticias/print.php?storyid=63
20/01/08
Texto
Destaques da ciência em 2007
A Science elegeu, em sua edição desta sexta-feira (21/12), as
dez descobertas científicas mais importantes de 2007. Entre os
principais feitos, a revista destacou descobertas relacionadas à
variação genética humana, à reprogramação de células adultas e à
origem dos raios cósmicos. Esta última teve participação importante
de pesquisadores brasileiros.
Segundo a revista, a comunidade científica se surpreendeu com
uma série de avanços nas pesquisas sobre o genoma humano que
demonstram existir uma diferença muito maior do que se imaginava
entre o DNA de diferentes pessoas.
“Por muitos anos temos ouvido sobre como as pessoas são
idênticas entre elas e até em relação a outros primatas. Mas, neste
ano, avanços em várias frentes levaram pela primeira vez a concluir
que há uma grande diferença entre os genomas de cada indivíduo”,
disse o editor de ciências físicas da publicação, Robert Coontz, que
coordenou o processo de seleção dos principais avanços do ano.
“É um imenso salto conceitual que afetará a vida humana
desde como os médicos tratam as doenças até como nos vemos
enquanto indivíduos”, destacou.
Desde o seqüenciamento do genoma humano, os cientistas têm
mapeado pequenas variações no genoma humano, que tiveram
papel-chave em projetos de pesquisa em associação completa de
genomas, realizados em 2007. Nesses projetos, pesquisadores
compararam o DNA de milhares de indivíduos com e sem doenças
para determinar quais das pequenas variações genéticas
representam riscos.
Em segundo lugar entre os avanços científicos do ano, a revista
apontou a tecnologia de reprogramação de células anunciada em
junho. Na ocasião, pesquisadores do Japão e dos Estados Unidos
criaram células-tronco pluripotentes induzidas, a partir da pele de
camundongos, que poderiam ser utilizadas para produzir todos os
tipos de tecidos do corpo. Em novembro, duas equipes anunciaram o
mesmo feito com células da pele humanas.
Em terceiro lugar, a revista indicou a pesquisa realizada no
Observatório Pierre Auger, na Argentina, que descobriu a
proveniência dos raios cósmicos de alta energia – um dos maiores
mistérios da astronomia. A pesquisa, que teve importante
participação brasileira, sugere que os raios são emitidos a partir de
áreas do espaço onde existem núcleos galácticos ativos, isto é,
galáxias com buracos negros supermassivos em seu centro.
Em quarto lugar, a Science apontou a pesquisa que determinou
a estrutura do receptor Beta2-adrenérgico humano, que regula os
sistemas humanos internos ao carregar, pelo corpo, mensagens dos
hormônios, serotonina e outras moléculas. Esses receptores são alvo
para medicamentos que vão de anti-histamínicos a betabloqueadores.
Avanços na transição de óxidos metálicos ficaram em quinto
lugar por seu potencial para viabilizar uma nova revolução dos
materiais. Em 2007, diz a revista, equipes de cientistas utilizaram
pares de óxidos para produzir interfaces com uma ampla gama de
propriedades magnéticas e elétricas potencialmente úteis.
Em sexto lugar, foi lembrado o trabalho de físicos teóricos e
experimentais que produziram o já previsto efeito Hall de rotação
quântica, um comportamento singular de elétrons que fluem por meio
de certos materiais submetidos a campos elétricos externos. Se esse
efeito funcionar em temperatura ambiente, ele poderá levar ao
desenvolvimento de um novo equipamento de computação
“spintrônico” de baixa potência.
Em sétimo lugar, ficou a pesquisa sobre como células T que
combatem vírus e tumores se especializam para fornecer proteção
imediata ou de longo prazo. Os autores do trabalho descobriram que,
quando se observa uma célula T logo após sua divisão, dois tipos
diferentes de proteínas são gerados em pólos opostos da célula. De
um lado, elas apresentam características de “soldados”, e do outro de
“células de memória”, que podem esperar por anos para combater
intrusos.
A revista lembrou ainda da pesquisa em síntese química que
levou a uma série de técnicas eficientes e econômicas para o
desenvolvimento de compostos farmacêuticos e eletrônicos.
Outro destaque foram estudos em humanos e ratos que
sugerem que a memória e a imaginação têm seu substrato no
hipocampo, um centro crítico de memória do cérebro. Os
pesquisadores inferem que a memória no cérebro pode rearranjar
experiências passadas para criar cenários futuros.
A décima conquista lembrada pela Science tratou de inteligência
artificial: a solução do jogo de damas. Jonathan Schaeffer e seu grupo
demonstraram que o jogo termina empatado se nenhum dos dois
participantes comete erros.
Os dez mais do ano da Science podem ser lidos por assinantes da
revista em www.sciencemag.com.
Fonte: Agência FAPESP
Comentário: Neste texto são relatados os dez principais avanços
científicos de 2007 eleitos pela Revista Science. Dentre eles, estão a
variação genética humana, a reprogramação de células adultas, a
origem dos raios cósmicos de alta energia etc.
4.4- Paraná
Título: Hospital Cardiológico Costantini é o centro de estudos de
células-tronco no infarto agudo.
Texto
Hospital Cardiológico Costantini é centro de estudos de
células-tronco no infarto agudo
Em setembro de 2006, Curitiba deu um importante passo na
pesquisa sobre o tratamento do infarto agudo do miocárdio com
células-tronco. O Hospital Cardiológico Costantini, na capital
paranaense, recebeu um dos dois primeiros pacientes a serem
incluídos no estudo mundial – o outro foi incluído, simultaneamente,
no Rio de Janeiro. O Hospital Cardiológico Costantini é um dos 33
centros escolhidos em nove estados e no Distrito Federal pelo
Ministério da Saúde para participar do maior estudo do mundo com
células-tronco em pacientes com doenças cardíacas, realizou o
procedimento. O paciente chegou ao Hospital Costantini com quadro
de infarto agudo. Após os primeiros socorros, ele foi submetido a uma
bateria de exames que o indicaram como paciente apto a participar
dos estudos e aceitou ser incluído. “Foi um momento histórico para o
hospital e para a Medicina. Demos um passo muito importante nos
avanços da medicina cardiovascular, que poderá beneficiar milhares
de futuros pacientes”, observa o cardiologista Costantino Costantini,
diretor do Hospital Cardiológico Costantini. Uma equipe do hospital
Pró-Cardíaco, do Rio de Janeiro, centro-âncora dos estudos de células-
tronco para o infarto agudo do miocárdio, acompanhou todo o
procedimento. De acordo com o cardiologista deste hospital, André
Luiz Silveira Soares, outro paciente, também vítima de infarto agudo,
foi incluído no estudo simultaneamente no Pró-Cardíaco.
Iniciada em 2005, a pesquisa nacional sobre células-tronco no
tratamento de doenças cardiovasculares tem o objetivo de observar
os efeitos do implante em quatro tipos específicos de doenças
cardíacas – cardiomiopatia dilatada, doença isquêmica crônica,
doença de Chagas e infarto agudo do miocárdio. O Hospital
Cardiológico Costantini, que já possui pacientes no braço do estudo
da Cardiopatia Isquêmica Crônica, está também credenciado para
participar dos estudos com células-tronco relacionados ao infarto
agudo do miocárdio.
O credenciamento da instituição pelo Ministério da Saúde
permite que, conforme os critérios estabelecidos pela pesquisa,
vítimas de infarto agudo atendidos no Hospital Cardiológico Costantini
– e que aceitem por vontade própria participar dos estudos – façam
parte deste momento histórico na Medicina. “O objetivo do
tratamento é mais do que salvar o paciente, mas prolongar a
sobrevida e a qualidade de vida após o infarto”, explica Costantino
Costantini Ortiz, diretor científico do hospital.
De acordo com as diretrizes do estudo randomizado, as células-
tronco deverão agir no músculo do coração que, afetados pelo infarto,
têm sua atividade principal comprometida. Para fazer circular o
sangue pelo organismo, o coração depende da força da contração
muscular. Quando ocorre o infarto agudo, parte do músculo cardíaco
morre, levando a uma diminuição da força de contração do coração, o
que implica em insuficiência cardíaca. O grau de insuficiência
depende da extensão do músculo infartado. O paciente torna-se
fraco, sofre de cansaço, arritmia, entre outros problemas. A idéia é
que as células-tronco recuperem esse músculo inativo e façam com
que o coração recupere, de forma parcial ou total, a sua força de
contração.
Passo a passo
Ao receber uma vítima de infarto agudo do miocárdio, a equipe
do Hospital Cardiológico Costantini, após os procedimentos de
primeiros socorros, informa sobre o programa e questiona se este
paciente aceita participar do estudo com células-tronco. Havendo
interesse, ele é submetido a uma análise rigorosa, que avalia seu
quadro clínico para, só então, verificar se pode ou não ser incluído
nos grupo do estudo. O infarto deverá ter ocorrido em menos de seis
horas, o quadro de saúde precisa ser estável, o paciente não pode ter
doenças graves (como tumor e problemas hepáticos), deve ser maior
de idade, não pode ter mais de três artérias comprometidas, entre
outros critérios. Nesse caso, ele assina um termo de consentimento e
uma filmagem do coração verifica se o índice de contratilidade do
órgão é inferior a 40%. Se estiver abaixo desse numero, significa que
não está contraindo o suficiente para bombear o sangue
normalmente.
No quinto dia após a angioplastia – procedimento que, com o
implante de um pequeno stent (malha de aço recoberta com
medicamento), libera a artéria obstruída pelo coágulo, permitindo a
passagem do fluxo sangüíneo – realiza-se a punção de até 100 ml de
medula óssea, de onde serão retiradas as células-tronco do paciente.
O material é encaminhado ao laboratório celular. No Paraná, o
Costantini é o único centro de pesquisa que tem o laboratório junto
ao hospital. Em três horas de preparo, as células-tronco são isoladas.
O laboratório recebe do centro-âncora da pesquisa (no caso, o
Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro) a orientação que diz se o
paciente receberá as células-tronco ou placebo. Esse procedimento
faz parte da randomização do estudo – somente metade do grupo de
pacientes receberá realmente as células-tronco. A outra metade será
tratada convencionalmente. Nem o paciente, nem o médico saberão
que tipo de tratamento o paciente recebeu. Desta forma, é possível
fazer a comparação ao final do estudo e saber se os pacientes com
células-tronco reagiram melhor do que os demais.
Células-tronco
O paciente volta para o centro de hemodinâmica do
hospital e passa por um novo cateterismo. Desta vez, o cateter
(sonda que entra na artéria responsável pelo infarto) possui um balão
com uma luz central. Ao insuflar no interior da artéria, o balão obstrui
o fluxo sangüíneo para que as células-tronco sejam injetadas
diretamente na área afetada pelo infarto agudo. “Desta forma,
reduzimos as chances do fluxo sangüíneo carregar as células-tronco
para outras áreas, o que implicaria em uma menor quantidade de
células tronco no músculo cardíaco infartado”, explica Costantini
Ortiz. Este procedimento dura por volta de três minutos e, após
algumas injeções, o paciente recebe cerca de 10 milhões de células
tronco ou placebo, de acordo com o protocolo.
Como as células-tronco, em vez de se multiplicar têm a
propriedade de se transformar na parte que o organismo precisa, a
expectativa é que, uma vez implantadas na parte do coração afetada
pelo infarto, elas passem a cumprir a função que o músculo já não
consegue mais ou que formem novos vasos sangüíneos para
melhorar a oxigenação do músculo do coração. “Assim, esperamos
que o coração deste paciente volte a ter a contratilidade necessária
para ter uma vida o mais próximo ao normal”, conclui o cardiologista.
Todos os envolvidos no estudo são acompanhados de perto durante o
período de um ano. Ao final dos seis primeiros meses, espera-se que
já sejam visíveis alguns resultados.
Independentemente de integrarem o grupo que receberá
células-tronco ou tratamento convencional, todos os que aceitarem
participar do estudo terão os melhores cuidados. “O stent implantado
será o farmacológico, revestido com medicamentos que reduzem
sensivelmente o risco de reestenose – reobstrução da artéria. Trata-
se do que há de mais moderno na angioplastia atualmente”, afirma o
diretor científico do hospital.
O estudo
A pesquisa da qual o Hospital Cardiológico Costantini participa
faz parte do maior estudo com células-tronco no mundo, tanto pelo
número de instituições participantes quanto pelo volume de pacientes
– 1,2 mil ao todo para as quatro doenças específicas. Caso os
resultados positivos sejam confirmados, a expectativa é que, com o
aumento da sobrevida e da qualidade de vida do paciente, as vítimas
dessas doenças tenham menos necessidade de voltar ao hospital,
além de reduzir o volume de medicamentos e tratamentos
posteriores. As doenças cardiovasculares são hoje as principais
causas de morte no país, responsáveis por 32% dos óbitos.
Referência: http://www.hospitalcostantini.com.br/noticias08.htm