hunos

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Hunos o Império Huno estendia-se das estepes da Ásia Central até à atual Alemanha, e do Mar Negro até o mar Báltico. Os hunos foram uma antiga confederação eurasiática de nômades ou seminômades equestres, [1] com a aristocracia de núcleo altaico. [2][3][4][5][6] Algumas dessas tribos moveram-se para a Europa no século IV provavelmente devido a mudanças climáticas. Eles eram excelentes cri- adores de cavalos e adeptos de combates a cavalo (com espada, lanças e arco). Movendo-se com suas famílias e grandes rebanhos de animais domesticados e cavalos, eles migraram em busca de novos pastos para se estabelecerem. Devido a sua pro- eza militar e disciplina, mostraram-se imbatíveis, tirando todos do seu caminho. Eles começaram uma corrente migratória anterior a deles pois outros povos mudaram- se para sair do caminho dos hunos. Esse efeito dominó de grandes populações contornou Constantinopla eo Império Romano do Oriente e chegou aos rios Danúbio e Reno e resultou na tomada do Império Romano do Oci- dente em 476, pelos hérulos chefiados por Odoacro. Encontrando terras a seu gosto, os hunos estabeleceram- se nas planícies húngaras, no leste europeu, tomando a cidade de Szeged, no rio Tisza, como seu quartel gene- ral. Eles precisavam de vastas áreas de pasto para obter forragem para os cavalos e outros animais. Dessas áreas de pastagens, os hunos controlavam,através de alianças ou conquistas, um império que se estenderia dos Montes Urais (na Rússia) ao rio Reno (na França) e do Báltico ao Danúbio. Como não construíam casas, viviam em suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que percorriam. Campo Huno imaginado no livro do século XIX Young Folks’ History of Rome escrito por Charlotte Mary Yonge. 1 Origem e Identidade Pesquisas e debates sobre os ancestrais asiáticos dos hu- nos vêm acontecendo desde o século XVIII. Por exemplo, os filologistas debatem até hoje sobre qual heterônimo de fontes chinesas e persas são idênticas ao latim Hunni ou o grego Chounnoi como evidência da identidade dos hunos. [7] Recentes pesquisas genéticas mostram que a maioria das grandes confederações de guerreiros não era inteiramente da mesma etnia, [7] mas provavelmente uma mistura entre clãs euro-asiáticos. Outro exemplo são as múmias de Ta- rim descobertas em Taklamakan, na Ásia Central, que datam de 1 800 a.C. a 200 d.C. A característica mais no- tável dessas múmias é o seu tipo físico caucasóide. En- tretanto, mais testes genéticos mostraram uma complexi- dade nessa teoria. Segundo ela, aparecem características europeias e do leste asiático. Além disso, muitos clãs podem simplesmente ter se au- todenominado hunos em razão do prestígio e da fama do nome, ou terem sido assim chamados pelos outros povos por causa de características comuns, lugar de origem, ou reputação. [7] Igualmente, crônicas gregas e latinas podem ter usado “hunos” num senso mais geral, para descrever características étnicas ou sociais ou reputação. [7] “Tudo que podemos seguramente dizer”, disse Walter Pohl, "é que o nome ’hunos’, na antiguidade clássica, designava prestigiosos grupos de guerreiros das estepes”. [7] Anti- gas visões apareceram no contexto de um ensino nacio- 1

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Historia

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Page 1: Hunos

Hunos

o Império Huno estendia-se das estepes da Ásia Central até àatual Alemanha, e do Mar Negro até o mar Báltico.

Os hunos foram uma antiga confederação eurasiática denômades ou seminômades equestres,[1] com a aristocraciade núcleo altaico.[2][3][4][5][6] Algumas dessas tribosmoveram-se para a Europa no século IV provavelmentedevido a mudanças climáticas. Eles eram excelentes cri-adores de cavalos e adeptos de combates a cavalo (comespada, lanças e arco).Movendo-se com suas famílias e grandes rebanhos deanimais domesticados e cavalos, eles migraram em buscade novos pastos para se estabelecerem. Devido a sua pro-eza militar e disciplina, mostraram-se imbatíveis, tirandotodos do seu caminho. Eles começaram uma correntemigratória anterior a deles pois outros povos mudaram-se para sair do caminho dos hunos. Esse efeito dominóde grandes populações contornou Constantinopla e oImpério Romano do Oriente e chegou aos rios Danúbio eReno e resultou na tomada do Império Romano do Oci-dente em 476, pelos hérulos chefiados por Odoacro.Encontrando terras a seu gosto, os hunos estabeleceram-se nas planícies húngaras, no leste europeu, tomando acidade de Szeged, no rio Tisza, como seu quartel gene-ral. Eles precisavam de vastas áreas de pasto para obterforragem para os cavalos e outros animais. Dessas áreasde pastagens, os hunos controlavam,através de aliançasou conquistas, um império que se estenderia dos MontesUrais (na Rússia) ao rio Reno (na França) e do Báltico aoDanúbio.Como não construíam casas, viviam em suas carroçase também em barracas que armavam nos caminhos quepercorriam.

Campo Huno imaginado no livro do século XIX Young Folks’History of Rome escrito por Charlotte Mary Yonge.

1 Origem e Identidade

Pesquisas e debates sobre os ancestrais asiáticos dos hu-nos vêm acontecendo desde o século XVIII. Por exemplo,os filologistas debatem até hoje sobre qual heterônimode fontes chinesas e persas são idênticas ao latim Hunniou o grego Chounnoi como evidência da identidade doshunos.[7]

Recentes pesquisas genéticas mostram que a maioria dasgrandes confederações de guerreiros não era inteiramenteda mesma etnia,[7] mas provavelmente uma mistura entreclãs euro-asiáticos. Outro exemplo são as múmias de Ta-rim descobertas em Taklamakan, na Ásia Central, quedatam de 1 800 a.C. a 200 d.C. A característica mais no-tável dessas múmias é o seu tipo físico caucasóide. En-tretanto, mais testes genéticos mostraram uma complexi-dade nessa teoria. Segundo ela, aparecem característicaseuropeias e do leste asiático.Além disso, muitos clãs podem simplesmente ter se au-todenominado hunos em razão do prestígio e da fama donome, ou terem sido assim chamados pelos outros povospor causa de características comuns, lugar de origem, oureputação.[7] Igualmente, crônicas gregas e latinas podemter usado “hunos” num senso mais geral, para descrevercaracterísticas étnicas ou sociais ou reputação.[7] “Tudoque podemos seguramente dizer”, disse Walter Pohl, "éque o nome ’hunos’, na antiguidade clássica, designavaprestigiosos grupos de guerreiros das estepes”.[7] Anti-gas visões apareceram no contexto de um ensino nacio-

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Page 2: Hunos

2 2 HISTÓRIA

nalista e etnocêntrico de gerações passadas, que comu-mente presumiam que homogeneidade étnica devia in-terligar povos social e culturalmente homogêneos.[8] Pes-quisas modernas[7] mostram que cada uma das grandesconfederações de guerreiros das estepes (tais como citas,xiongnu, hunos, ávaros, casares, cumanos, mongóis, etc.)não eram homogeneamente iguais, mas uniões de múl-tiplas etnias como as de turcos, ienisseianos, tungúsicos,úgricos, irânicos, mongólicos e muitos outros povos.Evidências de pesquisas genéticas e etnogênicas contras-tam com teorias tradicionais baseadas em relatos chine-ses, arqueologia, linguística e outras evidências indire-tas. Essas teorias contêm diversos elementos, como queo nome “huno” primeiramente descrito como um gruponômade de guerreiros cujas origens étnicas eram a ÁsiaCentral, mais próximo de onde hoje é a Mongólia, e queeles eram possivelmente ligados, em parte, aos Xiongnu( ), derrotados pelo Império Han chinês, e que isso pro-vocou a saída deles da Mongólia em direção ao oeste, in-vadindo a Europa 200 anos depois. Evidências indiretasincluem a transmissão de suporte em madeira para arcocomposto da Ásia central para o oeste.Essa narrativa está presente na historiografia ocidental (eoriental), mas a evidência é às vezes indireta ou ambígua.Os hunos não deixaram praticamente nenhum relato es-crito. Não há nenhum documento sobre o que aconteceuentre a saída deles da China e a chegada na Europa 150anos depois. A última referência aos Xiongnu do nortefoi a derrota deles pelos chineses em 151 no lago Bar-kol, quando fugiram para as estepes do oeste em Kangju(centrado na cidade do Turquistão no Cazaquistão). Do-cumentos chineses entre o século III e IV sugeriam queuma pequena tribo chamada Yuebnan, remanescente dosXiongnu do norte, estava distribuída nas planícies do Ca-zaquistão.Uma tendência recente de interpretação dá suporte a umaligação política e cultural entre Hunos e Xiongnu. Fontescentro-asiáticas (sogdianas e bactrianas) do século IV tra-duziram “hunos” para “Xiongnu” e vice-versa; também,os caldeirões deXiongnu e hunos eram virtualmente idên-ticos e foram escondidos nos mesmos lugares (barrancosde rios) na Hungria e nos Ordos.[9]

1.1 Teoria turca

Os hunos foram talvez de origem turca (ou pré-proto-turca). Essa linha de pensamento surgiu quando Josephde Guignes no século XVIII identificou os hunos comos Xiongnu ou (H)siung-nu.[10] A tese obteve o apoiode Otto Maenchen-Helfen, baseado nos seus estudoslinguísticos.[11][12] O inglês Peter Heather chamou os Hu-nos de “o primeiro grupo de nômades turcos, em oposi-ção aos iranianos, a invadir a Europa”.[13] O pesquisa-dor turco Kemal Cemal amparou essa afirmação com acomparação de palavras e nomes semelhantes nas línguasturca e huna, e semelhanças nos sistemas de governo de

tribos hunas e turcas. O historiador húngaro Gyula Ne-meth também apoiou esse ponto de vista.[14] O histori-ador Uyghur Turghun Almas sugeriu uma ligação entrehunos e os uigures, um povo de língua turcomana que ha-bita a região de Xinjiang, na China.

2 História

2.1 Séculos II ao V

Dioniso Perígetes descreveu um povo que pode ser os hu-nos vivendo próximo ao Mar Cáspio no século II. Em139, o geógrafo europeu Ptolemeu escreveu sobre os“Khuni” vivendo próximos ao Rio Dniepre e governadospor “Suni”. Ele listou o século, embora não é certo se essepovo eram os hunos. No século V, o historiador armênioMoisés de Corene, na sua História da Armênia, pondoos Hunni próximos dos sármatas e descrevendo a capturada cidade de Bactro por eles, em algum momento entre194 e 214, o que explica o porque dos gregos chamaremaquela cidade de Hunuk.Prosseguindo com a derrota dos Xiongnu pelos Han, ahistória daquele povo permaneceu desconhecida por umséculo, até quando a família Liu do “Tiefu” dos Xiongnudo sul, tentaram estabelecer um estado no oeste da China(ver Han Zhao). Os chionitas apareceram na Transoxianaem 320 imediatamente depois de Jin Zhuan subjugar LiuCan, fazendo os Xiongnu entrarem num caos. Depois Ki-dara surgiu para liderar os Chionitas na pressão contra oImpério Cuchana.No oeste, os ostrogodos entraram em contato com os Hu-nos em 358 Os armênios mencionam Vund (em torno de370): o primeiro líder huno na região do Cáucaso. Osromanos convidaram os Hunos do leste da Ucrânia paraestabelecerem-se na Panônia em 361, e em 372 eles fo-ram para o oeste liderados pelo rei Balímiro, e derro-tados pelos alanos. No leste, no começo do século V,Tiefu Xia foi a última dinastia dos Xiongnu do sul naChina Ocidental e os Alchon/Huna apareceram aondehoje é o Afeganistão e o Paquistão. Nesse ponto deci-frar as histórias hunas para os multi-linguistas tornou-sefácil com eventos relativamente bem-documentados porfontes bizantinas, armênias, persas, indianas e chinesas.

2.2 Hunos na Europa

Os hunos apareceram na Europa no século IV, aparen-temente vindos da Ásia Central. Eles primeiro aparece-ram no norte do Mar Negro, forçando um grande númerode Godos a buscar refúgio no Império Romano; depois,os Hunos apareceram no oeste dos Cárpatos na Panônia,provavelmente em algum momento entre 400 e 410, pro-vavelmente provocando a massiva migração das tribosgermânicas para o oeste e provocando a famosa travessiado Reno em Dezembro de 406.

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2.2 Hunos na Europa 3

Uma pintura romantizada-à-cavalaria do século XIV dos “hu-nos” cercando uma cidade. Notam-se os detalhes anacrônicosnas armas, armaduras e no tipo da cidade. Chronicon Pictumda Hungria, 1360.

O estabelecimento do Império Huno no século V marcahistoricamente o inicio da migração com cavalos. Os hu-nos eram soberbos cavaleiros, treinados desde a infân-cia, e alguns acham que eles inventaram o estribo, instru-mento crítico para aumentar o poder de luta. Eles espa-lharam terror nos inimigos devido a velocidade em queeles podiam se movimentar, trocando de montaria váriasvezes ao dia para manter a vantagem. Uma segunda van-tagem eram os seus arcos compostos recurvados, muitossuperiores a qualquer coisa usada no ocidente. Apoiadosem seus estribos, eles podiam atirar para frente, para oslados e para trás. A principal fonte de renda dos hunos eraa prática do saque aos povos dominados. Quando chega-vam numa região, espalhavam o medo, pois eram extre-mamente violentos e cruéis com os inimigos. Sua táticaessencial era fazer ataques-surpresa relâmpago e garantiro terror para os outros povos.Os Hunos de Átila incorporaram grupos de povos tri-butários. Na Europa, alanos, gépidas, esciros, rúgios,sármatas e tribos góticas todas unidas sob os hunos pelacoalizão de Arádrico na Batalha de Nedau em 454, atualNedava.

Os Hunos, liderados por Átila, invadem a Itália, como visua-lizado nessa pintura do século XIX de Ulpiano Checa (1860-1916).

A memória das conquistas hunas foi transmitida oral-mente entre os povos germânicos e é um componenteimportante nas Saga de Völsung e de Hervarar, daNoruega Antiga, e na Canção dos Nibelungos, conto

alemão da Idade Média, todos sob o cenário do períododas migrações dos povos bárbaros e datam de um milê-nio antes dos documentos escritos. Na Saga de Hervarar,os godos fizeram primeiro contato com os arqueiros hu-nos e os encontraram na épica batalha nas planícies doDanúbio.O apogeu do império huno aconteceu durante o governode seu principal líder, Átila, responsável por diversas con-quistas em guerras e batalhas. Ele tornou-se líder doshunos em 433 e empreendeu uma série de incursões aosul da Rússia e Pérsia. Ele então dirigiu sua atenção aosBálcãs, causando suficiente terror e destruição em duasprincipais incursões para serem subornados para sair. Em450 ele se dirigiu ao Império Romano do Ocidente, cru-zando o Reno ao norte de Moguntiaco com, provavel-mente, 100.000 guerreiros. Avançando numa frente de100 milhas, ele saqueou várias vilas no que é hoje aFrança setentrional. O general romano Aécio levantouum exército romano-visigotico e avançou contrá Átila,que estava sitiando a cidade de Orleães. Na principalbatalha de Chalôns, Átila foi derrotado, mas não des-truído. Foi a última grande campanha militar do ImpérioRomano do Ocidente.Átila então invadiu a Itália, procurando novos saques. En-quanto ele passava, refugiados fugiam para ilhas na costado mar Adriático, iniciando povoação que mais tarde da-ria origem à cidade de Veneza. As forças romanas es-tavam esgotadas e seu exército principal continuava naGália. Os hunos também estavam fracos, esgotados porincessantes campanhas, doenças e fome na Itália. Numareunião com o papa Leão I, Átila concordou em recuar.O império desintegrou-se após a morte de Átila em 453,com nenhum líder forte para mantê-los unidos. Povossúbditos revoltaram-se e facções dentro do grupo dos pró-prios hunos lutaram entre si pelo poder. Os hunos even-tualmente desapareceram da história após uma leva denovos invasores, como os Ávaros.Na Canção dos Nibelungos, Criemilda casa-se com Átila(Etzel, em alemão) depois que seu primeiro marido Si-gurdo foi morto por Hagen, com a ajuda de seu irmão,Rei Guntárico. Ela então usou o seu poder como mu-lher de Átila para armar uma sangrenta vingança, na qualnão apenas Hagen e Guntárico mas todos os guerrei-ros da Burgúndia foram mortos em uma festa que elae Átila os convidaram. Depois de uma relativa vitó-ria sobre os hunos, que eram numericamente superio-res, os burgúndios finalmente sucumbiram, não pelos Hu-nos mas por Rüdeger (austríaco), que morreu na batalhatambém, e por Teodorico de Verona (ostrogodo), ambosvassalos de Átila e relutantes quanto a lutar contra a triboamiga dos Burgúndios, mas depois foram forçados a talpor pressão de Átila.Na Völsunga saga, Átila (Atli, em norueguês) derrotouo rei franco Sigeberto I (Sigurõr ou Siegfried) e o reiburgúndio Guntram (Gunnar ou Gunther), mas depoisfoi assassinado pela Rainha Fredegunda (Gudrun ou Kri-

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4 4 HISTORIOGRAFIA

emhild), a irmã do último rei e sua esposa.

3 Nações sucessoras

Localização dos estados sucessores dos hunos em 500

Muitas nações tentaram assimilar-se étnica e cultural-mente como sucessoras dos hunos. Por exemplo, aNominália dos Cãs Búlgaros indica que eles acreditavamser descendentes de Átila. Os Búlgaros certamente fo-ram parte da união tribal em algum momento, e algunsdevem ter criado a hipótese que a língua tchuvache (quese acredita ser descendente da língua búlgara) é a línguasobrevivente mais próxima da língua huna.[15]

Os magiares (húngaros) também reclamam uma herançaHuna. Por causa dos Hunos que invadiram a Europa, querepresentou uma grande coalizão de vários povos, é possí-vel que os magiares tenham também feito parte dela. Atéo inicio do século XX, muitas histórias húngaras acredi-tavam que o povo Székely era descendente dos Hunos.Em 2005, um grupo de 2500 húngaros pediu ao governoo reconhecimento do status de minoria como descenden-tes diretos de Átila. O ato não foi concedido, mas deucerta publicidade ao grupo, formado no inicio da décadade 1990 e representava um ramo húngaro do misticismo.Os auto-proclamados “hunos” não tinham em posse ne-nhuma cultura huna ou traços da linguagem dos mesmos,o que estaria disponível em fontes históricas e místicasdos Húngaros modernos.[16]

O que é claro é que os hunos deixaram descendentespor toda a Europa Oriental e a desintegração do ImpérioHuno mostra que eles nunca ganharam a glória perdida.Uma razão é que os Hunos nunca instalaram completa-mente os mecanismos de um estado, como a burocraciae as taxas, como fizeram os magiares e a Horda Dourada.Uma vez desorganizados, os Hunos foram absorvidos poroutros reinos, mais organizados.Os turcos seljúcidas eram aparentados dos hunos.

4 Historiografia

Propaganda britânica da Primeira Guerra Mundial, onde cita osrivais alemães como “hunos”.

O termo “huno” foi também usado para descrever os po-vos com nenhuma conexão histórica com o que os estu-diosos consideram ser os “hunos”.Em 27 de julho de 1900, durante a Revolta dos Boxers,na China, o cáiser Guilherme II da Alemanha deu a or-dem para “fazer o nomeAlemanha ser lembrado na Chinapor mil anos, que nenhum chinês jamais ousasse ao me-nos encarar de novo um alemão”.[17] Esse discurso, ondeo cáiser Guilherme invocava a memória dos hunos doséculo V, unido com o Pickelhaube, ou usando o capa-cete de lança usado pelas forças alemãs até 1916, queera remanescente nos antigos capacetes hunos (e húnga-ros), dando suporte ao posterior uso inglês do termo paradesignar os inimigos alemães durante a Primeira GuerraMundial. Entretanto, outra razão foi dada pelo uso inglêsdo termo que era o lema “Gott mit uns” (“Deus conosco”)que constava nos cintos dos soldados alemães durante aprimeira guerra mundial. “uns” foi mal-entendido como“Huns”, e acabou virando um jargão. Esse uso foi re-forçado pela propaganda dos Aliados durante a guerra,e muitos pilotos da RFC chamavam os seus inimigos de“Os Hunos”. Esse uso tomou força de novo durante aSegunda Guerra Mundial.

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5

5 Ver também

• Migrações dos povos bárbaros

• Antiguidade tardia

6 Referências

[1] Walter Pohl observou "povos do início da era medieval erabemmenos homogêneos do que frequentemente se pensava.Eles compartilhavam a crença fundamental da origem co-mum, e historiadores modernos, por muito tempo, nãoacharam razão para pensar outra coisa." (Walter Pohl,"Concepções de Etnicidade nos Estudos do início da IdadeMédia" “Debatendo a Idade Média”, ed. Lester K. Littlee Barbara H. Rosenwein, (Blackwell), 1998, p.16). Narevisão de Beiträge zur Archäologie des Attila-Reiches deJoachimWerner , (Munique 1956), no Speculum 33.1 (Ja-neiro de 1958), p.159, Otto J. Maenchen-Helfen notouque "o autor não está preocupado com a ligeira e infan-til questão, quem eram os hunos; ele não se pergunta deonde os hunos vinham".

[2] Transilvânia durante a época das migrações

[3] (em inglês) Calise, J.M.P. (2002). 'Pictish Sourcebook:Documents of Medieval Legend and Dark Age History'.Westport, CT: Greenwood Press. p279, ISBN 0-313-32295-3

[4] (em inglês)Peckham, D. Paulston, C. B. (1998). Linguis-tic Minorities in Central and Eastern Europe. Clevedon,UK : Multilingual Matters. p100, ISBN 1-85359-416-4

[5] (em inglês) Canfield, R.L. (1991). Turko-Persia in His-torical Perspective. Cambridge: Cambridge UniversityPress. p49, ISBN 0-521-52291-9

[6] (em inglês) Frazee, C.A. (2002). Two Thousand YearsAgo: The World at the Time of Jesus. Wm. B. Eerdmans

[7] Walter Pohl(1999), “Hunos” em Antiguidade Tardia, edi-tor Peter Brown, p.501-502 . Referências suplementaresem F.H Bauml e M. Birnbaum, ed., Átila: O Homem e suaImagem (1993). Peter Heather, “Os Hunos e o fim do Im-pério Romano na Europa Ocidental”, English HistoricalReview 90 (1995):4-41. Peter Heather, A Queda do Im-pério Romano (2005). Otto Maenchen-Helfen, O Mundodos Hunos (1973). E. de la Vaissière, “Hunos e Xiongnu”“Jornal Centro-Asiático” 2005-1 pág. 3-26

[8] Michael Kulikowski (2005). Guerras góticas em Roma.Cambridge University Press. Pág. 52-54

[9] E. de la Vaissière, “Hunos e Xiongnu”, Jornal Centro-Asiático, págs. 3-26

[10] (em inglês)“Sir H. H. Howorth, História dos Mongóis(1876-1880); 6° Congresso de Orientalistas, Leiden,1883 (Actes, parte iv. pp. 177-195);(em francês) deGuignes, História geral dos Hunos, dos Turcos, dos Mon-góis, e dos outros Tártaros ocidentais (1756-1758)"

[11] (em inglês)Otto J. Maenchen-Helfen. The World of theHuns: Studies in Their History and Culture. University ofCalifornia Press, 1973

[12] Otto Maenchen-Helfen, Língua dos Hunos

[13] (em inglês)Peter Heather, “The Huns and the End of Ro-man Empire in Western Europe”, The English HistoricalReview, Vol. 110, No. 435, February 1995, p. 5.

[14] “Europa: As origens dos Hunos”, no The History Files,baseado em conversas com Kemal Cemal, Turquia, 2002

[15] Encyclopaedia Britannica, 1997: Línguas Turcas.

"Formalmente, historiadores consideramo Tchuvache como sendo provavelmente fa-lado pelos Hunos."

[16] BBC News - “Grupo húngaro reclama grau de minoria ét-nica huna” - por Nick Thorpe, 12 de Abril de 2005

[17] Citação em alemão do Weser-Zeitung, 28 de julho de1900, Segunda edição matinal, pág. 1: Wie vor tau-send Jahren die Hunnen unter ihrem König Etzel sich ei-nen Namen gemacht, der sie noch jetzt in der Überlieferunggewaltig erscheinen läßt, so möge der Name Deutschland inChina in einer solchen Weise bekannt werden, daß niemalswieder ein Chinese es wagt, etwa einen Deutschen auch nurschiel anzusehen.

7 Bibliografia• História das Guerras- Magnoli, Demétrio : EditoraContexto,2009

8 Ligações externas

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6 9 FONTES, CONTRIBUIDORES E LICENÇAS DE TEXTO E IMAGEM

9 Fontes, contribuidores e licenças de texto e imagem

9.1 Texto• Hunos Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hunos?oldid=42382191 Contribuidores: Robbot, Manuel Anastácio, LeonardoG, Msch-lindwein, Rui Silva, E2mb0t, LeonardoRob0t, Pedrassani, Lusitana, Nuno Tavares, Indech, RobotQuistnix, Sturm, Clara C., 333~ptwiki,Nascigl, Giro720, OS2Warp, Marcoavgdm, Chester, Adailton, Daniduc, Lijealso, Kaura, LijeBot, Kazak~ptwiki, PictureMaster, Thijs!bot,Rei-bot, Faboli, Belanidia, A.Lindoia, Emílio Falcão, JAnDbot, Alchimista, Albmont, José Luís Ávila Silveira, Py4nf, Idioma-bot, TXi-KiBoT, VolkovBot, SieBot, Yone Fernandes, Junius, Teles, AlleborgoBot, Kaktus Kid, Leonardomio, DorganBot, Maañón, Jusefa, Ra-faAzevedo, Sdrtirs, Alexbot, Ruy Pugliesi, Lockalbot, Espadeiro, Vitor Mazuco, Luckas-bot, JCarvalhoBot, WikiDreamer Bot, Salebot,Roberto de Lyra, Xqbot, RibotBOT, MastiBot, Joao4669, Odacir Blanco, Alch Bot, Stegop, KamikazeBot, Aleph Bot, EmausBot, Renatode carvalho ferreira, Jbribeiro1, Juliana Torres Dias, Stuckkey, Antero de Quintal, PauloEduardo, Shgür Datsügen, Zoldyick, Legobot,Claudiana123456 e Anónimo: 72

9.2 Imagens• Ficheiro:Commons-logo.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Commons-logo.svg Licença: Public domainContribuidores: This version created by Pumbaa, using a proper partial circle and SVG geometry features. (Former versions used to beslightly warped.) Artista original: SVG version was created by User:Grunt and cleaned up by 3247, based on the earlier PNG version,created by Reidab.

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• Ficheiro:Magnifying_glass_01.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3a/Magnifying_glass_01.svg Licença:CC0 Contribuidores: ? Artista original: ?

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• Ficheiro:NoFonti.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b5/NoFonti.svg Licença: CC BY-SA 2.5 Contribuido-res: Image:Emblem-important.svg Artista original: RaminusFalcon

• Ficheiro:The_Hun_and_the_Home.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a6/The_Hun_and_the_Home.jpgLicença: Public domain Contribuidores: firstworldwar.com (image, page) Artista original: David Wilson

• Ficheiro:Ulpiano_Checa_La_invasión_de_los_bárbaros.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/Ulpiano_Checa_La_invasi%C3%B3n_de_los_b%C3%A1rbaros.jpg Licença: Public domain Contribuidores:

• Second upload: [1] Artista original: Ulpiano Checa• Ficheiro:Young_Folks’{}_History_of_Rome_illus406.png Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f3/Young_Folks%27_History_of_Rome_illus406.png Licença: Public domain Contribuidores: Project Gutenberg’s Young Folks’ History of Rome,by Charlotte Mary Yonge [1] Artista original: Yonge, Charlotte Mary, (1823-1901)

9.3 Licença• Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0