hipofosfatasia - sbemsc.org.br
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HipofosfatasiaFosfatase alcalina baixa também importaFosfatase alcalina baixa também importa
Sergio Setsuo Maeda
Simpósio Alexion – 8 de julho de 2016
Congresso Catarinense de Endocrinologia - Joinville
Conflito de Interesse
• Em observância à lei 1595/2000 do Conselho Federal de Medicina do Brasil e à Resolução RDC 96/2008 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), declaro que:
• Faço parte do Advisory Board da Eli Lilly, Shire, • Faço parte do Advisory Board da Eli Lilly, Shire, Alexion e Aché
• Sou palestrante da Eli Lilly Brasil, Sanofi-Aventis, Aché, Shire, Alexion e Hypermarcas
• Desenvolvi materiais promocionais para Aché, Hypermarcas, Apsen, Abbott
Hipofosfatasia -Contextualização
• HPP: erro inato do metabolismo ósseo e mineral, hereditário, de evolução progressiva, com risco de potenciais manifestações sistêmicas e expressiva morbi-mortalidade
• Decorre de mutações inativadoras no gene ALPL -• Decorre de mutações inativadoras no gene ALPL -
codificador da fosfatase alcalina não tecido específica (FAL)1,2
• Principal característica biológica: baixas concentrações séricas (baixa atividade) da FAL não tecido específica1,3,4
1. Rockman-Greenberg C. Pediatr Endocrinol Rev. 2013;10(suppl 2):380-388; 2. Whyte MP. Ann N Y Acad Sci. 2010;1192:190-200; 3. Whyte MP. Principles of Bone Biology. Vol 1. 3rd ed. San Diego, CA: Academic Press; 2008:1573-1598; 4. Whyte MP. The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. Vol 4. 8th ed. New York, NY: McGraw-Hill; 2001:5313-5329.
-ALPL – loccus gênico: 1p36.1-34
-HPP:-pode ser herdada como condição1
-autossômica recessiva
Hipofosfatasia -Padrão de herança
-autossômica recessiva.formas mais precoces e mais graves
-autossômica dominante1
.formas mais tardias e menos graves
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Dependendo da mutação em pacientes com hipofosfatasia (HPP), o sítio ativo da fosfatase alcalina (ALP) pode ser perturbado, a configuração da enzima comprometida, ou o movimento
intracelular prejudicado
A fosfatase alcalina (FAL) existe na forma de 4 isoenzimas:• 3 são tecido-específicas:
intestinal, placentária,
Fosfatase Alcalina -Estrutura
1. Whyte MP. Nat Rev Endocrinol. 2016 Apr;12(4):233-46. 2. Millán JL. Calcif Tissue Int. 2016 Apr;98(4):398-416.
intestinal, placentária, células germinativas
• 1 é tecido não específica e onipresente: TNSALP, mas especialmente abundante nos ossos, fígado e rins
Composta por:• 2 subunidades idênticas• Região de ligação do PO4• Íons de Zn para estabilidade• Íon Mg como cofator catalítico
1
Fosfatase Alcalina -Substratos fosforilados
Função:– Remoção de grupos fosfato de vários tipos de moléculas
Substratos desfosforilados:
Piridoxal-5'-fosfato (PLP): forma ativa da vitamina B6,
coenzima em uma variedade de reações enzimáticas, principalmete no SNC
Pirofosfato inorgânico (PPi): potente inibidor da
mineralização óssea
Fosfoetanolamina (PEA): participa da composição de esfingolipídeos, incluíndo os que formam a estrutura da
membrana celular
1. Rockman-Greenberg C. Hypophosphatasia. Pediatr Endocrinol Rev. 2013;10(suppl 2):380-388.
1
Inibição
Hidroxiapatita
Baixa atividade da FAL -Impacto clínico
No tecido ósseo
CálcioFósforo
Mineralizaçãoóssea
Extracelular
Citosol
PPi: pirofosfato inorgânico
Osso
1. Orimo H. Nippon Med Sch. 2010;77:4-12.
Piridoxal-5’-fosfato (PLP)
Piridoxal (PL)
Baixa atividade da FAL -Impacto clínico
No SNC
BarreiraHematoencefálica
1. Orimo H. Nippon Med Sch. 2010;77:4-12.
Piridoxal (PL)Piridoxal-5’-fosfato (PLP)
SNC
• Apresentação clínica heterogênea1,2
• Subdivisão de acordo com a idade de início dos sintomas:
Tipo Primeiros Sinais e Sintomas
Perinatal1,2 Intraútero e/ou imediatamente após o
Hipofosfatasia -Classificação
1. Whyte MP. Nat Rev Endocrinol. 2016 Apr;12(4):233-46. 2. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Odontohipofosfatasia1,2 Qualquer idadeA única manifestação clínica é a dentária
Perinatal1,2 Intraútero e/ou imediatamente após o nascimento
Lactente1,2 < 6 meses
Infanto-Juvenil1,2 ≥ 6 meses a < 18 anos
Adulto1,2 ≥ 18 anos
Principais achados clínicosHPP Infanto-Juvenil
Esqueléticos
• Hipomineralização1
• Deformidadesesqueléticasesqueléticas(encurtamentos, arqueamentos, deformidades em valgo e varo, alargamentofisário, rosário raquíticoetc)1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Alargamento metafisário; arqueamento femoral; tíbia valga)
(8,5 anos)
Alargamento fisário e encurvamentos.
(1d de vida)
Principais achados clínicosHPP Infanto-Juvenil
Esqueléticos
• Fraturas (de estresse, recorrentes ou que nãoconsolidam)1
Fêmur D com osteopenia e pseudofratura (57 anos)
Fratura (64 anos)
consolidam)
• Osteomalacia(pseudofraturas)1
• Dor óssea1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Principais achados clínicosHPP Infanto-Juvenil
Esqueléticos
• Craniossinostose1
• Achado patognomônico: “línguas”deradioluscência, próximas
Craniossinostose(9 anos)
radioluscência, próximasàs placas de crescimento, correspondendo à matrizosteóide nãomineralizada1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Línguas de radioluscência(3 anos)
Principais achados clínicosHPP Infanto-Juvenil
Crescimento/Desenvolvimento
• Baixa estatura1
• Assimetria no
Baixa estatura. Assimetria membros. Geno varo.(15 anos)
• Assimetria no comprimento dos membros1
• Dificuldade em se alimentar e ganharpeso1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Principais achados clínicosHPP Infanto-Juvenil
Força e função muscular
• Miopatia (hipotonia, fraqueza, fadiga etc)1
• Dor muscular1• Dor muscular
• Atraso nos marcos de desenvolvimento motor1
• Alterações na marcha1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Principais achados odontológicosHPP Infanto-Juvenil
Odontológicos
• Perda precoce dos dentes decíduos (antes dos 5 anos) pode ser o primeiro sinal da primeiro sinal da doença1
• Perda indolor, sem sangramento e com a raiz intacta2
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
HPP Infância/Juvenil
Raquitismo Hipofosfatêmico
Principais achados clínicosHPP Infanto-Juvenil
Renais
• Hipercalcemia, hipercalciúria, nefrocalcinose e
Calcificaçõesrenais bilaterais
nefrocalcinose e litíase1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Na HPP, Na HPP, Na HPP, Na HPP, nefrocalcinosenefrocalcinosenefrocalcinosenefrocalcinose pode causar pode causar pode causar pode causar
insuficiência renalinsuficiência renalinsuficiência renalinsuficiência renal1111
Adicionalmente na HPP do Adulto
Reumatológicos
• Condrocalcinose1
• Periartrite1
• Pseudogota1 Pseudogota• Pseudogota1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Calcificação periarticular adjacente àtuberosidade do úmero (50 anos)
Pseudogota(18 anos)
Adicionalmente na HPP Perinatal/Lactente
Respiratórios
• Insuficiênciarespiratória1
• Hipoplasia pulmonar1• Hipoplasia pulmonar
Neurológicos
• Convulsões1
• Aumento da pressãointracraniana1
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Redução do volume torácico, costelashipomineralizadas, insuficiência respiratória
(2d de vida)
Hipoplasia pulmonar (2,5 anos)
Hipofosfatasia -Em quem
suspeitar?
Esqueléticos
Musculares
Achados ClínicosAchados Clínicos
Sin
tom
asM
úsc
ulo
-es
qu
elét
ico
s/O
do
nto
lógi
cos
Crescimento / DesenvolvimentoCrescimento / Desenvolvimento
ReumatológicosReumatológicos
Diagnóstico
≥1 achado clínico+
1. Mornet E. GeneReviews® 2016. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1150/?report=printable
Respiratórios
Neurológicos
Perinatal/LactentePerinatal/Lactente Infanto-JuvenilInfanto-Juvenil AdultoAdulto
Sin
tom
ases
qu
elét
ico
sSi
nto
mas
sist
êmic
os
Sin
tom
assi
stêm
ico
s
ReumatológicosReumatológicos +Baixa atividade de FAL ajustada para
gênero e idade
Consistente, mas nãonecessário:• PLP/Vit B6 elevado, PEA
e PPi• Teste para mutação
genética
RenaisRenais
OdontológicosOdontológicos
Paciente 1,5 anos de idade
Paciente 1,5 anos de idade
Paciente 2,5 anos de idade
Paciente 2,5 anos de idade
Hipofosfatasia -Doença Progressiva
1. Whyte MP. N Engl J Med. 2012;366(10 suppl):904-913.
Na ausência de tratamento, observa-se piora da desmineralização, como neste paciente,
enfatizando o caráter progressivo da doença
Sobrevida em coorte de pacientes com HPP diagnosticada antes dos 6
meses de idade (n=58)1
Probabilidade de sobrevida em 3 meses = 69%
100
90
80
70
Glo
bal
(%
)
z
HPP - Impacto da Doença
1. Whyte MP et al. Hypophosphatasia: a retrospective natural history study of the severe perinatal and infantile forms. Poster presented at: 2014 Pediatric Academic Societies and Asian Society for Pediatric Research Joint Meeting; May 3-6, 2014; Vancouver, BC.
Probabilidade de sobrevida em 1 ano = 42%
Probabilidade de sobrevidaem 5 anos = 27%
48
0
Pacientes em risco
Anos
70
60
50
40
30
20
10
0
0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
29 20 15 14 14 14 12 11
So
bre
vid
aG
lob
al z
Hipofosfatasia: Classificação
Qual a classificação da HPP desta paciente?
-perinatal?
-infanto-juvenil?
-adulto?1a Fratura de fêmur
Uma das outras fraturas
Atualmente
1. www.softbones.org
Ao nascimento:Membros encurtados
Dificuldade emganhar peso HPP PerinatalHPP PerinatalHPP PerinatalHPP Perinatal
Característica chave:
Baixa atividade sérica da Fosfatase Alcalina
Hipofosfatasia -Diagnóstico
1. Mornet E. GeneReviews® 2016. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1150/?report=printable
Baixa atividade sérica da Fosfatase Alcalina(FAL), ajustada para gênero e idade
INTERVALOS DE REFERÊNCIA DE FAL AJUSTADOS PARA GÊNERO E IDADE (U/L)1INTERVALOS DE REFERÊNCIA DE FAL AJUSTADOS PARA GÊNERO E IDADE (U/L)1
62141
156134
90Low ALP Normal ALP
Fem
inin
o
518273
369
460280
0-14 d15 d-< 1ano1-< 10 anos10-< 13 anos13-< 15 anos
FAL baixa FAL Normal
HPP – Interpretação da Fosfatase Alcalina
1. Colantonio DA. Clin Chem 2012 May;58(5):854-68.Fabricante: Abbott
Actividad de FAL (U/L)
40
5989
127141
156134
90
4854
62
0 100 200 300 400 500 600
Mas
culin
oF
emin
ino
Idad
e
280128
95
273518
369
460517
365164
150Adultos
13-< 15 anos15-<1 7 anos17-< 19 anos
0-14 d15 d-< 1ano1-< 10 anos10-< 13 anos13-< 15 anos15-< 17 anos17-< 19 anos
Atividade de FAL (U/L)
Outras Causas de Hipofosfatasemia-Baixa Atividade de Fosfatase Alcalina
Administração de certosmedicamentos ou complementos Condições médicas Outros
• Glicocorticóides• Quimioterapia• Fibratos
• Hipotireoidismo• Desnutrição grave• Deficiência de vitamina C
• Coleta inadequadade sangue(oxalato, EDTA)
1. Whyte MP. Ann N Y Acad Sci. 2010 Mar;1192:190-200. 2. Whyte MP. Nat Rev Endocrinol. 2016 Apr;12(4):233-46.
• Fibratos• Intoxicação com vitamina D
• Deficiência de vitamina C (escorbuto)
• Mieloma múltiplo• Doença celíaca• Deficiência de magnésio ou
zinco• Anemia perniciosa ou profunda• Doença de Wilson
• Transfusõesmassivas de sangue
Testes Complementares -Situações Especiais
• Testes moleculares indicados apenas em situações especiais:
- Confirmar diagnóstico quando dados clínico-bioquímicos não convincentes
- Aconselhamento genético
1. Tortora GJ, Derrickson B. The skeletal system: the axial skeleton. In: Roesch B, Berry M, Muriello L, et al, eds. Principles of Anatomy & Physiology.
13th ed. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons, Inc.; 2012:208-254..
- Aconselhamento genético
- Oferecer teste pré-natal molecular às famílias com formas graves
HPP – Diagnóstico Diferencial
Transtornos da Mineralização
Raquitismo
Osteomalacia
1. Mornet E. Orphanet J Rare Dis. 2007 Oct 4;2:40.
Possíves diagnósticos diferenciais
Transtornos de Reabsorção Óssea
Osteoporose
Osteoporose Idiopática Juvenil
Transtornos do Metabolismo do Colágeno
Osteogênese Imperfeita
Raquitismos
• Caracterizados por defeitos na mineralização óssea na placade crescimento1
• Tipos– Hipocalcêmico
– Hipofosfatêmico– Hipofosfatêmico
• Características1,2
– Baixa estatura
– Atraso no fechamento das fontanelas
– Formação de bossas parietais e frontais
– Alargamento das junções costo-condrais
– Alargamento fisário e arqueamentos
– Fraturas nas extremidades
1. Mornet E. GeneReviews® 2016. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1150/?report=printable. 2. Whyte MP. Nat RevEndocrinol. 2016 Apr;12(4):233-46.
Osteomalacia
• Defeito da mineralização da matriz osteóide1,2
• Causas1
– Deficiência de vit. D ou resistência à vit. D
– Hipofosfatemia (perda renal de fosfato)
– Insuficiência renal crônica– Insuficiência renal crônica
– Acidose tubular renal
– Uso de inibidores da mineralização (bisfosfonatos)
• Características1,2
– Dor óssea
– Fraqueza muscular
– Alteração na marcha
– Pseudofraturas ou “Looser zones” nas radiografias
1. Bhan A. Endocrinol Metab Clin North Am. 2010 Jun;39(2):321-31, table of contents. 2. National Organization for Rare Disorders (NORD). Hypophosphatasia. Danbury, CT. National Organization for Rare Disorders. November 2009:1-7.
Osteogênese Imperfeita
• Defeito na síntese ou na estabilidade do colágeno tipo I, provocando graus variados de fragilidade óssea1
• Características1
– Fraturas de graus variáveis
– Deficit e crescimento– Deficit e crescimento
– Escoliose
– Deformidades de base do crânio
– Perda auditiva
– Escleras azuladas
– Dentinogênese imperfeita (dentes opalescentes que se desgastam facilmente)
– Ossos wormianos
– Osteoporose: platispondilia; vértebras em espinha de peixe (bicôncavas)
1. Glanc P. Prenatal Diagnosis of the lethal skeletal dysplasias. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/prenatal-diagnosis-of-the-lethal-skeletal-dysplasias?source=search_result&search=achondrogenesis&selectedTitle=1%7E4#H2348318
Osteoporose
• Baixa massa óssea, alteração da microarquiteturae aumento da fragilidade esquelética 1
Características:1
- Diminuição da força dos
1. Rosen HN. Clinical Manifestations, diagnosis and evaluation of osteoporosis. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-diagnosis-and-evaluation-of-osteoporosis-in-postmenopausal-women?source=search_result&search=osteoporosis&selectedTitle=6%7E150
- Diminuição da força dos ossos
- Aumento do risco de fraturas
- Baixa densidade mineral óssea medida através da densitometria
Osteoporose Idiopática Juvenil
• Doença óssea primária de início pré-púbere (8-12 anos) com alto risco de fraturas1
• Resolução espontânea (auto-limitada) e causadesconhecida1
• Características:1
– Dorsalgia e dor em extremidades
– Dificuldades para andar
– Múltiplas fraturas
– Evidência radiológica de baixa massa óssea
1. Quartier Dit Maire P. Idiophatic juvenile osteoporosis. http://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?Expert=85193
Baixa atividade da FAL diferencia HPP de outros transtornos da mineralização
TRANSTORNOS DA MINERALIZAÇÃO
HPPRaquitismo
hipofosfatêmico ligado ao X
Osteomalacia por Deficiência de Vit D
Osteomalacia por Acidose
Tubular Renal
FAL ↓↓↓↓ ↑↑↑↑ ↑↑↑↑ Normal
Cálcio ↑↑↑↑ ou normal Normal ↓↓↓↓ ou normal Normal
Fósforo ↑↑↑↑ ou normal ↓↓↓↓ ↓↓↓↓ ou normal ↓↓↓↓
PTH ↓↓↓↓ ou normal ↑↑↑↑ ou normal ↑↑↑↑ Normal
25-OH-Vitamina D Normal ↓↓↓↓ ou normal ↓↓↓↓ Normal
1. Rockman-Greenberg C. Pediatr Endocrinolv Rev. 2013;10 Suppl 2:380-388.
Baixa atividade da FAL diferencia HPP de transtornos do colágeno e reabsorção óssea
TRANSTORNO COLÁGENO
TRANSTORNOREABSORÇÃO ÓSSEA
HPP Osteogênese Imperfeita Osteoporose
Osteoporose Idiopática
Juvenil
FAL ↓↓↓↓ ↑↑↑↑ ou normal ↑↑↑↑ ou normal ↑↑↑↑ ou normal
Ao considerar um diagnóstico de transtorno ósseo metabólico, uma baixa FAL (ajustada para gênero e idade) deve despertar a suspeita clínica de HPP
Ao considerar um diagnóstico de transtorno ósseo metabólico, uma baixa FAL (ajustada para gênero e idade) deve despertar a suspeita clínica de HPP
FAL ↓↓↓↓ ↑↑↑↑ ou normal ↑↑↑↑ ou normal ↑↑↑↑ ou normal
Cálcio ↑↑↑↑ ou normal Normal Normal Normal
Fósforo ↑↑↑↑ ou normal Normal Normal Normal
PTH ↓↓↓↓ ou normal Normal Normal ↑↑↑↑ ou normal
25-OH-Vitamina D Normal Normal ↓↓↓↓ ou normal Normal
1. Rockman-Greenberg C. Pediatr Endocrinolv Rev. 2013;10 Suppl 2:380-388.
Importância do Diagnóstico Diferencial
• Acontece com frequência devido à apresentação clínica da HPP, que pode confundir-se com outros transtornos metabólicos1
• Tratamento ineficaz, agravando o quadro clínico1,2
DIAGNÓSTICO ERRÔNEO = TRATAMENTO ERRÔNEODIAGNÓSTICO ERRÔNEO = TRATAMENTO ERRÔNEO
� Suplementação de vitamina D
� Suplementação de cálcio
� Administração de bisfosfonatos
1. Mornet E. GeneReviews® 2016. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1150/?report=printable
Em HPP:• Hipercalcemia• Nefrocalcinose
Em HPP:• Reduzem mineralização• Podem aumentar o
número de fraturas
Importância do Diagnóstico Diferencial
Alendronato
2005 2006 2007 2008 2009 2010
Tropeçou. Dorno queixo e tornozelo
Dor e edema em pé D
Queda: fratura rádiodistal e ulna D
Dorquadril E
Dor lateral do pé D
Zolendronato
DiagnósticoHPP
• Bisfosfonatos agravam o quadro clínico em pacientes com HPP pois diminuem
1. Sutton R. J Bone Miner Res. 2012 May;27(5):987-94.
tornozelo
DXA: osteoporoseT= -2,5 L2-4 colunaT=-2,0 quadril
DXA: osteoporoseT= -2,2 L2-4 coluna
T=-1,7 quadril
DXA: osteoporoseT= -2,4 L2-4 colunaT=-1,6 quadril
Dor em pé E. Fratura em 2o metatarso E
em pé D distal e ulna D
Dor pé E. Fratura 3o metatarso Dor quadril D
com movimento
Fraturas femorais subtrocantéricasbilaterais atípicas
Diagnóstico de osteoporose primária
• Bisfosfonatos agravam o quadro clínico em pacientes com HPP pois diminuem
ainda mais a mineralização óssea e podem aumentar o número de fraturas
HPP: Investigação Familiar
• Investigação familiar dos níveis de FAL ajustado para gênero e idade é fundamental
• Possibilidade de identificar parentes com FAL baixa e fragilidade óssea, cuja evolução pode ser alterada com o tratamentotratamento
• Possibilidade de monitorar parentes com FAL baixa, sem manifestações clínicas atuais, mas que podem desenvolver sintomas posteriormente
• Possibilidade de aconselhamento genético em caso de uniões futuras
1. Whyte MP. Nat Rev Endocrinol. 2016 Apr;12(4):233-46.
HPP: Paciente com HPP Perinatal Levando à Investigação Familiar
FAL: 55 FAL: 32
Baixa estatura, osteopeniaGenu valgo, encurvamentos
Perda dentária precoce
Pais: AssintomáticosVantagens da Investigação Familiar:• Irmão mais velho foi diagnosticado com
possibilidade de mudança de sua evolução clínica• Pais podem ser monitorados para desenvolvimento
da forma adulta da HPP
c.526G>A c.814C>T
1. Stevenson DA. J Clin Endocrinol Metab. 2008 Sep; 93(9): 3443–3448.
FAL: 47 FAL: 308 FAL: 63
Rx: Zonas de radioluscência
s/mutação
Irmão mais velho (4 anos) não tinhadiagnóstico. Normal ao nascimento. Porém evoluiu com baixa estatura,
atraso no desenvolvimento motor e perda dentária precoce
HPP Perinatal IrmãoHPP Infanto-juvenil
c.526G>Ap.Ala176Thr
c.814C>Tp. Arg272Cys
c.526G>A/c.814C>Tp.Ala176Thr/Arg272Cys c.526G>A/c.814C>T
p.Ala176Thr/Arg272Cys
HPP – Mudando o Prognóstico
Até 2015, a terapêutica consistia em tratar os sintomas ecomplicações• Suporte respiratório: ventilador, traqueostomia1
• Hipercalcemia: restringir cálcio na dieta e calciuréticos1
• Vitamina B6 para convulsões1• Vitamina B6 para convulsões1
• Tratamento cirúrgico da craniossinostose1
• Fraturas podem requerer engessamento prolongado ouestabilização1
• Higiene dental1
1. Mornet E. GeneReviews® 2016. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1150/?report=printable
Tratamento com Asfotase alfa: Mudando a Evolução da Doença
• Asfotase alfa é uma fosfatase alcalina não específica de tecido, produzida através de DNA recombinante1
• Proteína de fusão humana1
Sítio ativo
TNSALP
• Proteína de fusão humana1
• Indicada para o tratamento de pacientes con hipofosfatasia (HPP) de inicio perinatal/infantil e juvenil2
• Administrada por via subcutânea (SC)1
1. asfotase alfa [bula americana]. 2015.
IgG1 Fc
D10 D10
Deca-aspartato
Mecanismo de ação da asfotase alfa1
• Ao substituir a atividade da TNSALP, asfotase alfa trata a causa subjacente da HPP
• A reposição da enzima TNSALP através do tratamento com asfotase alfa reduz os niveis de sustrato da enzimaa
VES
ÍCU
LAS
DE
MA
TRIZ
ÓSS
EA
CO
M H
PP
+
alfa
VES
ÍCU
LAS
DE
MA
TRIZ
ÓSS
EA
CO
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PP
+
alfa
X
VES
ÍCU
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TRIZ
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PP
+
asfo
tase
alfa
VES
ÍCU
LAS
DE
MA
TRIZ
ÓSS
EA
CO
M H
PP
+
asfo
tase
alfa
1. asfotase alfa [bula americana]. 2015.
Asfotase alfa melhorou a sobrevida global para 97% em 48 semanas em pacientes con HPP de início até 6 meses de idade1
SOBREVIDA GLOBAL
Pacientes tratados com asfotase alfa vs. controles históricos não tratados
100
90
80 Sobrevida global de 97% em
Critério de Inclusão: pacientes com HPP com início das manifestações de 0 a 6 meses
. Referencia: 1. asfotase alfa [bula americana]. 2015.
Semanas
0 48 144 192 240 288 336 384 432 480 52896
Sob
revi
da
(%)
Pacientes tratados com asfotase alfa (n = 68)
80
70
60
50
40
30
20
10
0Controles históricos não tratados (n = 48)
Hazard Ratio, 0.14 (IC 95%, 0.05-0.39)
Sobrevida global de 42% em 48 semanas
Sobrevida global de 97% em 48 semanas
Asfotase alfa melhorou o crescimento em pacientes co HPP de início perinatal/infantil1
Valor inicial Última avaliação Valor inicial Última avaliação
Estudos 1 e 2(N = 68)
Estudo 3(N = 4)
ESTATURA
Critério de Inclusão: pacientes com HPP com início das manifestações de 0 a 18 anos
Mé
dia
do
esc
ore
-Z (
vari
ação
)
-3.3(-10.1, 0.9)
-2.9(-10.6, 0.4)
-2.6(-6.6, -0.7)
-1.5(-5.8, 0.4)
Melhora de 0,4 na média do escore-Z
Melhora de 1,1 na média do escore-Z
Em geral, a estatura medida pelos escores-Z melhorou com o temponos pacientes tratados com asfotase alfa1
. Referencia: 1. asfotase alfa [bula americana]. 2015.
Achados radiológicos evidenciam resolução sustancial ou completa do raquitismo relacionado com a HPP nos pacientes tratados com asfotase alfa1
PACIENTE 12,9 semanas de idade no início das manifestações
Exemplo de um respondedor que evidencia melhora significativa do raquitismo relacionado com a HPP2,3,a
Melhora SignificativaMelhora Significativa
aAs radiografías correspondem a um paciente do estudo 1.2,3
Referencias: 1. asfotase alfa [bula americana]. 2015. 2. Whyte MP. 2012(10 suppl). 3. Whyte MP. 2012.
Costelas extremadamente delgadas e parcialmente mineralizadas.
Remineralização de todas as estruturas ossificadas,incluíndo costelas, clavículas.
24 semanas após tratamentoInício do Tratamento
Achados radiológicos evidenciam resolução sustancial ou completa do raquitismo relacionado com a HPP nos pacientes tratados com asfotase alfa1
PACIENTE 12,9 semanas de idade no início das manifestações
Exemplo de um respondedor que evidencia melhora significativa do raquitismo relacionado com a HPP2,3,a
Melhora SignificativaMelhora Significativa
aAs radiografías correspondem a um paciente do estudo 1.2,3
Referencias: 1. asfotase alfa [bula americana]. 2015. 2. Whyte MP. 2012(10 suppl). 3. Whyte MP. 2012.
Ausência de mineralização das falanges, 1º metacarpo, e radio distal; os metacarpos 4
e 5 tinham pouca radiodensidade
Todas as falanges obvias, metacarpos ben formados
24 semanas após tratamentoInício do Tratamento
Asfotase alfaInformações de segurança1
• As reações adversas mais comumente relatadas nos estudos clínicos de asfotase alfa foram as reações no local de injeção (63%)1
• Outras reações adversas comuns incluíram • Outras reações adversas comuns incluíram lipodistrofia (28%), calcificações ectópicas (14%) e reações de hipersensibilidade (12%)1
1. Asfotase alfa [bula americana]. 2015.
Resumo
• HPP é uma doença crônica, progressiva, que pode ter consequências graves1,2
• Asfotase alfa é uma fosfatasa alcalina não específica de tecido, indicada para o tratamento dos pacientes com HPP de inicio perinatal/infantil e juvenil3
• Asfotase alfa melhorou3:
– A sobrevida global nos pacientes com HPP de início perinatal/infantil;
– Os escores-Z de estatura;
– A mineralização óssea, e promoveu a melhora do raquitismo relacionado com a HPP;
• Em general, as reações adversas mais comumente relatadas nos estudos clínicos de asfotase alfa foram as reações no local de injeção3
1- Rockman-Greenberg C. Hypophosphatasia. Pediatr Endocrinol Rev. 2013;10(suppl 2):380-388.2- Whyte MP, et al; for Study 011-10 Investigators. Poster apresentado em: 2014 Pediatric Academic Societies and Asian Society for Pediatric Research Joint Meeting; May 3-6, 2014; Vancouver, BC. Poster no. 200.3- Asfotase alfa [bula americana] 2015.
HPP- Caso UNIFESP
• VSOS, 2a10m, natural de Minas Gerais, Brasil , filho de pais
consanguineous (primos de 3o grau)
• Peso Nascimento: 3,3Kg , Comprimento: 46cm, sem intercorrências
• Antecedentes Pessoais: Atraso DNPM; Hipotonia; Infecção de vias
aereas superiores de repetição.aereas superiores de repetição.
• Antecedentes Familiares: mãe apresenta baixa estatura (144cm),
alterações ósseas durante a infância e nível de fosfatase alcalina reduzido
• Exame Físico:
-Membros encurtados e ligeiramente encurvados
-Cifose tóraco-lombar
-Esclera azulada
Investigação e diagnóstico
• Avaliação Radiológica:
• Desmineralização difusa (incluindo coluna vertebral, bacia, membros superiores e inferiores)
• Anormalidades metafisárias dos ossos longos em “taça” e frangeadas (encurtamento das diáfises do úmero, rádio, fêmur, tibia e fibula bilateralmente)
Investigação e diagnóstico
• Tomografia Computadorizada de Crânio:
- Proeminência de espaço liquorico e de tecido encefálico- Tabua óssea fina com vários pontos de solução de continuidade- Espaços no osso como se fossem outras fontanelas
Investigação e diagnóstico
• 1a3m:
Cálcio 10,23 mg/dL (9 a 11mg/dL)
Cálcio ionizável 4,72 mg/dL (4 a 5,4 mg/dL)
Fósforo 6,57 mg/dL (4,5 a 6,7 mg/dL)Fósforo 6,57 mg/dL (4,5 a 6,7 mg/dL)
FosfataseAlacalina
40 U/L (75 a 300 U/L)
PTH 10 pg/mL (4 a 58 pg/mL)
25(OH)vitD 50,8 ng/mL (31 a 87 ng/mL)
VR: 104 a 345 U/L
Evolução clínica e manejo do paciente
• 2a5m: Primeira consulta Ambulatóriode Fragilidades Ósseas UNIFESP
• Apresentou perda precoce dos dentes
decíduosdecíduos
• Baixa estatura importante
• Piora progressiva das deformidades
ósseas
Fosfatase alcalina: 36U/L (104 a 345)
Vitamina B6: 250mcg/L (5,2 a 34,1)
• Investigação família: Fosfatase Alcalina Valor referência
Paciente 18U/L 104 a 345
Mãe 16U/L 47 a 119
Pai 28 U/L 52 a 171
Estudo molecularGene ALPL
Iniciamos terapia de reposição enzimática com Asfotase alfa
Conclusões
• A Hipofosfatasia (HPP) é uma doença metabólica herdada, potencialmente fatal, com graves consequências para os pacientes em qualquer fase da vida, incluindo recém-nascidos, crianças e adultos;
• Diagnóstico simples, através da dosagem sérica de fosfatase alcalina (FAL);
• Diagnóstico e manejo precoces alteram significativamente o prognóstico