Informativo do Hospital das Clínicas da FMUSP

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em Notícias

Pesquisa HC associa mama densa na

pós-menopausa a mutação genética

que pode elevar o risco de câncer.

Tecnologia de ponta dobra

capacidade de realização dos

exames de hemograma no HCFMUSP.

nº 8260 - Junho de 2014

p.8

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HCFMUSP se veste de verde e amarelo p.4

Osasco sediará nova Unidade

Ambulatorial do ICESP.

Em Nossa Gente conheça a história de

mais um colaborador que contribui para

a conservação e renovação do HCFMUSP.

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No encarte desta edição:•Alteração da Resolução nº 01/2013 do Conselho Deliberativo que “Dispõe sobre os critérios para designação dos Professores Titulares dos Departamentos ou das Disciplinas da FMUSP para as Diretorias de Divisão e Serviço das correspondentes unidades médicas e de apoio previstas no Regulamento do HCFMUSP”, para fins de atender o Decreto nº 59.824/2013 que “Altera o Regulamento do HCFMUSP”.• Instrução de Serviço n° 02/2014: Disciplina a concessão de Férias de 20 (vinte) dias consecutivos por semestre aos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia, conforme decidido em Reunião de Mediação Coletiva de 18 de fevereiro de 2014 Processo HCFMUSP n° 612/2014.• Ordem Conjunta de Serviço n° 19/2014: Reformula a Ordem Cunjunta de Serviço n° 13/2008, que Disciplina a prestação de serviço voluntário no HCFMUSP. Detalhamento de condições e critérios.

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Fique por DentroEX

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Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São PauloPresidente do Conselho Deliberativo: Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri - Diretora Clínica: Profa. Dra. Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá - Superintendente: Eng° Antonio José Rodrigues Pereira - Conselho Editorial: NCI e CCIs

HC em Notícias é uma publicação do Núcleo de Comunicação Institucional da Chefia de Gabinete da Superintendência do HCFMUSP

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HC em Notícias se reserva o direito de editar e-mails e cartas encaminhadas à redação.

Fonte: Ascom do MCTI, com informações do CIEGB

A Divisão de Laboratório Central do HCFMUSP aumentou em 100% a capacidade de realização dos exames de hemograma completo com

contagem de reticulócitos. De 80 exames/hora, a Divisão passou a realizar 150 exames/hora. As facilidades foram conquistadas com a instalação de plataforma de hematologia de última geração pioneira na Rede Pública de Saúde do País. Outra vantagem proporcionada pelo equipamento diz respeito ao tempo de liberação dos exames. De 4 horas, os resultados passaram a ser expedidos em 2 horas, em 95% dos casos, o que dinamizou a assistência, especialmente dos pacientes em atendimento no

P ela primeira vez em 20 anos, o Brasil terá um representante no Conselho de Assessores Científicos do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIEGB – ou ICGEB, na

sigla em inglês). O escolhido é o Prof. Dr. Jorge Kalil, professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da FMUSP e diretor do Laboratório de Imunologia do InCor HCFMUSP. O Prof. Kalil foi indicado ao CIEGB pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O colegiado é composto por 15 cientistas, dentre eles um ganhador do Prêmio Nobel (no passado recente, outros três ganhadores o integraram). O Brasil é membro do CIEGB desde 1990, e o MCTI atua como ponto focal da organização no País. O centro abriga atualmente 61 países membros, organizados em rede, distribuindo informações, orientando a pesquisa e capacitando recursos humanos para atuar em biotecnologia. O CIEGB foi criado em 1983, no âmbito da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). Seu objetivo é promover a cooperação internacional para o desenvolvimento e a aplicação pacífica da engenharia genética e da biotecnologia, particularmente entre os países em desenvolvimento, por meio de programas de pesquisa, de

Tecnologia de ponta aumenta em 100%

capacidade de realização de exames de hemograma

Prof. Jorge Kalil é indicado para representar o Paísem entidade internacional em genética e biotecnologia

Pronto-Socorro e Unidades de Terapia Intensiva. O equipamento compreende esteira, composta por dois analisadores hematológicos, dois coradores e um analisador microscópico automatizado. Os esfregaços de sangue periférico e lâminas de líquidos biológicos são feitos de forma segura, confiável e rápida. A localização e pré-classificação automática das células melhora a utilização de recursos humanos. Os profissionais passam a se dedicar mais tempo aos casos que exigem análises e avaliações mais cuidadosas. A capacidade de armazenamento de imagens permite ao corpo clínico acesso aos resultados anteriores para monitoramento do paciente.

treinamento e de serviços de consultoria em todos os campos dessas áreas do conhecimento. Hoje, é uma organização internacional independente que faz parte do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU).

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O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” (ICESP), do Hospital das

Clínicas da FMUSP, terá uma nova unidade ambulatorial no município de Osasco. O local contará com 12 poltronas de quimioterapia, 6 poltronas de hospital dia e 2 aceleradores lineares. A implantação da nova unidade será feita em etapas. Nesta primeira fase, que começa no mês de agosto, deverão ser realizados 476 atendimentos por mês, entre consultas médicas, multiprofissionais e tratamentos de quimioterapia. A previsão é que se chegue aos 2.671 atendimentos mensais na última etapa, que deverá ocorrer após a expansão dos serviços e implantação da radioterapia até o final do próximo ano.

O padrão da nova unidade seguirá o mesmo modelo de excelência e humanizado do ICESP da capital, e os atendimentos continuarão sendo agendados por meio da Central de Regulação de Vagas. Atualmente, 11% dos 36 mil pacientes atendidos por mês no ICESP são dos sete municípios da Rota dos Bandeirantes, que contempla além do município de Osasco, as cidades de Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba. Os pacientes destas regiões poderão ser encaminhados, após triagem realizada na matriz, para a nova unidade em Osasco, exceto os da área de Hematologia e os casos mais complexos, como c i r u rg ias, que continuarão sendo atendidos em São Paulo.

que as glândulas adrenais (suprarrenais) não funcionam corretamente e evitam a produção de hormônios essenciais para as funções do corpo.

Ambas as doenças são muito frequentes na nossa população. Segundo Tânia Bachega, o hipotireoidismo congênito ocorre em aproximadamente um a cada 3 mil nascimentos e a HAC em 1 a cada 10 mil nascimentos no Brasil. Daí, a importância de as mães levarem seus bebês às Unidades Básicas de Saúde na primeira semana de vida.

HC aler ta os pais naSemana Nacional do Teste do Pezinho

N a semana em que se comemorou o Dia Nacional do Teste do Pezinho (6/06/14), a Clínica de Endocrinologia do Hospital das Clínicas, da FMUSP, alertou os pais para a importância

da realização do exame nos bebês, na primeira semana de vida. Segundo a endocrinologista Tânia S. Bachega, coordenadora do Ambulatório de Hiperplasia Adrenal Congênita, o teste do pezinho é um exame rápido e totalmente gratuito que permite diagnosticar, precocemente, doenças graves no bebê e evitar complicações como a deficiência intelectual, além de outros prejuízos à qualidade de vida. “É um exame preventivo que salva vidas”. No entanto, o sucesso deste exame, explica a médica, depende de que as mães levem seus bebês até o posto de saúde mais próximo de sua residência. A coleta de sangue é feita no calcanhar do bebê. Para os bebês nascidos na rede privada, na maior parte dos casos, este exame preventivo já é coletado nas maternidades.

Os pais também devem se lembrar de ir buscar os resultados do teste. Muitas famílias confundem a impressão digital do pé, que serve para identificação do bebê, com o teste do pezinho, adiantou a médica.

Coletas tardias impactam no diagnóstico e, consequentemente, o tratamento na prevenção de complicações pode se tornar ineficaz e causar sequelas graves, principalmente nos quadros de hipotireoidismo congênito ou da hiperplasia adrenal congênita (HAC), grupo de doenças genéticas em

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Osasco sediará

nova Unidade Ambulatorial do ICESP

Fique por Dentro

HCFMUSP se veste de verde e amarelo

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Nossa Gente

Q uem circula pelo Hospital das Clínicas da FMUSP não imagina a grande diversidade de profissionais que trabalham para manter

este enorme complexo em pleno funcionamento. Atualmente, mais de 20 mil colaboradores desenvolvem diferentes e inúmeras atividades não só na área médica. Em meio aos Institutos há incontáveis áreas que necessitam de conservação e constantes manutenções e renovações. Entre os responsáveis por cuidar de tudo isto está a equipe da Divisão de Construções e Conservação (DCC) HCFMUSP. Um dos seus mais antigos componentes é o serralheiro Paulo César Costa Nascimento. Funcionário do HC há 32 anos, ele entrou no hospital seguindo o exemplo do pai e do tio que já trabalhavam na Instituição: “Antigamente era assim, os pais levavam e ensinavam os filhos. Eu tinha apenas 19 anos, estava desempregado e precisava aprender um ofício. Fui admitido na Serralheria. Foi aqui que comecei e aprendi tudo”, disse. A arte de moldar metais como ferro, alumínio e aço, propiciou a realização de consertos e manutenções, soldando, cortando e colando, bem como a confecção de artefatos, que foram além do convencional: “Fazemos de tudo, macas, janelas, assentos estruturais para suportar obesos e até cadeiras de rodas”, contou orgulhoso.

Local inusitado para um serralheiro, o hospital trouxe ao profissional lembranças emocionantes e peculiares, como as de quando era chamado para ajudar pacientes. “Nunca me esqueço das vezes que tive que ajudar pacientes queimados. Os médicos nos chamavam para cortar e retirar as alianças dos dedos deles. Foram momentos difíceis, mas gratificantes por poder ajudar”, lembrou. Ter tido a possibilidade de atuar junto ao pai também contribuiu para o seu aprimoramento. “Meu pai foi servidor do HC por quase 40 anos. Muitas vezes tive a oportunidade de trabalhar junto com ele na DCC”. O tempo passou e ele aprendeu, desenvolveu-se e cresceu. Atualmente é responsável pela linha de vapor e é Chefe da Serralheria na DCC. Prestes a se aposentar, Paulo César

já montou sua própria oficina e presta serviços externos nos fins de semana, negócio este

consolidado com clientes conquistados pela qualidade de seu trabalho. Um exemplo de dedicação. E assim histórias de vida e sucesso profissional são construídas dentro do HC. Esta é a nossa gente.

Esquadrinhando metais no HCFMUSP

Arte, Cultura e Lazer

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição de longa duração com cerca de 500 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias. Intitulada Arte

no Brasil - uma história na Pinacoteca de São Paulo, a mostra traz um panorama da arte brasileira, do período colonial aos anos 1930, por meio de obras que integram o acervo do museu, realizadas por artistas fundamentais para a história da arte no Brasil, como Debret, Taunay, Facchinetti, Almeida Junior, Eliseu Visconti, Pedro Alexandrino, Candido Portinari e Lasar Segall, entre outros.

Reinaugurado, Museu da Imigração tem entrada gratuita até julho

Foto Edson Lopes Jr

Arte no Brasiluma história na Pinacoteca de São Paulo

O local funciona de terça a sábado, das 9h às 17h e, aos domingos, das 10h às 17h. (Quinzenalmente, às sextas-feiras, o Museu oferecerá visitação noturna, ampliando seu horário de atendimento até às 21h). Mais informações por meio do site:www.museudaimigracao.org.br

A Pinacoteca do Estado de São Paulo

fica na Praça da Luz, 2 - São Paulo, SP.

Informações: 3324-1000.

D epois de permanecer quatro anos fechado para restauro, o Museu da Imigração foi reinaugurado. Sediado no edifício da antiga Hospedaria do Brás, que recebeu 2,5 milhões de

imigrantes de mais de 70 nacionalidades, entre os anos de 1887 e 1978, o espaço é peça importante da história da cidade de São Paulo. Até o mês de julho, a visita ao Museu da Imigração será totalmente gratuita, incluindo os espaços expositivos, jardim, café, loja, biblioteca e área de convivência. A Maria Fumaça, gerida pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, permanece com saídas regulares e pagas.

Na programação cultural do Museu estão apresentações de teatro, dança, música, oficinas e palestras sobre o patrimônio relacionado aos processos migratórios ligados a São Paulo.O Museu da Imigração fica na Rua Visconde de Parnaíba, 1316, no bairro da Mooca - São Paulo.

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Agenda

Curso RM Funcional e Tractografia: Aplicações, Desafios na Neurorradiologia Data: 8 e 9/08/14Local: InRadInformações: 2661-7067E-mail: cerb.inrad@hc.fm.usp.br

Curso de Diagnóstico por Imagem da Cabeça e Pescoço (TC e RM)Data: 29 a 31/08/14Local: InRadInformações: 2661-7067E-mail: cerb.inrad@hc.fm.usp.br

41º Curso de Atualização em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Transplante de Órgãos do Aparelho DigestivoData: 27/07/14 a 01/08/14Local: CCRInformações: 2661-6447

Curso de Infecção em TransplantesData: 12 e 13/08/14Local: CCRInformações: 2661-7018

17º NEFROUSPData: 21 a 23/08/14Local: CCRInformações: 2661-7629/6570

10º Diacor - Atualização em Diabetes na CardiologiaData: 22 e 23/08/14Local: CCRInformações: 2661-5927

VII Encontro Internacional de Hepatologia - USP e Universitat de BarcelonaData: 28 a 30/08/14Local: CCRInformações: 2661-6447

Jornada de Infecções OrtopédicasData: 29 a 30/08/14Local: CCRInformações: 3086-4106

Dietas da ModaData: 26/07/2014Local: Escola de Educação PermanenteInformações: 2661-6472Email: atendimento.eep@hc.fm.usp.br

Especialização em Gestão da Humanização em Serviços de SaúdeData: 01/08/14 a 30/06/15Público-alvo: Profissionais graduados da área da saúdeLocal: Escola de Educação PermanenteInformações: 2661-6472Email: atendimento.eep@hc.fm.usp.brEspecialização em Unidades de Terapia Intensiva Cardiológica e Terapias de Substituição RenalData: 04/08/14 a 16/12/14Público-alvo: Técnicos de EnfermagemLocal: Escola de Educação Permanente HCFMUSPInformações: 2661-6472Email: atendimento.eep@hc.fm.usp.br

Técnico em Enfermagem – Módulo I – Qualificação Profissional em Auxiliar em EnfermagemData: 11/08/14 a 06/08/15Local: Escola de Educação Permanente HCFMUSPInformações: 2661-6472Email: atendimento.eep@hc.fm.usp.br

Congresso de Anestesiologia USP ONLINEData: Aulas disponíveis online a partir de junho de 2014Congresso completo: acesso até novembro de 2014Congresso adquirido por módulos: para cada módulo 60 dias de acessoInformações: www.eep.hc.fm.usp.br

3º Ciclo de Simpósios sobre Saúde Pública HCFMUSP 70+30Data: 7 e 08/08/14Local: Teatro da Faculdade de Medicina da USPInformações: eep.hc.usp.br/saúde-publica

I Encontro sobre Ética em EnfermagemData: 04/10/14Público-alvo: Enfermeiros, graduandos dos dois últimos semestres, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagemLocal: Instituto da CriançaInformações: 2661-7025. E-mail: cursosmulti.eep@hc.fm.usp.br

XXXIII COMU – Congresso Médico Universitário da FMUSPData: 31/10/14 a 2/11/14Informações: 3061-7410. E-mail: dc@usp.br

Ciência e Saúde

Fonte: CCI IC

Pesquisa HC associa mama densa na pós-menopausa a mutação genética

À medida que as mulheres envelhecem, o tecido glandular das mamas – mais firme – vai aos poucos sendo substituído por gordura. Na linguagem médica, a

mama deixa de ter uma alta densidade mamográfica e se torna lipossubstituída. Em alguns casos, no entanto, as mamas permanecem densas mesmo após a menopausa. Mas o que pode parecer uma vantagem estética é um fator que, de acordo com a literatura científica, pode elevar entre quatro e seis vezes o risco de câncer de mama. Um estudo realizado recentemente com 463 pacientes em tratamento na Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP mostrou que, nesse grupo de mulheres com mamas densas, chega a ser 75% mais frequente a ocorrência de uma mutação conhecida como PVULL, que afeta o gene do receptor de estrógeno na mama e aumenta a ação hormonal nesse tecido. Os resultados foram publicados em dezembro de 2013 no periódico Journal of Cancer Science & Therapy. A investigação foi feita durante o doutorado de Marilene Alicia de Souza, sob orientação da professora da FMUSP Angela Maggio da Fonseca, coordenadora do projeto “Obesidade com e sem síndrome metabólica, como fator de risco para câncer de mama”, apoiado pela FAPESP. As participantes do estudo – entre 45 e 65 anos de idade e todas há pelo menos um ano sem menstruar – foram divididas em dois grupos: 308 integraram o grupo de mamas densas e 155, o de baixa densidade mamográfica, considerado como grupo controle. Todas as voluntárias consideradas elegíveis passaram por sequenciamento genético para avaliar a presença da mutação, mamografia, avaliação de peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e responderam a um questionário sobre o histórico familiar e os hábitos de vida. Os resultados revelaram ainda que, no grupo de mulheres com mamas densas, foram mais frequentes os casos de câncer de mama na família. Enquanto na população em geral apenas 4% das mulheres apresentam casos em parentes de primeiro grau (mãe e filha), nessa população estudada a frequência foi de 19%. O mais preocupante é que se observou nesse grupo de mulheres maior frequência de outros fatores de risco comportamentais, sem relação com essa característica genética. De maneira geral, elas tinham um número menor de gestações e é sabido que a cada gravidez a chance de ser classificada com alta densidade mamográfica diminui em 17%. Também foi observada uma frequência maior de gestações tardias (acima de 28 anos) e a cada ano de atraso na primeira gestação a termo o risco aumenta em 5,3%. Além disso, foi maior a frequência de fumantes e consumidoras regulares de álcool. São vários fatores de risco para câncer de mama que vão se somando.

Diversos estudos anteriores mostraram que a gravidez – principalmente antes dos 28 anos – e a amamentação têm efeito protetor contra o câncer de mama, pois induzem a diferenciação completa das células das glândulas mamárias. Mamas densas na pós-menopausa são um indício de maior presença de células não diferenciadas, mais suscetíveis a sofrer mutações que levam ao câncer. Além disso, o estrógeno induz uma maior proliferação celular no tecido, elevando ainda mais o risco de mutações. Esses resultados alertam para a necessidade de tratar essas mulheres com maior risco de forma diferenciada. O sequenciamento genético é fácil e deveria ser feito em todas aquelas com histórico de câncer na família e com alta densidade mamográfica na pós-menopausa. Confirmada a presença do polimorfismo genético [PVULL], precisaria ser feito um acompanhamento rigoroso, com exames a cada seis meses. A Dra. Marilene defende também a possibilidade de adotar uma terapia preventiva nesses casos. Uma das opções que poderiam ser estudadas é o medicamento tamoxifeno, capaz de diminuir a ação hormonal nas mamas. Muitas mulheres que sofrem de mastalgia (dor nas mamas) já fazem uso dessa droga.

ObesidadeEmbora o grupo de mulheres com mama densa tenha apresentado, em média, um IMC menor que o grupo controle, a taxa de obesidade – outro conhecido fator de risco para câncer de mama – foi alta: 40,7%. Esse dado é preocupante, pois são dois importantes fatores de risco que estão se somando.

O grupo de pesquisadores investigou ainda uma outra mutação que afeta o gene do receptor de estrógeno na mama conhecida como XBAL. “Ao contrário da PVULL, a XBAL não teve forte correlação com alta densidade mamográfica na pós-menopausa. Por outro lado, a mutação XBAL parece desencadear uma ação hormonal que favorece a obesidade. Cerca de 69% das portadoras tinham IMC maior que 25, contra 30% das mulheres sem a mutação XBAL. É um dado que vai ao encontro com a literatura”, contou Souza.

Outros resultados do estudo foram divulgados em três artigos na revista Gynecological Endocrinology, em fevereiro de 2013, agosto de 2013 e janeiro de 2014. (Dados da Agência FAPESP).