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2 UFSC/ODONTOI-GrAl BIBLIOTECA SETORIA I
GUSTAVO ZILLI
IMPLANTES ORTOD6NTICOS
Trabalho de conclusão apresentado ao
Curso de Especialização em Implantodontia,
da Universidade Federal de Santa Catarina,
como requisito para obtenção do titulo de
Especialização em Implantodontia.
Orientador: Prof.Dr. Antônio Carlos Cardoso
Co-Orientadora: Prof a Dra Angélica
FLORIANÓPOLIS
2005
1 UFSCIODONTO LOGIA BIBLIOTECA SETORIm
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GUSTAVO ZILLI
IMPLANTES ORTODCINTICOS
Este trabalho de conclusão foi julgado adequado para obtenção do titulo de
Especialista em Implantodontia e aprovado em sua forma final pelo Curso de
Especialização em Implantodontia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 15 de dezembro de 2005.
Banca Examinadora:
Prof.Dr.Presidente Antônio Carlos Cardoso
Prof.Me. Wilson Andriani Jr.
Prof. Dr. Diego Vasconcelos
UFSC/ODONTOLOGIA BIBLIOTECA SETORIA I
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Dedico a DEUS, por jamais me abandonar nos momentos difíceis, e dar-me a
graça de tantas alegrias e de tantas realizações, dedico a felicidade de atingir este ideal,
agradecendo mais uma vez a benção de viver.
Aos meus pais BERTILO E LORITA, a minha irmã LUCIANE, ao meu cunhado
FRANCISCO, que estão sempre presentes com seu carinho e apoio incondicionais,
dedico a alegria desta conquista, com muito carinho e gratidão.
A minha noiva ALEXANDRA, por compartilhar as angústias, pela compreensão e
paciência, pelo incentivo e apoio; dedico o mérito desta vitória e agradeço com todo meu
amor.
UFSC/ODONTOLOGIA BIBLIOTECA SETORIAL
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AGRADECIMENTOS
Ao meu professor orientador no CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA,
Professor ANTONIO CARLOS CARDOSO, que soube com exigência, estimulo e
paciência, transmitir uma grande bagagem de informações , as quais sem dúvida
contribuirão muito para o meu crescimento profissional e pessoal; agradeço com grande
com grande consideração.
A todos os PROFESSORES, MESTRANDOS, DOUTORANDOS E FUNCIONÁRIOS DO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA, os quais tornaram possível a
conclusão deste curso; meu agradecimento e respeito.
Aos meus colegas e amigos ADRIANO, ANDRÉ, BENTO, EDSON, FERNANDO, FLAVIA,
GISELE, LUCIANE, JOÃO, PAULO E UBIRATAN, pelas trocas de experiências, pelas
demonstrações de amizade, pelas dificuldades e conflitos divididos, agradeço com muito
carinho e com a certeza de que ficará a saudade destes momentos vividos.
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ZILLI, Gustavo. Implantes Ortodemticos.Trabalho de conclusão. Curso de Especialização em Implantodontia. Universidade Federal de Florianópolis, Florianópolis, 2005.
RESUMO
A utilização de implantes como recurso de ancoragem ampliou consideravelmente as
possibilidades terapêuticas em ortodontia. Nos últimos anos, a demanda de tratamentos
ortodeinticos em adultos tem aumentado significativamente, devido aos pacientes estarem
mais conscientes com sua saúde oral e requerindo resultados estéticos melhores. Nestes
pacientes, especialmente os que apresentam falta de dentes, a ancoragem ortodôntica
constitue-se num problema. Pacientes ortodemticos com dentição completa também estão
sujeitos a problemas de ancoragem em algumas situações, como quando os dentes estão
sendo movidos em bloco em direção anterior ou posterior, ou quando os dentes usados
para ancoragem apresentam problemas periodontais. Este trabalho consiste numa
revisão de literatura, onde é feita uma abordagem sobre a utilização de implantes
osseointegrados como ancoragem em diversas situações, suas principais indicações,
vantagens e desvantagens, locais indicados para inserção desses implantes e o efeito da
carga nesses implantes. 0 trabalho ainda discute os estudos apresentados, por fim
concluindo, seremos os implantes osseointegrados apropriados para serem usados como
ancoragem para movimentações ortodeInticas em casos de indicação precisa.
Palavras-chave: Implante. Osseointegração. Ancoragem.
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ZILLI, Gustavo. Implantes Ortodâmticos.Trabalho de conclusão. Curso de
Especialização em lmplantodontia. Universidade Federal de Florianópolis, Florianópolis,
2005.
ABSTRACT
The use of implants as anchorage hás broadened the range of orthodontic therapeutic
possibilities. In last years, the demand for orthodontic treatments in adults has increased
significantly, because the patients today are more aware of their dental health and require
results to be esthetic improvement. This patients, specially that presents teeth missing,
the orthodontic anchorage is a problems. Orthodontic patients with full dentitions are also
subject to anchorage problems in special situations, as when teeth are to be moved en
bloc in a posterior or anterior direction, or when the present teeth utilized to anchorage
presents periodontal problems. This work consists in a literature review, bringing the
utilization of osseointegrated implants how anchorage in many situations, their indications,
advantages and biomechanical behavior in use of this implants. This work discusses all
the studies wich have been presented, concludes that the osseointegrated implants are
the more adequate ones to be used as an anchoragem to orthodontic movements in case
of precise indication.
Key-words: Anchorage. Osseointegrated implants. Orthodontic.
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 OS IMPLANTES 2.2 INDICAÇÕES 2.2.1 Retração anterior. 2.2.2 Desvio de linha média. 2.2.3 Mesialização de molar inferior 2.2.4 Distalização de molar superior 2.2.5 Intrusão de molares superiores. 2.2.6 Ausência da unidade de ancoragem inferior 2.3 VANTAGENS 2.4 DESVANTAGENS 2.5 LOCAIS DE INSERÇÃO 2.6 CARGA X IMPLANTE
3 DISCUSSÃO
4 CONCLUSÃO
REFERENCIAS
C)
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1 INTRODUÇÃO
Cada vez mais, é crescente o número de pacientes adultos a procura de
tratamento ortoclôntico, e estes pacientes apresentam uma história dentária prévia
limitante, com ausência de dentes , alterações periodontais, disfunção de ATM, entre
outros aspectos que trazem necessidades multiprofissionais. (KALAFATA, 2003) A
reabilitação protética de pacientes adultos envolve um planejamento multidiciplinar. Assim,
os problemas estéticos, as perdas dentárias, os problemas periodontais, as maloclusões
dento - esqueléticas e os demais agentes causadores de desconforto estético e funcional
para o paciente podem ser avaliados em conjunto e um plano de tratamento eficaz e
satisfatório para o mesmo pode ser estabelecido.(MIGUEL, et al.,2002).
Em ortodontia, existem movimentos que freqüentemente são limitados pela
ancoragem disponível ( KALAFATA, 2003).
A procura por uma ancoragem eficiente, praticamente iniciou-se quando foi tentada
a primeira retração dos dentes anteriores , ou dos caninos , para distal.( MARTINS et al.,
2002).
Martins et al.(2002), em seu trabalho, descreveram várias formas de ancoragem
propostas e estudadas por diversos autores, dentre eles Tweed, afirmando que
"preparação de ancoragem, é o passo mais importante na clinica ortoclôntica... sendo uma
mecânica natural".
0 controle desta ancoragem, em alguns casos, pode ser critico, principalmente
quando a dependência da colaboração do paciente pode ser crucial(LABOISSIERE et al.,
2005).
A utilização de implantes osséointegrados como alternativa para repor dentes
perdidos, é atualmente uma modalidade de tratamento bastante ON para resolver
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problemas cujas soluções eram insatisfatórias , como por exemplo nos casos de
extremidades livres quer sejam uni ou bilaterais ( BEUMER e LEWIS, 1989).Varios
estudos experimentais têm aplicado forças ortod6nticas em implantes end6sseos de
vários tipos e instalados em diferentes espécies : coelhos, cachorros, macacos, em
diferentes áreas: fêmur, mandíbula, maxila. Em alguns estudos a força tem sido aplicada
de implante para implante para testar sua estabilidade sob tal carga, ou para
expansão da sutura palatina e movimentação ortopédica da maxila. Em outros casos o
implante é usado para mover um dente ou um grupo de dentes ( HIGUCHI, 2000).
Os meios de ancoragem intra-orais como barra trans-palatina, o arco lingual, o Lip -
Bumper, dentre outros, apesar de não dependerem da cooperação do paciente, mostram-
se pouco estáveis e podem, às vezes, ser de aplicação complexa(MIGUEL et al., 2002).
Além disso, enquanto os recursos intrabucais podem ser limitados quanto ao seu
potencial de ancoragem, os recursos extrabucais normalmente são rejeitados pelos
pacientes. Portanto , os implantes endósseos podem ser uma alternativa valiosa para
ancoragem intrabucal estável(WEHRBEIN et al., 1999).
0 objetivo deste trabalho é de apresentar através de uma revisão de literatura, a
aplicação de implantes osseointegráveis na ortodontia, especialmente utilizados como
ancoragem ortod6ntica, analisando a viabilidade deste tipo de tratamento dentro de um
planejamento multidisciplinar para a otimização dos resultados na reabilitação oral de
pacientes. Assim como conhecer suas possibilidades de uso, a intensidade e a duração
das forças a serem aplicadas, o material e as dimensões dos implantes a serem
utilizados, as condições ósseas necessárias ao uso desses implantes, a possibilidade de
combinar reabilitação ortod6ntica e correção de edentulismo por meio de implantes.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
A influência do tratamento com implantes osséointegrados tem-se estendido para
dentro da rotina dos pacientes ortodônticos
A combinação entre a ortodontia e a osseointegração denominada de orto-
integração , traz consigo os benefícios da recolocação de dentes perdidos, bem como da
movimentação dental (HIGUCHI,2000).
A prática ortodôntica contemporânea pode envolver a terapia de implantes nas
seguintes ocasiões:
a) facilitação do processo de planejamento para o paciente ortodiintico;
b) reabilitação protética de dente(s) perdido(s);
C) alinhamento ortodeintico pré-cirúrgico para otimizar a utilização do implante;
d) utilização de implantes intra-orais como ancoragem (KENJI, 2000).
2.1 OS IMPLANTES
A primeira tentativa documentada de uso de implantes intra-orais para ancoragem
ortodôntica é bastante antiga: segundo Goodacre et al.(1997), em 1945, Gainsforth e
Higley tentaram estabelecer, em babuinos, ancoragem por meio de parafusos de vitálio
cirúrgico e até obtiveram pequena movimentação mas os implantes afrouxaram de 16 a
31 dias depois.
Atualmente os implantes mais comumente utilizados são de titânio, com variadas
formas de acabamento e formatos, ainda que existam outros materiais que oferecem
propriedades indispensáveis como: excelente resistência à corrosão, atoxidade e
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tolerância pelos tecidos, características mecânicas apropriadas, resistência á abrasão e
aos desgastes, confiabilidade e homogeneidade, custo razoável. Essas características
segundo Weisman (apud BRA'NEMARK 1977).
0 titânio é hoje o material de escolha porque reúne todas as características acima
citadas, aliadas a um excepcional potencial de osseointegração. As propriedades
osseointegrativas do titânio se devem principalmente a forma como oxida. Em cerca de
um segundo após esposto ao ar, o titânio forma uma finíssima camada de óxidos em sua
superfície (cerca de 3 a 5 mm de espessura). Essa camada de óxidos protege o restante
do metal da oxidação. Os óxidos formados são duros, apresentam alta constante
dielétrica e são quimicamente inertes (FERREIRA,1999). Tavares (1999) ainda lista como
vantagens do titânio sua ductilidade e leveza.
Dentre os implantes estudados, o implante intra-ósseo de titânio mostrou os
melhores resultados ( MIGUEL et al., 2002).
Segundo Tavares(1999) , os implantes de titânio têm a propriedade de transferir ao
osso, de maneira fisiológica, as forças sobre eles aplicadas.
Wehrbein e Merz (1998) apresentam as características que devem possuir os
implantes para uso ortodõntico . Segundo os autores, dada a sua capacidade de garantir
osseointegração estável por longos períodos e suportar cargas axiais e não axiais.
Quanto as características externas , os autores preconizam o formato de parafuso
combinado com um acabamento rugoso, que ajude a aumentar a superfície.
0 tamanho dos implantes para uso ortoclôntico , segundo Wehrbein e Mertz (1998)
é menor que o dos implantes convencionais porque normalmente se dispõem de menor
espessura óssea. No caso dos implantes palatais, por exemplo, os implantes têm de 4 a
6 mm, para evitar atingir o seio nasal. Ainda é característica relevante dos implantes
ortodemticos, segundo os autores, permitir um único estágio cirúrgico para minimizar o
trauma ao paciente.
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Apesar das mini-placas cirúrgicas e dos implantes osseointegráveis serem
relatados e utilizados para a obtenção de ancoragem ortod6ntica esquelética, eles
apresentam deficiências com relação à seleção do lugar apropriado para sua instalação
na maioria dos pacientes em tratamento ortodeintico, procedimentos cirúrgicos de
instalação e remoção mais invasivos e custo elevado(LABOISSIÈRE et al., 2005).
Villela et al (2004) afirmam que um sistema de ancoragem ortodântica esquelética,
para ser considerado ideal deve possuir as seguintes características: ser facilmente
instalado, resistente as forças ortodônticas, de remoção simples, de tamanho reduzido e
pronto para carga imediata ou ativação precoce para minimizar o tempo global de
tratamento.
A obtenção de ancoragem absoluta, através do uso dos micro-parafusos
ortodiinticos, vem sendo incorporada cada vez mais ao cotidiano do ortodontista. A
instalação normalmente deve ser feita por profissional da área da implantodontia. Para
que a comunicação multidiciplinar seja mais eficiente, o cirurgião deverá reciclar conceitos
básicos de biomecânica, de movimentação dentária e de terminologias ortodemticas
(LABOISSIÈRE et al., 2005).
2.2. INDICAÇÕES
Higuchi ( 2000), estabeleceu duas categorias de pacientes ortodônticos como
candidatos a implantes para ancoragem: pacientes parcialmente edêntulos e pacientes
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ortodõnticos regulares que necessitem movimentação dental em bloco. Higuchi também
descreveu em seu livro algumas das indicações dos implantes como ancoragem:
- Para facilitar a intrusão de dente ou dentes que estejam supra-erupcionados no
mesmo arco e invadindo o plano oclusal do arco oposto, especialmente se os
dentes adjacentes estiverem faltando ou não podem promover ancoragem
suficiente; uma segunda indicação seria para intrusão de dentes interarcos.
Neste caso, se os implantes também são planejados para recolocação de dentes
faltantes, eles podem ser usados para intruir os dentes supraerupcionados
primeiramente e depois para receberem a restauração.
- Outra possibilidade do uso dos implantes como ancoragem e como suporte para
prótese, seria para retração e protração de dentes, onde exista falta de dente ou
dentes adjacentes no mesmo arco, e se deseja movimentar dentes em apenas
uma direção. Isto porque o que geralmente ocorre é o movimento dental
reciproco quando se utiliza um dente como ancoragem.
- Os implantes podem também ser utilizados como ancoragem em retração e
protração de dentes interarcos. Esta situação ocorre quando diversos dentes
estão faltando nos arcos e os dentes remanescentes em um ou ambos os arcos
requerem movimento significante. Se os implantes não podem ser usados para
retração em um arco, eles podem ser colocados no arco oposto, e forças entre os
arcos podem ser utilizadas para mover dentes no arco oposto e após finalizada a
movimentação, o implante pode ser utilizado como um abutment restaurador.
Na utilização de implantes como ancoragem ortodõntica, Tavares destaca o
trabalho pioneiro de Roberts et al., de 1990, que inseriram um implante na região
retromolar e utilizaram-no como ancoragem indireta para preencher o espaço deixado
por um primeiro pré-molar inferior perdido. Tavares também destaca o trabalho de
Block e Hoffman, de 1995, em que apresentam os onplants. Estes são pegas de titânio
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puro, semelhantes a botões linguais, que podem ser inseridas em locais pequenos e
com pouco osso. Sua técnica de colocação é simples e após 10 semanas já se pode
aplicar a eles cargas de 350g.Também são usados especificamente em aplicações
ortodõnticas os mini-implantes.Trata-se de implantes de pequeno diâmetro e
comprimento, 1,2mm e 6,0mm, respectivamente. Os mini-implantes podem ser
instalados em praticamente todo lugar, inclusive entre as raizes de dentes adjacentes.
Devem permanecer sem carga durante 10 semanas, para permitir sua
osseointegração.
2.2.1. Retração anterior.
São utilizados 2 microparafusos ortodõnticos por vestibular instalados entre os
segundos pré-molares e os primeiros molares superiores,com a finalidade de ancoragem
direta para a distalização anterior, com diminuição de possíveis movimentos indesejáveis
de mesialização da unidade de ancoragem.
Após análise criteriosa da face, dos modelos e da cefafometria, nos diagnósticos
ortodõnticos onde a exodontia dos primeiros pré-molares é indicada para a retração total
dos dentes anteriores, o controle de forças indesejáveis na unidade de reação na maioria
dos casos é critico. Principalmente nos casos onde o paciente é portador de má-oclusão
de Classe I com biprotrusão severa e Classe II de Angle de grande magnitude. 0 uso de
ancoragem absoluta direta minimiza significantemente a possibilidade de mesialização da
unidade de ancoragem, ou seja, a perda de ancoragem(LABOISSIÈRE et al.,2005 ).
2.2.2. Desvio de linha média
É utilizado um microparafuso por vestibular entre o segundo pré-molar e o primeiro
molar superior contrário ao desvio com a finalidade de tracionar os elementos
dentários anteriores, através da orientação do arco para correção da linha média.
Quando o paciente apresenta assimetria dentária com desvio da linha média, o
tratamento deve ser decidido após uma criteriosa avaliação de alguns fatores, como
severidade da assimetria, sentido do desvio e localização da assimetria, se envolve
um ou os dois arcos. Em alguns casos podem ser necessárias extrações assimétricas
e ancoragem diferenciada nos dois lados do arco(LABOISSIÉRE et al., 2005).
2.2.3 Mesialização de molar inferior
É utilizado um microparafuso ortodeintico por vestibular, preferencialmente entre o
primeiro pré-molar e o canino inferior com a finalidade de tracionamento para a mesial dos
molares remanescentes para substituir o elemento perdido.
Em pacientes jovens ou adultos , com perda recente do primeiro molar inferior, onde o
segundo e o terceiro molar se apresentam com anatomia e fisiologia dentro dos critérios
de normalidade, possivelmente uma das formas de tratamento indicado seria a instalação
de um implante ósseo-integrável para a substituição do elemento perdido. Mas o melhor
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tratamento certamente seria o reposicionamento dos molares no local do elemento
perdido.
A abordagem da ancoragem direta ou indireta para a mesialização de molares depende
da anatomia da distância entre os molares remanescentes ao espaço protético e da
bossa canina , sendo que a ancoragem direta tem mostrado melhores resultados
(LABOISSIÈRE et al., 2005).
2.2.4. Distalização de molar superior
Utilizado dois microparafusos ortodemticos nos casos simétricos por vestibular ou um
microparafuso ortodeintico nos casos assimétricos por vestibular entre os segundos pré-
molares e os primeiros molares superiores com a finalidade de distalizar os dentes
superiores para ganho de espaço ortodôntico (LABOISSIÈRE et al., 2005).
2.2.5. Intrusão de molares superiores.
São utilizado dois microparafusos ortodeinticos por vestibular e um microparafuso
ortodeintico por palatino. Um entre o segundo pré-molar e o primeiro molar superior, um
entre o primeiro molar e o segundo molar superior e um entre as raizes palatinas do
primeiro molar e o segundo molar superior, com a finalidade de intrusão pura de
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elementos dentários extruidos que comprometem o espaço interoclusal para futura
reabilitação cirúrgica-protética.
A perda de dentes posteriores no arco inferior pode provocar um desajuste oclusal de
grande magnitude. Normalmente há ma extrusão dos dentes superiores antagonistas e
migração dos dentes do mesmo arco para a área edêntula, o que pode impedir a
reabilitação protética com implantes osseointegrados.
Alguns fatores devem ser analisados antes de começar a mecânica de intrusão: saúde
periodontal, posição da furca radicular e a necessidade de se reabilitar o antagonista.
Quando se utilizam forças ortodónticas ótimas não existe possibilidade de rompimento
dos feixes vásculo-nervosos durante o movimento de intrusão.
0 seio maxilar é remodelado com a deposição óssea em volta do ligamento periodontal
das raizes dos molares durante a intrusão de dentes posteriores (LABOISSIÈRE et al.,
2005).
2.2.6. Ausência da unidade de ancoragem inferior
Utilizado um microparafuso ortodóntico por vestibular para cada lado preferencialmente
entre o pré-molar e o primeiro molar superior, com a finalidade de realizar movimentos
simples ou complexos onde há necessidade de controle absoluto da ancoragem
(LABOISSIÈRE et al., 2005).
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2. 3. VANTAGENS
Algumas das vantagens de sua aplicação foram descritas também por Wehrbein e
Merz(1998), tais como: nenhum efeito colateral, devido ao não uso da dentição
remanescente como ancoragem; conduta previsível e unidade de ancoragem invisível,
além de ser independente da colaboração do paciente.
Os mesmos autores ressaltam ainda a redução no tempo total de tratamento quando da
aplicação desta terapia, além de sua ótima indicação em casos onde uma potencial
ancoragem periodontal esteja comprometida pela periodontite ou pela falta de ancoragem
dental suficiente.
A ancoragem assimétrica é um fator que pode dificultar a execução do planejamento
ortodõntico devido a aparatologia de ancoragem convencional, na sua maioria, ser
simétrica, como a barra transpalatina, o botão de Nance e o arco extrabucal. Um artificio
muito utilizado para este tipo de situação, são os elásticos intermaxilares, que podem
gerar alguns efeitos colaterais, como movimentação indesejada do arco oposto e
problemas graves de assimetria vertical de plano oclusal. Outro fator que limita a
utilização deste recurso é a falta de previsibilidade devido à total dependência da
colaboração do paciente (LABOISSIERE et al., 2005 ).
Na nova abordagem adotada com o uso dos microparafusos ortodõnticos são
eliminados desta etapa do tratamento os elásticos intermaxilares. Dependendo da
severidade do desvio, existe a possibilidade de correção sem extrações, com a
distalização total do hemi-arco (LABOISSIERE et al., 2005).
A mecânica convencional para a mesialização de molar inferior unilateral costuma
ser complexa, através de aparatologia intrabucal que pode ser ineficiente para evitar
efeitos colaterais indesejados no perimetro do arco. (LABOISSIERE et al., 2005 ).
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Laboissière et all, (2005) afirma que existe uma predisposição natural de
mesialização de terceiro molar acompanhando o movimento do segundo molar , o que
torna ainda mais eficiente e rápida a técnica de ancoragem absoluta com os
microparafusos ortod6nticos, com menor indice de efeitos colaterais indesejados tanto
no arco inferior quanto no arco superior.
Existem casos onde há possibilidade de se obter espaço suficiente para corrigir a má-
oclusão do paciente com a distalização dos molares superiores. A literatura registra
algumas mecânicas que possibilitam esse movimento, porém, normalmente precisam
ocupar o espaço do palato do paciente ou dependem extremamente da colaboração do
mesmo, o que, na maioria das vezes, é uma grande desvantagem (LABOISSIERE et al.,
2005).
Para os pacientes onde, durante o tratamento, houve perda de ancoragem e ainda há
necessidade de espaço para corrigir problemas ortod6nticos, os microparafusos
ortod6riticos são uma excelente opção para retratamento (LABOISSIERE et al., 2005).
Em pacientes adultos ou adolescentes, onde há indicação do uso de aparelho
extrabucal para distalizar molares superiores os microparafusos ortodeinticos podem ser
indicados (LABOISSIERE et al., 2005 ).
Para conseguirmos intrusão de dentes posteriores através de uma mecânica
ortod6ntica convencional é necessário unir os demais dentes para servirem de unidade de
ancoragem com uma estrutura metálica soldada ou uma estrutura de acrílico, para evitar
efeito colateral de extrusão. Este tipo de artificio, apesar de ser eficiente, é muito
complexo, trabalhoso e incomodo, por ocupar um grande volume intrabucal. Com o uso
da ancoragem absoluta com microparafusos ortod6nticos existe a possibilidade de
intrusão real dos elementos dentários extruidos, de forma simples e sem a necessidade
de aparatologias ortod6nticas complexas (LABOISSIERE et al., 2005 ).
21
Na mecânica ortod6ntica convencional, durante a retração anterior-superior, é
comum a utilização de elásticos intermaxilares que vão dos molares inferiores até a região
anterior do arco superior, denominados de elásticos classe li . Este recurso tem como
objetivo potencializar a retração anterior-superior minimizando a possibilidade de perda
de ancoragem, ou seja, a movimentação dos dentes posteriores para a mesial. Porém,
esta mecânica pode gerar efeitos colaterais indesejados no arco inferior.
Nos casos onde o controle da ancoragem no arco superior é mais critico por
apresentar ausência dos molares inferiores, a substituição destes dentes por implantes
osseointegráveis e conseqüente confecção de próteses, permite a utilização dos elásticos
de classe II.
Contudo, caso o paciente não se apresente momentaneamente apto a ser
submetido à cirurgia de instalação dos implantes osseointegráveis, a utilização dos
microparafusos ortod6nticos para a obtenção de uma ancoragem absoluta, torna-se uma
excelente opção para servir de apoio direto para a retração anterior-superior.Esta opção
torna o tratamento ortod6ntico mais eficiente e previsível, dispensando a necessidade do
uso do arco inferior como apoio de ancoragem (LABOISSIERE et al., 2005).
2.4. DESVANTAGENS
Dentre as desvantagens observadas está a irritação local, o risco de infecção, a
perfuração do seio maxilar, quando da colocação do implante na crista infrazigomática e
na maxila , até a perda do parafuso(COSTA et al., 1998).
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Segundo Asscherickt et al., (2005), uma das desvantagens relativas pode ser o
risco de lesarmos alguma raiz durante a colocação dos mini-implantes. Asscherickt et al.,
(2005) também afirmam que mesmo com o auxilio de métodos radiográficos, fica muito
difícil a colocação de mini-implantes entre as raizes, devido as distorções radiográficas e
a dificuldade de encontrarmos um mesmo ponto de referência no exame radiográfico e
em boca. Em seu estudo, foram colocados 20 mini-implantes na mandíbula de 5 cães.
Todos atingiam diretamente as raizes, mas nenhum as perfurou totalmente. Após 12
semanas os implantes foram removidos e após 25 semanas todos os cães foram
sacrificados e foram feitos exames histológicos. No estudo constatou-se que, no geral, os
implantes mais próximos as raizes foram mais facilmente removidos, e que em todos os
locais onde foram colocados os mini-implantes houve um reparo, quase total do cemento
danificado.
0 custo também é citado como desvantagem, embora relativa, pois a diminuição
do tempo de tratamento pode compensar o custo do implante.(ASSCHERICKX et al.,
2005).
2.5. LOCAIS DE INSERÇÃO
Greekmore e Eklund (1983), relataram um caso de uma paciente onde se utilizou um
parafuso ósseo como ancoragem instalado na espinha nasal anterior, sobre o qual foi
colocado um elástico e preso no arco do aparelho. 0 parafuso foi carregado por 10 dias
após a inserção, sendo o elástico renovado durante todo o tratamento num período de
um ano. Durante este período os incisivos centrais superiores foram elevados 6mm e
lingualizados aproximadamente 25 graus. 0 parafuso não se moveu durante o tratamento.
o LW -1M' 3 23
Um aspecto importante que deve ser levado em consideração é a posição correta
dos implantes que servirão como ancoragem ortodôntica, especialmente se existem
dentes faltantes e estes implantes serão utilizados posteriormente como suporte para
próteses . Este planejamento pode ser feito utilizando-se do diagnostico ortodôntico
( determinando a posição final e ideal dos dentes presentes) e de enceramento de
diagnóstico dos dentes faltantes, através dos quais uma placa guia cirúrgica pode ser
desenvolvida permitindo a localização ideal dos implantes ( SMALLEY,1995).
Os locais de inserção para os mini implantes, estão descritos no trabalho de Laboissière
et al., 2005 e incluem:
- Entre os segundos pré-molares e os primeiros molares superiores, como uma
ancoragem direta para distalização anterior, com diminuição de possíveis
movimentos indesejáveis de mesialização da unidade de ancoragem;
- Entre os segundos pré-molares e os primeiros molares inferiores, como ancoragem
direta para a distalização anterior, com diminuição de possíveis movimentos
indesejáveis de mesialização da unidade de ancoragem;
- Entre o segundo pré-molar e o primeiro molar superior do lado contrário ao desvio,
para tracionar os elementos anteriores, através da orientação do arco para a
correção da linha média;
Entre o primeiro pré-molar e o canino inferior para o tracionamento para mesial dos
molares remanecentes para substituir o elemento perdido;
- Entre os segundos pré-molares e os primeiros molares superiores , para distalizar
os dentes superiores para ganho de espaço ortodôntico;
- Entre o segundo pré-molar e o primeiro molar superior, entre o primeiro molar e o
segundo molar superior ou entre as raizes palatinas do primeiro molar e o
segundo molar superior com a finalidade de intrusão pura de elementos dentários
Biblioteca Universitária UFSC
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extruidos que comprometem o espaço inter-oclusal, para futura reabilitação
cirúrgica/protética.
2.6 CARGA X IMPLANTE
Higuchi (2004) afirma que se todas as forças forem aplicadas sobre um implante
adequadamente integrado, não conseguirão move-lo.
No entanto, Liou (2004) em seu trabalho de 9 meses , aplicando forças de 150g,
250g e 400g em mini-implantes com um tempo de cicatrização de duas semanas, afirmou
que em 7 dos 16 pacientes avaliados, os mini-implantes " extruiram e tiparam
vestibularmente". Já Giacotti, (2004) afirmou que mesmo aplicando carga imediata, mas
de 50g sobre os mini-implantes , os mesmos mantiveram-se estáticos.
Liou (2004) afirma ainda que o uso de mini-implantes é uma maneira estável de
ancoragem ortodõntica, porém eles não mantêm-se absolutamente estáticos quando
submetido a forças ortodõnticas pesadas (150 a 400 gramas) e para prevenir lesões em
algum órgão vital devido ao deslocamento do mini-implante, é recomendado a sua
inserção em áreas edêntulas e distante de nervos e vasos sanguíneos, ou entre as raizes
dentárias com 2 mm de espaço de segurança.
Estudos experimentais em cães da raga Beagle demonstraram que os
microparafusos podem suportar forças ortodõnticas sem que haja alteração na estrutura
de titânio dos mesmos (LABOISSIERE et al., 2005).
25
A quantidade de força que será aplicada, através das molas de NiTi, deverá ser calibrada
até 300g de cada lado, caso sejam distalizados os seis elementos dentário ou de 80g a
120g para a movimentação de elementos dentários isolados (LABOISSIÈRE et al., 2005).
Em um estudo com mini-implantes colocados na mandíbula de porcos, concluiu-se que o
carregamento imediato nos mini-implantes pode ser executado sem a perda da
estabilidade, quando a força aplicada não for excessiva na borda do osso. 0 sentido da
força pode ser tão ou mais importante do que a sua intensidade, para o sucesso ou não
dos mini-implantes ( BOCHTER et al., 2005).
3 DISCUSSÃO
A odontologia, em sua prática contemporânea, visando atender as necessidades
estéticas e funcionais de seus pacientes, dentro do paradigma de promoção de saúde
bucal, tem buscado cada vez mais a inter e a transdiciplinariedade. Nesse contexto, a
ortodontia tem desempenhado significativo papel, associada a outras áreas, como a
cirurgia buco-maxilo-facial, a implantodontia e a prótese no diagnóstico e correção de
patologias da boca e de estruturas associadas, de deformidades dento-esqueléticas e
faciais relacionadas as má-oclusões.
Embora esse trabalho não vise abordar a ortodontia na preparação dos arcos para
receberem implantes e próteses, é necessário que alguns comentários sejam feitos. A
ausência de dentes anteriores representa um desafio, na busca de uma oclusão ideal e
de uma aparência agradável. As alternativas existentes, até o desenvolvimento dos
implantes, incluíam o desgaste de elementos higidos para a realização de p6nticos,
próteses adesivas, algumas das quais apresentavam grandes limitações estéticas, e o
fechamento de espaços com dentes posteriores, transferindo, muitas vezes, a
necessidade de reposição protética para a região posterior da arcada. Nem todos os
pacientes, entretanto, podiam ter satisfeitas plenamente suas expectativas com essas
opções de tratamento( CZOCHROSWSKA et al., 2003).
Segundo Tavares(1999), Werbein e Merz(1998), Ferreira(1999) e Miguel(2002) os
implantes intra-ósseos de titânio apresentaram as melhores resultados para uso
ortod6ntico.
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27
Para todos os autores pesquisados as maiores vantagens de uso de implantes
osseointegrados estão no fato de uma menor colaboração por parte do paciente durante o
tratamento e de uma diminuição no tempo de tratamento.
Villele(2004) e Laboissière(2005) afirmaram que apesar das mini-placas cirúrgicas
e dos implantes osseointegráveis serem relatados e utilizados para a obtenção de
ancoragem ortodemtica esquelética, eles apresentam deficiências com relação .à seleção
do lugar apropriado para sua instalação na maioria dos pacientes em tratamento
ortodôntico, procedimentos cirúrgicos de instalação e remoção mais invasivos e custo
elevado. Por esses motivos e também por ser facilmente instalado, resistente as forças
ortodônticas, de remoção simples, de tamanho reduzido e pronto para carga imediata ou
ativação precoce, os micro-parafusos de titânio foram os mais indicados para o
tratamento ortodeintico.
Poucas desvantagens foram citadas pelos autores, apenas Costa(1998) afirma
que a irritação local, o risco de infecção, a perfuração do seio maxilar, quando da
colocação do implante na crista infrazigomática e na maxila e até a perda do parafuso
são desvantagens relacionadas a utilização de implantes para a ancoragem ortodôntica.
Laboissière(2005) afirma que o custo dos implantes não é uma desvantagem, pois
a diminuição no tempo de tratamento, compensa o investimento inicial e até pode gerar
um ganho para o paciente.
As maiores divergências sobre o assunto são relativas a carga aplicada sobre eles
e ao seu deslocamento ou não.
Higuchi (2004) afirma que se todas as forças forem aplicadas sobre um implante
adequadamente integrado, não conseguirão move-lo.
No entanto, Liou (2004) em seu trabalho de 9 meses , aplicando forças de 150g,
250g e 400g em mini-implantes com um tempo de cicatrização de duas semanas, afirmou
que em 7 dos 16 pacientes avaliados, os mini-implantes " extrufram e tiparam
28
vestibularmente". Já Giacotti, (2004) afirmou que mesmo aplicando carga imediata, mas
de 50g sobre os mini-implantes , os mesmos mantiveram-se estáticos.
Liou (2004) afirma ainda que o uso de mini-implantes é uma maneira estável de
ancoragem ortodeintica, porém eles não mantêm-se absolutamente estáticos quando
submetido a forças ortodõnticas pesadas (150 a 400 gramas) e para prevenir lesões em
algum órgão vital devido ao deslocamento do mini-implante, é recomendado a sua
inserção em áreas edêntulas e distante de nervos e vasos sanguíneos , ou entre as raizes
dentárias com 2 mm de espaço de segurança.
Estudos experimentais em cães da raga Beagle demonstraram que os
microparafusos podem suportar forças ortodemticas sem que haja alteração na estrutura
de titânio dos mesmos (LABOISSIÈRE et al., 2005 ).
Büchter, (2005) em seu trabalho afirmou que os mini-implantes podem ser
submetidos a forças ortodeinticas imediatamente após a sua instalação, desde que essa
força não seja excesiva. 0 mesmo autor também afirma que o sentido da força aplicada,
também pode ser determinante para o sucesso ou não do mini-implante, pois a forças
laterais são as mais prejudiciais aos implantes.
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3 CONCLUSÃO
Pelo que pôde ser analisado em todos os estudos publicados até o presente momento, o
uso dos implantes osseointegrados como ancoragem para movimentações ortod6nticas
pode ser considerado um recurso eficiente que oferece vantagens na reabilitação das
alterações e maloclusões dentárias. Sua correta indicação, planejamento e execução
podem elevá-la 6 condição de melhor ou único recurso em determinados casos.
Os implantes são considerados superiores aos dentes como ancoragem, devido a
se manterem estáveis durante e após o período de tratamento e de tornar a ortodontia
mais rápida, além de serem um tipo de ancoragem independente da colaboração do
paciente, como é o caso do aparelho extra-oral.
Analises histológicas confirmam que implantes rigidamente integrados não se
movem em relação ao osso adjacente e por isso são condizentes com as exigências de
aplicações ortod6nticas.
As forças ortod6nticas aplicadas sobre um implante adequadamente integrado não
causarão a perda da osseointegração, além de poderem ser aplicadas imediatamente
após a instalação do implante, pois a força necessária para a perda de um implante é de
10 a 100 vezes menor que as forças aplicadas em ortodontia.
Em casos de dentes faltantes, a posição dos implantes deve ser criteriosamente
determinada, visto que após o tratamento ortod6ntico e do seu uso como ancoragem,
esses implantes podem ser utilizados como suporte para próteses definitivas.
Os mini-implantes são uma maneira estável de ancoragem ortod6ntica, mas
embora alguns autores divirjam sobre o assunto, eles não mantêm-se absolutamente
estáticos quando submetidos a forças ortod6nticas pesadas. Devido a esse fato, é
30
recomendada sua inserção em áreas edêntulas, distante de nervos e vasos sanguíneos e
entre as raizes dentárias com 2mm de espaço de segurança.
Tendo sido relativamente pouco estudada até o momento, com possibilidades maiores a
serem desenvolvidas, a técnica de utilização dos implantes osseointegrados como
recurso de ancoragem para movimentações ortoclônticas merece novos estudos, pois
embora tenha apresentado excelentes resultados nas proposições até agora
apresentadas, necessita de um maior número de estudos longitudinais multicêntricos para
evidenciação cientifica e utilização clinica rotineira. Sendo assim, é um recurso importante
para o ortodontista, que tem de conhecê-lo em seus fundamentos biológicos e mecânicos,
pois a necessidade de inter-relação entre as especialidades exige a visão global de todo o
tratamento.
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