guilherme de carvalho l’abri brasil

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Guilherme de Carvalho L’Abri Brasil

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Page 1: Guilherme de Carvalho L’Abri Brasil

GuilhermedeCarvalhoL’Abri Brasil

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�PorqueéFundamental?

(2013)Asecularizaçãonãoseriaacausa,masefeitodatransformaçãodafamília

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�PorqueéFundamental?

(2013)Asecularizaçãonãoseriaacausa,masefeitodatransformaçãodafamília

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Três Clivagens:UmaAgendaCrítica

Ruptura entre Identidade e Diferença

Ruptura entre Natureza e Liberdade

Ruptura entre Afetividade e Normatividade

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Gênesis 1 (Moisés)

26E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,conforme nossa semelhança; domine* ele sobre ospeixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado,sobre os animais selvagens* e sobre todo animalrastejante que se arrasta sobre a terra.27E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem deDeus o criou; homem e mulher os criou.

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Efésios 5 (Paulo)

22Mulheres, cada uma de vós seja submissa ao marido,assim como ao Senhor;23pois o marido é o cabeça da mulher, assim comoCristo é o cabeça da igreja, sendo ele mesmo o Salvadordo corpo.24Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo,também as mulheres sejam em tudo submissas aomarido.25Maridos, cada um de vós ame a sua mulher, assimcomo Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou porela,26a fim de santificá-la, tendo-a purificado com o lavarda água, pela palavra,

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27para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa,sem mancha, nem ruga, nem qualquer coisasemelhante, mas santa e irrepreensível.28Assim, o marido deve amar sua mulher como aopróprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.29Pois ninguém jamais odiou o próprio corpo; antes,alimenta-o e dele cuida; e assim também Cristo emrelação à igreja;30porque somos membros do seu corpo.31Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá a suamulher, e os dois serão uma só carne.32Esse mistério é grande, mas eu me refiro a Cristo e àigreja.33Entretanto, também cada um de vós ame sua mulhercomo a si mesmo, e a mulher respeite o marido.

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Pr.GuilhermedeCarvalhoL’Abri

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Teoria Queer:Contexto

Movimento Queer (“estranho”): Um campo de pesquisas emilitâncias variado e transdisciplinar que utiliza as experiências dedissidências de gênero e sexualidade como o ponto de partida paraconstrução de práticas de si, discursividades e de instituições.

Origem: 35 a 40 anos, nas liberação sexual e nas lutas porLiberdade sexual gay e lésbica e trans (1973, APA, despatologizaçãoe descriminalização), e o pânico sexual associado à AIDS (SIDA).

Base Teórica: Michel Foucault, “História da Sexualidade” (poder ebiopolítica: a gestão da vida humana no centro do interessepolítico). Questionamento das configurações políticas dopreconceito. Pós-estruturalismo: tudo é… construção!

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1.Normatividade:oProblema Central

Heterossexualidade Compulsória: a exigência deque todos sejam“hetero”como fato moralepolítico contemporâneo.

Heteronormatividade: Haveria uma conexão linear e não-problemática entre o corpo e o gênero, e a vida deve serorganizada segundo padrões heterossexuais. Quem não se“encaixa” tem que ser “explicado” (isso é rejeitado em princípiocomo “norma”)

Base Teórica: A teoria trabalha a partir de três regiõesfundamentais (tripé Foucaultiano): práticas de si (construção doeu), discursividades (atos comunicativos e perfomances) einstituições.

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Normatividades?

A noção de que pode haver uma “verdade” do sexo,como Foucault a denomina ironicamente, é produzidaprecisamente pelas práticas reguladoras que geramidentidades coerentes por via de uma matriz de normasde gênero coerentes.

JudithButler

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2.Dogmacentral:Filosofia daDiferença

- Se não há “natureza”… tudo é história e construção…

- Filosofia daDiferença:oquestionamento dametafísica ocidental,tendo Nietzschecomo ponto departida (perspectivismo,transvaloração).Questiona-seafilosofia daidentidade,ou asubstância eacoerência interna detudo,ou oESSENCIALISMO.

Ahistória éoâmbito determinante na formação dasidentidades.Afilosofia dadiferença propõe oquestionamento easubversão dasidentidades eapromoção deoutras “epistemes”,ou oCONSTRUCIONISMO.

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UniversidadedaCalifornia(Berkeley),1990

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Produção de Identidades?

[...] em que medida as práticas reguladoras deformação e divisão do gênero constituem a identidade,a coerência interna do sujeito, e, a rigor, o statusautoidêntico da pessoa? [...]

[...] a “coerência” e a “continuidade” da “pessoa” nãosão características lógicas ou analíticas da condição dapessoa, mas, ao contrário, normas de inteligibilidadesocialmente instituídas e mantidas.

JudithButler

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Gênero?

[o gênero não é] uma identidade estável ou um locus deagência a partir do qual se seguem vários atos; antes, ogênero é ... Instituído... Por meio da repetição estilizadade atos [habituais]”

JudithButler

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Ideologia de Gênero, “in a nutshell”

“... O gênero é sempre um feito, ainda que não sejaobra de um sujeito tido como preexistente à obra. Nodesafio de repensar as categorias do gênero fora dametafísica da substância, é mister considerar arelevância da afirmação de Nietzsche, em “Genealogiada Moral”, de que “não há ‘ser’ por trás do fazer, dorealizar e do tornar-se; o ‘fazedor’ é uma mera ficçãoacrescentada à obra – a obra é tudo” [...] não háidentidade de gênero por trás das expressões degênero; essa identidade é performativamenteconstituída, pelas próprias ‘expressões’ tidas como seusresultados.”

JudithButler

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Ideologia deGênero

1) Feminismo de Primeira Onda: sufragismo, igualdade de gêneros ede oportunidades;

2) Feminismo de Segunda Onda: distinção entre sexo e gênero eafirmação de igualdade a partir da diferença (Simone de Beauvoir)

3) Feminismo de Terceira Onda: afirmação, a partir da crítica dofalocentrismo e da indeterminação da condição feminina (LuceIrigaray), da indiferença sexual e de gênero.

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Indiferença e multiplicidade subversiva

Na opinião de Irigaray, a gramática substantiva degênero, que supõe homens e mulheres assim como seusatributos de masculino e feminino, é um exemplo desistema binário a mascarar de fato o discurso unívoco ehegemônico do masculino, o falocentrismo, silenciandoo feminino como lugar de uma multiplicidadesubversiva.

JudithButler

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Filosofia da(in)Diferença?

- Pressuposto: não precisamos de identidade; afirmamos a exceçãoe abrimos mão da regra por ela.

- Mas não se pode falar em exceção sem regra. Giorgio Agambendiscute o sentido da “indiferença” em seu conceito do “messiânico”como anulação ou suspensão (katargeo); mas encontra umproblema quando na indiferença não se distingue mais os estadosde nenhum modo (na política: o estado de exceção, a anomia, e adegeneração). Afirmar a diferença sem identidade é infrutífero(heraclitianismo, parmenidianismo e platonismo).

- Laerte: “o que você é? – tanto faz”

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Indiferença?

O feminismo busca criar “uma sociedade sem gênero(embora não sem sexo), na qual a anatomia sexual dealguém é irrelevante para o que ela é, o que ela faz, ecom que ela tem sexo.”

GayleRubin(1975)

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Libertação pela... indiferença?

[para Monique Wittig] a derrubada daheterossexualidade compulsória irá inaugurar umverdadeiro humanismo da pessoa, livre dos grilhões dosexo [...]Consequentemente, Wittig clama pela destruição do“sexo”, para que as mulheres possam assumir o statusde sujeito universal [...]

Judith Butler

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Política de indiferença?

[...] que possibilidades políticas são consequência deuma crítica radical das categorias de identidade?

Judith Butler

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Política de indiferença?

[...] quando as identidades ou as estruturas dialógicasconsensuais, pelas quais as identidades já estabelecidassão comunicadas, não constituem o tema ou o objeto dapolítica, isso significa que as identidades podem ganharvida e se dissolver[...]

O gênero é uma complexidade cuja totalidade épermanentemente protelada [...]. Uma coalizaçãoaberta, portanto, afirmaria identidadesalternativamente instituídas e abandonadas... Umaassembleia que permita múltiplas convergências edivergências, sem obediência a um telos normativo edefinidor.

JudithButler

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Porque oFeminismo escolheu a(in)Diferença?

Porque a diferença essencial, no sentido CISGÊNERO (a dualidademasculino/feminino), vem da vontade masculina que FIXA afeminilidade (o homem “dá o nome” à mulher).

Na indiferença a mulher escapa do poder masculino, e se liberta daopressão. Mas…

Não se poderia dizer, nesse caso, que ao se tornar indefinida, a“mulher” perde exatamente a feminilidade?

Essa decisão não confirma, então, que A MULHER NÃO PODEENCONTRAR A FEMINILIDADE A NÃO SER NA PALAVRA MASCULINAQUE A INTERPRETA?

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Filosofia da(in)Diferença?- Problemas centrais:

Afirmação da alteridade por meio da diferença,exacerbando o conflito;

Superação do conflito por meio da suspensão da diferençae da identidade: DESTRUIÇÃO DO GÊNERO

Não há RECONCILIAÇÃO, porque NÃO HÁ CONEXÃO ENTREIDENTIDADE E DIFERENÇA

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Pr.GuilhermedeCarvalhoL’Abri

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�Herman Dooyeweerd (De Wijsbegertee derWetsidee, 1935) e John Milbank (Theologyand Social Theory: Beyond Secular Reason1990) estudaram a gênese do humanismomoderno.

Aliberdade consiste deumâmbito depoder absoluto,hermético edesregulamentado (arbitrário).(ex:MEUCORPO,MINHASREGRAS)

Oindivíduo easociedade são vistos como aesfera doFACTUM,ofeito pelo poder arbitrário.

Ohomem sevê como oAUTORDESIMESMO

Arqueologia daIndiferença

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Nietzsche:Autonomia +Historicismo

1) Ênfase na vontade: o homem nãotem uma natureza; ele se constitui pela

escolha

2) Ênfase no conflito: a visãoheraclitiana de que “polemos” é o paide todos.

O pensamento POSMODERNO baseiasua visão de autonomia no princípioNietzscheano da VONTADE DE PODER(Derrida, Foucault, Deleuze, etc).

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NietzscheeoGênero

[…] o gênero é sempre um feito, ainda que não seja obra de umsujeito tido como preexistente à obra. No desafio de repensar ascategorias do gênero for a da metafísica da substância, é misterconsiderer a relevância da afirmação de Nietzsche, emGenealogia da Moral, de que “não há ‘ser’ por trás do fazer, dorealizer e do tornar-se; o fazedor é uma mera ficção acrescentadaà obra – a obra é tudo. Numa aplicação que o próprio Nietzschenão teria antecipado ou aprovado, nós afimaríamos comocorolário: não há identidade de gênero por trás das expressõesde gênero; essa identidade é performativamente construída,pelas próprias expressões tidas como seus resultados.

JudithButlerp.56..

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PorqueNietzscheatacouocristianismo?

[…] retorno ao fato de Nietzsche ter dirigido a suacrítica histórica contra o cristianismo em especial. Issomostra não ser somente um aspecto de umametanarrativa obsoleta; pelo contrário, Nietzscheestava objetivamente certo na medida em que ocristianismo é singular ao recusar realidade última atodos os fenômenos conflituais. Por essa razão, comovou argumentar, ele é o verdadeiro “oposto” do pós-modernismo Nietzschiano […]

JohnMilbank,Teologia eTeoria Social,p.337.

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[…] um primeiro princípio que alicerça todo o nosso método: éque falar é combater, no sentido de jogar, e que os atos delinguagem provém de uma agonística (o autor cita Heráclito eNietzsche) geral […].Esta idéia da agonística da linguagem não deve ocultar o segundoprincípio que lhe é complementar e que norteia nossa análise: éque o vínculo social observável é feito de “lances” de linguagem[…].

Jean-FrançoisLyotard,OPós-moderno (p.17-18)

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Ideologia deGênero eViolência

Respondendo à violência do pensamento da identidade,a ideologia supõe a ausência de natureza em nome daliberdade

A negação da natureza ainda assume que não podehaver reconciliação sem destruição do feminino

Não há RECONCILIAÇÃO, porque NÃO HÁ CONEXÃOENTRE IDENTIDADE E DIFERENÇA

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Pr.GuilhermedeCarvalhoL’Abri

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Sobre João 17

“Esta súplica de Jesus por unidade, inserida nocontexto da oração sacerdotal, leva-nos a umuniverso que transcende nossa capacidade decompreensão […]. Nesta oração, Jesus coloca-se asi mesmo, na sua relação com o Pai, comoreferencial da unidade proposta. A afirmação“como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, tambémsejam eles em nós” remete-nos ao mistério daTrindade como modelo de relação e unidade. Trata-se de um convite para que a relação que o Pai, oFilho e o Espírito Santo gozam entre si seja tambémcompartilhada com a igreja […]”

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“Buscar compreender a Trindade a partir do que ela é narelação que nutre entre si constitui a grande tarefa da igrejapara redescobrir sua própria natureza.”

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“Quando Jesus afirma “Eu e o Pai somos um” estádemonstrando a indivisibilidade da Trindade e aimpossibilidade do individualismo autônomo. Porum lado ele afirma sua identidade como pessoa,mas também define que esta identidade não existesem o Pai e o Espírito. Ele afirma a mesma coisaquando diz: “Quem vê a mim vê o Pai”. Éimpossível ver o Pai sem ver o Filho, ou vice-versa,como também é impossível ver o Espírito sem ver oPai e o Filho. É assim que Deus se revela nasEscrituras, como um ser-em-comunhão”.”

RicardoBarbosadeSouza,OCaminho doCoração:Ensaios sobre aTrindade eaEspiritualidade Cristã.

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II. O Deus Cristão

Pai

EspíritoFilho

AMANTE

AMORAMADO

Agostinho de HiponaSéculo IV A.D.

O Maior teólogo da antiguidade Cristã

Descreveu as relaçõesdas pessoas da Trindade

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O ÍCONE DE ANDREI RUBLEV (1370-1427):

“A HOSPITALIDADE DE ABRAÃO”

Para nós…

A TEODRAMÁTICA DA TRINDADE

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O Amor Intertrinitário

O AmadoO Amante

O Amor

Igreja

Em Cristo, a igreja éacolhida na comunhãointertrinitária, e se tornaobjeto do amor do Pai

O Amor de Deus, o Pai, a Graça do Senhor Jesus Cristo e a Comunhão

do Espírito Santo

ADOÇÃO

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A Hospitalidade Divina

A Fonte do Amor

A Dádiva do Amor

A Participação no Amor

Igreja

Tomar a CRUZ é doar voluntariamente a vida ao outro,criando a comunidade humana como espelho dacomunidade divina.

O Amor de Deus, o Pai, a Graça do Senhor Jesus Cristo e a Comunhão

do Espírito Santo

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Ontologia SocialCristã

Unidade na Diversidade tem caráter último

A sociedade humana é uma analogia dasociedade divina

PARTICIPAÇÃO: Nem identidade pura, nemdiferença pura, nem indiferença pragmática

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Pr.GuilhermedeCarvalhoL’Abri

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Gênero eOntologia SocialCristã:(1Coríntios7.4;11.7-12;Efésios 5.21)

Masculino e feminino não podem ser definidos a não ser em umrelacionamento de PAZ

A MULHER: deve permitir ser nomeada pelo homem, definindo-sea partir de seu amor.

O HOMEM: deve ser formado e enviado para servir à mulher,definindo-se a partir dessa missão.

AMBOS: devem ter sua autonomia relativizada e ter a si mesmosno outro ou através do outro.

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Nas raízes da noção de “duas cidades” estáo conflito bíblico entre Babel e Jerusalém.

Agostinho deu a formulação clássica à noçãode uma antítese insolúvel entre a CivitasMundi e a Civitas Dei, tornando-a umafilosofia social e uma filosofia da história(Livro 15, capítulo 1).

BABEL – “Cidade terrena, senhora dospovos escravos e, por sua vez, dominadapela paixão de dominar” (CD1, prólogo)

JERUSALÉM – Centrada no amor e naShalom

BabeleJerusalém

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A Torre de Babel, Pieter brueghel the Elder 1563

My Jerusalem, Michael Rozentov, 2006

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Dois amores fundaram, pois, duas cidades, a saber: o amorpróprio, levado ao desprezo a Deus, a terrena; o amor a Deus,levado ao desprezo de si próprio, a celestial. Gloria-se a primeiraem si mesma e a segunda em Deus, porque aquela busca a glóriados homens e tem esta por máxima glória a Deus, testemunhade sua consciência. Aquela ensoberbece-se em sua glória e estadiz a seu Deus: Sois minha glória e quem me exalta a cabeça.Naquela, seus príncipes e as nações avassaladas vêem-se sob ojugo da concupiscência de domínio; nesta, servem em mútuacaridade, os governantes, aconselhando, e os súditos,obedecendo. Aquela ama a sua própria força em seuspotentados; esta diz a seu Deus: A ti hei de amar-te, Senhor, queés minha fortaleza [...].

Agostinho deHipona,ACidade deDeus,Livro 14(413-426d.C.).

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A filosofia de Gênero precisa reencontrar o nexoentre identidade e diferença, e a participaçãomútua de masculino e feminino.

A imitação do Deus Trino nas relações entre as pessoas é o caminho da Paz e do Amor.

Conclusão:Gênero eOntologia dePaz