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  • 7/31/2019 Guia EM NBR 5410

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    Guia EM da NBR 5410

    Copyright - RevistaEletricidade Moderna

    A P R E S E N T A O

    Este Guia EM da NBR 5410 materializa dois desejos. O dos profissio-

    nais da rea de instalaes eltricas, que reclamavam h muito a existn-

    cia de um documento desse tipo, que os auxiliasse em seu trabalho. E o

    da equipe da revista Eletricidade Moderna, que vem acalentando esse

    projeto tambm h tempos.

    Eletricidade Moderna tem registrado e acompanhado as sucessivas edies da norma

    brasileira de instalaes eltricas de baixa tenso, a NBR 5410. A ponto de ambas as tra-

    jetrias, a da revista e a da norma, se confundirem. A revista se tornou uma referncia

    obrigatria quando o assunto a norma de instalaes.

    Isso desde o impacto da edio de 1980, que representou uma grande mudana em

    relao norma anterior. Alm de numerosos artigos, a revista tem publicado, men-

    salmente, sees dedicadas ao debate e ao esclarecimento da norma.

    Parte desse rico acervo foi revisada, editada e atualizada, compondo, ao lado de um

    bom volume de material indito, esta publicao especial que agora chega s mos do

    profissional de instalaes.

    E chega, por coincidncia, numa data relevante na histria da norma brasileira de

    instalaes eltricas. Em outubro ltimo essa histria completou 60 anos.

    Talvez a melhor imagem para caracterizar a natureza desse Guia EM seja descrev-lo

    como semelhante aos manuais de visita guiada de museus e exposies; ou, esquecendo

    o formato impresso, imagin-lo como a prpria visita monitorada a uma exposio.

    Esse , de fato, o esprito presente em muitas partes deste guia. Ele promove visitas

    a diferentes sees da norma, conduzindo o leitor a descobertas: qual a razo de tal regra,

    como interpret-la, com quais outras ela se relaciona, etc.

    O guia complementa a norma. A companhia da norma, evidentemente, torna a leitu-

    ra do guia mais enriquecedora. Ou vice-versa. Por exemplo, o guia traz inmeras refe-

    rncias a partes da norma, como tabelas ou mesmo texto, que no reproduz. Isso no sig-

    nifica que o leitor precisar proceder a uma imediata consulta parte da norma referida

    para a compreenso do que exposto. Porque o guia no foi redigido pressupondo que

    isso devesse acontecer ou ento que o leitor devesse ter conhecimento da parte referida.

    Voltando analogia do museu, pode-se adquirir o guia de visita em qualquer livraria e

    l-lo a milhares de quilmetros de distncia das atraes descritas. Mas, claro, bem

    melhor desfrutar de ambos conjuntamente.

    O Guia est estruturado em sees e artigos. Cada seo dedicada a um dos

    assuntos-chave da norma: linhas eltricas, proteo contra choques, proteo contra

    sobrecorrentes e assim por diante. Na norma, cada uma dessas questes geralmente

    tratada de forma recorrente ao longo do texto. Por exemplo, a proteo contra sobrecor-

    rentes abordada em pelo menos trs diferentes trechos da NBR 5410: em 5.3, onde as

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    Guia EM da NBR 5410

    medidas de proteo so expostas; em 5.7.4, que se ocupa da aplicao das medidas; e

    em 6.3.4, que retoma o tema sob o ponto de vista da seleo e instalao do dispositivoque ir cumprir a funo (proteo contra sobrecorrentes). No Guia, tudo isso est

    reunido numa seo s.

    H, naturalmente, referncias cruzadas entre artigos e entre sees. No tm a como-

    didade dos hyperlinks da informao eletrnica, verdade, mas ajudam bem o leitor a

    se localizar no estudo de um tpico particular. Foram aplicadas de forma comedida, no

    entanto. Para no truncar a leitura dos textos, sobre muitas vezes serem bvias.

    Comparado a outros guias de normas de instalaes, de outros pases, este

    Guia EM da NBR 5410 tem suas peculiaridades. Pode ficar devendo a eles em muitos

    aspectos. Mas com certeza melhor num ponto. A maioria dos guias existentes se con-

    tenta em apresentar as regras de sua norma de uma maneira mais inteligvel j que

    no prprio das normas tcnicas uma linguagem didtica e a fornecer orientao

    sobre a aplicao dessas regras, s vezes recorrendo a exemplos prticos. Nosso guia vai

    mais longe. Ele explica as razes de certas prescries.

    Vale a pena? No essa uma preocupao de duvidosa utilidade?

    Ao contrrio, saber por que se faz o melhor caminho para bem fazer. Sem contar

    sua eficcia como mecanismo cognitivo. Apontar as razes, desvendar o cerne das

    questes, tem um efeito na reteno da informao transmitida muito superior da

    assimilao que essa informao teria se passada de forma simplesmente descritiva,

    mecnica.

    Esta primeira edio do Guia EM da NBR 5410 concentrou-se no essencial da

    norma. Ou seja, a preocupao foi, principalmente, explicar e detalhar as regras da norma

    no que elas tm de geral. E as excees? Bem, freqentemente essas excees so colo-

    cadas de forma explcita na norma e no h muito o que acrescentar. Por isso, o Guia optou

    por debruar-se, no particular, sobre excees relevantes e de interpretao intrincada.

    A idia, de qualquer forma, que aps o pontap inicial dessa primeira edio as pos-

    teriores venham a enriquecer o Guia ainda mais. Entendemos o Guia como uma obra

    dinmica. E desatrelada das edies da norma, em si. Ele ser novamente publicado sem-

    pre que o material disponvel para acrscimo, sem contar atualizaes e eventuais cor-

    rees, for julgado o suficiente para justificar nova edio. E pretendemos tambm que

    ele seja, doravante, uma obra aberta, acolhendo colaboraes.

    Alis, so desde j bem-vindas as crticas e reparos que o leitor nos dedicar, a quem

    rogamos, tambm antecipadamente, escusas por erros cometidos.

    Por fim, rendemos aqui nossa homenagem a um colega e colaborador que fez histria

    na rea de instalaes eltricas, no Brasil: Ademaro Cotrim. Esperamos que este

    Guia EM da NBR 5410 faa jus sua memria algo do qual ele pudesse se orgulhar.

    So Paulo, dezembro de 2001

    Jos Rubens Alves de Souza

    Hilton Moreno

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    C O N T R I B U I O P A R A A Q U A L I D A D E D A S I N S T A L A E S

    Ao apoiar a publicao do Guia EM da NBR 5410, o

    Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre quer ressaltar a

    importncia que deve ser dada na busca da qualidade nas

    instalaes eltricas de baixa tenso no Brasil.

    Seguir as prescries estabelecidas em um documento to

    abrangente como a NBR 5410, seja na fase de projeto, execuo, verifi-

    cao final, operao ou manuteno garantir a segurana dos usurios

    e a proteo do patrimnio. Afinal de contas, os acidentes provocados

    por problemas nas instalaes eltricas executadas em no-conformi-

    dade com as normas tcnicas representam uma parcela significativa das

    estatsticas registradas, por exemplo, pelo Corpo de Bombeiros.

    Nos ltimos anos o Procobre vem realizando pesquisas em vrias

    cidades do Pas com o objetivo de avaliar a situao das instalaes

    eltricas, sobretudo no que diz respeito s prescries de segurana con-

    forme a NBR 5410. Embora tenhamos observado uma tendncia de

    aumento na qualidade das instalaes e na obedincia aos requisitos

    mnimos da norma, consideramos que ainda estamos distantes de

    comemorar o atendimento pleno da NBR 5410. Talvez um dos motivos

    que venha fazendo com que os profissionais no atendam completa-

    mente norma seja a linguagem caracterstica que empregada na ela-

    borao do texto normativo, complexo e rido por natureza.

    Assim sendo, o Procobre, que h anos vem colaborando com a for-

    mao dos profissionais brasileiros atravs da publicao de livros, ma-

    nuais, vdeos e CDs, entende que, ao apoiar a publicao de um Guia

    para a NBR 5410, possa estar contribuindo de modo direto para que suas

    prescries sejam mais utilizadas pelo setor tcnico nacional respons-vel pelas instalaes eltricas.

    Agindo dessa forma, o Procobre reafirma a sua misso de ser um

    agente difusor de informaes tcnicas onde o cobre est presente e que

    contribuem para a elevao da qualidade e segurana das instalaes

    eltricas em geral.

    Guia EM da NBR 5410

    Copyright - RevistaEletricidade Moderna

    PROCOBRE - Instituto Brasileiro do Cobre

    So Paulo, dezembro de 2001.

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    Guia EM da NBR 5410

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    I N T R O D U O

    Origem e evoluoA norma brasileira de instalaes eltricas de baixa tenso, hoje mais conhecida pelo rtu-

    lo NBR 5410, completou, em outubro de 2001, 60 anos de histria.

    Sua primeira edio de 1941. Os textos preliminares que deram origem a esse docu-

    mento inaugural foram uma verso revisada do Cdigo de Instalaes Eltricas da antiga

    Inspetoria Geral de Iluminao, datado originalmente de 1914, e um anteprojeto elaborado por

    uma comisso de especialistas. Ambos resultaram num projeto cuja aprovao formal como

    norma se deu ento em outubro de 1941, sob o ttuloNorma Brasileira para a Execuo de

    Instalaes Eltricas. A norma, como consta de seu prembulo, foi adotada em carter obri-

    gatrio para todo o pas pelo DNIG, o extinto Departamento Nacional de Iluminao e Gs.

    Seguiram-se as edies de 1960, 1980, 1990 e a de 1997. Todas, desde a publicao de 1941,

    foram elaboradas no mbito da ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas, entidade pri-vada, sem fins lucrativos, fundada em 1940 (portanto, no ano anterior ao da primeira edio da

    norma de instalaes) e nica oficialmente reconhecida, no Brasil, no campo da normalizao.

    Como em toda norma da ABNT, a elaborao da NBR 5410 vale dizer, de suas suces-

    sivas edies ou revises segue os trmites do processo de normalizao vigentes no Brasil:

    a redao do documento preparada por uma comisso de estudo (CE), resultando em um pro-

    jeto (no caso, projeto de reviso de norma), que submetido a consulta pblica. Obtendo maio-

    ria absoluta de aprovaes, esse projeto, com as sugestes de alterao acolhidas, passa ento

    a constituir norma de fato, to logo o documento oficialmente publicado pela ABNT.

    A comisso responsvel pela redao da NBR 5410 a CE-03:064.01: Comisso de

    Estudo de Instalaes Eltricas de Baixa Tenso. Dentro da estrutura da ABNT, ela est liga-

    da ao CB-03 - Comit Brasileiro de Eletricidade, mais conhecido pela sigla Cobei (a sigla

    advm da antiga denominao, Comit Brasileiro de Eletricidade e Iluminao, substituda

    por Comit Brasileiro de Eletricidade, simplesmente).

    A prpria designao NBR 5410 com que hoje a maioria dos profissionais da rea iden-

    tifica a norma de instalaes s adquiriu essa condio de referncia quase unnime nos

    anos 90. Durante bom tempo, entre a verso de 1980 e as dos anos 1990, perdurou ainda o

    rtulo histrico de NB-3 que da nomenclatura original ABNT. Ainda hoje, no s a

    norma de instalaes, como, em geral, os documentos da ABNT cuja histria antecede o

    advento da codificao NBR so s vezes evocados pela sigla ABNT original(1). A rotu-

    lagem NBR s comeou a ser aplicada s normas brasileiras na segunda metada da dcada

    de 1970, quando os textos ABNT, por uma disposio legal, passaram a ser submetidos a regis-

    tro no Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial, cria-

    do no final de 1973.Naturalmente, este Guia EM da NBR 5410 tem como referncia a edio mais recente

    da norma, de 1997.

    NBR 5410 e IEC 60364A NBR 5410 baseada na norma internacional IEC 60364: Electrical Installations of

    Buildings.

    O alinhamento do documento brasileiro com a normalizao IEC vem desde 1980. A

    edio da norma brasileira introduzida naquele ano representou uma grande mudana em

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    relao verso anterior, de 1960. O texto que vigeu durante as duas dcadas anteriores eraadaptao bastante resumida da norma norte-americana, o NEC.

    As edies posteriores da NBR 5410, de 1990 e de 1997, no alteraram em nada o ali-

    nhamento com a IEC.

    Mas no h uma identidade total entre a NBR 5410 e a IEC 60364, quer no contedo (as

    prescries propriamente ditas), quer na estrutura.

    Isso no quer dizer que haja conflitos. A filosofia, os aspectos conceituais so os mesmos.

    Os desvios de contedo referem-se, tipicamente, ao carter de certas regras que, no do-

    cumento IEC so geralmente mais abertas, como prprio de uma norma internacional, e mais

    definidas ou precisas no caso da NBR 5410(2).

    Os desvios de forma, incluindo a estrutura dos documentos, tambm no so consi-

    derveis. A divergncia mais visvel decorre da diferena existente entre o sistema de nume-rao ditado pela ABNT e o praticado pela IEC. De qualquer forma, possvel estabelecer uma

    correspondncia entre os sistemas de numerao da norma internacional e da norma brasileira:

    Neste Guia EM da NBR 5410, quando se mostrou necessrio no s indicar um deter-

    minado tpico da norma, mas tambm qualificar seu nvel hierrquico dentro do sistema de

    numerao, optou-se pela terminologia adotada pela IEC 60364, j que a ABNT no tem uma

    nomenclatura clara, neste particular. Enfim, usaram-se as denominaes parte, captulo,

    seo, etc. conforme o quadro acima.

    Notas

    (1) A ABNT atribua um cdigo composto de duas letras, que identificava o tipo de norma, seguido do nmero de ordem

    do documento. Assim, existiam as siglas EB, de especificao brasileira, PB, de padronizao, SB, de simbologia, NB,

    de norma (reservada para os textos que fixavam procedimentos,geralmente de projeto e execuo), MB,de mtodo de

    ensaio, e assim por diante.A norma de instalaes eltricas (NB-3) seria,pois,a terceira norma brasileira pelo menos,

    da srie NB , o que lhe confere inequvoca importncia histrica.

    (2) Um exemplo: na proteo contra choques eltricos por seccionamento automtico da alimentao, o texto da

    IEC 60364 menciona que tal seccionamento poderia ser feito, no esquema TT, por dispositivo DR ou dispositivo a

    sobrecorrente.A NBR 5410 entende que o uso do dispositivo a sobrecorrente, no caso em questo, uma possibilidade

    meramente terica e, por isso, s admite o uso de dispositivo DR.

    Correspondncia entre os sistemas de numerao das

    normas IEC 60364 e NBR 5410

    (X representa um algarismo qualquer)

    IEC 60364 NBR 5410/ABNT

    Numerao Terminologia usada para Numerao

    designar o item

    X Parte XXX Captulo X.X

    XXX Seo X.X.X

    XXX.XX Artigo X.X.X.X

    XXX.XX.XX Pargrafo X.X.X.X.X

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    Guia EM da NBR 5410

    Campo de aplicao Definies Circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    Infuncias externas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    Proteo contra choques eltricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    Linhas eltricas Condutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

    Proteo contra sobrecorrentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139

    Dimensionamento de circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

    Circuitos de motores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211

    Proteo contra sobretenses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223

    Eqipotencializao e compatibilidade eletromagntica . . . . . . . . . . . . . . .229

    Harmnicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239

    Quadros de distribuio Tomadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249

    Iluminao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273

    Verificao Final Documentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283

    ndice dos anunciantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291

    1

    2

    3

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    6

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    S EO

    N D I C E D A S S E E S

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    Guia EM da NBR 5410

    Cam po de aplicao d a NBR 5410 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    Def inies e conceit os (I): instalaes e alim ent ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    Def inies e conceitos (II): os com ponent es da instalao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    Definies e conceit os (III): isolao, choques, at erram ent o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    Definies (IV): falt as, sobrecorrent es e sobret enses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    Definies (V): circuitos, diviso da insta lao e nmero de pont os . . . . . . .23

    C A M P O D E A P L I C A O D E F I N I E S C I R C U I T O S

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    Cam po de

    aplicao daNBR 5410

    Anorma brasileira NBR 5410 - Instalaes Eltri-cas de Baixa Tenso, ltima edio de dezembrode 1997, fixa as condies que as instalaes debaixa tenso devem atender, a fim de garantir seu funciona-mento adequado, a segurana das pessoas e animais do-

    msticos e a conservao de bens. Aplica-se a instalaesnovas e a reformas em instalaes existentes conside-rando como reforma qualquer ampliao de instalaoexistente (criao de novos circuitos, alimentao de novosequipamentos, etc.), bem como qualquer substituio decomponentes que implique alterao de circuito.

    A norma cobre praticamente todos os tipos de instala-es de baixa tenso, a saber:G edificaes residenciais e comerciais em geral;G estabelecimentos institucionais e de uso pblico;G estabelecimentos industriais;G estabelecimentos agropecurios e hortigranjeiros;G edificaes pr-fabricadas;G reboques de acampamentos (trailers), locais de acam-pamentos (campings), marinas e instalaes anlogas; eG canteiros de obras, feiras, exposies e outras instala-es temporrias.

    A norma aplica-se tambm:G aos circuitos que, embora alimentados atravs de insta-lao com tenso igual ou inferior a 1000 V em CA, fun-cionam com tenso superior a 1000 V, como o caso doscircuitos de lmpadas de descarga, de precipitadores ele-trostticos (excetuam-se os circuitos desse tipo que sejam

    internos aos equipamentos);G a qualquer linha eltrica (ou fiao) que no seja espe-cificamente coberta pelas normas dos equipamentos deutilizao; eG s linhas eltricas fixas de sinal, exceto quelas corres-pondentes aos circuitos internos dos equipamentos, no quese refere aos aspectos relacionados segurana (contrachoques eltricos e efeitos trmicos em geral) e compati-bilidade eletromagntica.

    Por outro lado, a norma no se aplica a:G instalaes de distribuio (redes) e de iluminaopblica;G instalaes de trao eltrica, de veculos automotores,

    embarcaes e aeronaves;G instalao em minas;G instalao de cercas eletrificadas;G equipamentos para supresso de perturbaes radioel-tricas, na medida em que eles no comprometam a seguran-

    a das instalaes; eG instalaes especficas para proteo contra descargasatmosfricas.

    A NBR 5410 complementada atualmente por outrasduas normas, a NBR 13570 - Instalaes eltricas em lo-cais de afluncia de pblico - Requisitos especficos e aNBR 13534 - Instalaes eltricas em estabelecimentosassistenciais de sade - Requisitos para segurana. Ambascomplementam, quando necessrio, prescries de cartergeral contidas na NBR 5410 e relativas aos campos de apli-cao especficos das duas normas.

    A NBR 13570 aplica-se s instalaes eltricas de lo-cais como cinemas, teatros, danceterias, escolas, lojas, res-taurantes, estdios, ginsios, circos e outros recintosespecificados, com a indicao da capacidade mnima deocupao (nmero de pessoas).

    A NBR 13534, por sua vez, aplica-se a determinadoslocais de hospitais, ambulatrios, unidades sanitrias, clni-cas mdicas, clnicas veterinrias e odontolgicas, tendoem vista a segurana dos pacientes.

    Def inies econceit os (I):inst alae s ealimentao

    Define-se instalao eltrica como um conjunto decomponentes eltricos, associados e com caracte-rsticas coordenadas entre si, constitudo para

    uma finalidade determinada. No uso corrente do termo, es-sa finalidade via de regra associada utilizao de ener-gia eltrica.

    As instalaes eltricas podem ser classificadas quanto sua tenso nominal, UN, utilizada para designar a instala-o, como:G de baixa tenso (BT), com UN 1000 V em correntealternada (CA), ou com UN 1500 V em corrente cont-nua (CC);G de alta tenso (AT), com UN > 1000 V em CA, ou com

    Guia EM da NBR 5410

    Campo de aplicao - Definies - Circuitos

    Copyright - RevistaEletricidade Moderna

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    UN > 1500 V em CC;G de extrabaixa tenso (EBT ou ELV, de extra-low volta-ge), com UN 50 V em CA, ou com UN 120 V em CC.

    Em sua maioria, as instalaes BT situam-se, total ouparcialmente, no interior de edificaes, sejam de uso co-

    mercial, industrial ou residencial. O termo instalao pre-dial, muitas vezes utilizado para designar apenas instala-es residenciais ou comerciais, corresponde, na verdade, aqualquer tipo de instalao contida num prdio, seja eledestinado a uso residencial, comercial ou industrial. pre-fervel usar o termo edificao ao invs de prdio, pois a traduo mais precisa dos termos building e btiment,utilizados pela IEC.

    Uma instalao temporria uma instalao eltricaprevista para uma durao limitada s circunstncias que amotivam. As instalaes temporrias so admitidas duran-

    te o perodo de construo, reforma,manuteno, reparo oudemolio de edificaes, estruturas, equipamentos ou ati-vidades similares. So trs os tipos de instalao tempor-ria considerados pela NBR 5410: instalao de reparos, detrabalho e semipermanente.

    Uma instalao de reparos a instalao temporriaque substitui uma instalao permanente, ou parte de umainstalao permanente, que esteja defeituosa. As instala-es de reparos so necessrias sempre que ocorre um aci-dente que impea o funcionamento de uma instalao (oude um setor) existente.

    J a instalao de trabalho uma instalao tempor-

    ria que admite reparaes ou modificaes de uma instala-o existente sem interromper seu funcionamento.

    E a instalao semipermanente a instalao tempor-ria destinada a atividades no-habituais ou que se repetemperiodicamente. As instalaes eltricas de canteiros deobras so um exemplo tpico de instalao semipermanen-te, e como tal so consideradas as instalaes destinadas:G construo de edificaes novas;G aos trabalhos de reforma, modificao, ampliao oudemolio de edificaes existentes; eG a obras pblicas (redes de gua, gs, energia eltrica,

    obras virias, etc.).

    Alimentao de instalaes BT

    Uma instalao de baixa tenso pode ser alimentada:a) diretamente em baixa tenso:

    G por rede pblica em baixa tenso da concessionria, ca-so tpico de pequenas edificaes residenciais, comerciaise mesmo industriais (pequenas oficinas, por exemplo);G por transformador exclusivo, da concessionria, co-mo o caso de edificaes residenciais e comerciais demaior porte (muitas vezes as unidades residenciais ou co-merciais em edificaes de uso coletivo so alimentadas,

    em baixa tenso, por sistemas de distribuio padroniza-dos, da concessionria, internos edificao, que partem,seja da rede pblica de baixa tenso, seja de transforma-dor exclusivo);

    b) em alta tenso, atravs de subestao de transforma-

    o do usurio, caso tpico de edificaes de uso industrialde mdio e grande porte;

    c) por fonte prpria em baixa tenso, como o caso t-pico dos chamados sistemas de alimentao eltrica paraservios de segurana, ou mesmo de instalaes em locaisno servidos por concessionria.

    A figura 1 indica os elementos bsicos constituintes daalimentao de uma instalao por parte de uma concessio-nria, correspondendo s condies (a) e (b) descritas ante-riormente. A entrada de servio o conjunto de equipamen-tos, condutores e acessrios instalados entre o ponto de deri-

    vao da rede (de alta ou de baixa tenso) da concessionriae a proteo e medio, inclusive. Oponto de entrega oponto at o qual a concessionria se obriga a fornecer ener-gia eltrica, participando dos investimentos necessrios, bemcomo responsabilizando-se pela execuo dos servios, pelaoperao e pela manuteno. A entrada consumidora oconjunto de equipamentos, condutores e acessrios instala-dos entre o ponto de entrega e a proteo e medio, inclusi-ve. Os conjuntos de condutores e acessrios instalados entreo ponto de derivao e o ponto de entrega, de um lado, e en-tre o ponto de entrega e a proteo e medio, correspondem,respectivamente, ao ramal de ligao e ao ramal de entrada.

    Os diversos tipos padronizados de entradas de servio sodescritos pormenorizadamente nos manuais de ligao enos regulamentos das concessionrias.

    Chama-se unidade de consumo a instalao eltricapertencente a um nico consumidor, recebendo energia el-trica em um s ponto, com sua respectiva medio. Numaedificao de uso coletivo, comercial ou residencial, cadaconjunto comercial (de salas), cada loja, cada apartamento,etc. constitui uma unidade de consumo.

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    Fig. 1 Esquema simplificado da entrada de servio

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    A origem de uma instalao de baixa tenso o pontoa partir do qual se aplicam as prescries da NBR 5410.Devemos observar que:G quando a instalao alimentada diretamente em baixatenso, correspondendo condio (a) descrita anterior-

    mente, a origem corresponde aos terminais de sada do dis-positivo geral de comando e proteo. Nos casos em queesse dispositivo se encontra antes do medidor, a origemcorresponde aos terminais de sada do medidor (figura 2);G quando a instalao a alimentada atravs de subesta-o de transformao do usurio, condio (b) descritaanteriormente, a origem corresponde ao secundrio (termi-nais de sada) do transformador; se a subestao possuirdois ou mais transformadores no ligados em paralelo, ha-ver tantas origens (e tantas instalaes) quantos forem ostransformadores (figura 3);G

    numa instalao alimentada por fonte de baixa tensoprpria, condio (c), a origem deve incluir a fonte.No caso de uma edificao de uso coletivo, comercial

    ou residencial, a cada unidade de consumo correspondeuma instalao eltrica cuja origem est localizada nosterminais de sada do respectivo dispositivo geral de co-mando e proteo ou do respectivo medidor, se for o caso.

    A NBR 5410 considera, para a alimentao da instala-o, diversos esquemas de condutores vivos, em correntealternada (CA) e em corrente contnua (CC). So eles: em CA:G monofsico a 2 condutores (faseneutro ou fasefase);G monofsico a 3 condutores (2 fasesneutro);G bifsico a 3 condutores (2 fasesneutro);G trifsico a 3 condutores (3 fases);G trifsico a 4 condutores (3 fasesneutro).

    em CC:G 2 condutores;G 3 condutores.

    o que mostra a figura 4, indicando o tipo de fonte(secundrio do transformador, em CA, e sada do gera-dor, em CC).

    Para as unidades consumidoras alimentadas pela conces-sionria diretamente em baixa tenso a chamada tensosecundria de distribuio , o esquema de condutores vi-vos determinado em funo do sistema de distribuio (re-de pblica com transformadores com secundrio em delta ouem estrela), da potncia instalada e da potncia mxima, in-dividual, para motores e outros equipamentos, conforme in-dicam os manuais de ligao das diversas concessionrias.

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    Fig. 2 Origem de instalao alimentada diretamente em bai-

    xa tenso

    Fig. 3 Origem de instalao alimentada a partir de subesta-o do usurio

    Fig. 4 Esquemas de condutores vivos, em CA e em CC, segun-do a NBR 5410

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    Def inies e

    conceitos (II):os com ponent esda inst alao

    Componente de uma instalao eltrica um termogeral que se refere a um equipamento eltrico, a umalinha eltrica ou a qualquer outro elemento necess-rio ao funcionamento da instalao.Equipamento eltrico uma unidade funcional completae distinta, que exerce uma ou mais funes relacionadas comgerao, transmisso, distribuio ou utilizao de energia,incluindo mquinas, transformadores, dispositivos, apare-lhos de medio e equipamentos de utilizao que con-vertem energia eltrica em outra forma de energia direta-mente utilizvel (mecnica, luminosa, trmica, etc.).

    Linha eltrica o conjunto de um ou mais condutorescom seus elementos de fixao e suporte e, se for o caso, deproteo mecnica, destinado a transportar energia ou trans-mitir sinais eltricos. O termo corresponde ao ingls wiringsystem e ao francs canalization. As linhas podem ser cons-titudas apenas por condutores com elementos de fixao,como o caso dos condutores diretamente fixados em pare-des ou em tetos e dos fixados sobre isoladores em paredes,tetos ou postes.

    As linhas podem tambm ser constitudas por condutoresem condutos (conduto o elemento de linha que contm oscondutores eltricos), sobre suportes ou ainda do tipo pr-fa-bricada, como os barramentos blindados.

    O termo aparelho eltrico designa equipamentos de me-dio e outros de utilizao, como:

    G eletrodomstico: destinado ao uso residencial ou anlo-go, como enceradeira, aspirador de p, liquidificador, lava-dora de roupas, etc.;G eletroprofissional: utilizado em estabelecimentos comer-ciais ou anlogos, como mquina de escrever, copiadora ecomputador, incluindo equipamentos eletromdicos; eG de iluminao: conjunto constitudo, no caso mais geral,por uma ou mais lmpadas, luminrias e acessrios comoreator, starter, etc.

    Os termos aparelho eletrodomstico e aparelhoeletroprofissional correspondem ao termo appliancedefinido pelo NEC - National Electrical Code norte-americano.

    O dispositivo eltrico ligado a um circuito com o ob-jetivo de desempenhar uma ou mais das seguintes fun-es: manobra, comando, proteo, seccionamento e co-nexo. Essas funes, por sua vez, tambm exigem defi-nies claras:G manobra a mudana na configurao eltrica de umcircuito, realizada manual ou automaticamente por dispositi-vo adequado e destinado a essa finalidade;G comando uma ao humana ou de dispositivo autom-tico que modifica o estado ou a condio de determinadoequipamento;G proteo a ao automtica provocada por dispositivossensveis a determinadas condies anormais que ocorremnum circuito, no sentido de evitar danos a pessoas e animaise/ou a um sistema ou equipamento eltrico; eG seccionamento a ao de desligar completamente um

    equipamento ou circuito de outros equipamentos ou circui-tos, provendo afastamentos adequados que garantam condi-es de segurana especificadas.

    Numa instalao de BT, temos os seguintes tipos deequipamentos:G os relacionados alimentao da instalao, que so ostransformadores, os geradores e as baterias;G os destinados manobra, comando, proteo e secciona-mento, como seccionadores, chaves em geral, fusveis, bo-tes, disjuntores, etc.; eG os de utilizao, que podem ser classificados em: industriais ou anlogos, como mquinas-ferramenta,

    compressores, fornos, etc.; no-industriais, caso dos aparelhos eletrodomsticos eeletroprofissionais; e de iluminao.

    Os equipamentos em geral podem ser divididos, quanto sua instalao, em:G fixos: projetados para instalao permanente num lu-gar determinado, como, por exemplo, um transformadorem um poste ou em uma cabina primria, um disjuntorem um quadro ou um aparelho de ar-condicionado em pa-rede ou janela;

    G estacionrios: no so movimentados quando em fun-cionamento e no dispem de ala para transporte, sendodotados de massa tal que no podem ser deslocados facil-mente. Exemplos: gerador provido de rodas, microcompu-tador, geladeira domstica;G portteis: equipamentos que podem ser movimentadosquando em funcionamento, ou deslocados de um lugar paraoutro, mesmo quando ligados fonte de alimentao.Exemplos: eletrodomsticos como enceradeira, aspiradorde p, etc.; eG manuais: equipamentos portteis empunhveis, comoferramentas eltricas e certos aparelhos de medio, comoampermetros-alicate.

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    A caixa de derivao utilizada para passagem e/ou li-gao de condutores, entre si e/ou a dispositivos nela instala-dos, como por exemplo tomadas de corrente e interruptores.Um condulete um tipo particular de caixa de derivao, uti-lizado em linhas aparentes.

    Nas instalaes eltricas, os equipamentos de utilizaofixos podem ser alimentados diretamente pelos condutoresdo circuito respectivo, como o caso de muitos equipamen-tos de uso industrial ou anlogo (mquinas-ferramenta, for-nos, etc.) e de certos aparelhos eletroprofissionais de porte(raios-X, por exemplo). Podem tambm ser ligados a toma-das de corrente exclusivas no jargo da NBR 5410, toma-das de uso especfico , como o caso, entre os aparelhoseletrodomsticos, de condicionador de ar tipo janela e, entreos eletroprofissionais, de estufas e exaustores. Ou, ainda,atravs de caixas de derivao exclusivas caso tpico de

    chuveiros e torneiras eltricas que, para efeito de projeto,podem ser consideradas tomadas de uso especfico.Em geral,os equipamentos de utilizao estacionrios, co-

    mo copiadoras, microcomputadores e geladeiras, so ligadosa tomadas de corrente no-exclusivas, de uso geral, a menosque, quando da elaborao do projeto, exista um layoutprees-tabelecido. Nesse caso, as tomadas sero de uso especfico.

    Por sua vez, os equipamentos de utilizao portteis emanuais so ligados, naturalmente, a tomadas de uso geral.

    Quadros de distribuio destinam-se a receber energiade uma ou mais alimentaes e distribu-la a um ou mais cir-cuitos, podendo tambm desempenhar funes de proteo,

    seccionamento, comando e/ou medio. Trata-se, como sev, de um conceito amplo que abrange quadros de luz, pai-nis de fora, centros de medio e CCMs (centros de co-mandos de motores), entre outros equipamentos.

    Def inies econceit os (II I):

    isolao, choques,aterramento

    Isolao o material isolante ou o conjunto de mate-riais isolantes utilizados para isolar eletricamente, isto, impedir a circulao de corrente entre partes condu-toras. Trata-se de um conceito estritamente qualitativo (aisolao de um equipamento, uma isolao de PVC, etc.).

    Isolamento o conjunto das propriedades adquiri-das por um corpo condutor, decorrentes de sua isola-o. Tem o sentido quantitativo e seu uso est sem-pre associado idia de valor, por vezes at implicita-mente (resistncia de isolamento, isolamento para bai-

    xa tenso, isolamento para 0,6/1 kV).Quando uma isolao perde sua propriedade de iso-

    lar, falamos em falha de isolamento.Choque eltrico o efeito patofisiolgico resultante

    da passagem de uma corrente eltrica, a chamada cor-rente de choque, atravs do corpo de uma pessoa ou deum animal. Eletrocusso o choque eltrico fatal.

    No estudo da proteo contra choques eltricos deve-mos considerar trs elementos fundamentais:G Parte viva condutor ou parte condutora a ser ener-gizada em condies de uso normal, incluindo o con-

    dutor neutro, mas, por conveno, excluindo o condu-tor PEN que exerce a dupla funo de neutro (N) ede condutor de proteo (PE), sendo PEN = PE + N.G Massa (ou parte condutiva exposta) parte conduti-va que pode ser tocada e que normalmente no viva,mas pode tornar-se viva em condies de falta, isto ,de falha de isolamento. Um invlucro metlico de umequipamento eltrico o exemplo tpico de massa.G Elemento condutivo estranho ( instalao) nofaz parte da instalao eltrica, mas pode nela introdu-zir um potencial, geralmente o da terra. o caso doselementos metlicos usados na construo de edifica-

    es, das canalizaes metlicas de gs, gua, ar condi-cionado, aquecimento, etc., bem como dos pisos e pa-redes no-isolantes.

    Numa instalao, os choques eltricos podem provirde dois tipos de contatos:G contato direto: contato de pessoas ou animais compartes vivas sob tenso; eG contato indireto: contato de pessoas ou animaiscom uma massa que ficou sob tenso em condies defalta (falha de isolamento).

    Um aterramento uma ligao intencional com a

    terra, realizada por um condutor ou por um conjunto decondutores enterrados no solo, que constituem o eletro-do de aterramento. Este pode ser constitudo por umasimples haste vertical, por um conjunto de hastes inter-ligadas ou pelas armaduras de concreto das fundaes deuma edificao.

    A regio do solo formada por pontos suficiente-mente distantes do eletrodo e cujo potencial conside-rado igual a zero, a terra de referncia.

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    Def inies (IV):

    faltas,sobrecorrent es esobretenses

    Umafalta eltrica o contato ou arco acidental entrepartes vivas sob potenciais diferentes, entre parte vi-va e a terra ou entre parte viva e massa (falta para aterra ou falta para massa), num circuito ou equipamento el-trico energizado. As faltas so causadas, via de regra, por fa-lhas de isolamento entre as partes,podendo a impedncia en-tre elas ser considervel ou desprezvel (falta direta).

    Um curto-circuito uma ligao intencional ou aciden-tal entre dois ou mais pontos de um circuito atravs de umaimpedncia desprezvel. Logo, um curto-circuito acidental uma falta direta.

    A capacidade de conduo de corrente de um condutor a corrente mxima que pode ser por ele conduzida continua-mente, em condies especificadas, sem que sua temperaturaem regime permanente ultrapasse um valor predeterminado.

    A corrente de projeto a corrente prevista para ser trans-portada pelo circuito durante seu funcionamento normal.

    A corrente de fuga, como conceito geral, a corrente deconduo que, devido imperfeio na isolao, percorreum caminho diferente do previsto. Na prtica, no existeuma isolao perfeita e, portanto, sempre existe corrente defuga. Em particular, a corrente de fuga de uma instalao acorrente que, na ausncia de falta, flui para a terra ou paraelementos condutivos estranhos instalao.

    Uma sobrecorrente uma corrente que excede um valornominal. Para condutores, o valor nominal considerado a

    capacidade de conduo de corrente. Nas instalaes eltri-cas, as sobrecorrentes podem ser de dois tipos:G corrente de sobrecarga: sobrecorrente em um circuitosem que haja falta eltrica; eG corrente de falta: corrente que, num circuito ou numequipamento, flui de um condutor para outro e/ou para aterra (ou para a massa), no caso de uma falta.

    A corrente de curto-circuito, um caso particular da cor-rente de falta, a sobrecorrente que resulta de uma falta di-reta entre condutores vivos sob potenciais diferentes emfuncionamento normal. Por essa definio, s poderiam serchamadas de correntes de curto-circuito aquelas resultantesde faltas diretas entre condutores de fase e/ou entre condu-

    tor(es) de fase e o condutor neutro.A corrente diferencial-residual (iDR) de um circuito a

    soma algbrica dos valores instantneos das correntes quepercorrem todos os condutores vivos do circuito, em um da-do ponto. Assim, por exemplo, num circuito trifsico com

    neutro, temos:

    iDR = i1 + i2 + i3 + iN

    Na ausncia de fuga ou de falta para a terra, iDR igual azero; caso contrrio (havendo corrente de fuga e/ou correntede falta para terra), iDR ser diferente de zero.

    Sobretenses e surtos

    Uma sobretenso definida como uma tenso cujo

    valor de crista maior do que o valor de crista corres-pondente tenso mxima de um sistema ou equipa-mento eltrico.

    Nas instalaes eltricas, as sobretenses considera-das so:G as de origem atmosfrica, transitrias, transmitidas pe-la rede de distribuio que alimenta a instalao;G as de manobra, transitrias, provocadas por equipa-mentos da prpria instalao ou a ela ligados; eG as decorrentes de faltas para terra numa instalao detenso mais elevada que alimenta a instalao considerada.

    Um surto uma onda transitria de tenso, corrente oupotncia, caracterizada por elevada taxa de variao e que se

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    Falta,falha e defeito

    Os termos falha e defeito no devem ser

    usados no lugar de "falta", cuja definio apresenta-

    da no artigo.Falha significa o trmino da capacidade de de-

    sempenhar a funo requerida. o caso, por exemplo,

    de um dispositivo automtico que no atua mais nas

    condies em que deveria ou de uma isolao que per-

    deu sua capacidade de isolamento.

    Defeito uma alterao fsica que prejudica a se-

    gurana e/ou o funcionamento de um componente. ,

    por exemplo, o caso de um disjuntor com a caixa mol-

    dada rachada ou de um cabo cuja isolao foi "machu-

    cada", durante o puxamento,nas rebarbas de uma cai-xa de passagem.

    Observe-se que um defeito pode dar origem a

    uma falha e esta a uma falta, como pode ocorrer

    com um cabo cuja isolao esteja defeituosa.

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    propaga ao longo de um sistema eltrico. Em geral, o termo utilizado referindo-se tenso e corrente. Define-se:G surto atmosfrico como o surto de tenso provocadopor uma descarga atmosfrica; eG surto de manobra como o surto de tenso provocado

    pela operao de um dispositivo de manobra.Um impulso, de corrente ou de tenso, um transitrio

    produzido em laboratrio para efeito de ensaio dos compo-nentes de uma instalao.

    Def inies (V):circuit os, div iso

    da inst alao enm ero de pontos

    Podemos definir circuito (eltrico) de uma instalaocomo o conjunto de componentes da instalao ali-mentados a partir da mesma origem e protegidos con-tra sobrecorrentes pelos mesmos dispositivos de proteo.Assim,um circuito compreende, no caso mais geral,alm dos

    condutores, todos os dispositivos neles ligados, como os deproteo, comando e manobra e, se for o caso, as tomadas decorrente, no incluindo os equipamentos de utilizao ali-mentados. Sua caracterstica essencial a proteo dos con-dutores contra sobrecorrentes. Os condutores podem even-tualmente no possuir a mesma seo nominal ao longo docircuito, desde que os dispositivos de proteo sejam selecio-nados para proteger os condutores de menor seo.

    Numa instalao de baixa tenso,podemos distinguir doistipos de circuitos: o circuito de distribuio, que alimenta umou mais quadros de distribuio; e o circuito terminal, que

    ligado diretamente a equipamentos de utilizao e/ou a toma-das de corrente. Um quadro de distribuio de onde s partemcircuitos terminais, pode ser chamado de quadro de distribui-o terminal ou, simplesmente, quadro terminal.

    A NBR 5410 prescreve que uma instalao deve ser divi-dida, de acordo com suas necessidades, em vrios circuitos(terminais e, em muitos casos, de distribuio), sendo que ca-da circuito deve ser concebido de forma a poder ser secciona-do sem risco de realimentao inadvertida, atravs de outrocircuito. A previso de vrios circuitos permite:G limitar as conseqncias de uma falta, que provocarapenas o seccionamento do circuito atingido, sem prejuzosa outras partes da instalao;

    G facilitar as verificaes e os ensaios que se faam ne-cessrios; eG realizar manutenes e eventuais ampliaes, sem afetaroutras partes da instalao.

    A norma impe que os circuitos terminais sejam indivi-

    dualizados pela funo dos equipamentos de utilizao ali-mentados, fazendo com que a instalao seja dividida em di-versas categorias de circuitos, cada uma com um ou mais cir-cuitos terminais, dependendo, lgico, do tipo e do tamanhoda instalao. De um modo geral, so as seguintes as catego-rias de circuitos terminais:G circuito de iluminao;G circuitos de tomadas de corrente, de uso geral e/ou deuso especfico;G circuitos para equipamentos (que no aparelhos domsti-cos) de ar condicionado e/ou de aquecimento ambiental;G

    circuitos para equipamentos fixos a motor;G circuitos auxiliares de comando e sinalizao.

    Em geral, um circuito de distribuio alimenta um nicoquadro de distribuio. Mas tornam-se cada vez mais fre-qentes, em instalaes comerciais e industriais, as distribui-es com barramentos blindados, servindo a diversos qua-dros de distribuio.

    Um circuito terminal pode, em princpio, alimentar diver-sos equipamentos de utilizao ou tomadas de corrente, quedesignamos, de modo genrico, de pontos de utilizao.Desde que o circuito seja corretamente dimensionado noexiste, tecnicamente falando,qualquer limitao quanto ao n-

    mero de pontos de utilizao, devendo-se apenas observar acompatibilidade entre a seo dos condutores e as dimensesdos terminais de ligao dos equipamentos ou das tomadas ali-mentadas. No entanto, conveniente, por razes prticas emesmo de segurana, que no se tenha um nmero excessivode pontos num circuito terminal. Assim, por exemplo, parauma unidade residencial, o guia da norma francesaNFC 15-100 recomenda um mximo de oito pontos para os cir-cuitos terminais de iluminao e para os de tomada de corrente.

    A NBR 5410 impe, para as unidades residenciais e aco-modaes (quartos e apartamentos) de hotis, motis e simi-

    lares, circuitos independentes para cada equipamento comcorrente nominal superior a 10 A (1270 VA em 127 V ou2200 VA em 220 V), isto , circuitos individuais, com umnico ponto, para tais equipamentos.

    A propsito, bom lembrar que a NBR 5410 impe ain-da circuitos distintos para pontos de iluminao e para toma-das de corrente. Quer dizer, no possvel incluir, num mes-mo circuito, pontos de iluminao e tomadas de corrente. Oobjetivo principal dessa prescrio evitar que um problema(por exemplo, uma falta) numa tomada de corrente, que pro-voque a atuao da proteo do circuito e/ou exija para seu re-paro o desligamento do circuito, deixe sem iluminao umdeterminado setor.

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    Influncias externas definem seleo de medidas e dos componentes . . .26

    Influncias externas e graus de proteo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    Os graus de proteo IP exigidos em cada local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    Graus de proteo contra impactos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    I N F L U N C I A S E X T E R N A S

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    Influncias

    externas definemseleo demedidas e dos

    componentes

    A instalao no pode ser dissociada do ambienteem que se encontra. Esse ambiente, no sendoideal, introduz riscos maiores ou menores segu-rana das pessoas e ao desempenho dos componentes dainstalao. Conseqentemente, as condies do ambientedevem ser consideradas na definio das medidas para ga-rantir segurana e das caractersticas exigveis dos compo-nentes, para que tenham um desempenho satisfatrio. Essascondies constituem as chamadas influncias externas.

    A NBR 5410 elenca e classifica um grande nmero de

    influncias externas. Nessa classificao usado um cdi-go composto de duas letras seguidas de um algarismo. A le-tra inicial, limitada s trs primeiras do alfabeto, designa acategoria geral de influncia externa. So, portanto, trscategorias gerais de influncias externas:

    A = meio ambiente;B = utilizao;C = construo dos prdios.A segunda letra indica o tipo ou natureza de influncia

    externa. No caso da categoria meio ambiente, por exem-plo, so relacionados 12 tipos de influncias externas:

    AA = temperatura ambiente; AC = altitude; AD = presena de gua; AE = presena de corpos slidos; AF = presena de substncias corrosivas ou poluentes; AG = choques mecnicos; AH = vibraes; AK = presena de flora e mofo; AL = presena de fauna; AM = influncias eletromagnticas, eletrostticas ouionizantes; AN = radiaes solares; e

    AQ = raios.Na categoria utilizao (primeira letra B) so identi-

    ficados cinco tipos de influncias externas: BA = competncia das pessoas; BB = resistncia eltrica do corpo humano;

    BC = contato das pessoas com o potencial da terra; BD = condies de fuga das pessoas em emergncias; e BE = natureza dos materiais processados ou armaze-nados.

    Na categoria construo dos prdios (letra inicial C),por fim, so elencados dois tipos de influncias externas: CA = materiais de construo; e CB = estrutura dos prdios.

    O algarismo final que completa o cdigo das influnciasexternas uma medida do grau de severidade com que umdeterminado tipo de influncia externa existe ou se faz pre-

    sente. Enfim, com o cdigo completo (duas letras e um al-garismo) fica perfeitamente definida uma classe ou condi-o de influncia externa. Por exemplo, a norma prev qua-tro condies ou classes de choques mecnicos (AG) cu-

    ja severidade, conforme mencionado, cresce com o nmero:AG1 = fracos;AG2 = mdios;AG3 = significativos; eAG4 = muito significativos.Uma condio de influncia externa ou, mais comu-

    mente, uma combinao de condies, s vezes fator de-cisivo na definio da medida de proteco a ser adotada.

    Tanto que a NBR 5410 dedica um tpico especfico a essaquesto. Trata-se do captulo 5.8: Seleo das medidas deproteo em funo das influncias externas. A se cons-tata, por exemplo, que o uso de obstculos ou a colocaofora de alcance s so aceitas como medidas de proteocontra contatos acidentais com partes vivas e em condi-es especificadas em locais BA4 ou BA5, ou seja, emlocais acessveis apenas a pessoas advertidas (BA4) ouqualificadas (BA5). A se constata, tambm, que numa edi-ficao ou local BD3, isto , cujas condies para a fugadas pessoas em emergncias so incmodas, devido alta

    densidade de ocupao (caso, por exemplo, de teatros e ci-nemas), todos os componentes da instalao eltrica apa-rentes devem ser em material no-propagante de chama ecom baixa emisso de fumaa e gases txicos.

    Alm de orientar, como se viu, a aplicao de medidasde proteo contra choques e contra incndios, as influn-cias externas tambm pesam diretamente na seleo e insta-lao dos componentes, o que inclui as linhas eltricas. doque tratam, expressamente, as tabelas 27 e 29 daNBR 5410 a primeira enfocando a seleo de componen-tes em geral e a segunda especificamente de linhas eltricas.

    Apenas para ilustrar, pode-se citar, neste ltimo caso, o

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    exemplo de uma instalao sujeita presena significativade agentes corrosivos ou poluentes de origem atmosfrica devido proximidade da orla martima ou de uma in-dstria qumica ou cimenteira e classificvel, portanto,como AF2 (tabela 5 da NBR 5410). Ora, numa condio de

    influncia externa AF2, como estabelece a tabela 29 da nor-ma, s podem ser utilizados condutores isolados (desprovi-dos de cobertura) se envolvidos por eletroduto que apresen-te resistncia adequada aos agentes presentes; e em linhascom cabos uni ou multipolares expostas deve ser dada pre-ferncia aos com cobertura de EPR ou XLPE, materiaismais resistentes aos agentes qumicos e atmosfricos.

    Conhecendo-se as influncias externas que imperamnum local, a adequao necessria dos componentes da ins-talao pauta-se por informaes que o fabricante do compo-nente deve fornecer enfim, pelas caractersticas de desem-

    penho e resistncia do componente s influncias externaspertinentes, cabendo ao projetista a previso de medidascompensatrias, durante a instalao, sempre que esta ou

    aquela caracterstica do componente no preencher de formasatisfatria a condio de influncia externa correspondente.

    Boa parte dessas caractersticas a serem informadas in-tegra a normalizao do produto e/ou a ficha de ensaios es-pecficos a que foi submetido. Incluem-se a, notadamente,

    dados definidores do comportamento do produto em mat-ria de temperatura ambiente (AA), fogo, corroso (AF) eresistncia mecnica (AG).

    Outras caractersticas, mais exatamente aquelas asso-ciadas s influncias externas AD (presena de gua), AE(presena de corpos slidos) e BA (competncia das pes-soas), so de indicao virtualmente compulsria para o fa-bricante, tendo em vista a existncia de uma normalizaoconsagrada cobrindo esses aspectos e aplicvel a uma ga-ma ilimitada de produtos. Trata-se dos conhecidos ndicesde proteo IP.

    O prximo artigo explica os graus de proteo IP e o ar-tigo seguinte indica, para uma srie de locais, o grau IP aser adotado em cada um.

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    Influnciasexternas e graus

    de proteo

    Um dos pilares da NBR 5410 a classificao daschamadas influncias externas, que orienta as ta-refas de seleo e instalao dos componentes alm de definir, em vrios casos, as medidas de proteoexigidas ou admitidas. Infelizmente, na prtica, essa orien-tao, que impe compatibilidade entre as caractersticasconstrutivas do componente e o ambiente onde ser insta-

    lado, no tem sido muito respeitada. Um exemplo corri-queiro o emprego de materiais sem o grau de proteoadequado como caso sobejamente conhecido de toma-das, interruptores ou luminrias concebidas para uso inter-no instaladas em reas externas.

    Em particular, a questo do grau de proteo chama aateno porque tratada com clareza pela norma e tam-bm o tipo de informao que os fabricantes de materialeltrico costumam fornecer. Assim, o profissional de insta-laes encontra, na norma de instalaes, orientao sobreo grau de proteo que determinado local impe aos com-ponentes a serem nele utilizados e, na literatura do fabri-

    cante, a especificao do grau de proteo caractersticodesta ou daquela linha de componentes. Portanto, bastariato-somente conferir ambos.

    H uma norma internacional, a IEC 60529,Degrees ofprotection provided by enclosures (IP Code), que define osgraus de proteo providos por invlucros, classificando-os

    com os conhecidos ndices IP (International Protection Co-de). O relacionamento desses ndices com a norma de ins-talaes se d, diretamente, atravs das influncias exter-nas AD (presena de gua), AE (presena de corpos sli-dos) e BA (competncia das pessoas) podendo suas im-plicaes se estenderem, indiretamente, a outros tipos deinfluncias externas.

    A IEC 60529 no s define os graus de proteo co-mo especifica os ensaios que os invlucros devem satis-fazer para enquadramento neste ou naquele ndice. O in-vlucro tanto pode ser o de um equipamento pronto pa-

    ra uso quanto um invlucro puro e simples como ascaixas, dos mais diversos tipos, disponveis para o alo-jamento de componentes e equipamentos, a realizaode conexes e derivaes ou a montagem de quadroseltricos. Quer dizer: o invlucro de que trata a normatanto pode ser a carcaa de um produto quanto inv-lucros vazios caixas, condutos, etc. , utilizveis in-clusive em aplicaes no-eltricas.

    A classificao IP constituda das letras IP seguidaspor dois algarismos e, conforme o caso, por mais uma ouduas letras (ver figura 1).

    O primeiro algarismo ganhou, desde a edio 1989 da

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    IEC 60529, um duplo significado. Tradicionalmente, eleindica a proteo que o invlucro oferece contra a penetra-o de corpos ou objetos slidos estranhos, isto , o tipo debarreira que o invlucro proporciona, ao equipamentomontado em seu interior, contra o ingresso de materiais es-

    tranhos como ferramentas, pontas de fio, poeiras noci-vas, etc. O segundo significado, mais recente, traduz a pro-teo que o invlucro oferece, ao usurio, contra contatosacidentais com partes internas perigosas, seja o perigo el-trico (partes vivas), seja de outra natureza (por exemplo, l-

    minas rotativas).O segundo algarismo identifica a proteo que o inv-

    lucro proporciona, ao equipamento no seu interior, contra oingresso prejudicial de lquidos, mais exatamente de gua.

    A norma prev o uso da letra X no lugar de qualquerdos dois algarismos quando a proteo correspondente nofor pertinente (no aplicvel).

    Vejamos agora as duas letras finais previstas na IEC60529. A norma qualifica a primeira de letra adicional e asegunda de letra suplementar.

    A letra adicional trata tambm do segundo significa-

    do que se atribuiu ao primeiro algarismo dos cdigos IP,isto , de proteo das pessoas contra contatos acidentaiscom partes perigosas no interior do invlucro. No se tra-ta de redundncia, mas sim da previso de que certas so-lues, em matria de invlucro, podem apresentar de-terminado grau de proteo contra penetrao de corposslidos estranhos, cuja indicao continuaria delegada ao

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    O usurio da instalao uma das influncias externas. As-sim, em locais acessveis apenas a pessoas advertidas ou qua-lificadas (BA4 e BA5, na classificao da NBR 5410), admitem-se at mesmo componentes sem proteo contra contatosacidentais com partes vivas;mas em locais residenciais e an-logos, a norma exige componentes com grau de proteo no

    mnimo IP2X

    Fig. 1 Significado do cdigo IP

    Divulgao

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    primeiro algarismo caracterstico, mas um grau de prote-o contra contatos acidentais efetivamente superiorquele que caberia ento letra adicional informar.

    Exemplo: imaginemos um invlucro com orifcio ouabertura tal que o enquadramento resultante fosse IP1X(note-se que aberturas podem ser mesmo uma necessida-de, para fins de ventilao ou drenagem). Mas imagine-mos, tambm, que o fabricante ou montador fixe, no inte-rior do invlucro, uma barreira entre a abertura e a parteperigosa. Assim, com a barreira interna, o equipamen-

    to/invlucro torna-se IP1XC ou IP1XD.Tambm aqui, se for necessria a

    indicao do grau de proteo contracontato com elementos perigosos mas aproteo contra o ingresso de corpos

    slidos no for pertinente ou aplicvel,informa-se a letra adicional e o primei-ro algarismo caracterstico torna-se X por exemplo, IPXXB.

    Por fim, a ltima letra, ou letra su-plementar, acrescenta informaesgerais ao ndice IP: a de que se tratade equipamento de alta tenso (letra

    H); de equipamento de uso mvel ou rotativo, e comotal ensaiado em movimento (letra M); de equipamentoensaiado em condies estacionrias (letra S); ou de

    equipamento concebido para condies atmosfricasespecificadas, geralmente acordadas entre fabricante eusurio (letra W).

    Alm de mostrar o significado dos algarismos e letrasdo cdigo IP, a figura 1 inclui algumas informaes sobreos ensaios respectivos, embutidas nos desenhos que aacompanham.

    Os graus de

    proteo IPexigidos em

    cada local

    Como salientado nos artigos anteriores desta

    seo dedicada s influncias externas, impor-tante atentar para que os componentes da insta-lao sejam de construo compatvel com as influn-cias a que estaro submetidos, destacando-se, em parti-cular, a necessidade de o componente apresentar o ade-quado grau de proteo IP.

    A tabela I, alinhada com a tabela 27 da NBR 5410,apresenta as influncias externas AD (presena de gua) eAE (presena de corpos slidos) e os graus de proteo IPexigidos em cada uma.

    J a tabela II lista uma srie de locais indicando direta-

    mente o grau IP que os componentes da instalao neles si-tuados devem apresentar. claro que essa exigncia dograu de proteo se aplica, mais nitidamente, aos compo-nentes aparentes, isto , a todo componente que no sejaobjeto de embutimento (devendo tambm os embutidos se-rem adequados ao dos materiais e s solicitaes envol-vidas no embutimento). Isso inclui, para ficar nos exemplosmais notrios, condutos, caixas, tomadas, interruptores eequipamentos de utilizao luminrias, motores, etc.

    As indicaes da tabela II foram extradas da normaliza-o francesa, mais exatamente do guia prtico UTE C 15 103.

    Divulgao

    O exemplo mais comum de inobservncia das regras da NBR 5410 relativas s in-fluncias externas o emprego, em reas externas, de materiais concebidos parauso interno. No jardim ou no quintal de uma residncia, por exemplo, os componen-tes devem ter grau de proteo IPX4, como a tomada da foto da esquerda, ou mes-mo IPX5, como a caixa da direita.

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    A indicao de mais de um ndice IP para um mesmo localsignifica que o ndice a ser efetivamente adotado depende daavaliao das condies reais do local.

    Tab. II Graus de proteo IP deacordo com o local

    Local Grau IP

    Locais domsticos e anlogosBanheiro Volume 0 27 Volume 1 24, 25 Volume 2 24 Volume 3 21

    Copa 21Cozinha 21Dormitrio 20Garagem 21Jardim, quintal 24, 25Lavabo 21Lavanderia 24Piscina (ao tempo) Volume 0 28 Volume 1 24 Volume 2 24Poro 21

    Sala 20Terrao (coberto) 21

    Locais tcnicosAcumuladores (salas de) 03Bombas d'gua (casas de) 23Cmaras frigorficas 33Garagens (servindo exclusivamentepara o estacionamento de veculos)de rea no superior a 100 m2 21Laboratrios 21, 23Mquinas (casas de) 31Oficinas 21, 23

    Salas de controle 20Servio eltrico 00

    Garagens e parques de estacionamentocobertos com rea superior a 100 m2

    reas de estacionamento 21reas de lavagem 25reas de segurana interiores 21 exteriores 24reas de lubrificao 23reas de recarga de baterias 23

    Oficinas 21

    Locais sanitrios de uso coletivoreas contendo ducha ou chuveiro Volume 0 27

    Volume 1 25 Volume 2 25 Volume 3 25Lavabos coletivos 23Lavabos individuais 21Mictrios 21WCs com bacia sanitriaconvencional 21WCs com bacia sanitria turca 23

    Edificaes de uso coletivoEscritrios 20

    Bibliotecas 20Salas de arquivo 20Salas de mecanografia, demquinas contbeis 20Salas de desenho 20Salas de reprografia 20Salas de telefonia 20Salas de guichs 20Estabelecimentos de ensino, excetoseus laboratrios 20, 21Salas de restaurantes e cantinas 21Grandes cozinhas 35Alojamentos coletivos e dormitrios 20Salas de esporte 21Casernas 21Sales de baile 20Salas de reunio 20Salas de espera 20Consultrios mdicos, no incluindoequipamentos especficos 20Salas de exposio 20

    Locais de atividades agropecuriasAdubos (depsitos de) 50, 60lcool (entrepostos de) 23

    reas de lavagem 24reas de ordenha 25Cavalarias 45Celeiros 50, 60Chiqueiros 45Currais (fechados) 24Debulha de cereais 50, 60Estbulos 45Estufas 23Feno (paiis de) 50, 60Forragem (armazns de) 50, 60Galinheiros 45

    Lenheiros 30

    Local Grau IP

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    Palha (paiis de) 50, 60Ptios 25Silos de cereais 50, 60

    Estabelecimentos industriaisAbatedouros 55, 65cidos (fabricao e depsito) 33Acumuladores (fabricao) 33lcool (fabricao e armazenamento) 33Alumnio (fabricao e depsito) 51, 53, 61, 63Asfalto, betume (depsitos) 53, 63Borracha (fabricao, transformao) 54, 64Cal 50, 60Caldeiraria 30Carboneto (fabricao e depsito) 51, 61Cartuchos (fabricao) 53, 63

    Carvo (entrepostos) 53, 63Celulose (fabricao) 34Cervejarias 24Cimento (fabricao) 50, 60Cloro (fbrica e depsitos) 33Cobre (tratamento dos minrios) 31Colas (fabricao) 33Combustveis lquidos (depsitos) 31, 33Coquerias 53, 63Couro (fabricao, depsitos) 31Cromagem 33Curtumes 35Decapagem 54, 64Destilarias 33Detergentes (fabricao dos produtos) 53, 63Eletrlise 03Enxofre (tratamento) 51, 61Explosivos (fabricao e depsitos) 55, 65Ferro (fabricao e tratamento) 51, 61Fertilizantes (fabricao e depsitos) 53, 63Fiaes 50, 60Gs (usinas e depsitos) 31Gesso (triturao e depsitos) 50, 60Grficas 20Gros e sementes (venda de) 50, 60

    Gravao de metais 33Hidrocarbonetos (fabricao) 33, 34Ls (tratamento) 50, 60Laticnios 25Lavanderias 24, 25Licores (fabricao) 21Linhas de engarrafamento/envasamento 35Lquidos halogenados (emprego) 21Lquidos inflamveis (depsitos, oficinasonde se emprega) 21Lixo domstico (tratamento) 53, 54, 63, 64Madeira (trabalhos de) 50, 60

    Magnsio (fabricao, trabalho e depsitos) 31

    Marcenarias 50, 60Matrias plsticas (fabricao) 51, 61Metais (tratamento de) 31, 33Munies (depsito de) 33

    Nquel (tratamento dos minrios) 33Olarias 53, 54, 63, 64leos vegetais (extrao) 31Panificaes 50, 60Papel (entrepostos) 31Papel (fbricas) 33, 34Papelo (fabricao) 33Pasta de papel (preparao) 34Pedreiras 55, 65Peles 50, 60Perfumes (fabricao e depsitos) 31Ps (fbrica) 55, 65

    Produtos qumicos (fabricao) 30, 50, 60Refinarias de petrleo 34Salsicharias 24, 25Saponceos (fabricao) 31Sedas (fabricao) 50, 60Serralherias 30Serrarias 50, 60Soda (fabricao, depsitos) 33Txteis, tecidos (fabricao) 51, 61Tintas (fabricao, depsitos) 33Tinturarias 35Usinas de acar 55, 65Vernizes (fabricao e aplicao) 33Vidros (fabricao) 33Zinco (trabalhos com) 31

    Locais de afluncia de pblicoEstruturas inflveis 44Ginsios esportivos cobertos 21Locais ao tempo 25Parques de estacionamento cobertos 21Outros locais* 20

    Locais comerciais e anexosAougue

    rea de vendas 24 cmara fria 23Drogaria, perfumaria (depsitos) 33Exposio, galeria de arte 20Floricultura 24Fotografia (laboratrio) 23Frutas, legumes 24Livraria, papelaria 20Lavanderia 24Lojas de ferragens 20Marcenaria 50, 60Mecnica, autopeas, acessrios 20

    Mveis (exposio e vendas) 20

    Local Grau IP Local Grau IP

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    Padaria, confeitaria rea de produo 50, 60 rea de vendas 20Peixaria 25Sapataria 20Tapearia 50, 60Tinturaria 23Vidraaria 20

    * Salas de audio, de conferncia e de espetculos;

    magazines, centros comerciais; restaurantes, bares e hotis;

    sales de dana e de jogos; estabelecimentos de ensino, col-

    nias de frias; bibliotecas, centros de documentao; locais

    de exposio e de cultos; bancos e locais administrativos.

    Local Grau IP do pelas letras IK seguidas de dois algarismos, de 00 a 10.A tabela I traz os onze graus de proteo IK previstos

    na norma, juntamente com a energia de impacto correspon-dente a cada um. Os ensaios devem ser efetuados por mar-telos, que podem ser de trs tipos:

    martelo pendular, aplicvel a todos os graus de proteo; martelo de mola, para os graus IK 01 a IK07; e martelo de queda livre, para os graus IK 07 a IK 10.

    Note-se, como curiosidade, que o grau IK 07 o nicoque pode ser avaliado com qualquer dos trs martelos depndulo, de mola ou de queda livre. E que a energia de 2 Jespecificada para o mesmo IK 07 corresponde, por exem-plo, a um martelo de 0,5 kg caindo de 0,40 m. Abaixo doIK 07 pode ser usado o martelo de pndulo ou de mola; e,acima, o de pndulo ou o de queda livre.

    Quando submetido ao(s) ensaio(s) previsto(s) na nor-

    ma, o equipamento ou, mais precisamente, seu invlu-cro deve suportar a energia de impacto definida sem queisso afete sua segurana eltrica, sua segurana mecnica esua funo bsica. Usando como exemplo uma luminria,isso significa, na prtica, que aps suportar o impacto, a lu-minria pode ter seu corpo e seu refletor deformados, masno a quebra da lmpada, que uma situao eltrica inse-gura; e a luminria tambm no pode ter sua classificaoIP comprometida.

    Explorando um pouco mais o significado prtico dosgraus IK, pode-se dizer que o IK02 corresponderia a umaproteo contra impactos mecnicos normal; IK04 a

    uma proteo extra; IK07 a uma proteo reforada;IK08 de um produto prote-gido contra vandalismo; eIK10 de um produto resis-tente a vandalismo. No possvel e nem tecnicamentecorreto apresentar algum pro-duto como sendo prova devandalismo. A rigor, noexiste tal produto.

    Est prevista para 2002 a

    publicao de uma norma IECbaseada na EN 50102. E jtem nmero previamente defi-nido: IEC 62262.

    Graus de proteocontra impactos

    Como explicado nos artigos anteriores, os graus

    de proteo IP objeto da norma internacionalIEC 60529 identificam, atravs de uma com-

    binao de algarismos e letras, a proteo que o invlu-cro oferece 1) contra o ingresso de corpos slidos estra-nhos e contra acesso a partes perigosas e 2) contra a pe-netrao de gua.

    Inspirada no exemplo da IEC 60529, e visando preencheruma lacuna no coberta pelo documento, h tambm umanorma internacional, embora de mbito menor, europia, quedefine um cdigo semelhante destinado a retratar o grau deproteo oferecido pelo invlucro contra impactos mecnicos

    externos, especificando tambm os ensaios pertinentes.A norma em questo a EN 50102, Degrees of protectionprovided by enclosures for electrical equipment against ex-

    ternal mechanical impacts (IK code), e o cdigo constitu-

    Grau deproteo IK

    00

    01

    02

    03

    04

    05

    06

    07

    08

    09

    10

    Energia deimpacto (J)

    0

    0,15

    0,20

    0,35

    0,50

    0,70

    1

    2

    5

    10

    20

    Tab. I Graus de proteoIK (cf. EN 50102)

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    Proteo contra choques: conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

    Ligao eqipotencial: conexo das tubulaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

    TN,TT e IT: sobrecorrente ou dispositivo DR? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

    Seccionamento automtico(I): para comear, eqipotencializao . . . . . . . . . .47

    Seccionamento automtico(II): uso de dispositivo DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

    Seccionamento automtico(III): uso de dispositivo a sobrecorrente . . . . . . .53

    Funcionamento e classificao dos dispositivos DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

    DRs sem e com fonte auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

    Sensibilidade, divisor na aplicao dos dispositivos DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

    Tipos de faltas detectveis pelos dispositivos DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

    Curvas de atuao e seletividade dos dispositivos DR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

    DRs: disparos indesejveis e imunidade a transitrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

    Entradas, um exemplo prtico da dupla isolao na instalao . . . . . . . . . . . . . .85

    Separao eltrica e sistemas isolados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

    Separao eltrica: o que conta, na prtica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

    Locais de servio eltrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

    P R O T E O C O N T R A C H O Q U E S E L T R I C O S

  • 7/31/2019 Guia EM NBR 5410

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    Proteo contra

    choques: conceitos

    A compreenso dos aspectos conceituais da pro-teo contra choques eltricos ponto-chavepara o entendimento das regras pertinentes daNBR 5410.

    Assim, a regra fundamental da proteo contra choques indistintamente, para produtos e instalaes que

    partes vivas perigosas no devem ser acessveis; e partes condutivas acessveis (massas) no devemoferecer perigo, seja em condies normais, seja, emparticular, em caso de alguma falha que as tornem aci-dentalmente vivas.

    Observe-se que na expressoparte condutiva acessvelo termo condutiva significa de material condutor; par-tes normalmente destinadas a conduzir corrente so desig-nadas partes vivas. Note-se, tambm, que a questo daacessibilidade tem um tratamento diferenciado,nas normas,dependendo do usurio do produto ou instalao, se umapessoa comum ou uma pessoa tecnicamente esclarecida.

    Da regra fundamental exposta conclui-se, portanto,que a proteo contra choques eltricos deve ser garanti-da atravs de duas disposies protetoras, ou duas linhasde defesa, quais sejam: uma proteo bsica, que assegura a proteo contrachoques eltricos em condies normais, mas que sus-cetvel de falhar, devendo essa possibilidade de falha

    ser levada em conta; e uma proteo supletiva, que assegure a proteo contrachoques eltricos em caso de falha da proteo bsica.

    Essa proteo supletiva pode ser implementada:G no equipamento ou componente;G na instalao; ouG parte no equipamento, parte na instalao.

    Deduz-se tambm, do exposto, que a instalao de umequipamento eltrico deve ser compatvel com a proteocontra choques de que ele dotado. Ora, do ponto de vis-ta da proteo contra choques eltricos, a normalizaoprev quatro classes de equipamentos: classes 0 (zero), I,II e III. Surgem, assim, diferentes possibilidades de com-binao proteo bsica + proteo supletiva. As maiscomuns so aquelas descritas na tabela I.

    Deve-se notar que, na verdade, os conceitos de classe

    0, classe I, classe II e classe III no so aplicveis nica eexclusivamente a equipamentos eltricos, no sentido es-trito do termo (isto , a equipamentos de utilizao, comoaparelhos eletrodomsticos, por exemplo), mas tambm acomponentes e a disposies ou solues construtivas nainstalao. Um bom exemplo o da classe II: podemostanto ter equipamentos prontos de fbrica classe II, comoso as ferramentas eltricas com dupla isolao, quantoarranjos construtivos conceitualmente classe II, como se-ria o caso de uma linha eltrica constituda de condutoresisolados em eletroduto isolante. Aqui, temos um produtopronto de fbrica apenas com isolao bsica, o condu-

    tor isolado, que, associado a um outro componente da ins-talao, o eletroduto isolante, resulta numa soluo equi-valente classe II. Outro exemplo o da classe III, que sinnimo de extrabaixa tenso de segurana, ou vice-ver-sa: na maioria dos casos, difcil at mesmo avaliar, numsistema SELV (sigla em ingls adotada pela norma paraidentificar a extrabaixa tenso de segurana), o que do

    domnio dos materiais/equipamentose o que do domnio da instalao.

    Como previsto, tendo em mente acombinao proteo bsica + pro-

    teo supletiva, que traduz o espritoda proteo contra choques consa-grado pela normalizao internacio-nal, fica mais fcil compreender asregras pertinentes da NBR 5410.Mas convm ainda trocar em midosalguns conceitos e definies relati-vos matria, a maioria dos quais fi-gura, explcita ou implicitamente, natabela I.

    Isolao bsica Isolao aplica-da s partes vivas, destinada a assegu-

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    Tab. I - Combinaes mais comuns visando proteo contra choqueseltricos (equipamento + instalao, ou s equipamento)

    Classes de Proteo bsica Proteo supletivaequipamentos/componentes

    Isolao bsica Ambiente (locais no-condutores)

    Separao eltrica (um nico equipamento alimentado)

    Isolao bsica Eqipotencializao de Seccionamento automtico

    proteo da alimentao

    Isolao bsica Isolao suplementar

    Isolao reforada ou disposies construtivas equivalentes

    Limitao da Separao de proteo de outros circuitos e separao

    tenso bsica da terra

    Classe 0

    Classe I

    Classe II

    Classe III

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    rar proteo bsica contra choques eltricos. Ela no in-clui, necessariamente, a isolao utilizada exclusivamen-te para fins funcionais.

    Isolao suplementar Isolao independente e adicio-nal isolao bsica, destinada a assegurar proteo contra

    choques eltricos em caso de falha da isolao bsica (ouseja, assegurar proteo supletiva).

    Dupla isolao Isolao compreendendo, ao mesmotempo, uma isolao bsica e uma isolao suplementar.

    Isolao reforada Isolao nica, aplicada s partesvivas, que assegura um grau de proteo contra choqueseltricos equivalente ao da dupla isolao. A expressoisolao nica no implica que a isolao deva constituiruma pea homognea. Ela pode comportar diversas cama-das impossveis de serem ensaiadas isoladamente, comoisolao bsica ou como isolao suplementar.

    Eqipotencializao de proteo Num equipamento,significa que as partes que compem a massa do equipa-mento (j que raramente a massa uma pea nica) devemconstituir um conjunto eqipotencial, provido, ademais, demeios para conexo a um condutor de proteo externo.Note-se que, por definio, compem a massa do equipa-mento todas as partes condutivas (de material condutor!)que podem ser tocadas e que no so normalmente vivas,mas que podem se tornar vivas em caso de falta. Deve tam-bm ser integrada a esse conjunto eqipotencial qualquerblindagem de proteo (ver adiante), se existente. umaexigncia que figura nas normas de equipamentos apli-

    cvel, naturalmente, s verses classe I dos equipamentos.Ligao eqipotencial a eqipotencializao de

    proteo aplicada instalao eltrica (ou parte desta) e aseu ambiente. Seu objetivo evitar diferenas de potencialperigosas entre massas e entre massas e os chamados ele-mentos condutivos estranhos instalao.

    Separao de proteo Separao entre circuitos poruma proteo bsica e uma proteo supletiva, ou soluoequivalente. Isso significa que o circuito protegido deveser separado de outros circuitos por qualquer um dos se-guintes meios:

    G isolao bsica mais isolao suplementar, ou seja,dupla isolao;G isolao reforada;G blindagem de proteo;G combinao das possibilidades anteriores.

    Blindagem de proteo Blindagem condutiva in-terposta entre as partes vivas perigosas de uma instala-o, sistema ou equipamento e a parte (da instalao,sistema ou equipamento) objeto da proteo. A blinda-gem deve integrar a eqipotencializao do equipamen-to ou instalao e, portanto, deve dispor de, ou estar li-gada a, meios de conexo ao condutor de proteo. En-

    fim, quando uma separao de proteo realizada pormeio de blindagem de proteo, os condutores dos cir-cuitos a serem separados devem s-lo, por exemplo, poruma blindagem metlica separada de cada circuito adjacente por uma isolao

    bsica dimensionada de acordo com a tenso do circuitocorrespondente, conectada, direta ou indiretamente, a terminal para li-gao do condutor de proteo externo, e capaz de suportar as solicitaes trmicas e dinmicasque podem ocorrer em caso de falha de isolamento.

    Separao bsica a separao entre circuitos provi-da pela isolao bsica.

    Por fim, a ttulo de ilustrao, analisemos algumas dasmedidas de proteo contra choques eltricos previstas naNBR 5410, sob o ngulo dos aspectos conceituais aqui ex-

    postos (ver tabela I).1) A proteo por seccionamento automtico da ali-mentao (5.1.3.1 da NBR 5410), que pressupe equipa-mentos/componentes classe I, uma medida em que aproteo bsica provida pela isolao bsica entrepartes vivas e partes condutivas acessveis e a proteo supletiva (ou proteo em caso de falta) garantida pela eqipotencializao de proteo, tantono plano do equipamento (classe I) quanto no plano dainstalao, associada ao seccionamento automtico daalimentao.

    2) A medida intituladaproteo em locais no-con-

    dutores (5.1.3.3 da NBR 5410), na qual se admite o usode equipamentos/componentes classe 0, comporta uma proteo bsica provida por isolao bsicaentre partes vivas e partes condutivas acessveis (a ni-ca proteo de que dispe o equipamento ou compo-nente classe 0) e uma proteo supletiva representada pela exigncia deque o piso e as paredes do local onde sero instalados osequipamentos/componentes classe 0 sejam isolantes.

    3) A proteo por SELV (extrabaixa tenso de segu-rana, 5.1.1.1 da NBR 5410), sinnimo de proteo clas-

    se III, implica umaproteo bsica provida pela limitao da tensodo circuito SELV e uma proteo supletiva provida por separao de pro-teo entre o circuito SELV e outros circuitos e por sepa-rao bsica entre o circuito SELV e a terra.

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    Ligao

    eqipotencial:conexo dastubulaes

    Ao tratar da chamada ligao eqipotencial princi-

    pal, a NBR 5410 especifica que tubulaes comoas de gua, gs e esgoto, quando metlicas, sejamnela includas. A conexo dessas tubulaes ligao eqi-potencial principal deve ser efetuada o mais prximo pos-svel do ponto em que penetram na edificao. A interliga-o destes e outros elementos metlicos provenientes doexterior, entre si e a elementos condutivos da prpria edifi-cao, visa evitar, atravs da eqipotencializao, que fal-tas de origem externa dem margem ao aparecimento dediferenas de potencial perigosas entre elementos conduti-vos do interior da edificao. uma exigncia clara e cate-grica da NBR 5410.

    Uma dvida freqente dos profissionais de instala-es refere-se aos procedimentos para executar a conexoque integrar as canalizaes metlicas, em particular ade gs, ligao eqipotencial principal. De fato, a cana-lizao de gs merece maiores cuidados e, nesse particu-lar, convm respeitar as seguintes recomendaes, adota-das em vrios pases europeus:G a mudana de materiais, nas conexes, no deve ser efe-tuada sobre a parede da canalizao, a fim de evitar as cor-roses provocadas por pares galvnicos;G tratando-se de canalizaes de ao ou cobre, as conexes

    devem ser constitudas por cintas ou presilhas da mesma na-tureza da canalizao e montadas sobre esta por soldagem(ao) ou brasagem (cobre);G no caso de canalizao de alumnio, a soluo mais fre-qente consiste em utilizar uma braadeira de mesma liga,fixada sobre a canalizao por meio de parafusos passantese porcas em ao inoxidvel.

    Por outro lado, recomendvel dotar a prpria canaliza-o de gs de uma luva isolante, prximo ao seu afloramen-to na edificao (ver figura). Essa luva proteger a rede dedistribuio pblica de gs, isolando-a eletricamente da ins-talao interior da edificao.

    Conseqentemente, a eqipotencializao deve ser reali-zada aps essa luva isolante, ou seja, do lado das instalaesinternas da edificao. Alm disso, o trecho de canalizaoentre o ponto de penetrao e a luva isolante deve ser isola-do de qualquer elemento metlico da edificao; quando a

    extenso desse trecho exigir que a canalizao seja fixadaem um ou mais pontos edificao, deve-se interpor um ele-mento isolante entre a canalizao e cada uma das fixaes.

    Convm lembrar que a NBR 5410 probe utilizar as ca-nalizaes de gs, de gua e de outros servios como eletro-do de aterramento (item 6.4.2.2.4).

    Outro dado importante a ser mencionado que a NBR5410 inclui, expressamente, entre os elementos que devem

    figurar na ligao eqipotencial principal, o eletrodo deaterramento do sistema de proteo contra descargas atmos-fricas (pra-raios predial) da edificao e o da antena ex-terna de televiso diretamente ou via eletrodo de aterra-mento comum, quando de fato o sistema de pra-raios e aantena utilizarem um eletrodo de aterramento comum ao dosistema eltrico.

    TN, TT E IT:

    sobrecorrente oudispositivo DR?

    A o apresentar os princpios da proteo contrachoques eltricos (contatos indiretos) por sec-cionamento automtico da alimentao, o artigo5.1.3.1 da NBR 5410 diz que massas devem ser ligadas a

    Esquema da ligao eqipotencial principal

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    Proteo contra choques eltricos

    condutores de proteo, compondo uma rede de aterra-mento, e que um dispositivo de proteo deve seccionarautomaticamente a alimentao do circuito por ele protegi-do sempre que uma falta entre parte viva e massa derorigem a uma tenso de contato perigosa.

    O tempo mximo admissvel para a consumao desseseccionamento, que antes da ltima edio da norma(1997) era dado em funo da tenso de contato presumi-da, hoje dado diretamente em funo da tenso faseterraUo da instalao, nas tabelas 20 e 21 da norma. A primeira,aqui reproduzida como tabela I, vlida para esquemas TNe a segunda para esquemas IT.

    A edio 1997 tambm tornou mais claro o tipo de dis-positivo que deve ser usado na proteo por seccionamen-to automtico da alimentao dispositivo a sobrecor-rente ou dispositivo a corrente diferencial-residual?

    Essa questo remete, necessariamente, ao exame doesquema de aterramento. Dependendo do esquema deaterramento, apenas um dos dispositivos, ou ambos,podem ser utilizados.

    No esquema TN-C, o dispositivo capaz de garantir aproteo por seccionamento automtico necessariamenteum dispositivo a sobrecorrente, dada a incompatibilidadeentre o PEN (condutor reunindo as funes de neutro e deproteo), que constitui o trao caracterstico do esquemaTN-C, e o princpio de funcionamento dos dispositivos acorrente diferencial-residual.

    No esquema TN-S, possvel utilizar tanto o dispos-

    itivo a sobrecorrente quanto o dispositivo a correntediferencial-residual.

    J no esquema TT, de acordo com a edio 1997, s possvel utilizar, na proteo por seccionamento automti-co, dispositivos a corrente diferencial-residual.

    Quanto ao esquema IT (item 5.1.3.1.6), convm lem-brar, inicialmente, que a definio do tipo de dispositivo a mesma aplicvel ao esquema TN ou TT, dependendo daforma como as massas esto aterradas. Quando as massasso aterradas individualmente, ou por grupos, aplicam-seas regras prescritas para o esquema TT portanto, dis-positivos DR. Quando todas as massas so interligadas(massas coletivamente aterradas), valem as regras doesquema TN portanto, dispositivo a sobrecorrente oudispositivo DR.

    Agora, independentemente do esquema de aterramento,

    TN, TT ou IT, o uso de proteo DR, mais particularmentede alta sensibilidade (isto , com corrente diferencial-resi-dual nominal I igual ou inferior a 30 mA), tornou-seexpressamente obrigatria, com a edio de 1997, nosseguintes casos (artigo 5.1.2.5):a) circuitos que sirvam a pontos situados em locais con-tendo banheira ou chuveiro;b) circuitos que alimentem tomadas de corrente situadasem reas externas edificao;c) circuitos de tomadas de corrente situadas em reas inter-nas que possam vir a alimentar equipamentos no exterior; ed) circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-

    Fig.1 Os casos (e excees) em que a norma exige proteo diferencial-residual de alta sensibilidade (IN 30 mA).

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