guia de identificação dos canideos silvestres brasileiros

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GUIA de IDENTIFICAÇÃO dos CANÍDEOS SILVESTRES BRASILEIROS Valdir A. Ramos Júnior - Cecília Pessutti - Cleyde A. F. S. Chieregatto

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Page 1: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

GUIA de IDENTIFICAÇÃO dos

CANÍDEOS SILVESTRES BRASILEIROS

Valdir A. Ramos Júnior - Cecília Pessutti - Cleyde A. F. S. Chieregatto

Page 2: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Agradecimentos

Ficha Catalográfica

Para a realização deste primeiro trabalho, ainda por mais simples que seja, contamos com o auxílio de diversas pessoas e instituições. Por esta razão, gostaríamos de agradecer a todos que participaram de alguma forma e em especial:

- À Fundação RIOZOO, ao Zoológico Municipal Quinzinho de Barros e ao Zoológico Municipal de São Bernardo do Campo, por terem cedido seus profissionais para a elaboração deste Guia;

- À Associação Pró-Carnivoros, pelo envio de informações e fotografias;

- Aos amigos Adriano Gambarini, Márcia Chame, Márcia Mocelin, Gabriella Landau-Remy, Maria Renata Pitman e Raquel Von Hohendorff, pela cessão de fotografias;

- Aos integrantes do Grupo de Trabalho de Canídeos / GTC.

- A Gabriella Landau-Remy pelo apoio durante a elaboração do guia e compilação das informações,

- Ao companheiro Valme de Almeida, pela revisão dos textos, a Danielle Craveiro pela compilação dos dados,

- À Sociedade de Zoológicos do Brasil, a partir do Fundo para Publicações, que patrocinou o Guia de Identificação dos Canídeos Silvestres Brasileiros.

599.74442 Ramos Jr. Valdir de AlmeidaGuia de Identificação dos Canídeos Silvestres Brasileiros / Valdir de Almeida Ramos Jr., Cecília Pessutti, Cleyde Angélica Ferreira da

Silva Chieregatto - Sorocaba, JoyJoy Studio Ltda. - Comunicação Ambiental, 2003.35 páginas: 32x20 cm / Formato digital

Inclui bibliografia1. Guia, 2. Identificação, 3.Carnivoros, 4. Canídeos, 5. GTC I. Ramos Jr, Valdir de Almeida II. Pessutti, Cecília III. Chieregatto,

Cleyde Angélica Ferreira da Silva

Page 3: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Carnívoros

Canídeos

Família Canidae no Mundo

Família Canidae no Brasil

GTC - Grupo de Trabalho de Canídeos

Identidicação de Animais

Biometria

Guia de Biometria

Dados Biométricos

Censo de Canídeos da

SZB - Sociedade de Zoológicos do Brasil

Studbook

Studbook - Lobo Guará

Studbook - Cachorro do Mato Vinagre

Cachorro do Mato - Cerdocyon thous

Cachorro do Mato de Orelha Curta -

Atelocynus microtis

Cachorro do Mato Vinagre -

Speothos venaticus

Raposa do Campo - Lycalopex vetulus

Graxaim do Campo - Pseudalopex gymnocercus

Lobo Guará - Chrysocyon brachyurus

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASEndereços dos Integrantes

do Grupo de Estudos de Canídeos

Créditos das Fotografias da Capa

Informações para a aquisição do Guia

Organização

Ficha de Observação

Status Conservacionista

Page 4: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

CARNÍVOROS

4

A ordem carnívora compreende duas sub-ordens: os Contudo, existe uma tendência convergente em evoluir da

carnívoros aquáticos ou Pinnipedia e os carnívoros forma de cursor para a condição de semiplantígrado, que

terrestres ou Fissipedia, que são freqüentemente culmina no tipo de locomoção digitígrado exemplificado

classificados como uma ordem própria. pelos Canidae, alguns Viverridae e alguns Mustelidae.

Apresentam os dedos do membro anterior prefencialmente

Os carnívoros terrestres são classicamente divididos com unhas ao invés de garras retráteis.

em dois grupos: Arctoidea, que inclui civeta, mangusto,

hienas e gatos, e Canoidea, um grupo heterogêneo que A evolução do comportamento social exibe muitos

abrange os demais carnívoros terrestres. contrastes interessantes. Os carnívoros menores e

noturnos são solitários, exceto no período de acasalamento

Muitas são as características anatômicas que e durante a manutenção da unidade fêmea-filhote. Porém,

distinguem os carnívoros, entre elas a forma, número e muitos carnívoros desenvolveram mecanismos

arranjo dos dentes. Os quartos pré-molares superiores e os comportamentais que promovem a sociabilidade. Tem sido

primeiros molares inferiores são denominados carnassiais e observada uma tendência entre os canídeos de formarem

funcionam como tesoura, possibilitando a quebra adequada pares monogâmicos durante o cuidado dos jovens.

dos alimentos. Segundo Eisenberg (1981), os carnívoros Freqüentemente, os machos auxiliam a fêmea no

modernos mantiveram uma forte tendência para um fornecimento de alimento e, em algumas espécies de

sistema digestivo simples e uma dentição conservativa. canídeos, tais como Canis aureus e Canis mesomelas, o

filhote do ano anterior pode permanecer com os pais e

De modo geral, os carnívoros atuais mantiveram a auxiliar em vários aspectos no cuidado da próxima cria.

utilização do sistema olfatório como a principal via de

captação de informação sensorial, sendo esta via de menor Os carnívoros sofreram uma rápida dispersão inicial,

importância para os felinos. Estes animais apresentam sendo que as linhagens foram bem diferenciadas no Eoceno

grande variedade de adaptações reprodutivas e grande e Oligoceno. Carnívoros de diferentes espécies são próprios

variação no tamanho relativo do cérebro. de muitas áreas do mundo, exceto Austrália e Nova

Zelândia.

Muitos membros dessa ordem são plantígrados, isto é,

colocam a sola do pé inteiramente no chão quando andam.

Page 5: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

CANÍDEOSDentre os animais carnívoros, os representantes que mostram uma redução dos dentes a partir do

da família Canidae podem ser facilmente reconhecidos. número básico 42 e a Caninae, que inclui os demais

Geralmente são fortes, possuem focinho longo e canídeos, como cães, chacais, lobos e raposas, com

pontudo, orelhas eretas, cauda com pelos em forma de número clássico de dentes. Segundo Eisenberg

tufos, unhas não retráteis e geralmente são cursoriais. (1981), a redução no número de dentes que caracteriza

Embora de hábito alimentar carnívoro, algumas o cachorro do mato vinagre, o "dhole", e o "Cape

espécies se alimentam também de matéria vegetal e hunting dog" pode refletir uma convergência na

insetos. A formação de casais normalmente é constante especialização da dieta mais que uma afinidade

na natureza, sendo que os machos participam da tarefa genética especial.

de prover alimento e de dar proteção aos filhotes.

A família Canidae, sub-família Caninae no Brasil

Hennemann III et al. (1983) descreve os animais compreende gêneros de médio e grande porte. Os de

da família Canidae como terrestres, predadores médio porte, com comprimento médio de

cursoriais, que possuem hábitos alimentares que aproximadamente 71 cm, estão representados por:

variam de estritamente carnívoro a altamente onívoro. Atelocynus, com 1 espécie monotípica, Cerdocyon,

com 1 espécie monotípica e 7 subespécies, Lycalopex,

A família Canidae apresenta ampla distribuição, com 1 espécie monotípica e Pseudalopex, com 5

podendo ser encontrada desde os trópicos até o Ártico espécies. O representante do gênero de grande porte é

(Hennemann III, et al. 1983). É c l a s s i c a m e n t e o Chrysocyon, que é o maior dos canídeos sul-

dividida em três sub-famílias, de acordo com o número amer icanos, com compr imento médio de

de dentes. As três sub-famílias são: Otocyoninae aproximadamente 130 cm.

(raposa orelha de morcego), com 46 a 50 dentes,

Simocyoninae (incluindo Speothos, Cuon, e Lycaon),

5

Page 6: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

A família Canidae contém 16 gêneros e 36 espécies com ampla distribuição, podendo ser encontrada desde os trópicos até o Ártico (Hennemann III, et al, 1983). É classicamente dividida em três sub-familias, de acordo com o número de dentes. São elas: Otocyninae, com 46 a 50 dentes; Symocyoninae, que apresenta um número inferior a 42 dentes; e Caninae, com o número clássico de dentes, ou seja, 42 dentes. Segundo Eisenberg (1981), a redução no numero de dentes que caracteriza o Cachorro-do-Mato-Vinagre, o Dhole e o African Wild Dog, pode refletir mais uma convergência na especialização da dieta do que uma afinidade genética especial. A sub-familia Otocyninae esta representada somente pelo gênero Otocyon e a Symocyoninae pelos gêneros Speothos, Cuon e Lycaon. Os gêneros da sub-familia Caninae são Canis, Alopex, Fennecus, Urocyon, Nyctereutes, Dusicyon, Cerdocyon, Atelocynus e Chrysocyon.

Família Canidae no Mundo

No Brasil possuímos 06 espécies de canídeos silvestres, sendo uma delas da sub-familia Symocyoninae, a

Speothos venaticus, e as demais da sub-familia Caninae: Chrysocyon brachyurus, Cerdocyon thous, Lycalopex

vetulus, Pseudalopex gymnocercus e Atelocynus microtis.

Das espécies citadas acima, a de biologia mais conhecida é de Chrysocyon brachyurus, o Lobo-Guara, seguida

de Speothos venaticus, o Cachorro-do-Mato Vinagre e as demais com informações insuficientes.

Nem todas as espécies estão representadas nos zoológicos brasileiros, como e o caso de Atelocynus microtis. O

Cachorro-do-Mato e o Lobo-Guara são as espécies mais constantes nos planteis brasileiros, chegando a alguns

zoológicos a terem animais excedentes em sua coleções, situação causada pelo grande número de nascimentos em

cativeiro e animais provenientes de natureza.

Abaixo, ressaltamos algumas informações sobre a biologia das espécies brasileiras.

Família Canidae no Brasil

6

Page 7: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

GTC - Grupo de Trabalho de CanídeosO Plano de Manejo para o Lobo Guará foi implantado em 1989. No ano de 1995 criou-se o Grupo de Trabalho

de Canídeos, reconhecido oficialmente pelo IBAMA por meio da portaria n° 1883 , de 25/09/1995. A partir desta

data, o GTC passou a gerenciar as demais espécies de cães selvagens brasileiros, alem do Lobo-Guara.

O funcionamento de um plano de manejo se dá por meio da organização de um comitê que congrega sete

especialistas (estando representados no comitê, os vários órgãos como zoológicos, ONGs e IBAMA). Esse

comitê tem caráter consultivo, atuando junto às instituições mantenedoras, sugerindo a elas um manejo

reprodutivo adequado, sempre levando em conta a integridade genética de cada espécie, dietas apropriadas,

cuidados com filhotes, programas de imunização contra doenças, programas de educação ambiental,

integração com pesquisadores em natureza, pesquisa, conservação, livro de registro genealógico, elaboração

de protocolos de manejo entre outras atividades.

Desde que foi iniciado o programa, as pesquisas, tanto em natureza quanto em cativeiro, tiveram um

grande aumento, o que resultou na melhoria da qualidade de vida desses animais principalmente em cativeiro.

O desenvolvimento de vacinas específicas para algumas espécie foi também uma grande conquista.

Com a conclusão de mais um trabalho do GTC, estamos entregando à comunidade zoológica o Guia de

Identificação de Canídeos Silvestres Brasileiros, o qual, temos certeza, irá auxiliar no dia-a-dia dos profissionais

que atuam tanto in situ quanto ex situ. Gostaríamos que os usuários deste guia nos auxilia-se com críticas e

sugestões.

MSc Cecília Pessutti

Coordenadora GTC

7

Page 8: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

A identificação de espécies é fator preponderante para um correto manejo alimentar, reprodutivo, genético

e conservacionista tanto no cativeiro quanto em vida livre.

O reconhecimento e classificação utilizando-se de chaves taxonômicas, guias de campo com pranchas e/ou

fotografias são algumas das ferramentas que auxiliam o pesquisador em seu trabalho. Os canídeos brasileiros são

ainda fonte de dúvidas principalmente quando encontrados fora do ambiente natural e sem referencias ao local de

onde tais animais foram encontrados ou capturados.

Outro agravante a correta identificação por parte de pesquisadores e profissionais que atuam em cativeiro é a

possibilidade de formação de casais de espécies distintas mas fenotípicamente semelhantes levando a hibridização.

A biometria é uma das mais antigas formas de obter informações morfológicas sobre espécies.

Os instrumentos utilizados são paquímetro, fita métrica, trena, régua.

Existem diferenças entre as medidas segundo a classe animal que se está estudando.

Para se tomar medidas de animais vivos há a necessidade dos mesmos estarem imobilizados, em cativeiro

muitas vezes o manejo médico veterinário pode ser associado ao manejo biológico e assim ser realizada a biometria.

As medidas mais comumente utilizadas para mamíferos são estão esboçadas na página seguinte.

BIOMETRIA

Identificação de Animais

8

Page 9: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

CabeçaFT: Focinho–Temporal

LM: Largura de MandíbulaIO: Inter-Olhos

Oe: Orelha externaOI: Orelha Interna

CorpoCo = Comprimento do corpoCa = Comprimento da cauda

CP = Circunferência do PescoçoCA = Circunferência AbdominalCT = Circunferência Torácica

pt = pata traseirapd = pata dianteira

FT

OeOi

LMCP

Co

Ca

CACT

pd

CC

Lpt

Cpt

12

3 4

5Pata Lpt: LarguraCpt: Comprimento

Almofadas1,2,3,4 e 5L: LarguraC: Comprimento

9

Page 10: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

10

Altura: pd = Altura: pt=

Biometria do Corpo

Co = CP =

CT = CA =

Patas: (direitas)

Pata dianteriaLargura(Lpd):Comprimento(Cpd):Almofadas:1-Largura= Comprimento=2-Largura= Comprimento=3-Largura= Comprimento=4-Largura= Comprimento=5-Largura= Comprimento=

Cauda:

Ca =

Pata traseiraLargura(Lpt):Comprimento(Cpt):Almofadas:1-Largura= Comprimento=2-Largura= Comprimento=3-Largura= Comprimento=4-Largura= Comprimento=5-Largura= Comprimento=

Local de coleta:

Data: ____ / ____/ 200_

Animal No. : Foto No.:

Biometria da cabeça

Orelhas: (direita)Oe=

Oi=

Olhos: O= IO=

Mandíbula:LM=Cabeça:FT=

Observações:

Nº de Mamilos:

Page 11: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

11

Data:___/___/___ Hora: Local:

Espécie: Coordenadas:

Clima: Vegetação:

Coletor:

1. Dados do animal:Idade: ( ) jovem ( ) sub-adulto ( ) adultoSexo: ( ) macho ( ) fêmea ( ) indeterminadoEstado geral: ( ) gordo ( ) magro ( ) muito magro

2. Avistamento:( ) solitário( ) par Idade: (1) ___________ (2) ___________ ( ) grupo Quantos: ____________ Idade: _________________

3. Vestígios do animal:Fezes: ( ) não ( ) sim ® comprimento: diâmetro:

Pêlos: ( ) não ( ) sim ® amostra nº __________________

Pegadas: ( ) não ( ) sim ® pata dianteira molde(s) nº _______

pata traseira molde(s) nº________

Pata anterior:A) Comprimento do dedo:B) Largura do dedo:C) Comprimento da almofada:D) Largura da almofada:E) Comprimento total:F) Largura total:

Pata posterior:A) Comprimento do dedoB) Largura do dedo:C) Comprimento da almofada:D) Largura da almofada:E) Comprimento total:F) Largura total:

Observações:

Animal atropelado: ( ) não ( ) sim

Encaminhado para: Zôo ( ) Museu ( ) Outros ( )

Qual:

Ca

cho

rro

do

ma

to v

ina

gre

Page 12: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Entre as cinco espécies de canídeos há uma existindo em relativa abundância em natureza, o

diferenciação quanto ao grau de ameaça entre elas. mesmo não acontece com o segundo. De fato, o lobo

A classificação adotado pelo GTC segue às três maiores guará é considerado vulnerável pela União

agências de manejo de animais, sendo elas o IBAMA, a Internacional para Conservação da Natureza (IUCN,

IUCN e o CITES. 1976), é classificado como espécie ameaçada de

extinção pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente

O IBAMA é o órgão nacional de gestão de vida (IBAMA, 1989) e é colocado como Apêndice II do

selvagem e em 1989 publicou a Lista Oficial de CITES (Convention for the International Trade of

Espécies Ameaçadas de Extinção, a IUCN (União Endangered Species.

Internacional para Conservação da Natureza)

publicou em 2002 o Red List of Threatened Species Devido à sua classificação o Lobo Guará se

que contém todas as espécies ameaçadas de extinção tornou alvo de um plano mundial de manejo

e o CITES (Convention for International Transport reprodutivo, que visa aumentar a população cativa,

Endangered Species) que regulamenta o transporte e mantendo sua diversidade genética e com espécimens

transferência de animais entre os países. aptos a no futuro servirem a repovoamento de habitats

onde eles já existiram ou são raros. O Brasil, desde

Com exceção da raposinha do campo as demais 1989, através da Sociedade de Zoológicos do Brasil,

espécies de canídeos brasileiros são listadas em uma vem participando ativamente deste programa de

ou mais publicações citadas anteriormente. reprodução, buscando resolver os problemas mais

comumente encontrados em cativeiro no país. Além de

O cachorro-do-mato e o lobo-guará encontram- pesquisas biológicas, trabalhos em educação

se em níveis diferentes de ameaça. Enquanto o ambiental vêm reforçando a necessidade de se

primeiro está livre de ser considerado ameaçado, conservar esta espécie.

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Page 13: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

As tabelas abaixo apresentam o número total de animais de cada espécie, o número de zoológicos

que as mantém, os nascimentos que ocorreram no ano de 2001, os óbitos de filhotes com menos de 30

dias e a mortalidade geral.

O Censo da SZB para o ano de 2001 representa aproximadamente 34% dos zoológicos brasileiros.

O graxaim do campo é mantido em algumas instituições do sul do país mas infelizmente não

houve registro para o ano de 2001.

LOBO GUARÁ Chrysocyon brachyurusNº espécimes

Nº zoológicos

Nascimentos nos últimos 12 meses

Óbito nos primeiros 30 diasMortalidade geral

69

19

10

2

13

Censo de CanídeosSZB - Sociedade de Zoológicos do Brasil

13

Page 14: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Nº espécimes

Nº zoológicos

Nascimentos nos últimos 12 meses

Óbito nos primeiros 30 diasMortalidade geral

CACHORRO doMATO VINAGRE

Speothos venaticus

20

11

4

0

3

Nº espécimes

Nº zoológicos

Nascimentos nos últimos 12 meses

Óbito nos primeiros 30 diasMortalidade geral

CACHORRO DO MATO Cerdocyon thous96

29

7

2

13

Nº espécimes

Nº zoológicos

Nascimentos nos últimos 12 meses

Óbito nos primeiros 30 diasMortalidade geral

RAPOSINHA DO CAMPO Lycalopex vetulus

18

11

4

0

3

14

Page 15: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

StudbookO livro de registro da árvore genealógica (pedigree) de uma dada espécie é também conhecido

por studbook e compreende o registro de todos os animais, vivos e mortos que descendem de um

grupo de ancestrais selvagens (fundadores) nascidos na natureza.

O primeiro livro de registro genealógico para uma espécie selvagem foi publicado nos anos 20

para o bisão europeu Bison bonasus.

Os studbooks são extensas bases de dados de linhagens de animais e desempenham um papel

muito importante nos planos de sobrevivência ou manejo de espécies ameaçadas de extinção. Hoje

em dia existem vários studbooks tanto regionais (compilação informações de um dado país ou região)

quanto internacionais (possuem informações em nível mundial) .

Dentre os canídeos brasileiros duas espécies possuem studbook tanto internacional quanto

regional, são ela o lobo guará e o cachorro do mato vinagre.

15

Page 16: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Studbooks - Canídeos Brasileiros Ameaçados de Extinção

Em 1980 foi publicado o primeiro studbook internacional para o lobo guará sob o gerenciamento do zoológico de Frankfurt e em 1990 o zoológico de Sorocaba organizou o primeiro regional.

As informações abaixo são referentes às instituições brasileiras compreendendo zoológicos e criadouros conservacionistas.

392

142

69

81

LOBO GUARÁ Chrysocyon brachyurusNº espécimes

Nº instituições

Nascimentos nos últimos 12 mesesMortalidade geral

As informações abaixo são referentes a todas as instituições inclusive as brasileiras.

111

35

19

25

LOBO GUARÁ Chrysocyon brachyurusNº espécimes

Nº instituições

Nascimentos nos últimos 12 mesesMortalidade geral

Fonte: Studbook Internacional Lobo Guará 2001

Fonte: Studbook Internacional 2001

Lobo GuaráLobo Guará

16

Page 17: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Em 1979 sob o gerenciamento do zoológico de Kopenhagen foi publicado o primeiro studbook internacional para o cachorro do mato vinagre e em 2002 o zoológico de São Bernardo do Campo organizou o primeiro regional.

As informações abaixo são referentes às instituições brasileiras compreendendo zoológicos e criadouros conservacionistas.

Nº espécimes

Nº instituições

Nascimentos nos últimos 12 mesesMortalidade geral

CACHORRO do MATO VINAGRE Speothos venaticus26

8

11

14

As informações abaixo são referentes a todas as instituições inclusive as brasileiras.

Fonte: Studbook Regional - Período de 02 de Maio de 2002 à 01 de Abril de 2003

Nº espécimes

Nº instituições

Nascimentos nos últimos 12 mesesMortalidade geral

CACHORRO do MATO VINAGRE Speothos venaticus129

37

33

43

Fonte: Studbook Internacional Cachorro do Mato Vinagre 2001

Cachorro do Mato Vinagre Cachorro do Mato Vinagre

17

Page 18: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Lobo Guará - Chrysocyon brachyurusLobo de Juba, Lobo de Crina, Lobo ou Maned WolfLobo Guará - Chrysocyon brachyurus

AlimentaçãoSão onívoros, alimentando - se de pequenas presas, sapos, lagartos, roedores, insetos, pequenas aves, ovos, tatus, raízes e frutas diversas.

ColoraçãoCor geral castanho avermelhada claro, crina sobre a nuca e dorso com pelos pretos, assim como as quatro patas. A ponta da cauda, parte interna das orelhas e região gular são brancos.

Distribuição GeográficaCentro-Sul e Nordeste

do Brasil em áreas abertas, Sul da Bolívia,

Paraguai, Norte da Argentina e Uruguai.

1245-1320 mm 280-405 mm 20-23 Kg +/- 13 anos+/- 350 g.

Comp. Corpo Comp. Cauda Peso Adulto Peso Neonato Longevidade

18

Page 19: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

alimentando de pequenos vertebrados e invertebrados Nome cientificoe grande quantidade de frutas, em especial as do Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815)Solanum lycocarpum, conhecidas como lobeira ou fruta Nome vulgardo lobo. O adulto pesa cerca de 20 a 23 quilos e mede de

Lobo guará 145 a 190 centímetros de comprimento e 80 IBAMA: Ameaçado de Extinção centímetros de altura.

CITES: IISão encontrados em toda a região compreendida

pelo Planalto Central, Pantanal mato-grossense, sul da O Lobo Guará apresenta pelagem longa e bacia amazônica, chegando ate áreas de Mata Atlântica avermelhada, longas pernas e orelhas grandes. E o dos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo. maior canídeo da América do Sul. Possui as patas Ocorrem também em regiões do sul da Bolívia, Paraguai negras, assim como sua crina, que se estende do alto do e Argentina.crânio ate as primeiras vértebras lombares e a ponta do

longo e afilado focinho. Apresenta o final da cauda e o A espécie esta classificada pela UICN como interior das orelhas com coloração branca.

Vulnerável, de acordo com o Livro Vermelho, de 1994. Uma das principais ameaças a esta espécie e a São animais solitários e os indivíduos adultos são constante perda de habitat, seja pelo crescimento territorialistas. Durante o período do acasalamento o urbano ou pela agricultura, onde os animais estão mais macho pode ficar mais tempo com a fêmea, ate o sujeitos as pressões de caça. Existem também as nasc imento do f i lhote. A gestação dura crenças populares, onde os animais são caçados para se aproximadamente de 62 a 66 dias e a maioria dos retirar apenas algumas partes do corpo que serão nascimentos ocorrem entre junho e setembro. O filhote utilizadas como amuletos ou ate mesmo para curar nasce com aproximadamente 350 gramas e abre os doenças. Atualmente, existem vários programas de olhos entre 8 e 9 dias. Na natureza, o macho não ajuda conservação e proteção dentro de alguns parques, no cuidado a prole, mas defende o território onde estão. aonde ainda existem os animais, para evitar que a Fazem marcação de território por cheiro e casais se espécie desapareça. comunicam a longa distancia através de vocalizações.

Apresentam hábitos noturnos - crepusculares, evitando regiões de ocupação humana mas estes encontros estão cada vez mais comuns. São onívoros, se

19

Page 20: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

AlimentaçãoPequenos vertebrados, crustáceos, insetos, ovos, animais mortos e frutas.

ColoraçãoPelagem cinza, com alguns pelos negros, pernas, pés e pontas das orelhas negras. Variações individuais.

Cachorro do Mato, Crab Eating Fox, Common Fox, Forest Fox,Zorro Comum, Zorro de Monte, Zorro Sabanero, Zorro Perro

Cachorro do MatoCachorro do Mato - Cerdocyon thous- Cerdocyon thous

Distribuição GeográficaColômbia, Venezuela,

Suriname, Bolívia, Paraguai, Uruguai,

Brasil e norte da Argentina.

600-700 mm 300 mm 6 - 7 Kg +/- 11 anos+/- 120 g

Comp. Corpo Comp. Cauda Peso Adulto Peso Neonato Longevidade

20

Page 21: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

variando sua alimentação nas épocas de chuva e Nome cientificoCerdocyon thous secas, de acordo com os recursos mais abundantes.

Nome vulgar Vivem em grupos de aproximadamente três casais e Cachorro do mato o território e marcado através de urina e CITES: II vocalizações. Os casais formados tendem a

permanecer juntos por um longo período e o Canídeo mais comum do continente sul- acasalamento não ocorre em épocas certas do ano,

americano, apresenta coloração grisalha (cinza), ocorrendo apenas uma ninhada por ano. A gestação com alguns pelos negros, que podem variar dura cerca de dois meses, onde nascem de 3 a 6 individualmente, apresentando alguns indivíduos filhotes. A amamentação e feita ate os três meses uma coloração mais amarelada e outros quase de idade e depois já aprendem a caçar com os pais, negros. Possui as pernas e pés mais escurecidos e passando a acompanha-los. A longevidade e de pelo relativamente curto. O adulto pesa de 6 a 7 aproximadamente 11 anos.quilos.

Ocorrem da Colômbia ate a Argentina e por

grande parte do Brasil, habitando vários ambientes,

sendo mais encontrados em cerrados ou florestas

de galeria.

Possuem hábitos noturnos, se alimentam de

insetos e pequenos vertebrados e invertebrados,

alem de frutos, tendo preferencia por pequenos

roedores. Sua dieta apresenta certa sazonalidade,

21

Page 22: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

AlimentaçãoPeixes, frutos, anfíbios, insetos e pequenos mamíferos.

ColoraçãoDorso cinza escuro, cabeça castanho escuro, cauda negra, pernas pretas ou marrom escuro e partes inferiores castanho.

Cachorro do Mato de Orelha CurtaCachorro do Mato de Orelha Curta - Atelocynus microtis- Atelocynus microtis

Distribuição GeográficaFlorestas tropicais de planícies da América do Sul ao leste dos Andes na Colômbia, Equador e Peru,

na bacia do Amazonas. No Brasil, ao sul do Amazonas, do Rio Tocantins ao Mato Grosso.

700-1000 mm 250-350 mm 9 - 10 Kg +/- 11 anos

Comp. Corpo Comp. Cauda Peso Adulto Peso Neonato Longevidade

22

Sw

arn

er

& L

eit

e P

itm

an

, 2

00

2

Leit

e P

itm

an

, 2

00

2

Leit

e P

itm

an

, 2

00

2

Leit

e P

itm

an

& S

warn

er,

20

02

Page 23: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Nome cientificoAnimal de hábitos solitários, só se reunindo em Atelocynus microtis (Sclater, 1883)

casais na época do acasalamento. O macho possui Nome vulgaruma glândula anal que produz uma secreção com Cachorro do mato de orelhas curtas

cheiro forte, usada como marcação de território. CITES: não constaApresentam hábitos de herbivoria e sua dieta e

Canídeo de médio porte, com um rostro constituída por pequenos mamíferos, incluindo

bastante longo e orelhas externas curtas. O roedores. Em comparação com outros canídeos,

comprimento da cabeça ate o corpo varia de 90 apresenta um repertório vocal limitado. Segundo

centímetros a 1 metro e a cauda varia de 25 a 35 informações do Livro Vermelho de 1994, esta

centímetros. A coloração típica e marrom escuro, espécie estava classificada pela UICN como

podendo apresentar pelos brancos mesclados com a insuficientemente conhecida, com sugestões de

pelagem, dando uma aparência grisalha e ate alguns autores para classificá-la como vulnerável,

mesmo formando uma linha mais clara na região para que medidas mais efetivas de conservação

mediana dorsal, apresentando a cauda preta. Esta sejam tomadas.

espécie e facilmente diferenciada dos outros

canídeos neotropicais pelo tamanho da orelha, A biologia desta espécie ainda é muito

comprimento do corpo e coloração. desconhecida, principalmente por não haver

animais em cativeiro. Em

Está distribuído pela Colômbia, Bolívia, de Duke-USA e membro da

Equador, Peru e no Brasil, pela bacia amazônica, ao Associação Pró-Carnivoros iniciou o primeiro estudo

sul dos rios Amazonas e Negro e do rio Tocantins ao em natureza com este animal na floresta amazônica

Mato Grosso, na bacia do rio Paraguai. São peruana.

encontrados nas florestas primarias continuas de

baixada, ate 1000 metros de altitude.

2000 uma pesquisadora

da universidade

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Page 24: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

AlimentaçãoPacas, cutias, pássaros, pequenos vertebrados e frutos.

ColoraçãoCabeça e pescoço até os ombros, marrom claro, escurecendo gradualmente para os quartos traseiros até o marrom escuro. Ventre e peito muito escuros, algumas vezes com manchas brancas no peito.

575-750 mm 125-150 mm 5 - 7 Kg +/- 10 anos+/- 180 g.

Distribuição GeográficaPanamá, Colômbia,

Venezuela, Guianas, Sul do Peru, Brasil, Sul da Bolívia,

Paraguai e Norte da Argentina.

Comp. Corpo Comp. Cauda Peso Adulto Peso Neonato Longevidade

Cachorro Vinagre, Cachorro do Mato, Janaui, Janauaíra, Cachorro Putoco, Bush Dog

Cachorro do Mato Vinagre Cachorro do Mato Vinagre - Speothos venaticus- Speothos venaticus

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Page 25: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

próximo a cursos d´agua. Sua alimentação e Nome cientificoconstituída de peixes, grandes roedores como Speothos venaticus

cutias, pacas e capivaras, de pequenos cervídeos, Nome vulgarincluindo também outros mamíferos de pequeno Cachorro do mato vinagre

porte. A utilização de animais maiores do que o IBAMA: Ameaçado de Extinçãopróprio S. venaticus para alimentação e possível CITES : Iatravés da caça cooperativa, onde vários indivíduos

do grupo participam. A espécie aparenta ser rara Canídeo de pequeno porte, medindo de 55 a 75

em seu habitat, sendo mais suscetível a destruição centímetros da cabeça ao corpo e pesando

do habitat e consequentemente perda de suas aproximadamente de 5 a 7 quilos. Apresenta como

presas, pelo mesmo problema.características marcantes as orelhas redondas e

extremamente curtas, assim suas patas e cauda. E

Esta espécie foi classificada pela UICN como considerado o canídeo mais social, pois vive em

vulnerável, de acordo com o Livro Vermelho, de grupos de 4 a 7 indivíduos. Estes grupos podem ser

1994. Este canídeo parece ser extremamente raro compostos pelo casal e sua prole e estar ou não

dentro de sua área de ocorrência, o que o torna mais associado a outros indivíduos. A gestação dura

suscetível a destruição do habitat.aproximadamente 67 dias e a prole varia entre 1 a 6

filhotes, que são amamentados por oito semanas. A

longevidade e de aproximadamente 10 anos. São

encontrados no Panamá, Colômbia, Venezuela,

Guianas, leste do Peru, Brasil, Sul da Bolívia,

Paraguai e nordeste da Argentina. Habitam

florestas a áreas de savana úmida, sendo

encontrado em diversos habitats, como florestas de

galeria e floresta tropical úmida, de preferencia

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Page 26: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

AlimentaçãoFormigas e outros insetos, roedores, pequenas aves, e ovos.

ColoraçãoPelagem cinza, parte externa dos membros amarelada, queixo cinza e pescoço branco. A extremidade da cauda é preta.

Raposa do Campo, Hoary Fox

Raposa do Campo - Lycalopex vetulusRaposa do Campo - Lycalopex vetulus

586-640 mm 280-320 mm +/- 4 Kg

Comp. Corpo Comp. Cauda Peso Adulto Peso Neonato Longevidade

Distribuição GeográficaCentro e Sudeste do

Brasil, Minas Gerais e Mato Grosso, até o Oeste

de São Paulo.

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Page 27: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

A gestação dura em media dois meses, onde Nome cientificonascem de 2 a 5 filhotes, que ficam em buracos ou Lycalopex vetulus (Lund, 1842)

tocas, procurados pela mãe. E um animal tímido, Nome vulgarmas quando ameaçado pode ser bastante Raposinha do Campo

territorialista, defendendo sua prole. Longevidade CITES: não constade 13 anos, aproximadamente.

Canídeo de pequeno porte, com coloração

marrom acinzentado, com uma linha negra na Nas regiões urbanas próximas a agricultura,

região mediana dorsal. Apresenta manchas negras estes animais são caçados pelo homem por serem

na cauda. Uma característica muito importante e considerados uma ameaça a criação de galinhas e

que esta espécie possui a base das orelhas e partes outros animais domésticos, já que em raros casos

das patas amareladas e queixo branco. Mede se alimentam destes pela redução e perda de seu

aproximadamente 60 centímetros e pesa cerca de 4 habitat e proximidade com fazendas.

quilos.

Vive nas vegetações do cerrado e caatinga do

Brasil, como campos de vegetação aberta e poucas

arvores. Ocorre desde o Ceara, passando por parte

de São Paulo e pelos estados de Minas Gerais,

Goiás, Mato grosso e Mato Grosso do Sul.

Se alimenta sazonalmente de invertebrados,

especialmente térmites e outros insetos e de

pequenos roedores e pássaros.

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Page 28: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

AlimentaçãoSão onívoros, alimentando-se de roedores, pássaros, lagartos, anfíbios e frutas.

ColoraçãoCinza amarelada com a cabeça e nuca mais escuras. Orelhas, focinho e patas amarelo claras.

Raposa Sul Americana, Guaraxaim, Graxaim do Campo, South American Fox

Graxaim do Campo - Pseudalopex gymnocercusGraxaim do Campo - Pseudalopex gymnocercus

600-1200 mm 300-500 mm 4 - 13 Kg +/- 13 anos

Comp. Corpo Comp. Cauda Peso Adulto Peso Neonato Longevidade

Distribuição GeográficaSul do Brasil, Paraguai,

Norte da Argentina e Uruguai

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Page 29: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

principalmente devido ao plantel reduzido nos Nome cientificozoológicos brasileiros. São também muito Pseudalopex gymnocercus

confundidos com a Raposa-do-Campo (P. vetulus), Nome vulgardistinguindo-se apenas em sua distribuição e porte.Graxaim do Campo

CITES: II

Este canídeo apresenta uma coloração cinza

amarelada, com a região da cabeça mais escura que

o resto do corpo. Possui patas amarelo claras, assim

como as orelhas e o focinho afilado na extremidade.

Canídeo típico do Rio Grande do Sul,

aparecendo em regiões abertas como capoeiras e

campos. Sua distribuição e do Sul do Brasil,

Paraguai, Norte da Argentina e Uruguai. Possui

hábitos noturnos - crepusculares, permanecendo

durante o dia em tocas. São solitários, formando

casais na época da reprodução. A fêmea tem uma

prole de 4 a 5 filhotes. O adulto pesa de 3 a 5 kg, o

comprimento da cabeça ao corpo e de 80 a 100 cm e

da cauda e de 40 cm.

São onívoros, se alimentando de pequenos

mamíferos como roedores, pássaros, lagartos, rãs e

frutas. São animais ainda muito pouco estudados ,

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Page 30: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

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Page 33: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Cecília Pessutti

Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros

Sorocaba - SP.

Tel.: 0 xx 15 227 5454

Fax: 0 xx 15 227 5454

Email: [email protected]

Valdir Ramos Júnior

Fundação RIOZOO - Rio de Janeiro - RJ.

Tel. : 0 xx 21 2569 2024

Fax : 0 xx 21 2569 3403

Email: [email protected]

Gianfranco I. Marino

Zoológico Municipal de Mogi Mirim - SP.

Tel.: 0 xx 19 3805 4370

Fax : 0 xx 19 3805 4370

Email: [email protected]

Rose Lilian G. Morato

Associação Pró-Carnívoros

Tel.:0 xx 11 6232 6256

Fax: 0 xx 11 6232 6256

Email: [email protected]

Ana Maria Viana Freire Antunes

CENAP / IBAMA

Tel.: 0 xx 15 3281 3053 / 3281 3702 / 3281 3625

Fax: 0 xx 15 3281 3053

Email: [email protected]

Rogério de Paula Cunha

CENAP / IBAMA

Tel.: 0 xx 15 3281 3053 / 3281 3702 / 3281 3625

Fax: 0 xx 15 3281 3053

Email: [email protected]

Cleyde A. F. S. Chieregatto

Parque Estoril

Zoológico Municipal de São Bernardo do Campo - SP.

Tel.: 0 xx 11 4354 9087

Fax: 0 xx 11 4354 9318

Email: [email protected]

Endereços dos Integrantes do Grupo de Estudos de Canídeos

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Page 34: Guia de Identificação Dos Canideos Silvestres Brasileiros

Créditos das Fotografias da Capa

INFORMAÇÕES PARA A AQUISIÇÃO DO GUIA

Gabriella Landau-Remy Swarner & Leite Pitman, 2002

Raquel Von Hohendorff Valdir Ramos Jr.

Para maiores informações envie um email para o Grupo de Trabalho de Canídeos [email protected]

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