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Page 1: Grupo 06 generos textuais  grupo 06
Page 2: Grupo 06 generos textuais  grupo 06

Luís Antonio Marcushi, doutor em

Filosofia da Linguagem pela

Universidade de Erlangen- Nürenberg,

Alemanha em 1976.Titular em linguística,

no Dpto. De Letras e no Curso de Pós-

Graduação em Linguística da UFPE. Publicou: “Linguagem e

Classes Sociais”(1975) Porto Alegre, Ed. Movimento;

“Linguística de Texto: O que é e como se Faz” (1983)

Recife, UFPE; “Análise da Conversação” (1986) São

Paulo,Ática; “Da Fala Para a Escrita. Atividades de

Retextualização” (2001) São Paulo, Contexto e artigos

científicos em periódicos especializados da área. Sua

especialidade é na área de Linguística Textual, Análise da

Conversação, Filosofia da Linguagem e Semântica.

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Gêneros Textuais: definição e funcionalidade

Gêneros textuais são fenômenos históricos vinculados à

vida cultural e social, contribuem para ordenar e

estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-

dia.Caracterizam-se como eventos textuais altamente

flexíveis, dinâmicos e práticos.

Numa primeira fase, povos desenvolveram um conjunto

limitado de gêneros, após a invenção da

escrita, multiplicam os gêneros, surgindo típicos da

escrita e em uma terceira fase surgem os gêneros da

cultura impressa, para na fase da industrialização dar

início a uma grande ampliação.

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Hoje presenciamos uma explosão de novos gêneros enovas formas de comunicação, tanto na oralidade comona escrita, situam-se e integram-se funcionalmente nasculturas que se desenvolvem, Caracterizam-se mais porsuas funções cognitivas, comunicativas e institucionais doque por peculariedades linguísticas e estruturais,tambémassim como surgem podem desaparecer.

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Novos Gêneros e velhas bases

Afirma-se que nos últimos dois séculos caracterizaram-se

como das novas tecnologias, em especial na área de

comunicação como: rádio, TV, o jornal, a revista, a

internet, surgindo novos gêneros textuais a partir do uso

constante dessas tecnologias.Daí surgem novas formas

discursivas, como editoriais,artigos de

fundo, notícias, telefonemas, e-mails, assimilando um

gênero e gerando novos.Ex: o e-mail, que gera mensagens

eletrônicas que têm as cartas, bilhetes como seus

antecessores, contudo são gêneros novos com identidades

próprias.

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Ocorre também a redefinição de alguns aspectos centraisna linguagem em uso, desafiando as relações entreoralidade e escrita,com um certo hibridismo.Ex: a misturade dois vocabulários.Num primeiro momento podemosdizer que as expressões “mesmo texto”e “mesmo gênero”não são automaticamente equivalentes, desde que nãoestejam no mesmo suporte.

Estes aspectos sugerem cautela quanto a considerar opredomínio de formas ou funções para a determinação eidentificação de um gênero.

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Definição de Tipo e Gênero Textual

Trata-se de distinguir entre o que

se convencionou chamar de tipo textual

, de um lado, e gênero textual do outro.

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• É impossível se comunicar verbalmente a não

ser por algum gênero, assim como é

impossível se comunicar verbalmente a não ser

por algum texto. Então a comunicação verbal

só é possível por algum gênero textual.

• É neste contexto que os gêneros textuais se

constituem como ações sócio-discursivas para

agir sobre o mundo e dizer o

mundo, constituindo-o de algum modo.

• A distinção entre gêneros e tipos textuais é

fundamental em todo o trabalho com a

produção e a compreensão textual.

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• Usamos uma expressão tipo textual para

designar uma espécie de seqüência

teoricamente definida pela natureza lingüística.

• Usamos a expressão gênero textual, como uma

noção propositalmente vaga para referir os

textos materializados que encontramos e que

apresentam caracteristicas sócio-

comunicativas.

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Tipos Textuais Gêneros Textuais

1. Constructos teóricos definidos por

propriedades lingüísticas intrísecas;

1. Realizações lingüísticas concretas definidas

por propriedades sócio-comunicativas;

2. Constituem sequencias lingüísticas ou

sequencias de enunciados no interior dos

generos e não são textos empíricos

2. Constituem textos empiricamente realizados

cumprindo funções em situações comunicativas

3. Sua nomeação abrange um conjunto limitado

de categorias teóricas determinadas por aspectos

lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo

verbal;

3. Sua nomeação abrange um conjunto aberto e

praticamente ilimitado de designações concretas

determinadas pelo canal, estilo, conteúdo,

composição e função;

4. Designações teóricas dos tipos: narração,

argumentação, descrição, injunção e exposição.

4. Exemplos de gêneros : Telefonema, sermão,

carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete,

aula expositiva, reunião de condomínio,

horóscopo, receita culinária, bula de remédio,

lista de compras, cardápio, manual de

instruções, outdoor, inquérito policial, resenha,

edital de concurso, piada, conversação

espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-

papo virtual, aulas virtuais etc.

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Narrativo

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• Mais uma noção interessante a se definir e vemsendo um tanto vaga é a expressão domíniodiscursivo para designar uma esfera ou instânciade produção discursiva ou de atividade humana.Estes domínios não são textos nem discursos, maspropiciam o surgimento de discursos específicos.

• A jaculatória é um gênero textual que secaracteriza por um conteúdo de grande fervorreligioso, composição curta com poucosenunciados, voltada para a obtenção de graças ouperdão.

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• Texto : é uma entidade concreta realizadamaterialmente e corporificada em algumgênero textual .

• Discurso : é aquilo que o texto produz ao semanifestar em alguma instância discursiva.

O discurso se realiza nos textos, e os textosrealizam discursos em situações institucionais,históricas, sociais e ideológicas.

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• Para uma melhor noção de Tipo Textualpredomina a identificação de sequênciaslingüísticas típicas como norteadoras.

• Para uma noção de Gênero Textual,predominam os critérios de ação prática,circulação sócio-histórica, funcionalidade,conteúdo temático, estilo ecomposicionalidade.

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• A expressão “Tipo de texto”, designa um

gênero de texto como por exemplo: carta

pessoal, horóscopo, receita médica, bula de

remédio, entre outras. Pois em todos estes

gêneros também se está realizando tipos

textuais, fazendo com que o mesmo gênero

realize dois ou mais tipos.

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OBSERVAÇOES SOBRE GÊNEROS TEXTUAIS

Para Bakhtin (1997), quando um indivíduo utiliza a língua,

sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que possa não

ter consciência dessa, ou seja, a escolha de um tipo é um dos

passos- se não o primeiro- a ser seguido no processo de

comunicação.

Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está a

disposição do falante, sendo por ele escolhidos da maneira que

melhor lhe convém para, no processo de comunicação, auxiliá-

lo na sua expressão lingüística.

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Tomar um tipo textual como uma estrutura básica

normalmente usada em uma determinada situação o torna

uma valiosa “ferramenta” que o falante procura, guia e

controla para poder expressar a função maior da linguagem

que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau

argumentativo, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é

efetivamente alcançado e concretizado; daí dizer que a

argumentação está inscrita no uso da língua.

Sendo os gêneros fenômenos sócio – históricos e

culturalmente sensíveis, não há como fazer um lista fechada

de todos os gêneros.

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Estudos feitos por lingüistas alemãs, constam que existam

mais ou menos 4.000 gêneros nomeados.

De acordo com diversas pesquisas voltadas para a questão

dos gêneros textuais, já se tornou evidente que os gêneros são

fenômenos históricos ligados à vida cultural e social, os quais

contribui para a ordenar e estabilizar as atividades

comunicativas do dia-a-dia.

Os gêneros não são entidade naturais com as borboletas, as

pedras, os rios, as estrela... Mas sim são artefatos culturais

construídos historicamente por nós seres humanos.

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Bronckart (1999) diz “Conhecer um gênero de texto

também é conhecer suas condições de uso, sua

pertinência, sua eficácia, ou de forma mais geral, sua

adequação em relação às características desse contexto

social.”

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INTERTEXTUALIDADE INTER – GÊNEROS.

Se usa a para designar a situação em que um gênero assume a

função de outro.

A questão da intertextualidade evidencia –se como uma mescla

de funções e formas de gêneros diversos num dado gênero e

deve ser distinguida da questão da diversidade tipológica do

gênero realizando varias seqüências de tipos textuais.

Resumidamente em relação aos gêneros:

01- intertextualidade inter – gêneros: um gênero com a função de

outro

02- heterogeneidade tipológica: um gênero com a presença de

vários tipos.

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GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO.

-Os interlocutores seguem em geral três critérios para

designarem seus textos:

a. canal/ meio de comunicação. ( Telefonema, carta, email)

b. Critérios formais. ( conto, discussão, debate, ata, poema)

c. Natureza do conteúdo.( Piada, Prefacio de

livro, receita, bula de remédio)

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-Os gêneros são geralmente determinados com base nos

objetivos dos falantes e na natureza do tópico falado.

- Deveria haver na produção de cada gênero textual os

seguintes aspectos:

a. Natureza da informação ou conteúdo veiculado.

b. Nível de linguagem.

c. Tipo de situação em que o gênero se situa.

d. Relação entre os participantes.

e. Natureza dos objetivos das atividades desenvolvidas.

- No ensino pode-se tratar dos gêneros e levar os alunos a

produzirem ou analisarem eventos lingüísticos os mais

diversos, tantos escrito quanto orais, e identificarem as

características de gênero em cada um.

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Todos os textos surgem na sociedade e pertencem a gêneros

textuais que se relacionam com atividades sociais

específicas, portanto ele deve ser produzido e utilizado para

atingir um objetivo almejado.

Muitos dos gêneros textuais são rotulados quanto a sua

estrutura e organização ganhando assim uma significação.

O trabalho com gêneros e tipos textuais faz

compreendermos as características estruturais de um texto e

também as condições sociais que levam ao funcionamento

e ao bom êxito de seu uso, por outro lado não podemos

esquecer que a criatividade é uma ferramenta que deve ser

levada em consideração.

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É claro que contamos com uma imensidão de gêneros textuais

existentes na sociedade e que, conforme as necessidades

dessa sociedade novos gêneros surgem e antigos desaparecem

de acordo com suas funções lingüísticas e sociais no qual o

mercado de trabalho está inserido no contexto sócio-histórico.

Concluímos que todo texto é um meio de comunicação e que

diferem os gêneros e tipos textuais de acordo com sua

funcionalidade que é flexível no processo de relacionamento

social