grotesco - arte e mídia

8/17/2019 Grotesco - arte e mídia

1/63

Estética e cultura visualAngela Prysthon


2/63

Grotesco

grotesco (ê). [Do it. grottesco.] Adj.1. ue suscita riso ou esc!rnio"rid#culo$ indivíduo grotesco; modagrotesca. (%). &. '. . ualidade oucar!ter dauilo ue é rid#culo*grotesco$ O grotesco da situação

ressaltava em toda a sua força. [+,.grutesco.]


3/63

-ahtin e o grotesco

&egundo -ahtin* e' seu estudo so/re ogrotesco no ensaio A Cultura Popular naIdade Média e no Renascimento: o Contetode !rançois Ra"elais* a originalidade dacultura c0'ica oular n2o ,oi aindainteira'ente revelada. 3o entanto* suaa'litude e i'ort4ncia na 5dade 6édia eno 7enasci'ento ,ora' consider!veis. 8

'undo in9nito das ,or'as e 'ani,esta:;esdo riso ounha


4/63

-ahtin e o grotesco

As '>ltilas 'ani,esta:;es da cultura carnavalesca ode'su/dividir


5/63

ayser e o grotesco

Fol,gang ayser* e' seu livro O #rotesco* ,a@ hist?ricodo voc!/ulo* as '>ltilas incorora:;es ling#sticas orue assou* sua disse'ina:2o e an!lise das ri'eiraso/ras ue ,ora' identi9cadas co'o 'ani,esta:;es

estéticas desse rocesso* retirando seus eHe'losrincial'ente da literatura* das artes l!sticas e daaruitetura. 8 conjunto de o/ras arroladas so/ a ru/ricade grotesco é i'ensa e englo/a rodu:;es art#sticas das'ais diversas !reas* tais co'o o $om %uiote* de+ervantes* os contos de IoJ'an* o uadro As Meninas*de Kel!@ue@* e outras tantas* nu' levanta'ento de ,atoeHaustivo ue vai da antigidade cl!ssica ao 'odernis'odo século LL. Pratica'ente ualuer o/ra art#sticaaresenta e' seu 'odo de co'osi:2o ou organi@a:2oasectos ue ode' ser cha'ados de grotesco.


6/63

ayser e o grotesco

Para ayser* o grotesco s& é eperimentado na recepção* 'es'o ueas ,or'as ue organi@a' a o/ra n2o seja' reconhecidos co'o tal. 3oconjunto do tiica'ente grotesco 9ca arrolado tudo ue é da orde'da monstruosidade' da estran(e)a' do sinistro* seja' ani'ais*lantas ou o/jetos. Pertence a esse ca'o* or eHe'lo* o ele'ento'ec4nico* uando ganha vida ou o ele'ento hu'ano* uando se'

vida. Por isso a9r'a ue é articular'ente grotesca a loucura*entendida or ele Bco'o se u' id* u' es#rito estranho* inu'ano* sehouvesse introdu@ido na al'aC.8 grotesco* ent2o* aarece co'o u'a estrutura. E no ue se re,ere asua nature@a* Bo grotesco é o mundo al(eado (tornado estranho)CM*ois* ara ue haja a 'ani,esta:2o do grotesco* é necess!rio ueauilo ue nos era ,a'iliar e conhecido se revele* de reente*estranho e sinistro. N o 'undo e' s>/ita trans,or'a:2o. &2o ta'/é'co'onentes essenciais do grotesco o repentino e a surpresa. Oa@arte de sua BestruturaC ue as categorias de nossa orienta:2o no'undo ,alhe'* ue os rocessos ersistentes de dissolu:2o se'ani,este'$ a erda de identidade* as distor:;es da realidade* asusens2o da categoria de coisa* o aniuila'ento da orde' hist?rica*tudo auilo ue de algu'a ,or'a rodu@ u'a desorienta:2o.


7/63

uentin 6etsys


8/63

/osch


9/63

/osch


10/63

/osch


11/63

-rueghel


12/63

-rueghel


13/63

Kel!sue@


14/63


15/63


16/63

jae dinos cha'an$ great deeds against the dead (1QQM)


17/63

Ensor


18/63

Orancis -acon


19/63

Orancis -acon


20/63


21/63


22/63


23/63


24/63

ReJ oons


25/63

Pierre et Gilles


26/63


27/63

Pierre et Gilles


28/63

Serry 7ichardson


29/63

Serry 7ichardson


30/63

Serry 7ichardson


31/63

David Ta+haelle


32/63

David Ta+haelle


33/63

David Ta+haelle


34/63

6ar 7yden


35/63

6ar 7yden


36/63

6ar 7yden


37/63

7odrigo -raga


38/63

Desvios* grotesco* trash e oesva@ia'ento da transgress2oB8 grotesco* enuanto 'ani,esta:2o de,or'as a/errantes e escatol?gicas* é u',en0'eno ue se alastra ela vida

conte'or4nea* co' rever/era:;es,ortes na '#dia e nas artes e' geral. Acontra,a:2o dos c4nones estetica'entecorretos sedu@ a'las ,aiHas de

audiência* redisostas a rir diante dassitua:;es chocantes ue des9la' e'telas e i'agens.C Dênis de 6oraes


39/63

6uni@ &odré* co'unica:2o dogrotesco

• Dois livros BA co'unica:2o do grotescoC e B8i'ério do grotescoC co' 7auel Paiva

• A'/os os livros aresenta' o BgrotescoC co'ocategoria estética e sua trajet?ria e inuência nacultura /rasileira. 8 grotesco encontra/licos das eri,erias de cidades co'o 7io de &2oPaulo* co' escassa tradi:2o letrada e u' hori@onte

cultural 'ais co'ro'etido co' a oralidade. 8aelo ao grotesco é u'a evoca:2o da cultura das,eiras e das ra:as >/licas* u'a reela/ora:2o dacultura r>stico


40/63

+ultura o conte'or4nea

• 8 ue se cha'a aui de cultura pop a/range a cultura'assi9cada (co' ossi/ilidades de reciclage')* u' 'aioracesso ('es'o ue as classes 'ais /aiHas ainda esteja' ='arge') = cultura de elite e u' do'#nio si'ult4neo dacultura de 'assas* de u'a cultura alternativa e da culturade elite.

• 32o se ode identi9car* total'ente* ta'/é'* a +ultura popco' a cultura 'édia (ou midcult ). 8 conceito de midcult écentral ara se co'reender historica'ente co'o aind>stria cultural (e' esecial a norte a'ericana) acreditou(ou ,e@ acreditar) ue era oss#vel u'a Ude'ocrati@a:2oU dacultura. Poré'* a cultura 'édia n2o se con9gura co'orodu:2o ho'ogênea* co'o roduto t#ico da classe 'édiaara a classe 'édia. A +ultura pop* entretanto* chega a teru' >/lico esec#9co* ode'os ver ta'/é' seus ,ocos derodu:2o ('>sica* cine'a* televis2o* ga'es* a cr#tica dessesrodutos)* e'/ora ossa'os identi9car v!rias ideologiasvinculadas a ela.


41/63

+ultura o no -rasil

Para locali@ar'os o conceito no -rasil eseci9ca'ente*ve'os essa idéia de cultura pop /rasileira resondendoa de'andas de u' 'ercado cultural e'ergente*esecial'ente a artir dos anos VW* u' 'ercado co'

u' >/lico e u' ,oco de rodu:2o e consu'oesec#9cos$ os jovens da classe 'édia letrada dosgrandes centros ur/anos. A cultura pop /rasileira oeranu' siste'a regulado elo 'ercado ue or sua ve@est! sujeito = con,or'a:2o da cultura co'o 'oda* =B'oven:a reciitada das varia:;esC (T5P8KES&X*1QVQ*Y). As l?gicas do slogan* da u/licidade* dae,e'eridade dos rodutos e estilos* dos 'odis'osersiste' nesse er#odo de intensa e,ervescência* n2ororia'ente de idéias originais* 'as elo 'enos derodutos os 'ais variados oss#veis.

?


42/63

Por u' hist?rico do trash

8riginal'ente o ter'o tras( arece ter surgido co'o deno'ina:2oara os cha'ados B9l'es -C* rodu:;es de /aiHo or:a'ento ue* aartir da década de W* co'e:a' a ser rodu@idos nos Estados Znidos.+o'o aonta A.+. Go'es de 6attos (%WW* 1)* aesar de ter resistidorelativa'ente /e' = Grande Deress2o* devido rincial'ente =novidade dos 9l'es ,alados* neste er#odo a ind>stria cine'atogr!9caassa a en,rentar u'a grave ueda no n>'ero de esectadores deois

de 1Q1. +o' o cine'a sendo o/rigado a /aiHar os re:os dosingressos e os custos de rodu:2o au'entando* 'uitas e'resas,ora' o/rigadas a assar or u'a grave reorgani@a:2o 9nanceira aracontinuare' [email protected] as solu:;es surgidas estava u'a estratégia utili@ada elosrodutores indeendentes ue tinha' di9culdades de enetrar e' u''ercado do'inado elas ma*ors: u'a esécie de ro'o:2o Bague 1leve %C* e' ue elo re:o de u' ingresso o esectador oderia

assistir a dois 9l'es* u' t#tulo rincial* geral'ente /e' rodu@ido (os9l'es BAC) e outro de /aiHo custo e 'enor ualidade (os B9l'es -C).Estes era' 9l'es rodu@idos co' ouco te'o e oucos recursos*utili@ando u' '#ni'o de loca:;es* 9gurinos i'rovisados e roteirosue eHlorava' os gêneros 'ais oulares da éoca* co'o o ,aroestee os oliciais.


43/63

6ais de9ni:;es do trash

N i'ortante ressaltar ue tras( ,oi 'uito usado usado novoca/ul!rio pop norte


44/63

Srash* 9l'es e cultura

E,eitos /i@arros co'o '!scaras 'al,eitas* cen!rios uegrita' sua ,alsidade* interreta:;es so,r#veis de atoresa'adores* Bde,eitos eseciaisC (co'o os discos voadoressustentados no ar or 9os er,eita'ente vis#veis).&2o justa'ente estes 9l'es* e as rodu:;es osteriores uesegue' sua tradi:2o* ue trans,or'ara' os 9l'es - no

Bgênero tras(C. Z' dos 'aiores #cones dos tras( movies*Edard Food Rr* or eHe'lo* ostu'a'ente é su/'etido au'a esécie de canonização às avessas ao serconsiderado o ior diretor da hist?ria do cine'a. Sa'/é's2o reconhecidos diretores co'o 7oger +or'an* co' seus9l'es intencional'ente 'al ,eitos. 6ais tarde* 'es'oodendo disor de or:a'entos e tecnologias ue er'itiria''elhores resultados técnicos* 'uitos diretores(rincial'ente indeendentes) assa' a ,a@er u'a o:2oestil#stica or ,a@er 9l'es toscos. 8 tras( vira cult \ sendoeste rocesso o ue de certo 'odo de9ne o ue cha'a'osde sensi/ilidade cultural conte'or4nea do trash.

lid d d l h


45/63

A centralidade da cultura trashno conte'or4neo

&e o ter'o tras( era usado co'o re,erência ejorativa au' tio de rodu:2o cultural agora a'la'ente aceito ecele/rado* seu novo uso assa a se re,erir ao cult tras(*n2o 'ais redu@ido aos ad'iradores de u' cine'aunderground 'as ao novo gosto elo liHo e ao tosco e'todos os tios de rodu:2o cultural* di,undidoesecial'ente a artir da década de QW earticular'ente tendo co'o 'edia:2o as novastecnologias digitais. Essa estética se encaiHavaer,eita'ente a deter'inados estilos de vida$ u' hu'oriconoclasta* ir0nico* e a re,erência or u'a atitudeB,a:a você 'es'o* e' sua r?ria casa e co' a ajuda

dos a'igosC ue caracteri@ava a cultura das /andas degarage'. E'/ora ,osse' criados dentro da cultura pop*tratava


46/63

Srash* ar?dia e consu'o

• 8 tras( reali@a u'a grande ar?dia*i'ita:2o /arata da 'aneira dereresenta:2o da cultura de consu'o.Denunciando a si r?ria co'o sendo

aenas u'a ,alsa i'age'* o tras( arrastaconsigo todos os si'ulacros ostos e'circula:2o co'o reresenta:;es 9éis darealidade* 'as na verdade oucore,erenciados nela. 6as n2o é oss#vel

identi9car u'a atitude ol#tica nestaden>ncia$ elo contr!rio* o tras( 'esclasua ironia co' u'a certa consagra:2o dasind>strias culturais.

S h i d


47/63

Srash e esva@ia'ento datrangress2o

• Salve@ seja oss#vel enHergar o tras( co'o eHress2ode u'a gera:2o ue or u' lado n2o vê ossi/ilidadesde gerenciar sua intera:2o co' u' reert?rio culturalsu,ocante* e ue or outro a/andonou de ve@ a cren:ana ossi/ilidade de u' re,erente* 'as aceitou asalegorias do si'ulacro e do consu'o. Através de suas,or'as* er'ite a integra:2o de sujeitos ,rag'entadosela r?ria i'ossi/ilidade de u'a narratividade ouidentidade* ue era' na 'odernidade 'eios elosuais o ho'e' /uscava suerar as contradi:;esindesejadas da vida. 6orte* seHualidade* violência*resonsa/ilidades* tudo assa a ser u'a /rincadeiracarnavalesca. 3a /usca ela 'aterialidade na i'age'ue se denuncia constante'ente co'o sendo aenasi'age'* o tras( esva@ia o 'aterial de signi9cado*eHurga o ue ele te' de terr#vel.


48/63

Algu'as re,erências

• -AIS53* 6ihail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. OConteto de !rançois Ra"elais. &2o Paulo$ IZ+5SE+" -ras#lia$ Editora daZniversidade de -ras#lia* 1QQ.

• +A7KATI8* Paulo de Sarso. Eat the 7ich. 6oda e su/jetividade nas ,otogra9asde Serry 7ichardson e David Ta+haelle. 6onogra9a de conclus2o de curso*ZOPE* %WW.

• ^^^^^^^^^^.&o/re ,otogra9a* narcisis'o e desejo. %W1W. Disserta:2o (6estrado

e' +o'unica:2o) < Zniversidade Oederal de Perna'/uco.• O83SA3ETTA* Oernando 5srael " P7X&SI83* A. Da lata de lixo ao culto

digital. A cultura pop e os fundamentos do trash. 5n$ Kin#cius AndradePereira. (8rg.). +ultura Digital Srash$ Tinguagens* +o'orta'entos e Desa9os.1 ed. 7io de Raneiro$ E


49/63


50/63

Ed Food* Si' -urton


51/63

&atyricon* Oellini


52/63


53/63


54/63


55/63


56/63


57/63


58/63


59/63


60/63


61/63


62/63


63/63

grotesco - arte e mídia

Documents