greve e protestos complicam rotina de...

11
Página 1 Boletim 528/14 – Ano VI – 21/05/2014 Greve e protestos complicam rotina de SP Por De São Paulo A capital paulista enfrentou ontem três manifestações que alteraram a rotina de milhares de pessoas. De uma só vez, um grupo dissidente de motoristas e cobradores de ônibus - descontentes com o acordo salarial assinado um dia antes entre sindicato e empresas - fecharam 16 de 28 terminais urbanos, mais de 5 mil professores fizeram passeata e bloquearam parte da Avenida Paulista e da Rua da Consolação e outros 1,5 mil sem-teto marcharam por duas faixas da Marginal Pinheiros até a sede da construtora Viver, que teve seu saguão ocupado pelos manifestantes. O protesto dos motoristas e cobradores prejudicou mais de 230 mil paulistanos, segundo a Prefeitura de São Paulo. No começo da tarde, o prefeito Fernando Haddad (PT) declarou que a administração havia sido pega de surpresa pela paralisação. Mas no início da noite, em entrevista coletiva a jornalistas, ele mudou o discurso e qualificou o protesto de ação de guerrilha. A prefeitura informou que até às 20h30, cinco ônibus foram incendiados. "É uma guerrilha inadmissível. Como você entra no ônibus e manda o passageiro descer? Entra no ônibus e joga a chave fora. Como um sindicato fecha o acordo e uma minoria age na cidade desta maneira?", questionou Haddad. A prefeitura suspendeu o rodízio que restringe a circulação de carros. A Companhia de Engenharia de Tráfego registrou, às 19h, congestionamento recorde no ano de 260 km. Foi preciso lançar mão de um plano emergencial de monitoramento e controle do trânsito. Estações de trem e metrô registraram longas filas. Conforme o Sindmotoristas, o protesto foi organizado por um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus na segunda-feira em assembleia de trabalhadores. A proposta acordada contempla reajuste de 10% de salários, aumento de R$ 2,00 no vale-refeição e maior participação nos lucros. O piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. Os grevistas disseram que manterão a paralisação hoje se o sindicato não volte a negociar reajuste salarial com as empresas. Já a manifestação dos professores, que estão em greve desde 26 de abril, concentrou 15 mil pessoas no início da tarde na Avenida Paulista, segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem-SP). Os protestantes marcharam até a Prefeitura, no centro de São Paulo, onde fizeram um ato político que definiu a continuidade da greve e foi marcado pela colocação de dois caixões simbólicos em frente à sede do governo municipal, um para o prefeito Haddad, outro para seu secretário de Educação,

Upload: lyquynh

Post on 12-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 1

Boletim 528/14 – Ano VI – 21/05/2014

Greve e protestos complicam rotina de SP Por De São Paulo A capital paulista enfrentou ontem três manifestações que alteraram a rotina de milhares de pessoas. De uma só vez, um grupo dissidente de motoristas e cobradores de ônibus - descontentes com o acordo salarial assinado um dia antes entre sindicato e empresas - fecharam 16 de 28 terminais urbanos, mais de 5 mil professores fizeram passeata e bloquearam parte da Avenida Paulista e da Rua da Consolação e outros 1,5 mil sem-teto marcharam por duas faixas da Marginal Pinheiros até a sede da construtora Viver, que teve seu saguão ocupado pelos manifestantes.

O protesto dos motoristas e cobradores prejudicou mais de 230 mil paulistanos, segundo a Prefeitura de São Paulo. No começo da tarde, o prefeito Fernando Haddad (PT) declarou que a administração havia sido pega de surpresa pela paralisação. Mas no início da noite, em entrevista coletiva a jornalistas, ele mudou o discurso e qualificou o protesto de ação de guerrilha. A prefeitura informou que até às 20h30, cinco ônibus foram incendiados. "É uma guerrilha inadmissível. Como você entra no ônibus e manda o passageiro descer? Entra no ônibus e joga a chave fora. Como um sindicato fecha o acordo e uma minoria age na cidade desta maneira?", questionou Haddad.

A prefeitura suspendeu o rodízio que restringe a circulação de carros. A Companhia de Engenharia de Tráfego registrou, às 19h, congestionamento recorde no ano de 260 km. Foi preciso lançar mão de um plano emergencial de monitoramento e controle do trânsito. Estações de trem e metrô registraram longas filas.

Conforme o Sindmotoristas, o protesto foi organizado por um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus na segunda-feira em assembleia de trabalhadores. A proposta acordada contempla reajuste de 10% de salários, aumento de R$ 2,00 no vale-refeição e maior participação nos lucros. O piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. Os grevistas disseram que manterão a paralisação hoje se o sindicato não volte a negociar reajuste salarial com as empresas.

Já a manifestação dos professores, que estão em greve desde 26 de abril, concentrou 15 mil pessoas no início da tarde na Avenida Paulista, segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem-SP). Os protestantes marcharam até a Prefeitura, no centro de São Paulo, onde fizeram um ato político que definiu a continuidade da greve e foi marcado pela colocação de dois caixões simbólicos em frente à sede do governo municipal, um para o prefeito Haddad, outro para seu secretário de Educação,

Page 2: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 2

César Callegari. A principal reivindicação dos docentes grevistas, que já tiveram reajuste salarial, é de que o abono complementar de 15,38% seja incorporado ainda este ano. O Sinpeem promete organizar nova manifestação nesta sexta-feira.

Os sem-teto que protestaram ontem fazem parte de uma ocupação de um terreno na zona leste da construtora Viver, que já solicitou à Justiça a reintegração de posse. Eles querem que a área seja qualificada como zona de interesse social. Após a manifestação, líderes do movimento foram recebidos na prefeitura e concordaram em participar, na sexta-feira, de audiência de conciliação com a empresa. (Agências noticiosas)

Proibidos de parar, federais embarcam em atos de ci vis Por André Guilherme Vieira | De São Paulo Proibidos de entrar em greve antes e durante a Copa do Mundo por liminar obtida pela Advocacia-Geral da União (AGU) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), policiais federais encontraram na manifestação nacional organizada pelos policiais civis e rodoviários federais, prevista para hoje em 14 Estados, uma oportunidade para dar sobrevida à mobilização que acabou esvaziada pela decisão judicial que proibiu que pratiquem qualquer ato de paralisação.

Agentes, escrivães e papiloscopistas buscam a equiparação de suas carreiras a outras da administração pública federal. A principal base de comparação são os vencimentos dos agentes da Agência Brasileira de Informação (ABIN) - órgão ligado ao gabinete da Presidência da República -, que recebem um inicial de cerca R$ 16 mil, mais do que o dobro do que ganha um policial federal recém-ingressado na carreira.

A direção da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) já considera a possibilidade de aceitar o proposto pelo Ministério do Planejamento, um reajuste de 15,8%. O mesmo valor foi destinado a outras categorias do serviço público federal em 2012, dividido em três vezes. Na ocasião os policiais federais rejeitaram o oferecido, porque acreditavam que o governo acabaria cedendo, o que até agora não aconteceu.

Os delegados de Polícia Federal - que se comprometeram com o Ministério da Justiça a não realizar greve antes ou durante a Copa - ligados à Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) declararam apoio ao movimento que reúne as polícias. No entanto já avisaram que não vão participar ativamente das manifestações.

A Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) promete paralisar inquéritos e serviços principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Santa

Page 3: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 3

Catarina: "Apenas o essencial será mantido. Como prisões em flagrante e registro de roubos e furtos. Inquéritos estarão parados", avisa o presidente da Cobrapol, Jânio Gandra.

Em Brasília, os policiais prometem caminhar até o Palácio do Planalto. Querem entregar documento à presidente Dilma Rousseff em que reivindicam a implementação de uma política nacional de segurança pública e o encaminhamento de projeto de lei que regulamenta a atividade da Polícia Civil nos Estados.

Zara depõe em CPI e prevê selo de rastreamento Por Marina Falcão | De São Paulo O diretor geral da Zara no Brasil, João Braga, depõe hoje na CPI que investiga o trabalho escravo instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A companhia, que pertence ao grupo espanhol Inditex - o maior de moda do mundo -, é a primeira a prestar esclarecimentos sobre o assunto na comissão.

Serão convocadas também a grife M.Officer e a confecção Uffizi, informou a assessoria de imprensa da CPI. Este mês, fiscais do Ministério do Trabalho (MTE) resgataram seis bolivianos em condições análogas à escravidão em uma oficina de costura em São Paulo. Segundo o MTE, a produção destinava-se à M.Officer, por meio da fornecedora Empório Uffizi. A M.Officer diz que seu contrato com fornecedores veda a subcontratação.

A Zara teve seu nome envolvido com trabalho escravo no país em 2011. Na época, oficinas subcontratadas pelas empresas Aha e Rodhes, fornecedoras que tinham a Zara entre seus clientes, foram flagradas com funcionários operando em condições degradantes. No caso da Aha, a Zara foi notificada e responsabilizada. A rede rompeu contrato com a fornecedora e assinou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Os negócios entre Zara e Rodhes continuam. A Zara afirma que, quando teve ciência do problema, a Rodhes já havia regularizado a situação. E acrescenta que não foi notificada nesse caso.

Ontem, um dia antes do depoimento na CPI, a Zara convocou jornalistas para falar sobre suas iniciativas de responsabilidade social. Com vendas de R$ 962 milhões no Brasil em 2013 e 57 lojas, o grupo Inditex investiu R$ 20 milhões em projetos sociais, principalmente contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003. Somente de 2012 para cá, foram R$ 14 milhões em ações como auditorias de fornecedores, melhoria das condições laborais e apoio à integração social dos imigrantes, disse Braga.

Page 4: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 4

Cerca de 35% dos itens que a Zara vende no Brasil são feitos por 32 empresas locais, que empregam juntas 11 mil pessoas. Segundo Braga, mesmo com o fim da vigência do TAC, a rede manteve vários projetos de responsabilidade social, como o apoio aos imigrantes. "Não achamos justo que nosso nome esteja relacionado com trabalho escravo. Desde o problema que tivemos em 2011, temos tido uma conduta exemplar", disse.

Ainda este ano, a Zara lançará uma etiqueta especial para roupas feitas no Brasil. Com um aplicativo de celular, o consumidor poderá rastrear dados sobre a confecção responsável pela peça e obter informações técnicas sobre ela.

Segundo a CPI, as investigações não se concentram em nenhuma empresa ou setor específicos, mas na exploração do trabalho escravo no Estado. A ideia é propor ações para ajudar a sanar o problema.

DESTAQUES Atestado médico

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), em decisão da 5ª Turma, reconheceu a validade de atestado médico de dispensa do trabalho para justificar a ausência de um vendedor a audiência de prosseguimento da reclamação trabalhista ajuizada contra a V. Santo Figueira Calçados na Vara do Trabalho de Cabo Frio (RJ). Em virtude do não comparecimento, ele foi julgado à revelia e considerado confesso, e seus pedidos foram julgados improcedentes na primeira e segunda instâncias, mas retornará à Vara do Trabalho para novo julgamento. O trabalhador recorreu ao TST alegando cerceamento de defesa. Ele afirmou que justificara sua ausência à audiência ao apresentar atestado médico que informava a necessidade de afastamento do trabalho por dois dias. Por essa razão, não poderia ter sido aplicada a revelia. Para o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), o atestado não indicava impossibilidade de locomoção, por isso, não servia aos fins pretendidos. Ao examinar o recurso de revista do vendedor, o desembargador convocado Marcelo Lamego Pertence, relator, explicou que, apesar de não constar a expressão "impossibilidade de locomoção", o atestado registrou que o trabalhador deveria permanecer em repouso, ou seja, sem se locomover. Dessa forma, considerou que o atestado médico seria documento hábil para justificar a ausência.

(Fonte: Valor Econômico dia 21-05-2014).

Page 5: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 5

Greve afetou 15 terminais de ônibus Agências / SÃO PAULO Quinze dos 29 terminais de ônibus de São Paulo estavam bloqueados até o início da noite de ontem por motoristas e cobradores. Eles alegaram estar insatisfeitos com o resultado de uma assembleia realizada na noite de segunda-feira (19) pela categoria, quando foi aceita uma proposta salarial apresentada pelas empresas de ônibus, a qual prevê 10% de reajuste salarial. O prefeito Fernando Haddad, que participava de seminário da Frente Nacional de Prefeitos, em um hotel no centro, disse que não esperava por esse protesto, uma vez que a proposta salarial havia sido aceita. "Para mim foi uma completa novidade, uma dissidência do sindicato que não aceita os termos do acordo". Para o secretário dos Transportes da prefeitura, Jilmar Tatto, a paralisação "é injustificável". Em entrevista a uma emissora de rádio, disse que "um pequeno grupo está sabotando o transporte público". "Cheira a sabotagem o que estão fazendo na cidade de São Paulo. Não é uma manifestação legítima, não há uma pauta clara e os representantes do sindicato não estão participando". Por causa do protesto, o rodízio para automóveis foi suspenso em toda a cidade, sendo mantida restrição para caminhões e fretados. Segundo a SPTrans, empresa municipal que administra o transporte público na cidade, os terminais bloqueados foram Barra Funda, Expresso Tiradentes, Pinheiros, Lapa, Pirituba, Princesa Isabel, Amaral Gurgel, Sacomã, Bandeira, Casa Verde, Santana, Cachoeirinha e Butantã , Varginha e Parque Dom Pedro.

A paralisação começou por volta das 09h50 com motoristas que impediram a circulação de ônibus no Largo do Paissandu, no centro. Outras empresas de ônibus decidiram aderir e a paralisação do serviço passou a atingir praticamente toda a capital paulista. Muitos dos ônibus tiveram os pneus furados, impedindo sua circulação. Por meio de nota à imprensa, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo informou ter sido surpreendido "na manhã de hoje com as manifestações realizadas na cidade por alguns trabalhadores (as) que se dizem contrários ao fechamento da Campanha Salarial 2014". O sindicato informou que pretende investigar de onde partiram as manifestações e o motivo que levou trabalhadores a tomarem essa atitude. Segundo o sindicato, mais de 4 mil trabalhadores compareceram à assembleia, que ocorreu no final da tarde de segunda, e aprovaram a proposta. Além do reajuste de 10% no salário, garante ticket alimentação mensal no valor de R$ 445,50, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), melhoria na cesta básica, 180 dias de licença maternidade e o reconhecimento da insalubridade, além de aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho. Segundo a CET, por volta das 19h30 o congestionamento chegava a 291 km, lentidão que teve a contribuição de protesto de professores na Avenida Paulista.

(Fonte: DCI dia 21-05-2014).

Page 6: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 6

Page 7: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 7

Page 8: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 8

(Fonte: Estado SP dia 21-05-2014).

Page 9: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 9

Page 10: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 10

Page 11: Greve e protestos complicam rotina de SPaz545403.vo.msecnd.net/uploads/2014/05/informe-desin-528-ano-vi-21... · contra o trabalho degradante no setor têxtil no país desde 2003

Página 11

Caso não haja interesse em continuar recebendo esse boletim, favor enviar e-mail para [email protected] , solicitando exclusão.